4 - Ciganos Historia - Dança - Parte 02 Introdução A Dança

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CIGANOS
ATRAVÉS DA DANÇA / BAILAR COM A ALMA

Dança cigana e suas influências

Não podemos falar em dança cigana, sem observar a historia e suas civilizações. Desde os tempos
remotos, a humanidade dança suas dores e seus amores, sem dúvidas, a dança é uma expressão que
identifica uma etnia.

O nomadismo nasceu por uma necessidade de sobrevivência. Invasões na idade antiga, revoluções,
escravidão por guerras ou por dividas, expansão territorial na idade media, Guerras mundiais, revolução
industrial, também a exploração e colonização das Américas e o incansável desejo pelo poder, foram
determinantes para as diásporas dos povos.

Estudos relatam a origem da dança cigana na Índia, por serem nômades, os ciganos foram incorporando
à dança, ao longo do tempo, elementos e influências de vários lugares. "No século XV chegaram à
Andaluzia trazendo batidas de pé e palmas. Por onde passavam, adaptavam-se à forma tradicional da
dança local, assimilando a musica dos países que viviam e eram capazes de enriquece-las á sua maneira,
tornando a dança cigana uma união de muitas nações", explica a professora Mhelani Souza, da
Escola de Dança Shiva Nataraj.

NOSSO ESPAÇO – espaço de dança


Rua Pedro Moré,151 – Bairro Pio X ,Caxias do Sul/RS
Próximo ao Supermercado Andreazza, quase esquina com a Moreira Cesar.
Contato: Adri Silva /whats (54) 9 8404-7622
https://www.facebook.com/adridancacigana https://www.facebook.com/essencia.cigana.pagina
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Espanhóis, hindus, árabes e russos são alguns dos povos que deram sua contribuição. Cada grupo de
ciganos espalhado pelo mundo recebeu influências da cultura do país onde se fixou. Por isso, não espere
semelhança quando assistir ao bailado de diferentes clãs, pois a dança de um é completamente diferente
da realizada pelo outro. Mas uma coisa não muda: ela tem o poder de envolver o coração e a
alma de todos os que participam, seja dançando ou assistindo.

Os rítmos ciganos são geralmente acompanhados por palmas e rítmos dos pés, conferindo uma alegria
inigualável aos sons originários deste povo.

A música cigana é produzida pelos seguintes instrumentos:


* Guitarra
* Viola / Violinos
* Contrabaixo
* Balalaica
* Alaúde
* Acordeões / Címbalos
* Castanholas
* Pandeiros / Bandolim

Instrumentos e seus elementos:


Quando falamos de elementos, é isso mesmo que representam o que usamos ao dançar, o leque, lenço,
castanholas, pandeiro, entre outros; cada um deles tem um significado e uso especial, complementam e
objetivam as mensagens que queremos passar, seu uso ou não nas danças ciganas dependem dos
costumes do grupo ou das famílias, os lugares pelos quais passaram e quanto tempo ficaram, as
afinidades e as origens ancestrais. Cada coreografia tem seu significado mágico e cultural em que são
usados alguns instrumentos para essa representação, podendo ser realizada livremente, manifestando
sua criatividade e intuição:

O Elemento água - Está presente no bailado cigano árabe, que rege nosso ventre e, por isso, nesse
bailado fazemos muitos movimentos de quadril.
O Elemento terra - Está presente nos movimentos em que o peito dos pés tocam o chão e fazem a
conexão.
O Elemento ar - É celebrado nas danças com véus, que voam pelo ar, trazendo mais mistério ao
bailado.
Elemento Fogo - Aparece nas danças que misturam a influência árabe com a influência espanhola. Isso
porque, quando os árabes chegaram na região da Andaluzia, na Espanha, levaram também seus
conhecimentos que se misturaram aos dos ciganos. E desse bailado Gitano moro, nasceu a zambra, que
com muita graça traz a sensualidade das danças orientais e a força das danças espanholas.

Dança do leque: Dança do elemento ar que representa o amor, a sensualidade e a limpeza, representa


sedução, romantismo e poder. O leque passeia há séculos nas mãos das mulheres, mas seu uso prático
pouco tem a ver com os aspectos valorizados pela cigana ao dançar.
Da maneira que se abre pode representar as fases da lua e da mulher, seus reais desejos ou apenas o que
quiser demonstrar; é um poderoso instrumento de limpeza energética, magia para a cura e sedução.
Sendo assim, está constantemente nas mãos de uma cigana, atraindo a atenção para seu mistério e
poder. O leque é mais característico nas danças kalóns, mas pelo seu encanto as mulheres que gostam,
usam-no sempre que podem na sua dança. O mais comum, é que se dance com apenas um leque, pois uma
mão capta a energia e a outra a libera, porém, algumas ciganas usam leques nas duas mãos, tornando a
dança, ainda mais bela.

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Dança com pandeiros: Dança dos quatro elementos, denota a alegria e sugere uma festa. Serve
também para purificar o ambiente. O pandeiro traz a alegria do sol, saudando-o com inúmeras fitas
coloridas, representando seus raios protetores e vivos.
Como todo instrumento que faz barulho, ele tem como função expulsar os maus espíritos ou energias
negativas, abrindo caminho para o povo festejar. Sua mensagem é mover, transformar o que está parado
em ritmo, revigorar o nosso corpo com a alegria e o calor da dança, assim como o sol faz conosco.
O uso das fitas, pode ter nascido como um calendário para marcar eventos importantes e a idade; para
saudar a chegada da primavera; para representar através das cores das fitas pedidos ou bênçãos. É mais
utilizado nas danças do grupo Rom, acompanhando violinos e outras percussões, é preciso habilidade e
conhecimento dos ritmos utilizados.

Dança xale: Sabedoria, ancestralidade, maturidade, conhecimento.


Representa o mistério e a magia do elemento fogo. Dançar com o xale representa agradecer todas as
dádivas ao criador, a sua força, o poder de ser mãe, o poder de seduzir o seu amor e também proteção e
família. É usar toda poesia, força e magia. O xale não pode ser usado por outra pessoa que não seja a
bailarina,e não jogue-o no chão,pois ele representa a essência feminina e nossas ancestrais. Enfim,
dançar com o xale é agradecer, exibir e proteger suas estrelas. É abrigo, afago e proteção,acolhimento.A
cigana com xale é sinal de respeito ás avós anciãs.O xale remete a ancestralidade da cigana.

Dança com castanholas: Elemento Terra. Traz-nos para o momento presente, o agora. Seus
sons purificam o ambiente e são uma homenagem aos antepassados.

Dança do véu: Representa o elemento ar e expressa a leveza do corpo. Como existem diversos grupos
ciganos, é muito difícil dizer categoricamente ―tal costume cigano é assim‖. Eles podem variar a cada clã.
No entanto, é possível identificar alguns costumes que se assemelham entre eles. Como o uso do véu ou
diklô para as mulheres.Para alguns grupos ciganos, o véu é um objeto de limpeza.
É dançado com o véu como se ele estivesse limpando a alma. No fim do bailado, ele é colocado
delicadamente no chão para ser ―aterrado‖ e descarregar as energias. Já entre outros grupos isso seria
uma ofensa, já que para eles, o véu é a representação do amor da cigana. Desse modo, colocar o véu no
chão seria como desprezar seu amor.
Apesar das divergências, é importante saber qual o significado do seu bailado, assim, se algum grupo
diferente te ver e achar estranho, saberá responder o que e porque está fazendo.

Dança com rosa: Elemento terra. Representa o amor, a beleza, a conquista, sedução e a sensualidade.
A rosa é a beleza interior e a beleza exterior. A rosa vermelha na boca que os ciganos costumam levar em
suas danças – presa entre os dentes – levam para presentear a mulher que está envolvida na dança. As
alianças para os ciganos, são simbolizadas por duas rosas vermelhas, em seus casamentos. Essa é uma
dança de sedução, vaidade e alegria. Dança-se com uma rosa em uma das mãos, a outro deve ficar livre
para os movimentos.

Quando dançada publicamente, jamais deve-se passar a rosa pelo corpo, pois é considerado vulgar.
Somente passe-a pelo corpo, quando for dançada à dois, com intuito de seduzir. Há também a dança da
rosa ritualística, onde a rosa é oferecida para alguém, para que se faça um banho com suas pétalas.
Escolha a rosa de acordo com o objetivo de quem vai receber, rosa vermelha - sedução, rosa cor de rosa -
namoro, rosa amarela - prosperidade, rosa branca - paz.

Dança com saia: Representa toda a força cigana, a sedução, respeito e alegria e quanto mais rodada a
saia, maior é a sua força. Bater a saia é limpar, ordenar ou mesmo harmonizar as energias que estão
equilibradas. A saia guarda o nosso útero que ser mãe é uma dádiva divina.

*Pulseiras: Representa o poder material que a cigana tem.

*Cestas de flores, frutas e pães: Oferendas e presentes.

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Dança com fitas: Elemento água representa as lágrimas de alegria e tristeza derrubadas pelo povo
Cigano. Não apenas o lamento, mas também a comemoração. Representa a limpeza, alegria e
infantilidade. Dançar com fitas é quase uma brincadeira de criança, alegra qualquer tipo de ambiente,
festeja os nascimentos e casamentos, os movimentos das fitas rodopiantes manifestam o ritmo da vida e a
alegria de fazer parte dela. As Fitas são mais utilizadas nos ritmos rons, porém conforme o que se quer
passar a dança se adequa a qualquer ritmo alegre.

Significado das Cores nas fitas Ciganas


As fitas ciganas são muito usadas e bastante conhecidas por seus poderes milagrosos de desagregar
energias condensadas, enfermiças, e até mesmo afastar energias negativas e transmutar outras.
Cada fita tem sua vibração harmonizando, equilibrando, fortalecendo, curando, positivando,
acalentando, limpando, purificando, gerando abundância, entre outras.

Branca-função: promove a paz interior, tranqüilidade, estabilidade emocional, acalma a alma.


Indicação: tira a ansiedade, a insônia, agitação e stress.

Vermelha-função: desperta a força de vontade, paixão, equilíbrio nos relacionamentos. Indicação:


depressões, traumas amorosos, sentimentos de solidão e pessoas sem prazeres.

Azul-clara-função: serenidade, segurança, confiança, equilíbrio emocional. Indicação: inseguranças,


medos, pessimismo, pessoas que se sentem derrotadas.

Amarela-função: prosperidade, concretização, equilibra a mente, idéias novas. Indicação: problemas


financeiros, pessoas que não conseguem por em prática seus desejos.

Dourada-função: proteção divina, elevação da alma, harmonização espiritual, desenvolvimento da


mediunidade. Indicação: tudo relacionado ao aperfeiçoamento do espírito.

Verde-função: cura e equilíbrio físico, vitalidade. Indicação: problemas de saúde, energias enfermiças.

Laranja-função: alegria, entusiasmo, restabelece a mente, corpo e espírito. Indicação: doenças


somatizadas por traumas e tristezas.

Rosa-função: auto-estima, compreensão, compaixão, aceitação, amor universal. Indicação: sofrimentos


emocionais, frustrações, luto.
Violeta- função: transmutação, ajuda a mudar conceitos, formas de pensamentos, cura em todos os
gêneros. Indicação: miasmas de pensamentos e sentimentos, perturbações mentais, dores no corpo,
obsessões e traumas.

Marrom-função: concretizadora, traz as pessoas para o presente, para realidade. Indicações: pessoas
que vivem no passado, ou no presente sem entender, afasta espíritos sofredores.

Azul royal-função: proteção em todos os níveis ( físico, mental, emocional, espiritual). Indicação: corta
os cordões energéticos negativos, afasta e encaminha os espíritos menos esclarecidos.

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A dança cigana e suas influências


Flamenco
O flamenco, típica dança espanhola esconde uma história e um significado, não só para o povo espanhol,
mas também para os mouras, judeus e, principalmente, CIGANOS. O passado do flamenco é regado de
dor, perseguição e sofrimento. Fortemente influenciado pela cultura cigana, e com raízes na cultura
mourisca e árabe, o flamenco surgiu em uma fusão dessas culturas em um momento histórico difícil para
eles. Para aliviarem o seu sofrimento, refletiam na música flamenca o espírito desesperado das lutas,
esperança, orgulho e festas daquela época.

Essa, até então, música espanhola, consistia apenas no canto. Somente depois que os outros elementos,
como a guitarra, palmas, sapateado, inclusive a castanhola e dança, foram acrescentados,
transformando-o também em uma dança muito típica e apreciada por todos.

Atualmente, diferente do passado, pode-se até tê-lo somente com dança e toque (guitarra), sendo tudo
muito marcante: expressão facial, mãos e sapateado. Já se sabe que os ciganos partiram do norte da
Índia há quase 3ooo anos e que estão hoje em todos os continentes.Vieram pelo Mediterraneo passando
pelo Egito e também contornando a Asia e caindo na Espanha por Barcelona, uma parte se estabeleceu
encontrando eco na ANDALUZIA, sul da Espanha.

Rumba cigana|Espanha
Dentre os ciganos que partiram em direção à Europa, muitos se fixaram na Espanha. Assim como muitas
outras modalidades de dança, diferentes estilos de flamenco se desenvolveram ao longo do tempo e das
influências de outras culturas. Muitas das músicas dançadas e tocadas pelos ciganos refletem o estilo de
vida sofrido, a luta e a resistência desse povo que enfrentou muito preconceito em sua estadia na Espanha,
em especial durante a Inquisição Espanhola da Igreja Católica, na Idade Média.

Rumbas Ciganas, descendem do convívio entre ciganos e o povo espanhol. Andaluzes e catalãs dançam a
rumba. A rumba Catalã nasce dos intercâmbios dos cantores e dançarinos que circulavam entre Espanha
e cuba. Encontramos nestas manifestações dançantes diversos ritmos de rumba. A flamenca, Catalana e
uma mistura das duas, muito chamada de espanhola, um ritmo que agrega outros e se torna mais
popular no mundo. Porém a rumba catalã em sua efervescência é um destaque para povos ciganos. Tem
muito do flamenco também e se inspira nas músicas cubanas para criação de suas canções, melodias. A
Rumba do flamenco começou a se formar como um palo de flamenco no final do século XIX. Os cantores e
guitarristas traduzem os sons de guaracha, filho e rumba guaguancó para a guitarra e para as palmas e
sendo assim a rumba torna-se um palo de flamenco.

Os flamencólogos não consideraram que a rumba fosse um palo de flamenco em seus inícios. Eles
pensaram que a rumba era uma pequena vara de caráter frívolo e comercial. Apesar desses preconceitos,
a rumba tornou-se parte essencial do repertório flamenco durante o primeiro terço do século XX (1901-
2000). Cantores famosos, como La Niña de los Peines, começaram a incluir rumbas em suas gravações
desde 1918. A rumba tornou-se uma vara popular nos famosos cafés cantados.

A rumba do flamenco tem estado em constante renovação desde a década de 1950. Existem vários estilos
deste ritmo. Cada inclinação incorpora diferentes influências musicais; E desde os anos 60 houve a
modernização do estilo incorporando elementos da música pop internacional.

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A Origem da Rumba Flamenca


No século XIX (1801-1900) houve uma troca comercial muito ativa entre os portos de Cádiz (cidade no sul
de Espanha, banhada pelo Oceano Atlântico. Pertence à Comunidade Autónoma Andaluza), Sevilha
(Quarta maior cidade espanhola) e os portos de Havana (Cuba). Comerciantes, trabalhadores, toureiros e
cantores viajaram de Espanha para Cuba e de Cuba para Espanha com frequência e nessa
movimentação, não apenas os alimentos foram transportados, mas também ritmos, canções e danças. A
rumba do flamenco nasce desse intercâmbio cultural. Isso decorre do ‗aflamencamento‘ dos ritmos
cubanos que os espanhóis levaram para a Espanha, sendo assim: Rumba cigana (ou latina) vem da
mistura de duas grandes culturas: a espanhola e a cubana:

A rumba cubana, dividida em Yambu e Guagancó, reflete as raízes negras que se reuniam ao redor das
fogueiras no final do dia para beber, comer e dançar. Era executada por jovens e velhos e trazia refletido
no corpo, a postura arqueada e cansada da colheita diária. A rumba Guagoncó tinha como característica
principal do movimento, a distribuição do peso lentamente, do eixo cinesférico para as extremidades, com
desenrolar articulado gradativo, ou seja, o movimento se iniciava na articulação coxo-femural e descia
para os joelhos e tornozelos. O tronco, sempre arqueado em 45º, dava à dança uma horizontalidade
própria das culturas tropicais. Os braços, dobrados à frente do corpo, finalizavam o movimento do tronco
e desafiavam os demais bailarinos.

Tais movimentos, ao chegarem à Europa, receberam refinamento e posturas novas, na garbosidade do


povo espanhol. Lá, misturaram-se à rumba espanhola e passaram a receber angulosidades definidas
(membros em ângulos articulares de 90º) e tronco elevado. Além disso, o maneio de saias foi incorporado
e a posição da cabeça passou a obedecer os preceitos flamencos. A rumba é o ritmo cigano mais
conhecido para nós brasileiros. No entanto, ainda existe muito desconhecimento das perfeitas
interpretações por parte dos estudiosos dessa cultura.

Árabe
O bailado cigano árabe tem como principal elemento a água, que rege nosso ventre e, por isso, nesse
bailado fazemos muitos movimentos de quadril. Assim, os cintos de moeda são muito apropriados, pois
deixam a barriga adornada e fazem um som especial, desenvolvendo cada vez mais o estilo original de
sua dança ao acrescentarem elementos das diferentes culturas com quem tinham contato.

Movimentos: o estilo cigano utiliza técnicas e movimentos de dança do ventre, adicionando a eles passos
ciganos e do folclore oriental. A dança cigana, aliás, é conhecida por sua paixão, exuberância e energia.
As dançarinas ainda utilizam adereços como pandeiros e snujs. Já as saias, tão comuns hoje em dia na
dança do ventre cigana, não eram vistas com bons olhos entre as dançarinas no passado. O estilo cigano
na Dança do Ventre vem de uma interpretação ampla e liberal das danças ciganas, primeiramente da
Turquia, Espanha, dos Balcãs e do Egito.

Kalbelya |Índia
Giros rápidos, movimentos marcantes de braços e mãos, cintura e quadris em um vai-e-vem. Assim são as
coreografias da dança Kalbelya, nome que também se refere aos ciganos que vivem na Índia e significa
―aqueles que amam cobras‖. As cobras são o símbolo desse povo; antigamente, os Kalbelya eram
conhecidos como encantadores de serpentes, pela habilidade de capturá-las ou retirar seu veneno sem
matá-las — inclusive, através de danças de ―encantamento‖ desses animais. Desde cedo, crianças
aprendem a lidar com o animal enquanto dançam, e alguns movimentos imitam os da serpente.
Tanto o ritmo das músicas, quanto a vestimenta usada durante as danças têm características em comum
com a tradição indiana, mostrando a intersecção entre as culturas. Kalbelia é o nome tanto de uma tribo
quanto de uma dança por eles realizada. Os Kalbelia encontram-se no estado do Rajastão, noroeste da
Índia, e são nômades.

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Dependendo do tipo de dança, as mulheres vestem roupas negras e bordadas ou roupas muito coloridas,
que contrastam com as cores do deserto. Durante as danças, os homens são responsáveis pela parte
musical. As músicas são baseadas em histórias e mitologia. Os Kalbelia também tem fama de não só
comporem letras espontaneamente, como também de improvisarem músicas durante suas
performances. Tanto a música quanto a dança dos Kalbelia fazem parte de uma tradição oral. Em outras
palavras, não existem livros ou manuais que as ensinem ou descrevam. Tudo é passado para as novas
gerações de maneira verbal ou através da observação. Em 2010, a dança Kalbelya foi reconhecida
como Patrimônio Mundial Imaterial pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura), o que atribuiu maior importância para a dança até mesmo na Índia.

Abaixo, segue o pequeno documentário da Unesco sobre os Kalbelia:


https://www.youtube.com/watch?time_continue=228&v=RGGmW5CQmdw&feature=emb_title

Em seguida, vídeo com uma famosa dançarina Kalbelia de Jodhpur, no Rajastão:


https://www.youtube.com/watch?v=g-UX73DKffk&feature=emb_title

Ghawazee|Egito
Os ciganos que migraram para o Egito incorporaram à sua dança elementos do país como o bastão, o
pandeiro e o corpete (na roupa). As dançarinas costumavam se apresentar nas ruas e em comemorações
para entreter o povo, sendo uma forma de sustento para o seu clã. Ghawazee é o nome do povo cigano que
vive no Egito e da sua dança de ritmo acelerado, com grande variação de passos, mexendo braços e
pernas, e muito movimento dos quadris.

O termo ghawazee pode ser compreendidos por 3 contextos: como linhagem, como bailarina e como
dança. E nesse artigo, tendo como base essa classificação criada pela bailarina especialista em folclore
árabe Nilza Leão, vamos tentar esclarecer um pouco quem são os e as ghawazee.A primeira coisa que
temos que nos lembrar é que os ghawazee são um povo cigano que se instalou no Egito. A palavra em si
pode ser traduzida literalmente como ―cigana‖ ou, de uma forma mais poética, como ―invasoras de
coração‖, já que essas mulheres eram sedutoras, dedicadas a encantar seu público.Essas mulheres
normalmente são descritas como sendo muito exóticas, com cabelos, pés e mãos pintados com hena e
muito enfeitadas com colares, pulseiras, anéis e brincos.

Além de dançar nas ruas, em eventos, celebrações e casamentos, elas ainda tiravam seu sustento fazendo
leituras da sorte, partos, tatuagens, contando história, tocando uma grande variedade de instrumentos e
algumas até se prostituíam para sobreviver.Essas mulheres faziam parte da vida cotidiana do Egito, até
que em 1798 Napoleão Bonaparte chega e, por conta dos riscos que a atividade das ghawazee causava
(favorecendo a formação de aglomerações que podiam gerar revoltas, influência negativa no trabalho
dos soldados que passavam a noite com elas e até o risco de transmissão de doenças venéreas e
miscigenação racial), elas foram proibidas de se aproximar dos acampamentos dos soldados franceses.

No ano seguinte, em 1799, o ditador de origem albanesa Mohammas Ali é nomeado vice-rei do Egito com
o apoio das autoridades europeias e com a promessa de modernizar o país. Em 1834, por conta de
pressões religiosas e políticas, Mohammad baixa um decreto que bane as ghawazee do Cairo e elas são
obrigadas a migrar para a Região Sa‘idi (também chamada de Alto Egito, ao sul do país).

No tempo em que estiveram na região sul do Egito a cultura ghawazee, como é característico das culturas
ciganas, se adaptou e incorporou a musicalidade local e é por isso que se pode ver tantas músicas para
dança ghawazee com o ritmo sa‘idi e dançadas com bastão ou bengala. (No ano de 1866 o decreto de
banimento foi revogado e as ghawazee puderam voltar ao Cairo com a condição de que recolhessem
impostos sobre suas atividades.)

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1 – Ghawazee enquanto linhagem: são as famílias ghawazee, homens, mulheres, crianças idosos,
etc. Pessoas comuns que nasceram e se criaram nas famílias Mazzin e El Ghazay. São pessoas comuns que
possuem o sangue destas famílias em suas veias;

2 – Ghawazee como bailarina: é a mulher que, independente de sua linhagem, dança na rua como
forma de subsistência. Essa mulher vai dançar qualquer música que seu cliente pedir, porque ela precisa
do dinheiro para sobreviver. Então uma dançarina ghawazee, trabalhando nas ruas do Egito, realmente
vai dançar qualquer tipo de música, com qualquer acessório, porque o foco dela é entreter e encantar seu
público para conseguir o dinheiro de que precisa para viver;

3 – Ghawazee como dança: é uma dança alegre, espontânea, muito animada e carismática.
Normalmente marcada por movimentos amplos, ondulações de abdômen, marcações de quadril,
travadas, encaixes e desencaixes, batidas de pés, cambres e trabalhos de chão, tudo para chamar a
atenção do público. Inclusive, a dança com candelabros (Raks el Shamadam) é originária das ghawazee,
mas elas a dançam de uma forma bastante diferente da que estamos acostumados a ver, elas dançam de
forma rápida e animada, com músicas aceleradas e alegres. Muitos ritmos podem ser ouvidos nas
músicas próprias para dança ghawazee, mas os principais são o maksum, o fallahi e o sa‘idi.

Fonte : Nati Alfaya, dançarina árabe com 10 anos de estudo e prática, parte do grupo Caravana Lua do Oriente –
Companhia de Danças Árabes, sediado em Londrina, Paraná.

Abaixo, segue link dança Ghawazee:


https://www.youtube.com/watch?v=sRGV2Hck9ok
https://www.youtube.com/watch?v=IzACXvRxk-o

Ruska Roma | R u s s a
Ruska Roma é um grupo descendente dos ciganos poloneses que chegaram na Rússia no final do século
XVII, e hoje formam o maior grupo cigano do país. Atualmente vivem também na Bielorrússia, Ucrânia,
França, Canadá e Estados Unidos. Tradicionalmente trabalham como negociantes de cavalo, musicistas,
dançarinos e cartomantes. Hoje, a maioria dos cantores, atores, bailarinos e músicos ciganos na Rússia
são Ruska Roma. Eram muito populares entre os camponeses, que gostavam da sua música e dança,
consideradas belas em todo o país. A maioria era nômade. Viajavam durante o verão e se fixavam em
casas de camponeses durante o inverno, pagando a hospedagem em dinheiro ou com o trabalho em
cavalos.

A dança cigana russa surgiu no século XIX como uma interpretação de dança folclórica russa. Desde
então, desenvolveu-se consideravelmente, incluindo outros elementos, como movimentos vindos do
Flamenco e até mesmo de danças ciganas orientais.

O figurino é caracterizado pela saia longa com muito babado, que normalmente usamos nas danças
ciganas em geral no Brasil. O brilho e as cores vivas das roupas dão mais vivacidade à dança. As
mulheres usam colares de moedas, brincos grandes, pulseiras e flores ou lenço em seus cabelos. Muitas
amarram um xale na cintura, com o qual também dançam, ou um cinto de moedas.
A dança feminina possui chutes, giros rápidos, torção nas costas, movimentos de ombro e braço e muito
movimentos de saia. Há também estalos de dedos e momentos em que se dança no chão. A dança cigana
não encanta exatamente devido à técnica, mas pela improvisação, liberdade, energia e paixão da
dançarina.

Geralmente a música começa lenta e suave, e aos poucos vai acelerando, tornando extremamente rápida
no final. A bailarina tem que acompanhar o ritmo, o que exige muita resistência e coordenação. O
importante é perceber que quando a dança fica mais rápida, a saia é mais usada e são feitos menos
movimentos com o corpo. Isso garante a resistência até o final da dança.

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Os homens normalmente, apenas tocam instrumentos e cantam, mas desempenham papel importante nas
festas. Quando dançam, costumam sapatear e fazem percussão com o corpo. Em muitos movimentos
podemos ver as raízes russas. Costumam usar camisa de seda vermelha ou outras cores brilhantes, um
largo cinto preto, colete sobre a camisa, calça escura, chapéu preto e sapatos de sapateado. A dança
cigana russa forma um belo espetáculo, cheio de energia e vigor, trazendo alegria a todos os que
assistem. Afinal, onde há ciganos, há festa e ninguém fica parado!

Fonte: Brigitte Angel


https://www.youtube.com/watch?v=ftyQGMuF5A4&list=PLIey_xdfdZtsZOocN3VqfcrBC3msqxGXb

Roman Havasi |Turquia


A Dança Cigana Turca, é uma dança que remete muito a dança do ventre pela quantidade de movimentos
pélvicos e de quadris. Quando falamos de dança turca muitas pessoas não imaginam que os ciganos da
Turquia, com sua dança e música, são os artistas mais famosos desse país. Mesmo com o enorme
preconceito que sofrem da sociedade, o que os obriga a viver em guetos ou muito marginalizados nas
cidades turcas, os ciganos como dançarinos e músicos são os mais aclamados e considerados os de maior
talento. Desde o nascimento as crianças já são iniciadas na música, que é passada de geração em
geração. Esta é também uma forma de preservação de suas tradições e costumes, além do ―ganha pão‖
dos ciganos, que com seu profissionalismo e técnica são contratados para entreter turistas e os não
ciganos na Turquia.

A música cigana é tão forte entre os turcos, que todas as bellydance dominam a dança estilo Roman
(como é conhecida a dança cigana turca) e também o ritmo criado pelos ciganos em suas músicas,
conhecida como Roman Oyun Havasi, com uma métrica própria e que se tornou identidade musical dos
ciganos e que faz parte dos shows folclóricos apresentados na Turquia. As mulheres fazem movimentos
pélvicos e movimentos com os pés com uma marcação de 9/8. Na dança é simulada o cotidiano das
mulheres, com movimentos de varrer, cozinhar, lavar, secar, e mostrando o cansaço. Fazem movimentos
também simulando tocar instrumentos musicais como o violino, tambor, derbake e saxofone.

Fonte: Daniela Coimbra (professora, bailarina, coreografa de Dança Cigana)

(Todos os anos, no mês de Maio, os ciganos dos Balcãs e da Turquia celebram o Erdelezi, a festa de
origem pré-islâmica festeja a chegada da Primavera.)

Segue vídeos:
https://www.youtube.com/watch?v=xxa-MTmeq9M
https://www.youtube.com/watch?v=IwZ_U06f9nU

Fusão Árabe|Flamenco
A fusão de músicas árabes e flamencas trazem uma outra dança conhecida ou como árabe flamenco ou
como zambra, ambas misturam os ritmos, logo misturam as danças e vestimentas. Aqui no Brasil é
conhecido como rumba árabe, assim popularizada também a nível de melodia. Contudo, as misturas
chamadas fusões confundem um pouco os pesquisadores e alguns professores e também pessoas ciganas
afastadas de sua cultura. Mas cada rumba aqui citada tem especificidades.

NOSSO ESPAÇO – espaço de dança


Rua Pedro Moré,151 – Bairro Pio X ,Caxias do Sul/RS
Próximo ao Supermercado Andreazza, quase esquina com a Moreira Cesar.
Contato: Adri Silva /whats (54) 9 8404-7622
https://www.facebook.com/adridancacigana https://www.facebook.com/essencia.cigana.pagina
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Dança Cigana |Brasil


Aqui, assim como em outros países, os ciganos aprendem a dançar desde a infância em comemorações
como nascimentos, aniversários, batizados e casamentos.
O Cigano assimila e incorpora a expressão cultural da região onde está estabelecido ou acampado.
No entanto, as duas etnias mais presentes no país — Calons e Roms — possuem danças bem diferentes
entre si .

O grupo dos Calons dançam forró e sertanejo nos acampamentos, músicas não ciganas e típicas da cultura
brasileira. Mas, muitas vezes, as mulheres usam trajes ciganos (vestidos coloridos com muitos babados
nas saias), enquanto os homens mantém o padrão brasileiro com cinto e chapéu de cowboy.

Já os Roms praticam a salsa e, principalmente, a cúmbia, uma dança de salão latino-americana. No


entanto, não a dançam da maneira tradicional, mas interpretando de uma forma particular. Eles dançam
também o Romanes (ou Romanê), um estilo musical dançado pelos Roms de todo o mundo, o qual possui
ritmos rápidos e é dançado por mulheres com muitos ―pulinhos‖ e movimentos dos braços, enquanto os
homens — nem sempre presentes — as rodeiam e estalam os dedos.

A Rumba é um gênero sensual e alegre, que contagia a todos que assistem. Seu ritmo consiste em 04
batidas por compasso e tem uma gama imensa de possibilidade de movimentos.
No Brasil, vemos diversos grupos de Dança Cigana dançando a rumba devido à popularização do estilo
através do grupo cigano The Gipsy Kings (grupo de origem Cigana) na década de 80, que levou esse tipo
de rumba ao público internacional.

As influências deste estilo de rumba são muito variadas. Os artistas incorporam elementos de rock, soul,
funk, blues, salsa e outros estilos de música pop. Eles usam instrumentação semelhante à salsa ou outros
estilos modernos, mas mantêm uma entonação de flamenco em suas melodias. Apesar da rumba sempre
se modernizar, muitos artistas modernos procuram manter a essência do flamenco no violão e na voz
mas sem ignorar a forte influência do ritmo cubano.

...Solte seu corpo, remexa os quadris e liberte seu coração!


Optchá!

NOSSO ESPAÇO – espaço de dança


Rua Pedro Moré,151 – Bairro Pio X ,Caxias do Sul/RS
Próximo ao Supermercado Andreazza, quase esquina com a Moreira Cesar.
Contato: Adri Silva /whats (54) 9 8404-7622
https://www.facebook.com/adridancacigana https://www.facebook.com/essencia.cigana.pagina

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