Teoria de Jogos KK
Teoria de Jogos KK
Teoria de Jogos KK
A teoria dos jogos é uma teoria matemática criada para se modelar fenómenos que
podem ser observados quando dois ou mais “agentes de decisão” interagem entre si.
Ela fornece a linguagem para a descrição de processos de decisão conscientes e
objetivos envolvendo mais do que um indivíduo. (Sartini & et al, 2004, p. 1)
A teoria dos jogos é usada para se estudar assuntos tais como eleições, leilões, balança
de poder, evolução genética, etc. Ela é também uma teoria matemática pura, que pode
e tem sido estudada como tal, sem a necessidade de relacioná-la com problemas
comportamentais ou jogos per se. (Sartini & et al, 2004, p. 1).
Em 1928, John von Newmann demonstrou que todo jogo finito de soma zero com duas
pessoas possui uma solução em estratégias mistas. Em 1937, ele forneceu uma nova
demonstração baseada no teorema do ponto fixo de Brouwer. (Sartini & et al, 2004,
pp. 2-3)
A Teoria dos Jogos abrange jogos com dois ou mais jogadores, cooperativos ou não.
Entre os tipos de jogos possíveis estão os recreativos, tais como pôquer, monopólio e
jogo da velha, os jogos de tabuleiro, como xadrez, damas, gamão, e os problemas
econômicos, políticos e sociológicos. Os jogos podem ser representados de forma
extensiva, através de uma árvore, ou em forma normal, usando matrizes de payoff
(pagamento, recompensa). Alguns jogos possuem informação perfeita, ou seja, a cada
jogada todos os jogadores têm conhecimento das jogadas anteriores (ex.: jogo da
velha), enquanto que outros apresentam informação imperfeita; num jogo como
pôquer, por exemplo, um jogador não sabe se o outro está blefando. (HARSANYI e
SELTEN, 1988) apud (HANEKE e SADDI, 1995).
Jogo
A Teoria dos Jogos trata com situações de tomada de decisão em que dois ou mais
oponentes possuem objectivos conflituantes. Exemplos típicos são:
Pay-Off
Pay-off são resultados que acarretam recompensas ou benefícios, por exemplo para as
empresas que estabelecem preços, os pay-offs são os lucros. (Pindyck & Rubinfield,
2006, p. 408)
O resultado de um jogo é obtido a partir de uma seqüência de tomadas de decisão, ou
seja, a cada jogada (decisão) o jogador deve escolher uma estratégia (entre as várias
disponíveis, escolher uma é tomar uma decisão estratégica), que ele considera a melhor
para atingir seus objetivos, considerando também, e principalmente, a estratégia
escolhida pelo(s) seu(s) oponente(s). No entanto, a elaboração de estratégias ocorre
com base em informações sobre as ações do(s) oponente(s), de acordo com os
objetivos procurados por todos os jogadores. Segundo COSTA (2000), as dificuldades
práticas da Teoria dos Jogos são: especificar, precisamente, os conjuntos de estratégias
disponíveis para todos os jogadores, devido à dinâmica microeconômica das inovações
tecnológicas e financeiras e aos choques exógenos que alteram o contexto
macroeconômico, durante o processo do jogo. Introduzir o tempo para verificar a
resultante das diversas decisões, fato que tende a causar dificuldades práticas
insuperáveis, pois as estratégias possíveis se multiplicam.
Estratégia
Estratégia é o plano de acção ou regra para participar de um jogo. Ex: Manter o Preço
alto enquanto os concorrentes também o fizerem, e quando um deles baixar, baixar o
nosso ainda mais. (Pindyck & Rubinfield, 2006, p. 408).
Tipos de Estratégia
Estratégia óptima é aquela que maximiza o pay-off esperado do jogador. (Pindyck &
Rubinfield, 2006).
Apresentacao de um jogo
Dilema do prisoneiro
Nos referimos que um dos problemas do equilíbrio de Nash é que ele não gera
necessariamente um óptimo de Pareto, vejamos o jogo apresentado na tabela 1. Este
jogo é conhecido pelo nome de dilema dos prisioneiros.
O jogo referia-se, inicialmente, a uma situação em que dois prisioneiros, que tinham
participado do mesmo crime, eram interrogados em salas separadas. Cada prisioneiro
podia confessar o crime, denunciando deste modo o cúmplice, ou não confessar o
crime.
A matriz de resultados para este jogo é dada pela tabela 1. As entradas em cada célula
da matriz representam a utilidade que cada um dos jogadores (A e B) atribui aos vários
tipos de enclausuramento que por questão de simplicidade, consideramos como o
negativo do tempo de prisão.
Agora, como vamos encontrar uma solução para o dilema do jogador A e B? isto é, que
estratégias são plausíveis se os dois prisioneiros querem minimizar o tempo de prisão?
Se analisarmos o jogo sob ponto de vista do jogador A, ele pode raciocinar da seguinte
maneira:
Então, eu confessarei.”
O mesmo vale para o jogador B, também ele tem sempre a ganhar se confessar. Em
consequência, o único equilíbrio de Nash verifica-se quando ambos jogadores
confessam.
No entanto, se os dois decidissem não confessar o crime, cada um deles ficaria melhor
do que se tivesse confessado! Se cada um tivesse a certeza de que o outro não
confessava e ambos acordassem nessa estratégia, o resultado de cada jogador seria
igual -1, o que seria melhor para qualquer deles. A estratégia (não confessar, não
confessar) é um óptimo à Pareto – não existe outra estratégia que sirva melhor para
cada um dos jogadores – enquanto a estratégia (confessar, confessar) é ineficiente à
Pareto.
Aplicacao na Economica
O equilíbrio de Nash é um equilíbrio não cooperativo: cada empresa toma as suas decisões
visando obter o maior lucro possível, dada as acções dos concorrentes, mas se a
cooperação pode conduzir a
lucros mais elevados, então as empresas poderiam cooperar entre si sem firmar um acordo
explicito. Então, nesse sentido ambas, empresas poderiam determinar uma estimativa
deste preço que maximiza o lucro e toma-lo e esperar que a outra faça mesmo, e assim
as duas poderiam auferir lucros maiores. O problema e que o concorrente
provavelmente não optaria por fixar seu preço em um nível compatível com o acordo,
porque o concorrente estaria fazendo um melhor negócio ao optar por um preço mais
baixo, mesmo que soubesse que a outra empresa praticaria o preço do acordo.
Atentemos ao caso: duas empresas que se encontram nesta situação e tem alternativas
de preços com os seus respectivos resultados. Durante o processo de tomada de
decisão sobre o preço a ser cobrado, as duas empresas estarão praticando um jogo não
cooperativo: cada uma, independentemente, estará fazendo o melhor que pode para si,
levando em consideração estratégias de seu concorrente. A tabela 2 mostra os
resultados ou ganhos que cada uma das empresas terá adoptando determinada
estratégia, ou seja, o lucro que cada empresa obterá em função de sua decisão e da
decisão de seu concorrente.
Empresa B
Cobra 4MT Cobra 6MT
Empresa A Cobra 4MT 12MT, 12MT 20MT, 4MT
Cobra 6MT 4MT, 20MT 16MT, 16MT
Tabela 2 Matriz de Pay-off do Jogo de determinação de Preço
Essa matriz responde ao amago da questão de por que as empresas não se comportam
cooperativamente, podendo assim obter lucros mais altos, mesmo não entrando em um
acordo explicito. Neste caso, a cooperação significaria que ambas as empresas estariam
cobrando 6 meticais ao invés de 4, obtendo, portanto, lucros de 16 meticais, invés de
12 meticais.
O problema é que cada uma delas sempre fará melhor negócio ao vender por 4
meticais, não importando o que venha fazer a sua concorrente.
O problema é que o celular de um deles ficou descarregado e eles ficaram sem poder se
comunicar. Assim ambos têm de tentar se encontrar em um desses dois eventos.
Na formulação da batalha dos sexos pela teoria dos jogos cada um deles poderá ir ao
show de jazz ou ao show da Shekinah sendo possível o estabelecimento de 4
alternativas: S = {(show de jazz, show de jazz), (show de jazz, Shekinah), (show da
Shekinah, show de jazz), (show da Shekinah, show da Shekinah)}. Esta situação
também pode ser modelada como um jogo estratégico: G =
Se eles forem juntos ao show de jazz, então o Simeão tem satisfação maior que da
Mindinha. Por outro lado, se eles forem juntos ao show da Shekinah, então a Mindinha
tem satisfação maior que o Simeão. Finalmente, se eles saírem sozinhos, ambos ficam
igualmente insatisfeitos. As duas funções utilidade podem ser representadas pela
seguinte matriz de payoff:
Mindinha
jazz Shekinah
Simeão Jazz (10,5) (0,0)
shekinah (0,0) (5,10)
Os jogadores, o Simeão e a Mindinha obterão a maior recompensa caso escolham o
mesmo programa e consigam se encontrar, ainda que o Simeão prefira ir ao Show de
Jazz e a Mindinha ao show da Shekinah.
Um outro exemplo seria os leilões que são feitos no mercado aberto entre diferentes
instituições monetárias em que o Banco Central de Moçambique leva em conta o
comportamento de outros bancos para escolher uma taxa de juro baixa (em relação a
taxa de juro máxima de corte, em casos de operações de operações de absorção de
liquidez) ou uma taxa de juro alta (em relação a taxa de juro mínima de corte em casos
de operações de cedência de liquidez), sabendo-se de antemão que caso não ocorra
nenhuma transacção no leilão, nenhuma das partes (o banco central e o banco
comercial) alcançará o seu objectivo
Equilibrio de Nash
Alguns jogos não apresentam equilíbrios de Nash com estratégias puras, mas possuem
um ou mais equilíbrios quando são utilizadas estratégias mistas. A estratégia mista é
aquela em que cada jogador faz uma opção aleatória entre duas ou mais ações
possíveis, com base em um conjunto de probabilidades escolhidas.
Equilíbrio de Nash: Eu estou fazendo o melhor que posso, em função daquilo que
você está fazendo. Você está fazendo o melhor que pode, em função daquilo que eu
estou fazendo.
Z1 Z2 Z3 Z4
A representação matricial acima indica que se Y usa uma estratégia i e Z usa uma
estratégia j, o payoff para Y é pij e consequentemente o payoff para Z é -pij.
A solução óptima de um jogo de soma nula é aquela em que se selecciona uma ou mais
estratégias para cada jogador, de tal forma que qualquer mudança na estratégia
escolhida, o payoff do outro jogador não melhorará. Estas soluções podem estar na
forma de uma única estratégia, ou várias estratégias misturadas, conforme as
probabilidades pré-determinadas
Ex.: considerar dois jogadores, cada um com duas alternativas de escolha: par ou
ímpar. Dependendo da combinação de escolhas dos dois, os jogadores obtêm ganho
(representado por 1) ou perda (-1). O jogador Par obterá ganho se ambos fizerem a
mesma escolha, e neste caso o Ímpar receberá -1. Se as escolhas forem diferentes, os
ganhos invertem-se.
Matriz do payoff
B1 B2
A1 1 -1
A2 -1 1
Os jogadores podem usar duas estratégias, pois o payoff mínimo para cada uma é -1.
Existe ainda uma terceira estratégia possível, envolvendo aleatoriedade. No caso de
estratégias mistas um jogador pode variar sua escolha seguindo probabilidades
aplicadas a cada uma das opções. Na matriz acima verificamos duas estratégias puras -
par e ímpar - e uma série de estratégias mistas correspondendo às variações de
probabilidade possíveis.
O teorema minimax garante uma solução para jogos de soma nula, seja em estratégia
pura ou mista. Neste caso, a solução é jogar aleatoriamente par e ímpar com
probabilidades iguais de 0,5, pois esta estratégia maximiza o payoff mínimo sobre
todas as outras estratégias, puras ou mistas. O cálculo do payoff envolvendo estratégias
mistas leva em conta o percentual associado a cada estratégia, os quais são
representados em n-duplas, sendo n o número de estratégias puras que o jogador
dispõe. O somatório de todos os percentuais logicamente deve totalizar 1, equivalente
a 100%. Para encontrar a estratégia mista óptima, maximizando o payoff do jogador, é
preciso obter as percentagens óptimas para cada estratégia.
Em contraste com os jogos de soma nula, os jogos de soma não nula são aqueles em
que a soma dos payoffs dos jogadores em todas as combinações de estratégias
possíveis não é igual a zero. Nesses jogos, as preferências dos jogadores podem
divergir, e há possibilidade de ganhos e perdas diferentes entre os participantes. Aqui
estão dois exemplos de jogos de soma não nula: