Instrução 3.03.10 de 2023 - Prevenção A Homicídios

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POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

AJUDÂNCIA-GERAL

BOLETIM ESPECIAL
DA
POLÍCIA MILITAR

Nº 03

BELO HORIZONTE, 06 DE JANEIRO DE 2023.

Para conhecimento da Polícia Militar de Minas


Gerais e devida execução, publica-se o
seguinte:
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 1 - )

INSTRUÇÃO Nº 3.03.10/2023-CG

PREVENÇÃO E REPRESSÃO AO HOMICÍDIO


2ª Edição

Belo Horizonte – MG
2023
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 2 - )

INSTRUÇÃO Nº 3.03.10/2023-CG
2ª Edição

Regula o emprego da Polícia Militar com vistas à prevenção e


repressão aos crimes de homicídio

Belo Horizonte – MG
2023
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 3 - )

Direitos exclusivos da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG).


Reprodução condicionada à autorização expressa do Comandante-Geral da PMMG.
Circulação restrita.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Comando-Geral.


M663p Prevenção e repressão ao homicídio. Instrução nº 3.03.10/2023-CG: regula
o emprego da Polícia Militar com vistas à prevenção e repressão aos crimes de
homicídio. 2.ed. - Belo Horizonte: Terceira Seção do Estado-Maior-PM3, 2023.

57p.

1. Prevenção ao homicídio. 2. Repressão ao homicídio. 3. Emprego


operacional. I. Título.

CDU 343.61

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Academia de Polícia Militar de Minas Gerais
Centro de Pesquisa e Pós-Graduação. Bibliotecária Regina Simão Paulino – CRB-6/1154.

ADMINISTRAÇÃO
Comando-Geral da Polícia Militar
Quartel do Comando-Geral da PMMG
Cidade Administrativa Tancredo Neves, Edifício Minas,
Rodovia Papa João Paulo II, nº 4143 – 6º Andar, Bairro Serra Verde
Belo Horizonte – MG – Brasil - CEP 31.630-900

SUPORTE METODOLÓGICO E TÉCNICO


Terceira Seção do Estado-Maior – PM3
Quartel do Comando-Geral da PMMG
Cidade Administrativa Tancredo Neves, Edifício Minas,
Rodovia Papa João Paulo II, nº 4143 – 6º Andar, Bairro Serra Verde
Belo Horizonte – MG – Brasil - CEP 31.630-900
e-mail: [email protected]
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 4 - )

GOVERNADOR DO ESTADO
ROMEU ZEMA NETO

COMANDANTE-GERAL DA PMMG
CEL PM RODRIGO SOUSA RODRIGUES

CHEFE DO ESTADO-MAIOR DA PMMG


CEL PM EDUARDO FELISBERTO ALVES

CHEFE DO GABINETE MILITAR DO GOVERNADOR


CEL PM OSVALDO DE SOUZA MARQUES

SUPERVISÃO TÉCNICA
TEN CEL PM MILLER FRANÇA MICHALICK

REDAÇÃO
CEL PM WAGNER ALAN DE MATTOS
CEL PM MARCO AURÉLIO ZANCANELA DO CARMO
CEL PM QOR WASHINGTON FERREIRA DOS SANTOS
TEN CEL PM RODRIGO SALDANHA
TEN CEL PM CLÁUDIO HENRIQUE R. DOS SANTOS
TEN CEL PM CLÁUDIO ENDERSON SAMPAIO
TEN CEL PM FERNANDO HENRIQUE DOS SANTOS
TEN CEL PM JÉSUS CÁSSIO DE ABREU JÚNIOR
MAJ PM SANDRO EDSON DO NASCIMENTO
MAJ PM CARLOS MAGNO DE SOUZA VILAÇA
MAJ PM MARCELO RODRIGUES DA SILVA
CAP PM CLAUDIO LELES DO NASCIMENTO
1º TEN PM RODRIGO PEREIRA DE SOUZA JÚNIOR
1º TEN PM RENATO SENA FARIAS
1º TEN PM STEFANI CRISTINA DE SOUZA
1º SGT PM LUCIANO SOARES DOMINGUES
2º SGT PM WELLINGTON BATISTA DE SOUZA
2º SGT PM KELEN MARTINS GUEDES

REVISÃO DOUTRINÁRIA
TEN CEL PM JÉSUS CÁSSIO DE ABREU JÚNIOR
MAJ PM ANTÔNIO HOT PEREIRA DE FARIA
1º TEN PM BRUNO DINIZ CAMPOS
2º SGT PM DIOGO AMBRÓSIO DA SILVA FERNANDES
2º SGT PM THIAGO BRÁULIO CARDOSO FERREIRA
3º SGT PM DANIELLE SUELI VENTURA

REVISÃO FINAL
TEN CEL PM MILLER FRANÇA MICHALICK
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 5 - )

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AA - Agência de Área
BOS - Boletim de Ocorrência Simplificado
CG - Comando-Geral
Cia PM Ind PVD - Companhia PM Independente de Prevenção à Violência Doméstica
CINDS - Centro Integrado de Informações de Defesa Social
CPH - Classificação Preditiva de Homicídios
CPU - Coordenador de Policiamento da Unidade
DGEOp - Diretriz Geral para Emprego Operacional
GDO - Gestão de Desempenho Operacional
GEPAR - Grupo Especial de Policiamento em Áreas de Risco
GIE - Grupo de Intervenção Estratégica
IMPO - Instrumento de Menor Potencial Ofensivo
IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
ISP - Inteligência de Segurança Pública
MPMG - Ministério Público de Minas Gerais
NPH - Núcleo de Prevenção ao Homicídio
P Esc - Patrulha Escolar
P3 - Seção de Emprego Operacional
PMMG - Polícia Militar de Minas Gerais
POP - Procedimento Operacional Padrão
PPH - Patrulha de Prevenção ao Homicídio
PPVD - Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica
PROERD - Programa Educacional de Resistência às Drogas
PVD - Prevenção à Violência Doméstica
QPPM - Quadro de Praças da Polícia Militar
REDS - Registro de Eventos de Defesa Social
RPM - Região de Polícia Militar
SEEU - Sistema Eletrônico de Execução Unificado
SEJUSP - Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública
SIDS - Sistema Integrado de Defesa Social
TJMG - Tribunal de Justiça de Minas Gerais
TPB - Treinamento Policial Básico
UEOp - Unidade de Execução Operacional
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 6 - )

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Relações entre drogas e violência ............................................................... 16


Figura 2 - Organograma do Núcleo de Prevenção ao Homicídio ................................. 27
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 7 - )

SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 7
2 OBJETIVOS ................................................................................................................ 9
2.1 Geral ......................................................................................................................... 9
2.2 Específicos ............................................................................................................... 9
3 VIOLÊNCIA, HOMICÍDIO E FATORES CONTRIBUTIVOS ..................................... 10
3.1 Fatores de risco para ocorrência de homicídios ..................................................... 10
4 ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO E REPRESSÃO HOMICÍDIO ............................ 15
4.1 Preparação de diagnósticos sobre os crimes de homicídio ................................... 15
4.2 Tipos de Intervenção .............................................................................................. 20
4.3 Modelo de emprego operacional com base nas fases de eclosão de delito .......... 23
5 SERVIÇOS E ATIVIDADES DE PREVENÇÃO/REPRESSÃO AO HOMICÍDIO ...... 25
5.1 Núcleo de Prevenção ao Homicídio (NPH) ............................................................ 25
5.2 Composição ............................................................................................................ 26
5.3 Missão dos serviços ............................................................................................... 27
5.4 Coordenação e Controle das atividades................................................................. 33
5.5 Rotina de reuniões.................................................................................................. 33
6 FERRAMENTAS PARA A PREVENÇÃO AO HOMICÍDIO ...................................... 34
6.1 Classificação Preditiva de Homicídios (CPH) ......................................................... 34
6.2 Acompanhamento de egressos do Sistema Prisional ............................................ 38
7 PRESCRIÇÕES DIVERSAS ..................................................................................... 41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 42
ANEXO A - PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO (POP) – FISCALIZAÇÃO DE
EGRESSOS DO SISTEMA PRISIONAL ...................................................................... 44
ANEXO B - PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO (POP) – CLASSIFICAÇÃO
PREDITIVA DE HOMICÍDIOS ...................................................................................... 48
ANEXO C - MODELO DE HISTÓRICO DE REDS PARA OCORRÊNCIA DE
HOMICÍDIO .................................................................................................................. 51
ANEXO D - MODELOS DE RELATÓRIOS PRELIMINAR E COMPLEMENTAR DE
DILIGÊNCIAS............................................................................................................... 54
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 8 - )

INSTRUÇÃO Nº 3.03.10/2023 – CG

Regula o emprego da Polícia Militar com vistas à


prevenção e repressão aos crimes de homicídio.

1 INTRODUÇÃO

A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) tem como missão constitucional a polícia ostensiva
e a preservação da ordem pública (BRASIL, 1988). Para cumprir seu dever, além do controle
criminal, a instituição atua na proteção dos direitos dos cidadãos, dentre os quais destacam-
se os direitos fundamentais: vida, liberdade, igualdade, segurança e propriedade. Em
especial, o direito à vida figura como mais valioso bem jurídico tutelado pelo Estado.

A PMMG, preocupada com a prevenção e repressão aos crimes de homicídio, publicou em


2013 a primeira versão desta Instrução. O documento continha diversas estratégias que
surtiram efeitos positivos no aumento da qualidade operacional diante dos crimes de
homicídio.

Dada a sua complexidade, os órgãos do estado de Minas Gerais que atuam na área de
segurança pública diuturnamente se dedicam a desenvolver ações, operações e estratégias,
muitas vezes de forma integrada, para o combate ao homicídio, fenômeno multicausal que
exige intervenções qualificadas.

Nos últimos anos a atuação integrada dos órgãos de segurança pública promovem uma ativa
busca pela redução de índices criminais, notadamente o homicídio. Os resultados alcançados
foram exitosos na redução criminal, o que demonstrou que os esforços conjuntos são
imprescindíveis para a manutenção de bons resultados.

Com o objetivo de manter os resultados alcançados, a PMMG promove a atualização da


presente Instrução, a fim de potencializar medidas de combate ao crime de homicídio e
difundir, em âmbito institucional, técnicas preventivas e de repressão qualificada que foram
positivamente empregadas em diversas Unidades de Execução Operacional (UEOp).

Ressalta-se que o presente documento tem por objetivo regular e atualizar procedimentos
internos da PMMG, sendo que as estratégias integradas são plurais e devem continuar.

7
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 9 - )

A leitura desta Instrução deve ser precedida dos documentos doutrinários de natureza
normativa, principiológica e genérica, em especial a Diretriz Geral para Emprego Operacional
(DGEOp), notadamente quanto aos modelos de prevenção criminal e metodologia de solução
de problemas.

Nessa perspectiva, apresenta-se a atual Instrução de prevenção e repressão aos crimes de


homicídio no estado de Minas Gerais, que está estruturada em sete seções. A Seção 2
apresenta os objetivos geral e específicos, delineando desta forma, o conteúdo deste
documento. Os fatores contributivos para o fenômeno do homicídio e algumas definições
importantes para o entendimento amplo desta Instrução são tratados na Seção 3. A Seção 4
é dedicada às estratégias de prevenção e repressão ao homicídio. A Seção 5 aborda os
serviços e atividades de prevenção e repressão de homicídios. A Seção 6 contém as
ferramentas para a prevenção ao homicídio e, por fim, a Seção 7 traz as prescrições diversas.

8
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 10 - )

2 OBJETIVOS

2.1 Geral

Regular o emprego da Polícia Militar com vistas à prevenção e repressão aos crimes de
homicídio no estado de Minas Gerais.

2.2 Específicos

2.2.1 Orientar sobre a elaboração de diagnóstico do crime de homicídio e delitos associados


a ele, bem como sobre os ambientes e fatores de risco.

2.2.2 Estabelecer as diretrizes para a criação do Núcleo de Prevenção ao Homicídio (NPH)


no âmbito das UEOp da PMMG.

2.2.3 Definir as atribuições dos componentes do NPH visando a prevenção e a repressão


qualificada do crime de homicídio.

2.2.4 Estabelecer critérios para atuação da Patrulha de Prevenção ao Homicídio (PPH) como
estratégia de atuação qualificada na prevenção ao crime de homicídio.

2.2.5 Definir as responsabilidades dos policiais militares executores dos serviços da PMMG
associados à prevenção e repressão ao crime de homicídio.

2.2.6 Apresentar as ferramentas para prevenção de homicídios e suas funcionalidades.

2.2.7 Criar procedimentos operacionais para atendimento de ocorrência de homicídio.

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( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 11 - )

3 VIOLÊNCIA, HOMICÍDIO E FATORES CONTRIBUTIVOS

O fenômeno dos homicídios é complexo, multicausal e que demanda uma análise


aprofundada para sua compreensão e consequente elaboração de estratégias de
enfrentamento e prevenção.

Nesta Instrução, as causas comuns que determinam a incidência dos homicídios estão
organizadas como sendo fatores de risco: conflitos interpessoais, violência doméstica,
violência patrimonial, relacionados ao tráfico ilícito de drogas e fatores de risco ambientais.

3.1 Fatores de risco para ocorrência de homicídios

Para o tratamento do fenômeno criminal relacionado aos homicídios, exige-se um


conhecimento sobre as variáveis que se relacionam às causas dos crimes, condição sem a
qual não é possível a elaboração de diagnósticos em torno do problema e adoção de medidas
preventivas, cujo suporte se dará por meio da análise do risco e vulnerabilidade.

Essa abordagem está baseada no paradigma do risco para o estudo da violência. A


centralidade deste paradigma se deu a partir de estudos no campo da saúde pública, a qual
está consolidada no Relatório Mundial sobre Violência e Saúde (KRUG et al., 2002). Neste
viés, “[...] procuram-se identificar os fatores de risco para as diferentes manifestações de
violência, assim como conhecer os mecanismos causais e reconhecer os grupos
particularmente expostos, a fim de se estabelecerem ações preventivas” (RUOTTI; MASSA;
PERES, 2011, p. 381).

3.1.1 Conflitos interpessoais

Os conflitos interpessoais surgem na relação entre pessoas inseridas num determinado


contexto social, cultural e histórico, aliadas às características individuais, que conformam os
fatores de risco e proteção, os quais permeiam as relações sociais e atuam na determinação
de situações de conflito, modulando a dinâmica da vitimização (PERES, 2005).

É preciso conhecer os fatores que aumentam a possibilidade dos delitos interpessoais


(agressão, ameaça, lesão corporal e tentativa de homicídio), para que se possa atuar sobre
estes fatores, evitando sua ocorrência.

10
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 12 - )

Entretanto, alguns fatores podem ser identificados como mais relevantes para a incidência
desses delitos:

a) ambiente social degradado;


b) uso de bebida alcoólica ou de drogas;
c) desorganização comunitária e baixos vínculos com a vizinhança.

Portanto, os homicídios decorrentes de conflitos interpessoais podem resultar do


agravamento de circunstâncias tensionais envolvendo relacionamentos diversos (pessoas da
mesma família, vizinhos ou conhecidos), motivados por questões não resolvidas.

Outras circunstâncias, casuais e momentâneas, também podem culminar em homicídios, tais


como: desentendimentos ocorridos no interior de bares e similares, intensificados pelo uso
imoderado de bebida alcoólica; desentendimentos no trânsito; decorrentes de rivalidade entre
torcidas, etc.

3.1.2 Violência doméstica

Os casos de violência contra a mulher, na maioria das vezes, são de vitimização contínua e
repetitiva, que se alternam em fases denominadas Ciclo da Violência Doméstica.

Em âmbito da PMMG, vigora a Instrução nº 3.03.15/2020-CG- 2ª edição, que regula a atuação


policial-militar na prevenção e enfrentamento à violência doméstica e familiar contra mulheres
no estado de Minas Gerais. Portanto, as questões afetas a esta modalidade especial de
violência, deve ser observada a referida Instrução.

3.1.3 Violência patrimonial

Dentre os crimes contra o patrimônio tem-se aqueles cujo objetivo do autor é a subtração de
bens móveis. Ocorre que, em alguns casos por dolo ou culpa (preterdolo) do agente, há como
resultado a morte da vítima. A própria doutrina e jurisprudência não são uníssonos quanto à
natureza jurídica do delito, ora tratada como crime autônomo, ora como causa de aumento de
pena em decorrência do resultado morte (BAGGIO, 2012).

Não obstante, entende-se que, devido ao objetivo em tese pretendido pelo autor do delito ser
patrimonial e não contra a vida, não é possível definir um padrão para análise do fenômeno e

11
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 13 - )

seu diagnóstico a partir da análise dos homicídios. Assim, as medidas preventivas a serem
adotadas em relação aos crimes patrimoniais com violência que culminam em morte da vítima,
são medidas de prevenção criminal para crimes patrimoniais e não são abordadas
especificamente nesta Instrução.

3.1.4 Violência relacionada ao tráfico ilícito de drogas

Diferentes pesquisas encontraram fortes conexões entre drogas e violência. Dentre os


modelos teóricos proeminentes em criminologia que propõem que as taxas de criminalidade
variam como resultado de mudanças no escopo dos mercados de drogas ilícitas, tem-se o de
Goldstein (1985), o qual sugere que a introdução e expansão de mercados ilícitos (em geral)
leva a um aumento da violência. Isso ocorre principalmente porque os participantes nestes
mercados ilegais não têm recursos legais quando as transações comerciais dão errado.

Basicamente pode-se citar dois modelos conceituais explicativos para a relação entre o
mercado ilícito de drogas e os homicídios. Trata-se do Modelo Sistêmico proposto por
Goldstein (1985) e o Modelo Contingente, proposto por Zimring e Hawkins (1997).

3.1.4.1 Modelo Sistêmico

Goldstein (1985) estrutura conceitualmente a relação entre drogas e violência em um modelo


tripartido, em que os fenômenos se relacionam de três formas possíveis: o
psicofarmacológico, o economicamente compulsivo e o sistêmico. As características de cada
modelo estão apresentadas resumidamente no quadro a seguir:

Quadro 1 - Relações entre drogas e violência

Modelo Características

Alguns indivíduos, como resultado da ingestão a curto ou longo


prazo de substâncias específicas, possam tornar-se excitáveis,
irracionais e exibir comportamento violento. Em outras palavras, o
Psicofarmacológico uso de drogas pode contribuir para o comportamento violento de
uma pessoa, ou pode alterar o comportamento de uma pessoa de
maneira a provocar a vitimização violenta dessa pessoa
(GOLDSTEIN, 1985, 1986).

Alguns usuários de drogas se envolvem em crimes violentos de


orientação econômica (por exemplo, assalto) para custear o uso de
Economicamente Compulsivo drogas. Esses usuários costumam obter dinheiro ou drogas
trabalhando no negócio de drogas ou participando de pequenos
roubos, por exemplo (GOLDSTEIN, 1985).

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( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 14 - )

Continuação

A violência é intrínseca ao envolvimento em qualquer atividade


ilícita. A violência sistêmica refere-se a padrões tradicionalmente
agressivos de interação dentro do sistema de distribuição e uso de
drogas. O modelo de violência sistêmica difere dos modelos de
Sistêmico
violência por drogas no nível individual porque não atribui a violência
relacionada ao uso ou dependência de drogas. Em vez disso, afirma
que a violência relacionada às drogas é um produto da estrutura do
mercado de bens ilícitos (GOLDSTEIN, 1985).

Fonte: Adaptado de Faria e Alves (2020).

3.1.4.2 Modelo Contingente

O modelo de Goldstein (1985) foi bem-sucedido em explicar a relação entre homicídios e


mercado de drogas nos Estados Unidos, porém, dados de países industrializados europeus
não indicaram a mesma associação. Como consequência, Zimring e Hawkins (1997)
propuseram a hipótese de que os mercados de drogas ilícitas são uma “causa contingente”,
e não universal, de homicídio. Portanto, Zimring e Hawkins (1997) propuseram que “[...] a
criação e expansão de mercados ilegais produzirá homicídios extras quando já existirem
circunstâncias sociais propícias à violência letal” (ZIMRING; HAWKINS, 1997, p. 153).

Como passo inicial na especificação de contingências importantes propostas por Zimring e


Hawkins (1997), Ousey e Lee (2002) buscaram identificar características estruturais das áreas
urbanas que podem ser razoavelmente consideradas “condições sociais conducentes à
violência”.

Ousey e Lee (2002) descobriram que o efeito nas taxas de homicídios de uma expansão da
atividade no mercado de drogas ilícitas depende do nível de privação de recursos em uma
determinada cidade. Nas cidades onde o nível preexistente de privação de recursos é médio
ou acima da média, a atividade ilícita no mercado de drogas tende a causar aumento nos
índices de homicídio.

3.1.5 Fatores de risco ambientais

Alguns fatores e ambientes podem ser propícios para a ocorrência de delitos que envolvem
algum nível de conflito ou violência (como a ameaça, o atrito verbal, a agressão e lesão
corporal). Estes eventos, porém, podem evoluir para crimes mais graves como o homicídio.

13
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 15 - )

Dentre as abordagens teóricas que buscam no ambiente a explicação para a ocorrência do


crime e que possuem aderência ao fenômeno do homicídio, citam-se algumas abordagens
ambientais sobre a eclosão do delito:

a) teorias da Desorganização Social e sua evolução (eficácia coletiva e coesão social) e


variável: Janelas Quebradas;
b) teorias baseadas na Ecologia do Crime e Políticas de Prevenção Criminal: o espaço
defensivo e Prevenção do Crime Através do Desenho Ambiental;
c) teorias baseadas na Tomada de Decisão, Oportunidade de Padrão Criminal: Teoria
das Atividades Rotineiras e Teoria do Padrão do Crime.

14
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 16 - )

4 ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO E REPRESSÃO HOMICÍDIO

4.1 Preparação de diagnósticos sobre os crimes de homicídio

Percebe-se que em todas as experiências de sucesso, a gestão de informações cumpre papel


decisivo para o êxito das ações adotadas visando a redução de homicídios. Portanto, não se
pode atuar sem conhecer o perfil do homicídio, os grupos de risco, o padrão de
comportamento do agente infrator, dentre outras variáveis essenciais para subsidiar atuação
dos órgãos de defesa social visando a prevenção destes delitos.

Neste sentido, torna-se fundamental a elaboração de diagnósticos sobre os crimes de


homicídio, bem como daqueles delitos relacionados a estes crimes. É importante ressaltar
que estes diagnósticos devem ser constituídos por dois tipos de análise: quantitativa e
qualitativa.

Essa etapa de análise do problema demandará do profissional de segurança pública uma


abordagem multidimensional dos fatos a serem analisados, visto que, via de regra, ela servirá
de base para todo o processo de produção de conhecimento.

Para tanto, sugere-se a aplicação da ferramenta denominada Heptâmetro de Quintiliano1.


Essa ferramenta utiliza formas interrogativas com o objetivo de evidenciar e/ou esclarecer
algum fato ou problema a ser enfrentado.

O Heptâmetro de Quintiliano auxiliará na busca por aspectos que possam contribuir para a
solução dos problemas enfrentados, bem como para guiar a elucidação dos delitos. Essa
ferramenta é materializada através da resposta das seguintes questões:

1 Orador e professor de retórica romano, possivelmente nascido na Espanha, sugeriu um heptâmetro para
disciplinar os discursos: pessoa, fato, lugar, tempo, modo, meios e motivos.

15
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 17 - )

Figura 1 - Relações entre drogas e violência

Fonte: Adaptado de Barbosa 2011

A análise quantitativa determina a proporção de fatores e variáveis que influenciam no


comportamento criminal. É uma abordagem numérica e de interpretação objetiva, que compõe
a estrutura geral da análise criminal. Consiste na busca de respostas para as perguntas: “O
que?”, “Onde?” e “Quando?”. Estas respostas devem ser respondidas, por intermédio da
análise das estatísticas criminais e do geoprocessamento, provenientes dos dados
registrados em sistemas e banco de dados.

A análise qualitativa é responsável pela identificação do cenário de forma geral, por meio dos
fatores e das variáveis que influenciam no comportamento criminal. Procura responder:
“Quem?”, “Como?”, “Quais os meios?” e “Por quê?”, através dos dados não constantes em
sistemas, verificando o modus operandi, motivação do crime, relacionamentos entre
indivíduos, residência ou base operativa do(s) agente(s), meios utilizados para consumação
do crime, dentre outros.

Esses questionamentos não são exaustivos, mas apenas um referencial ao qual podem ser
agregados outras indagações. O heptâmetro, portanto, apresenta indagações mínimas, mas
não exaurem o rol de indagações que devem ser feitas em face de uma situação sob análise
(BARBOSA, 2011).

4.1.1 Diagnósticos sobre os homicídios

O diagnóstico tem o propósito de analisar as variáveis relacionadas aos crimes de homicídios,


sob as dimensões apresentadas do Heptâmetro de Quintiliano.

16
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 18 - )

A reunião e o tratamento científico desse conjunto de informações possibilitarão a extração


de possíveis padrões alusivos às variáveis, que permita o conhecimento da dinâmica do crime
no tempo e no espaço desejado, bem como a implementação e fomento de medidas que
possam interferir preventivamente e pontualmente no afloramento de novos delitos.

Todavia, para obtenção destas informações, além dos registros contidos no Registro de
Eventos de Defesa Social (REDS), é imprescindível o acompanhamento a cada crime de
homicídio ocorrido, com vistas à coleta de dados específicos sobre o local em que o fato
ocorreu, relação da vítima e autor, motivação, dentre outros, conforme se verifica a seguir.

Quanto ao REDS é imperioso o perfeito preenchimento dos campos parametrizados que


permitam uma caracterização do fenômeno de homicídio, tais como: natureza (deve-se
colocar as naturezas secundárias que complementem a natureza principal) e seu
complemento, data, horário e endereço, causa presumida, meios utilizados, etc.

Além dos campos parametrizados, o policial militar responsável já deverá consignar no


histórico do Boletim de Ocorrência informações sobre as circunstâncias do fato que
robusteçam a análise qualitativa do delito. As informações não disponíveis no momento do
registro serão incorporadas no relatório complementar do evento.

4.1.1.1 O que?

Deverá ser informado de maneira precisa o evento registrado, identificando-se o crime


cometido (homicídio simples, circunstâncias qualificadoras, latrocínio, feminicídio, infanticídio,
participação de organizações criminosas etc.).

4.1.1.2 Onde?

Além identificação do local por meio do endereço e seu georreferenciamento, o histórico do


boletim de ocorrência deve trazer em seu bojo informações que permitam identificar as
circunstâncias em que o ambiente pode ter influenciado a prática do homicídio:

a) influência do local do fato para consumação do crime (bares, ambiente degrado, local
de uso habitual para consumo ou tráfico de drogas, etc.);
b) tipo de local onde ocorreu o crime (urbana ou rural);
c) relação do local do fato com a vítima ou agente (intrafamiliar, local de trabalho, etc.);
d) Outras informações relativas ao local do delito.

17
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 19 - )

4.1.1.3 Quando?

Além identificação de data e horário em que o crime ocorreu, aspectos temporais


complementares devem ser abordados, tais como:

a) circunstância de evento sazonal (eventos culturais, eventos esportivos,


comemorações, festividades, etc.);
b) decorrente de saídas temporárias de estabelecimentos prisionais (indicar se o autor
e/ou vítima era recente egresso do sistema penitenciário);
c) se o fato decore da evolução de outros delitos prévios, indicando a sequência
cronológica dos fatos que culminaram no homicídio;
d) Outros dados sobre o momento do delito.

4.1.1.4 Quem? (autor e vítima)

No momento de registro do evento, a equipe responsável pelo registro do fato, deve diligenciar
para a qualificação da vítima. Deve também, por todos os meios disponíveis, tentar a
identificação da autoria ou envolvimento de pessoas na ocorrência como coautores,
partícipes, etc. Além disso, deve-se também buscar a identificação de vínculos entre autor e
vítima.

Sobre o autor deverão ser levantados os seguintes dados:

a) possível identificação do autor;


b) medidas adotadas contra o autor (prisão em flagrante);
c) situação atual (preso, foragido, liberado);
d) motivo pelo qual, o autor não se encontra preso;
e) envolvimento do autor com outros delitos;
f) existência de mandados de prisão;
g) vínculos do autor com a vítima;
h) características físicas;
i) outros dados como idade, raça, sexo, profissão, escolaridade, estado civil, renda,
residência, local de trabalho, locais que costuma frequentar, etc.
j) outros.

18
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 20 - )

Sobre a vítima deverão ser levantados os seguintes dados:

a) possível identificação da vítima (sempre preservando o local de crime);


b) envolvimento da vítima com outros delitos;
c) existência de mandados de prisão;
d) vínculos da vítima com o autor;
e) outros dados como idade, raça, sexo, profissão, escolaridade, estado civil, renda,
residência, local de trabalho, locais que costuma frequentar, etc.
f) probabilidades de vingança por parte de familiares, amigos, comparsas, etc.
g) outros.

4.1.1.5 Como?

Indicar detalhadamente a dinâmica dos fatos e quais foram as circunstâncias em que se deu
a ocorrência do delito ou que influenciaram no seu cometimento, se possível com a coleta de
registros audiovisuais e indicação de testemunhas do crime.

4.1.1.6 Quais os meios?

Indicar quais foram os instrumentos utilizados para consumação do delito, bem como se há
vestígios deixados no local de crime.

4.1.1.7 Por quê?

Indicar as circunstâncias causais do homicídio (causa presumida):

a) conflito interpessoal;
b) violência doméstica;
c) se decorrente de ações do tráfico ilícito de drogas;
d) se decorrente de ações de organizações criminosas;
e) se decorrente das demais ações criminosas;
f) existência de fatores de risco que contribuíram para o crime;
g) outros (descrever).

Com base nos dados levantados sobre cada homicídio ocorrido, será possível analisar
quantitativamente e qualitativamente as informações produzidas, de forma a identificar suas
características. Para tanto, é importante verificar se há um padrão para estes delitos, como a

19
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 21 - )

concentração dos homicídios em determinados locais, dias e horários, motivação


predominante, dentre outros. Deve-se buscar respostas a alguns quesitos a fim de identificar
um possível padrão:

1) qual a principal motivação?


2) qual o público envolvido (autores e vítimas)?
3) qual a taxa de evolução dos homicídios?
4) qual a relação dos homicídios com os fatores de risco?
5) qual a relação dos homicídios com os locais?
6) qual o local de maior incidência?
7) qual a taxa de elucidação dos homicídios?

Produzidos os diagnósticos sobre os homicídios, espera-se fornecer elementos necessários


para fomentar a elucidação dos fatos e prisão dos agentes, se ainda não foram, bem como
subsidiar a atuação da PMMG, visando evitar a eclosão de outros homicídios.

4.2 Tipos de Intervenção

As estratégias de prevenção e repressão aos delitos que geram crimes mais violentos, como
homicídios, devem ser implementadas de acordo com os fatores de risco existentes e as
características destes delitos em um determinado local, identificados no diagnóstico.

Para o sucesso de atividades preventivas relacionadas aos fatores que favorecem a eclosão
dos crimes de homicídio e delitos relacionados, são definidas estratégias de intervenção que
minimizem ocorrências destes delitos e, potencializem ações de proteção que atendam às
diversas variáveis, notadamente relacionadas à (ao):

a) grupos de risco – por intermédio de ações personalizadas e individualizadas,


valorizadoras da qualidade de vida das pessoas que integram grupos de risco;
b) escola – por intermédio da introdução de temas voltados à prevenção às drogas e ao
bullying escolar;
c) família – por intermédio de agentes informadores e formadores de conhecimentos
relativos à problemática social, relacionamento familiar, violência doméstica, dentre
outros;
d) fatores sociais – por intermédio de intervenções policiais direcionadas à promoção
social focadas em ações preventivas, respeitadas as realidades sociais diferentes e
fortalecidas pelo compartilhamento e responsabilidade de colaboração mútua com os

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( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 22 - )

diversos segmentos sociais;


e) fatores relacionados às drogas – por intermédio de ações policiais adequadas pela
UEOp dentro de sua área de responsabilidade territorial; e
f) fatores relacionados ao ambiente – por intermédio de ações policiais direcionadas aos
locais de risco visando intervenção dos demais órgãos públicos responsáveis.
g) fatores relacionados a gangues e crime organizado – ações voltadas à identificação e
mapeamento de vínculos de pessoas envolvidas com gangues e rivalidade entre
essas, e ligação com o crime organizado.

As estratégias serão estruturadas em intervenção: universal, seletiva e indicada, em


conformidade com os pressupostos descritos no quadro seguinte:

Quadro 2 - Estratégias de prevenção e repressão criminal

Intervenção O que é? Onde se aplica?


Conjunto de programas ou serviços
destinados à população geral, com o
Na comunidade, em ambiente
Universal fim de melhorar o atendimento à
escolar e nos meios de comunicação.
comunidade e inibir o surgimento de
fatores de risco.
Conjunto de programas ou serviços Na comunidade, família, escolas,
destinados à população, de forma bares, casas de shows, aglomerados
Seletiva específica, com histórico de conflitos e locais onde há fatores que
interpessoais ou com existência de propiciem os conflitos interpessoais e
fatores ou ambientes de risco. o tráfico e uso de drogas.
Conjunto de intervenções voltadas Nos locais de incidência de
Indicada para os casos de homicídios homicídios e em qualquer outra área
registrados. relacionada aos fatos.
Fonte: Elaborado pelos autores.

4.2.1 Intervenção universal

Conjunto de programas ou serviços destinados à população em geral, com o fim de melhorar


o atendimento à comunidade e inibir o surgimento de fatores de risco. As atividades neste
nível de intervenção referem-se a todos esforços empregados no nível de primeiro esforço
com atuação das unidades com responsabilidade territorial.

4.2.2 Intervenção seletiva

Conjunto de programas ou serviços destinados à população, de forma específica, com


histórico de conflitos interpessoais ou com existência de ambientes de risco. Neste caso, a
intervenção será definida de acordo com a natureza dos ambientes e das características dos
homicídios registrados na localidade:

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( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 23 - )

a) bares e estabelecimentos congêneres frequentados por agentes infratores, usuários


de drogas e/ou uso imoderado de bebidas alcoólicas;
b) casas de shows e de espetáculos em que há presença de qualquer um dos fatores de
risco: uso imoderado de bebida alcoólica e de drogas; indícios de tráfico ilícito de
drogas no local do evento; perturbação do sossego pela propagação de som
excessiva;
c) ambientes onde seja diagnosticado a degradação das relações interpessoais,
identificada, principalmente, através das estatísticas criminais em que há reincidência
de envolvimento de pessoas inseridas num determinado contexto social (família,
escola, trabalho, etc);
d) ambientes escolares, onde há degradação das relações entre alunos e destes com os
professores, caracterizada pela ação do tráfico ilícito de drogas, bullying escolar,
registro de delitos praticados contra alunos e professores, etc;
e) aglomerados subnormais;
f) ambientes nos quais há reincidentes registros de tráfico ilícito de drogas;
g) estádios de futebol ou ambientes de concentração de torcidas organizadas com
histórico de registro de homicídio, sinais de rivalidade, tendência de prática de crimes
de menor potencial ofensivo e hostilidade;
h) eventos (deslocamentos e encontros de torcidas e/ou grupos rivais, período eleitoral,
etc), comemorações (eleições, campeonatos, etc), festividades (carnaval, reiveillon,
exposições, etc).

4.2.3 Intervenção indicada

Conjunto de intervenções voltadas para os casos de homicídios registrados, com o fim de


atuar na elucidação de autoria, prisão do(s) agente(s) e adoção de medidas no sentido de
evitar o aumento destes delitos.

Esta intervenção tem por escopo atuar especificamente na sensação de impunidade, que
contagia e estimula pessoas eventualmente envolvidas em algum tipo de contenda, a se
tornarem potenciais autores de crime de homicídio.

Para alcançar este propósito, poderão ser desencadeadas as seguintes estratégias:

a) criar equipes de acompanhamento dos crimes de homicídios, devidamente


coordenadas pelo NPH;

22
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b) intensificar a presença do Comandante da Fração com responsabilidade territorial no


local dos fatos para gerenciar os trabalhos de preservação do local, levantamento de
dados, rastreamento, dentre outros;
c) por meio do emprego lógico e racional dos recursos humanos e logísticos, prolongar
as ações de rastreamento, no sentido de localizar e prender o criminoso em estado de
flagrância;
d) enviar equipes de inteligência aos locais de ocorrência a fim de coletar junto à
comunidade informações que possam auxiliar na elucidação da autoria e motivação
dos homicídios. Nos locais de ocorrência também deverão buscar imagens de
câmeras de circuitos fechados de TV (públicos ou particulares);
e) as equipes também deverão atentar-se para os locais onde possam se concentrar
familiares, amigos ou comparsas da vítima de homicídio (Hospital, Instituto Médico
Legal, Velório) onde, por meio de escuta ativa, poderão captar informações sobre a
possível autoria e/ou possibilidades de retaliações;
f) manter atualizado informações sobre a qualificação, se possível com foto, de autores
de crimes graves contra a pessoa, identificando, onde houver, as gangues e seus
líderes, com prioridade para aqueles com histórico de participação em homicídios e/ou
mandados de prisão por crimes homicídios, tráfico ilícito de drogas, contra instituições
financeiras e organizações criminosas, de forma a possibilitar ações que levem à
prisão destes agentes;
g) envidar esforços para que sejam realizadas reuniões periódicas com Delegados,
Juízes, Promotores, Diretores de Unidades Prisionais e outros órgãos que atuem direta
ou indiretamente na segurança pública para colher informações que proporcionem o
aperfeiçoamento do trabalho policial e a repressão imediata dessa modalidade
criminosa.

4.3 Modelo de emprego operacional com base nas fases de eclosão de delito

A redução do número de ocorrências de homicídios, o combate e repressão a esta modalidade


criminosa perpassam por um processo que se constitui em 3 fases:

a) pré-incidental;
b) incidental;
c) pós-Incidental.

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A fase pré-incidental consiste no desenvolvimento de atividades preventivas, desenvolvendo


conhecimento e análise da modalidade criminosa antes da ocorrência do delito, com vistas à
identificação do crime, dos criminosos e de possíveis alvos de ações delituosas, além de suas
vertentes, características e vulnerabilidades para elaboração das melhores formas de
resposta estatal.

A fase incidental consiste no desenvolvimento de atividades de repressão imediata. Ocorre


no momento do atendimento da ocorrência pelas equipes empenhadas e se refere à coleta
de informações que subsidiem o emprego imediato dos esforços operacionais no intuito de
capturar o(s) autor(es) em flagrante do delito. Prestam, ainda, a demonstração da presença
do Estado na prevenção de ocorrências similares, por meio da ocupação dos locais
vulneráveis, por exemplo.

A fase pós-incidental consiste em atividades de repressão qualificada. São ações e operações


desencadeadas no intuito de auxiliarem na elucidação do crime, por meio da ocupação
ostensiva da comunidade afetada com vistas à identificação da autoria e circunstâncias do
crime que possam contribuir nas fases investigativa e processual, bem como restaurar a
tranquilidade e a ordem pública. Nesta fase também são realizadas operações que
desestimulem a ocorrência de delitos em sequência, como represálias de homicídios
relacionados ao crime organizado, ao tráfico ilícito de droga e à atuação de gangues, por
exemplo.

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( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 26 - )

5 SERVIÇOS E ATIVIDADES DE PREVENÇÃO/REPRESSÃO AO HOMICÍDIO

5.1 Núcleo de Prevenção ao Homicídio (NPH)

O Núcleo de Prevenção ao Homicídio (NPH) é um colegiado permanente, composto por


policiais militares de diversos serviços do Portfolio, cujo objetivo precípuo é a priorização e
convergência de esforços operacionais visando a prevenção e repressão qualificada aos
homicídios na área de responsabilidade da UEOp.

O trabalho qualificado e sinérgico, aliado ao acompanhamento sistemático dos delitos de


homicídios e dos infratores alvos - integrantes de Organizações Criminosas que atuam na
localidade – visam alcançar o controle do ambiente e a redução dos crimes contra a vida na
área da Unidade.

5.1.1 Princípios de atuação

5.1.1.1 Prevenção

As ações do NPH são prioritariamente preventivas, intervindo em situações de tensão nas


relações interpessoais, em que haja risco elevado de evolução para o homicídio. Sendo
assim, o Núcleo deverá priorizar o acompanhamento das ocorrências de ameaça, homicídio
tentado e demais naturezas em que for identificado o risco de agravamento. Registra-se que,
normalmente as ameaças entre indivíduos envolvidos no tráfico ilícito de drogas não são
registradas por meio de ocorrências policiais, no entanto, os fatos que envolvam tais
indivíduos e chegarem ao conhecimento do NPH serão alvos de intervenção.

5.1.1.2 Inteligência

As ações do Núcleo deverão ser direcionadas pela Inteligência de Segurança Pública (ISP),
de forma a mapear todas as ocorrências de homicídio consumado e tentado, ameaça, lesão
corporal, violência doméstica, além de outros delitos que possam ensejar em novos crimes
de homicídios, elencando se há locais de maior incidência, vítimas em potencial e prováveis
autores e a motivação dos fatos, que deverão ser alvo de acompanhamento contínuo.

5.1.1.3 Repressão Qualificada

O NPH deverá fomentar o compartilhamento de informações de segurança pública de forma


a contribuir para a persecução criminal e desencadear ações direcionadas para a prisão de
autores de homicídios, bem como a apreensão de instrumentos utilizados na referida

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( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 27 - )

modalidade criminosa, buscando a integração sistemática com a Polícia Civil, Ministério


Público e Poder Judiciário para a obtenção de mandados, quando for o caso.

5.2 Composição

O NPH será supervisionado pelo Subcomandante da UEOp e composto pelos Oficiais que
chefiam os serviços correspondentes a cada eixo. São eixos do NPH: ações de inteligência;
ações de Tático Móvel (TM); ações do Grupo Especial de Policiamento em Áreas de Risco
(GEPAR) e; ações de Prevenção à Violência Doméstica (PVD).

5.2.1 Eixo Ações de Inteligência

O oficial chefe da Agência de Área (AA) será o coordenador dos trabalhos do NPH. A Agência
de Inteligência será responsável por organizar as ações e operações de ISP ligadas aos
crimes contra a vida, além de alimentar e manter atualizado os formulários de
acompanhamento analítico sobre homicídios, na área da Unidade. Coordenará as diligências,
produzindo conhecimento oportuno e qualificado, ofertando tratamento de inteligência
advindo das informações produzidas pelos diversos serviços que compõem o NPH. Será
responsável pela assessoria direta ao comando da Unidade sobre a ocorrência de fatos e
delitos que possam resultar em crimes contra a vida, além de fomentar o envolvimento dos
demais órgãos de persecução criminal da comarca. Deverá Manterá atualizado informações
de autores de crimes graves contra a pessoa, gangues, organizações criminosas e seus
líderes, com prioridade para aqueles com histórico de participação em homicídios e/ou
mandados de prisão por crimes homicídios, tráfico ilícito de drogas, ataques contra instituições
financeiras e organizações criminosas, bem como o acompanhamento dos egressos do
sistema prisional.

5.2.2 Eixo Ações de Tático Móvel

Chefiada pelo comandante da Companhia Tático Móvel, o eixo de Ações de Tático Móvel será
responsável pela atuação da PPH e das guarnições de radiopatrulhamento Tático Móvel.

5.2.3 Eixo Ações de GEPAR

Chefiada pelos comandantes de GEPAR das Cias PM da UEOp. Serão responsáveis pelas
ações no território de responsabilidade do GEPAR, principalmente com a participação do
Programa “Fica Vivo” e do Grupo de Intervenção Estratégica (GIE), quando houver.

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( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 28 - )

5.2.4 Eixo Ações de PVD

Chefiada pelo Oficial responsável pelo serviço PPVD na UEOp onde o serviço esteja ativado.
Serão responsáveis por identificar os casos de conflitos em que haja possibilidade de
agravamento da violência com premente risco de feminicídio.

No caso de Região da Polícia Militar (RPM) que possuam Companhia PM Independente de


Prevenção à Violência Doméstica (Cia PM Ind PVD), o Chefe da AA que identificar que o
indivíduo alvo do NPH possua envolvimento em ocorrências de violência doméstica e familiar
contra a mulher, deverá manter contato estreito com as Guarnições encarregadas pela área
de responsabilidade territorial da UEOp, a fim de estabelecer estratégias conjuntas de
prevenção ao homicídio.

5.2.5 Organograma do NPH

Figura 2 - Organograma do Núcleo de Prevenção ao Homicídio

Fonte: elaborado pelo autor

5.3 Missão dos serviços

5.3.1 Patrulha de Prevenção ao Homicídio (PPH)

A PPH é um serviço exclusivo das UEOp com responsabilidade territorial, sendo sua ativação
e dimensão condicionada à demanda de atuação.

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( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 29 - )

A PPH consiste em guarnição composta por três policiais militares que tem como foco a
redução do crime de homicídio com atuação nas causas primárias do delito, por meio da
análise qualitativa de cada ocorrência (diagnóstico criminal), auxiliando na produção de
conhecimento pela inteligência de segurança pública, proporcionando atuação reativa
qualificada no enfrentamento dos conflitos interpessoais e envolvimento da comunidade na
busca da solução dos problemas aflorados e consequente redução da incidência dos delitos
de homicídio. A PPH tem, ainda, importante papel na atuação repressiva imediata (durante a
fase incidental) ou repressiva qualificada (pós-incidental) no enfrentamento dos delitos.

a) Fase pré-incidental:

A PPH atua em segunda resposta nas ocorrências de ameaça e demais naturezas, em que
há risco iminente de agravamento e evolução para o homicídio. Nestes casos, o objetivo da
PPH é agir preventivamente e interromper o ciclo de hostilidades. Também nestes casos
poderá haver a produção de informações para encaminhamento à Polícia Judiciária, a fim de
garantir a cessação das agressões e responsabilização dos autores.

Nesta mesma fase, devem realizar operações designadas pelo Coordenador do NPH aos
alvos indicados pelo Sistema Eletrônico de Execução Unificado (SEEU) ou outros alvos
prioritários, a fim de identificar o cumprimento das medidas judiciais determinadas aos
indivíduos alcançados pelo cumprimento de medidas cautelares diversas da prisão na área
de reponsabilidade da UEOp.

Juntamente com as equipes GEPAR e PPVD deverão contribuir na elaboração de dossiês a


serem oportunamente enviados a outros órgãos (Polícia Civil/ Ministério Público/ Poder
Judiciário) a fim de subsidiar a implementação de medidas investigativas ou processuais em
relação aos alvos propícios a se envolverem no crime de homicídios. A atividade será
coordenada pelo NPH da UEOp.

b) Fase incidental

A PPH atua em primeira resposta nas ocorrências de homicídio tentado e consumado (fase
incidental), fora da área do GEPAR, sendo a responsável pelas diligências imediatas e
posteriores (pós-incidental) de rastreamento e levantamento de informações, repassando
informações para subsidiar a confecção do REDS pela equipe responsável.

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( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 30 - )

Assim, na fase incidental, a PPH deve comparecer ao local da ocorrência e acionar equipe de
inteligência, repassando informações que necessitam de ampliação, bem como possíveis
locais e pessoas que possam contribuir com a obtenção de informações qualificadas (junto a
hospitais, familiares, conhecidos dos envolvidos). Não havendo uma equipe da PPH em
condições de empenho na ocorrência, o comandante do serviço Tático Móvel no turno, deverá
designar uma equipe TM para realizar a atividade.

A PPH do turno será a responsável pelo caso juntamente com a equipe da AA até o findar
dos trabalhos, devendo repassar o resumo das diligências apuradas, por meio do relatório
preliminar nas primeiras 24 horas, bem como o complementar no prazo de 15 dias, em
sinergia com os trabalhos da equipe da AA envolvida no caso.

ATENÇÃO

A fim de aumentar a qualidade do registro e fomentar análises futuras, recomenda-se que


as informações imediatas colhidas pela PPH, desde que não sigilosas, sejam incluídas no
REDS referente ao fato pela viatura responsável pela ocorrência.

c) Pós-incidental

A PPH deverá compilar os dados a fim de subsidiar futuros planejamentos de operações, bem
como para comporem dossiês a serem encaminhados aos órgãos de persecução penal.

5.3.1.1 Variáveis a serem consideradas para ativação e dimensionamento da Patrulha de


Prevenção ao Homicídio

A alta incidência do crime de homicídio é o fator preponderante para a criação da atividade


PPH. Esta situação será percebida por um ou mais fatores relacionados ao crime de
homicídio, conforme o seguinte:

a) estatística criminal que apresente crescimento de número de eventos, tornando-se


difícil a reversão do quadro com o efetivo e rotinas ordinárias;
b) não cumprimento de metas pactuadas na Gestão de Desempenho Operacional (GDO);
c) eventos violentos reiterados e/ou de repercussão negativa nos meios de comunicação,
impactando na segurança subjetiva da comunidade.

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( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 31 - )

Será observada a existência de recursos humanos e logísticos disponíveis para a execução


do serviço. Para ativação do serviço PPH é necessário diagnóstico criminal prévio, com foco
no crime de homicídio, somado a análise das causas do crime.

5.3.1.2 Recursos humanos

Os profissionais atuantes na Patrulha de Prevenção ao Homicídio devem ser selecionados


dentre os policiais militares que se destacam pela maior qualificação profissional, observando
os seguintes itens:

a) a patrulha será constituída por 3 policiais militares do Quadro de Praças da Polícia


Militar (QPPM);
b) o comando da PPH deve recair em Sargento PM, podendo eventualmente ser exercido
por Cabo PM, conforme necessidade;
c) a seleção de militares para compor a PPH buscará, preferencialmente voluntários,
comportamento disciplinar satisfatório (mínimo no conceito B com vinte e quatro
pontos negativos), com no mínimo 5 anos de serviço na atividade operacional;
d) estar apto no Treinamento Policial Básico (TPB);
e) inexistência de histórico de emprego indevido de arma de fogo;
f) deve ter habilidade para realizar contatos comunitários;
g) ter o domínio de temas como Direitos Humanos e Polícia Comunitária;
h) domínio das técnicas básicas de análise criminal, principalmente da interpretação de
dados e informações;
i) a boa fluência verbal e domínio da escrita.

5.3.1.3 Recursos logísticos

São recursos logísticos mínimos para a execução da PPH:

a) 1 Viatura de 4 rodas;
b) 1 rádio transceptor do tipo HT;
c) 2 tipos de Instrumentos de Menor Potencial Ofensivo (IMPO) de uso individual para
cada integrante da PPH;
d) 1 arma portátil, com munições e 2 carregadores;
e) 1 computador ou notebook, com impressora;
f) equipamentos de proteção individual, colete balístico, arma de porte e munições.

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( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 32 - )

5.3.2 Grupo Especial de Policiamento em Áreas de Risco (GEPAR)

O GEPAR consiste em guarnições integradas por três ou quatro policiais militares em veículos
de quatro rodas, com emprego em áreas de risco, aglomerados/vilas, mediante planejamento
contido em cartão programa e treinamento específico, cujo trabalho consista em ações de
polícia preventiva e de reação qualificada. Tem como objetivo principal a prevenção do crime
de homicídio nessas localidades, além de monitorar o contexto social, proporcionar segurança
aos moradores, resgatar/consolidar a credibilidade da comunidade local da Polícia Militar e
evitar que a população tenha sua rotina modificada por imposição de pessoas ou grupos
envolvidos na criminalidade.

O GEPAR direciona suas ações para a identificação de criminosos contumazes, membros de


quadrilhas de tráfico ilícito de drogas, que utilizam armas de fogo e outras atividades
criminosas, com o objetivo de prevenir homicídios no setor de atuação.

5.3.3 Coordenadoria de Inteligência – Agência de Área (AA)

Os agentes de plantão, tão logo tomem conhecimento do delito via CAD/COPOM, deverão
iniciar o levantamento qualificado de informações nos sistemas próprios, inclusive
monitoramento eletrônico e reconhecimento facial, dentre outros.

A equipe de plantão da AA no momento em que ocorrer o evento será a responsável por


diligenciar, juntamente com a PPH ou GEPAR responsável (diligências preliminares e
complementares) até o findar do caso. Será responsável por produzir os relatórios próprios
para os órgãos de persecução criminal, conforme diretrizes do NPH.

5.3.4 Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (PROERD)

O PROERD tem como objetivo dotar jovens estudantes de informações e habilidades


necessárias para viver de maneira saudável, sem drogas e violência, mitigando as
possibilidades de vitimização.

Cabe ao PROERD, no âmbito do ambiente escolar, auxiliar na identificação de casos em que


crianças e adolescentes estejam sob risco de figurar no papel de autores ou vítimas de
homicídio, para que o NPH possa adotar as medidas necessárias para evitar que a ameaça
se concretize.

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( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 33 - )

5.3.5 Patrulha Escolar (P. Esc)

Compete à Patrulha Escolar realizar o policiamento ostensivo no entorno e no interior dos


estabelecimentos de ensino, com vistas à prevenção da criminalidade e à restauração da
ordem e da tranquilidade, principalmente nos estabelecimentos de ensino em que a violência
tenha atingido níveis que exijam maior atenção dos órgãos responsáveis pela segurança
pública.

A Patrulha Escolar deverá atuar em primeira e segunda resposta nas ocorrências dentro do
ambiente escolar, mormente nos casos de agressão e ameaça, ou outras situações de conflito
interpessoal, que apresentem risco de agravamento.

A Patrulha Escolar ficará responsável ainda por acompanhar as situações de evasão escolar
e contatar o aluno que se enquadrar nessa circunstância, para verificar se há motivos
relacionados à ameaça de morte, tráfico ilícito de drogas ou outras questões que possam
colocar em risco a integridade física desse jovem ou colocá-lo como vítima em potencial de
homicídio.

5.3.6 Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica (PPVD)

A PPVD tem a missão de desestimular ações criminosas no ambiente domiciliar e intrafamiliar.

A Instrução nº 3.03.015/2020 regula a atuação policial militar na prevenção e enfrentamento


à violência doméstica e familiar contra mulheres no estado de Minas Gerais. O documento já
prevê que a PPVD atuará em segunda resposta nas ocorrências afetas à violência doméstica
e familiar contra a mulher. As guarnições PPVD deverão manter contato com os
coordenadores dos NPH da área de responsabilidade territorial do fato a fim de repassar
informações sobre os casos de agressão e ameaça, ou outras situações de conflito
interpessoal, que apresentem risco de agravamento, bem como para coletar informações de
autores que estejam envolvidos em outros tipos de eventos criminais.
No caso das RPM que possuam Cias PM Ind PVD, o Chefe de Agência de Área de cada
UEOp (coordenador do NPH) que identifique que os alvos prioritários tenham envolvimento
em fatos que configurem violência doméstica deverão manter contatos para que quebrem o
ciclo de violência doméstica e previnam as ocorrências de feminicídio.

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( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 34 - )

5.4 Coordenação e Controle das atividades

Cada comandante será responsável pelo apoio, controle e fiscalização das equipes sob seu
comando, principalmente no que diz respeito às diligências que devem ser feitas a cada caso
de responsabilidade dessas guarnições, bem como em relação ao cumprimento do prazo para
confecção dos relatórios.

O NPH manterá controle das atividades e diligências desenvolvidas por todos envolvidos,
mantendo e atualizando as informações de ISP sobre os homicídios e atuação das
organizações criminosas locais em aplicativo de compartilhamento de
informações/colaborativo com acesso de todos membros.

O uso de tecnologias pela equipe de gestão do NPH deve ser buscado, como forma de
otimizar a coordenação e controle das ações, além de possibilitar uma gestão integrada e
atualizada dos eventos.

5.5 Rotina de reuniões

O Supervisor, Coordenador e oficiais envolvidos no Núcleo deverão se reunir mensalmente


para definir as estratégias, avaliar os resultados e o desempenho das equipes e revisar os
casos encerrados e em andamento.

As reuniões com as equipes envolvidas no NPH para alinhamento de estratégias e condutas


operacionais, deverão ocorrer no mínimo quinzenalmente e durante o turno de serviço dos
militares.

Poderá ocorrer a convocação de reuniões extraordinárias a critério do Coordenador do Núcleo


ou mediante determinação de autoridade superior.

33
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 35 - )

6 FERRAMENTAS PARA A PREVENÇÃO AO HOMICÍDIO

6.1 Classificação Preditiva de Homicídios (CPH)

A PMMG desenvolveu um algoritmo capaz de, através do perfil dos autores e vítimas de
homicídios registrados nos bancos de dados do Sistema Integrado de Defesa Social (SIDS),
classificar aquelas pessoas com maior propensão a se envolverem nesses crimes contra a
vida, ou seja, pessoas que mais se aproximam do padrão de autores e vítimas de homicídio,
por meio de pesos atribuídos às variáveis do perfil de indivíduos qualificados em REDS, como:

a) a natureza do registro;
b) o tempo decorrido entre a ocorrência e a data da previsão;
c) o meio utilizado;
d) a idade do indivíduo (para o período em que está sendo realizada a predição); e
e) o fato do indivíduo residir ou não em hot spot de homicídios.

Considerando o caráter científico dessa ferramenta desenvolvida pela PMMG sobre os alvos
com probabilidade de envolvimento em homicídios, a realização de trabalho preventivo junto
a esses alvos definidos pela CPH tem potencial para contribuir para redução do número de
homicídios de forma geral.

A estratégia da realização de visitas preventivas dos alvos objetiva reduzir o animus de


cometimento de novos delitos, notadamente quanto à percepção do custo x benefício
relacionado ao envolvimento com o crime.

6.1.1 Visitas preventivas por meio da Classificação Preditiva de Ação Preventiva

O objetivo do monitoramento dos indivíduos propensos a serem autores ou vítimas de


homicídios é prevenir a incidência desse delito por meio de visitas nas quais se objetiva
conscientizar o indivíduo de que a carreira delitiva somada aos hábitos de vida (uso de
drogas, bebidas e contato com infratores) o torna suscetível a se envolver em ocorrências
de homicídios.

Ressalta-se que a atividade de realização das visitas deve ser alvo de treinamento por parte
dos policiais militares envolvidos, considerando que a abordagem do policial ao indivíduo
monitorado pode ter resultado não desejado, uma vez que o indivíduo ao ser alertado de que
possui um perfil identificado como suscetível de ser alvo (como autor ou vítima) do crime de

34
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 36 - )

homicídio, pode influenciar sua conduta, incluindo de reação violenta contra possíveis
desafetos, etc.

O Centro Integrado de Informações de Defesa Social (CINDS) é a Unidade responsável por


manutenir o banco de dados do sistema, de forma a mantê-lo atualizado e o projeto
aprimorado, divulgando mensalmente a avaliação dos resultados obtidos.

As Unidades terão acesso a um banco de dados da Classificação Predisposição Delitiva, na


qual constará a lista de alvos monitorados residentes em suas áreas de responsabilidade
territorial. O acompanhamento dos alvos será realizado por meio de um ciclo de visitas
preventivas, que consiste na execução de pelo menos uma visita mensal.

6.1.2 Atribuições para realização das visitas preventivas

6.1.2.1 Supervisão e Comando da atividade de visitas preventivas

A supervisão e o comando da atividade de monitoramento por meio das visitas preventivas é


atribuição do Comandante da Fração com responsabilidade territorial, o qual deverá:

a) diariamente, acessar via Intranet PM (Unidades – “RPM” – Classificação Preditiva de


Homicídios - CPH) e selecionar os indivíduos para monitoramento preventivo a serem
visitados;
b) designar equipe policial para cada intervenção preventiva a ser realizada.
c) ler os boletins de ocorrência (REDS/BOS) das Intervenções Preventivas, selecionando
os casos que devem ser levados para discussão nas reuniões da NPH para verificar
outras medidas a serem adotadas:
▪ casos em que o autor da reincidência vem descumprindo regras do regime aberto
e de livramento condicional;
▪ casos de identificação de que o autor da reincidência possui diversos inquéritos em
aberto;
▪ casos de identificação de que o autor da reincidência possui diversos processos em
aberto;
▪ casos de identificação de que o autor da reincidência vem cometendo a prática do
crime de tráfico ilícito de drogas.

35
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 37 - )

6.1.2.2 Coordenação da atividade de visitas preventivas

A coordenação do monitoramento por meio das visitas preventivas é atribuição do


Coordenador de Policiamento da Unidade (CPU) ou policial empregado em função correlata,
o qual deverá:

a) inteirar-se no início do turno das visitas que serão realizadas e as guarnições de


radiopatrulhamento designadas;
b) identificar se há necessidade de algum tipo de cobertura policial;
c) em caso de ser identificado que o alvo da visita possui mandado de prisão em aberto,
planejar operação para cumprimento e coordenar a sua execução;
d) verificar os registros das atividades se contemplam as informações básicas e se foram
registradas com as naturezas adequadas;
e) certificar de que as equipes realizaram os devidos registros até o final do turno de
serviço.

6.1.2.3 Execução das atividades de visitas preventivas (guarnição de radiopatrulhamento)

A guarnição de radiopatrulhamento designada para realizar a visita preventiva deverá:

a) acessar o “Painel de Classificação Preditiva de Homicídios”, consultar as ocorrências


pretéritas do autor selecionado;
b) acessar o SEEU, a fim de averiguar se o autor a ser visitado está cumprindo pena em
regime aberto ou livramento condicional;
c) acessar o banco de mandados, a fim de verificar se o autor de reincidência possui
mandado em aberto. Nesse caso, a visita deverá ser cancelada, com a devida
comunicação ao Comandante da Companhia ou Coordenador do Policiamento para
que planeje a intervenção com o devido reforço para o cumprimento do mandado de
prisão;
d) gerar o empenho da intervenção preventiva, via COPOM/SOU/SOF, com a natureza
A21.000 (Ações Preventivas).
e) deslocar à residência do visitado para realização da atividade, na qual deverá
observar:
▪ identificar-se e falar do objetivo da visita, preferencialmente acompanhado de
testemunha;
▪ relatar ao visitado sobre o resumo das ocorrências pretéritas do alvo da visita,
fazendo-o refletir acerca dos impactos da sua carreira criminal para sua própria vida
e de seus familiares;

36
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 38 - )

▪ alertar o alvo para as possíveis consequências de não quebrar o ciclo de


envolvimento com a criminalidade, dentre elas a possibilidade de agravamento das
ocorrências, incluindo o homicídio;
f) colher os dados do autor, possíveis testemunhas e os fatos observados para
confecção de REDS com a natureza, destinado ao Comandante de Companhia;
g) caso o alvo esteja sujeito a medida cautelar diversa da prisão ou em cumprimento de
pena em regime aberto/livramento condicional, verificar se está cumprindo as regras.
Nestes casos, o REDS será com a natureza:
▪ A 23.001 (Fiscalização de egresso do Sistema Prisional com cumprimento de
medida judicial imposta);
▪ A 23.002 (Fiscalização de egresso do Sistema Prisional com descumprimento de
medida judicial imposta).
h) caso o alvo não esteja sujeito a medida cautelar, a guarnição de radiopatrulhamento
deverá registrar o Boletim de Ocorrência Simplificado com a natureza A 21.000;
i) durante a visita o policial militar deverá buscar identificar o envolvimento ativo do alvo
em atividades de tráfico ilícito de drogas, de forma a subsidiar o serviço de
inteligência a ampliar as provas e solicitar o mandado de busca e apreensão, se for
o caso;
j) caso o alvo não seja localizado em nenhum dos endereços catalogados no Painel
de Classificação Preditiva de Homicídios, deverá ser registrado REDS com natureza
A21.000, explicando o motivo da não localização do envolvido, para que a fração ou
comando imediato realize novas diligências para localização deste alvo;
k) a equipe designada para realizar esta ação deverá registrar e encerrar os registros
até o final do turno de serviço.

6.1.2.4 Centro Integrado de Informações de Defesa Social (CINDS)

O CINDS será o responsável pela gestão do sistema de CPH, competindo-lhe:

a) deverá atualizar mensalmente a base de dados dos Painéis de Intervenções


Preventivas;
b) programar e manutenir o sistema a fim de que todas as ocorrências registradas em
função das visitas preventivas alimentem o sistema de forma automática;
c) receber sugestões e demandas dos NPH das UEOp, através da P3 de RPM, de forma
a colher feedback de problemas e de propostas de melhorias incrementais e
estruturais;

37
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 39 - )

d) manter acompanhamento sobre a utilização da ferramenta e realizar, quando


necessário, treinamentos e capacitações;
e) assessorar o Comando por meio do acompanhamento estatístico dos resultados
obtidos decorrentes do uso da ferramenta CPH.

6.2 Acompanhamento de egressos do Sistema Prisional

No Brasil adotou-se um sistema progressivo para o cumprimento da pena privativa de


liberdade, com a transferência do condenado para regime menos rigoroso quando cumpridos
requisitos de cumprimento de fração da pena em regime mais grave e ser possuidor de bom
comportamento carcerário.

Além da progressão de regime, existe a possibilidade de concessão de outros benefícios


legais aos condenados, como a saída temporária, o trabalho e estudo externos durante o
regime semiaberto, a prisão domiciliar e o livramento condicional. Tais benefícios legais, em
regra, gradativos, são concedidos ao longo da reabilitação dos apenados.

Para concessão dos direitos são impostas condições específicas de caráter preventivo, que
objetivam a efetiva reabilitação dos apenados, como proibição de frequentar determinados
lugares, obrigatoriedade de recolher ao domicílio em horários fixados, não se ausentar da
Comarca ou mudar de endereço sem comunicação, não cometer novas infrações penais,
trabalhar, estudar, dentre outras.

A Lei nº 7.210 de 11 de julho de 1.984 (Lei de Execução Penal) prevê em seu artigo 118 a
possibilidade de regressão do regime de execução da pena, quando o condenado, “I - praticar
fato definido como crime doloso ou falta grave”. Dentre as condutas previstas como falta grave
tem-se no artigo 49 “V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas”.

ATENÇÃO

É importante frisar que os casos de descumprimento de Medidas Cautelares diversas da


prisão, ou dos benefícios da execução penal, com exceção dos casos abrangidos pela Lei
Maria da Penha, não se traduz em crime e, desta forma, não oportunizam a prisão do
indivíduo. Trata-se de infração administrativa, todavia, que poderá oportunizar o retorno do
egresso ao sistema de cumprimento de pena mais rígido.

Para enfrentar este problema, em algumas Comarcas do Estado, a PMMG, em atuação


integrada com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o Tribunal de Justiça de Minas

38
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 40 - )

Gerais (TJMG) e a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (SEJUSP), têm


realizado o monitoramento e a fiscalização in loco das condições impostas a beneficiários da
execução penal, com comunicação ao juízo de execução criminal de eventuais
descumprimentos, contribuindo para o processo de reabilitação desses reeducandos e para
o controle da reincidência criminal.
A implantação do SEEU (sistema que viabiliza o processamento digital das execuções penais,
bem como a agilização da apreciação de benefícios) possibilitou o registro eletrônico de
irregularidades verificadas pela PMMG nas fiscalizações dos condenados em liberdade.

Atuando com foco na prevenção criminal, considerando a alta reincidência constatada por
egressos do Sistema Prisional e como um órgão de apoio à própria execução penal, a PMMG
é notificada de todos os benefícios concedidos e realiza diligências de fiscalização e
cumprimento de mandados de prisão, bem como oficia dentro do processo eletrônico, fazendo
inserções de REDS/BOS constando descumprimentos de condições legalmente impostas aos
condenados em liberdade, o que possibilita maior integração e eficiência dos atores do
Sistema de Justiça Criminal, tanto no controle da criminalidade, quanto na reabilitação de
condenados.

Os principais critérios apontados como definidores para seleção e priorização de alvos é a


participação do egresso como autor de crimes violentos, de homicídios e de furtos. Neste
sentido, a utilização do SEEU como fonte de informações e a realização das ações/operações
voltadas à fiscalização de egressos do Sistema Prisional devem ser fomentadas em todas as
Unidades da PMMG.

6.2.1 Processo de Fiscalização de Egressos do Sistema Prisional

A Unidade por meio de acesso ao SEEU realiza o levantamento dos indivíduos submetidos a
medidas judiciais de desencarceramento, bem como medidas cautelares diversas da prisão
constantes do sistema.

As Agências de Áreas realizarão o levantamento das qualificações de todos os beneficiários


de execução penal, por Comarca a que a UEOp possuir responsabilidade territorial, em gozo
de saídas temporárias, trabalho e estudos externos ao cárcere, prisão domiciliar e livramento
condicional, indicando, ainda, as condições impostas e, se for o caso, os períodos de gozo
dos respectivos benefícios.

39
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 41 - )

A partir da pesquisa é feita uma priorização dos alvos a serem fiscalizados por meio dos
seguintes critérios:

Quadro 3 - Critérios de priorização de alvos para Fiscalização de Egressos do Sistema


Prisional e periodicidade de visitas ao alvo

Periodicidade das
Prioridade Critério
fiscalizações
Autores ou vítimas em potencial de homicídio ou integrantes de
1 1 visita por semana
organizações criminosas
Autores em potencial dos demais crimes violentos (roubos,
1 visita a cada 2
2 estupros, estupros de vulnerável, extorsões,
semanas
sequestros/cárceres privados e extorsões mediante sequestro)
Autores em potencial de crimes de tráfico ilícito de drogas, porte 1 visita a cada 3
3
ilegal de arma, violência doméstica ou furto semanas
Autores em potencial de crimes de menor potencial ofensivo ou 1 visita a cada 4
4
que não tenham mais vínculos criminais ativos semanas
Fonte: Elaborado pelos autores.

A Agência de Área deverá disponibilizar os alvos com grau de prioridade, endereço de


residência e medidas judiciais impostas, a fim de que as Frações com responsabilidade
territorial designem equipes para realizarem as visitas.

40
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 42 - )

7 PRESCRIÇÕES DIVERSAS

7.1 A quantidade de PPH por Unidade estará condicionada à disponibilidade de recursos


humanos e logísticos nas Unidades em que o serviço estiver ativado. Havendo apenas uma
equipe empregada nesta atividade, o Comandante da Fração Tático Móvel deverá escalar os
ativos operacionais nos horários de maior incidência do crime de homicídios.

7.2 Ferramentas computacionais e aplicativos de apoio à consulta e planejamento da


fiscalização de egressos do Sistema Prisional, bem como de priorização de alvos
susceptíveis de envolvimento com o crime de homicídios poderão ser desenvolvidos como
suporte para a atividade-fim.

7.3 As unidades deverão se mobilizar para promover a integração com os demais órgãos
que atuam na segurança pública, sobretudo para formar GIE, com o intuito de promover
estratégias conjuntas de prevenção e repressão ao homicídio.

7.4 Revoga-se a Instrução nº 3.03.10/2013-CG que regula o emprego da Polícia Militar com
vistas à prevenção e repressão aos crimes de homicídio no Estado de Minas Gerais.

Quartel do Comando-Geral em Belo Horizonte, 05 de janeiro de 2023.

RODRIGO SOUSA RODRIGUES, CORONEL PM


Comandante-Geral

41
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 43 - )

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAGGIO, Kádna André Ewbank. Latrocínio: natureza jurídica do delito e tentativa. 2012.

BARBOSA, Adriano Mendes. A atividade de inteligência de segurança pública. Revista


Brasileira de Ciências Policiais, v. 2, n. 1, p. 11-30, 2011.

BEATO FILHO, Cláudio Chaves. Crimes e Cidades: Dissertação apresentada ao concurso


de Professor Titular do Departamento de Sociologia e Antropologia da UFMG. Belo
Horizonte: 2010.

BEATO FILHO, Cláudio Chaves. Determinantes da criminalidade em Minas Gerais.


Revista Brasileira de Ciências Sociais. Belo Horizonte: 1998.

BRASIL. Secretaria Nacional de Segurança Pública – SENASP. Guia para a prevenção do


crime e da violência nos municípios. Brasília: 2005.

CERQUEIRA, Daniel e LOBÃO, Waldir. Condicionantes sociais, poder de polícia e o


setor de produção criminal. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada:
2003.

CERQUEIRA, Daniel e LOBÃO, Waldir. Criminalidade: social versus Polícia. Rio de


Janeiro: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada: 2003.

CERQUEIRA, Daniel e LOBÃO, Waldir. Determinantes da criminalidade: uma resenha


dos modelos teóricos e resultados empíricos. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada: 2003.

DUTRA, Valvim M. Renasce Brasil: Reformas culturais, sociais e econômicas inspiradas na


ética bíblica. 2ª edição: 2005.

FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. Anuário Brasileiro de Segurança


Pública. São Paulo: FBSP, 2014.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Diretriz nº 3.02.01/2009-CG: Regula procedimentos e


orientações para execução com qualidade das operações na Polícia Militar de Minas Gerais.
Belo Horizonte: Seção de Emprego Operacional (PM3): 2009.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Diretriz para Produção de Serviços de Segurança


Pública nº 3.01.03/2010-CG: Regula atuação da PMMG na prevenção da demanda e da
oferta de drogas. Belo Horizonte: Seção de Emprego Operacional (PM3): 2010.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Instrução nº 3.03.20/2016-CG.Regula o emprego do Grupo


Especial de Policiamento em Área de Risco (GEPAR)/ Polícia Militar de Minas Gerais –
Comando Geral. 2.ed. rev. Belo Horizonte: Seção Estratégica de Emprego Operacional
(EMPM/3),2016.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Diretriz Geral para Emprego Operacional nº


3.01.01/2019: Regula o emprego operacional da Polícia Militar de Minas Gerais. Belo
Horizonte: Comando-Geral, Assessoria Estratégica de Emprego Operacional (PM3), 2019.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Comando-Geral. Instrução nº 3.03.08/2022-CG. Regula a


atuação da Patrulha Rural/ Comando-Geral. -- Belo Horizonte: Terceira Seção do Estado-
Maior (PM3), 2022.

42
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 44 - )

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Instrução nº 3.03.05/2010-CG: Regula atuação operacional


dos Policiais-Militares lotados nos Destacamentos e Subdestacamentos da PMMG. Belo
Horizonte: Seção de Emprego Operacional (PM3): 2010.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Comando-Geral. Resolução nº 4.827, de 26 de agosto de


2019. Dispõe sobre o Portfolio de Serviços da Polícia Militar de Minas Gerais. Belo
Horizonte, 2019.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Projeto de ampliação da patrulha de prevenção a


homicídios: Juiz de Fora/MG: 4ª RPM: 2012.

MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Defesa Social. Programa de Controle de


Homicídios Fica Vivo. https://www.seds.mg.gov.br, em 18Jan2011, às 15:00 horas.

PERES, Maria Fernanda Tourinho. Violência e saúde no Brasil. In: MELLO, Marcelo Feijó
de et al. (Orgs). Transtorno de estresse pós-traumático –TEPT. São Paulo. Manole, 2005.

RUOTTI, Caren; MASSA, Viviane Coutinho; PERES, Maria Fernanda Tourinho.


Vulnerabilidade e violência: uma nova concepção de risco para o estudo dos homicídios
de jovens. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, v. 15, p. 377-389, 2011.

SCHEDLER, Andreas. The criminal subversion of Mexican democracy. Journal of


Democracy, v. 25, n. 1, p. 5-18, 2014. Disponível em: https://facileessays.com/wp-
content/uploads/2021/02/project_muse_535531.pdf. Acesso em: 31 jan. 2022.

SOUZA, Renato Vieira de. Homicídios na cidade de Belo Horizonte: o espaço de


atividade criminosa. Universidade Federal de Minas Gerais. 2002. Monografia.

WAISELFISZ, Julio Jacobo. Mapa da Violência 2012: A Cor dos Homicídios no Brasil. Rio
de Janeiro: CEBELA, FLACSO; Brasília: SEPPIR/PR, 2012.

43
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 45 - )

Anexo A - Procedimento Operacional Padrão (POP) – Fiscalização de Egressos do


Sistema Prisional
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO
Macroprocesso: Estratégias Preventivas POP nº
Nome do procedimento: Fiscalização de Egressos do Sistema 1.1.0.045
Prisional
Estabelecido em: Atualizado em: Unidade:
Folha: 1/4
05/01/2023 PM3

1 FUNDAMENTAÇÃO LEGAL OU DOUTRINÁRIA


1.1 Resolução nº 4.827/2019-CG - Portfolio de Serviços da Polícia Militar de Minas Gerais.
1.2 Diretriz nº 3.01.01/2019-CG - Diretriz Geral para Emprego Operacional da Polícia Militar de Minas
Gerais (DGEOp).
1.3 Instrução nº 3.03.20/2016-CG - Grupo Especial de Policiamento em Área de Risco (GEPAR).
1.4 Instrução nº 3.03.15/2020-CG - Prevenção à Violência Doméstica - 2ª Edição.
1.5 Instrução nº 3.03.17/2016-CG - Tático Móvel.

2 ABREVIATURAS E SIGLAS
2.1 CG - Comando-Geral.
2.2 CPU - Coordenador de Policiamento da Unidade.
2.3 DGEOp - Diretriz Geral para Emprego Operacional.
2.4 IMPO - Instrumento de Menor Potencial Ofensivo.
2.5 PMMG - Polícia Militar de Minas Gerais.
2.6 POP - Procedimento Operacional Padrão.
2.7 RAT - Relatório de Atividade.
2.8 REDS - Registro de Eventos de Defesa Social.
2.9 SEEU - Sistema Eletrônico de Execução Unificada.
2.10 UEOp - Unidade de Execução Operacional.

3 RESULTADOS ESPERADOS
3.1 Contribuir para a redução da reincidência criminal de indivíduos alcançados por medidas cautelares
ou benefícios de execução penal.
3.2 Dissuadir por meio da fiscalização a reinserção de egressos do Sistema Prisional na atividade
criminosa por meio da percepção do alvo da fiscalização quanto ao cálculo do custo-benefício em
relação a possibilidade de ser capturado num eventual cometimento de crimes.
3.3 Prevenir o envolvimento em crimes graves, como o homicídio.
3.4 Contribuir com o Poder Judiciário na apreciação do cumprimento de medidas judiciais decorrentes
de benefícios de execução penal.

4 RECURSOS NECESSÁRIOS
4.1 De uso individual:
4.1.1 Fardamento operacional.
4.1.2 Cinto de guarnição com equipamentos.
4.1.3 Colete balístico.
4.1.4 Arma de porte.
4.1.5 Instrumentos de Menor Potencial Ofensivo.
4.1.6 Instrumentos de comunicação operacional.
4.1.7 Senha de acesso ao SEEU.

4.2 De uso coletivo:


4.2.1 Viatura policial de 4 rodas com compartimento de segurança para transporte de presos.
4.2.2 Equipamentos de informática com acesso a internet.
4.2.3 Senha de acesso para alimentar o SEEU com resposta das fiscalizações realizadas.

44
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 46 - )

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO


Macroprocesso: Estratégias Preventivas POP nº
Nome do procedimento: Fiscalização de Egressos do Sistema 1.1.0.045
Prisional
Estabelecido em: Atualizado em: Unidade:
Folha: 2/4
05/01/2023 PM3

5 PROCEDIMENTOS BÁSICOS
5.1 Levantamento de egressos do Sistema Prisional
5.1.1 A Agência de Área da UEOp deverá cadastrar login e senha para acesso ao SEEU.
5.1.2 O policial militar, após acessar o SEEU, deverá verificar a existência de novos processos em que
foi concedido o benefício e que aguardam ciência e análise. Posteriormente, deverá informar estar
ciente (a ciência exige assinador digital). Há prazo para essa resposta, e se ela não for lançada o
processo continuará em aberto para a PMMG.
5.1.3 Recebida a informação, deve-se transmiti-la para o efetivo operacional para fins de fiscalização.
5.1.4 A Agência de Área deverá produzir banco de dados para encaminhar às Frações Operacionais
com responsabilidade territorial e Tático Móvel para que possam diligenciar no cumprimento das
fiscalizações.

5.2 Planejamento e Coordenação de Operações de fiscalização de egressos do Sistema Prisional


5.2.1 Com base no levantamento de egressos do Sistema Prisional sujeitos a medidas cautelares ou
benefícios de execução penal, o Comandante de Companhia (com responsabilidade territorial ou Tático
Móvel) deverá planejar o cumprimento com distribuição da demanda no turno de serviço, com base nos
recursos disponíveis.
5.2.2 O Coordenador de Policiamento da Unidade (CPU) ou equivalente deverá repassar ao turno (para
cada equipe designada) a missão de cumprimento individualizado de cada alvo com as respectivas
restrições impostas e previstas na decisão judicial.

5.3 Cumprimento das Operações de fiscalização de egressos do Sistema Prisional


5.3.1 O policial militar deverá consultar diariamente, antes do início turno de serviço, a relação de
egressos do Sistema Prisional a serem fiscalizados.
5.3.2 Eleito um fiscalizado, o policial deverá observar todas as restrições a ele impostas antes do
exercício da fiscalização.
5.3.3 O policial militar deslocará ao exato endereço especificado na decisão judicial que concedeu o
benefício/restrição ao fiscalizado e fiscalizará o cumprimento da medida a ele imposta em horário que
o alvo deverá estar em casa.
5.3.4 As operações deverão ser geradas com a natureza A 21.000 (AÇÕES PREVENTIVAS).
5.3.5 Verificado o cumprimento das medidas impostas, deverá ser registrado um Boletim de Ocorrência
Simplificado na natureza A 23.001.
5.3.6 Verificado o descumprimento das medidas impostas, deverá ser registrado um REDS na natureza
A 23.002 destinado ao juízo competente pela execução criminal da comarca.
5.3.7 Elaborado o REDS de descumprimento, o policial militar deverá encaminhar o REDS para a
Agência de Área/seção responsável pela gestão da fiscalização.

5.4 Gestão da fiscalização


5.4.1 A Agência de Área receberá a informação do descumprimento de medidas restritivas.
5.4.2 A Agência de Área irá baixar o REDS que informa o descumprimento e verificar se de fato ele
ocorreu.
5.4.3 Constatado o descumprimento, deve assinar o REDS eletronicamente e inserir no respectivo
processo no SEEU.
5.4.4 Via sistema SEEU, o descumprimento será encaminhado para o Ministério Público exarar parecer
e posteriormente ao juiz para decisão sobre o fato ou marcar audiência de justificação.
5.4.5 Se o descumprimento gerar um mandado de prisão, ele poderá ser encaminhado para
cumprimento pela PMMG.
5.4.6 A unidade deverá possuir um controle (ex. planilha) de todos os egressos do Sistema Prisional
com benefícios/restrições que residem na comarca.

45
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 47 - )

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO


Macroprocesso: Estratégias Preventivas POP nº
Nome do procedimento: Fiscalização de Egressos do Sistema 1.1.0.045
Prisional
Estabelecido em: Atualizado em: Unidade:
Folha: 3/4
05/01/2023 PM3

5.4.7 Com periodicidade mensal, o agente de inteligência deverá cotejar os dados dos autores de
crimes registrados em REDS com os nomes de todos os egressos do Sistema Prisional com
benefícios/restrições que residem na comarca. (É possível criar filtros no armazém de dados do
Infoview para realizar essa busca de forma automatizada).

5.5 Fiscalização do envolvimento de egressos do Sistema Prisional em flagrante de crimes


5.5.1 A equipe policial quando realizar a prisão de algum indivíduo deverá solicitar à Agência de Área
da Unidade que verifique se o autor possui benefício de cumprimento de sentença ou está sujeito a
medida cautelar.
5.5.2 Constatado o envolvimento do autor de crime como beneficiário de execução penal da comarca
como autor de crime, o agente de inteligência da UEOp com responsabilidade territorial que realizou a
prisão deverá baixar o REDS, verificar o real envolvimento como autor do crime e inserir no respectivo
processo do SEEU.
5.5.3 Caso a prisão seja realizada por policial militar de Unidade Especializada, a Agência Especial da
Unidade deverá informar à respectiva Seção da UEOp com responsabilidade territorial para que esta
tome as providências de inserir o REDS no processo do SEEU do autor.

6 ATIVIDADES CRÍTICAS
6.1 Análise do banco de dados do SEEU para identificação e priorização de alvos de fiscalização quanto
ao cumprimento de medidas judiciais.
6.2 Definição das equipes responsáveis pela realização das fiscalizações.
6.3 Registro do cumprimento/não cumprimento das medidas judiciais pós fiscalização com as naturezas
corretas, a fim de mensurar a realização do serviço.

7 AÇÕES CORRETIVAS
7.1 Capacitar os policiais militares para utilização do SEEU.
7.2 Definir a responsabilidade pela fiscalização em âmbito da UEOp, se será realizada pelas Frações
com responsabilidade territorial (1º esforço) ou pelas Frações Tático Móvel (2º esforço).
7.3 Auditar periodicamente o SEEU a fim de identificar os indivíduos na área da UEOp e os fiscalizados
e pendentes de fiscalização.
7.4 Criação de sistema de gestão dos acompanhamentos e fiscalizações.
7.5 Definir indicador de efetividade das fiscalizações.

8 ERROS A SEREM EVITADOS


8.1 Deixar de verificar a existência de indivíduos sujeitos a medidas cautelares ou benefícios de
execução penal na área de responsabilidade territorial da UEOp.
8.2 Deixar de escalar efetivo policial para cumprimento da fiscalização de egressos do Sistema
Prisional.
8.3 Deixar de reportar à Agência de Área da UEOp os casos de não cumprimento das medidas impostas
(REDS de natureza A 23.002).
8.4 Deixar de inserir no SEEU os REDS de não cumprimento das medidas impostas.
8.5 Deixar de consultar a Agência de Área quando da realização de prisões, a fim de verificar se há
medida cautelar ou benefício de cumprimento de sentença.
8.6 Deixar de encaminhar à Agência de Área o REDS com autor beneficiado por medida judicial.
8.7 Deixar de identificar a efetividade das fiscalizações na prevenção e controle da criminalidade.
8.8 Deixar de registrar corretamente as fiscalizações realizadas por meio das naturezas definidas.

46
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 48 - )

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO


Macroprocesso: Estratégias Preventivas POP nº
Nome do procedimento: Fiscalização de Egressos do Sistema 1.1.0.045
Prisional
Estabelecido em: Atualizado em: Unidade:
Folha: 4/4
05/01/2023 PM3

9 FLUXOGRAMA
9.1 Fiscalização de egressos do Sistema Prisional

47
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 49 - )

Anexo B - Procedimento Operacional Padrão (POP) – Classificação Preditiva de


Homicídios

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO


POP nº
Macroprocesso: Estratégias Preventivas
1.1.0.046
Nome do procedimento: Classificação Preditiva de Homicídios
Estabelecido em: Atualizado em: Unidade:
Folha: 1/3
05/01/2023 PM3

1 FUNDAMENTAÇÃO LEGAL OU DOUTRINÁRIA


1.1 Resolução nº 4.827/2019-CG - Portfolio de Serviços da Polícia Militar de Minas Gerais.
1.2 Diretriz nº 3.01.01/2019-CG - Diretriz Geral para Emprego Operacional da Polícia Militar de Minas
Gerais (DGEOp).
1.3 Instrução nº 3.03.20/2016-CG - Grupo Especial de Policiamento em Área de Risco (GEPAR).
1.4 Instrução nº 3.03.15/2020-CG - Prevenção à Violência Doméstica - 2ª Edição.
1.5 Instrução nº 3.03.17/2016-CG - Tático Móvel.
2 ABREVIATURAS E SIGLAS
2.1 CG - Comando-Geral.
2.2 CPU - Coordenador de Policiamento da Unidade.
2.3 DGEOp - Diretriz Geral para Emprego Operacional.
2.4 IMPO - Instrumento de Menor Potencial Ofensivo.
2.5 PMMG - Polícia Militar de Minas Gerais.
2.6 POP - Procedimento Operacional Padrão.
2.7 RAT - Relatório de Atividade.
2.8 REDS - Registro de Eventos de Defesa Social.
2.9 SEEU - Sistema Eletrônico de Execução Unificada.
2.10 UEOp - Unidade de Execução Operacional.

3 RESULTADOS ESPERADOS
3.1 Contribuir para a redução de homicídios por meio da identificação de propensão no envolvimento
com homicídios, seja como potencial autor ou vítima.
4 RECURSOS NECESSÁRIOS
4.1 De uso individual:
4.1.1 Fardamento operacional.
4.1.2 Cinto de guarnição com equipamentos.
4.1.3 Colete balístico.
4.1.4 Arma de porte.
4.1.5 Instrumentos de Menor Potencial Ofensivo (IMPO).
4.1.6 Instrumentos de comunicação operacional.
4.1.7 Senha de acesso ao SEEU.
4.2 De uso coletivo:
4.2.1 Viatura policial de 4 rodas com compartimento de segurança para transporte de presos.
4.2.2 Equipamentos de informática com acesso a internet.
4.2.3 Senha de acesso para pesquisa ao SEEU.
4.2.4 Painel de Classificação Preditiva de Homicídios.
5 PROCEDIMENTOS BÁSICOS
5.1 Análise do Painel de Classificação Preditiva de Homicídios
5.1.1 A Agência de Área da UEOp deverá, a partir do banco de dados disponibilizado pelo CINDS,
aplicar filtro dos indivíduos que residam na área de responsabilidade territorial da UEOp.
5.1.2 A partir da identificação dos alvos sob responsabilidade da UEOp, realizar a priorização por ordem
decrescente de propensão ao envolvimento com homicídios, conforme resultado obtido pelo algoritmo
de análise preditiva.

48
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 50 - )

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO


POP nº
Macroprocesso: Estratégias Preventivas
1.1.0.046
Nome do procedimento: Classificação Preditiva de Homicídios
Estabelecido em: Atualizado em: Unidade:
Folha: 2/3
05/01/2023 PM3
5.1.3 Conforme capacidade operativa de cada UEOp, a Agência de Área deverá selecionar a
quantidade de alvos considerados prioritários.
5.1.4 A Agência de Área verificará no SEEU se os alvos selecionados se encontram com benefícios
judiciais de cumprimento de penas. Caso estejam, deverá aplicar o procedimento de fiscalização de
Egressos do Sistema Prisional (Anexo A).
5.1.5 A Agência de Área verificará se o alvo a ser visitado possui mandado de prisão em aberto em seu
desfavor. Verificará ainda se o alvo se encontra preso. Em caso do alvo encontrar-se preso e com um
novo mandado de prisão em aberto, a Agência de Área deverá oficiar o Diretor do Presídio,
cientificando-o da existência do novo mandado, para que a diligência seja cumprida
5.1.6 A Agência de Área levantará os endereços cadastrados relacionados ao alvo.
5.1.7 A Agência de Área enviará à Fração Operacional (Companhia PM, Pelotão PM ou Fração Tático
Móvel) para que possam diligenciar no cumprimento das visitas e/ou cumprimentos de mandados de
prisão (caso haja).

5.2 Planejamento e Coordenação de Operações de Visitas Preventivas conforme CPH


5.2.1 Com base no levantamento, seleção e priorização de alvos enviado pela Agência de Área, o
Comandante de Companhia Operacional (com responsabilidade territorial ou Tático Móvel) deverá
planejar o cumprimento com distribuição da demanda no turno de serviço, com base nos recursos
disponíveis.
5.2.2 Comandante de Companhia deverá atribuir a visita individualizada às Equipes disponíveis,
conforme o efetivo empregado no policiamento ostensivo.
5.2.3 O Coordenador de Policiamento da Unidade (CPU) ou equivalente deverá repassar ao turno (para
cada equipe designada) a missão de cumprimento de visita individualizada de cada alvo.
5.2.4 Caso o alvo da visita possua mandado de prisão em aberto, o CPU deverá providenciar que a
diligência seja cumprida com guarnição de radiopatrulhamento em cobertura, a fim de maximizar a
segurança da equipe no cumprimento da missão.

5.3 Cumprimento das Operações de Visitas Preventivas conforme CPH


5.3.1 O policial militar deverá consultar diariamente, antes do início do turno de serviço, a relação de
alvos da CPH a serem visitados.
5.3.2 Eleito um alvo a ser visitado, a equipe policial-militar deverá fazer um levantamento prévio de
todas as informações pertinentes (histórico criminal, manutenção de vínculos criminais, estilo de vida
relacionada ou uso/consumo de drogas e bebidas, histórico de violência doméstica/familiar, etc), por
meio de pesquisas no QApp, REDS, ISP, etc.
5.3.3 A equipe policial-militar deslocará ao exato endereço cadastrado e realizará a visita e abordagem
ao alvo.
5.3.4 As operações deverão ser geradas com a natureza A 21.000 (AÇÕES PREVENTIVAS).
5.3.5 O policial deverá identificar-se e falar do objetivo da visita.
5.3.6 Se possível, arrolar uma testemunha para acompanhar a intervenção policial.
5.3.7 Esclarecer ao indivíduo que a PMMG está em contato com ele, dado aos seus antecedentes
criminais (citar os REDS mais importantes nos quais ele está envolvido).
5.3.8 Deixar claro ao indivíduo que o objetivo da visita da PMMG é a prevenir que o indivíduo se envolva
novamente com delitos, sendo autor ou vítima.

5.4 Gestão das Visitas Preventivas conforme CPH


5.4.1 A gestão das visitas será realizada pela Agência de Área, que deverá receber as informações dos
alvos visitados e manter controle próprio, a fim de retroalimentar o planejamento das futuras operações
de visitas.
5.4.2 Os critérios de priorização e periodicidade das visitas será realizado pela Agência de Área.

49
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 51 - )

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO


POP nº
Macroprocesso: Estratégias Preventivas
1.1.0.046
Nome do procedimento: Classificação Preditiva de Homicídios
Estabelecido em: Atualizado em: Unidade:
Folha: 3/3
05/01/2023 PM3

6 ATIVIDADES CRÍTICAS
6.1 Análise criteriosa do Painel de Classificação Preditiva de Homicídios, com levantamento, seleção e
priorização de alvos a serem visitados.
6.2 Definição das equipes responsáveis pela realização das fiscalizações, que possuam militares
devidamente treinados para a abordagem aos indivíduos identificados como propensos ao
envolvimento com homicídios.
6.3 Registro das operações de visitas conforme CPH, a fim de mensurar a realização do serviço.

7 AÇÕES CORRETIVAS
7.1 Capacitar os policiais militares para abordagem aos indivíduos propensos ao envolvimento em
homicídios.
7.2 Definir a responsabilidade pela fiscalização em âmbito da UEOp, se será realizada pelas Frações
com responsabilidade territorial (1º esforço) ou pelas Frações Tático Móvel (2º esforço).
7.3 Auditar periodicamente o Painel de Classificação Preditiva de Homicídios a fim de identificar os
indivíduos na área da UEOp, identificando os visitados e os pendentes de visitas.
7.4 Criação de sistema de gestão dos acompanhamentos das visitas.
7.5 Definir indicador de efetividade das fiscalizações.
7.6 Manutenções periódicas do Painel de CPH.
7.7 Análise da assertividade do algorítimo de CPH, com possíveis calibrações.

8 ERROS A SEREM EVITADOS


8.1 Deixar de verificar a existência de indivíduos possíveis alvos de visitas preventivas baseadas em
CPH na área de responsabilidade territorial da UEOp.
8.2 Deixar de escalar efetivo policial para cumprimento das visitas preventivas baseadas em CPH.
8.3 Deixar de identificar a efetividade das visitas na prevenção e controle do crime de homicídios.
8.4 Deixar de registrar corretamente as visitas realizadas por meio das naturezas definidas.

9 FLUXOGRAMA
9.1 Visitas preventivas conforme CPH

50
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 52 - )

Anexo C - Modelo de histórico de REDS para ocorrência de Homicídio

SENHOR DELEGADO (1. VOCATIVO),

A GUARNIÇÃO DE ÁREA VP XXX, RECEBEU O CHAMADO ATRAVÉS DO COPOM OU DURANTE


PATRULHAMENTO ETC... ETC...(2. COLOCAR A ORIGEM DO EMPENHO DA GUARNIÇÃO NA
OCORRÊNCIA DE HOMICÍDIO TENTADO)... VIZINHOS QUE HAVIAM INFORMADO QUE UM
HOMEM SUSPEITO TINHA SAÍDO CORRENDO DA CASA DA SRA. LUCIANA E QUE ANTES
OUVIRAM GRITOS DE “SOCORRO” DELA E ESTAVAM COM MEDO DE ENTRAR. A GUARNIÇÃO
CHEGOU AO LOCAL (NA CASA DA VÍTIMA/NO ENDEREÇO) APROXIMADAMENTE ÀS 13H00
ETC... ETC... NO BAIRRO JANUÁRIA E O PORTÃO ESTAVA ENTREABERTO ETC ETC... (3.
COLOCAR LOCAL ONDE A VÍTIMA ESTAVA QUANDO DA CHEGADA DA GUARNIÇÃO E
CARACTERÍSTICAS DO LOCAL, SE PRÉDIO OU CASA, SE “BECO” ETC...)

A VÍTIMA ENCONTRAVA-SE DESACORDADA, EM POSIÇÃO DECÚBITO DORSAL (PESSOA QUE


DEITA COM A BARRIGA VOLTADA PARA CIMA)/DECÚBITO VENTRAL (PESSOA QUE DEITA DE
BRUÇOS)/DECÚBITO LATERAL (VIRADA PARA O LADO) PARA O LADO ESQUERDO/ DIREITO,
VESTIDA COM CAMISETA VERMELHA E CALÇA... E APARENTAVA ESTAR COM CORTES DE FACA
NA REGIÃO DO TÓRAX ... (4. COLOCAR, COM RIQUEZA DE DETALHES, A POSIÇÃO QUE SE
ENCONTRAVA A VÍTIMA, SE ESTAVA CONSCIENTE, COMO ESTAVA VESTIDA, SE
APARENTAVA ESTAR LESIONADA ETC.)

EM RAZÃO DO ESTADO DE SAÚDE DA VÍTIMA, FOI SOCORRIDA PARA O HOSPITAL RISOLETA


NEVES PELA GUARNIÇÃO XXX / FOI SOCORRIDA PELO
SAMU XXX PARA O HOSPITAL YYY.

ENQUANTO A VÍTIMA ESTAVA SENDO SOCORRIDA/ATENDIDA E A GUARNIÇÃO VPXXX ESTAVA


NO HOSPITAL AGUARDANDO O TÉRMINO DO ATENDIMENTO, A GUARNIÇÃO GEPAR/PPH XXX
COMPARECEU AO LOCAL EM QUE A VÍTIMA FOI ENCONTRADA E REALIZOU AS DILIGÊNCIAS
ETC...ETC... (5. DESLOCAR DE IMEDIATO AO LOCAL DO CRIME E REUNIR PROVAS, OBJETOS,
PROCURAR TESTEMUNHAS E QUALIFICÁ-LAS NESTE BO COM UM RESUMO DE SEUS
DEPOIMENTOS, PROCURAR CÂMERAS QUE TENHAM REGISTRADO AS AÇÕES E BUSCAR IR
ATRÁS DAS IMAGENS, FAZER O ACIONAMENTO DA PERÍCIA E DA EQUIPE DE HOMICÍDIOS
ETC.).

FOI FEITO O LEVANTAMENTO DO HISTÓRICO DA VÍTIMA ATRAVÉS DOS SISTEMAS ISP, REDS E
INFOSEG, E NADA CONSTATAMOS OU FOI CONSTATADO QUE...

FOMOS INFORMADOS PELA VPXXX ÀS XX:XX HORAS QUE A VÍTIMA RECUPEROU A


CONSCIÊNCIA E PODERIA PRESTAR ESCLARECIMENTOS, SEGUNDO O MÉDICO XXX, QUE LHE
ATENDEU, FICHA DE ATENDIMENTO XXX (6. COLOCAR FICHA DE ATENDIMENTO MÉDICO,
NOME DO MÉDICO E DEMAIS DADOS RELEVANTES) E RETORNAMOS AO HOSPITAL PARA
OUVÍ-LA. (7. CASO A VÍTIMA ESTEJA CONSCIENTE DESDE O MOMENTO DO SOCORRO JÁ
COLOCAR NA OCORRÊNCIA AS INFORMAÇÕES POR ELA PRESTADO COM A MAIOR RIQUEZA
DE DETALHES).

A VÍTIMA CONSEGUIU RELATAR À GUARNIÇÃO QUE DURANTE A MANHÃ, ÀS


XX:XX HORAS, UM HOMEM, BRANCO, ALTO, COM UMA TATUAGEM NO BRAÇO ESQUERDO
DE UM PALHAÇO, COM APROXIMADAMENTE 1,75 M DE ALTURA (...) (8. IDENTIFICAR O
AUTOR DA TENTATIVA DE HOMICÍDIO COM MAIOR RIQUEZA DE DETALHES FÍSICOS, SUA

51
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 53 - )

VESTIMENTA, SE DEU ALGUMA FORMA DE IDENTIFICAÇÃO PARA A VÍTIMA ETC.) TOCOU A


CAMPAINHA E QUANDO A VÍTIMA ABRIU A PORTA IDENTIFICOU-SE COMO LUCAS E
OFERECEU SERVIÇOS DE PINTOR À VÍTIMA, QUE A VÍTIMA AGRADECEU E DISSE QUE NÃO
PRECISAVA, MOMENTO EM QUE O AUTOR FORÇOU ENTRAR EM SUA RESIDÊNCIA, SACOU UM
CANIVETE VERMELHO (9. COLOCAR O INSTRUMENTO UTILIZADO NA PRÁTICA DO CRIME) E
TIROU UMA CORDA VERDE DE SUA BOLSA E AMARROU A VÍTIMA PELAS MÃOS E PELOS PÉS
(10. COLOCAR O MODUS OPERANDI DO AUTOR)., DEIXANDO-A SENTADA NA SALA
ENQUANTO VASCULHAVA SEUS PERTENCES GRITANDO QUE ELE IRIA ACHAR O DINHEIRO QUE
CARLOS, MARIDO DA VÍTIMA, DEVIA, SENÃO ELE IRIA MATÁ-LA. COMO NÃO ENCONTROU O
DINHEIRO, VOLTOUSE CONTRA A VÍTIMA E COMEÇOU A AGREDI-LA COM SOCOS, CHUTES E,
PERDENDO A PACIÊNCIA, DESFERIU TRÊS GOLPES DE CANIVETE CONTRA SEU PEITO
ETC...ETC... TENDO A VÍTIMA PERDIDO A CONSCIÊNCIA (11. COLOCAR AS INFORMAÇÕES QUE
A VÍTIMA RECORDA DURANTE O ACONTECIMENTO).

APROXIMADAMENTE ÀS XX:XX O SR. CARLOS, MARIDO DA VÍTIMA CHEGOU AO LOCAL E APÓS


CONVERSAR COM A POLÍCIA, RELATOU QUE POSSUI UM DESAFETO COM O QUAL POSSUI
UMA CONTENDA JUDICIAL PELA RAZÃO XXX, ETC...ETC... SENDO ELE FULANO DE TAL QUE
POSSUI AS MESMAS CARACTERÍSTICAS REPASSADAS PELA VÍTIMA E RESIDE NO ENDEREÇO
YYY, ETC...ETC... (12. SENDO POSSÍVEL, QUALIFICAR POSSÍVEIS AUTORES E RESIDÊNCIAS).
DESLOCAMOS ATÉ A RESIDÊNCIA DO POSSÍVEL AUTOR, MAS NÃO O ENCONTRAMOS.
FIZEMOS CONTATO COM O VIZINHO FULANO, 25 ANOS, QUE INFORMOU QUE VIU O
SUSPEITO SAINDO DURANTE A MANHÃ E NÃO RETORNOU.

COMPARECEU NO LOCAL DOS FATOS E TAMBÉM NO HOSPITAL A EQUIPE DE HOMICÍDIOS E


O PERITO. (13. IDENTIFICAR EQUIPES, POLICIAIS, MASP E VIATURAS QUE COMPARECERAM
NO LOCAL DO CRIME).

AO TÉRMINO DESTE REGISTRO, A VÍTIMA SEGUIA INTERNADA NO HOSPITAL RISOLETA NEVES,


E NÃO CORRIA PERIGO DE MORTE EM RAZÃO DOS FERIMENTOS SOFRIDOS. (14. SE POSSÍVEL,
COLOCAR O ESTADO DA VÍTIMA AO TÉRMINO DO REGISTRO). NA RUA DA VÍTIMA, SOMENTE
A RESIDÊNCIA Nº X POSSUI UMA CÂMERA DE SEGURANÇA E O SR. FULANO, PROPRIETÁRIO
DA RESIDÊNCIA, CEDEU AS FILMAGENS DA MOVIMENTAÇÃO DA RUA DE 12H00 ATÉ A DATA
DA CHEGADA DA VIATURA, QUE SEGUE ANEXO A ESTE B.O. EM DVD. (15. COLOCAR
INFORMAÇÕES SOBRE CÂMERAS OU OUTRAS INFORMAÇÕES QUE JULGAR RELEVANTE,
CASO NÃO TENHA SIDO CONCEDIDA EM MÍDIA, SÓ IDENTIFICAR A CASA QUE POSSUI A
CÂMERA OU COLOCAR O LOCAL DA CÂMERA DE OLHO VIVO PARA A EQUIPE DE
INVESTIGAÇÃO DILIGENCIAR POSTERIORMENTE).

DIANTE DAS INFORMAÇÕES CONSEGUIDAS DURANTE AS DILIGÊNCIAS REALIZADA PELA


VIATURA GEPAR/PPH XXX E DA SUSPEIÇÃO QUANTO A AUTORIA DO HOMICÍDIO QUE TERIA
SIDO PRATICADA POR FULANO, AS GUARNIÇÕES PROCURARAM LOCALIZAR O SUPOSTO
AUTOR NOS ENDEREÇOS DE RESIDÊNCIA DELE E DE SEUS GENITORES/NAMORADA/PARENTE
O ENCONTRANDO EM TAL LOCAL. DIANTE DISSO FOI DADO VOZ DE PRISÃO/APREENSÃO A
FULANO DE TAL PELO COMETIMENTO DO CRIME DE HOMICÍDIO EM DESFAVOR DE CICLANO
DE TAL. (16. COLOCAR INFORMAÇÕES SOBRE OS POSSÍVEIS ENDEREÇOS OBTIDOS DE ONDE
O AUTOR PODERIA ESTAR E, SENDO ELE ENCONTRADO, MENCIONAR QUE LHE FOI DADO
VOZ DE PRISÃO PELO CRIME DE HOMICÍDIO CONSUMADO). OU MENCIONAR QUE EMBORA
TENHAM SIDO REALIZADAS DILIGÊNCIAS PARA LOCALIZAÇÃO DO AUTOR, NO ENDEREÇO
RESIDÊNCIAL OU PROVÁVEIS ENDEREÇOS ONDE PODERIA SER ENCONTRADO NÃO SE
CONSEGUIU LOCALIZÁ-LO, NO ENTANTO, APESAR DO ENCERRAMENTO DESTA OCORRÊNCIA

52
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 54 - )

AS EQUIPES GEPAR/PPH CONTINUAM EM DILIGÊNCIAS E NO ENCALÇO DO SUPOSTO AUTOR


COM O INTUITO DE REALIZAR A SUA LOCALIZAÇÃO E PRISÃO.

FOI REALIZADA A BUSCA NO LOCAL ONDE O AUTOR FOI ENCONTRADO E PRESO/APREENDIDO


EM TAL LOCAL FOI LOCALIZADA A ARMA DE FOGO/FACA (17. COLOCAR INFORMAÇÕES A
RESPEITO DO OBJETO UTILIZADO PARA PRÁTICA DO CRIME E EM QUE SE CIRCUNSTÂNCIAS
E SE FOI LOCALIZADO OU NÃO).

REGISTRO PARA AS DEVIDAS PROVIDÊNCIAS INICIAIS E REITERO QUE AS EQUIPES


GEPAR E PPH CONTINUAM EM DILIGÊNCIAS ININTERRUPTAS NO INTUITO DE
LOCALIZAR E PRENDER O AUTOR DO
HOMICÍDIO. (18. IMPORTANTÍSSIMO RESSALTAR QUE AS DILIGÊNCIAS CONTINUAM,
POIS COMO HAVERÁ CONTINUIDADE DO TRABALHO DO GEPAR E PPH, CASO O
AUTOR NÃO TENHA SIDO PRESO, TAL OBSERVAÇÃO POSSIBILITARÁ A REALIZAÇÃO
DA PRISÃO DO AUTOR EM MOMENTO POSTERIOR AO ENCERRAMENTO DA
OCORRÊNCIA).

53
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 55 - )

Anexo D - Modelos de Relatórios Preliminar e Complementar de diligências

XXXXXXX REGIÃO DA POLÍCIA MILITAR


XXXXXXXXXX BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR

RELATÓRIO PRELIMINAR DO(A) GEPAR/PPH Nº ____/______

Local, data por extenso.


Do: nº , Xº Sgt PM
Ao: Senhor ____PM Chefe do NPH
Assunto: Homicídio consumado/tentado ocorrido no bairro XXX.
Ref.: REDS nº

DATA DO FATO:
DATA DA DILIGÊNCIA:

AUTORIA DO DELITO

AUTORES IDENTIFICADOS: ( ) SIM ( ) NÃO


NOME:
RG:
ENDEREÇO:
PRONTUARIO: ( ) SIM ( ) NÃO
ARTIGOS:
REICINDENTE: ( ) SIM ( ) NÃO
EGRESSO DO SISTEMA PRISIONAL: ( ) SIM ( ) NÃ0
INFOPEN:

VÍTIMA

VÍTIMAS IDENTIFICADAS: ( ) SIM ( ) NÃO


NOME:
RG:
ENDEREÇO:
PRONTUARIO: ( ) SIM ( ) NÃO
ARTIGOS:
EGRESSO DO SISTEMA PRISIONAL: ( ) SIM ( ) NÃ0
INFOPEN:

54
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 56 - )

SÍNTESE DA DILIGÊNCIA PRELIMINAR

Nesta data, assim que noticiado via rede de rádio a ocorrência de crime de homicídio
no BAIRRO XXXXX, conforme BO n° XXXXX, deslocamos para os levantamentos
iniciais visando à identificação e prisão do autor, iniciamos os trabalhos da seguinte
forma:

Fizemos saturação policial no local e conseguimos informações sobre o endereço da


vítima/parentes/amigos/testemunha, etc, localizada na rua xxxxx, bairro xxxxx, onde
fizemos contato com xxxxx, RG xxxxx, tel de contato xxxxx, que narrou o seguinte
sobre os fatos: xxxxx (Descrição sucinta e objetiva sobre autoria, motivação,
desdobramentos).

Em continuação fomos até o endereço xxxxx, onde fizemos contato com xxxx, RG
xxxxx, tel de contato xxxxx, que nos passou as seguintes informações: xxxxx
(Descrição sucinta e objetiva sobre autoria, motivação, desdobramentos).

Fizemos o trajeto nas proximidades do delito e percebemos câmeras no endereço


xxxxxx, feito contato com o morador xxxxxx, conseguindo tais imagens. Os
levantamentos iniciais apontaram indícios que recaem sobre o xxxxx, RG xxxx,
alcunha xxxx;

Fomos até o endereço do suspeito, obtido após pesquisas nos sistemas policiais,
sendo o indivíduo abordado (não abordado), alegando que no dia dos fatos
xxxxxxxxxx. A equipe de inteligência da Unidade nos repassou as seguintes
informações xxxxxxx. O suposto autor foi preso em flagrante delito (Não foi
encontrado nos endereços conhecidos), etc. Pelo exposto, sugerimos xxxxxxxxx.

Outras informações pertinentes e evidências de conclusões.

NOME, POSTO OU GRADUAÇÃO


Comandante de Guarnição GEPAR/PPH

55
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 57 - )

XXXXXXX REGIÃO DA POLÍCIA MILITAR


XXXXXXXXXX BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR

RELATÓRIO COMPLEMENTAR DO(A) GEPAR/PPH Nº ____/______

Local, data por extenso.


Do: nº , Xº Sgt PM
Ao: Senhor ____PM Chefe do NPH
Assunto: Homicídio consumado/tentado ocorrido no bairro XXX.
Ref.: REDS nº

DATA DO FATO:
DATA DA DILIGÊNCIA:

AUTORIA DO DELITO
AUTORES IDENTIFICADOS: ( ) SIM ( ) NÃO
NOME:
RG:
ENDEREÇO:
PRONTUARIO: ( ) SIM ( ) NÃO
ARTIGOS:
REICINDENTE: ( ) SIM ( ) NÃO
EGRESSO DO SISTEMA PRISIONAL: ( ) SIM ( ) NÃ0
INFOPEN:

VÍTIMA
VÍTIMAS IDENTIFICADAS: ( ) SIM ( ) NÃO
NOME:
RG:
ENDEREÇO:
PRONTUARIO: ( ) SIM ( ) NÃO
ARTIGOS:
EGRESSO DO SISTEMA PRISIONAL: ( ) SIM ( ) NÃ0
INFOPEN:

56
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 58 - )

SÍNTESE DA DILIGÊNCIA COMPLEMENTAR

Em continuidade as diligências acerca do crime de homicídio ocorrido no dia 11 de


março de 2019 por volta das 23h17min no BAIRRO XXXXX, conforme REDS de
referência, a partir das informações preliminares, iniciamos os trabalhos da seguinte
forma:

Fomos até o endereço da vítima/parentes/amigos/testemunha, etc, localizada na rua


xxxxx, bairro xxxxx, onde fizemos contato com xxxxx, RG xxxxx, tel de contato xxxxx,
que narrou o seguinte sobre os fatos: xxxxx (Descrição sucinta e objetiva sobre
autoria, motivação, desdobramentos).

Em continuação fomos até o endereço xxxxx, onde fizemos contato colaborador


(anônimo ou identificado) com xxxxx, RG xxxxx, tel de contato xxxxx, que nos passou
as seguintes informações: xxxxx (Descrição sucinta e objetiva sobre autoria,
motivação, desdobramentos).

Refizemos o trajeto e o perímetro do delito e percebemos câmeras no endereço


xxxxxx, fizemos contato com o morador xxxxxx, conseguindo tais imagens.

As informações colhidas indicam indícios que recaem sobre o (suposto autor) xxxxx,
RG xxxx, alcunha xxxx. Diante disso, fomos até o seu endereço, obtido após
pesquisas nos sistemas policiais, sendo o indivíduo abordado, alegando que no dia
dos fatos xxxxxxxxxx.

Pelo exposto, sugerimos (MBA, Pedido de Prisão, etc) xxxxxxxxx. Outras informações
pertinentes e evidências de conclusões.

NOME, POSTO OU GRADUAÇÃO


Comandante de Guarnição GEPAR/PPH

57
( BEPM Nº 03, DE 06 DE JANEIRO DE 2023 ) Página: ( - 59 - )

58
RODRIGO SOUSA RODRIGUES, CORONEL PM
COMANDANTE-GERAL

CONFERIDO E AUTENTICADO POR:

ADRIANA ALFENAS DE PAIVA FARIA, TEN CEL PM


AJUDANTE-GERAL

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