Assistente Tecnico No Processo Civil

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O PAPEL DO ASSISTENTE TÉCNICO NO PROCESSO CIVIL

Daniela Vivian1

1 INTRODUÇÃO

O presente artigo pretende analisar o papel do assistente técnico no processo


civil brasileiro, de acordo com a lei processual civil e a jurisprudência pátrias.

Para tanto, analisou-se a doutrina existente sobre o tema, que é bastante


escassa, assim como as decisões do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul –
TJRS e do Superior Tribunal de Justiça – STJ, referentes aos anos de 2004 (de julho
a dezembro) a 2005 (de janeiro a julho)2.

2 A PERÍCIA NO PROCESSO CIVIL

Nos processos judiciais, a perícia é utilizada quando a prova dos fatos


depender de conhecimentos específicos, conforme indica o artigo 145 do Código de
Processo Civil.

1
Acadêmica do Curso de Direito do Centro Universitário Univates, Lajeado/RS, formanda A/2005.
Artigo verificado pelo professor Ney Arruda Filho. (Publicação A/2005).
2
Consultou-se, também, as jurisprudências do Superior Tribunal Federal, não tendo sido localizados
julgamentos sobre o tema do assistente técnico no processo civil que pudessem colaborar para este
estudo. Tal fato ocorre porque, na maior parte dos casos, quando se fala sobre a assistência técnica,
refere-se à matéria de prova (de fato), tema que não pode ser discutido no recurso extraordinário,
haja vista a Súmula n.° 279 do STF: “Para simples reexame de prova não cabe recurso
extraordinário”. Ressalta-se que este impedimento também existe no Superior Tribunal de Justiça,
conforme se pode observar na Súmula n.° 7 daquele Tribunal: “A pretensão de simples reexame de
prova não enseja recurso especial”, daí porque o número reduzido de decisões colacionadas
oriundas deste Tribunal e a transcrição de um julgamento proferido no ano de 1999.
O perito e o assistente técnico, usando de conhecimentos técnicos ou
científicos, descrevem o fato, tirando dele conclusões técnicas ou lógicas. Por ser o
laudo pericial meio de prova, trata-se de uma garantia do processo judicial.

3 O ASSISTENTE TÉCNICO NO PROCESSO CIVIL

O assistente técnico, indicado pelos próprios litigantes, é reconhecido como


profissional habilitado, de confiança da parte, a merecer consideração jurídica pelo
trabalho realizado em prol do princípio do devido processo legal e do contraditório,
além do laudo ser uma das garantias processuais, conforme já referido.

Segundo o engenheiro civil e advogado Maia Neto (1997), na atualidade o


assistente técnico é caracterizado “como um consultor da parte, figura já existente
no Direito Italiano (consulenti tecnici di parti), cuja função consiste na assistência a
todas as investigações e operações que executa o perito judicial”.

Assim, utilizando-se das palavras do autor, pode-se dizer que:


O assistente técnico é o auxiliar da parte, aquele que tem por obrigação,
concordar, criticar ou complementar o laudo do perito oficial, através de seu
parecer, cabendo ao Juiz, pelo princípio do livre convencimento, analisar
seus argumentos, podendo fundamentar sua decisão neste parecer (Maia
Neto, 1997).

A Lei n.º 8.455/92, ao retirar do sistema processual civil a obrigatoriedade de


serem as partes comunicadas da data e do local em que terão início os trabalhos do
perito judicial (indicado pelo juiz), praticamente afastou o status de perito dos
auxiliares técnicos.

Esta medida causou, segundo a majoritária doutrina brasileira:

[...] sérios prejuízos ao contraditório na prova, já que os assistentes técnicos


não terão a adequada ciência da técnica empregada pelo perito – ou de sua
acurada utilização no caso específico –, bem como das específicas
diligências por ele realizadas (Silva, 2003, p. 46-47).

Com efeito, não se pode negar que o domínio completo do procedimento


pericial, pelo assistente técnico, é um importante fator na avaliação da exatidão dos
resultados atingidos pelo perito designado pelo juízo, contribuindo para se chegar à
verdade dos fatos.
Sendo assim, tendo em vista os prejuízos à garantia da regular participação
das partes no processo, em 2001 a situação posta pela Lei n.º 8.455/92 restou
alterada pela Lei n.º 10.358, que acrescentou o artigo 431 - A no Código de
Processo Civil. O novel artigo passou a indicar que “As partes terão ciência da data
e local designados pelo juiz ou indicados pelo perito para ter início a produção da
prova”.

Desta forma, as partes, devidamente intimadas da data e do local da perícia,


poderão repassar esta informação aos seus assistentes técnicos, que, por sua vez,
terão condições de participar da diligência a ser executada pelo perito nomeado pelo
juízo, contribuindo para que se esclareçam ou se evidenciem os fatos.

Novamente transcrevendo as palavras de Silva, tal mudança na lei processual


teve por fim assegurar a satisfação das garantias do processo:

A modificação em exame tem o óbvio propósito de explicitar a


necessidade de contraditório pleno na realização da prova pericial. De
fato, a produção válida de qualquer prova exige a possibilidade de
que as partes possam participar da colheita material e, assim,
efetivamente influir sobre o juízo do julgador (Silva, 2003, p. 46-47).

Verdadeiramente, um dos direitos do assistente técnico é o de recorrer às


diversas fontes de informações, reclamando ao juiz ou às partes que forneçam os
meios necessários à perícia (artigo 429 do Código de Processo Civil). E justamente
aqui se encontra o direito das partes serem intimadas da data e do local da perícia,
uma vez que seus assistentes técnicos têm interesse direto e imediato na questão e,
salvo melhor entendimento, a participação na perícia é essencial para a elaboração
de um adequado parecer técnico ou das considerações de impugnação ao laudo
oficial.

Observa-se que os pareceres dos assistentes técnicos devem ser


protocolados no prazo comum de 10 dias após a intimação das partes acerca da
apresentação do laudo confeccionado pelo perito judicial, nos termos do artigo 433,
caput e parágrafo único, do Código de Processo Civil.

4 O VALOR PROBATÓRIO DO LAUDO REALIZADO PELO ASSISTENTE


TÉCNICO
Cotejando a jurisprudência, verifica-se que é possível considerar o laudo
unilateral, elaborado pelo assistente técnico contratado por um dos litigantes, como
prova apta para levar à procedência ou não do pedido da ação. No entanto, a
conclusão pericial deve representar a posição das demais provas coligadas nos
autos, sendo razoável diante dos fatos levados à análise judicial.

É importante lembrar que o juiz não está adstrito ao laudo pericial na


formação de seu conhecimento, a teor do disposto no artigo 436 do Código de
Processo Civil, podendo decidir inclusive contrariamente ao laudo pericial, desde
que imbuído em outras espécies de prova e motivando sua decisão (princípio da não
adstrição do juiz ao laudo e do livre conhecimento motivado).

5 AS REGRAS DE SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENTO NÃO SÃO APLICADAS AO


ASSISTENTE TÉCNICO

O assistente técnico, ao contrário do profissional técnico indicado pelo


magistrado, não se encontra sujeito às causas de suspensão ou impedimento. Em
outros termos, o incidente de impedimento e suspeição somente é aplicado aos
juízes ou àqueles previstos no artigo 138 do Código de Processo Civil, que refere:

138. Aplicam-se também os motivos de impedimento e de suspeição:


I - ao órgão do Ministério Público, quando não for parte, e, sendo parte, nos
casos previstos nos ns. I a IV do art. 135;
II - ao serventuário de justiça;
III - ao perito; (Redação dada pela Lei nº. 8.455, de 24.8.1992)
IV - ao intérprete.

Tal situação é confirmada pela leitura da segunda parte do artigo 422 do


Código de Processo Civil: “O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que Ihe
foi cometido, independentemente de termo de compromisso. Os assistentes técnicos
são de confiança da parte, não sujeitos a impedimento ou suspeição”.

Portanto, a legislação processual prevê que os assistentes técnicos são de


confiança da parte, que os contrata e indica para participar do feito, não sujeitos a
impedimento ou suspeição.

Nesse sentido, como não poderia deixar de ser, decidem os Tribunais:


AGRAVO DE INSTRUMENTO. IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO.
INAPLICABILIDADE DO INCIDENTE A ASSISTENTE TÉCNICO. PERÍCIA
DE ARBITRAMENTO DE LOCATIVOS DE IMÓVEL. NECESSIDADE DE
CONHECIMENTOS TÉCNICOS DE ENGENHARIA, NÃO SERVINDO
SERVIÇOS DE CONTADOR. PERITO DESTITUÍDO CORRETAMENTE.
RECURSO PROVIDO EM PARTE. TJRS - AI n.º 70009215443. 18ª Câmara
Cível. Agravante: Luiz Gustavo Schmidt. Agravada: Aracy Leonir Ericksson.
Relator: Pedro Luiz Pozza. Julgado em 07 de julho de 2004.

PROCESSO CIVIL. PROVA PERICIAL. ASSISTENTE TÉCNICO.


IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO. INOCORRÊNCIA. ART. 422, CPC.
SISTEMÁTICA INTRODUZIDA PELA LEI 8.455/92. DIREÇÃO DO
PROCESSO. IGUALDADE DE TRATAMENTO. DEVER DO JUIZ. ART.
125, CPC. RECURSO DESACOLHIDO. I - Com a sistemática introduzida
pela Lei 8.455/92, que alterou a redação do art. 422, CPC, o assistente
técnico não se sujeita a impedimento e suspeição, como ocorre com o
perito. II - O juiz, no exercício da sua função jurisdicional, não pode ver-se
tolhido na direção da fase instrutória do processo, só porque não se aplicam
o impedimento e a suspeição aos assistentes técnicos, devendo conduzir a
marcha processual no sentido da estabilidade das relações entre as partes
e da garantia de igualdade de tratamento. III - A valoração da prova, no
âmbito do recurso especial, pressupõe contrariedade a um princípio ou a
uma regra jurídica no campo probatório, ou mesmo à negativa de norma
legal nessa área. IV - A verificação da ocorrência ou não de irregularidades
na escolha do assistente técnico, pela parte, na espécie, demandaria o
reexame das provas, vedado pelo enunciado nº. 7 da súmula/STJ. STJ -
RESP n.° 125706/SP (1997/0021896-1). 4ª Turma. Recorrente: Sylvania do
Brasil Iluminação Ltda. Recorrido: Roberto Coqui. Ministro Relator: Sálvio de
Figueiredo Teixeira. Julgado em 13 de dezembro de 1999.

6 O ASSISTENTE TÉCNICO NA EXECUÇÃO DE SENTENÇA

No Superior Tribunal de Justiça, há julgamentos (STJ - RMS n.° 13038/RS,


julgado em 25/07/2004; STJ - RMS n.° 10994, julgado em 06/12/2004) no sentido de
que, na fase de execução, é desnecessária a nomeação de assistente técnico para
a avaliação dos bens penhorados, uma vez que não há norma específica indicando,
de forma impositiva, a participação destes nesta tarefa.

Verdadeiramente, o artigo 680 do Código de Processo Civil3 não prevê a


necessidade ou obrigatoriedade da indicação de assistente técnico, pelos litigantes,
na fase de avaliação dos bens no âmbito da execução, tanto na fiscal (regida pela
Lei n.° 6.830/80), como na por título judicial ou extrajudicial.

3
Art. 680 do CPC: “Prosseguindo a execução, e não configurada qualquer das hipóteses do artigo
684, o juiz nomeará um perito para estimar os bens penhorados, se não houver, na comarca,
avaliador oficial, ressalvada a existência de avaliação anterior”. Art. 684 do CPC: “Não se procederá à
avaliação se: I - o credor aceitar a estimativa feita na nomeação de bens; II - se tratar de títulos ou de
mercadorias, que tenham cotação em bolsa, comprovada por certidão ou publicação oficial; III - os
bens forem de pequeno valor".
A doutrina, por sua vez, reforça o posicionamento de que é despicienda a
obrigatoriedade da participação do assistente técnico na execução. Veja-se:

Não havendo embargos à execução que tenham sido admitidos, o processo


executivo flui sem interrupção, pelo que o juiz, efetivada que está a
penhora, 'nomeará um perito para estimar os bens penhorados, se não
houver, na Comarca, avaliador oficial' (art. 680). No caso, direito não tem as
partes de indicar assistente (Marques, 1976, p. 179).

No mesmo sentido, sobre a aplicação das normas processuais pertinentes à


prova pericial e à avaliação:

As regras a seguir, no entanto, não são as da prova pericial regulada pelo


processo de conhecimento. Aqui há regulamentação própria, de modo que
não incidem aquelas do processo de cognição, cuja aplicação ao processo
executivo só se faz em caráter subsidiário. [...]. Ainda por se tratar de ato
executivo com regulamentação própria, não cabe às partes o direito de
indicar assistentes técnicos para participar da avaliação de bens
penhorados (Theodoro Júnior, 1998, p. 440).

7 NULIDADE DA PERÍCIA REALIZADA SEM A INTIMAÇÃO DAS PARTES


ACERCA DO DIA, HORA E LOCAL DE REALIZAÇÃO DA PERÍCIA

Questão bastante polêmica é a referente à nulidade da perícia realizada sem


a intimação das partes acerca da sua realização.

Conforme o disposto no artigo 431-A do Código de Processo Civil, as partes


devem ser intimadas sobre o dia, hora e local de realização da perícia,
especialmente para que seu assistente técnico possa participar do ato, em
homenagem aos princípios constitucionais da ampla defesa, do contraditório e do
devido processo legal.

No entender majoritário dos desembargadores gaúchos, as partes devem ser


intimadas da nomeação do expert e da data, hora e local da perícia, cabendo-lhes
repassar esta informação aos assistentes técnicos indicados, conforme previsto na
Lei Processual. A ausência de tal intimação, por seu turno, importa na nulidade da
perícia realizada sem a participação do assistente técnico, por cerceamento de
defesa e ofensa aos princípios do contraditório e da ampla defesa (contraria o
disposto no artigo 5°, incisos LIV e LV, da Constituição Federal).
Registre-se a decisão monocrática proferida pelo Desembargador Relator
Odone Sanguiné no agravo de instrumento n.° 70011659463, que é bastante
esclarecedora:

5. Considero que a perícia em tela deva ser anulada, pois, conforme consta
nos autos, a parte agravante não foi intimada para participar de sua
realização.

6. De acordo com o art. 431-A do CPC, introduzido pela Lei 10.358/01, “as
partes terão ciência da data e local designados pelo juiz ou indicados pelo
perito para ter início a produção de prova.” Percebe-se que a teleologia
deste dispositivo está em oportunizar às partes o acompanhamento da
perícia, como uma forma de garantir a efetividade do princípio constitucional
do contraditório. Nesse sentido, destaca-se, a propósito, a obra de LUIZ
RODRIGUES WAMBIER E OUTROS:

“O art. 431-A [...] determina que as partes sejam cientificadas da data e


local designados pelo juiz ou indicados pelo perito para início das
diligências. Explicita-se, assim, a necessidade de observância da
garantia constitucional do contraditório durante a produção da
prova pericial (e não só por ocasião da apresentação de seus
resultados) – grifei. (“Curso avançado de Processo Civil”, ed. RT, 5ª ed.,
vol. 1, pp. 491/492)

7. Ademais, LUIZ GUILHERME MARINONI E SÉRGIO CRUZ ARENHART


possuem posicionamento semelhante:

“A perícia só tem início com a intimação prévia das partes da data e


local em que os trabalhos são iniciados (art. 431-A do CPC, introduzido
pela Lei 10.358/01). A medida tem o objetivo de permitir a adequada
participação das partes (e dos assistentes técnicos) no desenvolvimento
da prova pericial.” (“Manual do Processo de Conhecimento”, 4ª ed., São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2005, p. 374) (grifei).

8. No caso em tela, ressalta-se que o DMJ, no dia 14 de julho de 2003,


comunicou ao Juízo a data em que seria realizada a perícia (fl. 57), ou seja,
comunicou sob a égide do novo dispositivo. Por conseguinte, deveria ser
seguido o novo regramento processual atinente à espécie, intimando-se as
partes a respeito, para que pudessem acompanhar a produção de tal prova.
Tal intimação inocorreu.

9. Em conseqüência, o desatendimento à formalidade prevista no art. 431-A


trouxe prejuízo à recorrente, especialmente porque, ignorante da data e
local da perícia, não pôde acionar seu assistente técnico, a fim de que o
mesmo também estivesse presente durante a realização do exame.

10. Com efeito, consoante precedentes majoritários desta Corte, a perícia


feita nestas condições deve ser anulada:

PERÍCIA. NULIDADE. INTIMAÇÃO PREVISTA NO ART. 431-A DO


CPC. 1. Preclusão. Argüição afastada. Necessidade de exame da
matéria, para evitar futura decretação de nulidade, que acarretaria atraso
no deslinde da causa. 2. Impõe-se o cumprimento do disposto no art.
431-A do CPC, atendendo direito das partes de acompanhar a realização
da perícia. Assim não se procedendo, advém implícito prejuízo,
configurando-se cerceamento de defesa. Doutrina e jurisprudência.
Anulação da perícia. Agravo provido. (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº.
70007020746, DÉCIMA CÂMARA CÍVEL, TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO
RS, RELATOR: LUIZ LÚCIO MERG, JULGADO EM 23/10/2003) (grifei)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO DE TÍTULO. JUDICIAL.
PERÍCIA. PRÉVIA INTIMAÇÃO DAS PARTES. NULIDADE.
PRELIMINAR DE INTEMPESTIVIDADE EM CONTRA-RAZÕES.
INSURGINDO-SE RECURSO, TEMPESTIVAMENTE, CONTRA
DECISÃO QUE CONVALESCEU PERÍCIA RECLAMADA, NAO SE
COGITA DE EXTEMPORANEIDADE DO RECURSO. AUSÊNCIA DE
INTIMAÇÃO DA REALIZAÇÃO DA PERÍCIA. PREVISTA NA LEI
PROCESSUAL A NECESSIDADE DE INTIMAÇÃO DAS PARTES
SOBRE A DATA E LOCAL DA REALIZAÇÃO DA PERÍCIA (ART. 431-
A DO CPC), A AUSÊNCIA DAQUELE ATO INTIMATÓRIO IMPÕE
NULIDADE DA PROVA QUESTIONADA, AINDA QUE AS PARTES
TENHAM COMPARECIDO PESSOALMENTE AO LOCAL DA PERÍCIA.
O QUE A LEI PROTEGE E O DIREITO DELA PARTICIPAR
ADEQUADAMENTE, SENDO FLAGRANTE O PREJUÍZO EM RAZÃO
DA FALTA DE OPORTUNIDADE DE ACOMPANHAMENTO TÉCNICO
POR ASSISTENTE QUE PODERIA INDICAR CASO PREVIAMENTE
CIENTIFICADA DO ATO. DERAM PROVIMENTO. (AGRAVO DE
INSTRUMENTO Nº. 70006418461, DÉCIMA OITAVA CÂMARA CÍVEL,
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RS, RELATOR: ANDRÉ LUIZ PLANELLA
VILLARINHO, JULGADO EM 07/08/2003). (grifei) TJRS - AI n.º
70011659463. 9ª Câmara Cível. Agravante: CSA – Cia. Semeato de
Aços. Agravado: Daltro Ramos da Rocha. Relator: Odone Sanguiné.
Julgado em 11 de maio de 2005.

No entanto, há julgamentos, minoritários, em sentido diverso, sustentando


que cabe ao assistente técnico, entendendo ser necessário participar dos atos
periciais oficiais, se informar sobre a datada da realização da prova, não sendo a
falta da intimação acerca da data da produção da prova pericial motivo a justificar
sua nulidade (TJRS - AI n.° 70010330330, julgado em 01/12/2004).

Outro aspecto que deve ser considerado é a real necessidade da perícia


técnica e, por sua ausência, a configuração do cerceamento de defesa. Nosso
Tribunal de Justiça é bastante rigoroso na análise da configuração do cerceamento
de defesa. Veja-se a ementa a seguir:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. PROVA PERICIAL.


REALIZAÇÃO DE NOVA PERÍCIA. NÃO INTIMAÇÃO DO ASSISTENTE
TÉCNICO. CERCEAMENTO DE DEFESA. NÃO CONFIGURAÇÃO. Inexiste
cerceamento de defesa, por não intimação do assistente técnico, quando a
parte agravante, por diversas vezes, mostra, por intermédio dos seus atos,
que tinha conhecimento da realização da perícia. Além disso, nos termos do
artigo 431-A do CPC, cabe à parte a comunicação do assistente técnico. Só
ao juiz cabe avaliar a pertinência da realização de nova perícia. AGRAVO
IMPROVIDO. TJRS - AI n.º 70010515682. 10ª Câmara Cível. Agravante:
Cattorini Hermanos S.A. Iindustrial Comercial Financeira e Imobiliária.
Agravado: Estabelecimento Vinícola Armando Peterlongo S.A. Relator: Luiz
Ary Vessini de Lima. Julgado em 27 de abril de 2005.

Também vale mencionar a situação da parte que, sem indicar assistente


técnico nem impugnar o laudo pericial, intenta a nulidade do processo por
cerceamento de defesa, o que não tem sido acatado pelos Tribunais (a título de
exemplo, TJRS - AP n.° 70009234444, julgado em 26/08/2004). Veja-se:
“Impossibilidade de reabertura do prazo para apresentação de quesitos e indicação
de assistente técnico, pela parte que permaneceu inerte. Preclusão. Decurso do
prazo legal. Inteligência do art. 421, par. 1º, do CPC” (TJRS - AI n.° 70009760539,
julgado em 23/09/2004)4.

A Corte Superior, aqui representada pelo Superior Tribunal de Justiça,


sustenta que “Não há nulidade da prova pericial produzida quando não for
necessária a participação de assistente técnico da parte para a produção da mesma,
ou, ainda, quando sua falta não ocasionar qualquer prejuízo” (STJ - AgRg no Ag n.°
608930, julgado em 07/03/2005).

Vê-se que os Tribunais analisados não declaram a nulidade da instrução


processual técnica quando não há prova ou alegação, pela parte, do prejuízo
sofrido.

Enfim, para que seja reconhecida a nulidade de um ato processual no


processo civil, é necessário que este acarrete prejuízo à parte, conforme
estabelecido pelo artigo 249, §1º, do Código de Processo Civil: “O ato não se
repetirá nem se lhe suprirá a falta quando não prejudicar a parte”.

Sobre este aspecto, vale transcrever o voto do Desembargador Relator


Guinter Spode, proferido no agravo de instrumento n.° 70011276441:

Ainda que não haja formalmente a intimação quanto ao início da perícia,


penso que nenhuma eiva pode ser carreada ao processado. Veja-se que
em Processo Civil não se declara nulidades sem que de tal invalidade ou
nulidade não decorra prejuízo concreto e expresso à parte. [...]
Houvesse prejuízo efetivo na alegada ausência de intimação para o início
da perícia, deveria o agravante manifestar sua inconformidade na primeira
oportunidade me que falar nos autos. [...]
Na presente peça recursal, de idêntica forma, o agravante discorre
fartamente acerca da alegada nulidade, bem como cita diversas doutrinas e
jurisprudência, mas não alega qualquer prejuízo. O prejuízo somente
sobreveio quando lhe foi obstada a carga, por motivos óbvios e relevantes e
somente a partir daí passou a esgrimir, como pérola achada, o alegado
vício. [...]
Antônio Janyr Dall’agnol Jr., em sua obra Invalidades Processuais, Ed. Lejur
– Letras Jurídicas Editora, (p. 27), cita Luís Melíbio Uiraçaba Machado em
RJTJRS -119/169: No direito civil as nulidades são cominadas

4
Portanto, conforme indica o artigo 421, parágrafo único, do CPC, quando da nomeação do perito
judicial incumbe às partes indicar o assistente técnico e apresentar os quesitos que entender
necessários, em cinco dias, sob pena de preclusão do direito pelo decurso do prazo, não se podendo
reabri-lo (preclusão consumativa a partir da intimação da juntada do laudo do perito oficial). Neste
sentido: TJRS - AP n.° 70008667479, julgado em 21/10/2004; TJRS - AI n.° 70007711278, julgado
em 16/09/2004; TJRS - AP n.° 70009138728, julgado em 10/11/2004.
abstratamente, as nulidades são declaradas abstratamente. No direito civil,
estamos dispensados de examinar o problema do prejuízo e da finalidade,
quando se tratar de nulidade absoluta, porque, nestes casos, a nulidade não
é efeito, é causa. No processo civil, a nulidade é efeito do vício. Ela não é
contemporânea ao ato. Porque é efeito do vício, deve ser um vício tal, que
trouxe para as partes um prejuízo irreparável, que só se pode reparar pela
repetição dos atos praticados. Por conseguinte é declarada em concreto.
Ora, no conceito processualista, tal como deve ser encarado o recurso ora
posto, nenhuma nulidade há de ser declarada se tal não trouxe à parte um
prejuízo irreparável. TJRS - AI n.º 70011276441. 19ª Câmara Cível.
Agravante: Antônio Henrich. Agravado: Agroban Agroindustrial Ltda.
Relator: Guinther Spode. Julgado em 31 de maio de 2005.

Conforme a jurisprudência citada, a inconformidade da falta de intimação


sobre a realização da perícia deve ser externada na primeira oportunidade em que a
parte “falar” nos autos, sob pena de se entender que não houve prejuízo irreparável,
não se declarando a nulidade. Ou seja: ao litigante prejudicado pela falta de
intimação acerca da realização da prova técnica não basta apenas discorrer sobre a
nulidade por desobediência ao comando processual do artigo 2498, § 1°, do Código
de Processo Civil, sendo necessário que alegue o prejuízo decorrente da ausência
do seu assistente técnico na coleta da prova, bem como a imprescindibilidade das
suas considerações para o justo deslinde do processo, o que deve ser feito tão logo
se saiba do acontecimento, ou melhor, na primeira oportunidade em que a parte se
manifestar junto ao processo.

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por todo o exposto, vê-se que embora o julgador não se encontre vinculado à
prova pericial, conservando sempre o seu dever de julgar segundo o sistema da
persuasão racional (nos termos do artigo 131 do Código de Processo Civil), não se
pode negar que os peritos são os “olhos técnicos do juiz” (Greco Filho, 2003, p.
225), satisfazendo os princípios processuais da ampla defesa, do contraditório e do
devido processo legal.

Já os assistentes técnicos, com o novo tratamento despendido pela


sistemática do processo civil e tendo em vista os resultados trazidos em prol da
verdade real (já que, por suas qualidades ou conhecimentos, estão em condições de
esclarecer determinada situação de fato para uma solução justa e verdadeira do
processo), podem ser considerados não só auxiliares das partes, como literalmente
expõe o Código de Processo Civil, mas também do juízo e da satisfação da verdade
real no processo.
Mais que tudo, imprescindível é que as partes, processualmente
representadas por seus procuradores, atuem com diligência nos processos,
indicando o assistente técnico no prazo legal, assim como o comunique da data,
local e hora da realização da perícia. Caso não sejam intimadas da perícia técnica a
ser realizada, informem ao Juízo tal situação, o prejuízo e a nulidade decorrentes na
primeira oportunidade em que “falarem” nos autos, para que não preclua seu direito
de manifestação pelo decurso do prazo, prejudicando os interesses de seu cliente,
uma vez que é sua função colaborar pela satisfação do cumprimento do sistema
processual como valor do justo.

REFERÊNCIAS

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Código de Processo Penal. Porto Alegre: Verbo Jurídico, 2001.

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n.° 608930/SP (2004/0071168-7), da 4ª Turma. Agravante: Transportadora Nosei
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Recorrido: Roberto Coqui. Ministro Relator: Sálvio de Figueiredo Teixeira. Brasília,
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Acesso em: 04 jul. 2005.

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Ordinário em Mandado de


Segurança n.° 13038/RS (2001/0044867), da 2ª Turma. Recorrente: Indústria e
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RIO GRANDE DO SUL. Tribunal de Justiça. Agravo de instrumento n.º


70011659463, da 9ª Câmara Cível. Agravante: CSA – Cia. Semeato de Aços.
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RIO GRANDE DO SUL. Tribunal de Justiça. Agravo de instrumento n.º


70010330330, da 12ª Câmara Cível. Agravante: All América Latina Logística do
Brasil S.A. Agravado: Mineração Rei da Areia Ltda. Relator: Orlando Heemann
Júnior. Porto Alegre, 01 de dezembro de 2004. Disponível em: <http://www.tj.rs.gov.
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RIO GRANDE DO SUL. Tribunal de Justiça. Agravo de instrumento n.º


70010515682, da 10ª Câmara Cível. Agravante: Cattorini Hermanos S.A. Industrial
Comercial Financeira e Imobiliária. Agravado: Estabelecimento Vinícola Armando
Peterlongo S.A. Relator: Luiz Ary Vessini de Lima. Porto Alegre, 27 de abril de 2005.
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70009760539, da 8ª Câmara Cível. Agravante: W.S. Agravada: H.H.O.W. Relator:
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70007711278, da 18ª Câmara Cível. Agravante: Espólio de Margot Lucy Moller
Flores Soares. Agravados: Massa Falida Encol S.A. Engenharia Comércio e
Indústria e outros. Relator: Cláudio Augusto Rosa Lopes Nunes. Porto Alegre, 16 de
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RIO GRANDE DO SUL. Tribunal de Justiça. Agravo de instrumento n.º


70011276441, da 19ª Câmara Cível. Agravante: Antônio Henrich. Agravado:
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RIO GRANDE DO SUL. Tribunal de Justiça. Apelação Cível n.º 70008667479, da 3ª


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RIO GRANDE DO SUL. Tribunal de Justiça. Apelação Cível n.º 70009138728, da


20ª Câmara Cível. Apelantes: Valdomiro Rodrigues de Freitas. Apelado: Deomar
Haas. Relator: Rubem Duarte. Porto Alegre, 10 de novembro de 2004. Disponível
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RIO GRANDE DO SUL. Tribunal de Justiça. Apelação Cível n.º 70009234444, da


12ª Câmara Cível. Apelante: Metabel Indústria Metalúrgica Ltda. Apelado: Plásticos
Industriais Mercosul Ltda. Relator: Carlos Eduardo Zietlow Duro. Porto Alegre, 26 de
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_processo.php?nome_comarca=Tribunal+de+Justi%E7a&versao=&versao_fonetica=
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