Assistente Tecnico No Processo Civil
Assistente Tecnico No Processo Civil
Assistente Tecnico No Processo Civil
Daniela Vivian1
1 INTRODUÇÃO
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Acadêmica do Curso de Direito do Centro Universitário Univates, Lajeado/RS, formanda A/2005.
Artigo verificado pelo professor Ney Arruda Filho. (Publicação A/2005).
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Consultou-se, também, as jurisprudências do Superior Tribunal Federal, não tendo sido localizados
julgamentos sobre o tema do assistente técnico no processo civil que pudessem colaborar para este
estudo. Tal fato ocorre porque, na maior parte dos casos, quando se fala sobre a assistência técnica,
refere-se à matéria de prova (de fato), tema que não pode ser discutido no recurso extraordinário,
haja vista a Súmula n.° 279 do STF: “Para simples reexame de prova não cabe recurso
extraordinário”. Ressalta-se que este impedimento também existe no Superior Tribunal de Justiça,
conforme se pode observar na Súmula n.° 7 daquele Tribunal: “A pretensão de simples reexame de
prova não enseja recurso especial”, daí porque o número reduzido de decisões colacionadas
oriundas deste Tribunal e a transcrição de um julgamento proferido no ano de 1999.
O perito e o assistente técnico, usando de conhecimentos técnicos ou
científicos, descrevem o fato, tirando dele conclusões técnicas ou lógicas. Por ser o
laudo pericial meio de prova, trata-se de uma garantia do processo judicial.
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Art. 680 do CPC: “Prosseguindo a execução, e não configurada qualquer das hipóteses do artigo
684, o juiz nomeará um perito para estimar os bens penhorados, se não houver, na comarca,
avaliador oficial, ressalvada a existência de avaliação anterior”. Art. 684 do CPC: “Não se procederá à
avaliação se: I - o credor aceitar a estimativa feita na nomeação de bens; II - se tratar de títulos ou de
mercadorias, que tenham cotação em bolsa, comprovada por certidão ou publicação oficial; III - os
bens forem de pequeno valor".
A doutrina, por sua vez, reforça o posicionamento de que é despicienda a
obrigatoriedade da participação do assistente técnico na execução. Veja-se:
5. Considero que a perícia em tela deva ser anulada, pois, conforme consta
nos autos, a parte agravante não foi intimada para participar de sua
realização.
6. De acordo com o art. 431-A do CPC, introduzido pela Lei 10.358/01, “as
partes terão ciência da data e local designados pelo juiz ou indicados pelo
perito para ter início a produção de prova.” Percebe-se que a teleologia
deste dispositivo está em oportunizar às partes o acompanhamento da
perícia, como uma forma de garantir a efetividade do princípio constitucional
do contraditório. Nesse sentido, destaca-se, a propósito, a obra de LUIZ
RODRIGUES WAMBIER E OUTROS:
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Portanto, conforme indica o artigo 421, parágrafo único, do CPC, quando da nomeação do perito
judicial incumbe às partes indicar o assistente técnico e apresentar os quesitos que entender
necessários, em cinco dias, sob pena de preclusão do direito pelo decurso do prazo, não se podendo
reabri-lo (preclusão consumativa a partir da intimação da juntada do laudo do perito oficial). Neste
sentido: TJRS - AP n.° 70008667479, julgado em 21/10/2004; TJRS - AI n.° 70007711278, julgado
em 16/09/2004; TJRS - AP n.° 70009138728, julgado em 10/11/2004.
abstratamente, as nulidades são declaradas abstratamente. No direito civil,
estamos dispensados de examinar o problema do prejuízo e da finalidade,
quando se tratar de nulidade absoluta, porque, nestes casos, a nulidade não
é efeito, é causa. No processo civil, a nulidade é efeito do vício. Ela não é
contemporânea ao ato. Porque é efeito do vício, deve ser um vício tal, que
trouxe para as partes um prejuízo irreparável, que só se pode reparar pela
repetição dos atos praticados. Por conseguinte é declarada em concreto.
Ora, no conceito processualista, tal como deve ser encarado o recurso ora
posto, nenhuma nulidade há de ser declarada se tal não trouxe à parte um
prejuízo irreparável. TJRS - AI n.º 70011276441. 19ª Câmara Cível.
Agravante: Antônio Henrich. Agravado: Agroban Agroindustrial Ltda.
Relator: Guinther Spode. Julgado em 31 de maio de 2005.
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por todo o exposto, vê-se que embora o julgador não se encontre vinculado à
prova pericial, conservando sempre o seu dever de julgar segundo o sistema da
persuasão racional (nos termos do artigo 131 do Código de Processo Civil), não se
pode negar que os peritos são os “olhos técnicos do juiz” (Greco Filho, 2003, p.
225), satisfazendo os princípios processuais da ampla defesa, do contraditório e do
devido processo legal.
REFERÊNCIAS
GRECO FILHO, Vicente. Direito processual civil brasileiro. 17. ed. São Paulo:
Saraiva, 2003.
MAIA NETO, Francisco. O assistente técnico no Código de Processo Civil. Jus
Navigandi, Teresina, ano 2, n.ª 22, dez. 1997. Disponível em: <http://www1.jus.
com.br/doutrina/texto.asp?id=802>. Acesso em: 12 dez. 2003.