Modulo Ii de Direito de Familia
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DIREITO DE FAMÍLIA
CURSO DE
DIREITO DE FAMÍLIA
MÓDULO II
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MÓDULO II
Apresentação
Conceito de parentesco;
Os tipos de parentesco e a previsão lega;
As regras que definem o tipo, a linha e
o grau de parentesco;
Curiosidades sobre o parentesco;
Conceito de adoção;
Quem pode adotar;
Procedimento para adoção;
Parentesco socioafetivo;
A filiação;
Presunção de paternidade;
Reconhecimento dos filhos;
Contestação da paternidade;
Contestação da maternidade;
Posse do estado de filho.
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6 O QUE É PARENTESCO?
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O parentesco pode ser consanguíneo, civil ou por afinidade, conforme
estudaremos a seguir. As regras sobre o parentesco estão concentradas no Livro IV
do Código Civil, a partir do artigo 1591. Todavia, outros ramos do Direito também se
utilizam do conceito de parentesco para suas definições. O Direito Processual Civil,
tal como o Direito Processual Penal, utiliza-se do conceito de parentesco para tratar
sobre o segredo de justiça, sobre os impedimentos e algumas medidas provisionais.
Da mesma forma, o Código Penal utiliza-se deste conceito na tipificação de
determinados crimes, como o crime de infanticídio. O conceito de parentesco ainda
é utilizado pelas legislações previdenciárias e tributárias. A Constituição Federal, por
sua vez, utiliza-se do conceito para tratar da entidade familiar, da paternidade
responsável, deveres entre pais e filhos, bem como de critérios de inelegibilidade.
Por isso a importância de se apropriar desse conceito. Então, mãos à obra!
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Consanguíneo: é o parentesco natural, genético. É o caso dos pais com
os filhos; avós e netos.
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Os graus de parentesco são contados da seguinte forma:
Avós
Pais
Filhos
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Na linha colateral: a contagem também é feita pelo número de gerações,
mas, neste caso, deve-se subir de um dos parentes até o ascendente comum e
descer até encontrar o outro parente. Para o caso de um pai que teve dois filhos, o
parentesco entre os irmãos se conta da seguinte forma:
Pai
Filho 1 Filho 2
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Se este tio tiver um filho, o seu sobrinho será primo de seu filho. E qual será
o parentesco entre eles? O ascendente comum aos primos continua sendo o avô.
Então, dele até o pai, primeiro grau; dele até o avô, segundo grau; dele até o tio,
terceiro grau; e dele até o primo, quarto grau. Portanto, são parentes consanguíneos
na linha colateral em quarto grau.
Mãe Sogra
Filho
Nora
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6.6 PARENTES AFINS EM LINHA COLATERAL
Pai Sogro
Curiosidades
Você pode perder a esposa, mas nunca a sua sogra! Isso acontece
porque a lei, para evitar a confusão no parentesco e no patrimônio, estabelece que a
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afinidade na linha reta não se extingue com a dissolução do casamento e da união
estável e impede que os parentes afins em linha reta se casem.
A afinidade não tem reflexo em relação aos alimentos e ao direito
sucessório.
O parentesco civil é equiparado ao consanguíneo e, portanto, contado da
mesma forma.
São chamados de contraparentes aqueles que ostentam entre si laços de
família remotos que não chegam a caracterizar o parentesco.
7 ADOÇÃO
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7.1 QUEM PODE ADOTAR?
Qualquer pessoa maior de 18 anos pode adotar; desde que tenha, pelo
menos, 16 anos a mais que o adotado. O adotante pode ser solteiro, viúvo,
separado ou divorciado. Também podem adotar, conjuntamente, os cônjuges ou
companheiros, desde que pelo menos um deles tenha completado 18 anos e que
seja comprovada a estabilidade da família.
O cônjuge ou companheiro pode adotar o filho do outro. Neste caso, os
vínculos de filiação entre o adotado e o pai ou mãe biológica e os respectivos
parentes são mantidos. O estrangeiro também pode adotar, mas o estágio de
convivência deverá ser realizado aqui no Brasil.
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É comum os pais biológicos arrependerem-se e procurarem o filho dado à
outra família.
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substituta. Posteriormente, o interessado será submetido a uma entrevista com
psicólogos e assistentes sociais e indicará o perfil da pessoa que quer adotar.
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7.4 ADOÇÃO POR PESSOAS DO MESMO SEXO (RELAÇÃO HOMOAFETIVO)
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Esse julgamento é histórico, pois dá dignidade ao ser humano, dignidade
aos menores e às duas mulheres, afirmou o relator, Luís Felipe Salomão. Cabe
ressaltar que existem projetos de lei na Câmara dos Deputados sendo analisados,
que visam facilitar processo de adoção e Projeto que proíbe adoção de crianças por
casais do mesmo sexo. Podemos citar:
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moral é esse que se faz cúmplice do abandono e do sofrimento de milhares
de crianças?"
Desta forma, devemos pensar muito mais no interesse dos menores do que
nos preconceitos da sociedade; isto porque os filhos, gerados ou adotados
de forma responsável, como fruto do afeto, merecem a proteção legal,
mesmo quando vivam no seio de uma família homoafetiva. Por este motivo,
conto com o apoio dos ilustres pares para a aprovação desta proposição.
JANETE ROCHA PIETÁ
Deputada Federal – PT/SP
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Para o caso de adoção conjunta, o estatuto exige que os adotantes sejam
casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da
família. O texto proposto pelo autor acrescenta a esses requisitos a vedação
explícita de os casais serem constituídos por pessoas do mesmo sexo. Mas desde o
momento em que a Resolução n° 175, de 14 de maio de 2013, onde o Ministro
Joaquim Barbosa reconheceu a inconstitucionalidade de distinção de tratamento
legal às uniões estáveis constituídas por pessoas de mesmo sexo, onde os cartórios
de todo o País não podem recusar a celebração de casamentos civis de casais do
mesmo sexo ou deixar de converter em casamento união estável homoafetiva.
Entende-se então, que o casal homoafetivo pode participar do processo de
adoção conjuntamente, pois houve uma mudança no entendimento do Supremo
Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que passou a
considerar casais também aqueles constituídos por pessoas do mesmo sexo. Essa
resolução acima mencionada abriu uma brecha. Antes, apenas homossexuais
solteiros tinham o direito de adotar uma criança, agora eles podem participar desse
processo conjuntamente.
Para isso acontecer, basta o casal apresentar uma declaração de que vive
junto. Depois disso o juiz encaminha para a residência do casal uma assistente
social para comprovar a veracidade da declaração e verificar se o casal tem ou não
condições de adotar.
O STF decidiu expressamente que as conjugalidades homoafetivas também
repousam sua existência nos vínculos de solidariedade, exsurgindo o afeto como
valor das relações de família. Em resumo, se o menor estiver sendo
convenientemente cuidado, não se apresentando prejuízo à sua formação moral e
ao seu desenvolvimento psíquico, caberia a guarda ou mesmo a adoção por
homossexual. No entanto, a relação familiar padrão para a maioria dos brasileiros,
ainda é o casamento civil, que pressupõe a união heterossexual.
À evidência, as relações homoafetivas não proporcionam esse padrão social
médio, que foi fixado como o mais relevante dentre os vínculos de família. Mesmo
assim, isso não significa que não se afigura a adoção por homossexuais. Não se
pode esquecer que não existe nenhum padrão exemplar de comportamento para
uma boa formação biopsíquica da criança pelo fato de os seus pais terem optado
por ser envolver em uma relação homoafetiva, nem na chamada relação padrão, isto
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é, a relação heterossexual. Há vários exemplos de abusos e violências praticados
por pais heterossexuais e diversos casos igualmente semelhantes realizados por
homossexuais.
Entende-se que, não é a opção sexual, de fato, que serve de norte para se
concluir se a pessoa tem ou não discernimento ou compreensão para cuidar de
outra pessoa. O puro e simples veto à adoção de crianças e adolescentes por
homossexual ou casal homoafetivo é uma atitude preconceituosa e, além disso, a
mídia vem demonstrando diariamente histórias de parceiros de mesmo sexo que
tem comportamento social adequado e levam uma vida saudável, ao lado de uma
criança, obtida por meio de guarda ou adoção.
Sabemos que a concessão de adoção em prol de parceiros homoafetivos
somente se afigura possível, tal como ocorre com pretendentes heterossexuais, se o
relatório de estudo social e avaliação psicológica dos pretendentes e do menor
concluírem que é improvável uma repercussão negativa da relação heteroafetiva ou
homoafetiva sobre o adotando.
São as condições econômicas, social e psicológica que serão
disponibilizadas à criança ou ao adolescente que devem ser levadas em
consideração. Logo, o pedido de adoção por parceiros do mesmo sexo não deve ser
indeferido de plano pelo simples fato da opção sexual por eles adotada, porém, deve
ser levada em consideração para que se verifique, por intermédio de assistente
social e do psicólogo, se tal fato se projetará de forma positiva ou negativa no
desenvolvimento biopsíquico do adotando.
Na primeira hipótese, será possível a adoção, na outra, ela não será
recomendável. Prevalece, portanto, não a opção sexual do pretendente à adoção,
mas o princípio do melhor interesse da criança ou do adolescente. Esta é a postura
do STJ, que admite o reconhecimento de adoção por casal homoafetivo, levando-se
em conta a situação consolidada por fortes vínculos afetivos entre as crianças ou
adolescente e a pretendente, por se tratar do melhor interesse das crianças e dos
adolescentes.
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7.5 PARENTESCO SOCIOAFETIVO
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8 A FILIAÇÃO
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8.2 PROVA DA FILIAÇÃO
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Nascidos nos 300 dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal,
seja por morte, separação, nulidade ou anulação de casamento. O Artigo 1528
complementa este inciso informando que se a mulher contrair novas núpcias e lhe
nascer algum filho, salvo prova em contrário, este se presume do primeiro marido, se
nascido dentro dos trezentos dias a contar da data do falecimento deste e, do
segundo, se o nascimento ocorrer após esse período e já decorrido o prazo.
Havidos por fecundação homóloga, mesmo depois de falecido o marido.
Havidos a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários,
decorrentes de concepção artificial homóloga.
Havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia
autorização do marido.
Curiosidades
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8.3.2 Inseminação Artificial Homóloga e Heteróloga
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Neste caso, a fertilização também pode ser homóloga ou heteróloga,
conforme o material genético utilizado seja do pai ou de terceira pessoa. De acordo
com a lei, quando ocorre a fertilização in vitro homóloga, a qualquer tempo,
presume-se a paternidade.
Os filhos havidos fora do casamento podem ser reconhecidos pelo pai e pela
mãe conjunta ou separadamente, voluntária ou judicialmente. O ato de reconhecer a
paternidade é personalíssimo, irrevogável e imprescritível, podendo também ser feito
por meio de testamento. Dessa forma, o reconhecimento dos filhos pode preceder o
nascimento deles ou, ainda, ser posterior ao falecimento deles, desde que tenham
deixado descendentes.
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De acordo com o Artigo 1.609 do Código Civil, o reconhecimento dos filhos
pode ser feito:
no próprio registro de nascimento;
por escritura pública ou escrito particular arquivado em cartório;
por testamento;
por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o objeto da
ação não seja a paternidade.
8.1.7Contestação da Paternidade
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É ato irrevogável e irretratável, ainda que manifestado por meio e
testamento.
É ato formal porque só pode ser feito no termo de nascimento, por
escritura pública ou escrito particular arquivado em cartório, testamento ou
declaração direta do juiz, ainda que seja outro o objeto do processo.
É ato puro e simples porque não admite termo ou condição.
É importante saber:
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(Lei 6.015/73), a partir do Artigo 50, estipula critérios seguros que viabilizam a
identificação da origem materna de forma mais segura. De acordo com esta lei, todo
o nascimento ocorrido no território nacional deverá ser registrado no Registro Civil,
no prazo de 15 dias, ou até 03 meses quando o local de nascimento for distante
mais de trinta quilômetros da sede do cartório, estando obrigados a declarar o
nascimento:
O pai.
Em falta ou impedimento do pai, a mãe. Neste caso a lei concede o prazo
de 45 dias.
No impedimento de ambos, o parente mais próximo, sendo maior e
achando-se presente.
Na falta ou impedimento do parente, os administradores do hospital, os
médicos ou parteiras que tiverem assistido o parto.
Pessoa idônea da casa onde o parto ocorrer, sendo fora da residência da
mãe.
E as pessoas encarregadas da guarda do menor.
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8.1.9 Posse do Estado de Filho
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É bom lembrar então, que nos casos de filiação socioafetiva, não cabe a
procedência da ação negatória de paternidade nem mesmo quando os interessados
se sujeitaram à realização do exame de DNA, cujo resultado foi negativo (STF, Resp
1.059.214-RS, rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 16.2.2012, Dje12.3.2012).
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