Patristica

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FACULDADE EVANGÉLICA DE TECNOLOGIA, CIÊNCIAS E

BIOTECNOLOGIA DA CGADB - FAECAD

PADRES APOSTÓLICOS E PADRES APOLOGISTAS

Rio de Janeiro/RJ
2017
PADRES APOSTÓLICOS E PADRES APOLOGISTAS

Trabalho apresentado como exigência


da disciplina de História da Igreja do curso
de Teologia, sob orientação do Me. Lucas
Gesta.

Rio de Janeiro/RJ
2017
1

INTRODUÇÃO

A Patristica1 ou “pais da igreja” compreende o período que vai do século I ao


século VII e normalmente é dividido em três fases 2:
1) Das origens ao Concílio de Nicéia (325);
 Padres Apostólicos.
 Padres Apologistas.
 As Primeiras Escolas Cristãs.
2) De 325 até o Concílio da Calcedônia (451);
3) Após 451.
 No Oriente: Até São João Damasceno (†749).
 No Ocidente: Até Santo Isidoro de Sevilha (†636).
Os pais da Igreja foram responsáveis por defender a fé cristã, a liturgia, a
disciplina, criar os costumes e decidir os rumos da Igreja, ao longo dos sete
primeiros séculos do cristianismo. Responsáveis pela elucidação progressiva dos
dogmas cristãos3.

PADRES APOSTÓLICOS
1
“Padres da Igreja” fora cunhada pela primeira vez em contexto protestante, pelo teólogo
alemão Johann Gerhard no ano de 1637.
2
CARITATIS. Divisão Histórica da Patrística. Disponível em:
<http://caritatis.com.br/2012/04/09/divisao-historica-da-patristica/>. Acesso em: 24 set. 2017.
3
WIKIPÉDIA. Patrística. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Patrística>. Acesso em:
24 set. 2017.
2

Acreditava-se que os “pais apostólicos4” eram discípulos dos apóstolos5.


Os escritos dos pais apostólicos são sete:
 Clemente de Roma,
 Inácio de Antioquia
 Policarpo de Esmirna
 O Pastor de Hermas
 Carta de Barnabé
 Pápias
 Didaqué

Clemente de Roma
A origem de Clemente é incerta, Irineu e Tertuliano o ligam a Pedro 6, porém o
que pode ser dito com certeza é que era bispo de Roma no século I provavelmente
no ano 96 d.C. Clemente a escreveu, sua Epístola – geralmente chamada de I
Clemente – na verdade é uma carta da igreja em Roma para a igreja em Corinto.
A razão desta carta é totalmente clara e prática, tratando dos vícios que
causam divisões e das virtudes que fortalecem a unidade; lida com outros assuntos
teológicos apenas tangencialmente7.
Pontos importantes destacados nesta carta, que possui 65 capítulos:
a) Jurisdição eclesiástica, sucessão apostólica, hierarquização dos
membros da comunidade, mostrando como os fiéis são inferiores aos
presbíteros e para a liturgia. A Igreja aparece fundada sobre a autoridade
imediata dos apóstolos. É una, apostólica, corpo de Cristo. Os ministros não
podem ser depostos.
b) Do ponto de vista cristológico, revela fé na divindade de Cristo,
na ressurreição dos mortos; fé nas três pessoas divinas, na mediação de
Cristo que está no centro de sua teologia, na redenção pelo sangue. Ele é o
sumo sacerdote das ofertas, o protetor e o socorro da nossa fraqueza. Um é
o Cristo como um é o Deus e um é o Espírito (46,6). Cristo é o esplendor da
majestade de Deus (36,2). Por meio dele, podemos fixar nosso olhar no alto
4
Essa designação deve-se a Jean Baptiste Cotelier (†1686)
5
SILVA, André Luiz R. História da teologia e do cristianismo. Disponível em:
<http://theologicalatinoamericana.com/?p=598>. Acesso em: 24 set. 2017.
6
QUINTA, Manoel. (Org.). Padres apostólicos. Tradução de Ivo Storniolo; Euclides M.
Balancin. São Paulo – SP: Paulus, 2ª Ed.,1995 (Coleção Patrística, nº1). p.11.
7
GONZALES, Justo L. Uma história do pensamento cristão. Tradução de Paulo Arantes;
Vanuza Helena F de Mattos. São Paulo – SP: Cultura Cristã, 2004. V.1. p.63-64.
3

dos céus e contemplar a sublime semelhança de Deus (36,1-2). No Filho,


Deus Pai quis nos escolher como seu povo. O Espírito Santo inspirou as
Escrituras (45,2), a pregação da penitência, por meio dos profetas, outrora,
pelos apóstolos, agora (62,2). Ele plenifica os fiéis de seus dons e piedade,
de paz (2,2) e realiza a unidade (46,5-6). O Pai, o Filho e o Espírito Santo
compõem três atividades distintas sobre o plano da economia divina 8.

Inácio de Antioquia
Embora não se saiba muito de sua origem, Eusébio diz que foi o segundo
bispo de Antioquia, já Jerônimo o situa como terceiro bispo 9. O que se sabe é que
fora condenado a morrer na capital do império romano devorado por feras, escreveu
sete epístolas enquanto era transportado como prisioneiro.
Suas cartas são uma exposição detalhada, equilibrada e sistemática de sua
teologia. Seu propósito principal era atacar as falsas doutrinas e fortalecer a
autoridade do bispo como o ponto focal para a unidade da igreja.
Havia dois diferentes tipos de falsas doutrinas, o docetismo, que negava a
vida física de Jesus Cristo e as tendências judaizantes que transformavam Cristo em
um mero mestre nos moldes do Judaísmo essênio10.
A importância da doutrina inaciana e a doutrina da encarnação e da redenção,
indicação da divindade de Cristo: o Salvador e o gerado e não gerado.
O concílio de Nicéia (325) fixará no Credo o “genitum non factum”, gerado não
criado. Mas, em Inácio, não tem ainda esta precisão, embora Atanásio que tomou
parte efetiva na elaboração deste vocábulo, reconheça a perfeita ortodoxia do texto
de Inácio. Aqui ele significaria o “não feito, não criado, eterno”, com referência à
essência divina sem visar o mistério da geração do Verbo procedendo do Pai.
Contudo o grande tema de suas cartas é mesmo o da unidade 11.

Policarpo de Esmirna

8
QUINTA, Manoel. (Org.). Padres apostólicos. Tradução de Ivo Storniolo; Euclides M.
Balancin. São Paulo – SP: Paulus, 2ª Ed.,1995 (Coleção Patrística, nº1). p.15.
9
Ibidem, p.38.
10
GONZALES, Justo L. Uma história do pensamento cristão. Tradução de Paulo Arantes;
Vanuza Helena F de Mattos. São Paulo – SP: Cultura Cristã, 2004. V.1. p.73.
11
QUINTA, op.cit., p.40.
4

Nada se sabe sobre a origem de Policarpo, bispo de Esmirna, todo registro é


a partir de sua atividade pastoral, Ireneu de Lião foi seu discipulo, que juntamente
com Tertuliano o conectam com o apóstolo João 12.
As epístolas apresentam uma teologia semelhante à de Inácio, embora com
um propósito mais prático, não é profundo em sua teologia, mas os segue em sua
ênfase na realidade da humanidade de Cristo, que ele coloca no centro de sua
doutrina da salvação.
A importância dessa epístola é seu testemunho sobre a autenticidade das
epístolas de Inácio, contém a mais antiga alusão ao costume de preservar as
relíquias dos mártires e também porque lança luz sobre a natureza do conflito entre
cristãos e pagãos13.

O Pastor de Hermas
Eusébio e Orígenes dizem que se trata daquele Hermas do qual Paulo faz
menção em Rm 16,14. Era irmão de Pio, bispo de Roma.
Podemos deduzir quem seja este Hermas de informações advindas de duas
fontes: o Cânon de. Muratori14 e da própria obra.
De elementos esparsos no texto, pode-se compor a figura do autor. Hermas
seria cristão, escravo de nascença, vendido em Roma a uma mulher chamada
Rode.
Sua obra tem como centro à penitência e a possibilidade do perdão após o
batismo. A Igreja é uma instituição necessária para a salvação.
O que se pode concluir com mais certeza é que o autor vive em Roma pelos
meados do século II, é leigo, adocionista 15, casado, sem grande cultura, escritor de
estilo pobre e que não conhece muito a teologia 16.
Parece que para Hermas o Cristianismo é, antes de tudo, uma série de
preceitos que devem ser seguidos. O interesse pela remissão dos pecados leva
Hermas a oferecer, pela primeira vez na história do pensamento cristão, a teoria de

12
QUINTA, Manoel. (Org.). Padres apostólicos. Tradução de Ivo Storniolo; Euclides M.
Balancin. São Paulo – SP: Paulus, 2ª Ed.,1995 (Coleção Patrística, nº1). p.130.
13
GONZALES, Justo L. Uma história do pensamento cristão. Tradução de Paulo Arantes;
Vanuza Helena F de Mattos. São Paulo – SP: Cultura Cristã, 2004. V.1. p.80-81.
14
É o documento mais antigo que existe sobre o cânon bíblico do Novo Testamento, escrito
por volta do ano 150.
15
Visão teológica do cristianismo primitivo, que professa que Jesus nasceu humano,
tornando-se posteriormente divino por ocasião do seu batismo, foi adotado como filho de Deus.
16
QUINTA, op.cit., p.164-165.
5

que é possível fazer mais do que os mandamentos de Deus requerem, e assim


alcançar uma glória maior.
Hermas se refere ao salvador como o “Filho de Deus”, e o identifica com o
Espírito Santo. O Espírito Santo preexistente habita no salvador, e o último
obedeceu de tal modo a vontade divina que foi feito coparticipante do Espírito
Santo17.

Carta de Barnabé
Foi Clemente de Alexandria quem deu origem à tradição que atribui a autoria
desta carta a Barnabé, companheiro e colaborador de Paulo, em seguida, por
Orígenes e o argumento aduzido se deve a que a carta fora encontrada entre os
escritos do Novo Testamento, nos manuscritos Sinaíticos 18. Este argumento é
responsável, também, pela inclusão da carta entre os livros canônicos, inspirados,
por parte de Clemente e de Orígenes. Contudo, Eusébio e Jerônimo não aceitam
este argumento e excluem a carta dentre os livros inspirados 19.
O interesse doutrinário da Carta de Barnabé está principalmente no
relacionamento entre o Antigo Testamento e o Cristianismo. A carta afirma a
preexistência de Cristo bem como sua participação na criação, transcendência e
divindade, na cristologia está sua maior originalidade 20.

Pápias
Pápias também figura entre os discípulos de João, e mais tarde tornou-se
bispo de Hierápolis. Ele tomou sobre si a tarefa de colecionar cada dito ou ensino do
Senhor que ele ouvisse. Assim, ele compilou e compôs sua Exposição dos Ditos do
Senhor, de cujos cinco livros somente uns poucos fragmentos sobreviveram 21.
Defendia um milenarismo que era fortemente criticado por Eusébio apesar
destes pontos fracos, traz o ensino oral dos discípulos dos apóstolos. É a primeira
obra de exegese do Novo Testamento. Pápias foi o primeiro a aplicar a palavra
clássica exegese (ecsegéseis), que já há muito tempo significava interpretação ou

17
GONZALES, Justo L. Uma história do pensamento cristão. Tradução de Paulo Arantes;
Vanuza Helena F de Mattos. São Paulo – SP: Cultura Cristã, 2004. V.1. p.87.
18
Manuscrito de texto-tipo alexandrino escrito no século IV.
19
QUINTA, Manoel. (Org.). Padres apostólicos. Tradução de Ivo Storniolo; Euclides M.
Balancin. São Paulo – SP: Paulus, 2ª Ed.,1995 (Coleção Patrística, nº1). p.277.
20
Ibidem, p.133.
21
GONZALES, op.cit., p.81.
6

comentário. É ele também quem nos fornece as mais antigas informações sobre a
composição dos evangelhos de Mateus e Marcos. Mateus compôs seu evangelho no
“dialeto hebraico”, afirmação que suscitou muita discussão; o evangelho de Marcos
não é outra coisa que a interpretação da pregação de Pedro adaptada às várias
circunstâncias. A duplicidade dos nomes João, o Apocalipse teria por autor João, o
“ancião”, e o Evangelho, João, o Apóstolo22.

Didaqué
Didaqué ou doutrina dos doze Apóstolos é uma obra não contém a pregação
dos apóstolos ou outra pregação. É, antes, um compêndio de preceitos morais, de
instrução sobre a organização das comunidades, sobre a oração, o jejum, a
administração do batismo e a celebração da eucaristia 23.
Esta obra foi escrita provavelmente entre os anos 80-90 d.C., provavelmente
compilado por um judeu convertido, apresenta traços numerosos de judaísmo e da
dialética rabínica. Mostra como se efetuou a passagem do judaísmo ao cristianismo.
Pormenores da vida interna das primeiras comunidades cristãs, a Didaqué foi de
importância na história dos dogmas, e da liturgia.
É o único documento que conhecemos intermediário entre a geração
apostólica e a Igreja pós-apostólica, e nos permite compreender qual era o estado
moral e social dos primeiros cristãos. Transformou-se, por isso, num documento de
suprema importância para teólogos, liturgistas e historiadores 24.

22
QUINTA, Manoel. (Org.). Padres apostólicos. Tradução de Ivo Storniolo; Euclides M.
Balancin. São Paulo – SP: Paulus, 2ª Ed.,1995 (Coleção Patrística, nº1). p.335.
23
Ibidem, p. 340.
24
Ibidem, p. 342.
7

PADRES APOLOGÍSTAS

Por volta da metade do século II, alguns dos autores cristãos tomaram para si
a tarefa de defender sua fé em face das falsas acusações que davam ensejo às
perseguições. Os escritos dos pais apostólicos são seis:
 Carta a Diogneto
 Aristides de Atenas
 Taciano, o Sírio
 Atenágoras de Atenas
 Teófilo de Antioquia
 Hérmias, o Filósofo

Carta a Diogneto
A carta escrita provavelmente por um pagão ou cristão recém convertido,
culto, faz uma crítica ao paganismo e judaísmo e exalta a superioridade do
cristianismo25.
Este texto nunca foi mencionado na antiguidade ou na Idade Média, foi
encontrado, casualmente, por Tomás de Arezzo, em Constantinopla, em 1436, não
se encontrou, até agora, nenhuma outra versão deste documento.
Existem várias teorias sobre sua autoria, contudo todas carecem de
comprovação. Entretanto Paul Andriessen publicou sua tese de que “a Carta ou
Discurso a Diogneto não é outra coisa que a apologia que Quadrato 26 apresentou ao
imperador Adriano e dada por perdida”27.
Esta apologia, muito rica doutrinal e espiritualmente, é também muito breve.
Seu conteúdo denso pode ser dividido em quatro partes. O autor refuta a idolatria e
a prática ritualística dos judeus. Demostra a superioridade do cristianismo em
relação ao paganismo e ao judaísmo, e, expõe a origem divina da fé cristã, a
transcendência a revelação, a economia da salvação incluindo a encarnação do
Verbo e seu sacrifício redentor.

25
QUINTA, Manoel. (Org.). Padres apologistas. Tradução de Ivo Storniolo; Euclides M.
Balancin. São Paulo – SP: Paulus, 2ª Ed.,1995 (Coleção Patrística, nº2). p. 11
26
Quadrado de Atenas é conhecido por ter sido o primeiro apologista. Eusébio afirmou que
ele teria sido bispo de Atenas.
27
QUINTA, op. cit., p. 13.
8

Aristides de Atenas
Não se sabe nada sobre a vida deste apologista, é uma carta endereçada ao
imperador romano Adriano, uma defesa do cristianismo.
Aristides classifica a humanidade em quatro categorias; os bárbaros, os
gregos, os judeus e os cristãos28.
A noção de Deus que ele fornece é filosófica mais que religiosa, colhida na
revelação. Parece que essa noção foi usada por ele como arma com a qual se dirige
aos filósofos e tenta aniquilar o politeísmo e mitologia que formam o corpo da obra e
prepara para a descrição da fé e da vida cristã, seu estilo é simples, direto e franco 29.

Taciano, o Sírio
Se converteu ao cristianismo, provavelmente, em Roma. Foi em Roma que
Taciano encontrou Justino mártir, frequentou sua escola e se destacou como
discípulo brilhante, porém após a morte de Justino, Taciano começou a se afastar da
Igreja, inclinando-se para a heresia encratita 30.
Sua obra trata-se de um ataque impiedoso contra a cultura e filosofia gregas,
de um lado, e de um esforço por mostrar a superioridade do cristianismo, assim ele
combate, veementemente, tanto a mitologia como a poesia, a retórica, a filosofia e
as artes gregas31.

Atenágoras de Atenas
Atenágoras foi contemporâneo de Taciano, embora seu espírito e estilo
estejam muito além dos do discípulo de Justino. Muito pouco é conhecido sobre
Atenágoras, mas por meio de seus escritos pode-se descobrir um espírito refinado e
ardente. Seu estilo, embora não clássico, é o mais fino, mais claro e mais correto de
todos os escritores cristãos do século II32.

28
GONZALES, Justo L. Uma história do pensamento cristão. Tradução de Paulo Arantes;
Vanuza Helena F de Mattos. São Paulo – SP: Cultura Cristã, 2004. V.1. p. 98.
29
QUINTA, Manoel. (Org.). Padres apologistas. Tradução de Ivo Storniolo; Euclides M.
Balancin. São Paulo – SP: Paulus, 2ª Ed.,1995 (Coleção Patrística, nº2). p. 36.
30
encratitas ("auto-controlados") eram uma seita cristã ascética do século II d.C. que proibia o
casamento e que aconselhava a abstinência de carne.
31
QUINTA, Manoel. (Org.). Padres apologistas. Tradução de Ivo Storniolo; Euclides M.
Balancin. São Paulo – SP: Paulus, 2ª Ed.,1995 (Coleção Patrística, nº2). p. 61.
32
GONZALES, op. cit., p. 109.
9

Atenágoras escreveu, ao que se sabe, duas obras: Petição em favor dos


cristãos e Tratado Sobre a ressurreição dos mortos.
Em Petição em favor dos cristãos, dirigida aos imperadores Marco Aurélio e
Lúcio Aurélio Cômodo, o objetivo é refutar as acusações dirigidas contra os cristãos.
De maneira metódica, a matéria de sua apologia a partir das três acusações
básicas: ateísmo; de incesto; e antropofagia33.
No Tratado Sobre a ressurreição dos mortos, O tratado se divide em duas
grandes partes: a primeira parte e respondem às objeções tradicionais a respeito da
ressurreição dos corpos como impossível de se realizar e indigna de Deus; a
segunda parte e estabelecem a conveniência e a necessidade da ressurreição 34.

Teófilo de Antioquia
Teófilo, bispo de Antioquia, escreveu seus Três Livros a Autólico seu
propósito por meio destes livros era persuadir seu amigo Autólico de que o
Cristianismo é a verdade35.
Sua cultura revela que recebera excelente educação grega. Sua família era
pagã. Converteu-se ao cristianismo já adulto, através da leitura dos profetas.
O primeiro dos Três Livros a Autólico trata de Deus; o segundo, da
interpretação do Antigo Testamento e dos erros dos poetas; e o terceiro, da
superioridade moral do Cristianismo36.

Hérmias, o Filósofo
Deste apologista, sabemos apenas que é autor de uma Sátira (Zombaria) dos
filósofos gregos. Não se conseguiu determinar a data de seu nascimento data de
seu nascimento, quer a data da composição de sua obra. As opiniões variam entre o
final do século II até o século VI37.

33
QUINTA, Manoel. (Org.). Padres apologistas. Tradução de Ivo Storniolo; Euclides M.
Balancin. São Paulo – SP: Paulus, 2ª Ed.,1995 (Coleção Patrística, nº2). p. 114.
34
QUINTA, Manoel. (Org.). Padres apologistas. Tradução de Ivo Storniolo; Euclides M.
Balancin. São Paulo – SP: Paulus, 2ª Ed.,1995 (Coleção Patrística, nº2). p. 117.
35
GONZALES, Justo L. Uma história do pensamento cristão. Tradução de Paulo Arantes;
Vanuza Helena F de Mattos. São Paulo – SP: Cultura Cristã, 2004. V.1. p. 111.
36
Ibidem, p. 112.
37
QUINTA, op. cit., p. 303.
10

Esta obra tem pouco conteúdo teológico, se concentra na contradição dos


filósofos da antiguidade. O único valor positivo deste breve documento é seu
testemunho do senso de humor de um antigo cristão 38.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

QUINTA, Manoel. (Org.). Padres apostólicos. Tradução de Ivo Storniolo; Euclides


M. Balancin. São Paulo – SP: Paulus, 2ª Ed.,1995 (Coleção Patrística, nº1).

QUINTA, Manoel. (Org.). Padres apologistas. Tradução de Ivo Storniolo; Euclides


M. Balancin. São Paulo – SP: Paulus, 2ª Ed.,1995 (Coleção Patrística, nº2).

GONZALES, Justo L. Uma história do pensamento cristão. Tradução de Paulo


Arantes; Vanuza Helena F de Mattos. São Paulo – SP: Cultura Cristã, 2004. V.1.

SILVA, André Luiz R. História da teologia e do cristianismo. Disponível em:


<http://theologicalatinoamericana.com/?p=598>. Acesso em: 24 set. 2017.

CARITATIS. Divisão Histórica da Patrística. Disponível em: <


http://caritatis.com.br/2012/04/09/divisao-historica-da-patristica/>. Acesso em: 24 set.
2017.

WIKIPÉDIA. Patrística. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Patrística>.


Acesso em: 24 set. 2017.

38
GONZALES, op. cit., p. 113.

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