Valvulas de Controle

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Projeto de Qualificação da GMA

VÁLVULAS DE
CONTROLE

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A 01/08/2006
Sumário
INTRODUÇÃO..............................................................................................................................................................5

1. CONCEITOS BÁSICOS SOBRE VÁLVULAS DE CONTROLE........................................................................7

1.1 DEFINIÇÃO.............................................................................................................................................................7

1.1.1 U M POUCO DA HISTÓRIA DO CONTROLE INDUSTRIAL .......................................................................................9

1.1.2 S ISTEMAS DE CONTROLE INDUSTRIAL ..............................................................................................................10

1.1.3 - S ISTEMA DE CONTROLE EM M ALHA ABERTA E FECHADA .............................................................................11

2 CLASSIFICAÇÃO....................................................................................................................................................13

2.1 - CLASSIFICAÇÃO DA VÁLVULA SEGUNDO SEU PRINCÍPIO DE ACIONAMENTO.........................13

3 - TIPOS DE VÁLVULAS DE CONTROLE...........................................................................................................13

3.1 - INTRODUÇÃO...................................................................................................................................................13

3.2 - TIPOS DE CORPOS...........................................................................................................................................14

3.3 - VÁLVULAS DE DESLOCAMENTO LINEAR DA HASTE.........................................................................15

3.3.1 -S EDE SIMPLES.....................................................................................................................................................16

3.3.2 - S EDE DUPLA......................................................................................................................................................20

3.3.3 - VÁLVULA DE C ONTROLE GLOBO DE 3 VIAS ...................................................................................................22

3.3.4 - VÁLVULA GLOBO TIPO GAIOLA ......................................................................................................................23

3.3.4.1 - VÁLVULA GLOBO TIPO GAIOLA SEDE SIMPLES ..........................................................................................24

3.3.4.2 - VÁLVULA GLOBO TIPO GAIOLA BALANCEADA ..........................................................................................26

3.3.5 - VÁLVULA DE C ONTROLE TIPO DIAFRAGMA ...................................................................................................27

3.3.6 - VÁLVULA DE C ONTROLE BI-PARTIDA .............................................................................................................28

3.3.7 - INTERNOS DE VÁLVULAS GLOBO ....................................................................................................................29

3.3.7.1 - INTERNOS DA VÁLVULA GLOBO CONVENCIONAL ......................................................................................30

3.3.8 - TIPOS DE GUIA DO OBTURADOR VÁLVULA GLOBO .......................................................................................31

3.3.9 - C ASTELO............................................................................................................................................................33

3.3.9.1 - TIPOS DE C ASTELOS......................................................................................................................................35

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3.3.10 - C ONJUNTO C AIXA DE GAXETAS....................................................................................................................36

3.3.10.1 - G AXETAS......................................................................................................................................................38

3.3.11 - TIPOS DE CONEXÕES DAS E XTREMIDADES DO CORPO DA VÁLVULA .........................................................39

3.3.12 - J UNTAS PARA FLANGES ..................................................................................................................................41

3.4 – VÁLVULAS DE DESLOCAMENTO ROTATIVO DA HASTE...................................................................44

3.4.1 - VÁLVULAS DE CONTROLE TIPO BORBOLETA.................................................................................................44

3.4.1.1 – VÁLVULA BORBOLETA COM CORPO REVESTIDO INTERNAMENTE ..............................................................47

3.4.1.2 – VÁLVULA BORBOLETA SEM REVESTIMENTO E COM ASSENTO COMPOSTO ................................................48

3.4.1.3 – VÁLVULA BORBOLETA COM ASSENTO METAL- METAL ................................................................................48

3.4.2 – VÁLVULA TIPO E SFERA...................................................................................................................................49

3.4.2.1 - TIPOS DE E SFERAS.........................................................................................................................................50

3.4.2.2 – TIPOS DE SEDE..............................................................................................................................................51

3.4.3 - VÁLVULA TIPO SEGMENTO DE ESFERA..........................................................................................................52

4 - CLASSE DE VEDAÇÃO DE UMA VÁLVULA................................................................................................53

5 - ATUADORES PARA VÁLVULAS DE CONTROLE.........................................................................................55

5.1 - ATUADOR PNEUMÁTICO TIPO MOLA E DIAFRAGMA.........................................................................56

5.2 - ATUADOR PNEUMÁTICO TIPO PISTÃO.....................................................................................................58

5.3 - ATUADOR ELÉTRICO......................................................................................................................................59

6 ACESSÓRIOS DE UMA VÁLVULA DE CONTROLE........................................................................................62

6.1 - POSICIONADORES...........................................................................................................................................62

6.1.1 - POSICIONADOR PNEUMÁTICO...............................................................................................................64

6.1.2 - POSICIONADOR ELETRO-PNEUMÁTICO...............................................................................................65

6.1.3 - POSICIONADOR INTELIGENTE................................................................................................................66

6.2 - “BOOSTERS” PNEUMÁTICOS DE VOLUME E DE PRESSÃO................................................................66

6.2.1 “B OOSTERS” DE VOLUME ...................................................................................................................................67

6.2.2 - “B OOSTER ” DE PRESSÃO ..................................................................................................................................68

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6.3 - VÁLVULAS SOLENÓIDES..............................................................................................................................68

6.4 - CHAVES INDICADORAS DE POSIÇÃO.......................................................................................................70

6.5 - TRANSDUTORES ELETROPNEUMÁTICOS...............................................................................................70

6.6 - CONJUNTO FILTRO-REGULADOR DE AR.................................................................................................71

6.7 - VOLANTES MANUAIS....................................................................................................................................72

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INTRODUÇÃO

A válvula é um produto raramente notado pela maioria das pessoas, ainda que ela
possua um importante papel na qualidade de nossas vidas.

Cada vez que você gira uma torneira de água, usa sua máquina de lavar louça,
ajusta o registro de gás do seu fogão, ou pisa no acelerador de seu carro, você opera uma
válvula.

Sem os sistemas modernos de válvulas, não haveria água pura e fresca, ou


aquecimento automático em seu lar. Não haveria serviços públicos, além de madeira e carvão,
não existiria nenhuma outra forma de energia.

A produção de plástico seria inviável, assim como não seria tão econômico a
fabricação de outros tipos de produtos aqui não citados.

Por definição, a válvula é um dispositivo que controla a vazão de um fluido. Nos dias
de hoje as válvulas podem controlar não somente vazão, mas também o volume, a pressão, a
razão (proporção), a direção de líquidos, gases, misturas, ou materiais sólidos através de um
oleoduto, calha ou algo similar.

Elas podem abrir, fechar, modular, regular ou isolar. Seu tamanho pode variar de
uma fração de polegada a mais de 30 pés em diâmetro.

Podem variar em complexidade de uma válvula simples de latão disponível na loja


de ferragens a uma tão sofisticada, feita de uma liga exótica de metal, que podem ser aplicadas
em controle de sistema de refrigeração de um reator nuclear.

As válvulas podem controlar vazão de todos tipos, desde uma fino gás como as
substâncias químicas altamente corrosivas, vapor sobreaquecido, misturas abrasivas, gases
tóxicos e materiais radioativos.

Elas podem manipular temperaturas de região de criogênicas a metal fundido, e


altas pressões de vácuo até milhares de libras por polegada quadrada (PSI).

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A válvula é um dos componentes mais básicos e indispensáveis da nossa sociedade
tecnológica moderna. É essencial a praticamente todos os processos industriais e a toda
produção de energia e fornecimento. Mas é um dos produtos mais antigo do conhecimento do
homem, com uma história de milhares de anos.

Em 2013 a Klabin Paraná, conta com aproximadamente 4317válvulas


instaladas, sendo dividido por área:

Fibras: 1367

GRU: 806

MP’s: 2144

A quebra de uma válvula


pode causar parada
parcial ou total do
processo produtivo
gerando perdas
milionárias para
empresa!

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Para esse tipo de ocorrência é necessário que se faça uma manutenção corretiva,
ou seja, corrigir o problema que causou a parada não programada após a quebra. Para se
evitar esse tipo de ocorrência é importante se trabalhar com sistemas de manutenção
preventiva e preditiva, que são formas programadas e planejadas de fazer uma boa
manutenção em qualquer tipo de equipamento, essas características de manutenção têm como
principal objetivo de prevenir qualquer tipo de sinistro com o equipamento.

Então:

Podemos resumir a manutenção preventiva


como tendo o objetivo de reduzir as probabilidades de falhas
por atuações em intervalos pré-definidos.

A manutenção preditiva visa realizar a


manutenção antes da quebra/falha, e/ou quando as
instalações necessitarem através de uma monitoração
sistemática.

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1. CONCEITOS BÁSICOS SOBRE VÁLVULAS DE CONTROLE

1.1 DEFINIÇÃO
O controle automático em processos industriais tem desempenhado um papel
fundamental no avanço da engenharia e dos produtos por ela desenvolvidos, com a redução de
variabilidade, o aumento da produção, o ganho das malhas, etc.
Contudo, não adianta em uma planta industrial possuir o sistema supervisório mais
avançado, os sensores mais confiáveis, os transmissores mais precisos e ao menos o
engenheiro de processo mais competente se sua malha não responde aos comandos
desiguinados pelo sistema.
Para esta malha corresponder a toda a tecnologia aplicada a ela, necessita-se de
um elemento final de controle que atendam sua expectativa.
A ISA (Instrument Society of America) define válvula de controle como sendo um
dispositivo operado por um acionador que modula a vazão do fluido em um sistema de controle
de processo.
Em outras palavras, válvula de controle consiste em um conjunto do corpo da
válvula conectado a um mecanismo atuador. O atuador, respondendo a um sinal do sistema
controlador, que altera a posição do elemento final de controle de fluxo existente na válvula.
(obturador)

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Figura 1 – Conjunto da válvula de controle

1.1.1 UM POUCO DA HISTÓRIA DO CONTROLE INDUSTRIAL

A necessidade de controlar um processo já é bastante antiga. Nasceu desde o


momento em que o homem passou a manufaturar bens para suas necessidades. Da
manufatura saiu o conceito de se sistematizar os procedimentos envolvidos na manufatura de
um bem. Surge assim o conceito de processo de manufatura. Estes procedimentos são
ordenados e podem ser agrupados em etapas ou fases.

A principal característica do processo de manufatura é que o homem era o


responsável pelo controle e pela execução de todos os procedimentos envolvidos no processo.
O problema era que a produtividade era baixa e a qualidade fortemente dependente do ser
humano. Com o surgimento da máquina à vapor, começa a surgir a idéia de se usar máquinas
para executar etapas do sistema produtivo. Entretanto as primeiras máquinas a vapor não
tinham elementos de controle automático. Eram ainda dependentes do homem para o controle
de suas ações, mas já representavam um avanço em termos de força e velocidade em relação
ao ser humano.

Com invenção do regulador mecânico para a pressão do vapor, feito por James
Watt, a máquina passou a ter um uso industrial importante, pois agora a pressão do vapor era
regulada automaticamente por um dispositivo, podendo a máquina assim efetuar um trabalho
ou uma etapa de um processo. Surge o processo industrial em substituição ao processo de
manufatura, onde máquinas realizam parte do processo de produção.

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Entretanto, ainda não existia o controle automático no processo, dado que toda
ação da máquina dependia da supervisão e atuação do homem. A idéia era fazer com que a
máquina ganhasse cada vez mais autonomia no processo de fabricação, tal qual ocorreu com
o controle do vapor. Ou seja, buscava-se o controle automático do processo. Mas o controle de
processo usando meramente elementos mecânicos era algo difícil de se conseguir e o controle

automático de processo praticamente não avançou muito até o século XX. Com o século XX,
vieram a eletricidade e os controles elétricos e eletrônicos, mais versáteis e dinâmicos que os
controles mecânicos e assim a automação de processos adquiriu a dimensão que este até os
dias de hoje.

1.1.2 SISTEMAS DE CONTROLE INDUSTRIAL

Existem várias formas de se implementar sistemas de controle automático,


entretanto, a mais utilizada usando sistemas eletroeletrônicos devido principalmente a
versatilidade e dinamismo necessários à um controle de processo. Além disso, sistemas
elétricos são mais fáceis de ser implementados que sistemas dinâmicos. Dado que um sistema
de controle é predominantemente elétrico e os processo envolvem transformações mecânicas,
químicas e físicas, devemos converter o sinal de um controlador eletrônico no sinal adequado
ao processo, tanto do ponto de vista da natureza, quanto do ponto de vista de magnitude.

Este elemento é o atuador. É ele quem atua diretamente sobre o processo, sempre
em resposta à saída do controlador.

Para que o controlador gere o sinal de controle para o atuador ele precisa de uma
referência , ou seja, um sinal na sua entrada que diga ao controlador o que ele deve fazer com
o processo. Este é o sinal de referência, ou sinal de entrada. A figura a seguir ilustra o
relacionamento entre o controlador, o atuador e o processo.

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Figura 2 - Relacionamento entre o controlador, atuador e processo.

Em um sistema de controle precisamos saber como anda o processo e obter


informações a respeito de parâmetros do mesmo. Ou seja, precisamos de um dispositivo capaz
de converter uma grandeza física do processo em uma grandeza elétrica para que possamos
medir o andamento do processo. Este elemento é o transdutor e ele se relaciona com o
processo conforme a figura abaixo:

Figura 3 - Transdutor se relacionando com o processo.

1.1.3 - SISTEMA DE CONTROLE EM MALHA ABERTA E FECHADA

Com relação a forma de implementação os sistemas de controle, podem ser


classificados de duas formas : em malha aberta e em malha fechada.

Malha aberta: Quando o controlador gera o sinal para o atuador, com base no sinal piloto, sem
obter nenhuma informação sobre o andamento do processo.

Ou seja, é um sistema sem realimentação, sendo que o sinal de entrada é o

próprio set-point.

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Malha fechada: Quando o controlador gera o sinal para o atuador, com base no sinal piloto,
porém agora ele recebe informação sobre o andamento do processo, através de um transdutor.
O sinal entrada, no caso, corresponde a diferença entre o set-point e o sinal do transdutor, por
isso, também é chamado de sinal de erro.

A figura a seguir ilustra as duas formas de controle:

Figura 4 - Malha aberta (Sem realimentação)

Observe que no caso da malha aberta o transdutor e o indicador são itens


opcionais não sendo importantes para o controle.

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Figura 5 - Malha fechada com realimentação

Importante: O indicador no caso da malha fechada é um item opcional. A malha fechada


apresenta algumas vantagens em relação a malha aberta, principalmente no que tange a menor
sensibilidade a interferências e ruídos. Isto porque o sistema sendo realimentado, qualquer
desvio do sistema, gera um erro que tende a ser compensado. Além disso, o sistema fica mais
independente dos parâmetros da planta, já que ele passa a atuar sobre o sinal de erro.
Entretanto, também há desvantagens como o custo mais elevado e a possibilidade do sistema
ficar instável quando o ganho do controlador for muito alto.

2 CLASSIFICAÇÃO

2.1 - CLASSIFICAÇÃO DA VÁLVULA SEGUNDO SEU PRINCÍPIO DE


ACIONAMENTO

a) Manual

A operação da abertura e fechamento a ser realizada é feita pelo homem.

b) Auto-reguladora

A operação de abertura e fechamento é realizada utilizando a energia contida no fluido.

c) Controle

Utiliza-se uma força auxiliar para operação e, o acionamento é feito de acordo com os sinais

provenientes dos controladores.

3 - TIPOS DE VÁLVULAS DE CONTROLE

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3.1 - INTRODUÇÃO

Uma válvula de controle consiste basicamente de dois conjuntos principais o corpo


e o atuador.

O corpo e a parte da válvula que executa a ação de controle permitindo maior ou


menor passagem do fluido no seu interior, conforme a necessidade do processo. O conjunto do
corpo divide-se basicamente nos seguintes subconjuntos:

a) corpo propriamente dito;

b) internos;

q) castelo, e

d) flange inferior.

Nem todos os tipos de válvulas possuem obrigatoriamente o seu conjunto do corpo


formado por todos os subcomponentes acima mencionados. Em algum tipo de válvulas, corpo e
castelo formam uma só peça denominada apenas corpo; em outros nem existe o flange inferior.

Porém, vamos por ora desconsiderar tais particularidades, optando por um conceito
mais global, para posteriormente irmos restringindo-o à medida em que formos analisando cada
tipo de válvula de controle.

Sendo o conjunto do corpo, a parte da válvula que entra em contato direto com
fluido, deve satisfazer os requisitos de pressão, temperatura e corrosão do fluido. Trata-se
portanto de um vaso de pressão e como tal deve ser considerado.

3.2 - TIPOS DE CORPOS

Os tipos de válvulas são classificados em função dos respectivos tipos de corpos, e


portanto, quando estivermos falando de tipos de válvulas subentenderemos tipos de corpos.
Podemos agrupar os principais tipos de válvulas em dois grupos:

a) De deslocamento linear

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1 - Globo Convencional

2- Globo Três vias

3 - Globo Gaiola

4 - Globo Angular

5 - Diafragma

6 - Bi partido

b) De deslocamento rotativo

1 - Borboleta;

2 - Esfera;

3 - Obturador Excêntrico;

4 - Segmento de Esfera.

Define-se por válvula de deslocamento linear, a válvula na qual a peça móvel


vedante descreve um movimento retilíneo, acionada por uma haste deslizante; enquanto que
uma válvula de deslocamento rotativo é aquela na qual a peça móvel vedante descreve um
movimento de rotação acionada por um eixo girante.

Para cada tipo de processo ou fluido sempre temos pelo menos um tipo de válvula
que satisfaça os requisitos teóricos de processo, independente da consideração econômica.
Cada um desses tipos de válvulas possuem as suas vantagens, desvantagens e limitações
para este ou aquele processo.

No decorrer deste curso, analisaremos todos esses aspectos, oferecendo assim


uma sólida base para o usuário poder, selecionar a melhor válvula para a aplicação em
questão.

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3.3 - VÁLVULAS DE DESLOCAMENTO LINEAR DA HASTE

3.3.1 -S EDE SIMPLES

A figura 1 mostra várias montagens da denominada válvula globo tipo sede simples.
É fabricada em diâmetros de 1/2" até 4” conexões das extremidades rosqueadas (até 2”),
flangeadas ou soldadas, nas classes de 150, 300, 600, 1500 e 2500 lb.

Neste tipo de válvula, o fluido no interior de corpo passa através de um único


orifício, conforme podemos notar pela figura 1.

Na figura 6-a, notamos que o obturador é guiado duplamente, isto é, na parte


superior e inferior, e ainda um fato muito importante é que para a válvula fechar, o obturador
deve movimentar-se para baixo. Tal tipo de montagem e denominada de normalmente aberta.
Por outro lado, na figura 6-b, vemos a mesma válvula, só que o obturador está invertido. Neste
caso para a válvula abrir o obturador tem que descer. Esta é, portanto, uma válvula
normalmente fechada.

(a) (b) (c)

Figura 6 – Válvula globo tipo sede simples

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Na figura 6-c, vemos uma outra sede simples um pouco diferente das anteriores. O
obturador é guiado apenas na parte superior e ao descer a válvula só pode fechar, não
existindo a possibilidade do obturador ser instalado em posição invertida ou por baixo. Essa
válvula em relação ao movimento de obturador de cima para baixo só pode fechar.

O fato de uma válvula ser normalmente aberta eu fechada é um fator muito


importante a ser levado em consideração na escolha da válvula. Isso significa que na posição
de descanso, ou seja, sem força de atuação, a válvula pode ficar completamente aberta ou
completamente fechada. Uma válvula normalmente aberta ficara totalmente aberta em caso de
falta de suprimento de energia para operação do atuador, no caso de uma válvula normalmente
fechada ocorrerá o inverso.

As principais características da válvula globo sede simples são: proporciona uma


boa vedação e possui obturador estaticamente não balanceado. Assim sendo podemos atingir
um vazamento, quando a válvula estiver totalmente fechada de, no máximo ate 0,01% da sua
capacidade de vazão máxima.

Os índices de vazamento obtidos, estando a válvula de controle totalmente fechada,


são padronizados internacionalmente conforme a norma ANSI B16.104 - "AMERICAN
NATIONAL STANDARD FOR CONTROL VALVE LEAKAGE" a qual define diversas classes de
vazamento.

Assim, de acordo com essa especificação, a válvula globo sede simples possui um
nível de vazamento Classe IV. Devemos alertar que tais índices de vazamento são sempre
considerados nas válvulas conforme saem de fabricação, ou seja, para válvulas novas e limpas.

É no fato do seu obturador não ser balanceado que reside a principal desvantagem
da válvula sede simples, motivo pelo qual requer uma força de atuação suficientemente grande
para vencer as forças estáticas de fluido agindo sobre o obturador, e poder movimentá-lo.

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Figura 7 - Atuação das Forças Dinâmicas Provenientes do fluido agindo contra o obturador de
uma válvula globo sede simples

O índice de vazamento definido anteriormente, é para válvulas de fabricação


normal, ou suja, com assunto metal-metal. Contudo podemos atingir um índice de menor
vazamento (sem aumentar a força de assentamento do atuador), utilizando a construção de
assentamento composto, ou seja, metal-borracha, metal-teflon, etc.

Este tipo de construção, muitas vezes ainda designado pelo seu nome em inglês,
“soft-seat” é mostrado na figura 8.

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Figura 8 - Detalhe da construção de um Obturador Sede Simples com Assento tipo Composto
(“Soft Seat”).

Obtemos desta forma um índice de vazamento praticamente nulo (da ordem de


algumas bolhas de ar por minuto).

Um outro fato de muita importância nas válvulas globo sede simples, é a direção do
fluxo em relação a posição do conjunto obturador e anel da sede. O fluido deve sempre entrar
na válvula tendendo abri-la como mostra a figura 2. Uma flecha estampada no corpo indica o
sentido de montagem da válvula na tubulação. Obtemos com isso as seguintes vantagens:
aumento da vida útil das gaxetas e propiciamento de uma operação mais suave, evitando-se
assim o fenômeno de "chattering”.

Esse fenômeno pode ser facilmente explicado da seguinte forma: caso o fluxo entre
na válvula tendendo fechá-la, quando o obturador aproxima-se do anel da sede, surge uma
força dinâmica não balanceada produzida pela redução da pressão, após a restrição. Essa
força, que tende puxar o obturador de encontro à sede, faz o obturador chocar-se
continuamente contra a sede, devido a proximidade entre ambos, danificando por completo o
assentamento da válvula, além de ainda produzir o indesejável ruído, de origem mecânica
devido à oscilação vertical do obturador.

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Porém pese ao acima mencionado, existem situações nas quais é imperativo a
instalação da válvula sede simples com o fluxo tendendo fechar a válvula. Um exemplo disso é
o caso de alta pressão diferencial.

Nestes casos devemos agir com critério e cuidado na especificação dos materiais
dos internos no intuito de prolongarmos a sua vida útil.

Figura 9 - Válvula Globo Convencional Tipo Sede Dupla.

3.3.2 - SEDE DUPLA

A figura 9 mostra montagem da válvula globo sede dupla, assim denominada pelo
fato do fluxo passar através de duas passagens ou orifícios.

Ela pode ser com uma montagem em que a válvula com obturador que desce para
fechar ou a montagem do obturador é por baixo, tipo desce para abrir. A válvula sede dupla e,
portanto de corpo reversível.

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É fabricada normalmente em diâmetros de 3/4” a 14”, e com conexões das
extremidades rosqueadas (até 2”), flangeadas ou soldadas, nas classes 150, 300, 600, 900 e
1500 lbs. A principal vantagem da válvula sede dupla é o fato dela ser estaticamente quase
estável sem necessitar, portanto, de uma força de atuação tão grande quanto a válvula sede
simples, conforme podemos deduzir com o auxilio da figura 5.

Figura 10 - Atuação das Forças Dinâmicas Provenientes do Fluido Agindo

Contra o Obturador de um Válvula Globo Sede Dupla.

Como desvantagem, as válvulas sede dupla, apresentam um vazamento, quando


totalmente fechadas de no máximo 0,5% da sua máxima capacidade de vazão. Conforme a
especificação normativa da ANSI B16.104, a válvula globo sede dupla de construção
“standard", possui um índice de vazamento Classe II.

Existem possibilidades técnicas de construir um obturador sede dupla


especialmente para alta estanqueidade utilizando-se do sistema de assento composto (metal-
teflon, metal-elastômero, etc). Por ser uma adaptação altamente cara, somente é utilizada em
casos de imperiosa necessidade, fato difícil de acontecer principalmente por existirem sempre
mais do que uma solução teoricamente viável referente ao tipo de válvula a ser utilizada.

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3.3.3 - VÁLVULA DE CONTROLE GLOBO DE 3 VIAS

Trata-se de uma adaptação das válvulas globo convencionais, para utilização em


aplicações de mistura ou separação de fluidos.

Figura 11 - Válvula Globo de 3 Vias.

Na válvula tipo convergente, conforme vemos pela figura 11-a, fluidos quaisquer e
separados entram pelas vias (2) e (3), misturando-se numa determinada e desejada proporção,
saindo pela via (1) já misturados. A proporção da mistura é determinada pela posição do
obturador relativa às duas sedes. Um deslocamento do obturador para cima faz diminuir a
entrada do fluido por (2), aumentando simultaneamente a entrada do fluido por (3). É fabricada
em diâmetros de 3/4” até 8” e com conexões nas extremidades rosqueadas (até 2"), flangeadas
ou soldadas. Podemos notar neste tipo de válvula um novo modo de guia dupla: superior e no
anel da sede.

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Na figura 11-b vemos uma válvula 3 vias tipo divergente, na qual o fluido entra pela
via (1) e sai em proporções definidas pelas vias (2) e (3). É fabricada em diâmetros de 3/4" até
12" com extremidades rosqueadas (até 2"), flangeadas ou soldadas.

Uma aplicação bastante conhecida da válvula 3 vias divergente é o de desvio de um


trocador de calor conforme vemos pelo esquema da figura 12.

Figura 12 - Válvula Globo de 3 Vias.

As válvulas de 3 vias, devido a sua configuração e utilização, não apresentam


vedação completa, pois, enquanto fechamos um orifício, o outro fica completamente aberto.

3.3.4 - VÁLVULA GLOBO TIPO GAIOLA

Trata-se de uma válvula de concepção antiga, porém totalmente renovada e


aperfeiçoada nos últimos anos, fato esse que lhe possibilitou uma contínua e crescente
utilização na quase totalidade dos processos industriais. A válvula tipo gaiola apresenta uma
concepção de internos substancialmente diferente da globo convencional.
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O amplo sucesso deste estilo de válvula está totalmente fundamentado nos
seguintes aspectos:

a) facilidade de remoção das partes internas, pela ausência de roscas o que facilita bastante a
manutenção na própria instalação;

b) alta estabilidade de operação proporcionada pelo exclusivo sistema de guia do obturador na


gaiola, obtendo desta forma uma área de guia da ordem de 30% superior à obtida pela guia
superior e inferior da válvula globo convencional;

c) capacidade de vazão da ordem de 20 a 30% maior que a obtida nas válvulas globo
convencionais;

d) menor peso das partes internas, resultando assim numa freqüência natural maior dessas
partes, o que faz com que a válvula fique menos susceptível à vibração horizontal do obturador,
proporcionando dessa forma menos ruído de origem mecânica do que as válvulas globo
duplamente guiadas;

e) não possuindo flange inferior a válvula é algo mais leve que as globo convencionais.

Por não possuir flange inferior, a válvula tipo gaiola não possui corpo reversível, e
assim a montagem dos seus internos é do tipo entra por cima. A drenagem do fluido, se
necessária, pode ser realizada através da parte inferior do corpo, por meio de um tampão
rosqueado.

3.3.4.1 - VÁLVULA GLOBO TIPO GAIOLA SEDE SIMPLES

Nas figuras 13.a e 13.b vemos dois exemplos deste tipo de válvula. O fluido entra
por baixo do anel da sede, passando pelo orifício e pelas janelas da gaiola. Apresentando
apenas guia na gaiola, trata-se de uma válvula não balanceada como a globo convencional
sede simples, pois a força do fluido tendendo abrir a válvula, não é balanceada e por isso
apresenta o mesmo inconveniente de precisarmos de uma grande força de atuação. Pela figura
8, nota-se também que não sendo uma válvula de corpo reversível o deslocamento do
obturador de cima para baixo fecha a válvula, ou seja, desce para fechar.

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Figura 13 - Válvula Globo tipo Gaiola Simples

Apresenta um vazamento de 0,01% da sua máxima capacidade de vazão, quando


totalmente fechada e conforme a especificação normativa ANSI B16.104, possui um nível de
vazamento Classe IV.

É fabricada em diâmetros de 1/2" até 6” nas classes de 150, 300 e 600 lbs. As
conexões das extremidades podem ser rosqueadas (até 2”), flangeadas ou soldadas.

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3.3.4.2 - VÁLVULA GLOBO TIPO GAIOLA BALANCEADA

Esta construção é basicamente similar a anterior, conforme vemos pela figura 14.
Apenas que, neste caso, o obturador é balanceado dinamicamente (como acontece na válvula
globo sede dupla) devido ao orifício interno no obturador, que faz com que a pressão do fluido
comunique-se com ambos os lados do obturador, formando-se assim um balanceamento de
forças.

Precisamos, portanto, de uma menor força de atuação neste caso do que no


anterior sede simples. O fluido neste tipo de construção entra por cima, conforme uma flecha
indicativa presa ao corpo da válvula. Porém, da mesma forma que acontece com a globo
convencional sede dupla, a válvula tipo gaiola balanceada, não apresenta boa vedação,
permitindo um vazamento de até 0,5% da máxima capacidade de vazão da válvula e conforme
especificação normativa da ANSl B16.104, possui um nível de vazamento Classe III. Pode-se
obter também classe VI, utilizando-se assento resiliente

Figura 14 - Válvula Globo tipo Gaiola Simples

É fabricada em diâmetros de 3/4 até 16” nas classes 150, 300, 600, 900 1500 e
2500 lbs. As conexões podem ser rosqueadas ( até 2”), flangeadas ou soldadas.

3.3.5 - VÁLVULA DE CONTROLE TIPO DIAFRAGMA

Este tipo de válvula, cuja configuração é totalmente diferente das outras válvulas de
controle, é utilizada no controle de fluidos corrosivos, líquidos altamente viscosos e líquidos com

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sólidos em suspensão. Uma válvula de controle tipo diafragma conforme vemos na figura 15,
consiste de um corpo em cuja parte central apresenta um encosto sobre o qual um diafragma
móvel, preso entre o corpo e o castelo, se desloca para provocar o fechamento da válvula.

Figura 15 - Válvula Tipo Diafragma

A válvula de controle tipo Diafragma ou Saunders, assim denominada por se tratar


de uma patente mundial da Saunders (Inglaterra), possui como vantagens um baixo custo, total
estanqueidade quando fechada, já que o assento é composto, e facilidade de manutenção.

Entretanto não apresenta uma boa característica de vazão para controle, além de
uma alta e não uniforme força de atuação que faz com que praticamente este tipo de válvula
seja limitado em diâmetros de até 6" para efeito de aplicações em controle modulado. Fabricada
em classes 125 e 150 lbs, e com conexões das extremidades rosqueadas (até 2") e flangeadas.

Uma outra desvantagem é que devido ao material do seu obturador (diafragma de


neoprene ou Teflon), a sua utilização é limitada pela temperatura do fluido em função do
material do diafragma. Possui uma vedação Classe VI. Uma particularidade muito importante e
notável é que, devido a forma interna do seu corpo, é possível o revestimento interno das
paredes do corpo com materiais, tais como: vidro, ebonite, plástico, chumbo ou Teflon, o que

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possibilita o uso deste tipo de válvula mesmo em corpo de ferro fundido, porém revestido, em
aplicações corrosivas.

3.3.6 - VÁLVULA DE CONTROLE BI-PARTIDA

Trata-se de uma válvula desenvolvida para aplicações altamente corrosivas,


principalmente em plantas de processos químicos, aplicações nas quais torna-se necessária
uma frequente inspeção ou substituição dos internos da válvula.

A válvula de controle de corpo bi-partido conforme vemos pela figura 16, foi
desenhada para tais situações possibilitando uma fácil manutenção devido à facilidade de
acesso aos internos.

Neste tipo de válvula, o anel da sede é preso (ao contrário da globo convencional
onde é rosqueado) entre as duas metades do corpo, podendo ser facilmente removido.

Figura 16 - Válvula Tipo Bi-Partida

Devido a ser uma válvula utilizada em fluidos altamente corrosivos, o material de


corpo é especial e portanto caro, padronizando-se a utilização de flanges tipo encaixe, soldados
ao corpo. Estes flanges, podem ser em aço carbono comum mesmo que o corpo seja de
material superior.

A guia do obturador é apenas superior ou superior e no anel da sede. Uma


desvantagem deste tipo de válvula é a não possibilidade de uma fixação na linha por meio de

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solda (pois neste caso as metades do corpo não poderiam ser separadas para a remoção do
anel da modo), já que em tais aplicações tão corrosivas nas plantas químicas, é bastante
comum a normalização deste tipo de fixação.

Este tipo de válvula é apenas sede simples, apresentando os mesmos índices de


vazamento Classe IV, ou seja 0,01% da sua máxima capacidade de vazão, e as limitações de
força do atuação ao desequilíbrio das forças dinâmicas do fluido contra o obturador.

É normalmente fabricada em diâmetros de 1/2” a 12”, e com conexões flangeadas


nas classes 150, 300, 600, 900 e 1500 lbs.

3.3.7 - I NTERNOS DE VÁLVULAS GLOBO

Normalmente costuma-se definir ou representar os internos de uma válvula de


controle como o coração da mesma.

Se considerarmos a função à qual se destina a válvula, realmente as partes


denominadas de internos representam o papel principal da válvula de controle, ou seja, produzir
uma restrição variável a passagem do fluido conforme a necessidade imposta pela ação
corretiva do controlador produzindo assim, uma relação entre a vazão que passa e a abertura
da válvula (afastamento do obturador em relação à sede).

Esta tal relação é denominada de características de vazão da válvula e podemos


por enquanto defini-la como uma relação entre a vazão que passa pela válvula e o afastamento
do obturador relativo à sede. Este afastamento é uma fração de deslocamento linear do
obturador entre as posições de abertura e fechamento total da válvula, deslocamento este,
denominado de curso da válvula ou curso do obturador.

Não fosse o bastante isso, as partes internas tem que ainda proporcionar a
necessária estanqueidade da válvula quando totalmente fechada.

O conjunto dos internos da válvula consiste das partes internas removíveis e que
entram em contato com o fluido de processo. Tal conjunto é formado por: obturador, anel da
sede, guia e gaiola (no caso das válvulas tipo gaiola), conforme vemos pela figura 17.

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Figura 17 - Internos da Válvula Globo: A) Convencional; B) Gaiola

3.3.7.1 - I NTERNOS DA VÁLVULA GLOBO CONVENCIONAL

O obturador é o elemento vedante do conjunto dos internos da válvula (ver figura


18) com formato de disco ou de contorno caracterizado, que se move linearmente no interior do
corpo, obstruindo o orifício de passagem, de modo a formar uma restrição variável ao fluxo.

Sua construção geométrica estabelece uma relação teórica entre o percentual de


abertura da válvula e seu ganho de vazão, determinando o que chamamos de “característica de
vazão”.

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Figura 18 - Obturador da Válvula Globo Convencional

3.3.8 - T IPOS DE GUIA DO OBTURADOR VÁLVULA GLOBO

É através do sistema de guias que o obturador alinha-se em relação a sede,


possibilitando assim um perfeito encaixe das superfícies de assentamento.

As guias devem resistir a todos os esforços laterais sobre o obturador, provenientes


das forças exercidas pelo fluido de processo.

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Figura 19 - Obturador da Válvula Globo Convencional

São vários os tipos de guias do obturador utilizados:

a) Guia superior: possui uma única bucha na qual guia o obturador é guiado pela parte superior,
veja figura 19-b.

Normalmente utilizada em válvulas de pequeno diâmetro.

b) Guia superior e inferior: é utilizada com obturadores tipo contorno ou passagem em "V"
maciço, cujas extremidades são guiadas superior e inferiormente.

A sua utilização suporta maiores quedas de pressão que a guia apenas superior sendo
recomendada para aplicações com quedas de pressão superiores à 7 kg/m2. Ver figura 17-a

c) Guia na Sede: o obturador é guiado apenas na sede por meio da saia do obturador. É
utilizada em válvulas cem obturadores de passagem em “V” ocos e nas válvulas globo de 3
vias, para quedas de pressão abaixo de 7 kg/cm2. Este tipo de guia é mostrado na figura 17-c.

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d) Guia na gaiola: conforme vemos na figura 19-d, a gaiola é que guia o obturador. Este tipo de
guia é recomendado para quedas de pressão de moderada a altas. Utilizada em toda a linha de
válvula globo tipo gaiola.

Outros tipos secundários de guias são combinações dos quatro tipos principais
dados acima como podemos notar pela figura 19-e, onde mostramos um obturador guiado na
parte superior e na sede. Este tipo de construção é também utilizado nas válvulas tipo micro-
fluxo.

3.3.9 - CASTELO

O castelo, geralmente uma parte separada do corpo da válvula que pode ser
removida para dar acesso as partes internas das válvulas, é definido como sendo "um conjunto
que inclue, a parte através da qual uma haste do obturador de válvula move-se, e um meio para
produzir selagem contra vazamento através da haste". Ele proporciona também um meio para
montagem do atuador.

Sendo uma peça sujeita à pressão do fluido, tem de satisfazer aos mesmos
requisitos de projeto que o corpo.

No próprio castelo dispõem-se os meios para prender o atuador, conter a caixa de


gaxetas e poder ainda conter a bucha de guia superior para guiar o obturador como acontece
no caso das válvulas globo convencionais, conforme podemos notar pela figura 20-a onde
mostra-se um castelo tipo normal para utilização nas válvulas globo convencionais.

O castelo é portanto um subconjunto do corpo na maioria das válvulas de controle,


embora existem tipos de válvulas como as rotativas (borboleta, esfera e excêntrica), e a
bipartida nas quais o castelo é parte integral ao corpo, não constituindo-se portanto, de parte
independente.

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Figura 20 - Obturador da Válvula Globo Convencional

Assim sendo, os exemplos de castelos que aqui serão dados servem apenas para
aquelas válvulas nas quais o castelo é uma peça separada.

Tais tipos de válvulas das anteriormente citadas são: globo convencional sede
simples e dupla, 3 vias, e globo tipo gaiola. Na válvula tipo diafragma a utilização do castelo é
praticamente apenas um meio para fixar o atuador, não contendo a caixa de gaxetas, já que
este tipo de válvula não a requer por ser totalmente vedada a possibilidade do fluido penetrar
no castelo, a menos que rompa o diafragma obturador. Apenas no caso da válvula ser utilizada
em fluidos altamente corrosivos ou perigosos (tóxicos ou inflamáveis), é que recomenda-se a
utilização de caixa de gaxetas, para proteção adicional caso o diafragma estoure.

Normalmente o castelo é preso ao corpo por meio de conexões flangeadas e para


casos de válvulas globo de pequeno porte, convenciona-se a utilização de castelo roscado
devido ao fator econômico, em aplicações de utilidades gerais como ar, água, etc., como é o
caso das denominadas válvulas de controle globo miniaturadas.

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3.3.9.1 - T IPOS DE CASTELOS

Os castelos classificam-se em:

a) Castelo Normal (CE-1) Fig. 20-a.

b) Castelo Longo (CE-2). Fig. 20-b.

c) Castelo Extra-longo (CE-3). Fig. 20-c.

d) Castelo com Fole de Selagem (CE-4). Fig. 20-d.

a) Castelo Normal

É o castelo padrão utilizado para as aplicações comuns nas quais a temperatura do fluido está
entre -18 a 232ºC. Esta limitação é imposta pelo material da gaxeta já que a sua localização
está bem próxima do flange superior do corpo e portanto bem próxima do fluido.

b) Castelo longo

É semelhante ao anterior, a menos da sua altura que faz com que a caixa de gaxeta fique um
pouco mais afastada do fluido.

Recomenda-se a utilização deste tipo de castelo para aplicações com fluidos em temperaturas

de -45 à 540ºC.

c) Castelo extra-longo

É fabricado de ferro fundido possuindo uma maior altura que o anterior.

É especificado para aplicações em baixíssimas temperaturas ou criogênicas como -100 à 45ºC


para evitar que o Teflon das gaxetas congele.

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d) Castelo com fole de selagem

Este tipo de castelo é especificado em casos especiais nos quais seja proibitivo um vazamento
para o meio ambiente através da gaxeta. Englobam-se neste tipo de aplicações especiais, os
fluidos radioativos, tóxicos ou explosivos.

Este tipo de castelo possui no seu interior um fole metálico de aço inoxidável e soldado de
modo a formar uma câmara de pressurização interna, entre a parte do fole e a superfície da
haste. Evita-se assim, que o fluido (caso seja corrosivo) entre em contato com as paredes do
castelo propriamente dito, podendo este ser construído de simples aço carbono.

O fluido no interior do fole produzirá uma segunda câmara de pressurização


obtendo-se o fenômeno dos vasos comunicantes. O escoamento do fluido para o interior do fole
cessa quando for atingida a equalização.

Entretanto, a utilização do fole de selagem requer maior força de operação por parte
do atuador para vencer o efeito mola do fole. Em caso de necessidade podemos utilizar um
manômetro conectado ao castelo para verificação de um possível vazamento devido à quebra
do fole.

Este tipo tem uma limitação de operação de 28 kg/cm2 a 232ºC, embora podemos
utilizá-lo para temperaturas superiores desde que, as pressões sejam inferiores e vice-versa

3.3.10 - CONJUNTO CAIXA DE GAXETAS

O propósito do conjunto da caixa de gaxeta é o de proporcionar uma selagem contra


vazamentos dos fluidos do processo.

Caso não haja boa selagem por meio do conjunto da caixa de gaxetas, haverá
sempre um vazamento do fluido para o meio ambiente, sempre que a pressão do fluido seja
superior à pressão atmosférica, ou uma entrada de ar, caso a válvula esteja trabalhando em
pressões de vácuo.

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O conjunto geral da caixa de gaxetas é formado conforme pode ser visto na figura
21; pelos seguintes componentes: flange do prensa gaxetas, prensa gaxeta, anéis da gaxeta,
retentor de graxa, subconjunto de lubrificação, e mola de compressão (caso a gaxeta seja de
anéis em “V" de Teflon). No caso de gaxeta em anéis quadrados, como os à base de amianto, a
mola não é necessária, sendo a compressão feita pelo aperto do prensa gaxeta.

O sistema de lubrificação externa (utilizando caso o material da gaxeta necessite de


lubrificação) tipo EH-1 especifica-se para válvulas de diâmetro até 4", enquanto que o EH-2
(figura 21-c) para diâmetros superiores. A válvula de bloqueio produz uma selagem entre a
caixa de gaxeta e o lubrificador evitando assim que o fluido do processo impossibilite a
introdução da graxa lubrificante.

Figura 21 - Tipos de Caixas de Gaxetas Utilizadas nas Válvulas de Deslocamento Linear da


Haste

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3.3.10.1 - G AXETAS

As principais características do material utilizado para a gaxeta, devem ser


elasticidade, para facilitar a deformação; produzir o mínimo atrito e deve ser de material
adequado para resistir as condições de pressão, temperatura e corrosão do fluido de processo.

Os principais materiais de gaxeta são: Teflon e amianto impregnado.

a) Teflon (TFE)

É o material mais amplamente utilizado devido as suas notáveis características de


mínimo coeficiente de atrito, e de ser praticamente inerte quimicamente a qualquer fluido.
Devido as suas características, a gaxeta de Teflon não requer lubrificação externa e a sua
principal limitação é a temperatura, conforme vemos pela tabela 1.

A gaxeta de Teflon é formada de anéis em “V” de Teflon sólido, e requer uma


constante compressão para o seu posicionamento firme e compacto, provida por meio de uma
mola de compressão.

b) Amianto Impregnado:

É ainda um material de gaxeta bastante popular devido as características do


amianto adicionadas às de alguns aditivos e à facilidade de manutenção e operação. Não
sendo autolubrificante, o amianto utiliza-se impregnado com aditivos tais como Teflon, mica,
inconel, grafite, etc. Os limites de uso em função da temperatura e fluidos para este tipo de
gaxeta são dados na tabela 1.

Esta gaxeta é do tipo quadrada e comprimida por meio do prensa gaxeta. Requer
lubrificação externa, com exceção ao amianto impregnado com Teflon, Recentemente surgiu um
novo material de gaxeta denominado de Grafoil. Trata-se de material à base de grafite e
comercializado em fitas flexíveis de vários tamanhos. É um material praticamente inerte
quimicamente e suporta temperaturas altíssimas (o ponto de volatilização é de 3650ºC). Seu
único inconveniente reside no fato de que produz um certo travamento da haste, já que por ser
fita, ela deve ser enrolada ao redor da haste e socada para compactá-la formando diversos
anéis.

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TABELA 1 - Limite de Temperatura para os Diversos Materiais da Gaxeta, em Função do tipo de
Castelo.

3.3.11 - T IPOS DE CONEXÕES DAS EXTREMIDADES DO CORPO DA VÁLVULA

As válvulas são presas à tubulação por meio do tipo de conexões localizadas nas
extremidades do corpo das válvulas. Tais tipos podem ser:

a) rosqueadas;

b) flangeadas;

c) sem flanges

d) soldadas.

As conexões das extremidades do corpo, tipo rosqueadas (Figura 22-a) são


limitadas a utilização em apenas válvulas de pequeno porte (no máximo até 2" de diâmetro) e
para serviços auxiliares não corrosivos em pressões de até 600 psi. O tipo de conexão
rosqueada mais comumente utilizada é o normalizado pela ANSI B 2.1, também denominada de
rosca N.P.T.

O tipo de conexão mais amplamente utilizado é sem dúvida alguma a flangeada,


(Figura 22-b) que pode ser executada conforme as Normas ANSI, DIN ou ISO, embora

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prevaleça, aqui no Brasil, uma predominância quase que total dos flanges conforme Norma
ANSI (Norma Americana).

Em função dos limites combinados de pressão e temperatura, doravante aqui


denominados por apenas classe, as conexões flangeadas das extremidades da válvula podem
ser classe 150, 300, 600, 900, 1500 e 2500 lbs. Entende-se por classe a pressão nominal
admissível de trabalho (em psi), sem choques a uma determinada temperatura. Para as
válvulas de aço carbono, essa temperatura é de 260ºC para a classe 150 lbs e de 450ºC para
as demais classes. Para os flanges de aço liga de aço inoxidável essas temperaturas variam
conforme o material, sendo mais altas do que as correspondentes para o aço carbono. A classe
do flange é determinada pelo tipo de serviço requerido, material especificado, pressão e
máxima temperatura do fluido.

Os vários tipos de conexões flangeadas apresentam diferentes tipos de acabamento


das faces dos flanges, no intuito de possibilitar um melhor aperto entre o flange da válvula e o
flange da tubulação, conforme aumente a classe de pressão da válvula. Na figura 22-b vemos
esquematicamente os vários tipos de faceamento das conexões flangeadas.

Figura 21 - Tipos de conexões e de faceamentos das extremidades em válvulas de controle

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3.3.12 - JUNTAS PARA FLANGES

Em todas as conexões (extremidades do corpo caso forem flangeadas, flange do


castelo e flange inferior se houver), existe sempre uma junta que é o elemento de vedação.

Quando em serviço, a junta está submetida a uma forte compressão provocada pelo
aperto dos parafusos, e também a um esforço de cisalhamento devido a pressão interna da do
fluido circulante.

O material da junta deve ser deformável e elástico, para compensar as possíveis


irregularidades das faces dos flanges proporcionando uma vedação perfeita, e para suportar as
variações de pressão e de temperatura. O material deverá resistir também as ações do fluido e
as condições extremas de temperatura.

Em flanges de face com ressalto usam-se juntas em forma de coroa circular,


cobrindo apenas o ressalto dos flanges, por dentro dos parafusos (figura 22-a). As juntas
usadas com flanges de face plana cobrem a face completa dos flanges, inclusive a furação dos
parafusos figura 22- b). Para os flanges de face para junta de anel, (RTJ), usam-se juntas de
anel metálico maciço e para os flanges com faceamento tipo macho e fêmea, as juntas são em
forma de coroa circular estreita.

Nas válvulas de controle tipo globo convencional, serie 900, tanto o flange do
castelo quanto o flange inferior possui normalmente faceamento tipo macho e fêmea, enquanto
que o faceamento dos flanges das extremidades do corpo pode ser plano, com ressalto, junta
de anel ou macho e fêmea.

Na válvula globo tipo gaiola, utiliza-se no flange do castelo, junta tipo espiralada em
aço inoxidável com enchimento de amianto ou Teflon. O posicionamento desta junta, é entre a
gaiola e o flange do castelo, que sendo normalmente de materiais diferentes apresentam
portanto diferentes coeficientes de dilatação térmica. A junta espiralada absorve tais dilatações.

São os seguintes os tipos usados de juntas para flanges:

a) Juntas não-metálicas (figuras 22 a e b) – são sempre juntas planas, usadas para flanges com
faceamento plano, com ressalto, ou tipo macho e fêmea. As espessuras variam de 1/32" a 1/8" ,

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sendo 1/16" a espessura utilizada para classes até 300 lbs. Os principais materiais utilizados
são, papelão hidráulico para baixas pressões e temperatura ambiente, grafitado para aplicações
de até 400ºC e 48 kg/cm2.

b) Juntas metálicas em espiral (figura 22-c) - juntas metálicas, normalmente em aço inoxidável,
torcidas, em espiral e com enchimento de amianto ou Teflon, para serem utilizadas em
aplicações com grandes variações de pressão e temperatura. Caso o enchimento seja de Teflon
o uso deste tipo de junta é limitado a temperatura de no máximo 232ºC, enquanto que as com
amianto, até uma temperatura de aproximadamente 540ºC.

c) Juntas Metálicas Folhadas (figura 22-d) – juntas metálicas, normalmente em aço

inoxidável com formato corrugado e enchimento de amianto ou Teflon. Para utilização em casos
iguais à juntas metálicas em espiral.

d) Juntas metálicas maciças (figura 22-e) – são juntas metálicas com faces planas ou
ranhuradas. Usam-se essas juntas com flanges de faceamento com ressalto (para pressões
muito altas), e com flanges de faceamento tipo macho e fêmea. Os materiais normalmente são
de aço inoxidável ou aço carbono, ou outros conforme a aplicação. Esta junta é aplicadas em
temperaturas superiores a 540ºC.

e) Juntas metálicas de anel (figura 22-f e g) – são anéis metálicos e maciços de seção ovalada
ou octogonal, sendo a ovalada a mais comum. As dimensões do anel são padronizadas pela
ANSI B 16.20. Esses anéis são geralmente de aço inoxidável ou aço carbono ou outros
conforme a aplicação. Este tipo de junta é apenas utilizada exclusivamente são os flanges de
faceamento para junta de anel classes 900 e 1500 lbs.

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Figura 22 - Tipos de Juntas para as Conexões Flangeadas

3.4 – VÁLVULAS DE DESLOCAMENTO ROTATIVO DA HASTE

Nos últimos anos tem-se notado um substancial aumento no uso das válvulas
denominadas de rotativas. Basicamente estes tipos de válvulas apresentam vantagens e
desvantagens. Nas vantagens podemos considerar baixo peso em relação aos outros tipos de
válvulas, desenho simples, capacidade relativa maior de fluxo, custo inicial mais baixo, etc.
Dentre as desvantagens citamos a limitação em diâmetros inferiores a 1" ou 2" e quedas de
pressão limitadas principalmente em grandes diâmetros e forte tendência a cavitação.

3.4.1 - VÁLVULAS DE CONTROLE TIPO BORBOLETA

É talvez a mais comum das válvulas rotativas utilizadas para controle. A válvula
borboleta conforme vemos pela figura 23, consiste de um corpo tipo anel circular, no interior do

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qual oscila entre dois mancais um disco que faz a função do obturador. A sede nesta válvula é a
própria parede interna do corpo. Nota-se desde já uma enorme simplicidade de desenho. O seu
corpo na maioria dos desenhos é sem flange ou como mais comumente conhecido tipo “wafer”,
com construção possível em diâmetros de 2” até 24".

Para diâmetros superior, 30" até 60", o corpo possui flanges conforme a norma
específica.

Figura 23 - Válvula Tipo Borboleta

O desenho de corpo mais comum é o tipo "wafer", sendo preso à tubulação entre
par de flanges conforme mostra a figura 23. Pelo fato do corpo não possuir flanges, não é
costume especificar a válvula borboleta "wafer" pela classe de pressão conforme ANSI, como é
feito nas válvulas flangeadas.

Convenciona-se especificar a válvula borboleta "wafer” para uma determinada


queda máxima de pressão quando totalmente fechada e a 60º de abertura, posição esta
definida como curso máximo para aplicações em controle modulado.

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Quando adequadamente selecionada, a válvula borboleta geralmente em diâmetros
de 4" e superiores, oferece a vantagem de simplicidade, baixo custo, pouco peso, menor
espaço de instalação e razoável característica de vazão. Para temperaturas e pressões
elevadas, a válvula borboleta com corpo internamente revestido oferece ainda uma vedação
estanque.

Quando porem, a válvula esta parcialmente aberta como mostra a figura 24-b, não
existe mais tal equilíbrio, surgindo uma força resultante, que tende fechar sempre a válvula,
qualquer que seja a direção do fluido, fato pelo qual cria-se uma região de distribuição desigual
de pressão através de toda a extensão do disco entre uma e outra borda no lado de entrada do
fluxo.

Podemos notar pela figura 24-b, que a resultante das forças atuantes no semi-disco
primeiro (vai desde a primeira borda até o centro do disco) é maior que a resultante das forças
agindo no semi-disco segundo (vai do centro do disco até a segunda borda).

Essa desigualdade de força produz um momento torsor que tende fechar a válvula,
e é esse momento torsor que limita a pressão diferencial de operação da válvula em diferentes
graus de abertura, já que para cada ângulo de abertura teremos uma força torsora diferente e
portanto um momento torsor diferente.

Do lado do disco à jusante temos a formação de forças que aumentam conforme a


velocidade do fluxo.

Figura 24 – Resistencia ao fluxo na válvula borboleta

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Possuindo um corpo cujo formato lhe possibilita a utilização de revestimento interno
com elastômeros, a válvula borboleta encontra uma ampla faixa de aplicações, mesmo em
fluidos corrosivos, tornando-se para tais aplicações uma solução bastante econômica.

Em função do tipo de assentamento podemos classificar as válvulas borboleta da


seguinte forma:

a) Válvula borboleta com corpo revestido internamente. Assento tipo composto, ou seja
metalelastômero, conforme mostra a figura 25-a.

b) Válvula borboleta com corpo sem revestimento. Assento tipo composto, conforme mostram
as figuras 25-b e 25-c

c) Válvula borboleta com corpo sem revestimento e assento tipo metal-metal: conforme mostra
a figura 25-d

Figura 24 – Tipos de Assentamento das Válvulas Borboleta

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3.4.1.1 – VÁLVULA BORBOLETA COM CORPO REVESTIDO INTERNAMENTE

É utilizada em aplicações, onde a vedação estanque seja uma necessidade, ou


ainda em aplicações com fluidos corrosivos, através da seleção de um elastômero
quimicamente inerte ao fluido, evitando-se assim, o encarecimento da válvula. A sua
construção é bastante simples, consistindo de um anel de borracha que forra internamente a
parede do corpo e é facilmente removível. A utilização deste tipo de válvula, que pertence a
categoria denominada linha leve, é limitada pela reduzida capacidade que tem de suportar a
pressão diferencial (no máximo da ordem de 150 psi) e pela limitação do tipo de borracha em
função da temperatura do fluido.

O disco neste tipo de válvula pode ser convencional (disco concêntrico) ou de duplo
efeito (disco excêntrico. O disco tipo de duplo efeito permite um maior aproveitamento do
assento de borracha, prolongando assim a vida útil da válvula.

A válvula borboleta de corpo revestido, é fabricada em diâmetros de 2” até 24” com


conexões sem flanges e apresenta uma capacidade de vedação estanque classe VI, conforme
a Norma ANSI B16.104.

3.4.1.2 – VÁLVULA BORBOLETA SEM REVESTIMENTO E COM ASSENTO COMPOSTO .

Trata-se de uma variante da construção anterior, basicamente utilizada em grandes


diâmetros.

O anel de vedação de borracha, normalmente Buna N, é encaixado tanto no próprio


corpo (figura 27-b) como na borda do disco (figura 24-c), dependendo do tipo de construção.
Esta válvula é normalmente utilizada em aplicações com fluidos auxiliares e a baixa
temperatura, tais como por exemplo água e ar.

É fabricada em diâmetros de 30 a 60” com extremidades flangeadas, conforme o


disco é do tipo excêntrico.

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3.4.1.3 – VÁLVULA BORBOLETA COM ASSENTO METAL -METAL

É utilizada em aplicações onde a temperatura do fluido não permite o uso de


elastômero para possibilitar a vedação.

Assim sendo, deve ser previsto um índice de vazamento, quando totalmente


fechada, da ordem de 3 a 5% da máxima capacidade de vazão da válvula.

É fabricada em diâmetros de 2" a 24" com extremidades sem flanges, para ser
instalada entre par de flanges 150 e 300 lbs, e de 30" a 60" com extremidades flangeadas
conforme norma.

3.4.2 – VÁLVULA TIPO ESFERA.

Trata-se de um tipo de válvula cujo obturador é nada menos que uma esfera
criteriosamente vazada para permitir passagem plena ou parcial de um determinado fluido.

Inicialmente essa válvula encontrava plena atuação em aplicações de bloqueio/shut-


off, porém face alguma de suas vantagens e em função do desenvolvimento de desenhos de
engenharia que permitiriam sua utilização em controle modulado, essa válvula é hoje bastante
utilizada em malhas fechadas de controle, principalmente nas industrias de papel e celulose e
em aplicações para líquidos viscosos, corrosivos e com sólidos em suspensão.

Face ao seu sistema de assentamento com dupla sede, essa válvula alia o seu bom
desempenho de controle com excelente performance quanto a estanqueidade (tipicamente
classe IV) e possibilita obter controle do fluido em qualquer direção sem problemas dinâmicos.

Como desvantagem, esse tipo de válvula, face características geométricas dos seus
internos, apresenta uma alta tendência a cavitação e a atingir condições de fluxo crítico à
relativas diferenciais de pressão menores que outros tipos de válvulas.

Também, em função de suas forças dinâmicas provenientes do fluido, ela trabalha


com fluido sempre tendendo a fechar e por isso ela é uma válvula não balanceada.

A figura 25 a seguir nos mostra o desenho em corte, de uma válvula de controle


tipo esfera
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Figura 25 – Válvula esfera

3.4.2.1 - T IPOS DE ESFERAS

a) Esfera de passagem integral Esse interno permite passagem total do fluido quando o ângulo
de abertura for de 90o e assim elimina a possibilidade de acomodação de sólidos no interior do
corpo da válvula. Essa é, portanto, uma válvula do tipo auto-limpante (vide figura 26-1).

b) Esfera de passagem reduzida Esse interno permite uma redução na área de passagem do
fluido em até 40% possibilitando, se necessário, uma redução da velocidade de saída, correção
no ângulo de abertura da válvula e, absorção de vibrações e energia térmica em corpos de

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maior tamanho que ocorrem em serviços envolvendo “flashing”, alta velocidade, grandes
quedas de pressão ou cavitação (vide figura 26-2).

Figura 26 – Tipos de Esferas

3.4.2.2 – T IPOS DE SEDE

A função básica da sede é manter uma boa vedação quando a esfera está fechada.
Em diversos modelos de válvula esfera, a sede é utilizada também para suportar e guiar a
esfera.

Quanto ao material podemos classificá-las em dois tipos: resiliente e metálica.

a) Sede resiliente ou “Soft Seat”

- Fabricada com elastômeros e fluorcarbonos, em particular com teflon-PTFE, com ou sem


carga.

- Vedação estanque.

- Indicadas para aplicações “On Off”.

- Excelente resistência a fluidos corrosivos


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- Limite de Temperatura: 230ºC.

b) Sede Metálica ou “Metal Seat”

- É confeccionada em aço inoxidável com revestimento de “Stellite” (1), ou ainda em ligas


especiais.

- Suporta temperatura acima de 230º.

- Indicada para aplicações de controle modulante.

- Suportam altos diferenciais de pressão.

Nota (1): O “Stellite” é uma liga metálica a base de cromo, tungstênio e cobalto, com uma
dureza superficial de 44 RC. Possui excelente resistência à corrosão e ótima resistência à
erosão e abrasão. Foi desenvolvido nos EUA, sendo o nº 6 e nº 12 os mais utilizados em
válvulas controle.

3.4.3 - VÁLVULA TIPO SEGMENTO DE ESFERA.

Embora esse tipo de válvula já venha sendo utilizada em controle há alguns anos,
em outros países, somente agora começa encontrar espaço em aplicações de controle nas
indústrias brasileiras.

Seu interno possui detalhe em “V” o que garante alta precisão de controle mesmo
em baixas vazões e deste modo oferece uma rangeabilidade de até 350:1. Possui uma única
sede a montante que mantém contato permanente com o segmento de esfera e desse modo
elimina qualquer incrustação na superfície da esfera, e, como a válvula esfera é também do tipo
autolimpante.

Outra grande vantagem dessa válvula está na sua montagem que é feita de tal
forma que o segmento é fixado por dois mancais que garante baixo torque de acionamento e
consequentemente, melhor resposta ã oscilação da variável do processo. Sua característica
inerente, assim como as válvulas esferas é sempre do tipo igual porcentagem.

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Figura 27 – Válvula Tipo Segmento de Esfera

4 - CLASSE DE VEDAÇÃO DE UMA VÁLVULA

Define-se como classe de vedação, classe de vazamento ou classe de


estanqueidade (Shutoff Class) de uma válvula, como sendo o máximo vazamento permissível
que escoa através da válvula quando esta se encontra na posição fechada.

Nas tabelas 3 e 4 a seguir mostraremos a classificação de fluxos de vazamentos


permissíveis determinados pela Norma ANSI-B16-104.

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Tabela 2 – Classes de Vedação de uma Válvula

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Tabela 3 – Vazamentos Permissíveis em uma Válvula Classe VI

5 - ATUADORES PARA VÁLVULAS DE CONTROLE

O atuador constitui-se no elemento responsável em proporcionar a necessária força


motriz ao funcionamento da válvula de controle.

O atuador em si, é um dispositivo que em resposta ao sinal enviado pelo


controlador, produz a força motriz necessária para movimentar o elemento vedante da válvula
de controle.

O atuador utilizado em aplicações de controle modulado, baseado no meio de


produção de sua força motriz, classifica-se basicamente em cinco principais tipos:

1) Pneumático à mola ou diafragma;

2) Pneumático à pistão;

3) Elétrico;
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4) Elétrico-hidraúlico e

5) Hidraúlico

5.1 - ATUADOR PNEUMÁTICO TIPO MOLA E DIAFRAGMA

Este tipo de atuador utiliza um diafragma flexível, sobre o qual age uma pressão de
carga variável em oposição à força produzida por uma mola. O diafragma é alojado entre dois
tampos, formando duas câmaras, uma das quais totalmente estanque, por onde entra o sinal da
pressão de carga. A força motriz é obtida pelo produto da pressão de carga, que é o sinal
proveniente do controlador ou do posicionador, pela área útil do diafragma.

O atuador mola e diafragma pode ter dois modos de ação, dependendo da posição
de segurança requerida pelo processo na falha ou falta da pressão de carga :

a) Ação Direta

Conforme mostra a figura 64.a, neste tipo de ação o aumento da pressão de carga
sobre o diafragma empurra a haste para baixo, enquanto a mola força a haste para cima.

b) Ação Reversa

Conforme mostra a figura 64.b, neste tipo de ação o aumento da pressão de carga
sobre o diafragma puxa a haste para cima, enquanto a mola força a haste para cima

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Figura 28 – Atuadores pneumáticos tipo mola e diafragma

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5.2 - ATUADOR PNEUMÁTICO TIPO PISTÃO

O princípio de funcionamento do atuador tipo pistão é idêntico ao tipo mola e


diafragma, visto que a única diferença entre os mesmos é a troca do diafragma por um pistão,
conforme mostrada na figura 29.

Existem dois tipos básico de atuadores à pistão:

ATUADOR À PISTÃO COM DESLOCAMENTO LINEAR

São atuadores à pistão, conforme figura 66a, concebidos para operarem válvulas
com deslocamento linear. Ex: Válvula Globo.

ATUADOR À PISTÃO COM DESLOCAMENTO ROTATIVO

São atuadores à pistão, conforme figura 29-b, concebidos para operarem válvula
rotativas. Ex: Válvulas borboletas.

Figura 29 – Atuadores pneumáticos tipo pistão

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5.3 - ATUADOR ELÉTRICO

Os atuadores elétricos consistem de um motor com um conjunto de engrenagens,


que disponibiliza uma elevada faixa de torque de saída, para operação tanto de válvulas com
deslocamento linear quanto de deslocamento rotativo, conforme figuras 30.

Figura 30 – Atuadores Elétricos

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Tabela 4 – Vantagens e Desvantagens por Tipo de Atuador

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6 ACESSÓRIOS DE UMA VÁLVULA DE CONTROLE

Neste capítulo descreveremos os principais e mais comuns acessórios de uma


válvula de controle. São chamados de acessórios todos os dispositivos que são utilizados em
válvulas para se obter determinadas adaptações ao sistema de controle utilizado ou
sofisticações quanto dos mesmos.

Os principais tipos de acessórios utilizados são:

6.1 - POSICIONADORES

Define-se como posicionador, o dispositivo que transmite pressão de carga para o


atuador, permitindo posicionar a haste da válvula no valor exato determinado pelo sinal de
controle.

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Um posicionador opera adequadamente quando o seu tempo de resposta somado
ao tempo de posicionamento da válvula é muito mais rápido que o tempo de atuação requerido
pelo processo.

Devido a isto em sistemas lentos tais como: controle de temperatura, controle de


nível de líquido, controle de temperatura, etc.

Em sistemas rápidos tais como o controle de pressão ou de vazão de um líquido,


um “booster” amplificador é normalmente utilizado com sensíveis vantagens, conforme
mostrado na figura 31.

Os principais tipos de posicionadores são:

a) Pneumático

b) Eletro-pneumático

c) Inteligente

Figura 31 – Esquema de uma válvula

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6.1.1 - POSICIONADOR PNEUMÁTICO

O princípio de funcionamento deste tipo de posicionador, conforme mostrado na


figura 32, consiste na atuação do sinal de saída de um controlador sobre um fole, fazendo com
que o mesmo se expanda ou retraia deflexionando assim uma palheta que provocará a
obstrução ou abertura de um bocal.

Esta obstrução ou abertura do bocal faz com que haja um deslocamento do


diafragma do relé, e consequente movimento da válvula interna de suprimento de ar,
aumentando ou diminuindo a pressão sobre o diafragma do atuador da válvula, o que provocará
o movimento da haste da mesma.

O posicionamento da haste da válvula é verificada por meio de um excêntrico que


envia a informação correta da posição da haste à palheta, fazendo a mesma afastar-se ou
aproximar-se do bocal.

Figura 32 – Esquema do princípio de funcionamento do posicionador pneumático

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6.1.2 - POSICIONADOR ELETRO-PNEUMÁTICO

O posicionador eletro-pneumático diferencia-se do posicionador pneumático


somente pelo fato de aceitar um sinal elétrico, normalmente analógico, em sua entrada.

O princípio de funcionamento deste tipo de posicionador, conforme mostrado na


figura 73, baseia-se em uma força eletromotriz originada por um sinal elétrico que alimenta uma
bobina, que tem que ser balanceada por uma mola que é defletida pelo movimento da haste da
válvula.

Esta força provocará uma deflexão na palheta, e consequente abertura ou


obstrução do bocal de ar, resultando daí, uma variação no sinal de ar, o qual por sua vez,
depois de ser amplificado num relé, moverá a haste do atuador até a posição desejada.

A variação na posição faz aumentar a tensão na mola de realimentação até que a


força eletromotriz na bobina esteja balanceada.

Figura 33 – Esquema do princípio de funcionamento do posicionador eletro-pneumático

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6.1.3 - POSICIONADOR INTELIGENTE

A grande diferença entre um posicionador eletro-pneumático comum e um


posicionador inteligente está na possibilidade de se ter diferentes curvas para abertura e
fechamento de uma válvula de controle. Aliados a isso temos uma tecnologia digital, calibração
via teclado ou programador, e em alguns modelos a realimentação da posição da válvula é feita
por sensores magnéticos ao invés de link mecânico.

Atualmente alguns fabricantes incoporaram ao posicionador inteligente, interfaces


inteligentes para válvulas, que possuem sensores de posição e de pressão incorporados que
permitem funções de diagnóstico de performance da válvula de controle.

Algumas das importantes características funcionais e de diagnóstico destas


interfaces, além da monitoração de posição, são:

- Auto-calibração

- Auto-ajuste

- Came digital para caracterização do fluxo

- Banco de dados

- Medição de atrito

- Medição de ciclos

- Velocidade de curso

- Monitoração dos tempos de resposta

- Histórico de calibração e da configuração

6.2 - “BOOSTERS” PNEUMÁTICOS DE VOLUME E DE PRESSÃO

Não muito conhecidos e utilizados, os “boosters” (figura 34), tem aumentado


consideravelmente a sua utilização, face a diversos estudos quanto a utilização dos
posicionadores, como foi comentado em itens anteriores. Existem dois tipos de “boosters”: de
volume e de pressão.
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Figura 34 – Booster Pneumático

6.2.1 “BOOSTERS” DE VOLUME

Este tipo de “booster”, pode ser utilizado para aumentar a velocidade da operação
de uma válvula de controle.

O controlador aplica seu sinal de saída, diretamente ao “booster” no qual,


aproximadamente 1 pé cubico de ar é necessário para posicionar o seu piloto. Desta forma o
volume de ar que desloca-se entre o controlador e o “booster” é muito pequeno. O ar que opera
a válvula de controle, vem através do “booster” e desde que esse piloto possua uma grande
capacidade de passagem (de ordem de 335 SCFM), o tempo para cursar totalmente a válvula
de controle é substancialmente reduzido.

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Se utilizarmos uma válvula redutora de pressão na linha de alimentação de ar para
o “booster” esta terá que ser do tipo de alta capacidade, afim de não limitar a capacidade de
saída do “booster”.

6.2.2 - “B OOSTER” DE PRESSÃO

Os “boosters” de pressão geralmente são de volume, entretanto, a sua principal


função é a de aumentar a pressão vinda do controlador.

A mola mais forte é para obtermos um fechamento da válvula contra uma alta
pressão à montante. Contudo, a saída normal do controlador (máximo 20 psig) não é suficiente
para abrir a válvula. Um “booster” de pressão com relação de multiplicação 2:1, resolve esse
problema, tornando o sistema operacional.

O “booster” é preferível ao posicionador, devido ao seu menor custo. Ainda, o


“booster” não fecha o circuito ao redor da válvula, fato este que, pode proporcionar maior
estabilidade em sistemas de resposta rápida.

6.3 - VÁLVULAS SOLENÓIDES

A sua utilização principal é em aplicações de controle biestável, pilotando uma


válvula de controle pneumático, conforme mostrado na figura 35.

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Figura 35 – Esquema para utilização de uma válvula solenóide de 3 vias para controle biestável

Neste tipo de aplicação, uma válvula solenóide de 3 vias é instalada entre o


controlador (ou posicionador) e a válvula de controle, de forma que normalmente, a saída de
escape esteja fechada (isto é, estando a válvula solenóide desenergizada, a passagem do ar é
direta para a válvula de controle). Em casos de necessidade de bloquear a válvula de controle,
por medida de segurança um sinal elétrico pode ser acionado remotamente, energizando
instantaneamente a válvula solenóide, ficando a válvula de controle sem ar de atuação, levando
a força da mola a fechar ou abrir rapidamente a mesma.

6.4 - CHAVES INDICADORAS DE POSIÇÃO

São utilizadas para indicação remota da posição da haste da válvula. Essa


indicação fornecida pela chave indicadora é do tipo de duas posições, ou seja, possibilita a

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indicação, por exemplo, de válvula fechada e de válvula aberta. São montadas diretamente na
torre do atuador (caso seja atuador do tipo de deslocamento linear) ou no adaptador (caso seja
atuador tipo rotativo).

Figura 36 – Chave Indicadora de Posição

6.5 - TRANSDUTORES ELETROPNEUMÁTICOS

Estes dispositivos convertem o sinal elétrico da saída de um controlador eletrônico,


em sinal pneumático compatível com o atuador pneumático da válvula de controle.

Estes transdutores tanto podem ser corrente para pressão (I/P), ou voltagem para
pressão (E/P).

O sinal de entrada de corrente é aplicado a um eletroimã. O campo magnético


criado e a corrente, produzem uma força que desloca a palheta alterando a posição relativa
entre a palheta e o bocal. Isso faz aumentar ou diminuir a pressão no bocal, aumentando ou
diminuindo o sinal de pressão para a válvula de controle.

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Figura 37 – Transdutor de Sinal

6.6 - CONJUNTO FILTRO-REGULADOR DE AR

Talvez um dos acessórios mais comuns seja o filtro regulador, conforme mostrado
na figura 38, que é uma válvula reguladora de pressão de ar, do tipo auto-operada, de
pequenas dimensões e alta capacidade, com filtro de ar integral. A sua função é a de fornecer
ar limpo, à uma pressão constante compatível com os limites de alimentação dos
posicionadores.

Figura 38 – Transdutor de Sinal

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6.7 - VOLANTES MANUAIS

Trata-se de um acessório amplamente utilizado na linha de válvulas de


deslocamento linear da haste. Na maioria das válvulas rotativas, o volante faz parte da válvula
não sendo considerado como acessório adicional propriamente dito. O volante manual é
utilizado para possibilitar uma operação manual de válvula de controle, no caso de falta de ar.

Existem dois tipos de volantes, conforme a sua instalação na válvula: de topo e


lateral.

Um volante manual de topo, conforme mostrado na figura 39(a) a consiste na


adaptação de um volante no tampo superior do diafragma.

O volante manual tipo montagem lateral, conforme figura 39(b), é adaptado a torre
do atuador agindo diretamente sobre a haste da válvula. Costuma-se, normalmente utilizar este
tipo de montagem nas válvulas de grande diâmetro, em função da sua altura o que tornaria
bastante difícil a operação manual, caso a válvula tivesse volante de montagem tipo topo.

Figura 39 – Tipos de Volantes para Acionamento Manual

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