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php/parc
http://dx.doi.org/10.20396/parc. v7i4.8647456
com formas arrojadas, tal como o Museu do Amanhã – De acordo com Volk, Stengel e Schultmann (2013), a
inaugurado na Cidade do Rio de Janeiro. plataforma BIM esta sendo adotado predominantemente
nas fases de projeto e construção de novas edificações,
No que se refere à preservação do patrimônio histórico,
com pouca representação em edificações existentes,
observa-se a necessidade de integrar informações que,
principalmente de interesse em preservação.
muitas vezes, encontram-se distribuídas em registros
realizados algumas vezes à lápis em papel manteiga, ou As publicações explicitamente dedicada ao BIM
apenas em fotos e desenhos artísticos (AMORIM 2010, para edifícios existentes, especialmente sem o
ABRANTES, 2015; CURSI; SIMEONE; TOLDO, 2015; modelo BIM preexistente e discutindo desafios de
GROETELAARS, 2015) Nesse particular, técnicas como pesquisa relacionados, são raros. (VOLK;
STENGEL; SHULTMANN, 2013 p.112, tradução
a fotogrametria e o escaneamento a laser 3D, podem
nossa)
auxiliar na geração de novos dados, que auxiliarão, não
apenas na preservação, mas também no resgate das Contudo, esses autores demonstram através de uma análise
informações projetuais de edificações cujo registro se de publicações de artigos científicos entre 2005 e 2013 um
perdeu no tempo. Destaca-se assim, a importância de aumento no interesse pela utilização de modelos BIM para
discutir e explorar as novas possibilidades tecnológicas representar edificações existentes . Esse interesse é
aplicadas à preservação do patrimônio histórico. impulsionado com as tendências da digitalização e
automação, o crescimento de construções existentes e
Panorama sobre o processo BIM requisitos de sustentabilidade, somando-se a inserção e
Os softwares que trabalham na Plataforma BIM permitem popularização de tecnologias como internet móvel,
a construção de modelos digitais compostos por banco de computação em nuvem, web semântica, dentre outros
dados que agregam informações para diversas finalidades, (VOLK; STENGEL; SHULTMANN, 2013).
aumentando a produtividade e permitindo a racionalização Cunha, Ribeiro e Salgado (2015) destacaram outra
do processo de projeto e construção (EASTMAN et al., possibilidade que pode ser explorada: a modelagem de
2011). edificações existentes, auxiliando o estudo sobre as
Esse novo processo parte não mais de desenhos soluções de projeto adotadas por arquitetos consagrados.
bidimensionais, mas de modelos tridimensionais e Os desafios da modelagem digital de uma edificação
pressupõe que todas as informações relativas à existente são ainda maiores, uma vez que trata-se de
construção, nas diversas fases de seu ciclo de vida, preparar um modelo “como construído” a partir de
sejam alocadas em um só modelo integrado, registros realizados em AUTOCAD, ou mesmo em papel
paramétrico, intercambiável e passível de
manteiga e lápis. Os autores aplicaram a tecnologia BIM
simulação, que poderá ser utilizado desde a
concepção dos projetos, durante as obras e durante
na modelagem do Centro de Proteção Ambiental da Usina
toda vida útil do espaço construído. (AsBEA, Hidrelétrica de Balbina, importante projeto do arquiteto
2015a, p.6) Severiano Mario Porto. (Figuras 1 e 2)1.
Olin's et al (2012), acrescentam que as vantagens da Figura 1. Foto CPA Balbina
plataforma BIM não se limitam às fases de concepção do
projeto e construção, mas podem ser úteis ao longo de todo
o ciclo de vida do edifício, envolvendo as etapas de
manutenção, revitalização, a análise do uso do espaço e
gestão ambiental, bem como os custos do desempenho
operacional. Mas a utilização da nova tecnologia requer,
inicialmente, o treinamento das equipes de projeto e o Fonte: (CUNHA ; RIBEIRO; SALGADO, 2015)Figura 2. Modelo digital CPA Balbina
reconhecimento das especificidades deste novo modelo de
processo de projeto. Conforme identificado pela AsBEA
(2015b), além dos requisitos técnicos do projeto, tais como
os sistemas construtivos a serem adotados ou as
características de desempenho que o edifício deve atingir,
existem os requisitos característicos do processo BIM que
incluem a definição do nível de desenvolvimento do Fonte: (CUNHA ; RIBEIRO; SALGADO, 2015)
modelo (conhecido como LOD) e o nível de detalhamento
das informações contidas nos elementos construtivos Os autores destacam o potencial da plataforma BIM na
(definido como LOI) entre outros parâmetros que preservação da memória arquitetônica e na gestão de
precisam ser definidos para viabilizar o desenvolvimento facilidades (operação e manutenção) e ressaltaram outras
do projeto de forma colaborativa. vantagens da modelagem.
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CANUTO, C. L., MOURA, L. R., SALGADO, M. S. .
Tecnologias digitais e preservação do patrimônio arquitetônico : explorando alternativas
O modelo construído pode ser complementado com integram para suprir as lacunas de cada levantamento
as informações referentes aos materiais de (DEZEN-KEMPTER et al. 2015).
construção o que permitiria, por exemplo, a
extração de quantitativos de materiais e previsão Quadro 1 - Comparação entre as tecnologias digitais, escaneamento a laser 3D e
orçamentária para a recuperação do conjunto (ou fotogrametria 3D
parte dele) facilitando sua gestão e ESCANEAMENTO
preservação.(CUNHA; RIBEIRO; SALGADO, TECNOLOGIAS FOTOGRAMENTRIA
A LASER 3D
3D
2015).
Precisão Milímetros Centímetros
Captura da realidade de edifícios históricos e Custo de
Alto Médio - Baixo
integração do modelo digital com a tecnologia BIM equipamento
Habilidade
Alta Média
Na área de preservação do patrimônio histórico, observa- necessária
se o aumento do uso de ferramentas que permitem a Portabilidade Á mão Á mão
captura da realidade do patrimônio edificado. O Geração de dados
Captura automática Pós-procesamento
levantamento com varredura a laser e fotogrametria 3D, 3D
tem se destacado em pesquisas nacionais (AMORIM, Extração automática
Modelagem 3D Modelagem manual
da forma
2010; DEZEN-KEMPTER et al. 2015; GROETELAARS, Fonte: elaborado pelos autores baseado em Klein (2012) e Groetelaars (2015)
2015) como opções para levantamento, diagnóstico,
documentação, em interação com outras tecnologias Nos últimos anos com a universalização da foto digital e a
ligadas a área de construção, auxiliando na reconstrução popularização dos UVAs (Unamed Aerial Vehicle) que
precisa do bem e, consequentemente na análise e são os veículos aéreos não tripulado conhecidos como
interpretação das edificações. drone, a fotogrametria passou ser adotada nos
Os resultados dessa reconstrução digital como um modelo levantamentos arquitetônicos com a geração de modelos
de informação da construção, podem servir para gerar digitais 3D. Os drones permitem maior alcance de registro,
documentação ou atualizar os desenhos e modelos as-built. segurança no levantamento, com a possibilidade de
Ressalte-se que, além do potencial desse modelos na fotografar grandes alturas, áreas de acesso restrito e etc.
investigação diagnóstica e conservação de edifícios A utilização de modelos 3D precisos e fotorealístas de
históricos, as possibilidades de integração com edifícios históricos, se destacam na reconstituição e
plataformas de imersão virtual e Realidade Aumentada – restauração por apresentarem precisão nas características
cada vez mais acessíveis – revelam-se como alternativas espaciais e geométricas do edifício. Todavia, a
viáveis tanto para divulgação quanto para a educação possibilidade de agregar informações de diferentes fontes
patrimonial. e diferentes áreas, torna-os úteis para diferentes
De acordo com Dezen-Kempter et al. (2015), tanto o profissionais. Ressalte-se que, quanto maior a integração
escaneamento a laser 3D quanto a fotogrametria digital, entre as tecnologias digitais e a interoperabilidade do
são tecnologias que permitem através de sensores modelo, maior o seu potencial para documentação,
baseados em ondas de luz para medição, direta e indireta, intervenção, manutenção e operação do edifício existente.
a captura do estado real de uma edificação histórica de Brumana et al. (2013) reafirmam a eficiência dos modelos
forma precisa e eficiente. Groetelaars e Amorim, (2012) para a restauração, quando se consideram questões
acrescentam que esse tipo de levantamento não seria referentes aos processos construtivos, aos materiais, e às
possível com métodos de pesquisas anteriores, pois essas intervenções sofridas pelo patrimônio ao longo dos anos.
tecnologias mostram as irregularidades, deformações e (...) nesse contexto Dezen-Kempter et al (2015)
desgastes, decorrentes do ciclo de vida da edificação. destacam a questão do inventário completo -
comprehensive inventory - que seria um modelo
Como mostrado no (Quadro 1), essas duas tecnologias de tridimensional semântico que poderia funcionar
levantamento são bastante distintas, quanto ao custo de como um catalisador central de informações do
equipamento, habilidade, precisão e processo de aquisição ciclo de vida da edificação. Esse inventário
tridimensional. O modelo obtido através da técnica da armazenaria as informações sobre as formas,
fotogrametria apesar de ter um custo baixo, as informações detalhes construtivos, o histórico e contexto do
precisam ser tratadas por um conjunto de softwares, esse edifício, e poderia ser construído utilizando a
processamento somente pode ser realizado após o Plataforma BIM. (CANUTO; SALGADO, 2016).
levantamento fotográfico, diferente do escaneamento a Diante das tecnologias mencionadas tem destaque o
laser 3D que possui uma captura e extração automática recente termo sobre modelos BIM na área do patrimônio
para geração do modelo geométrico. No entanto, essas histórico: o HBIM (Historic Building Information
duas técnicas são consideradas como tecnologias que se Modeling) que é segundo Murphy, McGovern e Pavia
(2007) o modelo BIM desenvolvido a partir de dados
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CANUTO, C. L., MOURA, L. R., SALGADO, M. S. .
Tecnologias digitais e preservação do patrimônio arquitetônico : explorando alternativas
históricos, escaneamento a laser e fotogrametria. Os Realidade virtual pode ser definida como um ambiente
trabalhos sobre HBIM ilustram como uma biblioteca de composto por simulações computacionais interativas que
objetos paramétricos interativos podem ser criadas. identificam o posicionamento do participante e suas ações,
Diferentes tipos de manuais arquitetônicos são usados para e permite uma ação desse indivíduo no meio em que está
obter as dimensões, proporções e informações sobre inserido, dando a sensação de estar mentalmente imerso na
construção geométrica (DORE; MURPHY, 2013). simulação. Entre os dispositivos que permitem essa
experiência cita-se o head-mounted display (HMD), uma
Paralelamente à questão do modelo da informação da
espécie de capacete onde imagens gráficas são exibidas em
construção, pode-se integrar ao modelo experiências de
uma tela ou um par de telas (uma para cada olho). Um
RA e RV, durante o processo e após o modelo ser
sensor de rastreamento conectado à cabeça do participante
concretizado. As experiências RA e RV podem auxiliar
informa ao sistema de computador o posicionamento do
para no processo de modelagem, intervenção na
participante bem como a direção para onde está olhando.
divulgação do patrimônio em áreas como o turismo e a
(SHERMAN; CRAIG, 2003, tradução nossa).
educação patrimonial.
Entre as possibilidades oferecidas pela da interação das
Virtualidade e preservação do Patrimônio tecnologias digitais com o patrimônio, é possível observar
vantagens no planejamento de ações de proteção do
As discussões apresentadas até aqui, revelam as patrimônio e na criação de registros documentais na
possibilidades de integração das tecnologias digitais ao preservação da memória.
desenvolvimento dos projetos arquitetônicos, permitindo a
criação de modelos cada vez mais fidedignos, que É comum encontrar páginas na internet que permitem
permitem ampliar as possibilidades de atuação visitas virtuais de bens de interesse, viabilizando, por
profissional na fase de uso-operação e manutenção. Além exemplo, o acesso à galerias de exposição com fotos
disso, as novas tecnologias facilitam o acesso às esféricas e vídeos em 360°. A divulgação dos monumentos
informações sobre os bens culturais através das novas em Patrimônio Virtual através da rede, permite atingir a
tecnologias para registro, reconhecimento, valorização e um público infinito, viabilizando a visita à distância, ou
promoção de patrimônios históricos, criando novas formas mesmo a experiência de conhecer virtualmente bens que
de visualização, manipulação e interação com os modelos não mais existem no mundo físico (pela destruição
e registros documentais. provocada por guerras, catástrofes ou intempéries, entre
outros) .
Há uma diferenciação entre “Digital” e “virtual”,
encontramos objetos digitais no mundo real e no virtual, Tais simulações necessitam de modelagens
mas, o mundo virtual se limita a objetos digitais. tridimensionais, que podem ser facilitadas pelas novas
Digitalizar dados permite seu acesso via rede, em tempo tecnologias, gerando modelos com as mais variadas
real, contribui com a preservação do patrimônio, seja com possibilidades de interação, baseados em: registros
a criação de ambientes virtuais, bibliotecas digitais, gráficos, documentos e levantamentos de todo o conjunto,
documentos eletrônicos, hipertextos, ou pela possibilidade de seu entorno, plantas arquitetônicas iniciais e de
de realizar visitas virtuais interativas, entre outros modificações ao longo do tempo, fotografias e registro de
(RIMKUS, 2013). modificações ao longo dos anos, entre outros. Esses
registros permitem a melhor compreensão do monumento
A virtualização do patrimônio está cada vez mais explorado, podendo ser utilizados na educação patrimonial
abrangente, com tecnologias que permitem e no turismo virtual (NOGUEIRA, 200-?).
experimentações em RV e RA– muitas ferramentas vêm
se desenvolvendo nas últimas décadas e permitem a Experiências imersivas estão em constante
visualização e a simulação de ambientes imersivos (RV) e desenvolvimento e sua popularização tem sido viabilizada
semi-imersivos (RA) de interação, seja de bens existentes, graças às plataformas com custo mais acessível, como os
ou não, podendo ser aplicadas no estudo e divulgação do óculos de Realidade Virtual (presentes hoje no mercado),
patrimônio cultural. A Realidade Aumentada se que tem boa capacidade de processamento. Estes óculos
fundamenta na transposição de objetos virtuais no espaço deixam o usuário imerso em modelos quase
físico do usuário, permitindo uma interação em tempo real, fotorrealísticos (dependendo do dispositivo utilizado), seja
tornando mais sutil a relação de conteúdos digitais com o através de equipamentos conectados a computadores ou
meio. A potencialidade da RA na preservação e restauro acoplados a celulares. Essa tecnologia tende a expandir a
do patrimônio é notável. Segundo Rimkus (2013), a noção de realidade e está cada vez mais presente no
realidade aumentada possibilita visualizar o edifício, e mercado, como o Google CardBoard (futuramente Google
compreender os usos e funções ao longo do tempo e Daydream - Figuras 3), o Samsung GearVR e o Oculus
também compreender a sua interação com o meio urbano Rift (Figura 4), entre outros.
em que está inserido.
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Tecnologias digitais e preservação do patrimônio arquitetônico : explorando alternativas
Fonte: os autores
Avançando para a prática, diante da abordagem conceitual O estudo de caso foi motivado pelo levantamento do
apresentada sobre a importância das tecnologias digitais painel da FAU com a técnica de escaneamento a laser 3D
para a preservação do patrimônio histórico, ilustra-se um ,o qual foi realizado como atividade da disciplina de
estudo de caso de um importante elemento do prédio da Mestrado no segundo semestre de 2015. O resultado foi o
FAU, o modelo BIM do painel e a possibilidade do uso modelo geométrico em nuvem de pontos do painel da
deste modelo para RV e RA. O processo ocorreu conforme FAU. Os especialistas em tecnologia em escaneamento a
ilustra a (Figura 6). laser, Carlos Coutinho e Kezio Arruda foram responsáveis
pelo levantamento demonstrando e explicando a
tecnologia.
Figura 6. Sequência das atividades relacionadas ao estudo de caso
Fonte: os autores
Fonte: os autores
O equipamento utilizado foi o Laser Escâner Terrestre complexidade na forma, pelos seus diferentes ornamentos
(LET) Faro Focus 330x. Segundo a fabricante FARO , e pequena curvatura.
esse equipamento possui uma velocidade de escaneamento
A segunda etapa, realizada após a disciplina e consistiu na
de um 976 mil por segundo em uma distância de até 330
demonstração da possibilidade de “adicionar inteligência”
metros. Ele pode operar em temperaturas que variam de 5
ao modelo de nuvem de pontos – termo usado por teóricos
graus Celsius até 40 graus Celsius. Um equipamento ideal
do HBIM – ou seja, adicionar informações que vão além
para grandes e complexas construções, com um tempo de
da superfície levantada utilizando a plataforma BIM
levantamento curto em relação a levantamentos manuais e
(MURPH; McGOVERN; PAVIA, 2013). Para isso dados
com bom desempenho diante de variações de temperatura.
construtivos e técnicas, foram adquiridas através de
Dependendo da obra a ser levantada, pode existir a
levantamento CAD 2D e documentação existentes.
necessidade de associar essa tecnologias a outras, como os
drones – para acesso a regiões de difícil alcance – e A nuvem de pontos pode ser extraída em vários formatos
fotogrametria – para cobrir falhas na nuvem adquiridas a partir do software Faro Scene. No estudo de caso o
pelo escaneamento a laser. As barreiras físicas também são formato utilizado foi o .e57 – LIDAR Point Cloud Data -
outro aspecto a considerar no planejamento desse esse formato é usado para armazenar dados capturados por
levantamento. sistemas de imagem 3D e é compatível com o Archicad 19
da Graphisoft, software utilizado para a criação de
O levantamento do painel do prédio da FAU foi feito com
modelos BIM (Figura 8). A modelagem poderia ser feita
6 cenas (posições do scanner). De acordo com os
utilizado outros softwares BIM , como Revit da Autodesk,
especialistas as cenas foram planejadas e posicionadas de
contudo o arquivo para importação deve estar em formatos
modo que uma sobrepusesse partes da outra, para permitir
.rcs -Random Control Scene ou .rcp –Rich Chart Builder
registro (união das cenas) sem que ocorressem lacunas no
Project.
levantamento. Após a aquisição dos dados estes foram
transferidos para um computador e tratados no software Figura 8. Imagem do painel da FAU UFRJ importado a partir da tecnologia do
Faro Scene, onde além dos pontos adquiridos foi escaneamento a laser 3D
acrescentada cor real ao levantamento, utilizando as
imagens que o aparelho laser escâner captura através de
uma câmera integrada. Ao final do processo, a nuvem de
pontos tridimensional foi gerada e com condições de
exportação em vários formatos interpretáveis em
softwares CAD – Computer Aided Design e CAE –
Computer Aided Engineering. Toda essa etapa foi
realizada em menos de duas horas.
O resultado, de maneira geral, atendeu aos objetivos da
disciplina, todavia, observa-se que, para a plenitude do
modelo da nuvem de pontos, seria necessário levantar uma
parte em outro horário localizada a esquerda da fachada do
painel, pois o escaneamento apresentou algumas falhas em
Fonte: os autores
decorrência da posição do sol. Outra alternativa seria
suprir essa lacuna utilizando o recurso da fotogrametria
Após a importação da nuvem de pontos alguns cortes
(Figura 7). A adoção da tecnologia a laser foi essencial
longitudinais foram realizados para obter as dimensões
para esse caso específico, pois o painel encontra-se em
dos elementos que compõe o painel, os quais não constam
estado de conservação comprometido, e possui certa
no levantamento existente em CAD 2D (Figura 8). Com a
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Tecnologias digitais e preservação do patrimônio arquitetônico : explorando alternativas
integração entre captura da realidade 3D do painel, utilizando a ferramenta morph do próprio programa.
software BIM e documentação existente, foi possível Entretanto, a modelagem foi baseada em trabalho manual,
aumentar o potencial de informações do modelo que tanto a detecção de medidas na nuvem de pontos quanto
apesar de ser apenas um elemento do edifício, representa para modelagem paramétrica, mostrando a necessidade de
o começo de uma biblioteca de objetos paramétricos que automação de reconhecimento de nuvem de pontos e
vão fazer parte do modelo histórico BIM do prédio da interação de dados no processo.
FAU.
Figura 9. Modelo do painel FAU – UFRJ, em nuvem de pontos e BIM
As maiores dificuldades encontradas na literatura as quais
referem-se a modelagem BIM a partir de modelos
fotorealísticos são: modelagem de formas irregulares,
manipulação da nuvem pelo tamanho dos arquivos que são
gerados para importação, perda de dados na importação,
determinação do nível de detalhe do modelo e falta de
componentes adequados para modelar edificações
históricas em softwares BIM. No estudo de caso, essas
dificuldades foram estudadas e em sua maioria vencidas,
primeiro a nuvem a ser importada é de um elemento e não
da edificação como um todo, viabilizando sua
manipulação, depois a importação da nuvem em formato
e.57 para o Archicad 19 não houve perda de informações Fonte: os autores
nem textura e por fim os ornamentos foram modelados
Figura 10. Imagem do painel da FAU UFRJ resultado da modelagem a partir da nuvem de pontos
Fonte: os autores
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Tecnologias digitais e preservação do patrimônio arquitetônico : explorando alternativas
O resultado dessa etapa mostra um modelo BIM que Figura 11. RA Utilizando o aplicativo Augment
graficamente possui as geometrias dos seus elementos,
com dimensões, formas, quantidade e localização que
refletem suas condições próximas a realidade, com desvio
máximo de 20mm da nuvem para a modelagem BIM
(Figura 10). O importante nessa etapa do estudo de caso
foi avaliar como o modelo BIM possibilita a transição do
conceito de superfície para representação de objeto.
A terceira etapa do experimento consistiu na aplicação da
Realidade Aumentada, com o objetivo de viabilizar a
visualização e manipulação da modelagem in loco,
considerando as coordenadas de geolocalização (com
precisão milimétrica) ou através de rastreamento de
imagem (código) via celular. A visualização em RA foi
validada com o modelo em escala. Com a utilização de um
aplicativo (Augment), o celular identifica o código que
permite uma análise e controle de visualização do modelo
via toque na tela do aparelho (Figura 11). O objeto virtual,
pode ser inserido no meio físico do usuário da tecnologia,
seja alocando a modelagem em sua posição real no globo,
ou rastreando a imagem a partir da planta impressa em
papel e sobrepondo o modelo exatamente em sua posição.
Com o objetivo de avaliar a possibilidade de utilização do
modelo em experiências imersivas de Realidade Virtual, o
objeto virtual do painel da FAU, foi importado para um
software de engenharia de games, o Unity 3D, que cria
uma ambientação para o usuário dos óculos de RV (Figura Fonte: os autores
12).
Figura 12. Modelagem inserida no motor de jogos e programada para visualização em
A simulação permite que o usuário passe a interagir como óculos de RV (Cardboard).
uma personagem (em primeira pessoa) imerso em um
mundo virtual onde estará locada a modelagem de
simulação do painel da FAU - quanto melhor trabalhado e
programado o modelo, maior a capacidade de imersão,
interação e envolvimento, da pessoa com o meio. Além
dessa capacidade de vivência de um espaço imaginário,
interações podem ser programadas, dados podem ser
incorporados (entre outras possibilidades), o modelo é
configurado para ser visualizado em óculos de RV.
A tecnologia se torna uma ferramenta de manipulação de
formas cada vez mais complexas de serem geradas e mais
simples de serem visualizadas e compreendidas, com
qualidade cada vez mais fotorealística, podendo ser
agregada ao campo do patrimônio, como um facilitador na
análise de dados e na criação de experiências imersivas
para os mais diversos fins, como passeios virtuais, estudos
de revitalização, restauração, projetos de intervenção,
vivência de ambientes que já não existem mais Fonte: os autores
fisicamente, entre outras possibilidades.
Conclusão
Esse artigo apresentou as principais possibilidades
oferecidas pelas tecnologias digitais à área da preservação
do patrimônio arquitetônico, considerando o avanço do
conhecimento até a presente data - 2016.
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Tecnologias digitais e preservação do patrimônio arquitetônico : explorando alternativas
No que se refere à plataforma BIM, observa-se seu simulação. Essa tecnologia permite, por exemplo, oferecer
potencial não como repositório de informações, mas como ao usuário a experiência de vivenciar o espaço de
instrumento para a gestão da manutenção e preservação edificações que se encontrem parcial ou totalmente
das edificações, auxiliando os gestores na fase de uso- destruídas.
operação e manutenção a partir do compartilhamento de
As alternativas tecnológicas aqui apresentadas devem ser
dados com outros softwares.
avaliadas pelos arquitetos de forma a serem utilizadas
A fotogrametria e o escaneamento em 3D, por sua vez, considerando não apenas os custos de implantação, mas
revolucionaram a realização de levantamentos e especialmente os resultados positivos que tais métodos
diagnósticos do bem, a partir da agilização no processo de podem trazer à preservação da memória arquitetônica.
captura e tratamento das imagens, abrindo, portanto, Ressalte-se que este artigo não teve a intenção de esgotar
outras possibilidades de estudos sobre o patrimônio o tema - que permanece em constante evolução - mas
construído. Finalmente, a realidade aumentada aproxima a apresentar as principais alternativas, dando visibilidade às
informação do usuário, facilitando o acesso e interpretação possibilidades à disposição dos profissionais interessados
de informações, enquanto a realidade virtual oferece a nas tecnologias digitais e suas aplicações em arquitetura,
possibilidade de transportar o usuário para um ambiente de engenharia e preservação.
Agradecimentos
Os autores agradecem ao CNPq pelo apoio à pesquisa (Bolsa de Produtividade em Pesquisa)
Notas
(1) As visitas ao modelo completo podem ser realizadas a partir do site http://marcoabcunha.wixsite.com/balbinadigital.
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1Cristiane Lopes Canuto
Arquiteta. Mestranda do Curso de Mestrado Profissional em Projeto e Patrimônio PROARQ FAU UFRJ. Endereço postal: Rua
Barata Ribeiro, 26 apto 1308, Copacabana, Rio de Janeiro – RJ, Brasil, CEP 22011-002
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