Violão Na Corte Imperial
Violão Na Corte Imperial
Violão Na Corte Imperial
Marcia E. Taborda
XIX: uma teia musical que envolveu artistas,
compositores, executantes, impressores de música
e, sobretudo, artífices.
Marcia Taborda é doutora em História Social
pela UFRJ, violonista e professora da Escola de Marcia E. Taborda
Música na mesma universidade. Autora de Violão
e identidade nacional e Viola e violão em terras de
São Sebastião.
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Presidente da República
Jair Bolsonaro
Ministério do Turismo
Gilson Machado Neto
Secretaria Especial da Cultura
Mario Luis Frias
O violão na
corte imperial
2ª edição revisada
Cadernos
da
Biblioteca Nacional
Rio de Janeiro
2021
Coordenação de Editoração
Av. Rio Branco, 219, 5 o andar
Rio de Janeiro – RJ | 20040-008
[email protected] | www.bn.gov.br
T114v
Taborda, Marcia, 1965-
O violão na Corte Imperial / Marcia E. Taborda. – 2. ed. rev
– Rio de Janeiro : Fundação Biblioteca Nacional, 2021.
154 p. : il. ; 12x19cm. – (Cadernos da Biblioteca Nacional,
17)
CDD- 787.30981
Ficha Catalográfica elaborada pela Divisão de Ampliação de Acervo, do Centro de
Processamento e Preservação da Fundação Biblioteca Nacional.
Agradecimentos
Apresentação
Marcus Venicio Toledo Ribeiro
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Prefácio
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Introdução
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Um expositor premiado
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Referências
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Apresentação da 2ª edição
Luiz Carlos Ramiro Junior*
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Introdução
Esta obra é fruto do trabalho como pesquisadora re-
sidente da Biblioteca Nacional durante o ano de 2016.
A partir da investigação em diferentes documentos do
acervo das divisões de Música, Iconografia, Manuscritos,
Obras Gerais, Obras Raras e na Hemeroteca Digital, bus-
camos revelar não só as atividades culturais ou de lazer
em que o violão estava presente, como também aquelas
voltadas para a sua fabricação, por meio de um minucio-
so levantamento das oficinas artesanais estabelecidas em
ruas do centro da cidade.
A iniciativa de recuperar vestígios, documentando a
presença do instrumento na cena carioca oitocentista,
é um desafio para qualquer pesquisador. O violão não
integrou o quadro das mais importantes instituições
musicais, como a Capela Real, posteriormente Capela
Imperial; a Real Câmara, que nutria o palácio com o re-
pertório musical camerístico; e tampouco fez parte do
conjunto orquestral que deu suporte ao principal gênero
difundido no período, a ópera.
Hoje, são inúmeros os estudos dedicados a cada uma
dessas instituições, muitos dos quais fazem o mapea-
mento de músicos, autores e repertório, além de iden-
tificar o que sobreviveu da documentação musical nos
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Parte I
A elite de executantes
No final da década de 1950, o surgimento da bossa
nova, subgênero do samba, que começou a ser cultivado
nos apartamentos de Copacabana e Ipanema – elegantes
bairros da zona sul do Rio de Janeiro – criou uma sono-
ridade que tinha no violão a síntese máxima do acompa-
nhamento musical. Nas mãos de João Gilberto, o violão
alcançou não apenas um lugar social junto à bem-sucedi-
da burguesia carioca, mas assumiu a função de elemento
identificador de um gênero musical que projetou a mú-
sica brasileira em escala internacional, com a fusão de
melodia, harmonia e ritmo, elaborando um tecido não
exatamente simétrico, mas fundamentalmente contra-
pontístico. No lendário encontro com Frank Sinatra nos
Estados Unidos, Tom Jobim, apesar de exímio pianista,
optou por um violão; o instrumento já estava associado
à imagem do Brasil e seria um atrativo a menos para o
público norte-americano se não o utilizasse.
Em contraponto à literatura geral, que proclama o
violão como sendo de uso exclusivo de malandros, perce-
bemos que o instrumento jamais esteve ausente dos sa-
lões da elite brasileira. Esse discurso, um tanto ou quan-
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Pot-pourris de
Rossini
Lintant Charles Lintant
(1758-1830)
Método Publicado em Paris
em 1813, o Nouvelle
Méthode de Lyre et
Guitarre à six Cordes
foi dedicado à Madame
La Contesse Français
30 petites pieces
Meisonnier Antoine Meissonier
(1783-1857)
Método Publicou o Nouvelle
Méthode Simplifiée
pour la Lyre ou Guitar-
re em Paris entre 1809
e 1810. Houve várias
reedições da obra
Contredanses de
Rossini
30 airs
Molino Francesco Molino
(1768-1847)
Método Nouvelle Méthode pour
La Guitarre. O mais
antigo método publica-
do deste autor apareceu
em Leipzig em 1813.
A edição francesa tem
data de 1817
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Contredanses
violino e violão
Six pieces
3 Rondeaux
Mouraille
Differents
morceaux à G de
démonteé
Varlet (?) Charles Luce-Varlet
(1781-1853), violinista,
regente e compositor
Clair de Lune
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Divisão de Iconografia/FBN
“Ele verdadeiramente
a Co
graça, habilidade e
força pouco usuais.”
(Allgemeine musika-
lische Zeitung).
Mauro Giuliani
(1781-1829).
Wikimedia Commons
Em junho de 1811,
o editor Artaria
publicou o Op. 27,
de Giuliani, obra
intitulada Marie-
Louise au Berceau
de son Fils. Na capa
da partitura, a
imagem da irmã de
Leopoldina ao lado
do filho, o recém-
nascido Napoleão
II, futuro “Rei de
Roma”.
Marie-Louise au
Berceau de son Fils.
BN
/F
fi a
de Leopoldina: desem-
o de
Bartolomeo Bortolazzi
(1772-1845?) participou
da vida musical carioca
no começo do século XIX.
Sua chegada, em 1809,
coincidiu com o período
de intenso trânsito de
imigrantes após a trans-
ferência da Família Real
portuguesa para o Rio de
Janeiro.
Bartolomeo Bortolazzi.
Divisão de Música e Arquivo Sonoro/FBN
Nas publicações para violão, de editores como Arthur Napoleão e
Bevilacqua, sobressaem modinhas e lundus, além dos importantes
gêneros de danças europeias praticados no período: valsas, schot-
tisches e polcas.
Mulheres trabalhando na oficina de taquigrafia musical da Editora
Bevilacqua.
Compositor e violo-
nista espanhol, em
meados do século
XIX, d. Fernando
Martinez Hidalgo
se estabeleceu no
Rio de Janeiro:
no Diário do Rio
de Janeiro e no
Almanak Laemmert, publicava anúncios de aulas de violão.
“E foi-se” [Detalhe da partitura]. Romance de Moniz Barreto ar-
ranjado para violão por Martinez Hidalgo.
Divisão de Música e Arquivo Sonoro/FBN
Garcia de Andrade
ia
a rc
13 anos. Ao chegar,
A c er v
empregou-se na fá-
brica de violas de um
conterrâneo de nome
Linhares, situada na
rua Estreita de São
Joaquim.
Francisco Garcia de
Andrade (1864-1927).
Folheto de divulgação
da loja “Ao Cavaquinho
de Ouro”.
D
iv
i
sã
od
O professor de pia-
eM
Zapata y Amat
ic a
(1812-1882) veio da
/FB
de Janeiro em 1848,
alcançando grande
reconhecimento pela
atuação na Imperial
Academia e Ópera
Nacional. Era tam-
bém executante de
violão.
José Amat.
a
Tabord
Anúncio da loja “A
Rabeca de Ouro”, na
Marcia
Em 1889, Francisco
Garcia de Andrade
instalou, na rua da
Carioca, nº 92, a loja
e fábrica de instru-
mentos denomina-
da “Ao Cavaquinho
de Ouro”. Tempos
depois, ela foi
transferida para a
rua Uruguaiana,
nº 137, tendo se
tornado ponto de
encontro de mú-
sicos cariocas.
Folheto de di-
vulgação da
loja “Ao ca-
vaquinho de
Ouro”.
N
ras /F B a
bras R
o de O
Div isã
Divisão de Música/FBN
Divisão de Iconografia/FBN
Os artífices da construção
Uma tradição portuguesa
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Movimentação de portugueses no Brasil: 1802-1842
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32. Estas informações foram dadas por Ferreira da Rosa no livro Rio
de Janeiro em 1900: visitas e excursões, 2. ed, p. 231.
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Francisco Nasceu na
Garcia de Ilha do Faial,
Andrade cidade da
Horta, em 13
de dezembro
de 1864.
Chegou ao
Rio de Ja-
neiro com 13
anos de ida-
de. Fundador
da loja “Ao
Cavaquinho
de Ouro”
Francisco Almanak São
Machado Laemmert, Pedro,
Linhares 1869 108
Francisco Almanak São
Pinto de Laemmert, Pedro,
Abreu 1868 108
Macedo
J. Da Silva Gazeta 50 anos,
Pedroso Oficial do solteiro
Império do
Brasil, 1847
J. J. Almanak Quitan-
Rodrigues Laemmert, da, 7B
Loureiro 1872
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REFERÊNCIAS
Fontes
Biblioteca Nacional
. Divisão de Iconografia
. Divisão de Música
. Hemeroteca Digital
. Almanak da cidade do Rio de Janeiro: 1792/94
. Almanak administrativo, mercantil e industrial do
Rio de Janeiro
. Correio da Manhã
. O Despertador
. Diário do Rio de Janeiro
. Fon-Fon!
. Gazeta da Tarde
. Gazeta de Notícias
. Jornal do Commercio
. Semana Ilustrada
. O Spectador Brasileiro
. A Vida Fluminense
. Revista da Semana
Arquivo Histórico do Museu Imperial de Petrópolis
Arquivo Nacional
Arquivo Nacional da Áustria
Arquivo da Universidade de Coimbra
Biblioteca Nacional da Espanha/Hemeroteca Digital
Biblioteca Nacional de França/Gallica
The British Newspaper Archive
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Livros e teses
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CADERNOS DA BIBLIOTECA NACIONAL
Volumes publicados
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XIX: uma teia musical que envolveu artistas,
compositores, executantes, impressores de música
e, sobretudo, artífices.
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pela UFRJ, violonista e professora da Escola de Marcia E. Taborda
Música na mesma universidade. Autora de Violão
e identidade nacional e Viola e violão em terras de
São Sebastião.