Revista Recuperar Ed55

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ANÁLISE

PROTEÇÃO DO CONCRETO

A hora e a vez
dos
Silanos Inibidores.

Michelle Batista

Conheça tudo que o concreto armado-protendido queria : hidrofugação


sem película e agentes iônicos inibidores da corrosão em um só produto.

Não se pode misturar propriedades mecânicas com proprieda-


des químicas. Isso se aplica ao concreto estrutural. Com toda
sua força física, o concreto armado-protendido é hidrófilo, quer
dizer, molha fácil ou é seco por água, e isso é um problema na
medida em que, mesmo os concretos de alta resistencia ou de A fabricação de
pré-moldados em
alto desempenho, devido ao natural processo de evaporação concreto aparente,
da água não estrutural, deixa pra trás uma rede de vazios na protegidos com
massa endurecida. Silano inibidor
reduzem a zero a
Temos visto e acompanhado, nas últimas décadas, a aplicação preocupação
de todo tipo de proteção ou barreira para o concreto estrutural, estética, devido a
molhagem das
começando com o emboço, seguido de uma infinidade de ou- superfícies, e
tros revestimentos estéticos. Até a perfeita aceitação do con- estrutural com a
proteção das
creto aparente com a defectível e enganosa película de verniz. armaduras e cabos
Esta última situação é que verdadeiramente questionamos. O de protensão.
resultado do concreto aparente após dois, três ou cinco anos,
embelezado com vernizes, resulta naquela formação enegreci-
da e bolorenta, recheada de descamação, feia e difícil de ser
removida.
4 RECUPERAR • Setembro / Outubro 2003
Quem são os hidrofugantes? Os siliconatos são considerados “gordos”
(moléculas grandes) e não conseguem aden-
Silanos diferenciam-se dos silicones exata- cula é maior do que a do silano. Muito em- trar bem através da rede capilar do concre-
mente porque este último material é forma- bora também promova reação com a super-
to. O problema dos silicatos é que são mui-
dor de película, não podendo adentrar nos fície das paredes do concreto. A diferença
vazios e capilares do concreto, devido ao básica no quesito reatividade é que, após a to reativos, ou seja, ao primeiro contato re-
grande tamanho de suas moléculas. Os sili- evaporação do solvente, que o introduz no agem com a matriz auto bloqueando-se. Com
conatos são silicones modificados, com mo- interior do concreto, o siloxamo interliga-se relação aos siliconatos e os silicatos, o pri-
léculas um pouco menores. Razão pela qual com a matriz cimentícia, sem se importar com meiro pouquíssimo repele, enquanto que o
pouco adentram na superfície do concreto, a alcalinidade do ambiente. Essa, além do
segundo apenas procura fechar os poros.
sem reagir, no entanto, com a matriz cimen- tamanho da molécula que a impede de aden-
tícia. Sua aderência e conseqüente perma- trar tão profundamente quanto o silano, são Silanos e siloxanos caracterizam-se pelo
nência nas paredes dos vazios do concreto as diferenças entre silano e siloxano. Real- radical alquila que os formam. Aqueles que
é instável e sujeita a ser literalmente lava- mente, o ambiente alcalino, com alto pH, contém um grupo alquila-butila ou alquila-
da. Na verdade, funcionam mal tanto como tem tudo a ver com o silano, otimizando as octila têm melhor performance do que os
formadores de película como penetrantes. reações de interligação com as substâncias
acompanhados dos radicais etila ou metila.
Os siloxanos são os que mais se aproximam formadoras da matriz cimentícia, tornando-
dos silanos. O siloxano também é um pode- as mais fortes, eficientes e, o mais impor- Silanos, no entanto, diferenciam-se dos si-
roso hidrofugante. No entanto, sua molé- tante, intocáveis à ação da água. loxanos exatamente pelo fato de que suas
moléculas são bem menores, o que garante
A verdade é que pouco se sabe sobre os Destes quatro apenas silanos e siloxanos melhor e mais profunda penetração na ca-
produtos não formadores de barreiras ou podem ser considerados verdadeiros pene- mada de recobrimento do concreto. Daí a
que não formam película na superfície do trantes, principalmente pelo fato de que: preferência pelos silanos.
concreto, os chamados penetrantes. • penetram profundamente,
• reagem com os produtos da matriz ci-
Silanos, profissão:
Penetrantes mentícia, agente secreto protetor
versus • não descamam ou amarelam,
formadores de barreiras • bloqueiam a carbonatação e a introdu- Silanos são substâncias hidrofugantes fei-
ção de íons contaminantes, como os clo- tas especialmente para o concreto, exatamen-
Temos duas opções de tratamento ou, o que retos, através da chuva, te porque necessitam de um ambiente muito
é o mesmo, de proteção para superfícies do • não são tóxicos, pois não contém nitrito, alcalino para fazer e acontecer (catalizar) suas
concreto estrutural, de modo a impedir sua fosfatos ou cromatos, reações químicas com a matriz cimentícia de
desintegração. A aplicação de barreiras ou • bloqueiam a reatividade álcali-agrega- repelência ou hidrofobicidade à água. Ca-
películas à base de resinas acrílicas, epóxi- do, racterizam-se, precisamente, por ser um pe-
• promovem hidrofobicidade na própria netrante, já que não fazem película na super-
cas, poliuretânicas ou de silicone incorre
matriz, fície do concreto, tendo capacidade e com-
no natural envelhecimento e perda da inte-
• não deixam rastros na superfície. patibilidade para adentrar e molhar fácil esse
gridade da película, invariavelmente entre
dois e cinco anos, dependendo do ambien-
A contaminação e o processo de repelência
te, o que obriga a um serviço rotineiro e
caro de completa remoção para nova apli-
cação. Por outro lado, poderemos citar qua- Contaminação
tro penetrantes que, efetivamente, atuam Um dos mecanismos de introdução de contaminantes no concreto.
em superfícies do concreto. São os silanos,
os siloxanos, os siliconatos e os silicatos.

GLOSSÁRIO
Repelência ou Hidrofobicidade
Radical – átomo ou grupamento de átomos com
valência livre, capazes de combinarem-se origi-
nando outras substâncias. Os radicais têm vida
livre muito curta. São muito importantes do ponto
de vista teórico. Exemplos: radical sulfato SO4–2,
radical hidroxila OH–, radical metila CH3–.
Alquila – radical derivado dos hidrocarbonetos
não aromáticos pela retirada de um, dois ou mais
átomos de hidrogênio ou ainda derivado dos álco-
ols pela retirada de uma, duas ou três hidroxilas.
Etila – radical monovalente. Como os demais ra- A água líquida que tenta penetrar na super- A matriz cimentícia por ter características hi-
dicais, não pode existir livre, a não ser por espaço fície tratada do concreto sente-se estranha, drófilas, admite facilmente qualquer solução
de tempo muito curto. Sua fórmula é C2H5. “gorda” e não consegue molhar. Está com aquosa que, para esta situação passa a ter
Hidrófobo – não tem afinidade ou repele a água. craxá de alta tensão superficial. A superfície baixa tensão superficial, facilmente molhan-
Hidrófilo – substância que absorve ou tem afini-
dade com a água.
das paredes dos vazios e capilares apresen- do as paredes da matriz que, normalmente
ta baixa energia. possui alta energia.

RECUPERAR • Setembro / Outubro 2003 5


SILANO
SILANO-- CORR
Concreto armado e protendido com agente
secreto protetor. Não aparece, mas está lá
dentro, garantindo impermeabilidade natural e a
proteção das armaduras e cabos de protensão.
O concreto como deveria ser.

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pos reativos que, efetivamente, modificam
seu comportamento e performance, uma vez
dentro do ambiente chamado concreto. A
modificação da funcionalidade de sua mo-
lécula implica na modificação de seu com-
portamento, podendo com isso adentrar
mais profundamente e, de quebra, levar na
garupa elementos armados contra a corro-
são das armaduras, os chamados agentes
iônicos inibidores.

O silano avançado
Seguramente, o maior e mais recente avan-
Figura 2 - Esquema do teste feito no FHWA-RD-98-153. ço alcançado na carreira dos hidrofugan-
material, ao mesmo tempo em que vão ocor- macro vazios, além dos capilares do concre- tes foi a adição de inibidores de corrosão
rendo reações de interligação (ligações cru- to, tornando-as hidrófobas e repelentes à nas molécula do silano, através da incor-
zadas) com a matriz cimentícia e sua umida- água da chuva. Água não entra. poração de um grupo orgânico amina, R-
de natural (água adsorvida). Literalmente, al- Suas moléculas que podem, no entanto, ser NH2. A maioria dos inibidores de corrosão
teram as condições das paredes dos micro e sintetizadas com uma variedade de sub-gru- a base de aminas, aplicados em superfíci-

GLOSSÁRIO
Funcionalidade – representa o número de regi-
ões da molécula passíveis de reação.
Grupo funcional ou reativo – que possui dupla
ligação.
Amina – designação genérica de um importante
grupo de substâncias orgânicas, cuja fórmula ger-
la é R-NH2, derivadas da amônia.
Silanos – substância derivada do silício Si, produ-
zida pela redução da sílica SiO2 de acordo com a
equação: SiO2 + C --> Si + CO2.
Interligação ou ligação cruzada – reação en-
tre moléculas que são unidas lado a lado ou por
suas terminações.
Adsorção – consiste na concentração ou acúmulo
de moléculas livres de um líquido, vapor ou gás em
contato com a superfície de um sólido (adsorvente)
poroso ou firmemente dividido que depende exclu-
sivamente da atividade superficial dessas substân-
cias. Não deve ser confundida com absorção, que
Pontes tratadas com silano inibidor além de terem aspecto estético extremamente evidenciado pela põe em jogo a parte interna das partículas.
ausência de molhação, têm sua durabilidade extremamente prolongada.

A proteção por barreira. Início e fim


Abaixo estão as situações em que chegam, invariavelmente, as películas orgânicas formadoras de barreiras. Adicionalmente, dever-se-á
considerar que toda película de tinta é permeável, em menor ou maior grau. Outro aspecto importante para sua sobrevivência e durabilidade,
e que precisa ser considerado, é o contato extremamente alcalino com o concreto e a preparação das superfícies.

Forças
Coesivas
Forças
Adesivas
Sistema protetor por barreira formado
por película orgânica tipo epóxi, 1ª demão de proteção
1ª demão de proteção evidenciando a atuação das forças em
cada película aplicada. 2ª demão de proteção
2ª demão de proteção
Primer
Primer
Estado de ruína por
Superfície do concreto
perda lateral da coesão
Superfície do concreto no primer. Ruína por coesão lateral

Estado de ruína da coesão na


Ausência de coesão vertical película de proteção. 1ª demão de proteção
1ª demão de proteção
2ª demão de proteção
2ª demão de proteção Estado de ruína na interface do
Primer
concreto com o primer.
Primer Formação de bolhas ou Superfície do concreto
Superfície do concreto descascamento do sistema. Ruína por adesão

RECUPERAR • Setembro / Outubro 2003 7


Figura 3 - Resultados
da aplicação do
SILANO-CORR em
corpos de prova novos,
porém fissurados,
sujeitos a ciclos de
molhagem e secagem
por 12 meses atacando-
se com solução salina a
15%.

A prévia aplicação
de silanos inibidores
Figura 4 - Atuação em em peças pré-
corpos de prova com moldadas garante
corrosão. Resultados mais rapidez na
interessantes onde se execução e, claro,
vê, perfeitamente, a ausência de
corrente de corrosão manutenção.
interceptada, após seu
pico máximo
característico e a
interferência do recobrimento do concreto até as armadu-
produto 3 meses após. ras. Uma vez em torno das armaduras dão
uma força à camada de óxidos passivan-
es de concreto só são eficientes se hou- cas, ou seja, íons na forma de gás ou va- tes existente na superfície do aço. À me-
ver alta volatidade de moléculas orgâni- por para migrarem através da camada de dida que a molécula do silano interliga-se
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Impermeabilização por Cristalização?

Quando misturado à água e aplicado como revestimento cimentí-


cio, seus componentes ativos encadeiam uma enorme formação
cristalina insolúvel dentro dos vazios, fissuras e trincas do con- PENETRON
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8 RECUPERAR • Setembro / Outubro 2003


O silano inibidor é aplicado correntemente A aplicação do produto é particularmente
nas novas estruturas, como nas
travessas, pilares e blocos desta ponte. indicada para superfícies de concreto à vista
ou aparente, onde não promove qualquer
alteração em sua aparência. A aplicação
Agency (FHWA – RD – 98 – 153), inclusi- mais eficiente é feita com bomba airless, na
ve com a presença de fissuras na camada forma de spray, podendo-se também utili-
de recobrimento de corpo de prova de zar rolo ou pincel. O produto não promove
concreto armado. Verifica-se que, além de qualquer película na superfície, incorporan-
inibir o início da corrosão em corpos de do-se totalmente na massa da camada de
prova sem qualquer contaminação, nos recobrimento, tornando o concreto imune
que estavam com corrosão observou-se à ação da água e de todos os contaminan-
uma redução na velocidade da mesma em tes que a acompanham.
torno de 90%, essencialmente pela drás-
Fax consulta nº 04
tica diminuição da resistividade eletrolí-
tica do concreto, seguida da atuação do
inibidor.
A avaliação da corrosão foi feita com o equi- Para ter mais
pamento GALVAPULSE, com base na téc- informações sobre
nica da introdução, em uma área pré-esta- Análises.
belecida e perfeitamente medida pelo apa-
relho, de um pulso ou impulso elétrico, es-
com os sais componentes da hidratação tabelecendo-se uma determinada corrente.
do portland, e que formam a matriz, fica Literalmente, introduz-se uma corrente em REFERÊNCIAS
permanentemente incorporado ao concre- uma determinada área da armadura, polari- • Michelle Batista é química e especialista em
to e não mais pode evaporar ou ser lixivi- zando-a e analisa-se o seu comportamento problemas da construção.
ado de sua massa. Esta situação foi farta- ou a velocidade da polarização, convertida • C.H. Hare, “Adhesive and Cohesive Failure in
Applied Coatings Composites”.
mente testada pelo Federal Highways em velocidade de corrosão. • A guide to the use of waterproofing, damppro-
fing, protective and decorative barrier syste-
ms for concrete, American Concrete Institu-
te, ACI 515.
• Robery, P. “Specialist Spraying: key to silane
success”, new civil engineer.
• Concrete society, “Permeability Testing of Site
Concrete”.
• National Research Council, “Concrete Sealers
for the Protection of Bridge Structures”.

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PISOS DE CONCRETO

Survey fPractice

Pisos de concreto novos.


O primeiro ano de vida. (II)

Carlos Alberto Monge

Conheça as transformações e o comportamento de um piso de


concreto em seu primeiro ano de vida.

Esta matéria é continuação da apresentada na De repente fissuras e trincas tas indicam que a força de tração surge nas
edição 54 da RECUPERAR. Assim como é cha- extremidades. À medida que o tempo pas-
to ter que conviver com um resfriado, o mesmo A pergunta que não cala é a seguinte: qual sa, esses esforços ou tensões são gradual-
ocorre com trincas em pisos de concreto. Para a causa do fissuramento? Se um piso seca mente liberados ou aliviados pela fluência
ambos os casos dispõem-se de regras que tor- ou é molhado, desde que não haja qualquer do concreto. Em casos extremos, a fluência
nam estas patologias difíceis de serem contra- impedimento, sofrerá uma retração e não reduz cerca de 1/3 das tensões ou esforços
ídas. Não há uma fórmula específica, pois exis- acumulará qualquer tipo de esforço (repare acumulados. Veja a figura 4 na página se-
tem variáveis difíceis de serem contabilizadas. nos desenhos 1 e 2 da figura 2 na página guinte. Para um concreto ainda “verde”, se
Uma delas é a mão do homem. A prática, no seguinte). Se, no entanto, as extremidades todos aqueles esforços de tração apresen-
entanto, nos diz que se as pessoas envolvidas tendem a “segurar” seu comprimento origi- tarem-se maiores que a resistência de tra-
estiverem sintonizadas no sentido de se evitar nal enquanto o piso seca, aí a coisa muda, e
GLOSSÁRIO
trincas, sejam em grandes ou pequenos pisos surgem esforços de tração. É como se dei-
de concreto, acredite, o resultado pode ser fan- xássemos o piso encolher livremente e, de- Fluência (creep) – deformação dependente do
tempo, motivada pela permanência de um carre-
tástico. A velha máxima nos diz que há remédio pois, puxássemos ou esticássemos a placa gamento.
para tudo, desde que compreendamos a(s) para seu comprimento original (veja a figu- Sub-leito – solo preparado e compactado para
suportar uma estrutura ou um pavimento.
causa(s) corretas do problema. ra 3 na página seguinte). Repare que as se-

12 RECUPERAR • Setembro / Outubro 2003


Survey fPractice

ção do concreto, claro, o concreto irá trin- Causas do fissuramento ou de trincas no concreto
car ou fissurar, com conseqüente liberação
de tensões. Veja a última figura. É um caso • Antes do endurecimento o Físico: retração por secagem, flutuações
simples, mas ilustra bem o que acontece o Movimento da construção: sub-leito, for- na umidade.
ma. o Térmico: tensões térmicas motivadas pe-
tanto para grandes pisos como para peque- o Retração ou encolhimento devido à mo- las diferenças no calor de hidratação in-
nos, mesmo submetidos a outros tipos de vimentação progressiva em torno das ar- terno devido as propriedades térmicas dos
causas. maduras, agregados... agregados, variações na temperatura do
o Retração devido à pega inicial e final. ambiente...
o Concentrações de esforços ou tensões:
• Após o endurecimento armaduras, fluência.
o Químico: constituintes do cimento, car- o Projeto estrutural do piso: carregamen-
bonatação, agregados reativos, corpos to, fundação, recalques.
estranhos, corrosão. o Acidentes: sobrecarga, vibração, fadiga.

A maioria das trincas, se não forem profun- lica, dimensionada para evitar o fissuramen-
das, não afetam a integridade estrutural do to, na verdade, não impede a ocorrência da-
piso. Um detalhe interessante, que se vê quela patologia, apenas controla a dita cuja.
muito na prática, é o fato de que a tela metá- A abertura das trincas se manifesta mais in-

EPÓXI CONVENCIONAL
AS EXIGÊNCIAS COM
METACRILATO

Figura 3 - Hoje são totalmente injustificáveis os serviços de injeção convencional, aquela de abrir sulcos,
colmatá-los com pasta epóxica e injetores e depois, com uma bomba, injetar epóxi com viscosidades em
torno de 400cps. Quer dizer, 400 vezes a viscosidade da água. Com o advento do metacrilato, que tem
apenas 15cps, basta verter e pronto. Este material adentra em trincas de até 0,01mm de abertura.
Figura 2 - Como ocorre o fissuramento.
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RECUPERAR • Setembro / Outubro 2003 13


Survey fPractice

tensamente na superfície, significando que, to maior ocorre nos dois


na parte inferior do piso apresentam-se mais anos seguintes! Portan-
fechadas, devido a velocidade de retração to, pode acreditar, o tra-
(encolhimento) diferencial. Muitas trincas, balho de abertura das
na verdade, nem chegam ao fundo do piso. juntas é contínuo, limita-
Em resumo, o fissuramento é fisiológico em do não a dias, mas sim a
função da retração. Sua existência significa anos. Só para facilitar as
porta aberta à destruição do piso. coisas, vamos assumir
que você tenha feito um
piso com 15cm de espes-
sura e cortou as juntas
de controle com lâmina
de serra de 3mm de es-
pessura, a cada 6m. Pode
Trinca na junta de controle após a sua execução (corte). Abertura apostar que os 3mm de
inevitável.
abertura vão virar 6mm.
E mais, dependendo do
A abertura da junta de retração tipo e da forma como você preencheu as
juntas de controle, o material vai sofrer adoi-
Vimos na edição nº 53 da RECUPERAR que dado para agüentar este tranco.
as juntas de controle (serradas) são, verda-
deiramente, projetadas para compensar a re- A briga retração-junta de
tração que ocorre obrigatoriamente. Vimos, controle-calafetamento
também, que muitos técnicos desconhecem
E assim surgem as trincas e fissuras. Repare a quan- ser a retração um fenômeno que dura muito O American Concrete Institute (ACI) e a
tidade de detritos em seu interior, que devem ser re-
movidos quando se pretende monolitizar o piso com
mais do que aqueles míseros trinta dias. Portland Cement Association (PCA) reco-
metacrilato. Mais importante ainda, seu desenvolvimen- mendam o uso de epóxi semi-rígido (tipo
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Metacrilato

Com viscosidade igual a da água, o METACRILATO preenche e monolitiza qualquer trinca ou


fissura, de até 0,05mm de abertura, em pisos, apenas vertendo-se o produto. Em apenas meia hora,
com o METACRILATO também se monolitiza trincas e fissuras em vigas e pilares, de maneira
fácil e rápida. Basta fazer um pequeno furo na parte superior da peça e verter o produto com a ajuda
de um pequeno funil. Não fique perdido no tempo das injeções.

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Survey fPractice

bordas e evitam que as rodas das empilha-


DICA do ACI REFERÊNCIAS
deiras e/ou impactos de cargas quebrem as
O ACI recomenda, literalmente, “em- bordas das juntas. • Carlos Alberto Monge é Engenheiro Ci-
purrar com a barriga”, o quanto pu- vil, especialista em serviços de recupera-
e-mail consulta nº 10
der o calafetamento da junta, de ção.
modo a permitir que ela se manifes- • CSA, Concrete Materials and Methods
of Concrete Construction.
te o máximo.
• Garber, G, “ Design and Construction of
Para ter mais Concrete Floors.
epóxi 36) para o calafetamento ou preen- informações sobre • Butt, Thomas K. “ Avoiding and Repai-
chimento das juntas de controle de pisos pisos de concreto. ring Moisture Problems in Slabs on Gra-
industriais, basicamente pelo fato de que de.
preenchem a junta, aderem tenazmente às • Concrete Floors on Ground, PCA.
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ANÁLISE
Survey fPractice

Um caso típico de corrosão


do concreto devido a
incompatibilidade com o
ambiente que o cerca.

Walter Carlos Pessanha

Concreto é um falso sólido que, dependendo do ambiente onde estiver


inserido, também corrói. Conheça as razões pelas quais o concreto pre-
cisa ser revestido, e as principais propriedades que a proteção deverá
ter.
Indiscutivelmente, hoje, e mais do que to quanto de suas armaduras ou cabos As principais propriedades
nunca, toda estrutura aérea além das en- de protensão. da proteção
terradas precisa ser protegida. Para aque- • Proteção da superfície quando submeti-
les que ainda duvidam desta asserção, tor- da a tráfego de veículos, evitando a for- A superfície do concreto é extremamente
na-se importante mostrar as principais ra- mação de pó e, conseqüentemente, sua alcalina, logo, a tinta ou o revestimento
zões: desintegração. deverá ser previamente vacinado ou tole-
• Tratamento para dissipar a eletricidade rante a este ambiente. O arrocho de propri-
• Melhorias na aparência, sobretudo com estática, como a inclusão de agregados edades obrigatórias para trabalhar em cima
relação à manutenção da cor, brilho e condutivos ou pisos condutores, parti- deste material, após ultrapassada a barreira
textura, essencialmente para efeito arqui- cularmente em indústrias que fabricam anterior, exige resistência química, física,
tetônico. microchips, salas de exames de hospi- térmica e principalmente impermeabilidade,
• Redução da permeabilidade às chuvas, tais, centros de pesquisas, depósitos de o que é difícil, já que nenhuma tinta é 100%
ao troca-troca entre umidade relativa solventes etc. impermeável. Pelo menos as fabricadas com
(UR) interna-externa que, invariavelmen- • Proteção das superfícies contra a deteri- 100% de sólidos chegam perto. Estas são
te conduz à destruição tanto do concre- oração química e física. as qualidades básicas para que a tinta ou o

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RECUPERAR • Setembro / Outubro 2003 19


Survey fPractice

A utilização de hidrofugante à
base de silano eterniza a
superfície do concreto, sem
interferir em sua estética.

revestimento sobreviva por um bom tem- mas ASTM D3359 (teste da fita) ou ASTM forma de vapor. Assim, torna-se importante
po. Mas existem mais. Vamos conhecê-las. D4541 (teste com aparelhos portáteis que conhecer a velocidade com que ocorre a
medem a adesão). transmissão do vapor d’água (TVA) da tin-
Adesão ta ou revestimento, definida como o fluxo
Resistência à permeabilidade de vapor d’água invariável, em uma unida-
Concreto é um falso sólido que, literalmen- de de tempo, através de uma unidade de área
te, “respira”, isto é, permite fluxos cons- Toda película de tinta ou revestimento é da película, normal à superfície, sob con-
tantes de entrada e saída de vapor, con- permeável, pelo menos à ação da água, na dições de UR e temperatura específicas.
forme diferenças na UR interna-externa. A ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

adesão nesta superfície, e estamos falan-


do de epóxis, poliuretanos e pisos viníli-
cos, é crítica à medida que não se analisa a
emissão da umidade (vapor) dinâmica, por
pelo menos três dias com o uso do TVA-
OK conforme a norma ASTM F1869 (teste
de cloreto de cálcio). A medição da umida-
de estática em aparelhos é tão relativa
quanto pertinente ao instante da medição.
Quer dizer, poder-se-á ter 3% de umidade
no instante da medição e à noite ou no
outro dia ter-se 12%! O que é bastante TVA-OK
comum e justifica a avalanche de casos de Tele-atendimento
descolamento de pisos epóxicos e viníli- (0XX21) 2493-6862
fax (0XX21) 2493-5553
cos. O teste de adesão é indicado para gran- [email protected]
des áreas. Deve ser feito conforme as nor- Fax consulta nº 21

20 RECUPERAR • Setembro / Outubro 2003


Survey fPractice

GLOSSÁRIO
Permeância ao vapor – a permeância ao va-
por d’água de uma placa de concreto de qualquer
espessura é a relação entre o fluxo de vapor d’água
e a diferença da pressão de vapor existente entre
suas duas superfícies. É a capacidade de uma ca-
mada de material, de qualquer espessura, deixar
passar vapor d’água devido as diferenças entre as
pressões de vapor existentes nas duas faces do
material.
Pressão do vapor – parte da pressão atmosfé-
rica total exercida pelo vapor d’água no ar. Pressão
exercida por um vapor. Se, à temperatura constan-
te, um vapor é mantido confinado contra seu líqui-
do, de modo que possa acumular acima dele, sua
pressão (de vapor) aproximar-se-á de um limite
conhecido como pressão de vapor “saturado” ou
máximo, dependente apenas da temperatura exis-
tente e, claro, do próprio líquido. Geralmente, a
pressão de vapor de um líquido é medida quando a
pressão total exercida sobre o líquido não é apenas
a do vapor.
Permeabilidade – qualidade que permite um
concreto ou solo transmitir água ou ar através de
sua massa. É medida em termos de velocidade de
fluxo através de uma unidade de seção reta do No Miami MetroRail foi usado silano para proteger o concreto e embelezar suas formas.
concreto ou solo saturado em uma unidade de tem-
po. A permeabilidade ao vapor d’água é a proprie- outro lado, a durabilidade da película (sua uma permanência de 0,0096 perms. Bons
dade de um material que permite a passagem de permanência) é media pela TVA em gramas valores para películas que se candidatam a
vapor d’água. É igual a permeância relativa a 2,5cm
de espessura do material. É medida em perm-cen- por Pascal por segundo por metro quadra- proteger concretos submetidos à exposição
tímetro. do. Um perm é igual a 5,72 x 10-8 gramas por intermitente, mas não para trabalhar imersa
Perm – unidade de medida da permeância ao
vapor d’água de um material.
Pascal por segundo por metro quadrado. em soluções químicas agressivas.
Permeabilidade ao vapor – propriedade de É interessante ressaltar que permeabilida- A norma ASTM D1653, “método padrão para
um material que permite a migração do vapor de é o produto aritmético da permeância e a determinação da permeabilidade ao vapor
d’água sob influência das diferenças de pressões
existentes em cada lado do material. espessura da tinta ou revestimento. Perme- d’água de películas de tintas e revestimen-
Resistência ao vapor – recíproco de permeân- ância, ao contrário, nada tem a ver com as tos orgânicos” é outro método de análise ou
cia ao vapor. Resistência de uma película à passa-
gem do vapor d’água. propriedades do material, apenas relacio- investigação da resistência à permeabilida-
Resistividade ao vapor – recíproco de permea- na-se ao valor do seu desempenho. Por de. Para demonstrar as diferenças entre as
bilidade ao vapor. Medida da resistência de um
material, com espessura de 5cm, à passagem do
exemplo, um revestimento de epóxi estrutu- propriedades da TVA, de tintas e revesti-
vapor d’água. rado com flocos de fibra de vidro com 2mm mentos usados para proteger o concreto fi-
de espessura tem uma permeabilidade de que esperto e aproveite os resultados já ana-
Desta forma, tintas e revestimentos tidos 0,00015perms e uma permeância de lisados segundo a norma ASTM D1653:
como protetores do concreto contra a ação 0,000075perms (0,00015 ÷ 2mm). Logicamen- • As tintas à base de emulsões acrílicas
da água e de soluções químicas sejam aquo- te, são valores ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

sas ou não deverão ter uma TVA muito bai- que expressam
xa, seja para tintas ou revestimentos que baixíssima perme-
trabalham onde haja grande UR, em imper- abilidade e per-
meabilizações secundárias (RECUPERAR manência, ótimo
nº 53) ou sujeitas à imersão contínua ou para uma pelícu-
não. Uma das razões do sucesso das tintas la que se candi-
acrílicas em fachadas é exatamente sua alta data a trabalhar
TVA, permitindo que a inevitável troca-tro- imersa. Um outro
ca interior-exterior ocorra, evitando a ocor- exemplo irá clare-
rência de bolhas ou descolamentos em sua ar mais as coisas.
película. Amarrado nesse cipoal de exigên- Uma película de
cias também se encontram as tintas ou re- 450 micrômetros
vestimentos usados no lado interior de de espessura
ambientes e estruturas enterradas sem im- (0,45mm) de um
permeabilização em seu lado exterior (posi- outro epóxi tam-
tivo). A norma ASTM E96, “teste para TVA bém estruturado
de materiais”, é uma forma de avaliar a per- com flocos de vi-
meabilidade das tintas e revestimentos. Pri- dro, tem uma per-
meiramente, a TVA é medida em gramas por meabilidade de
metro quadrado em 24 horas (g/m2/24h). Por 0,0043 perms e
RECUPERAR • Setembro / Outubro 2003 21
Survey fPractice

Flexibilidade

Fortes e extremamente aderentes, os epó-


xis cumprem bem seu papel de protetor nú-
mero um do concreto. No entanto, como
nada e ninguém é perfeito, sua película é
extremamente rígida e fissura (quando não
trinca) quando a superfície do concreto dá
Os ambientes pertinentes aos locais acima são
distintos e exigem proteção específica para o para fissurar. Estamos nos referindo tam-
concreto armado. bém àquelas fissuras que teimam em apre-
sentar movimentação. Para e contra isso
já estão no mercado os epóxis flexíveis ou
usadas em fachadas de edificações ne- tica é comum ou quase obrigatório o uso elastoméricos que, além de agüentarem im-
cessitam ter excelente “respiração”. Uma de pinturas epóxicas à base de poliamida pactos, formam verdadeiras pontes sobre
tinta acrílica padrão aplicada em duas de- nas paredes, de modo a atender a saúde as fissuras dinâmicas. Tais produtos tam-
mãos, com rolo, faz 125 micrômetros de pública. Um epóxi com endurecedor à bém oferecem excelente proteção química
espessura de película seca cada e terá base de poliamida (bisfenol A), com 100% contra produtos corrosivos. Algumas for-
uma TVA de 300 a 350g/m2/24horas e uma de sólidos necessita apenas de 125 mi- mulações epóxicas elastoméricas, inclusi-
permanência variando entre 9,70 a crômetros de espessura de película seca ve, já vêm estruturadas com fibras de Ke-
10,50perms. (uma demão no rolo) para fazer a prote- vlar, de modo a agüentar trancos fora do
• Nas indústrias de alimentos e farmacêu- ção necessária. A película assim formada comum.
terá uma TVA de 9,5 a 10,5 g/m2/
24horas e uma permanência de Coeficiente de dilatação térmica linear
0,300 a 0,350perms. Se o filme for (CDTL)
de boa qualidade (durabilidade) e
não houver furos ou defeitos na Como o CDTL das tintas é bem superior ao
aplicação, os valores acima serão do concreto, é comum surgirem tensões na
considerados bons. película ou revestimento, ocorrendo fissu-
• As proteções feitas em tanques ras e até a perda de adesão com descola-
de produtos químicos à base de mento. Quer dizer, a película de proteção
poliéster com areia de sílica e es- tende a dilatar ou contrair mais intensamen-
truturadas com fibra de vidro, for- te que sua base (concreto) à medida que a
mando uma espessura de filme temperatura se manifesta. O concreto por
seco de 2,5 a 3,0 milímetros apre- sua vez, com um CDTL menor, agarra-a e
sentam permanência que varia de não deixa a película se manifestar. Alguma
0,029 a 0,0040perms. coisa vai acontecer. Aquelas superfícies de
• Recomenda-se aplicar epóxi cu- concreto com baixa resistência na superfí-
rado com amina cicloalifática nas cie, particularmente quando não se lixam
estruturas de concreto de indús- aqueles inúteis 2 milímetros de nata super-
trias químicas que tenham conta- ficial, costumam apresentar defeitos por co-
to com vapores ácidos. Espessu- esão naquela meta com conseqüente des-
ras de película seca entre 450 e colamento da película devido as diferenças
500 micrômetros apresentam per- no CDTL, especificamente quando ocorrem
manência entre 0,200 e 0,250per- rápidos e grandes gradientes ou variações
ms. de UR e temperaturas. Para situações como
Todo concreto sem revestimento protetor está sujeito a Contanto que não haja alterações estas, onde há também uma ciclização des-
desintegração, motivado pelas reações químicas oriundas nos ambientes de exposição acima descri- tes fatores, torna-se obrigatório o dimensio-
da penetração da chuva ácida e de lixiviações constantes.
A ausência de proteção adequada ao ambiente exige a tos, os valores da permanência apresenta- namento de um CDTL bem pequeno ou o
execução de trabalhos caros com materiais, muitas das dos são bons e, portanto, sugeridos. mais baixo possível para a proteção. Uma
vezes incompatíveis com o próprio concreto original.

22 RECUPERAR • Setembro / Outubro 2003


sua empilhadeira

seu piso epóxico

Clar
Claroo que seu cliente não v
cliente ai a
vai ter
ater rissar
terrissar
um F-14 no piso e póxico que v
epóxico ocê a
você plicou.
aplicou.
Mas não é que poderia!!
Os epóxis novolacs são famosos por sua resistência química. Mas água mole em pedra dura... O fato é que a película pode se
tornar quebradiça e ir perdendo sua adesão.
Pesquisa não pára. Agora você tem o EPÓXI 28 flexibilizado, o EPÓXI 28 FLEX, com tecnologia novolac com polisulfeto. Esta
formidável parceria garante, verticalmente, qualquer tranco, com altíssima resistência química e abrasão. Anos-luz à frente
dos revestimentos epóxicos tradicionais.

EPÓXI 28 FLEX

Tanques de estocagem e de processamento químico • Pátio de manobras • Tanques de combustível e lastro de navios •
Diques para impermeabilizações secundárias • pisos de áreas de processamento expostos a respingos de químicas corrosi-
vas, pisos de porta-aviões sujeitos a decolagem e aterrissagem...

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Tele-atendimento
(0XX21) 2493-6862
fax (0XX21) 2493-5553
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Fax consulta nº 22

RECUPERAR • Setembro / Outubro 2003 23


Survey fPractice

dica: tintas ou revestimentos estruturados (interligação) e a maioria das tintas or-


com areia de sílica ou outros agregados ten- gânicas (epoxis, poliuretanos, poliéster, GLOSSÁRIO
dem a ter um CDTL próximo do concreto, ou estervinílicos, etc) curam por polimeri-
seja, bem diferente das películas com 100% zação. Mais, a polimerização da tinta Ligações cruzadas ou interligações – liga-
ção química entre cadeias de um polímero para
de resina. Repare bem nestes números: nada mais é do que a interligação quími- formar uma estrutura em rede, que impede a livre
ca de um ou mais monômeros para pro- movimentação entre as moléculas. Um exemplo
de ligações cruzadas é a vulcanização da borracha.
duzir uma película polimérica. A densi- Monômero – substância em que suas moléculas
dade de interligações é avaliado pela fun- individuais são capazes de se ligarem para formar
moléculas longas (polímeros).
cionalidade do monômero. Por exemplo, Polímero – substâncias formadas por moléculas
um epóxi bisfenol A tem uma funcionali- caracterizadas pela repetição (por ramificação, ex-
dade de 1,9, e o epóxi bisfenol F, 2,1. tremidades soltas etc) de um ou mais tipos de uni-
Resistências térmica, química e física dades monoméricas.
Logo, o epoxi bisfenol F apresenta mai- Poliéster – polímero caracterizado por uma ca-
As tintas e revestimentos indicados para or resistência química que o epóxi bisfe- deia com unidades de repetição estrutural do tipo
éster. Famoso pela inclusão de fibra de vidro em
proteger paredes e pisos industriais preci- nol A. sua estrutura.
sam resistir bem a abrasão, erosão, des- A resistência térmica também aumenta Éster – produto da reação de um álcool e um
com a funcionalidade. Os epóxis novo- ácido.
gastes físicos diversos e exposição térmi- Époxi – polímeros caracterizados pela reação da
ca. Logo, é necessário conhecer as verda- lacs apresentam funcionabilidade vari- epicloridrina com substâncias polihídricas, como os
deiras condições de exposição, ou seja, o ando de 2,6 a 3,5, o que significa maior fenóis, glicois e novolacs.
Funcionalidade – é o número de grupos reati-
ambiente com suas substâncias químicas resistência térmica e química que os epo- vos existentes em uma molécula.
e suas concentrações, duração e tipo em xis bisfenol F e A. A resistência química, Polimerização – processo pelo qual pequenas
moléculas orgânicas (monômeros) reagem entre si
que se manifestam, seja a seco ou molha- além disso, também é influenciada pelos para formar polímeros (cadeia longa).
do, além da temperatura. A resistência físi- tipos de agentes de cura empregados.
ca tem a ver com os tipos de carregamen- Os epoxis curados com aminas cicloali- no, os polisiloxanos e o acrílico, por sua
to, o tráfego e, claro, o desgaste físico pre- fáticas são muito mais resistentes que vez, têm excelente resistência à luz UV.
cisa ser analisado. As tintas ou revesti- os epoxis curados com aminas alifáticas
mentos elastoméricos oferecem excelente ou poliamidas. Películas finas e grossas?
resistência a impactos e quando bem di-
mensionadas tornam-se a melhor solução Resistência à luz ultra violeta Não há uma padronização universal do que
contra a ação química. É o caso do novo e a retenção do brilho seja uma película fina ou grossa. No entan-
epóxi 28 elastomérico. Este material, os to, há tendências que conduzem à seguinte
elastoméricos, podem não ser adequados Toda tinta exposta à ação do tempo preci- definição:
quando se exige grande resistência à abra- sa resistir à radiação ultravioleta (UV) do
são e ao desgaste físico. A dureza da pelí- sol. É sabido que os epóxis sofrem rápida Películas finas
cula tem papel principal aqui. degradação quando expostos à ação do
A resistência química da tinta é afetada sol, ocorrendo pulverulência em seu filme, São caracterizadas por terem espessura de
pela sua densidade de ligações cruzadas com exposição do pigmento. O poliureta- filme seco (EFS) até 500 micrômetros e não
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Esgotos, Efluentes Industriais e


Produtos Químicos Pesados?
É loucura deixar superfícies de concreto em contato direto com produtos
extremamente ofensivos. Somente uma formulação epóxica, de forma
garantida, atende a todas as exigências de resistência química e
bacteriológica em estações de tratamento de esgotos e indústrias
químicas, com garantia, o epóxi 28. Os demais vão para o sacrifício.

Só com
EPOXY 28
Tele-atendimento
(0XX21) 2493-6862
fax (0XX21) 2493-5553
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Fax consulta nº 23

24 RECUPERAR • Setembro / Outubro 2003


Survey fPractice

GLOSSÁRIO
Coeficiente de dilatação térmica – medida
do aumento de volume inicial devido ao aumento
da temperatura.
Bisfenol – são as resinas que caracterizam o epó-
xi.
Coesão – capacidade de se manter unido um
material.
Coeficiente de dilatação térmica linear –
mudança no comprimento, usando-se uma unidade
de comprimento, de um material devido a mudan-
ças da temperatura.

são estruturadas, podendo ter agregados


ou cargas. São aplicadas por spray, rolo ou
trincha.

Películas grossas

Apresentam EFS maior que 500 micrôme-


tros, podendo ser estruturadas com agre-
The society for protective coatings. gados em sua película. Geralmente são apli-
*MMAs = acrílico do metacrilato de metila. cadas com bombas de dois componentes
ou com rolo.
e-mail consulta nº 24

Para ter mais


informações sobre
Análises.

REFERÊNCIAS
• Walter Carlos Pessanha é Eng° Químico
com grande experiëncia em tintas aplicadas
em concreto.
The society for protective coatings. • The Fundamentals of cleaning and coating
*MMAs = acrílico do metacrilato de metila. concrete – Randy Nixon e Dr. Richardd Drisko.
• Burns, Goeffrey. Alkyds. In generic coatings
types: and introduction to industrial maintenance
Como se manifestam as películas coating material.
C) Perda da proteção superficial - típico de tintas com • ICRI guideline nº 03732. Selecting and
grande porcentagem de solventes (voláteis) apli- specifiying concrete surface preparation for
cadas durante clima quente e vento. O solvente, sealers, coatings and polimers overlays.
como transportador, vai embora e não faz pene-
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
trar a resina.
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

D) Descolamento - superfície mal preparada, presen-


ça de água, primer inadequado ou ausente, in-
compatibilidade de CDTLs, etc, interferem na ade-
são.
E) Descolamento entre camadas - comum em pintu-
ras ou revestimentos que tenham múltiplas cama-
das. A causa mais comum é o tempo do toque
livre que não foi respeitado, assim como presença
de contaminantes, etc.
A melhor revista
F) Descolamento devido ao abafamento da umi-
dade - o desconhecimento da transmissão do
vapor proveniente do concreto e/ou do solo,
facilmente verificado com o teste TVA-OK é o
técnica do Brasil.
A) Furos - são causados pelo movimento do gás ou responsável por esta patologia, muito comum
vapor d’água através de uma película mal curada.
B) Fissuras refletivas - películas que cobrem trincas
em pisos epóxicos e vinílicos. Além do aumento
da concentração do vapor há, também, forma- Faça já sua assinatura
ou fissuras existentes que ainda têm movimenta- ção de sais cristalinos que também aumentam
ção. de volume. www.recuperar.com.br
RECUPERAR • Setembro / Outubro 2003 25
CORROSÃO
Survey fPractice

Os segredos da
corrosão V
Corrosão no concreto armado
30
Desplacamentos do concreto
(% da área total)

Sem proteção catódica ou


20 recuperações inespecíficas
contra a corrosão.

Com proteção catódica.


10

10 20 30
Joaquim Rodrigues Tempo (anos)

Entenda o único mecanismo que, efetivamente, interrompe a corrosão no concreto


armado-protendido: proteção catódica com ANODOS DE SACRIFÍCIO.

Quando determinada região de uma arma- siderations for corrosion control of reinfor-
dura corrói, esta região é reativa e denomi- cing steel in concrete” e a norma ACI 222R-
nada anodo. Ao ligarmos esta área da arma- 96 “Corrosion of metals in concrete”. To-
dura a um metal chamado anodo de sacrifí- das à disposição do leitor.
cio (AS) mais reativo ou mais anódico que Assim, a corrosão do aço é facilmente in-
aquela região do aço, este transforma-se terrompida, quando instalamos AS junto a
em catodo, parando de corroer. O AS passa armaduras corroídas ou que apresentem
a ser o anodo e corrói em beneficio do aço. condições para corroer (preventivo), esta-
A utilização do AS no concreto armado-pro- belecendo-se um verdadeiro sistema de
tendido segue as diretrizes das normas defesa do aço chamado proteção catódica
NACE RP0290-90 “Standard recommended (PC) por corrente galvânica, baseada na lei
practice for cathodic protection of reinfor- da natureza de que metais diferentes pos-
cing steel in atmospherically exposed con- suem potenciais eletroquímicos desiguais.
crete structures”, NACE RP0187-90 “Stan- Quer dizer, cria-se uma pilha galvânica, im-
dard recommended practice for design con- pulsionada pelo potencial elétrico resultante
continua na página 30.
28 RECUPERAR
RECUPERAR•• Setembro
Setembro // Outubro 2003
ESTACAS SEM CORROSÃO?

JAQUETA G
Sabe a zona de variação da maré? Aqueles dois metros de água que
sobe e desce? Corrosão, não é? Passam dois ou três anos e a corrosão
volta pior. Mais reforço, mais sobrecarga, mais dinheiro... JAQUETA G
interrompe tudo isso. A malha galvânica da JAQUETA G interrompe, na
hora, o processo de corrosão. Nada de barreiras passivas e perigosas
com argamassa, epóxi ou jaquetas passivas de concreto. Concreto e
aço não são super-heróis. Zona de variação da maré oxigena mais que
peito de corredor. Água e oxigênio no concreto armado-protendido é Tele-atendimento
corrosão contínua. Interrompa tudo isso com JAQUETA G. (0XX21) 2493-6740
fax (0XX21) 2493-5553
[email protected]
Fax consulta nº 27

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Tecnologia
Injeção de poliuretano espuma
sem necessidade de injeção de gel?
PH FLEX SUPER
SOLUTION WITH ONE SHOT INTELLIGENT FOAM

PH FLEX SUPER é hidrófobo, ou seja, sua espuma não contém água. Logo, é
estável aos ciclos de secagem/molhagem. O poliuretano-espuma da concor-
rência é hidrófilo, ou seja, reage com a água, formando uma espuma instável aos
ciclos de secagem/molhagem. Daí a necessidade da injeção posterior de gel,
para “impermeabilizar” a “esponja”. Pare de perder clientes, tempo, dinheiro,
além de esburacar toda a estrutura, instalando bicos injetores para injetar espu-
ma e depois gel. PH FLEX SUPER resolve de uma vez. Experimente hoje mesmo.
Peça sua amostra, compare e sinta a diferença, no bolso e na tecnologia.

Tele-atendimento
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fax (0XX21) 2493-5553
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RECUPERAR • Setembro / Outubro 2003 29


Survey fPractice

da diferença de potencial (ddp) entre os dois


metais em contato iônico e elétrico.

Como funciona a PC

Supondo que, numa peça de concreto ar-


mado, utilizemos um AS composto por uma
liga de metais reativos em contato com o
aço das armaduras, através de um arame,
para fazer a nossa PC. Um detalhe impor-
tante que deverá ser entendido e posto em
prática é a otimização do contato iônico
entre o aço e a liga reativa, sem o que a PC
Esquema de interrupção da corrosão com AS na forma de VARA GALVÂNICA G. Repare
não funcionará adequadamente, já que a que o AS, literalmente, injeta corrente (e-) nas armaduras. Este fluxo de elétrons dos AS
matriz cimentícia seca é um péssimo condu- para o aço é que permite que o próprio AS corroa, “ligando” assim a pilha galvânica. Desta
forma, o processo de corrosão é invertido. O AS é que corrói agora.
GLOSSÁRIO
Ionização – processo no qual átomos ganham tor iônico, principalmente quando incorpo- ção às armaduras, impulsionada pelo alto
ou perdem elétrons. ra aditivos plastificantes, aceleradores de potencial (voltagem) do AS.
Pilha Galvânica – uma pilha que gera corrente
elétrica. Consiste de dois metais diferentes em
pega etc. Assim, incorporando à massa de
contato, havendo um eletrólito entre eles. recuperação condições iônicas adequadas, Propriedades do AS
Eletrólito – substância que, em solução, é com- permitiremos que os metais da liga ionizem
posta por íons e que conduz corrente elétrica. Uma
solução de íons. Um condutor iônico. e corroam, produzindo corrente necessária O AS deve, preferencialmente, ser compos-
Curto Circuito – ligação entre dois pontos com à transformação da região anódica do aço to por uma liga de metais reativos, ao invés
diferentes potenciais e resistência muito baixas. A
corrente, conseqüência da ligação, tem grande in- em catódica. Daí o nome proteção catódi- de um único metal. Desta forma, pode-se di-
tensidade. Nos circuitos com fios, a corrente pode ca. O metal da liga, ao produzir esta corren- mensionar a diminuição e até mesmo impedir
ser tão grande que pode provocar a fusão do
condutor, daí a necessidade de proteger-se a ins-
te de proteção, passa da condição de partí- sua tendência natural de formar um filme
talação elétrica contra curto-circuitos, utilizando- culas metálicas para a condição de íons em superficial (produtos da corrosão), conse-
se fusíveis, que nada mais são do que fios de direção à massa eletrolítica envolvente, ao qüência da sua corrosão, estabelecendo uma
baixo ponto de fusão. Quando a corrente ultrapas-
sa um valor pré-fixado fundem-se, interrompendo mesmo tempo em que liberam elétrons pelo passividade indesejável. Esta passividade
o circuito. fio, suficiente para gerar corrente de prote- reduz a auto-corrosão do AS e diminui a pro-

Região inferior da viga invertida de uma


laje de um estádio de futebol em região de
maresia. Repare que, devido à corrosão
foram perdidos todos os estribos, já
Típico mecanismo de corrosão provocado pela polarização repostos. As armaduras principais, após a
catódica do catodo, em função da facilidade com que o oxigê-
nio chega à superfície do aço. No anodo deposita-se hidróxi-
desoxidação, ainda apresentam pequenas
do ferroso, de cor mais amarelada. Nos catodos adjacentes, células da corrosão que perpetuarão o
com maior área, deposita-se hidróxido férrico, de cor verme- processo. Há suspeitas de contaminação
lho-marrom, a verdadeira cor da ferrugem. Se a película do do concreto pela maresia. A instalação de
hidróxido férrico se mantém intacta, o ferro passiva-se, pelo proteção catódica por anodos de sacrifício
fato de ser pouco solúvel, dificultando o acesso da água e do interromperá o processo.
oxigênio. Repare na diferença entre as áreas anódica e catódi-
ca.

30 RECUPERAR • Setembro / Outubro 2003


Survey fPractice

dução da corrente da PC. Por outro lado, tam- sagem da corrente elétrica e que depende da tro ventos que a força que acionará a PC
bém como fator condicionante, a massa da resistividade do concreto que, naturalmen- será a voltagem propulsora E entre o AS
recuperação, que envolverá o AS, deverá ter te, é extremamente alta. Ao instalar o AS, polarizado, a massa de recuperação e a
baixa resistividade ou, o que é o mesmo, ter dever-se-á promover a inclusão de um aditi- armadura agora catodizada ou protegida.
condutividade suficiente para permitir que o vo específico na massa envolvente, exceto Como conseqüência, surge a bela e mara-
mesmo corroa, sem o que não haverá troca para as pastilhas galvânicas, cuja massa já vilhosa corrente I que terá como obstá-
galvânica com o aço e a conseqüente PC. O está ionizada, de modo a diminuir esta opo- culos a maratona de resistências ôhmi-
fator condicionante da massa tem a ver com sição, favorecendo a passagem da cavalaria cas entre o anodo e o catodo, incluindo
a resistência ôhmica, eterna oposição à pas- salvadora até as regiões com corrosão ou os próprios, ou seja:
em vias de. Como todo e qualquer polímero
GLOSSÁRIO é dielétrico, conseqüentemente, dever-se-á
evitar o uso de argamassas ou grouts pré-
Resistência – propriedade de opor-se à passa-
gem da corrente elétrica, medida em ohms, e per- fabricados. Estas massas de recuperação ge-
tinente a todo condutor seja eletrolítico (eletrólito) ralmente são ricas em polímeros na forma de
ou metálico (cobre). Um circuito com resistência
zero considera-se em curto-circuito, ou seja com
plastificantes, espessantes, aceleradores de
circuito fechado, enquanto que quando a resistên- pega etc, impedindo o metal anódico de io-
cia for infinitamente grande o circuito é chamado nizar junto à interface comum de contato e,
de circuito aberto. Em circuitos metálicos utilizam-
se resistores para impedir ou limitar o fluxo de cor- conseqüentemente, liberar corrente através
rente. do arame de fixação com a região corroída da
Resistor – componente elétrico que introduz uma
resistência num circuito. armadura.
Voltagem – diferença de potencial entre dois pon- Outro fator condicionante importante é a A instalação de um anodo de sacrifício tipo
tos, medido em volts.
Queda de voltagem – perda de corrente elétrica
voltagem propulsora do AS, que deverá pastilha, vara galvânica, ZTP etc em uma
causada pela passagem através de meios resisti- ser a maior possível e oferecer o melhor estrutura de concreto armado-protendido
vos. custo-benefício, particularmente para tra-
Polaridade – pripriedade que distingue, num cir-
assemelha-se a um circuito elétrico simples
cuito eletrolítico ou metálico, um ponto de potencial balhar no ambiente chamado concreto. e a um eletrolítico.
mais alto de um mais baixo. Aquele tem polaridade Baseado na antiga e elementar lei de Ohm, Um outro aspecto que deprecia o uso de
positiva em relação a este. Numa fonte de força
eletromotriz, a polaridade dos seus terminais indica que diz que a voltagem (E) é proporcional AS à base de um único metal é o ambiente
o sentido de circulação da corrente que é do termi- à corrente (I) e à resistência (R) do circui- no qual estará inserido. No caso do con-
nal de polaridade positiva para o de negativa.
to (E = RI), poder-se-á anunciar aos qua- creto, o AS à base de zinco puro não é
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RECUPERAR • Setembro / Outubro 2003 31


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RECUPERAR • Setembro / Outubro 2003
Fax consulta nº 30
Survey fPractice

O AS é mais ativo que o ferro Fe pois pos-


sui um potencial mais energético. Desta
forma, manda elétrons para o Fe carre-
gando-o na interface Fe-concreto. O re-
sultado é uma polarização negativa do Fe,
com conseqüente proteção.

A instalação da pastilha galvânica.

uma boa idéia já que este metal é muito


GLOSSÁRIO REFERÊNCIAS
sensível e corrói com facilidade quando
Lei de Ohm – a natural queda de voltagem atra- imerso em ambientes alcalinos, criando • Joaquim Rodrigues é engenheiro civil , membro
vés de um circuito elétrico ou metálico, que tenha uma película resistente, apassivando e di- de diversos institutos nos EUA, em assuntos de
resistência R, também conhecida como queda IR, é patologia da construção. É editor e diretor da
dada pela lei de Ohm: E = IR. Onde E é o poten-
minuindo a produção da corrente de pro- RECUPERAR, além de consultor técnico de di-
cial ou voltagem em volts, I é a corrente em am- teção. versas empresas.
peres e R é a resistência em Ohm. A resistividade do concreto varia com o • Sophie J. Bellord “Thermal-sprayed Zinc
Dielétrico – diz-se do material que não conduz tempo (sol, chuva) e com as característi- Anodes: Lab. and Field Studies.
energia elétrica. • Paul D. Carter. “Galvanic Cathodic Protection
cas do ambiente que circunda a estrutura Repair of Reinforced Concrete”.
Polarização – mudança do potencial, original- (por exemplo, o industrial) e isto, no final • The electrochemistry of corrosion. D.L.
mente em estado de circuito aberto, em uma re-
gião da armadura provocado pela passagem de
das contas, também afetará o AS. Piron.
• H.H. Uhlig, corrosion.
corrente.
e-mail consulta nº 30
Potencial de Circuito Aberto – é o potencial
de uma região da armadura, medido com uma
semi-pilha, quando não há passagem de corrente. “Estacas de pontes na zona de
Passividade – Condição na qual uma região da
armadura, devido à existência de uma cobertura
Para ter mais variação da maré. Novas
informações sobre
ou película de óxidos ou qualquer outro material,
Corrosão.
soluções.”
apresenta um potencial bem mais positivo que aque-
le que a caracteriza, quando apresenta-se em esta- Nº 56
do ativo de corrosão.

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