Dissertação MarceloPinto PPGCA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, AGRICULTURA E AMBIENTE - IEAA


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS

MARCELO PEBLES GOMES PINTO

MODELAGEM HIDRODINÂMICA EM DISTINTAS ÁREAS


DE INTERVENÇÃO DE USO E OCUPAÇÃO ANTRÓPICA
NO CERRADO AMAZÔNICO

DISSERTAÇÃO

Humaitá
2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, AGRICULTURA E AMBIENTE - IEAA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS

MARCELO PEBLES GOMES PINTO

MODELAGEM HIDRODINÂMICA EM DISTINTAS ÁREAS


DE INTERVENÇÃO DE USO E OCUPAÇÃO ANTRÓPICA
NO CERRADO AMAZÔNICO

Dissertação apresentado ao Programa de


Pós-Graduação em Ciências Ambientais,
como parte dos requisitos necessários à
obtenção do título de Mestre em Ciências
Ambientais.

Orientador: Dr. Marcos André Braz Vaz


Coorientador: Dr. Marcelo Rodrigues dos
Anjos

Humaitá
2019
Ficha Catalográfica
Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

Pinto, Marcelo Pebles Gomes


P659m Modelagem Hidrodinâmica Em Distintas Áreas De Intervenção De
Uso E Ocupação Antrópica No Cerrado Amazônico / Marcelo
Pebles Gomes Pinto. 2019
81 f.: il. color; 31 cm.

Orientador: Marcos André Braz Vaz


Coorientador: Marcelo Rodrigues dos Anjos
Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais) - Universidade
Federal do Amazonas.

1. Drenagem. 2. Fluxo de água. 3. Cerrado Amazônico. 4. Ações


Antropogênicas. 5. Vulnerabilidade. I. Vaz, Marcos André Braz II.
Universidade Federal do Amazonas III. Título
Em memória ao meu querido avô Francisco e a minha queria amiga Ediene.
Agradecimentos

A Deus.
À minha família, pelo apoio incondicional recebido durante todos os momentos.
Principalmente a esposa Ludimila que me deu o meu maior presente a minha filha
Maitê. Além dos meus pais (Kátia e Alzariais), minhas avós: Donatila e Nazaré e minhas
queridas tias Nádia, Nadir e Neide. A minha irmã Marcela e ao meu cunhado Michel.
Ao meu orientador, professor Dr. Marcos André Braz Vaz, pela sua
dedicação, confiança e paciência a minha pessoa, por compartilhar do seu
conhecimento e disponibilizar seu tempo.
Ao meu co-orientador Marcelo dos Anjos e a todo os colegas de LIOP
pelo esforços prestados para a realização da pesquisa. Sem vocês nada disso era
possível.
Aos amigos, Fernanda, Miqueias, Neriane, Dayanne, Ayrton Sena, Luan, Luiz
Müller, Luana Talita, Harumy, Sielane e todos que ajudaram esse processo de pós-
graduação.
Aos meus colegas envolvidos no estudo.
Aos meus professores, que com seus ensinamentos contribuíram para minha
formação acadêmica, profissional e pessoal.
Um agradecimento especial ao Centro do Menor e aos
Salesianos, colaboradores e a Articulação da Juventude Salesiana (AJS) pela
educação e por despertar a Vocação à pesquisa, ética e ao protagonismo.
Aqueles que não estão presentes nestas palavras, mas que direta ou
indiretamente participaram desta fase da minha vida.
A todos estes deixo meus sinceros agradecimentos.
continue nadando. . .
Resumo

Entre os biomas, a análise da interação da dinâmica da água com componentes


bióticos e abióticos destaca o Cerrado amazônico, que é cercado pela Floresta
Amazônica, criando um mosaico único e complexo de biomas e entre essas
especificidades na região há pressão exercida pelo homem. Diante deste problema,
este trabalho teve como objetivo: modelar o fluxo de água, superficial e subterrâneo,
em diferentes áreas de uso e ocupação antrópica nos campos naturais da Amazônia.
Com o método de sobreposição de camadas topográficas e flutuação dinâmica de
águas superficiais e subterrâneas, associadas a diferentes tipos de uso e
ocupação antrópica de áreas de savanas amazônicas. Este estudo constatou que
quanto maiores as intervenções desorganizadas exercidas pelas ações antrópicas
sobre um cerrado amazônico, maiores são as consequências adversas para os
componentes bióticos e abióticos desse bioma, como o aumento de áreas vulneráveis
a inundações e o surgimento de poças temporárias que podem servem como
criadouros de vetores que transmitem doenças de vinculação hídrica. Entretanto, tais
pesquisas podem servir, para os gestores da sociedade, como subsídio
de planejamento do uso e zoneamento da terra para inserção de melhores projetos de
drenagem e, em geral, de projetos de saneamento básico para a região sudoeste da
Amazônia.
Palavras-chave: Drenagem, Fluxo de água, Cerrado amazônico, Ações
antropogênicas, Vulnerabilidade.
Abstract

Among many other ecosystems, the interaction analysis of water mechanics with
biotic and abiotic components stands out the Amazonian Cerrado, which is surrounded
by the Amazon Forest, creating a unique and dynamic mosaic of biomes and among
these specificities in the region there is pressure exercised by man. Faced with this
problem, this work has as its objective: to model the water flow, superficial and
underground, in different areas of use and anthropic occupation on the natural
Amazonian fields. With the method of overlapping topographic layers and dynamic
fluctuation of surface and groundwater, associated to different types of use and
occupation of areas of Amazonian savannas. This study found that the greater the
disorganized interventions exerted by anthropic actions on a cerrado area, the greater
the adverse consequences to the biotic and abiotic components of the environment,
such as the increase of areas vulnerable to flooding and the emergence of temporary
pools that can serve as breeding grounds vectors of disease transmission. However,
such research may serve, for the managers of the society, subsidy of land management
and planning under pressure of better drainage projects and, in general, basic
sanitation projects for the southwest region of the Amazon.
Keywords: Drainage, Water flow, Amazonian savannah, Anthropogenic actions,
Vulnerability.
Lista de ilustrações

Figura 1 – Diagrama dos principais componentes do ciclo hidrológico . . . . . 23


Figura 2 – Cerrado Brasileiro: cerrado amazônico - área de estudo . . . . . . . 31
Figura 3 – Áreas de níveis diferentes de uso e ocupação antrópica nos campos
amazônicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Figura 4 – Imagem aérea da área de baixa intervenção antrópica . . . . . . . . 33
Figura 5 – Paisagem da área de baixa intervenção antrópica - campos naturais 34
Figura 6 – Imagem aérea da área de moderada intervenção antrópica (B) . . . 35
Figura 7 – Paisagem da área de moderada intervenção antrópica (B) . . . . . . 36
Figura 8 – Imagens aéreas da área de alta intervenção antrópica (C) . . . . . . 37
Figura 9 – Paisagem da área de alta intervenção antrópica (C) . . . . . . . . . 38
Figura 10 – Imagem aérea da área de altíssima intervenção antrópica (D) . . . . 38
Figura 11 – Paisagem da área de altíssima intervenção o antrópica (D) . . . . . 39
Figura 12 – Malha amostral do levantamento planialtimétrico . . . . . . . . . . . 40
Figura 13 – Página do INMET . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Figura 14 – Estação automática do INMET no município de Humaitá-AM . . . . 41
Figura 15 – Localização da Estação em relação as áreas de estudo . . . . . . . 42
Figura 16 – Coletas do nível estático nos piezômetros . . . . . . . . . . . . . . . 44
Figura 17 – Esquema de um piezômetro (esquerda) e fotos da confecção filtro
(dirieita) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Figura 18 – VANT (esquerda) e as imagens trabalhadas em níveis de cinzas de
preto e branco a 75% e 50% . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Figura 19 – Representação Gráficas do comportamento das águas subterrâneas
em relação as variáveis meteorológicas . . . . . . . . . . . . . . . . 52
Figura 20 – Planialtimetria da área de baixa intervenção antrópica . . . . . . . . 58
Figura 21 – Fluxo de escoamento subterrâneo na área de baixa intervenção
antrópica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Figura 22 – Fluxo subterrâneo em área de baixa intervenção antrópica . . . . . 59
Figura 23 – Uso e ocupação do solo em área de baixa intervenção antrópica. . . 60
Figura 24 – Modelo 3D de área para inundação simulada para A . . . . . . . . . 61
Figura 25 – Planialtimetria da área de moderada intervenção antrópica . . . . . 62
Figura 26 – Fluxo de escoamento superficial na área de moderada intervenção
antrópica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
Figura 27 – Fluxo subterrâneo em área de moderada intervenção antrópica . . . 64
Figura 28 – Uso e ocupação do solo em área de moderada intervenção antrópica 65
Figura 29 – Modelo 3D de área para inundação simulada B . . . . . . . . . . . . 66
Figura 30 – Planialtimetria da área de alta intervenção antrópica . . . . . . . . . 67
Figura 31 – Fluxo de escoamento superficial na área de alta intervenção antrópica 68
Figura 32 – Fluxo subterrâneo em área de alta intervenção antrópica (planejada) 69
Figura 33 – Uso e ocupação do solo em área de alta intervenção antrópica . . . 70
Figura 34 – Modelo 3D de área para inundação simulada C . . . . . . . . . . . . 71
Figura 35 – Planialtimetria da área de alta (não planejada) intervenção antrópica 72
Figura 36 – Fluxo de escoamento superficial na área (não planejada) de alta
intervenção antrópica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
Figura 37 – Fluxo subterrâneo em área de alta (não planejada) intervenção
antrópica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
Figura 38 – Uso e ocupação do solo em área de alta (não planejada) intervenção
antrópica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
Figura 39 – Modelo 3D de área para inundação simulada D . . . . . . . . . . . . 74
Lista de tabelas

Tabela 1 – Localidade do ponto médio das áreas de estudo e da estação


meteorológica automática do INMET . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Tabela 2 – Coordenadas dos piezômetros instalados . . . . . . . . . . . . . . . 43
Tabela 3 – Estatística descritiva do nível do lençol freático em área de baixa
interferência antrópica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Tabela 4 – Estatística descritiva do nível estático do lençol freático para área de
moderada interferência antrópica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
Tabela 5 – Estatística descritiva do nível estático do lençol freático para área de
alta a interferência antrópica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Tabela 6 – Estatística descritiva do nível estático do lençol freático para área de
altíssima a interferência antrópica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Sumário

1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

2 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

3 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3.1 Objetivo Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3.2 Objetivos Específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

4 Revisão da Literatura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
4.1 Modelagem hidrológica em relação ao cerrado brasileiro e
amazônico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
4.2 Classificação dos modelos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
4.3 Modelagem Hidrológica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
4.4 Modelos para fluxo hidrodinâmico . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
4.5 Cerrado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
4.5.1 Cerrado Amazônico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
4.6 Uso e ocupação e Urbanização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
4.6.1 Conjuntos habitacionais e áreas loteads . . . . . . . . . . . . . . . . 26
4.6.2 Lixões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
4.7 Hidrodinâmica: elementos e princípios . . . . . . . . . . . . . . . 28
4.7.1 Precipitação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
4.7.2 Escoamento superficial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
4.7.3 Lençol Freático . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
4.7.4 Zona de flutuação freática (zona não saturada) e zona de saturação 29

5 Materiais e Métodos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
5.1 Área de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
5.1.1 Área de baixa intervenção antrópica . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
5.1.2 Área de moderada intervenção antrópica . . . . . . . . . . . . . . . . 34
5.1.3 Área de moderada intervenção antrópica . . . . . . . . . . . . . . . . 36
5.1.4 Área de altíssima intervenção antrópica (não planejada) . . . . . . . 38
5.2 Aquisição dos dados e coletas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
5.2.1 Dados meteorológicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
5.2.2 Nível estático da água no lençol freático . . . . . . . . . . . . . . . . 42
5.2.3 Análises dos parâmetros de tipos de cobertura de solos, vegetações
e uso e ocupação do nas áreas de estudo . . . . . . . . . . . . . . . 45
5.3 Método de modelagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
5.4 Análises do tratamento estatístico . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
5.4.1 Tamanho da amostra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
5.4.2 Mínimo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
5.4.3 Máximo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
5.4.4 Amplitude total . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
5.4.5 Mediana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
5.4.6 Percentis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
5.4.7 Desvio Interquartílico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
5.4.8 Média Aritmética (amostral) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
5.4.9 Variância e Desvio Padrão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
5.4.10 Coeficiente de Variação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
5.4.11 Assimetria (g1) e Curtose (g2) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

6 Resultados e Discussão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
6.1 Análise da estatística descritiva dos níveis estáticos do lençol
freático e as variáveis meteorológicas . . . . . . . . . . . . . . . . 51
6.1.1 Resultado gráfico dos níveis do lençol freático . . . . . . . . . . . . . 51
6.1.2 Resultado da estatística descritiva da flutuação do nível estático do
lençol freático . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
6.2 Análise da descrição quantitativa e espacial de fluxo hídrico e
simulações nas áreas de intensidade interferência antrópica . . 57
6.2.1 Área de baixa intervenção antrópica . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
6.2.2 Área de moderada intervenção antrópica . . . . . . . . . . . . . . . . 61
6.2.3 Área de alta intervenção antrópica (planejada) . . . . . . . . . . . . . 67
6.2.4 Área de alta intervenção antrópica (não planejada) . . . . . . . . . . 72

7 Considerações finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75

Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
14

1 Introdução

A água é um elemento fundamental para a vida e seu papel é indispensável


em diversas atividades antrópicas e de grande importância no equilíbrio do meio
ambiente. É o principal recurso natural, sendo renovável pelos processos físicos do
ciclo hidrológico tendo como característica a complexidade e o dinamismo em relação
à interação com outros componentes do meio ambiente. Hidrodinâmica é a ciência que
visa estudar a dinâmica deste elemento (água) e é baseada nas interações da matéria
com outros componentes físicos do ambiente, tais como: solo e atmosfera (gases e
partículas), independentemente do estado físico, a forma de interação dinâmica pode
ser avaliada em seu estado gasoso (vapor de água), líquido ou sólido. (CAMPOS;
CAMARGO; HARARI, 2010) .
A dinâmica da água pode ser analisada em diferentes ambientes, podendo
ser controlada ou não, e sofrer variações nos parâmetros físicos de temperatura,
pressão, elevação e barreiras.(BERMÚDEZ; LEAL, 2012). Essas variações, em seu
comportamento, podem se diferenciar de acordo com as diversas formas de sistema
que elas se encontram. Em escalas maiores a sua mecânica pode mudar quando
inseridas em diferentes biomas, seja ela na sua forma de escorrer, infiltrar e percolar,
mudar de estado, seja por variações de pressão e temperatura, e interagir no transporte
e combinações químicas com o solo ou ar.
Entre muitos outros ecossistemas, a análise de interação da mecânica hídrica
com componentes bióticos e abióticos, destaca-se o Cerrado Amazônico que se
encontra envolto a Floresta Amazônica, criando um mosaico único e dinâmico de
biomas (ecótono) e dentre essas especificidades na região existe a pressão exercida
pelo homem. Pois, esse debate pode ser explicado pelo fato de que essa região está
inserida, atualmente, na fronteira do arco do desmatamento, ou seja, é a última faixa
de resistência às pressões, políticas, sociais e econômicas, ao nível nacional, para a
substituição dos ambientes naturais por atividades agrícolas, pecuárias e
industriais (CUTRIM et al., 2011).
Destaca-se como protagonista desse debate o conflito que se encontra em
meio ao embate da conservação da floresta amazônica em relação ao
desenvolvimento de processos agrícolas e pecuários, sendo que o peculiar bioma,
Cerrado Amazônico, em meio a essa problemática, torna-se coadjuvante e, até
mesmo, meio de canal exploratório na atenuação desses interesses. A exploração dos
campos naturais amazônicos estão servidos como áreas que atende tanto ao
desenvolvimento dos interesses dos agropecuaristas quanto aos conservacionistas da
floresta amazônica (PERES et al., 2016).
É importante salutar que o Cerrado tem características únicas que são
Capítulo 1. Introdução 15

importantes para a biodiversidade, já que registra, entre todos os biomas brasileiros,


uma rica biodiversidade flora e faunística. Em relação ao acúmulo de água o cerrado
brasileiro é conhecido como as “caixas d’águas” do país, pois, são responsáveis pelo
abastecimento dos mais importantes aquíferos do Brasil. Além do mais, é o bioma que
mais sofre com as ações de pressões humanas, já que a maior parte desse bioma
encontra-se no centro oeste brasileiro, onde se implantou uma política baseada na
agricultura e pecuária, que são atividades expansionistas e sedentas por áreas
continuamente maiores (MELZ; TIAGO, 2009).
Entretanto, o Cerrado Amazônico tem suas peculiaridades semelhantes e
distintas em comparação ao Cerrado encontrado na região central do Brasil, uma
dessas diferentes características é a topográfica, já que apresenta na sua
planialtimetria, baixas declividades, em contrapartida o centro-oeste apresenta uma
complexidade topográfica bastante acentuada de declividades notáveis. Os campos
amazônicos também há características diferentes ao solo e origem de tempo de
constituição que são desconhecidas (FERREIRA; TONI, 2011).
Tais ações antropogênicas descaracterizam esse ecossistema, levando a
desfiguração natural e vindo a criar um problema de magnitude irreparável para
ecologia local. Essa exploração pode ser evidenciada pela proporção da área de
interação direta propiciada pelas atividades antropogênicas de uso e ocupação do solo,
sendo elas de vias particulares (individuaís) ou coletivas (públicas), essas atividades
são de origem não natural, isto é, são atividades que usam técnicas ou ações de
manejo de usos/costumes diretos, empregado pelo homem. Diante desse
cenário, esse ecossistema está servindo como áreas de intervenção antrópica, como:
de depósito de resíduos sólidos e efluente, de empréstimo de solo para a construções
de estradas, para conjuntos habitacionais, industriais e de diversas culturas e
pecuária (PIMENTA; MARCO JÚNIOR, 2011).
A cobertura e uso do solo são conceitos semelhantes. Segundo Torres et al.
(2005), a cobertura do solo compreende a caracterização do estado físico, químico e
biológico da superfície terrestre como, floresta, gramínea, água, ou área construída
e uso do solo se refere aos propósitos humanos associados àquela cobertura. Por
exemplo: pecuária, recreação, conservação, áreas residenciais e uma única classe
de cobertura pode suportar múltiplos usos, como extração de madeireira, preservação
de espécies e, recreação em áreas de floresta. Ao mesmo tempo, em que um único
sistema de uso pode incluir diversas coberturas, como certos sistemas agropecuários,
combinam áreas cultivadas e pastagem melhoradas, áreas de reserva
e áreas construídas. Mudanças no uso do solo normalmente acarretam mudanças na
cobertura do solo, mas podem ocorrer modificações na cobertura sem que isto
signifique alterações ao seu uso.
Capítulo 1. Introdução 16

Diante desse cenário, é importante realizar pesquisas de mensurações de


ameaças da caracterização natural do Cerrado Amazônico, por meio de descrições do
quanto as ações antrópicas de uso e ocupação sobre esse ecossistema está alterando
seu equilíbrio ecológico e quais possíveis consequências o homem pode sofrer com
tais mudanças.
17

2 Justificativa

As características desse bioma é bastante conhecido e amplamente divulgadas


na comunidade científica, em relação aos seus componentes físicos naturais e a sua
dinâmica interna e com os sistemas ambientais adjacentes, tal conhecimento desse
ecossistema se deve, pelo fato, de está localizado no centro oeste brasileiro, ou
seja, em uma região de grande densidade de uso e ocupação demográfica e, a
facilidade de acesso e proximidade dos grandes centros de pesquisas. Entretanto, isso
não é evidenciado no que diz respeito ao Cerrado Amazônico, em especial a região
sudoeste da Amazônia legal.
As nuanças do Cerrado Amazônico, que em parte são similares ao do centro
oeste, como vegetação xerófila ou rasteiras com a presença de arbustos, contudo,
é importante enfatizar que em relação a outros componentes ambientais são bem
distintos como a tipologia solo, relevo e o fluxo hidrodinâmico, pois, dentre tantos
fatores há influência maior na flutuação dinâmica, esse último deve-se ao fato de que
está inserido em meio a maior bacia hidrológica do mundo.
O conhecimento sistemático da hidrodinâmica (fluxo hídrico) pode através
de sua técnica-científica, já conhecidas, descrever de forma esquemática, lógica e
descritiva os esse fluxo da água, ou seja, dinâmica de matéria-energia e de interação
física, química e biológica com os elementos abióticos e bióticos. Essa técnica pode
medir e prospectar de forma quali-quantitativa o seu estado natural, sem ou pouca
interferência antropogênica, ou não-natural com alta relação de ações de manejo ou
uso e ocupação exercida pelo homem.
A importância de analisar tal dinâmica com as interferências diretas e indiretas
das ações do homem social e politicamente organizado com esse ecossistema, se deve
ao fato de que se mensurar as possíveis intensidades, tempo (curto, médio ou longo)
dos impactos ambientais-sociais adversos sobre o meio físico, biótico e social, pode-
se ter como respostas, as reações. como fenômenos: de aumento de dificuldade no
acesso à água de boa qualidade, enchentes e alagamentos e exposição da população
a águas contaminadas gerando problemas de sociais, econômicos de saúde pública.
Ao relacionar tais impactos com os modos de usos e costumes da população e
de como cada atividade pode interferir nessa dinâmica. Pode-se simular não apenas a
oferta desse recurso (água) como a forma de qualidade e estado e, diante dessa
informação, buscar meios para atenuar ou mitigar os possíveis impactos.
Pesquisas sobre as alterações nos padrões de uso e cobertura do solo têm
despertado interesse, na comunidade geral, devido ao acelerado processo de
mudança, das últimas décadas, aos possíveis impactos ambientais e
socioeconômicos, que causam preocupações a níveis locais e globais.
Capítulo 2. Justificativa 18

No contexto global, surgem questões como a interação entre padrões de uso e


cobertura do sol e mudanças climáticas globais, processos de desertificação, perda
da biodiversidade e destruição de ‘habitats’ Já em termos regionais, surgem questões
ambientais relacionadas à poluição do ar e da água, degradação do solo, desertificação,
eutrofização de corpos d’água e acidificação do solo. Em âmbito local, podem ser
enfatizados os problemas de contaminação, extinção de espécies endêmicas e o
aumento de espécieis e organismos exóticos.
Já no cenário socioeconômico existem inquietações sobre a disponibilidade de
alimentos e de água para a crescente população mundial em meio a migração dos
povos em dificuldades econômicas e políticas, a expansão dos subúrbios e áreas
industriais, aumento da mancha urbana, causando perda de áreas para agricultura e de
ecossistemas naturais de forma exponencial, em contrapartida, não acompanham no
mesmo ritmo de crescimento as ações de saneamento e políticas públicas: sociais,
saúde, educação e infraestrutura.
19

3 Objetivos

3.1 Objetivo Geral

Modelar o fluxo hídrico, superficial e subterrâneo, em distintas áreas de uso e


ocupação antrópica sobre os campos naturais amazônicos.

3.2 Objetivos Específicos

• Descrever o fluxo de matéria e energia de caráter hídrico através da análise


hidrodinâmica da superfície e subterrânea através da modelagem ambiental;

• Caracterizar e comparar as peculiaridades de fluxo hídrico em cada área


determinada;

• Simular os possíveis impactos na flutuação do regime natural hídrico nos


ambientes.
20

4 Revisão da Literatura

4.1 Modelagem hidrológica em relação ao cerrado brasileiro e amazônico.

A modelagem estatística no Brasil está em fase de desenvolvimento n Brasil.


Todavia, ainda são poucos os pesquisadores e outros profissionais que produzem
modelos científicos, em comparação a outros países. Esse cenário é preocupante
quando se trata da região norte do país, onde as escalas de estudos ambientais são,
por muitas das vezes, superficiais e genéricas com ínfima participação de produção
científica de precisão, isto é, não existindo um mínimo teor de detalhes em suas
descrições (ALVES et al., 2007; VASCONCELOS; MIGUEZ; VAZQUEZ, 2016). Por
exemplo, a falta de conhecimento sobre o cerrado que se situa na região amazônica.
O bioma Cerrado é altamente estudado e muito se sabe sobre suas caraterísticas
físicas, químicas, biológicas e dinâmicas de fauna e flora, na região do centro oeste
brasileiro. Entretanto, parte desse bioma encontra-se em meio à região amazônica
com peculiaridades próprias impostas pelo ambiente, e tendo caraterística de solo,
vegetação, fluxo de água, topografia, biota, clima e, principalmente, uma dinâmica
própria de interação com os fatores abiótico e biótico de fluxo de matéria e energia com
os ecossistemas adjacentes, tornando-se um sistema ambiental único (VIEIRA et al.,
2002) .
Contudo, este típico ecossistema está sofrendo impactos não naturais
promovidos por atividades humanas, como: atividades agrícolas; pecuária e
piscicultura; zoneamento residências e industrial; construções de conjuntos
habitacionais, instituições particulares e governamentais; receptores de resíduos
sólidos sem tratamento (lixão e aterros controlados) entre outras ações de impactos
antrópicos. Esse ambiente encontra-se sob vários níveis de pressão exercida pela
ocupação e uso de suas áreas, gerando descaracterização dos seus fatores
ambientais, dentre eles o fluxo hídrico (SAWYER, 2002; DEBORTOLI;
RODRIGUES FILHO; DUBREUIL, 2011) .
A dinâmica do fluxo hídrico é uma forma de determinar a qualidade de um
ambiente e suas implicações, partindo da premissa que, o principal agente do fluxo
hídrico (água) é responsável diretamente pelas mais evidentes reações químicas,
físicas e biológicas em qualquer sistema ambiental. Todavia, modelar a mecânica de
forma específica, de modo a quantificar a matéria (água) e todas as suas implicações
de mudanças no seu transporte e relações com outros agentes ambientais abióticos
e bióticos (energia), faz com que esse instrumento de conhecimento se torne fonte
de conservação desse sistema ecológico (LIMA et al., 2009), ou seja, a modelagem
ambiental hidrológica se torna um instrumento técnico científico capaz de descrever de
Capítulo 4. Revisão da Literatura 21

forma esquemática, detalhada e metodológica da dinâmica.


Contudo, aprender a modelar é antes de tudo, aprender a observar, a notar
detalhes, a esmiuçar e a questionar. Mas também, é ter consciência da limitação. A
hidrologia é uma disciplina é essencial, dada a necessidade de se explorar os recursos
hídricos. Essa exploração ainda vem sendo feita sem nenhum critério. A modelagem
hidrológica surge como uma ferramenta adequada de antecipar acontecimentos e
apontar alternativas que conduzam a manutenção da capacidade produtiva do ambiente
(RENNÓ; SOARES, 2000). Discussões sobre aspectos relacionados à classificação
de modelos podem ser confiridas em Tucci (1998), Vertessy et al. (1993) e Maidment
(1993) .

4.2 Classificação dos modelos

A palavra modelo possui muitas particularidades em seus significados. De modo


geral pode ser compreendido sendo “qualquer representação simplificada da realidade”
ou de um aspecto do mundo real que surja como de interesse do pesquisador. Como
os modelos podem ser classificados sob diferentes aspectos. Os modelos são
classificados de acordo com os tipos de variáveis utilizadas na modelagem
estocástica ou determinística, as relações entre essas variáveis podem
serem conceituais, isto é, a forma de representação dos dados (discretos ou contínuos)
é a existência ou não de relações espaciais (pontuais ou distribuídos), tendo
dependências temporais estáticos ou dinâmicos (CHORLEY; HAGGETT, 1975) .
Os modelos podem ser empíricos, quando utilizam relações baseadas em
observações. Em geral, estes modelos são bastante simples e úteis no dia a dia, pois,
levar-se em conta, a capacidade técnica e efetiva do modelo, pois, o modelo bom é
aquele executável e compreendido. No entanto, são pouco robustos, uma vez que são
específicos para aquela região para quais as relações foram estimadas. Além disso, os
modelos empíricos não possibilitam fazer simulações de mudanças em condições para
os quais o modelo não previu, tais como, chuvas extremamente altas, mudança de uso
do solo, etc. Os modelos podem ser também baseados em processos (modelos
conceituais) e, em geral, são mais complexos que os empíricos, uma vez que
procuram descrever todos processos que envolvem determinado fenômeno estudado,
assim afirmam o Rennó e Soares (2000) .

4.3 Modelagem Hidrológica

De acordo com Maidment (1993) , um modelo hidrológico pode ser definido


como uma representação matemática do fluxo de água e seus componentes sobre
alguma parte da superfície. O mesmo autor citado por Rennó e Soares (2000) comenta
Capítulo 4. Revisão da Literatura 22

que existe uma íntima relação entre a modelagem hidrológica, a biológica e a ecológica,
pois, o fluxo de materiais pela água é provocado por atividades biológicas que podem
aumentar ou diminuir a quantidade desses materiais na água, e o regime do fluxo
de água pode afetar diversos habitats. Além disso, a hidrologia está estreitamente
relacionada às condições climáticas e, portanto, modelos hidrológicos e atmosféricos
deveriam estar acoplados, sendo que, na prática, um estreito acoplamento torna-se
bastante dificultado, uma vez que modelos atmosféricos trabalham com resoluções
espaciais muito maiores que as utilizadas na modelagem hidrológica.
Essa complexidade na delimitação espacial com os componentes atmosféricos
de ecossistemas adjacentes em todas as dimensões sendo de forma livre na
observação da mecânica do ambiente. São fatores que dificultam a modelagem
ambiental, entretanto, tal desafio provoca, ainda mais, a engenhosidade na criação de
modelos que se aproxime da realidade. Ideia corroborada por (GOODCHILD; PARKS,
1993), que afirma que os processos ambientais no mundo real são geralmente
bastante complexos e são tipicamente tridimensionais e dependentes do tempo. O
mesmo autor complementa afirmando que tal complexidade pode incluir
comportamentos não lineares e componentes estocásticos sobre múltiplas escalas de
tempo e espaço. Pode-se haver um entendimento qualitativo de um processo particular,
mas o entendimento quantitativo pode ser limitado. A possibilidade de expressar os
processos físicos como um conjunto de equações matemáticas detalhadas pode não
existir, ou as equações podem ser muito complicadas, exigindo simplificações para seu
uso.
É de comum aceitação que todo modelo é uma representação esquemática de
modo a qualificar e/ou quantificar um sistema, que no que lhe concerne é composta
por componentes que podem ser analisados individualmente ou em estado de
interação dinâmica (CHRISTOFOLETTI, 2003; MAIDMENT, 1993; VERTESSY et al.,
1993; GOODCHILD; PARKS, 1993). Isto é, para melhor entender os modelos
hidrológicos, é necessário analisar os componentes envolvidos no ciclo hidrológico. A
água é agente essencial no processo produtivo, aqui entendido como fixação do
carbono atmosférico pelas plantas superiores. A folha de uma planta é o principal
órgão responsável pela fotossíntese e é também o responsável pelo controle sobre o
ciclo hidrológico através dos estômatos. Pode-se verificar uma estreita relação entre os
ciclos da água e do carbono. Os principais componentes envolvidos no ciclo
hidrológico são esquematizados na Figura 1.
Capítulo 4. Revisão da Literatura 23

Figura 1 – Diagrama dos principais componentes do ciclo hidrológico

4.4 Modelos para fluxo hidrodinâmico

A ciência após o Renascimento veio a procura sempre confecções modelos e


equações gerais que descrevam de forma lógica e esquemática, proveniente de uma
visão cartesiana como relata Christofoletti (2003): A gama e a diversidade de modelos
descrevendo os fluxos hídricos nos geossistemas são muito amplas, oscilando desde a
caracterização do ciclo hidrológico na escala global até os fluxos nas vertentes nos
solos. Como a preocupação com os recursos hídricos permeiam todos as civilizações,
não é de se estranhar que a configuração de modelos para descrever os fluxos hídricos
possuam longa história (SILVA; NETTO, 2013).
Entre tantas tentativas de se ter um modelo para representar a mecânica hídrica
de um sistema natural, destacou-se nesse cenário o modelo clássico do Horton
(1945) que descrevia o processo de escoamento superficial na escala das vertentes foi
sendo melhorados e incorporados fluxos diversos na superfície e ao regolito. Esse
Capítulo 4. Revisão da Literatura 24

modelo se caracteriza na presença do fluxo superficial e do material em suspensão,


relacionando-os com os setores não erosivos, de erosão ativa e de deposição dos
sedimentos (CHRISTOFOLETTI, 2003) .
Os modelos hidrológicos se baseiam no fluxo hídrico, isto é, desde a precipitação
até o comportamento das águas subterrâneas, esse sistema de modelagem integrado
multi-objetivo, determinístico e com bases físicas e conceituais, focalizando o balanço
da água nos diversos horizontes estruturais do regolito e rochas subjacentes, em escala
de tempo diário, sendo que resultados ligados com os componentes do escoamento,
irrigação, demandam e abastecimento, reservatórios e opções para produção agrícola,
também considera interação o estado da água no solo e a evaporação total na escala
diária (COSTA, 1997).
Inumeras pesquisas são distribuídas e orientadas a eventos que prediz o
comportamento da bacia hidrográfica durante e imediatamente após um evento de
precipitação. Tal pesquisa é descrita como modelo distribuído sobre a erosão
especificado para simular o comportamento hidrológico. Uma das características
básicas desse modelo é que considera as perdas na transmissão do escoamento. E o
modelo usa basicamente quatro parâmetros geográficos básicos: solo, uso da terra,
declividade e eventos de precipitação. Sendo que para cada solo oito variáveis são
avaliadas: porosidade total, capacidade de campo, infiltração estável, a taxa de
diminuição na infiltração devida o aumento na umidade do solo, a profundidade da
zona de controle de infiltração, a umidade antecedente do solo e a
erodibilidade (OLIVEIRA et al., 2000).

4.5 Cerrado

As atividades econômicas e sociais realizadas pelas sociedades ocasionam


mudanças na morfologia e nos processos dos sistemas ambientais. as repercussões
dessas atividades incidem em modificações na superfície terrestre, se processam em
ritmo variados ao longo dos tempos históricos. Os modelos exemplificativos estão
relacionados com as mudanças sistemas geomorfológicos e hidrológicos e mudanças
nos ecossistemas(MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE - MMA, 2018; CUTRIM et al.,
2011; MELZ; TIAGO, 2009; FELTRAN-BARBIERI, 2010; TORRES et al., 2005; SENA
et al., 2013; FERREIRA; TONI, 2011).
O Cerrado é um dos focos para a conservação da biodiversidade global. Nos
últimos 35 anos, mais da metade de seus 2 (dois) milhões de quilômetros quadrados
originais foram cultivados com pastagens plantadas e culturas anuais. O Cerrado possui
a flora mais rica entre as savanas do mundo, com alto nível de endemismo. A riqueza
de espécies de aves, peixes, répteis, anfíbios e insetos também é grande, embora a
Capítulo 4. Revisão da Literatura 25

riqueza de mamíferos seja relativamente pequena (CUTRIM et al., 2011) .


As taxas de desmatamento no Cerrado têm sido historicamente maiores do
que na floresta amazônica e o esforço de conservação do bioma é muito menor do
que na Amazônia: apenas 2,2% da área do Cerrado é legalmente protegida. Várias
espécies da fauna e flora estão em ameaçados de extinção e estima-se que 20% das
espécies ameaçadas são endêmicas e não são estão em áreas legalmente protegidas.
As principais ameaças à biodiversidade do Cerrado são a erosão do solo, a degradação
dos diversos tipos de vegetação presentes no bioma e a invasão biológica causada por
pastos (MELZ; TIAGO, 2009).
O uso de fogo serve para abrir áreas conservadas e incentivar o crescimento
de pastagens, embora o Cerrado seja um ecossistema adaptado ao fogo, pesquisas
sobre a hidrodinâmica do ecossistema e modelos de simulação ecológica, mostram
que mudanças na cobertura vegetal alteram a hidrologia e afetam a dinâmica e as
reservas de carbono no ecossistema. Em vista que a agricultura no Cerrado é rentável
e sua expansão deve continuar em ritmo retilíneo e, a demanda por melhorias de
infraestrutura para reduzir os custos de transporte da safra agrícola deve afetar tanto o
Cerrado quanto a floresta amazônica (FELTRAN-BARBIERI, 2010).
Com à grande extensão das modificações ambientais já ocorridas e à ameaça
às numerosas espécies renovou-se o interesse dos governos, das ONGs, da academia
e mesmo do setor privado na busca da conservação do Cerrado, particularmente por
meio do fortalecimento e ampliação do sistema de áreas protegidas e da criação de
parcerias com o setor produtivo (TORRES et al., 2005).

4.5.1 Cerrado Amazônico

Na América do Sul, as áreas de vegetação abertas, composta pelas províncias


do Cerrado, Chaco e Caatinga, compreendem uma ampla faixa de clima sazonal com
estação seca bem definida, onde há grande contraste ecológico e de composição de
sua biota chamada de Diagonal de Formações Abertas ou Diagonal de Áreas Secas.
Desse modo, fez-se uma análise discutindo duas linhas de raciocínio: a. cerrados
ocuparam amplamente a Amazônia durante o Quaternário, deixando uma paisagem
apenas com ilhas florestadas; b. Floresta estável mesmo durante um clima tão seco,
de modo que o cerrado estaria distribuído apenas nas áreas marginais da região. O
interesse em desenvolver este tema veio da dificuldade em entender o uso conceitual
de savana e cerrado, muitas vezes tratados como sinônimos e da divergência travada
quando se pretende compreender; os enclaves atuais de vegetação de cerrado na
região(CUTRIM et al., 2011; MELZ; TIAGO, 2009; SENA et al., 2013; FERREIRA; TONI,
2011).
Capítulo 4. Revisão da Literatura 26

4.6 Uso e ocupação e Urbanização

O estudo do impacto da urbanização sobre o sistema de macrodrenagem em


uma bacia hidrográfica, demanda a análise da evolução temporal do processo de
uso e ocupação do solo e suas tendências. De acordo com Tucci (1997) (TUCCI,
1997)“depois que a bacia ou parte da mesma estiver ocupada, dificilmente o poder
público conseguirá responsabilizar aqueles que estiverem ampliando a cheia.” Bravo,
Collischonn e Tucci (2010) afirma que, “a visão de espaço neutro com referência à
atuação dos diferentes agentes que interagem nos processos de uso e ocupação
do solo corroboram para a elaboração de uma legislação de ordenamento territorial
desconectada dos dados da realidade a qual se aplica”.
A urbanização é um processo que acarreta diversas complicações para as
cidades, como as inundações, que são recorrentes nas zonas urbanas e causam danos
e prejuízos à população. Como descrito por , Souza e Gohn (1999), Bravo, Collischonn
e Tucci (2010)“a urbanização é um processo de desenvolvimento econômico e social
resultado da transformação de uma economia rural para uma economia de serviços
concentrada em áreas urbanas”. Esse acontecimento se deu de forma intensa nos
países da América Latina, com destaque para o Brasil que, na maioria das médias e
grandes cidades, apresentam um problema crônico, as inundações.
Esta problemática se dá ao exacerbado crescimento populacional e das
alterações feitas no meio ambiente, que somados à falta de instrumentos políticos e às
inadequadas obras de drenagem pluvial. Os principais fatores responsáveis pela
produção de inundações urbanas são diversos, vão desde aumento gradativo do
volume de sedimentos e do escoamento superficial, devido ao lançamento de sólidos
nos rios, galerias e canais até a inexistência de legislações. Estas questões legais
quando existem, não abordam o controle e a fiscalização quanto às ocupações
indevidas do solo ou não consideram aspectos de drenagem das bacias
hidrográficas (BARBIN et al., 2004; SILVA; NETTO, 2013). A urbanização tem efeitos
negativos sobre os recursos hídricos; o ciclo hidrológico; as variações climáticas; as
cheias naturais dos rios; nos usos e ocupações do solo e; no balanço hídrico (SOUZA
et al., 2008).

4.6.1 Conjuntos habitacionais e áreas loteads

Historicamente, a negação do direito à habitação foi a tônica da expansão das


cidades brasileiras, marcadas pela segregação social e espacial. A expressão mais
notória desse processo tem sido o incremento da população residente em favelas,
loteamentos irregulares e conjuntos habitacionais deteriorados, geralmente localizados
na periferia urbana ou em áreas ambientalmente vulneráveis (GLOEDEN et al., 1994) .
Capítulo 4. Revisão da Literatura 27

A questão da moradia nos grandes centros urbanos assumiu grande visibilidade


a partir das décadas de 1960 e 1970, quando a atuação governamental, por meio
do Banco Nacional da Habitação – BNH – contribuiu decisivamente para o modelo
de urbanização segregadora. A solução padronizada de financiar grandes conjuntos
habitacionais em áreas distantes ou com pouca acessibilidade aos centros de emprego,
comércio e serviços não logrou assegurar aos pobres o acesso à habitação digna.Assim,
o problema e a crítica às suas supostas soluções atraíram cada vez mais a atenção de
estudiosos do urbano e de formuladores de políticas públicas, constituindo o campo
temático da habitação nas ciências sociais no Brasil (Valladares, 1983) (SILVEIRA;
ROMERO, 2009).
A garantia da posse da terra e a melhoria das condições habitacionais nas favelas
e nos bairros periféricos (acesso à água e ao saneamento, serviços e equipamentos
públicos como creches, escolas, postos de saúde e outros) estavam na pauta de
reivindicações dos movimentos sociais que adentraram a cena política na esteira
do incipiente processo de “abertura” do regime militar, em fins da década de 1970.
Paralelamente, outra questão passou a ocupar a agenda governamental e técnica do
País: o meio ambiente, sobretudo no que diz respeito à poluição do ar, da terra e das
águas pela atividade industrial (MELLO et al., 2005) .
Entretanto, a articulação entre a problemática ambiental e a questão urbana
era tênue, expressando uma clivagem epistemológica: a concepção do meio ambiente
como domínio da natureza e a de cidade como produto cultural, ou seja, fruto da
ação humana.(SILVEIRA; ROMERO, 2009; BARROS et al., 2011; AYOUB et al., 2014;
ARAUJO et al., 2013)

4.6.2 Lixões

Entre os impactos ambientais negativos que podem ser originados a partir do


lixo urbano produzido estão os efeitos decorrentes da prática de disposição inadequada
de resíduos sólidos em fundos de vale, às margens de ruas ou cursos d’água. Essas
práticas habituais podem provocar, entre outras coisas, contaminação de corpos d’água,
assoreamento, enchentes, proliferação de vetores transmissores de doenças, tais como
cães, gatos, ratos, baratas, moscas, vermes, entre outros. Some-se a isso a poluição
visual, mau cheiro e contaminação do ambiente (FARIA et al., 2012).
A vivência cotidiana muitas vezes mascara circunstâncias visíveis, mas não
perceptíveis. Mesmo contemplando casos de agressões ao ambiente, os hábitos
cotidianos concorrem para que o morador urbano não reflita sobre as conseqüências
de tais hábitos, mesmo quando possui informações a esse respeito. Considerando o
pressuposto de que os seres humanos são essencialmente ambientais e, como tais,
tendem a subjetivamente perceber o ambiente por meio de signos que engendram a
Capítulo 4. Revisão da Literatura 28

imagem ambiental (OLIVEIRA, 2016).

4.7 Hidrodinâmica: elementos e princípios

4.7.1 Precipitação

Do ponto de vista do hidrologista, na região tropical, as precipitações em forma


de chuva, são as de maior interesse. Sua importância reside na recarga dos
mananciais hídricos superficiais e subsuperficiais de onde dependem as quantidades
demandadas da água para consumo humano, doméstico, industrial, animal e rural. Na
ótica agrícola as precipitações são de grande importância econômica, pois dela
dependem a produção das culturas não irrigadas, o dimensionamento dos sistemas de
drenagem, de barragens, pontes e outras estruturas hidráulicas, o planejamento da
conservação dos solos e do manejo da irrigação, etc. precipitações têm também sua
importância social, pois dela, dependem, muitos pequenos agricultores, para sua
sobrevivência no campo. Os grandes períodos de estiagens provocam a redução das
reservas de água nos mananciais, dificultando a agricultura de subsistência,
empobrecendo os pequenos agricultores ainda mais, levando-os inúmeras vezes ao
êxodo rural. Em virtude da água ser o principal componente na constituição dos seres
vivos, as distribuições temporal e espacial das precipitações são dois dos fatores que
condicionam o clima e que estabelecem o tipo de vida de uma região (BRITTO;
MENDONÇA; CATARINA, 2004; REIS; OLIVEIRA, 2016; FERNANDES et al., 2008).

4.7.2 Escoamento superficial

A água, uma vez precipitada sobre o solo, pode seguir três caminhos básicos
para atingir o curso d’água: o escoamento superficial, o escoamento sub-superficial
(hipodérmico) e o escoamento subterrâneo, sendo as duas últimas modalidades sob
velocidades mais baixas. Observa-se que o deflúvio direto abrange o escoamento
superficial e grande parte do sub-superficial, visto que este último atinge o curso
d’água tão rapidamente que, comumente, é difícil distinguí-lo do verdadeiro
escoamento superficial. O escoamento de base, constituído basicamente do
escoamento subterrâneo, é o responsável pela alimentação do curso d’água durante o
período de estiagem (PRUSKI; GRIEBELER; SILVA, 2001).
O escoamento superficial tem origem, fundamentalmente, nas precipitações. Ao
chegar ao solo, parte da água se infiltra, parte é retirada pelas depressões do terreno e
parte se escoa pela superfície. Inicialmente a água se infiltra; tão logo a intensidade da
chuva exceda a capacidade de infiltração do terreno, a água é coletada pelas pequenas
depressões. Quando o nível à montante se eleva e superpõe o obstáculo (ou o destrói),
o fluxo se inicia, seguindo as linhas de maior declive, formando sucessivamente as
Capítulo 4. Revisão da Literatura 29

enxurradas, córregos, ribeirões, rios e reservatórios de acumulação. É, possivelmente,


das fases básicas do ciclo hidrológico, a de maior importância para o engenheiro, pois
a maioria dos estudos hidrológicos está ligada ao aproveitamento da água superficial e
à proteção contra os efeitos causados pelo seu deslocamento (NEVES, 2016; REIS;
OLIVEIRA, 2016).

4.7.3 Lençol Freático

A localização do nível do lençol freático e o conhecimento da sua variação devido


às precipitações e outros agentes naturais é de extrema importância para entender
a distribuição e abundancia de espécies. O instrumento mais simples e conhecido
na área da geotécnica para o monitoramento do lençol d’água são os piezômetros,
utilizados também para medir a poro-pressão e a condutividade hidráulica do solo
identificar o nível do lençol freático e sua relação com os parâmetros físico-
químicos (FERNANDES et al., 2008; PARIZOTTO et al., 2012; FINEZA; MARQUES;
CHAGAS, 2015).

4.7.4 Zona de flutuação freática (zona não saturada) e zona de saturação

Em um sistema transiente, a zona não-saturada atua como um reservatório


dinâmico para água e contaminantes. O fluxo que chega ao topo do nível d’água
é uma representação defasada e atenuada das condições transientes impostas
à superfície. Para se avaliar a importância da zona não-saturada, esses efeitos
devem ser quantificados e analisados. Se forem significativos, deve-se representar
a zona não saturada no modelo da área. Caso a defasagem entre as condições da
superfície e do topo do nível guadua seja considerada aceitável, pode-se utilizar
um modelo saturado.(GLOEDEN et al., 1994; BERTOLO et al., 2001; ALEXANDRE et
al., 1995; GODOY et al., 1999; VARNIER et al., 2007)
A água ao se infiltrar no solo, passa por uma porção do terreno chamada de
zona não saturada (ZNS), onde os poros são preenchidos parcialmente por água e
por ar, uma parte dessa água infiltrada no solo é absorvida pelas raízes das plantas e
por outros seres vivos ou evapora e volta para a atmosfera e a outra parte, por ação
da gravidade, continua em movimento descendente. Nesse percurso, nas áreas mais
profundas a água acumulada forma uma zona saturada (ZS), que apresenta uma franja
capilar (BERTOLO et al., 2001) .
30

5 Materiais e Métodos

Esta pesquisa parte da ideia principal de que possa existir diferenças


significativas, no que se refere ao fluxo hídrico subterrâneo (direção e declividade) e
superficial, das áreas originalmente classificadas como savanas no sudoeste da
amazônia (cerrado amazônicos).
Para aceitar ou rejeitar tal príncipio, quatro diferentes áreas de uso e ocupação
do solo na região de cerrado, com clara intervenção de ações antrópicas foram
escolhidas para a experimentação dessa pesquisa, sendo elas classificadas como
áreas de baixa intervenção antrópica (A), moderada intervenção antrópica (B), alta
intervenção antrópica (planejada) (C) e alta intervenção antrópica (não planejada) (D).
O método usado foi o de análises de imagens aéreas capturadas por VANT
(Veiculo Aéreo Não Tripulado) e satélite e de sobreposição de camadas topográficas e
de dados piezométricos, coletadas nas áreas, vindo a gerar dados espaciais
configurando no tratamento geoestatística de camadas em duas e três dimensões. E
para validar o teste de hipótese foi utilizada uma estatística descritiva e análise dos
modelos de sobreposição de camadas para determinar anomalias geradas pelas
ações antrópicas.

5.1 Área de estudo

Os campos naturais amazônicos, classificado como parte do Cerrado, localiza-se


a sua grande parte no município de Humaitá, situado ao sul do Amazonas, Brasil. Tendo
sua posição em relação ao nível do mar de aproximadamente 56m com as coordenadas
geográficas de Latitude: -7º30’22” e longitude -63º 1’38”.
Capítulo 5. Materiais e Métodos 31

Figura 2 – Cerrado Brasileiro: cerrado amazônico - área de estudo

Segundo a classificação de Köppen, citado por Silva et al. (2011) o clima


da região é do tipo Am (tropical úmido), caracterizado por temperatura média anual de
25ºC e uma estação seca de pequena duração, entre os meses de junho a agosto. A
elevada pluviosidade é um dos aspectos mais característicos da região, com valores
entre 2.050 a 2.650mm por ano e elevada umidade do ar, variando entre 85 e 90%.
As áreas (já mencionadas outrora) dessa pesquisa estão delimitadas nos
campos naturais de Humaitá, região de cerrado amazônicos, em diferentes fases de
uso e ocupação antrópica da cobertura do solo, em destaque o ponto médio de suas
localizações (FIGURA 3).
Capítulo 5. Materiais e Métodos 32

Figura 3 – Áreas de níveis diferentes de uso e ocupação antrópica nos campos amazônicos.

5.1.1 Área de baixa intervenção antrópica

A área A representa a de baixa intervenção antrópica, pois, é a que apresenta


menos impactos diretos (FIGURAS 4 e 5), e está localizado em uma área de posse
do Exército Brasileiro ao 54ºBIS (Quinquagésimo Quarto Batalhão de Infantaria de
Selva) ao lado direito das BR 319 no Km 12 de Humaitá sentido Manaus do Estado
do Amazonas, Brasil (FIGURA 3) e tem área total de 160000m² (400mx400m). Essa
área exibe uma vegetação característica das savanas amazônicas com a presença
de gramíneas e árvores xerófilas. E como se trata de uma área restrita, o acesso das
pessoas são dificultadas sem mediante a autorização local, fazendo com que seja uma
área pouco degradada.
Capítulo 5. Materiais e Métodos 33

Figura 4 – Imagem aérea da área de baixa intervenção antrópica


Capítulo 5. Materiais e Métodos 34

Figura 5 – Paisagem da área de baixa intervenção antrópica - campos naturais

5.1.2 Área de moderada intervenção antrópica

A área B (FIGURA 3) corresponde a de moderada intervenção antrópica e está


localizada ao lado direito da BR-319 próximo ao aeroporto de Humaitá, onde está sendo
zoneada para se configurar área residencial, entretanto, ainda não existem construções
concretizadas, mas a área foi delimitada em parcelas (lotes) e existe uma manipulação
na transformação do estado natural realizado pelo proprietário, como terraplenagem
de vias de acesso, instalações de um simples sistema de drenagem para águas
pluviométricas e postes para sistematização da rede elétrica, além de sofrer contínuas
atividades de capinação. Sofre impactos indiretamente por está envolto a um aeroporto,
uma rodovia federal, conjunto habitacional já instalado e área agrícola (FIGURA 6 e 7)
e a ela tem uma área que corresponde a 187200m² (480mx390m) .
Capítulo 5. Materiais e Métodos 35

Figura 6 – Imagem aérea da área de moderada intervenção antrópica (B)

próprio autor
Capítulo 5. Materiais e Métodos 36

Figura 7 – Paisagem da área de moderada intervenção antrópica (B)

5.1.3 Área de moderada intervenção antrópica

A C é área referente à de alta intervenção antrópica (FIGURA 8 e 9) e está


situada ao lado esquerdo da BR-319 no Km 8(oito), sentindo Humaitá-Manaus, ambos
do Estado do Amazonas, onde se configura, atualmente, o conjunto habitacional Rio
Madeira (FIGURA 3). Esta área está em pleno uso e ocupação antrópica com
pavimentação e toda estrutura urbanística concluída, como casas, posto de saúde,
calçadas, igrejas, comércio, e foi zoneada com prévio controle e planejamento urbano.
Entretanto, ás áreas adjacentes são ocupadas por construções rústicas, sem
acompanhamento ou controle da infraestrutura odas orgãos competente, surgindo
“invasões” e áreas de volúpia. No entanto, a área total do conjunto tem
aproximadamente 161600m² (320mx505m).
Capítulo 5. Materiais e Métodos 37

Figura 8 – Imagens aéreas da área de alta intervenção antrópica (C)


Capítulo 5. Materiais e Métodos 38

Figura 9 – Paisagem da área de alta intervenção antrópica (C)

5.1.4 Área de altíssima intervenção antrópica (não planejada)

A D situa a área de altíssima intervenção antrópica é a área onde corresponde


a localidade que os munícipes de Humaitá-AM despejam os resíduos de forma geral,
isto é, sólidos, úmidos, entulhos, hospitalares e até mesmo carcaças de animais, de
(FIGURA 10 e 11), caracterizando, diante dese cenário de fatos, o atual “lixão” de
Humaitá. Área se caracteriza como a de altíssima intervenção humana de caráter
impactante adverso, de alteração evidente ao estado natural que totaliza uma área
de 232200m² (215mx1080m).

Figura 10 – Imagem aérea da área de altíssima intervenção antrópica (D)


Capítulo 5. Materiais e Métodos 39

Figura 11 – Paisagem da área de altíssima intervenção o antrópica (D)

5.2 Aquisição dos dados e coletas

Os dados adquiridos nesse projeto foram à planialtimetria, precipitação, níveis


estáticos, radiação, temperatura, unidade relativa e pressão atmosférica do ar. Para
aquisição de dados referentes aos pontos planialtimétricos, foram realizados in situ
levantamento com equipe de 3(três) pessoas e com a utilização de instrumentos como
o teodolito eletrônico, trena, GPS, bússola e régua topográfica além dos equipamentos
de EPI’s, o período de levantamento foram de agosto de 2019 a novembro de 2019,
usando uma malha amostral média de 30x30m (FIGURA 12).
Capítulo 5. Materiais e Métodos 40

Figura 12 – Malha amostral do levantamento planialtimétrico

5.2.1 Dados meteorológicos

Já para aquisição dos variáveis de temperatura, precipitação, radiação, umidade


relativa e pressão atmosférica, foram obtidas a partir dos dados gerados da estação
automática do INMET, disponível na sua página de ‘internet’ (FIGURA 13), localizada no
município de Humaitá na propriedade pertencente ao polo de ensino do Instituto Federal
do Amazonas - Campus Humaitá (FIGURA 14), ou seja, a estação do INMET está nas
adjacências das áreas de estudo, vindo a gerar confiabilidade aos dados disponíveis
(FIGURA 15 e TABELA 1).
Capítulo 5. Materiais e Métodos 41

Figura 13 – Página do INMET

Figura 14 – Estação automática do INMET no município de Humaitá-AM


Capítulo 5. Materiais e Métodos 42

Tabela 1 – Localidade do ponto médio das áreas de estudo e da estação meteorológica


automática do INMET

Latitude Longitude

A Área de baixa interferência antrópica — 7.567635º — 63.105046º

B Área de moderada interferência antrópica — 7.342818º — 63.071242º

C Área de alta interferência antrópica — 7.346975º — 63.067814º

D Área de Altíssima interferência antrópica — 7.567609º — 63.072882º

E Estação do INMET — 7.552520º — 63.071343º

Figura 15 – Localização da Estação em relação as áreas de estudo

Os recursos necessários para a realização do projeto foram disponíveis pela


Universidade Federal do Amazonas, através da parceria do Laboratório de Ictiologia de
Ordenamento Pesqueiro do Vale do Rio Madeira (LIOP), que disponibilizou o recurso
humano, logística de equipamentos de campo para ajuda de instalação de
equipamentos e coletas de dados.

5.2.2 Nível estático da água no lençol freático

Para analisar os níveis estáticos do lençol freático foram confeccionados


12(doze) piezômetros (Firgura 17), sendo instalados 3(três) em cada área, as
coordenadas exatas dos piezômetros instalados e distância entre eles estão descrito
conforme a Tabela 2. Foi usado o protocolo de instalação de piezômetros em locais
com níveis freáticos pouco profundo (áreas sazonalmente encharcados) elaborado
por Maria Aparecida de Freitas, Juliana Schietti (2015). Os instrumentos foram
instaladas no mês de dezembro de 2018. E a primeira leitura foi realizada dia 02 de
janeiro de 2019, isto é, 10 (dez) dias depois após a sua instalação. O período de
Capítulo 5. Materiais e Métodos 43

avaliação foi de 02 (dois) de janeiro a 02 (dois) de Maio de 2019, tendo um intervalo de


4 (quatro) dias, totalizando 30(trinta) leituras nesse período.

Tabela 2 – Coordenadas dos piezômetros instalados

Piezômetros Latitude Longitude Distância (m)

A1 — 7.567308º — 63.102791º A1-A2: 200

A2 — 7.565738º — 63.103667º A2-A3: 369

A3 — 7.565951º — 63.106972º A3-A1: 499

B1 — 7.545445º — 63.0715118º B1-B2: 546

B2 — 7.540524º — 63.071312º B2-B3: 318

B3 — 7.541816º — 63.073827º B3-B1: 492

C1 — 7.545335º — 63.070242º C1-C2: 327

C2 — 7.545320º — 63.070242º C2-C3: 395

C3 — 7.548811º — 63.067774º C3-C1: 477

D1 — 7.561617º — 63.077526º D1-D2: 886

D2 — 7.562732º — 63.069673º D2-D3: 198

D3 — 7.562639º — 63.0678910º D3-D1: 1.075


Capítulo 5. Materiais e Métodos 44

Figura 16 – Coletas do nível estático nos piezômetros

Figura 17 – Esquema de um piezômetro (esquerda) e fotos da confecção filtro (dirieita)


Capítulo 5. Materiais e Métodos 45

5.2.3 Análises dos parâmetros de tipos de cobertura de solos, vegetações e uso e


ocupação do nas áreas de estudo

E um dos melhores métodos para analisar essas variáveis que se modificam


com as atividades antropogênicas é analises de imagens aéreas de alta resolução, por
isso, essa pesquisa usou para analisar de parâmetros do tipo de cobertura de solo
foram adquiridas a partir do estudo de imagens capturados pelo VANT (Veiculo Aéreo
não Tripulado) da marca DJI Mavic pro com as lentes do Mavic são de 28 mm, com
abertura um pouco maior, de f/2.2. As duas câmeras têm faixa de ISO de 100-1600 na
foto e 100-3200 no vídeo, além de velocidade do obturador de 1/8000s (FIGURA 18).
As imagens foram capturadas de 200 a 500m de altura ao nível do solo na
coordenada do ponto médio de cada área descrita na pesquisa. Para criação do
mosaico de imagens, foram utilizados métodos de segmentação de imagens que
serviram para a definição do tipo de imageamento da análise posterior.
A segmentação de imagens pode ser uma classificação de pixels; o objetivo é
fragmentar e ressaltar as regiões em unidades levando em consideração as
características da imagem, também conhecidoscomo atributos espectrais, como tons
de cinza, textura e contraste. A partir desta classificação, definem-se as regiões, um
conjunto de pontos similares em valor de cinza e, assim, ‘pixels’ similares próximos à
região passam a serem agrupados.
O processo de segmentação se define como uma imagem de saída em que cada
objeto que apresenta uma cor definida é identificado. É uma atividade computacional
complexa em que se busca encontrar objetos de cores diferentes de forma automática.
Uma imagem definida em níveis de cinza é uma imagem em que, para cada
pixel, o valor da amostra é único na gama de cores, facilitando a fragmentação da
imagem, a criação de regiões similares e definição das bordas dos objetos. Assim, a
segmentação definirá o objeto de interesse quando este estiver caracterizado.
O processo de classificação de uma imagem é essencialmente empírico. É
um processo de extração de informações de uma imagem para reconhecer padrões
e homogeneidade em objetos. Os algoritmos de segmentação são bem específicos no
processo de análise de uma imagem. Sendo assim, deve-se seguir um método
padronizado de segmentação de imagem através da definição, identificação e
entendimento da imagem.
Devido à dificuldade no processo de classificação, na imagem considera-se
a resposta espectral do que será definido em cada região de interesse e a classe
que deseja ser mapeada. As técnicas de classificação utilizadas são baseadas em
similaridades ou descontinuidades. A técnica de descontinuidade é uma detecção de
Capítulo 5. Materiais e Métodos 46

partição de uma imagem baseando-se nas mudanças bruscas de intensidade luminosa


no nível de cinza (FELIZARDO, 2016), por exemplo: detecção de pontos isolados,
bordas ou linhas..
A visualização de um objeto é subjetiva por isso não existe uma única
representação e nem mesmo uma melhor representação para um dado descritor. A
extração de um descritor é a base de recuperação de informação visual. Em imagens,
os descritores podem ser classificados de domínio geral ou especifico. Geralmente as
características são: cor, textura e forma; no específico, depende da aplicação. O
objetivo é interpretar uma imagem mapeando os descritores e relacionando o
conteúdo da imagem com seu significado.

Figura 18 – VANT (esquerda) e as imagens trabalhadas em níveis de cinzas de preto e branco a


75% e 50%

5.3 Método de modelagem

Para o método de modelagem foi confeccionado um mapa em 3D (tridimensinal)


no programa SketchUp do ano de 2017 com o objetivo de usar o método de
sobreposição de camadas a partir dos dados coletados em campo, como o
levantamento planialtimétrico e dados sobre a variação do lençol freático. O Modelo de
sobreposição tem como componentes da sua avaliação para a modelagem de acordo
com (SOUZA et al., 2016) , avaliação para dois tipos de áreas as com e sem
drenagem.
Nas áreas sem drenagem se verifica a direção do escoamento por meio da
topografia, definindo assim o percurso do escoamento superficial, subsuperficial e
Capítulo 5. Materiais e Métodos 47

subterrâneo. O primeiro se faz por meio de conhecimentos meteorológicos de


precipitação e temperatura especializados. Á área de interceptação será calculada
pela declividade e volume por metros cúbicos, cuja capacidade máxima de retenção
será estabelecida através do tipo de cobertura se uso e ocupação do solo
(FELIZARDO, 2016).
A infiltração é determinada fazendo um balanço de água na camada superficial
do solo, sendo que essa capacidade depende das características do solo, e essas
características podem determinara pelo comportamento de escoamentos subsuperficial
e subterrâneo.

5.4 Análises do tratamento estatístico

As análises estatísticas dos dados foi feita de forma descritiva, e ilustrativa


(gráficos e figuras geoespaciais), sendo utilizados softwares gratuitos, Bioestat 5.3,
SketchUp 2017.
As variáveis que foram analisadas são, a precipitação acumulada, radiação
acumulada, temperatura e umidade no instante da coleta e variações do nível do lençol
freático, volume de água disponível. Em 5m de profundidade.
Os níveis freáticos foram descritos em relação ao nível médio do mar, com a
diferença da profundidade com a cota de altitude do nível do solo. Tais dados foram
desposto por meio da estatística descritiva (gráficos e tabelas) da função da nível lençol
freático em relação ao nível médio do mar pelo tempo juliano (dias).
Além de gráficos, esse trabalho apresenta tabelas dos níveis estatísticos do
lençol, descrevendo a área e os piezômetros referentes a posição e cota, por meio
de parâmentos, de tamanho da amostra, mínimo, máximo, amplitude total, mediana,
primeiro quartil (25%), terceiro quartil (75%), desvio interquartílico, média aritmética,
variância, desvio padrão, coeficiente de variação, assimetria (g1) e curtose(g2).

5.4.1 Tamanho da amostra

As amostras foram coletadas em in situ e foram coletadas 30 (trinta) amostras


nos 12 (doze) piezômetros no tempo amostral de 124 (cento e vinte quatro) dias,
totalizando de 360 (trezentos e sessenta) amostras ao longo do projeto. Os
piezômetros foram instalados de acordo com acesso e em diferentes
níveis topográficos.
Capítulo 5. Materiais e Métodos 48

5.4.2 Mínimo

O parâmetro mínimo (como o próprio) é o menor valor apresentado em


um conjunto de dados em um tempo amostral determinado, nesse caso a sua notação
é apresentada como; M in

5.4.3 Máximo

O parâmetro máximo é (do oposto do mínimo) e o maior valor exibido em um


conjunto de dados em um tempo amostral definido, nesse caso a sua notação é
denotada como; M ax

5.4.4 Amplitude total

A amplitude total é a diferença dos valores de máximo e mínimo analisados em


um conjunto de dados n, e a notação matemática é;

A = M ax − M in (5.1)

5.4.5 Mediana

A mediana e o valor da variável que ocupa a posição central de um conjunto


de n de dados ordenados, é M d

5.4.6 Percentis

O percentil de ordem px100 (0<p<1), em um conjunto de dados de tamanho n, é


o valor da variável que ocupa a posição px(n+1) do conjunto de dados ordenados.
o percentil de ordem p (ou p-quartil) deixa px100% das observações abaixo dele
na amostra ordenada e os Percentis, particularmente podem ser notados pela seguintes
expressões:

• Percentil 50 = Mediana, Segundo Quartil (50%) (Md, Q2, q(0,5));

• Percentil 25 = Primeiro Quartil (25%) (Q1), q(0,25);

• Percentil 75 = Terceiro Quartil (Q3), q(0,75).

Nesse trabalho usou-se a nomenclatura de “quartis” e a notação ser de Q1, Q2


e Q3.
Capítulo 5. Materiais e Métodos 49

5.4.7 Desvio Interquartílico

O desvio interqurtílico é nada mais do que a diferença entre o terceiro e o


primeiro quartil ou seja;

d = Q3 − Q1 (5.2)

5.4.8 Média Aritmética (amostral)

A média é uma das medidas de posições mais usada em um tratamento de


dados de conjunto n, que é nada menos que a soma de componentes multiplicado pelo
invejo do total do número de componentes do conjunto analisado n-1, isto é;

Pn
xii=1
xmed = (5.3)
n−1

5.4.9 Variância e Desvio Padrão

A variância é uma das medidas de dispersão mais importantes. É a média


aritmética dos quadrados dos desvios de cada valor em relação à média: proporciona
uma mensuração da dispersão dos dados em torno da média, e é expressa pela
seguinte equação;

Pn
2 i=1 (xi− xmed )2
S = (5.4)
n−1
Desvio Padrão é a raiz quadrada positiva da variância, apresentando a mesma
unidade dos dados e da média, permitindo avaliar melhor a dispersão, expressão
dada pela equação;

sP
n
− xmed )2
i=1 (xi (5.5)
S=
n−1

5.4.10 Coeficiente de Variação

O coeficiente de variação percentual é uma medida de dispersão relativa, pois,


permite comparar a dispersão de diferentes distribuições, e a expressão é apresentada
como;

S
CV = (5.6)
Xmed × 100
Capítulo 5. Materiais e Métodos 50

5.4.11 Assimetria (g1) e Curtose (g2)

É o grau de desvio ou afastamento da simetria de uma distribuição. Quando a


curva é simétrica, a média, a mediana e a moda coincidem, num mesmo ponto, de
ordenada máxima, havendo um perfeito equilíbrio na distribuição, logo a assimetria
pode ser descrita aritmeticamente pela equação;

Q3 + Q1 − 2Xmed
As = (5.7)
Q3 − Q1

Distribuição assimétrica Negativa ou enviesada a esquerda - quando os valores


se concentram na extremidade superior da escala e se distribuem gradativamente em
direção à extremidade inferior.
Distribuição assimétrica Positiva ou enviesada a direita quando os valores se
concentram na extremidade inferior da escala e se distribuem gradativamente em
direção à extremidade superior.
Curtose - é o grau de achatamento de uma distribuição, em relação a
distribuição normal. A curtose pode ser de três tipos:

• Mesocúrtica - quando a distribuição é normal;

• Leptocúrtica - quando a distribuição é mais pontiaguda que a normal;

• Platicúrtica - quando a distribuição é mais achatada que a normal.

A medida de Curtose pode ser explicitamente expressa por;

Q3 − Q1
C= (5.8)
2(c90 − C10 )

• Se C = 0,263 a distribuição é Mesocúrtica;

• Se C < 0,263 a distribuição é Leptocúrtica;

• Se C > 0,263 a distribuição é Platicúrtica.


51

6 Resultados e Discussão

6.1 Análise da estatística descritiva dos níveis estáticos do lençol freático e as


variáveis meteorológicas

6.1.1 Resultado gráfico dos níveis do lençol freático

A representação da Figura 19 mostra a flutuação dos níveis do lençol freático


nas áreas de baixa, moderada, alta e altíssima interferência antrópica em metros (m),
para cotas em referência ao nível médio ao mar: a - flutuação dos níveis estáticos nas
áreas de baixa interferência antrópica; b - flutuação dos níveis estáticos nas áreas de
moderada interferência antropogênica; c - flutuação dos níveis estáticos nas áreas
de alta interferência antropogênica; d - flutuação dos níveis estáticos nas áreas de
altíssima interferência antropogênica; e - a flutuação da umidade relativa referente ao
dia das coletas a variação do instante, máxima e mínima; f - apresenta a preciptação
acumulada em um intevalo dos dias de coletas; g - a radiação acumulada no intervalo
nos dias de coleta de dados em campo e; h - e descrição da temperatura nos dias das
coletas nos instantes, máximos e mínimos.
Os gráficos da Figura 19 a, b, c e d mostra a flutuação dos piezômetros por
área de interferência antrópica, sendo que a configura-se área controle (baixa
intervenção antrópica) é apresenta em seu A2 a menor cota do nível estático e, ao
decorrer do tempo amostral, teve para A3 os maiores valores de cotas, resultando
que o fluxo subterrâneo tende a ir de A2 para A1ˆA3 e, A1 para A3 (A2>A3>A1).
Para b a cota do piezômetro B2 mostrou as maiores cotas e o B1 exibiu os menores
(B2>B3>B1). E c as cotas de C1 são as maiores da área e C2 os menores
(C1>C3>C2). Já para d a cota de C3 são as maiores e a C1 as
menores (C3>C2>C1). Os gráficos (direita: dados meteorológicos) e e f apresentam
proporcionalidade direta e ambos são inversamente proporcionais a g, e h mostra
independência em relação aos demais.
Capítulo 6. Resultados e Discussão 52

Figura 19 – Representação Gráficas do comportamento das águas subterrâneas em relação as


variáveis meteorológicas

6.1.2 Resultado da estatística descritiva da flutuação do nível estático do lençol


freático

O conjunto de tabelas (3, 4, 5 e 6) exibe a estatística descritiva do nível estático


do lençol freático, nas diferentes áreas de uso e ocupação do solo no cerrado amazônico.
Todos apresentam o mesmo número de amostra de 30 para cada área.
Os parâmetros da estatística descritiva de máximas e mínimos, os da A (área de
baixa interferência antrópica) se diferenciam das demais, pois, apresentam os menores
valores para estes parâmetros (TABELA 3). Em contrapartida, a área B (área de
moderada interferência antrópica) que exibe mais elevados valores para os parâmetros
de máximo e mínimo, entretanto não possui o maior valor, pois, este é atribuído a área
Capítulo 6. Resultados e Discussão 53

C (área de alta interferência antrópica), que no piezômetro C1 possui o valor de cota de


57,60m na cota da superfície de 58m. Para o parâmetro de amplitude a A apresenta
os maiores valores em torno de 0,99m a 1,50m e a área B as menores amplitude com
uma variação de 0,24m a 0,42m.
Para a análise dos quartis segue a lógica dos valores máximo e mínimos, já que
apresentam os meus protagonistas, isto é, a área A está relacionada aos menores
valores de cota do nível estático e para a área B os maiores valores. Particularmente
os piezômetros A2 e C1, exibem o maior e menor quartis Diante dessa análise dentre
quartis, quando se analisa os seus desvios as áreas B e D apresenta os menores
valores (0,20m; 0,10m; 0,11m) e (0,09m; 0,21m; 0,13m), respectivamente. Para os
elevados valores de desvio interquartílico, destaca-se o piezômetro C3 que conotado o
valor de 0,93m, definindo ser o maior desvio interquartílico entro o conjunto de dados
avaliados.
Para análise de dispersão em torno da média, os parâmetros variância e desvio
padrão estão destacados como menores para a área B e maiores valores para a área
A e B. Os Coeficiente de Variação (CV) apresentaram valores baixos, alegando que na
análise a variação apresenta pouca flutuação em sua distribuição, ou seja, os valores
apresentados foram de 0,01.
Na forma da distribuição dos dados são analisadas pelos parâmetros de
assimetria(g1) e curtose(g2), nesse conjunto de dados foi determinado dois tipos de
formas de dados de dispersão o tipo Leptocúrtica e Platicúrtica, cujo, apenas o
piezômetro B2(m) e D3(m), apresentaram do tipo Platicúrtica com assimetria, em
ambas, voltada para a esquerda (negativa). As demais foram determinadas como
Leptocúrticas, sendo que A1(m), A2(m), C1(m), C32m), C3(m) exibem uma assimetria
a direita, e os demais definidas como Leptocúrticas a esquerda, que são os A3(m),
B1(m), B3(m), D1(m) e D2(m).

Tabela 3 – Estatística descritiva do nível do lençol freático em área de baixa interferência


antrópica

A1 (m) para cota A2(m) para cota de A3(m) para cota de


de 53m 54m 52m
Capítulo 6. Resultados e Discussão 54

A1 (m) para cota A2(m) para cota de A3(m) para cota de


de 53m 54m 52m

Tamanho da
30 30 30
amostra

Mínimo 48,01 48,99 47,05

Máximo 49,00 50,04 48,55

Amplitude 0,99 1,05 1,50

Mediana 48,45 49,50 47,75

Primeiro Quartil 25% 48,23 49,31 47,52

Terceiro Quartil
48,66 49,65 47,99
(75%)

Desvio
0,43 0,34 0,47
interquartílico

Média Aritmética 48,46 49,49 47,74

Variância 0,06 0,08 0,12

Desvio Padrão 0,28 0,28 0,35

CV 0,01 0,01 0,01

Assimetria(g1) 0,28 0,17 -0,07

Curtose(g2) -0,78 -0,59 -0,01

Tabela 4 – Estatística descritiva do nível estático do lençol freático para área de moderada
interferência antrópica

B1(m) para cota B2(m) para cota de B3(m) para cota


de 54m 56m de 55m

Tamanho da amostra 30 30 30
Capítulo 6. Resultados e Discussão 55

B1(m) para cota B2(m) para cota de B3(m) para cota


de 54m 56m de 55m

Mínimo 53,59 55,58 54,77

Máximo 54,01 55,99 55,01

Amplitude 0,42 0,41 0,24

Mediana 53,83 55,91 54,90

Primeiro Quartil 53,74 55,84 54,84

Terceiro Quartil 53,95 55,94 54,95

Desvio Interquartílico 0,20 0,10 0,11

Média Aritmética 53,83 55,88 54,89

Variância 0,02 0,01 0,00

Desvio Padrão 0,12 0,09 0,07

Coeficiente de Variação 0,00 0,00 0,00

Assimetria (g1) -025 -1,58 -0,11

Curtose (g2) -0,93 3,53 -1,00

Tabela 5 – Estatística descritiva do nível estático do lençol freático para área de alta a
interferência antrópica

C1(m) para cota C2(m) para cota C3(m) para cota


de 58m de 51m de 55m

Tamanho da amostra 30 30 30
Capítulo 6. Resultados e Discussão 56

C1(m) para cota C2(m) para cota C3(m) para cota


de 58m de 51m de 55m

Mínimo 56.51 50.38 53.40

Máximo 57.60 50.97 54.90

Amplitude 1.09 0.59 1.50

Mediana 56.90 50.64 53.73

Primeiro Quartil (25%) 56.83 50.57 53.66

Terceiro Quartil (75%) 57.25 50.80 54.59

Desvio Interquartílico 0.42 0.23 0.93

Média Aritmética 57.02 50.68 54.03

Variância 0.08 0.02 0.29

Desvio Padrão 0.28 0.16 0.53

Coeficiente de Variação 0.01 0.00 0.01

Assimetria (g1) 0.50 0.38 0.73

Curtose (g2) -0.88 -0.81 -1.28

Tabela 6 – Estatística descritiva do nível estático do lençol freático para área de altíssima a
interferência antrópica

D1(m) para cota de D2(m) para cota de D3(m) para cota


52m 54m de 56m

Tamanho da amostra 30 30 30

Mínimo 51,71 53,16 55,03

Máximo 52,05 53,89 55,71


Capítulo 6. Resultados e Discussão 57

D1(m) para cota de D2(m) para cota de D3(m) para cota


52m 54m de 56m

Amplitude 0,34 0,73 0,68

Mediana 51,92 53,66 55,53

Primeiro Quartil (25%) 51,90 53,55 55,48

Terceiro Quartil (75%) 51,99 53,77 55,61

Desvio Interquartílico 0,09 0,21 0,13

Média Aritmética 51,93 53,63 55,50

Variância 0,01 0,04 0,03

Desvio Padrão 0,08 0,19 0,19

Coeficiente de Variação 0,00 0,00 0,00

Assimetria (g1) -0,85 -1,04 -1,58

Curtose 9g2) 1,12 0,97 2,28

6.2 Análise da descrição quantitativa e espacial de fluxo hídrico e simulações


nas áreas de intensidade interferência antrópica

6.2.1 Área de baixa intervenção antrópica

A área A (área de baixa intervenção antrópica) apresenta em seu mapa de


elevações altimétricas contas que variam de 51,0m a 55,0m. As regiões com cotas de
maiores valores de elevação do terreno estão em uma faixa que se estende de leste
(E) a oeste (W) (extremidade inferior direita a extremidade superior esquerda) e as
depressões estão dispostas na zona de centro-norte (N) (centro a extremidade superior
direita) ao extremo sul (orientado na figura - extremidade esquerda inferior) (FIGURA
20).
Capítulo 6. Resultados e Discussão 58

Figura 20 – Planialtimetria da área de baixa intervenção antrópica

O fluxo de escoamento superficial na área A, exibe fluxo que acompanha a


declividade do terreno, pois, a água, em seu estado líquido, se movimenta em sentindo
ao centro da terra por força da gravidade, isto é, das cotas de maior elevação para as
cotas de menor elevação. O terreno apresenta maior declividade na posição do centro-
sul em direção ao norte (centro inferior esquerdo a a extremidade superior direita - na
figura). O fluxo apresenta uma região de depressão com estabilidade que se localiza
a região nordeste (NE) (centro direto – na figura), em linhas gerais o fluxo de maior
volume se dá para direção norte (N) (extremidade superior direito) (FIGURA 21).
Capítulo 6. Resultados e Discussão 59

Figura 21 – Fluxo de escoamento subterrâneo na área de baixa intervenção antrópica

O fluxo subterrâneo da área A demostra que A2 tem a cota maior em


comparação A1, que no que lhe concerne é maior que A3. Nesse cenário o fluxo
subterrâneo segue um fluxo de sudeste (SE) para noroeste e norte (NW e N,
respectivamente), (centro inferior direito para centro superior direito) (FIGURA 22).

Figura 22 – Fluxo subterrâneo em área de baixa intervenção antrópica


Capítulo 6. Resultados e Discussão 60

O uso e ocupação do solo na área A apresenta 95% de solo coberto por uma
vegetação típica dos campos amazônico, a área de baixa intervenção antrópica
apresenta o solo exposto na sua área central, pois, nessa região se caracteriza uma
via de acesso de solo compactado. E na região norte (extremidade superior direito),
uma faixa extensa de solo exposto é identificado, tal área é uma via de fluxo de
escoamento superficial, todavia, ela é a que recebe maior vazão de escoamento
característico (FIGURA 23)

Figura 23 – Uso e ocupação do solo em área de baixa intervenção antrópica.

O modelo 3D da área A, tem como objetivo demonstrar as possíveis faixas de


inundação, através da compilação e sobreposição de camadas da malha topográfica,
uso ocupação do solo e camada de do lençol freático, entretanto, a área A não
apresenta áreas de inundação significativa, possivelmente por apresentar uma
condição topográfica regularmente natural, de ter um lençol freático de
maior profundidade em relação aos demais (FIGURA 24).
Capítulo 6. Resultados e Discussão 61

Figura 24 – Modelo 3D de área para inundação simulada para A

Os mapas de escoamento superficial e de elevação da área C (FIGURAS 21 e


20) apresentam uma região de estabilidade fluxo superficial (poças temporárias –
áreas encharcadas), tais áreas podem ser caracterizadas como regiões potenciais
aos surgimentos de criadouros de insetos, répteis e anfíbios, tornando-se um ‘hotspot’
para a endemia biológica. Vindo a contribuir para a diversidade biologia e florística
do ecossistema. Contudo, essa área específica, por está em meio a uma vegetação
e o solo característico do cerrado conservado e, de não ter sua cota máxima do
lençol freático interceptado pela superfície topográfica. Estas áreas potenciais a
estabilidade do fluxo horizontal das águas superficiais, são alimentadas por, apenas,
águas livres, sendo regiões encharcadas com alta umidade, e não se configurando
pontos de poças temporárias, ou seja, tais caracterizações são corroboradas por
definições citadas por Melz E Tiago, (2009) e Cutrim et al., (2011).

6.2.2 Área de moderada intervenção antrópica

O mapa de elevação da área B apresenta uma variação de cotas de 53 a 59m


de altitude, isto é, maior amplitude de cota de elevação em relação a área A. A região
de maior elevação se encontra no sentido noroeste (NW) (faixa de centro direita para
a centro superior direita). Altimetria apresenta dois pontos de depressões estáveis
de fluxo superficial horizontal, um inteiramente inserido em meio a área de estudo e,
outro está em parte (faixa de cor para cota de 53m – 54m). O que está inteiramente
na área A. A topografia apresenta a maior declividade na região sudoeste para nordeste
(SW e NE, respectivamente), que se localiza em uma faixa que inicia no centro superior
esquerdo (59m) para centro superior direito na Figura 25.
Capítulo 6. Resultados e Discussão 62

Figura 25 – Planialtimetria da área de moderada intervenção antrópica

O fluxo de escoamento superficial na área de moderada intervenção antrópica


apresenta complexidade, seu sentido se direciona com as linhas de curvas topografias
da área. Entretanto, com uma distribuição difusa do escoamento, gerando maiores
regiões de especificidades, tendo 8 (oito) pontos de saída das águas
superficiais para ambientes adjacentes (FIGURA 26).
Capítulo 6. Resultados e Discussão 63

Figura 26 – Fluxo de escoamento superficial na área de moderada intervenção antrópica

O fluxo subterrâneo baseado nas cotas do nível estático a água na área


moderada segue a cota da superfície, isto é, B2 flui para B3 e B1 (extremidade
superior esquerda para extremidades inferiores e superior dieita) que, por conseguinte,
o B3 e se desloca em direção a B1, sendo que o último se caracteriza como ponto da
região que recebe maior descarga hídrica (FIGURA 27).
Capítulo 6. Resultados e Discussão 64

Figura 27 – Fluxo subterrâneo em área de moderada intervenção antrópica

O uso e ocupação do solo para a área B apresenta de solo exposto entorno


de 35% da área evidentemente alterada por atividades antrópica. A área apresenta
vias de acesso aos lotes, já delimitados, com uma vegetação rasteira. E solo de
empréstimo para a escavação das linhas de implantação da rede pluvial do futuro
conjunto habitacional (FIGURA 28).
Capítulo 6. Resultados e Discussão 65

Figura 28 – Uso e ocupação do solo em área de moderada intervenção antrópica

O modelo 3D da área B, após a compilação e a sobreposição da cota de


flutuação do lençol freático e o uso e ocupação do solo, exibe as áreas de potencial
alagamento na área, cobrindo a região centro-direita a extremidade superior esquerda
tendo uma conexão por uma via de drenagem pela região centro-inferior (FIGURA 29).
Capítulo 6. Resultados e Discussão 66

Figura 29 – Modelo 3D de área para inundação simulada B

A análise da sobreposição dos mapas para a área de moderada intervenção


antrópica, exibe, na área delimitada ao estudo, pelo fluxo de escoamento de águas
livres superficiais, poucas regiões de estabilidade de escoamento superficial (poças
temporais ou região de acúmulo de água empoçada). Entretanto, a flutuação das cotas
do nível estático do lençol freático estão próximos a superfície e, quando combinadas,
a compactação dos solos argilosos inseridos na terraplenagem e a retirada vegetação
natural, faz com que tais ações resultem na existência de regiões de acúmulo de
águas - poças temporais - de alta turbidez , rica em ferro e sólidos suspensos de pH
ácido, que são alimentadas durante os períodos chuvosos. Portanto, sendo criadores
de organismos mais resistentes, que precisam de um tempo de evolução menor que
outros seres, como vetores e microorganismos que estão vinculadas a doenças, esses
resultados estão em acordo com estudos realizados por Vasconcelos, Miguez
e Vazquez (2016).
Capítulo 6. Resultados e Discussão 67

6.2.3 Área de alta intervenção antrópica (planejada)

A planialtimetria da área C apresenta formas geométricas definidas como


quadrados e retângulos em suas curvas de níveis, caracterizando atividades de
terraplenagem, aterros e canais de drenagens. As amplitudes dos níveis de elevação
variam de 54 a 59m, tendo a sua faixa de maior elevação na região central ao noroeste
(NW) (extremidade superior). As depressões estão na região do extremo norte (N) e
sudeste (SW) (extremo superior direito e inferior direito) (FIGURA 30).

Figura 30 – Planialtimetria da área de alta intervenção antrópica

O fluxo de escoamento superficial na área C, segue as curvas de níveis


Capítulo 6. Resultados e Discussão 68

com direções bem definidas e, até mesmo, direcionada de forma evidentemente


controlada. Contudo, o maior fluxo se dá no sentido de direção leste (E) (centrodireita
para a esquerda), e nessa mesma região tem as menores cotas de elevações, o fluxo
se concentra em direção sul (S) e sudeste (SW) (reigão direita inferior) (FIGURA 31)

Figura 31 – Fluxo de escoamento superficial na área de alta intervenção antrópica

O fluxo subterrâneo em área de alta intervenção antrópica apresenta um fluxo


de direita para esquerda da parte superior para o inferior. Nota-se que a área onde
se localiza o conjunto habitacional direciona as águas subterrâneas para área de
drenagem, não pertencente a área do conjunto habitacional. O uso e ocupação do solo
na área C, apresenta 90% de área impermeável, 2% de área pouco permeável e 8%
de área permeável. O solo exposto fora do perímetro de área construída é dado por
aterros aos arredores, realizados pela iniciativas das igrejas e dos comércios, isto é,
Capítulo 6. Resultados e Discussão 69

realização de atividades que dão suporte a cidadania e a coletividade aos moradores


do conjunto habitacional (FIGURA 32)

Figura 32 – Fluxo subterrâneo em área de alta intervenção antrópica (planejada)

A imagem de uso e ocupação do solo da área C concentra-se sua maior parte em


área impermeável (asfaltamento, casas construídas ou solo compactado) tendo essa
característica em torno de 62%. O solo exposto, ou seja, a área de baixa permeabilidade
tem a proporção de 11%, área verde é em torno de 12%, essa última é caracterizado
por gramíneas. Os 15% da proporção é de porção construção de residências (FIGURA
32).
Capítulo 6. Resultados e Discussão 70

Figura 33 – Uso e ocupação do solo em área de alta intervenção antrópica

O modelo 3D para a área C, exibe uma faixa alagada acerca de 38% da


região de alta intervenção antrópica, essa parcela inundada se deve, em geral, por
uma combinação de fenômenos como: o lençol freático raso/próximo a superfície com
a efetividade de precipitações de intensidades moderadas e fortes (FIGURA 33).
Capítulo 6. Resultados e Discussão 71

Figura 34 – Modelo 3D de área para inundação simulada C

As análises da área de alta intervenção antrópica mostra em seu mapa de


elevação topográfica, linhas geométricas definidas, caracterizando uma área
modificada por técnicas de engenharia (FIGURA 30), e o mapa de fluxo mostra uma
área retangular ao norte (N) (canto superior direito) uma área de estabilidade de fluxo
superficial (poças temporais) (FIGURA 31). Todavia, a forma bem definida caracteriza
uma área manipulada pelo homem, definindo que existem ações de modificações ao
fluxo de escoamento superficial, porém, quando combinamos o uso e ocupação
antrópica (FIGURA 32) e o nível do lençol freático (FIGURA 33) percebe-se que
a região sudeste (SE) é uma área de potencial estabilidade de escoamento horizontal
de águas livres e deposições de sedimentos, carreados por todo conjunto habitacional
e, o referente fato pode vir a trazer transtornos aos domiciliares da parcela sul (S) do
conjunto habitacional e que podem apresentar um quadro maior de vulnerabilidade as
doenças vinculadas a questão hídrica, por residirem próximas aos potenciais
criadouros de águas livres empoçadas, estudo que são corroborado por Silveira e
Romero (2009) e Reis e Oliveira (2016).
Capítulo 6. Resultados e Discussão 72

6.2.4 Área de alta intervenção antrópica (não planejada)

A planialtimetria da área D apresenta maior complexidade em relação as demais


(já citadas) e também exibe a maior amplitude de cotas de elevações altimétricas, sendo
que essa variação é de 51 a 62m. Essa significativa diferença se dá pela modificação
exercida pelas empresas de gerenciamento de resíduo domiciliar do município de
Humaitá-AM, gerando depressões e alteamentos, e alta compactação da área, além
de construção de uma rede de drenagem improvisada e rústica (FIGURA 35).

Figura 35 – Planialtimetria da área de alta (não planejada) intervenção antrópica

O fluxo de escoamento superficial da área D, é a que apresenta maior


complexidade, em comparação com as demais, pois a rede de fluxo é indefinida, pois,
a sua topografia faz com que aumente o grau de complexidade com muitos pontos de
depressão de fluxo estável (área propicia ao brotamento de a poças) (FIGURA 36).

Figura 36 – Fluxo de escoamento superficial na área (não planejada) de alta intervenção


antrópica

O fluxo subterrâneo na área D apresenta o fluxo do sentido Leste (E) para


Oeste (W), pois, o D3 apresenta cota maior que D2 e ambos maior que D1. Esse
comportamento afirma que apesar das mudanças da característica na topografia e, até
Capítulo 6. Resultados e Discussão 73

mesmo, na composição do extrato de solo, o nível estático flui em sentido a inclinação


dos níveis decrescente das cotas de elevação topográfica do terreno (FIGURA 37)

Figura 37 – Fluxo subterrâneo em área de alta (não planejada) intervenção antrópica

O uso e ocupação da área de altíssima interferência antrópica D, foi a que


mais apresentou, no tratamento da suas imagens, pontos de faixas não-definidas no
imageamento das análises de pixels, e a soma das áreas de solo exposto e espelho de
água aparente, em torno de 55% e, de vegetação rasteira se configura 40% da área
ocupada, restando 5% de pontos não-identificado (FIGURA 38).

Figura 38 – Uso e ocupação do solo em área de alta (não planejada) intervenção antrópica

O modelo 3D mostra a área de potencial área alagada, sendo que os níveis


menos elevados são preenchidas por águas pluviais associadas a elevação do lençol
freático e essa região está localizada a leste (E) - a direita da figura, apresenta
maior área alagada em torno de 56% da área total de alta intervenção antrópica (não
planejada) (FIGURA 39).
Capítulo 6. Resultados e Discussão 74

Figura 39 – Modelo 3D de área para inundação simulada D

A área de alta (não planejada) intervenção antrópica mostrou-se como ideal


para a criação artificial de região estável de escoamento superficial (poças temporais),
pois, apresenta declividades altas (com amplitudes de altíssimas cotas de elevações
altimétrica para a região) em relação as outras áreas no estudo, e quando associada a
malha topográfica, modificada por elevações de solos argilosos e compactados, em
meio aos resíduos sólidos e/ou úmidos, resulta em um cenário propício a criação de
poças temporárias, alimentada por águas livres, lençol freático raso, e o chorume
proveniente dos resíduos depositados diariamente na área. Configurando-se uma área
de alto risco a saúde pública, pois, essas poças são criadores de vetores resistentes a
ambientes hostis. Resultando em aumento, de forma significativa de um ambiente
perfeito a criadores de doenças como dengue, cólera entre outras
patogeniedades (FARIA, 2012; CETESB, 2017; PARIZZOTO, 2012)
75

7 Considerações finais

Ter ciência do comportamento de componentes hidrológicos é importante para o


planejamento e gerenciamento de baciais hidrográfica, visto o potencial quadro de
alterações de interferência antrópica nas Savanas Amazônicas e das pressões
exercidas com ações de uso do solo, podem gerar mudanças significativas
aos microclimas das regiões locais e adjacentes. Desta forma, os dados hidrológicos
gerados por esta pesquisa trará subsídios aos gestores sobre o conhecimento a
respeito do comportamento das águas livres e subterrânea na savana amazônica que
já sofreram alterações de cobertura do solo por utilização urbanística, como áreas
loteadas, conjunto habitacional e áreas para deposição de resíduos sólidos.
Em relação aos procedimentos de aquisição e exposição dos dados, o método
tem o desempenho moderadamente satisfatório, pois requer uma gama de dados
de precisão que demanda esforço logístico e uma equipe relativamente grande e
empenhada na confecção de instrumentos para instalar e coletar os dados in situ.
Entretanto, diante dos resultados, entende-se que tais informações simulam com
maior proximidade o sistema ecológico real. Neste sentido, pesquisas com respeito à
medição da acurácia dos instrumentos e técnicas de medição de componentes do ciclo
hidrológico, de forma precisa, ainda necessitam serem realizadas com maior exaustão,
devido às variações espaço-temporais dos parâmetros em diferentes nuanças do
mesmo bioma que tenha uma grande área espacial.
Já com relação aos procedimentos de simulação de comportamentos
hidrológicos associados às mudanças de cobertura (maior impermeabilidade,
compactação do solo e alteração nas declividades topográficas), bem como ao
aumento populacional próximos ou presentes sobre tais áreas estudadas, obteve-se
resultados que evidenciam desafios para a gestão pública da bacia e dos recursos
hídricos para a região, pois de acordo com projeções realizadas, haverá o aumento da
vulnerabilidade da população urbana próxima essas áreas com aumento de doenças
promovidas por vetores urbanos que tem como criadores as poças temporárias,
proveniente das águas livres, relacionadas às enchentes (período de chuvas) e na
expressiva redução na qualidade hídrica, ao atendimento da demanda por
abastecimento público e demais usos.
Neste sentido, haverá a possibilidade de minimização de riscos e da
vulnerabilidade socioambiental da população, com antecedência de tempo, aderindo à
relação previsão-prevenção, devido à antecipação de eventos associados a diferentes
magnitudes, tendo como entrada o dado de precipitação média diária ou acumulada.
Contudo, com os resultados deste trabalho acredita-se estar subsidiando ações de
planejamento e gestão dos zoneamento de áreas e melhores projetos urbanísticos de
Capítulo 7. Considerações finais 76

drenagem para a região sudoeste da amazônia. Recomenda-se que a sociedade não


se exime da cobrança dos poderes públicos da ampliação e melhoria de saneamento
básico (drenagem, resíduo, sólidos, esgotamento e água), e que se possa fazer mais
pesquisas de qualitativas desses serviços e a expansão de alteração físicas e
químicas das savanas amazônicas situadas ao sudoeste da amazônia.
77

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