Hebraico Biblico Introducao Panoramica
Hebraico Biblico Introducao Panoramica
Hebraico Biblico Introducao Panoramica
Introdução Panorâmica
www.bibliahebraica.com.br
São Bernardo do Campo
2022
2022 Francisco, Edson de Faria
ISBN: 978-65-00-39683-6
Apresentação ........................................................................................................ vi
ii
b. Formas .............................................................................................................................. 71
c. Estado construto sem e com artigo definido .............................................................. 72
d. Estado construto com títulos divinos, nomes próprios e topônimos .................... 73
iv
g. Softwares ............................................................................................................................. 150
h. Outras obras ..................................................................................................................... 151
i. Páginas ............................................................................................................................... 151
v
Apresentação
A presente obra Hebraico Bíblico: Introdução Panorâmica, dedicada ao hebraico bíblico,
foi elaborada para ser utilizada, principalmente, em aulas que são ministradas em apenas dois
semestres e somente com uma aula semanal. Em virtude do tempo muito curto de ministra-
ção de tal disciplina dedicada à uma língua bíblica, sentiu-se a necessidade de elaboração de
uma gramática concisa apenas panorâmica, focalizando os aspectos mais relevantes do he-
braico bíblico. Evidentemente que todas as características gramaticais da língua principal da
Bíblia Hebraica merecem tratamento e análise em uma gramática normativa, todavia, em uma
disciplina que abrange somente dois semestres letivos e com apenas uma aula por semana, é
praticamente impossível abordar e trabalhar todos os aspectos da gramática hebraica. A obra,
agora em apresentação, se dedica unicamente a assuntos que poderão ser estudados no men-
cionado curto período letivo. A presente gramática não se preocupa em expor minúcias ou
aprofundamentos gramaticais, mas enfatiza aquilo que é básico de cada tema gramatical. Com
isso, espera-se que o Hebraico Bíblico: Introdução Panorâmica seja uma útil obra introdutória para
estudos iniciais do hebraico bíblico.
O Hebraico Bíblico: Introdução Panorâmica não contém apenas os principais aspectos gra-
maticais do hebraico bíblico, mas apresenta, também, tópicos relacionados com o universo
da Bíblia Hebraica, como breve histórico do hebraico bíblico e do alfabeto hebraico, a voca-
lização e a acentuação massoréticas, a utilização da edição de K. Elliger e W. Rudolph (eds.),
Biblia Hebraica Stuttgartensia (BHS), o uso do software bíblico BibleWorks, a utilização de dicio-
nários de hebraico bíblico, breve exposição sobre o tetragrama e os teônimos divinos, entre
outros temas, todos circunscritos ao universo da Bíblia Hebraica e que são relevantes para a
disciplina hebraico bíblico.
A presente obra gramatical direciona todos aqueles que se interessam pelo hebraico
bíblico a complementar e/ou conhecer as principais publicações pertinentes ao assunto,
como gramáticas, dicionários e léxicos, concordâncias, edições da Bíblia Hebraica, softwares
bíblicos, entre outros itens bibliográficos, principalmente aqueles que são publicados no Bra-
sil e que são de fácil acesso a todos aqueles que querem se dedicar ao assunto. Tais itens
bibliográficos são listados no capítulo “Hebraico Bíblico: Bibliografia Selecionada”. Além
disso, alguns capítulos da presente obra possuem referências bibliográficas específicas e que
complementam o referido capítulo dedicado aos itens bibliográficos selecionados.
O Hebraico Bíblico: Introdução Panorâmica fornece muitos exemplos das questões grama-
ticais utilizando o Antigo Testamento Interlinear Hebraico-Português (ATI), que apresenta tradução
literal do texto bíblico hebraico, e que é muito útil para a compreensão das questões da gra-
mática do hebraico bíblico. São citados muitos exemplos coletados da mencionada publica-
ção. Muitas exemplificações são coletadas dos quatro volumes já publicados do ATI (vol. 1:
Pentateuco; vol. 2: Profetas Anteriores; vol. 3: Profetas Posteriores e vol. 4: Escritos) (Baru-
eri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2012, 2014, 2017 e 2020). Além disso, os tópicos dedicados
a temas da gramática possuem exercícios que poderão ser úteis e importantes para aqueles
que são iniciantes na disciplina.
Espera-se que o Hebraico Bíblico: Introdução Panorâmica possa servir não apenas como
compêndio gramatical do hebraico bíblico, mas que seja, igualmente, importante estímulo
para que os estudos dedicados a tal disciplina possam avançar e se aprofundar.
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Abreviaturas
a. Livros da Bíblia Hebraica1
Gn Gênesis Na Naum
Êx Êxodo Hc Habacuque
Lv Levítico Sf Sofonias
Nm Números Ag Ageu
Dt Deuteronômio Zc Zacarias
Js Josué Ml Malaquias
Jz Juízes Sl Salmos
1Sm 1Samuel Jó Jó
2Sm 2Samuel Pv Provérbios
1Rs 1Reis Rt Rute
2Rs 2Reis Ct Cântico dos Cânticos
Is Isaías Ec Eclesiastes
Jr Jeremias Lm Lamentações
Ez Ezequiel Et Ester
Os Oseias Dn Daniel
Jl Joel Ed Esdras
Am Amós Ne Neemias
Ob Obadias 1Cr 1Crônicas
Jn Jonas 2Cr 2Crônicas
Mq Miqueias
c. Outras
abs. [estado] absoluto cm. comum
AEC Antes da Era Comum coor. coortativo
aram. aramaico cs. [estado] construto
ativ. [particípio] ativo EC Era Comum
c. cerca de Eclo Eclesiástico
cf. conferir ex. exemplo(s)
1 Esta listagem segue a sequência adotada pela Biblia Hebraica Stuttgartensia (BHS).
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fm. feminino mc. masculino
gr. grego ML Códice de Leningrado B19a
hebr. hebraico Mur Wadi Murabba‘at
Hev Nahal Hever p. página(s)
inf. abs. infinitivo absoluto pass. [particípio] passivo
inf. cs. infinitivo construto pess. pessoa
ingl. inglês pl. plural
juss. jussivo Q Qumran
lat. latim séc. século
lit. literalmente sg. singular
MA Códice de Alepo wayyiq. wayyiqtol
Mas Massada weqat. weqatal
viii
1. Hebraico Bíblico: Breve Histórico
a. Introdução: as línguas semíticas
A língua hebraica pertence ao grupo das línguas semíticas surgidas no Oriente Médio
desde o segundo milênio antes da era cristã e que desempenharam importante papel no de-
senvolvimento histórico e cultural das civilizações dessa região geográfica. Em termos geo-
gráficos, as línguas semíticas são encontradas ao longo de vasta região do Oriente Médio, se
estendendo desde a Mesopotâmia, no lado nordeste, até a Arábia e a Etiópia, no lado sulista,
incluindo a região siro-palestina, no lado noroeste. A nominação “línguas semíticas”, que foi
criada por August S. Schlözer, tem sido usada para designar as línguas surgidas na região do
Oriente Médio durante o segundo milênio antes da era cristã. Esta designação é registrada
no volume VIII do Reportorium für biblische und morgenländische Literatur, editada por Johann G.
Eichhorn (Leipzig, 1781). Tal denominação possui relação com o personagem Sem (cf. Gn
10.21-31), um dos filhos de Noé, e que teria sido o ancestral dos povos de origem semita.
Atualmente, os estudiosos reconhecem como semíticas cerca de setenta línguas ou dialetos
que possuem vários detalhes em comum entre si como a morfologia, a fonologia, a sintaxe e
o vocabulário. Desde muitos anos, as línguas semíticas foram e continuam sendo objeto de
estudos e debates entre diversos linguistas, alguns dos quais as classificam nos grupos que
são mostrados no quadro abaixo.
As características mais relevantes que são comuns entre as línguas semíticas são ex-
postas no quadro abaixo.
Todas são escritas da direita para a esquerda, exceto o acádio e o etíope que são escritos
da esquerda para a direita.
Todas possuem preferência por raízes verbais tricosonantais (três letras consoantes).
1
constam alguns exemplos de vocábulos que são cognatos entre hebraico e aramaico.
Hebraico bíblico
Arcaico: Gênesis 49, Êxodo 15, Números 23 e 24, Deuteronômio 32 e 33, Juízes 5.2-31,
1Samuel 2.1-10; 2Samuel 22.2-51; 2Samuel 23.1-7; Salmo 18, Salmo 29, Salmo 68 etc.
Pré-exílico ou hebraico clássico: o Pentateuco, Josué, Juízes, 1Samuel e 2Samuel, 1Reis
e 2Reis, Isaías, Jeremias, Ezequiel, Amós, Oseias, Miqueias etc.
Pós-exílico ou hebraico tardio: Esdras, Neemias, 1Crônicas e 2Crônicas, Ester, Rute,
Lamentações, Eclesiastes, Daniel, Cântico dos Cânticos, Joel, Obadias, Ageu, Zacarias etc.
2
Hebraico rabínico ou hebraico talmúdico ou neo-hebraico: a literatura tanaítica, a
literatura amoraítica, a Mishná (a seção do Talmude escrita em hebraico) etc.
Hebraico medieval: comentários de rabinos como Rashi (rabino Salomão ben Isaque),
Naḥmânides (rabino Moisés ben Naḥman de Gerona), Maimônides (rabino Moisés ben
Maimon), Abraão ibn Ezra, Davi Qimhi de Narbonne, Saadia ha-Gaon, poemas de judeus
espanhóis como Salomão ibn Gabirol, Judá ha-Levi, entre outros.
3
(hebr. e raspará, cf. Dt 21.12) (hebr. ponta fina, cf. 1Sm 13.21)
(hebr. população rural livre, cf. Jz 5.7) (hebr. e cucos, cf. 1Rs 5.3)
(hebr. então, abrirás, cf. 2Rs 9.3) (hebr. números, cf. Sl 71.15)
d. Hebraico arcaico
Os textos bíblicos citados acima apresentam composição muito antiga, alguns dos
quais datariam, aproximadamente, entre o século 10 e o 9º século AEC, como Gênesis 49.3-
27, Êxodo 15.2-18 e Juízes 5.2-31, enquanto outros teriam surgidos entre o 9º e o 8º século
AEC, como os salmos 18 e 68. Todas as composições são poéticas e foram transmitidas oral-
mente de geração em geração e, posteriormente, foram colocadas por escrito. Os estudiosos
classificam a linguagem de tais textos como hebraico arcaico, que é a forma utilizada nas
primeiras composições da Bíblia Hebraica. Um dos primeiros textos bíblicos a serem com-
postos teria sido Juízes 5.2-31 (o Cântico de Débora), por volta de 1125 AEC. Pressupõe-se
que este antigo cântico teria sido composto determinado tempo após os acontecimentos re-
latados em Juízes 4-5.
Geralmente, a poesia hebraica arcaica possui muitos elementos próprios, sendo pos-
sível destacar alguns exemplos, como a utilização de determinadas raízes verbais e
4
vocabulário típico do hebraico do século 10 ao 9º século AEC. Os itens lexicográficos listados
a seguir são exemplificações do hebraico arcaico em comparação com o estágio seguinte, o
hebraico pré-exílico.
Muitas palavras listadas acima tendem a não aparecerem nos textos em prosa do he-
braico pré-exílico (algumas vezes podem aparecer apenas ocasionalmente) e tendem, tam-
bém, a se concentrarem nos antigos textos poéticos bíblicos mencionados. Grande parte do
vocabulário do hebraico arcaico é constituída por palavras raras e arcaicas e, além disso, apa-
rece uma única vez no texto bíblico, constituindo, assim, situações de hapax legomenon. Além
disso, nas passagens em hebraico arcaico, são encontrados determinados elementos grama-
ticais arcaicos como formas mais longas de preposições separáveis, formas mais longas de
sufixos pronominais, pronomes demonstrativos e determinadas formas de construto que são
típicos dessa fase, como são mostrados no quadro a seguir.
Formas mais longas em preposições separáveis: (hebr. em, cf. Sl 11.2; Is 43.2),
(hebr. como, cf. Êx 15.5; 15.8; 15.10), (hebr. para, cf. Dt 32.35; 33.2), (hebr. em
direção a, cf. Jó 3.22; 5.26; 15.22; 29.19), (hebr. junto a, cf. Gn 49.17; 49.22; Nm 24.6;
Dt 32.2), (hebr. até, cf. Nm 24.20; 24.24).
5
Formas mais longas em sufixos pronominais da terceira pessoa masculina plural:
(hebr. os consumiu, cf. Êx 15.7), (hebr. se encherá deles, cf. Êx 15.9), (hebr.
desapossará deles, cf. Êx 15.9), (hebr. os engoliu, cf. Êx 15.12), (hebr. os
agarrou, cf. Êx 15.15), (hebr. os trará, cf. Êx 15.17), (hebr. sobre eles, cf. Dt
32.23), (hebr. os hostis deles, cf. Dt 32.27), (hebr. os deuses deles, cf. Dt 32.37),
(hebr. os sacrifícios deles, cf. Dt 32.38), (hebr. as elevações deles, cf. Dt
33.29), (hebr. a gordura deles, cf. Sl 17.10), (hebr. a boca deles, cf. Sl 17.10).
Pronome demonstrativo: (hebr. este, cf. Êx 15.13; 15.16; Sl 9.16; 10.2).
Textos: Gn, Êx, Lv, Nm, Dt, Js, Jz, 1Sm, 2Sm, 1Rs, 2Rs, Is (cap. 1 a 39), Jr, Ez, Am, Os,
Mq, Na, Hc, Sf, Sl 2, Sl 20, Sl 21, Sl 28, Sl 30, Sl 31, Sl 44, Sl 45, Sl 56, Sl 61, Sl 72, Sl 78,
Sl 80, Sl 82, Sl 89, Sl 101, Sl 110, Sl 132, Sl 144 etc.
A maior parte dos livros da Bíblia Hebraica teria sido composta no período que ante-
cede o exílio babilônico, ocorrido a partir de 586 AEC e tal época compreenderia, aproximada-
mente, do 9º ao 6º século AEC. A linguagem desses escritos difere, substancialmente, daquela
que foi descrita anteriormente, o hebraico arcaico. O estágio evolutivo da língua hebraica, ocor-
rido entre o 9º e o 6º século AEC, é conhecido como hebraico pré-exílico ou hebraico clássico,
denominações adotadas pela maioria dos estudiosos. Esta fase é considerada pelos eruditos a
era de ouro da língua hebraica. A linguagem do hebraico pré-exílico assinala o auge de desen-
volvimento da língua hebraica no período bíblico. O início de tal fase teria se dado, aproxima-
damente, entre o 9º e o 8º século AEC.
O hebraico pré-exílico alcançou tão elevada perfeição de linguagem e de composição
que teria servido sempre de modelo para os outros estágios posteriores do hebraico, como o
hebraico pós-exílico e o hebraico de Qumran. Hebraístas discutem se a linguagem dos livros
bíblicos pré-exílicos reflete o falar cotidiano do povo israelita. Possivelmente, a linguagem
do hebraico pré-exílico teria sido uma forma de composição literária típica dos escribas da
corte, que padronizaram e fixaram as regras de uma literatura em língua culta e acabaram por
desenvolver uma linguagem padronizada.
Estudiosos afirmam que a linguagem do hebraico pré-exílico refletiria o dialeto pró-
prio de Jerusalém e arredores, mas alguns livros como o de Oseias e o de Amós, por exemplo,
refletiriam o dialeto falado no reino de Israel, que teria conservado a linguagem do século 10
e do 9º século AEC. Todavia, a linguagem predominante nos livros bíblicos escritos antes do
exílio babilônico seria a de Jerusalém. Hebraístas comentam, ainda, que o hebraico pré-exílico
teria se tornado norma de comunicação unificada e padronizada durante o 9º século AEC,
tendo sido elaborada, possivelmente, em Jerusalém. Tal linguagem teria sido utilizada, tam-
bém, pelos sacerdotes do templo de Jerusalém e pelos escribas profissionais da corte, e como
tal, conservava, rigidamente, o padrão literário, mantendo distanciamento da língua falada.
Alguns destaques linguísticos mais relevantes do hebraico pré-exílico são exemplificados a
seguir.
6
O uso mais frequente do pronome relativo (hebr. que, cf. Gn 5.29; Êx 9.18; Js 6.17;
Jz 6.25 etc.).
O uso mais frequente da conjunção waw conversiva que modifica o tempo de expressões
verbais: (hebr. e disse, cf. Jz 10.11 etc.), (hebr. e saiu, cf. Êx 2.11 etc.),
(hebr. e falou, cf. Nm 8.1 etc.), (hebr. e amarás, cf. Dt 6.5 etc.), (hebr. e
guardarás, cf. Dt 6.11 etc.), (hebr. e calafetarás, cf. Gn 6.14 etc.).
O uso constante da preposição separável (hebr. para, em direção a) ao invés da pre-
posição inseparável : (hebr. para Davi [comum nos livros de Samuel e de Reis,
cf. 1Sm 16.13; 17.33; 2Sm 4.8; 5.1; 1Rs 5.19; 8.18; 2Rs 21.7 etc.]); (hebr. para Davi
[comum nos livros das Crônicas], cf. 1Cr 18.2; 19.5; 21.18; 2Cr 2.11; 3.1; 6.17 etc.).
Ortografia defectiva de determinados nomes próprios como (hebr. Davi), comum nos
livros de Samuel e de Reis (cf. 1Sm 26.5; 2Sm 16.11; 1Rs 1.13; 2Rs 22.2 etc.) ao invés da
grafia plena (hebr. Davi), comum nos livros das Crônicas (cf. 1Cr 16.2; 2Cr 5.1 etc.).
O uso mais frequente do pronome pessoal (hebr. eu, cf. Nm 23.15; 1Sm 18.18; 2Rs
4.13; Jr 1.6 etc.) ao invés de (hebr. eu, cf. Zc 8.11; Rt 1.21; Lm 1.16; Ne 1.8 etc.).
O uso mais frequente da conjunção (hebr. pois, porque, portanto, cf. Jz 20.36; 1Rs
18.10; Is 6.5; Jr 51.12 etc.).
O uso muito frequente da palavra (hebr. e aconteceu, e houve) no início das narrativas
dos textos em prosa (cf. Gn 42.35; Êx 13.17; Js 24.29; 2Sm 13.1; 1Rs 14.6; Is 7.1 etc.).
Maior resistência a estrangeirismos, isto é, a recusa de se empregar vocábulos que não fosse
de procedência hebraica na composição dos textos.
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f. Hebraico pós-exílico ou hebraico tardio
Textos: Ed, Ne, 1Cr, 2Cr, Is 40-66, Ag, Zc, Ab, Ml, Jn, Jl, Jó, Pv, Rt, Ct, Dn, Est, Ec, Sl
1, Sl 8, Sl 9, Sl 10, Sl 12, Sl 14, Sl 16, Sl 23, Sl 25, Sl 32, Sl 33, Sl 34, Sl 36, Sl 37, Sl 40, Sl
41, Sl 46, Sl 47, Sl 48, Sl 49, Sl 50, Sl 51, Sl 52, Sl 55, Sl 58, Sl 62, Sl 66, Sl 67, Sl 69, Sl 71,
Sl 73, Sl 75, Sl 76, Sl 77, Sl 79, Sl 83, Sl 84, Sl 85, Sl 86, Sl 87, Sl 88, Sl 90, Sl 92, Sl 93, Sl
94, Sl 95, Sl 96, Sl 97, Sl 98, Sl 99, Sl 100, Sl 103, Sl 104, Sl 105, Sl 106, Sl 107, Sl 111, Sl
112, Sl 113, Sl 114, Sl 115, Sl 116, Sl 117, Sl 119, Sl 121, Sl 122, Sl 124, Sl 125, Sl 126, Sl
128, Sl 129, Sl 130, Sl 131, Sl 133, Sl 135, Sl 136, Sl 137, Sl 138, Sl 140, Sl 141, Sl 143, Sl
145, Sl 146, Sl 147, Sl 148, Sl 149, Sl 150 etc.
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Durante o período pós-exílico, o hebraico pré-exílico teria continuado a ser usado
como modelo e como inspiração literária para os escritores bíblicos, como se pode constatar
em determinados textos bíblicos, como Crônicas, Esdras, Neemias, Ester, Daniel e vários
salmos. Segundo os estudiosos, constata-se que os autores dos livros bíblicos mencionados
e dos textos de Qumran teriam imitado o estilo e o vocabulário do hebraico como encon-
trado no texto do Pentateuco.
Segundo os eruditos, além de livros bíblicos tardios, o hebraico pós-exílico foi, tam-
bém, o idioma utilizado na composição de alguns livros apócrifos, pseudepígrafos, apocalíp-
ticos e dos manuscritos de Qumran. Esse fato demonstra que o hebraico não havia deixado
de existir como língua viva e, em virtude disso, passava por transformações internas comuns
em uma linguagem usada constantemente. De acordo com a opinião de hebraístas, dentre
todos os livros bíblicos pós-exílicos, os das Crônicas seriam os mais instrutivos em demons-
trar de como era o hebraico pós-exílico e os seus traços diferenciais em relação ao hebraico
pré-exílico. Uma das características dos livros das Crônicas, como de outros livros pós-exíli-
cos, é o constante uso de grafias plenas e das matres lectionis (lat. lit. “mães de leitura”/“auxi-
liares de leitura”, isto é, consoantes que servem também como fonemas vocálicos como ,
, e ) e a substituição de formas arcaicas por outras mais novas. Os destaques seguintes
exemplificam algumas unidades lexicais hebraicas registradas em livros bíblicos pré-exílicos
em comparação com os seus correspondentes encontrados nos livros bíblicos pós-exílicos
(observar, principalmente, os exemplos encontrados nos livros das Crônicas em comparação
com aqueles encontrados nos livros de Samuel e Reis).
Algumas expressões como (hebr. a casa de Israel, cf. 1Rs 12.21) ou
(hebr. os filhos de Israel, cf. 1Rs 6.1) são substituídas pela locução coletiva (hebr.
Israel, cf. 2Cr 11.1; 2Cr 10.16; 31.1).
A fórmula introdutória muito comum dos textos em prosa pré-exílicos (hebr. e acon-
teceu, e houve, cf. Jr 13.8; Ez 7.1) praticamente desaparece.
A partícula ou (sinal de objeto direto/acusativo) tem seu uso diminuído nos livros
das Crônicas.
O artigo definido e o pronome relativo (hebr. que) também têm sua utilização
9
reduzida nos livros bíblicos pós-exílicos.
Determinadas expressões têm seus componentes invertidos, como, por exemplo, a locu-
ção “o rei Salomão”, que em 2Reis 12.2 é redigido como , enquanto em 2Crô-
nicas 10.2 a redação normalmente encontrada é (hebr. Salomão, o rei).
Certas unidades lexicais tiveram influência da linguagem popular que mais tarde se tornaria
o hebraico rabínico, como o uso da preposição separável (hebr. junto de, ao lado de)
com a raiz verbal (hebr. [qal] sentar, habitar, morar) (cf. Ne 2.6; 4.6), ao invés do uso
de vocábulos como (hebr. em meio a, cf. Gn 45.6) ou (hebr. em meio a, cf. Êx
11.4) comuns em textos bíblicos pré-exílicos.
No hebraico pós-exílico são utilizados, ainda, outros vocábulos que nunca aparecem no
hebraico pré-exílico, mas que são usados, principalmente, no hebraico rabínico, tais como
(hebr. mercado, cf. Pv 7.8; Ec 12.4), (hebr. artesão, cf. Ct 7.2), (hebr. muro,
cf. Ct 2.9), (hebr. mistura, cf. Ct 7.3) e (hebr. cacho de cabelo, cf. Ct 5.2, 11).
O sintagma “que eu” é redigido como em duas passagens (cf. Ct 1.6; Ec 2.18) ao invés
da locução que é registrada em inúmeros textos bíblicos pré-exílicos (cf. Gn 18.17;
Êx 34.10; Lv 20.23; 2Sm 15.20; 1Rs 17.20; 2Rs 22.20 etc.).
A partícula - (hebr. que, cf. Sl 133.3; 137.8; Ct 3.1; Lm 2.15; Ec 2.17) é utilizada, normal-
mente, ao invés do pronome relativo (hebr. que, cf. Gn 1.7; Êx 1.8; 1Rs 1.8).
Em Cântico dos Cânticos constata-se, pela primeira vez, o emprego da linguagem popular
em um escrito literário.
Uso constante de palavras de proveniência estrangeira, tais como: 1. aramaica: (hebr.
sofá, divã, cf. Ct 1.16); 2. persa: (hebr. pomar, cf. Ct 4.13) e 3. grega: (hebr.
liteira [], cf. Ct 3.9).
No Eclesiastes constam palavras compostas com o sufixo aramaico , tais como
(hebr. perda, cf. Ec 1.15) e (hebr. soberano, cf. Ec 8.4,8). Vocábulos compostos
com o sufixo , tais como (hebr. estupidez, cf. Ec 1.17). Tais sufixos são encon-
trados no hebraico rabínico.
No Eclesiastes, são registradas as partículas adverbiais e (hebr. ainda, cf. Ec 4.2,3)
que são normalmente estranhas ao hebraico bíblico, mas que são muito comuns no he-
braico rabínico.
Em livros bíblicos pós-exílicos são encontradas, também, outras palavras de feições clara-
mente aramaicas, como (hebr. já, cf. Ec 3.15; 6.10) e (hebr. batalha, cf. Zc 14.3;
Sl 55.22; Ec 9.18). No hebraico pré-exílico, as unidades lexicais correspondentes ao
10
vocábulo “batalha, guerra” são ou (cf. Êx 1.10; Js 11.18; 1Sm 13.22).
Exemplos de empréstimos do aramaico são os seguintes vocábulos: (hebr. data, época,
tempo, cf. Ec 3.1; Et 9.27; Ne 2.6), (hebr. decreto, edito, cf. Et 1.8; Ed 8.36),
(hebr. declaração, cf. Jó 13.17), (hebr. filho, cf. Sl 2.12; Pv 31.2), (hebr. cal, cf. Is
27.9), (hebr. rocha, cf. Jr 4.29; Jó 30.6), (hebr. fim, cf. Ec 3.11; 7.2; 12.13; 2Cr 20.16)
etc. Raízes verbais de proveniência aramaica são as seguintes: (hebr. [piel] receber,
aceitar, cf. Pv 19.20; Ed 4.4; 2Cr 12.18), (hebr. [qal] ser acertado, sair bem, cf. Ec
10.10; 11.6; Et 8.5), (hebr. [qal] compelir, cf. Et 1.8), (hebr. [qal] levantar, erguer,
cf. Sl 145.14; 146.8), I (hebr. [piel] insultar, cf. Pv 25.10), (hebr. [piel] cobrir, cf.
Ne 3.15), (hebr. [qal] vagar, cf. Ct 1.7), II (hebr. [nifal] deliberar consigo mesmo,
cf. Ne 5.7), (hebr. [qal] crescer, cf. Jó 8.11), (hebr. [qal] dominar, cf. Et 9.1; Ec
2.19; 8.9; Ne 5.15), II (hebr. [qal] despedaçar, cf. Sl 2.9; Jó 34.24), (hebr. [qal]
subjugar, cf. Jó 14.20; 15.24; Ec 4.12) etc.
g. Hebraico de Qumran
11
empréstimos estrangeiros e linguagem popular. Foi constatado que, além do hebraico, o ara-
maico e o grego eram conhecidos pela comunidade e seus escritos demonstram o conheci-
mento desses dois idiomas. Por meio das descobertas dos manuscritos, o hebraico de Qum-
ran reflete evolução da língua hebraica e percebe-se, ainda, que há maior distanciamento em
relação ao hebraico pré-exílico. Por outro lado, tal linguagem é mais próxima ao aramaico e
ao hebraico rabínico. Entretanto, segundo alguns doutos, a língua utilizada nos textos en-
contrados em Qumran representaria estágio tardio de evolução do hebraico bíblico.
Alguns exemplos tomados de 1QIsa, entre outros textos, demonstram como era o
hebraico típico da comunidade de Qumran em relação ao hebraico encontrado no Texto
Massorético. Percebe-se tendência frequente em se utilizar grafias plenas como determinadas
matres lectionis, como para representar o fonema a; para representar os fonemas o e u e
para representar os fonemas i longo e e. Tal recurso era utilizado para facilitar a leitura de
determinadas palavras. Por outro lado, a grafia do hebraico de Qumran demonstra, ainda,
inconsistências e falta de padrão, como, por exemplo, nos vocábulos , e (esta,
isto) e , e (cabeça), entre outros casos. Os exemplos abaixo exemplificam de
como era a ortografia empregada, normalmente, no hebraico de Qumran em comparação
com aquela encontrada no hebraico do Texto Massorético, de acordo com os códices de
Leningrado B19a (ML) e de Alepo (MA).
12
as nações (cf. Is 40.17 [ML e MA]) (cf. Is 40.17 [1QIsa])
como a tenda (cf. Is 40.22 [ML e MA]) (cf. Is 40.22 [1QIsa])
as tuas ordenanças (cf. Sl 119.86 [ML e MA]) (cf. Sl 119.86 [11QSla])
os teus estatutos (cf. Sl 119.112 [ML e MA]) (cf. Sl 119.112 [11QSla])
na tua palavra (cf. Sl 119.114 [ML e MA]) (cf. Sl 119.114 [11QSla])
o teu Deus (cf. Dt 5.6 [ML e MA]) (cf. Dt 5.6 [4QDtj])
o vosso Deus (cf. Dt 3.20 [ML e MA]) (cf. Dt 3.20 [4QDtm])
os vossos pais (cf. Nm 32.14 [ML e MA]) (cf. Nm 32.14 [4QNmb])
e disse (cf. Êx 3.14 [ML e MA]) (cf. Êx 3.14 [4QÊxb])
muito (cf. Nm 11.33 [ML e MA]) (cf. Nm 11.33 [4QNmb])
faraó (cf. Sl 136.15 [ML e MA]) (cf. Sl 136.15 [11QSla])
o teu nome (cf. Is 25.1 [ML e MA]) (cf. Is 25.1 [4QIsc])
escuridão (cf. Na 1.18 [ML e MA]) (cf. Na 1.8 [4QXIIg])
para ti (cf. Nm 27.18 [ML e MA]) (cf. Nm 27.18 [4QNmb])
cego (cf. Is 42.19 [ML e MA]) (cf. Is 42.19 [1QIsa])
exultação (cf. Is 14.7 [ML e MA]) (cf. Is 14.7 [1QIsa])
ingênuos (cf. Sl 119.130 [ML e MA]) (cf. Sl 119.130 [11QSla])
os teus testemunhos (cf. Sl 119.119 [ML e MA]) (cf. Sl 119.119 [11QSla])
o clamor deles (cf. Sl 145.19 [ML e MA]) (cf. Sl 145.19 [11QSla])
a minha aflição (cf. Sl 119.153 [ML e MA]) (cf. Sl 119.153 [11QSla])
Além das diferenças listadas acima entre os dois tipos de hebraico, existem, além
disso, palavras novas na linguagem de Qumran que não ocorrem em outros estágios anteri-
ores da língua hebraica. Tal vocabulário é mais extenso do que o encontrado no hebraico pré
e pós-exílico. O hebraico de Qumran era mais aberto a estrangeirismos e a inovações mor-
fológicas e fonológicas que seus predecessores. No vocabulário existem itens lexicográficos
de procedência aramaica, persa, grega e latina. Alguns itens lexicais demonstram significados
específicos e outros revelam que são empréstimos do aramaico. Os exemplos a seguir ilus-
tram o vocabulário encontrado em vários textos encontrados em Qumran: (estudo,
exegese), (congregação, comunidade), (tempo, época), (grupo), (prima-
vera), (ordem, regra), (interpretação, explicação), (comunidade [sentido influ-
enciado, possivelmente, pela palavra grega [comunhão]), (inspetor), (prín-
cipe [vocábulo usado para designar anjo]), (conhecimento?, entendimento?, inteligên-
cia?), (sumo sacerdote), (corte), (aprendizado), (jovem,
rapaz), (secreto [item lexical de origem persa]), (torre [unidade lexicográfica com
sentido militar, conforme o item lexical grego e o latim turris]) e as raízes verbais
(ouvir), (levantar), (se agitar [com sentido intransitivo]), entre outras situações de
natureza linguística.
h. Estrutura consonantal
O surgimento da estrutura consonantal do texto bíblico hebraico de tradição masso-
rética remonta ao período do Segundo Templo (séc. 6º AEC-1º séc. EC) e a sua aceitação
definitiva se deu por volta de 100 EC pelo judaísmo rabínico e por todas as comunidades
judaicas, tanto as de Israel quanto as da diáspora. A estrutura consonantal do hebraico bíblico
de tradição massorética, anterior à época dos massoretas, recebe a denominação “Texto Pro-
tomassorético” ou “Texto Protorabínico”, que não continha ainda a vocalização, a acentua-
ção e o aparato massorético desenvolvidos somente durante a Idade Média. O Texto Proto-
massorético é um dos tipos textuais da Bíblia Hebraica utilizados pelos judeus durante o
período do Segundo Templo, ao lado de outras formas textuais usadas e transmitidas nessa
13
época. Tal texto bíblico, preservado e transmitido pelos escribas judeus da época do Segundo
Templo, foi a base e a origem do Texto Massorético desenvolvido pelos massoretas. O Texto
Protomassorético foi, possivelmente, o preferido pelos fariseus e pelos círculos de escribas
do templo de Jerusalém, que o copiaram constantemente durante séculos. Alguns estudiosos
acreditam que esta forma textual foi a que teve melhor transmissão e preservação, pelo fato
de ter sido copiada, meticulosamente, seguindo regras estabelecidas pelos próprios escribas
hierosolimitanos.
Os outros tipos textuais hebraicos existentes ao lado do Texto Protomassorético fo-
ram os que deram origem ao Pentateuco Samaritano e à Septuaginta (existe, ainda, outro tipo
textual hebraico atestado por alguns manuscritos de Qumran e que não é alinhado a esses
dois tipos textuais) e apresentam diferenças em vários detalhes relativos ao texto, à ortografia
e à morfologia em relação ao texto de tipo massorético. Determinados eruditos argumentam
que esses outros tipos textuais seriam textos vulgarizados, transmitidos sem muitos critérios
e sem obedecer a regras estabelecidas e, por isso, possuíam diversos tipos de alteração como
se constata no Pentateuco Samaritano e em determinados manuscritos de Qumran. Todavia,
todos eram de uso comum entre os judeus e nenhum deles tinha mais autoridade do que o
outro no período anterior à era cristã.
Existem evidências de que o Texto Protomassorético já existia desde antes do 3º
século AEC, como comprovam vários manuscritos encontrados em Qumran escritos em al-
fabeto paleohebraico (antigo abecedário hebraico), tais como o 1QpaleoLv, o 1QpaleoNm,
o 4QpaleoÊxm, o 4QpaleoJóc, o 6QpaleoGn, o 6QpaleoLv, o 11QpaleoLva, entre outros
textos. Determinados documentos como o 1QIsb e o 4QEza também representam perceptí-
veis semelhanças com o texto de tipo massorético em termos de redação, ortografia e mor-
fologia. Manuscritos do Deserto da Judeia encontrados em Wadi Murabba‘at, como o Mur-
XII e o MurIs (ambos datados do período da Segunda Revolta Judaica contra Roma [132-
135]), em Nahal Hever, como o 5/6HevNm e 5/6HevSl (da mesma época) e os manuscritos
descobertos em Massada, como o MasEz e o MasLvb (ambos datados do período da Primeira
Revolta Judaica contra Roma [66-73]) atestam o tipo textual massorético. Pelas últimas esti-
mativas, cerca de 35% dos manuscritos bíblicos hebraicos encontrados no sítio arqueológico
de Qumran estão de acordo com tal recensão do texto bíblico.
O texto bíblico hebraico de tipo massorético, o Texto Protomassorético, foi aquele
que era vinculado aos escribas do Templo de Jerusalém e à vertente farisaica do judaísmo.
Tal texto bíblico hebraico passou a ser copiado com exatidão e com reverência pelos escribas
judeus e, além disso, sem alterações, adições, omissões ou modificações significativas. Con-
sequentemente, sua forma textual permaneceu, praticamente, inalterada desde o período do
Segundo Templo até alcançar o período massorético. Com o passar do tempo, as diferenças
internas do Texto Protomassorético diminuíram em vez de aumentarem e isso foi por causa
do trabalho meticuloso, primeiro dos escribas e, mais tarde, principalmente dos massoretas,
que foram os principais responsáveis pela uniformização do Texto Massorético e pelo de-
créscimo das variantes em seu texto. Por esse motivo, as diferenças entre os manuscritos
medievais são muito menores do que entre os manuscritos antigos como, por exemplo, os
Manuscritos do Deserto da Judeia.
i. Vocalização massorética
No período bíblico até a Idade Média, o texto da Bíblia Hebraica era composto uni-
camente por consoantes, não possuindo, ainda, sinais gráficos representantes de fonemas
vocálicos. Durante a Idade Média (c. 7º séc.-séc. 10), os massoretas (escribas judeus da época
medieval) elaboraram três sistemas de vocalização para o texto consonantal da Bíblia He-
braica. Os três sistemas massoréticos de vocalização conhecidos são os seguintes:
Babilônico (c. 7º-9º séc.): sistema supralinear (sinais vocálicos colocados sobre as letras).
14
Palestino (c. 8º-9º séc.): sistema suporalinear (sinais vocálicos colocados sobre as letras).
Tiberiense (c. 8º séc.-séc. 10): sistema infralinear (sinais vocálicos colocados sobre, sob e
dentro das letras).
Dos três sistemas, apenas o último é o mais conhecido, o mais importante e o mais
completo, que acabou suplantando os dois métodos anteriores, que caíram em desuso du-
rante o século 10. O sistema surgido em Tiberíades é composto por onze sinais gráficos que
representam sons vocálicos longos e breves e quatro que representam semivogais. O sistema
contém, ainda, mais três sinais: rafê, maqqef e mappîq. Todos os sinais de tradição massorética
tiberiense são compostos por traços e pontos:
sinais vocálicos
a ā e ē i î o ō ô u û
sinais semivocálicos
ă ĕ ŏ e
outros sinais
j. Acentuação massorética
Além da elaboração da vocalização, os massoretas criaram, igualmente, sistemas de
acentuação para o hebraico bíblico. Os sistemas babilônico e palestino caíram em desuso
durante o século 10, apenas o sistema tiberiense, que era o mais completo, se tornou o mais
importante, sendo registrado tanto pela maioria dos manuscritos massoréticos da época me-
dieval quanto por todas as edições impressas da Bíblia Hebraica, desde o século 15 até os
dias atuais. Todas as gramáticas dedicadas ao hebraico bíblico tratam, igualmente, da acentu-
ação elaborada pelos massoretas de Tiberíades. As funções dos acentos massoréticos são os
seguintes:
Assinalam a sílaba tônica de cada palavra ou expressão do versículo bíblico. Existem dois
tipos de tonicidades: pospositiva (oxítona) e prepositiva (paroxítona).
15
Assinalam divisões semânticas e estabelecem relações sintáticas. Nesta função, os acentos
assinalam as pausas e o encadeamento entre as cláusulas do versículo.
Assinalam a melodia (cantilação ou cantilena) dos vocábulos do versículo. Essa função dá-
se quando o texto bíblico é recitado no serviço da sinagoga. Neste emprego, os acentos
possuem valores semelhantes a notas musicais.
16
Posterior aos massoretas:1
o o°
1 Explicação das notas massoréticas: 1. masora parva: a expressão (hebr. em início) ocorre cinco vezes
no texto bíblico hebraico: três vezes no início de versículo; a locução (hebr. criou Deus) ocorre
três vezes no texto bíblico hebraico; a expressão (os céus e a terra) é um caso de hapax
legomenon. 2. masora magna: a locução (hebr. em início) ocorre três vezes no início de versículo: Gn
1.1; Jr 26.1 e 27.1 e duas vezes no meio de versículo: Jr 28.1 e 49.34; a expressão (hebr. criou
Deus) ocorre três vezes no texto bíblico hebraico: Gn 1.1; 2.3 e Dt 4.32.
17
5/6HevSl manuscrito de Salmos das cavernas 5/6 de Nahal Hever.
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19
2. Alfabeto Hebraico: Breve Histórico
a. Introdução
Durante o período bíblico, a língua hebraica utilizou mais de um tipo de alfabeto conso-
nantal para representar seus fonemas e letras. Como os israelitas eram vizinhos dos povos do
antigo Oriente Médio e mantinham contatos constantes com todos eles, acabaram por adotar
e/ou adaptar antigos sistemas alfabéticos que eram também utilizados pelos povos da região.
Tanto a antiga escrita hebraica (paleohebraica) como a escrita hebraica quadrática (escrita assíria)
eram adaptações de alfabetos já existentes (cf. abaixo) e usados pelos povos que falavam alguma
língua semítica. Este tópico tratará de alguns aspectos históricos dos dois sistemas alfabéticos
utilizados pelo povo de Israel durante o período bíblico, antes e depois do exílio babilônico.
b. Alfabeto paleohebraico
De acordo com os estudiosos, os povos semitas teriam desenvolvidos vários sistemas
alfabéticos desde o início do segundo milênio AEC e tais métodos foram aprimorados com o
passar do tempo, acabando por influenciar outros alfabetos mais recentes. De acordo com os
eruditos, os primeiros sistemas alfabéticos e suas datas são: protocanaanita (c. 1700 AEC), proto-
sinaítico (c. 1500 AEC) e protoárabe (c. 1300 AEC). Inicialmente, o alfabeto protocanaanita pos-
suía vinte e sete letras consonantais, porém, até o século 13 AEC, seu método alfabético passou
a adotar vinte e dois caracteres. Um século mais tarde, tal norma alfabética adotou a escrita da
direita para a esquerda, possivelmente sofrendo influência da escrita herática egípcia. Segundo
os eruditos, do século 11 AEC em diante o referido alfabeto semítico é considerado como alfa-
beto fenício. Com a adaptação do sistema alfabético fenício surgiu o abecedário paleohebraico
por volta do século 10 AEC, sendo utilizado pelos israelitas em sua comunicação escrita.
Segundo os eruditos, o alfabeto hebraico passou por transformações ao longo do tempo,
pois foram descobertas antigas inscrições hebraicas em sítios arqueológicos em Israel, na Jordâ-
nia e na Síria: o óstraco abecedário de Izbet Sartah (c. 1000 AEC), a inscrição no sarcófago do rei
Airam em Biblos (c. 1000 AEC), o calendário agrícola de Gezer (950 AEC), a pedra moabita do
rei Mesa (c. 840 AEC), os óstracos de Siquém (c. 700 AEC), o papiro Murabba‘at 17 (c. 700 AEC),
as inscrições do túnel de Siloé em Jerusalém (c. 700 AEC), o óstraco de Mesad Haschabiahu (c.
600 AEC), o óstraco de Laquis (c. 588 AEC) e o óstraco de Arad (c. 500 AEC). Todas essas inscri-
ções foram escritas em caracteres paleohebraicos.
O alfabeto paleohebraico, denominado (ketāv ‘ivrî, escrita hebraica), foi usado
na composição dos textos bíblicos surgidos no período entre o século 10 e o 6º século AEC,
quando os escribas israelitas usavam o hebraico arcaico e pré-exílico como linguagens literárias.
Dentre os textos bíblicos, se pode mencionar o Pentateuco, Josué, Juízes, 1 e 2Samuel, 1 e 2Reis,
Isaías, Jeremias, Ezequiel, entre outros. Cerca de doze manuscritos bíblicos descobertos nas onze
cavernas do sítio arqueológico de Qumran também foram compostos no antigo alfabeto he-
braico, como os seguintes: 4QpaleoÊxm, 11QpaleoLva, 4QpaleoDtr, 4QpaleoJóc, entre outros.
O alfabeto paleohebraico foi substituído aos poucos pela adoção do abecedário quadrá-
tico após o período pós-exílico pelos escribas judeus (cf. abaixo). Porém, o antigo sistema alfa-
bético hebraico continuou em uso, principalmente em alguns momentos de conflito na história
judaica, como na época da revolta dos Macabeus (166-160 AEC) e na época da primeira (66 a 73
EC) e da segunda revoltas judaicas contra Roma (132 a 135 EC), quando a utilização dos antigos
caracteres hebraicos era encarada como sinal de nacionalismo judaico.
Em alguns manuscritos encontrados em Qumran compostos no alfabeto quadrático,
como por exemplo, 11QSla, 2QÊxb, 4QIsc, 1QpHc e em vários pesharîm e hodayôt, o tetragrama
20
(, yhwh) e os títulos divinos ( [’ĕlōhîm, Deus], [’ēl, El] e [’ēlî, o meu El]) são
grafados no antigo sistema alfabético hebraico. Em meio ao texto dos manuscritos mencionados,
o tetragrama aparece grafado do seguinte modo: HWHy (yhwh) (a grafia em paleohebraico corres-
ponde à grafia quadrática [yhwh]). Em textos gregos encontrados entre os Manuscritos do
Deserto da Judeia (i.e. os Manuscritos do Mar Morto), como 8HevXIIgr, a mesma prática se
verifica: em meio ao texto grego, o tetragrama é grafado no antigo alfabeto hebraico. O mesmo
costume se verifica, igualmente, nos fragmentos da versão bíblica grega de Áquila encontrados
na Guenizá do Cairo e datados do 5º século EC.
21
d. Quadro comparativo do alfabeto hebraico
O quadro comparativo abaixo mostra os nomes e alguns tipos de caracteres hebraicos
ao longo da história: 1. as letras quadráticas ou assírias da época pós-exílica (letra de imprensa
como encontrado atualmente no texto da Bíblia Hebraica); 2. as letras paleohebraicas do período
anterior ao exílio babilônico (o tipo escolhido aqui se assemelha ao utilizado por volta do 8º e 7º
séc. AEC); 3. as letras hebraicas típicas dos manuscritos de Qumran (similar à escrita “hasmone-
ana” de 150 a 30 AEC); 4. as letras paleohebraicas típicas da tradição samaritana; 5. as letras
utilizadas nos comentários exegéticos do rabino Salomão ben Isaque (Rashi, 1040-1105) e 6. a
letra cursiva (manual) típica do hebraico moderno.
22
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Abreviaturas dos manuscritos encontrados em Qumran e em Nahal Hever que são cita-
dos no capítulo:
Referências Bibliográficas
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23
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TREBOLLE BARRERA, Julio. A Bíblia Judaica e a Bíblia Cristã: Introdução à História da Bíblia. Rio de
Janeiro: Editora Vozes, 1996, p. 98-101.
WALTKE, Bruce K.; O’CONNOR, Michael P. Introdução à Sintaxe do Hebraico Bíblico. São Paulo:
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WÜRTHWEIN, Ernst. The Text of the Old Testament: An Introduction to the Biblia Hebraica. 2 ed. Grand
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YARDENI, Ada. The Book of Hebrew Script: History, Palaeography, Script Styles, Calligraphy & Design. 3.
ed. Jerusalem: Carta, 2010, p. 11-25, 41-45 e 47-66.
24
3. Alfabeto Hebraico
a. Alfabeto
O alfabeto hebraico (hebr. , alfabeto) é constituído por 22 letras consonantais.
letras nome designação transliteração valor
(consoantes) das letras em hebraico e pronúncia numérico
’alef ʾ
1
1
ḇ ( v)
2
bêt b 2
ḏ (dh)
4
dalet d 4
7
zayin z 7
'êt ḥ
8
8
%êt ṭ
9
9
ou
10
yôd ou yûd y 10
ḵ (kh)
11
kāf ou kaf ou k 20
12
lamed l 30
ou
13
mem ou mêm m 40
14
nûn n 50
15
samekh s 60
‘ayin ʿ
16
70
p̄ (f)
17
pê p 80
ou ṣ
18
tsadê ou tsadî 90
ou
19
qôf ou qûf q 100
20
rêsh r 200
ṯ (th)
22
taw t 400
25
b. Alfabeto: formas de imprensa e formas simplificadas
formas formas
de imprensa simplificadas
א
ב
ג
ד
ה
ו
ז
ח
ט
י
כ ך
ל
מ ם
נ ן
ס
ע
פ ף
צ ץ
ק
ר
שׁ שׂ
ת
26
c. Letras finais
letras nome designação transliteração valor
(consoantes) das letras em hebraico e pronúncia numérico
ḵ (kh) ḵ (kh)
1
kāf sôfît 500
2
mem sôfît m m 600
3
nûn sôfît n n 700
p̄ (f) p̄ (f)
4
pê sôfît 800
ṣ ṣ
5
tsadê sôfît 900
27
JOÜON, Paul; MURAOKA, Takamitsu. A Grammar of Biblical Hebrew. 2. ed. Subsidia Biblica 27.
Roma: Gregorian & Biblical Press, 2009, § 5, p. 18-31.
KELLEY, Page H. Hebraico Bíblico: Uma Gramática Introdutória. 8. ed. São Leopoldo: Sinodal, 2011,
p. 19-21.
KERR, Guilherme. Gramática Elementar da Língua Hebraica. 3. ed. Rio de Janeiro: JUERP, 1980, p.
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LAMBDIN, Thomas O. Gramática do Hebraico Bíblico. São Paulo: Paulus, 2003, p. 25-29.
MENDES, Paulo. Noções de Hebraico Bíblico. 2. ed. São Paulo: Vida Nova, 2011, p. 15-19, 25-32 e
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ROSS, Allen P. Gramática do Hebraico Bíblico. 2. ed. São Paulo: Editora Vida, 2008, p. 23-36.
SEOW, Choon-Leong. A Grammar for Biblical Hebrew. Revised Edition. Nashville: Abingdon Press,
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WEINGREEN, Jacob. A Practical Grammar for Classical Hebrew. 2. ed. Oxford-New York: Clarendon
Press-Oxford University Press, 1959, p. 1, 2 e 251.
28
4. Vocalização Massorética
a. Introdução
O sistema de vocalização massorética (hebr. , pontuação, vocalização) do hebraico
bíblico foi elaborado pelas duas principais escolas de massoretas, a de Ben Asher e a de Ben
Naftali, ambas ativas no século 10, em Tiberíades, na Palestina. Tal método é conhecido como
tiberiense, sendo desenvolvido entre o 8º século e o século 10. Além do sistema tiberiense, havia,
ainda, outros dois métodos mais antigos: o babilônico (7º ao 9º séc.) e o palestino (8º ao 9º séc.),
porém, ambos caíram em desuso durante os séculos 9 e 10 e não são mais utilizados. Somente a
vocalização tiberiense, em virtude do alto grau de desenvolvimento e de aperfeiçoamento, é a
única a ser usada hoje em dia tanto no hebraico bíblico como no hebraico moderno. A maioria
dos manuscritos massoréticos surgidos durante a Idade Média reflete o método de vocalização
tiberiense pertencente principalmente à escola de Ben Asher.1
b. Sinais vocálicos
A E I O U
ou ou ou ou
Breves patta' ou pata' segôl ou segôl hîrîq ou hîreq qamets qatan qubbûts ou qibbûts
(a) (e) (i) (o) (u)
ex.: tarde ex.: era ex.: item ex.: costa ex.: rótulo
1
Cf. Dotan, 1972, col. 1433-1453; Yeivin, 1980, p. 1-4; idem, 2003, p. ; Tov, 2012, p. 39-47; Würthwein,
1995, p. 21-28; Trebolle Barrera, 1996, p. 315-318 e Francisco, 2008, p. 250-254, 261-263, 266-269 e 649.
29
d. Sinais semivocálicos
-
ou -
'a%ef-patta' ou 'a%af-patta' Exemplos: (’ădāmâ, solo, chão), (’ădōnāy, Senhor), (’ănî,
eu), (hălōm, para cá, aqui), (ya‘ăqōḇ, Jacó).
(ă)
um breve a
-ou -
'a%ef-segôl ou 'a%af-segôl Exemplos: (’ĕdôm, Edom), (’ĕlōhîm, Deus, deuses),
(’ĕlûl, Elul), (’ĕmûnâ, firmeza), (’ĕmet, veracidade).
(ĕ)
um breve e
-ou -
'a%ef-qamets ou 'a%af-qamets Exemplos: (ḥŏlî, doença), (ḥŏrēm, Horém), (mórdŏḵay,
Mardoqueu), (rŏ’î, visão).
(ŏ)
um breve o
shewá Exemplos: um ә audível breve em início de palavra: (bәrît, ali-
ança, pacto), (tәp̄illâ, oração); mudo em meio de palavra:
(midbar, deserto), (miškān, tabernáculo).
(ә)
e. Ditongos
(ay) (āy) (ey) (ê) (ôy) (ûy) (āw) (aw) (îw) (êw)
ex.: ex.: ex.: ex.: ex.: ex.: ex.: ex.: ex.:
vai vai lei oito Rui ave ave Ivo seiva
30
g. Pata' furtivo
patta' furtivo Exemplos: (mizbēaḥ, altar), (māšîaḥ, ungido, untado, mes-
sias), (nōaḥ, Noé), (rûaḥ, espírito, vento), (rêaḥ, odor, aroma).
(a)
A Schenker et alii (eds.), Biblia Hebraica Quinta. Fascicle 18: General Introduction and Megilloth
(Stuttgart: Deutsche Bibelgesellschaft, 2004, p. 8). Texto: Rute 3.10-16.
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B. Dirksen, Yohanan A. P. Goldman, Rolf Schäfer e Magne Sæbø)
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YEIVIN, Israel. Introduction to the Tiberian Masorah. Masoretic Studies 5. Missoula: Scholars Press,
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32
5. Pronúncia das Consoantes, dos Sinais Vocálicos
e dos Sinais Semivocálicos
Neste texto, todas as consoantes hebraicas, todos os sinais vocálicos e todos os sinais
semivocálicos são transliterados, seguindo padrão acadêmico de transliteração.
’a ’ā ’e ’ē ’i ’î ’o ’ô ’ō ’u ’û
ba bā be bē bi bî bo bô bō bu bû
bǝ
ḇa ḇā ḇe ḇē ḇi ḇî ḇo ḇô ḇō ḇu ḇû
ḇǝ
ga gā ge gē gi gî go gô gō gu gû
gǝ
ḡa ḡā ḡe ḡē ḡi ḡî ḡo ḡô ḡō ḡu ḡû
33
ḡǝ
da dā de dē di dî do dô dō du dû
dǝ
ḏa ḏā ḏe ḏē ḏi ḏî ḏo ḏô ḏō ḏu ḏû
ḏǝ
ha hā he hē hi hî ho hô hō hu hû
wa wā we wē wi wî wo ô w wu û
wǝ
za zā ze zē zi zî zo zô zō zu zû
zǝ
34
ḥa ḥā ḥe ḥē ḥi ḥî ḥo ḥô ḥō ḥu ḥû
ṭa ṭā ṭe ṭē ṭi ṭî ṭo ṭô ṭō ṭu ṭû
ṭǝ
ya yā ye yē yi y yo yô yō yu yû
yǝ
ka kā ke kē ki kî ko kô kō ku kû
kǝ
ḵa ḵā ḵe ḵē ḵi ḵî ḵo ḵô ḵō ḵu ḵû
ḵǝ
35
la lā le lē li lî lo lô lō lu lû
lǝ
ma mā me mē mi mî mo mô mō mu mû
mǝ
na nā ne nē ni nî no nô nō nu nû
nǝ
sa sā se sē si sî so sô sō su sû
sǝ
‘a ‘ā ‘e ‘ē ‘i ‘î ‘o ‘ô ‘ō ‘u ‘û
36
pa pā pe pē pi pî po pô pō pu pû
pǝ
p̄a p̄ā p̄e p̄ē p̄i p̄î p̄o p̄ô p̄ō p̄u p̄û
p̄ǝ
ṣa ṣā ṣe ṣē ṣi ṣî ṣo ṣô ṣō ṣu ṣû
ṣǝ
qa qā qe qē qi qî qo qô qō qu qû
qǝ
ra rā re rē ri rî ro rô rō ru rû
37
śa śā śe śē śi śî śo śô śō śu śû
śǝ
ša šā še šē ši šî šo šô šō šu šû
šǝ
ta tā te tē ti tî to tô tō tu tû
tǝ
ṯa ṯā ṯe ṯē ṯi ṯî ṯo ṯô ṯō ṯu ṯû
ṯǝ
38
Exercícios.
α. Transliterar as seguintes palavras hebraicas:
1. 6. 11.
2. 7. 12.
3. 8. 13.
4. 9. 14.
5. 10. 15.
Referências Bibliográficas
ALVES, Roberto. Gramática do Hebraico Moderno e Clássico. Rio de Janeiro: Imago, 2007, p. 33-38.
AUVRAY, Paul. Iniciação ao Hebraico Bíblico: Gramática Elementar, Textos Comentados, Vocabulário.
Petrópolis: Vozes, 1997, p. 12-17.
CHOWN, Gordon. Gramática Hebraica: Como ler o Antigo Testamento na Língua Original. Rio de
Janeiro: CPAD, 2002, p. 9-11.
FRANCISCO, Edson de F. Manual da Bíblia Hebraica: Introdução ao Texto Massorético – Guia Introdutório
para a Biblia Hebraica Stuttgartensia. 3. ed. São Paulo: Vida Nova, 2008, p. XXVI-XXVIII.
GESENIUS, Wilhelm; KAUTZSCH, Emil; COWLEY, Arthur E. Gesenius’ Hebrew Grammar. 2. ed.
Oxford: Clarendon Press, 1910, § 5 e § 8, p. 26, 40 e 41.
GUSSO, Antônio R. Gramática Instrumental do Hebraico. 3. ed. São Paulo: Vida Nova, 2017, p. 23-
47.
HOLLENBERG, Johannes; BUDDE, Karl. Gramática Elementar da Língua Hebraica. 7. ed. São
Leopoldo: Sinodal, 1991, p. 2-16.
JOÜON, Paul; MURAOKA, Takamitsu. A Grammar of Biblical Hebrew. 2. ed. Subsidia Biblica 27.
Roma: Gregorian & Biblical Press, 2009, § 5 e § 6, p. 20, 21 e 32.
KELLEY, Page H. Hebraico Bíblico: Uma Gramática Introdutória. 8. ed. São Leopoldo: Sinodal, 2011,
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KERR, Guilherme. Gramática Elementar da Língua Hebraica. 3. ed. Rio de Janeiro: JUERP, 1980, p.
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LAMBDIN, Thomas O. Gramática do Hebraico Bíblico. São Paulo: Paulus, 2003, p. 26-29.
MENDES, Paulo. Noções de Hebraico Bíblico. 2. ed. São Paulo: Vida Nova, 2011, p. 15-42.
ROSS, Allen P. Gramática do Hebraico Bíblico. 2. ed. São Paulo: Editora Vida, 2008, p. 24, 25, 39 e
41.
SEOW, Choon-Leong. A Grammar for Biblical Hebrew. Revised Edition. Nashville: Abingdon Press,
1995, p. 1 e 6.
WEINGREEN, Jacob. A Practical Grammar for Classical Hebrew. 2. ed. Oxford-New York: Clarendon
Press-Oxford University Press, 1959, p. 1 e 4.
39
6. Maqqef, Partícula , Daguesh, Rafê e Shewá
a. Maqqef
O maqqef (aram. , circundado; , aram. circundado) é um sinal que possui o
formato de uma barra horizontal sobrescrita, similar em função ao hífen do português, tendo
o seguinte formato gráfico: . A função do maqqef é unir duas, três ou mais palavras em um
versículo, indicando que tais palavras constituem estritamente uma unidade de sentido, não
podendo ser separadas. Geralmente, o referido sinal gráfico aparece em palavras monossilá-
bicas, como as que estão abaixo.
Exemplos:
(não há, não existe) (não)
(para, em direção a, para dentro de) (que?)
(se) (quem?)
(sinal de objeto direto) (de, desde de, a partir de)
(entre) (até, em direção de)
(também) (sobre, em cima de)
(há, existe) (com, junto de, em companhia de)
(todo, tudo) (para que não)
Números 30.1
a YHWH o que or- conforme Israel; aos filhos Moi- E disse
Moisés. denou tudo de sés
Deuteronômio 10.8a
(...) (...)
a aliança de a arca de para o Levi, a tribo de YHWH (...) fez se-
YHWH; (...) carregar paração
Josué 2.1a
(...)
os que espionam dois desde Josué, o filho E enviou
(...) homens o Sitim, de Num,
b. Partícula
O hebraico bíblico possui uma partícula que indica o objeto direto (acusativo) de uma
expressão ou sintagma e que normalmente não é traduzida. Tal partícula pode ter duas for-
mas: a. com o sinal vocálico tserê e sem o sinal maqqef: e b. com o sinal vocálico segol e com
o sinal maqqef: .
Exemplos:
(os céus) (a Moisés)
40
(e a terra) (a tribo do Levi)
(e todo ser o vivente) (a luz)
Gênesis 6.10
e a Jafé. a Cam a Sem, filhos: três Noé E procriou
Juízes 3.7
e esquece- YHWH, aos olhos de o mal os filhos de Is- E fizeram
ram rael
e às aserás. aos baalins e servi- o Deus deles; a YHWH,
ram
41
(transgressão) (descanso, sábado)
(torta; circunvizinhança) (louvor)
(trono) (oração)
d. Rafê
No hebraico bíblico, existe um sinal diacrítico nominado rafê (aram. , enfraque-
cido; hebr., enfraquecido) que é oposto aos sinais dagesch lene, dagesch forte e mappiq, sendo
colocado acima das letras do grupo BeGaDKePaT (), expressando os seguintes fone-
mas fricativos (brandos): v, g, d, kh, f e t. Algumas vezes, era empregado, de maneira irregular,
nas letras e , indicando quiescência ou a ausência do dagesch forte (ex.: , ). Em inúmeros
manuscritos massoréticos, como os códices de Leningrado B19a, Alepo, entre outros, o sinal
aparece com muita frequência. Com o passar do tempo, o referido sinal tornou-se obsoleto
e a sua utilização nunca chegou a ser definitiva ou mesmo coerente. Atualmente, a maior
parte das edições da Bíblia Hebraica tende a omiti-lo, quase por completo, por causa da
incoerência da sua utilização ou por motivos técnicos de editoração. 1 Duas das poucas edi-
ções impressas da Bíblia Hebraica a manter o sinal diacrítico rafê são a de Christian D. Gins-
burg (Londres, 1894) e a de Federico Peréz Castro et alii (Madrid, 1979-1992). Outras publi-
cações mencionam ou justificam a não inclusão de tal sinal diacrítico em seus textos, pelos
dois motivos já mencionados, como as edições BHK, BHS, BHQ, BHL e HUB.2 Na BHS,
aparece em algumas poucas passagens, tais como: Dt 5.17: (hebr. não assassinarás)
e 2Sm 11.1: (hebr. os mensageiros [ketiv], os reis [qerê]). No trecho de Deuteronô-
mio 5.17, ambos os sinais são usados, de maneira inusitada, na mesma letra: o rafê e o dagesch
lene (). Abaixo, três imagens de textos da Bíblia Hebraica mostram palavras e expressões
com o sinal diacrítico rafê.
C. D. Ginsburg (ed.), Hebrew Old Testament (London: Trinitarian Bible Society, 1894; reimpr. 1998, p. 86).
Texto: Gênesis 44.18-20.
F. Pérez Castro et alii (eds.), El Códice de Profetas de el Cairo, vol. 7: Profetas Menores
(Madrid: Consejo Superior de Investigaciones Científicas, 1979, p. 163).
Texto: Zacarias 11.9b-11a (p. 163).
1 Cf. Yeivin, 1980, p. 286; idem, 2003, p. 240; Dotan, 1972, col. 1450; Ginsburg, 1966, p. 114; Gesenius, Kautzsch
e Cowley, 1910, § 14, p. 57; Joüon e Muraoka, 2009, § 5 e § 12, p. 28 e 53 e Weingreen, 1959, p. 17.
2 Cf. BHK, p. XXVII; BHS, p. XXX; BHQ, p. LXXIV; BHL, p. XIV; HUB Is, p. XXI; HUB Jr, p. XIV e HUB Ez, p. XVI.
42
e. Shewá audível e shewá mudo
No hebraico bíblico, existe o sinal diacrítico (hebr. nada) que possui dois tipos:
scheva mobile (lat. shewá audível) ou (hebr. shewá móvel) e scheva quiescens (lat. shewá mudo)
ou (hebr. shewá imóvel). O primeiro aparece em início de palavra e o segundo aparece
em meio da palavra. Quando há os dois sinais diacríticos, um seguido do outro, no meio da
palavra, o primeiro será mudo e o segundo será audível.
Exemplos de itens lexicais com dois shewás seguidos (o primeiro mudo e o segundo
audível):
(Asquelom) (guardarão)
(asquelonita) (Ismerai)
(ismaelita) (israelita)
Exercícios.
α. Identificar o tipo de shewá (audível ou mudo) nas palavras abaixo:
1. (pranto) 5. (Altíssimo)
2. (menina) 6. (incenso)
3. (guerra) 7. (alegria)
4. (juízo) 8. (salvação)
β: Identificar palavras com daguesh lene e com daguesh forte em Deuteronômio 22.6:
γ. Identificar palavras com shewá audível e com shewá mudo em Êxodo 12.29:
43
Referências Bibliográficas
a. Edições da Bíblia Hebraica
DOTAN, Aron (ed.). Biblia Hebraica Leningradensia: Prepared according to the Vocalization, Accents,
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Deutsche Bibelgesellschaft, 1997.
GINSBURG, Christian D. (ed.). Hebrew Old Testament. London: Trinitarian Bible Society, 1894
(reimpr. 1998).
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Magnes Press, 1995.
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RABIN, Chaim; TALMON, Shemaryahu; TOV, Emanuel (eds.). Hebrew University Bible: The Book
of Jeremiah. Jerusalem: Magnes Press, 1997.
SCHENKER, Adrian et alii (eds.). Biblia Hebraica Quinta. Fascicle 18: General Introduction and
Megilloth. Stuttgart: Deutsche Bibelgesellschaft, 2004. (fascículo preparado por Jan de
Waard, Piet B. Dirksen, Yohanan A. P. Goldman, Rolf Schäfer e Magne Sæbø)
b. Obras
DOTAN, Aron. “Masorah”. In: ROTH, Cecil (ed.). Encyclopaedia Judaica. vol. 16. Jerusalem:
Keter, 1972, col. 1401-1480.
GESENIUS, Wilhelm; KAUTZSCH, Emil; COWLEY, Arthur E. Gesenius’ Hebrew Grammar. 2. ed.
Oxford: Clarendon Press, 1910.
GINSBURG, Christian D. Introduction to the Massoretico-Critical Edition of the Hebrew Bible. London:
Trinitarian Bible Society, 1897 (reimpr. New York: KTAV, 1966, com prólogo de
Harry M. Orlinsky).
JOÜON, Paul; MURAOKA, Takamitsu. A Grammar of Biblical Hebrew. 2. ed. Subsidia Biblica 27.
Roma: Gregorian & Biblical Press, 2009.
WEINGREEN, Jacob. A Practical Grammar for Classical Hebrew. 2. ed. Oxford-New York: Clar-
endon Press-Oxford University Press, 1959.
YEIVIN, Israel. Introduction to the Tiberian Masorah. Masoretic Studies 5. Missoula: Scholars
Press, 1980, p. 141.
____. (título em inglês: The Biblical Masora). Studies in Language 3. Jerusalem:
The Academy of the Hebrew Language, 2003, p. 117. (em hebraico)
44
7. Letras Guturais, Matres Lectionis e Mappiq
a. Letras guturais
No hebraico bíblico, as letras guturais (letras que seriam pronunciadas por meio da
glote) são as do seguinte grupo: , , , e, às vezes, (). Tais letras possuem algumas
características que as distinguem das demais letras do alfabeto hebraico.
a. As guturais não podem ser duplicadas e não podem receber o sinal diacrítico daguesh forte.
b. As letras guturais levam o sinal vocálico shewá composto ( , e ). Exemplos:
(Senhor), (Deus), (veracidade), (nós), (eu), (nova), (Jacó)
etc.
c. As guturais preferem a classe de vogais “a’ antes, e, às vezes, depois delas, geralmente
no final de uma palavra ou nome. Exemplos: (espírito), (firmamento), (Noé),
(alto), (salvador), (ungido), (Josué) etc.
b. Matres lectionis
As matres lectionis (lat. lit. “mães” de leitura ou “auxiliares” de leitura) ou
(hebr. lit. “mães” de leitura) são um método elaborado pelos antigos escribas judeus no pe-
ríodo do Segundo Templo (5º séc. a.C.-1º séc. d.C.) para facilitar a leitura do texto conso-
nantal hebraico por meio do emprego de algumas letras hebraicas: , , e . As letras e
são usadas para representarem a classe de vogais a; a letra é usada para representar as vogais
o e u e a letra é empregada para as vogais i e e. Quando a palavra possui uma ou algumas
destas letras como auxiliares de leitura, diz-se que possui “escrita plena” e aquelas que não as
tem de “escrita defectiva”.
Escrita defectiva ou escrita incompleta (lat. scriptio defectiva, escrita ou ortografia defectiva
ou incompleta) é um tipo de ortografia hebraica que não emprega as matres lectionis , ,
e em uma determinada palavra. Exemplos: (grande), (bom), (Davi),
(santo), (holocausto), (paz), (altivez, orgulho) etc.
Escrita plena ou escrita completa (lat. scriptio plena, escrita ou ortografia plena ou completa)
é um tipo de ortografia hebraica que emprega as matres lectionis , , e em uma determi-
nada palavra. Exemplos: (grande), (bom), (Davi), (santo), (holo-
causto), (paz), (altivez, orgulho) etc.
c. Mappiq
O mappiq (aram. , pronunciado) é um sinal diacrítico, sendo idêntico ao sinal
diacrítico daguesh, mas colocado na consoante em final de palavra, sendo, normalmente, o
sufixo de terceira pessoa feminina singular.
Exemplos: (o filho dela), (o marido dela), (o marido dela, o dono dela),
(a casa dela), (a lei dela), (a voz dela), (o povo dela) etc.
Exercícios.
α. Identificar palavras com alguma letra gutural em Gênesis 2.6:
45
8. Artigo Definido
a. Regras
No hebraico bíblico, o artigo definido possui as seguintes formas:
(a letra hê + o sinal vocálico pata' + o sinal daguesh forte antes de letras não guturais).
(a letra hê + o sinal vocálico pata', mas sem o sinal daguesh forte).
(a letra hê + o sinal vocálico qamets antes de letras guturais).
(a letra hê + o sinal vocálico segol antes de , e não tônicos).
(a letra hê + o sinal vocálico pata' antes de e ).
Exemplos:
(a paz), (o filho), (o coração), (o ungido), (o dia), (a mão).
(a espada), (o templo), (a sabedoria), (a muralha), (o mês).
(o pai), (o homem), (a luz), (a cidade), (o servo), (o espírito).
(as montanhas), (o sábio), (o pó), (as nuvens), (a fadiga).
(o rio Nilo), (os meninos), (a estrada), (os espias).
b. Exceções
No hebraico bíblico, existem situações de palavras que sofrem modificação vocálica
quando possuem o artigo definido.
Exemplos:
(terra) → (a terra).
(montanha) → (a montanha).
(povo) → (o povo).
(jardim) → (o jardim).
(novilho) → (o novilho).
(festa) → (a festa).
(arca) → (a arca).
Êxodo 32.1a
(...)
desde a montanha para Moisés que tardava o povo Mas, viu
(...) descer
Êxodo 40.19a
(...)
a tenda a cobertura e pôs sobre o lugar de a tenda e esticou
(...) de residência,
46
Josué 2.4a
(...)
os homens (...) os dois de a mulher E pegou
Juízes 1.4a
(...)
na mão deles; (...) e o ferezeu o cananeu YHWH e entregou Judá E subiu
1Samuel 10.1a
(...)
sobre a cabeça dele, (...) e derramou o óleo, o frasco de Samuel Então, pegou
Exercícios.
α. Traduzir as seguintes palavras com artigo definido:
1. 16.
2. 17.
3. 18.
4. 19.
5. 20.
6. 21.
7. 22.
8. 23.
9. 24.
10. 25.
11. 26.
12. 27.
13. 28.
14. 29.
15. 30.
47
9. Preposições Inseparáveis e Preposições Separáveis
a. Preposições inseparáveis
No hebraico bíblico, as preposições inseparáveis são as seguintes:
Preposições sem artigo definido Preposições com artigo definido
(em, por, com) , (no, na, pelo, pela, com o/a)
(como, conforme) , (como o/a, conforme o/a)
(para, a) , (para o/a)
Exemplos:
(em paz, por paz, com paz), (na paz, pela paz, com a paz).
(como paz, conforme paz), (como a paz, conforme a paz).
(para paz), (para a paz).
(em homem, por homem, com homem), (no homem, pelo homem, com o homem).
(como homem, conforme homem), (como o homem, conforme o homem).
(para homem), (para o homem).
Exemplos:
(em aliança, por aliança, com aliança).
(como aliança, conforme aliança).
(para aliança).
Preposições inseparáveis em nomes e topônimos que se iniciam com a letra yod e com
o sinal vocálico shewá ():
(em, por, com)
(como, conforme)
(para, a)
Exemplos:
(Jerusalém)
(em Jerusalém), (como Jerusalém), (para Jerusalém).
(Judá)
(em Judá), (como Judá), (para Judá).
b. Preposições separáveis
No hebraico bíblico, as preposições separáveis são as seguintes:
(para, em direção a, para dentro de) (diante de, frente a, perante a, antes de)
(sobre, em cima de) (de, desde de, a partir de)
(com, junto de, em companhia de) (sob, embaixo de, em vez de)
48
(entre). (atrás de, depois de, após)
(até, em direção de) (ao lado de)
Gênesis 2.9a
(...)
desde o solo (...) Deus YHWH E fez brotar
Gênesis 18.25a
(...) (...)
como o ímpio; (...) como o justo, e será com ímpio, (...) justo
Êxodo 2.1
a filha de Levi. e tomou Levi; desde a casa de homem E foi
Números 30.1
a Moisés. YHWH o que or- conforme Israel; aos filhos Moi- E disse
denou tudo de sés
Exercícios.
α. Traduzir os vocábulos com preposições inseparáveis e com preposições separáveis:
1. 12.
2. 13.
3. 14.
4. 15.
5. 16.
6. 17.
7. 18.
8. 19.
9. 20.
10. 21.
11. 22.
49
10. Conjunção Waw
a. Formas
No hebraico bíblico, a conjunção waw possui as seguintes formas:
(antes de qualquer consoante, exceto as consoantes , , e ).
(antes de consoantes , , e ).
(antes de shewá composto).
(antes de shewá composto).
(antes de shewá composto).
(antes de ).
(antes de ).
Exemplos:
(e paz), (e homem), (e fogo), (e porta), (e lei), (e espírito).
(e filho), (e filha), (e lugar), (e reino), (e profeta), (e fêmea).
(e eu), (e terras), (touro e jumento), (e solo), (o sonho).
(e navio), (e navio), (e doença), (e aflição).
(e verdade), (e Eliezer), (e Edom), (e coma), (e diga).
(e Deus), (e o meu Deus), (e os deuses dele), (e os deuses deles).
(e Jerusalém), (e Judá), (e Isaías), (e Josué).
Êxodo 25.3-4b
(...) (...)
e púrpura vermelha, (...) e púrpura roxa, e bronze; e prata (...) ouro
Levítico 11.30
e a salamandra; e o camaleão, e a lagartixa, e a tartaruga, e o geco,
Levítico 16.24b
(...)
(...)
o sacrifício queimado por inteiro dele, (...) e fará (...) e sairá
2Samuel 6.12a
(...)
o Deus (...) a arca de e fez subir Davi E foi
50
Exercícios.
α. Traduzir as palavras com a conjunção waw:
1. 16.
2. 17.
3. 18.
4. 19.
5. 20.
6. 21.
7. 22.
8. 23.
9. 24.
10. 25.
11. 26.
12. 27.
13. 28.
14. 29.
15. 30.
51
11. Substantivos
a. Formas
No hebraico bíblico, o substantivo possui as seguintes características: 1. número:
singular, plural e dual e 2. gênero: masculino e feminino. Grande parte dos substantivos é
derivada de raízes verbais triconsonantais.
Exemplos:
raiz verbal derivação
(prantear) (pranto), (pranto).
(peregrinar) (peregrino), (peregrinação).
(abater) (abate), (abate), (cozinheiro de carne).
(habitar) (habitante), (habitação).
(salvar) (salvação), (salvação), (salvação), (salvador).
(reinar) (rei), (rainha), (reino), (reino), (reinado).
(ungir) (unção), (unção), (ungido).
(profetizar) (profeta), (profetisa), (profecia).
(libar) (libação).
(servir) (servo), (serviço), (escravaria), (servidão).
(ordenar) (ordenança).
(ser justo) (justiça), (justiça), (justo).
(congregar) (congregação), (congregação), (congregação).
(incensar) (incenso), (altar de incenso), (sacrifício de incenso).
(adquirir) (aquisição), (aquisição), (aquisição).
(acumular) (acumulação).
(residir) (residente), (lugar de residência); (residência)1.
(julgar) (juízo), (juiz), (julgamento).
(incisar) (incisura), (incisão).
(chefiar) (chefe, príncipe), (princesa).
b. Gênero
No hebraico bíblico, o substantivo possui gênero masculino e feminino.
Exemplos de palavras com ambos os gêneros:
vocábulos masculinos vocábulos femininos
(rei) (rainha)
(príncipe) (princesa)
(profeta) (profetisa)
(cavalo) (égua)
(novilho, boi) (novilha, vaca)
([o] jovem) ([a] jovem)
(homem) (mulher)
(irmão) (irmã)
(menino) (menina)
(moço) (moça)2
1 Obs.: vocábulo hebraico não registrado na Bíblia Hebraica, mas registrado no Talmude, com o sentido de
residência, morada e, também, com o sentido de manifestação divina.
2 Obs.: forma hipotética não registrada na Bíblia Hebraica.
52
Exemplos de palavras de gênero masculino:
(pai), (filho), (dia), (sangue), (sacerdote), (estrela), (nome).
c. Plural
No hebraico bíblico, normalmente o plural de palavras masculinas é em .
Exemplos:
(cavalo) (cavalos)
(árvore) (árvores)
(palavra) (palavras)
(livro) (livros)
(filho) (filhos)
(dia) (dias)
(rei) (reis)
(homem) (homens)
No hebraico bíblico, existem algumas palavras masculinas que quando estão no plural
tomam a terminação feminina e vice-versa.
Exemplos:
(mulher) (mulheres)
(pai) (pais)
(nome). (nomes)
(lugar) (lugares)
53
Exemplos de palavras e expressões no plural no ATI:
Gênesis 1.14b
(...)
e anos. e para dias e para épocas para sinais, (...) e serão
determinadas,
Gênesis 2.4a
(...)
e a terra (...) os céus as origens de Estas
Êxodo 1.16b
(...) (...)
ele (...) se filho sobre as duas (...) e vereis
pedras;
Êxodo 1.17b
(...)
os meninos. e deixaram viver o Egito; o rei de a elas falou (...)
Êxodo 20.1
dizendo: as estas, todas as *** Deus E falou
palavras
Êxodo 32.16b
(...)
sobre as tábuas. a que gravada ela, Deus a escritura de (...) e a escritura
Exercícios.
α. Traduzir as seguintes expressões que possuem substantivos no plural:
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
β. Encontre em Gênesis 5.4, em Êxodo 15.22 e em Josué 2.4 palavras e expressões que estão
na forma plural:
54
12. Adjetivos
a. Formas
O adjetivo no hebraico bíblico possui dois gêneros: masculino e feminino. Além dos
dois gêneros, existem as formas no singular e no plural. Geralmente, os adjetivos femininos
terminam em . Não há nenhuma terminação que seja típica do masculino. No plural, os
adjetivos masculinos terminam em e os adjetivos femininos terminam em .
Exemplos de adjetivos e seus respectivos gêneros e números:1
masculino singular feminino singular
([o] grande) ([a] grande)
(pequeno) ou (pequeno) (pequena)
(bom) (boa)
(mau) (má)
(bonito) (bonita)
(correto) (correta)
(justo) (justa)*
(ímpio) (ímpia)
([o] forte) ([a] forte)
(fraco) (fraca)*
(novo) (nova)
(velho) (velha)
(próximo) (próxima)
([o] distante) ([a] distante)
([o] doce) ([a] doce)
(amargo) (amarga)
(puro, limpo) (pura, limpa)
(impuro, sujo) (impura, suja)
(perfeito, íntegro) (perfeita, íntegra)
(santo, sagrado) (santa, sagrada)*
1 Os adjetivos femininos assinalados com asterisco (*) não são registrados no hebraico bíblico, mas são en-
contrados no hebraico rabínico.
55
([os] distantes) ([as] distantes)
([os] doces) ([as] doces)*
(amargos) (amargas)*
(puros, limpos) (puras, limpas)
(impuros, sujos) (impuras, sujas)*
(perfeitos, íntegros) (perfeitas, íntegras)
(santos, sagrados) (santas, sagradas)*
b. Função
O adjetivo no hebraico bíblico qualifica o substantivo, sempre concordando com este
em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural). Isto é, quando o substantivo
estiver no masculino singular o adjetivo também estará no mesmo gênero e número, quando
o substantivo estiver no masculino plural o adjetivo estará no mesmo gênero e número, assim
por diante.
Exemplo do adjetivo de gênero masculino (bom) que concorda com o substan-
tivo de gênero masculino (filho) no singular e no plural:
(filho bom ou um filho bom).
(filhos bons ou uns filhos bons).
c. Uso atributivo
O adjetivo atributivo é aquele que descreve o substantivo. Nesse uso, normalmente
o adjetivo se encontra logo após o substantivo. Existem duas formas do adjetivo atributivo
com o substantivo: com ou sem artigo definido em ambos os componentes.
Exemplos de uso atributivo de adjetivos masculinos e femininos com substantivos
masculinos e femininos, sem e com artigo definido em ambos os componentes.
d. Uso predicativo
O adjetivo predicativo é aquele que possui a função de predicativo em alguma locu-
ção. Nesse uso, normalmente o adjetivo se encontra antes do substantivo e sem artigo
56
definido e o substantivo terá artigo definido. Nesse caso, na tradução em português, é nece-
sário inserir o verbo ser/estar.
Exemplos de uso predicativo de adjetivos masculinos e femininos com substantivos
masculinos e femininos:
(a filha [é] bonita [lit. bonita a filha]).
(o homem [é] fraco [lit. fraco o homem]).
(o profeta [é] velho [lit. velho o profeta]).
(a mulher [é] forte [lit. forte a mulher]).
(os reis [são] ímpios [lit. ímpios os reis]).
(as famílias [são] corretas [lit. corretas as famílias]).
(as leis [são] novas [lit. novas as leis]).
(os livros [são] grandes [lit. grandes os livros]).
Deuteronômio 24.5a
(...)
com o exército (...) sairá não nova, mulher homem Quando tomar
1Samuel 12.23b
(...)
e o correto. o bom em caminho a vós, mas instruirei (...)
1Samuel 16.12b
(...)
semblante. e bom de olhos, com bonito de averme- (...) e ele
lhado,
1Reis 1.14a
(...)
até muito; (...) bonita E a jovem
Isaías 5.9b
(...)
(...)
e boas (...) grandes se tornarão, para algo desolado muitas casas
Exercícios.
α. Traduzir as seguintes frases e expressões que possuem adjetivos no singular e no plural:
1. 9.
2. 10.
3. 11.
4. 12.
5. 13.
6. 14.
7. 15.
8. 16.
57
13. Utilização do Dicionário de Hebraico Bíblico
Este texto é dedicado à utilização do dicionário de hebraico bíblico, explicando cada
componente de informação dos itens lexicográficos.
a. Substantivo
item lexical
m. → o gênero do item lexical: masculino.
cs. → o item lexical em estado construto singular.
pl. → o item lexical em estado absoluto plural.
cs. → o item lexical em estado construto plural.
sf. → o item lexical com sufixo pronominal.
pai → o significado do item lexical.
Gn 2.24 → a referência bíblica onde aparece o item lexical.
58
, (de ) → a raiz verbal da qual deriva o item lexical.
m. → o gênero do item lexical: masculino.
cs. → o item lexical em estado construto singular.
pl. → o item lexical em estado absoluto plural.
sf. → o item lexical com sufixo pronominal.
paz → o significado do item lexical.
Nm 6.26 → a referência bíblica onde aparece o item lexical.
(de III ) → a raiz verbal da qual deriva o item lexical.
f. → o gênero do item lexical: feminino.
cs. → o item lexical em estado construto singular.
pl. → o item lexical em estado absoluto plural.
cs. → o item lexical em estado construto plural.
sf. → o item lexical com sufixo pronominal.
lei → o significado do item lexical.
Dt 17.11 → a referência bíblica onde aparece o item lexical.
b. Adjetivo
item lexical
(de ) → a raiz verbal da qual deriva o item lexical.
adj. → a classificação do item lexical: adjetivo.
f. → a forma feminina singular do item lexical.
pl. → o item lexical em forma plural.
f. → a forma feminina plural do item lexical.
novo → o significado do item lexical.
Êx 1.8 → a referência bíblica onde aparece o item lexical.
c. Nome próprio
item lexical
n.m. → a classificação do item lexical: nome próprio masculino.
Abraão → o significado do item lexical.
Gn 17.5 → a referência bíblica onde aparece o item lexical.
d. Topônimo
item lexical
n.l. → a classificação do item lexical: nome de localidade.
Jerusalém → o significado do item lexical.
Jr 26.18 → a referência bíblica onde aparece o item lexical.
e. Verbo
item lexical
I qal → ajoelhar (Sl 95.6).
hifil → fazer ajoelhar (Gn 24.11).
II qal → ser abençoado (Gn 14.19); ser bendito (Gn 9.26).
nifal → ser abençoado (Gn 12.3).
piel → abençoar (Js 8.33); bendizer (Js 22.33).
pual → ser abençoado (Nm 22.6); ser bendito (Jó 1.21).
hitpael → abençoar-se (Dt 29.18).
60
f. Ilustrações: dicionários e léxicos de hebraico bíblico
61
W. L. Holladay (ed.), Léxico Hebraico e Aramaico do Antigo Testamento
(São Paulo: Vida Nova, 2010, p. 352).
62
N. Kirst et alii (eds.), Dicionário Hebraico-Português & Aramaico-Português
(29. ed. São Leopoldo: Sinodal, 2014, p. 109).
63
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64
14. He Locale
a. Definição
O he locale (lat. hê direcional ou hê de direção) ou (hebr. hê de direção) é o
sufixo direcional colocado em determinados topônimos e vocábulos do hebraico bíblico.
A função do he locale é indicar direção ou “movimento para”. Os topônimos e as palavras
com o sufixo he locale são sempre de tonicidade paroxítona.
b. Formas
Exemplos em topônimos:
topônimos sem o he locale topônimos com o he locale
(Jerusalém) (para Jerusalém)
(Egito) (para o Egito)
(Babilônia) (para a Babilônia)
(Assíria) (para a Assíria)
(Neguebe) (para o Neguebe)
Exemplos em vocábulos:
vocábulos sem o he locale vocábulos com o he locale
(casa) (para a casa)
(terra) (para a terra)
(mar) (para o mar)
(sheol) (para o sheol)
(deserto) (para o deserto)
(colina) (para a colina)
65
(deserto) (para o deserto)
(montanha) (para a montanha)
(colina) (para a colina)
(céus) (para os céus)
(Ramá) (para a Ramá)
Gênesis 20.1a
(...)
o Neguebe (...) para a terra Abraão desde ali E partiu
Gênesis 24.32a
(...)
os camelos, (...) e desatou para a casa, o homem E foi
Deuteronômio 1.40
o mar do Junco. o caminho para o deserto e parti por vós; virai-vos E vós
de
1Reis 10.2a
(...)
muita, (...) pesada com capacidade para Jerusalém E foi
Exercícios.
α. Localizar as palavras que possuem o he locale em Gênesis 44.31, em Josué 6.20 e em Juízes
20.40:
66
15. Acentuação Massorética
a. Função
No hebraico bíblico, além da estrutura consonantal do texto da Bíblia Hebraica e da
vocalização massorética, existe a acentuação massorética (hebr. , entonação, acentuação,
cantilação). O sistema tiberiense foi elaborado pelas duas principais escolas de massoretas, a de
Ben Asher e a de Ben Naftali, ambas ativas no século 10, em Tiberíades, na Palestina. Tal
método é conhecido como tiberiense, sendo desenvolvido entre o 8º século e o século 10.
Além do sistema tiberiense, havia, ainda, outros dois métodos mais antigos: o babilônico (7º
ao 9º séc.) e o palestino (8º ao 9º séc.), porém, ambos caíram em desuso durante os séculos 9
e 10 e não são mais utilizados. Somente a acentuação tiberiense, em virtude do alto grau de
desenvolvimento e de aperfeiçoamento, é a única a ser encontrada no hebraico bíblico. A mai-
oria dos manuscritos massoréticos surgidos durante a Idade Média reflete o método de acen-
tuação tiberiense pertencente principalmente à escola de Ben Asher.1 Os acentos de cantilação
elaborados pelos massoretas possuem as seguintes funções no texto da Bíblia Hebraica:
Assinalam sempre a sílaba tônica de cada palavra ou expressão do versículo bíblico. Exis-
tem dois tipos de tonicidades: pospositiva (oxítona) (ex.: ) e prepositiva (paroxítona)
(ex.: ).
Assinalam a melodia (cantilação ou cantilena) dos vocábulos do versículo. Essa função dá-
se quando o texto bíblico é recitado no serviço da sinagoga. Neste emprego, os acentos
possuem valores semelhantes a notas musicais.
b. Acentos disjuntivos
Os dois principais acentos disjuntivos de cantilação são os seguintes:
’atna' (aram. , pausa, repouso): o principal acento divisor do versículo, dividindo-
o em duas partes; assinala o final da primeira parte do versículo (a parte “a” do
versículo), aparecendo no meio do versículo. Formato gráfico: .
1
Cf. Wickes, 1970, p. 10-11 (primeira parte) e p. 9 (segunda parte); Dotan, 1972, col. 1437-1441; Yeivin, 1980,
p. 1-4; idem, 2003, p. ; Tov, 2012, p. 62-65 e Francisco, 2008, p. 255-256, 263-265, 269 e 612.
67
silluq (hebr. , interrupção): assinala o final da segunda parte do versículo (a parte
“b” do versículo), aparecendo no final do versículo sob a última palavra antes do
sinal sof pasuq () (hebr. , final de versículo). Formato gráfico: .
Os outros dois acentos disjuntivos de cantilação, que subdividem as partes “a” e “b”
do versículo, são os seguintes:
zaqef qatan (hebr. , pequeno cateto): o acento disjuntivo mais comum, apare-
cendo em muitos versículos e nas duas partes; separa em duas unidades a
divisão feita pelo acento ’atna'. Formato gráfico: .
zaqef gadol (hebr. , grande cateto): a mesma função do acento de cantilação an-
terior, mas de valor melódico distinto. Formato gráfico:.
Como regra geral, a estrutura do versículo bíblico, com tais acentos, é a seguinte:
parte b parte a
Exemplos:
Gênesis 6.2
elas; boas que o humano, as filhas de os filhos do Deus e viram
escolhe- que dentre todas mulheres, para eles e toma-
ram. ram
Êxodo 16.7
asvossasmurmura- no escutar dele YHWH, a glória de e vereis e amanhecer
ções
contra nós? murmureis para que o que e nós contra YHWH;
68
parte b
bloco bloco bloco
Exercícios.
α. Identificar as divisões principais dos versículos abaixo e os acentos disjuntivos:
Gênesis 1.6
Josué 1.5
1Reis 10.7
c. Acentos conjuntivos
Os acentos conjuntivos assinalam as conexões entre palavras e expressões dentro do
versículo. Os três acentos conjuntivos que aparecem com bastante frequência no texto bí-
blico hebraico são os seguintes:
munna' (hebr. , posicionado): aparece nas duas partes do versículo. Formato gráfico:
.
mahpakh (hebr. , invertido): aparece nas duas partes do versículo. Formato gráfico:
.
merkhá (aram. , “alongador”): aparece nas duas partes do versículo. Formato gráfico:
.
Êxodo 3.1a
(...) (...)
Midiã; (...) o sacerdote de o sogro dele, (...) Jetro,
69
Levítico 21.1a
(...)
Arão; os filhos de aos sacerdo- Dize a Moisés: YHWH E disse
(...) tes,
Exercícios.
α. Identificar as conexões nos versículos abaixo e os acentos conjuntivos:
Êxodo 20.1
Deuteronômio 7.1
Referências Bibliográficas
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Petrópolis: Vozes, 1997, p. 19-20.
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Introdutório para a Biblia Hebraica Stuttgartensia. 3. ed. São Paulo: Vida Nova, 2008, p.
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KHAN, Geoffrey. A Short Introduction to the Tiberian Masoretic Bible and its Reading Tradition. 2. ed.
Gorgias Handbooks 25. Piscataway: Gorgias Press, 2013, p. 37-41.
LAMBDIN, Thomas O. Gramática do Hebraico Bíblico. São Paulo: Paulus, 2003, p. 244-245.
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SEOW, Choon-Leong. A Grammar for Biblical Hebrew. Revised Edition. Nashville: Abingdon
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TOV, Emanuel. Textual Criticism of the Hebrew Bible. 3. ed. Minneapolis: Fortress Press, 2012,
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WEINGREEN, Jacob. A Practical Grammar for Classical Hebrew. 2. ed. Oxford-New York: Clar-
endon Press-Oxford University Press, 1959, p. 20-21.
WICKES, William. Two Treatises on the Accentuation of the Old Testament: on Psalms,
Proverbs, and Job; on the Twenty-One Prose Books. New York: KTAV,
1970 (com prólogo de Aron Dotan).
YEIVIN, Israel. Introduction to the Tiberian Masorah. Masoretic Studies 5. Missoula: Scholars
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____. (título em inglês: The Biblical Masora). Studies in Language 3. Jerusalem:
The Academy of the Hebrew Language, 2003, p. . (em hebraico)
70
16. Estado Absoluto e Estado Construto
a. Definição
No hebraico bíblico, o substantivo pode estar no estado absoluto e no estado cons-
truto, tanto no singular quanto no plural. Os dicionários, léxicos e vocabulários de hebraico
bíblico registram sempre a forma do substantivo no estado absoluto singular. O estado cons-
truto, representando redução da forma do estado absoluto, corresponde ao caso genitivo das
línguas indo-europeias, como grego, latim, armênio etc. Quando o substantivo está em es-
tado construto ocorre alguma modificação vocálica ou morfológica.
Nos dicionários de hebraico bíblico, a abreviatura cs. ou cstr. indica a forma do
estado construto singular e do estado construto plural do substantivo.
Exemplos:
cs. , pl. , cs. : pai, antepassado, ancestral, progenitor.
cs. , pl. , cs. : filho, filhote; da idade de.
cs. , pl. , cs. : palavra, assunto; causa; coisa; ação.
cs. , pl. , cs. : estrela.
cs. , pl. , cs. : morte.
cs. , pl. , cs. : ungido, messias.
cs. , pl. , cs. : profeta.
cs. , pl. , cs. : paz; prosperidade; tranquilidade.
b. Formas
Substantivos monossilábicos nos quais a forma do construto singular é a mesma do
absoluto singular.
Exemplos:
absoluto singular construto singular absoluto plural construto plural
(homem) (homem de) (homens) (homens de)
(mãe) (mãe de) (mães) (mães de)
(dia) (dia de) (dias) (dias de)
(cidade) (cidade de) (cidades) (cidades de)
(cabeça) (cabeça de) (cabeças) (cabeças de)
(espírito) (espírito de) (espíritos) (espíritos de)
Substantivos monossilábicos com sinal vocálico breve nos quais a forma do cons-
truto singular é a mesma do absoluto singular.
Exemplos:
(filha) (filha de) (filhas) (filhas de)
(montanha) (montanha de) (montanhas) (montanhas de)
(povo) (povo de) (povos) (povos de)
Substantivos monossilábicos com sinal vocálico longo nos quais a forma do cons-
truto singular terá sinal vocálico breve.
Exemplos:
(filho) (filho de) (filhos) (filhos de)
(sangue) (sangue de) (sangues) (sangues de)
(mão) (mão de) (mãos) (mãos de)
71
(nome) (nome de) (nomes) (nomes de)
72
Exemplos:
(terra de servo ou uma terra de um servo).
(filho de profeta ou um filho de um profeta).
(casa de rei ou uma casa de um rei).
(palavra de pai ou uma palavra de um pai).
(caminho de paz ou um caminho de uma paz).
(família de terra ou uma família de uma terra).
(lei de tabernáculo ou uma lei de um tabernáculo).
Gênesis 50.15a
(...)
o pai deles, (...) que morreu os irmãos de José E viram
Êxodo 1.1a
(...)
para o Egito; (...) os que foram Israel os filhos de os nomes de E estes
73
Números 24.2b
(...)
Deus. o espírito de sobre ele (...) e houve
Deuteronômio 4.2b
(...) (...)
o vosso Deus, (...) YHWH as ordenanças de (...) para guardar
Exercícios.
α. Identificar as formas do estado absoluto e do estado construto nos substantivos registra-
dos nos dicionários de Kirst et alii (p. 22-23) e de Alonso Schökel (p. 208) e no léxico de
Holladay (p. 258-259).
74
17. Nomes Próprios e Topônimos
Na Bíblia Hebraica, normalmente existe relação entre nome próprio e alguma carac-
terística do personagem ou entre o nome próprio e algo que aconteceu com o dono do nome.
Vários nomes próprios apresentam formas aglutinadas, por exemplo: junção de duas palavras
ou expressões, a junção do teônimo El () com alguma palavra ou expressão ou junção de
fragmentos do tetragrama (, , ) com alguma palavra ou expressão. Nem sempre é fácil
identificar os componentes ou fragmentos dos componentes de formação dos nomes pró-
prios e, ainda, nem sempre é possível saber o significado exato dos mesmos. Além disso, este
breve estudo abordará os significados possíveis de alguns topônimos que são registrados no
texto bíblico hebraico.
75
(segurar) + (calcanhar)
76
(correspondência com árabe: dalla, compor-
tar-se de maneira amorosa?; árabe: dalila,
guia traidor?)
c. Topônimos
forma hebr. forma port. possível significado e componentes texto
Arã (região da atual Síria) Nm 23.7
77
Assíria (região do atual Iraque) 2Rs 23.29
Israel o que luta com El?; que El se mostre forte? 2Rs 1.1
(o que luta com) + (El)
78
Referências Bibliográficas
ALEXANDER, Pat; ALEXANDER, David. Manual Bíblico SBB. Barueri: Sociedade Bíblica do
Brasil, 2008.
ALONSO SCHÖKEL, Luís (ed.). Dicionário Bíblico Hebraico-Português. 3. ed. São Paulo: Paulus,
2004, p. 713-798.
BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. São Paulo: Editora Vida, 2006.
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KASCHEL, Werner; ZIMMER, Rudi. Dicionário da Bíblia de Almeida. 2. ed. Barueri: Sociedade
Bíblica do Brasil, 2005.
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Testament - Study Edition. 2 vols. Leiden-Boston-Köln: Brill, 2001.
MACKENZIE, John L. Dicionário Bíblico. 2. ed. São Paulo: Edições Paulinas, 1984.
79
18. Tetragrama e Epítetos Divinos
No presente texto, serão abordados, mesmo que brevemente, os epítetos ou teôni-
mos divinos e o tetragrama que constam no texto bíblico hebraico. Além de tal assunto, no
texto também será abordada a questão das possíveis pronúncias do tetragrama.
a. Epítetos divinos
i.
(hebr. Senhor) (cf. Gn 18.3).
Título comum do Deus de Israel na Bíblia Hebraica, aparecendo, de maneira isolada
sem ser acompanhado pelo tetragrama ou por algum epíteto divino, em muitas passagens (134
vezes). Ao todo, o título consta muitas vezes no texto bíblico hebraico (ao todo 425 vezes).
Literalmente significa “os meus Senhores”. O epíteto é plural do vocábulo (hebr. senhor,
dono, patrão, chefe), com sufixo de pronome possessivo da primeira pessoa do singular
(hebr. meus, minhas). Em raras passagens, a forma singular é utilizada para se referir ao Deus
de Israel (cf. Êx 23.17; 34.23; Is 1.24 etc.). Gesenius denomina a forma (hebr. Senhor)
(com o sinal vocálico qamets e com a letra yod) como pluralis maiestatis (lat. plural majestático),
explicando que esta redação seria referência exclusiva para o Deus de Israel. Ele comenta,
ainda, que a redação normal (hebr. os meus senhores) (com o sinal vocálico pata' e com
a letra yod) é utilizada para as demais situações, em referência a pessoas.
Em muitos trechos, esse título divino aparece junto com o tetragrama: (lê-
se ’ădōnāy ’ĕlōhîm, hebr. Senhor Deus) (cf. 2Sm 7.18; 1Rs 8.53; Is 7.7 etc.). A mesma deno-
minação divina junto com o tetragrama é muito frequente no livro de Ezequiel (cf. Ez 5.11;
15.8; 25.14; 44.12 etc.). Em raras passagens, a mesma nominação divina possui a vocalização
(lê-se ’ădōnāy ’ĕlōhîm, hebr. Senhor Deus) (cf. Gn 15.2; 15.8; Jz 16.28).
Na leitura do texto bíblico hebraico, normalmente o epíteto (hebr. Senhor) é
utilizado no lugar do tetragrama. Tal título divino é uma das quatro situações de qere perpetuum
(lat. qerê perpétuo) (situações do texto bíblico hebraico em que determinada palavra é escrita
de uma maneira, mas lida de outra). A Septuaginta traduz a nominação divina como
(gr. Senhor), a Vulgata verte como Dominus (lat. Senhor) e o Targum de Ônquelos interpreta
como (lê-se ’ădōnāy, aram. Senhor).
ii.
(hebr. El) (cf. Êx 20.5).
Título comum do Deus de Israel na Bíblia Hebraica, aparecendo em muitas passagens
(c. 230 vezes). Tal epíteto divino é componente de vários nomes masculinos de origem he-
braica (ex.: Samuel, Ezequiel, Joel, Daniel, Rafael, Miguel etc.). O plural do título é
(hebr. elim). A Septuaginta traduz o título divino como (gr. Deus, deus), a Vulgata verte
como Deus (lat. Deus, deus) e o Targum de Ônquelos traduz como (aram. Deus, deus).
Muitos nomes teofóricos (nomes próprios masculinos hebraicos que possuem como
componentes alguma parte do tetragrama ou algum epíteto divino) e topônimos possuem o
epíteto (hebr. El) como componente no início ou no final, como nos seguintes exemplos:
a. no início do nome: (hebr. El é clemente [Elanã]), (hebr. o meu El é YHW
[Elias]), (hebr. El auxiliou [Eleazar]), (hebr. El acrescentou [Eliasafe]); b. no
final do nome: (hebr. o nome dele é El?, El escuta? [Samuel]), (hebr. que El
fortaleça [Ezequiel]), (hebr. YW é El [Joel]), (hebr. El é o meu juiz [Daniel]),
(hebr. El cura [Rafael]), (hebr. quem é como El? [Miguel]), (hebr. o que luta
com El [Israel]), (hebr. El semeia [Jezreel]), (hebr. a casa de El [Betel]) etc.
80
Nas anotações massoréticas nos códices medievais da Bíblia Hebraica, são encontra-
dos determinados nomes bíblicos grafados com as letras ’alef () e lamed () aglutinadas, for-
mando o caractere especial ﭏ, tais como ﭏ(hebr. Ezequiel), ﭏ (hebr. Daniel) etc.
iii.
(hebr. El Elion) (cf. Gn 14.18).
Antigo título do Deus de Israel na Bíblia Hebraica, sendo utilizado na época patriar-
cal, aparecendo em diversas passagens (31 vezes). Normalmente aparece em textos poéticos
da Bíblia Hebraica (cf. Dt 32.8; 2Sm 22.14; Sl 18.14 etc.). O epíteto (hebr. Elion) poderia
ser traduzido, também, como superior, elevado, mais alto, de cima e excelso. De acordo com
vários eruditos, tal epíteto divino seria de proveniência cananeia e não seria de procedência
israelita.
A Septuaginta traduz a denominação divina como (gr. Altíssimo), a Vulgata
verte como altissimus (lat. Altíssimo) e o Targum de Ônquelos traduz como (aram.
Altíssimo). Em várias passagens do texto bíblico hebraico o epíteto (hebr. Altíssimo)
aparece junto com o título (hebr. El), formando a denominação (hebr. El Elion)
(cf. Gn 14.22).
iv.
(hebr. El Shaddai) (cf. Gn 17.1).
Antigo título do Deus de Israel na Bíblia Hebraica, sendo utilizado na época patriarcal,
aparecendo em diversas passagens (48 vezes). O significado do epíteto divino é incerto. Nor-
malmente, a Septuaginta o traduz como (gr. Onipotente), a Vulgata verte como
omnipotens (lat. Onipotente) e o Targum de Ônquelos translitera apenas como (aram. Shad-
dai). As versões gregas de Áquila, Símaco e Teodocião interpretam como (gr. Sufici-
ente). Na Septuaginta, no livro de Ezequiel, o referido título divino é apenas transliterado como
(gr. Saddai, cf. Ez 10.5). Os rabinos da época talmúdica (c. 3º-6º séc.) explicavam que a
referida nominação divina seria composta pelo pronome relativo (hebr. que) e pelo substan-
tivo (hebr. o suficiente), resultando no significado “O que é autossuficiente”. Alguns estu-
diosos cogitam que a denominação deveria ser relacionada com o vocábulo de origem acádica
shadû(m) (montanha). Outros eruditos pensam que poderia ter relação com o substantivo em
forma dual (hebr. peitos, mamas, seios). Outros doutos conjecturam que poderia ser ex-
pressão relacionada com a raiz verbal (hebr. destruir, aniquilar, devastar, desolar [qal]),
com sufixo de pronome possessivo da primeira pessoa do singular (hebr. meu, minha), sendo
interpretada como “o meu Destruidor”. Alguns hebraístas conjecturam que a pronúncia cor-
reta seria (hebr.), significando “o meu soberano Senhor”.
O epíteto divino (hebr. Shaddai) aparece sozinho, sem nenhum outro título
como complemento (cf. Gn 49.25; Êx 6.3; Sl 91.1; Jó 22.23 etc.). Algumas vezes tal nomina-
ção divina aparece junto com o título (hebr. El), formando a denominação (hebr.
El Shaddai) (cf. Gn 17.1; 35.11; 48.3; Ez 10.5; Jó 15.25 etc.).
Normalmente, as versões bíblicas em português vertem a denominação divina
(hebr. Shaddai) como Todo-Poderoso, como Todo-poderoso ou como todo-poderoso, se-
guindo a tradução que tem sido estabelecida pela Septuaginta e pela Vulgata, desde muitos
séculos. A TEB e a CNBB, seguindo parcialmente as duas versões bíblicas clássicas, traduzem
apenas como Poderoso. As edições que se afastam de tal tradição e que adotam transliteração
em vez de tradução são o ATI e a Bíblia de Jerusalém, que transcrevem como Shaddai (em
redondo), a edição de Stern que translitera como Shaddai (em itálico) e as edições de Melamed
e de Gorodovits e Fridlin que transcrevem como Shadai (em redondo).
81
v.
(hebr. Deus, deuses) (cf. Gn 1.1).
Título comum do Deus de Israel na Bíblia Hebraica, aparecendo inúmeras vezes (c.
2.523 vezes). O título é plural do vocábulo (hebr. Deus, deus) ou (hebr. Deus,
deus). Normalmente, esse título divino ocorre junto com o tetragrama: (hebr. lê-
se ’ădōnāy ’ĕlōhîm, hebr. Senhor Deus) (cf. Gn 2.4). A Septuaginta traduz o epíteto divino
como (gr. Deus, deus), a Vulgata verte como Deus (lat. Deus, deus) e o Targum de
Ônquelos traduz como (aram. Deus, deus).
Muitos judeus ortodoxos evitam pronunciar esse título divino fora do ambiente da
sinagoga, o substituindo pela forma (hebr. Deus) (nesta grafia existe a troca da letra hê
[] pela letra qof []). Esta forma foi adaptada para se evitar proferir o nome divino. Estudiosos
comentam que a título divino (hebr. Deus) seria plural majestático, sendo também con-
siderado sagrado. Normalmente, em textos religiosos judaicos compostos em português o re-
ferido título divino é escrito D’us (a letra “e” é substituída por uma apóstrofe).
b. Tetragrama
i.
(hebr. YH) (cf. Êx 15.2).
Forma primitiva e abreviada do tetragrama, aparecendo apenas em textos poéticos
da Bíblia Hebraica (24 vezes) (cf. Êx 15.2; 17.16; Is 38.11; Sl 68.19; 89.9 etc.), compostos em
hebraico arcaico. Esta forma abreviada é componente da expressão (hebr. louvai a
YH), muito frequente nos Salmos (cf. Sl 104.35; 115.18; 150.1 etc.).
Tal forma abreviada do tetragrama é também encontrada como elemento de determi-
nados nomes teofóricos, possuindo o componente (hebr.) no final, como nos seguintes
exemplos: (hebr. o meu El é YH [Elias]), (hebr. YH é salvação [Isaías]), (hebr.
YH é elevado [Jeremias]) etc. Na Septuaginta, tais nomes, que terminam com o componente
(hebr.), foram transcritos como (gr. Elias), (gr. Isaías) e (gr. Jere-
mias). Na Vulgata, os mesmos nomes foram transcritos, tendo base o padrão adotado na Sep-
tuaginta, como Helias (lat. Elias), Isaias (lat. Isaías) e Hieremias (lat. Jeremias). Em Êxodo 17.16,
a Septuaginta traduz a forma abreviada do tetragrama como (gr. Senhor), a Vulgata
como Dominus (lat. Senhor) e o Targum de Ônquelos adota a abreviatura (aram. YY). No
ATI esta forma curta do tetragrama é transliterada como YH.
ii.
(hebr. YHWH) (cf. Gn 2.4).
O nome próprio do Deus de Israel na Bíblia Hebraica, aparecendo inúmeras vezes
(c. 6.639 vezes), sendo impronunciável. Na literatura acadêmica, o nome é denominado te-
tragrama (tetragrammaton [lat. composto de quatro letras], [gr. quatro letras],
[gr. quatro letras], [hebr. nome inefável] e [hebr. nome
inefável]).
Na Bíblia Hebraica (dependendo dos manuscritos e das edições impressas), o tetra-
grama é vocalizado como ou como (ambos os nomes devem ser lidos como ’ădōnāy,
hebr. Senhor). Esta vocalização (com os sinais vocálicos shewá mobile, holem e qamets ou com
os sinais shewá mobile e qamets) tem por base o epíteto divino (hebr. Senhor). Alguns
hebraístas cogitam que a vocalização (com os sinais vocálicos shewá mobile e qamets) seria
baseada na expressão (aram. lit. o Nome [isto é, o nome divino]) e não no título divino
(hebr. Senhor). Às vezes, o tetragrama possui a vocalização (com os sinais vocálicos
hatef-segol e hiriq) (cf. Gn 15.2), (com os sinais vocálicos shewá mobile e hiriq) (cf. Ez 5.11)
82
e (com os sinais vocálicos shewá mobile, holem e hiriq) (cf. 1Rs 2.26), tendo por base o
título divino (hebr. Deus).
A Septuaginta traduz o tetragrama como (gr. Senhor), a Vulgata verte como
Dominus (lat. Senhor) e o Targum de Ônquelos adota a abreviatura (aram. YH). As primeiras
cópias da Septuaginta continham o tetragrama em caracteres paleohebraicos hwhy (hebr.
YHWH []) no meio do texto grego, sendo que tal costume foi, posteriormente, abando-
nado para ser adotado o epíteto (gr. Senhor), permanecendo nos manuscritos mais
conhecidos dessa versão bíblica clássica.
Como o tetragrama é impronunciável, normalmente são adotados epítetos substitu-
tos, tais como (hebr. Senhor), (hebr. lit. o Nome), além da forma híbrida
(hebr.) (esta forma é aglutinação do título [hebr. Senhor] com a expressão [hebr.
lit. o Nome]). Os samaritanos utilizam o epíteto substituto (hebr. sam. lit. o Nome).
Em Êxodo 3.14, o tetragrama é explicado a Moisés, de maneira enigmática, por meio do
seguinte sintagma: (hebr. lit. serei o que serei).
Nas anotações da massorá, os massoretas aludem ao tetragrama por meio de dois
termos: (aram. menção [do nome divino]) e (hebr. recordação [do nome
divino]). Normalmente, nas traduções da Bíblia em português, o tetragrama é traduzido
como SENHOR, sendo composto em versal e em versalete. No ATI o tetragrama é translite-
rado como YHWH.
iii.
(hebr. YHWH Tsevaote) (cf. 1Sm 1.3).
Título do Deus de Israel na Bíblia Hebraica, sendo utilizado na época da monarquia
israelita em diante, ocorrendo em inúmeras passagens (c. 273 vezes). Normalmente, o epíteto
é traduzido como “o SENHOR dos Exércitos” em inúmeras traduções da Bíblia em português.
Literalmente, o epíteto (hebr.) é o plural da palavra (hebr. exército, hoste, tropa,
esquadrão, regimento). Em referência ao Deus de Israel, este epíteto poderia ser tratado
como alusão a todos os exércitos ou poderes possíveis tanto espirituais quanto materiais
(poderes celestiais, cósmicos, terrenos, os poderes de todas as divindades cananeias, o exér-
cito de Israel etc.).
Alguns hebraístas comentam que a denominação (hebr. YHWH Tsevaote)
é ainda obscura e explicam que o tetragrama é nome próprio, não podendo ser construído
sobre o título (hebr.). Gramaticalmente, o tetragrama não possui estado (absoluto ou
construto), não podendo ser traduzido como estando em estado construto (ex.: YHWH de).
Uma das possibilidades seria tratar ambas as nominações como nomes próprios do Deus de
Israel, podendo ser, então, apenas transliterados como YHWH Tsevaote. A Septuaginta traduz
e translitera o tetragrama com o referido título como (gr. Senhor Sabaoth), a
Vulgata verte como Dominus exercituum (lat. Deus dos exércitos) e o Targum de Jônatas ben
Uziel interpreta como (aram. YHWH da presença divina).
Vários hebraístas argumentam que o epíteto (hebr. YHWH Tsevaote) po-
deria indicar situação de elipse da denominação (hebr.) (cf. 2Sm 5.10), po-
dendo ser traduzida como “YHWH, o Deus de Tsevaote”. Nas traduções da Bíblia em portu-
guês, esta última é traduzida como “o SENHOR Deus dos Exércitos”. Tal nome seria a forma
completa do tetragrama junto com o mencionado epíteto divino. Em 2Samuel 5.10, tal situ-
ação é traduzida pelas antigas versões bíblicas da seguinte maneira: a Septuaginta traduz
como (gr. Senhor Onipotente), a Vulgata verte como Dominus Deus exer-
cituum (lat. Senhor Deus dos exércitos) e o Targum de Jônatas ben Uziel interpreta como
(aram. YHWH, o Deus das assistências). No ATI o tetragrama e o título
divino são transliterados como YHWH Tsevaote.
83
c. Pronúncias
i. Jeová
Iehovah, Yehovah, Jehovah ou Jeová.
Forma surgida no período entre a Renascença (séc. 15) e a Reforma Protestante (séc.
16), quando os cristãos recomeçaram a estudar o hebraico bíblico. Os hebraístas cristãos
fizeram a leitura do tetragrama (lê-se ’ădōnāy, hebr. Senhor) (com os sinais vocálicos
shewá mobile, 'olem e qamets) como yehōwâ, resultando na leitura Yehovah. A forma Jehovah é
registrada por Pietro Colonna Galatino, conhecido como Petrus Galatinus (1460-1540), em
sua obra De Arcanis Catholicae Veritatis (Ortona, 1518), porém, vários hebraístas cristãos pos-
teriores contestaram tal pronúncia. Alguns estudiosos afirmam que a forma Jehovah já era
encontrada em textos anteriores ao de Galatino, sendo datados da época medieval. O pri-
meiro registro da forma Jehovah seria em obra datada de 1381. Esta forma inesperada tor-
nou-se de uso corrente, sendo largamente adotada em diversas traduções da Bíblia nas línguas
modernas europeias, que foram produzidas desde o século 16 em diante. A edição de João
Ferreira de Almeida (Batávia, 1753) traz a forma JEHOVAH (em itálico e em letras unciais).
Por fim, a forma aportuguesada Jeová é ainda usada em algumas poucas publicações bíblicas
em português, como a Bíblia Sagrada – Tradução Brasileira e a Tradução do Novo Mundo das Es-
crituras Sagradas.
ii. Iahweh
Iahweh, Yahweh, Iavé ou Javé.
Forma hipotética do tetragrama amplamente aceita por inúmeros estudiosos bíblicos
modernos. A vocalização teórica é (hebr.) ou (hebr.). Esta leitura hipotética é
registrada por alguns Pais da Igreja do oriente, sendo transliterado com letras gregas, mas de
diversas maneiras. As formas (gr.) e (gr.) são registradas por Teodoreto de Ciro (c.
393-c. 466). A forma (gr.) é também registrada por Epifânio de Salamina (c. 315-c. 403).
Teodoreto de Ciro afirma em seus escritos que os samaritanos pronunciavam o tetragrama
como iabe. As formas (gr.) e (gr.) são registradas por Clemente de Alexandria
(c. 150-c. 215). Portanto, as transcrições gregas (gr.), (gr.), (gr.) e
(gr.) seriam testemunhas da possível pronúncia (hebr.) para o tetragrama durante os
primeiros séculos do cristianismo. Tais transcrições em caracteres gregos indicariam que
alguns Pais da Igreja do oriente teriam conhecimento sobre a pronúncia (hebr.) entre os
judeus na época em que eles viveram. Além de tais transcrições, o tetragrama transcrito com
letras gregas como (gr.) é registrado por Orígenes de Alexandria (c. 184-c. 254).
A forma (hebr.), vocalizada com os sinais vocálicos patah, shewá quiescens e segol,
foi registrada pelo hebraísta alemão Heinrich Friedrich Wilhelm Gesenius (1786-1842) em
sua obra Hebräisches und chaldäisches Handwörterbuch über das Alte Testament (Leipzig, 1834),
argumentando que seria a pronúncia mais acurada possível. Desde então, a opinião de
Gesenius tem sido aceita por inúmeros hebraístas até o dia de hoje, como a pronúncia que
seria a mais provável. O arqueólogo bíblico americano William Foxwell Albright (1891-1971)
também acatava e defendia a pronúncia do tetragrama como (hebr.).
Muitos eruditos modernos explicam que a pronúncia (hebr.) seria derivada da raiz
verbal (hebr. trazer à existência, fazer existir), na hipotética conjugação hifil, terceira pessoa
masculina singular do imperfeito, indicando que a referida nominação significaria “O que traz à
existência” ou “O que faz existir”. Contudo, há outros hebraístas que contestam tal conjectura.
Diversos estudiosos argumentam que, por causa das transcrições gregas, possivelmente
o nome do Deus de Israel teria duas formas abreviadas e uma forma extensa. As duas formas
abreviadas teriam sido (hebr.) e (hebr.) e a forma extensa teria sido (hebr.). Outro
argumento dos eruditos é que as formas abreviadas seriam derivações posteriores da forma
extensa e não vice-versa. Além da Bíblia Hebraica, as grafias (hebr.) e (hebr.), como
84
referentes ao Deus de Israel, são registradas na estela do rei Mesa, de Moabe (c. 9º séc. AEC) e
nos óstracos de Tell-ed-Duweir (óstracos de Laquis) (c. 6º séc. AEC). A grafia (hebr.) é
atestada em papiros da comunidade judaica de Elefantina, no Egito (c. 5º-4º séc. AEC),
compostos em aramaico. Segundo diversos hebraístas, tais evidências indicariam que eram
utilizadas, de modo simultâneo, formas diversas para o nome do Deus de Israel durante o
período bíblico, duas abreviadas e uma extensa.
Por fim, a forma Iahweh (a forma aportuguesada é Javé) até hoje tem sido utilizada
quase que exclusivamente na literatura acadêmica dedicada à Bíblia. Algumas edições da Bíblia
em português adotam a forma Iahweh, como a Bíblia de Jerusalém ou a forma aportuguesada Javé,
como a Edição Pastoral.
85
d. O tetragrama em textos da Bíblia Hebraica
11QSla (primeiro manuscrito dos Salmos da caverna 11 de Qumran) (c. 30-50 EC).1
1 Cf. P. Lawrence, Atlas Histórico e Geográfico da Bíblia, Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2008, p. 13.
2 Cf. E. Ulrich, The Biblical Qumran Scrolls: Transcriptions and Textual Variant, Supplements to Vetus Testamen-
tum 134, Leiden-Boston: Brill, 2010, p. 712.
86
Códice de Leningrado (São Petersburgo): Manuscrito EBP. I B19a.3
3 Cf. D. N. Freedman et alii (eds.), The Leningrad Codex: A Facsimile Edition, Grand Rapids-Cambridge-Leiden-
New York-Köln: Eerdmans-Brill, 1998, fól. 394a, p. 799.
4 Cf. K. Elliger e W. Rudolph (eds.), Biblia Hebraica Stuttgartensia, 5. ed, Stuttgart: Deutsche Bibelgesellschaft,
1997, p. 1214.
87
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89
19. Pronomes Pessoais
a. Formas
Os pronomes pessoais no hebraico bíblico, como em qualquer outra língua, repre-
sentam as pessoas de uma frase.
pronomes pessoais
singular plural
, eu , ,
nós
tu (mc.)
vós (mc.)
, tu (fm.) , vós (fm.)
ele , eles
ela ,elas
Observação: os pronomes (nós) e (nós) ocorrem muito raramente no texto
bíblico hebraico: o pronome consta apenas em cinco passagens (cf. Gn 42.11; Êx 16.7;
16.8; Nm 32.32 e Lm 3.42) e o pronome é encontrado exclusivamente em uma única pas-
sagem (cf. Jr 42.6). O pronome (tu [fm.]) é achado só em sete passagens (cf. Jz 17.2; 1Rs
14.2; 2Rs 4.16; 4.23; 8.1; Jr 4.30 e Ez 36.13). O pronome (vós [fm.]) é encontrado somente
em quatro passagens (cf. Gn 31.6; Ez 13.11; 13.20 e 34.17). Os pronomes (eles) e
(elas) são menos frequentes na Bíblia Hebraica e são formas substitutas dos pronomes pessoais
(eles) e (elas), que são muito comuns. Em quatro passagens do Pentateuco, o pronome
(ela), que é vocalizado com o sinal vocálico hiriq junto à letra waw ao invés do sinal vocálico
hiriq-yod, deve ser lido sempre como (ela) (cf. Lv 6.18; 6.22; 13.20 e Dt 13.16).
90
Números 13.31b
(...)
do que nós. ele (...) Porque, forte
Juízes 18.26b
(...)
(...)
do que ele, (...) eles que fortes Mica (...) e viu
1Samuel 12.14b
(...)
e também o rei, também vós, (...) e sereis
(...)
sobre vós, (...) reina que
Jeremias 8.8a
nós, Sábios dizeis: Como
(...)
conosco? (...) YHWH e a lei de
Ezequiel 34.15
e eu o meu gado miúdo apascentarei Eu
YHWH. Senhor o enunciado de os farei se deitar,
Exercícios.
α. Traduzir as seguintes expressões que possuem pronomes pessoais:
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
91
20. Pronomes Demonstrativos
a. Formas
Os pronomes demonstrativos no hebraico bíblico, como em qualquer outra língua,
designam algo ou alguém em uma determinada frase.
pronomes demonstrativos
singular plural
este
estes
esta
estas
aquele , aqueles
aquela , aquelas
1Samuel 17.26a
(...) (...)
esse, (...) o filisteu ferir que ao homem (...) O que será feito
1 Cf. Gesenius, Kautzsch e Cowley, 1910, § 34, p. 110; Joüon e Muraoka, 2009, § 36, p. 105; Brown, Driver e
Briggs, 1996, p. 229; Koehler e Baumgartner, 2001, p. 246; Clines, 2009, p. 89 e Alonso Schökel, 2004, 176.
92
(estes reis [lit. os reis os estes]).
(estas famílias [lit. as famílias as estas]).
(aqueles livros [lit. os livros os aqueles]).
(aquelas leis [lit. as leis as aquelas]).
ii. Uso predicativo: com função de predicado, o pronome demonstrativo é aquele que pos-
sui a função de predicativo em alguma locução. Esquema de formação: o pronome demons-
trativo se encontra antes do substantivo e sem artigo definido e o substantivo terá artigo
definido. Nesse caso, na tradução em português, é necessário inserir o verbo ser/estar.
Exemplos:
(este [é] o homem [lit. este o homem]).
(esta [é] a filha [lit. esta a filha]).
(aquele [é] o profeta [lit. aquele o profeta]).
(aquela [é] a mulher [lit. aquela a mulher]).
(estes [são] os reis [lit. estes os reis]).
(estas [são] as famílias [lit. estas as famílias]).
(aqueles [são] os livros [lit. aqueles os livros]).
(aquelas [são] as leis [lit. aquelas as leis]).
Êxodo 12.17b
(...)
o este o dia (...) e guardareis
tempo longo. estatuto de pelas vossas gerações,
Deuteronômio 1.1a
falou que as palavras Estas
(...)
o Jordão; (...) no outro lado de a todo Israel, Moisés
Josué 10.42a
e a terra deles os estes todos os reis E
(...)
uma; (...) vez Josué capturou
Jeremias 31.29
comeram Pais mais: não dirão os aqueles Nos dias
se embotaram. filhos mas dentes de fruta verde;
Obadias 1.8a
93
o enunciado de o aquele, no dia Acaso não,
(...)
de Edom, (...) os habilidosos e destruirei YHWH;
Miqueias 2.3a
Eis que eu YHWH: diz assim, Por isso,
(...)
mal; (...) a esta contra a família o que projeta
Sofonias 2.15a
(...)
em confiança, (...) a que habita a exultante a cidade Esta
Exercícios.
α. Traduzir as seguintes locuções que possuem pronomes demonstrativos:
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94
21. Sufixos Pronominais
No hebraico bíblico os sufixos pronominais são afixados aos substantivos, indicando
relação de posse. Apenas os sufixos pronominais são afixados nos substantivos em estado
construto. Existem duas formas dos sufixos pronominais: singular e plural.
Normalmente, os dicionários de hebraico bíblico registram os vocábulos com sufixos
pronominais tanto no singular quanto no plural, quando existem registros dos mesmos na
Bíblia Hebraica. As siglas utilizadas normalmente para indicar palavra com algum sufixo pro-
nominal são suf. ou sf. Por exemplo, a palavra (lei) no Dicionário Bíblico Hebraico-Português,
de Luis Alonso Schökel (3. ed., São Paulo: Paulus, 2004, p. 700) possui as seguintes formas
com sufixos pronominais no singular e no plural no texto bíblico hebraico:
c. suf. , , , ; (...) , ().
a. Singular
sufixos pronominais no singular (masculinos e femininos)
1ª pess. sg. cm. meu, minha 1ª pess. sg. cm. nosso, nossa
2ª pess. sg. mc. teu, tua 2ª pess. sg. mc. vosso, vossa
2ª pess. sg. fm. teu, tua 2ª pess. sg. fm. vosso, vossa
3ª pess. sg. mc. seu, sua, dele 3ª pess. sg. mc. seu, sua, deles
3ª pess. sg. fm. seu, sua, dela 3ª pess. sg. fm. seu, sua, delas
95
b. Plural
sufixos pronominais no plural (masculinos e femininos)
1ª pess. pl. cm. meus, minhas 1ª pess. pl. cm. nossos, nossas
2ª pess. pl. mc. teus, tuas 2ª pess. pl. mc. vossos, vossas
2ª pess. pl. fm. teus, tuas 2ª pess. pl. fm. vossos, vossas
3ª pess. pl. mc. seus, suas, dele 3ª pess. pl. mc. seus, suas, deles
3ª pess. pl. fm. seus, suas, dela 3ª pess. pl. fm. seus, suas, delas
96
(...)
da tua mão. o teu irmão (...) para receber os sangues de
Êxodo 20.2a
(...)
que te fez sair (...) o teu Deus; Eu YHWH,
Êxodo 20.12a
(...)
para que prolonguem os teus dias e a tua mãe Honra o teu pai
(...)
Deuteronômio 5.32a
(...)
YHWH, o vosso Deus conforme orde- para cumprir E guardareis
(...) nou
Juízes 2.4b
(...)
e prantearam. a voz deles (...) e ergueram o povo
2Samuel 22.7b
(...) (...)
invoquei (...) e o meu Deus YHWH, (...) invoquei
Exercícios.
α. Traduzir a palavra em estado construto (casa de) com sufixos pronominais:
1. 11.
2. 12.
3. 13.
4. 14.
5. 15.
6. 16.
7. 17.
8. 18.
9. 19.
10. 20.
β. Traduzir as palavras em estado construto (filho de), (palavra de), (pais de) e
(mãos de) com sufixos pronominais:
1.
2.
3.
4.
γ. Identificar palavras e expressões com sufixos pronominais no texto de Josué 1.1-7 no ATI.
97
22. Frases Interrogativas
a. Partícula interrogativa
Em frases interrogativas no hebraico bíblico é encontrada uma forma da partícula
interrogativa na primeira palavra que inicia a frase. Uma das possibilidades de tradução da
partícula é acaso?:
(a letra hê + o sinal semivocálico 'a%ef-pata' antes de letras não guturais).
(a letra hê + o sinal vocálico pata' antes de letras guturais).
(a letra hê + o sinal vocálico pata' antes de letras não guturais vocalizadas com shewá).
(a letra hê + o sinal vocálico segol antes de letras guturais vocalizadas com qamets).
Exemplos:
(acaso enviou o homem?/enviou o homem...?).
(acaso o que permanece o homem?/o que permanece o homem...?).
(acaso escrevestes?/escrevestes?).
(acaso comeste?/comeste?).
b. Pronomes interrogativos
Os pronomes interrogativos do hebraico bíblico são os seguintes:
ou (quem?) (normalmente aparece sozinho, às vezes aparece com o sinal maqqef).
ou (que?, qual?) (antes de palavras que se iniciam com letras não guturais).
ou (que?, qual?) (antes de palavras que se iniciam com as letras guturais , e ).
(que?, qual?) (antes de palavras que se iniciam com as letras guturais e ).
Observação: as regras acima expostas são aplicadas na maioria dos casos no texto
bíblico hebraico, todavia, existem situações que fogem a essas mesmas regras.
Exemplos:
(quem [és] tu?).
(quem fez a coisa a esta?).
(que isto fizeste?).
(que existe para ti na casa?).
(qual [é] a tua terra?).
(que a coisa a esta?).
(que viram na tua casa?).
(que transgredi contra ti e contra os teus servos?).
(qual o meu delito e qual a minha transgressão?).
c. Advérbios interrogativos
Os advérbios interrogativos do hebraico bíblico são os seguintes:
(onde?) (como?)
(onde?) , (para onde?)
(onde?) (por que?, para que?)
(de onde?) (por que?, para que?)
(de onde?) (quanto?)
98
Exemplos:
(onde [estão] os profetas?).
(de onde [és] tu?).
(como soubeste?).
(para onde eles irão?).
(por que [são] estes?).
(por que ele [está] fraco?).
(quantos anos?).
Gênesis 43.29a
(...)
(...)
a mim? (...) dissestes que o pequeno, o vosso irmão (...) acaso este
Gênesis 32.28
Jacó. E disse: Qual o teu nome? a ele: E disse
Gênesis 29.4a
(...)
vós? (...) de onde Os meus irmãos, Jacó: a eles E disse
Gênesis 47.8
as tuas vidas? os anos de os dias de Quantos a Jacó: o faraó E disse
1Samuel 21.2b
(...) (...)
sozinho tu, (...) tu Por que a ele: (...) e disse
Exercícios.
α. Traduzir as seguintes locuções que possuem partícula interrogativa e pronome interrogativo:
1.
2.
99
23. Textus Receptus e Biblia Hebraica
a. Textus Receptus e Biblia Hebraica
Atualmente, existem várias edições do Antigo Testamento hebraico (a Bíblia He-
braica) que são publicadas tanto no exterior quanto no Brasil. Por um lado, existem edições
que apresentam o texto do assim denominado Textus Receptus (lat. Texto Recebido) e por
outro lado, existem as edições acadêmicas que apresentam texto do auge da atividade mas-
sorética ocorrida no século 10 com a família Ben Asher, em Tiberíades, na Palestina. Atual-
mente, o Textus Receptus é publicado principalmente pela Trinitarian Bible Society (TBS), em
Londres, na Inglaterra. No Brasil, o mesmo texto é distribuído pela Sociedade Bíblica Trini-
tariana do Brasil (SBTB). Tal obra é baseada na edição de Christian D. Ginsburg (Londres,
1894) e que tem por base a Segunda Bíblia Rabínica, de Jacó ben Hayyim (Veneza, 1524-
1525). A edição de Ben Hayyim, baseada em manuscritos bíblicos hebraicos do final do pe-
ríodo medieval, tornou-se o Textus Receptus do texto bíblico hebraico, servindo de base para
todas as edições posteriores. Tal edição apresenta texto que possui a tradição Ben Asher, mas
com grau de mistura com outras tradições massoréticas, como a de Ben Naftali e a de outros
massoretas. Até o século 12, os manuscritos hebraicos demonstram tendência a se aterem e
a reproduzirem um único sistema, o de Ben Asher ou o de Ben Naftali. Manuscritos surgidos
em épocas posteriores ainda preservam a tradição Ben Asher, mas não de forma estritamente
pura ou absolutamente fiel. Tais manuscritos refletem traços de outras tradições massoréticas
tiberienses, principalmente a de Ben Naftali, além de outros grupos de massoretas. A dife-
rença principal é relacionada com sinais vocálicos e com acentos de cantilação. Há pouquís-
simas situações de variantes textuais reais relacionadas com o texto consonantal ou com mu-
danças de palavras e expressões.
Desde o século 20, eruditos bíblicos europeus vêm publicando edições científicas do
Antigo Testamento hebraico, com o propósito de tentar recuperar a forma do texto o mais
próximo possível do auge da atividade massorética, ligada à família Ben Asher. Isto é, as
edições científicas ou acadêmicas tentam recuperar a forma mais pura possível do texto he-
braico veterotestamentário de tradição Ben Asher, sem a contaminação com outras tradições
massoréticas. Atualmente, a edição acadêmica mais respeitada e aceita no mundo bíblico
erudito é aquela iniciada pelo estudioso alemão Rudolf Kittel e aprimorada pelo erudito ale-
mão Paul E. Kahle. Tal edição é conhecida como Biblia Hebraica (lat. Bíblia Hebraica), sendo
publicada pela primeira vez por Kittel, em Leipzig, Alemanha, em 1905-1906. Esta edição
foi sucedida pela seguinte, em 1913. Ambas as edições tinham por base, ainda, o texto da
Segunda Bíblia Rabínica, de Jacó ben Hayyim, que tinha se tornado o Textus Receptus. Desde
os anos 1920, por sugestão de Kahle, Kittel abandonou o Textus Receptus para publicar na sua
terceira edição o texto e a masora parva do Códice de Leningrado B19a (L), datado de 1008-
1009. Esta edição é conhecida como Biblia Hebraica (BHK), sendo publicada em Württhem-
berg, Alemanha, em 1929-1937. Tal obra foi sucedida pela Biblia Hebraica Stuttgartensia (BHS)
(Stuttgart, 1967-1977), editada por Karl Elliger e Wilhelm Rudolph, publicada pela Deutsche
Bibelgesellschaft, em Stuttgart, Alemanha. A BHS é baseada também no texto e na masora
parva do Códice L, mas com modificações e correções feitas por Gérard E. Weil. A masora
magna do Códice L foi publicada em um volume intitulado Massorah Gedolah iuxta Codicem
Leningradensem B19a (Roma, 1971), que é o volume dois da BHS. A BHS é publicada no Brasil
pela Deutsche Bibelgesellschaft e pela Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) (Stuttgart-Barueri,
2009). Além disso, a referida obra é a base do Antigo Testamento Interlinear Hebraico-Português
(ATI) (Barueri, 2012-), editado pela SBB.
100
massoréticos que representa a tradição Ben Asher é o Códice L, por ser, além disso, o ma-
nuscrito mais antigo que contém a totalidade do Antigo Testamento hebraico. A BHS repro-
duz tal manuscrito de maneira diplomática. Portanto, a BHS procura reproduzir, fielmente,
o texto de tal códice massorético, junto com a masora parva. Tal edição traz um aparato crítico
no rodapé de cada página com citações de manuscritos bíblicos hebraicos antigos e medievais
e de versões bíblicas antigas em hebraico samaritano, em aramaico, em siríaco, em grego, em
latim, em copta, em etíope, em árabe e em armênio. Além das versões bíblicas clássicas, a
edição leva em consideração, igualmente, algumas citações bíblicas registradas na literatura
rabínica da época talmúdica. Todas estas citações indicam onde outros manuscritos hebraicos
e as versões bíblicas clássicas diferem do texto do Códice L. Além disso, o aparato crítico
registra variantes entre o Códice L e entre a Segunda Bíblia Rabínica e outras edições clássicas
do texto bíblico hebraico.
Atualmente, já está sendo produzida a edição sucessora da BHS, denominada Biblia
Hebraica Quinta (BHQ) (Stuttgart, 2004-), editada por Adrian Schenker e outros, publicada
pela Deutsche Bibelgesellschaft. Tal obra tem por base, igualmente, o texto do Códice L
junto com todas as anotações da masora parva e da masora magna. A BHQ reproduz, de maneira
ainda mais diplomática, tanto o texto quanto as anotações massoréticas do Códice L. Agora,
as anotações da masora magna são colocadas na própria edição, logo abaixo do texto bíblico
hebraico e não mais em um volume em separado, como na BHS.
Como ilustração, abaixo estão imagens do início do livro de Esdras-Neemias na BHS
e na BHQ.
101
maior diferença entre ambas as edições é relacionada, principalmente, com o aparato crítico.
O aparato crítico da BHS possui o total de 6 linhas de texto, enquanto o da BHQ possui o
total de 14 linhas (oito linhas de diferença). Os antigos testemunhos textuais citados no apa-
rato crítico sempre mostram onde diferem do texto principal da referida edição. A BHQ está
sendo publicada em fascículos e levará alguns anos para ser concluída. Até o momento foram
publicados os seguintes fascículos: Meguillot (Rt, Ct, Ec, Lm e Et) (Stuttgart, 2004), Deutero-
nômio (Stuttgart, 2007), Provérbios (Stuttgart, 2008), os Doze Profetas Menores (Stuttgart,
2010), Juízes (Stuttgart, 2011) e em breve será publicado Gênesis (Stuttgart, 2015).
102
BHS. A vocalização da BHS é a mais antiga, datando da época dos massoretas, como ates-
tada no Códice L.
No versículo 4, a locução (hebr. que ele) possui o sinal maqqef e uma vez o acento
conjuntivo munnah. A mesma expressão é vocalizada como (hebr. que ele), sem o
sinal maqqef e possuindo duas vezes o acento conjuntivo munnah na BHS.
Nos versículos 4 e 5, o título divino (hebr. o Deus) possui o acento secundário
meteg no Textus Receptus. A mesma nominação divina é vocalizada como (hebr. o
Deus) sem o referido acento na BHS.
No versículo 5, a locução (hebr. os pais) possui o acento secundário meteg no Textus
Receptus. A mesma expressão é vocalizada como (hebr. os pais) sem o referido
acento na BHS.
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Hebraica de Ernst Würthwein. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2013.
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trópolis: Vozes, 1996, p. 310-324.
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Stuttgartensia. 3. ed. Subsidia Biblica 8. Roma: Pontificium Institutum Biblicum, 2001.
WÜRTHWEIN, Ernst. The Text of the Old Testament: An Introduction to the Biblia Hebraica. 2. ed.
Grand Rapids: Eerdmans, 1995.
103
24. Utilização da Edição
Biblia Hebraica Stuttgartensia (BHS)
A edição Biblia Hebraica Stuttgartensia (BHS) (Stuttgart, 1967-1977), editada pelos es-
tudiosos alemães Karl Elliger e Wilhelm Rudolph, é publicada pela Deutsche Bibel-
gesellschaft (Sociedade Bíblica Alemã), em Stuttgart, Alemanha. A mesma edição é publicada
no Brasil pela Deutsche Bibelgesellschaft e pela Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) (Stuttgart-
Barueri, 2009). A referida obra é a base do Antigo Testamento Interlinear Hebraico-Português (ATI)
(Barueri, 2012-), editado pela SBB. A BHS tem por base o texto e as anotações massoréticas
do Códice de Leningrado B19a (L). Este códice massorético, datado de 1008-1009, é um dos
mais importantes, sendo o manuscrito mais antigo que contém a totalidade do texto bíblico
hebraico. Hoje, o Códice L pertence à Biblioteca Nacional Russa, em São Petersburgo, na
Rússia. A BHS é a atual edição crítica padrão do texto da Bíblia Hebraica para o mundo
erudito, sendo composta por quatro componentes principais:
Texto bíblico hebraico baseado no Códice L. O texto principal da edição → A.
Anotações da masora parva do Códice L. Anotações marginais laterais → B.
Aparato massorético: referência às listas da masora magna do Códice L que são encontradas
na Massorah Gedolah iuxta Codicem Leningradensem B19a. → C.
Aparato crítico. Observações sobre questões textuais entre versões e manuscritos → D.
C
D
A: A BHS reproduz de maneira diplomática o texto do Códice L, em todos os seus detalhes
textuais. Os erros do copista responsável pela confecção do Códice L são mantidos no
texto principal. Os erros de cópia são comentados no aparato crítico.
104
B: Anotações da masora parva do Códice L. Anotações curtas sobre detalhes textuais. Al-
gumas notas são complementadas pela masora magna.
105
Referência no aparato massorético: 1Mm 3789. Na lista Mm 3789 da Massorah Gedolah são
encontradas as informações sobre a palavra (hebr. E no ano de) em Esdras 1.1:
(a palavra [hebr. E no ano de] ocorre 10 vezes na Bíblia Hebraica, nove das quais
no início de versículo e as suas referências bíblicas são: [no início de versículo] 1Rs 15.1;
15.9; 2Rs 8.16; 9.29; Dn 2.1; Ed 1.1; 2Cr 17.7; 34.8; 36.22 e [no meio de versículo] Jr 17.8).
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106
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WÜRTHWEIN, Ernst. The Text of the Old Testament: An Introduction to the Biblia Hebraica. 2. ed.
Grand Rapids: Eerdmans, 1995.
107
25. Utilização do Software BibleWorks - BHS
a. Introdução
O software bíblico BibleWorks é um programa para todos aqueles que trabalham com
textos bíblicos. O programa possui versões da Bíblia em inúmeras línguas, como português,
espanhol, italiano, inglês, francês, alemão, coreano, chinês, árabe, entre outras línguas, além
de possuir várias edições da Bíblia em cada uma dessas linguagens. O software BibleWorks
possui, ainda, gramáticas, dicionários, concordâncias, entre outros recursos. Além das ver-
sões bíblicas em línguas modernas, o software possui a maior parte das versões clássicas da
Bíblia, como o Texto Massorético (hebraico), a Septuaginta (grego), a Vulgata (latim), o Tar-
gum (aramaico) e a Peshitta (siríaco). Para o estudante de teologia, os dois principais textos
bíblicos são o Antigo Testamento hebraico (a Bíblia Hebraica) e o Novo Testamento grego.
A edição principal do Antigo Testamento hebraico é a Biblia Hebraica Stuttgartensia (BHS) (5.
ed, 1997), que no programa é designada pela sigla WTT. As três colunas principais do pro-
grama são as seguintes:
Coluna da esquerda: concordância onde constam todas as ocorrências de uma determi-
nada palavra ou expressão, que é assinalada no texto bíblico hebraico.
Coluna central: texto bíblico hebraico da BHS.
Coluna da direita: dicionário ou gramática do hebraico bíblico.
Abaixo, a imagem mostra a entrada Hebrew (ingl. hebraico), na qual são listadas vá-
rias versões bíblicas em hebraico, aramaico e siríaco. A principal versão é aquela designada
pela sigla WTT Leningrad Hebrew Old Testament (ingl. Antigo Testamento Hebraico de
Leningrado), que é o texto da BHS. Tal edição tem por base o Códice de Leningrado B19a
(L) (1008-1009), um dos principais manuscritos massoréticos no texto bíblico hebraico.
108
b. O substantivo em Deuteronômio 1.2
A imagem abaixo mostra, na coluna central, o texto bíblico hebraico da BHS, em
Deuteronômio 1.2, destacando o substantivo em estado construto singular (hebr. o ca-
minho de), que é assinalado em cor amarela. A coluna da esquerda, que é uma concordância,
mostra todas as passagens onde o substantivo em relevo ocorre no texto bíblico hebraico. A
coluna da direita, que é um léxico, fornece informações gramaticais sobre o vocábulo em
realce. A janela em formato de pop-up, em cor amarela clara, na coluna central, fornece infor-
mações sucintas como significado básico e breve classificação gramatical.
Detalhe para ser comentado é sobre a coluna da esquerda: a concordância lista, uni-
camente, a forma da palavra que aparece no texto bíblico hebraico em Deuteronômio 1.2,
sem atentar para outras formas. Neste caso, a concordância lista a lexia (hebr. o caminho
de) em forma singular, em estado construto, mas sem nenhum componente gramatical, como
artigo, preposição, conjunção, sufixo pronominal etc. De acordo com a concordância, esta
forma da palavra ocorre em 177 versículos, entre os quais Gênesis 3.24; 18.19; 30.36; Êxodo
3.18; Números 20.17; Deuteronômio 1.2 etc. Note que a palavra é destacada em cor amarela
na lista de versículos bíblicos.
A coluna da direita mostra o verbete dedicado ao item lexical (hebr. caminho),
em estado absoluto singular, no léxico The Concise Hebrew and Aramaic Lexicon of the Old Testa-
ment, de William L. Holladay. Este léxico possui versão em português, sendo intitulado Léxico
Hebraico e Aramaico do Antigo Testamento (São Paulo: Vida Nova, 2010).
Na coluna da direita, constam várias informações gramaticais, como a forma da pa-
lavra no estado absoluto singular (), o estado construto, a forma plural, a forma em pausa
e a palavra com os vários sufixos pronominais. Além disso, há os significados (caminho,
estrada, maneira, costume etc.) e referências bíblicas onde aparece (Gn 3.24; Dt 19.3; 1Sm
21.6; Is 59.8 etc.). A janela em formato de pop-up fornece informações gramaticais básicas
sobre o vocábulo em Deuteronômio 1.2:
caminho, estrada, distância, jornada, maneira
substantivo comum ambos construto singular
109
c. A forma verbal em Deuteronômio 1.11
A próxima imagem mostra, na coluna central, o texto bíblico hebraico da BHS, em
Deuteronômio 1.11, destacando a forma verbal (hebr. falou), assinalada em cor amarela.
A coluna da esquerda mostra todas as passagens onde a referida forma verbal aparece no
texto bíblico hebraico. A coluna da direita fornece informações gramaticais sobre o mesmo
item verbal. A janela em formato de pop-up, em cor amarela clara, na coluna central, fornece
informações sucintas sobre o verbo, como significado básico e breve descrição gramatical.
Detalhe para ser comentado é sobre a coluna da esquerda: a concordância lista, uni-
camente, o item verbal que aparece no texto bíblico hebraico em Deuteronômio 1.11. Neste
caso, a concordância lista a forma verbal (hebr. falou), que é relacionada com a raiz
verbal II , na conjugação piel, sendo a terceira pessoa masculina singular, no tempo per-
feito. De acordo com a concordância, esta forma verbal consta em 757 versículos, entre os
quais Gênesis 12.4; 17.23; 18.19; 21.2; 23.16; 35.15; 42.30 etc. Note que a forma verbal é
destacada em cor amarela na lista de versículos bíblicos. Observação: o software BibleWorks
reconhece apenas as consoantes da palavra e não a sua vocalização. Com isso, é necessário
examinar cada versículo para saber exatamente as ocorrências da forma verbal em destaque
no texto bíblico na coluna central do software.
A coluna da direita mostra o verbete dedicado às várias formas da raiz verbal II,
nas conjugações piel, pual, nifal e hitpael no léxico de Holladay. Observe que a mencionada
obra lexicográfica fornece todas as formas da raiz verbal em destaque, os significados (falar,
prometer, ordenar, conversar etc.) e as passagens bíblicas onde aparecem (Êx 4.14; Jz 5.12;
Jr 32.42; Sl 119.23 etc.). A janela em formato de pop-up fornece informações gramaticais bá-
sicas sobre a expressão em Deuteronômio 1.11:
qal: falar; nifal: falar com; piel: falar; pual: ser falado; hitpael: falar; hifil: conduzir
verbo piel perfeito terceira pessoa masculina singular, homônimos: 2
110
d. A palavra em Deuteronômio 1.8
A imagem abaixo mostra, na coluna central, o texto bíblico hebraico da BHS, em Deu-
teronômio 1.8, destacando a palavra (hebr. a terra), que é assinalada em cor amarela.
A coluna da esquerda mostra todas as passagens onde o vocábulo em relevo ocorre no texto
bíblico hebraico. A coluna da direita fornece informações gramaticais sobre a lexia em realce.
A janela em formato de pop-up, em cor amarela clara, na coluna central, fornece informações
sucintas sobre a palavra, como significado básico e breve classificação gramatical.
Detalhe para ser comentado é sobre a coluna da esquerda: a concordância lista, uni-
camente, a forma da palavra que aparece no texto bíblico hebraico em Deuteronômio 1.8,
sem atentar para outras formas da palavra em destaque. Neste caso, a concordância lista a
palavra (hebr. a terra), com ou sem a partícula de objeto direto, com artigo definido,
com ou sem o sinal maqqef e a palavra no singular. De acordo com a concordância, esta lexia
ocorre em 853 versículos, entre os quais Gênesis 1.1; 1.12; 1.29; 6.17; 7.3; 7.14 etc. Note que
a expressão é destacada em cor amarela na lista de versículos bíblicos.
A coluna da direita mostra o verbete dedicado à palavra (hebr. terra) no léxico
de Holladay, destacando, ainda, a partícula de objeto direto e o artigo definido . Observe
que a mencionada obra lexicográfica fornece vários significados do item lexical (terra, chão,
território, país etc.) e as passagens bíblicas onde aparece (Gn 18.2; Êx 15.12; Is 1.2; Sl 1.4
etc.). Tal detalhamento gramatical aparece, igualmente, na janela em pop-up em cor amarela
clara, na coluna central que possui o texto bíblico hebraico em Deuteronômio 1.8:
(1) com (denotando proximidade); (2) enxadão; (3) sinal não traduzível de caso acusa-
tivo
partícula de objeto direto homônimo do marcador 1
o
partícula, artigo
terra, país, chão
substantivo comum feminino absoluto singular
111
e. O vocábulo em Deuteronômio 1.13
A imagem abaixo mostra, na coluna central, o texto bíblico hebraico da BHS, em
Deuteronômio 1.13, destacando o vocábulo (hebr. conforme as vossas tribos), que
é assinalado em cor amarela. A coluna da esquerda mostra todas as passagens onde a palavra
em relevo ocorre no texto bíblico hebraico. A coluna da direita fornece informações grama-
ticais sobre a lexia em destaque. A janela em formato de pop-up, em cor amarela clara, na
coluna central, fornece informações sucintas sobre a palavra, como significado básico e breve
descrição gramatical.
Detalhe para ser observado é sobre a coluna da esquerda: a concordância lista, uni-
camente, a forma do vocábulo que aparece no texto bíblico hebraico em Deuteronômio 1.13,
sem atentar para outras formas da mesma. Neste caso, a concordância lista a palavra
(hebr. conforme as vossas tribos), com preposição inseparável, com sufixo pronominal de
segunda pessoa masculina plural e a palavra no plural. De acordo com a concordância, tal
locução ocorre em apenas cinco versículos: Deuteronômio 1.13; 1.15; Josué 7.14; 23.4 e 1Sa-
muel 10.19. Note que a lexia é destacada em cor amarela na lista de versículos bíblicos.
A coluna da direita mostra o verbete dedicado à palavra (hebr. tribo) no léxico de
Holladay, destacando, ainda, a preposição inseparável e formas da referida palavra com
vários sufixos pronominais. Observe que a mencionada obra lexicográfica fornece vários
significados do item lexical (tribo, vara, bastão etc.) e as passagens bíblicas onde aparece (Gn
27.37; Lv 27.32; 2Sm 7.14; Is 11.4 etc.). Tal detalhamento gramatical aparece, igualmente, na
janela em pop-up em cor amarela clara, na coluna central que possui o texto bíblico hebraico
em Deuteronômio 1.13:
para, em direção a, em, de acordo com, a respeito de
partícula, preposição
vara, bastão, clava, cetro, tribo
substantivo comum masculino construto plural
sufixo de segunda pessoa masculina plural
112
f. Antigo Testamento Interlinear Hebraico-Português e BibleWorks
Abaixo, uma análise de Êxodo 1.9 e de 1Samuel 12.1, tendo como base a tradução
do Antigo Testamento Interlinear Hebraico-Português, vol. 1: Pentateuco (SBB, 2012) e Antigo Testa-
mento Interlinear Hebraico-Português, vol. 2: Profetas Anteriores (SBB, 2014) (ATI) e com as infor-
mações do software BibleWorks. Observação: os números sobrescritos conectam as palavras e
expressões do texto bíblico hebraico com os quadros em cor bege com as informações das
janelas em formato pop-up que aparecem na coluna central que apresenta o texto bíblico he-
braico no software BibleWorks.
Êxodo 1.9
5 4 3 2 1
os filhos de o povo de Eis que ao povo dele: e disse
9 8 7 6
do que nós. e poderoso numeroso Israel,
1
e, então, assim, quando, qal: dizer; nifal: ser dito, chamado;
agora, ou, mas, que hifil: declarar; hitpael: gloriar-se
partícula, conjunção verbo qal waw consecutivo imperfeito terceira pessoa
masculina singular; homônimo: 1
2
para, em, em direção a povo, parente, nação, tribo
partícula, preposição substantivo comum masculino construto singular
sufixo de terceira pessoa masculina singular
partícula, interjeição
4
povo, parente, nação, tribo
substantivo comum masculino construto singular
5
filho, descendente
substantivo comum masculino construto plural; homônimo: 1
8
e, então, assim, quando, poderoso, numeroso
agora, ou, mas, que adjetivo masculino absoluto singular
partícula, conjunção
9
de, desde, por, por razão de, em, por causa de, mais do que
partícula, preposição
sufixo de primeira pessoa comum plural
113
1Samuel 12.1
6 5 4 3 2 1
a vossa voz, escutei Eis que a todo Israel: Samuel Então, disse
12 11 10 9 8 7
rei. sobre vós e fiz reinar a mim; o que dissestes em tudo
1
e, então, assim, quando, qal: dizer; nifal: ser dito, chamado;
agora, ou, mas, que hifil: declarar; hitpael: gloriar-se
partícula, conjunção verbo qal waw consecutivo imperfeito terceira pessoa
masculina singular; homônimo: 1
2
(“nome de Deus”)
nome próprio sem gênero, sem número, sem estado
3
para, em, em direção a tudo, cada, todo, Israel (“Deus luta”)
partícula, preposição o todo, algum nome próprio sem gênero, sem
substantivo comum número, sem estado
masculino singular
construto
4
eis!, eis que
partícula, interjeição
5
qal: escutar; nifal: ser escutado
hifil: fazer escutar; piel: fazer escutar
verbo qal perfeito primeira pessoa comum singular
8
quem, qual, que, porque, qal: dizer; nifal: ser dito, chamado;
quando, por causa de hifil: declarar; hitpael: gloriar-se
partícula relativa verbo qal perfeito segunda pessoa masculina plural;
homônimo: 1
9
para, em direção a, em, de acordo com, a respeito de
partícula, preposição
sufixo de primeira pessoa comum singular
10
e, então, assim, quando, qal: ser rei, reinar; hifil: fazer reinar;
agora, ou, mas, que hofal: tornar-se rei
partícula, conjunção verbo hifil waw consecutivo imperfeito primeira pessoa
comum singular; homônimo: 1
114
11
(1) sobre, acima de, por causa de, contra; (2) altura
partícula, preposição
sufixo de segunda pessoa masculina plural; homônimos: 2
12
rei
substantivo comum masculino singular absoluto; homônimo: 1
g. Download
Abaixo está o título completo do software e informações para download.
BibleWorks 8: Software for Biblical Exegesis and Research. Norfolk: Bibleworks, LLC, 2008.
Sites para download:
www.bibleworks.com.
www.4shared.com.
194.71.107.80/torrent/5359588/BibleWorks_8.
Exercícios.
α. Fazer a classificação gramatical de Números 1.26 e de 2Reis 17.1, tendo como base a obra
Antigo Testamento Interlinear Hebraico-Português (ATI), vols. 1 e 2 com as informações do software
BibleWorks ou com as informações da página www.biblehub.com.
115
26. Verbo no Hebraico Bíblico: Introdução Panorâmica
a. Introdução
Este estudo apresenta os principais aspectos do sistema verbal do hebraico bíblico,
servindo como introdução panorâmica ao assunto.
b. Características gerais
O sistema verbal do hebraico bíblico consiste nos seguintes componentes:
Tempos verbais Perfeito (ação concluída [passado]), imperfeito (ação não concluída
[futuro]) e particípio (ação em andamento [presente]).
Pessoas Eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles e elas.
Número Singular e plural.
Conjugações Três vozes ativas, três vozes passivas e uma voz reflexiva.
Raízes verbais Raiz com três letras consonantais (raízes triconsonantais), que forma
a base dos verbos (o núcleo do verbo).
c. Raiz verbal
No hebraico bíblico, os verbos são formados tendo como base, normalmente, uma
raiz verbal constituída por três letras consonantais. Sobre a raiz verbal são colocados prefixo
(para indicar o imperfeito [ação que não foi concluída]), sufixos (para indicar o perfeito [ação
que foi concluída]) ou infixos (para indicar o particípio [ação em andamento]), formando,
assim, a forma verbal de acordo com tempo, pessoa e conjugação etc. Exemplos com a raiz
verbal (guardar) na conjugação qal (ação simples ativa) são dados a seguir:
(guardará): a raiz verbal com prefixo pronominal de terceira pessoa mascu-
lina singular do imperfeito.
(guardaram): a raiz verbal com sufixo pronominal de terceira pessoa mascu-
lina plural do perfeito.
(o que guarda): a raiz verbal com infixo pronominal de terceira pessoa mas-
culina singular do particípio.
Algumas raízes verbais muito frequentes no texto bíblico hebraico são as seguintes:
→ amar, gostar.
→ edificar, ser edificado, construir, ser construído, reedificar, constituir família.
→ abençoar, ser abençoado, bendizer, ser bendito, abençoar-se.
→ crescer, ser grande, tornar-se grande, tornar grande, deixar crescer.
→ gerar, fazer gerar, ser gerado, parir, nascer, ser nascido, assistir ao parto.
→ habitar, ser habitado, fazer habitar, residir, morar, assentar-se, sentar-se.
→ salvar, ser salvo, libertar, redimir, socorrer, auxiliar, dar assistência.
→ reinar, ser rei, tornar-se rei, fazer reinar, dominar.
→ ungir, ser ungido, untar, ser untado, besuntar.
→ erguer, erguer-se, carregar, fazer carregar, levar, ser levado, suportar.
→ servir, fazer servir, trabalhar, ser trabalhado, prestar culto.
→ subir, fazer subir, ascender, ofertar, ser ofertado, ser levado embora.
→ ser justo, mostrar-se justo, justificar, justificar-se, fazer justiça.
→ ordenar, mandar, dar ordens, receber ordens, ser comandado.
→ santificar, ser santificado, declarar santo, consagrar, ser consagrado.
→ levantar-se, fazer levantar, ser levantado, erguer, pôr de pé, validar.
116
→ retornar, voltar, restaurar, retribuir, reverter, restabelecer, converter-se.
→ escutar, fazer escutar, ouvir, prestar a atenção, obedecer, atender.
→ guardar, guardar-se, ser guardado, proteger, conservar, manter.
→ julgar, entrar em juízo, exercer a função de juiz, sentenciar, decidir.
Os dicionários de hebraico bíblico enumeram (I, II, III etc.) aquelas raízes verbais
que possuem significados distintos, como as seguintes:
I → dizer, ser dito, fazer dizer.
II → vangloriar-se, gloriar-se em.
Nos dicionários de hebraico bíblico, sempre o verbo é mostrado por meio da raiz
verbal constituída por três letras consonantais. Logo em seguida, há as conjugações, as prin-
cipais formas verbais registradas no texto bíblico hebraico, os possíveis significados e refe-
rências bíblicas. A seguir, como exemplo, a raiz verbal na obra de William L. Holladay
(ed.), Léxico Hebraico e Aramaico do Antigo Testamento (São Paulo: Vida Nova, 2010), p. 280.
117
Observação importante: nos dicionários de hebraico bíblico, sempre são encontradas
as raízes verbais e as formas verbais que são registradas ao longo do texto da Bíblia Hebraica.
No período bíblico (c. séc. 12 a.C. ao 2º séc. a.C.), existiam outras raízes verbais e outras
formas verbais, mas que não foram registradas no texto bíblico hebraico. O dicionário que
registra mais raízes verbais hebraicas, não somente aquelas encontradas no hebraico bíblico,
mas também aquelas achadas em outros documentos, como os Manuscritos do Mar Morto,
entre outros, é a obra de David J. A. Clines (ed.), The Dictionary of Classical Hebrew (9 vols.,
Sheffield: Sheffield Phoenix Press, 1993-2015). Uma edição concisa do mesmo autor em um
único volume é a The Concise Dictionary of Classical Hebrew (Sheffield: Sheffield Phoenix Press,
2009).
A maior parte dos substantivos do hebraico bíblico é derivada de raízes verbais, como
nos exemplos abaixo:
(peregrinar) → (peregrino), (peregrinação).
(abater) → (abate), (abate), (cozinheiro de carne).
(gerar) → (menino), (menina), (nascido), (infância).
(salvar) → (salvação), (salvação), (salvação), (salvador).
(reinar) → (rei), (rainha), (reino), (reinado).
(ungir) → (unção), (unção), (ungido).
(profetizar) → (profeta), (profetisa), (profecia).
(ser justo) → (justo), (justo), (justiça).
(congregar) → (congregação), (congregação), (congregação).
(alegrar) → (alegre), (alegria).
118
(residir) → (residente), (residência, tabernáculo), (residência).1
(julgar) → (juiz), (julgamento), (juízo).
d. Verbo forte
Verbo forte ou verbo regular é aquele que possui três consoantes fortes na sua raiz,
na conjugação qal, no tempo perfeito, na terceira pessoa masculina singular. As consoantes
fortes são as seguintes: , , , , , , , , (esta última quando for a consoante final de
alguma raiz), , , , , (esta última somente quando for a consoante final de alguma raiz),
, e . Isso significa que as três consoantes do verbo forte estarão sempre presentes nas
diversas formas verbais. Exemplos de algumas raízes do verbo forte:
(buscar, procurar) (ser santo, santificar)
I (crescer, ser grande, tornar grande) (matar, assassinar)
(reinar, ser rei) (residir)
(esmigalhar) (guardar)
(ser justo) (julgar)
Exemplos de formas verbais de verbos fortes, onde as consoantes da raiz estão sem-
pre presentes:
I (cresceste), (crescerá), (fez crescer), (o que faz crescer).
(reinar), (reinaram), (a que reina), (fazer reinar).
(matará), (o que mata), (o que é matado), (matei).
(residirei), (a que reside), (para fazer residir), (para residir).
e. Verbo fraco
Verbo fraco ou verbo irregular é aquele que possui uma ou mais consoantes fracas
na sua raiz, na conjugação qal, no tempo perfeito, na terceira pessoa masculina singular. As
consoantes fracas são as seguintes: , , , e às vezes . Verbo fraco também é aquele que
possui as consoantes , e quando são iniciais de alguma raiz verbal. Isso significa que as
três consoantes do verbo fraco nem sempre estarão todas presentes ou alguma delas pode
ser alterada nas diversas formas verbais. Exemplos de algumas raízes do verbo fraco:
I (armar tenda) (salvar)
(clarear, luzir) (fugir, escapar)
(cobrir, tapar) (cair)
(gerar) (fazer, cumprir)
(sair) (escutar, ouvir)
Exemplos de formas verbais de verbos fracos, em que alguma das consoantes da raiz
podem desaparecer ou podem ser alteradas:
(fará clarear), (que faça clarear), (o que faz clarear), (e clareou).
(foi salvo), (serei salvo), (salvará), (o que salva).
(cairá), (o que faz cair), (fazer cair), (fará cair).
(fizeram), (fazer), (os que fazem), (e fez).
1 Essa palavra não é registrada no hebraico bíblico, mas é encontrada no hebraico rabínico.
119
f. Tempos verbais
O sistema verbal do hebraico bíblico possui os seguintes tempos e funções:
Tempos
Perfeito: (criou, cf. Gn 1.1).
Imperfeito: (permanecerão, cf. Nm 1.5).
Particípio: (o que cavalga [cavaleiro], cf. Dt 33.26).
Infinitivo
Infinitivo absoluto: (recordar, cf. Êx 20.8).
Infinitivo construto: (para dizer ou dizendo, cf. Dt 1.6).
Aspecto verbal
Wayyiqtol: (e chamou, cf. Lv 1.1).
Weqatal: (e derramará, cf. Lv 2.1).
Êxodo 20.9
toda a tua obra; e farás trabalharás dias Seis de
Perfeito
Genesis 6.8
YHWH. aos olhos de graça encontrou E Noé
Gênesis 6.9
120
justo homem Noé, Noé, as gerações Estas
de
caminhava Noé. com o Deus nas gerações dele; era íntegro
Particípio
Gênesis 4.2
o que e era Abel, a Abel; o irmão dele, a gerar E continuou
apascentava
solo. o que era e gado miúdo,
trabalhava Caim
Salmo 121.2
e terra. céus o que fez YHWH; de junto de O meu auxílio
Gênesis 1.9a
de debaixo de as águas Que se ajuntem Deus: E disse
a terra seca. e que apareça um, para local os céus
Coortativo
Gênesis 1.26a
(...)
como a nossa com a humano Façamos Deus: E disse
semelhança; (...) nossa imagem,
Gênesis 11.3a
em e tijolos façamos Vamos, ao cada E
incineração. incineremos tijolos próximo um disseram
dele:
121
Explicação dos infinitivos:
Infinitivo absoluto: indica a forma do verbo no infinitivo, sem preposição prefixada
(dizer, recordar, reinar, ordenar etc.).
Infinitivo construto: indica a forma do verbo no infinitivo, com preposição prefixada,
podendo ser traduzida, também, como gerúndio (para dizer ou dizendo; para recordar ou
recordando; para reinar ou reinando; para ordenar ou ordenando etc.).
1Samuel 1.10b
(...)
pranteou. e prantear a YHWH (...) e orou
Infinitivo construto
Êxodo 20.1
dizendo: as estas, todas as palavras Deus E falou
Joel 2.21
em fazer. YHWH porque torna e te alegra, jubila solo; Que não temas,
grande
Ageu 1.12a
(...)
o filho de Salatiel, (...) Zorobabel, Então, escutou
122
Weqatal
Deuteronômio 6.3a
(...)
a ti, (...) vá bem o que para cumprir e guardarás Israel E escutarás
Naum 3.6
como e te porei e te objetos sacros sobre ti E lançarei
espetáculo. menosprezarei; repugnantes,
h. Conjugações verbais
O hebraico bíblico possui sete tipos de conjugação. Cada conjugação indica o tipo da
ação verbal exercida ou sofrida pelo sujeito:
qal ( ou ): ação simples, voz ativa.
nifal (): ação simples, voz passiva.
piel (): ação intensiva, voz ativa.
pual (): ação intensiva, voz passiva.
hifil (): ação causativa, voz ativa.
hofal (): ação causativa, voz passiva.
hitpael (): ação reflexiva.
Exemplo: as raízes verbais (matar), (quebrar) e I (ser grande) conjugadas
nas sete conjugações, na terceira pessoa masculina singular do tempo perfeito.
qal: (matou); (quebrou); (foi grande).
nifal: (foi morto); (foi quebrado); (tornou-se grande).
piel: (assassinou); (estraçalhou); (tornou grande).
pual: (foi assassinado); (foi estraçalhado); (foi tornado grande por).
hifil: (fez matar); (fez quebrar); (tornou [algo] grande).
hofal: (foi morto por); (foi quebrado por); ([algo] foi tornado grande por).
hitpael: (se matou); (se quebrou); (se tornou grande).
qal
perfeito
singular plural
1ª cm. (matei) 1ª cm. (matamos)
2ª mc. (mataste) 2ª mc. (matastes)
2ª fm. (mataste) 2ª fm. (matastes)
3ª mc. (matou) 3ª mc. (mataram)
3ª fm. (matou) 3ª fm. (mataram)
imperfeito
singular plural
1ª cm. (matarei) 1ª cm. (mataremos)
2ª mc. (matarás) 2ª mc. (matareis)
2ª fm. (matarás) 2ª fm. (matareis)
3ª mc. (matará) 3ª mc. (matarão)
3ª fm. (matará) 3ª fm. (matarão)
particípio
singular plural
ativ. mc. (o que mata) ativ. mc. (os que matam)
ativ. fm. (a que mata) ativ. fm. (as que matam)
pass. mc. (o que é morto) pass. mc. (os que são mortos)
pass. fm. (a que é morta) pass. fm. (as que são mortas)
imperativo
singular plural
2ª mc. (mata) 2ª mc. (matai)
2ª fm. (mata) 2ª fm. (matai)
infinitivo
inf. abs. (matar) inf. cs. (matar)
wayyiqtol
wayyiq. (e matou)
weqatal
weqat. (e matará)
jussivo
juss. (que mate)
coortativo
coor. (que matemos)
124
nifal
perfeito
singular plural
1ª cm. (fui morto/a) 1ª cm. (fomos mortos/as)
2ª mc. (foste morto) 2ª mc. (fostes mortos)
2ª fm. (foste morta) 2ª fm. (fostes mortas)
3ª mc. (foi morto) 3ª mc. (foram mortos)
3ª fm. (foi morta) 3ª fm. (foram mortas)
imperfeito
singular plural
1ª cm. (serei morto/a) 1ª cm. (seremos mortos/as)
2ª mc. (serás morto) 2ª mc. (sereis mortos)
2ª fm. (serás morta) 2ª fm. (sereis mortas)
3ª mc. (será morto) 3ª mc. (serão mortos)
3ª fm. (será morta) 3ª fm. (serão mortas)
particípio
singular plural
ativ. mc. não existe ativ. mc. não existe
ativ. fm. não existe ativ. fm. não existe
pass. mc. (o que é morto) pass. mc. (os que são mortos)
pass. fm. (o que é morta) pass. fm. (as que são mortas)
imperativo
singular plural
2ª mc. (sê morto) 2ª mc. (sede mortos)
2ª fm. (sê morta) 2ª fm. (sede mortas)
infinitivo
inf. abs. ou (ser morto) inf. cs. (ser morto)
wayyiqtol
wayyiq. (e foi morto)
weqatal
weqat. (será morto)
jussivo
juss. (que seja morto)
coortativo
coor. (que sejamos mortos)
piel
perfeito
singular plural
1ª cm. (assassinei) 1ª cm. (assassinamos)
2ª mc. (assassinaste) 2ª mc. (assassinastes)
125
2ª fm. (assassinaste)
2ª fm. (assassinastes)
3ª mc. (assassinou) 3ª mc. (assassinaram)
3ª fm. (assassinou) 3ª fm. (assassinaram)
imperfeito
singular plural
1ª cm. (assassinarei) 1ª cm. (assassinaremos)
2ª mc. (assassinarás) 2ª mc. (assassinareis)
2ª fm. (assassinarás) 2ª fm. (assassinareis)
3ª mc. (assassinará) 3ª mc. (assassinarão)
3ª fm. (assassinará) 3ª fm. (assassinarão)
particípio
singular plural
ativ. mc. (o que assassina) ativ. mc. (os que assassinam)
ativ. fm. (a que assassina) ativ. fm. (as que assassinam)
pass. mc. não existe pass. mc. não existe
pass. fm. não existe pass. fm. não existe
imperativo
singular plural
2ª mc. (assassina) 2ª mc. (assassinai)
2ª fm. (assassina) 2ª fm. (assassinai)
infinitivo
inf. abs. (assassinar) inf. cs. (assassinar)
wayyiqtol
wayyiq. (e assassinou)
weqatal
weqat. (e assassinará)
jussivo
juss. (que assassine)
coortativo
coor. (que assassinemos)
pual
perfeito
singular plural
1ª cm. (fui assassinado/a) 1ª cm. (fomos assassinados/as)
2ª mc. (foste assassinado) 2ª mc. (fostes assassinados)
2ª fm. (foste assassinada) 2ª fm. (fostes assassinadas)
3ª mc. (foi assassinado) 3ª mc. (foram assassinados)
3ª fm. (foi assassinada) 3ª fm. (foram assassinadas)
126
imperfeito
singular plural
1ª cm. (serei assassinado/a) 1ª cm. (seremos assassinados/as)
2ª mc. (serás assassinado) 2ª mc. (sereis assassinados)
2ª fm. (serás assassinada) 2ª fm. (sereis assassinadas)
3ª mc. (será assassinado) 3ª mc. (serão assassinados)
3ª fm. (será assassinada) 3ª fm. (serão assassinadas)
particípio
singular plural
ativ. mc. não existe ativ. mc. não existe
ativ. fm. não existe ativ. fm. não existe
pass. mc. (o que é assassinado) pass. mc. (os que são assassinados)
pass. fm. (a que é assassinada) pass. fm. (as que são assassinadas)
imperativo
singular plural
2ª mc. não existe 2ª mc. não existe
2ª fm. não existe 2ª fm. não existe
infinitivo
inf. abs. (ser assassinado) inf. cs. (ser assassinado)
wayyiqtol
wayyiq. (e foi assassinado)
weqatal
weqat. (e será assassinado)
jussivo
juss. (que seja assassinado)
coortativo
coor. (que assassinemos)
hifil
perfeito
singular plural
1ª cm. (fiz matar) 1ª cm. (fizemos matar)
2ª mc. (fizeste matar) 2ª mc. (fizestes matar)
2ª fm. (fizeste matar) 2ª fm. (fizestes matar)
3ª mc. (fez matar) 3ª mc. (fizeram matar)
3ª fm. (fez matar) 3ª fm. (fizeram matar)
imperfeito
1ª cm. (farei matar) 1ª cm. (faremos matar)
2ª mc. (farás matar) 2ª mc. (fareis matar)
2ª fm. (farás matar) 2ª fm. (fareis matar)
3ª mc. (fará matar) 3ª mc. (farão matar)
127
3ª fm. (fará matar) 3ª fm. (farão matar)
particípio
singular plural
ativ. mc. (o que faz matar) ativ. mc. (os que fazem matar)
ativ. fm. (a que faz matar) ativ. fm. (as que fazem matar)
pass. mc. não existe pass. mc. não existe
pass. fm. não existe pass. fm. não existe
imperativo
singular plural
2ª mc. (faze matar) 2ª mc. (fazei matar)
2ª fm. (faze matar) 2ª fm. (fazei matar)
infinitivo
inf. abs. (fazer matar) inf. cs. (fazer matar)
wayyiqtol
wayyiq. (e fez matar)
weqatal
weqat. (e fará matar)
jussivo
juss. (que faça matar)
coortativo
coor. (que façamos matar)
hofal
perfeito
singular plural
1ª cm. (fui morto/a por) 1ª cm. (fomos mortos/as por)
2ª mc. (foste morto por) 2ª mc. (fostes mortos por)
2ª fm. (foste morta por) 2ª fm. (fostes mortas por)
3ª mc. (foi morto por) 3ª mc. (foram mortos por)
3ª fm. (foi morta por) 3ª fm. (foram mortas por)
imperfeito
singular plural
1ª cm. (serei morto/a por) 1ª cm. (seremos mortos/as por)
2ª mc. (serás morto por) 2ª mc. (sereis mortos por)
2ª fm. (serás morta por) 2ª fm. (sereis mortas por)
3ª mc. (será morto por) 3ª mc. (serão mortos por)
3ª fm. (será morta por) 3ª fm. (serão mortas por)
particípio
singular plural
ativ. mc. não existe ativ. mc. não existe
128
ativ. fm. não existe ativ. fm. não existe
pass. mc. (o que é morto por) pass. mc. (os que são mortos por)
pass. fm. (a que é morta por) pass. fm. (as que são mortas por)
imperativo
singular plural
2ª mc. não existe 2ª mc. não existe
2ª fm. não existe 2ª fm. não existe
infinitivo
inf. abs. (ser morto por) inf. cs. (ser morto por)
wayyiqtol
wayyiq. (e foi morto por)
weqatal
weqat. (e será morto por)
jussivo
juss. (que seja morto por)
coortativo
coor. (sejamos mortos/as por)
hitpael
perfeito
singular plural
1ª cm. (me matei) 1ª cm. (nos matamos)
2ª mc. (te mataste) 2ª mc. (vos matastes)
2ª fm. (te mataste) 2ª fm. (vos matastes)
3ª mc. (se matou) 3ª mc. (se mataram)
3ª fm. (se matou) 3ª fm. (se mataram)
imperfeito
singular plural
1ª cm. (me matarei) 1ª cm. (nos mataremos)
2ª mc. (te matarás) 2ª mc. (vos matareis)
2ª fm. (te matarás) 2ª fm. (vos matareis)
3ª mc. (se matará) 3ª mc. (se matarão)
3ª fm. (se matará) 3ª fm. (se matarão)
particípio
singular plural
ativ. mc. (o que se mata) ativ. mc. (os que se matam)
ativ. fm. (a que se mata) ativ. fm. (as que se matam)
pass. mc. não existe pass. mc. não existe
pass. fm. não existe pass. fm. não existe
129
imperativo
singular plural
2ª mc. (te mata) 2ª mc. (vos matai)
2ª fm. (te mata) 2ª fm. (vos matai)
infinitivo
inf. abs. (matar-se) inf. cs. (matar-se)
wayyiqtol
wayyiq. (e se matou)
weqatal
weqat. (e se matará)
jussivo
juss. (que se mate)
coortativo
coor. (que nos matemos)
Nifal
1Samuel 4.17b: (ser pegado).
(...)
Hofni morreram, os teus filhos (...) e também os dois de
foi pegada. o Deus e a arca de e Fineias,
130
Piel
Êxodo 32.19b: (estraçalhar).
(...)
as tábuas, desde as mãos dele e lançou Moisés, (...) e se inflamou a fúria
de
a montanha; debaixo de a elas e estraçalhou
Pual
Josué 9.4b: (ser rasgado), I (ser consertado).
(...)
e odres de para os jumentos deteriorados sacos (...) e pegaram
deles,
e os que estavam e os que estavam deteriorados, vinho
consertados; rasgados
Hifil
Gênesis 1.4: (fazer separação).
e fez separação que boa; a luz Deus E viu
a escuridão. e entre a luz entre Deus
Hofal
Êxodo 30.32a: II (ser untado).
o que é untado, não humano Sobre carne de
(...)
como ele; (...) fareis nem e na composição dele
131
que não o pão de pão ali não havia (...) porque
(...)
YHWH, (...) de perante os que foram as faces
afastados
Hitpael
Deuteronômio 33.5: (recolher-se).
cabeças de no se recolher rei; em Jesurum E se tornou
Israel. as tribos de juntos povo,
Exemplo da raiz verbal (matar), na conjugação qal, no tempo perfeito com sufixos
pronominais:
singular plural
(me matou) (nos matou)
(te matou [mc.]) (vos matou [mc.])
(te matou [fm.]) (vos matou [fm.])
(o matou) (os matou)
(a matou) (as matou)
Juízes 13.23b
(...)
como este. nos faria escutar nem (...) e como o tempo
132
1Reis 17.19b
que ele para a câmara e o fez subir do peito dela, E o pegou
superior
sobre a cama dele; e o fez deitar ali, o que habitava
Salmo 22.2a
(...)
me abandonaste? (...) por que o meu Deus, O meu Deus,
Salmo 34.12
vos ensinarei. YHWH o temor de escutai a mim; Andai, filhos,
Salmo 121.7
a tua pessoa. guardará de todo mal; te guardará YHWH
Exercícios.
α. Conjugar e traduzir a raiz verbal (julgar) na conjugação qal, no tempo perfeito.
β. Conjugar e traduzir a raiz verbal (derramar) na conjugação qal, no tempo imperfeito.
γ. Conjugar e traduzir a raiz verbal II (abençoar) na conjugação qal, nos particípios ativo
e passivo.
δ. Localizar no dicionário de hebraico bíblico de William L. Holladay ou no de Nelson Kirst
et alii as seguintes raízes verbais:
1. 12.
2. 13.
3. 14.
4. 15.
5. 16.
6. 17.
7. 18.
8. 19.
9. 20.
10. 21.
11. 22.
133
Referências Bibliográficas
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SEOW, Choon-Leong. A Grammar for Biblical Hebrew. Nashville: Abingdon Press, 1995, p. 145-
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WEINGREEN, Jacob. A Practical Grammar for Classical Hebrew. 2. ed. Oxford-New York: Clar-
endon Press-Oxford University Press, 1959, p. 75-242.
134
27. Vocabulário do Hebraico Bíblico
A Bíblia Hebraica possui cerca de 8.000 palavras em 23.191 versículos. Cerca de 2.000
vocábulos são hapax legomena (palavras que ocorrem apenas uma única vez). O número total
de palavras é de 304.901. Este “Vocabulário do Hebraico Bíblico” lista, em sequência alfa-
bética e por tópicos, aqueles itens lexicográficos mais frequentes que são registrados no texto
da Bíblia Hebraica.
a. Substantivos
pai noite
[de ] pobre [de I ] torre
senhor, dono I [de ] escudo
[de ] solo, chão [de ] morte
[de I ] tenda [de ] mensageiro, anjo
[de ] anseio, desejo [de I ] guerra
[de ] tesouro [de ] rei
[de II ] sinal, marca [de ] rainha
irmão [de ] reino
irmã lugar, local
homem [de ] unção
viúva [de ] ungido, messias
mãe [de ] tabernáculo
[de ] veracidade família
terra, solo, país [de ] juízo
fogo [de ] profecia
mulher [de ] profeta
casa bronze
filho [de ] ser vivo, pessoa
gado graúdo, boi fêmea
[de I ] manhã [de ] livro
ferro [de ] servo, escravo
[de II ] aliança, pacto [de ] trabalho
[de I ] joelho [de ] criança lactente
I [de II ] bênção eternidade
bálsamo olho
carne árvore, madeira
[de ] vergonha [de IV ] tarde
filha [de ] naco, pedaço
nação gado miúdo, ovelha
[de ] peregrino [de ] justo, inocente
[de ] palavra [de ] justiça
[de I ] necessitado imagem, modelo
[de ] porta [de ] sede
135
sangue [de ] clamor, grito
[de ] conhecimento cidade, urbe
[de ] sacrifício chifre
ouro [de ] espírito, vento, ar
oliveira [de ] compaixão
macho [de ] fome
[de ] recordação [de I ] maldade, mal
[de ] pecado [de ] ímpio, iníquo
[de ] vida campo
[de II ] benevolência [de ] alegria
[de ] o bem-estar [de ] resto, restante
I [de ] criança [de ] descanso
corno de carneiro trompa, trombeta
dia [de ] paz
[de ] menino nome
[de ] menina céus, céu
órfão [de ] desolação
[de ] glória, honra [de ] óleo, gordura
estrela abismo
todo, tudo [de II ] louvor
trono, cadeira, assento [de III ] lei, instrução
prata [de II ] oração
[de II ] pão, alimento [de I ] esperança
b. Adjetivos
[de I ] grande (masc.) [de ] correto
[de I ] grande (fem.) [de ] correta
[de ] velho [de ] pequeno
[de ] velha [de ] pequena
[de ] novo [de ] próximo
[de ] nova [de ] próxima
[de ] vivo [de ] distante (masc.)
[de ] viva [de ] distante (fem.)
[de ] bom [de I ] mau
[de ] boa [de I ] má
[de ] bonito [de ] perfeito
[de ] bonita [de ] perfeita
c. Advérbios de lugar
aqui lá, ali
136
d. Nomes próprios
Abraão Moisés
, Davi Rebeca
Jacó Raquel
Isaque Sara
Miriam Salomão
e. Topônimos
Assíria Judá
Babilônia Jerusalém
Betel Israel
Belém Egito
g. Conjunção
, , , , , e
h. Pronomes pessoais
nós vós (fem.)
, eu ele
tu (fem.) ela
tu (masc.) eles
vós (masc.) elas
i. Pontos cardeais
oeste leste
norte sul
j. Raízes verbais
amar, gostar vir, entrar, chegar
ansiar, desejar saquear, pilhar
luzir, clarear I criar
comer, consumir II abençoar
I ser fiel, ter firmeza I crescer, ser grande
I dizer falar
entesourar procurar, buscar, indagar
amaldiçoar ser, estar, tornar-se
137
andar, ir, seguir dar, entregar, conceder
II louvar trabalhar, servir
recordar-se, lembrar-se I abandonar, deixar
I entoar, cantar subir, ascender
viver, reviver ficar em pé, permanecer
ser bom, parecer bom II humilhar-se, abaixar-se
saber, conhecer fazer, produzir
tornar bom, fazer bem II orar, interceder
sair voltar-se, virar-se
formar, moldar, plasmar visitar, verificar, recrutar
I temer, ter medo ser justo
descer I ler, chamar, invocar
III instruir, ensinar ver
sentar-se, habitar, morar perseguir, seguir
salvar, libertar elevar-se, ser altivo
ser correto, ser direito I curar
escrever, registrar I colocar, pôr, estabelecer
capturar alegrar-se, estar alegre
apender deitar-se
tomar, pegar, receber enviar, estender
I reinar, dominar, governar guardar
herdar, tomar posse ouvir, escutar
cair julgar, decidir, resolver
livrar-se II beber
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139
28. Ilustrações
a. Códice de Leningrado (São Petersburgo): Manuscrito EBP. I B19a
1 D. N. Freedman et alii (eds.), The Leningrad Codex: A Facsimile Edition, Grand Rapids-Cambridge-Leiden-New
York-Köln: Eerdmans-Brill, 1998, p. 91.
140
b. Códice de Alepo ou Manuscrito No. 1 do Instituto Ben-Zvi
2 M. H. Goshen-Gottstein (ed.), The Aleppo Codex: Provided with Massoretic Notes and Pointed by Aaron ben Asher –
The Codex Considered Authoritative by Maimonides, Part One: Plates, Hebrew University Bible Project. Jerusalem:
Magnes Press, 1976, p. 378.
141
c. Códice do Cairo dos Profetas ou Códice Gottheil 34
3 M. Beit-Arié, C. Sirat e M. Glatzer (eds.), Codices hebraicis litteris exarati quo tempore scripti fuerint exhibentes, tome I:
Jusqu´à 1020, Monumenta Palaeographica Medii Aevi, Series hebraica 1, Turnhout: Brepols, 1997, p. 34-35.
142
d. Códice de Leningrado (São Petersburgo): Manuscrito EBP. I B3
4 M. Beit-Arié, C. Sirat e M. Glatzer (eds.), Codices hebraicis litteris exarati quo tempore scripti fuerint exhibentes, tome I:
Jusqu´à 1020, Monumenta Palaeographica Medii Aevi, Series hebraica 1, Turnhout: Brepols, 1997, p. 45.
143
e. Códice da Biblioteca Britânica: Oriental 4445
5 http://britishlibrary.typepad.co.uk/asian-and-african/page/43/.
144
f. Códice Sassoon 507 ou Manuscrito Heb. 24º 5702
Manuscrito: Códice Sassoon 507 ou Manuscrito Heb. 24º 5702 (S5 ou S).6
Data: século 10.
Texto: Gênesis 11.17-32 (fól. 4b).
6 https://www.wdl.org/en/item/11364/view/1/5/.
145
g. Biblia Hebraica Stuttgartensia (BHS)
146
h. Biblia Hebraica Quinta (BHQ)
Edição: A. Schenker et alii (eds.), Biblia Hebraica Quinta, Fascicle 20: Ezra and Nehemiah (BHQ).
Data: 2006.
Texto: Esdras 3.12-4.3.
147
i. Antigo Testamento Interlinear Hebraico-Português (ATI)
148
29. Hebraico Bíblico: Bibliografia Selecionada
Bibliografia selecionada para a disciplina Hebraico Bíblico I e II.
a. Gramáticas
AKIL, Teresa. Hebraico Bíblico: Instrumental e Exegético – Livro 1: Gramática Fundamental. Rio de
Janeiro: Litteris, 2018.
ALVES, Roberto. Gramática do Hebraico Moderno e Clássico. Rio de Janeiro: Imago, 2007.
AUVRAY, Paul. Iniciação ao Hebraico Bíblico: Gramática Elementar, Textos Comentados, Vocabulário.
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BRYAN, M. Rocine. Hebraico Bíblico: Uma Nova Abordagem Utilizando Análise do Discurso. São
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CHISHOLM Jr., Robert B. Da Exegese à Exposição: Guia Prático para o Uso do Hebraico Bíblico. São
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Estudio de la Biblia I. Estella (Navarra): Verbo Divino, 1997.
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c. Concordâncias
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LISOWSKY, Gerhard (ed.). Konkordanz zum Hebräischen Alten Testament. 3. ed. Stuttgart:
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d. Sintaxe
WALTKE, Bruce K.; O’CONNOR, Michael P. Introdução à Sintaxe do Hebraico Bíblico. São Paulo:
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_____ (trad.). Antigo Testamento Interlinear Hebraico-Português, vol. 2: Profetas Anteriores. Barueri:
Sociedade Bíblica do Brasil, 2014.
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