Analise Epistemologica PAIDEIA
Analise Epistemologica PAIDEIA
Analise Epistemologica PAIDEIA
Faculdade de Educação
Campinas/SP
2022
VALDIRENE PEREIRA COSTA
Campinas/SP
2022
Powered by TCPDF (www.tcp df.o rg)
Ficha catalográfica
Universidade Estadual de Campinas
Biblioteca da Faculdade de Educação
Rosemary Passos - CRB 8/5751
TESE
COMISSÃO JULGADORA:
A Ata da Defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no SIGA/Sistema de Fluxo de Dissertação/Tese e na
Secretaria do Programa da Unidade.
2022
DEDICATÓRIA
Dedico esta pesquisa investigativa aos meus amores, Ana Júlia Costa Panhota (minha filha, minha
alegria, minha vida) e José Roberto Panhota (meu esposo, companheiro há décadas), por todo
incentivo, apoio, amor, paciência e por todo respeito que demonstraram por meus estudos que, por
muitas ocasiões, se fizeram muito constantes em nossas vidas.
Em especial, com todo meu amor, externo meu respeito, admiração e reconhecimento a meus pais,
Irene Alves Costa e Valdir Pereira Costa (meu “paizão”, in memorian) que, desde muito cedo,
com muito carinho, ensinaram às filhas o valor da Educação. Hoje, eu e minha irmã, Juliana
Cristina Costa (tão querida, muito especial), na condição de educadoras que somos, trilhamos no
caminho da educação e buscamos a efetivação do direito à educação.
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos pesquisadores do Grupo PAIDEIA, que irradiam o conhecimento numa perspectiva
crítico-dialética. Foi com esse espírito de investigação (meu e de meus colegas do PAIDEIA) que
projetei a presente tese de doutoramento.
Agradeço ao meu orientador, o querido Prof. Dr. Silvio Ancízar Sánchez Gamboa, pessoa
admirável que, de maneira muito respeitosa, me acolheu e orientou de forma segura,
principalmente, naqueles momentos em que me deparei com minhas limitações. Agradeço a
oportunidade de avançar nos primeiros passos da pesquisa baseada em análise epistemológica.
Obrigada, professor, pela confiança depositada.
Externo agradecimentos especiais ao Prof. Dr. César Nunes e ao Prof. Dr. Régis Henrique dos Reis
Silva que, no momento de Exame de Qualificação, após leitura cuidadosa, sugeriram
melhoramentos e trouxeram reflexões que foram fundamentais para rever os caminhos a serem
trilhados na pesquisa. Seus posicionamentos firmes e críticos fizeram toda a diferença. Agradeço
com respeito e consideração.
Ainda, em caráter especial, agradeço duas amigas, muito queridas. À Adélia Ribeiro Paulino, que,
no início desta pesquisa, num momento de trabalho árduo (até desesperador) de preenchimento das
planilhas do software Excel, me concedeu seu apoio, carinho e amizade. À Profa. Dra. Cristiane
Fortes Gris Baldan, uma grande amiga, mesmo distante, sempre presente.
EPÍGRAFE
FE - Faculdade de Educação
NC - Nada consta
TI - Tecnologia da Informação
INTRODUÇÃO
Objeto de estudo
Antecedentes
1
No caso dessa pesquisa estar-se-á considerando as dissertações de mestrado e as teses de doutorado e não toda a
produção científica do Grupo.
2
Conforme Sanchez Gamboa (2009), “No dia 12 de maio de 1999, o Departamento de Filosofia e História da Educação
da Faculdade de Educação da Unicamp aprovou o Projeto de Institucionalização do Grupo de Estudos e Pesquisas
PAIDEIA, projeto que foi encaminhado e aprovado pela Congregação da Faculdade no mesmo mês” (p.3).
30
destes estudos epistemológicos, utilizados por diversos pesquisadores, visando garantir um estudo
crítico da produção científica (dissertações e teses).
Após investigação e leituras de produções científicas, constataram-se vários estudos3.
Destacam-se dois trabalhos, defendidos em período anterior ao estudado nesta tese (1999-2019):
1) a tese de doutorado do Prof. Silvio Ancízar Sánchez Gamboa (1987)4, “Epistemologia da
pesquisa em educação: estruturas lógicas e tendências metodológicas”, orientada por Pedro
Laudinor Goergen, e que desvendou estruturas epistemológicas das pesquisas em educação,
caracterizou abordagens que remetem à maneira como o sujeito se aproxima do objeto, estas
classificadas como empírico-analíticas, fenomenológico-hermenêuticas e crítico-dialéticas e
propôs instrumentos de avaliação da produção científica ; e, 2) a tese de doutorado de Adolfo
Ramos Lamar (1998)5, orientada pelo Prof. Dr. Silvio Ancízar Sanchez Gamboa, a qual apresentou
problemática sobre “A pesquisa educacional e a concepção ‘kuhniana’ da ciência: o caso das teses
de doutorado da FE/UNICAMP”.
No âmbito do PPGE, em período correspondente ao estudado nesta pesquisa, estão os
trabalhos de6:
Paulo Gomes Lima7, estudou as tendências paradigmáticas na pesquisa educacional, sob
orientação do Prof. José Camilo dos Santos Filho. Defendeu sua dissertação de mestrado
em 2001.
Maria Auxiliadora de Resende Braga Marques8, estudou os paradoxos entre os ambientes
ensino, pesquisa e extensão na área de Ciências Agrárias. Defendeu sua tese em 2002.
3
Ver Apêndice I: Antecedentes: estudos epistemológicos desenvolvidos na FE.
4
Texto fundamentado na produção científica: SANCHEZ GAMBOA, Silvio Ancisar. Epistemologia da pesquisa em
educação: estruturas lógicas e tendências metodológicas. 1987. 229f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual de
Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1574614.
Acesso em: 2 jun. 2022.
5
Texto fundamentado na produção científica: RAMOS LAMAR, Adolfo. A pesquisa educacional e a concepção
"kuhniana" da ciência: o caso das teses de doutorado da FE/UNICAMP. 1998. 196f Tese (doutorado) - Universidade
Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, SP. Disponível em:
https://hdl.handle.net/20.500.12733/1585736. Acesso em: 2 jun. 2022.
6
Dados tomados do Repositório da Produção Científica e Intelectual da UNICAMP e respectivos resumos das
pesquisas.
7
Texto fundamentado na produção científica: LIMA, Paulo Gomes. Tendências paradigmáticas na pesquisa
educacional. 2001. 306p. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação,
Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1590168. Acesso em: 2 jun. 2022.
8
Texto fundamentado na produção científica: MARQUES, Maria Auxiliadora de Resende Braga. Construção do
conhecimento na universidade: paradoxos entre os ambientes ensino, pesquisa e extensão na área de ciências agrarias.
2002. 243 p. Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, SP.
Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1591966. Acesso em: 2 jun. 2022.
31
9
Texto fundamentado na produção científica: ADINOLFI, Valeria Trigueiro Santos. Ética e mídia: os periódicos de
divulgação cientifica brasileiros e seus discursos sobre ética da ciência. 2005. 157p. Dissertação (mestrado) -
Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, SP. Disponível em:
https://hdl.handle.net/20.500.12733/1600314. Acesso em: 2 jun. 2022.
10
Texto fundamentado na produção científica: CALEFFO, Daniela. Epistemologia da pesquisa educacional: analise
da produção sobre ética e educação nas universidades públicas paulistas (2000-2005). 2009. 248 p. Dissertação
(mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, SP. Disponível em:
https://hdl.handle.net/20.500.12733/1611231. Acesso em: 2 jun. 2022.
11
Texto fundamentado na produção científica: BARBOSA, Susana Mesquita. A formação do pesquisador na
graduação: análise das principais obras de metodologia do trabalho científico. 2007. Dissertação (mestrado) -
Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, SP. Disponível em:
https://hdl.handle.net/20.500.12733/1604384. Acesso em: 2 jun. 2022
12
Texto fundamentado na produção científica: FERRARI, Pedro. A dinâmica da pesquisa na área de Filosofia e
Educação no programa de pós-graduação em educação da FE/UNICAMP: teses de doutoramento defendidas no
32
as teses defendidas no período de 1985-2002. Penso que meu estudo complementará esta
pesquisa por abranger a produção científica do Grupo PAIDEIA, considerando teses e
dissertações defendidas no período de 1999 a 2019. Pedro defendeu sua dissertação de
mestrado em 02/01/2008.
Na área de Educação Física, foram defendidas 6 (seis) pesquisas, sendo 4 (quatro) teses e
2 (duas) dissertações, todas orientadas pelo Prof. Silvio Ancízar Sanchez Gamboa. Abaixo,
uma breve descrição destes estudos:
o Júlia Paula Motta de Souza13, realizou uma análise epistemológica da produção
científica (teses de doutorado e dissertações de mestrado) do Programa de Pós-
graduação da Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP), de 1991 a 2008. Defendeu sua tese em 30/09/2011.
o João Derli de Souza Santos14, estudou a produção do conhecimento em Educação
Física nas Universidades Públicas da Região Sul do Brasil. Sua pesquisa mostra que
a carência de pesquisas que investigam as questões epistemológicas em Educação
Física e a busca da consolidação da produção científica. Instigou este estudo sobre
a produção dos Programas de Pós-Graduação nas Universidades Públicas nos
Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, no período de (2000-2010).
Defendeu sua tese em 12/12/2012.
o Ana Paula Vieira15, estudou a produção científica de mestres(as) e doutores(as) que
atuam nos cursos de Educação Física das Instituições de Ensino Superior (IES) do
Grupo de Estudos e Pesquisas em Filosofia e Educação PAIDEIA (1985-2002). 2008. 109p. Dissertação (mestrado) -
Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, SP. Disponível em:
https://hdl.handle.net/20.500.12733/1606817. Acesso em: 2 jun. 2022.
13
Texto fundamentado na produção científica: SOUZA, Júlia Paula Motta de. Epistemologia da Educação Física:
análise da produção científica do Programa de Pós-graduação da Faculdade da Educação Física da UNICAMP (1991-
2008). 2011. 213 p. Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, SP.
Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1617248. Acesso em: 2 jun. 2022.
14
Texto fundamentado na produção científica: SANTOS, João Derli de Souza. A produção do conhecimento em
educação física: análise epistemológica das dissertações e teses dos programas de pós-graduação nas universidades
públicas da Região Sul do Brasil (2000-2010). 2012. 175 p. Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas,
Faculdade de Educação, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1620312. Acesso em: 2
jun. 2022.
15
Texto fundamentado na produção científica: VIEIRA, Ana Paula. Produção do conhecimento em educação física
no Maranhão: balanço das teses e dissertações de docentes dos cursos de formação profissional. 2017. 1 recurso
online (109 p.) Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, SP.
Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1631730. Acesso em: 2 jun. 2022.
33
16
Texto fundamentado na produção científica: DAMASCENO, Luciano Galvão. A produção teórica sobre o ensino
de Educação Física escolar: balanço e perspectivas (1980-2015). 2017. 1 recurso online (280 p.) Tese (doutorado) -
Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, SP. Disponível em:
https://hdl.handle.net/20.500.12733/1630978. Acesso em: 2 jun. 2022.
17
Texto fundamentado na produção científica: PINHO, Carolina Santos Barroso de. A produção do conhecimento
sobre formação de profissional em educação física: realidade e perspectivas superadoras. 2017. 1 recurso online
(277 p.) Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, SP. Disponível
em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1631410. Acesso em: 2 jun. 2022.
34
18
Texto fundamentado na produção científica: SILVA, Diogenes Galdino Morais. Corpo, cultura e sociedade:
contribuições da teoria crítica na análise da produção em educação física no nordeste brasileiro. 2017. 1 recurso online
(249 p.) Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, SP. Disponível
em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1631813. Acesso em: 2 jun. 2022.
19
Texto fundamentado na produção científica: SILVA, Régis Henrique dos Reis. Tendências teórico-filosóficas das
teses em educação especial desenvolvidas nos cursos de doutorado em educação e educação física do Estado de
São Paulo (1985-2009). 2013. 390 p. Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação,
Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1620308. Acesso em: 2 jun. 2022.
35
Reina Del Pilar Sanchez Torres20, fez um estudo sobre a trajetória da produção cientifica
da pós-graduação em educação na Universidade Pedagógica y Tecnológica de Colômbia
(UPTC) durante o período de 1980- 2005, e a sua importância no desenvolvimento da
região. Defendeu sua tese em 15/12/2011.
Joelma de Oliveira Albuquerque21, fez um estudo sobre a educação do campo no Brasil.
Em 11/11/2011, defendeu sua tese, intitulada: Crítica à Produção do Conhecimento sobre
a educação do campo no Brasil: teses e antíteses sobre a educação dos trabalhadores no
início do século XXI.
Emanuel Mangueira de Carvalho defendeu Mestrado (2014)22 e doutorado (2019)23 neste
PPGE – Grupo PAIDEIA – sob orientação do Prof. Silvio Ancízar Sanches Gamboa. Em
ambas pesquisas, estudou a problemática das ações afirmativas, sendo que, no Mestrado,
realizou um estudo sobre as produções acadêmicas nas universidades estaduais paulistas:
USP, UNICAMP e a UNESP, considerando as teses e as dissertações, e os seus respectivos
resumos, que pesquisaram sobre a temática das ações afirmativas. Já no Doutorado, o
pesquisador realizou uma análise epistemológica sobre as teses e as dissertações dos
Programas de Pós-Graduação no Brasil que estudaram a temática das ações afirmativas.
Como resultado principal, constatou-se que essas produções não apresentaram proposta de
políticas de ações afirmativas para o ensino superior, a análise epistemológica revelou que
não era o objetivo da pesquisa analisadas, ainda que, nos resumos ou nas introduções,
conduzissem a interpretação desta possibilidade. Entretanto, essas mesmas pesquisas
20
Texto fundamentado na produção científica: SANCHEZ TORRES, Reina del Pilar. Análise da produção científica
dos programas de pós-graduação em educação da Universidade Pedagógica e Tecnológica da Colômbia (1980-
2005). 2011. 201 p. Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, SP.
Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1617624. Acesso em: 2 jun. 2022.
21
Texto fundamentado na produção científica: ALBUQUERQUE, Joelma de Oliveira. Crítica à produção do
conhecimento sobre a educação do campo no Brasil: teses e antíteses sobre a educação dos trabalhadores no início
do século XXI. 2011. 247 p. Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação,
Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1617194. Acesso em: 2 jun. 2022.
22
Texto fundamentado na produção científica: CARVALHO, Emanuel Mangueira de. Ações afirmativas no ensino
superior: a produção acadêmica nas Universidades Estaduais Paulistas de 1990 a 2012. 2014. 189 p. Dissertação
(mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, SP. Disponível em:
https://hdl.handle.net/20.500.12733/1623484. Acesso em: 2 jun. 2022.
23
Texto fundamentado na produção científica: CARVALHO, Emanuel Mangueira de. A produção do conhecimento
sobre ações afirmativas nos programas de pós-graduação no Brasil: balanços e perspectivas. 2019. 1 recurso online
(280 p.) Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, SP. Disponível
em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1636498. Acesso em: 2 jun. 2022.
36
elaboraram propostas para viabilizar e tornar eficaz a lei de cotas, pois elas identificaram
as principais dificuldades dos alunos ingressantes por cotas, pois, predominantemente,
essas dificuldades se referem à permanência no curso de ensino superior.
Luciana Barbosa Gerbasi24, estudou o pensamento de Paulo Freire. Sua pesquisa aponta
que a influência de seu pensamento é significativa no campo da alfabetização de adultos,
dos movimentos sociais, da extensão agrícola, da educação popular, das pedagogias
alternativas, e mesmo da política educacional e da teologia da libertação, entretanto, é
pouco conhecida sua repercussão na produção da pesquisa científica. Os resultados indicam
que o pensamento de Paulo Freire está presente em forma direta (palavras-chave) em 233
dissertações e 138 teses, localizadas em 32 diversas universidades. As principais temáticas
se referem à Educação, Pedagogia Paulo Freire, Saúde, Formação de Professores,
Currículo, Filosofia, Movimentos Sociais, Alfabetização, Diálogo e Ensino de Ciências. A
visão de mundo extraída dessas obras tem como base as perspectivas epistemológicas e
filosóficas que fundamentam seu pensamento: a fenomenologia, o existencialismo cristão
e o materialismo histórico e o corpo de categorias mais significativas se organizam em torno
das concepções filosóficas e antropológicas que fundamentam seu pensamento sobre
educação e sociedade. Essas categorias são derivadas da concepção de homem, como ser
social, que o autor define como: ser-no-mundo (realidade), ser-com-outros (diálogo) e ser
inconcluso (liberdade/libertação). As conclusões destacam o amplo leque de temáticas e
áreas de concentração que utilizam o referencial freireano e indica o caráter multidisciplinar
da sua obra. Defendeu sua tese em 29/08/2013.
Volmir Von Dentz25, estudou os desdobramentos do “giro linguístico” nas teorias pós-
críticas e seus efeitos na pesquisa educacional brasileira. Tomou conhecimento do aporte
teórico de uma ontologia crítica e da maneira como, a partir do Realismo Crítico e da
24
Texto fundamentado na produção científica: GERBASI, Luciana Barbosa. Impacto do pensamento de Paulo
Freire nas pesquisas de pós-graduação no Brasil (1987 - 2010). 2013. 146 p. Tese (doutorado) - Universidade
Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, SP. Disponível em:
https://hdl.handle.net/20.500.12733/1621958. Acesso em: 2 jun. 2022.
25
Texto fundamentado na produção científica: DENTZ, Volmir von. As tendências pós-críticas na pesquisa em
educação: análise filosófica e crítica ontológica. 2015. 1 recurso online (393 p.) Tese (doutorado) - Universidade
Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, SP. Disponível em:
https://hdl.handle.net/20.500.12733/1626751. Acesso em: 2 jun. 2022.
37
Ontologia do Ser Social, pode-se contestar o “relativismo ontológico”. Defendeu sua tese
em 28/08/2015.
Desta maneira, certifica-se que houveram análises epistemológicas a respeito de problemáticas
diversas. Ao mesmo tempo, assegura-se que nenhuma pesquisa englobou, como objeto de estudo,
as dissertações e teses defendidas no Grupo PAIDEIA da FE/UNICAMP no período 1999-2019, o
que garante o caráter de ineditismo da presente pesquisa.
Realizar novas pesquisas, de caráter epistemológico, sobre a produção científica
(dissertações e teses), torna-se relevante para estudantes, professores, departamentos e agências
financiadoras de pesquisa, uma vez que permite ampliar a visão sobre a qualidade das pesquisas e,
assim, contribuir para sua melhoria. Sanchez Gamboa (1998) afirma que este tipo de estudo
(epistemológico) permite, ainda, identificar pressupostos filosóficos, epistemológicos,
gnosiológicos e, com isto, enxergar as relações entre as técnicas e os interesses implícitos nas
pesquisas, que confirmam a tese de que não existe neutralidade axiológica no processo de pesquisa,
uma das teses da epistemologia.
Para o autor, a necessidade de aprofundamento dos estudos sobre a produção científica
(dissertações e teses) em educação se justifica nos limites dos estudos descritivos e na necessidade
de procurar os fundamentos lógicos e epistemológicos da pesquisa.
Problemática da pesquisa
necessita conhecer, eis aí um problema. Algo que eu não sei não é problema; mas
quando eu ignoro alguma coisa que eu preciso saber, eis-me, então, diante de um
problema. Da mesma forma, um obstáculo que é necessário transpor, uma
dificuldade que precisa ser superada, uma dúvida que não pode deixar de ser
dissipada são situações que se nos configuram como verdadeiramente
problemáticas (SAVIANI, 2004, p.10-14).
essa realidade, a pós-graduação brasileira. Esta articulação é um dos indicadores de nosso problema
de pesquisa.
Na dissertação de mestrado26, defendida em 2007, já havia tido uma aproximação nessa
problemática entorno da Pós-graduação em Educação no Brasil. Foi, a partir dessa pesquisa inicial,
que o problema de pesquisa do doutorado originou-se, ao perceber, nesse contexto mais geral, a
necessidade dos grupos de pesquisa se colocarem em um processo de autoavaliação da sua
produção, o que abrange uma das ações implantadas no momento de redesenho da pós-graduação
(mudança no paradigma da avaliação dos programas, como veremos no Capítulo I). Outros
indicadores do problema de pesquisa surgem da conscientização dos pesquisadores e professores
sobre a importância de buscar estudos epistemológicos para analisar a produção em educação no
Brasil. Entre outros, o próprio Prof. Silvio Gamboa engaja-se nessa luta voltada à pesquisa e
socioalização do conhecimento na área da epistemologia da pesquisa em educação. Em todo o
Brasil são proferidas palestras, são ministradas aulas, são realizadas pesquisas e publicações que
demostram o quanto esse assunto demanda atenção.
A partir da apresentação da problemática de pesquisa estabeleceu-se algumas questões para
nortear a pesquisa.
26
COSTA, Valdirene Pereira. Uma avaliação histórico-crítica da trajetória institucional e política do educador
Demerval Saviani na pós-graduação em Educação no Brasil (1970-1996): a busca coerente da articulação teoria e
pratica. 2007. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, SP.
Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1604516. Acesso em: 7 jun. 2022.
40
Objetivo da pesquisa
Conforme Minayo (2005, p.105), “a formulação do objetivo que vai guiar todo o processo
de avaliação é um elemento fundamental para a qualidade e efetividade da avaliação”. Segundo a
autora, a clareza do objetivo “ direciona o desenho da investigação, possibilita a definição de
objetivos específicos e a construção de indicadores e dos instrumentos de coleta de dados, elevando
a possibilidade de êxito do processo de análise”.
Assim, a partir das questões norteadoras explicitadas acima, portanto, em articulação, também,
com a pergunta-síntese, o objetivo geral foi realizar uma análise epistemológica da produção
científica no âmbito das dissertações e teses defendidas no período 1999-2019. Dentre os objetivos
específicos, considerando a pesquisa em Filosofia da Educação no Grupo PAIDEIA da
FE/UNICAMP, encontra-se a análise em termo de autores, orientadores, vinculações geográficas
e institucionais, abordagens e processos de pesquisa, fenômenos privilegiados, pretensões críticas,
concepção de causalidade, critérios de cientificidade, critérios de construção do objeto científico,
categorias abrangentes, concepções de realidade.
Para amparar os objetivos da pesquisa foram localizados os dados sobre os docentes
(mestres e doutores) que defenderam suas pesquisas no período mencionado (Plataforma Lattes);
a produção destes docentes foi mapeada para realizar a análise epistemológica (DAC e Repositório
da UNICAMP); sistematizaram-se as informações em Planilhas Excel e, em uma delas, utilizaram-
se as ferramentas de bibliometria para identificar principais autores, referências e citações
utilizadas na produção dos pesquisadores do Grupo PAIDEIA; analisaram-se as pesquisas
produzidas mapeando as implicações epistemológicas, inseridas nas abordagens metodológicas,
como: critérios de cientificidade; concepções objeto/sujeito; formas de tratamento do objeto e às
concepções de causalidade/ciência/homem/história/educação; compreenderam-se as tendências ao
utilizar as ferramentas da epistemologia. A construção de indicadores científicos, a utilização de
fontes consolidadas e a formulação de objetivos claros possibilitou o desenvolvimento da pesquisa,
um processo que, ancorado nas análises da produção, atingiu a compreensão dos resultados.
27
“Definidas como de caráter bibliográfico, elas parecem trazer em comum o desafio de mapear e de discutir certa
produção acadêmica em diferentes campos do conhecimento, tentando responder que aspectos e dimensões vêm
sendo destacados e privilegiados em diferentes épocas e lugares, de que forma e em que condições tem sido produzidas
certas dissertações de mestrado, teses de doutorado (...). Também são reconhecidas por realizarem uma metodologia
de caráter inventariante e descritivo da produção acadêmica e científica sobre o tema que busca investigar, à luz
de categorias e facetas que se caracterizam enquanto tais em cada trabalho e o conjunto deles, sob os quais o fenômeno
passa a ser analisado” (FERREIRA, 2002 apud SOUZA, 2011, p. 57, grifo nosso).
28
Para Sanchez Gamboa (2012): “O que se denomina concreto não é mais do que a síntese de múltiplas determinações
mais simples, é o resultado, no pensamento, de numerosos elementos cada vez mais abstratos que vão ascendendo até
construir o concreto. O concreto é concreto porque é a síntese, e a unidade do diverso é o resultado e não o ponto de
partida. Para uma maior compreensão da dialética, é importante distinguir o concreto real, que é o objeto real que se
deve conhecer, e o concreto do pensamento, que é o conhecimento daquele objeto real. [...] a dialética tem sido
colocada pela Escola de Frankfurt; para a “Teoria Crítica” (Horkheimer, Adorno, Marcuse, Habermas), o importante
para o conhecimento é a crítica (Razão Crítica) e o conceito dialético da totalidade (Razão Dialética). A análise da
sociedade só pode desenvolver-se na sua totalidade. A tarefa da ciência está orientada para a crítica dos interesses e
para a emancipação do homem; não só questiona o que é ou como, senão o para que se tem de fazer ciência””
(SANCHEZ GAMBOA, 2012, p. 38-39, grifo nosso).
43
Acredita-se que utilizar a dialética marxista 29 é movimento que relaciona o todo com as
partes e as partes com o todo; é história, porque considera o seu objeto do ponto de vista histórico;
é conflito, contradição, questionamento.
A seguir, explicita-se nosso aporte teórico e metodológico para a análise e para verificação
da categorização das informações que foram identificadas na produção do Grupo PAIDEIA. Para
este fim, tem-se como base a “Matriz Epistemológica” 30, que representa uma função metodológica
fundamental na construção de uma totalidade, na qual, está implícita a noção de realidade. Já o
momento que envolve as abstrações se dá com base na realidade concreta, que é construída no
pensamento a todo momento ao realizar o exercício de refletir, analisar, sintetizar, interpretar,
questionar e criticar.
Saviani (2003, p. 144-145) evidencia que “a lógica formal é a lógica das formas e, como o
próprio nome está dizendo, abstrata. A lógica dialética é uma lógica concreta. É a lógica dos
conteúdos. Não, porém, dos conteúdos informes, mas dos conteúdos em sua articulação com as
formas”. Ainda sobre a questão dos conteúdos, o autor ressalta que “os conteúdos históricos sempre
serão importantes e, de certo ângulo, determinantes, porque é pelo caminho deles que se apreende
a perspectiva histórica, o modo de situar-se historicamente”.
Saviani (2004) escreve que não há uma concepção sem método; e não se atinge a coerência
sem a lógica. Ele afirma que:
[...] a lógica dialética não é outra coisa senão o processo de construção do
concreto de pensamento (ela é uma lógica concreta) ao passo que a lógica
formal é o processo de construção da forma de pensamento (ela é, assim,
uma lógica abstrata). Por aí, pode-se compreender o que significa dizer que
a lógica dialética supera por inclusão/incorporação a lógica formal
(incorporação, isto quer dizer que a lógica formal já não é tal e sim parte
integrante da lógica dialética) (SAVIANI, 2004, p.3-4).
29
[...] o mundo não pode ser considerado um complexo de coisas acabadas, mas sim um processo de complexos nos
quais as coisas e os seus reflexos intelectuais em nossos cérebros, os conceitos, estão em mudança contínuas e
ininterruptas de devir. E é essa razão pela qual a dialética marxista não está reduzida à lógica e nem mesmo a um
método de investigação.
[...] para Marx a dialética é a ciência das leis gerais do movimento, tanto do mundo exterior como do pensamento
humano. Nela, contraditoriamente, a permanência é o devir das coisas e dos conceitos refletidos no pensamento. E é
necessário destacar que isso não exclui a lógica formal, mas a incorpora por superação (SANFELICE, 2005, p. 75).
30
A “Matriz Epistemológica” é constituída por diferentes níveis ou grupos de pressupostos que tem o objetivo de
organizar os elementos articulados na pesquisa. Os principais níveis e pressupostos são: nível técnico, nível
metodológico, nível teórico, nível epistemológica, seguidos dos pressupostos gnosiológicos e dos pressupostos
ontológicos (SANCHEZ GAMBOA, 2012).
44
31
Conforme, documento expedido pelo Departamento de TI da UNICAMP (DAC/TI).
45
Terceira Etapa –delimitação do objeto: do geral (PPGE) para o particular (Grupo PAIDEIA)
Com este documento (DAC/TI), conferido e validado, buscou-se, a partir das 3.871 pesquisas
(dissertações e teses) defendidas no Programa de Pós-graduação em Educação - PPGE da
FE/UNICAMP no período de 197732 a 2019, identificar aquelas orientadas por docentes vinculados
à área Filosofia da Educação, o que resultou em um avanço da pesquisa ao identificar os
orientadores ligados ao Grupo de Estudos e Pesquisas PAIDEIA.
Após este levantamento, decidiu-se considerar que a origem do Grupo PAIDEIA remonta
ao ano 1978, que, conforme Sanchez Gamboa (1987), foi a ano da primeira defesa na área de
Filosofia e História da Educação33.
A partir daí, foi possível delimitar o objeto de estudo em 308 produções, sendo 141 dissertações
de Mestrado e 167 teses de Doutorado, ao considerar o período 1978-2019. Deste montante, apenas
1 (uma) pesquisa (0,32%) não foi localizada 34 no Repositório da UNICAMP.
32
O PPGE da FE/UNICAMP foi criado em 1975 e a primeira dissertação foi defendida por Emilia Gallo Sellera
Dias, sob orientação de Rosalia Maria Ribeiro de Aragao, em 26/07/1977, cujo título registra-se: Incapacidade de
Expressão ou Adaptação a novos Padrões. Já sobre o registro da primeira tese na área de Filosofia da Educação
consta que esta foi defendida por Augusto João Crema Novaski, Fenomenologia da ação: proposta de uma filosofia
da educação a partir da fenomenologia de Paul Ricoeur, em 05/07/1984, sob a orientação do Prof. Dr. Newton Aquiles
Von Zuben (SÁNCHEZ GAMBOA, 2011a).
33
Primeira defesa de Mestrado na área de Filosofia e História da Educação, em 1978: PAIVA, José Maria. O
papel da catequese dos índios no processo de colonização, 1549 – 1600, cujo orientador foi o Prof. Casemiro dos Reis
Filho (1927-2001). Consulta realizada junto à tese de doutorado do Prof. Silvio Ancízar Sanchez Gamboa, Anexo 4 –
Relação de Dissertações e Teses selecionadas na Amostra, 1987, p. 227.
34
A pesquisa não encontrada no Repositório da UNICAMP: a tese de Doutorado de Rita Márcia Magalhães Furtado,
orientada por Silvio Donizetti de Oliveira Gallo e defendida em 26/02/2007 (consulta realizada em março/2019). Desta
discente consta, no repositório, apenas um artigo de periódico (data do documento no repositório: 06/11/2012).
46
O estudo trouxe a seguinte periodização 35 para esta trajetória histórica (1978-2019): 1978 a
1998 - Constituição da área Filosofia da Educação (108 pesquisas); 1999 a 2007 –
Institucionalização do Grupo PAIDEIA (110 pesquisas); 2008 a 2011 – Maior organicidade do
Grupo PAIDEIA (48 pesquisas); 2012 a 2019 – Consolidação do Grupo PAIDEIA (42 pesquisas).
Isto posto, decidiu-se delimitar um pouco mais o objeto de estudo, considerando ter apenas um
pesquisador para realização desta pesquisa. Assim, definiu-se que a análise epistemológica
envolveria as produções defendidas no Grupo PAIDEIA no período de 1999 (oficialização da
criação do Grupo PAIDEIA) a 2019 (ano de aniversário dos 20 anos do Grupo PAIDEIA). Esta
delimitação (20 anos do Grupo PAIDEIA) resultou em um campo de estudos que circundou 200
pesquisas36. Destas, 30 eram arquivos de imagem37, portanto, não exequíveis para realização da
etapa de preenchimento de tópicos da planilha (software Excel) que subsidia a análise
epistemológica (Planilha II A38). Logo, 170 pesquisas compuseram o corpus do estudo que
subsidiou a análise epistemológica.
Ao obter estes resultados, decidiu-se desenvolver um conhecimento sistematizado sobre a
produção científica (dissertações e teses) do Grupo PAIDEIA, assim se considerou: a) a origem do
Grupo, que data o ano 1978 – data da primeira defesa na área de Filosofia da Educação; b) a
institucionalização do Grupo junto ao PPGE da FE/UNICAMP, maio de 1999 – organização formal
do Grupo; e, c) 2019 – marco do aniversário de 20 anos do grupo PAIDEIA.
Postos periodização e marcos históricos, foi necessário traçar um caminho para conhecer a
realidade do nosso objeto de estudo para desenvolver uma pesquisa epistemológica e contribuir
35
Esta é uma periodização proposta pelo Prof. Sílvio A. Sánchez Gamboa, mas existem outras formas de se pensar
essa periodização, como, por exemplo o linha de raciocínio do Prof. Régis Henrique dos Reis Silva que tende a
considerar: 1) o processo de institucionalização do Grupo PAIDEIA antecede um pouco a 1999, talvez seria por volta
de 1996 tendo como marco a defesa do Prof. César Nunes que adentra ao Grupo e inicia orientações a partir desse ano,
sendo outro marco a própria avaliação da CAPES (1996) que ocasiona ações que promovem um redesenho da Pós-
Graduação no Brasil (tenciona os programas para que estes se organizem a partir de linhas de pesquisa e estas já
induzem a criação dos grupos de pesquisa). Assim, o período de institucionalização do Grupo teria ocorrido por volta
de 1996 até 2000; 2) a partir de 2005 até meados de 2012 e 2013, seria o período de expansão do Grupo, não só pelo
fato do aumento de produções, mas também aos eventos proporcionados na área de Filosofia da Educação; 3) outro
marco, já considerando um período de consolidação do Grupo, seria 2012/2013, pelo fato de ocorrer as saídas de
professores decorrentes das aposentadorias, fato que não lesionou o Grupo, ele permaneceu ativo e avançando em suas
atividades (Grupo consolidado).
36
Ver Apêndice V - Planilha II-A (Registro de Características Epistemológicas da Pesquisa): relação das 200
pesquisas (incluídas aquelas com arquivos não editáveis) e seus respectivos resumos
37
Ver Apêndice VI - Pesquisas Excluídas da Análise Epistemológica por serem Arquivos Não Editáveis.
38
Para o preenchimento desta planilha, torna-se necessário identificar o arquivo no Repositório, abri-lo (por isso
precisa ser um arquivo editável) para que, por meio de consultas realizadas por intermédio do comando “localizar”
(arquivo PDF), seja possível identificar as partes a serem extraídas por meio de palavras-chaves concedidas via
“Protocolos de Preenchimento” (encaminhados pelo Prof. Dr. Silvio Sanchez Gamboa).
47
articula elementos lógicos e históricos para esboçar uma crítica aos pressupostos encontrados nas
produções.
Portanto, para analisar as produções defendidas no Grupo PAIDEIA, trabalhou-se com a
“Matriz Epistemológica” (SILVA, SÁNCHEZ GAMBOA, 2014 39), que orienta a explicar ou
desvendar os níveis (Técnico, Metodológico, Teórico) e os pressupostos (Epistemológicos,
Gnosiológicos e Ontológicos) e, ainda, com a “matriz bibliométrica” (HAYASHI, 2013). Defende-
se a ideia de que os estudos quantitativos (bibliometria e cientometria) não constituem um fim em
si mesmos, mas mobilizam para analisar a dimensão coletiva da atividade de pesquisa e o processo
dinâmico de construção do conhecimento ou, seja, a dimensão qualitativa (matrizes
epistemológicas e histórico-sociais) é enriquecida pela visão trazida pelas estatísticas (HAYASHI,
2012).
Realmente, enriquecer a análise histórica do Grupo PAIDEIA com dados estatísticos
possibilitou um olhar de conjunto que permitiu trazer, por meio de uma massa de informações,
produtos que se materializaram nesta pesquisa.
Essa perspectiva de articulação dos métodos quantitativos e qualitativos é
fornecida amplamente pelo materialismo histórico. Segundo Marx, a quantidade
e a qualidade formam uma unidade de contrários, por exemplo: as mercadorias
são, ao mesmo tempo, quantidade e qualidade. “Como valores de uso as
mercadorias, são antes de mais nada, qualidade diferente, como valores de troca
só podem diferir na quantidade” (1998, p.59). Um casaco enquanto valor de uso
serve para aquecer e para mostrar status social, é pura qualidade, e como valor de
troca pode ser igual a vários quilos de linho, medido em número de “libras
esterlinas”, é pura quantidade.
A base ontológica dessa unidade encontra-se na mesma realidade que está
constituída de dimensões quantitativas e qualitativas que, no devir dos fenômenos,
em permanente transformação, essas duas determinações se modificam
mutuamente, ou seja, “as modificações quantitativas, além de certo ponto, se
transformam em modificações qualitativas” (1998, p.335). Essas transformações
das mudanças quantitativas e qualitativas são consideradas, no marxismo, como
uma das leis básicas do método do materialismo histórico. Todo fenômeno que é
objeto do conhecimento, revela múltiplas determinações e dimensões, razão pela
qual não pode ser separado no processo do conhecimento dos referidos fenômenos
(SANCHEZ GAMBOA, 2017, p.33-34).
39
SILVA, R. H. dos R.; SÁNCHEZ GAMBOA, S. A. Do esquema paradigmático à matriz epistemológica:
sistematizando novos níveis de análise. ETD - Educação Temática Digital, Campinas, SP, v. 16, n. 1, p. 48–66, 2014.
DOI: 10.20396/etd.v16i1.1329. Disponível em:
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/1329. Acesso em: 03 mai. 2022.
49
Por fim, a pesquisa buscou basear-se em uma relação dialética entre as metodologias
quantitativas (métodos e técnicas – elementos práticos da investigação) e qualitativas
(epistemologias - elementos teóricos). Trabalhar com foco nessa relação possibilita a compreensão,
por meio da metodologia de análise proposta por Sánchez Gamboa (Matriz Epistemológica), dos
conceitos básicos presentes na produção científica (dissertações e teses) do Grupo Paideia que
serão discutidos mais adiante. Nesse contexto, a metodologia que envolve a
bibliometria/cientometria, torna-se fundamental por permitir o tratamento dos dados relacionado
às referências e citações, o que possibilitou a criação de novos bancos de dados e novos
indicadores, que deram suporte às análises da produção.
Concorda-se com Frigotto (2001, p. 88, grifo nosso) que “feito o levantamento do material
da realidade que se está investigando, necessita-se definir um método de organização para a
análise e exposição” e é desta forma que será possível “dar conta do movimento do real no plano
histórico”.
Para desenvolver esta pesquisa, dedicou-se, num primeiro momento, à elaboração da fase
histórica, composta pelos três capítulos primeiros capítulos da tese.
O primeiro capítulo contextualizar historicamente a implantação da pós-graduação no
Brasil ao apresentar os fundamentos históricos e as matrizes políticas.
O segundo capítulo caracteriza a pesquisa em Filosofia da Educação com enfoque no
PPGE/FE/UNICAMP e destaque para seu Departamento de Filosofia e História da Educação –
DEFHE (grupos: HISTEDBR, PAIDEIA, SENSO).
O terceiro capítulo, apresenta-se a produção científica (dissertações e teses) do Grupo
PAIDEIA/FE/UNICAMP, articulando seus movimentos institucionais, dados e registros
acadêmicos.
A partir do quarto capítulo, mesmo este sendo um estudo sócio-histórico-crítico da
produção científica (dissertações e teses) do Grupo, buscou-se articular os elementos históricos
com os elementos lógicos, dando ênfase, portanto, a uma fase de caráter epistemológico da
pesquisa e é a a partir da epistemologia dialética que se faz isso ao apresentar a construção das
perguntas.
E, por fim, o quinto capítulo, ainda trabalhando com os elementos lógicos (a construção
das respostas), apresenta a análise epistemológica (corpus 170 pesquisas). Este apresenta os
resultados referentes às abordagens epistemológicas predominantes na produção científica
(dissertações e teses) do Grupo e desenvolve, por meio da Matriz Epistemológica, uma análise
articulando os níveis (técnico, metodológico, teórico, epistemológico) e os pressupostos
filosóficos, gnosiológicos e ontológicos (SANCHEZ GAMBOA, 2012, p. 27).
Isto posto, ao tecer as principais conclusões, percebeu-se que, após um processo de estudo
e síntese, de reflexão filosófica ancorada nas categorias do lógico e do histórico, formou uma visão
de conjunto da realidade pesquisada, o que contribuiu para a avaliação crítica da trajetória do Grupo
PAIDEIA.
Sanchez Gamboa (1998), ao finalizar sua pesquisa “Epistemologia da Pesquisa em
Educação”, afirmou:
Estudos semelhantes aos aqui registrados poderão contribuir para a avaliação
crítica dessa trajetória e, consequentemente, para potencializar o “salto
qualitativo” a que a pesquisa em educação precisa. Pesquisas com maior solidez
científica e qualitativamente mais significativas, são necessárias para a produção
dos conhecimentos exigidos na solução de graves problemas sociais e
educacionais que desafiam a criatividade e o esforço dos cientistas e educadores.
Não é possível transformar uma realidade sem conhecê-la profundamente. Não é
51
CAPÍTULO I
40
Entende-se por historicidade: “[...] se o ser humano é histórico, se a essência do ser humano é a historicidade (e aqui
a referência de Marx e Gramsci é decisiva), o ser humano para formar-se enquanto sujeito transformador da realidade
social da qual ele é parte, precisa relacionar-se com essa realidade pela mediação da apropriação do conhecimento
produzido. A relação do homem com a realidade social não é imediata, mas mediatizada pela apropriação do
conhecimento existente. Entra aí a questão do abstrato e concreto de que falamos anteriormente, ou seja, a apreensão
do concreto nas suas múltiplas determinações requer a mediação do abstrato, que é o conhecimento produzido
historicamente. É através desse abstrato que o indivíduo pode conhecer a realidade concreta e transformar essa
realidade. Portanto, esse conhecer a realidade concreta não é um processo imediato, não é uma iluminação súbita da
consciência do sujeito que passaria a ‘ler’ a realidade dessa forma crítica. O ler uma realidade de uma forma crítica,
em Saviani, passa pela mediação da apropriação do conhecimento, sem a qual a leitura crítica do concreto é impossível.
É a apropriação do conhecimento através da educação escolar” (OLIVEIRA, 1994, p. 125)
53
Nesta trajetória de estudo, releu-se, também, a obra História das Ideias Pedagógicas no
Brasil, escrita por Saviani (2007), na qual, se apresenta o conjunto das ideias pedagógicas desde
sua origem até 2001 e traz importantes fundamentações teóricas e reflexões críticas a respeito da
educação brasileira. No entanto, esta não é uma obra que trata, especificamente, da pós-graduação,
mas apresenta o contexto histórico e político em que ela surge. Esclarece-se, assim, que a intenção
aqui não é de aprofundar as análises a respeito das ideias pedagógicas, mas sim sobre o contexto
histórico e político em que surge a pós-graduação no Brasil.
Para complementar o estudo proposto, analisou-se a tese do Prof. Régis Henrique dos Reis
Silva, intitulada Tendências teórico-filosóficas das teses em Educação Especial desenvolvidas nos
cursos de doutorado em Educação e Educação Física no estado de São Paulo (1985-2009),
defendida no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Faculdade de Educação (FE)
da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), na área de concentração de Filosofia e
História da Educação, em 2013, com ênfase no segundo capítulo, intitulado Aspectos Históricos
da Pós-Graduação em Educação e Educação Física no Brasil, no qual, o autor divide a história da
pós-graduação no Brasil em cinco fases (primeira fase, 1931-1965; segunda fase, 1965-1974;
terceira fase, 1975-1989; quarta fase, 1990-2004; quinta fase, 2005-20...), que serão analisadas no
decorrer deste capítulo.
Contribuições importantes foram encontradas na obra de Sguissardi & Silva Junior (2018).
Referida obra tem como objeto de estudo a prática universitária de docentes pesquisadores nas
federais, mas aqui dar-se-á ênfase, mais especificamente, ao primeiro e quinto capítulo, nos quais,
os autores evidenciam as instituições privadas como empresas (com as devidas exceções) e as
universidades estatais públicas como “instituições estratégicas para o projeto de um Estado
nacional” (p.11). Estes autores fazem uma “retrospectiva da implantação da pós-graduação no
Brasil” e, com essa reflexão, possibilitam fundamentar o período de redesenho da pós-graduação,
no qual, percebe-se a forte ligação da ciência e, consequentemente, da pesquisa (“mercadorização
da ciência e da inovação tecnológica”, p.58) com as demandas do capital.
Por fim, com o intuito de adentrar na atualidade e, a partir dela, pensar e propor
possibilidades de práticas pedagógicas emancipatórias, apresentam-se algumas reflexões que
embasam dois capítulos escritos por Nunes (2019a e 2019b), nos quais, o autor discute as temáticas
“Educação em Direitos Humanos no Brasil Atual: fundamentos políticos e práticas pedagógicas
54
Saviani (2000, p.3) afirma que “a experiência universitária no Brasil é bastante recente” e
mostra que, no período colonial, “não havia interesse da metrópole portuguesa de criar
universidades em seus domínios de além-mar”. Afirma, ainda, que até surgiram projetos de criação
de universidades, mas que não vingaram.
Nesse sentido, Francisco de Oliveira, ao escrever o prefácio da obra “O trabalho
intensificado nas federais: pós-graduação e produtivismo acadêmico”, escrita pelos autores
Sguissardi & Silva Junior (2018), afirma que “O Brasil é um país ‘tardio’: ‘capitalismo tardio’,
‘independência tardia’, ‘abolição tardia’, ‘industrialização tardia’ e... ‘universidade tardia’ (p.3).
Verdade, o “tardio” faz parte da história do Brasil e, hoje, com o Governo Bolsonaro, os retrocessos
e as calamidades, expressas a todo momento, obscurecem ainda mais a história desse Brasil.
Saviani (2000), explica que o Decreto 14.343, de 7 de setembro de 1920, cria a
Universidade do Rio de Janeiro, mas esse fato se deu “pela mera agregação de três faculdades já
existentes, a de Direito, a de Medicina e a Politécnica”. A organização do ensino superior, num
modelo de regime universitário, só se deu em 1931 no Brasil.
Saviani (2000) destaca que, em 1934, criou-se a Universidade de São Paulo (USP) e esta
recorreu à contratação de professores estrangeiros (europeus) e assim constituiu seu quadro docente
inicial. Percebe-se a influência do modelo europeu na pós-graduação brasileira, uma vez que, a
partir daí até a década de 1960, para obter o grau de doutor era necessária a elaboração de um
trabalho (tese) e a figura do orientador estava presente, presidindo as bancas de exame.
Ao conceituar pós-graduação, cursos que se realizam após a graduação, Saviani (2000) faz
distinção entre a pós-graduação lato sensu e a stricto sensu e mostra que a primeira, lato sensu,
correspondem a uma espécie de prolongamento da graduação e tem como elemento definidor o
ensino (curso). Em contrapartida, a segunda, stricto sensu, organizada em formas de mestrado e
doutorado, é considerada como a pós-graduação propriamente dita ao ponderar que seu elemento
definidor é a pesquisa e seu objetivo concentra-se na formação de pesquisadores (programa).
No cenário político do Brasil, Saviani (2008) utiliza as expressões “grande efervescência”
e “período de euforia desenvolvimentista” ao considerar os “anos JK” (1956-1960) e esclarece que
o “alvo da política posta em marcha era completar o processo de industrialização do país”.
Destacam-se, nesse cenário, o Instituto Superior de Estudos Brasileiros – ISEB e a Escola
Superior de Guerra – ESG. Eram duas tendências incompatíveis, porque a primeira, ISEB,
elaborava uma ideologia do nacionalismo desenvolvimentista enquanto a segunda, ESG, formulava
uma doutrina da interdependência. O governo Kubitschek conseguia equilibrar essa situação, na
medida que estimulava a ideologia política nacionalista e, ao mesmo tempo, dava sequência ao
projeto de industrialização do país, trabalhando na desnacionalização da economia.
Saviani (2008) elucida que completada a meta de industrialização, não fazia mais sentido
lutar por ela “O que se ocultava sob o objetivo comum (a contradição de interesses) veio à tona
quando o objetivo foi alcançado” (p.293). De um lado, burguesia e classes médias, à direita e, de
outro, operariado e forças de esquerda que, num primeiro momento, se uniram em prol da
efetivação da industrialização, mas com objetivos divergentes. À direita, a industrialização era um
56
[...] atingida a meta, enquanto a burguesia buscou consolidar seu poder, as forças
de esquerda levantaram nova bandeira: nacionalização das empresas estrangeiras,
controle da remessa de lucros, royalties e dividendos e as reformas de base
(tributária, financeira, bancária, agrária, educacional) (SAVIANI, 2008, p. 293).
Importante destacar que a educação brasileira, na década de 1950 aos anos iniciais da
década de 1960, teve como figura central Anísio Teixeira que, entre 1951 e 1964, permaneceu na
direção da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES e do Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP; criou o Centro Brasileiro
de Pesquisa Educacional – CBPE e os Centros Regionais de Pesquisa Educacional - CRPE’s (1955
– que funcionaram até meados dos anos de 1960); colaborou com a criação do ISEB; “inspirou a
fundação da Universidade de Brasília” (1961 – entregou a direção à Darcy Ribeiro); foi reitor da
Universidade de Brasília (1963) (SAVIANI, 2007, p.304-305).
Até 1961, Governo de Jânio Quadros (janeiro a agosto de 1961), “a visão ideológica
caracterizava-se dominantemente como progressista, industrialista, modernizadora,
correspondente, portanto, a uma burguesia que se queria esclarecida” (SAVIANI, 2007, p.311).
41
Sobre esse assunto, importante se faz destacar que “o Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova (1932) ainda é o
documento histórico mais proeminente dessa conjuntura, resultado de um debate promovido por um conjunto de
intelectuais que corajosamente afirmava a necessidade de uma Educação e de uma escola com as características
clássicas da educação e da escola moderna: leiga, gratuita, universal, estatal, pública e obrigatória. Podemos afirmar
que a educação e a escola são direitos sociais inalienáveis, na concepção hegemônica do liberalismo moderno”
(NUNES, 2019, p. 81)
57
Esse regime militar, no qual, os militares permanecem no poder por 21 anos, afetou e
continua afetando a situação social do Brasil e deixou um “oneroso legado” para o país. Destacar-
se-á o quanto a educação brasileira foi prejudicada ao refletir-se sobre aspectos da política
educacional.
58
Dois eventos explicitam a “visão pedagógica assumida pelo regime militar”: um simpósio 42
organizado pelo IPES (dezembro/1964) para tratar da reforma da educação e um fórum 43 (“A
educação que nos convém”, ocorrido no final de 1968), para revelar a “visão pedagógica assumida
pelo regime militar”. E que visão pedagógica foi essa? Uma concepção pedagógica articulada pelo
IPES visando reformas educativas: reforma universitária e criação do Movimento Brasileiro de
Alfabetização - MOBRAL.
Ribeiro (2003) cita a criação do MOBRAL44, Lei n. 5370, de 15 de dezembro de 1967,
como uma das primeiras medidas de ordenamento legal da educação.
Saviani (2008) cita outras medidas:
O marco iniciador dessa nova fase é o ano de 1969, quando entrou em vigor a Lei
da Reforma Universitária (Lei n. 5540, de 28 de novembro de 1968),
regulamentada pelo Decreto n. 464, de 11 de fevereiro de 1969, mesma data que
foi aprovado o Parecer CFE n. 77/69, que regulamentou a implantação da pós-
graduação. Igualmente, em 1969 foi aprovado o Parecer CFE n. 252/69, que
introduziu as habilitações profissionais no currículo do curso de Pedagogia.
[...]
Completando esse processo, foi aprovada em 11 de agosto de 1971, a Lei n.
5692/71, que unificou o antigo primário com o antigo ginásio, criando o curso de
1º grau de 8 anos e instituiu a profissionalização universal e compulsória no ensino
de 2º grau, visando atender à formação de mão-de-obra qualificada para o
mercado de trabalho (SAVIANI, 2008, p. 298).
42
“Para orientar os debates do simpósio foi elaborado um ‘documento básico’, organizado em torno do vetor do
desenvolvimento econômico, situando-se na linha dos novos estudos de economia da educação, que consideram os
investimentos no ensino como destinados a assegurar o aumento da produtividade e da renda” (SAVIANI, 2008, p.
295).
43
“Percebe-se um sentido geral que perpassa o tratamento dos diferentes temas e que se encontra mais fortemente
explicitado na conferência-síntese, especialmente no conjunto de sugestões apresentadas para o encaminhamento da
política educacional do país. Este sentido geral se traduz pela ênfase nos elementos dispostos pela ‘teoria do capital
humano’; na educação como formação de recursos humanos para o desenvolvimento econômico dentro dos parâmetros
da ordem capitalista; na função de sondagem de aptidões e iniciação para o trabalho atribuída ao primeiro grau de
ensino; no papel do ensino médio de formar, mediante habilitações profissionais, a mão-de-obra técnica requerida pelo
mercado de trabalho; na diversificação do ensino superior, introduzindo-se cursos de curta duração, voltados para o
atendimento da demanda de profissionais qualificados; no destaque conferido à utilização dos meios de comunicação
de massa e novas tecnologias como recursos pedagógicos; na valorização do planejamento como caminho para
racionalização dos investimentos e aumento de sua produtividade; na proposta de criação de um amplo programa de
alfabetização centrado nas ações das comunidades locais. Eis aí a concepção pedagógica articulada pelo IPES, que
veio a ser incorporada nas reformas educativas instituídas pela lei da reforma universitária, pela lei relativa ao ensino
de 1º e 2º graus e pela criação do MOBRAL” (SAVIANI, 2008, p. 296-297),
44
“Se antes de 1964, por exemplo, o que motivava vários grupos a descobrirem meios de alfabetizar a população adulta
era a convicção de que a alfabetização era um instrumento indispensável, mesmo que não suficiente, à participação
ativa na política do país, após 1964, com o Mobral, é feita a vinculação imediata da alfabetização com a ‘participação’
na vida econômica” (RIBEIRO, 2003, p. 192). “Participação”, entre aspas, uma vez que não significa participação
efetiva nos lucros e sim a possibilidade de emprego como assalariado em um novo modelo de acumulação acelerada
do capital internacional. (Nota de rodapé, p. 192).
59
Definitivamente, a partir daí, configurou-se a orientação que Saviani (2008, p. 297) chama
de “concepção produtivista de educação” devido a corolários “máximo de resultado com o mínimo
de dispêndio” e “não duplicação de meios para fins idênticos”. Estava posto o “caos”, visivelmente,
privilegia-se, no cenário educacional, a quantidade ao invés da qualidade.
Para Silva (2013), o período de 1931 a 1965 compreende a primeira fase da pós-graduação
brasileira e “caracteriza-se pela coexistência de modelos diferenciados de pós-graduação no país,
bem como pela falta de centralização, controle e orientação por parte do governo em relação a esse
nível de ensino” (SILVA, 2013, p.55).
O autor aponta que houve várias iniciativas do governo para promover a institucionalização
da pós-graduação brasileira, por exemplo, em 1951, a criação do Conselho Nacional de Pesquisa -
CNP e a Campanha Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - atual CAPES,
mas ressalta que foram apenas iniciativas e que “até 1965, apenas a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDBEN) – Lei nº 4.024 de 20/12/1961, em seu artigo 69, letra b, apresentava
uma demarcação sobre os cursos de pós-graduação”. Foi somente no final de 1965 que o Governo
Federal adotou medidas voltadas para a pós-graduação:
45
SILVA, R. V. de S. Pesquisa em Educação Física: determinações históricas e implicações epistemológicas. 1997.
Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Unicamp, Campinas/SP, 1997.
46
SILVA, Régis Henrique dos Reis. Tendências teórico-filosóficas das teses em educação especial desenvolvidas
nos cursos de doutorado em educação e educação física do Estado de São Paulo (1985-2009). 2013. 390 p. Tese
(doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, SP.
61
47
A adoção do modelo econômico associado-dependente, a um tempo consequência e reforço da presença das
empresas internacionais, estreitou laços do Brasil com os Estados Unidos. Com a entrada dessas empresas, importava-
se também o modelo organizacional que as presidia. E a demanda de preparação de mão-de-obra para essas mesmas
empresas associada à meta de elevação geral da produtividade do sistema escolar levou à adoção daquele modelo
organizacional no campo da educação. Difundiram-se, então, ideias relacionadas à organização racional do trabalho
(taylorismo, fordismo), ao enfoque sistêmico e ao controle do comportamento (behaviorismo) que, no campo
educacional, configuraram uma orientação pedagógica que podemos sintetizar na expressão “pedagogia tecnicista”
(SAVIANI, 2007, p.365-367). “Com base no pressuposto da neutralidade científica e inspirada nos princípios de
62
Nota-se que, o que era uma possibilidade (em 1967 – previsto ao ensino superior)
converteu-se em uma “determinação incondicionada” (em 1969 – estendendo-se ao ensino médio).
Esse foi o ponto chave para o crescimento acelerado de instituições particulares, que almejavam o
ensino pago e a grande expansão do ensino superior se deu à iniciativa privada (no período 1964 e
1973, o ensino superior cresceu 744,7%). Viu-se que “o significativo aumento da participação
privada na oferta de ensino, principalmente, em nível superior, foi possível pelo incentivo
governamental assumido deliberadamente como política educacional” (SAVIANI, 2008, p.300).
Essa política recebeu apoio do Conselho Federal de Educação (CFE), que, de tão “ativo,
intenso e agressivo, chegando a ultrapassar os limites do decoro e da ética” foi fechado em 1994.
Em seu lugar, surge o Conselho Nacional de Educação – CNE, regulado pela Lei n. 9131, de 24 de
novembro de 1995 (SAVIANI, 2008, p. 300). Uma vergonha para o país que expressa, assim,
nitidamente, na sua história, a balbúrdia da corrupção em seu Conselho Federal de Educação.
Enfim, no legado educacional do regime militar, temos várias ações que afrontaram e
prejudicaram a educação brasileira , consequentemente, a pós-graduação, conforme já citado
anteriormente: a configuração de uma concepção produtivista de educação; a institucionalização
da “profissionalização universal e compulsória no ensino de 2º grau, visando atender à formação
de mão-de-obra qualificada para o mercado de trabalho”; eliminação da vinculação orçamentária
via Constituição de 1967; queda de investimentos na educação; apoio à iniciativa privada; alunos
ingressantes (a partir de 1969), pagando por seus estudos em universidades públicas,
consequentemente, implantação do ensino pago; grande expansão do ensino superior devido à
iniciativa privada; fechamento do CFE por corrupção (falta de “decoro e ética”); setor público
sendo invadido pela mentalidade privatista; enfim, consolidação da tendência privatizante
(SAVIANI, 2008, p. 297-301). Este foi o percurso seguido pela educação brasileira nestes anos do
regime militar.
Saviani (2008) explica que as reformas do ensino, propostas pelo regime militar (aprovada
em 1968), começam pelo ensino superior, a partir do momento que propõem a separação entre
curso e departamento, ou seja, deixa de existir a identidade entre curso e departamento e é desta
forma que surgem as áreas de conhecimento.
64
Tal alteração foi proposta sob o argumento de que, devendo a universidade fundar-
se na unidade do ensino e da pesquisa, era necessário desenvolver a pesquisa,
reunindo e conjugando os esforços dos professores preocupados com a mesma
área do conhecimento. O curso, por sua vez, se definia pelo currículo, entendido
na prática como um elenco de disciplinas distribuídas, via de regra, em três
modalidades: obrigatórias, optativas e eletivas. Tal currículo seria composto e
coordenado por um colegiado denominado coordenação de curso. Assim, ao
departamento se contrapõe a coordenação de curso e ao chefe do departamento, o
coordenador de curso (SAVIANI, 2008, p.303).
Assim, ao curso caberia fixar os objetivos (papel da coordenação), a partir desses, seriam
definidas as disciplinas do currículo e selecionados os conteúdos. Definido isso, a coordenação do
curso solicitaria ao departamento a indicação de professores qualificados para assumirem as
disciplinas que viessem a compor o currículo. Nesse contexto, surge outra diferenciação, agora,
entre matéria e disciplina, sendo que “as matérias integram os departamentos, ao passo que as
disciplinas integram os cursos”. Dessa forma, percebe-se que “na nova estrutura, o curso deixa de
ser a referência básica. Para os professores, o departamento é o ponto de referência fundamental.
Todo professor, antes de qualquer coisa, deve estar departamentalizado (SAVIANI, 2008, p. 303-
304).
Em síntese, separa-se curso e departamento; surgem as áreas de conhecimento; as matérias
são convertidas em disciplinas; os departamentos controlam os cursos; os coordenadores de curso
convertem-se “num organismo um tanto inócuo e, pior do que isso, em mais uma instância
burocrática a dificultar a agilização das atividades universitárias”; os professores são
departamentalizados; os alunos “são referidos às disciplinas”. Enfim, com a departamentalização
e com a exigência da matrícula por disciplina (sistema de créditos), surge no ensino superior “a
sistemática do curso parcelado, transpondo para a universidade o parcelamento do trabalho
introduzido nas empresas pelo taylorismo” (SAVIANI, 2008, p. 304).
Perante essa situação, acentuou-se o divórcio entre o ensino e a pesquisa, mesmo sendo
proclamada a sua indissociabilidade, proclamou-se o incentivo à redução de custos e, com isso, o
impacto negativo na qualidade do ensino ministrado:
Teoricamente, os meios, os conteúdos, as formas de produção e sistematização
do saber, o aspecto científico, ficaram sob a jurisdição do departamento. Os
objetivos, as finalidades, as formas de transmissão do saber, o aspecto
pedagógico, a cargo da coordenação de curso. Paradoxalmente, acentuou-se o
divórcio entre o ensino e a pesquisa, no momento mesmo em que a reforma
proclamava sua indissociabilidade.
65
Outro ponto que impacta de forma negativa na qualidade do ensino foi a alteração de
disciplinas com programação anual para semestral. Saviani (2008) explica que, enquanto a
disciplina era anual, o professor tinha um tempo maior para desenvolver o trabalho pedagógico
com os alunos e era possível detectar dificuldades e até mesmo conhecer melhor seus alunos. Ao
trabalhar a disciplina semestralmente, considerando, ainda, o regime da matrícula por disciplina, o
trabalho pedagógico fica comprometido, consequentemente, o processo de formação também se
torna afetado.
Para Ribeiro (2003, p. 195), está claro que a ênfase se apoia na quantidade e não na
qualidade, nos métodos (técnicas) e não nos fins (ideais), na adaptação e não na autonomia, nas
necessidades sociais e não nas aspirações individuais, na formação profissional em detrimento da
cultura geral”. Mais uma vez, nota-se aqui que se privilegia a quantidade e, a qualidade, como base
de uma formação sólida, não é colocada como centro do processo. Isto posto, temos um cenário,
no qual, a pós-graduação vai se rendendo aos apelos do mercado.
Na educação brasileira, ao considerar o período do regime militar, destaca-se o cunho
autoritário, que valorizava ações de apoio à iniciativa privada, seguindo a lógica do mercado com
o princípio “máximo de resultados com o mínimo de custos” (SAVIANI, 2008, p. 306).
Saviani (2008, p. 308), ao afirmar que a implantação da pós-graduação foi um legado
deixado pelos governos no período de regime militar, explica que o objetivo de a implantar vai ao
encontro da perspectiva de modernização da sociedade brasileira, “para que o desenvolvimento
científico e tecnológico fosse definido como uma área estratégica”. Evidentemente, pretende-se
colocar a pesquisa a serviço do mercado de trabalho.
O autor esclarece que a estrutura organizacional da pós-graduação no Brasil se inspirou no
modelo americano e é por isso que nossa pós-graduação stricto sensu possui dois níveis, mestrado
e doutorado, compreendendo o estudo de um conjunto de matérias relativas tanto à área de
66
a não exigência da dissertação no mestrado. Nesse ponto, Saviani (2000, p.16) é enfático ao dizer
que mestrado sem dissertação não é mestrado, seria equivalente a um curso de especialização. Esse
“tipo” de mestrado se descaracteriza como pós-graduação stricto sensu, porque tende a subordinar
a formação acadêmica à formação profissional, ao invés de privilegiar a formação do pesquisador.
Percebe-se que a tendência de pensar na retirada da dissertação tem a pretensão de reduzir o tempo
de realização do mestrado. Agora, valeria a pena reduzir o tempo do mestrado e, com isso,
descaracterizá-lo como pós-graduação stricto sensu? Para não correr esse risco, o Prof. Saviani,
em 1991 escreveu um texto, no qual, propôs a “monografia de base como ideia reguladora da
dissertação de mestrado”, uma proposta que implicaria a existência de linhas de pesquisa. Essa
ideia renderia um modelo novo, superior àquele de origem. Mas esta perspectiva não se solidificou,
e a preocupação com a desarticulação da pós-graduação no nosso país, relativamente bem-
sucedida, permaneceu e a situação até se agravou.
O professor Francisco de Oliveira faz uma afirmação interessante: “O Brasil, outra vez, é
um caso paradoxal: tardio na criação da universidade, no entanto, surpreendeu, em formando uma
universidade laica, pública e gratuita, presente em todos os estados da Federação. Formou-se um
surpreendente sistema público de ensino e pesquisa [...] (SGUISSARDI & SILVA JUNIOR, 2018,
p. 7, Prefácio).
Saviani (2008) nos remete a uma reflexão que clarifica esse processo decorrente da
experiência de pós-graduação no Brasil, uma vez que, mesmo sendo um legado do regime militar,
ela (a pós-graduação brasileira) se tornou um espaço privilegiado de produção científica.
Embora implantada segundo o espírito do projeto militar do “Brasil grande” e da
modernização integradora do país ao capitalismo de mercado, a pós-graduação se
constituiu num espaço privilegiado para o incremento da produção científica. No
caso da educação, contribuiu de forma importante para o desenvolvimento de uma
tendência crítica que, gerando estudos consistentes a contrapelo da orientação
dominante, alimentou um movimento emergente de propostas pedagógicas
contra-hegemônicas (SAVIANI, 2008, p. 310).
49
Fonte: https://www.fe.unicamp.br/institucional/sobre-a-fe
69
graduação stricto sensu na FE/UNICAMP, em 1975. Desse modo, o PPGE da UNICAMP foi um
dos primeiros programas de pós-graduação implantados no Brasil, iniciando seus trabalhos com o
mestrado, com áreas de concentração específicas que integraram departamentos como Filosofia e
História da Educação, Administração e Supervisão Escolar, Psicologia Educacional, Ciências
Sociais aplicadas à Educação e Metodologia do Ensino. Esta aí a origem do Grupo PAIDEIA, que,
com a implantação do departamento de Filosofia e História da Educação na FE, inicia seus
trabalhos. No Capítulo III, ver-se-á que a primeira defesa de Mestrado na área de Filosofia ocorreu
no ano de 1978, portanto, é a partir desse o ano que se efetiva a primeira produção científica do
Grupo PAIDEIA, nosso objeto de estudo (o particular).
Ao voltar para análise da Pós-Graduação (mais geral), traz-se Silva (2013) que vincula a
terceira fase da pesquisa e pós-graduação brasileira (1975 a 1989) aos PNPG’s 50:
50
Silva (2013), ao discutir os aspectos históricos da pós-graduação brasileira, faz uma reflexão acerca dos três
primeiros PNPG’s (I, II e III). Sobre eles, o autor tece as seguintes considerações: I) O primeiro plano (I PNPG),
“estabelecia como objetivos da pós-graduação: 1) formar professores para o magistério universitário, a fim de atender
à expansão quantitativa deste ensino e à elevação da sua qualidade; 2) formar pesquisadores para o trabalho científico,
a fim de possibilitar a formação de núcleos e centros, atendendo às necessidades setoriais e regionais da sociedade; e
3) preparara profissionais de nível elevado, em função da demanda do mercado de trabalho nas instituições privadas e
públicas” (I PNPG, 1998, p.16). “O que podemos observar nos objetivos desse Plano é que eles expressam a mesma
diretriz já apresentada no Parecer 977/65 e no Relatório do GTRU. Para autores como Barros (1998), Bittar (2004),
Porto Júnior (2004) e Silva (1997), afinado com esses objetivos, o I PNPG almejava transformar as universidades
brasileiras em verdadeiros centros de atividades criativas permanentes. [...] Assim, a partir do diagnóstico realizado e
dos objetivos estabelecidos, percebe-se a carência de recursos humanos para o alcance das finalidades almejadas, de
modo que a possibilidade visualizada na ocasião foi o aprimoramento e a qualificação desses recursos como fator
necessário para alcançar metas estabelecidas e para o acompanhamento do crescimento do país, principalmente em
atividades de pesquisa” (SILVA, 2013, p. 72); II) Já o II PNPG, “objetivava a formação de recursos humanos
qualificados para a docência, pesquisa e técnica para o atendimento não apenas do setor educacional, mas também do
setor produtivo. Portanto, os objetivos básicos do II PNPG estiveram voltados para a solução de problemas
considerados fundamentais para o aperfeiçoamento do sistema de pós-graduação, compatibilizado com as necessidades
reais e futuras do Brasil” (BARROS, 1998; SILVA, 1997). “No entanto, é importante destacar que, diferentemente do
Plano anterior, o II PNPG enfatizou a participação da comunidade científica e dos representantes das organizações de
pós-graduação no estabelecimento de prioridades e diretrizes e na operação do próprio sistema de avaliação por meio
da “avaliação por pares” (BARROS, 1998; MORAES, 2006; SILVA, 1997). “O que de fato ocorreu, ao longo dos anos
1980, foi que o sistema de avaliação da pós-graduação brasileira articulou dois componentes fundamentais para a sua
consolidação, um que consistiu nas melhorias desenvolvidas pela CAPES no processo de registro dos processos
avaliados (formulários de obtenção de dados e informatização destes) e outro, a criação de comissões especialistas
(geralmente indicados pelas associações científicas), um para cada área de conhecimento, os quais atuavam como
consultores nos processos avaliativos, realizando, inclusive, a prática de visitas in lócus aos programas (KUENZER;
MORAES, 2005, p. 1346)” (SILVA, 2013, p. 75-76); III) Quanto ao terceiro (III PNPG), “apesar do caráter
aparentemente crítico do III PNPG, ao apresentar um levantamento com os principais problemas enfrentados pela pós-
graduação e que as metas iniciais da política de expansão quantitativa dos cursos geravam problemas e não atingiam
adequadamente os objetivos de qualificação do corpo docente das universidades e da formação de pesquisadores em
número e qualidade capazes de atender aos anseios de desenvolvimento do país, além das alternativas propostas para
superação desses problemas, o que se observou, na prática, durante o período de vigência desse plano, foi o descaso e
o desrespeito do governo para com a pesquisa e a pós-graduação, de forma específica, e ciência, tecnologia e educação,
de modo geral, resultando em sucateamento e abandono desses setores” (SILVA, 2013, p. 77).
70
Referida distinção foi introduzida pelo Grupo Executivo para a Reformulação do Ensino Superior
– GERES em 1986, criado por Marco Maciel, Ministro da Educação.
É fato que a política educacional faz distinção entre universidade (universidade de pesquisa)
e centros universitários (universidade de ensino), esquecendo do princípio da indissociabilidade
entre ensino, pesquisa e extensão. Altera a expressão universidade de ensino para centros
universitários e estende a estas instituições autonomia didática e, quem sabe, até autonomia
universitária.
Quer dizer, são instituições com as prerrogativas da universidade; logo,
universidades, mas sem pesquisa. Em suma, ao que parece, a expressão centros
universitários foi a fórmula encontrada para burlar o artigo 207 da Constituição
Federal que afirma que as universidades obedecerão ao princípio da
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. (SAVIANI, 2000, p. 9).
Além da questão que envolve os centros universitários (somente ensino, sem pesquisa),
surge, ainda, a partir do final da década de 1980, a proliferação de universidades particulares e
“essa corrida foi tão intensa que chegou, mesmo, a lançar mão do suborno junto ao Conselho
Federal de Educação, o que acarretou o fechamento desse órgão, por corrupção [...]” (SAVIANI,
2000, p. 10).
Nesse contexto, em particular, somente para interrelacionar nosso objeto com o movimento
do real, o Grupo PAIDEIA já atuava na sociedade ao conscientizar seus pesquisadores e
professores, ao estabelecer questionamentos e reflexões a respeito da conjuntura, ao produzir
pesquisas na área de Filosofia da Educação. Como veremos no Capítulo III, esse primeiro período
do Grupo PAIDEIA foi definido como “constituição da área Filosofia da Educação".
Retomando às determinações históricas mais gerais, outra questão a ser abordada foi a
possibilidade de as universidades privadas vislumbrarem a criação de mestrados e, nesse sentido,
surge o mecanismo “CAPES Privada”.
Assim é que foi criada, no âmbito da ABMES (Associação Brasileira de
Mantenedoras de Ensino Superior), a Fundação para o Desenvolvimento do
Ensino Superior Particular (FUNDESP) cuja proposta de Estatuto social
estabelece como finalidade dessa Fundação o desenvolvimento de programas de
treinamento, aperfeiçoamento, titulação e capacitação de docentes das instituições
de educação superior mantidas por entidades filiadas à Associação Brasileira de
72
Saviani (2000, p. 11) mostra que, no segundo semestre de 1998, a FUNDESP passou a ser
chamada de FUNADESP (Fundação Nacional para o Desenvolvimento do Ensino Superior
Privado). Em matérias publicadas no ABMES Notícias, percebe-se a articulação da FUNADESP
com a CAPES. Em 1998, surge a notícia que a FUNADESP encaminha à CAPES e à SESu/MEC
propostas envolvendo questões como vagas para mestrado e doutorado, justificando a necessidade
de atender a demanda das universidades privadas, mais tarde, em 1999, outra notícia que mostra a
FUNADESP funcionando nos moldes da CAPES e, inclusive, em convênio com a própria CAPES.
Além do mecanismo “CAPES Privada”, que mostra esta instituição se rendendo aos apelos
do mercado, discute-se ainda o projeto de transformar as universidades públicas em organizações
sociais. Um projeto, elaborado pelo Ministério da Administração e Reforma do Estado (MARE),
que tinha como objetivo
Silva (2013), em consonância com as análises de Saviani (2000, 2008), também faz uma
análise sobre os anos 90, considerando, principalmente, o nível superior, com ênfase para o caso
da pós-graduação no Brasil, na qual destaca questões importantes como:
51
SGUISSARDI, W. e SILVA JÚNIOR, J. R. A educação superior privada: novos traços de identidade. Trabalho
apresentado na XXII Reunião Anual da ANPEd. Caxambu, 26-30/09/1999.
52
SAVIANI, D. A pós-graduação em educação no Brasil: trajetória, situação atual e perspectivas. Revista Diálogo
Educacional, v.1, n.1, jan./jun., 2000.
73
Inclusive, Silva (2013) considera o período 1990 a 2004 como a quarta fase da pós-
graduação no Brasil. É nessa fase que o Grupo PAIDEIA se institucionaliza na FE/UNICAMP
(1999). Nesta fase engloba as eleições de Fernando Collor de Melo e Fernando Henrique Cardoso,
“caracteriza-se pela inexistência oficial do IV PNPG” e termina com a aprovação do PNPG (2005-
2010). Nesse período, o autor destaca vários aspectos históricos, como: tentativa de extinção da
CAPES; cortes de recursos financeiros e de contratação de pessoal; inexistência do IV PNPG 53;
regulamentação do INFOCAPES; criação do mestrado profissionalizantes 54; mudança no
paradigma de avaliação dos programas55 e a vinculação do financiamento à produtividade dos
programas.
53
Silva (2013) destaca que houve uma versão preliminar do IV PNPG, mas esta não foi concluída.
54
Silva (2013) informa que ele foi instituído por meio da Portaria nº 47 de 17/10/1995 que resultou na Resolução
01/95. Era uma das metas na presidência da CAPES em 1995 (Primeiro INFOCAPES do ano), letra c) “flexibilizar o
modelo de pós-graduação que, além de manter como uma das prioridades a formação acadêmica, na direção de atender
às demandas do mercado na qualificação profissional da área extra-acadêmica, instituindo uma comissão de
consultores que formulará um conjunto de recomendações – as quais, mais tarde, assumiram o formato do mestrado
profissionalizante” (p. 86-87).
55
Silva (2013) destaca o que segue: “Dessas medidas, uma que teve grande impacto no redesenho da pós-graduação
brasileira foi intitulada pela CAPES de ‘novo paradigma de referência’. Esta se consubstancia na concepção de que
era necessário inserir indicadores que pudessem expressar os níveis de concorrência e de competitividade entre os
programas. Isso porque, nas palavras do presidente da agência, há o ‘reconhecimento claro de que a avaliação não
discriminava mais a excelência”, haja vista que a maioria expressiva dos programas obteve conceitos A e B, tanto nas
avaliações de 1994 como nas de 1996 (NEVES, 2002, p. 6 apud SILVA, 2013, p. 91). Continuando sua reflexão, o
autor esclarece que “o posicionamento assumido pela CAPES, a partir desse novo modelo, é explícito, visto que o
incentivo à internacionalização ocorreria via indução da competitividade entre os programas, pois, a partir do fomento
dessa lógica, esperava-se que a inovação e o empreendedorismo no campo acadêmico científico ocorressem, tal como
opera na lógica do mercado” (p. 92).
74
Para Sguissardi & Silva Junior (2018, p. 10-11), a década de 1990, representada pelas
mudanças na economia e a reforma do Estado, que desencadeiam na reforma da instituição
universitária, nos traz a compreensão dos “condicionantes nacionais da reconfiguração das IFES e
de outras universidades públicas e privadas”. Os autores apontam que, “no setor privado, com
exceções, as instituições não passam de empresas do setor de serviços educacionais, algumas mais,
outras, menos mercantis, ao lado das universidades estatais públicas, instituições estratégicas para
o projeto de um Estado nacional”.
Segundo Sguissardi & Silva Junior (2018, p.53), “a educação é demandada pelo capital a
reformar-se, assim como e, primeiramente, o Estado nacional”. Neste caso, a pós-graduação tem
um lugar central e mais relevante para o Estado e isso se deve pelo fato de a pesquisa ser
desenvolvida, com maior consistência, na pós-graduação das universidades.
A pós-graduação passa a ocupar o lugar central das IFES e, ao mesmo tempo, a
ser o polo irradiador da efetiva reforma universitária, na qual a Capes e o CNPq –
aquela por meio de seu modelo de avaliação e este pela indução à pesquisa –
acentuam o produtivismo acadêmico à custa de intensificação e precarização do
trabalho do professor pesquisador.
Destaque-se, nesse caso, o fenômeno da superqualificação da pós-graduação e
concomitante desqualificação da graduação, assim como da prática da docência
nesses dois níveis de formação. E também o fato de que o interesse de pertença à
pós-graduação cada vez mais tende a ser o de pertencer a determinada área do
conhecimento regulada pela Agência Capes e pelo CNPq. Fatos como esses levam
à internalização do produtivismo acadêmico, tornando-o uma força ideológica a
valorizar, por exemplo, antes a quantidade de “produtos” e a sua publicação em
língua estrangeira, e sobre temas da moda, que a qualidade e a busca de soluções
para os efetivos desafios da nação. É nesta cultura ideologizada do produtivismo
acadêmico que estariam se formando as gerações de graduados, mestres e
doutores de que o desenvolvimento do país necessita.
Finalmente, uma palavra a mais sobre a hipótese de trabalho deste estudo que
consiste em afirmar que o núcleo da ideologia do produtivismo acadêmico, como
política de Estado e de cultura institucional, tem como sua mais completa
tradução, no âmbito filosófico, o pragmatismo, e, no âmbito econômico, a
mercadorização da ciência e da inovação tecnológica, o que o torna, com a pós-
graduação, nos moldes atuais, o polo gerador de uma reforma da instituição
universitária que tende a coloca-la a reboque do mercado (p.58).
Saviani (2007) aponta que, “na década de 1990, com a ascensão de governos ditos
neoliberais, em consequência do denominado Consenso de Washington56, promovem-se nos
56
Essa expressão decorreu da reunião promovida em 1989 por John Williamson no International Institute for Economy,
que funciona em Washington, com o objetivo de discutir as reformas consideradas necessárias para a América Latina.
Os resultados dessa reunião foram publicados em 1990. Na verdade, Williamson denominou Consenso de Washington
o conjunto de recomendações saídas da reunião porque teria constado que se tratava de pontos que gozavam de certa
75
De FHC até hoje nunca se realizou com tanta subalterna maestria a máxima do
neoliberalismo criada por Hayek – Extended Order – que, livremente, se traduz
como a ordem estendida do mercado, isto é, que todo tipo de atividade humana
tem como fim o mercado. Trata-se da mais concreta tradução do neoliberalismo
político e econômico. Locke, um insuspeito individualista liberal, assustar-se-ia
diante da situação brasileira. Países com a China e a Índia não tomaram o
remédio/veneno do Consenso de Washington, a não ser em doses homeopáticas.
O Brasil tomou o frasco inteiro e agora teme pela volta da inflação exportada pela
crise da economia americana (SGUISSARDI & SILVA JUNIOR, 2018, p.54).
É possível perceber, por meio das sucessivas edições dos livros Escola e democracia,
Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações, que a pedagogia histórico-crítica permaneceu
atuante, “ainda que na forma de resistência à onda neoconservadora revestida de roupagem ultra
avançada em virtude do apelo ufanista às novas tecnologias” (SAVIANI, 2007, p. 422).
O significado que veio prevalecer na década de 1990 deriva de uma lógica voltada
para a satisfação de interesses privados, “guiada pela ênfase nas capacidades e
competências que cada pessoa deve adquirir no mercado educacional para atingir
uma melhor posição no mercado de trabalho” (GENTILI, 200257, p. 51 apud
SAVIANI, 200758, p. 428).
A teoria do capital humano foi, pois, refuncionalizada e é nessa condição que ela
alimenta a busca pela produtividade na educação. Eis por que a concepção
produtivista, cujo predomínio na educação brasileira se iniciou na década de 1960
com a adesão à teoria do capital humano, mantém a hegemonia nos anos de 1990,
assumindo a forma de neoprodutivismo (SAVIANI, 2007, p. 428).
unanimidade, ou seja, as reformas sugeridas eram reclamadas pelos vários organismos internacionais e pelos
intelectuais que atuavam nos diversos institutos de economia (SAVIANI, 2007, p. 425).
57
GENTILI, Pablo. Três teses sobre a relação trabalho e educação em tempos neoliberais. In: LOMBARDI, José
Claudinei; SAVIANI, Dermeval & SANFELICE, José Luís (orgs.). Capitalismo, trabalho e educação. Campinas:
Autores Associados, pp. 45-59, 2002.
58
SAVIANI, Dermeval. História das ideias pedagógicas no Brasil. Campinas, SP: Autores Associados, 2007.
76
Sobre a produtividade na educação, Sguissardi & Silva Junior (2018) fazem a seguinte
reflexão:
É diante dessa dura realidade que surgem diversas instituições e diversas modalidades de
curso, ambos guiados pelos interesses de mercado.
Silva (2013, p. 87) afirma que, no período 1995 a 2003, houve um redesenho da pós-
graduação brasileira e este se deu “para atender ao ajuste neoliberal do Estado brasileiro via um
conjunto de medidas e ações implantadas pela CAPES, dentre as quais, se destacam a criação do
mestrado profissionalizante e a mudança no paradigma da avaliação dos programas”.
Quando o autor retrata a mudança no paradigma da avaliação dos programas esse “novo
paradigma de referência”, aponta que, antes, a avaliação direcionava o esforço de implantação da
pós-graduação e, com a mudança, a avaliação desencadeou uma espécie de competição entre os
programas.
59
O conceito de “qualidade total” está ligado à reconversão produtiva promovida pelo toyotismo ao introduzir, em
lugar da produção em série e em grande escala visando a atender a necessidade do consumo de massa, a produção em
pequena escala dirigida ao atendimento de determinados nichos de mercado altamente exigentes. [...] Nessa dimensão,
“qualidade total” significa conduzir os trabalhadores a “vestir a camisa da empresa”. A busca da qualidade implica,
então, a exacerbação da competição entre os trabalhadores que se empenham pessoalmente no objetivo de atingir o
grau máximo de eficiência e produtividade da empresa (SAVIANI, 2007, p. 437-438).
78
Este redesenho está inserido na quarta fase da pós-graduação brasileira (1990 a 2004) e se
percebe, de um lado, sua expansão e fortalecimento, visto que houve a articulação entre várias
instituições públicas, como, por exemplo, a CAPES, o Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico - CNPq, Universidades, mas, de outro, nota-se seu desvio para atender
aos apelos do mercado.
Neste sentido, Sguissardi & Silva Junior (2018) fazem a seguinte análise sobre a expansão:
Vale dizer, que estes traços recompõem o modelo de avaliação da Capes a partir
de 1996/1997, modificando de forma estrutural o trabalho do professor
pesquisador e a identidade da IFES e de forma sutil e persuasiva torna o trabalho
do professor intensificado e muitas vezes produtivo e avaliado pelo mercado, além
do crivo marcante da Capes. Há nisso uma condensação de diferentes
temporalidades históricas, resultando na cultura atual da universidade, cuja ponta
da lança é exatamente a pós-graduação (SGUISSARDI & SILVA JUNIOR,
2018, p.38, grifo nosso).
60
“Neste modelo, esta agência estatal, além de financiar e induzir/impor a organização dos programas de pós-
graduação, também os avalia, criando um sistema de controle e regulação de cada um deles e do espaço social que eles
compõem no Brasil [...]. Induz, assim, a formação de uma suposta elite de intelectuais gestores que, entre outras
decorrências, se perpetuam em associações e órgãos semelhantes do governo relacionados à pesquisa e à pós-
graduação, fato que torna cada vez mais constritor o contexto institucional da pós-graduação, e que segundo o
depoente, levaria a um alto nível de estresse” (SGUISSARDI & SILVA JUNIOR, 2018, p. 42).
79
a) de forma mais enfática, pelo papel que a Capes passa a ocupar na reorganização
da pós-graduação no país [...]; b) pelo papel indutor à pesquisa aplicada, atribuído
ao CNPq, por meio de editais, convênios e fundos de variada natureza; e, c) pelo
mercado que se põe dentro da universidade e a universidade que se põe no
mercado, possibilitando o trânsito entre pesquisadores e o setor produtivo
(mercado). Acrescente-se que estes três movimentos convergem entre si no
contexto da mundialização de capital que acentua a violência em que resulta esse
processo de efetiva reforma da universidade (SGUISSARDI & SILVA JUNIOR,
2018, p. 199).
Na análise de Saviani (2007), a chegada de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao poder central,
em 2003, trouxe esperança, uma vez que, findando o mandado de Fernando Henrique Cardoso
(PSDB), em 2002, um governo que “mutilou o texto do PNE aprovado pelo Congresso Nacional,
inviabilizando os pequenos avanços no que se refere ao financiamento da educação pública” (p.
449), acreditava-se que uma das primeiras medidas poderia ser a derrubada de vetos que
inviabilizavam os financiamentos da educação. Mas isso não ocorreu. O governo federal perdeu o
domínio do PSDB, que estabelecia medidas neoliberais e fortalecia a educação como mercadoria,
e recebe o PT, um “partido que mantinha fortes ligações com os movimentos populares e que dava
respaldo ao movimento dos educadores, levando ao Parlamento suas propostas de mudança dos
rumos da política educacional” (p. 449), mas, aos poucos, percebia-se que não houve alterações
significativas na ação governamental.
Silva (2013, p. 107) considera que a quinta-fase da pós-graduação no Brasil situa-se a partir
de 2005 e está vinculada pela “retomada dos planos nacionais de pós-graduação” e intitula essa
80
fase da seguinte maneira: “A pesquisa e a pós-graduação induzida: o segundo ciclo dos PNPG
(2005-20...)”. Nesse sentido, ele reflete sobre o PNPG (2005-2010), apresentando “as principais
debilidades que marcaram a trajetória da pós-graduação naquele momento”, bem como os objetivos
do referido plano: “[...] o crescimento unânime do sistema nacional de pós-graduação, com o
propósito de atender, com qualidade, as diversas demandas da sociedade, visando ao
desenvolvimento científico, tecnológico, econômico e social do país. Esse Plano tem ainda como
objetivo subsidiar a formulação e a implementação de políticas públicas voltadas para as áreas de
educação, ciência e tecnologia” (BRASIL, 200461, p. 54 apud SILVA, 201362, p. 108).
De acordo com o autor, a Lei nº 11.502 de 11/07/2007 reestrutura a CAPES e, a partir desse
momento, é denominada “Nova CAPES”, “pois, além de coordenar o Sistema Nacional de Pós-
Graduação - SNPG, também passou a induzir e fomentar a formação inicial e continuada de
professores de Educação Básica” (SILVA, 2013, p. 109).
61
BRASIL. Plano Nacional de Pós-Graduação 2005-2010. Brasília: MEC/CAPES, 2004. Disponível em:
http://www.capes.gov.br/sobre-a-capes/plano-nacional-de-posgraduacao/pnpgs-anteriores. Acesso em: 02 jun. 2022.
62
SILVA, Régis Henrique dos Reis. Tendências teórico-filosóficas das teses em educação especial desenvolvidas
nos cursos de doutorado em educação e educação física do Estado de São Paulo (1985-2009). 2013. 390 p. Tese
(doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, SP. Disponível em:
https://hdl.handle.net/20.500.12733/1620308. Acesso em: 2 jun. 2022.
63
BRASIL. Ministério da Educação. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Plano Nacional
de Pós-Graduação – PNPG 2011-2020 / Coordenação de Pessoal de Nível Superior. – Brasília, DF: CAPES, 2011.
Disponível em: http://www.capes.gov.br/sobre-a-capes/plano-nacional-de-pos-graduacao/pnpg-2011-2020. Acesso
em: 13 ago. 2011.
81
Conforme Silva (2013, p. 110), foi diante desse contexto que surgiu o PNPG (2011-2020),
divulgado pela CAPES em agosto de 2011, “que, pela primeira vez, integrará o PNE referente ao
mesmo período”.
O novo PNPG reconhece que, do ponto de vista da base científica e tecnológica,
o país já detém uma massa crítica significativa, bem como um SNPG de
excelência, que, comandado pela CAPES com a parceria do CNPq e outras
agências de fomento, formou um sistema que, em pouco mais de 50 anos,
produziu resultados e efeitos importantes sobre o conjunto de universidades,
evidenciando suas credenciais e dinamismo (SILVA, 2013, p. 110).
O autor, faz uma observação a respeito da proposta de estruturação do novo plano, intitulada
“tríplice hélice” (Universidade, Estado e as empresas), e nos mostra que conhecimento e tecnologia
são uma “poderosa ferramenta” que ampara o desenvolvimento econômico e social, na qual, por
meio de política públicas e “parcerias entre as universidades e os setores públicos e privados [...]
coloca a ciência a serviço do governo e de acordo com o modelo de desenvolvimento econômico e
social proposto por ele” (SILVA, 2013, p. 112).
Destaca-se que nesse período 2008 a 2011, o Grupo PADEIA apresenta uma maior
organicidade de seus trabalhos. Trata-se do seu 3º Período na trajetória institucional na
FE/UNICAMP, que analisaremos com maiores detalhes no Capítulo III desta tese.
Nunes (2019a) resgata os avanços ocorridos durante o governo Lula, em destaque para o
Programa Fome Zero; Bolsa Família; ampliação dos recursos para educação – transformação do
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Fundamental - FUNDEF para o Fundo Nacional
de Desenvolvimento da Educação Básica – FUNDEB; o Programa de Desenvolvimento da
Educação - PDE (2007); a Emenda constitucional n. 59, de 11 de novembro de 2009; as
conferências nacionais de educação - no âmbito das CONAEs (2010, 2014); a decisão da Ação
Direta de Inconstitucionalidade – ADI 4167 (2011),
que garantia a determinação de 1/3 de hora atividade para o planejamento
extraclasse das atividades docentes, culminando na aprovação do Plano Nacional
de Educação (PNE) de 25 de Junho de 2014, com 20 metas e 254 estratégias para
garantir a Educação como Direito de Todos e o Direito à Educação como base
da cidadania cultural e política, entre outras, consagraria, de maneira original,
todas as condições objetivas de uma nova era na educação pública do Brasil
(NUNES, 2019a, p.79, grifo nosso).
O autor destaca, também, a promulgação do Plano Nacional de Educação em Direitos
Humanos – PNEDH (2013):
82
É fato. Hoje, 2021, temos no Brasil uma Capes desarticulada, sucateada e aparentemente
perdida. Percebe-se isso ao estudar a Plataforma Sucupira 64, que demostra que a última avaliação
do Qualis65 Periódico refere-se “Classificações de Periódicos do Quadriênio 2013-2016”66, ou
seja, encontra-se sem vigência atualmente, somando a cada dia inúmeros pedidos de avaliação e
reavaliação não concluídos. Outro ponto a destacar é a nomeação feita pelo Ministério da
Educação, no Governo Bolsonaro, da nova presidente da Capes, Claudia Mansani Queda de
Toledo, Reitora do Centro Universitário de Bauru, ocorrida em 15 de abril de 2021. O Conselho
de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas – CRUESP manifestou “preocupação” pelas
constantes alterações, tanto no que diz respeito às estruturas quanto a dirigentes67. Outra questão a
64
A Plataforma Sucupira disponibiliza uma imensidão de informações por meio de suas bases de dados avaliação,
mas muitos dados encontram-se desatualizados ou, ainda, não se encontram em vigência. Independente disto,
apresenta-se, em sua página principal, oito (8) ícones para pesquisa. São eles: 1) “Conheça a avaliação”, neste item
são esclarecidos os conceitos, processos e normas, no qual enfatiza-se que “a avaliação do Sistema Nacional de Pós-
Graduação, na forma como foi estabelecida a partir de 1998, é orientada pela Diretoria de Avaliação/CAPES”; 2)
“Cursos Avaliados e Reconhecidos”; 3) “Coleta CAPES” na qual se define filtros para pesquisas sobre os dados em
atualização dos programas de pós-graduação no Brasil; 4) “Avaliação Quadrienal” no qual são apresentados os
resultados das avaliações dos programas de pós-graduação que compreendem as fases de Avaliação e Reconsideração;
5) “Aplicativo para propostas de cursos novos – APCN”, que é um local destinado ao envio de propostas de cursos
novos à CAPES; 6) “Projetos de Cooperações entre instituições”, local destinado aos projetos de Mestrado
Interinstitucional - Minter e de Doutorado Interinstitucional – Dinter; 7) o “Qualis” que, ao acessar em 05/07/2021
continha uma Nota Qualis-Periódicos que esclarecia o que se segue: “Reiteramos, mais uma vez, que as informações
do Qualis-Periódicos disponíveis para consulta na Plataforma Sucupira referem-se apenas as classificações das revistas
consolidadas do Triênio 2010-2012 e Quadriênio 2013-2016. Esses estratos foram utilizados, à época, para subsidiar
os processos de Avaliação, fim para o qual o Qualis-Periódicos foi concebido e é referendado pela CAPES. Em relação
ao novo modelo do Qualis Referência, ele ainda se encontra em fase de discussão e aprimoramentos pelas Áreas de
Avaliação. [...] Ressaltamos que os estratos atribuídos para fins de discussão nos seminários de meio termo não são os
definitivos; pois há dependência dos envios dos Coletas 2019 e 2020 e haverá continuidade no aperfeiçoamento da
metodologia do Qualis. De forma que se tenha uma versão final até a próxima Avaliação Quadrienal em 2021, quando
os estratos atualizados serão publicados pela CAPES”; 8) “Dados e Estatísticas” que fornecem dados por meio de
diversos Painéis de Indicadores; GEOCAPES – dados estatísticos sobre concessão de bolsas da CAPES de pós-
graduação no Brasil (por ano – 1995 a 2020), distribuição de bolsistas da CAPES no Exterior (por ano – 1998 a 2020),
distribuição de discentes (por ano – 1998 a 2019; por situação – matriculado e titulado e, ainda, por grau), programas
(por ano – 1998 a 2019 e, por nota) e docentes no Brasil (por ano – 1998 a 2019 e por titulação), acessos ao portal de
periódicos (por ano – 2001 a 2020 e por tipo de base – base de referência e texto completo) e investimentos da CAPES
em bolsas e fomento (por ano – 2002 a 2019); e, por fim, Dados Abertos que possibilitam uma pesquisa de dados no
qual pode-se redefinir a busca por meio dos seguintes filtros: tema, grupo, palavras-chaves, formatos e licença. (Fonte:
Disponível em https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/ Acesso em 05 Jul 2021).
65
“[...] sistema criado pelos pares no âmbito das associações científicas e que classifica cada periódico como
internacional, nacional e local, acrescidos de outra subclassificação horizontal com as letras ‘A’, ‘B’ e ‘C’”
(SGUISSARDI & SILVA JUNIOR, 2018, p. 41).
66
BRASIL. Plataforma Sucupira. Disponível em:
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/veiculoPublicacaoQualis/listaConsultaGeralPeriodicos.
jsf Acesso em 24 mai 2021.
67
Um trecho da notícia, do site da uol, diz o seguinte: “O Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais
Paulistas) manifestou "preocupação" com frequentes modificações na estrutura da Capes, em especial as trocas de
dirigente máximo da instituição. O órgão representa os reitores de USP, Unicamp e Unesp, três das mais importantes
instituições de ensino superior do País. Sem citar o nome de Cláudia, a nota do Cruesp aponta que a função não pode
84
CAPÍTULO II
68
“A UNICAMP é oficialmente fundada em 05 de outubro de 1966, dia do lançamento de sua pedra fundamental”
(Disponível em: https://www.unicamp.br/unicamp/historia. Acesso em 06 Jul 2021)
86
Fonte: Entrevista concedida ao Diário do Povo, em 23/08/1967. Exposição UNICAMP. Disponível em:
https://expounicamp.siarq.unicamp.br/4/unidade/19/fe Acesso em 06 Jul. 2021
Passados dois meses desta reportagem, em 17/10/1967, o Reitor Prof. Zeferino Vaz recebeu
da Câmara Municipal de Campinas o requerimento nº1.301/67, que foi apresentado ao Legislativo
69
Fonte: Linha do Tempo. Disponível em: https://expounicamp.siarq.unicamp.br/50anos/linha-do-tempo Acesso em
06 Jul 2021.
87
pelo Sr. Vereador Lindenberg da Silva Pereira e aprovado na 65ª Sessão Ordinária, e este
apresentava um abaixo-assinado recebido das professoras de Campinas reivindicando a criação de
uma Faculdade de Educação, o que demonstra que a FE surge por meio do seu povo, dos
professores, ou seja, surge da base, reivindicada por representantes da sociedade civil.
70
Juntamente com o Prof. Silvio Ancízar Sanchez Gamboa e com o Prof. José Luis Sanfelice. Nesta ocasião, o Prof.
César Nunes estava iniciando suas atividades como docente na universidade (Depoimento do Prof. César Nunes no V
Simpósio Nacional do Grupo Paideia realizado na FE/UNICAMP em Julho de 2021).
71
Fonte: https://expounicamp.siarq.unicamp.br/4/unidade/19/fe Acesso em 06 jul 2021.
72
Fonte: https://www.fe.unicamp.br/institucional/sobre-a-fe
89
A construção do prédio foi uma luta muito grande, nós estávamos, inicialmente,
no Ciclo Básico, muito precariamente, e conseguimos construir esse prédio,
inclusive, num período muito difícil da economia, economicamente difícil, porque
a FE passou por várias fases econômicas (GOERGEN, fala no V SIMPÓSIO
NACIONAL DO GRUPO PAIDEIA, 01 Jul. 2021).
73
Apêndice XIV – Egressos: alguns estudantes pesquisadores formados no PPGE/FE/UNICAMP
91
XV74), que evidenciam alguns dos egressos do PPGE/FE/UNICAMP com suas respectivas
atuações/cargos e funções75 com o objetivo de comprovar a contribuição destes egressos na
pesquisa e desenvolvimento da Educação no Brasil.
Importante ressaltar que, mais que qualificar profissionais para a docência e a pesquisa, a
FE contribui efetivamente na formulação do pensamento nacional sobre Educação, por meio da
proposição de políticas e cursos e da participação de seus docentes nas várias instâncias
administrativas e deliberativas em nível regional e nacional (GOERGEN, 2021).
Sobre isso, o Prof. Pedro Goergen disse:
A criação dos grupos de pesquisa também foi um aspecto muito importante dos
vários departamentos da Faculdade de Educação, todos os grupos, muitas vezes,
de grande projeção nacional, e alguns de projeção internacional.
Os convênios que a Faculdade de Educação tem, tanto nacionais quanto
internacionais, como, por exemplo, o convênio (e eu falo deste, porque fui seu
coordenador) entre a UNICAMP e a Faculdade de Passo Fundo no RS e o
convênio com a Universidade de Tandil, na Província de Buenos Aires, na
Argentina. É interessante destacar isto, porque a Argentina não tinha tradição
nenhuma em termos de pós-graduação formal, da formação de mestres e doutores,
até esse período em que a Faculdade de Educação começou a interagir. E lá
criamos, nesta Universidade de Tandil, um mestrado, posteriormente criamos lá
um doutorado. E, não totalmente, mas a partir disso, se estimulou em toda a
Argentina a criação de mestrados e doutorados. Eu acho que vale muito a pena
destacar isso em termos da repercussão, também, internacional, que teve a
Faculdade de Educação (GOERGEN, 2021).
74
Apêndice XV - Egressos “alguns docentes pesquisadores” formados no PPGE/FE/UNICAMP – por linha do PPGE
75
Utilizou-se como fonte de dados a Plataforma Lattes do CNPq, a partir de leituras de Curriculum Lattes dos
pesquisadores que se formaram no PPGE/FE/UNICAMP.
92
Goergen (2021) menciona outro dado interessante ao relembrar que, à frente da Direção da
Faculdade de Educação, por muitas vezes, estiveram professores do Departamento de Filosofia e
História da Educação - DEFHE, citou, por exemplo, o Prof. Antonio Muniz de Rezende (Diretor
entre os anos de 1976 a 1980); o Prof. Eduardo Chaves (foi Diretor da Faculdade de Educação por
oito anos, quatro dos quais, como Diretor Associado)76; o Prof. José Dias Sobrinho (Diretor no
período 1987 a 1990), o qual trouxe colaborações importantes, estruturais e, inclusive, mais tarde
foi Pró-reitor de Pós-Graduação da UNICAMP (1990 a 1994) e, assim, muito contribuiu com a
Faculdade de Educação; mencionou que ele próprio (Pedro Laudinor Goergen) também esteve
nesta função de Diretor da FE (Gestão de 1980 a 1984 – juntamente com o Prof. Eduardo Chaves
e, depois, esteve à frente da Direção na Gestão de 1984 a 1988 – juntamente com o Prof. José Dias
Sobrinho, seu vice), e, após, exerceu também a função de Pró-Reitor de Assuntos Internacionais
(1988 a 1994); atualmente, encontra-se na Direção da FE o Prof. Renê Trentin Silveira, que tomou
posse em 30 de junho de 2020, mas já estava no cargo desde 04 de maio de 2020 77, mas não houve
a cerimônia presencial devido ao atual cenário da Pandemia de Covid-19.
A tabela a seguir apresenta os ex-diretores da FE/UNICAMP:
76
Fonte: https://chaves.space/2019/07/05/uma-breve-autobiografia/ Acesso em 06 Jul 2021.
77
Fonte: Disponível em: https://www.unicamp.br/unicamp/index.php/noticias/2020/06/30/rene-silveira-assume-
como-diretor-da-faculdade-de-educacao Acesso em 06 Jul 2021.
93
PROFESSORES GESTÃO
Marconi Freire Montezuma Gestão 1972 a 1976
Antonio Muniz de Rezende Gestão 1976 a 1980
Eduardo Oscar Chaves
Eduardo Oscar Chaves Gestão 1980 a 1984
Pedro Laudinor Goergen
Pedro Laudinor Goergen Gestão 1984 a 1988
José Dias Sobrinho
José Dias Sobrinho Gestão 1988 a 1990
José Dias Sanfelice78
José Luis Sanfelice Gestão 1990 a 1996
Dermeval Saviani
Luiz Carlos de Freitas Gestão 1996 a 2000
Ana Luiza Bustamante Smolka
Águeda Bernardete Bittencourt Gestão 2000 a 2004
Jorge Megid Neto
Jorge Megid Neto Gestão 2004 a 2008
Regina Maria de Souza
Sérgio Antônio da Silva Leite Gestão 2008 a 2012
Márcia Maria Strazzacappa Hernandez
Luiz Carlos de Freitas Gestão 2012 a 2016
Ana Luiza Bustamante Smolka
Dirce Zan e Débora Mazza Gestão 2016 a 2020
Fonte: Disponível em: https://www.fe.unicamp.br/noticias/reinaugurada-galeria-de-ex-diretores-da-fe Acesso em 06
Jul 2021
78
Professor Dr. José Luis Sanfelice era Bacharel e Licenciado em Filosofia (1971), Mestre em Filosofia da Educação
(1978) e Doutor em Educação (1985) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Nascido em 1950,
aposentou-se na UNICAMP em 2012 e, infelizmente, faleceu na madrugada do dia 01/04/2021.
94
importante a ser destacado. Este foi um dos vários títulos “Doutor Honoris Causa” 79 recebidos pelo
educador Paulo Freire.
Figura 6 - TÍTULO “HONORIS CAUSA” À PAULO FREIRE
79
Nita Freire, relaciona os títulos: “A Paulo Freire foi outorgado o título de “Doutor Honoris Causa” pelas seguintes
instituições: Universidade Aberta de Londres, Inglaterra, em junho de 1973; Universidade Católica de Louvain,
Bélgica, em fevereiro de 1975; Universidade de Michigan – Ann Arbor, USA, em 29 de abril de 1978; Universidade
de Genebra, Suíça, em 06 de junho de 1979; New Hamphire College, USA, em 29 de julho de 1986; Universidade de
San Simon, Cochabamba, Bolívia, em 29 de março de 1987; Universidade de Santa Maria, Brasil, em 08 de maio de
1987; Universidade de Barcelona, Espanha, em 02 de fevereiro de 1988; Universidade Estadual de Campinas, Brasil,
em 27 de abril de 1988; Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Brasil, em 27 de setembro de 1988;
Universidade Federal de Goiás, Brasil, em 11 de novembro de 1988; Pontifícia Universidade Católica de São Paulo,
Brasil, em 23 de novembro de 1988; Universidade de Bolonha, Itália, em 23 de janeiro de 1989; Universidade de
Claremont, USA, em 13 de maio de 1989; Instituto Piaget, Portugal, em 11 de novembro de 1989; Universidade de
Massachusetts, Amherst, USA, 26 de maio de 1990; Universidade Federal do Pará, Brasil, em 15 de novembro de
1991; Universidade Complutense de Madri, Espanha, em 16 de dezembro de 1991; Universidade de MonsHainaut,
Bélgica, em 20 de março de 1992; Wheelock College, Boston, USA, em 15 de maio de 1992; Universidade de El
Salvador, El Salvador, em 03 de julho de 1992; Fielding Institute, Santa Barbara, USA, em 06 de fevereiro de 1993;
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil, em 30 de abril de 1993; University of Illinois, Chicago, USA, em 09
de maio de 1993; Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil, em 20 de outubro de 1994, Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro, Brasil, em 06 de dezembro de 1994; Universidade de Estocolmo, Suécia, em 29 de setembro
de 1995 (entregue na PUC-SP, em São Paulo, em 17.10.1995); e Universidade Federal de Alagoas, Brasil, em 25 de
janeiro de 1996” (FREIRE, 1996, p.52-53).
95
Gadotti, que, depois, foi para Universidade de São Paulo, mas sabe-se que, de uma forma ou de
outra, sempre esteve ligado com a FE/UNICAMP (GOERGEN, 2021).
Finalizando, informa-se que antes da pandemia (Covid-19), ou seja, dados de 201980,
contabilizam na FE: 457 estudantes de graduação (Pedagogia), 175 estudantes demais
licenciaturas, 215 de mestrado, 57 de mestrado profissional, 313 de doutorado, 87 professores e 63
funcionários.
Na sequência, destacar-se á a história de implantação do PPGE com suas fases de criação,
expansão e consolidação junto à FE/UNICAMP.
80
Dados obtidos na Secretaria do Programa de Pós-graduação em Educação da UNICAMP (Sra. Cláudia dos Reis –
secretária)
81
REGULAMENTO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO. Disponível em
https://www.fe.unicamp.br/pf-fe/pagina_basica/110/regulamento_ppge_2018_para_o_site.pdf Acesso em 08 Jul
2021.
97
Mais tarde, em 1997, criou-se o Programa de Gerontologia (mestrado e doutorado) e este passou a
fazer parte da pós-graduação da Faculdade de Educação. Assim, até 1999, a pós-graduação da FE
estava constituída de dois programas: mestrado e doutorado em Educação e mestrado e doutorado
em Gerontologia. Veja-se o quadro abaixo:
M D M D
FE 20 70 EDUCAÇÃO - -
Esses são fatos que nos remetem à origem do PPGE e materializam a realidade estudada.
Neste contexto, Sanchez Gamboa (1987, p. 113), citando Kosik (1976, p. 45), ressalta que “Cada
fato na sua essência ontológica reflete toda a realidade; e o significado objetivo dos fatos consiste
na riqueza e essencialidade com que eles completam e, ao mesmo tempo, refletem a realidade”.
Recapitulando, conforme indicado no capítulo I, os Pareceres CFE nº 977/1965 e 77/1969
compõem a legislação que regulamentou a Pós-Graduação no Brasil e, nela, a estrutura curricular
se estabelecia centralizada nas áreas de concentração. Saviani (2000) explica que as áreas de
concentração e o domínio conexo têm inspiração no modelo americano, uma vez que nossa pós-
graduação Stricto Sensu tem dois níveis, mestrado e doutorado, e propõe, na sua estrutura
organizacional, o estudo de várias matérias relativas tanto à área de concentração como ao domínio
conexo. Percebe-se que, neste modelo, estudar tantas disciplinas (obrigatórias e eletivas) atrasava
a escrita das pesquisas, uma vez que esta ficava para o final do curso, o que causava um grande
problema devido ao tempo de integralização curricular do aluno.
Sanchez Gamboa (2006), esclarece que, no final dos anos 80 e início dos anos 90, grande
parte dos Programas de Pós-Graduação em Educação trabalharam com iniciativas para fins de
modificar suas estruturas curriculares, alterando o modelo de áreas de concentração. Assim, na
pós-graduação, o foco deixa de ser o ensino e passa a ser a pesquisa.
Em outro artigo, o autor reafirma isto, “essas mudanças podem ser entendidas como uma
‘virada’ da centralidade do ensino para a pesquisa” (SANCHEZ GAMBOA, 2011, p. 271).
A ênfase dada à pesquisa desencadeia um processo de organização de grupos de estudos e
pesquisas junto às linhas de pesquisa dos programas de pós-graduação, ao mesmo tempo, que
distancia ensino e pesquisa, que deveriam ser indissociáveis. Entretanto, esta mudança na estrutura
dos cursos, a própria separação entre curso e departamento (o que originou as áreas de
conhecimento, conforme viu-se no Capítulo I), deixa sequelas, uma vez que os cursos não tinham
condições necessárias para desenvolver pesquisa na universidade, não tinham tradição de pesquisa,
não tinham verbas suficientes e, com a departamentalização, aumenta-se a burocratização, pois os
cursos perdem a autonomia. Isso impacta negativamente na qualidade da pesquisa.
Ter Grupos de Pesquisa na reestruturação do PPGE é um ponto forte, uma vez que se
acredita que eles “surgem como uma nova forma institucional de potencializar as condições da
produção do conhecimento científico” (SANCHEZ GAMBOA, 2011, p. 268), mas, se percebe,
ainda, uma indefinição quanto à relação entre grupos e linhas de pesquisa na FE/UNICAMP.
O PPGE da UNICAMP “sofreu graves dificuldades”, como a maioria dos programas no
país, entre elas, citam-se: tempo de integralização do aluno e elevado índice de evasão por não
conseguirem defender as pesquisas em tempo previsto pelo regimento. Mesmo com tantas
dificuldades, a mudança demorou para acontecer, a discussão foi longa.
Depois de um longo período de discussões, o Programa de Pós-Graduação em
Educação da UNICAMP, na sua última reestruturação (2001) foi organizado em
oito “áreas temáticas”, re-locando os 100 docentes doutores oriundos dos seis
departamentos que correspondiam às áreas de concentração. Por sua vez, essas
áreas temáticas se subdividem em 14 linhas de pesquisa gerais do programa, em
34 grupos ou laboratórios e estes em 42 sublinhas ou eixos de pesquisa
(SANCHEZ GAMBOA, 2006, p. 152-153).
82
Ver Catálogo de 2004, p. 1. Disponível em: http://www3.prpg.gr.unicamp.br/catalogos/fe04.pdf Acesso em 2 jun
2022.
101
redução da qualificação do programa. Isso ocorreu durante o período de 1995 a 1998 e, com esse
resultado, o debate se intensificou e o “quadro de incertezas aumentou” (SANCHEZ GAMBOA,
2006, p. 153).
Foi a partir deste contexto que foram propostas novas formas de trabalho coletivo
(atividades orientadas, introduzidas em 1993; a monografia de base, proposta de Dermeval
Saviani), “propostas que não chegaram a produzir os resultados esperados”, mas que serviram de
base para um novo processo que desencadeou em atividades de orientação coletiva. Nesse sentido,
outra decisão importante foi inserir na estrutura do programa as Atividades Programadas de
Pesquisa – APP’s, “aprovadas nas Congregações da Faculdade de Educação em 17/12/97 e 6/6/98
e divulgadas pela Resolução CPG/FE 04/99” (SANCHEZ GAMBOA, 2006, p. 154).
O autor explica que a CAPES “exige a definição de uma área de especialização delimitada,
de caráter temático ou disciplinar, exemplo ‘educação matemática’, ‘política educacional’ ou
‘supervisão e currículo’, dentro da qual, devem se articular organicamente as linhas de pesquisa”.
Já o CNPq, “demanda a organização do conhecimento em torno de grupos de pesquisa (Cadastro
Nacional). Grupos que devem conter uma ou várias linhas de pesquisa ao interior, das quais, se
localizam os projetos de pesquisa”. Na interpretação do autor, “a estruturação dos grupos é menos
rígida, comporta a centralidade da pesquisa em torno de problemas, e permite uma dinâmica
interdisciplinar e ainda, abre espaço para as pesquisas em rede, integrando outros pesquisadores
[...]” (SANCHEZ GAMBOA, 2006, p. 155-156).
No caso do PPGE/FE/UNICAMP, como já apontamos anteriormente, houve bastante
dificuldade, falta de consenso, debates com vistas a propostas de mudanças na sua estrutura.
Primeiro, em junho de 1998, ocorre a primeira alteração: “áreas de concentração departamentais”
transformadas em “áreas de concentração temáticas”; depois, em 2001, organizam-se oito “áreas
temáticas” subdivididas em 34 grupos e 42 eixos de pesquisa (SANCHEZ GAMBOA, 2006, p.
156). Os números falam por si, demonstram a dificuldade de atender as mudanças de áreas de
concentração para linhas de pesquisa.
Compreender termos como áreas, linhas, grupos, núcleos, eixos é necessário para gerar
consensos sobre suas utilizações no contexto dos programas. Sanchez Gamboa (2006), com base
no Catálogo de 2004, faz uma análise da organização das oito áreas temáticas do
PPGE/FE/UNICAMP, as linhas e grupos de pesquisa e a interpretação dos dados denuncia uma
dispersão de formas de organização da pesquisa, falta articulação entre as áreas e entre os grupos
e linhas na maioria das áreas. Já no catálogo de 2005, surgiram ajustes “relativos à redução de
linhas gerais de pesquisa de 12 para 8, na tentativa de equacionar as linhas com as ‘áreas de
concentração temática’. Desta forma, o programa oferecia oito (8) áreas e oito (8) linhas [...]”. O
autor aponta, ainda, que a mudança de nomenclatura “Área de Concentração Departamental” para
103
“Área de Concentração Temática” não surge com clareza e também não há justificativa sobre a
mudança e, além disso, nota-se também a mudança de terminologia de “linhas” para o termo atual
de “eixos”. Seguindo na análise, o autor aponta outro ajuste, agora, no catálogo de 2006, que traz
de volta “as áreas de concentração departamentais”. Enfim, é um vai e vem de termos e o autor
interpreta isso como “indicadores da falta de discussão sobre as implicações e conotações dos
mesmos, que revelam a falta de aprofundamento sobre as concepções de pós-graduação e produção
científica” (SANCHEZ GAMBOA, 2006, p.160-162).
Resumindo, a estrutura do PPGE da FE/UNICAMP foi reformulada em junho de 1998,
depois, em 2005, uma nova reformulação transformou as 8 (oito) áreas temáticas em 6 (seis) áreas
de concentração, novamente, equivalentes aos departamentos que compõem a Faculdade de
Educação. A partir de 2013, com a reestruturação do PPGE em 10 (dez) linhas de pesquisa, estas
passaram a ser os eixos organizadores dos cursos de Mestrado e Doutorado do PPGE/UNICAMP,
sendo ofertadas disciplinas específicas a cada linha e disciplinas gerais de fundamentação teórica,
epistemológica e metodológica da pesquisa relativa ao campo educacional, que perpassam os temas
e abordagens das linhas de pesquisa.
8 áreas e 43 linhas:
83
UNICAMP. SITE DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA UNICAMP. Disponível em
https://www.fe.unicamp.br/ensino/pos-graduacao/mestrado-e-doutorado-em-educacao/sobre-o-programa/estrutura-
linhas-de-pesquisa. Acesso em 14 Jun 2021.
105
8 áreas e 44 linhas:
10 linhas de Pesquisa:
Desenvolvimento Humano
Educação Matemática
Educação, Ciência e Tecnologia
Ensino e Formação de Professor
Ensino Superior
Filosofia e Educação
História, Sociedade e Educação
Movimentos Sociais e Educação Não-Formal
Planejamento e Gestão Educacional
Sociedade, Cultura e Educação
8 áreas e 46 eixos:
12 linhas de Pesquisa:
Desenvolvimento Humano
Educação e Trabalho
Educação Matemática
Educação, Ciência e Tecnologia
Ensino e Formação de Professor
Ensino Superior
Filosofia e Educação
História, Sociedade e Educação
Políticas Públicas e Educação
Movimentos Sociais e Educação Não-Formal
106
8 áreas e 46 eixos:
12 Linhas de Pesquisa:
Desenvolvimento Humano
Educação e Trabalho
Educação Matemática
Educação, Ciência e Tecnologia
Ensino e Formação de Professor
Ensino Superior
Filosofia e Educação
História, Sociedade e Educação
Políticas Públicas e Educação
Movimentos Sociais e Educação Não-Formal
Planejamento e Gestão Educacional
Sociedade, Cultura e Educação
6 áreas e 48 eixos:
6 áreas:
10 linhas de Pesquisa:
Linha 1: Currículo, Avaliação e Docência
Linha 2: Educação e Ciências Sociais
107
9 linhas de Pesquisa:
Linha 1: Currículo, Avaliação e Docência
Linha 2: Educação e Ciências Sociais
Linha 3: Educação e História Cultural
Linha 4: Educação em Ciências, Matemática e Tecnologias
Linha 5: Estado, Políticas Públicas e Educação
Linha 6: Filosofia e História da Educação
Linha 7: Formação de Professores e Trabalho Docente
Linha 8: Linguagem e Arte em Educação
Linha 9: Psicologia e Educação
Fonte: Elaboração própria do autor ao consultar os catálogos de cursos de pós-graduação da Faculdade de Educação
da UNICAMP.
programa” (catálogos 2004, 2005) para sua posterior suspensão no catálogo 2006
e a inclusão do termo “eixos” para denominar subgrupos. Tal trato com as
“linhas” parece desconhecer as orientações do CNPq que considera as
“linhas de pesquisa” como estando subordinadas aos grupos e não o
contrário. E como articuladoras dos projetos de pesquisa.
Também é motivo de indagação os dados relativos aos grupos e eixos. As
semelhanças nos números, 33 grupos e 37 eixos, podem indicar sinônimos ou
correspondências, isto é, cada grupo correspondendo a um eixo, com algumas
incoerências ou sobras (diferença de 4). Nesse sentido, sobraria a denominação
de “eixos”, uma vez que não existe subordinação ou compreensão de um com
relação ao outro, como constatamos nas tabelas anteriores, com exceção da área
2, onde cada grupo integra 3 eixos ou linhas de pesquisa (SANCHEZ GAMBOA,
2006, p.163-164, grifo nosso).
Viu-se, anteriormente, que, a partir de 2008, nos catálogos, são informadas as 6 (seis) áreas
com respectivas linhas de pesquisa (2008 a 2015) e, a partir de 2016, é informada a área de
concentração “Educação” com as respectivas 10 linhas de pesquisa. Em 2021, continua-se com
apenas 1 (uma) área e 9 (nove) linhas. Percebe-se que, nos catálogos, cita-se a existência dos grupos
de pesquisa, mas estes não são descritos. Assim parece que a estrutura do PPGE continua a não
considerar as orientações do CNPq, uma vez que prevalece a organização por linhas de pesquisa
(não identificando cada grupo de pesquisa inserido no programa). Já, ao consultar o DGP, percebe-
se que a organização segue conforme orientação do CNPq, isto é, são considerados os grupos de
pesquisa e, nestes, são apontadas as linhas de pesquisa (“linhas de pesquisa” subordinadas aos
grupos e não o contrário). Causa estranheza tentar compreender esta organicidade do PPGE ou,
talvez, a falta dela. Estas linhas de pesquisa do PPGE cadastradas DGP seriam resquícios dos
“antigos” eixos constantes nos catálogos anteriores (2005, 2006, 2007) ou, até mesmo, os próprios
eixos organizados com outro termo: “linhas de pesquisa”? Estariam as linhas realmente
subordinadas aos Grupos de pesquisa, conforme apresentadas no DGP? Mas qual o motivo pelo
qual os grupos de pesquisa não são descritos nos catálogos dos cursos de pós-graduação?
Veja-se, na definição do Programa de Pós-Graduação em Educação, consta, em 2020:
“Atualmente, o programa estrutura-se em dez linhas de pesquisa, que articulam um total de 33
grupos de pesquisa, atingindo as mais diversas áreas do campo educacional (Catálogo PG 2020);
e, em 2021, consta: “Atualmente, o programa estrutura-se em nove linhas de pesquisa,
que articulam um total de 33 grupos de pesquisa, atingindo as mais diversas áreas do campo
109
educacional (Catálogo PG 2021)84”. Está aí, na estrutura do PPGE, as linhas articulam os grupos e
não o contrário. Isto posto, percebe-se que o PPGE/FE/UNICAMP se adequa mais à orientação da
CAPES, uma vez que sua estrutura se compõe de uma grande área, a “Educação” e dentro dela são
definidas as linhas de pesquisa gerais que envolvem os grupos de pesquisa.
84
Disponível em: https://www.dac.unicamp.br/sistemas/catalogos/pos-grad/catalogo2021/unidade/fe-
415/programas/209.html Acesso 28 Jun 2021.
110
representa, ainda, a “falta de um projeto orgânico” (SANCHEZ GAMBOA, 2006, p. 167). Alguns
exemplos que apontam esta situação são: “linha: formação de professores”, trabalhada nos
seguintes grupos de pesquisa: ALLE, FORMAR, GEPCE, LABORARTE, LEPED, PRAPEM,
PSIEM; “linha: filosofia e história da educação”, trabalhada nos seguintes grupos: GEPECS,
CIVILIS, HISTEDBR, PAIDEIA, SENSO; “linha: infância e desenvolvimento da criança”,
trabalhada nos grupos DIS, GEPEDISC, GEPESP, GPPES, GPPL, LAPLANE, LEPED; “linha:
psicologia e educação”, trabalhada nos grupos: ALLE, GEPEC, GEPECS, LPG; “linha: Estado e
políticas públicas”, trabalhada nos grupos: GEPALE, GPPES, GREPPE, LAGE. São apenas alguns
exemplos, mas que indicam a necessidade de unir esforços para promover uma integração entre os
grupos de forma a trazer uma maior organicidade para o PPGE. Percebe-se que o programa evoluiu
ao reorganizar sua estrutura, o que demonstra um trabalho coletivo pautado em superar
dificuldades, mas se percebe que o debate aprofundado (epistemológico e administrativamente),
ainda, é necessário.
Tal situação sugere uma integração entre os grupos que focalizam a mesma
problemática e a necessidade de considerar algumas normas na organização e
criação de novos grupos de pesquisa, considerando as orientações do CNPq com
relação aos grupos atípicos, tais como os compostos por um único pesquisador em
mais de quatro linhas de pesquisa. Entretanto o que mais chama a atenção é a
dispersão de esforços quando se tem como linha de expansão o critério de cada
doutor tem seu próprio grupo, sem considerar as possibilidades de integração
orgânica de um programa, a perspectiva interdisciplinar em torno de problemas
comuns e a construção de redes interinstitucionais de pesquisadores (SANCHEZ
GAMBOA, 2011, p. 275-276)
O autor traz as definições de grupos, linhas e projetos, segundo o que é proposto pelo CNPq
para discutir que há divergências quanto às determinações deste e da CAPES. Tais divergências,
demandas diferenciadas, às vezes, até mesmo contraditórias, acarretam dificuldades na
organização dos programas.
Ao esclarecer um pouco mais a utilização do termo “estranheza”, dito anteriormente neste
texto, registra-se aqui que, possivelmente, o PPGE/FE/UNICAMP articula os dois modelos
(CAPES e CNPQ) em sua estrutura. Isso causa uma certa confusão ao debruçar sobre esta análise.
Não seria o caso de definir um único modelo a ser seguido? Definir um único modelo tornaria mais
claro e coeso a estrutura do PPGE? Que modelo seguir? Manter dois modelos? Seria a melhor
opção? O que traria uma maior organicidade para o PPGE? São questões a serem debatidas no
âmbito da Coordenação de Pós-graduação desta FE.
111
Em consulta recente, constam 111 docentes oriundos de nove linhas de pesquisa que
correspondem à área de Educação. Percebe-se que estas linhas se subdividem em grupos de
pesquisa (33). Nota-se que cada linha “geral” do PPGE abrange vários grupos de pesquisa e,
respectivamente, cada grupo aparece em mais de uma linha, o que, possivelmente, pode indicar
uma falta de articulação entre eles na própria estrutura do programa.
Um ponto crítico do PPGE/FE/UNICAMP foi ter mantido, por tanto tempo, a terminologia
“área de concentração” e a falta de correspondência desta com as “linhas de pesquisa”. Esse fato,
bem como os termos utilizados (muitas vezes, sem clareza e sem justificativas), apontam
dificuldades quanto à “organicidade” do programa, “uma vez que não explicita uma lógica de
abrangência de termos” (SANCHEZ GAMBOA, 2006, p.164).
O ponto forte do PPGE/FE/UNICAMP é ter na sua estrutura os Grupos de Pesquisa.
Atualmente, são 33 grupos de pesquisa, destes, 03 foram criados na década de 80 (LPG, 1981;
HISTEDBR, 1986; LOED, 1989) e, 19, na década de 90, conforme apresenta a tabela abaixo.
A tabela acima mostra que a maioria dos Grupos de Pesquisa (66,7%) foi criada nos anos
80 e 90, o que reafirma as informações de Sanchez Gamboa (2011) em seu artigo sobre Grupos de
Pesquisa:
O autor nos mostra que os grupos de pesquisa surgem para renovar a estrutura dos
programas e, assim, potencializar a pesquisa científica na universidade e ressalta que esta situação
representa dificuldades e desafios na busca de melhor qualidade na produção da pesquisa no Brasil.
85
BRASIL. Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil LATTES/CNPq. O que é. Disponível em:
http://lattes.cnpq.br/web/dgp/o-que-e/ Acesso em 16 Jun. 2021.
117
Por meio do DGP, ao analisar os filtros que produzem, os censos que possuem, as
amostragens históricas que apresentam, é possível alinhar a presente pesquisa sobre o Grupo
PAIDEIA da FE/UNICAMP, a estas análises em nível nacional. Julga-se importante esse
alinhamento da investigação do particular (Grupo PAIDEIA) com as análises gerais de grupos de
pesquisa no Brasil (DGP), uma vez que as análises mais gerais, a nível nacional, podem direcionar
as análises mais pontuais.
As informações, contidas nas bases de dados, dizem respeito aos recursos humanos que
constituem os grupos (dirigentes, assessores, pesquisadores, estudantes, técnicos ou colaboradores
estrangeiros), nos quais existe uma liderança e devem estar “abrigados” em uma instituição
previamente autorizada pelo CNPq; dizem respeito, ainda, às linhas de pesquisa em andamento, à
produção científica e onde está situado o grupo, considerando o tempo e o espaço (regiões,
instituições, UF).
Os líderes assumem papel importante na atualização dos dados de seus grupos (podem
incluir ou excluir grupos - caso não estejam mais ativos); os pesquisadores, estudantes e técnicos
são orientados a manterem os currículos Lattes atualizados e estes também podem se auto-excluir
de grupos, se desejarem.
É desta forma que os dados são obtidos e as bases (Base Corrente86 e Base Censitárias87)
são formadas. Os Censos estão divididos em “Séries Históricas”88, “Súmula estatística”89, “Plano
Tabular”90, o que representa uma fonte inesgotável de dados.
O Diretório já realizou mais de dez censos, sendo que o primeiro ocorreu em 1993, apesar
que os dados deste censo não são muito apropriados para se realizarem comparações, uma vez que
a cobertura era baixa, não se usava email e o formulário não era on-line. São pontos que
representam as dificuldades de coleta daquela época.
Destacam-se alguns dos principais resultados obtidos no censo “atual” (2016), do qual,
participaram 531 instituições que registram 37.640 grupos e quase duzentos mil pesquisadores,
sendo 129.929 doutores. Veja-se:
O crescimento do número de grupos cadastrados em 2016 em relação a 2002 foi
de 149%. O número de pesquisadores cresceu 251% no mesmo período e o de
doutores 278%.
No censo de 2016, o número de grupos cresceu 6% em relação a 2014. O número
de pesquisadores cresceu 11% no mesmo período e o de doutores 12%.
Já a participação percentual de Doutores em relação ao total de Pesquisadores
aumentou em 51% no primeiro censo, em 1993, para 65% último censo.
[...]
No censo de 2016 foram registradas 147.392 linhas de pesquisa, assim
distribuídas: 18% nas Ciências Humanas, 16% nas Engenharias e nas Ciências da
86
A Base Corrente é a base onde os grupos podem ser registrados, excluídos e atualizados continuamente. [...] Numa
frequência quase sempre bienal, o CNPq tira uma “fotografia” dessa Base Corrente para realizar o Censo da capacidade
instalada de pesquisa no país, constituindo assim as Bases Censitárias (Disponível em http://lattes.cnpq.br/web/dgp/o-
que-contem-as-bases/ Acesso em 16 Jun. 2021).
87
As bases censitárias agregam, além do que consta na Base corrente, a produção científica, tecnológica e artística dos
grupos, constituída pela soma das produções individuais dos seus participantes, representando, assim, uma
aproximação da produção do grupo. Contêm, ainda, informações extraídas de outras bases de dados, como a do Sistema
de Bolsas do CNPq e do Coleta CAPES (docentes da pós-graduação), utilizadas como filtros na busca textual dos
grupos (Disponível em http://lattes.cnpq.br/web/dgp/o-que-contem-as-bases/ Acesso em 16 Jun. 2021).
88
As Séries Históricas contém tabelas e gráficos selecionados, com informações que sintetizam a evolução temporal
e agregada do perfil dos grupos de pesquisa. Sua utilização, como um retrato da evolução temporal real da capacidade
instalada de pesquisa do país, deve ser feita com cautela, em função da tendência geral de crescimento do número de
instituições e da cobertura intra-institucional observada no período (Disponível em: http://lattes.cnpq.br/web/dgp/sobre
Acesso em 16 Jun. 2021).
89
A súmula estatística apresenta um pequeno conjunto de tabelas e gráficos selecionados, com informações que
sintetizam o conteúdo da base de dados e fornecem um retrato bastante nítido da capacidade instalada de pesquisa no
país. Embora de conteúdo predominantemente descritivo, fornece pistas analíticas sobre determinadas características
desse retrato (Disponível em: http://lattes.cnpq.br/web/dgp/sobre14 Acesso em 16 Jun. 2021).
90
O Plano Tabular foi descontinuado após o Censo de 2010. [...] objetiva estabelecer o perfil da pesquisa no Brasil em
termos quantitativos. Organiza-se em tabelas cujas configurações de construção e de visualização são realizadas
dinamicamente pelo usuário. [...] O Plano Tabular se apoia em sete conjuntos básicos de dados (unidades de análise)
compostos pelas informações relativas aos Grupos de Pesquisa, aos Pesquisadores, Estudantes, ao Pessoal Técnico, às
Linhas de Pesquisa, à interação com o Setor Produtivo e à Produção Científica, Tecnológica e Artística. [...] a produção
C,T&A dos grupos é sempre apresentada por uma proxi, que é a soma das produções individuais de seus componentes.
Pesquisadores que participam de mais de um grupo de pesquisa terão a totalidade de sua produção remetida a cada um
dos grupos de que participa (Disponível em: http://lattes.cnpq.br/web/dgp/sobre12 Acesso em 16 Jun. 2021).
119
Computação, 15% nas Ciências da Saúde, 12% nas Biológicas, 12% nas Agrárias,
11% nas Ciências Exatas, 11% nas Sociais Aplicadas e 5% em Linguística, Letras
e Artes. Individualmente, as áreas de Educação, Medicina, e Agronomia são as
três maiores em número de linhas de pesquisa (SITE do DGP, acesso em 16 jun.
2021)
A tabela abaixo mostra a evolução dos grupos de pesquisa (áreas: Educação e Filosofia) no
Brasil, considerando a Plataforma Lattes – Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil (DGP)
Dos 37.64091 grupos de pesquisa certificados no Brasil, 3.595 grupos correspondem à área
da Educação (9,55%) e, 519, à área de Filosofia (1,37%). Outra observação constatada é que, do
primeiro censo (1993) ao último (2016), foram cadastrados mais de 3.300 grupos na área da
Educação no Brasil e, quanto à área Filosofia, foram cadastrados 456 grupos. Esse aumento reflete
a reorganização dos programas de pós-graduação no Brasil, que passam a incluir em suas estruturas
os grupos de pesquisa.
Reestruturações, consequentemente, trazem novos desafios. Sanchez Gamboa (2011)
entende que,
Uma vez superadas as crises das áreas de concentração e de serem reconhecidos
os grupos e linhas de pesquisa como uma nova forma das condições da produção
91
Fonte: Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil. Disponível em http://lattes.cnpq.br/web/dgp/por-area Acesso
em 29 Jun 2021.
120
LINHAS CENSO CENSO CENSO CENSO CENSO CENSO CENSO CENSO CENSO CENSO
POR
GRUPO 1995 1997 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2014 2016
1 1940 2956 3256 3821 4341 4038 4019 4511 5371 5730
2 1821 1750 2434 3116 3980 4381 4649 5638 7272 7685
3 1383 1280 2017 2828 3689 4079 4510 5431 7039 7574
4 873 941 1435 1920 2591 2825 3171 3860 5135 5411
5 519 583 957 1230 1793 1971 2113 2650 3502 3681
6 288 347 581 812 1069 1307 1463 1780 2273 2441
7 152 240 363 496 682 777 900 1083 1495 1613
8 114 143 246 308 418 546 594 777 991 1056
9 65 86 153 230 285 338 433 515 689 727
10 ou + 116 219 315 397 622 762 945 1278 1657 1722
TOTAL 7271 8544 11757 15158 19470 21024 22797 27523 35424 37640
LINHAS
Fonte: Elaboração própria do autor, ao consultar o DGP. Disponível em: http://lattes.cnpq.br/web/dgp/numero-por-
grupos Acesso em 18 Jun 2021.
A tabela acima retrata a situação do número de linhas de pesquisa por grupo no Brasil. Ao
fazer uma pesquisa92 mais específica sobre as linhas relacionadas ao Grupo PAIDEIA da
FE/UNICAMP (fundamentos da educação, filosofia / filosofia da educação e epistemologia),
encontraram-se os seguintes resultados, em nível nacional: 33 linhas dedicadas ao estudo dos
fundamentos da educação; 561 linhas dedicadas ao estudo da filosofia; 40 linhas dedicadas ao
92
Dados retirados do Diretório de Grupos de Pesquisa no Brasil, com base no último censo disponibilizado, o Censo
2010. Pesquisa feita por meio de palavras-chave com base no Plano Tabular do DGP/CNPq que foi descontinuado
após o Censo de 2010, mas disponibiliza a base de dados de cada censo já realizado. Disponível em
http://dgp.cnpq.br/buscagrupo/ Acesso em 29 jun 2021.
121
Psicologia e Educação
CIVILIS - Grupo de Estudos e 4 linhas Culturas, saberes e práticas
Pesquisas em História da Educação, escolares
Cultura Escolar e Cidadania
História da educação brasileira e
comparada
Preservação e Difusão do
Patrimônio Histórico-Educativo
DiS - Grupo de Estudos e Pesquisa 6 linhas Estudo da Infância e de bebês
Diferenças e Subjetividades em
Educação: estudos surdos, das Estudos Surdos, Diferenças e
questões raciais, de gênero e da Subjetividades na Educação
infância
Filosofias da Diferença em interface
com a Educação
122
Processos de exclusão/inclusão
social e escolar: racismo e práticas
sociais
Psicologia Educacional
Reflexividade e Desenvolvimento
Profissional
GEPECS - Grupo de Estudos e 3 linhas de pesquisa Filosofia e História da Educação
Pesquisas Educação e Crítica Social
Psicologia e educação
Trabalho e Educação
GEPEDISC - Grupo de Estudos e 6 linhas de pesquisa Culturas Infantis
Pesquisa em Educação e
Diferenciação Sociocultural Educação Não Formal
Ensino Superior
Trabalho e Educação
GEPEJA - Grupo de Estudos e 7 linhas de pesquisa A política de Educação do Campo
Pesquisas em Educação de Jovens e
Adultos Educação de Jovens e Adultos
Internacionalização
Portal do Conhecimento
LAPPLANE - Laboratório de 7 linhas de pesquisa Avaliação de Políticas Educacionais
Políticas Públicas e Planejamento
Educacional Educação e economia social e
solidária
Financiamento da educação
Educação Especial
Educação e Ensino
Educação Infantil
Estudos Piagetianos
Formação de professores
Informática e educação
Linguagem e cognição
126
Formação de professores
LPG - Laboratório de Psicologia 7 linhas de pesquisa Educação econômica e teoria
Genética psicogenética
Núcleo de Investigação
Psicopedagógica de Problemas na
Aprendizagem e Desenvolvimento
Cognitivo
Psicologia, Desenvolvimento
Humano e Educação
Relações interpessoais e
desenvolvimento moral
MEMÓRIA - Grupo de Pesquisa 2 linhas de pesquisa Educação e Ciências Sociais
Memória, História e Educação
Educação e História Cultural
NETSS - Grupo de Estudos Trabalho, 5 linhas de pesquisa Identidade, trabalho, gênero e saúde
Saúde e Subjetividade
Instituições e poder
Epistemologia e Teorias da
Educação.
Filosofias da diferença
Práticas curriculares:
discursividades,
governamentalidade e diferença
PRAPEM - Grupo de Pesquisa 5 linhas de pesquisa Aprendizagem e Identidade do
Prática Pedagógica em Matemática professor que ensina matemática
Conhecimento especializado e
interpretativo do professor que
ensina matemática
Formação de Professores de
Matemática
Educação Estatística
7
Número de Grupos de Pesquisa
6
5
4
3
2
1
0
Linhas de Pesquisa por Grupo
1 linha 2 linhas 3 linhas 4 linhas 5 linhas 6 linhas 7 linhas 8 linhas 9 linhas 10 linhas
Fonte: http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo.
Constata-se que a situação do PPGE segue o retrato apontado pelo Censo 2016, em nível
nacional, ou seja, a maioria dos grupos possuem 2 ou 3 linhas de pesquisa. Isto posto, verifica-se,
no PPGE da FE/UNICAMP, conforme apresenta o gráfico acima: 3 grupos com 1 linha; 6 grupos
com 2 linhas; 6 grupos com 3 linhas; 4 grupos com 4 linhas; 5 grupos com 5 linhas; 4 grupos com
6 linhas; 4 grupos com 7 linhas; nenhum grupo possui 8 ou 9 linhas e um (1) grupo, o LEPED -
Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e Diferença, encontra-se com 10 linhas de
pesquisa cadastradas.
Voltando à questão dos grupos de pesquisa, Sanchez Gamboa (2011), traz o conceito
determinado pelo CNPq:
Quanto às linhas de pesquisa, o CNPq define que elas são “subordinadas hierarquicamente
ao grupo de pesquisa, representam temas aglutinadores de estudos científicos que se fundamentam
em tradição investigativa, de onde se originam projetos cujos resultados guardam afinidades entre
si”. E, quanto aos projetos de pesquisa, o CNPq os considera como “a investigação com início e
final definidos, fundamentada em objetivos específicos, visando à obtenção de resultados, de causa
e efeito ou colocação de fatos novos em evidência” (SANCHEZ GAMBOA, 2011, p. 277).
Já a CAPES não define espaço para os grupos de pesquisa.
Como foi exposto, é urgente deixar de trabalhar de modo a parcelar o conhecimento e pensar
os problemas educacionais numa nova perspectiva de ciência, priorizando a produção do
conhecimento num trabalho articulado com atividades significativas de ensino e de pesquisa, de
orientação fundamentada, de trabalho coletivo (pesquisa interdisciplinar) e de socialização do
conhecimento científico.
131
Isto posto, far-se-á novas análises, agora, com enfoque na produção científica nacional
(dissertações e teses), na grande área “Ciências Humanas”. Têm-se, conforme consulta realizada
no DGP (CNPq)93, os seguintes dados:
GRANDE ÁREA 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2014 2016
DO
CONHECIMENTO:
CIÊNCIAS
HUMANAS
Teses 1.640 1.918 2.771 5.080 5.899 7.276 12.006 9.753
Dissertações 7.112 8.523 13.361 22.040 26.012 31.128 45.576 33.240
TOTAL 8.752 10.441 16.132 27.120 31.911 38.404 57.582 42.993
Fonte: http://lattes.cnpq.br/web/dgp/producao-c-t-a Acesso em 09 Jul 2021
A partir dessa visão em âmbito nacional, fez-se uma análise quantitativa da produção do
PPGE/FE/UNICAMP para perceber a evolução da produção científica no referido programa.
Conforme dados contidos em planilhas cedidas pelo Departamento de TI da UNICAMP, verificou-
se que o PPGE produziu, no período de 197794 a 2019, 3.871 teses e dissertações, sendo 2.115
dissertações de Mestrado e 1.756 teses de Doutorado.
93
Fonte: Disponível em http://lattes.cnpq.br/web/dgp/producao-c-t-a Acesso em 09 Jul 2021. Esclarece-se que os
números indicados na tabela se referem às orientações concluídas: teses e dissertações defendidas sob orientação dos
pesquisadores doutores pertencentes aos grupos de pesquisa.
94
Primeira defesa de Mestrado do PPGE/FE/UNICAMP: autora Emília Gallo Sellera Dias, sob orientação da Profa.
Rosália Maria Ribeiro de Aragão, intitulada Incapacidade de Expressão ou Adaptação a Novos Padrões, ocorrida
em 26/07/1977.
132
Orientadora: Rosalia
Maria Ribeiro De Aragao
Nível: Mestrado
Data da Defesa:
26/07/1977
Título: Incapacidade de
Expressão ou Adaptação a
novos Padrões.
1978 1 0 1 Conforme SANCHEZ
GAMBOA (1987, p. 220),
esta foi a primeira defesa
de Mestrado na área de
Filosofia e História da
Educação:
Autor: José Maria Paiva
Orientador: Casemiro dos
Reis Filho (1927-2001)
Nível: Mestrado
Data da Defesa:
19/12/1978
Título: O papel da
catequese dos índios no
processo de colonização,
1549 – 1600.
1979 10 0 10
1980 14 0 14
1981 11 0 11
1982 13 0 13 Ano de defesa do
Mestrado da Profa. Maria
de Fatima Felix Rosar,
orientado pelo Prof.
Dermeval Saviani,
intitulado “Administração
de empresa e
administração escolar -
Administração Científica?
(Uma análise de proposta
do Estado capitalista para
burocratização do sistema
escolar)” e defendido em
30/03/1982.
1983 16 0 16
1984 21 3 24 Ano de defesa do
Doutorado do Prof.
Augusto João Crema
Novaski, orientado pelo
Prof. Newton Aquiles Von
Zuben, intitulado
“Fenomenologia da ação-
proposta de uma filosofia
da educação a partir da
fenomenologia de Paul
Ricoeur” e defendido em
05/07/1984.
133
Ano de defesa do
Doutorado do Prof. João
Francisco Régis de
Morais, orientado pelo
Prof. Rubem Alves,
intitulado “Alceu
Amoroso Lima e Cultura
Brasileira - Trajetória de
Pensamento e
Contribuição Pedagógica”
e defendido em
29/11/1984
1985 12 8 20
1986 15 3 18
1987 29 8 37 Ano de defesa do
Doutorado do Prof.
Hermas Gonçalves Arana,
orientado pelo Prof. Jose
Luiz Sigrist, intitulado
“Discurso sobre o método
Fenomenológico” e
defendido em 03/12/1987.
Ano de defesa do
Doutorado do Prof. Silvio
Ancízar Sanchez Gamboa,
orientado pelo Prof. Pedro
Laudinor Goergen,
intitulado “Epistemologia
da pesquisa em educação:
estruturas lógicas e
tendência metodológicas”
e defendido em
26/11/1987.
Escolarização” e
defendido em 09/12/1988.
1989 57 15 72
1990 34 9 43 Ano de defesa do
Mestrado do Prof. César
Aparecido Nunes,
orientado pelo Prof. Pedro
Laudinor Goergen,
intitulado “A construção
de uma nov identidade
para a filosofia no seg
segundo grau:
contradições e
perspectivas” e defendido
em 04/06/1990.
Ano de defesa do
Mestrado do Prof. Silvio
Donizetti de Oliveira
Gallo, orientado pelo Prof.
Joao Francisco Regis De
Morais, intitulado
“Educação anarquista: por
uma pedagogia do risco” e
defendido em 10/08/1990.
1991 29 17 46 Ano de defesa do
Mestrado do Prof. Renê
José Trentin Silveira,
orientado pelo Prof. José
Luis Sanfelice, intitulado
“Ensino de Filosofia no
Segundo Grau: Em Busca
de um Sentido” e
defendido em 29/07/1991.
1992 23 32 55
1993 49 37 86 Ano de defesa do
Doutorado do Prof. José
Claudinei Lombardi,
orientado pelo Prof.
Dermeval Saviani,
intitulado “Marxismo e
História da Educação:
Algumas Reflexões Sobre
a Historiografia
Educacional Brasileira
Recente” e defendido em
17/05/1993.
Ano de defesa do
Doutorado do Prof.
Antonio Carlos Bergo,
orientado pelo Prof.
Hermas Goncalves Arana,
intitulado “Darwinismo
Social e Educação no
135
Brasil” e defendido em
28/09/1993.
Ano de defesa do
Doutorado do Prof. Sérgio
Eduardo Montes
Castanho, orientado pelo
Prof. Jose Luiz Sigrist,
intitulado “Nasce a Nação.
Roland Corbisier, o
Nacionalismo e a Teoria
da Cultura Brasileira” e
defendido em 23/06/1993.
Ano de defesa do
Doutorado da Profa.
Martha Rosa Pisani
Destro, orientada pelo
Prof. Joaquim Brasil
Fontes Junior, intitulado
“Memória, Cultura e
Educação: O Imigrante
Italiano em São Paulo” e
defendido em 16/08/1994.
1995 72 36 108 Ano de defesa do
Doutorado da Profa. Maria
de Fatima Felix Rosar,
orientada pelo Prof.
Dermeval Saviani,
intitulado “Globalização e
Descentralização: O
Processo de
Desconstrução do Sistema
Educacional Brasileiro
136
pela Via da
Municipalização” e
defendido em 24/11/1995.
1996 52 36 88 Ano de defesa do
Doutorado do Prof. César
Aparecido Nunes,
orientado pelo Prof. Pedro
Laudinor Goergen,
intitulado “Filosofia,
Sexualidade e Educação:
As Relações entre os
Pressupostos Ético-
Sociais e Histórico-
Culturais Presentes nas
Abordagens Institucionais
sobre a Educação Sexual
Escolar” e defendido em
22/03/1996.
1997 64 54 118
1998 60 44 104 Ano de defesa do
Mestrado da Profa. Mara
Regina Martins Jacomeli,
orientada pelo Prof. José
Claudinei Lombardi,
intitulado “A Instrução
Pública Primária em Mato
Grosso na Primeira
República: 1891-1927” e
defendido em 31/08/1998.
Ano de defesa do
Doutorado do Prof. Renê
José Trentin Silveira,
orientado pelo Prof. José
Luis Sanfelice, intitulado
“A Filosofia vai à Escola?
Estudo do "Programa de
Filosofia para Crianças"
de Matthew Lipman” e
defendido em 18/12/1998.
1999 58 57 115 Ano de defesa do
Doutorado da Profa. Maria
Cristina Menezes,
orientado pela Profa.
Maria Elizabete Sampaio
Prado Xavier, intitulado
“Raízes do Ensino
Brasileiro: A Herança
Clássico-Medieval” e
defendido em 26/02/1999.
2000 58 64 122
2001 86 86 172
2002 102 63 165
2003 89 73 162 Ano de defesa do
Doutorado do Prof.
Roberto Akira Goto,
137
Ano de defesa do
Doutorado do Prof. Regis
Henrique dos Reis Silva,
orientado pelo Prof. Silvio
Ancízar Sanchez Gamboa,
intitulado “Tendências
teórico-filosóficas das
teses em educação
especial desenvolvidas
nos cursos de doutorado
em educação e educação
física do Estado de São
Paulo (1985-2009)” e
defendido em 25/02/2013.
Ano de defesa do
Doutorado da Profa.
Sandra Fernandes Leite,
orientada pela Profa.
Sônia Giubilei, intitulado
“O direito à educação
básica para jovens e
adultos da modalidade
EJA no Brasil: um resgate
histórico e legal” e
defendido em 04/06/2013.
2014 57 64 121
2015 57 77 134
2016 56 73 129
138
2017 44 74 118
2018 61 57 118
2019 56 58 114
TOTAL 2.115 1.756 3.871 MÉDIA POR ANO:
GERAL 92,16
Fonte: Elaboração própria do autor, com base em consultas ao Repositório da Produção Científica e Intelectual da
UNICAMP. Disponível em http://repositorio.unicamp.br/
Sobre a evolução da produção no PPGE/FE, nota-se que nos anos 70 houve uma média de
4,6 defesas/ano; anos 80, média de 31,3; anos 90, média de 83,1; de 2000 a 2010, média de 162,6
e, de 2011 a 2019, uma média de 114,7 defesas/ano. Uma evolução constante que remete à
consolidação do Programa.
Ao apresentar a tabela acima, pensou-se em elencar todas as defesas dos
professores/pesquisadores do PPGE, mas, pela dimensão desta tarefa e pelo tempo restante para
concluir a pesquisa, decidiu-se elencar as defesas dos professores que integram o DEFHE do
PPGE/FE/UNICAMP. Percebe-se que as defesas destes ocorreram com maior intensidade nas
décadas de 80 e 90. Outro destaque a fazer é sobre a média de 92,16 defesas ao ano, um indicador
que representa o desenvolvimento e a consolidação do PPGE/FE/UNICAMP que, mesmo diante
de seus desafios, limites e dificuldades, garante condições para o desenvolvimento da pesquisa na
universidade.
Por curiosidade, elaborou-se um ranking das defesas ocorridas no PPGE/FE/UNICAMP,
considerando a classificação ordenada de 500 em 500 defesas (primeiro critério). Outro critério
utilizado, para ter rigor na classificação, foi o número de matrícula, utilizando-se a matrícula mais
antiga quando ocorrem várias defesas na mesma data. Segue tabela:
Defesa nº 2500 Solange 30107 D 26/02/2009 64521 Jose Luis A função social
Aparecida Sanfelice do ensino
OBS.: Nesta Zotti secundário no
data, contexto de
26/02/2009 formação da
ocorreram 04 Sociedade
defesas. Para Capitalista
definir a de Brasileira
número 2500
utilizou-se o
critério:
MATRÍCULA
mais antiga.
número 3500, passaram-se 3 anos. Estes indicadores apontam com clareza as fases de criação, de
expansão e de consolidação do PPGE/FE/UNICAMP.
Ao considerar o período 1999 a 2019, análise necessária para se fazer uma comparação
com o objeto de estudo que abrange justamente esse período, constatou-se que o PPGE possui um
total de 1.473 dissertações de Mestrado e 1.415 teses de doutorado, totalizando 2.888 pesquisas.
Isto posto, pode-se afirmar que, nestes 20 anos, houve uma média de 144,4 defesas/ano no
PPGE/FE/UNICAMP.
O Gráfico 2 apresentado abaixo representa os dados da produção do PPGE/FE/UNICAMP
por ano:
120
100
80
60
40
20
0
199200200200200200200200200200200201201201201201201201201201201
9 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Teses 57 64 86 63 73 57 85 70 64 80 78 59 57 48 71 64 77 73 74 57 58
Dissertações 58 58 86 102 89 87 71 79 77 73 72 53 84 74 79 57 57 56 44 61 56
Fonte: Elaboração própria do autor, com base nas planilhas expedidas pelo Departamento de TI da DAC/UNICAMP
49%
51%
Fonte: Elaboração própria do autor, com base nas planilhas expedidas pelo Departamento de TI da DAC/UNICAMP
95
Possui uma identidade e caminhada institucional consolidada. No site do HISTEDBR
(https://www.histedbr.fe.unicamp.br/sobre), Dermeval Saviani relembra o processo de criação do grupo no Editorial
da revista on-line do grupo (Revista HISTEDBR on-line, n. 4) nos seguintes termos: “Tendo iniciado minhas
atividades docentes no Departamento de Filosofia e História da Educação da Faculdade de Educação da UNICAMP
em 1980, fui organizando progressivamente as atividades de pesquisa, docência e orientação dos alunos de pós-
graduação, procurando dar sequência, também na UNICAMP, à experiência bem sucedida de orientação coletiva
que desenvolvia na PUC de São Paulo. Emergiu, nesse processo, a ideia de aglutinar, num grupo de pesquisa, os
projetos de tese de doutorado em desenvolvimento no âmbito da história da educação. Essa ideia veio a se concretizar
em 1986 com a criação do Grupo de Estudos e Pesquisas "História, Sociedade e Educação no Brasil". O núcleo
inicial do Grupo foi composto por doze doutorandos uma vez que aos nove alunos que eu orientava em 1986 se
juntaram mais dois orientandos do Prof. Evaldo Amaro Vieira e um do Prof. José Luís Sanfelice. Nos primeiros anos
de sua consolidação, entre 1986 e 1990, realizaram-se encontros periódicos entre os seus participantes, geralmente
semestrais, com o intuito de debater a elaboração das pesquisas. Nesse período a preocupação maior foi acompanhar
o processo de desenvolvimento dos trabalhos e a socialização das informações entre os pesquisadores do Grupo.
Com o andamento dessas pesquisas e a finalização das dissertações e teses, decidiu-se pela constituição de um grupo
de pesquisa maior, em âmbito nacional, na medida em que os participantes voltavam para as suas instituições de
origem, espalhadas pelas diferentes regiões do país. A organização desse coletivo nacional, para além das relações
entre orientandos e orientadores, exigia a formalização da existência do Grupo junto à Faculdade de Educação da
UNICAMP, bem como a institucionalização dos Grupos de Trabalho (GTs) em suas respectivas
instituições. Formou-se então um núcleo permanente de pesquisa, centralizado na Faculdade de Educação da
UNICAMP e articulador de Grupos de Trabalho regionais e estaduais.
96
Como o Grupo PAIDEIA é o objeto desta pesquisa de Doutorado, dedicar-se-á um capítulo de estudo sobre ele
considerando sua trajetória no PPGE/FE/UNICAMP. Ver capítulo III.
97
UNICAMP. Faculdade de Educação. Pós-graduação: estruturas, linhas de pesquisa e corpo docente. Disponível
em: https://www.fe.unicamp.br/pos-graduacao/mestrado-e-doutorado-em-educacao/sobre-o-programa/estrutura-
linhas-de-pesquisa-e-corpo Acesso em 15 Jul 2021.
144
DOCENTES GRUPOS DE
PESQUISA
César Apareciddo Nunes PAIDEIA
Assim, para o ano acadêmico 2021, considerando apenas aqueles que ofertam vagas na
Linha 6 – Filosofia e História da Educação, contabilizam-se 07 (sete) docentes. Destes, 03 (três)
professores são integrados ao Grupo PAIDEIA, 03 (três) professores, ao Grupo HISTEDBR e, 01
(um) professor, ao Grupo SENSO.
A partir de agora, apresentar-se-á uma série de tabelas que representam a produção do
conhecimento na área de filosofia e história da educação, resultado de mais de 40 anos de trabalho
dedicados à pesquisa na área da educação.
98
Apêndice II - Grupos de Estudos e Pesquisas da Linha 6 do PPGE/FE/UNICAMP.
145
Para isto, far-se-á o resgate da produção científica do PPGE, para fins de realizar uma
comparação entre os quantitativos, que envolvem esta produção geral (PPGE), com a produção
desencadeada pelo trabalho dos pesquisadores que integram o DFEH da FE/UNICAMP, ao
considerar os grupos: HISTEDBR, PAIDEIA e SENSO.
A seguir, apresenta-se a produção científica do Grupo HISTEDBR. A tabela abaixo segue
uma classificação referente ao professor que mais orientou para o que menos orientou no grupo.
Veja:
2001: 5
2002: 1
2003: 1
2008: 1
2010: 3
2012: 1
2013: 1
2017: 2
2018: 2
2019: 2
TOTAL: 36
José Claudinei 1995: 2 1999: 1 44 Prof. Zezo
Lombardi 1997: 2 2001: 3 orientou o
1998: 4 2003: 3 mestrado (1998)
2004: 4 2004: 1 da Profa. Mara
2006: 2 2005: 2 Regina Martins
2007: 2 2007: 3 Jacomeli
2012: 1 2008: 1
2014: 1 2009: 3 Prof. Zezo
2015: 1 2010: 1 orientou o
2016: 1 2011: 1 doutorado (2011)
TOTAL: 20 2013: 1 do Prof. Lalo
2016: 2 Watanabe Minto
2017: 1
2018: 1
TOTAL: 24
Sérgio Eduardo 2001: 1 2002: 1 22 Prof. José Luiz
Montes 2004: 3 2005: 4 Sigrist foi
Castanho 2006: 1 2007: 2 orientador do Prof.
2008: 1 2009: 2 Sérgio Castanho
2009: 1 2012: 1 no mestrado
2011: 2 2014: 1 (04/12/1987) e no
TOTAL: 9 2016: 2 doutorado
TOTAL: 13 (23/06/93).
Olinda Maria 1986: 1 1992: 1 20
Noronha 1993: 1 1994: 3
1995: 1 1997: 3
1999: 2 2001: 1
2001: 1 2009: 1
2008: 1 2013: 2
2011: 1 TOTAL: 11
2015: 1
TOTAL: 9
Maria Elizabete 1995: 1 1998: 3 19 Profa. Maria
Sampaio Prado 1997: 2 1999: 2 Elizabete S. P.
Xavier 2000: 2 2002: 1 Xavier orientou o
2001: 1 2003: 2 Doutorado da
TOTAL: 6 2004: 2 Profa. Maria
2005: 1 Cristina Menezes
2006: 2 (1999)
TOTAL: 13
Mara Regina 2007: 1 2013: 2 15
Martins 2009: 3 2014: 1
Jacomeli 2011: 2 2016: 3
2012: 1 2019: 1
2018: 1 TOTAL: 7
147
TOTAL: 8
Ediogenes 1992: 2 2006: 1 14
Aragão Santos 1998: 1 2011: 3
2005: 1 2012: 1
2006: 2 2013: 1
2011: 1 2017: 1
TOTAL: 7 TOTAL: 7
Maria Cristina 2007: 1 2009: 1 12 De acordo com os
Menezes 2012: 1 2010: 2 catálogos de
2014: 1 2011: 1 cursos de Pós-
2015: 1 2015: 1 Graduação, o
TOTAL: 4 2016: 1 nome da Profa.
2019: 2 Maria Cristina
TOTAL: 8 Menezes vincula-
se ao DEFHE
somente a partir do
catálogo 2007.
Portanto, as
defesas anteriores
a esta data (2007)
não foram
computadas.
Maria de Fátima 2005: 1 0 1 O Prof. Dermeval
Félix Rosar TOTAL: 1 Saviani orientou o
Mestrado (1982) e
o Doutorado
(1995) da Profa.
Maria de Fátima F.
Rosar
Heloisa Helena 0 0 0 Nos catálogos dos
Pimenta Rocha cursos de Pós-
Graduação (2004,
2005, 2006) consta
o nome da Profa.
Heloisa Helena P.
Rocha junto ao
Departamento de
Filosofia e História
da Educação, mas
não constam
orientações junto
ao PPGE.
TOTAL DE DEFESAS NO GRUPO HISTEDBR: 253 PERÍODO:
Sendo: 100 1982 a 2019:
dissertações e 153 MÉDIA DE 6,83
teses AO ANO
Fonte: Elaboração própria do autor, ao consultar a planilha de dados expedida pelo Departamento de TI da
DAC/UNICAMP.
No HISTEDBR, os professores que mais orientaram foram o Prof. José Luis Sanfelice (61
orientações), seguido do Prof. Dermeval Saviani (45 orientações) e, em terceiro lugar, o Prof. José
Claudinei Lombardi (44 orientações). O grupo apresenta uma média de 6,83 pesquisas
defendidas/ano.
148
99
Como já foi salientado anteriormente, consta na planilha enviada pelo Departamento de TI da DAC/UNICAMP que
este doutorado foi orientado pela Profa. Célia Maria de Castro Almeida, mas ao fazer a conferência junto ao Repositório
da UNICAMP constatou-se que esta pesquisa foi orientada pelo Prof. Dr. César Nunes (seu nome consta no Repositório
e consta no texto da tese da autora: Martha Pereira das Neves Hees) e defendido em 20/09/2000.
149
Defesas/Orientações
no Grupo PHALA
(a partir de 2017):
2017: 2 teses e 1
dissertação
2018: 1 tese
2019: 1 tese e 1
dissertação
TOTAL: 6
Pedro Laudionr 1985: 1 1985: 2 32
Goergen 1988: 1 1987: 1
1990: 1 1991: 1
1995: 1 1993: 1
2001: 1 1996: 1
2002: 1 1997: 1
2007: 1 1998: 1
TOTAL: 7 1999: 3
2001: 1
2004: 2
2005: 3
2006: 3
2010: 1
2011: 2
2013: 1
2017: 1
TOTAL: 25
Newton 1983: 1 1984: 1 19
Aquiles Von 1989: 2 1985: 2
Zuben 1992: 1 1986: 1
1993: 1 1990: 1
TOTAL: 5 1992: 1
1993: 2
1997: 1
1998: 3
1999: 2
TOTAL: 14
João Francisco 1989: 1 1991: 1 17
Regis de 1990: 2 1994: 1
Morais 1991: 1 1995: 1
1994: 1 1996: 1
1995: 1 1998: 1
1996: 1 2000: 1
150
1997: 1 2001: 1
2000: 1 TOTAL: 7
2003: 1
TOTAL: 10
Hermas 1993: 1 1993: 1 16
Gonçalves 1994: 1 1995: 1
Arana 1997: 1 1996: 2
1998: 1 1998: 1
1999: 2 1999: 1
2001: 1 2002: 1
2002: 1 TOTAL: 7
2004: 1
TOTAL: 9
José Luiz 1987: 1 1987: 1 14
Sigrist 1988: 2 1988: 1
1993: 1 1989: 1
1998: 1 1993: 1
TOTAL: 5 1996: 2
1997: 2
2001: 1
TOTAL: 9
Rubem 1981: 1 1984: 1 12
Azevedo Alves 1984: 1 1988: 1
1988: 1 1989: 1
1990: 2 1992: 1
TOTAL: 5 1993: 1
1995: 1
1998: 1
TOTAL: 7
Augusto João 1985: 1 1986: 1 8
Crema Novaski 1987: 1 1990: 1
1989: 2 TOTAL: 2
1993: 2
TOTAL: 6
Rene José 2007: 1 2007: 1 8 Defesas/Orientações
Trentin Silveira 2008: 1 TOTAL: 1 Grupo PAIDEIA:
2009: 1 Total: 8, sendo 1
2010: 2 tese e 7 dissertações.
2011: 2
TOTAL: 7 Defesas/Orientações
no Grupo SENSO (a
partir de 2013):
2013: 1 dissertação
2014: 1 dissertação
2015: 2 dissertações
2016: 2 teses
2017 2 teses
2018: 1 tese e 1
dissertação
2019: 2 dissertações
TOTAL: 12
No PAIDEIA, os professores que mais orientaram foram o Prof. César Nunes (63
orientações), seguido do Prof. Silvio A. Sanchez Gamboa (45 orientações) e, em terceiro lugar, o
Prof. Silvio Gallo (34 orientações). O grupo apresenta uma média de 8,10 pesquisas
defendidas/ano.
A tabela acima demonstra que, a partir de 2013, com a formação do Grupo SENSO, as
pesquisas desenvolvidas pelos pesquisadores deste grupo não foram computadas na produção do
grupo PAIDEIA.
A seguir, apresenta-se a produção científica do Grupo SENSO.
100
Conforme consta no Diretório de Grupos de Pesquisa no Brasil (LATTES/CNPq). Ano de Formação Grupo Senso:
2013, de acordo com o Espelho do Grupo disponível em: http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/4049059022493144
Acesso em 10 Jul 2021.
153
Linguagem e Arte
em Educação.
Em 27/05/2017 foi
incluído no Grupo
PHALA101,
portanto,
consideramos sua
produção no
DEFHE até 2016,
pois não consta,
atualmente, seu
nome no espelho
do Grupo Senso.
Lidia Maria 2014: 1 2015: 1 4
Rodrigo 2015: 1 2016: 1
TOTAL: 2 TOTAL: 2
TOTAL DE DEFESAS NO GRUPO SENSO: 32 PERÍODO:
Sendo: 16 2013 a 2019:
dissertações e 16 MÉDIA DE 5,33
teses AO ANO
Fonte: Elaboração própria do autor, ao consultar a planilha de dados expedida pelo Departamento de TI da
DAC/UNICAMP.
101
Inserido no Grupo Educação, Linguagem e Práticas Socioculturais em 27 de maio de 2017, conforme consta no
Espelho do Grupo. Disponível em http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/2573190019948471 Acesso em 10 Jul 2021.
Não consta o nome do Prof. Silvio Gallo no Espelho do Grupo Senso, conforme consulta realizada em 10 Jul 2021,
portanto, sua produção foi computada junto ao Grupo Senso até 2016 e, considerou-se que após este ano ficou
vinculada ao Grupo PHALA.
154
Nota-se que o Grupo PAIDEIA é responsável por quase 52% de toda a produção do
DEFHE e por quase 8% de toda a produção do PPGE/FE/UNICAMP. São indicadores
relevantes e representam significativa produção do conhecimento na área de Filosofia e Educação.
Espera-se que este estudo sobre o PPGE da FE/UNICAMP desperte olhares e amplie
debates sobre os modos de produção do conhecimento, trazendo para esta realidade melhorias nas
condições de trabalho dos docentes, reposição de vagas nos departamentos, ampliação de vagas
para os estudantes, ampliação de financiamentos diversos (participação em eventos de instituições
acadêmicas, fortalecendo as instituições acadêmicas produtivas com novos editais, por exemplo),
debate intenso sobre a política de cotas, enfim, esperam-se ações somativas, para que a Pró-reitora
102
De acordo com Sanchez Gamboa (1987), a primeira defesa de Mestrado na área de Filosofia e História da Educação
é a do autor José Maria Paiva, sob orientação do Prof. Casemiro dos Reis Filho (1927-2001), intitulada O papel da
catequese dos índios no processo de colonização, 1549 – 1600, ocorrida em 19/12/1978.
103
Alguns docentes/pesquisadores do Grupo PAIDEIA resolveram criar o Grupo Senso que, a partir de 2013, foi
cadastrado no Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil (Lattes/CAPES). Assim, a partir do ano de formação deste
novo grupo (2013) as pesquisas defendidas referem-se à produção científica do Grupo SENSO.
155
de Pós-graduação – PRPG se integre, cada vez mais, à FE e ao seu PPGE para que, juntos, unam
forças para avançar, mesmo diante deste cenário político complexo e duro em que se encontra o
país.
E, para concluir, destaca-se uma notícia de autoria de Coll (2021), a qual afirma que a
UNICAMP é a terceira melhor universidade da América Latina e isso ocorre pelo terceiro ano
consecutivo, graças à PESQUISA!
O ranking Times Higher Education (THE) para a América Latina, divulgado nesta
terça-feira (13), aponta a Unicamp como a terceira melhor universidade da região.
A classificação de 2021 levou em conta 177 instituições de ensino superior em 13
países. Constam nas primeiras posições a Pontifícia Universidade Católica (PUC)
do Chile e a Universidade de São Paulo (USP), respectivamente.
O Brasil é o país mais representado no ranking, com 67 universidades, sendo 51
instituições públicas. Pelo terceiro ano consecutivo, a Unicamp mantém a terceira
posição. Destaca-se, em 2021, o fato de ter obtido a nota máxima no que se refere
à pesquisa. Neste parâmetro, são analisadas critérios como receita orçamentária e
volume de publicações e citações (COLL, 2021)104
104
COLL, Liana. Unicamp é a terceira melhor universidade da América Latina, aponta ranking. UNICAMP
Atualidades. Campinas, 13 de Jul. de 2021, Disponível em:
https://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2021/07/13/unicamp-e-terceira-melhor-universidade-da-america-latina-
aponta-ranking Acesso em 15 Jul 2021.
156
CAPÍTULO III
105
No sentido de organização.
106
Neste capítulo, a descrição será mais quantitativa, uma vez que a análise epistemológica (qualitativa) – análise
sócio-histórico-crítica, ocorrerá e fará as devidas conexões no próximo capítulo desta tese.
107
SANCHEZ GAMBOA, S. A. Tese de Doutorado. Anexo 2 – Dissertações e Teses dos Cursos de Pós-Graduação
em Educação do Estado de São Paulo. 1971 – 1984, População por área de concentração e ano de defesa, 1987, p. 220.
108
Primeira defesa de Mestrado em 1978: PAIVA, José Maria de. O papel da catequese dos índios no processo de
colonização, 1549 – 1600, cujo orientador foi o Prof. Casemiro dos Reis Filho (1927-2001). Consulta realizada junto
157
o ano em que se efetiva sua primeira produção científica. Isto posto, mesmo que o Grupo PAIDEIA
tenha sido oficializado, junto ao PPGE/FE/UNICAMP, em maio de 1999, seu marco histórico
inicial é 1978.
De acordo com Ferrari (2008)109, em abril de 1996, foi elaborada uma primeira tentativa de
formar o grupo de pesquisa. Tentativa esta elaborada pelos professores da área de Filosofia e
Educação: Hermas Gonçalves Arana, Eduardo Oscar de Campos Chaves, Newton Aquiles Von
Zuben, Pedro Laudinor Goergen, José Luis Sigrist e Silvio Ancízar Sanchez Gamboa. Eles
indicaram duas linhas:
TEMÁTICAS DOCENTES
Epistemologias clássicas José Luis Sigrist
Positivismo e filosofia analítica Hermas Gonçalves Arana e Eduardo
Chaves
Fenomenologia e hermenêutica Newton Aquiles Von Zuben e Augusto
Novaski
Marxismo e a Escola de Frankfurt José Luis Sanfelice e Pedro Goergen
Epistemologias e a pesquisa em Educação Silvio Ancízar Sánchez Gamboa
Fonte: Elaboração própria do autor, baseado em FERRARI, 2008, p. 46-47.
à tese de doutorado do Prof. Silvio A. Sanchez Gamboa, Anexo 4 – Relação de Dissertações e Teses selecionadas na
Amostra, 1987, p. 227.
109
Os dados foram coletados por meio de uma entrevista, realizada em 2006, na FE/UNICAMP, com o Prof. Dr. César
Nunes, na qual Pedro Ferrari buscou compreender como se deu a organização do Grupo de estudos e pesquisas
PAIDEIA.
158
Ferrari (2008, p. 47), esclarece que a fenomenologia e a dialética são duas abordagens que
se estabeleceram no interior do Grupo PAIDEIA110. No próximo capítulo, aprofundar-se-á este
estudo sobre a produção científica do referido grupo.
Após a tentativa de 1996, houve uma reunião em 1998, no DEFHE, para discutir a
organização das pesquisas de Filosofia, uma vez que as pesquisas relacionadas à área de História
da Educação já estavam organizadas no âmbito do Grupo HISTEDBR. A necessidade de criação
de um grupo de Filosofia é explicada pelas mudanças ocorridas no âmbito das políticas públicas
de pós-graduação. Segundo o Prof. César Nunes (entrevistado em 2006 por Pedro Ferrari), foi nessa
reunião que o Prof. Dr. José Luis Sanfelice (in memorian)111 sugeriu que o Grupo de Estudos e
Pesquisas em Filosofia da Educação viesse a se chamar “PAIDEIA” que em grego significa “a
formação plena do homem” (FERRARI, 2008, p.48).
Segundo Sánchez Gamboa (2011), a denominação do Grupo, PAIDEIA, significa uma
identificação histórica e conceitual com a Filosofia da Educação. A origem grega do conceito
PAIDEIA refere-se a uma reflexão sobre a formação plena do homem para a vida racional na pólis.
De acordo com Jaeger (2013), Paideia é um conceito muito difícil de definir, assim como
os conceitos de cultura e filosofia. Para o autor, o seu conteúdo e significado só se revelam
plenamente quando se lê a sua história e se segue o esforço para conseguirem plasmar-se na
realidade.
Sobre as expressões modernas como: civilização, cultura, tradição, literatura, educação,
deve-se ter o cuidado de ressaltar que nenhuma delas coincide realmente com o que os gregos
entendiam por Paideia. Cada um destes termos se limita a exprimir um aspecto daquele conceito
global e, para abranger o campo total do conceito grego, teríamos de empregá-los todos de uma só
vez. Portanto, Paideia é civilização, cultura, tradição, literatura, educação, mas tudo isto, de uma
só vez (JAEGER, 2013).
Acatada a sugestão do Prof. Sanfelice e, portanto, definido o nome do grupo, seguem
trâmites para iniciar a trajetória institucional do grupo que,
110
Ferrari (2008) estudou as teses de doutoramento defendidas no Grupo PAIDEIA no período 1985-2002. Nosso
estudo complementará estas análises, pois estudará a produção científica (teses e dissertações) no período 1999-
2009.
111
Falecido em 01/04/2021.
159
Em 18 de maio de 1999, o Prof. Dr. Pedro L. Goergen, aceitou ser Coordenador do Grupo
PAIDEIA. E, para coordenar as linhas de pesquisa, o Prof. Dr. Silvio Sánchez Gamboa foi
escolhido para coordenar a linha Epistemologia e Teorias da Educação e o Prof. Dr. César Nunes
foi escolhido para coordenar a linha Ética, Política e Educação.
Este fato retrata o início da trajetória institucional do Grupo – aprovado e institucionalizado,
com cadastro no Diretório Nacional do CNPq, inscrito pelo Prof. Dr. César Nunes.
Após a gestão do Prof. Pedro Goergen, como coordenador do Grupo Paideia, os professores
César Nunes e Silvio A. Sanchez Gamboa assumem a coordenação e direcionam as ações e
atividades do Grupo. Assim, se percebe que, enquanto um assume a coordenação, o outro se torna
vice coordenador e vice-versa. Interessante que são colegas de trabalho há muitas décadas e se
unem, juntamente com os demais, na luta de manter o Grupo PAIDEIA vivo, humanizado, atuante
e com foco na formação humana e crítica de seus pesquisadores.
Conforme já foi dito no capítulo anterior, Sanchez Gamboa (1987)112 considera que a
primeira defesa na área de Filosofia da Educação ocorreu em 1978 e, ao socializar um levantamento
da produção, concluiu que o primeiro período do Grupo PAIDEIA abrange 1978 a 1998. Nesse
período, foram produzidas 139 pesquisas vinculadas à área de Filosofia da Educação e foi a partir
de temas pesquisados que se organizaram as linhas de pesquisa. A princípio, eram três linhas:
Epistemologia e Teorias da Educação, sob a coordenação do Prof. Dr. Silvio Ancízar Sánchez
Gamboa; Ética, Política e Educação, sob a coordenação do Prof. Dr. César A. Nunes e, Educação
e Tecnologia na Sociedade da Informação, sob a coordenação do Prof. Dr. Eduardo Chaves (esta,
a partir de 2007, foi substituída pela linha “Ensino de Filosofia”) (SANCHEZ GAMBOA, 2011).
Lembra-se que são dados anteriores à institucionalização do Grupo junto ao PPGE/FE/UNICAMP.
Após institucionalização, nos primeiros dez anos (1999-2009), “o Grupo desenvolveu
atividades relacionadas com a organização de pesquisas na área de Filosofia da Educação e buscou
se consolidar junto à Faculdade de Educação, à Unicamp e ao CNPq” (SANCHEZ GAMBOA,
2009, p. 3).
112
Dado retirado de sua tese de doutorado.
160
A partir deste decênio (1999-2009), surge um novo desafio voltado a abrir maiores espaços
para divulgar, comunicar e socializar suas atividades e também os resultados de suas pesquisas
(SANCHEZ GAMBOA, 2009).
II - Núcleo de Coordenação: composto por um Coordenador Geral, por um Coordenador Executivo, pelos
Coordenadores das Linhas de Pesquisa e por um Secretário Geral
V - Secretaria Geral
Fonte: Capítulo II do Regimento Interno (2021) disponível em: https://www.paideia.fe.unicamp.br/sobreo-
paideia/regimento Acesso em 19 Jul 2021.
161
Percebe-se, na tabela acima, que, ao inserir no primeiro item da sua estrutura o “Colegiado”,
o Grupo PAIDEIA se mostra atento ao trabalho coletivo e ao caráter democrático da gestão.
Sobre a dinâmica de participação dos membros do Grupo PAIDEIA em torno de atividades
permanentes, observam-se os destaques no quadro abaixo:
Fonte: SÁNCHEZ GAMBOA, S. A. Grupos de pesquisa: limites e possibilidades na construção de novas condições
para a produção do conhecimento. Motrivivência, ano XXIII, n. 36, 2011, p. 282.
Com o quadro acima, percebe-se que, para cada linha de pesquisa, pensou-se na
organização de seus eixos temáticos, o que dá visibilidade à sua produção:
1. EPISTED – Seminários organizados pela linha de “Epistemologia e Teorias da Educação”.
2. SIMPHILO – Simpósios que foram organizados pela linha “Ensino de Filosofia”.
3. POIETHOS – Simpósios organizados pela linha “Ética, Política e Educação”.
Em relação à produção do grupo, este vem se destacando pela atualização dos registros de
todos os integrantes junto à Plataforma Lattes do CNPQ. E é com base nestes registros que se torna
possível realizar balanços semestrais.
Ainda sobre “publicações”, destaca-se a revista Filosofia e Educação113, a seguir.
Faz-se destaque à Revista Filosofia e Educação, uma revista digital, portanto, com
publicação eletrônica, quadrimestral – com edições publicadas nos meses de abril, agosto e
dezembro, vinculada ao Grupo PAIDEIA. Na estratificação da Filosofia e
Educação no Qualis (2017-2018), esta obteve a classificação B1. Tem como editor-chefe o Prof.
Dr. Silvio Ancízar Sanchez Gamboa e se tornou um espaço tanto para pesquisadores do Grupo
PAIDEIA, quanto para os demais interessados em socializarem o conhecimento acerca das
problemáticas do Grupo.
113
No âmbito da Revista Filosofia e Educação (RFE) sugere-se um estudo aprofundado a respeito das publicações dos
pesquisadores do Grupo PAIDEIA neste importante espaço de socialização do conhecimento acerca das problemáticas
do Grupo.
163
Trata-se de uma revista que, além de abrir espaço para os pesquisadores publicarem suas
produções, permite que mestres e doutorandos participem na condição de “Pareceristas” da revista,
o que adiciona uma experiência de avaliação de textos científicos na formação destes
pesquisadores.
É política da revista Filosofia e Educação manter a participação de doutorandos
e mestres como avaliadores nas seções de resenhas, leituras e relatos de
experiência. Já para as seções de dossiês e de seleção de artigos, os avaliadores
deverão ter o título de doutor para manter critérios de qualidade nas avaliações
dos pares (UNICAMP, Revista Filosofia e Educação114).
Filosofia e Educação,
Sobre a integridade e prevenção de plágio nas publicações que são credenciadas no Portal,
a Revista Filosofia e Educação “adota o serviço de identificação de similaridade de textos
utilizando, como base, a plataforma Turnitin implantada na Universidade desde novembro de
2016”116.
Como a revista trabalha com números temáticos, existe um planejamento específico para
que cada número seja organizado e isso ocorre de forma interinstitucional.
Os Números Temáticos devem ter um caráter interinstitucional e abordar
temáticas de relevância para as áreas de Filosofia e Educação, consideradas em
suas intersecções, de forma a ampliar o debate acadêmico, fomentar intercâmbios
de pesquisa e/ou adensar as experiências formativas em investigação e/ou ensino
(UNICAMP, Revista Filosofia e Educação 117).
114
UNICAMP. Sistemas de Bibliotecas. Filosofia e Educação - Pareceristas. Disponível em:
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rfe/parecer Acesso em 21 Jul. 2021.
115
UNICAMP. Sistemas de Bibliotecas. Filosofia e Educação – Sobre a Revista (Foco e Escopo). Disponível em:
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rfe/about Acesso em 21 Jul. 2021.
116
UNICAMP. Sistemas de Bibliotecas. Filosofia e Educação – Sobre a Revista (Integridade e Prevenção de
Plágio). Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rfe/about Acesso em 21 Jul. 2021.
117
UNICAMP. Sistemas de Bibliotecas. Filosofia e Educação – Sobre a Revista (Critérios para organização de
números temáticos). Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rfe/about Acesso em 21 Jul.
2021.
164
Desde seu primeiro volume (2009) até o ano 2021, foram 32 publicações, estas, distribuídas
em treze volumes temáticos. Nesta lista constam publicações dedicadas a pensadores e educadores
como, por exemplo, Gramsci, Rousseau, Espinosa, Nietszche, Heidegger e Simondon, Dewey,
Pedro Goergen e Paulo Freire. Os editores também se dedicaram às homenagens aos colegas (in
memorian) do DEFHE, professores Rubem Alves e José Luiz Sigrist. Em breve, surgirá a
homenagem ao colega, Prof. Sanfelice (in memorian). Outros destaques, importantes e
fundamentais, são as publicações referentes aos temas: filosofia, educação, educação e pandemia,
ética, epistemologia, tecnologia, corpo e cultura, inclusão, direitos humanos, mulheres em
movimento. Temas estes, que, por serem urgentes, demostram o compromisso dos responsáveis
pelas publicações na Revista de Filosofia e Educação – RFE com a diversidade temática que
envolve a atualidade. Abaixo, apresentam-se descritos todos os volumes publicados.
ANO/PUBLICAÇÃO TEMÁTICA
Volume 1, Número 1 Edição especial de lançamento
Outubro de 2009 – Março de 2010
Volume 2, Número 1 Gramsci e a Educação
Abril de 2010 – Setembro de 2010
Volume 2, Número 2 Epistemologia e Teorias da Educação
Outubro de 2010 – Março de 2011
Volume 3, Número 1 Dossiê POIETHOS – I Simpósio Nacional sobre Política,
Abril de 2011 – Setembro de 2011 Ética e Educação (Seguimento Ética)
Volume 4, Número 1 Dossiê Ensino de Filosofia
Abril de 2012
Volume 4, Número 2 Dossiê Rousseau
Outubro de 2012
Volume 5, Número 1 Dossiê Espinosa
Abril de 2013
Volume 5, Número 2 Epistemologia e Teorias da Educação
Outubro de 2013
Volume 6, Número 1 Nietszche e a Educação
Fevereiro de 2014
Volume 6, Número 2 Análise da Produção do Conhecimento
Junho de 2014
Volume 6, Número 3 Técnica, Tecnologia e Educação em Heidegger e Simondon
Outubro de 2014
Volume 7, Número 1 In Memorian Alves et Sigrist
Fevereiro de 2015
Volume 7, Número 2 Pensar Dewey, hoje
Junho de 2015
Volume 7, Número 3 Da Filosofia como formadora
Outubro de 2015
Volume 8, Número 1 Filosofia(s) da Imagem e Educação
165
Fevereiro de 2016
Volume 8, Número 2 O mundo (de) Pedro Goergen
Junho de 2016
Volume 8, Número 3 Epistemologia da Educação Física
Outubro de 2016
Volume 9, Número 1 O pensar e o poetar na paideia grega
Fevereiro de 2017
Volume 9, Número 2 O aspecto formativo da Filosofia
Junho de 2017
Volume 9, Número 3 Ciência, consciência, cultura...
2017
Volume 10, Número 1 Ética e Educação
Jan./Abr. 2018
Volume 10, Número 2 Filosofia Medieval e Educação
Mai./Ago. 2018
Volume 10, Número 3 Filosofia e Epistemologia da Educação Latino-Americano e
Set./Dez. 2018 Caribenha
Volume 11, Número 1 Corpo e Cultura
Jan./Abr. 2019
Volume 11, Número 2 Inclusão e políticas de ações afirmativas
Mai./Ago. 2019
Volume 11, Número 3 Pesquisa em Educação
Set./Dez. 2019
Volume 12, Número 1 80 anos da Pedagogia no Brasil
Jan./Abr. 2020
Volume 12, Número 2 Educação e Direitos Humanos
Mai./Ago. 2020
Volume 12, Número 3 Filosofia e Educação em tempos de pandemia
Set./Dez. 2020
Volume 13, Número 1 Mulheres em Movimento na Filosofia e Educação
Jan./Abr. 2021
Volume 13, Número 2 Paulo Freire: Filosofia, Educação e Ensino de Línguas
Mai./Ago. 2021 como direito humano
Volume 13, Número 3 Dossiê temático sobre "Pedagogias e filosofias críticas da
Set./Dez. 2021 educação"
Fonte: Revista Filosofia e Educação. Edições anteriores118.
Além da Revista Filosofia e Educação, o Grupo PAIDEIA socializa sua produção por meio
de uma série de eventos correspondentes às linhas de pesquisa, conforme se descreve no quadro
abaixo:
118
UNICAMP. Sistemas de Bibliotecas. Filosofia e Educação – Edições anteriores. Disponível em:
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rfe/issue/archive Acesso em 19 Jul 2021.
166
Dia 02/07/2021
Professora Doutora Celi Taffarel (UFBA)
Prof. Dr. Régis Henrique dos Reis Silva (PAIDEIA/FE)
Prof. Dr. Marcos Cézar Freitas (UNIFESP)
Prof. Dr. Bernard Charlot (UFS)
03/07/2021
Prof. Dr. José Carlos Libâneo (UFGO e PUC GO)
Professora Doutora Jaqueline Moll (FURGS e URI)
Fonte: Elaboração própria do autor, a partir do link da Faculdade de Educação da UNICAMP (eventos da Pós-
graduação) e do site do Grupo PAIDEIA119.
119
UNICAMP. Sobre o PAIDEIA. Disponível em: https://www.paideia.fe.unicamp.br/sobreo-paideia/regimento
Acesso em 19 jul. 2021.
168
O Grupo PAIDEIA liderava duas Linhas de Pesquisa: 1) Ética, Política e Educação - sob a
Coordenação do Prof. Dr. César Nunes; 2) Epistemologia e teorias da Educação - sob a
Coordenação do Prof. Dr. Silvio Ancízar Sánchez Gamboa e, a partir de 2019, uma nova linha foi
inserida: 3) Filosofia, Educação e Direitos Humanos, aprovada na reunião do PAIDEIA (ata
simples), do Departamento e da Linha 06 Filosofia e História da Educação, da qual Prof. Dr. Cesar
Nunes é coordenador.
2) Ética, Política e
Educação, sob a
coordenação do Prof. 2) Ética, Política e 2) Ética, Política e 2) Ética, Política e 2) Ética, Política e
Dr. César A. Nunes. Educação, sob a Educação, sob a Educação, sob a Educação, sob a
coordenação do coordenação do coordenação do coordenação da
Prof. Dr. César A. Prof. Dr. César A. Prof. Dr. César A. Profa. Dra. Sandra
Nunes. Nunes. Nunes. Fernandes Leite.
3) Educação e
Tecnologia na
Sociedade da
Informação, sob a 3) Ensino de 3) Filosofia, 3) Filosofia,
coordenação do Prof. Filosofia, sob a Educação e Educação e
Dr. Eduardo Chaves coordenação do Direitos Humanos, Direitos Humanos,
(esta, a partir de 2007, Prof. Renê José sob a coordenação sob a coordenação
foi substituída pela Trentin Silveira do Prof. Dr. César do Prof. Dr. César
linha “Ensino de A. Nunes. A. Nunes.
Filosofia”)
Fonte: Cadernos Informativos Paideia, Campinas, v.1, n.1, mar.2009, p. 13-14; SÁNCHEZ GAMBOA, S. A.
Grupos de pesquisa: limites e possibilidades na construção de novas condições para a produção do conhecimento.
Motrivivência, ano XXIII, n. 36, 2011, p. 285-286; e, Histórico do Grupo PAIDEIA 120
120
UNICAMP. Sobre o PAIDEIA - Histórico: o processo de aprovação e institucionalização do grupo de estudos e
pesquisas Paideia. PAIDEIA Grupo de Estudos e Pesquisas em Filosofia da Educação. Disponível em
https://www.fe.unicamp.br/paideia/sobre-paideia.html. Acesso em 23 nov 2018.
169
Outra novidade é que, em reunião ocorrida em 2019, dois novos professores, a convite do
Prof. César Nunes, vieram a integrar o Grupo PAIDEIA. São eles: professor Régis Henrique dos
Reis Silva e professora Sandra Fernandes Leite.
Assim, a partir do mês de julho de 2021 (oficialmente, via V Seminário Nacional do Grupo
PAIDEIA), as coordenações das linhas de pesquisa do Grupo PAIDEIA se organizaram da seguinte
forma: 1) Epistemologia e teorias da Educação - sob a Coordenação do Prof. Dr. Silvio Ancízar
Sánchez Gamboa; 2) Ética, Política e Educação - sob a Coordenação da Profa. Dra. Sandra
Fernandes Leite;; 3) Filosofia, Educação e Direitos Humanos – sob a coordenação do Prof. Dr.
Cesar Nunes.
Nº DOCENTE M D TOTAL DE
ORIENTAÇÕES
1 César Apareciddo Nunes 33 30 63
2 Silvio Ancízar Sánchez Gamboa 14 31 45
3 Silvio Donizetti de Oliveira Gallo 20 14 34
4 Pedro Laudinor Goergen 7 25 32
5 Newton Aquiles Von Zuben 5 14 19
6 João Francisco Regis de Moraes 10 7 17
7 Hermas Gonçalves Arana 9 7 16
8 José Luiz Sigrist 5 9 14
9 Rubem Azevedo Alves 5 7 12
10 Augusto João Crema Novaski 6 2 8
11 Lidia Maria Rodrigo 3 5 8
12 Rene José Trentin Silveira 7 1 8
13 Martha Rosa Pisani Destro 3 4 7
14 Antonio Muniz de Rezende 2 2 4
15 Moacir Gadotti 3 1 4
16 Sandra Fernandes Leite 3 0 3
17 Constança Terezinha Marcondes César 1 2 3
18 Eduardo Oscar E. E. M. de C. Chaves 1 2 3
19 Roberto Akira Goto 2 1 3
20 Antonio Carlos Bergo 1 0 1
21 Maria Teresa Penteado Cartolano 1 0 1
22 Mirian Jorge Warde 0 1 1
23 Nelson Carvalho Marcellino 0 1 1
24 Guilhermo Hoyos Vasquez 0 1 1
TOTAL 141 167 308
Fonte: Elaboração própria após consultar o Repositório da Produção Científica e Intelectual da UNICAMP.
121
Destacam-se duas situações ao conferir dados da Planilha expedida pelo Departamento de TI da DAC com os dados
do Repositório da Unicamp: 1) Planilha do TI informa que a estudante Martha Pereira Neves Hess foi orientada por
Celia Maria de Castro Almeida, mas consta no repositório e, também, no texto da tese, que o orientador foi o Prof.
César Nunes (defesa do Doutorado em 29/09/2000); 2) Planilha do TI informa que a estudante Ana Patricia Noguera
de Echeverri foi orientada por Guilhermo Hoyos Vasquez, mas consta no repositório que o orientador foi o Prof.
Newton Aquiles Von Zuben (defesa do Doutorado em 21/11/1997).
171
Silvio Donizetti de Oliveira Gallo João Francisco Regis de Morais (M) MeD 1990 e 1993
Newton Aquiles Von Zuben (D)
Antonio Carlos Bergo Hermas Gonçalves Arana D 1993
César Aparecido Nunes Pedro Laudinor Goergen MeD 1990 e 1996
Adolfo Ramos Lamar Silvio Ancízar Sánchez Gamboa D 1998
Rene José Trentin Silveira José Luis Sanfelice MeD 1991 e 1998
Regis Henrique dos Reis Silva Silvio Ancízar Sánchez Gamboa D 2013
Fonte: Elaboração própria do autor, com base na Planilha cedida pelo Departamento de TI da DAC/UNICAMP e no
Repositório da Produção Científica e Intelectual da UNICAMP.
Estes professores, entre si, se orientam; debatem, refletem sobre os problemas postos pela
realidade; buscam alternativas, respostas; e, assim, seguem engajados na luta por uma formação
crítica. E é por meio deste debate e reflexão crítica que embasam as orientações dos demais
pesquisadores do Grupo PAIDEIA, para que, juntos, professores e estudantes, ambos
pesquisadores, possam seguir trajetórias acadêmicas contribuindo de forma significativa, seja em
termos de formação, orientação ou em termos de publicação para socialização do conhecimento,
trazendo, assim, para a sociedade, indivíduos esclarecidos.
No processo de compreender a realidade, mesmo sabendo que ela é muito “mais rica do que o
conhecimento que a gente tem dela” (citado acima), organizou-se o estudo em três momentos:
1º Momento - 1978 a 1999 (21 anos): Período que antecedeu a institucionalização do
Grupo PAIDEIA junto ao PPGE/FE/UNICAMP. Fase de desenvolvimento das pesquisas
na área de Filosofia da Educação e criação do Grupo.
2º Momento - 1999 a 2019 (20 anos): Período correspondente ao objeto de estudo da
pesquisa. Fase de maior organização e consolidação do Grupo.
3º Momento - 1978 a 2019 (41 anos): Período que abrange toda a trajetória do Grupo
PAIDEIA na Faculdade de Educação.
122
Estes dados são apresentados com o intuito de trazer uma visão de conjunto a respeito da produção científica e dos
pesquisadores do Grupo PAIDEIA (desde sua origem, 1978, até 2019). São dados que partem de uma lógica da
investigação (coletados na fase inicial da pesquisa – método de pesquisa) e são socializados para que o leitor possa
compreender esta realidade para seguir adiante, para compreender a lógica da exposição (fase final da pesquisa –
método de exposição).
123
Para Saviani (2004), “Diferentemente, pois, da crença que caracteriza o empirismo, o positivismo, etc. (que
confundem o concreto com o empírico) o concreto não é o ponto de partida, mas o ponto de chegada do conhecimento.
E no entanto, o concreto é também o ponto de partida. Como entender isso? Poder-se-ia dizer que o concreto-ponto
de partida é o concreto real e o concreto-ponto de chegada é o concreto pensado, isto é, a apropriação pelo
pensamento do real-concreto. Mais precisamente: o pensamento parte do empírico, mas este tem como suporte o real
concreto. Assim, o verdadeiro ponto de partida, bem como o verdadeiro ponto de chegada é o concreto real.
Desse modo, o empírico e o abstrato são momentos do processo de conhecimento, isto é, do processo de apropriação
do concreto no pensamento. Por outro lado, o processo de conhecimento em seu conjunto é um momento do processo
concreto (o real-concreto). Processo, porque o concreto não é o dado (empírico) mas uma totalidade articulada,
construída e em construção. O concreto, é, pois, histórico; ele se dá e se revela na e pela práxis. Portanto, a lógica
dialética não tem por objeto as leis que governam o pensamento enquanto pensamento. Seu objeto é a expressão, no
pensamento das leis que governam o real” (p. 04-05, grifo nosso).
173
Importante se faz esclarecer que não se trata, ainda, de uma periodização, mas sim de uma
divisão para compreender melhor o objeto de pesquisa imerso na sua realidade.
A seguir, apresentam-se os dados originários deste estudo: a) em um primeiro momento, tratar-
se-á do período 1978 a 1999, que abrange 113 pesquisas. Este período antecede a constituição
oficial do Grupo PAIDEIA, ocorrida em maio1999; b) em seguida, analisar-se-á o período 1999 a
2019, a partir da sua constituição oficial até seu aniversário de 20 anos, com 195 pesquisas, e se
trata do objeto de pesquisa desta tese e, c) por fim, serão apresentadas as análises que envolvem
toda a trajetória do grupo, isto é, considerar-se-á o período 1978 a 2019, com 308 pesquisas.
Para maiores detalhes a respeito dos números apresentados, consultar Apêndice III 124 desta
pesquisa, dados construídos a partir do currículo Lattes dos pesquisadores ao considerar toda a
trajetória do grupo, isto é, período 1978 a 2019.
Nº de currículos desatualizados:
65
ÁREA DE FORMAÇÃO Graduação: Graduações predominantes no
18 graduações diferentes Grupo:
Filosofia (45)
Pedagogia (11)
124
Apêndice III – Dados da Planilha I.
125
Defesas ocorridas de 19/12/1978 (primeira defesa na área) até 30/04/1999, uma vez que a oficialização do grupo
ocorre em maio de 1999.
174
Ensino de Filosofia: 04
Epistemologia e Teorias da
Educação: 03
Filosofia: 01 (identificou
Filosofia)
04 (Psicanálise, INEP/MEC,
SENAI, Clínica)
Fonte: Elaboração própria
Nº de currículos desatualizados:
102
ÁREA DE FORMAÇÃO Graduação: Graduações predominantes no
24 graduações diferentes Grupo:
Filosofia (62)
126
Contabilizam-se pesquisas defendidas a partir da aprovação do Projeto de Institucionalização do Grupo de Estudos
e Pesquisas PAIDEIA (maio de 1999) até dezembro de 2019.
176
Ensino de Filosofia: 05
Epistemologia e Teorias da
Educação: 8
Neste período, 1999 a 2019, constatou-se que, dos 195 pesquisadores, 52,3% não atualizam
o currículo lattes com frequência e, 90,2% não informam a linha de pesquisa; permanece a
177
Nº de currículos desatualizados:
169
ÁREA DE FORMAÇÃO Graduação: Graduações predominantes no
29 graduações diferentes Grupo:
Filosofia (107)
Estudantes com outras Pedagogia (59)
graduações, sem considerar
Filosofia e Pedagogia:
178
95
Ensino de Filosofia: 9
Epistemologia e Teorias da
Educação: 11
Filosofia: 1 (identificou
Filosofia)
Neste contexto geral, 1978 a 2019, viu-se que, ao considerar a produção científica do grupo,
há predominância das teses de doutorado (54,2%) sobre as dissertações de mestrado (45,8%).
Ao consultar a Plataforma Lattes do CNPq para busca de currículo dos pesquisadores do
grupo PAIDEIA, detectou-se que alguns pesquisadores não possuem currículo cadastrado (9%);
que muitos deles não atualizam o currículo com frequência (54,9%) e que a maioria não informa a
linha de pesquisa (90,2%).
Em toda trajetória, o grupo recebeu pesquisadores das mais diversas áreas do conhecimento.
Verificou-se, de acordo com o currículo Lattes, 29 graduações diferentes (área de formação inicial),
com domínio das graduações de Filosofia (34,7%) e Pedagogia (19,1%). Assim, o grupo contou
com 95 estudantes de outras graduações (30,8%), sendo que 47 pesquisadores (15,2%) não
informaram a área de formação (graduação).
Observou-se que 24 (vinte e quatro) docentes do Grupo PAIDEIA realizaram as orientações
das 308 (trezentos e oito) pesquisas, sendo que 18 docentes são do sexo masculino (75%) e 06
docentes do sexo feminino (25%). Assim, das 308 pesquisas, 285 (92,5%) resultam de orientações
de professores do sexo masculino e 23 (7,5%) foram orientadas pelas professoras do grupo
Averiguou-se que 130 pesquisadores (42,2%), não receberam apoio das agências de
fomento ou, então, não informaram no Curriculum Lattes. A maioria das pesquisas que receberam
bolsa, foram provenientes do grupo CAPES: 119 bolsas (38,6%) e do grupo CNPq: 39 bolsas
(12,7%). As demais resultaram de outros apoios como da FAPESP: 16 bolsas (5,2%) e outros: 9
bolsas (2,9%).
Um fato relevante a mencionar é sobre o vínculo institucional. Constatou-se que a maioria
dos pesquisadores possuem vínculo com instituições de ensino superior, isto é, 67,5%. Acredita-se
que o grupo PAIDEIA, fundamentado na Filosofia da Educação, promove “indivíduos
educacionalmente enriquecidos” que, ao buscarem uma formação continuada, promovem a si uma
“automudança consciente”. István Mészáros já dizia: “Portanto, não é surpreendente que na
concepção marxista a ‘efetiva transcendência da auto-alienação do trabalho’ seja caracterizada
como uma tarefa inevitavelmente educacional” (MÉSZÁROS, 2005, p.65). Desta forma, é
admissível pensar que os pesquisadores atuam no ensino superior, consequentemente, na formação
inicial e continuada, de forma mais consciente e crítica. Sobre a educação continuada, Mészáros
disse:
180
PERNAMBUCO UFPE
PIAUÍ UFPI
RIO DE JANEIRO CEFET/RJ, UFF, UERJ, UNIRIO
RIO GRANDE DO NORTE UERN
RIO GRANDE DO SUL UFRGS, UNIPAMPA, UNIJUI (UNIV.
REGIONAL DO NOROESTE DO
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL)
RONDÔNIA UNIR (UNIVERSIDADE FEDERAL DE
RONDÔNIA)
RORAIMA UERR
SANTA CATARINA FURB, UDESC, UFSC
SÃO PAULO USP, UNICAMP, UNESP, FATEC,
UFSCAR, UNIFESP, UFABC, IFSP,
PUC/SP, PUC/CAMPINAS, UNIMEP,
UNISAL
SERGIPE UFS
TOCANTINS UFT
Fonte: Elaboração própria do autor
Para melhor visualização dos dados apresentados até aqui, alguns foram reproduzidos em
gráficos que abrangem os períodos: a) 1978-1999, b) 1999-2019 e c) 1978-2019.
O gráfico a seguir mostra o número de dissertações de Mestrado e teses de Doutorado
defendidas no Grupo PAIDEIA nos períodos estabelecidos para análise.
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
Mestrado Doutorado
1978 à 1999 49 64
1999 à 2019 92 103
1978 à 2019 141 167
250
200
150
100
50
0
Mestrado ou Doutorado Mestrado e Doutorado
1978 à 1999 89 24
1999 à 2019 178 34
1978 à 2019 244 64
200
150
100
50
0
2019/2020 Desatualizados Não Encontrados
1978 à 1999 31 65 17
1999 à 2019 82 102 11
1978 a 2019 111 169 28
A seguir, o gráfico 7:
184
120
100
80
60
40
20
0
Filosofia Pedagogia Outros Não
Informaram
1978 a 1999 45 11 29 28
1999 a 2019 62 48 66 19
1978 a 2019 107 59 95 47
127
Sobre as áreas de conhecimento, classificamos as graduações de acordo com a Tabela de Área do Conhecimento da
CAPES. Assim, tivemos as seguintes graduações enquadradas nas respectivas áreas: 1) Ciências Exatas e da Terra:
Física, Matemática e Química; 2) Ciências Biológicas: Biologia e Ciências Biolóticas; 3) Ciências da Saúde: Educação
Física, Medicina e Odontologia; 4) Ciências Agrárias: Engenharia Agronômica e Tecnologia de Agronegócio; 5)
Ciências Sociais e Aplicadas: Administração, Ciências Econômicas, Ciências Jurídicas e Sociais, Ciências Sociais,
Direito, Comunicação Social, Design Industrial, Estudos Sociais, Jornalismo, Serviço Social; 6) Ciências Humanas:
Educação, Filosofia, Geografia, História, Pedagogia, Psicologia, Teologia; 7) Linguística, Letras e Artes: Artes,
Educação Artística, Letras, Música.
185
20
15
10
5
0
Masculino Feminino
1978 a 1999 14 2
1999 a 2019 11 4
1978 à 2019 18 6
300
250
200
150
100
50
0
Masculino Feminino
1978 a 1999 109 4
1999 a 2019 175 20
1978 a 2019 285 23
procederam de outras agências. Veja os dados completos sobre a concessão de bolsas no Apêndice
III desta tese.
140
120
100
80
60
40
20
0
CAPES CNPq FAPESP Outras Nada
consta
1978 a 1999 53 16 3 3 43
1999 a 2019 67 23 13 6 87
1978 a 2019 119 39 16 9 130
Ensino de Filosofia
12
10
Epistemologia e Teorias da
Educação
8
4
Ética, Política e Educação e
Epistemologia e Teorias da
2
Educação
Filosofia
0
1978 a 1999 1999 à 2019 1978 a 2019
300
250
200 1978 a 1999
50
0
Identificaram a linha Não identificaram a linha
250
Pesquisadores com atuação no
Ensino Superior
200
Após estudar os períodos acima: 1978 a 1999 (antes da oficialização do Grupo), 1999 a
2019 (marco: a oficialização) e 1978 a 2019 (trajetória de mais de 40 anos) para compreender
melhor a realidade concreta, na qual, encontra-se o objeto de pesquisa, trabalhou-se na definição
de uma periodização para o Grupo com o intuito de dar sequências às próximas análises
(epistemológicas), que serão construídas no próximo capítulo desta tese.
O ponto de partida, como já foi salientado, é a primeira defesa na área de Filosofia que
ocorreu em 1978129. Sanchez Gamboa (2011), explique que “no período foram produzidas 139
128
SANCHEZ GAMBOA, S. A. Grupos de pesquisa: limites e possibilidades na construção de novas condições para
a produção do conhecimento. Motrivivência, ano XXIII, n. 36, 2011, p. 285-286.
129
Dado retirado da Tese de Doutorado do Prof. Silvio Ancízar Sanchez Gamboa (1987).
190
130
Dados baseados na seguinte fonte: Cadernos Informativos Paidéia, Campinas, v.1, n.1, mar. 2009, p. 4.
191
Criado a partir do balanço anterior: 2011. Nesse período, houve uma reorganização do
grupo, após algumas aposentadorias, além da “ramificação”131 ocorrida no Grupo Paideia - movida
pela saída de alguns professores para criação de um novo Grupo, o SENSO - fato que sucedeu em
2013. Já o ano de 2019, marca os 20 anos de trabalho e luta do Grupo PAIDEIA. Além disso,
ressalta-se a criação da nova Linha de Pesquisa (3) Filosofia, Educação e Direitos
Humanos, oficialmente criada em 2019 e, ainda, a chegada dos professores Régis Henrique dos
Reis Silva e Sandra Fernandes Leite ao Grupo PAIDEIA. Neste período, registram-se 42 defesas132,
sendo 15 dissertações de mestrado e 27 teses de doutorado. Isto remete à média de 6 pesquisas/ano.
Em síntese, este capítulo foi construído com o objetivo de apresentar alguns dados que
representam as fases de institucionalização, expansão e consolidação do Grupo PAIDEIA, que se
tornou reconhecido no âmbito acadêmico e é considerado como um dos mais importantes grupos
de estudos e pesquisas da Faculdade de Educação da UNICAMP. Objetivou-se, principalmente,
em apresentar a caracterização histórica dos pesquisadores. Por fim, procurou-se demonstrar a
organicidade existente no referido Grupo, o que possibilita o desenvolvimento de um trabalho em
prol de melhores condições para a produção do conhecimento.
O Grupo PAIDEIA se consolidou como um dos principais grupos de estudos e pesquisas
do PPGE da Faculdade de Educação da UNICAMP. Como já foi salientado anteriormente, das
3.871133 teses e dissertações defendidas no referido programa, 308 foram orientadas por docentes
que integraram o Grupo PAIDEIA. Isto representa 8% da produção científica do PPGE da
FE/UNICAMP, um dado bastante significativo. Penso caber aqui uma apreciação atenta da Pró-
Reitoria de Pós-Graduação, da Diretoria da FE e da Coordenação do PPGE da FE/UNICAMP ao
Grupo PAIDEIA, que estimula seus pesquisadores, materializa a formação crítica e,
consequentemente, contribui para o desenvolvimento da pesquisa em Filosofia e Educação no país.
Espera-se que Grupos como este, que trazem resultados tão importantes para a produção do
conhecimento, recebam incentivos (recursos, vagas, etc) e sejam reconhecidos por toda a
comunidade acadêmica e científica.
131
No sentido de, a partir de um eixo original, formar novo eixo; “gerar ramos ou raízes” (RAMIFICAR. In: DICIO,
Dicionário online de Português. Porto: 7graus, 2021. Disponível em: https://www.dicio.com.br/ramificar/ Acesso em
21 jul 2021).
132
Lembrando que houve a retirada das defesas referentes aos orientadores/pesquisadores que se vincularam ao Grupo
SENSO a partir de 2013.
133
Dados referentes à produção científica defendida no período 1977-2019.
192
CAPÍTULO IV
ELEMENTOS LÓGICOS DA PRODUÇÃO ACADÊMICO-CIENTÍFICA DO GRUPO
PAIDEIA/FE/UNICAMP - UM ESTUDO SÓCIO-HISTÓRICO-CRÍTICO A PARTIR DA
EPISTEMOLOGIA DIALÉTICA: A CONSTRUÇÃO DAS PERGUNTAS
134
“[...] o homem comum e corrente se encontra numa relação direta e imediata com as coisas – relação que não pode
deixar de ser consciente -, mas nela a consciência não distingue ou separa a prática como seu objeto próprio, para que
esta se apresente diante dela em estado teórico, isto é, como objeto do pensamento. A consciência comum pensa os
atos práticos, mas não faz da práxis – como atividade social transformadora – seu objeto; não produz – nem pode
produzir, como veremos – uma teoria da práxis. [...] O mundo prático – para a consciência comum – é um mundo de
coisas e significação em si. [...]
Para a consciência comum a vida é uma ‘prática’, não no sentido que Marx confere a essa expressão (“Toda vida social
é essencialmente prática” – K. Marx, Tesis sobre Feuerbach, ed. esp., cit., p. 635), mas no do prático-utilitário”
(VÁSQUEZ, 1968, p. 10-13).
193
A relação entre teoria e prática é para Marx teórica e prática; prática, na medida
em que a teoria, como guia da ação, molda a atividade do homem, particularmente
a atividade revolucionária; teórica, na medida em que essa relação é consciente
(VÁSQUEZ, 1968, p. 117).
A partir dos resultados apontados no próximo capítulo (Capítulo V) ver-se-á que o Grupo
PAIDEIA tem praticado essa relação teoria e prática a partir das análises filosóficas (autores
clássicos para subsidiar seus aportes teóricos 135) assumidas pelos seus pesquisadores que atuam
(ação/prática) em universidades de todo o país136 respondendo as questões do nosso tempo,
dialogando com a realidade que está posta e buscando alternativas para a transformação social num
movimento coletivo, próprio do referencial marxista.
Afirma Vásquez (1968), que elaborar essa categoria de práxis, foi para Marx um processo
teórico e prático 137. O autor faz um resumo do que Marx disse a respeito das relações existentes
entre a teoria e a práxis:
[...] a) de per si, a teoria é inoperante, isto é, não se realiza; b) sua eficiência é
condicionada pela existência de uma necessidade radical que se exprime como
crítica radical e que, por sua vez, torna possível sua aceitação.
Assim, a necessidade radical fundamenta tanto a teoria que é sua expressão
teórica, quanto a necessidade da passagem da teoria à prática, entendida esta como
práxis à altura dos princípios; ou seja, como Revolução, ou emancipação total do
homem (VASQUEZ, 1968, p. 128).
Aponta, ainda, que para que haja a emancipação total do homem, é necessário que ele
adquira consciência da sua situação.
Depois de examinar a concepção marxista da práxis, chegamos à conclusão de
que essa categoria é central para Marx, na medida em que só a partir dela tem
sentido a atividade do homem, sua história, assim como o conhecimento. O
135
Ver-se-á no Capítulo V que a maioria das pesquisas defendidas no Grupo PAIDEIA foram classificadas dentro do
grupo das crítico-dialéticas (64%) que, somadas às do grupo das fenomenológico-hermenêutica (24%), totalizam 88%
da sua produção fundamentada nessas abordagens. Os pesquisadores do Grupo PAIDEIA baseiam-se em livros e
capítulos de livros para fundamentar suas pesquisas e utilizam autores clássicos (Grupo das crítico-dialéticas, a maioria
das pesquisas) em suas citações como: a) mais citados no período 1999-2007: HABERMAS, Jürgen; MARX, Karl;
SAVIANI, Dermeval; NUNES, César; b) mais citados no período 2008-2011: GRAMSCI, Antonio; MORIN, Edgar;
MARX, Karl; MARCUSE, Hebert; SÁNCHEZ GAMBOA, Silvio A.; NUNES, César MOREIRA, A. F. B.; c) mais
citados no período 2012-2019: SÁNCHEZ GAMBOA, Silvio A.; NUNES, Cesar; SAVIANI, Dermeval; FREIRE,
Paulo.
136
No Capítulo III viu-se que a maioria dos pesquisadores do Grupo PAIDEIA possuem vínculo institucional no
Ensino Superior, atuam em universidades.
137
Trata-se de um processo em que se alternam os fatores teóricos – crítica e assimilação de outras teorias (filosofia
de Hegel vista através dos jovens hegelianos e de Feuerbach; teorias dos economistas ingleses e doutrinas socialistas
e comunistas utópicas) – e os fatores práticos (realidade econômica capitalista, situação dos operários ingleses e
experiência viva da luta política e revolucionária) assimilados teoricamente em grande parte através dos estudos de
Engels (VASQUEZ, 1968, p. 122-123).
194
homem se define, certamente, como ser prático. A filosofia de Marx adquire assim
seu verdadeiro sentido como filosofia da transformação do mundo, isto é, da
práxis (VASQUEZ, 1968, p. 176-177)
Quando se trata de “atividade prática humana”, é importante compreender que “toda práxis
é atividade, mas nem toda atividade é práxis”. Não são iguais.
Quando Marx assinala que o idealismo, ao contrário do materialismo, admite o
lado ativo da relação sujeito-objeto, e quando acentua, por outro lado, seu defeito
– não ver essa atividade como prática -, ele nos adverte contra qualquer tentativa
de estabelecer um sinal de igualdade entre atividade e práxis. Daí que para
delimitar o conteúdo próprio dessa última e sua relação com outras atividades seja
necessário distinguir a práxis, como forma de atividade específica, de outras que
podem estar inclusive intimamente vinculadas a ela.
Por atividade em geral, entendemos o ato ou conjunto de atos em virtude do qual
um sujeito ativo (agente) modifica uma determinada matéria-prima (VÁSQUEZ,
1968, p. 186)
O “agente”, é aquele que age e atua e não apenas aquele que tem disponibilidade para atuar
ou agir. Importante se faz destacar que “a atividade propriamente humana só se verifica quando os
atos dirigidos a um objeto para transformá-lo se iniciam com um resultado ideal, ou finalidade, e
terminam com um resultado ou produto efetivo, real” (VASQUEZ, 1968, p. 187).
Nesse contexto, percebe-se que o Grupo PAIDEIA produz conhecimento e age formando
seus pesquisadores numa perspectiva crítico-dialética, socializando sua produção (a Revista
Filosofia e Educação – RFE e os eventos, por exemplo) visando uma atividade propriamente
195
humana (nova linha de pesquisa em Direitos Humanos) visando a transformação social. Um grupo
que resiste e desperta resistência.
São dois resultados, em tempos diferentes (1 - resultado ideal: existe primeiro idealmente,
como mero produto da consciência – o ponto de partida; e, 2 - o produto real) o que comprova que
“a atividade propriamente humana tem um caráter consciente” (p. 187).
A atividade humana é, por conseguinte, atividade que se desenvolve de acordo
com finalidades, e essas só existem através do homem, como produtos de sua
consciência. Toda ação verdadeiramente humana requer certa consciência de uma
finalidade, finalidade que se sujeita ao curso da própria atividade.
A finalidade, por sua vez, é a expressão de certa atividade do sujeito em face da
realidade (VASQUEZ, 1968, p. 189).
138
Sobre a “matéria-prima”, Vásquez (1968) explica que esta pode sofrer alterações, o que dá lugar a diversas formas
de práxis (práxis produtiva, práxis artística, práxis científica, práxis política), mas são formas específicas de uma práxis
total (seja criadora, ou seja, humanizante, em suas formas ou níveis). Ele diz: “[...] a práxis tem por objeto o homem
e, em outros casos, uma matéria não propriamente humana: natural nuns casos, artificial em outros. Entre as formas
fundamentais da práxis temos a atividade prática produtiva, ou relação material e transformadora que o homem
estabelece – mediante seu trabalho – com a natureza. Graças ao trabalho, o homem vence a resistência das matérias e
forças naturais e cria um mundo de objetos úteis que satisfazem determinadas necessidades” (p.195).
196
simples atividade subjetiva – psíquica -, ou meramente espiritual que não se objetiva materialmente
não pode ser considerada como práxis” (VASQUEZ, 1968, p. 194).
Outro ponto fundamental nessa discussão é a relação “teoria e prática”. Aí está o “perigo”
na atividade filosófica, que não pode ser apenas uma atividade teórica. Segundo o autor, “não
consideramos legítimo falar de práxis teórica” (p. 202). Isto, porque a práxis é o resultado no
processo prático. Nesse sentido, ele faz esclarecimentos sobre a filosofia marxista:
Para o autor, a teoria cumpre uma função prática a partir do momento que é uma atividade
teórica, “na qual os ingredientes cognoscitivos e teleológicos sejam intimamente vinculados e
mutuamente considerados” (VÁSQUEZ, 1968, p. 207). E, assim, à filosofia não basta interpretar,
precisa transformar, “daí que a teoria tenha de ser arrancada de seu estado meramente teórico e,
através das mediações adequadas, buscar realização” (VÁSQUEZ, 1968, p. 207).
Acredita-se que a Educação se encontra inserida nessas “mediações”, para arrancar a teoria
do seu estado meramente teórico e, assim, efetivar-se na práxis. Vislumbra-se, neste caso, uma
práxis educativa, como atividade prática (e teórica) que possibilita transformações na estrutura
educacional.
Entre a teoria e a atividade prática transformadora se insere um trabalho de
educação das consciências, de organização dos meios materiais e planos
concretos de ação: tudo isso como passagem indispensável para desenvolver ações
reais, efetivas. Nesse sentido, uma teoria é prática na medida em que materializa,
através de uma série de mediações o que antes só existia idealmente, como
conhecimento da realidade ou antecipação ideal de sua transformação
(VÁSQUEZ, 1968, p. 207, grifo nosso).
Portanto, da mesma forma que não há práxis se considerar uma atividade teórica que não
se materializa, também “não há práxis como atividade puramente material, isto é, sem a produção
197
Viu-se que é estabelecendo uma relação teórica com a prática que se chega a compreensão
da práxis. Então a práxis é “atividade teórico-prática; ou seja, tem um lado ideal, teórico, e um lado
material, propriamente prático, com a particularidade de que só artificialmente, por um processo
de abstração, podemos separar, isolar um do outro”. Enfim, a atividade prática é “simultaneamente
subjetiva e objetiva, dependente e independente de sua consciência, ideal e material, e tudo isso
em unidade indissolúvel” (VASQUEZ, 1968, 241-242).
Aproveita-se essa reflexão sobre “teoria e prática” para trazer algumas reflexões sobre o
marxismo. O autor reconhece que:
O marxismo, certamente, não se reduz a uma expressão da história real ou da
prática. É uma teoria que, como tal, é produto de um pensamento que constrói
conceitos e categorias para tratar de reproduzir idealmente certa realidade num
processo ascensional do concreto ao abstrato. [...] Em poucas palavras: o
marxismo não é apenas ideologia; seu caráter ideológico é inseparável de seu
caráter científico. [...] O marxismo é, ao mesmo tempo, ciência e ideologia,
conhecimento e expressão, teoria que corresponde a determinados interesses
sociais sem deixar de ser verdadeira, e ideologia cientificamente fundamentada
(VASQUEZ, 1968, 303-304).
A crítica a essa postura traz à tona um novo significado para a “Epistemologia” a partir do
momento que se inicia um processo de reflexão sobre o termo.
Para Bachelard, é preciso “dar às ciências a Filosofia que elas merecem”. Ele enfatiza que,
para a filosofia, o essencial (função essencial da Filosofia) é construir uma epistemologia aberta
que tenha como objetivo produzir o conhecimento científico sob todos os seus aspectos, sejam eles,
lógicos, ideológicos, históricos, etc. Para ele, a ciência é ato e não apenas uma representação e,
ainda, só se chega à verdade a partir do momento que se constrói, cria, produz, ou seja, não basta
apenas contemplar, é preciso produzir.
Piaget acreditava que Epistemologia e Teoria do Conhecimento eram sinônimas. Para ele,
a Epistemologia é definida como um estudo da constituição dos conhecimentos válidos (PIAGET,
1973139, p. 15 apud SÁNCHEZ GAMBOA, 1998, p. 13).
Já Habermas faz uma análise mais profunda da redução da Teoria do Conhecimento à
Teoria da Ciência ao buscar uma reflexão sobre as ciências e seu entrelaçamento com o processo
histórico da sociedade.
A partir dessa reflexão, Habermas, com o intuito de superar este reducionismo, propõe duas
teses programáticas140: a Teoria do Conhecimento como Teoria da Sociedade e da Evolução e, a
139
PIAGET, Jean. Psicología y Epistemologia. Barcelona: Ariel, 1973.
140
As duas teses de Habermas são entendidas por Muller da seguinte forma: a primeira, “A Teoria do Conhecimento
enquanto crítica radical do conhecimento só é possível como Teoria da Sociedade e da Evolução”, entendida esta como
uma reconstrução lógica do desenvolvimento do gênero humano em suas dimensões principais, a do agir instrumental
e estratégico e a do agir comunicativo”. E, a segunda tese é entendida como “Uma Teoria da Sociedade e da Evolução,
que se pretenda dialética, só é possível a partir da reconsideração dos fundamentos epistemológicos e normativos do
Materialismo Histórico. Essa reconsideração postula a reintrodução da Teoria do Conhecimento e da Filosofia Prática
na teoria marxista” (MULLER, 1981, p. 7 apud SÁNCHEZ GAMBOA, 1998, p. 14, grifo nosso).
200
Desta forma,
Com a reintrodução dos fundamentos epistemológicos do materialismo histórico
na reflexão sobre a ciência (Habermas, 1986) a Epistemologia torna-se Teoria
Crítica do conhecimento e a dialética materialista apresenta-se como um método
fundamental da epistemologia moderna (SÁNCHEZ GAMBOA, 1998, p. 15).
141
HABERMAS, J. Teoria analítica de la ciência y dialéctica. In: La disputa del Positivismo en la Sociología
Alemana. Barcelona: Grijaldo, 1973, pp. 146-179.
142
HABERMAS, Jurgen. Conhecimento e Interesse. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.
143
SÁNCHEZ GAMBOA, S. A. Epistemologia da pesquisa em educação. Campinas/SP: Praxis, 1998.
201
identidade que existe entre a dialética, a lógica e a teoria do conhecimento e essa coincidência é o
resultado do desenvolvimento histórico da Filosofia (SÁNCHEZ GAMBOA, 1998, p. 18).
Sánchez Gamboa (2012) esclarece que existem vários tipos de dialética, mas o objetivo
dessa pesquisa não é estudar cada um deles. Salienta-se que o que interessa é compreender a
dialética “como o método que nos permite conhecer a realidade concreta no seu dinamismo e nas
inter-relações” (p. 38).
O autor aponta que o concreto não tem nada a ver com empirismo, pois deve ser considerado
como “uma totalidade articulada, construída e em construção”. Aponta, ainda, uma diferença sobre
a lógica formal e a lógica dialética. A primeira “tem por objeto as leis que regem o pensamento na
condição de pensamento, lógica das formas”. Já a segunda, a lógica dialética, que está sempre em
mudança, “tem por objeto as leis que governam o real” (SÁNCHEZ GAMBOA, 2012, p. 38).
Dentre os vários “tipos” de dialética, esta pesquisa fundamenta-se na Dialética Materialista
Histórica. Neste caso, é importante compreender que ela se constitui ao articular as categorias
totalidade, contradição, alienação, mediação – categorias que são construídas historicamente. Esta
postura ou concepção de mundo, a Dialética Materialista Histórica, enquanto um método nos traz
uma compreensão da realidade histórica e enquanto práxis articula teoria e prática na busca da
transformação ou novas sínteses (FRIGOTTO, 2001, p. 73).
Na perspectiva materialista histórica, o método está vinculado a uma concepção
de realidade, de mundo e de vida no seu conjunto. A questão da postura, neste
sentido, antecede o método. Este constitui-se numa espécie de mediação no
processo de apreender, revelar e expor a estruturação, o desenvolvimento e
transformação dos fenômenos sociais (FRIGOTTO, 2001, p. 77).
E é “na e pela práxis”, ou seja, na relação teoria e prática, que se encontra a totalidade,
porque esta está totalmente ligada a uma práxis histórica. Konder (2000, p. 36), afirma que “para
a dialética marxista, o conhecimento é totalizante e a atividade humana, em geral, é um processo
de totalização, que nunca alcança uma etapa definitiva e acabada”. Para o autor, “qualquer objeto
que o homem possa perceber ou criar é parte de um todo” e uma visão de conjunto não significa
apenas juntar as partes para formar este todo. Isto, porque
Para a concepção dialética o conceito de totalidade, está vinculado à práxis histórica. Isto
significa que é preciso tencionar teoria e prática para obtermos conhecimento, numa dimensão
totalizante. Neste sentido, Vasquez (1968, p. 409) afirma: “[...] o humano não está unilateralmente
no teórico, e sim no homem como um ser teórico-prático que se afirma como tal em e pela práxis”.
203
Konder (2000, p. 43) explica que, para pensar em uma solução para um problema, não se
pode ater apenas ao “plano puramente teórico”. Depende-se, especialmente, da prática social para
“verificar o maior ou menor acerto do nosso trabalho com os conceitos (e com as totalizações)”. O
autor explica que na pesquisa científica trabalha-se com conceitos que são sínteses abstratas e são
estas que direcionam a análise: “a análise, portanto, só pode ser orientada com base em uma síntese
(mesmo precária) anterior. Uma certa compreensão do todo precede a própria possibilidade de
aprofundar o conhecimento das partes”. O autor usa uma frase de Marx para explicar que o concreto
depende da síntese, vejamos: “é concreto porque é a síntese de várias determinações diferentes, é
unidade na diversidade” (KONDER, 2000, p. 44-45).
Entende-se que, para trabalhar a concepção dialética do conhecimento, precisa-se ter
conhecimento de suas categorias para gerar análises que proporcionem um olhar amplo sobre a
realidade, como uma totalidade concreta. E, para enxergar este todo, é preciso vislumbrar as partes.
Ressalta-se que não basta juntar as partes, porque a realidade está muito além do que os olhos
podem enxergar; é preciso pensar nas contradições existentes entre as partes para que,
dialeticamente, se possam fazer as conexões. “Existem aspectos da realidade humana que não
podem ser compreendidos isoladamente: se queremos começar a entendê-los, precisamos observar
a conexão íntima que existe entre eles e aquilo que eles não são” (KONDER, 2000, p. 49).
Segundo Sánchez Gamboa (1998), a melhor definição de totalidade é a de Kosik (1976):
Totalidade significa: realidade como um todo estruturado, dialético, no qual ou do
qual um fato qualquer (classe de fatos, conjunto de fatos) pode vir a ser
racionalmente compreendido. Acumular todos os fatos não significa ainda
conhecer a realidade; e todos os fatos (reunidos em seu conjunto) não
constituem ainda a totalidade. Os fatos são conhecimentos da realidade se são
compreendidos como fatos de um todo dialético – isto é, se não são átomos
imutáveis, indivisíveis e indemonstráveis, de cuja reunião a realidade saia
constituída – se são entendidos como partes estruturais do todo. O concreto, a
totalidade, não são, por conseguinte, todos os fatos, o conjunto dos fatos, o
agrupamento de todos os aspectos, coisas e relações, visto que a tal agrupamento
falta ainda o essencial: a totalidade e a concreticidade (KOSIK, 1976144, p. 35
apud SANCHEZ GAMBOA, 1998, p. 27, grifo nosso).
Para Konder (2000, p. 68), “somente o ponto de vista da totalidade [...] permite à dialética
enxergar, por trás da aparência das ‘coisas’, os processos e inter-relações de que se compõe a
realidade”.
144
KOSIK, K. Dialética do concreto. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976.
204
A Matriz Epistemológica
145
Como já foi sinalizado anteriormente, no próximo capítulo será possível verificar uma análise fundamentada sobre
esse referencial teórico utilizado pelos pesquisadores do Grupo PAIDEIA.
146
“o marxismo não é apenas ideologia; seu caráter ideológico é inseparável de seu caráter científico. [...] O marxismo
é, ao mesmo tempo, ciência e ideologia, conhecimento e expressão, teoria que corresponde a determinados interesses
sociais sem deixar de ser verdadeira, e ideologia cientificamente fundamentada” (VASQUEZ, 1968, 303-304).
205
147
Sánchez Gamboa (1982,1987), “integrou elementos lógico-gnosiológicos nos níveis localizados neste, como os
pressupostos que envolvem a relação entre sujeito e objeto (gnosiológicos) e as concepções de mundo do pesquisador
(ontológicos), renomeando esse instrumento de ‘Matriz Paradigmática’” (SÁNCHEZ GAMBOA; SILVA, 2014, p.55).
Importante considerar, ainda, que: “Apesar dos usos equivocados e/ou limitados do “Esquema Paradigmático” na
análise da produção científica das ciências da ação, principalmente, podemos afirmar que esses estudos foram
importantes, pois forneceram o panorama, a evolução, o mapeamento dessa produção e ainda revelaram que tipo de
conhecimento as áreas têm privilegiado produzir, qual o alcance desses estudos, seu potencial para a produção crítica,
sua intervenção prática, seus limites, especialmente na resolução das problemáticas levantadas pelas próprias
pesquisas” (SANCHEZ GAMBOA, 1987, p.56).
148
Membro Pesquisador do Grupo PAIDEIA/FE/UNICAMP.
149
À “Matriz Paradigmática” buscou-se “articular a dimensão histórica (as condições sociais e históricas que
determinam a produção do conhecimento)” (SÁNCHEZ GAMBOA; SILVA, 2014, p. 59).
150
Renomeada, passa a “articular elementos lógicos e histórico-sociais” em uma mesma matriz (Matriz
Epistemológica).
206
Assim, como os estudos que analisam a produção científica fazem a incursão pela
Epistemologia e, isto se deve por esta ser uma área que realiza reflexão crítica a respeito “dos
processos de gênese, de desenvolvimento, de estruturação e de articulação da ciência, possibilita-
nos discernir a história dos conhecimentos científicos que já foram superados, bem como a dos que
permanecem atuais”, esta (a epistemologia) tem fornecido instrumentos necessários para esse novo
tipo de pesquisa (SÁNCHEZ GAMBOA; SILVA, 2014, p. 53).
Os autores afirmam que estas pesquisas, qualificadas como “investigações
epistemológicas”, conseguem apreender da Epistemologia elementos que são fundamentais na e
para a pesquisa e, portanto, possibilitam conhecer:
a) os diversos pressupostos implícitos nas pesquisas; b) os tipos de pesquisas que
vêm sendo desenvolvidos numa determinada área do saber; c) suas tendências
metodológicas; d) pressupostos epistemológicos e ontológicos; e) concepções de
ciência; assim como os condicionantes socioeconômicos que determinam, à
produção científica, a aplicação dos seus resultados e processos de veiculação
(SILVA, 1997) (SÁNCHEZ GAMBOA; SILVA, 2014, p. 54).
Para Sanchez Gamboa (2012), toda pesquisa, para ter qualidade, deve estar baseada em
perguntas (P) e respostas (R). Toda pergunta precisa partir de um problema concreto e real (mundo
da necessidade) e ser passível de uma resposta plena ou parcial. No caso de a resposta ser parcial,
temos aí uma hipótese que, futuramente, poderá ser considerada como um ponto de partida para
estudos mais aprofundados.
Após elaboração da pergunta, busca-se a resposta e é essa busca que caracteriza o processo
de realização da pesquisa científica. A elaboração da resposta reflete a pesquisa em si.
Para iniciar o processo de elaboração da resposta (R), outros níveis mais específicos se
integram. São eles:
a) nível técnico: refere-se aos instrumentos a serem utilizados, como, por
exemplo, as fontes, as técnicas de coleta, que tipo de organização, de
sistematização e de tratamento de dados e informações;
b) nível metodológico: refere-se às maneiras como são organizados os processos
do conhecimento, considerando-se a abordagem e os processos de pesquisa:
formas de aproximação ao objeto (delimitação do todo, sua relação com as partes)
e (des)consideração dos contextos);
c) nível teórico: refere-se aos referenciais explicativos ou compreensivos
utilizados na abordagem dos fenômenos estudados – trata-se do núcleo conceitual
151
“Políticas nacionais de Ciência & Tecnologia & Inovação, e mais especificamente as políticas de pesquisa e pós-
graduação. As diretrizes educacionais, particularmente as políticas de educacionais, saúde e esporte e lazer, no Brasil
e no mundo” (SANCHEZ GAMBOA; SILVA, 2014, p. 60)
152
“Processo de criação e desenvolvimento dos programas de pós-graduação em estudo, sua estrutura, organização,
composição do corpo docente, sistema de disciplinas e orientação, decisões administrativas e projetos pedagógicos
dos centros de pesquisa em análise” (SANCHEZ GAMBOA; SILVA, 2014, p. 60).
153
“Orientação epistemológica da linha e/ou grupo de pesquisa, integração da pesquisa à linha e/ou grupo de pesquisa,
processo de orientação do trabalho, pesquisa financiada ou não (bolsa de estudos), dedicação exclusiva ou parcial,
veiculação e publicização da pesquisa, vinculação profissional do autor e estabelecimento de redes sociais de pesquisa,
bem como a fundamentação teórico-epistemológica dessas redes” (SANCHEZ GAMBOA; SILVA, 2014, p. 60).
208
Sanchez Gamboa & Silva (2014) ressaltam que, por meio da Matriz Epistemológica, é
possível identificar as relações entre os elementos lógicos (níveis e pressupostos) e elementos
histórico-sociais. Ainda explicam:
Para tanto, inicia-se o processo de reconstrução da totalidade a partir da produção
concreta do conhecimento, sintetizada e manifestada nas pesquisas selecionadas
para análise e ainda podemos utilizar, como mediação, categorias abstratas, no
caso, as tendências e correntes teórico-filosóficas que geralmente sustentam a
produção científica brasileira (SANCHEZ GAMBOA; SILVA, 2014, p. 60).
No início da pesquisa, trabalhou-se com o período 1978 a 2019, no qual, foram identificadas
308 pesquisas defendidas no Grupo PAIDEIA. Para a organização dos dados, consideraram-se as
pesquisas orientadas por docentes vinculados ao Grupo PAIDEIA.
Ao considerar a periodização informada no capítulo anterior, constataram-se os seguintes
dados:
Outra análise que se realizou neste período foi a de núcleos temáticos desenvolvidos,
seguindo as áreas do conhecimento da CAPES. Dados estes detalhados no Apêndice IV154.
Abaixo, segue um resumo dessa periodização e respectivas áreas estudadas no Grupo
PAIDEIA.
154
Apêndice IV – Núcleos temáticos e áreas pesquisadas no Grupo PAIDEIA da FE/UNICAMP no período 1978-
2019. Dados coletados da Planilha II A – Análise Epistemológica.
210
Destas 308 pesquisas155, extraiu-se aquelas defendidas no período 1999 a 2019 (objeto deste
estudo), o que trouxe um total de 200 produções científicas (dissertações e teses) para serem lidas
e analisadas. Destas 200 pesquisas156, retiraram-se 30 pesquisas157, por serem arquivos não
editáveis (arquivos de imagem), portanto, inconcebíveis para serem trabalhados na análise uma vez
que, devido ao preenchimento da Planilha Excel II A (análise epistemológica), utilizam-se
comandos como: “localizar”, “copiar” e “colar” nos arquivos158. Esclarece-se que esta redução não
gerou nenhum prejuízo à pesquisa, uma vez que se localizaram dados necessários (tanto nos textos
das teses e dissertações obtidos no Repositório da Unicamp, quanto na plataforma Lattes/CNPq),
como: autor, título, orientador, ano de defesa, área de formação, área de concentração, linha de
pesquisa, endereço e data de atualização do currículo lattes, agência de fomento 159, vínculo
institucional. Ver Apêndice VI160, nele consta a relação das pesquisas que foram excluídas da
análise epistemológica.
Isto posto, confirma-se a análise epistemológica de 170 pesquisas. Nesta seleção,
fundamentada nos critérios da Matriz Epistemológica, passou-se a analisar os elementos lógicos
(técnicas, metodologias, teorias e epistemologias). Com intuito de preenchimento da Planilha II A
(análise epistemológica), realizou-se leitura das pesquisas com enfoque no resumo, palavras chave,
introdução e conclusão para investigar os seguintes dados: definição do problema, objetivo geral,
metodologia predominante, fontes de coleta, técnicas de tratamento dos dados, conclusão principal.
As demais partes, ou seja, os capítulos das dissertações e teses epistemológica (teorias utilizadas,
críticas a outras teorias, concepção de ciência, critérios de cientificidade, critérios de
objetividade/subjetividade, concepção de temporalidade/historicidade, concepção de
155
Pesquisas defendidas no período de 1978 a 2019.
156
Ver Apêndice V - Planilha II-A, com dados de 200 pesquisas (incluídas aquelas pesquisadas com arquivos não
editáveis).
157
Ver Apêndice VI - Pesquisas Excluídas da Análise Epistemológica por serem Arquivos Não Editáveis.
158
Esclarece-se que todas as pesquisas são depositadas no Repositório da Produção Científica e Intelectual da
UNICAMP em formato PDF (editáveis), mas alguns pesquisadores enviam arquivo em PDF em formato não editável.
Neste caso, é possível acessar o texto, lê-lo na íntegra, mas não é possível fazer pesquisa utilizando comandos porque
encontra-se, de certa forma, bloqueado por ser apenas uma “imagem”.
159
Além de buscar estes dados nos currículos Lattes dos pesquisadores, realizou-se, ainda, a leitura de todos os
“Agradecimentos” das pesquisas para verificar se foram inseridos agradecimentos às agências de fomento.
160
APÊNDICE VI - Pesquisas excluídas da análise epistemológica por serem arquivos não editáveis.
211
1999 (4 pesquisas)
2000 (4 pesquisas)
2001 (4 pesquisas)
2002 (4 pesquisas)
2003 (1 pesquisa)
2004 (6 pesquisas)
2005 (3 pesquisas)
2006 (2 pesquisas)
2007 (1 pesquisa)
2008 a 2011 48 pesquisas 1 pesquisa: 47 pesquisas
2011 (1 pesquisa)
2012 a 2019 42 pesquisas 0 42 pesquisas
TOTAL 308 pesquisas 30 pesquisas 170 pesquisas
Fonte: Elaboração própria do autor
Abaixo, segue descrição, por ano (1999 a 2019), das pesquisas analisadas.
161
Nota-se que os “Códigos de Registros da Pesquisas” não seguem uma sequência pelo fato de várias pesquisas terem
sido excluídas do Grupo PAIDEIA, pelos seguintes motivos: 1) 32 pesquisas foram excluídas do Grupo PAIDEIA e
computadas para o Grupo SENSO (A partir de 2013 até 2019) e, 2) 30 pesquisas foram excluídas por serem arquivos
em “imagem” – não editáveis).
212
as ciências humanas na filosofia social de Giambattista Vico); PA008 - (Educação e formação política:
um estudo histórico-analítico e institucional da Fundação Nativo da Natividade); PA012 - (A Evolução
da Modernidade na Filosofia e na Literatura: A Literatura Vitoriana como tradução modernizante no
ensino de uma época); PA013 - (A Educação Física na Crise da Modernidade).
ANO 2000
PA014 - (A Educação de Si Mesmo - Refletindo com Nietzsche); PA015 - (A Sociedade do Desencontro:
uma abordagem ao processo pedagógico-educacional contemporâneo); PA017 - (Do assistencial ao
educacional: por uma fundamentação filosófica da educação não-formal); PA021 - (O Sentido dos
Sentidos: a Educação (do) Sensível).
ANO 2001
PA023 - (A virtualização do esporte e suas novas vivências eletrônicas); PA024 - (As Universidades
Confessionais no Ensino Brasileiro: identidade, Contradições, Desafios); PA027 - (As Concepções da
História da Era das Incertezas: paradigmas, formas e fontes); PA028 - (A Cooperativa Educacional e
seus Dilemas: Trajetória Institucional e Histórica da Escola Cooperativa de Piracicaba); PA030 - (Ética
e Educação: Uma Reflexão Filosófica a partir da Teoria Crítica de Jurgen Habermas); PA031 -
(Educação e Formação: uma contribuição da fenomenologia do espírito de Hegel); PA032 - (Filosofia,
Educação e Educação Sexual: matrizes filosóficas e determinações pedagógicas do pensamento de
FREUD, REICH e Foucault para a abordagem educacional da sexualidade humana).
ANO 2002
PA033 - (A formação política do professor do ensino fundamental: obstáculos, contradições e
perspectivas); PA035 - (EXPRESSÃO E COEXISTÊNCIA: ALGUNS SIGNOS EM MERLEAU-
PONTY); PA036 - (A Educação como Estética da Existência - Uma crítica ao construtivismo); PA037
- (A Abordagem Filosófico Antropológica como Alternativa para a Superação das Limitações
Científico-filosóficas da Recente Teoria Educacional Brasileira sobre o Tema da Disciplina na
Educação); PA039 - (Educação e Globalização: considerações sobre a antropologia crítica
contemporânea); PA040 - (A formação do administrador de empresas na sociedade global: perspectivas
e contradições do ensino da filosofia e da ética); PA043 - (Educação, Política e Religião: A memória
coletiva na reconstrução da história social do município de Santa Sofía (Colômbia) 1900-1970); PA044
- (Louis Althusser e o Papel Político/Ideológico da Escola); PA045 - (Um estudo sobre Immanuel Kant
: a arte de educar); PA046 - (A Função Social do Economista na Sociedade Capitalista em Tempos de
Globalização: fundamentos filosóficos e marcos políticos); PA047 - (Parâmetros Curriculares
Nacionais: uma análise epistemológica das questões éticas); PA048 - (Labirinto : infância, linguagem e
escola).
ANO 2003
PA049 - (A filosofia no ensino médio como questionamento histórico existencial); PA051 - (A educação
da Alma: o trabalho voluntário na CEA-AMIC Onde está teu coração, está teu tesouro" -Um estudo de
caso); PA052 - (Sexualidade e deficiência: superando estigmas em busca da emancipação); PA053 - (O
ensino da Filosofia da Educação no Ensino Médio em Campinas-SP: da Crise de Identidade à
Desestruturação Institucional); PA054 - (A formação do profissional para a educação básica : o Instituto
Superior de Educação e o curso de Pedagogia em disputa); PA055 - (Filosofia, Educação e Formação
Médica: Políticas de Saúde, Diretrizes Curriculares e Necessidades Sociais); PA056 - (Imagens-
memórias vividas e compartilhadas na formação docente: os fios, os cacos e a corporificação dos
saberes); PA057 - (FILOSOFIA, EDUCAÇÃO E COTIDIANO NA FORMAÇÃO DO EDUCADOR:
interpretações críticas das vivências e representações dos alunos de Pedagogia da UNICAMP, 2000);
PA058 - (Avaliação da pesquisa na universidade brasileira); PA059 - (Perspectivas e possibilidades de
aproximação da filosofia e literatura no pensamento de Benedito Nunes: Um estudo hermenêutico);
PA060 - (Subjetividade e educação: uma interpretação à luz de Sartre).
ANO 2004
PA061 - (Interdisciplinaridade : fundamentos teóricos e possibilidades institucionais na educação
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Educação para o Pensar de Santa Catarina (1989-2003) - a proposta, a crítica, contradições e
213
ANO 2005
PAO74 - (Lenin e a Educação Política: domesticação impossível, resgate necessário); PA077 -
(MODERNIDADE, EDUCAÇÃO E ALTERIDADE: Adorno, cogitações sobre um outro discurso
pedagógico); PA078 - (A ação educativa na perspectiva da teoria do agir comunicativo de Jürgen
Habermas: uma abordagem reflexiva); PA079 -(O consenso na Teoria do Agir Comunicativo de
Habermas e suas implicações para a Educação); PA080 - (FORMAÇÃO DE PROFESSORES E
EDUCAÇÃO: EPISTEMOLOGIA E ENSINO DE GEOGRAFIA NO CURRÍCULO ESCOLAR
BRASILEIRO); PA081 - (Ética e Mídia: os Periódicos de Divulgação Científica Brasileiros e seus
Discursos sobre Ética da Ciência); PA083 - (Paideia: as múltiplas faces da utopia em pedagogia); PA084
- (A TECNOLOGIA COMO UM PROBLEMA PARA A TEORIA DA EDUCAÇÃO).
ANO 2006
PA085 - (Escola e Escola On-line - Alguns Efeitos do Discurso Pedagógico Midiatizado); PA087 - (A
Ética do conflito em Henrique Cláudio Lima Vaz, Josep Maria Puig e nos Parâmetros Curriculares
Nacionais, PCNs); PA088 - (Conhecimento formal, leitura ficcional e realidade); PA089 - (A Gestão
dos Projetos Públicos de Educação à Distância no Paraná (1995-2005): contradições, perspectivas e
busca por autonomia); PA090 - (O projeto político de John Locke para a modernidade: atualizações
necessárias e releituras possíveis); PA091 - (A Filosofia da Linguagem, as tecnologias educacionais e a
educação matemática: Piaget, Vigotiski e Wittgenstein como paradigmas epistemológicos referenciais);
PA093 - (Teoria Crítica da Didática na tradição universitária brasileira: Contraposições Epistemológicas
e Tendências Atuais); PA094 - (Desencantamento do Mundo, Burocracia e Educação).
ANO 2007
PA095 - (Do Individual ao Coletivo na Crítica da Razão Dialética de Sartre: Perspectivas Educacionais);
PA096 - (Alteridade e participação na educação escolar); PA098 - (Platão e a educação: Um estudo do
livro VII de A República); PA099 - (Filosofia, estética e educação: a dança como construção social e
como prática educativa); PA100 -(Filosofia e seus usos: crítica e acomodação); PA101 - (A formação
do pesquisador na graduação brasileira: análise das principais obras de Metodologia do Trabalho
Cientifico); PA102 - (O OP (Orçamento Participativo) como processo de educação política: um estudo
da histórica experiência de Várzea Paulista – SP); PA103 - (O Bacharelado em Recreação e Lazer da
FEF/UNICAMP (1990-2005): projetos de formação, disposições institucionais e contradições políticas);
PA104 - (Uma avaliação histórico-crítica da trajetória institucional e política do educador Dermeval
Saviani na pós-graduação em educação no Brasil (1970-1996): a busca coerente da articulação teoria e
prática); PA105 - (SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO: ELEMENTOS DE UMA ÉTICA DA
INTEGRAÇÃO NA ERA DO “HOMEM CÓDIGO DE BARRAS”); PA106 - (Fundamentos da Ética
Marxista); PA107 - (A filosofia humanista de Emmanuel Levinas e suas articulações com a educação);
PA108 - (Violências contra as mulheres na relação conjugal: uma pesquisa na Delegacia Adjunta de
Repressão a Crimes Contra à Mulher (DARCCM)- Uberlândia (MG)); PA109 - (A Implantação Oficial
da Pedagogia Histórico-Critica na Rede Pública do Estado do Paraná (1983-1994): Intervenções,
resistências e contradições); PA110 - (Experimentações: deleu-guata-roseando a educação).
ANO 2008
PA111 - (A dinâmica da pesquisa na área de filosofia e educação no programa de pós-graduação em
educação da FE/UNICAMP: Teses de doutoramento defendidas no grupo de estudos e pesquisas em
Filosofia e Educação Paidéia (1985 -2002); PA112 - (A formação do cirurgião-dentista nas
universidades públicas paulistas: diretrizes curriculares, projetos político-pedagógicos e necessidades
sociais.); PA113 - (O Lugar da Educação na Filosofia de Espinosa); PA114 - ( Invenção e aprendizagem
214
ANO 2009
PA119 - (A DESERÇÃO DA HISTÓRIA: O pós-modernismo e o neoliberalismo como armas
ideológicas do capitalismo global - Um mal estar mais que uma ruptura); PA120 - ( Educação
Aristocrática em Nietzsche: perspectivismo e autossuperação do sujeito); PA121 - (Filosofia, educação
e esclarecimento : os livros de auto-ajuda para educadores e o consumo de produtos semi-culturais);
PA122 - (A Educação Sexual: mas, qual? Diretrizes para formação de professores em uma perspectiva
emancipatória); PA123 - (A EDUCAÇÃO SEXUAL E FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS: contradições, limites e possibilidades); PA124 - (Mímesis e educação em
As Leis de Platão: a formação moral da psykhé); PA125 - (DAS IMAGENS IDENTITÁRIAS DA
PEDAGOGIA AO OFÍCIO DE PEDAGOGO NA CONTEMPORANEIDADE- TRAÇADOS
NÔMADES); PA126 - (O Ensino de Filosofia na formação do Agente Religioso no Brasil colônia: uma
identidade política entre a vassalagem epistemológica tradicional e a experimentação pedagógica
heróica (1549-1599)); PA127 - (Ética e Educação: balanço das dissertações e teses da FE/UNICAMP
(1977-2005)); PA128 - (Filosofia , Educação e Design: O descompasso político entre a histórica
identidade estranhada e a possibilidade de uma formação emancipatória); PA129 - (Contribuição Crítica
ao Ensino de Filosofia do Direito de Reale: Contradições Teóricas, Potencialidades Pedagógicas e
Superações Didáticas Emancipatórias); PA130 - (Professores de Filosofia para Crianças - Quem são
eles? Uma abordagem crítico diagnóstica da construção da identidade profissional dos professores que
trabalham com o programa Filosofia para Crianças de Matthew Lipman); PA131 - (Movimentos e Idéias
sobre Educação Comunitária no Brasil: matrizes filosóficas e desdobramentos históricos no século XX);
PA132 - (Os conceitos kantianos de disciplina e autonomia: uma leitura filosófico-educacional); PA133
- (Futebol, ideologia e educação: uma abordagem histórico – crítica); PA134 - (A EDUCAÇÃO
SEXUAL NA ESCOLA E A PEDAGOGIA DA INFÂNCIA: matrizes institucionais, disposições
culturais, potencialidades e perspectivas emancipatórias).
ANO 2010
PA135 - (O Ensino de Filosofia da Educação no Contexto da Educação a Distância); PA136 -
(Aprendizagem do pensamento em filosofia: história, afeto e conceito); PA137 - (Educação, Ideologia
e Complexidade: contribuição para crítica ao pensamento de Edgar Morin e sua inteface com a educação
brasileira); PA138 - (AS POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL E
SUAS FORMAS INSTITUCIONAIS E HISTÓRICAS NO MUNICÍPIO DE PAULÍNIA-SP: as
contradições e potencialidades do conceito de trabalho como princípio educativo emancipatório); PA139
- (A educação em Platão: a formação do guardião por meio da música na obra A República); PA140 -
(Trabalho, alienação e emancipação: a educação em Mészáros); PA141 - (Schopenhauer e a metafísica
da vontade: confluências éticas e estéticas para uma abordagem da educação e da sexualidade); PA142
- (Michel Serres: a possível nova hominescência e os desafios para a educação do homem
contemporâneo); PA143 - (Conscientização e sociedade em Paulo Freire); PA144 - (Educação às
moscas: Cenário para uma educação de situações em Jean-Paul Sartre); PA145 - (Educação e
Telejornalismo: Jornal Hoje e as notícias sobre qualificação para o trabalho).
ANO 2011
PA146 – (EDUCAÇÃO FÍSICA E SAÚDE: NECESSIDADES E DESAFIOS NOS CURRÍCULOS DE
FORMAÇÃO PROFISSIONAL); PA147 - (A educação Pulsional em Nietzsche); PA148 - (Formação
cultural e ensino de filosofia: perspectivas a partir da teoria crítica de Theodor Adorno); PA149 - (O
Ensino religioso na escola pública: perspectivas, percalços e novos horizontes à luz do clássico Didática
Magna de Comenius); PA150 - (Ensino de Filosofia no nível médio: por uma cidadania da práxis);
PA151 - (O Discurso Moderno sobre tolerância, diversidade e educação: os documentos da UNESCO e
a crítica de Marcuse); PA152 - (Conhecimento e poder na história do pensamento curricular brasileiro);
PA153 - (Epistemologia da Educação Física: análise da produção científica do programa de pós-
215
ANO 2012
PA159 - (A barbárie segundo Walter Benjamin e suas articulações com a Educação); PA160 - (Ensino
de filosofia e resistência); PA161 - (TRAÇADOS DEAMBULANTES: O QUE UMA VIDA APRENDE
QUANDO DECIDE SEGUIR ADIANTE); PA162 - (A sexualidade de crianças e adolescentes vivendo
com HIV: matrizes históricas e filosóficas das políticas públicas de educação e saúde); PA163 - (Os
Pressupostos Filosóficos da Educação Cooperativista no Estado de São Paulo (1989-2011): Matrizes
Pedagógicas e Contradições Institucionais e Politicas); PA164 - (A compreensão dos elementos pré-
totalitários na educação, segundo Hannah Arendt); PA165 - (A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO
EM EDUCAÇÃO FÍSICA: Análise Epistemológica das Dissertações e Teses dos Programas de Pós-
Graduação nas Universidades Públicas da Região Sul do Brasil (2000-2010)).
ANO 2013
PA168 - (Ensino e prática musical nas missões jesuíticas no Novo Reino de Granada (1604-1767):
passos, compassos e composições); PA170 - (Tendências teórico-filosóficas das teses em educação
especial desenvolvidas nos cursos de doutorado em educação e educação física do estado de São Paulo
(1985-2009)); PA171 - ( A Ideia de República Mundial e a Educação Moral de senso cosmopolita em
Otfried Höffe); PA173 - ( IMPACTO DO PENSAMENTO DE PAULO FREIRE NAS PESQUISAS
DE PÓS GRADUAÇÃO NO BRASIL (1987 - 2010)); PA174 - (EDUCAÇÃO, ESCOLA E
SOCIEDADE NO BRASIL: matrizes históricas, determinações políticas e estigmas institucionais da
Reforma Neoliberal (1996-2006) e de suas implicações pedagógicas e curriculares); PA175 - (O CORPO
NA EDUCAÇÃO EMANCIPATÓRIA DA SEXUALIDADE: UMA ANÁLISE DAS INICIATIVAS
DO GOVERNO DO PARANÁ (2008-2009)); PA176 - (Ensino Superior, Controle Estatal, Avaliação
Institucional e o SINAES: matrizes histórico-institucionais, contradições políticas e perspectivas de
autonomia do ensino superior brasileiro para além do SINAES).
ANO 2014
PA181 - (Ensino do Direito e Filosofia: a Prudência e a Hermenêutica Jurídicas, aprendidas com o estudo
do caso de identidade crítica, como fundamentos da formação para a Justiça como prática social); PA182
- (Ações afirmativas no ensino superior: a produção acadêmica nas universidades estaduais paulistas de
1990 a 2012).
ANO 2015
PA184 - (EDUCAÇÃO E DESIGN: A Formação do Designer nas Universidades Públicas Brasileiras);
PA185 - (Política, educação e sociedade: a atualidade da pedagogia freireana na superação dos estigmas
autoritários das relações escolares no Brasil); PA187 - (As bases teóricas e políticas na formação
continuada dos professores da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo: A escola de formação
e aperfeiçoamento em análise); PA189 - (Educação para a Paz na Filosofia de Emmanuel Lévinas);
PA191 - (AS TENDÊNCIAS PÓS-CRÍTICAS NA PESQUISA EM EDUCAÇAO: ANÁLISE
FILOSÓFICA E CRÍTICA ONTOLÓGICA).
ANO 2016
PA200 - (Práticas sociais interativas de alunos com surdez no contexto de sala de aula de pós-graduação:
contribuições da sociometria); PA203 - (Ordem, civilização e ciência: o ideário liberal na instrução
pública na província do Grão-Pará (1841-1871).
ANO 2017
PA204 - (Infância, Escola e Educação das crianças no pensamento de Paulo Freire: fundamentos teórico-
práticos de uma pedagogia humanizadora); PA205 - (A produção teórica sobre o ensino de Educação
216
Física escolar: balanço e perspectivas (1980-2015)); PA206 - (A educação moral no contexto das
sociedades complexas e plurais); PA207 - (O Cuidado de Si - Michel Foucault); PA208 - (Filosofia,
Educação e Política: A Filosofia da Libertação na América Latina(1970-2014) e sua influência no debate
educacional brasileiro); PA212 - (Corpo, Cultura e Sociedade: contribuições da Teoria Crítica na análise
da produção em educação física no nordeste brasileiro); PA213 - (PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO
EM EDUCAÇÃO FÍSICA NO MARANHÃO: balanço das teses e dissertações de docentes dos cursos
de formação profissional); PA214 - (A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE A FORMAÇÃO
PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA: REALIDADE E PERSPECTIVAS SUPERADORAS);
PA215 - (O lugar da filosofia no direito: o olhar da coruja e o equilíbrio da balança).
ANO 2018
PA218 - (A EDUCAÇÃO INTEGRAL NA ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL: as condições históricas,
os pressupostos filosóficos e a construção social da política de Educação Integral como direito no Brasil);
PA222 - (A PEDAGOGIA LUTERANA: fundamentos filosóficos, movimentos e ideias
transformadoras sobre Educação, Escola e Sociedade.); PA223 - (DIREITO À EDUCAÇÃO,
EDUCAÇÃO INFANTIL, INFÂNCIA E CRIANÇA: PRESSUPOSTOS FILOSÓFICOS,
MOVIMENTOS, IDEIAS E LUTAS POLÍTICAS DE INTEGRAÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL
AO SISTEMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO).
ANO 2019
PA225 - (A Produção do Conhecimento sobre as Ações Afirmativas nos Programas de Pós-Graduação
no Brasil: Balanços e perspectivas); PA226 - (REGIME DE COLABORAÇÃO: UM RECORTE
TEMPORAL DOS ARTIGOS PUBLICADOS NA PLATAFORAMA PERIÓDICOS CAPES (1996-
2014)); PA228 - (EDUCAÇÃO MUSICAL NA COLÔMBIA: MOVIMENTOS POLÍTICOS E
PEDAGOGIAS PREDOMINANTES (1819 – 1974)); PA229 - (O Ensino Superior na fronteira agrícola
dos cerrados do Centro-Norte do Brasil); PA230 - (O Projeto Educativo de Integração Social e a
Formação Inicial de Professores); PA232 - (A ÉTICA E O ENSINO DA ÉTICA NA EDUCAÇÃO
SUPERIOR NO ESTADO DE SÃO PAULO: concepções dominantes, matrizes curriculares
hegemônicas e contradições teórico-práticas); PA233 - (EDUCAÇÃO, TRABALHO E DIREITO
DESPORTIVO: fundamentos filosóficos, diretrizes políticas e propostas pedagógicas para a formação
jurídica numa sociedade em mudanças);
Fonte: Elaboração própria do autor.
162
Encontram-se disponibilizados, na íntegra, no Apêndice V – Planilha II-A (Registro de Características
Epistemológicas da Pesquisa), com relação das 200 pesquisas (incluídas aquelas com arquivos não editáveis) e seus
respectivos resumos.
217
“Esta iniciativa tem sua relevância, pois, em razão da Lei 11.684/08, a disciplina de
filosofia tornou-se novamente obrigatória no currículo, reinaugurando em nossas
escolas de Ensino Médio um espaço e tempo efetivos para sua prática. A metodologia
aqui utilizada se pautou, sobretudo, na leitura e interpretação dos escritos dos
pensadores franceses Gilles Deleuze e Félix Guattari” (PA136)
Abaixo, segue um gráfico que permite uma melhor visibilidade a respeito desses dados
sobre as temáticas estudadas.
História; 2
Antropologia; 4 Estética; 2
Educação Física; 7
Teoria Crítica; 8
Política; 9
Ética; 14
Educação; 91
Epistemologia; 15
Filosofia; 18
A partir dessa análise, responde-se à segunda questão desta tese: Quais as principais áreas
temáticas estudadas pelos pesquisadores do Grupo PAIDEIA?
Para concluir as análises referentes aos resumos das pesquisas, realizou-se uma busca pelas
palavras “educação”, “filosofia” e “filosofia da educação”, com os seguintes resultados: 143
registros da palavra “educação”, 54 registros da palavra “filosofia” e 11 registros referentes à
expressão “filosofia da educação”. Isto posto, pode-se afirmar que, mesmo sendo registros
quantitativos, ao confrontá-los com as temáticas estudadas no Grupo PAIDEIA, este dado reflete
pesquisas dedicadas à filosofia e educação ao contemplarem correntes na educação, como:
fenomenologia, existencialismo, escolarização e desescolarização, estruturalismo, dialética,
pensamento antropológico. Correntes estas de caráter científico e filosófico.
Ainda, a respeito das temáticas estudadas pelos pesquisadores do Grupo PAIDEIA,
realizou-se uma análise das palavras-chave, com foco na pesquisa em Educação e Filosofia (áreas
mais estudadas: 53,5% e 10,6%), período 1999-2019. Detalhes apresentados na tabela abaixo.
222
Este conjunto de palavras-chave torna-se um dos indicadores que comprova o mérito das
pesquisas desenvolvidas no Grupo PAIDEIA, estudos complexos que exigem do pesquisador
capacidade de relacionar-se com seu objeto em um processo cognitivo que lhe é exigido no ato de
pesquisar.
Após a primeira coleta de informações (dados gerais), passou-se para a construção da
pergunta e análise do objeto. Por meio do preenchimento da ficha fundamentada na matriz
epistemológica, conseguiram-se elementos fundamentais para a análise epistemológica. A seguir,
apresentam-se alguns resultados.
Perguntas e respostas possuem uma relação dialética, porque são dois elementos opostos
que se negam mutuamente. Sanchez Gamboa (2013) explica que “a dialética entre elementos que
se contrapõem e se negam entre si geram uma tensão. O conceito-chave na dialética é essa tensão
entre os contrários” (p. 95).
Segundo o autor, o que causa essa tensão é o “poder da dúvida” e esta é “a grande gestora
do conhecimento”. Ele afirma:
Duvidamos perante os problemas, as crises, as dificuldades, os mistérios. A
dúvida ganha força quando se origina no mundo da necessidade. É a necessidade
concreta específica de uma dada condição humana historicamente situada que
desencadeia as dúvidas e as indagações, que justificam e qualificam as perguntas
concretas, merecedoras do investimento histórico dos homens para obter respostas
e soluções para essas necessidades (SANCHEZ GAMBOA, 2013, p. 95-86).
225
Nesse sentido, a essência do problema é a própria necessidade, portanto, “uma questão cuja
resposta se desconhece e se necessita conhecer, eis aí um problema” (SAVIANI, 2004, p.14). À
vista disso, não se pode deixar de ressaltar que o problema precisa ser real e histórico, logo, é
necessário trabalhar com foco HISTÓRICO, mas jamais perder de vista a perspectiva da
FILOSOFIA – sempre articulando o contexto (LOMBARDI, 2008).
O autor ressalta que nem todos os objetivos se relacionam com a investigação e, por isso,
faz questão de apresentar os objetivos de domínio cognitivo que são mais indicados para este fim.
Dessa forma, os definem em quatro categorias:
Os objetivos descritivos são aqueles que sinalizam o encerramento da exposição
de registros, relatos de experiência, de observações, de levantamentos e
inventários. [...] Expressões como traçar, identificar, delimitar ou elaborar um
perfil ou um listado de elementos auxiliarão na captação de elementos,
características ou fatores com uma intencionalidade descritiva.
227
O autor, inclusive, elaborou uma tabela 163, na qual descreve os objetivos de domínio
cognitivo, separando-os em: descritivos, analíticos, sintéticos, compreensivos. É com base nessa
tabela (“Objetivos de Domínio Cognitivo”) que se buscou analisar os objetivos utilizados pelos
pesquisadores do grupo PAIDEIA em suas pesquisas.
163
Tabela: Objetivos de Domínio Cognitivo. Fonte: SANCHEZ GAMBOA, 2013, p. 146.
228
CAPÍTULO V
AS ABORDAGENS EPISTEMOLÓGICAS
164
Essa classificação é fruto de um processo de verificação de algumas hipóteses de trabalho a partir de propostas
encontradas na literatura especializada e confrontadas com as informações recolhidas com os professores orientadores
e coordenadores dos cursos estudados. A denominação desses três grandes grupos ou tendências obedece às
especificações utilizadas nas mesmas investigações e consagradas na linguagem especializada para denominar as
correntes mais gerais que articulam, em nível dos fundamentos epistemológicos, características técnicas,
metodológicas e teóricas diferenciadas (SANCHEZ GAMBOA, 2012, p.93).
232
esclarece-se que, nesta análise epistemológica, identificaram-se esses quatro grupos165 na produção
científica do Grupo PAIDEIA.
De acordo com Sanchez Gamboa (1998, p. 87), “as abordagens empírico-analíticas têm
pressupostos epistemológicos comuns com as abordagens positivistas, sistêmicas e funcionalistas”.
As pesquisas que se encaixam nessa abordagem, portanto, que se baseiam na concepção positivista
de ciência. Geralmente, são aquelas que apresentam técnicas de pesquisa descritivas que tem nexos
com classificações quantitativas, tratamento estatístico dos dados e que utilizam como fonte de
dados pesquisas de opinião por meio de amostragens. Os dados são conseguidos por meio de
enquetes e/ou questionários, testes padronizados, guias de observação. Estes são processados por
meio de tabelas de frequência, porcentagens, comparações de médias, análises de variância e
apresentados em forma de gráficos, quadros, esquemas (SANCHEZ GAMBOA, 2012, p. 93-94).
Privilegia autores clássicos do positivismo e da ciência analítica; seu
fundamento teórico aparece em forma de revisões bibliográficas sobre o
tema objeto de estudo, privilegia a definição de constructos, variáveis, lista
de termos utilizados para garantir um único sentido e limitar a interpretação
aos parâmetros objetivos da linguagem formal utilizada (SANCHEZ
GAMBOA, 2012, p. 95).
Segundo Souza (2011, p. 35), a teoria positivista de Augusto Comte (1798-1857) considera
as ciências naturais como o modelo de toda cientificidade e defende que as disciplinas humanas
devem dispor das mesmas regras e métodos”. Nessa abordagem, o homem é considerado um objeto
de estudo. Ao considerar o homem dessa forma, e não como sujeito histórico, entende-se que nesta
165
Sobre as opções metodológicas: importante se faz pontuar que as pesquisas empírico-analíticas, fenomenológico-
hermenêuticas, crítico-dialéticas ou pós-modernas guardam uma relação com os sistemas filosóficos que as
fundamentam, mas há diferenciações nesse processo, seja por parte do pesquisador (postura frente a fenômenos mais
amplos e gerais) que elaborou o texto de sua dissertação e/ou tese, seja por conta da realidade posta, visão de realidade
(contexto das problemáticas econômica e social da sociedade brasileira; movimentos que geraram mudanças políticas
e culturais, etc.). Sanchez Gamboa (1998) explica que não aparecem como estruturas de pensamento definidas e
coerentes; nem permanecem assim durante o desenvolvimento da produção e, nesse sentido, ressalta-se que existe uma
trajetória ao longo das etapas dessa produção e para analisar essas mudanças e tendências torna-se necessário historiar
as condições da produção da pesquisa (contextos sócio-culturais e políticos mais gerais). Segundo Sanchez Gamboa
(1998) a própria história de cada curso, seu processo de desenvolvimento, seus acertos, suas dificuldades, suas
potencialidades e limitações é que determinam sua própria evolução e sua própria produção.
233
perspectiva ele pode ser “objetivado, observado e submetido aos dados, estatísticas, quantificações
para assim a realidade humana ser reduzida a um modelo algébrico” (p. 36).
De acordo com a autora, neste cenário, há uma redução da realidade humana e uma
eliminação do próprio homem:
Este modo de produzir conhecimento sobre o homem conduziu ao paradoxo
da eliminação do próprio homem. Em busca de enquadrar-se neste modelo
totalitário as ciências humanas se convertem numa língua bem feita
(métodos, quantitativos, análises estatísticas, etc.) e, ironicamente, estranha
ao que é propriamente humano, deixando estas ciências, desde o seu
nascimento, privadas de seu sujeito e seu objeto. Na busca de satisfazer os
critérios de cientificidade das ciências naturais, as ciências humanas
tornaram-se uma ciência sem homem (JAPIASSU, 1978166 apud SOUZA,
2011167, p. 37).
166
JAPIASSU, H. Nascimento e morte das Ciências Humanas. Rio de Janeiro: Francisco Alves Editora, 1978.
167
SOUZA, Júlia Paula Motta de. Epistemologia da Educação Física: análise da produção científica do Programa
de Pós-graduação da Faculdade da Educação Física da UNICAMP (1991-2008). 2011. 213 p. Tese (doutorado) -
Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, SP. Disponível em:
https://hdl.handle.net/20.500.12733/1617248. Acesso em: 2 jun. 2022.
168
Trata-se de um trecho retirado da dissertação de mestrado: “A evolução da modernidade na filosofia e na literatura:
a literatura vitoriana como tradução moralizante no ensino de uma época” (Defesa em 1999).
234
De acordo com Souza (2011, p. 42-43), Husserl inaugurou a fenomenologia. Para ele, “não
se podia aplicar o método das ciências naturais às ciências humanas, já que as ciências da natureza,
por método, excluem a subjetividade”.
Ao contrário do que ocorre na abordagem empírico-analítica, “que privilegia o objeto, a
fenomenologia privilegia o sujeito e busca descrever e compreender a experiência vivida, que é
sempre polissêmica e inesgotável” (SOUZA, 2011, p. 44).
Nesse tipo de abordagem, relacionam-se as pesquisas que, na sua maioria, não utilizam
medidas estatísticas. Em geral, utilizam técnicas bibliográficas, teóricas e históricas, bem como
entrevistas, relatos de vida e de experiência, estudos de caso. Em alguns casos, percebe-se o estudo
de textos didáticos, documentos, leis e análises do discurso.
As abordagens fenomenológicas-hermenêuticas possuem pressupostos epistemológicos
comuns com o historicismo, com a fenomenologia, com a etnografia e com o estruturalismo.
169
SANCHEZ GAMBOA, 2012, p.173.
235
Quando o mundo tinha como limites o olhar humano, quando o longe representava
a distância máxima a que as pernas podiam conduzir o indivíduo, a cultura não
era colocada em questão, porque a tradição, a herança recebida dos antepassados
era cultuada como um tesouro que, venerado e guardado, deveria ser entregue
intato às novas gerações. Mas, à medida que o homem foi capaz de ir bem mais
além do que as pernas o levavam, à medida que, olhando a criatividade da
natureza, foi capaz de imitá-la e expandir horizontes - e hoje é capaz de libertar-
se de sua cápsula de sobrevivência, a Terra - sua vida passou a ser um cadinho em
que se amalgamaram centenas e centenas de heranças, influências exógenas e
xenófilas. As heranças biofamiliares feneceram, os fechamentos geográficos se
esboroaram, a aldeia expandiu as fronteiras até os limites do universo. A história
demonstra que não há povo sem cultura. Pode-se dizer mais: a cultura é própria
da condição humana. Ela é aderente ao homem a ponto de se poder afirmar que
cada um é um mundo de cultura (PA005, p.3).
170
Trata-se de um trecho retirado da dissertação de mestrado: “Homem - Cultura unidade essencial” (Defesa em
1999).
236
171
SANCHEZ GAMBOA, 2012, p.174.
237
172
Trata-se de um trecho retirado da tese de doutorado: “O valor pedagógico e ético-político do conhecimento para
a “filosofia da transformação” de Gramsci e sua relação com o marxismo originário” (Defesa em 2004).
239
função: buscar a direção do caminho do todo sincrético para as partes, destas, para o todo
compreensivo nas suas inter-relações – é historiográfico. A mediação, é a mediação da práxis
transformadora (emancipadora). A concepção de tempo para essa abordagem tem a ver com o
devir, com a transformação - diacronia. Já o paradigma (exemplo) para essa abordagem tem a ver
com um roteiro, um filme 173.
Na década de 80, o Prof. Dr. Sanchez Gamboa realizou diversas pesquisas em educação
com o intuito de buscar conhecimentos, estudar a produção científica de várias instituições de
ensino, esclarecer os métodos e as vertentes epistemológicas. Seus estudos abrangeram as três
abordagens anteriores, que formaram três grandes grupos ou tendências: as empírico-analíticas, as
fenomenológicas-hermenêuticas e as crítico-dialéticas.
Em estudos mais recentes, houve a identificação de um novo grupo, considerado como
abordagem pós-moderna174. E é no complexo debate sobre os pós-modernismos que encontramos,
em seu interior, o debate sobre a temática dos “giros epistemológicos”.
Sánchez Gamboa (2010-2011), explica que o debate epistemológico contemporâneo
constitui sua base nos diversos “giros” (giro linguístico, giro hermenêutico, giro pragmático, giro
ontológico – este considerado como “a re-virada”, a “reação ontológica”).
As correntes pós-modernas, como o próprio nome sinaliza, são correntes que se identificam
com os pós-modernismos e estas têm seu fundamento no “giro linguístico”. Resumindo, o “giro
linguístico” fundamenta várias tendências denominadas de pós-modernas e estas influenciam
diversas correntes na educação como, por exemplo as “pós-estruturalistas, as pós-críticas, as
neotecnicistas e as neopragmáticas” (SANCHEZ GAMBOA, 2011b, p. 67).
Goergen (2001) se posiciona claramente sobre esse tema:
Minha posição em relação ao pós-modernismo, como já tive oportunidade de
expor em outro trabalho (GOERGEN, 1996), não é a de negar, em princípio e de
173
SANCHEZ GAMBOA, 2012, p.175.
174
“Pós-modernismo é uma linha de pensamento que questiona as noções clássicas de verdade, razão, identidade e
objetividade, a ideia de progresso ou emancipação universal, os sistemas únicos, as grandes narrativas ou os
fundamentos definitivos de explicação. [...] ela emerge da mudança histórica ocorrida no Ocidente para uma nova
forma de capitalismo – para o mundo efêmero e descentralizado da tecnologia, do consumismo e da indústria cultural,
no qual as indústrias de serviços, finanças e informações triunfam sobre a produção tradicional e a política clássica de
classes cede terreno a uma séria difusa de ‘políticas de identidade’” (EAGLETON, 1998, p. 7 apud SANCHEZ
GAMBOA, 2011b, p. 7-8).
241
Mas o autor enfatiza a necessidade de caminhar (“penso o caminhar e não o chegar é o traço
mais característico dos tempos em que vivemos” – p.87) pelas várias posições sobre o debate em
torno da razão e não, simplesmente, optar por um ou por outro, mas perceber a dialética das ideias
para ampliar-se o horizonte para leituras mais críticas da realidade.
Muitos intelectuais engajaram-se desde o século passado neste debate. De
Nietzsche a Heidegger, de Adorno e Horkheimer a Foucault, chega-se aos dois
expoentes desse debate na contemporaneidade que são Lyotard e Habermas.
Busquei mostrar que a pergunta sobre quem tem razão não encontra resposta
peremptória. Não se trata simplesmente de optar por um ou por outro. Certamente,
por mais que se tenha sido tentado isso ao longo da história do pensamento, este
não é o caminho. A dialética das ideias tem faces de luz e de sombra que espelham
a própria realidade. A familiarização com estes grandes debates, dessa forma
aberta e inconclusa, nos fornece os melhores instrumentos para uma leitura da
realidade atual que se define como cada vez mais intrincada e complexa
(GOERGEN, 2001, p. 89).
social e histórico, que transforma a si próprio, ao mundo e à sociedade; não apenas como indivíduo,
mas como ser social e político (SANCHEZ GAMBOA, 2003, p. 102).
Ao finalizar essa sintetizada exposição das principais abordagens, apresentam-se, a seguir,
os resultados da análise epistemológica, obtidos por meio da “Matriz Epistemológica”, instrumento
que torna possível analisar as lógicas reconstituídas dos quatro grandes grupos ou tendências
estudadas.
RESULTADOS ENCONTRADOS
PA021
Fenomenologia 2 1,2%
hermenêutica
PA005, PA007
Hermenêutica 8 4,7%
PA059, PA083, PA098,
PA107, PA115, PA149,
PA189, PA215
Hermenêutica sobre 2 1,2%
textos
PA001, PA014
Interpretação, 2 1,2%
hermenêutica
PA015, PA023
Abordagem Materialismo histórico: 89 52,3% 64,1%
Crítico-dialética PA008, PA017, PA024,
PA027, PA028, PA032,
PA033, PA037, PA040,
PA043, PA044, PA046,
PA052, PA053, PA054,
PA055, PA057, PA058,
PA061, PA062, PA065,
PA068, PA071, PA074,
PA080, PA081, PA084,
PA085, PA089, PA091,
PA093, PA095, PA099,
PA101, PA102, PA103,
PA104, PA106, PA109,
PA111, PA112, PA116,
PA119, PA122, PA123,
PA126, PA127, PA128,
PA129, PA131, PA133,
PA134, PA137, PA138,
PA140, PA146, PA150,
PA153, PA154, PA155,
PA156, PA162, PA163,
PA165, PA168, PA170,
PA173, PA174, PA175,
PA176, PA182, PA184,
PA185, PA187, PA191,
PA203, PA204, PA205,
PA208, PA213, PA214,
PA218, PA222, PA223,
PA225, PA228, PA230,
PA232, PA233
Teoria crítica: 20 11,8%
PA002, PA003, PA006,
PA013, PA030, PA039,
PA049, PA073, PA077,
PA078, PA079, PA105,
PA121, PA148, PA151,
PA152, PA158, PA159,
PA181, PA212
Abordagem Pós-estruturalismo: 12 7% 7%
Pós-moderna PA047, PA056, PA088,
PA100, PA110, PA114,
244
Abordagem crítico-
dialética
64%
Chama-se a atenção para esse gráfico. São 64% das pesquisas classificadas dentro do grupo
das crítico-dialéticas e 24% classificadas no grupo das fenomenológico-hermenêuticas. Somando-
se os dois grupos temos um resultado que representa uma potencialidade do Grupo PAIDEIA: 88%
de sua produção fundamenta-se em abordagens epistemológicas crítico-dialéticas e
fenomenológico-hermenêuticas. Isto merece destaque.
245
Sanchez Gamboa (2012) explica que para a elaboração das respostas, o pesquisador precisa
organizar os dados do problema ou fenômeno que está investigando. Para isso, é necessário definir
fontes, instrumentos e técnicas de coleta, registrar e sistematizar as informações, além de cuidar
do tratamento dos dados. Dessa forma,
É com essa fundamentação que passar-se-á a analisar os níveis técnico e metodológico das
pesquisas, visando ao resultado relacionado à construção das respostas.
[...] Consideramos que, por meio desta reconstrução das lógicas de cada modelo
epistemológico, vamos expondo aquilo que podemos chamar de abordagem
metodológica, que fundamenta as técnicas utilizadas, pois acreditamos que as
técnicas são formas de operacionalizar essas abordagens, e estas, por sua vez, são
teorias em ação e se especificarão melhor quando, nos níveis epistemológico e
246
175
O autor, ao escrever o tópico “Modalidades e metodologias de pesquisa científica”, identifica as pesquisas da
seguinte maneira: “Pesquisa etnográfica [...] visa compreender, na sua cotidianidade, os processos do dia-a-dia em
suas diversas modalidades. Trata-se de um mergulho no microssocial, olhando com uma lente de aumento. [...]
Pesquisa participante é aquela em que o pesquisador, para realizar a observação dos fenômenos, compartilha a
vivência dos sujeitos pesquisados, participando, de forma sistemática e permanente, alo longo do tempo da pesquisa,
das suas atividades. [...] Pesquisa-ação [...] é aquela que, além de compreender, visa intervir na situação com vistas a
modifica-la. [...] ao mesmo tempo que realiza um diagnóstico e a análise de uma determinada situação, a pesquisa-
ação propõe um conjunto de sujeitos envolvidos mudanças que levem a um aprimoramento das práticas analisadas.
Estudo de caso pesquisa que se concentra no estudo de um caso particular [...]. A coleta de dados e sua análise se dão
da mesma forma que nas pesquisas de campo, em geral. [...] Devem ser trabalhados, mediante análise rigorosa, e
apresentados em relatórios qualificados. Análise de conteúdo é uma metodologia de tratamento e análise de
informações constantes de um documento, sob forma de discursos pronunciados em diferentes linguagens: escritos,
orais, imagens, gestos. Um conjunto de técnicas de análise das comunicações. Trata-se de compreender criticamente
o sentido do manifesto ou oculto das manifestações. Pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, pesquisa
experimental, pesquisa de campo - a pesquisa bibliográfica é aquela que se realiza a partir do registro disponível,
decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos, teses, etc. Utiliza-se de dados ou
de categorias teóricas já trabalhados por outros pesquisadores e devidamente registrados [...]. No caso da pesquisa
documental, tem-se como fonte documentos no sentido amplo, ou seja, não só de documentos impressos, mas
sobretudo de outros tipos de documentos, tais como jornais, fotos, filmes, gravações, documentos legais. Nestes casos,
os conteúdos dos textos ainda não tiveram nenhum tratamento analítico, são ainda matéria-prima, a partir da qual o
pesquisador vai desenvolver sua investigação e análise. Já a pesquisa experimental toma o próprio objeto em sua
concretude como fonte e o coloca em condições técnicas de observação e manipulação experimental nas bancadas e
pranchetas de um laboratório, onde são criadas condições adequadas para seu tratamento. [...] Na pesquisa de campo,
o objeto/fonte é abordado em seu meio ambiente próprio. A coleta de dados é feita nas condições naturais em que os
fenômenos ocorrem, sendo assim diretamente observados, sem intervenção e manuseio por porte do pesquisador. [...]
Pesquisa exploratória, pesquisa explicativa – A pesquisa exploratória busca apenas levantar informações sobre um
determinado objeto, delimitando assim um campo de trabalho, mapeando as condições de manifestação desse objeto.
Na verdade, ela é uma preparação para a pesquisa explicativa. A pesquisa explicativa é aquela que, além de registrar e
analisar os fenômenos estudados, busca identificar suas causas, seja através da aplicação do método
experimental/matemático, seja através da interpretação possibilitada pelos métodos qualitativos (SEVERINO, 2007,
p.119-123).
247
Pesquisa Análise de
Etnográfica Conteúdo Pesquisa de
5% 5% Campo
Pesquisa
Documental 5% Estudo de Caso
9% 3%
Pesquisa
Bibliográfica
73%
Após essa averiguação a respeito das metodologias, deu-se início à análise das fontes e a
origem dos dados e das informações, analisou-se que, das 170 pesquisas analisadas, 51 pesquisas
248
são de origem empírica, isso corresponde a 30% da produção. Para maiores detalhes, ver Apêndice
X – Pesquisa Empírica no Grupo PAIDEIA.
Percebe-se que o Grupo PAIDEIA, além de atuar na formação de pesquisadores - Mestres
e Doutores - de, praticamente, todo o Brasil, promove oportunidade para estes desenvolverem suas
pesquisas nas mais diferentes regiões do nosso país. É um dado relevante ao comprovar a realização
de pesquisas desenvolvidas no âmbito do grupo PAIDEIA em quase todo o território brasileiro.
Outro indicativo importante refere-se ao fato de as pesquisas empíricas privilegiarem as
metodologias que abordam “pesquisas bibliográfica” (43,1%). A tabela abaixo, apresenta as
metodologias predominantes nas pesquisas empíricas do Grupo PAIDEIA da FE/UNICAMP.
Bibliográfica = 12 pesquisas
Pesquisa Bibliográfica e documental = 10 pesquisas
Pesquisa de Campo 8 15,7%
Pesquisa Etnográfica 7 13,7%
Pesquisa Documental 5 9,8%
Estudo de Caso 5 9,8%
Análise de Conteúdo 4 7,8%
TOTAL 51 pesquisas 100%
Fonte: Elaboração própria do autor
Para apresentar outros dados relevantes da pesquisa, no que se refere ao nível técnico e
metodológico, organizou-se o Apêndice XI que proporciona um olhar panorâmico sobre as fontes
de coleta de dados e informações (Apêndice XI, item 01) e, ainda, sobre os instrumentos/técnicas
de pesquisa176 (Apêndice XI, item 02), utilizados pelos pesquisadores na produção científica do
Grupo PAIDEIA.
A seguir, iniciam-se as análises que abrangem o nível teórico e o nível epistemológico, nos
quais, procurou-se relacionar as temáticas trabalhadas com as periodizações que compõem a
trajetória do Grupo PAIDEIA. Outra tarefa foi ter um olhar atento para a concepção de ciência e
para os critérios de cientificidade das pesquisas. E, por fim, interessou, ainda, verificar se as
problemáticas anunciadas foram respondidas (relação pergunta-resposta).
Nível Teórico
176
Fundamentou-se em Severino (2007, p.124-125) para apresentar as técnicas de pesquisa: documentação (“É toda
forma de registro e sistematização de dados, informações, colocando-os em condições de análise por parte do
pesquisador”), entrevista (“Técnica de coleta de informações sobre um determinado assunto, diretamente solicitadas
aos sujeitos pesquisados”), entrevistas não-diretivas (“Por meio delas, colhem-se informações dos sujeitos a partir
do discurso livre”), entrevistas estruturadas (“São aquelas em que as questões são direcionadas e previamente
estabelecidas, com determinada articulação interna. Aproxima-se mais do questionário, embora sem a impessoalidade
deste”), história de vida (“Coleta as informações da vida pessoal de um ou vários informantes. Pode assumir formas
variadas: autobiografia, memorial, crônicas, em que se possa expressar as trajetórias pessoais dos sujeitos”),
observação (“É todo procedimento que permite acesso aos fenômenos estudados. É etapa imprescindível em qualquer
tipo ou modalidade de pesquisa”), questionário (“Conjunto de questões, sistematicamente articuladas, que se destinam
a levantar informações escritas por parte dos sujeitos pesquisados, com vistas a conhecer a opinião dos mesmos sobre
os assuntos em estudo”).
250
177
Conforme Sanchez Gamboa (2012, p. 27), “a caracterização das abordagens implicou também a recuperação das
articulações com as técnicas e os métodos utilizados – com delimitações teóricas relativas aos fenômenos privilegiados,
ao núcleo conceitual básico, às pretensões críticas com relação a outras teorias, às ideologias de estereótipos -, assim
como as articulações com os pressupostos lógico-epistemológicos, tais como concepções de ciência, de validez da
prova e de causalidade, com os pressupostos lógico-gnosiológicos, tais como as formas de relacionar o sujeito e o
objeto na investigação e como os pressupostos ontológicos, relativos às concepções de homem, de realidade e de
história”.
178
Abordagens epistemológicas: grupo das empírico-analíticas; grupo das fenomenológico-hermenêuticas e grupo das
crítico-dialéticas.
251
Pós-Estruturalismo:
5 pesquisas
(PA047, PA056,
PA088, PA100,
PA110)
Temáticas estudadas:
Educação (4)
Filosofia (1)
TOTAL 81 pesquisas 47 pesquisas 42 pesquisas
Fonte: Elaboração própria do autor
Empírico-Analítica Pós-moderna
Fenomenológico-hermenêutica Crítico-dialética
73,8
62,9
57,4
29,8
27,2
11,9
8,5
7,1
7,1
6,2
4,3
3,7
179
Nesta abordagem exclui-se qualquer forma de crítica ou debate e acredita-se “na neutralidade axiológica da ciência,
na objetividade do método científico e na imparcialidade do pesquisador, que garante a não interferência de juízos de
valor segundo a perspectiva positivista de ciência” (SÁNCHEZ GAMBOA, 2012, p. 95).
253
O gráfico abaixo proporciona uma visão mais clara das temáticas estudadas em cada
período analisado.
180
As correntes pós-modernas, como o próprio nome sinaliza, são correntes que se identificam com os pós-
modernismos e estas tem seu fundamento no “giro linguístico”. Resumindo, o “giro linguístico” fundamenta várias
tendências denominadas de pós-modernas e estas influenciam diversas correntes na educação como, por exemplo as
pós-estruturalistas, as pós-críticas, as neotecnicistas e as neopragmáticas (SANCHEZ GAMBOA, 2011b, p. 67).
254
Periodização e temáticas
1999-2007 2008-2011 2012-2019
40
37
35
30 30
25 24
20
15
13
10
8 8 8
5 4 4 5 4
3 3
2 3 2 2 3
2
0 1
0 0 0 1
0 0
O gráfico acima mostra que, no período 1999-2007, houve uma predominância das
temáticas: Educação (37 pesquisas), Filosofia (13 pesquisas) e Teoria Crítica (8 pesquisas).
Percebe-se que o número expressivo de pesquisas sobre a temática Filosofia justifica a substituição
da linha “Tecnologia na Sociedade da Informação”, sob a coordenação do Prof. Dr. Eduardo
Chaves pela linha “Ensino de Filosofia”. Essa substituição ocorreu em 2007. Já no período 2008-
2011, maior organicidade, aprovação do Regimento Interno, a temática Educação continua
predominando (30 pesquisas) seguida da Filosofia (5 pesquisas) e Epistemologia (4 pesquisas). Há
um aumento nos estudos que envolvem a temática Epistemologia. No último período estudado,
2012-2019, tem-se predominância da temática Educação (24 pesquisas) e os estudos sobre a
temática Epistemologia dobram (8 pesquisas) em comparação com o período anterior, na
sequência, surgem as temáticas Ética (4) e Política (4). Lembra-se que, neste último período, o
Grupo PAIDEIA passou por uma reorganização devido a algumas aposentadorias.
Terminado isto, impõe-se, pois, a tarefa de organizar os dados sobre os principais autores
utilizados nas pesquisas do Grupo PAIDEIA e dispô-los num texto que permita refletir sobre:
autores mais citados (mais recorrentes) com suas obras (mais recorrentes) e, a partir daí, relacioná-
los com os períodos apontados e com as temáticas predominantes. Para dar conta dessa tarefa,
contar-se-á com a análise bibliométrica.
255
Autores mais citados, obras mais recorrentes e possíveis cruzamentos com a periodização e
temáticas – a análise bibliométrica em articulação com o nível teórico
TIPOLOGIA QUANTIDADE DE
(Referências mais citadas nas pesquisas) REGISTROS
LIVRO (L) 1657
CAPÍTULO DE LIVRO (C) 226
256
181
FERREIRA, Y.; MANOEL, E. J. O livro como indicador da produção intelectual na grande área de saúde. Revista
Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v.29, n.1, p.61-73, set. 2007.
182
HAYASHI, M. C. P. I.; HAYASHI, C. R. M.; SILVA, M. R.; SACARDO, M. S. Análise de citações da produção
científica em educação física da região nordeste do país. IN: CHAVES-GAMBOA, M.; SANCHEZ GAMBOA, S. A.;
FAFFAREL, C. (Orgs.). Produção do conhecimento na educação física no nordeste brasileiro: o impacto dos
sistemas de pós-graduação na formação dos pesquisadores da região. Campinas/SP: LIBRUM, 2017. Disponível em :
https://books.apple.com/br/book/id1218355920 Acesso em 05 mar 2021.
257
Hayashi (2013), ao explicitar os dados que são coletados para registro das informações,
esclarece como estes podem gerar outros tipos de indicadores, como, por exemplo: autoria, título
do trabalho, área de conhecimento, nível (M/D), temporalidade dos trabalhos, literatura de
referência, entre outros.
Ao se analisarem as citações, outros aspectos sobre as escolhas das referências (base
teórica) se destacaram no desenvolvimento das pesquisas estudadas. Um deles refere-se ao uso de
dicionários que, segundo Andrade (2000):
O dicionário é uma práxis, um "objeto manufaturado" que corresponde às
exigências de informação e de comunicação de uma sociedade. Mais que um livro
de consulta, que apresenta informações em ordem alfabética, o dicionário é um
ponto de referência entra a língua e a ciência e também entre a língua e a cultura,
pois tem como objeto de seu discurso "o que se diz da língua e da cultura". [...]
também podem ser considerados como texto, como um discurso pedagógico e
didático, pois é um instrumento de educação permanente, uma instituição social,
cuja finalidade é definir a norma linguística, responder questões sobre o emprego
de “palavras e frases” aceitáveis ou “coisas” denotadas, no caso dos dicionários
técnico-científicos. Só se considera uma palavra como pertencente à norma se ela
estiver registrada no dicionário.
A autora explica que existem implicações tanto comercias quanto socioculturais, e, por isso,
não há dicionários sem ideologia.
O dicionário, enquanto material de consumo imprescindível tem implicações
comerciais e socioculturais. Não há dicionários sem ideologia, pois a definição de
palavras implica, necessariamente, uma posição teórica e ideológica. Consciente
ou inconscientemente, a seleção do corpus, a conceituação de determinadas
258
E acrescenta seus objetivos, o que comprova a importância de sua utilização nas pesquisas
científica.
183
Critério utilizado para elaboração deste quadro: considerando os dicionários mais citados (no mínimo, 3 vezes
na pesquisa), distribuíram-se as citações de acordo com as pesquisas que as utilizaram.
259
Todo pesquisador, por mais original e precoce que seja, precisa realizar uma
leitura diferenciada (leitura epistemológica) de outras pesquisas. Sem dúvida,
trata-se de uma maneira de se familiarizar com a produção científica, o que
consegue com a leitura crítica de outras pesquisas, relatórios de investigação ou
teses (SANCHEZ GAMBOA, 2012, p.66)
seguida, a Tese de Doutorado da Rossana Valéria de Souza e Silva, defendida em 1997, com 62
citações distribuídas entre 5 pesquisas e, em terceiro lugar, encontra-se a Tese de Doutorado do
Prof. Silvio Ancizar Sanchez Gamboa, defendida em 1987, com 50 citações distribuídas entre 7
pesquisas. Todas defendidas na Faculdade de Educação da UNICAMP.
Com a construção de indicadores bibliométricos torna-se possível construir novos
indicadores e “o cruzamento desses indicadores permite uma ampliação das análises
bibliométricas” (HAYASHI, 2013, p.92).
É preciso cuidado e atenção para não cair naquele dilema “Dados demais, análises de
menos”. Pensa-se ser essa uma preocupação constante do pesquisador, ou seja, fornecer os dados,
mas, acima de tudo, dar sentido a eles, interpretá-los. Sanchez Gamboa (2017, p.33), apresenta os
desafios metodológicos que envolvem os dilemas entre os estudos da bibliometria/cientometria e
as análises epistemológicas. Explica que “A relação necessária entre os métodos quantitativos e
qualitativos é compreendida de diversas maneiras”: 1) coloca-os em oposição; 2) admite-se a
complementariedade; 3) “defende a unidade entre quantidade e qualidade e defende o conflito
como uma unidade de fatores contrários”.
Desafiador foi buscar as citações mais recorrentes em 170 pesquisas, mas, ao finalizar essa
tarefa, notou-se o quanto a bibliometria enriqueceu as análises. Foi fundamental realizá-la para
identificar, entre outros aspectos, os autores que fundamentaram as problematizações e as
interpretações das pesquisas.
Para Hayashi (2017),
Dentre os estudos bibliométricos um dos principais indicadores da produção
científica é a citação. Ao publicar os resultados de uma pesquisa é usual que os
autores se refiram a trabalhos anteriores relacionados com o tema abordado. Ao
mesmo tempo, essas referências também são citações, implicando em uma
conexão entre os documentos, ou seja, aquele que cita e o que é citado.
É relevante mencionar a diferença entre referência e citação, conforme explicam
Noronha e Ferreira (2000, p.249): “Referência é o conhecimento que um
documento fornece sobre o outro e citação é o reconhecimento que um documento
recebe do outro”, o que acarreta em uma relação entre o documento citado e o
documento citante. Desse modo, a análise de citação conduz às fontes das ideias
contidas no trabalho e servem para identificar estudos prévios que inspiram o
autor a desenvolver a sua investigação. Além disso, a análise de citações permite
extrair informações úteis para “a compreensão da estrutura social e intelectual de
264
O quadro abaixo apresenta a distribuição das citações de acordo com a tipologia documental
(livros, capítulos de livros e artigos) e conforme a periodização do Grupo PAIDEIA. Lembrando
que foram selecionadas apenas citações de livros, capítulos de livros e artigos, “por serem
consideradas publicações mais relevantes pelas agências de avaliação e fomento à pesquisa”
(HAYASHI, 2017, p. 40).
Entre os 5.649 documentos citados, verificou-se que a maioria (93,6%) foi composta por
livros, seguida por capítulos de livros (4,3%) e artigos (2,1%).
Ao somar o total de livros e capítulos de livros, tem-se quase o total das citações, 97,9%, o
que representa uma fundamentação teórica confiável e consolidada nas pesquisas desenvolvidas
no âmbito do Grupo PAIDEIA.
De acordo com Betti et al (2004),
184
HAYASHI, M. C. P. I.. Afinidades eletivas entre a cientometria e os estudos sociais da ciência. Filosofia e
Educação (online), ISSN 1984-9605, v. 5, n.2, pp.57-88, out-2013. Disponível em:
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rfe/issue/view/326 Acesso em 06 mar 2021.
185
HAYASHI, M. C. P. I.; HAYASHI, C. R. M.; SILVA, M. R.; SACARDO, M. S. Análise de citações da produção
científica em educação física da região nordeste do país. IN: CHAVES-GAMBOA, M.; SANCHEZ GAMBOA, S.
A.; FAFFAREL, C. (Orgs.). Produção do conhecimento na educação física no nordeste brasileiro: o impacto dos
sistemas de pós-graduação na formação dos pesquisadores da região. Campinas/SP: LIBRUM, 2017. Disponível em:
https://books.apple.com/br/book/id1218355920 Acesso em 05 mar 2021.
265
Principais Referências:
O Apêndice XVII apresenta as principais referências de forma detalhada, ao elaborar,
considerando os três períodos estudados – 1999-2007, 2008-2011, 2012-2019: 1) um panorama
geral das referências mais citadas; 2) principais livros por área temática: Educação, Educação
Física, Epistemologia, Filosofia, História, Sociologia e Linguística; e, 3) principais capítulos e
artigos citados.
1999-2007
Das 110 referências mais citadas nas pesquisas no período 1999-2007, a maioria (79
referências, 71,8%) fundamenta teoricamente as pesquisas com abordagem epistemológica crítico-
dialética, que é a predominante no Grupo PAIDEIA com 64,1%. Neste período, as referências
teóricas apresentam autores que possibilitam um diálogo com a filosofia dialética, logo, com o
marxismo. Nesse sentido, destacam-se, além de Marx, Engels, Lenin, Gramsci, Kosik, Sánchez
Vásquez, entre outros. Salienta-se, ainda, a presença dos autores da Escola de Frankfurt que
desenvolvem estudos que abrangem a “Teoria Crítica” (Adorno, Habermas e Horkheimer), entre
outros, especialmente, os autores brasileiros que integram os estudiosos da tradição marxista: César
Nunes, Dermeval Saviani, Maria Luisa Santos Ribeiro, Marilena Chauí, Pedro Goergen, Silvio A.
Sanchez Gamboa.
Ao distribuir as principais referências de acordo com as demais abordagens, têm-se:
empírico-analítica – 4 referências; fenomenológico-hermenêutica: 20 referências; pós-moderna: 7
referências, conforme descrito no quadro acima.
Percebe-se que alguns autores percorrem várias temáticas em obras, consequentemente,
surgem citações em várias pesquisas de diferentes abordagens epistemológicas. Apenas para
exemplificar, têm-se a obra “História da Educação: da antiguidade aos nossos dias”, de
Manacorda (aparece nas pesquisas de abordagens fenomenológico-hermenêutica, crítico-dialética
e pós-moderna) e, “Paideia: a formação do homem grego”, de Jaeger, (aparece nas pesquisas de
abordagens fenomenológico-hermenêutica, crítico-dialética).
2008-2011
268
Neste período, computam-se 100 referências entre as mais utilizadas nas pesquisas
defendidas no Grupo PAIDEIA, assim distribuídas: empírico-analítica: 4 referências;
fenomenológico-hermenêutica: 18 referências; crítico-dialética: 65 referências; pós-moderna: 13
referências. Da mesma forma que no período anterior, 1999-2007, nota-se que a maioria (65
referências, 65%) fundamenta teoricamente as pesquisas com abordagem epistemológica crítico-
dialética (predominante no Grupo). O que, novamente, valida, também para este período 2008-
2011, o resultado de que referências teóricas fundamentadas na tradição marxista constituem
maioria no Grupo PAIDEIA. Destaque para os autores que integram, “totalmente” ou de alguma
maneira, a tradição marxista: Marx, Engels, Mészáros, Gramsci, kosik, kopnin, Hobsbawm, entre
outros. Neste período, estão presentes, também, Adorno, Marcuse e Habermas (autores da Escola
de Frankfurt). Já no plano nacional, destacam-se: César Nunes, Dermeval Saviani, Gaudêncio
Frigotto, Maria Luisa Santos Ribeiro, Marilena Chauí, Silvio A. Sanchez Gamboa, entre outros.
Constatam-se que algumas obras se encontram empregadas em pesquisas com diferentes
abordagens. Para trazer maior clareza à essa informação, exemplifica-se com os casos das obras:
Diferença e repetição, de Gilles Deleuze (presente nas pesquisas de abordagens empírico-analítica
– PA136 e pós-moderna – PA114, PA125); Filosofia, Sexualidade e Educação, tese de doutorado
do Prof. César Nunes (presentes nas pesquisas de abordagens fenomenológico-hermenêutica –
PA141 e crítico-dialética – PA123, PA134).
2012-2019
Neste último período analisado, 2012-2019, o resultado não é diferente dos períodos
anteriores. Referências fundamentadas na tradição marxista são maioria no Grupo PAIDEIA.
Assim, das 75 principais referências utilizadas neste período, 59 (78,7%) fundamentam as
pesquisas crítico-dialéticas. Nestas, predominam autores que se inspiram na tradição marxista para
fundamentarem suas obras, como por exemplo: Adorno, Horkheimer, Hobsbawm, Mészáros, entre
outros. No plano nacional, salienta-se as obras dos autores: César Nunes, Dermeval Saviani, Paolo
Nosella, Maria Luisa Santos Ribeiro, Ricardo Antunes, Silvio. A. Sanchez Gamboa.
O Gráfico abaixo demostra, em porcentagem, esses resultados apresentados.
Empírico-analítica Pós-moderna
Fenomenológico-hermenêutica Crítico-dialética
78,7
71,8
65
18,2
18
13
9,3
6,4
8
3,6
4
4
1 9 9 9- 2 0 0 7 2008-2011 2012-2019
outro capítulo (Iivro SANTOS FILHO, J. C.; SANCHEZ GAMBOA, S. A.), Tendências
epistemológicas: dos tecnicismos e outros “ismos” aos paradigmas científicos (PA191, PA225);
Epistemologia da educação física: as inter-relações (PA146, PA153, PA170, PA213); seu artigo
(Revista Reflexão) Questões epistemológicas da pesquisa em educação: dos vieses e ismos aos
paradigmas científicos (PA111, PA153); sua dissertação de mestrado, Análise epistemológica dos
métodos na pesquisa educacional (PA165, PA170); sua tese de doutorado, Epistemologia da
pesquisa em educação: estruturas lógicas e tendências metodológicas (PA111, PA156, PA165,
PA170, PA191, PA213); Epistemologia da pesquisa em educação (PA111, PA127, PA165,
PA170)
Do professor César Nunes, destacam-se: Aprendendo Filosofia (PA062, PA091, PA121,
PA127, PA162); sua tese de Doutorado, Filosofia, Sexualidade e Educação: as relações entre os
pressupostos ético-sociais e histórico-culturais presentes nas abordagens institucionais sobre a
educação sexual escolar (PA032, PA052, PA123, PA134, PA162, PA175); Educar para
emancipação (PA061, PA068, PA106, PA159, PA162, PA163, PA185); Desvendando a
sexualidade (PA123, PA134); Educação sexual da criança: subsídios teóricos e propostas
práticas para uma abordagem da sexualidade para além da transversalidade (PA162, PA223);
Ide, ensinai a todos: 500 anos da pedagogia luterana (1517-2017) (PA218, PA222, PA223); seu
texto no Memorial Paulo Freire, A atualidade de Paulo Freire e novas diretrizes da educação
básica no Brasil (PA185).
Interessante discorrer sobre as citações das obras de Paulo Freire e perceber que, em muitas
delas, estão prescritas nas pesquisas crítico-dialéticas. Veja: A educação como prática da liberdade
(PA017, PA101); Pedagogia do Oprimido (PA185, PA204, PA208); Pedagogia da Autonomia
(PA101, PA105, PA185, PA204); À sombra desta mangueira (PA173, PA204); Política e
educação: ensaios (PA204).
Sobre Paulo Freire, cabe aqui abrir um parêntese para tecer alguns esclarecimentos sobre
sua teoria ao analisar a educação. Para isso, busca-se aporte em Saviani (2007), por ser um
educador qualificado para tal tarefa. Ao interpretar as obras de Paulo Freire, relacionando-as com
a emergência das ideias pedagógicas libertadoras, considera as “linhas mestras da concepção de
Paulo Freire”, que se encontram nas “duas páginas conclusivas da tese Educação e atualidade
brasileira” (escrita em 1959 – antes do golpe militar). O conteúdo dessa tese “foi incorporado, com
alguns ajustes, aos três primeiros capítulos do livro Educação como prática da liberdade”
273
(“redação concluída em 1965, com a ditatura militar já instalada”), cuja “referências teóricas do
livro remetem, pelo aspecto filosófico, ao existencialismo (personalismo) cristão”. Apoia-se nas
obras de Karl Jaspers, Erich Fromm, Hans Freyer, Tristão de Ataíde (Alceu de Amoroso Lima),
João XXIII, Simone Weil, Gabriel Marcel, Jacques Maritan, Emmanuel Mounier. Já, quanto aos
“aspectos histórico-cultural e sociopolítico, a referência teórica é encontrada nos chamados
‘intérpretes do Brasil’, em especial, aos intelectuais do ISEB”. Daí o apoio das obras “dos isebianos
históricos”: Guerreiro Ramos, Álvaro Vieira, juntados aqueles que foram citados em Educação e
atualidade brasileira: Roland Corbisier, Álvaro Vieira Pinto, Hélio Jaguaribe, Nelson Werneck
Sodré. E, entre os “intérpretes do Brasil” são citados: Celso Furtado, Fernando de Azevedo, Caio
Prado Junior, Vaiana Moog, Rugendas, Oliveira Vianna, Gilberto Freyre, Antonil, Anísio Teixeira
(SAVIANI, 2007, p. 318-324).
Após escrever Educação como prática da liberdade, Freire já escreve Pedagogia do
Oprimido, “considerada sua obra mais importante, cujo manuscrito foi concluído em 1968”
(SAVIANI, 2007, p. 326). Algo novo ocorre nesse novo livro: “as referências teóricas de
Pedagogia do Oprimido comportam um conjunto de autores que sugerem um diálogo com a
filosofia dialética e com o marxismo, algo inteiramente ausente nas obras anteriores” (SAVIANI,
2007, p. 328).
Vê-se que em Pedagogia do oprimido os autores que integram, de algum modo, a
tradição marxista constitui maioria. Além de Marx e Engels e Lênin, temos Rosa
Luxemburgo, Lukács, Mao Tse-Tung, Lucien Goldmann, Althusser, Kosik,
Marcuse, Debret, Guevara, Fidel Castro, Sartre. No entanto, isso não significa que
Paulo Freire tenha aderido ao marxismo, ou mesmo, tenha incorporado em sua
visão teórica de análise da questão pedagógica a perspectiva do marxismo. Na
verdade, é possível reconhecer a matriz hegeliana em sua análise da relação
opressor-oprimido, calcada na dialética do senhor e do escravo que Hegel
explicita na Fenomenologia do espírito. Quanto aos autores marxistas, eles são
citados incidentalmente, apenas para reforçar aspectos da explanação levada a
efeito por Freire, sem nenhum compromisso com a sua perspectiva teórica. Se
algum conceito é apropriado, isso ocorre deslocando-o da concepção de origem e
dissolvendo-se num outro referencial. [...]
Em suma, apesar do comparecimento de grande número de autores marxistas, a
concepção de fundo que preside toda a tessitura de Pedagogia do Oprimido
permanece sendo a filosofia personalista na versão política do solidarismo cristão.
[...]
Mas em Paulo Freire o solidarismo assume as conotações próprias do radicalismo
católico que desembocou na corrente denominada “teologia da libertação”.
Poderíamos mesmo considerar que a pedagogia libertadora de Freire é o correlato,
em educação, da “teologia da libertação (SAVIANI, 2007, p. 328-330).
274
Após esses esclarecimentos que envolvem a visão teórica de Paulo Freire, retoma-se nossa
análise sobre os autores/referências que compõem a produção científica do Grupo PAIDEIA.
Diante da apresentação que foi feita a respeito dos principais autores e referências, é possível
considerar que a maioria dos pesquisadores do referido grupo compreende a práxis (reflexão e
ação, teoria e prática) como essencial para transformação social, porque “não é possível
transformar a realidade concreta na realidade imaginária” (FREIRE, 2005, p. 43) e concebe a
educação “como o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a
humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens” (SAVIANI,
2007, p. 420). Nesse contexto, veja o pensamento do Coordenador do Grupo PAIDEIA sobre a
educação:
A educação é uma prática presente em todas as sociedades e em todos os
agrupamentos culturais humanos; a condição humana é uma condição histórica,
isto é, engendrada e aprendida no transcorrer do tempo, em profundo e dinâmico
processo de transformação. Nesse sentido, podemos dizer que a educação existe
desde que a humanidade, desde que o homem, aqui tomado como o ser humano,
existe. Educar, nessa perspectiva, significa produzir o homem para a vida em
sociedade e para a cultura, para a geração de sua identidade. Educar, nesse
sentido primeiro e amplo, significa formar plenamente a pessoa humana; nessa
definição, a educação é compreendida como uma endoculturação, isto é, como
uma prática de inserção de novas gerações na cultura e na sociedade já constituída,
desde suas formas mais simples para as atuais e complexas estruturas sociais e
culturais (NUNES, 2017, p. 29)
Assim, “o ser do homem, a sua existência, não é dado pela natureza, mas é produzido pelos
próprios homens” (SAVIANI, 2005, p. 225). O autor prossegue e traz Marx & Engels (1974, p.
19) para fundamentar:
É, portanto, na existência efetiva dos homens, nas contradições de seu movimento
real e não numa essência externa a essa existência, que se descobre o que o homem
é: “tal e como os indivíduos manifestam sua vida, assim são. O que são coincide,
por conseguinte, com sua produção, tanto com o que produzem como com o modo
como produzem”. (p. 228)
É nítido que muitas das referências utilizadas por Saviani (e outros autores) coincidem com
as utilizadas pelos pesquisadores do Grupo PAIDEIA. Para exemplificar, esboçam-se aquelas
específicas da Pedagogia histórico-crítica.
Portanto, as fontes específicas da pedagogia histórico-crítica se reportam às
matrizes teóricas do materialismo histórico representadas, basicamente, por
Marx e Gramsci às quais cabe acrescentar, também, a contribuição dos autores
276
Além dos estudos desenvolvidos por Saviani, permeados pelo “caráter crítico” e vinculados
a uma “dimensão histórica” (SAVIANI, 2003, p.70), salienta-se que o Grupo PAIDEIA tem no seu
rol “autores/obras”, os orientandos do Prof. Saviani na primeira turma de doutorado em educação
na PUC-SP em 1979:
Eu coordenava, então, a primeira turma do doutorado em educação na PUC-SP;
eram 11 doutorandos, dentre eles o Carlos Roberto Jamil Cury, Neidson
Rodrigues, Luis Antonio Cunha, Guiomar Namo de Mello, Paolo Nosella, Betty
Oliveira, Miriam Warde, Osmar Fávero, que foram formalmente meus
orientandos. Ao tentar formular teoricamente o fenômeno educativo, o problema
central desse grupo era a superação do crítico-reprodutivismo (SAVIANI, 2003,
p. 70-71).
Algumas das obras desses autores foram utilizadas pelos pesquisadores do Grupo
PAIDEIA:
Carlos Roberto Jamil Cury: Ideologia e educação brasileira / Educação e contradição
(PA109); Medo à liberdade e compromisso democrático: LDB e Plano Nacional de Educação
(PA088).
Luis Antonio Cunha: A universidade temporã / A universidade reformanda / A universidade
crítica: o ensino superior na Republica Populista (PA024); A universidade crítica: o ensino
superior na república populista / A universidade temporã / Qual universidade? (PA058); Educação
e Desenvolvimento no Brasil (PA065); Universidade reformanda (PA093); Educação, Estado e
democracia no Brasil (PA109); O ensino dos ofícios artesanais e manufatureiros no Brasil
Escravocrata (PA138); A universidade temporã: o ensino superior da colônia à era de Vargas /
Qual universidade? (PA176); A universidade temporã: o ensino superior da Colônia a Era de
Vargas (PA225).
Guiomar Namo de Mello: Escola nova, tecnicismo e educação compensatória (PA112);
Cidadania e competitividade: desafios educacionais do terceiro milênio (PA187).
Paolo Nosella: A escola de Gramsci (PA150); Artigos utilizados na pesquisa PA185 e PA218: A
modernização da produção e da escola no Brasil: o estigma da relação escravocrata.
Miriam Jorge Warde: Artigo utilizado na pesquisa PA170: A produção discente dos programas
de pós-graduação em educação no Brasil (1982-1991): avaliação e perspectivas
Osmar Fávero: Cultura popular – educação popular: memória dos anos 60 / Uma pedagogia da
participação popular (PA131)
278
Sobre esses autores Saviani (2003) tece alguns comentários. Cury defendeu sua tese em
1979, embora só tenha sido publicada em 1985, com o título Educação e Contradição, na qual, o
autor se empenhou “em colocar a contradição como a categoria-chave e mostrar como as outras se
subordinam a ela: mesmo o aspecto reprodutor da educação é contraditório e não mecânico”
(SAVIANI, 2003, p.71).
A partir daí, essas preocupações tomam corpo e vão sendo discutidas mais
amplamente, tanto pelos movimentos de professores e especialistas em educação,
como pelos mestrandos e orientadores de mestrado. Começava-se a tentar
descobrir formas de analisar a educação, mantendo presente a necessidade de criar
alternativas e não apenas fazer a crítica do existente (SAVIANI, 2003, p.71).
Após a defesa de Cury, ocorre a defesa de Luis Antonio Cunha, em 1980. Saviani (2003)
destaca uma conversa com Cunha sobre as teorias “crítico-reprodutivistas”:
b) O fato de as teorias que chamei de “crítico-reprodutivistas” não apresentarem
alternativa, isto é, não fornecerem uma orientação pedagógica para a prática
educativa, não pode ser considerado, em sentido próprio, como um limite, uma
vez que jamais tiveram essa pretensão. Conforme uma distinção sugerida por Luiz
Antonio Cunha em nossas muitas conversas sobre essas questões, trata-se de
“teorias sobre a educação” e não de “teorias da educação”. Seu objetivo é, pois,
compreender e explicar o modo de funcionamento da educação e não orientar a
forma de realização da prática educativa.
c) O fato de serem “teorias sobre a educação” e não “teorias da educação” não
implica que não tenham trazido elementos da maior importância para se entender
a própria prática educativa. Ao contrário. Estando empenhadas em compreender
e explicar o modo de funcionamento da educação, tais teorias formularam
categorias de grande relevância para o entendimento da prática educativa. Estão
nesse caso os conceitos de “Aparelho ideológico de Estado” (Althusser), “Rede
PP: Primária-Profissional” e “Rede SS: Secundária-Superior”
(Baudelot/Establet), “Capital Cultural” e, principalmente, habitus
(Bourdieu/Passeron). Eu próprio lancei mão do conceito de habitus, a meu ver
equivalente ao conceito de “segunda natureza” (Gramsci), ao tentar compreender
e explicar a especificidade da educação (SAVIANI, 2003, p.136-137).
Sobre esses autores, Saviani (2003) explica que “Althusser tem uma inspiração marxista,
inclusive como intelectual do partido comunista francês, Bourdieu e Passeron já não se incluem
neste universo do marxismo. Sua orientação principal deriva de Weber.” Explica, ainda, que eles
até consideram as contribuições de Marx, mas “essas são subordinadas à orientação predominante,
que é a de Weber, à qual se associa também Durkheim” (SAVIANI, 2003, p. 133).
Sobre Baudelot e Establet, Saviani (2003, p.134) esclarece “são autores que se situam no
interior do marxismo. Formaram-se sob a influência de Althusser, rompem com ele e passam a
desenvolver uma teoria articulada com o maoísmo” e, complementando, o autor elucida:
279
Assim, o saber escolar é o ponto de partida necessário para avançar rumo a uma concepção
histórico-dialética do mundo. Daí, vem a importância dos conteúdos, ou seja, “a necessidade de
trabalhar a educação em concreto e não de forma abstrata”. Isto posto, importante se faz enfatizar
que “a lógica dialética é uma lógica concreta. É a lógica dos conteúdos. Não, porém, dos conteúdos
informes, mas dos conteúdos em sua articulação com as formas”. E, nesse sentido, “os conteúdos
históricos sempre serão importantes e, de certo ângulo, determinantes, porque é pelo caminho deles
que se aprende a perspectiva histórica, o modo de situar-se historicamente” (SAVIANI, 2003, p.
144-145).
186
GRAMSCI, A. Os intelectuais e a organização da cultura. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968.
187
SAVIANI, D. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 8. ed. Campinas/SP: Autores Associados,
2003.
280
Ao interferir no debate, faço-o, pois, dentro do mesmo espírito que, por sinal,
continua alimentando a elaboração das teses em desenvolvimento no interior do
programa de doutorado referido. Assim como, no grupo, eu tomava posição –
desenvolvia também minhas críticas e concordava ou discordava das
manifestações dos colegas -, é nessa mesma linha que apresento os comentários a
seguir (SAVIANI, 2003, p. 24)
Saviani (2003), até porque foi orientador da Guiomar, compreende bem o sentido da
expressão “competência técnica” que ela utiliza e explica que a autora “é explícita na recusa do
tecnicismo”; defende que “tem um sentido claramente não-tecnicista” e, inclusive, essa expressão
“ao contrário, compreende o domínio teórico e prático dos princípios e conhecimentos que regem
a instituição escolar” (p.28-29). Na sua intervenção, Saviani ressalta a categoria de medição: “a
competência técnica é mediação, isto quer dizer que ela está entre, no meio, no interior do
281
compromisso político” (p.34), portanto, “é uma das (não a única) formas através das quais se
realiza o compromisso político” (p.35) e complementa “a competência técnica é, pois, necessária,
embora não suficiente para efetivar na prática o compromisso político assumido teoricamente”
(p.35) e, ainda, explica “é também pela mediação da competência técnica que se chega ao
compromisso político efetivo, concreto, prático, real” (p.36). Para Paolo “o compromisso político
é o ‘ponto crítico do processo educativo’” (p.45).
Saviani (2003), enfatiza “não se faz política sem competência e não existe técnica sem
compromisso; além disso, a política é também uma questão técnica e o compromisso sem
competência é descompromisso” (p. 53). Com isso, o autor mostra que concorda com Paolo e
também com Guiomar e, nessa polêmica toda, tenta “quebrar a polarização” que contrapõe as
expressões “competência técnica” e “compromisso político”.
Por fim, dando sequência às defesas dos autores orientados por Saviani e estudados pelos
pesquisadores do Grupo PAIDEIA, faz-se referência à Mirian Jorge Warde e Osmar Fávero, que
defenderam suas teses em 1984. A tese de Mirian foi sobre Liberalismo e Educação e do Osmar
282
foi sobre Uma pedagogia da participação popular: análise da prática educativa do MEB –
Movimento de educação de Base (1961-1966).
Após esses esclarecimentos, proporcionados pela análise bibliométrica, que possibilitam
fundamentar o nível teórico da produção científica, a seguir (Quadro 18), explicitam-se os autores
do Departamento de Filosofia e História da Educação - DEFHE/FE/UNICAMP ao destacar as
citações deles na produção científica do Grupo PAIDEIA.
HISTEDBR LOMBARDI, 01 03 00 00 00 00
J. C.;
SAVIANI, D.;
SANFELICE,
J. L. (Orgs.).
HISTEDBR Maria 02 19 00 00 00 00
Elizabete
Sampaio
Prado Xavier:
XAVIER, M.
E. S. P.,
RIBEIRO, M.
L. S. e
188
Critérios utilizados na elaboração deste quadro: 1 – Sobre a tipologia documental foram selecionadas apenas
referências e citações de livros, capítulos e artigos “por serem consideradas publicações mais relevantes pelas agências
de avaliação e fomento à pesquisa” (HAYASHI, 2017, p.40); 2 – Considerando as obras citadas, no mínimo, 3 (três)
vezes na pesquisa, portanto, as mais citadas, distribuiu-se as citações por autor. Aqui não se considerou o número de
obras, mas sim o número de pesquisas que utilizaram citações dos autores e, a partir desta identificação, verificou-se
o número de citações (por pesquisa e por autor do DEFHE).
283
NORONHA,
O. M. (Orgs.).
PAIDEIA NUNES, C. 04 40 00 00 00 00
A.; SILVA, E.
(Orgs.).
PAIDEIA NUNES, 01 03 00 00 00 00
Cesar &
POLLI, José
Renato.
PAIDEIA NUNES, 01 03 00 00 00 00
Cesar &
ROMÃO,
Eliana &
CARVALHO,
José
PAIDEIA NUNES, 00 00 00 00 01 03
César
Aparecido;
FEITOZA,
Ronney.
PAIDEIA Eduardo 01 04 00 00 00 00
Chaves
PAIDEIA Moacir 04 16 00 00 00 00
Gadotti
PAIDEIA Nelson 01 04 00 00 00 00
Carvalho
Marcellino
PAIDEIA Newton 00 00 00 00 01 03
Aquiles Von
Zuben
PAIDEIA Pedro 05 23 01 03 03 10
Laudionr
Goergen
PAIDEIA SANCHEZ 01 08 00 00 00 00
GAMBOA,
284
Silvio A.;
SANTOS
FILHO, José
Camilo dos.
PAIDEIA SÁNCHEZ 01 03 00 00 00 00
GAMBOA,
Sílvio,
CHAVES
GAMBOA,
Márcia
SENSO Silvio 02 08 02 09 04 16
Donizetti de
Oliveira Gallo
As citações que advém desses autores compõem uma visão de conjunto da Filosofia, da
Educação e da História da educação brasileira. Nesse sentido, evidenciam-se algumas das citações
dos autores (do DEFHE) mais citados nas pesquisas defendidas no Grupo PAIDEIA. Os autores
seguem em ordem alfabética.
César Nunes
Citação retirada da pesquisa PA121189
Dermeval Saviani
Citação retirada da pesquisa PA104190
189
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “Filosofia, Educação e Esclarecimento: os
livros de autoajuda para educadores e o consumo de produtos semiculturais” (Defesa em 2009).
190
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “ Uma avaliação histórico-crítica
da trajetória institucional e política do educador Dermeval Saviani na pós-graduação em Educação no Brasil (1970-
1996): a busca coerente da articulação teoria e prática” (Defesa em 2007).
285
Na Filosofia Marxista não pode existir o conceito de ser fora da relação com a
consciência, consequentemente não pode haver uma ciência do ser isolada
(ontologia) que não aborde simultaneamente os problemas gnosiológicos, como
também não pode haver gnosiologia – que focaliza as formas e leis do
conhecimento –, que não aborde suas relações com as formas e as leis do ser.
Nesse sentido, as categorias do materialismo dialético são ao mesmo tempo
ontológicas (relativas aos conteúdos da realidade objetiva – ao ser) e
gnosiológicas (relativas à relação do pensamento com o ser e do movimento do
conhecimento) (SÁNCHEZ GAMBOA, 1987, p.21)
Nível Epistemológico
Para o autor, é importante que o pesquisador avance nessa discussão para superar o falso
dualismo técnico e, assim, possa inserir essas técnicas em um contexto mais amplo das opções
epistemológicas da pesquisa. Fundamentar técnicas, métodos e teorias, conforme as grandes
tendências epistemológicas, e articular esses níveis entre si e entre seus pressupostos filosóficos é
o que trará sentido para a pesquisa científica.
De acordo com Minayo (2005, p. 71), “como estratégia de pesquisa, o método quantitativo
visa a obter evidências de associações entre variáveis independentes (intervenção, exposição) e
dependentes (resposta e desfecho)”. A autora enfatiza as possibilidades interdisciplinares de
combinação entre as abordagens quantitativas e qualitativas se combinarem, para, assim, se
produzir a triangulação que, segundo ela, “não é um método em si. É uma estratégia de pesquisa
que se apoia em métodos científicos testados e consagrados, servindo e adequando-se a
determinadas realidades, com fundamentos interdisciplinares”.
Minayo (2005, p. 82) apresenta sete modelos teóricos de investigação qualitativa192. Na
produção científica que se investiga, prevalece a abordagem qualitativa (88,2% da produção) nas
192
Estudos compreensivos usando o desenho de tipo ideal: “a realização de uma avaliação a partir do modelo de
tipos ideias parte de investigação empírica que permita confrontar os dados da realidade com o modelo (tipo-ideal).
[...] Os críticos da abordagem dos tipos-ideais consideram que Weber, na tentativa de fugir ao positivismo que tanto
criticou, e ao mesmo tempo, visando a produzir investigações objetivas, fez de seu desenho metodológico um artifício
rígido que não se adapta às realidades concretas e dinâmicas” (MINAYO, 2005, p. 83). Estudos de cunho
fenomenológico: “Um tipo de avaliação de intervenção social pela abordagem fenomenológica se empenhará em
entender, com detalhes, como os diferentes atores se comportam frente ao processo que estão vivenciando e como
interpretam os estímulos à mudança que estão recebendo. Não haverá aí movimento algum para buscar articulações e
contextualizações que excedam o âmbito da intervenção. A crítica a este modelo se resume ao fato de que ele atomiza
287
RESUMO
a realidade como se cada fato ou grupo constituísse um mundo em si. Por isso, os que o aplicam desconhecem (por
razões metodológicas) questões estruturais, de poder e de interações, quando são externas ao campo de observação”
(MINAYO, 2005, p. 84). Estudos de cunho etnometodológico: “entende-se por etnometodologia a prática teórica
que preconiza a observação e a investigação detalhada dos fatos, no lugar em que eles ocorrem, com a finalidade de
produzir uma descrição minuciosa e densa das pessoas, de suas relações e de sua cultura. [...] em seu sentido estrito,
tem certos problemas quanto a seu uso para investigação avaliativa, pois não permite comparação e nem se presta para
construir cenários voltados ao futuro, uma vez que ela tem uma perspectiva sincrônica (Minayo, 2004). Quando
combinada com a abordagem dialética é de grande valia e pode render excelentes resultados compreensivos”
(MINAYO, 2005, p. 84-85). Estudos interacionistas simbólicos: “a concepção interacionista das ações sociais
fundamenta-se no princípio de que o comportamento humano é autodirigido e observável em dois sentidos: o simbólico
e o interacional. [...] Nesta concepção, considera-se que qualquer pessoa pode planejar dirigir suas ações em relação à
outra e conferir o significado aos objetos que utiliza para realizar seus planos” (MINAYO, 2005, p. 85). Estudos de
investigação participante e de investigação-ação: “tem origem na década de 60 na psicologia social francesa. Na
América Latina, foram influenciadas pelo pensamento problematizador da realidade social a partir de Paulo Freire
(2003). [...] tiveram seu período áureo nos anos 60 e 70 na América Latina, tendo surgido como uma forma de
politização e de engajamento dos intelectuais de esquerda nos processos emancipatórios da Região. [...] no sentido
político que lhes deu origem se escassearam a partir dos anos 80. As propostas levadas à prática geraram muitas críticas
epistemológicas, sobretudo quanto ao seu status de cientificidade. Do ponto de vista acadêmico, tais iniciativas,
frequentemente, demonstraram grande fragilidade teórica ou simplesmente não previam a particação dos leigos em
todas as etapas de sua realização (por exemplo, nas análises dos resultados). Isto fragilizava a essência do modelo na
sua realização prática” (MINAYO, 2005, p. 86-87). Estudos de cunho hermenêutico-dialético: “esta combinação de
abordagem foi primeiramente descrita por Habermas (1997) por entender que, do ponto de vista do pensamento, ela
faz a síntese dos processos compreensivos e críticos. [...] Ao falar da articulação promissora entre dialética e
hermenêutica, Habermas diz que ‘a mesma razão que compreende, esclarece e reúne, também contesta, dissocia e
critica’ (1987:20), pois há tanta falta de transparência na linguagem como na vida real, onde poder e relações de
produção opõem contraditoriamente pessoas, grupos, classes. [...] Na sua articulação, a hermenêutica-dialética é
bastante produtiva para fundamentar as avaliações qualitativas. Ela constitui a projeção de um caminho de pensamento,
não se aferrando a nenhuma técnica específica. Pelo contrário, ela valoriza elementos de outras abordagens como a
fenomenologia, o interacionismo simbólico e a etnometodologia (Habermas, 1987) diferenciando-se delas e criticando-
as ao mesmo tempo, pois as considera descontextualizadas e extremamente preás à produção da linguagem em si [...]
Hermenêutica e dialética também ultrapassam a tarefa de serem simples ferramentas para o pensamento e estão
referidas à práxis estruturada pela tradição, pela linguagem, pelo poder e pelo trabalho. No entanto, enquanto a
hermenêutica enfatiza o significado do que é consensual da mediação, do acordo e da unidade de sentido, a dialética
se orienta para a diferença, o contraste, o dissenso, a ruptura de sentido e, portanto, para a crítica (Minayo, 2002; 2004)
(MINAYO, 2005, p. 88-90).
288
Mista
(Qualitativa e
Quantitativa);
20; 12%
Qualitativa;
150; 88%
O autor explica, ainda, “que não é possível estabelecer uma relação direta entre as técnicas,
os métodos e uma base epistemológica”. Relação direta não, ou seja, a articulação dependerá “da
construção lógica que o pesquisador elabora, nas condições materiais, sociais e históricas que
propiciam ou permitem o trabalho de pesquisa”. Enfim, depende do pesquisador: “a pesquisa é o
resultado dessas condições, considerando-se, portanto, um produto social e histórico” (SANCHEZ
GAMBOA, 2013b, p. 98).
Sabe-se que “diferentes concepções de realidade determinam diferentes métodos”
(SANCHEZ GAMBOA, 2012, p. 32). Também se sabe que “os estudos epistemológicos buscam
na filosofia seus princípios e na ciência seu objeto e têm como função não só abordar os problemas
gerais das relações entre a filosofia e a ciência, senão que também servem como ponto de encontro
entre estas” (SANCHEZ GAMBOA, 1987, p. 65).
Assim, as diferentes abordagens apresentam diferentes concepções de ciência. Iniciando-se
pela abordagem empírico-análítica, constata-se que:
Está relacionada com a concepção de causalidade. Conhecer os fenômenos por
suas causas, explica-las pelos antecedentes ou condicionantes é um dos objetivos
da ciência. A racionalidade científica exige um processo hipotético-dedutivo que
se fundamenta em dados de origem empírica, na formulação de hipóteses, na
comprovação ou “falsação” destas, geralmente, por meio de demonstração
matemática e em conclusões ou deduções lógicas, a partir dos dados e das
comprovações anteriores. Estas abordagens seguem os procedimentos aplicados
fundamentalmente nas ciências naturais e tratam o objeto como um todo
previamente delimitado, isolado e dissecado. Esse todo é dividido em partes ou
variáveis, todas elas se referem ao mesmo objeto e como tal podem ser
relacionadas entre si (SANCHEZ GAMBOA, 2012, p.96-97).
193
O dado é tomado da introdução ou capítulo relativo a metodologia no texto completo da dissertação ou tese.
Utilizou-se o comando “localizar” dos programas PDF ou WORD. Para verificar a concepção de ciência, buscou-se
as palavras: “ciência”; “conhecimento científico” e outros sinônimos. Já para verificar o critério de cientificidade ou
de prova científica, buscou-se as palavras “cientificidade”, “rigor científico”, “prova científica”, “comprovação”.
Dessa forma, destacou-se os parágrafos que contextualizam o termo; selecionou o sentido predominante; registrou esse
sentido ou as expressões utilizadas pelos autores, ou fez-se uma síntese das principais concepções. Esse registro foi
documentado na planilha, na qual consta, entre parênteses, a(s) página(s) da citação ou das referências. No caso de não
localizar nenhuma das palavras acima, inseriu-se na planilha “nada consta” (NC) ((PROTOCOLO DE
PREENCHIMENTO DAS PLANILHAS EXCEL RELATIVAS AOS INSTRUMENTOS DE REGISTRO DA
CARACTERIZAÇÃO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA – cedido pelo Prof. Silvio Sanchez Gamboa).
291
194
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “A evolução da modernidade na filosofia
e na literatura: a literatura vitoriana como tradução moralizante no ensino de uma época” (Defesa em 1999)
293
alcance de sua ciência (p.44). Pelo corpo o homem se faz presente no mundo. Pela
fabricação encetada pelo homem, o mundo é objetivado, distinguindo-se eu e
mundo. A relação dual é identificada através de estudos paleontológicos que
descobrem, ao lado de esqueletos de hominídeos, objetos de pedra e osso por eles
fabricados13. São produtos técnicos de uma ciência factual que não indaga da
causa primeira porque está inteiramente voltada para a finalidade utilitária. Essas
expressões rudimentares, geradas pelo homo faber, são fundadas na cultura a
mesma que o homem moderno se orgulha de propalar (p.48). É a ciência da
unidade e da diferença, da pequenez e da grandiosidade, do poder e da impotência
que justifica as abstrações sobrenaturais mítico-religiosas que fazem parte da
história de todos os povos primitivos (p.59) (PA005195).
Abaixo, outro exemplo no qual se coloca a Filosofia como ciência histórica, que “quer dar
ao homem uma consciência crítica”.
195
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “Homem - Cultura unidade essencial”
(Defesa em 1999).
196
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “Perspectivas e possibilidades de
aproximação da Filosofia e Literatura no pensamento de Benedito Nunes: um estudo hermenêutico” (Defesa em 2003).
294
Seguem abaixo mais dois exemplos para destacar uma concepção de ciência explícita no
desenvolvimento das pesquisas: o materialismo histórico e dialético.
No mesmo texto, Soares (2000) ainda afirma que estes estudos não apresentam
um término, pois: [...] da mesma forma que a ciência se vai construindo ao longo
do tempo, privilegiando ora um aspecto ora outro, ora uma metodologia ora outra,
ora um referencial teórico ora outro, também a análise, em pesquisas de estado do
conhecimento produzidas ao longo do tempo, deve ir sendo paralelamente
construída, identificando e explicitando os caminhos da ciência, para que se revele
197
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “As concepções da história na era das
incertezas: paradigmas, formas e fontes” (Defesa em 2001).
198
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “O naturalismo e o contratualismo em John
Locke e em Jean-Jacques Rousseau : convergências mapeadas pela análise de algumas categorias de seus
pensamentos à luz metodológica do materialismo histórico dialético” (Defesa em 2008).
199
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “Educação, Filosofia e Design: a Pedagogia
Histórico-Crítica como proposta de formação teórica e de apropriação emancipatória da estética como prática
social” (Defesa em 2015).
295
O projeto de Vico não tinha em vista esta ou aquela ciência particular, tanto é
assim que ele se referiu à filologia como uma área do saber que se ocupa das
diversas manifestações objetivas do homem. A proposta formulada por Vico
almejava o estabelecimento de um novo domínio científico, conhecido
genericamente, nos séculos que se seguiram, como ciências humanas. A atitude
de Vico, como a citação acima tornou clara, foi proceder à investigação das coisas
humanas pautada pela filosofia. Isso não significou a subordinação da ciência à
filosofia. Vico pretendeu deixar claro que o estudo do mundo social só é possível
com o auxílio prestado pela reflexão filosófica. A ciência deve possuir autonomia,
mas deve também recorrer à razão para se certificar da verdade dos seus
conhecimentos (p.16). A atividade a que Vico se propôs — contida na Sn44,
naquilo que ela é ciência social — foi investigar as origens das nações, que trazem
consigo os princípios do que é o homem. [...] O trabalho sobre os primórdios da
civilização ofereceu para Vico a certeza do pensamento e o conhecimento da sua
gênese. As suas descobertas só foram possíveis pelo fato de ele ter estabelecido
desde o início a reciprocidade entre investigação e reflexão, entre teoria do
conhecimento e ciência. Desta forma, a verdade sobre os homens primitivos pode
ser buscada nas mudanças que ocorrem na mente de cada um de nós, e, assim
também, a macrohistória e a microhistória possuem implicações recíprocas: uma
se faz racional por intermédio da outra. A harmonia entre a atividade reflexiva da
filosofia e a atividade investigativa das ciências humanas não logrou esse
caminho. [...] Nesta tese nos empenhamos em demonstrar a validade do propósito
de Vico. Conforme o título sugere, a abordagem filosófica da infância está
diretamente relacionada com o nascimento das ciências humanas. (p.17). O
método para as ciências humanas implica na obstinada observação das provas
filológicas, o caminho seguro para penetrar o significado adormecido que encerra
a verdade das coisas humanas (p.27). As ciências humanas contribuem com a
filosofia no esforço constante e propedêutico de humanização do homem. A
originalidade, que esperamos ter alcançado com o nosso trabalho, reside na
apresentação de um Vico o mais próximo possível ao que ele tenha sido em vida,
por isso o apresentamos como formulador de um projeto racionalista para as
ciências humanas, e, portanto, não necessariamente o precursor ou antecipador
das muitas ciências surgidas ao longo dos dois últimos séculos. Este tipo de
apresentação tem sido a característica dos comentadores mais apaixonados,
200
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “Regime de Colaboração: um recorte
temporal dos artigos publicados na plataforma periódicos CAPES (1996-2014)” (Defesa em 2019).
296
Por fim, segue um trecho de uma pesquisa com abordagem crítico-dialética, na qual, a
concepção de ciência encontra-se implícita em seu desenvolvimento.
A partir dos exemplos apresentados acima, espera-se ter tornado claro que os pesquisadores
desenvolvem suas pesquisas abordando suas concepções de ciência ora explícitas, ora implícitas.
De um modo geral e, para resumir, Sanchez Gamboa (1989, p.102) explica: “Enquanto a concepção
analítica tem a causalidade como eixo da explicação científica e a fenomenologia-hermenêutica
tem a interpretação como fundamento da compreensão dos fenômenos, a dialética considera a ação
como a categoria epistemológica fundamental”.
Sobre os critérios de cientificidade ou prova científica, que distingue o conhecimento
científico dos outros tipos de conhecimento, sabe-se que “a validade dos requisitos da prova se
reduz à validade dos instrumentos, à confiança nos modelos de análises escolhidos e à confiança
no processo do raciocínio lógico” (SANCHEZ GAMBOA, 2012, p.42). Ao olhar esse “conjunto”,
percebe-se o comprometimento dos pesquisadores do Grupo PAIDEIA com os critérios de
cientificidade, uma vez que muitas das pesquisas apresentam instrumentos e modelos de análises
confiáveis, além de reflexões críticas que esclarecem o processo de raciocínio lógico.
A validação dos requisitos da prova se refere à operação que conduz a justificar
que o procedimento realizado é científico e verdadeiro. Os processos científicos
podem ser metodologicamente provados, e é nisto que se distingue o discurso
científico dos demais discursos. Em oposição ao contexto da descoberta, situação
não metodológica do nascimento das teorias, o contexto da justificação exige
métodos pelos quais provamos o processo que utilizamos para averiguarmos se
este eventualmente nos conduz ou não ao conhecimento da realidade (SANCHEZ
GAMBOA, 2012, p.81-82)
201
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “A infância e as Ciências Humanas na
Filosofia Social de Giambattista Vico” (Defesa em 1999).
202
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “As Universidades Confessionais no
Ensino Superior brasileiro: identidades, contradições e desafios” (Defesa em 2001).
297
203
Dado tomado da introdução ou capítulo relativo à metodologia no texto completo da dissertação ou tese
(PROTOCOLO DE PREENCHIMENTO DAS PLANILHAS EXCEL RELATIVAS AOS INSTRUMENTOS DE
REGISTRO DA CARACTERIZAÇÃO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA – cedido pelo Prof. Silvio Sanchez Gamboa).
298
Analisar a tabela acima nos remete à afirmação: “a simples coleta e tratamento de dados
não é suficiente, faz-se necessário resgatar a análise qualitativa para que a investigação se realize
como tal e não fique reduzida a um exercício de estatística” (SANCHEZ GAMBOA, 2012, p. 44).
Não basta apresentar a forma, mas sim, relacioná-la com o conteúdo. Nesse sentido, constata-se
que apontar os dados: “apresenta” (13,5%); “não apresenta” (86,5%), possibilitaria correr o risco
de afirmar uma falta de critérios de cientificidade na produção analisada, correto? Então, seria uma
não verdade. Estar-se-ia trazendo uma visão reduzida da realidade; estar-se-ia apresentando um
dado não articulado como outros elementos que constituem a investigação científica, como, as
técnicas, os métodos, as teorias e os pressupostos filosóficos (epistemológicos, gnosiológicos e
ontológicos) (SANCHEZ GAMBOA, 2012).
Ao fazer essa articulação, percebe-se a produção analisada apresenta critérios de
cientificidade e essa percepção é possível, porque este estudo baseia-se na epistemologia da
pesquisa educacional, ou seja:
[...] significa que tomamos como objeto a produção do conhecimento gerado
como pesquisa científica na área de educação e a analisamos à luz das categorias
filosóficas, utilizando para isso esquemas conceituais que propiciam o estudo das
articulações entre os elementos constitutivos da investigação (técnicas, métodos,
teorias, modelos de ciência, pressupostos filosóficos).
Neste caso, a abordagem epistemológica se caracteriza por analisar, de forma
articulada, os aspectos técnico-instrumentais para relacioná-los com os níveis
metodológicos, teóricos e epistemológicos, e estes, por sua vez, com os
pressupostos gnosiológicos e ontológicos relativos à visão de realidade implícita
na pesquisa (SANCHEZ GAMBOA, 2012, p. 55).
Identificaram-se nas pesquisas alguns tipos de critérios. São eles: “‘teste’ dos instrumentos
utilizados”; “capacidade de ser provada pela experiência, seja por intermédio da ‘verificação’, seja
por meio da ‘falsação’”; “limitam à demonstração ou à correlação entre as premissas e conclusões”;
“processos puramente formal da dedução”; “fundamentam a prova na intuição da verdade de uma
proposição” (SANCHEZ GAMBOA, 2012, p. 82).
Para exemplificar, seguem alguns trechos retirados dos textos das dissertações e teses
defendidas no Grupo PAIDEIA, com seus respectivos “códigos de registro das pesquisas”:
“Teste” de instrumentos utilizados:
Verificar a posição que alunos surdos ocupam no mapeamento das interações
sociais em sala de aula a partir da aplicação do teste sociométrico. Confrontar os
resultados do teste sociométrico com o Parecer das escolhas (p.20). [...] A classe
299
Verificação:
A posição sustentada por Cassirer é passível de contestação, porque existe outra
linha de raciocínio que nota no desenvolvimento da cultura renascentista,
avançando até o século XVIII, a formulação, desde Maquiavel, dos alicerces da
ciência social. Embora as ciências humanas tenham adquirido o estatuto de
cientificidade — ainda hoje questionável — no transcorrer da segunda metade do
século XIX, principalmente por força do ideário positivista, as origens da ciência
do homem têm por marco histórico o Renascimento, existindo desde então
momento a pretensão de se fazer uma ciência da sociedade (p.29). Porém, esta
ligação existe e remonta, muito provavelmente, a Hamann (1730-1788), aclamado
pelos seus contemporâneos como o “mago do norte”. Este pensador romântico
viveu na mesma época e na mesma cidade de Kant (1724-1804), Königsberg, e
manteve com ele grande amizade. A esses dois nomes acrescentamos o elo
definitivo para a comprovação do conhecimento que os românticos tiveram da
obra de Vico (p.31) (PA007).
204
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “Práticas sociais interativas de alunos com
surdez no contexto da sala de aula de pós-graduação: contribuições da Sociometria” (Defesa em 2016).
205
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “Ética e Mídia: os periódicos de
divulgação científica brasileiros e seus discursos sobre Ética da Ciências” (Defesa em 2005).
300
Premissas e conclusões:
Fizemos, portanto, um trabalho investigativo, analítico e crítico. A dissertação que
ora apresentamos busca reconstruir esta trajetória, com o crivo da reflexão
metódica (p.13). Enfim, de uma investigação prática da realidade escolar,
buscamos identificar as articulações históricas, políticas, epistemológicas e legais
que condicionam e determinam identidades e contradições na Filosofia e na
Educação. Ao final apresentamos algumas lições descobertas, bem com
reafirmamos nossos propósitos e convicções acerca da Filosofia e da concepção
emancipatória da Educação: uma potencialidade humanizadora e intrinsecamente
revolucionária (p.14) (PA053207)
Dedução:
Para os estudos de doutoramento propusemos investigar e sistematizar a
fundamentação filosófica produzida nos trabalhos sobre a Sexualidade Humana
na reflexão teórica de M. FOUCAULT (1926-1984), S. FREUD (1856-1939) e
W. REICH (1897-1957), que representam os três eixos e matrizes principais do
entendimento científico contemporâneo sobre a questão e suas inter-relações com
as abordagens atuais e discursos vigentes no campo da Educação. Trata-se de uma
pesquisa bibliográfico-analítica, conquanto estuda os conceitos estruturais do
pensamento destes autores, sob uma perspectiva metodológica histórico-
filosófica. A questão do método sempre nos remete a um estudo mais aprofundado
das categorias que assumimos para a determinação da pesquisa. No presente caso,
queremos que a Sexualidade seja (p.6) compreendida a partir das correlações
analíticas e interpretativas da Filosofia, através do concurso significativo da
História. As hipóteses iniciais que marcaram a fundamentação teórica e a
206
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “Filosofia, Educação e Esclarecimento: os
livros de autoajuda para educadores e o consumo de produtos semiculturais” (Defesa em 2009).
207
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “O Ensino da Filosofia da Educação
no Ensino Médio em Campinas-SP: da Crise de Identidade à Desestruturação Institucional Pós – LDBEN” (Defesa
em 2003).
208
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “Educação Sexual na escola e a Pedagogia
da Infância: matrizes institucionais, disposições culturais, potencialidades e perspectivas emancipatórias” (Defesa
em 2009).
301
Esta análise será feita por amostragem através das grades curriculares de quatro
universidades brasileiras. A leitura dos currículos possibilitará apontar alguns
efeitos ou relações constantes entre as transformações por que passa a organização
da produção econômica no capitalismo e suas influências sobre os aspectos
educacionais de sua formação (p.01). [...] A análise da composição dos cursos de
economia que dará suporte à interpretação da função do economista será realizada
pela seleção das grades curriculares de quatro Universidades brasileiras. As
universidades selecionadas são: PUC-Campinas, USP, UNICAMP e UFMU
(Universidade Faculdades Metropolitanas Unidas, de São Paulo) (p.2)
(PA046210).
Daí que, para darmos uma resposta à questão se há ou não fundamentos éticos em
Marx, nos propusemos a pesquisar diretamente os seus escritos. Diante da
dificuldade de uma análise profunda da vasta produção teórica marxiana,
escolhemos e decidimos investigar alguns dos seus primeiros escritos, destacando
entre estes os Manuscritos Econômicos Filosóficos de 1844 e A Ideologia Alemã.
No entanto, mesmo sem podermos analisar exaustivamente todos os textos
209
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “Filosofia, Educação e Educação Sexual:
matrizes filosóficas e determinações pedagógicas do pensamento de Freud, Reich e Foucault para a abordagem
educacional da sexualidade humana” (Defesa em 2001).
210
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “A função social do Economista na
sociedade capitalista em tempos de globalização: fundamentos filosóficos e marcos políticos” (Defesa em 2002).
211
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “Estética da violência: jornalismo e produção
de sentidos” (Defesa em 1999).
302
O que se quis mostrar com esses exemplos é que, mesmo sem localizar certas palavras no
texto do autor, conforme protocolo de preenchimento de planilhas excel, as pesquisas possuem
critérios de cientificidade. Ou seja, os pesquisadores de um forma ou outra procuram, em sua
maioria, garantir uma validação, uma cientificidade.
Ao trabalhar com as questões que envolvem o nível epistemológico, não podemos deixar
de investigar se a problemática215 foi respondida, portanto, se as pesquisas apresentaram resultados
212
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “Fundamentos da Ética Marxista: a crítica
radical da sociedade capitalista e as mediações políticas para a construção da emancipação humana” (Defesa em
2007).
213
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “Ensino Superior, controle estatal, avaliação
institucional e o SINAES: matrizes histórico-institucionais, contradições políticas e perspectivas de autonomia do
ensino superior brasileiro para além do SINAES” (Defesa em 2013)
214
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “Política, Educação e Sociedade: a atualidade
da Pedagogia Freireana na superação dos estigmas autoritários nas relações escolares no Brasil” (Defesa em 2015)
215
Que problemáticas foram estas? Quais as perguntas que o Grupo PAIDEIA se coloca? Que necessidades respondem
esses problemas? As perguntas e problemáticas de pesquisa estão descritas no Apêndice VII. Sugere-se que os
303
e identificaram conclusões de seus estudos. Enfim, nesta análise de resultados e conclusões, o que
se pretende é verificar se as perguntas foram respondidas e se os objetivos foram atingidos. O
preenchimento da Planilha Excel “II A (Análise Epistemológica)” foi fundamental, uma vez que,
ao preenchê-la, de acordo com as extrações de textos das dissertações e teses, obteve-se um
panorama geral a respeito de cada pesquisa. Assim, ao se lerem as conclusões216 das dissertações
e teses pesquisadas, voltava-se às perguntas para verificação da articulação pergunta-resposta.
Nesta análise, não se consideraram apenas as perguntas-sínteses, mas as diversas perguntas
anunciadas nas pesquisas.
Constatou-se que a maioria das pesquisas (52,9%), em seus textos de “Conclusão” ou de
“Considerações Finais”, voltavam às perguntas para articulá-las com as respostas. A exemplo,
seguem alguns trechos das conclusões/considerações finais, que comprovam o que se afirma.
Foram selecionados 10 (dez) trechos para exemplificar.
As teorias que conduziram a estas discussões foram guiadas por uma questão
problematizadora fundamental: como se dá a construção do sentido ético-estético
do corpo na cultura popular? Tal inquietação levou-me a um campo diverso e
pesquisadores do Grupo PAIDEIA se organizem para realização de uma pesquisa matricial, uma vez que os problemas
estão postos num mundo da necessidade: necessidade de dialogar com essas problemáticas.
216
Planilha Excel II A – leu-se os trechos da coluna “T” (Principais resultados) e da coluna “U” (Conclusão Principal).
Os dados para preenchimento foram tomados dos resumos ou das conclusões no texto completo das dissertações ou
teses.
217
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “A proposta da avaliação institucional da
Universidade Brasileira: investigação das perspectivas históricas e institucionais a partir de pressupostos filosóficos,
éticos e sociológicos emancipatórios” (Defesa em 2004).
304
218
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “O sentido ético-estético do corpo na
cultura popular” (Defesa em 2004).
219
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “Teoria Crítica da didática na tradição
institucional da Universidade Brasileira: contradições epistemológicas, possibilidades políticas e tendências atuais”
(Defesa em 2006).
220
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “A formação do cirurgião-dentista nas
Universidades Públicas Paulistas: diretrizes curriculares, projetos político-pedagógicos e necessidades sociais”
(Defesa em 2008).
221
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “Educação Sexual e Formação de Professores
de Ciências Biológicas: contradições, limites e possibilidades” (Defesa em 2009).
305
222
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “Futebol, ideologia e educação: uma
abordagem histórico-crítica” (Defesa em 2009).
223
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “As políticas de educação de jovens e adultos
no Brasil e suas formas institucionais e históricas no município de Paulínia/SP: as contradições e potencialidades do
conceito de trabalho como princípio educativo emancipatório” (Defesa em 2010).
224
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “Regime de Colaboração: um recorte
temporal dos artigos publicados na plataforma periódicos CAPES (1996-2014)” (Defesa em 2019).
225
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “Educação musical na Colômbia: movimentos
políticos e pedagogias predominantes (1819 – 1974)” (Defesa em 2019).
306
Nosso trabalho seguiu uma trajetória que buscou expor, num primeiro momento,
os principais conceitos de dois modelos de Ética: a filosófica, de Henrique C.
Lima Vaz, e a da personalidade moral construída, de Josep Maria Puig, além da
Ética como tema transversal dos Parâmetros Curriculares Nacionais (p.119).
Munidos com esse conjunto de informações nos dirigimos ao segundo momento
de nosso trabalho que consistiu em discutir a questão do conflito moral e da moral
como conflito. Antes, porém, com o objetivo de ampliar as idéias e os conceitos
que foram expostos no primeiro momento, analisamos as semelhanças e
diferenças entre os dois modelos e a Ética transversal, e percebemos que existem
semelhanças entre o conjunto proposto por Puig e os PCNs, das quais focamos,
dentre outros, que: ambos admitem a transversalidade como principal recurso de
inserção da Ética na educação; concluem que a filosofia é insuficiente para tratar
da Ética em razão das transformações contemporâneas, conseqüentemente
226
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “O Projeto Educativo de Integração
Social e a Formação Inicial de Professores” (Defesa em 2019).
227
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “O paradigma inclusivo das políticas
educacionais e o paradigma excludente das políticas econômicas nos anos 90: o constructo sócio-conceitual da
normalidade/anormalidade (ou adequação social)” (Defesa em 2004).
228
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “A ação educativa na perspectiva da teoria
do agir comunicativo de Jürgen Habermas: uma abordagem reflexiva” (Defesa em 2005).
307
Este estudo teve como objetivo identificar e analisar as bases teóricas e políticas
que embasam o projeto pedagógico do Curso de Formação Específico oferecido
pela EFAP. Para tanto, recuperamos informações sobre os cursos de formação
continuada oferecidos nesta escola e especificamos a análise no Curso de
Formação Específico, oferecido no ano de 2010 (p.263) (PA187232)
229
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “A ética do conflito em Henrique C. Lima
Vaz, Josep Maria Puig e nos Parâmetros Curriculares Nacionais, PCN’s” (Defesa em 2006).
230
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “Sociedade da Informação: elementos de uma
ética da integração na era do “Homem Código de Barras” (Defesa em 2007).
231
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “Ensino de Filosofia no nível médio:
por uma cidadania da práxis” (Defesa em 2011).
232
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “As bases teóricas e políticas na formação
continuada dos professores da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo: a escola de formação e
aperfeiçoamento em análise” (Defesa em 2015).
308
Dito isso, é necessário retornar aos objetivos da tese e alinhavá-los de tal forma a
completar a tessitura da colcha. Nosso primeiro objetivo consistia em identificar
e refletir sobre as concepções de Mundo, de Homem e de Educação em Paulo
Freire e, a partir daí, inferir suas possíveis ideias de Infância e de Criança (p.140).
O nosso segundo objetivo consistia em cotejar as concepções de Infância e de
Criança com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil
(DCNEI) e, para tal, lançamos mão da prerrogativa que é adotar o pensamento de
Freire como contextual e integral (p.144) (PA204234)
233
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “Práticas sociais interativas de alunos com
surdez no contexto da sala de aula de pós-graduação: contribuições da Sociometria” (Defesa em 2016).
234
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “Infância, escola e educação das crianças no
pensamento de Paulo Freire: fundamentos teórico-práticos de uma pedagogia humanizadora” (Defesa em 2017).
309
235
“Principais recomendações: recomendações ou propostas de mudança ou intervenção. Dado tomado do resumo ou
das conclusões no texto completo da dissertação ou tese” (PROTOCOLO DE PREENCHIMENTO DAS PLANILHAS
EXCEL, cedido pelo Prof. Silvio Sanchez Gamboa)
310
A defesa e a necessidade da Filosofia nas escolas – seguem trechos de duas pesquisas (PA014e
PA100) para exemplificar
236
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “O conceito de responsabilidade em Hans
Jonas” (Defesa em 1999).
237
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “Racionalidade Comunicativa e Educação
Emancipada” (Defesa em 1999).
311
238
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “O ensino de Filosofia e “a educação
de si mesmo” refletindo com Nietzsche” (Defesa em 2000)
312
A Educação Sexual como bandeira para emancipação humana – seguem trechos de duas pesquisas
(PA032 e PA123) para exemplificar
A Educação Sexual para a emancipação humana é uma bandeira que semente
poderá acontecer na dinâmica do triunfo de processos humanizadores na base
material e política da sociedade. Os processos de produção e de avanço das forças
de transformação da sociedade deverão estar em sintonia coma as utopias de uma
sexualidade emancipatória (p.275) (PA032240).
A Paideia Crítica conscientizando que uma das maiores necessidades do homem contemporâneo
é a Educação.
À Paidéia Crítica que se propõe para a contemporaneidade compete a tarefa de
acabar com o silêncio dessa imensa maioria. Uma das grandes necessidades do
homem contemporâneo, se não a maior, é a de Educação (p.122). [...] Que tipo de
professor se quer? Que tipo de aluno se quer? Quais conhecimentos se irá
239
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “A Filosofia e seus usos: crítica e acomodação”
(Defesa em 2007)
240
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “Filosofia, Educação e Educação Sexual:
matrizes filosóficas e determinações pedagógicas do pensamento de Freud, Reich e Foucault para a abordagem
educacional da sexualidade humana” (Defesa em 2001)
241
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “Educação Sexual e Formação de Professores
de Ciências Biológicas: contradições, limites e possibilidades” (Defesa em 2009).
242
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “A proposta da avaliação institucional da
Universidade Brasileira: investigação das perspectivas históricas e institucionais a partir de pressupostos filosóficos,
éticos e sociológicos emancipatórios” (Defesa em 2004).
313
priorizar? São todas questões que, talvez seja bem mais importantes que muitas
das respostas que foram impingidas aos educadores desde a modernidade. E neste
labirinto de indagações e de inquietações, não há alternativa melhor que continuar
procurando a saída. E esta procura, por mais paradoxal que possa parecer, nos
leva adiante porque quem procura não está parado. A ascenção ao Bem, à Verdade
e à Luz indicada pelo Mito da Caverna aponta o tipo de homem que paidêutica e
criticamente se deve educar. A reflexão filosófica e paidêutica é o caminho que
se indica para esta retomada. Mas uma reflexão confrontada com a pluralidade
complexa de questões psicológicas, antropológicas, sociais e econômicas. Uma
retomada de princípios educacionais e educativos que fujam do mascaramento
ideológico, e que esteja em consonância não com o novo, mas com o permanente.
E o que é permanente em educação? É a pedagogia que não perde de vista a busca
da perfectibilidade humana. Voltou-se aos gregos? E por que não? E por que sim?
Porque os saberes hoje já não são propriedade de ninguém, muito menos dos
professores. Estão ao alcance virtual de quem queira acessá-los. O ato pedagógico
já não pode ser encarado como transmissão de conhecimento. Mas pode, e muito
bem, ser encarado como a saída da Caverna. Que na linguagem ficcional de
Saramago virou atração de uma grande loja de departamentos (p.123) (PA083243)
A proposta de uma didática histórico-crítica – seguem trechos de duas pesquisas (PA093 e PA109)
para exemplificar
Para tanto, propor uma Didática Histórico-crítica implica propor uma teoria de
ensino pensada a partir da idéia de indivíduo histórico social construído
coletivamente no contexto onde se encontra inserido (p.191) (PA093244)
A Educação Física e seu papel na emancipação – seguem trechos de três pesquisas (PA103, PA205
e PA214) para exemplificar
A construção de um “novo homem” e de uma nova sociedade é possível por meio de uma educação
revolucionária
246
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “O bacharelado em recreação e lazer
da FEF/UNICAMP (1990-2005): projetos de formação, disposições institucionais e contradições políticas” (Defesa
em 2007).
247
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “A produção teórica sobre o ensino de
Educação Física escolar: balanço e perspectivas (1980-2015)” (Defesa em 2017).
248
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “Educação Física e saúde: necessidades
e desafios nos currículos de formação profissional” (Defesa em 2011).
315
A formação integral do sujeito, o direito à educação e a educação como direito – seguem trechos
de duas pesquisas (PA218 e PA223) para exemplificar
249
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “Fundamentos da ética marxista: a crítica
radical da sociedade capitalista e as mediações políticas para a construção da emancipação humana” (Defesa em
2007)
250
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “Tendências teórico-filosóficas das teses em
Educação Especial desenvolvidas nos cursos de Doutorado em Educação e Educação Física do Estado de São Paulo
(1985-2009)” (Defesa em 2013).
251
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “O olhar da coruja e o equilíbrio da balança:
o lugar da Filosofia no Direito” (Defesa em 2017)
316
253
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “Direito à Educação, Educação Infantil,
infância e criança: pressupostos filosóficos, movimentos, ideias e lutas políticas de integração da Educação Infantil
ao Sistema Nacional de Educação” (Defesa em 2018).
318
Com relação à primazia do objeto ou do sujeito, o autor, baseado em seus estudos acredita
que é possível
[...] supor que as abordagens empírico-analíticas privilegiam a objetividade, ou
seja, o processo cognitivo centralizado no objeto; as abordagens fenomenológicas
centralizam o processo no sujeito, neste sentido, privilegiam a subjetividade, e as
abordagens crítico-dialéticas privilegiam a relação entre o sujeito e o objeto, a
síntese entre o subjetivo e o objetivo (SANCHEZ GAMBOA, 2012, p.139, grifo
nosso).
254
Protocolo de Preenchimento das Planilhas Excel relativas aos instrumentos de registro da caracterização da
produção científica (cedido pelo Prof. Silvio Sanchez Gamboa).
319
Para relacionar a forma com o conteudo, acrescenta-se aos dados do quadro, outras
informações:
Exemplo 1: A pesquisa abaixo se dedicou ao estudo de práticas sociais interativas de alunos com
surdez no contexto de sala de aula de pós-graduação a partir de contribuições da sociometria.
Utilizou-se, na coleta de dados, o “Teste Sociométrico, na versão objetiva e Teste Perceptivo,
versão subjetiva ou auto-avaliação da escolha” (p.22).
As relações entre indivíduo e sociedade têm sido objeto de numerosas
investigações desde o século XIX, mas é no século XX, na década de 1930, que a
procura de uma resposta científica para as questões envolvendo as relações sociais
tem um período fértil, com o surgimento das primeiras pesquisas sobre a interação
social, apresentando-se como um prolongamento da Psicologia Geral, em
especial, as pesquisas nas relações sociais desenvolvida por Moreno (1992),
objetivando facilitar a vida em grupo (p.14). Algumas correntes teóricas
argumentam que socialmente o indivíduo surdo é colocado muito mais em
posição de objeto do que de sujeito, outras contestam essa premissa, entendendo
que os surdos são sujeitos, não referindo apenas à sua condição de sujeitos
psicológicos, capazes de exercer funções, mas que é capaz de distanciamento
crítico em relação a este cotidiano, articular razão e emoção e construir o seu
sonho, como por exemplo, colocando-se contra a relação entre deficiência
auditiva e problemas no desempenho de papéis como sinônimos (p.15). [...] Ao
tratar de metodologia, Moreno (1992) declara a influência que a Escola de
Chicago (1930) teve em sua visão de mundo e na tentativa de unir a objetividade
desta escola, os métodos quantitativos em voga na época, com sua perspectiva
subjetivista e fenomenológica existencialista que trazia das discussões com os
filósofos de sua época de Viena. O pensamento de Moreno foi influenciado por
questões de uma filosofia da ação social prática engajada e da construção conjunta
da realidade pelos sujeitos integrantes de uma comunidade, ligadas às lutas sociais
e democráticas (MORENO, 1992) (p.20). (PA200255, grifo nosso)
255
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “Práticas sociais interativas de alunos com
surdez no contexto da sala de aula de Pós-graduação: contribuições da Sociometria” (Defesa em 2016).
320
Neste trecho, é possível perceber que o todo, é tratado de forma previamente limitado e
isolado de seus contextos: “As relações entre indivíduo e sociedade têm sido objeto de numerosas
investigações desde o século XIX, mas é no século XX, na década de 1930 [...]”, (p.14); e, a
objetividade é privilegiada: “Ao tratar de metodologia, Moreno (1992) declara a influência que a
Escola de Chicago (1930) teve em sua visão de mundo e na tentativa de unir a objetividade desta
escola, os métodos quantitativos em voga na época” (p.20).
Exemplo 1: Nesta pesquisa (PA007), buscou-se uma nova ideia de infância a partir dos escritos
filosóficos de G. Vico (1668-1744). No trecho destacado abaixo, percebe-se que a subjetividade é
privilegiada: “Acreditamos que o redimencionamento da infância deu novo significado à
existência; por este motivo acreditamos, também, que as ciências humanas resultaram dessa sua
ligação com a descoberta da subjetividade, como algo em movimento e que vai se fazendo ao
256
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “Regime de Colaboração: um recorte
temporal dos artigos publicados na plataforma periódicos CAPES (1996-2014)” (Defesa em 2019).
257
Refere-se a 10% das pesquisas classificadas com abordagem fenomenológico-hermenêutica.
321
longo da existência, conferindo-lhe sentido racional por meio da apropriação dos conhecimentos
necessários à vida (p.21)”.
O sujeito moderno é aquele que — além do nome — tem a identidade que o seu
tempo lhe confere, permitindo que por meio da sua história se torne possível
adentrar a história do seu tempo. A importância conferida ao sujeito nos trabalhos
de Descartes relativos ao método para a pesquisa da verdade, associada à
valorização da história iniciada com Maquiavel (1469-1527), acompanhadas do
ideal educativo dos humanistas, tornaram possíveis novas investigações sobre a
vida do homem, vinculando-o com estudo das suas instituições, tais como o
Estado, o direito, a língua, a economia. (p.18) Os racionalistas e os empiristas do
século XVII tomaram o intelecto como o objeto de reforma. (p.20) Acreditamos
que o redimencionamento da infância deu novo significado à existência; por este
motivo acreditamos, também, que as ciências humanas resultaram dessa sua
ligação com a descoberta da subjetividade, como algo em movimento e que vai
se fazendo ao longo da existência, conferindo-lhe sentido racional por meio da
apropriação dos conhecimentos necessários à vida (p.21). A filosofia da história,
ou a nova história do setecentos — não estamos ainda nos referindo à história
das mentalidades —, fixou o seu objeto em consonância com a filosofia do
período clássico da Modernidade, tentando decifrar, agora de maneira racional, o
enigma mais antigo (p.23-24) A nova subjetividade foi enquadrada pelo more
geométrico (p.24). Neste cenário otimista, Vico elegeu o mundo social como
objeto de investigação. (p.25) A idéia de uma natureza humana como a segunda
natureza foi uma tentativa de resistência à nova ordem totalitária, que se iniciou
com a determinação do sujeito na perspectiva da mera abstração, como diria mais
tarde Hegel (1770-1831) ao se referir à consciência de si. (p.27) Menor ainda foi
o reconhecimento da contribuição decisiva de Vico para o historicismo, tão
cultivado pela cultura alemã do século XIX. Porém, esta ligação existe e remonta,
muito provavelmente, a Hamann (1730-1788), aclamado pelos seus
contemporâneos como o “mago do norte”. Este pensador romântico viveu na
mesma época e na mesma cidade de Kant (1724-1804), Königsberg, e manteve
com ele grande amizade. A esses dois nomes acrescentamos o elo definitivo para
a comprovação do conhecimento que os românticos tiveram da obra de Vico.
Estamo-nos referindo a Herder (1744- 1803) (p.31). A obra de Hamann — assim
como a de Vico — mereceu o “esquecimento”, embora tenha sido objeto da
leitura de Herder e de Goethe (1749-1832), entre outros românticos alemães.
(p.32) Os cientistas sociais contemporâneos perderam de vista a importância que
a filosofia tem para a atividade investigativa da ciência e, com esse
distanciamento, acabaram por se perder no labirinto da subjetividade (p.35)
(PA007258, grifo nosso)
Exemplo 2: O trecho abaixo foi escrito por um pesquisador que estudou Hegel. Seu propósito foi
refletir sobre o princípio de subjetividade como fundamento da educação. Nesta citação percebe-
se uma ênfase à subjetividade.
258
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “A infância e as Ciências Humanas na
Filosofia Social de Giambattista Vico” (Defesa em 1999).
322
mesmo. Orientada pela segunda, ela se constitui pela relação que o sujeito
desenvolve com o outro sujeito (p.4). Considerando a educação fundamentada
neste segundo sentido da subjetividade, podemos conseqüentemente presumir
que ela compreende: a) um sujeito que se constitui a partir da relação que mantém
com o mundo e com outro sujeito; b) um desenvolvimento da consciência de si
do sujeito como um processo em que ele torna a si pela mediação do trabalho, da
cultura, da sociabilidade e da participação no estado; e c) uma percepção de que
o mundo não é uma totalidade de coisas existentes por si mesmas, na qual as
verdades são encontradas em objetos tomados como independentes do sujeito que
os conhece, mas o mundo é a realização da consciência que o homem tem de si
(p.4). Situados, então, no contexto da filosofia do sujeito, estamos nos opondo à
tendência atual que, por ter anunciado a morte da subjetividade qualquer que seja
o seu sentido, recebeu o vago título de pós-moderna. Talvez o melhor seria
denominá-la de pós-idealista, uma vez que o ponto de vista pós-idealista
(Nietzsche, Marx, Kierkegaard, as filosofias da existência) opõe-se à filosofia do
sujeito e da consciência. Procura evitar o solipsismo e a absolutização do sujeito,
conter o domínio de uma razão técnico-científica e afirmar a impossibilidade de
um sentido de vida universal e único (p.5). Para Hegel, o eu subjetivo é livre
quando; “está-em-si-estando-no-outro”. Isso significa que a subjetividade é um
processo de libertação do homem. A (p.5) subjetividade que é essencialmente
consciência-de-si só pode se constituir no outro e por meio do outro, este não é
um objeto qualquer, mas uma outra consciência-de-si (p.6). Da idéia de que a
subjetividade é um processo que leva o indivíduo a superar o seu ser-aí natural e
conquistar a sua autonomia e independência, por meio do reconhecimento
recíproco entre os indivíduos, ou seja, de que o sujeito só é tal pela correlação
com outro sujeito, concluímos a importância desses conceitos da filosofia
hegeliana, para pensarmos o homem como ser de relação (p.6). Anunciada a nossa
inclinação filosófica para tratar da subjetividade como fundamento da educação,
seguiremos expondo o objetivo de cada um dos quatro (p.8) capítulos em que é
dividido o nosso texto. No primeiro capítulo, “A subjetividade e a técnica”,
partiremos do diagnóstico de que a educação contemporânea está voltada ao
ensino do conhecimento técnicocientífico, requerido pelo mercado. Procuraremos
mostrar que esse processo educativo concebe o sujeito do ponto de vista de uma
subjetividade auto-referenciada, o que resulta no predomínio do saber técnico-
científico sobre os demais tipos de saber. No segundo capítulo, “A subjetividade
e o absoluto”, nossa reflexão encaminha - se para mostrar que, se a educação não
tem em vista apenas o ensino técnico, mas a formação humana, então encontra o
seu fundamento num outro princípio de subjetividade. Este encontra o seu esteio
na concepção hegeliana do absoluto manifestando-se como sujeito, totalidade e
espírito(história). Demonstraremos como tais dimensões do absoluto são
explicitadas no “Prefácio à Fenomenologia”. No terceiro capítulo, “A
Subjetividade e o reconhecimento”, analisaremos como se forma o conceito de
reconhecimento na seção “a Consciência-de-si”. Não poderemos fazer essa
análise, sem antes mostrar como se efetiva a articulação dialética entre a
consciência e a consciência-de-si para, na seqüência, tratar da dialética do senhor
e do escravo, como dialética do reconhecimento. No quarto capítulo, “A
Subjetividade e a formação cultural”, perscrutaremos as implicações da dialética
da cultura no processo de formação cultural, que pretende elevar o indivíduo à
esfera da universalidade. Faremos isso em dois momentos. No primeiro,
mostraremos a importância do agir e da obra humana no desenvolvimento
dialético da “Razão”. No segundo, mostraremos que no mundo da cultura a
324
Exemplo 4: Esta pesquisa, PA107) apresenta um estudo sobre E. Lévinas e, a partir dessa filosofia
humanista, faz-se uma articulação com a educação.
259
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “Educação e Formação: uma contribuição da
Fenomenologia do Espírito de Hegel” (Defesa em 2001).
260
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “Educação e Subjetividade: uma interpretação
à luz de Sartre” (Defesa em 2003).
325
261
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “A Filosofia Humanista de Emmanuel
Lévinas e suas articulações com a Educação” (Defesa em 2007).
326
ou tese. Dentre as demais que apresentaram esses dados, destacamos 10 (dez) 262 para exemplificar
a forma como é trabalhada a relação sujeito e objeto nestas pesquisas.
Exemplo 2: Abaixo, segue trecho de uma pesquisa que apresenta um estudo sobre a formação do
pesquisador na graduação. A autora estudou as principais obras brasileiras de Metodologia do
Trabalho Científico e desenvolveu uma crítica a respeito desse material: “este material não
contribui para a formação do discente enquanto pesquisador, afastando, assim, a ação pedagógica
desenvolvida no ambiente universitário da sua característica de praxis transformadora capaz de
proporcionar ao discente a autonomia mínima necessária” (Resumo).
A citação abaixo expressa bem o que se quer apresentar sobre a forma de entender o todo
nas pesquisas com abordagem crítico-dialéticas. Conforme Sanchez Gamboa (2012, p.141), “no
caso da dialética, [...] o todo resulta do processo de articulação entre os dados objetivos e a
interpretação do sujeito. O conceito de produção do objeto se torna mais claro, pois, em tese, não
existem objetos, existem realidades empíricas que o sujeito percebe”.
262
Refere-se a 10% das pesquisas classificadas com abordagem crítico-dialética.
263
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “Interdisciplinaridade: fundamentos
teóricos e possibilidades institucionais na educação escolar” (Defesa em 2004)
327
determinado todo que a circunda, todo que o homem percebe como um pano de
fundo indeterminado, ou como uma conexão imaginária, obscuramente
intuída.[...] (O homem) percebe (os objetos) sempre no horizonte de um
determinado todo, na maioria das vezes não expresso e não percebido
explicitamente. Cada objeto percebido, observado ou elaborado pelo homem
é parte de um todo, e precisamente este todo não percebido explicitamente é a
luz que ilumina e revela o objeto singular, observado em sua singularidade e no
seu significado (p.18). Para a análise do objeto, utilizou-se o método histórico e
dialético, tendo como ponto de partida a formação do discente como pesquisador
nos cursos de graduação brasileira, inseridos em uma totalidade histórica que, por
ter existência social, revela-se contraditória ao, por exemplo, defrontar-se com
questões como finalidade da pesquisa para a formação e para a sociedade (p.21)
(PA101264, grifo nosso)
264
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “A formação do pesquisador na
graduação: análise das principais obras de Metodologia do Trabalho Científico” (Defesa em 2007).
328
De acordo com Gramsci (1989; 1995a), a sociedade civil é uma esfera pluralista
de organizações e sujeitos coletivos que disputam, recusando ou fortalecendo,
determinada visão de mundo. [...] Tais instituições cumprem uma função
intelectual e moral, difundem idéias e valores, desenvolvem ―relações
pedagógicas através das quais os sujeitos coletivos, os indivíduos e a sociedade
como um todo são educados, reconfigurando os núcleos de bom senso a partir dos
quais as relações sociais são estabelecidas (p.3). Nesse particular, concordamos
com a tese de Daniel Bensaid (2008) quando afirma que ―a luta de classes é
irredutível às identidades comunitárias‖, com seus corolários, ―a discórdia social
não é solúvel na harmonia comunicacional‖, ―a diferença conflituosa não é
solúvel na diversidade indiferente", ― o homem plural não é solúvel na
humanidade em migalhas, nem o eu múltiplo na desintegração do sujeito" e
―a dominação não é solúvel na hegemonia" (p.13) (PA131266, grifo nosso)
Exemplo 5: Abaixo, apresenta-se um trecho que refere-se a uma pesquisa que “objetiva em sua
investigação as imbricações históricas e os desdobramentos atuais da política educacional para a
EJA” (Resumo). Apresenta as contradições e as potencialidades do conceito de trabalho como
princípio educativo emancipatório.
265
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “A dinâmica da pesquisa na área de
Filosofia e Educação no Programa de Pós-graduação em Educação da FE/UNICAMP: teses de doutoramento
defendidas no Grupo de Estudos e Pesquisas em Filosofia e Educação PAIDÉIA (1985 – 2002)” (Defesa em 2008)
266
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “Movimentos e ideias sobre Educação
Comunitária no Brasil: matrizes filosóficas e desdobramentos históricos no Século XX” (Defesa em 2009).
329
Exemplo 6: Abaixo, trecho de uma pesquisa que estudou as matrizes históricas e filosóficas das
políticas públicas de educação e saúde e busca “na produção do autor César Nunes a
fundamentação da Educação Sexual Emancipatória para interpretar tal problematização, sob a
concepção dialética da sexualidade” (Resumo). A problematização refere-se ao delineamento das
“políticas de inclusão nos Campos da Saúde e da Educação e sua abrangência para os que convivem
com o vírus HIV/Aids, questionamos as matrizes históricas e filosóficas de sustentação” (Resumo).
A relação sujeito/objeto gira em torno da “capacidade de ser sujeito” (p.16); no entendimento de
que “nenhum estudo esgota o objeto ou resolve uma questão” (p.22) e “na direção de compreender
a dialética da vida” (p.22).
tinham por suporte uma pergunta muito maior, que é aquela que perscruta sobre
o mundo e o sentido que podemos dar a ele, e a nós mesmos no mundo. Esta
intervenção é mais fundante do que quaisquer outras que um adolescente pode
perceber, a de resgatar a capacidade de ser sujeito e a de amar. “Esta noção de
amor, que une capacidade afetiva e cidadania é o suporte de uma educação sexual
emancipatória”. (NUNES, 2004) (p.16). [...] Em sequência apontaremos as
políticas que incluem os direitos das crianças, adolescentes, jovens e adultos,
todos que convivem com o vírus HIV, e analisaremos como tais sujeitos têm sido
assistidos em seus direitos previdenciário, jurídico, fiscal, trabalhista, social, e
dentre as políticas de saúde, como tem se dado a consideração de um direito
afetivo e subjetivo ao acesso e apropriação da sexualidade humana, como direito
humano, sexual e reprodutivo do homem portador de HIV/Aids (p.19). Nenhum
estudo esgota o objeto ou resolve uma questão. Todos os nossos estudos e
esforços teóricos são realizados na direção de compreender a dialética da vida,
esta sim, perene e alvissareira! O presente estudo quer somente acrescentar luzes
e sensibilidade à vivência da sexualidade e à área temática como penhor da
esperança (p.22) (PA162268, grifo nosso).
Exemplo 7: A seguir, uma pesquisa que apresentou um estudo a respeito das tendências teórico-
filosóficas das teses em educação especial desenvolvidas nos cursos de doutorado em educação e
educação física do estado de São Paulo, no período 1985-2009. Destacou que o “método é uma
teoria de ciência em ação” (p.5).
Como bem observa Sánchez Gamboa (1996), o método é uma teoria de ciência
em ação, que pressupõe critérios de cientificidade, concepções de objeto e de
sujeito, modos de estabelecer essa relação cognitiva e que necessariamente
remetem a teorias do conhecimento e a concepções filosóficas do real que
consubstanciam as diversas abordagens empregadas nas construções científicas e
na produção do conhecimento (p.5). Dentre as implicações epistemológicas e
ontológicas dos estudos identificados, quais são os critérios de cientificidade e de
explicação científica nos quais se fundamentam ou se justificam as formas de
tratamento ou de construção do objeto, as concepções de sujeito e objeto que
fundamentam as pesquisas (questões gnosiológicas), assim como a relação
dessas concepções com outras categorias de caráter ontológico como os
entendimentos de homem, educação, história e realidade implícitas nas
pesquisas (p.7) (PA170269, grifo nosso)
Exemplo 8: O trecho da pesquisa abaixo refere-se a um estudo sobre “três conceitos-chave – ordem,
civilização e progresso”, na qual, o pesquisador realizou “uma análise de conjuntura que envolve
268
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “A sexualidade de crianças e
adolescentes vivendo com HIV: matrizes históricas e filosóficas das políticas públicas de Educação e Saúde” (Defesa
em 2013).
269
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “Tendências teórico-filosóficas das teses em
Educação Especial desenvolvidas nos cursos de Doutorado em Educação e Educação Física do Estado de São Paulo
(1985-2009)” (Defesa em 2013).
331
as ideias liberais difundidas nos discursos e escritos analisados, os personagens que as difundem e
as consequências desta circulação, através das leis e decretos que regulam a instrução pública”
(Resumo). Sobre a relação sujeito/objeto, o pesquisador afirma que esta “é relação indissolúvel”
(p.19).
Exemplo 9: A seguir, um trecho de uma pesquisa que tratou “da Formação de Professores e da luta
pela mudança de seus rumos, especialmente na Educação Física”. O que se buscou foram
“explicações científicas relacionadas a essas mudanças no conhecimento científico produzido
sobre o tema” (Resumo). Sobre a relação sujeito/objeto percebe-se a ênfase em perceber o objeto
na “análise da realidade histórico-social” (p.1).
Exemplo 10: A seguir, uma pesquisa que debateu “a concepção de ‘Direito à Educação’ e analisa
a luta pela Educação Infantil efetivada pelos movimentos sociais e educacionais do país”
270
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “Ordem, Civilização e Ciência: o ideário
liberal na instrução pública da Província do Grão-Pará (1841-1871)” (Defesa em 2016).
271
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “Educação Física e Saúde: necessidades
e desafios nos currículos de formação profissional” (Defesa em 2011).
332
272
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “Direito à Educação, Educação Infantil,
infância e criança: pressupostos filosóficos, movimentos, ideias e lutas políticas de integração da Educação Infantil
ao Sistema Nacional de Educação” (Defesa em 2018).
333
O autor ressalta que os fenômenos educacionais deveriam ser abordados considerando toda sua
historicidade, devido ao caráter histórico e social que possuem. Mas isso vai depender da
abordagem teórico-metodológica, na qual, a pesquisa científica está inserida e isso significa que
nem sempre se considera essa característica.
Quanto à concepção de realidade, o autor enfatiza “diferentes concepções de realidade
determinam diferentes métodos” (p.32). Explica que:
336
273
Em cada abordagem selecionaram-se, em média, 10% das pesquisas. Assim, para fins de exemplificar, no grupo
das empírico-analíticas trabalhou-se com 1 ou 2 pesquisas; no grupo das fenomenológico-hermenêuticas, trabalhou-se
com 4 pesquisas e, no grupo das crítico-dialéticas, trabalhou-se com 10 ou 11 pesquisas.
337
No processo empreendido até aqui, na busca pela compreensão desses elementos constitutivos
das teses e dissertações, selecionou-se alguns trechos das pesquisas para serem pontos de
interpretação para essas concepções de homem, educação, história e realidade.
274
SANCHEZ GAMBOA, S. A. Programa da Disciplina: Epistemologia e Pesquisa Educacional. UNICAMP:
Faculdade de Educação: Programa de Pós-Graduação em Educação, 2005.
338
Segundo Max Scheler: “Não foi a ‘razão pura’ nem o ‘espírito absoluto’ que, na
aurora da era moderna, traçaram as grandes linhas do formidável programa de
explicação mecanicista universal da natureza e do homem, mas a vontade nova
da burguesia ascendente de dominar a natureza e de exercer sobre ela a sua ação”
(PA012, p.48-49, grifo nosso).
Percebe-se, ainda, que se concebe o homem com funções sociais: “filósofos e práticos” e,
também, como indivíduo que sofre influências da sociedade: “homem foi tão reduzido à
engrenagem de uma máquina poderosa e lucrativa” (expressões tomadas da citação abaixo):
Abaixo, identifica-se uma concepção de homem na qual ele é tido como um sujeito de
pesquisa, de experiência, de investigação: “O homem torna-se a um só tempo sujeito e objeto da
investigação dos problemas sociais em que vive” (expressão tomada da citação abaixo):
[...] A visão cristã do universo estava sendo questionada pela visão científica de
um vasto mecanismo de causa e efeito, agindo através de leis físicas que
governavam inclusive o próprio homem. [...] Segundo a nova teoria liberal, todos
os homens são livres política e economicamente, formando uma sociedade
339
Percebe-se, ainda, que o conceito de homem “se expressa por meio de categorias tecnicistas e
funcionalistas, identificando-o com o papel que desempenha: administrador, legislador, supervisor,
professor, aluno, recurso humano, input, produto de um processo, output” (SANCHEZ GAMBOA,
2012, p.192).
CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO
275
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “A evolução da Modernidade na
Filosofia e na Literatura: a Literatura Vitoriana como tradução moralizante no ensino de uma época” (Defesa em
1999).
340
A História é vista sem uma pretensão historiográfica e a análise social é tratada como
subsídio:
Usamos a História sem pretensão historiográfica; usamos temas sociais,
tendo a análise social apenas como subsídio; o mesmo acontecendo com a
Literatura que, embora sempre discutida, também está contida no nível do
subsídio. [...] Segue-se uma explanação acerca da especificidade inglesa do
Vitorianismo, com dados históricos importantes para a compreensão das
conseqüências histórico-sociais do período em questão (PA012, p.12, grifos
nossos).
Quando voltamos os olhos para o passado, este se nos parece um encadear infinito
de fatos, e realmente os fatos se impõem, fazendo da história um contínuo
marcado por descontinuidades que acabam tipificando uma época dada. A
história é uma seqüência de ações e reações; neste encadeamento estão os
períodos seqüenciais e os rupturais (p.15). A proposta do presente capítulo é
tomar o Vitorianismo inglês como uma consciência de época de forte expressão
literária, como um período de grandes rupturas, as quais emergiram de reações
diversas, tanto socioculturais quanto político-econômicas. [...] Entendemos que
o século XIX foi essencialmente rico pelas reações aos acontecimentos históricos
marcantes; reações estas que moldaram comportamentos, atitudes,
representações coletivas inconscientes importantíssimas para a
caracterização deste período (p.16). [...] Para a história, sob sua forma clássica,
o descontínuo era, ao mesmo tempo, o dado e o impensável: aquilo que se oferecia
sob a forma de eventos, de instituições, de idéias, ou de práticas dispersas; e
aquilo que devia ser, pelo discurso do historiador contornado, reduzido, apagado,
para que aparecesse a continuidade dos encadeamentos. A descontinuidade era
342
A concepção de história tida como algo estático, baseada em um dado tempo e em um dado
espaço (modelo positivista).
Considerando-se que a história de vida de uma pessoa é documental, feita de
certidões de nascimento e casamento, fatos, recordações e souvenirs até ao óbito;
e que a imagem construída ao longo da vida, a maneira como cada um quer ser
conhecido equivale à lenda pessoal, ao mito próprio criado, à personagem,
pode-se dizer que a pessoa é uma corrente vital que, ao mesmo tempo, se
exprime e se esconde na personagem, e personagens são simulacros
antropológicos. Essas considerações valem para cada pessoa e também para
agrupamentos mais ou menos amplos de seres humanos, em dado espaço (lugar)
e em dado tempo (p.32). [...] Ao mesmo tempo, os temas da cultura, de uma
história da cultura sem nenhum comprometimento com os modelos explicativos
das ciências naturais, também reivindicam sua importância. O século XIX vê-se
dominado pelo naturalismo e pelo historicismo. (p.61-62) Durante o século em
apreço, um dos hábitos tidos como mais salutares era o cultivo dos serões de
longa duração, em que as famílias se reuniam para as suas leituras. (p.82) Neste
seu texto, Mrs. Gatty utiliza-se do arcabouço da história natural para desenvolver
suas lições de moral (p.83). [...] Muitas vezes nos vimos sufocados pela falta de
incentivo e condições mais favoráveis ao pesquisador neste nosso país que,
embora possuidor de vasta riqueza de potencialidades, pouco tem sabido, ao longo
de sua história difícil, explorá-las. (p.113) As imagens deixadas pelo século XIX
marcaram tão fortemente que este chegou ao nosso tempo trazendo ainda a
aparência de uma época dourada (p.114) (PA012, grifos nossos)
[...] Essas considerações valem para cada pessoa e também para agrupamentos
mais ou menos amplos de seres humanos, em dado espaço (lugar) e em dado
tempo (p.32). [...] Este manifesto revolucionário, que pretendia quebrar os laços
344
276
Tratado aqui como “estofo ideológico que o define como tendência de pensamento, ou uma determinada concepção
ou vertente filosófica hodierna”. [...] “relativização profunda e incauta operada pelo Pós-modernismo, implica numa
revolução que abandona qualquer possibilidade de conhecimento objetivo em detrimento da hipervalorização de um
conhecimento subjetivo e, ao operar essa revolução, o pensamento pós-moderno toma como referência a ideia de
lingugem como único complexo humano capaz de exprimir toda a pluralidade de diferenças que os indivíduos possuem
e que devem ser levadas em conta como aspecto fundamental de qualquer sistema de ideias depois da metade do século
XX” (SANCHEZ GAMBOA; MACHADO, 2021, p. 44-45).
346
Percebe-se que o sujeito pós-moderno é fragmentado e não está apto a qualquer ação no
sentido coletivo dos problemas sociais: “Os indivíduos possuem cifras e senhas, que tanto podem
garantir ou negar o acesso à determinada informação” (PA118, p.44).
Pode ocorrer que as forças do homem entrem na composição de uma forma não-
humana, mas animal, ou divina (...) Hoje é comum dizermos que o homem
enfrenta novas forças: o silício e não mais simplesmente o carbono, o cosmos e
347
não mais o mundo... Por que a forma composta seria ainda o Homem? (...) Se o
homem foi uma maneira de se aprisionar a vida, não seria necessário que, sob uma
outra forma, a vida se libere no próprio homem? (Deleuze,1992, p.114) (PA118,
p.50).
O homem é tido como descentrado com identidades variáveis e fluidas que não possibilitam
qualquer ação solidária. Vê-se a dificuldade de pensar em uma leitura do mundo compartilhada por
todos ou uma busca coletiva por transformação social.
Nesta tese, defende-se que “a consciência nunca pode ser mais que o ser consciente; e o ser
dos homens é o seu processo de vida real... Não é a consciência que determina a vida, mas sim a
vida que determina a consciência” (MARX e ENGELS, 1981, p. 19).
CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO
Decorrente da concepção de homem, as pesquisas pós-estruturalistas, expressam, também, uma
concepção de educação. Neste caso, percebe-se:
EDUCAÇÃO - FORMAÇÃO: a) “Além disso, a autora lança mão do que nomeia de ‘metodologia
formativo-emancipatória’ para configurar as ações investigativas em Pedagogia, isto é, até sua
metodologia analítica é reducionista, pois toma o processo de formação humana como mola
propulsora das análises e estudos pedagógicos. Não é somente a formação humana que está em
jogo quando se fala em Pedagogia, mas todos os acontecimentos, desvios e rupturas, ‘formativas’
ou não, que se colocam neste processo de construção de saberes oriundos do campo pedagógico”
(PA125, p.75).
Abre-se um parêntese aqui para uma defesa à escola, já gritada em minha dissertação de
mestrado, portanto, pautada em Saviani, para o qual o objetivo da sua práxis pedagógica é mostrar
que o homem é capaz de tornar-se um ser crítico, participativo e transformador. Sua defesa à escola
(e a minha também) é nesse sentido, ela é local de socialização do saber no sentido de humanização
do homem. Para Saviani educar não é apenas educar sujeitos para a sociedade, mas sim sujeitos
conscientes que possam transformá-la.
Destaca-se, ainda, uma reflexão trazida na pesquisa PA125 a respeito do espaço, tempo e
movimento (realidade):
(de onde ele parte) e nem mesmo a teoria (que o alicerça e que ele cria) já são as
mesmas, porque não há um movimento dialético, ou melhor, mediativo entre
prática e teoria, mas sim uma agitação turbilhonar que procede como uma
experimentação unívoca e se refere a todos os modos, os mais distintos modos de
expressão pedagógica. Não existe aí um movimento originário e estriado, mas um
movimento proveniente e liso (p.27). O modelo é turbilhonar, num espaço aberto
onde as coisas-fluxos se distribuem em vez de distribuir um espaço fechado para
as coisas lineares e sólidas. É a diferença entre um espaço liso (vetorial, projetivo
ou topológico) e um espaço estriado (métrico): num caso, ‘ocupa-se o espaço sem
medi-lo’, no outro, ‘mede-se o espaço, a fim de ocupá-lo’ (DELEUZE;
GUATTARI; 2004d, p.25) (p.27). Uma Imagem Identitária subentende e implica
um o desenvolvimento de uma potência através da relação com um outro, um fora
(exterioridade/interioridade). Não obstante, nesta relação há um movimento
intensivo de experimentações, o que está em cena é o jogo ilimitado de uma
potência que está sempre intimamente ligada a uma força de desterritorialização
que provocará a disputa com outras potências (p.28) (PA125).
Esta identidade estudada pela autora vai passar por estruturas pautadas nas
diferentes lógicas discursivas e afetivas que se refletirão ou não como Imagens
nas práticas e teorias sociais, formando uma determinada cultura através das
diferentes subjetividades que estão em jogo (p.30) (PA125, grifo nosso)
277
SANCHEZ GAMBOA, S. A. Disciplina: Epistemologia e Pesquisa Educacional, UNICAMP, Programa de Pós-
Graduação.
351
A seguir, seguem trechos de pesquisas que trazem consigo uma visão de homem, educação,
história e realidade.
de organização
intelectual” que se
manifesta, quando
do uso da
linguagem, em seu
“aspecto criador”)
(Expressões
tomadas da
citação ao lado)
PA005 Só o sujeito mesmo pode dar à luz suas idéias e isto se dá pela ação e pelo discurso.
Jaeger demonstra que o ideal grego de homem perfeito coloca juntos a ação e a
HOMEM: SER nobreza do espírito e cita versos da "Ilíada" de Homero: "Proferir palavras e
DE RELAÇÕES realizar ações." (JAEGER, 1995:30). "O caráter de comunidade imprime-se em
(“Pela ação e o cada um de seus membros, e é no homem, zoon politikón, muito mais que nos
discurso o sujeito animais, fonte de toda a ação e comportamento." (JAEGER, 1995:4) (p.30). [...] É
se presentifica no no discurso que a ação revela algo e desvela o sujeito. A fala coloca o sujeito em
mundo dos comunicação porque, através dela, ele se apresenta no mundo dos homens, diz,
homens, impondo, e ao dizer, comparece como mais que uma coisa pois é um "selbst", um si mesmo
mais que a identificável na palavra pronunciada, ao abrir sua interioridade. [...] "Sem o
presença física, o discurso, a ação deixaria de ser ação, pois não haveria ator; e o ator, o agente do
seu modo de ser e, ato, só é possível se for, ao mesmo tempo, o autor das palavras. A ação que ele
com isto, se torna inicia é humanamente revelada através das palavras;..." (ARENDT, 1991:191)
um dos (p.31). [...] Afinal, o que se destaca é o contato de um sujeito com outro
construtores dessa sujeito.[...] Ele é um eu que fala para quem o ouve e o compreende. Pela ação
coisa frágil, e o discurso o sujeito se presentifica no mundo dos homens, impondo, mais que a
intangível e real presença física, o seu modo de ser e, com isto, se torna um dos construtores dessa
que é a teia das coisa frágil, intangível e real que é a teia das relações humanas (p.32). [...] Atos e
relações palavras revelam o cosmos e exibem o sujeito que se dirige aos outros (p.33). [...]
humanas”) A razão de ser da ação e do discurso é o desvelamento de um sujeito (p.34). [...]
Heidegger entende que, antes de qualquer ato de compreensão do mundo, deve, o
SER-COM-OS- sujeito que compreende, compreender-se a si (p.86). [...] Já a ênfase da
OUTROS (“o que hermenêutica de Gadamer recai sobre a linguagem de um sujeito que é histórico
se destaca é o e que, quando se detém na tentativa de compreender, já está condicionado por uma
contato de um pré-compreensão, por um pré-conceito, isto é, ele co-pertence ao mundo histórico
sujeito com outro lingüístico; é um ser influenciado pelas estruturas de antecipação da experiência
sujeito”; “ele se humana (p.87). [...] Ao lado da acumulação, há a deterioração, a perda de
apresenta no elementos significativos que a conjuntura comina como insignificantes,
mundo dos prejudiciais ou impeditivos para o crescimento do sujeito. (p.104). [...] Estar no
homens”) mundo e ser no mundo são situações díspares tanto quanto as posições do
(Expressões espectador e do ator numa peça teatral. (p.106) (PA005, grifos nossos).
tomadas da
citação ao lado)
O HOMEM: é
possuidor - com
sua palavra leva
significado ao
mundo (“Já a
ênfase da
hermenêutica de
Gadamer recai
sobre a linguagem
de um sujeito que
é histórico e que,
quando se detém
na tentativa de
353
compreender, já
está condicionado
por uma pré-
compreensão, por
um pré-conceito,
isto é, ele co-
pertence ao
mundo histórico
lingüístico; é um
ser influenciado
pelas estruturas de
antecipação da
experiência
humana”)
(Expressões
tomadas da
citação ao lado)
PA031 Sujeito livre e autônomo é um sujeito emancipado. O tema da emancipação do
homem é um tema central do pensamento filosófico na idade moderna (p.02).
Na sua relação Enclausurado em si mesmo, tal sujeito institui-se como único critério do pensar
com o mundo, o e do agir. Com base nesta auto-suficiência, o princípio de subjetividade passa a
homem assume a ser determinante para a constituição da ciência, da sociedade e do estado moderno
si mesmo e assume (p.03). Para Hegel, o eu subjetivo é livre quando; “está-em-si-estando-no-outro”.
sua situação; se Isso significa que a subjetividade é um processo de libertação do homem (p.05).
autoconstrói e Nesse processo a individualidade não é abandonada, mas conservada numa
constrói o mundo comunidade de homens livres e iguais. [..] Por esse motivo o processo de
(“Sujeito livre e libertação do homem é um processo de superação da particularidade, ou seja,
autônomo é um é a elevação do indivíduo do seu ser-aí natural e imediato (marcado por desejos,
sujeito interesses e paixões) para a esfera do universal e do mútuo reconhecimento das
emancipado”; o consciências-de-si. [...] Da idéia de que a subjetividade é um processo que leva
processo de o indivíduo a superar o seu ser-aí natural e conquistar a sua autonomia e
libertação do independência, por meio do reconhecimento recíproco entre os indivíduos, ou
homem é um seja, de que o sujeito só é tal pela correlação com outro sujeito, concluímos a
processo de importância desses conceitos da filosofia hegeliana, para pensarmos o homem
superação da como ser de relação. Ademais, pensamos essa relação como o meio pelo qual o
particularidade, homem cria o sentido (como consenso racional) da sua existência nas sociedades
ou seja, é a contemporâneas. À essa idéia hegeliana de que o reconhecimento recíproco produz
elevação do a autonomia e a efetiva individualização do homem, acrescentamos outra: a idéia
indivíduo do seu de formação cultural (Bildung). A elevação do indivíduo à esfera da
ser-aí natural e universalidade é um processo de formação cultural, que consiste em conduzi-
imediato lo do seu estado inculto até o saber. A formação cultural do homem é um processo
(marcado por que envolve a exteriorização (Entäusserung), a alienação (Entfremdung) e a
desejos, interesses rememoração (Erinnerung). Cultivar-se, por conseguinte, requer o esforço do
e paixões) para a homem para negar-se como ser-aí natural, e com isso produzir o mundo da cultura
esfera do que lhe aparecerá como algo estranho (alienado), e, finalmente, retornar a si depois
universal e do de encontrar-se a si mesmo no mundo que lhe era estranho (p.06). Desde a Paidéia
mútuo até os dias de hoje, todos os que pensam a educação, filósofos ou não, explícita ou
reconhecimento implicitamente, referem-se a esse tema, talvez porque todos concordem com a
das consciências- afirmação de Kant: “O homem é a única criatura que precisa ser educada”. Muito
de-si”) antes dele, Platão já defendia, na sua obra A República, a necessidade da educação
para a constituição do homem justo e da cidade justa. Sob a inspiração dessa
HOMEM: como paidéia platônica, os humanistas descobrem a importância da “humanitas”
sujeito capaz de se (educação e formação do homem), sobretudo os humanistas italianos do
auto-dirigir, “Quatrocentos”. A formação era a condição para o homem afirmar a sua dignidade
dotado de uma e a sua integridade, e para descobrir- se como construtor do mundo e reivindicar
“autossuficiência” a sua liberdade. O certo é que a educação já era considerada, por esses pensadores,
354
HOMEM: SER-
NO-MUNDO –
ele é universal,
assume a si
mesmo e assume
sua situação.
HOMEM que
constrói o mundo,
transforma a
realidade.
PA142 O que move esta dissertação, refletir sobre o homem contemporâneo a partir da
filosofia de Michel Serres, no intuito de lançar inferências sobre a educação desse
CONCEPÇÃO homem, desde o princípio das investigações figurou por demasiado ambicioso,
DE HOMEM: visto que se tem por objetivo dois grandes projetos: o primeiro, de cunho
antropológico, visa a pensar o homem, a sua realidade e as consequentes
SER-NO- implicações de um sobre o outro; o segundo, de cunho pedagógico, cuja intenção
MUNDO (ele é principal é pensar a educação em razão desse homem e dessa realidade (p.1). Como
relacionamento afirma Serres (2003b), o homem conseguiu dominar a natureza. A questão agora
essencial, age no é: como dominar essa dominação? E, na condução de um projeto tão vital, a
mundo, com o necessidade inadiável do surgimento de um novo homem ao qual Serres denomina
mundo e sobre o cidadão do mundo. De outra forma, a humanidade vacila. É assim que o
mundo) surgimento do novo homem é absolutamente permeado pela ação educativa,
ou seja, por ações capazes de viabilizarem ao homem as disposições
SER-DE- necessárias à invenção de novas relações com aquilo que lhe condiciona a vida
RELAÇÕES (está (p.5). [...] Dessa forma, a busca pela formação do homem contemporâneo
no mundo com os singulariza-se em Hominescências como um olhar voltado para as mínimas
outros) modificações da realidade tanto quanto para as máximas. Essas modificações são,
em determinado momento, conjugadas numa soma geral que avalia o impacto delas
(“É assim que o sobre a realidade do homem (p.6). [...] Assim, enquanto perene, a busca pela
surgimento do formação do homem contemporâneo é um olhar sensível às mínimas e máximas
355
novo homem é modificações da realidade; enquanto advento, ela é, por sua vez, inserção numa das
absolutamente mais antigas questões filosóficas, o homem. É pela inserção no problema milenar
permeado pela do homem-questão filosófica que Hominescências toma para si elementos desse
ação educativa, ou discurso intenso e vibrante (p.7). Uma vez iniciado o diálogo em que situamos em
seja, por ações âmbito geral as reflexões de Hominescências, avançamos em direção aos capítulos
capazes de posteriores, nos quais procuramos apresentar o homem contemporâneo por meio
viabilizarem ao dos três circuitos de hominescências: 3 – O homem e o corpo; 4 – O homem e
homem as o mundo; e 5 – O homem e os outros. Por esses três circuitos, seguimos a
disposições perspectiva de Serres na reflexão de que homem é esse que pode estar surgindo das
necessárias à inovações do século XX. Seguimos essa reflexão por meio da análise de três
invenção de novas acontecimentos fundamentais de nosso tempo, segundo Serres: a descoberta do
relações com DNA, o fim da agricultura e o acontecimento da comunicação. Apresentados os
aquilo que lhe circuitos de hominescência, passamos ao capítulo 6 – Cultura da paz: o
condiciona a renascimento do humanismo –, no qual buscamos a síntese das condições
vida”) (Expressão analisadas anteriormente nos circuitos (p.9) (PA142, grifos nossos)
tomada da citação
ao lado)
HOMEM - É
intersubjetividade,
possui uma
história de vida e
está em relações
constantes com
outras seres
humanos.
Fonte: Dado tomado do resumo, da introdução ou capítulo relativo ao referencial teórico no texto completo da
dissertação ou tese. Grifos referentes às palavras localizadas no texto: homem, sociedade, ser social, indivíduos,
sujeitos, ator, comunidade, coletividade. Foram destacados os parágrafos que contextualizam esses termos e foram
registrados entre parênteses as páginas da citação ou da referência (conforme recomenda o “Protocolo de
Preenchimento das Planilhas Excel”)
Esses dados são analisados e remetem a uma releitura da concepção de homem nas
pesquisas com abordagem fenomenológico-hermenêutica, que, segundo Sanchez Gamboa (2012,
p. 193), “expressam a visão existencialista. O homem é concebido como projeto, ser incluso, ser
de relações, “dialógico”, ser-no-mundo, ser-com-outros, ser situado e ‘datado’, fonte de sentido,
sujeito transcendente que confere sentido ao mundo e às coisas”.
CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO
Decorrente da concepção de homem, as pesquisas com abordagens fenomenológico-
hermenêuticas, expressam, também, uma concepção de educação. Assim, a educação é
compreendida como:
1) Uma mútua implicância da Educação com a sociedade, na qual é possível perceber
os conflitos existentes nela (cultura das classes, aparelho ideológico do Estado, entre outros).
Dessa relação (EDUCAÇÃO e SOCIEDADE), ocorrem outras: a educação como um
356
simples somatória de princípios específicos, pois se assim o fosse, como Kant mesmo afirma, os
homens de sua época já estariam vivendo em tempos de moralização, por considerá-los membros
de uma sociedade fundada sobre os princípios da disciplina, da cultura e da civilidade. A confiança
depositada por Kant na educação como única possibilidade de progresso da humanidade rumo à
perfeição, que se revela absolutamente na ideia de moralização a ser alcançada pela espécie
humana, vem proclamada na Introdução da obra Sobre a Pedagogia, ao afirmar que somente
mediante a educação o homem se tornará um verdadeiro homem, pois este vem ao mundo com
“necessidade de cuidados e de formação” (KANT, 2002, p. 14), lacunas que somente a educação
suprime” (p.3) (Expressão tomada da pesquisa PA132); “Os seres humanos dependem
profundamente da educação para a sobrevivência e evolução. Diferentemente dos animais, não
possuem em seu código genético instrumentos que os permitam produzir sua existência. Tudo lhes
é ensinado por meio da educação. Até o sorriso é um aprendizado. Sem a educação não
sobreviveríamos. Neste sentido pode-se afirmar que o homem se faz por meio da educação” (p.57)
(Expressão tomada da pesquisa PA135);
3) EDUCAÇÃO COMO ESCOLA, COMO RELAÇÃO PEDAGÓGICA,
interpessoal, uma relação entre pessoas (educador/educando, mestre e discípulo, aluno-
professor) sendo, ao mesmo tempo, uma relação de autoridade e de amizade. Educação como
possibilidade de desenvolvimento do ser humano: “Educar é, para mim, criar e proporcionar
meios para que o educando possa desenvolver todas as suas capacidades enquanto ser humano.
Uma educação que é voltada apenas para as profissões ou para a tecnologia, entre outros, não
engloba o ser humano na sua totalidade, mas apenas desenvolve uma das suas capacidades. O ser
humano é um todo complexo e a educação, no meu entender, deveria tratá-lo como tal” (p.03)
(Expressão tomada da pesquisa PA014); “A escola tem sido contada em verso e em prosa, nos
quatro cantos do mundo, como a instituição que deveria proporcionar a formação geral de todo
cidadão; daqueles que teriam direito à cidadania plena, diga-se de passagem (p.11). [...] Partimos,
portanto, da suposição de que a escola pode e deve se revestir de um atrativo tamanho que a
transforme no núcleo de um poder emergente que integre, na formação do homem, o pensar, o
desejar e o sentir” (p.17). (Expressão tomada da pesquisa PA015); “Para esse tipo de ação
educacional o nome “ensino de arte”, eleito como a denominação up to date para a velha arte-
educação, soa mesmo adequado, na medida em que um mestre ensina ao aprendiz como ele deve
ver e interpretar trabalhos e tendências artísticas, sem qualquer preocupação de como vem se dando
360
sua percepção e sensibilidade cotidianas” (p.29) (Expressão tomada da pesquisa PA021); “Dessa
forma, a educação assume a si mesma como um espaço privilegiado, e que de tal modo o
significado do mundo do educando é trazido pelo educador, exatamente porque a educação é
assumida, sem questionamentos e de forma natural, como o foro mais apropriado para a
“descoberta” do sentido do mundo pela criança. O problema é que, a partir deste referencial teórico
de Sartre, a única “descoberta” da criança é a do sentido do mundo tal como o educador lhe traz
(p.97). [...] À luz da terminologia sartreana, esses expedientes presentes no bojo da educação
definiremos sob a rubrica da educação para a submissão (p.115) (Expressão tomada da pesquisas
PA060); “Acredito que a valorização da coletividade, do diálogo, das experiências de vida pode
representar um caminho possível, nos mais diversos contextos educacionais, para o
desenvolvimento de uma prática intersubjetiva de toda a comunidade escolar, em particular da
relação entre professores, alunos e pais” (p.3) (Expressão tomada da pesquisas PA096); “Como o
estudante e o professor podem lidar com esse currículo e usá-lo criativamente para se constituírem
a si próprios como sujeitos atuantes na sociedade e na história?” (p.16) (Questionamento tomado
da pesquisas PA117); “Toda ciência é ensinada nas escolas com finalidade pedagógica e tem,
portanto, crenças embutidas em suas programações; a educação não pode ser uma reprodução de
princípios e métodos neutros, mas, sim, de valores a serem assimilados pelos educandos” (p.5)
(Expressão tomada da pesquisas PA149).
Estes trechos representam uma amostra do que é tratado nas pesquisas em relação à
concepção de educação. Agora, destaca-se a concepção de história nas pesquisas com orientação
fenomenológico-hermenêutica.
278
HABERMAS, J. Conhecimento e interesse. São Paulo: Abril Cultural, 1983. (Coleção Os Pensadores).
361
PA005 De acordo com estudiosos de Hannah Arendt, é ela uma pensadora envolvida
nos problemas de seu tempo e preocupada em pensá-los a partir da
Concebe a história própria realidade, mas explicando-os em função de toda uma tradição de
como uma condição pensamento e reflexões que marcaram a história da humanidade (p.10). [...]
fundamental de uma Hannah Arendt passeia pela História, com idas e vindas, utilizando as idéias
totalidade da existência dos antigos e dos modernos para justificar seus argumentos, os quais assenta
do homem. Um nos sólidos alicerces dos conceitos, idéias e teorias dos que fizeram a história
movimento que engloba do pensamento, usando-os como fonte referencial, sem que isto seja um
presente e futuro: “que postar-se à sua sombra. Ela consulta, demonstra, compara e depois conclui,
faz história e que pensa conduzindo suas reflexões com total liberdade, muitas vezes afrontando os
o futuro” (Expressão doutos e a história porque o que se lhe sobrepõe é o esclarecimento e provar
tomada da citação ao o valor e a verdade de suas assertivas (p.11). [...] No curtíssimo tempo que
lado). lhe é dado na terra, do homem é exigido que sobreviva, construa o mundo
e exista (p.15). [...] É o único que olha para frente e para trás, que faz história
Traz essa perspectiva e que pensa o futuro. Tudo isto é, para o homem, um ônus, uma dupla carga
futura num estar sendo simultânea, que deve ser carregada até o fim do trajeto (p.18). [...] O homem
homem: (“para perdeu seus rastros, o que o impede de retornar no tempo, pisando outra
reconstituir sua vez sobre as marcas dos passos dados, sobre os sulcos dos pés moldados
história”) (Expressão sobre as veredas palmilhadas, para reconstituir sua história. Racional,
tomada da citação ao tateia ainda em busca de sua gênese. Nem intuição, raciocínio lógico,
lado). lucubrações dialéticas, nem estudos geológicos, paleontológicos e outros
facultaram a articulação de toda sua história, numa linha ininterrupta, desde
A história é uma a pré-história até o momento atual (p.43). [...] Certos aconteceres têm chrónos
manifestação que específico. São efeitos de um tempo em que a conjugação de fatores lhes
caminha de forma permite a florescência e a plausibilidade (p.78). A cultura de massa é
natural rumo ao ideal: produto da interação de elementos como a industrialização, a economia de
“São efeitos de um mercado, o consumo, a produção e divulgação maciça de objetos culturais, a
tempo em que a disponibilidade de tempo de lazer e a difusão dos mass media que juntos
conjugação de fatores formam um tecido de significações (p.79). [...] Ela se preocupa para que haja
lhes permite a continuidade entre o tempo de trabalho e o tempo de lazer, entre a automação
florescência e a para o trabalho e a automação para o prazer o que impedirá a cessão no
plausibilidade” processo dominador (p.82). [...] Por esta razão revela um caráter fundamental
(Expressão tomada da da própria historicidade da experiência humana, a saber, que ela é uma
citação ao lado). comunicação na e pela distância." (RICOEUR, 1988:44) (p.88).
Aceitando-se a teoria evolucionista que diz ser o homem um produto de
mutações constantes e continuadas no âmbito do universo, também nas
categorias de Arendt pode-se inferir a evolução ascensionária que vai da
naturização, atravessada pela necessidade e representada pelo labor, passa
pela hominização que se realiza no trabalho e é completada pela humanização
na ação e reflexão (p.91). O homem não "tem" a cultura como uma
possibilidade que pode ou não se atualizar. Existem teses que defendem o
surgimento da cultura acontecendo por um salto qualitativo, dentro da
evolução mental, só se iniciando quando o cérebro humano estava pronto,
como se a evolução tivesse terminado seu trabalho, se retirado e deixado o
lugar e a função para um outro fator - a cultura – assumir (p.92-93). [...] Nos
objetos fabricados é que mais se apoiou a antropologia para resgatar e traçar
a história da trajetória evolutiva do homem, reputando-lhes a iniludível
condição de frutos da cultura.[...] São efêmeros porque vigem o tempo em
que o homem permanece na esfera pública. São duradouros porque, através
deles, que é construída a história do homem (p.99). [...] A vida se efetiva em
acontecimento com a realidade da história que permanece na memória dos
homens (p.100) (PA005, grifos nossos).
PA031´ Temos em vista a articulação dos seus elementos (sujeito, totalidade e
historicidade) no processo de formação cultural (Bildung), e isso será bem
A história também é explicitado se tratado à luz da intenção central da Fenomenologia (p.36). Por
entendida como enquanto, limitamo-nos a dar o merecido destaque à idéia de que a formação
363
vivência, como da consciência para a ciência recebe a influência dos “romances da cultura”
experiência individual (Bildungsroman) (p.37). Além dessa concepção, a Fenomenologia não tem
(“indivíduo particular”) mais nada em comum com tais romances, pois que não é uma novela, e sim
simbolizada na uma obra científica, cujo escopo é o desenvolvimento da história da
“consciência consciência (p.38). A relação entre a educação do indivíduo e a história é
individual” (Expressão possível, nessa dimensão, porque a história da humanidade é imanente à
tomada da citação ao consciência individual. A história do mundo já está realizada, o que falta
lado). é o indivíduo particular encontrá-la em si mesmo. Precisamente, é a história
da cultura universal que deve ser invocada pela consciência individual, na
medida em que uma tal história contribui à sua formação. Com efeito, essa
história: “(...) se ordena segundo uma sucessão de paradigmas e não segundo
a cronologia empírica dos eventos”. Esses paradigmas assumem diferentes
encargos em toda a obra. [...] Hegel concebe, neste momento da obra, o
desenvolvimento dessas totalidades concretas coincidindo com o
desenvolvimento da história real. Assim, qualquer que seja a função da
história ao longo da Fenomenologia a sua importância é inegável. (p.39). A
história do mundo passa a ser então uma história concebida,
interiorizada e dotada de um sentido que se desvela progressivamente
[...]. [...] A história passa a ser o desenvolvimento do espírito até o
momento em que ele se mediatiza como consciência-de-si. Esse é o
momento em que surge a filosofia e no qual emerge o saber absoluto como
desfecho do desenvolvimento efetivo do Espírito consciente-de-si (p.40). [...]
A referência à historicidade do absoluto (tema ao qual voltaremos mais
adiante) permite-nos abordar a tese de que o absoluto é sujeito,
considerando também que o absoluto compreende a contradição e resulta
dela. Podemos afirmar o absoluto como sendo a unidade e a totalidade
imanente à cisão e à contradição, uma vez que ele não paira acima da
história, como uma tranqüila igualdade e unidade consigo mesmo (p.45). [...]
O movimento circular, que marca o desenvolvimento da vida natural, mostra
que nele não há mudança do todo e nem historicidade (p.56). Na
rememoração, segundo Paulo Arantes: “parece estar ordenado o desenrolar
da história, prolongando-se no presente, o passado não cessa de crescer e de
conservar-se, infla-se de tudo aquilo que recolhe e o tipo de acúmulo
engendrado por ele impõe uma temporalidade irreversível; em suma seria
possível chamar também de memória a existência histórica do Espírito e ver,
na totalidade que ele constrói nela para si mesma, a face visível de uma
Concebe a história memória acumuladora do passado” (p.59). [...] Por último: o homem existe
como condição na história, pois esta é o lugar em que se efetiva a formação que o eleva
fundamental da da sua singularidade àquela universalidade em que se realiza o
formação do homem, reconhecimento recíproco entre sujeitos livres (p.100). [...] A nova forma de
da sua existência (“o civilização que se desenvolve nesse período, sob o signo da cultura, pretende
homem existe na formar o indivíduo universal (p.124). Desse modo, alienação só pode existir
história, pois esta é o ao nível da história concreta, na qual se manifesta o desenvolvimento
lugar em que se efetiva dialético do espírito (p.126). A divisão desse mundo em dois resultou da
a formação que o eleva história do espírito. História que teve início no mundo ético (grécia antiga),
da sua singularidade onde o indivíduo aparece unido imediatamente com o todo. A oposição
àquela universalidade entre as duas leis (humana e divina) rompe a unidade e leva ao aparecimento
em que se realiza o da pessoa (indivíduo abstrato do direito) (p.127). Finalmente, o mundo do
reconhecimento espírito alienado-de-si é superado no tempo que se sucede “ao mundo
recíproco entre sujeitos revolucionário da liberdade absoluta”. Tempo de reconciliação, no qual o
livres”) (Expressão espírito encontra a certeza de si mesmo, pois agora se reconhece no mundo
tomada da citação ao em que havia se tornado estranho a si mesmo (p.127-128). Isso só ocorre,
lado) segundo Hegel, na esfera da efetivação da vontade livre e universal no plano
da história dos homens (p.135) (PA031, grifos nossos).
PA142 Para o filosofo, nos dias atuais, a humanidade parece ter vencido uma etapa
significativa na duração de seu destino, porque homens, mulheres e crianças
364
A história é tida como de hoje “não tem com o mundo, com eles mesmos, com seus corpos e com os
um contexto outros a mesma relação que seus predecessores tiveram” (SERRES, 2003b,
determinado p. 19) (p.4). Contudo, há ainda em Hominescências a bifurcação primeira,
Mortes, na qual se destacam novos acometimentos de mortes, que induzem
A história é tida como modificações na relação do homem com a duração da vida e do tempo
algo que explica a (p.7). Para compreender melhor este estado de fuga das disputas, guerras e
evolução de um terror que Serres intenta em toda a sua formação, faz-se necessário, ainda,
fenômeno, seus retomar um pouco mais aquém nas circunstancias de sua história, uma vez
significados, sua que não foi apenas o ambiente intelectual que o queimou, mas principalmente
articulação no presente os acontecimentos históricos (p.32). [...] Inventaram-se os OGMs,
organismos geneticamente modificados, e, quem sabe, outras espécies. “Ao
dominar a seleção, esses ancestrais contribuíram para a originalidade histórica
do tempo humano; ao controlar a mutação, abriremos uma duração conectada
História concebida a duração da evolução? Novo tempo para outras vidas?” (SERRES, 2003b, p.
como horizonte: 17) (p.40). [...] Para Serres (2003b), o DNA pode ser considerado ainda a
OGM’s, DNA, maior descoberta contemporânea se observamos que ela possibilita a
“superação de um fosso superação de um fosso milenar na história da humanidade: a separação
milenar na história da entre o céu das ideias teóricas e o mundo concreto da experiência (p.57). Pela
humanidade”; “Pela primeira vez na História e, sem dúvida, na auto evolução, a auto formação
primeira vez na do homem pelo homem tornou-se real. As ciências e as técnicas associadas
História e, sem dúvida, acabam de assumir literalmente o humanismo. De fato, tornamo-nos capazes
na auto evolução, a auto de produzir nossos corpos. Todavia, essa segunda evolução, por ser produzida
formação do homem pelo homem, nos traz uma questão que a evolução anterior nem de longe
pelo homem tornou-se suscitava: qual a finalidade de nossos projetos hominescentes? (p.63). [...]
real” (Expressão Portanto, no que se refere as ações do homem sobre o meio natural, as
tomada da citação ao rupturas referidas, malgrado o contrassenso, remetem a um processo lento e
lado). multimilenar de desenvolvimento, o que possibilita perceber que são
inerentes ao estar do homem no mundo. Seus rudimentos podem ser
percebidos ao longo de toda a história da atividade humana de forma que
cada um dos adventos para os quais nos voltamos fazem entrever
remotas continuidades (p.81). Uma fala do mundo com exatidão, mas
esquece a história e a cultura, a outra, fala do homem de modo imperturbável,
todavia, ignora o mundo e suas mudanças (ibidem). Portanto, persistem na
“tola patologia da divisão” (ib.) (p.99). De acordo com Serres (2003b), isso
pode ser percebido desde o começo dos tempos quando as técnicas, partindo
a princípio da comunicação orgânica, agregaram as performances corporais,
puramente fisiológicas ou físicas, uma diversidade de artefatos destinados a
comunicação. Esse serviço de mensagens e sinais variou no decorrer da
história e, bem recentemente, as novas tecnologias eletrônicas afetaram mais
uma vez o conjunto de equipamentos encarregados de receber, armazenar,
conservar, emitir e transmitir informação. Essa transformação recente “refere-
se ao tempo, ao espaço e a relação entre os homens” (p.192) (p.104).
Conquanto, as estabilidades políticas, religiosas, econômicas e cientificas
que chegaram até nossos tempos, após essas revoluções, podem ser
consideradas como procedentes de equipamentos apropriados ao
tratamento das informações que tanto variam na história quanto as
comandam (p.105). Portanto, na história da hominização, de acordo com
Serres (2003b), um empobrecimento sempre conduziu a um avanço. A
privação de uma função, nesse sentido, passa a ter um significado muito maior
porque, no final das contas, os benefícios superam claramente os prejuízos.
Na história da vida humana, pois, a cada privação de funções
correspondeu uma objetivação das mesmas nos produtos humanos de
forma que hoje o saber não consiste mais no lembrar-se, mas em objetivar a
memória, ou seja, em deposita-la nos objetos, fazendo-a deslizar do corpo
para os artefatos (p.108) (PA142, grifos nossos).
365
Fonte: Dado tomado do resumo, da introdução ou capítulo relativo ao referencial teórico no texto completo da
dissertação ou tese. Grifos referentes às palavras localizadas no texto: tempo, duração, história, historicidade,
temporalidade, período, periodização, evolução, transformação Foram destacados os parágrafos que contextualizam
esses termos e foram registrados entre parênteses as páginas da citação ou da referência (conforme recomenda o
“Protocolo de Preenchimento das Planilhas Excel”)
não é apenas escolher o melhor gênero, o mais apropriado, mas a escolha implica
a situação do filósofo na sociedade e sua influência (p.214). A reescritura
encontra em Descartes um duplo movimento: de um lado, parece inventar uma
nova forma, e, de outro, realiza um trabalho de síntese, eliminando o acessório,
reduzindo o pensamento a linhas eficazes (p.214-215) (PA001, grifos nossos).
PA005 De acordo com palavras de Platão anteriormente citadas, há um trajeto de ida e
um de volta. Tudo isto é, para o homem, um ônus, uma dupla carga simultânea,
O mundo exterior é que deve ser carregada até o fim do trajeto (p.18). [...] É à situação corporal que
o contexto Hannah Arendt vincula o labor (p.19). [...] O corpo é uma couraça que limita
existencial do o homem espacialmente. Ele tem um corpo que ocupa um lugar no espaço
sujeito: Corpo – (p.20). [...] Arendt analisa a família como o núcleo em que a espécie humana está
lugar no espaço; protegida para se perpetuar e o lugar próprio do ser que resguarda, ciosamente,
Família - lugar como interessantes só a si, algumas atividades, das quais é subserviente, as
próprio do Ser; atividades do labor, como a procriação e a morte (p.22). [...] Assim, a coisa
Lugar no mundo; fabricada é anterior e posterior à fabricação, proporcionando ao homem a força
Autor de seu lugar; que o faz sentir-se superior ao mundo natural e considerar-se autor de seu lugar
Espaço de aparência (p.23). [...] Com o advento da modernidade, foi incutido no homem mais do que
- esfera pública; a condição humana do labor dele exigia: que fabricasse coisas para fixar um
Espaço Público – lugar no mundo (p.27). [...] Para o impulso inicial que desencadeia a ação, a
palco da ação e do prudência é má conselheira, apontando, antecipadamente, perigos e
discurso conseqüências que poderão impedir o ato primeiro de se colocar no lugar onde
vivem os homens e nele se mostrar (p.29). [...] Para que se dêem a ação e o
A realidade é discurso, para que o discurso torne clara a ação impõe-se a exigência máxima a
cenário de eles inerente: a pluralidade dos homens e o espaço de aparência que é a esfera
acontecimentos, pública (p.32). Na verdade, a expressão teia de relações humanas é simbólica,
contexto de enunciando, de forma percuciente, o verdadeiro sentido que adquire o intercurso
explicação, de entre os homens, no espaço de aparência. [...] O espaço público, palco da ação
significados, de e do discurso, tem a durabilidade do tempo em que os homens permanecem
sentidos, de juntos (p.33). [...] A ação e o discurso dependem da união dos homens no espaço
horizonte, da aparência (p.34). [...] A língua, sistema de comunicação de um grupo, guarda
evolução, espaço em si a riqueza histórica do contexto espaço-temporal no qual se estruturou
para interrelações: (p.37). [...] As observações feitas por biólogos, anatomistas, antropólogos,
Contexto espaço- etnólogos, que incluem o método comparativo, identificam o que permaneceu, o
temporal; Cenário que se alterou, e o que desapareceu nos ancestrais do homem primitivo durante a
da vida; Percurso trajetória evolucionária (p.46). [...] Em magistral estudo, demonstrativo das
evolutivo; relações entre filosofia e cultura, Vaz afirma "... ter sido a cultura o único
Consistência de seu caminho que se apresentou à espécie humana, por ocasião de sua aparição no
Ser; Movimento de cenário da vida, como capaz de assegurar-lhe lugar e sobrevivência no seio da
significante natureza." (VAZ, 1997:101) (p.47). [...] A fragilidade não foi barreira
intencionalidade; intransponível para o percurso evolutivo porque foi fortalecida pela
avanços técnico- inventividade (p.50). [...] O homem finito, que compreende a tenaz premência da
científicos situação material, procura fugir, transcendendo o mundo dado, o fenomênico
(acontecimentos); (no vocabulário de Husserl) e vai em direção ao criado por ele mesmo no âmago
Luzes e Progresso do seu ser e que se extravasa nas realizações do pensar (p.55). O movimento
(horizonte) introspectivo liberta o eu pensante, o sujeito refletinte que não nega a
substantividade da matéria mas dela abstrai para volatilizar- se na
“Com a cultura o intimidade e consistência de seu ser. (p.58). [...] A racionalização do
homem se volta comportamento e as condições materiais favoráveis abrem o espaço para a
para horizontes filosofia (p.64). [...] "Todo o movimento, os movimentos do corpo e da alma
infindos e sempre devem cessar diante da verdade." (ARENDT, 1991:23) (p.69). [...] Este
em movimento que movimento de significante intencionalidade, de sensibilização do espírito do
consolidam seu homem é que Jaeger indicará como o início da cultura ocidental. A formação
perfil espiritual” consciente de um homem ideal, que tem como valores os mais elevados conceitos
(horizonte) ético, estético, político e filosófico é o sentido da Paidéia (p.71). [...] Pelos
(Expressão tomada avanços técnico-científicos empreendidos pelas ciências naturais o homem
da citação ao lado) pensou poder subjugar o mundo. O universo não é um extraordinário e
368
põe em movimento,
a serviço de sua
existência, a
essência cultural”)
(entre aspas,
constam expressões
tomadas da citação
ao lado).
PA031 Situados, então, no contexto da filosofia do sujeito, estamos nos opondo à
tendência atual que, por ter anunciado a morte da subjetividade qualquer que seja
A realidade é o seu sentido, recebeu o vago título de pós-moderna (p.5). Vale destacar que o
entendida como percurso seguido pela consciência articula, de um lado, as experiências de
totalidade cultura desenvolvidas ao longo da história ocidental, de (p.7) outro, a sucessão
construída a partir das experiências da consciência sob o domínio da necessidade dialética, que
do sujeito somente se explica na dimensão do saber absoluto (p.8). O homem é o próprio
(“Situados, então, culpado dessa menoridade se a causa dela não se encontra na falta de
no contexto da entendimento, mas na falta de decisão, coragem de servir-se de si mesmo sem a
filosofia do direção de outrem. Sapere aude! Tem coragem de fazer uso de teu próprio
sujeito”; “O entendimento, tal é o lema do esclarecimento”. Essa afirmação kantiana está
indivíduo é dotada de um sentido que ultrapassa o tema específico da educação e alcança a
considerado uma situação de uma época - a “Época das Luzes” (século XVIII), em que o
realidade. Supõe, pensamento ocidental confia plenamente no poder da razão contra todo tipo de
também, que o obscurantismo; sair das trevas significava opor-se a toda a “auctoritas” (religiosa
individual e o ou política) responsável pela produção dos preconceitos e manutenção dos
universal homens na ignorância (p.12). A educação, que visa a instrução, ensina o
estabelecem entre si indivíduo a enquadrar as suas questões no contexto das soluções oferecidas pelas
uma relação” – teorias científicas. Tudo aquilo que ultrapassa esse limite não pode suscitar as
Expressão tomada verdadeiras questões, pois não é científico (p.16). No século XVII, a observação
da citação ao lado); empírica adquire a primazia no processo de conhecimento, uma vez que o
conhecimento humano se desenvolve no interior de um universo que passa a ser
A realidade como concebido como infinito e aberto. Nele não se encontra mais nenhuma hierarquia
contexto e como natural entre os seres; a sua unidade é garantida pela identidade das leis que o
universo de regem em toda as suas partes, e o seu espaço é dotado de uma (p.21) extensão
significados homogênea e necessariamente infinita (p.22). Assumindo-se nesta situação, ele
(“Iniciaremos pela desenvolve uma auto-reflexão cujo resultado é o que sustenta o seu saber sobre
afirmação de que o o mundo (p.22). O caminho da consciência até o saber absoluto é um percurso
absoluto é sujeito. A necessário (p.38). Tudo se passa sob o pressuposto de que a identidade A = A só
análise de tal é conquistada por meio de não-A. O itinerário de A para A passa por não-A. O
afirmação requer de sujeito quando se encontra em A é em-si, ao passar por não-A torna-se para-
nós uma indicação si (desenvolve a consciência-de-si) e ao retornar a A, ele é em-si e para-si.
do contexto Nesse momento, em que o círculo se fecha, o sujeito tem o saber absoluto de si e
filosófico de onde do processo. O sujeito só pode fazer esse caminho de A para A, conforme Hegel,
ela provém e do porque ele é “o movimento do pôr-se-a-si-mesmo, ou a mediação consigo mesmo
qual ela se destaca. do tornar-se outro (p.28). Iniciaremos pela afirmação de que o absoluto é
Trata-se do sujeito. A análise de tal afirmação requer de nós uma indicação do contexto
contexto da filosófico de onde ela provém e do qual ela se destaca. Trata-se do contexto da
filosofia moderna, filosofia moderna, sobretudo do início do século XIX, em que há a presença
sobretudo do início dominante de um esquematismo filosófico estruturado e bem ordenado (p.42). O
do século XIX”; “o movimento circular, que marca o desenvolvimento da vida natural, mostra que
individual e o nele não há mudança do todo e nem historicidade (p.56). A ciência
universal compreende o movimento de formação cultural, que se encerra com a intuição
estabelecem entre si espiritual do que é o saber. Nesse movimento, o Espírito torna-se um outro,
uma relação”) “objeto de seu si”, aliena-se e retorna a si (p.59) dessa alienação. Ele se detém
em cada momento da sua formação cultural, pois cada um deles é uma figura
A realidade, o todo, individual completa (p.60). A formação cultural é o caminho que o homem faz
se refere a um de si a si mesmo, num movimento de exteriorização (objetivação de si) e
370
serviço do interior contingente da dimensão global. Assim, por modos e relações, habitamos o
(sujeito) mundo (p.84). Será que, pelo menos de maneira assintótica, tendemos a uma
realidade global, integral desses espaços e desses tempos parcelares,
O mundo é o constituídos pelos nichos e durações de cada ser vivo e, em razão de seu
horizonte da agrupamento, ao início de uma integração? É dessa forma que, por meio de
compreensão na nossas técnicas, deixamos a fazenda e adentramos o mundo. [...] Ao tentar
medida em que o sincronizar os múltiplos tempos e espaços dos seres vivos, o Biossom acaba por
exterior (a compor um espaço-tempo global, complexo e entrecruzado, que faz dos
realidade) objetivo observadores e observados do mundo hoje contínuas somas em devir(p.85).
é vivido pelo sujeito Deve-se pensar, então, o novo objeto como aquele que ultrapassa o estatuto de
numa relação onde objeto local, fazendo com que nos tornemos objetos de algo que, até ontem,
se dá a ligação presumia-se, ocupava esse lugar. Assim, “se tratamos o mundo como um
fundamental objeto, seremos condenados por nós mesmos a nos tornar objetos desse
mundo/homem (“do objeto” (SERRES, 2003b, p. 165). Essa nova situação redefine as premissas
relacionar-se com jurídicas que fundamentam nossas relações e possibilitam a expansão de suas
os outros, as do fronteiras em direção aos objetos inertes (p.90). “O espaço sem distância
relacionar-se com o implica um eu sem espaço” (SERRES, 2003b, p. 173). Não se habita mais “a
mundo, tanto geometria nem a Terra, nem a medida, mas uma topologia sem métrica nem
quanto as da distância, um espaço qualitativo” (ibidem), que constitui um eu livre de toda
mediação do corpo restrição. Habitar assim, sem distância dos outros, impossibilita o cálculo de
no acontecimento qualquer extensão, porque não se consegue estimar o lugar por onde começar
dessas relações”). a medir (p.92). A distância incalculável perde qualquer sentido nesse novo
espaço global. [...] “Não sou mais o lugar onde estou, o lugar de onde venho,
A realidade é o nem aquele para onde vou, eu desconheço esse lugar” (p.93). Neste último
universo de circuito de hominescência, apresentamos o movimento, indubitavelmente,
significados no articulador da filosofia de Serres: de Pierrô a Arlequim. Apesar de abordado
sentido em que o apenas neste momento, este movimento não remete, exclusivamente, à relação
mundo está cheio de homem e outros, à qual nos voltamos então. [...] Assim, no movimento de Pierrô
objetos aos quais o a Arlequim, podem ser percebidas, além das circunstâncias do relacionar-se com
homem dá os outros, as do relacionar-se com o mundo, tanto quanto as da mediação do
significado (“Vivia- corpo no acontecimento dessas relações. [...] Esse movimento, portanto, é
se em um espaço em extremamente relevante à compreensão da dinâmica formativa dos circuitos
rede (p.105). segundo o pensamento de Serres. Por conseguinte, conforme os três momentos
Contudo, esse de explicitação das dimensões hominescentes, o movimento de Pierrô a Arlequim
momento de concentra-se no primeiro momento da explicitação quando buscamos refletir
hominescência, sobre os conceitos antropológicos de Serres (p.97). Logo, habitava-se antes um
como ressaltamos espaço polarizado ao redor de lugares de concentração. A própria localização
anteriormente, onde se vivia, indicada como endereço, interligava caminhos de toda natureza.
redimensiona, além Vivia-se em um espaço em rede (p.105). Contudo, esse momento de
da filosofia e da hominescência, como ressaltamos anteriormente, redimensiona, além da
cognição, o espaço, filosofia e da cognição, o espaço, o hábitat, o aqui e agora, os objetos e os
o hábitat, o aqui e sujeitos coletivos. Isso porque, hoje, por meio das tecnologias, estamos liberados
agora, os objetos e não somente das funções cognitivas, mas também da restrição ao lugar. Pelos
os sujeitos novos objetos técnicos, passamos do espaço local para o global, vivemos sem
coletivos. Isso endereço, sem fronteiras, no não-lugar. Esse novo espaço, ou a ausência dele,
porque, hoje, por levanta, por sua vez, a questão: como formular um direito sobre um não-lugar?
meio das (p.109). Logo, sem lugar, sem raízes locais, não se consegue mais responder à
tecnologias, velha questão: onde?, questão essa que regulava o pensamento e fortalecia as
estamos liberados certezas. Objetos-mundo, o computador portátil e o telefone celular
não somente das permitem agora que se esteja em todos os lugares: vivemos sobre o espaço
funções cognitivas, global e em tempo real. “Conectados a um conjunto de pontos equidistantes de
mas também da todos os lugares do mundo, podemos nos comunicar à velocidade da luz”.
restrição ao lugar. Quem são os nossos vizinhos ou nosso próximo, hoje? Pelas novas tecnologias,
Pelos novos objetos virtualmente, a humanidade inteira. Em número, espaço, tempo e velocidade,
técnicos, passamos os objetos-mundo levam a viver e a pensar fora do lugar e além dele; em
do espaço local para outras palavras, levam a se situar em um universo que também não tem
372
o global, vivemos endereço (p.110). Sigamos, portanto, em direção a algumas sínteses que nos
sem endereço, sem permitam completar o movimento do singular ao global que Hominescências
fronteiras, no não- propõe (p.118) (PA142, grifos nossos)
lugar”; “Em
número, espaço,
tempo e velocidade,
os objetos-mundo
levam a viver e a
pensar fora do lugar
e além dele”)
Fonte: Dado tomado do resumo, da introdução ou capítulo relativo ao referencial teórico no texto completo da
dissertação ou tese. Grifos referentes às palavras localizadas no texto: lugar, espaço, situação, cenário, contexto,
entorno, movimento, dinâmica, trajetória, trajeto, percurso Foram destacados os parágrafos que contextualizam esses
termos e foram registrados entre parênteses as páginas da citação ou da referência (conforme recomenda o
“Protocolo de Preenchimento das Planilhas Excel”)
279
Refere-se a 10% das pesquisas com abordagem crítico-dialéticas.
280
A escolha dessas pesquisas fundamentou-se, principalmente, naquelas que realizaram estudos relacionados a autores
renomados, como, por exemplo: Marx, Engels, Lenin, Mészáros, Habermas, Gramsci, Sartre, Enrique Dussel,
Leonardo Boff, Paulo Freire, Dermeval Saviani, entre outros que fundamentam a abordagem crítico-dialética nas
pesquisas.
281
SANCHEZ GAMBOA, S. A. Programa da Disciplina: Epistemologia e Pesquisa Educacional. UNICAMP:
Faculdade de Educação: Programa de Pós-Graduação em Educação, 2005.
373
Conforme Sanchez Gamboa (2012, p. 175), “na perspectiva dialética, dada sua preocupação
com a diacronia, pode ser comparada ao filme no sentido da preocupação com o registro do
movimento, a evolução e a dinâmica dos fenômenos”. Nessa linha de raciocínio, destacam-se
alguns trechos das pesquisas que apresentam reflexões e críticas numa perspectiva emancipatória.
O pesquisador abaixo, pesquisa com código de registro “PA003”, estudou Habermas. Veja
sua análise282.
Vemos que, ao longo da história, foram sendo criados conceitos que se
contrapuseram à razão. Esses contrapontos produziram imagens da razão que, em
última instância, levam à negação da própria idéia de razão, abrindo, dessa
maneira, caminhos para as crises. [...] São experiências racionais e imaginárias
desfeitas e refeitas no curso do tempo (p.07). Conceitos fundamentais desse
projeto, como universalidade, subjetividade e autonomia, estão sendo
questionados, ao mesmo tempo em que proliferam princípios opostos, como o
particularismo, o relativismo, o hiperindividualismo, o determinismo e o
esoterismo (p.10). Em tempos de capitalismo tardio, pós-industrial e de
globalização, a maior parte das crises tem origem no interior desse mesmo
processo; em outros termos, as crises atuais são decorrentes de crises sistêmicas,
embora não se limitem a soluções sistêmicas. Por isso, as crises atuais, para que
possa ser superadas, precisam ser entendidas no contexto global em que elas
ocorrem, explicitando os determinantes históricos que a condicionam
(PA003, p.16, grifos nossos).
282
Dados tomados do resumo, da introdução ou capítulos relativos à metodologia e referencial teórico (de acordo com
o que é recomendado pelo “Protocolo de Preenchimento das Planilhas Excel”).
374
A educação é tida como adaptação do homem a seu meio social: “organizar e de conduzir
de forma racional [...] a própria história” (Expressão tomada da citação abaixo). Possui uma
dependência do processo de produção e, em cada momento histórico tem sido um dos instrumentos
por meio do qual a classe dominante assegura sua dominação: “É uma força que age de forma
concreta no processo histórico, na vida de indivíduos e grupos, promovendo a progressiva
racionalização do agir humano e a diferenciação da estrutura simbólica do mundo” (Expressão
tomada da citação abaixo).
[...] Pela educação, o ser humano pode chegar a se certificar das condições
objetivas que a espécie humana tem de se organizar e de conduzir de forma
racional, isto é, científica e tecnicamente, a própria história (p.182). [...] No
entendimento de Habermas, sem a mediação simbólica, não é possível a
emancipação; a autoconstituição da espécie humana na história natural, por
intermédio do desenvolvimento técnico-científico, deve vir acompanhada da
autoformação através da atividade crítico-emancipativa (p.233). A razão
comunicativa é uma razão que não é alheia aos sentimentos, às vivências, à
moralidade, à experiência estética dos indivíduos; ela é uma razão incorporada ao
mundo da vida das pessoas, que interfere nos procedimentos e nos entendimentos
que são estabelecidos; trata-se de uma razão encarnada, concretizada na história,
tênue, que opera na prática comunicativa cotidiana (p.254). O potencial de
libertação da racionalidade embutida no agir comunicativo é um processo que
se apresenta na história da humanidade como uma força vingadora contra toda
a tentativa de reducionismo e todo o tipo de comunicação distorcida. É uma
força que age de forma concreta no processo histórico, na vida de indivíduos e
375
Já este pesquisador (abaixo), pesquisa com código de registro “PA074”, estudou Lenin e
traz uma realidade percebida como um todo complexo, dinâmico, contraditório. Veja sua análise284.
Lenin preferia o simples rega-bofes e o mais comezinho mandriar (no bom sentido
do termo) com o populacho, a força impulsionadora da história, ao ócio
degenerado e pervertido dos cortesãos da corte imperial e/ou dos salões da
burguesia (p.15). A partir deste encontro e da leitura de “O Capital”, Lenin torna-
se partidário convicto e explícito da teoria revolucionária marxista sobre a
transformação do mundo e sobre o papel central da classe operária nesta
transformação (p.19). Lenin tornado mito, o ‘predestinado’, uma espécie de
‘messias’ das estepes, o iluminado e único herdeiro dos revolucionários
democratas russos do século XVIII e XIX. Para os mais afoitos, Lenin, despido
de qualquer ‘contradição’, jamais ‘vacilava’, nunca demonstrava ‘equívocos’, por
isto, era apontado como personagem histórico para além de seu tempo e de si
mesmo (p.24). Entre a mitificação hagiográfica e a análise séria da personalidade
de Lenin, não se pode negar, sem falsificar a história, ter sido ele o ‘exemplo’
inspirador do trabalho e do viver o comunismo (p.24). Marcado pelas
contradições sociais de seu tempo, isto é, ‘filho’ de contradições sociais e
econômicas dantesca que tão bem caracterizavam a retrógrada e tenebrosa
monarquia czarista, Lenin, dentre outras coisas, dedicou uma extraordinária
atenção e esmerada preocupação com as novas gerações de operários, camponeses
pobres e intelectuais (PA074, p.27, grifos nossos).
283
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “Racionalidade Comunicativa e Educação
emancipadora” (Defesa em 1999).
284
Dados tomados do resumo, da introdução ou capítulos relativos à metodologia e referencial teórico (de acordo com
o que é recomendado pelo “Protocolo de Preenchimento das Planilhas Excel”).
376
[...] Ao citar essa passagem de Marx, buscava deixar mais claro ainda que o
homem de barba basta tinha analisado a intrincada rede de relações sociais e os
graus transitórios do passado ao porvindouro, para retirar / extrair a resultante da
evolução histórica. Em Marx a evolução é o aspecto positivo da revolução
social. Exatamente por isto, Lenin (1984, t. 26, p. 75) ainda considerava o motor
intelectual e moral, o agente físico desta transformação, o proletariado
educado pelo próprio capitalismo (PA074, p.208, grifos nossos).
E, para esse homem ser consciente de seu papel histórico, a educação pode ter um papel
fundamental, no sentido de construção do conhecimento, ao invés de ser uma instituição reduzida
a desempenhar um “papel ideológico”.
285
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “Lenin e a Educação Política: domesticação
impossível, resgate necessário” (Defesa em 2005)
378
Claramente, percebe-se que “[...] o homem é concebido como ser social e histórico, que,
embora determinado por contextos econômicos, políticos e culturais, é seu criador e
transformador” (SANCHEZ GAMBOA, 2012, p.194).
Outro trecho selecionado foi da pesquisa cujo código de registro é “PA106”. Este
pesquisador aprofundou seus estudos nas obras de Marx. Percebe-se que para estas pesquisas, com
enfoque crítico-dialético, a crítica, a dialética, a totalidade são fundamentais para possibilitar uma
visão da realidade de forma “sócio histórica”; o homem, geralmente, é tido como um “ser concreto,
social e histórico”; a história, prioritariamente, é concebida com uma visão dialética (“a ética em
Marx é a história, que se faz dialeticamente” – Expressão tomada da citação abaixo), numa
realidade que refere-se a uma sociedade como um todo estruturado num modo de produção em
movimento devido à correlação de forças existentes que podem mudar e ser mudadas pelas ações
transformadoras dos homens (“O que pudemos ver, julgar e registrar no campo filosófico e ético é
que a história, como ação humana em movimento, e somente esta, com sua rigorosa exigência,
definirá efetivamente o processo de superação do estado atual de coisas” – Expressão tomada da
citação abaixo). Veja um trecho de sua análise286:
Juntamente com a crítica, mediante o rigoroso método crítico-dialético de análise
da realidade sócio-histórica, a ética marxiana se fundamenta na concepção de
homem como ser concreto, social e histórico, em uma ontologia imanentista, na
visão dialética da história, nas determinações da existência social dos homens
sob relações sócio-econômicas determinadas em uma sociedade dividida em
classes antagônicas (p.3). Um outro pilar no qual se funda a ética em Marx é a
história, que se faz dialeticamente, através de contradições, produzida pelos
homens, condicionada pelas circunstâncias. O modo de produção capitalista
também é uma produção histórica, daí, não ser natural nem eterno. É no seu
próprio desenvolvimento que são criadas as condições materiais de sua
superação e o surgimento de uma nova sociedade, de novos modos e relações
de produção. Marx defende que a história é a atividade dos homens que buscam
seus próprios fins, ou seja, a história em si não tem nenhum significado senão
aqueles que os homens, em seus vários estágios de desenvolvimentos, lhe
conferem (p.4). Defendemos a atualidade do pensamento marxista, como um
imprescindível espaço de crítica radical a toda forma de exploração e sua proposta
revolucionária de uma efetiva transformação social. O marxismo é uma filosofia
viva e até o nosso tempo histórico insuperável por expressar, no tempo atual, a
problemática própria da época que a suscitou e é insuperável enquanto o momento
histórico do qual é expressão não tiver sido superado (p.6). Como toda
investigação, nosso trabalho tem seus limites e determinações. Vivemos um
tempo de intensas e vertiginosas contradições. O que pudemos ver, julgar e
registrar no campo filosófico e ético é que a história, como ação humana em
286
Dados tomados do resumo, da introdução ou capítulos relativos à metodologia e referencial teórico (de acordo com
o que é recomendado pelo “Protocolo de Preenchimento das Planilhas Excel”).
379
O mesmo pesquisador enriquece sua reflexão acerca da história, trazendo à tona outros
autores renomados, como, por exemplo, Antonio Gramsci: “Não se pode prever senão a luta e não
o seu desenvolvimento, como dissera Gramsci. Daí a necessidade da práxis” (p.25). Traz também
Rosa Luxemburgo: “A história não é progresso irresistível, inevitável, “garantido” pelas leis
‘objetivas’ do desenvolvimento econômico ou da evolução social, dissera Rosa Luxemburgo”
(p.25). Cita, também, Michel Lowy: “A história é processo aberto, uma série de bifurcações onde
o fator ‘subjetivo’, consciência, organização, iniciativa dos oprimidos tornam-se decisivos. Não se
trata de esperar que o futuro amadureça, segundo as ‘leis naturais’ da economia ou da história, mas
de agir antes que seja tarde demais (cf. LÖWY; BENSAÏD, 2000, p. 48)” (p.25). Outro autor que
ele faz referência é Eric Hobsbawm (2003):
287
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “Fundamentos da Ética Marxista: a crítica
radical da sociedade capitalista e as mediações políticas para a construção da emancipação humana” (Defesa em
2007).
380
não são previsões [...] Sabemos que, por trás da opaca nuvem de nossa
ignorância e da incerteza de resultados detalhados, as forças históricas que
moldaram o século continuam a operar. Vivemos num mundo conquistado,
desenraizado e transformado pelo titânico processo econômico e tecnocientífico
do desenvolvimento do capitalismo, que dominou os dois ou três últimos séculos.
Sabemos, ou pelo menos é razoável supor, que ele não pode prosseguir ad
infinitum. O futuro não pode ser continuação do passado, e há sinais, tanto
externamente quanto internamente, de que chegamos a um ponto de crise
histórica. As forças geradas pela economia tecnocientífica são agora
suficientemente grandes para destruir o meio ambiente, ou seja, as fundações
materiais da vida humana. As próprias estruturas das sociedades humanas,
incluindo mesmo algumas das fundações sociais da economia capitalista, estão na
iminência de ser destruídas pela erosão do que herdamos do passado humano.
Nosso mundo corre o risco de explosão e implosão. Tem de mudar. Não sabemos
para onde estamos indo. Só sabemos que a história nos trouxe até este ponte e
por quê. Contudo, uma coisa é clara. Se a humanidade quer ter um futuro
reconhecível, não pode ser prolongamento do passado ou do presente. Se
tentarmos construir o terceiro milênio nessa base, vamos fracassar. E o preço do
fracasso, ou seja, a alternativa para uma mudança da sociedade, é a escuridão”
(PA106, p.25).
Ao ler esse trecho, ressalta-se que o pesquisador traz a questão da FILOSOFIA como algo
essencial: “entendemos a filosofia como uma atitude histórica de análise das questões que totalizam
as relações do indivíduo humano frente ao seu tempo e seu mundo” e, ainda, nos traz a
compreensão do marxismo como uma “filosofia humanista, fundamentada em uma concepção
ampla de liberdade” (entre aspas, encontram-se expressões tomadas da citação acima).
Com Schaff (1967) e Marx (2004), o pesquisador continua sua a desenvolver sua reflexão
crítica a respeito da concepção marxista:
Para SCHAFF (1967, p. 5) “os problemas do ser humano e da filosofia do homem
só apareceram, de forma clara e sistemática, entre os corifeus da idéia marxista,
somente em Gramsci...”. Segundo ele, é impossível separar a concepção marxista
do homem da transformação social e política da realidade social (p.68). Neste
encontro é que se dá o processo do conhecimento, que se caracterizam pelos
diversos condicionamentos históricos e nos faz responsáveis e participantes de
nosso próprio destino e tempo (p.73). Enfim, o tema do homem concreto em uma
sociedade determinada remete incansavelmente a certos pressupostos acerca do
homem, do seu ser na história. (p.76). O homem como produto de seu próprio
trabalho é um pressuposto fundamental da leitura de toda a história: “Toda a
denominada história mundial nada mais é que o engendramento do homem
mediante o trabalho humano” (MARX, 2004, p. 114) (p.77). Porém, o que faz
com que o homem além de seu ser natural se torne um ser natural humano, o que
o especifica como ser humano é a sua atividade consciente, ou seja, a sua
capacidade prática de construir um mundo objetivo no espaço e no tempo
historicamente determinados (p.79). Diz MARX (2004, p. 128): “Mas o homem
não é apenas ser natural, mas ser natural humano, isto é, ser existente para si
mesmo, por isso, ser genérico, que, enquanto tal, tem de atual e confirmar-se tanto
383
em seu ser quanto em seu saber. Conseqüentemente, nem os objetos humanos são
os objetos naturais assim como estes se oferecem imediatamente, nem o sentido
humano, tal como é imediata e objetivamente, é sensibilidade humana,
objetivamente humana. A natureza não está, nem objetiva nem subjetivamente,
imediatamente disponível ao ser humano de modo adequado. E como tudo o que
é natural tem de começar, assim também o homem tem como seu ato de gênese a
história, que é, porém, para ele, uma história sabida e, por isso, enquanto ato de
gênese com consciência, é ato de gênese que se supra-sume. A história é a
verdadeira história natural do homem”. Tudo aquilo que o homem necessita para
sua existência ele encontra na natureza. Sem a natureza é inconcebível a praxis e,
portanto é inconcebível o ser humano. Portanto, natureza, trabalho, história
estão intimamente imbricados na concepção de homem em Marx. A
natureza e a história se apresentam inseparavelmente ligadas, pois ambas são
produtos da práxis humana (PA106, p.79, grifo nosso).
O pesquisador (PA106), estudioso de Marx, possibilita com sua pesquisa uma compreensão
de como é concebida a realidade (totalidade – um todo complexo/contraditório/dinâmico), a
história (movimento da sociedade como um todo – que gera luta de classes), o homem (um ser
social e histórico – inserido no conjunto das relações sociais) na perspectiva marxista (“natureza,
trabalho e história estão intimamente imbricados na concepção de homem em Marx. A natureza e
a história se apresentam inseparavelmente ligadas, pois ambas são produtos da práxis humana”)
(Expressão tomada da citação acima). Compreensão esta, presente, fundamentalmente, nas
pesquisas crítico-dialéticas desenvolvidas no Grupo PAIDEIA.
Sanchez Gamboa (2012, p.194), a respeito da concepção de Homem e da concepção de
Realidade, nas investigações com enfoque crítico-dialéticas, explica que,
288
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “Trabalho, alienação e emancipação:
a educação em Mészáros” (Defesa em 2010)
387
A pesquisadora, por meio de seus estudos sobre vida e obra de Saviani, enfatiza em sua
pesquisa o significado de educação (“a educação, portanto, não transforma de modo direto e
imediato e sim de modo indireto e mediato, isto é, agindo sobre os sujeitos da prática”) e, ainda,
do ato de educar (“educar não é apenas educar sujeitos para a sociedade, mas sim sujeitos
conscientes que possam transformá-la”) para Saviani. Significado este que retrata a forma como é
tida a Concepção de Educação preferencialmente nas pesquisas com orientação crítico-dialética.
Para ele, educar não é apenas educar sujeitos para a sociedade, mas sim
sujeitos conscientes que possam transformá-la. Saviani não vê a educação
como um processo que produz diretamente a transformação social. A educação
não transforma imediatamente a sociedade. Ela transforma de forma mediatizada.
Isto é, o processo de transformação que se dá pela educação refere-se não ao
processo de transformação ao nível das condições materiais da estrutura social em
que vivemos, mas ao nível da transformação das consciências. E as consciências
são os sujeitos que atuam na prática social (SILVA JUNIOR, 1994, p. 118) (p.47).
A defesa de uma pedagogia histórico-crítica que possa contribuir com a
formação dos indivíduos no sentido de torná-los conscientes e, assim, capazes
de atuarem na busca de uma transformação social, tem tudo a ver com sua
defesa a respeito da universalização da educação escolar, ou seja, a defesa da
escola no sentido de, através dela, buscar a elevação cultural das massas e com
isso atingir a educação das consciências (p.47-488). Conforme Saviani, “a
educação, portanto, não transforma de modo direto e imediato e sim de modo
388
Percebe-se que a educação tem uma dimensão política no sentido de tomada de consciência,
uma forma de luta política em busca de um novo bloco histórico, de uma sociedade democrática.
E é nesse sentido que há a defesa de uma pedagogia histórico-crítica: “A defesa de uma pedagogia
histórico-crítica que possa contribuir com a formação dos indivíduos no sentido de torná-los
conscientes e, assim, capazes de atuarem na busca de uma transformação social” (Expressão
tomada da citação acima).
A pesquisa PA140 faz uma conexão com essa linha de raciocínio (o homem como
construtor da história), a necessidade de transformação das consciências e pontua a questão da
educação e do trabalho como “base de toda a existência humana” (Expressão tomada da citação
abaixo):
Consequência necessária: a história social dos homens é sempre a história do seu
desenvolvimento individual, tenham ou não consciência desse fato. Essas relações
materiais nada mais são que as formas necessárias nas quais se realiza a sua
atividade material e individual (Marx, 2009, p.245). Esta é a razão pela qual o
processo de formação dos seres humanos – numa palavra: a educação – “é um
trabalho de toda a história do mundo até aqui” (Marx, 2004, p.110) (p.89).
Praticamente, é preciso garantir que “cada geração posterior” receba uma espécie
de herança material e espiritual do capital, isto é, forças produtivas – “adquiridas
pelas gerações precedentes, que lhes servem de matéria-prima para novas
produções” – que têm por único intuito criar “na história dos homens uma
conexão” de caráter reificado, “uma história da humanidade” permeada de
alienação (p.90). Mas o trabalho é a base de toda a existência humana – “pois
o que é vida senão atividade” (Marx, 2004, p.83). Assim, se o trabalho se organiza
em função da produção de mercadorias é exatamente o “tempo socialmente
necessário” para a produção de mercadorias o princípio regulador de toda a
existência humana. Portanto, o imperativo do tempo do capital predominante no
processo de reprodução material afeta diretamente não apenas as relações
estruturais de exploração da sociedade de classes como um todo, mas impõe ao
mesmo tempo seus efeitos negativos e humanamente empobrecedores sobre cada
aspecto da atividade material e intelectual no tempo de vida dos indivíduos
particulares (Mészáros, 2007, p.302-3) (p.92). Assim, “as práticas reprodutivas da
sociedade capitalista são caracterizadas pela contabilidade do tempo
desumanizadora que obriga os indivíduos trabalhadores (...) a se submeterem à
289
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “Uma avaliação histórico-crítica da
trajetória institucional e política do educador Dermeval Saviani na Pós-graduação em Educação no Brasil (1970-
1996): a busca coerente da articulação teoria e prática” (Defesa em 2007).
389
O pesquisador, que estudou Antonio Gramsci, pesquisa PA154, alerta sobre a visão
equivocada de que “o próprio indivíduo é o lócus da transformação”. Gramsci considera possível
que o ser humano transforme a realidade, mas isso não ocorrerá se for de maneira individual e sim
coletiva, portanto, não prevalece uma vontade individual, não é o indivíduo que transforma. Trata-
se da vontade coletiva, ou seja, só no coletivo é possível a transformação:
Por isso mesmo, para essa forma de pensar, o próprio indivíduo é o lócus da
transformação, visão que, para Gramsci, está profundamente equivocada e deve
ser revolucionada (p.47). Construir uma personalidade, nessa perspectiva, seria
tomar consciência do conjunto das relações sociais que constituem a
individualidade e sua concepção de mundo e, mais que isso, tomar consciência da
historicidade dos processos que constituem as relações sociais atuais das quais se
faz parte, compreendendo geneticamente seu movimento de formação para agir,
então, sobre a realidade (e, portanto, sobre si), escolhendo que relações sociais
(portanto, que personalidade) se deseja forjar. Mas, qual seria o poder de
transformação de uma vontade individual diante desse conjunto gigantesco de
relações sociais historicamente constituídas? Seria realmente possível que o ser
humano transforme a si mesmo e a seu ambiente? Gramsci responde que sim,
desde que essa ação seja coletiva, que o indivíduo se associe a todos que
desejam a mesma transformação, constituindo assim uma vontade coletiva.
São muitas as possíveis sociedades através das quais o ser humano pode se
realizar, ou seja, o ser humano, através da ação coletiva, pode construir seu futuro,
a forma de sociabilidade que desejar, desde (p.47) que dentro, obviamente, do
horizonte de possibilidades que o desenvolvimento das forças produtivas
permitirem. A tomada de consciência das relações sociais, nas quais se está
imerso, é o início de um processo de mudança. O conhecimento é, portanto, poder.
Conhecimento que se produz não apenas pela compreensão histórica das
transformações das relações sociais, mas pela ação transformadora sobre a
realidade: “Daí ser possível dizer que cada um transforma a si mesmo, modifica-
se, na medida em que transforma e modifica todo o conjunto de relações do qual
ele é o centro estruturante” (GRAMSCI, 2004a, CC 10, §54, p. 413) (PA154291,
p.48, grifo nosso).
No trecho acima, viu-se que o conhecimento é poder e, parafraseando Gramsci, viu-se que
cada um se transforma na medida que transforma todo o conjunto de relações, do qual, ele é o
centro estruturante. Repete-se essa frase para mostrar sua relação com o pensamento de Dermeval
Saviani (2003, p.13). Este afirma: “[...] educação é o ato de produzir, direta e intencionalmente,
290
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “Trabalho, alienação e emancipação:
a educação em Mészáros” (Defesa em 2010).
291
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “A prática educativa entre direção e
base no partido revolucionário: uma análise a partir de Gramsci” (Defesa em 2011).
390
em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto
dos homens”.
A pesquisa PA158, na qual, o pesquisador estuda Sartre, também fala do homem na
coletividade:
A consciência sendo transcendência a si mesma frente ao mundo dos fenômenos,
não pode colocar-se a si mesma como objeto de investigação, o homem não pode
pensar a si mesmo. Assim sendo, ele se depara com o nada: “o Para-si é o ser
que se determina a existir na medida em que não pode coincidir consigo mesmo”
(SARTRE, 1997, p.127). Por não abarcar seu ser, a consciência é destituída de
ser, é vazia de ser (p. 39-40). Para Sartre cada uma das condutas humanas, pode
nos revelar ao mesmo tempo o homem, o mundo, e a relação que os une
(PA158292, p.42, grifos nossos).
292
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “Liberdade e Educação: articulações
sartreanas em uma educação da autenticidade” (Defesa em 2011).
293
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “Do individual ao coletivo na crítica da razão
dialética de Sartre: perspectivas educacionais” (Defesa em 2007)
391
Na pesquisa PA173, o responsável por ela estudou Paulo Freire, o que possibilita essa
compreensão do homem “ser em constante construção” como protagonista da história “capaz de
se criar e recriar pelo seu trabalho, numa perspectiva histórica de constantes mudanças e
transformações”. Fala também da tarefa desse homem: humanizar-se. Valoriza a “ação e reflexão”
e, com isso, mostra que é “a práxis que permite a transformação do mundo” (entre aspas,
encontram-se expressões tomadas da citação abaixo):
Na mesma linha de pensamento do marxismo, Freire faz a relação entre história e
esse protagonismo dos homens, reafirmando a característica histórica do
próprio homem. Sugere que “não há realidade histórica que não seja humana (...)
não há história sem homens como não há uma história para os homens, mas
uma história de homens que, feita por eles, também os faz, como diz Marx
(FREIRE, 1987, p.63) (p.73). Para Freire, todo o homem tem a tarefa de
humanizar-se. Esse processo tem início no grupo social em que se situa cada
homem e se constitui como um processo histórico e coletivo. Ele descreve o
homem como um ser em constante construção, consciente deste estado de
inconclusão, capaz de se criar e recriar pelo seu trabalho, numa perspectiva
histórica de constantes mudanças e transformações que permitem a produção de
sua existência (p.75). Quando se considera somente a ação sem a reflexão, a
palavra se restringe ao ativismo. De tal maneira, que a ação somente pela ação,
desconsiderada da reflexão, nega também a práxis verdadeira. Tanto o verbalismo
como o ativismo são duas impossibilidades do diálogo. Freire enfatiza a palavra
verdadeira, na sua forma de ação e reflexão. É a práxis que permite a
transformação do mundo (PA173294, p.76, grifos nossos).
294
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “Impacto do pensamento de Paulo Freire nas
pesquisas de Pós-graduação no Brasil (1987 - 2010)” (Defesa em 2013).
392
Em conexão com esse trecho, inserir-se-á parte da pesquisa PA208, na qual, o pesquisador
estudou a Teologia da Libertação e faz uma análise crítica a respeito da possibilidade de reconstruir
o ideal de humanização e emancipação e, via Gramsci, denuncia a barbárie e as consequências
desta para com a sociedade.
aconteça quanto porque a massa dos homens abdica da sua vontade, deixa fazer,
deixa enrolar os nós que, depois só a espada pode desfazer, deixa promulgar leis
que depois só a revolta fará anular, deixa subir ao poder homens que depois só a
sublevação poderá derrubar. A fatalidade que parece dominar a história não é mais
do que a aparência ilusória dessa diferença, desse absentismo. Há fatos que
amadurecem na sombra porque poucas mãos sem qualquer controle a vigiá-las
tecem a teia da vida coletiva e a massa não sabe porque, não se preocupa com
isso. Os destinos de uma época são manipulados de acordo com visões
limitadas e com fins imediatos, de acordo com ambições e paixões pessoais de
pequenos grupos ativos, e a massa dos homens não se preocupa com isso. Mas
os fatos que amadureceram vêm à superfície; o tecido feito na sombra chega ao
seu fim e então parece ser a fatalidade a arrastar tudo e todos, parece que a história
não é mais do que um gigantesco fenômeno natural, uma erupção, um terremoto
de que são todos vítimas, o que quis e o que não quis, quem sabia e quem não
sabia, quem se mostrou ativo e quem foi indiferente. Estes então zangam-se,
queriam eximir-se às consequências, quereriam que se visse que não deram o seu
aval que não são responsáveis. Alguns choramingam piedosamente outros
blasfemam obscenamente, mas nenhum ou poucos põem esta questão: se eu
tivesse procurado fazer valer a minha vontade, o meu parecer, teria sucedido o
que sucedeu? ” (Gramsci-texto-curso de formação –MST) (Città
futura,11/02/1917; Convite à leitura de Gramsci, tradução: Pedro Celso Uchôa
Cavalcanti; transcrição de: Alexandre Linares para Marxists Internet Archive-
marxists. Org., 2005) (PA208295, p.71, grifos nossos).
295
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “Filosofia, Educação e Política: a
Filosofia da Libertação na América Latina (1970-2014) e sua influência no debate educacional brasileiro” (Defesa
em 2017).
394
Nesse sentido, o autor ressalta que é preciso conscientizar-se. Cita Hobsbawm, para
enfatizar a organização de ações coletivas em prol de movimentos de libertação e de emancipação
humana.
O pesquisador fala da vontade de muitos em ter obras como as de Paulo Freire empoeiradas
e jogadas às traças nas prateleiras, mas, num movimento inverso, têm-se muitos com inspiração
humanista que lutam pela construção de um mundo novo.
Muitas forças políticas retrógradas gostariam de manter a obra de Paulo Freire nas
prateleiras do passado, nas cinzas da história na história da pedagogia. Certamente
outros gostariam de esquecer seus temas, por causa de suas opções políticas, e
certamente suas ideias não agradariam a todos. Em certos lugares, até hoje, seu
pensamento é interditado, mas para os que desejam conhecer e viver uma
pedagogia de inspiração humanista e para a promoção da justiça social sua obra é
imprescindível. A força do seu pensamento não está só na sua teoria do
conhecimento, mas consiste em apontar uma forma de pensar a educação e a
construção de um mundo novo. Trata-se de pensar a urgente tarefa de mostrar
que é possível e necessário mudar a ordem das coisas. Paulo Freire não só
convenceu tantas pessoas em tantas partes do mundo pelas suas teorias e práticas,
mas também porque despertava nelas, por meio de seus escritos, a capacidade de
sonhar com uma realidade mais humana, mais justa e igualitária (PA208, p.80,
grifos nossos).
395
Não basta sonhar, é preciso agir e essa ação é urgente frente a atual conjuntura brasileira,
momento histórico trágico, afundada nas mãos de um chefe de governo que desempenha papel
vergonhoso frente ao povo brasileiro e frente ao mundo com suas falas e atitudes que representam
uma verdadeira barbárie, no sentido mesmo de bárbaro 296. Neste governo, a todo vapor, estão a
afronta à Democracia; o desrespeito às Leis, à Constituição Federal, ao Judiciário, ao Ministério
Público; o descaso com os Direitos Humanos, fragilizados e violados; o descaso com a ciência e,
consequentemente, com a saúde e com a educação; o descaso com o Meio Ambiente, nossa
Amazônia grita por socorro; o descaso pelos nossos indígenas e demais oprimidos, que, por terem
seus direitos violados morrem em suas lutas. Vivencia-se tudo isso. Trata-se de um momento que
avassala aqueles que acreditam na consciência crítica, enquanto muitos assistem ao show. Estes
que não perdem as esperanças em uma consciência crítica e que não desistem da luta pelo respeito
aos valores democráticos, são os que resistem e os que pensam possibilidades de transformação da
realidade por meio sujeitos conscientes e lutas políticas.
O pesquisador, responsável pelos estudos a respeito da Teologia da Libertação e da
Filosofia da Libertação (PA208) - pois “não há a possibilidade de uma Teologia da Libertação sem
uma Filosofia da Libertação que lhe dê uma contextualização” (p.35) -, traz Boaventura de Souza
Santos para valorizar a ciência como ato político. Aponta-se esse trecho para mostrar que, enquanto
o chefe do governo desvaloriza a ciência, a pesquisa, a produção científica, muitos pesquisadores
se posicionam firmemente em defesa desta. Fato recente que confirma essa afirmação é a renúncia
de um grupo de pesquisadores às atividades relacionadas à CAPES, órgão ligado ao governo (MEC
– pós-graduação). Fato este que representa resistência, que atribui créditos à ciência, à pesquisa.
Não se trata apenas de indignação, mas de ação. Traz esperança.
Segundo Boaventura de Souza Santos, (SANTOS, B.S. & MENEZES, M.P. org.
2009:17. Epistemologias do Sul. São Paulo, Cortez), a produção científica contém
exigências de qualidade tanto formal quanto política. O entendimento da ciência
como ato político em sentido amplo, ou seja, como necessidade, vontade de
criação, de novas possibilidades, de transformação da realidade pela
construção de novas práticas e de novos modos de pensar o mundo, não
prescinde de seus aspectos formais a decisão vontade de produzir conhecimentos
para ser eficaz, necessita ter nele a qualidade formal (Educação, docência e
memória: desafios para a formação de professores/ Eliana Sampaio Romão, César
296
Bárbaro é um termo utilizado para se referir a uma pessoa tida como não-civilizada [...] De maneira idiomática ou
figurativa, o termo também pode se referir individualmente a uma pessoa bruta, cruel, belicosa e insensível (Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%A1rbaros).
396
Nunes, José Ricardo Carvalho org. Campinas, Librum Editora, 2013) (Trecho da
pesquisa PA208, p.87, grifos nossos).
Mais adiante, o pesquisador fala, ainda, sobre “novos sujeitos sociais que se empoderam
nas lutas políticas”:
Vivemos uma conjuntura de refluxo e de conservadorismo, expresso nas eleições
e nos movimentos de intolerância de toda sorte que vicejam pelo mundo. Depois
de uma dolorosa marcha, desde o fim da segunda guerra mundial, até o início
dessa segunda década de nosso milênio temos conquistado direitos e reconhecido
os novos sujeitos sociais que se empoderam nas lutas políticas. É notória a nova
face de nossas sociedades latino-americanas. Poderíamos ser atentados a pensar
que a história é cíclica e se repete, ou ainda que ela não se transforma e somente
se adapta a novos contextos. Numa leitura mais tradicional e conservadora
diríamos que não adianta lutar porque as coisas não mudam (p.112). Embora
vivamos dias difíceis, acreditamos que a força da experiência histórica de
resistência nos mantenha lúcidos e bem articulados. A filosofia da libertação
contribuiu significativamente para a superação dos totalitarismos, das práticas
ditatoriais, da tortura, do arbítrio. Vivemos uma breve, mas intenso, período de
conquistas e de avanços sociais (PA208, p.115).
Acreditar na dialética é saber que a realidade não permanecerá como está, portanto, pode-
se dizer que a dialética gera a esperança:
297
Trata-se de um trecho, retirado de uma tese de doutorado, intitulada: “Do individual ao coletivo na crítica da razão
dialética de Sartre: perspectivas educacionais” (Defesa em 2007).
298
Trata-se de um trecho, retirado de uma dissertação de mestrado, intitulada: “Filosofia, Educação e Política: a
Filosofia da Libertação na América Latina (1970-2014) e sua influência no debate educacional brasileiro” (Defesa
em 2017).
397
Tudo pode acontecer e, nesse sentido, é fundamental militar na busca pela emancipação. A
luta pela ciência como ato político, a valorização da produção científica engaja com a luta travada
por muitos educadores e, entre eles, destaco César Nunes - professor desta Universidade,
coordenador deste Grupo de pesquisa PAIDEIA -, que amplia horizontes rumo à conscientização
do direito à educação e à luta pela educação como direito visando “uma nova proposta de educação
voltada para a formação plena da cidadania e para a incorporação da cultura como processo de
hominização e de humanização” (NUNES, 2019b, p. 40).
Com esse longo esforço de pesquisa, apresentaram-se os resultados que compõem uma
grande massa de informações, cujo objetivo foi apresentar uma visão de conjunto da produção
científica desenvolvida no Grupo PAIDEIA. Isto posto, acredita-se estar respondida à quarta
questão que envolve a problemática desta pesquisa: Quais as implicações epistemológicas contidas
nas abordagens metodológicas no que se refere: aos critérios de cientificidade; às concepções de
objeto e de sujeito; às formas de tratamento do objeto e às concepções de causalidade, de ciência,
de homem, de história e de educação?
Caminhando para responder à última pergunta desta tese de doutoramento, que é: Quais os
principais resultados apontados nesta análise epistemológica e seus desdobramentos para a
formação profissional e a compreensão e o avanço do conhecimento produzido pelo Grupo
PAIDEIA?, pensou-se uma estrutura de exposição dividida em quatro partes. Estas correspondem
às periodizações constatadas no Grupo PAIDEIA que marcam a sua história na FE/UNICAMP.
Esta resposta materializa-se no texto das considerações finais desta pesquisa.
398
CONCLUSÕES
Por ser esta uma pesquisa que procedeu com a análise epistemológica da produção
científica do Grupo PAIDEIA, evidencia-se que “o discurso epistemológico encontra na filosofia
seus princípios e, na ciência, seu objeto” e salienta-se a compreensão da epistemologia como “parte
da filosofia que se ocupa especialmente do estudo crítico da ciência em seu detalhamento prático,
isto é, da ciência como produto e como processo” (SANCHEZ GAMBOA, 2012, p. 29). Assim, “a
filosofia resgata sua função crítica-reflexiva frente à ciência e esta desenvolve sua capacidade de
autorreflexão” (SANCHEZ GAMBOA, 1987, p. 209). Dito isso, após longo processo de pesquisa,
no qual, o pesquisador, “além de elaborar conhecimentos e produzir resultados, elabora também
uma filosofia” (SANCHEZ GAMBOA, 2012, p.50), apresenta-se os principais resultados que
compõem uma visão de conjunto da história do Grupo PAIDEIA no PPGE/FE/UNICAMP.
Problematizar e analisar a produção científica do Grupo PAIDEIA, tornando-o, assim,
objeto de estudo desta pesquisa de doutorado, traz à tona a assertiva de que é viável e necessário o
estudo epistemológico em educação. De igual maneira, ter o amparo da análise epistemológica,
que vislumbra um todo dinâmico e histórico e articula o histórico e o lógico (princípio
metodológico fundamental) no processo da produção da pesquisa em educação, garante uma
reflexão filosófica, com dimensão crítica de seu produto final, algo essencial para a Filosofia e para
a Educação, respectivamente, à Filosofia da Educação, áreas que integram o Grupo PAIDEIA.
Mesmo com toda limitação que este estudo apresenta, por ser uma primeira análise da
produção científica de um grupo de pesquisa que integra o PPGE da FE/UNICAMP, fica aqui
registrada a sua importância, por dar visibilidade à perspectiva da questão qualitativa da pesquisa
em educação. A partir dessa consciência, traz-se a primeira recomendação desta pesquisa:
incentivo a pesquisadores a fazerem análise crítica da produção científica de outros grupos de
pesquisas que integram o referido PPGE. Sanchez Gamboa (2012, p.26) enfatiza que “a
epistemologia aplicada à investigação científica em educação tem como papel fundamental
questionar constantemente esta atividade”. Assim, fazer pesquisa da pesquisa é algo positivo,
fundamental para apontar novos caminhos, corrigir outros, potencializar o ato de pesquisar, pelo
fato de análises epistemológicas permitirem não apenas “identificar os temas estudados, as
bibliografias ou os autores consultados, mas também levam a aprofundar os problemas e questões
que geraram o conhecimento, elucidar os métodos, as estratégias, os conflitos teóricos e
paradigmáticos e o confronto dos resultados” (SANCHEZ GAMBOA, 2012, p.66-67). Além disso,
399
também não é possível desconsiderá-lo, até porque o olhar do pesquisador se atentou para a
totalidade concreta299 que envolve a realidade300 do problema objeto de estudo, numa dialética
materialista. Trata-se de um período fundamental ao Grupo pelo fato de ser nele que se constitui a
área de Filosofia da Educação no contexto do PPGE da FE/UNICAMP. Outro ponto a salientar é
que, neste período, a partir do desenvolvimento das “pesquisas vinculadas à área de Filosofia da
Educação”, ou seja, “a partir de temas pesquisados que se organizaram as linhas de pesquisa”
(SANCHEZ GAMBOA, 2011, p.286) do Grupo PAIDEIA.
A partir de 1999, com a institucionalização do Grupo PAIDEIA, especificamente, no período
1999-2007, o Grupo PAIDEIA passa a ter uma maior organicidade e inicia-se, assim, sua fase de
consolidação, no sentido de “com base na organização do grupo a área de filosofia da educação e,
mesmo com menos orientadores (de 10 para 06), o segundo período registra um aumento das
pesquisas [...]” (SANCHEZ GAMBOA, 2011, p.285).
Neste período (1999-2007), analisaram-se 81 pesquisas, sendo 51 delas (62,9%) classificadas
como crítico-dialéticas, dedicadas aos estudos das temáticas: Antropologia (02), Educação (25),
Educação Física (02), Epistemologia (3), Estética (1), Ética (5), Filosofia (2), História (1), Política
(2), Teoria Crítica (8). Na sequência, tem-se as fenomenológico-hermenêuticas (22 pesquisas,
27,2%), as pós-modernas (5 pesquisas, 6,2%) e as empírico-analíticas (3 pesquisas, 3,7%).
No período 2008-2011, analisaram-se 47 pesquisas e, destas, 27 foram classificadas crítico-
dialéticas (57,4%), as quais estudaram as temáticas Educação (16), Educação Física (2),
Epistemologia (04), Ética (01), Filosofia (01), História (01), Política (02). Em seguida, têm-se as
fenomenológico-hermenêuticas (14 pesquisas, 29,8%), as pós-modernas (4 pesquisas, 8,5%) e as
empírico-analíticas (02 pesquisas, 4,3%).
No período 2012-2019, analisaram-se 42 pesquisas, sendo 31 destas classificadas crítico-
dialéticas (73,8%). A seguir, têm-se as fenomenológico-hermenêuticas (5 pesquisas, 11,9%), as
empírico-analíticas (3 pesquisas, 7,1% ) e as pós-modernas (3 pesquisas, 7,1%). Enfatiza-se,
conforme já estudado por Sanchez Gamboa (1987, p.211) que “a presença de várias opções
299
Lembrando que, de acordo com Kosik (1976, p.33-34), “Do ponto de vista da totalidade, compreende-se a dialética
da lei e da causalidade dos fenômenos, da essência interna e dos aspectos fenomênicos da realidade, das partes e do
todo, do produto e da produção e assim por diante. Marx, se apossou desta concepção dialética, purgou-a das
mistificações idealistas e, sob este novo aspecto, dela fez um dos conceitos centrais da dialética materialista”.
300300
Entendendo que “Na filosofia materialista a categoria da totalidade concreta é sobretudo e em primeiro lugar a
resposta à pergunta: que é a realidade? E só em segundo lugar, e em consequência da solução materialista à primeira
questão, ela é e pode ser um princípio epistemológico e uma exigência metodológica” (KOSIK, 1976, p.34).
401
atualidade e da potencialidade desse grupo de pesquisa, que investe, por meio das disciplinas
ofertadas pelos professores, bem como nas suas seguras orientações, fundamentos filosóficos,
históricos e epistemológicos que garantem ao pesquisador em formação uma dimensão do contexto
histórico-crítico-social da sua pesquisa e da sua própria atuação como pesquisador. Nesse contexto,
aponta-se a disciplina ED307 – Epistemologia da Pesquisa em Educação, ministrada durante
muitos anos pelo Prof. Silvio Ancízar Sanchez Gamboa e que, na ocasião da sua aposentadoria,
convidou o Prof. Régis Henrique dos Reis Silva para assumi-la e, atualmente, é ofertada no
catálogo de disciplinas 1° semestre/2022, sob responsabilidade do Prof. César Nunes. Todos são
docentes pesquisadores do Grupo PAIDEIA. Isso demonstra a dedicação e a preocupação deles
com os fundamentos filosóficos e epistemológicos na pesquisa em educação. Certamente, uma
disciplina que faz a diferença para aqueles pesquisadores que a cursam, porque é imprescindível
aprender a fazer perguntas, problematizar, pensar na relação sujeito e objeto, refletir sobre o lógico
e o histórico, saber utilizar os recursos metodológicos, etc. Enfim, acredita-se que estudar e discutir
as questões filosóficas e epistemológicas no ato de pesquisar direciona a produção científica ao
“salto qualitativo” (SANCHEZ GAMBOA, 1987, p. 213).
Abre-se um parêntese aqui para sinalizar uma nova recomendação, desta vez, ligada à
formação do pesquisador. Já apontado por Sanchez Gamboa (1987), na sua pesquisa de
doutoramento, ao colher depoimentos de orientadores, está a necessidade de aprofundar nas
pesquisas as questões filosóficas e epistemológicas, o que não é tarefa fácil, porque os
pesquisadores chegam à pós-graduação com uma reduzida (ou nula) formação filosófica. Nesse
sentido, recomenda-se que a coordenadoria do PPGE, reflita com seus chefes de departamentos e,
estes, com seus pesquisadores, a possibilidade de iniciar um trabalho para superar essa carência
ou, pelo ao menos, minimizá-la, incluindo mais disciplinas, além da ED307 ofertada pelos
pesquisadores do Grupo PAIDEIA, com conteúdos relacionados aos fundamentos filosóficos e
epistemológicos da pesquisa em educação à “Grade de Disciplinas Oferecidas” 301 no PPGE.
Disciplinas desse teor são essenciais e indispensáveis aos pesquisadores em formação, já que, na
trajetória escolar, que antecede a pós-graduação, é bastante limitado obter essa formação mais
filosófica.
301
Prefere-se utilizar a palavra “matriz” ao invés de “grade”, mas utilizou-se a expressão que consta no site da FE:
“Grade de disciplinas oferecidas”. Disponível em: https://www.fe.unicamp.br/ensino/pos-graduacao/mestrado-e-
doutorado-em-educacao/vida-academica/disciplinas-e-convalidacao-de Acesso em 12 fev. 2022. Recomenda-se
pensar na possibilidade de alterar ou, até mesmo, retirar a palavra “grade” que traz a ideia de fechado, preso, sem
movimento, etc. e trocá-la por “matriz” ou, simplesmente, deixar “disciplinas oferecidas”.
403
302
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303
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304
No sentido de “conduta firme”.
405
305
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teses e dissertações de docentes dos cursos de formação profissional. 2017. 1 recurso online (109
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Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1631730. Acesso em: 2 jun.
2022.
APÊNDICES
APÊNDICE VI - Pesquisas excluídas da análise epistemológica por serem arquivos não editáveis
APÊNDICE XIII - Técnicas ou formas de tratamento dos dados utilizados pelos pesquisadores do
Grupo PAIDEIA/FE/UNICAMP
2011 Tese (doutorado) – Análise da produção científica Reina Del Pilar Sílvio Ancizar
Universidade dos programas de pós-graduação Sanchez Torres Sanchéz
Estadual de em educação da Universidade Gamboa
Campinas, Pedagógica e Tecnológica da
Faculdade de Colômbia (1980-2005)
Educação.
2017 Tese Digital - A produção teórica sobre o ensino Luciano Galvão Sílvio Ancizar
Universidade de Educação Física escolar: Damasceno Sanchéz
Estadual de balanço e perspectivas (1980- Gamboa
Campinas, 2015)
Faculdade de
Educação
Fonte: Elaboração própria, ao consultar as seguintes fontes referentes aos Grupos de Pesquisa:
https://www.fe.unicamp.br/pesquisa/grupos-de-pesquisa.
434
Nº GRADUAÇÃO QUANTIDADE DE
PESQUISADORES
1 Administração 1
2 Artes 2
3 Biologia/Ciências Biológicas 4
4 Ciências Econômicas 2
5 Ciências Jurídicas e Sociais 1
6 Ciências Sociais 3
7 Comunicação Social 2
8 Design Industrial 2
9 Direito 7
10 Educação 2
306
Dados coletados dos currículo Lattes/CNPq dos pesquisadores.
435
11 Educação Artística 1
12 Educação Física 23
13 Engenharia Agronômica 2
14 Estudos Sociais 1
15 Filosofia 107
16 Física 1
17 Geografia 3
18 História 9
19 Jornalismo 1
20 Letras 6
21 Matemática 3
22 Medicina 1
23 Música 3
24 Odontologia 1
25 Pedagogia 59
26 Psicologia 8
27 Química 1
28 Serviço Social 2
29 Tecnologia do Agronegócio 1
30 Teologia 2
NC Pesquisadores que não informaram a Graduação no Lattes 47
TOTAL 308
Fonte: Elaboração própria do autor
UNICEUMA
UNIFACCAMP, GOVERNO/SP
UNIFEBE, IFES, FEBE, AVANTIS
UNIFEG
UNIFESP, UFSJ
UNIJUI
UNILAVRAS
UNIMEP
UNIMONTES
UNIOESTE
UNIP, USAMC
UNIPAMPA, UnB
UNIPINHAL
UNIR
UNIRIO
UNISAL – CAMPINAS
UNISAL – SÃO PAULO
UNISAL, FATEC, ESALQ, IUSEG, MEC
UNISAL, UNIP
UNISANTOS
UNISO, UNIB
UNITAU
UNIUBE
UNIUBE, FUCAMP/FACIHUS
UNIVEM
UNIVERSIDAD TORCUATO DI TELLA –
ARGENTINA
UNOESTE
UPF
UPTC
USCS
USP
USP, UFSM
USP, UNICAMP
UTPL
YORK, UFSCAR
Fonte: Elaboração própria do autor
439
1 1 7 90 9
História da Filosofia A transformação dos valores morais dos colonos como a modernização da
agricultura (1985, Eldon Henrique Mühl)
Metafísica
A alteridade como critério fundamental e englobante da Bioética (1993,
Lógica Francisco de Assis Correia)
307
Fonte: Tabela de Áreas do Conhecimento/CAPES. Disponível em: https://www.gov.br/capes/pt-br/acesso-a-
informacao/acoes-e-programas/avaliacao/instrumentos/documentos-de-apoio-1/tabela-de-areas-de-conhecimento-
avaliacao Acesso em 28 Jul. 2021.
440
Epistemologia
A Concretização do Conceito em Hegel (1996, Beatriz Saboia)
Filosofia Brasileira
A TRADIÇÃO HERDADA E A NOVA FILOSOFIA DA CIÊNCIA: UMA
REVISÃO DA OBRA DE THOMAS S. KUHN (1996, Antonio Celso
Gemente)
Números: a filosofia dos Gregos que ainda sobrevive (1993, Rosa Maria
Machado)
Paulo Freire entre o grego e o semita (1992, Benedito Eliseu Leite Cintra)
1 7 2 95 5
308
Fonte: Tabela de Áreas do Conhecimento/CAPES. Disponível em: https://www.gov.br/capes/pt-br/acesso-a-
informacao/acoes-e-programas/avaliacao/instrumentos/documentos-de-apoio-1/tabela-de-areas-de-conhecimento-
avaliacao Acesso em 28 Jul. 2021.
445
Teologia Pastoral
HISTÓRIA As Concepções da História da Era das Incertezas:
paradigmas, formas e fontes (2001 – PA027)
1 4 1 42
TOTAL: 48 pesquisas
309
Fonte: Tabela de Áreas do Conhecimento/CAPES. Disponível em: https://www.gov.br/capes/pt-br/acesso-a-
informacao/acoes-e-programas/avaliacao/instrumentos/documentos-de-apoio-1/tabela-de-areas-de-conhecimento-
avaliacao Acesso em 28 Jul. 2021.
452
Filosofia Brasileira
Formação (Bildung), Educação e Experimentação: sobre as
tipologias pedagógicas em Nietzsche (2008, PA115)
5 3 32 2
TOTAL: 42 pesquisas
310
Fonte: Tabela de Áreas do Conhecimento/CAPES. Disponível em: https://www.gov.br/capes/pt-br/acesso-a-
informacao/acoes-e-programas/avaliacao/instrumentos/documentos-de-apoio-1/tabela-de-areas-de-conhecimento-
avaliacao Acesso em 28 Jul. 2021.
455
PA001 Descartes e as Humanidades 11/02/1999 O presente trabalho, uma breve incursão em interpretações e na obra de
Descartes, tenta, para além de uma perspectiva científico racionalista,
apresentar elementos teóricos subjacentes e aspectos patentes para uma
leitura mais humanista. E considera que os elementos teóricos, a
apresentação da obra cartesiana, as diversas formas de apresentação de seu
pensamento, o recurso a analogias, imagens, ao latim e ao francês, a uma
linguagem cheia de figuras e comparações, filosófica, mas não
essencialmente distinta da poética, portanto humanista, configuram uma ars
docendi (p.7).
PA002 O conceito de responsabilidade em 04/03/1999 A pesquisa tem como objeto de entendimento o conceito de
Hans Jonas responsabilidade em Hans Jonas. Defende a tese de que os mandamentos
da ética tradicional, embora ainda válidos, são insuficientes para
compreender o agir do homem tecnológico. Se aconteceram mudanças no
espaço de ação e se os impactos provocados pelos resultados das novas
tecnologias modificaram o agir, tornam-se necessárias mudanças nos
princípios da ética para que possam estar adequados à nova realidade. Os
mandamentos da ética tradicional estão direcionados ao agir próximo, às
relações imediatas dos cidadãos, sem preocupação com o futuro da vida
humana e extra-humana. Tal realidade foi possível pela inexistência de
técnicas que tem o poder de colocar em risco a continuidade futura do
planeta. O futuro existia enquanto eternidade e valia a pena perder tudo
para alcançá-la. A ciência moderna causou inumeráveis transformações e
por meio dela homem passou a ter poderes ilimitados, desmedidos e
onipotentes. Para Jonas eles devem ser limitados por meio de novos
imperativos. “Age de tal maneira que os efeitos de tua ação não
comprometam ou coloquem em risco a possibilidade de continuidade da
vida futura. Não comprometas as condições de continuidade indefinida da
humanidade sobre a terra”. Entende que os excessos tecnológicos, se
utilizados por governantes, organizações ou pessoas inescrupulosas podem
causar efeitos catastróficos. Limitar o poder com princípios que sejam
capazes de frear às promessas utópicas da técnica, do ideal prometeano
galileano e baconiano e seria combater o niilismo e colocar a vida
novamente no seu lugar de honra. A “ontologia moral do temor” é um dos
aspectos mais originais da ética de responsabilidade, onde o dever de poder
e de fazer é enunciado em termos ontológicos. O medo, a ameaça e a morte,
vem da possibilidade de o homem poder dizer não ao imperativo da
existência. O “não” ao “não-ser” significa um “sim” à vida e sua
possibilidade de continuidade. A ética está na esfera do nosso poder cuja
exigência está no ser. Nosso poder querer revestido de moralidade necessita
estar atento às conquistas tecnológicas para que não sejam utilizada contra
o fim último da natureza ou do bem substancial que é a vida. O sentimento
ético tem sua efetividade como limitador do poder da tecnologia à medida
que o próprio homem tornou-se seu objeto. A ética de responsabilidade
está direcionada ao futuro para que continue existindo indefinidamente a
possibilidade de vida.. “O futuro do qual somos responsáveis é o autêntico
fim de nossa responsabilidade”. Somos responsáveis por tudo e por todos e
não somente com a ação passada como tenciona o positivismo jurídico. É
importante considerar que em nossa vida a educação nos abre a
possibilidade de superarmos a condição de objetos de responsabilidade para
sujeitos dela. Por isso a ética de responsabilidade tem uma dimensão
pedagógica que se desloca em todas as direções do nosso agir (p.9-10).
459
PA003 Racionalidade comunicativa e educação 07/04/1999 O presente trabalho examina os principais pressupostos que fundamentam
emancipadora o projeto de reconstrução da Teoria Crítica empreendida por Habermas e
analisa a produtividade dessa proposta para a educação. Para tanto, o
trabalho expõe, além do diagnóstico habermasiano sobre a crise do projeto
da modernidade, os principais conceitos e argumentos que constituem as
bases teórico-metodológicas da sua obra, especialmente da Teoria da ação
comunicativa. Baseado na tese da colonização do mundo da vida do
filósofo alemão, o estudo apresenta uma análise atualizada de como o
processo de colonização se configura na educação hodierna, explicitando,
de modo especial, as patologias produzidas pela predominância das visões
tenocráticas, neopragmáticas e pós-modernas na condução do processo
pedagógico. Usando como referência a concepção ampliada de
racionalidade desenvolvida por Habermas, avalia-se o potencial
pedagógico da teoria comunicativa diante da crise da educação atual, bem
como a sua produtividade para a implementação de um processo educativo
criativo, crítico e emancipatório. As conclusões indicam que ainda é
possível fundamentar-se racionalmente a educação pelo agir comunicativo
e que, se a humanidade mantiver a disposição de tomar suas decisões por
meio de critérios fundamentados argumentativamente, a educação poderá
atingir o objetivo de exercer um papel fundamental na formação de
indivíduos comunicativamente competentes e socialmente
responsáveis (p.9).
PA004 A nova regulamentação do ensino 27/04/1999 ARQUIVO DE IMAGEM (NÃO EDITÁVEL)
técnico: cidadania ou submissão?
PA005 Homem-cultura Unidade Essencial 30/04/1999 O trabalho, sob o enfoque filosófico, reflete sobre a cultura como essência
do homem, identificando seu aparecimento concomitante ao
desenvolvimento cerebral que contribuiu para a aceleração da
humanização. Apresenta-se a relação entre as categorias do labor, trabalho
e ação, que Hannah Arendt estuda em "A condição humana", e a cultura
mostrando como esta influencia dando direção e exortando o homem. Pela
cultura o homem é ser no mundo e se faz existente na singularidade da
pessoa.
PA006 Estética da Violência: Jornalismo e 06/08/1999 Esta pesquisa identifica aspectos da racionalidade técnica no processo de
Produção de Sentidos, construção das mensagens informacionais, como uma extensão da lógica
da produção científica na sociedade pós-industrial. A partir da definição de
estética da violência, apreende aspectos do sensacionalismo da notícia não
apenas no seu enunciado, mas na forma como é produzida e adaptada à
estrutura da indústria cultural. Para analisar a indissociabilidade entre
conteúdo e forma, no contexto da mediação das tecnologias de
comunicação na sensibilidade e inteligibilidade humanas, que permite
discutir a questão da perda da experiência e da memória, o trabalho se
fundamenta no pensamento clássico dos filósofos Theodor Adorno, Max
Horkheimer e Walter Benjamin. A partir destes autores, é empreendido um
esforço para analisar as incongruências entre fluxo de informações e
ausência de esclarecimento, tomando-se como referência as condições mais
gerais da racionalização da sociedade que não permitiu a existência de uma
sociedade racional. O lugar para observar este fenômeno é a produção
jornalística. As reflexões sobre o caráter da heteronomia cultural - que se
afirma mais pelos processos de adaptação, conjugadas com a idéia de que
a racionalidade técnica é incorporada na produção da notícia, como uma
expressão localizada dos procedimentos técnicos da indústria cultural -,
remetem ao campo dos estudos interdisciplinares da educação e
comunicação.
PA007 A infância e as ciências humanas na 10/09/1999 Este trabalho é o resultado da pesquisa sobre a concepção filosófica de
filosofia social de Giambattista Vico infância na Modernidade. O nosso interesse foi o de encontrar nos diversos
escritos filosóficos de G. Vico (1668-1744) uma nova idéia de infância,
que, ao contrário da visão tradicional, atribui valor cognitivo ao
conhecimento infantil, inserindo-o na história do desenvolvimento da
razão. Vico definiu a infância como a barbárie do intelecto, um momento
precário em raciocínios abstratos e, ao mesmo tempo, rico em imaginação.
Este novo modo de olhar a infância confere ao saber infantil uma lógica
própria: a lógica poética. A infância vista na perspectiva da idade criativa
torna possível a sua vinculação com o nascimento das ciências humanas,
pois, historicamente, as novas ciências da sociedade começaram a se
constituir ao mesmo tempo em que ocorria a descoberta da infância.
460
PA008 Educação e formação política: um 25/11/1999 A presente dissertação trata da análise do projeto e da experiência, na área
estudo histórico-analítico e institucional da Educação Política, da Fundação Nativo da Natividade, Instituto de
da Fundação Nativo da Natividade Formação Política que desenvolveu atividades junto aos movimentos
sindical, popular e partidário no Brasil, na década de 80. A dissertação
busca contribuir, através da pesquisa e análise de uma experiência
institucional, com o desenvolvimento da Formação Política, como prática
intencional e sistemática de elevação do nível de consciência dos
participantes dos movimentos sociais, do “senso comum” à “filosofia”, na
concepção gramsciana. Para isso procedemos a uma análise das principais
experiências de Educação Política desenvolvidas pelos trabalhadores no
Brasil, em nossa avaliação: a dos anarquistas, no início do século; a do PCB
(Partido Comunista do Brasil), na década de 50; e a da Educação Popular,
nas décadas de 60 e 70. Buscaremos, finalmente, verificar as contribuições
do projeto, das experiências e do “legado” da Fundação Nativo da
Natividade para a nova conjuntura que os trabalhadores enfrentam neste
final de século, frente à Globalização, à Terceira Revolução Industrial, às
novas formas de organização do trabalho e ao Neoliberalismo.
PA009 A COLOCAÇÃO DA PESSOA COM 26/11/1999 ARQUIVO DE IMAGEM (NÃO EDITÁVEL)
DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE
TRABALHO
PA012 A Evolução da Modernidade na 14/12/1999 Esta Dissertação estuda uma estrutura de pensamento, o Vitorianismo, no
Filosofia e na Literatura: A Literatura contexto da modernidade. Para tanto, trabalhou-se na confluência entre
Vitoriana como tradução modernizante História, Filosofia e Literatura. Ao investigarmos o Vitorianismo,
no ensino de uma época principalmente em sua origem inglesa, desenvolvemos questionamentos
éticos e morais, especialmente focalizando algo que vem até ao nosso
século XX: os desdobramentos da chamada “educação moralizante”.
Fundamentalmente, o que buscamos estudar foi uma dada manifestação da
matriz epistêmica moderna em suas intenções educacionais; o que fizemos,
sempre, com importante subsídio da Literatura Vitoriana (p.resumo).
PA013 A Educação Física na Crise da 20/12/1999 Este trabalho parte do pressuposto que a crise pela qual passa nossa cultura
Modernidade produz e é resultado de uma crise que atinge também a educação e, em
particular, a educação física. Inserir-se nesta discussão é, portanto, buscar
construir saídas a partir de uma profunda investigação do caráter desta crise
e das perspectivas de análise/superação da mesma. O cerne desta
problemática reside, no meu entender, no caráter instrumental que a
racionalidade moderna assumiu, característica que marca profundamente a
educação física. A alternativa que visualizo está na superação desta forma
de racionalidade, ou seja, na construção de uma racionalidade
comunicativa. O que significa entender a modernidade como projeto
inconcluso, tal como nos propõe Habermas, não ignorando porém a
necessidade de uma “correção de rota”, tendo em vista os limites da
racionalidade moderna. Esta opção implica repensar a intervenção da
educação física, inserindo-a na multiplicidade de vozes que possam vir a
compor uma racionalidade capaz de construir um projeto emancipatório.
Com este esforço de mediação acredito contribuir para que essa área do
saber enfrente sua crise, a qual, sem dúvida, inscreve-se no bojo da crise da
modernidade.
PA014 A Educação de Si Mesmo - Refletindo 18/02/2000 Nesta dissertação, busco analisar o caminho do ensino de filosofia no
com Nietzsche Brasil, a fim de detectar a força que move esse ensino, bem como, através
dos conceitos: eticidade dos costumes e educação de si mesmo, em
Nietzsche, compreender a educação e o ensino de filosofia na formação
ética do indivíduo.
461
PA015 A Sociedade do Desencontro: uma 30/03/2000 O presente trabalho pretende analisar a sociedade tecnológica
abordagem ao processo pedagógico- contemporânea. Para isso, damos ênfase ao aspecto cultural, dada a nossa
educacional contemporâneo necessidade do momento, para situar a influência que os avanços
tecnológicos têm causado ao homem contemporâneo e, conseqüentemente,
à “fina flor da sociedade” que é a educação; mudanças acentuadas de
comportamento, principalmente no que se refere aos aspectos sócio-
culturais. Nosso trabalho está composto por três capítulos. No primeiro,
situamos o desastre antropológico provocado pelo desenvolvimento
industrial, em que o ser humano é posto de lado e, em seu lugar, é dada
ênfase ao lucro como instância maior e final. No segundo, detemo-nos na
análise dos impactos sofridos pelas noções de tempo e espaço, e como essa
transformação tem sido de difícil assimilação em nosso meio, pois o espaço
real inexiste frente ao virtual. Por fim, no terceiro capítulo, abordamos a
influência dos meios de comunicação social, principalmente da televisão,
que se tornou uma concorrente desleal da escola, mas que, se for bem
reorientada, pode trazer um sério contributo educativo na tão sonhada
melhoria da qualidade do processo ensino-aprendizagem (p.resumo).
PA016 Fantasia para criança e escola: uma 17/04/2000 ARQUIVO DE IMAGEM (NÃO EDITÁVEL)
proposta de restabelecimento do ensino
de música nas escolas de ensino
fundamental
PA017 Do assistencial ao educacional: por uma 28/04/2000 Esta pesquisa parte da vivência prática de um projeto de educação não-
fundamentacao filosofica da educacao formal, o Projeto "Direito de Ser", que atende crianças e adolescentes na
nao- formal periferia de Campinas-SP. O objetivo é, a partir dessa realidade, refletir as
bases teóricas sobre as quais os trabalhos pedagógicos de educação não-
formal deveriam se fundamentar. Utiliza o cotidiano como categoria básica.
Levanta no cotidiano de projetos sociais os indícios mais fortes que deverão
ser contemplados em uma fundamentação teórica desses. A violência, a
alienação e a necessidade de uma visão de totalidade surgem como
referenciais centrais e, a partir dessas reflexões, chega-se à educação moral,
desenvolvida pela pedagogia libertária, como um caminho possível e
desafiador onde a educação não-formal poderá se fundamentar (p.iii).
PA018 O espaço da Filosofia no currículo do 08/25/2000 ARQUIVO DE IMAGEM (NÃO EDITÁVEL)
Ensino Médio a partir da nova LDB
(Lei nº 9.394/96): análise e reflexões
PA019 As Missões Culturais no Estado do Rio 9/20/2000 ARQUIVO DE IMAGEM (NÃO EDITÁVEL)
de Janeiro: Jornadas educacionais entre
o assistencialismo religioso e
missionarismo político
PA023 A virtualização do esporte e suas novas 16/02/2001 Este é um trabalho sobre os esportes radicais, o esporte telespetáculo e os
vivências eletrônicas jogos eletrônicos. O objetivo foi discutir os significados destas novas
vivências esportivas, bem como as possíveis implicações para a educação
física, principalmente com relação a mudanças em sua prática pedagógica.
A metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica combinada com análise
valorativa de depoimentos de praticantes e trabalhos acadêmicos que
versaram sobre o assunto. Os resultados apontaram uma identificação
destas modalidades com um movimento amplo de virtualização, que tem
os meios eletrônicos de comunicação como motor principal, e cujas
características mais marcantes são o embaralhamento entre a prática e a
assistência e a intensificação da experiência vital. Também argumentamos
que estas novas vivências do esporte devem ser incorporadas nas aulas de
educação física, a partir de um processo de subjetivação e objetivação,
conforme proposta adaptada do filósofo francês Pierre Lévy (p.iii).
PA024 As Universidades 22/02/2001 Esta pesquisa aborda um aspecto que identifica algumas das instituições no
contexto do ensino superior no Brasil: a confessionalidade. A educação não
Confessionais no Ensino é um acidente na vida das pessoas, mas faz parte da estrutura existencial.
Brasileiro: identidade, As instituições educacionais, como agentes de formação humana, têm a
Contradições, Desafios responsabilidade de trazer propostas que facilitem a criação e assimilação
dos conhecimentos e promovam no indivíduo o aprender a ser pessoa. A
pesquisa fundamenta a confessionalidade enquanto elemento integrante do
aprender a ser, dentro do processo educativo, em seu valor epistemológico,
Situa a confessionalidade no processo educativo e faz transparecer suas
possibilidades, limites, desafios e contradições, a partir de uma visão de
universidade, nascida num contexto confessional cristão, considerando a
evolução do ensino superior no Brasil, também marcado pela
confessionalidade católica e metodista, em muitas circunstâncias,
vinculadas ao poder constituído. O estudo da confessionalidade em
instituições de ensino superior foi limitado à análise de dois casos, uma
instituição católica e a outra metodista. O segundo capítulo aborda os
fundamentos e características de confessionalidade presentes nos
documentos base dessas instituições. O capítulo final responde pela razão
de ser das instituições confessionais, passando pelas questões da identidade
confessional frente às exigências de ações trazidas pela confessionalidade,
e conseqüentes desafios e mesmo contradições que se fazem presentes em
sua atuação. A proposta confessional no ensino tem sua razão de ser, e
estabelece um diferencial entre as instituições não confessionais e as
confessionais enquanto estas apresentarem coerência das ações com base
nos princípios específicos da confessionalidade que assumiram (p.xi).
PA025 A Filosofia no ensino médio: da 22/02/2001 ARQUIVO DE IMAGEM (NÃO EDITÁVEL)
importância anunciada à
descaracterização praticada
PA026 A instituição da cidadania: formação e 22/02/2001 ARQUIVO DE IMAGEM (NÃO EDITÁVEL)
política entre os gregos dos séculos VI
e V a. C.
PA027 As Concepões da História da Era das 23/02/2001 Pretende uma reflexão da história enquanto ciência, procurando uma síntese
Incertezas: paradigmas, formas e fontes das muitas concepções da história, enfocada em seus vários momentos,
retomando desde a história crônica feita pelos pensadores Gregos, após a
era mitológica, como Heródoto, até a nova história social, originária na
Escola dos Annales, como crítica ao historicismo e alternativa ao
marxismo. A monografia pretende enfocar de como a crise e as mudanças
de paradigmas refletiram nas transformações metodológicas, na prática de
sala da aula, tomando por referência principalmente as décadas de 1980 e
1990. O trabalho pretende enfocar os fundamentos teóricos e matizes
contextuais para a compreensão do estatuto epistemológico da história,
fazendo uma reflexão das várias matrizes da História do Brasil, desde a
concepção tradicional até a historiografia pós-estruturalista e investigar
como essas mudanças geradas pela crise paradigmática terminam por gerar
um impasse metodológico na transmissão da história enquanto ciência.
Discute as matrizes do pensamento histórico moderno, a saber, o
Positivismo, a Fenomenologia e o Marxismo, identificando suas bases
conceituais, métodos e formas institucionais. Analisa as diversas
concepções e definições do que seja a Pós-Modernidade procurando, no
campo da História, levantar e interpretar as diversas correntes e tendências
das epistemologias pós-estruturalistas na área da ciência da História.
Propõe uma abordagem pluralista da História, destacando as novas
possibilidades de pesquisa da História e suas diretrizes, métodos, fontes
historiográficas e determinantes políticos. Analisa a História e suas
articulações com a Filosofia e a Educação propondo novas perspectivas
463
PA028 A Cooperativa Educacional e seus 23/02/2001 Esta dissertação constitui-se num estudo sobre as Cooperativas
Dilemas: Trajetória Institucional e Educacionais e procura analisar a trajetória histórica e institucional da
Histórica da Escola Cooperativa de Escola Cooperativa de Piracicaba – suas motivações, contradições, avanços
Piracicaba e perspectivas. O trabalho está composto por três capítulos. No primeiro,
referenciamos a experiência da Escola Cooperativa no movimento mais
amplo do cooperativismo em geral, como no movimento do cooperativismo
educacional brasileiro. Além disso, buscamos na Educação e Escola
Moderna os princípios da Educação e da Pedagogia Cooperativa. No
segundo, detemo-nos no relato da trajetória da Escola e procuramos
identificar os problemas com que pais e professores se depararam no
processo de consolidação da Escola e os encaminhamentos que foram
dados à superação dos mesmos. Por fim, no terceiro capítulo, analisamos
alguns dilemas da Cooperativa Educacional, apontamos os avanços
pedagógicos e organizacionais conquistados e as perspectivas do
cooperativismo educacional (p.v).
PA029 Espaço, brinquedo e educação : um 25/05/2001 ARQUIVO DE IMAGEM (NÃO EDITÁVEL)
estudo sobre o parque ludico do
SESC/Itaquera-São Paulo
PA030 Ética e Educação: Uma Reflexão 03/10/2001 O presente trabalho procura trazer à tona tópicos da Teoria Crítica de Jürgen
Filosófica a partir da Teoria Crítica de Habermas, que julgamos relevantes e significativos para a evolução
Jurgen Habermas cultural dos sujeitos, que participam de argumentações intersubjetivas
processuais. O mundo globalizado exige o livre intercâmbio das
informações científicas, epistêmicas e filosóficas, com base numa
comunicação livre em todas as direções entre os saberes e a opinião pública.
Deste modo, os conceitos de Teoria da Ação Comunicativa e o de Ética
Discursiva podem ser levados em consideração pelos membros de uma
“comunidade de comunicação” para orientar suas ações com pretensões de
validez. A sociedade deve constituir-se como “sociedade civil” num quadro
constituído de liberdades de comunicação. Face aos sistemas dos saberes
diferenciados, o pensamento filosófico de Habermas, representa o interesse
do “mundo da vida” emancipado, por intermédio das estruturas, as quais
são reunidas e articuladas no âmbito do agir comunicacional. No agir
orientado para o acordo, apresentam-se, implicitamente, desde sempre, as
pretensões de validade universais. O paradigma do entendimento forma
através da linguagem o pano de fundo dos processos de aprendizagem, onde
o sujeito não é mais mero observador, mas assume a condição de ator,
participante. Portanto, o “agir comunicativo” aponta para uma
argumentação na qual os participantes justificam suas pretensões de
validade perante um auditório sem fronteiras (p.xi).
464
PA031 Educação e Formação: uma 18/10/2001 Nosso propósito é refletir sobre o fundamento da educação que tem como
contribuição da fenomenologia do meta formar o cidadão. Afirmamos como seu fundamento, o princípio de
espírito de Hegel subjetividade. Não identificamos a subjetividade com a idéia de um sujeito
autoreferente e auto-suficiente que se institui como único critério do agir e
do pensar. Mas a concebemos identificada com a idéia de que o sujeito
constitui-se pela referência a outro sujeito e pela demanda do
reconhecimento recíproco e livre. Por essa razão, procuramos explicitar a
dialética do reconhecimento e a dialética da cultura continas na obra
Fenomenologia do Espírito de Hegel. Mostramos, enfim, como a
articulação entre o reconhecimento e o processo cultural possibilitam ao
indivíduo elevar-se a uma existência universal, sendo o que se espera na
formação do cidadão (p.v).
PA032 Filosofia, Educação e Educação 10/12/2001 Estudo crítico e propositivo das principais matrizes teóricas dos discursos
Sexual: matrizes filosóficas e modernos sobre sexualidade humana. O trabalho caracteriza-se como uma
determinações pedagógicas do reflexão crítica sobre a necessidade de fundamentação científica do
pensamento de FREUD, REICH e educador, privilegiando o conhecimento filosófico, histórico e
Foucault para a abordagem educacional antropológico do tema como subsídio para uma abordagem escolar
da sexualidade humana emancipatória da sexualidade humana.Investiga a sexualidade Humana, a
partir da análise filosófica e sua articulação com a Educação. Constitui-se
numa reflexão crítica e criteriosa sobre a questão da necessidade da
fundamentação teórico-científica para a atuação de educadores no campo
da educação sexual escolar. Procura realizar uma síntese das colaborações
teóricas de FREUD, S., REICH, W. e FOUCAULT, M., como principais
matrizes da produção científica moderna sobre Sexualidade Humana,
colocada como referencial para o conhecimento filosófico, histórico e
antropológico, que deve pressupor a educação sexual numa abordagem
escolar. Tal referencial poderá firmar-se no sentido de fornecer ao
professor, individualmente, elementos para realizar a crítica do atual
cenário da educação sexual e compreender a dialética, social, histórica e
cultural das relações estabelecidas em torno da questão da sexualidade
humana. Coletivamente, poderá subsidiar uma forma metodológica
orientadora e abrangente de aplicação na ação docente nesta modalidade de
educação, para a qual defendemos um horizonte “Emancipatório”, nos
termos das pesquisas sobre esta concepção, nas áreas da Filosofia e História
da Educação. A pesquisa foi desenvolvida no Grupo de Estudos e Pesquisas
em Filosofia da Educação PAIDÉIA, na linha de pesquisa Ética, Política e
Educação. Aponta diretrizes para a formação de professores e educadores
sexuais (p.xi).
PA033 A formação política do professor do 21/02/2002 Este trabalho pretende fazer uma análise diacrônica dos processos de
ensino fundamental: obstáculos, formação política dos professores do ensino fundamental de escolas do
contradições e perspectivas município de Pirassununga – SP. Com uma pesquisa de inspiração
historiográfica, a partir de 59 entrevistas estruturadas com os agentes que
atuam nas séries iniciais do ensino fundamental, no ano de 2001, divididos
em três diferentes escolas, com diferentes caracterizações; da observação
participante durante um semestre e da consulta a documentos, foi-se
construindo a história da formação política dos professores. Para a análise
foram utilizados os conceitos de epistemologia da pesquisa educacional,
amparados em seus pressupostos ontológicos e gnosiológicos. As
características de formação política dos professores foram agrupadas em
três dimensões: epistemológica, política e praxiológica. Os dados mostram
que os professores, ao longo de sua história, sofreram e sofrem influências
conservadoras profundas que se relacionam com as mudanças engendradas
na sociedade e na educação a partir da Revolução Científica e / ou a Idade
da Razão até os dias atuais em seus processos formativos, através do
tecnicismo educacional, da pesquisa positivista que o sustenta e dos
movimentos de reformas governamentais. Estes processos promovem a
desarticulação entre política – educação e uma decorrente insensibilidade
com a despolitização da escola e do seu professor (p.xi).
PA034 Construção do Conhecimento na 22/02/2002 ARQUIVO DE IMAGEM (NÃO EDITÁVEL)
Universidade:paradoxos entre os
ambientes ensino, pesquisa e extensão
na área de ciências agrárias
465
PA035 EXPRESSÃO E COEXISTÊNCIA: 22/02/2002 Procuramos desenvolver alguns aspectos do problema da relação com
ALGUNS SIGNOS EM MERLEAU- outrem na obra de Merleau-Ponty. Em geral, o pensamento clássico
PONTY considera o processo educativo opondo o individual ao social, assumindo a
tese solipsista. A tese solipsista afirma que só existo eu e todos os outros
entes (homens e coisas) são somente idéias, ou sensações, minhas. Na
medida em que esta tese é aceita a relação com outrem e com o mundo é
tomada como sendo primordialmente uma relação de negação e a
comunicação reduz-se a uma linguagem convencional. Para Merleau-Ponty
a existência implica uma relação de abertura a outrem e ao mundo.
PA036 A Educação como Estética da 22/02/2002 Essa dissertação tem por objetivo, fazer uma crítica à educação
Existência - Uma crítica ao construtivista que se diz alternativa à educação tradicional. Utiliza para
construtivismo isso, como aportes teóricos, autores anarquistas do século XIX como
Proudhon e Bakunin, além de experiências anarquistas na área educacional
no Brasil e fora dele. O texto faz também, uma análise foucaultiana sobre
as relações de poder que existem na pedagogia e em seu discurso,
utilizando-se da pedagogia libertária como uma das formas para substituir
o autoritarismo pela liberdade, e pela solidariedade (p.III).
PA037 A Abordagem Filosófico Antropológica 26/02/2002 Este trabalho resultou de uma análise da teoria educacional brasileira
como Alternativa para a Superação das recente acerca do tema das relações entre disciplina e educação, inclusive
Limitações Científico-filosóficas da a educação escolar. Ele teve início com um levantamento e classificação
Recente Teoria Educacional Brasileira dos textos de domínio público que, pondo tal assunto em discussão,
sobre o Tema da Disciplina na materializaram-se em dissertações e teses defendidas nos principais
Educação programas brasileiros de pósgraduação em Educação, em artigos
publicados nas principais revistas educacionais do Brasil e nos livros
editados em território nacional, todos na última década do recém-terminado
século XX.O critério utilizado nessa classificação foi o tipo de abordagem
teórica realizada pelos especialistas ao elaborarem suas reflexões. Dois
desses tipos foram identificados: o primeiro, no qual os educadores se
aproximavam do tema da disciplina pela via da interpretação psicológica
do fenômeno educativo, transformava tal tema num problema em cujo
equacionamento, inspirado na psicologia educacional elaborada no âmbito
do escolanovismo, a noção de espontaneidade aparecia como principal raiz,
e portanto como forma principal de solução. O segundo, em que educadores
abordavam o tema da disciplina visando-o na perspectiva de uma
interpretação política do fenômeno educativo, transformava o mesmo tema
em um problema em cujo equacionamento, influenciado pela
arqueogenealogia foucaultiana, a noção de poder irrompia como raiz mais
importante, e assim, como seu ponto de deslindamento. Em seguida, tendo
em vista a indicação dos fundamentos científico-filosóficos dos dois tipos
de aproximação do tema, bem como o exame crítico dos equacionamentos
do problema no qual esses tipos de abordagem transformaram o tema,
procedeu-se a uma retomada crítica do conceito de epistemologia,
realizando-se, simultaneamente, uma discussão sobre o que significa fazer
uma abordagem psicológica tanto quanto uma abordagem política da
educação. A retomada crítica da noção de epistemologia e a discussão do
significado das abordagens psicológica e política da educação levaram-nos
à conclusão de que ao erigir as noções de espontaneidade e poder em raízes
pelas quais se soluciona o problema das relações entre educação e
disciplina a recente teoria educacional brasileira constituiu uma
injustificável e inaceitável redução do fenômeno educativo, ora à sua
dimensão psicológica, ora à sua dimensão política. E isso com todas as suas
piores conseqüências. Surgiu então o desafio da proposição de uma
abordagem do tema da disciplina cuja problematização, ao mesmo tempo
em que incorporasse o reconhecimento das dimensões psicológica e
política do problema humano e educacional da disciplina negasse-as como
definidoras do humano, numa superação que só poderia produzir-se se o
transformássemos num problema em cujo equacionamento a principal raiz
fosse a centralidade do dado histórico da consciência, vale dizer, se
abordássemos o tema da disciplina nos termos em que o faz a Antropologia
filosófica, que equaciona o problema da humanidade do homem como
mediação subjetiva entre o homem como dado natural e o homem com
expressão formal. Essa a tarefa que procuramos cumprir nesse trabalho, isto
é, propor e fundamentar uma tal abordagem do tema da disciplina e oferecer
novos subsídios para o enfrentamento desse problema que ocupa hoje um
lugar tão importante nas preocupações de pais e educadores (p.vi).
PA038 O individuo em Marx : fundamentos 27/02/2002 ARQUIVO DE IMAGEM (NÃO EDITÁVEL)
desta concepção na obra Manuscritos
Economico-filosoficos (1844)
466
PA039 Educação e Globalização: 28/02/2002 Pensando no contexto educacional brasileiro, percebe-se que o ato de
considerações sobre a antropologia educar se efetua no sentido de reproduzir a sociedade, negando
crítica comtemporânea oportunidades ao ser humano de construir uma nova história. Assim, essa
educação reprodutora é influenciada por vários elementos presentes na
dinâmica mundial, como por exemplo economia, política e globalização.
Por isso, passa-se à percepção da necessidade de mudar esse quadro,
defendendo a estruturação de uma educação voltada para o desempenho
global do ser humano, a fim de que seja eticamente responsável, crítico e
politicamente participativo. A proposta é analisar essas questões à luz dos
ensinamentos de vários autores imprescindíveis para a compreensão do
tema, tais como Adorno, Saviani, Severino e Leonardo Boff e outros
arrolados na bibliografia, denotando, assim, a adoção do método de
pesquisa bibliográfico. Esperamos que o presente trabalho represente um
incentivo para refletirmos sobre o que vem a ser educação emancipatória e,
partindo desse aspecto, agirmos em prol da transformação da sociedade
(p.xiii).
PA040 A formação do administrador de 28/02/2002 Trata-se de trabalho de investigação e de análise das condições
empresas na sociedade global: históricoinstitucionais em que o ensino da Filosofia se concretizou nos
perspectivas e contradições do ensino cursos de graduação em Administração de Empresas, no Brasil, segundo os
da filosofia e da ética registros históricos disponíveis e segundo o conteúdo que este ensino
assumiu nesta trajetória. Este resgate histórico-institucional revelou que a
Filosofia passou da condição de ausente à de matéria de formação básica e
instrumental no currículo mínimo e nas Diretrizes Curriculares do referido
curso, com o conteúdo centrado na Ética, como está posto na legislação
vigente. Por outro lado, a própria Ética separada da Filosofia foi
apresentada como tópico emergente nas Diretrizes Curriculares. Afinal, de
que Filosofia e de que ética estaria se falando? Tratou-se, pois, de
explicitar, contextualizando o como e o porquê destas transformações, o
estado da questão da Filosofia e da Ética no currículo mínimo e nas
Diretrizes Curriculares do curso de Administração de Empresas no Brasil
(p.10).
PA041 A reforma educacional no Brasil (1988- 04/03/2002 ARQUIVO DE IMAGEM (NÃO EDITÁVEL)
2001): processos legislativos, projetos
em conflito e sujeitos históricos
PA044 Louis Althusser e o Papel 29/08/2002 O objetivo deste trabalho é afirmar a importância de recolocar o referencial
Político/Ideológico da Escola althusseriano para as análises em educação e do papel político/ideológico
da escola. Para isto, o trabalho foi organizado em três capítulos. O primeiro
reapresentando Louis Althusser a partir do levantamento das primeiras às
mais recentes publicações, apontando as principais polêmicas em sua vida
e obra. Quanto ao segundo capítulo, este faz uma releitura do texto
“Aparelhos ideológicos de Estado” a partir do texto “Sobre a Reprodução”,
com o propósito de recuperar conceitos fundamentas da teoria althusseriana
para a compreensão da totalidade social e em particular da escola.
Finalizando, o terceiro capítulo é uma sistematização das preocupações,
teses e análises sobre educação e a escola, encontradas em vários momento
de sua obra. Neste capítulo, também é apresentado o referencial
althusseriano como uma possibilidade de superação dos limites que os
atuais estudos em educação enfrentam para pensar o papel
político/ideológico da escola na reorganização do Capital (p.ii).
PA045 Um estudo sobre Immanuel Kant : a 30/08/2002 Através dessa pesquisa, pretendemos concentrar-nos em alguns momentos
arte de educar da obra do Filósofo Immanuel Kant, que pela sua prática professoral,
apresenta contribuição fundamental para a Pedagogia Moderna. Trata-se de
desenvolver nesse trabalho, uma ligação de pontos comuns, por vezes até
incomuns (pelas características da escrita kantiana) que nos permitem
perceber o estabelecimento de uma harmonia, baseada na liberdade que
eleva o homem à condição de responsável pelo seu próprio destino, dentro
de um contexto historicamente situado. Para nós, que nos ocupamos do
labor educativo, essa tarefa jamais se esgota. Para Kant, o processo de
autonomia, contudo, não é exclusivista. Cabe ao homem, através da
Educação, buscar condições melhores para que a humanidade possa
alcançar "o seu melhor estágio" (p.vii).
PA046 A Função Social do Economista na 02/09/2002 Este trabalho investiga a função social do cientista social da área de
Sociedade Capitalista em Tempos de economia na história da economia brasileira dos últimos cinqüenta anos.
Globalização: fundamentos filosóficos Além da funções do economista enquanto um agente que deve contribuir
e marcos políticos para as condições de vida humana, foi investigado a formação do
economista a partir das Universidades que os formam. A hipótese é a de
que as transformações na organização da produção econômica interferem e
até determinam as ações práticas e políticas deste cientista social. Foi
retratado assim o perfil do economista brasileiro buscando identificar a sua
sensibilidade social. Traçamos um esboço da forma como o
desenvolvimento econômico acontece na sociedade capitalista e de que
forma o Brasil conseguiu integrar-se na economia mundial. Com esses
elementos foi possível identificar que o profissional de economia tem uma
participação categórica nas decisões de política econômica, contribuindo,
sobremaneira, para o desenvolvimento nacional. Aliás, a formação em
economia surge com o propósito de cobrir a lacuna do fazedor de políticas
desenvolvimentistas. Muito embora os esforços sejam sempre grandes, a
sociedade brasileira não alcançou níveis satisfatórios de sobrevivência
material e qualidade de vida. E aí indagamos, inclusive através de
depoimentos dos mais destacados economistas do cenário político nacional
acerca dessa contradição. Com isso foi possível provar que as atenções dos
trabalhos desenvolvidos pelos economistas, as suas produções científicas e
as elaborações acadêmicas de formação educacional foram sempre
dirigidas ao desenvolvimento econômico. Mas ficou a lacuna, embora
alguns economistas insistissem nisso, de que a superação do baixo nível de
qualidade de vida humana não se extinguirá enquanto a lógica da
acumulação for a capitalista. E é sobre este aspecto que este trabalho
procura despertar(p.v).
PA047 Parâmetros Curriculares Nacionais: 25/10/2002 Neste trabalho de pesquisa, voltado para a área da educação, procuramos
uma análise epistemológica das realizar uma investigação epistemológica das questões relativas à ética a
questões éticas partir das propostas dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino
Fundamental. Tal intento versou sobre um desvendamento crítico de
tópicos comuns às teorias educacionais e diretrizes curriculares do
momento, consoantes a esta fase do ensino e que tem se deslocado do rol
das disciplinas, áreas, para as iniciativas “integradoras” da
interdisciplinaridade e da transversalidade. Conseguimos perceber que, em
grande medida, as informações e orientações, principalmente as que
envolvem a problemática dos valores, atitudes, procedimentos, presentes
nos documentos oficiais da Secretaria do Ensino Fundamental e
encontradas no tema transversal de ética, são de natureza prescribente,
ultrapassando em muito a ordem dos esclarecimentos. Tal constatação nos
fez notar, portanto, que no meio educacional, na maioria das ocasiões, é
construído um discurso ‘sobre’ a educação fazendo as vezes do discurso
que seria ‘da’ educação, das múltiplas e diversas situações, contextos,
468
PA048 Labirinto : infancia, linguagem e escola 27/11/2002 Partindo da idéia de infância como in-fans, ou seja, aquele que não fala e
procurando compreender os diversos significados deste ‘não falar’, este
trabalho busca, através de um quadro teórico que se ancora
fundamentalmente na perspectiva teórica de W. Benjamin, de L. S.
Vigotski e M. Bakhtin, discutir a infância/criança e suas relações de
constituição dentro de um espaço escolar. A pesquisa foi desenvolvida a
partir de uma coleta de dados realizada em uma escola Pública da Rede
Estadual de Ensino em Piracicaba/SP, e os capítulos foram sendo
compostos a partir das situações concretas de sala de aula, bem como da
dinâmica dialógica que nela se efetivava. Dentro deste quadro,
desenvolvemos a discussão de algumas temáticas centrais para a
compreensão do fenômeno que nos propomos tratar, e nesta dinâmica
pudemos discutir as relações entre infância e linguagem, bem como as
relações de poder e as relações de ensino postas neste processo. E com isso
apontar para uma compreensão de infância que rompa com as formas
convencionais de compreender tanto a criança quanto a linguagem. Com
isso, concluímos que o prefixo in da palavra infância, reflete a própria
condição humana, aquela que aponta para a incompletude do homem, para
o seu eterno inacabamento. Deste modo, discutir a infância é também um
modo de discutir a própria vida adulta e o processo de constituição da
subjetividade (p.xv).
PA049 A filosofia no ensino medio como 10/02/2003 Essa tese de doutorado pretende, à luz da teoria crítica, compreender o
questionamento historico existencial processo de explosão comercial do livro de auto-ajuda que vem sendo
disseminado no campo educacional, interpretando os conteúdos destinados
a professores. Faremos reflexões sobre a sociedade de consumo, sobre as
matrizes da educação brasileira, sobre a história do livro e as novas
maneiras de apresentação do livro como mercadoria, revestidas de uma
aura de valor absoluto. Iremos mobilizar os conceitos de indústria cultural,
semi-cultura e semi-formação para investigar um total de vinte obras de
cinco autores que se "especializaram" em escrever livros endereçados ao
universo docente. Nos últimos anos, o consumo destas obras expandiuse
muito, apresentado como um saber científico, como uma receita eficaz com
rápidos resultados. As fórmulas prontas de oferta da felicidade, os manuais
de sucesso, as cartilhas de como dar aula e administrar conflitos indicam o
quanto é preciso refletir sobre o que julgamos ser uma visão estreita do
mundo baseada na consciência ingênua e no senso comum que vê a
educação como autônoma (p.vii).
PA050 Educação e Razão Dialética: um 19/02/2003 ARQUIVO DE IMAGEM (NÃO EDITÁVEL)
contributo à Pedagogia a partir da
Crítica da Razão Dialética de Jean-Paul
Sartre
469
PA051 A educação da Alma: o trabalho 21/02/2003 A partir de 1990, cresce em todo o mundo o número de organizações –
voluntário na CEA-AMIC Onde está cunhadas pelo nome de Privadas, Porém Públicas, por Rubens César
teu coração, está teu tesouro" -Um Fernandes, em 1994 – que emergem do coração da sociedade civil,
estudo de caso agregando em torno de si, uma significativa quantidade de trabalhadores
voluntários, de variadas idades, etnias, credos, grau de escolaridade, nível
sócio-econômico, etc. Esses indivíduos congregam-se espontanemente,
para ocupar-se especificamente, de assuntos que até poucas décadas, eram
considerados pela sociedade civil, como da responsabilidade quase que
única do Setor Público, como a fome, os menores em situação de risco, a
degradação ambiental, a violência etc. Essa pesquisa é um estudo de caso,
do trabalho voluntário, como realizado em uma dessas organizações – a
AMIC – que é o órgão social da Casa do Espírito Amigo – CEA, uma
instituição espírita-kardecista. Se propõe a contribuir para caracterizar as
particularidades agregadas ao trabalho voluntário, quando praticado - como
Caridade - nas instituições espíritas-kardecistas sob a égide da máxima
FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO (p.V).
PA052 Sexualidade e deficiência: superando 24/02/2003 O estudo tem como propósito analisar as concepções sobre sexualidade,
estigmas em busca da emancipação predominantes na educação sexual de pessoas com deficiência, através do
discurso de professores, familiares e alunos caracterizados como
deficientes, matriculados em duas escolas – uma pública e outra particular,
situadas no município de Florianópolis, Estado de Santa Catarina. Com o
aporte metodológico da dialética e da análise de conteúdo, foi desenvolvida
uma pesquisa qualitativa sob a forma de entrevista semi-estruturada com
58 pessoas, sendo 16 professores, 19 familiares e 23 alunos, com idade
entre 14 e 32 anos, freqüentando classe comum e ou serviço de educação
especial na escola regular. O caminho investigativo teve como ponto de
partida a recuperação histórica da sexualidade para deslindar as formas de
construção de práticas excludentes na educação sexual de pessoas com
deficiência, descrevendo o panorama teórico nos estudos atuais sobre o
tema e as abordagens predominantes no Brasil e em Santa Catarina. Os
resultados denunciam o senso comum das concepções sobre sexualidade
expressas pelos interlocutores, o temor confesso dos pais, a ansiedade dos
professores e a dor solitária dos alunos, exigindo o repensar imediato das
políticas inclusivas de educação especial, que pouco têm contribuído para
a superação das desigualdades de tratamento no que tange a educação
sexual dessas pessoas, entendendo que a maior contribuição das práticas
integradoras de educação, para todos, consiste em promover a auto-
determinação, a responsabilidade para a convivência social solidária e a
consciência da sexualidade como expressão genuína e inalienável da
condição humana (p.vii).
PA053 O ensino da Filosofia da Educação no 24/02/2003 O principio fundamental desta pesquisa é , dentro da perspectiva ética e
Ensino Médio em Campinas-SP: da política, discutir o ensino da Filosofia da Educação na realidade
Crise de Identidade à Desestruturação educacional do ensino médio, mais especificamente, o Curso Normal
Institucional (magistério) das escolas da região Metropolitana de Campinas-SP.
Pretendemos resgatar alguns dos contextos históricos (LDB 5692/1971 e
9.394/1996), que foram permeando a concepção desse ensino até a
atualidade. O eixo norteador desta análise será a prática pedagógica,
atuando na formação do futuro educador do ensino fundamental nos ciclos
um e dois. Deste modo, ensinar Filosofia da Educação no contexto atual do
ensino médio, significa fazer a crítica aos paradigmas de uma educação,
que continua a excluir muitos do processo de ensino/aprendizagem. Esse
mesmo sistema de ensino, utiliza-se dos ditames legais (LDB, p. ex.) da
política educacional, para excluir dos currículos escolares a Filosofia,
suprimindo de seu discurso, sua identidade crítica (p.resumo).
470
PA054 A formação do profissional para a 26/02/2003 Esta pesquisa tem como objetivo analisar a formação do profissional da
educação basica : o Instituto Superior Educação Básica, através dos projetos expressos pelo Instituto Superior de
de Educação e o curso de Pedagogia em Educação e pelo Curso de Pedagogia. Este objetivo tem como referência
disputa alguns estudos e movimentos de educadores envolvidos historicamente
com a Pedagogia que enfatizam a importância do papel do educador
apontando que no âmbito da sua formação expressam, no limite, a
totalidade do projeto social que o determina. Neste sentido nossas análises
recorreram às amplas e complexas transformações que o mundo do trabalho
vem sofrendo nesta atual fase do capitalismo, denominada de globalização
neoliberal e, puderam, demonstrar que, ambos os projetos de formação,
estão, cada qual, associados a uma determinada concepção sobre o
desenvolvimento social. Sendo assim, e, ainda recorrendo a alguns aspectos
internos que os compõem, através da organização curricular, a organização
institucional e o perfil do profissional aí requerido, verificamos como se
tornou explícito o direcionamento das políticas educacionais, pelo menos
no que se refere à formação dos profissionais da educação, ao atendimento
das exigências atuais do capital, legitimando certas necessidades
econômicas e políticas. A formação do profissional da educação no atual
contexto de composição dos quadros profissionais no Brasil aparece, então,
como necessidade histórico-ideológica à hegemonia do projeto social que
visa se manter no contexto de dominação (p.xv).
PA055 Filosofia, Educação e Formação 26/02/2003 O tema “formação médica” encontra-se, mundialmente, em ampla
Médica: Políticas de Saúde, Diretrizes discussão e revisão teórica há mais de 30 anos. A área médica não dispõe
Curriculares e Necessidades Sociais dos elementos imprescindíveis para reflexão e apresentação formal das suas
questões estruturais sendo necessário o auxílio do instrumental teórico das
Ciências da Educação e, precisamente, das diretrizes oriundas da Filosofia
e História da Educação. O materialismo histórico e a dialética marxiana,
embasamentos desta pesquisa, possibilitaram a compreensão da medicina
como uma área do conhecimento objetiva, porém “parcial”, onde o
entendimento de suas transformações deveria ser feito junto a uma ampla
trama de conhecimentos. O detalhamento da estrutura social através da
contribuição de conhecimentos específicos foi decisivo mostrando a
importância estratégica da interdisciplinarida de muldisciplinaridade. Estes
“instrumentos extra-medicina” podem facilitar as ações médicas nas
transformações materiais sociais. Como há um imbricamento dialético
entre as atividades médicas cotidianas (ensino e prática) e o
desenvolvimento capitalista, particularizamos o período neoliberal onde
esta influência se dá através dos avanços científicos e da promoção de uma
desigualdade material, a qual está atrelada a possibilidade de adoecer, ou
ter saúde, sem precedentes históricos similares se considerarmos os
benefícios da indústria moderna. A compreensão contemporânea, histórica
e científica, da primitiva relação entre condições materiais e saúde-
vidalongevidade, ou doença-morte, ainda garantem sua relevância na
intervenção de novos processos de adoecimento, às vezes considerados
problemas de saúde pública como, por exemplo, o câncer, as doenças
cardiovasculares e a obesidade. E os estudos sobre o câncer subsidiaram
nossas reflexões servindo de exemplo lógico de que há um nexo entre os
pressupostos filosóficos eleitos e a educação e assistência médicas,
podendo assim, garantir a viabilidade da reestruturação do currículo
médico longe da utopia. O Projeto CINAEM (Comissão Interdisciplinar
Nacional de Avaliação do Ensino Médico) desenvolvido durante a década
de 90 do século XX é uma manifestação evidente da preocupação com os
rumos da formação médica brasileira e mobilizou vários segmentos sociais.
Através de uma análise pontual deste projeto que se tornou um “guia
nacional curricular” para medicina, identificamos outros pressupostos
teóricos. Do debate emergem novas opções para o século XXI (p.x).
471
PA056 Imagens-memórias vividas e 26/02/2003 A autora aborda a descorporificação dos saberes na formação docente no
compartilhadas na formação docente: Brasil, a qual se produziu a partir do enlaçamento de diferentes imagens-
os fios, os cacos e a corporificação dos memórias. Algumas delas foram produzidas pela ciência moderna
saberes hegemônica; outras o foram pelos princípios da educação jesuítica
representada pela Ratio Studiorum e pelas ações do clero junto ao Estado
brasileiro; outras, geradas por elementos da cultura escravocrata e
excludente da elite local; e outras ainda ressignificadas ou criadas pela
cultura industrial moderna. Estas imagensmemórias e estas racionalidades
aparecem em fragmentos e fios nas práticas docentes, enlaçadas aos saberes
escolares, permanecendo emaranhadas nos saber-fazeres docentes na
formação de professores, onde se mantém e se reproduzem nas práticas
corporais, repetindo aquilo que o discurso crítico nega. No texto estão
tramadas imagens-memórias de corpo, conhecimento, de homem e de
mundo hegemônicas na modernidade européia, fatos vividos no cotidiano
da formação docente, imagens materiais do século XVIII e XIX produzidas
no Brasil e elementos da formação cultural brasileira (p.x).
PA057 FILOSOFIA, EDUCAÇÃO E 27/02/2003 A presente pesquisa desenvolvida como dissertação de mestrado, tem por
COTIDIANO NA FORMAÇÃO DO objetivo a recuperação da experiência educacional dos alunos que
EDUCADOR: interpretações críticas ingressaram no curso de Pedagogia da Faculdade de Educação da
das vivências e representações dos Universidade Estadual de Campinas -UNICAMP, no ano 2000, focalizando
alunos de Pedagogia da UNICAMP, suas vivências educativas anteriores a seu ingresso. A partir dos relatos de
2000 vida e outras técnicas de recuperação das histórias individuais, foram
identificados os conceitos predominantes no senso comum, sobre a
educação, a escola, e formas de socialização, assim como outras áreas de
interesse apresentadas nos relatos. Procurou-se interpretar essas
informações à luz de alguns referenciais filosóficos e históricos que
abordam a problemática da formação do educador e da categoria filosófica
da vida cotidiana que ajudaram a explicar de maneira mais sistematizada a
prática e a experiência educacional. Após cursarem as disciplinas básicas
do (primeiro semestre) foi feita uma nova recuperação de informações por
meio de um segundo relato que identificou mudanças nas concepções
explicitadas com relação ao primeiro relato e dessa forma identificamos as
contribuições das disciplinas básicas na compreensão da experiência
educativa dos alunos, futuros educadores (p.x).
PA058 Avaliação da pesquisa na universidade 27/02/2003 O desenvolvimento do ensino superior brasileiro é abordado através de uma
brasileira retrospectiva histórica, do Brasil Colônia aos dias atuais, no intuito de
contribuir para a compreensão da atual situação das universidades
brasileiras e da pesquisa no contexto universitário. As políticas
educacionais, de caráter neoliberal, que vêm afetando a educação superior
são examinadas, destacando-se a imposição de um poderoso sistema de
avaliação meritocrático, quantitativo, promotor de competição,
ranqueamentos e hierarquizações, além do desencadeamento de um
processo de pauperização da pesquisa na universidade pública brasileira,
regida sob a égide do sucateamento e da destruição. Impostas por agências
internacionais e consentidas pelo governo brasileiro, estas políticas
privilegiam acordos externos em detrimento das reais necessidades
nacionais, articulando de forma teratológica avaliação e financiamento.
Reflexos do processo de globalização vigente impõem a mercantilização da
pesquisa e da educação superior, induzindo a universidade a adaptar-se às
regras do mercado, como parte de uma nova cultura ancorada na eficiência
e eficácia. Elementos educacionais passam a ser de quantificação e
mensuração, com a criação de um admirável mundo da avaliação cujos
critérios elegidos são empresariais, produtivistas e tecnocráticos, com
privilegiamento de estatísticas num paraíso de classificações. Há um
deslocamento do sentido social das atividades fins da universidade, com
evidente indução a um processo de dissociação entre ensino e pesquisa.
Instala-se um processo de desenraizamento da pesquisa da universidade
pública e esgarçamento da identidade e missão da universidade. O que se
registra, na prática, é um jogo fraudulento em que a falsificação de
consensos constitui-se num ardil mecanismo de manipulação e coerção.
Trata-se da configuração de um mundo novo, que requer uma nova
universidade e uma nova morfologia avaliativa como forma de
enfrentamento de políticas neoliberais, que promova a ressurgência da
pesquisa, através de um encantamento qualitativo coletivo que atue no
combate da excludência e da desumanização (p.xi).
472
PA059 Perspectivas e possibilidades de 28/02/2003 Esta dissertação de mestrado intitulada Perspectivas e possibilidades de
aproximação da filosofia e literatura no aproximação da filosofia e literatura no pensamento de Benedito Nunes:
pensamento de Benedito Nunes: Um um estudo hermenêutico tem por objetivo analisar os processos históricos
estudo hermenêutico de cisão e de aproximação da Filosofia e a Literatura e, através deles,
explicar uma aproximação já inevitável, filosófica e cientificamente, que
justifique a aplicação em sala de aula da análise filosófica sobre uma obra,
sem ignorar o que ela tem de especificamente literário. Assim, o que se
pretende é uma possibilidade mais ampla de se analisar a obra literária e,
conseqüentemente, ampliar a visão do humano no estudante do Ensino
Médio. Além do cotejo dos textos de cisão e aproximação, escolhemos para
referencial teórico, o grande intelectual brasileiro, Benedito Nunes, que já
encaminha seus estudos nessa prática. Apresentamos seu trabalho
desenvolvido a partir da obra de Guimarães Rosa, em especial, o ensaio “O
amor em Guimarães Rosa”. Em seguida, privilegiamos um conto do livro
Primeiras Estórias, “As margens da alegria”, do mesmo escritor, para ousar
uma interpretação do texto literário sob o olhar também filosófico, e assim
sustentar a tese platônica em Rosa, afirmada por Benedito Nunes. Não
queremos com este trabalho encontrar a chave da humanização do homem
pela educação; mas queremos dar luz à prática do ensino de Literatura e
contribuir para que alcancemos com mais sucesso a revelação do humano
em suas limitações e potenciais para que os alunos se comprometam
eticamente com seus iguais e, superando limitações encontrem outras
formas de convivência, mais pacíficas, mais harmônicas (p.vii).
PA060 Subjetividade e educação: uma 26/11/2003 A presente tese tem por objetivo realizar uma análise crítica do conceito de
interpretação à luz de Sartre educação como fundamentação da subjetividade a partir da interpretação
da filosofia sartreana, notadamente em seu primeiro período de produção
filosófica, marcada pelo O Ser e o Nada. Para tanto, nos propomos, a partir
dos conceitos sartreanos de consciência posicional, má-fé, alteridade,
liberdade e facticidade, analisar a possibilidade da educação ser o
fundamento da subjetividade do sujeito. Observamos, a partir da
interpretação desses conceitos, que o nada da consciência humana,
enquanto seu único habitante, é a estrutura ontológica da existência
humana, portanto, não há uma substância ou um Eu que se constituiria no
objeto da educação. Neste caso, o projeto da educação, em fundamentar a
subjetividade humana, é um projeto fadado ao fracasso, uma vez que o
homem se define pelo nada de ser (p.v).
PA061 Interdisciplinaridade : fundamentos 17/02/2004 Este trabalho é, sobretudo, um convite à reflexão, ao questionamento do
teoricos e possibilidades institucionais significado e do papel da Interdisciplinaridade na realidade escolar
na educação escolar brasileira. O que se pretende é abalar opiniões, desencravar convicções,
questionar o uso e a disseminação do conceito. Nesta pesquisa procuramos
denunciar as apropriações improvisadas atribuídas à Interdisciplinaridade.
Demonstramos o processo histórico das reformas educacionais no Brasil.
Investigamos as perspectivas e contradições do conceito de
Interdisciplinaridade na formação curricular da educação básica no Brasil.
A hipótese que tentamos postular nesta pesquisa é que a
Interdisciplinaridade na educação básica brasileira ainda não conseguiu
romper as fronteiras do discurso.
473
PA062 O ENSINO DE FILOSOFIA NA 19/02/2004 Esta pesquisa foi desenvolvida junto à Área Temática (3), História,
ESCOLA FUNDAMENTAL: O Filosofia e Educação, no Grupo de Estudos e Pesquisas em Filosofia e
Projeto de Educação para o Pensar de Educação Paidéia, na linha de pesquisa Ética, Política e Educação. Busca
Santa Catarina (1989-2003) - a constituir uma reflexão sobre as condições históricas, as situações práticas,
proposta, a crítica, contradições e os determinantes legais e institucionais do ofício de ensinar Filosofia no
perspectivas sistema educacional fundamental no Brasil e, a partir do Programa Filosofia
para Crianças, de Matthew Lipman, resgatar a história, os avanços
filosófico-pedagógicos do programa organizado com as escolas do Brasil,
a partir de Santa Catarina, em quinze anos de existência, fazendo história.
Dessa forma, apresenta uma análise histórica, institucional e educacional
dessa experiência curricular e social e, também, uma experiência de
educação filosófica, especialmente desenvolvida com crianças,
adolescentes e jovens, em busca de uma educação emancipatória, entendida
como um conceito de autonomia, de crescimento cultural e enriquecimento
pedagógico, dos cidadãos, educadores, de todos os sujeitos envolvidos. O
tema é a Filosofia, o campo é a educação, a intenção é investigar a
possibilidade viável de uma educação reflexiva emancipatória. Aceita a
Filosofia como o máximo de consciência possível que uma época ou
sociedade pode realizar e parte da premissa de que todo o homem produz
uma determinada Filosofia de vida ou um conjunto de idéias e valores ou
sustenta-se sobre uma. Apresenta a experiência institucional, educacional e
pedagógica do Centro Catarinense de Filosofia no 1º Grau, posteriormente
chamado de Centro de Filosofia Educação para o Pensar (1989-2003),
situado em Florianópolis/SC, o qual se tornou referência do ensino de
Filosofia com crianças em escolas do ensino fundamental. Também,
contextualiza historicamente a importância de ensinar Filosofia na estrutura
de ensino oficial e investiga criticamente os fundamentos essenciais da
proposta Filosofia para Crianças de Matthew Lipman, educador norte-
americano, fazendo a aproximação de sua proposta com a realidade da
educação brasileira. É uma pesquisa bibliográfico-histórica, com aporte de
campo e estudo de caso, o de uma instituição social organizadora da
Educação para o Pensar. Apresenta, ao final, propostas e ampliações,
adaptações e criações e caminhos que se abrem numa perspectiva de uma
Educação filosófica emancipatória, designada Educação para o Pensar:
Filosofia com Crianças, Adolescentes e Jovens (p.xiii).
PA063 Educação e aprendizagem emocional: 19/02/2004 ARQUIVO DE IMAGEM (NÃO EDITÁVEL)
fundamentos teóricos e propostas
didática na escola fundamental
PA064 O Diálogo Ivestigativo e a 20/02/2004 É a partir do ideal de uma educação que prepara indivíduos autônomos,
Aprendizagem Significativa críticos e participativos, como o apontado pelos PCN’s, que este trabalho
busca refletir sobre o ensino praticado e a aprendizagem proporcionada na
escola. O primeiro capítulo dedica-se à criança e a educação escolar.
Abordamos algumas características da criança, destacando o caráter ativo
da sua aprendizagem quando movida pela curiosidade; o seu interesse como
fator determinante para o aprendizado e desenvolvimento; a alegria que
sente em aprender nos espaços mais democráticos e desafiantes dos
primeiros anos de escolaridade; a maneira significativa em que aprende
através das experiências que vivencia no cotidiano, fora da escola, em
contraste ao modo de aprender na escola e o seu desencantamento com a
aprendizagem escolar. No segundo capítulo analisamos o ideal de
educação, a prática de ensino e a aprendizagem resultante de dois modelos
de escola que tipificamos como a tradicional e a pretendida nos PCN’s. O
terceiro capítulo trata do objeto da pesquisa: o diálogo na educação das
crianças, apontado como um método de ensino e de aprendizagem ativa.
Quer-se discutir a validade desse método, não só para crianças, mas,
sobretudo para pré-adolescentes de 11 a 14 anos, que pertencem à faixa de
escolaridade da 5ª à 8ª série. Nesse período é que se costuma observar a
progressiva perda do encantamento do aluno decorrente de seu
desvinculamento da curiosidade interessada e automotivada. Por fim, na
conclusão, procuramos responder a questões geradoras do trabalho: Será
que a curiosidade espontânea e o interesse por aprender que a criança vai
perdendo ao chegar à adolescência, ela os recuperaria pela introdução de
contextos de diálogo investigativo, ainda que a escola permaneça, no
essencial, sob modelos de gestão e currículos tradicionais? O diálogo
investigativo é compatível, ou mesmo necessário à realização dos objetivos
preconizados nos PCN’s? (p.vii).
474
PA065 O Paradigma Inclusivo das Políticas 27/02/2004 Discute-se aqui a construção do conceito de normalidade/anormalidade ou
Educacionais e Paradigma Excludente adequação social a partir de três eixos referencias: a concepção anátomo-
das Políticas Econômicas na década de fisiológica, a concepção da psicologia social (do estudo das representações
90: o constructo sócioconceitual da sociais) e a concepção histórico-social. Com o apoio da teoria histórico-
normalidade/anormalidade (ou social, concebem-se o ser humano em sua omnilateralidade e o
adequação social) desencadeamento do processo de humanização a partir da categoria
trabalho, onde o indivíduo forma-se a si, num devir, e aos outros, em
reciprocidade, assim como o possibilita transformar o mundo da natureza
que o cerca, apontando ser esta a base estrutural para as relações materiais
objetivas e as relações não-materiais (ideológicas). Considerando a
complexificação social que surge do exercício da propriedade privada e da
sociedade classista, se requer a institucionalização de um elemento que
possibilite a mediação dos interesses ante os conflitos que se instalam em
sociedade. Para isso, cria-se o Estado que se vincula diretamente aos modos
de produção social. Deste modo, com o estabelecimento do sistema
capitalista, o Estado, mesmo não sendo fruto desse modelo de produção e
nem sendo criação da classe dominante, está ao seu serviço na promoção
da agenda político-econômica, social e cultural que viabilize a manutenção
desse sistema. Nas últimas três décadas do século XX, o Estado tem
acordado sua pauta política a partir dos ideários neoliberal e
neoconservador, conhecida como a aliança da "Nova Direita". No Brasil,
estes ideários ficaram conhecidos com a materialização de suas políticas a
partir da década de noventa, das quais as políticas educacionais com vistas
à inclusão social foram as mais contundentes. Objetivou-se neste estudo a
análise de cinco blocos de programas educacionais, a saber: 1) Programas
Especiais de Ensino; 2) Programas de Correção de Fluxo; 3) Programas de
Apoio Financeiro, Alimentar e de Saúde à Escola/alunos e às famílias; 4)
Programas de Insumos Escolares e 5) Programas de Avaliação para cada
etapa dos níveis de ensino. Concluiu-se que embora estes programas
aliviem a situação de pobreza da maioria da população e desta forma
arrefeçam momentaneamente as convulsões sociais, não eliminam a
exposição desta população às contínuas perdas sócio-econômicas e
culturais que o sistema capitalista impõe em sua manutenção (p.v).
PA066 Política, Diretrizes e Metodologias da 29/03/2004 ARQUIVO DE IMAGEM (NÃO EDITÁVEL)
Educação a Distância: ação do
professor como superação dos
distanciamentos estruturais em
programas de formação continuada
MT/DF
PA067 A noção de conversão a si: uma leitura 30/03/2004 ARQUIVO DE IMAGEM (NÃO EDITÁVEL)
da abordagem de Michel Foucault a
respeito da relação sujeito e verdade na
filosofia antiga
475
PA068 AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DA 21/06/2004 Este estudo tem como propósito investigar os pressupostos políticos que
UNIVERSIDADE BRASILEIRA: justificam a existência da Avaliação Institucional no Ensino Superior
investigação das perspectivas para a brasileiro. A análise desenvolvida parte das condições objetivas do Ensino
competência política a partir de Superior brasileiro para o exercício das ações técnicas de avaliação, numa
pressupostos filosóficos, éticos e determinada experiência universitária onde acontecem as pesquisas de
sociológicos emancipatórios opinião que apontam o índice de satisfação da comunidade acadêmica
determinando os rumos dos serviços e metas institucionais apresentadas
numa dada realidade pedagógica e administrativa. Ao investigar os
pressupostos filosóficos e sociológicos desta modalidade de avaliação
buscou-se considerar os limites e possibilidades para o alcance de uma
forma de avaliação que, transcendendo o ato técnico de levantamento e
tratamento de dados, pudesse ultrapassar a identidade controladora clássica
dos processos de avaliação em direção aos processos autônomos que
possibilitariam uma Avaliação Institucional Emancipatória. A pesquisa
deu-se a partir do acompanhamento da elaboração e implantação de um
Projeto de Avaliação Institucional em um Centro Universitário da macro
região de Campinas, Estado de São Paulo. Este acompanhamento
significou o espaço empírico inicial da pesquisa relatada. Os interlocutores
privilegiados para a discussão dos processos de Avaliação Institucional
aqui trabalhados representam os principais teóricos brasileiros sobre o tema
na atualidade. A pesquisa qualitativa desenvolvida buscou considerar
dialeticamente, numa dinâmica metodológica, toda a realidade e ações
empreendidas no exercício de avaliação aqui privilegiado. Analisa as
mudanças institucionais e legais da universidade brasileira recente
explicitando seus condicionamentos políticos e processos ou determinações
sociais. Investiga os eixos teóricos e os modelos políticos, institucionais e
epistemológicos, que definem os perfis em disputa na definição do papel
social da universidade. Apresenta resultados e contradições de um processo
de Avaliação Institucional e empreende reflexões teóricas e propostas
acadêmicas de produção de uma cultura participativa e emancipatória de
avaliação nas IES atuais (p.xiii).
PA069 O ensino de filosofia para jovens como 25/06/2004 ARQUIVO DE IMAGEM (NÃO EDITÁVEL)
experiência filosófica
PA070 Condições de possibilidade de uma 27/08/2004 ARQUIVO DE IMAGEM (NÃO EDITÁVEL)
teoria crítica de educação
PA071 O valor pedagogico e etico-politico do 29/09/2004 A presente tese trata da teoria do conhecimento de Gramsci e do marxismo
conhecimento para a "filosofia da originário e se divide em duas partes: na primeira, é feita uma revisão crítica
transformação" de Gramsci e sua da obra marxiana, tendo como foco a epistemologia do materialismo
relação com o marxismo originario histórico e dialético e suas decorrências ético-políticas; na segunda,
procura-se apresentar o paradigma teórico-metodológico gramsciano como
continuador da teoria materialista de Marx e Engels. Ao percorrer essas
duas partes, a leitura da obra marxiana ganha um viés eminentemente
humano-historicista e dialético, próprio daquelas interpretações que
pretendem combater a visão economicista e determinista da produção
marxiana, resultando em uma compreensão do pensamento gramsciano
como ortodoxo, isto é, não idealista e totalmente afeito aos princípios e
perspectivas do marxismo originário. Assim compreendido, na conclusão
afirma-se que a concepção ontológica, epistemológica e axiológica
gramsciana revaloriza a produção e a socialização do conhecimento,
identificando-o como elemento de grande importância na luta pedagógico-
política para a superação do capitalismo nos dias atuais (v).
PA072 Missão da Universidade São Francisco: 04/10/2004 ARQUIVO DE IMAGEM (NÃO EDITÁVEL)
identidade, história , contradições e
desafios
476
PA073 O sentido ético-estético do corpo na 22/10/2004 Várias são as contribuições teóricas acerca do corpo, da ética e da estética,
culura popular principalmente no campo filosófico. Contudo, um estudo que busque
interfaces por meio do que denomino “sentido ético-estético”, mais
especificamente a partir do gestual popular, carece ainda de maiores
investigações. Partindo dessa compreensão, a pesquisa tem por objetivo
analisar o sentido ético-estético do corpo na cultura popular, identificando
as relações dialógicas entre ética e estética que levam à estruturação do
campo gestual em comunidades populares. Para tanto, tornou-se necessário
compreender as relações histórico-filosóficas entre ética e estética; discutir
o corpo como produto/produtor de cultura e meio de realização do sentido
ético-estético; investigar como a ética leva à configuração estética do corpo
na cultura popular e como esta mesma construção estética conduz a
encaminhamentos éticos; perceber como se dá o sentido ético-estético em
grupos de cultura popular, identificando possibilidades de estruturação
gestual. Foram realizadas investigações teóricas por meio de incursões na
história da filosofia e na antropologia, bem como desenvolvido um estudo
do tipo etnográfico em comunidades de maracatu na cidade de Recife-PE.
A pesquisa aponta que o corpo, como construção cultural, segue
normatizações coletivas, instauradas por uma moralidade e uma estética
construídas historicamente, transmitidas, pensadas e (re)significadas nos
diferentes contextos sociais. Tais normatizações definem a convenção
coletiva do uso dos gestos e das técnicas corporais próprias a cada
comunidade de cultura popular. A construção do sentido ético-estético dá-
se pelas regras de comportamento da comunidade, que conduzem ao
delineamento de suas técnicas corporais e moralidade; pelos princípios e
valores que caracterizam o que seja adequado e justo; pelo sentido de
existência coletiva, preservação das tradições e religiosidade; pelas regras
de competição impostas por setores externos; pelo jogo de conformismo e
resistência que leva os populares a serem invadidos pela indústria cultural
e a lutarem contra essa invasão; pela dinamicidade cultural e necessidade
de reconhecimento social; pela denúncia às mazelas humanas. Tais
reflexões identificam a existência de uma racionalidade diferenciada,
distinta da lógica ocidental e que, por isso mesmo, parece estar à margem
dela. É nesse sentido que este estudo talvez se constitua como uma forma
de intervenção, sobretudo educacional; como possibilidade de olhar o
“outro” da razão (p.resumo).
PA074 Lenin e a Educação Política: 18/02/2005 Examino neste estudo as contribuições de Vladímir Ilich Uliánov - Lenin -
domesticação impossível, resgate à educação, bem como sua crítica à universidade e aos ideólogos que
necessário participavam do processo de transformação da sociedade russa em território
sem lei e a atender aos dissolutos interesses do capitalismo. A hipótese
central que direciona este estudo é que, coletivamente, Lenin pode subsidiar
uma teoria revolucionária da educação imprescindível à emancipação
intelectual e a libertação política do proletariado e dos camponeses pobres.
A revisão bibliográfica da obra de Lenin me permitiu compreender que a
universidade russa e seus acadêmicos, para além dos interesses da
monarquia feudal, estavam subsumidos aos interesses da burguesia russa,
hegemonizando-se a partir da primeira revolução democrática de 1905.
Nesse contexto, as ciências sociais e a filosofia, ministradas na
Universidade, não interessavam ao czar e nem aos latifundiários.
Paradoxalmente, à instituição russa de ensino superior cabia, em tempos
pacíficos, encher as cabeças dos discentes com a sabedoria acadêmica e o
ridículo doutrinário subjetivista e escolástico. O sistema nacional de ensino
estava nas mãos das classes dominantes, então, ao Partido Comunista – uma
‘grande escola’, como Lenin o chamava – cabia a tarefa de educar
politicamente as novas gerações russas para levar adiante o processo
revolucionário, iniciado em janeiro de 1905. Posto, o referencial leninista
tem uma importância incontornável para os estudiosos da educação à
medida que aduz novos elementos à compreensão dialética e crítica das
relações de produção e do cenário político educacional brasileiro (p.VII).
PA075 As Tecnologias da Inteligência e a 21/02/2005 ARQUIVO DE IMAGEM (NÃO EDITÁVEL)
Educação como Desenvolvimento
Humano
PA076 Motricidade humana: aproximações 21/02/2005 ARQUIVO DE IMAGEM (NÃO EDITÁVEL)
filosóficas sobre a coorporeidade
477
PA077 MODERNIDADE, EDUCAÇÃO E 22/02/2005 Uma das principais características dos dias atuais é que, em diferentes
ALTERIDADE: Adorno, cogitações campos do conhecimento, encontramos intelectuais promovendo um
sobre um outro discurso pedagógico questionamento crítico da sociedade moderna. Pode-se dizer que este
trabalho não foge a essa perspectiva, na medida em que contempla a
intencionalidade de estender tais questionamentos a uma das principais
instituições dessa sociedade: a educação. Com este intuito, no primeiro
capítulo, procuramos explicitar alguns aspectos do que se convencionou
chamar crise da modernidade, através da análise de questionamentos a ela
dirigidos por alguns intelectuais - com ênfase especial nos da primeira
geração da Escola de Frankfurt - que advogam a necessidade de uma
superação dialética da teoria tradicional de conotação, fundamentalmente,
iluminista. No segundo capítulo, voltamos a nossa atenção para a esfera
pedagógica, observando que, tal como ocorreu com outras áreas do
conhecimento humano na modernidade, a pedagogia procurou reconstruir
a sua identidade passando a caracterizar-se como “ciência da educação”;
nesta condição afastou-se do eixo da filosofia e procurou estender ao
processo educativo (formal) a sistematicidade e racionalidade, próprias da
esfera científica. Assim delineada, integrou-se às modernas sociedades de
consumo, no âmbito das quais, a educação passou a ser percebida como um
empreendimento que comporta, prioritariamente, um caráter utilitário e
funcional que, no nosso entender, não dignifica a condição humana. Diante
desse cenário, no terceiro capítulo, nosso trabalho enfatiza a crítica dos
frankurtianos Adorno e Horkheimer (especialmente o primeiro) à filosofia
tradicional que, centrada no princípio da identidade, subsume o não-
idêntico, o outro, ofuscando-o. Nesse contexto, destacamos que, no bojo
das formulações que desenvolve, Adorno, via dialética negativa, abre
condições para que o não-idêntico, o outro, escape à ofuscação que o
constrange e, ao mesmo tempo, tentamos mostrar que a transposição desta
perspectiva para o âmbito da educação (formal), ao nosso ver, pode criar
condições para se pensar em um outro discurso pedagógico, na forma de
um contra-discurso ao que está posto. Um “outro discurso pedagógico”
capaz de promover o resgate do não-idêntico (o outro, a alteridade) que o
discurso pedagógico contemporâneo exclui (p.xi).
PA078 A ação educativa na perspectiva da 23/02/2005 O presente trabalho pretende examinar a ação educativa na perspectiva da
teoria do agir comunicativo de Jürgen teoria do agir comunicativo e tem como objetivo identificar o tipo de ação
Habermas: uma abordagem reflexiva produzida pela interação professor-aluno no contexto da instituição escolar.
O estudo é resultado de uma pesquisa bibliográfica e o referencial teórico
é a obra de Jürgen Habermas. Busca analisar o conceito de agir
comunicativo sob o aspecto da linguagem e do discurso. Define
competência comunicativa. Analisa a linguagem como o meio gerador do
agir comunicativo, o entendimento como o meio gerador do consenso e as
pretensões de validade. Explicita o conceito de discurso e a sua
legitimidade é obtida mediante o uso de regras procedimentais. Pretende
aplicar o referencial teórico na análise da ação educativa. Busca localizar
simbolicamente a instuição escolar na inter-relação entre os conceitos de
sistema e mundo da vida. Apresenta uma tipologia das ações educativas
realizadas nas instituições sociais. Descreve os contextos de interação das
relações funcionais, das interações entre os membros adultos da instituição
escolar, das interações entre adultos e alunos, e das interações entre os
próprios alunos. Expõem as relações entre os tipos de ações realizadas na
escola e o saber neles materializado, a forma de argumentação utilizada, o
modelo de racionalidade existente e o modo como se manifestam nos
contextos educacionais. O agir comunicativo comprende aquelas ações
orientadas para o entendimento e o agente é o sujeito competente
lingüisticamente para agir na busca do consenso. A ação educativa
compreende as ações intencionais cuja finalidade (imediata ou futura) é a
formação do aluno, segundo os critérios de uma teoria crítica da educação
e os agentes são os profissionais integrantes da comunidade escolar. A
interação professor-aluno é assimétrica e deve estar intencionalmente
orientada para a formação do aluno. A escola, entendida como um contexto
social e historicamente determinado, por um lado, cumpre a função
sistêmica quando realiza ações orientadas para o produto e, por outro,
cumpre a função simbólica quando realiza ações orientadas para o
entendimento (p.vi).
478
PA079 O consenso na Teoria do Agir 24/02/2005 No formato de uma pesquisa teórico-conceitual, sob o título “O consenso
Comunicativo de Habermas e suas na Teoria do Agir Comunicativo de Habermas e suas implicações para a
implicações para a Educação Educação”, a presente tese busca elucidar, por intermédio da explicitação
do conceito de consenso, alguns dos mais relevantes aspectos da teoria
habermasiana para a educação contemporânea. Trata-se de uma
investigação que resgata as premissas teóricas de Habermas, como base
conceitual e como identificação das possíveis contribuições da sua teoria
para a fundamentação de um projeto educativo crítico-emancipatório
baseado no reconhecimento intersubjetivo das pretensões de validade do
agir comunicativo. Para efeito de demonstração da tese, o autor fundamenta
os seus argumentos no conceito de consenso que lhe permite analisar os
impactos da crise da contemporaneidade à luz do debate que se estabelece
entre modernidade e pós-modernidade. Com o referencial do potencial
crítico e reflexivo da modernidade, continuado por Habermas na Teoria do
Agir Comunicativo, o estudo salienta a relevância do consenso como um
critério fundamental para o desenvolvimento de uma ação educativa
emancipatória (ix).
PA080 FORMAÇÃO DE PROFESSORES E 25/02/2005 Este trabalho teve por objetivo analisar a Educação no Brasil utilizando
EDUCAÇÃO: EPISTEMOLOGIA E recortes históricos, desde a chegada dos Jesuítas até o ano 2002; pesquisar
ENSINO DE GEOGRAFIA NO a epistemologia da Geografia e fazer um levantamento sobre a existência e
CURRÍCULO ESCOLAR localização dos cursos de graduação em Geografia (licenciatura e
BRASILEIRO bacharelado) e a localização geográfica dos cursos de pós-graduação da
área; verificar a produção científica geográfica; discutir a globalização
atual, fazendo uma análise crítica sobre este período, assim como propor o
uso da matriz geográfica crítica para melhor analisar o espaço geográfico
em sala de aula. Nas considerações finais, apresentaram-se sugestões para
melhorar o trabalho da área de humanas nas escolas de ensino Fundamental,
Médio e Universitário, objetivando uma nova escola, um novo professor de
Geografia e como conseqüência um novo aluno, crítico, participativo,
politizado e com uma visão de mundo universalista, características
essenciais para o pleno desenvolvimento da cidadania (p.v).
PA081 Ética e Mídia: os Periódicos de 25/02/2005 A ciência participa cada vez mais do cotidiano humano ao mesmo tempo
Divulgação Científica Brasileiros e seus em que se torna mais hermética e distante, exercendo importante função
Discursos sobre Ética da Ciência social e econômica. As relações entre ciência e sociedade têm sido nas três
últimas décadas profundamente marcadas pela multidisciplinaridade,
especificidade e aplicabilidade. Esse aumento da esfera de influência da
ciência na vida quotidiana tem trazido conseqüências diversas áreas, da
geração de energia à saúde, com impacto social e ambiental tanto positivo
quanto negativo, o que tem gerado controvérsias e debates. A sociedade
tem discutido a relação desenvolvimento científico versus desenvolvimento
humano e a ética do fazer científico. Numa sociedade da informação, a
imprensa de divulgação científica tem sido palco dessas discussões. Mais
que espaço de informação e debate, a atividade de divulgação científica é
um canal de educação informal, atingindo um público mais amplo que os
bancos escolares. Nesse cenário de inovação e debates a bioética surgiu
como uma possível instância de discussão e resposta a esses
questionamentos, e a mídia de divulgação científica tem sido importante
canal de discussão sobre a ética da ciência e a bioética, inclusive no Brasil.
Considerando a importância da atividade de divulgação científica enquanto
instância de educação informal, entendemos ser importante estudar a forma
como se dá no contexto brasileiro esse processo educativo e de discussão
dos temas éticos. No presente trabalho buscamos estudar o discurso sobre
ciência, ética e bioética da imprensa brasileira de divulgação científica.
Para isso analisamos reportagens das revistas especializadas Galileu e
Superinteressante de 2001 tendo como referencial teórico a Análise do
Discurso Francesa. Os resultados do estudo empreendido indicam uma
tendência prevista por Authier-Revuz: a encenação da participação no
processo comunicativo que afasta o leitor de uma participação efetiva no
debate científico, silenciando o discurso político e preservando a ciência
como instância decisória em questões éticas.
PA082 A Educação Ambiental enquanto 28/02/2005 ARQUIVO DE IMAGEM (NÃO EDITÁVEL)
campo de conhecimento: fatos ou
fetiches?
479
PA083 Paidéia: as múltiplas faces da utopia em 01/07/2005 O iluminismo grego deu ao mundo um dos conceitos basilares da Filosofia
pedagogia da Educação: Paidéia. O presente trabalho examina os diferentes aspectos
nele envolvidos. Como os Gregos o conceberam já no início mesmo de sua
civilização e as apropriações posteriores que dele fizeram um dos conceitos
permanentes na lenta e longa evolução do pensamento educacional
ocidental. Com o advento do cristianismo tem-se a Paidéia Christi, que
procurou colocar a potencialidade inerente deste conceito à serviço da
religião. No século XVIII, na Alemanha, sob a forma de Bildung, o
conceito reaparece, agora já para servir a outros interesses e ideologias, o
que inclusive nos ajuda a melhor interpretar a própria história alemã. Sob o
signo do esclarecimento, e da racionalidade moderna, a Paidéia, que
deveria servir para libertar o ser humano da sua minoridade, torna-se um
conceito instrumentalizado e esvaziado e que na contemporaneidade tem
apenas servido para manter o status quo. Conclui-se apontando a Utopia,
como energia impulsionadora para o melhor possível, aliada a uma Paidéia
Crítica que necessita ser retomada para estabelecer objetivos, orientação e
finalidade à educação que hoje se pratica. Ambos os conceitos – de Utopia
e de Paidéia – são apontados como agentes de emancipação e de
potencialização da Educação (iii).
PA084 A TECNOLOGIA COMO UM 05/12/2005 Embora a tecnologia faça parte atualmente de poderosos processos e
PROBLEMA PARA A TEORIA DA modalidades de ação que modelam a existência humana, ela é pouco vista
EDUCAÇÃO como objeto de análise teórico-crítica por parte da teoria da educação. No
campo pedagógico, a crença na noção de neutralidade da tecnologia é cada
vez mais forte. Considerando que a teoria da educação tem por finalidade
o estudo de um projeto de sociedade e das maneiras pelas quais a educação
pode contribuir para superar/efetivar tal projeto, a tematização da relação
entre a educação e o fenômeno tecnológico é fundamental. Assim, este
trabalho, de natureza teórica, tem por objetivo central questionar e
compreender a crítica da tecnologia no pensamento de Andrew Feenberg,
tendo como horizonte pensar a relação tecnologia e educação. Toma como
referência metodológica a teoria enquanto reflexão crítica e procura
analisar a trilogia de livros na qual Feenberg formula sua teoria crítica da
tecnologia. Como conclusão, evidencia que a teoria crítica da tecnologia
permite, por meio do conceito de ambivalência, as bases para se aprofundar
o diálogo entre moderna tecnologia e educação. Além disso, conclui pelo
necessário e urgente aprofundamento da condição heurística no que se
refere à tematização tecnologia-educação, pois, só assim, a teoria
educacional poderá ir além do conceito de neutralidade da tecnologia que
lhe é peculiar (p.xiii).
PA085 Escola e Escola On-line - Alguns 16/02/2006 Na presente pesquisa, parte-se de uma concepção althusseriana de
Efeitos do Discurso Pedagógico ideologia, estabelecendo um diálogo com a Análise de Discurso Francesa,
Midiatizado o que resulta em uma abordagem teóricometodológica, na qual a história e
a ideologia são constitutivas da materialidade discursiva. Tem-se como
objetivo refletir sobre a relação entre tecnologia e educação, na sociedade
atual, mediante a análise do funcionamento de uma revista impressa, a
Escola, e de um site, o Escola On-line, trazendo os efeitos desse
funcionamento da mídia para a área educacional. Assim, aspectos ligados
à formulação e à circulação da Revista e do Site são postos em destaque,
chegando-se à compreensão de uma imagem que se institui dos professores
e de sua relação com o conhecimento e a ciência, hoje (p.xi).
PA086 DA ETICA DA LIBERTAÇÃO À 17/02/2006 ARQUIVO DE IMAGEM (NÃO EDITÁVEL)
ETICA DO CUIDADO: UMA
LEITURA A PARTIR DO
PENSAMENTO DE LEONARDO
BOFF
PA087 A Ética do conflito em Henrique 20/02/2006 Neste trabalho procuramos expor e comparar os modelos de Ética de
Cláudio Lima Vaz, Josep Maria Puig e Henrique Cláudio de Lima Vaz, Josep Maria Puig e a sugestão de ensino
nos Parâmetros Curriculares Nacionais, de ética, como tema transversal, contida nos Parâmetros Curriculares
PCNs Nacionais, PCNs. Em seguida analisamos o surgimento da moral como
conflito e o conflito moral no interior desses modelos e da ética como tema
transversal.
480
PA088 Conhecimento formal, leitura ficcional 21/02/2006 A partir de minhas experiências como aluna e professora, investigo as
e realidade transformações e permanências no currículo escolar. Problematizo a
pertinência dos projetos inseridos como parte da flexibilização da nova
LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação); a abertura das escolas para
projetos de inserção dos menos favorecidos e o discurso da inclusão a partir
do multiculturalismo e do localismo, ou seja, a partir da realidade
sociocognitiva dos alunos. Proponho, frente à gravidade da situação de
analfabetismo ou semi-analfabetismo e também, frente à abertura da escola
para atividades extra-curriculares e para todo o azar de violências, que a
formação dos estudantes seja pautada pelo desenvolvimento da leitura, do
aprendizado da norma culta da língua, do aprendizado dos conhecimentos
formais mais universais, os quais devem se constituir em objetivo primeiro
da escola, como momento de formação e emancipação intelectual
individual e de alteridade. Também, insisto na manutenção da escola como
o lugar da disciplina na sua positividade, ou seja, como momento de
aprendizagem, de produção de saberes emancipatórios por meio do
desenvolvimento da leitura e da intertextualidade (p.v).
PA089 A Gestão dos Projetos Públicos de 23/02/2006 Esta pesquisa foi desenvolvida junto à Área Temática (3), História,
Educação à Distância no Paraná (1995- Filosofia e Educação, no Grupo de Pesquisa em Filosofia e Educação
2005): contradições, perspectivas e Paidéia, na linha de Pesquisa Educação, Ciência e Tecnologia. Buscou
busca por autonomia analisar a gestão dos Projetos Públicos em Educação à Distância, com o
uso das novas tecnologias, no estado do Paraná, durante o período de 1995-
2005. O critério de escolha desses programas deve – se, particularmente,
por terem sido os únicos a funcionar no referido estado, oportunizando a
formação de professor em EAD através de Universidades públicas:
Universidade Estadual de Ponta Grossa e Universidade Federal do Paraná
onde analisamos na perspectiva de Greville Rumble∗ . Apresentamos ainda
a proposta consorciada pela Universidade Estadual de Maringá. Desta
forma, abordamos uma análise histórica, institucional e educacional dessas
experiências mostrando os marcos históricos e as matrizes filosóficas em
que se pautaram. Objetivou também apontar uma perspectiva
emancipatória nessa modalidade de ensino, tendo a consciência do
processo embrionário nessa área. Utilizamos o método histórico-
compreensivo e optamos por uma abordagem qualitativa, considerando o
contexto, pois é ele que possibilita que as categorias não se isolem em
estruturas puras, mas se mesclem da realidade em movimento. Sendo
assim, foram apresentadas as categorias da contradição e da totalidade. A
análise foi tanto documental como dos questionários aplicados na
comunidade acadêmica da UEPG e da UFPR. Pretendeu-se fazer a crítica
das políticas educacionais que engendram as finalidades e interesses da
EAD. Ao invés de uma oferta educacional reguladora, pautada em critérios
quantitativos e operacionais propomos a EAD emancipatória, determinada
como política educacional complementar, tecnicamente competente e
politicamente esclarecida. A presente pesquisa quer situar a EAD no Paraná
frente a essa encruzilhada! (p.xiii).
PA090 O projeto político de John Locke para a 23/02/2006 A tese apresentada discute o pensamento de John Locke, eminente pensador
modernidade: atualizações necessárias inglês do século XVII, que influência toda a modernidade desde o final do
e releituras possíveis referido século. Está dividido o trabalho em cinco capítulos com a intenção
de melhor delinear a forma de pensar do autor. No primeiro capítulo
tratamos da idéia de estado de natureza, no segundo capítulo da passagem
para a sociedade política, no terceiro discutimos o direito à propriedade, no
quarto as possibilidades para uma ciência da moral e no quinto o seu
modelo pedagógico para a sociedade moderna, através do texto: alguns
pensamentos acerca da educação. Buscamos com este trabalho demonstrar
a coerência e a consistência do pensamento de John Locke para a
modernidade (p.vii).
481
PA091 A Filosofia da Linguagem, as 24/02/2006 Esta pesquisa tem como objetivo compreender o funcionamento da
tecnologias educacionais e a educação linguagem e o seu papel estruturante na formulação de falas, textos e
matemática: Piaget, Vigotiski e discursos acerca do processo de utilização da tecnologia pela Educação,
Wittgenstein como paradgmas tomando o contexto amplo formado pela sociedade e pela sua evolução
epistemológicos referenciais, histórica e econômica, a partir de referenciais da filosofia da linguagem.
Para tal realizou-se uma análise crítica acerca dos fundamentos filosóficos
e epistemológicos das concepções de homem, sociedade e mundo de um
conjunto de textos, relatórios de pesquisas e outros materiais, procurando
revelar a forma como os discursos se estruturam em textos especializados;
se tais textos levam em consideração as relações sociais existentes, a
evolução histórica de seu objeto de pesquisa e o fato de que esses fatores
são determinantes para o modo como se dá a apropriação do conhecimento.
Partiuse do principio de que a formação da moderna sociedade capitalista,
que trata as relações sociais como mercadoria, permitindo o acesso a essas
somente para aqueles indivíduos que podem adquiri-las mediante
transferência de capital, também se manifesta na esfera educacional, onde
o uso da tecnologia, embora visto como uma necessidade da atualidade,
segue o mesmo padrão estrutural. Com base nesse princípio geral buscou-
se mostrar que as pesquisas relacionadas ao uso do computador e da
tecnologia, ao utilizarem outros referenciais que não os que se preocupam
com as relações sociais subjacentes, tecem discursos acerca das relações
dessas com a Educação que corroboram concepções comprometidas com
um posicionamento ideológico filiado à manutenção das atuais relações
sociais, próximos de uma concepção de Educação que a vê como mais um
elemento que compõe o mercado. Para a realização do presente trabalho de
pesquisa utilizou-se referenciais da filosofia da linguagem e da matemática
que, apesar de apresentarem contextos e formulações diferentes,
convergem em diversos aspectos de interesse para o tratamento do
problema principal (p.v).
PA092 Um percurso educativo no interior da 28/06/2006 ARQUIVO DE IMAGEM (NÃO EDITÁVEL)
obra de Agostinho de Hipona (354-430)
PA093 Teoria Crítica da Didática na tradição 30/08/2006 Objetiva-se aduzir elementos para a reflexão em torno do ensino da
universitária brasileira: Contraposições disciplina Didática no Ensino Superior brasileiro, por meio de uma análise
Epsitemológicas e Tendências Atuais bibliográfica. Toma-se como problemática as contradições das linhas
epistemológicas da Didática hegemônicas na história da universidade no
Brasil, analisa as tendências que apontam para a direção da didática
fundamentada na concepção histórico-crítica que vem sendo construída
para ser adotada nos cursos de formação de professores no ensino superior
brasileiro. Toma como hipótese que no Brasil desde a década de 80 emergi
uma vigorosa pesquisa referente ao ensino da Didática na educação escolar
universitária e educação básica, e por meio desse vem sendo construída
uma teoria crítico-histórica da Didática que brevemente estará presente na
tradição da universidade e conseqüentemente na formação básica no Brasil.
No primeiro capítulo realiza-se uma revisão na história da filosofia por
meio de reflexão das teorias clássicas de ensino-aprendizagem e seus
pressupostos histórico-filosóficos que são vivenciados na história da
educação influenciando os fazeres pedagógicos dos professores, e as
matrizes filosóficas e epistemológicas que poderão fundamentar a
construção das concepções de Didática que fundamentam as aulas de
Didática nos cursos de formação de professores das universidades
brasileiras nas últimas décadas do século XX. No segundo capítulo
desenvolve-se um estudo sobre marcos históricos da universidade brasileira
e as concepções epistemológicas da didática hegemônica nos cursos de
formação de professores da referida instituição. No terceiro capítulo é
discutida a teoria da didática tendo em vista uma proposta a partir da
perspectiva histórico-crítica. Nas conclusões retoma a problemática e
apresenta considerações acerca de pontos dos eixos centrais do estudo
(p.ix).
482
PA094 Desencantamento do Mundo, 29/09/2006 Este trabalho tem por objetivo examinar a relação entre o pensamento de
Burocracia e Educação Max Weber sobre desencantamento do mundo, burocracia e a educação
ocidental moderna da Europa, no período da Reforma protestante, Século
das Luzes e da Revolução Industrial. A análise dos conceitos weberianos e
de suas relações com a educação moderna européia, no período da Reforma
protestante, Século das Luzes e da Revolução Industrial, permitiu as
seguintes conclusões: Constatou-se que o desencantamento do mundo, no
início de seu processo de racionalização, mostra-se relacionado, em boa
medida, com a educação orientada pela Reforma, uma vez que a educação
protestante, além de priorizar a razão humana para interpretar os princípios
divinos, sem a ingerência do clero, repudia qualquer conhecimento ou
atitude que se fundamente, ou mesmo lembre, a magia, a feitiçaria, a
bruxaria, as superstições, as crenças, o dogmatismo e as tradições da Igreja
Católica. Constatou-se também, boa vinculação entre a burocracia racional
moderna e a educação, na medida em que esta se caracteriza pelo sistema
de exames especiais, pelo ensino especializado e, portanto, demanda a
formação de profissionais especialistas e técnicos administrativos. Por isso,
a generalização mundial, sobretudo na Europa, do sistema de exames
especiais. As instituições de ensino superior são marcadas por uma
educação que determina etapas metódicas de exames, avaliações e
especializações indispensáveis à burocracia moderna. Constatou-se ainda,
que o desencantamento do mundo, num estágio mais secular, manifesta-se
bem relacionado com a educação européia iluminista, principalmente nos
seguintes aspectos: primeiro, a educação iluminista, em nome da
racionalidade que determina o pensamento e a ação do homem moderno,
promove a ruptura com a Idade Média e a emancipação de toda escravidão
tradicional. Nesse sentido, a educação contesta todo conhecimento
alicerçado na metafísica, nas religiões reveladas (católica e protestante), e
rejeita todos os valores espirituais e eternos, referentes ao obscurantismo
medieval; segundo, a educação iluminista passou a priorizar, não o ensino
literário (valorizado pela tradição), mas o ensino fundamentado pela
filosofia, pelas ciências naturais e sociais e pelas belas-artes; e terceiro, a
educação é caracterizada pelo (vii) laicismo e totalmente controlada pelo
Estado. Constatou-se, por fim, que a burocracia revela estreita ligação com
a educação na Revolução Industrial, na medida em que o sistema escolar
passa a desempenhar uma função indispensável no tocante à formação de
indivíduos técnicos e profissionais em várias e diferentes especialidades
visando suprir a demanda exigida pelo mercado de trabalho moderno. Por
essa razão, foram construídas numerosas escolas: dentre outras, escolas
práticas, escolas de comércio e de indústria, escolas profissionais e escolas
de ensino técnico. Todas com o fim de qualificar o trabalhador (de todas as
classes produtoras) em distintos campos de conhecimento, transformando,
inclusive, a população formada por mulheres e crianças em mão-de-obra
disponível para as necessidades do mercado (p.vii-viii)
483
PA095 Do Individual ao Coletivo na Crítica da 14/02/2007 A Crítica da Razão Dialética de Jean-Paul Sartre constitui o objeto de
Razão Dialética de Sartre: Perspectivas estudo central desta tese. Nela se procurou analisar especificamente a
Educacionais discussão que Sartre trava quando da passagem do individual ao coletivo e,
após levantamento e compreensão das principais categorias envolvidas
nesta discussão, promover uma possível aproximação com a filosofia da
educação. Aproximação que retratou a leitura e as reflexões do autor do
trabalho e não as de Sartre, uma vez que ele próprio nada escreveu sobre
educação. Na ótica de Sartre, o marxismo, posteriormente a Karl Marx,
acabou transformando-se numa interpretação mecânica da realidade,
deixando a própria dialeticidade, aspecto central para Karl Marx, em
segundo plano. O indivíduo, a subjetividade e até mesmo a racionalidade
acabariam sobrepostos por uma totalidade objetiva e transcendente. Para
Sartre, contudo, não há nenhum a priori que possa determinar a existência
e a história. Ao analisar a passagem do individual ao coletivo Sartre, fiel à
liberdade plena do indivíduo, um dos pontos centrais de sua filosofia, não
reconhece a existência ontológica do coletivo. Ele é o resultado da livre
práxis individual e só existe quando, num ato livre, cada qual age diante do
práticoinerte e da rareté, fruto do próprio trabalho do homem. A passagem
do individual ao coletivo se dá devido à objetividade do mundo das coisas,
que leva a uma tomada de decisão visando dar conta da situação posta. Na
passagem da necessidade comum ao projeto comum existe um processo de
tomada de consciência do todo que está à nossa volta, ao mesmo tempo em
que, na formação da instituição e do Estado, os indivíduos, por juramento,
assumem uma conduta que, no conjunto, acaba impedindo o retorno à série,
retorno este que acompanha a práxis individual. Na série não há consciência
e intersubjetividade, somos números numa determinada seqüência. A
educação, como formação do homem, permite vivenciar, na dialética da
história, a relação entre o individual e o coletivo. Ela se dá na plena
liberdade do homem que constrói seu projeto em meio a uma dada situação.
O coletivo embora não tenha existência ontológica constitui uma das
dimensões fundamentais para se pensar educação como dialeticidade entre
o indivíduo e o coletivo, entre a subjetividade e a objetividade, entre o
projeto e a situação, entre a totalização e as totalidades parciais (p.VII).
PA096 Alteridade e participação na educação 21/02/2007 Neste trabalho desenvolvo uma análise crítica sobre a sociedade e a
escolar educação a partir do conceito de alteridade, desenvolvido por Walter
Benjamin, buscando novas possibilidades e alternativas para o agir
pedagógico num contexto educacional marcado pelo modelo capitalista
hegemônico neoliberal. Primeiro analiso os conceitos de alteridade e seu
histórico em Benjamin para, em seguida, examiná-los desde o viés mais
especificamente educacional em outros autores como Sônia Kramer,
Cipriano Carlos Luckesi e Castor Ruiz. Num terceiro momento faço a
leitura da práxis educativa da escola CAIC examinando-a, sob consulta de
seus principais agentes, seus avanços e dificuldades na introdução e
concretização de uma prática educativa orientada no conceito de alteridade.
A constante preocupação com a alteridade revela-se como caminho para
(re)pensar os conceitos e as práticas históricas excludentes ou outras visões
de mundo marcadas por concepções que favorecem a perspectiva do
vencedor. Dessa forma, o processo reflexivo e investigativo deste trabalho
me permite, à luz da teoria de Walter Benjamin, buscar caminhos possíveis
para libertar a educação do seu conformismo burocrático que tanto a
ameaça e que pode transformá-la em projeto unilateral no mundo
contemporâneo. Contra essa visão oficial e fragmentada da educação, a
alteridade se apresenta como uma proposta para compreender o outro e
estimular projetos e ações coletivas na escola. Proponho, então, uma
educação que tenha o compromisso com uma história aberta, de
imprevisibilidade e luta de valores que acentuem, em todos os momentos,
o ponto de vista de todos aqueles que não tiveram voz e nem vez na
sociedade (p.vii).
PA097 O Coletivo Do Eu: Memória E 26/02/2007 NO REPOSITÓRIO, ESTA PESQUISA CONSTA COMO ARTIGO
Educação Das Sensibilidades Na DE PERIÓDICO
Experiência Estética Com A Arte
Pública
484
PA098 Platão e a educação: Um estudo do 26/02/2007 Esta pesquisa consiste num estudo a respeito do pensamento educacional
livro VII de A República de Platão, tendo como base uma de suas principais obras, A República, com
ênfase no livro VII, onde o autor descreve as diferentes etapas da educação
do filósofo. Levando em consideração o contexto em que o autor está
inserido, serão abordados os dois momentos da educação platônica
descritos na alegoria da caverna: o primeiro, relativo a um processo de
elevação visando à contemplação do bem, representado pela saída da
caverna e o segundo, concernente a um processo de regressão que implica
saber como proceder em meio aos cidadãos, metaforizado pelo retorno à
habitação subterrânea. Procurando sistematizar as principais idéias aí
contidas, mostrar-se-á que essas duas direções são, segundo Platão,
necessárias para que se efetive uma educação plena por ele planejada para
os futuros guardiões da cidade – os filósofos. Tendo a clara noção de que
tal ideal seria muito dificilmente atingível, Platão deixa evidente na própria
alegoria que o processo de ascensão da alma constitui um longo e gradual
percurso, com diferentes estágios, e um amplo currículo, caracterizando-se
como um elevar-se para além das experiências sensíveis, a fim de alcançar
a sabedoria suprema – a ciência do bem. Ao encetar tal discussão, este
trabalho pretende inserir-se no debate acerca do tema – A Educação em
Platão – e retomar, uma vez mais, a contribuição de um pensador da maior
relevância para a Filosofia da Educação e com quem ainda temos tanto a
aprender (p.xi).
PA099 Filosofia, estética e educação: a dança 26/02/2007 Nos tempos atuais, a dança incorpora-se definitivamente ao campo
como construção social e como prática investigativo e reflexivo, institucional e acadêmico, por ser uma das mais
educativa, ricas expressões culturais e civilizatórias. A partir de uma inspiração
histórica e filosófica pretendemos, com este trabalho, defender a
possibilidade de novas conjunções entre a dança, a escola, a vida política,
as questões econômicas, os lugares sociais e as múltiplas expressões da
cultura. Partindo das representações discursivas e simbólicas que
configuram as múltiplas identidades da dança na sociedade de imagens,
pretendemos comprovar que tais representações são uma miríade de
simulacros estéticos sujeitos a uma apropriação fragmentada, definida pela
condição de classe e sua conseqüente consciência. Em seguida propusemos
uma releitura necessária e possível da tradição pedagógica grega, definida
como ideal educativo helênico ou Paidéia Grega. Por fim, definimos
possibilidades de uma releitura da tradição estética moderna, articulando-a
com a práxis educativa, de modo a vislumbrar a potencialidade da
refundação desse ideal a partir de novas configurações e novos sujeitos
sociais e pedagógicos: a dança como parte orgânica de uma nova Paidéia,
numa nova escola. Na sociedade de classes essas novas configurações são
possíveis apenas como articulações críticas, como resistências
educacionais e políticas. Essa nova condição somente será plenamente
possível numa outra sociedade, onde o trabalho represente de fato o
fundamento ontológico da emancipação humana (p.ix).
PA100 Filosofia e seus usos: crítica e 26/02/2007 A idéia de utilizar pensamentos ou teorias filosóficas para solucionar
acomodação problemas, conflitos ou crises existenciais dos indivíduos tem conquistado
adeptos no mundo todo. Inaugurada por Gerd Achenbach, na Alemanha,
em 1981, essa idéia encontrou ressonância na França, com Marc Sautet;
nos EUA, com Lou Marinoff; no Brasil, com Lúcio Packter, além de estar
presente em vários outros países. Esses autores alegam que na Academia,
a filosofia foi reduzida à uma produção intelectual para poucos, ou quase
ninguém, e garantem que a nova forma como eles a propõem, possibilita
sua utilização prática e, portanto, o retorno à sua verdadeira origem. São
muitas as possibilidades de investigação a respeito dessa nova forma de
compreender a filosofia e das práticas profissionais que dela brotam. O
nosso trabalho procura mostrar que tanto a concepção de filosofia como a
prática dos filósofos expressadas pela proposta de uma "filosofia prática"
são equivocadas. A concepção de filosofia subjacente nesta proposta está
tão distante da Filosofia em seu sentido cultural grego, quanto o está o
filósofo "terapeuta", "médico da alma" ou "conselheiro", do filósofo,
educador político, do período clássico grego (p.iii).
485
PA101 A formaçao do pesquisador na 26/02/2007 A presente dissertação de mestrado é resultado da pesquisa desenvolvida
graduação brasileira: análise das na linha de pesquisa PAIDÉIA do mestrado de Educação, particularmente
principais obras de Metodologia do na linha de Epistemologia da Educação. O objetivo da pesquisa foi observar
Trabalho Cientifico com ocorre a formação do pesquisador na graduação, a partir da análise
específica de um dos componentes desta, a saber, das principais obras
brasileiras de Metodologia do Trabalho Cientifico. Constatou-se que, em
muitas obras, são privilegiados os aspectos relativos à metodologia de
exposição dos trabalhos científicos em detrimentos dos demais aspectos
metodológicos. Por meio da análise dos fundamentos epistemológicos,
observou-se que, da forma como o método e os procedimentos
metodológicos são apresentados, este material não contribui para a
formação do discente enquanto pesquisador, afastando, assim, a ação
pedagógica desenvolvida no ambiente universitário da sua característica de
praxis transformadora capaz de proporcionar ao discente a autonomia
mínima necessária. Para a realização de tal análise, utilizou-se como
referencial epistemológico e metodológico a teoria materialista-histórica
(p.11).
PA102 O OP (Orçamento Participativo) como 27/02/2007 A pesquisa trabalha o Orçamento Participativo (OP) como instrumento de
processo de educação política: um formação e de educação política. Resgata estudos que apontam a histórica
estudo da histórica experiência de ausência de participação popular no Brasil até o surgimento dos projetos de
Várzea Paulista - SP Orçamento Participativo nas décadas de 1980 e 1990, particularmente a
emblemática experiência de Porto Alegre iniciada a partir da posse do
governo popular em 1989. A pesquisa reflete ainda sobre a importância
desse tipo de mediação política, principalmente nessa conjuntura de avanço
da globalização hegemônica de caráter neoliberal. A metodologia da
pesquisa-ação-participante foi utilizada, até pela condição de agente
político no processo do OP de Várzea Paulista do autor da tese. Partindo
das formulações de Boaventura de Sousa Santos e de Gramsci, a tese
propugna pela necessidade de fortalecimento de iniciativas, como o próprio
OP, que expressem a construção de um senso comum contra-hegemônico.
A partir da histórica experiência do OP de Várzea Paulista, cidade industrial
de 110 mil habitantes no interior de São Paulo, que implantou o OP desde
2005, com a posse do novo governo, a tese resgata as formas pelas quais o
OP proporciona às pessoas que dele participam a possibilidade de elevarem
seu nível de consciência política e, dessa forma, avançar no sentido de uma
nova hegemonia e de um nova consciência e ação que apontem um novo
senso comum emancipatório (p.vii).
486
PA103 O Bacharelado em Recreação e Lazer 27/02/2007 O objetivo desta pesquisa foi identificar as contradições da formação dos
da FEF/UNICAMP (1990-2005): trabalhadores da Educação Física da FEF/UNICAMP, tomando como
projetos de formação, disposições referência a concepção de formação ampliada defendida no documento
institucionais e contradições políticas Minuta de Resolução Sobre Diretrizes Curriculares (2005), produzido pelo
Grupo LEPEL/FACED/UFBA. Para tal, inicialmente apresentamos alguns
fundamentos sobre o trabalho e sua centralidade na formação humana, a
reorganização do mundo do trabalho e a fragmentação da formação.
Também buscamos alguns elementos sobre o Lazer e sua relação com o
trabalho, considerando o trabalho como categoria fundante do ser, que pode
se organizar no seu sentido ontológico, bem como no seu sentido alienado.
Tratamos das implicações desta fundamentação para a formação humana,
de uma maneira mais geral, bem como para a Educação Física e o Lazer,
de um modo mais específico. Em um segundo momento, caracterizamos as
fontes documentais e também as fontes qualificadas, bem como nossas
amostras selecionadas para o estudo. Procedemos à análise dos documentos
relativos à proposta de formação do trabalhador da Educação Física
materializada pela FEF/UNICAMP, a partir das categorias empíricas
concepção de sociedade ou de projeto histórico, concepção de Educação
Física, identidade do trabalhador da Educação Física, concepção de ciência,
de universidade, de currículo, concepção de ensino-pesquisa-extensão, e
também de formação humana ou educação. Mediamos a análise pelas
categorias teóricas luta de classes e contradição. Apresentamos e
qualificamos o Esquema Paradigmático (SANCHÉZ GAMBOA, 1998) a
partir do qual analisamos nossas fontes documentais, e um questionário
temático enviado para os bacharéis em recreação e lazer, nossas fontes
qualificadas, no intuito de reconstruir sua trajetória histórica profissional e
acadêmica. Finalmente, apresentamos a análise da proposta de formação
em estudo e dos depoimentos coletados junto aos egressos, processo que
nos indicou que a ausência de categorias que possam fundamentar uma
proposta de formação pode conduzir ao processo de despolitização da
universidade pública, da própria proposta e também dos egressos do curso
de graduação. A análise evidencia também que a realidade concreta aponta
para a necessária reunificação da formação do trabalhador da Educação
Física em torno de sua identidade histórica ligada à docência. Destacamos
ainda que a experiência da FEF/UNICAMP na fragmentação da formação
entre Licenciados e Graduados (ou Bacharéis), seguindo as determinações
das Diretrizes Curriculares em vigor para este campo do conhecimento, as
quais também reforçaram este processo, torna-se um importante legado
para as análises a respeito do que tem significado a separação dos
trabalhadores da Educação Física de sua identidade histórica (p.xiii).
PA104 Uma avaliação histórico-crítica da 03/04/2007 A pesquisa foi desenvolvida no Grupo de Estudos e Pesquisas em Filosofia
trajetoria institucional e política do e Educação Paidéia, na linha de pesquisa denominada Ética, Política e
educador Dermeval Saviani na pós- Educação. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica que investiga a trajetória
graduação em educação no Brasil institucional e política do educador Dermeval Saviani, considerando sua
(1970-1996): a busca coerente da vida acadêmica com destaque para sua vinculação com a emergência e
articulação teoria e prática consolidação da pesquisa e organização da pós-graduação em Educação no
Brasil. Sua influência na pós-graduação em educação no Brasil é um dos
núcleos da pesquisa, uma vez que o educador esteve presente e ativo na
implantação e consolidação desses cursos (Stricto Sensu) no país.
Destacamos, ainda, o estudo das principais obras publicadas pelo educador
com a finalidade de delinear a fundamentação teórica crítico-dialética,
sistematizada por sua atuação e produção. A análise dessas articulações
presentes na vida de Dermeval Saviani, a universidade, a pós-graduação em
educação, sua produção teórico-crítica e a organização de sociedades e
associações de ordenamento político resultam num cenário único revelador
de um educador crítico, original e presente na educação brasileira,
condições possíveis de serem percebidas através das lutas políticas que
foram “travadas” durante sua trajetória pessoal, acadêmica e profissional.
O balanço crítico e os registros de atuação e produção de Dermeval Saviani
comprovam sua inserção e engajamento, seu horizonte teórico esclarecido
e problematizador, seu papel de intelectual sensível e produtivo, com
atuação orgânica e emancipatória na educação brasileira recente. A
compreensão dessa atuação na formação de pesquisadores e o compromisso
com a educação e universidade pública são realçados pela investigação
(p.xiii).
487
PA105 SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO: 19/06/2007 Este estudo tem por objetivo apresentar os elementos de uma ética da
ELEMENTOS DE UMA ÉTICA DA integração. Partindo de uma compreensão acerca da gênese e
INTEGRAÇÃO NA ERA DO desenvolvimento da sociedade da informação, se concentra na abordagem
das características desse momento em que a globalização da economia, da
informação e da cultura se insere no contexto dos princípios neoliberais.
Esse modelo social se sustenta através das modernas tecnologias da
informação, alterando as relações de poder no espaço mundial e
desenhando um novo papel do Estado. O diagnóstico ético compreende a
abordagem das principais características pertinentes ao comportamento
moral, marcados pelos princípios da ética utilitarista e pragmática. A ética
da integração é uma ética da vida, da cooperação e da solidariedade, atenta
às causas e aos problemas sociais pertinentes à educação e ao trabalho.
Defende uma práxis social de inclusão e de acesso universal e democrático
às novas tecnologias da informação e comunicação, caracterizadas pelo
domínio da informática, da Internet e da tecnotrônica. Avalia o novo
horizonte axiológico da sociedade da informação a partir da pirâmide dos
valores na era do “homem e nação código de barras”. Indivíduos e nações
se submetem à lógica do capitalismo e de seus valores, agora mensurados
como mercadorias e oportunidade de negócios. Portanto, a educação, o
trabalho, os recursos e os capitais determinam a condição social e o
comportamento ético desses personagens (p.iii).
PA106 Fundamentos da Ética Marxista 26/06/2007 O presente texto, inscrito na Linha de Pesquisa “Ética, Política e
Educação”, do Grupo de Pesquisa “Paidéia”, da Faculdade de Educação da
Unicamp, discute os fundamentos éticos do marxismo: a crítica radical da
sociedade capitalista e as mediações políticas para a construção da
emancipação humana. O eixo norteador da pesquisa é a investigação dos
textos de Marx e Engels, especialmente os Manuscritos Econômico-
Filosóficos de 1844 que, junto à análise científica da relação homem-
natureza-sociedade, estão repletos de considerações filosóficas e éticas. A
ética marxista leva em consideração a totalidade do ser e do existir do
homem histórico, concreto, social. Ela se constitui na contundente crítica,
indignação, denúncia a toda forma de opressão e “exploração do homem
pelo homem” e das condições desumanas de vida da classe trabalhadora
sob o modo de produção capitalista. Tal crítica tem uma dimensão
propositiva, como possibilidade e necessidade histórica de “superar o
estado atual de coisas” no processo de construção da “emancipação humana
universal”. Enfim, a ética crítica marxista, de base histórica, de perspectiva
transformadora está ligada à educação omnilateral da classe trabalhadora,
como produção de homens conscientes e livres, capazes de conhecer,
intervir, se apropriar e dominar o processo de produção material e espiritual
ao longo do movimento histórico da humanidade (p.ix).
PA107 A filosofia humanista de Emmanuel 26/06/2007 Trata esta proposta de pesquisa de um estudo sobre a filosofia humanista
Levinas e suas articulações com a de Emmanuel Lévinas e a suas articulações com a educação. Nasce da
educação tentativa de responder a uma questão fundamental: As possibilidades, os
limites e as implicações da pergunta pela subjetividade humana em
Emmanuel Lévinas em face a educação? Em outras palavras, se a educação,
por excelência diz respeito ao homem, cumpre em primeiro lugar colocar a
questão do sentido do humano e sua subjetividade, em função do qual seria
posteriormente posta em causa a educação. Desta primeira inquietação é
que é escolhido o pensador Emmanuel Lévinas, e assim, do seu pensamento
pretende-se estabelecer um diálogo, sempre observando como corrimão
orientador a fenomenologia husserliana e heideggeriana. O primeiro passo
tomado nesta pesquisa, trata da exposição deste antihumanismo, que é
expressado por Lévinas e diz respeito, em primeiro lugar, ao fim da
metafísica. A crítica e crise da metafísica que culminou com a crise do
humanismo. Já numa segunda etapa procurar-se-á expor brevemente o
problema de ordem metodológica, que está implícito na discussão sobre a
subjetividade, do ponto de vista do mundo contemporâneo. Este problema
de ordem metodológica deve-se a um tipo de mentalidade das pesquisas
elaboradas no século XX, desenvolvidas pelas próprias ciências humanas,
ou seja, temos como centro "aquilo que se vê por humano" dentro destas
ciências. O terceiro passo será a exposição dos pontos cervicais da filosofia
levinasiana à cerca do homem e toda esta preocupação de Lévinas de
recuperar o humanismo. Finalmente, serão apresentadas suas propostas e
influências no conceito de educação e demais implicações (p.ix).
488
PA108 Violências contra as mulheres na 30/07/2007 Esta pesquisa tem o objetivo de compreender e descrever como se processa
relação conjugal: uma pesquisa na o registro da violência contra a mulher na relação conjugal, em uma das
Delegacia Adjunta de Repressão a várias Delegacias de Mulheres existentes hoje, no Brasil, e para tanto,
Crimes Contra à Mulher (DARCCM)- foram coletados dados na Delegacia Adjunta de Repressão a Crimes Contra
Uberlândia (MG) a Mulher (DARRCM), da cidade de Uberlândia/Minas Gerais.Vista como
“problema social”, a violência contra a mulher na relação conjugal é, em
geral, evidenciada por meio de elementos muito realistas como a pobreza,
a ausência de educação escolar, o desequilíbrio emocional, o mal
funcionamento dos serviços de assistência públicos etc. Arrolada pelos
formuladores de políticas públicas, esta lista esclarece os males a serem
combatidos com programas encarregados de solucionar o “problema”. A
criação das Delegacias da Mulher no Brasil encontra sua origem nestes
programas de políticas públicas, razão pela qual elas passaram a ser vistas
como uma resposta global no enfrentamento ao problema da violência
doméstica. Desde então, com suas fichas de registro de queixas, as
Delegacias da Mulher, desde 1985, passaram a contribuir para definir a
visão do que seja a violência contra a mulher. No entanto, faltam estudos
sobre o processo de elaboração dessas fichas na delegacia e mesmo do
próprio trabalho que é realizado nelas, onde a maioria dos funcionários é
constituída de policiais do sexo masculino. O estudo analisa o
comportamento dos agentes durante o registro, o que permitirá a
conferência das práticas de registro e, notadamente, as práticas de
comunicação dentro da delegacia da mulher, a constância dos
comportamentos entre os funcionários, durante o registro e
encaminhamento das ocorrências registradas, assim como as variações
existentes neste comportamento relacionadas à visão desses policiais, por
ocasião do trabalho no atendimento das mulheres, vítimas de violência
(p.vii).
PA109 A Implantação Oficial da Pedagogia 10/08/2007 Esta pesquisa tem por objetivo investigar, analisar e contextualizar a
Histórico-Critica na Rede Pública do iniciativa do estado do Paraná em otimizar seu sistema educacional pela
Estado do Paraná (1983-1994): implantação oficial da pedagogia Histórico Critica nos anos 1980 e
Intervenções, resistências e compreender as contradições e conseqüências dessa política educacional.
contradições Podemos conjunturalmente entender que a transição iniciada nos anos 1980
ainda não foi completada. Encontramo-nos no meio de um processo
político de sistematização de novas práticas, instituições e concepções
políticas, culturais, sociais e, especialmente educacionais. Por isso
buscamos estudar a primeira implantação oficial, desvendar suas
intrincadas contradições e identificar suas potencialidades, para então
analisar os reais motivos da implantação dessa pedagogia, e investigar se
de fato a Pedagogia Histórico-Crítica se materializou enquanto proposta
educacional no estado do Paraná. Desenvolvemos este trabalho tendo como
ponto de partida o contexto político e econômico nacional e paranaense,
contextualizando historicamente a organização da política educacional
notadamente na esfera estadual, subsumida na dimensão nacional, no
período de 1983 a 1996. Em seguida apresentamos a história das idéias
pedagógicas no Brasil que antecederam a Pedagogia Histórico-Crítica,
assim como analisamos a matriz política e teórica da Pedagogia Histórico-
Crítica. Finalizamos o trabalho mediante uma análise crítica a respeito dos
processos, contradições e perspectivas quanto a implantação oficial da
Pedagogia Histórico-Crítica no estado do Paraná. Para a realização deste
estudo utilizaremos, como procedimento metodológico, levantamento
bibliográfico, além de entrevistas e análise de documentos.
Fundamentando-nos a partir dos pressupostos teóricometodológicos do
materialismo histórico dialético´(p.vii).
489
PA110 Experimentações: deleu-guata-roseando 30/11/2007 Reafirmando as potências que existem na filosofia e na literatura, através
a educação de encontros entre textos de Gilles Deleuze-Félix Guattari e de contos de
João Guimarães Rosa, este trabalho discute a educação como plano de
imanência, como promotora de agenciamentos, como experimentação.
Destacam-se também, neste texto, além de imanência e agenciamento, os
conceitos de rizoma;
territorialização/desterritorialização/reterritorialização; e rostidade. A
discussão teórica é atravessada por textos literários que vibram os
conceitos. A literatura pulsa criação, é ritmo que convida a. A arte, tão
presente nos escritos de Deleuze-Guattari, atualiza também aqui os
conceitos filosóficos, repetindo-os. Nessa repetição, em uma escrita-
experimentação, repleta de movimentos, atravessada, que pulsa, que segue
caminhos tresloucados, que faz fugir e agir, que evita um único rosto,
reafirma-se a potência da educação. Cumprindo seu papel de dissertação de
mestrado em Filosofia da Educação, o texto busca movimentar o nosso
pensamento em uma área aberta, povoada por filósofos e artistas, que a
atravessam com seus saberes. Por sugestão dos membros da banca
examinadora, anexei à dissertação o filme-apresentação em DVD que fiz
para a exposição deste trabalho no dia da defesa. Uma experimentação
também, outra linguagem para falar desta e pensar a educação (p.iv).
PA111 A dinâmica da pesquisa na área de 01/02/2008 O volume de pesquisa na área de educação cresceu com a criação e
filosofia e educação no programa de consolidação dos cursos de pós-graduação nos anos 70. Com o crescimento
pós-graduação em educação da quantitativo surge, conseqüentemente, a preocupação com a qualidade.
FE/UNICAMP: Teses de doutoramento Dentro dessa preocupação Sánchez Gamboa, (1987) com a tese:
defendidas no grupo de estudos e “Epistemologia da Pesquisa em Educação” desenvolve um estudo
pesquisas em Filosofia e Educação epistemológico sobre a pesquisa em educação. Os resultados desse estudo
Paidéia (1985 -2002) constituem um ponto de partida para esta nova pesquisa que tem por
objetivo analisar a problemática epistemológica das teses defendidas no
curso de doutorado em educação da Faculdade de Educação na
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), desenvolvidas dentro do
Grupo de Estudos e Pesquisas “Paidéia” durante o período de 1985 a 2002,
procurando identificar tendências predominantes e contribuições na
compreensão da problemática da educação brasileira. Esta pesquisa
justifica-se na necessidade de propiciar a identificação de dificuldades de
ordem teórico-metodológica e limitações advindas da variedade de critérios
de cientificidade e da multiplicidade de enfoques, de modismo, ecletismo e
reducionismo tecnicista que venham comprometer o rigor científico e a
qualidade da pesquisa. Justifica-se, ainda na necessidade de obter
permanentes estados da arte a fim de identificar rumos e reformulações
necessárias nas condições da produção do conhecimento nos programas de
pós-graduação em Educação (p.ix).
490
PA112 A formação do cirurgião-dentista nas 07/02/2008 Este trabalho foi desenvolvido no interior do Grupo de Pesquisas em
universidades públicas paulistas: Filosofia da Educação, o PAIDÉIA, da Faculdade de Educação da
diretrizes curriculares, projetos político- Unicamp, integrando a Linha de Pesquisa “Ética, Política e Educação”. A
pedagógicos e necessidades sociais. pesquisa tem por objetivo identificar as matrizes filosóficas, os
fundamentos teóricos e os pressupostos políticos e ideológicos presentes na
atual concepção de formação profissional do cirurgião-dentista nas
Universidades Públicas de São Paulo, relacionando-os e problematizando-
os em relação ao contexto histórico atual e às reais necessidades de saúde
bucal da população brasileira. Para tanto, utilizaremos como objeto de
pesquisa os seguintes cursos de Odontologia oferecidos pelas três
Universidades Estaduais Paulistas: USP (FOUSP- Faculdade de
Odontologia da USP), UNESP (FOAFaculdade de Odontologia de
Araçatuba) e UNICAMP ( FOP- Faculdade de Odontologia de Piracicaba).
Utilizando como método o materialismo histórico-dialético, faremos a
análise documental das Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de
graduação em Odontologia, e dos Projetos Político-Pedagógicos referentes
a cada um dos cursos. O referencial teórico da pesquisa será fundamentado
em obras de Marx e Engels e do universo filosófico marxista. A hipótese a
ser confirmada e demonstrada pela pesquisa, é a de que a atual formação
odontológica está fundamentada em uma concepção pedagógica tecnicista,
pragmática e utilitarista; voltada mais à adaptação do indivíduo às
constantes modificações do mercado de trabalho, característica do atual
modelo econômico, do que às reais necessidades de saúde bucal da
população brasileira. Segundo a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios) realizada em 2003 pelo IBGE, 15,9% dos brasileiros nunca
foram ao dentista. A estimativa atual é de que apenas 30% da população
brasileira tem acesso regular, anual, a serviços odontológicos públicos e
privados. A Saúde Bucal é, portanto, um termômetro das desigualdades
sociais do nosso país. Ao fazer a análise crítica da formação em
Odontologia, nosso principal objetivo é ampliar o debate em torno das
contradições presentes entre a formação do cirurgião dentista e os
alarmantes dados de saúde bucal que o país apresenta, apresentando
perspectivas de superação destas contradições através da proposição de
mudanças nos processos de formação. Pretendemos, dessa forma,
contribuir para a formação de cirurgiões-dentistas críticos e vinculados aos
ideais emancipatórios da realidade atual (p.iii).
PA113 O Lugar da Educação na Filosofia de 15/02/2008 Este trabalho pretende dar a conhecer quais são os lugares que o tema
Espinosa “educação” ocupa no pensamento do filósofo holandês moderno Bento de
Espinosa (1632-1677). Através de uma pesquisa bibliográfico-analítica,
engendrou-se uma leitura pedagógica da obra espinosana que não a concebe
como fonte de fundamentos que possam servir de base para teorias
pedagógicas, mas como território a ser conhecido desde a Pedagogia. Sendo
que esta tarefa exigiu, previamente, a compreensão de como o espinosismo
estava colocado na história, o primeiro capítulo dedica-se a mostrar as
origens histórico-filosóficas do pensamento de Espinosa a partir de sua
consideração da filosofia de René Descartes (1596-1650). Caracterizando
a filosofia da educação cartesiana – do ponto de vista epistemológico e
metafísico – como aquela que se funda, por meio do cogito ergo sum, em
“primeira pessoa”, define-se a posição filosófico-educacional de Espinosa
como aquela que parte da idéia verdadeira de Deus e afirma o pensamento
humano em “terceira pessoa”, através do enunciado homo cogitat. Após
este percurso inicial, leva-se a exame, no segundo capítulo, a presença da
educação nos escritos de Espinosa. São consideradas, a esta altura, as
seguintes obras: Tratado da Emenda do Intelecto, Breve Tratado, Princípios
da Filosofia Cartesiana, Tratado Teológico-Político, Tratado Político e
Compêndio de Gramática Hebraica. Mostrando em que medida a educação
aí se faz presente, realiza-se, no terceiro capítulo, um estudo da educação
exclusivamente na Ética, o livro central do filósofo holandês. O estudo
chega à conclusão de que a educação perpassa todas as obras deste filósofo,
atingindo sua mais detalhada e profunda expressão nesta última. Conclui-
se, em termos gerais, que a educação presente no pensamento de Espinosa
se revela como meio para a constituição do homem livre, isto é, aquele que
vive pela condução de sua própria razão. Finalmente, este estudo apresenta
três apêndices que envolvem, respectivamente, considerações sobre o
léxico educacional de Espinosa, um mapa da presença do nome educatio e
do verbo educare no corpus spinozanum e uma lista descritiva dos trabalhos
encontrados até o ano de 2008 que têm por objetivo relacionar a filosofia
de Espinosa com a educação (p.iii).
491
PA114 Invenção e aprendizagem em Gilles 21/02/2008 A presente tese tem como proposta apresentar a contribuição de Gilles
Deleuze Deleuze sobre a aprendizagem abordada a partir da invenção de problemas
e da criação de conceitos. Com isso pretendemos mostrar que a
aprendizagem não se constitui meramente numa passagem ou transição
natural e um estado de não saber para um estado de saber. Antes, a
aprendizagem se dá num contexto de experimentação, em que o aprender
equivale ao pensar e este somente surge por uma coação exercida pelos
acontecimentos portadores de signos. Para essa tarefa foi preciso percorrer
as linhas que constituíram e constituem o traçado do pensamento, as quais
partem da interpretação de Deleuze da imagem tradicional do pensamento
como recognição. Também foi preciso percorrer os deslocamentos da sua
elaboração de uma imagem original do pensamento, a imagem de um
traçado de linhas de forças no qual o passado, enquanto duração, sempre
atual, emerge como futuro. Esse movimento que dá origem ao pensar e,
portanto, ao aprender, tem como seus elementos os signos, os
acontecimentos, a experiência enquanto elaboração de problemas e de
invenção das suas soluções (v).
PA115 Formação (Bildung), Educação e 22/02/2008 Esta tese busca explicitar a especificidade dos temas da Bildung (formação,
Experimentação: sobre as tipologias cultivo), da educação (Erziehung) e da experimentação [Experimentieren –
pedagógicas em Nietzsche Erlebnis (vivência)] no pensamento de Nietzsche. Para tanto, sustenta que
o movimento de abandono do conceito de formação em favor da noção de
educação, e a posterior substituição da educação pelo tema da
experimentação, revela um amplo processo de modificação conceitual pelo
qual o autor cria uma radical teoria da constituição do humano. Há três
momentos distintos, embora ligados, desse processo: o primeiro (capítulos
1 e 2), em que o tema da formação, não apenas em Nietzsche mas em toda
a tradição alemã dos séculos XVIII e XIX, aparece vinculado às discussões
sobre o valor educativo e formativo da arte. Por essa razão, após apresentar
uma contextualização da relação entre arte e formação na tradição alemã
(capítulo 1), é apresentada (capítulo 2), a relação de Nietzsche – tal qual se
dá em seu primeiro grande escrito O Nascimento da Tragédia – com as
teorias estéticas alemãs que refletiram sobre a cultura grega, mais
particularmente, sobre o problema da tragédia. Além de mostrar a
influência destas teorias sobre a concepção nietzscheana de formação,
mostra-se, também, a particularidade dessa concepção e os elementos que
permitiram ao autor efetuar uma crítica da imagem da serenidade grega. Tal
crítica deveu-se ao reconhecimento de uma fissura irreparável entre
público, arte e cultura na Alemanha do século XIX; o segundo, (capítulo
3), situado entre o seu primeiro grande escrito, O Nascimento da tragédia,
e a grande virada do seu pensamento, representado pela obra Humano,
demasiado humano, diz respeito ao problema da formação da personalidade
autêntica. Neste período, a reflexão sobre a formação da personalidade
autêntica ou a formação do gênio, dá-se em dois registros, embora distintos,
ainda assim, complementares: um primeiro, de análise e crítica dos
estabelecimentos de ensino alemães, levadas a efeito nas cinco conferências
proferidas por ele na Universidade da Basiléia; e um segundo, em que
Nietzsche, a partir da sua própria experiência com Schopenhauer, mostra
os perigos, as dificuldades bem como as peculiaridades da experiência
formativa a que se é submetido na presença de um verdadeiro filósofo. Por
fim, o terceiro momento (capítulo 4), em que, a partir da obra Humano,
demasiado humano, são apresentadas as transformações da concepção de
Nietzsche a respeito da constituição do humano, caracterizadas pelo
abandono da noção de formação, pela utilização temporária da noção de
educação e pela escolha da noção de experimentação como a mais
adequada para expressar a radicalidade do processo de constituição do
humano. O tema da experimentação é apresentado em dois registros: num
primeiro (nos três primeiros itens do capítulo 4), a partir de Humano,
demasiado humano, Aurora e A Gaia Ciência, mostra-se a relação entre o
tema da formação e a crítica da metafísica a partir da valorização da
história, da psicologia e da análise da moral; num segundo (nos dois últimos
itens do capítulo 4), atinge-se a formulação mais avançada e radical do
pensamento de Nietzsche sobre o tema da constituição do humano. Desde
a fratura do romance de formação (Bildungsroman) em Assim Falou
Zaratustra, passando pelo tema do adestramento e da seleção em A
Genealogia da Moral, até a instauração das figuras do além do homem e do
indivíduo soberano, sempre se encontra em foco um imperativo preemente,
que é referir o tema da constituição do humano à noção de experimentação,
que aparece sob o signo do conceito de tempo e da experiência da solidão
(p.vii).
492
PA116 O naturalismo e o contratualismo em 03/04/2008 Este trabalho é uma síntese feita a partir de uma pesquisa bibliográfica de
John Locke e em Jean-Jacques filosofia comparada da educação, desenvolvida sobre dois tipos de
Rousseau: convergências mapeadas pensamento pedagógico, elaborados, respectivamente, por John Locke
pela análise de algumas categorias de (1632-1704) e por Jean-Jacques Rousseau (1712-1778); nessa pesquisa faz-
seus pensamentos à luz metodológica se uma leitura de suas propostas pedagógicas à luz teórico-metodológica
do materialismo histórico-dialético do materialismo histórico-dialético. Procurou-se contextualizar
historicamente os dois autores abordados, com o intuito de demonstrar em
que medida as rupturas e as permanências geradas pelas contradições nas
infraestruturas econômicas das sociedades de suas respectivas épocas
interferiram nas superestruturas políticas, filosóficas, intelectuais,
religiosas e pedagógicas e, conseqüentemente, em suas trajetórias
existenciais e em suas obras. Dividindo-se em três capítulos, no primeiro
discorre-se sobre a contextualização histórica dos dois filósofos estudados,
passando-se em revista os Séculos XVII e XVIII em seus vários aspectos,
assim como nele se faz uma descrição acerca das biografias e das
personalidades desses autores; no segundo incumbe-se de abordar os
pensamentos lockeano e rousseauniano como um todo, ressaltando-se as
principais categorias pelas quais seus autores estruturam e articulam as suas
idéias acerca do conhecimento, da política, da religião e da tolerância; no
terceiro aborda-se algumas categorias pedagógicas desses pensamentos, as
quais, comparadas entre si, têm o intuito de aclarar as convergências entre
os seus dois autores, ao mesmo tempo em que se procura ressaltar a
influência que este recebe daquele em se tratando de constituir o seu
pensamento pedagógico; também nesse capítulo são explicitadas as visões
de mundo e de homem nas quais esses autores enquadrar-se-iam, assim
como são tratadas outras categorias que permitem vincular os seus
pensamentos não apenas entre si, mas sim às classes sociais para as quais
suas obras constituem significado (p.iii).
PA117 Ensino de Filosofia e o Endereçamento 05/06/2008 A presente pesquisa, inspirada no conceito de modo de endereçamento,
da Ética nos PCN: Controle ou analisa o currículo da ética como Tema Transversal dos Parâmetros
Democracia? Curriculares Nacionais e busca respostas para as perguntas: o que esse
currículo “pensa” que é? Quem ele “pensa” que seu alvo é? Esse currículo
é uma inovação curricular? O percurso metodológico da pesquisa teórico-
qualitativa circunscreve o objeto desta investigação ao âmbito das políticas
curriculares públicas e o aborda mediante o emprego da análise de
conteúdo. Com base nos resultados conceituais colhidos neste estudo,
parece plausível o entendimento de que o alvo do currículo da ética dos
PCN é o estudante de quem espera que seja cidadão, trabalhador e
consumidor moralizado, disciplinado, controlado e útil à e na sociedade
administrada e de mercado. Dessa maneira, torna-se prudente não
caracterizar esse currículo como uma inovação curricular, uma vez que se
fundamenta em pressupostos escolanovistas e tecnicistas das Pedagogias
Liberais, surgidas no início e ao longo do século XX com o matiz
justificador do ethos autoritário, excludente, injusto e desigual do sistema
capitalista. Essa compreensão se torna tão plausível quanto a tese de que o
sentido de um currículo depende de sua articulação com as dimensões
macro, meso e micro da realidade vivida e com os aspectos econômicos,
culturais, políticos e ideológicos do modelo societário em que se insere,
uma vez que o currículo é um campo de relações de poder, as quais
determinam o índice de acertos, ou erros, nos quais uma mensagem
curricular pode incorrer. O que é feito com um currículo se torna mais
significativo para a educação escolar do que aquilo que ele “pensa” ser e
do que aquilo que ele “pensa” que seus destinatários são. Interessa, então,
o modo como estudante e professor lidam com seus mecanismos de
controle e disciplinamento curriculares, objetivando viabilizarem estilos
existenciais que vão ao encontro de mais justiça sistêmica, mais liberdade
fática e mais democracia real (p.ix).
493
PA118 Nos caminhos de uma educação por vir: 07/08/2008 Esta experiência de escrita se debruça sobre o seguinte tema: explorar
deslocamentos e ressonâncias em potenciais em Deleuze para pensar Educação. Começa com o próprio
Deleuze pensar sobre a experiência de encontros com Deleuze desse que escreve.
Apresenta considerações sobre a escrita a partir dessa relação com Deleuze.
Pensa a escola a partir do debate sobre sociedade disciplinar e de controle.
Localiza conceitos como pensamento, aprendizagem para verificar
implicações da relação professoraluno. Traça alguns parâmetros do que
pode ser uma abordagem da educação com Deleuze e explora
rizomaticamente deslocamentos no seu pensamento produzindo pontos,
bifurcações, linhas em diferentes direções. Postula possibilidades de uma
pedagogia com Deleuze. Margeia uma apropriação sobre a experiência
discente e docente de Deleuze, bem como derivações de sua concepção de
tempo. Desloca o conceito de livro-rizoma para o de aula-rizoma, bem
como procura desenvolver o deslocamento de literatura menor para o de
educação menor e postula a possibilidade de ser ter uma educação menor
por meio da literatura. Discute também sobre a docência como ação política
verificando a existência ou não de binarismo no pensamento de Deleuze e
relaciona esta discussão com a construção de uma proposição deleuziana
da dimensão política da prática pedagógica. Explora algumas outras
ressonâncias do pensamento de Deleuze para pensar educação, como as
ressonâncias do encontro com Spinoza, Hume e Nietzsche. Por fim,
apresenta considerações e questões que emergem após o percurso
percorrido nessa interação.
PA119 A DESERÇÃO DA HISTÓRIA: O pós- 09/02/2009 Trata-se de um estudo filosófico desenvolvido no Grupo de Estudos em
modernismo e o neoliberalismo como Filosofia e Educação PAIDEIA, na Linha de Pesquisa Política, Ética e
armas ideológicas do capitalismo global Educação sobre a temática da perda do valor da historicidade nas teorias
- Um mal estar mais que uma ruptura autoproclamadas de “pós-modernas”. A perda de significado e de
referências históricas soa como um desdém em relação ao passado. A
fragilidade intelectual dessa interpretação vem coroada da noção de
impotência da ação emancipatória, restando as resistências internas, seja do
trabalho do artista, a indefinição infantil e o silêncio da alma. O pós-
modernismo, como forma geral de pensamento, além de antitotalizante e
antigeneralizante , rejeita todo tipo de narrativas grandiosas, marcadamente
a crítica marxista ao capitalismo, optando por visões descentradas e
fragmentárias. Considera conceitos como classe, capitalismo e até o de
sociedade como “abstrações sociológicas”. É inócua toda forma de
projeção ao futuro, imersos que estamos em um presente contínuo,
desprovido de qualquer propósito, uma vez que os conceitos de razão e de
progresso estão desacreditados e podem provocar tendências de propósitos
totalizantes. A História, enfim, nada mais é que distopia e o caos. Há pelo
menos duas matrizes do conceito de Pós-Modernidade: o neoliberalismo
pressupõe a cultura de massa, o comercialismo, o consumismo desenfreado
e está sintonizado com o capitalismo tardio, e a tendência que se pretende
insurgente contra as correntes da cultura dominante. É o que respalda
movimentos reivindicatórios ligados a etnicidade, sexo e localidade.
Propõe um novo cosmopolitismo e consciência global, insurgindo-se contra
o etnocentrismo que privilegia uma única história ou um único segmento
geográfico do globo; também se move contra os diversos
fundamentalismos e dogmatismos. Se por um lado, o pós-modernismo
reage contra o universalismo do Iluminismo, por outro promove o
cosmopolitismo iluminista. Não é uma pura e mera coincidência ter
ocorrido no início da crise estrutural do capitalismo, a partir dos anos 1970,
justamente no instante que o sistema alcançava a máxima atuação
planetária. Por isso, compreendemos o Neoliberalismo, na Economia e o
Pós-Modernismo, na Cultura, como um “desvio”, conscientemente
planejado e executado. Ao final de nossa investigação, surgem elementos
teóricos e práticos de extrema necessidade ética e política, com enormes
reflexos na prática educacional, postos como o desafio de reconstruir a
frente da razão na pesquisa histórica e educacional. O historiador está ao
mesmo tempo em duas instâncias: a de exterioridade ao seu objeto, a
distância temporal que o afasta e a de interioridade originada da
intencionalidade do conhecimento. A longa tradição historiográfica sempre
implicou, desde Tucídides e Heródoto, em uma postura ética, de “um
contrato em torno da verdade” que tem sido o fundamento do método
histórico (p.xi).
494
PA120 Educação Aristocrática em Nietzsche: 16/02/2009 A pergunta que motivou a presente investigação foi formulada assim: em
perspectivismo e autossuperação do que consiste a educação aristocrática em Nietzsche? A tese formulada de
sujeito que é possível conceber a educação aristocrática em Nietzsche por meio do
perspectivismo e da autossuperação do sujeito apontou uma educação
individual, do destaque, do homem solitário; educação da exceção. Essa
educação que sugere a autocrítica como elemento para a autossuperação do
sujeito não é para todos, mas para os que têm reverência por si. A
metodologia, bibliográfica, consistiu na análise de escritos de Nietzsche e
de importantes comentadores. O referencial teórico utilizado, o
perspectivismo, diz respeito à proposição extraída de A Gaia Ciência,
fragmento 374, de que tudo na natureza é interpretação e nada mais.
Nietzsche assume a proposição segundo a qual não temos o conhecimento
absoluto da verdade. A tese da educação aristocrática em Nietzsche
apontou, em última instância, a produção filosófica como aristocrática
(p.vii).
PA121 Filosofia, educação e esclarecimento : 17/02/2009 Essa tese de doutorado pretende, à luz da teoria crítica, compreender o
os livros de auto-ajuda para educadores processo de explosão comercial do livro de auto-ajuda que vem sendo
e o consumo de produtos semi-culturais disseminado no campo educacional, interpretando os conteúdos destinados
a professores. Faremos reflexões sobre a sociedade de consumo, sobre as
matrizes da educação brasileira, sobre a história do livro e as novas
maneiras de apresentação do livro como mercadoria, revestidas de uma
aura de valor absoluto. Iremos mobilizar os conceitos de indústria cultural,
semi-cultura e semi-formação para investigar um total de vinte obras de
cinco autores que se "especializaram" em escrever livros endereçados ao
universo docente. Nos últimos anos, o consumo destas obras expandiuse
muito, apresentado como um saber científico, como uma receita eficaz com
rápidos resultados. As fórmulas prontas de oferta da felicidade, os manuais
de sucesso, as cartilhas de como dar aula e administrar conflitos indicam o
quanto é preciso refletir sobre o que julgamos ser uma visão estreita do
mundo baseada na consciência ingênua e no senso comum que vê a
educação como autônoma (p.vii).
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PA122 A Educação Sexual: mas, qual? 17/02/2009 A educação brasileira, a partir de 1996, elaborou os Parâmetros
Diretrizes para formação de professores Curriculares Nacionais, vinculados à LDB – 9.394/96, visando estabelecer
em uma perspectiva emancipatória diretrizes para o currículo do ensino fundamental e para as ações políticas
no campo da educação. Entre os documentos constam os temas
transversais, conteúdos de caráter social a serem incluídos no currículo, não
como uma área de conhecimento específica, mas como conteúdos a serem
ministrados no interior das diversas áreas estabelecidas. Dentre estes temas
destacamos a Educação Sexual, expressa Orientação Sexual nos
documentos oficiais. A inserção dessa temática nas diversas áreas de
conhecimento tem como fator determinante a qualificação do professor em
relação à mesma. Este fenômeno, por ser significativo, requer uma
criteriosa reflexão por parte dos pesquisadores da educação, a fim de
identificar e analisar as concepções e práticas docentes acerca do processo
de ensino – aprendizagem da sexualidade humana na escola básica e, a
partir da educação sexual que, efetivamente, temos, refletir sobre as
diretrizes indispensáveis para a formação de professores na perspectiva de
um projeto educativo emancipatório. Para atingir tal intento, a investigação
parte da hipótese de que tanto as concepções quanto as práticas de ensino
dos professores são regidas pelos juízos intuitivos do senso comum. Esta
se fundamenta não apenas em literatura específica, mas, também, em
observações e contatos preliminares que realizamos. Para realizar a
investigação, adentramos os caminhos dos estudos históricos e filosóficos
da sexualidade. Esta investigação demanda rigor na mediação
metodológica, já que o método, se bem aplicado, torna-se tão importante
quanto o fim a que se propõe. A escolha da metodologia em questão
pressupõe a concepção dialética do ser humano e da história. O método
dialético, pela sua maneira de pensar as contradições, ultrapassa o
dogmatismo que se esquiva de questionamentos e dúvidas e relativiza “a
verdade” das significações da sexualidade humana, uma vez que abarca o
inacabado e considera a mutabilidade da realidade, produzida pela ação do
ser humano na dinâmica das mudanças produzidas pelas suas ações na
sociedade. Por ser o método um processo dinâmico de articulação e
associação de idéias e conceitos, inúmeras possibilidades de interpretação
do objeto pesquisado podem ser geradas. As referências teóricas e
conceituais, para a interpretação da problemática abordada, se
fundamentam nos estudos sobre a sexualidade humana de Sigmund Freud,
complementados pelas teorias de Wilhelm Reich, Herbert Marcuse e
Michel Foucault. A consciência da historicidade do conceito de
sexualidade humana encaminha nossa prática de pesquisa a se inscrever no
quadro da Pedagogia Histórico – Crítica e uma análise da Educação Sexual
escolar que se pretenda crítica não pode restringir-se a uma investigação da
questão subjetiva, extraída de seu solo histórico, sob pena de perder-se em
reducionismos. Para não correr este risco será necessário refazer a
construção histórica da sexualidade no Ocidente, desde as raízes mais
longínquas até os dias atuais, pois o que torna a questão da sexualidade
atual mais complexa e exigente é justamente o seu aspecto social, através
da construção coletiva de papéis e formas de expressão existencial e social
(p.ix).
496
PA126 O Ensino de Filosofia na formação do 06/07/2009 Este trabalho concentra-se no estudo historiográfico do Ensino de Filosofia
Agente Religioso no Brasil colônia: na organização da cultura do Agente Religioso no Brasil, visando
uma identidade política entre a compreender, sobretudo, o seu início, ou seja, como o Ensino de Filosofia
vassalagem epistemológica tradicional foi introduzido e teve seus primeiros passos no alvorecer do Brasil, ainda
e a experimentação pedagógica heróica no período colonial. Para isso, foi necessário elegermos como datas
(1549-1599) balizantes desse estudo o período de 1549 a 1599. Mil quinhentos e
quarenta e nove porque foi nesta data que chegaram ao Brasil os primeiros
Jesuítas com o Governador Geral Tomé de Sousa. E mil quinhentos e
noventa e nove por ser o ano da publicação definitiva do Ratio Studiorum.
As fontes primárias e essenciais usadas para nosso estudo foram algumas
cartas encontradas, lidas e analisadas, escritas pelos primeiros padres
Jesuítas no Brasil, enviadas do Brasil pelos Jesuítas que aqui viviam, ao
Provincial em Roma, arquivadas no Archivium Romanum Societatis Iesu
(ARSI), visitado e freqüentado no próprio lugar onde estão cuidadosamente
guardados em Roma. Também nos servimos de obras essenciais para a
nossa análise, por privilégio do contato direto com as fontes - Serafim Leite
– a História da Companhia de Jesus no Brasil e as Cartas Jesuíticas. Nesta
mesma linha, usamos os textos de Alfredo Bosi; Baeta Neves, José Maria
de Paiva, Amarilio Ferreira Junior, Marisa Bittar, Ana Palmira Bittencourt
Santos Casimiro e Arilda Ines Miranda Ribeiro, dentre outros, que
escreveram textos de apurada e consolidada crítica aos trabalhos educativos
realizados pelos Jesuítas no Brasil colônia. Verificou-se que o Ensino de
Filosofia para o Agente Religioso no Brasil Colônia foi efetivado no
seguimento do Ratio Studiorum, maior expressão pedagógica, que
perdurou por muito tempo, como a única expressão metodológica e os
únicos dispositivos curriculares vigentes nesta área de ensino. As reflexões
formuladas, a partir das pesquisas realizadas, buscam responder às questões
iniciais e nos remetem a uma contínua retomada do estudo da História da
Educação Brasileira no período colonial. No transcorrer da pesquisa,
buscamos identificar uma matriz política para compreender a identidade e
localização epistemológica da Filosofia na tradição cultural e na própria
história da Filosofia no Brasil. Essa matriz identitária sugere uma dimensão
de vassalagem epistemológica e institucional, curricular e política.
Buscamos elementos para circunscrever essa identidade e apontar
tendências ao longo da história e nas contradições atuais, para a superação
dessa herança (p.xiii).
498
PA127 Ética e Educação: balanço das 29/07/2009 Essa dissertação está inserida na linha de pesquisa de Epistemologia e
dissertações e teses da FE/UNICAMP Teorias da Educação, no programa de pós-graduação em educação, da
(1977-2005) Universidade Estadual de Campinas. Encontra-se em meio às pesquisas que
se propõem a fazer um balanço crítico da produção do conhecimento em
Educação no Brasil que nos permita caracterizá-la quanto às concepções
predominantes, às tendências epistemológicas e aos pressupostos
teóricometodológicos, bem como permitirá delinear as perspectivas e as
contribuições de tais estudos para o campo da prática pedagógica, social e
política. Tem como objeto de estudo a relação entre ética e educação nas
pesquisas educacionais e como fonte de pesquisa as teses e dissertações
produzidas nos programas de pós-graduação em educação das três
universidades públicas paulistas, a saber: UNICAMP, USP e UNESP.
Assim, questionamos: Como são trabalhadas as problemáticas da ética nas
dissertações e teses produzidas nos programas de pós-graduação em
educação das três universidades públicas paulistas (UNICAMP, USP e
UNESP), no período de 2000 a 2005, quanto às concepções predominantes
e os resultados que caracterizam essa produção? Para a concretização de tal
proposta, elaboramos um banco de dados que reuniu informações sobre 27
pesquisas, entre teses e dissertações produzidas nos programas de pós-
graduação dessas universidades, que primeiramente agrupamos por
instituição (41% da USP, 37% da UNICAMP e 22% da UNESP) e depois
por dois eixos de análise: 1) eixo temático, que identifica as concepções
sobre ética predominantes nas pesquisas e 2) eixo epistemológico, que
busca caracterizar as abordagens epistemológicas utilizadas ou
desenvolvidas. A articulação desses eixos foi realizada com o auxílio de
um Esquema Conceitual, que possibilitou a reconstrução da relação entre
perguntas que motivaram as pesquisas e das respostas obtidas e elaboradas
no processo da investigação. Depois do levantamento desses elementos
reconstituímos quatro formações epistemológicas, considerando estudos
anteriores sobre as tendências da pesquisa em educação desenvolvida no
Estado de São Paulo. As formações epistemológicas, também identificadas
como abordagens metodológicas, encontradas nas pesquisas analisadas
são: a abordagem fenomenológico-hermenêutica, que corresponde a 41%
da produção analisada; em segundo lugar são registradas as pesquisas de
abordagem crítico-dialética (22%), seguida das pesquisas de abordagem
empírico-analítica (19%) e por último as pesquisas de abordagens pós-
modernas (15%). Feitas as análises, concluímos que as problemáticas da
ética no campo educacional são trabalhadas predominantemente sob a
perspectiva subjetivista da abordagem fenomenológico-hermenêutica.
Contudo, é possível notar que a segunda tendência de pesquisas, de
abordagem crítico-dialética, devido às propostas críticas que carregam
sobre o atual estado da relação entre ética e educação, ganha importância
por explicitar também a relação entre ética e política, pois para o campo da
prática pedagógica, da formação humana e política do cidadão, o processo
da educação deve estar inserido na relação entre o ético e o político, nas
condições históricas de cada sociedade (p.viii).
PA128 Filosofia , Educação e Design: O 30/07/2009 O presente trabalho refere-se a uma pesquisa bibliográfico-histórica,
descompasso político entre a histórica vinculada à trajetória institucional da formação acadêmica e profissional do
identidade estranhada e a possibilidade designer industrial, fundamentada no materialismo histórico e dialético. Tal
de uma formação emancipatória pesquisa se propõe à difícil tarefa de investigar a identidade institucional,
epistemológica e política do design industrial, a partir do manejo e
consideração das categorias, conceitos e formas de analisar determinado
fenômeno próprias do campo da Filosofia da Educação. Nossa intenção
consiste em buscar sistematizar elementos que aclarem essa identidade no
próprio movimento que define o design industrial em si, recuperando suas
bases conceituais na trama histórica do desenvolvimento das forças
produtivas que lhe dão fundamentação, seguindo os liames da análise
crítico-dialética de compreensão da realidade. Pretende-se nesta pesquisa
reconstituir as contradições reais e representativas do design, tanto como
campo teórico quanto campo de ação profissional de modo a levantar suas
articulações e buscar superá-las por uma concepção emancipatória,
reflexiva e socialmente esclarecedora. Essas contradições não são
concebidas como imperfeição ou defeito, acidente ou desvio, mas como
decorrência estrutural de sua natureza burguesa, acoplada às necessidades
e movimentos do capital industrial e do fenômeno de urbanização e
massificação efetivado nos séculos precedentes a esse (p.v).
499
PA129 Contribuição Crítica ao Ensino de 30/07/2009 O presente estudo pretende investigar as implicações e conseqüências do
Filosofia do Direito de Reale: ensino jurídico brasileiro atual com as idéias do jurista e filósofo Miguel
Contradições Teóricas, Potencialidades Reale, o qual considera como autor hegemônico na concepção curricular
Pedagógicas e Superações Didáticas das disciplinas jurídicas de cunho teórico e cultural. A pesquisa contempla
Emancipatórias um breve traçado histórico do ensino jurídico, em especial no Brasil,
apontando, em seguida, categorias básicas do pensamento de Reale, através
da exploração de conceitos como Filosofia, Filosofia do Direito, e a teoria
tridimensional do direito realeano. Finalmente, explora o atual predomínio
nos cursos de Direito de um ensino prático e voltado às rotinas forenses em
detrimento da adoção de um modelo voltado a uma formação integral,
crítica e emancipatória, voltada a um embasamento teórico e cultural do
bacharel, tentando concluir a pesquisa com um caráter não só crítico, mas
também propositivo (p.XI).
PA130 Professores de Filosofia para Crianças - 31/07/2009 A presente pesquisa visa a constituir-se uma análise delineadora da
Quem são eles? Uma abordagem crítico identidade profissional dos professores que trabalham com o Programa
diagnóstica da construção da identidade Filosofia para Crianças - Educação para o Pensar, formulado pelo professor
profissional dos professores que norte-americano Matthew Lipman. Nossa análise recairá sobre o papel
trabalham com o programa Filosofia atribuído ao professor dentro do Programa, conhecimentos, habilidades e
para Crianças de Matthew Lipman competências que deve demonstrar para exercer seu papel, em
contraposição aos pré-requisitos mínimos exigidos e ao modelo de
formação/capacitação idealizado pelo próprio criador da proposta. Como
fontes de consulta foram utilizadas as obras de Lipman, publicadas no
Brasil, trabalhos de seus principais críticos e comentadores, bem como
registros e anotações feitas a partir da observação dos cursos oferecidos
pelo centro responsável pela formação desses professores em Minas Gerais.
Nosso objetivo é verificar, à luz das concepções de Filosofia e de Educação
subjacentes ao Programa, se existem contradições entre o papel que o
professor deverá desempenhar em sala de aula e a formação/capacitação
que lhe é oferecida para que ele chegue a ser quem é, profissionalmente. A
partir da constatação da impossibilidade da equivalência entre “Professor
de Filosofia para Crianças” e “Professor de Filosofia”, procuramos situar a
questão específica, relativa aos professores que trabalham com o Programa,
no debate mais amplo acerca da proletarização técnica e ideológica sofrida
pelo docente, para tentar conhecer o lugar ocupado por esses professores
nesse processo (p.v).
PA131 Movimentos e Idéias sobre Educação 29/10/2009 Esta pesquisa tem como objeto de estudo a tradição da educação
Comunitária no Brasil: matrizes comunitária no Brasil. Parte da análise crítica dos discursos sobre a questão
filosóficas e desdobramentos históricos comunitária na educação, considerando seus suportes conceituais, seus
no século XX temas correlatos e propostas sistematizadas neste âmbito. Tendo em vista a
direção dos processos educativos, sua função e representação política nos
distintos contextos históricos, buscou compreender e desvelar os diferentes
projetos, sentidos, valores e fundamentos ético-políticos atrelados às
teorias e práticas pedagógicas presentes na arena de lutas e tensões que
cercam a relação entre Estado e sociedade civil no Brasil. O estudo
identificou a constituição de três matrizes hegemônicas que configuram e
informam os movimentos e idéias sobre a educação comunitária no Brasil:
a matriz fascista, centrada nas políticas de educação para o trabalho do
Estado corporativista; a matriz redentora, amparada nas experiências dos
movimentos de educação popular e no pensamento social da Igreja
Católica; e a matriz produtivista, que tem uma versão fundada na pedagogia
tecnicista das políticas educacionais do Governo Militar e outra na ação
assistencialista das organizações civis do chamado terceiro setor, as quais
vêm promovendo um rol de serviços educacionais que pretendem substituir
as políticas sociais antes garantidas pelo Estado. É uma investigação
histórico-filosófica que se estrutura sobre revisão de literatura, análise
conceitual e categorial e debate ético-político em torno das construções
matriciais que compõem este vasto campo de idéias e experiências
educativas, em que diferentes concepções de educação comunitária
emergem, construindo uma tradição pedagógica carregada de interesses
compensatórios e mistificadores. Tais concepções colaboram para
confundir e educar na direção de um perigoso consenso em torno de uma
ardilosa e imprecisa ética comunitária. Ao confrontar os discursos
hegemônicos com os interesses educacionais em jogo, esta investigação
pretende denunciar os fundamentos ocultos e as contradições sob as quais
esta tradição se assenta, demonstrando seus limites e possibilidades para a
materialização de uma concepção crítica e dialética da educação, que esteja
comprometida com a transformação social e a emancipação humana (p.xi).
500
PA132 Os conceitos kantianos de disciplina e 19/11/2009 Esta dissertação tem como objetivo contribuir na investigação dos
autonomia: uma leitura filósofico- conceitos de disciplina e autonomia no pensamento filosófico-educacional
educacional de Immanuel Kant e como tais conceitos aparecem de forma pontual no
texto Sobre a Pedagogia, levando-se em conta que o conjunto de seus
escritos e, sobretudo a sua filosofia prática são transpassados por estas
noções. A tese central deste trabalho se sustenta na concepção de que não
existe, na filosofia prática de Kant, incompatibilidade numa educação que
prioriza os princípios da liberdade autônoma e da moralidade, mediante a
implementação de ações disciplinares, uma vez que, para o autor, o
indivíduo só desenvolve uma vontade livre dos impulsos e das leis externas
a ele, e age por respeito à lei moral, se a sua vontade for coagida a realizar
ações fundamentadas nos princípios da autonomia prescritos pela razão
prática (p.vi).
PA133 Futebol, ideologia e educação: uma 11/12/2009 O presente trabalho constitui-se numa pesquisa que teve como objetivo
abordagem histórico - crítica investigar os meios através os quais o futebol foi e ainda pode ser utilizado
como uma forma de reforço às ideias e valores que legitiman as relações
capitalistas de produção. Procedeu-se a uma investigação de como o futebol
foi contemplado pelas atuais abordagens da Educação Física. Além disso,
a pesquisa em obras de autores pertencentes à pedagogia histórico-crítica
revelou elementos fundamentais que uma abordagem da Educação Física
deve possuir, para que seja possível o ensino do futebol em uma perspactiva
contrária a da ideologia dominante. Primeiramente, foram pesquisados usos
ideológicos específicos do futebol.Para tanto, foram escolhidos os períodos
ditatoriais do Estado Novo e de 1964-1985, pelo entendimento de que
foram momentos históricos em que o futebol foi muito utilizado
ideologicamente para atender aos interesses do Estado. Posteriormente, foi
feito uma análise do atual uso ideológico do futebol, com fundamento em
obras de autores que estudaram o futebol e que, de alguma forma, defendem
ideais que contribuem para a legitimação as relaçoes capitalistas de
produção. Na análise de como o futebol está presente nas abordagens da
Educação Física, foi feita uma divisão entre abordagens não-críticas, para
que, sem desconsiderar as contribuições das primeiras, fosse enfatizado o
aspecto: a percepção dos condicionantes objetivos da cultura corporal, em
que as segundas se aproximaram de uma sistematização que fornece
espaços objetivos para o professor combaterm a ideologia dominante. No
último capítulo, correspondente à análise de obras de autores pertencentes
à pedagogia histórico-crítica, foram invetigados quais aspectos
fundamentais da refereida tendência pedagógica podem subsidiar um
ensino dos elementos da cultura corporal contrário à ideologia dominante,
em que o furebol seja apreendido em suas relações com as condições
materiais concretas da existência social, e em que, ao mesmo tempo, esteja
presente a perspectiva a superação destas condições. Tais aspectos
fundamentais podem ser resumidos em: 1) a percepção dos condicionantes
objetivos da educação e, no caso da Educação Física, da cultura corporal;
2) a diretividade; 3) um ensino que contemple as relaçoes entre os
conteúdos e a prática social mais ampla - o que constitui um aspecto pouco
explorado, mesmo pelas abordagens críticas da Educação Física, que aina
se apresentam presas ao plano de vivências dos elementos da cultura
corporal. foi feita uma revisão bibliográfica, sendo que o referencial
teórico-metodológico aqui adotado foi o materialismo histórico dialético,
que fundamenta a pedagogia histórica-crítica, assim nomeada por
Demerval Saviani (p.v).
501
PA137 Educação, Ideologia e Complexidade: 25/02/2010 Esta pesquisa aborda a problemática da relação entre educação, ideologia e
contribuição para crítica ao pensamento a teoria da complexidade. São duas as questões norteadoras que orientaram
de Edgar Morin e sua inteface com a este estudo, que são: 1º Quais as contribuições da teoria da complexidade
educação brasileira no processo de produção do modelo pedagógico materializada na realidade
brasileira pós-reforma dos anos 1990 e sua influencia na produção da
pesquisa e formulação da política educacional nacional? 2º Quais os fatores
inovadores que essa abordagem se atribui e quais as críticas perante outras
teorias educacionais no contexto brasileiro? As respostas para as questões
apresentadas foram elaboradas a partir da leitura e da recuperação de
registros sobre apropriação da teoria da complexidade nos grupos de
pesquisa no Brasil e da análise das principais obras de Morin sobre a
educação e sobre as teorias educacionais no país. São objetivos deste
estudo: analisar o contexto histórico da reforma educacional brasileira nos
anos de 1980 e 1990 e a sua relação com temática da complexidade;
caracterizar as apropriações feitas por essa abordagem, no tocante à
produção do conhecimento para que viesse a ser entendida como “o
referencial epistemológico da educação contemporânea”; analisar as
categorias e os fundamentos metodológicos desse referencial teórico e
sistematizar a crítica em relação às questões ideológicas que perpassam a
matriz desta produção. Dos resultados obtidos pela pesquisa observa-se que
as contradições internas presentes no pensamento complexo, compreendem
o eixo ideológico das teorias educacionais que legitimam à lógica
excludente dos sistemas de produção atrelados aos sistemas de informação
e comunicação. Constatamos, nesse sentido que a teoria da complexidade
pode ser entendida como uma das abordagens que adentra ao rol das teorias
“novidadeiras”, porque é apresentada como uma abordagem que se diz
“superadora” das teorias educacionais, anteriormente, desenvolvidas no
contexto brasileiro. Constatamos, também na análise sobre os
pesquisadores que se apóiam nesta abordagem, explicitam um paradoxo do
continuísmo da leitura burguesa, liberal e dominadora presentes no
discurso do capitalismo global. Concluí-se que, para que uma abordagem
se torne “superadora” dos problemas educacionais de nosso tempo, é
preciso que esta tenha como principal objetivo a crítica à ideologia da
educação burguesa, no sentido de conduzir a massa para além dos sistemas
dominadores do capitalismo (p.iii).
503
PA138 AS POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO DE 26/02/2010 A formação do trabalhador nas últimas décadas tem sido alvo de discussões
JOVENS E ADULTOS NO BRASIL E e polêmicas, entre a sociedade civil e política, envolvendo a categoria
SUAS FORMAS INSTITUCIONAIS E trabalho. Isto porque neste período a crise estrutural do capital exigiu do
HISTÓRICAS NO MUNICÍPIO DE campo produtivo um processo de reestruturação, que foi acrescido pelos
PAULÍNIA-SP: as contradições e avanços tecnológicos da automação e da informação. Suas conseqüências
potencialidades do conceito de trabalho no campo social e educacional foram solicitações, cada vez maiores, ao
como princípio educativo desenvolvimento de capacidades intelectuais e multifuncionais
emancipatório promulgando um novo trabalhador ao mesmo tempo em que criou o
desemprego estrutural, a intensificação e a precarização dos postos de
trabalho restantes. Neste contexto encontram-se os alunos da EJA e esta,
como política educacional denuncia que os desdobramentos da ação do
Estado têm se dado por meio de políticas compensatórias. Historicamente
sabemos que estas não garantem aos alunos a reinserção ao mundo do
trabalho como produtores autônomos, tampouco o exercício de uma
cidadania crítica e participativa, afirmam somente o compromisso com o
capital, deixando assim, a mercê da manutenção de sua lógica os
trabalhadores como dependentes da pobreza e da exclusão. A afirmação
destas políticas tem ainda, como escopo ideológico, apontado para saídas
conjunturais, que não comprometem a
manutenção da expansão e do acúmulo da riqueza por poucos. O poder
público, empresarial e alguns segmentos da sociedade civil se unem e
desenvolvem teses que, no contexto da educação como mercadoria, torna a
educação escolar um produto unilateral ao sucesso da qualificação técnica
profissional. É na congruência destes fenômenos que surge como
concepção pedagógica à EJA o termo empregabilidade. Esta pesquisa,
como integrante deste contexto, objetiva em sua investigação as
imbricações históricas e os desdobramentos atuais da política educacional
para a EJA. Como hipótese credita a incapacidade da mesma em
equacionar, como se propõe, as
condições de homens e mulheres alunos da EJA, via educação escolar,
impugnando à mesma o termo empregabilidade. Como contraponto
defende como tese, que o papel social da EJA, como uma das instituições
de atuação na formação do trabalhador, se encontra como processo
transitório entre o fim da EJA, como política compensatória de um tempo
perdido, e a constituição da Escola do Trabalho. Esta é o permanente
exercício da conquista e desenvolvimento do domínio intelectual, manual,
estético, ético, político, social e, sobretudo econômico do mundo produtivo
pelos trabalhadores que se formam como produtores livremente associados,
pela articulação entre a formação no trabalho e a educação escolar. Ambos
como (p.viii) campos de conhecimento que ao interagir no âmbito da
prática, creditam uma educação para a
emancipação (p.ix).
PA139 A educação em Platão: a formação do 31/03/2010 Esta dissertação concentra-se no estudo acerca da paideia platônica,
guardião por meio da música na obra A delimitada pela questão da formação do guardião por meio da componente
República tradicional da educação grega: a música. Tal recorte temático está inserido
numa contextualização que remonta à Grécia arcaica, narrada pela poesia
homérica, e se estende ao período clássico, no qual se insere o pensamento
platônico, de modo a confluir num estudo mais pormenorizado do tema, tal
como ele é apresentado nos livros II e III da obra A República. Inicialmente
procura enfocar a concepção de areté em que se apoia a concepção
platônica da educação do guardião, demarcando sua distinção em relação à
areté aristocrática, com base na crítica que Platão faz a poesia nesta parte
da obra. Depois de um estudo sobre as bases da tradição poética, a
dissertação volta-se para A República. A metodologia consistiu numa
leitura estrutural do texto do filósofo, e também na contextualização do seu
pensamento dentro do universo regulado pela tradição, com vistas a
compreender melhor o embate entre Platão e a poesia (p.v).
PA140 Trabalho, alienação e emancipação: a 07/06/2010 O objetivo desta pesquisa foi analisar a concepção de educação presente no
educação em Mészáros pensamento de István Mészáros a partir das obras A teoria da alienação em
Marx (Mészáros, 2006a), A educação para além do capital (Mészáros,
2005) e O desafio e o fardo do tempo histórico (Mészáros, 2007). Ainda
relativamente pouco conhecido da pesquisa educacional brasileira,
Mészáros sustenta que, sob o sistema sociometabólico do capital, a
educação tem o sentido de internalização dos parâmetros reprodutivos
gerais do sistema. Uma contestação à educação, por afetar diretamente os
próprios processos de internalização ideológica, representa, portanto, uma
profunda contestação à estrutura social em questão. Se as determinações
gerais da reprodução da vida afetam profundamente cada esfera da
existência humana, uma transformação social radical só pode de fato
504
PA141 Schopenhauer e a metafísica da 21/06/2010 A dissertação vincula-se a linha de pesquisa Ética, Política e Educação, no
vontade: confluências éticas e estéticas grupo Paidéia, da Faculdade de Educação da Unicamp e tem como objetivo
para uma abordade da educação e da principal o criterioso estudo analítico e interpretativo do pensamento do
sexualidade filósofo alemão Arthur SCHOPENHAUER. A pesquisa visa identificar e
sistematizar as categorias e pressupostos éticos e estéticos para uma teoria
da sexualidade em SCHOPENHAUER, relacionando elementos
conceituais, filosóficos e políticos aos atuais discursos e práticas acerca da
educação e sexualidade. Dada a compreensão de que a educação sexual é
objeto de estudo da Educação, quais as concepções, ou ideologias que se
movem nos discursos sobre a sexualidade? Quais as abordagens e tensões
axiológicas dos discursos filosóficos mais relevantes e como Schopenhauer
pode ser situado nesse universo? O estudo de natureza bibliográfica, com
base no pessimismo e voluntarismo de SCHOPENHAUER, busca as
contribuições filosóficas do autor para questões da educação sexual
contemporânea e apresenta as articulações da Metafísica da Vontade, a
valorização do amor sexual e a vontade de viver como a decifração do
enigma do mundo. O estudo apresenta a centralidade da sexualidade na
obra de Schopenhauer e posiciona o autor como o grande referencial da
discussão filosófica do tema na modernidade, buscando apresentar
elementos para discussão da educação sexual (p.xiii).
PA142 Michel Serres: a possível nova 06/08/2010 Pensar a formação do homem contemporâneo é nesta dissertação um
hominescência e os desafios para a objetivo que se viabiliza pela filosofia de Michel Serres. Por meio dela,
educação do homem contemporâneo mais especificamente na obra Hominescências, buscou-se a compreensão
dos elementos e circunstâncias que singularizam nosso tempo e,
consequentemente, podem estar fazendo emergir uma outra humanidade.
Nesse sentido, como uma investigação, a princípio, marcada por reflexões
antropológicas, esta dissertação intenta, contudo, por objetivo maior, lançar
as proposições que permitam pensar a educação do homem contemporâneo.
O primeiro movimento da investigação constou em refletir sobre o homem
e as dimensões que o engendram segundo a tradição da Antropologia
Filosófica. Posteriormente, esta investigação apropriou-se de alguns
elementos dessa tradição para pensar a filosofia antropológica proposta por
Serres. Logo, sob a ambiência desses conceitos filosóficos, a dissertação
passou ao detalhamento das circunstâncias diferenciais do século XX, que
redimensionaram as três dimensões de engendramento do homem: o corpo,
o mundo e os outros. Dessa forma, refletindo sobre a contingência desses
três acontecimentos à constituição do homem, esta dissertação buscou
levantar, como último movimento, as implicações deste novo tempo ao
pensamento educacional (p.xv).
PA143 Conscientização e sociedade em Paulo 09/08/2010 Este trabalho apresenta um estudo sobre os conceitos de "conscientização"
Freire e "sociedade" nas obras "Educação como prática de liberdade" e
"Pedagogia do oprimido" do pensador e educador brasileiro Paulo Freire.
O intuito deste está em mostrar como a conscientização, cerne e objetivo
da teoria educacional freiriana, requer, para a sua realização pelo homem,
o conhecimento das contradições e antagonismos da sociedade, a fim de
que ele possa desenvolver sua capacidade crítica e assumir a condição de
sujeito transformador dos problemas e desafios sociais e empenhar-se, no
âmbito coletivo, pela transformação destes e de si próprio. Neste sentido,
este trabalho procurou ressaltar similaridades e diferenças na relação entre
as visões de conscientização e de sociedade em ambas as referidas obras,
apontando em que medida esta relação, da primeira obra para a segunda,
representa um movimento de radicalização da sua crítica e proposta para a
educação, bem como da sua concepção de transformação social (p.iii).
505
PA144 Educação às moscas: Cenário para uma 19/08/2010 A presente dissertação é uma investigação bibliográfica, tendo como
educação de situações em Jean-Paul objetos de estudos as obras de Sartre, O Ser e o Nada, um texto filosófico,
Sartre e As Moscas, uma peça teatral. Delimita-se o foco em apresentar a relação
entre Filosofia e Teatro dentro do cenário da educação no que tange ao
projeto sartreano de pensar a condição humana na sua existência radical,
contingente e engajada no mundo. A atenção recai sobre o problema da
subjetividade, caracterizada não como algo fechado em si mesmo,
marcando de maneira substancial o sujeito, influenciando de maneira
considerável a construção conceitual da educação. Outrossim, volta-se para
uma subjetividade destituída de ser, numa abertura para a própria situação
existencial, fazendo de Sartre um herdeiro subversivo, tanto da filosofia
moderna como das bases fundamentais da educação herdadas dessa
modernidade e que são apontadas como fator primordial da crise
educacional atual. O fio condutor dessa investigação está amarrado ao
conceito de liberdade elaborado por Sartre na descrição teórica d’O Ser e o
Nada, definida como autonomia da escolha e na concretude prática
apresentada na dramaturgia d’As Moscas, que encena a concepção da
tragédia da liberdade, compreendendo, assim, a liberdade que não se
caracteriza de forma abstrata, mas que se concretiza na ação dentro de
situação existencial e histórica. O objetivo dessa dissertação é descrever a
possibilidade de se pensar uma educação a partir do pensamento sartreano,
na compreensão sobre a condição humana entendida como liberdade de
ação, na criação de sentidos numa relação com o mundo, na perspectiva de
apontar para o cenário de uma educação de situações. Uma educação criada
no improviso de uma atuação livre e engajada com a própria situação do
ser no mundo pela qual se compromete e se torna responsável. Uma
educação de situações que atue na existência sem se perder na fala de um
monólogo solipsista muito menos se dissipar no enredo de um altruísmo
alienante. Uma educação de situações – entendida como a liberdade de
criar-se a si mesmo, de maneira autêntica, enquanto ser no mundo engajado
com a própria situação existencial e histórica (p.vii).
PA145 Educação e Telejornalismo: Jornal Hoje 27/08/2010 Este estudo teve por objetivo investigar as mediações que norteiam o
e as notícias sobre qualificação para o processo de construção da notícia sobre educação na TV. Trata-se de um
trabalho estudo que analisa como o Jornal Hoje (JH) da Rede Globo de televisão
seleciona, apura, edita e disponibiliza as informações relacionadas à
educação. O telejornal (JH) que é diário e está presente na grade da
emissora desde 1971, em seu horário de exibição é o mais importante em
matéria de noticiário da TV, e exerce grande influência sobre sua audiência.
Nessa perspectiva, o estudo centra-se particularmente nas mensagens que
relacionam educação e trabalho. As transformações que marcam o mundo
laboral na contemporaneidade afetam os indivíduos que são cada vez mais
exigidos no que diz respeito à formação escolar. Para atingir uma melhor
posição no mercado de trabalho, os indivíduos precisam ser “qualificados”,
ou seja, a escola precisa dar ênfase nas capacidades e competências
adquiridas na escola fabril para „garantia‟ de emprego. Nesse contexto, a
partir da literatura estudada verificou-se a relação mercantil e ideológica
das matérias, que muitas vezes respondem aos interesses da elite econômica
e política. Também foi realizada entrevista com os editores do telejornal
para compreender o processo de codificação das mensagens.
Estabelecemos como corpus, reportagens exibidas pelo (JH), no período de
abril a julho de 2008. Foram selecionadas matérias com referência à
educação para análise qualitativa. O estudo verificou que a pauta de
educação e trabalho está presente no (JH) de maneira significativa.
Constatou também que as reportagens muitas vezes são associadas à
oportunidade de emprego e renda (p.xi).
506
PA146 EDUCAÇÃO FÍSICA E SAÚDE: 28/02/2011 Esta pesquisa se insere na temática geral da Formação de Professores e na
NECESSIDADES E DESAFIOS NOS luta política pela qualidade dessa formação, especialmente no campo da
CURRÍCULOS DE FORMAÇÃO Educação Física. Neste trabalho, delimitamos como objetivo principal
PROFISSIONAL identificar e analisar os fundamentos teórico-metodológicos que sustentam
os currículos para formação de professores de Educação Física,
particularmente no trato com o conhecimento da relação educação
física/saúde. Este estudo se justifica pela necessidade de superar o
“colonialismo epistemológico” que determina historicamente a
dependência da área de conhecimentos oriundos de outros campos do saber,
caracterizando a Educação Física como um campo de ciências aplicadas,
dificultando sua autonomia e desenvolvimento epistemológico. A
construção de uma nova proposição teórica já vem acontecendo quando
abordamos com prioridade os problemas concretos da prática profissional
e as necessidades do desenvolvimento educacional e social da realidade
brasileira. Espera-se contribuir com a reconceptualização dos currículos
dos cursos de formação de professores de Educação Física, especialmente
acerca da relação educação física/saúde. Tomamos como referência a
proposição elaborada pelo grupo conhecido como “Coletivo de Autores”
fundamentada na teoria crítico superadora. Os projetos de formação de
professores de educação física são entendidos como a expressão da luta de
perspectivas diferenciadas no campo da educação e, no âmbito mais geral,
dos interesses em conflito dentro da sociedade. A compreensão do conflito
entre diversos projetos de sociedade é perpassada pela análise das
contradições das relações de produção e se expressam através de diversas
mediações, dentre elas, nos currículos para formação de professores em
geral, e em particular, da Educação Física. Neste sentido, entendemos que
para compreender melhor esses conflitos e para sustentar a busca de
alternativas para problemática da formação do profissional dos educadores
no Brasil é necessário identificar os fundamentos teóricos que dão suporte
a esses projetos de formação profissional. Com base nessa problemática,
perguntamo-nos: como se apresentam os fundamentos teóricos
metodológicos acerca da relação educação física/saúde nos currículos de
formação de professores no Brasil? Para responder esta questão, realizamos
uma pesquisa bibliográfica e documental sobre os conteúdos delimitados
nas legislações, com enfoque nas resoluções das Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Física (DCNEF), e sobre os programas dos
cursos de Educação Física dos cursos de formação profissional em
educação física da UNICAMP, a fim de identificar as diversas
compreensões da relação entre Educação Física e Saúde nos currículos dos
cursos de formação profissional. Com base na referência do materialismo
histórico dialético, buscamos identificar relações com os projetos em
conflito na sociedade e os interesses, visões e perspectivas que poderão
influenciar as diversas compreensões do currículo na formação profissional
e o trato com o conhecimento sobre a relação educação física/saúde (p.ix).
PA147 A educação Pulsional em Nietzsche 20/04/2011 Apesar de Nietzsche ser uma referência fundamental para a filosofia
contemporânea, os estudos sobre seu pensamento na área da educação
ainda são poucos. Este trabalho tenta oferecer mais uma alternativa à
interpretação do pensamento dele, analisado a partir da educação vista mais
como um processo de formação e transformação dos indivíduos que são
educados do que como uma realidade escolar cotidiana. Para isso, elaborou-
se a tese de que só há educação, aos moldes nietzscheanos, se aquilo que
um ser humano é mais intimamente quando nasce puder ser transformado
de modo definitivo, irreversível e irremediável, ou seja, de modo radical.
Para se justificar tal tese, foram explorados conceitos fundamentais no
pensamento de Nietzsche: pulsão, si, vontade de poder, tipos superiores e
inferiores, cultura e civilização, além-do-homem, eterno retorno do mesmo
e amor fati. Foram, ainda, desenvolvidos e apresentados conceitos novos
na análise do pensamento nietzscheano – condição de nascimento,
condição de vida e condição de morte –, que dizem respeito à estruturação
pulsional dos seres humanos, determinando o status tipológico de cada um
e suas possibilidades de ascensão e decadência pulsional (p.xi).
507
PA148 Formação cultural e ensino de filosofia: 29/04/2011 Esta pesquisa se propõe a analisar a educação contemporânea a partir de
perspectivas a partir da teoria crítica de dois pontos fundamentais: o primeiro envolve as considerações de Adorno
Theodor Adorno ao desenvolvimento cultural da modernidade e o segundo, os
desdobramentos dessas observações para a educação, particularmente, para
o ensino de filosofia. O primeiro tópico contempla o modo como se
processa a criação de um modelo cultural cujo principal objetivo é adaptar
os indivíduos ao sistema econômico capitalista e à sua estrutura reificante,
elemento que segundo Adorno se estende a experiências como as das
Grandes Guerras Mundiais, expoente histórico nefasto, símbolo da barbárie
e prerrogativa no que concerne a reflexão sobre a educação. Isso nos mostra
que a crítica a adaptação cultural – termo usado para indicar a conformação
das consciências ao sistema capitalista e que abarca tanto a
instrumentalização da razão quanto a industrialização da cultura –, é algo
extremamente importante, pois se configura como uma resistência ao
retorno da barbárie. Assim, não se trata somente de analisar as
considerações adornianas, mas expor e debater os pressupostos para uma
educação que ainda sirva como um referencial de emancipação. A partir
dessas observações tentaremos averiguar em que medida Adorno preserva
uma concepção dialética de educação e como isso se processa em sua
função de “resistência”. Especificamente, este é o assunto do segundo
tópico da pesquisa e para isso analisaremos este pormenor no âmbito do
ensino de filosofia, ou seja, como este ensino poderia contribuir para uma
formação cultural crítica, fortalecendo as consciências para que não se
rendam a adaptação, retroagindo sobre a cultura e sobre a sociedade. Todo
o nosso trabalho se situará por meio de um recorte das obras de Adorno,
destacando os textos de Dialética do esclarecimento e as conferências
reunidas em Educação e emancipação (p.vii).
PA149 O Ensino religioso na escola pública: 16/06/2011 Este trabalho concentra-se no estudo da disciplina de Ensino Religioso na
perspectivas, percalços e novos escola pública no Brasil, visando compreender os discursos, trajetórias,
horizontes à luz do clássico Didática percalços e novos horizontes que se permitem conquistar, à luz das
Magna de Comenius propostas e práticas pedagógicas vivenciadas através dos livros didáticos e
de pesquisas realizadas no espaço escolar através de pesquisadores. A
trajetória histórica da formação de nossa nação traz suas marcas na
abordagem de um modelo de Ensino Religioso presente na
contemporaneidade de nossas escolas, através da presença da religião
oficial no Estado brasileiro, quando Colônia, Império e concomitante na
República em suas primeiras décadas. Essa mesma trajetória, obteve como
conquistas na década de 90, legislações e emendas de nossa Constituição,
como também de políticas públicas das secretarias estaduais de educação
para um melhor desempenho do Ensino Religioso frente à diversidade
cultural e o pluralismo religioso presente em nossa sociedade. Buscando
identificar essa trajetória de legislação que perpassa o nosso território
brasileiro, com seus percalços e crises quanto à didática e componentes
curriculares da presente disciplina, ancoramos no clássico pedagógico –
Didática Magna de João Amós Comenius (1592-1670), na busca de um
referencial teórico que pudesse-nos abrir novos horizontes e possibilidades
de constituir em nossas escolas, uma prática que esteja à altura da realidade
cultural e social que estamos inseridos, e que emergiram nossos pais e
patrícios. A pedagogia comeniana implanta uma série de dispositivos
discursivos sem os quais é praticamente impossível compreender a maior
parte das posições pedagógicas atuais, e suas crises políticas no campo da
legislação e práticas da disciplina no âmbito de nossas escolas
públicas,sejam nas disciplinas cotidianas, seja no campo do Ensino
Religioso, defendido aqui, como importante constituinte de nossa formação
de vida, pedagógica e cultural, por trazer sua contribuição para pensar-se o
ethos e o ser cidadão(ã) (p.xi).
508
PA150 Ensino de Filosofia no nível médio: por 16/06/2011 O presente trabalho se propõe a analisar o papel do ensino de Filosofia na
uma cidadania da práxis formação dos estudantes para o exercício da cidadania, visto ser este
preparo a principal justificativa para a recente reincorporação da disciplina
em caráter obrigatório no currículo das escolas de Ensino Médio. Para
tanto, optamos por uma abordagem histórica da noção de cidadania,
partindo da Antiguidade grega, passando pela Época Moderna, com
destaque para as formulações de Hobbes e Locke, e culminando com a
análise de como ela se manifesta atualmente nas políticas educacionais
brasileiras, sobretudo a partir do final dos anos 1990. Esta análise
debruçou-se prioritariamente sobre os seguintes documentos oficiais: a
Constituição Federal de 1988; a LDBEN (Lei nº 9394/96), que estabelece
as novas bases do que seria uma educação para a cidadania; os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN); as Orientações Educacionais
Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN+); as
Orientações Curriculares Nacionais, entre outros. Procuramos demonstrar
que tais políticas não proporcionam aos educandos uma efetiva
emancipação, posto que se baseiam em uma concepção individualista da
cidadania, a ―cidadania nova‖, proposta pelos ideólogos do neoliberalismo
e voltada à satisfação dos interesses e necessidades do capital. Em
contraposição a essa concepção, tentamos apresentar um outra, baseada nos
pressupostos do materialismo histórico dialético, mais precisamente nas
contribuições de Antonio Gramsci, a qual denominamos ―cidadania da
práxis‖. O ensino de Filosofia, a nosso ver, pode favorecer o preparo do
jovem para essa cidadania, o qual, dentro do espaço escolar, deve contar
com a participação decisiva do professor, que se destaca como um
intelectual próximo das massas e, portanto, como potencial mediador de
um processo didáticopedagógico contra-hegemônico, constituído a partir
de um novo princípio educativo que não dicotomize trabalho intelectual e
trabalho manual, possibilitando às classes subalternas a educação de si
mesmas na arte de governar, como propôs Gramsci. Para tanto, o aluno
deve se constituir como novo sujeito histórico capaz de elaborar uma
concepção de mundo crítica, consciente, de ser participante na construção
da história do mundo e de guiar-se a si mesmo, sem aceitar de modo passivo
e servil aquilo que constituirá e definirá sua própria personalidade (p.vii).
509
PA151 O Discurso Moderno sobre tolerância, 08/07/2011 Este trabalho objetiva analisar criticamente os conceitos de diversidade e
diversidade e educação: os documentos tolerância, presentes nas propostas de políticas de educação no mundo,
da UNESCO e a crítica de Marcuse publicadas a partir de 1990. Busca-se pensar esses conceitos relacionados
à estrutura da sociedade capitalista em processo de mundialização e
globalização, focando, mediante análise teórico/histórica, seu sentido e
relevância na contemporaneidade. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica
e de análise documental que, além da retomada histórica e filosófica dos
conceitos, se propõe fazer uma análise de sua incidência nos relatórios e
nos documentos mundiais sobre educação, publicados pela UNESCO. O
texto se divide em três partes: na primeira, busca-se perfazer uma retomada
histórica da defesa da tolerância no nascimento da modernidade, trazendo
autores como Las casas, Locke, Voltaire e Stuart Mill. Esta retomada visa
compreender os fundamentos filosóficos políticos e sociais que marcaram
a defesa liberal da tolerância, identificando aproximações e
distanciamentos desta defesa com o ressurgimento da necessidade do
conceito de tolerância nos séculos XX e XXI; a segunda parte traz as
reflexões críticas de Marcuse, relacionando os conceitos de diversidade e
tolerância com as promessas de liberdade, autonomia, entre outras, na
sociedade sem oposição. Marcuse interroga a tolerância de um ponto de
vista crítico, ressaltando seu aspecto ideológico, afinado com uma
sociedade opressora. O autor considera os limites, ambigüidades e
contradições internas do conceito e relacionadas à sociedade em que se
constitui, chegando a denunciar a tolerância pura como falsa e regressiva,
porquanto não atenta para o intolerável para o progresso humano; sob o
referencial de Marcuse, a terceira parte vem com a análise dos documentos
que tratam da diversidade e tolerância a partir do contexto do pós-guerra.
Mais especificamente, são abordados o relatório Educação: Um tesouro a
descobrir, a Declaração sobre os princípios da tolerância e a Declaração
sobre a diversidade cultural e ainda as discussões levantadas na
Conferência sobre a tolerância na América Latina e no Caribe e a
Conferência de Educação para a Tolerância em Lisboa. A partir dessa
análise, o trabalho tematiza o esmaecimento do debate sobre a tolerância
nos documentos da UNESCO e nas discussões a respeito da educação no
mundo que sucedeu à efervescência da temática na década de 1990. Chega-
se à conclusão de que, na tentativa de não ignorar as críticas realizadas e,
ao mesmo tempo, sem abandonar a idéia de tolerância enquanto conceito
matricial da UNESCO, preserva-se o conceito na forma de uma discussão
menos enfática. Ameniza-se o debate a respeito da tolerância paulatina pela
inserção de questões menos conflituosas como o respeito à diversidade, à
proteção do patrimônio e à questão dos direitos humanos. Entende-se que
a tolerância é um conceito ambíguo e contraditório, entretanto, não
superado, permanecendo nos debates acadêmicos, nos documentos
mundiais, nas práticas educativas e no senso comum, o que torna, todavia,
necessária sua constante interrogação e crítica, desviandose de um sentido
consensual e ideológico para um sentido crítico e progressivo (p.v).
510
PA152 Conhecimento e poder na história do 18/07/2011 Com o intuito de colaborar na avaliação do percurso dos estudos
pensamento curricular brasileiro curriculares brasileiros, esta pesquisa investiga as diferentes formas da
relação entre conhecimento e poder na sua história, no período que
compreende a década de vinte até a primeira década de dois mil. A forma
como o poder produzido pelo conhecimento limita e reprime ou expande as
práticas sociais sofre mudanças face às contingências históricas em
contextos sociais, culturais, educacionais, econômicos e políticos
diferentes. O estudo se constitui de pesquisa bibliográfica e documental a
partir da fabricação de uma lente teórica que se pauta em duas perspectivas
de História do Currículo: a história social de Ivor Goodson e a
epistemologia social de Thomas Popkewitz. Três distinções
epistemológicas são identificadas na história do pensamento curricular
brasileiro: controle social (explícito e implícito), controle social crítico ou
dialético e regulação social. Ao significar o currículo, as diferentes
distinções epistemológicas produzem exclusões e inclusões, além de
corporificar uma visão de mundo e um projeto de sociedade. Até o final da
década de setenta, o pensamento curricular concebe o currículo como
controle social, que corporifica as tendências curriculares do
escolanovismo e do tecnicismo. Na década de oitenta e até meados da
década de noventa, o currículo passa a ser entendido como possibilidade de
produzir o controle social dialético, a partir das tendências críticas de
currículo, dentro do amplo horizonte da educação crítica voltada para a
emancipação humana. Conceitos como consciência crítica, consciência de
classe, resistência, democratização do conhecimento e educação popular
mobilizaram o pensamento curricular que discutia planejamento, seleção e
organização dos conteúdos escolares a partir da perspectiva de um controle
social dialético. Entretanto, a partir da segunda metade da década de
noventa, as pesquisas apontam para os limites deste horizonte teórico diante
de um processo de escolarização efetivado a partir de uma sociedade que
estaria em transformação, cultural, política e economicamente falando. A
partir de então vemos uma profusão de abordagens híbridas e pós-críticas
no pensamento curricular brasileiro que deflagram uma mudança
epistemológica que está sendo compreendida dentro de um enfoque de
currículo e regulação social, pautada na revisão da noção de poder
moderno, que passa a significar o poder como elemento formador e
constitutivo; na crítica ao sujeito transcendental e no questionamento do
pensamento identitário. Nesse processo, a noção de currículo não se reduz
apenas ao conjunto de conteúdos, disciplinas, métodos e objetivos de
ensino e aprendizagem, mas se relaciona a um conjunto de práticas e
saberes que articulam a seleção, organização e distribuição do
conhecimento escolar com finalidades educacionais, conteúdos e
estratégias de ensino, avaliação, políticas curriculares, propostas e práticas
curriculares. Assim, o currículo se constitui a partir de diferentes visões de
mundo a produzir, eleger e transmitir narrativas e significados sobre as
coisas e o mundo (p.xi).
511
PA153 Epistemologia da Educação Física: 30/09/2011 A presente pesquisa realizou uma análise epistemológica da produção
análise da produção científica do científica (teses de doutorado e dissertações de mestrado) do Programa de
programa de pós-graduação da Pós-graduação da Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual
Faculdade de Educação Física da de Campinas (UNICAMP) de 1991 a 2008. Pautou-se pela questão: quais
UNICAMP (1991-2008) as características epistemológicas da produção deste Programa, com
atenção especial a articulação lógica entre técnicas, métodos e teorias
utilizados nas pesquisas e os pressupostos gnosiológicos e ontológicos e
qual a sua relação com as condições institucionais dessa produção? Foram
identificadas e analisadas as tendências temáticas, as formas de tratamentos
teórico-metodológicas e as linhas de desenvolvimento dessa produção. Para
a compreensão dessa produção foram recuperadas suas relações com as
condições históricas, tais como: história da educação física, da
pósgraduação no Brasil, políticas nacionais para ciência e tecnologia e
histórico do programa onde as pesquisas foram realizadas. Para o registro
e análise da produção foi utilizada uma matriz epistemológica que ajudou
a reconstituir a lógica interna de cada pesquisa, interrelacionando seus
diversos níveis (técnico, metodológico, teórico, epistemológico) e
pressupostos (lógico-gnosiológicos e ontológicos). A articulação entre a
lógica reconstituída e as condições históricas da produção (método lógico-
histórico) permitiu chegar aos resultados, dentre os quais se destacam: a) a
maior parte das pesquisas utiliza a abordagem empírico-analítica, seguida
pela abordagem fenomenológico-hermenêutica, essas duas abordagens
geram uma tensão no campo científico, explicitando uma manifestação
interna das ‘guerras da ciência’ entre as biológicas e as humanas; b) com
alguma distância encontra-se a abordagem dialética e recentemente a
abordagem pósmoderna, abordagens que apontam perspectivas críticas e
anunciam epistemologias alternativas; c) confirma-se a contribuição da
investigação epistemológica, ou a pesquisa sobre a pesquisa, que possibilita
caracterizar e problematizar a formação de um campo científico específico.
Nesse sentido, espera-se que esta pesquisa ofereça um mapeamento e
análise da produção de um dos programas de pós-graduação mais
produtivos do país e contribua para um processo de auto-reflexão e auto-
crítica no campo científico da educação física (p.ix).
PA154 A práxis educativa entre direção e base 25/10/2011 Partindo da compreensão de que, por determinações materiais e históricas,
no partido revolucionário = uma análise a direção partidária se apresenta como pólo teórico no papel de educador-
a partir de Gramsci dirigente, e a base partidária, como pólo prático no papel de educando-
dirigido, busco analisar as características dessa relação dentro da estrutura
organizativa do partido revolucionário (proposto originalmente por Lênin)
e, conseqüentemente, a importância da práxis educativa nessa relação-eixo
(dirigente-dirigido) para o processo revolucionário como um todo.
Interessa avaliar as possibilidades de uma práxis educativa emancipadora
entre esses dois sujeitos, em que se desenvolva a autonomia dos educandos
(base/classe) e se garanta a educação do próprio educador (direção/partido).
Para tanto, realizo uma pesquisa bibliográfica através do instrumental
conceitual de Antonio Gramsci, abordando, no primeiro capítulo, a
presença da práxis educativa no processo revolucionário como um todo; no
segundo capítulo, o partido revolucionário como educador coletivo; e, no
terceiro capítulo, o objeto desta pesquisa, a práxis educativa entre direção
e base em seu interior. Por fim, avalio, de forma preliminar, o partido
revolucionário e sua práxis educativa no Brasil atual. Ao final deste estudo,
concluo pela vigência e validade dos princípios organizativos e educativos
do partido revolucionário, apesar da conjuntura de crise que assola as
organizações da classe. Também reafirmo a importância fundamental da
práxis educativa entre direção e base, que pode potencializar, através da
unidade dinâmica entre teoria e prática, o processo revolucionário, ou pô-
lo em risco, se apresenta deformações que separam de forma estanque
dirigentes (pólo teórico) e dirigidos (pólo prático) (p.xi).
512
PA155 CRÍTICA À PRODUÇÃO DO 11/11/2011 A presente tese se refere à problemática mais geral da formação humana,
CONHECIMENTO SOBRE A em particular a formação dos trabalhadores do campo no início do século
EDUCAÇÃO DO CAMPO NO XXI - um período pré-revolucionário. O objeto da crítica foram 433 teses
BRASIL: teses e antíteses sobre a e dissertações produzidas entre 1987 e 2009 que abordam a problemática
educação dos trabalhadores no início do da educação no meio rural no Brasil. Questionamos sobre os fundamentos
século XXI gnosiológicos e ontológicos relacionados à teoria do conhecimento,
educacional e pedagógica das teses e dissertações acerca da educação no
meio rural no Brasil, e quais limites e possibilidades apresentam para a
formação da classe trabalhadora neste período histórico de transição a outro
modo de produção. O objetivo foi desenvolver uma análise crítica de teses
e dissertações sobre a educação no meio rural no Brasil, no que diz respeito
às teorias do conhecimento, educacional e pedagógica sobre a qual estão
assentadas, apontando antíteses sobre tendências para a educação dos
trabalhadores no processo de transição a outro modo de produção,
especialmente no que diz respeito à base técnica e científica do trabalho. A
crítica se pautou nas hipóteses: a) a produção científica em Educação do
Campo no Brasil apresenta como base técnica e científica dimensões
idealizadas do real, desconsiderando as características do modo de
produção, do grau de desenvolvimento das forças produtivas, das relações
de produção, da base técnica e científica do trabalho, o que entrava o
desenvolvimento teórico sobre a Educação do Campo. b) a produção do
conhecimento em Educação do Campo no Brasil apresenta antíteses a partir
das quais é possível identificar contribuições significativas acerca da
necessidade e possibilidade da base técnica e científica do trabalho como
um eixo para a educação dos trabalhadores no processo de transição a outro
modo de produção. Defendemos que o aspecto estruturante de uma
proposta educacional para a classe trabalhadora em luta que almeja a
transformação social radical para além do capital se relaciona com a
educação escolarizada de acesso a todos, centrada na apropriação da base
técnica e científica do trabalho e das relações sociais que o determinam
(p.xi).
PA156 A PRODUÇÃO CIENTIFICA NOS 15/12/2011 Esta pesquisa estuda a trajetória da produção cientifica da pós-graduação
PROGRAMAS DE PÓS- em educação na Universidade Pedagógica y Tecnológica de Colômbia
GRADUAÇÃO DA UNIVERSIDADE (UPTC) durante o período de 1980- 2005, e a sua importância no
PEDAGÓGICA E TECNOLOGICA desenvolvimento da região. A pesquisa identificou e caracterizou as
DE COLÔMBIA, NO PERÍODO 1980- tendências teóricas metodológicas, classificadas em três grandes
2005 abordagens segundo J. Habermas: Empírico-Analítica (Positivismo),
Histórico-Hermenêutica – (Fenomenologia) e Crítico-Dialética
(Materialismo histórico). Foram utilizados como fontes, os registros de
documentos oficiais, teses defendidas no doutorado em Ciências da
Educação e nos cinco cursos de mestrado existentes na época, assim como
registros do Departamento Administrativo de Ciencia Tecnologia e
Innovación - COLCIENCIAS. Também, foi considerado o debate
contemporâneo das tendências epistemológicas e as teorias do
conhecimento. Foi utilizada a técnica de análise de conteúdos, aplicando
uma matriz epistemológica que permitiu identificar a lógica interna das
pesquisas (método lógico) e a recuperação das condições e dos contextos
da produção (método histórico). Os resultados identificaram a tendência,
histórico-hermenêutica como a predominante na amostra analisada. Na
sequência, a tendência empírico-analítica, considerada uma das mais
desenvolvidas na tradição de pesquisa em educação no país e, em terceiro
lugar, a tendência Crítico-dialética que começa a ser utilizada em algumas
dissertações. De forma semelhante, concluiu-se que o desenvolvimento da
pós-graduação na Instituição se encontrava em uma fase inicial, embora sua
trajetória tivesse mais de vinte e cinco anos. Tal conclusão se sustenta,
dentre outros indicadores na falta de professores doutores como
orientadores das dissertações e da implantação de políticas nacionais que
garantam condições institucionais para o desenvolvimento da pesquisa na
universidade. A amostra aqui analisada poderá ser significativa da
problemática da pesquisa em educação no país, e na maioria dos países de
América Latina e o Caribe (p.ix).
PA157 Escola pública e Ensino Médio: 16/12/2011 AO ABRIR O ARQUIVO ENCONTRA-SE SOMENTE SÍMBOLOS.
formação da juventude na perspectiva ARQUIVO SEM TEXTO.
dos documentos oficiais nacionais da
educação básica (1996 - 2009)
513
PA158 Liberdade e Educação: articulações 20/12/2011 A presente dissertação tem por objetivo relacionar educação, filosofia e
sartreanas em uma educação da literatura, numa desenvoltura permeada pelo conceito de liberdade
autenticidade construído pelo filósofo francês JeanPaul Sartre, mais especificamente em
suas obras “O Ser e o Nada” e “A Náusea”, ou seja, entrelaçar esse conceito
com a tradição histórica e filosófica no que se refere à educação. Priorizar
a liberdade existencial em detrimento da cultura essencialista “formadora”
de sujeitos e investigar como seria possível pensar a educação embasada
em princípios existenciais é o que caracteriza a dissertação. No processo
histórico de desenvolvimento do pensamento pedagógico, a prioridade
pertence às concepções que atribuem à educação a função de realizar o que
o homem deve ser. A grande herança do idealismo antigo e cristão constitui
a base destas concepções e a filosofia de Platão foi uma das fontes
principais. Sartre, ao estabelecer um diálogo com as tradições metafísicas
que aceitam uma essência que caracteriza a realidade humana e assumem
uma causa a priori que a antecede, a define e a determina, aponta que
segundo essa visão, a existência humana nada mais faz do que realizar essa
essência pré-determinada, ou seja, existir restringe-se à realização fatalista
daquilo que essa essência previamente determinou, extinguindo dos
homens uma postura responsável, criativa e autêntica diante do mundo.
Nesse aspecto, constatamos que a ideia de educação que infesta a nossa
tradição histórica há séculos, parte deste pressuposto metafísico de que
existe uma essência humana a ser concretizada na existência e que cabe,
portanto a essa educação, o ilustre papel de “lustrar” essa essência, para que
através dela possa irradiar o verdadeiro ser da realidade humana fazendo,
assim, com que a educação institucionalize atitudes de má-fé. Não
pensamos que haja um desenvolvimento linear, verticalizado e
hierarquizado na Educação, mas sim, suspeitamos que esse desenrolar-se
se dá por rupturas e pelas múltiplas e diferentes formas e maneiras de ser,
maneiras essas, impossíveis de serem controladas, previstas, mensuradas e
valorizadas a priori. Suspeitamos assim, que haja uma intensiva e
assustadora gratuidade pairando sobre as mais variadas situações e ocasiões
em geral e em particular na educação e, dessa forma, diferentemente da
tradição essencialista, podemos praticar uma educação mais responsável,
criativa e autêntica (p.vi).
PA159 A barbárie segundo Walter Benjamin e 24/02/2012 O presente trabalho de dissertação se trata de um estudo sobre a categoria
suas articulações com a Educação, de barbárie no pensamento de Walter Benjamin e de que forma se articula
à educação. Para isso, em um primeiro momento, buscou-se entender como
foi o processo de construção do pensamento de Walter Benjamin. Em
seguida, houve a sepação de algumas categorias e preposições acerca de
seu pensamento. Por fim, buscou-se articular estas categorias e preposições
à educação. Com isso, surgiram alguns apontamentos para a superação da
barbárie.
PA160 Ensino de filosofia e resistência 15/06/2012 Pesquisar as possibilidades do ensino de filosofia para o nível médio nas
condições políticas e econômicas da contemporaneidade tem como
objetivo criar novas formas de pensar esse ensino e novas formas de agir
como resistência através desse ensino. A pesquisa se expressa por uma
escrita crazy-patchwork, remendando-louco, assim como a vida, assim
como se compõem as subjetividades. Aglomerado de relações,
multiplicidade de conexões, de possibilidades de entradas e saídas. Reativa-
se conceitos de Nietzsche, Foucault e Deleuze e Guattari, assim como se
encontra com pensadores contemporâneos, que também seguem a linha das
chamadas filosofias da diferença, na busca de ressonâncias para produzir
um diagrama das relações de poder que compõem o campo de tensões onde
se dão os modos de subjetivação atuais. A hipótese é a de que se possa
inventar um determinado ensino de filosofia para jovens, hoje, na escola,
que se configure como vetor de enxame de re-existências. Um ensino de
filosofia a partir de um planejamento nômade, por meio de aulas-
acontecimento, que ensine como vírus, afetando, que exercite
rigorosamente as ferramentas da filosofia de problematizacão, de
argumentação, de conceituação, fluxos de pensamentos filosóficos, história
das filosofias, de criações filosóficas de sentido, para a criação de sub-
versões do mundo. Que a resistência, como re-existência, por meio de um
ensino de filosofia remendando-louco, seja a criação de versões menores,
versões próprias e originárias dos problemas que se possa elaborar, sub-
versões como insistência no vivo. Afirmase que é possível inventar um
objeto estranho no ciberespaço – espaço de combate na disputa de criação
do que é real e do que é verdadeiro –, que, por meio das ferramentas da
filosofia, enuncie novos mundos possíveis, tornando-se arma (p.xi).
514
PA161 TRAÇADOS DEAMBULANTES: O 31/07/2012 Uma dissertação escrita entre o encontro de um filme, de um percurso
QUE UMA VIDA APRENDE teóricofilosófico e de outros atravessamentos. Lua de Papel (Paper Mon,
QUANDO DECIDE SEGUIR 1973, direção Peter Bogdanovich) guia à escrita, e é com este filme que se
ADIANTE acompanha o problema deste trabalho: o que aprende uma vida quando
decide seguir adiante? Seguir adiante, no sentido da potência que o termo
comporta; uma criação, um suscitar o novo, um inédito. Tem-se uma grande
viagem (extensiva); percorrem-se estradas dos Estados Unidos da América;
um filme estilo road movie, tem-se dois personagens principais e é com
eles que se deslizam traçados sobre uma amizade, uma aliança, um
encontro; tem-se a duração do percurso (intensivo), que ultrapassa questões
espaços-temporais; duração no sentido de afecções, de forças que
atravessam e marcam as duas vidas dos personagens; tem-se estratégias de
resistência nessa viagem, certo maneirismo/estilo de vida é criado entre os
dois. Gilles Deleuze, Félix Guattari e Michel Foucault, além do filme, são
os principais intercessores deste escrito e para fechar um triângulo, surge
um olhar na diagonal de um espectador, que não analisa o filme, que não
escreve uma dissertação filosófica; um flaneur surge aí como observador e
pensador, ele alça sobrevoos e surge como conectivo de novas formas de
pensar sobre algo já pensado, e ao longo do texto, experimenta alguns
conceitos destes filósofos para problematizar, junto com a educação, a
aprendizagem deambulante. Este termo composto é que suporta a tese
principal deste trabalho. Esse um aprender deambulante que acompanha
todo um percurso de uma vida, quando ela se abre ao inédito e decide seguir
adiante (p.ix).
PA162 A sexualidade de crianças e 10/08/2012 O estudo e as reflexões que empregamos para compreender a sexualidade
adolescentes vivendo com HIV: de crianças e adolescentes que convivem com vírus HIV (Vírus da
matrizes históricas e filosóficas das Imunodeficiência Adquirida) causador da doença Aids (Síndrome da
políticas públicas de educação e saúde Imunodeficiência Adquirida). Para isso delineamos as políticas de inclusão
nos Campos da Saúde e da Educação e sua abrangência para os que
convivem com o vírus HIV/Aids, questionamos as matrizes históricas e
filosóficas de sustentação. Procuramos nos manuais, referenciais de apoio
didático produzidos pelo Ministério da Saúde, na miúda
produçãoacadêmica entre dissertações e teses na área da saúde, no
documento ‘Orientação Sexual’, volume 10 dos Parâmetros Curriculares
Nacionais (1997), e em livros paradidáticos conferidos pelo Ministério da
Educação e Cultura. Para realizar essa tarefa nos apropriaremos como base
teórica dos conceitos imbricados na produção do conhecimento sobre
sexualidade no Grupo de Pesquisa Paideia (UNICAMP). Assim, buscamos
na produção do autor César Nunes a fundamentação da Educação Sexual
Emancipatória para interpretar tal problematização, sob a concepção
dialética da sexualidade. Reconhecemos nessa investigação crítica os
sentidos e significados para a sexualidade de crianças e adolescentes que
convivem com o vírus HIV inspirada numa resolução fundamentalmente
pessoal e subjetiva.
PA163 Os Pressupostos Filosóficos da 04/12/2012 A dissertação analisa a trajetória histórica e institucional da expansão do
Educação Cooperativista no Estado de cooperativismo educacional no Estado de São Paulo entre os anos de 1989
São Paulo (1989-2011): Matrizes e 2011. Trata-se da busca de identificar as premissas políticas e éticas do
Pedagógicas e Contradições movimento cooperativista internacional e analisar suas peculiaridades no
Institucionais e Politicas desenvolvimento de uma educação e pedagogia de natureza cooperativista
na tradição educacional paulista e brasileira. Analisa a organização da
escola e os pressupostos filosóficos e políticos dessa trajetória, ao
relacionar as transformações do trabalho e a questão da educação. O
cooperativismo educacional ocupou um lugar de destaque nos anos de 1980
e 1990, com um discurso aparentemente renovador de uma escola que se
anunciava como inovadora, pois tanto pretendia formar o indivíduo
integralmente, afirmando superar a ética da competição pela ética da
cooperação, pleiteando organizar-se pedagogicamente com a participação
plena dos professores como colegiado, de modo a superar a tradição
administrativa hierárquica da escola pública e privada e, apresentar,
inclusive, disposições políticas emancipatórias para todos os envolvidos no
processo de ensino aprendizagem. Produzida como uma pesquisa
bibliográfica de natureza qualitativa a pesquisa também recolheu dados
institucionais das entidades e escolas cooperativistas paulistas que se
pautam pela busca de uma Pedagogia da Cooperação referenciada nesta
pesquisa em Paulo freire e Celestin Freinet. Analisa ainda os pressupostos
psicológicos e educacionais de uma ontologia social da subjetividade e
disposição para a ação cooperada na sociedade e cultura. Apresenta as
contradições da educação e da escola cooperativista em vista das próprias
contradições da cooperação como princípio de gestão economica e social.
Aponta possibilidades de formação de educadores para a cooperação e
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PA164 A compreensão dos elementos pré- 05/12/2012 Esta tese tem por objeto o pensamento de Hannah Arendt (1906-1975),
totalitários na educação, segundo naquilo que se refere às relações entre educação e totalitarismo constantes
Hannah Arendt em sua obra, tendo como ponto de partida o ensaio “A crise na educação”,
de 1958. Inicia-se esclarecendo que o trato de Arendt sobre assuntos
políticos se faz sob o assombro do fenômeno totalitário, que segundo a
autora explodiu nossas categorias do pensamento político e nossos padrões
de julgamento moral. Demonstra que suas análises não se baseiam em
nenhuma metodologia, mas consiste num impulso fenomenológico com
vistas a compreender os principais eventos do mundo moderno, pensando
sem arrimos, por meio de uma análise conceitual transmitida na forma de
narrativa. Posteriormente, passa-se à análise das teses contidas em “A crise
na educação”, crise caracterizada pelo rebaixamento dos níveis escolares,
após a aplicação servil e indiscriminada de pressupostos teóricos
fundamentados na progressive education; utiliza-se como aporte conceitual
parte significativa da obra da autora. Conclui-se, do pensamento de Arendt,
que a crise da autoridade e da tradição está na base da crise educacional,
pois a educação, enquanto instância pré-política, não pode prescindir de
ambas, mas caminha em um mundo que não mais está ordenado pela
autoridade nem coeso pela tradição, e, sobretudo, porque a recusa dos
adultos em exercer a autoridade sobre as crianças equivale a eles não
assumirem a responsabilidade pelas crianças e pelo mundo, embora elas
precisem de sua orientação até que possam se inserir no mundo comum,
onde deverão exercer sua liberdade. Depois, busca-se analisar a natureza
do totalitarismo em Hannah Arendt, com a finalidade de trazer à luz as
principais características totalitárias das quais se podem extrair
consequências para o mundo não totalitário, destacando-se a limitação da
liberdade e da espontaneidade, a solidão organizada, a superfluidade, a
ideologia e a logicidade, questões que Arendt analisa pela ótica da perda do
mundo e do senso comuns. Finalmente, busca-se situar o problema
específico da educação no conjunto das preocupações de Hannah Arendt
com o fenômeno totalitário, concluindo-se que há conexões textuais e
conceituais, pois a crise educacional local reflete a crise geral à medida que
é, pela recusa da autoridade e geração do conformismo, uma atitude frente
ao novo no sentido de negar-lhe o direito de no mundo se firmar (p.vii).
516
PA165 A PRODUÇÃO DO 12/12/2012 Este estudo se refere à produção do conhecimento em Educação Física nas
CONHECIMENTO EM EDUCAÇÃO Universidades Públicas da Região Sul do Brasil. A pesquisa
FÍSICA: Análise Epistemológica das Epistemológica busca captar as mudanças ocorridas, os avanços, e as
Dissertações e Teses dos Programas de fragilidades em determinada área do conhecimento. Nessa perspectiva,
Pós-Graduação nas Universidades considera-se importante analisar as questões epistemológicas na produção
Públicas da Região Sul do Brasil (2000- do conhecimento (dissertações e teses) nas Universidades Públicas nos
2010) Estados do Sul do Brasil. A carência de pesquisas que investigam as
questões epistemológicas em Educação Física e a busca da consolidação da
produção científica, instigou este estudo sobre a produção dos Programas
de Pós-Graduação nas Universidades Públicas nos Estados do Rio Grande
do Sul, Santa Catarina e Paraná, no período de (2000-2010). O
desenvolvimento desta pesquisa parte de estudos realizados sobre a
produção do conhecimento na área da Educação Física, e tem como
antecedentes de investigação as análises epistemológicas das pesquisas
efetuadas em outros programas de Educação e Educação Física no País e
em outras regiões, particularmente, no sul, sudeste e no nordeste. Nesta
investigação, a temática está voltada para análise da produção científica em
Educação Física nas Universidades Públicas da Região Sul do Brasil, e
espera-se, dessa forma complementar estudos anteriores, visando um
balanço da produção nacional. Foram mapeadas as características e
principais tendências dessa forma de produção ao longo dos últimos 11
anos. Com base nas argumentações iniciais, apresenta-se a problemática da
pesquisa, sintetizada na seguinte questão: Quais as abordagens
metodológicas e epistemológicas orientaram as dissertações e teses dos
programas de Pós-Graduação em Educação Física das Universidades
Públicas da Região Sul do Brasil, durante o período de 2000 a 2010? Esta
investigação se caracteriza como uma pesquisa do tipo bibliográfica,
tomando como fontes as versões defendidas nos referidos programas.
Como resultado na produção do conhecimento na região Sul, identificamos
a presença de quatro abordagens teórico-metodológicas: Empírico-
Analítica, Pesquisa Fenomenológico-Hermenêutica, Pós-Moderna e
abordagem Crítico-Dialética. Ficou evidenciada nas análises realizadas a
hegemonia das tendências Empírico-Analíticas em todos os programas
pesquisados. Enfim, esperamos que a presente investigação estimule,
futuramente, outros estudos, para aprofundar as polêmicas, identificar as
limitações e estimular a vigilância epistemológica nas demais regiões do
Brasil, que não foram aqui abordadas, fortalecendo, dessa forma, a
produção de conhecimento (p.xv).
PA168 Ensino e prática musical nas missões 22/02/2013 A Colômbia e, em geral, os países da América Latina, possuem um
jesuíticas no Novo Reino de Granada patrimônio musical inexplorado de extraordinária riqueza: manuscritos,
(1604-1767): passos, compassos e livros, cancioneiros e instrumentos musicais de grande valor que retratam
composições os fatos históricos que deram rumo ao desenvolvimento da sua cultura
musical. O objetivo principal desta pesquisa consiste em recuperar o
registro da prática e o processo pedagógico dos jesuítas no ensino musical
na época colonial no Novo Reino de Granada (1604 – 1767) e em
caracterizar os paradoxos dessa experiência. O estudo pautou-se pelas
seguintes questões que orientaram o trabalho: qual a compreensão que os
jesuítas tinham sobre a cultura musical ameríndia? Como os ameríndios se
expressavam diante da música e da musicalidade jesuíta europeia?
Existiram experiências de fusão musical entre as duas culturas? Houve
ainda uma composição original e contraditória entre as duas tradições
musicais? Quais seriam os registros historiográficos que retratam essas
possíveis composições e eventuais descompassos?. Para responder a essas
questões, utilizamos a metodologia da documentação histórica que conta
com algumas fontes privilegiadas, tais como: cartas, partituras,
instrumentos, jornais e enciclopédias que foram localizados no Arquivo
Histórico da Universidade Javeriana da Colômbia. Nele há cópias dos
fundos jesuíticos do Novo Reino de Granada recuperados do Arquivo Geral
de Índias –AGI de Sevilha na Espanha, do Arquivo Geral de Madrid, da
Casa de Escritores de Alcalá de Henares, do Fundo do Novo Reino de
Granada e Quito e do Arquivo Histórico da Companhia de Jesus em Roma.
Também, foram consultados documentos no Arquivo Geral da Nação e no
Instituto Colombiano de Antropologia e História- ICANH. Para compor a
fundamentação e a contextualização histórica do estudo foi feita uma
revisão dessa literatura. Com base nas teorias pedagógicas da América
Latina, os dados são interpretados para caracterizar essa fase histórica. O
estudo oferece uma caracterização e a análise dos processos de ensino de
música desenvolvidos pelos jesuítas, assim como, a identificação das
concepções de educação e de política educacional que orientaram essas
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PA170 Tendências teórico-filosóficas das teses 25/02/2013 Este estudo caracterizou-se como uma pesquisa bibliográfico-documental,
em educação especial desenvolvidas de caráter históricofilosófico, sobre as teses em Educação Especial
nos cursos de doutorado em educação e desenvolvidas nos cursos de doutorado em Educação e Educação Física do
educação física do estado de São Paulo estado de São Paulo, no período de 1985 a 2009. Mais precisamente,
(1985-2009) objetivamos analisar, a partir das tendências teórico-filosóficas de
deficiência e/ou diferença, as implicações epistemológicas e ontológicas
das teses que são objeto do nosso estudo, levando em consideração suas
interrelações com os determinantes sócio-político-econômicos. Pois ainda
são escassos os estudos que têm como objeto a própria pesquisa em
Educação Especial, sob uma perspectiva histórico-filosófica e que, ao se
vincularem ao campo da Epistemologia, adquirem importância no âmbito
da produção científica educacional, no momento em que ocorre um
aumento significativo dessa produção em termos quantitativos, mas com
sua qualidade tornando-se questionável. Nesse sentido, estudos sobre as
tendências teórico-filosóficas acerca da pesquisa produzida, bem como
suas implicações epistemológicas e ontológicas, e seus pressupostos
gnosiológicos e filosóficos ajudariam a entender alguns elementos
importantes que determinam a qualidade da pesquisa. Isso porque os
pesquisadores, para conseguirem um domínio confiável das técnicas e dos
métodos, precisam compreender a articulação lógica de ambos com os
pressupostos teóricos e epistemológicos, assim como ter clareza das
implicações filosóficas das diversas opções científicas que realizam.
Assim, entendemos que a garantia de pesquisas com melhor qualidade pode
estar no conhecimento que o pesquisador tem dos fundamentos
epistemológicos e ontológicos que orientam o desenvolvimento da sua
investigação científica. Diante disso, a estrutura lógicognosiológica deste
estudo compreendeu a análise do texto, reflexão e crítica a respeito dos
elementos que compõem a produção científica, abrangendo não somente
aspectos lógicos, históricos, conforme indicados na “Matriz
Epistemológica”, mas buscando entender, entre outros pontos, como o
conhecimento na área de Educação Especial se constituiu. Para tanto,
consubstanciamo-nos em categorias da dialética materialista,
principalmente a da totalidade, do lógico e o histórico, do abstrato e o
concreto e da contradição. Assim, os resultados obtidos neste estudo e as
informações sistematizadas ao longo de seu desenvolvimento
demonstraram que é necessário se olhar com preocupação e cautela para as
teses analisadas, mas sendo possível vê-las com otimismo. A cautela e a
preocupação estão relacionadas ao predomínio de estudos pautados no
realismo empírico, que visam à adequação empírica e à utilidade
instrumental da teoria. Já o otimismo pode advir da análise que está
emergindo desde a segunda metade dos anos 1980 com estudos
consubstanciados no realismo científico e crítico. Estes estão empenhados
no desenvolvimento de suas análises, na apreensão da educação como parte
da organização social (Educação como mediação), contribuindo para a
compreensão da problemática educacional das pessoas com necessidades
especiais e, principalmente, para a análise objetiva e crítica das políticas de
equidade social. Além disso, a produção de teses em Educação Especial já
se consolidou e vem se expandido na pós-graduação em Educação e
Educação Física, respectivamente. Também a identificação de aspectos
técnico-metodológicos e teóricos indicou que a pesquisa em Educação
Especial vem se aproximando dos problemas da educação escolar brasileira
e dos movimentos sociais de luta pela escola pública (p.xi).
PA171 A Ideia de República Mundial e a 27/02/2013 Este trabalho tem por objetivo compreender como Otfried Höffe
Educação Moral de senso cosmopolita fundamenta, em sua filosofia prática, o que considera valor moral universal
em Otfried Höffe para uma sociedade globalizada e quais são as implicações dessa
fundamentação em uma educação moral de senso cosmopolita. Foram
elaboradas as seguintes questões norteadoras: 1. Como Otfried Höffe
entende a fundamentação moral do agir humano? 2. Segundo Otfried Höffe,
na sociedade globalizada é possível projetar um modo de vida amparado
em princípios éticos e valores morais universais (racionais)? 3. Dado o
pensamento ético e político de Otfried Höffe, qual é o papel que deveria ser
assumido por uma educação moral de senso cosmopolita? A hipótese é que,
segundo Otfried Höffe, para se tornar efetiva a ideia de uma República
Federativa Mundial, a educação moral (institucional) precisa ser
fundamentada em princípios categóricos universais, e precisa também
formar pessoas para superar as diferenças culturais e repensar valores
comuns numa sociedade globalizada, tais como cidadania, democracia,
justiça social e espaço público (p.ix).
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PA175 O CORPO NA EDUCAÇÃO 29/10/2013 A presente tese faz uma análise dos conceitos de corpo presentes nos
EMANCIPATÓRIA DA Cadernos Temáticos da Diversidade:Sexualidade publicados pelo Governo
SEXUALIDADE: UMA ANÁLISE do Estado do Paraná em 2009 como subsídios para a Educação Sexual na
DAS INICIATIVAS DO GOVERNO Educação Básica. Este governo assumiu oficialmente a pedagogia
DO PARANÁ (2008-2009) histórico-crítica ou dialética como orientação pedagógica durante o
mandato em que os cadernos foram publicados. O problema do qual partiu
a pesquisa pode ser expresso com o seguinte questionamento: os conceitos
de corpo implícita ou explicitamente presentes nestes cadernos podem ser
considerados históricocríticos ou dialéticos? Acredita-se que a
corporeidade é fundamental à sexualidade. Têmse como pressuposto que
uma educação histórico-crítica ou dialética visa à emancipação dos
indivíduos. Os estudos empreendidos ampliam a compreensão do que seja
uma proposta emancipatória de Educação da Sexualidade, acrescentando
ao debate já existente na linha Ética, Política e Educação do Grupo de
pesquisas PAIDÉIA da Faculdade de Educação da UNICAMP um estudo
sobre a concepção e representação filosófica do corpo. Para tal, são
expostas, inicialmente, as principais apropriações conceituais do que seja
uma educação emancipatória, o método dialético ou histórico-crítico, bem
como a carência de uma produção acadêmica sobre o corpo nessa
perspectiva. São demonstradas as análises dos cadernos temáticos
escolhidos como objeto de estudo que problematizam sua pertinência como
subsídio histórico-crítico ou dialéticos e, por fim, é realizada uma discussão
ontológica acerca do corpo com vistas a acrescentar elementos importantes
à produção acadêmica na área. Recorrendo à compreensão dialética ou
histórico-crítica da educação como horizonte teórico e metodológico, os
estudos realizados demonstram que há o predomínio de discussões acerca
de gênero e violência em perspectivas discursivas pós-estruturalistas nas
quais os conceitos de corpo remetem a sujeitos desmaterializados,
assujeitados pelas estruturas e pelos discursos, ontologicamente
esvaziados. Tal constatação permite afirmar que a perspectiva histórico-
crítica ou dialética não se sustenta como horizonte teórico e epistemológico
dos Cadernos Temáticos da Diversidade: Sexualidade (p.12).
PA176 Ensino Superior, Controle Estatal, 14/11/2013 A presente pesquisa trata das históricas matrizes de vigilância e formas de
Avaliação Institucional e o SINAES: controle estatais do desenvolvimento da educação superior brasileira,
matrizes histórico-institucionais, consoante a submissão da mesma aos ditames do desenvolvimento do
contradições políticas e perspectivas de Estado e dos correlatos processos econômicos de desenvolvimento do país.
autonomia do ensino superior brasileiro Trata de apontar as sucessivas condições de operação de um cartório-
para além do SINAES estatal-nobiliárquico que tradicionalmente acompanha e impede, desde
sempre, a instalação da autonomia e da emancipação das instituições de
ensino superior universitárias e não-universitárias diante do Estado
brasileiro. Investiga, em seu objetivo principal, a instituição do Sistema
Nacional de Avaliação da Educação Superior Brasileira – SINAES como
ápice da reprodução moderna e tecnicista neoliberal de uma forma
específica de dominação política despolitizadora enquanto submete a
educação superior a processos regulatórios, e na medida em que implanta e
substitui um sistema de educação superior por um sistema de avaliação da
educação superior (p.vii).
521
PA181 Ensino do Direito e Filosofia: a 25/02/2014 Estuda a formação do profissional de Direito e os fins da formação da
Prudência e a Hermenêutica Jurídicas, Escola de Direito. Descreve os antecedentes pedagógicos no ensino do
aprendidas com o estudo do caso de Direito desde a Grécia até a Idade Moderna e desde a fundação dos cursos
identidade crítica, como fundamentos jurídicos no Brasil até os dias atuais. Desenvolve os pressupostos para uma
da formação para a Justiça como prática educação entendida como um processo de evolução, inserção e encontro,
socia lastreada na natureza espiritual do homem, na dimensão prática e
fenomenológica da tarefa pedagógica propriamente dita e na essência
éticovirtuosa do agir humano. Analisa os fundamentos e formas
institucionais e políticas da formação na área do Direito e questiona suas
contradições e reducionismos. Apresenta uma reflexão crítica sobre a
prática do ensino do direito e destaca o conceito aristotélico-tomista de
prudência, no contexto histórico, filosófico e jurídico, como principal
excelência do profissional do Direito na tarefa de discernir e assinalar as
coisas no âmbito da distribuição da justiça. Avoca a prudência jurídica
como fundamento epistemológico do Direito, entendido este como o justo
concreto – o dar a cada um o seu – matizado, quando necessário, pela
equidade. Analisa a potencialidade formadora da Hermenêutica Jurídica
clássica em diálogo com Hermenêutica Gadameriana, no seio pedagógico
do método do Estudo do Caso, nos moldes da experiência pedagógica da
Universidade de Harvard (case method), enfocado em sua natureza crítica
e didática, como bases de uma proposta de formação ético-social do aluno
no campo do Direito. Estuda as relações entre a tradição filosófica, o
pensamento moderno e o Direito, apontando questionamentos
epistemológicos e pedagógicos nos parâmetros constatados na prática do
ensino jurídico atual, de base fortemente positivista, com indicações
teóricas e metodológicas para as Diretrizes Curriculares da Formação
Superior no campo do Direito. Apresenta desafios sociais e jurídicos para
a mesma área e para o campo temático da Educação, com vistas aos
fundamentos para uma formação da justiça como prática social (p.vii).
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PA182 Ações afirmativas no ensino superior: a12/08/2014 A pesquisa realizou um estudo sobre as produções acadêmicas nas
produção acadêmica nas universidades universidades estaduais paulistas, a saber: USP (Universidade de São
estaduais paulistas de 1990 a 2012. Paulo), UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas) e a UNESP
(Universidade Estadual Paulista “Julho de Mesquita Filho”) sobre as teses
e as dissertações, e os seus respectivos resumos, que pesquisaram sobre a
temática das ações afirmativas. Inicialmente, foram realizados os primeiros
estudos com o objetivo de definir o significado de “ações afirmativas”. Na
sequência foram apresentadas leis que puderam ser interpretadas como
sendo de ação afirmativa, consoante a definição previamente elaborada,
com a finalidade de identificar quais foram as necessidades e, quais são as
políticas de ações afirmativas que emergiram no período de 1990 a 2012.
Na sequência da pesquisa foi realizado um “Estado da Arte” com o objetivo
de localizar as teses e dissertações que seriam objetos de pesquisa. Para
isso, foram feitas buscas bibliográficas nas bibliotecas digitais da USP, da
Unicamp e da Unesp com o objetivo de identificar e localizar as produções
acadêmicas. Na busca bibliográfica foram localizados TCC, dissertações,
teses, teses de livre docência, livros, artigos, resumos, e-books, CD-Rom,
DVD-Vídeo e fita-vídeo que totalizam 209 produções acadêmicas. As teses
e as dissertações juntas totalizam 46 produções acadêmicas, o que também
representa o total de 46 resumos. A opção de estudar as teses e as
dissertações justifica-se porque estes trabalhos estão disponíveis em PDF
nas bibliotecas digitais e, os resumos, além de disponíveis no Banco de
Tese da CAPES também puderam ser pesquisados nas bibliotecas digitais.
Assim, foi realizada novas buscas bibliográficas com o objetivo de localizar
as teses e as dissertações. Após essa busca foram localizados todos os 46
resumos e apenas 34 trabalhos completos, sendo 22 dissertações e 12 teses
do total de 46 produções acadêmicas. Na USP foi localizada 10 dissertações
e 4 teses; na Unicamp foram localizadas 7 dissertações e 5 teses; e na Unesp
foram localizadas 5 dissertações e 3 teses. Depois de localizar as teses e as
dissertações foi construído um instrumento de análise. A epistemologia
justificou o porquê da necessidade de construir um instrumental e este foi
criado com as definições de ações afirmativas, apresentados no capítulo 1.
Foi utilizado também o “software” WebQDA que ajudou na sistematização
das informações das teses e das dissertações. Desse modo, com o
instrumento foi possível identificar na produção da USP que as dissertações
pesquisaram temáticas relativas ao ensino superior, a discriminação racial,
étnica e a inclusão social; as teses pesquisaram sobre o ensino superior,
discriminação racial e inclusão social. Na Unicamp, as dissertações
pesquisaram temáticas relativas ao ensino superior, a estudos de gêneros e
inclusão social; as teses pesquisaram sobre o ensino superior,
discriminação racial e deficiência física. Na Unesp as dissertações
pesquisaram sobre o ensino superior, discriminação racial e inclusão social;
as teses pesquisaram sobre o ensino superior e inclusão social. Com o
“software” WebQDA foi identificado os autores mais citados sendo
destacado 5 autores, pois estes foram citados nas produções acadêmicas da
USP, da Unicamp e da Unesp (p.vii).
PA184 EDUCAÇÃO E DESIGN: A Formação 23/02/2015 Trata-se de uma pesquisa bibliográfica e histórica da formação teórico-
do Designer nas Universidades Públicas prática do Designer na tradição institucional, profissional e acadêmica na
Brasileiras Modernidade e no Brasil, a partir do método materialista histórico e
dialético de compreensão da realidade. Debate a atualidade da Pedagogia
Histórico-Crítica e sua potencialidade como referencial teórico-
metodológico a ser apropriado na área de pesquisa e de formação do
Designer. Apresenta os movimentos e ideias de uma conjuntura de
absorção e de representação social de novos direitos civis e de novos
sujeitos sociais no Brasil. Articula esse bloco histórico com a formação e
os condicionantes filosóficos, epistemológicos e políticos da sociedade
civil brasileira recente. Aponta elementos pedagógicos e filosóficos que
materializam a possibilidade de uma estética emancipatória na prática
social do Designer.
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PA185 Política, educação e sociedade: a 24/02/2015 A presente pesquisa tem como objetivo discutir as relações entre Política,
atualidade da pedagogia freireana na Educação e Sociedade, sob a perspectiva freireana de ensino, visando à
superação dos estigmas autoritários das superação dos estigmas autoritários das relações escolares no Brasil atual.
relações escolares no Brasil A pesquisa é bibliográfica e documental, realizada com base nas referências
disponíveis no acervo geral de pesquisa na área da Educação, sobretudo em
algumas obras de Paulo Freire e na literatura de outros autores que estudam
a temática. Aborda os fundamentos filosóficos e históricos da educação
brasileira, contextualizações políticas da conjuntura brasileira (1958-1996),
período da atuação efetiva de Paulo Freire nas discussões da educação e as
implicações da relação autoritária na escola e no autoritarismo político,
econômico e cultural. Justifica-se o resgate histórico da trajetória da
educação brasileira, definindo a educação emancipatória, educação
bancária e alienação. Descreve analiticamente a biografia de Paulo Freire,
com a intenção de compreender o significado de seu pensamento
pedagógico na tradição política da educação brasileira. Enuncia e esclarece
os conceitos como política, educação, sociedade, desmitificando o estigma
da relação autoritária na educação escolar brasileira e seus fundamentos.
Parte da questão: Por que somos organicamente autoritários? O pensamento
freireano ajudou no entendimento e na análise dos movimentos sociais e
dos novos sujeitos emergentes. Apresenta perspectivas e contradições da
relação política, educacional e curricular na conjuntura brasileira, com o
enfoque nas conquistas sociais e políticas advindas das legítimas e justas
reivindicações populares, bem como os inegáveis avanços e limites da
educação brasileira recente (1996-2014), uma fase de vida caracterizada
pela debilidade física que impossibilitou Paulo Freire de participar
intensamente nos debates educacionais e a luta dos diferentes movimentos
sociais. Constitui a tipologia da relação pedagógica democrática e
participativa, a partir das obras de Paulo Freire e sua contribuição diante da
relação autoritária na escola e sociedade.
PA187 As bases teóricas e políticas na 27/02/2015 Este estudo caracterizou-se como uma pesquisa bibliográfico-documental,
formação continuada dos professores da de caráter teórico-político, sobre a formação continuada dos professores da
Rede Estadual de Ensino do Estado de Rede Estadual de São Paulo (REE/SP) na Escola de Formação e
São Paulo: A escola de formação e Aperfeiçoamento dos Professores (EFAP) e, em particular, o Curso de
aperfeiçoamento em análise Formação Específica para os ingressantes. Primeiramente, objetivamos
identificar e analisar as bases teóricas e políticas que embasam o projeto
pedagógico do Curso de Formação Específica oferecido pela EFAP. Este
trabalho também recuperou informações sobre os cursos de formação
continuada oferecidos pela EFAP desde sua criação em 2009; Analisou os
principais pressupostos epistemológicos relacionados com as teorias
educacionais, especificamente no que se refere às concepções de Educação,
Currículo e Professor; Situou esta produção no contexto da trajetória
histórica de criação e desenvolvimento dos cursos de formação realizados
pela EFAP, sua articulação com as políticas educacionais nos anos de 1983-
2014. No que se refere às categorias de análise, determinamos como
estratégia de pesquisa a análise de conjuntura diante da necessidade de se
trabalhar nesse modelo as categorias dos acontecimentos, cenários, atores,
relação de forças e articulação entre estrutura e conjuntura. Diante disso, a
pesquisa revelou que as ações e políticas educacionais do governo do
estado de São Paulo, nos últimos 30 anos, nas gestões de Montoro, Quércia,
Fleury, Covas, Alckmin, Serra e Alckmin, ocorreram mediante um
conjunto de medidas de políticas educacionais que forja o professor numa
formação pragmática e pautada pela racionalidade técnica. Revelou ainda
que, no governo Serra (2007-2010), com a criação da EFAP, a formação
dos professores em serviço assume protagonismo nas reformas apoiadas no
discurso da inovação, eficiência para o alcance de melhores resultados dos
alunos atrelados diretamente à carreira do professor. Nesse sentido, a
criação da EFAP visa avalizar e garantir a requalificação dos professores
em serviço, pois, a partir de 2010, o ingresso desses profissionais na
REE/SP exige obrigatoriamente, além da prova de conhecimentos
específicos e prova de títulos, a aprovação no curso preparatório de
formação para assim exercerem suas atividades junto aos alunos. Então,
nesse caso requalificar refere-se às noções de competências, autoridade
legitimada por um conhecimento específico e também se refere à
experiência prática (neopragmatismo), aludindo às noções de eficácia e
eficiência que garantem um “bom” profissional. Por fim, ficou evidenciado
no processo de pesquisa que o governo paulista, ao eleger o modelo de (re)
certificação, está tratando o ensino na esfera da competência técnica dos
professores, significando que todos os resultados das avaliações cairão
como responsabilidade individual deles. Portanto, os principais
pressupostos epistemológicos relacionados com as teorias educacionais
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PA189 Educação para a Paz na Filosofia de 12/06/2015 A proposta geral desta pesquisa consiste em analisar a filosofia de
Emmanuel Lévinas Emmanuel Lévinas na Educação. Nasce da tentativa de responder a
algumas questões fundamentais: em que medida a ética levinasiana posta
em prática na educação coincidiria com outras propostas já colocadas, que
também almejam uma Educação para a Paz? Trata-se, primeiramente, de
delinear a medida e o lugar da filosofia de Lévinas na Educação,
explorando as possibilidades, apropriações e atualizações em uma
Educação para a Paz. Desta forma, as ideias foram defendidas a partir de
três capítulos distintos, mas interligados. Como ponto de partida,
remontou-se a evolução histórica do pensamento de Emmanuel Lévinas.
Foram examinamos os pontos nodais do método fenomenológico
levinasiano como fundamento de sua produção téorica, ressaltando a
originalidade do seu pensamento. Também foram abordadas as objeções
levinasianas em relação à tradição filosófica ocidental e a relação entre
judaísmo e filosofia, presente em seu sistema filosófico. A segunda etapa
consistiu na demonstração fenomenológica do Ser para a Guerra, a
constituição psíquica e o modo de ser como Autopreservação. Outro
aspecto abordado foi a inspiração no Deus de Israel como saída de Ser,
tendo a nova subjetividade do Ser que dali se funda como o próprio
movimento para a Paz. Finalmente, discorremos sobre a sociedade
levinasiana e a esperança no Estado, na política e nos meios jurídicos em
outra forma que Ser e a Educação para a Paz (p.vii).
525
PA191 AS TENDÊNCIAS PÓS-CRÍTICAS 28/08/2015 Estudando os desdobramentos do “giro linguístico” nas teorias pós-críticas
NA PESQUISA EM EDUCAÇAO: e seus efeitos na pesquisa educacional brasileira e tomando conhecimento
ANÁLISE FILOSÓFICA E CRÍTICA do aporte teórico de uma ontologia crítica e da maneira como, a partir do
ONTOLÓGICA Realismo Crítico e da Ontologia do Ser Social, pode-se contestar o
“relativismo ontológico”, organizamos este estudo em torno da questão
fundamental: Quais os pressupostos filosóficos das teorias pós-críticas, da
forma como eles se encontram materializados na pesquisa em Educação, e
em que sentido tais pressupostos estão sujeitos à crítica ontológica? Na
busca por respostas, definimos como objetivo geral de investigação:
mapear os pressupostos filosóficos das teorias pós-críticas e dimensionar
seus efeitos na pesquisa em Educação, mediante levantamento e análise de
teses de doutorado produzidas na área, para então proceder com a crítica
ontológica às referidas teorias, com base na Filosofia do Realismo Crítico
e na Ontologia do Ser Social, tendo em vista a defesa e recuperação do
sentido crítico nas teorias da Educação. Os resultados demonstram que os
pressupostos das teorias pós-críticas se condensam em torno de concepções
acerca da verdade, da linguagem, da subjetividade, da realidade, da história,
da sociedade, da ciência, da educação, etc., as quais, em síntese,
corroboram o ceticismo epistemológico, o giro linguístico, o relativismo
ontológico, o fim da história, a desconstrução do sujeito, o fim das
metanarrativas e do poder explicativo da teoria, etc. Contudo, enfrentamos
inicialmente o problema da definição das teorias pós-críticas, que são
normalmente descritas como dispersas e desprovidas de unidade teórica.
Nosso estudo, a partir da análise de teses da Educação, também confirmou
esse entendimento quando se concentrou nas questões metodológicas e nas
denominações teóricas até o nível epistemológico. No entanto, ao
adentrarmos nos níveis de maior profundidade, as diferenças foram dando
lugar a semelhanças e, a partir da diversidade nos demais níveis, fomos
confrontados com noções gnosiológicas e ontológicas extremamente
semelhantes. Dessa maneira, nosso estudo se encaminhou para uma
definição dessas teorias. E essa definição dos seus pressupostos comuns,
que se articulam em torno do relativismo ontológico, permitiu, desde nosso
ponto de vista, uma vantagem à crítica ontológica, pois, ao colocar em
causa esses pressupostos, possibilita questionamentos que atingem em
profundidade todos os demais aspectos
PA200 Práticas sociais interativas de alunos 29/02/2016 Este estudo se insere no campo das relações sociais, circunscrito às
com surdez no contexto de sala de aula situações interpessoais estabelecidas entre alunos com surdez e demais
de pós-graduação: contribuições da colegas ouvintes da classe de Pós-Graduação. Fundamentou-se nos
sociometria pressupostos da teoria moreniana buscando amparo nos conceitos de
interação social, encontro, espontaneidade e criatividade, e conserva
cultural no contexto da Sociometria. Esta investigação ocorreu a partir de
dificuldades encontradas para formação de grupos de trabalho em sala de
aula na disciplina de Metodologia do Trabalho Científico, envolvendo
alunos surdos e ouvintes. Mais especificamente, objetivou-se investigar
como alunos surdos escolhem e são escolhidos para atividades em grupo
de sala de aula da PósGraduação e identificar se a diferença determinada
pela surdez pode ser um organizador de subgrupos e possibilidade de
rejeição, conforme estudos já realizados na área educacional da inclusão.
Participaram deste estudo vinte alunos, cinco desses com surdez, Pós-
Graduandos de uma Instituição de Ensino Superior do Estado do Paraná.
Os dados foram coletados a partir da aplicação do Teste Sociométrico e
confrontados com um Parecer escrito pelo participante sobre suas escolhas.
Para análise do conteúdo dos pareceres foi utilizado o instrumental
proposto por Bardin (1979) que busca compreender as características e
estruturas de mensagem. Define-se este estudo como uma investigação
qualitativa pela maneira como os dados foram construídos, pela relação
estabelecida entre pesquisador e participantes e pelos processos implicados
na apresentação dos resultados. Os dados mostram que as dificuldades na
linguagem oral determinam a formação de subgrupos, que participantes
surdos, na maioria das vezes escolhem-se entre si e são escolhidos com
menos frequência pelos ouvintes e possibilidades de rejeição de
participantes surdos por ouvintes.
526
PA203 Ordem, civilização e ciência: o ideário 30/08/2016 A educação é referida até a atualidade como elemento fundamental na
liberal na instrução pública na constituição dos povos civilizados. No século XIX, discursos acerca da
província do Grão-Pará (1841-1871) instrução pública destacavam sua importância para a elevação de um país
a um patamar civilizado. Buscamos compreender nesta tese como os
discursos de políticos e intelectuais articulam as noções de civilização e
instrução pública no contexto da província do Grão-Pará entre 1841 e 1871.
A partir de três tipos de fontes – regulamentos da instrução, discursos
oficiais de políticos e intelectuais e artigos de jornais paraense da época –
e três conceitos-chave – ordem, civilização e progresso – realizamos uma
análise de conjuntura que envolve as ideias liberais difundidas nos
discursos e escritos analisados, os personagens que as difundem e as
consequências desta circulação, através das leis e decretos que regulam a
instrução pública. A partir da análise das fontes, estabelece-se a tese de que
a importância atribuída à instrução pública nos discursos e escritos de
políticos e intelectuais paraenses representa a assimilação dos princípios
liberais que orientam o pensamento de seus autores em sua defesa da
elevação da província do Grão-Pará a um patamar civilizado como forma
de inserção plena no sistema capitalista internacional.
PA204 Infância, Escola e Educação das 10/02/2017 Esta pesquisa tem como objetivo constatar e ponderar a respeito das ideias
crianças no pensamento de Paulo de Mundo, de Homem e de Educação referentes ao pensamento do
Freire: fundamentos teórico-práticos de educador e patrono da educação brasileira, Paulo Reglus Neves Freire. A
uma pedagogia humanizadora partir daí, buscamos construir hipoteticamente quais são suas possíveis
convicções sobre a Infância e a Criança, para, na sequência, cotejá-las com
as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI).
Quanto ao referencial teórico-metodológico, nossa pesquisa é de natureza
qualitativa, respaldada, em relação às fontes, pela pesquisa bibliográfica e,
quanto ao método científico, sustentada na concepção críticodialética.
Foram estudadas profundamente onze obras de Freire, sendo nove delas
exclusivas de sua autoria e outras duas em parceria. O Capítulo I trata da
história da Infância e da Criança no Brasil relacionada, principalmente, à
Educação. O Capítulo II refere-se às categorias Mundo, Homem e
Educação elaboradas por Freire. O Capítulo III responde às concepções de
Infância e de Criança do autor e as submete à comparação com as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. No que se refere aos
resultados, podemos evidenciar que as Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação Infantil dialogam profundamente com o pensamento de
Freire, estabelecendo uma relação viável e profunda; que o respeito e o
diálogo são fundamentos educacionais libertadores; que o cuidar, o educar,
o acolher, o brincar e o interagir são condições essenciais para uma
educação democrática; que é necessário qualificar os professores
constantemente para que possam desempenhar seu papel social e que existe
uma sociedade civil organizada capaz de transformar a educação e a
condição da infância e da criança neste país.
527
PA205 A produção teórica sobre o ensino de 17/02/2017 Este estudo teve como objetivo realizar um balanço e apontar as
Educação Física escolar: balanço e perspectivas da produção teórica sobre o ensino de Educação Física escolar.
perspectivas (1980-2015) Para tanto, realizamos uma revisão teórica dos anos de 1980 e 1990, com o
intuito de formarmos um panorama da renovação da Educação Física, com
seus limites e avanços, bem como, obtermos condições de nos apropriarmos
da produção teórica sobre ensino de Educação Física escolar, a partir de
artigos científicos e de livros referenciados e citados. Selecionamos e
tratamos artigos de oito revistas – de um total de 5285 artigos publicados
em 435 volumes/números até 2015, selecionamos 241 correspondentes a
4,56% do total – que veiculam artigos sobre a temática. Ao analisarmos
notamos, em termos de conteúdos, preocupações com esportes tradicionais,
jogos, danças, lutas e capoeira, porém, percebemos que skate, surf e
atividades circenses estão sendo ensinados e pesquisados. Cabe salientar,
que estes conteúdos variam conforme as etapas de ensino, sendo
predominante no ensino fundamental. Este fato, não nega a preocupação
crescente com o ensino infantil e com o ensino médio. Em termos de
práticas pedagógicas, notamos a apropriação de diferentes concepções de
Educação Física, tais como, a “críticosuperadora”, “crítico-emancipatória”,
“construtivista” e a de “aulas abertas”. É perceptível, em alguns casos, a
tentativa de complementação entre as diferentes concepções, como por
exemplo, a praxiologia motriz com a concepção críticoemancipatória. No
que concerne às experiências pedagógicas para testar hipóteses e pesquisas
de campo, notamos uma apropriação da pesquisa-ação e da etnografia.
Após analisarmos e descrevermos os artigos selecionados, realizamos um
levantamento dos livros correspondentes ao tema mais referenciados. O
intuito não foi apenas contabilizar, e sim, compreender como os livros são
utilizados e qual a sua importância. É constatável que a maioria dos livros
são obras forjadas nos processos de renovação da Educação Física e, que
possuem uma influência considerável na produção teórica sobre ensino de
Educação Física escolar analisada. Estas obras, entretanto, são utilizadas de
maneiras peculiares, que ora não são tratadas em seu conjunto, ora seus
preceitos ético-políticos estruturantes e orgânicos não são considerados.
Notamos que os termos cultura corporal e cultura corporal de movimento
são adotados sem explicações prévias, o que demonstra, por um lado, que
há uma tendência a tomar a cultura como central para a Educação Física
escolar, mas, por outro lado, que há uma necessidade em se discutir os
diferentes conceitos em jogo. O atual (não novo) está em torno dos
Parâmetros Curriculares Nacionais, da Praxiologia Motriz e do
Multiculturalismo que se forjaram e se mantiveram em contato com as
produções teóricas formuladas no âmbito dos processos de renovação dos
anos de 1980 e 1990. Se a Educação é uma confluência entre conhecimento
e intencionalidade ético-política, este último aspecto não recebeu muita
atenção por parte da produção teórica estudada.
528
PA206 A educação moral no contexto das 17/02/2017 O presente trabalho tem o propósito de pensar a educação moral e, por
sociedades complexas e plurais consequência, as instituições educativas no contexto complexo e plural das
nossas sociedades. Minha instigação teórica se inscreve na tradição da
Teoria Crítica, com a clara opção pela defesa da educação pública,
comprometida com a sobrevivência e a consolidação da democracia. Com
a contribuição da Teoria do Reconhecimento de Axel Honneth, argumento
que, bem ou mal, toda educação é uma educação moral e que este é um
tema incontornável de qualquer projeto educativo. Quer dizer, não existe,
de fato, uma educação neutra uma vez que todo modelo de educação está
alicerçado em determinados ideais e valores. No percurso da tese, mostrarei
como as instituições educativas se deixaram orientar pelo que chamarei de
pedagogia zumbi. O compromisso unilateral com a educação profissional e
a invasão das novas tecnologias da informação e comunicação
transformaram as salas de aula em ambientes onde se adquire
conhecimentos úteis e instrumentais. Automatizadas e mecânicas,
semelhantes a uma fábrica, as instituições educativas violentam a natureza
subjetiva e relacional das crianças, negando duas de suas capacidades mais
fundamentais: as capacidades de criticar e de cooperar. Para os fins de uma
apresentação adequada aos objetivos da pesquisa, o texto terá a seguinte
estrutura. No primeiro capítulo, Sociedades complexas e plurais, busco
apresentar um diagnóstico das sociedades atuais, tomando como base o
pensamento de Edgar Morin, Niklas Luhmann, Luc Boltanski e Éve
Chiapello, Zygmunt Bauman, Gilles Lipovetsky, Ulrich Beck, Stuart Hall
e Axel Honneth e outros, que destacam as principais características das
sociedades complexas e plurais. No segundo capítulo, A educação nas
sociedades complexas e plurais, meu objetivo é analisar as consequências
dessas vertentes socioculturais para a educação e suas instituições. Já no
terceiro capítulo, A Teoria do Reconhecimento de Axel Honneth, o objetivo
é apresentar seus principais conceitos e mais recentes desenvolvimentos
teóricos. Procuro destacar suas principais ideias e o que é, na minha leitura,
o fio condutor da sua produção intelectual: que a conquista da autonomia
depende da formação intersubjetiva da nossa identidade. E, por fim, no
quarto capítulo, Educação moral como educação democrática, a meta é
analisar os principais bloqueios à autonomia presentes nas instituições
educativas, visualizando, também, potenciais pontos de fuga
emancipatórios presentes na realidade educacional. Nesse sentido, busco
reunir argumentos em defesa da formação moral como uma educação
democrática. A presente pesquisa é de natureza bibliográfica. Do ponto de
vista metodológico, adoto a hermenêutica filosófica. Focado na análise
crítica e reconstrutiva dos materiais selecionados, busco interpretá-los
numa perspectiva pedagógica e filosófica. Já os procedimentos
metodológicos utilizados são a leitura, o fichamento, a análise dos dados
coletados e a redação da tese. Por fim, priorizei as obras de Axel Honneth
como fonte primária e a de destacados pensadores e comentadores
importantes para o desenvolvimento da argumentação como secundária.
PA207 O Cuidado de Si - Michel Foucault 20/02/2017 O filósofo Michel Foucault, em seus estudos sobre a Grécia antiga resgatou
o conceito do “cuidado de si”, verdadeiro método para aperfeiçoamento do
ser humano. Por meio dessa construção teórica pretendemos analisar a
noção do “cuidado de si” trazida pelo autor e como ela possibilitou aos
jovens que frequentaram o Centro de Recuperação Francisco Luna, em
Diadema, São Paulo, transformarem suas vidas, libertando-se das drogas e
cultivando em si a estética da existência. Trataremos também de observar
a educação como fonte produtora de sentidos e pelo viés histórico, analisar
suas contradições e apontar para um modelo de educação na qual, através
do “cuidado de si”, o indivíduo seja capaz de educar-se a si mesmo,
evitando assim a drogadição.
529
PA208 Filosofia,Educação e Política:A 20/02/2017 Estudo histórico-filosófico sobre o movimento político, cultural e social,
Filosofia da Libertação na América conhecido como Filosofia da Libertação, ocorrido nos países latino-
Latina(1970-2014) e sua influência no americanos no período Pós-Guerra, destacando-se por defender uma nova
debate educacional brasileiro forma de pensar a Filosofia e sua relação com a sociedade, a cultura e a
concepção de homem e de mundo. Vinculou-se ao movimento conhecido
como Teologia da Libertação, que se destacava pela nova forma de pensar
as questões teológicas e eclesiais, no âmbito da Igreja Católica e de algumas
outras religiões cristãs, notadamente no enfrentamento dos regimes de
exceção, ditaduras civis-militares, que surgiram nos países da região nesse
período. A questão central do estudo procura definir: qual é a originalidade
filosófica da Filosofia da Libertação, quais são os elementos que a
constituem como uma original formulação dos temas filosóficos, a partir
da realidade da América Latina? Em que temas e pautas a Filosofia da
Libertação inspirou as lutas pelo Direito a Educação no Brasil? A pesquisa
de natureza bibliográfica, com um aporte histórico-crítico busca explicitar
a relação entre as questões da Filosofia da Libertação e o movimento de
reivindicação do Direito à Educação e à Escola, materializado na conquista
do Plano Nacional de Educação (PNE) de 2014. Quais seriam as influências
desse movimento, de seus temas e de suas produções, na organização da
Educação no Brasil, sobretudo nos anos de luta pelo novo PNE (Plano
Nacional de Educação, Lei 13.005-2014)? O estudo buscou comprovar que
muitas das bandeiras e dos direitos educacionais conquistados formalmente
nesse momento histórico (PNE) estavam presentes nas narrativas
filosóficas e reivindicativas da Filosofia da Libertação.
PA212 Corpo, Cultura e Sociedade: 30/03/2017 A finalidade dessa Tese é analisar os dados coletados pela pesquisa
contribuições da Teoria Crítica na “PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO EM EDUCAÇÃO FÍSICA:
análise da produção em educação física impacto do sistema de pós-graduação das regiões sul e sudeste do Brasil na
no nordeste brasileiro formação e produção de mestres e doutores que atuam nas instituições de
ensino superior da região nordeste – Epistefnordeste; atinentes à área
temática corpo e cultura e aos conceitos de corpo, cultura e sociedade
segundo as teses críticas da Escola de Frankfurt. O cruzamento entre os
conceitos da teoria crítica e os dados coletados revelam que há um rico
debate em torno da constituição estrutural das pesquisas em Educação
Física no nordeste brasileiro. Os processos que envolvem a formação do
homem e da sociedade, segundo as categorias de progresso e
esclarecimento, revelam diferenças históricas que contribuem para
repensar a ciência em diferentes momentos, deixando transparecer o
conceito de racionalidade e formação de metodologias que não parece
escapar de uma conexão muito parecida com a lógica do sistema produtivo,
tal qual o que se pode encontrar hoje nos grandes parques industriais. A
princípio, para tratar desses interesses, foi necessário analisar uma parte do
banco de dados do Epistefnordeste. Os conceitos de ciência; razão
instrumental; indústria cultural e mundo administrado, ofereceram
elementos que dialogam com algumas características que aparecem na
análise bibliométrica dos trabalhos (teses e dissertações) vinculados à área
temática corpo e cultura. Algumas questões relevantes surgiram sobre essas
abordagens, entre elas: a) qual é a configuração da pesquisa em educação
física no Nordeste sobre a temática corpo e cultura em termo de autores,
orientadores, vinculações geográficas e institucionais, abordagens
epistemológicas, técnicas predominantes, conceitos de cientificidade; b)
qual o impacto dessas pesquisas – em números – em relação as demais áreas
temáticas. c) a teoria crítica pode lançar luz para se compreender a análise
desses dados? A abrangência teórica que se revela a partir dos dados
coletados ajuda a compreender a educação física no Nordeste a partir dos
problemas que transitam entre as demandas de mercado (versus) a crítica
dos pressupostos científicos e epistemológicos de sua própria área. O eixo
do trabalho se volta aos indicadores que revelam que a educação física pode
propor mais questões críticas para a formação profissional do graduando
em educação física a partir de propostas que possam ir além da saúde
instrumentalizada e mercantilizada, do universo fitness competitivo, do
corpo padronizado e reificado e, por fim; da cultura industrializada.
530
PA213 PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO 30/03/2017 Estudo sobre a produção científica de mestres(as) e doutores(as) que atuam
EM EDUCAÇÃO FÍSICA NO nos cursos de Educação Física das Instituições de Ensino Superior (IES) do
MARANHÃO: balanço das teses e Maranhão (Brasil). O principal objetivo foi realizar um balanço da
dissertações de docentes dos cursos de produção do conhecimento dos(as) professores(as) de educação física
formação profissional vinculados(as) aos cursos de graduação em Educação Física do estado. A
pesquisa é caracterizada como uma pesquisa bibliográfica e documental,
com análises orientadas por procedimentos metodológicos com base em
uma “Matriz Epistemológica” que avalia a produção científica. As fontes
privilegiadas foram teses e dissertações que forneceram informações para
a caracterização da produção, levantamento das propriedades
epistemológicas e as referências utilizadas, através da leitura e análise dos
trabalhos encontrados e selecionados. Constatamos que a produção
científica é centrada em poucas temáticas com maior incidência sobre
atividade física e saúde. Outras áreas, tais como, inclusão, corpo e cultura,
formação profissional e escola, são relacionadas diretamente aos objetos de
estudo da educação física. Observamos, quanto às abordagens
epistemológicas dos trabalhos, um cenário de polarização das pesquisas
entre os vieses, empírico-analítico (46,4%) e crítico-dialético (39,3%). Os
dados demonstram que os programas ainda preservam forte tradição nas
abordagens orientadas pelos interesses técnicos de controle sobre os
fenômenos estudados. Concluímos que há lacunas na lógica interna das
pesquisas, suscitando a necessidade de maior atenção para formação do(a)
pesquisador(a) com base em elementos epistemológicos.
PA214 A PRODUÇÃO DO 31/03/2017 Esta tese está entre aquelas que tratam da Formação de Professores e da luta
CONHECIMENTO SOBRE A pela mudança de seus rumos, especialmente na Educação Física.
FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM Particularmente, buscamos explicações científicas relacionadas a essas
EDUCAÇÃO FÍSICA: REALIDADE mudanças no conhecimento científico produzido sobre o tema. Neste
E PERSPECTIVAS SUPERADORAS sentido, o objetivo desta tese foi sistematizar e analisar, a partir da
identificação das c r cterístic s ger is d produção do co hecime to em ―form
ção profissio educ ção físic ‖, s propost s ped gógic s, soci is e po ític s p r
super ção dos co f itos – tanto de ordem epistemológica como políticos - da
problemática da definição das Diretrizes Curriculares da Educação Física.
Para tal, analisamos as possibilidades que vêm sendo dese vo vid s, o que
diz respeito à ―Form ção Profissio em Educ ção Físic ‖ (FPEF), em 451
pesquisas realizadas entre os anos de 1982 e 2015 no Brasil. Mais
precisamente, buscamos identificar as principais proposições sobre a
aprovação das Resoluções 03/87, 01/02, 02/02 e 07/04 na produção
científica. O crescente volume de produções que abordam a ―Form ção
Profissional na Educação Físic ‖ e o f to de s discussões sobre s D NEF
terem sido retomadas no Conselho Nacional de Educação, em 2015, depois
de mais de 10 anos da aprovação da Resolução 07/04, justificam o balanço
epistemológico que realizamos. Para tal, nos pautamos na abordagem
crítico-dialética e realizamos uma pesquisa bibliográficodocumental, na
qual levamos em consideração os nexos entre a produção do conhecimento
e os determinantes sócio-político-econômicos. Identificamos que a 70%
das pesquisas foram realizadas em Programas de Pós-Graduação em
Educação e Educação Física, em IES federais. Sobre o perfil de quem
orienta as pesquisas em FPEF, identificamos 226 orientadores (as), sendo
a maioria (56%) do gênero feminino. Identificamos um predomínio de
pesquisas que tratam das relações da FPEF com o Mundo do Trabalho têm
sido privilegiados, com 24% do total. Destacamos que há maior incidência,
entre as abordagens teórico-metodológicas, a crítico-dialética (43%),
seguida da fenomenológico-hermenêutica (21%), pós-moderna (20%) e por
último a empírico-analítica (16%). Realizamos análises baseados nos pares
de categorias do método dialético realidade-possibilidades e necessário-
contingente. Concluímos que há na produção de conhecimento no campo
da educação física proposições relativas à formação profissional
comprometidas com um projeto de formação do trabalhador em Educação
Física (e dos trabalhadores em geral) qualitativamente superior,
omnilateral, que atenda, efetivamente, às demandas e reivindicações
históricas da classe trabalhadora. Este projeto tem como perspectiva central
a construção de um projeto histórico superador das relações de apropriação
e acumulação privada do capital e se alinha com as ações de resistência
coletivas que unificam trabalhadores e movimentos de luta no mundo todo,
para superar o capitalismo. Uma vez que os resultados são demarcados
pelas determinações de tempo, espaço e condições de realização da
pesquisa, eles são provisórios. Entretanto, acreditamos que as análises
realizadas nesta pesquisa sinalizam para novos desafios no campo da
educação física, particularmente na formação de professores na área.
531
PA215 O lugar da filosofia no direito: o olhar 28/08/2017 Estuda a formação do profissional de Direito no seio das relações entre
da coruja e o equilíbrio da balança Direito e Filosofia. Analisa o sentido e o alcance dos aportes teóricos,
práticos e epistemológicos da filosofia no campo pedagógico da graduação
jurídica, com vistas ao desvelamento da reflexão jurídica como
necessariamente um pensar filosófico voltado para uma resposta prática.
Estabelece os vínculos orgânicos entre a disciplina de filosofia do direito e
as demais disciplinas jurídicas de cunho dogmático. Descreve os
antecedentes históricos e pedagógicos no ensino de filosofia do direito na
realidade brasileira. Desenvolve os pressupostos para uma fecunda visão
filosófica do direito, abalada pelo reducionismo epistemológico provocado
pelas bases teóricas da educação jurídica do normativismo positivista
kelseniano. Analisa os marcos filosóficos no Direito e seu peso específico
no contexto pedagógico atual, tomado, ainda hoje, por uma mundividência
juspositiva de cunho estritamente tecnicista. Discorre sobre os
fundamentos, as formas institucionais e as políticas da formação filosófica
na área do Direito e questiona suas contradições e ligeirezas teóricas.
Apresenta uma reflexão crítica sobre a prática do ensino de filosofia do
direito e aprecia a potencialidade formadora de uma filosofia do direito que
vá além de uma “filosofia de juristas” ou de um curso de “história da
filosofia do direito”, realidades empíricas que colonizaram a práxis dessa
disciplina, como base numa proposta de formação ético-social do aluno no
campo do Direito. Levanta postulados teóricos e metodológicos para as
Diretrizes Curriculares da Formação Superior no campo da Filosofia do
Direito. Indica desafios sociais e jurídicos para a mesma área e para o
campo temático da Educação, com vistas aos fundamentos para uma sólida
formação jurídica que estimule no aluno um espírito crítico-reflexivo, de
natureza ético-social, diante das respostas que lhes são sistematicamente
apresentadas na realidade acadêmica e forense do Direito.
PA218 A EDUCAÇÃO INTEGRAL NA 26/02/2018 A pesquisa apresenta as possíveis conexões entre a proposta de Educação
ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL: as Integral e a questão dos direitos sociais e o dos direitos humanos no campo
condições históricas, os pressupostos da luta social pela Educação. Parte da premissa teórico-política que afirma
filosóficos e a construção social da que não há como reconhecer a possibilidade de efetivar mudanças na esfera
política de Educação Integral como da escola e da educação se não houver igualmente um processo de
direito no Brasil transformações e de mudanças na dinâmica das relações sociais, isto é, na
organicidade da prática social. Estudo de cunho histórico-filosófico e de
fundamentação crítico-dialética e materialista, com aporte nos marcos
legais e institucionais sobre Educação Integral no Brasil e no campo da
Educação como Direito, bem como em obras e referenciais que permeiam
a proposta da Educação Integral e da Escola em Tempo Integral atualmente
em disputa no país. Estuda o processo social e político da produção dos
marcos legais que tratam sobre o tema, como por exemplo o Plano Nacional
de Educação (Lei 13005/2014) e articula sua nuclearidade diante de outros
dispositivos legais sobre Educação que afirmam a concepção de Educação
como Direito e a Educação como processo de formação humana. A
problematização central do estudo reconhece que novos sujeitos emergem
da cultura de resistência e da luta social e política no Brasil pela Educação,
no processo recente de redemocratização do país, constituindo uma
compreensão emancipatória da Educação e da Escola como direito e, dentro
dessa luta, assumindo a questão da Educação Integral e da organização da
Escola em Tempo Integral como projeto de transformação estrutural do
processo educacional e político. Debate as matrizes da concepção de
Educação Integral e caracteriza os diferentes projetos de organização
institucional e curricular de escolas de tempo integral, apontando suas
qualidades e suas possíveis contradições ou limites. Aponta as tendências
das políticas de Educação Integral e suas relações com os projetos de
democratização da Educação e da Escola no Brasil.
532
PA222 A PEDAGOGIA LUTERANA: 10/12/2018 Pesquisa bibliográfico-histórica realizada na área de Filosofia da Educação
fundamentos filosóficos, movimentos e que nasceu da intenção de buscar caracterizar e recuperar a identidade
ideias transformadoras sobre Educação, filosófica e recompor a contextualização histórica dos movimentos e das
Escola e Sociedade. ideias educacionais e pedagógicas da denominada Pedagogia Luterana,
iniciada pelo reformador Martinho Lutero (1483-1546) e que hoje registra
cinco séculos de continuidade em diversos lugares do mundo. Analisa o
fenômeno da prática educativa temporalmente localizada no período
histórico e cultural das intervenções de Lutero e investiga suas repercussões
econômicas, políticas, sociais, culturais e educativas interpretando-as a
partir dos textos escritos por autores da época e outros interlocutores do
mesmo tempo histórico. Estrutura-se sobre os instrumentais próprios da
pesquisa histórica de abordagem qualitativa, que consistem precipuamente
em levantar documentos oficiais, recuperar os registros institucionais para
contrapô-los aos sujeitos e temporalidades históricas e sociais. Toma como
base de investigação as possíveis fontes bibliográficas que materializaram
a Educação em Lutero e sua história no Brasil e escritos do próprio
Martinho Lutero, entre outros. Questiona as identidades parciais e aponta
um patente reconhecimento de possíveis originalidades da criação luterana
de escolas na Alemanha, recupera suas matrizes, analisa suas reconhecidas
contradições e aponta eventuais realizações. Caracteriza a pedagogia
moderna elucidando em que proporção a postulação Luterana confere
intencionalmente inovadores significados às ações e às relações humanas,
veiculando valores e determinando mudanças culturais e educacionais e,
ainda, investiga a forma com a qual essa pedagogia se relaciona em
sociedade, destacando traços fundantes no campo educativo, na esfera
pedagógica e no âmbito cultural emergente. O trabalho apresenta como
possíveis resultados a potencialidade de sistematização documental e de
criação de uma emergente interpretação Sócio-histórica referencial sobre a
trajetória e identidade da Pedagogia Luterana e de sua constituição no
Brasil (resumo).
PA223 DIREITO À EDUCAÇÃO, 10/12/2018 A pesquisa trata de abordar a temática da busca e identidade da infância e
EDUCAÇÃO INFANTIL, INFÂNCIA da criança, na Educação Infantil no Brasil, analisando os pressupostos
E CRIANÇA: PRESSUPOSTOS filosóficos e políticos dos conceitos de educação infantil, criança e infância
FILOSÓFICOS, MOVIMENTOS, nos movimentos sociais e nas ideias hegemônicas do fim do século XX e
IDEIAS E LUTAS POLÍTICAS DE começo deste século XXI, que deram origem à integração da educação
INTEGRAÇÃO DA EDUCAÇÃO infantil no Sistema Nacional de Educação. Do ponto de vista
INFANTIL AO SISTEMA epistemológico, utiliza-se do referencial histórico-crítico e do ponto de
NACIONAL DE EDUCAÇÃO. vista metodológico faz uso de uma abordagem qualitativa, particularmente
compreendendo os conflitos e as contradições produzidos historicamente
no meio social e político brasileiro referente a esse tema, como pesquisa
bibliográfica- histórica. Debate a concepção de “Direito à Educação” e
analisa a luta pela Educação Infantil efetivada pelos movimentos sociais e
educacionais do país. Destaca a integração da Educação Infantil e as
contradições de compreensão da reorganização da Escola e do espaço
pedagógico em vista do protagonismo da Criança como sujeito de Direitos
e da Infância como tempo e identidade de formação humana (resumo).
533
PA225 A Produção do Conhecimento sobre as 25/02/2019 A pesquisa teve por objetivo realizar uma análise epistemológica sobre as
Ações Afirmativas nos Programas de teses e as dissertações dos Programas de Pós-Graduação no Brasil que
Pós-Graduação no Brasil: Balanços e estudaram a temática das ações afirmativas. A análise teve por objetivo
perspectivas responder a seguinte problemática “quais são as propostas de políticas
públicas para o ensino superior, presentes nas teses e dissertações, que
estudaram as ações afirmativas e defendidas nos Programas de Pós-
Graduação no Brasil?” Para isso, foi inicialmente realizado um estado da
arte com o objetivo de identificar e caracterizar as teses e as dissertações,
ou seja, essas produções do conhecimento e, essa pesquisa bibliográfica foi
realizada na Biblioteca Digital Nacional de Teses e Dissertações (BDTD),
com a utilização de palavra-chave, tendo como principal palavra-chave o
termo “ação afirmativa”. Para sistematizar as informações tanto do estado
da arte quanto da análise epistemológica foi utilizado o recurso em planilha
excel o que facilitou a organização das informações obtidas durante o
desenvolvimento da pesquisa. Depois de desenvolver a pesquisa
bibliográfica as tese e dissertações localizadas foram identificadas,
caracterizadas e sistematizadas. Nesta etapa da pesquisa foram localizadas
426 teses e dissertações, porém após identificar e caracterizar os materiais
constatou-se que 52 produções estavam repetidas no registro e que 1 TCC
estava caracterizado como dissertação, o que reduziu o total para 373. Além
disso, não foi possível acessar o texto completo de 13 produções do
conhecimento, o que reduziu a amostra para 360 teses e dissertações.
Porém, para a análise desenvolvida no capítulo 3 foram utilizadas a amostra
com 373 teses e dissertações que estão distribuídas da seguinte maneira,
região Sul 82, Sudeste 173, Centro-Oeste 41, Norte 9 e Nordeste 68.
Entretanto, para a análise epistemológica do capítulo 4, foi selecionada 6
produções do conhecimento a partir da amostra com 360 teses e
dissertações, após a leitura dos resumos e da introdução. O objetivo da
leitura foi identificar as teses ou dissertações que poderiam apresentar
propostas de ações afirmativas para o ensino superior e, com isso,
responder a problemática central da tese. Como resultado principal
constatou-se que essas produções não apresentaram proposta de políticas
de ações afirmativas para o ensino superior, a análise epistemológica
revelou que não era o objetivo da pesquisa analisadas, ainda que nos
resumos ou nas introduções conduzissem a interpretação desta
possibilidade. Entretanto, essas mesmas pesquisas elaboraram propostas
para viabilizar e tornar eficaz a lei de cotas, pois elas identificaram as
principais dificuldades dos alunos ingressantes por cotas, pois
predominantemente essas ificuldades se referem a permanência no curso de
ensino superior. Ao final essas pesquisas construíram alternativas para
amenizar ou extinguir essas dificuldades, propostas estas que tornam mais
eficientes e eficazes as políticas de ações afirmativas para o acesso ao
ensino superior já existente.
534
PA226 REGIME DE COLABORAÇÃO: UM 28/02/2019 Esta pesquisa de mestrado teve como objetivo fazer um levantamento, na
RECORTE TEMPORAL DOS forma de um recorte temporal, dos artigos que abordam o Regime de
ARTIGOS PUBLICADOS NA Colaboração, previsto na Constituição Federal de 1988, publicados na
PLATAFORAMA PERIÓDICOS plataforma Periódicos Capes entre os anos de 1996 a 2014. Para a
CAPES (1996-2014) elaboração de uma metodologia consistente para a análise dos artigos,
elementos de metodologias de pesquisa diferentes foram juntados,
buscando simultaneamente verificar as definições para o termo Regime de
Colaboração, apresentadas nos artigos, bem como a forma com que este
tema foi tratado e com quais outros temas o Regime de Colaboração foi
relacionado. Assim, foram feitos os seguintes questionamentos: “Como o
regime de colaboração foi entendido nas pesquisas acadêmicas entre 1996
até 2014? Quais são os rumos que as pesquisas apontam no sentido de sua
efetivação? Quais são as principais fontes de pesquisa, textos mais
relevantes e outros indicadores bibliométricos que permitam a classificação
dos artigos publicados com o tema?”. Para responder tais perguntas,
primeiramente foi realizado o levantamento dos artigos publicados na
plataforma Periódicos Capes, abrangendo o período entre a sanção da
LDBEN nº 9394 de 1996 até a publicação do Plano Nacional de
Educação(PNE), Lei nº 13.005/2014, em 2014. Os artigos encontrados são
apresentados em quadros individuais separados pelos assuntos aos quais o
Regime de Colaboração foi associado nas pesquisas: autonomia dos Entes
Federados; formação continuada de professores; ausência de clareza na
Legislação / falta de entendimento do termo Regime de Colaboração;
fundos de redistribuição e financiamento da educação; princípios de
cooperação / subsidiariedade; descentralização/ desconcentração; planos de
ações para a educação (PNE, PDE, PMCTE, PAR, e outros); Sistema
Nacional de Educação e outros modelos de políticas que podem ser
caracterizadas como Regime de Colaboração. Destaca-se entre os artigos
analisados a evolução do número de publicações com seu ápice no final do
período, 2012-2014, o que se alinha com o fim do primeiro PNE em 2011
e a elaboração do PNE que teve início em 2014. Além disso, a grande
maioria dos artigos coloca a ausência da plena implementação de políticas
em Regime de Colaboração e a falta de regulamentação e clareza no termo
Regime de Colaboração na legislação. O Regime de Colaboração é
entendido, pela maioria dos autores, como um modo de governar, um
consenso entre os entes federados que formam a Nação: o Município, o
Estado, o Distrito Federal e a União (Governo Federal), de maneira que
possam implementar políticas educacionais que sejam conjuntas entre os
entes, com base nos princípios da subsidiariedade e do cooperativismo.
Independente da esfera administrativa do ente federado, o Regime de
Colaboração prevê a necessidade de políticas conjuntas (município com
estado, estado com União, municípios com União, município com outros
municípios, entre outros arranjos federativos) que busquem a
universalidade e a melhoria da educação.
PA228 EDUCAÇÃO MUSICAL NA 13/09/2019 A presente pesquisa realizou um estudo de caráter histórico sobre o ensino
COLÔMBIA: MOVIMENTOS de música na escola pública colombiana, desde a independência (1819) até
POLÍTICOS E PEDAGOGIAS o último quarto do século XX. Para isso, recorreu a fontes primárias como
PREDOMINANTES (1819 – 1974) documentos, partituras, jornais e material didático da época, com o intuito
de construir um discurso sobre o papel desse ensino nas escolas, bem como
as influências e transformações sofridas ao longo do tempo. A análise
dessas fontes, inspiradas pelos pressupostos do materialismo histórico e
dialético, permitiu visualizar um contexto mais amplo que o próprio
cotidiano musical escolar culminando na percepção de que o conhecimento
musical europeizado, consolidado pela fundação da Academia Nacional de
Música e suas práticas pragmáticas e tecnicistas do século XIX, foi símbolo
de uma elite dominante que buscava legitimar a hierarquia social e política,
produzindo uma fronteira marcada pelo conhecimento musical
disponibilizado na escola pública, que foi elaborado como ferramenta de
doutrinação e influência moral. A observação desse processo histórico de
divisão do conhecimento musical e da constituição de uma escola pública
pragmática orientada “pelas necessidades” das massas sociais nos permitiu
concluir a respeito da necessidade de se discutir não somente a inclusão do
ensino de música nas escolas, mas também concatená-lo com uma nova
ideia de escola e formação social.
535
PA229 O Ensino Superior na fronteira agrícola 27/09/2019 Este estudo visou investigar se as novas dinâmicas geradas pelo avanço do
dos cerrados do Centro-Norte do Brasil agronegócio nos Cerrados do Centro-Norte do Brasil repercutiram na
expansão do ensino superior em 24 municípios do Maranhão, Tocantins,
Piauí e Bahia. Por meio de indicadores econômicos e de produtividade,
demonstrou-se a expansão do agronegócio entre 2010 e 2017. Mapeou-se
o ensino superior, no que tange às Instituições de Ensino Superior (IES)
presentes, aos cursos ofertados, à relação destes cursos com o agronegócio
e à expansão das matrículas, com base nos Censos da Educação Superior
de 2010 a 2017, além dos Planos Municipais de Educação. Diante dos
dados, conclui-se que a expansão do ensino superior na região não se
relaciona de forma direta ao agronegócio, mas, por sua vez, de forma
indireta devido às demandas por ele geradas; esta foi fomentada por
políticas públicas que influenciaram IES públicas e privadas, incluindo-se
ações e programas de expansão e interiorização, de acesso às vagas, além
do aumento populacional e formação de mercado favorável à
mercantilização do ensino superior.
PA230 O Projeto Educativo de Integração 30/09/2019 A partir de concepções Freirianas, pautadas em educação ao longo da vida,
Social e a Formação Inicial de há aproximadamente 37 anos – na cidade de Campinas-SP – o Projeto
Professores Educativo de Integração Social (PEIS) promove a inclusão digital e social
de jovens, adultos e idosos, oferece aos educandos uma educação que os
torne partícipes de seu processo educacional à luz do desenvolvimento
humanístico e contribui para formação inicial de professores para atuação
na modalidade EJA. Logo, esta pesquisa de Mestrado em Educação
objetivou verificar quais as contribuições do PEIS para formação inicial de
professores. Especificamente, dispôs-se resgatar a produção acadêmica no
tangente a dissertações e teses sobre o PEIS; descrever o funcionamento
das reuniões de educadores a partir de uma análise observacional; além de
autobiografar algumas memórias da prática educativa realizada no Projeto.
Metodologicamente, respaldar-se-á na benesse da triangulação
metodológica – (1) observação, (2) análise de documentos – auferindo
expressividade aos dados reunidos e combinados e (3) narrativa
autobiográfica de algumas experiências do pesquisador no PEIS. A análise
de dados foi feita a partir de uma codificação aberta não delimitada no
início da pesquisa. Diante do exposto, o primeiro capítulo apresenta uma
discussão de natureza teórico-metodológica para nortear o percurso
investigativo, enquanto o segundo capítulo se resgatou a história do PEIS a
partir de algumas produções acadêmicas (dissertações e teses) sobre ele. O
terceiro capítulo apresenta a descrição e análise das observações realizadas
nas reuniões de educadores. Ao término da pesquisa considerou-se que o
PEIS aponta possibilidades para a construção de propostas de formação de
professores condizentes com as especificidades da modalidade EJA, pois a
formação acontece nos diferentes espaçostempos pedagógicos inerentes ao
Projeto: Planejamento, Socialização, Estudo do Meio, Reunião de
Professores, Reunião de Formação Pedagógica, elaboração de registros e
nas oficinas propriamente ditas.
536
PA232 A ÉTICA E O ENSINO DA ÉTICA 29/11/2019 O presente estudo investiga a questão da identidade da Ética, enquanto
NA EDUCAÇÃO SUPERIOR NO ciência da condição e do agir humano, pressupondo seu caráter ontológico
ESTADO DE SÃO PAULO: social e sua dimensão de ensino. Trata-se de uma pesquisa realizada na
concepções dominantes, matrizes linha de pesquisa Ética, Política e Educação, vinculada ao Grupo de
curriculares hegemônicas e Estudos e Pesquisas em Filosofia e Educação PAIDEIA, da Faculdade de
contradições teórico-práticas. Educação da UNICAMP. O estudo analisou criteriosas fontes
bibliográficas presentes no estudo da Ética e realizou uma pesquisa de
campo em 05 universidades paulistas, coletando programas de ensino de
Ética em 20 cursos superiores de diversas áreas de formação. O problema
teórico nuclear desta tese partiu do questionamento estrutural: o que é ética,
quais são os conteúdos ensinados nos cursos e nas disciplinas de Ética nas
universidades? As questões derivadas apontavam para o questionamento:
qual é a formação dos professores que ensinam Ética nas universidades,
quais são os recursos bibliográficos usualmente disponíveis, quais são as
concepções de ética subjacente aos planos de ensino e às diretrizes
curriculares institucionais que pautam tais dispositivos e práticas
curriculares? O referencial teórico-metodológico de nosso manejo
analítico-histórico e político-interpretativo fundamenta-se no Materialismo
Histórico-Crítico, com seus autores e categorias centrais: a prática social, a
dialética do trabalho e configuração das esferas de poder. O conjunto dos
dados analisados apontam para a predominância da concepção de Ética
como interesse ou conduta de disposição corporativa e profissional e em
restritos espaços é vista como referência política. Destaca-se como possível
projeção que o problema da diversidade e da relativa superficialidade do
ensino da Ética nasce, fundamentalmente, da ausência dos conteúdos
filosóficos na formação básica e superior da educação e da escola brasileira.
A tese busca interpretar as relações possíveis entre o debate sobre Ética e
Política nas sociedades atuais, a partir da vivência nas contradições da
sociedade moderna, acabando por propor uma ressignificação
interpretativa entre o Ensino da Ética e a pauta da Educação em Direitos
Humanos hoje. Considera que os estudos e os percursos formativos sobre
Ética possam incorporar a dialética dos Direitos Humanos e, neste campo,
possam revitalizar os horizontes do agir humano e da formação superior
sobre valores de emancipação, humanização e justiça.
PA233 EDUCAÇÃO, TRABALHO E 29/11/2019 Estudo qualitativo de natureza bibliográfica cujo objeto é a análise crítica e
DIREITO DESPORTIVO: política da transformação contemporânea das relações de trabalho,
fundamentos filosóficos, diretrizes emergente dos avanços tecnológicos, na qual se insere a condição de
políticas e propostas pedagógicas para a trabalhador do atleta, sobretudo de alto rendimento, e a integração destas
formaçao jurídica numa sociedade em contradições com a formação do profissional do Direito, sob a ótica do
mudanças. trabalho, do Direito do Trabalho e do Direito Desportivo, notadamente na
sociedade brasileira contemporânea. Estuda as contradições entre o
trabalho e o capital, a formação educacional / jurídica no Brasil em um
contexto histórico e político de natureza estrutural, destacando a evolução
do esporte como entretenimento e como um produto mercadológico, bem
como a compreensão categórica da condição do atleta a partir da
contradição de ser um trabalhador, premido pelas mesmas considerações
do mundo do trabalho na sociedade capitalista, acrescida da condição de
trabalhador do esporte de massa, da indústria do entretenimento e da
mercantilização do lazer, juntamente com a alienação, econômica e
ideológica da sociedade do espetáculo. Apresenta a teoria e a prática que
fundamentam a formação curricular do profissional do Direito que atuará
de forma direta nestas relações de trabalho e explora suas possíveis
utilizações educacionais do campo da formação jurídica, a partir das
contribuições da Educação e da formação filosófica emancipatória,
humanista e transformadora. Aponta para a necessidade de um Direito
Desportivo crítico, a partir da superação das categorias de alienação e de
exploração laboral.
537
5 PA016 Aci Taveira Fantasia para criança e escola: uma 4/17/2000 IMAGEM,
Meyer proposta de restabelecimento do portanto, não
ensino de música nas escolas de editável
ensino fundamental
20 PA067 Antonio Carlos A noção de conversão a si: uma leitura 3/30/2004 IMAGEM,
Favaretto da abordagem de Michel Foucault a portanto, não
respeito da relação sujeito e verdade editável
na filosofia antiga
30 PA157 Flora Maria de Escola pública e Ensino Médio: 12/16/2011 Arquivo sem
Athayde Costa formação da juventude na perspectiva texto, consta
dos documentos oficiais nacionais da somente símbolos.
educação básica (1996 - 2009)
CÓDIGO DE
REGISTRO PERGUNTA (QUESTÃO PRINCIPAL)
PA002 A pesquisa tem como objeto de entendimento o conceito de responsabilidade em Hans Jonas.
Defende a tese de que os mandamentos da ética tradicional, embora ainda válidos, são insuficientes
para compreender o agir do homem tecnológico. Se aconteceram mudanças no espaço de ação e se
os impactos provocados pelos resultados das novas tecnologias modificaram o agir, tornam-se
necessárias mudanças nos princípios da ética para que possam estar adequados à nova realidade
(p.9). A investigação sobre as novas tarefas da ética no mundo moderno explicitará um novo
conceito de responsabilidade adequado ao agir tecnológico. As inovações criadas pelos avanços
científicos colocaram a ética em crise e obrigaram a filosofia a repensar a realidade sob novos
princípios, dado que os anteriores se mostram insuficientes para reger as ações presentes. Em que
imperativos se sustentará a ação, diante do grande poder de transformação da moderna tecnologia?
Qual o imperativo ético proposto por Jonas? Em que bases se fundamenta? Qual a razão de se falar
em ética da responsabilidade? Existe ética sem responsabilidade? Por que Jonas lhe dá tanta
importância? (p.13)
PA003 Diante dessa constatação, dentre as questões que hoje se apresentam aos educadores, estão as
seguintes: a modernidade e seus ideais de autonomia e de esclarecimento estão esgotados ou é
possível continuar buscando uma razão esclarecida e uma educação emancipadora? O projeto
pedagógico nascido com o Iluminismo está superado ou ainda apresenta um potencial de
transformação? Tais questões são desafiadoras para todas as pessoas envolvidas com a educação
contemporânea, as quais têm a obrigação de buscar uma saída para o problema da fundamentação
da educação, pois, caso a emancipação e o esclarecimento não sejam possíveis, a educação perderá
sua razão de ser ou, então, tornar-se-á, de vez, um instrumento de repressão e de reprodução social.
Conseqüentemente, pouco ou nada restará aos professores fazer, a não ser, submeterem-se à
situação vigente e reproduzir o status quo, sentindo-se impotentes e à mercê de um processo que
lhes foge ao controle (p.11-12). Em que consiste essa falta de fundamentação racional da educação
contemporânea? A resposta a esta questão centraliza o problema de investigação do presente
trabalho, cujo início parte da análise do déficit da racionalidade moderna, explicitando seus
excessos e reconstruindo seus potenciais. As confrontações com alguns dos expoentes críticos da
razão moderna servirão de referencial para a reconstituição daqueles elementos que preservam o
poder reflexivo e construtivo da razão (p.18)
PA005 Alguns questionamentos se colocam inicialmente: Qual o vínculo que une homem e cultura? O
homem é "tabula rasa" e o indivíduo é introduzido na cultura que lhe é alheia? É legítimo relacionar
cultura e as categorias do labor, trabalho e ação? (p.06)
PA007 Queremos demonstrar, também, neste trabalho a importância de Vico para o surgimento do novo
campo científico, cujos domínios são o mundo da cultura. A história ocupa lugar de destaque nas
novas ciências do homem, não pela preservação do passado, mas pela construção da identidade do
homem, concorrendo para a resposta à indagação — de caráter antropológico e colocada pelo
Iluminismo — que é o homem? (p.23)
541
PA013 Começo pela questão: que se passa conosco? Temos medo de proposições afirmativas, temos medo
do poder, temos medo do futuro, temos medo da verdade. Como não haveria de ser, afinal os sonhos
mais generosos da modernidade transformaram-se nos mais terríveis pesadelos. A custo
abandonamos os dogmas da fé e seus cardeais, para quê? Para colocar em seu lugar a verdade
científica com seus especialistas. Livramo-nos das aristocracias de sangue e colocamos em seu
lugar as oligarquias do capital. Trocamos a providência divina pela mão invisível do mercado.
Sonhamos um futuro de igualdade e liberdade e a utopia se fez totalitarismo (p.1). Suspeitemos,
então. Afinal, alguém já acreditou inteiramente em algo sem reservar um mínimo de desconfiança?
Os homens, depois de Capitu, certamente não. Da mesma forma a humanidade, depois de Auchwitz
(p.2).
PA014 Por outro lado, um grande número de escolas, hoje, tem filosofia em seus currículos, principalmente
escolas particulares. Será que a filosofia na escola é apenas mais uma forma de se garantir na moda,
já que a moda é filosofar? Ou será um espaço para que professores e alunos possam realmente fazer
filosofia? Ouso dizer a palavra “fazer” porque acredito que a filosofia na escola deva estar
comprometida com a prática filosófica, e não apenas com a contemplação (p.3).
PA015 Todavia, estaria a escola condenada à mera situação de reproduzir os valores veiculados pelos
“mass media”? Em que medida a escola poderia vir a se tornar um núcleo de resistência aos
insistentes estímulos de consumo produzidos pelos “mass media”? Haveria a possibilidade de uma
espécie de simbiose sadia entre essas duas instâncias? Ou seria o enfrentamento direto e aberto que
caracterizaria suas respectivas existências? Questões desse tipo ilustram as dificuldades que seriam
enfrentadas na caracterização do papel da Filosofia no seio da sociedade industrial informatizada
e de consumo dos nossos dias (p.12-13).
PA017 Diversas questões, fragmentadas, confusas, nos levaram a questionar qual o papel educacional de
um projeto social nesse contexto. Quais seriam o sentido e o papel de um projeto social como o
Projeto "Direito de Ser" na nossa sociedade? Quais as bases teórico-filosóficas para a realização
de um trabalho pedagógico num contexto tão complexo? Em que deveriam fundamentar-se?
Deveriam simplesmente reproduzir os modelos já existentes da educação formal, ao mesmo tempo
em que esses se mostravam ineficientes para responder às questões colocadas? Qual seria
especificidade da educação não-formal? (p.1-2)
PA021 Assim, o que estamos assistindo neste final do século XX é à proliferação de especialistas dotados
de conhecimentos cada vez mais exclusivos e parciais, com o decorrente desaparecimento daquelas
pessoas detentoras de uma sabedoria abrangente e integrada (p.16-17). As conseqüências de tal
fato afiguram-se funestas, conforme se pretende discutir nos capítulos vindouros. Porém, como foi
que chegamos a isto? De que modo a sabedoria dos “filósofos naturais” veio se reduzindo ao
fracionado conhecimento dos especialistas? (Segundo anotou o poeta T. S. Eliot, “onde está a
sabedoria que perdemos no conhecimento? / Onde está o conhecimento que perdemos na
informação?”) Tais questões deverão ser abordadas no capítulo inicial, no qual serão identificados
alguns sintomas da crise que acomete o nosso mundo contemporâneo, crise esta que parece advir
de certos fatores determinantes da Idade Moderna (p.17).
PA028 Assim sendo, ao iniciar o trabalho de levantamento de informações tínhamos em mente algumas
perguntas e foram elas que orientaram esta investigação: Por que, em Piracicaba, um grupo de pais
e mães se associou em cooperativa para criar uma escola para seus filhos? O que eles buscavam?
Como se articularam ou se organizaram para alcançar o que pretendiam? Com que problemas se
depararam e como os enfrentaram? Que perfil de escola cooperativa foi se consolidando nesses
anos? O trabalho educativo desenvolvido na escola avançou na perspectiva de uma educação
cooperativa emancipatória? Depois de oito anos de sua fundação, o que a experiência da Escola
Cooperativa de Piracicaba nos revela? Que contribuições esta experiência apresenta ao debate
daqueles que estão se mobilizando em outras cidades a fim de criar escolas em sistema cooperativo?
(p.2-3)
542
PA027 Pretende uma reflexão da história enquanto ciência, procurando uma síntese das muitas concepções
da história, enfocada em seus vários momentos, retomando desde a história crônica feita pelos
pensadores Gregos, após a era mitológica, como Heródoto, até a nova história social, originária na
Escola dos Annales, como crítica ao historicismo e alternativa ao marxismo. A monografia
pretende enfocar de como a crise e as mudanças de paradigmas refletiram nas transformações
metodológicas, na prática de sala da aula, tomando por referência principalmente as décadas de
1980 e 1990. O trabalho pretende enfocar os fundamentos teóricos e matizes contextuais para a
compreensão do estatuto epistemológico da história, fazendo uma reflexão das várias matrizes da
História do Brasil, desde a concepção tradicional até a historiografia pós-estruturalista e investigar
como essas mudanças geradas pela crise paradigmática terminam por gerar um impasse
metodológico na transmissão da história enquanto ciência (p.v).
PA031 A educação deve ter como meta a formação do cidadão. Esta é uma tese, defendida por muitos
pedagogos e educadores, que nós também seguimos, pois acreditamos que um estado é democrático
e o cidadão é livre, somente quando há a realização desta meta no processo educativo. Entretanto,
não é o que constatamos de fato. Deparamo-nos com uma organização da educação, sobretudo no
Brasil, que tem como finalidade instruir o indivíduo, propiciando-lhe a aquisição de um saber
técnico, requerido pelo exercício das funções socialmente estabelecidas. Educar, neste contexto,
significa preparar o indivíduo para atender às demandas do sistema vigente como funcionário e
como consumidor. A inadequação entre o que afirmamos dever ser o fim da educação e o que o
sistema educacional realiza provoca-nos espanto. Tomados pelo espanto, a única coisa que
sabemos é que falta algo a ser pensado. O quê? Tencionamos contribuir para o preenchimento desta
falta, e não o faremos desenvolvendo uma teoria pedagógica, tampouco uma metodologia de
ensino. Considerando a dimensão da falta e a amplitude de tais problemas, nossa pretensão (p.1)
estaria condenada ao insucesso desde o início.
PA032 A motivação pessoal ou subjetiva foi despertada pela força do tema “Sexualidade Humana” que,
no nosso entender, configura já em si a própria motivação. Quem não se interessaria por conhecer
algo que é comum a tudo que respira e que tem vida? Quem não se sente atraído em direção à busca
do entendimento das relações humanas? Quem não sentiria prazer ao descobrir-se respirando, vivo,
demasiado humano em saber que muitas destas formas de consciência e potencialidades decorrem
de sua identidade como ser sexuado? A curiosidade sobre o tema é, em nosso entendimento atual,
a curiosidade sobre o exercício de viver. Isto não significa que adotemos uma definição baseada
nas impressões intuitivas do senso comum, da qual derivamos as primeiras aproximações
subjetivas sobre o tema. Temos convicção de que a análise que empreenderemos deve ser baseada
na clareza da conceituação científica e política do tema e suas injunções (p.3). As hipóteses iniciais
que marcaram a fundamentação teórica e a ordenação metodológica da presente pesquisa podem
ser apresentadas como derivadas das observações empíricas e das constatações práticas
encontradas na atuação pedagógica e institucional no campo da educação sexual, ao longo da
década de 90. Os estudos e inovações institucionais nos impulsionavam a perguntar: haveria
mesmo um espaço para o debate sobre Sexualidade e Educação nas políticas de formação de
professores efetivada pelos planejadores e administradores da educação, durante os anos 80 e 90?
Que possibilidades de abordagens a escola seria capaz de assimilar e traduzir em propostas
didáticas humanizadoras, no campo da formação ética e estética? Partimos da realidade de que a
Sexualidade assumira uma dimensão tal, no mundo contemporâneo, que a Escola e a própria
família não poderiam deixar de assumir sua discussão, ressignificação e abordagem institucional
(p.7)
PA033 Pensamos que a organização desse trabalho deveria nortear-se a partir de algumas questões básicas,
a saber: - Qual é o significado da palavra política para os professores? - Que lugar ela ocupa na
vida destes? - A quem eles atribuem a responsabilidade política na sociedade? - Que tipo de visão
os professores têm da educação? - Que tipos de educação pretendem empreender? - Como se
organiza a educação escolar? (p.5)
PA035 Socializar, como vimos em Durkheim, significa tornar o homem propenso a submeter-se a uma
autoridade política, a respeitar uma disciplina moral, a dedicar-se e sacrificar-se. Mas podemos,
como o faz o pensamento clássico, estabelecer a dicotomia entre o individual e o social, estabelecer
a separação entre vida e cultura? A questão que pretendemos desenvolver neste trabalho é bem
específica. Trata-se, para nós, de compreender alguns aspectos da relação eu-outrem-mundo
(Introdução, s/p.)
543
PA037 De qualquer modo, cabe aqui uma pergunta: onde se quer chegar quando se tornam cada vez mais
comuns os casos concretos de mulheres – isso é importante porque elas são a esmagadora maioria
na educação básica – que as circunstâncias obrigam a, tendo filhos ainda pueris, enfrentar uma
estafante jornada de trabalho, por exemplo, na direção de uma escola pública com centenas de
alunos e, à noite, correr a dar aulas no curso superior de uma faculdade privada, e como se não
bastasse, ter que se deslocar a outras cidades, durante os finais de semana, para seguir um curso de
pós-graduação, premidas diante do risco de perder a chance de docência no ensino superior,
indispensável para que elas não resvalem para a penúria econômica? Ou quando se generalizam os
casos de professores e professoras do ensino básico que se submetem a seguir cursos intensivos
nos finais de semana em busca de uma especialização ou um mestrado que lhe garantirá uns
trocados a mais decorrentes da subida de um ou dois degraus no plano de cargos e salários e, ainda,
quando inúmeros doutores precisam igualmente submeter-se a dar aulas nesses cursos? Onde se
quer chegar quando se multiplicam, a não mais poder, os congressos, simpósios e encontros, para
cuja realização formou-se um mercado devidamente preenchido por empresas especializadas em
promoção de eventos educacionais nos quais fica cada vez mais difícil distinguir a motivação
comercial da motivação científica, frente à necessidade de se formar um rol de qualificações,
substituto contemporâneo do vetusto curriculum vitae. Onde se quer chegar com a multiplicação
de publicação de revistas e livros que, em grande parte, ficarão entregues “à crítica roedora dos
ratos”? (p.3-4). É óbvio que essas questões envolvem dificuldades demasiadamente grandes. Mas
diferentemente do que ocorre com a postulação do princípio de identidade, por exemplo, frente ao
qual se pode ver que sua indemonstrabilidade decorre de seu caráter de axioma, a postulação da
ausência de fundamento para a lei, a formulação desse fundamento nos termos das idéias de
atribuição, repartição, conveniência regrada, sua identificação contemporânea com a idéia de
produtividade discursiva, de eficácia tópica da fala, além da crítica ao registro semântico do uso
especializado do termo nomos como significante da crença, como significante do reconhecimento
do que é verdadeiro, defronta-se com uma dificuldade que não é grande; é incontornável. Com
efeito, se nenhum fundamento houver para a ação humana, senão a convenção, por que não se
poderia acordar que nada será acordado? E se nada for acordado, não seríamos todos tragados pela
brutalidade da força? Não ficaríamos na situação da gazela que não tem como afirmar a sua
existência perante a leoa ou na condição da relva de uma encosta impossibilitada de negociar com
a lava incandescente que se precipita montanha abaixo à procura do vale, outro destino que não o
da calcinação? Em nome do que deveríamos nos opor à prática da excisão clitoridiana imposta às
meninas em ritos de passagem, largamente praticados na África, particularmente no Quênia? Por
que condenar a pedofilia entre tantas outras opções ou modus faciendi da sexualidade? Porque ela
é tida por violação de um indefeso!? Ora, mas de onde vem que não se deve ou pode violar um
indefeso, se nenhuma norma exprime outra coisa senão uma convenção e por isso não vale
universalmente? E, do ponto de vista de uma exploração atenta do conceito de physis, o que
significa contrapô-lo absolutamente ao nomos, em operação crítica que se transformou no baluarte
teórico do relativismo ético? Por que negligenciar a problematicidade contida na evolução
conceitual dos dois termos, desde Heráclito, passando por Platão e Aristóteles, pelos estóicos, pelo
neoplatonismo, pela escolástica, até chegar-se à modernidade, que abre a porta para o confinamento
do ethos na fabricação e na técnica, operação que se aprofunda no açambarcamento da Ciência pela
tecnologia e na preeminência do econômico sobre o político? (p.5-6)
PA039 Para tanto, a partir de fundamentação teórica baseada em autores como ADORNO (1995), BOFF
(1994), NUNES (1989) e outros elencados na bibliografia do presente trabalho, passamos a refletir
não apenas em relação a aspectos políticos, sociais e econômicos, mas especialmente acerca da
educação enquanto instrumento de transformação e emancipação. Afinal, qual o papel da dinâmica
mundial na vida do homem? Que visão de homem necessita ser considerada em uma educação
emancipatória? É possível a formação de um homem socialmente ativo e reflexivo? (p.2)
544
PA040 Este resgate histórico-institucional revelou que a Filosofia passou da condição de ausente à de
matéria de formação básica e instrumental no currículo mínimo e nas Diretrizes Curriculares do
referido curso, com o conteúdo centrado na Ética, como está posto na legislação vigente. Por outro
lado, a própria Ética separada da Filosofia foi apresentada como tópico emergente nas Diretrizes
Curriculares. Afinal, de que Filosofia e de que ética estaria se falando? Tratou-se, pois, de
explicitar, contextualizando o como e o porquê destas transformações, o estado da questão da
Filosofia e da Ética no currículo mínimo e nas Diretrizes Curriculares do curso de Administração
de Empresas no Brasil (p.10).
PA043 O Estado, representado pela classe política dominante durante a constituição da república,
implicitamente patrocinado pela Igreja Católica, criaram sutis processos de dominação, herdados
do período colonial, que mantém a maioria da população numa profunda situação de desigualdades,
de pouca participação política e em condições precárias de vida. O surgimento dos movimentos
sociais, do atual movimento guerrilheiro, há mais de cinqüenta anos, assim como os conflitos
políticos e a espiral de violência que envolve o país, são expressões dessa situação de profunda
desigualdade social. Considerando essa problemática podemos concretizar as perguntas que esta
pesquisa se propôs a responder: - Quais as influências da Igreja Católica no atual estado de
desenvolvimento cultural e educativo do Município? - De que forma a aliança Igreja - Estado, vem
influenciando nos acontecimentos históricos e nas decisões coletivas relativas à cultura e à
educação em geral e formação da cidadania? (p.5)
PA046 Apesar de o conceito de qualidade vir do final dos anos 70, no final da década de 80 e durante a
década de 90 toma uma expressão maior com uma nova roupagem que o define como meio de
controle e seleção. A lógica desse pacote de avaliação da qualidade total é a observação da prática
empresarial, passível de reprodução idêntica a cada lote fabricado. Isto dá ao consumidor, em
qualquer lugar do mundo, a segurança de estar comprando um produto que é sempre homogêneo.
Qual foi a proposta do modelo? Registre tudo o que você produz, todas as etapas de produção,
todos os critérios de controles. Documente tudo isso de maneira rigorosa. – Não se avalia o que
produz, mas como se produz. Qual é o conceito de qualidade? O que é qualidade? A resposta a que
se chegou foi: Qualidade é aquilo que satisfaz o desejo de consumo, do consumidor individual. Se
o que se quer é algo duradouro, qualidade é durabilidade. Se for descartável (para o mesmo
produto), qualidade é poder ser descartável. A mesma coisa foi incorporada à educação. Cria-se
um mecanismo de avaliação – o “Provão” - classificam-se a instituição e o curso (atribui-lhe um
conceito); avaliam-se as condições de oferta – aplica-se conceito. Os conceitos variam de “A” a
“E”. Os conceitos “C”, “B” e “A” são satisfatórios. A persistirem esses conceitos o consumidor do
ensino vai escolher o produto a comprar levando em consideração a distância de sua residência; o
preço da mensalidade versus o preço do aluguel em outra localidade; o tipo de curso e a satisfação
pela sua necessidade. Qual necessidade e qual qualidade? (p.6)
PA047 Aliás, como pretendem propor uma autarquia se na verdade é proposta uma única formação, um
único currículo, uma forma sutil de moralizar? Frente a esta situação, qual indivíduo as propostas
educacionais pretendem formar, em que condições, com que objetivo? E nos perguntamos ainda:
os valores, os conteúdos da atual “ética”, presente na proposta dos parâmetros – solidariedade,
justiça, diálogo, respeito à subjetividade e à humanidade de cada um – não tenderiam à hipocrisia
numa sociedade, como a nossa, baseada na exploração do trabalho, na desigualdade social e
econômica, na exclusão de uma boa parte da sociedade dos seus direitos políticos? (p.3)
545
PA051 Sei também que foi à medida que o trabalho da CEA-AMIC foi crescendo – tanto qualitativa como
quantitativamente - que cresceu em mim, junto com ele, a compreensão do sentido e do significado
desse trabalho que aqui é feito – Caridade material e espiritual - tanto para quem o faz, como para
aqueles que dele se beneficiam. Muitas vezes me encontro a indagar às estrelas: Que mistério
aproximou e uniu esse grupo de almas? Que propósitos se ocultam por trás desses encontros? Que
horizontes de experiências humanas têm nesses encontros, sua manjedoura e seu regaço? Que
histórias de vida guarda cada uma dessas pessoas que se vinculou a esse trabalho, como voluntária?
Como cada uma delas foi biograficamente sendo conduzida até a CEA-AMIC? O que aqui
encontrou? Por que permaneceu? O que movimenta cada uma dessas pessoas por dentro, para
escolher estar trabalhando voluntariamente em momentos que, normalmente, são dedicados ao
lazer e ao descanso, no grupo social a que parece pertencer? Que experiências esse trabalho
proporciona a cada uma dessas pessoas que chega à CEA-AMIC e permanece trabalhando como
voluntária? O que cada uma delas encontrou de significativo nesse trabalho voluntário, nesse lugar
e nessa forma de prestar ajuda ao próximo, chamada Caridade? (p.6)
PA053 O que vem ocorrendo de fato, na escola, com a introdução destes “novos” paradigmas para o
ensino? Acreditamos que, ideologicamente, vem se concretizando a tese do “desmonte” da
educação pública, ou seja, com o processo de “falência” desta, as disciplinas citadas perdem o seu
referencial para o modelo de Educação que foi inaugurado em nosso contexto histórico. Por esse
motivo, o processo de degradação das condições de manutenção das mesmas parece ser inevitável.
O ensino se dilui em “práticas” que valorizam as tendências utilitárias, uma vez que o viés desta
prática tem como fundamento à idéia de “suprir” as necessidades do homem no que é importante
para sua “formação”. Tendo em vista que essa formação “garantirá” a sua inserção nesta nova
realidade produtiva. Portanto, ter a Filosofia como disciplina obrigatória no currículo do Ensino
Médio, passou a não ser mais necessário. Ela passa a não ter mais sentido para esta “nova” realidade
pedagógica, sendo retirada dos currículos (ou diminuída a carga horária) e, conseqüentemente, da
escola. Assim, a Educação continua sendo conduzida de maneira doutrinária e dominadora, como
sempre foi, transmitindo a ideologia de uma classe que quer manter sua posição e o seu status na
sociedade (p.6) As idéias expostas acima são parte de um conjunto de questões e indagações que
foram surgindo no desenvolvimento do trabalho e, inicialmente, partimos dos seguintes
pressupostos: 1º quais eram os objetivos determinantes na reflexão sobre o ato de ensinar e em se
tratando do foco no qual nos colocamos para discutir a questão, em especial o que concebemos
como determinante no ensinar à Filosofia da Educação? 2º No curso Normal tem-se ensinado a
Filosofia da Educação ou, por intermédio da História e da Filosofia, ensina-se a discursar
(entendemos este discurso como o que se realiza e se constitui na vida prática) sobre a Educação?
3º No que se ensina em Filosofia da Educação (já que se trata da formação de futuras/os
professoras/es) existe uma contribuição para suprir também as necessidades de formação e
informação dos discentes para que possam analisar, criticamente, o contexto educacional no qual
estarão atuando? 4º Quais os encaminhamentos tomados pelo professor da disciplina (sua postura)
na execução do seu trabalho? 5º Como o educando interpreta sua postura como futuro educador?
(p.7)
PA054 Retornando à nossa hipótese, em que notamos uma íntima relação entre a atual legislação e o
contemporâneo contexto político e econômico da organização capitalista passando, com isso, pelas
questões da formação dos professores para a Educação Básica, diríamos que a pergunta que nos
move nesta pesquisa é: se há na realidade educacional brasileira cursos em disputa para a formação
docente, qual deles, considerando as características contraditórias da organização capitalista e o
atendimento da demanda social, posto atualmente pelas dificuldades da educação pública
brasileira, é capaz de caminhar na direção de uma formação de professores emancipatória? (p.5)
546
PA055 Mas, lutar pela prioridade das condições básicas de vida está longe dos planos da maioria da
população. “Melhor” ter um “médico de família”, fazendo prevenção-cura em locais onde pessoas
morrem de fome, sede, diarréia, desidratação, de esquistossomose, Chagas, doenças ocupacionais,
etc, atitude que atende as expectativas do receituário do Banco Mundial. Ora, além de denunciar –
coisa que talvez qualquer leigo escolarizado minimamente faria e não há demérito nenhum na
grandeza desta atitude -, o que mais faria o médico numa cidade ou em locais de uma megalópole
com estas características, senão dividir a miséria e o sofrimento com estas pessoas e de uma forma
que, nalguns traços, lembra-nos a medicina dos monastérios medievais? Ao iniciarmos o presente
estudo dispostos a delimitar as bases históricofilosóficas do currículo médico moderno, buscamos
motivação principalmente nas seguintes questões que, segundo nossa perspectiva de análise,
estavam sem uma resposta esclarecedora e muito menos convincente. São elas: por que o currículo
de medicina foi elaborado deste modo? O que vem ditando sua organização formal através do
“entra e sai” de disciplinas, blocos de conhecimento, etc? Por que houve interesse convencional
mundial em modificá-lo desde por volta da década de 70 do século XX? Por que tais modificações
vêm sendo feitas de forma até atropelada, como na década de 90 do século XX e aparentemente
harmônicas? Por que não houve uma proposta educacional respaldada histórica e filosoficamente,
de forma clara e convincente, que organizasse a formação e a prática médica, ao menos no nível
nacional? (p.7-8)
PA057 Considerando que a problemática sobre a vida cotidiana poderá ser um instrumental importante
para a formação do educador e em razão dessa importância e das vantagens acima apontadas esta
pesquisa se propõe a responder às seguintes questões: Quais as concepções de educação,
socialização, homem e sociedade que os alunos ingressantes no curso de pedagogia têm elaborado
com base na sua experiência escolar e social? • Como essas concepções se modificam durante os
primeiros semestres de formação com base nos conteúdos desenvolvidos nas disciplinas de
fundamentos: Filosofia e História? • De que forma os conteúdos das disciplinas básicas do núcleo
de fundamentos, cursadas nos primeiros semestres influenciam as mudanças na compreensão da
educação dos alunos de pedagogia? • Quais as categorias da Filosofia da Educação que poderão
ajudar a identificar e a definir categorias de análise e de compreensão da experiência educativa dos
formados em pedagogia? (p.6-7)
PA058 Uma discussão sobre as políticas educacionais, provenientes do BM e do FMI que atingem a
universidade, a pesquisa e a avaliação institucional, permeará as análises, contribuindo com o
processo de investigação. Em tal contexto de mudanças significativas no ensino superior brasileiro,
questionamo-nos: Quais os reflexos das políticas educacionais globalizantes para a produção de
pesquisa na universidade pública e como a avaliação institucional pode contribuir para o
enfrentamento da situação? Que enfoque de pesquisa tem sido priorizado na universidade brasileira
perante as políticas neoliberais para a educação superior? (p.15-16)
PA060 No primeiro capítulo, queremos apontar que não há um conteúdo presente em nosso ser para ser
fundamentado pela educação. Nesse caso, a educação perde seu objeto de estudo, isto é, ela não
poderá fundamentar uma subjetividade num ser nadificado. Muito pelo contrário, para Sartre, o
nada habita a realidade humana de tal forma que nada há para ser formado em nosso ser. Por outro
lado, visto que o nada habita nosso ser, exatamente porque a consciência humana é posicional,
como, então, entender a educação dentro dessa nadificação da consciência? Como pensar a
educação numa relação com a intencionalidade da nossa consciência? Se consciência intencional é
abertura para o mundo, como fica a educação nesta abertura da consciência para o mundo? (p.4)
PA061 A hipótese que tento postular nesta pesquisa é que a Interdisciplinaridade na educação básica
brasileira ainda não conseguiu romper as fronteiras do discurso. Para tanto, no decorrer da pesquisa,
procurarei responder a algumas problematizações incitadas pela análise da revisão bibliográfica,
quais sejam: - As reformas curriculares proporcionaram possibilidades da ocorrência da
Interdisciplinaridade? - Em algum momento a organização curricular foi capaz de superar a
tradição autoritária, contraditória, colonialista? (p.16)
547
PA062 Por que há Filosofia na organização curricular de algumas escolas, mesmo não sendo ela
obrigatória? Qual a motivação existente para que algumas direções e coordenações de colégios
tenham incluído essa disciplina e outros a tenham excluído sem questionamento? Por que,
oficialmente, a partir das legislações, há o descaso e o desrespeito com o fato de essa disciplina
estar ou não no currículo? (p.1). Também, dois fatos que me causavam grande inquietação, e
continuam muito presentes, são a forte visão e a organização pragmáticas, conteudistas e
positivistas que ainda norteiam a estrutura curricular da escola – situação que põe em
questionamento o ser e o fazer filosófico –, da prática em sala de aula, tanto do educador quanto
do educando. Outra inquietação vinha do fato de presenciar, em diversas situações, outros
profissionais (comungando os mesmos pensamentos meus) darem grande importância ao
conhecimento filosófico, a um raciocínio lógico, crítico, criativo e a devida importância à
contribuição da Filosofia; enquanto professores faziam pouco caso de um pensamento reflexivo,
filosófico. E o que dizer daqueles que questionam a (p.1) capacidade das crianças de fazer Filosofia
e colocam objeções a qualquer iniciativa filosófico-pedagógica nas escolas? Como afirmava
Nietzsche (1983): “É difícil aprender o que é um filósofo, porque isso não se pode ensinar: há que
‘sabê-lo’ por experiência – ou ter o orgulho de não sabê-lo”. Essas angústias resgatam a convicção
e a Filosofia que pautou a vida de Sócrates, quando ele lembrava aos atenienses (e hoje vale para
cada indivíduo) que “uma vida que não é examinada não merece ser vivida”. Essa exigente
convocação para a reflexão, para o pensar sobre si, de modo a identificar o método de filosofar, a
partir de sua realidade até alcançar o mundo dos outros e das coisas, é condição essencial para que
o homem possa hoje viver como autor num mundo cada vez mais massificado, desenraizado,
injusto, globalizado. Com essa convocação existencial, há a inscrição de Delfos, um imperativo
categórico: “Conhece-te a ti mesmo”. É preciso aprender constantemente a analisar as ações e
refletir sobre elas, para podermos corresponder à convocação social e educacional à qual somos
chamados (p.2).
PA064 Por fim, na conclusão, procuramos responder a questões geradoras do trabalho: Será que a
curiosidade espontânea e o interesse por aprender que a criança vai perdendo ao chegar à
adolescência, ela os recuperaria pela introdução de contextos de diálogo investigativo, ainda que a
escola permaneça, no essencial, sob modelos de gestão e currículos tradicionais? O diálogo
investigativo é compatível, ou mesmo necessário à realização dos objetivos preconizados nos
PCN’s? (Resumo)
PA065 “Normalidade”, “anormalidade”, “inclusão”, “exclusão”, “políticas econômicas”, “política social”,
“política social educacional”, “Estado”: qual a relação entre estas categorias? É o que nos propomos
a discutir aqui, enquanto esforço de pesquisa (p.3).
PA068 A partir destas motivações organizacionais pretendeu-se investigar os pressupostos científicos que
justificam a existência de um Programa de Avaliação Institucional, identificando como
problematização para este estudo uma questão pertinente ao tema em destaque. A questão que se
coloca é: até que ponto as ações desta modalidade de Avaliação desenvolvem-se em termos
filosóficos, sociológicos e políticos para a tomada de decisões e gestão dos resultados obtidos no
processo de investigação? Com esta direção, as hipóteses iniciais foram assim organizadas: (p.4)
É possível que a avaliação institucional contribua para que a instituição repense as suas práticas
administrativas, técnicas e pedagógicas, de forma crítica e comprometida, refletindo sobre o seu
papel social de promoção e divulgação de um saber transformador da realidade? A avaliação
institucional pode ser definida como um instrumento de mudança da cultura organizacional e
institucional?; Até que ponto ela pode constituir-se numa intervenção política, estética, ética e
pedagógica, geradora de análises da realidade universitária?; A Avaliação Institucional pode ser
um processo de reflexão sistemática, metódica, organizada e intencional, empreendido na direção
de uma auto-reflexão sobre as finalidades, processos e resultados da instituição, como acreditam
seus principais teóricos brasileiros?; As investigações acerca do tema proposto privilegiaram a
análise destas hipóteses (p.5)
PA073 Quando busco o sentido ético-estético do corpo, volto-me para os valores éticos e estéticos que
levam as pessoas ao delineamento das possibilidades corpóreas de expressão num dado grupo
social. Não visualizo esse pensar ético-estético apenas na individualidade do corpo, mas em sua
unidade/pluralidade, em seu fazer coletivo, em suas intenções, desejos, necessidades de grupo,
sobretudo os de cultura popular, o que me conduz à seguinte problemática: como se dá a construção
do sentido ético-estético do corpo na cultura popular? (p.5)
548
PA077 Em qualquer das hipóteses, coloca-se em relevo um fato que não pode ser descartado: a
modernidade está sendo questionada. Entretanto, questionamentos os há em diferentes graus: desde
os mais sucintos até os mais radicais. Note-se que o mero fato de se cogitar uma pós-modernidade
indica a adicalidade da crítica que vem sendo feita ao discurso moderno, na medida em que o
prefixo “pós” que antecede “modernidade” tem o sentido de após, algo que vem depois, indicando
o fim desta e, conseqüentemente, a superação dos fundamentos teóricos em que ela se alicerça.
Neste caso, pode-se perguntar: que aspecto da modernidade poderia suscitar uma crítica tão radical
aos seus fundamentos e ensejar a ruptura do arcabouço teórico moderno? (p.7) Ora, a educação
(em sua face moderna) é, evidentemente, uma das instituições11 desta sociedade, razão pela qual,
parecem pertinentes, em relação à mesma, perguntas do tipo: as inúmeras críticas feitas à
modernidade não seriam também extensivas à educação moderna? Em caso positivo, como a
afetam? Em que nível? Condicionada pela mesma racionalidade – instrumental – que alicerça a
sociedade tardocapitalista, assentada na díade ciência-tecnologia, a educação contemporânea, na
linha do pensamento de Adorno e Horkheimer, não “ratifica na sala de aula a coisificação do
homem” (ADORNO; HORKHEIMER, 1985, p. 42) que tem lugar na esfera da produção? Em
outras palavras, a educação contemporânea enquanto instância de dominação do homem
esclarecido sobre a natureza – da qual a natureza interior do homem faz parte - também não estaria
contribuindo para a extensão deste domínio ao próprio homem num processo em que o outro, ou
seja, a alteridade é tida como hostil? (p.8)
PA078 O homem, enquanto indivíduo, só existe inserido em comunidade, de tal modo que seu agir é
sempre um agir individual e social. A conquista da educação do ser humano passa pela
configuração do mundo histórico capaz de gerar a autonomia: o homem se faz educado construindo
mundos, onde a educação se efetiva na configuração de suas relações Intersubjetivas. A primeira
conseqüência disso para a educação é a historicidade do processo educativo: a educação é sempre
situada numa configuração determinada, num certo contexto sócio-histórico, numa relação de
condicionamento recíproco com este contexto. Qual é o princípio de articulação de nosso contexto
sócio-histórico? O que gerou, em nossa modernidade, o consenso que produz a vida em comum?
(p.3) Habermas reformula o conceito de razão e opta por uma racionalidade comunicativa. Quais
são as implicações dessa mudança de perspectiva para a educação? Para reconstruir o potencial
formativo da educação é necessário partirmos não mais do conceito moderno de razão centrada no
sujeito, mas do conceito de racionalidade comunicativa apoiada na intersubjetividade (p.9). Como
entendemos a ação educativa? Em que situação uma ação realizada numa instituição escolar é
educativa? Sob quais condições necessita ocorrer para ser assim denominada? Qual tipo de ação
está envolvido nesse processo? Consideramos como educativo o tipo de ação cuja finalidade
(imediata ou futura) é a formação do aluno segundo os critérios de uma teoria da educação e cujos
agentes são os profissionais integrantes da comunidade escolar (p.12-13).
PA080 Em seguida, iremos nos debruçar sobre a pergunta: que caminhos a Geografia deve seguir em
tempos de Globalização? O governo de Fernando Henrique Cardoso defendeu, durante oito anos,
a aprovação dos alunos das escolas públicas e privadas em série terminal, o que acabou gerando
um grande número de analfabetos funcionais, ou será que o caminho a seguir é o proposto pelo
governo atual de Luis Inácio Lula da Silva, que quer reduzir a grade curricular, privilegiando
algumas disciplinas, como Matemática e Português? Existirão apenas estes dois caminhos? (p.11).
549
PA083 É como se após séculos de progresso ininterrupto, o mundo e os homens se vissem, perplexos,
envoltos numa nuvem de irracionalidade. Portanto, pensar o presente é pensar em crise – a crise da
razão – ou estará a razão no centro da crise? Crise, vale a pena lembrar, vem do grego krisis, que
pode ser traduzido por julgamento, decisão, semelhante ao logos grego, que é também julgar,
pensar. Etimologicamente, portanto, toda crise é o momento de nela se pensar. Era o que Freud já
tentava em 1930 com o seu “Mal-estar na civilização” (p.6) Fica, pois, claro que o problema com
o qual os educadores contemporâneos deste início de milênio se deparam é, neste contexto, o
esgotamento do projeto da modernidade. E surge a constatação: a educação do iluminismo não só
não emancipou o homem, como contribuiu para implementar novas formas de opressão. E dessa
constatação emerge a pergunta: chegou-se ao fim da utopia pedagógica do iluminismo? (p.9) O
século XVIII não hesitou em enfrentar gigantescas tarefas intelectuais que abrangeram toda a
multifacetada teoria do conhecimento, que trouxe como conseqüência, uma nova “orientação das
idéias” e uma direção para o olhar dos homens. Sapere aude! Mais que a divisa kantiana da
Auflklärung (Ilustração), tornou-se um imperativo norteador do pensamento humano à partir de
então. Recorrendo à metáfora de Goethe (citada por Cassirer) dos “fios invisíveis”, e dentro do
espírito da investigação filosófica que desde sempre tem movido os homens, cabe então perguntar:
serão tais fios realmente invisiveis, impossíveis de serem desvendados? Ou haverá nesta trama um
“fio de Ariadne” que nos permitiria mapear a labiríntica história do pensamento humano desde
então? O próprio Cassirer nos fornece uma pista: “A famosa sentença de Lessing, de que não se
deve procurar o verdadeiro poder da razão na posse da verdade, mas em sua aquisição, encontra
por toda a parte seu paralelo na história das idéias do século XVIII”. (CASSIRER, 1997, p.33) É à
está “sede de saber inscrita na alma humana, para esta infatigável curiosidade intelectual que nos
impele de idéia para idéia” (Ibid, p.33) – eis aí um fio condutor começando a revelar a sua
perceptibilidade. (p.11-12) O projeto de redenção da humanidade, via educação, está efetivamente
esgotado? Estará o homem condenado a viver infinitamente a sua “minoridade”? Os ideais
iluministas, que vêm percorrendo a história da pedagogia ocidental desde a antiga Grécia, estão
realmente obsoletos? A Ilustração do século XVIII e o desencantamento do mundo no século XXI
– esta passagem ocorreu pelo relativismo da ética e/ou pela instrumentalização da razão e do
conhecimento? A alienação da realidade, a ponto de o homem tornar-se em inimigo da natureza,
tem como explicação suficiente a conversão do mito em esclarecimento e da natureza em
objetividade? A tragicidade da pós-modernidade não residiria na morte das utopias? Pode-se nos
dias atuais falar em fundamentação racional emancipatória para a Educação? Ou estará o
conhecimento para sempre condenado a ser conduzido por interesses que pré-existem ao próprio
conhecimento? A crítica social, a crítica do Estado, a crítica da educação não estão se restringindo
a apenas interpretar os conflitos e crises atuais, servindo assim a interesses difusos de dominação?
O ideal pedagógico do iluminismo, no qual o conhecimento surge como fator de compreensão
universal, de liberdade, de igualdade, de fraternidade, enfim, de redenção do ser humano, merece
e pode ser retomado? O ser humano, desorientado, enganado, manipulado e oprimido, não estaria
retornando a um estado da pré-Idade da Razão, estado este que já se julgava ultrapassado
historicamente? O medo, a ignorância e a superstição que caracterizavam o conhecimento anterior
ao iluminismo, não foram substituídos por forças outras, como o consumismo a alienação e a
ilusão? A estas questões, pode-se acrescentar a de Eby (1976, p.271): “De que valem as realizações
da ciência e os progressos nas artes, se o próprio homem não pode aperfeiçoar-se?” Para responder
a todas estas indagações (e muitas outras) pode-se arrolar um grande número de pensadores que,
anunciando o fim do projeto da modernidade, decretam também o fim das utopias, das esperanças,
do futuro. E a questão colocada na p.6 se amplia: é a razão que está em crise? Ou a educação está
em crise? Ou é a civilização contemporânea que está em crise? (p.14-15)
550
PA084 Os problemas de pesquisa podem, por um lado, parecer evidentes, conforme o pesquisador se
relacione com a tecnologia como consumidor, leitor de jornais, usuário, investidor etc.; mas
também pode a questão da tecnologia ser a afirmação de uma autonomia relativa do intelectual
frente à preocupação dos meios de comunicação, dos empresários, do lucro, e colocar questões que
estes não fazem, não podem fazer, ou não farão. E esta é a perspectiva que neste trabalho se analisa:
interroga-se a análise teórico-crítica à questão da tecnologia no pensamento de Feenberg. Quais os
principais elementos teóricos da teoria crítica da tecnologia? Como ela supera o problema do
tecnocentrismo? Até que ponto a proposta de Feenberg permite uma abordagem teórico-crítica à
questão da tecnologia? Com base no arcabouço teórico proposto pelo autor, como é possível pensar
a relação moderna tecnologia e educação? Em síntese: Quais as contribuições da teoria crítica da
tecnologia para se pensar a relação tecnologia e educação? (p.4-5)
PA087 "Neste trabalho procuramos expor e comparar os modelos de Ética de Henrique Cláudio de Lima
Vaz, Josep Maria Puig e a sugestão de ensino de ética, como tema transversal, contida nos
Parâmetros Curriculares Nacionais, PCNs. Em seguida analisamos o surgimento da moral como
conflito e o conflito moral no interior desses modelos e da ética como tema transversal (p.iii)".
PA088 Problematizo a pertinência dos projetos inseridos como parte da flexibilização da nova LDB (Lei
de Diretrizes e Bases da Educação); a abertura das escolas para projetos de inserção dos menos
favorecidos e o discurso da inclusão a partir do multiculturalismo e do localismo, ou seja, a partir
da realidade sociocognitiva dos alunos (p.v). Como o projeto foi readequado em busca da (p.23)
eficiência pedagógica, leia-se, em busca dos objetivos traduzidos em metodologia da pesquisa
científica, havia sempre destaque para alguns alunos. E a pergunta nunca respondida – como avaliar
o aprendizado da leitura? Ela então se traduz nesses passos da pesquisa tão exaustivamente
recitados? (p.23-24)
PA089 No decorrer da pesquisa, vários questionamentos foram efetuados: Sendo meta do Plano Nacional
de Educação atender 30% dos jovens de 18 a 24 anos nas Instituições de Ensino Superior até 2010,
de que forma seria atendido esse objetivo? No que diz respeito à ampliação de oferta do ensino
público de modo a assegurar uma proporção nunca inferior a 40% do total das vagas [...] E houve
veto nessa meta, como será o atendimento dessa demanda excluída? Tendo em vista os problemas
educacionais existentes como inserir a modalidade de EAD como mais uma alternativa no processo
de ensinar e aprender? Hoje no país existem milhares de professores sem formação pedagógica e
especificamente no Paraná cerca de 30.000 professores atuam no ensino fundamental (1ª a 4ª séries
e educação infantil) sem curso superior. Como atender essa demanda? A gestão de projetos
públicos dos cursos de graduação funciona à partir de uma política pública em nível estadual? E
ainda, existem contradições no desenvolvimento desses projetos? Quais? (p.2).
PA090 Dos pontos que trabalhamos, aquele que provocou maior interesse foi a sua teoria relacionada ao
direito de propriedade, visto se tratar de um autor intimamente ligado ao liberalismo político. Esse
fato levou-nos a formular um problema, que seria se Locke faz uma justificativa moral para o
direito à propriedade particular dos bens materiais? Ao que, desde o início, parecia ser mesmo que
a propriedade para Locke só se justificaria com o trabalho. Essa questão nos levou a muitas
pesquisas em sua obra política e ao estudarmos o seu pensamento político nos deparamos também
com um homem do seu próprio tempo, ou seja, controvertido como pessoa do início da
modernidade e que, no entanto, esteve claramente de um lado durante o período revolucionário da
Inglaterra do século XVII. (p.1-2)
551
PA091 Uma das características mais destacadas do programa utilizado é o fato de ele ser conhecido como
uma linguagem de programação muito próxima da linguagem cotidiana dos alunos, onde esses
digitavam comandos para a máquina na forma de uma conversação, ao mesmo tempo em que
conversavam entre si acerca dos problemas propostos e do uso do equipamento, sendo justamente
esse aspecto, o possível papel estruturante que a linguagem pode ter no desenvolvimento das
atividades e na forma como os alunos e os professores se manifestavam acerca do uso da tecnologia
no processo de ensino e aprendizagem da matemática, que gerou a indagação inicial desse atual
trabalho de pesquisa, ou seja: Qual o papel da linguagem nesse processo? (p.1) A questão acerca
do papel que a linguagem desempenha no uso atual de tecnologias na Educação leva a uma outra
questão, de caráter mais abrangente e que pode ser expressa da seguinte forma: Como se dá a
relação entre o fenômeno da Educação e a superestrutura da teia social? (p.4) Porém cabe aqui um
questionamento: Essa postura otimista frente à introdução da tecnologia, em especial a tecnologia
informática na Educação leva em consideração a evolução histórica da sociedade que conseguiu
realizar essa forma de produção social da vida? Pode ser possível que a tecnologia inserida na
Educação ainda não adquiriu maturidade suficiente para efetuar uma análise de seus fundamentos
filosóficos e verificar se sua atuação é condizente com os rumos de uma Educação com a finalidade
de formar o homem para a vida em comunidade? Ou o discurso proferido nessa área padece da
influência do poder da ideologia burguesa e sua tentativa de mostrar que a finalidade da Educação
é a “preparar o homem para uma sociedade em estado de mutação”, ou seja, preparar o homem
para a adaptação ao mercado de trabalho de modo a servir melhor ao funcionamento do sistema?
(p.5) O grau de importância dado a esse assunto pode ser avaliado pela quantidade de pesquisas
realizadas nessa área do conhecimento e pela elaboração de diversas teorias sobre os modos como
a utilização da tecnologia que afetam o processo de ensino e aprendizagem da disciplina, bem como
a publicação de diversos livros e artigos sobre o assunto. Porém, novamente em função do
questionamento inicial desse trabalho de pesquisa, cabe aqui uma questão que trata das bases dessa
produção: (p.6) As pesquisas, teorias e textos que tratam da utilização do computador no processo
de ensino e aprendizagem da matemática se preocupam com os seus fundamentos filosóficos e
científicos? De um modo um pouco mais enfático e buscando respaldo nas relações dialéticas entre
infra-estrutura e superestrutura pode-se questionar: A produção acadêmica nesse campo científico
observa que o seu objeto de estudo é um objeto historicamente construído que serve a um modelo
de sociedade? Uma vez buscada as respostas para estes questionamentos sobram ainda uma questão
mais premente, de cuja busca da resposta dependerá a exposição de um caminho para uma ação
política nessa área, ou seja: De que maneira os conhecimentos são articulados nessa produção
científica? E de que modo essa articulação pode servir a uma parcela da sociedade? Como mais
uma instância de reafirmação das relações sociais, para as classes dominantes, ou como elemento
de uma possível conscientização para a parcela menos favorecida? (p.7)
PA093 Entre as muitas possibilidades de estudo sobre a diversidade temática da educação encontra-se a
questão da natureza e os constituintes políticos da Didática. Melhor dizendo, quais seriam as
matrizes epistemológicas e as diretrizes políticas e institucionais do ensino da Didática na tradição
universitária brasileira? Pesquisas e estudos dessa temática têm sido considerados como
significativo espaço de contribuição ao sustento de políticas derivadas de concepções dominantes,
tendo em vista que esse espaço, quase sempre, é dedicado ao estudo das relações que envolvem
meramente a díade do ensino-aprendizagem nas instituições escolares. Haveria outra pergunta,
outras implicações? (p.1) Quais seriam as diretrizes filosóficas e matrizes epistemológicas que vem
sustentando as concepções dominantes do ensino da disciplina Didática adotadas nos cursos de
formação de professores na educação superior brasileira? Quais os espaços que a teoria crítico-
histórica da Didática ocupa na tradição da universidade e na formação profissional dos educadores
no Brasil e quais as suas possibilidades políticas no contexto das duas últimas décadas? Até que
ponto a disciplina Didática fundamentada na teoria crítico-histórica poderá se constituir como um
dos suportes do processo de formação filosófica do educador – professor formado no contexto do
ensino superior brasileiro? (p.3)
552
PA108 Decidi, a partir de então, centrar a pesquisa na atuação do agente policial que é quem arquiva as
fichas de ocorrências e na percepção desse atendimento pelas queixosas. Para tanto, procurei fazer
uma observação, a mais completa possível, da dinâmica de funcionamento da Delegacia da Mulher.
Busquei incluir em minhas observações, todos os momentos da queixa, desde a chegada da vítima
na unidade policial: passando pelo diálogo travado entre vítima e escrivão, até o modo como o
agente policial registra a história com o intuito de enquadrar a queixa em um delito previamente
classificado pelos códigos jurídicos. A partir de então, pude ampliar a pergunta da pesquisa: Qual
a visão dos policiais da Delegacia da Mulher por ocasião do trabalho no atendimento das mulheres,
vítimas de violência? Como os profissionais que trabalham nestes órgãos reproduzem, durante o
registro das ocorrências, o relato da vítima? Até que ponto a concepção da diferença de sexos de
base biológica fundamenta a visão dominante do masculino? Para tentar responder a essas questões,
procurei observar os atores sociais na ação: a postura corporal, como também o que fazem e dizem.
Dessa maneira, a pesquisa foi iniciada na DARCCM, unidade policial onde se encontram os
envolvidos no contexto da violência contra a mulher (p.10)
PA109 Nossa premissa consiste em reconhecer que a Pedagogia Histórico-Crítica configura a mais
orgânica e progressista concepção de educação já produzida em nossa tradição teórica e política,
no campo educacional. Todavia, a despeito de sua natureza política determinada, quais seriam as
causas e razões de sua ambígua aceitação e implementação nos anos 1980? O problema que nos
colocamos para esta pesquisa é a suposta não-resistência feita pelos professores durante o
redirecionamento das propostas educacionais, adequando-o ao universo da pedagogia das
competências, efetivadas no início dos anos 1990. Indagamo-nos sobre como tais educadores, que
anteriormente foram considerados possuidores de uma consciência político-pedagógica
revolucionária, passaram a introduzir em seu discurso os conceitos e práticas difundidas pela
pedagogia das competências. (p.1) Este é o terreno histórico e o recorte temático de nossa pesquisa:
como se deram os processos de implantação, convencimento, ordenação institucional da Pedagogia
Histórico-Crítica no Paraná? Quais foram as resistências, em que graus de compreensão e
comprometimento com seus pressupostos foram dispostos os movimentos dos docentes, da vida da
escola e da sociedade? (p.4)
PA110 Esta é uma narrativa-dissertação que flui não flui. Deleu-guata-rosear a educação. Narrativa-rizoma
que vai de um lugar para outro e continua sendo este. Narrativa-colagem. Uma escrita que se
interrompe e que se permite ser atravessada por Deleuze-Guattari-Rosa e outros eus. Narrativa-
bricolagem. Seria possível inventar um outro jeito de escrever, que escapasse ao modelo de
dissertação? É permitido fazer uma dissertação em um outro formato? Escrita-experimentação (p.4)
PA112 A hipótese a ser confirmada e demonstrada pela pesquisa, é a de que a atual formação odontológica
está fundamentada em uma concepção pedagógica tecnicista, pragmática e utilitarista; voltada mais
à adaptação do indivíduo às constantes modificações do mercado de trabalho, característica do
atual modelo econômico, do que às reais necessidades de saúde bucal da população brasileira (p.iii).
Portanto, com a intenção de aprofundar e ampliar essas reflexões, potencialmente críticas, abrindo
uma nova possibilidade de articulação entre a política de formação em Odontologia, as
Universidades Públicas e os Projetos Político-Pedagógicos, formulamos três perguntas que
resumem o nosso problema de pesquisa: “Quais as relações entre a concepção de formação do
cirurgião-dentista nas Universidades Públicas Paulistas e o atual (p.6) modelo econômico?”,
“Quais os pressupostos políticos e ideológicos dessa concepção de formação?” e “Em que medida
ela se aproxima ou se afasta das reais necessidades de saúde bucal da população brasileira?” (p.7).
PA113 Não obstante a existência de alguns trabalhos esparsos que desenvolvem relações relevantes entre
algum aspecto ou conceito do pensamento de Espinosa com a educação, apresentados no mais das
vezes em forma de artigo ou outro tipo de texto breve, sente-se falta de um trabalho que se disponha
a realizar um estudo mais amplo, não a partir de um ou outro conceito da filosofia de Espinosa,
mas mediante o conjunto das suas obras, visando compreender qual é ou quais são os lugares que
a educação ali ocupa (p.iii). Como, porém, é possível abordar o conjunto das obras de Espinosa
sem que se perca de vista a objetividade e sem que o trabalho não se limite a considerações
meramente vagas? De acordo com o que foi expresso pouco mais acima, o estudo do espinosismo
exige antes de tudo uma recolocação na história que, por sua vez, exigiria o cumprimento de todo
um programa prévio para o estudo da filosofia de Espinosa (p.4)
556
PA115 Para onde vamos nós, os modernos? Certamente vamos para longe, para bem longe... Mas, longe
do que e por quê? Por que nos marca, desde há muito, a abertura, a expansão, a evasão, a fuga,
mas, paradoxalmente, também a retração? Por crermos lá encontrar, no distante, aquilo que aqui
nos foge? Pouco provável! Afinal, o que nos garante lá encontrar o que aqui não temos? Nós, os
modernos, abandonamos há muito a ingenuidade, essa é nossa profissão de fé. Garantias... Ah, nós,
os modernos, somos os que abriram mão das garantias. Esse é o atestado de nossa maioridade. Sem
juiz supremo algum, sem fiança a nos garantir, a princípio a sós, com um mar imenso pela frente,
agora, com o espaço colossal por sobre nossas cabeças, avançamos e pretendemos não nos perder.
Afinal, dizemos, se não há um para além, se qualquer lugar é um ponto indiferente no espaço
infinito, dado o naufrágio do ponto fixo do observador e da observação, rumamos bem, mesmo que
em tal rota estejamos à deriva. Essa é nossa força, nossa singularidade, essa, nossa fraqueza.
Deveríamos então, recuar, voltar? Mas, para onde? E ainda mais, por quê? O que teríamos antes
tido que agora não temos mais? Recuar seria, então, atestado de fraqueza, de covardia, de desaviso,
afinal, a linha reta que por vezes se curva é a nossa marca, várias setas, nosso símbolo. Ou melhor:
múltiplas setas partindo de todos os lados rumo a todas as direções (p.1) O tema da tese seria, então,
Nietzsche e a modernidade? Não exatamente, mas sim, Nietzsche como sismógrafo de alguns dos
impasses mais velados da modernidade. E um dos temas em que tais impasses revelam sua faceta
mais radical, razão para sua escolha como objeto de estudo nesta tese, é o tema da educação, mais
propriamente dito, da formação trágica, da experimentação (p.5) Segundo Nietzsche – e neste
particular ele segue as lições de Hölderlin –, a dificuldade de encarar a solidão tem profunda relação
com práticas de formação de uma imagem falsa do homem, portanto, procedimento falso,
mentiroso. Por qual razão, então, ocorre este engodo? (p.6) É difícil reconhecer a solidão, aceitá-
la, não porque aí se dê o encontro consigo próprio, mas porque aí se dá o encontro com a nulidade
e a perenidade do tempo: a solidão é a forma do absoluto! A solidão pode parecer insuportável
porque nela se dá, quando plena, intensa, a supressão do sujeito e instauração da vertigem. E o que
é a vertigem senão o tempo tornado matéria de pensamento? Ou seja, uma formação não humanista
deve topar com o tema da temporalidade, da mortalidade, enfim, do trágico (p.7)
PA116 Após constantes reflexões e revisões, chegou-se à conclusão de que o tema escolhido para a
pesquisa seria o expresso pelo seguinte enunciado: ‘O naturalismo e o contratualismo em John
Locke e em Jean-Jacques Rousseau: convergências mapeadas pela análise de algumas categorias
de seus pensamentos à luz metodológica do materialismo histórico-dialético’; conseqüentemente,
novos (p.1) desafios impuseram-se, dentre os quais o seguinte, que constitui o problema central da
pesquisa: ‘em que medida o tratamento dado ao naturalismo e ao contratualismo de Locke e de
Rousseau tem importância para se pensar problemas teóricos e práticos da educação nos tempos
atuais, sobretudo o problema da cidadania? (p.2).
PA117 A presente pesquisa, inspirada no conceito de modo de endereçamento, analisa o currículo da ética
como Tema Transversal dos Parâmetros Curriculares Nacionais e busca respostas para as
perguntas: o que esse currículo “pensa” que é? Quem ele “pensa” que seu alvo é? Esse currículo é
uma inovação curricular? (p.ix).
PA119 A questão primordial a que nos propomos investigar, no conjunto de temas que emergem de nossas
contraditórias conjunturas, é a de avaliar a perda do valor da historicidade nas teorias auto-
proclamadas de “pós-modernas” (p.1) Na Educação, nas Ciências Humanas e Sociais, nos discursos
políticos e análises de conjuntura, proclama-se o “fim da História”, o “fim da geografia”, o fim do
tempo e do espaço. A que determinação política corresponde essa atmosfera? O presente estudo
quer investigar essa questão, essa senda, demonstrar suas balizas ideológicas e os seus alcances
político (p.1-2)
PA120 A pergunta que motivou a presente investigação foi formulada assim: em que consiste a educação
aristocrática em Nietzsche? A tese formulada de que é possível conceber a educação aristocrática
em Nietzsche por meio do perspectivismo e da autossuperação do sujeito apontou uma educação
individual, do destaque, do homem solitário; educação da exceção (p.vii).
557
PA123 Nessa direção, entendemos que a Educação Sexual se encontra ligada diretamente ao contexto
histórico-cultural onde emerge e estrutura-se e, portanto, pretendemos, no atual estudo, investigar
e tentar compreender as seguintes questões: O que os professores de Ciências do Ensino
Fundamental entendem por Educação Sexual? Os mesmos se sentem aptos a discutir abertamente
o tema de Educação Sexual, atendendo às expectativas dos alunos? Os docentes de Ciências
Biológicas tiveram, no seu curso de Licenciatura, alguma disciplina referente à Sexualidade
humana, além do conteúdo puramente biológico? Quais seriam as categorias epistemológicas e
matrizes políticas dessas disciplinas? E nosso problema central: Quais as contradições, limites e
possibilidades da Educação Sexual Escolar e quais as formas institucionais de abordagem da
Educação Sexual no Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas e nas Escolas Públicas de
Ensino Fundamental na disciplina de Ciências? (p.3)
PA124 A teoria da mímesis na filosofia de Platão, quase sempre vista no âmbito estético, foi na maioria
das vezes interpretada na tradição filosófica e literária como uma teoria negativa. Acreditamos que
isso decorre de uma leitura e interpretação um tanto apressada dos diálogos, que não considera o
aspecto educacional da atividade mimética. Uma teoria da educação em Platão jamais poderá se
dissociar da questão da mímesis (p.v).
PA125 Portanto, o tema-problema deste trabalho, qual seja, o de desvelar como se desenham e se
estabelecem as Imagens Identitárias da Pedagogia no Brasil contemporâneo, se justifica
institucionalmente (pelo esclarecimento do funcionamento das práticas maiores e menores em
Pedagogia nos mais diversificados espaços, tanto formais quanto não formais e informais),
socialmente (através da necessária contribuição teórica e prática que esta tese vem realizar) e
pessoalmente (por toda uma trajetória pessoal e subjetiva que encontra na tessitura do trabalho o
ancoradouro para as incógnitas que um dia existiram e outras que já se delineiam no fim do mesmo)
(p.21).
PA126 Restam-nos, ainda, alguns questionamentos, que tratam de nossas intenções como pesquisadores:
Que motivações poderiam sustentar a presente pesquisa? Quais seriam as potenciais extensões de
uma motivação meramente subjetiva para se transformar num problema teórico com possibilidades
de entendimento de questões postas pela realidade da educação e da pesquisa no campo temático
atual? (p.7) Nossas hipóteses iniciais consolidam-se sobre a questão problema: Teria a filosofia
confessional católica definido uma matriz filosófica no Brasil de natureza conservadora,
eurocêntrica? Teria o ensino de Filosofia de tradição católica, negado o acesso às filosofias
modernas e a possibilidade de ter havido no Brasil, uma pesquisa ou tradição sobre as grandes
teorias ou ideias modernas burguesas? Por que somos avessos ao racionalismo cartesiano? Por que
não houve no Brasil ressonância da teoria de Francis Bacon? Por que não compreendemos aqui as
teses civis de John Locke ou Rousseau? Por que atrasamos tanto a assimilação do iluminismo
Francês? O que justificaria a nossa distância dos centros difusores da filosofia moderna seria a
forma conservadora, engessadora e apologética da tradição filosófica clerical, eclesial? Se essa
hipótese se consolidar, teremos que ao menos reconhecer sua força política, capaz de assegurar
todo um movimento de ideias (p.9) Com estas intenções, nossa pesquisa buscará proposições
analíticas históricas e possibilidades institucionais de superação, a partir da necessidade de
responder à questão central que hoje nos motiva, a saber: O ensino da filosofia católica, oferecida
aos Agentes Religiosos brasileiros, possibilita uma formação para uma ação emancipadora na
sociedade de hoje? Trata-se de buscar reconstituir os liames contraditórios da ação jesuíta no Brasil,
de modo a explicitar tanto os elementos e proposituras que determinavam sua função ideológica
no processo colonizador quanto sua original forma de entender as novas gentes, os desafios da
educação e da filosofia nas terras novas e nos horizontes distantes da Europa (p.9-10).
558
PA127 Nossa pesquisa se localiza junto aos estudos que se propõem a realizar um balanço crítico da
produção do conhecimento em Educação no Brasil através da abordagem epistemológica. Diante
da possibilidade de organizar um banco de dados e caracterizar essa produção, decidimos -
contando com o esforço coletivo do trabalho em grupo - expandir, que nos permite, a partir da
produção e divulgação do conhecimento científico, obter informações sobre os elementos técnicos,
teóricos, metodológicos, epistemológicos, gnosiológicos, ontológicos, que expressam
posicionamentos ideológicos e políticos por parte dos pesquisadores (p.3). A partir do exposto, ao
abordarmos a problemática da relação entre ética e educação nas pesquisas educacionais com base
nas análises anteriores sobre a produção do
conhecimento e na dialética materialista como referencial teórico, questionamos: Afinal, de qual
ética estão falando? O que estão produzindo sobre ética nas pesquisas de pósgraduação em
educação das universidades públicas paulistas: UNICAMP, USP e UNESP? Quais as articulações
internas (articulações lógicas) e externas (articulações históricas) dessa produção? (p.7).
PA130 Ao todo, trabalhei com o Programa Filosofia para Crianças em seus diversos níveis, desde a
aplicação em sala de aula, até a elaboração de atividades, formação e coordenação de professores
envolvidos com a proposta, durante 11 anos. No entanto, (ou, devido a isso?), não podia deixar de
alimentar algumas críticas e objeções ao Programa. Minha primeira indagação era: por que motivo
o acesso às novelas filosóficas e aos manuais dos professores era vinculado aos cursos de
habilitação? (p.5) Por que não era exigida a formação em Filosofia daqueles que pretendiam
lecionar FpC? Não era possível que, em apenas 40 horas, uma pessoa que desconhecia a tradição e
a História da Filosofia, bem como seu vocabulário técnico e a maneira específica de abordar as
questões, pudesse ser “habilitada” a trabalhar com uma proposta educativa que, de acordo com
minha percepção, não era nem simples, nem de fácil compreensão e assimilação (p.6) Finalmente,
na conclusão, dediquei-me a dar uma resposta para a pergunta que intitula minha pesquisa e lhe
deu origem: Professores de Filosofia para Crianças – quem são eles?”.(p.11)
PA131 Diante destas considerações, cabe perguntar: por que então a educação comunitária continua sendo
proclamada, mesmo entre os discursos mais progressistas, como uma possível solução para as
lacunas deixadas pelo limitado e deficiente sistema educacional? Quando, onde e porque a
educação comunitária teria se dissociado dos movimentos sociais e populares em luta pela escola
pública de qualidade, unitária e universal, e pela conquista efetiva de direitos sociais e políticos?
Desde quanto a educação comunitária se efetiva como um trabalho sócio-educativo segmentado,
fragmentário, focalista e descontínuo, com caráter assistencialista, regulador e compensatório?
Quais seriam as fronteiras entre o popular e o comunitário, entre os movimentos classistas e
populares e os movimentos de identidade comunitária? Onde se localizam as barreiras deslizantes
entre a educação comunitária, a educação popular e a educação emancipadora? Enfim, quais os
limites e contradições da educação comunitária e quais suas possibilidades? Estas e outras questões
que atravessam o polêmico debate sobre a educação comunitária no Brasil serão cotejadas ao longo
de todo este trabalho (p.7).
PA133 Desta forma, as perguntas às quais a presente pesquisa pretende responder são, basicamente: 1) De
que formas o futebol foi, historicamente, utilizado como veículo da ideologia dominante? 2) Como
se desenvolveram as controvérsias sobre se o futebol é um “ópio do povo”? 3) O que se entende
pela afirmação de que o futebol é um “ópio do povo”? 4) As atuais abordagens da Educação Física
fornecem ao professor um espaço para o combate à ideologia que permeia o futebol? 5) Que
aspectos fundamentais devem ser contemplados por uma abordagem da Educação Física para que
contenha um espaço significativo para o combate à ideologia dominante? (p.2)
559
PA134 A pedagogia está preocupada em como aprender e ensinar referências sobre a sexualidade e
necessita conhecer os referenciais teóricos, históricos, antropológicos e educacionais para
desenvolver uma didática da sexualidade. Como trabalhar a didática da sexualidade na
adolescência? O que é adolescência hoje? Como lidar com a sexualidade na terceira idade? Como
erotizar a relação sexual? Como não fazer caricaturas dos idosos? Como ter um relacionamento
humanamente mais rico? O que é sexualidade da criança? Qual seria a melhor didática da
sexualidade na creche? Como trabalhar idades, referências e comportamentos? O que é infância
hoje? Essas e inúmeras outras questões foram propulsoras iniciais da presente pesquisa, cujo
propósito central está em articular um estudo teórico-filosófico sobre a sexualidade como condição
humana, histórica, antropológica e social e sua vinculação ao processo educacional. Isto é, a
sexualidade é uma condição subjetiva e social de apropriação humana no sentido dialético e real
dessa contradição. Por isso, acreditamos que só poderíamos encontrar potenciais aprofundamentos
ou possíveis respostas no campo filosófico. Nossas premissas históricas e políticas dependem de
uma concepção própria da sexualidade: como apropriação subjetiva e cultural dos sentidos
humanos e a possibilidade de sua reconfiguração como simbologia, discurso e prática social (p.4).
Essas orientações apresentavam-se extremamente contraditórias: alguns professores entendiam que
a criança deveria ser deixada livre para desenvolver-se espontaneamente, numa perspectiva
racionalista-inatista, sem a intervenção do professor e o conhecimento de regras sociais. De outro
lado, estava presente uma perspectiva tradicional-empirista que não levava em conta o contexto
histórico-cultural da criança. Neste último caso, recomendava-se que o professor mostrasse à
criança o modelo de se fazer conhecimento. Como podia haver divergências tão extremas na forma
de conceber as necessidades educativas das crianças? Outro fato curioso esteve presente na seleção
realizada para a escolha da professora para o pré-escolar, que resultou na minha contratação
(acadêmica do Curso de Pedagogia) em detrimento da outra candidata, que era pedagoga e
especialista. Por que à profissional formada foi negada a possibilidade de atuar junto àquelas
crianças? Por que preferiram a mim? A formação da outra candidata em Pedagogia não seria um
pressuposto para que eu fosse eliminada, tendo em vista que era apenas iniciante e sem formação
em nível de graduação? A desvalorização proveniente do desinteresse por parte das políticas
públicas educacionais em investir num profissional com formação e na formação dos profissionais,
embora imbuída de toda a contradição que apresenta, abriu um espaço fértil no desenrolar da minha
formação acadêmica em Pedagogia, e oportunizou-me o início das atividades profissionais
vinculadas à educação de crianças pequenas (p.7-8) A partir das matrizes institucionais e das
disposições culturais da educação sexual e da pedagogia da infância, quais as possibilidades de
desenvolver uma educação sexual emancipatória nas escolas da infância, nos limites da sociedade
atual? (p.14)
PA135 A indagação que deu origem ao presente trabalho surgiu no contexto da experiência vivida como
professora de Filosofia da Educação num curso de Pedagogia, na modalidade de Educação a
Distância. Quando formulei o projeto de pesquisa, minha preocupação básica dizia respeito à
seleção dos conteúdos: afinal, perguntava-me, o que se deve trabalhar nessa disciplina, na
modalidade EAD? Os conteúdos podem ser semelhantes aos selecionados no ensino presencial ou
têm suas especificidades? Além disso, o que se ensina no curso presencial pode ser aplicado no
curso EAD? Não imaginava então a complexidade do tema, sua dimensão política e as polêmicas
que causa, envolvendo críticas e comentários das mais diversas ordens. Ao ingressar no programa
de pós-graduação em Educação da Universidade Estadual de Campinas, cursando as disciplinas,
conversando com o orientador e aproveitando as considerações feitas por colegas e professores nas
Atividades Programadas de Pesquisa (APPs), percebi que há um problema que deve ser tomado
como mais fundamental que o primeiro, na medida em que o antecede na ordem lógica e que pode
ser expresso pelas seguintes questões: é possível ensinar Filosofia da Educação na modalidade
EAD e, mais especificamente, ensinar a filosofar sobre a educação? Se é possível, até que ponto?
(p.9)
PA136 Revirando as páginas do atual contexto e sem descaracterizar seus méritos, este trabalho de Tese,
em suma, almeja lançar um olhar diverso sobre a aprendizagem em filosofia e o fomento de seus
saberes. Eventualmente, quanto a este aspecto, pode surgir a questão: por que o foco é sobre a
aprendizagem filosófica e não sobre o ensino? Talvez porque a aprendizagem em filosofia fomente
uma relação externa com o pensamento contraefetuando-se daquilo que pode ser ensinado. Assim,
o ensino de filosofia é sempre de segunda ordem em relação à aprendizagem em filosofia (p.5)
560
PA137 Esta pesquisa aborda a problemática da relação entre educação, ideologia e a teoria da
complexidade. São duas as questões norteadoras que orientaram este estudo, que são: 1º Quais as
contribuições da teoria da complexidade no processo de produção do modelo pedagógico
materializada na realidade brasileira pós-reforma dos anos 1990 e sua influencia na produção da
pesquisa e formulação da política educacional nacional? 2º Quais os fatores inovadores que essa
abordagem se atribui e quais as críticas perante outras teorias educacionais no contexto brasileiro?
(p.iii).
PA138 Qual ou como seria o papel da escola para uma demanda tão especifica como a EJA4? Como
poderia a EJA atuar efetivamente no campo da formação de homens e mulheres com peculiaridades
distintas e diferentes da demanda escola regular que atende crianças, jovens e adultos de outro
contingente econômico e atualmente é referência pedagógica da EJA? A pergunta que nós,
profissionais da educação, nós fazíamos buscando um norte de ação estava assim formulada: se o
papel da EJA está intimamente associado ao trabalho/emprego, para que trabalho e sob quais
condições deveríamos pensá-la, num mundo sem trabalho? A pesquisa voltava-se inteiramente para
esta realidade. Foi o confronto entre o papel social da EJA em seus limites e perspectivas e a
realidade objetiva de alunos e professores no contexto real, que proporcionou nossos estudos. (p.3)
Deste objetivo surgem questões norteadoras para a investigação, expressas dessa forma: qual o
sentido da formação na EJA para a empregabilidade, no contexto atual? E sabendo que para o
conceito empregabilidade apontavam as diretrizes, mas também estava o anseio escolar de
viabilizar ações que ao atender a imediaticidade dos alunos, revertesse o seu quadro de evasão e
repetência, se interpôs outra questão, tendo como viés a categoria do trabalho: qual o espaço para
a categoria trabalho como princípio educativo na EJA, considerando a conjuntura que aponta para
a empregabilidade como novo nexo? (p.5)
PA139 A problemática desta dissertação situa-se na compreensão do modelo de educação musical proposto
por Platão para a formação dos guardiões; para tal, este texto procura efetivamente responder à
seguinte questão: de que forma Platão pretende educar, por meio da música, a classe dos guardiões
para a vida justa no Estado ideal? (p.1).
PA141 A pesquisa visa identificar e sistematizar as categorias e pressupostos éticos e estéticos para uma
teoria da sexualidade em SCHOPENHAUER, relacionando elementos conceituais, filosóficos e
políticos aos atuais discursos e práticas acerca da educação e sexualidade. Dada a compreensão de
que a educação sexual é objeto de estudo da Educação, quais as concepções, ou ideologias que se
movem nos discursos sobre a sexualidade? Quais as abordagens e tensões axiológicas dos discursos
filosóficos mais relevantes e como Schopenhauer pode ser situado nesse universo? (p.xiii).
PA142 Em uma extremidade, a obra de Serres antevê a possibilidade do surgimento de um outro homem;
na outra, essa possibilidade encaminha as reflexões no sentido: e a educação desse novo homem?
(p.3) Herança de Babel: pelo pecado da dominância e grandeza, os homens deixam de falar a
mesma língua e passam cada um a falar a “sua” língua, ou seja, perdem o interesse do bem-estar
comum em razão das vantagens privadas. Ironia: quais anjos precisarão ser convocados para
tentarem superar a barreira maior dessa linguagem privada por uma linguagem do bem coletivo e
da sobrevivência do mundo? Como afirma Serres (2003b), o homem conseguiu dominar a natureza.
A questão agora e: como dominar essa dominação? E, na condução de um projeto tão vital, a
necessidade inadiável do surgimento de um novo homem ao qual Serres denomina cidadão do
mundo. De outra forma, a humanidade vacila. E assim que o surgimento do novo homem e
absolutamente permeado pela ação educativa, ou seja, por ações capazes de viabilizarem ao homem
as disposições necessárias a invenção de novas relações com aquilo que lhe condiciona a vida. (p.5)
Para tanto, no capítulo I – Da legitimidade da Antropologia Filosófica a investigação sobre o ser –
, buscamos apresentar rapidamente duas questões da Antropologia Filosófica que a filosofia de
Michel Serres (2003b) tangencia: o discurso sobre a legitimidade do pensamento filosófico no
conhecimento sobre o homem e, ainda, a problematização da pergunta fundamental da
Antropologia Filosófica: o que é o homem? (p.8)
561
PA144 Jean-Paul Sartre, filósofo francês, uma existência marcante do século XX, que transitou pelos
diversos gêneros da escrita: textos filosóficos, peças de teatro, obras literárias, biografias,
autobiografia, ensaios, correspondências, artigos jornalísticos, roteiros de filmes, tudo o que sua
liberdade de escritor lhe permitia fazer. Um Sartre que inventou Sartre: filósofo, dramaturgo,
escritor, ensaísta, jornalista, político, roteirista. Uma existência criadora, resistente, engajada,
subversiva, contestadora, provocadora, polêmica, caracterizada por um homem livre,
comprometido, responsável, que mergulhou intensivamente nos grandes debates que marcaram o
seu tempo. Construiu um pensamento que percorre os contornos ontológicos, antropológicos,
éticos, políticos e estéticos. Amado e odiado, Sartre influenciou uma geração de jovens intelectuais
de sua época; fez amigos e inimigos e, na contramão da história, quando a maioria dos filósofos,
escritores, pintores têm o sucesso na pós morte, sua fama apareceu em vida, enquanto existente.
Hoje a amplitude de sua fama não é mais a mesma, quase esquecido no meio acadêmico, tornou-
se um filósofo pouco estudado, pouco lembrado. O que resulta na pergunta: será que Sartre, filósofo
que enfrentou os grandes problemas de seu tempo, tem algo a dizer, frente aos desafios
contemporâneos? Seu pensamento tem intensidade para o enfrentamento de problemas atuais?
Pensando em uma resposta para essas questões, o presente trabalho se ocupa da elaboração de uma
investigação sobre o pensamento de Sartre, na tentativa de, a partir dele, descrever a possibilidade
de construir uma filosofia da Educação: um encontro do pensamento sartreano com os problemas
educacionais. Mas Sartre não escreveu nenhum texto específico sobre educação, não era um
filósofo da educação. Como encontrar bases para essa pretensa construção? A inspiração parte de
outro filósofo francês, Gilles Deleuze, que escreveu um pequeno texto intitulado “Ele foi o meu
mestre”, referência atribuída a Sartre após ter recusado o prêmio Nobel de literatura, em 1964 (p.1)
PA145 A pesquisa procura elucidar, a rigor, duas hipóteses fundamentais: a) a tevê tende a exercer
influência sobre o telespectador, portanto, as reportagens sobre o mundo da escola e da qualificação
para conquista do emprego, apresentadas no telejornal, acabariam por reforçar os interesses do
capital. b) o impacto do novo formato e estilo do jornal de tevê, cada vez mais dialogal, ainda é um
desafio para estudantes e professores sem formação prévia para compreender a dinâmica de
produção das mensagens (p.10). Quando assistimos ao JH, temos acesso à informação que a equipe
do telejornal coloca no ar que, por sua vez, selecionou conteúdos que foram previamente editados
e enviados para redação por outros profissionais, geralmente de agências de notícias e assessorias
de imprensa. Portanto, os fatos são recebidos através da maneira de ver e pensar da emissora. E
como a emissora enxerga à educação? É no âmbito dessas questões e desse direcionamento teórico
que este estudo foi sistematizado (p.10-11)
PA146 Os projetos de formação de professores de educação física são entendidos como a expressão da luta
de perspectivas diferenciadas no campo da educação e, no âmbito mais geral, dos interesses em
conflito dentro da sociedade. A compreensão do conflito entre diversos projetos de sociedade é
perpassada pela análise das contradições das relações de produção e se expressam através de
diversas mediações, dentre elas, nos currículos para formação de professores em geral, e em
particular, da Educação Física. Neste sentido, entendemos que para compreender melhor esses
conflitos e para sustentar a busca de alternativas para problemática da formação do profissional dos
educadores no Brasil é necessário identificar os fundamentos teóricos que dão suporte a esses
projetos de formação profissional. Com base nessa problemática, perguntamo-nos: como se
apresentam os fundamentos teóricos metodológicos acerca da relação educação física/saúde nos
currículos de formação de professores no Brasil? (p.ix).
562
PA147 Do que se poderia acusar Peter Gast: de traição ou incompreensão? Seria o pensamento do filósofo
de Zaratustra tão complexo a ponto de seu maior colaborador não o ter compreendido? Mas Peter
Gast não está sozinho nesse suposto banco dos réus. Heidegger foi sem dúvida um dos maiores
divulgadores do pensamento de Nietzsche e, ao mesmo tempo, um dos maiores enfraquecedores
desse pensamento (p.17-18) Até que ponto isso foi uma traição a Nietzsche? O Nietzsche de
Heidegger não se assemelha tanto ao Kant de Nietzsche ou ao Rousseau de Nietzsche? Heidegger
não seguiu os passos do mestre ao fazer com ele o que o próprio mestre havia feito com
Schopenhauer e com Wagner? Nesse caso, Heidegger não seguiu os pensamentos de Nietzsche,
mas, sim, sua maneira de filosofar, reinterpretando os adversários filosóficos e tomando-os a favor
de seu próprio pensamento (p.18) Outro esforço importante é o de pensar Nietzsche na área da
educação. Nesse aspecto, este trabalho não é pioneiro nem original; outros têm sido levados a cabo
nos últimos decênios, tanto na Unicamp quanto em outras universidades no Brasil e fora dele.
Ainda assim, este trabalho tem a intenção de trazer uma contribuição original ao tentar responder
à pergunta: é possível transformar aquilo que um ser humano é quando nasce? O trabalho
perseguirá essa pergunta e sua resposta afirmativa, embora desde o começo se saiba que uma
resposta negativa também seja possível. A educação, nos moldes nietzscheanos, será vista como
essa transformação radical. Contudo, como falar sobre o que o ser humano é mais intimamente sem
falar de conceitos filosóficos descartados por Nietzsche, como o de essência e natureza humana?
(p.19)
PA148 Partindo desses elementos, algumas observações poderiam ser feitas como mote para a pesquisa,
sobretudo, tendo como desafio a necessidade de se resguardar alguma possibilidade de
emancipação humana no interior do desenvolvimento das forças produtivas e culturais, não
obstante, sem a intenção de afirmar que isso é uma consequência necessária de tal
desenvolvimento. Em que medida, por exemplo, seria possível compreender a técnica como um
momento na dialética das forças produtivas e das relações de produção? Ou ainda, ciência e técnica
representam por si só algo mefistofélico? Quanto à formação cultural, quais as consequências da
relação entre a cultura e a indústria? De que forma a difusão dos bens culturais pela indústria se
torna algo negativo, ou seja, quais as possibilidades e limites aí presentes? Não pretendo
sistematizar todas essas questões, mas destacar que problemas como esses são pressupostos
relevantes para a reflexão sobre a formação contemporânea e, sobre o ensino de filosofia mais
particularmente (p.14)
PA149 Minha tese consiste em abordar o Ensino Religioso na escola pública dentro dos limites de nossa
laicidade como Estado, respeitando a diversidade religiosa e cultural presente em nossa sociedade
e escola, permitindo dessa forma uma representatividade de componentes curriculares e falas em
sala de aula, desse pluralismo religioso, sem priorizar um grupo e depreciar outro. E nossa pergunta
científica para tal pesquisa pauta-se em que maneira, e em que grau, o Ensino Religioso como
disciplina tem sua importância para o currículo na escola pública, uma vez que temos muito bem
definido uma separação de Estado e Religião (Igreja) em nossa constituição? (p.12).
PA151 As interrogações que permeiam este trabalho são orientadas por uma questão principal que sintetiza
o problema desta pesquisa: Quais os fundamentos filosófico-políticos imbricados na defesa
moderna de uma educação para a tolerância e diversidade e sob quais aspectos essa defesa hoje se
aproxima ou afasta dos propósitos democráticos de liberdade e igualdade social? (p.7)
PA152 A partir da década de oitenta e até meados da década de noventa, o currículo passa a ser significado
como um caminho pelo qual seria possível reverter o controle social tradicional para se produzir
um controle social dialético, cujo principal enfoque era, justamente, a transformação do status quo
social. Ou seja, se o currículo está direcionado para a reprodução social – conforme denunciavam
os autores vinculados às tendências crítico-reprodutivistas, como Bourdieu e Althusser – como
podemos direcioná-lo para a transformação social? Assim, a partir das teorias críticas de currículo
e a concepção de uma educação crítica voltada para a emancipação humana, a teorização curricular
– dentro do movimento das teorias educacionais críticas – vinculou o currículo a conceitos como
consciência crítica, consciência de classe, resistência e comportamento crítico (p.2)
563
PA153 A presente pesquisa realizou uma análise epistemológica da produção científica (teses de doutorado
e dissertações de mestrado) do Programa de Pós-graduação da Faculdade de Educação Física da
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) de 1991 a 2008. Pautou-se pela questão: quais
as características epistemológicas da produção deste Programa, com atenção especial a articulação
lógica entre técnicas, métodos e teorias utilizados nas pesquisas e os pressupostos gnosiológicos e
ontológicos e qual a sua relação com as condições institucionais dessa produção? (p.ix).
PA154 Para ajudar a guiar esta pesquisa, lanço a seguinte questão norteadora: como se desenvolve a práxis
educativa entre direção e base no partido revolucionário? Essa questão pressupõe a compreensão
da importância educativa do partido no processo revolucionário, assim como da práxis educativa
dentro do processo revolucionário como um todo (p.15).
PA155 De posse dos elementos até aqui delimitados, elaboramos o seguinte problema investigativo: sobre
quais fundamentos gnosiológicos e ontológicos relacionados à teoria do conhecimento,
educacional e pedagógica estão constituídas as teses e dissertações acerca da educação no meio
rural no Brasil, e quais limites e possibilidades apresentam para a formação da classe trabalhadora
neste período histórico de transição à outro modo de produção? (p.34)
PA156 A caracterização e compreensão dessa produção geram inúmeras questões, dentre as quais foram
selecionadas as seguintes, que permitem centralizar pontos chaves que orientam a realização da
pesquisa: 1. Qual é a produção dos programas de pós-graduação em educação (dissertações de
Mestrado e teses de Doutorado) na Universidade Pedagógica e Tecnológica de Colômbia, quais
são as áreas desenvolvidas, as especificidades, determinantes e tendências desta produção? 2. Com
relação às áreas desenvolvidas, qual é o estado do conhecimento de cada área, identificando
problemáticas abordadas, teorias, metodologias, técnicas de investigação utilizadas, autores,
escolas de pensamento que servem como referências para as análises e a interpretação dos
resultados das pesquisas? (p.18) 3. Desde o ponto de vista da epistemologia e da teoria da ciência,
quais são as matrizes científicas que dão suporte as pesquisas, quais são os critérios de
cientificidade, e qual é a confiabilidade científica que ampara e justifica a explicação, e dá validez
acadêmico-científica a essa produção? 4. Quais são os indicadores da produção dos programas de
pós-graduação da UPTC, considerando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e o
desempenho do sistema de pós-graduação (Mestrados e Doutorados) em nível nacional? (p.19)
PA158 Seria possível uma educação calcada nos princípios existenciais? Seria possível educarmos para a
liberdade? Eis a intrigante suspeita que não cansamos de bradar (p.3) Nesse capítulo, observamos
que Antoine Roquentin incorpora o seu nada de ser, assumindo tal condição livre e angustiante,
buscando assim, se despir dos julgamentos morais e das múltiplas e sedutoras formas de má-fé. É
nesse contexto que surge a minha suspeita: não seria essa crise o contexto ideal para pensar um
ensinar/aprender para a liberdade? Não seria Roquentin o paradigma do fracasso de um modelo de
civilização? (p.4) Em linhas gerais, a proposta da pesquisa é pensar uma educação sem falácia, sem
maquiagem e sem manipulação. Somos livres e respondemos por isso, daí em diante, lidamos com
nossas escolhas de uma forma consciente, engajada e autêntica. O objetivo seria a educação para
uma conscientização de nossa condição de liberdade? Talvez. Seria uma educação para a
criatividade, liberdade e responsabilidade, uma educação engajada (p.6).
PA159 Considerando todas estas questões do tempo atual colocadas neste trabalho, chega-se a uma outra
etapa de delimitação do problema. Por conseguinte, a proposta de não se manter fechado em uma
reflexão apenas filosófica, lança-nos na articulação com a educação, que é o núcleo mais
significativo destas preocupações. Portanto, o problema aparece com maior clareza, uma vez
ultrapassado as primeiras inquietações sobre que discurso a ser adotado como base de reflexão,
passasse a formular o problema acerca da articulação entre educação e barbárie: se a educação é o
maior meio de formação do humano, poderia ela contribuir para a superação da barbárie? Se pode,
em que momento e em que medida? Colocado este primeiro problema, chega-se a uma outra
questão. O problema posto deve ser delimitado e, desta forma, fez-se diante da grande pluralidade
de discursos sobre barbárie e de educação, bem como, as diversas formas de afrontamento desta
questão, força-se no tocante a filosofia, a optar por uma determinada linha e determinados autores
que pudessem dar conta em suas produções teórica das questões que aqui serão levantadas (p.6).
564
PA161 Lua de Papel (Paper Mon, 1973, direção Peter Bogdanovich) guia à escrita, e é com este filme que
se acompanha o problema deste trabalho: o que aprende uma vida quando decide seguir adiante?
Seguir adiante, no sentido da potência que o termo comporta; uma criação, um suscitar o novo, um
inédito. Tem-se uma grande viagem (extensiva); percorrem-se estradas dos Estados Unidos da
América; um filme estilo road movie, tem-se dois personagens principais e é com eles que se
deslizam traçados sobre uma amizade, uma aliança, um encontro; tem-se a duração do percurso
(intensivo), que ultrapassa questões espaços-temporais; duração no sentido de afecções, de forças
que atravessam e marcam as duas vidas dos personagens; tem-se estratégias de resistência nessa
viagem, certo maneirismo/estilo de vida é criado entre os dois. Gilles Deleuze, Félix Guattari e
Michel Foucault, além do filme, são os principais intercessores deste escrito e para fechar um
triângulo, surge um olhar na diagonal de um espectador, que não analisa o filme, que não escreve
uma dissertação filosófica; um flaneur surge aí como observador e pensador, ele alça sobrevoos e
surge como conectivo de novas formas de pensar sobre algo já pensado, e ao longo do texto,
experimenta alguns conceitos destes filósofos para problematizar, junto com a educação, a
aprendizagem deambulante. Este termo composto é que suporta a tese principal deste trabalho.
Esse um aprender deambulante que acompanha todo um percurso de uma vida, quando ela se abre
ao inédito e decide seguir adiante (p. ix)
PA162 Procuramos uma significação para a sexualidade de crianças e adolescentes que convivem com o
vírus HIV inspirada numa resolução fundamentalmente pessoal e subjetiva e, para tanto, colocamos
a tônica neste ponto “a capacidade de ser sujeito e de amar” e procuramos particular à
problematização e reflexão ao perfil que se desenha da AIDS, denominada por Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida, tomada como uma doença causada pelo vírus da imunodeficiência
humana, conhecido como HIV. Perguntamo-nos que sentidos, significados, formas e vivências,
curiosidades e contradições, medos e desejos, de crianças e adolescentes, portadores do vírus
HIV/AIDS, sobre Sexualidade, Afetividade, Corpo, Reprodução, Desejos? É essa a questão basilar
que nos acompanha nesse estudo. Os manuais, as políticas de inclusão dos campos da Saúde e
Educação apresentados no decorrer do Capítulo I são as fontes bibliográficas que deparamos para
responder na especificidade da questão, a sexualidade no contexto da Aids, para isso esclarecemos
tal problemática e apontamos: -Tais questões e dimensões, para essas crianças, podem ser debatidas
na escola, na esfera pública, ou necessitam de espaços mais restritos e protegidos, consultórios e
grupos especializados? Atuando como pedagoga, na escola pública, deparamo-nos com a questão
dos portadores do vírus HIV e com o universo de crianças com AIDS. Diante da especificidade
dessa condição, no transcorrer de nosso trabalho nos questionamos e identificamos à problemática:
Como as questões subjetivas e afetivas sobre a Sexualidade de crianças e adolescentes que
convivem com o vírus HIV/AIDS são tratadas, na sociedade, na Saúde e suas instâncias de
cuidados, prevenção e assistência, na Educação e na Escola? Como aparecem as questões de
educação afetiva, ética sexual e como se manifesta o direito sexual e reprodutivo nessas crianças e
adolescentes? (p.17) Como é tratada, reconhecida e encaminhada a questão da descoberta do corpo,
as vivências e representações da sexualidade, na literatura básica de Saúde e Educação, no Brasil
atual? (p.17-18) Entre 1996 a junho de 2009, foram identificados 10.739 casos de AIDS em
menores de cinco anos de idade no Brasil, na região sudeste 5.466 e em São Paulo 3.101 casos
(MS, 2010). Nos dois últimos boletins epidemiológicos de 2010 e 2011 apresenta-se ligeira
diminuição quanto à incidência de casos de crianças por transmissão vertical, mas houve aumento
na incidência entre adolescentes e jovens homoafetivos. Embora a sobrevida aumente devido ao
tratamento com terapia anti-retrovirais (TARV) segundo estudo de (CENTEVILLE, 2003), o fato
é que temos em nosso país 10.739 de crianças e adolescentes vivendo com HIV/Aids, e, como
qualquer criança e adolescente, suas indagações frequentes sobre as coisas, sobre a condição
humana, sobre si mesmos, principalmente sobre curiosidades sexuais, visto que desde que nasce a
criança convive e manifesta a sexualidade (NUNES, 1987), são as mesmas perguntas que todos
nos fazemos. Como compreendê-las, como escutá-las, como encaminhá-las? (p.18) Essas questões
reverberaram em nossa formação e em nossa prática docente, até assumirem a forma de um
problema de pesquisa (p.18-19).
565
PA163 De acordo com Nunes (2003) sob o ponto de vista institucional, o ramo cooperativista educacional
assumiu uma nova identidade, mas não constituiu um profundo estudo sobre o cooperativismo
como expressão de uma determinada forma de pensar o mundo e, por conseguinte, de pensar a
organização política, econômica, cultural, social e educacional. Para tanto nos questionamos: Será
o cooperativismo educacional uma possibilidade transformadora ou até revolucionária da
educação? Teria o cooperativismo condições políticas de gerar uma nova escola a partir de novas
relações entre os envolvidos no processo educacional? Que elementos éticos, estéticos e políticos
estariam presentes nessa novidade institucional do cooperativismo nessas dimensões? Por outro
lado: Não seria o cooperativismo um reformismo adequado aos interesses de classe, moldados à
necessidade de consumo da classe média, reproduzindo os elementos competitivos e autoritários
do sistema educacional anterior? (p.13)
PA164 A presente pesquisa é um estudo teórico, com o objetivo de mapear, na obra de Hannah Arendt, os
elos entre educação e totalitarismo. Mais precisamente, busca-se reler “A crise na educação” para
responder às seguintes perguntas: Haveria, na análise arendtiana da educação em solo
estadunidense, elementos totalitários que estivessem em jogo? Seria possível rastreá-los? O que os
torna totalitários, ou pré-totalitários? (p.32)
PA165 Com base nas argumentações iniciais, apresenta-se a problemática da pesquisa, sintetizada na
seguinte questão: Quais as abordagens metodológicas e epistemológicas orientaram as dissertações
e teses dos programas de Pós-Graduação em Educação Física das Universidades Públicas da Região
Sul do Brasil, durante o período de 2000 a 2010? (p.xv)
PA168 O estudo pautou-se pelas seguintes questões que orientaram o trabalho: qual a compreensão que os
jesuítas tinham sobre a cultura musical ameríndia? Como os ameríndios se expressavam diante da
música e da musicalidade jesuíta europeia? Existiram experiências de fusão musical entre as duas
culturas? Houve ainda uma composição original e contraditória entre as duas tradições musicais?
Quais seriam os registros historiográficos que retratam essas possíveis composições e eventuais
descompassos? (p.ix). Assim, o problema de pesquisa é delimitado pela questão da cultura musical
ameríndia e a forma com que a educação jesuíta na Nova Granada abordou, registrou e implantou
essa dimensão cultural na Colômbia. Surgem, assim, algumas questões fundamentais que
configuram nosso trabalho: Qual a compreensão que os Jesuítas tinham sobre a cultura musical
ameríndia? Como os ameríndios se expressavam diante da música e musicalidade jesuíta europeia?
Existiram experiências de fusão musical entre as duas culturas? Houve ainda uma composição
original e contraditória entre as duas tradições musicais? Quais seriam os registros historiográficos
que retratam essas possíveis composições e eventuais descompassos? Em síntese, são essas as
questões que orientaram estruturalmente nossa pesquisa (p.1).
PA170 Para conseguir acompanhar a produção de pesquisas em Educação e Educação Física, no novo
patamar dos doutorados e das áreas de concentração e/ou linhas de pesquisa voltadas para a
problemática das pessoas com necessidades especiais, assim como assegurar conhecimentos
científicos novos, decidimos, a partir das questões anteriores, desenvolver este estudo com o
interesse de responder à seguinte questão central: Quais as implicações epistemológicas e
ontológicas das tendências teórico-filosóficas de deficiência e/ou diferença das teses em Educação
Especial desenvolvidas nos programas de pós- graduação em Educação e Educação Física, situados
no estado de São Paulo, no período de 1985 a 2009, levando em consideração suas interrelações
com os determinantes sócio-político-econômicos? (p.8).
PA171 Foram elaboradas as seguintes questões norteadoras: 1. Como Otfried Höffe entende a
fundamentação moral do agir humano? 2. Segundo Otfried Höffe, na sociedade globalizada é
possível projetar um modo de vida amparado em princípios éticos e valores morais universais
(racionais)? 3. Dado o pensamento ético e político de Otfried Höffe, qual é o papel que deveria ser
assumido por uma educação moral de senso cosmopolita? (p.ix).
PA173 A pretensão de aprofundamento e de recuperação de maiores informações sobre o impacto da obra
de Paulo Freire na produção de pesquisas na pós-graduação, assim como as formas de apropriação
de seu pensamento delimitam a problematização que gerou esta pesquisa (p.xiii). A pesquisa
orientou-se pela seguinte questão como se caracteriza o impacto e a apropriação da obra de Paulo
Freire na produção científica dos programas de pós-graduação stricto sensu no Brasil? (p.xiii).
566
PA174 Dados da Prova Brasil, realizada pelo Ministério da Educação, que avalia conteúdos de português
e matemática dos estudantes das escolas públicas de ensino fundamental revelam ainda que, no
ensino fundamental, dez em cada cem estudantes são reprovados a cada ano nas escolas públicas,
ou seja, em 2011 cerca de treze em cem estudantes foram reprovados, o maior nível desde que a
estatística passou a ser divulgada, em 1999. Tais dados são preocupantes, pois a repetência
compromete o aprendizado do estudante para o resto da trajetória escolar, tornando-se uma tragédia
em suas vidas. O que nos mostram esses cenários e seus conteúdos? Como se encontra a
organização da escola e da educação no Brasil? Qual é a relação entre a expansão e a qualidade da
educação e da escola? Como se dá a formação de professores no Brasil? (p.4). Essas e tantas outras
perguntas permearam nossos estudos e investigações (p.5).
PA175 A presente tese faz uma análise dos conceitos de corpo presentes nos Cadernos Temáticos da
Diversidade: Sexualidade publicados pelo Governo do Estado do Paraná em 2009 como subsídios
para a Educação Sexual na Educação Básica. Este governo assumiu oficialmente a pedagogia
histórico-crítica ou dialética como orientação pedagógica durante o mandato em que os cadernos
foram publicados. O problema do qual partiu a pesquisa pode ser expresso com o seguinte
questionamento: os conceitos de corpo implícita ou explicitamente presentes nestes cadernos
podem ser considerados históricocríticos ou dialéticos? (p.xii).
PA176 A pergunta que nos inspirou a fazer essa pesquisa foi, inicialmente, assim delineada: quais seriam
as principais ou mais destacadas características do ensino superior no Brasil, em sua constituição
tardia e dependente do Estado? Teria a universidade brasileira, melhor dizendo, as instituições que
compõem o ensino superior em nosso país uma singular identidade, uma genuína e original forma
de compreender-se a si mesma e à sua função social? A que pressupostos políticos e filosóficos se
filiam a tradição administrativa e pedagógica da universidade e das IES no Brasil? Dessa questão
central depreenderam-se as demais: quais seriam as causas históricas e políticas que explicariam a
pouca autonomia das instituições de ensino superior no Brasil? Como se reconhecem as IES
brasileiras, quais são suas principais características e suas mais orgânicas constituições, até mesmo
como instituições de dependência e de submissão. Diante dessas questões buscamos ordenar nossas
perguntas e buscar sólidas, ricas e plurívocas fontes de investigação, que pudessem oferecer dados,
razões, explicar processos, dispositivos, proposições, que viessem a desvendar a identidade do
Ensino Superior em nosso país (p.1)
PA181 Se entendemos que o prisma mais adequado para uma correta visão do direito é o prudencial, o
resultado dessa visão deve redundar naquilo que, por dezoito séculos e até o advento do positivismo
jurídico, sempre caminhou ao lado do direito, isto é, a justiça. Mas qual justiça? A justiça das leis
e dos códigos ou o justo natural, já intuído por Platão em vários de seus diálogos? A justiça das leis
e dos códigos, porque são uma obra do agir do homem para uma dada regulação social localizada
no tempo e no espaço, e desde que tais leis e códigos tratem o homem como um ser digno e
exigente, portador de direitos que são inerentes ao seu próprio ser. Em outras palavras, o direito
positivo como reflexo concreto do justo natural. (p.19-20) Qual seria o método predominantemente
idôneo para a formação de profissionais do direito nessas condições? Pensamos que a resposta
passa pela familiarização dos estudantes com a interpretação jurídica real (p.25)
567
PA182 Nesse sentido, e considerando que as discussões sobre ações afirmativas foram objetos de estudos
e geraram produção acadêmica, apresentam-se as problemáticas que norteiam esta pesquisa. Elas
estão expressas nas seguintes questões: 1- Qual a produção acadêmica da USP, da Unicamp e da
Unesp sobre as ações afirmativas? 2- Quais as temáticas privilegiadas nessa produção sobre as
políticas de ações afirmativas? 3 - Quais os balanços, as tendências e os rumos dessa produção? –
Quais os métodos dessas pesquisas? 5- Quais os autores mais citados que abordam sobre as ações
afirmativas? 6 - Quais as concepções de ações afirmativas nessas produções? 7 - Quais as relações
das ações afirmativas e as concepções de inclusão social desenvolvidas na referida produção? 8 -
Quais as controvérsias, os debates e as polêmicas desenvolvidas nessa produção? Essas questões
ficam mais bem expressas na seguinte pergunta síntese: O que se tem pesquisado e de que tratam
as pesquisas sobre ações afirmativas na USP, na Unicamp e na Unesp? (p.3). Por conseguinte, não
se pode esquecer de que um estudo sobre essas produções acadêmicas pode contribuir para vários
questionamentos e, consequentemente, abrir a possibilidade para novas problematizações. Esse
estudo exige, primeiramente, uma revisão bibliográfica e terá início com o estado da arte o que,
posteriormente, possibilitará realizar de um estudo mais aprofundado que permite alcançar todos
os objetivos propostos po essa pesquisa. O estado da arte é um método que permite a organização
de diversas fontes bibliográficas que abordam uma determinada temática, assunto ou área do
conhecimento. Nesta pesquisa, sobre a produção acadêmica, o objeto de estudo se delimita nas
dissertações, teses, artigos, livros, e-books, etc. Nesse sentido, foi localizado o universo empírico
da produção acadêmica que trata das ações afirmativas na USP, na Unicamp e na Unesp. Após ser
realizado esse levantamento bibliográfico, foram selecionadas as teses e as dissertações que serão
objetos de análises mais aprofundadas (p.4).
PA185 Parte da questão: Por que somos organicamente autoritários? O pensamento freireano ajudou no
entendimento e na análise dos movimentos sociais e dos novos sujeitos emergentes. Apresenta
perspectivas e contradições da relação política, educacional e curricular na conjuntura brasileira,
com o enfoque nas conquistas sociais e políticas advindas das legítimas e justas reivindicações
populares, bem como os inegáveis avanços e limites da educação brasileira recente (1996-2014),
uma fase de vida caracterizada pela debilidade física que impossibilitou Paulo Freire de participar
intensamente nos debates educacionais e a luta dos diferentes movimentos sociais. Constitui a
tipologia da relação pedagógica democrática e participativa, a partir das obras de Paulo Freire e sua
contribuição diante da relação autoritária na escola e sociedade (p.xiii). Esta pesquisa busca discutir
política, educação e sociedade na atualidade da pedagogia freireana, com o propósito de oferecer
ferramentas que contribuam para a superação dos estigmas educacionais reinantes nas relações
escolares no Brasil atual. Assim, a discussão sobre a temática é feita a partir de perspectivas
emancipatórias, tendo por base o pensamento do filósofo e educador brasileiro Paulo Reglus Neves
Freire (p.1).
PA187 Em síntese, o problema central desta pesquisa de doutorado é quais são as bases teóricas e políticas
desse curso de formação continuada oferecido pela EFAP, levando em consideração suas inter-
relações com o desenvolvimento histórico e as políticas públicas do estado de São Paulo de
formação continuada dos professores? (p.16). Portanto, o caminho percorrido para se chegar ao
problema central desta pesquisa está diretamente ligado à vivência do referido Curso e ao
estranhamento de ser obrigada a realizar tal curso, alinhado também à curiosidade de conhecer e
discutir o projeto da REE/SP para formar seus professores de acordo com suas intenções de
formação, que, no nosso ponto de vista, é totalmente questionável (p.17).
PA189 A proposta geral desta pesquisa consiste em analisar a filosofia de Emmanuel Lévinas na Educação.
Nasce da tentativa de responder a algumas questões fundamentais: em que medida a ética
levinasiana posta em prática na educação coincidiria com outras propostas já colocadas, que
também almejam uma Educação para a Paz? Trata-se, primeiramente, de delinear a medida e o
lugar da filosofia de Lévinas na Educação, explorando as possibilidades, apropriações e
atualizações em uma Educação para a Paz (p.vii).
PA191 Estudando os desdobramentos do “giro linguístico” nas teorias pós-críticas e seus efeitos na
pesquisa educacional brasileira e tomando conhecimento do aporte teórico de uma ontologia crítica
e da maneira como, a partir do Realismo Crítico e da Ontologia do Ser Social, pode-se contestar o
“relativismo ontológico”, organizamos este estudo em torno da questão fundamental: Quais os
pressupostos filosóficos das teorias pós-críticas, da forma como eles se encontram materializados
na pesquisa em Educação, e em que sentido tais pressupostos estão sujeitos à crítica ontológica?
568
PA200 Moreno afirma que os atos mais complexos da inteligência são aqueles nos quais a articulação entre
espontaneidade e criatividade está presente, pois permite aos indivíduos a possibilidade do
verdadeiro encontro e da quebra das conservas culturais para a construção de sua automia e
emancipação O aspecto social é de interesse fundamental para os autores, expresso por Moreno nas
idéias da Sociometria. Que necessidade é essa, ou qual o sentido de se investigar a interação social
de alunos portadores de surdez e ouvintes em sala de aula de Pós-Graduação lato-sensu a partir de
uma leitura proposta pela teoria sociométrica que autoriza mapear as interações entre os integrantes
de um grupo para identificar os agrupamentos, bem como líderes da classe ou indivíduos
rejeitados? (p.17) Interessa, então, compreender basicamente: como é a organização grupal de
alunos surdos que venceram algumas adversidades e conseguiram ingressar na Pós-Graduação;
como se estabelecem as relações interpessoais, como escolhem e são escolhidos para atividades em
grupo de sala de aula, composta em sua maioria por alunos ouvintes, será que a diferença
determinada pela surdez pode contribuir para a formação de subgrupos e possiblidades de rejeição?
(p.18) A questão a ser discutida nesse estudo - como se estabelece as interações entre alunos surdos
e ouvintes em sala de aula de Pós-Graduação? – abrange outra pergunta: a deficiência audiva pode
gerar ou mesmo agravar dificuldades de interação social no cotidiano da sala de aula da Pós-
Graduação? (p.18)
PA203 Esta pesquisa é conduzida pelo seguinte problema: como discursos oficiais de governantes e
intelectuais na província do Grão-Pará no período entre 1841 e 1871 articulam instrução pública e
a civilização do povo? (p.14).
PA204 A questão essencial proposta à pesquisa materializa-se na indagação: as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Infantil, apresentadas em 2009, dialogam com as concepções de
Infância e de Criança, oriundas das ideias de Mundo, de Homem e de Educação indicadas e vividas
por Paulo Freire? (p.14).
PA205 Iniciamos este estudo com a seguinte dúvida: por qual motivo não temos mais propostas
pedagógicas com características universalizantes, mesmo quando voltadas para determinada etapa
do ensino, como as formuladas nos movimentos de renovação da Educação Física? Esta dúvida
nos levou a estudar a produção teórica sobre ensino de Educação Física e percebemos haver um
continuum com matizes e novas incorporações teóricas. Noutras palavras, a tese que ora
apresentamos demonstra como as principais obras dos movimentos de renovação têm sido
incorporadas na produção teórica sobre ensino de Educação Física. Poderíamos, com o intuíto de
ilustrar, recorrer ao movimento dialético exposto por Hegel, em que há negação e superação com
conservação. O estágio atual, no que diz respeito à temática do nosso estudo, é de negação com
conservação e alguns movimentos de superação, que esperamos estarem notáveis no decorrer do
texto (p.31).
PA206 Tendo em vista a repercussão internacional da Teoria do Reconhecimento e sua ainda pequena
difusão no Brasil, mas considerando, sobretudo, o seu potencial para o incremento produtivo do
diálogo entre filosofia e educação, elegi os trabalhos de Honneth para pensar a educação e suas
instituições no contexto complexo e plural das nossas sociedades. Por esta razão, me parece
promissor investigar em profundidade esta teoria para avaliar como e em que medida ela pode
servir de suporte para repensar as bases da relação pedagógica em sociedades complexas e plurais.
Pensar essa mudança exige o esclarecimento de alguns questionamentos que constituem o tema
desta tese: Qual a concepção de ser humano que vigora nesse contexto de sociedades complexas e
plurais? O que Honneth entende por reconhecimento? Qual a importância desse conceito para a
constituição da identidade do ser humano? Como tal conceito pode ajudar a entender o contexto
atual da sociedade complexa e plural? E, talvez seja essa a questão central do nosso projeto: em
que medida a teoria do reconhecimento de Honneth pode ajudar a pensar a educação moral e suas
instituições com o objetivo de fazer uma ‘viragem’ nas práticas pedagógicas, visando à aceitação
das diferenças e o reconhecimento da identidade do outro? (p.15)
PA207 O filósofo Michel Foucault, em seus estudos sobre a Grécia antiga resgatou o conceito do “cuidado
de si”, verdadeiro método para aperfeiçoamento do ser humano. Por meio dessa construção teórica
pretendemos analisar a noção do “cuidado de si” trazida pelo autor e como ela possibilitou aos
jovens que frequentaram o Centro de Recuperação Francisco Luna, em Diadema, São Paulo,
transformarem suas vidas, libertando-se das drogas e cultivando em si a estética da existência
(p.resumo).
569
PA208 A questão central do estudo procura definir: qual é a originalidade filosófica da Filosofia da
Libertação, quais são os elementos que a constituem como uma original formulação dos temas
filosóficos, a partir da realidade da América Latina? Em que temas e pautas a Filosofia da
Libertação inspirou as lutas pelo Direito a Educação no Brasil?
PA212 Se essas proposições podem ser confirmadas, ou ainda, se os atuais modelos científicos baseados
nas premissas do capital têm gerado perdas para a própria ciência, logo, torna-se urgente tentar
encontrar respostas para algumas perguntas tais como: a) os progressos das ciências e da filosofia
oferecem, de fato, a autonomia suficiente para que o pesquisador consiga estabelecer novos
horizontes para a humanidade e não para o lucro das empresas? b) em que medida o pesquisador
se mantém livre das concepções estabelecidas culturalmente pelo capitalismo, incluindo a
concepção de sua formação social e política? c) é possível dizer que construir uma tradição cultural
e colonizada implica o direcionamento de um modo de pensar, escrever ou simplesmente analisar
um fato dentro da ciência e da sociedade? d) como essas mudanças geradas pelo avanço do
capitalismo tem atuado nas relações que determinam novas concepções sobre o corpo? e) como a
educação física tem trabalhado essas relações? Essas perguntas surgem com a observação atenta a
algumas pesquisas de pós-graduação. Não temos a pretensão de responder cada uma delas em
separado, mas tentar traçar um esboço que contemple uma possibilidade teórico-crítica. Contudo,
ainda resta dizer que uma das áreas recentes da epistemologia conhecida como pesquisa da
pesquisa3 representa uma contribuição significativa para a ciência e para diferentes áreas do
conhecimento. Um bom exemplo está na formação dos bancos de dados que realizam buscas
empíricas (quantitativas, qualitativas ou mistas) com o intuito de trazer à tona alguns elementos
que, por vezes, não estão evidentes nas pesquisas e, no entanto, podem dizer muito sobre elas
(p.14). No entanto, não se pode realizar esse movimento sem consultar o levantamento de dados
sobre a produção científica dos docentes que atuam na região nordeste incluindo, segundo
(GAMBOA, et. al., 2016), as análises parciais sobre a problemática científica da produção do
conhecimento na área da Educação Física produzidas por pesquisas anteriores (CHAVES, 2005,
CHAVES-GAMBOA & SÁNCHEZ GAMBOA, 2009, SÁNCHEZ GAMBOA, 2010), pesquisas
essas que apresentaram as primeiras bases para recuperar novos registros relativos aos estados da
região, ou melhor, se sabe que tais registros e análises poderão preencher as lacunas sobre os
estudos da produção em todos os estados que compõe a região. Desse modo, surgem outras
perguntas que se tornam indispensáveis, tais como: a) qual o volume de produção de dissertações
e teses elaboradas pelos docentes vinculados às IES do Nordeste sobre a temática Corpo e Cultura
e qual o significado dessa produção no contexto nacional? b) quais as principais problemáticas
abordadas, as áreas privilegiadas, metodologia utilizadas, lacunas e limitações teóricas
identificadas nesses estudos? c) quais os principais resultados apontados nesses dados e seus
desdobramentos para a compreensão crítica dos estudos sobre corpo e cultura e o avanço do
conhecimento na área? (p.17)
PA213 Diante do exposto, situamos o problema na seguinte pergunta: qual a caracterização atual da
produção científica de docentes dos cursos de formação em educação física no Maranhão? Assim
encaminhamos a análise o objetivo principal de caracterizar a produção acadêmica dos(as)
professores(as) de educação física vinculados(as) aos cursos de educação física no Maranhão,
distinguindo as nuances no debate da produção científica da área e (p.39) considerando as
abordagens teórico-metodológicas expressas no campo (p.40).
570
PA214 Esta pesquisa se insere na temática geral da Formação de Professores e na luta política pela
qualidade dessa formação, especialmente no campo da Educação Física. Neste trabalho,
delimitamos como objetivo principal identificar e analisar os fundamentos teórico-metodológicos
que sustentam os currículos para formação de professores de Educação Física, particularmente no
trato com o conhecimento da relação educação física/saúde. Este estudo se justifica pela
necessidade de superar o “colonialismo epistemológico” que determina historicamente a
dependência da área de conhecimentos oriundos de outros campos do saber, caracterizando a
Educação Física como um campo de ciências aplicadas, dificultando sua autonomia e
desenvolvimento epistemológico. A construção de uma nova proposição teórica já vem
acontecendo quando abordamos com prioridade os problemas concretos da prática profissional e
as necessidades do desenvolvimento educacional e social da realidade brasileira. Espera-se
contribuir com a reconceptualização dos currículos dos cursos de formação de professores de
Educação Física, especialmente acerca da relação educação física/saúde. Tomamos como
referência a proposição elaborada pelo grupo conhecido como “Coletivo de Autores”
fundamentada na teoria crítico superadora. Os projetos de formação de professores de educação
física são entendidos como a expressão da luta de perspectivas diferenciadas no campo da educação
e, no âmbito mais geral, dos interesses em conflito dentro da sociedade. A compreensão do conflito
entre diversos projetos de sociedade é perpassada pela análise das contradições das relações de
produção e se expressam através de diversas mediações, dentre elas, nos currículos para formação
de professores em geral, e em particular, da Educação Física. Neste sentido, entendemos que para
compreender melhor esses conflitos e para sustentar a busca de alternativas para problemática da
formação do profissional dos educadores no Brasil é necessário identificar os fundamentos teóricos
que dão suporte a esses projetos de formação profissional. Com base nessa problemática,
perguntamo-nos: como se apresentam os fundamentos teóricos metodológicos acerca da relação
educação física/saúde nos currículos de formação de professores no Brasil? (p.resumo).
PA215 Assim, um obrar bem-sucedido requer uma mediação concomitantemente intelectual (o saber) e
volitiva (o fazer), a única que permite escolher e realizar aquilo que Aristóteles chama de “bem
factível”, ou seja, não um utópico bem absoluto, mas o melhor possível num mundo fugaz e incerto.
Como, então, seria comungada a dimensão filosófica no Direito? O dogmatismo da ciência jurídica
contemporânea, o idealismo da filosofia jurídica moderna e o utilitarismo profissional reinante são
tidos como fenômenos que provocaram e ainda provocam um desinteresse jusfilosófico por parte
dos alunos, aqueles que, um dia, assumirão a condição de profissionais na sociedade, a qual terá
sua experiência jurídica justamente a partir daquilo que estes profissionais entenderam, durante os
longos anos de graduação, da ideia de direito (p.17).
PA218 A problematização central do estudo reconhece que novos sujeitos emergem da cultura de
resistência e da luta social e política no Brasil pela Educação, no processo recente de
redemocratização do país, constituindo uma compreensão emancipatória da Educação e da Escola
como direito e, dentro dessa luta, assumindo a questão da Educação Integral e da organização da
Escola em Tempo Integral como projeto de transformação estrutural do processo educacional e
político (Resumo). Trata-se de um esforço de apresentar aqui o nosso processo investigativo, nossa
jornada epistemológica e política sobre o tema e sobre seu eixo problematizador: as políticas de
Educação Integral, atualmente debatidas e concebidas no Brasil, notadamente a partir do referencial
filosófico e político do atual Plano Nacional de Educação (Lei 13005/2014), centrado na concepção
política da educação como direito ou do direito à educação, estariam sendo suficientes para
engendrar uma política de Educação Integral emancipatória e transformadora? Seriam as
experiências históricas anunciadas, bem como aquelas outras até mesmo vivenciadas, como a
Escola Parque de Anísio Teixeira, os CIEPs – Centros Integrados de Educação Pública, propostos
por Darcy Ribeiro, as proposições do CEU – Centro Educacional Unificado, na cidade de São
Paulo, os programas como o Mais Educação, bem como tantas outras versões institucionais de
ampliação de jornadas e de organização de currículos escolares suficientes para embasar uma
política de educação integral orgânica e plena para a educação e a escola no Brasil? (p.18)
571
PA001 Pretende-se aqui, nos limites de um trabalho acadêmico, buscar e situar, no contexto da
Revolução Científica, da modernidade portanto, a questão das Humanidades. Mais
especificamente, da possibilidade da convivência das humanidades com a ciência, da
racionalidade com as humanidades, do seu papel ou função, das humanidades como elementos
de uma gnosiologia inferior, nas palavras de Christian Wolff, ou de uma racionalidade específica
e distinta, da científica (p.11).
PA006 O campo de investigação desta pesquisa, já que é possível tratar da extensividade perceptiva dos
mass media nos veículos impressos, audiovisuais e relacionados com a hipertextualidade,
delimita-se à produção da narrativa jornalística, cuja estrutura de supressão e/ou destaque de
fatos e normatização da construção do fato noticioso, em si, representa um campo objetivo para
caracterizar os fenômenos da barbárie estética e da racionalidade técnica (p.7). Dentre outras
hipóteses centrais, esta tese de doutoramento pretende também investigar a contradição exposta
por Adorno e Horkheimer, na Dialética do Esclarecimento (1985), que se refere ao
antiiluminismo presente na formação da indústria cultural. Fundamentado nas potencialidades
da racionalidade e autonomia humanas, o projeto Iluminista idealmente se contrapõe a todas as
formas de mistificação. O homem da modernidade, cuja ciência se fundamenta na constatação
empírica, na observação da (p.8) recorrência das leis físicas e naturais, na calculabilidade,
encontra na experiência condições objetivas para fundamentar seu pensamento. Assim, pode
abandonar concepções fundamentadas no conhecimento apriorístico, nos dogmas e nas crenças.
Entretanto, apesar de todo conhecimento tecnológico e descoberta das leis que regem os
fenômenos naturais e das pesquisas no âmbito das ciências humanas, a contradição se instaura
agora mais incisivamente no campo da produção cultural que, no lugar do esclarecimento,
difunde a irracionalidade em forma de entretenimento e informação (p.9). É importante assinalar
que a pesquisa faz uma análise de estrutura da produção da notícia, como uma das interfaces da
573
PA008 O objetivo deste trabalho é contribuir, através da pesquisa e análise de uma experiência
institucional, com o desenvolvimento da formação política como uma prática intencional e
sistemática de elevação do nível de consciência, ou seja, da compreensão do mundo, das pessoas
que participam dos movimentos populares, sindical, partidário, pastorais (p.4). O objetivo
fundamental da presente pesquisa é contribuir na elaboração da esquerda em geral, dos
movimentos sociais e partidários, sobre a formação política e sua pedagogia, através do estudo
de uma experiência idiossincrática e da verificação de suas contribuições para o acúmulo das
organizações de trabalhadores no Brasil que pretendem contribuir na ampliação e avanço da
consciência dos trabalhadores em geral e de seus militantes como agentes políticos de
organização das massas, tendo em vista a transformação da sociedade (p.11).
PA012 [...] buscamos estudar foi uma dada manifestação da matriz epistêmica moderna em suas
intenções educacionais; o que fizemos, sempre, com importante subsídio da Literatura Vitoriana
(Resumo).
PA023 O objetivo foi discutir os significados destas novas vivências esportivas, bem como as possíveis
implicações para a educação física, principalmente com relação a mudanças em sua prática
pedagógica (resumo).
PA024 Objetiva-se com esta pesquisa, entre outros aspectos, os seguintes: - Detectar formas, através das
quais os princípios confessionais atuam como determinantes da natureza das ações nas
universidades confessionais. - Identificar a necessidade de um estudo sistemático sobre as
implicações da confessionalidade no cotidiano acadêmico das universidades confessionais;
(p.12) - Indicar aspectos diferenciais das instituições confessionais de ensino superior em relação
às demais (p.13).
PA030 Este estudo propõe-se a refletir sobre a ética e a educação tendo como fundamento a Teoria
Crítica de Jürgen Habermas. Faz-se, habitualmente, referência às idéias da Escola de Frankfurt
recorrendo-se à expressão “teoria crítica”. Mas a teoria crítica não constitui uma unidade; não
significa a mesma coisa para todos os seus seguidores. Ela não é um sistema nem é redutível a
qualquer conjunto fixo de prescrições, mas deve ser entendida no contexto histórico. A tradição
de pensamento a que se pode fazer referência, de maneira bastante genérica, com a ajuda dessa
expressão divide-se em duas vertentes fundamentais (p.1).
PA036 Essa dissertação tem por objetivo, fazer uma crítica à educação construtivista que se diz
alternativa à educação tradicional (p.iii).
PA044 O trabalho aqui apresentado tem como objetivo reapresentar Louis Althusser e recolocar o
referencial althusseriano como contribuição nas análises recentes sobre a educação e sobre o
papel da escola no atual contexto econômico, político, social, e ideológico (p.1).
PA045 O que pretendemos é tentar procurar caminhos, atalhos, que nos levem a compreender melhor
que, enquanto arte, a educação só se efetiva com um constante aperfeiçoamento, assim como as
técnicas relativas às outras áreas (p.1).
PA048 Dentro deste quadro, desenvolvemos a discussão de algumas temáticas centrais para a
compreensão do fenômeno que nos propomos tratar, e nesta dinâmica pudemos discutir as
relações entre infância e linguagem, bem como as relações de poder e as relações de ensino
postas neste processo. E com isso apontar para uma compreensão de infância que rompa com
as formas convencionais de compreender tanto a criança quanto a linguagem (Resumo). Nesta
pesquisa, metodologia/objetivo/teoria foram se constituindo em uma teia de interdependência.
574
Não era um que indicava o outro, mas um que impunha o outro. Desse modo, ao mesmo tempo
em que esses três elementos se confundiam, eles também se completavam. Conseqüentemente a
pesquisa não era mais algo que possuía processos temporais fechados e estanques como começo,
meio e fim, mas sim um trabalho organizado em uma temporalidade sincrônica (p.20).
PA049 Iremos investigar os processos pelos quais os conceitos de indústria cultural, semicultura e
semiformação têm relação com o universo docente da escola pública, em geral, marcado pela
ação de um contingente de professores de formação precária e pela execução de projetos
pedagógicos inconsistentes, esvaziado pelas políticas públicas educacionais de coloração
neoliberalizantes (p.1). Não temos uma pretensa verdade, denuncista e dogmática. Temos sim
um objetivo singular: buscar esclarecer nossa prática e desvendar nossos horizontes, limites e
contradições (p.7).
PA053 O princípio fundamental desta pesquisa é , dentro da perspectiva ética e política, discutir o
ensino da Filosofia da Educação na realidade educacional do ensino médio, mais
especificamente, o Curso Normal (magistério) das escolas da região Metropolitana de Campinas-
SP. Pretendemos resgatar alguns dos contextos históricos (LDB 5692/1971 e 9.394/1996), que
foram permeando a concepção desse ensino até a atualidade (resumo).
PA056 Busquei produzir uma abordagem própria, mas também enlaçada pelas várias produções
compartilhadas. Sei que, na área da educação, estas temáticas não têm sido consideradas
relevantes, não sei se por serem interpretadas como algo muito grande, ou muito pequeno. Pode
ser em virtude da fragmentação do tema ou por ele estar sempre ali, em torno, dentro e entre a
gente, algo tão familiar que a nossa atenção não se volta para ele. Pode ser também porque ainda
não nos apropriamos ou produzimos palavras, conceitos e formas para nos expressarmos sobre
o assunto (p.2). Procuro demonstrar que a formação docente no Brasil se produziu a partir do
enlaçamento de diferentes imagens-memórias, algumas produzidas pela ciência moderna
hegemônica, outras, pela educação dos jesuítas corporificada na Ratio Studiorum e nas ações do
clero junto ao Estado brasileiro, outras ainda geradas por elementos produzidos pela cultura
escravocrata e excludente da elite local e aquelas ressignificadas ou criadas pela cultura industrial
moderna. Estas imagens-memórias e estas racionalidades aparecem em fragmentos e fios de
nossas práticas docentes, embora não se constituam em um amálgama unitário da racionalidade
brasileira. Somos, ao mesmo tempo, herdeiros de imagens-memórias de uma Modernidade
cultural genérica, mas estamos profundamente marcados por aquelas geradas no ventre de nossa
própria história cultural. Ao selecionar as fontes de imagens-memórias, não houve pretensão de
esgotar todas as que possivelmente tenham contribuído para o desenho da nossa modernidade,
mas tratar daquelas que, pela minha vivência e com base nos estudos preliminares ao meu
trabalho de pesquisa, mais diretamente se relacionavam com a questão central que me moveu a
produzir este texto e a compartilhá-lo (p.3-4)
Benedito Nunes sobre a obra de Guimarães Rosa. Trata-se de tentar constatar que a interpretação
do filósofo é possível e necessário na aproximação da filosofia e da literatura (p.9).
PA071 O presente texto constitui-se em uma tentativa de responder a algumas indagações teórico-
intelectuais que surgiram não somente fruto das exigências ou das experiências eminentemente
acadêmico-científicas, mas também, e principalmente, pela militância sindical e político-
partidária exercitada por este autor desde a década de 80 do século passado na realidade
brasileira, marcadamente desigual, injusta, alienante e, por isso mesmo, desafiante, incitante
(p.1) Na tentativa de identificar o valor pedagógico e ético-político do conhecimento para
Gramsci, a pesquisa propriamente dita, isto é, a ação que procurou conhecer o objeto em todas
as suas nuanças e detalhes característicos, em todo o seu movimento constitutivo, centrou-se nos
nexos que as obras de Marx e Engels estabelecem entre a ontologia, a axiologia e a epistemologia
(p.21)
PA074 A tese central desta pesquisa é tornar evidente que, para além de um projeto formal, Lenin
entendia a educação, em primeiro lugar, em seu sentido mais abrangente, sobretudo como meio
de formação da consciência de classe assumindo a luta de classes, a revolução e o comunismo
como elementos indispensáveis a solidificação da consciência revolucionária; e em segundo
lugar, tinha por objetivo maior não apenas a realização da revolução socialista mas a edificação
do socialismo, pela emancipação intelectual do proletariado e sua libertação da opressão, tanto
política como econômica (p.3). Nesta linha de raciocínio enfatizo que o objetivo maior desta
pesquisa é recuperar e colocar Lenin, o homem, o revolucionário, o militante comunista, o
camarada exemplar, o eterno apaixonado pela causa dos operários e camponeses pobres, o
guerreiro infatigável, não num pedestal hagiográfico, mas afirmar a sua “presença” no interior
da Universidade Pública (p.295).
PA079 No formato de uma pesquisa teórico-conceitual, sob o título “O consenso na Teoria do Agir
Comunicativo de Habermas e suas implicações para a Educação”, a presente tese busca elucidar,
por intermédio da explicitação do conceito de consenso, alguns dos mais relevantes aspectos da
teoria habermasiana para a educação contemporânea (p.ix).
PA081 Os seguintes objetivos estiveram presentes em nossa pesquisa: a) analisar os discursos sobre
ética científica e a bioética na imprensa brasileira de divulgação científica; b) Identificar as
concepções de ciência e ética presentes nos artigos desses periódicos e c) discutir os
desdobramentos dessa forma de abordagem no campo da educação e da formação ética no
contexto brasileiro. Os objetivos específicos foram os seguintes: a)levantamento das noções de
ética da ciência e bioética nos discursos que aparecem nos dois maiores periódicos impressos de
divulgação científica brasileiros (Galileu e Superinteressante); b)seleção de reportagens que,
pelos critérios estabelecidos e explicitados abaixo, pudessem ser tomadas como amostras de
como essa abordagem se dá; c) estudo dos textos selecionados e interpretação de todo esse
processo através da Análise do Discurso Francesa (p.13).
PA085 Tem-se como objetivo refletir sobre a relação entre tecnologia e educação, na sociedade atual,
mediante a análise do funcionamento de uma revista impressa, a Escola, e de um site, o Escola
On-line, trazendo os efeitos desse funcionamento da mídia para a área educacional (p.xi).
PA094 Este trabalho tem por objetivo examinar a relação entre o pensamento de Max Weber sobre
desencantamento do mundo, burocracia e a educação ocidental moderna da Europa, no período
da Reforma protestante, Século das Luzes e da Revolução Industrial (p.vii).
PA098 Este trabalho concentra-se no estudo do pensamento educativo de Platão, particularmente a partir
do livro VII de A República. Essa análise, no entanto, não se encerra na interpretação de textos,
pois tenciona, também, seguir os movimentos produzidos pelo autor, ao retratar, na alegoria da
576
caverna, os dois momentos essenciais da sua concepção educacional, os quais serão aqui
abordados (p.3)
PA100 O objetivo dessa apresentação é mostrar o caráter inovador que tais propostas comportam, ou
seja, é nova a idéia de se apropriar de pensamentos e conhecimentos filosóficos para orientar
pessoas a buscarem solução para seus problemas ou dilemas individuais (crise existencial, fim
de relacionamentos, a morte de um ente querido, desemprego, angústias...), como também é nova
a concepção de filosofia subjacente nesta proposta. Inclusive, vale ressaltar que esta idéia de
"filosofia prática" nasce ao largo do meio acadêmico (p.6).
PA102 O objetivo desse estudo é, portanto, o de se tomar o OP de Várzea Paulista como um caso a ser
estudado. Todavia, isso será feito justamente por um pesquisador que é protagonista na sua
formulação e execução, de modo que retomamos a dinâmica tradição da pesquisa participante,
por estarmos numa posição de investigador social e, ao mesmo tempo, agente político de tal ação
(p.3).
PA111 Esta pesquisa, tendo como referência, a pesquisa de Sánchez Gamboa (1987) se pautou pelos
seguintes objetivos: 1) Verificar as principais abordagens metodológicas utilizadas nas pesquisas
doutorais elaboradas e defendidas no Grupo de Estudos e Pesquisas “PAIDÉIA”, da
FE/UNICAMP (1985 – 2002) (p.2); 2) Analisar, através do “Esquema Paradigmático,” as
implicações epistemológicas contidas nas abordagens metodológicas no que se refere aos
critérios de validade científica; às formas de tratamento do objeto e às concepções de
causalidade, de ciência, de homem, de história e de educação; 3) Analisar a trajetória histórica
de criação e desenvolvimento do Grupo de Estudos e Pesquisas “PAIDÉIA” no Programa de
Pós-Graduação stricto-sensu da FE/UNICAMP e as influências deste processo nas tendências
das teses defendidas no período de (1985 -2002) (p.3).
PA114 A presente tese tem como proposta apresentar a contribuição de Gilles Deleuze sobre a
aprendizagem abordada a partir da invenção de problemas e da criação de conceitos (p.v).
PA118 Pretendemos experimentar um devir minoritário e, ao mesmo tempo, produzir filhos novos em
Deleuze. Usar e abusar Deleuze, mesmo que vez por outra contra Deleuze, pois já não interessa
se ele concordaria ou não com seu uso. Manter uma condição de ser afetado, manter uma
permeabilidade, uma fragilidade, ter a força de ser frágil para dar passagem a outras forças,
algumas vezes, pouco comuns no espaço da escola. Enfim, já é e será uma tarefa de construir
um discurso menor em educação ou discurso minoritário em educação (p.21).
PA121 Esse trabalho pretende, à luz da teoria crítica, desenvolver critérios analíticos e constituir
categorias interpretativas que possibilitem compreender o processo de massificação do livro de
auto-ajuda que vem sendo disseminado no campo educacional e que envolve algumas reflexões
sobre a sociedade de consumo e as novas maneiras de fetichização das mercadorias, revestidas
de uma aura de valor absoluto (p.1). Ao lado disso, iremos investigar os processos pelos quais
os conceitos de indústria cultural, semicultura e semiformação têm relação com o universo
docente da escola pública, em geral, marcado pela ação de um contingente de professores de
formação precária e pela execução de projetos pedagógicos inconsistentes, esvaziado pelas
políticas públicas educacionais de coloração neoliberalizantes. Nesse universo expande-se a
literatura de auto-ajuda de cunho educacional (p.1).
PA122 A finalidade central da investigação é desencadear um diálogo teórico e prático sobre as relações
que se estabelecem entre sexualidade humana, educação e sociedade (p.2).
PA128 Tal pesquisa se propõe à difícil tarefa de investigar a identidade institucional, epistemológica e
política do design industrial, a partir do manejo e consideração das categorias, conceitos e formas
de analisar determinado fenômeno próprias do campo da Filosofia da Educação (p.5).
577
PA132 Esta dissertação tem como objetivo contribuir na investigação dos conceitos de disciplina e
autonomia no pensamento filosófico-educacional de Immanuel Kant e como tais conceitos
aparecem de forma pontual no texto Sobre a Pedagogia, levando-se em conta que o conjunto de
seus escritos e, sobretudo a sua filosofia prática são transpassados por estas noções (p.vi).
PA140 O objetivo desta pesquisa foi analisar a concepção de educação presente no pensamento de
István Mészáros a partir das obras A teoria da alienação em Marx (Mészáros, 2006a), A educação
para além do capital (Mészáros, 2005) e O desafio e o fardo do tempo histórico (Mészáros, 2007)
(p.vi).
PA143 O intuito deste está em mostrar como a conscientização, cerne e objetivo da teoria educacional
freiriana, requer, para a sua realização pelo homem, o conhecimento das contradições e
antagonismos da sociedade, a fim de que ele possa desenvolver sua capacidade crítica e assumir
a condição de sujeito transformador dos problemas e desafios sociais e empenhar-se, no âmbito
coletivo, pela transformação destes e de si próprio (p.iii).
PA150 A pesquisa que aqui se relata teve por objetivo principal analisar e discutir a relação do ensino
de Filosofia no nível médio com a formação dos jovens para o exercício da cidadania. Com
efeito, a disciplina tem sido reincorporada à grade curricular do Ensino Médio como matéria
obrigatória, sob a justificativa de que tal reincorporação se faz necessária para a referida
formação (p.1).
PA160 Pesquisar as possibilidades do ensino de filosofia para o nível médio nas condições políticas e
econômicas da contemporaneidade tem como objetivo criar novas formas de pensar esse ensino
e novas formas de agir como resistência através desse ensino (p.xi).
(Grifos nossos)
PA002 O trabalho representará uma reflexão sobre a ética dos limites, do PESQUISA
cuidado, da renúncia, da prevenção, da antecipação dos riscos, BIBLIOGRÁFICA
ante a possibilidade de os efeitos tecnológicos conduzirem o
planeta a conseqüências imprevisívieis. Trata-se de um trabalho
imanente Uma leitura das obras de Hans Jonas, em que “The
imperative of responsibility” - In search of an ethics for the
technological age∗ , será básico para a compreensão do problema
(p.13).
PA006 O campo de investigação desta pesquisa, já que é possível tratar PESQUISA DOCUMENTAL
da extensividade perceptiva dos mass media nos veículos
impressos, audiovisuais e relacionados com a
hipertextualidade, delimita-se à produção da narrativa
jornalística, cuja estrutura de supressão e/ou destaque de fatos e
normatização da construção do fato noticioso, em si, representa
579
PA012 Precisamos esclarecer que esta nossa pesquisa, desde o início, se PESQUISA
propôs a ser essencialmente bibliográfica [...] (p.11). Usamos a BIBLIOGRÁFICA
História sem pretensão historiográfica; usamos temas sociais,
tendo a análise social apenas como subsídio; o mesmo
acontecendo com a Literatura que, embora sempre discutida,
também está contida no nível do subsídio. Nossa dissertação em
Filosofia da Educação tem uma proposta não tradicional ou
metafísica, já que se preocupou essencialmente com a temática da
Filosofia Social (p.11-12).
PA017 Esta pesquisa parte da vivência prática de um projeto de educação PESQUISA ETNOGRÁFICA
não-formal, o Projeto "Direito de Ser", que atende crianças e
adolescentes na periferia de Campinas-SP (p.iii). Partimos do PESQUISA EMPÍRICA -
cotidiano vivido dos projetos sociais para realizarmos nossas CAMPINAS/SP
teorizações; ao mesmo tempo tentamos sistematizar alguns
elementos da vida cotidiana, buscando teóricos do tema. A partir
das concepções teóricas sobre a vida cotidiana, tentamos
compreender melhor a realidade do dia-a-dia dos projetos de
educação não-formal para retornar a esse mesmo real, de forma
transformada e transformadora. Mais do que uma simples
categoria de análise, o cotidiano se mostrou como cerne dessa
pesquisa (p.2-3). Quanto à metodologia, o Projeto "Direito de Ser"
foi o ponto de partida das reflexões, subsidiadas por outros
projetos. Na verdade, essa pesquisa não foi e nunca pretendeu ser
uma pesquisa de campo. O olhar sobre o cotidiano nos traria
indícios para uma reflexão teórica, sendo esse o objetivo dessa
pesquisa: uma reflexão teórica sobre as bases da educação não-
formal, contemplando e partindo da realidade concreta, pois
deixá-la de lado seria correr o risco de congelá-la. Elementos da
pesquisa empírica foram utilizados no decorrer da mesma, mas
nunca como objetivo central (p.4).
PA021 Começa aí, portanto, nesse “corpo-a-corpo” primeiro mantido com PESQUISA
o mundo que nos rodeia, a aventura do saber e do conhecer BIBLIOGRÁFICA
humanos. Sem dúvida, há um saber sensível, inelutável, primitivo,
fundador de todos os demais conhecimentos, por mais abstratos
que estes sejam; um saber direto, corporal, anterior às
581
PA024 A presente pesquisa procurou investigar um tema que pode PESQUISA DOCUMENTAL
desenhar a identidade de determinadas instituições de ensino PESQUISA EMPÍRICA -
superior. Trata-se de um estudo sobre a universidade confessional. SÃO PAULO
Busca definir o que se entende por confessionalidade e como
visualizar a identidade confessional em instituições de ensino
superior, na contraditória realidade da educação superior do Brasil
(p.1), [...] contudo, numa retrospectiva com base nas ações
educativas de instituições confessionais, se percebe que, nem
sempre, as propostas da missão destas instituições ganham corpo.
Por isso a preocupação deste trabalho esteve em pesquisar esta
problemática tendo como objeto da pesquisa dois tipos de
instituições: uma confessional católica e outra, englobando o
conjunto de instituições orientadas pelo Conselho Geral das
Instituições Metodistas de Ensino (COGEIME) (p.2). Nesta
pesquisa se desenvolveu um desenho considerando os
documentos que dão identidade confessional a dois grupos de
instituições para que à luz destes referenciais teórico-vivenciais se
possa fundamentar a confessionalidade enquanto elemento que
possibilite o entendimento dos limites e a identificação das
possíveis contradições que se configuram na atuação educativa
(p.13-14).
PA028 Esta dissertação constitui-se num estudo sobre as Cooperativas PESQUISSA DOCUMENTAL
Educacionais e procura analisar a trajetória histórica e
institucional da Escola Cooperativa de Piracicaba – suas PESQUISA EMPÍRICA -
motivações, contradições, avanços e perspectivas (Resumo). Esta PIRACICABA/SP
investigação está sendo realizada quase que totalmente em fontes
primárias: atas de reuniões de professores, atas de reuniões do
Conselho de Escola e do Conselho Administrativo da Cooperativa,
plano escolar, livro termo de visita de supervisores de ensino,
582
PA030 Este estudo propõe-se a refletir sobre a ética e a educação tendo PESQUISA
como fundamento a Teoria Crítica de Jürgen Habermas (p.1). Nas BIBLIOGRÁFICA
palavras do próprio autor: Esta tese torna-se surpreendente quando
nos apercebemos de que os discursos, em que as pretensões
problemáticas de validade são tratadas como hipóteses, traduzem
uma espécie de ação comunicativa tornada reflexiva. O teor
normativo dos pressupostos argumentativos deriva, assim,
meramente das pressuposições da ação orientada para a
comunicação, sobre as quais estão fundados, por assim dizer, os
discursos (p.3-4). Pretendemos, com esta tese, configurar a
dimensão ética, do ponto de vista habermasiano, denominada
Ética do Discurso, basicamente ancorada na Teoria da Ação
Comunicativa, procurando destacar tópicos e possíveis
contribuições da Teoria Crítica de Jürgen Habermas que
possam servir de base referencial para uma reflexão filosófica
sobre o fenômeno pedagógico e educacional (p.4)
PA036 A proposta aqui apresentada é a de, por meio de uma leitura PESQUISA
foucaultiana e de experiências libertárias no âmbito da educação, BIBLIOGRÁFICA
tanto no Brasil como fora dele desde o século XIX, fazer uma
crítica à questão da escola como instituição, e do aluno como
sujeito/objeto desta instituição e de seus discursos (p.1). [...]
Fazendo um estudo sobre as práticas libertárias atuais e do
passado, e uma análise sobre o legado deixado por Piaget e seus
seguidores, foi possível estabelecer uma comparação destas duas
pedagogias e assim, desconstruir a possibilidade de o
“construtivismo” ser totalmente à parte das pedagogias
tradicionais. Utilizando-se de métodos como avaliações e
reprovações, além de uma política voltada para o vestibular, no
caso do ensino médio, ele se distancia cada vez mais de práticas
de liberdade, autonomia e troca, para se aproximar de saberes pré-
determinados, conteúdos, notas, prêmios e castigos (p.2).
PA045 Nesse trabalho não haverá o fechamento de uma única via de PESQUISA
acesso. O que pretendemos é tentar procurar caminhos, atalhos, BIBLIOGRÁFICA
que nos levem a compreender melhor que, enquanto arte, a
educação só se efetiva com um constante aperfeiçoamento, assim
como as técnicas relativas às outras áreas (p.01). Nesse sentido,
optamos pela postura de ouvir, acolher, selecionar, tentar
compreender, argumentar e, às vezes, silenciosamente, quando
estamos diante de algo que a nossa compreensão ainda não
alcança, (à maneira dos antigos povos africanos e orientais)
agimos como se nos curvássemos em profunda e respeitosa
reverência, pois o saber do outro, animando-nos, instiga-nos ao
desafio de sempre tentar melhorar a forma de perguntar, sem
conformarmo-nos com respostas tidas como imutáveis (p.05).
PA047 Neste trabalho de pesquisa, voltado para a área da educação, PESQUISA DOCUMENTAL
procuramos realizar uma investigação epistemológica das
questões relativas à ética a partir das propostas dos
Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino
Fundamental. Tal intento versou sobre um desvendamento
crítico de tópicos comuns às teorias educacionais e diretrizes
curriculares do momento, consoantes a esta fase do ensino e que
tem se deslocado do rol das disciplinas, áreas, para as iniciativas
“integradoras” da interdisciplinaridade e da transversalidade
(Resumo)
PA048 A pesquisa foi desenvolvida a partir de uma coleta de dados PESQUISA DE CAMPO
realizada em uma escola Pública da Rede Estadual de Ensino
em Piracicaba/SP, e os capítulos foram sendo compostos a partir PESQUISA EMPÍRICA –
das situações concretas de sala de aula, bem como da dinâmica PIRACICABA/SP
dialógica que nela se efetivava (Resumo). Nesta pesquisa,
metodologia/objetivo/teoria foram se constituindo em uma teia de
interdependência (p.20).
PA051 Essa pesquisa é um estudo de caso, do trabalho voluntário, como ESTUDO DE CASO
realizado em uma dessas organizações – a AMIC – que é o órgão
social da Casa do Espírito Amigo – CEA, uma instituição espírita- PESQUISA EMPÍRICA –
kardecista (Resumo). CAMPINAS/SP
PA054 Dessa forma, a partir dos fatores que elegemos para nosso estudo PESQUISA
e em sua análise histórica, podemos dizer que na realidade BIBLIOGRÁFICA E
educacional brasileira atual existem, disputando a hegemonia para DOCUMENTAL – ANÁLISE
a formação dos professores, dois grandes projetos. O que vem HISTÓRICA
sendo constituído historicamente pela dinâmica dos cursos de
Pedagogia e o que surge na década de 1990 através das políticas
educacionais atuais e legitimadas pela criação dos Institutos
Superiores de Educação (p.04).
PA062 Busca constituir uma reflexão sobre as condições históricas, as ESTUDO DE CASO
situações práticas, os determinantes legais e institucionais do
ofício de ensinar Filosofia no sistema educacional fundamental no PESQUISA EMPÍRICA –
Brasil e, a partir do Programa Filosofia para Crianças, de Matthew FLORIANÓPOLIS/SC
Lipman, resgatar a história, os avanços filosófico-pedagógicos do
programa organizado com as escolas do Brasil, a partir de Santa
Catarina, em quinze anos de existência, fazendo história. Dessa
forma, apresenta uma análise histórica, institucional e educacional
dessa experiência curricular e social e, também, uma experiência
de educação filosófica, especialmente desenvolvida com crianças,
adolescentes e jovens, em busca de uma educação emancipatória,
entendida como um conceito de autonomia, de crescimento
cultural e enriquecimento pedagógico, dos cidadãos, educadores,
de todos os sujeitos envolvidos. [...] Apresenta a experiência
institucional, educacional e pedagógica do Centro Catarinense
de Filosofia no 1º Grau, posteriormente chamado de Centro de
Filosofia Educação para o Pensar (1989-2003), situado em
Florianópolis/SC, o qual se tornou referência do ensino de
Filosofia com crianças em escolas do ensino fundamental.
Também, contextualiza historicamente a importância de ensinar
Filosofia na estrutura de ensino oficial e investiga criticamente os
fundamentos essenciais da proposta Filosofia para Crianças de
Matthew Lipman, educador norte-americano, fazendo a
aproximação de sua proposta com a realidade da educação
brasileira. É uma pesquisa bibliográfico-histórica, com aporte de
campo e estudo de caso, o de uma instituição social organizadora
da Educação para o Pensar (p.xiii).
PA064 É a partir do ideal de uma educação que prepara indivíduos PESQUISA ETNOGRÁFICA
autônomos, críticos e participativos, como o apontado pelos (PARTICIPANTE)
PCN’s, que este trabalho busca refletir sobre o ensino praticado
e a aprendizagem proporcionada na escola (p.vii). Este trabalho
está voltado para questões que surgiram no decorrer do meu
magistério. A minha experiência não é vasta, mas ela tem sido
suficientemente rica para me levar a questionar alguns aspectos da
educação formal. Essa experiência pode ser descrita em três
atos: como professora, como coordenadora pedagógica e como
aluna. Cada ato tem sua característica própria, seus personagens
e desafios, mas, todos são de igual importância para minha visão
de educadora (p.1). Considero que o resgate da memória afetiva
sobre minhas vivências escolares acrescenta uma dimensão
importante à minha experiência de educadora. A maneira de
entender uma criança é em grande parte condicionada pelas
impressões que trago da minha infância; pela maneira como fui
compreendida e amparada quando criança. Estas vivências
juntamente com o estudo e a reflexão crítica sobre o discurso
teórico da educação ampliam, em extensão e profundidade,
minha consciência (p.3). [...] Nessas considerações sobre minha
experiência uma questão ressalta: é necessário ampliar a
591
PA071 Na busca por respostas a tais questionamentos, com o presente ANÁLISE DE CONTEUDO
trabalho resolvemos enfrentar o desafio intelectual de aprofundar
o conhecimento sobre a teoria do conhecimento do marxismo
originário e sobre a epistemologia presente no paradigma teórico-
metodológico gramsciano. O método empregado aqui para se
conseguir avançar na busca teórico-científica é o da análise
comparativa entre o materialismo de Marx e Engels e o
marxismo de Gramsci. Definido o método comparativo, a
intenção ao desenvolver este trabalho era a de se aproximar os
paradigmas marxiano e marxista-gramsciano, para visualizar
melhor as suas diferenças e suas semelhanças constitutivas (p.19).
592
PA074 Diante deste fato, encampei como método de estudo (i) não tomar PESQUISA
como ponto de partida nenhum dos conhecidos ilacionistas e/ou BIBLIOGRÁFICA
exegetas de Lenin, (ii) não adequar a leitura de Lenin, mormente
suas referências à educação política, para a realidade brasileira,
(iii) mas localizar (p.2) nessas contribuições pedagógicas um
conjunto de elementos indispensáveis à revolução socialista
neste país, (iv) aduzir elementos novos produzidos pela
conjuntura para fundamentar a discussão sobre a pedagogia
comunista implícita na obra leninista. Ao meu julgamento, se é
de grande e inestimável valia as contribuições leninistas à
elaboração de uma reflexão séria sobre a educação brasileira
notadamente burguesa, é pertinente dizer que a “pedagogia
leninista”, como um dos aspectos da crítica ao capitalismo do
século XIX, expandindo-se aos séculos XX e XXI, tem por tarefa
inicial desvelar o caráter predominantemente idealista, de feição
conservadora e/ou reacionária da educação oficial nesta sociedade
(p.3).
PA080 Este trabalho teve por objetivo analisar a Educação no Brasil PESQUISA
utilizando recortes históricos, desde a chegada dos Jesuítas até o BIBLIOGRÁFICA
ano 2002; pesquisar a epistemologia da Geografia e fazer um
levantamento sobre a existência e localização dos cursos de PESQUISA EMPÍRICA - SP
graduação em Geografia (licenciatura e bacharelado) e a
localização geográfica dos cursos de pós-graduação da área;
verificar a produção científica geográfica; discutir a globalização
593
atual, fazendo uma análise crítica sobre este período, assim como
propor o uso da matriz geográfica crítica para melhor analisar o
espaço geográfico em sala de aula ((p.v). Após esta análise
histórica, faremos uma avaliação da formação de professores
de Geografia, nas principais escolas públicas do Estado de São
Paulo; mostraremos a crise por que passam os exames estaduais
para professores da rede pública e porque não conseguem
preencher suas vagas nas provas (p.10) para seleção para os
professores de Geografia (p.11).
PA083 Pelo até aqui exposto, temos três conceitos-eixos sob os quais se PESQUISA
apoiará o presente trabalho - Iluminismo, Paidéia, e Utopia. Crê- BIBLIOGRÁFICA
se que tal abordagem poderá elucidar o poder crítico da educação,
bem como explicitar o papel e o tipo de educação que, resgatando
os ideais pedagógicos da modernidade, possam contribuir para a
formação educacional em consonância com as exigências da
contemporaneidade. A questão pedagógica é vital para que o
futuro seja encarado com otimismo que, sem tirar os pés e os olhos
da realidade, seja utopicamente exeqüível. Defendemos a idéia de
que a utopia do iluminismo, seja inserida e inscrita na agenda
pedagógica do terceiro milênio (p.14). Em suma, esta
problematização e estas referências todas evidenciam o papel
crucial da educação e da pedagogia na persecução e retomada dos
ideais iluministas em geral e da modernidade em especial. É este
o objetivo que norteou todo este trabalho de pesquisa e da redação
desta tese. E na sua estruturação pretende-se traçar o itinerário
iluminista da educação, no seu conceito de Paidéia, e finalizar
com a retomada da utopia paidêutica na contemporaneidade
(p.19)
PA084 Assim, este trabalho, de natureza teórica, tem por objetivo PESQUISA
central questionar e compreender a crítica da tecnologia no BIBLIOGRÁFICA
pensamento de Andrew Feenberg, tendo como horizonte pensar a
relação tecnologia e educação. Toma como referência
metodológica a teoria enquanto reflexão crítica e procura
594
PA089 Buscou analisar a gestão dos Projetos Públicos em Educação à PESQUISA DOCUMENTAL
Distância, com o uso das novas tecnologias, no estado do E PESQUISA DE CAMPO
Paraná, durante o período de 1995-2005. O critério de escolha
desses programas deve – se, particularmente, por terem sido os PESQUISA EMPÍRICA -
únicos a funcionar no referido estado, oportunizando a formação PARANÁ
de professor em EAD através de Universidades públicas:
Universidade Estadual de Ponta Grossa e Universidade
Federal do Paraná onde analisamos na perspectiva de Greville
Rumble∗ . Apresentamos ainda a proposta consorciada pela
Universidade Estadual de Maringá. Desta forma, abordamos
uma análise histórica, institucional e educacional dessas
experiências mostrando os marcos históricos e as matrizes
filosóficas em que se pautaram. Objetivou também apontar uma
perspectiva emancipatória nessa modalidade de ensino, tendo a
consciência do processo embrionário nessa área. Utilizamos o
método histórico-compreensivo e optamos por uma abordagem
qualitativa, considerando o contexto, pois é ele que possibilita que
as categorias não se isolem em estruturas puras, mas se mesclem
da realidade em movimento. Sendo assim, foram apresentadas as
categorias da contradição e da totalidade. A análise foi tanto
documental como dos questionários aplicados na comunidade
acadêmica da UEPG e da UFPR (p.xiii).
PA096 A presente dissertação tem por objetivo desenvolver o conceito PESQUISA ETNOGRÁFICA
alteridade no contexto educacional, tendo por base teórica o
597
PA107 Desta forma, realizar uma pesquisa que pergunta pela PESQUISA
subjetividade é de alguma forma não ficar isento e vítima da BIBLIOGRÁFICA
própria subjetividade de quem observa. Partindo disto, fez- se
necessário adotar um método de pesquisa que fosse rigoroso e
dessa conta da temática em evidência. Enfim chega-se a uma
outra questão. O problema posto deve ser delimitado e, desta
forma, fez-se necessário a escolha de uma linha filosófica e de
um pensador que pudesse dar conta de fornecer subsídios para
ampliar o debate nas suas implicações mais importantes (p.7).
Quando se propõe a fazer uma pesquisa desta natureza, certamente
têm-se como desejável delimitar questões como tempo e espaço
de análise. Por se tratar de um pensador que se propõe ao estudo
do homem e do sentido da existência, numa análise
fenomenológica e existencial, fica difícil fazer essa delimitação,
haja vista que o próprio pensador por vezes trata em suas obras
uma análise universal e comum aos homens de qualquer região,
país e época. Contudo, foi buscado nesta pesquisa a prioridade à
questão da subjetividade do homem no pensamento levinasiano
em suas relações com os problemas contemporâneos, e sempre que
se tratou de uma região mundial ou país, procurou-se evidenciar a
realidade brasileira. [...] Assim, houve a opção por obras que
600
PESQUISA EMPÍRICA –
PARANÁ/PR
PA111 Este estudo tem como objeto a análise das produções da PESQUISA
pesquisa desenvolvidas na Faculdade de Educação na BIBLIOGRÁFICA
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), limitando-
se em analisar as teses de doutorado defendidas e aprovadas PESQUISA EMPÍRICA –
dentro do Grupo de Estudos e Pesquisa em Filosofia e Educação, CAMPINAS/SP
“PAIDÉIA”1, da área de Filosofia e História da Educação durante
o período de 1985 a 2002. Para tanto, um dos primeiros
procedimentos que tomamos foi realizar um amplo levantamento
bibliográfico, com o intuito de conhecer o que já foi produzido
em termos de pesquisa científica sobre a análise de dissertações
e teses defendidas no Brasil na área da Educação (p.1).
PA114 Para essa tarefa foi preciso percorrer as linhas que constituíram e PESQUISA
constituem o traçado do pensamento, as quais partem da BIBLIOGRÁFICA
interpretação de Deleuze da imagem tradicional do
pensamento como recognição. Também foi preciso percorrer os
deslocamentos da sua elaboração de uma imagem original do
pensamento, a imagem de um traçado de linhas de forças no qual
o passado, enquanto duração, sempre atual, emerge como futuro.
Esse movimento que dá origem ao pensar e, portanto, ao aprender,
tem como seus elementos os signos, os acontecimentos, a
experiência enquanto elaboração de problemas e de invenção das
suas soluções (v).
PA116 Este trabalho é uma síntese feita a partir de uma pesquisa PESQUISA
bibliográfica de filosofia comparada da educação, desenvolvida BIBLIOGRÁFICA
sobre dois tipos de pensamento pedagógico, elaborados,
602
PA118 Não parece fácil estabelecer, logicamente, uma linha discursiva PESQUISA
que revele, coerentemente, os agenciamentos teóricos sofridos BIBLIOGRÁFICA
e provocados até a constituição de um certo jeito de ver o mundo
e de pensar e de caminhar entre Deleuze e a Educação ou em
educação com Deleuze. Assim, o que podemos é delimitar alguns
modos de “ir sendo” na composição deste (p.23).
PA124 Essa tese tem, assim, o intuito de verificar a relação entre paideía, PESQUISA
psykhé e mímesis na filosofia de Platão. No entrelaçamento BIBLIOGRÁFICA
desses temas e conceitos busca-se mostrar que podemos inferir de
sua teoria da educação uma mudança significativa em seu
pensamento, sem necessariamente abrir mão de suas convicções
filosóficas mais elevadas. Mediante esta suposição pretendemos
investigar o que significa uma revisão ou finalização da teoria
da mímesis na filosofia platônica, buscando responder, dentre
outras, às seguintes indagações: qual a importância dessa revisão
para a paideia platônica? Em que consiste a paideia das Leis e qual
a sua relação com a política? (p.3-4).
PA137 É perante esse quadro de controvérsias, que nossa pesquisa está PESQUISA
focada, na reflexão crítica e aprofundada da teoria da BIBLIOGRÁFICA
complexidade apresentando a sua fundamentação ideológica, cuja
pretensão se auto-legitima como sendo “superadora das teorias
educacionais” que analisam, criticamente, as condições materiais,
históricas e objetivas da escola e da realidade brasileira. A reflexão
norteadora dessa análise principia-se na leitura dos discursos
reformadores da ordem estrutural dos sistemas de produção
do capitalismo no pós-guerra, ponto pelo qual entendemos se
assenta as bases do pensamento complexo. No Brasil, esse ideal
discursivo teve presença significativa na organização da reforma
educacional dos anos 1980 e 1990, que, por sua vez, fundamenta
a política da globalização e a manutenção da ordem capitalista
contemporânea. No campo epistemológico, apresenta-se como o
locus em que se desenvolvem os diversos modismos educacionais
que fazem interfaces com as chamadas “novas tendências
educacionais” . Por esse motivo, e por se tratar de um universo
amplo de investigação, é que propusemos esse recorte; da análise
crítica à teoria da complexidade de Edgar Morin,
principalmente nos seus desdobramentos na análise da realidade
educacional brasileira (p.3).
PA142 Nesse sentido, como uma investigação, a princípio, marcada por PESQUISA
reflexões antropológicas, esta dissertação intenta, contudo, por BIBLIOGRÁFICA
objetivo maior, lançar as proposições que permitam pensar a
educação do homem contemporâneo. O primeiro movimento da
investigação constou em refletir sobre o homem e as dimensões
que o engendram segundo a tradição da Antropologia Filosófica.
Posteriormente, esta investigação apropriou-se de alguns
elementos dessa tradição para pensar a filosofia antropológica
proposta por Serres. Logo, sob a ambiência desses conceitos
filosóficos, a dissertação passou ao detalhamento das
circunstâncias diferenciais do século XX, que redimensionaram as
609
PA147 O método utilizado neste trabalho será o método comum para PESQUISA
trabalhos filosóficos: análise e discussão bibliográfica tanto de BIBLIOGRÁFICA
Nietzsche quanto de seus comentadores (p.20).
PA150 Para tanto, optamos por uma abordagem histórica da noção de PESQUISA
cidadania, partindo da Antiguidade grega, passando pela Época BIBLIOGRÁFICA E
Moderna, com destaque para as formulações de Hobbes e Locke, DOCUMENTAL
e culminando com a análise de como ela se manifesta atualmente
nas políticas educacionais brasileiras, sobretudo a partir do final
dos anos 1990. [...] Esta análise debruçou-se prioritariamente
sobre os seguintes documentos oficiais: a Constituição Federal
de 1988; a LDBEN (Lei nº 9394/96), que estabelece as novas
bases do que seria uma educação para a cidadania; os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN); as Orientações Educacionais
611
dissertação defendida em 1991, tendo produzido desde então 412 PESQUISA EMPÍRICA –
dissertações. As atividades do doutorado tiveram início em 1993 CAMPINAS/SP
e sua primeira tese defendida em 1995, tendo produzido desde essa
data 161 teses de doutorado. [...] Procurou-se atingir este objetivo
e responder a essa questão considerando os seguintes passos: a)
leitura dos resumos de todas as pesquisas e classificação segundo
as temáticas para produção de um panorama geral, ou estado da
arte da produção objeto de nossa análise; b) leitura completa de
10% das pesquisas e preenchimento da ficha construída para a
análise epistemológica da produção de pesquisas do Programa de
Pós-Graduação da Faculdade de Educação Física da Unicamp; c)
consulta aos documentos do (p.6) Arquivo Permanente do Siarq
(Arquivo Central do Sistema de Arquivos da Unicamp)5 para
conhecimento do histórico do Programa em questão e outras
informações relativas às condições institucionais e às políticas de
pós-graduação; d) leituras específicas sobre a problemática da
epistemologia e as tendências da produção científica,
incorporando as sugestões teóricas dos assessores da FAPESP,
relacionadas com os conceitos de “campo científico”, “estado da
arte” e “representação e história cultural”; e) estágio no Centro de
Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra/Portugal para
recuperar bibliografia e referências sobre as novas
epistemologias e os conflitos entre as perspectivas científicas
(“guerra das ciências”) que influenciam a pesquisa no campo da
educação física; f) análise dos resultados encontrados (p.7).
PA156 Foi utilizada a técnica de análise de conteúdos, aplicando uma ANÁLISE DE CONTEÚDO
matriz epistemológica que permitiu identificar a lógica interna das
pesquisas (método lógico) e a recuperação das condições e dos PESQUISA EMPÍRICA –
contextos da produção (método histórico) (p.ix). REPÚBLICA DE
COLÔMBIA/BOYACÁ
PA164 Nesse sentido, espera-se que o texto transmita ao leitor a estreita PESQUISA
ligação entre a nossa realidade educacional e a disposição em BIBLIOGRÁFICA
pesquisar a teoria de Hannah Arendt, mas que não perca de vista
ser esta uma pesquisa teórica, bibliográfica, que visa a
reconstituir a ordem interna da obra da autora, especificamente no
que tange à vinculação entre totalitarismo e educação, e que a
pertinência ao nosso contexto surja da atualidade e do
brilhantismo de seu pensamento, não da aplicação de suas
reflexões ao nosso caso concreto (p.25).
615
PA175 A presente tese faz uma análise dos conceitos de corpo ANÁLISE DE CONTEÚDO
presentes nos Cadernos Temáticos da Diversidade:
Sexualidade publicados pelo Governo do Estado do Paraná em PESQUISA EMPÍRICA -
2009 como subsídios para a Educação Sexual na Educação Básica. PARANÁ
[...] Para tal, são expostas, inicialmente, as principais apropriações
conceituais do que seja uma educação emancipatória, o método
dialético ou histórico-crítico, bem como a carência de uma
produção acadêmica sobre o corpo nessa perspectiva. São
demonstradas as análises dos cadernos temáticos escolhidos
como objeto de estudo que problematizam sua pertinência como
subsídio histórico-crítico ou dialéticos e, por fim, é realizada uma
discussão ontológica acerca do corpo com vistas a acrescentar
elementos importantes à produção acadêmica na área. Recorrendo
à compreensão dialética ou histórico-crítica da educação como
horizonte teórico e metodológico, os estudos realizados
demonstram que há o predomínio de discussões acerca de gênero
e violência em perspectivas discursivas pós-estruturalistas nas
quais os conceitos de corpo remetem a sujeitos desmaterializados,
assujeitados pelas estruturas e pelos discursos, ontologicamente
esvaziados (Resumo).
PA181 Apresenta uma reflexão crítica sobre a prática do ensino do PESQUISA DOCUMENTAL
direito e destaca o conceito aristotélico-tomista de prudência, no
contexto histórico, filosófico e jurídico, como principal excelência
do profissional do Direito na tarefa de discernir e assinalar as
coisas no âmbito da distribuição da justiça. Avoca a prudência
jurídica como fundamento epistemológico do Direito, entendido
este como o justo concreto – o dar a cada um o seu – matizado,
quando necessário, pela equidade. Analisa a potencialidade
formadora da Hermenêutica Jurídica clássica em diálogo com
Hermenêutica Gadameriana, no seio pedagógico do método do
Estudo do Caso, nos moldes da experiência pedagógica da
Universidade de Harvard (case method), enfocado em sua
natureza crítica e didática, como bases de uma proposta de
formação ético-social do aluno no campo do Direito. Estuda as
relações entre a tradição filosófica, o pensamento moderno e o
Direito, apontando questionamentos epistemológicos e
pedagógicos nos parâmetros constatados na prática do ensino
jurídico atual, de base fortemente positivista, com indicações
teóricas e metodológicas para as Diretrizes Curriculares da
Formação Superior no campo do Direito. Apresenta desafios
sociais e jurídicos para a mesma área e para o campo temático da
Educação, com vistas aos fundamentos para uma formação da
justiça como prática social (Resumo).
PA187 De acordo com Sanchez Gamboa (2013), a pesquisa pode ser PESQUISA
dividida em duas partes: o método de pesquisa e o método de BIBLIOGRÁFICA E
exposição. O autor afirma que o método de pesquisa é o conteúdo DOCUMENTAL
a ser apresentado, em linhas gerais é o percurso do problema, as
indagações, perguntas, a formulação da hipótese ou apenas a PESQUISA EMPÍRICA - SP
resposta provisória e em seguida a resposta confirmada, ou seja, a
tese (p.17). Diante disso, apresentamos, neste estudo, como
método de pesquisa, o percurso da problemática central que é a
formação de professores em serviço, os objetivos e hipóteses de
como a formação da REE/SP está sendo forjada para exigir o
novo modelo de professor (p.17). E para construir as respostas das
perguntas, utilizamos, como principal fonte de pesquisa,
documentos oficiais, dissertações, teses, artigos e a realização
empírica do curso de formação na EFAP (p.17). Diante dessas
fontes bibliográfica e documental, montamos um banco de dados
para garantir a realização de uma leitura minuciosa de todos os
documentos do referido curso. Então, a partir dos dados coletados
no Curso, construímos para cada módulo um roteiro de leitura,
para garantir que, em cada um deles, pudéssemos ter uma visão
mais ampliada das concepções de Educação, Currículo e Professor
(p.17). No que se refere às categorias de análise, determinamos
como estratégia de pesquisa a análise de conjuntura diante da
necessidade de se trabalhar nesse modelo as categorias dos
acontecimentos, cenários, atores, relação de forças e articulação
entre estrutura e conjuntura (p.17). No caso desta pesquisa, o
núcleo central a ser discutido criticamente é a implementação
de um Curso de Formação oferecido em 2010 para os
professores ingressantes da REE/SP. Acreditamos assim que
esse fato abre um conjunto de indagações, dentre elas
619
PA200 Esta investigação ocorreu a partir de dificuldades encontradas para PESQUISA ETNOGRÁFICA
formação de grupos de trabalho em sala de aula na disciplina de (PARTICIPANTE)
Metodologia do Trabalho Científico, envolvendo alunos surdos e
ouvintes. Mais especificamente, objetivou-se investigar como PESQUISA EMPÍRICA –
alunos surdos escolhem e são escolhidos para atividades em grupo PARANÁ
de sala de aula da Pós- Graduação e identificar se a diferença
determinada pela surdez pode ser um organizador de subgrupos e
possibilidade de rejeição, conforme estudos já realizados na área
educacional da inclusão. Participaram deste estudo vinte
alunos, cinco desses com surdez, Pós-Graduandos de uma
Instituição de Ensino Superior do Estado do Paraná (Resumo).
Define-se este estudo como uma investigação qualitativa pela
maneira como os dados foram construídos, pela relação
estabelecida entre pesquisador e participantes e pelos
processos implicados na apresentação dos resultados. Os dados
mostram que as dificuldades na linguagem oral determinam a
formação de subgrupos, que participantes surdos, na maioria das
vezes escolhem-se entre si e são escolhidos com menos frequência
620
PA205 Posto isto, é preciso acrescentar que adotaremos com vistas a ANÁLISE DE CONTEÚDO
atingir os objetivos deste estudo, a técnica de pesquisa baseada na
revisão bibliográfico-documental e nos seus processos de
levantamento, documentação e análise, com base em fontes
bibliográficas e documentais, tais como livros e artigos,
fundamentalmente, e teses, dissertações e anais de congressos,
quando necessário. Para o estudo dos textos utilizaremos a análise
de conteúdo sistematizada por Bardin (1977) que consiste na pré-
análise, exploração do material e o tratamento do material, a
inferência e a interpretação. A pré-análise objetiva a organização
através da escolha dos “documentos” para a constituição de um
corpus, ou seja, o que se vai analisar, a formação de objetivos e/ou
hipóteses e a produção de informações indicativas que darão base
à interpretação. A formulação de hipótese anterior à exploração e
tratamento do material não consiste numa regra. O que é elementar
neste momento é que com base nos objetivos se formam índice e
indicadores que possibilitem recortes, categorias e códigos . No
momento seguinte que é o da exploração do material diz respeito
ao uso das técnicas sobre o corpus. É uma organização e
administração do que resultou do processo de categorização. Para
621
PA207 Por meio dessa construção teórica pretendemos analisar a noção PESQUISA
do “cuidado de si” trazida pelo autor e como ela possibilitou aos BIBLIOGRÁFICA
jovens que frequentaram o Centro de Recuperação Francisco
Luna, em Diadema, São Paulo, transformarem suas vidas, PESQUISA EMPÍRICA –
libertando-se das drogas e cultivando em si a estética da existência DIADEMA/SP
(Resumo). Sobre esta experiência e encontro, de dialogicidade e
de reflexão comum estabelecemos as interpretações éticas desta
trajetória educativa (p.15).
PA212 Esta tese, norteada pela abordagem crítica, busca investigar os PESQUISA
conceitos de corpo, cultura e sociedade com base no banco de BIBLIOGRÁFICA
dados das pesquisas que foram realizadas pelo grupo
Epistefnordeste. O emprego da abordagem que orienta essas PESQUISA EMPÍRICA
análises defende uma aproximação entre teoria crítica e (NORDESTE)
epistemologia e, especialmente, procura dar contribuições
significativas para o futuro das pesquisas acadêmicas na área de
educação física (p.12). Escolhemos, por essa razão, realizar dois
movimentos em uma mesma pesquisa. O primeiro movimento está
embasado na análise dos dados bibliográficos coletados no
projeto Epistefnordeste sobre teses e dissertações que
abordaram a temática corpo e cultura, que por sua vez, representa
uma das 13 áreas distribuídas nos Grupos de Trabalhos Temáticos
(GTT’s) do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (CBCE)
(p.15). O segundo movimento destaca um ensaio sobre a ciência.
Esse ensaio segue em conjunto com a análise filosófico-
conceitual da Escola de Frankfurt, que aproxima as perguntas
norteadoras da tese e que se vinculam às características que estão
contidas na análise dos dados que foram auferidos mediante a
consulta realizada junto ao banco de dados do projeto
Epistefnordeste. Nesse sentido, a tese se propõe a buscar os
subsídios teóricos que contribuem para pensar as principais teses
que foram articuladas nas pesquisas relacionadas a corpo e cultura
que contém elementos da educação física. A disposição para se
pensar estruturas epistemológicas, e apontar possíveis conexões
entre pesquisas acadêmicas não é algo simples para se propor,
afinal, trata-se aqui também de um trabalho acadêmico e foge –
622
PA226 Procurou-se elaborar uma pesquisa que fosse capaz de verificar se PESQUISA
os artigos publicados na Plataforma Periódicos Capes, no BIBLIOGRÁFICA E
período de 1996 a 2014, que tratam do Regime de DOCUMENTAL– ESTADO
Colaboração, trazem elementos que possam esclarecer como o DA ARTE E
Regime de Colaboração foi aplicado e sua efetividade no mesmo BIBLIOMETRIA
período. Não distante do objetivo dessa pesquisa, um estudo
bibliométrico, realizado com as metodologias corretas, coloca à
disposição do pesquisador dados que permitem classificar os
artigos, demonstrando quais devem ter mais prioridade na leitura
e formação da base bibliográfica de uma pesquisa a ser realizada
(p.16). Esse recorte temporal foi elaborado com a associação de
elementos presentes em duas metodologias diferentes: Estado da
Arte e Bibliometria. [...] O levantamento documental é a base
de uma pesquisa de estado da arte, mas este pode adquirir novos
rumos quando da análise dos textos que formam a base
documental. A bibliometria é basicamente um estudo
quantitativo de um grupo de publicações. No caso dessa
dissertação, se restringiu a medir alguns dos indicadores dos
artigos, que foram publicados na Plataforma Periódicos Capes,
entre os anos de 1996 a 2014, cujo objeto principal de pesquisa é
o Regime de Colaboração e a Educação. A análise dos artigos,
que formaram o portfólio dessa pesquisa, se baseou em levantar
a definição de Regime de Colaboração, contida neles,
conjuntamente com a distribuição cronológica dos artigos,
apontando os artigos mais citados, os pesquisadores que mais
produziram, os pesquisadores mais citados, entre outros dados
(p.23).
PA233 Para dar conta de nossa investigação no presente estudo buscamos PESQUISA
o alinhamento metodológico com as mediações BIBLIOGRÁFICA E
epistemológicas do método crítico-dialético. Este método de DOCUMENTAL
investigação tem suas próprias articulações conceituais e
categóricas e sua dinâmica ou filiação política. Trata-se de
compreender os fenômenos sociais como derivados dos
fenômenos ou dos movimentos políticos e, por sua vez, todos eles
condicionados pelas forças econômicas dominantes. A matriz
política e filosófica dessa metodologia encontra-se no
pensamento histórico-crítico, que fez larga tradição na pesquisa
em ciências humanas no século XX e nestas décadas iniciais do
século XXI. A derivação dessa matriz política para a metodologia
da pesquisa em educação determina a potencialidade do método
investigativo, denominado crítico-dialético. Trata-se de
reconhecer que não entenderemos os fenômenos educacionais,
jurídicos ou desportivos, se não avaliarmos politicamente a
estrutura da sociedade de classes e de seus interesses antagônicos.
A presente pesquisa fundamenta-se na concepção histórico-crítica
de Educação (p.14). Contudo, para que consigamos nos concentrar
no tema e objeto do presente trabalho esclarecemos que nossa
abordagem é limitada ao surgimento do Direito do Trabalho no
Brasil e não ao trabalho propriamente dito. Essa tarefa demandaria
estudos de maior abrangência investigativa e de maior
profundidade interpretativa. Esperamos, em outras tarefas
pessoais e institucionais, reunir condições de poder empreender
essas empreitadas necessárias (p.15).
PESQUISA PA126
BIBLIOGRÁFICA E
DOCUMENTAL
(HISTORIOGRÁFICA)
PESQUISA PA226
BIBLIOGRÁFICA E
DOCUMENTAL– ESTADO
DA ARTE E
BIBLIOMETRIA
PESQUISA PA040
BIBLIOGRÁFICA E
DOCUMENTÁRIA
PESQUISA PA023
BIBLIOGRÁFICA E Fontes
vivas
PESQUISA PA123
BIBLIOGRÁFICA E
PESQUISA DE CAMPO
(EMPÍRICA - PARANÁ)
PESQUISA PA184
BIBLIOGRÁFICA Histórias
de vida. (EMPÍRICA -
CAMPINAS/SP)
PESQUISA PA032
BIBLIOGRÁFICO-
ANALÍTICA
PESQUISA DE ESTUDO DE CAMPO, PA145 8
CAMPO gravações em vídeo
PESQUISA DE CAMPO PA053, PA068
(EMPÍRICA -
CAMPINAS/SP)
PESQUISA DE CAMPO PA138
(EMPÍRICA - PAULÍNIA-SP)
PESQUISA DE CAMPO PA232
(EMPÍRICA - SP)
PESQUISA DE CAMPO PA048
(EMPÍRICA )
PESQUISA DOCUMENTAL PA103
E PESQUISA DE CAMPO
(EMPÍRICA -
CAMPINAS/SP)
PESQUISA DOCUMENTAL PA089
E PESQUISA DE CAMPO
(EMPÍRICA - PARANÁ)
PESQUISA PESQUISA DOCUMENTAL PA008, PA024, PA046, PA047, 15
DOCUMENTAL PA055, PA101, PA161, PA168, PA181
DOCUMENTÁRIA PA006, PA028, PA043
DOCUMENTÁRIA PA117
(ANÁLISE DE CONTEUDO)
Documentária imagens- PA056
memórias de corpo
PESQUISA DOCUMENTAL PA112
(EMPÍRICA - SAO PAULO)
PESQUISA ETNOGRÁFICA PA017 9
630
Província do Grão-Pará
PARANÁ – PR PA089 Pesquisa Documental e 6
Pesquisa de Campo
PA109 Pesquisa Bibliográfica e
Documental
PA123 Pesquisa Bibliográfica e
Pesquisa de Campo
PA134 Pesquisa Bibliográfica
PA175 Análise de Conteúdo
PA200 Pesquisa Etnográfica -
Participante
PERNAMBUCO – PE PA073 Pesquisa Etnográfica 1
Recife – PE
REGIÃO CENTRO-NORTE DO PA229 Pesquisa Bibliográfica e 1
BRASIL Documental
Cerrados do Centro-Norte do
Brasil
REGIÃO NORDESTE DO PA212 Pesquisa documentária 1
BRASIL bibliográfica
REGIÃO SUL DO BRASIL PA165 Pesquisa Bibliográfica 1
RS, SC, PR
SANTA CATARINA - SC PA052 Análise de Conteúdo – 2
entrevista semi-estruturada
PA062 Estudo de Caso
632
Americana – SP
SÃO PAULO – SP PA017 Pesquisa Etnográfica
PA051 Estudo de Caso
Campinas – SP PA053 Pesquisa de Campo
PA057 Estudo de Caso
PA068 Pesquisa de Campo
PA103 Pesquisa Documental e
Pesquisa de Campo
PA111 Pesquisa Bibliográfica e
Documental
PA153 Pesquisa Bibliográfica e
Documental
PA184 Pesquisa Bibliográfica –
Histórias de Vida
PA214 Pesquisa Bibliográfica e
Documental
PA230 Estudo de Caso
SÃO PAULO – SP PA138 Pesquisa de Campo
Paulínea – SP
SÃO PAULO – SP PA028 Pesquisa Documental
PA048 Pesquisa de Campo
Piracicaba – SP
SÃO PAULO – SP PA033 Estudo de Caso
Pirassununga – SP
SÃO PAULO – SP PA008 Pesquisa Documental
PA024 Pesquisa Documental
PA080 Pesquisa Bibliográfica e
Documental
PA112 Pesquisa Documental
PA127 Pesquisa Bibliográfica
PA135 Pesquisa Etnográfica,
Participante, Relato de
Experiência
PA163 Pesquisa Bibliográfica
PA170 Pesquisa Bibliográfica e
Documental
PA174 Pesquisa Bibliográfica -
Histórica
PA182 Pesquisa Bibliográfica e
Documental
PA187 Pesquisa Bibliográfica e
Documental
PA207 Pesquisa Bibliográfica
PA232 Pesquisa de Campo
SÃO PAULO – SP PA102 Pesquisa Etnográfica -
Participante
Várzea Paulista – SP
TOTAL 51 pesquisas
Fonte: Elaboração própria do autor
633
PA001 A leitura de Rouanet, onde num determinado momento falando sobre o irracionalismo, associa o
aumento de atitudes irracionais com a diminuição dos estudos humanísticos, esta relação
aparentemente paradoxal, me fez procurar a racionalidade. Racionalidade, modernidade, Descartes
(p.22). Pensei, se encontrar espaço para as humanidades no pensamento cartesiano, pai do
racionalismo moderno, terei encontrado um fundamento racional das humanidades. Não conseguia
entender que um projeto de uma “razão ampliada” como o cartesiano, excluísse tão vasto acervo
cultural como o são as humanidades. Para tanto empreendi muitas leituras e pesquisas e que a
meu ver desde já me permitem afirmar a presença, o cultivo e a recomendação das
humanidades no pensamento cartesiano. A leitura “humanista’ parece-me não ser muito comum,
haja vista a dificuldade de se encontrar literatura a respeito. A dificuldade não se restringe a este
particular, estende-se às próprias humanidades sobre as quais existem, ao menos em língua
portuguesa, pouquíssimos trabalhos. Pela atual revivescência das humanidades em todo o mundo, e
pela escassez de trabalhos a respeito, penso ser válido um projeto de uma releitura da obra de
Descartes (p.23). Para estabelecer a legitimidade de uma leitura diferente, optou-se, neste trabalho,
por uma breve apresentação de três leituras distintas: uma leitura feita por Gueroult, outra por
Alquié e uma terceira por Maritain, todas perfeitamente legítimas. E a legitimidade das três
permite, parece, que outras ou uma quarta pleiteie igualmente sua legitimidade (p.233).
PA002 Trata-se de um trabalho imanente Uma leitura das obras de Hans Jonas, em que “The imperative
of responsibility” - In search of an ethics for the technological age, será básico para a compreensão
do problema (p.13).
PA003 O presente trabalho examina os principais pressupostos que fundamentam o projeto de
reconstrução da Teoria Crítica empreendida por Habermas e analisa a produtividade dessa
proposta para a educação. Para tanto, o trabalho expõe, além do diagnóstico habermasiano sobre a
crise do projeto da modernidade, os principais conceitos e argumentos que constituem as bases
teórico-metodológicas da sua obra, especialmente da Teoria da ação comunicativa (Resumo). É um
trabalho que pretende contribuir, portanto, para o desenvolvimento do potencial pedagógico da
Teoria Crítica (p.29), procurando somar-se ao esforço de encontrar nos trabalhos de Adorno,
Horkheimer, Marcuse, Benjamin e, no nosso caso, de modo especial na obra de Habermas,
elementos produtivos para revigorar o poder crítico da educação na atualidade (p.30).
PA005 O delineamento limitativo é dado por uma abordagem indigitada pelo modo de pensar da filosofia
e tendo o ponto nodal na relação homem - cultura. "A condição humana", obra de Hannah
Arendt, contribui para o diferencial e entra como referência porque, nas categorias apresentadas há
a interpretação do homem inserto no mundo real. O termo médio que liga cultura e condição humana
é o homem. Pretende-se mostrar que entre o homem e a cultura há uma relação essencial, inferir as
conseqüências desta relação sobre o ser existencial, identificar como as categorias do labor, trabalho
e ação apontadas como condições humanas por Hannah Arendt são englobadas na totalidade da
cultura bem como indicar que a cultura é alfa e telos para o homem (p.6).
PA006 A comprovação desta formulação hipotética, que se pretende desvelar com a ajuda do referencial
teórico frankfurtiano, notadamente de Adorno, Horkheimer, Benjamin, não se baseia na
comparação da produção jornalística de diferentes jornais, revistas, emissoras de rádio ou televisão,
para identificar o grau de sensacionalismo (p.14).
PA007 Este trabalho é o resultado de uma pesquisa sobre o conceito filosófico de infância. Constatamos
que o conteúdo deste conceito tornou possível, na primeira metade do século XVIII, a investigação
científica do mundo social. Nosso trabalho procura identificar na obra filosófica de Giambattista
634
Vico (1668-1744) uma nova forma de conceber a infância, cujas peculiaridades apontaram para o
conhecimento da barbárie primitiva, isto porque a infância e a barbárie tiveram sentido unívoco para
Vico (p.11).
PA008 Para desenvolver este estudo buscamos diferentes fontes de análise, desde textos históricos e
filosóficos, até os documentos primários e reflexões das organizações envolvidas. Alguns
aspectos do trabalho serão encontrados em documentos da CUT e do PT; e outros na
documentação encontrada nos arquivos da própria Fundação Nativo da Natividade e na
experiência que vivenciamos na ação educativa e na coordenação da própria FNN, na dinâmica do
debate teórico vigente à época, ou ainda na prática da formação política (p.9).
PA012 Foi através de buscas na Internet que encontramos vasto material de pesquisa, em sites como The
Victorian Web (http://www.landow.stg.brown.edu/victorian) e The City as a Hero -
Victorianism (http://www.gober.net/victorian). E foi também através da Internet que
encontramos, em livrarias virtuais, vasto material bibliográfico (especialmente nos Estados
Unidos e Reino Unido). Como se pode ver, fomos ricamente beneficiados pela informática, através
de cujos recursos reunimos livros e artigos muito preciosos para os nossos propósitos. Não podemos
deixar de mencionar os diálogos enriquecedores com amigos pesquisadores e professores da
UNICAMP e PUC-Campinas, dos quais surgiram idéias muito positivas para o nosso trabalho.
Precisamos esclarecer que esta nossa pesquisa, desde o início, se propôs a ser essencialmente
bibliográfica, sendo que as obras que maior contribuição trouxeram para ela foram: The Victorian
Frame of Mind, de Walter Houghton1 ; The de-moralization of society - from victorian virtues
to modern values, de Gertrude Himmelfarb ; e a obra de Peter Gay, em quatro volumes, com
o título geral de A experiência burguesa da Rainha Vitória a Freud, especialmente seu
primeiro volume, E educação do sentidos (p.11).
PA013 Visualizamos, nesta tradição reflexiva, as obras de Marx denunciando o processo exploratório de
sustentação do capitalismo; Freud, apontando os limites da consciência; Nietzsche, relativizando a
absolutidade dos valores; Merleau-Ponty, restabelecendo o corpo-sujeito (Leib), além de, entre
outros, as contribuições da hermenêutica de Gadamer, chamando a atenção para o papel da
tradição e para a ilusão do possível ponto arquimediano, e ainda a crítica às ideologias, apontando
para os riscos do abandono da pretensão de universalidade. Tomamos, no entanto, o pensamento de
Jürgen Habermas como referência principal, por ser ele um pensador que articula criticamente
essa tradição do pensamento e por reconhecermos em suas formulações uma importante
contribuição no sentido da superação e não abandono, do paradigma moderno, inserindo a
intersubjetividade como elemento constitutivo de qualquer esforço epistemológico que vise romper
com o domínio de uma razão monológica e unilateral (p.7)
PA014 Usei como instrumento de trabalho as obras de Nietzsche, menos como uma comparação da
educação da sua época e da nossa e mais como um pensar juntos. Como disse Gérard Lebrun:
“Nietzsche não é um sistema: é um instrumento de trabalho – insubstituível. Em vez de pensar o
que ele disse, importa acima de tudo pensar com ele.” Nesse pensar com Nietzsche, usei
principalmente seu texto “Schopenhauer como educador”, além dos outros textos que usei como
apoio, já que é impossível utilizar uma obra de Nietzsche sem recorrer aos outros textos, uma vez
que um se completa e se compreende ao ler o outro. Esse diálogo com Nietzsche se deu pela sua
maneira de entender o ser humano e suas ações e, principalmente, de compreender a educação (p.4).
Entre os textos de Nietzsche e seus comentadores procurei também compreender a questão do ser
humano na sua cotidianidade através do texto “O cotidiano e a história “ de Agnes Heller, e como
busco a força que move ou domina o ensino da filosofia atualmente, me utilizo também do recente
texto “Geopolítica do Caos” de Ignácio Ramonet, que analisa a força que move hoje o mundo. E a
educação está inserida nesta força (p.5).
PA015 Nosso trabalho visa abordar a sociedade industrial e a sociedade informática, enquanto sociedade
de consumo, em busca de uma caracterização e de uma explicitação de suas dificuldades no que se
refere ao subsídio de uma formação integral do homem (p.17). Para isso, recorreremos a alguns
pensadores como: Norbert Wiener, Adam Schaff e Regis de Morais, buscando compreender
melhor, através de suas análises que expressam óticas intelectuais particulares em muitos aspectos
sustentadas por diferentes óticas ou pressupostos teórico-metodológicos, como vem ocorrendo o
“desastre antropológico” em nosso meio (p.18).
635
PA017 Nosso objetivo não é o estudo teórico da questão, nem o aprofundamento de um autor que trabalhe
a questão, mas levantar elementos que auxiliem no entendimento da pergunta central desse trabalho
que é: como construir um trabalho educacional relevante em projetos como o Projeto "Direito de
Ser" ? O cotidiano, no presente trabalho, assume o papel de fio de Ariadne, mas talvez não seja
apenas um fio que nos leve para um único caminho. Pretendemos analisar o cotidiano dos projetos
sociais, discutindo esse mesmo cotidiano e tentando, a partir dele, levantar dados significativos que
justifiquem uma proposta de fundamentação para os projetos de educação não-formal (p.11).
PA021 Fato que o filósofo Merleau-Ponty se esforçou por demonstrar na maior parte de sua obra, voltada
para o deslindar desses fios sensíveis que envolvem a nós e ao mundo num único tecido, por ele
apropriadamente batizado de “carne” (e não nos esqueçamos que, significativamente, nosso corpo,
é composto por tecidos celulares). Começa aí, portanto, nesse “corpo-a-corpo” primeiro mantido
com o mundo que nos rodeia, a aventura do saber e do conhecer humanos (p.14). E, de acordo com
Nicola Abbagnano, o sensível é “aquilo que pode ser percebido pelos sentidos (p.14-15). Como
anota Michel Maffesoli, “segundo Hans R. Jaus, ‘a aisthesis restitui ao conhecimento intuitivo... os
seus direitos, contra o privilégio tradicionalmente concedido ao conhecimento conceitual’. Deve-se
entender estética, aqui, em seu sentido mais simples: vibrar em comum, sentir em uníssono,
experimentar coletivamente.” Portanto, voltar à aisthesis — ou à estesia, em português — talvez
seja uma paráfrase de Merleau-Ponty, com sua volta “às coisas mesmas”: um dedicar-se ao
desenvolvimento e refinamento de nossos sentidos, que nos colocam face a face com os estímulos
do mundo (p.15). Naquelas páginas a tentativa será a de acompanhar, historicamente e de maneira
algo abreviada, a constituição desse tipo de razão tão cara ao especialista, que alguns filósofos
(como Heiddeger e Adorno) já denominaram de “razão calculante” ou “razão instrumental” (p.17).
No entanto, segundo Gilberto de Mello Kujawski, “a razão pura não foi feita para entender a vida.”
Para tanto, faz-se necessário algo mais: a contribuição daqueles saberes ampliados, oriundos,
inelutavelmente, de nossa sensibilidade maior. Pois, como assinala Alain Touraine, “Max
Horkheimer formulou uma das idéias mais profundas deste século quando escreveu: ‘A razão
não basta para defender a razão’...” (p.17). Diversos filósofos já propuseram este alargamento
dessa razão típica do mundo moderno, dentre os quais Nietzsche, com sua idéia de “grande
razão”, e Ortega y Gasset, ao discorrer sobre uma “razão vital”, mais colada à vida
efetivamente vivida (p.36).
PA023 Também argumentamos que estas novas vivências do esporte devem ser incorporadas nas aulas de
educação física, a partir de um processo de subjetivação e objetivação, conforme proposta adaptada
do filósofo francês Pierre Lévy (Resumo). Escolhi esta última como hipótese deste trabalho,
inspirado por autores com quem compartilhei uma visão não catastrófica e, mais do que isto,
esperançosa, das mutações em curso, como Pierre Lévy, Félix Guattari e Pierre Babin (p.8).
Neste primeiro capítulo, trouxe para o debate quatro dos principais autores contemporâneos que
produziram teorias interessantes sobre o virtual. São eles: Pierre Lévy, Félix Guattari, Paul Virilio
e Jean Baudrillard (p.9). Para tanto, busquei principalmente em Julian Marías e Georges
Gusdorf as principais categorias de análise deste trabalho: corporeidade, mundanidade, outrem,
circunstância e vivência (realidade radical) (p.10). Para tanto, entendo ser fundamental a
incorporação, nas aulas de Educação Física, do trabalho em “estéreo” e “mixagem”, conforme
proposta de Mauro Betti (1998) a partir da contribuição de Pierre Babin e Koulomdjian (1989),
combinado com a indispensável “experiência imediata”, construção que emprestamos de Vilém
Flusser (1983) (p.11).
PA024 O estudo da confessionalidade em instituições de ensino superior foi limitado à análise de dois
casos, uma instituição católica e a outra metodista (p.xi). Por isso a preocupação deste trabalho
esteve em pesquisar esta problemática tendo como objeto da pesquisa dois tipos de instituições:
uma confessional católica e outra, englobando o conjunto de instituições orientadas pelo
Conselho Geral das Instituições Metodistas de Ensino (COGEIME) (p.2). Nesta pesquisa se
desenvolveu um desenho considerando os documentos que dão identidade confessional a dois
grupos de instituições para que à luz destes referenciais teórico-vivenciais se possa
fundamentar a confessionalidade enquanto elemento que possibilite o entendimento dos limites e
a identificação das possíveis contradições que se configuram na atuação educativa (p.13-14). A
temática do Ensino Superior Brasileiro já foi analisada por eminentes estudiosos e sob várias óticas.
Diferentes estudos traçaram detalhados panoramas a partir de sua gênese e de sua trajetória de
desenvolvimento até chegar ao sistema educacional de nossos dias. Neste contexto a obra de Luiz
636
Antônio Cunha descreve e analisa com profundidade a evolução do Ensino Superior no Brasil, o
que mostra que a realidade educacional se formou, tendo em conta aspectos econômicos, políticos
e sociais que responderam aos interesses da elite.(Cunha, 1980: Universidade Temporã; 1982: A
Universidade Crítica; 1988: A Universidade Reformanda) (p.14). As instituições alvo da pesquisa
foram a Universidade São Francisco e o Conselho Geral das Instituições Metodistas de Ensino
(COGEIME) responsável pela produção de referenciais confessionais para as instituições
metodistas de ensino no Brasil (p.15).
PA027 Isto requer um retorno até o século XVIII, quando a História, a partir de BENEDETTO CROCE,
toma o status de uma ciência investigativa, reflexiva e narrativa. É certo que BENEDETTO
CROCE, considerado como filósofo fundante da concepção moderna da História, e os demais
autores do século XVIII e XIX, mais produziram uma filosofia da história do que uma análise, no
sentido moderno do termo (p.2). SCHAFF 1, em seu texto clássico “História e Verdade” SCHAFF:
1994), discute a questão da História e de seu objeto; os processos sociais, econômicos e políticos
que determinam a História, buscando identificar numa matriz epistemológica, inovadora, dialética
e transformadora, a identidade própria da ciência histórica (p.2). NADAI 3, em trabalho de pesquisa
fundamental para quaisquer estudos posteriores e mesmo para a propositura inicial do tema
estimula, em seus argumentos finais, à tarefa de identificar possíveis mudanças na interpretação da
História e na perspectiva de sua análise e apropriação curricular, na tradição escolar brasileira (p.3).
Entendemos que a década de 80 tornou-se, no dizer de SAVIANI (1995), a década da
institucionalização democrático-liberal do país, em seu artigo “Os Ganhos da Década Perdida”,
onde aponta, entre outros argumentos, que esta década trouxe, resultante de processos anteriormente
vivenciados e politicamente disputados, um novo estatuto jurídico, institucional, político e cultural
para a realidade brasileira (p.3-4). Em seu texto clássico, os famosos “Manuscritos econômicos-
filosóficos”, MARX aponta ser a investigação da História, o princípio da consciência política no
intelectual e a única perspectiva para a produção de um consenso revolucionário no seio do
proletariado, capaz de dar-lhe uma consciência para si, voltada ao processo de transformação
material da realidade e de organização institucional da sociedade na direção de suas finalidades e
de interesses de classe (p.4). No terceiro capítulo pretendemos avançar na análise crítica dessas três
tendências durante a década de 90. Iniciaremos discutindo tanto o pessimismo da crise do socialismo
real e os projetos ufanistas de um discurso sobre o fim da História, centralizadas em frentes de
críticas como afirmava F. FUKUYAMA (1990), bem como quanto as revisitações teóricas de
A.GRAMSCI (1988) e tantos outros autores marxistas, retomados, resgatados numa dimensão
libertária quase messiânica (p.6). Esta tendência configurada na decorrência da aplicação da LDB
(Lei 9394/96) e dos parâmetros curriculares nacionais aponta a História como registro cultural de
grupos sociais resistentes, despolitizados, quase sempre nos limites da História como processo
social vinculado à tradição epistemológica da Nova História. Os atuais parâmetros curriculares,
oficialmente apresentados, voltados para o ensino de História, apontam nesta direção (p.7).
Elevados à categoria de novos gurus, autores como GUATTARI e FOUCAULT apontavam para
novos campos e atitudes na pesquisa da História. O texto de FOUCAULT enuncia claramente esta
disposição [...] (p.12). No final da década de 90, ERIC HOBSBAWN8 cunha a expressão “A Era
das Incertezas” buscando identificar com esta expressão o breve século XX marcado
particularmente pela eclosão de disputas hegemônicas entre os blocos capitalista e socialista e pela
perda do utopismo novecentista voltado quase que, exclusivamente, para o indivíduo e de sua
pluralidade industrial e massificante (p.13).
PA028 Esta investigação está sendo realizada quase que totalmente em fontes primárias: atas de reuniões
de professores, atas de reuniões do Conselho de Escola e do Conselho Administrativo da
Cooperativa, plano escolar, livro termo de visita de supervisores de ensino, projetos de
trabalho. Além disso, estão sendo utilizados os artigos de jornais sobre a Escola Cooperativa e
os Boletins Informativos da escola. Aproveitamos igualmente os questionários respondidos por
pais e professores, por ocasião da avaliação administrativo-pedagógica realizada em setembro de
1996, o que nos permitiu levantar elementos que favoreceram uma leitura da crise daquele ano. Do
total de 72 questionários respondidos por pais, compilamos um terço deles e dois terços dos
questionários dos (p.4) professores. Organizamos as informações procurando identificar as posições
prevalecentes, porém não ignoramos as exceções, as idéias diferentes. Além disso, entrevistamos
pais e professores que se envolveram no processo de construção da Escola e de certo modo tinham
637
(p.1) fundamentais do pensamento althusseriano. Neste sentido, o texto que se apresenta reafirma
as obras “Por Marx” e “Ler o Capital” como textos fundamentais para a compreensão do
pensamento althusseriano, com seus limites e contradições, em grande parte identificados nos
escritos posteriores. Portanto, apossar-se do referencial althusseriano é apossar-se de todos os seus
elementos constitutivos, o que não se apresenta como uma totalidade em uma ou duas obras do
autor, mas no conjunto de sua obra. Quanto à contribuição do referencial althusseriano às análises
educacionais, ela também se coloca como reafirmações que o identificam como contribuição
singular que relaciona “educação e ideologia” e como tal relação se constitui em instrumental nas
análises que buscam reconhecer o papel da educação, da escola em particular, como um dos
instrumentos de reprodução das relações de produção (p.2).
PA045 Esse contexto filosófico, pedagógico e político, certamente deixou marcas na História da Arte, na
Literatura e nas mais diversas áreas, dele destacamos Immanuel Kant, filósofo, que em seu
sistema, estruturado no que chamamos as Três Críticas, afirma um estilo personalizado de rigorismo
científico. A partir desse tripé, ousamos construir a base do nosso trabalho, mas não só. Nas
referências bibliográficas, os leitores constatarão que precisamos pedir socorro a vários estudiosos
da obra kantiana; sem isso não teria sido possível empreendermos tal tarefa. É evidente que as
considerações dos professores, colegas, amantes da Filosofia e quem mais o desejar, serão muito
bem vindas, no sentido de ampliar e tentar compreender melhor o universo kantiano (p.4).
Procuramos dar ênfase à obra Über Paedagogie. Nosso propósito é tentar reunir e comentar
detalhes da formação de Immanuel Kant, seus contatos, o prenúncio do seu embate com o poder
constituído e a apresentação e defesa de seu método pedagógico (p.5).
PA046 A análise da composição dos cursos de economia que dará suporte à interpretação da função do
economista será realizada pela seleção das grades curriculares de quatro Universidades
brasileiras. As universidades selecionadas são: PUC-Campinas, USP, UNICAMP e UFMU
(Universidade Faculdades Metropolitanas Unidas, de São Paulo) (p.2).
PA047 Estas questões, propostas por nós neste estudo, circularam de modo crítico em torno da proposta
dos Parâmetros Curriculares Nacionais e do Tema Transversal de Ética, ou seja, não
guardaram a pretensão de realizar uma abordagem exaustiva e definitiva do assunto (p.111).
PA048 A pesquisa foi desenvolvida a partir de uma coleta de dados realizada em uma escola Pública da
Rede Estadual de Ensino em Piracicaba/SP, e os capítulos foram sendo compostos a partir das
situações concretas de sala de aula, bem como da dinâmica dialógica que nela se efetivava (p.xv).
PA049 Construímos o corpus de análise, fazendo, primeiramente, uma escuta informal dos livros que os
professores mais consumiam. Buscamos, então, as listas dos mais vendidos, o levantamento de
obras junto às editoras e as pesquisas on-line sobre sites que alocam obras de auto-ajuda.
Reunimos um conjunto de quatro autores, que são considerados verdadeiros ícones da
literatura de auto-ajuda e que promovem um diálogo com educadores e, eventualmente, com pais.
[...] Nesse sentido, marcamos que foram estudadas vinte obras de auto-ajuda para educadores, o
primeiro grupo de Gabriel Chalita, ex-secretário da Educação do Estado de São Paulo, cujas obras
escolhidas são: Educação – a solução está no afeto Histórias de professores que ninguém contou
(mas que todo mundo conhece). Pedagogia do amor - a contribuição das histórias universais para a
formação de valores das novas gerações. - Educar em oração. - Os dez mandamentos da ética. Do
doutor Augusto Cury, médico com livros de muitas edições, escolhemos duas obras, visto que
várias outras diziam respeito a temas distantes do universo escolar: - Filhos brilhantes, alunos
fascinantes. - Pais brilhantes, professores fascinantes. Do também médico Içami Tiba, escolhemos
os livros abaixo; muitos deles dialogam com professores, mas trazem receitas que também podem
servir aos pais: - Adolescentes: quem ama, educa! - Disciplina limite na medida certa - novos
paradigmas. - Educação e amor. - Ensinar aprendendo - novos paradigmas. - Quem ama, educa! Por
fim, de Hamilton Werneck, encontramos o maior volume de livros, editados por empresas
reconhecidas e de circulação nacional: Assinei o diploma com o polegar - A construção da cidadania
na escola. Como vencer na vida sendo professor, depende de você. - Ensinamos demais, aprendemos
de menos. - O profissional do século XXI. - Ousadia de pensar. - Prova, provão, camisa de força da
educação. Se você finge que ensina, eu finjo que aprendo. Vestibular: eu quero, eu posso, eu vou
passar. Após a leitura dessas obras, escolhemos quatro feixes temáticos que foram os mais
repetidos, reincidentes e constantes no conjunto estudado. Selecionamos os conteúdos e os
fragmentos e partimos para análise dos mesmos, ligando-os com os postulados da teoria crítica,
640
dos estudos sobre sociedade de massa e sobre a auto-ajuda em geral, buscando afunilar nossas
análises em torno das obras destinadas a educadores (p.09-10).
PA051 Esse se constitui, então, num relato objetivo de uma experiência concreta da prática da Caridade
realizada na CEA-AMIC, feito a partir da experiência pessoal, vivida e contada pelos voluntários.
Nesse conjunto, inclui-se também a autora, que terá nessa pesquisa duas inserções: a de voluntária
– imersa na realidade descrita - e a de pesquisadora – que observa essa realidade descrita. É também
uma espécie de testemunho vivo dos voluntários, feito de próprio punho, de como essa prática
descrita – seja Caridade Moral e Espiritual ou Caridade Material - constrói mundos, tanto naqueles
que a praticam como naqueles que são por ela beneficiados (p.28). Inspira-se, portanto, ao mesmo
tempo, tanto nos modelos científicos vigentes de apreensão da realidade, através de instrumentos
objetivos de observação – no caso um questionário - quanto nos modelos qualitativos de apreensão
da realidade - relato de próprio punho, em primeira pessoa - feitos por um conjunto de indivíduos
que, apesar das suas diferenças e idiossincrasias, têm em comum o fato de viverem uma experiência
peculiar no que se refere aos padrões de interação intra e inter grupos, através da prática da Caridade
(p.28). A pesquisa adota também, como referência para apreensão e descrição das particularidades
da realidade em estudo, textos não comumente incluídos nas pesquisas consideradas cientificas na
área de Educação, tais como textos da teologia cristã e espírita. São as epístolas e os evangelhos,
bem como os textos organizados por Kardec, a partir da comunicação com os espíritos, através
de um médium psicográfico, ou psicofônico.27 Por último, apoia-se ainda nos textos trazidos pelos
espíritos de Emmanuel e de André Luiz através da mediunidade de Francisco Cândido
Xavier, e nos textos trazidos pelo Espírito Amigo entidade espiritual, dirigente dos trabalhos
da CEA-AMIC, através da mediunidade de Eliana Santos, presidente da CEA-AMIC (p.29).
PA052 Este é o caminho investigativo pretendido como ponto de partida à recuperação histórica da
sexualidade na tradição ocidental, para deslindar as formas de construção de práticas
excludentes na educação sexual de pessoas com deficiência, apresentado no primeiro capítulo
deste trabalho (p.4-5). [...] Para avaliar este processo, tomo como referência o resumo de dez
produções discentes realizadas entre 1982 e 1997 e analisadas segundo o protocolo de coleta
de dados do PRODISC, no qual é possível visualizar o panorama teórico predominante nos estudos
atuais sobre o tema. Este pequeno fragmento retrata as contradições presentes nas abordagens sobre
sexualidade e deficiência, que exigem profundas reflexões para a superação dos modelos ou
abordagens estereotipadas da sexualidade, através da dinâmica formação dos educadores, dentre os
quais a família, sendo possível delinear novos contornos e princípios para a constituição de uma
afetividade social, enriquecedora e genuína de celebração da vida (p.5). O terceiro capítulo descreve
a necessária e exaustiva caminhada metodológica em busca dos interlocutores deste processo
(p.5). No quarto capítulo, apresento a análise das informações coletadas, buscando interpretar
o discurso dos interlocutores à luz dos referenciais da análise de conteúdo, para identificar as
concepções sobre sexualidade que predominam na educação sexual desses indivíduos (p.6). Por
último, no quinto capítulo, descrevo as abordagens dominantes na educação sexual escolar
brasileira (p.6).
PA053 [...] o Curso Normal (magistério) das escolas da região Metropolitana de Campinas-SP.
Pretendemos resgatar alguns dos contextos históricos (LDB 5692/1971 e 9.394/1996), que foram
permeando a concepção desse ensino até a atualidade. O eixo norteador desta análise será a
prática pedagógica, atuando na formação do futuro educador do ensino fundamental nos ciclos um
e dois. Deste modo, ensinar Filosofia da Educação no contexto atual do ensino médio, significa
fazer a crítica aos paradigmas de uma educação, que continua a excluir muitos do processo de
ensino/aprendizagem. Esse mesmo sistema de ensino, utiliza-se dos ditames legais (LDB, p. ex.) da
política educacional, para excluir dos currículos escolares a Filosofia, suprimindo de seu discurso,
sua identidade crítica (Resumo).
PA054 Nosso estudo se pautou inicialmente pela preocupação de contribuir, aprofundando as contradições
sobre a formação dos professores para a Educação Básica posta pós LDB 9394/96. Neste sentido,
nos ocupamos eminentemente, em seu Título VI que determina o ensino superior, embora
implicitamente o nível médio esteja presente, para a formação docente (p.4). Assim, utilizamos a
Carta de Niterói (2002) e também o documento entregue ao então Ministro da Educação,
Cristóvão Buarque (2003), na tentativa de revitalizar o contato entre sociedade civil e sociedade
política (p.7). Os princípios apresentados nesta proposta sobre a escola única ou escola unitária são
641
encontrados nos estudos de Antonio Gramsci. Este defende a formação dos trabalhadores como
dirigentes (p.136).
PA055 A área médica não dispõe dos elementos imprescindíveis para reflexão e apresentação formal das
suas questões estruturais sendo necessário o auxílio do instrumental teórico das Ciências da
Educação e, precisamente, das diretrizes oriundas da Filosofia e História da Educação. O
materialismo histórico e a dialética marxiana, embasamentos desta pesquisa, possibilitaram a
compreensão da medicina como uma área do conhecimento objetiva, porém “parcial”, onde o
entendimento de suas transformações deveria ser feito junto a uma ampla trama de conhecimentos.
O detalhamento da estrutura social através da contribuição de conhecimentos específicos foi
decisivo mostrando a importância estratégica da interdisciplinaridade-muldisciplinaridade. [...] O
Projeto CINAEM (Comissão Interdisciplinar Nacional de Avaliação do Ensino Médico)
desenvolvido durante a década de 90 do século XX é uma manifestação evidente da preocupação
com os rumos da formação médica brasileira e mobilizou vários segmentos sociais. Através de uma
análise pontual deste projeto que se tornou um “guia nacional curricular” para medicina,
identificamos outros pressupostos teóricos. Do debate emergem novas opções para o século XXI.
(p.x).
PA056 No texto estão tramadas imagens-memórias de corpo, conhecimento, de homem e de mundo
hegemônicas na modernidade européia, fatos vividos no cotidiano da formação docente,
imagens materiais do século XVIII e XIX produzidas no Brasil e elementos da formação
cultural brasileira (Resumo, p. x). Estas imagens-memórias e estas racionalidades aparecem em
fragmentos e fios de nossas práticas docentes, embora não se constituam em um amálgama unitário
da racionalidade brasileira. Somos, ao mesmo tempo, herdeiros de imagens-memórias de uma
Modernidade cultural genérica, mas estamos profundamente marcados por aquelas geradas no
ventre de nossa própria história cultural. Ao selecionar as fontes de imagens-memórias, não houve
pretensão de esgotar todas as que possivelmente tenham contribuído para o desenho da nossa
modernidade, mas tratar daquelas que, pela minha vivência e com base nos estudos preliminares
ao meu trabalho de pesquisa, mais diretamente se relacionavam com a questão central que me
moveu a produzir este texto e a compartilhá-lo. (p.4).
PA057 A partir dos relatos de vida e outras técnicas de recuperação das histórias individuais, foram
identificados os conceitos predominantes no senso comum, sobre a educação, a escola, e formas de
socialização, assim como outras áreas de interesse apresentadas nos relatos. Procurou-se interpretar
essas informações à luz de alguns referenciais filosóficos e históricos que abordam a problemática
da formação do educador e da categoria filosófica da vida cotidiana que ajudaram a explicar de
maneira mais sistematizada a prática e a experiência educacional. Após cursarem as disciplinas
básicas do (primeiro semestre) foi feita uma nova recuperação de informações por meio de um
segundo relato que identificou mudanças nas concepções explicitadas com relação ao primeiro
relato e dessa forma identificamos as contribuições das disciplinas básicas na compreensão da
experiência educativa dos alunos, futuros educadores. (p.x).
PA058 É preciso, para esse desiderato, mapear o ensino superior no Brasil, desde o seu surgimento até
os dias de hoje, como pano de fundo para aprofundar e detalhar a situação da pesquisa na
universidade diante das novas políticas públicas para a educação superior, situando-a e
contextualizando-a no panorama da avaliação institucional. Uma discussão sobre as políticas
educacionais, provenientes do BM e do FMI que atingem a universidade, a pesquisa e a avaliação
institucional, permeará as análises, contribuindo com o processo de investigação (p.15).
PA059 Retomamos neste item algumas das conclusões facultadas pela pesquisa que fizemos sobre os
percursos de cisão e aproximação da Filosofia e Literatura e pela análise de alguns contos de
Guimarães Rosa, em Primeiras Estórias, direcionadas pela interpretação do filósofo Benedito
Nunes. Através deles nos foi possível argumentar a favor da aplicação da leitura filosófica no
ensino de literatura no Ensino Médio (p.101).
PA060 Constitui objetivo deste trabalho explorar a tese de que alguns conceitos sartreanos presentes em
suas primeiras obras filosóficas, mais precisamente, A Transcendência do Ego e O Ser e o Nada,
podem nos servir como ferramenta bastante útil e eficiente na reflexão sobre o conceito de educação
(p.2).
PA061 Neste desafio de compreensão histórica, autores como FREITAS e FAZENDA disponibilizam
uma literatura que efetiva um balanço crítico e dá a compreensão histórica da gênese e da anatomia
642
PA064 Buscamos, através dos diferentes autores estudados ou citados refletir sobre as sugestões que
tínhamos e, ao mesmo tempo, entender a causa de um certo desencantamento com a aprendizagem
que se observa na criança à medida que vai crescendo e se tornando adolescente. Embora esses
autores possam apresentar diferenças de pensamento ou filosofia, nós os reunimos exatamente pelos
aspectos que concordam e apesar das expectativas iniciais serem outras, dois autores acabaram se
destacando como referências desta pesquisa: Dewey e Freire (p.97).
PA065 Para contemplar uma resposta satisfatória, precisamos o estudo em capítulos que delineassem a
questão de uma forma contundente. Desta forma, asseguramos esta resposta na investigação do
objeto de pesquisa através do uso de fontes bibliográficas e documentais (legislação e normas),
com destaque à década de noventa, e selecionando autores que se debruçam na discussão e na
análise das políticas educacionais neste mesmo período histórico. Em referências às atualidades
da legislação - fruto das articulações aliança direitista no Brasil – e que vêm se ajustar aos novos
parâmetros legais deliberados tanto à política social quanto econômica no país, pontuamos os
principais programas educacionais de forma a materializar a prática do Estado em conduzir a
cultura de alívio à pobreza ventilada pelos organismos multilaterais e formar a opinião coletiva a
partir de seu aparelhamento, e dentre eles, o escolar. Estes programas foram retirados dos sites dos
ministérios da educação e de institutos governamentais, além do uso de cartilhas e documentos
fornecidos por estes órgãos. A organização destes documentos e a análise do material bibliográfico
apontaram as primeiras séries do ensino fundamental como o principal foco para fomentação de
programas educacionais. A partir disso, recortamos mais detidamente as justificativas das políticas
sociais educacionais nesta etapa do ensino com o apoio de um corpo teórico contemporâneo a
discussão (p.4).
PA068 Para a formalização da pesquisa, contou-se com as matrizes metodológicas encontradas em
Gamboa, S.S.(1996), Fazenda, I.(1994) e Triviños, N. S. (1992), Os estudos epistemológicos, que
conformam a ação desta modalidade de Avaliação, constituem-se numa pesquisa bibliográfico-
histórica e conceitual-analítica. No exercício de análise e interpretação de dados buscamos os
pressupostos do método dialético, por entender a Avaliação Institucional como uma realidade da
qual fazem parte vários processos em dinâmicas diferenciadas e muitas vezes apresentando faces
contraditórias e impactos contrários aos sonhados em seu planejamento. Entendemos ainda que
643
essas diferenças compõem o todo da temática em questão. Para encaminhamento dos processos
metodológico-conceituais e técnicooperacionais contaremos com o auxílio da produção teórica de
estudos investigativos SOBRINHO, BALZAN, SGUISSARDI, NUNES, SCHARTZMAN,
FREITAS, SANTOS FILHO, e outros autores brasileiros que trabalham as categorias e
pressupostos epistemológicos do processo de Avaliação Institucional e da Educação para a
emancipação (p.11).
PA071 Na tentativa de identificar o valor pedagógico e ético-político do conhecimento para Gramsci, a
pesquisa propriamente dita, isto é, a ação que procurou conhecer o objeto em todas as suas nuanças
e detalhes característicos, em todo o seu movimento constitutivo, centrou-se nos nexos que as obras
de Marx e Engels estabelecem entre a ontologia, a axiologia e a epistemologia. Ao analisá-los,
pôde-se constatar que tais articulações são realçadas na atualização que Gramsci faz do marxismo
originário, tornando-se dele um renomado herdeiro no ocidente, ou melhor, um dos grandes
expoentes do chamado marxismo ocidental, “... esse pensamento marxista crítico (que) deslocou a
ênfase do marxismo da economia política e do Estado para a cultura, a filosofia e a arte ...”
(BOTTOMORE, : 249), isto é, um marxismo que “... assumiu uma forma filosófica, mas a política
nela se combinou com a filosofia... rompe(ndo) nitidamente com as autoridades marxistas
convencionais, de Kautsky, Bukarin e Stalin, que definiam o marxismo como uma teoria
materialista que formula leis de desenvolvimento.” (idem: 250) (p.21).
PA073 Foram realizadas investigações teóricas por meio de incursões na história da filosofia e na
antropologia, bem como desenvolvido um estudo do tipo etnográfico em comunidades de
maracatu na cidade de Recife-PE.
PA074 O estudo ou o esquadrinhar as obras completas de Lenin, como conteúdo único do trabalho final
de doutoramento, buscando nelas impasses e possibilidades acerca da educação política na Rússia
entre 1894 e 1917, apontando ainda a necessidade de sua divulgação no interior da Universidade
Pública, como contributo à formatação de uma teorética revolucionária imprescindível à
compreensão do capitalismo brasileiro e à transformação da sociedade, para este escriba se
constituía como tarefa quixotesca e temerária (p.1).
PA077 O trabalho que ora desenvolvemos encontra-se dividido em três partes: na primeira delas (Capítulo
I), após algumas considerações sobre a crise da modernidade, buscamos evidenciar, de forma
sucinta (cenários), algumas críticas aos pressupostos que a sustentam e, de forma mais específica
(por oferecerem suporte teórico às nossas análises), as que fluem da chamada “Teoria Crítica”,
com ênfase especial na linha de argumentação delineada por Theodor W. Adorno (p.11). Tal
tese assenta-se em algumas premissas básicas, desenvolvidas e justificadas nos dois capítulos
iniciais. Assim, na primeira dessas premissas afirmamos que a modernidade vive momentos de
crise; perspectiva que restou evidenciada, primeiro através da exposição de alguns cenários desta
crise, na forma como ela foi apreendida, ao longo do tempo, por intelectuais como Rousseau,
Weber e Nietzsche e, num segundo momento (que mereceu um tratamento mais detalhado), através
das análises dos dois principais teóricos da primeira geração da Escola de Frankfurt, Adorno
e Horkheimer os quais, além de aprofundar a crítica aos pressupostos que alicerçaram o
pensamento moderno, deixam claro que estes, no curso de sua explicitação, promovem a
marginalização do que escapa ao sistema em que se fundam, em outras palavras, o não-idêntico, o
outro, a alteridade (p.154).
PA078 O nosso trabalho é resultado da investigação filosófica centrada na literatura produzida por
Habermas. A escolha dos textos e a orientação do enfoque da pesquisa foram dadas a partir da
temática delimitada. Em função da quantidade de material publicado pelo autor, além de ser amplo
e abrangendo várias áreas do conhecimento, a delimitação do tema e a escolha adequada dos textos
de Habermas tornaram-se indispensáveis. Essa dificuldade também ocorreu com a delimitação da
farta e variada literatura secundária. Nossa opção, seguindo a orientação, foi dar preferência aos
textos escritos por Habermas (p.4).
PA079 A trajetória intelectual do autor, acerca de diversos temas filosóficos, pode ser compreendida em
três grandes fases, que sintetizam as principais motivações e influências a que foi submetido
Habermas, no desenvolvimento da sua produção acadêmica. Essas fases correspondem,
primeiramente, aos estudos teórico-epistemológicos, dos quais destacamos "Teoria e Práxis"
(1962), "Sobre a lógica das ciências sociais" (1967, 1970 e 1982) e "Conhecimento e Interesse"
(1968 e 1973); uma segunda fase que compreende os estudos pragmáticos da sua principal obra
"Teoria do Agir Comunicativo" (1981) e "Consciência Moral e Agir Comunicativo" (1980 e
644
1981); e uma terceira que é uma espécie de retomada de toda a sua obra à luz do significado
epistemológico, com "Verdade e Justificação" (1999) (p.3).
PA080 Um dos questionamentos deste trabalho é analisar como os professores de Geografia estão sendo
influenciados pela chamada Globalização. Para se avaliar tal influência foi feita uma análise das
Leis de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira e dos Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCNs), lembrando que os Parâmetros foram adotados durante o governo do Presidente Fernando
Henrique Cardoso, que tinha como ministro da Educação, Paulo Renato de Souza, ex-Reitor da
UNICAMP, em total sintonia com os princípios estabelecidos no Consenso de Washington de
aumentar o número de alunos nas escolas, sem aumentar os gastos do poder público, realizando
parcerias com as instituições privadas e concedendo a estas instituições a autorização para abrirem
seus cursos de (p.9) Ensino Fundamental, Médio e Universitário, para absorverem os alunos
excludentes; mais à frente, no capítulo III, retornaremos à essa questão (p.10).
PA081 Para realizar essa pesquisa trabalhamos a partir do referencial teórico da Análise do Discurso
Francesa, em especial as autoras Jaqueline Authier-Revuz, francesa, e Eni Orlandi. Brasileira.
Esta disciplina é uma das vertentes lingüísticas que estudam e analisam a linguagem em geral, sejam
discursos ou imagens. É uma escola de interpretação que tem se dedicado à questão do significado,
e surgiu na França, como resultado do encontro entre estudos de lingüística clássica, psicanálise
e marxismo, iniciados por Pêcheux em fins dos anos 60 (p.13).
PA083 Para se percorrer todo este trajeto, do Iluminismo à Ilustração, e desta à contemporaneidade, à
procura dos fios que “correm sem ser vistos”, trabalhar-se-á com o conceito de Paidéia, e como tal
conceito, longe de restringir-se à antiga civilização grega, permeia toda a história da filosofia, da
filosofia da educação e da pedagogia. É a trajetória do caminho paidêutico e pedagógico do
iluminismo grego, da modernidade, e da contemporaneidade. Em outras palavras: de Homero a
Habermas, de Atenas a Paris, a Berlim, a Frankfurt, e desta, à aldeia global. Espera-se que o
itinerário assim percorrido nos possibilite entender melhor o presente e indicar novos rumos e
práticas para o futuro. É o movimento contínuo do debate no dizer acima citado de Cassirer (p.13).
PA084 A hipótese central que norteia este trabalho é que a teoria crítica da tecnologia de Feenberg
propicia as bases para se aprofundar o diálogo entre moderna tecnologia e educação. Além disso,
reafirma-se que a tecnologia pode ser considerada como um elemento chave na compreensão da
sociedade moderna e, portanto, a compreensão dela não pode se reduzir à dimensão instrumental do
fenômeno, o que exige uma abordagem teórico-crítica ao problema por parte da teoria da educação
(p.2). Com efeito, formulações extremas acerca da tecnologia existem há um certo tempo, porém
elas, como se enfatizou, continuam a ser forte clivagem para entender o fenômeno tecnológico. Tal
reflexão é compartilhada por Feenberg, para quem as teorias da tecnologia reduzem-se a dois
grandes grupos: a) teoria instrumental, que é a visão dominante dos atuais governos e suas
políticas científicas; b) teoria substantiva, que atribui um elevado grau de autonomia para a
tecnologia (p.11-12).
PA085 Para isso, escolhi como corpus desta pesquisa o discurso da mídia, sendo o recorte de análise o
discurso pedagógico midiatizado, que se textualiza na revista Escola e no site Escola on-line.
A escolha dessa Revista e desse Site deu-se tendo em vista que são feitos para o professor; tendo,
inclusive, como slogans, respectivamente: “A revista do professor” e “O site de quem educa”.
Compreender seu funcionamento, sendo o professor seu nicho de recepção, acaba por nos remeter
ao discurso pedagógico, já que o professor é um dos sujeitos desse discurso. Assim, esta pesquisa
se insere na área da Filosofia da Educação (p.2).
PA087 O objetivo de nossa pesquisa foi dividido em dois momentos. O primeiro está localizado nos três
primeiros capítulos que colocam em evidência dois modelos éticos: o filosófico, a partir da análise
do discurso de Henrique C. de Lima Vaz que procede da tradição clássica, que vai de Platão
a Hegel; o construído, elaborado por Josep Maria Puig, na forma de uma personalidade moral
construída; e, agregado a este segundo momento, a Ética como tema transversal contida nos
Parâmetros Curriculares Nacionais, os PCNs. O segundo momento localizado no capítulo quarto
corresponde ao objeto estrito de nossa pesquisa. Nesse tópico, depois de relacionados entre si os
modelos antes tratados com suas semelhanças e diferenças, analisaremos o conflito ético como
conflito de interesses e conflito de valores no modelo de Vaz e a moral como conflito no modelo
de Puig e na Ética como tema transversal (p.1) [...] Em razão do modelo de Vaz não estar contido
em uma única obra, mas num conjunto de cinco livros, faremos uma explicação deste referencial
645
teórico observando o conteúdo de cada volume (p.1). A partir do quarto capítulo inicia-se o segundo
momento de nosso trabalho, ou seja, a análise da Ética como tema transversal sob a ótica dos dois
modelos expostos. Nossa intenção ao fazer esse exame por analogia é demonstrar as semelhanças e
notadamente as diferenças inerentes aos modelos estudados (p.3).
PA088 Dado o fato de não ter realizado entrevistas com outros professores, digamos que eu mesma como
pesquisadora tenha entrevistado a mim como professora e aluna. Então, a partir de minhas
vivências, fui me subjetivando e resgatando questões que colocava quando do projeto de dissertação
e fui problematizando-os com o olhar de hoje sobre o passado remoto ou ainda tão presente. Não
faço prognósticos, nem tenho propostas claras para as questões, embora, estas últimas estejam
implicitamente colocadas a partir de escolhas tanto das experiências que emergiram, quanto
daqueles que escolhi para dialogar ou somente para me apoiarem (p.103).
PA089 Para fundamentar o trabalho, tomamos como base teórica para uma análise das
novas tecnologias autores como Moran, Almeida, Behrens, Ferreti, Lévy, Negroponte, entre
outros. No contexto da EAD buscamos Belloni, Litwin, Schaff, Fragale Filho bem como outros
autores. Desse modo, algumas questões subjacentes que tangenciam o problema foram investigadas
(p.2).
PA090 A abordagem que procuramos dar ao trabalho traz uma forma descritiva, por um lado, e por outro,
algumas tentativas de uma abordagem mais crítica. Para tanto, utilizamo-nos dos textos do
próprio Locke como também de alguns comentadores. Sendo que enquanto comentaristas como
Peter Laslllet, pareciam muito simpáticos ao pensamento lockiano, outros como C.B. Macpherson
faziam-lhe grande oposição. Estas posturas levaram-nos a ler, reler e refletir, o que é fundamental
para uma pesquisa filosófica (p.2).
PA091 Para a realização do presente trabalho de pesquisa utilizou-se referenciais da filosofia da linguagem
e da matemática que, apesar de apresentarem contextos e formulações diferentes, convergem em
diversos aspectos de interesse para o tratamento do problema principal (p.v). Neste trabalho de
pesquisa adotou-se um método de análise e estudo de diversos trabalhos já realizados acerca do
papel que a linguagem desempenha quando a Educação passa a fazer uso da Tecnologia, que destaca
os seus fundamentos epistemológicos e (p.8) filosóficos, inspirado em trabalho anterior
desenvolvido por Gamboa, em sua tese de doutorado de 1987 e descrito em seu livro
“Fundamentos para la investigacion educativa: presupuestos epistemológicos que orientan al
investigador”, publicado em 1998 (p.9). Esses trabalhos de pesquisa analisados servem de
parâmetros para o entendimento do estado atual de compreensão do problema, mostrando a
diversidade de discursos sobre o tema, suas concordâncias e suas contradições. Com base nessa
análise realizou-se um desenvolvimento posterior, ancorado em determinados autores que tratam
da filosofia da linguagem e da relação entre linguagem e pensamento, onde se busca uma
síntese explicativa de qual seria o papel que a Linguagem, no sentido macro e estruturante,
desempenha dentro das instituições escolares, quando essas adotam o uso de tecnologias. O
conjunto de textos analisados é aqui chamado de material verbal e na sua análise procurou-se o
aporte das categorias da dialética do materialismo-histórico, inclusive com o levantamento das
condições históricas de constituição dos autores desse material, as condições sob as quais os centros
de pesquisa responsáveis pela publicação desse mesmo material foram consolidados (p.9).
PA093 Em síntese, busca-se por meio deste estudo, ponderar possibilidades de a Filosofia da Educação
sustentar e auxiliar a construção de um eixo entre a concepção predominantemente da Didática
e o referencial teórico da Filosofia, e, conseqüentemente, desvelar as contradições presentes nos
processos e meios de formação filosófica do educador-professor de Didática (p.2). Quanto à teoria
Histórico-Crítica, está se encontra como referência alternativa na tradição da universidade e
formação básica no Brasil, particularmente no processo de formação filosófica do educador -
professor formado no contexto do ensino superior brasileiro. Tal alternativa ganha significado no
confronto da proposta das Diretrizes e Metas do Plano Nacional de Educação, no tocante à
formação dos profissionais da educação, com as teses expostas por Saviani (1999) sobre: o
desenvolvimento do compromisso social e político da docência, a sólida formação para o magistério
e a ampla formação cultural do docente. Para a efetivação desse estudo, realizou-se uma análise
bibliográfica direcionada pela concepção Dialética da história, buscando recuperar as teorias
clássicas do ensino-aprendizagem, e dos marcos históricos e concepções epistemológicas de
Didática, hegemônicas na tradição da universidade brasileira. Desenvolveu-se ainda um estudo das
pesquisas referentes à Didática Histórico-Crítica que vem sendo desenvolvidas no Brasil a
646
partir da década de 80, com o intuito de compreender as relações ensino-aprendizagem com base
em uma proposta de emancipação, desde uma perspectiva filosófica (p.4). A opção por esta
metodologia fundamenta-se no fato de que à luz da concepção Dialética da história, é possível,
conforme diz Kosik entender a filosofia como atividade indispensável ao esforço sistemático e
crítico, que visa a captar a coisa em si, ou fenômeno que se encontra oculto em uma estrutura que
encoberta o modo de ser existente (p.4). Ainda, de acordo com Gramsci, entende-se a Filosofia
como o método do pensamento, e é por meio deste método, que se desenvolveu esta análise da
formação do conhecimento histórico que produz para além da consciência do historiador, apesar de
suas intenções e aspirações. Considera-se ainda sobre esta questão, que se torna possível o
entendimento de que por meio da Filosofia, pode-se captar, auxiliar ou construir um eixo entre a
concepção prática da Didática, e o referencial teórico da Filosofia, analisando implicações
históricas do objeto alvo, no desfecho dos contextos vivenciados na história ocidental (p.5).
PA094 Como pesquisa bibliográfica, este estudo procura mostrar e analisar as contribuições de Max
Weber sobre os conceitos desencantamento do mundo e burocracia, enquanto processos de
racionalização da sociedade ocidental moderna que explicam o surgimento, desenvolvimento,
consolidação e legitimação do capitalismo na Modernidade. E como pesquisa teórica, pretende
contribuir com uma reflexão sobre a relação entre esses conceitos e a educação desenvolvida no
continente europeu nas fases históricas supracitadas (p.9).
PA095 Por fim, cabe esclarecer que o trabalho se desenvolveu a partir da leitura do original da obra
Crítica da Razão Dialética, acompanhado, quando necessário, da leitura da tradução espanhola.
As citações da Crítica e de outras obras francesas mencionadas na referência final, foram traduzidas
pelo autor (p.7).
PA096 Primeiro analiso os conceitos de alteridade e seu histórico em Benjamin para, em seguida, examiná-
los desde o viés mais especificamente educacional em outros autores como Sônia Kramer,
Cipriano Carlos Luckesi e Castor Ruiz. Num terceiro momento faço a leitura da práxis
educativa da escola CAIC examinando-a, sob consulta de seus principais agentes, seus avanços e
dificuldades na introdução e concretização de uma prática educativa orientada no conceito de
alteridade. (p.vii).
PA098 Esta pesquisa consiste num estudo a respeito do pensamento educacional de Platão, tendo como
base uma de suas principais obras, A República, com ênfase no livro VII, onde o autor descreve
as diferentes etapas da educação do filósofo (p.xi). Tais comentadores e estudiosos relevantes para
o assunto, alguns dos quais até considerados “clássicos”, são parte da bibliografia complementar,
que contribuirá para o aprofundamento de certos conceitos, bem como para averiguar a introdução
de certas idéias no contexto da vida de Platão. No que concerne à obra escrita de Platão, pode-se
distinguir quatro períodos: 1º) os diálogos da juventude: a Apologia de Sócrates, o Críton, o
Laques, o Lísis, o Cármides, o Eutífron, o Hípias Menor, o Hípias Maior, o Protágoras, o Íon;
2º) os diálogos da maturidade: o Ménon, Fédon, Banquete, o Górgias, A República, Fedro,
Eutidemo, Menexeno, Crátilo; 3º) os diálogos ditos metafísicos: Teeteto, Parmênides, Sofista,
Político; 4º) os diálogos ditos da velhice: o Filebo, o Timeu, as Leis. Para este trabalho, priorizar-
se-á A República que é, então, um diálogo pertencente ao período da maturidade do autor,
composto de dez livros. Essa divisão em dez livros não foi realizada pelo próprio Platão, mas,
posteriormente, por editores antigos. O livro I, entretanto, possui traços que o separam dos livros
que o seguem e o assemelham aos diálogos do primeiro período da obra escrita de Platão, ou seja,
aos diálogos da juventude, os chamados “diálogos aporéticos” que, por não chegarem a uma
conclusão sobre o tema em debate, deixam o leitor numa situação embaraçosa. A questão, porém,
parece envolta em controvérsia (PEREIRA, 1972: XVIII-XXI) (p.2).
PA099 Na trilha metodológica investigativa reunimos alguns autores e obras assumidas como interlocuções
estruturais: Jaeger (1995), Vernant (2000), Goldmann (1978), Adorno e Horkheimer (1985),
Anderson (1989) e Meszáros (2005). A presente pesquisa integra a área temática “História,
Filosofia e Educação”, especificamente na linha “Ética, Política e Educação”, radicada no Grupo de
Estudos e Pesquisas em Filosofia e Educação PAIDÉIA. Essa linha vincula os estudos estéticos e
políticos de natureza histórica e filosófica referentes aos fenômenos e dimensões educativas (p.33).
PA100 Iniciamos a apresentação dessa idéia de "filosofia prática" utilizando três exemplos de diferentes
lugares do mundo: França, EUA e Brasil. Selecionamos esses três exemplos porque achamos
necessário mostrar que esta idéia que indica a filosofia como a solução, terapia ou "remédio" para
os problemas e dilemas pessoais está presente em muitos países e reflete uma realidade comum no
647
alguns dos seus primeiros escritos, destacando entre estes os Manuscritos Econômico-Filosóficos
de 1844 e A Ideologia Alemã. No entanto, mesmo sem podermos analisar exaustivamente todos
os textos marxianos, somos levados a considerar, no núcleo da tradição marxista, a
preocupação ética no pensamento de Marx e Engels (p.2).
PA107 Estabelecido os condutos, houve a seleção de obras que permitiriam aprofundamento na filosofia
levinasiana de maneira mais apropriada. A opção pelas obras de Edmund Husserl como Die
Idee der (p.9) Phanomenologie, como também, Sein und Zeit de Martin Heidegger permitiram
uma melhor compreensão do pensamento levinasiano, dado o teor metodológico e inovador presente
nestas obras que tanto inspiraram Lévinas. De l'Existence à l'existant proveu à esta pesquisa um
caráter preparatório ao apresentar alguns temas que seriam reconduzidos em obras posteriores do
próprio Lévinas. Já Totalité et infini configurou-se como o eixo da produção teórica levinasiana,
a qual recorreu-se em todos os momentos desta pesquisa. Humanisme de l'autre homme foi
analisada fundamentalmente quando se indagou pelo humano na civilização contemporânea,
enquanto Autrement qu'être foi fundamental para a uma melhor compreensão dos temas ética e
linguagem do ser. De Dieu qui vient à l'idée e Entre nous. Ecrits sur le penser à l'autre
permitiram avanços sobre o pensamento do autor em fase de maior maturidade, principalmente no
tocante a temas como totalidade, filosofia, alteridade, o outro, ou seja, o pensamento levinasiano na
sua forma mais atualizada. Considerou-se também a obra Ethique et infini onde o próprio Lévinas,
em um diálogo com Phillippe Nemo, apresentou de uma fora discreta e consistente uma síntese de
sua produção teórica. Esta pesquisa pautou-se no método de revisão bibliográfica, acentuadamente
na primeira etapa, haja vista que nem todas as obras seriam utilizadas se considerássemos as
diferentes temáticas abordadas por Lévinas nos diferentes períodos de sua atuação. Nesta fase de
pesquisa desejou-se compreender e relacionar a vida e a obra de Emmanuel Lévinas e sua situação
no contexto da cultura contemporânea. No segundo momento desta pesquisa objetivou-se analisar
as categorias pensamento levinasiano e, para esta empreitada, recorreu-se ao método
fenomenológico para a compreensão e elaboração dos passos seguintes. Já nas disposições finais,
para uma maior reflexão, já atentando para as múltiplas possibilidades, implicações e limites da
análise, consultou-se alguns autores tidos como hermenêutas a fim obter um avanço conclusivo,
considerando a impossibilidade desta parte de esgotar o problema levantado. Cumpre expor que
outros artigos publicados por Lévinas foram consultados, bem como, não se poderia esquecer
de mencionar os estudiosos do pensamento levinasiano que forneceram à esta pesquisa um rico
material de orientação. Destaca-se (p.10). nesta página os pesquisadores Pergentino S.Pivato,
Marcelo Fabri, Ricardo Timm, Marcelo Luiz Pellizoli e outros, que tanto contribuiram com
observações, artigos e livros que, ao considerar-se a grande quantidade de material, serão
devidamente citados no decorrer deste trabalho, bem como, nas páginas destinadas à bibliografia de
pesquisa (p.11).
PA108 Nesta troca de experiência acadêmica, li outros livros, outros autores que me ajudaram a pensar o
tema e a organização dessa pesquisa. Scott (1990), Bourdieu (2002) mostraram a divisão entre os
sexos como arbitrária, embora com abordagens diferentes. Na perspectiva de Scott, a história das
mulheres postulou que a situação de violência contra elas era efeito da relação de força entre os
sexos. Para Bourdieu (2002), tal postura advém de uma violência simbólica, ou seja, do fato de a
divisão entre os sexos parecer estar na ordem das coisas, algo normal, natural, a ponto de ser
inevitável. Para ele, a dominação (p.6) masculina sobre o feminino está presente, em estado
objetivado nas coisas, em todo o mundo social. Com base em dados empíricos, chamou-me a
atenção os estudos de autores como Azevedo (1985) , Miller (1999) , Braghini (2000)11,
Marques (2005) . São trabalhos que reforçam a submissão da mulher na relação conjugal a
situações de violência doméstica (p.7). Foram explorados quantitativamente 767 relatórios de
ocorrência que envolviam relações conjugais, sendo 29 de Inquéritos Policiais (IP), 11 Termos
Circunstanciados de Ocorrências (TCO) e 727 Boletins de Ocorrência (BO), no período de 1999 a
2003 (p.12).
PA109 Levantamento bibliográfico sobre a implantação da Pedagogia Histórico-Crítica, como teoria
oficial do Estado. Recuperação historiográfica e documental dos procedimentos políticos
circunstanciais e conjunturais da implementação política efetivada pelo Estado na época. A análise
da motivação e procedimentos de formulação do currículo básico para a escola pública paranaense
(p.8). Produção de entrevistas com profissionais da educação do Núcleo Regional de Francisco
Beltrão (NRE)5 que fizeram parte deste momento histórico. Porém, apesar da importância das
649
entrevistas para este trabalho, devemos deixar claro que o peso dado a elas será menor do que o
peso dado ao referencial bibliográfico (p.9). Análise dos documentos e Proposta Curricular da
Secretaria da Educação do Estado do Paraná e pesquisa junto aos arquivos do Sindicato dos
Professores do Estado, bem como levantamento de documentos oficiais. Para analisar os dados
da pesquisa empírica tomaremos como fundamentação metodológica os pressupostos do
materialismo histórico dialético (concepção crítico-dialética) por entendermos que as
concepções de educação estão sempre vinculadas à estrutura da sociedade e, conseqüentemente às
políticas públicas em nível internacional, nacional e estadual (p.9)
PA110 O trabalho terá como suporte teórico os livros O que é a Filosofia?, Mil Platôs e Kafka: por uma
literatura menor, de Gilles Deleuze e Félix Guattari, de onde serão selecionados os conceitos
filosóficos de plano de imanência, agenciamento, rizoma, desterritorialização, rostidade e
experimentação (p.3).
PA111 b) Quanto às condições da produção da pesquisa, consultamos estudos realizados por Fávero e
Cruz (1990), estudos realizados por Sánchez Gamboa, (1982 – 1987), relatórios, portarias,
pareceres da CAPES, atas das reuniões do “GRUPO PAIDÉIA”, catálogos da produção
científica, biblioteca digital de teses e dissertações da FE/UNICAMP e a literatura referente à
análise epistemológica da pesquisa científica (p.2). Este estudo está vinculado à pesquisa
matricial de Sánchez Gamboa (1987), cujo objetivo geral consiste na análise epistemológica das
teses defendidas nos cursos de doutorado em Educação do Estado de São Paulo durante o período
entre 1971 a 1984, procurando identificar tendências teórico-metodológicas e contribuições na
compreensão da problemática da educação brasileira (p.2).
PA112 O referencial teórico da pesquisa será fundamentado em obras de Marx e Engels e do universo
filosófico marxista (Resumo). No que diz respeito à História da Odontologia, utilizamos como
referência os trabalhos de Rosenthal, Lerman e Carvalho, trabalhos esses de importância
fundamental na construção do primeiro capítulo, tendo em vista a enorme dificuldade de encontrar
documentação histórica, relativa à Odontologia, antes de sua sistematização através da instituição
dos cursos superiores (p.13). No segundo capítulo, analisamos as Diretrizes Curriculares
Nacionais do curso de graduação em Odontologia, fixadas a partir da nova Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional, lei 9.394/96, procurando desvendar suas relações com o contexto
histórico atual (p.13). No terceiro capítulo tratamos dos projetos pedagógicos de três faculdades
públicas paulistas, a Faculdade de Odontologia de São Paulo, da USP, A Faculdade de
Odontologia (p.13) de Araçatuba, da UNESP e a Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da
UNICAMP (p.14).
PA113 Após este percurso inicial, leva-se a exame, no segundo capítulo, a presença da educação nos
escritos de Espinosa. São consideradas, a esta altura, as seguintes obras: Tratado da Emenda do
Intelecto, Breve Tratado, Princípios da Filosofia Cartesiana, Tratado Teológico-Político,
Tratado Político e Compêndio de Gramática Hebraica. Mostrando em que medida a educação
aí se faz presente, realiza-se, no terceiro capítulo, um estudo da educação exclusivamente na Ética,
o livro central do filósofo holandês (p. iii). De acordo com o que foi expresso pouco mais acima, o
estudo do espinosismo exige antes de tudo uma recolocação na história que, por sua vez, exigiria o
cumprimento de todo um programa prévio para o estudo da filosofia de Espinosa. Isso, porém,
requer um tal esforço que, dada sua extensão, não tem cabimento aqui, uma vez que este estudo não
consiste em uma abordagem acerca das fontes que inspiraram a elaboração do pensamento
filosófico de Espinosa. Neste sentido, faz-se necessário operar por recortes e conceber que é
imprescindível tomar, de todas as fontes das quais o pensamento de Espinosa se origina, apenas
aquela que, em função de sua centralidade no pensamento filosófico moderno, dê conta de
apresentar – da forma mais objetiva possível – as origens do pensamento de Espinosa. Trata-se do
pensamento filosófico de René Descartes (1596-1650) que é, sem dúvida alguma, o ponto de
partida mais notável do pensamento de Espinosa. Este trabalho, porém, tampouco realizará um
aprofundado resgate da filosofia de Descartes em todas as suas sutilezas, mas apenas a tomará
como o elo que permite apresentar Espinosa de uma forma que não seja ex nihilo, isto é, que não
tome o seu pensamento como se antes dele nada preexistisse. Desta forma, ainda que neste texto
não haja um comprometimento em revelar todos os itens que um programa de estudo prévio do
espinosismo exigiria para que ele fosse recolocado na história, haverá – por outro lado – a
recolocação do pensamento de Espinosa na história dos conceitos ou da tradição conceitual que
emerge em Descartes e que este, por sua vez, herda dos sistemas filosóficos que o precederam (p.4).
650
PA114 No primeiro capítulo, apresentaremos uma abordagem sobre o pensar, a partir de uma releitura da
imagem do pensamento que a tradição filosófica legou. Essa releitura acompanha os escritos de
Deleuze sobre essas concepções e também a sua posição acerca do que consiste no pensar (p.4). No
segundo capítulo, explicitaremos as questões relacionadas ao empirismo, especialmente da
Filosofia de Hume, Bergson e Proust (p.5). no terceiro capítulo, trataremos da repetição, uma
potência que serve de condição para a novidade. A repetição como fonte dos hábitos traz em si uma
potência oculta, cuja captura através do simbólico nos coloca no plano da invenção, a criação dos
conceitos (p.6).
PA115 Há três momentos distintos, embora ligados, desse processo: o primeiro (capítulos 1 e 2), em que o
tema da formação, não apenas em Nietzsche, mas em toda a tradição alemã dos séculos XVIII
e XIX, aparece vinculado às discussões sobre o valor educativo e formativo da arte. Por essa razão,
após apresentar uma contextualização da relação entre arte e formação na tradição alemã (capítulo
1), é apresentada (capítulo 2), a relação de Nietzsche – tal qual se dá em seu primeiro grande
escrito O Nascimento da Tragédia – com as teorias estéticas alemãs que refletiram sobre a cultura
grega, mais particularmente, sobre o problema da tragédia (p.vii) O tema da experimentação é
apresentado em dois registros: num primeiro (nos três primeiros itens do capítulo 4), a partir de
Humano, demasiado humano, Aurora e A Gaia Ciência, mostra-se a relação entre o tema da
formação e a crítica da metafísica a partir da valorização da história, da psicologia e da análise da
moral; num segundo (nos dois últimos itens do capítulo 4) (p.vii).
PA116 Para se responder a esta questão central, optou-se pela adoção do materialismo histórico-dialético
na versão do filósofo marxista Lucien Goldmann (1913-1970) como fundamentação teórico-
metodológica, a fim de que o recurso a algumas de suas categorias pudesse contribuir para uma
leitura contextualizada de Locke e de Rousseau e que, concomitantemente, traduzisse os
pensamentos desses dois autores de modo a se tornarem úteis para as discussões pedagógicas
hodiernas (p.3).
PA117 As fontes das possíveis respostas para essas indagações são os próprios PCN (BRASIL, 1997): o
volume oito, que apresenta os Temas Transversais e a Ética, e o volume um, que traz a introdução
geral aos Parâmetros Curriculares Nacionais, o qual também foi selecionado para análise (p.20).
MATERIAL DE ANÁLISE SELECIONADO DO PCN1 E DO PCN89
A OFICIALIDADE DOS PCN
1 – Ao professor, PCN1, p. 6.
2 – Apresentação, PCN1, p. 9-10.
3 – Apresentação, PCN8, p. 15
ASPECTOS CONCEITUAIS DOS PCN
4 – O que são os Parâmetros Curriculares Nacionais, PCN1, p. 13-14.
5 – Breve histórico, PCN1, p. 14-16
6 – O processo de elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais, PCN1, p. 17.
7 – Introdução, PCN8, p. 19-23
8 – Justificativa, PCN8, p. 25-27
9 – Os temas transversais, PCN8, p. 29-30
10 – Critérios para a eleição dos temas transversais, PCN8, p. 30-31.
11 – Apresentação do Tema Transversal Ética, PCN8, p. 65.
12 – Importância do tema, PCN8, p. 69-73.
13 – Ética e currículo, PCN8, p. 89-92.
14 – Transversalidade, PCN8, p. 93-94.
15 – Conteúdos de ética para o primeiro e segundo ciclos, PCN8, p. 101-113.
TELEOLOGIA CURRICULAR DOS PCN
16 – Objetivos, PCN1, p. 67-71
17 – Objetivos gerais do ensino fundamental, PCN8, p. 7-8.
18 – Objetivos gerais de ética para o ensino fundamental, PCN8, p. 97-98.
19 – Critérios de avaliação, PCN8, p. 115-117 (p.21).
PA118 O que trabalhamos aqui foi muito mais resultado de fonte secundária, os seminários de Deleuze
sobre Spinoza, do que de leituras do próprio Spinoza. Isto só se fez em certas circunstâncias
quando pareceu-nos necessário. Daí dizermos que é um encontro não tanto com Spinoza, mas sim
com o Spinoza de Deleuze (p.113).
651
- Como vencer na vida sendo professor, depende de você. - Ensinamos demais, aprendemos
de menos. - O profissional do século XXI. - Ousadia de pensar. - Prova, provão, camisa de
força da educação. - Se você finge que ensina, eu finjo que aprendo. - Vestibular: eu quero, eu
posso, eu vou passar.
PA122 As referências teóricas e conceituais, para a interpretação da problemática abordada, se
fundamentam nos estudos sobre a sexualidade humana de Sigmund Freud, complementados
pelas teorias de Wilhelm Reich, Herbert Marcuse e Michel Foucault. A consciência da
historicidade do conceito de sexualidade humana encaminha nossa prática de pesquisa a se
inscrever no quadro da Pedagogia Histórico – Crítica e uma análise da Educação Sexual
escolar que se pretenda crítica não pode restringir-se a uma investigação da questão subjetiva,
extraída de seu solo histórico, sob pena de perder-se em reducionismos. Para não correr este risco
será necessário refazer a construção histórica da sexualidade no Ocidente, desde as raízes mais
longínquas até os dias atuais, pois o que torna a questão da sexualidade atual mais complexa e
exigente é justamente o seu aspecto social, através da construção coletiva de papéis e formas de
expressão existencial e social (p. ix).
PA123 Analisam-se as concepções de sexo e sexualidade no discurso e prática dos professores de Ciências
Biológicas e passagem histórica da sexualidade como tema do campo biológico para as Ciências
Humanas; as matrizes da reflexão sobre a sexualidade na modernidade, a identidade biológico-
reprodutiva matricial e suas legitimações a partir das teorias de Lamarck, Mendel e Darwin;
a ruptura moderna com o naturalismo biológico: Havelock Ellis e Freud; a apropriação das
ciências humanas e sociais das representações matriciais de sexo e sexualidade, destacando os
estudos de Reich, Marcuse, Engels e Foucault (p. Resumo). Pautando-se nas respostas coletadas
com docentes e na análise crítica da história da sexualidade humana, bem como da história da
Educação Sexual Escolar no Brasil, fundamentar a necessidade da inserção de uma disciplina na
grade curricular dos cursos de Licenciatura que aborde a construção social, histórica e cultural da
sexualidade humana (p.1). Em entrevista realizada com o Coordenador do Curso de Ciências
Biológicas da Universidade Federal do Paraná (anexo A), aqui indicado como “fonte 1”, o
mesmo coloca que o Curso de Ciências Biológicas foi criado para a formação docente, que este
sempre teve a visão pautada na formação de professores de Ciências Biológicas (p.89). Fonte:
Projeto Pedagógico do Curso de Graduação em Ciências Biológicas – IB - Unicamp (p.212).
PA124 Destacando-se a importância dessa mesma teoria na trajetória intelectual desse filósofo, partimos
de um pressuposto ou hipótese de que Platão revisa a teoria da mímesis no seu último diálogo as
Leis, acentuando sua importância na formação moral da psykhé (p.v). Essa tese tem, assim, o intuito
de verificar a relação entre paideía, psykhé e mímesis na filosofia de Platão (p.3)
PA125 [...] a partir das filosofias de Gilles Deleuze e Félix Guattari, e, mesmo sendo desenvolvida
majoritariamente apoiada na teoria referida, não desconsidera a natureza prática do tema (p.
Resumo). No ano em voga o encontro foi na cidade de Yverdon/Suíça, a cidade de um ícone da
grande Pedagogia – Pestalozzi, isso se deu também para que pudéssemos também presenciar um
pouco mais de perto como funcionava a sua ‘Filosofia – Prática – Pedagogia’. O mais interessante
nesta reunião foi que, pela diversidade cultural ali existente – projetos de pesquisas muito distintos,
estudantes gregos, alemães, franceses, belgas, africanos, ‘brasileiros’, etc, o encontro proporcionava
a experiência de trajetórias distintas que culminavam num lugar comum – a construção de um
trabalho de pesquisa pautado fundamentalmente no desejo de compartilhar e enriquecer a
experiência individual a partir de um encontro, um coletivo em ação pensante. Nessa direção,
ter acesso às obras mais atuais sobre diversificadas manifestações de Pedagogos
Contemporâneos e textos que auxiliaram a encontrar dinâmicas vanguardistas da Pedagogia
- uma minoridade expressada dentro de uma maioridade reconhecida – foi o grande valor e
contribuição desta experiência no movimento ilimitado de tessitura deste trabalho (p.13).
PA126 As fontes primárias e essenciais usadas para nosso estudo foram algumas cartas encontradas, lidas
e analisadas, escritas pelos primeiros padres Jesuítas no Brasil, enviadas do Brasil pelos
Jesuítas que aqui viviam, ao Provincial em Roma, arquivadas no Archivium Romanum
Societatis Iesu (ARSI), visitado e freqüentado no próprio lugar onde estão cuidadosamente
guardados em Roma. Também nos servimos de obras essenciais para a nossa análise, por privilégio
do contato direto com as fontes - Serafim Leite – a História da Companhia de Jesus no Brasil e
as Cartas Jesuíticas. Nesta mesma linha, usamos os textos de Alfredo Bosi; Baeta Neves, José
Maria de Paiva, Amarilio Ferreira Junior, Marisa Bittar, Ana Palmira Bittencourt Santos
653
Casimiro e Arilda Ines Miranda Ribeiro, dentre outros, que escreveram textos de apurada e
consolidada crítica aos trabalhos educativos realizados pelos Jesuítas no Brasil colônia (p.xiii).
PA127 Como fonte de pesquisa as teses e dissertações produzidas nos programas de pós-graduação
em educação das três universidades públicas paulistas, a saber: UNICAMP, USP e UNESP
(p.viii). Por fim, como vemos, nosso estudo se limitou à análise de 10 pesquisas da UNICAMP (1
tese e 9 dissertações), 11 pesquisas da USP (5 teses e 6 dissertações) e 6 pesquisas na UNESP (4
teses e seis dissertações), o que equivale dizer que desse total, a UNICAMP produziu 37%, a USP
41% e a UNESP 22% (p.4). Para atingirmos nossos objetivos foi necessário definir fontes,
instrumentos de coleta, analisar e sistematizar as informações, isto é, prever possíveis caminhos,
determinar pontos de partida, procedimentos, estratégias de pesquisa além de referências de
interpretação dos resultados. 1. Fontes e instrumentos de coleta de informações: Para elaborar as
respostas às questões acima postas, selecionamos três tipos de fontes relacionadas com a
necessidade de obter as seguintes informações: a primeira fonte de consulta foi o banco de dados
da CAPES, de onde tivemos acesso às primeiras informações que se referem aos resumos das
pesquisas e aos dados dos pesquisadores (mestres e doutores). A segunda fonte de consulta foram
as próprias pesquisas (teses e dissertações), das quais obtivemos as informações que nos
permitiram caracterizá-las e analisá-las a partir de suas abordagens epistemológicas. Por fim,
tomamos como terceira fonte de consulta os estudos sobre a produção do conhecimento nas
pesquisas em Educação (p.10) no Brasil, no contexto dos cursos de pós-graduação, bem como
as publicações sobre ética, educação, epistemologia e pesquisa educacional. 2. Análises das
Informações: As informações coletadas no banco de dados da CAPES, a leitura feita das
dissertações e teses e de outros estudos sobre as condições da produção nos cursos de pós-graduação
foram agrupadas numa ficha de registro (Anexo II). Elaborada com base no instrumento de análise
denominado Esquema Paradigmático (Anexo III), o qual explicitamos a seguir, esta ficha
comporta questões que organizam as informações coletadas em duas etapas, sendo que a primeira
dispõe de informações sobe a identificação dos pesquisadores e de suas pesquisas e a segunda
contém as informações quanto às características dessa produção. Os dados coletados foram
ordenados e estruturados em dois eixos: 1) eixo temático, que identifica as concepções sobre ética
predominantes nas pesquisas e 2) eixo epistemológico, que busca caracterizar as abordagens
epistemológicas utilizadas ou desenvolvidas. A articulação desses eixos foi realizada com o auxílio
de um Esquema conceitual, denominado de Esquema Paradigmático que permitiu a organização
e periodização da produção (2000-2005) considerando as abordagens teórico-metodológicas (p.11).
PA128 Esta pesquisa configura-se primeiramente como resultado de minhas observações e
questionamentos depreendidos, principalmente de minha formação acadêmica em Design
Industrial, com habilitação em Projeto de Produto, na Universidade do Estado de Santa Catarina
– UDESC, entre os anos de 2000 e 2004 (p.2). A compreensão e apropriação paulatina dos
pressupostos filosóficos e históricos do materialismo dialético e de sua metodologia, referencial
com o qual já guardava relativas identificações, se acentuou no transcorrer do processo de pesquisa.
Pude, então, encaminhar algumas potenciais indagações à natureza clivada, contraditória e
estranhada do Design e compreender, pelo crivo de suas produções discursivas, a insuficiência de
suas referências e potencialidades, no limite de sua materialidade objetual de natureza burguesa. As
leituras e as análises sobre a literatura histórica e os conteúdos basilares que buscam
circunscrever a identidade institucional e política do Design, a partir de seus círculos próprios,
foi repassada pela pesquisadora motivada e embasada agora em uma abordagem mais densa e
ampliada de investigação (p.6).
PA129 O presente estudo pretende investigar as implicações e conseqüências do ensino jurídico brasileiro
atual com as idéias do jurista e filósofo Miguel Reale, o qual considera como autor hegemônico na
concepção curricular das disciplinas jurídicas de cunho teórico e cultural. A pesquisa contempla um
breve traçado histórico do ensino jurídico, em especial no Brasil, apontando, em seguida, categorias
básicas do pensamento de Reale, através da exploração de conceitos como Filosofia, Filosofia
do Direito, e a teoria tridimensional do direito realeano. Finalmente, explora o atual predomínio
nos cursos de Direito de um ensino prático e voltado às rotinas forenses em detrimento da adoção
de um modelo voltado a uma formação integral, crítica e emancipatória, voltada a um embasamento
654
teórico e cultural do bacharel, tentando concluir a pesquisa com um caráter não só crítico, mas
também propositivo (Resumo).
PA130 Como fontes de consulta foram utilizadas as obras de Lipman, publicadas no Brasil, trabalhos de
seus principais críticos e comentadores, bem como registros e anotações feitas a partir da
observação dos cursos oferecidos pelo centro responsável pela formação desses professores
em Minas Gerais (p.v).
PA131 Seguindo em nossas hipóteses de pesquisa, e organizando o conjunto de fontes teóricas investigadas,
acreditamos que a tradição da educação comunitária comporta, sem dúvida, uma Matriz
Libertária, originada junto aos movimentos anarquistas e autogestionados, cujas experiências de
organização e participação comunitária nos anos de 1920 e posteriormente em outros contextos
(como nas mobilizações que marcaram o final dos anos 60), demarcam um campo fértil de idéias e
movimentos que pressupõem a ação direta dos sujeitos sociais na criação de suas próprias atividades
educativas, visando à construção de uma sociedade sem Estado. No entanto, tais idéias e propostas
não se tornaram hegemônicas, podendo inclusive figurar no campo das idéias pedagógicas contra-
hegemônicas, de difícil precisão na história, justamente porque elas pululam em diferentes
contextos, fazendo-se presentes ainda hoje no cenário educacional. Por esse motivo, a matriz
libertária não será aqui analisada, embora ela possa ser incluída e considerada como matriz
constitutiva da tradição da educação comunitária no Brasil. Outra fonte importante de análise
deriva das organizações corporativas articuladas pelo Estado interventor-corporativista.
Trata-se aí da configuração de uma Matriz Fascista Corporativista do Estado, cujas políticas
educacionais pretenderam incorporar as reivindicações das camadas populares, integrando-as aos
seus interesses políticos e ideológicos na forma de interesses nacionais e comunitários (p.14).
PA132 A análise do pensamento educacional kantiano, a partir da obra intitulada Sobre a Pedagogia,
deve considerar, primeiramente, que Kant não era um pedagogo stricto sensu, tampouco escreveu
um tratado sobre pedagogia. O texto-referência não foi escrito por Kant, mas por um dos seus
discípulos, Friedrich Theodor Rink, em 1803, a partir de anotações das aulas ministradas pelo
mestre entre 1776-77, 1783-84 e 1786-87, na Universidade de Königsberg, uma escola onde todos
os professores deveriam ministrar preleções de Pedagogia, matéria considerada complementar a
ponto de não contar com professores fixos e específicos da área. Essa questão, no entanto, torna-se
irrelevante diante da importância desses escritos, sobretudo se considerar que Kant deu o seu
consentimento formal ao texto antes de sua publicação. A obra Sobre a Pedagogia, na qual Kant
descreve os estágios e divisões da educação, não destoa do conjunto expressivo de seus escritos; ao
contrário, tais preleções se encontram minuciosamente imbricadas às suas teses mais significativas.
Por isso, acredita-se que a preocupação de Kant com a educação ultrapassa os apanhados de
Rink, o que nos motivou a buscar em outras obras do filósofo, A Fundamentação da Metafísica
dos Costumes, Crítica da Razão Pura, Crítica da Razão Prática e Metafísica dos Costumes,
só para exemplificar, referenciais que possam fortalecer a compreensão dos conceitos de autonomia
e disciplina, que são fundamentais para o entendimento do seu pensamento filosófico-educacional.
Não se pode negar a complexidade e amplitude dos escritos kantianos, em especial a Crítica da
Razão Pura (p.1).
PA133 Procedeu- se a uma investigação de como o futebol foi contemplado pelas atuais abordagens da
Educação Física. Além disso, a pesquisa em obras de autores pertencentes à pedagogia histórico-
crítica revelou elementos fundamentais que uma abordagem da Educação Física deve possuir,
para que seja possível o ensino do futebol em uma perspectiva contrária a da ideologia dominante.
[...] o referencial teórico-metodológico aqui adotado foi o materialismo histórico e dialético,
que fundamenta a pedagogia histórico-crítica, assim nomeada por Dermeval Saviani
(Resumo).
PA134 O presente estudo constitui uma análise da educação sexual escolar, a partir da condição da criança
na sociedade e na escola. Realiza uma interpretação crítica das relações entre sexualidade e
infância e dialoga com as descobertas acerca do desenvolvimento psicossexual da criança, a partir
das pesquisas de Sigmund Freud e Jean Piaget (p.xiii).
PA135 Para isso, parte da história desta, passa pelo relato da experiência vivida como professora de
Filosofia da Educação, no curso de Pedagogia ministrado na modalidade a distância, numa
Universidade da rede privada, apontando os pressupostos, exigências e finalidades deste ensino e
sua importância na formação do professor (Resumo). Desse modo, inicio o trabalho expondo um
655
PA141 O presente estudo busca explicitar a contribuição de Arthur Schopenhauer (1788- 1860) para os
diversos discursos da sexualidade do séc. XIX e XX. Trata-se da análise da obra de Schopenhauer
e mais especificamente da Metafísica do Amor Sexual, excerto presente no segundo volume de
sua obra O Mundo como Vontade e como Representação (primeiro volume publicado em 1819
e segundo volume de complementos publicado em 1844). A Metafísica do Amor Sexual possui
íntima relação com o sistema filosófico do autor e com a visão de mundo proposta pelo filósofo
(p.4). Verificar as propostas dos filósofos na história da filosofia ocidental não é tarefa simples,
porém o presente estudo busca os elementos teóricos que permitam uma análise geral das discussões
sobre sexualidade no Ocidente, pela análise de Platão, Aristóteles, Epicuro e Rousseau, e
também dos contemporâneos Engels, Freud, Reich, Foucault e Horkheimer. Esses autores
foram escolhidos por registrar uma produção temática explicita sobre a questão da sexualidade,
656
mais avançadas do modo de produção capitalista e das possibilidades de superação do mesmo (p.3).
Nossa investigação está articulada com a pesquisa matricial da Linha de Estudos e Pesquisas
em Educação Física, Esportes e Lazer (LEPEL) - da Faculdade de Educação da Universidade
Federal da Bahia – (UFBA), intitulada “Problemáticas significativas da prática pedagógica,
da produção do conhecimento, da formação de professores e da política pública para a
Educação Física & esporte e lazer”, na condição atual de aluna de mestrado na Universidade
Estadual de Campinas–Unicamp, na linha de Pesquisa Epistemologia e Teorias da Educação –
EPISTED do Grupo de Estudos e Pesquisa em Filosofia da Educação PAIDEIA de Faculdade de
Educação da mesma universidade (p.5).
PA147 No que se refere à obra de Nietzsche, será dada preferência aos livros e fragmentos não
publicados do chamado segundo período em diante, que tem início com o livro Humano
demasiado humano (1878), por se considerar que a partir desse período há estabilidade conceitual
em Nietzsche, ou seja, daí em diante o filósofo apenas aprimorou seu vocabulário filosófico e
desenvolveu novas ideias, tendo abandonado os ranços metafísicos encontrados nas obras do
chamado primeiro (p.20) período. Isso não impedirá a utilização de obras anteriores ao período
de Humano para perceber a evolução de conceitos e problemas no pensamento nietzscheano.
A base da pesquisa será as obras traduzidas para o português por Paulo César de Souza e
publicadas pela Editora Companhia das Letras, pois têm consagrada qualidade editorial. As
exceções serão o livro Assim falou Zaratustra, um livro para todos e para ninguém e os fragmentos
não publicados; em ambos os casos recorrer-se-á à edição crítica das obras de Nietzsche em
alemão organizadas por Giorgio Colli e Mazzino Montinari (Kritische Studienausgabe – KSA,
in 15 Bänden) e publicada pela Walter de Gruyter & Co. (p.21).
PA148 Todo o nosso trabalho se situará por meio de um recorte das obras de Adorno, destacando os textos
de Dialética do esclarecimento e as conferências reunidas em Educação e emancipação (p.vii).
Os textos que serão analisados se referem a problemas como: os aspectos mais claudicantes da
relação entre o indivíduo e a cultura; os elementos que contribuíram para a construção social
contemporânea e para a sua manutenção, sobretudo as críticas às promessas não cumpridas do
Esclarecimento, críticas escritas e publicadas em conjunto com Max Horkheimer em 1947 na obra
Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos; e, por fim, a dimensão emancipatória da
filosofia nesse cenário. Paralelamente à leitura da obra acima citada, há também o uso de um artigo
de fundamental importância para a compreensão dos elementos regressivos da razão no âmbito da
cultura e formação. Intitulado “Teoria da semicultura”, de 1962, esse texto explicita de maneira
bastante coerente a tese de que a crítica à formação deve ser composta tanto por uma análise geral
dos fatores sociais que interferem na educação contemporânea, quanto dos problemas mais pontuais
do processo educativo. Já em relação à educação nesse cenário, analiso o conjunto de textos
organizados a partir de palestras e intervenções radiofônicas com Hellmut Becker e Gerd
Kadelbach na década de 60, publicados no Brasil numa obra que recebeu o título de Educação e
emancipação (1995). Destaco do conjunto de textos que integram o livro os artigos: “A filosofia e
os professores”; “Educação e emancipação”; “Educação após Auschwitz” e “Educação para
quê?” (p.22).
PA149 Buscando identificar essa trajetória de legislação que perpassa o nosso território brasileiro, com seus
percalços e crises quanto à didática e componentes curriculares da presente disciplina, ancoramos
no clássico pedagógico – Didática Magna de João Amós Comenius (1592-1670), na busca de um
referencial teórico que pudesse-nos abrir novos horizontes e possibilidades de constituir em nossas
escolas, uma prática que esteja à altura da realidade cultural e social que estamos inseridos, e que
emergiram nossos pais e patrícios (p.xi).
PA150 Esta análise debruçou-se prioritariamente sobre os seguintes documentos oficiais: a Constituição
Federal de 1988; a LDBEN (Lei nº 9394/96), que estabelece as novas bases do que seria uma
educação para a cidadania; os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN); as Orientações
Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN+); as
Orientações Curriculares Nacionais, entre outros (p.vii).
PA151 Ao analisar a tolerância e a diversidade sob o ângulo da crítica de Marcuse, também recorremos a
alguns outros autores frankfurtianos, como Adorno e Horkheimer, com a intenção de trazer seu
aporte crítico no que tange a estrutura da sociedade capitalista, sua racionalidade e cultura. Partindo
de pontos diferentes, Horkheimer (2000) discute a tolerância no contexto da formalização da razão,
denunciada como razão instrumental. Este pensador apresenta a ambigüidade de sentido da
658
tolerância burguesa no que diz respeito à liberdade frente ao dogmatismo, à neutralidade científica
e ao relativismo. Numa crítica mais acirrada à racionalidade moderna, Horkheimer e Adorno
(1985) evidenciam a administração da sociedade capitalista, incluindo a cultura, como indústria
cultural. Respeitadas as diferenças essenciais entre esses autores, este trabalho busca articulá-los
naquilo que eles têm em comum, ou seja, a crítica radical e imanente aos próprios conceitos,
relacionando-os aos indivíduos e à estrutura da sociedade, ao nosso ver, um aspecto fundamental
para a crítica do caráter ideológico do conceito clássico de tolerância. Partindo dessas considerações
iniciais, as reflexões que se seguem advêm de uma pesquisa bibliográfica e análise documental,
fundamentada no pensamento marcuseano, buscando interrogar e analisar criticamente os
conceitos de diversidade e tolerância recomendados por alguns documentos mundiais e nacionais
para a educação. O enfoque de diferentes contextos históricos e sociais distancia-se de uma simples
periodização da temática para entranhar-se na busca das imbricações filosóficas e sociais que
permearam a defesa da tolerância no trajeto da modernidade. Pretende-se (p.4) investigar os
desdobramentos das promessas de liberdade, igualdade e diversidade, germes da tolerância moderna
no contexto neoliberal, conforme o curso da estrutura social capitalista em processo de
mundialização e globalização (p.5).
PA152 Para viabilizar a proposta de trabalho aqui apresentada, definimos dois tipos de fontes de pesquisa,
que constituem duas unidades de fontes. A primeira unidade é composta (p.3) de várias publicações
científicas do campo do currículo que analisam os seus rumos até a década de noventa, cujos
autores são considerados autoridades no campo, tendo em vista a sua trajetória intelectual na área
do currículo. A segunda unidade de fontes constituiu um conjunto de resultados de pesquisas
recentes do currículo apresentadas no GT-Currículo da ANPEd, no período de 2000-2010.
Esta unidade de fontes é composta de 163 trabalhos completos que caracterizam uma cartografia
da produção acadêmico-científica socializada neste espaço regional. Esta fase busca mostrar,
principalmente, as disputas representadas por instituições, autores e orientações teóricas. Tendo em
vista a quantidade de informações disponíveis na amostra total, assim como a necessidade de
codificá-las para atender ao objetivo central da pesquisa, selecionamos uma amostra de quinze
por cento do total dos dados, chegando-se a 26 trabalhos completos, com os quais operamos
como textos-documento. Desenvolvemos uma pesquisa bibliográfica e documental que investiga
os aspectos teóricos e políticos da relação entre conhecimento e poder nas teorizações curriculares
brasileiras, a partir do horizonte teórico-metodológico da história do currículo, com ênfase na
história do pensamento curricular. Trata-se de uma área de estudos que se constitui em diálogo com
outras áreas do conhecimento, como a sociologia do currículo, a epistemologia social, a história e a
filosofia. Portanto, esta área se caracteriza de modo interdisciplinar e contribui na análise e
compreensão dos desafios curriculares contemporâneos, desmistificando os diferentes caminhos
que levam ao aspecto contingente e histórico da escolarização. Para viabilizar o estudo empírico
nos escritos curriculares brasileiros, foi necessário delimitarmos um espaço regional para a
investigação (p.4) Optamos por investigar o maior número possível de publicações que analisam o
desenvolvimento do campo do currículo, desde a sua origem até a atualidade. Identificamos que os
estudos analisam a questão até os anos noventa. Entretanto, como o nosso foco de pesquisa também
é investigar a primeira década de 2000, optamos em realizar uma pesquisa empírica nos trabalhos
publicados no Grupo de Trabalho de Currículo da Associação Nacional de Pós-Graduação e
Pesquisa em Educação (GT-Currículo da ANPEd) (p.4-5).
PA153 Para o registro e análise da produção foi utilizada uma matriz epistemológica que ajudou a
reconstituir a lógica interna de cada pesquisa, interrelacionando seus diversos níveis (técnico,
metodológico, teórico, epistemológico) e pressupostos (lógico-gnosiológicos e ontológicos) (p.ix).
Esta pesquisa recupera a produção deste Programa e realiza um estado da arte, ao organizar
um mapeamento das pesquisas segundo as temáticas (p.5-6). Tal mapeamento serviu como ponto
de partida para outro trabalho, mais aprofundado, gerando uma análise epistemológica do
Programa. O Programa de Pós-Graduação da Educação Física da Unicamp teve sua primeira
turma de ingressantes no mestrado em 1988 e sua primeira dissertação defendida em 1991, tendo
produzido desde então 412 dissertações. As atividades do doutorado tiveram início em 1993 e sua
primeira tese defendida em 1995, tendo produzido desde essa data 161 teses de doutorado.
Atualmente este programa, hoje com vinte e três anos de existência, teve nota 5 na Capes no triênio
anterior e atualmente está com nota 4, possui a maior produção em quantidade do país, além de ser
um pólo irradiador teórico de referência em todo o território nacional. Tais indicadores motivam
659
ainda mais uma análise de sua produção. Em vista disso, esta pesquisa tem como objetivo central
caracterizar a produção do Programa de Pós- Graduação da Faculdade de Educação Física
da Unicamp de 1991 a 2008 e qual a sua relação com as condições institucionais (p.6).
PA154 Interessa avaliar as possibilidades de uma práxis educativa emancipadora entre esses dois sujeitos,
em que se desenvolva a autonomia dos educandos (base/classe) e se garanta a educação do próprio
educador (direção/partido). Para tanto, realizo uma pesquisa bibliográfica através do instrumental
conceitual de Antonio Gramsci (p.xi).
PA155 O objeto da crítica foram 433 teses e dissertações produzidas entre 1987 e 2009 que abordam a
problemática da educação no meio rural no Brasil (p.xi).
PA156 Foram utilizados como fontes, os registros de documentos oficiais, teses defendidas no
doutorado em Ciências da Educação e nos cinco cursos de mestrado existentes na época, assim
como registros do Departamento Administrativo de Ciencia Tecnologia e Innovación -
COLCIENCIAS. Também, foi considerado o debate contemporâneo das tendências
epistemológicas e as teorias do conhecimento. Foi utilizada a técnica de análise de conteúdos,
aplicando uma matriz epistemológica que permitiu identificar a lógica interna das pesquisas
(método lógico) e a recuperação das condições e dos contextos da produção (método histórico). Os
resultados identificaram a tendência, histórico-hermenêutica como a predominante na amostra
analisada. Na sequência, a tendência empírico-analítica, considerada uma das mais desenvolvidas
na tradição de pesquisa em educação no país e, em terceiro lugar, a tendência Crítico-dialética que
começa a ser utilizada em algumas dissertações (p.ix).
PA158 Ora, um desafio considerável é transpor para o campo da educação uma filosofia não construída
com esse propósito, visto que Sartre nada escreveu sobre Educação especificamente, e nesse
aspecto, o discurso aqui produzido busca transcender as ideias do autor. Assim, nos apropriamos do
arcabouço conceitual de Sartre para, a partir dele, construir investigações, explanar situações e
criar formas de pensar a educação (p.1).
PA159 Como já exposto, a construção filosófica de Benjamin ainda não se fez conhecida de maneira
desejável na educação, ao menos até o momento na grandeza de outros muitos, que já merecem, por
esse motivo, a atenção de inúmeras teses. [...] Assim, houve a opção por obras que melhor
retratassem seu pensamento, bem como, de outros pensadores que ajudassem a entendê-lo. A partir
deste ponto, buscou-se uma relação possível com a educação. Estabelecido os condutos, a opção
pela obra “Pequena História da Fotografia" foi importante para entender a base do
pensamento de Benjamin, que seria confrontada posteriormente no uso de outras obras do
mesmo Walter Benjamin. Ali foi possível iniciar, através da temática fotográfica, um estudo sobre
o posicionamento do pensador em questão e suas reflexões sobre a história e a industrialização, bem
como atentar para o teor metodológico inovador presente nas obras de Benjamin (p.9). Já a obra
"Sobre o Conceito de História" traduz-se como o um importante trabalho, fruto do diálogo entre
Benjamin e Adorno e seus estudos sobre Baudelaire. A análise da obra "A Arte na Era de sua
Reprodutibilidade Técnica" foi de um a importância fundamental para esta pesquisa, haja vista
que foi possível entender como comemora a possibilidade democrática de novas tecnologias, bem
como, confirma e aprimora idéias lançadas nas suas primeiras obras. Pode-se arriscar dizer que o
pensamento de Benjamin aparece em fase de maior maturidade, principalmente no tocante a sua
reflexão sobre a barbárie (positiva e negativa), a técnica e a modernidade. Considerou-se também
em especial a obra "Educação e Emancipação", onde Adorno ajuda a elucida algumas questões,
categorias e posicionamentos conceituais em relação ao pensamento de Walter Benjamin, isto
considerando que ambos cultivaram um rico diálogo que de forma implícita, contaria nas
observações de Adorno. A obra “Dialética e Iluminismo” de Marx Horkheimer, tornou- se
uma importante ferramenta para esta pesquisa ao lado das obras Michael Löwy, sobretudo
Barbárie e Modernidade no Século XX (p.10).
PA160 Reativa-se conceitos de Nietzsche, Foucault e Deleuze e Guattari, assim como se encontra com
pensadores contemporâneos, que também seguem a linha das chamadas filosofias da diferença, na
busca de ressonâncias para produzir um diagrama das relações de poder que compõem o campo de
tensões onde se dão os modos de subjetivação atuais (p.xi).
PA161 Alguns conectivos foram Michel Foucault, Gilles Deleuze e Félix Guattari, que entraram nesse
barco à deriva como (co) laboradores do texto e que juntos, organizaram o pensamento em linhas
660
de fuga de um pensamento hegemônico, maior e (co) laboram para problematizar um aprender que
se dá numa busca, num caminho, despreocupado com um produto final (p.3).
PA162 Delineamos as fontes bibliográficas como as políticas de inclusão nos Campos da Saúde e da
Educação e sua abrangência para os que convivem com o vírus HIV/Aids, questionamos as
matrizes históricas e filosóficas de sustentação. Procuramos nos manuais, referenciais de apoio
didático produzidos pelo Ministério da Saúde, na miúda produção acadêmica entre
dissertações e teses na área da saúde, no documento ‘Orientação Sexual’, volume 10 dos
Parâmetros Curriculares Nacionais (1997), e em livros paradidáticos conferidos pelo
Ministério da Educação e Cultura. O estudo e as reflexões que empregamos para compreender os
sentidos e significados da sexualidade de crianças e adolescentes que convivem com HIV/AIDS, e
para realizar essa tarefa nos apropriaremos como base teórica dos conceitos imbricados na produção
do conhecimento sobre sexualidade no Grupo de Pesquisa Paideia; assim, buscamos na produção
do autor César Nunes a fundamentação da Educação Sexual Emancipatória para interpretar
tal problematização, sob a concepção dialética da compreensão da Sexualidade, que consiste em
perseguir uma significação essencialmente humana, portanto histórica, dessa dimensão (p.14).
PA163 As fontes que dispusemos para essa reconstituição foram as próprias escolas cooperativistas,
alguns esparsos documentos, o relato de alguns protagonistas dessa conjuntura, pesquisadores e
educadores, bem como algumas informações presentes no órgão administrativo estadual do
Cooperativismo, a OCESP. Não há muitas informações ou dados, visto que o Cooperativismo
Educacional é o mais recente e o menor ramo de atuação cooperada em São Paulo e no Brasil (p.14).
PA164 Optou-se, neste trabalho, até mesmo como forma de valorizar e aprofundar um vocabulário lusófono
para os estudos em Hannah Arendt, por se utilizar, majoritariamente, as traduções de suas obras.
Entretanto, não se podem negar as dificuldades no trato com traduções. Deve-se considerar que há
recentes revisões técnicas de obras já bem conhecidas do leitor brasileiro, a exemplo da recente
revisão por Adriano Correia de A condição humana. Há também novas versões de textos já
traduzidos, como o caso de Sobre a Revolução e Sobre a Violência (cuja primeira tradução
integra, como capítulo, o livro Crises da República), e ainda traduções recentes e inéditas no
Brasil, caso dos Essays in Understanding, título já de difícil tradução, optando-se, na versão
brasileira, por compreender (p.20).
PA165 O desenvolvimento desta pesquisa parte de estudos realizados sobre a produção do conhecimento
na área da Educação Física, e tem como antecedentes de investigação as análises epistemológicas
das pesquisas efetuadas em outros programas de Educação e Educação Física no País e em
outras regiões, particularmente, no sul, sudeste e no nordeste (p.xv). Esta investigação se
caracteriza como uma pesquisa do tipo bibliográfica, tomando como fontes as versões defendidas
nos referidos programas (p.xv). Nessa perspectiva, consideramos importante analisar as
dissertações e teses na Produção do conhecimento nas Universidades Públicas nos estados do
Sul do Brasil - em particular, as dos Programas de Pós-Graduação em Educação Física nos
estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, no período de 2000 a 2010- onde se
identificou uma carência de pesquisas que investiguem as questões epistemológicas em Educação
Física (p.1).
PA168 Para responder essas questões recorremos a uma seleção fontes históricas referenciadas nos anexos.
Com base nessas fontes extraímos informações que servem para responder às questões que orientam
este trabalho. A seguir destacamos as mais importantes. O primeiro livro que foi consultado se
intitula Historia de la Provincia del nuevo Reino y Quito de la Compañía de Jesús, escrito pelo
jesuíta Pedro Mecado. Mais que um livro de história, este texto é considerado uma crônica na qual
se apresenta a atividade dos jesuítas na Colômbia, a fundação de seus colégios, suas missões e os
frutos alcançados em seus ministérios, dentre outros assuntos (p.1). Outra importante fonte de
informações sobre o uso da música por parte dos jesuítas foi encontrada no fundo documental
do AGI, nele localizamos cartas, cédulas reais e outros documentos que pertencem aos séculos
XVII, XVIII; [...] Também, foram encontrados vários documentos donde se solicita ao rei que
autorize que em cada “povo de índios” tenham “índios cantores” livres de pagar tributo. Algumas
destas solicitudes foram concedidas aos missionários por parte dessas autoridades (ver nos anexos
- AGI digitalizados). As Cartas ânuas são outra fonte muito relevante para este trabalho, no fundo
documental da ARSI, foram consultadas várias cartas donde encontramos referências acerca do
ensino musical e sua prática, assim como informações muito valiosas das doutrinas de Africanoss e
661
Africanas que habitavam em Nova Granada, os catálogos dos jesuítas que chegaram ao novo reino,
entre outros. (ver nos anexos-ARSI, digitalizados). Outro importante texto de referência para nosso
trabalho é o livro Los Jesuitas en Colombia, escrito pelo padre PACHECO [...]. Além destas
informações relacionadas com o ensino e prática musical, foram feitas descrições do território de
Nova Granada, do estabelecimento dos governos, civil, militar e eclesiástico e sobre a estrutura
(p.2). social e econômica estabelecida pelos colonizadores (ver nos anexos - Referências
Bibliográficas companhia de Jesus). Também foram encontrados textos que ajudaram a responder
as questões acerca das concepções de educação e de política educacional da época. O livro La
Enseñanza de las humanidades en los Colegios Jesuíticos Neogranadinos (1604-1767),
publicado no ano de 2005 oferece uma visão geral do que significou a filosofia educativa da ordem
e apresenta
os principais textos que inspiraram a educação jesuítica (ver nos anexos -Referências Bibliográficas
Companhia de Jesus). Outras referências muito importantes são os Documentos para la Historia
de la Educación en Colombia. Esses documentos são uma compilação em três volumes acerca do
desenvolvimento da educação na Colômbia desde a época de 1540 até 1767. Também, o texto da
Paideia Jesuítica en el Nuevo Reino (Siglos XVII-XVIII) escrita pelo padre Manuel Briceño
(ver nos anexos - Referências Bibliográficas companhia de Jesus). Para responder às questões acerca
da sociedade neo-granadina e dos efeitos sociais que tinha a música nesta sociedade, podemos nos
apoiar no texto Ensayos de Historia Social Tomo I La Sociedad Neogranadina. Assim como os
artigos: Y Dios Se Hizo Música; La Conquista Música del Nuevo Reino de Granada; El Caso
de los Pueblos de Indios de la Provincia de Tunja y Santafé Durante el Siglo XVII e Artes y
Artesanos En La Construcción Nacional, dentre outros (ver nos anexos -Referências
bibliográficas e de Artigos). Outras questões acerca da Música no período Colonial na Colômbia
foram localizadas em formato de livros e artigos. Essas fontes nos ajudaram a responder questões
acerca do processo de conquista musical, do repertório e instrumentos musicais que eram utilizados
na época, das práticas musicais dos ameríndios, dos instrumentos ameríndios pré-colombianos e a
relação igreja e a música (ver em anexos -Referências Bibliográficas Música período Colonial na
Colômbia, referência de Artigos). Outras informações em relação à paisagem sonora, natural e
cultural da Nova Granada foram obtidas em fontes iconográficas de cronistas indígenas (ver
anexos POMA), como também, outros importantes textos redigidos por missionários que
descrevem os (p.3) aspectos antes mencionados, por exemplo, o livro: El Orinoco ilustrado
historia natural, civil y geographica, de este gran río y de sus caudalosas vertientes donde se
apresentam detalhes sobre os afluentes de rio Orinoco, costumes, ritos, e diversas práticas culturais
da população ameríndia. Finalmente, obtivemos imagens fotográficas a partir de pinturas,
instrumentos musicais, e outros textos antigos conservados nos arquivos. (ver nos anexos.
Ilustrações). Também contamos com alguns trabalhos de teses de doutorado que serviram como
referência para confrontar com os resultados de nossa pesquisa (p.4).
PA170 Considerando a necessidade de uma maior compreensão da produção de pesquisas em Educação
e Educação Física, num patamar de maior qualificação e tendo como ponto de referência o estudo
já realizado por nós, que abrangeu apenas a produção do Programa de Pós-Graduação em
Educação Especial da Universidade Federal de São Carlos (PPGEEs/UFSCar) e dos PPGEF’s
da região Sudeste, até 2002, continuamos o estudo dessa produção, incluindo, no universo de
estudo, as teses produzidas nos outros programas de pós-graduação em Educação e Educação
Física, situados no estado de São Paulo (p.6).
PA171 No primeiro capítulo são expostos os fundamentos da filosofia política de Otfried Höffe. Como
filósofo de vasta e profunda compreensão das obras dos principais pensadores da filosofia política,
selecionou Aristóteles e Kant como aqueles que, segundo seu entendimento, melhor e mais
precisamente servem de referência à ideia de uma República Mundial. Segundo as perspectivas
metodológicas analítica e hermenêutica, a compreensão da leitura de Höffe sobre Aristóteles e
Kant exigiu o (p.3) acesso às fontes e a comparação entre elas de modo lógico e interpretativo. A
lógica da visão de uma República Mundial insere a leitura e o recorte de categorias e conceitos
fundamentais que tentam se adequar às circunstâncias atuais. Não obstante, é preciso perceber os
limites e as possibilidades dessas adequações conceituais, dadas as necessidades e diferenças
históricas em que as mesmas se situam. Ou seja, a leitura deve ser factual, descritiva (lógico-
positiva) e interpretativa (fenomenológica e histórica) (p.4).
662
PA173 Fontes e procedimentos: • Para elaborar as respostas às questões que norteiam o estudo foram
consideradas como fontes as pesquisas produzidas nos programas de pós- graduação (p.37) no país,
independentemente das áreas de conhecimento. Para tanto, utilizou-se o banco de teses da
Coordenadoria de Aperfeiçoamento do Pessoal de Ensino Superior (CAPES). Para a
elaboração do "estado da arte", selecionaram-se as teses de doutorado produzidas no período
1987- 2010, com base no (CAPES). A escolha do recorte temporal (1987-2010) deve-se, em
especial, ao fato de que, a partir de 1987, as Teses passaram a ser disponibilizadas no Banco de
Teses da Capes. Utilizaram-se as seguintes palavras-chave: “Paulo Freire”, “Pedagogia da
esperança” “Pedagogia do oprimido”,“educação e libertação”, “ educação e liberdade” e “
autonomia”. Dentre dos procedimentos de coletas de dados, destacam-se: · Registro de 138 teses e
de 233 dissertações. (ver apêndices #1 e #2). Uma vez identificadas as teses e as dissertações, foi
realizada a busca dos resumos nos endereços eletrônicos, utilizando-se o mesmo sistema de dados
da CAPES (p.38).
PA174 Tal enlace entre o passado e o presente faz sentido, posto que pensar o tema educacional nos remete
à historicidade de como as concepções de aprender e ensinar estão fincadas, especialmente se
pensarmos nos objetivos que norteiam as diretrizes oficiais (p.10-11). Realizamos uma pesquisa
de fundamentação histórica e de lastro filosófico, notadamente no campo das políticas
educacionais. Buscamos entender as matrizes da educação brasileira na história da formação
econômica e cultural do país e nesse contexto lograr decifrar suas características e contradições.
Para essa empreitada assumimos a perspectiva investigativa de natureza crítica, histórica e
dialética (p.11).
PA175 Têm-se como objeto de estudo os Cadernos Temáticos da Diversidade dedicados à sexualidade,
publicado em 2009 pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED-PR) por meio do
Núcleo de Gênero e Diversidade Sexual, vinculado ao Departamento de Diversidade desta
secretaria. Tais cadernos fazem parte de um projeto maior da SEED/PR, dos quais um volume, em
forma de coletânea de artigos, foi destinado especificamente à sexualidade. A escolha deste
material se deu por dois motivos: a) publicados mais de dez anos após os PCNs, estes cadernos
mantiveram a proposta de tratar a sexualidade como tema transversal, mas desviaram a preocupação
maior da prevenção da AIDS e da gravidez indesejada para questões de gênero e diversidade,
servindo como instrumento no combate aos preconceitos e à violência, decorrentes da orientação
sexual; além disso, buscaram abrir um espaço para o diálogo, a compreensão e a convivência com
as diferenças sexuais. Essa mudança sugere um espaço mais propício para discutir-se a corporeidade
em vista da violência e das diferenças sexuais. b) A publicação destes cadernos se deu no final de
um governo que se estendeu por dois mandatos (2003 – 2010) e assumiu explicitamente a
pedagogia histórico-crítica ou concepção dialética da educação como fundamento de suas
propostas educacionais (p.9).
PA176 Nesse sentido, podemos afirmar que a presente pesquisa trata da tarefa de abordar as históricas e
ideológicas características de controle, vigilância e submissão do desenvolvimento da educação
superior brasileira aos ditames políticos e ideológicos do Estado e do desenvolvimento
econômico brasileiro. Utilizamos o referencial teórico-metodológico e histórico-político
compreensivo para a configuração das matrizes culturalmente edificadas de subserviência da
educação superior aos ditames externos a elas, quer seja do Estado quer seja da economia e de seus
conflitos e contradições (p.2). Como ingrediente principal da presente pesquisa destinamos
tratamento e atenção especial ao recém-instituído Sistema Nacional de Avaliação da Educação
Superior Brasileira – SINAES, concebido após longos anos de iniciativas por controle e avaliação
das instituições de ensino superior. É possível afirmar que o SINAES se configura no ápice da
iniciativa neoliberal de refundação do cartório estatal regulatório que se aplica sobre o ensino
superior, além de fazer uso de discurso modernizante, técnico-científico, objetivado, de orientação
à produção dos serviços de educação superior e o seu correlato mercado consumidor em expansão
(p.4).
PA181 Analisa a potencialidade formadora da Hermenêutica Jurídica clássica em diálogo com
Hermenêutica Gadameriana, no seio pedagógico do método do Estudo do Caso, nos moldes da
experiência pedagógica da Universidade de Harvard (case method), enfocado em sua natureza
crítica e didática, como bases de uma proposta de formação ético-social do aluno no campo do
Direito. Estuda as relações entre a tradição filosófica, o pensamento moderno e o Direito,
apontando questionamentos epistemológicos e pedagógicos nos parâmetros constatados na
663
prática do ensino jurídico atual, de base fortemente positivista, com indicações teóricas e
metodológicas para as Diretrizes Curriculares da Formação Superior no campo do Direito
(p.vii).
PA182 Desse modo, esta pesquisa toma como objeto de estudo as produções acadêmicas - teses,
dissertações, trabalhos de conclusão de curso (TCC), livros e artigos de jornais e revistas -
presentes nos acervos das bibliotecas da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita
Filho” (Unesp) que têm como escopo as discussões sobre as ações afirmativas (p.2). Nesta
pesquisa, sobre a produção acadêmica, o objeto de estudo se delimita nas dissertações, teses,
artigos, livros, e-books, etc. Nesse sentido, foi localizado o universo empírico da produção
acadêmica que trata das ações afirmativas na USP, na Unicamp e na Unesp. Após ser realizado
esse levantamento bibliográfico, foram selecionadas as teses e as dissertações que serão objetos de
análises mais aprofundadas (p.4).
PA184 Depois da defesa do Mestrado, realizada em 2009 no Programa de Pós-Graduação em Educação da
Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas, mais precisamente no Grupo de
Estudos (p.2) e Pesquisas em Filosofia e Educação PAIDEIA, empreendemos uma outra frente de
intervenção e atuação, no campo de Design, que igualmente se traduziu como preciosa fonte
de investigação e de preparação de ferramentas de análise e de compreensão da totalidade de
nossas premissas e suposições: o campo de trabalho como professora de Design nas instituições
de ensino superior da RMC (Região metropolitana de Campinas). Essa experiência de
docência no ensino superior, no campo de nossa formação, se traduziu num importante, quase
fundamental fonte de pesquisa, investigação e interpretação (p.3).
PA185 A pesquisa é bibliográfica e documental, realizada com base nas referências disponíveis no acervo
geral de pesquisa na área da Educação, sobretudo em algumas obras de Paulo Freire e na literatura
de outros autores que estudam a temática (p.xiii). A pesquisa é bibliográfica e ao mesmo tempo
documental. Nela constam as referências teóricas publicadas em documentos históricos e livros,
e após a escolha e a delimitação do tema, efetuamos o levantamento bibliográfico das referências,
uma fase caracterizada pela consulta de materiais escritos, localizados em bibliotecas disponíveis.
Essa fase de pesquisa, também conhecida como a etapa do levantamento de dúvidas, é, de fato, a
fase em que as próprias dúvidas geram problemas que acabam se tornando o objeto principal de
pesquisa, cujo tratamento se transformará em relatório escrito, a fim de que a execução da proposta
preconizada se torne uma realidade. Esta pesquisa, como as demais pesquisas, exige que os sujeitos
invistam tempo considerável no estudo das referências e no fichamento dos livros. Nessa fase de
investigação científica leva-se em conta a análise criteriosa de toda a documentação bibliográfica,
sem ignorar todo o acervo de informação sobre os livros, artigos e demais trabalhos que podem
corroborar no entendimento do assunto pesquisado (p.11).
PA187 Verificamos uma infinidade de teses e dissertações sobre a temática formação de professores no
Brasil, identificando sobre a formação de professores em serviço do estado de São Paulo vários
estudos que problematizaram as políticas (p.6) educacionais paulistas, no que diz respeito às novas
exigências e profissionalização do professor. Nesse sentido, destacamos os seguintes trabalhos:
Abreu (2003), Aranha (2007), Aragão (2007), Arcas (2009), Bauer (2006; 2011), Biertier
(2005), Bitar (2003), Borges (1998), Carvalho (2010), Cedran (2004), Cosmo (2010), Duarte
(2007), Duarte (2003; 2008; 2010a), Duran (2004), Fernandes (2004), Ferreira (2007), Furlani
(2002), Galini (2005), Lacerda (2004), Lima (2009), Lippi (2010), Lourencetti (2004),
Lourençon (2007), Marsiglia (2011), Marsiglia e Batista (2012a), Mazzeu (2007; 2011), Mota
(2003), Murat (2008), Nascimento (2000), Nunes (2005), Oliveira (1999), Quadrado (2004),
Rodrigues (2010), Salomão (2011), Silva 2006), Silva (2007), Silva (2010), Souza (1999), Viçoti
(2010), Vieira (2011), Zaccaro (2006), dentre outros (p.7). E para construir as respostas das
perguntas, utilizamos, como principal fonte de pesquisa, documentos oficiais, dissertações,
teses, artigos e a realização empírica do curso de formação na EFAP. Diante dessas fontes
bibliográfica e documental, montamos um banco de dados para garantir a realização de uma leitura
minuciosa de todos os documentos do referido curso. Então, a partir dos dados coletados no Curso,
construímos para cada módulo um roteiro de leitura, para garantir que, em cada um deles,
pudéssemos ter uma visão mais ampliada das concepções de Educação, Currículo e Professor. No
que se refere às categorias de análise, determinamos como estratégia de pesquisa a análise de
664
marxismo, Bhaskar, por sua parte, vem se distanciando dele a partir de suas últimas
publicações (p.27).
PA200 O instrumento utilizado na coleta de dados foi o Teste Sociométrico, na versão objetiva e Teste
Perceptivo, versão subjetiva ou auto-avaliação da escolha. O primeiro consta da aplicação de um
Teste Sociométrico objetivo com critérios de medida afetiva e intelectual. No segundo, Teste
Perceptivo ou auto-avaliação sociométrica: momento de reflexão sobre a escolha, resultando num
relato de percepção de si mesmo. Os dados coletados das autoavaliações foram agrupados de
acordo com seu conteúdo e analisados qualitativamente através da categorização das respostas
seguindo a perspectiva de Bardin (1979). No anexo apresenta-se os instrumentos aplicados no
estudo. O estudo ocorreu em 2014, na disciplina de Metodologia do Trabalho Científico, com
uma turma de Pós-Graduação em LIBRAS e Educação de Surdos, curso coordenado pela
Atualize - Pós-Graduação, integrante de uma Instituição de Ensino Superior do Estado do
Paraná. A classe composta de 20 (vinte) alunos, entre eles 5 (cinco) alunos com surdez e 15
(quinze) alunos ouvintes, com idade que variava entre 23 e 36 anos; contava com a presença
permanente de dois professores, o professor da disciplina e o intérprete de LIBRAS/Português,
Português/LIBRAS com tradução simultânea do conteúdo da disciplina para a sala de aula. O
processo da escolha da Instituição, por sua seriedade, compromisso e propósitos éticos; a classe foi
escolhida por acessibilidade e conveniência (GIL, 1999) (p.22).
PA203 O levantamento de fontes é uma fase fundamental da pesquisa, pois revela o corpus com o qual se
irá trabalhar e delimita o caminho a ser trilhado na investigação. A opção pelas fontes selecionadas
foi inicialmente em caráter de delimitação por um tema – instrução pública – e um período – 1841
a 1871. Com este objetivo, foram consultadas três categorias de documentos: discursos oficiais de
presidentes da Província e intelectuais da época; artigos de jornais locais, cujos temas
versassem sobre instrução pública, empreendimentos com finalidade educativa ou
reprodução da legislação vigente sobre instrução; e regulamentos da instrução pública
sancionados no período delimitado, relativos à instrução primária e secundária em geral ou a
determinadas instituições, como o Liceu Paraense e o Colégio de Nossa Senhora do Amparo.
Os discursos oficiais da presidência da Província foram obtidos em suas versões digitalizadas na
página da internet do Center for Research Libraries , uma organização internacional que reúne
em arquivo eletrônico impressões de diversas partes do mundo e as disponibiliza de forma gratuita
e aberta em sua página. Muitos dos discursos disponibilizados pela página que são de interesse para
esta pesquisa também se encontram no Fundo “Fallas, Discursos e Relatórios” do Arquivo
Público do Estado do Pará, de modo que não houve registro dos documentos físicos no local
uma vez que já se encontram disponíveis eletronicamente. Para fins de análise, foram
selecionados: o discurso de abertura da Assembleia Legislativa Provincial do Pará recitado
pelo Dr. João Antonio de Miranda em 15 de agosto de 1840; o discurso de transmissão da
presidência do província do Dr. Miranda ao Vice-Almirante Tristão Pio dos Santos em 4 de
novembro de 1840; o discurso do vice-presidente Bernardo de Souza Franco à Assembleia
Legislativa Provincial em 14 de abril de 1872; o discurso de abertura da sessão extraordinária
da Assembleia Legislativa Provincial em 7 de abril de 1858 feito pelo presidente João da Silva
Carrão; o relatório lido pelo vice-presidente Ambrósio Leitão da Cunha na abertura da sessão
ordinária da Assembleia Legislativa Provincial em 15 de agosto de 1858; a fala do presidente
Tenente-Coronel Manoel de Frias e Vasconcellos à Assembleia Legislativa em 1º de outubro
de 1859; o relatório do presidente Ângelo Thomaz do Amaral ao vicepresidente Olyntho José
Meira ao lhe transmitir a administração da província em 1861; o relatório dirigido à
Assembleia Legislativa Provincial pelo presidente Francisco Carlos de (p.24) Araujo Brusque
em 17 de agosto de 1861; o relatório apresentado à Assembleia Legislativa Provincial pelo
vice-presidente Barão do Arary em 1º de outubro de 1866; o relatório do presidente Pedro
Leão Vellozo apresentado ao 1º vice-presidente Barão do Arary na transmissão do cargo em
9 de abril de 1867; o relatório do presidente Vice-Almirante Joaquim Raymundo de Lamare
à Assembleia em 15 de agosto de 1867; o relatório do diretor da instrução pública, Antonio
Gonçalves Nunes, apresentado ao presidente da província de Lamare em 21 de agosto de 1868;
o relatório com que o cônego Manoel José de Siqueira Mendes transmitiu a presidência da
Província ao Dr. Joaquim Pires Machado Portella em 7 de janeiro de 1871; e o discurso do
bispo do Pará, D. Antonio de Macedo Costa, na inauguração da Biblioteca Pública fundada
666
PA208 Nossos referenciais sustentam-se, pois, em parte, sobre a epistemologia da Teoria Crítica
frankfurtiana que dialoga de maneira original a fecunda com a Fenomenologia, e com a
Hermenêutica; referenciais esses que nos dão condições de ver melhor o nosso objeto e lograr
extrair dele as condições ou contradições que pretendemos identificar para a leitura da realidade da
educação e da própria produção filosófica libertadora. Além dessa nossa opção metodológica
definimos que o presente trabalho é de natureza bibliográfico-histórica, ou seja, uma investigação
bibliográfica que consiste em ir às fontes e lograr recuperar o estado da arte da reflexão e da
produção naquele campo temático. Não se considera aqui uma interpretação metafísica, porque
a segunda parte que define a nossa técnica investigativa é histórica, isto é, a bibliografia e a
produção entendida no campo da História ou da construção de referenciais políticos e culturais.
668
Neste sentido, a bibliografia elencada e analisada é qualificada por sua identidade histórico-política,
como um trabalho crítico e histórico, de natureza fenomenológico-hermenêutico-crítica (p.15).
PA212 A princípio, para tratar desses interesses, foi necessário analisar uma parte do banco de dados do
Epistefnordeste. Os conceitos de ciência; razão instrumental; indústria cultural e mundo
administrado, ofereceram elementos que dialogam com algumas características que aparecem na
análise bibliométrica dos trabalhos (teses e dissertações) vinculados à área temática corpo e
cultura. Algumas questões relevantes surgiram sobre essas abordagens, entre elas: a) qual é a
configuração da pesquisa em educação física no Nordeste sobre a temática corpo e cultura em termo
de autores, orientadores, vinculações geográficas e institucionais, abordagens epistemológicas,
técnicas predominantes, conceitos de cientificidade; b) qual o impacto dessas pesquisas – em
números – em relação as demais áreas temáticas. c) a teoria crítica pode lançar luz para se
compreender a análise desses dados? A abrangência teórica que se revela a partir dos dados
coletados ajuda a compreender a educação física no Nordeste a partir dos problemas que
transitam entre as demandas de mercado (versus) a crítica dos pressupostos científicos e
epistemológicos de sua própria área (p.resumo).
PA213 As fontes privilegiadas foram teses e dissertações que forneceram informações para a
caracterização da produção, levantamento das propriedades epistemológicas e as referências
utilizadas, através da leitura e análise dos trabalhos encontrados e selecionados. Constatamos que a
produção científica é centrada em poucas temáticas com maior incidência sobre atividade física e
saúde. Outras áreas, tais como, inclusão, corpo e cultura, formação profissional e escola, são
relacionadas diretamente aos objetos de estudo da educação física (p.resumo). Ao elaborarmos as
respostas às questões postas, elegemos por três tipos de fontes: dados sobre os cursos de educação
física no Maranhão e o levantamento das pesquisas produzidas pelos(as) docentes na pós-
graduação; o uso de uma planilha de análise com base no esquema epistemológico para
caracterização e análise das teses e dissertações colhidas; dados sobre a condição da produção
no contexto dos cursos de pós-graduação no Brasil (p.20).
PA214 Problematizamos o trato com o conhecimento dos conteúdos organizados e selecionados a partir da
relação educação física/saúde, nos baseando na crítica aos currículos de formação de
professores de educação física e na análise da produção do conhecimento científico sobre a
relação educação física/saúde na literatura da área no Brasil. Para tal, investigamos as bases
teórico-metodológicas no campo da educação física/saúde a partir dos currículos de formação
profissional em Educação Física na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) – a fim
de estabelecer relações e nexos a partir das diversas apropriações concretas da proposta curricular.
Com base nessa referência particular, questionamos sobre quais são os fundamentos teóricos
metodológicos que orientam a seleção, organização e trato com o conhecimento oriundo da relação
educação física/saúde nos currículos de formação de professores no Brasil (p.1).
PA215 Desenvolve os pressupostos para uma fecunda visão filosófica do direito, abalada pelo reducionismo
epistemológico provocado pelas bases teóricas da educação jurídica do normativismo positivista
kelseniano. Analisa os marcos filosóficos no Direito e seu peso específico no contexto pedagógico
atual, tomado, ainda hoje, por uma mundividência juspositiva de cunho estritamente tecnicista.
Discorre sobre os fundamentos, as formas institucionais e as políticas da formação filosófica
na área do Direito e questiona suas contradições e ligeirezas teóricas. Apresenta uma reflexão
crítica sobre a prática do ensino de filosofia do direito e aprecia a potencialidade formadora de
uma filosofia do direito que vá além de uma “filosofia de juristas” ou de um curso de “história
da filosofia do direito”, realidades empíricas que colonizaram a práxis dessa disciplina, como
base numa proposta de formação ético-social do aluno no campo do Direito. Levanta postulados
teóricos e metodológicos para as Diretrizes Curriculares da Formação Superior no campo da
Filosofia do Direito. Indica desafios sociais e jurídicos para a mesma área e para o campo temático
da Educação, com vistas aos fundamentos para uma sólida formação jurídica que estimule no aluno
um espírito crítico-reflexivo, de natureza ético-social, diante das respostas que lhes são
sistematicamente apresentadas na realidade acadêmica e forense do Direito (p. Resumo).
PA218 Tais posições foram verificadas nos estudos de Paro (2009), Gadotti (2009) e Carvalho (2006)
Cavalliere (2003, 2007, 2009, 2012) e Moll (2009, 2012, 2013), entre outros. Nessas fontes é
669
Filme PA161
Ministério da Educação e
Cultura
Imagens-memórias PA056
Fonte: Elaboração própria do autor. Dados tomados do resumo e/ou introdução da dissertação ou tese.
677
RESUMO
Coordenadora
Pedagógica Geral da
Faculdade Dom Bosco.
Coordenadora do Grupo
de Estudos e Pesquisas
em Educação e
Sexualidade GEPES da
Faculdade de Ensino
Superior Dom Bosco
desde dezembro de
2010. Foi vice-
presidente da Associação
Brasileira para a
Educação Sexual -
ABRADES (2008-
2012).
Diogenes Da M 11/04/2002 Pedro SÃO PAULO
Penha Supervisor escolar da
Laudinor
Ferreira Secretaria Municipal de
Goergen
Educação de São Paulo
Germano D 18/10/2001 Jose Luiz REITOR DA PUC - CAMPINAS-SP
Rigacci Sigrist CAMPINAS
Junior
Gláucia D 18/06/2009 Silvio É pesquisadora UNIVERSIDADE FEDERAL
Maria Donizetti convidada no DO PAMPA - RS
departamento de História
Figueiredo De e Filosofia da Educação
Silva Oliveira da Universidad de la
Gallo República (UdelaR-
Uruguai). É Membro da
Associação
Latinoamericana de
Filosofia da educação –
ALFE e da Sociedade
Brasileira de Filosofia da
Educação.
Gustavo D 03/04/20 Martha Rosa De 2011 a 2015, atuou UNIVERSIDADE DE
Araújo 08 Pisani Destro como Pesquisador da UBERABA
REDECENTRO (Rede
Batista de Pesquisadores sobre o
Professor da Região
Centro-Oeste). A partir
de 2015, passou a figurar
entre os membros
acadêmicos do ATINER
(Athens Institute for
Education and Research -
Instituto de Atenas para
Educação e Pesquisa), na
Divisão de Pesquisa de
Artes e Humanidades
(Arts & Humanities
Research Division). A
partir de 2016, tornou-se
membro do Comitê
Científico da AGP
(Academic Genesis
Platform) - Plataforma
Acadêmica Gênesis:
associação independente
e mundial de professores
e pesquisadores, sediada
em Londres e em
Istambul, cuja finalidade
é propiciar uma
multiplicidade de
plataformas para
intercâmbio
interdisciplinar de
avanços e novas
688
informações.
participa, como
pesquisador doutor, do
Projeto de Pesquisa "O
que significa educar
hoje?" pelo convênio
trilateral (UNICAMP,
UPF e Universidade de
Tandil na Argentina).
Tem experiência em
cursos de pós-graduação
(Stricto Sensu) e (Lato
Sensu), no Ensino
Superior, na Educação
Básica e em EAD;
tendo atuado nas áreas
de Filosofia, Educação e
Ciências Humanas. Os
projetos de pesquisas
em andamento versam
sobre as seguintes
temáticas: "teoria
crítica, política e
formação" e "a
reconstrução empírica
da aula a partir do
referencial teórico-
metodológico da
Hermenêutica Objetiva"
Manoel M/D 25/02/2013 Rene Jose Exerce a função de CAMPINAS-SP
Francis (M) E Trentin Supervisor de Ensino,
Silveira (M) E designado, na Secretaria
co Do 28/02/2020 Silvio Ancízar Estadual de Educação,
Amaral (D) Sanchez Diretoria de Ensino
Gamboa (D) Campinas Oeste; é
Diretor de Escola Titular
de Cargo na EE
Professora Maria Julieta
de Godoi Cartezani -
Campinas-SP
Marcos M/D 27/04/1999 Silvio COORDENADOR DO SOROCABA - SP
Francisco (M) E Donizetti PPGE-SO DA UFSCar -
Martins 29/09/2004 De CAMPUS SOROCABA
(D) Oliveira (2011 A 2018)
Gallo
Maria
D 21/06/20 César Foi reitora do Centro SÃO PAULO
Elisa 04 Aparecido Universitário
Ehrhar Nunes Anhanguera -
dt
Anhanguera Educacional
Carbon
Ltda., Diretora
ari
Executiva das
Publicações Científicas
da Anhanguera
Educacional Ltda, Vice
Presidente de Programas
Institucionais da
Anhanguera Educacional
Participações S.A,
membro do Conselho
Estadual de Educação do
Estado de São Paulo -
691
CEESP, membro de
comissão - avaliadora
institucional do Instituto
Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais
INEP/MEC e
pesquisadora
Institucional -
Anhanguera Educacional
Ltda. , atuando
principalmente nos
seguintes temas:
Avaliação Institucional,
Responsabilidade Social,
Extensão Comunitária e
Sustentabilidade,
Publicação de
Revistas,Sistemas de
Bibliotecas e Programas
Institucionais. Autora de
artigos e livros
publicados nas áreas de
Educação, Pesquisas
Acadêmicas e Gestão do
Ensino Superior. A
partir de 2017 atua como
Vice Presidente da Must
University - Florida
USA, Professora
orientadora de Capstone-
Trabalho de Conclusão
Final do curso de Master
in Emergent
Technologies in
Education.
Coordenadora do
Programa de Avaliação
Institucional da MUST.
Maurício D 17/02/20 Pedro Atualmente é Chefe do UFPB - PARAÍBA
Rebelo 17 Laudinor Departamento de
Martins Goergen Educação do Campus III
da Universidade Federal
da Paraíba.
Reginaldo D 14/11/20 César REITOR DO CENTRO GUAXUPÉ - MG
Arthus 13 Aparecido UNIVERSITÁRIO DA
Nunes FUNDAÇÃO
EDUCACIONAL
GUAXUPÉ - UNIFEG
Rejany Dos D 26/02/20 Silvio Vice coordenadora do
Santos 03 Donizetti De Programa de Pos UFF - RJ
Dominick Oliveira Gallo graduação Lato Sensu
Docência e Educação
Básica - UFF
M/D 25/06/2004
Renata Silvio Coordenação da Linha de
(M) E Donizetti Pesquisa Currículos,
Pereira Lima UFMG - MG
15/06/2012
Aspis De Culturas e Diferença no
(D)
Oliveira Programa de Pós
Gallo Graduação em Educação
Conhecimento e
692
Colômbia, Peru e
México. É autor de
Aristocratic Education in
Nietzsche: individual
achievement (Maryland:
GlobalSouth, 2018).
Terezinha D 10/11/20 Rene Jose Coordenadora do UFV - VIÇOSA/MG
Duarte Vieira 17 Trentin GEPICENA - Grupo de
Silveira Estudo e Pesquisa
Infâncias Crianças em
Cena (UFV -
VIÇOSA/MG
Valdirene M 03/04/2007 César Coordenadora de Cursos IFSULDEMINAS – CAMPUS
Pereira Aparecid do IFSULDEMINAS – MUZAMBINHO/MG
Campus Muzambinho
Costa o Nunes
Wilson Do D 21/02/2005 Silvio Ancízar COORDENADOR DE UNESP - SÃO PAULO
Carmo Júnior Sanchez CURSO DA UNESP
Gamboa
311
Critério utilizado para elaboração deste quadro: teses e dissertações citadas, no mínimo, 3 vezes na pesquisa.
Coluna “Nº Citações” está em ordem decrescente.
700
Estadual de Campinas. Campinas, SP, 1995. (p.6, p.7, p.8, p.9, p.10, p.11,
p.12, p.13, p.14, p.16, p.17, p.18, p.22, p.23, p.24, p.103)
1999-2007
47 citações
711
Principais livros 1999-2007 (por área temática: Educação, Educação Física, Epistemologia,
Filosofia, História, Sociologia e Linguística)
719
JAEGER, W. W. Paidéia: a formação do homem grego. 3. ed. São Paulo: Ed. Martins Fontes,
1994, 1440, p. Tradução: Artur M. Parreira (PA098: 14 citações) (PA083: 5 citações)
VAZ, Henrique C. de Lima. Escritos de filosofia V – Introdução à Ética Filosófica 2. São Paulo: 29
Loyola. 2000. (PA087: 29 citações)
GRAMSCI, Antonio. Maquiavel, a Política e o Estado Moderno. Rio de Janeiro: Civilização 29
Brasileira S/A, 1978 (PA033: 10 citações), (PA040: 3 citações); edição 1980 (PA071: 16
citações)
HABERMAS, Jürgen. Pensamento pós-metafísico: estudos filosóficos. Rio de Janeiro: Tempo 29
Brasileiro, 1990. Tradução de: Flávio Breno Siebenichler (PA003: 9 citações), (PA013: 6
citações), (PA030: 14 citações)
LÉVY, Pierre. O que é o virtual. São Paulo: Editora 34, 1997. (PA023: 28 citações) 28
AIUB, Mônica. Para entender Filosofia Clínica: o apaixonante exercício do filosofar. Rio de 28
Janeiro: WAK, 2004 (PA100: 28 citações)
SAUTET, Marc. Um café para Sócrates. 4. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2000. (PA100: 27 27
citações)
SAVIANI, D. Escola e democracia. 30. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 1995 (PA109: 27
5 citações); edição 1997 (PA109); edição 1983 (PA033: 3 citações); edição 2003 (PA104: 19
citações)
HYPPOLITE, Jean. Génesis y estructura de la “Fenomenologia del Espíritu” de Hegel. 26
Barcelona: Ediciones Península, 1974. Trad. Francisco Fernández Bucy. (PA031: 26 citações)
SAVIANI, D. Da nova ldb ao novo plano nacional de educação: por uma outra política 26
educacional. Campinas, SP: Autores Associados, 1998 (PA058: 6 citações), (PA089: 4 citações),
(PA109: 4 citações); edição 2004 (PA104: 12 citações)
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1994 (PA040: 3 citações); e a edição 23
2001 (PA073: 20 citações)
HABERMAS, J. Técnica e Ciência Enquanto "Ideologia". Lisboa: Ed. 70, 1994 (PA003: 8 22
citações), (PA030: 3 citações), (PA081: 6 citações); edição 2001 (PA078: 5 citações)
HABERMAS, Jürgen. Comentários à ética do discurso. Lisboa: Instituto Piaget, 1999. 221 p. 22
Título original: Erläuterungen zur Diskursethik, 1991. Tradução Gilda L. Encarnação (PA078:
10 citações); edição 1999 (PA030: 12 citações)
REICH W. A Revolução Sexual. Rio de Janeiro: Zahar, 1988. (PA032: 22 citações) 22
PACKTER, Lúcio. Filosofia Clínica: propedêutica. 3. ed. Florianópolis: Guarapuvu, 2001. 20
(PA100: 20 citações)
GAY, Peter. Educação dos Sentidos - A experiência burguesa da rainha Vitória a Freud. São 13
Paulo: Ed. Companhia das Letras, 1989. (PA012: 13 citações)
VAZ, Henrique C.L. Escritos de Filosofia II. São Paulo: Loyola, 1995 (PA031: 4 citações); e a 13
edição de 2000 (PA087: 9 citações).
ADORNO, Theodor W. Educação e Emancipação. São Paulo: Paz e Terra, 1995 A. Tradução e 13
introdução de Wolfgang Leo Maar (PA006: 3 citações), (PA079: 3 citações), (PA105: 3 citações);
e a edição de 2000 (PA068: 4 citações)
MARX, Karl. A sagrada família ou a crítica da crítica contra Bruno Bauer e seus seguidores. 13
Trad. de Sérgio José Schirato. São Paulo: Moraes, 1987 (PA071: 6 citações); edição 1976
(PA106: 7 citações)
RIBEIRO, Darcy. A universidade necessária. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1975. (PA068: 7 13
citações), (PA101: 6 citações)
RIBEIRO, M. L. S. História da educação brasileira: a organização escolar. 17.ed. rev. e ampl. 13
Campinas, SP: Autores Associados, 2001 (PA061: 10 citações); edição 1984 (PA058: 3 citações)
SÁNCHES VÁZQUEZ, Adolfo. Ética. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1975. 13
Traduzido por João Dell’ Anna (PA073: 3 citações); edição 1988 (PA106: 10 citações)
SAVIANI, D. A nova lei da educação: ldb, trajetória, limites e perspectivas. Campinas, SP: 13
Editora Autores Associados, 1997 (PA089: 3 citações), PA101: 4 citações), (PA109: 3 citações);
edição 1998 (PA068: 3 citações)
SAVIANI, Demerval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. São Paulo: Cortez: 13
Autores Associados, 1991 (coleção polêmicas do nosso tempo; v 40) (PA065: 5 citações),
(PA093: 5 citações); edição 2003 (PA109: 3 citações)
722
JAEGER, Werner. Paideia: a formação do homem grego. Lisboa: Áster, 1936. Tradução de
Artur M. Parreira (PA073: 3 citações); edição de 1995 (PA099: 8 citações).
SAVIANI, D. Escola e democracia. 30. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 1995 (PA109: 27
5 citações); edição 1997 (PA109); edição 1983 (PA033: 3 citações); edição 2003 (PA104: 19
citações)
SAVIANI, D. Da nova ldb ao novo plano nacional de educação: por uma outra política 26
educacional. Campinas, SP: Autores Associados, 1998 (PA058: 6 citações), (PA089: 4 citações),
(PA109: 4 citações); edição 2004 (PA104: 12 citações)
NUNES, C. Educar para a emancipação. Florianópolis, SC : Sophos, 2003. (PA061: 9 18
citações), (PA068: 5 citações), (PA106: 4 citações)
SAVIANI, D. Educação - Do senso comum à consciência filosófica. 14. ed. Campinas: Autores 14
Associados, 2002 (PA080: 6 citações), (PA106: 3 citações); edição 1989 (PA033: 5 citações)
ADORNO, Theodor W. Educação e Emancipação. São Paulo: Paz e Terra, 1995 A. Tradução 13
e introdução de Wolfgang Leo Maar (PA006: 3 citações), (PA079: 3 citações), (PA105: 3
citações); e a edição de 2000 (PA068: 4 citações)
724
RIBEIRO, Darcy. A universidade necessária. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1975. (PA068: 7 13
citações), (PA101: 6 citações)
SAVIANI, D. A nova lei da educação: ldb, trajetória, limites e perspectivas. Campinas, SP: 13
Editora Autores Associados, 1997 (PA089: 3 citações), PA101: 4 citações), (PA109: 3 citações);
edição 1998 (PA068: 3 citações)
SAVIANI, Demerval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. São Paulo: Cortez: 13
Autores Associados, 1991 (coleção polêmicas do nosso tempo; v 40) (PA065: 5 citações),
(PA093: 5 citações); edição 2003 (PA109: 3 citações)
FÁVERO, Maria de Lourdes de Albuquerque. Da universidade “modernizada” à 11
universidade disciplinada: Atcon e Meira Mattos. São Paulo: Cortez, 1991. (PA058: 5
citações); (PA068: 6 citações)
CUNHA, I. A. Universidade reformanda. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1980 (PA093: 5 10
citações); edição de 1988 (PA024: 5 citações)
FREIRE, P. A educação como prática da liberdade. 16.ed. RJ: Paz e Terra, 1985 (PA017: 5 10
citações); e a edição 2006 (PA101: 5 citações)
MARX, Karl. Crítica da educação e do ensino. Lisboa: Moraes, 1978. Trad. de Ana Maria 09
Rabaça.(PA033: 5 citações), (PA071: 4 citações)
PONCE, Aníbal. Educação e luta de classes. São Paulo: Cortez, 1996 (PA055: 3 citações); 08
edição 2001 (PA043: 5 citações)
GOERGEN, Pedro. Pós- modernidade, Ética e Educação. Campinas, SP: Autores Associados, 07
2001 (PA040: 3 citações), (PA079: 4 citações)
CUNHA, Luiz Antônio. A universidade crítica: o ensino superior na república populista. Rio 06
de Janeiro: Francisco Alves, 1983 (PA058: 3 citações); e a edição 1989 (PA024: 3 citações)
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: 06
Paz e Terra, 1996. (PA101: 3 citações), (PA105: 3 citações)
TOTAL 265
Fonte: Elaboração própria do autor
Neste período 1999-2007, não constam “livros mais citados” no âmbito da área de
EDUCAÇÃO FÍSICA.
Dando sequência aos resultados, apresentam-se os quadros abaixo:
SARTRE, O Ser e o nada. Petrópolis: Vozes, 1999. (PA060: 144 citações) 144
HABERMAS, J. Teoria de la acción comunicativa: complementos y estudios prévios. Madrid: 94
Cátedra, 1994 . Trad. Manuel J. Redondo (PA003: 17 citações); edição 1989 (PA013: 7 citações),
(PA030: 16 citações), (PA78: 27 citações); edição 1997 (PA073: 3 citações); edição 2001
(PA079: 24 citações)
VICO, G. Princìpi di scienza nuova, d’ intorno alla comune natura delle nazioni. (Sn44) 90
Introdução e notas de Fausto Nicolini. Milão: Arnoldo Mondadori, 1997 (PA007: 90 citações)
HEGEL, G.W.F. Fenomenologia do Espírito, vol I e II. Petrópolis: Vozes, 1992. Trad. Paulo 89
Meneses. (PA031: 89 citações)
ADORNO, T. W. e HORKHEIMER, M. Dialética do Esclarecimento. Rio de Janeiro: Jorge 79
Zahar Editor, 1994 (PA081: 3 citações); edição de 1985 (PA006: 37 citações), (PA013: 5
citações), (PA049: 17 citações), (PA077: 11 citações), (PA079: 3 citações), (PA099: 3 citações)
MARX, K., ENGELS, F. A Ideologia Alemã. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998 (PA065: 3 66
citações); edição 1999 (PA053: 5 citações); edição 1984 (PA071: 26 citações); edição 2002 e
edição 1975 (PA106: 32 citações);
HABERMAS, J. O Discurso Filosófico da Modernidade. São Paulo. Ed. Martins Fontes, 2000 65
(PA068: 3 citações); edição de 1990 (PA003: 25 citações),(PA013: 15 citações,); edição de 1998
(PA030: 9 citações); edição 2000 (PA073: 9 citações), (PA079: 4 citações)
MARX, Karl. Manuscritos Econômico-Filosóficos. São Paulo: Martin Claret, 2003 e edição 64
2004 (PA106: 53 citações); edição 2002 (PA071: 11 citações)
MERLEAU-PONTY, Maurice. Phénoménologie de la perception. Paris: Gallimard, 1996. 64
(PA035: 64 citações)
HABERMAS, J. Teoría de la acción comunicativa I: racionalidad da la acción y racionalización 57
social. Madrid: Taurus, 1987 (PA003: 19 citações), (PA078: 24 citações); edição 1999 (PA079:
14 citações)
ALTHUSSER, Louis. Sobre a Reprodução. Petrópolis: Editora Vozes, 1999 (PA044: 54 54
citações)
LOCKE, J. Dois tratados sobre o Governo. São Paulo: Martins Fontes, 1998. Tradução Júlio 52
Fischer. (PA090: 52 citações)
FEENBERG, Andrew. Questioning Technology. 3. ed. London and New York: Routeledge – 51
Taylor & Francis Group, 2001. (PA084: 51 citações)
ARENDT, H. A condição humana. 5.ed. Rio: Forense Universitária, 1991. Trad. Roberto 49
Raposo. (PA005: 49 citações)
ROUANET, Sérgio Paulo. As Razões do Iluminismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1987 49
(PA013: 36 citações; PA021: 7 citações e, PA083: 3 citações); edição 1998 (PA027: 3 citações)
PUIG, Josep Maria. A construção da personalidade moral. São Paulo: Ática, 1998. (PA087: 38
38 citações)
MARINOFF, Lou. Mais Platão, menos Prozac. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 2001. Tradução, 36
Ana Luiza Borges. (PA100: 36 citações)
HABERMAS, Jürgen. Teoría de la acción comunicativa: crítica de la razón funcionalista. 35
Madrid: Taurus, 1987, v. 2. 618 p. Título original: Theorie des kommunikativen Handelns: Zur
Kritik der funktionalistischen Vernunft, 1981. Tradução de Manuel J. Redondo. (PA003: 19
citações), (PA030: 7 citações), (PA078: 9 citações)
HABERMAS, Jürgen. (1989) Consciência moral e agir comunicativo. Tradução de Guido A. 35
de Almeida. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989. 236 p. Título original: Moralbewusstsein
und kommunikatives Handeln, 1983 (PA078: 9 citações); edição 1989 (PA003: 10 citações),
(PA030: 16 citações)
PLATÃO. A República. 7. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1993, 515 p. Introdução, 34
Tradução e notas: Maria Helena da Rocha Pereira. (PA098: 34 citações)
HABERMAS, J. Conhecimento e interesse. Rio de Janeiro: Zahar. 1982. Trad. José N. Heck 32
(PA003: 20 citações); edição de 1987 (PA013: 4 citações), (PA030: 8 citações)
VAZ, Henrique C. de Lima. Escritos de filosofia V – Introdução à Ética Filosófica 2. São Paulo: 29
Loyola. 2000. (PA087: 29 citações)
726
J.A.G. 2. ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1985 (PA081: 4 citações); e a edição de 1987 (PA044:
10 citações)
HABERMAS, J. A crise de legitimação no capitalismo tardio. 2.ed. Rio de Janeiro: Tempo 14
Brasileiro, 1980. (PA003: 10 citações), (PA030: 4 citações)
MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. 17. ed. Rio de Janeiro: Civilização 14
Brasileira, 1999. Trad. de Reginaldo Sant’Ana. (vol. I e II) (PA071: 10 citações); edição 1988,
vol. I (PA106: 4 citações).
REICH W. A Função do Orgasmo. São Paulo: Brasiliense, 1989. (PA032: 13 citações) 13
GAY, Peter. Educação dos Sentidos - A experiência burguesa da rainha Vitória a Freud. São 13
Paulo: Ed. Companhia das Letras, 1989. (PA012: 13 citações)
VAZ, Henrique C.L. Escritos de Filosofia II. São Paulo: Loyola, 1995 (PA031: 4 citações); e a 13
edição de 2000 (PA087: 9 citações).
MARX, Karl. A sagrada família ou a crítica da crítica contra Bruno Bauer e seus seguidores. 13
Trad. de Sérgio José Schirato. São Paulo: Moraes, 1987 (PA071: 6 citações); edição 1976
(PA106: 7 citações)
SÁNCHES VÁZQUEZ, Adolfo. Ética. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1975. 13
Traduzido por João Dell’ Anna (PA073: 3 citações); edição 1988 (PA106: 10 citações)
REICH W. Materialismo Dialético e Psicanálise. Lisboa: Presença. 1977. (PA032: 12 citações) 12
VIRILIO, Paul. O espaço crítico e as perspectivas do tempo real. Tradução de Paulo Roberto 11
Pires. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993. (PA015: 4 citações; PA023: 7 citações)
CANO, W. Reflexões sobre o Brasil e a nova (dês) ordem internacional. 4. ed. ampl., 11
Campinas, SP: Editora da UNICAMP; São Paulo: FAPESP, 1995. (PA008: 3 citações), (PA046:
3 citações), (PA054: 5 citações)
GRAMSCI, Antonio. Concepção Dialética da História. 7. ed. São Paulo: Civilização Brasileira, 11
1987 (PA008: 7 citações); edição de 1995 (PA102: 4 citações)
SCHAFF, Adam. A Sociedade Informática. São Paulo: Brasiliense, 1990 (PA046: 3 citações); 11
edição 1994 (PA017: 3 citações); edição 1995 (PA030: 5 citações)
DELEUZE, Gilles; GUATARRI, Félix. O que é a Filosofia? Tradução de Bento Prado Jr. e 10
Alberto Alonso Muñoz. Rio de Janeiro: Editora 34, 3ª reimpressão – 2004 (10 citações)
FOUCAULT, M. História da sexualidade 2: o uso dos prazeres. 6.ed. Rio de Janeiro, Graal, 10
1980 (PA027: 3 citações); edição de 1988 (PA032: 7 citações);
VYGOTSKY, L. S. (1896-1934). A formação social da mente: o desenvolvimento dos 09
processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 1998 (PA064: 4 citações); e a
edição de 1989 (PA048: 5 citações)
AZEVEDO, Fernando de. A Cultura Brasileira: introdução ao estudo da cultura no Brasil. 09
Brasília: Ed. UnB, 1963 (PA033: 3 citações); e a edição de 1971 (PA058: 6 citações)
LENIN. Cadernos filosóficos. Buenos Aires, Ediciones Estudio, 1972 (PA071: 4 citações) 09
LENIN, V. I. Cadernos Filosóficos. Obras Completas. 5. ed. em Cinqüenta e Cinco Tomos.
Moscú, Progreso. 1986, t. 29 (PA074: 5 citações)
PÊCHEUX, M. Semântica e Discurso – Uma crítica à afirmação do óbvio. Campinas, SP: 09
Editora da Unicamp, 1988. Trad. Eni P. Orlandi et al. (PA085: 5 citações); edição 1997 (PA081:
4 citações)
SADER, Emir. Século XX: uma biografia não-autorizada. São Paulo: Perseu Abramo, 2000 09
(PA058: 3 citações); edição 2001 (PA106: 6 citações)
ENGELS, F. A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado. Rio de Janeiro: 08
Vitória, 1960 (PA065: 5 citações); edição de 1984 (PA052: 3 citações)
ENGELS, Friedrich. Anti-Dühring. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976 (PA106: 5 citações); 08
edição de 1979 (PA071: 3 citações)
HABERMAS, Jürgen. La lógica de las ciencias sociales. Madrid: Editorial Tecnos, 1988. 08
(PA003: 5 citações), (PA030: 3 citações)
BENAYON, Adriano. Globalização versus desenvolvimento: o jogo das empresas 07
transnacionais - ETNs - e a periferização por meio dos investimentos diretos estrangeiros - IDEs.
Brasília: LGE, 1998. (PA046: 4 citações), (PA058: 3 citações)
728
2008-2011
Abaixo, o panorama geral das referências mais citadas no período 2008-2011
REFERÊNCIAS DIVERSAS MAIS CITADAS NO PERÍODO 2008 – 2011
REFERÊNCIAS DIVERSAS MAIS CITADAS NO PERÍODO 2008 – 2011
(Livros, capítulos de livros, artigos, outros – dissertações, teses, dicionários, etc.)
Critérios para selecionar as referências:
Critério 1: As referências mais citadas nas pesquisas, por período e por abordagem, foram classificadas
em ordem alfabética para fins de localizar aquelas que se repetiam em diferentes pesquisas. As repetidas
integram esse quadro.
Critério 2: Por código de registro da pesquisa, aquelas que, mesmo não sendo repetidas em várias
pesquisas, se destacam pelo número de vezes em que é citada (as mais citadas em uma mesma pesquisa
– mais de 10 citações no texto completo da dissertação ou tese) também integram esse quadro.
Principais livros 2008-2011 (por área temática: Educação, Educação Física, Epistemologia,
Filosofia, História, Sociologia e Linguística)
DELEUZE, G. Empirismo e subjetividade. Rio de Janeiro: Ed. 34, 2001. Tradução Luiz
Orlandi (PA114: 9 citações)
NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Além do Bem e do Mal: prelúdio a uma filosofia do futuro. 22
São Paulo: Companhia das Letras 1992. Tradução, notas e posfácio: Paulo César de Souza.
(PA120: 8 citações); (PA147: 14 citações)
GRAMSCI, A. Maquiavel, a política e o Estado moderno. 7. ed. Rio de Janeiro: Civilização 22
Brasileira, 1989. (PA131: 22 citações)
NUNES, César Aparecido. Desvendando a Sexualidade. 7. ed. Campinas: Papirus, 1987. 22
(PA123: 5 citações), (PA134: 17 citações)
SÁNCHEZ GAMBOA, S. A. Epistemologia da Educação Física: as inter-relações necessárias. 22
2. ed. Revista e ampliada. Maceió: EDUFAL, 2010 (PA153: 7 citações);
DELEUZE, G. A ilha deserta. E outros textos. Edição elaborada por David Lapoujade. 18
Organização da edição brasileira e revisão técnica Luiz B. L. Orlandi. São Paulo: iluminuras,
2006. (PA114: 13 citações), (PA144: 5 citações)
COUTINHO, Carlos Nelson. Gramsci. Porto Alegre: L&PM, 1981 (PA150: 5 citações); 17
COUTINHO, C. N. Gramsci: um estudo sobre seu pensamento político. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1999 (PA154: 8 citações); edição 2003 (PA131: 4 citações)
GRAMSCI, A. Cadernos do cárcere, vol. 2. Edição de Carlos Nelson Coutinho, com a 17
colaboração de Luiz Sérgio Henriques e Marco Aurélio Nogueira. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2006. (PA154: 17 citações)
GUIMARÃES, I. Educação Sexual na Escola: mito e realidade. Campinas: Mercado de Letras, 17
1995 (PA123: 7 citações); edição 1995 (PA122: 10 citações)
RIBEIRO, M. L. S. História da educação brasileira: a organização escolar, 10. ed. São Paulo, 17
SP: Cortez: Autores Associados, 1990 (PA138: 10 citações); edição 2001 (PA112: 4 citações);
edição 2003 (PA121: 3 citações)
DELEUZE, G. Diferença e repetição. 1 ed. e 2. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1988, 2006. Tradução 17
Luiz Orlandi e Roberto Machado. (PA114: 14 citações), (PA125: 3 citações)
DELEUZE, G. O que é a filosofia? Rio de Janeiro: 34, 1997 (PA118: 8 citações); DELEUZE, 15
G.; GUATTARI, F. O que é a filosofia? Rio de Janeiro: Editora 34, 1992 (PA114: 7 citações)
DELEUZE, G. Proust e os signos. Rio de Janeiro: Forense, 1987 (PA125: 4 citações); edição 15
2003 (PA114: 11 citações)
MARCONDES FILHO, C. Ser Jornalista: o desafio das tecnologias e o fim das ilusões. São 14
Paulo: Paulus, 2009. (PA145: 14 citações)
NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Ecce Homo: como alguém se torna o que é. São Paulo: 14
Companhia das Letras 1995. Tradução, notas e posfácio: Paulo César de Souza (PA115: 3
citações), (PA147: 5 citações); edição 2000 (PA120: 6 citações)
DELEUZE, Gilles. Diferença e repetição. 2. ed. Rio de Janeiro: Graal, 2006.a Trad. Luiz 13
Orlandi e Roberto Machado. (PA136: 13 citações).
Neste período, 2008-2011, não constam “livros mais citados” na área EDUCAÇÃO
FÍSICA. Seguem-se os demais resultados:
DELEUZE, G. Empirismo e subjetividade. Rio de Janeiro: Ed. 34, 2001. Tradução Luiz
Orlandi (PA114: 9 citações)
NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Além do Bem e do Mal: prelúdio a uma filosofia do futuro. 22
São Paulo: Companhia das Letras 1992. Tradução, notas e posfácio: Paulo César de Souza.
(PA120: 8 citações); (PA147: 14 citações)
GRAMSCI, A. Maquiavel, a política e o Estado moderno. 7. ed. Rio de Janeiro: Civilização 22
Brasileira, 1989. (PA131: 22 citações)
NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Aurora: Reflexões sobre os Preconceitos Morais. São Paulo: 21
Companhia das Letras, 2004. Trad. Paulo César de Souza. (PA115: 17 citações), (PA147: 4
citações)
GRAMSCI, A. Cadernos do cárcere, vol. 5. Edição de Carlos Nelson Coutinho, com a 21
colaboração de Luiz Sérgio Henriques e Marco Aurélio Nogueira. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2002. (PA154: 21 citações)
DELEUZE, G e PARNET, C. Diálogos. São Paulo: Editora Escuta, 1998. (PA118: 9 citações), 20
(PA125: 11 citações)
HOBSBAWM, E. Era dos Extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo,SP: 19
Companhia das Letras, 1995. Trad. Marcos Santarrita, rev. téc. M. Célia Paoli (PA138: 6
citações); edição 1995 (PA137: 3 citações); edição 2006 (PA131: 10 citações)
MÉSZÁROS, I. Para Além do Capital: rumo a uma teoria da transição. São Paulo: Boitempo 19
Editorial/Editora da Unicamp, 2002 (PA155: 3 citações); edição 2006 (PA140: 16 citações)
NIETZSCHE, F. A gaia ciência. São Paulo: Cia das Letras, 2001. Trad. Paulo César de Souza. 18
(PA115: 3 citações), (PA120: 3 citações), (PA147: 12 citações)
DELEUZE, G. A ilha deserta. E outros textos. Edição elaborada por David Lapoujade. 18
Organização da edição brasileira e revisão técnica Luiz B. L. Orlandi. São Paulo: iluminuras,
2006. (PA114: 13 citações), (PA144: 5 citações)
COUTINHO, Carlos Nelson. Gramsci. Porto Alegre: L&PM, 1981 (PA150: 5 citações); 17
COUTINHO, C. N. Gramsci: um estudo sobre seu pensamento político. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1999 (PA154: 8 citações); edição 2003 (PA131: 4 citações)
GRAMSCI, A. Cadernos do cárcere, vol. 2. Edição de Carlos Nelson Coutinho, com a 17
colaboração de Luiz Sérgio Henriques e Marco Aurélio Nogueira. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2006. (PA154: 17 citações)
DELEUZE, G. Diferença e repetição. 1 ed. e 2. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1988, 2006. Tradução 17
Luiz Orlandi e Roberto Machado. (PA114: 14 citações), (PA125: 3 citações)
DELEUZE, G. O que é a filosofia? Rio de Janeiro: 34, 1997 (PA118: 8 citações); DELEUZE, 15
G.; GUATTARI, F. O que é a filosofia? Rio de Janeiro: Editora 34, 1992 (PA114: 7 citações)
DELEUZE, G. Proust e os signos. Rio de Janeiro: Forense, 1987 (PA125: 4 citações); edição 15
2003 (PA114: 11 citações)
745
MARCONDES FILHO, C. Ser Jornalista: o desafio das tecnologias e o fim das ilusões. São 14
Paulo: Paulus, 2009. (PA145: 14 citações)
NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Ecce Homo: como alguém se torna o que é. São Paulo: 14
Companhia das Letras 1995. Tradução, notas e posfácio: Paulo César de Souza (PA115: 3
citações), (PA147: 5 citações); edição 2000 (PA120: 6 citações)
DELEUZE, Gilles. Diferença e repetição. 2. ed. Rio de Janeiro: Graal, 2006.a Trad. Luiz 13
Orlandi e Roberto Machado. (PA136: 13 citações).
KOPNIN, P. V. A dialética como lógica e teoria do conhecimento. Rio de Janeiro: Civilização 13
Brasileira, 1978. (PA111: 5 citações), (PA155: 4 citações), (PA156: 4 citações)
MARCUSE, H. Cultura e sociedade, v. 1. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997 (PA131: 8 citações); 13
edição 1998 (PA151: 5 citações)
CHAUÍ, M. Introdução à história da filosofia: dos pré-socráticos a Aristóteles. Vol. 1. São 12
Paulo: Brasiliense, 1994 (PA139: 9 citações); edição 2002 (PA124: 3 citações)
MARCUSE, H. Ideologia da sociedade industrial. 3. ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1969 12
(PA131: 4 citações); edição 1967 (PA151: 8 citações)
NUNES, C. A. Aprendendo Filosofia. Campinas, Papirus, 1996 (PA121: 9 citações); edição 12
2002 (PA127: 3 citações);
SPINOZA, Benedictus de. Ética. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. Trad. Tomaz Tadeu. (PA136: 11
11 Citações)
HABERMAS, J. Conhecimento e Interesse. Rio de Janeiro: Zahar, 1982. (PA153: 4 citações); 11
(PA156: 7 citações)
LYOTARD, J. F. A Condição Pós-Moderna. Rio de Janeiro: Editora. José Olympio. 6. ed. 2000 11
(PA137: 3 citações); edição 2002 (PA119: 8 citações)
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil platôs – capitalismo e esquizofrenia. v. 5. Rio de Janeiro: 11
Edições 34, 2004. (PA125: 11 citações)
DUARTE, N. Sociedade do conhecimento ou sociedade das ilusões?: quatro ensaios 10
críticodialéticos em filosofia da educação. Campinas, SP: Autores Associados, 2003 (PA155: 7
citações); edição 2008 (PA137: 3 citações)
FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979 (PA125: 3 10
citações); edição 1982 (PA118: 7 citações)
KOSIK, K. Dialética do concreto. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976. (PA111: 6 citações); 10
(PA155: 4 citações)
KAUFMANN, Walter. Nietzsche: philosopher, psychologist and antichrist. New York: 09
Princeton University Press, 1960. (PA147: 3 citações); edição 1974 (PA120: 6 citações)
CHAUÍ. M. Repressão sexual: essa nossa (des)conhecida. 6. ed. São Paulo: Brasiliense, 1984 09
(PA123: 3 citações); edição 1985 (PA122: 6 citações)
MARX, K. Formações Econômicas pré-capitalistas, 7. ed. São Paulo, SP: Paz e Terra, 2006. 09
Trad. João Maia, introdução de Eric Hobsbawm (PA138: 6 citações); edição 1991 (PA155: 3
citações)
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Kafka – por uma literatura menor. Rio de Janeiro:Imago, 09
1977 (PA125: 5 citações); edição 2002 (PA118: 4 citações)
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil platôs – capitalismo e esquizofrenia. v. 3. Rio de Janeiro: 08
Edições 34, 2004. (PA125: 8 citações)
GRAMSCI, Antonio. Os intelectuais e a organização da cultura. Trad. Carlos Nelson 07
Coutinho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968 (PA140: 3 citações); edição 1978 (PA122:
4 citações)
SILVA, Maria A. Intervenção e consentimento: A política educacional do Banco Mundial. 07
Campinas, SP: Autores Associados; São Paulo: FAPESP, 2002. (PA138: 4 citações), (PA150: 3
citações)
MARX, K. A Questão Judaica. 5. ed. São Paulo, SP: Centauro, 2005. Trad. Silvio Donizete 06
Chagas. (PA138: 3 citações); (PA150: 3 citações)
TOTAL 1245
Fonte: Elaboração própria do autor
746
2012-2019
22 citações
748
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005 (PA185: 28 citações); 39
edição 2011 (PA204: 8 citações); edição 1987 (PA208: 3 citações)
MORENO, J. L. Quem sobreviverá? Fundamentos da sociometria de grupo e sociodrama. 35
Goiania: Dimensão, v.1. 1992. (PA200: 26 citações)
DELEUZE, G. Conversações, 1972-1990. Rio de Janeiro: Editora 34, 1992. Tradução Peter Pál 23
Pelbart. (PA160: 23 citações)
LÉVINAS, Emmanuel. Ética e Infinito: Lisboa: Edições 70, 1982. (PA189: 22 citações) 22
FREIRE, P. À sombra desta mangueira. 4. ed. São Paulo: Olho D´Agua, 2004 (PA173: 3 22
citações); edição 2006 (PA204: 19 citações)
LÉVINAS, Emmanuel. De Deus que vem à idéia. Petrópolis: Vozes, 2002. (PA189: 21 citações) 21
JANNUZZI, G. S. de M. A educação do deficiente no Brasil: dos primórdios ao início do século 21
XXI. 2. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2006. (PA170: 21 citações)
RIBEIRO, Maria Luísa Santos. História da Educação Brasileira. São Paulo: Cortez Editora, 20
1988 (PA233: 5 citações); edição 2007 (PA225: 15 citações)
HOBSBAWM, E. A era das revoluções: 1789-1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977 (PA228: 19
12 citações)
HOBSBAWM, Eric John Ernest. A era das revoluções: Europa 1789-1848. Marcos Penchel. 5.
ed. Rio de Janeiro, RJ: Paz e Terra, 1986. 366p. Trad. Maria Tereza Lopes Teixeira (PA225: 7
citações)
MELLO, G. N. Cidadania e competitividade: desafios educacionais do terceiro milênio. 10. ed. 18
Cortez, 2005. (PA187: 18 citações)
NUNES, C. A. Educar para a Emancipação. Florianópolis, SC: Sophos, 2003.(PA159: 3 18
citações), (PA162: 3 citações), (PA163: 6 citações), (PA185: 6 citações)
SÁNCHEZ GAMBOA, S. Á. Epistemologia da pesquisa em educação. 1 ed. Campinas: Práxis, 18
1996. (PA165: 15 citações), (PA170: 3 citações)
BENJAMIN. Walter. Passagens. Willi Bolle (Org. edição brasileira). 1. ed. Belo Horizonte: 16
Editora da UFMG/São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2006. Tradução de Irene Aron e
Cleonice Paes Barreto Mourão. (PA159: 16 citações)
BRACHT, V. Educação física & ciência: cenas de um casamento (in) feliz. Ijuí: Unijuí, 1999. 16
(PA170: 7 citações), (PA205: 9 citações)
BRACHT, Valter. Educação Física e aprendizagem social. Porto Alegre: Magister, 1992 16
(PA213: 3 citações); edição 1997 (PA205: 13 citações)
SANDER, B. Administração da educação no Brasil – genealogia do conhecimento. Brasília, 15
DF: Liber Livro Editora Ltda., 2007. (PA176: 15 citações)
KUNZ, E. Transformação didático-pedagógica do esporte. 2 ed. Ijuí: Ed. Unijuí, 2000. 14
(PA205: 14 citações)
MOURA, R. M. de. Uma leitura histórico-contextual da escola de tempo integral. Piracicaba: 14
Unimep, [s.n.], 2014. (PA218: 14 citações)
DELEUZE. G.; GUATTARI, F. Diferença e Repetição. Rio de Janeiro: Graal, 2006. (PA160: 14
10 citações), (PA161: 4 citações)
HONNETH, Axel. Luta por reconhecimento: A gramática moral dos conflitos sociais. São 13
Paulo: Editora 34, 2003. (PA206: 13 citações)
FREIRE, P. Política e educação: ensaios. São Paulo: Cortez, 2003. (PA204: 13 citações) 13
SÁNCHEZ GAMBOA. S. Á. Epistemologia da Educação Física: as inter-relações necessárias. 13
Maceió: EdUFAL, 2007 (PA170: 7 citações); edição 2010 (PA213: 6 citações)
SAVIANI, D. Pedagogia Histórico crítica: primeiras aproximações. São Paulo: Cortez: Autores 13
Associados, 2002 (PA174: 3 citações); edição 2005 (PA184: 4 citações); edição 2008 (PA218: 3
citações); edição 2012 (PA175: 3 citações)
KUNZ, E. Educação física: ensino & mudanças. Ijuí: Ed. Unijuí, 1991. (PA205: 12 citações) 12
NUNES, C. A. Aprendendo Filosofia. 2. ed. - Campinas, SP: Papirus, 1987. (PA162: 12 12
citações)
GOLDFELD, M. A. A criança surda: linguagem e cognição numa perspectiva 11
sóciointeracionista. São Paulo: Ed. Plexus, 1997. (PA200: 11 citações)
JAEGER, W. Paideia: a Formação do Homem Grego. São Paulo: Martins Fontes, 2003 (PA181: 11
3 citações); edição 2013 (PA223: 8 citações)
MONROE, P. História da Educação. São Paulo: Nacional, 1984 (PA222: 8 citações); edição 11
1988 (PA218: 3 citações)
756
SANTOS FILHO, Jose Camilo dos; SANCHEZ GAMBOA, Silvio Ancízar (org.). Pesquisa 11
educacional: quantidade-qualidade. 8. ed. São Paulo, SP: Cortez, 2013. (PA165: 4 citações),
(PA191: 4 citações), (PA225: 3 citações)
MEDINA, J. P. S. A educação física cuida do corpo...e “mente”: novas contradições e desafios 10
do século XXI. 25.ed. rev. e aum. Campinas: Papirus, 2010. (PA165: 4 citações), (PA205: 6
citações)
JAPIASSU, H. Introdução ao pensamento epistemológico. Rio de Janeiro, RJ: Francisco Alves, 09
1975. (PA182: 5 citações), (PA225: 4 citações)
ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho: Ensaio sobre afirmação e a negação do trabalho. São 08
Paulo: Boitempo, 2007 (PA191: 5 citações); edição 2009 (PA170: 3 citações)
GHIRALDELLI JR, Paulo. História da Educação. São Paulo: Cortez, 1990 (PA218: 4 citações); 08
edição 2008 (PA222: 4 citações)
MÉSZÁROS, I. A educação para além do capital. São Paulo: Boitempo, 2005. (PA174: 5 08
citações), (PA214: 3 citações)
NUNES, C. A.; SILVA, E. A Educação Sexual da Criança. Campinas, São Paulo: Autores 08
Associados, 2000. (PA162: 8 citações)
DELEUZE. G.; GUATTARI, F. Kafka: por uma literatura menor. Trad. Júlio Castañon 08
Guimarães. Rio de Janeiro: Imago, 1977. (PA160: 5 citações), (PA161: 3 citações)
BLANCHÉ, Robert. A Epistemologia. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 1975. (PA165: 4 07
citações); (PA213: 3 citações)
TOTAL 1002
Fonte: Elaboração própria do autor
LÉVINAS, Emmanuel. De Deus que vem à idéia. Petrópolis: Vozes, 2002. (PA189: 21 21
citações)
HOBSBAWM, E. A era das revoluções: 1789-1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977 (PA228: 19
12 citações)
HOBSBAWM, Eric John Ernest. A era das revoluções: Europa 1789-1848. Marcos Penchel. 5.
ed. Rio de Janeiro, RJ: Paz e Terra, 1986. 366p. Trad. Maria Tereza Lopes Teixeira (PA225: 7
citações)
BENJAMIN. Walter. Passagens. Willi Bolle (Org. edição brasileira). 1. ed. Belo Horizonte: 16
Editora da UFMG/São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2006. Tradução de Irene Aron e
Cleonice Paes Barreto Mourão. (PA159: 16 citações)
DELEUZE. G.; GUATTARI, F. Diferença e Repetição. Rio de Janeiro: Graal, 2006. (PA160: 14
10 citações), (PA161: 4 citações)
HONNETH, Axel. Luta por reconhecimento: A gramática moral dos conflitos sociais. São 13
Paulo: Editora 34, 2003. (PA206: 13 citações)
NUNES, C. A. Aprendendo Filosofia. 2. ed. - Campinas, SP: Papirus, 1987. (PA162: 12 12
citações)
GOLDFELD, M. A. A criança surda: linguagem e cognição numa perspectiva 11
sóciointeracionista. São Paulo: Ed. Plexus, 1997. (PA200: 11 citações)
759
diálogo com educação. São Paulo: Expressão & Arte, 2013, Ago.2002. p. 257-272. (PA182: 4 citações),
p.188-198. (PA225: 5 citações).
(PA185: 16 citações) Total: 9 citações
CASTELLANI FILHO, L. Depoimento de Lino Castellani Filho. HONNETH, Axel. O eu no nós:
In: CASTELLANI FILHO, L., SOARES, C. L., TAFFAREL, C. reconhecimento como força motriz de grupos.
N. Z., VARJAL, E., ESCOBAR, M. O., BRACHT, V. In: Sociologias, Porto Alegre, ano 15, n.33, p.
Metodologia do ensino de educação física. 2 ed. rev. ampl. São 56-80, 2013. (PA206: 7 citações)
Paulo: Cortez, 2009.
(PA205: 15 citações)
HORKHEIMER, Marx. Teoria Tradicional e Teoria Crítica. In: -x-
Max Horkheimer e Theodor W. Adorno: Textos escolhidos.Trad.
Zeljko Loparic´ (et al.). São Paulo, SP: Nova cultural, 1989. (Col.
Os Pensadores).
(PA212: 11 citações)
TAFFAREL, Celli Nelza. Política Científica e Produção do -x-
Conhecimento na Educação Física/ Ciência do Esporte: A
conjuntura, as Contribuições e as Possibilidades de Superação. In
YARA, M. Carvalho; MEILY, Assbú Linhales(org). Política
Científica e Produção do Conhecimento em Educação Física.
Goiânia: Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte, 2007.
(PA165: 11 citações)
GOMES, Joaquim Barbosa. O debate constitucional sobre as -x-
ações afirmativas. In: SANTOS, Renato Emerson dos; LOBATO,
Fátima (Org.). Ações afirmativas: políticas públicas contra as
desigualdades raciais. Rio de Janeiro, RJ: DP&A, 2003. (PA182:
3 citações), (PA225: 6 citações).
Total: 9 citações
MUNANGA, Kabengele. Política de ação afirmativa em benefício -x-
da população negra no Brasil: um ponto de vista em defesa de
cotas. In: SILVA, Petronilha Beatriz Gonçalvez; SILVÉRIO,
Valter Roberto. (Org.). Educação e Ações Afirmativas: entre a
injustiça simbólica e a injustiça econômica. Brasília, DF: INEP,
2003. p.115-128. (PA182: 4 citações), (PA225: 3 citações).
Total: 7 citações
SÁNCHEZ GAMBOA, S. A. Tendências epistemológicas: dos -x-
tecnicismos e outros “ismos” aos paradigmas científicos. In:
SANTOS FILHO, J. C.; SÁNCHEZ GAMBOA, S. Á. (Orgs.).
Pesquisa educacional: quantidade-qualidade. 8ª Ed. São Paulo,
Cortez, 2013. (PA191: 4 citações), (PA225: 3 citações).
Total: 7 citações
TOTAL: 110 TOTAL: 36
Fonte: Elaboração própria do autor
761
Critérios: 1) Foram consideradas todas as referências citadas nas pesquisas. 2) Duas seleções foram
realizadas para incorporar o autor nesta relação: a) ser autor de duas ou mais obras citadas, portanto,
aqueles que tiveram apenas uma obra utilizada não compõe essa relação; b) ser citado no mínimo,
3 vezes, no texto completo da dissertação ou tese.
PLATÃO. (Livros: 3)
ROUANET, Sérgio Paulo. (Livros: 2, Artigos de jornal
“Folha de S. Paulo”: 1)
SARTRE, Jean-Paul. (Livros: 3)
VYGOTSKY, L.S. (Livros: 3)
WEBER, Max. (Livros: 2, Capítulos: 1)
FENOMENOLÓGICO- BENJAMIN, Walter. (Livros: 2, Capítulos de livros: 2) 4 referências
HERMENÊUTICA FOUCAULT, Michel. (Livros: 4)
NIETZSCHE, Friedrich W. (Livros: 2, Capítulos de
livros: 2)
FENOMENOLÓGICO- VAZ, Henrique C. de Lima (Livros: 4, Artigos: 2) 6 referências
HERMENÊUTICA
FENOMENOLÓGICO- VICO, G. (Livros: 3, Capítulos de livros: 5) 8 referências
HERMENÊUTICA
FENOMENOLÓGICO- MERLEAU-PONTY, Maurice. (Livros: 12, Capítulo de 13 referências
HERMENÊUTICA livro: 1)
CRÍTICO-DIALÉTICA ANTUNES, Ricardo. (Livros: 2) 2 referências
ARENDT, Hannah. (Livros: 2)
AUTHIER-REVUZ, J. (Livro: 1, Artigo: 1)
AZEVEDO, Fernando de. (Livros: 2)
BELLONI, Isaura. (Capítulos de livros: 2)
CASTORIADIS, Cornelius.(Livros: 2)
CURY, Carlos Roberto Jamil. (Livros: 2)
FREITAG, Bárbara. (Livros: 2)
FREITAS, Luis Carlos de. (Livro: 1, Artigo: 1)
GALLO, Sílvio. (Livro: 1, Artigo: 1)
GIANNOTTI, Vito, NETO, Sebastião. (Livros: 2)
GIDDENS, Anthony. (Livros: 2)
HELLER, A. (Livros: 2)
HOBSBAWM, Eric. (Livros: 2)
HORKHEIMER, Max. (Livro: 1, Capítulo de livro: 1)
KONDER, Leandro. (Livros: 2)
LEFEBVRE, Henri. (Livros: 2)
LIBÂNEO, José Carlos. (Livros: 2)
LIMA VAZ, Henrique Cláudio de. (Livros: 2)
LIMA, Walter Matias (Livro: 2, Artigo: 1)
LIPOVETSKY, Gilles. (Livro: 1, Entrevista: 1)
LYOTARD, Jean-François. (Livros: 2)
MAAR, Wolfgang Leo. (Livro: 1, Artigo: 1)
MANACORDA, Mario Alighiero. (Livros: 2)
MARCONDES FILHO, C. (Livro: 1, Capítulo de livro:
1)
MARQUES, Mario Osório. (Livros: 2)
MORIN, Edgar. (Livros: 2)
NIETZSCHE, Friedrich. (Livros: 2)
OLIVEIRA, Manfredo Araújo de. (Livros: 2)
RIBEIRO, Maria Luisa Santos. (Livros: 2)
RICOEUR, P. (Livro: 1, Artigo: 1)
SANTOS FILHO, José Camilo dos. (Capítulo de livro:
1, Artigo: 1)
SANTOS, Milton. (Livros: 2)
SGUISSARDI, Valdemar. (Livros: 2)
SILVA, Tomaz Tadeu da. (Livro: 1, Capítulo de livro:
1)
SILVEIRA, Renê. (Livro: 1, Tese: 1)
SINGER, Paul. (Artigos: 2)
763
LIVROS (23)
A crise de legitimação no capitalismo tardio.
Comentários à ética do discurso.
Conhecimento e Interesse.
Consciência moral e agir comunicativo
764
De L’éthique de la discussion.
Dialética e hermenêutica.
Direito e democracia: entre facticidade e validade
Ensayos políticos.
La lógica de las ciencias sociales.
Mudança estrutural da esfera pública.
O Discurso Filosófico da Modernidade.
Para a reconstrução do materialismo histórico.
Para o uso pragmático, ético e moral da razão
prática.
Passado como futuro.
Pensamento pós-metafísico: estudos filosóficos
Perfiles filosófico-políticos.
Técnica e ciência como ‘ideologia’
Teoría de la acción comunicativa I: racionalidad da la
acción y racionalización social.
Teoría de la accion comunicativa II: crítica de la
razón funcionalista.
Teoria de la acción comunicativa: complementos y
estudios previos.
Teoria del Agir Comunicativo.
Teoria del Agir Comunicativo: complementos e
estudos prévios.
Teoría y praxis.
ARTIGO (1)
A nova intransparência. Novos Estudos Cebrap. São
Paulo, n.18, set.1987
PÓS-MODERNA CARVALHO, José Murilo de. (Livros: 2) 2 referências
DELEUZE, Gilles. (Livros: 2)
DELEUZE, Gilles, GUATTARI, Félix. (Livros: 2)
ELIAS, Norbert. (Livros: 2)
FÁVERO, Maria de Lourdes de A. (Livros: 2)
GHIRALDELLI Jr., Paulo. (Livros: 2)
PÓS-MODERNA FOUCAULT, Michel. (Livros: 3) 3 referências
GALLO, Silvio. (Livro: 1, Capítulo de livro: 1, Artigo:
1)
ROSA, João Guimarães. (Livros: 3)
Fonte: Elaboração própria do autor
Critérios: 1) Foram consideradas todas as referências citadas nas pesquisas. 2) Duas seleções foram
realizadas para incorporar o autor nesta relação: a) ser autor de duas ou mais obras citadas, portanto,
aqueles que tiveram apenas uma obra utilizada não compõe essa relação; b) ser citado no mínimo,
3 vezes, no texto completo da dissertação ou tese.
765
Livros:
NIETZSCHE, F. A gaia ciência.
NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. A “Grande
Política”.
NIETZSCHE, F. Além do bem e do mal (sic): prelúdio
a uma filosofia do futuro.
NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Assim Falou
Zaratustra: um Livro para Todos e para Ninguém.
NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Aurora: Reflexões
sobre os Preconceitos Morais.
NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Crepúsculo dos
Ídolos, ou como se filosofa com o martelo.
NIETZSCHE, F. Ecce Homo.
NIETZSCHE, F. enseits von Gut und Böse.
NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Escritos sobre
Educação (Sobre o futuro dos nossos
estabelecimentos de ensino / III Consideração
Intempestiva – Schopenhauer como Educador).
NIETZSCHE, F. Escritos sobre Política.
NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Fragmentos
Póstumos.
NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Genealogia da
Moral: uma polêmica.
766
Capítulos de livros:
NIETZSCHE, F. Fragmentos Póstumos. In GRIMM,
Ruediger H. Nietzsche’s Theory of Knowledge.
Berlin/New York: Walter de Gruyter, 1977.
NIETZSCHE, F. Fragmentos sobre teoria do
conhecimento. In MARQUES, Antonio. Sujeito e
Perspectivismo.
CRÍTICO-DIALÉTICA BENSAID, D. (Livros: 2) 2
BRACHT, V. (Artigos: 2)
CARVALHO, C. L. (Artigo: 1, Tese: 1)
CARVALHO, Yara Maria de. (Artigos: 2)
DAMATTA, R. (Livro: 1, Capítulo de livro: 1)
DELLA FONTE, Sandra Soares. (Artigo: 1,
Dissertação: 1)
FÁVERO, O. (Livros: 2)
FREUD, Sigmund. (Livros: 2)
FRIGOTTO, G. (Livro: 1, Artigo: 1)
HALL, S. (Livro: 1, Artigo: 1)
IASI, M. L. (Livros: 2)
LOCKE, John (Livros: 2)
LÖWY, M. (Livros: 2)
MACEDO, E. F. (Capítulo de livro: 1, Trabalho em
evento: 1)
MANACORDA, M. A. (Livros: 2)
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. (Livros: 2)
MELLO, Guiomar Namo de. (Livro: 1, Artigo: 1)
MELO, V. A. (Livro: 1, Capítulo de livro: 1)
NOSELLA, P. (Livro: 1, Trabalho em evento: 1)
PIAGET, Jean. (Livros: 2)
REALE, Miguel. (Livros: 2)
SECCO, L. (Livros: 2)
SNYDERS, G. (Livros: 2)
SOUZA e SILVA, R. V. (Dissertação: 1, Tese: 1)
TAFFAREL, Celi Neuza Zülke. (Artigo: 1, Tese: 1)
VENDRAMINI, C. A. (Capítulo de livro: 1, Artigo: 1)
VOLTAIRE, François Marie Arouet de. (Livros: 2)
WEREBE, M. J. G. (Livros: 2)
CRÍTICO-DIALÉTICA BOURDIEU, P. (Livros: 3) 3
DUARTE, N. (Livros: 2, Artigo: 1)
FREITAS, L. C. de. (Livros: 2, Artigo: 1)
HOBSBAWM, Eric. (Livros: 3)
KUENZER, A. Z. (Livros: 2, Artigo: 1)
LÊNIN, V. I. (Livros: 3)
LUKÁCS, György. (Livro: 1, Capítulos de livros: 2)
PAIVA, V. (Livros: 3)
POPKEWITZ, T. S. (Livros: 2, Capítulo de livro: 1)
SARTRE, Jean-Paul. (Livros: 3)
CRÍTICO-DIALÉTICA ADORNO, T. W. (Livros: 3, Artigo: 1) 4
COUTINHO, Carlos Nelson. (Livros: 4)
ENGELS, Friedrich. (Livros: 3, Capítulo do livro: 1)
767
FOUCAULT, M. (Livros: 4)
GOODSON, I. F. (Livros: 3, Artigo: 1)
SANTOS, B. de S. (Livros: 3, Artigo: 1)
CRÍTICO-DIALÉTICA CHAUI, M. (Livros: 5) 5
HABERMAS, Jürgen. (Livros: 4, Capítulo de livro: 1)
LEHER, R. (Capítulos de livros: 2, Artigos: 3)
CRÍTICO-DIALÉTICA SAVIANI, Dermeval. (Livros: 4, Capítulo de livro: 1, 7
Artigos: 2)
MÉSZÁROS, I. (Livros: 6, Artigo: 1)
CRÍTICO-DIALÉTICA MARCUSE, H. (Livros: 3, Capítulos de livros: 5) 8
MOREIRA, A. F. B. (Livros: 2, Capítulos de livro: 3,
Artigos: 3)
NUNES, César Aparecido. (Livros: 4, Artigo: 1, Tese
Doutorado: 1, Tese Livre Docência: 1, Entrevista: 1)
CRÍTICO-DIALÉTICA MARX, Karl. (Livros: 7, Capítulos de livros: 3) 10
CRÍTICO-DIALÉTICA MORIN, E. (Livros: 11) 11
CRÍTICO-DIALÉTICA GRAMSCI, Antonio. (Livros: 8, Capítulos de livros: 5) 13
SÁNCHEZ GAMBOA, S. A. (Livros: 4, Capítulos de
livros: 3, Artigos: 2, Dissertação: 1, Tese: 1,
Documentos – ata, atualização da proposta do Grupo
PADEIA: 2)
PÓS-MODERNA LEOPOLDO e SILVA, F. (Livro: 1, Capítulo de livro: 2
1)
PÓS-MODERNA FOUCAULT, M. (Livros: 4) 4
PÓS-MODERNA DELEUZE, G.; GUATTARI, F. (Livros: 5) 5
SARTRE, J.P. (Livros: 5)
PÓS-MODERNA DELEUZE, G. (Livros: 12, Capítulo de livro: 1) 13
Fonte: Elaboração própria do autor
Critérios: 1) Foram consideradas todas as referências citadas nas pesquisas. 2) Duas seleções foram
realizadas para incorporar o autor nesta relação: a) ser autor de duas ou mais obras citadas, portanto,
aqueles que tiveram apenas uma obra utilizada não compõe essa relação; b) ser citado no mínimo,
3 vezes, no texto completo da dissertação ou tese.
HISTÓRIA
Utilizam uma visão sincrônica nas investigações
(p.99)
REALIDADE
Investigações com preocupação sincrônica (p.100).
FENOMENOLÓGICO – A fenomenologia centraliza o processo no HOMEM
HERMENEUTICAS sujeito. A noção de homem está relacionada com a visão
existencialista de homem (p.99).
Pretende a “subjetividade” (p.98).
HISTÓRIA
Utilizam uma visão sincrônica nas investigações
(p.99).
Cenário histórico específico (é verdade em um
determinado grupo em determinado momento; em
outro momento ou contexto é outra verdade, outro
significado (SANCHEZ GAMBOA, 2013, p.75)
REALIDADE
As investigações com preocupação sincrônica
concebem os fenômenos inseridos num contexto,
num cenário, dentro de um sistema ou
macrossistema, expondo a visão estática de modelos
funcionalistas, estruturalistas ou positivistas que
privilegiam a concepção ontológica do mundo,
fundada no princípio de identidade e na tese do
universo ordenado e sujeito a leis permanentes
(p.100).
CRÍTICO - A dialética centraliza no processo. HOMEM
DIALÉTICAS Nas dialéticas, o homem é concebido como ser
Pretende a “concretude” (p.98). social e histórico determinado por contextos
econômicos, políticos e culturais e ao mesmo tempo
A “concretude” privilegiada pelas como um ser transformador desses contextos (p.99).
abordagens dialéticas, se constrói por
intermédio de um processo que se origina na HISTÓRIA
percepção empírico-objetiva, passa pelo Utilizam uma visão diacrônica nas investigações
abstrato de características subjetivas, até (p.99)
construir uma síntese convalidada no
próprio processo do conhecimento (p.99). REALIDADE
As pesquisas diacrônicas se articulam com a visão
dinâmica da realidade e as noções ontológicas de
“mundo inacabado” e “universo em construção” e
entendem a importância de perceber os fenômenos
educativos em seu devir e em seu processo
histórico, utilizando categorias fundadas na lógica
dialética e no movimento e conflito de contrários (p.
100).
Fonte: Adaptação elaborada pelo próprio autor, fundamentada na obra SÁNCHEZ GAMBOA, S. A. Pesquisa em
educação: métodos e epistemologias. 2. ed. Chapecó: Argos, 2012)
771
ABORDAGENS SUJEITO-OBJETO
análise, sejam consideradas como um todo desenvolvidas são a chave da explicação das
específico e contraditório em relação a um todo menos desenvolvidas e vice-versa” (p.151).
maior. A parte não é idêntica ao todo, também
não é sua prolongação, ela pode ser diferente e
paradoxalmente ser a negação, a oposição e a
semente de transformação desse todo maior,
apesar de não perder sua pertencia para esse
todo” (p. 147).
Fonte: SANCHEZ GAMBOA, 2012, p.143-153, adaptação nossa, grifo nosso.
774
ANEXOS
MATRIZ EPISTEMOLÓGICA
ELEMENTOS LÓGICOS
Relação dialética entre Pergunta (P) e Resposta (R)
P R
1. A CONSTRUÇÃO DA PERGUNTA
Mundo da necessidade Problema Indagações múltiplas Quadro de questões Pergunta
2. A CONSTRUÇÃO DA RESPOSTA
Tipo de pesquisa, fontes de dados e informações, local de coleta dos dados e
Nível Técnico informações, técnicas e instrumentos de coleta de dados, procedimentos utilizados no
tratamento dos dados e informações.
Fenômenos educativos ou sociais privilegiados, núcleo conceitual básico e seus
Nível Teórico respectivos autores, críticas desenvolvidas e propostas apresentadas ou sugeridas.
ELEMENTOS HISTÓRICO-SOCIAIS
312
Políticas públicas e de Governo – o Estado, incluindo todo o aparato jurídico e as políticas públicas orientadas para
o setor, além da observação da evolução dos paradigmas científicos dominantes (TRIGUEIRO, 2003).
313
Instituições de pesquisas e formação de recursos humanos, sua implantação nas universidades e os rebatimentos
institucionais (mesoinstitucional) (TRIGUEIRO, 2003).
314
Grupos sociais e culturais no âmbito interno de cada organização e as intersubjetividades e percepções dos
orientadores e pós-graduandos acerca do programa e de sua proposta de inclusão acadêmica e social (TRIGUEIRO,
2003).
776
2a fase do projeto
Arquivos necessários:
Processo de preenchimento
Instruções gerais
- Nenhuma coluna deve ser deixada em branco. Quando não encontrar a informação na Tese/Diss.
preencher com NC (não consta);
A primeira coluna, denominada "Código de registro" é para ser preenchida com um número para
cada trabalho. Se um autor tiver mais de um trabalho, ele terá dois números.
- Não usar o recurso "marcar coluna" e pedir para "ordenar". Isto causará efeito "cascata" nas outras
colunas. Colete tudo sem se preocupar se está em ordem alfabética ou qualquer outra.
- Observar a grafia. É preciso manter exatamente igual os registros dos nomes de autores. Um
acento a mais ou a menos influirá nos resultados, por isso é preciso bastante cuidado no momento
de "colar" ou "digitar" um campo. Exemplo: Autor chamado Sousa (com s) tem de ser escrito
sempre assim. Se você colocar Sousa (com s) em um lugar e Souza (com z) no outro e são os
mesmos autores, isto influirá nos resultados, pois serão considerados autores diferentes.
Planilha II-A
Análise Epistemológica.
Com base no texto completo digitalizado do Relatório de IC, a dissertação, ou tese que está
sendo analisada.
Campos:
A. Código do registro ou N° da ficha. Dado tomado da planilha I. Esse mesmo código será
utilizado nas três planilhas, correspondendo à mesma pesquisa. O código será atribuído
considerando a sequência por grupo. Exemplo – Paideia 001-999 . PA001, em que PA é a sigla
do Grupo e 001 é o primeiro registro, considerando três dígitos desde 001-até 999. Esse mesmo
código será utilizado nas três planilhas, correspondendo à mesma pesquisa. Sugere-se listar em
primeiro lugar todas as pesquisas que já tem acesso a o texto integral digitalizado.
B: Nome do autor do relatório IC, a dissertação ou tese que está sendo analisada (Coleta do
nome no texto da tese ou dissertação. Conferir com o registro da Planilha I e com o Currículo
Lattes). Se estiver diferente, privilegiar o registro do Curriculum Lattes (Verificar grafias,
abreviações e acentos)
C: Título do relatório IC, a dissertação ou tese que esta sendo analisada. Registrar conforme
aparece no texto da tese ou dissertação, Conferir com a planilha I.
778
P: Origem dos dados e ou informações. Registrar a Sigla do Estado onde foram coletados os
dados e/ou as informações, no caso de pesquisa empírica ou experimental. Registrar a página da
citação ou da referência. Exemplo: AL (estado de Alagoas), ou no caso não ter dados empíricos
localizados nos estados, registrar NC (não consta).
Q: Pesquisa bibliográfica ou documental. Opção de registro quando o campo anterior (O) não
tem origem empírica de dados e trata de problemas gerais: PG, ou de pesquisa bibliográfica: PB
ou pesquisa documental: PD sem localização geográfica específica. Ou nada consta (NC).
Y: Concepção de ciência: que é anunciada, defendida e que sustenta o processo de pesquisa. Dado
tomado da introdução ou capítulo relativo à metodologia no texto completo da dissertação ou tese.
Recomenda-se: a) utilizar o comando ”localizar” dos programas PDF ou WORD. Com as palavras:
“ciência”; “conhecimento científico” e outros sinônimos; b) destacar os parágrafos que
contextualizam o termo; c) selecionar o sentido predominante. d) registrar esse sentido, ou as
expressões utilizadas pelos autores, ou uma síntese das principais concepções. Registrar em
parênteses a(s) página(s) da citação ou das referências. Ou nada consta (NC).
AF: Concepções de Ed. física: Dado tomado do resumo, da introdução ou capítulo relativo ao
referencial teórico no texto completo da dissertação ou tese. Recomenda-se: a) utilizar o comando
”localizar” dos programas PDF ou WORD. Com as palavras: “educação física”; “corpo”,
”corporeidade”, ou outros termos próprios do campo, tais como “atividade física”; “saúde”,
qualidade de vida” “rendimento”; “esporte”; b) destacar os parágrafos que contextualizam esses
termos; c) selecionar o sentido predominante. d) registrar esse sentido ou, as expressões utilizadas
pelos autores, ou uma síntese das principais concepções. Registrar em parênteses a(s) página(s) da
citação ou da referência. Ou nada consta (NC).
AI: Pesquisador responsável pelo registro. Nome do pesquisador ou equipe responsável pelo
registro de dados sobre a tese ou dissertação analisada.
AJ: Supervisão. Pesquisador Associado ou Principal responsável pela assessoria nos registros.
Planilha II-B
Análise bibliométrica
Orientações gerais
A primeira coluna, denominada “Código do registro ou N° da ficha” será o mesmo utilizado nas
Planilhas I e II-A, repetindo-o o número de vezes que for necessário quanto aos autores citados no
referencial teórico daquele trabalho. Considerar as páginas das referências, ou bibliografias e
selecionar os autores e obras que se destacam na composição do referencial teórico (ver capítulos
relativos ao referencial teórico e à interpretação de resultados). Ao preencher esta planilha
considerar: o autor citado, título do trabalho e ano da publicação e as fontes bibliográficas (Livros,
periódicos, anais, etc.). Na grafia considerar as normas de Referências ABNT. Em muitos dos
casos, é necessário ajustar a grafia da referência original, visando atender a essas normas.
Recomenda-se utilizar recursos tais como, o Mecanismo On-line para Referências (BU/UFSC)
MORE: http://www.rexlab.ufsc.br:8080/more/index.jsp; e/ou a Normalização e Orientação
Bibliográfica (NOB).para padronizar a grafia das referências:
http://www.bibli.fae.unicamp.br/orientacoes-normativas/index.php
Quando o autor da dissertação ou tese citar várias vezes o mesmo trabalho de um determinado
autor, este será inserido apenas uma vez na planilha de referências. Já quando citados trabalhos
distintos desse mesmo autor, este será inserido na planilha o número de vezes em que for citado
com obras diferentes.
Campos
A. Código do registro ou N° da ficha. Esse mesmo código será utilizado nas três planilhas (1; II-
A e II B), correspondendo à mesma pesquisa. Repetir o código o número de vezes que for
necessário quanto aos autores citados no referencial teórico daquele trabalho. Recomenda-se
registrar pelo menos as 10 principais referências de cada dissertação ou tese. E na sequência, na
mesma planilha serão registradas as referências das demais pesquisas.
que é citado; b) conferir no contexto da citação a possível contribuição para a construção da base
teórica ou a interpretação dos resultados; c) caso se constate essa contribuição, seja pelo número
de vezes em que o autor é citado, e/ou a relação do conteúdo com a problemática central da pesquisa
e a interpretação de resultados, esse autor passará a compor a planilha III-C da análise bibliográfica.
Obras citadas na revisão bibliográficas, mas que não são retomadas na discussão dos resultados e
obras de caráter metodológico que referenciam as técnicas e os procedimentos não serão
consideradas; d) Registrar o autor, a obra citada de acordo com as normas da ABNT.
Código
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFIA
de
registro
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vitoriana como tradução moralizante no ensino de uma epoca. 1999. 145p. Dissertação (mestrado) -
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Fonte: http://repositorio.unicamp.br/