CABALA
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ASPECTOS DO OCULTO
MUNDOS ALÉM DA MENTE
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povoado não nos oferece qualquer significado metafórico do termo Shiloh. Os cabalistas
encontraram a resposta do seguinte modo: a frase “Venha Shiloh” tem como soma total
358. Existem duas outras palavras com idêntica numeração: SERPENTE e MESSIAS
(NChSh e MESSIAH ), que nos ajuda a explicar o significado alegórico de Shiloh.
O termo Serpente foi antes explicado como uma palavra código para as bioenergias
que em seu movimento de subida lembram os populares desenhos espiralados do DNA, e
melhor ainda, a Serpente do Bastão de Hermes (Mercúrio-Thot), mensageiro dos Deuses
Gregos, e nos lembra também a SERPENTE DE BRONZE erguida por Moisés no deserto (
Números, 21:6-9).
Durante a subida através do corpo, estas energias serpentinas entram no coração
(Chakra Coronário), onde despertam um Poder chamado MESSIAH. NO sagrado Livro do
Zohar está escrito que o Messiah tem que primeiro erguer-se no coração do homem.
Vejamos outro exemplo: A palavra ADONAI (AD-ON-AI) que os irmãos do Quarto
Grau da maçonaria Osiriana conhecem, mas não sabem o que significa, escreve-se em
hebraico ADNI, valor numérico 65, 6+5 = 11, o número da Magia e o total das Sephiroth
(Contando com DAATH) na Árvore da Vida; a união do Hexagrama com o Pentagrama;
isto é, o Macro e o Micro reunidos, fazendo UM SÓ. Em uma mais profunda interpretação,
temos que os iniciados Gnósticos transliteraram a palavra para implicar suas próprias
fórmulas secretas. ON é o Arcano dos Arcanos, seu significado é ensinado gradualmente
aos Aspirantes da REAL ARCA DE ENOCH. Também AD é a fórmula paternal, HADIT;
ON seu suplemento, NUIT; o YOD final etimológicamente significa “MEU, e
essencialmente significa a semente mercurial ( transmitida), virginal e hermafrodita – O
EREMITA do Tarot . O nome é, pois, usado para invocar o ARCANO PESSOAL mais
íntimo, considerado como resultado da conjunção de NUIT ( O Infinito Grande) e HADIT
(O Infinito Pequeno). Se o segundo “A” está incluído, sua importância consiste em afirmar
a operação do ESPÍRITO SANTO e a formulação do BEBÊ NO OVO que precede a
aparição do Eremita.
Diz-nos Crowley: “A Cabala, isto é, a Tradição dos Judeus, concernente à
interpretação iniciática das escrituras deles, é, em sua maior parte, ou ininteligível ou tolice.
Mas ela contém como seu esqueleto a mais preciosa jóia do pensamento humano; aquele
arranjo geométrico de nomes e números que é chamado de ÁRVORE DA VIDA Eu o
chamo de precioso porque tenho verificado que é o método mais conveniente, até agora
descoberto, de classificarmos os fenômenos do Universo e de registrarmos as relações entre
eles”.(5)
A ‘Arvore da Vida contém Dez SEPHIROTH e Vinte e Dois Caminhos, perfazendo
as TRINTA E DUAS PORTAS DA SABEDORIA. Entretanto, aí existe um Véu. Não são
somente Dez Sephiroth, mas ONZE – DAATH, que quase nunca é mencionada nos
compêndios (porque não interessa a muitos) a respeito da Cabala, é a invisível Porta que dá
acesso às TRÊS SEPHIROTH SUPERNAS (KETHER, CHOKMAH E BINAH). Assim,
temos a soma TRINTA E TRÊS (11+22) que nos fornece as chave dos Trinta e Três Graus
da Maçonaria e, como todos devem ter notado, a idade de IHShVH, isto é, o Magus do
AEON de OSIRIS.
A Árvore da Vida é, por assim dizer, uma chave cabalística no senso místico e
mágico. Numerosos livros t6em sido escritos a respeito da Dez Sephiroth e dos Vinte e
Dois Caminhos, desdobrados pela consciência humana, em sua tentativa de compreender os
poderes macrocósmicos em termos de valores microcósmicos.
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Também esse assunto, sendo de suma importância para uma melhor compreensão
do Grande Quadro e, obviamente, das causas de nossos males, deve ser estudado e
analisado demoradamente.
Quando isso for feito, veremos que aquela falha no plano e esses males são, eles
mesmos, perfeitos exemplos do funcionamento das salvaguardas: a falha produz sofrimento
e, sofrendo, o homem busca respostas e, nessa busca, encontrará, mais cedo ou mais tarde,
a chave do GRANDE ARCANO, anulando a ação nefasta daquela organização diabólica.
Depois da Yoga, a cabala é o mais propalado Sistema de Iluminação no Ocidente,
porém um dos menos compreendidos.
Na maior parte das vezes, as pessoas interessadas nesta Ciência perdem-se no
amaranhado de superstições derivadas daí.
Todo o segredo, o próprio coração do Edifício Cabalístico, está contido na Árvore
da Vida; e é mediante o certo e adequado uso desse glifo que conseguimos atinar com
realidades subjacentes a toda complicação que a Cabala pode parecer aos menos
esclarecidos. A Árvore da Vida simboliza o inteiro Universo (Macro e Micro), uma
proposição tão vasta em suas implicações que muitos chegam a duvidar da existência de um
tal simbolismo.
A Árvore é um diagrama composto por dez esferas chamadas Sephiroth, e vinte e
duas linhas conectando estas esferas, e que se chamam Caminhos. Normalmente a Árvore é
mostrada em duas dimensões, mas também existem representações em que ela aparece em
três dimensões.
Existem dois métodos básicos de consecução espiritual baseados no uso direto da
Árvore da Vida: MEDITAÇÃO e RITUALISMO. Seguindo esses dois processos, o homem
logrará atingir o Coração da Árvore, o Centro Crístico Nele Mesmo – TIPHARETH – onde
terá a Visão e Conversação do Sagrado Anjo Guardião (ADONAI, no linguajar cabalístico)
sendo das mais transcendentais experiências que o homem pode ter.
Os dois métodos acima referidos – meditação e ritualísmo – na realidade são um, e
fundamenta-se na mais rigorosa disciplina interna e externa (disciplina mágica), cuja
finalidade é obter o completo controle do princípio pensante, o RUACH. Com essa
faculdade sob controle, o Aspirante exalta gradualmente seu ser por várias técnicas
ritualísticas: invocações, evocações, vibração dos nomes divinos, identificação com as
imagens telesmáticas ou místicas, adoração, entrega, etc. No final ele percebe que todas as
técnicas perfazem UMA SÓ.
Assim trabalhando, ele transcende o que ele é no atual, ou melhor, o que ele pensa
ser, ascendendo pelas SEPHIROTH até atingir (teoricamente) KETHER. Esta subida
realiza-se pela COLUNA DO MEIO, ou o CAMINHO DO MEIO, isto é, a Coluna Central
da Árvore, formada por MALKUTH, YESOD, TIPHARETH, DAATH e KETHER. No
Sistema Oriental isto equivale ao Canal Shushuma, por onde eleva-se KUNDALINI. Na
Tradição Greco-Romana, o Caduceu de Hermes (Mercúrio-Toth) é o símbolo do segredo,
tanto quanto a Serpente de bronze erguida por Moisés no deserto.
Evidentemente, pode-se usar os outros Caminhos laterais, as duas Colunas laterais,
que na maçonaria recebem os nomes de BOOZ e JACHIN (7).Antes de usar os métodos
prescrito pela Cabala prática, o Aspirante deverá lograr perfeito conhecimento dos diversos
Nomes Divinos, posições relativas das Sephiroth e, ispso facto, no seu próprio veículo
psicossomático, atribuições simbólicas, ligações (Caminhos), relações com outros sistemas,
cores atribuídas a cada Sephira e a cada Caminho nos Quatro Mundos, etc. Como dito por
Eliphas Levi: “é um brinquedo de criança e um trabalho de gigante”.
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dos, assim chamado, Reis do Edon (Qliphoth). Necessitamos compreender que os Qliphoth
são partes integrantes e inseparáveis do conjunto da Árvore da Vida, da mesma forma que
nosso ânus e nosso pênis ou vagina fazem parte de nosso corpo e que estaremos mal de
saúde se estas partes não executarem suas funções biológicas livremente. Os Qliphoth são a
outra face das Sephiroth, e estas duas faces constituem, usando um velho clichê, uma só
moeda.
Qualquer estudante (seja mação, teósofo, etc.) que escolhe (na verdade o mação não
tem escolha) o Sistema Cabalístico, ou qualquer outro sistema para seu trabalho oculto,
forçosamente encontrar-se-á com os Qliphoth, pois não existe qualquer maneira de evitá-lo.
Na própria fábula romana, Jesus teve que descer aos Infernos...
O acima dito não quer significar em absoluto existirem duas Árvores da Vida, uma
superior, sob o comando de “deus”, e outra inferior sob o comando do “diabo”. A filosofia
maniqueista copiada pela Igreja Romana foi uma dessas superficiais tentativas de
interpretar os fenômenos do Universo. Não existe Bem e Mal absolutos em constante luta
pela posse do Cosmo. Um “lado negro” da força combatendo um “lado branco”, é assunto
onde toda a superstição e deturpação da teologia ocidental é manipulada para reforçar o
plano da Grande Feitiçaria. Isis, Seth, Osiris, Typhon e Horus são manifestações
personalizadas de uma só e Única Energia. Somente após pleno conhecimento e domínio
dessas forças amorais (nem morais e nem imorais) existentes dentro de nós mesmos – sob a
forma de deuses, demônios, anjos, etc. – é que o ser humano transcenderá as condições do
mundo onde tem sua atual existência, tornando-se, ele Mesmo, Um com a Divindade, um
Mestre dos Mistérios.
Lidar com os Qliphoth constitui perigo na medida que não haja clara perspectiva do
assunto. Independente disso, devemos entender que tudo é projeção de nossas mentes, que
o Universo espelha esta mente com seus sonhos, temores, alegrias, medos, tristezas,
ambições, etc. Luta e perigo existem em todas as partes. Existe perigo até no atravessar de
uma rua, mas nem por isso deixamos de atravessa-la.
Se o Universo não se apresentasse sob esse dinamismo, sem esses desafios, sem esta
excitação, sem os incentivos naturais, não haveria evolução. O Universo é um FLUIR
ETERNO. Não existe tal lugar como o céu católico romano ou protestante, estático, onde se
descansa indefinidamente cercado de anjos tocando harpas, e mil virgens cantando. Que
coisa sem cor!
Iniciar-se é viajar internamente nos mais profundos estratos da Alma, entrando em
contato com tudo que existe, dentro e fora de nós. Isso chama-se Bodas Químicas. Todo
ocultista que evita essa salutar viagem, esse salutar casamento, essa união com as Energias
Cósmicas, está, obviamente, construindo castelos de areia.
Os Qliphoth, tais como as Sephiroth, são partes e “artes” de nós mesmos. Portanto,
além de tolice, é impossível fugir do encontro com as regiões as quais, na realidade,
estamos constantemente em contato.
A partir do momento em que o homem opta pelo Caminho da Iniciação,
automaticamente tem começo o processo do despertar dessas energias, bem como elas
iniciam o trabalho para o qual foram destinadas. Ao darmos exagerado valor ao perigo
nesses Caminhos, despertamos o medo, e o medo constitui, por si só, a maior barreira no
Caminho da Iluminação. É estupidez o temor à morte, à loucura, ou à perda da Alma. A
lenda que diz ser possível vender a Alma ao diabo é pura tolice, invencionice de mentes
desequilibradas. Mesmo admitindo-se a existência de um tal ser, o homem não poderia, em
hipótese alguma, vender sua Alma, pois ela é UNA COM A DIVINDADE que se manifesta
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As incidências das diferenças religiosas residem, portanto, no fato de que nem todos
seus fundadores e místicos viram ou se uniram com a mesma energia, ou, se o fizeram, o
acontecimento verificou-se em níveis diferentes. Por exemplo: Maomé identificou-se com
energias provenientes de GEBURAH, isto é, a Sephira da Severidade, Marte, Horus, etc.;
portanto, a religião do Islã tende ao senso guerreiro, etc. Já “Jesus” identificou-se com
Tiphareth, a Sephira do Sol, Osíris, Mitra, etc.
Pode-se também elevar em conta as sociedades e as épocas em que cada um deles
viveu, e a dificuldade de expressar o fenômeno vivido, ou ainda as idiossincrasias de cada
um deles.
Da mesma maneira que em nosso mundo sentimos antipatias, amor, amizade, etc., o
mesmo acontece naquelas regiões e, eventualmente, poderemos nos defrontar com legiões
de criaturas hostis (hostis no senso do ego viajante). Essa hostilidade decorre do simples
fato de que certas regiões, com suas energias, são contrárias a padrões estabelecidos
(religiosos, sociais, etc.) e aos quais fomos condicionados durante a formação de nossos
egos. Ultrapassando tais condicionamentos e, com eles, o ego, nós nos tornaremos livres
para qualquer tipo de experiências mágica ou mística. Ao contrário do que se supõe, tais
entidades hostis não são malignas, na acepção corriqueira da palavra, pois, como
poderemos apreciar, não existe nesta hostilidade qualquer sentimento pessoal envolvido.
Não devemos nos esquecer, ou perder a perspectiva, de que tais entidades, são
também moradores dos desconhecidos e fantásticos mundos de nossa Alma: energias que
reinam em determinados e obscuros setores do nosso lado negativo e oculto. A essas
entidades, ou energias, fomos erradamente levados a considerar como perversas (diabos,
demônios) e lhes emprestamos características de forma e ação criadas por ignorantes
teólogos. Mas elas, incontestavelmente, são idênticas, sob todos os pontos de vista, àqueles
deuses. Quando muito, poderíamos classifica-las como exóticos moradores de países mais
afastados e, consequentemente, menos conhecidos.
Em resumo: tanto deuses, quanto demônios, existem no âmago do ser humano,
sendo puras energias ainda não conhecidas da psique humana, apresentando-se à tela de
nossas mentes sob formas diversas. Assim sendo, não deveríamos jamais exaltar deuses em
detrimento de demônios, ou vice-versa.
O Caminho a percorrer é aprendermos como melhor conhecê-los, e de como
unificá-los em perfeito equilíbrio. Essa é a Tarefa do Iniciado, do Homem livre.
Recentemente, o resultado da separação destas duas entidades (deus e demônio) foi
adaptada ao cinema e mostrada na forma de um filme para crianças (O filme “The Dark
Cristal” exibido, no Brasil, sob o título de “O Cristal Encantado”, é um excelente exemplo
desta dualidade existente no indivíduo). O homem necessita, para seu próprio equilíbrio
mental e físico, tanto lidar com seus deuses, quanto com seus demônios. A este processo,
dá-se o nome de BODAS MÍSTICAS.
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Todo ser humano possui este seu particular e desconhecido Universo, cheio de
energias insuspeitas – seu campo de ação, seu Jardim Edênico, seu Reino Encantado, onde
ele é o ultimal Deus – o Mundo dos Arquétipos.
Todos nós existimos como concentrações de energias, ilhas, por assim dizer, no mar
eterno do cosmo; um fio de unidade básica nos une; uma harmonia universal rege a todos
os nossos destinos: se quisermos, poderíamos dizer que estamos todos, em certo nível de
consciência, em estado de empatia uns com os outros. A nossa mente consciente não
percebe, em seu estado normal, esta constante comunicação; mas nem por isso o nosso
inconsciente deixa, em um certo e profundo nível, de senti-la e experimenta-la.
Este é o Reino do DEUS-HOMEM-MULHER, IHVH, onde Ele é o Criador, o
Conservador e o Destruidor; onipresente e onisciente, movimentando-se como quer e para
onde quer; contando com o que, ou quem, Ele quiser, seja anjo, deus, ou demônio, à sua
escolha.
Por enquanto, na maior parte da humanidade, esses reinos apresentam-se como um
espaço assustador, indefinido e inexplorado. O início do contato consciente com aquela
plaga é exatamente aquilo que, por tradição, chama-se INICIAÇÃO. A Iniciação é, assim, o
começo de uma nova fase ou atitude para com a vida, a entrada em um inteiro novo tipo de
existência. Sua característica é a abertura da mente ao conhecimento de outros níveis de
consciência.
Iniciar-se é, entre muitas outras coisas, lançar-se numa longa e eletrizante viagem
aos planos internos da Alma humana, durante a qual o Iniciado defronta-se CONSIGO
MESMO, aportando à imensa e luminosa praia do vasto continente de seu VERDADEIRO
SER.
Essa viagem ao Interior da Terra, essa inédita exploração, deve ser realizada por
etapas e, em muitos casos, sob supervisão direta de alguém com experiência. Entretanto, a
bem da verdade, o uso de um guia não constitui regra rígida. O ser humano possui
potencialidades muito além do imaginado, estando perfeitamente apto a enveredar
solitariamente por aquelas veredas. Seu guia ou seu guru será Ele Mesmo; pois, a partir de
determinadas etapas, somente ele, e mais ninguém, poderá andar e avançar. Nesses transes,
qualquer intromissão e, no mínimo, um estorvo, resultando em total fracasso. Assim sendo,
é bem melhor que ele, logo de início, aprenda a trilhar solitário seu Próprio Caminho.
Mestres e Gurus que procuram, de uma maneira direta ou indireta, ou sutilmente,
imiscuírem-se na Vontade de outros homens são, no mínimo, charlatões. A maior blasfêmia
que se pode cometer é abrir mão de Nossas Vontades a outrem que não seja nosso DEUS
INTERNO.
Como qualquer bom e genuíno explorador, o homem deve, e isto é uma regra
estritamente cumprida por todo genuíno iniciado, palmilhar milímetro por milímetro aos
longos quilômetros de sua Verdadeira estrada. Não importa nem um pouco se ele,
inicialmente, envereda por perigosos atalhos, ou mesmo se entra em becos sombrios,
aparentemente sem saída. Ele retornará dali com mais experiência, mais fortalecido, e,
munido desta experiência pessoal, reiniciará novo avanço com maior conhecimento de sua
natureza íntima, seja através de atalhos percebidos por sua intuição, seja pela estrada
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principal. O importante é que ELE VÁ LIVRE, seguindo sem medo o curso daquela
aventura única, até atingir determinados pontos de refer6encia; postos avançados a acenar-
lhe dos profundos estratos de seu ser. Realizado isto, poderá, então, a título de lazer,
desfrutar das paisagens adjacentes, refazendo-se em suas forças da primeira e difícil etapa.
Todo país, toda região, possui características próprias ressaltando a inconfundível
personalidade de seus habitantes: linguajar, maneirismo, gírias, vestes, simbolismos,
tradições e regras. Da mesma maneira acontece nestes Mundos Além da Mente. Todos nós
sabemos, e o bom senso nos aconselha, que, se pretendemos visitar qualquer país
estrangeiro, ou mesmo uma distante região de nosso próprio país, devemos antes de mais
nada conhecer algumas das características de seus habitantes, senão estaremos correndo o
risco de cometermos erros grosseiros, os quais, além de nos colocarem em situações
embaraçosas, perturbariam nossa estadia na região visitada. Qual a mais importante destas
características senão o idioma, isto é, o linguajar local?
Enquanto no Plano Material temos as palavras, escritas e faladas, como o mais
perfeito e rápido veículo de comunicação, nas regiões internas elas pouco valem ( a não ser
aquelas chamadas palavras sagradas), porque ali estamos no Reino do Simbolismo que,
transmitindo percepções profundas, muito além do intelectualismo, prenuncia coisas ainda
desconhecidas pela mente puramente externa e impossíveis de serem transmitidas por
qualquer linguajar mundano.
Os símbolos, diferentemente das palavras, transmitem conceitos de uma maneira
toda especial, incompreensível para a mente carnal. Estes conceitos tocam a própria
ess6encias das coisas a que se referem: “o símbolo impulsiona para além de si mesmo na
direção de um sentido ainda mais distante, inapreensível, obscuramente pressentido e que
nenhuma palavra poderia exprimir de forma satisfatória” (Jung).
Nos Planos Além da Mente, os símbolos superam as palavras, não estando, como
estas, subjugadas às convenções puramente arbitrárias. São eles entidades vivas, possuindo
exist6encia própria e representando, nas regiões as quais pertencem, seres reais, tangíveis.
Do acima dito, podemos perceber claramente quão temerárias são interpretações dos
símbolos unicamente baseadas nos parâmetros do intelecto.
Dentro deste contexto, tomemos a Cruz Latina com o exemplo. De início vem a nós
a corriqueira concepção de sacrifício, calcada na apoteótica e alegórica cena do Calvário.
Mas esta interpretação encontra-se longe, muito longe, do Real Significado deste particular
símbolo. Senão vejamos: a experi6encia nos tem levado a profundo “insights”, que
somente serão percebidos e apreendidos mediante um profundo mergulho no silencioso
mundo interno, quando somente sentiremos o símbolo como um ser vivo, dinâmico. Esta
será uma das muitas lições que termos o prazer de aprender individualmente, se desejamos
viajar com segurança através daqueles Mundo Além da Mente.
Símbolos, sejam geométricos, sonoros, ou cores, têm mais força que mil palavras
em nosso reduzido linguajar.
O simbolismo está intimamente ligado à Cabala, e se desenvolve nos diversos níveis
dos Reinos Internos, variando na razão direta do maior ou menor grau de profundidade e
amplitude que tenhamos naqueles níveis e, concomitantemente, de como se nos apresenta.
Há, por exemplo, grande diferença entre o Pentagrama normal e seu avesso, ou de que
ponto se inicia seu traçado; entre uma cruz negra e uma dourada; tais diferenças não se
limitando àquela sobejamente conhecidas e analisadas em certos livros vendidos por aí.
Pequenos e sutis detalhes devem ser atentamente observados pelo homem que se lança
nesta aventura, pois detalhes transformam de maneira radical o significado do símbolo.
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Mesmo palavras ritualísticas não devem ser tomadas – como normalmente o são – pela
concepção formada pelo alinhamento de suas letras.
Para absorvermos o mais íntimo significado de qualquer simbologia que se nos
apresente, teremos que meditar intensamente sobre seus símbolos, observa-los
internamente, permitir que nosso mundo interno emirja e traga das profundezas de nossa
Alma a Luz que Ilumina, excluindo todo conceito anteriormente condicionado.
É um trabalho penoso, difícil, requerendo enorme e intensa paciência e vontade,
contra a qual a mente indisciplinada rebelar-se-á constantemente até que seja, num esforço
supremo, aniquilada. Mas será um trabalho que valerá a pena realizar, pois, persistindo
nele, dia virá em que, num relâmpago, a Luz Iluminará a pura essência das coisas e tudo
desvelar-se-á ante nós; e, então, fato curioso, perceberemos em meio a intensa alegria que
sempre “soubemos” aquele significado ultimal. Ele sempre esteve vivo no limiar de nossa
consciência, pois nós e o símbolo sempre fomos uma única e só coisa.
Durante o seu caminhar pelo deserto do seu próprio ego, o homem será guiado por
uma Flama de Sabedoria através da água e fogo, para testemunhar a manifestação de Deus
(Teofania) sobre a Montanha (Sinai), e o homem estará presente na Construção do
TABERNÁCULO no INTERIOR DELE MESMO.
NOTAS.
(2) – Particularmente fazemos restrições a esta definição dada acima. Isto ficará claro à
medida que nos aprofundarmos no assunto, principalmente aos tratarmos da Árvore da
Vida. Mais acertadamente diríamos Doutrina Esotérica Judaica derivada dos Mistérios
Egípcios. Moisés era, indubitavelmente, um Iniciado (um Magus, cuja Palavra era IHVH)
egípcio de estirpe real, como indicado por seu próprio nome (Moisés, Ramsés, Tutmés,
Radamés, etc.)
(3) – Existe uma imensa variação na transliteração e na escrita da palavra Cabala para o
Português. Optamos para a forma mais simples, ou seja, aquela encontrada normalmente
em dicionários.
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(6) – O termo deve ser compreendido no mesmo sentido que damos às correntes positiva e
negativa em eletricidade.
(7) – Como dito em outra parte desse trabalho, a Maçonaria Osiriana baseia-se inteiramente
na Cabala Hebraica. O Templo de Salomão, que serve de Canon maçônico, também foi
“construído” dentro desses preceitos. No Templo maçônico (principalmente no Rito
Escocês Antigo e Aceito) as Luzes ocupam lugares correspondentes às Sephiroth sobre a
Árvore. Os Nomes Sagrados e as palavras de passe dos graus, são de origem hebraica,
contendo fórmulas cabalísticas que podem ser “desveladas” seguindo as técnicas da Cabala.
O Templo é, como também o é a Igreja (Católica), o símbolo de um homem deitado sobre
suas costas: a cabeça aponta para o Oriente, etc.
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