LUZ, Jurema Dos Santos
LUZ, Jurema Dos Santos
LUZ, Jurema Dos Santos
VIDA DO INDIVÍDUO
Professora Orientadora
RESUMO
1 INTRODUÇÃO
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Professora Daiane Vithoft de Almeida, Graduada em Letras no ano de 2005 na Instituição Santa Cruz,
pós- graduada em Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa, Pós- graduada em Deficiências
Múltiplas. Professora Orientadora na Faculdade Uninter.
ouvinte como “diferente” por sua forma de falar. A forma de tratamento dada às
pessoas que falam diferente do que estamos acostumados a ouvir, pode traumatizar
de maneira indelével uma pessoa. Em um primeiro momento, as palavras proferidas
podem causam estranheza, levando muitas pessoas a rirem de seu interlocutor
apenas por ter pronunciado de maneira não habitual ao que o outro indivíduo está
acostumado a ouvir. E é essa discriminação social que sofre o falante ao se comunicar
com pessoas de fora do seu círculo geográfico, e porque não dizer familiar, que será
o tema deste trabalho. No entanto, é necessário tomar-se cuidado no momento de se
posicionar quanto ao preconceito para não ser tendencioso, para não correr o risco
de ser preconceituoso dentro do preconceito.
Como sabemos, para podermos nos posicionar – e por que não, criticar –
alguém ou um trabalho devemos ter um bom conhecimento para que tal crítica seja
construtiva. Daí a necessidade da leitura de vários livros e pensamentos de brasileiros
ilustres na área das Letras.
O posicionamento dos autores aqui citados dará um norte ao título deste
trabalho, que é o dano causado a um indivíduo por sua forma de falar. Algo que está,
intrinsicamente, ligado ao conhecimento da Língua Portuguesa e de sua, também,
transformação ao longo das gerações, fazendo com que o falante fique rotulado ou
como um iletrado ou como um pernóstico.
A metodologia empregada foi o sistema de pesquisa bibliográfica com
estudiosos do assunto enriquecendo de maneira significativa este trabalho.
Quais as consequências dessa discriminação? Até que ponto pode afetar
mental e psicologicamente o falante? O constrangimento causado pela forma de
falar/sotaque pode causar danos permanentes no indivíduo?
Até que ponto a utilização da Linguística e da Sociolinguística amenizaria esses
danos?
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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empregados na intercomunicação social para expressar e comunicar ideias e
sentimentos...”. (BECHARA, Evanildo; 2015; p. 30). Que continua:
2.1 LINGUÍSTICA
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intensificou ainda mais”. Ela ainda continua, em seu trabalho denominado
Sociolinguística Histórica:
O Gerativismo surgiu com a publicação da obra Syntactic Structures
(1957) de Noam Chomsky, como oposição ao Estruturalismo vigente até
então. Este linguista propôs que a linguagem deveria ser considerada como
um sistema de conhecimentos inatos, geneticamente determinado,
inconsciente e modular, ou seja, a língua era formada por um sistema de
regras. Segundo as premissas desta teoria, o falante possuiria dois tipos de
gramáticas: a universal (GU) e a particular (GP). A Gramática Universal tratar-
se-ia do estado inicial da linguagem, ou seja, quando a criança começaria a
adquirir a língua, a qual está exposta. A evolução da GU resultaria na
Gramática Particular (GP), que corresponderia às características próprias de
cada língua. Desse modo, os elementos da língua fariam parte da GU, ao
passo que a forma e a ordem como esses elementos são organizados, no
sistema dessa língua, fariam parte da GP.
2.2 SOCIOLINGUÍSTICA
3 O DIÁLOGO
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Um dos aspectos mais inovadores da produção do Círculo de Bakhtin,
como ficou conhecido o grupo, foi enxergar a linguagem como um constante
processo de interação mediado pelo diálogo - e não apenas como um sistema
autônomo. "A língua materna, seu vocabulário e sua estrutura gramatical, não
conhecemos por meio de dicionários ou manuais de gramática, mas graças
aos enunciados concretos que ouvimos e reproduzimos na comunicação
efetiva com as pessoas que nos rodeiam", escreveu o filósofo. Segundo essa
concepção, a língua só existe em função do uso que locutores (quem fala ou
escreve) e interlocutores (quem lê ou escuta) fazem dela em situações
(prosaicas ou formais) de comunicação.
3.1 SOTAQUE
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da Universidade de Cornell, nos EUA, que fez todo um trabalho junto a bebês, tanto
ainda em processo de gestação, quanto a recém-nascidos e concluí que:
... os bebês preferem a linguagem que mais ouvem quando ainda
estão no ventre da mãe. Em um estudo, os pesquisadores repetiram uma
palavra inventada várias vezes enquanto as mulheres ainda estavam
grávidas. Quando os bebês nasceram, exames cerebrais apontaram que
apenas os bebês que ouviram a palavra repetidamente responderam a ela.
Quando os bebês já têm vários meses de idade, eles podem
diferenciar idiomas e dialetos. Desde cedo, os bebês passam a ter afinidade
por outros que falam sua língua nativa. Em outro estudo, ela descobriu que
as crianças confiam mais em pessoas que falam a língua nativa do que os
que falam com sotaque estrangeiro. (HOGENBOOM, Melissa. BBC NEWS.
16/04/2018)
E Melissa continua:
No Brasil, os sotaques das regiões do Nordeste são os que
geralmente sofrem preconceito, o que ficou evidente quando a cearense
Melissa Gurgel foi coroada Miss Brasil 2014 e foi vítima de uma série de
ofensas na internet. Um dos comentários dizia "Miss Ceará: bonita até abrir
a boca e vir aquele sotaquezinho sofrível".
Estas duas palavras muito parecidas, cujas definições podem causar alguma
confusão, estão, de certa maneira, interligadas com a discriminação e o preconceito
linguístico.
3.2.1 Dialeto
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A definição desta palavra no Google é a seguinte: substantivo masculino –
conjunto de marcas linguísticas de natureza semântico-lexical, morfossintática e
fonético-morfológica, restrita a uma comunidade inserida numa comunidade maior de
usuários da mesma língua.
Evanildo Bechara, na Moderna Gramática Portuguesa diz:
3.2.2 Idioleto
O autor deste título é Sírio Possenti. Ele justifica sua tese da seguinte forma:
Talvez deva repetir que adoto sem qualquer dúvida o princípio (quase
evidente) de que o objetivo da escola é ensinar o português padrão, ou, talvez
mais exatameme, o de criar condições para que ele seja aprendido. Qualquer
outra hipótese é um equívoco político e pedagógico. A tese de que não se
deve ensinar ou exigir o domínio do dialeto padrão dos alunos que conhecem
e usam dialetos não padrões baseia-se em parte no preconceito, segundo o
qual seria difícil aprender o padrão. Isto é falso, tanto do ponto de vista da
capacidade dos falantes quanto do grau de complexidade de um dialeto
padrão. As razões pelas quais não se aprende, ou se aprende, mas não se
usa um dialeto padrão, são de outra ordem, e têm a ver em grande parte com
os valores sociais dominantes e um pouco com estratégias escolares
discutíveis. (POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na escola.
Pág. 16. Ed.Mercado de Letras – 1966).
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4 PRECONCEITO LINGUÍSTICO
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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ter cuidado ao dizer que uma classe social está sendo prejudicada em sua maneira
de ser em detrimento de outra, pois isto pode raiar ao preconceito também.
Que tal chegar a um concenso? As diferentes formas de falar do sul devem ser
tão aceitas e entendidas quanto as formas diferentes de falar do norte, ou do sotaque
caipira, ou do sotaque nordestino. Afinal somos um país de proporções continentais e
essa maneira diferente de falar acontece dentro de um espaço bem menor, como
nosso Estado, por exemplo, os falantes da Fronteira não só tem sotaque diferente
como muitas palavras de nosso dia a dia são diferentes das palavras pronunciadas
pela população que mora na Capital. Temos o “mondongo” que é o mesmo que
“dobradinha” na capital; ou a mandioca, que na capital é conhecida como aipim.
Temos a “piola” que é o mesmo que “barbante”, e por aí vai. Os fronteiriços falam
errado? Os demais é que falam certo? Não, cada um deve aceitar o modo de falar de
seu interlocutor. E por que não incorporar em seu conhecimento mais uma palavra?
REFERÊNCIAS
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HOGENBOOM, Melissa. O que seu sotaque diz sobre você. BBC
NEWS.COM/PORTUGUESE (BBC FUTURE) 16/04/2018 – Acesso em 20/03/2021
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