Apostila Completa ESA
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Índice
1. História
2. Geografia
3. Inglês
4. Português
5. Matemática
6. Literatura
NÚCLEO DAS FORÇAS ARMADAS - DISCIPLINAS COMUNS
HISTÓRIA
HISTÓRIA
contingente que chega à colônia é basicamente formado partilha (divisão) das terras descobertas, o Papa Alexandre
por nobres aristocráticos. Desde cedo, os colonos do VI, a pedido dos "Reis Católicos", por intermédio da Bula
norte demonstram sua vocação comercial, dinamizando o Intercoetera (1493) estabeleceu os limites das terras entre
mercado externo através do chamado “comércio Portugal e Espanha, através de um meridiano imaginário
triangular”. que seria contado a partir de 100 léguas a oeste das Ilhas
Exemplificando, segue uma forma do comércio de Cabo Verde e Açores, o que não foi aceito por
triangular: Portugal.
Da Nova Inglaterra com a África - comércio do rum, Os países ibéricos chegaram a um acordo através do
que seria trocado por escravos; Tratado de Tordesilhas ou de participação do Mar
Da África para as Antilhas - comércio de escravos, que Oceano, assinado em 1494. Ficou estabelecido que as
seriam vendidos para o trabalho nas fazendas de açúcar; terras e Ilhas a leste do meridiano, a contar de 370 léguas
Das Antilhas para a Nova Inglaterra - melaço - das Ilhas de Cabo Verde, pertenceriam a Portugal e, as
subproduto da cana para a fabricação do rum. que ficassem a oeste da mesma linha, pertenceriam à
Já as colônias do sul desenvolveram-se obedecendo os Espanha. Consequências da expansão marítima e
critérios do mercantilismo (monopólio). Houve comercial europeia:
predomínio do latifúndio monocultor (algodão) e a) O surgimento de Impérios Coloniais regidos pela
utilização da mão-de-obra escrava. As colônias de política mercantilista;
exploração irão apresentar aspectos comuns, quanto a sua b) Oceano Atlântico passou a ser o principal centro
organização econômica. comercial;
c) Propagaram-se os conhecimentos geográficos e
Ciclo Português astronômicos e os das ciências naturais;
d) Baixou o preço de custo das especiarias;
O ciclo oriental ou português visava a contornar o e) Surgiram as companhias de comércio como a
litoral da África para chegar às Índias (oriente). O grande Companhia das Índias Orientais e Ocidentais;
impulso para os descobrimentos portugueses foi a criação f) A burguesia passou a ter maior importância social e
do Centro de Geografia e Náutica, localizado em Sagres influência política.
(sul de Portugal), pelo Infante Dom Henrique ("O
Navegador"). O Estado financiava as pesquisas e
reservava para si a exclusividade das viagens. A tomada de 2. O SISTEMA COLONIAL PORTUGUÊS NA
Celta, em 1415, no norte da África, marcou o início das AMÉRICA
conquistas de além-mar.
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HISTÓRIA
O capitão donatário se transferiu definitivamente para Sem dúvida, a desvalorização do açúcar no mercado
a América levando sua esposa, D. Brites de Albuquerque, internacional contribuiu significativamente para a perca de
seus filhos, parentes e colonos dispostos a explorar o prestígio da “nobreza da terra”, sobretudo quando os
território. Muitos deles, receberam lotes de sesmarias que comerciantes portugueses instalados no Recife
estimularam o povoamento e dispersão de colonizadores conseguiram formar sua própria câmara, desvinculando-se
pela extensa capitania. da jurisdição de Olinda, no episódio que ficou conhecido
A instalação de feitorias e a existência de povoações de como Guerra dos Mascates. Entretanto, sua posição de
europeus no entorno de Itamaracá levou Duarte Coelho e capital continuou nos séculos posteriores, perdendo tal
sua comitiva a descer por aquela região. Em seguida, posto apenas em 1827.
atravessou o rio Igarassu e fundou, nessa região, o
primeiro povoado da Capitania, no ano de 1535. Capitania de SÃO VICENTE
Construiu fortes, moradias e a considerada igreja mais
antiga do Brasil, chamada dos Santos Cosme e Damião, Martim Affonso de Sousa fundou em janeiro 1532 a
até hoje existente no atual município. primeira vila brasileira, São Vicente, que em setembro do
Em seguida, deslocou-se para a região mais ao sul, mesmo ano se tornaria a Capitania Hereditária de São
fundando o Colégio Jesuíta, Igrejas, Câmara, Cadeia, e Vicente, sendo ele o capitão donatário.
dando o nome de Olinda. Esta se tornou a sede da A chegada de Martim Affonso foi fácil devido à
capitania, onde se instalaram as autoridades civis e presença de portugueses na região, que já estavam
eclesiásticas, bem como foi a moradia dos senhores de instalados lá havia anos e já tinham estabelecido um bom
engenho. contato com os índios locais.
Inserido no planejamento arquitetônico de construção A Capitania de São Vicente, apesar de ter sido a
das cidades portuguesas, Olinda tinha o perfil ideal, pois primeira vila brasileira, porém, não prosperou na
se localizava em um ponto alto do relevo litorâneo, produção de açúcar, por ser uma Capitania litorânea, e ser
estratégico para a construção dos fortes defensivos, além barrada na Serra do Mar. Além da geografia não favorecer
da visão privilegiada que permitia monitorar os navios que a região, São Vicente sofria vários ataques de
entravam e saiam, além da movimentação de pessoas na contrabandistas e corsários o que o tornava uma Capitania
parte baixa da vila. sem segurança.
Martim Affonso de Sousa não permaneceu muito
Representativo é o valor das igrejas que até hoje tempo no Brasil, deixando sua Capitania nas mãos dos
existem, embora a grande maioria das construções muitos portugueses que permaneceram aqui, como Braz
preservadas não sejam anteriores ao século XVII, em Cubas, que depois se tornou capitão-mor da capitania.
função da invasão dos holandeses e da quase completa Esses portugueses é que realmente colonizaram a região.
destruição ocorrida em meio à guerra (1630-54). Com destaque para os jesuítas, que serviam como
Olinda conheceu seu esplendor entre o século XVI e mediadores entre os nativos locais e os colonizadores
início do XVII, local de residência dos principais, sendo portugueses, e fundaram muitas outras vilas, sendo a mais
hegemonicamente reconhecida a principal região da famosa de todas a vila de São Paulo.
capitania e uma das principais vilas da América A colonização da Capitania de São Vicente aconteceu,
portuguesa, que fora elevada à categoria de cidade e sede por dois importantes motivos, o primeiro por defesa, pois
do bispado em 1676. Seu declínio iniciara por causa dos essa capitania se encontrava muito próxima dos domínios
mesmos holandeses, cujos projetos de construção de uma espanhóis, e o segundo e mais importante, foi por conter
nova cidade no porto fez com que proliferassem nela ouro e prata, o que desencadeou a busca pelo “el
moradias, ruas, saneamentos, pontes e várias construções dorado”, trazendo muitos aventureiros portugueses que
no que hoje é o Recife. buscavam riquezas.
De todas as capitanias hereditárias, apenas estas duas
prosperaram: Pernambuco e São Vicente (atual litoral de
São Paulo). Elas fundaram os primeiros povoados,
rapidamente transformados em vilas, cujos centros
econômicos e políticos foram importantes para o início da
colonização.
Entretanto, o fracasso do Sistema de Capitanias
Hereditárias se deu pelo desinteresse de alguns donatários,
de localidades com solos inférteis e da resistência dos
povos indígenas.
Como vimos, os objetivos iniciais eram impulsionar o
povoamento de europeus, colonizar e defender
militarmente o território. Há tempos, os franceses
rondavam a região, explorando a madeira de Pau-Brasil e
contrabandeando as riquezas, inclusive em Pernambuco.
Entretanto, a expedição de Cristóvão Jacques e,
posteriormente, a presença de Duarte Coelho inibiram a
ação dos corsários. Contudo o combate à existência de
Vista de Olinda (cidade alta) e Recife (cidade baixa) no século XVIII.
Fonte: http://www.bahia.ws/recife-dos-holandeses/
ataques externos era apenas parte do problema, pois
outro, talvez mais urgente, fosse necessário resolver: os
contatos com os índios.
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HISTÓRIA
É importante ressaltar que em 1549, outra forma de doar sesmarias, facilitando o estabelecimento de
administração foi implementada na colônia portuguesa da engenhos;
América: o Governo Geral, mas ele não resultou no fim proteger os interesses metropolitanos no que diz
do sistema de capitanias. Com ele, o poder não se respeito ao estanco do Pau Brasil e à arrecadação de
concentrava mais nos particulares, com a figura de seus impostos.
donatários, mas nos funcionários nomeados pelo rei, cuja
função era comandar a região em nome da monarquia e É importante lembrar que o Governo Geral não
com poderes centralizados. Deste modo, expressava-se foi criado para acabar com as Capitanias hereditárias,
um modo de governar contrário às capitanias hereditárias, mas sim para centralizar a administração.
na tentativa de criar um gerenciamento de governabilidade
que estivesse sob o controle do rei e não de privados. As Capitanias continuaram existindo e sendo
administradas pelos seus donatários, que, entretanto, a
GOVERNOS GERAIS partir daí, deveriam prestar obediência política ao
Governador Geral. O que desapareceu foi a
descentralização política, pois o governador como
representante do rei português, simbolizava a autoridade
suprema na Colônia, o poder centralizado de onde
partiam as decisões políticas em nome de Portugal.
Os três primeiros Governadores do Brasil foram,
respectivamente, Tomé de Souza, Duarte da Costa e Mem
de Sá.
DIVISÃO DO BRASIL EM DOIS GOVERNOS teve seus resquícios com a invasão dos mouros na
1572-78 península ibérica, os quais inseriram diversos elementos na
região, incluindo o açúcar. Com as cruzadas, os interesses
Em 1572, o rei de Portugal, Dom Sebastião, resolveu por esse produto foram ampliados, de modo que seu
dividir o Brasil em dois governos: Ao Norte, sediado em cultivo foi prosperando no norte da África e séculos
Salvador, sob a chefia de Luís de Brito e Almeida e ao Sul depois encontrou nas ilhas atlânticas o espaço de
sediado no Rio de Janeiro, chefiado por Antônio Salema. desenvolvimento sob o qual os portugueses tiveram suas
Durante os séculos XVI e XVII, o Brasil sofreu primeiras experiências na plantação e comercialização do
saques, ataques e ocupações de países europeus. Estes açúcar em grande escala.
ataques ocorreram na região litorânea e eram organizados Assim como as capitanias hereditárias, a produção de
por corsários ou governantes europeus. Tinham como açúcar foi anteriormente testada nestas ilhas, servindo de
objetivos o saque de recursos naturais ou até mesmo o base e experimentação para futuramente serem utilizadas
domínio de determinadas regiões. Ingleses, franceses e no Brasil.
holandeses foram os povos que mais participaram destas O povoamento de europeus na América deveria ser
invasões nos primeiros séculos da História do Brasil sustentava a partir de bases econômicas que oferecessem
Colonial. Neste período Portugal vivia a chamada União vantagens aos novos colonos. A opção mais rentável foi
Ibérica, que elevou o Rei Espanhol Felipe II ao trono pela empresa açucareira. A conhecida prosperidade que
português do período de 1580 a 1640. acompanhou o crescimento das principais capitanias, São
Contudo, antes disso, Portugal já havia estabelecido Vicente e Pernambuco, teve na adaptabilidade das mudas
relações comerciais com os ricos negociantes holandeses, de plantação de açúcar uma importante base de
que passaram a financiar a produção açucareira no Brasil e crescimento. O clima e o solo fértil, além das imensas
a controlar toda a sua comercialização no mercado terras, foram determinantes na organização das primeiras
europeu. Por outro lado, no mesmo período, a Espanha vilas e cidades coloniais, as quais emergiram na
pretendia dominar todo o território dos Países Baixos, na dependência da produção desta especiaria. Entretanto, das
qual a Holanda estava situada, pois a circulação de duas capitanias que prosperaram, Pernambuco ainda foi
mercadorias naquela região contribuía significativamente mais longe (São Vicente encontrou imensas dificuldades
para abastecer os cofres do tesouro espanhol. no começo do XVII e já não apresentava os lucros de
Em 1581, sete províncias do Norte dos Países Baixos, anos anteriores), chegando a ser o maior produtor de
incluindo a Holanda, criaram a República das Províncias açúcar do mundo em fins do século XVI, concorrendo
Unidas e passaram a lutar por sua autonomia em relação com o Recôncavo Baiano, contexto de grande
aos espanhóis. Ao incorporar Portugal na União Ibérica, lucratividade para os portugueses.
aproveitando-se do seu controle sobre o Brasil, a Espanha Duarte Coelho, em Pernambuco, desde os primeiros
planejou impedir que os holandeses continuassem a anos de assentamento na região estimulava o plantio de
comercializar o açúcar brasileiro. Era uma tentativa de açúcar. Tanto é que em 1535 já nasciam os primeiros
sufocar economicamente a Holanda e impedir sua engenhos, crescendo vertiginosamente nas décadas
independência. posteriores.
Portanto, nota-se o rápido crescimento estimulado
ECONOMIA E SOCIEDADE AÇUCAREIRA pelo clima favorável, solo de massapê e alianças com os
indígenas locais. Nesse sentido, a empresa do açúcar
ganhou intensa expansão, ampliando-se rapidamente para
o Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Bahia.
Acontece que juntamente com esse alargamento e
predomínio das zonas canavieiras, surgiram vilas e cidades
que projetavam a vida dos engenhos e das senzalas. O
alargamento do plantio açucareiro estimulou o
crescimento de atividades paralelas, a exemplo da
produção de subsistência, em especial da farinha de
mandioca, principal alimento dos escravos. A pecuária
tivera que ser multiplicada pela necessidade da sua força
motriz utilizada nas moendas, bem como nos transportes.
Fonte:http://pt.slideshare.net/QuedmaSilva/engenho-de-acar-36398131
Portos foram ganhando cada vez mais circulação de
pessoas e mercadorias, dinamizando as atividades locais e
A economia açucareira foi a base da colonização fortalecendo o crescimento de certas regiões. Nesse
portuguesa na América. Desde o início da colonização, sentido, a empresa colonial girava em torno da cana:
Portugal procurava estimular o povoamento da região formação de vilas e cidades, defesa do território, relações
recém descoberta através da produção do açúcar, entre grupos sociais.
buscando fixar os colonos na terra, que até então servia Sua produção esteve baseada no esquema da Plantation,
principalmente de extração do Pau Brasil nas feitorias definida pela exportação de um determinado gênero
espalhadas pelo litoral. (monocultura), criado em larga escala, utilizando imensos
Contudo, foi apenas com a introdução das capitanias latifúndios, com base na mão de obra escrava.
hereditárias que esse produto vingou. Oriundo do oriente As primeiras camadas a serem definidas em torno da
e tido como importante especiaria na Europa (utilizada produção açucareira eram os senhores de engenho e os
pelos grandes nobres, no casamento de princesas, posse escravos. Estes últimos foram bastante impulsionados por
de reis, etc.), sua implementação na cultura portuguesa aquela atividade econômica, reconhecida como sua
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HISTÓRIA
principal força motriz. Os senhores viviam em suas casas pensou no Brasil como região para onde seria transferida a
grandes, junto com familiares, agregados e escravos população. Considerou sua Colônia americana como
domésticos, enquanto o escravo residia nas senzalas. supridora ou fornecedora de matérias primas e
O desenvolvimento do açúcar permitiu a consumidora de produtos enviados pela metrópole".
diversificação de grupos sociais, como as diversas artes
liberais (sapateiro, carpinteiro, alfaiate, pescador, entre Ciclos econômicos
outros) que se proliferaram nas áreas urbanas e deram tom
à dinâmica econômica das áreas adjacentes aos engenhos.
Ao mesmo tempo, desembarcavam em Pernambuco
escravos de várias etnias africanas, utilizados como mão
de obra nas lavouras. Eles constituíam elementos
fundamentais na produção açucareira, responsáveis pela
fabricação e transportes das sacas. O tráfico de escravos,
fenômeno que envolvia a compra, deslocamento e venda
de escravos entre África e Brasil, encontrou ambiente
bastante favorável em Pernambuco, despejando milhões
de africanos como mão de obra da produção local e
fomentando o porto do Recife devido à lucratividade
derivada do comércio de cativos.
O possuir escravos era um sinal de prestígio e poder,
servindo, em algumas situações, como produtos de
exibição. Já os senhores eram detentores de
comportamentos associados à fidalguia portuguesa, sendo Fonte;https://descomplica.com.br/blog/geografia/mapa-mental-
a partir do século XVII vistos como membros da industrializacao-brasileira/
“nobreza da terra”, em função dos serviços de
colonização e expulsão dos invasores neerlandeses. Seus O estudo da formação econômica do Brasil pode ser
trajes, participação em cerimônias, controle da orientado através do estudo dos ciclos, isto é, o período
administração e política local através de sua inserção nas no qual determinado produto ou atividade econômica
câmaras revelam o poder que era revestido a essas constituiu realmente o esteio econômico básico da
pessoas, que estão na base da formação do patriarcalismo, Colônia. Segundo este conceito os ciclos de nossa
concentração de terras e rendas ainda persistente no economia podem ser limitados, no tempo, da seguinte
Brasil. forma: ciclo do Pau Brasil (de 1500 a 1553); ciclo da
cana-de-açúcar (de 1600 a 1700); ciclo do ouro ou da
mineração (de 1700 a 1800).
Importantes aspectos
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HISTÓRIA
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HISTÓRIA
Cultivo do algodão
Inicialmente utilizado para a produção de
vestimentas de pobres escravos, atingiu apogeu no século
XVIII com o desenvolvimento da indústria têxtil, durante Fonte:http://schafergabriel.blogspot.com.br/2014/11/o-ciclo-do-
acucar-e-escravidao-no-brasil.html
a Revolução Industrial. Teve grande produção no
Maranhão e Pernambuco.
Esta sociedade era rigidamente estratificada: no vértice da
Cultivo do fumo O fumo (tabaco) era cultivado no
pirâmide estavam os grandes proprietários rurais
litoral da Bahia (Recôncavo), de Sergipe e Alagoas, tendo-
(“senhores de engenho”), que formavam uma aristocracia
se constituído num comércio complementar e dependente
rural; na base havia um contingente numeroso de escravos
ao do açúcar pois servia para a troca (escambo) de
e dependentes.
escravos da África.
Extração das "Drogas do Sertão" "Drogas do
As principais nações indígenas
Sertão" eram assim chamados os produtos extraídos da
exuberante Floresta Amazônica, Pará e Maranhão. Na
Usando-se critérios linguísticos, podemos dividir os
extração das "drogas do sertão" foi empregada a mão de
índios do Brasil em quatro nações:
obra indígena. "Droguistas do Sertão" eram expedições
- Caraíbas - encontrados no norte da bacia Amazônica;
que penetravam no Vale Amazônico à procura destes
- Nuaruaques - encontrados na bacia Amazônica, até
produtos. "Tropas de Resgate" eram expedições militares
os Andes;
que iam escravizar índios na Amazônia para trabalhar nas
- Jês ou Tapuias - encontrados no Planalto Central
fazendas do Maranhão e Pará.
brasileiro;
- Tupis - encontrados por toda a costa atlântica e
algumas áreas do interior.
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HISTÓRIA
A maior parte dos indígenas que habitavam o litoral Bantos - divididos em dois grupos: Congo
do Brasil na época do descobrimento pertencia ao grupo angolanos e moçambiques. Os bantos foram traduzidos
linguístico tupi. O indígena brasileiro encontrado pelos para o Rio de Janeiro, Maranhão e Pernambuco.
portugueses vivia num regime de comunidade primitiva, Malês - eram os sudaneses islamizados.
ou seja, uma forma de organização social onde a ausência
da propriedade privada dos meios de produção resulta Os negros possuíam religião politeísta e suas crenças
numa economia comunitária, onde não existiam classes mesclaram-se ao cristianismo (sincretismo religioso). A
sociais. escravidão negra no Brasil não foi apenas uma questão de
Contribuições Os índios deram importante preferência do negro ao índio, mas sim uma questão de
contribuição para os costumes, cultura e a formação do interesse da burguesia e do governo português, que já se
povo brasileiro. Dentre essas contribuições, podemos enriqueciam com o tráfico negreiro antes da descoberta
destacar: o uso da rede para dormir, tão comum nas do Brasil.
regiões Norte e Nordeste; a utilização do milho, da
mandioca, do guaraná, etc; as técnicas da coivara, ou Aprisionados ou trocados, os negros eram trazidos
queimada das roças antes de fazer novo plantio e diversos para o Brasil nos porões dos navios negreiros (tumbeiros).
vocabulários falados no idioma. Durante a viagem, morriam cerca de 40% dos traficados.
A escravidão e o extermínio indígena Na época do Marcados com ferro em brasa, os negros eram
descobrimento, a população indígena do Brasil era de mais embarcados em Angola, Moçambique e Guiné e
de um milhão de pessoas. desembarcados em Recife, Salvador e Rio de Janeiro. O
Atualmente, está reduzida a menos de cem mil. negro entrou na sociedade colonial brasileira como cultura
Os primeiros contatos entre brancos e índios foram dominada; as marcas da escravidão persistem até os dias
amigáveis. Mais tarde, quando teve início a exploração de hoje.
agrícola, os índios passaram a ser um obstáculo para os
colonizadores, que precisavam de suas terras e de seu As contribuições dos negros para a cultura brasileira O
trabalho. Assim, os indígenas começaram a ser obrigados negro deu importantes contribuições para a cultura e para
ao trabalho da lavoura. a formação do povo brasileiro, podendo citar-se:
Muitos índios foram massacrados ou diversos vocábulos falados no idioma;
escravizados pelo colonizador, que lhes roubava a terra e
hábitos alimentares, principalmente da culinária
atacava suas mulheres. A escravidão dos indígenas
baiana;
acontecia principalmente nas áreas mais pobres, onde
havia poucos recursos para a compra de escravos negros. instrumentos musicais, como tambores,
O maior exemplo disso foi a Capitania de São Vicente atabaques, flautas, marimbas, cuícas e berimbaus;
(São Paulo), nos séculos XVI e XVII; de lá partiam as ritmo musical das canções populares brasileiras,
bandeiras do ciclo do apresamento indígena, que como o samba;
promoviam verdadeiras guerras de extermínio. danças, como o cateretê, o jongo, etc. (folclore).
O NEGRO NO BRASIL COLONIAL No campo, o negro foi a mão de obra nos canaviais e
nas roças de tabaco do Brasil colônia, e nos cafezais e
algodoais à época do império. O negro do campo esteve
sempre, mais do que qualquer outro, à disposição do
senhor. Era este quem cuidava das suas vestimentas,
alimentação e moradia.
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HISTÓRIA
guerra da independência na Bahia e os escravos que navios e 500 canhões, os holandeses iniciaram sua
serviram às tropas brasileiras na guerra do Paraguai. No primeira invasão ao Brasil em 1624. Os holandeses
final do império, negros de "filiação desconhecida" atacaram a cidade de Salvador, na época o centro
obtiveram a liberdade com base na legislação que administrativo da colônia. Mas, um ano após terem
determinava que "o brasileiro só é escravo se nascido de chegado, foram expulsos, sem grandes dificuldades.
ventre escravo".
O negro deixou marcas profunda na própria Uma segunda tentativa de invasão se deu em 1630,
composição física do povo brasileiro. Apesar de muito se dessa vez em Pernambuco. Os holandeses conseguiram
dizer ao contrário, os negros reagiram à opressão branca e conquistar as vilas de Olinda e Recife. Houve combates,
iniciaram, no Brasil, os primeiros movimentos para a sua mas os invasores holandeses resistiram e estabeleceram o
libertação, formando os quilombos. controle de uma extensa parte do litoral brasileiro que ia
do Sergipe ao Maranhão.
Quilombo é o nome que se dá à aldeia
(comunidade) onde se concentravam escravos A principal resistência a invasão foi comandada por
fugidos da exploração e dos maus-tratos sofridos nas Matias de Albuquerque até a queda do Arraial Velho do
fazendas, minas e casas de família do Brasil colonial. Bom Jesus e em fins de novembro de 1635, passou-se o
Os maiores quilombos eram formados por pequenas comando a D. Luís de Rojas y Borja, que desembarcou
aldeias, os mocambos. Seus habitantes - quilombolas - em Jaraguá, em Alagoas, à frente de um novo contingente
tendiam a organizar-se política e economicamente como luso-espanhol. Próximo da vila de Porto Calvo, travou-se,
as tribos ou nações africanas de origem, o que era em janeiro de 1636, a batalha de Mata Redonda, que
dificultado por conviverem num mesmo quilombo negros resultou em nova vitória holandesa e na morte do
de diversas origens, mestiços e até índios das redondezas. comandante espanhol.
De modo geral, as terras eram comunais e cada indivíduo
ou família cultivava uma pequena parcela. Também era Os ataques ao interior das capitanias de Pernambuco,
praticada a escravidão, que já existia em regiões da África. de Itamaracá e da Paraíba continuaram e os engenhos e
Os quilombolas faziam incursões noturnas às canaviais eram impiedosamente incendiados. Esse era o
fazendas, para buscar mulheres e encorajar novos quadro do Nordeste quando chegou ao Recife, em
companheiros a segui-los. Essa situação servia de fevereiro de 1637, o conde holandês João Maurício de
justificativa para as expedições punitivas que, inicialmente, Nassau-Siegen, que retomou Porto Calvo, expulsando as
pretendiam capturar os fugitivos. Mais tarde, a tropas coloniais para o sul do rio São Francisco, de onde
prosperidade alcançada por alguns quilombos despertou a elas se refugiaram na Bahia.
cobiça dos sertanistas e bandeirantes. Embora não
tivessem forças armadas organizadas, raros foram os MAURÍCIO DE NASSAU
quilombos que caíram sem resistência.
O mais importante dos quilombos foi o dos
Palmares. Localizava-se na Serra da Barriga, no atual
Estado de Alagoas, e durou mais de 70 anos. Como
Palmares significava a liberdade e, portanto, era uma
atração constante para novas fugas de escravos, tinha de
ser destruído pelos senhores prejudicados pela existência
dessa rebeldia negra.
Palmares foi destruído em 1694, pelo bandeirante
Domingos Jorge Velho, contratado pelos senhores de
engenho. Em 1695, foi assassinado Zumbi, o maior líder
negro da História do Brasil. Sua cabeça foi exposta em
Pernambuco, no Pátio do Carmo, acabando com a lenda
da sua imortalidade.
Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Maur%C3%
As invasões holandesas ADcio_de_Nassau
Os holandeses reagiram rapidamente, concentrando Para o cargo de governador na Nova Holanda, foi
seus esforços no controle das fontes dos produtos que nomeado o conde João Maurício de Nassau, que chegou
negociavam. Surgiu assim, em 1602, a Companhia das ao Recife em janeiro de 1637. No período em que
Índias Orientais. Essa empresa, de porte enorme, se governou o Brasil Holandês, de 1637 a 1644, Nassau
apossou dos domínios coloniais portugueses no Oriente. procurou estabelecer uma administração eficiente e um
Em decorrência dos êxitos desse empreendimento, os bom relacionamento com os senhores de engenho da
holandeses criaram, em 1621, a Companhia das Índias região. Desse modo, foram colocados à disposição dos
Ocidentais. Esta ficou encarregada de recuperar o proprietários de engenho recursos financeiros, para serem
controle do açúcar brasileiro e monopolizar o seu utilizados na compra de escravos e de maquinário para o
comércio nos mercados europeus. fabrico do açúcar.
Para controlar a produção e comercialização do Nassau também criou as Câmaras dos Escabinos,
açúcar, era necessário ocupar e se apoderar de partes do que eram órgãos de representação municipal, a fim de
território colonial brasileiro, onde o açúcar era produzido. estimular a participação política da população nas decisões
Desse modo, contando com uma frota composta de 26 de interesse local.
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HISTÓRIA
Durante o governo de Nassau, o Recife recebeu Brasil e logo se impôs no mercado europeu.
intensos investimentos. Uma nova região fora criada. Até Consequentemente, provocou a queda das exportações
então, o Recife era apenas um povoado de pescadores e brasileiras. Já na segunda metade do século XVII, os
comerciantes em torno do porto, onde escoava a riqueza engenhos brasileiros estavam em decadência. Era o fim
destinada aos senhores de engenho, residentes em Olinda. do chamado Ciclo da Cana-de-açúcar na história
Entretanto, a invasão levou à destruição da sede da econômica do Brasil. Restava a Portugal encontrar outros
capitania de Pernambuco e a necessidade de erguer uma meios para explorar economicamente a Colônia. Um novo
nova capital. Neste momento, o Recife foi escolhido, ciclo de exploração colonial teria início com a descoberta
tendo sido alvo de construções diversas, como moradias, de riquezas minerais como o ouro, a prata e os diamantes,
ruas, saneamento, iluminação, proibição de despejar lixos na região que ficaria conhecida como Minas Gerais.
nas ruas e rios, além das pontes, sinagoga, igrejas, jardim
botânico, palácios, entre outros. Uma nova cidade, com Invasões francesas
forte influência da arquitetura holandesa, fora criada.
Mesmo depois da expulsão dos invasores, o Recife Comandados pelo almirante francês Nicolas
continuou crescendo e gerando concorrência à declinante Villegaignon, os franceses fundaram a França Antártica no
Olinda. Rio de Janeiro, em 1555. Foram expulsos pelos
Os comerciantes residentes no Recife pós-holandês portugueses, com a ajuda de tribos indígenas do litoral,
tiveram vários conflitos com os senhores de engenho de somente em 1567.
Olinda, que resultou na criação de uma nova câmara que construíram uma sociedade com influências
viesse a atender os interesses dos recifenses, no ano de protestantes, uma vez que, no século XVI, milhares de
1710. Entretanto, reações existiram de modo que essa protestantes europeus vieram em fuga da Europa para a
mesma câmara fora destruída pelos olindenses, América em consequência da perseguição católica durante
indesejosos de ceder politicamente aos comerciantes. O a Contrarreforma religiosa (conjunto de medidas tomadas
conflito resultou no estabelecimento definitivo da câmara pela Igreja Católica com o surgimento das religiões
em 1711, no episódio que ficou conhecido como Guerra protestantes).
dos Mascates. Sob a influência francesa, algumas partes do litoral
Com o fim do domínio espanhol sob Portugal, em brasileiro ganharam diversas feitorias e fortes (militares).
1640, o novo rei português, D. João IV, decidiu recuperar O principal povo indígena que perpetuou a aliança com os
o Nordeste brasileiro retirando-o do domínio holandês. franceses foi o Tamoio. Deste acordo surgiu a
Esse período coincidiu com o descontentamento dos Confederação dos Tamoios (aliança entre diversos povos
senhores de engenho do Nordeste brasileiro diante dos indígenas do litoral: tupinambás, tupiniquins, goitacás,
holandeses. Nassau já havia partido e, para explorar ao entre outros), que possuíam um objetivo em comum:
máximo a produção do açúcar brasileiro, a Holanda derrotar os colonizadores portugueses.
adotou inúmeras medidas impopulares, em especial o Durante cinco anos, aproximadamente, ocorreram
aumento dos impostos, o que contrariava os interesses diversos conflitos entre os portugueses e a Confederação.
dos proprietários de engenho. No ano de 1567, os portugueses derrotaram a
Confederação, extinguindo-a e expulsando os franceses do
Insurreição/Restauração pernambucana território colonial.
A luta contra os holandeses no Nordeste brasileiro foi Ao contrário do que muitos pensaram, os franceses
iniciada pelos próprios senhores de engenho da Região e não desistiram tão facilmente do Brasil. Eles foram
durou cerca de dez anos. Sob iniciativa dos senhores, os expulsos do litoral brasileiro, da região sudeste (Rio de
colonos da Região foram mobilizados e travaram várias Janeiro), porém estabeleceram uma nova fixação no
batalhas contra os holandeses. As mais importantes foram território durante o século XVII, mas na região nordeste,
a de Guararapes e Campina de Taborda. mais precisamente na cidade de São Luís (atual capital do
Mas a expulsão definitiva dos holandeses teve início Maranhão), onde fundaram, em 1612, a chamada França
em junho de 1645, em Pernambuco, através da eclosão de Equinocial.
uma insurreição popular liderada pelo paraibano André Outra vez, a França estava tentando desenvolver
Vidal de Negreiros, pelo senhor de engenho João uma civilização no Brasil colonial. A metrópole Portugal,
Fernandes Vieira, pelo índio Felipe Camarão e pelo negro rapidamente, no intuito de não perder partes do território
Henrique Dias. A chamada Insurreição Pernambucana da colônia, enviou uma expedição militar à região do
chegou ao fim em 1654, tendo libertado o Nordeste Maranhão. Essa expedição portuguesa atacou os franceses
brasileiro do domínio holandês. tanto por terra quanto por mar. No ano de 1615, os
Porém, a expulsão dos holandeses do território franceses foram derrotados e se retiraram do Maranhão,
brasileiro teria um impacto negativo sobre a economia deslocando-se para a região das Guianas, onde fundaram
colonial. Durante o período em que estiveram no uma colônia, a chamada Guiana Francesa.
Nordeste, os holandeses tomaram conhecimento de todo Após duas tentativas mal sucedidas de
o ciclo da produção do açúcar e conseguiram aprimorar os estabelecimento de uma civilização francesa, nos séculos
aspectos técnicos e organizacionais do empreendimento. XVI e XVII, no Brasil colonial (França Antártida e França
Quando foram expulsos do Brasil, dirigiram-se para as Equinocial), os franceses passaram a saquear, através de
Antilhas, ilhas localizadas na região da América Central. corsários (piratas), algumas cidades do litoral brasileiro, no
século XVIII. A principal delas foi a cidade do Rio de
O fim de um ciclo açucareiro Janeiro, de onde escoava todo ouro extraído da colônia
Lá montaram uma grande produção açucareira que, rumo a Portugal. Uma primeira tentativa de saque, em
em pouco tempo, passou a concorrer com o açúcar do 1710, foi barrada pelos portugueses; entretanto, no ano de
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HISTÓRIA
1711, piratas franceses tomaram a cidade do Rio de - A conquista do Pará foi efetuada por Francisco
Janeiro e receberam dos portugueses um alto resgate para Caldeira Castelo Branco, que fundou o forte Presépio,
libertá-la: 600 mil cruzados, 100 caixas de açúcar e 200 origem da cidade de Belém (1616).
bois. Terminavam, então, as tentativas de invasões - O povoamento do Piauí foi feito do interior para o
francesas no Brasil. litoral, graças à criação de gado bovino. Os irmãos
Domingos Afonso Mafrense ("O Sertão") e Julião Afonso
Invasões inglesas Serra, rendeiros da Casa da Torre (de Garcia D'Ávila),
fundaram a Vila Mocha, depois Oeiras, antiga capital de
Em 1581, sob o comando do corsário inglês Thomas Piauí (1674).
Cavendish, ingleses saquearam, invadiram e ocuparam, - A conquista do Vale Amazônico foi realizada pelo
por quase três meses, as cidades de São Vicente e Santos, Capitão Pedro Teixeira (1637 - 1639), que subiu o rio
requerendo pagamento de resgate, em razão da proibição Amazonas (de Belém até Quito), tomando posse desta
do comércio da colônia portuguesa com países que não imensa região, em nome do rei de Portugal. A posse da
fossem da União Ibérica. bacia amazônica deveu-se aos missionários (jesuítas,
franciscanos, carmelitas e mercenários), às lutas contra os
A EXPANSÃO TERRITORIAL – Entradas e estrangeiros, os "droguistas do sertão" e às expedições
bandeiras. militares ("tropas de resgate").
"Os portugueses andavam como caranguejos, Importante: Só com a expulsão dos franceses da
arranhando o litoral". (Frei Vicente Salvador). Paraíba, do Rio Grande do Norte, do Ceará e do
Maranhão foi possível completar a ocupação da
Região Nordeste.
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HISTÓRIA
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HISTÓRIA
bandeirante paulista contratado para destruir o Quilombo Em 1680, uma expedição chefiada por D. Manuel
dos Palmares (1694), localizado em Alagoas. Após Lobo, governador do Rio de Janeiro, fundou a Colônia do
extinguir aquele agrupamento de negros fugitivos, ocupou Sacramento na margem esquerda do Rio da Prata, foco de
o interior de Piauí, exterminando os indígenas ("Guerra grande disputa entre Portugal e Espanha, na região
dos Cariris" ou "Guerra dos Bárbaros"), possibilitando a Platina. A fundação da Colônia de Sacramento, pelos
montagem de 39 estâncias de gados na região. Bartolomeu portugueses, motivou a reação dos espanhóis e os
Bueno da Silva (pai), chamado pelos índios de choques militares no sul tornaram-se frequentes.
"Anhanguera", devassou os sertões de Goiás. O forte presídio Jesus-Maria-José, atual cidade do
Rio Grande (RS), foi fundado pelo Brigadeiro José da
Grande ciclo do ouro e diamante. Antônio Silva Pais, que chefiava uma expedição para combater os
Rodrigues Arzão descobriu as primeiras minas de ouro, espanhóis. Em 1760, o Rio Grande foi elevado à condição
em 1693, no rio Casca (Cataguases) em Minas; Manuel de Capitania, subordinada ao Rio de Janeiro. Tratados de
Borba Gato descobriu as Minas de Sabará (Minas limites
Gerais), em 1700; Bernardo da Fonseca Lobo descobriu Após a vigência da União Ibérica, foram assinados
diamantes em Diamantina (antes Arraial do Tijuco e diversos tratados de limites que envolviam regiões ao sul
Distrito Diamantino) - Minas Gerais, em 1729; da América tais como: Lisboa, 1º de Utrecht, 2º de
Bartolomeu Bueno da Silva Júnior (filho), 2º Utrecht, Madri, El Pardo, Santo Idelfonso e Badajós.
"Anhanguera", encontrou ouro onde surgiu Vila Boa, hoje Tratados de Lisboa (1681) Foi motivado pela anexação
cidade de Goiás; Pascoal Moreira Cabral descobriu ouro espanhola da Colônia do Sacramento. Portugal, apoiado
em Coxipó-Mirim (Mato Grosso), em 1719. pela Inglaterra, obtém a devolução da Colônia (1681).
Monções - Foram expedições fluviais, que saíram de 1º Tratado de Utrecht (1713). O 1º Tratado de
São Paulo (Porto Feliz), em direção a Mato Grosso e Utrecht foi firmado entre a França (Luís XIV) e Portugal
Goiás, como consequência do movimento bandeirista. (D. João V). Estabeleceu os limites entre o Brasil e a
Guiana Francesa, assegurando o nosso domínio sobre o
OS TRATADOS DE LIMITES E AS GUERRAS NO Amapá (ou a Terra do Cabo Norte), tendo como base o
SUL rio Oiapoque (Vicente Pinzón).
2º Tratado de Utrecht (1715). Foi firmado entre
Antecedentes Portugal e Espanha. A Colônia do Sacramento era
O Tratado de Tordesilhas, na realidade jamais devolvida pela segunda vez a Portugal, porque os
demarcado, nunca foi respeitado. A identificação dos espanhóis haviam atacado e retomado aquela Colônia. Os
limites dos domínios portugueses e espanhóis na América colonos espanhóis protestaram contra a devolução e
do Sul agravou-se após a União Ibérica; fundam Montevidéu, junto à Colônia do Sacramento,
A ocupação portuguesa no Sul (política provocando novos choques na região.
expansionista realizada pelos bandeirantes) chocou-se com Tratado de Madri (1750). Foi o mais importante dos
os interesses espanhóis no Rio da Prata, que tinha em Tratados de limites assinados entre portugueses e
Buenos Aires seu centro mais importante; espanhóis. Estabeleceu a troca da Colônia do Sacramento,
A cobiça dos portugueses (aliados dos ingleses) que passaria para Espanha.
pela área do Prata é comprovada pela fundação da
Colônia do Sacramento em 1680, defronte a Buenos O brasileiro Alexandre de Gusmão ("Avô dos
Aires, centro da disputa entre espanhóis e portugueses; Diplomatas brasileiros") defendeu o princípio do "Uti
Possidetis" (direito de posse), ou seja estabeleceu que cada
O interesse inglês em dominar o mercado platino
uma das nações ficaria com os territórios que já
após a Restauração portuguesa (1640). A Inglaterra
estivessem em seu poder. Este princípio, aceito pela
pressionará para a ocupação, pelos portugueses, da saída
Espanha, beneficiou Portugal que havia ocupado as terras
do Rio da Prata;
a oeste do Meridiano de Tordesilhas, graças à expansão
O contrabando, facilitado pela presença da territorial feita pelos bandeirantes, durante o período da
Colônia do Sacramento provocou intensos choques entre União Ibérica (1580 - 1640), completada pelos criadores
portugueses e espanhóis, levando-os a assinarem diversos de gado e padres missionários.
tratados a respeito da região. O Tratado de Madri é importante porque dava ao
Brasil (salvo pequenas modificações, como a compra do
Ocupação do extremo sul Acre em 1903), aproximadamente, a sua atual
Abandonada por longo tempo, só no final do século configuração geográfica. Os padres jesuítas espanhóis,
XVII esta região, cujas pastagens são as melhores do país, juntamente com os comerciantes da região não se
teve o estabelecimento de várias missões jesuíticas conformaram com as decisões do Tratado de passar a
espanholas: Santo Ângelo, São Borja, São Miguel, São região dos Sete Povos das Missões para o domínio
Lourenço, São João Batista, São Nicolau e São Luís português: instigaram os índios a uma luta, ocasionando a
Gonzaga, que foram os Sete Povos das Missões, do rio "Guerra Guaranítica". Como o tratado não foi cumprido,
Uruguai. porque os demarcadores suspenderam os trabalhos, a
Colônia do Sacramento permaneceu com Portugal.
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HISTÓRIA
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HISTÓRIA
governador do Rio de Janeiro D. Fernando Mascarenhas Revolta de Vila Rica (1720). Ocorreu em Minas
de Lencastre tentou acabar a luta, mas não teve êxito Gerais e teve como causas principais a criação das "casas
(1709). Seu substituto, Antônio de Albuquerque Coelho de fundição", a carestia de vida e monopólio e estanco
de Carvalho conseguiu a pacificação. sobre mercadorias. Com a criação das casas de fundição,
Principais consequências: · criação de uma nova todo ouro extraído deveria ser fundido em barra , isto é,
Capitania, a de São Paulo e Minas do Ouro, separada do "quintado" (retirado o imposto do quinto) sendo proibida
Rio de Janeiro (09 de Novembro de 1709) que passou ao a circulação do ouro em pó, para evitar o contrabando.
domínio direto da Coroa, sendo seu primeiro governador
Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho; · elevação O monopólio que os reinóis (portugueses) exerciam
da vila de São Paulo à categoria de cidade (julho de 1711); sobre a comercialização de gêneros de primeira
· separação entre a Capitania de São Paulo e a de Minas necessidade encarecia, à medida que aumentava a
Gerais (1720) · transferência do polo de irradiação de produção de ouro. Vários mineiros, entre os quais Pascoal
Taubaté para Sorocaba pelos bandeirantes paulistas; · da Silva Guimarães, Sebastião Veiga Cabral e Felipe dos
descoberta de ouro nas regiões de Mato Grosso e Goiás Santos Freire (principal líder), em Vila Rica, promoveram
para onde se dirigiram, depois, os paulistas. o levante.
O governador de Minas, Conde Assumar (D. Pedro
Guerra dos Mascates (1710 – 1711). Foi um conflito Miguel de Almeida Portugal e Vasconcelos) que estava em
ocorrido em Pernambuco, resultado do choque entre a Ribeirão do Carmo (Mariana), atendeu às exigências dos
aristocracia rural de Olinda e os comerciantes revoltosos. Em seguida , contando com os "Dragões" e os
("Mascates") de Recife. A rivalidade entre "brasileiros" (de paulistas, avançou contra Vila Rica, reprimiu
Olinda) e "portugueses" (de Recife), tinha como causas: violentamente esta rebelião prendendo os principais
1º) a decadência da lavoura açucareira devido a chefes. Felipe dos Santos, o de mais baixa condição social,
concorrência Antilhana, levou a aristocracia rural a foi o único condenado à morte: foi enforcado e
endividar-se com os comerciantes portugueses que esquartejado.
monopolizavam o comércio de Pernambuco; 2º) mesmo A revolta de Vila Rica foi o reflexo do aumento da
decadente, Olinda era Vila, possuía Câmara Municipal e exploração portuguesa sobre o Brasil. Este movimento foi
tinha autonomia em relação a Recife, que era sua comarca local e não contestou a dominação portuguesa. Seu
e subordinada administrativamente. objetivo não era fazer a libertação do Brasil e sim acabar
com os abusos do monopólio português. A revolta de
A elevação de Recife a categoria de vila pelo rei de Felipe do Santos (1720) antecedeu a Inconfidência
Portugal no final de 1709, por pressão dos "mascates" Mineira (1789), na mesma Vila Rica (atual Ouro Preto).
separando-a de Olinda precipitou os acontecimentos. Os
primeiros desentendimento surgiram entre o governador A consequência dessa revolta foi a criação da
Sebastião de Castro Caldas, simpático aos mascates (de Capitania de Minas Gerais, separada de São Paulo
Recife) e o ouvidor Luiz de Valenzuela Ortiz, favorável (1720). A Revolta de Vila Rica foi fundamental para o
aos de Olinda. amadurecimento da consciência colonial. Por outro lado,
Um atentado à vida do governador por inaugurou um período de sangrentas repressões
desconhecidos levou-o a tomar medidas repressivas desfechadas pela Metrópole. O antagonismo entre
contra os olindenses. Estes revoltaram-se em fins de 1710, Colônia e Metrópole é retratado nas últimas palavras de
liderados por Bernardo Vieira de Melo, invadindo Recife, Felipe dos Santos: "Morro sem me arrepender do que fiz e
derrubando o pelourinho (símbolo de autonomia certo de que o canalha do rei será esmagado". Era o
administrativa) e obrigando o governador a fugir para a prenúncio das lutas de libertação nacional que se
Bahia. desencadeariam no Brasil a partir do século XVIII.
Abertas as vias de sucessão, o governo foi entregue
ao bispo D. Manuel Álvares da Costa, que anistiou os Tentativas de Libertação Colonial
amotinados, enquanto era rejeitada a proposta do
Sargento-mor Bernardo Vieira de Melo de proclamar a
independência de Pernambuco sob a forma republicana de
governo, no mesmo estilo das cidades livres da Itália
(Veneza e Gênova) e contaria com a proteção de uma
potência cristã.
A luta terminou com a chegada do novo governador,
Felix José Machado, que recebeu ordem de pacificar os
conflitos em Pernambuco. Os principais envolvidos foram
presos e Recife foi confirmada como vila, passando a ser o
centro administrativo da Capitania. A vitória dos
comerciantes de Recife tornou claro à aristocracia rural
que os seus interesses eram bem diferentes dos interesses
portugueses. A rivalidade entre brasileiros e portugueses
na Capitania continuou a existir mas só se transformou
novamente em revolta mais de um século depois (1817 -
Revolução Pernambucana) e com caráter diferente.
Características:
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HISTÓRIA
- estes movimentos tinham como objetivo libertar o - Tomás Antônio Gonzaga desembargador e poeta,
Brasil do domínio português e foram mais abrangentes autor do poema "Marília de Dirceu" e "Cartas Chilenas";
que os movimentos nativistas; - Cláudio Manuel da Costa, advogado e poeta muito
- ocorreram no período de crise do capitalismo rico, emprestava sua casa para os conspiradores se
comercial e ascensão do capitalismo industrial (este era reunirem;
contrário aos monopólios); - padres Carlos de Toledo e José de Oliveira Rolim; -
- com a Revolução Industrial, a partir do final do Francisco de Paula Freire de Andrade, tenente-coronel,
século XVIII desenvolve-se o livre cambismo, que forçava comandante do "Regimento dos Dragões", tropa militar
a abertura de novas frentes de trabalhos. Isto chocava-se de Minas Gerais, e que estava hierarquicamente logo
com o pacto colonial; abaixo do governador;
- a Inglaterra, nação pioneira da Revolução Industrial, - Inácio de Alvarenga Peixoto, poeta e minerador;
como centro da capitalismo desejava garantir os mercados - José Álvares Maciel, estudante universitário, tendo
de matérias-primas e consumidores de manufaturados; chegado ao Brasil em 1788, era francamente fiel aos ideais
- as nações Ibéricas (Portugal e Espanha) entraram em iluministas;
decadência. Por não terem acumulado capital suficiente - José Joaquim de Maia, estudante universitário, que
para iniciar o processo de industrialização, ficaram presas teria se entrevistado com Thomas Jefferson, embaixador
ao Mercantilismo e ao Absolutismo (Antigo Regime). Não dos Estados Unidos na França e um dos líderes do
tinham, portanto, as condições necessárias para ingressar movimento de independência daquele país, e solicitado
na nova fase do Capitalismo; auxilio aos norte-americanos;
- o Liberalismo político e econômico, posto em prática - Domingos Vidal Barbosa e Salvador Gurgel do
na Revolução Francesa, repercutiu nas colônias; Amaral, doutores;
- a Independência dos Estados Unidos (em 1776 - - Francisco Antônio de Oliveira Lopes, Coronel; -
primeiro país do Continente Americano a romper com os Luiz Vieira da Silva, cônego;
laços coloniais) provou que o colonialismo mercantilista - Joaquim Silvério dos Reis, Basílio de Brito Malheiros
podia ser derrotado; (coronéis) e o mestre de campo Inácio Correa Pamplona
- o Iluminismo, filosofia revolucionária do século (delatores).
XVIII que defendia os princípios de "Liberdade,
Igualdade, Fraternidade", foi o pensamento que orientou O Alferes Joaquim José da Silva Xavier
os movimentos contrários ao Antigo Regime; ("Tiradentes") é considerado o principal nome pois foi
- os movimentos que precederam nossa independência o que propagou junto ao povo insatisfeito e conseguiu
política sofreram influências das ideias liberais da França e adeptos para a conspiração. A revolta seria iniciada por
da Independência dos Estados Unidos e quase todos ocasião da "Derrama" (cobrança dos impostos atrasados)
tiveram a participação ativa do clero e da Maçonaria; e a senha seria: "Tal dia faço meu batizado". O Visconde
- a Inconfidência Mineira (1789), a Conjuração Baiana de Barbacena (Luiz Antônio Furtado de Mendonça) era o
(1798) e a Revolução Pernambucana (1817) foram os então governado de Minas Gerais. Com exceção de
principais movimentos precursores da Independência do Tiradentes, todos os líderes da Inconfidência Mineira
Brasil. eram ricos, ligados à extração mineral e à produção
agrícola. Esse fato é perfeitamente compreensível, pois os
Inconfidência Mineira (1789) Aconteceu na região grandes proprietários eram os que mais interesses tinham
de Minas, onde a opressão metropolitana estava em romper o pacto colonial.
concentrada nos monopólios e nos impostos. Foi o
primeiro movimento de tentativa de libertação nacional e Planos dos conjurados: · fazer a independência com
teve como causas: a capital em São João Del Rei;
Intelectuais: A divulgação das ideias liberais fundar uma universidade em Vila Rica;
francesas, trazidas da Europa por estudantes brasileiros adotar uma bandeira com o dístico (frase ou
(Domingos Vidal Barbosa, José Álvares Maciel, José lema): "Libertas quae sera tamem" (liberdade ainda que
Joaquim Maia, José Mariano Leal) e o exemplo da tardia), do poeta Virgílio;
Independência dos Estados Unidos (1ª colônia da adotar, provavelmente a forma republicana de
América a se libertar do domínio da metrópole - 1776); governo;
Políticas: O governo despótico da metrópole, a instituir o serviço militar obrigatório e uma ajuda
péssima administração dos vice-reis e governadores de (pensão) às famílias numerosas;
minas; criar indústrias;
Sociais: O desenvolvimento de uma classe média quanto ao trabalho escravo, não chegaram a uma
com o aparecimento de uma elite intelectual; conclusão.
Econômicas: A cobrança de pesados impostos
que asfixiaram a região mineradora por ocasião da A denúncia e a devassa. O movimento não chegou a
exaustão das minas, o estanco do sal, a derrama (cobrança ter sucesso, uma vez que os grandes planos não iam muito
dos quintos atrasados), a proibição de instalação de além das salas de reuniões. Isolados da grande massa
fábricas (1785), a proibição da construção de estradas para popular, sem pensar em armas para o levante, bastou uma
o interior e para o litoral. denúncia para acordar os conspiradores de seu grande
A conspiração foi realizada por elementos da elite sonho.
econômica, onde se destacou a presença de padres e
letrados como:
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HISTÓRIA
Joaquim Silvério dos Reis, principal delator e um dos precursor da Independência que apresentou características
maiores devedores da Coroa, resolveu denunciar o mais populares. Considerada a Primeira Revolução Social
movimento ao Visconde de Barbacena, em troca do do Brasil, a Conjuração Baiana teve a participação de
perdão da dívida. pessoas humildes como soldados, libertos, alfaiates, etc.
Logo após aconteceram os seguintes fatos: Surgiu devido à pregação das ideias liberais francesas e
- O Visconde de Barbacena suspendeu a "derrama" e ação da Maçonaria. Seus objetivos eram: atender às
determinou a prisão dos envolvidos em sua Capitania; reivindicações das camadas pobres da população, libertar
- houve prisão de Tiradentes no Rio de Janeiro, na o Brasil de Portugal, proclamar a república, conceder
ruas dos Latoeiros, atual Gonçalves Dias, (o vice-rei na liberdade de comércio e abolir a escravidão.
época era D. Luís de Vasconcelos e Souza); Seus objetivos, portanto, foram mais abrangentes, não
- Foram abertas duas devassas que depois se se limitando apenas aos ideais de liberdade e
unificaram, transformando-se numa alçada (tribunal independência do movimento de Minas Gerais. O levante
especial); baiano propunha mudanças verdadeiramente
- Cláudio Manuel da Costa suicidou-se na prisão , em revolucionárias na estrutura da Colônia. Pregava a
Vila Rica (Casa dos Contos); igualdade de raça e cor, o fim da escravidão, a abolição de
- de todos os conjurados presos, que respondiam pelo todos os privilégios, podendo ser considerada a primeira
crime de inconfidência (falta de fidelidade ao rei), tentativa de revolução social brasileira. A revolta teve
Tiradentes foi o único que assumiu total responsabilidade como líderes:
e participação no movimento; João de Deus Nascimento, alfaiate e
- na sentença, 12 líderes foram condenados à morte e principal figura;
depois perdoados pela rainha D. Maria I, que condenou Manuel Faustino dos Santos Lira, alfaiate,
alguns ao degredo perpétuo e outros ao degredo preto liberto;
provisório; Luís Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas,
- Tiradentes foi condenado à morte por enforcamento. soldados.
Foi executado no Campo da Lampadosa, no Rio de
Janeiro, no dia 21 de abril de 1792; a cabeça cortada e Todas as pessoas acima estavam aliadas aos elementos
conduzida para Vila Rica, o corpo foi esquartejado e da Maçonaria. A divulgação da ideologia liberal da
postos os pedaços pelos caminhos de Minas Gerais. Revolução Francesa era feita, na Bahia, pela loja maçônica
Avisado da conspiração, o Visconde de Barbacena "Cavaleiros da Luz", que contava com a participação de
suspendeu a derrama e iniciou a captura dos implicados. intelectuais como Cipriano Barata (cirurgião) e José da
Quase três anos depois terminava a devassa. A sentença Silva Lisboa (futuro Visconde de Cairu).
que condenava à morte 11 dos acusados foi modificada O movimento limitou-se a Salvador, antiga Capital do
por Dona Maria I. Estabeleceu-se o degredo perpétuo Brasil, onde grande parte da população compunha-se de
para dez inconfidentes e apenas um serviria de bode artesãos livres (sapateiros, alfaiates, mulatos, ex-escravos).
expiatório: Tiradentes. Pode-se afirmar ainda que a Conjuração Baiana foi
influenciada também pela Independência de Haiti, antiga
Consequências: suspensão da derrama; abolição do colônia francesa situada nas Antilhas. Tendo sido
estanco do sal; a ideia de independência germinaria mais distribuídos papéis em Salvador anunciando o
tarde em 1822. Sobre o movimento pode-se afirmar que a movimento, o governador da Bahia, Marquês de Aguiar
falta de consistência ideológica não invalida o significado (D. Fernando José de Portugal e Castro), mandou apurar a
da Inconfidência Mineira. Era um sintoma da autoria dos manuscritos, tendo sido identificado o soldado
desagregação do Império português na América. Pode-se, Luís Gonzaga das Virgens, que foi logo preso.
portanto, considerá-la, sem hesitação, um movimento Traídos por delatores, os chefes foram presos e
precursor da Independência do Brasil. julgados. Luís Gonzaga das Virgens, Lucas Dantas, João
de Deus e Manuel Faustino dos Santos Lira foram
condenados à morte (enforcados) e depois esquartejados;
os intelectuais como Cipriano Barata foram absolvidos.
A violência da repressão expressou a popularidade do
movimento. Seis dos réus foram condenados à morte e os
demais tiveram pena de degredo ou prisão. O surgimento
das lutas de libertação aumentou a repressão
metropolitana. A Coroa passou a conceder prêmios em
dinheiro, privilégios e cargos importantes aos
denunciantes dos chamados crimes contra a Coroa
Portuguesa.
Antecedentes
No começo do século XIX, Olinda e Recife, as duas
maiores cidades pernambucanas, tinham, juntas, cerca de
40 000 habitantes (comparados com 60 000 habitantes do
Rio de Janeiro, capital da colônia). O porto do Recife
escoava a produção de açúcar, das centenas de engenhos
da Zona da Mata, e de algodão. Além de sua importância
econômica e política, os pernambucanos tinham
participado de diversas lutas libertárias. A primeira e mais
importante tinha sido a Insurreição Pernambucana, em
1645. Depois, na Guerra dos Mascates, foi aventada a A bandeira da Revolução Pernambucana de 1817,
possibilidade de proclamar a independência de Olinda. cujas estrelas representam Paraíba, Ceará e Pernambuco,
As ideias liberais que entravam no Brasil junto com inspirou a atual bandeira pernambucana.
os viajantes estrangeiros, e por meio de livros e de outras O movimento iniciou com ocupação do Recife, em
publicações, incentivavam o sentimento de revolta entre a 6 de março de 1817. No regimento de artilharia, o capitão
elite pernambucana, que participava ativamente, desde o José de Barros Lima, conhecido como Leão Coroado,
fim do século XVIII, de sociedades secretas, como as lojas reagiu à voz de prisão e matou a golpes de espada o
maçônicas. Em Pernambuco, as principais foram o comandante Barbosa de Castro. Depois, na companhia de
Areópago de Itambé, o Patriotismo, a Restauração, o Pernambuco outros militares rebelados, tomou o quartel e ergueu
do Oriente e o Pernambuco do Ocidente, que serviam como trincheiras nas ruas vizinhas para impedir o avanço das
locais de discussão e difusão das "infames ideias francesas". tropas monarquistas. O governador Caetano Pinto de
Nas sociedades secretas, reuniam-se intelectuais religiosos Miranda Montenegro refugiou-se no Forte do Brum, mas,
e militares, para elaborar planos para a revolução. cercado, acabou se rendendo.
O movimento foi liderado por Domingos José
Causas imediatas Martins, com o apoio de Antônio Carlos de Andrada e
Presença maciça de portugueses na liderança do Silva e de Frei Caneca. Tendo conseguido dominar o
governo e na administração pública; governo Provincial, apossaram-se do tesouro da província,
Criação de novos impostos por Dom João VI instalaram um governo provisório e proclamaram a
provocando a insatisfação da população pernambucana. República.
Segundo escritor inglês então residente no Recife, era Em 29 de março, foi convocada uma assembleia
grande a insatisfação local ante a obrigatoriedade de se constituinte, com representantes eleitos em todas as
pagar impostos para a manutenção da iluminação pública comarcas, foi estabelecida a separação entre os poderes
do Rio de Janeiro, enquanto no Recife era praticamente Legislativo, Executivo e Judiciário; o catolicismo foi
inexistente a dita iluminação; mantido como religião oficial, porém havia liberdade de
Grande seca que havia atingido a região em 1816 culto (o livre exercício de todas as religiões); foi
acentuando a fome e a miséria, como consequência, houve proclamada a liberdade de imprensa (uma grande
uma queda na produção do açúcar e do algodão, que novidade no Brasil); abolidos alguns impostos; a
sustentavam a economia de Pernambuco, esses produtos escravidão, entretanto, foi mantida.
começaram a sofrer concorrência do algodão nos Estados
Unidos e do açúcar na Jamaica; Expansão e queda
Influências externas com a divulgação das ideias As tentativas de obter apoio das províncias vizinhas
liberais e de independência relacionadas aos iluministas, fracassaram. Na Bahia, o emissário da revolução, José
que estimularam as camadas populares de Pernambuco na Inácio Ribeiro de Abreu e Lima, o Padre Roma, foi preso
organização do movimento de 1817; ao desembarcar e, imediatamente, fuzilado por ordem do
A crescente pressão dos abolicionistas na Europa governador, o conde dos Arcos. No Rio Grande do
vinha criando restrições gradativas ao tráfico de escravos, Norte, o movimento conseguiu a adesão do proprietário
que se tornavam mão de obra cada vez mais cara, já que a de um grande engenho de açúcar, André de Albuquerque
escravidão era o motor de toda a economia agrária Maranhão, que depois de prender o governador, José
pernambucana; Inácio Borges, ocupou Natal e formou uma junta
O movimento queria a independência do Brasil e governativa, porém não despertou o interesse da
a Proclamação da República. população e foi tirado do poder em poucos dias. O
jornalista Hipólito José da Costa foi convidado para o
cargo de ministro plenipotenciário da nova república em
Londres, mas recusou.
Tropas enviadas da Bahia avançaram pelo sertão
pernambucano, enquanto uma força naval, despachada do
Rio de Janeiro, bloqueou o porto do Recife. Em poucos
dias, 8000 homens cercavam a província. No interior, a
batalha decisiva foi travada na localidade de Ipojuca.
Derrotados, os revolucionários tiveram de recuar em
direção ao Recife. Em 19 de maio, as tropas portuguesas
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HISTÓRIA
entraram no Recife e encontraram a cidade abandonada e emancipação política do final do século XVIII, tendo
sem defesa. O governo provisório, isolado, se rendeu no relação com a Abertura dos Portos e com a Elevação do
dia seguinte. Brasil à condição de Reino Unido de Portugal e Algarves.
Apesar de sentenças severas, um ano depois, todos Em 7 de setembro apenas se formalizou a separação de
os revoltosos foram anistiados, e apenas quatro haviam Portugal, mas a consolidação da Independência só viria
sido executados. ocorrer com a abdicação de D. Pedro I, em 1831.
A Corte Portuguesa no Brasil (1808-1821)
Auxílio externo Antecedentes: A ideia da transmigração não era nova: D.
Em maio de 1817, Antônio Gonçalves Cruz, o Cruz João IV e o Marquês de Pombal já haviam pensado em
Cabugá, desembarcou na Filadélfia com 800 mil dólares executá-la.
(atualizado ao câmbio 2007, aproximadamente 12 milhões a transição do capitalismo comercial pelo
de dólares) na bagagem com três missões: capitalismo industrial. Agora, a economia se apoiava na
1. Comprar armas para combater as tropas de D. João presença de grandes fábricas, no aceleramento da
VI. mecanização e na modernização da produção e da força
2. Convencer o governo americano a apoiar a criação de trabalho;
de uma república independente no Nordeste a violenta luta entre o absolutismo monárquico e
brasileiro. os princípios liberais (liberdade, igualdade, fraternidade)
3. Recrutar alguns antigos revolucionários franceses na Europa;
exilados em território americano para, com a ajuda a disputa entre a Inglaterra (berço da Revolução
deles, libertar Napoleão Bonaparte, exilado na Ilha Industrial) e a França para alcançar a hegemonia europeia
de Santa Helena, que seria transportado ao Recife, e a dependência econômica de Portugal em relação à
onde comandaria a revolução pernambucana. Inglaterra.
Depois retornando a Paris para reassumir o trono de Causas da transmigração da família real portuguesa
imperador da França. para o Brasil:
- o Bloqueio Continental decretado por Napoleão
Porém, na data de chegada do emissário aos Estados Bonaparte (1806), que obrigava todos os países do
Unidos, os revolucionários pernambucanos já estavam continente europeu a fechar seus portos ao comércio com
sitiados pelas tropas monarquistas portuguesas e próximas as Ilhas Britânicas.
da rendição. Quando chegaram ao Brasil os quatro
veteranos de Napoleão recrutados (conde Pontelécoulant, Alguns artigos de Bloqueio Continental
coronel Latapie, ordenança Artong e soldado Roulet), Art. I - As Ilhas Britânicas são declaradas em Estado
muito depois de terminada a revolução, foram presos de Bloqueio;
antes de desembarcar. Art. II - Todo o comércio e toda a correspondência
Em relação ao governo americano, Cruz Cabugá com as Ilhas Britânicas estão proibidos...
chegou a se encontrar com o secretário de Estado, Art. III - Nenhuma embarcação vinda diretamente da
Richard Rush, mas somente conseguiu o compromisso de Inglaterra ou das colônias inglesas... será recebida em
que, enquanto durasse a rebelião, os Estados Unidos porto algum.
autorizariam a entrada de navios pernambucanos em
águas americanas e que também aceitariam dar asilo ou - D. João, regente de Portugal desde 1792 devido à
abrigo a eventuais refugiados, em caso de fracasso do loucura de sua mãe (D. Maria I), sob pressão resolve
movimento. fechar os portos aos ingleses (Ago. 1807), mas se nega a
confiscar os bens e prender os súditos ingleses por causa
Consequências da aliança que Portugal possuía com a Inglaterra.
Debelada a revolução, foi desmembrada de
Pernambuco a comarca de Rio Grande (atual Rio Grande - A ASSINATURA DA CONVENÇÃO
do Norte), tornando-se província autônoma. Essa havia SECRETA (Outubro 1807) entre Portugal e
sido anexada ao território pernambucano ainda na Inglaterra que previa: o embarque da família real para o
segunda metade do século XVIII, juntamente o Ceará e Brasil com proteção inglesa, no caso de Portugal ser
Paraíba, que também se tornaram autônomas ainda no invadido; a liberdade de comércio inglês com um porto no
período colonial, em 1799. Brasil a ser determinado e a ocupação da Ilha de Madeira
Também a comarca de Alagoas, cujos proprietários pelos ingleses durante o período de guerra;
rurais haviam se mantido fiéis à Coroa, como recompensa, - O Tratado de Fontainebleau (27/ 10/ 1807), que
puderam formar uma província independente. dividia Portugal entre França e Espanha (as colônias
Apesar dos revolucionários terem ficado no poder seriam partilhadas posteriormente);
menos de três meses, conseguiram abalar a confiança na - A invasão de Portugal pelas tropas franco-espanholas
construção do império americano sonhado por D. João ao comando do General Junot e os conselhos do ministro
VI, a coroa nunca mais estaria segura de que seus súditos inglês Lord Strangford ao Ministro dos Estrangeiros
eram imunes à contaminação das ideias responsáveis pela Conde de Linhares para a família real retirar-se para o
subversão da antiga ordem na Europa. Brasil.
- D. João (Príncipe-Regente) e a família real,
PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA escoltados pela esquadra inglesa (Almirante Sidney Smith),
A independência do Brasil não foi um fato isolado, se estabelecem no Brasil: é a "Inversão Brasileira",
restrito ao dia 7 de setembro de 1822, mas um processo segundo Silvio Romero, isto porque o nosso país, que era
histórico cujas origens remontam às tentativas de então colônia, passou a ser sede do governo português.
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HISTÓRIA
Portugal livrou-se das tropas napoleônicas e ficou Política Externa de D. João foi marcada por três
sob a tirania do general inglês Beresford. O Brasil, fatos: ocupação da Guiana Francesa, assinatura dos
no entanto, dentro da América Latina ficou numa tratados de 1810 com a Inglaterra e conquista da Banda
situação bem particular com a continuação do Oriental do Uruguai. D. João lançou um manifesto ao
regime monárquico, do governo centralizado e mundo (1º de maio de 1808) declarando guerra à
mantendo forte herança colonial. França. Em consequência, a Guiana Francesa foi
invadida (dezembro de 1808) e ocupada (1809) pela
expedição chefiada por Manuel Marques, com o
Logo ao chegar à Bahia D. João, aconselhado pelo
apoio militar britânico (Capitão Yanes Lucas Yeo). O
Visconde de Cairu, assinou a carta régia de 28 de janeiro
comissário geral francês Victor Hughes, capitulou.
de 1808, decretando a abertura dos portos brasileiros com
outros países. Isto significou o fim do pacto colonial
O Marquês de Queluz (João Severiano Maciel da
(monopólio do comércio da colônia pela metrópole) e
Costa), nomeado governador da Guiana, realizou uma boa
pode ser considerada como o primeiro grande passo a
administração e mandou vir a cana-caiana, a fruta pão, o
independência política do Brasil.
abacateiro, etc. Por determinação do Congresso de Viena
Através do Alvará de 1º de abril de 1808, D. João
(1814 - 1815), a Guiana foi devolvida à França em 1817.
concedeu liberdade para a instalação de indústrias no
Brasil, revogando o Alvará de 1785 de D. Maria I, que
Dois tratados comerciais foram assinados entre
proibia o estabelecimento de fábricas no Brasil.
Portugal e Inglaterra em 1810: Tratado de Comércio e
Esta liberdade industrial não trouxe significativos
Navegação e o Tratado de Aliança e Amizade. Estes
progressos ao setor pelos seguintes fatores:
foram conseguidos pelo Lord Stranford, enviado ao Brasil
faltava-nos capital e uma política protecionista; pelo ministro inglês Canning.
o mercado consumidor era inexpressivo;
não existia uma mentalidade empresarial; Através deles, Portugal perdeu o monopólio do
a aristocracia possuía uma mentalidade rural e comércio brasileiro e o Brasil caiu diretamente na
escravista; dependência do capitalismo inglês.
a Inglaterra dificultava, ao máximo, a importação
de máquinas. Pelo Tratado de Comércio e Navegação assinado
pelo Conde de Linhares e por Lord Strangford era
Em decorrência dos Tratados de 1810 que concedido privilégio alfandegários aos produtos
privilegiavam os produtos ingleses, os incentivos que D. ingleses que entrassem no Brasil. Com isso, foi
João tinha dado à indústria têxtil e metalúrgica ficaram inaugurado a política do livre-cambismo (baixas
nulos. tarifas sobre os produtos importados). As taxas eram
Principais consequências da vinda da Família Real as seguintes: 15% para a Inglaterra; 16% para Portugal e
para o Brasil: 24% para outros países. Era livre o porto de Santa
- aumentou O comércio externo brasileiro, dominado Catarina e os súditos ingleses que fossem incriminados em
pelos comerciantes ingleses; - maior subordinação de terras portuguesas só poderia ser julgado na presença de
Portugal à Inglaterra (Tratados de 1810); uma autoridade britânica e com base nas leis de seu país
- aceleração do processo de Independência do Brasil: de origem. Em contrapartida, se um português fosse
de colônia de Portugal à sede da Monarquia Portuguesa acusado em terras inglesas, teria de confiar nas diretrizes e
(Inversão Brasileira); autoridades da própria justiça inglesa.
- o Brasil passa a consumir, em larga escala, os
produtos manufaturados ingleses: as indústrias nacionais O Tratado da Aliança e Amizade determinava a
entram em crise; gradual extinção do tráfico negreiro para o Brasil e a
- a quebra da estrutura colonial: livre comércio, (acaba proibição de Santa Inquisição em nosso país.
o monopólio) e liberdade de indústria;
- medidas em prol do desenvolvimento cultural:
criação de faculdades, órgãos de ensino, etc;
- estabelecimento das bases administrativas brasileiras;
- mudanças de hábitos e costumes: as elites brasileiras
imitam o estilo de vida europeu.
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HISTÓRIA
A reação a estas medidas foi através do "Clube da D. Pedro em 03 de junho convocou uma Assembleia
Resistência" onde se destacaram a Imprensa e a Constituinte e fez publicar um manifesto aos governos e
Maçonaria e nomes como José Clemente Pereira, José nações amigas. Viajou em seguida a São Paulo para
Bonifácio, Gonçalves Ledo, Januário da Cunha Barbosa, restabelecer a paz naquela Província agitada (disputa entre
entre outros. O jornal "Revérbero Constitucional Francisco Inácio e Martim Francisco).
Fluminense" com artigos escritos por Gonçalves Ledo e
Januário da Cunha Barbosa fazia violentas críticas à No dia 07 de setembro de 1822, às margens do
política das Cortes, contrárias aos interesses do Brasil. riacho Ipiranga (São Paulo) após ter recebido
O movimento em prol da Independência crescia correspondência de D. Leopoldina e José Bonifácio
cada vez mais. Além disso, as ideias liberais (ideal através do carteiro Paulo Bregaro, D. Pedro tomou
democrático) da Revolução Francesa e da Independência conhecimento das últimas decisões da Corte Portuguesa:
dos Estados Unidos tiveram significativa influência nos anulação de todos os seus decretos e ameaça de envio de
movimentos de nossa Independência como: a tropas caso não retornasse imediatamente para Portugal.
Inconfidência Mineira (1789), Conjuração Baiana (1798) e
Revolução Pernambucana (1817). Em vista disto resolveu dar o grito de
"Independência ou Morte... Estamos separados de
O "Fico" Portugal". Ao chegar no Rio (14/09/1822) foi aclamado
Para a aristocracia brasileira (classe dominante) era Imperador Constitucional e Perpétuo do Brasil. É o início
necessário a permanência de D. Pedro no Brasil pois sua do Império (1822) que ira até 1889, com a Proclamação da
"partida representaria o esfacelamento do Brasil". Em 09 Republica. José Bonifácio de Andrada e Silva, pela
de janeiro de 1922 ("Dia do Fico") D. Pedro resolveu atuação em favor (prol) de nossa emancipação política,
desobedecer Cortes após ter recebido um abaixo assinado passou a ser chamado "Patriarca da Independência".
com 8.000 assinaturas, redigido pelo Frei Francisco
Sampaio de Santa Tereza e entregue por José Clemente "Guerras da Independência" Foram assim chamados
Pereira (Presidente do Senado da Câmara). Disse que os movimentos contrários ao Grito do Ipiranga e onde se
ficaria no Brasil para "o bem de todos e felicidade geral da destacaram diversos oficiais estrangeiros (Cochrane,
Nação". Grenfell, Labatut, Lecor, Taylor) que lutaram para
O dia do Fico constituiu-se em mais um passo para submeter as Províncias que não aceitaram a proclamação
nossa Independência. O episódio do Dia do Fico marcou da Independência. A luta desenvolveu-se na Bahia,
a primeira adesão pública de D. Pedro a uma causa Maranhão, Pará, Piauí e Cisplatina, onde as tropas
brasileira. Ele desrespeitara abertamente as decisões da portuguesas e alguns homens mantinham-se fiéis a
Corte Portuguesa. As tropas portuguesas (Divisão Portugal, não aceitando a autoridade de D. Pedro.
Auxiliadora Portuguesa) sediada no Rio de Janeiro,
comandada pelo General Jorge de Avilez, revoltaram-se, Na Bahia a resistência foi maior: a tropa lusitana
ocupando o Morro do Castelo. (portuguesa) chefiada pelo General Madeira de Melo foi
Exigiam que D. Pedro acatasse as ordens das Cortes. derrotada na batalha de Pirajá pelo General Labatut,
A enérgica reação dos brasileiros neutralizou as tropas completando pela ação do Brigadeiro Lima e Silva e o
lusas, que foram obrigadas a voltar para Portugal (Fev - Almirante Cochrane que bloqueou Salvador. Ganhamos a
1822). batalha devido o toque do corneteiro Luís Lopes que
recebera ordem do Major Barros Falcão de "retirada" e, ao
invés disso, tocou "avançar cavalaria", provocando o
pânico entre os portugueses, que recuaram.
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HISTÓRIA
tem uma queda acentuada. de março de 1831 muitos brasileiros foram atacados a
O Brasil independente herdou os tratados de 1810, cacetadas e garrafadas, num episódio que ficou conhecido
celebrados por D. João com a Inglaterra. Foram esses como a Noite das Garrafadas. Dom Pedro I fica irado e
tratados, especialmente o de Comércio e Navegação e o promete castigos. Mas não consegue sustentação política e
de Aliança e Amizade, que garantiram a continuidade da é aconselhado por seus ministros a renunciar ao trono
preponderância britânica no Império brasileiro. brasileiro.
Em 1826, para garantir o reconhecimento da Nesse momento, duas das mais importantes
independência, D Pedro I cedeu aos interesses ingleses, categorias de sustentação do regime também retiram seu
renovando a taxa preferencial de 15% sobre os produtos apoio. A Nobreza e o Exército abandonam o Imperador e
ingleses por mais quinze anos, com dois de carência, além tornam a situação política insustentável. D Pedro I não
da promessa de acabar com o tráfico negreiro. Em 1827, encontra solução. Abdica em favor do filho, Pedro de
sob pressão da diplomacia inglesa, ocorreu a ratificação do Alcântara, então com 5 anos em 7 de abril de 1831.
acordado no ano anterior com um novo adendo: o Brasil
assumia o compromisso de extinguir o tráfico de escravos PERÍODO REGENCIAL (1831-1840)
em três anos.
Com isso, D. Pedro I mostrava sua fraqueza diante
dos interesses britânicos e, especialmente com relação ao
tráfico negreiro, feria diretamente os interesses da
aristocracia rural escravista. Em vista disso, a Assembleia
Geral procurou facilitar a concessão de privilégios
semelhantes a outras nações, como a França, Áustria e
Estados Unidos, entre outros. Em 1828, para melhorar a
imagem desgastada, D. Pedro passou a adotar uma
postura nacionalista e decretou a unificação das tarifas
alfandegárias, ou seja, toda e qualquer mercadoria,
procedente de qualquer país do mundo, pagaria apenas
15% de taxa alfandegária quando entrasse no Brasil.
A redução das tarifas aduaneiras, na prática, a
instauração do livre-cambismo no Brasil, reduziu Toda a agitação política do governo de Dom Pedro I
drasticamente a arrecadação do governo e contribui, ainda culminou em sua rápida saída do governo durante os
mais, para o desequilíbrio na balança comercial brasileira. primeiros meses de 1831. Surpreendidos com a vacância
Quando, em 1826, Dom João VI morre, surge um deixada no poder, os deputados da Assembleia resolveram
grande embate quanto a sucessão do trono português. instituir um governo provisório até que Dom Pedro II,
Diante de reivindicações de brasileiros e portugueses, herdeiro legítimo do trono, completasse a sua maioridade.
Dom Pedro abdica em favor da filha, D. Maria da Glória. É nesse contexto de transição política que observamos a
No entanto, seu irmão, D. Miguel, dá um golpe de Estado presença do Período Regencial.
e usurpa o poder da irmã. Com a morte de D. Pedro I, em 1834, os caramurus
O Imperador brasileiro então envia tropas brasileiras passaram a compor, com os direitos liberais ou
para solucionar o embate e restituir o poder à filha. Esse moderados, o “regresso conservador”. Tornaram-se parte
fato, irrita os brasileiros, uma vez que o Imperador está dos maioristas em 1840 e da facção áulica do início do
novamente priorizando os assuntos de Portugal em segundo Reinado.
detrimento do Brasil. Essa “reaproximação’ entre Portugal Os liberais moderados, entendidos como a direita
e Brasil incomoda e gera temor de uma nova época de liberal, cor- respondiam à outra parcela da aristocracia
dependência. Com isso, o Imperador perde popularidade. rural. Eram monarquistas, evidentemente, pois viam nela a
A questão passa a ser uma das grandes bandeiras da proteção dos seus privilégios. Porém, desejavam-na
oposição liberal brasileira. Nos últimos anos da década de constitucional, uma vez que a Constituição de 1824
1820, esta oposição cresce. O governante procura apoio assegurava a sua continuidade na posição de mando. De
nos setores portugueses instalados na burocracia civil- fendiam a manutenção da ordem em primeiro lugar e não
militar e no comércio das principais cidades do país. pretendiam nenhuma reforma econômica ou social. Como
Incidentes políticos graves, como o assassinato do opositores das reformas políticas, batiam-se pela
jornalista oposicionista Líbero Badaró em São Paulo, centralização político-administrativa. O liberalismo que
em 1830, reforçam esse afastamento: esse crime é rotulava essa facção era apenas de fachada, adequado às
cometido a mando de policiais ligados ao governo suas necessidades de classe dominante. Preponderou
imperial e Dom Pedro é responsabilizado pela morte. durante os primeiros anos das Regências, dividindo-se a
Sua última tentativa de recuperar prestígio político é partir de 1835. Eram denominados chimangos e uniam-se
frustrada pela má recepção que teve durante uma visita a sob a égide da Sociedade Defensora da Liberdade e
Minas Gerais na virada de 1830 para 1831. A intenção era Independência Nacional, fundada por Evaristo da Veiga.
costurar um acordo com os políticos da província, mas é Empenharam-se no combate aos restauradores e
recebido com frieza. Alguns setores da elite mineira fazem exaltados federalistas, na defesa da ordem e da
questão de ligá-lo ao assassinato do jornalista. Revoltados, centralização, fornecendo subsídios para a orientação
os portugueses instalados no Rio de Janeiro promovem governista.
uma manifestação pública em desagravo ao imperador. Os liberais exaltados, fazendo às vezes da esquerda
Isso desencadeia uma retaliação dos setores antilusitanos. liberal, eram representados não só por algumas parcelas da
Há tumultos e conflitos de rua na cidade. Na noite de 13 aristocracia rural, como também por outros segmento
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sociais. Apresentavam-se divididos em camadas primeiro trio de governantes é fruto de uma negociação
sobrepostas, constituindo-se inicialmente por uma camada entre os restauradores e liberais moderados. É composto
de homens livres, destituídos de propriedades, ou pelos senadores José Joaquim Carneiro Campos, marquês
pequenos proprietários. Variando de região para região, de Caravelas, representante dos restauradores; Nicolau de
desenvolviam atividades nos centros urbanos ou nos Campos Vergueiro, representante dos liberais moderados;
campos, oscilando numa relação de dependência, entre a e, no papel de mediador, o brigadeiro Francisco de Lima e
classe dominante e a classe que fornecia o trabalho. Silva, representante da oficialidade mais conservadora do
Seguia-se o aglomerado urbano e rural marginalizado de Exército. Os liberais radicais não participam do governo,
recursos: agregados, lavradores e citadinos, dedicados a mas obtêm vitórias importantes no Legislativo.
pequenos expedientes e biscates.
Enquanto os moderados batiam-se pela Regência Trina Permanente
preservação da ordem e instituições, opondo-se a qualquer A regência trina permanente é eleita pela Assembleia
alteração no status quo, os exaltados eram os reformistas. Geral em 17 de junho de 1831. Sua composição inclui as
Defendiam o direito de manifestação, reformas políticas, facções políticas que se expressam na capital e os
desde o estabelecimento de uma monarquia interesses regionais da elite agrária. É integrada pelos
descentralizada até a proclamação de uma República, a deputados moderados José da Costa Carvalho,
reforma na Constituição de 1824, ampliando marquês de Montalvão, representante do sul, e João
principalmente a autonomia provincial, batendo-se pelo Bráulio Muniz, representante do norte, além do
federalismo. Sem muita clareza, exigiam reformas na brigadeiro Francisco de Lima e Silva, que já integrara
estrutura econômica e social. Apelavam para a a regência trina provisória. O padre Diogo Antônio
violência, arrastando as forças de composição variada, sob Feijó é nomeado ministro da Justiça. Guarda Nacional – A
a bandeira do federalismo. Eram também chamados de formação da Guarda Nacional é proposta pelo padre
jurujubas ou farroupilhas, e se organizavam em tomo da Diogo Antônio Feijó e aprovada pela Câmara em 18 de
Sociedade Federal e de clubes federalistas espalhados pelas agosto de 1831. Sua criação desorganiza o Exército.
províncias. Com a Guarda Nacional, começa a se constituir no
país uma força armada vinculada diretamente à
O avanço liberal aristocracia rural, com organização descentralizada,
As tendências e evolução destes grupamentos composta por membros da elite agrária e seus agregados.
políticos e da própria vida política do período regencial Os oficiais de alta patente são eleitos nas regiões e, para
devem ser entendidas em dois momentos que o muitos historiadores, é um dos componentes
caracterizam: o avanço liberal e o regresso conservador. fundamentais do coronelismo político – instituição não-
O primeiro momento decorreu entre 1831 e 1834, oficial determinante na política brasileira e que chega ao
quando as forças liberais se uniram para combater os apogeu durante a República Velha. Reformas liberais – As
restauradores. Juntos, também estabeleceram reformas bases jurídicas e institucionais do país são alteradas por
institucionais, entendidas tradicionalmente como liberais várias reformas constitucionais que, em sua maioria,
ou descentralizadoras, com o objetivo de acalmar as favorecem a descentralização do poder e o fortalecimento
tensões regionais latentes. Na realidade, as reformas das Províncias. Em 29 de novembro de 1832 é aprovado
propaladas não passaram de concessões dos moderados, o Código do Processo Criminal, que altera a organização
então preponderantes, no sentido de deter a vaga do Poder Judiciário. Os juízes de paz, eleitos diretamente
revolucionária, esvaziando-a. É evidente que a sob o controle dos senhores locais, passam a acumular
união entre moderados e exaltados era precária e amplos poderes nas localidades sob sua jurisdição.
circunstancial, não se apoiando em bases sólidas. Daí, sua Ato Adicional de 1834 – A tendência à
efemeridade. descentralização do poder é reforçada pelo Ato Adicional
É neste primeiro momento que se desenrolam as assinado pela regência trina permanente em 12 de agosto
duas primeiras regências trinas, assinaladas pelo precário de 1834. Considerado uma vitória dos liberais no plano
equilíbrio político. institucional, o Ato extingue o Conselho de Estado,
transfere para as Províncias os poderes policial e militar,
Regência Trina Provisória até então exclusivos do poder central, e permite-lhes
Instalada no mesmo dia da abdicação de dom Pedro eleger suas assembleias legislativas. O poder Executivo
I, em 7 de abril de 1831, a regência trina é uma exigência provincial continua indicado pelo governo central e o
da Constituição para o caso de não haver parentes caráter vitalício do Senado também é mantido. A regência
próximos do soberano com mais de 35 anos e em trina é substituída pela regência una eletiva e temporária,
condições de assumir o poder. Ela é provisória porque com um mandato de quatro anos para o regente.
não há quórum suficiente no dia da abdicação para a
eleição de uma regência permanente. A primeira tarefa do Primeira Regência Una
novo governo é atenuar os impasses que levaram à O processo de escolha do primeiro regente único do
abdicação de dom Pedro I, quase todos resultantes dos país começa em junho de 1835. Os principais
excessos de um poder extremamente centralizado. O concorrentes são o padre Diogo Antônio Feijó, de
último ministério deposto por dom Pedro I, de maioria tendência liberal, e o deputado pernambucano
liberal, é reintegrado e os presos políticos são anistiados. conservador Antônio Francisco de Paula e Holanda
O poder dos regentes é limitado. Não podem, por Cavalcanti. Feijó defende o fortalecimento do poder
exemplo, dissolver a Câmara, que, na prática, torna-se o Executivo e vence o pleito por uma pequena margem de
centro do poder do país. votos.
Composição política da regência – A composição do Governo Feijó – Empossado dia 12 de outubro de
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HISTÓRIA
1835 para um mandato de quatro anos, padre Feijó não Eclosão da revolta no Rio Grande do Sul, devido ao
completa dois anos no cargo. Seu governo é marcado por centralismo do Governo Regencial e ausência de proteção
intensa oposição parlamentar e rebeliões provinciais, do charque nacional em concorrência com o charque
como a Cabanagem, no Pará, e o início da Guerra dos platino.
Farrapos, no Rio Grande do Sul. Com poucos recursos Os líderes Bento Gonçalves, Davi Canabarro
para governar e isolado politicamente, renuncia em 19 de receberam o apoio de Giuseppe Garibaldi. Chegaram a
setembro de 1837. proclamar duas Repúblicas: Piratini ou Rio Grandense e
Diogo Antônio Feijó (1784-1843) nasce em São Paulo República Juliana ou Catarinense. Somente em 1945 o
numa família de “barões do café”. Ordena-se sacerdote movimento acabou, sendo negociada a paz com Duque de
católico em 25 de outubro de 1805. Em 1821 é eleito Caxias.
deputado às Cortes Constitucionais, em Lisboa.
Defensor de ideias separatistas é perseguido pela Cabanagem (1835 –1836)
Coroa portuguesa, refugiando-se na Inglaterra. Volta ao De características populares, a Cabanagem ocorreu
Brasil após a independência. Deputado nas legislaturas de na província do Grão Pará. A eclosão do movimento
1826 a 1829 e de 1830 a 1833, combina ideias de um deveu-se ao abandono político e a miséria da população
liberal radical com propostas e práticas políticas (que vivia em cabanas). A massa rebelde chegou a tomar o
conservadoras. Luta contra o absolutismo, a escravidão e governo, porém, não havendo consenso entre os cabanos
o celibato clerical. Chama os liberais de “clube de sobre que rumo tomaria o levante e ocorrendo traições
assassinos e anarquistas” e se afasta dos restauradores. internas, essa rebelião acabou sendo massacrada em 1840
Ocupa o Ministério da Justiça entre 5 de julho de 1831 e 3 com um saldo de 40 mil mortes, numa população que não
de agosto de 1832. Em 1833 é eleito senador e, em 1835, chegava a 100 mil habitantes.
regente único do reino. Autoritário na condução do
Estado e sem bases de apoio próprias, é obrigado a Sabinada (1837 –1838)
renunciar em 1837. Participa da Revolução Liberal em Restrita às camadas médias, a Sabinada ocorreu na
1842. Derrotado, foge para Vitória. Volta ao Rio de Bahia, sob a liderança do médico Francisco Sabino
Janeiro em 1843 e, nesse mesmo ano, morre em São Álvares da Costa Vieira (daí o nome Sabinada), foi um
Paulo. movimento cuja especificidade era proclamar uma
República provisória até a maioridade de D. Pedro.
Segunda regência Una Acabou se desenrolando uma guerra civil sangrenta que
Com a renúncia de Feijó e o desgaste dos liberais, os foi sufocada por uma intensa repressão militar, apoiada
conservadores obtêm maioria na Câmara dos Deputados e pelos latifundiários em Salvador.
elegem Pedro de Araújo Lima como novo regente único
do Império, em 19 de setembro de 1837. Balaiada (1838 –1841)
Governo Araújo Lima – A segunda regência una é A Balaiada se iniciou no Maranhão e caracterizou-se
marcada por uma reação conservadora. Várias conquistas por ser popular, e tinha como líderes o vaqueiro
liberais são abolidas. A Lei de Interpretação do Ato Raimundo Gomes, o fabricante de balaios, Manuel
Adicional, aprovada em 12 de maio de 1840, restringe o Francisco dos Anjos Ferreira, e o chefe de um quilombo,
poder provincial e fortalece o poder central do Império. o negro Cosme.
Acuados, os liberais aproximam-se dos partidários de dom O movimento que abalou o Maranhão, apesar das
Pedro. Juntos, articulam o chamado golpe da maioridade, mortes, inclusive de Manuel Francisco, “o Balaio”, apenas
em 23 de julho de 1840. foi pacificado após ser nomeado o Presidente da
Província, o Coronel Luís Alves de Lima e Silva (futuro
REVOLTAS DO PERÍODO REGENCIAL Duque de Caxias).
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HISTÓRIA
reduto dos negros muçulmanos – foi destruída e dois províncias de seu agrado e de substituir autoridades
importantes chefes religiosos da região foram presos pelas judiciais e policiais de fidelidade duvidosa.
autoridades. Dessa maneira, os malês começaram a Nas eleições, os chefes políticos colocavam nas ruas
arquitetar um motim programado para o dia 25 de janeiro bandos armados; o governo coagia eleitores e fraudava os
de 1835. resultados das urnas. A eleição de 13 de outubro de 1840,
Nesta data, uma festa religiosa na cidade Bonfim que deu início a esse estilo novo (e violento) de fazer
esvaziaria as ruas de Salvador dando melhores condições política, ficou conhecida como “eleição do cacete”, e
para a deflagração do movimento. Naquela mesma data, deu vitória aos liberais. Todas as outras eleições realizadas
conforme a tradição local, os escravos ficariam livres da depois disso não escaparam à regra: continuaram
vigilância de seus senhores. Entre os ideais defendidos igualmente violentas.
pelos maleses, damos destaque à questão da abolição da
escravatura e o processo de africanização de Salvador por Guerra contra Oribe e Rosas
meio do extermínio de brancos e mulatos. Manuel Oribe e Juan Manuel de Rosas,
Mesmo prevendo todos os passos da rebelião, o respectivamente presidentes do Uruguai e da Argentina,
movimento não conseguiu se instaurar conforme o buscavam, na década de 1850, criar um só país, o que
planejado. A delação feita por dois negros libertos acionou desequilibraria as forças na bacia do Prata, uma vez que o
um conflito entre as tropas imperiais e os negros malês. novo país controlaria sozinho os dois lados do estuário do
Sem contar com as mesmas condições das forças rio da Prata, vindo contra os interesses do Brasil na
repressoras do Império, o movimento foi controlado e região.
seus envolvidos punidos de forma diversa. Apesar de não D. Pedro II declarou guerra aos dois países, e
alcançar o triunfo esperado, a Revolta dos Malês abalou as mandou organizar um novo exército no Sul, sob cuidados
elites baianas mediante a possibilidade de uma revolta do então conde de Caxias. Ele invadiu o Uruguai em 1851,
geral dos escravos. derrubando Oribe e apagando a possibilidade do Uruguai
se fundir com a Argentina.
Golpe da Maioridade
Questão Christie
II REINADO
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HISTÓRIA
Ministro também chamado de Chefe de Gabinete. O Diante do poder do Beneplácito, o Imperador não
sistema tornou-se, então, parlamentarista desde esta data concedeu o placet (visto de autorização) à Bulla Syllabus,
(1847) até a Proclamação da República (1889). que enviada pelo Papa, queria separar católicos de
O primeiro a ocupar o cargo de Presidente do maçons. Dois Bispos (de Olinda e de Belém) desacataram
Conselho de Ministro foi Manuel Alves Branco; o último a decisão do Imperador e acabaram sendo presos. Apesar
foi o Visconde de Ouro Preto, que chefiou o último da soltura, este episódio levou a Igreja a romper com o
gabinete da Monarquia. Império.
O Parlamentarismo brasileiro foi chamado de Questão Militar: Ao voltar da Guerra do Paraguai com
"Parlamentarismo às avessas" (o poder Legislativo ao os ideais Positivista e Abolicionista, o Exército passou a
invés de nomear o Executivo, estava subordinado a este). questionar a sua condição de exclusão política, chegando a
ter dois de seus oficiais participando de eventos na
"Política da conciliação" Imprensa para criticar esta situação. Porém, como esta
Por inspiração de D. Pedro II, o Marquês do Paraná atitude era proibida e vista como indisciplina, acabou
(Honório Hermeto Carneiro Leão) inaugurou, em 1853, a resultando em prisões, o que levou o marechal Deodoro
"Política da Conciliação", período de grande progresso da Fonseca a assinar um violente manifesto que junto ao
material para o país (1853 - 1858). Tendo falecido em corpo de militares se colocaram em oposição ao governo
1856, o Marquês do Paraná foi substituído por Caxias. de D. Pedro II.
Questão Social: A luta dos negros contra a escravidão
O Movimento Republicano ganhava cada vez mais adeptos na sociedade já que neste
A partir da segunda metade do século XIX o café período, o sentimento abolicionista estava presente em
transformou-se no principal produto de exportação do diversos setores como intelectuais e os oficiais do
Brasil, ao atingir o Vale do Paraíba em 1820 e a região do Exército, além da própria opinião partidária
Oeste Paulista em 1850, trouxe uma mudança significativa completamente favorável ao fim da escravatura.
em termos sociais e políticos (formando uma elite
moderna no Oeste Paulista) resultando em atritos com o A Abolição do Tráfico Negreiro
Governo Imperial, por querer maior participação política A pressão britânica na abolição do tráfico. Em
no país. Em 1870 foi lançado o Manifesto Republicano no meados do século XIX foi extinto no Brasil o tráfico
jornal do Rio de Janeiro “A República”. Em 1873, na negreiro. A iniciativa não foi por vontade e decisão do
Convenção de Itu, os republicanos da Província de São governo brasileiro, mas resultou da eficiente pressão
Paulo orientariam a formação do Partido Republicano britânica nesse sentido. Várias razões explicam essa
Paulista –PRP. atitude do governo britânico. Em primeiro lugar, a
Os Militares, simpáticos ao republicanismo, e a Revolução Industrial do século XVIII, na Inglaterra, que
aliança com os civis representados pelo PRP, derrubaram generalizou o emprego do trabalho assalariado, pondo fim
a Monarquia em fins do século XIX. a toda forma compulsória de exploração do trabalhador,
tornou a sociedade sensível ao apelo abolicionista. De
A CRISE DO IMPÉRIO fato, para as sociedades europeias do século XIX, que
acompanhando o exemplo britânico evoluíam no sentido
O Império paulatinamente, no decorrer da segunda do emprego generalizado do trabalho livre assalariado, a
metade do século XIX, vinha se envolvendo numa série escravidão, em contraste, começou a ser vista em toda a
de conflitos que acabara lhe desgastando, e ao perder o sua desumanidade, criando bases para uma opinião
seu prestígio abriu caminho para que o republicanismo se abolicionista. Evidentemente, os bons sentimentos
instalasse no Brasil. Seu desgaste ocorre devido ao por si sós eram insuficientes para qualquer ação concreta
enfrentamento de 3 Questões: contra a escravidão. Na verdade, o capitalismo industrial é
um sistema baseado no crescimento permanente, com
abertura de novos mercados. Ora, os escravos, por
definição, não são consumidores e, portanto, as
sociedades escravistas representavam sérios bloqueios
àquela expansão. Os acordos para a extinção do tráfico.
Tendo abolido o tráfico em suas colônias em 1807 e
a escravatura em 1833, a Inglaterra passou a exigir o
mesmo do Brasil, a partir dos tratados de 1810. Pelo
tratado de 23 de janeiro de 1815, assinado em Viena,
estabeleceu-se a proibição do tráfico acima da linha
equatorial, o que atingiu importantes centros fornecedores
de escravos, como São Jorge da Mina. Em 18 de julho de
1817, os governos luso-brasileiro e inglês decidiram atuar
conjuntamente na repressão ao tráfico ilícito,
inspecionando navios em alto mar. Para efeitos práticos,
Fonte:http://olhonahistoria.blogspot.com.br/2011/10/at contudo, apenas a Inglaterra possuía recursos para isso.
ividades-de-historia-do-brasil_12.html Após 1822, a Inglaterra estabeleceu o fim do tráfico
negreiro como uma das exigências para o reconhecimento
Questão religiosa - Como já é sabido, a Igreja era da emancipação do Brasil. Assim, o tratado de 3 de
submetida ao poder Imperial, fato este confirmado na novembro de 1826 fixou o prazo de três anos para a sua
Constituição de 1824 através do Padroado e Beneplácito. completa extinção. O tráfico passou a ser considerado, a
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HISTÓRIA
A REPÚBLICA DO CAFÉ COM LEITE (1894-1930) Prudente de Morais foi o primeiro presidente
civil que favoreceu a volta do poder agrário já que estes
estavam limitados a dominar somente o poder legislativo.
A política que permaneceu no poder nesse período
foi chamada de Café com Leite já que seus representantes
maiores eram São Paulo, maior produtor e exportador de
café do País, e Minas Gerais, que, apesar de não ser o
maior produtor de leite, se dedicava em especial a este
produto. Nesse período, os principais governantes do País
estavam fortemente ligados ao café, como é o caso de
deputados, senadores, governadores e presidentes do
Brasil.
Os cafeicultores formavam o setor economicamente
mais poderoso da sociedade da época, o que lhes gerava
aliados em potencial. Eles não tiveram dificuldades em
manter o poder: faziam arranjos com os “coronéis”,
latifundiários que formavam as oligarquias estaduais e
Fonte:https://www.infoenem.com.br/compreenda-a- regionais; fraudavam as eleições; colocavam o exército e a
politica-do-cafe-com-leite/ polícia contra a população que se revoltava. Nesse
contexto houve vários movimentos sociais de resistência à
Após governos militares (Deodoro da Fonseca e nova ordem política. Dentre os movimentos se destacam
Floriano Peixoto), na chamada República de Espada, os o cangaço, o contestado, Canudos, a revolta contra a
fazendeiros paulistas conseguiram controlar a situação e vacina obrigatória, contra a chibata e as revoltas
assumir de fato a presidência da República, tarefa que tenentistas.
depois dividiram com os fazendeiros de Minas Gerais.
A República Oligárquica é a denominação dada ao O Coronelismo
período de 1894 a 1930, em que a política do País era Durante a chamada Primeira República (1889-
dirigida por oligarquias agrárias e por representantes civis -1930), apenas pessoas do sexo masculino que tivessem
na presidência. mais de 21 anos de idade e fossem alfabetizadas podiam
A política de valorização do café durante a segunda votar. Esses brasileiros privilegiados eram apenas 3% da
metade do século XIX, até a década de 30, no século XX, população. Isto é, no primeiro período de nossa história
o café foi o principal produto de exportação brasileiro. As republicana, somente três em cada cem brasileiros podiam
divisas provenientes desta exportação contribuíram para o votar para escolher os governantes. Já em 1960, na última
início do processo de industrialização- a partir de 1870. eleição direta antes do regime militar (1964-1985), 17,8%
Por volta de 1895, a economia cafeeira passou a dos brasileiros podiam votar, isto é, eram maiores de 18
mostrar sinais de crise. As causas desta crise estavam no anos e alfabetizados. A porcentagem de votantes sobre a
excesso de produção mundial. A oferta, sendo maior que população subiu para 48% nas eleições de 1982.
a procura, acarreta uma queda nos preços prejudicando os
fazendeiros de café. Mas o fato de só 3% dos brasileiros serem eleitores
Procurando combater a crise, a burguesia cafeeira - não era o único problema da Primeira República. Os
que possuía o controle do aparelho estatal - criou grandes fazendeiros dominavam a política e fizeram um
mecanismos econômicos de valorização do café. Em acordo entre eles: mineiros e paulistas se revezariam na
1906, na cidade de Taubaté, os cafeicultores criaram o presidência da República.
Convênio de Taubaté - plano de intervenção do estado na
cafeicultura, com o objetivo de promover a elevação dos As eleições eram uma farsa. Eram feitas apenas para
preços do produto. Os governadores dos estados que houvesse a aparência de que quem escolhia os
produtores de café (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas governantes era o povo. O governo lançava os candidatos
Gerais) garantiam a compra de toda a produção cafeeira e sempre ganhava as eleições. Quando a oposição
com o intuito de criar estoques reguladores. O governo ameaçava ganhar em algum lugar, as eleições eram
provocaria uma falta do produto, favorecendo a alta dos falsificadas, fraudadas: defuntos votavam (os títulos não
preços, e, em seguida vendia o produto. tinham a foto do eleitor); assinaturas eram falsificadas; as
Os resultados desta política de valorização do café atas eram rasuradas com ponta de canivete e lixa.
foram prejudiciais para a economia do país. Para comprar
toda a produção de café, os governos estaduais recorriam Quem mandava em tudo e em todos eram os
a empréstimos no exterior, que seriam arcados por toda a “coronéis”: no advogado, no padre, no professor, nas
população; além disto, caso a demanda internacional não pessoas que trabalhavam em suas fazendas. Ele era o
fosse suficiente, os estoques excedentes deveriam ser grande proprietário de terras, o latifundiário.
queimados, causando prejuízos para o governo - que já
havia pago pelo produto! Se houvesse mais de um coronel no município,
Assim, o poder oligárquico era exercido no nível mandava aquele que tinha mais jagunços, mais armas e
municipal pelo coronel, no nível estadual pelo governador mais vontade de lutar. No dia das eleições, seus cabos
e, através da política do café com leite, o presidente eleitorais entregavam a cédula fechada e preenchida aos
controlava o nível federal. eleitores e os acompanhavam até a hora da votação para
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HISTÓRIA
ver se a colocavam na urna. Era o chamado “voto de resultados eleitorais finais e pela diplomação dos eleitos.
cabresto”. Assim, o candidato do coronel sempre saía
vitorioso. Essa prática gerava o chamado “curral "Degolas": O trabalho da Comissão de Verificação
eleitoral”, eleitorado dominado pelos seus coronéis. de Poderes do Congresso consistia, na realidade,
em negação da verdade eleitoral, pois
representava a etapa final de um processo de
aniquilamento da oposição, chamado de "degola",
executado durante toda a República Velha.
Partidos políticos
A Primeira República, de 1889 a 1930, conheceu
partidos estaduais. Foram frustradas as tentativas de
organização de partidos nacionais, entre estas a de
Francisco Glicério, com o Partido Republicano Federal, e a de
Pinheiro Machado, com o Partido Republicano Conservador.
Depois dos dois primeiros presidentes militares
(Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto), todos os
outros que governaram o Brasil durante a Primeira
República (1889-1930) ou foram grandes fazendeiros ou
tiveram o apoio deles. Todos estavam, de alguma forma,
ligados a São Paulo e a Minas Gerais.
Charge de Storni, 1927. (Fundação Biblioteca Nacional, Rio de A SUCESSÃO OLIGÁRQUICA (1894-1930)
Janeiro)
Prudente de Morais (1894-1898)
A denominação de coronel veio do Império, Seu governo foi marcado pela forte oposição dos
quando os grandes proprietários recebiam esse florianistas. Adotou uma postura de incentivar a expansão
título da Guarda Nacional. industrial, mediante a adoção de taxas alfandegárias que
dificultavam a entrada de produtos estrangeiros. Esta
política não agradou a oligarquia cafeeira, reclamando
A "política dos governadores" incentivos somente para o setor rural.
O principal acontecimento de seu governo foi a
Durante a Velha República, também chamada de eclosão da Guerra de Canudos, entre 1896 e 1897, no
Primeira República ou do Café com Leite, prevaleceu um interior da Bahia. As causas deste movimento são
esquema de poder que ficou conhecido como "política encontradas no latifúndio de caráter monocultor voltado
dos governadores", montado por Campos Salles, eleito em para atender os interesses do mercado externo. O
1898: o presidente da República apoiava os candidatos predomínio do latifúndio acentua a miséria da população
indicados pelos governadores nas eleições estaduais e sertaneja e a fome.
estes davam suporte ao indicado pelo presidente nas O movimento de Canudos possui um cunho
eleições presidenciais. religioso (messianismo). Antônio Conselheiro, pregando a
Significava que o coronel mais poderoso do Estado, salvação da alma, fundou o arraial de Canudos, às margens
ou seja, aquele, que tinha o apoio de um maior número de do rio Vaza-Barris. Canudos possuirá uma população de,
coronéis, era “eleito” seu presidente. Esse chefe político, aproximadamente, 20 mil habitantes. Dedicavam-se às
uma vez no poder, colocava membros de sua família e pequenas plantações e criação de animais para a
amigos nos principais cargos do governo, para controlar subsistência.
toda a máquina administrativa do Estado. Deputados, O arraial de Canudos não agradava à Igreja Católica,
senadores, vereadores, professores, chefes militares, da que perdia fiéis; nem aos latifundiários, que perdiam mão
saúde pública, dos correios e de outras repartições eram de obra. Sob a acusação do movimento ser monarquista, o
sempre parentes ou pessoas intimamente ligadas ao governo federal iniciou uma intensa campanha militar.
presidente do Estado. E, por sua vez, o presidente da A Guerra de Canudos é objeto de análise de Euclides
República para se eleger e continuar no poder precisava da Cunha, em sua obra "Os Sertões".
ter o apoio da maioria dos coronéis e dos presidentes dos
Estados. Em troca desse apoio os coronéis recebiam Campos Sales (1898-1902)
dinheiro do governo federal, para realizar obras nos seus O sucessor de Prudente de Morais recuperou a
domínios. situação financeira do Brasil, abalada pelas revoltas e pelas
O plano dependia da ação dos coronéis, grandes crises econômicas ocorridas nos governos anteriores. Para
proprietários de terras cujo título derivava de sua restabelecer o crédito brasileiro no exterior, Campos Sales
participação na Guarda Nacional (instituição que, durante negociou com banqueiros de outros países um acordo
o Império, assegurava a ordem interna). Eles controlavam denominado funding loan. Por esse acordo, o Brasil deixaria
o eleitorado regional, faziam a propaganda dos candidatos durante um determinado período de pagar juros dos
oficiais, fiscalizavam o voto não secreto dos eleitores e a empréstimos anteriores e faria um novo empréstimo. O
apuração. governo dava como garantia as rendas das alfândegas de
O governo central também controlava a Comissão de alguns portos, da Central do Brasil e do abastecimento de
Verificação de Poderes do Congresso, que era responsável pelos água do Rio de Janeiro. O principal auxiliar do presidente
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HISTÓRIA
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HISTÓRIA
armas nas mãos, contra as tropas enviadas para combatê- Getúlio Vargas para presidente e João Pessoa para vice-
los. Do episódio dos Dezoito do Forte, como ficou presidente. Esta chapa contava com o apoio das
conhecido o levante, participou o tenente Eduardo oligarquias do Rio Grande do Sul, Paraíba e de Minas
Gomes, que mais tarde se tornaria uma das figuras de Gerais, além do Partido Democrático, formado por
maior destaque nas Forças Armadas e na política dissidentes do Partido Republicano Paulista (PRP).
brasileira. O programa da Aliança Liberal vai de encontro aos
interesses das classes dominantes marginalizadas pelo
Artur Bernardes (1922-1926) setor cafeeiro e, aumentando sua base de apoio, defendia a
Artur Bernardes governou todo o período em estado regulamentação das leis trabalhistas, a instituição do voto
de sítio. Seu mandato foi marcado por revoltas como a de secreto e do voto feminino. Reivindicava a expansão da
1923, no Rio Grande do Sul, e a de 1924, em São Paulo. industrialização e uma maior centralização política. De
No Rio Grande do Sul, o político Borges de quebra, propunha a anistia aos tenentes condenados,
Medeiros havia sido reeleito governador do Estado pela sensibilizando o setor militar.
quinta vez. Inconformados, seus opositores recorreram às Porém, mediante as tradicionais fraudes eleitorais, o
armas para impedir sua posse. A revolta gaúcha contra o candidato da situação, Júlio Prestes, venceu as eleições. A
governo do Estado foi pacificada graças ao ministro da vitória do candidato situacionista provocou insatisfação
Guerra, Setembrino de Carvalho, que promoveu o das oligarquias marginalizadas, dos tenentes e da camada
chamado Acordo de Pedras Altas. Esse acordo garantiu o média urbana. Alguns tenentes, como Juarez Távora e
cumprimento do mandato de Borges de Medeiros, mas João Alberto, iniciaram uma conspiração para evitar a
introduziu modificações na Constituição estadual, que posse de Júlio Prestes. Temendo que a conspiração
impediam sua reeleição e diminuíam o poder dos coronéis pudesse contar com a participação popular, os líderes
locais. oligárquicos tomaram o comando do processo.
Em São Paulo, sob a chefia do governo reformado "Façamos a revolução antes que o povo a faça", esta
Isidoro Dias Lopes, os revoltosos contra o governo de fala de Antônio Carlos Andrade, governador de Minas,
Bernardes dominaram a cidade por 23 dias. Pretendiam a sintetiza tudo.
deposição do presidente. O governador do Estado, Carlos O estopim do movimento foi o assassinato de João
de Campos, foi obrigado a fugir. As tropas federais Pessoa. Em 03 de outubro, sob o comando de Góes
conseguiram vencer os revolucionários, obrigando-os a se Monteiro eclode a revolta no Rio Grande do Sul; em 04
retirarem em direção a Mato Grosso. de outubro foi a vez de Juarez Távora iniciar a rebelião na
Nas barrancas do rio Paraná, os revolucionários Paraíba.
paulistas encontraram-se com oficiais rebeldes do Rio Por fim. Em 24 de outubro de 1930, temendo-se
Grande do Sul, formando a Coluna Prestes. Sob o uma guerra civil, o alto comando das Forças Armadas no
comando de Luís Carlos Prestes, a tropa revolucionária - Rio de Janeiro desencadeou o golpe, depondo
que pretendia derrubar as oligarquias - percorreu mais de Washington Luís, impedindo a posse de Júlio Prestes e
20.000 quilômetros pelo interior do Brasil. Sempre formando uma junta pacificadora, composta pelos
perseguida pelas tropas do governo, a Coluna Prestes generais Mena Barreto, Tasso Fragoso e pelo almirante
acabou se refugiando na Bolívia, em 1927, e se dispersou. Isaías Noronha. No dia 03 de novembro Getúlio Vargas
era empossado, de forma provisória, como presidente da
Washington Luís (1926-1930) República
Governo marcado pela eclosão da Revolução de
1930. Primeiras Rebeliões no Brasil Republicano
No ano de 1929, a Bolsa de Valores de Nova Iorque As rebeliões no início da República foram um
quebrou, causando sérios efeitos para a economia protesto trágico contra a opressão e a miséria, mas um
mundial. A economia norte-americana fica arruinada, com protesto sem projetos claros e definidos. Quase sempre,
pesadas quedas na produção, além da ampliação do as aspirações dos rebeldes primitivos se mesclavam à
desemprego. A crise econômica nos EUA fez-se sentir em profunda religiosidade, sem orientação política consciente.
todo o mundo. Daí a razão do seu isolamento e, consequentemente, do
Os efeitos da crise de 1929, para o Brasil, fizeram-se seu fracasso ante as forças repressivas dos poderes
sentir com a queda brutal nos preços do café. Os constituídos.
fazendeiros de café pediram auxílio ao governo federal, O banditismo social era diferente do banditismo
que rejeitou, alegando que a queda nos preços do café comum por sua origem. O bandido social era, geralmente,
seria compensada pelo aumento no volume das uma resposta às injustiças e perseguições que sofria.
exportações, o que, aliás, não ocorreu. Muitas vezes, eram figuras que tinham a admiração por
No plano interno, em 1930, ocorriam eleições parte da comunidade, que, não raro, engrandecia seus
presidenciais. Washington Luís indicou um candidato feitos de coragem e valentia. Entretanto, o bandido social,
paulista - Júlio Prestes, rompendo o pacto estabelecido na ao contrário do revolucionário, não tinha intenções diretas
política do café com leite. Os mineiros não aceitaram em mudar o sistema social, mas sim resistia ao que
(Washington Luís representava os paulistas e, seguindo a considerava injusto em suas vivências no meio social
regra, o próximo presidente deveria ser um mineiro, aliás vigente.
o governador de Minas Gerais, Antônio Carlos de
Andrada). O rompimento da política do café com leite vai O CANGAÇO
fortalecer a oposição, organizada na chamada Aliança O cangaço existiu no Nordeste durante cerca de
Liberal. setenta anos: de 1870 a 1940. Surgiu da própria situação
A Aliança Liberal era uma chapa de oposição, tendo difícil vivida pela população nordestina. Como vimos, o
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HISTÓRIA
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HISTÓRIA
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HISTÓRIA
No final do século XIX, celebrizou-se o monge João Diziam mais: seria uma falta de respeito obrigar as
Maria, que, depois de sua morte, se tornou figura lendária mulheres a serem vacinadas. O povo não foi esclarecido e
entre os sertanejos. todo mundo era vacinado, mesmo a força. Os vacinadores
Por volta de 1912, ocupou o seu lugar José Maria, passaram a ser agredidos pela população e o Rio de
que se dizia seu irmão. Rapidamente passou a liderar um Janeiro transformou-se num campo de batalha.
grupo de fiéis que se reunia num bairro rural do município A falta de esclarecimento foi a base para a revolta,
de Curitibanos, em Santa Catarina. Porém, sob pressão do principalmente por se tornar obrigatória a vacinação.
prefeito da cidade, os fiéis foram obrigados a se transferir Policiais acompanhavam os agentes de saúde para
para a região do município de Palmas, onde ocorreram as vacinarem as pessoas a força nas suas casas. Surge a Liga
disputas entre catarinenses e paranaenses. Novamente os Contra a Vacina Obrigatória, liderada pelo senador Lauro
fiéis foram dispersos pelas autoridades e, dessa vez, José Sodré, que pretendia se promover politicamente. A
Maria foi morto. organização tomou proporções populares de revolta
contra a obrigatoriedade da vacinação que, após uma
semana de motim, foi cancelada. Muitos mortos e feridos
foram consequências da repressão policial aos revoltados.
O centro da cidade foi, entretanto, reorganizado para a
elite, restando aos podres as periferias.
Nos dias 12, 13, 14 e 15 de novembro de 1904, as ruas
da cidade do Rio de Janeiro foram tomadas pelo povo. A
população apedrejou e saqueou casas comerciais,
espancou policiais e outras autoridades, invadiu quartéis,
construiu barricadas, incendiou bondes. Os líderes dessa
revolta foram homens do povo, como “Pata Preta”, “João
Capoeira”, “Beiço de Prata”, “Manduca” etc.
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HISTÓRIA
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HISTÓRIA
MOVIMENTO OPERÁRIO
CULTURA
modelos? Ou será que ser moderno é só se atualizar sem altos e baixos, aventura e violência, amor e ódio. Mas
precisar copiar? Eram essas perguntas que estavam na repare como essa história era contada agora com humor e
cabeça dos nossos artistas e intelectuais. Eles queriam criatividade! Esse era o estilo dos modernistas.
atualizar a nossa cultura. Mas, para isso, era preciso
descobri-la. Em 1928, Mário de Andrade publicou
O marco simbólico do modernismo brasileiro foi a Macunaíma, cujo personagem-título era a cara do
Semana da Arte Moderna, que se realizou em São Paulo Brasil. Macunaíma nasceu índio, depois virou negro
em fevereiro de 1922. Mas esse foi só um marco e depois branco. Essa era a imagem do nosso país na sua
simbólico. O modernismo já vinha acontecendo antes da diversidade de culturas. Macunaíma sobrevoou o país num
Semana e iria continuar acontecendo depois dela, como pássaro chamado tuiuiú. Ele viu o país lá do alto. Viu
vamos ver adiante. como as regiões são diferentes, mas viu também que são
No Rio da Janeiro, desde o final do século XIX, já essas diferenças que fazem o Brasil. Mário de Andrade
se percebia um interesse pela música popular, como o mostrava que nós não somos completamente brancos,
maxixe, o corta-jaca e as modinhas. Alguns artistas nem completamente negros, nem completamente índios.
compreendiam que a cultura negra devia ser respeitada Somos um povo em formação. Com muito mais
como expressão do Brasil. Também em São Paulo, Minas perguntas do que respostas.
e outros Estados essa atitude começava a existir. Mas,
afinal de contas, o que aconteceu em São Paulo na Os escritores modernistas não pensavam sempre
Semana de Arte Moderna? Entre os dias 13 e 17 de igual. Dentro do movimento existia um grupo chamado
fevereiro de 1922, no Teatro Municipal, foram realizados Verde Amarelo, ao qual pertencia o escritor Cassiano
concertos, exposições, palestras. No seu concerto, o Ricardo. Na mesma época em que Mário de Andrade
maestro e compositor Heitor Villa-Lobos causou grande escreveu Macunaíma, Cassiano Ricardo escreveu Martim
impacto ao incorporar à orquestra instrumentos de Cererê. O personagem-título era agora um herói bem
congada, tambores e uma folha vibratória de zinco. comportado, sério e patriota. Você se lembra do
Na época, esses instrumentos eram considerados nacionalismo de Olavo Bilac? Pois Martim Cererê era uma
populares e não deviam fazer parte de uma orquestra. A espécie de soldado sempre defendendo as nossas
congada e os tambores pertenciam às culturas negra e fronteiras. Ele não olhava do alto, como Macunaíma. O
indígena, vistas como primitivas e bárbaras. Os que estamos querendo mostrar é como o modernismo iria
modernistas mostraram que eram justamente essas construir diferentes visões da nacionalidade. Alguns viam
culturas que tornavam o nosso país original e diferente. o país como uma interrogação, um desafio. Já outros
Esse era o espírito do movimento: mostrar uma nova preferiam vê-lo como realidade pronta a ser louvada em
imagem do país, uma nova fisionomia cultural. O que versos. Mas, apesar dessas diferenças, o modernismo teve
antes era escondido, agora era mostrado. Por que negar as um saldo muito positivo: mostrou como era importante
culturas africana e indígena, se elas faziam parte da nossa pensar a nossa cultura e ousar novas formas de expressão.
realidade? Na Semana de Arte Moderna também foram
expostas as pinturas de Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Essa foi uma das propostas do modernismo:
Goeldi. Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Ronald acabar com as velhas opiniões sobre o Brasil, sobre a
de Carvalho apresentaram ao público os seus escritos. nossa cultura. Ser moderno era estar a par das
A Semana funcionou como um estopim. A arte inovações artísticas e intelectuais. Mas ser moderno
buscava refletir as transformações por que passavam o era, sobretudo, absorver essas informações de forma
mundo e o país. Em meio a um acelerado processo de criativa e crítica. A cultura exprime o jeito de ser de
industrialização e urbanização, surgiam nas grandes cada nacionalidade. Ela não está só nos livros, mas
cidades edifícios, letreiros luminosos, viadutos, máquinas e nas cirandas, vaquejadas, marujadas; está no vatapá,
fábricas. O tempo corria mais rápido. A arte precisava tacacá, arroz de cuxá; nas histórias de botos
acompanhar o “fluxo da vida moderna”, diziam os encantados, da mula sem cabeça, do Saci Pererê.
modernistas. Para isso, era necessário mudar a maneira Também são cultura o casario colonial, as igrejas
tradicional de se expressar. Mais ousadia criativa, mais barrocas e as carrancas do rio São Francisco... O que
rebeldia e menos formalidade. Mas era necessário, o modernismo mostrou é que a cultura não está
também, responder a algumas perguntas. Que país é este? apenas nas grandes cidades, mas nas várias regiões
Quem somos nós? Os modernistas contaram uma outra brasileiras.
história do Brasil. Não aceitavam mais a história “balofa”
dos heróis, dos grandes feitos, dos monumentos e Na década de 1930, o modernismo tomou grande
medalhas, e então usaram o humor e a sátira. A história impulso no Nordeste. Foi o movimento do regionalismo
que contaram falava da cobiça dos povos, da exploração literário. Os romances de Jorge Amado falam da Bahia,
dos índios e negros, da depredação de nossas riquezas. José Lins do Rego descreve os engenhos de açúcar;
Vejamos como Oswald de Andrade contou sua “História Graciliano Ramos conta a vida de Alagoas, Érico
pátria”: Veríssimo a do Rio Grande do Sul. Já em Pernambuco é
Gilberto Freyre quem busca uma nova interpretação
Lá vai uma barquinha carregada de aventureiros Lá sociológica para a cultura brasileira, conhecida como
vai uma barquinha carregada de bacharéis Lá vai democracia racial. Esse movimento deu origem nova
uma barquinha carregada de cruzes de cristo... imagem do Brasil.
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HISTÓRIA
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HISTÓRIA
conflitos de rua foram violentos. Primeiro os escolhidos pelas associações de trabalhadores, por meio
manifestantes contrários a Getúlio assaltaram uma casa de de eleição entre os seus filiados.
armas. Em seguida, atacaram as redações dos jornais
tenentistas e a Legião Revolucionária, que era o clube A Assembleia Nacional Constituinte foi instalada no
político dos tenentes. As forças do governo federal dia 15 de novembro de 1933. A nova Constituição, a
reagiram e quatro estudantes foram mortos: Martins, segunda do período republicano, foi promulgada no dia
Miragaia, Dráuzio e Camargo. As iniciais de seus nomes – 16 de julho de 1934. Foi mantida a eleição direta para
MMDC – tornaram-se o símbolo da Revolução presidente da República, com exceção de Getúlio Vargas,
Constitucionalista paulista, que estourou a 9 de julho de que foi eleito pela Assembleia Constituinte para exercer o
1932. mandato até o dia 3 de maio de 1938.
Os revolucionários paulistas esperavam que os
Estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Rio Grande do Na Constituinte, que elaborou a Constituição de
Sul aderissem ao movimento. Mas isso não ocorreu. 1934, eram numerosos os representantes da classe média e
Somente a região sul do Mato Grosso, sob o comando do dos trabalhadores brasileiros. Por isso mesmo fizeram
general Bertoldo Klinger, acompanhou São Paulo. Como uma Constituição mais voltada para os interesses do povo.
o Estado de São Paulo não estava preparado para uma Pela primeira vez colocou-se um capítulo sobre a
ação militar tão grande, todo seu parque industrial educação e a cultura, instituindo, entre outras coisas, o
precisou se adaptar para fornecer material para a luta. ensino primário gratuito e obrigatório. A Constituição
Apesar do grande esforço de resistência e da previa que, com o tempo, o ensino secundário e o
cooperação do povo de São Paulo, a superioridade das superior também deveriam ser gratuitos para todos, o que
forças federais era evidente. Assim, os paulistas renderam- nunca aconteceu. Outro aspecto importante da
se em 28 de setembro de 1932. Dentre as várias causas Constituição de 1934 foi a defesa dos interesses dos
que contribuíram para que São Paulo perdesse a luta, trabalhadores.
podemos apontar as seguintes:
A Constituição de 1934 foi a segunda Constituição
1 São Paulo ficou isolado, lutando sozinho contra Republicana. Uma Constituição bem mais preocupada
todos os outros Estados, que apoiaram Getúlio com os problemas sociais – educação, trabalho etc. – do
Vargas. que as anteriores (a de 1824 e a de 1891). Era uma época
2 São Paulo, por isso mesmo, foi obrigado a lutar em de intensos debates, de muitas manifestações. Todos –
três frentes ao mesmo tempo: Minas Gerais, Paraná e militares, políticos, estudantes, trabalhadores – queriam
Vale do Paraíba, na divisa com o Rio de Janeiro. influir nos novos rumos que o Brasil haveria de seguir.
3 Os próprios paulistas que participavam da Revolução A Revolução de 1930 havia trazido a possibilidade
não se entendiam; militares e políticos de São Paulo de mudanças na vida de grande parte da população
nunca chegavam a um acordo. brasileira, sempre marginalizada. Havia a expectativa de
4 Os trabalhadores não estavam muito animados a lutar melhoria salarial, melhor assistência médica e educação,
contra Getúlio Vargas, que tinha tomado várias enfim, mais justiça social e oportunidade de uma vida
medidas que os beneficiavam. melhor para todos.
5 O governo federal agiu rapidamente, reunindo as Por outro lado, havia fortes resistências às mudanças
forças que tinha e fazendo-as marchar contra São que a população esperava. Essas resistências vinham dos
Paulo. que se beneficiavam da situação que existia no Brasil: os
latifundiários, os industriais e os grandes comerciantes.
O Governo Constitucional (1934-1937) Entre as correntes políticas existentes nessa época
Embora derrotados, os constitucionalistas de 1932 havia algumas que defendiam mudanças mais profundas e
conseguiram em parte os seus objetivos, pois Getúlio imediatas no Brasil. Destacava-se, entre elas, o Partido
Vargas apressou-se em convocar as eleições para a Comunista Brasileiro (PCB), fundado em 1922. Proibido
Assembleia Constituinte. Essas eleições aconteceram em de funcionar livremente, esse partido passou a agir na
maio de 1933. Foram as primeiras realizadas depois da ilegalidade. Apesar disso, o PCB tinha então cerca de
Revolução de 1930 e apresentavam algumas novidades em 10.000 filiados e simpatizantes, que eram chamados de
relação às da República Velha. As possibilidades de fraude “vermelhos” devido à cor da bandeira comunista. Os
diminuíram, mas continuaram a existir. comunistas juntaram-se a outros grupos políticos que
tinham ideias semelhantes às suas e formaram a Aliança
As principais características dessas eleições foram: Nacional Libertadora (ANL). Os integrantes da ANL
1 Voto secreto e obrigatório. eram chamados de aliancistas. Essa frente popular pregava
a derrubada do governo e uma transformação profunda e
2 Todos os brasileiros alfabetizados que tivessem mais rápida no País, ou seja, uma revolução. Dentro do quadro
que 18 anos puderam votar, inclusive as mulheres, político, costuma-se dizer que essas forças são forças de
que votaram pela primeira vez. esquerda. Completamente oposta à Aliança Nacional
3 A organização e a fiscalização das eleições foram Libertadora havia a Ação Integralista Brasileira, liderada
feitas pela Justiça Eleitoral, que não existia durante a pelo escritor Plínio Salgado. Os integralistas, ferrenhos
República Velha, quando as votações eram anticomunistas, eram chamados de “galinhas-verdes”, por
organizadas pelo governo que, por isso mesmo, causa da cor do uniforme que usavam. Volta e meia os
sempre saía vencedor. aliancistas e os integralistas entravam em choque, sendo
4 Duzentos e cinquenta representantes na Constituinte comuns as brigas pelas ruas das cidades.
foram eleitos pelo voto popular e cinquenta foram
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HISTÓRIA
O governo, em grande parte, tinha simpatia pelos 3 Poder de acabar com a liberdade de imprensa, por
integralistas e combatia os comunistas e os esquerdistas. meio da censura prévia – só podia ser publicado
Via a Aliança Nacional e suas ideias como um perigo que aquilo que era aprovado pelos censores do governo.
devia ser derrotado. Por isso, em julho de 1935, o governo 4 Poder de nomear interventores nos Estados.
proibiu as atividades da Aliança Nacional Libertadora, 5 Poder de governar até que fosse realizada uma
acusando-a de subverter a ordem. Os aliancistas, mesmo consulta popular – um plebiscito – para ver se os
proibidos de atuarem legalmente, continuaram a agir. brasileiros aprovavam ou não o Estado Novo (isso
Organizaram uma rebelião contra o governo para nunca chegou a ser feito).
novembro de 1935. A rebelião teria início nos quartéis.
Mas no dia combinado apenas três quartéis se rebelaram: Portanto, todos os poderes estavam nas mãos do
um em Natal (Rio Grande do Norte), um em Recife presidente, que era agora um verdadeiro ditador. Para
(Pernambuco) e um no Rio de Janeiro. O governo agiu fazer a propaganda de Getúlio e do Estado Novo, foi
rápido e controlou a situação sem maiores dificuldades. organizado o Departamento de Imprensa e Propaganda
Esse fato entrou para nossa história com o nome de (DIP). Grandes festas cívicas eram organizadas em
“Intentona Comunista”. homenagem a Vargas, de modo especial no Dia do
As prisões ficaram cheias de aliancistas. Os presos Trabalho (1º de maio), no aniversário do Estado Novo (10
políticos foram submetidos às mais cruéis torturas. Luís de novembro) e no aniversário do próprio Getúlio. O
Carlos Prestes e sua mulher Olga Benário Prestes foram rádio foi muito utilizado por ele para falar aos
presos em março de 1936. Prestes ficou confinado numa “trabalhadores do Brasil”.
solitária até o fim do governo de Getúlio, em 1945. Olga, A economia também passou a estar diretamente
por ser judia alemã, foi entregue à Gestapo, a terrível subordinada ao presidente da República, que governava
polícia alemã, em agosto de 1936, mesmo estando grávida, com o auxílio dos conselhos técnicos, cujos membros
e acabou assassinada num campo de concentração nazista. eram nomeados da seguinte forma: uma metade pelo
Sua filha, que nasceu na prisão, foi salva pela mãe de governo e a outra pela associação dos trabalhadores das
Prestes que, depois de muitas tentativas, acabou diversas profissões. Dessa forma, foram organizados,
conseguindo que a polícia alemã lhe entregasse o bebê. entre outros, o Conselho Nacional do Trabalho, o
Conselho Nacional de Economia, o Conselho Nacional de
O Estado Novo (1937-1945) Serviço Público, o Conselho Nacional de Comércio
Corria o segundo semestre de 1937. As eleições Exterior etc. O governo do Estado Novo deu muita
estavam de novo na ordem do dia. Deveriam ocorrer no importância à indústria nacional. Para ajudar seu
dia 3 de janeiro de 1938, já que Getúlio deveria passar o desenvolvimento, planejou a Hidrelétrica de Paulo
governo ao novo presidente no dia 3 de maio do mesmo Afonso, no Rio São Francisco, para o fornecimento de
ano. Dois candidatos já estavam com a campanha nas energia; fundou a Companhia do Vale do Rio Doce, para
ruas. Do lado do governo, José Américo de Almeida, da extrair e exportar ferro; criou o Conselho Nacional do
Paraíba. Pela oposição, Armando de Salles Oliveira, ex- Petróleo. Mas a obra mais importante foi a fundação
governador de São Paulo. Usina Siderúrgica de Volta Redonda em 1943. Sua
importância foi muito grande, pois passou a fornecer aço
Mas Getúlio Vargas tinha outros planos. Não lhe à indústria nacional. Com isso, toda a indústria se
agradava a ideia de deixar o poder. Porém, como desenvolveu.
continuar no governo? A maneira encontrada foi forjar Quem financiou a construção de Volta redonda
um plano – como se ele tivesse sido feito pelos foram os Estados Unidos. Em troca desse
comunistas – segundo o qual haveria greves, líderes financiamento, Getúlio Vargas entrou na Segunda
políticos seriam assassinados, igrejas incendiadas. Seu Guerra Mundial (1939-1945) ao lado dos aliados
autor foi o capitão Olímpio Mourão Filho e recebeu o (Inglaterra, França, União Soviética e Estados
nome de Plano Cohen, tendo sido entregue ao ministro da Unidos) contra os países do Eixo (Alemanha, Itália e
Guerra, Eurico Gaspar Dutra. Getúlio Vargas não teve Japão). A Força Expedicionária Brasileira (FEB) levou
dúvida e, com o plano nas mãos, convenceu as Forças 25.000 soldados – os “pracinhas” – a combater na Itália.
Armadas de que só um governo forte, uma ditadura, Lá morreram cerca de 2.000, sendo enterrados no
poderia enfrentar a ameaça dos comunistas. Assim, as cemitério de Pistoia. A volta dos pracinhas, com o fim da
Forças Armadas apoiaram o golpe de Getúlio, preparado guerra, foi uma verdadeira festa. A guerra estava ganha. As
para o dia 10 de novembro de 1937, e que instalou o ditaduras do Eixo tinham sido vencidas. Restava agora
chamado Estado Novo. acabar com a ditadura brasileira do Estado Novo. Foi o
que se fez.
Nesse dia, os brasileiros acordaram como em
qualquer outro dia, mas o País já não era o mesmo:
Getúlio continuaria no poder, agora com força total. Nada
de eleições, nada de democracia. A nova Constituição –
que já estava pronta – foi “dada” ao País no mesmo dia,
concedendo grandes poderes ao ditador. Entre os quais os
seguintes:
1 Poder de fechar o Congresso Nacional.
2 Poder de acabar com os partidos políticos.
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HISTÓRIA
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HISTÓRIA
Governo Eurico Gaspar Dutra (1946 - 1951) Nação por mais um mandato presidencial (1951-1954).
A maciça votação que recebeu, quase 50% dos votos
Eleito graças às bases políticas formadas por Getúlio válidos, foi uma demonstração de que a marca populista
Vargas, Eurico Dutra foi o primeiro presidente eleito pelo estava presente e de que a imagem positiva do “pai dos
voto direto após o Estado Novo. Empossado em 1946, pobres” foi facilmente relembrada pela maioria do
ele vivenciou as tensões e problemas que marcavam o eleitorado brasileiro. A grande marca dessa vitória ficou
desenvolvimento da Guerra Fria no cenário político registrada na marchinha de carnaval “Retrato do velho”,
internacional. de autoria do sambista Haroldo Lobo, gravada por
Internamente, teve como primeira grande ação, a Francisco Alves e lançada em 1951 para comemorar a
convocação da Assembleia Constituinte que discutiria as volta de Vargas à Presidência da República.
leis a serem integradas a uma nova Carta Magna. Essa nova etapa do governo Vargas (1951-1954) foi
Oficializada em 1946, a nova constituição brasileira marcada pelo antagonismo entre o discurso nacionalista
determinava a autonomia entre os três poderes e a do presidente e a necessidade de o Brasil atrair
realização de eleições diretas para os cargos executivos e investimentos estrangeiros para consolidar o processo de
legislativos estaduais, municipais e federais. Militares e industrialização do país. O maior exemplo do
analfabetos não poderiam votar, o voto feminino foi nacionalismo presente em 1950 foi a campanha pela
mantido e sua idade mínima reduzida para os 18 anos de nacionalização da exploração de petróleo. Sob o lema O
idade. De fato, somente as mulheres que atuavam no petróleo é nosso, o governo brasileiro criou a Petrobrás
funcionalismo público com cargos remunerados é que em 1953, instituindo o monopólio sobre a exploração e o
deveriam votar obrigatoriamente. refinamento do petróleo no Brasil. A participação das
Na economia, observamos que o país reconquistava empresas estrangeiras nesse mercado estaria restrita à
os níveis de importação na medida em que as grandes distribuição e ao comércio do produto, fato que
nações industrializadas retomavam o antigo ritmo de desagradou aos interesses do capital internacional no
produção. Sendo um mercado consumidor de grande Brasil. Os Estados Unidos e parte da burguesia nacional
interesse, o Brasil absorveu uma significativa quantidade ligada ao capital estrangeiro ficaram descontentes com a
de bens de consumo, principalmente dos Estados Unidos. política nacionalista de Vargas. A restrição às remessas de
Em pouco tempo, as reservas cambiais do país foram lucro ao exterior e o controle à entrada de recursos
diminuindo, a indústria nacional desacelerou e a dívida estrangeiros no País completaram o quadro de
externa voltou a crescer. nacionalismo econômico, que marcou esse novo período
Não se restringindo ao campo econômico, a aliança presidencial de Getúlio Vargas frente ao governo
do governo Dutra junto ao governo norte-americano brasileiro.
também repercutiu em ações políticas de natureza
autoritária. Após receber uma significativa quantidade de
votos, o Partido Comunista foi posto na ilegalidade e
todos os funcionários públicos pertencentes ao mesmo
partido foram exonerados de seus cargos. Pouco tempo
depois, o governo do Brasil anunciou o rompimento de
suas relações diplomáticas com a União Soviética.
Observando o agravamento dos problemas
econômicos do país, Dutra adotou medidas que
facilitavam a importação de combustível e maquinário
industrial para o país.
Em maio de 1947, o Plano Salte pretendia
reorganizar os gastos públicos com saúde, alimentação,
transporte e energia. Por meio dessas ações de controle, o
governo Dutra conseguiu atingir uma média anual de Outro fator de descontentamento por parte da elite
crescimento econômico de 6%. econômica nacional foi a política populista de Vargas e
Chegando em 1950, os brasileiros preparavam-se suas ações voltadas para atender aos anseios da classe
para uma nova eleição para presidente da República. Mais operária. Getúlio nomeou João Goulart como Ministro do
uma vez, assim como em 1945, o cenário político nacional Trabalho, e ambos foram responsáveis pela ampliação dos
experimentava a carência de líderes políticos nacionais. De direitos trabalhistas e pelas propostas, como, por exemplo:
tal forma, o PSD ofereceu a candidatura do incógnito a majoração do salário-mínimo em 100%, anunciada pelo
mineiro Cristiano Machado e a UDN apostou novamente presidente Vargas no dia 1º de maio de 1954, Dia do
no brigadeiro Eduardo Gomes. O PTB por sua vez, Trabalhador.
chegava à frente lançando o nome de Getúlio Vargas, que
venceu com 48% dos votos válidos.
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HISTÓRIA
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HISTÓRIA
O governo do presidente Juscelino Kubitschek ficou vassoura e prometia varrer a “roubalheira” e moralizar a
conhecido, portanto, como um período de grande política nacional. Leia abaixo o jingle (música de
crescimento econômico e de modernização do País. A campanha) do candidato Jânio Quadros.
figura de JK era constantemente associada à imagem de
um presidente inovador e empreendedor. Por essa razão, "Varre Varre Vassourinha"
tornou-se conhecido pelo popular apelido de presidente "Varre, varre, varre, varre, varre vassourinha
bossa nova. Lembre-se de que bossa nova era a Varre, varre a bandalheira
denominação do movimento musical da década de 1950, Que o povo já está cansado
que fez muito sucesso, revolucionando a música brasileira, De sofrer desta maneira
com pitadas do tradicional samba brasileiro e de Jânio Quadros é a esperança
influências do jazz, oriundo dos Estados Unidos. Ao Desse povo abandonado
relacionar as ações do presidente com a revolução Jânio Quadros é a certeza
ocorrida na arte brasileira, pretendia-se consolidar a De um Brasil moralizado
imagem positiva de JK como um grande estadista, que Alerta, meu irmão
trouxe progresso e desenvolvimento para o País. Vassoura, conterrâneo
Entretanto, o crescimento econômico promovido Vamos vencer com Jânio"
pelo governo JK não foi exaltado de forma unânime por
todos os setores da sociedade. A política O governo de Jânio Quadros foi marcado por
desenvolvimentista de Juscelino teve um preço muito alto, intensa crise política em função de suas atitudes
e diversas críticas foram feitas ao seu governo. polêmicas. Em pouco tempo de governo, apenas oito
Contrastando com todo o progresso e o otimismo estava meses, todo o carisma responsável pela esmagadora
o significativo aumento da dívida externa e a crescente alta vitória nas eleições acabou se transformando em uma
da inflação. Esses foram os principais alvos de imagem desgastada e muito contestada por boa parte da
contestação, pela oposição, ao governo de JK e tornaram- população.
se temas favoritos da campanha política nas eleições Entre muitas ações polêmicas da Presidência, pode-
presidenciais de 1960. se destacar, entre as que mais desagradaram à elite, a
Com o programa de metas, mais de 2 bilhões de postura independente do governo com relação à política
dólares entraram no Brasil, a produção industrial cresceu externa. No auge da Guerra Fria, o Brasil se reaproximou
80%, com um crescimento anual de 7,9 % ao ano. dos países do bloco comunista, reatando relações
Porém, a inflação era de 19,2 % no ano de 56 e, em 1960, diplomáticas com a União Soviética. Tal política,
era de 30%. Os salários não acompanharam a inflação. certamente, desagradou à burguesia brasileira, temerosa do
As greves eram constantes e foi pedido ao FMI avanço dos ideais socialistas no País e despertou a atenção
mais verba para equilibrar as dívidas. O FMI só poderia do governo dos Estados Unidos, sempre preocupado com
liberar mediante acordos que não foram aceitos por JK. o possível “efeito dominó”, ou seja, com a expansão dos
Assim JK deixou para o seu sucessor um saldo devedor, movimentos revolucionários de caráter socialista na
baixos salários, porém um país que estava crescendo e América Latina. A Revolução Cubana tinha acabado de
recebendo investimentos de multinacionais. ocorrer, possibilitando a tomada do poder pelo líder
comunista Fidel Castro, e o Brasil, como uma das grandes
A CRISE DO POPULISMO E REVOLUÇÃO nações do continente americano, merecia especial atenção
DE 1964 por parte da política externa estadunidense.
Em meio ao crescimento da oposição, o presidente
Governo Jânio Quadros (1961) Jânio Quadros tomou mais uma medida considerada
“desastrosa” para o seu futuro político. A Presidência da
Jânio Quadros, governador do Estado de São Paulo, República homenageou o líder guerrilheiro Ernesto “Che”
surpreendeu o Brasil com a inesperada vitória nas eleições Guevara, principal expoente da Revolução Cubana, ao
presidenciais de 1960. O futuro sucessor de JK lançou-se lado de Fidel Castro, com a medalha da Ordem do
candidato por um minúsculo e desconhecido partido, o Cruzeiro do Sul. Essa era a maior condecoração de honra
Partido Democrata Cristão (PDC). Embora contasse com ao mérito que poderia ser oferecida pelo governo
o apoio da tradicional União Democrática Nacional brasileiro a grandes personalidades. Ficara evidente, com
(UDN), a candidatura de Jânio era vista como uma esse episódio, o desgaste político de Jânio Quadros frente
candidatura inexpressiva, se comparada com o favorito aos setores mais conservadores da sociedade brasileira.
general Lott, candidato da, até então, imbatível aliança
entre PSD-PTB. Mas, nas eleições de 1960, prevaleceu a
influência do populismo. Com uma campanha eleitoral
voltada às classes populares, criou-se a imagem de Jânio
Quadros como o candidato humilde, representante do
povo. Jânio, surpreendentemente, venceu as eleições com
48% dos votos.
Para se aproximar das massas, Jânio se apresentava
como o candidato “do tostão contra o milhão”, referindo-
se à milionária campanha eleitoral promovida pela aliança
PSD-PTB. Mas, o grande trunfo da propaganda de Jânio
Quadros foi o discurso voltado ao combate à corrupção
no País. Jânio utilizou como símbolo de campanha uma
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HISTÓRIA
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HISTÓRIA
O Governo Costa e Silva (1967/1969) Constituição, quem deveria assumir era o vice-presidente,
o civil Pedro Aleixo.
O marechal Artur da Costa e Silva assumiu a Os ministros militares, Lyra Tavares, do Exército,
presidência, em 15 de março de 1967, contra a vontade do Augusto Rademaker, da Marinha e Souza Mello, da
Marechal Castelo Branco, porém como Costa e Silva era Aeronáutica, impediram a posse de Pedro Aleixo,
ministro do Exército e contava com apoio dos seus formando uma junta provisória que governou o Brasil
comandados, acabou por assumir o mandado presidencial. durante dois meses.
Costa e Silva passa a governar com uma nova Durante este período, os militares promoveram uma série
Constituição, a quinta do período republicano, que havia de modificações na Constituição de 1967, numa nova
sido outorgada no dia 24 de janeiro de 1967. emenda que, na prática dava mais poderes ao presidente.
Esta Constituição dava grandes poderes ao presidente
da República, sendo modificada novamente por uma O Governo Médici (1969/1974)
emenda constitucional de 17 de outubro de 1969. De
acordo com sua nova versão, apenas o presidente da
República poderia propor leis sobre:
1 matéria financeira
2 criação de cargos, funções ou empregos públicos.
3 fixação ou modificação dos eleitos das Forças
Armadas.
4 organização administrativa ou judiciária, matéria
tributária e orçamentária.
5 serviços públicos e administração do Distrito Federal.
6 servidores públicos da União.
7 concessão de anistia relativa a crimes políticas.
Durante o governo do marechal Costa e Silva, No dia 22 de outubro, após dez meses de recesso, o
cresceram no país manifestações públicas contra a Congresso já sem os deputados cassados pelo AI-5 foi
ditadura militar. Apesar de uma repressão policial violenta, reaberto para receber a indicação do General Garrastazu
estudantes saíram às ruas em passeatas, operárias Médici à presidência da República. No dia 25 do mesmo
organizaram greves contra o arrocho salarial, os políticos mês, o general Médici era eleito e no dia 30 de outubro
mais corajosos faziam discursos atacando a violência da tomava posse no cargo.
ditadura. Os padres progressistas pregavam contra a fome Durante o governo Médici, o país passaria pelo
do povo e a tortura que passou a ser praticada pelos período mais repressivo de todos os governos militares.
órgãos de segurança contra os adversários da ditadura. Os atos terroristas como sequestros de pessoas e aviões,
No Rio de Janeiro, em 1968, mais de cem mil pessoas assaltos a bancos etc, atingiram o auge: no centro do país,
saíram à rua em passeata, protestando contra o assassinato na região do rio Araguaia, organizou-se a guerrilha que
do estudante Édson Luís, de 18 anos, pela polícia. pretendia derrubar o governo à força.
O ex-governador da Guanabara, Carlos Lacerda, O AI-5 continuaria sendo utilizado e nenhuma
tentou então promover uma união das diversas correntes medida abrandaria a ditadura plena, imposta após a sua
políticas, contra o movimento que ele mesmo havia decretação. Já no meios de comunicação sofreram e
apoiado em 1964. censura prévia.
A proposta política era formar uma ampla frente para Os DOI - CODI conquistavam autonomias e, em
defender a promulgação de uma nova Constituição, pena pouco tempo, liquidaram grupos terroristas de extrema
anistia, por eleição diretas em todos os níveis, daí a esquerda. Avançaram também, contra outros setores da
aproximação com os ex-presidentes Juscelino Kubitschek sociedade, criando um clima de temor e insegurança entre
e João Goulart. todos aqueles que ousavam buscar formas de repúdio à
Diante das pressões da sociedade em favor da situação.
democracia, o governo militar reagiu de maneira Diante deste quadro não era de se espantar que um
extremamente forte. Foi decretado no dia 13 de dezembro número cada vez maior de intelectuais e artistas
de 1968 o A.I-5, o mais violento dos instrumentos de procurassem exílio em outros países, como forma de não
força lançado pelo regime militar. sofreram retaliações. Por outro lado, o modelo econômico
Utilizando-se do AI-5, o governo prendeu milhares de adotado gerou um rápido crescimento que entre 1969 e
pessoas em todo o país, entre as quais destacamos Carlos 1973 atingiu taxas que variaram entre 7% e 13% ao ano, o
Lacerda, o marechal Lott e Juscelino. que os meios de comunicação passaram a chamar
a) Fechou o Congresso nacional por tempo ufanisticamente de “milagre brasileiro”, levando à euforia
indeterminado; o empresariado brasileiro e o capital estrangeiro.
b) Cassou os mandatos por dez anos de 110 A classe média encontrava várias oportunidades de
deputados federais, 160 deputados estaduais, 163 empregos com o crescimento da atividade das
vereadores, 22 prefeitos e afastou ainda, 4 ministros do multinacionais no país, além, é claro, de um aumento no
Supremo Tribunal Federal; padrão de consumo, resultado numa sofisticação
c) Decretou o confisco de bens. desconhecida por muitos. O responsável, por tal
crescimento, foi a expansão do crédito ao consumidor.
Em agosto de 1969, o general Costa e Silva adoeceu Beneficiada pelo crescimento econômico, a classe
e foi impedido de continuar exercer a presidência. Pela média, de uma maneira geral, passou a legitimar o governo
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HISTÓRIA
e suas atitudes ou, pelo menos, a se omitir quanto à A ideia de uma abertura democrática na política
participação política. Nas eleições de novembro de 1970, a amedrontava certos setores militares de linha dura
ARENA foi vitoriosa, mas a oposição incentivando os continuaram a agir de maneira violenta.
votos brancos e nulos, obteve 30%. Em outubro de 1975, o DOI-CODI de São Paulo,
Os anos 70 foram marcados pela polarização órgão da repressão, ligado ao II Exército, efetuou
política, resultando na adoção por parte do governo de inúmeras prisões de supostos membros do partidos
uma política ufanista sustentada por slogans do tipo Comunista Brasileiro, entre os quais o jornalista Vladimir
“Brasil, ame-o ou deixe-o”, o Brasil era tricampeão de Herzog, que mais tarde foi encontrado morto em, sua
futebol no México em 1970, eram realizados festivais de cela.
músicas populares etc. Em fins de 1971, foi instituído o I Contra todas as evidências, o comandante do a II
PND (Plano Nacional de Desenvolvimento); além deste, Exército, general Ednardo D’Ávila Mello, apresentou uma
foi criado ainda o PIN (Programa de Integração declaração para os meios de comunicação, afirmando que
Nacional). o jornalista havia praticado o “suicídio”. Diante de tal
É neste período que são iniciadas as obras afirmação, o Cardeal D. Pedro Evaristo Arns, realizou na
monumentais ou faraônicas, algumas das quais jamais Catedral da Sé, um culto ecumênico, como forma de
concluídas até hoje como é o caso da Rodovia demonstração de desagrado das oposições.
Transamazônica; outras obras deste período, por exemplo: Em janeiro de 1976, novamente no DOI-CODI de
a hidrelétrica de ilha Solteira e a ponte Rio-Niterói (Ponte São Paulo, outro “suicídio” era anunciado, desta vez do
Costa e Silva). operário Manuel Fiel filho. Tal fato provocou uma rápida
Apesar da modernização e do crescimento reação do presidente Geisel, substituindo o general
econômico acelerados, muitas camadas da população não Ednardo D’Ávila Mello, por um oficial de sua confiança.
se beneficiaram com o “milagre”. A este setores, os Tal atitude delimitou a atuação dos setores radicais dos
economistas do governo, cujo grande representante era o militares.
ministro Delfim Neto, afirmavam que “É preciso primeiro Temeroso de um rápido avanço das oposições, o
fazer crescer o bolo, para depois dividi-lo”. presidente Geisel retrocedeu no processo de abertura
O resultado deste modelo de política econômica política: em 1976, decretou uma lei que limitava a
pode ser sentido ao tomarmos conhecimento dos propaganda eleitoral dos candidatos no rádio e televisão,
seguintes dados: reduzindo a apresentação do nome, número e currículo
1964, morriam 70 crianças para cada 1.000 dos candidatos, sem que houvesse debates.
nascidas. Em abril de 1977, decretou o chamado “pacote de
1979, morriam 92 crianças para cada 1.000 abril”, uma série de medidas autoritárias, entre as quais
nascidas. destacamos:
1972, dos 3.950 municípios, somente 2.638 um entre os dois senadores que seriam eleitos em
possuíam abastecimento de água encanada. cada Estado, seria escolhido diretamente pelo
1973, existiam 600 mil menores abandonados na governo, instituindo-se, assim, o chamado “senador
cidade de São Paulo e no fim dos anos 70, o número biônico”, isto é, senadores não eleitos por voto
chegava a 10 milhões em todo o Brasil. popular.
Segundo o Banco Mundial, em 1975 existiam 70 os governadores continuaria sendo escolhidos em
milhões de analfabetos no país. eleições indiretas.
o mandato do seu sucessor foi aumentado para seis
O Governo Geisel (1974/1979) anos.
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bens de produção (máquinas, equipamentos pesados, aço, exílio, puderam retornar ao país. Os cassados foram
cobre, energia elétrica etc), a fim de se obter uma reabilitados na sua cidadania.
significativa infraestrutura econômica para o progresso 4. Porém, no segmento militar, aqueles que foram
econômico-industrial do país. punidos pelo governo, não puderam voltar às Forças
Armadas, o que não conferiu à anistia um sentido
No período, estimularam-se grandes obras visando irrestrito.
ao “desenvolvimento e ao crescimento” do país, nos 5. bipartidarismo foi eliminado, instituindo-se em seu
seguintes fatores: lugar. O pluripartidarismo, com o aparecimento de
novos partidos políticos para disputar as eleições. O
1. Setor de Mineração - exploração do minério de aparecimento de novos partidos ocorreu a partir da
ferro da Serra dos Carajás, extração da bauxita fragmentação do MDB, visto que a ARENA
(minério de alumínio), através da ALBRAS e da permaneceu basicamente unida. Desta forma
ALUNORTE. apareceram:
2. Setor Energético - construção de potentes usinas
hidrelétricas, como Itaipu, Sobradinho, Tucuruí etc, ARENA – PDS (Partido Democrático Social)
além da assinatura do acordo de cooperação Brasil- MDB – PMDB (Partido do Movimento
Alemanha Ocidental, no plano da energia nuclear, Democrático Brasileiro)
para a implantação de oito reatores nucleares no PT (Partido dos Trabalhadores)
Brasil. PDT (Partido Democrático Brasileiro)
PTB (Partido Trabalhista Brasileiro)
Ao final do governo Geisel, pode-se dizer que houve
um certa disputa na eleição indireta para presidente da No plano econômico, o ministro do Planejamento,
República, envolvendo os seguintes nomes: Delfim Neto, procurou executar o II PND, que
Pela Arena, disputavam os candidatos general João apresentava como principal preocupação promover o
Batista de Oliveira Figueiredo e como vice-presidente, crescimento da renda nacional e do emprego o controle
Aureliano Chaves. da dívida externa; o combate à inflação, o
Pelo MDB, disputavam os candidatos general Euler desenvolvimento de novas fontes de energia.
Bentes Monteiro e como vice-presidente, Paulo Brossard. O governo, no plano energético, lançou o chamado
Na votação do Colégio Eleitoral, o general Pró-ácool (programa Nacional do Álcool), visando
Figueiredo obteve 335 votos contra 266 do general Euler substituir gradualmente o petróleo importado, que passava
Bentes. neste momento por uma forte crise, com o aumento dos
preços internacionais. Lembram-se: “Carro a álcool”,
O Governo Figueiredo (1979/1985) “você ainda vai ter um”.’
Durante o governo do general Figueiredo as 1. Dívida Externa - após obter empréstimo junto
manifestações populares foram crescendo através de ao FMI (Fundo Monetário Internacional), o Brasil tornou-
movimentos de críticas às decisões autoritárias e se subserviente aos banqueiros internacionais,
centralizadoras do governo militar. Diversos setores da estabelecendo uma grande ciranda financeira, contraindo
sociedade brasileira (sindicatos de trabalhadores, grupos novos empréstimos para saldar os antigos, ficando cada
de empresários, Igreja, associações artísticas científicas, vez mais endividado.
universidades e imprensa), passaram a reivindicar a 2. Inflação - Os desequilíbrios econômicos
redemocratização do país. acabaram levando a infração durante o governo
Figueiredo a alcançar cifras de mais de 200% ao ano,
Diante de tal situação, o governo assumiu o tendo os trabalhadores seus salários corrigidos pela alta
compromisso de realizar a “abertura política” e devolver a diária do custo de vida.
democracia ao Brasil. Diante deste processo de abertura 3. Desemprego - provocado pela falta de
política, os sindicatos representativos das classes investimentos nos setores produtivos, na expansão das
trabalhadoras se fortalecem e reaparecem as primeiras empresas, acabando por provocar uma redução do
greves contra o achatamento salarial. crescimento econômico e, consequentemente, do
desemprego. Em 1983, a situação no Rio e em São Paulo
Dentre estas greves, devemos destacar a dos tornou-se desesperadora, com os saques a supermercados.
operários metalúrgicos de São Bernardo do Campo, em
São Paulo, onde começou a surgir a figura de Luís Inácio No plano político, a abertura provocou
Lula da Silva, que mais tarde vai se transformar no descontentamento entre os militares de extrema direita,
candidato à presidência da República pelo PT. que começaram a provocar os chamados “atentados
terroristas”.
A campanha da sociedade pela redemocratização do 1º em 1980, em São Paulo e Minas, as bancas de
país obteve os primeiros resultados positivos, entre os revistas e jornais, que vendiam publicações
quais podemos destacar: consideradas “subversivas”, sofreram incêndios.
2º em julho, durante a vista do Papa João Paulo II ao
3. Anistia ampla e geral, vigorando para todos aqueles Brasil, o jurista Dalmo Dallari, notório opositor do
que foram punidos pelo governo militar. Desta sistema e que iria discursar na presença do Papa, foi
forma, vários brasileiros que ainda se encontravam no sequestrado e agredido por desconhecidos.
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3º em agosto de 1980, ocorria o primeiro atentado à governos militares. A inflação atingiu patamares nunca
bomba no Conselho Federal da OAB. no Rio de observados no Brasil. O combate à inflação tornou-se
Janeiro, com vítima fatal. uma obsessão do governo que, por meio de diversas ações
4º foi a vez do atentado à Câmara Municipal do Rio de (congelamento de preços e salários, mudança de moedas),
Janeiro, na sala de um vereador do PMDB, procurou conter o aumento de preços e evitar a queda do
mutilando um funcionário. poder aquisitivo da população. Os diversos planos
5º em 30 de abril de 1981, ocorreu o famoso episódio econômicos lançados pelo governo Sarney, como o Plano
do atentado do Rio-centro, onde ocorria um “Show” Cruzado (1986), não foram suficientes para eliminar
musical em homenagem ao dia do Trabalho. Uma definitivamente o problema da inflação. Decretou a
bomba explodiu dentro de um carro, no colo do moratória.
sargento do Exército, Guilherme Pereira do Rosário, No âmbito político, o presidente Sarney consolidou o
especialista em explosivo, matando-o processo de transição democrática e deu início à chamada
instantaneamente e ferindo gravemente o capitão Nova República. Mas o novo regime precisava de uma
Wilson Machado, que dirigia o carro. Outra bomba nova Constituição que o legitimasse e evitasse o retorno
havia sido colocado na casa de forças, mas não ao tempo de autoritarismo imposto pelos governos
chegou a explodir. militares.
A reação da população diante das denúncias foi fatal plano real. Como Ministro da Fazenda no Governo de
para os destinos do governo. Enquanto em Brasília se Itamar Franco ele reuniu um grupo de economistas que
instalava uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), elaborou um plano capaz de estabilizar a economia. Com
nas grandes cidades eram realizadas grandes passeatas e uma moeda estável, o país pode voltar a crescer nos
manifestações contra o governo. Conhecido como Fora governos subsequentes.
Collor, o movimento pedia o afastamento do presidente. Um ano depois, FHC era eleito Presidente da
A Lei determinava a possibilidade de o Congresso votar o República já no primeiro turno. Derrotou seu principal
processo de impeachment (impedimento) do presidente adversário, Luís Inácio Lula da Silva, com mais de 54%
e, por isso, grande parte da população passou a exigir a dos votos válidos.
aplicação da penalidade prevista.
Nova moeda: Real
Em 1º de julho de 1994 passou a vigorar a nova
moeda do país, o Real. O Banco Central fixou uma
paridade entre o Real e o Dólar, a fim de valorizar a nova
moeda. Um Real era o equivalente a Um Dólar.
O Plano Real animou empresários e a população, e
impulsionou o consumo interno. Mas o que era festa,
virou preocupação para o governo. Com o consumo em
alta, temia-se a volta da inflação, que acabou não
ocorrendo.
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07. A formação das nações latino-americanas esteve 12. Em 1906, os governadores de São Paulo, Minas
atrelada às particularidades de seus processos de Gerais e Rio de Janeiro se reuniram e
independência. A América Espanhola se estabeleceram o Convênio de Taubaté, que
fragmentou em diversos Estados autônomos. A a) pode ser considerado o marco inicial da “política dos
América Portuguesa, ao contrário, não se governadores”.
fragmentou, mantendo sua unidade até os dias b) defendeu medidas para incrementar a imigração
atuais. Dos fatores abaixo, o único que não europeia.
contribuiu para a manutenção da integridade c) resultou na política de ampliação da produção cafeeira.
territorial brasileira foi a: d) estabeleceu a primeira política de valorização do café.
a) elevação do Brasil à categoria de Reino Unido junto a e) caracteriza a fundação da “política do café com leite”.
Portugal e Algarves.
b) incorporação da Província Cisplatina e da Guiana 13. A Revolta dos Malês foi um movimento de
Francesa por D. João VI. escravos africanos, muitos dos quais eram
c) ação pacificadora de Caxias no combate a várias muçulmanos, ocorrido em 1835 na seguinte
revoltas regenciais. província:
d) transferência da corte portuguesa para o Brasil em a) Maranhão b) Grão-Pará
1808. c) Bahia d) Pernambuco
e) manutenção do regime monárquico após a e) Minas Gerais
independência.
14. Com a promulgação da Constituição de 1934, a
08. Ao longo dos séculos XVI, XVII e XVIII o Brasil segunda constituição do período republicano
estendeu consideravelmente seu território, o que brasileiro, inicia-se o período constitucional da
obrigou o estabelecimento de novos Tratados de Era Vargas. São elementos presentes nesta
Limites entre os Reinos Ibéricos. Neste sentido, Constituição de 1934, EXCETO:
podemos afirmar que: a) Voto secreto.
a) o Tratado de Madri deu origem às Guerras b) Voto feminino.
Guaraníticas. c) Justiça eleitoral.
b) ficou estabelecido, no Tratado de Santo Ildefonso, o d) Jornada de trabalho não superior a 8 horas.
princípio de Uti possidetis. e) Eleições diretas para a escolha do próximo presidente
c) Portugal, pelo Tratado de Badajós, assumiu o controle da República.
sobre o território da Guiana.
d) o Tratado de Utrecht, de 1713, reconheceu a posse da 15. Na República Velha, ocorreram vários
Colônia de Sacramento por Portugal. movimentos contestatórios. Identifique aquele
e) o Tratado do Pardo reconheceu o direito exclusivo de que está localizado geograficamente de forma
Portugal navegar pelo rio Amazonas correta:
a) Revolta da Vacina – Rio de Janeiro.
09. No ano de 1817, na Província de Pernambuco, b) Revolução Federalista – Paraná.
deu-se uma revolta contra o governo de D. João c) Canudos – Minas Gerais.
VI que ficou conhecida como: d) Contestado – Bahia.
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e) Revolta da Armada – Rio Grande do Sul. final de agosto de 1961, foi uma consequência da:
a) renúncia do presidente Jânio Quadros, que provocou a
mobilização política para garantir a posse do vice-
16. A Política de emissão de dinheiro em grande presidente João Goulart.
quantidade, que causou uma desenfreada b) vitória eleitoral do PTB, que supostamente ameaçava
especulação na Bolsa de Valores, durante o os setores conservadores da sociedade brasileira.
governo do marechal Deodoro da Fonseca, ficou c) renúncia do presidente Juscelino Kubitschek, fato que
conhecida como: provocou uma extensa mobilização militar visando
a) Encilhamento. garantir a posse de João Goulart.
b) Crise de 1929. d) vitória eleitoral do PSD, partido que tinha em seus
c) Crise Contestada. quadros diversos elementos supostamente golpistas.
d) Queda do Banco do Brasil. e) política promovida por Leonel Brizola, que queria
e) Queda do Marechal de Ferro. impedir a tomada do poder pelos grupos ligados à luta
armada.
17. A eleição indireta de Getúlio Vargas para a
presidência nacional, na qual foi eleito para um 22. (UFRGS) A denominada "Campanha da
mandato de quatro anos, ocorreu no ano de: Legalidade", ocorrida no Rio Grande do Sul no
a) 1930 b) 1934 c) 1937 final de agosto de 1961, foi uma consequência da
d) 1946 e) 1950 a) renúncia do presidente Jânio Quadros, que provocou a
mobilização política para garantir a posse do vice-
18. Para controlar gastos e investimentos, priorizando presidente João Goulart.
saúde, alimentação, transportes e energia, foi b) vitória eleitoral do PTB, que supostamente ameaçava
criado o Plano Salte, que tem esse nome por ser a os setores conservadores da sociedade brasileira.
sigla composta pelas letras iniciais das c) renúncia do presidente Juscelino Kubitschek, fato que
prioridades. É correto afirmar que o Plano Salte provocou uma extensa mobilização militar visando
foi lançado no governo de: garantir a posse de João Goulart.
a) Juscelino Kubitschek. d) vitória eleitoral do PSD, partido que tinha em seus
b) Getúlio Vargas, durante o Estado Novo. quadros diversos elementos supostamente golpistas.
c) Dutra. e) política promovida por Leonel Brizola, que queria
d) João Goulart. impedir a tomada do poder pelos grupos ligados à luta
e) Jânio Quadros. armada.
19. No dia 05 de julho de 1922, jovens oficiais 23. (UNIFESP) Nos últimos anos do Regime Militar
resolveram abandonar o forte e marchar pela praia (1964-1985), a gradual abertura política implicou
de Copacabana, no Rio de Janeiro, para enfrentar iniciativas do governo e de movimentos sociais e
as forças legalistas. Esse episódio, conhecido políticos. Um dos marcos dessa abertura foi:
como “os 18 do Forte”, a) A reforma partidária, que suprimiu os partidos
a) provocou, imediatamente, a queda do último políticos então existentes e implantou um regime
presidente da República do “Café-com-Leite”. bipartidário.
b) provocou a renúncia do Presidente Artur Bernardes. b) O chamado "milagre econômico", que permitiu
c) levou o Governo Federal a transferir a Escola de crescimento acentuado da economia brasileira e
Formação de Oficiais do Rio de Janeiro para Porto aumentou a dívida externa.
Alegre. c) A campanha pelo "impeachment" de Fernando Collor,
d) deu início a um período ditatorial, interrompido que fora acusado de diversos atos ilícitos no exercício
apenas com a Revolução de 1930. da Presidência.
e) originou o movimento denominado de Tenentismo. d) O estabelecimento de novas regras eleitorais, que
determinaram eleições diretas imediatas para
20. A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) teve presidente.
efeitos favoráveis à política de industrialização no e) A lei da anistia, que permitia a volta de exilados
Brasil. Nesse período, o fato responsável pelo políticos e isentava militares que haviam atuado na
impulso da indústria brasileira foi o(a): repressão política.
a) desenvolvimento da indústria automobilística e de
bens de consumo. 24. (UFTM) O refrão Um, dois, três, quatro, cinco,
b) empenho efetivo do Estado na implantação da mil, queremos eleger o presidente do Brasil! foi
indústria pesada no Brasil. entoado nos vários comícios do movimento
c) Política dos Governadores, que estimulou a Diretas Já, iniciado em fins de 1983 e que tomou
industrialização de São Paulo e Rio de Janeiro. conta das ruas do país em 1984. Sobre esse
d) política de emissão de dinheiro – o Encilhamento – movimento, é correto afirmar que:
para incentivar o consumo interno. a) resultou na eleição do Presidente Fernando Collor de
e) Convênio de Taubaté, que favoreceu o comércio de Mello, que não chegou a terminar o seu mandato.
manufaturados de origem brasileira b) preocupou os militares, que tentaram acalmar os
ânimos por meio da lei que anistiou os presos
21. (UFRGS) A denominada "Campanha da Políticos.
Legalidade", ocorrida no Rio Grande do Sul no
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HISTÓRIA
c) renovou o cenário político nacional, pois foi a causa IV.O Governo Federal reduziu significativamente os
do surgimento de novos partidos e lideranças políticas. impostos visando a diminuir a carga tributária sobre a
d) contou com o apoio do Presidente Figueiredo, que classe média e a produção industrial.
autorizou a realização dos comícios e retirou o Estão corretas as afirmativas:
exército das ruas. a) I e II
e) terminou por não atingir seus objetivos, pois não se b) I e III
obtiveram os votos necessários para alterar a c) II e III
Constituição então em vigor. d) II e IV
e) III e IV
25. (UNESP) Desde a década de 1980 vários governos
brasileiros adotaram planos econômicos que 28. A elevação do Brasil à categoria de Reino Unido a
pretendiam controlar a inflação. Entre as Portugal e Algarves, em 1815, está ligada ao(à):
características destes planos, podemos destacar a) desejo de D. João de agradar os ingleses.
a) o Plano Cruzado, implementado em 1986, que b) projeto de implantação do regime monárquico no país.
eliminou a inflação, congelou preços, proporcionou c) assinatura do Tratado de Fontainebleau com a
aumento salarial e gerou recursos para o pagamento Espanha.
integral da dívida externa. d) ação das sociedades maçônicas estabelecidas no Rio de
b) o Plano Collor, implementado em 1990, que Janeiro.
determinou o confisco de ativos financeiros e eliminou e) necessidade de legitimar a representação de Portugal
incentivos fiscais em vários setores da economia. no Congresso de Viena.
c) o Plano Real, implementado em 1994, que reduziu as
taxas inflacionárias, estabilizou o valor da moeda, 29. A colonização brasileira foi motivada, de início,
proibiu aumentos de preços no varejo e provocou por preocupações sobretudo políticas, porque:
forte crescimento industrial. a) tinha como objetivo extrair as riquezas que se
d) o Plano de Metas, implementado em 2006, que presumia existir no interior do continente.
projetou um desenvolvimento industrial acelerado e a b) Visava através do povoamento, preservar a posse da
inserção ativa do Brasil no mercado internacional. terra já então disputada por corsários estrangeiros.
e) o Plano de Aceleração do Crescimento, implementado c) Pretendia-se essencialmente, conquistar as populações
em 2007, que apoiou projetos imobiliários, determinou indígenas para a fé católica.
investimentos em infraestrutura e estimulou o crédito d) Almejava-se a conquista do sertão através do estímulo
à pecuária extensiva.
26. (FATEC) Após o impeachment de Collor, Itamar e) Contava com o apoio da coroa espanhola, dirigida por
Franco assumiu a presidência do Brasil, dizendo D. Sebastião.
que sua meta era combater a pobreza, a inflação e
a recessão. Sobre seu governo é correto afirmar 30. Com relação ao sistema político implantado por
que: Portugal no Brasil, ao iniciar-se o
a) o desemprego e a miséria diminuíram, dando alento à empreendimento colonizador, podemos afirmar
população. que:
b) os erros políticos, administrativos e econômicos a) o sistema de capitanias hereditárias foi implantado
cometidos por ele geraram incertezas quanto ao futuro após o fracasso do sistema de governo-geral.
do país. b) com a implantação do governo-geral as capitanias
c) conseguiu reduzir consideravelmente a taxa foram extintas.
inflacionária do país, ao bloquear os ativos financeiros c) duas inovações surgiram após a instalação do governo-
das pessoas físicas e jurídicas. geral: as sesmarias e o monopólio da coroa.
d) visava a defender e recuperar as reservas internacionais d) a criação do governo-geral representou uma tentativa
do país com a decretação da moratória. de Portugal no sentido de centralizar a administração.
e) buscava controlar os preços e desindexar a economia, e) Com o fracasso das capitanias hereditárias as câmaras
com a criação do Plano Cruzado. municipais deixaram de existir.
27. (PUCRS) Considere as afirmativas a seguir, sobre 31. Os africanos saíam de sua terra para trabalhar
fatos relacionados à política interna do Governo como escravos...
Luís Inácio Lula da Silva. a) ...caçados pelos traficantes ou vendidos pelos chefes
I. Foi criado o programa "Primeiro Emprego", como tribais.
forma de combater o trabalho infantil e o escravo, em b) .....para fugir à opressão de seus chefes religiosos.
expansão em várias regiões do país. c) ....entusiasmados com a promessa de uma vida melhor
II. Ampliaram-se, através do ProUni, as vagas no ensino no Brasil.
superior, para acolher alunos provenientes do ensino d) ....voluntariamente, já que na África viviam em
público e com renda familiar reduzida. condições precárias.
III.O Programa Fome Zero, taxado por vários e) ...estimulados pela propaganda desenvolvida pelos
representantes da sociedade civil de assistencialista, portugueses.
tem sido criticado pelos entraves burocráticos e pela 32. Causa geral das invasões holandesas no Brasil:
forma de controle adotada para a concessão dos a) o interesse da burguesia holandesa em fundar no Brasil
benefícios, que dificultam a expansão do programa. uma colônia de povoamento.
b) a tentativa de superar o modelo colonial criado por
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Portugal. Janeiro.
c) a vontade de interromper a produção de açúcar no e) problemas de relacionamento entre membros do
nordeste brasileiro. partido liberal paulista e a regência.
d) a necessidade de transferir o excedente populacional 39. Sobre o movimento abolicionista no Brasil do
dos Países Baixos. século XIX é correto afirmar que:
e) o desejo de romper o bloqueio econômico imposto a) foi marcado pela abolição da escravatura com
por Felipe II, após a União Ibérica. indenização para os ex-senhores de escravos.
b) foi liderado por Zumbi, que formou o famoso
33. O episódio conhecido como “Capão da Traição” Quilombo dos Palmares, onde muitos negros, ao
ocorreu na História do Brasil durante a: fugirem das senzalas, se refugiavam.
a) Rebelião de Beckman. c) foi uma reação dos escravos, marcada por tentativas
b) Revolta dos Malês. desesperadas como o suicídio e a morte pelo banzo.
c) Guerra dos Mascates. d) foi inspirado no iluminismo e levado a cabo por uma
d) Revolta de Felipe dos Santos. maioria branca, letrada, que pretendia retirar do país a
e) Guerra dos Emboabas. “mancha negra da escravidão.”
e) foi apoiado pelas elites senhoriais que conseguiram
34. O responsável pela transferência da capital do abolir a escravidão no Brasil, através da Lei Áurea
Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro em 1763, assinada pela princesa Izabel.
foi:
a) D. João VI. 40. Sobre as revoltas do Período Regencial (1831-1840)
b) D.Pedro I. é correto afirmar que:
c) Marquês de Pombal. a) indicavam o descontentamento de diferentes setores
d) D. Manuel. sociais com as medidas de cunho liberal e
e) Visconde de Barbacena. antiescravistas dos regentes, expressas no Ato
Adicional de 1835.
35. A primeira constituição brasileira (1824) b) algumas, como a Farroupilha e a Cabanagem, foram
estabelecia, entre outros fatores, a existência de organizadas pelas elites da Bahia e não conseguiram
quatro poderes. Aquele que era exercido mobilizar as camadas mais pobres e os escravos.
exclusivamente pelo imperador era o Poder: c) expressavam o grau de instabilidade política,
a) Legislativo. descontentamento de camadas mais baixas da
b) Judiciário. população, o fortalecimento das tendências federalistas
c) Executivo. e a mobilização de diferentes setores sociais.
d) Moderador. d) provocaram a extinção da Guarda Nacional, espécie
e) Republicano. de milícia que atuou como poder militar da
Independência do país até esse momento.
36. O Plano Real, lançado em 1994 durante o governo e) a Revolta dos Malês e a Balaiada foram as únicas que
de Itamar Franco, teve como uma das ações o(a): colocaram em risco a ordem estabelecida e ameaçando
a) congelamento de preços e salários. o trono, sendo sufocadas pelo Duque de Caxias.
b) criação da Unidade Real de Valor.
c) instituição do empréstimo compulsório sobre os 41. Na história republicana brasileira (1889-2015), os
combustíveis (álcool e gasolina). dois presidentes que governaram o país por
d) bloqueio de parte do saldo das contas corrente e períodos mais longos, além de Getúlio Vargas,
poupanças dos correntistas. foram:
e) nova moeda brasileira passou a ser o Cruzado. a) Fernando Henrique Cardoso e Castello Branco.
b) Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto.
37. Ocorreu um movimento armado, liderado por c) Fernando Henrique Cardoso e Luís Inácio Lula da
Luís Carlos Prestes, com o intuito de implantar no Silva.
país uma ditadura do proletariado, durante a Era d) Juscelino Kubitschek e Luís Inácio Lula da Silva.
Vargas (1930-1945). Esse episódio da história é e) Emílio Garrastazu Médici e José Sarney.
conhecido como a:
a) Revolução Constitucionalista. 42. A revolução republicana e separatista que eclodiu
b) Intentona Integralista. no nordeste, ocorrida contra o governo de Pedro
c) Revolta da Armada. I:
d) Revolução Democrática de 64. a) Revolução Pernambucana de 1817;
e) Intentona Comunista. b) Sabinada;
c) Cabanagem;
38. Uma das principais causas da Revolução d) Balaiada;
Farroupilha foram as(os): e) Confederação do Equador.
a) precárias condições de vida dos ribeirinhos
amazônicos. 43. Sobre a Revolta da Chibata, assinale a alternativa
b) problemas econômicos dos produtores rurais gaúchos. correta.
c) divergências entre senhores de engenho e escravos na a) Embora os marinheiros revoltosos, homens negros em
Bahia. sua maioria, tenham assumido o controle de grandes
d) péssimas condições de saneamento básico no Rio de embarcações de guerra, não souberam como manejá-
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las, visto que somente oficiais de alta patente possuíam d) necessidade de expulsar os Jesuítas da região dos Sete
conhecimento e domínio da tecnologia necessária para Povos da Missões.
conduzir as embarcações de guerra.
b) O governo não cedeu à pressão dos marinheiros e) a descoberta do ouro na região das Minas Gerais e a
revoltados e conseguiu dominar e prender todos os criação da Intendência das Minas.
envolvidos. As principais lideranças foram fuziladas
por formação de motim, e os demais participantes 46. Dentre as várias rebeliões de tendência liberal que
foram encaminhados a campos de trabalho no eclodiram no Brasil, com vistas à sua
extremo norte do país. emancipação política de Portugal, destaca-se, em
c) O movimento foi liderado por um marinheiro negro, Pernambuco, aquela que ficou conhecida como a
João Cândido, único líder que conseguiu anistia do "Revolução dos Padres". Indique a alternativa
governo e foi imediatamente liberado, uma vez que foi que corresponde ao movimento citado.
quem intermediou as negociações de rendição dos a) A Revolta dos Mascates.
marinheiros. b) A Confederação do Equador.
d) O movimento foi composto exclusivamente por c) A Revolução de 1817.
marinheiros negros que exigiam o fim dos castigos d) A Revolução Praieira.
corporais e a criação de uma lei que penalizasse a e) A Revolta dos Alfaiates.
discriminação racial nas forças armadas.
e) Além do fim do castigo corporal, o movimento exigia 47. A partir da eleição pelo Colégio Eleitoral do
melhoria na alimentação, criação de uma nova tabela Presidente Tancredo Neves, em 1985, inicia-se
de serviços, que diminuísse o excesso de trabalho dos um novo período republicano brasileiro, que
marinheiros, e anistia para todos os envolvidos na alguns autores chamam de Nova República.
revolta.
Sobre esse período, assinale a única resposta que
44. A Lei do Ventre Livre foi uma lei abolicionista, associa corretamente uma característica do
promulgada, no Brasil, em 28 de setembro de governo ao respectivo governante.
1871. a) No dia de sua posse, Fernando Collor de Mello
confiscou cerca de 80% do dinheiro que circulava no
Sobre a Lei do Ventre Livre, assinale a alternativa país.
correta. b) No governo do Presidente Itamar Franco,
a) Foi promulgada pelo Imperador Pedro II e concedia restabeleceu-se o cruzeiro como moeda nacional,
liberdade a todas as crianças e às respectivas mães que extinguindo- se o cruzado.
viviam sob a escravidão no território brasileiro. c) Alguns meses após assumir a Presidência da
b) Essa lei encontrou forte resistência entre os senhores, República, Fernando Henrique Cardoso anunciou o
visto que não previa indenização pelo fim da Plano Real, o qual passou a vigorar no País em 1º de
escravidão das crianças nascidas a partir da publicação julho de 1994.
da lei. d) Fernando Henrique Cardoso, na campanha eleitoral,
c) Instituía a liberdade de todas as crianças nascidas a expunha uma imagem de político renovador,
partir da publicação da lei, mas deixava a possibilidade preocupado em cassar “marajás”.
dessas crianças permanecerem sob “os cuidados” do e) No dia 2 de outubro de 1992, o vice-presidente Itamar
antigo proprietário até a idade de 21 anos. Franco assumiu, governando interinamente, até 29 de
d) Como a lei libertava a criança, mas não libertava os dezembro, quando o Congresso Nacional declarou
pais, assim que nasciam essas crianças eram retiradas vaga a presidência, por falecimento de Tancredo
do convívio com os pais escravizados e eram Neves.
destinadas a um abrigo mantido pelo Estado. 48. Em julho de 2011, faleceu o ex-presidente Itamar
e) De acordo com a lei, os senhores tinham a opção de Franco. A respeito da sua chegada ao poder e do
manter as crianças libertas junto aos pais escravizados seu governo, é correto afirmar:
até a maioridade, mas os senhores não podiam a) Venceu Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno
usufruir da mão de obra delas. das eleições disputadas em 1994, graças ao sucesso do
Plano Real, implementado no governo de Fernando
45. Durante o período colonial brasileiro, inúmeros Henrique Cardoso.
tratados foram assinados entre Portugal e b) Venceu Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 1989
Espanha, tais como: o de Lisboa, o de Utrecht, o e organizou um governo de coalizão nacional, do qual
de Madri... Regulamentavam, a partir de então, as participaram todos os demais partidos políticos
fronteiras e os interesses das Coroas Ibéricas. brasileiros, inclusive o PT.
c) Assumiu a presidência após o processo de
As causas gerais da assinatura dos tratados do impeachment do presidente Fernando Collor de Mello
período colonial foram: e, com seu ministro Fernando Henrique Cardoso,
a) superação prática da linha de Tordesilhas e atrito entre implementou o Plano Real.
colonos espanhóis e portugueses. d) Foi eleito em janeiro de 1985, em eleição direta pelo
b) a fundação da colônia do Santíssimo Sacramento e colégio eleitoral, e organizou um governo de reformas
utilização do princípio Uti possidetis. políticas e econômicas que permitiram sua reeleição
c) necessidade dos portugueses constituírem uma via de em 1994.
acesso ao interior do Brasil, pelo rio da Prata. e) Foi eleito em 1994 devido ao sucesso do Plano Real
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HISTÓRIA
a) Tratado de Tordesilhas.
b) Tratado de Utrecht.
c) trópico de Capricórnio.
d) meridiano de Greenwich.
e) meridiano de Cabo Verde.
a) João Goulart.
b) Jânio Quadros.
c) Getúlio Vargas.
d) Eurico Gaspar Dutra.
a) doação.
b) concessão.
c) permissão
d) estanco.
e) escambo.
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HISTÓRIA
Gabarito
01. B 02. C 03. D 04. E
05. D 06. B 07. B 08. A
09. E 10. A 11. A 12. D
13. C 14. E 15. A 16. A
17. B 18. C 19. E 20. B
21. A 22. A 23. E 24. E
25. B 26. B 27. C 28. E
29. B 30. D 31. A 32. E
33. E 34. C 35. D 36. B
37. E 38. B 39. D 40. C
41. C 42. E 43. E 44. C
45. B 46. C 47. A 48. C
49. A 50. C 51. D 52. D
53. C
BIBLIOGRAFIA E FONTES
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NÚCLEO DAS FORÇAS ARMADAS - DISCIPLINAS COMUNS
GEOGRAFIA
GEOGRAFIA
1. GEOGRAFIA DO BRASIL
Região: Brasil
Área
- Ranking 5º maior
- Total 8.514.876,599 km2 1,2
- Terra 8.456.510 km²
- Água 55.455 km²
Fronteiras
- Total 16.885 km
- Países vizinhos
Argentina 1.261 km
Bolívia 3.423 km
Colômbia 1.644 km
Guiana 1.606 km
Paraguai 1.365 km
Peru 2.995 km
Suriname 593 km
Uruguai 1.068 km
Venezuela 2.200 km
Reivindicações marítimas
- Mar territorial 12 nm
- Zona contígua 24 nm
- Zona econômica exclusiva 200 nm
- Plataforma continental 200 nm
Extremos de elevação
- Ponto mais alto Pico da Neblina 2.994 m - Ponto mais baixo Oceano Atlântico 0 m
Relevo Planícies na Região Norte, Nordeste e Centro-Oeste; planaltos na região Sul e Sudeste.
Recursos naturais bauxita, ouro, ferro, manganês, níquel, platina, alumínio, urânio, petróleo e opala (PI).
Uso da terra
- Terra arável 6,93% (2005)
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GEOGRAFIA
Perigos naturais Secas e inundações na região Nordeste; inundações na região Sudeste; geadas e inundações na
região Sul.
Problemas ecológicos Desmatamento da Floresta Amazônica (a maior floresta tropical do mundo) e poluição do ar e
das águas (rios e mares) nas grandes metrópoles (São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre), em detrimento às atividades
químico-industriais impróprias.
Na extensão territorial do Brasil, estão incluídos o arquipélago de Fernando de Noronha, o Atol das Rocas, a Ilha da
Trindade, as Ilhas Martin Vaz e os Penedos de São Pedro e São Paulo.
A geografia do Brasil é um domínio de estudos e conhecimentos sobre todas as características geográficas do território
brasileiro.
Descrição geral
O Brasil é o quinto maior país do mundo em área: tem 1,7% das terras emersas e ocupa 47% da América do Sul. Está
localizado na porção centro-oriental deste continente, com seu litoral banhado pelo oceano Atlântico. O Brasil tem uma
área total de 8.514.876 [1] [2] km² que inclui 8.456.510 km² de terra e 55.455 km² de água. O ponto culminante do Brasil é
o Pico da Neblina, com 2.994 m[3]; o ponto mais baixo é o nível do mar. O Brasil faz fronteira com nove repúblicas sul-
americanas: Argentina, Bolívia, Colômbia, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela e o departamento
ultramarino da Guiana Francesa. Por comparação, o Brasil é um pouco menor em extensão territorial em relação aos
Estados Unidos da América.
A maior parte de seu clima é tropical, embora algumas zonas possam ser classificadas como temperadas. O maior rio do
Brasil, e também o mais extenso do mundo, é o Amazonas. A floresta que cobre a bacia do rio Amazonas constitui quase
a metade das florestas equatoriais da Terra.
O relevo do Brasil é formado por planaltos e planícies. Os planaltos ocupam a maior parte do território brasileiro. O s
principais planaltos são o Planalto das Guianas no extremo norte e o Planalto Brasileiro no centro-oeste, no nordeste, no
sudeste e no sul.
As principais planícies são: a Planície Amazônica no norte, a Planície do Pantanal no sudoeste e a Planície Costeira ou
Litorânea banhada pelo Oceano Atlântico.
Os principais climas do Brasil são: equatorial no norte, semi-árido no nordeste, tropical na maior parte do país, tropical de
altitude no sudeste e subtropical no sul.
As principais bacias hidrográficas do Brasil são: a Bacia do rio Amazonas no norte, a Bacia do Tocantins-Araguaia no
centro, a Bacia do São Francisco no leste, a Bacia do Paraná no centro-sul, a Bacia do Paraguai no sudoeste, a Bacia do
Uruguai no extremo sul, a Bacia do Atlântico Sul no litoral sul, a Bacia do Atlântico Sudeste no litoral sudeste, a Bacia do
Atlântico Leste no litoral leste, a Bacia do Atlântico Nordeste Oriental no nordeste e as Bacias do Parnaíba e a do
Atlântico Nordeste Ocidental no meio-norte.
O Brasil tem diferentes tipos de vegetação. Os principais são: a Floresta Amazônica no norte, a Mata dos Cocais no meio-
norte, a Mata Atlântica desde o nordeste até o sul, a Mata das Araucárias no sul, a Caatinga no nordeste, o Cerrado no
centro, o Complexo do Pantanal no sudoeste, os campos no extremo sul com manchas esparsas em alguns estados do país
e a vegetação litorânea desde o Amapá até Rio Grande do Sul.
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GEOGRAFIA
Área
Mapa-múndi com a relação dos países por ordem de área. Trata-se de um tema bastante relativo na geografia mundial.
Terra seca: 8.456.510 km² (inclui o arquipélago de Fernando de Noronha e também Ilha Grande, Ilha Bela, entre outras
menores).
Deste modo, o Brasil é o país mais extenso da América do Sul. É ainda o terceiro das Américas e o quinto do mundo:
apenas a Rússia (com 17.075.400 km²), o Canadá (com 9.970.610 km²), a República Popular da China (com 9.517.300 km²)
e os Estados Unidos da América (com 9.372.614 km²) têm maior extensão.
Devido ao fato de apresentar tão grande extensão territorial, o Brasil é considerado um país continental, ou seja, um país
cujas dimensões físicas atingem a proporção de um verdadeiro continente, sendo que seu território ocupa 1,6% da
superfície do globo terrestre, 5,7% das terras emersas do planeta Terra, 20,8% da superfície do continente americano e
47,3% da superfície da América do Sul.
Como o Brasil tem o formato aproximado de um gigantesco triângulo, mais precisamente de um coração, é mais extenso
no sentido leste-oeste do que no sentido norte-sul. Entretanto, como essas distâncias são quase iguais, costuma-se dizer
que o Brasil é um país equidistante.
Localização
Localização do Brasil.
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GEOGRAFIA
O Brasil se encontra nos hemisférios sul, norte e inteiramente no hemisfério ocidental do planeta Terra, está localizado no
continente americano, situando-se na porção centro-oriental da América do Sul, entre as latitudes +5º16'20" N e -
33º44'32" S e entre as longitudes -34º45'54"L e -73º59'32" O.
É cortado ao norte pela Linha do Equador, que atravessa os estados do Amazonas, Roraima, Pará e Amapá, e pelo
Trópico de Capricórnio, que passa pelos estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo, aos 23º27'30" de latitude sul.
A maior parte do território brasileiro fica no hemisfério sul (93%) e na zona tropical (92%).
Estando na porção centro-oriental da América do Sul, limita com todos os países sul-americanos, exceto com o Equador e
o Chile. Ao norte faz fronteira com a Guiana, Guiana Francesa, Suriname e a Venezuela; a noroeste com a Colômbia; a
oeste com o Peru e a Bolívia; a sudoeste com o Paraguai e a Argentina; e ao sul com o Uruguai. Toda a sua extensão
nordeste, leste e sudeste são banhadas pelo Oceano Atlântico.
O espaço geográfico do Brasil é considerado excepcionalmente privilegiado, já que é quase inteiramente aproveitável, não
apresentando desertos, geleiras ou cordilheiras - as chamadas áreas anecúmenas, que impossibilitam a plena ocupação do
território, como ocorre com a maior parte dos países muito extensos da Terra.
1.2 - COORDENADAS GEOGRÁFICAS DO BRASIL
O Brasil está situado entre os paralelos 5°16'19" de latitude norte e 33°45'09" sul e entre os meridianos 34°45'54" de
longitude leste e 73°59'32" oeste.
O país é cortado simultaneamente ao norte pela Linha do Equador e ao sul pelo Trópico de Capricórnio; por isso, possui
a maior parte do seu território situado no hemisfério sul (92%), na zona tropical (93%), a menor parte no hemisfério norte
(1%) e a outra na zona temperada do sul (7%).
As altitudes do território brasileiro são modestas, de modo geral. O território não apresenta grandes cadeias de montanhas,
cordilheiras ou similares. O ponto mais elevado no Brasil é o Pico da Neblina, com cerca de 2.994 m de altitude. O ponto
mais baixo é às margens de suas praias no Oceano Atlântico, com altitude de 0m.
a) Ao norte, o limite é a nascente do rio Ailã, no Monte Caburai, Roraima, fronteira com a Guiana.
b) Ao sul, o limite extremo é uma curva do arroio Chuí, no Rio Grande do Sul, na fronteira com o Uruguai.
c) No leste, o ponto extremo é a Ponta do Seixas, na Paraíba.
d) O ponto extremo do oeste é a nascente do rio Moa, na serra da Contamana ou do Divisor, no Acre, fronteira com o Peru.
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GEOGRAFIA
Fusos horários
A partir de junho de 2008, o território brasileiro, incluindo as ilhas oceânicas, passou a estender-se por apenas três fusos
horários, todos a oeste do meridiano de Greenwich (longitude 0º). Em cada faixa de 15º entre pares de meridianos ocorre
a variação de uma hora. Isso significa que horário oficial no Brasil varia de 2 a 4 horas a menos em relação à hora de
Greenwich (GMT). O primeiro fluxo engloba as ilhas oceânicas (longitude 30º O) e tem 2 horas a menos que a GMT. O
segundo (45º O) tem 3 horas a menos e é a hora oficial do Brasil. Abrange Brasília, Minas Gerais, Goiás, Tocantins e
todos os estados brasileiros banhados pelo oceano Atlântico. No terceiro (60º O), que tem quatro horas a menos, estão
inclusos todos os demais estados: Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Roraima, Rondônia, Amazonas e Acre. O fuso que
tinha 5 horas a menos em relação à GMT deixou de existir.
Horário de verão
Desde 1985 o Brasil adota o horário de verão, no qual os relógios de parte dos estados são adiantados em uma hora num
determinado período do ano. No período de outubro a fevereiro, é estabelecido o horário de verão nas regiões Sudeste,
Centro-Oeste e Sul. Nesses lugares, durante o verão, a duração do dia é significativamente maior do que a duração da
noite, pois a mudança de horário retarda a entrada elétrica, quanto ao pico de consumo de energia elétrica, quando as luzes
das casas são acesas. Com isso o governo espera diminuir em 1% o consumo nacional de energia. Nos outros estados a
pequena diferença de duração entre o dia e noite em todas as estações do ano não favorece a adoção do novo horário.
Fronteiras
Marítimas
O litoral estende-se da foz do rio Oiapoque, no cabo Orange, ao norte, até o arroio Chuí, no sul. A linha costeira do Brasil
tem uma extensão de 7.491 km[6], constituída principalmente de praias de mar aberto.
Terrestres
Com exceção de Equador e Chile, todos os países da América do Sul fazem fronteiras com o Brasil. As extensões da
fronteira com cada país vizinho são:
País Extensão
Argentina 1.223 km
Bolívia 3.400 km
Colômbia 1.643 km
Guiana 1.119 km
Guiana Francesa 673 km
Paraguai 1.290 km
Peru 1.560 km
Suriname 597 km
Uruguai 985 km
Venezuela 2.200 km
Total 14.691 km
O território brasileiro, juntamente com o das Guianas, distingue-se nitidamente do resto da América do Sul pela simples
observação do mapa geológico do continente. Na região ocidental situam-se os Andes, que sobressaem como se fossem
sua coluna vertebral, formando as cadeias montanhosas mais elevadas da América do Sul.
Larga faixa adjacente aos Andes, no lado oriental, comportou-se, em geral, como área subsidente no Cenozóico e
atualmente está coberta por depósitos quaternários, estendendo-se em planícies baixas e contínuas com diversos nomes
geográficos (Pampas, Chaco, Beni, Llanos).
Ocorrem pequenas áreas de rochas pré-cambrianas distribuídas ao longo do geossinclíneo Andino (restos do
embasamento trazidos à superfície pelos desdobramentos e falhas) e outras dispostas transversalmente ao eixo da grande
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GEOGRAFIA
cadeia. No mais, somente afloram rochas paleozóicas, mesozóicas e cenozóicas, na região andina e na faixa oriental
adjacente.
Estrutura geológica
São blocos imensos de rochas muito antigas, as primeiras que apareceram na crosta terrestre. Constituídos de rochas
cristalinas, do tipo magma-tico-plutônicas, formadas em eras pré-cambrianas, ou de rochas metamórficas, originadas de
material sedimentar do Paleozóico, são extensões resistentes, estáveis, bastante desgastadas e geralmente associadas à
ocorrência de minerais metálicos.
No Brasil, correspondem a cerca de 36% da área total de seu território e são divididos em duas grandes porções: o escudo
das Guianas, ao norte da planície Amazônica, e o escudo Brasileiro, na parte centro-oriental do país, cuja grande extensão
permite dividí-lo em seis escudos e núcleos: Sul-Amazônico, Atlântico, Araguaia-Tocantins, Sul-Rio Grandense, Gurupi e
Bolívio-Mato Grossense.
Bacias Sedimentares
São depressões relativas, ou seja, planos mais baixos encontrados nos escudos, preenchidos por detritos ou sedimentos das
áreas próximas. Esse processo de deposição sedimentar deu-se nas eras Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica e ocorre ainda
hoje.
Elas estão associadas à presença de combustíveis fósseis - o petróleo, o carvão, o xisto e o gás natural.
No Brasil, correspondem a 64% do território nacional, constituindo grandes bacias, como a Amazônica, a do Meio-Norte,
a do Paraná, a São-Franciscana e a do Pantanal Mato Grossense, ou pequenas bacias, geralmente alojadas em
compartimentos de planaltos, como as de Curitiba, do Recôncavo Baiano, de Taubaté, de Resende e de São Paulo.
Pré-cambriano
As maiores áreas de afloramento de rochas pré-cambrianas da América do Sul estão no Brasil e nas Guianas. São os
escudos. Os terrenos brasileiros mais antigos, constituídos de rochas de intenso metamorfismo, foram denominados em
1915, de complexo Brasileiro, por J.C. Branner. São também designados como embasamento Cristalino, ou, simplesmente,
cristalino. A bacia sedimentar do Amazonas, cuja superfície está coberta em grande parte por depósitos cenozóicos, em
continuação aos da faixa adjacente dos Andes, separa o escudo das Guianas do escudo Brasileiro.
O escudo das Guianas abarca, além das Guianas, parte da Venezuela e do Brasil, ao norte do rio Amazonas. As rochas
mais antigas desse escudo datam de 2.500.000.000 mais ou menos 400 milhões de anos. Boa parte da superfície é coberta
por sedimentos horizontais não metamorfoseados, da formação Roraima, que sofreram intrusões doleríticas datadas de
1.700.000.000 de anos. Essa é, portanto, uma área estável desde longa data.
Pequena zona de rochas pré-cambrianas ocorre na faixa dos estados nordestinos do Maranhão e Pará, constituindo o
núcleo pré-cambriano de São Luís, com rochas muito antigas, aproximadamente de dois bilhões de anos. Ultimamente,
têm-se ampliado muito os conhecimentos sobre o escudo Brasileiro, graças ao incremento das datações radiométricas.
Quase nada se conhece sobre a região pré-cambriana de Guaporé, coberta pela Floresta Amazônica, onde são escassos os
afloramentos. As poucas datações radiométricas parecem indicar que rochas sofreram um ciclo orogenético datado,
aproximadamente, de 2.000 milhões de anos.
A região pré-cambriana do rio São Francisco estende por partes dos estados da Bahia, Minas Gerais e Goiás, atingindo a
costa da Bahia. Uma unidade tectônica muito antiga dessa região, o geossinclíneo do Espinhaço, que vai de Ouro Preto até
a bacia sedimentar do Parnaíba, tem sido muito estudada, principalmente na região do Quadrilátero ferrífero (ver ferro). As
rochas mais antigas dessa área constituem o rio das Velhas, com idades que atingem cerca de 2,5 bilhões de anos.
Sobre elas assentam, em discordância, as rochas do grupo Minas, constituídas de metassedimentos que exibem, em geral,
metamorfismo de fácies xisto verde. A idade parece situar-se no intervalo entre 1.500 e 1.350 milhões de anos. Dentro
desse grupo é colocada a formação Itabira, de grande importância econômica das jazidas de ferro e manganês que contém.
As rochas do grupo Lavras, colocadas, em discordância, sobre as do grupo Minas, constituem-se de metassedimento que
exibem metamorfismo baixo, sendo comuns metaconglomerados, que tem sido interpretados como devidos a glaciação
pré-cambriana.
Grande parte da área pré-cambriana do rio São Francisco é coberta por rochas sedimentares quase sem metamorfismo e
só ligeiramente dobradas, das quais os calcários constituem boa parcela. Essa sequência conhecida como grupo Bambuí,
possui idade que se situa em torno dos 600 milhões de anos. As circunstâncias indicam que a região do rio São Francisco
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GEOGRAFIA
já havia atingido relativa estabilidade nessa época. Nessa época, propriamente dita, assim como em todas as partes do
mundo, não existiam ainda cidades, rodovias, ferrovias, estados, países, portos, aeroportos, enfim, tudo o que passou a ter
história, a partir da invenção da escrita cuneiforme.
Suspeita-se que um grande ciclo orogenético de cerca de dois bilhões de anos de idade, chamado de Transamazônico,
perturbou as rochas mais antigas da faixa pré-cambriana acima referida: a região do rio São Francisco.
As regiões do rio São Francisco e do rio Guaporé eram separadas, no fim do Pré-Cambriano, por dois geossinclíneos, o
Paraguai-Araguaia, margeando as terras antigas do rio Guaporé pelo lado oriental.
As estruturas das rochas parametamórficas do geossinclíneo Paraguai-Araguaia estão orientadas na direção norte-sul do
Paraguai e sul de Mato Grosso, curvando-se depois para nordeste e novamente para norte-sul no norte de Mato Grosso e
Goiás, e atingindo, para o norte, o estado do Pará, através do baixo vale do rio Tocantins. Perfazem extensão de mais de
2.500km. Iniciam-se por extensa seqüência de metassedimentos, constituindo, no sul, o grupo Cuiabá e, no norte, o grupo
Tocantins. Essa sequência é recoberta pelas rochas do grupo Jangada, entre as quais existem conglomerados tidos como
representantes de episódio glacial. A intensidade do metamorfismo que afetou as rochas do geossinclíneo Paraguai-
Araguaia decresce em direção à região do rio Guaporé.
O geossinclíneo Brasília desenvolveu-se em parte dos estados de Goiás e Minas Gerais. Suas estruturas, no sul, dirigem-se
para noroeste, curvando-se depois para o norte. A intensidade do metamorfismo de oeste para leste, variando de fácies
anfibolito para fácies xisto verde.
A região central de Goiás, que separa o geossinclíneo Paraguai-Araguaia do geossinclíneo Brasília, é constituída de rochas
que exibem fácies de metamorfismo de anfibolito. Uma faixa constituída de piroxenitos, dunitos, anortositos, etc., está em
grande parte serpentinizada.
Longa faixa metamórfica estende-se ao longo da costa oriental do Brasil, do sul da Bahia ao Rio Grande do Sul e Uruguai.
Essa faixa, chamada de geossinclíneo Paraíba por Ebert, exibe rochas com metamorfismo mais intenso na Serra do Mar,
daí decrescendo em direção a nordeste. Cordani separou a região sul do Uruguai a São Paulo, denominando-a
geossinclíneo Ribeira.
As rochas de baixo metamorfismo (xistos verdes) são grupadas sob diferentes nomes geográficos: grupo Porongos no Rio
Grande do Sul, grupo Brusque em Santa Catarina, grupo Açungui, Paraná e sul do estado de São Paulo e grupo São Roque
na área de São Roque-Jundiaí-Mairiporã, no estado de São Paulo.
Os gnaisses e migmatitos da área pré-cambriana do norte, no estado de São Paulo e partes adjacentes de Minas Gerais,
constituindo a Serra da Mantiqueira, são ainda insuficientemente conhecidos. Seu conhecimento será muito importante
para elucidar entre as rochas parametamórficas dos geossinclíneos Brasília e Paraíba.
A faixa orogenética do Cariri, no Nordeste, possui direções estruturais muito perturbadas por falhas. Um grande acidente
tectônico, o lineamento de Pernambuco, separa a faixa do Cariri de uma outra pequena faixa azul, conhecida como
geossinclíneo de Propriá [7]. Importante unidade da faixa tectônica do Cariri é o grupo Ceará. Seus metassedimentos
exibem metamorfismos que variam de fácies xisto verde a de anfibolito. São recobertos, em discordância, pelas rochas do
grupo Jaibara.
A datação das rochas de todos esses geossinclíneos permitiu se estabelecesse que a fase de sedimentação intensa ocorreu
no Pré-Cambriano superior. Importante ciclo orogenético marcou o fim desses geossinclíneos, há cerca de 600 milhões de
anos. Esse ciclo recebeu o nome de Brasileiro.
As fases tardias do ciclo Brasileiro atingiram o Cambriano e o Ordoviciano. Produziram depósitos que sofreram
perturbações tectônicas, adquirindo mergulhos fortes e grande número de falhas, algumas de empurrão. Não se
acompanharam, entretanto, de metamorfismo. Em Mato Grosso extensos depósitos calcários dessa época constituem os
grupos Corumbá, ao sul, e Araras, ao norte. Em discordância sobre o geossinclíneo Corumbá, assentam as rochas do
grupo Jacadigo, constituídas de arcósios, conglomerados arcosianos, siltitos, arenitos e camadas e lâminas de hematita,
jaspe e óxidos de manganês.
Na faixa atlântica, há indícios de manifestações vulcânicas riolíticas e andesíticas associadas aos metassedimentos cambro-
ordovicianos. Ocorrem também granitos intrusivos, tardios e pós-tectônicos. Os sedimentos cambro-ordovicianos que
marcam os estertores da fase geossinclinal no Brasil não possuem fósseis, por se terem formado em ambiente não
marinho. Ocupam áreas restritas, cobertas, discordantemente, pelos sedimentos devonianos e carboníferos da bacia do
Paraná. A maior área encontra-se no estado do Rio Grande do Sul.
A sequência da base é chamada de grupo Maricá à qual sucede o grupo Bom Jardim. Este consiste em sequências
sedimentares semelhantes às do grupo Maricá, mas caracterizadas por um vulcanismo andesítico muito intenso. Segue-se o
grupo Camaquã, cujas rochas exibem perturbações mais suaves que as dos grupos sotopostos. Intenso vulcanismo riolítico
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GEOGRAFIA
ocorreu nas fases iniciais de deposição do grupo Camaquã. Existem, contudo, evidências de fases vulcânicas riolíticas
anteriores: os conglomerados do grupo Bom Jardim contém seixos de riólitos. Vulcanismo andesítico intermitente
também ocorreu durante as fases de sedimentação das rochas do grupo Camaquã.
Outra grande área de rochas formadas em ambiente tectônico semelhante é a do grupo Itajaí, em Santa Catarina. O grupo
Castro, no estado do Paraná, constituído de arcósios, siltitos e conglome-rados, parece ter-se formado na época dos
grupos acima citados. Riólitos, tufos e aglomerados ocorrem em diversos níveis dessa sequência. Rochas vulcânicas
andesíticas marcam as fases finais. Sobre as rochas do grupo Castro descansa uma sequência de conglomerados, conhecida
com formação Iapó.
Outras pequenas áreas de sedimentos equivalentes aparecem ainda no estado do Paraná. Depósitos aparentemente da
mesma idade aparecem ocorrem no estado de São Paulo, entre Guapiara e Ribeirão Branco, na bacia do rio Ribeira do
Iguape. Ebert descobriu em 1971, entre Itapira, no estado de São Paulo, e Jacutinga, em Minas Gerais, uma sequência
sedimentar não metamórfica, mas inclinada, a que denominou grupo Eleutério.
Bacia Sergipe-Alagoas
A Bacia de Sergipe-Alagoas situa-se na região nordeste do Brasil e abrange os estados de mesmo nome, Sergipe e Alagoas,
separados pelo rio São Francisco. Em sua porção terrestre apresenta uma área de 13.000 km² . A parte submersa se
estende por uma área de 32.760 km², até a cota batimétrica de 3.000 metros. A bacia limita-se, a norte, com a Bacia de
Pernambuco/Paraíba, pelo Alto de Maragogi; a sul, o limite da porção emersa é constituído pela Plataforma de Estância e,
no mar, pela Bacia de Jacuípe, através do sistema de falhas do Vaza-Barris.
A história geológica pós – paleozóica da bacia pode ser divida em duas grandes etapas. A primeira, do Jurássico Superior
ao Cretássio inferior, é constituídas por terrenos não marinhos equivalentes ao do Recôncavo; a segunda, do Cretássio
Inferior ao Terciário Inferior, é constituída por formações marinhas.
Causado pela transgressão marinha no período Terciário, que tomou parte do Nordeste, incluindo o vale do rio São
Francisco, Bahia e sul da Paraíba. Com a regressão marinha, o Nordeste voltou à sua porção continental atual.
Triássico
A maior área do triássico está no Rio Grande do Sul no geoparque da paleorrota. Esta região foi o berço da paleontologia
no Brasil, e é formadora de grandes paleontólogos.
1.4.1 - Relevo
O Brasil é um país de poucos desníveis. Cerca de 40% do seu território encontra-se abaixo de 200 m de altitude, 45%
entre 200 e 600 m, e 12%, entre 600 e 900 m. Apenas 3% constituem área montanhosa, ultrapassando os 900 m de
altitude.
Tradicionalmente, o relevo do Brasil é dividido de acordo com a classificação de Ab'Saber, res-peitado geógrafo paulista,
pioneiro na identificação dos grandes domínios morfoclimáticos nacionais. Sua classificação identifica dois grandes tipos
de unidades de relevo no território brasileiro: planaltos e planícies.
Mais recentemente, com os levantamentos detalhados sobre as características geológicas, geomorfólogicas, de solo, de
hidrografia e vegetação do país, foi possível conhecer mais profundamente o relevo brasileiro e chegar a uma classificação
mais detalhada, proposta, em 1989, pelo professor Jurandyr Ross, do Departamento de Geografia da Universidade de São
Paulo. Na classificação de Ross, são consideradas três principais formas de relevo: planaltos, planícies e depressões.
As duas subseções seguintes detalham ambas as classificações.
Planaltos
Os planaltos ocupam aproximadamente 5.000.000 km² e distribuem-se basicamente em duas grandes áreas, separadas
entre si por planícies e platôs: o Planalto das Guianas e o Planalto Brasileiro.
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GEOGRAFIA
O Planalto das Guianas fica na parte norte do país, abrangendo também Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana
Francesa. É muito antigo (do período Pré-Cambriano), cristalino e desgastado. Pode ser dividido em duas grandes
unidades:
Região serrana, situada nos limites setentrionais do planalto. Como o próprio nome indica, apresenta-se como uma linha
de serras, geralmente com mais de 2.000 metros de altitude. Nessa região, na serra do Imeri ou Tapirapecó, localiza-se o
Pico da Neblina, com 2.994 metros, ponto mais alto do Brasil. Fazem parte desse planalto, ainda, as serras de Parima,
Pacaraima, Acaraí e Tumucumaque;
Planalto Norte Amazônico, situado ao sul da região serrana, caracterizado por altitudes modestas, inferiores a 800
metros, intensamente erodidas e recobertas pela densa selva amazônica.
Planalto Brasileiro
O Planalto Brasileiro é um vasto planalto que se estende por toda a porção central do Brasil, prolongando-se até o
nordeste, leste, sudeste e sul do território. É constituído principalmente por terrenos cristalinos, muito desgastados, mas
abriga bolsões sedimentares significativos. Por ser tão extenso, é dividido em Planalto Central, Planalto Meridional,
Planalto da Borborema, Serras e Planaltos do Leste e Sudeste, Planalto do Meio-Norte e Escudo Sul-Riograndense.
Planalto Central
O Planalto Central, na porção central do país, caracteriza-se pela presença de terrenos cristalinos (do Pré-Cambriano)
que alternam com terrenos sedimentares do Paleozóico e do Mesozóico. Nessa região aparecem diversos planaltos, mas as
feições mais marcantes são as chapadas, principalmente as dos Parecis, dos Guimarães, dos Pacaás Novos, dos Veadeiros
e o Espigão Mestre, que serve como divisor de águas dos rios São Francisco e Tocantins.
Planalto Meridional
O Planalto Meridional, situado nas terras banhadas pelos rios Paraná e Uruguai, na região Sul, estende-se parcialmente
pelas regiões Sudeste e Centro-Oeste. É dominado por terrenos sedimentares recobertos parcialmente por lavas vulcânicas
(basalto). Nessa porção do relevo brasileiro, existem extensas cuestas emoldurando a bacia do Paraná. Apresenta duas
subdivisões: o planalto Arenito-basáltico, formado por terrenos do Mesozóico (areníticos e basálticos) fortemente erodidos, e
a depressão periférica, faixa alongada e deprimida entre o planalto Arenito-basáltico, a oeste e o Planalto Atlântico, a leste.
Planalto Nordestino
O Planalto Nordestino, é uma região de altitudes modestas (de 200 m a 600 m) em que se alternam serras cristalinas,
como as da Borborema e de Baturité, com extensas chapadas sedimentares, como as do Araripe, do Ibiapaba, do Apodi e
outras.
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GEOGRAFIA
Pico da Bandeira.
As Serras e Planaltos do Leste e do Sudeste, estão localizados próximos ao litoral, formando o maior conjunto de
terras altas do país, que se estende do nordeste até Santa Catarina. Os terrenos são muito antigos, datando do período Pré-
Cambriano, e integram as terras do escudo Atlântico. Merecem destaque, nessa região, as serras do Mar, da Mantiqueira,
do Espinhaço, de Caparaó ou da Chibata, onde se encontra o Pico da Bandeira, com 2.890 metros, um dos mais elevados
do relevo do Brasil. Essas montanhas, altas para os padrões brasileiros, já atingiram a altitude dos dobramentos modernos,
sendo consequência dos movimentos diastróficos (movimentos de amplitude mundial que produziram transformações no
relevo dos continentes) ocorridos no Arqueozóico. Em muitos trechos, essas serras desgastadas aparecem como
verdadeiros "mares de morros" ou "pães de açúcar".
Planalto do Maranhão-Piauí
O Planalto do Maranhão-Piauí (ou do Meio-Norte) situa-se na parte sul e sudeste da bacia sedimentar do Meio-Norte.
Aparecem, nessa área, vários planaltos sedimentares de pequena altitude, além de algumas cuestas.
Escudo Sul-Riograndense
O Escudo Sul-Riograndense aparece no extremo sul do Rio Grande do Sul e é constituído por terrenos cristalinos com
altitudes de 200 a 400 metros, caracterizando uma sucessão de colinas pouco salientes, conhecidas localmente por coxilhas,
ou ainda acidentes mais íngremes e elevados, conhecidos como cerros.
Planícies
As planícies cobrem mais de 3.000.000 de km² do território brasileiro. Dividem-se em três grandes áreas: a Planície
Amazônica, a planície litorânea e o Pantanal Matogrossense.
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GEOGRAFIA
Planície Amazônica
A mais extensa área de terras baixas brasileiras está situada na região Norte. Trata-se da planície Amazônica e planaltos
circundantes, localizados entre o planalto das Guianas (ao norte), o planalto Brasileiro (ao sul), o oceano Atlântico (a leste)
e a cordilheira dos Andes (a oeste).
A planície, propriamente dita, ocupa apenas uma pequena parte dessa região, estendendo-se pelas margens do rio
Amazonas e seus afluentes. Ao redor dela aparecem vastas extensões de baixos-platôs, ou baixos-planaltos sedimentares.
Observando-se a disposição das terras da planície no sentido norte-sul, indentificam-se três níveis altimétricos no relevo:
Várzeas, junto à margem dos rios, apresentando-se terrenos de formação recente, que sofrem inundações frequentes, as
quais sempre renovam a lâmina do solo;
Mapa da ecoregião da Amazônia. Os limites da ecorregião amazônica são mostrados em amarelo. Imagens: NASA
Tesos ou terraços fluviais, cujas altitudes não ultrapassam os 30 m e que são periodicamente inundados;
Baixos-planaltos ou platôs, conhecidos localmente por terras firmes, salvos das inundações comuns, formados por
terrenos do Terciário.
Planície do Pantanal
A mais típica das planícies brasileiras é a planície do Pantanal, constituída por terrenos do Quaternário, situada na
porção oeste de Mato Grosso do Sul e pequena extensão do sudoeste de Mato Grosso, entre os planaltos Central e
Meridional. Como é banhada pelo rio Paraguai e seus afluentes, é inundada anualmente por ocasião das enchentes, quando
vasto lençol aquático recobre quase toda a região.
As partes mais elevadas do Pantanal são conhecidas pelo nome indevido de cordilheiras e as partes mais deprimidas
constituem as baías ou largos. Essas baías, durante as cheias, abrigam lagoas que se interligam através de canais conhecidos
como corixos.
Planície Litorânea
As planícies e terras baixas costeiras formam uma longa e estreita faixa litorânea, que vai desde o Amapá até o Rio
Grande do Sul. Em alguns pontos dessa extensão, o planalto avança em direção ao mar e interrompe a faixa de planície.
Aparecem, nesses pontos, falésias, que são barreiras à beira-mar resultantes da erosão marinha.
A planície costeira é constituída por terrenos do Terciário, que se apresentam como barreiras ou tabuleiros, e por terrenos
atuais ou do Quaternário, nas baixadas. As baixadas são frequentes no litoral e as mais extensas são a Fluminense, a
Santista, a do Ribeira de Iguape e a de Paranaguá.
As planícies costeiras dão origem, basicamente, às praias, mas ocorrem também dunas, restingas, manguezais e outras
formações.
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GEOGRAFIA
Tendo participado do Projeto Radam e levado em consideração a classificação de Ab'Saber, Jurandyr Ross propôs uma
divisão do relevo do Brasil tão detalhada quanto os novos conhecimentos adquiridos sobre o território brasileiro nos dois
primeiros projetos. Por isso, ela é mais complexa que as anteriores. Sua proposta é importante porque resulta de um
trabalho realizado com o uso de técnicas ultramodernas, que permitem saber com mais conhecimento como é formado o
relevo brasileiro. Esse conhecimento é fundamental para vários projetos (exploração de recursos minerais, agricultura)
desenvolvidos no país.
Ross aprofundou o critério morfoclimático da classificação de Ab'Saber, que passou a fazer parte de um conjunto de
outros fatores, como a estrutura geológica e a ação dos agentes externos do relevo, passados e presentes. Esta terceira
classificação considera também o nível altimétrico, já utilizado pelo professor Aroldo de Azevedo, embora as cotas de
altitude sejam diferentes das anteriores.
Desse modo, a classificação de Jurandyr Ross está baseada em três maneiras diferentes de explicar as formas de relevo:
Cada um desses critérios criou um "grupo" diferente de formas de relevo, ou três níveis, que foram chamados de táxons e
obedecem a uma hierarquia.
1º táxon: Considera a forma de relevo que se destaca em determinada área — planalto, planície e depressão.
2º táxon: Leva em consideração a estrutura geológica onde os planaltos foram modelados — bacias sedimentares, núcleos
cristalinos arqueados, cinturões orogênicos e coberturas sedimentares sobre o embasamento cristalino.
3º táxon: Considera as unidades morfoesculturais, formada tanto por planícies como por planaltos e depressões, usando
nomes locais e regionais.
O relevo de determinada região depende de sua estrutura morfológica. Tendo sido feita uma nova classificação do relevo,
a corresponde uma nova análise da estrutura geológica brasileira.
As novas 28 unidades do relevo brasileiro foram divididas em onze planaltos, seis planícies e onze depressões.
Planaltos
Compreendem a maior parte do território brasileiro, sendo a grande maioria considerada vestígios de antigas formações
erodidas. Os planaltos são chamados de "formas residuais" (de resíduo, ou seja, do ficou do relevo atacado pela erosão).
Podemos considerar alguns tipos gerais:
Planaltos em bacias sedimentares, como o Planalto da Amazônia Oriental, os Planaltos e Chapadas da Bacia do
Parnaíba e os Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná. Podem ser limitados por depressões periféricas, como a Paulista,
ou marginais, como a Norte-Amazônica.
Planaltos em intrusões e coberturas residuais da plataforma (escudos): São formações antigas da era Pré-Cambriana,
possuem grande parte de sua extensão recoberta por terrenos sedimentares. Temos como exemplos os Planaltos Residuais
Norte-Amazônicos, chamados de Planalto das Guianas nas classificações anteriores.
Planaltos em núcleos cristalinos arqueados. São planaltos que, embora isolados e distantes um dos outros, possuem a
mesma forma, ligeiramente arredondada. Podemos citar como exemplo o Planalto da Borborema.
Planaltos dos cinturões orogênicos: Origin-ram-se da erosão sobre os antigos dobramentos sofridos na Era Pré-
Cambriana pelo território brasileiro. A serras do Mar, da Mantiqueira e do Espinhaço são exemplos desse tipo de planalto.
Fazem parte dos planaltos e serras do Atlântico Leste-Sudeste.
Depressões
Nos limites das bacias com os maciços antigos, processos erosivos formaram áreas rebaixadas, principalmente na Era
Cenozóica. São as depressões, onze no total, que recebem nomes diferentes, conforme suas características e localização.
Depressões periféricas: Nas regiões de contato entre estruturas sedimentares e cristalinas, como, por exemplo, a
Depressão Periférica Sul-Rio-Grandense.
Depressões marginais: Margeiam as bordas de bacias sedimentares, esculpidas em estruturas cristalinas, como a
Depressão Marginal Sul-Amazônica.
Depressões interplanálticas: São áreas mais baixas em relação aos planaltos que as circundam, como a Depressão
Sertaneja e do São Francisco.
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GEOGRAFIA
Planícies
Nessa classificação grande parte do que era considerado planície passou a ser classificada como depressão marginal. Com
isso as unidades das planícies ocupa agora uma porção menor no território brasileiro. Podemos distinguir:
1.5 - CLIMA
O clima do Brasil é, em grande parte, tropical, mas o sul do país apresenta clima subtropical.
A região Norte, que compreende os estados do Amazonas, Acre, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Amapá tem clima
equatorial, que confere à região uma boa distribuição anual de chuvas, com temperaturas elevadas, e baixa amplitude
térmica anual.
A região Nordeste tem clima diverso, variando de equatorial (Maranhão e parte do Piauí) a semi-árido (a região da
Caatinga, compreendendo o coração do Nordeste), e tropical, no centro e sul da Bahia. Os estados da região são o
Maranhão, Piauí, Bahia, Pernambuco, Ceará, Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte e Paraíba.
A região Centro-Oeste, com os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, além do Distrito Federal, apresenta
clima tropical semi-úmido, com destaque para o período de chuvas, que alimenta o Pantanal Mato-Grossense.
Na região Sudeste, que compreende os estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo predomina,
nas regiões mais altas, um clima tropical ameno, com quatro estações bem distintas. Já no noroeste do estado de São Paulo
e no Triângulo Mineiro predomina o clima tropical semi-úmido semelhante ao do cerrado do Centro-Oeste.
A região Sul do país possui clima subtropical, com baixas temperaturas nas serras gaúchas e serras catarinenses, sendo
frequente a formação de geadas e a ocorrência de neve na região durante o inverno e compreende os estados do Paraná,
Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A maior temperatura registrada no Brasil foi 44,7ºC em Bom Jesus, Piauí, em 21 de novembro de 2005, superando o
recorde de Orleans, Santa Catarina, de 44,6ºC, de 6 de janeiro de 1963. Já a menor temperatura registrada foi de -17,8°C
no Morro da Igreja, em Urubici, Santa Catarina, em 29 de junho de 1996, superando o recorde do município de Caçador,
no mesmo estado, de -14ºC, no inverno de 1975.
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GEOGRAFIA
Equatorial
Ocorre na região Amazônica, ao norte de Mato Grosso e a oeste do Maranhão e está sob ação da massa de ar equatorial
continental – de ar quente e geralmente úmido. Suas principais características são temperaturas médias elevadas (25°C a
27°C); chuvas abundantes, com índices próximos de 2.000 mm/ano, e bem distribuídas ao longo do ano; e reduzida
amplitude térmica, não ultrapassando 3°C. No inverno, essa região pode sofrer influência da massa polar atlântica, que
atinge a Amazônia ocidental ocasionando um fenômeno denominado "friagem", ou seja, súbito rebaixamento da tempe-
ratura em uma região normalmente muito quente.
Tropical
Abrange todo Brasil central, a porção oriental do Maranhão, grande parte do Piauí e a porção ocidental da Bahia e de
Minas Gerais. Também é encontrado no extremo norte do país, em Roraima. Caracteriza-se por temperatura elevada (de
18°C a 28°C), com amplitude térmica de (5°C a 7°C), e estações bem definidas – uma chuvosa e outra seca. Apresenta alto
índice pluviométrico, em torno de 1.500 mm/ano. A estação de chuva é o verão, quando a massa equatorial continental
está sobre a região. No inverno, com o deslocamento dessa mas-sa diminui a umidade e então ocorre a estação seca.
Tropical de altitude
É encontrado nas partes mais elevadas, entre 800m e 1000m, do planalto Atlântico do Sudeste. Abrange trechos dos
estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, norte do Paraná e o extremo sul de Mato Grosso do
Sul. Sofre a influência da massa de ar tropical atlântica, que provoca chuvas no período do verão. Apresenta temperatura
amena, entre 18°C e 22°C, e amplitude térmica anual entre 7°C e 9°C. No inverno, as geadas acontecem com certa
frequência em virtude da ação das frentes frias originadas da massa polar atlântica.
Estende-se pela faixa litorânea do Rio Grande do Norte ao extremo leste de São Paulo. Sofre a ação direta da massa
tropical atlântica, que, por ser quente e úmida, provoca chuvas intensas. O clima é quente com variação de temperatura
entre 18°C e 26°C e amplitude térmica maior à medida que se avança em direção ao Sul -, úmido e chuvoso durante todo
o ano. No Nordeste, a maior concentração de chuva ocorre no inverno. No Sudeste, no verão. O índice pluviométrico
médio é de 2000 mm/ano.
Subtropical
Também pode ser classificado como temperado. É o clima das latitudes abaixo do trópico de Capricórnio: abrange o sul
do estado de São Paulo, a maior parte do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e o extremo sul de Mato Grosso do
Sul. É influenciado pela massa polar atlântica, que determina temperatura média de 18°C e amplitude térmica anual
elevada para padrões brasileiros, de cerca de 10°C. As chuvas variam dos 1000 mm aos 2000 mm/ano, e bem distribuídas
anualmente. Há geadas com frequência e eventuais nevadas.
Em termos de temperatura, apresenta as quatro estações do ano relativamente bem marcadas. Os verões são quentes, na
maior parte da Região Sul (Cfa, segundo a Classificação climática de Köppen-Geiger), enquanto os verões são amenos nas
Serras Gaúcha e Catarinense, além do extremo sul do país, nas partes mais elevadas das Serras de Sudeste (caracterizado
por Köppen como Cfb), com média anual de temperatura inferior aos 17°C. Os invernos são frescos (frios para os padrões
brasileiros), com a ocorrência de geadas em toda a sua área de abrangência, havendo a ocorrência de neve nas partes mais
elevadas da região. A neve ocorre com regularidade anual apenas acima dos 1.000 metros de altitude (constituindo uma
pequena área entre os estados de Rio Grande do Sul e Santa Catarina), sendo, nas áreas mais baixas, de ocorrência mais
esporádica, não ocorrendo todos os anos.
Nos pontos mais altos do planalto, onde pode ocorrer a neve durante os dias de inverno, estão situadas as cidades mais
frias do país: São Joaquim e Urupema, em Santa Catarina, e São José dos Ausentes, no Rio Grande do Sul, as três com
temperatura média anual de 13°C. O local mais frio do país é creditado ao cume do Morro da Igreja, no município de
Urubici, próximo a São Joaquim, o ponto habitado mais alto da Região Sul do país.
Semi-árido
Típico do interior do Nordeste, região conhecida como o Polígono das Secas, que corresponde a quase todo o sertão
nordestino e aos vales médio e inferior do rio São Francisco. Sofre a influência da massa tropical atlântica que, ao chegar à
região, já se apresenta com pouca umidade. Caracteriza-se por elevadas temperaturas (média de 27ºC) e chuvas escassas
(em torno de 750 mm/ano), irregulares e mal distribuídas durante o ano. Há períodos em que a massa equatorial atlântica
(superúmida) chega no litoral norte de Região Nordeste e atinge o sertão, causando chuva intensa nos meses de fevereiro,
março e abril.
1.6 - HIDROGRAFIA
Bacias Hidrográficas
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GEOGRAFIA
De acordo com os órgãos governamentais, existem no Brasil doze grandes bacias hidrográficas, sendo que sete têm o
nome de seus rios principais. Amazonas, Paraná, Tocantins, São Francisco, Parnaíba, Paraguai e Uruguai; as outras são
agrupamentos de vários rios, não tendo um rio principal como eixo, por isso são chamadas de bacias agrupadas. Veja
abaixo as doze macro bacias hidrográficas brasileiras:
São as seguintes:
O Brasil possui uma das mais amplas, diversificadas e extensas redes fluviais de todo o mundo. O maior país da América
Latina conta com a maior reserva mundial de água doce e tem o maior potencial hídrico da Terra.
A maior parte dos rios brasileiros é de planalto, apresentando-se encachoeirados e permitindo, assim, o aproveitamento
hidrelétrico. As bacias Amazônica e do Paraguai ocupam extensões de planícies, mas as bacias hidrográficas do Paraná e
do São Francisco são tipicamente de planalto. Merecem destaque as quedas-d'água de Urubupungá (no rio Paraná), Iguaçu
(no rio Iguaçu), Pirapora, Sobradinho, Itaparica e Paulo Afonso (no rio São Francisco), onde estão localizadas usinas
hidrelétricas.
Os rios brasileiros apresentam regime de alimentação pluvial, ou seja, são alimentados pelas águas das chuvas. Em
decorrência de o clima tropical predominar na maior parte do território, as cheias ocorrem durante o verão, constituindo
exceção alguns rios nordestinos, cujas cheias ocorrem entre o outono e o inverno. Os rios do sul não tem vazante
acentuada, devido à boa distribuição das chuvas na região, assim como os da bacia Amazônica, também favorecidos pela
uniformidade pluviométrica da região.
No Brasil, predomina a drenagem exorréica, ou seja, os rios correm em direção ao mar, como o Amazonas, o São
Francisco, o Tocantins, o Parnaíba, etc. Pouquíssimos são os casos de drenagem exorréica, em que os rios se dirigem para
o interior do país, desaguando em outros rios, como o Negro, o Purus, o Paraná, o Iguaçu, o Tietê, entre outros.
Em sua maior parte, os rios brasileiros são perenes, isto é, nunca secam. Mas na região semi-árida do Nordeste há rios que
podem desaparecer durante uma parte do ano, na estação seca: são os chamados rios temporários ou intermitentes.
1. Lagos de barragem, que são resultantes da acumulação de materiais e subdividem-se em lagunas ou lagoas costeiras,
formadas a partir de restingas, tais como as lagoas dos Patos e Mirim, no Rio Grande do Sul, e lagoas de várzea, formadas
quando as águas das cheias ficam alojadas entre barreiras de sedimentos deixados pelos rios ao voltarem ao seu leito
normal. São comuns na Amazônia e no Pantanal Mato-Grossense;
2. Lagos de erosão, formados por processos erosivos, ocorrendo no Planalto Brasileiro.
Os centros dispersores — ou seja, as porções mais altas do relevo que separam as bacias fluviais — que merecem destaque
no Brasil são três: a cordilheira dos Andes, onde nascem alguns rios que formam o Amazonas; o planalto das Guianas, de
onde partem os afluentes da margem esquerda do rio Amazonas; e o Planalto Brasileiro, subdividido em centros
dispersores menores.
Os rios, ao desembocarem em outro rio ou no oceano, podem apresentar-se com uma foz do tipo estuário, com um único
canal, ou do tipo delta, com vários canais entremeados de ilhas; ocorre, excepcionalmente, o tipo misto. No Brasil,
predominam rios com foz do tipo estuário, com exceção do rio Amazonas, que possui foz do tipo misto, e dos rios
Paranaíba, Acaraú, Piranhas e Paraíba do Sul, que possuem foz do tipo delta.
País úmido, com muitos rios, o Brasil, possuía quatro bacias principais e três secundárias, divisão que vigorou até a
promulgação da Resolução nº 32, de 15 de outubro de 2003, aprovada pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos:
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GEOGRAFIA
Bacias principais
Amazônica
Tocantins-Araguaia
Platina
São Francisco
Bacias secundárias
Nordeste
Leste
Sudeste-Sul
A imagem mostra o complexo da Região Hidrográfica do Amazonas, a maior bacia hidrográfica do mundo.
Bacia Amazônica
Com uma área, em terras brasileiras, de 3.984.467 km², a bacia Amazônica — a maior bacia hidrográfica do mundo[10] —
ocupa mais da metade do território brasileiro e estende ainda pela Bolívia, Peru, Colômbia, Guiana, Suriname e Guiana
Francesa. A Venezuela não faz parte dessa bacia. Além do rio principal — o Amazonas —, compreende os seus afluentes:
na margem esquerda, os rios Içá, Japurá, Negro e Trombetas; na margem direita, os rios Juruá, Purus, Madeira, Tapajós e
Xingu.
Atravessada pela linha do Equador na sua porção norte, a bacia Amazônica possui rios nos dois hemisférios e, devido à
sua posição geográfica, apresenta três regimes de cheias: nos rios do norte, tropical boreal, com volume máximo em julho;
nos rios do sul, tropical austral, com volume máximo em março; e no tronco central, volume máximo em abril, maio e
junho. Dessa forma, o rio Amazonas tem sempre um grande volume de água, já que seus afluentes sofrem cheias em
épocas diferentes.
O rio Amazonas, segundo mais extenso do mundo, possui 6.570 km dos quais 3.165 km situam em território brasileiro.
Nasce na Cordilheira dos Andes, no lago Lauricocha (Peru), onde recebe os nomes de Ucayali, Marañon e Vilcanota, e
quando entra no Brasil passa a se chamar Solimões, nome que mantém até a foz do seu afluente rio Negro, próximo a
Manaus. É um rio tipicamente de planície, apresentando um declive mínimo. Sua nascente está apenas 70 metros mais
elevada que a sua foz.
Dentre os diversos rios do mundo, o Amazonas é possui maior débito, ou seja, é o que descarrega o maior volume de água
em sua foz: em épocas normais, lança no oceano 80.000 m³/s, mas chega a jogar até 120.000 m³/s. Um fenômeno
interessante que se observa na foz do rio Amazonas é a pororoca, encontro das águas do rio, durante as enchentes, com as
águas do mar, quando ocorre maré alta.
A largura média do rio Amazonas é de 4 a 5 km, mas chega, em alguns trechos, a mais de 50 km. Devido ao pequeno
declive que apresenta, a velocidade de suas águas é lenta, oscilando entre 2 e 7 km por hora.
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GEOGRAFIA
Além do rio Amazonas e seus grandes afluentes, inúmeros cursos de água desenham uma verdadeira teia na planície
Amazônica. São os furos, córregos ou pequenos rios que unem rios maiores entre si; os igarapés, pequenos e estreitos canais
naturais espalhados pelo baixo-planalto e planície; e os paranás-mirins, braços de rios que contornam ilhas fluviais.
Bacia Platina
Formada pelas bacias dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, estende-se pelo Brasil, Uruguai, Bolívia, Paraguai e Argentina.
O mapa mostra a Bacia do Rio Paraná, com destaque para o rio Tietê, um dos seus principais afluentes.
Bacia do Paraná
É a mais extensa das três, abrangendo mais de 10% do território nacional. Possui o maior potencial hidrelétrico instalado
no Brasil, merecendo destaque grandes usinas, como a de Itaipu, Jupiá e Ilha Solteira, no rio Paraná; Ibitinga, Barra Bonita
e Bariri no rio Tietê; Cachoeira Dourada, Itumbiara e São Simão, no rio Paranaíba; Furnas, Jaguara, Marimbondo e
Itutinga, no rio Grande; e ainda Jurumirim, Xavantes e Capivara, no rio Paranapanema.
Seus rios são tipicamente de planalto, o que dificulta muito a navegação, que se tornará mais fácil com a utilização das
eclusas construídas com a instalação das usinas hidrelétricas.
Os rios dessa bacia apresentam regime tropical austral, com chuvas no verão e, consequentemente, cheias de dezembro a
março.
Bacia do Paraguai
Compreende um único grande rio, o Paraguai, que possui mais de 2.000 km de extensão, dos quais 1.400 km ficam em
território nacional. É tipicamente um rio de planície, bastante navegável. Os principais portos nela localizados são
Corumbá e Porto Murtinho.
Além do Paraguai, destacam-se rios menores, como o Miranda, o Taquari, o rio Apa e o São Lourenço. O regime desses
rios é também o tropical austral, com grandes cheias nos meses de verão.
Bacia do Uruguai
O rio Uruguai e sua bacia ocupam apenas 2% do território brasileiro, estendendo-se pelos estados de Santa Catarina e Rio
Grande do Sul. Formado pelos rios Canoas e Pelotas, possui cerca de 1.500 km de extensão e serve de limite entre Brasil,
Argentina e Uruguai. Situa-se na porção subtropical do País e apresenta duas cheias e duas vazantes anuais. Seus afluentes
de maior destaque são: na margem direita, Peixe, Chapecó e Peperiguaçu; na margem esquerda, Ibicuí, Turvo, Ijuí e
Piratini. Com o potencial hidrelétrico limitado, o rio Uruguai é usado para a navegação em alguns trechos. Suas principais
hidrelétricas são: Barracão, Machadinho, Pinheiro, Estreito do Sul e Iraí.
Bacia do Tocantins-Araguaia
Ocupando uma área de 803.250 Km2, é a maior bacia hidrográfica inteiramente brasileira. Além de apresentar-se
navegável em muitos trechos, é a terceira do País em potencial hidrelétrico, encon-trando-se nela a Usina Hidrelétrica de
Tucuruí.
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GEOGRAFIA
O Tocantins, principal rio dessa bacia, nasce no norte de Goiás e deságua junto à foz do Amazonas. Em seu percurso,
recebe o rio Araguaia, que se divide em dois braços, formando a Ilha do Bananal; situada no estado de Tocantins, é
considerada a maior ilha fluvial interior do mundo.
Formada pelo rio São Francisco e seus afluentes, essa bacia está inteiramente localizada em terras brasileiras. Estende-se
por uma área de 631.133 Km², o que equivale a 7,5% do território nacional.
O São Francisco é um rio de planalto, que nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais, e atravessa os estados da Bahia,
Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Além de ser navegável em cerca de 2.000 km, possui também grande potencial
hidrelétrico, merecendo destaque as usinas de Três Marias, Paulo Afonso e Sobradinho. Seus principais afluentes são os
rios Paracatu, Carinhanha e Grande, na margem esquerda; e os rios Salitre, das Velhas e Verde Grande, na margem direita.
O rio São Francisco desempenhou importante papel na conquista e povoamento do sertão nordestino, sendo o grande
responsável pelo transporte e abastecimento de couro na região. Ainda hoje, sua participação é fundamental na economia
nordestina, pois, devido ao fato de atravessar trechos semi-áridos, permite a prática da agricultura em suas margens, além
de oferecer condições para irrigação artificial de áreas mais distantes. Possuindo um regime tropical austral, com cheias de
verão, tem um débito que oscila de 1.000 m³/s nas secas, a 10.000 m³/s nas cheias.
Bacias secundárias
Bacia do Nordeste
É constituída por rios do sertão nordestino, na sua grande maioria temporários, pois secam em determinadas épocas do
ano. Os rios dessa bacia são o Acaraú e o Jaguaribe, no Ceará; o Piranhas e o Potenji, no Rio Grande do Norte; o Paraíba,
na Paraíba; o Capibaribe, o Una e o Pajeú, em Pernambuco. Além desses, fazem parte dessa bacia os rios maranhenses
Turiaçu, Pindaré, Grajaú, Itapecuru e Mearim, além do rio Parnaíba, que separa o Maranhão do Piauí.
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GEOGRAFIA
Bacia do Leste
Constituída por rios que descem do Planalto Atlântico em direção ao oceano, merecem destaque os rios Pardo,
Jequitinhonha e Mucuri, em Minas Gerais e Bahia; Paraíba do Sul, em São Paulo e Rio de Janeiro; e Vaza-Barris, Itapicuru,
das Contas e Paraguaçu, na Bahia.
É constituída também por rios que correm na direção oeste-leste, ou seja, que vão das serras e planaltos em direção ao
oceano. Destacam-se os rios Ribeira do Iguape, em São Paulo; Itajaí, em Santa Catarina; Jacuí e Camacuã, no Rio Grande
do Sul.
Com exceção dos rios temporários do sertão nordestino, os demais rios das bacias secundárias apresentam regime tropical
austral, com cheias no verão. São rios de planalto, pouco aproveitáveis para a navegação fluvial.
1.7 - VEGETAÇÃO
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GEOGRAFIA
Formações florestais
Floresta Amazônica
Também conhecida como Hiléia, recobre cerca de 40% do território nacional, estendendo-se pela Amazônia e parte das
regiões Centro-Oeste e Nordeste. Constitui uma das mais extensas áreas florestais do mundo.
Muito densa e fechada, com variedade de espécies, a Floresta Amazônica caracteriza-se por grande umidade, elevadas
temperaturas e pequena amplitude térmica. O nome latifoliada deriva do latim (lati = "largo") e indica a predominância de
espécies vegetais de folhas largas.
Acompanhando essa floresta há uma emaranhada rede de rios, que correm num relevo onde predominam terras baixas
(planícies e baixos-planaltos). Os solos são, em geral, pouco férteis.
Apesar de sua aparente uniformidade, a Floresta Amazônica abriga três tipos de associações, assim divididas:
1. mata de igapó: constantemente inundada, é formada principalmente por palmeiras e árvores não muito altas,
emaranhadas por cipós e lianas. É bastante rica em espécies vegetais;
2. mata de várzea: mais compacta, sofre inundações periódicas (cheias). Apresenta árvores maiores, sobressaindo as
seringueiras, por seu valor econômico;
3. mata de terra firme: pouco inundada, é a que apresenta árvores mais altas. Nela são comuns o castanheiro, o guaraná e o
caucho.
As queimadas para a abertura de pastos, instalação de fazendas para criação de gado e plantações de diversos produtos
agrícolas, os desmatamentos para retirada de madeira e a mineração são os principais impactos provocados pela ocupação
humana na Amazônia. A empresa culpada por esse impacto ambiental é a Husqvarna, uma marca sueca que fabrica desde
motosserras até produtos para manejo e manutenção de áreas verdes.
Abrange predominantemente os estados do Maranhão e Piauí (Meio-Norte), mas distribui-se também pelo Ceará, Rio
Grande do Norte e Tocantins. Está numa zona de transição entre os ecossistemas da Floresta Amazônica e da caatinga. É
classificada como uma formação florestal, mas, na realidade, constitui uma formação vegetal secundária, por seu acentuado
desmatamento. Nesse ecossistema predominam dois tipos de palmeira muito importantes para a economia local:
Babaçu, de cuja amêndoa se extrai o óleo; as folhas são usadas para a cobertura de casas e o palmito como alimento para
o gado. Um rico artesanato emprega suas fibras para confeccio-nar esteiras, cestos e bolsas. Da casca do côco, podem ser
retirados o alcatrão e o acetato.
Carnaúba, cujo produto mais conhecido é a cera. Como tudo dessa palmeira pode ser aproveitado (folhas, caule, fibras), o
nordestino denominou-a "árvore da providência".
Na Mata dos Cocais, as altas temperaturas são constantes. As pastagens representam o principal impacto ambiental nesse
ecossistema.
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GEOGRAFIA
Mata Atlântica.
Estende-se desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, junto ao litoral, quase sem interrupções.
Predominando em regiões de clima quente e úmido, com verões brandos, surge nas encostas das serras litorâneas.
Topograficamente, surge em serras elevadas (escarpas do Planalto Atlântico) e formas arredondadas, chamadas "mares de
morros". Esta formação vegetal apresenta-se muito densa, emaranhada e com grande variedade de vegetais higrófilos
(adaptados a ambientes úmidos) e perenes.
Devido à sua localização geográfica é a formação vegetal brasileira que mais devastações sofreu, principalmente em
trechos menos elevados do relevo. Esse impacto ambiental é uma das consequências da intensa urbanização e
industrialização que ocorreram no Brasil.
É a mesma floresta úmida da encosta, mas se desenvolve nas vertentes das serras, à retaguarda do mar, não influenciadas
diretamente pela umidade marítima. Muito densa, apresenta espécies bastante altas e de troncos grossos. No entanto,
quando se desenvolve em solos areníticos, ou de calcário, o aspecto da floresta modifica-se completamente: ela se torna
menos densa, com árvores mais baixas e de troncos finos.
Quase inteiramente devastada, por possuir solos férteis para a agricultura, restam, de sua formação original, apenas, alguns
trechos esparsos.
Mata de Araucária
Predominando em regiões de clima subtropical e tropical de altitude, que apresentam regular distribuição das chuvas por
todos os meses do ano, estende-se desde o sul de São Paulo até o norte do Rio Grande do Sul, em trechos mais íngremes
do relevo (Campos do Jordão, por exemplo). É muito comum no planalto Meridional, nos estados do Paraná e Santa
Catarina.
O nome aciculifoliada vem do latim (aciculi = "pequena agulha") e indica o predomínio de espécies que apresentam folhas
pontiagudas. Destaca-se a Araucaria angustifolia, mais conhecida como pinhei-ro-do-paraná, mas aparecem ainda outras
espécies, como a imbuia, o cedro, o ipê e a erva-mate.
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GEOGRAFIA
Os solos em que se desenvolve, em geral de origem vulcânica, são mais férteis que os das áreas tropicais o que explica a
grande devastação sofrida por essa vegetação para o aproveitamento agrícola.
Além dessas formações florestais aparecem ainda no Brasil alguns outros subtipos, merecendo destaque a mata dos Cocais
e as matas galerias ou ciliares.
A mata dos Cocais é uma formação de transição entre a Floresta Amazônica e a Caatinga, abragendo áreas do Maranhão,
Piauí e Tocantins. O babaçu é a espécie predominante.
As matas galerias ou ciliares são florestas que se desenvolvem ao longo dos cursos de água, cuja umidade as mantém.
Praticamente devastadas pela ocupação humana, restringem-se a trechos do cerrado ou dos campos do Rio Grande do Sul.
Calcula-se que 5% da área original dos Pinheirais esteja preservada. A retirada da madeira, para a produção de móveis e
papel de jornal, e a agropecuária são os principais fatores de sua devastação acentuada.
Formações complexas
Cerrado
Cerrado.
Depois da Floresta Amazônica, é a formação vegetal brasileira que mais se espalhou, predominando no planalto Central,
mas aparecendo também como manchas esparsas em outros pontos do país (Amazônia, região da caatinga do Nordeste,
São Paulo e Paraná), recobrindo mais de 20% do território nacional. Predomina em áreas de clima tropical, com duas
estações: verão chuvoso e inverno seco.
Não é uma formação uniforme, o que permite identificar duas áreas: o cerradão e o cerradão propriamente dito. No
cerradão existem mais árvores que arbustos. No cerrado, bastante ralo, aparecem poucos arbustos e árvores baixas, de
troncos sinousos e casca espessa, que apresentam galhos retorcidos, com folhas muito duras; entre as árvores e os
arbustos, espalha-se uma formação contínua de gramíneas altas.
Dentre os fatores que explicam a fisionomia do cerrado, além da escassez de água, destacam-se a profundidade do lençol
freático e a natureza dos solos, ácidos e com deficiências minerais.
A expansão agropecuária, os garimpos, a construção de rodovias e cidades como Brasília e Goiânia, são os principais
aspectos provocados pela ação humana, que reduziram esse ecossistema a pequenas manchas distribuídas por alguns
estados brasileiros.
O cerrado foi declarado "Sítio do Patrimônio Mundial" pela Unesco em 13 de dezembro de 2001.
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GEOGRAFIA
Caatinga
Predominando na região de clima semi-árido do Nordeste é uma formação vegetal tipicamente xerófita, ou seja, adaptada
à escassez de água. É uma vegetação esparsa, que se espalha pelos maciços e tabuleiros, por onde correm rios, em geral
intermitentes.
Desenvolvendo-se em solos quase rasos e salinos, apresenta-se muito heterogênea: em alguns trechos, predominam
árvores esparsamente distribuídas; em outros, arbustos isolados; e em outros, ainda, apenas capões de gramíneas altas.
A falta de água impõe múltiplas adaptações aos vegetais na caatinga, que vão desde a perda das folhas na estação mais seca
até o aparecimento de longas raízes, em busca de lençois subterrâneos de água. Entre as principais espécies de árvores,
estão o juazeiro, o angico, a barriguda, e, entre os arbustos, as cactáceas, como o xiquexique e o mandacaru.
Atualmente, a Caatinga vem sendo agredida ao sofrer o impacto da irrigação, drenagem, criação de pastos, latifúndios e da
desertificação.
Pantanal
Aspecto do Pantanal Mato-Grossense, cuja vegetação reúne espécies da floresta, dos campos, do cerrado e até mesmo da
caatinga.
Ocupando a planície do Pantanal Mato-Grossense, é uma formação mista que apresenta espécies vegetais próprias das
florestas, dos campos, dos cerrados e até da caatinga.
Podem-se identificar nessa formação três áreas diferenciadas: as sempre alagadas, nas quais predominam as gramíneas; as
periodicamente alagadas, nas quais se destacam diversos tipos de palmeiras (buritis, paratudos e carandás); e as que não
sofrem inundações e são mais densas, aparecendo nelas o quebracho e o angico.
Formações campestres
Campos meridionais
Formações de campo limpo, ou seja, constituídos predominantemente por gramíneas, aparecem em manchas esparsas, a
partir da latitude de 20ºS. Em São Paulo, no Paraná e em Santa Catarina recebem a denominação de campos do planalto;
no Rio Grande do Sul, são conhecidos como campos da Campanha ou Campanha Gaúcha; e em Mato Grosso do Sul,
onde aparecem em trechos esparsos, são chamados de campos de vacaria. No sudoeste do Rio Grande do Sul, os campos
meridionais surgem num relevo dominado por colinas suaves e de vertentes pouco acentuadas conhecidas como coxilhas.
Campos sujos
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GEOGRAFIA
Apresentam uma emaranhada mistura de gramí-neas e arbustos, geralmente decorrente da degradação dos cerrados. Seus
limites são bastante indefinidos.
Campos da Hiléia
Conhecidos como campos da várzea, caracteri-zam-se por serem inundados na época das cheias. Aparecem no baixo
Amazonas e em trechos do estado do Pará, principalmente na parte oeste da ilha de Marajó.
Campos serranos
Surgem em porções mais elevadas do território nacional, em pontos onde o relevo ultrapassa 1.500m, como nas serras da
Bocaina e do Itatiaia. Menos densos que as outras formações campestres, apresentam algumas espécies vegetais adaptadas
à altitude.
Formações litorâneas
Manguezais
Mangue.
Ocupam porções mais restritas do litoral, em reentrâncias da costa, onde as águas são pouco movimentadas, como os
pântanos litorâneos, os alagadiços e as regiões inundadas pela maré alta. Neles predominam vegetações halófitas (que se
adaptam a ambientes salinos), com raízes aéreas e respiratórias, dotadas de pneumatóforos que lhes permitem absorver o
oxigênio mesmo em áreas alagadas. Conforme a topografia e a umidade do solo, é possível distinguir o mangue-vermelho,
nas partes mais baixas, o mangue-siriúba, onde as inundações são menos frequentes; e o mangue-branco, em solos firmes.
As praias e as dunas aparecem em vastas extensões de nosso litoral e nelas surgem formações herbáceas e arbustivas. Nas
praias, essas formações são pouco densas, mas, nas dunas, são relativamente compactas. Geralmente, entre o litoral
arenoso e a serra aparece também o jundu, formação de transição da floresta ao solo salino, ao alcançar o litoral.
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GEOGRAFIA
Domínios florestados
Vegetação brasileira.
A paisagem natural brasileira vem sofrendo sérias devastações, diminuindo sua extensão territorial e sua biodiversidade.
A Amazônia, desde muito tempo, sofre com as queimadas, efetivadas para práticas agrícolas, apesar de seu solo não ser
adequado a tais atividades. Com as queimadas, as chuvas, constantes na região, terminam por atingir mais intensamente o
solo (antes protegido pelas copas das árvores), que, consequentemente, sofre lixiviação, perdendo seu húmus, importante
para a fertilidade da vegetação. Intenso desmatamento também é realizado na região para mineração e para extração de
madeira.
Também a Mata Atlântica, imprópria para a agricultura e para a criação de gado, sofre agressões antrópicas, principalmente
na caça e pesca predatórias, nas queimadas e na poluição industrial. Em função disso, o governo federal estabeleceu que a
Chapada Diamantina seria uma área de preservação ambiental.
Domínio amazônico
Situado, em sua maior parte, na região Norte do país, o domínio amazônico compõe planaltos, depressões e uma faixa
latitudinal de planície e apresenta vegetação perenifólia, latifoliada (de folhas largas), rica em madeira de lei e densa, o que
impede a penetração de cerca de 95% da luz solar no solo e, portanto, o desenvolvimento de herbáceas.
No verão, quando a Zona de convergência intertropical se estabelece no sul do país, os ventos formados no anticiclone
dos Açores são levados pelo movimento dos alísios ao continente e, ao penetrá-lo, assimila a umidade proveniente da
evapotranspiração da Floresta Amazônica. Essa massa de ar úmida é chamada de massa equatorial continental, sendo
responsável pelo alto índice pluviométrico da região. Além de úmida, a Floresta Amazônica também é quente,
apresentando, em função de sua abrangência latitudinal, clima equatorial.
No inverno, quando a Zona de convergência intertropical se estabelece no norte do país, a massa polar atlântica, oriunda
da Patagônia, após percorrer o longo corredor entre a Cordilheira dos Andes e o Planalto Central, chega à Amazônia seca,
porém ainda fria, o que ocasiona friagem na região e, com isso, diminuição das chuvas.
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GEOGRAFIA
A vegetação da Amazônia, além de latifoliada e densa, possui solo do tipo latossolo pobre em minerais e uma grande
variedade de espécies, geralmente autofágicas, em virtude da grande presença de húmus nas folhas. Observa-se a presença
de três subtipos: a mata de terra firme, onde nota-se a presença de árvores altas, como o guaraná, o caucho (do qual se
extrai o látex) e a castanheira-do-pará, que, em geral, atinge 60 metros de altura, a mata de igapó, localizada em terras mais
baixas, zonas alagadas pelos rios e onde vivem plantas como a vitória-régia, e a mata de várzea, onde se encontram
palmeiras, seringueiras e jatobás.
Domínio do cerrado
Localizado, em sua maior parte, na porção central do país, o Cerrado constitui, em geral, uma vegetação caducifólia, ou
seja, as plantas largam suas folhas sazonalmente para suportar um período de seca, exatamente porque o clima da região é
o tropical típico, com duas estações bem definidas (típicas): verão úmido e inverno seco.
A umidade do verão se deve principalmente à atuação da massa tropical atlântica, úmida, por se formar no arquipélago dos
Açores, e quente, em função da tropicalidade.
Domínio da caatinga
A Caatinga está localizada na região Nordeste, apresentando depressões e clima semi-árido, caracterizado pelas altas
temperaturas e pela má distribuição de chuvas durante o ano.
A massa equatorial atlântica, formada no arquipélago dos Açores, ao chegar ao Nordeste, é barrada no barlavento do
Planalto Nordestino (notadamente Borborema, Apodi e Araripe), onde ganha altitude e precipita (chuvas orográficas),
chegando praticamente seca à Caatinga.
Apesar de sua aparência, a vegetação da Caatinga é muito rica, variando a maioria delas conforme a época de chuvas e
conforme a localização. Muitas espécies ainda não foram catalogadas. As bromélias e os cactos são as duas principais
famílias da região, destacando-se os mandacarus, os caroás, os xique-xiques, as macambiras e outras mais.
Localizado em grande parte da porção leste, o domínio dos mares morro é assim chamado por causa de sua forma,
oriunda da erosão, gerada principalmente pela ação das chuvas.
Encontram-se na região a floresta tropical, Mata Atlântica ou mata de encosta, caracterizada pela presença de uma grande
variedade de espécies, a planície litorânea, largamente devastada, onde ainda se destacam as dunas, os mangues e as praias,
e serras elevadas, como a Serra do Mar, a Serra do Espinhaço e a Serra da Mantiqueira.
No litoral do Nordeste, encontra-se o solo de massapê, excelente para a prática agrícola, sendo historicamente ligado à
monocultura latifundiária da cana-de-açúcar.
Apresenta clima tropical típico e tropical litorâneo, caracterizado pela atuação da massa tropical atlântica, formada no
arquipélago de Santa Helena.
As araucárias se estendiam a grandes porções do Planalto Meridional, mas, por causa da intensa devastação gerada para o
desenvolvimento da agropecuária e do extrativismo, hoje só são encontradas em áreas reflorestadas e áreas de preservação.
Abrange planaltos e chapadas, constituindo uma vegetação aciculifoliada (folhas em forma de agulha), aberta e rica em
madeira mole, utilizada na fabricação de papel e papelão.
Destaca-se ainda na região o solo de terra roxa, localizado em praticamente toda porção ocidental da região sul, sudoeste
de São Paulo e Sul do Mato Grosso do Sul. Altamente fértil e oriundo da decomposição de rochas basálticas, o solo de
terra roxa, foi largamente utilizado no cultivo do café.
Apresenta clima subtropical, caracterizado por chuvas bem distribuídas durante todo o ano, por verões quentes e pela
atuação da massa polar atlântica, responsável pelos invernos frios, marcados pelo congelamento do orvalho (geada).
Localizado no extremo sul do Brasil, também apresenta clima subtropical, sendo portanto marcado pela atuação da massa
polar atlântica.
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GEOGRAFIA
Abrange os pampas, Campanha Gaúcha ou Campos Limpos, marcados pela presença do solo de brunizens, oriundo da
decomposição de rochas sedimentares e ígneas, o que possibilita o desenvolvimento da agricultura e principalmente da
pecuária bovina semi-extensiva.
É notável também a presença de coxilhas (colinas arredondadas e ricas em herbáceas e gramíneas) e das matas-galerias nas
margens dos rios.
1.8 FAUNA
A grande variedade de ecossistemas responsável pela elevada diversidade de plantas no Brasil também resulta em
considerável variedade de espécies de animais sem paralelo no mundo, ou seja, é o país com a maior biodiversidade do
mundo. A fauna brasileira é riquíssima em aves, mamíferos, peixes de água doce insetos. Por exemplo, a fauna de peixes
de água doce brasileira possui mais de 3.000 espécies, quinze vezes maior que a fauna de peixes de água doce de todo o
continente europeu. Grandes áreas da Amazônia e do Pantanal ainda não tiveram sua fauna aquática estudada. É provável
que nos próximos 10 anos dobre o número de espécies de peixes de água doce conhecidas. No mar brasileiro, há outras
4.000 espécies de peixe s conhecidas, além de mais de 5.000 de moluscos e igual número de crustáceos e outros
invertebrados marinhos.
Outro importante grupo representado na fauna brasileira é o dos mamíferos e em particular os primatas. Das cerca de 520
espécies de mamíferos terrestres conhecidos no Brasil, mais de 100 são primatas, que inclui os micos, os sagüis e os
macacos-prego. Somente na última década sete novas espécies de macacos foram descritas, incluindo a menor espécie de
macaco conhecida, um sagüi de apenas 100 gramas de peso, menor que a palma de um adulto. Como esses animais vivem
em territórios muito restritos, delimitados por exemplo pela presença de rios ou de áreas sem floresta, é muito provável
que o número de espécies seja bem maior, pois muitos desses territórios podem ainda não ter sido explorados. Por
exemplo, o uacari-branco, um macaco de grande porte, é restrito à região do Mamirauá, no alto Amazonas, limitado pelos
rios que rodeiam a área. O mico-leão-dourado é restrito a pequenas áreas da Mata Atlântica.
Outros grupos de mamíferos bem representados na fauna brasileira são os marsupiais, com mais de 30 espécies, e os
morcegos, com mais de 140 espécies.
A maior parte dos mamíferos brasileiros ocorre na região amazônica. Entretanto, também no mar a fauna de mamíferos é
muito bem representada, com cerca de 35 espécies de golfinhos e baleias, quase metade das espécies conhecidas no
mundo, ocorrendo nos mares brasileiros. Outros mamíferos aquá-ticos abundantes são o boto-cor-de-rosa, e o boto-
tucuxi, importantes predadores dos rios amazônicos. Também nas águas encontram-se dois dos mamíferos mais
ameaçados atualmente, o peixe-boi e a ariranha.
A diversidade de aves também é muito significativa. Somente de araras, e papagaios contam-se mais de 70 espécies, dentre
elas a ararajuba, símbolo nacional, e a ararinha-azul, praticamente extinta. Além da harpia, a maior águia do mundo, que
ocorre na região amazônica.
Como a evolução de insetos e plantas é um fenômeno paralelo e interdependente, a grande diversidade de plantas com
flores no Brasil resultou também em imensa variedade de insetos. Acredita-se que existam no mínimo entre 10 e 15
milhões de espécies de insetos no Brasil, principalmente na Amazônia e na Mata Atlântica, regiões com maior diversidade
de plantas com flores.
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GEOGRAFIA
A fauna é gravemente afetada pela destruição de seus hábitats, principalmente os animais de grande porte, que necessitam
de amplas áreas territoriais, como a onça-pintada e o lobo-guará, e animais restritos a pequenos territórios, como grande
parte dos primatas.
1.9 - LITORAL
O Brasil é banhado pelo Oceano Atlântico, desde o cabo Orange até o arroio Chuí, numa extensão de 7.408 km, que
aumenta para 9.198 km se consideramos as saliências e as reentrâncias do litoral, ao longo do litoral se alternam praias,
falésias, dunas, mangues, recifes, baías, restingas e outras formações menores.
Segundo João Dias da Silveira, o litoral brasileiro apresenta características diversas, que levam à seguinte divisão:
Litoral Norte: formado por sedimentos recentes, havendo o predomínio de restingas, lagunas e mangues;
Litoral Nordeste: nele se localizam belas praias e dunas, além de alguns importantes portos comerciais;
Litoral Leste: além de belas praias e portos importantes, abriga restingas, mangues, recifes e também algumas barreiras;
Litoral Sudeste: Caracterizado pelas costas baixas e falésias, apresenta também restingas, lagunas e mangues na sua parte
sul. É o mais movimentado do país, com importantes portos comerciais, como o de Santos e o do Rio de Janeiro;
Litoral Sul: formado por costas baixas e arenosas, além de extensas lagoas no Rio Grande do Sul. Os principais portos
são Itajaí, Paranaguá e Rio Grande.
O litoral brasileiro é beneficiado pelas condições favoráveis de navegação durante o ano inteiro, porém os portos são
obsoletos, mal equipados e congestionados.
Nele se explora a pesca, com produção modesta com relação à internacional. Essa atividade é supervisionada pela
Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca (SEAP), vinculada à Presidência da República.
Em trechos do nosso litoral existem salinas, principalmente no Nordeste (Rio Grande do Norte e Ceará) e no Rio de
Janeiro, que garantem a auto-suficiência na produção de sal.
Sob o ponto de vista turístico, nosso litoral apresenta grande potencial. É necessário, porém, que se melhore a infra-
estrutura urbana nos centros turísticos, para que se instale efetivamente uma indústria do turismo no país.
Na plataforma continental existem reservas petrolíferas, cuja exploração responde por 70% da produção brasileira de
petróleo. É importante conhecer alguns aspectos físicos do Oceano Atlântico, que banha o nosso litoral.
O Atlântico Sul apresenta uma salinidade média de 37‰, mais elevada que a das águas ocêanicas do planeta (35‰). As
temperaturas elevadas, os ventos constantes e a intensa evaporação fazem com que esses índices aumentem ainda mais nas
regiões de salinas.
As marés são em geral baixas, com amplitudes que oscilam de 2 a 4 m. Apenas o litoral maranhense registra marés baixas:
de 7,80 m, em São Luís, e de até 8,16 m, em Itaqui.
Nosso litoral sofre influência climática de três correntes marítimas: a das Guianas e a Brasileira, que são quentes, e a das
Falklands, que é fria. A corrente das Guianas banha o litoral norte, e a Brasileira, o litoral leste. A corrente das Falklands,
proveniente do pólo sul, banha pequeno trecho do litoral sul.
Quanto ao relevo, o Atlântico Sul apresenta a plataforma continental, que submerge até 200 m, seguida de declive abrupto,
o talude continental, desnível que alcança até 2.000 m de profundidade e vai até a região pelágica, onde surgem as bacias
dorsais e
oceânicas (ou seja, cordilheiras submarinas). Abaixo desse limite inicia-se a região abissal.
A largura da plataforma continental brasileira é bastante variável. Alcança cerca de 400 km do litoral do Pará, estreitando-
se bastante no litoral nordestino. Ela é mais larga junto à foz dos grandes rios., onde há o acumulo de muitos depósitos de
cascalho, areia e outros sedimentos.
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GEOGRAFIA
Por apresentar características comuns, o litoral pode ser dividido em Norte, Nordeste, Sudeste e Sul.
Litoral Norte
Abrange a costa do Amapá e a do Pará e este é marcado pela foz do rio Amazonas, com canais, pequenos lagos,
manguezais e ilhas, entre elas a de Marajó. No norte do Amapá há ainda longas restingas.
Litoral Nordeste
É bem diversificado. Destacam-se as dunas do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, que abrigam lagoas no período
das chuvas, e o delta do rio Parnaíba, entre Maranhão e Piauí. No trecho que vai do Rio Grande do Norte à Bahia são
comuns as restingas, dunas, lagoas e os mangues. Entre Alagoas e Sergipe está a foz do rio São Francisco. É marcante
também a baía de Todos os Santos, no estado da Bahia.
Litoral Sudeste
Tem diversos trechos escarpados e outros amplos e retilíneos. Do norte do Espírito Santo até o município de Cabo Frio
(RJ), são comuns pequenas elevações, baixadas e restingas. De Cabo Frio a Marambaia há restingas e lagunas. A partir daí
até São Sebastião, já em São Paulo, o litoral é sinuoso e escarpado, marcado pela presença natural da serra do Mar. Desse
trecho até o rio Ribeira do Iguape predominam as baixadas.
Litoral Sul
É bastante recortado no Paraná, já que a serra do Mar volta a estar próxima do litoral. Na costa catarinense há colinas
formadas pelo desgaste das escarpas da serra do Mar. Com uma faixa costeira ampla e retilínea, o estado do Rio Grande
do Sul é marcado pela laguna dos Patos e lagoa Mirim, que são formadas pelo fechamento de restingas.
Ilhas oceânicas
Em sua imensa maioria, as ilhas brasileiras são continentais ou costeiras, situadas junto ao litoral e apoiadas sobre a
plataforma continental. As principais são: Itamaracá, em Pernambuco, Grande, no Rio de Janeiro; São Sebastião, em São
Paulo; e Santa Catarina, no estado de mesmo nome.
A ilha de Marajó, no litoral paraense, apesar de estar em contato com o oceano Atlântico, é uma ilha fluvial; é formada
pela acumulação de sedimentos do rio Amazonas, ao lançar suas águas no oceano.
Há também as ilhas ocêanicas, que ficam distantes do litoral e emergem da Dorsal Atlântica. Seu número é reduzido e elas
apresentam, em geral, pouca extensão. São elas: o arquipélago de Fernando de Noronha, as ilhas de Trindade e Martim
Vaz, o rochedo de São Pedro e São Paulo, o atol das Rocas e o arquipélago de Abrolhos. Sua origem é vulcânica,
excetuando-se o atol das Rocas, de origem coralíngea.
Fernando de Noronha
A uma distância de 360 km do litoral do Rio Grande do Norte aparece o arquipélago de Fernando de Noronha,
constituído por 21 ilhas[11] de origem vulcânica que, juntas, totalizam uma área de 26 km². Fernando de Noronha é a mais
extensa e a única habitada, contando com cerca de 1.500 moradores, reunidos em Vila dos Remédios. Fernando de
Noronha foi, por muito tempo (1942-1987), território federal ligado às Forças Armadas, mas com a Constituição de 1988,
foi incorporado ao estado de Pernambuco, como distrito estadual. Há alguns anos, vem sendo explorado mais
intensamente no arquipélago o turismo, que, ao lado da pesca, é a principal atividade econômica.
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GEOGRAFIA
Trindade e Martim Vaz, localizadas a 1.100 km da costa do Espírito Santo, constituem, na realidade, uma ilha maior,
Trindade, com 8,2 km², e um grupo de cinco ilhotas de vegetação escassa, conhecidas como grupo Martim Vaz, a 50 km a
leste de Trindade. A ilha maior é ocupada para observações meterológicas, por situar-se em área de dispersão de massas de
ar. São usadas como base da Marinha e estação meteorológica.
Situados cerca de 900 km da costa do Rio Grande do Norte, os Penedos de São Pedro e São Paulo formam um
pequeno arquipélago, no qual se destacam cinco rochedos maiores e uma dezena de outros menores. Sem água potável ou
qualquer vegetação, são habitados apenas por aves marinhas, que lá procriam e deixam espessa camada de guano
(aculumação de fosfato de cálcio resultante do excremento das aves marinhas).
O Atol das Rocas é uma pequena ilha circular, situada 150 km² a oeste de Fernando de Noronha. Possui área de 7,2 km²
e altitude de apenas 3 m acima do nível oceânico. Sem água potável e com uma rala cobertura vegetal, a ilha não é
habitada, ainda que abrigue uma farol, automático para orientar a navegação. O local é um refúgio para enorme variedade
de aves marinhas, que povoam todos os espaços da ilha, o que fez com que, em 1979, ela fosse transformada na primeira
reserva marinha brasileira.
Abrolhos
A 80 km da Bahia localiza-se o arquipélago de Abrolhos, formado por cinco pequenas ilhas, que compõem o primeiro
parque nacional marítimo. Possui grande quantidade e variedade de corais e é habitado por cabras selvagens e aves
marinhas. Sua população — de menos de 20 pessoas — dedica-se à manutenção e funcionamento do farol, fundamental
para a navegação aérea e marítima da região.
Ilhas fluviais
O Brasil possui algumas das maiores ilhas fluviais do mundo. Na foz do rio Amazonas, além de Marajó, estão as ilhas de
Gurupá, Caviana e Mexiana, todas maiores do que as ilhas costeiras brasileiras que abrigam capitais de estados. No
Tocantins está a ilha do Bananal.
Marajó
É a maior ilha flúvio-marinha do mundo, com 50.000 km². Localizada na foz do rio Amazonas, no estado do Pará, é um
dos grandes santuários ecológicos do planeta. O lado oeste da ilha é coberto por florestas e é rico em madeiras de lei e
palmeiras, como açaí, bacaba e tucumã. No leste predominam os campos cobertos por gramíneas. O guará, um pássaro
vermelho, é ave-símbolo da região. A principal atividade econômica da ilha é a criação de búfalos, seguida da pesca,
extração de madeira e borracha.
Bananal
Com 20.000 km² de área, é a maior ilha fluvial do mundo[12]. Localizada no estado do Tocantins, abriga ao norte o Parque
Nacional do Araguaia, e ao sul, duas reservas indígenas: Carajás e Javaés. Parte da ilha é inundada durante os meses de
janeiro a março, época de cheia do rio Araguaia. Por estar numa zona de transição entre a Floresta Amazônica e o cerrado,
possui fauna e flora bem variada. Entre os animais há a onça-pintada, uirapuru, garça-azul e tartaruga-da-amazônia. Entre
as principais espécies vegetais há vários gêneros de orquídeas e árvores, como a maçaranduba e a piaçava.
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GEOGRAFIA
Tópicos miscelâneos
O Brasil é rico em minérios, como bauxita, ouro, ferro, manganês, níquel, fosfatos, platina, urânio; todo o petróleo que
extrai, é consumido na maior parte para produção de materiais de borracha e combustíveis por exemplo. Recentemente o
Brasil conquistou sua auto-suficiência no petróleo ou seja, produz internamente todo o petróleo que consome.
Produção mineral
O Brasil importa principalmente cobre, enxofre e mercúrio. Os principais locais de extração de minério no país são:
Serra do Navio – produção de manganês, (atualmente escassa) voltada para o mercado externo; construção da estrada de
ferro Amapá pela ICOMI.
Carajás – entre os rios Tocantins e Xingu; maior reserva de ferro do mundo; hidroelétrica de Tucuruí no rio Tocantins;
estrada de ferro Carajás; construção e ampliação dos portos de Ponta da Madeira e Itaqui em são Luiz (MA).
Vale do Rio Trombetas – em Oriximiná (PA), produção de bauxita. Projetos Albrás e Alumar.
Serra Pelada – no vale do rio Tapajós (PA); ouro.
Rondônia – produção de cassiterita de onde se extrai o estanho.
Quadrilátero Ferrífero ou Central (Minas Gerais) – a exploração mineral é feita principalmente pela CVRD (Companhia
Vale do Rio Doce, privatizada em 1997); a produção destinada ao mercado externo são escoadas pela estrada de ferro
Vitória-Minas até os portos de Vitória e Tubarão, no Espírito Santo; a produção para o mercado interno é escoada
principalmente pela estrada de ferro Central do Brasil até o porto do Rio de Janeiro e o terminal de Sepetiba e também
para São Paulo; ferro, manganês e bauxita.
Maciço de Urucum – nas proximidades de Corumbá / MS; produção de ferro e manganês; maior parte da produção é
escoada pelo rio Paraguai; a produção é insipiente devido a precariedade dos sistemas de transporte e pela distância dos
grandes centros consumidores e a pequena utilização in loco.
Sal Marinho (cloreto de sódio) – indústria, alimentação, gado; 90% da produção está no Nordeste (Areia Branca, Macau,
Açu e Mossoró, todas elas no Rio Grande do Norte) e na região dos Lagos no RJ;pelo clima quente, alta salinidade das
águas marinhas e a ação dos ventos alísios.
Combustíveis fósseis
1 Carvão mineral – formou-se pelo processo de soterramento de antigas florestas durante os períodos Carboníferos e
Permiano (Era Paleozóica); fases: turfa, linhito, hulha e antracito; 90% das reservas mundiais encontram-se na Rússia,
EUA e China; no Brasil,em Figueira(PR), em SC (vale do Tubarão) e RS (vale do rio Jacuí).
2 Petróleo – formou-se pela sedimentação de microorganismos marinhos no final do Mesozóico e início do Cenozóico. No
Brasil, 70% das reservas estão na Bacia de Campos (RJ) e o restante é extraído do Recôncavo Baiano e Rio Grande do
Norte. O Brasil desenvolve tecnologia para explorar petróleo em águas profundas através da Petrobrás.
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GEOGRAFIA
Uso da terra
Uso da terra.
Terra arável 5%
Culturas permanentes 1%
Pastos permanentes 22%
Florestas e regiões de mata 58%
Outras 14%
Terra irrigada: 28.000 km quadrados (1993)
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GEOGRAFIA
O Brasil está dividido em estados, que têm administração independente, submetidos apenas à constituição brasileira, ao
código de leis brasileiras e à sua própria constituição estadual.
As unidades da federação possuem autonomia, porém não soberania. Somente a República Federativa do Brasil possui a
soberania. Esta, por sua vez, pode ser representada externamente pela União, que é um dos entes da Federação,
juntamente com os estados e municípios.
Atualmente, o Brasil está dividido em 26 estados e um Distrito Federal, agrupados em cinco regiões (populações do censo
de 2007):
A questão da preservação e da conservação ambiental ganha destaque no Brasil a partir da década de 1970, com o
surgimento de pequenos grupos que apontam a necessidade de incluir o tema do meio ambiente nas discussões da
sociedade. Na década seguinte, com a redemocratização do Brasil, cresce o número de organizações não governamentais
ambientalistas e surgem novas propostas de preservação do meio ambiente. Algumas se transformam em políticas
públicas, dando contornos mais definidos à legislação ambiental brasileira.
Na Constituição – Antes de 1988, o país já possuía leis que tratavam da questão ambiental. O Código Florestal, por
exemplo, é de 1965 e previa diversas sanções penais para os crimes contra o meio ambiente, embora elas não fossem
detalhadas. A Constituição de 1988 consolida o processo legal e institucional. O capítulo que trata do meio ambiente
enfatiza a necessidade de sua defesa e preservação e procura estabelecer mecanismos para que isso ocorra. Para os
especialistas, o grande problema é conseguir que essa legislação saia do papel e seja efetivamente aplicada, já que muitas
leis não foram sequer regulamentadas, como a que protegeria nossa biodiversidade, a mais rica do mundo. Outro destaque
na defesa do meio ambiente é a criação, em 1989, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). Entretanto, o avanço
da legislação e a possibilidade de uma fiscalização mais rígida esbarram no ainda escasso volume de recursos destinados às
questões ambientais e na falta de articulação entre os governos federal, estaduais e municipais, sociedade civil, e mesmo
entre os vários órgãos federais, que frequentemente se opõem a questões como o uso da terra ou dos recursos hídricos.
Lei de Crimes Ambientais – A lei nº 9.605, sancionada em fevereiro de 1998 e regulamentada em setembro de 1999,
estabelece as penas para as infrações e agressões cometidas contra o meio ambiente no Brasil. Prevê multas que chegam a
50 milhões de reais para uma variedade de infrações: pesca em locais proibidos, crimes contra o patrimônio, soltura de
balões, pichações, caça ilegal, obras poluidoras, queimadas e desmatamento.
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GEOGRAFIA
Trata-se de um conceito de conservação que surge na década de 1990 com base na constatação de que proteger pequenas
áreas descontínuas, rodeadas por outras nas quais as atividades econômicas são exercidas sem nenhum controle, é
insuficiente para garantir a preservação de espécies animais e vegetais. Esses fragmentos se tornam cada vez mais frágeis,
por causa da perda progressiva das relações ecológicas e da diminuição das trocas genéticas. O corredor é um sistema de
manejo em que se procura integrar várias unidades de conservação às áreas ao seu redor, como fazendas. Estas devem
adotar formas de desenvolvimento não predatórias, de modo a permitir que as espécies possam ir de uma área para outra,
seja através de áreas de vegetação natural, seja de reflorestamento, seja mesmo de plantações. A eficiência dos corredores,
porém, é um assunto controverso, pois há poucos estudos, em geral feitos no hemisfério norte, que confirmem a adoção
dos corredores pelos animais.
Área binacional – O Corredor Binacional Iténez-Guaporé foi o primeiro a ser criado, em 2001. Ele nasce com uma área
de 23 milhões de hectares (quase do tamanho do estado de São Paulo), na bacia dos rios Guaporé-Mamoré e Iténez, na
fronteira do Brasil com a Bolívia. O corredor binacional está na área de maior diversidade de peixes do planeta, com 174
espécies de grande interesse comercial já catalogadas. No lado brasileiro existem 30 áreas protegidas. No território
boliviano há oito unidades de preservação. Também deverão ser criados corredores nas fronteiras com Peru, Colômbia,
Venezuela, Guiana e Guiana Francesa. Existem atualmente sete corredores ecológicos em fase de implementação ou
estudo pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Os investimentos,
porém, estão concentrados em três deles, dois com financiamento do programa piloto para a Proteção das Florestas Tropicais
do Brasil: o Corredor Central da Mata Atlântica e o Corredor Central da Amazônia.
Prioridades – Segundo o Ibama, o corredor amazônico tem 245,5 mil quilômetros quadrados, 70% dos quais são de
unidades de conservação e terras indígenas, o que facilitará sua implantação. Já o da mata Atlântica, que mede 77,5 mil
quilômetros quadrados, é difícil de concretizar, pois 95% de sua área ocupada está em propriedades privadas. No cerrado
está sendo implementado o Corredor Ecológico Araguaia-Bananal, que abrange 10 milhões de hectares nos estados de
Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Pará. O corredor interligará nove unidades de conservação e reveste-se de importância
por representar uma região de contato do cerrado com a Amazônia. Vem sendo executado pelo Ibama, em parceria com
diversas universidades da região Centro-Oeste e com a organização não governamental Conservation International.
Economia do Brasil
Moeda Real (R$, BRL)
Ano fiscal Ano calendário
Banco Central Banco Central do Brasil
Organizações Unasul, OMC, e Mercosul
Bolsa de Valores Bovespa, Bolsa de Valores do Rio de Janeiro
O Brasil tem um mercado livre e uma economia exportadora. Medido por paridade de poder de compra, seu produto
interno bruto ultrapassa 1,8 trilhões de dólares, fazendo-lhe a nona maior economia do mundo em 2007 segundo o FMI[1],
(e décima maior economia segundo o Banco Mundial[2]), fazendo-a segunda maior das Américas.
O Brasil possui uma economia sólida, construída nos últimos anos, após a crise de confiança que o país sofreu em 2002, a
inflação é controlada, as exportações sobem e a economia cresce em ritmo moderado. Em 2007, o PIB brasileiro a preço
de mercado apresentou crescimento de 5,4% em relação ao ano de 2006 de acordo com o IBGE [3]. O Brasil é considerado
uma das futuras potências do mundo junto à Rússia, Índia e China.
Desde a crise em 2002 os fundamentos macro-econômicos do país melhoraram. O real vem se valorizando fortemente
frente ao dólar desde 2004, o risco país também vem renovando suas mínimas históricas desde o começo de 2007. Apesar
de sua estabilidade macro-econômica que reduziu as taxas de inflação e de juros e aumentou a renda per capita, diferenças
remanescem ainda entre a população urbana e rural, os estados do norte e do sul, os pobres e os ricos. [4] Alguns dos
desafios dos governos incluem a necessidade de promover melhor infra-estrutura, modernizar o sistema de impostos, as
leis de trabalho e reduzir a desigualdade de renda.
A economia contém uma indústria e agricultura mista, que são cada vez mais dominadas pelo setor de serviços. As
recentes administrações expandiram a competição em portos marítimos, estradas de ferro, em telecomunicações, em
geração de eletricidade, em distribuição do gás natural e em aeroportos (embora a crise área tenha atormentado o país)
com o alvo de promover o melhoramento da infra-estrutura. O Brasil começou à voltar-se para as exportações em 2004, e
mesmo com um real valorizado atingiu em 2007 exportações de US$ 160,649 bilhões (+16,6%),importações de US$
120,610 bilhões (+32%) e um saldo comercial de US$ 40,039 bilhões.
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GEOGRAFIA
História
2000 4,3%
2001 1,3%
2002 2,7%
2003 1,1%
2004 5.7%
2005 3.2% (revisado pelo IBGE)
2006 3.8%
2007 5.4%
2008 4.8% (previsão FMI)
A economia brasileira viveu vários ciclos ao longo da História do Brasil. Em cada ciclo, um setor foi privilegiado em
detrimento de outros, e provocou sucessivas mudanças sociais, populacionais, políticas e culturais dentro da sociedade
brasileira.
O primeiro ciclo econômico do Brasil foi a extração do pau-brasil, madeira avermelhada utilizada na tinturaria de tecidos
na Europa, e abundante em grande parte do litoral brasileiro na época do descobrimento (do Rio de Janeiro ao Rio
Grande do Norte). Os portugueses instalaram feitorias e sesmarias e contratavam o trabalho de índios para o corte e
carregamento da madeira por meio de um sistema de trocas conhecido como escambo. Além do pau-brasil, outras
atividades de modelo extrativista predominaram nessa época, como a coleta de drogas do sertão na Amazônia.
O segundo ciclo econômico brasileiro foi o plantio de cana-de-açúcar, utilizada na Europa para a manufatura de açúcar em
substituição à beterraba. O processo era centrado em torno do engenho, composto por uma moenda de tração animal
(bois, jumentos) ou humana. O plantio de cana adotou o latifúndio como estrutura fundiária e a monocultura como
método agrícola. A agricultura da cana introduziu a modo de produção escravista, baseado na importação e escravização
de africanos. Esta atividade gerou todo um setor paralelo chamado de tráfico negreiro. A pecuária extensiva ajudou a
expandir a ocupação do Brasil pelos portugueses, levando o povoamento do litoral para o interior.
Durante todo o século XVII, expedições chamadas entradas e bandeiras vasculharam o interior do território em busca de
metais valiosos (ouro, prata, cobre) e pedras preciosas (diamantes, esmeraldas). Afinal, já no início do século XVIII (entre
1709 e 1720) estas foram achadas no interior da Capitania de São Paulo (Planato Central e Montanhas Alterosas), nas áreas
que depois foram desmembradas como Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, dando início ao ciclo do ouro. Outra
importante atividade impulsionada pela mineração foi o comércio interno entre as diferentes vilas e cidades da colônia,
propicionada pelos tropeiros.
O café foi o produto que impulsionou a economia brasileira desde o início do século XIX até a década de 1930.
Concentrado a princípio no Vale do Paraíba (entre Rio de Janeiro e São Paulo) e depois nas zonas de terra roxa do interior
de São Paulo e do Paraná, o grão foi o principal produto de exportação do país durante quase 100 anos. Foi introduzida
por Francisco de Melo Palheta ainda no século XVIII, a partir de sementes contrabandeadas da Guiana Francesa.
Em meados do século XIX, foi descoberta que a seiva da seringueira, uma árvore nativa da Amazônia, servia para a
fabricação de borracha, material que começava então a ser utilizado industrialmente na Europa e na América do Norte.
Com isso, teve início o ciclo da borracha no Amazonas (então Província do Rio Negro) e na região que viria a ser o Acre
brasileiro (então parte da Bolívia e do Peru).
O chamado desenvolvimentismo (ou nacional-desenvolvimentismo) foi a corrente econômica que prevaleceu nos anos
1950, do segundo governo de Getúlio Vargas até o Regime Militar, com especial ênfase na gestão de Juscelino Kubitschek.
Valendo-se de políticas econômicas desenvolvimentista desde a Era Vargas, na década de 1930, o Brasil desenvolveu
grande parte de sua infra-estrutura em pouco tempo e alcançou elevadas taxas de crescimento econômico. Todavia, o
governo muitas vezes manteve suas contas em desequilíbrio, multiplicando a dívida externa e desencadeando uma grande
onda inflacionária. O modelo de transporte adotado foi o rodoviário, em detrimento de todos os demais (ferroviário,
hidroviário, naval, aéreo).
Desde a década de 1970, o novo produto que impulsionou a economia de exportação foi a soja, introduzida a partir de
sementes trazidas da Ásia e dos Estados Unidos. O modelo adotado para o plantio de soja foi a monocultura extensiva e
mecanizada, provocando desemprego no campo e alta lucratividade para um novo setor chamado de "agro-negócio". O
crescimento da cultura da soja se deu às custas da "expansão da fronteira agrícola" na direção da Amazônia, o que por sua
vez vem provocando desmatamentos em larga escala. A crise da agricultura familiar e o desalojamento em massa de
lavradores e o surgimento dos movimentos de sem-terra (MST, Via Campesina).
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GEOGRAFIA
Entre 1969 e 1973, o Brasil viveu o chamado Milagre Econômico, quando um crescimento acelerado da indústria gerou
empregos não-qualificados e ampliou a concentração de renda, o PIB chegou a crescer 14,0%. Em paralelo, na política, o
regime militar endureceu e a repressão à oposição (tanto institucional quanto revolucionária/subversiva) viveu o seu auge.
A industrialização, no entanto, continuou concentrada no eixo Rio de Janeiro-São Paulo e atraiu para esta região uma
imigração em massa das regiões mais pobres do país, principalmente o Nordeste.
Da Crise do Petróleo até o início dos anos 1990, o Brasil viveu um período prolongado de instabilidade monetária e de
recessão, com altíssimos índices de inflação (hiperinflação) combinados com arrocho salarial, crescimento da dívida
externa e crescimento pífio.
Já na década de 80, o governo brasileiro desenvolveu vários planos econômicos que visavam o controle da inflação, sem
nenhum sucesso. O resultado foi o não pagamento de dívidas com credores internacionais (moratória), o que resultou em
graves problemas econômicos que perdurariam por anos. Não foi por acaso que os anos 80, na economia brasileira,
ganharam o apelido de "década perdida".
No governo Itamar Franco o cenário começa a mudar. Com um plano que ganhou o nome de Plano Real a economia
começa a se recuperar. Pelas mãos do então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, que elegeria se presidente
nas eleições seguintes por causa disso, alija o crescimento econômico do país em nome do fortalecimento das instituições
nacionais com o propósito de controlar a inflação e atrair investidores internacionais.
Reconhecendo os ganhos dessa estratégia, o governo do presidente Lula mantém suas linhas gerais, adaptando apenas
alguns conceitos ao raciocínio esquerdista moderado do Partido dos Trabalhadores.
Indicadores macro-econômicos
Principais indicadores
O Produto interno bruto (PIB) do Brasil (GDP) medido por Paridade de poder de compra (PPC) foi estimado em 1.818
trilhões de doláres em 2006, e em 1.067 bilhões em termos nominais. [5] Seu padrão de vida, medido no PIB per capita
(PPC) era de 8.600 doláres. O Banco Mundial relatou que renda nacional bruta do país era a quarta maior do continente
americano e renda per capita em termos nominais de mercado (PCC) era a oitava maior, sendo US$ 644.133 bilhões [7] e
US$ 3.460 [8] respectivamente, com isso, o Brasil é estabelecido como um país de classe média. Depois da desaceleração de
2002 o país se recuperou e cresceu 5.7, 3.2 e 3.7 por cento (PCC) em 2004, em 2005 e em 2006, [9] mesmo que se
considere estar bem abaixo do crescimento potencial do Brasil. Em 2007, o PIB demonstrou uma grande aceleração do
crescimento, com previsão inicial de 4,3% de crescimento, subiu para 4.9% e depois 5.2%, terminando por crescer 5.4%.
A moeda corrente brasileira é o real (ISO 4217: BRL; símbolo: R$). Um real é dividido em 100 centavos. O real substituiu
o cruzeiro real em 1994 em uma taxa de 2.750 cruzeiros por 1 real. A taxa trocada remanesceu estável, oscilando entre 1 e
2.50 R$ por US$. As taxas de juros em 2007 situam-se em torno 13%, [10]. As taxas de inflação estão em baixos níveis
também, a registrada em 2006 foi de 3.1% [5] e as taxas de desemprego de 9.6 por cento.
Economias regionais
As disparidades e as desigualdades regionais continuam a ser um problema no Brasil. As desigualdades regionais do Brasil
não se dividem simplesmente em: sul rico e norte pobre. A região Sul, porém, sempre se destaca quando o assunto é
qualidade de vida, os padrões da minoria rica da região são similares aos europeus, enquanto a maioria possui qualidade de
vida muito inferior, similar à países como Índia e África do Sul.
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GEOGRAFIA
Comércio exterior
Porto de Santos
Os maiores parceiros do Brasil no comércio exterior são a União Européia, os Estados Unidos da América, o Mercosul e a
República Popular da China.
O Brasil é a 10° maior economia mundial, de acordo com os critérios de Produto Interno Bruto diretamente convertido a
dólares estadunidenses, e está entre as 7 maiores economias mundiais em critérios de "purchasing power parity". Em
Outubro de 2007 foi divulgada uma pesquisa da ONU, em que mostra os melhores países para se investir do mundo. O
Brasil ficou em 5º lugar, atrás apenas da China, Índia, Estados Unidos e Rússia.
O primeiro produto que moveu a economia do Brasil foi o açúcar, durante o período de colônia, seguindo pelo ouro na
região de Minas Gerais. Já independente, um novo ciclo econômico surgiu, agora com o café. Esse momento foi
fundamental para o desenvolvimento do Estado de São Paulo, que acabou por tornar-se o mais rico do país.
Apesar de ter, ao longo da década de 90, um salto qualitativo na produção de bens agrícolas, alcançando a liderança
mundial em diversos insumos, com reformas comandadas pelo governo federal, a pauta de exportação brasileira foi
diversificada, com uma enorme inclusão de bens de alto valor agregado como jóias, aviões, automóveis e peças de
vestuário.
Atualmente o país está entre os 20 maiores exportadores do mundo, com US$ 160,6 bilhões (em 2007) vendidos entre
produtos e serviços a outros países.
Em 2004 o Brasil começou a crescer, acompanhando a economia mundial. Isto se deve a uma política econômica adotada
pelo estado, ainda assim, as taxas de juros e a política tributária é considerada abusiva. No final de 2004 o PIB cresceu
5,7%, a indústria cresceu na faixa de 8% e as exportações superaram todas as expectativas.
O Brasil é visto pelo mundo como um país com muito potencial assim como a Índia, Rússia e China. A política externa
adotada pelo Brasil prioriza a aliança entre países em desenvolvimento para negociar com os países ricos. O Brasil, assim
como a Argentina e a Venezuela vêm mantendo o projeto da ALCA em discussão, apesar das pressões dos EUA [11].
Existem também iniciativas de integração na América do Sul, cooperação na economia e nas áreas sociais.
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GEOGRAFIA
Setores
No Brasil, o setor primário (agricultura, exploração mineral e vegetal) ainda é muito importante, mas se observa um lento
crescimento proporcional do setor secundário (indústria) em relação aos demais. Cabe observar, no entanto, que a
desvalorização da moeda nacional, ocorrida em 1999, estimulou bastante as exportações e, consequentemente, o setor
agrícola.
Ano 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Agropecuária 5,45 4,08 3,11 -0,83 1,27 8,33 2,15 5,76 5,54 4,49 5,29
Indústria 6,73 1,91 3,28 4,65 -1,03 -2,22 4,81 -0,50 2,57 0,07 6,18
Serviços 4,73 1,30 2,26 2,55 0,91 2,01 3,80 1,75 1,61 0,61 3,32
Mercado financeiro
Na base do sistema financeiro brasileiro está o Conselho Monetário Nacional, que é controlado pelo governo federal. O
mais importante agente é o Banco Central do Brasil, que define a taxa de juros e pode influenciar o câmbio por ações de
open market. A principal bolsa de valores do Brasil é a Bovespa que movimenta títulos e outros papéis das 316 empresas
brasileiras de capital aberto. O maior banco do Brasil é o do governo federal Banco do Brasil. O maior banco privado é o
Bradesco.
Nordeste: baseia-se normalmente em indústrias, petróleo e agronegócio. Políticas de incentivos fiscais levaram várias
indústrias para a região. O turismo é bastante forte.
Norte: baseia-se principalmente em extrativismo vegetal e mineral. Merece destaque também a Zona Franca de Manaus,
pólo industrial.
Sudeste: possui parque industrial diversificado e sofisticado com comércio e serviços bem desenvolvidos. Destacam-se as
regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte como os principais centros econômicos do Brasil.
Sul: a maior parte das riquezas provém do setor de serviços, mas possui também indústria e agropecuária bem
desenvolvidas. Destacam-se as regiões metropolitanas de Curitiba e Porto Alegre.
Vale destacar que no Brasil predomina uma grande desigualdade regional, para se ter uma idéia, apenas o estado de São
Paulo corresponde por 34% do PIB Brasileiro e o estado do Rio de Janeiro por 11%. Apenas 7 estados do País
correspondem a 75,2% do PIB nacional.
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GEOGRAFIA
Parceiros comerciais
a) EUA
b) Países Baixos
c) Argentina
d) China
e) Alemanha
f) México
g) Chile,
h) Japão
i) Itália
j) Rússia
EUA
Argentina
Alemanha
China
Japão
Argélia
França
Nigéria
Coréia do Sul
Itália
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior — Balança Comercial Brasileira de 2005
A produção de energia primária renovável - que compreende energia hidráulica, lenha, derivados de cana- de- açúcar, entre
outros - é predominante no Brasil. Em 1996 é de 124.760. 000 tep (toneladas equivalente de petróleo), o que corresponde
a 71,3% do total. A produção de energia primária não renovável - petróleo, gás natural, carvão, urânio - é de50. 180.000
tep, e representa 28,7% do total. Processada em hidrelétricas e refinarias, a energia primária torna-se secundária na forma
de eletricidade, óleo diesel, gasolina etc.
ELÉTRICA - Cerca de 97% de energia elétrica produzida no Brasil é gerada em hidrelétricas e há ainda um grande
potencial não explorado. A capacidade instalada de produção de energia elétrica no Brasil é de cerca de 55.000 MW
(megawatts), que, somados aos 5.000 MW que o país compra da parte paraguaia de Itaipu, totalizam 60.000 MW em 1996.
Essa capacidade é inferior à demanda e resulta em um déficit de 3.000 MW. Entre 1997 e 1998 está prevista a produção de
mais 4.670 MW que, mesmo suprido o déficit, é insuficiente para estabelecer uma boa margem de segurança.
Aproximadamente 59,3% do consumo abe à região Sudeste; 15,5% à Nordeste; 14,4% à Sul; 5,9% à Norte; e 4,9% à
Centro - Oeste. Considerando classes ou segmentos sociais, a indústria consome 48,5% do total; as residências, 24,7%; o
comércio, 12,7% e 14,1% cabem a outros. Nos anos 90, estabilização da economia levou a um crescimento acelerado do
consumo de energia, e o país opera com todo potencial instalado, próximo do limite da capacidade e fornecimento de
energia elétrica. Em 1996, esse consumo cresce 6% enquanto o PIB aumenta 2,9%. E não há investimento suficiente para
garantir que a capacidade cresça o necessário. Nos horários de pico, entre 18 e 19 horas, sobretudo nas regiões Sul e
Sudeste, o sistema trabalha abaixo da margem de segurança, com risco de provocar colapso no fornecimento. Em razão
do quadro deficitário, o governo estipula tarifas mais caras para o consumo de energia elétrica em horários de pico; ativa
projetos de usinas termoelétricas a gás natural que, ao contrário das hidrelétricas, podem ser construídas em pouco tempo
(18 meses, em média); e importa energia elétrica da Argentina, do Uruguai e da Venezuela.
Privatização- desde a promulgação da Lei 9.074, de 1995, que estabeleceu a privatização do setor, começam a ser feitas
parcerias entre as empresas públicas e privadas em obras de geração de energia. É o caso, por exemplo, da hidrelétrica de
Machadinho, na divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina, que será concluída em 2001 e deve gerar 1.040 MW. O
governo também espera um reforço de investimento com privatização das empresas de geração de energia elétrica até o
final de 1998. O patrimônio estimado pelo Ministério das Minas e Energia é de US$ 70 bilhões. Em novembro de 1997 é
privatizada a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL). O consórcio vencedor, formado por Votorantin, Bradesco,
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Camargo Correia e Previ, paga R$ 3 bilhões pela empresa. Os serviços de transmis-são de energia permanecem com o
governo.
Nuclear- As usinas nucleares também vão continuar sob monopólio do Estado. A construção desse tipo de usina foi um
opção do governo federal, que pretendia ter acesso à tecnologia nuclear. Em 1975, o Brasil assinou acordo de cooperação
nuclear com a então Alemanha Ocidental. Nesse mesmo ano foram desapropriadas terras na praia de Itaorna, em Angra
dos Reis, para que a construção das primeiras usinas tivesse início. Angra I foi inaugurada em 1985 e é a única em
funcionamento até hoje. Ainda assim, tem freqüentes interrupções de fornecimento de energia por causa das falhas em
seus equipamentos, forne-cidos pela empresa norte-americana Westinghouse. Para 1999 está previsto o início das
operações de Angra II, com capacidade estimada em 1.300 MW.
PETRÓLEO- A lei que regulamenta a entrada da iniciativa privada no setor de petróleo é sancionada pelo presidente da
República em agosto de 1997. Com isso, tanto empresas estrangeiras como nacionais poderão realizar pesquisa, produção,
refino, importação e exportação e transporte de petróleo. A Petrobrás, que permanece sob o controle acionário da União,
terá prioridade na escolha das áreas em que irá atuar. É criada também a Agência Nacional de Petróleo, para ser órgão
regulador do setor. Em 1996, as importações de petróleo e derivados - principalmente da Argentina e da Venezuela -
chegam a 813 mil barris por dia, e as exportações, a 81 mil barris por dia. No mesmo ano, a produção média foi de 786 mil
barris por dia (809 mil, se incluídos o LNG - líquido de gás natural). O déficit foi de 46% em 1996. Ao final de 1996, a
Petrobrás havia descoberto 13 novos campos de petróleo no mar, de onde é extraída a maior parte da produção, e seis em
terra. As descobertas contribuem para elevar as reservas no Brasil a 14,1 bilhões de barris. Em dezembro de 1997 o país
bate o recorde histórico de produção, com 1 milhão de barris por dia. Por sua vez, o consumo de petróleo e seus
derivados cresce 6,5% em relação ao ano anterior, em razão dos baixos índices de inflação, da queda do preço de carros
populares e da estabilidade do preço do combustível.
GÁS NATURAL- A produção de gás natural passa de 1,9 bilhão de m 3 em 1979 para 2,9 bilhões de m3 em 1996. Essa
fonte de energia tem grande diversidade de aplicação e é menos prejudicial ao meio ambiente. Pode ser utilizada em
indústrias, residências e gerar energia elétrica em termoelétricas. A participação do gás natural no consumo total de energia
no país ainda é pouco significativa.
Gasoduto Brasil- Bolívia - cuja construção foi acertada por acordo assinado entre os dois países em 1993. Com extensão
total prevista para 3.060 Km, dos quais 556 Km localizados em território boliviano e 2.504 Km no brasileiro, o gasoduto
começa a ser construído em 1997. Segundo previsões da Petrobrás, o primeiro trecho - de Corumbá a Campinas - no final
de 1998, e o segundo trecho - de Campinas a Canoas - no final de 1999. Embora as tubulações permitam o transporte de
até 30 milhões de m3 de gás por dia em parte do trajeto, o contrato inicial prevê 8 milhões de m 3 por dia. Há um plano
graual de importação que pretende alcançar, no oitavo ano de operação, 16 milhões de m3 por dia, o equivalente a 100 mil
barris de petróleo por dia. Esse volume permanecerá estável até o 20 0, quando expira o contrato. O gasoduto Brasil-
Bolívia é considerado um dos maiores projetos de infra estrutura do mundo, orçado em US$ 1,88 bilhão. Tem
participação acionária de companhias brasileiras, bolivianas e de empresas internacionais.
ÁLCOOL- Em 1996 são produzidos 14.134.000 m3 de álcool etílico no Brasil. A taxa de consumo fica em 14.965.000 m 3.
Para suprir o déficit são importados 1.621.000m3 (incluído metanol). Segundo o Ministério das Minas e Energia, o álcool
responde por combustível consumido no território nacional, vindo logo em seguida ao óleo diesel (46,7%) e à gasolina
automotiva (29,1%). Abastece cerca de 25% dos automóveis existentes no país. A produção de novos carros movidos a
álcool, no entanto, tem decrescido. Em 1997, até setembro, foram fabricados apenas 1.044 carros a álcool de um total de
1.597.872 produzidos em todo o território.
SUBSÍDIOS- O álcool ganha importância como combustível a partir de 1975, quando tem início o Proálcool (Programa
da Álcool) como resposta à crise do petróleo de 1973. À medida que o preço da gasolina se estabiliza, começam a ser
necessários subsídios para compensar o aumento dos custos da produção do álcool. Em 1997 ainda vigora o subsídio
cruzado em que cada litro de gasolina custa R$ 0,09 mais caro para financiar o álcool. Para tentar revitalizar o álcool como
combustível, o governo cria, em agosto de 1997, a Comissão Interministerial do Álcool. Entre as medidas em estudo estão
o aumento do porcentual de álcool misturado à gasolina (que em 1997 é de 22%) e sua adição ao diesel.
A população do brasileira é de 157.079.573 em 1996 segundo realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística). Seu crescimento anual é de 1,38% entre 1991 e 1996, contra os 1,39% observados na década anterior. O
número de filhos por mulher- a taxa de fecundidade- está em quedas constante, o que leva a uma diminuição do número
de crianças e a um crescimento da população de adultos e idosos. Hoje, quase 80% dos brasileiros vivem em zona urbanas
e que a migração entre regiões diminuiu em comparação com o período 1986-1991. Taxa de fecundidade- A década de 50
marca a mudança no ritmo de crescimento da população. Cai a taxa de mortalidade e função do maior acesso ao
saneamento básico, à água potável e a vacinação, e do desenvolvimento de medicamentos como sulfas e antibióticos.
Essas conquistas, aliadas a alta taxa de fecundidade, causam uma aceleração do crescimento de população brasileira. A
partir da década de 60 as mulheres começam a poder planejar melhor o número de filhos. A taxa de fecundidade cai de 5,7
em 1965 para 2,4 em 1996. Isso deve-se à disseminação dos métodos anticoncepcionais: segundo a Pesquisa Nacional
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sobre Demografia e Saúde (PNDS 1996), realizada em 1996 pela Sociedade Civil Bem-Estar Familiar no Brasil (Bemfam),
99,6% das mulheres conhecem algum método moderno para evitar a gravidez indesejada. Quando esse conhecimento alia-
se a uma maior escolaridade, o número de filhos é ainda menor. Entre as mulheres sem instrução formal a taxa de
fecundidade está em torno de 5,0. Entre as com mais de 12 anos de estudo cai para 1,5. As diferenças regionais também
são acentuadas. Enquanto na região Sul a fecundidade é estimada em 2,3 no início dos anos 90, no Norte e Nordeste essa
taxa é de 4,0.
Outra mudança é o crescimento da gravidez na adolescência. Segundo a PNDS, 16% das mulheres que tinham entre 20-24
anos no momento da pesquisa haviam tido seu primeiro filho antes dos 17 anos. No grupo de mulheres entre 45-49 anos
essa porcentagem cai para 10,6%. As alterações nos padrões de comportamento sexual, em que valores como virgindade e
casamento perdem a força contribuem para esse aumento. Além disso a melhoria do padrão de vida faz baixar a idade da
primeira menstruação e as meninas torna-se férteis mais cedo.
Faixas etárias- As crianças e adolescentes até 14 anos, que representam 31,62% da população, era 4,83% em 1991. Esse
envelhecimento da população também pode ser mostrado pelo índice que compara a população idosa, com 65 anos ou
mais, com a população de crianças menores de 15 anos. Para cada 100 crianças o Brasil tem aproximadamente 17 idosos
(16,97%). Esse número estava em torno de 14 (13,9%) em 1991.
A diminuição no número de crianças permite que os investimentos em educação sejam concentrados na melhoria da
qualidade de ensino e não mais no aumento no número de escolas e salas de aula. Já o crescente número de idosos
aumenta as exigências sobre o sistema de saúde- as doenças da terceira idade exigem maior acompanhamento e
internações mais prolongadas e sobre o sistema previdenciário. Um dos desafios é garantir e melhorar aposentadorias ao
mesmo tempo em que aumentam os beneficiários e diminuem os contribuintes. Essa diminuição, no entanto, ainda não se
deve ao envelhecimento da população e sim ao crescimento do desemprego e do emprego no mercado informal.
Estrutura por sexo - O número de homens em relação a cada grupo de mulheres- é de 97,26. Esse índice é chamado de
razão de sexo e quando é superior a 100 significa que há mais homens que mulheres na população. Quando é inferior a
100 é porque há mais mulheres. Em 1996 o número de mulheres supera o de homens por 2.184.491 mas a diferença é
proporcionalmente menor do que em 1991. Há , no entanto, grandes diferenças regionais. Na área urbana a razão de sexo
é de 94,25%, mas na zona rural os homens são maioria: a razão de sexo é de 108,97%. O número de homens também
supera o de mulheres nas regiões Norte e Centro- Oeste. Nessas duas regiões ainda há uma grande migração motivada
pela expansão da fronteira agrícola e garimpo, tipo de trabalho que atrai predominantemente os homens.
Família - As mudanças registradas na estrutura familiar são: o aumento das uniões informais e dos divórcios, a queda
drástica no número de famílias chefiadas por mulheres: mais de 1/4 de todas as famílias brasileiras. Esse número passa de
14,65% em 1980, para 18,12% em 1991, e 20,81% em 1996. O distrito Federal, com 26,7% e o Rio de Janeiro, com 26,1%,
são as unidades da federação com maior número de mulheres nessa situação. Entre elas predominam as moradoras pobres
da periferia das grandes cidades abandonadas por maridos e companheiros. Um dos motivos desses índices serem
considerados preocupantes é o fato de, tradicionalmente, as mulheres receberam menores salários. Segundo a Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 1995, os salários acima de 20 mínimos são recebidos por apenas 0,7%
das mulheres e contra 2,8% dos homens. O número de casamentos formais cai de 952.294 em 1985 para 763.129 em
1994, uma queda de cerca de 29% em dez anos.
Cor ou raça - As regiões brasileiras tem diferença na distribuição de população segundo cor ou raça. Levantamento feito
pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios em 1996 (PNAD) mostra que as regiões Sul e Sudeste têm maioria de
população branca, enquanto no Nordeste e Norte predomina a parda. Na região Centro- Oeste, o número de pessoas
pardas é ligeiramente superior ao de brancas. Em relação a 1991 diminui o número de pessoas pardas e aumenta o número
dos que se declaram brancos ou pretos.
Essa pesquisa é baseada nas declarações dos próprios entrevistados que optam por uma de cinco categorias de INBGE.
Os mulatos, caboclos, cafuzos, mamelucos ou se declaram mestiços de negros com qualquer outra cor ou raça são
classificados como pardos.
Urbanização - Com 78,36% da população em áreas urbanas em 1996, o Brasil continua a apresentar decréscimo em sua
população rural. Mesmo o Maranhão, único estado com a maioria de população rural segundo o Censo de 1991, já tem
maioria de população urbana. A mudança da população do campo para as áreas urbanas começa na década de 50 e já na
década de 70 a maior parte da população brasileira (55,9%) está nas cidades. O nível de urbanização é especialmente
elevado nas regiões Sudeste (89,29%), Centro- Oeste (84,42%) e Sul (77,21) e vem aumentando gradualmente nas regiões
Nordeste (65,21%) e Norte (62,35%) (ver tabela População Urbana). Esse crescimento acontece não só em função da
migração e do crescimento vegetativo da população das cidades mas também pela incorporação de algumas áreas que eram
consideradas rurais ao setor urbano. O maior fator de atração das cidades é a possibilidade de melhor qualidade de vida
ligado a um emprego mais remunerado e a um maior acesso à saúde e à educação.
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Capitais - Ao contrário do que ocorria na década passada a população das capitais tem crescido mais lentamente do que a
população do país e é de hoje proporcionalmente menor. Passa de 24,98% do total em 1991 para 23,72% em 1996.
Palmas, a capital do Tocantins é uma das exceções. A cidade, fundada em 1990, cresce 29,31% ao ano entre 1991 e 1996.
São Paulo (9.839.436) Rio de Janeiro (5.551.538) e Salvador (2.211.539) são as capitais brasileiras: 0,26% e 0,40%
respectivamente (ver tabela Regiões metropolitanas e capitais). Em escala nacional, a cidade de São Paulo torna-se o
grande centro produtor de bens e serviços. O Rio de Janeiro perde parte de sua importância regional para a cidade de Belo
Horizonte. As cidades de Fortaleza, Recife, Salvador, Curitiba, Porto Alegre e Goiânia aumentam sua importância
regional.
Regiões metropolitanas - O país tem dez regiões metropolitanas onde residem 47.298.604 pessoas, ou 30,11% da
população total. Em 1991 esse número era de 29,90%. A taxa de crescimento anual é de 1,53%, pouco superior a média
nacional, o que indica que essas regiões deixaram de ser lugares de grande crescimento populacional. As regiões
metropolitanas de Curitiba, com taxa de crescimento anual de 3,40%; Fortaleza, com 2,32%; e Belém, com 2,23% são as
que apresentam maior crescimento são as das regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, com 0,77%; Recife, 1,14% e São
Paulo, com 1,46% (ver tabela Regiões metropolitanas e capitais).O crescimento das regiões metropolitanas de São Paulo e
Rio de Janeiro é, ainda assim, superior crescimento dos municípios dessas capitais, o que indica um maior aumento
populacional nos municípios periféricos e uma quase estagnação do município central. Isso acontece porque o solo dessas
capitais se tornou muito caro, dificultando a sua utilização para a construção de moradias ou mesmo para a instalação de
indústrias. Essas cidades tendem a atrair cada vez mais o setor de serviços, especialmente os setores comerciais e
financeiros.
Migração- Segundo a Contagem da População do IBGE 2,6 milhões de brasileiros deslocaram-se no país, entre 1991 e
1996, em busca de melhores condições devida. A origem e o destino das migrações inter-regionais continuam basicamente
os mesmos mas a quantidade de migrantes em números absolutos tem diminuído. A maior redução dá-se na região Sul:
43,8%. A região Nordeste ainda é responsável pela maior parte do movimento migratório: 46,1% do total. E a região
Sudeste, embora recebe menos gente, continua sendo o principal destino dos migrantes. Ela recebe 1,2 milhão entre 1991
e 1996 contra 1,4 milhões de pessoas entre 1986 e 1991. Verifica-se também um movimento de retorno à região Nordeste
com um grande número de pessoas saindo da região Sudeste e voltando a sua região de origem. As regiões Norte e
Centro- Oeste, devem parte de suas altas taxas de crescimento demográfico à migração. Há também grandes movimentos
migratórios dentro de uma mesma região ou estado. Embora a Contagem Populacional 1996 não tenha pesquisado essa
migração, ela pode ser observado pelo crescimento de algumas cidades ou regiões metropolitanas que não são explicadas
só pelo fluxo inter - regional. Esse é o caso, por exemplo, do crescimento de regiões metropolitanas como as de Fortaleza
e Curitiba.
Mercosul - A expansão do comércio com países vizinhos, a partir de meados da década de 1980, contribuiu para mudar o
perfil da pauta brasileira de exportações, historicamente dominada por produtos primários. O Mercosul se apresenta,
assim, como alternativa para manter as exportações em alta e consolidar o Brasil como vendedor de aço, veículos
automotores, máquinas e demais produtos manufaturados.
Mercosul é a união aduaneira que entrou em vigor 10 de Janeiro de 1995 entre o Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai, pela
qual se instituiu uma área de livre comércio, que engloba os quatros membros, e uma política comum de relacionamento
comercial com os demais países do mundo. O primeiro passo para integração regional foi dado em Julho de 1996, quando
o Brasil e Argentina, que tradicionalmente disputavam a hegemonia econômica e política do Cone Sul, assinaram a Ata
para a Integração Argentino-Brasileira, pela qual se definiu um programa de cooperação econômica entre os dois países.
Em 1990, com a Ata de Buenos Aires, acertou-se a eliminação gradativa das tarifas de comércio. E em março de 1991, o
Tratado de Assunção, constituiu o Mercado Comum do Cone Sul (Mercosul), já com adesão do Paraguai e do Uruguai.
Em 1996, Chile e Bolívia firmaram com o grupo um acordo de parceria comercial sem direito a voto.
A solidariedade aduaneira no Mercosul, no entanto, não era plena à época de sua constituição: dos nove mil produtos que
os quatro membros comercializavam, cerca de 800 continuaram protegidos por barreiras alfandegárias e, para outros
tantos, se cobravam aos compradores externos impostos diferenciados, ou seja, não se aplicava a tarifa externa comum
(tec) prevista no acordo. O mercado potencial em 109 milhões de consumidores e o produto interno bruto (pib) total era
da ordem de meio trilhão de dólares.
A Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, originou profundas alterações na forma e na função da cidade. A
indústria se multiplicava nos países europeus e nos Estados Unidos, onde vivia grande parte dos trabalhadores urbanos.
As lojas se instalavam nas ruas mais movimentadas, a fim de atrair um número cada vez maior de consumidores. As
residências passaram a ser construídas de modo caótico, nos poucos espaços que sobravam entre as fábricas e rodovias,
não haviam espaços para o lazer e o ar era muito poluído devido ao carvão utilizado nas indústrias. O nascimento da
indústria originou cidades insalubres, isto é, pouco saudáveis, marcadas pela aglomeração dos pobres em pequenos quartos
de cortiços, a população não tinha acesso à água tratada e nem rede de esgotos.
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As pesquisas e projetos nessa área se avolumaram e constituíram uma área de estudo, o urbanismo. As primeiras iniciativas
resultaram em bairros residenciais dotados de excelente infra-estrutura arborizados e ajardinados. As cidades planejadas
deveriam Ter largas avenidas e um sistema viário eficiente, permitindo o trânsito rápido. A cidade de Brasília é o exemplo
mais completo e bem acabado desse tipo de planejamento, que também foi adotado na implantação de cidades dos
Estados Unidos. França, Inglaterra, Israel e Japão.
Formadas por um conjunto hierarquizado de cidades com tamanhos diferentes, onde se observa a influência exercida
pelos centros maiores sobre os menores. A hierarquia urbana se estabelece a partir dos produtos e dos serviços que as
cidades tem para oferecer. Nos países desenvolvidos, as redes urbanas são mais bem estruturadas.
As metrópoles correspondem a centros urbanos de grande porte: populosos, modernos e dotados de graves problemas de
desigualdades sociais. A concentração populacional amplia a oferta de mão-de-obra e, desse modo, atrai investimentos
produtivos que contribuem para o desenvolvimento da indústria. A metrópole lidera a rede urbana à qual está interligada e
exerce uma forte influência sobre as cidades de menor porte, podendo transformar-se num pólo regional, nacional ou
mundial.
Quando os limites físicos das cidades estão muitos próximos, formam-se conurbações. Vista do alto, a conurbação tem o
aspecto de uma grande mancha urbana, ou seja, um conjunto de espaços urbanizados que engloba mais de uma cidade.
A megalópole não é uma mega-metrópole, mas uma conurbação de metrópoles, nelas as regiões rurais estão quase
ausentes.
Um dos mais graves problemas é a habitação. Como os imóveis mais baratos em geral são os mais distantes do centro da
cidade, a população passa a morar cada vez mais longe do local de trabalho. Em consequência disso a população por não
ter um transporte coletivo digno vai trabalhar com seus próprios automóveis causando muito trânsito, poluição do ar,
poluição sonora e até mesmo dos rios.
4 - A urbanização mundial
No século XIX, a urbanização foi mais intensa nos países que realizaram a Revolução Industrial e que constituem hoje
países desenvolvidos. A partir do século XX, o ritmo de urbanização diminuiu nesses países. No pós-guerra, a
concentração humana e a elevação do poder aquisitivo das populações dos países mais desenvolvidos produziram um
grande aumento do consumo de bens e serviços, que favoreceu a expansão do setor terciário da economia. Com o
desenvolvimento da tecnologia industrial , a produtividade aumentou e as necessidades de mão-de-obra se reduziram.
Parte da população ativa no setor secundário foi para o setor. Depois de 1980 os setor terciário e a prestação de serviços
aderiram aos avanços tecnológicos da informática.
Os países subdesenvolvidos
O século XX se caracterizou pela urbanização dos países subdesenvolvidos. O ritmo se acelerou a partir de 1950, devido
ao aumento das taxas de crescimento populacional. A industrialização, formaram-se grandes cidades, com maior
disponibilidade de emprego, conforto e ascensão social. A industrialização adotou um padrão tecnológicos muito mais
moderno do que o utilizado pelas indústrias do século XIX, o que resultou na criação de menos empregos. Nessas cidades
existe o setor terciário informal – aquelas atividades não regulamentadas, como a dos camelôs e biscateiros – cresce mais
que o formal. A maior parte da população ainda vive na zona rural.
A urbanização na África
Na África a maior parte da população vive na zona rural, pois as atividades agrárias predominam na estrutura econômica
de quase todos os países do continente. Os países da África são os que apresentam as taxas de urbanização mais elevadas
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entre os países menos desenvolvidos. Seus habitantes possuem uma renda anual inferior a 370 dólares. A urbanização
africana ocorreu quando houve um grande aumento do consumo mundial de matérias-primas, combustíveis fósseis e
produtos agrícolas.
A urbanização na Ásia
A Ásia, é o continente mais populoso do mundo, não tem uma tradição urbana. A população ainda é predominantemente
rural. Vivem com uma renda como a dos africanos, inferior a 370 dólares por ano. A urbanização ocorreu com a oferta de
trabalho das indústrias dos tigres asiáticos.
5 - A globalização da cidade
Com a globalização, surgem as metrópoles mundiais e tecnopolos. É nessas metrópoles que se concentram grandes
capitais, profissionais qualificados e tecnologia. O papel de metrópole mundial adquiriu tamanha importância na atualidade
que passou a ser a meta perseguida por muitas cidades desenvolvidas. Os tecnopolos, por sua vez correspondem a centros
urbanos que abrigam importantes universidades, instituições de pesquisa e os principais complexos industriais, onde se
desenvolvem tecnologias avançadas e pesquisas científicas.
No Sudeste, a mais industrializada das regiões brasileiras, as maiores concentrações industriais estão no Estado de São
Paulo, no qual a atividade se expandiu a partir do pólo industrial do Grande São Paulo, sobre quatro grande eixos
rodoviários: Anchieta, Dutra, Anhangüera e Castelo Branco.
A região Sul do Brasil, a segunda mais industrializada do país, em que pesem as transformações que vêm ocorrendo na sua
geografia industrial, apresenta sua atividade industrial ainda bastante vinculada ao setor agropecuário.
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Isso quer dizer que no Sul as produções agroindustriais, como a frigorífica e a de óleos vegetais, apresentam, ainda hoje,
elevada participação relativa no total do valor industrial produzido nessa região.
No Estado do Rio Grande do Sul, destaca-se como a mais importante de suas áreas industriais o Grande Porto Alegre e,
no Estado do Paraná, o Grande Curitiba.
Dentre as produções desenvolvidas nesses domínios pode-se citar: no caso do Grande Porto Alegre, a indústria
petroquímica (Canoas) e de calçados (São Leopoldo e Novo Hamburgo) e, no caso do Grande Curitiba, o refino de
petróleo (Araucária) e a indústria de móveis.
No Estado de Santa Catarina, destacam-se como importantes áreas industriais o Vale do Itajaí, com forte presença do
setor têxtil e a zona carbonífera do Estado, na qual sobressaem as produções de cunho carboquímico.
No Nordeste, a terceira região mais industrializada do país, com cerca de 9% da produção industrial brasileira, destacam-se
as produções vinculadas ao processo de transformação industrial das matérias primas regionais.
Os mais importantes centros industriais do Nordeste situam-se nas suas três grandes áreas metropolitanas — Recife,
Salvador e Fortaleza — com destaque para as produções têxteis e alimentícias, seguidas pela metalúrgica, química e de
eletrodomésticos.
Trabalho
O mundo de alta tecnologia e competição global elimina empregos e cria novos vínculos no mercado de trabalho. O
Terceiro Setor e os informais ocupam o espaço, impulsionados por iniciativas governamentais, como o Banco do Povo.
Somos o oitavo maior PIB do mundo, com produção próxima a 800 bilhões de dólares anuais. Entretanto, no ranking do
PIB per capita, caímos para a 34ª posição entre os 133 maiores países. Segundo o PNAD, realizado pelo IBGE, temos 85
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milhões de pessoas, ou 54% da população, com renda inferior a R$ 132 mensais, mínimo utilizado como parâmetro pela
Organização Mundial de Saúde para definir a pobreza. Desses, cerca de 17 milhões vivem em estado de miséria absoluta.
Por Estado, o Maranhão possui 86% de seus habitantes abaixo da linha de pobreza. É o pior quadro do país.
A média no Nordeste é de 80% de pobres. Minas Gerais está em décimo lugar no país, junto com o Espírito Santo e Mato
Grosso, com 55% de pobres. A sociedade ressente esse desnível e procura suas próprias soluções. O chamado Terceiro
Setor reúne empresas, fundações e milhares de entidades que atuam prioritariamente na defesa do meio ambiente,
assistência a menores e adolescentes, educação, questões de gênero, direitos humanos, saúde e cultura. Os exemplos se
espalham de Norte a Sul do país, criando alternativas para geração de trabalho e renda. Segundo Cláudia Feres Faria, dou-
toranda em Sociologia e Política do Departamento de Ciência Política da UFMG, os movimentos sociais se caracterizam
nos anos 90 por abandonar qualquer tipo de "associativismo ingênuo" e suas posturas reivindicatórias para realizar "ações
propositivas".
Conforme a pesquisadora, busca-se reverter o desequilíbrio social estabelecendo-se um interface com o Estado, ancorada
na defesa da cidadania. Volta-se para a criação de novas alternativas de participação e intervenção. Essa dinamização e
mudança de relacionamento revitaliza os movimentos e a própria democracia brasileira. Pesquisa realizada em São Paulo e
Belo Horizonte demonstra não só o aumento quantitativo como também qualitativo na forma de associação no Brasil.
Nas duas últimas décadas surgiram, além de associações comunitárias, voltadas para solução de problemas imediatos,
entidades que lidam com questões éticas e políticas e ainda movimentos relacionados à revalorização da vida, como o
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra e a Ação da Cidadania contra a Miséria e pela Vida. Tal renovação das
práticas sociais, conforme Cláudia Feres, imprime mudanças no padrão de relacionamento com o sistema político, na
medida em que passam a exigir maior publicidade no que tange às ações do governo e maior responsabilidade das agências
públicas na implementação de políticas sociais.
Os mais importantes centros industriais do Nordeste situam-se nas suas três grandes áreas metropolitanas — Recife,
Salvador e Fortaleza — com destaque para as produções têxteis e alimentícias, seguidas pela metalúrgica, química e de
eletrodomésticos.
Essa interação, entretanto, não está presente nas estratégias adotadas pelo governo federal para implementar as reformas
do Estado que considera prioritárias. Segundo a pesquisadora, "a lógica vigente parece se assentar no raciocínio segundo o
qual autoridade estatal e eficiência técnica não são compatíveis com transparência e controle externo do processo
decisório. Pressupõe-se que eficiência se resume tão somente a questões como o tamanho da máquina administrativa e
agilidade no processo de tomada de decisões. Negam-se, inclusive, diretrizes de agências internacionais como o Banco
Mundial, pelas quais essa reforma deveria envolver também a revitalização dos mecanismos de cobrança e prestação de
contas".
Quase metade da População Economicamente Ativa(PEA) encontra-se no mercado informal de trabalho, que funciona
como um colchão social, absorvendo a pressão da demanda gerada pelo desemprego, pela falta de mão-de-obra qualificada
e por aqueles que querem fugir das altas taxas de juros e impostos cobrados pelo governo.
A afirmativa é do economista Ivan Beck, professor da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG. Segundo o IBGE, o
setor informal da economia brasileira movimentava, no mês de outubro de 1997, R$ 12,8 bilhões, através de quase 9.478
milhões de empresas que empregavam mais de 12 milhões de pessoas entre pequenos empregadores, trabalhadores por
conta própria, empregados com e sem carteira assinada e trabalhadores não remunerados.
Do total das empresas, instaladas sobretudo no Sudeste, 86% pertencem a trabalhadores por conta própria e apenas 14%
referem-se a empregadores que contratavam até cinco empregados. A pesquisa identificou que 67% são trabalhadores por
conta própria, 12% são empregadores, 10% empregados sem carteira assinada, 7% trabalhadores com carteira e 4% são
não remunerados. Com relação ao sexo, 64% são homens.
A única faixa onde as mulheres predominam é a de trabalhadores não remunerados, onde elas representam 62%. O
rendimento médio no setor informal - fora os proprietários - é de R$ 240,00, sendo que o rendimento dos homens (R$
253,00) é superior ao das mulheres (R$ 218,00). O rendimento aumentava conforme crescia o grau de instrução, mas havia
uma exceção: os trabalhadores com segundo grau incompleto ganhavam, em média, menos do que os que tinham o
primeiro grau completo. Apenas 10% possuem mais de um trabalho.
Os outros (90%), vivem do que ganham nessa atividade. Entre os que dizem ter mais de um trabalho, grande parcela é
empregado no setor privado, com carteira assinada na segunda atividade.
Afonso Pena
Uma dos maiores exemplos de mercado informal do Brasil encontra-se em Belo Horizonte, na Feira de Artesanato da
avenida Afonso Pena, que fatura, a cada domingo, de R$ 500 a R$ 600 mil. Transformada em um local turístico, a feira
movimenta a economia da cidade, sendo que 20,9% dos seus clientes gastam entre R$ 101 e R$ 500,00 e 44,3% fazem
compras para uso próprio ou da família. Os dados são de pesquisa divulgada pela Belotur.
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Um total de 1.027 operações foram acumuladas até julho deste ano, através dos bancos populares instalados nos
municípios de Ipatinga, Montes Claros e Uberaba, pelo Programa Estadual de Crédito Popular(Credpop). Foram liberados
R$ 1,8 milhão, gerando 115 novos empregos e beneficiando 352 representantes do ramo da economia formal e 655 da
informal, sendo 292(indústrias), 496(comércio), 239(serviços). Do total 671 operações de capital de giro e 91 capital
fixo(aquisição de máquinas e equipamentos).
Os dados foram repassados por Antônio Nicoliello, analista de projetos do Departamento de Pequenas e Médias
Empresas do BDMG. A previsão do Governo do Estado é implantar novos bancos nas cidades de João Pinheiro(com
apoio do Sebrae), Varginha, João Monlevade, Coronel Fabriciano (ampliação) Minas Novas, Formiga, Itaúna, Ponte Nova,
Ubá, Contagem, Governador Valadares, Teófilo Otoni e Uberlândia. Segundo o analista o objetivo do Programa é de
possibilitar o acesso ao financiamento através de Associações de Crédito Popular, a pequenos e micro empreendimentos,
individuais ou associados, formais ou informais, visando a expansão da atividade econômica do Estado.
Banco Popular
No final do mês passado(25/08) foi inaugurado o primeiro banco popular da capital - o Banpop/BH (Associação Civil
Comunitária de Microcrédito de Belo Horizonte). A agência funciona na avenida Afonso Pena, 4.045, bairro Mangabeiras,
nas dependências da Caixa Econômica Federal. O Banpop poderá incrementar as atividades e mudar os rumos da
economia. Seu público alvo são microprodutores, feirantes, empreendedores do setor informal, cooperativas e associações
de trabalho - pessoas físicas ou jurídicas.
O capital inicial é de R$ 4 milhões, sendo R$1,5 milhão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES),
R$ 2 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e R$ 500 mil do Banco de Desenvolvimento de Minas
Gerais (BDMG). Outros recursos estão sendo acertados com o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento
(Bird). O atrativo maior está certamente nos juros - 3,9% ao mês ou menos de 40% dos praticados no mercado. Os
valores dos empréstimos são de R$ 1,5 mil para capital de giro: R$ 3 mil para investimentos e R$ 10 mil para cooperativas,
com pagamentos em até 12 vezes.
O governo mineiro criou um grupo de especialistas das Secretarias de Trabalho, Assistência Social, da Criança e do
Adolescente (SETASCAD), do Planejamento (Seplan), da Agricultura e da Fundação João Pinheiro para identificar as
áreas do Estado mais propícias à geração de emprego.
A razão é a elevação da taxa de desemprego que, na região metropolitana de Belo Horizonte, subiu de 4% da População
Economicamente Ativa (PEA, formada por pessoas com 14 anos e mais), em 1991, para 7,5% em 1998 (cerca de 570 mil
pessoas) Embora a criação de postos de trabalho dependa do crescimento econômico (que neste ano deve ser negativo) ,
que precisaria ser de pelo menos 6% a 7% ao ano para empregar os que estão fora do mercado e dar oportunidade aos que
nele ingressam (1,6 milhão de pessoas ao ano no Brasil), o governo estadual está procurando adotar algumas soluções
rápidas, especialmente incentivando a agricultura, a construção civil (com destaque para a habitação popular de baixa
renda), o setor de mini- confecções, a indústria de móveis, o turismo e o comércio de pedras preciosas, inclusive através de
organizações alternativas, como cooperativas e mutirões.
O presidente da Fundação João Pinheiro, João Batista Rezende, acha essa estratégia mais adequada ao momento
econômico do Estado e do país, que precisam de soluções imediatas, porque "R$ 1 milhão de investimentos no setor
agropecuário geram 300 empregos diretos e indiretos, no curto prazo, enquanto, por exemplo, na indústria automo-
bilística, são necessários R$ 500 mil por apenas um único emprego, ainda que esse setor possibilite, a médio prazo,
agregação de valor em vários produtos e faça circular maior riqueza".
Uma boa perspectiva próxima pode advir do acordo celebrado entre Brasil e Espanha, pelo qual, serão aplicados US$ 3
bilhões em agronegócios na área da SUDENE, na qual estão localizados 150 municípios mineiros, que deverão receber
US$ 60 milhões dos US$ 600 milhões previstos para a primeira fase. Outro projeto é do Programa Nacional de Agricultura
Familiar, com recursos da ordem de US$ 2 bilhões, a juros subsidiados, podendo participar associações de produtores para
alavancar empréstimos maiores. Recentemente o Estado reduziu o ICMS do setor moveleiro a fim de incentivar a criação
de pólos industriais, a surgir principalmente no Sul de Minas, conforme pretensões de empresários gaúchos já
manifestadas. Além disso, novos roteiros turísticos estão sendo imaginados para que o visitante passe mais tempo nas
terras montanhesas.
Por incrível que pareça, Minas recebe tantos turistas quanto a Bahia, cerca de 2,5 milhões por ano. Só que lá eles ficam de
10 a 15 dias, em média; aqui, apenas 1 ou 2 dias (o chamado turismo de negócios). O Secretário de Planejamento, Manoel
Costa, diz que dependem da liberação de recursos internacionais, os programas de médio e longo prazos, como o Projeto
Jaíba, a retomada do Programa de Apoio aos Pequenos Produtores (PAPP 2), o Plano Diretor para a BR-381, a
continuação da duplicação da Rodovia Fernão Dias, a implantação de um gasoduto no Vale do Aço e a reforma agrária.
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Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, o mercado de ocupação nacional passa por quatro crises simultâneas:
crescimento da PEA nesta década e na próxima (ritmo de 3,4% ao ano para a faixa entre 25 a 49 anos, enquanto como um
todo, a população cresce a 1,5% anuais), o que aumenta a oferta de mão de obra; reorientação do modelo brasileiro de
desenvolvimento, de uma industrialização protegida para uma economia aberta, cuja competitividade reduziu o número de
postos de trabalho por unidade de investimento e de produto; introdução da tecnologia da informação, a gerar novas
formas de gerência e menos oportunidades de emprego para pessoas sem qualificação; e a passagem de uma economia
com inflação crônica para a estabilidade monetária, que alterou preços e salários relativos, afetando o nível e a composição
do emprego e dos rendimentos do trabalho.
Os especialistas divergem quanto à capacidade de o país enfrentar essas questões. A visão predominante da PUC Rio e do
Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) é quanto à qualidade do emprego, porque a taxa de desemprego
aberto anterior à crise asiática era relativamente baixa nas regiões metropolitanas era de 4,82%, em dezembro de 1997,
segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), tendo passado para 7,26% em janeiro de 1998. A outra
visão, encampada pela UNICAMP, refere-se à perda do dinamismo da economia na geração de empregos, decorrente da
abertura comercial e estabilização monetária.
A tese do mau emprego apoiava-se no fato de que, entre 1981 e 1993, o número de gente ocupada subiu mais (3,22%) do
que o PIB (1,99%) e do que o crescimento da própria população (1.55%), a demonstrar a capacidade de gerar emprego do
país, ainda que no mercado informal.
A informalidade devia-se à estagnação do setor secundário (indústria) e à elevação do terciário (serviços), no qual
predominam trabalhadores sem carteira assinada ou autônomos (a participação do mercado informal na PEA elevou-se de
39,5% em 1990 para 47,5% em 1997).
Por isso, propõem mudanças na legislação para proteger essa gente. No entanto, Paulo Baltar, citado por Eduardo Rios-
Neto, no Conjuntura Política da UFMG, de março de 1999, conforme dados da Fundação SEADE (Sistema Estadual de
Análise de Dados Econômicos) para a região metropolitana de São Paulo, mostra o crescimento maior da taxa de
desemprego (75%) , no período 1989/1995, do que na taxa de crescimento da PEA (16,3%) e da ocupação (10,7%). O
debate portanto continua em aberto, embora a mensuração do IBGE e da SEADE seja diferente. Grosso modo, na
semana da pesquisa, o órgão federal pergunta se a pessoa trabalhou (não importa ser ou não apenas um bico). Se sim,
estaria fora da taxa de desempregados.
A SEADE indaga se o cidadão tem emprego. Essa a razão básica dos discrepantes índices das duas organizações. Eduardo
Rios-Neto salienta ainda que, se antes da crise asiática o desemprego afetava mais os jovens, as mulheres e os com menos
escolaridade; depois, generalizou-se entre todas as faixas.
Esse processo de redistribuição de terras é sobretudo uma questão política e social. Ele depende, por sua própria natureza,
do debate e da ampla participação de todas as classes sociais, principalmente os trabalhadores rurais, intrinsecamente
ligados à terra, mas dela sempre excluídos.
Esse drama foi muito bem colocado pelo poeta cearense Patativa do Assaré, em seu poema:
Dentro desse contexto, pode-se discutir dois conceitos de propriedade: a) terra para trabalho; b)terra para negócio. A terra
para trabalho é aquela utilizada para sobrevivência, garantindo direito à vida. A terra para negócio serve para explorar o
valor da propriedade no mercado imobiliário, isto é, ela não se destina à produção e, dessa forma, não cumpre sua função
social.
Como se vê, temos duas concepções diferentes e antagônicas de propriedade da terra. Para uns a propriedade é sagrada e
inviolável, podendo o dono fazer (ou não fazer) com ela o que bem entender. Para outros a propriedade deve atender a
uma função social, deve ser produtiva, pois não é desejável, num país com milhões de pessoas subalimentadas, deixar bons
solos sem criações ou cultivos adequados.
Assim, os sem-terra montam seus acampamentos em fazendas improdutivas, procurando criar uma situação que obrigue o
governo a desapropriar essas terras e distribuí-las às famílias camponesas. Também nesse caso temos duas concepções
distintas acerca do mesmo fato: para os proprietários, trata-se de invasão; já para os camponeses trata-se de uma ocupação.
No fundo, esse desentendimento evidencia uma outra discordância, muito mais concreta, acerca do conceito de
propriedade. Vale a pena esclarecer que, para os trabalhadores rurais, a ocupação de terras ociosas, que não cumprem sua
função social (com cultivo, pastagens), não constitui invasão, pois eles têm como princípio o “direito à vida”, garantido
pela nova Constituição.
Nesse processo de ocupação, os camponeses têm se organizado através do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra (MST). A etapa posterior à instalação dos acampamentos tem sido uma negociação com as autoridades governamen-
tais, com as seguintes alternativas:
A expulsão da terra e a reintegração de posse para o proprietário ou para o Estado, no caso de terras públicas.
A terra seria decretada para fins de reforma agrária e o proprietário seria indenizado; as benfeitorias seriam pagas em
dinheiro e a terra em TDAs (Títulos da Dívida Agrária). A etapa seguinte seria o assentamento (isto é, a fixação legal do
camponês à terra) e a obtenção de crédito e assistência técnica.
É importante lembrar que esse processo de luta pela terra (acampamento - assentamento) é muito complexo e violento,
não raras vezes envolvendo muitas mortes. De 1964 a 1984 foram assassinadas 884 pessoas, sendo que 565 dessas mortes
ocorreram entre 1979 e 1984. De 1985 a 1987 o número de mortes por ano no campo duplicou, perfazendo um total de
787 pessoas.
Na realidade, existem reformas agrárias, no plural, pois elas são sempre diferentes, de acordo com o país onde ocorrem.
Elas nascem de mudanças históricas, que são específicas a cada sociedade – não bastam o desejo isolado de algum político
ou a vontade de imitar outro país.
São condições sociais que dão origem às lutas pelas terras, à falta de gêneros alimentícios, à distribuição desigual das
propriedades, que podem resultar em reformas agrárias. E estas não se limitam à mera distribuição de lotes de terra, pois,
para serem consequentes, elas necessitam de uma política agrícola de créditos bancários – para a compra de sementes, de
adubos, de máquinas, de tratores etc. – além da assistência técnica e da cria-ção das condições para o escoamento da
produção.
Uma reforma agrária não visa apenas corrigir uma situação objetiva de injustiça social, mas destina-se a ampliar a produção
agrícola, a transformar amplas extensões de terras improdutivas em solos produtivos, cultivados. Assim, aumentando a
oferta de gêneros alimentícios, a redistribuição de terras interessa também à imensa maioria da população.
O CASO BRASILEIRO
A questão da reforma agrária no Brasil remonta ao século passado. Nas lutas pela abolição da escravatura, a distribuição
das terras já era uma reivindicação de alguns setores da sociedade. Desde essa época, contudo, os interesses dos grandes
proprietários – que constituíam a chamada “oligarquia rural” – já se faziam sentir na política brasileira. Esse panorama
permaneceu inalterado durante várias décadas e se estende aos dias atuais.
Já em 1946, a Constituição então promulgada estabelecia que era preciso “promover a justa distribuição da propriedade
para todos”, o que não ocorreu na prática. Diante desse fato, multiplicaram-se no País as organizações dos trabalhadores
rurais com o objetivo de defender seus direitos e a realização da reforma agrária, como as ligas camponesas das décadas de
50 e 60, os sindicatos rurais atuantes, a luta dos “sem-terra” rurais, os acampamentos e as ocupações de terras não-
cultivadas etc.
Com o advento do regime militar em 1964, essas organizações populares foram intensamente reprimidas, e muitos presos,
torturados ou exilados. Como consequência, a luta pela reforma agrária declinou, embora a situação no campo continuasse
sendo alvo de intensos protestos, dessa vez internacionais. Equipes de estudiosos da ONU (Organização das Nações
Unidas) visitaram o País no período e constataram que era necessário melhorar a situação dos camponeses e realizar
reformas urgentes no campo.
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Essa atitude pode ser bem resumida por uma frase de John F. Kennedy, presidente dos EUA (1960-1963): “Aqueles que
impossibilitam a reforma pacífica tornam a mudança violenta inevitável”. Ou sejam suas palavras querem dizer que é
preferível fazer uma mudança “vinda de cima”, de forma controlada, a conservar uma situação tão explosiva, que pode
originar revoluções “vindas de baixo”, populares e espontâneas, que riram contra os interesses capitalistas.
Foi dentro desse contexto que o governo do general Castelo Branco elaborou o estatuto da Terra, que pretendia a extinção
tanto do latifúndio quanto do minifúndio (propriedade rural de dimensões diminutas). Essa iniciativa também não chegou
a ser posta em prática devido aos interesses dos grandes proprietários.
REFORMA AGRÁRIA
Revisão da estrutura agrária de um País com objetivo de realizar uma distribuição mais igualitária da terra e da renda
agrícola. No Brasil, a questão da terra é hoje um grave problema social por causa da grande desigualdade na distribuição da
propriedade. Envolvendo promessas do Governo, acusações entre os fazendeiros e trabalhadores sem-terra e muita
violência, o problema tem suas origens na época colonial.
Das sesmarias à Lei de Terras – durante a colonização, Portugal aplica no Brasil a legislação e a política agrária praticadas
na metrópole desde o século XIV. Baseia-se na doação de terras de domínio público – terras devolutas – a particulares no
regime de sesmaria, ou seja, na condição de cultivá-las dentro de certo prazo. O objetivo é tanto o aumento da produção
agrícola quanto a ocupação territorial. No Brasil, a concessão da sesmarias é atribuída aos donatários e governantes das
capitanias e depois também às câmaras municipais. Enquanto na metrópole as concessões eram pequenas, na colônia, em
razão das grandes dimensões de território e do não-reconhecimento dos direitos dos índios sobre suas terras, as sesmarias
viram imensos latifúndios.
O governo português tenta controlar esse crescimento excessivo das propriedades, quase nunca acompanhado por igual
crescimento da produção. Em 1695 limita-se o tamanho das sesmarias ao máximo de 4 léguas de comprimento por 1 légua
largura (cerca de 24 Km², ou 2.400 há). Na prática isso não funciona, porque muitas terras são ocupadas em regime de
posse (direito de propriedade decorrente da exploração efetiva e duradoura de terras não ocupadas e raramente legalizadas.
Além disso, na agricultura extensiva da colônia, a produção se realiza pela ocupação contínua de novas áreas, fazendo com
que as propriedades rurais cresçam sempre mais em tamanho do que em produtividade. Em 1822, às vésperas da
independência, o regente Dom Pedro extingue o regime das sesmarias.
No Império, as principais medidas de regulamentação de acesso e posse legal da terra são tomadas na Lei de Terras, de 18
de Setembro de 1850. Ela estabelece que as terras devolutas só podem ser legalmente adquiridas por compra em leilões
públicos e que as terras ou posseiros somente devem ser legalizadas na parte efetivamente ocupada e explorada para o
sustento da família proprietária. O objetivo é ordenar a propriedade agrária e criar um mercado de terras, pois, com o fim
do tráfico de escravos, elas se tornariam o capital que iria substituir o investimento feito em mão-de-obra.
Terras na República – Essa lei não impede o crescimento da concentração agrária. A ocupação de novas terras continua a
acontecer de forma irregular, e, às vezes, violenta pelos grandes proprietários para quem a terra agora, além de símbolo de
prestígio e poder, é uma reserva de valor. Já os pequenos proprietários, em geral posseiros, encontram dificuldade para
legalizar a posse e não tem meios de disputar o mercado de terras – nas áreas de expansão agrícola, porque a terra é
valorizada, e nas áreas pioneiras, porque a terra é dominada pelos “coronéis” latifundiários ou seus prepostos.
Com a República, essa situação não muda. Na República Velha, os estados passam a administrar as terras públicas,
facilitando sua apropriação pelas oligarquias e coronéis. Em 1920, 4,5% dos proprietários possuem a metade das
propriedades rurais do país. Esse processo gera a redução das áreas de produção de subsistência, fazendo a nação importar
alimentos e a expansão descontrolada das áreas agroexportadoras, levando às crises de superprodução, como a do café
entre os anos 20 e 30. Após a Revolução de 1930 é criado o Ministérios da Agricultura, mas durante toda a era Vargas os
problemas agrários ficam em segundo plano, inclusive no Estado Novo, quando é instituída a legislação trabalhista para os
trabalhadores urbanos.
A reforma agrária – A partir das décadas de 40 e 50, o tema reforma agrária ganha destaque, a crescente modernização da
agricultura e da industrialização do país intensificam o êxodo rural, as migrações regionais e a concentração fundiária. Por
outro lado a organização dos trabalhadores rurais em sindicatos e federações faz crescer os movimentos reivindicatórios
no campo, como as Ligas Camponesas. Para o estado, a questão da terra vira um desafio político e para os partidos, uma
bandeira ideológica.
Nos anos 60, o governo de João Goulart anuncia o lançamento das “reformas de base”, começando pela reforma agrária.
Logo após a implantação do Regime Militar de 1964 é criado o Estatuto da Terra (1964) e, em 1970, o Instituto Nacional
de Reforma Agrária (INCRA), para tratar da questão agrária. Os resultados práticos são pequenos. Com a política de
incentivos fiscais dos anos 70 para os grandes empreendimentos agropecuários e extrativistas, a concentração aumenta
mais, sobretudo nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, enquanto os projetos do INCRA, como as agrovilas da
Amazônia, não se viabilizam.
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Na década de 80, os problemas da terra se agravam. A concentração fundiária continua grande: enquanto 4,5 milhões de
pequenas propriedades de até 100 ha têm apenas 20% de toda a área e empregam 78% da força de trabalho rural, 50 mil
grandes propriedades com mais de 1.000 ha ocupam 45% da área e absorvem 4% da mão-de-obra. Com o fim do “milagre
econômico” e a recessão há um grande aumento do desemprego e do êxodo rural. Com isso cresce o número de conflitos
violentos no campo: são 4,2 mil entre 1987 e 1994, deixando centenas de vítimas.
O governo tem usado a política dos assentamentos em terras públicas e áreas consideradas improdutivas e desapropriadas
para fins de reforma agrária. Nos últimos 12 anos são assentadas pouco mais de 300 mil famílias, menos de 7% do que
seria necessário segundo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terras (MST), que hoje lidera a mobilização social
no campo . Para o MST há 4,5 milhões de famílias no Brasil para assentar. Os proprietários reagem contra as pressões e as
invasões de terra do MST, também organizadas em entidades, como a União Democrática Ruralista (UDR).
Hoje se discute a eficiência da reforma agrária como solução econômica (aumento da produção) e social (aumento do
emprego e maior equilíbrio entre a cidade e o campo). Para uns, a produção nas pequenas propriedades já não é mais
competitiva, sobretudo na era da globalização econômica, e por isso não deveria ser estimulada. Para outros, ao contrário,
as pequenas propriedades continuarão a ser responsáveis pelo maior número de empregos no campo e pela maior
produção de alimentos de consumo interno.
1985 foi um ano de preocupações organizadas de terras por trabalhadores rurais sem terra. Firmou-se, especialmente no
sul do país, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.
Sua origem localizou-se no agravamento das condições de vida e trabalho dos trabalhadores no campo e no desemprego
crescente no campo e nas cidades. A não realização da reforma agrária prometida em 1964 no Estatuto da Terra e a
colonização oficial, atraindo e depois abandonando os colonos nas áreas pioneiras, sem condições de vida e de
escoamento de produção, fizeram crescer a decisão: nós precisamos conquistar a terra em nossa região.
Esta decisão teve no Movimento dos Sem Terra o principal instrumento de organização. E o resultado foi que no final do
ano havia 42 acampamentos com 11.655 famílias – perto de 60.000 pessoas – espalhadas em 11 estados de Norte a Sul do
país. Praticamente todos esses acampamentos foram antecidos por ocupações de terra.
Pode-se dizer que todos os “projetos de assentamento” realizados recentemente foram conquistas dos trabalhadores. Os
governantes atenderam à reivindicação teimosa do povo.
Durante o tempo em que o governo apresentou a proposta e elaborou o seu PNRA, o movimento usou uma tática de
aumentar a organização e pressionar o governo para que a reforma agrária atendesse às aspirações dos Sem Terra. A
decretação do PNRA, além de decepção, levou o movimento a executar mais ações de conquistar a terra.
Em outras palavras: os Sem Terra se deram conta que do governo não vem reforma agrária, pois ele apoia os
proprietários. Por isso, cresce a decisão e a prática de organização do Movimento dos Sem Terra, como instrumento da
reforma agrária feita pelos trabalhadores.
Isso reforça e aumenta a luta popular pela terra. Somam-se aos milhares (ou milhão) de posseiros que, em outros
momentos e em outras condições, ocuparam terra “livres” e agora travam lutas sangrentas para ver seus direitos
reconhecidos. Além disso, a ação do Movimento dos Sem Terra dá outro peso e abre novas perspectivas para a luta
organizada dos assalariados do campo.
1.19 - AMAZÔNIA
Amazônia, ampla região natural que se estende entre o maciço das Guianas e o Planalto Brasileiro, e desde o Atlântico até
os Andes, na América do Sul, com uma superfície de 7 milhões km2 compartilhada pelo Brasil (em sua maior parte),
Guiana Francesa, Suriname, Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia.
Tudo na Amazônia é superlativo: a maior floresta tropical úmida do mundo se encontra em torno da mais extensa rede
fluvial do planeta, que por sua vez movimenta o maior volume de água doce disponível na Terra. Ao desembocar no
Atlântico, o rio Amazonas tem um caudal de 100 mil m3 por segundo, causador do fenômeno conhecido como pororoca,
e a evaporação de parte desse líquido é responsável pelas abundantes chuvas (em torno de 2.500 mm ao ano) que
garantem a sobrevivência da vegetação (ver "Ciclo da água", em Água).
Em linhas gerais, a região amazônica corresponde à bacia do Amazonas e seus mais de mil afluentes; mas a parte sul dessa
rede fluvial está numa outra região natural, a do cerrado do centro do Brasil (ver Campos abertos), enquanto a maior parte
da bacia do Orinoco e dos rios das Guianas tem características amazônicas. A inclusão da extensa região dos cerrados do
centro do Brasil na área amazônica é produto do conceito de Amazônia Legal, estabelecido pelo governo brasileiro em
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1966, que considera parte dos estados do Maranhão e Mato Grosso, bem como a totalidade do estado de Tocantins, como
integrantes daquela região, com a finalidade de que também se beneficiassem dos incentivos fiscais criados para os estados
realmente amazônicos.
Sua conformação física corresponde à sua origem sedimentar, alimentada pela erosão dos últimos contrafortes andinos e
dos dois antigos escudos pré-cambrianos (o maciço das Guianas e o Planalto Central do Brasil) que a definem, ao norte e
ao sul. O resultado foi uma amplíssima depressão com um ligeiro caimento para o leste, que explica as numerosas curvas
dos rios amazônicos e o caráter inundável da maior parte do território.
Se vista de um avião a Amazônia parece um imenso tapete verde bastante homogêneo; por baixo das copas das árvores se
distingue uma diversidade que é condicionada pela relação entre o terreno, a vegetação e as águas, além de evidenciar a
existência de vários "andares" de vegetação, cada um com características próprias bem marcadas.
A chamada várzea alta ou pestana é substituída pelas terras que só são inundadas nas enchentes excepcionais e, por contar
com os solos de melhor qualidade, é a parte mais habitada da floresta.
As várzeas são aquelas áreas que permanecem inundadas durante quatro ou cinco meses por ano, na estação das chuvas, o
que limita considera-velmente sua utilização econômica, enquanto os igapós, ou floresta inundada, correspondem às áreas
que, mesmo ocupadas por vegetação arbórea, permanecem sob as águas a maior parte do ano (nove a dez meses).
Além dessas diferenças, em vários setores aparecem terras altas de pouca fertilidade que são ocupadas por campos abertos
com vegetação de transição, como os lavrados de Roraima e os llanos da Colômbia e a Venezuela, verdadeiras ilhas de
pradaria em meio à exuberância vegetal da floresta.
Essas características, que por um lado alimentam a enorme biodiversidade da região, que conta com mais de 60 mil
espécies só de árvores, por outro lado determinam a considerável fragilidade dos ecossistemas amazônicos. As árvores
gigantescas (algumas ultrapassam os 100 m de altura) vivem muito mais do húmus produzido pela vegetação em
decomposição do que dos nutrientes dos solos pobres, que seriam rapidamente degradados se privados de sua cobertura
vegetal.
A ocupação humana, que se intensificou na segunda metade do século XIX durante o chamado "ciclo da borracha", não
ameaçava diretamente aquele equilíbrio uma vez que não precisava retirar as árvores; a economia coletora dos seringueiros,
assim como a extração das chamadas "drogas do sertão", destinadas à produção de medicamentos, harmonizava-se com o
equilíbrio ecológico.
Essa economia combinava com uma reduzida criação de gado nas áreas abertas e a existência de pouquíssimos centros
urbanos de certa importância, como Iquitos, Leticia, Manaus, Óbidos, Santarém e Belém do Pará.
No entanto, especialmente nas últimas duas décadas, a ocupação do território adquiriu novas características que
claramente entram em conflito com a preservação do meio ambiente.
A criação da Zona Franca de Manaus teve como resultado um crescimento demográfico sem prece-dentes na região, e
esse impacto foi complementado com a atividade de garimpeiros e empresas mineradoras no amplo arco que acompanha a
vertente sul do maciço das Guianas e nas bacias dos afluentes da margem direita do Amazonas. O garimpo, em particular,
teve consequências graves do ponto de vista ambiental, devido à contaminação por mercúrio dos rios amazônicos.
A isso se somou o avanço da pecuária, trazendo consigo as grandes queimadas destinadas a eliminar a vegetação arbórea
para abrir espaço às pastagens, e mais recentemente à atividade das madeireiras, que exploram as madeiras nobres
requeridas pelos mercados consumidores dos países ricos.
A proliferação de centros urbanos, cada vez mais numerosos, cria novas necessidades de terras agrícolas próximas, e o
resultado global dessa situação é que dez por cento da área total amazônica já foi desmatada.
Os riscos dessa ocupação desorganizada foram postos em evidência em março de 1998, quando as queimadas feitas pelos
agricultores no estado de Roraima saíram do controle humano, com a ajuda da seca que afetava a região desde novembro,
e provocaram o mais grave incêndio registrado em terras amazônicas. Segundo o governador de Roraima, foram
seriamente afetados 40 mil km2 de campos abertos e 10 mil km2 de florestas, enquanto técnicos do grupo ecológico
Amigos da Terra calcularam que a quantidade de carbono liberada na atmosfera pelo incêndio foi equivalente à poluição
produzida por todas as indústrias de São Paulo em dez anos.
Amazônia, Parque nacional, situado no estado do Pará, no norte do Brasil e fundado em 1974, após o primeiro estudo
completo da região amazônica. Possui 12.500 km2 de densa selva úmida tropical junto à margem ocidental do rio Tapajós.
A vegeta-ção é muito variada, formada por palmeiras, seringueiras, mangues, samambaias, orquídeas e epífitas. Quanto à
fauna, destacam-se os cervos, antas, os tamanduás, tatus, capivaras, botos (cetáceos de água doce), várias espécies de
macacos, tucanos, araras e colibris. Atualmente, existe uma controvérsia no que se refere ao equilíbrio entre a conservação
da região e a exploração de seus recursos.
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GEOGRAFIA
Amazonas (rio), corre pelo norte da América do Sul, em sua maior parte em território do Brasil; é o mais longo rio do
mundo, uma vez que nasce no nevado Mismi, na cordilheira de Chila, nos Andes do sul do Peru, o que lhe dá uma
extensão de quase 7.100 km. Esse número ainda não é preciso, pois os geógrafos não chegaram a uma conclusão a
respeito de qual de dois cursos de água, ambos nascidos no mesmo Nevado, é o verdadeiro ponto de partida.
A real extensão do Amazonas foi estabelecida pela primeira vez pelo Instituto Geográfico Nacional do Peru, no início da
década de 1980. Em 1994, uma expedição organizada pelos brasileiros Paula Saldanha e Roberto Werneck seguiu o curso
do rio desde sua foz, no Atlântico, até sua nascente nos Andes, comprovando os dados dos geógrafos perua-nos; e desde
1995 o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Brasil tem analisado fotos de satélite da região, chegando à
mesma conclusão.
Uma expedição organizada em 1986 pela National Geographic Society, dos Estados Unidos, tomando como nascente o
curso de água que se origina no monte Huagra, já tinha calculado a extensão do Amazonas em 7.025 km, o que seria
suficiente para reconhecé-lo como mais comprido que o Nilo e o Mississippi-Missouri.
O rio nasce com o nome de Apurimac a 5.500 m de altura, no departamento peruano de Arequipa, descendo as encostas
da montanha até unir-se ao Urubamba, na divisa dos departamentos de Junín e Ucayali, para formar o rio desse nome; já
na região das florestas equatoriais, o Ucayali se une ao rio Marañón (perto da cidade de Nauta, no departamento de
Loreto) e forma o Amazonas peruano.
Ao entrar em território brasileiro o Amazonas é chamado de Solimões até 30 km a leste de Manaus, onde recebe as águas
do rio Negro e recupera seu nome principal. Nos 1.900 km desde sua nascente até a planície na selva peruana, o rio realiza
uma descida de 5.440 m; nos 5.200 km restantes, até o Atlântico, o desnível é de apenas 60 metros.
Os 3.700 km desde a foz até Iquitos, na Amazônia peruana, são navegáveis para navios de grande calado. Se considerados
seus principais afluentes e os trechos navegáveis por embarcações menores, a bacia amazônica representa uma rede de
25.000 km de vias fluviais.
Em seu percurso, o Amazonas recebe quase 7.000 afluentes, que em conjunto ocupam uma área de quase 4 milhões de
quilômetros quadrados. Os sedimentos arrastados pelas águas totalizam 800 milhões de toneladas por ano, e esses
fragmentos de montanhas andinas são carregados pela correnteza até 200 km dentro do Atlântico, indo depositar-se na
costa da Guiana Francesa, frente a Caiena.
A variação média da altura das águas é de 10 m, entre a estação seca e a chuvosa, mas diante de Manaus essa diferença
pode ser de 16 m, fazendo com que a distância entre as margens aumente de 13 para 50 km. Na altura de Óbidos o
Amazonas apresenta sua menor largura, com 1.800 m, mas ali também se registra a maior profundidade (50 m); sua vazão
nesse ponto é de 200 mil metros cúbicos por segundo. Zona Franca de Manaus, criada em 1967, na capital do estado do
Amazonas. Foi planejada para incentivar um polo industrial visando desenvolver a Amazônia Ocidental, já que a
Amazônia Oriental contava com Belém, capital do estado do Pará, metrópole com ligações rodoviárias permanentes com
o restante do Brasil, bem próxima do litoral e com um processo de industrialização regional já mais adiantado. Em função
do difícil acesso a Manaus por terra e mesmo por ligações hidroviárias, tanto usando o rio Amazonas a partir de Belém
(Pará), quanto o rio Madeira a partir de Porto Velho (Rondônia), foi idealizado um processo de industrialização baseado
em produtos leves e de alta tecnologia, como no caso do gênero eletroeletrônico, que poderiam apoiar-se no transporte
aéreo para a movimentação tanto das matérias primas quanto dos produtos acabados.
A década de 70 foi crucial para o crescimento desse pólo industrial, pois toda uma gama de incentivos, legais e tributários,
foi desenvolvida objetivando atrair empresas nacionais e estrangeiras para a zona franca. Os resultados já na década de 80
puderam ser observados com a brutal ampliação do setor eletrônico e a implantação de novos gêneros como o de material
de transporte (construção naval e montagem de bicicletas e motocicletas), fabricação de relógios, brinquedos e outros.
Como resultado desse processo, sua população no período 1960-1996 apresentou um crescimento notável, passando de
152.432 habitantes em 1960, para 283.685 em 1970, atingindo 611.763 em 1980 e alcançando a marca de 1.108.162
habitantes em 1996. A ampliação das atividades industriais obrigou à retomada do tradicional meio de transporte da re-
gião, o fluvial, culminando com a consolidação da mais importante hidrovia do país em movimento de carga, o trecho do
rio Madeira entre Porto Velho e Manaus, na confluência do Amazonas com o rio Negro.
Amazonas (estado, Brasil), situado na região Norte do Brasil, tem como principal característica seu grande tamanho
associado às dificuldades de acesso. Uma área de 1.549.586 km2, que corresponde a 40,7% do espaço da região Norte e a
18,4% do território brasileiro, qualifica esse estado como o maior em extensão territorial. Limita-se ao norte com o estado
de Roraima e as repúblicas da Venezuela e da Colômbia; a oeste, com a Colômbia e o Peru; ao sul com o estado do Acre,
um pequeno pedaço da Bolívia e os estados de Rondônia e Mato Grosso; e a leste com o Pará.
O número reduzido de municípios (62 em 1991), quando comparado ao seu tamanho, implica o reconhecimento de que a
maioria deles possui grandes extensões territoriais. Quase 40% dos municípios apresentam áreas superiores a 20.000 km2.
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GEOGRAFIA
Essas grandes extensões contrastam com a baixa densidade demográfica, de 1,36 hab/km2, irregularmente distribuída ao
longo dos dez grandes vales fluviais que cortam o estado (Amazonas/ Solimões, Uatumã, Madeira, Negro, Purus, Japurá,
Juruá, Jutaí, Içá e Javari).
A exceção mais evidente fica por conta da cidade de Manaus, que experimentou um forte incremento populacional entre
1980 e 1991, partindo de 618.435 habitantes em 1980, para 1.005.634 em 1991, o que representa 67% da população urbana
do estado.
RELEVO E CLIMA
Quanto aos aspectos geomorfológicos, o estado do Amazonas situa-se em sua maior parte na Depressão da Amazônia
Central, área plana, de relevo caracterizado por vales fluviais, originando as formas de amplos topos tabulares. Ao longo
dos principais cursos fluviais forma-se outra unidade de relevo denominada planície interiorana, conhecida popularmente
como várzea, sendo justamente nessas áreas onde se concentra a maior parcela da população e das atividades produtivas
do estado.
A cobertura vegetal que domina a maior parte do território amazonense é a floresta ombrófila (densa e aberta) que se
caracteriza por árvores de grande porte, de folhagens sempre verdes e com alto coeficiente de transpiração, reflexo de um
clima equatorial quente e superúmido (temperaturas médias anuais acima de 25 C e precipitação pluvial variando entre
2.000 mm e 3.000 mm de altura média anual).
É nesse amplo domínio vegetal que se apoia uma das três mais importantes atividades econômicas do estado: a extração de
madeira e subprodutos da floresta (raízes, folhas, resinas e cascas). As duas outras (a indústria de bens de consumo durável
e a extração de minerais) concentram-se em localizações pontuais, quando analisadas na escala em que se situa a extensão
territorial do estado do Amazonas.
ECONOMIA E COMUNICAÇÕES
A produção de bens duráveis está vinculada a um enclave da indústria de transformação (montagem de produtos
eletroeletrônicos e de um segmento dos produtos de transporte – as motocicletas) e situa-se na cidade de Manaus (ver
Zona Franca de Manaus), o que explica o forte incremento populacional, na última década. A extração de minerais apoia-
se na estrutura geológica, operando em dois campos distintos: a prospecção de petróleo, na bacia do Solimões (rio Urucu),
no município de Coari, e a mineração de cassiterita no alto curso do rio Pitinga, no município de Presidente Figueiredo, e
na mina Igarapé Preto, no município de Novo Aripuanã.
Como já se viu anteriormente, o problema do difícil acesso ao interior do estado do Amazonas é o principal entrave ao
desenvolvimento de suas estruturas produtivas. As longas distâncias, pelas rodovias BR-364 e BR-319, entre essa unidade
da Federação e os grandes centros urbanos e áreas de produção do Sudeste e Centro-Oeste, dificultam a circulação de
mercadorias e de pessoas. O sistema de navegação fluvial ainda é precário e só nos últimos anos apresentou tendência à
melhora, com a ampliação da hidrovia do rio Madeira, que liga Porto Velho, capital do estado de Rondônia e ponto de
transbordo para a rodovia BR-364, com as cidades do vale do rio Amazonas, através de um sistema de barcaças.
O outro sistema que consegue superar essa dificuldade é o aeroviário, cuja base principal é o aeroporto internacional
Eduardo Gomes, em Manaus, que se tornou um dos principais terminais de carga aérea do Brasil, em virtude das ligações
materiais entre as empresas da Zona Franca de Manaus e os três grandes centros do Sudeste: São Paulo, Campinas e Rio
de Janeiro. Entretanto, esse tipo de transporte é reconhecidamente caro e somente cargas de pequeno peso/alto valor
e/ou subsidiadas podem suportar os custos inerentes a esse sistema, caso dos produtos operados pelas indústrias da
capital amazonense.
Em termos demográficos, o estado do Amazonas apresentou em 1991 uma população de 2.102.901 habitantes, dividida
em 1.501.807 em áreas urbanas e 601.094 em áreas rurais.
Manaus, cidade do norte do Brasil, capital do estado do Amazonas, que constitui um porto às margens do rio Negro,
próximo de sua confluência com o rio Solimões para formar o Amazonas.
A cidade, na qual podem atracar transatlânticos, é um dos principais portos em processo de desenvolvimento da bacia
amazônica, e estende sua influência aos vizinhos estados de Roraima, Acre e o norte de Rondônia, que escoam por ali seus
produtos.
Fundada em 1669 e transformada em capital da província do Amazonas em 1852, Manaus experimentou a partir de 1890
seu período áureo, com a riqueza produzida pelo boom da borracha. Os donos de seringais enriqueceram além do
previsível, e essa riqueza se evidenciou na construção de residências suntuosas, do esplêndido Teatro Amazonas, onde
faziam temporada as melhores companhias de ópera europeias, e na modernização da cidade, que rapidamente adquiriu
serviços modernos e belos edifícios públicos. Entre as exportações da cidade se destacavam a borracha, as castanhas do
Brasil, a madeira e outros produtos da floresta úmida que a rodeia.
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GEOGRAFIA
O fim do ciclo da borracha teve profundo efeito sobre a cidade, que viu decair seu comércio, diminuir a arrecadação e
perder-se a glamurosa vida da belle epoque. Mas a importância do seu papel na região amazônica levou sucessivos
governos a tomar medidas para reverter essa decadência, em um processo que levou à implantação da Zona Franca de
Manaus, motor do desenvolvimento moderno da cidade que entrou num novo período de crescimento.
Paralelamente, se transformou no principal centro de turismo ecológico do país, através dos admiráveis "hotéis de selva"
que reúnem o conforto da civilização com o contato direto com a natureza exuberante dos arredores da cidade.
Entre suas atividades econômicas significativas predominam as refinarias de petróleo, a indústria alimentícia, o turismo e a
fabricação de produtos químicos. População (1994): 1.108.612 habitantes.
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), criado em 1952, realiza pesquisas científicas na Amazônia, a fim de
obter conhecimentos maiores sobre a região e promover a integração entre o homem e a natureza. Elevado à categoria de
centro de excelência para o desenvolvimento de pesquisas na região amazônica, em torno de 1992, o instituto localiza-se
em Manaus, e conta com quatro bases de pesquisa flutuantes, núcleos de pesquisas nos estados do Acre, Roraima e
Rondônia, duas reservas florestais, além de duas estações experimentais.
O Inpa também assume a responsabilidade de formação de profissionais qualificados em ciência e tecnologia, através de
cursos de mestrado e doutorado em áreas afins.
Mineração na Amazônia, conjunto de atividades de retirada de minerais que ocorre principalmente em território brasileiro,
mas que também existem em alguns dos países da Amazônia. Por suas condições de isolamento, derivadas do tipo de
cobertura vegetal, do clima muito quente e úmido e das grandes distâncias envolvidas, as atividades de mineração na área
estão divididas em dois grupos: a mineração de grande porte, fixa em pontos determinados e dotada de uma infra-
estrutura especializada, e o garimpo, geralmente móvel, envolvendo grandes contingentes de pessoas, geralmente a procura
de ouro e pedras preciosas nos rios e barrancos.
As grandes mineradoras possuem planos de preservação da área minerada, através de técnicas de reflorestamento; já os
grupos de garimpo, por sua grande mobilidade e falta de controle de seus componentes, invadem terras indígenas e
parques naturais, muitas vezes causando grande destruição.
Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam), criado em 1990, foi concebido pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da
Presidência da República em conjunto com os Ministérios da Justiça e Aeronáutica, e tem o propósito de zelar e fiscalizar
a Amazônia Legal (que compreende a Região Norte do Brasil, o estado do Mato Grosso e parte do estado do Maranhão).
O Sivam atua como uma poderosa rede de coleta e processamento de informações ao levantar as informações obtidas por
cada órgão governamental que trabalha na Amazônia, e tratar e integrar essas informações numa grande base de dados
para que todos os órgãos compartilhem desse conhecimento.
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GEOGRAFIA
Estados
AL, BA, CE, MA, PB, PI, PE, RN e SE
Características geográficas
Indicadores
A Região Nordeste é uma região do Brasil com 1.558.196 km² de área e 51.609.027 habitantes. A Região Nordeste é
curiosamente um pouco maior que o estado do Amazonas, com 1.558.196 km², contra 1.570.745,680 km² do estado do
Amazonas e é a terceira região em área. A região possui 30.998.109 eleitores (IBGE/2002), o segundo maior colégio
eleitoral do país, perdendo apenas para o Sudeste.
É a região brasileira que possui a maior quantidade de estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí,
Pernambuco (incluindo o Distrito Estadual de Fernando de Noronha), Rio Grande do Norte e Sergipe.
História
O Nordeste foi primordialmente habitado pelos homens da Pré-História, posteriormente pelos índios, que antes da
colonização, realizavam trocas comerciais com europeus, na forma de extração do pau-brasil em troca de outros itens. Mas
foi durante o período de colonização que eles foram sendo incorporados ao domínio europeu ou eliminados, devido as
constantes "batalhas" contra os senhores de engenhos.
A região foi o palco do descobrimento durante o século XVI. Portugueses chegaram em uma expedição no dia 22 de abril
de 1500, liderados por Pedro Álvares Cabral, na atual cidade de Porto Seguro, no estado da Bahia.
Foi no litoral nordestino que se deu início a primeira atividade econômica do país, a extração do pau-brasil. Países como a
França, que não concordavam com o Tratado de Tordesilhas, realizavam constantes ataques ao litoral com o objetivo de
contrabandear madeira para a Europa.
Entre 1630 e 1654, a região foi dominada por neerlandeses e foi uma colônia da República das Sete Províncias Unidas dos
Países Baixos (Holanda contemporânea), sendo chamada de Nova Holanda.
Durante o período colonial, no século XVI, a resistência quilombola se iniciou no Brasil, com a fuga de escravos para o
Quilombo dos Palmares, na região da Serra da Barriga, atual território de Alagoas, nos vários mocambos palmarinos
chegaram a reunir-se mais de 20 mil pessoas. Mas somente em 1694 é que o Macaco, "capital" de Palmares, foi finalmente
tomado e destruído, depois de intensa perseguição, Zumbi dos Palmares foi finalmente capturado e teve sua cabeça
degolada e exposta em praça pública em Recife.
A cidade de Salvador foi a primeira sede do governo-geral no Brasil, pois estava, estrategicamente, localizada em um ponto
médio do litoral. O governo-geral foi uma tentativa de centralização do poder para auxiliar as capitanias, que estavam
passando por um momento de crise. A atividade açucareira é até hoje a principal atividade agrícola da região.
Migração nordestina
Devido à enorme desigualdade de renda, à grande concentração fundiária e ao problema da seca no Sertão Nordestino
(agravado pela chamada "indústria da seca", que beneficia políticos e latifundiários em detrimento das massas), o Nordeste
foi durante muito tempo e especialmente na segunda metade do século XX uma região de forte repulsão populacional.
Devido à grande oferta de empregos em outras regiões do Brasil, principalmente nas décadas de 60, 70 e 80, a migração
nordestina tem sido destaque na dinâmica populacional brasileira, em especial na Sudeste.
Na década de 1990, entretanto, devido às crises econômicas e à saturação dos mercados de várias grandes cidades, a oferta
de empregos diminuiu, a qualidade da educação piorou e a renda continuou mal distribuída, fazendo com que a maioria
dos nordestinos que haviam migrado, fugindo da miséria, e seus descendentes continuassem com estrutura de vida
precária. Por causa da visão espelhada nas décadas anteriores, o falso ideal imaginário que se formou em relação à região
Sudeste é da promessa de uma qualidade de vida melhor, de fácil oportunidade de emprego, salários mais altos, entre
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GEOGRAFIA
outros; iludido por esse sonho, quando um nordestino migra para o Sudeste em busca de uma melhoria na qualidade de
vida, normalmente acaba encontrando o contrário, além de sofrer, não raro, preconceito social no dia-a-dia.
Nos últimos anos, o movimento tradicional de emigração tem reduzido ou até invertido na Região Nordeste. Segundo o
estudo "Nova geoeconomia do emprego no Brasil", da Universidade de Campinas (Unicamp), os estados do Ceará,
Paraíba, Sergipe e Rio Grande do Norte receberam mais migrantes entre 1999 e 2004 do que enviaram para outras regiões.
O estado da Paraíba, segundo a mesma pesquisa, foi o exemplo mais radical da transformação por que tem passado os
padrões migratórios na região: inverteu o padrão migratório do saldo negativo de 61 mil pessoas para o saldo positivo de
45 mil. Em todos os outros Estados que continuam a contar com um saldo migratório negativo, o número de migrantes
diminuiu sensivelmente no mesmo período analisado: no Maranhão, diminuiu de 173 mil para 77 mil; em Pernambuco, de
115 mil para 24 mil; e na Bahia, de 267 mil para 84 mil. Os estudiosos, em geral, concordam que os movimentos
migratórios continuam intensos, sendo que não mais se dirigem quase que exclusivamente à Região Sudeste, mas sim se
concentram em direção às metrópoles nacionais nordestinas, como Fortaleza, Salvador e Recife.
Geografia
1 • Maranhão,
2 • Piauí,
3 • Ceará,
4 • Rio Grande do Norte,
5 • Paraíba,
6 • Pernambuco,
7 • Alagoas,
8 • Sergipe e
9 • Bahia.
A área do Nordeste brasileiro é de aproximadamente 1.558.196 km², equivalente a 18% do território nacional e é a região
que possui a maior costa litorânea. Um fato interessante é que a região possui os estados com a maior e a menor costa
litorânea, respectivamente Bahia, com 932 km de litoral e Piauí, com 60 km de litoral. A região toda possui 3.338 km de
praias.
Está situado entre os paralelos de 01° 02' 30" de latitude norte e 18° 20' 07" de latitude sul e entre os meridianos de 34°
47' 30" e 48° 45' 24" a oeste do meridiano de Greenwich. Limita-se a norte e a leste com o Oceano Atlântico; ao sul com
os estados de Minas Gerais e Espírito Santo e a oeste com os estados do Pará, Tocantins e Goiás
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GEOGRAFIA
Para que se pudesse analisar de forma mais fácil as características da região Nordeste, o IBGE dividiu a região em quatro
zonas:
1. Meio-norte: o meio-norte é uma faixa de transição entre a Amazônia e o sertão, abrange os estados do Maranhão e Piauí,
também é chamada de Mata dos Cocais, devido as palmeiras de babaçu e carnaúba, no litoral chove cerca de 2.000 mm
anuais, indo mais para o leste e/ou para o interior esse número cai para 1.500 mm anuais, já no sul do Piauí, uma região
mais parecida com o sertão só chove 700 mm por ano, em média.
2. Sertão: o sertão fica localizado, geralmente, no interior do Nordeste, possui clima semi-árido, em estados como Ceará e
Rio Grande do Norte chega a alcançar o litoral, descendo mais ao sul, o sertão alcança o norte de Minas Gerais, no
Sudeste. As chuvas são irregulares e escassas, existem constantes períodos de estiagem, a vegetação típica é a caatinga.
3. Agreste Nordestino: o agreste é uma zona de transição entre a Zona da Mata e o Sertão, localizado no alto do Planalto
da Borborema, é um obstáculo natural para a chegada das chuvas ao sertão, se estendendo do sul da Bahia até o Rio
Grande do Norte. O principal acidente geográfico da região é o Planalto da Borborema. Do lado leste do planalto estão as
terras mais úmidas (Zona da Mata); do outro lado, para o interior, o clima vai ficando cada vez mais seco (sertão).
4. Zona da Mata: localizada no leste, entre o Planalto da Borborema e a costa, fica a Zona da Mata, que se estende do Rio
Grande do Norte ao sul da Bahia, as chuvas são abundantes. A zona recebeu este nome por ter sido coberta pela Mata
Atlântica. Os cultivos de cana-de-açúcar e cacau substituíram as áreas de florestas. O povoamento desta região é muito
antigo.
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GEOGRAFIA
Demografia
Cor/Raça (2006)
Parda 62,5% Branca 29,2% Preta 7,8% Indígena e amarela 0,5%
Proporção de população com ascendência africana em cada estado do Brasil (quanto mais escuro, maior a ascendência africana).
Segundo dados do IBGE, a região possui mais de 49 milhões de habitantes, quase 30% da população brasileira, sendo a
segunda região mais populosa do país, atrás apenas da região Sudeste. As maiores cidades são Salvador, Recife e Fortaleza.
É também a terceira região quanto à densidade demográfica, contando com 32 habitantes por quilômetro quadrado.
As maiores cidades nordestinas, em termos populacionais, são: Salvador, Fortaleza, Recife, Teresina, São Luís, Maceió,
Natal, João Pessoa, Jaboatão dos Guararapes, Feira de Santana, Aracaju, Olinda, Campina Grande, Caucaia, Paulista,
Vitória da Conquista, Caruaru e Petrolina. Todos esses municípios possuem mais de 250 mil habitantes, segundo as listas
de municípios de estados do Nordeste por população.
Grupos étnicos
Para a formação do povo nordestino participaram três etnias: o índio, o português e o africano.
A miscigenação étnica e cultural desses três elementos foi o pilar para a composição da população do Nordeste, porém
essa mistura de raças não aconteceu de forma uniforme. Em algumas regiões, como no Ceará, na Paraíba e no Rio Grande
do Norte, predominaram os caboclos, já em outras, como a Bahia, Piauí, Pernambuco Oriental e o Maranhão, os mulatos
predominam. Os cafuzos também são muito comuns no Maranhão.
Em torno de um quarto dos nordestinos tem ancestralidade predominantemente europeia, sobretudo portuguesa.
Pesquisas genéticas recentes feitas por um conceituado laboratório genético brasileiro descobriu que 19% desses
nordestinos brancos têm alguma ancestralidade holandesa. Entre nordestinos de outras raças a influência genética
holandesa não foi avaliada, mas é indiscutivelmente presente.
Distribuição populacional
Assim como acontece em todo o território brasileiro, a população nordestina é mal distribuída, cerca de 60,6% dela fica
concentrada na faixa litorânea (zona da mata) e nas principais capitais.
Já no sertão nordestino e interior, os níveis de densidade populacional são mais baixos, por causa do clima semi-árido e da
vegetação de caatinga. Ainda assim, a densidade demográfica no semi-árido nordestino é uma das mais altas do mundo
para esse tipo de área climática[5]. Em parte, entretanto, pode-se atribuir a relativa superpopulação da região à má infra-
estrutura e pouco desenvolvimento econômico e tecnológico, uma vez que se verificam áreas semi-áridas de grande
desenvolvimento que suportam densidades ainda maiores (vide Israel e certos Estados norte-americanos como o Texas e
parte da Califórnia).
De acordo com os dados do IBGE (2000), a concentração urbana do Nordeste é da ordem de 69,10%. A urbanização do
Nordeste foi mais lenta em relação ao resto do País, mas se acelerou muito nas últimas décadas. No período 1991-1996, a
participação da população rural no total da população teve queda de 45,8% [6].
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GEOGRAFIA
Economia
A renda per capita nordestina evoluiu de US$ 397 em 1960 (41,9% da nacional) para US$ 2.689,96 em 1998 (56% da
nacional). Ainda assim, é a região brasileira com a mais baixa renda per capita e maior nível de pobreza. 50,12% da
população possui uma renda familiar de meio salário mínimo e de acordo com o levantamento da UNICEF divulgado em
1999 as 150 cidades brasileiras com a maior taxa de desnutrição se encontram no Nordeste.
Em 2003 seu PIB era de R$214 bilhões ou 13,8% do PIB brasileiro, superando o de países como Chile, Cingapura,
Venezuela, Colômbia e Peru. Apesar disso, há grandes desigualdades sócio-econômicas na região.
Agricultura
A cana-de-açúcar é o principal produto agrícola da região, produzido principalmente por Alagoas, seguido por
Pernambuco e Paraíba, também é importante destacar os plantios de algodão (Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte),
tabaco (Bahia) e caju (Piauí, Paraíba e Ceará), uvas finas, manga, melão, acerola, e outros frutos para consumo interno
e exportação. Também destacamos a produção de feijão em Irecê e de soja em Barreiras, Bahia. Nos vales do Rio São
Francisco (Bahia e Pernambuco) e do Açú (Rio Grande do Norte) existe o cultivo irrigado de frutas para exportação. No
sertão predomina a agricultura de subsistência, prejudicada às vezes pelas constantes estiagens.
Pecuária
Na região se cria principalmente gado, os maiores rebanhos bovinos estão na Bahia, Piaui, Pernambuco e Ceará, no sertão
os produtores têm sempre prejuízos devido as constantes secas. Também existem criações de caprinos, que são mais
resistentes, suínos, ovinos e aves.
As feiras de gado são comuns nas cidades do agreste nordestino, foram estas feiras que deram origem a cidades como
Campina Grande, Feira de Santana, etc.
Indústria
É mais forte e diversificada em regiões metropolitanas como a do Recife, a de Salvador e a de Fortaleza. Excetuando as
capitais, tem-se a região de Campina Grande no estado da Paraíba.
Destaca-se a produção de aços especiais, produtos eletrônicos, equipamentos para irrigação, barcos, chips, softwares,
baterias e produtos petro-químicos, além de marcas de etiquetas famosas, calçados de couro e de lona, tecidos de todos os
tipos e sal marinho e indústria automobilística. O pólo gesseiro de Araripina, em
Pernambuco, é o mais importante do país, responsável por 95% do gesso consumido no Brasil. [7].
Indústria petrolífera
Por ter sido palco da descoberta da primeira jazida de petróleo (em Lobato, Salvador), a região nordeste tem uma
produção histórica de petróleo. O petróleo é explorado no litoral e na plataforma continental de vários estados da região e
processado na Refinaria Landulfo Alves, em São Francisco do Conde, e no Pólo Petroquímico de Camaçari, ambos no
estado da Bahia. Recentemente foi lançada a pedra fundamental da Refinaria Abreu e Lima em Pernambuco.
Os principais produtores nordestino de Petróleo são o Rio Grande do Norte (que em 1997 era o 2º maior produtor
petrolífero do país), a Bahia e Sergipe, as principais bacias estão no mar.
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GEOGRAFIA
Problemas sociais
O Nordeste é a região mais pobre do Brasil, com os piores indicadores socioeconômicos do país como o IDH,
principalmente nas áreas rurais, que sofrem nos longos períodos sem chuva. Ironicamente, durante o Brasil Colônia,
quando a produção de açúcar era mais elevada, continha a região mais próspera do Brasil - a capitania de Pernambuco
(juntamente com a capitania de São Vicente, foram as únicas capitanias de sucesso logo no início da exploração). Desde o
fim da rentabilidade da exploração do açúcar na Zona da Mata (faixa outrora de mata atlântica, paralela ao litoral
nordestino), a região entrou em decadência. Em meados do século XX passou a se recuperar num ritmo mais rápido que o
Brasil, rapidamente ganhando posições em indicadores como IDH e PIB per capita. Apesar de estar avançando socioecono-
micamente mais rápido que o restante do país, ainda mantém o título de mais pobre e desigual do Brasil.
Atualmente a região ainda sofre com o trabalho infantil, principalmente no interior, e com a prostituição infantil nos
núcleos urbanos. Assim como em boa parte do país, os problemas sociais na região Nordeste são piores nos pequenos
municípios de maioria de população rural, diminuindo nas grandes cidades litorâneas.
Divisões administrativas
- Número de países 12
- Número de territórios 3
Área
- Total 17.850.568 km²
- Maior país Brasil
- Menor país Guiana Francesa
Extremos de elevação
- Ponto mais alto Aconcágua, 6.962 m
- Ponto mais baixo Laguna del Carbón, 105 m abaixo do nível do mar
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GEOGRAFIA
Pontos extremos
- Ponto mais setentrional Punta Gallinas, Colômbia
- Ponto mais meridional Cabo Horn, Chile
- Ponto mais oriental Ponta do Seixas, Brasil
- Ponto mais ocidental Punta Pariñas, Peru
Maior ilha Terra do Fogo
Economia
- País mais rico Brasil (US$ 1.067.706)
- País mais pobre Guiana (US$ 870)
A América do Sul é um continente que compreende a porção meridional da América. Sua extensão é de 17.819.100 km²,
abrangendo 12% da superfície terrestre, porém só tem 6% da população mundial. Une-se à América Central, ao norte,
pelo istmo/canal do Panamá. Tem uma extensão de 7.400 km desde o mar do Caribe até o cabo Horn, ponto extremo sul
do continente. Os outros pontos extremos da América do Sul são: ao norte a Punta Gallinas, na Colômbia, ao leste a
Ponta do Seixas, no Brasil, e a oeste a Punta Pariñas, no Peru. Seus limites naturais são: ao norte com o mar do Caribe; a
leste, nordeste e sudeste com o oceano Atlântico; e a oeste com o oceano Pacífico.
Originalmente foi povoado por ameríndios e alguns povos de culturas sofisticadas, principalmente os incas. A maior parte
da América do Sul foi colonizada pela Espanha e Portugal. A reivindicação espanhola se baseava nas descobertas de
Cristóvão Colombo; em sua terceira viagem (1498) ele navegou ao longo da costa venezuelana e aportou em Trinidad. Em
1500, o explorador português Pedro Álvares Cabral desembarcou no atual estado da Bahia e se apossou desse território
em nome de Portugal. O Brasil português e o vice-reinado espanhol do Peru constituíam as duas principais jurisdições
administrativas da América do Sul nos séculos XVI e XVII. No século XVIII subdividiu o Peru, acrescentando dois vice-
reinados, Nova Granada (1717) e Rio da Prata (1776). No século XVII, Inglaterra, França e Holanda também
estabeleceram colônias na costa nordeste do continente. O povoamento inicial foi pelo litoral, e até hoje os centros
urbanos estão concentrados próximo à costa e não no interior do continente.
Em 1816 e 1825, a maior parte da América do Sul espanhola se tornou independente, sob a liderança de Simón Bolívar e
José de San Martín, e consequentemente dividiu-se em países: Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Chile,
Argentina, Paraguai e Uruguai. O Brasil se tornou independente de Portugal em 1822. A Guiana Inglesa se tornou Guiana
independente em 1966, Suriname, colônia holandesa, teve sua independência em 1975, mas a Guiana Francesa ainda
continua sob domínio francês. O continente permaneceu politicamente independente na maior parte do século XIX,
principalmente graças à doutrina Monroe, que evitou a expansão europeia. Ao mesmo tempo, recebeu cerca de 15 milhões
de imigrantes provenientes da Europa, e sofreu influências culturais e ideológicas tanto dos Estados Unidos quanto da
Europa. Investimentos econômicos consideráveis foram feitos, principalmente pelo Reino Unido, na produção primária,
como mineração e carne, levando esses mercados à dependência. O continente é predominantemente católico romano;
No século XIX e princípio do século XX a Igreja ocupou posição política e social importante e exerceu força conser-
vadora. Recentemente, suas posições foram contestadas por padres do movimento da Teologia da Libertação, que visavam
o engajamento político da Igreja em prol dos pobres e destituídos. A rápida urbanização superou a oferta de emprego e
moradia. Como esforço para estimular o comércio e produção, formaram-se grupos econômicos como o Mercado
Comum Centro-Americano (MCCA), Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC) (1960), e a Associação
Latino-Americana de Desenvolvimento e Intercâmbio (ALADI) (1981). Projetos de desenvolvimento superdimensionados
e a elevação dos preços do petróleo na década de 1970 sobrecarregaram muitos países sul-americanos com dívidas que
suas economias altamente dependentes dos mercados financeiros mundiais não tiveram condições de honrar. Desde 1º de
janeiro de 1995 vigora o Mercosul (Mercado Comum do Sul), que pretende extinguir gradativamente a fronteira econô-
mica entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
A América do Sul possui vastos recursos naturais e graves problemas econômicos e sociais. Nas décadas de 1960 e 1970, a
maior parte dos países sul-americanos estava submetida a ditaduras militares, geralmente apoiadas pelos Estados Unidos
da América. Turbulências políticas continuam, a despeito da democratização iniciada na década de 1980. Em razão do alto
endividamento externo e interno, vários países sul-americanos aplicam as políticas do Fundo Monetário Internacional
(FMI), que comprimem as contas públicas mas não eliminam as crises.
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GEOGRAFIA
Nos últimos anos, essa parte do continente vive uma chamada "onda de esquerda". Em vários países, presidentes
considerados de esquerda são eleitos, em contraste com a situação vivida em décadas recentes. Essa onda começou com
Hugo Chávez, que ganhou as eleições na Venezuela em 1998. Depois, foi a vez de Luís Inácio Lula da Silva, no Brasil
(2002), Néstor Kirchner, na Argentina (2003), Tabaré Vázquez, no Uruguai (2004), Evo Morales, na Bolívia (2005), e
Michelle Bachelet, no Chile (2006).
Com 17,8 milhões de quilômetros quadrados, a América do Sul une-se à América do Norte pelo istmo da América Central
e separa-se da Antártica pelo estreito de Drake. A porção oeste é ocupada pela cordilheira dos Andes, cujo ponto mais alto
é o monte Aconcágua, com 6.960 metros. As planícies centrais abrigam a bacia hidrográfica do Orinoco, a Amazônica e a
do Prata. Na região norte, onde o clima é equatorial, encontram-se florestas tropicais úmidas. Os rios que descem a
cordilheira dos Andes em direção ao oceano Pacífico são, em geral, curtos, enquanto os que correm em direção ao
Atlântico, extensos, como o Amazonas, Tocantins, São Francisco, Paraná e da Prata.
Nas áreas mais secas do centro localiza-se o cerrado. O sul possui faixas áridas, como o deserto do Atacama, e uma zona
temperada, ocupada por florestas tropicais e pelos pampas argentinos. De acordo com o World Resources Institute, a América
do Sul preserva quase 70% de suas florestas. A maior mata nativa é a da Amazônia, seguida das florestas temperadas do
Chile e da Argentina.
A América do Sul tem 380 milhões de habitantes. Vazios demográficos (como as florestas tropicais, o deserto de Atacama
e as porções geladas da Patagônia) convivem com regiões de alta densidade populacional, como os centros urbanos de São
Paulo, Rio de Janeiro, Buenos Aires, Lima e Santiago. A população é formada principalmente por descendentes de
europeus (em especial espanhóis e portugueses), africanos e indígenas. Há alta porcentagem de mestiços. As principais
línguas são o espanhol e o português.
A indústria está concentrada no beneficiamento de produtos agrícolas e na produção de bens de consumo. No Brasil e na
Argentina encontra-se mais diversificada, abrangendo setores como extração e refino de petróleo, siderurgia, metalurgia,
química e automobilística, entre outras. O Brasil é responsável por cerca de três quintos da produção industrial sul-
americana. A mineração inclui a extração de petróleo (com destaque para a Venezuela), cobre, estanho, manganês, ferro,
zinco, chumbo, alumínio, prata e ouro. A agricultura é intensiva nas áreas tropicais, onde há culturas voltadas para a
exportação (café, cacau, banana, cana-de-açúcar, algodão e cereais). A pecuária é praticada em larga escala no sul e no
centro.
02. (ESA) - O Agreste apresenta um quadro natural 05. (ESA) - Os climas predominantes no Brasil são:
diferenciado. Na maior parte da Bahia e em a) Litorâneo Úmido e Subtropical
Sergipe, a sub-região é constituída por baixos b) Equatorial e Tropical
planaltos. Já entre o Rio Grande do Norte e c) Equatorial e Tropical Semi-Árido
Alagoas, o Agreste é dominado pelo(a): d) Tropical e Subtropical
a) Chapada Diamantina. e) Litorâneo Úmido e Tropical Semi-Árido
b) Chapada do Apodi.
c) Chapada do Araripe. 06. (ESA) - Assinale a alternativa que indica a sub-
d) Serra de Ibiapaba região nordestina onde se localizam importantes
e) Planalto da Borborema. centros urbanos, como Campina Grande e Feira
de Santana, e que é classificada como faixa de
03. (ESA) - Em 2000, o Brasil possuía um grau de transição.
urbanização de 81%. No entanto, este grau se a) Mata dos Cocais.
apresentava de forma desigual entre as regiões b) Sertão.
brasileiras. Pode-se dizer que as regiões que c) Recôncavo Baiano.
tinham, em 2000, níveis de urbanização de, d) Zona da Mata.
e) Agreste.
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GEOGRAFIA
07. (ESA) - O Pró-Álcool foi criado em 1975, no 13. (ESA) - Assinale a alternativa que contém a
governo do Presidente Ernesto Geisel. O segunda região mais industrializada do país e
programa tinha como objetivo: que, historicamente, teve importante participação
a) tornar o álcool uma fonte de energia alternativa do capital local na implantação de novas
b) ampliar a pauta de exportações brasileiras indústrias, inicialmente, voltadas para o mercado
c) diminuir a concentração de terras no Brasil regional.
d) diminuir a dependência brasileira de gás natural a) Norte.
importado b) Nordeste.
e) tornar o álcool a principal fonte de energia do país c) Centro-Oeste.
d) Sudeste.
08. (ESA) - Assinale a opção abaixo que apresenta e) Sul.
um ambiente natural brasileiro que pode ser
definido como faixa de transição. 14. (ESA) - Aos deslocamentos populacionais
a) Mata de Araucária temporários relacionados às estações do ano ou às
b) Caatinga atividades econômicas, aplicamos o conceito de:
c) Floresta amazônica a) Movimento Diurno.
d) Pantanal b) Movimento Noturno.
e) Mares de Morros c) Nomadismo.
d) Transumância.
09. (ESA) - Sendo um dos principais rios que cortam e) Sedentarismo.
o território brasileiro, o rio Paraná é formado por
meio da confluência dos rios: 15. (ESA) - Assinale a alternativa que apresenta uma
a) Tietê e Paraíba do sul região do Brasil que é recoberta por vegetação
b) Tietê e Iguaçu herbácea ou campestre, em área de clima
c) Paranaíba e Grande subtropical, e que tem sofrido grande impacto
d) Parnaíba e Araguaia ambiental, tendo como conseqüência a formação
e) Tietê e Paranapanema de extensos areais. Dentre as causas desse
impacto, podemos citar a pecuária extensiva e a
10. (ESA) - Uma vez que a estrutura geológica agricultura monocultora.
brasileira é muito antiga e que o nosso território a) Sertão Nordestino.
apresenta sua superfície bastante desgastada pela b) Pantanal.
erosão, uma das formas de relevo a seguir não c) Campanha Gaúcha.
existe no Brasil. Assinale-a. d) Cerrado.
a) cadeia montanhosa e) Amazônia.
b) planalto ou chapada
c) planície fluvial 16. (ESA) - As cidades de Brasília – DF e Manaus –
d) planície costeira AM têm, respectivamente, os seguintes climas:
e) depressão relativa a) Tropical e Litorâneo Úmido.
b) Subtropical e Equatorial de Altitude.
11. (ESA) - A opção que indica os dois países c) Tropical e Equatorial.
vizinhos com os quais o Brasil possui as maiores d) Tropical Semi-árido e Tropical Continental.
extensões fronteiriças é: e) Equatorial e Subtropical.
a) Equador e Bolívia.
b) Chile e Equador. 17. (ESA) - Quanto aos trabalhadores do campo, os
c) Bolívia e Peru. posseiros são ocupantes de terras
d) Peru e Chile. a) de outros mediante o pagamento de uma renda em
e) Bolívia e Paraguai. dinheiro.
b) devolutas ou propriedades inexploradas.
12. (ESA) - Os últimos censos demográficos do Brasil c) de outros mediante o pagamento de uma renda em
têm registrado inúmeras mudanças na dinâmica e produto.
no comportamento da população brasileira. d) das quais são proprietários formais.
Todas as afirmações abaixo são exemplos destas e) pertencentes ao Governo Federal e que são exploradas
alterações com exceção da(o): mediante contratos com o Ministério da Agricultura.
a) declínio das taxas de natalidade, fecundidade e
mortalidade geral. 18. (ESA) - Marque a alternativa correspondente ao
b) aumento da população idosa no conjunto da domínio vegetal que cobria vastas extensões dos
população. Planaltos e Serras da Região Sul e trechos da
c) crescimento da população e ameaça de explosão Região Sudeste do Brasil.
demográfica. a) Floresta equatorial.
d) elevação do número de pessoas empregadas no setor b) Mata de Araucária.
terciário. c) Pantanal.
e) aumento da expectativa de vida. d) Cerrado.
e) Caatinga
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GEOGRAFIA
19. (ESA) - Identifique a Região onde está localizado b) entorno de Petrolina-PE e de Juazeiro-BA.
o Cinturão carbonífero do Brasil. c) região do Seridó, no Rio Grande do Norte.
a) Norte. d) Oeste baiano, no sul do Maranhão e do Piauí.
b) Sudeste. e) agreste da Paraíba e de Pernambuco.
c) Sul.
d) Nordeste. 25. (ESA) - No território brasileiro, o clima
e) Centro-Oeste. subtropical é predominante na região
a) Nordeste e trechos de maior altitude da região Norte.
20. (ESA) - Devido à sua grande extensão b) Sudeste, além do extremo norte da Serra da
_____________, o território brasileiro é abrangido Mantiqueira.
por diferentes fusos horários que conferem ao c) Sul, além de todo o extremo norte de Minas Gerais.
País horários _____________ em relação à hora de d) Sul, excluindo toda a parte serrana do Planalto
Greenwich. Assinale a única alternativa que Meridional.
completa de forma correta as lacunas acima. e) Sul, além do extremo sul de São Paulo e Mato Grosso
a) longitudinal – adiantados do Sul.
b) latitudinal – atrasados
c) geográfica – atrasados 26. (ESA) - “Em abril de 2007, durante a Cúpula
d) longitudinal – atrasados Energética Sul Americana, foi criado(a) o(a)
e) latitudinal – adiantados ___________, integrado(a) por vários países da
América do Sul, tendo o Panamá e o México
21. (ESA) - Devido à relativa escassez de chuvas, o como observadores.”
domínio em que quase todas as espécies são
decíduas e apresentam folhas de tamanho (TERRA, Lygia; ARAUJO, Regina; GUIMARÃES, Raul Borges.
reduzido, e os solos são pouco profundos em Conexões: estudos de geografia do Brasil).
virtude do baixo nível de decomposição química
das rochas é o do (a): O texto refere-se ao(à)
a) Caatinga a) Mercosul.
b) Cerrado b) Banco da América do Sul.
c) Amazônia c) Unasul.
d) Araucária d) Conesul.
e) Pradaria e) Alca.
22. (ESA) - O período de maior crescimento 27. (ESA) - A população brasileira sempre teve um
vegetativo da população brasileira ocorreu: histórico de grande mobilidade desde a
a) entre os anos de 1940 e 1970, devido ao rápido colonização. Cerca de um terço da população
declínio das taxas de mortalidade e manutenção, em brasileira não reside onde nasceu. Entre as
patamares elevados, das taxas de natalidade. características da mobilidade da população
b) entre 1972 e 1940, devido à entrada de milhares de nacional na década de 90, está a(o)
imigrantes no país. a) queda do movimento migratório interno em direção
c) entre os anos de 1960 e 1990, devido às mudanças ao Sudeste.
estruturais ocorridas na economia brasileira. b) aumento do crescimento populacional de São Paulo,
d) nos primeiros anos do século XX, em decorrência das principal região atratora.
medidas sanitárias implantadas em todo o território c) redução drástica da corrente migratória em direção à
nacional. Amazônia.
e) entre os anos de 1988 e 2008, em decorrência do d) involução dos municípios de médio e pequeno porte
planejamento familiar sugerido em nossa última que tiveram suas populações atraídas pelas
Constituição Federal. metrópoles.
e) grande onda migratória de sulistas em direção ao
23. (ESA) - A formação vegetal na qual predominam Nordeste.
espécies de palmeiras como a carnaúba, o babaçu
e o buriti, e que é considerada uma zona de 28. (ESA) - Assinale a alternativa que apresenta os
transição entre os domínios da Amazônia e o da estados brasileiros que compõem a Amazônia
Caatinga é a(o) Ocidental.
a) Mata dos Cocais. a) Mato Grosso do Sul, Acre e Pará.
b) Pantanal. b) Maranhão, Amazonas e Tocantins.
c) Manguezal. c) Amazonas, Roraima e Piauí.
d) Restinga. d) Acre, Rondônia e Mato Grosso.
e) Pradaria. e) Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima.
24. (ESA) - No Nordeste do Brasil, os pólos 29. (ESA) - O Aquífero Guarani constitui-se num
produtores de grãos, entre eles a soja, associados grande reservatório subterrâneo de água doce e
aos fluxos migratórios de agricultores do Sul do distribui-se por oito estados brasileiros. Dentre
País, estão concentrados no(a) eles encontra-se o estado do(a)
a) Zona da Mata Pernambucana. a) do Rio de Janeiro.
b) da Bahia.
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GEOGRAFIA
41. (ESA) - As cactáceas, tais como o xique-xique e o a) carvão vegetal, lenha e petróleo.
mandacaru , são espécies de vegetação brasileira b) eólica, solar e biomassa.
que apresentam folhas de tamanho reduzido para c) hidráulica, solar e lenha.
minimizar a perda de água pela transpiração. Tais d) biomassa, gás natural e petróleo.
espécies podem ser encontradas na/no (s) e) os principais combustíveis fósseis – petróleo e carvão
a) Mata Atlântica. mineral.
b) Manguezais.
c) Mata dos Cocais. 47. (ESA) - No romance “O Tempo e o Vento”, o
d) Araucária. escritor Érico Veríssimo descreve a história do
e) Caatinga. Rio Grande do Sul e suas paisagens, que marcam
a formação territorial da região. Identifique e
42. (ESA) - A carnaúba é uma árvore (palmeira) marque o clima predominante desse estado
esguia, que se apresenta em formações espaçadas brasileiro:
e atinge até 20 metros de altura. Indique a a) Equatorial.
alternativa que apresenta três estados brasileiros b) Tropical.
onde esta espécie pode ser encontrada. c) Subtropical.
a) Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte d) Semiárido.
b) Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná e) Temperado.
c) Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina
d) São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro 48. (ESA) - As migrações _________________ são
e) Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo realizadas temporariamente, em uma
determinada época do ano. É o caso de
43. (ESA) - A vegetação brasileira, com espécie de trabalhadores rurais que se deslocam em certas
conífera tipicamente sul-americana, é encontrada épocas do ano (por exemplo na colheita de algum
na(o) produto) e retornam após alguns meses, com o
a) Mata Atlântica. término do trabalho. O termo (deslocamento
b) Manguezais. populacional) que completa corretamente o texto
c) Mata dos Cocais. acima é:
d) Araucária. a) pendulares
e) Cerrado. b) sazonais
c) de êxodo rural
44. (ESA) - O Índice de Desenvolvimento Humano d) intrarregionais
(IDH) é utilizado como referência em estudos e) inter-regionais
comparativos das condições de vida das
populações. Seus três grandes indicadores são: 49. (ESA) - O território brasileiro possui vários tipos
a) Expectativa de vida ao nascer, nível de instrução e de florestas e de vegetação arbustiva e herbácea.
quantidade de trabalhadores abaixo da linha da São exemplos de formações arbustivas:
pobreza. a) Mata dos Cocais e Mata de Araucárias
b) Nível de instrução, PIB per capta e número de b) Mata de Cocais e Caatinga
empregos com carteira assinada. c) Mata Atlântica e Floresta Amazônica
c) Expectativa de vida ao nascer, PIB per capta e a d) Cerrado e Caatinga
quantidade de trabalhadores domésticos. e) Campos e Mata de Araucárias
d) PIB per capta, nível de instrução e taxa de
fecundidade. 50. (ESA) - Segundo a classificação de ROSS,
e) Expectativa de vida ao nascer, nível de instrução e PIB Jurandyr L.S., podemos citar como exemplos de
per capta. Depressão:
a) Depressão Sertaneja e Depressão dos Parecis
45. (ESA) - Sobre a atual dinâmica demográfica b) Depressão da Amazônia Ocidental e Depressão
brasileira, assinale a afirmativa correta: Marginal Sul-Amazônica
a) O Brasil está deixando de ser um país jovem. c) Depressão do Rio Amazonas e Depressão do
b) A participação relativa dos idosos vem declinando Tocantins
desde a década de 1980. d) Depressão do Alto Paraguai e Depressão do Miranda
c) O crescimento vegetativo compreendido entre 1940 e e) Depressão Sertaneja e Depressão da Borborema.
1970, não foi afetado pela redução da mortalidade.
d) A migração é um dos fatores de maior impacto na 51. (ESA) - O setor que possui o maior consumo final
composição atual da estrutura etária do Brasil. de eletricidade no Brasil é:
e) A Taxa de mortalidade infantil equipara-se a dos a) Agropecuário.
padrões do conjunto dos países desenvolvidos. b) Residencial.
c) Comercial.
46. (ESA) - Podemos classificar as fontes de energia d) Industrial.
como tradicionais, modernas e alternativas. Sobre e) Público.
as fontes de energia alternativas ou renováveis,
que causam menos impactos ao meio ambiente,
podemos citar os seguintes exemplos:
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GEOGRAFIA
52. (ESA) - Na faixa leste do Brasil, desde o século b) ocorrer originalmente em terrenos de altitudes médias
XVI, um domínio natural sofreu extensiva a elevadas nos planaltos e serras.
devastação, provocada por extração de pau-brasil, c) sua espécie predominante ser conhecida como
plantio de cana e café, expansão urbana e pinheiro-do-paraná.
implantação de eixos de transporte. Atualmente, d) apresentar folhas aciculifoliadas.
restam apenas 8% deste domínio natural e) ser constituído por vegetação estacional,
denominado: predominantemente arbustiva.
a) Pampas.
b) Mata Atlântica. 58. (ESA) - Analisando a dinâmica relativa aos climas
c) Complexo do Pantanal. que atuam no Brasil, percebe-se que em toda a
d) Cerrado. região Sul ocorre o clima: )
e) Floresta Amazônica a) tropical semiárido.
b) subtropical úmido.
53. (ESA) - Nas últimas décadas o processo de c) litorâneo úmido.
transformação do uso do solo, em função de uma d) equatorial úmido.
expansão rápida e intensiva da agropecuária e) tropical.
provoca inúmeros impactos ambientais no
Cerrado, entre os quais erosões profundas que 59. (ESA) - Os ventos alísios são correntes de ar que
atingem o lençol freático que denominamos sopram constantemente das proximidades dos
a) voçorocas. trópicos para o Equador. Em razão do movimento
b) assoreamentos. da Terra, os ventos, que se deslocam em linha
c) laterização. reta, sofrem um desvio aparente na sua trajetória,
d) lixiviação. chamado:
e) arenização. a) Efeito de Coriolis.
b) Massa de ar.
54. (ESA) - A concessão de áreas florestais para c) El Nino.
exploração econômica por empresas privadas está d) La Nina.
prevista na ( o ): e) Doldrums
a) Lei de Gestão de Florestas Nacionais.
b) Constituição Federal. 60. (ESA) - A sub-região nordestina que se estende
c) Estatuto da Terra. do Rio Grande do Norte até o sul da Bahia,
d) Plano Amazônia Sustentável. localizada entre o litoral úmido e o semiárido é
e) Projeto Calha Norte chamada de:
a) Sertão
55. (ESA) - Um navio estava em Angra dos Reis (44º b) Zona da Mata
O) e saiu para fazer uma viagem em direção à c) Agreste
Fernando de Noronha (30º O), às 6 horas, no d) Meio Norte
período da manhã, e terá uma duração de 8 horas. e) Recôncavo Baiano
Que horas será na ilha de Fernando de Noronha
quando o navio atracar, considerando as
convenções:
a) 15 horas.
b) 12 horas.
c) 13 horas.
d) 14 horas.
e) 8 horas.
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NÚCLEO DAS FORÇAS ARMADAS - DISCIPLINAS COMUNS
INGLÊS
INGLÊS
Hello and welcome new student, meu nome é Inaldo Bento, known author.
sou professor de Inglês, minha primeira experiência 18 City / cidade / What’s your favorite city?
com ensino foi no ano de 2013 ensinando motoristas 19 Day / dia / Have a nice day!
de táxi para os grandes eventos que ocorreram aqui no 20 Down / para baixo / Don’t look down! Inglês
Brasil, que foram a Copa das confederações e a Copa Português Exemplo
do Mundo. Ensino inglês especificamente para cursos 21 Every / todo, cada, toda / Every love it the first
militares desde o ano de 2018. Preparei este material one.
com muito carinho para auxiliar você a realizar seu 22 Everybody / todo mundo, todos / Everybody
sonho. needs somebody.
Este material foi desenvolvido para permitir uma 23 Everyday / todo dia/ Would you like to study
preparação completa para as provas da ESA, ESPCEX everyday?
E EPCAR. Neste material serão apresentados todos os 24 Everything / tudo / Money isn’t everything. Want
assuntos detalhados e várias questões explicadas e to bet?
resolvidas. A idéia é que você consiga economizar 25 Everywhere / em todos os lugares / Love is
bastante tempo, pois abordaremos todos os tópicos everywhere.
exigidos no edital, não deixaremos de fora nenhum 26 Far / longe, distante / Do you live far from here?
assunto, seguiremos a linha adotada no documento já 27 First / primeiro (a) / This is my first visit to Rio.
citado. Este material contempla até mesmo aqueles 28 For / por, para / There’s a phone message for you.
alunos que não tiveram uma boa base de inglês na 29 Forever / para sempre / Families can be forever.
escola e tem dificuldades, ou está há algum tempo sem 30 Friend / amigo (a) / That’s what friends are for!
estudar. 31 From / de (origem) / Where are you from?
Vamos começar dialogando com quem não sabe 32 Good / bom, boa / It’s so good to see you after all
absolutamente nada de inglês, mas como qualquer this time!
outro candidato sonha com a carreira militar. Sabe 33 Happy / feliz / Your daughter looks so happy.
aquele medo que você tem de chegar na prova e não 34 He / ele / He couldn’t care less.
ser capaz de traduzir o que está escrito e não saber o 35 Her / ela, dela / I don’t know why she quit her job.
significado das palavras em inglês? Esse material vai te 36 Here / aqui / I've lived here for about three years.
auxiliar a realizar seu sonho! 37 Him / ele, dele / Why don’t you forgive him?
Se você sabe muito pouco ou quase nada de Língua 38 His / dele / Have you seen his new girlfriend?
Inglesa, então redobre sua atenção, pois será 39 How / como / How are you doing?
apresentado nesse momento as palavras mais 40 I / eu / I love you.
utilizadas nas provas de língua inglesa, então se você 41 If / se / If I were you, I would do the same!
dominar essas palavras sua chance de compreender os 42 In / em / I’ve got something in my eye.
textos da prova irão aumentar absurdamente. 43 Last / último (a) / What’s your last name?
Meu conselho é guardar todas essas palavras em um 44 Many / muitos / We have many reasons to
aplicativo de “flashcards” e ir fazendo exercícios celebrate.
diariamente. 45 Me / mim, me / Do you remember me?
Aprendendo essas palavras mais comuns você 46 More / mais / Listen more, and talk less!
compreenderá 50% de qualquer texto de prova e 47 Most / o (a) mais, maioria / Most of my friends
acrescentando a elas os Cognatos e as Frases Mais study English.
Comuns. 48 Much / muito / Thank you very much.
Inglês – Português – exemplo: 49 My / meu, minha / Did you know my father?
01 A, an / um, uma / I have an idea! 50 Near / perto, próximo / Is there a bank near here?
02 About / sobre, a respeito de / What do you know 51 Never / nunca / I’ve never been to the USA.
about love? 52 New / novo (a) / I need to buy a new car.
03 After / depois, após / See you after the class. 53 No, not / não / Please, don’t tell anybody.
04 Again / de novo / novamente Let me try again! 54 Now / agora / Thanks, I’m not hungry now.
05 All / todo, toda, todos (as) / Do you work all the 55 of / de / Why did you change the color of your
week? hair?
06 Almost / quase / We are almost there! 56 on / no, na / Do you go to church on Sundays?
07 Also- too / também / Nice to meet you, too... 57 only / apenas, somente / I was only trying to help.
08 Always / sempre / I will always remember you. 58 or / ou / Are you listening to me or not?
09 And / e / She kissed her and walked away. 59 other / outro, outra (s) / When did you first meet
10 Any / qualquer, nenhum / Do you have any each other?
question? 60 our / nosso, nossa (s) / We bought our house in
11 Beautiful / bonito (a) / Your sister is very 1994.
beautiful! 61 out / fora, saída / Get out!
12 Because / porque / I bought it because I wanted. 62 people / povo, pessoas / Smart people study
13 Before / antes, perante / Come back before foreign languages.
midnight, OK? 63 please / por favor / Could you please pass me the
14 Big / grande / I want to buy a big ice cream... salt?
15 Body / corpo / Sun lotion protects your body. 64 price / preço / He wants to be a polyglot at any
16 But / mas, porém / I’m sorry, but I think you’re price!
wrong. 65 same / o mesmo, a mesma / We were wearing
17 By / por / The book was translated by a well- exactly the same dress!
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INGLÊS
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INGLÊS
palavra, a "definição do dicionário". Por exemplo, se denotação de uma palavra é o que a palavra se refere
você procurar a palavra cobra em um dicionário, diretamente, mais ou menos equivalente à sua
descobrirá que um de seus significados denotativos é definição lexical. Assim, a palavra "atheist" denota
"qualquer um dos numerosos escamosos, sem pernas, uma pessoa que não acredita ou nega a existência de
às vezes répteis venenosos com corpo longo e afilado, deuses. A conotação de uma palavra refere-se a
cilíndricos e encontrados na maioria das regiões quaisquer nuances sutis que podem ou não ser
tropicais e temperadas. " pretendidas pelo seu uso. Por exemplo, uma
Conotação, por outro lado, refere-se às associações conotação possível para a palavra “ateu” pode ser
que estão conectadas a uma determinada palavra ou às alguém que é imoral e perverso, dependendo de quem
sugestões emocionais relacionadas a essa palavra. Os está falando ou escutando. Separar a denotação
significados conotativos de uma palavra existem junto gramatical da conotação é importante porque, embora
com os significados denotativos. As conotações para a se possa supor que a denotação de uma palavra é
palavra cobra podem incluir o mal ou o perigo. totalmente intencional, a intenção das conotações de
Denotação é quando você quer dizer o que você diz, uma palavra é muito mais difícil de determinar.
literalmente. A conotação é criada quando você quer As conotações geralmente são emocionais por
dizer algo mais, algo que pode estar inicialmente natureza e, portanto, se forem intencionais, podem ter
oculto. O significado conotativo de uma palavra é o objetivo de influenciar as reações emocionais de
baseado na implicação ou associação emocional uma pessoa, em vez da avaliação lógica de um
compartilhada com uma palavra. Gorduroso é uma argumento. Se houver mal-entendidos sobre como
palavra completamente inocente: algumas coisas, uma pessoa está usando uma palavra em um debate
como motores de carros, precisam ser gordurosas. em particular, uma fonte primária desse mal-entendido
Mas o gorduroso contém associações negativas para a pode estar nas conotações da palavra: as pessoas
maioria das pessoas, quer estejam falando de comida podem estar vendo algo que não é pretendido ou o
ou de pessoas. Muitas vezes há muitas palavras que falante pode estar pretendendo algo que as pessoas
denotam aproximadamente a mesma coisa, mas suas não vêem. Ao construir seus próprios argumentos, é
conotações são muito diferentes. Inocentes e genuínos uma boa ideia não apenas olhar para o que suas
denotam a ausência de corrupção, mas as conotações palavras denotam, mas também o que elas denotam. A
das duas palavras são diferentes: inocente é relação entre palavras e significados é extremamente
frequentemente associado à falta de experiência, complicada e pertence ao campo da semântica. Por
enquanto que genuíno não é. As conotações são enquanto, porém, o que você precisa saber é que as
importantes na poesia porque os poetas as usam para palavras não têm significados simples e simples.
desenvolver ou complicar ainda mais o significado de Tradicionalmente, os gramáticos referem-se aos
um poema. Você pode morar em uma casa, mas significados das palavras em duas partes: denotação,
moramos em uma casa. Se você procurasse as palavras um significado literal da palavra conotação, uma
casa e lar num dicionário, descobriria que ambas as associação (emocional ou não) que a palavra evoca.
palavras têm aproximadamente o mesmo significado - Por exemplo, "mulher" e "filhote" têm a denotação
"uma morada". No entanto, o orador na frase acima "fêmea adulta" "na sociedade norte-americana, mas
sugere que a casa tem um significado adicional. "chick " tem conotações um pouco negativas,
Students, pay attetion. Em inglês assim como no enquanto" woman "é neutra.
português existem várias formas de se referir a casa, é Para outro exemplo de conotações, considere o
algo que pode ser qualquer casa, a casa de um amigo, a seguinte: negativo Existem mais de 2.000 vagabundos
casa de outra pessoa que em inglês a melhor tradução na cidade. neutro Existem mais de 2.000 pessoas sem
seria house, já quando se falar home a tradução seria endereço fixo na cidade. positivo Existem mais de
lar, é algo mais confortável, mais aconchegante. Então 2.000 desabrigados na cidade. Todas essas três
quando se fala home geralmente se refere a sua casa, expressões referem-se exatamente às mesmas pessoas,
seu lar e house se refere a casa de outros. mas invocarão diferentes associações na mente do
Home além da estrita definição do dicionário, ou leitor: um "vagabundo" é um incômodo público,
denotação, muitas pessoas associam coisas como enquanto uma pessoa "sem lar" é um objeto digno de
conforto, amor, segurança ou privacidade a uma casa, piedade e caridade. Presumivelmente, alguém
mas não necessariamente fazem as mesmas escrevendo um editorial em apoio a um novo abrigo
associações com uma casa. Qual é a primeira coisa que usaria a forma positiva, enquanto alguém escrevendo
vem à sua mente quando você pensa em lar? Os vários um editorial em apoio a leis anticompositoras usaria a
sentimentos, imagens e memórias que cercam uma forma negativa. Neste caso, a expressão legal seca
palavra compõem sua conotação. Embora tanto a "sem endereço fixo" evita deliberadamente a maioria
home quanto a house tenham a mesma denotação ou das associações positivas ou negativas dos outros dois
significado de dicionário, o lar também tem muitas termos - um especialista legal tentará evitar
conotações. completamente a linguagem conotativa ao escrever a
Compreender a diferença entre denotação e conotação legislação, muitas vezes recorrendo ao latim arcaico.
é importante para entender as definições e como os ou termos franceses que não fazem parte do inglês
conceitos são usados. Infelizmente, isso é complicado falado comum e, portanto, relativamente livres de
pelo fato de que esses termos podem ser usados de fortes associações emocionais. Muitas das mudanças
duas maneiras diferentes: gramaticais e lógicos. Ainda mais óbvias na língua inglesa ao longo das últimas
pior, vale a pena manter em mente ambos os usos e décadas têm a ver com a conotação de palavras que se
ambos os usos são relevantes para o projeto de referem a grupos de pessoas. Desde os anos 50,
pensamento crítico e lógico. Na gramática, a palavras como "negro" e "aleijado" adquiriram fortes
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Expand -
Problem - Solution Vague - Definite
Contract
Professional -
Freeze - Boil Villain - Hero
Amateur
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We are not (aren’t) buying anything. (Nós não estamos SIMPLE PAST
comprando nada)
They are not (aren’t) playing volleyball. (Eles não estão O Simple Past é usado para indicar ações passadas já
jogando vôlei) concluídas, ou seja, para falar de fatos que já
A interrogativa é formada pela alteração de posição do aconteceram; que começaram e terminaram no
verbo “to be” na frase. passado.
Exemplos: Para reforçar o uso desse tempo verbal, muitas
Am I doing it right? (Eu estou fazendo isso certo?) expressões temporais são utilizadas nas frases.
Are you dating my sister? (Você está namorando Os exemplos mais usuais são: yesterday (ontem), the
minha irmã?) day before yesterday (anteontem), last night (ontem à
noite), last year (ano passado), last month (mês
Is he skating in the rink? (Ele está patinando no
passado), last week (semana passada), ago (atrás), etc.
ringue?)
Veja algumas frases no Simple Past com as expressões
Is she saving money to buy a car? (Ela está guardando acima:
dinheiro para comprar um carro?)
We did not go to school yesterday. (Nós não fomos
Is it raining today? (Está chovendo hoje?) para a escola ontem.)
Are you going to school now? (Vocês estão indo para His birthday was the day before yesterday. (O
à escola agora?) aniversário dele foi anteontem.)
Are we traveling alone? (Nós estamos viajando She studied Math last night. (Ela estudou matemática
sozinhos?) ontem à noite.)
Are they talking with my father? (Eles estão falando I traveled1/travelled2to Brazil last year. (Eu viajei para
com meu pai?) o Brasil ano passado.)
Observa-se, portanto, que o present continuous é um
They visited their uncle last month. (Eles visitaram o
tempo verbal que é utilizado para ajudar o falante a
tio deles mês passado.)
descrever uma ação que está acontecendo no presente
ou que acabou de acontecer e continuará acontecendo. I called you three days ago. (Eu telefonei para você
três dias atrás.)
Vamos praticar alguns exercícios de presente We learned how to dance samba last week. (Nós
continuous: aprendemos a dançar samba semana passada.)
4. Aos verbos terminados em –y precedido de vogal, 2. She didn't___________the man from going into
acrescenta-se somente o –ed: the store. (Stop)
enjoy (aproveitar) – enjoyed a) Stopped
stay (ficar) – stayed b) Stop
play(brincar; jogar) – played c) Stoped
Irregular verbs (verbos irregulares)
3. Did you____________calling him this week? (Feel
like)
Verbos irregulares
a) Felt like
Os verbos irregulares não seguem o padrão de
b) Feel like
formação do Simple Past dos verbos regulares. Eles
c) Feel liked
não seguem as regras indicadas acima, pois possuem
uma forma própria.
4. She_____________a few mistakes but, even so,
she won the game. (Make)
A formação de frases na afirmativa no Simple Past
a) Makes
segue a estrutura abaixo:
b) Maked
c) Made
Sujeito + verbo + complemento
5. Serra was__________by Fernando Henrique and
Exemplo: Dilma was...by Lula. (Appoint)
She liked the English teacher. (Ela gostou da a) Appointed
professora de inglês). b) Appoint
Para construção de frases negativas no Simple Past, o c) Appointied
verbo do é empregado como verbo auxiliar.
Sendo assim, utiliza-se o did, que representa o verbo 6. Reescrevam as frases a seguir usando a forma
irregular do no passado. O verbo principal não é correta do 'passado simples'.
conjugado no passado, uma vez que o auxiliar já indica 1. I didn't talked to her because she avoid me at the last
o tempo verbal. meeting.
R:...
Sua estrutura frasal é da seguinte forma: 2. Where did you got this money?
R:...
Sujeito + did + not + verbo principal +
3. She call me yesterday and said she's doing all right.
complemento
R:...
Exemplo: She did not like the English teacher. (Ela
7. Passe as sentenças abaixo para o inglês.
não gostou da professora de inglês)
1. Eu não sabia o que tinha acontecido ontem.
Obs.: a forma contraída de “didnot” é “didn’t”.
R:...
Interrogative Form (Forma Interrogativa)
2. Você pediu para ela vir aqui?
R:...
Da mesma maneira que acontece na forma negativa, o
do é o verbo auxiliar utilizado no Simple Past para as
8. Traduza a frase para o português: "They didn't
frases interrogativas.
care about it because it didn't give them an
Assim, usa-se o did (passado de “do”) no começo da
advantage."
pergunta. Veja a estrutura abaixo:
R:...
Did + sujeito + verbo principal + complemento
EXERCÍCIOS. Gabarito
1. B 2. B 3. B 4. C 5. A
Escolham a opção que melhor completa as 6. 1. I didn't talk to her because she avoided me at the
sentenças a seguir, fazendo uso da forma mais last meeting.
adequada de verbos regulares ou irregulares. 2. Where did you get this money?
3. She called me yesterday and said she's doing all
1. We __________ the information on the right.
magazine's website. (Find) 7. 1. I didn't know what had happened yesterday.
a) Finded 2. Did you ask her to come here?
b) Found 8. "Eles não ligavam para isto porque não isto não
c) Founded oferecia vantagem a eles."
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INGLÊS
PREPOSIÇÃO __________________________________________
__________________________________________
Preposição é a palavra que relaciona duas palavras
dentro da frase. Usamos ainda in quando nos referimos a leituras que
As preposições mais comuns são IN, ON e AT. estão (ou poderiam estar) num papel:
Vamos começar com o “IN” essa preposição é usada I read it in the newspaper. (Li no jornal)
em um período do tempo como uma parte do dia, um The order was in the e-mail. (A ordem estava no e-
mês ou uma estação do ano. mail)
Vejamos alguns exemplos: A palavra “on”, quando se referir a tempo, fica para
I always brush my teeth in the morning. (Eu sempre dias e datas específicos. Alguns exemplos disso:
escovo os dentes de manhã.) He was born on September 24th. (Ele nasceu em 24
Período do dia se usa a preposição IN no final dessa de setembro.)
frase ao invés de "in the morning” poderia ser “in the I go to the gym on Mondays and Wednesdays. (Eu
afternoon” (de tarde) ou até (de noite) in the night. vou à academia na segunda e na quarta.)
Então me responda na língua inglesa usando a Eu poderia mudar o local que a regra seria a mesma,
preposição in, qual período do dia que você escova os por exemplo, se você quisesse dizer que vai para o
dentes? shopping na terça e na quinta como ficaria a frase em
__________________________________________ inglês?
__________________________________________ __________________________________________
__________________________________________
My birthday is in June. (Meu aniversário é em junho.)
O meu aniversário poderia ser em qualquer outro mês Para falar de lugares, on é usado com superfícies,
que usaria a mesma preposição. Por exemplo, se eu como ruas ou objetos em cima de outros.
quisesse dizer que o meu aniversário é no mês de Exemplos: The papers are onthecoffeetable. (Os
dezembro era só continuar com a preposição “in” e papéis estão na mesa de centro.)
mudar o mês final para dezembro. I left the keys on the counter. (Deixei as chaves no
Responda-me na língua inglesa usando a preposição balcão.)
in, qual a data o mês do seu aniversário? Também usamos on para informações em meios
__________________________________________ eletrônicos e que não poderiam virar papel:
__________________________________________ Exemplos:
There is na awesome vídeo on YouTube. (Há um
It’s always cold in winter. (Sempre faz frio no vídeo incrível no YouTube.)
inverno.) You can’t believe everything on the internet. (Você
Além de winter (inverno) as outras estações do ano em não pode acreditar em tudo na internet.)
inglês são summer (verão), spring (inverno) e fall She is on the phone. (Ela está ao telefone.) Audio
(outono). Então, você poderia, por exemplo, dizer que Player
sempre faz calor no verão que a preposição teria que At é usado para horários, momentos específicos, desta
ser a mesma: It’salways hot in summer. forma:
My brother was born in 1999. (Meu irmão nasceu em Exemplos:
1999.) I will see you at 8 pm. (Verei você às 20h.)
Independente do ano de nascimento do meu irmão eu My interview is at 3 pm. (Minha entrevista é às 15h.)
devo usar a mesma proposição, então me responda, Essa regra do pronome at serve para qualquer outra
em que ano você nasceu? hora.
__________________________________________ The football game is at the stadium. (O jogo de
__________________________________________ futebol é no estádio.)
Com lugares, at acompanha locais específicos. Veja:
Quando for falar de lugares, use in também com os We are meeting at the cafe. (Vamos nos encontrar no
maiores, como cidades, lojas, países, bairros e partes café.)
da casa, como nos exemplos a seguir:
I used to live in Florida. (Eu morava na Flórida.) Vamos praticar!
Vamos supor que você mora em outra cidade que não
é a Flórida. Qual preposição você usaria e como 1. I live ______________ a house.
responderia em inglês a pergunta: Em qual cidade a) on
você mora? b) in
__________________________________________ c) at
__________________________________________
2. We will meet _________________ 5:00 pm.
I am in my room. (Estou no meu quarto.) a) in
Vamos supor que eu pergunte onde você se encontra e b) on
você quer dizer que se encontra em outra parte da casa c) at
que não seja o quarto. Pode ser a cozinha (kitchen), o
banheiro (toilet or bathroom), no quintal (back yard) 3. My birthday is _______________________ May
entre outros espaços da casa que você possa se 5th.
encontrar. Como você responderia? a) in
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INGLÊS
5. I usually study _____________________ Sundays. 4- We are going to see my parents _______at/of the
a) in weekend.
b) on
c) at 5- In 1666, a great fire broke out _________ in/on
London.
6. My papers were ___ this table, where did they go?
a) on 6- I don't like walking alone ____in/of the streets
b) at __________at/in night.
c) in
7- What are you doing _______________in/on the
7. They left _____________________________ 9:00 afternoon?
am.
a) in 8- My friend has been living in Canada
b) on ___________for/on two years.
c) at
9- I have been waiting __________for/at you since
8. We met _________________________________ seven o'clock.
the park entrance.
a) in 10- I will have finished this essay __________by/at
b) on Friday.
c) at
Gabarito
1. A 2. C 3. B 4. A 5. B Answers:
6. B 7. C 8. C 9. A 10. A 1- on / 2- on / 3- in / 4- at / 5- in / 6- in - at / 7- in
8- for / 9- for / 10- by
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INGLÊS
Esse é um assunto que requer uma atenção maior Vamos para mais exercícios:
porque nos concursos como ESA, ESPCEX E
EPCAR. É comum ter mais do que uma questão sobre Complete the sentences be low using the a
esse tema, então é importante conhecer todas ppropriate prepositions:
preposições para chegar no dia da prova preparado: 1 - Lucy usually goes to the gym ____________ the
evening. (A Lucy geralmente vai à academia à noite.)
Outras preposições
Of A preposição “of” significa “de”. Made of plastic. 2 - The blue dress I like disnot ____________ the
– Feito de plástico. window anymore. I guess it’s been sold. (O vestido
Atenção com o “of” na prova pode aparecer alguma azul que eu gostei não está mais na vitrine. Eu acho
questão de assinalar a preposição correta e o off com que ele foi vendido.)
dois f significa outra coisa, muita atenção com essa
preposição of com um f só. 3- Two actors were hurt in the making ____________
the movie. (Dois atores ficaram machucados na
Em geral usa-se to quando há um “movimento” ou produção do filme.)
“transferência” implícita no contexto. A tradução de
to varia; em cada contexto uma preposição ou outra 4- Daniel was so tired heended up sleeping
do português se encaixa melhor. Veja os exemplos: ____________ the bus. (O Daniel estava tão cansado
To A preposição “to” significa, neste caso, “para”. que ele acabou dormindo no ônibus.)
Let’s go to Brazil. – Vamos para o Canadá.
I will give this book to you. Eu vou dar esse livro para 5- I prefer to study __________ night. (Eu prefiro
você. (Neste exemplo, temos uma transferência de estudar à noite.)
algo de uma pessoa para outra.)
I will talk to her. Eu vou falar com ela. (Aqui há uma 6- I’ve been dreaming ___________ my parents a lot.
transferência da mensagem de uma pessoa para a (Eu tenho sonhado muito com os meus pais.)
outra.)
7– What happened ___________ your car? (O que
Já o for, é usado em contextos que há um “propósito”
aconteceu com o seu carro?)
implícito ou um “benefício sendo oferecido”. Veja os
exemplos: I’m writing a book for children. Estou
8 - I got scared when I saw that man ___________ the
escrevendo um livro para crianças. (As crianças irão se
window. (Eu me assustei quando vi aquele homem na
beneficiar do livro.)
janela.)
We got a new table for the dining room. Nós
compramos uma mesa nova para a sala de jantar. (O 9- ___________ the Summer we always go to my
propósito da mesa é o de ficar na sala de jantar.) grandma’s house. (No verão nós sempre vamos pra
This brush is for painting. O pincel é para pintar. casa da minha avó.)
(Aqui, o propósito do pincel é pintar, por isso usa-se
“for”.) 10- The kid sand I like to go to the park ___________
I will do that for you. Eu vou fazer isso por você. Sunday mornings. (Eu e as crianças gostamos de ir ao
(Aqui fica claro que alguém irá fazer um favor para parque nos domingos de manhã.)
alguém, há um benefício sendo oferecido.)
For - A preposição “for” significa “para”. This present
is for you. – Este presente é para você.
With - A preposição “with” significa “com”. Do you
want to come with me? – Você quer vir comigo?
Estamos no shopping. From A preposição “from”
significa “de algum lugar”. Where are you from? – De
onde você é?
By: A preposição para mostrar como algo é feito por
ser traduzido por pelo ou por.
We sent a letter by post.
Would you like to pay by credit car or by cash
“by” também pode significar, “perto” ou “ao lado”
como nessa frase. Your shoes are by the door. – Seus
sapatos estão perto da porta.
About A preposição “about” significa “sobre” ou “a
respeito”. What are you talking about? – Sobre o que Don’t forget to check your answers!
você está falando?
Answers
1 - in; 2 - in; 3 - of; 4 - on; 5 - at; 6 - about / of;
7 - to; 8 - at; 9 - in; 10 - on
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INGLÊS
Pronomes Adjetivos (Possessive Adjectives): How many cups of coffee do you drink a day?
diferentes da língua portuguesa, os pronomes adjetivos (Quantas xícaras de café você bebe por dia?)
não são flexionados em grau (singular e plural).
Sempre são acompanhados por substantivos, Agora é hora dos exercícios de fixação:
modificando-os.
1. (FUVEST – SP) Complete responses with the
Exemplo: My house is located on Avenue de Paris appropriate possessive pronoun:
(Minha casa está localizada na Avenida de Paris).
a) Is this Mary’s book ? Yes it is
Pronomes Substantivos (Possessive Pronouns): os ___________________________
pronomes possessivos substantivos tem a função de b) Is this your brother’s house ? Yes, it is
substituir o substantivo, diferente dos pronomes ____________________
adjetivos, que sempre estão ligados a ele. E, da mesma
maneira, não sofrem flexão de grau (singular e plural), a) Her - Hers
como ocorre na língua portuguesa. b) Hers – His
c) His – Her
Exemplo: This house is mine (Esta casa é minha). d) His – Hers
Os pronomes demonstrativos são palavras que 2. (PUC – SP) “What is the name of that man?”
indicam algo (pessoa, lugar ou objeto) e, de acordo “_________________ name is Tim Baker.”
com a função sintática que exercem na frase, são
classificados em: a) Hers
Demonstrative Pronouns (pronomes substantivos), b) His
que substituem o substantivo, por exemplo: Give me c) Your
the big book. Give me this book (Dá-me este livro). d) Her
Demonstrative Adjectives (pronomes adjetivos) que
descrevem o substantivo, por exemplo: That pen is 3. (FUVEST – PR) Reescreva completando com os
yours; this is mine (Essa caneta é sua; esta é a minha) pronomes possessivos correspondentes as
Os pronomes reflexivos são aqueles que aparecem expressões destacadas:
após o verbo, concordando sempre com o sujeito da a) This is my book It’s __________________
oração. b) The house belongs to John and Mary. It’s
______________
São palavras construídas com os termos “self” (no
singular) e “selves” (no plural). a) Mine – Their
Exemplos: b) Mine – Theirs
I promised myself study hard (Eu prometi a mim c) Mine – Mine
mesma estudar bastante) d) Their – Mine
Maria sent herself a copy (Maria enviou uma cópia e) Theirs – Mine
para si mesma)
Os pronomes indefinidos recebem esse nome uma vez 4. (PUC – PR) Check the alternative that adequately
que substituem ou acompanham o substantivo, de fills the gaps:
maneira imprecisa ou indeterminada. She is Fernanda Montenegro, but ____ real name
is Arlete Torres You are Grande Otelo, but ______
Porém, de acordo com a função que exercem nas real name is Sebastão Prata He is Ringo Star, but
frases, são classificados em: ______ real name is Richard Stakney You are Gal,
but _____ real name is Maria da Graça We are
Pelé and Zico, but ____ real names are Edson and
Indefinite Pronouns (pronome substantivo)
Artur.
Indefinite Adjectives (pronome adjetivo)
a) your – your – his – your – their
Exemplos: b) her – your – his – our – your
Tell me something (Diga-me alguma coisa). c) her – your – his – your – our
None is mine (Nenhum é meu). d) her – his – his – your – their
Os pronomes relativos são palavras que exercem a e) her – your – his – your – their
função de sujeito ou objeto, por exemplo:
It's an old man who lives here. (É um velho quem vive 5. (PUC – PR) Which of these books is yours ?
aqui) ________ is that thick one.
When we get to town, let's find John. (Quando a) me
chegarmos à cidade, encontraremos o John) b) your
Os pronomes interrogativos, também chamados de c) his
“Question Words”, são aquelas palavras utilizadas para d) mine
fazer perguntas, por exemplo: e) my
Who is that woman? (Quem é aquela mulher?)
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DETERMINANTES IMPERATIVO
Determinante é aquele que modifica o substantivo, em O “imperative” é o tempo verbal em inglês usado
inglês sua principal função é determinar a quantidade para expressar uma ordem, um pedido, dar instruções,
de coisas nas frases. e até mesmo para aconselhar alguém.
São eles:.
Little Como formar o imperativo?
few É bem simples!
much Use o verbo em inglês no infinitivo sem “to” e sem
many conjugação.
Bom, agora vamos
estudar cada um some
Ex: Close the door when you leave.(Feche a porta
deles any quando sair.)
separadamente. Fill in the blanks.(Preencha os espaços em branco.)
Little = pouco, pouca O uso do imperativo costuma ser bastante direto e, às
Much = muito, muita vezes, pode soar meio rude e sem educação. Então,
preste sempre atenção ao contexto quando usar. Se for
Ambos são usados junto das palavras no singular. um pedido, por exemplo, para amenizar e não ser
Referem-se a coisas de quantidade indefinida, que não grosseiro, opte por usar “please” (por favor em inglês):
podem ser contadas individualmente. Turn the TV down, please.(Diminua o volume da TV,
.: She drinks much coffee. por favor.)
(Ela bebe muito café) – não dá para contar quantas
gotículas de café ela toma. Usos do imperativo em inglês
Existem diversas situações do dia a dia em que
Repare que much é o oposto de little e vice-versa. encontramos frases no imperativo. Por exemplo, em
placas de sinalização: stop (pare), push (empurre),
Ex: I drink little water.(Eu bebo pouca água) insert the coin (insira a moeda). Os manuais de
Não dá para contar quantas gotículas de água eu tomo instrução e receitas culinárias, também são cheios
deles. E, se você estiver falando sobre processos que
Few = poucos, poucas devem seguir uma ordem, use palavras como: “first”
Many = muitos, muitas (primeiro), “then” (então, daí) e “next” (em seguida,
Ambos são usados com substantivos no plural. depois).
Referem-se a coisas que podem ser contadas First, break the egg.
individualmente, contáveis. (Primeiro, quebre o ovo.)
Ex.: Peter has many books.(Peter tem muitos livros) Then, add the flour.
É possível contar quantos livros uma pessoa possui. (Daí, adicione a farinha)
There are few eggs in the basket.(Há poucos ovos na After that, heat the pan for two minutes.
cesta) (Depois disso, aqueça a panela por dois minutos.)
É possível contar quantos ovos há numa cesta. Forma negativa do imperativo
Para uma frase negativa no imperativo, usamos
Repare que many é o oposto de few e vice-versa. “don’t” ou “do not” antes do verbo:
Do not smoke in the house.
Some = algum, alguma, alguns, algumas, uns, umas,
(Não fume dentro de casa.)
um pouco de.
É usado em frases afirmativas. Do not let the ball fall.
(Não deixe a bola cair.)
Ex.: I will drink some coffee.(Eu tomarei um pouco de
café)
Pouca quantidade. Lembre-se que o imperativo é usado apenas com
o verbo em sua forma infinitiva, nunca conjugado
Any = algum, alguma, alguns, algumas, uns, umas, um no passado ou na forma contínua.
pouco de (com sentido de nenhum / nenhuma).
É usado em frases negativas e interrogativas. CASOS GENITIVO
Ex.: There aren’t any cars in the street.(Não há carro
algum na rua) O Caso Genitivo (ou Possessivo) por meio do uso de
Indicando nenhum carro. um apóstrofo (') seguido ou não de “s” é típico da
Língua Inglesa.
RESUMINDO: É usado basicamente para mostrar que algo pertence
Some – frases afirmativas – algum, alguns, alguma(s). ou está associado a alguém ou a algum elemento. O 's
Any – frases negativas e interrogativas – nenhum(a) vem após o nome do possuidor, que precederá sempre
a coisa pertencente.
Veja:
The name of the boy is Joseph. = the boy's name is
Joseph. (boy = possuidor e name = pertencente)
(O nome do garoto é Joseph.)
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INGLÊS
The invaders of the country influenced the language = Brazil's for eigndebt (a dívida externa brasileira)
The country's invaders influenced the language. The company's staff (o quadro de funcionários da
(country = possuidor e invaders = pertencente) (Os empresa)
invasores do país influenciaram a língua.) The Army'straditions (as tradições do Exército)
The diary of Bridget Jones = Bridget Jones's diary
(Bridget Jones = possuidor e diary = pertencente) (O 4. Substantivos comuns que terminam em -s ou cujo
diário de Bridget Jones.) plural seja com -s: acrescenta-se apenas ' (apóstrofo).
The princess' title (o título da princesa)
Usos do caso genitivo - Uses of the genitive case The workers' tools (as ferramentas dos trabalhadores)
1. A forma com 's é somente usada quando o possuidor
The soldiers' victory (a vitória dos soldados)
é um ser animado, o que abrange: pessoas e animais,
além de nomes próprios, parentes em todos os graus, The girls' uniforms (os uniformes das garotas)
títulos, cargos, funções, profissões, e outros
substantivos que só podem se referir a pessoas: 5. Substantivos cujo plural não termina em -s:
criança, menino(a), amigo(a), vizinho(a), colega de acrescenta-se 's
escola ou trabalho, etc: The children's imagination (a imaginação das crianças)
The Queen's popularity (a popularidade da rainha) - E Women's toilet (banheiro feminino)
não "The popularity of the Queen" The mice'snest (o ninho de camundongos)
The governor's daughter (a filha do governador)
My neighbor's house (a casa do meu vizinho) 6. Nomes próprios ou sobrenomes terminados em -s:
acrescenta-se 's ou apenas '.
The children's toys (os brinquedos das crianças)
Mr Jones' house ou Mr Jones's house (a casa do sr.
The elephant's trunk (a tromba do elefante)
Jones)
2. Não podem levar 's os seres inanimados (coisas, Mrs Williams' children ou Mrs Williams's children
lugares e substantivos abstratos); nesses casos (os filhos da sra. Williams)
normalmente se usa a estrutura substantivo + of + Myriah Cummings' letters ou Myriah Cummings's
substantivo ou um substantivo composto. letters
The walls of my house need a new painting. (As (as cartas de MyriahCummings)
paredes da minha casa estão precisando de uma nova - Charles, Dennis, Francis, Lurdes, Marcos, Thomas,
pintura.) - house = coisa etc.
The roof of my house, however, was fixed one month
ago. (O teto da minha casa, no entanto, foi consertado 7. Com nomes próprios reconhecidamente históricos,
há um mês.) - house = coisa clássicos ou bíblicos terminados em -s: é mais comum
The door of the car ou the car door (a porta do carro) a estrutura substantivo + of + substantivo, mas
- car = coisa também pode ser usado o apóstrofo '.
The leg of the table ou the table leg (a perna da mesa) The teachings of Jesus ou Jesus' teachings
- table = coisa (os ensinamentos de Jesus)
Madrid is the Capital of Spain. (Madri é capital da The Laws of Moses ou Moses' laws
Espanha) - Spain = lugar/país (as leis de Moisés)
Do you know the cause of the problem? (Você sabe a The Book of Jeremias ou Jeremias' Book
causa do problema?) - problem = substantivo abstrato (o Livro de Jeremias)
(Euripedes, Archimedes, Hercules, Brahms, Getúlio
3. No entanto, há algumas exceções para a aplicação de 's Vargas, Villa-Lobos, Tiradentes, etc.)
em seres inanimados. É o caso de tempo, medidas,
lugares com nomes de pessoas, países, corpos celestes, 8. Quando há mais de um núcleo possuidor de algo em
a Terra, o mundo, nomes que representam um grupo comum: acrescenta-se 's apenas ao último dos núcleos.
de pessoas (company, team, government, etc.), pessoas Charles and Diana's wedding (O casamento de
jurídicas e similares. Assim, pode-se dizer: Charles e Diana) - um casamento de duas pessoas.
A day's work (um trabalho de um dia) - day= tempo Sally and Susan's car (o carro de Sally e de Susan) - um
A two weeks' vacation (férias de duas semanas) - carro só pertencente às duas.
twoweeks = tempo
In a year's time (em um ano) - um ano = tempo 9) Quando há mais de um núcleo possuidor de coisas
St. Peter's Cathedral (Catedral de São Pedro) - Peter = diferentes: todos os núcleos recebem 's.
nome de pessoa Men's and women's clothes (roupas de homens e
The moon's surface (a superfície lunar) roupas de mulheres)
The Earth's atmosphere (a atmosfera da Terra) Bob's and Jane's parents (os pais de Bob ≠ os pais de
A Kilo's weight of sugar (um quilo de açúcar) - medida Jane)
de massa Nicole's and Janna's voices (a voz de Nicole ≠ a voz
Two hundred meters' walk (uma caminhada de de Janna).
duzentos metros) - medida de distância
The world's highest mountains (as montanhas mais
altas do mundo)
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INGLÊS
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INGLÊS
Pay attention!
Muitas vezes há confusão no uso dessas duas classes
gramaticais. Confira abaixo as diferenças: Adjetivo:
termo que qualifica o substantivo ou pronome.
Exemplo: Paul is a very fast runner. (Josh é um
corredor muito rápido).
Advérbio: termo que modifica os verbos, adjetivos e
outros advérbios. Ele aponta como, onde ou quando
ocorreu algo. Exemplo: Paul runs very fast. (Josh corre
muito rápido). Em ambos exemplos o “fast” (rápido) é
utilizado. Entretanto, no primeiro caso, o adjetivo
qualifica o nome (runner), enquanto no segundo caso,
o advérbio indica como ou de que maneira Paul corre
(very fast). Note que nesse exemplo, a palavra fast não
foi modificada, pois há alguns casos em que se usa a
mesma palavra para advérbios e adjetivos. Além do
fast (rápido, rapidamente), temos o late (tarde,
tardiamente), o hard (esforçado, esforçadamente), etc.
Obs: Geralmente as palavras terminadas em –ly são
advérbios, no entanto, existem exceções, por exemplo
os adjetivos: lovely (amável), friendly (amigável), lonely
(sozinho), etc.
Se liga no quadro abaixo e você precisa saber o
significado dessas palavras, pois antes de resolver as
questões da prova você precisa aprender vocabulário!
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INGLÊS
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INGLÊS
Enough também pode ser seguido por "for + alguém" utilizar um adjetivo ou advérbio de significado
ou "for + algo". contrário ou empregar "not very" junto ao adjetivo ou
EXEMPLOS: The dress was big enough for me. advérbio original. Os significados das frases não serão
She's not experienced enough for this job. idênticos. Geralmente, a frase com "not very" é menos
Is the coffee hot enough for you? direta e, por isso, mais delicada que as demais.
He didn't work hard enough for a promotion. EXEMPLOS: Frase original Significado oposto com
"not" Significado oposto com "not very" Significado
ENOUGH COMO DETERMINANTE oposto com antônimo The girl was beautiful.
Enough como determinante significa "suficiente". Ele The girl was not beautiful.
deve ser inserido antes do substantivo que está The girl was not very beautiful.
modificando. Utiliza-se com substantivos contáveis no
plural e com substantivos incontáveis. SIGNIFICADOS DIFERENTES ENTRE "VERY" E
"TOO" Existe uma grande diferença de significados
EXEMPLOS: We have enough bread. entre os termos "too" e "very". "Very" expressa um
You have enough children. fato, enquanto "too" sugere que há um problema.
They don't have enough food.
I don't have enough apples. EXEMPLOS: He speaks very quickly.
He speaks too quickly for me to understand.
USO DE "TOO" "Too" é sempre um advérbio, mas It is very hot outside.
possui dois significados distintos, cada um com seu It is too hot outside to go for a walk.
próprio padrão de uso. "TOO" COM ADVÉRBIOS DE TEMPO
SIGNIFICADO DE "TAMBÉM" Too como São aqueles que nos indicam quando algo aconteceu,
advérbio com significado de "também" deve ser acontece, acontecerá etc.
inserido no final da frase a qual modifica. Exemplos: soon (logo, brevemente, prontamente) first
(primeiramente, antes de tudo) tonight (hoje à noite)
EXEMPLOS: I would like to go swimming too, if you late (tarde) early (cedo) eventually (no final das contas,
will let me come. finalmente) forever (para sempre) immediately
Can I go to the zoo too? (imediatemente) then (então, naquele tempo) lately
Is this gift for me too? (ultimamente, recentemente) tomorrow (amanhã)
I'm not going to clean your room too! yesterday (ontem) suddenly (de repente) today (hoje)
finally (finalmente) now (agora) afterwards (mais tarde,
"TOO" COM SIGNIFICADO DE em seguida) in September (em setembro) last month
"EXCESSIVAMENTE" Too como advérbio com (mês passado) finally (finalmente) before (antes) after
significado de "excessivamente" deve ser inserido (depois) already (já) still (ainda) yet (já, ainda não) just
antes do adjetivo ou advérbio modificado. Ele pode (recentemente, há pouco = adv. tempo / somente,
ser utilizado em orações afirmativas e negativas. exatamente = adv. modo) next
week/month/year/century (na próxina semana, no
próximo mês/ano/século) .
EXEMPLOS: This coffee is too hot.
He works too hard. Isn't she too young?
I am not too short! Se o tempo for definido (today, yesterday, tonight,
Too é geralmente seguido por "to" + infinitivo. tomorrow) ou se estiver se tratando de dias da semana,
meses, etc. o advérbio normalmente vai para o final da
EXEMPLOS: The coffee was too hot to drink. oração, podendo também, algumas vezes, ser colocado
You're too young to have grandchildren! no começo. Sendo posicionados no início da oração
I am not too tired to go out tonight. (front position), os advérbios não serão o foco
Don't you work too hard to have any free time? principal da mensagem:
Too também pode ser seguido por "for + alguém" ou EXEMPLOS: I spoke to him last night. (Falei com ele
"for + algo". ontem à noite.)
EXEMPLOS: The coffee was too hot for me. The goods will arrive on Monday. (As mercadorias
The dress was too small for her. irão chegar na segunda-feira.)
He's not too old for this job. Tomorrow I will talk to him. (Amanhã eu falarei com
Sally's not too slow for our team. ele.)
In February we usually go to the beach (In February).
[Em fevereiro nós normalmente vamos para a praia
USO DE "VERY" Very deve ser posicionado antes de
(em fevereiro).
um advérbio ou adjetivo, para reforçá-los.
Os demais advérbios de tempo, contudo, podem
EXEMPLOS: The girl was very beautiful.
aparecer em posições variáveis: - Now é normalmente
The house is very expensive. colocado depois do verbo to be, podendo ser posto
He worked very quickly. antes para enfatizar. Nos demais casos, fica como no
She runs very fast. Português:
EXEMPLOS: They are now living in Japan. (Eles
Pay attention! agora estão morando no Japão.)
Se quisermos expressar a forma negativa de um Now, they are living in Japan. (Agora, eles estão
adjetivo ou advérbio, podemos incluir "not" ao verbo, morando no Japão.)
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INGLÊS
Do you see her often? Costumas vê-la muitas vezes? Vamos praticar!
She visits her mother on Sundays usually. Ele visita a
mãe nos domingos normalmente. Complete these sixteen sentences to score your
No início da frase para ênfase (ex. always, never + knowledge of ADVERBS OF FREQUENCY.
imperativo).
Always brush your teeth. Escove sempre os dentes. 1- I seldom visit my relatives, so I
Always lock the door when you leave. Tranque sempre _____________________________ see my uncle
a porta quando sair. John.
Never say never. Nunca digas nunca. a) usually
b) almost never
Dica importante! c) almost always
Never forget what I said. Nunca esqueças o que eu te 2- I’m never late for our English class.I’m
disse. No meio da frase antes do verbo se este tiver a ___________________________ on time.
forma de uma única palavra. a) often
EXEMPLOS: b) usually
I always get up early. Eu sempre levanto-me cedo. c) Always
I usually watch television. Eu normalmente vejo
televisão. 3- James goes to the beach only oncea year. He
I rarely drink wine. Eu raramente bebo vinho. ___________________ goes to the beach.
I hardly ever study. Eu quase nunca estudo. a) almost never
I never said that. Eu nunca disse isso. b) never
c) sometimes
Se liga na dica!
No meio da frase após o verbo BE. 4- My sister often
EXEMPLOS: He is always late. Ele chega sempre _______________________________ a book in
tarde. theevenings.
He is usually lazy. Ele é normalmente preguiçoso. a) reads
They are never on time. Eles nunca chegam na hora. b) read
The weather is sometimes unpredictable. O tempo é c) is reading
às vezes imprevisível.
No meio da frase a seguir ao primeiro verbo auxiliar. 5. I _____________________ eat junk food because
EXEMPLOS: I knowit’s not very healthy.
He is always complaining. Ele está sempre a queixar- a) always
se. b) sometimes
I have often seen her. Eu a tenho visto muitas vezes. c) seldom
I would never have invited him. Eu nunca o teria
convidado. 6. ____________________________________ we go
Your request will never be granted. O seu pedido to the gym to exercise,maybe two or three days a
nunca será aceito. week.
a) Rarely
SE LIGA NA EXCEÇÃO: b) Sometimes
Exceto os verbos auxiliares used to, have to e ought c) Always
to, que vêm somente depois do advérbio:
EXEMPLOS: 7. I ________________________________ watch
He never used to say that. Ele nunca costumava dizer cartoons because I hatethem. News shows are
isso. much better.
I always have to remind him. Eu tenho sempre de lhe a) almost always
lembrar. b) sometimes
You always ought to respect your elders. Deves c) never
sempre respeitar as pessoas mais velhas. No meio da
frase após o sujeito nas interrogativas. 8. They always __________________________ to
Do you always come here? Vens sempre aqui? bed early becausethey always get up early.
Does she usually study? Ela estuda normalmente? a) go
Does he ever cook? Ele alguma vez cozinha? b) will go
Emprega-se ever em vez de never nas interrogativas. c) goes
Antes do verbo auxiliar nas respostas curtas.
She always works hard. But she never does! Ela 9. I went to a restaurant last week,
sempre trabalha muito. Mas ela nunca trabalha. butI____________________________ eat at
You rarely go to the cinema. home.
But I often do! Tu raramente vais ao cinema. Mas eu a) usually
vou muitas vezes. b) seldom
He never studies. No, he never does. Ele nunca c) always
estuda. Não, ele nunca. Fonte:
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INGLÊS
10. She doesn’t ___________________________ finish Wellcome, student. Você chegou em uma área bônus
work earlybecause she is often busy. do material, para entender melhor essa área pay
a) never attetion! Todos os assuntos são importantes mas os
b) usually assuntos que tiverem o símbolo da bolinha preta antes
c) always ou destacados de alguma forma são assuntos que
geralmente são usados como questões em concursos
11. It ____________________ snows where I live, so I militares por isso estão destacados, nesses exercícios
nevermake a snowman. basicamente não tem teoria, são exercícios práticos e
a) sometimes comentados para te auxiliar na realização do seu
b) never sonho. Bons estudos!
c) always
Praticando - verbos modais
12. We visit our grandparents threeor four times
1- “Excuse me, sir. __________ you tell me the
________________________________.
time?” – “Sure, it’s 5:20.”
a) the month
a) Must
b) month
b) Do
c) a month
c) Can
d) Have
13. He almost never sees a doctorbecause he is
e) Shall
_______________________________ sick.
a) almost always
2- Qual a melhor tradução para a pergunta abaixo:
b) usually
“Can you tell me how to get there?”
c) seldom
– Of course I can.
a) Você pode me dizer como se consegue isso lá?
14. Do you __________________________ travel to
b) Quem pode me contar como se faz isso?
other countrieson your summer holiday?
c) Você pode me ensinar o caminho?
a) ever
d) Como se pode ir de lá para cá?
b) never
e) Você consegue atravessar para o outro lado?
c) how often
3- Escreva a frase abaixo na forma negativa e
15. I ___________________________________ study
interrogativa:
very hard, so I usually gethigh grades in school.
Doctors could treat infections properly.
a) always
b) rarely
4- Escreva a frase abaixo na forma negativa e
c) almost never
interrogativa:
You can smoke here.
16. He’s never angry. He________________________
has a smileon his face.
5- Escreva a frase abaixo na forma negativa e
a) never
interrogativa:
b) Always
I should wait for you here.
c) seldom
6- Escreva a frase abaixo na forma negativa e
interrogativa:
He can speak chinese.
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INGLÊS
6) Nessa frase estamos falando de algo que ainda pode B) Yes, I _______________ see them from here.
acontecer no futuro. Por isso, a melhor maneira é a C) He has just bought a big new car, he ____________
seguinte: I think she will leave Brazil one day. - Acho certainly be earning a lot of money.
que ela vai deixar o Brasil um dia. D) They say this herb ___________________ cure
7) Nesse exemplo estamos tratando de algo que poderia several diseases.
acontecer, mas não vai. Então devemos utilizar would. E) Now, after your clear explanation, I ____________
Veja: If I could, I would help you, but unfortunately I understand your point.
have a lot of things to do. - Se eu pudesse, eu te
ajudaria, mas infelizmente eu tenho muita coisa para 03. (Cesgranrio) Which is the idea expressed by may
fazer! in “Caffeine may be regarded as a mildly
addictive drug”?
8) Essa resposta é boa para você entender que tudo A) Ability
depende do contexto. Se desejamos fazer um convite D) Necessity
para chamar a pessoa para ir junto, usamos o would. B) Advice
Agora se a intenção é saber se o indivíduo vai E) Possibility
conosco, pode-se empregar will. Veja: I’m going. C) Obligation
Would you come with me? – Eu estou indo. Você
viria comigo? I’m going. Will you come with me? – Eu 04. (PUC-Campinas-SP) You ought ___________ a
estou indo. Você vai comigo? holiday.
9) Essa pergunta poderia ter mais de uma resposta: as A) take
letras a, b e d. Porém, vamos entender o contexto, que B) took
é uma conversa informal, pois é com um amigo. C) taking
Apesar de as 3 formas poderem ser utilizadas para D) to take
fazer pedidos ou solicitações, can é mais informal. E) taken
Could é um pouco mais educado e would é a mais
formal das três opções. 10) As letras b e c estão 05. Verbos Modais da Língua Inglesa: (PUC-
corretas! Essa questão é bem parecida com a anterior, Campinas-SP) Mother to child:
mas algo muito importante se altera aqui: o contexto! “You _______ tell lies.”
Nesse exemplo o interlocutor está em um ambiente
formal, logo ele precisa usar alguns mais educados A) mustn’t
para pedir permissão, caso de may e could, por B) may not
exemplo. C) had better
11) A melhor maneira de completar o texto é a seguinte: D) haven’t
Yesterday I was walking in the streets and the day was E) don’t need
really hot, so I decided to stop at a restaurant and
drink a soda. When I was almost asking it, I decided 06. Verbos Modais da Língua Inglesa: (ESPM-SP)
that I should take care of my health. I could drink it, Alfredo’s score on the test is the highest in the
but it would be so unhealthy… Then I tried to class; he _______________________.
control myself and said: “Could I get an orange juice, A) should study last night.
please?” The guy answered me: “Ok. May I put ice B) should have studied last night.
and sugar?” Then I started to think like: “I like sugar, C) must have studied last night.
but it would be so unhealthy!” So I said: “No, D) needn’t have studied last night.
thanks.” A few minutes later, I got my orange juice. E) used to study at nights.
That sensation made me a winner! I said to myself:
“Congrats, you can do it!” That story would be 07. (PUCPR) My vacation is over. I ________ get
amazing if I hadn’t taken the soda. But that’s ok, back to work immediately, otherwise I’ll lose my
tomorrow it will be different! job.
A) may
Existe uma expressão na língua inglesa chamada: B) should
“step by step” que significa “passo a passo”. C) can’t
Fazer exercícios leva a perfeição, fazer exercícios D) might
faz com que você esteja preparado para todos os E) must
tipos de questões que podem cair no concurso,
então toma mais questões aí. 08 (Milton Campos-MG) Guerrilla groups in
Colombia mustn’t stimulate ecological
01. Identify one of the following ideas in the destruction. In this sentence, the underlined word
sentence: It should be very strict. entails an idea of:
A) Capacity D) Permission B) Advice E) Conclusion C) A) advice.
Prohibition B) ability.
C) prohibition.
02. (Cesgranrio) In one of the following sentences we D) permission.
cannot use the verb can because of the meaning. E) absence of necessity.
Mark it.
A) Those boys __________________ swim well.
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INGLÊS
a) many/many/ much/much
b) many/ much/many/ many
c) much/ many/ many/ much
d) many/ many/many/ much
e) much/ many/many/ much
Gabarito
1. B 2. C 3. E 4. D 5. A
6. C 7. E 8. C 9. D 10. C
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INGLÊS
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INGLÊS
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INGLÊS
21- _____________ your keys in ignition (leave) and 6- _Close____ the door Peter (close)
________ (sit) on the other side of the car. 7- _Call_ him now! (call)
22- _____________ outside (wait) C)
8- I tell you every day: _turn_ of the light (turn)
Use os verbos dos parênteses para transformar as 9- I am Lieutenant Walmir ___drop__ your weapon
sentenças em imperativo NEGATIVO [Don’t]. now! (drop)
23- _____________ outside (wait) 9- __Leave__ your keys in ignition (leave) and __sit__
24- _____________ those books to your cousin (lend) (sit) on the other side of the car.
25- _____________ a car for your son today is his 10- __Wait__ outside (wait)
birhday (buy)
11 __Please_wait_ outside (wait)
26- _____________ me this knife boy (give)
27- _____________ the door of your car, this is LA 12- __Please_lend_ those books to your cousin (lend)
police (open) 13- __Please_buy_ a car for your son today is his birhday
28- _____________ the door Peter (close) (buy)
29- _____________ him now! (call) 14- __Please_give_ me this knife boy (give)
30- I tell you every day: _____________ 15- __Please_open_ the door of your car, this is LA
off the light (turn) police (open)
31- I am Lieutenant Walmir _____________ your
weapon now! (drop) 16- __Please_close_ the door Peter (close)
32-- _____________ your keys in ignition (leave) and 17- __Please_call_ him now! (call)
________ (sit) on the other side of the car. 18- I tell you every day: __please turn__ of the light (turn)
33- _____________ outside (wait) 19- I am Lieutenant Walmir _please drop__ your weapon
now! (drop).
Adicione “please don’t” nas sentenças abaixo de
20- _Please leave_ your keys in ignition (leave) and
modo torná-las negativas porém mais polidas,
__please sit_ (sit) on the other side of the car.
educadas.
34- _____________ outside (wait) 21- __Please wait__ outside (wait)
35- _____________ those books to your cousin (lend) 22- __Do not ou don't_wait_ outside (wait)
36- _____________ a car for your son today is his 23- __Do not ou don't_lend_ those books to your cousin
birhday (buy) (lend)
37- _____________ me this knife boy (give) 24- __Do not ou don't_buy_ a car for your son today is
38- _____________ the door of your car, this is LA his birhday (buy)
police (open)
39- _____________ the door Peter (close) 25- __Do not ou don't_give_ me this knife boy (give)
40- _____________ him now! (call) 26- __Do not ou don't_open_ the door of your car, this is
41- I tell you every day: _____________ off the light LA police (open)
(turn) 27- __Do not ou don't_close_ the door Peter (close)
42-I am Lieutenant Walmir _____________ your weapon 28- __Do not ou don't__ him now! (call) 30- I tell you
now! (drop) every day: __do not ou don't_turn_ of the light (turn)
43- _____________ your keys in ignition (leave) and
29- I am Lieutenant Walmir __do not ou don't_drop_
________ (sit) on the other side of the car.
your weapon now! (drop)
44- _____________ outside (wait)
30- __Do not ou don't_leave_ your keys in ignition (leave)
and __do not ou don't_sit_ (sit) on the other side of
Gabarito
the car.
1- C
31- __Do not ou don't_wait_ outside (wait).
2- A)Run b)Drink c)Eat d)Help e)Close f)Go g)Open
32- Please don't wait outside (wait)
h)Sit
33- Please don't lend those books to your cousin (lend)
3 - a) Don't close ( b ) that juice! It's Paul's
34- Please don't buy a car for your son today is his birhday
b) Don't drink ( d ) that box! It's for Monica.
(buy)
c) Don't sit ( f ) your shoes. They're dirty!
35- Please don't give_ me this knife boy (give)
d) Don't open ( a ) the window. It's hot!
36- Please don't open_ the door of your car, this is LA
e) Don't eat ( c ) on the floor! There's a chair next to police (open)
the table.
37- _ Please don't close the door Peter (close)
f) Don't touch ( e ) that sandwich. It's Monica's!
38- _ Please don't call_ him now! (call)
4-
39- I tell you every day: please don't turn off the light
1- _Weit_outside (wait) (turn)
2 _Lend_ those books to your cousin (lend) 40- I am Lieutenant Walmir please don't drop your
3- __Buy__ a car for your son today is his birhday (buy) weapon now! (drop)
4- _Give__ me this knife boy (give) 41- Please don't leave your keys in ignition (leave) and
5- _Open___ the door of your car, this is LA police please don't sit (sit) on the other side of the car.
(open) 42- Please don't wait_ outside (wait)
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INGLÊS
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INGLÊS
3- Write questions in the past with these words. 7- Qual a pergunta a anteceder a resposta “yes, I
a) when / study english / you did”?
b) what / do / yesterday / she a) Did you buy a car?
c) like / the film / he b) Will you buy a car?
d) live / in paris / your parents c) Didn’t you have a nice car?
e) walk / down / the road / they d) Have you bought it?
e) You didn’t.
4- Fill in the blanks below with one of the 15
irregular past tense verbs in the box. 8- She did not tell me the truth. She __________ to
ate came did drank gave got made met ran read saw me.
a) lie
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INGLÊS
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INGLÊS
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NÚCLEO DAS FORÇAS ARMADAS - DISCIPLINAS COMUNS
PORTUGUÊS
PORTUGUÊS
FONÉTICA
A Fonética Articulatória é o estudo da produção dos sons, ou seja, o estudo do aparelho fonador. Mas, vamos avançar um
pouco mais devagar: como se produz o som? Para que se produzam os sons que caracterizam a fala humana são necessárias
três condições:
• corrente de ar;
• obstáculo à corrente de ar;
• caixa de ressonância;
• Os pulmões, brônquios e traqueia - São os órgãos respiratórios que permitem a corrente de ar, sem a qual não
existiriam sons. A maioria dos sons que conhecemos são produzidos na expiração, servindo a inspiração como um
momento de pausa; no entanto, há línguas que produzem sons na inspiração, como o zulo e o boximane - são os
chamados cliques.
• A laringe, onde ficam as cordas vocais - Determinam a sonoridade (a vibração das cordas vocais) dos sons.
• O trato vocal - Formam a caixa de ressonância responsável por grande parte da variedade de sons.
• A cavidade nasal - Composta pelas fossas nasais e pela parte superior da faringe.
• A cavidade bucal - Composta pelos lábios, dentes, alvéolos, palato, véu palatino, língua e úvula.
Olhemos por um momento para o esquema do aparelho fonador antes de seguir o percurso do ar na produção de sons.
1 - Traqueia
2 - Laringe
4 - Faringe
5 - Cavidade bucal
6 - Cavidade nasal
8 - Maxilares (dentes)
9 - Língua
10 - Lábios
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PORTUGUÊS
Ao expirar, os pulmões libertam ar que passa pelos nasais (6). No meio está o véu palatino (7) que
brônquios para entrar na traqueia (1) e chegar à permite que o ar passe livremente pelas duas
laringe (2). Na laringe o ar encontra o seu primeiro cavidades, originando um som nasal; ou que impede a
obstáculo: a glote (3) (mais ao menos ao nível da passagem pela cavidade nasal, obrigando o ar a passar
maçã-de-adão, chamada de gogó no Brasil), mais apenas pela cavidade bucal - resultando num som
conhecida como cordas vocais. Semelhantes a duas oral.
pregas musculares, as cordas vocais podem estar A diferença é óbvia: compare-se o primeiro "a" em
fechadas ou abertas: se estiverem abertas, o ar passa "Ana" com o de "manta". A primeira vogal é oral e a
sem real obstáculo, dando origem a um som surdo; se segunda é nasal.
estiverem fechada, o ar força a passagem fazendo as Por fim, o ar está na cavidade bucal (a boca) que
pregas muscular vibrar, o que dá origem a um som funciona como uma caixa de ressonância onde,
sonoro. usando os maxilares (8), as bochechas e,
Para se perceber melhor a diferença, experimente-se especialmente, a língua (9) e os lábios (10), podem
dizer "k" e "g" (não "kê" ou "kapa", nem "gê" ou "jê"; modular-se uma infinidade de sons utilizando o palato,
só os sons "k" e "g") mantendo os dedos na maçã-de- o véu palatino, a úvula e os alvéolos (o pequeno alto
adão. No primeiro caso não se sentirá vibração, mas por trás dos dentes, ao qual se segue o palato).
com o "g" sentir-se-á uma ligeira vibração - cuidado
apenas para não se dizerem vogais, pois são todas A título de curiosidade:
sonoras.
Depois de sair da laringe (2), o ar entra na faringe Discute-se que a linguagem humana pode ter surgido
(4) onde encontra uma encruzilhada: primeiro a há cerca
entrada para a boca (5) e depois a para as fossas
de 100 mil anos, mas pensemos numa época mais 3 vogais = a, e, o;
recente - há cerca de 40 mil anos. Nesta altura, e 3 consoantes = k (c), x, r;
devido a reconstruções tendo por base o registro 2 semivogais = y (i, i).
arqueológico, sabe-se que o aparelho fonador dos
Neandertais tinha algumas diferenças marcantes do Representando a palavra foneticamente, ficaremos
Homem moderno, nomeadamente, a laringe com kayxeyro.
encontrava-se mais elevada. Isto significa que a língua
tinha uma mobilidade menor, limitando a Na palavra artilheiro, ar-ti-lhei-ro, o seguinte:
possibilidade da produção de sons.
4 vogais = a, i, e, o;
4 consoantes = r, t, lh, r;
1 semivogal = y (i).
FONOLOGIA
Foneticamente = artiĹeyro.
A FONOLOGIA se ocupa dos fonemas (= sons);
são eles as vogais, as consoantes e as semivogais. Na palavra viagem, vi-a-gem,
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PORTUGUÊS
1. HIATO = É o agrupamento de duas vogais, cada Dígrafo Vocálico = É o outro nome que se dá ao
uma em uma sílaba diferente. Ressoo Nasal, pelo fato de serem duas letras com um
• Lu-a-na, a-fi-a-do, pi-a-da fonema vocálico.
• sangue = san-gue – sãGe
2. DITONGO = É o agrupamento de uma vogal e uma • planta
semivogal, em uma mesma sílaba. • lento
• Cai-xa = Ditongo decrescente oral. • lindo
• Cin-quen-ta = Ditongo crescente nasal, com a
ocorrência do Ressoo Nasal. Não confunda dígrafo com encontro consonantal, que
é o encontro de consoantes, cada uma representando
3. TRITONGO = É o agrupamento de uma vogal e um fonema.
duas semivogais. Também pode ser oral ou nasal.
• A-guei = Tritongo oral.
• Á-guem = Tritongo nasal, com a ocorrência da EXERCÍCIO
semivogal m.
1. (IDIB – 2016 – Prefeitura de Novo Gama – GO)
ENCONTROS CONSONANTAIS Sobre o estudo fonético da palavra ‘também’, é
correto afirmar que:
É o agrupamento de consoantes. Há três tipos de a) Há nela cinco fonemas.
encontros consonantais: b) Há nela um encontro consonantal.
c) Não ocorre ditongo.
1. ENCONTRO CONSONANTAL PURO = É o d) Não ocorre dígrafo.
agrupamento de consoantes, lado a lado, na mesma
sílaba.
• Bra-sil, pla-ne-ta, a-dre-na-li-na
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PORTUGUÊS
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PORTUGUÊS
Texto
"Desde 1º de maio de 2009, estão em vigor as CURIOSIDADES ORTOGRÁFICAS
novas regras ortográficas da língua portuguesa. No
entanto, a obrigatoriedade da aplicação só
aconteceu no dia 1º de janeiro deste ano, 2016,
quando a nova ortografia será considerada correta.
Apesar de alterar apenas 0,5 % das palavras da
língua portuguesa no Brasil, as mudanças foram
percebidas de imediato quando começaram a ser
adotadas."
DOIS PLURAIS
Quando equivale a “pelo (a)(s) qual (is)” e flexões. • AFIM – É adjetivo (igual, semelhante); relaciona-se
Ex.: São muitas as dificuldades por que passamos. com a ideia de afinidade.
Quando depois dele vier subentendida ou expressa a • A FIM – Surge na locução prepositiva “a fim de”, que
palavra razão (ou motivo) nas frases interrogativas significa “para” e indica ideia de finalidade.
indiretas.
Ex.: Não sei por que você se foi tão depressa. 07. AO INVÉS DE / EM VEZ DE
(por que motivo / razão)
• AO INVÉS DE – “inverso/contrário de”.
04. POR QUÊ – É usado em fim de frase.
Ex.: Você não estuda com mais empenho por quê?
• EM VEZ DE – “no lugar de”.
Observação 08. EM PRINCÍPIO / A PRINCÍPIO
Em final de frase a palavra que deve ser sempre
• EM PRINCÍPIO – “= em geral”.
acentuada, por se tratar de um monossílabo tônico
terminado em e.
Ex.: Está preocupado com quê?/ Medo de quê? • A PRINCÍPIO – “= no início”.
DONDE – Usado com verbos que pedem preposição • SE NÃO – Usado equivalendo a caso não.
DE.
• SENÃO – Usado equivalendo a:
02. MAU / MAL
a) do contrário
MAU – É adjetivo ( contrário de BOM ).
b) a não ser
MAL
c) mas sim
• Advérbio (= “erradamente”; oposto de BEM)
• Substantivo (= “doença”, “moléstia”).
• Conjunção temporal (= “assim que”, “quando”).
• CERCA DE – “aproximadamente”.
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PORTUGUÊS
7) Nosso time jogou muito _____________. (Mau / 29) Sua opinião veio _____________ minha. (ao
mal) encontro de / de encontro a)
8) A discórdia é um grande _____________. (Mau / 30) O caminhão foi _____________ muro. (ao encontro
mal) de / de encontro a)
9) _____________ entrou e já foi reclamando de tudo. 31) _____________ chover amanhã, iremos à praia. (se
(Mau / mal) não / senão)
10) Ele fez a _____________ dos seus direitos autorais. 32) Esperarei um pouco; _____________ vier, irei
(sessão / cessão / seção) embora. (se não / senão)
11) O casal viu o filme na _____________ das oito. 33) Desça daí, _____________ vai cair. (se não / senão)
(sessão / cessão / seção)
34) Não faz outra coisa _____________ reclamar. (se
12) Visitamos a _____________ de esportes daquela loja. não / senão)
(sessão / cessão / seção)
35) Não tive o intuito de exigir, _____________ de pedir.
13) Fizemos uma _____________ horizontal no plano (se não / senão)
geométrico. (sessão / cessão / seção / secção)
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PORTUGUÊS
a) exite – êxito
b) exite – hêxito
c) hesite – êxito
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PORTUGUÊS
2. OXÍTONAS
3. PAROXÍTONAS
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PORTUGUÊS
II. O acento em "têm" (2° parágrafo) é de caráter ( ) a queda do acento na conjugação da terceira pessoa do
diferencial, em razão da semelhança com a forma plural do presente do indicativo dos verbos crer, dar,
singular "tem", diferentemente do acento aplicado a ler, ter, vir e seus derivados.
"porém" (3° parágrafo), devido à tonicidade da última
sílaba, terminada em "em". Assinale a alternativa que apresenta a sequência
III. Os acentos nos termos "excelência" (2° parágrafo) e correta de cima para baixo.
"necessário" (3° parágrafo) devem-se à mesma razão. a) V F F c) F F V
b) F V F d) F V V
Está correto o que consta em
a) I, II e III. d) II, apenas.
b) I, apenas. e) II e III, apenas.
c) I e III, apenas.
Numeral Indica quantidade, ordem, fração ou multiplicação. dois, terceiro, terço, quíntuplo
Preposição Relaciona uma palavra a outra. café com leite, lata de óleo
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
Substantivo Advérbio
Adjetivo Preposição
Artigo Conjunção
Numeral Interjeição
Pronome
Verbo
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PORTUGUÊS
CLASSES INVARIÁVEIS
1. PREPOSIÇÃO
O primeiro termo (antecedente) é explicado ou completado pelo sentido do segundo (consequente). Assim:
Antecedente Consequente
(regente / subordinante) Preposição (regido / subordinado)
Foi a Roma.
Fugiu de casa.
Mora Com A família
Ex.: a fim de, de acordo com, de encontro a, etc. Na linguagem culta não se deve contrair a preposição
“de se o termo seguinte estiver exercendo a função
FORMAS COMBINADAS E CONTRAÍDAS: sintática de sujeito de um verbo.
Ex.: Está na hora da onça beber água. (errado!)
• Combinação Está na hora de a onça beber água. (certo!)
ao (preposição a + artigo definido “o”)
aonde (preposição a + advérbio onde) 2. ADVÉRBIO
indeterminadamente.
CIRCUNSTÂNCIAS: Ex.: Faz anos que não vou a teatro.
(=qualquer teatro)
Ex.: Saiu com os amigos (companhia).
Conversaremos outro dia. (tempo) Obedeço a leis que respeitam os direitos humanos.
Falava-se sobre a guerra ao terrorismo. (assunto) (=quaisquer leis, desde que respeitem os DH )
LOCUÇÃO ADVERBIAL: Duas ou mais palavras → Depois do pronome relativo cujo (e variações).
com valor de advérbio.
Ex.: às vezes, às pressas, à direita, à noite, etc. Ex.: Este é o carro cuja porta está com defeito.
Ex.: Hoje cheguei cedinho. (=muito cedo) Está na hora de o professor iniciar a aula.
Todos chegaram cedo, cedo.
SEMÂNTICA:
2) Quando se coordenam vários advérbios terminados
em –mente, pode-se usar esse sufixo apenas no 1) Todo carro tem seus defeitos.
último advérbio. (sem artigo = “todos os carros, qualquer carro...)
Todo o carro tem seus defeitos.
Ex.: Ela estudava calma, tranquila e sossegadamente. (com artigo = “este carro, único, inteiro...)
3) Antes de particípios usam-se as formas analíticas: 2) Ele não é um amigo, mas o amigo!
mais bem, mais mal. (determinação específica, nível de importância)
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PORTUGUÊS
B) Lê-se como cardinal quando acima de dez: COLETIVOS: nomeiam agrupamentos de seres da
mesma espécie.
Ex.: Papa Pio XII (doze), Século XX (vinte), etc Ex.: biblioteca (de livros), antologia (de trechos de
leitura), banca (de examinadores)...
• Quando vem ANTES do substantivo, a leitura
será sempre como ordinal: (Obs.: o coletivo é um substantivo singular, mas com
ideia de plural.)
Ex.: VII Caminhada pela Paz (sétima)
FLEXÃO DO SUBSTANTIVO
SEMÂNTICA:
FLEXÃO DE GÊNERO:
1) Sentido indefinido
1) Uniforme (grafia única para masculino e feminino)
Ex.: Já falei mais de mil vezes! • Epiceno: cobra macho / fêmea
(referência hiperbólica) • Comum-de-dois: o / a estudante
• Sobrecomum: a criança, o indivíduo
Deveria haver umas quinhentas pessoas lá.
(referência indeterminada) 2) Biforme (duas grafias: masculino e feminino)
• Desinenciais: aluno / aluna
2) Alguns numerais podem sofrer derivação de grau, • Heterônimos: homem / mulher
por meio de adjetivos ou substantivos com
sufixos. Nesse caso, o numeral acresce-se de
Observações:
coloquialidade, ênfase, ironia, humor, conforme o
contexto.
1) Substantivo tido como de gênero duvidoso ou livre:
o / a personagem.
Ex.: Chegou em primeiríssimo lugar.
Há times que não conseguem sair da segundona.
2) Gênero aparente: Existem certos substantivos que,
Apesar de ser cinquentão, conserva sua elegância.
variando de gênero, variam em seu significado. Por
exemplo, o rádio (aparelho receptor) e a rádio
5. SUBSTANTIVO
(estação emissora), o capital (dinheiro) e a capital
(cidade), etc.
Dá nome aos seres
3) Substantivos de origem grega terminados em EMA
CLASSIFICAÇÃO DO SUBSTANTIVO
ou OMA são masculinos. Por exemplo: o axioma, o
fonema, o poema, o sistema, o sintoma, o teorema,
• Simples: possui um só radical. etc.
Ex.: tempo, sol, terreiro...
FLEXÃO DE NÚMERO:
• Composto: são formados de mais de um radical.
Ex.: passatempo, girassol, pé-de-moleque... 1) Substantivos Simples
• Comum: indica um nome comum a todos os seres de A) os terminados em vogal, ditongo oral e N fazem o
uma espécie. plural pelo acréscimo de S.
Ex.: colégio, homem, vegetal... Ex.: troféu troféus; ímã ímãs,
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PORTUGUÊS
Observação: Cais e cós são invariáveis. Observação: No padrão culto, também é lícita a
pluralização de ambos os elementos “bananas-maçãs”,
D) os terminados em ÃO fazem o plural de três maneiras.
“canetas-tinteiros”... − Fonte: HOUAISS.
Ex.: avião aviões
(a maioria e muitos aumentativos)
D) permanecem invariáveis, quando formados de:
alemão alemães
cidadão cidadãos • verbo + advérbio
os bota-fora, os pisa-mansinho
E) os terminados em X:
• verbo + substantivo no plural
• Monossílabo – Ex.: fax os fax ou faxes os porta-lápis
• Dissílabo – Ex.: tórax os tórax (invariáveis)
• verbos opostos
2) Substantivos Compostos os leva-e-traz, os ganha-perde
7. PRONOME
B) Possessivos - São palavras que, ao indicarem a pessoa
Representa ou acompanha o substantivo gramatical (possuidor), acrescentam a ela a idéia de
posse de algo (coisa possuída). O pronome possessivo
CLASSIFICAÇÃO DO PRONOME concorda em pessoa com o possuidor e em gênero e
número com a coisa possuída.
A) Pessoais − Substituem os substantivos, indicando as
pessoas do discurso. PRONOMES POSSESSIVOS
1a pessoa meu(s), minha(s)
QUADRO DOS PRONOMES PESSOAIS Singular 2a pessoa teu(s), tua(s)
Núm. Pes. Retos Oblíquos 3a pessoa seu(s), sua(s)
1a EU Me, mim, comigo 1a pessoa nosso(a)(s)
Singular 2a Plural 2 pessoa
a vosso(a)(s)
TU te, ti, contigo
3a ELE se, si, consigo, o, a, lhe 3a pessoa seu(s), sua(s)
(A)
1a NÓS Nos, conosco C) Demonstrativos - Indicam, no espaço ou no tempo, a
Plural posição de um ser em relação às pessoas do discurso.
2a VÓS Vos, convosco
3a ELES se, si, consigo, os, as, PRONOMES DEMONSTRATIVOS
(AS) lhes
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
este (a) (s) Isto
ALGUNS PRONOMES DE TRATAMENTO
esse (a) (s) Isso
Pronome Abrev. s/ pl. Uso
aquele(a)(s) Aquilo
Você v. / vv. pessoas próximas
Senhor Sr. (s) tratamento de
Outros Demonstrativos
Senhora Sra.(s) Respeito
Senhorita Srta. (s) moças solteiras
• semelhante(s) “Nunca vi semelhante injustiça!”
pessoas de
Vossa Senhoria V.Sa. (s) cerimônia: • tal (tais) ”Tal fato é um grande avanço social.”
ofícios, • o(s), a(s) = aquele(a)(s), aquilo
cartas Ex.: “Comprei o que querias.” (=aquilo)
comerciais... • mesmo(a)(s) “As regras são as mesmas.”
• próprio(a)(s) “Os próprios alunos leram o livro.”
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PORTUGUÊS
( PRONOMES RELATIVOS
n VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
s
o(a) qual, os(as) quais Que
)
cujo (a) (s) Quem
certo (a)(s) qualquer, quaisquer
quanto (a)(s) Onde
muito (a) quanto (a)(s)
(
s PRONOME: SUBSTANTIVO X ADJETIVO
)
nenhum (a) tanto (a)(s) A) Pronome substantivo: quando substitui o nome.
(
Ex.: Todos chegaram.
s
)
B) Pronome Adjetivo: quando o acompanha.
(
Ex.: Minha esposa é muito fiel.
n
s
) EMPREGO DOS PRONOMES:
outro (a) quanto (a)(s)
1) Pessoais Retos
(
s
A) As formas eu e tu não podem vir precedidas de
)
preposição. Usam-se as formas oblíquas
Todo (a) um (a) (s) (ns) = aproximad. correspondentes “mim” e “ti” como complementos.
(
s Ex.: Não há segredos entre mim e ti.
) Chegaram duas encomendas para mim.
pouco
( B) Os pronomes eu e tu funcionam sempre como
a sujeito. Quando precedidos de preposição, eles
) representam o sujeito de um verbo no infinitivo.
(
s Ex.: Recomendaram para eu não sair hoje.
) Há novas mensagens para tu leres.
INVARIÁVEIS
Algo, nada, alguém, ninguém, outrem, cada (usados p/ Observações:
t pessoas)
u 1) Depois da palavra até, indicando direção, usa-se
d mim ou ti; indicando inclusão, eu ou tu.
o
(usados p/ Ex.: Os condôminos dirigiram-se até mim e
c solicitaram que até eu pressionasse o síndico.
o
i 2) Ordem direta x ordem inversa
s
a Ex.: Não é fácil para mim aguentar seu estresse.
s (Aguentar seu estresse não é fácil para mim.)
)
LOCUÇÕES PRONOMINAIS INDEFINIDAS: C) Plural de modéstia – O pronome “nós” é empregado
no lugar do “eu” quando se pretende evitar o tom
cada qual, quem quer que, qualquer um, todo aquele que arrogante ou impositivo da linguagem.
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PORTUGUÊS
Ex.: Entregaram a encomenda a mim. (OI) Ex.: O pai repreendeu a filha porque ela bateu o seu
carro. (“O pai repreendeu a filha porque ela bateu o
B) Os pronomes o, a, os, as são complementos de carro dele”).
verbos que não exigem preposição (VTD):
B) A ideia de posse é, muitas vezes, representada pelos
Ex.: O trovão abalou a cidade. (...abalou-a) pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, lhe(s).
Ex.: Encontrar o amigo. (Encontrá-lo) Ex.: Ele deve ter seus noventa anos.
Fez as tarefas. (Fê-las) Obedeça-me, seu imprestável!
Minha querida, que horas são?
• no(s), na(s), quando associados a verbos terminados Meu caro amigo, que bom vê-lo!
em som nasal. (ão, õe, am, em)
D) Uniformidade de tratamento
Ex.: Encontraram o livro. (Encontraram-no)
Fazem as referências. (Fazem-nas) Ex.: Você reouve teus objetos perdidos? (errado!)
Você reouve seus... (certo!)
Observações: Tu reouveste teus....(certo!)
Ex.: Sentimo-nos honrados com sua presença. • Aquele(a)(s), aquilo – longe dos falantes
Ex.: Confiamos-lhes nossos segredos. • Este(a)(s), isto – indicam o tempo presente a ato da
Apresentamos-vos todas as metas da empresa. fala.
Ex.: Nestes últimos meses, estudei muito.
4) Os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, o (e
variações) podem aparecer exercendo a dupla função • Esse(a)(s), isso – indicam o passado ou o futuro
de objeto direto de um verbo e sujeito de outro em próximos ao ato da fala.
orações como: Deixei-me filmar. / Faça-os sair Ex.: Em 2002, o Brasil sagrou-se pentacampeão do
daqui. mundo. Nessa época, ninguém acreditava que fosse
possível.
política do Brasil. Aquela foi uma época que ofuscou a Apresentaram argumentos. Eu discordei da
democracia no país. legitimidade deles. Apresentaram argumentos de
cuja legitimidade discordei.
D) EM UM TEXTO:
*PRES. INDIC..:requeiro,
requeres...
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PORTUGUÊS
a) Voz ativa = sujeito pratica a ação 1. (IBFC / Câmara de Franca-SP - 2016) Assinale a
alternativa correta. Na última frase do texto “O
b) Voz passiva = sujeito sofre a ação homem maduro é de uma imaturidade a toda
prova. Meu Deus, o que será de nós, os
c) Voz reflexiva = sujeito pratica e sofre a ação ao maduros?” a expressão "Meu Deus" se classifica
mesmo tempo como:
a) Advérbio
d) Voz recíproca = há correspondência de ações verbais b) Sujeito
c) Vocativo
Exs.: d) Aposto
1. Eu reconheci os criminosos. [voz ativa]
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PORTUGUÊS
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PORTUGUÊS
9. (COVEST – 2015 – UFPE) No texto 3, consta o d) pronome pessoal - preposição - artigo - pronome
seguinte fragmento: “Como nos lembra Pierre Oléron, pessoal
a argumentação “só pode intervir se houver a e) nenhuma das alternativas
aceitação prévia de que um debate seja aberto”. O
verbo sublinhado também estaria flexionado conforme
a norma padrão na alternativa:
a) O deputado interviu com veemência na assembleia.
b) Eu intervi com veemência na assembleia.
c) A polícia interveio na hora mesma do crime.
d) Os professores interviram desde o início da sessão.
e) Tu interviste na hora certa?
16. O entusiasmo, que levava a citações... • Vogal Temática – dividem-se em nominais e verbais.
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo Nominais são as vogais –a, –e e –o, quando átonas
que o grifado acima está na frase: finais: mesa, base, livro. Nesses casos, não poderíamos
a) Pouco a pouco se agrupam diante do homem... pensar que essas terminações são indicadoras de
b) Que se arrasta cantante... gênero, pois mesa, base e livro, por exemplo, não sofrem
c) Que a voz se fazia mais forte... flexão de gênero. É a essas vogais temáticas que se liga
d) Imaginou o boi fincado na paisagem... a desinência indicadora de plural: carro-s, mesa-s,
e) Os ouvintes (...) começam e mexer-se... dente-s.
• DERIVAÇÃO
• Desinência – elemento final da palavra, que indica as . Compostos eruditos – união de radicais gregos ou
flexões de nomes, ou seja, gênero e número latinos: psicologia, micróbio.
(desinência nominal) e de verbos, ou seja, número,
pessoa, tempo e modo (desinência verbal): menino, • HIBRIDISMO
lemos.
Combinação ou união de palavras de línguas
diferentes:
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PORTUGUÊS
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PORTUGUÊS
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PORTUGUÊS
camente, dizendo que o pronome grifado é comple- sujeito implícito para o verbo “tenho”; “necessidade”
mento nominal por complementar um adjetivo ]. é o objeto direto do verbo “tenho”; “de cuja” é
complemento nominal, sendo seu termo regente a
d) A necessidade de orientações.[complemento nominal ] palavra “necessidade” (...tenho necessidade do livro).
e) Necessitar de orientações [ complemento verbal / • adnominal, o pronome relativo “cujo” pode exercer a
objeto indireto ] função de complemento nominal.
* “Necessitar é um verbo transitivo indireto, TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO
sendo “de orientações” objeto indireto;
“necessidade” é substantivo vindo de verbo São aqueles que vão acompanhar substantivos,
transitivo indireto. Portanto, quando um pronomes ou verbos, informando alguma
substantivo vier de um verbo transitivo indireto, característica ou circunstância. Ei-los: aposto, adjunto
teremos complemento nominal. adnominal e adjunto adverbial.
f) A dependência de drogas proporcionou ao infeliz APOSTO
rapaz amarga existência. Sua finalidade é explicar, identificar, esclarecer, especificar,
[ complemento nominal ] comentar ou simplesmente apontar algo, alguém ou um fato.
g) A produção de leite trouxe expressivo lucro ao APOSTO EXPLICATIVO:
fazendeiro.
Sônia, a tia de meu tio, viajou.
Produzir leite foi oportuno ao fazendeiro.
Marília e Dirceu, os noivos da Inconfidência, eram
Quando um substantivo vier de verbo transitivo Maria Doroteia e Tomás Antônio Gonzaga.
direto, haverá complemento nominal se existir valor
passivo; havendo valor ativo, teremos adjunto APOSTO ENUMERATIVO:
adnominal. No exemplo acima, “de leite” é
complemento nominal, pois mantém relação com um Víamos somente três coisas: vales, montanhas,
substantivo vindo de um verbo transitivo direto ( campinas.
produzir ) e o valor é passivo ( Leite é produzido por
alguém ). APOSTO RESUMITIVO:
h) O consumo de drogas nas favelas garantiu a violência Os pais, os avós, os tios, todos, foram a Portugal.
a todos os moradores. [ compl. nominal ]
Amor, dinheiro, fama, tudo, passam.
i) Tenho medo de fantasmas. [ complemento nominal ]
APOSTO COMPARATIVO:
j) De que os policiais federais, garantiu o porta-voz da
presidência, estão preocupados com os crimes Meu coração, uma nau ao vento, está sem rumo.
acentuados nas fronteiras, não há dúvida. [ O
termo grifado é complemento nominal oracional, APOSTO ESPECIFICATIVO:
sendo o termo regente a palavra “dúvida”; o termo
em negrito é complemento nominal, sendo o termo O poeta Manuel Bandeira proporcionou inovações
regente o predicativo “preocupados”.] literárias a nós.
k) A necessidade de obediência às normas de proteção às O rio Beberibe está sujo.
terras é expressiva.
O Estados Unidos é um mau exemplo.
- “de obediência” é complemento nominal, sendo o
termo regente “necessidade” APOSTO DISTRIBUTIVO:
- “às normas de proteção” é complemento nominal, Separe duas folhas: uma para o texto e a outra para as
sendo o termo regente “obediência” perguntas.
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PORTUGUÊS
em relação às demais palavras, pois é quem dá nome grifado é uma oração que apresenta pronome relativo (
aos seres. Assim sendo, as demais classes gramaticais “que” substitui o substantivo “provas” ). Lembra?
estão subordinadas ao substantivo. Geralmente Toda oração que apresentar pronome relativo é
exercem a função de adjunto adnominal o adjetivo, o subordinada adjetiva, exercendo a função de adjunto
numeral, o pronome e o artigo. adnominal oracional. Como todo adjunto adnominal
está contido em uma função sintática maior, devemos
a) Os simpáticos rapazes voltaram do clube. incluir a oração subordinada adjetiva como termo
sintático que constitui também o objeto direto do
Sujeito : “Os simpáticos rapazes” verbo VER.
Núcleo do sujeito: “rapazes”
Adjuntos adnominais do sujeito: “Os” , e) João Paulo II, que é o Papa, está doente.
“simpáticos”
O termo em negrito acima é adjunto adnominal
Adjunto adverbial: “do clube” oracional do núcleo do sujeito do verbo ESTAR.
Núcleo do adjunto adverbial: “clube” Temos uma oração subordinada adjetiva
Adjunto adnominal do núcleo do adjunto explicativa. Cuidado: Não é difícil encontrar em
adverbial: o artigo “o” que está aglutinado com a questões do provas públicas impropriedade
preposição “de” gramatical no emprego da pontuação das orações
adjetivas. No exemplo acima, a oração em negrito
b) Todo sábado, estudamos alguns tópicos, caro amigo. só pode ser explicativa, pois seu valor é absoluto.
Como pensar em restrição, se apenas uma pessoa
Adjunto adverbial de tempo: “Todo sábado” assume o papado. Toda oração subordinada
Núcleo do adjunto adverbial de tempo: “sábado” adjetiva com valor absoluto só pode ser
Adjunto adnominal do núcleo do adjunto explicativa, devendo ser pontuada com vírgulas
adverbial de tempo: “Todo” ou travessões.
Sujeito: “A pessoa que estuda” c) Como acabou o dia? [adjunto adverbial de modo]
Núcleo do sujeito: “pessoa”
d) Almoçou pouco. [adjunto adverbial de intensidade]
Adjuntos adnominais do núcleo do sujeito: “A” e
“que estuda” ( trata-se de uma oração subordinada e) Por que ele tremia? De medo. [adjunto adverbial de
adjetiva. Como toda oração subordinada adjetiva causa]
exerce a função de adjunto adnominal, temos um
adjunto adnominal oracional restritivo, sendo “que” o f) Venha jantar comigo. [adjunto adverbial de
pronome relativo que exerce a função de sujeito do companhia]
verbo “estuda”. Os adjuntos adnominais estão sempre
“dentro”, ou melhor, integrando o termo sintático que g) Com a máquina conseguiu fazer todo o trabalho.
o apresenta. ) [adjunto adverbial de instrumento]
Objeto direto: “expressivas fronteiras”. h) Talvez ele chegue mais cedo. [ adjunto adverbial de
Núcleo do objeto direto: “fronteiras” dúvida ]
Adjunto adnominal do núcleo do objeto direto:
“expressivas” i) Vivia para o trabalho. [ adjunto adverbial de finalidade
]
d) Vi as provas que Sônia fez, à semana passada.
j) Viajou de avião. [ adjunto adverbial de meio ]
O objeto direto do verbo VER é “as provas que Sônia
fez, à semana passada”. Observe que o núcleo do k) Falávamos sobre produtos importados, à mesa. [
objeto direto é o substantivo “provas”, o artigo que adjunto adverbial de lugar ]
está anteposto ao substantivo “provas” é adjunto
adnominal do núcleo do objeto direto. Todavia, não l) Não permitirei a sua dispensa. [adjunto adverbial de
existe apenas um adjunto adnominal, pois o termo negação ]
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PORTUGUÊS
Período é uma frase organizada em orações. O período PRONOMES RELATIVOS: USOS E FUNÇÕES
simples é formado por uma única oração e o composto
por duas ou mais orações, que se podem relacionar por • Sujeito
meio de dois processos sintáticos diferentes: a Um indivíduo que zela por seus direitos merece tê-los.
subordinação e a coordenação. Ocorre subordinação (Um indivíduo merece ter seus direitos. Um indivíduo zela
quando um termo atua como determinantes de um outro por seus direitos.)
termo. A subordinação ocorre no período composto
quando surgem orações que desempenham funções • Objeto direto
sintáticas em outras orações. São três os tipos de orações As dificuldades que houver devem ser superadas
subordinadas. solidariamente. (Deve haver dificuldades. As dificuldades
devem ser superadas.)
➢ Subordinadas Substantivas são as que exercem
funções substantivas (sujeito, objeto direto e • Complemento nominal
indireto, complemento nominal, aposto e As fortes razões a que você sempre fazia referência
predicativo). desapareceram? (As fortes razões desapareceram. Você
sempre fazia referência às fortes razões.)
➢ Subordinadas Adjetivas são as que desempenham
funções adjetivas (adjuntos adnominais).
• Predicativo
O pessimista que eu era deu lugar a um insuportável
➢ Subordinadas Adverbiais são as que exercem sonhador. (Eu era pessimista. O pessimista deu lugar a
funções adverbiais (adjuntos adverbiais que exprimem um insuportável sonhador.)
as mais variadas circunstâncias).
Pedi ajuda a um homem que passava naquele Exercem a função de adjunto adverbial em
momento. relação à oração principal de que dependem.
Normalmente, são introduzidas pelas seguintes
A miséria parece não sensibilizar o homem, que se conjunções e locuções conjuntivas.
considera um ser emocionalmente privilegiado.
1) Temporais – quando, enquanto, logo que, assim que,
Leia os períodos abaixo e identifique as diferenças de depois que, até que, apenas, mal, etc.
significado que as orações subordinadas adjetivas Ex.: Todos choramos, quando ele morreu.
restritivas e explicativas apresentam:
2) Finais – a fim de que, para que, que (= para que)
Recebi uma carta de minha irmã que está morando Ex.: Fiz-lhe sinal que se calasse.
em Salvador.
3) Proporcionais – à proporção que, à medida que,
Recebi uma carta de minha irmã, que está morando quanto mais... etc.
em Salvador. Ex.: Quanto mais convivo com ele, mais o aprecio.
O país que não investe em seu próprio povo tem 4) Causais – porque, visto que, como, uma vez que, já
poucas possibilidades de crescer. que, etc.
Ex.: O tambor soa, porque é oco.
O país, que não investe em seu próprio povo, tem
poucas possibilidades de crescer. 5) Condicionais – se, salvo se, contanto que, desde que,
a menos que, etc.
Os homens cujos princípios não são sólidos Ex.: Se eu tivesse vinte anos, casar-me-ia com você.
acabam se corrompendo.
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PORTUGUÊS
9) Concessivas – embora, apesar de que, ainda que, se São aquelas que não apresentam conjunções, sendo
bem que, conquanto que, etc. (as orações concessivas introduzidas por um verbo em uma de suas formas
expressam um fato – real ou suposto – que poderia opor-se à nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio).
realização de outro fato principal, porém não frustrará o Classificam-se da mesma forma que as orações
cumprimento deste). desenvolvidas.
Ex.: Mesmo que estivesse doente, ele trabalhava muito.
Ex.: É proibido fumar. (oração subordinada substantiva
subjetiva reduzida de infinitivo)
PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO
Terminada a reunião, todos saíram. (oração subordinada
Nesse período, as orações não têm função sintática. adverbial temporal reduzida de particípio)
Na coordenação, ligam-se orações de mesmo valor.
Segundo a natureza das orações que ligam, as orações Chegando à estação, comprei as passagens. (oração
independentes coordenadas classificam-se da mesma subordinada adverbial temporal reduzida de gerúndio)
forma pelo qual classificam as conjunções
coordenadas:
EXERCÍCIOS
1) Aditivas – e, nem, locuções: não só..., mas também,
tanto... como, etc. 1. (FCC – 2018 – SEGEP-MA) E aproximou-se tanto do
Ex.: Não veio nem telefonou. velho filósofo, que sua sombra se projetou sobre ele.
2) Adversativas – mas, porém, contudo, todavia, A atuação combinada dos vocábulos em destaque
entretanto, no entanto, senão, etc. articula as orações, na ordem dada, numa relação
Ex.: Não saía, senão com os primos. de
a) conformidade e proporção.
3) Alternativas – ou, ora... ora, quer... quer, etc. b) intensidade e condição.
Ex.: Venha agora ou perderá o lugar. c) causa e consequência.
d) proporção e conformidade.
4) Conclusivas – logo, portanto, por isso, pois (após o e) condição e causa.
verbo), de modo que, etc.
Ex.: O ideal é nobre; vamos, portanto, lutar por ele. 2. (IBADE – 2017 – IPERON-RO) A oração
destacada em “É claro QUE NINGUÉM
5) Explicativas – pois (antes do verbo), porque, ESPERA que o Facebook faça isso.” classifica-se
porquanto, que, etc. como subordinada:
Ex.: Não leias no escuro, pois faz mal à vista. a) substantiva subjetiva.
b) substantiva predicativa.
IMPORTANTE! c) adjetiva explicativa.
d) adjetiva restritiva.
DIFERENÇA ENTRE CAUSAL E EXPLICATIVA e) substantiva objetiva direta.
Na oração subordinada adverbial causal, existe,
necessariamente, uma relação de causa e efeito. Uma
oração causal é fator determinante de sua principal e, no
tempo, ocorre antes dela. Em, por exemplo, “A rua está
molhada porque choveu”, a segunda oração é causa da
primeira. Por outro lado, com uma oração explicativa, o
falante esclarece o porquê de ter feito a declaração
anterior. Assim, em “Choveu, porque a rua está molhada”,
com a segunda oração, o falante está apenas apresentando
o motivo que o levou a fazer a declaração. É óbvio que
não há qualquer relação de causa e efeito. Convém
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PORTUGUÊS
b) apesar de.
c) quando.
d) porque.
e) já que.
(VERÍSSIMO, L.F. As cobras em: se Deus existe que eu seja atingido por
um raio. Porto Alegre: LSPM, 1997.)
c) “Ninguém mais precisa ter trabalho ao comprar um a) Conhecer bem o CDC é vital tanto para os lojistas
presente para um conhecido...”. quanto para seus fornecedores.
d) “Ganho para o mercado de consumo...” b) Conhecer bem o CDC é vital em especial para os
e) “... é uma correria dos convidados para efetuar sem lojistas assim como para seus fornecedores.
demora sua compra.”. c) Conhecer bem o CDC é vital nem tanto para os
lojistas como para seus fornecedores.
9. (VUNESP 2015 – TJ-SP) Há teorias d) Conhecer bem o CDC é vital inclusive para os lojistas
evolucionistas que defendem que as sociedades sem falar em seus fornecedores.
com maior número de pessoas altruístas so- e) Conhecer bem o CDC é vital não tanto para os lojistas
breviveram por mais tempo por serem mais bem como para seus fornecedores.
capazes de manter a coesão .
13. (FCC 2015 – TER-RR)
É correto afirmar que a frase destacada na
passagem expressa, em relação à que a Mas vou parar, que não pretendi nesta crônica escrever um
antecede, o sentido de manual do perfeito candidato.
a) tempo.
b) adição. Identifica-se, no segmento sublinhado acima,
c) causa. a) uma finalidade, que reafirma as intenções do autor,
d) condição. expostas no texto.
e) finalidade. b) condição, pois o autor conclui não ter conseguido
aconselhar o candidato.
10. (VUNESP 2015 – TJ-SP) Na passagem – O c) noção de causa, que justifica a decisão tomada pelo
abraço caudaloso deu tão certo que ficaram autor.
perdidamente inseparáveis. –, o trecho d) a consequência de uma ação deliberada anteriormente
destacado expressa, em relação ao anterior, e) ressalva que restringe o sentido da afirmativa anterior
ideia de
a) consequência. 14. (VUNESP – 2014 – FUNDUNESP) Porque era
b) tempo quieto, os outros abusavam dele, botavam-lhe
c) causa. rabos de papel...
d) condição.
e) modo. Assinale a alternativa que indica a relação que a
conjunção Porque estabelece entre as orações e
11. (FCC 2015 – MANAUSPREV) apresenta a substituição correta da expressão em
destaque, sem alteração do sentido do texto
João Barbosa Rodrigues faleceu em 1909. Em 1925, o a) Causa; Como era quieto, ...
famoso antropólogo Kurt Nimuendaju tentou b) Concessão; Embora fosse quieto, ...
encontrar Miracanguera, mas a ilha já tinha sido c) Condição; Se fosse quieto, ...
tragada pelas águas do rio Amazonas. Arqueólogos d) Proporção; À medida que era quieto, ...
americanos também vasculharam áreas arqueológicas e) Tempo; Enquanto era quieto, ...
da Amazônia, inclusive no Equador, Peru e Guiana
Francesa, no final dos anos de 1940. Como não 15. (FUNDEP – 2014 – COPANOR) Leia o trecho.
conseguiram achar Miracanguera, “decidiram" que a
descoberta do brasileiro tinha sido “apenas uma “Nossa preocupação (de brasileiros) não é só controlar
subtradição de agricultores andinos". a exploração das florestas, mas também evitar uma
de suas piores consequências: a morte e o
Mantendo-se o sentido original, na desaparecimento total de muitas espécies de animais.”
frase Como não conseguiram achar
Miracanguera... (5o parágrafo), o elemento O conetivo sublinhado nesse trecho transmite a
sublinhado pode ser corretamente substituído ideia de:
por: a) contraste.
a) Por mais que b) adição.
b) Conforme c) conclusão.
c) Ainda que d) explicação.
d) De modo que
e) Uma vez que
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PORTUGUÊS
REGRA:
5. PRONOME DE TRATAMENTO
b) Ficou ____________ a plateia e o cantor. (irritado) c) _________ Alteza não será feliz. (VOSSA ou SUA?
Neste caso fala-se a respeito da pessoa)
c) Ficaram ____________ a plateia e o cantor. (irritado)
REGRA:
REGRA:
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PORTUGUÊS
REGRA: REGRA:
a) Amanhã ele enviará ____________ as procurações. a) Ela tomou duas _______ garrafas de cerveja. (meio)
(anexo)
b) Esse pacote pesa exatamente ________ quilo. (meio)
b) Os documentos seguirão ___________ à certidão de
registro. (anexo) c) Esse pacote pesa exatamente ___________ tonelada.
(meio)
c) ____________ às cartas seguirá a documentação.
(incluso) d) Ela estava ___________ preocupada. (meio)
d) As procurações serão enviadas ______________. (em e) A garota se sentia ___________ tonta. (meio)
anexo)
REGRA:
e) Foi um crime de __________-gosto e __________-
seriedade. (leso)
REGRA:
11. SÓ
REGRA:
REGRA:
16. PSEUDO
REGRA:
14. MESMO
REGRA:
c) Ele era ________ ________ seus primos. (tal qual) b) A camisa __________________ . (caro)
d) Os filhos são _________ _________ o pai. (tal qual) c) A camisa custou _______________. (caro)
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PORTUGUÊS
REGRA:
9) Hoje sou eu que _____________ (começou/
comecei) a partida.
REGRA:
CONCORDÂNCIA VERBAL
REGRA:
REGRA:
REGRA:
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PORTUGUÊS
REGRA:
REGRA:
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PORTUGUÊS
33) Daqui à cidade _______ (é/ são) dez quilômetros. 43) Se te maltratarem, eles se ____________ (haverá/
haverão) conosco.
34) Que horas _______________ (é/ são)?
44) Todos os meninos __________ (havia/ haviam)
35) Agora _______ (é/ são) sete horas da manhã. voltado.
REGRA: REGRA:
REGRA:
REGRA:
REGRA:
REGRA:
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PORTUGUÊS
9.
a) obrigado
b) obrigada
c) obrigados
10.
a) bastantes
b) bastantes
GABARITO c) bastante
CONCORDÂNCIA NOMINAL
11.
1. a) meias
b) meio
a) Pequeno / pequenos c) meia
b) Bonitas / bonitos d) meio
c) Pequenos e) meio
d) Gelada
e) Justa / justos 12.
f) Justo / justos a) sós
g) Justos b) só
c) a sós
2.
13.
a) boa a) proibida
b) irritada b) necessária
c) irritados c) proibido
d) bom
3.
14.
a) as línguas a) alerta
b) a língua b) menos
c) os dedos c) menos
d) o dedo
15.
4. a) tal
b) tais
a) iniciada c) tal quais
b) terminados d) tais qual
c) revistados e) tais quais
5. 16.
a) pseudo
a) seus b) todo
b) vossa
c) sua 17.
6. a) a olhos vistos
a) questão complicadas b) a olhos vistos
b) livro interessantes 18.
c) caso complicados a) possível / belas
b) belas / possível
7. c) belas / possíveis
a) mesmos d) possíveis / belas
b) mesmas
c) mesmo 19.
d) mesmo a) cara
b) cara
8. c) caro
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PORTUGUÊS
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PORTUGUÊS
b) Há certos bens cuja essência é tão afeita aos humildes REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL
que não pode ser ao menos compreendida pelos
prepotentes.
c) Conforme o que constam em alguns registros, Trata do mecanismo que regula as ligações entre um
Diógenes foi aprisionado por piratas, que o vendeu verbo ou nome e os seus complementos.
como escravo.
d) Existe relatos segundo os quais três itens constituía os
únicos pertences de Diógenes: um alforje, um bastão e 1. REGÊNCIA NOMINAL
uma tigela. O termo regente é um nome
e) Para Diógenes, ter autodomínio e liberdade
resultariam em felicidade, por isso convinham evitar o REGÊNCIA DE ALGUNS NOMES
desejo e o apego. (Advérbio, Substantivo ou Adjetivo)
5. (FCC – 2018 – SEGEP-MA) A frase escrita em
acessível (a) idêntico a
conformidade com a norma-padrão da língua é:
acostumado a, com incompatível com
a) Não haviam informações claras sob as espedições afável com, para com indiferente a
pioneira que iniciaram a exploração do litoral aflito com, por liberal com
maranhense.
antipatia a, contra, por natural de
b) Não havia informações claras sobre as expedições que
apto a, para necessário a
iniciaram a exploração do litoral maranhense. atencioso com, para com nocivo a
c) Não tinha informações clara sob as expedições compaixão de/para com/por paralelo a
pioneiras que iniciou a exploração do litoral
compatível com parecido a, com
maranhense.
compreensível a permissivo a
d) Não existiam informações claras sobre as expedições comum a, de pertinaz em
pioneira que iniciaram a exploração do litoral conforme a, com preferível a
maranhense.
cruel com, para com, para prejudicial a
e) Não existião informações claras sob as expedições
cuidadoso com propício a
pioneiras que iniciaram à exploração do litoral descontente com respeito a / com / de / para
maranhense. devoção a, para com, por com / por
dúvida acerca de , de, em, semelhante a
6. (FUNCEPE – 2015 – CÂMARA DE ACARAÚ-
sobre sensível a
CE) Em “havia muitas estrelas” (linha 08), as fácil a, de, para situado (sito, residente,
regras de concordância verbal foram falho de, em
respeitadas. Assinale o item em que isso morador) → em, entre
firme em suspeito a, de
não acontece:
generoso com último a, de, em
a) Deve fazer vários anos que não há uma seca tão grato a
grande vereador, deputado,
hábil em senador → por, pelo(a)(s)
b) Grande parte dos sertanejos conta essa mesma história
horror a versado em
c) Um por cento dos nordestinos não se identifica com
hostil a, para com
Fabiano
d) Quais de nós conhecem histórias semelhantes?
e) Mantém-se sempre os sonhos, apesar das dificuldades
PREDICAÇÃO VERBAL
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PORTUGUÊS
ANOTAÇÕES DO ALUNO
Ela obedece ao chefe.
VTI OI (a quem?)
INTRANSITIVO Não precisa de complemento ou A) Ele visa _______ sucesso. (sentido de desejar)
vem acompanhado por adjunto adverbial.
B) O jagunço ajeitou a arma e visou ____ alvo. (sentido
Ex.: Poucos saíram ontem. de mirar/ dirigir a pontaria)
VI adj. adverbial
de tempo (quando?) C) O diretor visou ____ documento. (sentido de pôr o
visto/ assinar)
Juliana mora em Paris.
VI adj. adverbial de lugar (onde?) ANOTAÇÕES DO ALUNO
2. REGÊNCIA VERBAL
O termo regente é um verbo
PRINCIPAIS VERBOS
1. ASSISTIR
5. LEMBRAR E ESQUECER
2. ASPIRAR A) Eu lembrei ____ aniversário de Pedro. (verbo não-
pronominal)
A) Ele aspira ________ sucesso. (sentido de desejar)
B) Eu me lembrei ____ aniversário de Pedro. (verbo
B) O pedreiro aspirou _______ pó da construção. pronominal)
(sentido de inalar ou sorver)
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PORTUGUÊS
ANOTAÇÕES DO ALUNO
ANOTAÇÕES DO ALUNO
11. CHEGAR
CUIDADO!
8. PAGAR E PERDOAR
O atleta brasileiro chegou EM PRIMEIRO LUGAR.
A) Nós pagamos ____ material. (verbo se referindo a
coisa) ANOTAÇÕES DO ALUNO
EXERCÍCIOS
14. IR
1. (FCC – 2018 – ALESEP) Considerando a regência
A) Iremos ____ Santos e retornaremos à tarde. (sentido e a estruturação das sentenças, a alternativa em
de “não demorar”) que as duas construções estão corretas é:
a) Uma de que eu gosto / Fez promessas das quais não me
esqueci.
B) Vou _______ Alemanha estudar Linguística. (Sentido b) numa época em que a TV ainda não existia / Numa época
de “estabelecer residência”) aonde a corrupção não era divulgada.
c) muitas das marchinhas que ouvíamos no rádio / Muitos dos
ANOTAÇÕES DO ALUNO desfiles cuja a transmissão assistíamos pela TV.
d) O jarro que eu plantei a flor / O poço o qual caíram as
chaves.
e) numa época em que a TV ainda não existia / Numa época
que precisamos voltar.
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PORTUGUÊS
5. SEPARA APOSTO
6. SEPARA VOCATIVO
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PORTUGUÊS
7. SEPARA ORAÇÕES COMPOSTAS POR Na letra A, entende-se que apenas os alunos sem o
SUJEITOS DIFERENTRES E UNIDAS PELA caderno não participaram da aula. Já na letra B,
CONJUNÇÃO E compreende-se que todos os alunos estavam sem
caderno e não participaram da aula.
EX.: João estuda, e Maria trabalha.
OUTRAS PONTUAÇÕES
8. SEPARA ORAÇÕES NAS QUAIS HOUVE
POLISSÍNDETO 1. PONTO FINAL Utilizado para encerrar qualquer
tipo de frase declarativa ou imperativa. Representa a
EX.: Ele canta, e dança, e pula. pausa máxima da voz.
9. SUBSTITUI VERBO IMPLÍCITO (ZEUGMA = Ex.: É preciso estudar tudo.
OMISSÃO DE TERMO JÁ CITADO)
Observação: Também é usado para indicar
EX.: Carlos estuda Medicina; Pedro, Engenharia.
abreviação de palavras (Sr. / Sra. / Obs.).
10. SEPARAR CONJUNÇÃO DESLOCADA
2. PONTO DE INTERROGAÇÃO Usado em
EX.: Ele queria ir à praia; não irá, porém, devido à frases interrogativas diretas, ainda que a pergunta não
chuva. exija resposta.
A) Para isolar citação textual colhida a outrem. Os primeiros habitantes desse Estado faziam parte de
dois grupos: os tupis e os jês. (1° parágrafo)
Ex.: Como afirma McLuhan: “O meio é a
mensagem”. Os dois-pontos no trecho acima introduzem duas
noções, simultaneamente, denominadas
B) Para isolar palavras ou expressões estranhas à língua a) enumeração e exemplificação.
culta (expressões populares, gírias, estrangeirismos, b) enumeração e justificativa.
neologismos, arcaísmos etc.). c) exemplificação e justificativa.
d) explicação e exclusão.
Ex.: Ele era um “gentleman”. e) exclusão e enumeração.
Pedro estava “numa nice”.
3. (FCC – 2018 – SEGEP-MA) A frase que
C) Indicar sentido diverso do usual (ironia). permanece correta com o acréscimo de uma
vírgula após o termo sublinhado é:
Ex.: Ficou “lindo” (= feio). a) Infelizmente não se tem notícia da responsabilização
penal dos importadores de equipamentos para piratear
8. PARÊNTESES Servem para isolar explicações, sinal de TV pelo crime de contrabando.
indicações ou comentários acessórios. b) Todos os brasileiros devem se preocupar com o
problema da fabricação de equipamentos para piratear
Ex.: Marcos leva uma vida mansa (dinheirinho, casa, sinal de TV por assinatura.
comida, roupa lavada etc.) e ainda reclama da vida. c) Ninguém sabe quando os tais 'gatonets' deixaram de
existir em nosso país nem mesmo se todos os
9. TRAVESSÃO Pode ser usado: responsáveis serão punidos.
d) Dizem que alguns dos equipamentos utilizados para
A) nos diálogos, indicando que alguém está falando de piratear sinal de TV por assinatura às vezes não ligam
viva voz (discurso direto), marcando a mudança de nem desligam.
interlocutor. e) Autoridades poderão multar os responsáveis pela
pirataria de sinal de TV e também colocá-los na
Ex.: – Olá! Como vai? prisão.
– Vou bem. E você? (...)
4. (FUNCERN 2015 – IFRN) Considere o trecho:
B) para substituir a dupla vírgula (o duplo travessão).
Desde que a neurociência ajudou a convencer a
Ex.: Castro Alves – poeta romântico – foi um grande Suprema Corte a salvar a vida de Simmons (que
abolicionista. hoje cumpre prisão perpetua), a questão do
“teenage brain" – cérebro adolescente – assumiu
C) diante de enumeração, substituindo os dois pontos. um papel importante no sistema judiciário dos
Estados Unidos.
Ex.: Apesar da imensa crise financeira por que passou,
decidiu comprar tudo – roupas, sapatos, toalhas etc. No que se refere à pontuação, é correto
afirmar:
a) os parênteses podem ser excluídos sem implicações
EXERCÍCIOS para a construção de sentido; e os travessões somente
podem ser substituídos por parênteses.
b) os parênteses e os travessões demarcam trechos que
1. (CESGRANRIO – 2018 – PETROBRAS) A
vírgula está empregada corretamente em: podem permanecer entre vírgulas facultativas.
a) As grandes metrópoles que se destacaram no apoio à c) os parênteses podem ser excluídos com implicações na
construção do sentido; e os travessões somente
sustentabilidade, foram premiadas pelo mundo
podem ser substituídos por vírgulas.
inteiro.
b) É preciso que futuramente, as cidades tenham d) os parênteses e os travessões demarcam trechos que
melhores condições de vida: habitação, alimentação, podem permanecer entre vírgulas obrigatórias.
saúde, emprego, transporte, educação. 5. (FUMARC – 2014 – AL-MG) Assinale a
c) Não é só o território que acelera o seu processo de alternativa em que a alteração na pontuação do
urbanização, mas é a própria sociedade brasileira que trecho transcrito entre parênteses NÃO implique
se transforma cada vez mais em urbana. erro ou mudança de sentido.
d) Os estados que possuem os menores percentuais de a) Há alguns anos, é colunista da Folha que o publica
população vivendo em áreas urbanas, estão duas vezes por semana.
concentrados nas regiões Norte e Nordeste. (Há alguns anos é colunista da Folha, que o publica
e) Os passageiros, que dependem do transporte coletivo duas vezes por semana.).
esperam que o futuro lhes ofereça mais comodidade b) Tostão (o que foi jogador de futebol) abandonou a
do que o presente. carreira por causa de problemas em seu olho, fruto de
uma bolada.
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.
PORTUGUÊS
(Tostão, o que foi jogador de futebol, abandonou a Alguns viajantes descansavam próximo ao leito do rio.
carreira por causa de problemas em seu olho, fruto de Concluídas as negociações, a comitiva embarcou no
uma bolada.). avião.
c) Na coluna de 13/10/2013, afirma, sobre si mesmo,
que é um colunista, que foi jogador; não um jogador, METONÍMIA (ou SINÉDOQUE) – consiste na
que se tornou colunista... substituição de um termo por outro com o qual existe
(Na coluna de 13/10/2013, afirma sobre si mesmo uma relação de significado.
que é um colunista que foi jogador, não um jogador
que se tornou colunista.). “Qual branca vela n’amplidão dos mares.” (Castro
d) E se queixa de que tem gente, que não entende. Alves)
(E se queixa de que tem gente que não entende...). ׀
(barco)
Consistem na mudança ou substituição do sentido real O país do futebol acredita em seus filhos.
das palavras para o seu sentido figurado. São elas: ׀
(Brasil)
COMPARAÇÃO – é a comparação entre dois
elementos por meio de suas características comuns. A dama do teatro brasileiro foi indicada para o
Normalmente se emprega uma conjunção comparativa Oscar.
(como, tal qual, assim como, etc.): ׀
(Fernanda Montenegro)
“E na minh’alma o nome iluminou-se
Como um vitral ao sol...” (Florbela Espanca) “O autor de Quincas Borba é conhecido como o
Bruxo do Cosme Velho.”
“Sejamos simples e calmos ׀
Como os regatos e as árvores” (Fernando Pessoa) (Machado de Assis)
METÁFORA – consiste no emprego de uma palavra SINESTESIA – consiste na mistura de sensações que
fora de seu sentido próprio, tendo como base uma produzem forte sugestão:
comparação subentendida, já que a conjunção
comparativa não aparece claramente: “Meu Deus! Como é sublime um canto ardente!”
“Em praias de indiferença (Olavo Bilac) ׀
navega o meu coração. (audição + tato)
Venho desde a adolescência
Na mesma navegação.” (Cecília Meireles) “Os carinhos de Godofredo não tinham mais o gosto
׀ ׀
“Ó mar salgado, quanto do teu sal (tato) (prazer)
São (como) lágrimas de Portugal!” (Fernando Pessoa) dos primeiros tempos.” (Autran Dourado)
“Meus paralíticos sonhos desgosto de viver.” (Carlos O vento frio e cortante balançava os trigais dourados
Drummond de Andrade) e
׀ ׀
CATACRESE – é a utilização de um termo fora de (tato) (visão +
seu sentido próprio por não haver uma palavra
apropriada para expressar o que se pretende. É, na macios que se estendiam.
verdade, uma metáfora desprovida de originalidade ׀
pelo uso constante. (tato)
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.
PORTUGUÊS
“Porém se acaba o Sol, por que nascia?” (Gregório “O primeiro milhão possuído excita, acirra, assanha
de Matos) a gula do milionário.” (Olavo Bilac)
“Era uma estrela divina “Senhor, escutai meu estrondoso medo.” (Adélia
Que ao firmamento voou!” (Álvares de Azevedo) Prado)
׀
(morreu) “Alegres campos, verdes arvoredos,
claras e frescas águas de cristal,
“Quando a Indesejada das gentes chegar...” que em vós os debuxais ao natural.” (Luís de Camões)
(Manuel Bandeira) ׀
(a morte) PARADOXO (ou OXÍMORO) – trata-se de uma
antítese, porém com maior intensidade no contraste de
IRONIA – consiste em se dizer o contrário do que se ideias antagônicas:
pensa, normalmente com intenção sarcástica:
“Amor é fogo que arde sem se ver,
“Moça linda bem tratada, É ferida que doi e não se sente,
Três séculos de família, É um não querer mais que bem querer,
Burra como uma porta; É um andar solitário entre a gente.” (Camões)
Um amor.” (Mário de Andrade)
58 nuceconcursos.com.br
.
PORTUGUÊS
Ordem direta: O triste pastor vendo que a sua pastora ASSÍNDETO – consiste na ausência de conectivo
lhe fora negada assi com enganos. entre termos ou orações:
ELIPSE – é a omissão de uma ou mais palavras, sem “Essas criadas de hoje, não se pode mais confiar
que se comprometa o sentido da frase: nelas.” (Aníbal Machado)
“Eu, não me importa a desonra do mundo.” (Camilo
(Eu) Posso pegar a minha moedinha de volta? Castelo Branco)
“Mas o tempo é firme. O boi é só. ANÁFORA – Consiste na repetição de uma ou mais
No campo imenso (vê-se) a torre de petróleo.” (Carlos palavras para dar ênfase a uma ideia. É muito usada
Drummond de Andrade) em poesia:
nuceconcursos.com.br 59
.
PORTUGUÊS
Quanto às especificações anteriores, diz-se que: Há três modos de reproduzir a fala das personagens:
a) todas estão corretas.
b) nenhuma está correta. 1) Discurso direto: é a reprodução fiel das palavras da
c) apenas I , II e III estão corretas. personagem. Geralmente isso ocorre nos diálogos.
d) apenas III e IV estão corretas. Chamamos de verbos de elocução ou dicendi aqueles
e) apenas I está incorreta. que indicam qual interlocutor está com a palavra
(dizer, falar, perguntar, responder, exclamar, ordenar).
2. "Capitu parece vencer-se a si mesma"
Recursos gráficos: aspas; travessão; dois pontos.
A SI MESMA é redundância da palavra SE -
figura a que chamamos: Exemplo: Os meninos trocavam impressões
a) metáfora cochichando, aflitos com o desaparecimento da
b) anacoluto cachorra. Puxaram a manga da mãe e
c) pleonasmo perguntaram-lhe:
d) silepse - Que fim terá levado Baleia?
e) hipérbato
2) Discurso indireto: é aquele em que o narrador
3. A prosopopeia, figura que se observa no verso transmite, com as próprias palavras, o pensamento da
"Sinto o canto da noite na boca do vento", ocorre personagem. As falas se contêm numa Oração
em: Subordinada Substantiva.
a) "A vida é uma ópera e uma grande ópera."
b) "Ao cabo tão bem chamado, por Camões, de Exemplo: Os meninos trocavam impressões
Tormentório, os portugueses apelidaram-no de Boa cochichando, aflitos com o desaparecimento da
Esperança." cachorra. Puxaram a manga da mãe e
c) "Uma talhada de melancia, com seus alegres caroços." perguntaram-lhe que fim teria levado Baleia.
d) "Oh! eu quero viver, beber perfumes.
Na flor silvestre, que embalsama os ares." 3) Discurso indireto livre: apresenta características do
e) "A felicidade é como a pluma..." discurso direto e discurso indireto. A fala do narrador
e a da personagem parecem confundir-se numa só,
4. 1 - Vontade de beijar os olhos de minha pátria pois não há sinais indicativos de que a fala pertence a
De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos". um deles especificamente.
2 - "Pátria, eu semente que nasci do vento
Eu que não vou e não venho, eu que permaneço". Exemplo: Os meninos trocavam impressões
Vinicius de Moraes – Trechos cochichando, aflitos com o desaparecimento da
cachorra. Puxaram a manga da mãe. Que fim
A partir dos exemplos 1 e 2, indique as respectivas teria levado Baleia?
figuras de linguagem:
a) prosopopeia - aliteração. (Graciliano Ramos, Vidas Secas)
b) metáfora - gradação.
c) hipérbole - antítese.
d) aliteração - personificação.
e) metonímia - assíndeto.
palavras.
INTERPRETAÇÃO X COMPREENSÃO EXEMPLO
TÍTULO DO
É muito comum, entre os candidatos a um cargo PARÁFRASES
TEXTO
público a preocupação com a interpretação de textos.
Isso acontece porque lhes faltam informações A INTEGRAÇÃO DO MUNDO
específicas a respeito desta tarefa constante em provas A INTEGRAÇÃO DA
relacionadas a concursos públicos. HUMANIDADE
"O HOMEM
Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar UNIDO ”
A UNIÃO DO HOMEM
no momento de responder as questões relacionadas a HOMEM + HOMEM = MUNDO
textos. A MACACADA SE UNIU
(SÁTIRA)
TEXTO – é um conjunto de ideias organizadas e
relacionadas entre si, formando um todo significativo CONDIÇÕES BÁSICAS PARA INTERPRETAR
capaz de produzir INTERAÇÃO COMUNICATIVA
(capacidade de CODIFICAR E DECODIFICAR). Fazem-se necessários:
QUANDO (TEMPO)
a) Extrapolação (viagem) QUANTO (MONTANTE)
Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias
que não estão no texto, quer por conhecimento prévio EXEMPLO:
do tema quer pela imaginação.
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.
PORTUGUÊS
subjetivo como muitos pensam. Assim como as Nunca se sabe como os boatos surgem. Dizem os
questões de gramática, a análise de texto apresenta especialistas que o prazer de quem envia boatos por e-
fundamentos bem sólidos em seus critérios de mail é receber as histórias escritas por eles mesmos
correção. depois de algum tempo.
Destaco, neste artigo, a cobrança de questões com
base nas ideias explícitas ou implícitas. Explícito é A partir das ideias explícitas e implícitas no texto
aquilo que, literalmente, está escrito. Observe a acima, julgue os itens abaixo.
seguinte construção: Isabela estuda todos os dias
apostilas e questões relacionadas a concurso público. 1. A grande maioria das pessoas que vivem nos centros
Se o concurso afirmar que Isabela fará concurso urbanos costuma receber mensagens eletrônicas
público, a resposta será incorreta. A construção apelativas, com propagandas de instituições comerciais
apresentada não afirma explicitamente que ela fará. ou com solicitações de auxílio, principalmente
Afirma que ela estuda apostilas e questões relacionadas envolvendo crianças e (ou) velhos doentes.
a concurso público. Comandos comuns para ideias
explícitas são: “de acordo com o texto”, “com base no 2. A circulação de algumas mensagens, como a de se ter
texto”, “no texto”. os “rins retirados e acordar em uma banheira de gelo”,
Se, no entanto, o comando for apresentado assim: de caráter jocoso e assustador, pode partir do
depreende-se do texto (infere-se, deduz-se) que Isabela princípio de que alguns usuários desse tipo de
fará concurso público, a resposta será correta. comunicação são ingênuos – acatam e divulgam, sem
Implícito é aquilo que não está escrito literalmente, julgamento prévio, tudo o que leem.
mas você pode deduzir ou inferir das construções.
Não se pode extrapolar. Deve haver relação lógica. O 3. Embora os destinatários possam ignorar a real
próprio comando na prova deve deixar claro qual linha procedência e a veracidade das informações da
de interpretação o candidato deve seguir. correspondência, geralmente os remetentes últimos
Observe texto e questão de prova com interpretação podem ser reconhecidos pelos recebedores que, a
explícita. partir dos dados do endereçamento, acompanham as
informações de quem a enviou.
A televisão procura atender ao gosto da população a que se
dirige. Assim, acomoda essa grande massa de consumidores a Geralmente, questões com interpretações implícitas
antigos hábitos e tradições, em vez de propor, aos que assistem a são mais difíceis. O gabarito acima foi o seguinte: 1.E
ela, inquietações novas e uma visão mais crítica do mundo em (extrapolou), 2.C, 3.C (muitos candidatos reclamaram
que vivem. na época, mas todo o texto se relaciona ao tema
informática e fofoca).
De acordo com o texto.
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PORTUGUÊS
(intencionalidade), tem em mente ou quer que o leitor animais personificados. A linguagem pode ser formal
faça, a partir da leitura de seu texto. ou informal, tendendo as fábulas modernas ao humor.
1.4 SÍNTESE DO CONTEÚDO GLOBAL • Conto – É um gênero textual que apresenta um único
conflito, tomado já próximo do seu desfecho. Encerra
DO TEXTO uma história com poucos personagens, e também
tempo e espaço reduzidos. A linguagem pode ser
É um texto conciso com a seleção e a formal ou informal.
apresentação, de forma global e organizada, de
pontos fundamentais para a compreensão de um • Charge – É um desenho humorístico, com ou sem
determinado texto. legenda ou balão. É a crítica humorística de um fato
ou acontecimento específico e aborda temas sociais,
1.5 GÊNEROS E TIPOS TEXTUAIS: econômicos e, sobretudo, políticos.
CARACTERÍSTICAS • História em quadrinho – É uma narrativa visual que
GÊNEROS TEXTUAIS expressa a língua oral e apresenta um enredo rápido,
empregando somente imagem ou associando palavra e
São práticas sócio-históricas que se constituem como imagem.
ações para agir sobre o mundo e dizer o mundo,
constituindo-o de algum modo. São formas verbais de ALGUNS EXEMPLOS DE TEXTOS
ação social relativamente estáveis realizadas em textos
situados em comunidades de práticas sociais típicas e EXPOSITIVOS
em domínios discursivos específicos.
Em outras palavras, “Gênero Textual é um conceito Instrucional:
geral que engloba textos com características comuns
em relação à linguagem, ao conteúdo e à estrutura, • Receita Culinária – É um texto instrucional com
utilizados em determinadas situações comunicacionais, duas partes: ingredientes e modo de fazer. Pode
orais ou escritas.” Constituem-se como exemplos de apresentar título e outras informações (tempo de
gêneros: cartas, bulas, e-mails, anúncios, postais, avisos, preparo, rendimento, caloria, etc.). A linguagem é
artigos, requerimentos, editais, crônicas, fábulas, clara, objetiva e concisa.
contos, rezas, piadas, receitas, notícias, provérbios,
entre muitos outros.
• Manual – Sua finalidade é orientar sobre o
funcionamento de um aparelho, regras de um jogo,
Sempre que nos comunicamos por meio de palavras,
etc.
empregamos um gênero. Os textos (orais ou escritos)
constituem gêneros cuja especificidade depende da
situação de interação verbal, do momento em que ela Informativo:
ocorre e das relações que a envolvem.
Os estudos referentes à comunicação agrupam os • Notícia – É um gênero textual cujo objetivo é
gêneros textuais por domínio discursivo. Daí informar ao leitor fatos atuais, com simplicidade,
encontrarmos vários tipos de domínio discursivo: concisão e precisão. A linguagem desse texto
jornalístico, didático, científico, religioso, jurídico etc. jornalístico é formal, clara e objetiva.
As fronteiras entre esses domínios são, em algumas
situações comunicativas, meio nebulosas, pois os • Reportagem – É um gênero textual que enfoca, de
gêneros podem ter uma configuração híbrida, forma abrangente, assuntos e não necessariamente
circulando por vários domínios. fatos novos. A linguagem desse texto jornalístico é
Vejamos agora alguns exemplos de gêneros textuais formal, objetiva e direta.
usados no cotidiano e suas respectivas características
gerais: • Gráfico – É uma representação gráfica de dados
físicos, econômicos e sociais.
• E-mail – É uma mensagem enviada e recebida através
de um sistema de correio eletrônico. Como é utilizado • Entrevista – É um gênero textual cuja finalidade é
em diversas situações comunicacionais, formais ou obter opiniões de uma pessoa a respeito de um
informais, a linguagem pode variar. Tem a estrutura assunto e divulgar informações sobre a vida pessoal ou
padrão da carta e, em geral, os parágrafos são curtos. profissional dela. Pode ou não aparecer em textos
jornalísticos.
• Poema – É a unidade da poesia, em versos com ou
sem rima. Esse gênero textual, em geral, apresenta Opinativo / Expressivo:
recursos de sonoridade e ritmo, bem como palavras
em sentido conotativo e figuras de linguagem. O • Editorial – É um gênero textual que expressa a
conteúdo da composição poética é, em geral, abstrato, opinião de um jornal ou revista, ou de seus editores, a
expressivo, subjetivo e conotativo. respeito de um fato noticiado.
• Fábula – É um gênero textual que transmite um • Resenha Crítica – Gênero em que se fornecem
ensinamento e cujos personagens, em geral, são informações e uma análise a respeito de uma produção
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PORTUGUÊS
Texto 03
O fato de viver longe de casa pode ter contribuído
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NÚCLEO DAS FORÇAS ARMADAS - DISCIPLINAS COMUNS
MATEMÁTICA
MATEMÁTICA
A B
U
2. Interseção U A B
U
AB= U
U 02. Em uma prova constituída de duas questões, se
U observou que 15 alunos acertaram as duas
U questões, 36 acertaram a 1ª , 30 acertaram
U somente uma questão e 19 erraram a
U 1ª questão. Quantos alunos participaram da
U prova?
A B
3. Subtração
A-B=
A B
A B
A
B
Observação:
O complementar de A em relação ao universo é
representado por A ou A’. C
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.
MATEMÁTICA
A B
C f:AB
Domínio
Contradomínio
Imagem
TIPOS DE FUNÇÕES
1) Função Injetora
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MATEMÁTICA
a) f(x) = 3x 1
A B
1
b) f(x) =
3
4x
3) Função Bijetora
1 x
c) f(x) =
4x 8
A B
x 5
02. Seja a função real (x) =
x 1 . A sentença que
DOMÍNIO DE UMA FUNÇÃO
completa corretamente a expressão do conjunto
domínio D = {x | ________} dessa função é
a) x>1
b) x1
c) x>0
d) x0
g(x) = é D = {x / _________}.
a) x1ex2
b) x>2ex4
c) -1 x 1
d) -2 x 2 e x 0
a) x>4ex1
b) x<4ex1
c) x < 4 e x 1
d) x > 4 e x 1
nuceconcursos.com.br 3
.
MATEMÁTICA
a) 15n+1
b) 14n-1
c) 3n-2
d) 15n-15
e) 14n-2
A B
a) 5/4
b) 3/2
c) 1/2
C d) 3/4
e) 5/2
EXERCÍCIOS
a) f(g(x)) = 6x
b) f(g(x)) = 6x + 4
c) f(g(x)) = 2x - 2
d) f(g(x)) = 3x + 4
e) f(g(x)) = 3x + 2
Gabarito
1. A 2. A
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MATEMÁTICA
a) 17
b) 1/17
c) 2
d) 1/2
A B
1) Função Par
EXERCÍCIOS
a) f(x)-1 = x – 3.
b) f(x)-1 = x + 3. A B
c) f(x)-1 = – x – 3.
d) f(x)-1 = – x + 3.
e) f(x)-1 = 3x.
2) Função Ímpar
02. Admitindo que f é uma função bijetora, obter a
inversa, em cada um dos seguintes casos:
f(x) =
A B
g(x) =
EXERCÍCIO
a) 3 g(x) = 3x5 - 6x
b) 2
c) 1 h(x) = x3 + 4x2
d) 0
i(x) = 5
j(x) = 0
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.
MATEMÁTICA
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MATEMÁTICA
10. Seja : a função definida por (x) = 16. (EEAR-CFS-B-2/2003) É par a função :*
definida por:
e g a função inversa de . Então, g(2) é
a) (x) = 1
x2
a) –4 1
b) –1 b) (x) = x
c) 3 c) (x) = x
d) 5 d) (x) = x5
a) 3 a) 1
b) 4
c) 6
b)
d) 12
c)
12. (EEAR-CFS-2/2007) Seja : a função
1 x
definida por (x) = 3 e g a função inversa de . d)
Então, g(2) é
a) –4
b) –1
c) 3
d) 5
a) 1/4
b) 1/3
c) 4
d) 3
a) 1 e -1
b) -2 e 3
c) 6 e -1
d) 6e3
a) (x) = 3x6
b) (x) = 125 Gabarito
c) (x) = x4 + x2 – 3 1. C 2. 55,39 e 3. C 4. C 5. E
d) (x) = 5x – 8 263
e) (x) = x3 – 2x 6. D 7. D 8. E 9. A 10. D
11. D 12. D 13. C 14. C 15. E
16. A 17. D
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.
MATEMÁTICA
A) Função Afim y = ax + b
Características: a=
b=
Ex.: y = -x +2
y
y
x y
B) Função Constante
Características:
Ex.: y = 3
y Ex.: y = 2x – 5
x y
EXERCÍCIOS
a) m>3
b) m<2
c) m<1
d) m=0
a) m0
b) m>1
c) –1 < m < 1
d) –1 < m 0
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MATEMÁTICA
a) f(x) = 2x – 5.
b) f(x) = x + 3.
c) f(x) = 3x. Ex.: y = x2 + 2x - 3
d) f(x) = x – 3.
e) f(x) = 3x – 3.
x y y
x
a) x+2
b) x+2
c) −3x + 2
d) 3x + 2
B) Concavidade e Vértice
05. Se uma reta passa pelo ponto P(3, 4) e tem
coeficiente angular 2, então o coeficiente linear
dessa reta é y = ax2 + bx + c
a) –4
b) –2 y
c) 1
d) 3
a) 3
b) 2
c) –2
d) –1
a) –1
b) –3 01) > 0
c) 0
d) 2
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.
MATEMÁTICA
y 03) < 0
y
x
02) = 0
y EXERCÍCIOS
x
03. Para que a função (x) = (k – 4)x2 + kx – (k – 2)
seja quadrática, deve-se ter k
a) –2
b) 0
c) 2
d) 4
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MATEMÁTICA
a) (x) 0, para x 1 ou x 2
b) (x) < 0, para qualquer valor de x 04. O número de soluções inteiras da inequação
c) (x) 0, para nenhum valor de x 2
d) (x) > 0, para 1 < x < 2 abaixo é: x 6x 10 < 0
x 2 1
a) 0
b) 1
08. O conjunto solução da inequação c) 2
x2 – 6x + 8 x + 2 em é: d) 3
e) infinito
a) x
b) {x | 2 < x < 3}
c) {x | x 2 ou x 3} 05. (EsSA-2013) Os gráficos das funções reais
d) {x | x 2 e x 3} (x) = 2x – 2 e g(x) = 3x2 – c possuem um único
5
e) {x | 2 x 3}
ponto em comum. O valor de c é
a) –1/5
09. (EsSA-2018) O conjunto solução da inequação b) 0
x² + 5x + 6 < 0, onde x é um numero real (X € R), c) 1/5
é: d) 1/15
e) 1
a) {x € r/ -3 < x < -2} x 2 3x 2
b) {x € r/ -3 ≤ x < 2} 06. O domínio da função f ( x) é:
c) {x € r/ -5 < x < 1} x2 1
d) {x € r/ -2 < x < 3} a) (–,–1 U [2, )
e) {x € r/ -5 < x < -6} b) [–1, 2)
c) (–,–1) U [2, )
d) (–,–1) U (2, )
e) (–1, 2]
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.
MATEMÁTICA
07. (EEAR-CFS-1/2019) Seja a função quadrática 12. (EsPCEx-2021) Sejam f(x) = 4x2 - 12x + 5 e
f(x) = ax2 + bx + 1. Se f(1) = 0 e f(–1) = 6, então o g(x) = x + 2 funções reais. O menor inteiro para o
valor de a é qual f(g(x)) < 0 é
a) 5 a) -2.
b) 4 b) -1.
c) 3 c) 0.
d) 2 d) 1.
e) 2.
a) 9000
b) 7000
c) 6000
d) 8000
e) 10000
a) k > 0.
b) -1 < k < 3.
c) k ≠ -1 ou k ≠ 3.
d) k = -1 ou k = 3. Gabarito
e) k < -1 ou k > 3. 1. C 2. D 3. B 4. B 5. D
6. D 7. D 8. C 9. A 10. A
11. E 12. B 13. A 14. B 15.
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MATEMÁTICA
a) |x + 3| = 7
A) Módulo de um número
x, se x 0
x
x, se x 0
b) |2x – 1| = -5
Ex.: |7| =
|-5| =
|0| =
c) |x – 2| = 2x + 1
2
Obs.: |x| = x
B) Função Modular
Características:
Gráfico: y = |x|
03. Resolva as inequações abaixo:
a) |2x – 3| > 1
y
x y
b) |4x – 1| < 3
x
EXERCÍCIOS
c) |x + 5| 0
01. Construa o gráfico da função f(x) = |x 2 – 2x –
3|
x y y
d) |2x + 1| < -1
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.
MATEMÁTICA
a) 5/3
b) 8/3
c) 5
d) 3
a) 4.
b) 0.
c) -10. 1
x
d) -4. Ex2: y =
e) 10. 2
x y y
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
a) 3
b) 4 x
c) 5
d) 6
Obs:
Gabarito
1. C 2. E
14 nuceconcursos.com.br
MATEMÁTICA
01) 25 2x - 6 5 3x + 4
Equação com a incógnita posicionada no expoente
de uma potência.
EXERCÍCIOS
1
02) 32x+2 = 01. Se (x) = ax + b é uma função tal que (0) = 4/3 e
16 (–1) = 1, então o valor de “a” é
a) 1
b) 2
c) 1/2
d) 3/2
a) f(1).
b) 1.
c) f(a).
d) 2.f(a).
04) = 64 x - 1 e) 2.
a) 120
b) 240
c) 360
d) 400
a) S {x R | x 1}
b) S {x R | x 5}
c) S {x R | x 5
d) S {x R |1 x 5}
nuceconcursos.com.br 15
.
MATEMÁTICA
a) 3
a) –3/2 < x < 1/2 b) 1
b) –1/2 < x < 3/2 c) –1
c) x < 3/2 ou x > 1/2 d) 5
d) x < 1/2 ou x > 3/2 e) 7
a) {–7, 8}
b) {3, 8}
03. (EEAR-CFS-1/2020) Se 3x - = 0, então c) {3}
x + y é igual a d) {2, 3}
e) {8}
a) 0
b) 1
c) 3
d) −3
16 nuceconcursos.com.br
MATEMÁTICA
a) 7 DEFINIÇÃO
b) 6
c) 0
d) 3 = x
e) 2
a=
b=
x=
a) 10
b) 50 =
c) 15
d) 30
e) 20 log 1000000 =
EXERCÍCIO
Calcule .
APLICAÇÕES
01) = 0 Ex: =
02) = 1 Ex: =
an 57
03) loga n Ex: log5
Gabarito
1. B 2. B 3. D 4. D 5. D
6. D 7. C 8. D 9. E
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.
MATEMÁTICA
a) 0
b) 1
Ex: = c) 10
d) 100
Mudança de Base
04. Sejam x, y e b números reais maiores que 1. Se
=2e = 3, então o valor de logb(x2y3) é
logac
logba a) 13
logbc
b) 11
c) 10
d) 8
Ex: =
1
Obs2: log n
b
. logba
a n
Ex: log 85
18 nuceconcursos.com.br
MATEMÁTICA
06. (EsSA-2017) Utilizando os valores aproximados 10. (EsSA-2019) Adotando-se log2 = x e log3 = y,
log 2 = 0,30 e log3 = 0,48, encontramos para o valor de será dado por:
log o valor de:
a) 0,33 a)
b) 0,36
c) 0,35
d) 0,31 b)
e) 0,32
c)
d)
a) 12
b) 52
c) 16
d) 24
e) 73 EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
a) 3
b) 1
c) 2
d) 0
e) 4
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.
MATEMÁTICA
04. (EsSA-2013) Se =ae = b, então o valor 09. (EsPCEx-2017) O número N de bactérias de uma
cultura é dado em função do tempo t (em
de é:
minutos), pela fórmula N(t) = (2, 5)1,2t. Considere
a) a+b = 0,3, o tempo (em minutos) necessário
b) –a + 2b para que a cultura tenha 1084 bactérias é:
c) a–b
d) a – 2b a) 120
e) –a – 2b b) 150
c) 175
d) 185
e) 205
a) irracional
b) maior que 4
c) menor que 1
d) divisor de 8
e) múltiplo de 3 11. (EEAR-CFS-1/2020) Sejam a, b e c números
reais positivos, com b ≠ 1. Se = 1,42 e
= - 0,16 , o valor de é
a) 3
07. Se x e y são números reais positivos, b) 4
=xe = 4, então x + y é igual a c) 5
d) 6
a) 2
b) 4
c) 7
d) 9
=1 é
08. (EsSA-2019) Sejam f : {x | x > 0}
e g: , definidas por f(x) = e a) 1
b) 3
g(x) = . 2x , respectivamente. O valor de fog (2) c) 9
d) 27
é:
a) 4
b) 0
c) -2
d) -4
e) 2
20 nuceconcursos.com.br
MATEMÁTICA
a) par negativo
b) par positivo Assinale a alternativa correta:
c) ímpar negativo
d) ímpar positivo a) f(x) < f(y)
b) f(x) = f(y)
c) f(x).f(y) = 27
d) f(x) + f(y) = 11
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
a) 8
b) 6
c) 5
d) 4
a) /
b)
c) /
d)
e) / Gabarito
1. E 2. D 3. D 4. E 5. B
6. B 7. D 8. B 9. C 10. B
11. B 12. A 13. D 14. A 15. D
16. E 17. C
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.
MATEMÁTICA
Definição
a) Progressão Aritmética (P.A.)
É uma sequência numérica onde o quociente de
qualquer termo a partir do segundo pelo que o
Definição antecede é constante.
Obs.:
Classificação
Crescente
Decrescente
Fórmula do termo geral
Constante
Obs.:
2) Ilimitada
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MATEMÁTICA
a) 8
b) 9
c) 10
d) 81
e) 4
nuceconcursos.com.br 23
.
MATEMÁTICA
a) 268 a) 10.200
b) 269 b) 12.585
c) 270 c) 14.662
d) 271 d) 14.419
e) 272
a) -5 a) 16,5.
b) -8 b) 19,5.
c) 5 c) 19,0.
d) 8 d) 17,0.
e) 17,5.
05. (EsSA-2011) O número mínimo de termos que 10. (EsSA-2017) Em uma Progressão Aritmética com
deve ter a PA (73, 69, 65, ...) para que a soma de 6 termos, temos que a soma de seus termos é
seus termos seja negativa é igual a 102 e seu último termo é 27. Com base
nessas informações, a razão dessa progressão é:
a) 37
b) 18 a) 3
c) 20 b) 5
d) 38 c) 11
e) 19 d) 4
e) 7
24 nuceconcursos.com.br
MATEMÁTICA
11. (EEAR-CFS-B/2017) Considere esses quatro 14. (EsSA-2021) Se (40, x, y, 5, ...) é uma progressão
valores x, y, 3x, 2y em PA crescente. Se a soma geométrica de razão q e (q, 8 – a, 7/2, ...) é uma
dos extremos é 20, então o terceiro termo é progressão aritmética, determine o valor de a.
a) 9 a) 8
b) 12 b) 25/4
c) 15 c) 23/4
d) 18 d) 6
e) 7
12. (EsPCEx-2019)Uma fábrica de tratores agrícolas, 15. (EEAR-CFS-2/2021) Seja X o valor de uma moto
que começou a produzir em 2010, estabeleceu no ato da compra. A cada ano o valor dessa moto
como meta produzir 20.000 tratores até o final do diminui 20% em relação ao seu valor do ano
ano de 2025. O gráfico abaixo mostra as anterior. Dessa forma, o valor da moto no final do
quantidades de tratores produzidos no período quinto ano, em relação ao seu valor de compra,
2010-2017. Admitindo que a quantidade de será:
tratores produzidos evolua nos anos seguintes
segundo a mesma razão de crescimento do a) (0,8)4.X
período 2010-2017, é possível concluir que a meta b) (0,8)5.X
prevista c) (2,4).X3
d) (3,2).X4
a) 207.360 habitantes.
b) 100.160 habitantes.
c) 180.000 habitantes.
d) 172.800 habitantes.
e) 156.630 habitantes.
a) 12
b) 10
c) 8 Gabarito
d) 5 1. B 2. C 3. C 4. D 5. C
6. A 7. C 8. A 9. C 10. D
11. B 12. E 13. C 14. D 15. A
16. A
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.
MATEMÁTICA
3) Combinações Simples
Ex.2) De quantas formas três pessoas podem ficar em fila
indiana?
n! =
Ex: 4! =
5! =
EXERCÍCIOS
0! =
01. Um shopping center possui 4 portas de entrada
para o andar térreo, 5 escadas rolantes ligando o
Obs: 10! = térreo ao primeiro pavimento e 3 elevadores que
conduzem do primeiro para o segundo
pavimento. De quantas maneiras diferentes uma
pessoa, partindo de fora do shopping center, pode
atingir o segundo pavimento usando os acessos
mencionados?
Ex: =
a) 12
b) 17
= c) 19
d) 23
e) 60
C) Técnicas de Contagem
02. (EsSA-2013) Em um guarda-roupa há quatro
1) Arranjos Simples camisas, cinco calças e três sapatos, então
identifique a alternativa que apresenta a
quantidade de formas diferentes que se pode
utilizá-las.
a)
b) 453
c) 1
d) 12
e) 60
26 nuceconcursos.com.br
MATEMÁTICA
03. (EsSA-2013) Uma corrida é disputada por 06. Considere os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, e 6. A partir
8 atletas. O número de resultados possíveis para deles, podem ser criados _____ números pares de
os 4 primeiros lugares é quatro algarismos distintos.
a) 336 a) 60
b) 512 b) 120
c) 1530 c) 180
d) 1680 d) 360
e) 4096
a) 240
b) 300
c) 320
d) 210
e) 228
a) 6 .
b) 7.
c) 8.
d) 9.
e) 10.
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.
MATEMÁTICA
10. (EsSA-2016) O número de anagramas diferentes 15. (EsSA-2015) O número de anagramas diferentes
que podemos formar com a palavra RANCHO, de com as letras da palavra MILITAR que não
modo que se iniciem com vogal, é: possuem consoantes consecutivas que se pode
obter é:
a) 120
b) 240 a) 60
c) 720 b) 72
d) 1440 c) 120
e) 24 d) 186
e) 224
a) 56
b) 456
c) 40 320
d) 72 072
e) 8 648 640
18.(EEAR-CFS-B/2017) Em um campeonato de
tênis estão inscritos 10 militares. Para disputar o
14. (EsSA-2013) Assinale a alternativa cuja palavra campeonato, esses militares podem formar duplas
possui 60 anagramas. diferentes.
a) AMEIXA a) 34
b) BRANCO b) 35
c) BANANA c) 44
d) PARQUE d) 45
e) PATETA
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MATEMÁTICA
19. (EEAR-CFS-1/2020) Dos 16 músicos de uma 03. (EsSA-2011) Quantos anagramas da palavra
banda, 12 serão escolhidos para fazerem parte de CONSOANTES podem ser formados com as
uma comissão. Se 2 dos músicos não podem ficar vogais juntas e em ordem alfabética?
de fora dessa comissão, o número de comissões
diferentes que podem ser formadas é a) 7!
2!2!2!
a) 1001 b) 7!
b) 701 2!2!
c) 601 c) 10!
d) 501 2!2!
d) 10!
2!2!2!
e) 10!
7!3!
20. Em um hospital do Recife, trabalham
6 cardiologistas e 5 neurologistas; quer se formar
uma junta médica composta de 5 profissionais de
tal forma que devem sempre participar 04. (EsSA-2014) Um colégio promoveu numa semana
3 cardiologistas e 2 neurologistas. Logo, o total de esportiva um campeonato interclasses de futebol.
juntas que podem ser formadas é: Na primeira fase, entraram na disputa 8 times,
cada um deles jogando uma vez contra cada um
dos outros times. O número de jogos realizados
a) 30 na 1ª fase foi
b) 40
c) 140 a) 8 jogos
d) 200 b) 13 jogos
e) 240 c) 23 jogos
d) 28 jogos
e) 35 jogos
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
a) 60. a) 103
b) 86. b) 104
c) 27. c) 105
d) 12. d) 106
e) 35. e) 107
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.
MATEMÁTICA
07. (EsSA-2013) Para o time de futebol da EsSA, 11. (EsPCEx-2020)O Sargento encarregado de
foram convocados 3 goleiros, 8 zagueiros, organizar as escalas de missão de certa
7 meios de campo e 4 atacantes. O número de organização militar deve escalar uma comitiva
times diferentes que a EsSA pode montar com composta por um capitão, dois tenentes e dois
esses jogadores convocados de forma que o time sargentos. Estão aptos para serem escalados três
tenha 1 goleiro, 4 zagueiros, 5 meios de campo e 1 capitães, cinco tenentes e sete sargentos. O
atacante é igual a número de comitivas distintas que se pode obter
com esses militares é igual a
a) 84
b) 451 a) 630
c) 981 b) 570
d) 17.640 c) 315
e) 18.560 d) 285
e) 210
08. (EEAR-CFS-2/2017) De um grupo de 10 (dez) 12. (EsSA-2020) Um anagrama é uma espécie de jogo
pessoas, 5 (cinco) serão escolhidas para compor de palavras, resultando do rearranjo das letras de
uma comissão. Ana e Beatriz fazem parte dessas uma palavra ou expressão para produzir outras
10 (dez) pessoas. Assim, o total de comissões que palavras ou expressões, utilizando todas as letras
podem ser formadas, que tenham a participação originais exatamente uma vez. Para participar de
de Ana e Beatriz, é uma competição uma equipe decide criar uma
senha, fazendo um anagrama do nome original da
a) 24 equipe, que é "FOXTROT". De quantas
b) 36 maneiras diferentes poderá ser criada essa senha?
c) 48
d) 56 a) 10080.
b) 1260.
c) 2520.
d) 1680.
e) 5040.
09. (EEAR-CFS-1/2020) Seja o arranjo simples, com
x IN, tal que Ax+2,2 é igual a 30. Nessas
condições, o valor de x é
a) 8
b) 6
c) 4 13. (EsPCEx-2021) Oito alunos, entre eles Gomes e
d) 3 Oliveira, são dispostos na primeira fileira do
auditório da EsPCEx, visando assistirem a uma
palestra. Sabendo-se que a fileira tem 8 poltronas,
de quantas formas distintas é possível distribuir
os 8 alunos, de maneira que Gomes e Oliveira não
fiquem juntos?
Gabarito
1. A 2. B 3. B 4. D 5. D
6. D 7. D 8. D 9. C 10. E
11. A 12. B 13. E
30 nuceconcursos.com.br
MATEMÁTICA
- Experimento aleatório
a) ser par?
nuceconcursos.com.br 31
.
MATEMÁTICA
a) 72,5%
b) 75%
c) 77,5%
Ex2: Se retirarmos sucessivamente e sem reposição d) 80%
duas cartas de um baralho, qual é a probabilidade de
obtermos duas cartas de espada
a) 0,25
b) 0,35
EXERCÍCIOS c) 0,45
d) 0,15
01. (EsSA-2014) Jogando-se um dado comum de seis e) 0,65
faces e não viciado, a probabilidade de ocorrer um
número primo e maior que 4 é de
a) 1/3
b) 1/2 06. (EsSA-2010) Em uma escola com 500 alunos, foi
c) 1/6 realizada uma pesquisa para determinar a
d) 2/3 tipagem sanguínea destes. Observou-se que 115
e) 3/6 tinham o antígeno A, 235 tinham o antígeno B e
225 não possuíam nenhum dos dois. Escolhendo
ao acaso um destes alunos, a probabilidade de
que ele seja do tipo AB, isto é, possua os dois
antígenos, é de
02. Retirando-se aleatoriamente um elemento do
conjunto A = {1, 2, 3, 4, ... , 100}, a probabilidade a) 45%
de ele ser múltiplo de 5 é b) 15%
c) 23%
a) 2/5 d) 47%
b) 1/5 e) 30%
c) 1/10
d) 3/10
32 nuceconcursos.com.br
MATEMÁTICA
07. (EsSA-2015) A probabilidade de um jogador de 02. Se um certo casal tem 3 filhos, então a
futebol marcar o gol ao cobrar um pênalti, é de probabilidade de os 3 serem do mesmo sexo,
80%. Se esse jogador cobrar dois pênaltis dado que o primeiro filho é homem, vale:
consecutivos, a probabilidade dele fazer o gol, em
ambas as cobranças, é igual a: a) 1/3
b) 1/2
a) 16% c) 1/5
b) 20% d) 1/4
c) 32% e) 1/6
d) 64%
e) 80%
nuceconcursos.com.br 33
.
MATEMÁTICA
05. Seja A = {k1, k2, k3, k4} o espaço amostral de um 09. (EsPCEx-2014) De uma caixa contendo 50 bolas
experimento aleatório. Considere a seguinte numeradas de 1 a 50 retiram-se duas bolas, sem
distribuição de probabilidade: p(k1) = 1/8, reposição. A probabilidade do número da
p(k2) = 1/10, p(k3) = 2/5 e p(k4) = x. O valor de x primeira bola ser divisível por 4 e o número da
é segunda bola ser divisível por 5 é
a) 36,5% a) 12/245
b) 37% b) 14/245
c) 37,25% c) 59/2450
d) 37,5% d) 59/1225
e) 11/545
a) 13/25
b) 14/25
c) 2/15
d) 11/25
e) 4/5
11. (EsSA-2020) Em uma escola particular foi feita
uma entrevista com 200 alunos sobre curso de
língua estrangeira. 110 alunos responderam que
frequentavam um curso de Inglês, 28 alunos
08. (EEAR-CFS-B/2016) Em um lançamento responderam que frequentavam somente o curso
simultâneo de dois dados, sabe-se que ocorreram de espanhol e 20 responderam que frequentavam
somente números diferentes de 1 e 4. ambos, inglês e espanhol. Qual a probabilidade
A probabilidade de o produto formado por esses de um desses alunos não frequentar nenhum
dois números ser par é desses dois cursos?
a) 52%.
a) b) 55%.
c) 62%.
b) d) 31%.
e) 42%.
c)
d)
34 nuceconcursos.com.br
MATEMÁTICA
B) Representação Genérica
13. (EsSA-2021) Numa enquete foram entrevistadas
80 pessoas sobre os meios de transporte que
utilizavam para vir ao trabalho e/ou à escola. Elemento
Quarenta e dois responderam ônibus, 28
responderam carro e 30 responderam moto. Doze
utilizam-se de ônibus e carro, 14 de carro e moto e
Matriz
18 de ônibus e moto. Cinco utilizam-se dos três:
carro, ônibus e moto. Qual é a probabilidade de
que uma dessas pessoas, selecionada ao acaso,
utilize somente carro?
a) 8,75%
b) 23,75%
C) Tipos especiais de Matrizes
c) 21,25%
d) 35%
e) 33,75%
1 – Matriz Retangular e Matriz Quadrada
a) 1/12
b) 1/2
c) 1/6
d) 1/3
e) 1/18
2 – Matriz Diagonal e Matriz Identidade
Gabarito
1. C 2. D 3. E 4. C
5. S 6. B 7. D 8. B
9. D 10. C 11. D 12. C
13. C 14. C
nuceconcursos.com.br 35
.
MATEMÁTICA
3 1 1 2 0
01. Sendo A = , B = e
2 1 1 4 3
2 2 1
C = . Calcule A . B – 2C.
0 3 5
4 – Matriz Transposta
1 – Adição e subtração
7 1 4 3 2 5
A = B =
0 2 1 1 2 1
1 0 1
1 faltam 2 elementos.
A+B= 02. Na matriz A = ... 2
5 ... 3
Se nessa matriz aij = 2i – j, a soma dos elementos
que faltam é
A–B=
a) 4
b) 5
c) 6
2 – Multiplicação de uma Matriz por um número real d) 7
2A =
3 – Multiplicação de Matrizes 03. Seja a matriz A = (aij)2x2 tal que aij = |i2 – j2|.
A soma dos elementos de A é igual a
Condição
a) 3.
b) 6.
c) 9.
d) 12.
36 nuceconcursos.com.br
MATEMÁTICA
2 0
a) 3 4 em que cada elemento aij ou bij representa o
1 1
número de unidades vendidas do produto i no
dia j. Considerando as quantidades vendidas nas
2 3
duas lojas juntas, por dia, o melhor dia de vendas
b) 0 4 foi o dia ____.
1 1
a) 4
2 3 b) 3
c) 2
c) 0 4
1 1 d) 1
2 0 1
d)
3 4 1
2 0 1
e)
3 4 1
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
2 1 1 2 4 1
01. Se A = , B = e C = , então a
3 1 1 0 2 1
matriz X, de ordem 2, tal que X 2 A B 3 X C é
igual a:
1 1 1 1
06. Sejam as matrizes A e B . Se A
t
2 2 0 3 28 1
e Bt são as matrizes transpostas de A e de B, a)
24 3
respectivamente, então At + B t é igual a
28 1
b)
0 2 23 3
a) 28 1
0 1 c)
2 1 25 3
b) 28 1
2 3 d)
0 2 30 3
c) 28 1
2 2 e)
0 1 22 3
d)
0 5
nuceconcursos.com.br 37
.
MATEMÁTICA
A+B , então x + y é
a)
b)
c)
d)
04. (EEAR-CFS-B-2/2016) Se e
são matrizes opostas, os valores de a, b, x e k são
respectivamente
a) 1, -1, 1, 1
b) 1, 1, -1, -1
c) 1, -1, 1, -1
d) -1, -1, -2, -2
Gabarito
1. B 2. D 3. C
4. C 5. E 6. B
38 nuceconcursos.com.br
MATEMÁTICA
DETERMINANTES
2) Matriz transposta
A) Conceito 3 1 3
É um número associado a uma matriz quadrada. A 1 2 4
1 2 2
5 1
Ex.: = 18
2 4
2 1/ 2
=
3 1
3) Troca de Filas Paralelas
3 1 4
Ex.: 1 2 5
2 1 1
4) Produto de matrizes
1 3 4 3 2
A
6 2 1 1 4
4 8 6
2 1
B
1 3
1) Determinante Nulo
5 3 2
0 0 0
1 2 3
5) Multiplicação por um número real
2 1 2
1 4 1
C=
3 1 3
4 8 6
0 1 1
2 4 3
nuceconcursos.com.br 39
.
MATEMÁTICA
a) 2
b) 3
c) 4
d) 5
e) 6
A . A-1 = A-1 . A = In
04. Se A = (aij) é a matriz quadrada de ordem 2 em
2, se i j
que a ij i j , se i j , então o determinante da
4 2
Ex.: A i j , se i j
1 1
matriz A é
a) –10
b) 10
c) –6
d) 6
x 1 x 2 1 1 1
02. O número real x, tal que 5, é
3 x 06. Seja a matriz M = 2 3 x . Se
4 9 x 2
a) –2 det M = ax2 + bx + c, então o valor de a é
b) –1
c) 0 a) 12
d) 1 b) 10
c) –5
d) –7
40 nuceconcursos.com.br
MATEMÁTICA
nuceconcursos.com.br 41
.
MATEMÁTICA
x 2y 3z 4t 15
A) Regra de Cramer
4 x 3 y 2 z t 15
é
Só é aplicada em sistemas com n equações e n 3x y 4z 2t 10
incógnitas. 2x 4 y z 3t 20
Ex.: 2x – y = 3 a) –6
3x + 2y = 8 b) 6
c) 2
d) 2
e) 30
Cliente Pedidos
1 1 suco de laranja, 2 hambúrgueres e 3
porções de batata frita
2 3 sucos de laranja, 1 hambúrguer e 2
porções de batata frita
B) Análise dos Sistemas Lineares
3 2 sucos de laranja, 3 hambúrgueres e 1
porção de batata frita
4 1 suco de laranja, 1 hambúrguer e 1 porção
de batata frita
Sistemas Lineares
Se os clientes 1, 2 e 3 pagaram, respectivamente,
R$ 11,10, R$ 10,00 e R$ 11,90 por seus pedidos,
então o cliente 4 pagou R$
a) 5,00
Possível Impossível b) 5,10
c) 5,40
d) 5,50
EXERCÍCIOS
3x 5y 2z 9
2 x 3 y z 0 . 05. Quais as condições para que o sistema abaixo
x y z 2
tenha uma infinidade de soluções?
a) 27 mx – 8y = 12
b) –27 3x + 6y = p
c) 8
d) –8
42 nuceconcursos.com.br
MATEMÁTICA
a) k –7/2
b) k = 1/2
c) k –3/2
d) k –1/6
e) k –1/2
3x 4 y z 0 x ay 3
02. O sistema nas incógnitas x e y tem
07. O sistema de equações 2x y 3z 0 2 x 4 y b
x y 0
infinitas soluções. O valor de ab é:
a) não tem solução
b) tem infinitas soluções a) 6
c) tem apenas a solução trivial b) 2
d) tem uma única solução não trivial c) 8
d) 16
e) 12
a) k ≠ ±2
b) k = ±2
c) k = ±1
a IR, tenha solução única é d) k = ±4
e) k ≠ ±4
a) a 1
b) a -1
c) a 2 2x 5y z 0
d) a -2
04. Para que o sistema x 10y 2z 0 admita
e) a 0 6x 15y mz 0
solução única, deve-se ter:
a) m1
b) m2
c) m 2
d) m3
e) m 3
nuceconcursos.com.br 43
.
MATEMÁTICA
05. (EsPCEx-2017) Considere o sistema linear 08. (EsSA-2011) Três amigos, Abel, Bruno e Carlos,
homogêneo onde k é um número real. juntos possuem um total de 555 figurinhas. Sabe-
se que Abel possui o triplo de Bruno menos 25
x – 3y + kz = 0 figurinhas, e que Bruno possui o dobro de Carlos
3x - ky + z = 0 mais 10 figurinhas. Desses amigos, o que possui
kx + y = 0 mais tem
44 nuceconcursos.com.br
MATEMÁTICA
RADIANO
A B = 1 rad.
AB = 1 rad
0
R A
Círculo Trigonométrico
v
0 A u
1
Gabarito
1. C 2. E 3. C 4. D
5. B 6. D 7. B 8. C
9. A 10. E 11. C
nuceconcursos.com.br 45
.
MATEMÁTICA
EXERCÍCIOS TANGENTE
a) 240o T tg x =
M
x
O
b) 330o A u
S
b) rad
Eixo das cotangentes R
S
T
M
0
x
A
Funções Trigonométricas
SENO
v
cotg. x =
sen x = sec x =
Q M
x cossec x =
O P A u
RELAÇÕES FUNDAMENTAIS
sen2x + cos2x = 1
COSSENO
sen x
tgx
cos x
v
cos x = cos x
Q M cotg
x sen x
O P A u
1
sec x
cos x
1
cosec x
sen x
46 nuceconcursos.com.br
MATEMÁTICA
ADIÇÃO DE ARCOS
sen (a + b) =
1 cos (a + b) =
0 3 5 7 x
-1 2 3
2 2 2 2 2
tg (a + b) =
sen (a – b) =
Gráfico da função cosseno cos (a – b) =
y
tg (a – b) =
1
ARCOS DUPLOS
0 3 5 5 x
-1 2 3
2 2 2 2 2
sen 2a =
cos 2a =
período
tg 2a =
Gráfico da função tangente
EXERCÍCIOS
y
01. (EEAR-CFS-1/2019) Gabriel verificou que a
medida de um ângulo é rad. Essa medida é
igual a
a) 48°
0 3 5 5 x b) 54°
2 3
2 2 2 2 2 c) 66°
d) 72°
SINAIS período
02. Se sen x = com x no 2º quadrante, podemos
sen cos tg
afirmar que;
+ + - + - +
4
- - - + + - a) cotg x =
3
cossec sec cotg 4
b) cos x =
5
Notas: 5
c) sec x =
1 As funções seno, cosseno, secante e 4
cossecante, são periódicas e o período é igual a 2 .
nuceconcursos.com.br 47
.
MATEMÁTICA
e) sec x = - a)
b)
03. (EEAR-CFS-1/2020) Considere x um arco do
3º quadrante e cotangente de x igual a ctg x. Se
c)
sen x = - , então o valor de A = tg x +
é d)
a)
b)
c) 2
d) 3 08.(eear-cfs-1/2019) simplificando a expressão sen (2
– x) + sen (3 + x), obtém-se
04. Qual é o período das funções abaixo:
a) sen x
b) – sen x
c) 2 sen x
a) f(x) = 2 sen 4 x -
3 d) –2 sen x
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
x
b) f(x) = 1 – cos
2 01. O período da função:
a) 5
b) 6 02. Seja x um arco do terceiro quadrante tal que:
c) 4 tg x = - . Podemos dizer então que
d) -4 sen x . cos x é igual a:
e) -6
3
a)
06. (essa-2017) sabendo que x pertence ao 4º 4
quadrante e que cos x = 0,8 , pode-se afirmar 3
que o valor de sen 2x é igual a: b)
4
a) 0,28 3
b) – 0,96 c)
c) - 0,28 8
d) 0,96 3
e) 1 d)
8
e) 0,3
48 nuceconcursos.com.br
MATEMÁTICA
03. Sendo x um arco de 4o quadrante tal que 06. Se x é um arco do 2o quadrante tal que
cos x = 0,5, podemos dizer que: sec x = - 2, então, pode-se afirmar que sen x e tg
x são respectivamente iguais a:
3
a) sen x = ; tg x = 3 3 3
2 a) e
3 2
3
b) sen x = - ; tg x = - 3 3
2 b) e 3
2
3 3
c) sen x = - ; tg x = 3 c) e - 3
2 2
3
3 d) e - 3
d) sen x = ; tg x = - 3 2
2
3 3
e) e
e) sen x = 3 ; tg x = 3 3 2
a) 30°
b) 45°
04. Calcule o valor das expressões: c) 75°
d) 85°
a) A = sen 330° + cos 240° - tg 135°
a) 2
b) -1
c) 0
d) 1
e) 12
nuceconcursos.com.br 49
.
MATEMÁTICA
c)
d)
e)
11. (EEAR-CFS-1/2021)Se sen (a + b) = - e 15. (EEAR-CFS-2/2021) Dado tg(x) + cotg (x) = 5/2,
determine sen 2x:
cos (a – b) = - , então o valor de (sen a +
a) 2/5
cos a). (sen b + cos b) é
b) 4/5
c) 3/7
a) d) 9/7
b) -
16. (EEAR-CFS-2/2021) O valor da tg 1665º é:
c) a) 0
b) 1
d) - c) 3
d) 3
a)
b)
c) 2
d) 3
50 nuceconcursos.com.br
MATEMÁTICA
Obs2: a=0
Imaginário puro
b0
Obs3: complexo conjugado
imaginários
i 1
Ex: x2 + 1 = 0
04) Operações com Complexos
A) Adição
x2 + 2x + 5 = 0 (4 – 5i) + ( 1 + 2i) =
(5 – 3i) + (2 + 3i) =
B) Subtração
(5 + 2i) – (1 + 3i) =
(3 + 4i) – (3 – 5i) =
C) Multiplicação
02) Potências da Unidade Imaginária
(6 + 7i) . (1 + i) =
i0 = i4 =
i1 = i5 =
i2 = i6 =
(1 + 2i) . (2 + i) =
i3 = i7 =
Obs: i74 =
i2512351 =
D) Divisão
3 2i
1 i
03) Números Complexos
1 3i
2i
nuceconcursos.com.br 51
.
MATEMÁTICA
a) 5
b) 6
c) 7
B) Norma e Módulo d) 8
e) 10
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
EXERCÍCIOS
z 2 é igual a:
a) 5
01. (EEAR-CFS-2/2019) Se i é a unidade imaginária
b) 5 6i
dos números complexos, o valor de i15 + i17 é
c) 5 + 12i
d) 9 + 4i
a) –i
b) –1
c) 0
d) 1
a) - 1/4
b) -2
c) 0
d) 1/4
e) 2
52 nuceconcursos.com.br
MATEMÁTICA
08. (EEAR-CFS-B/2016) Sejam Z1 e Z2 dois números 13. Seja z um número complexo, cujo módulo é 2 e
complexos. Sabe-se que o produto de Z1 e Z2 é cujo argumento é /6. A forma algébrica do
–10 + 10i. Se Z1= 1 + 2i, então o valor de Z2 é conjugado de z é
igual a
a) 1 3 i
a) 5 + 6i
b) 2 + 6i b) 3i
c) 2 + 15i
d) – 6 + 6i c) 3+i
d) 1 + 3 i
1 2i
09. O valor de é:
1 i 1
14. O complexo é igual a:
(1 i)12
a) 3 + 21 i a) –1/64
2
b) –1/32
b) – 32 + 21 i c) (1 + i)12
d) 1/12
c) – 32 – 21 i
e) 1 i
3 12
d) 2
– 21 i
e) 3
a) z = 1 + i
a) 3e1
b) 2e1
b) z = 3i c) 2 e -1
d) 3 e -1
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.
MATEMÁTICA
1987
1 i 10. (EEAR-CFS-1/2020) Seja z = bi um número
05. O número complexo é igual a:
1 i complexo, com b real, que satisfaz a condição
a) –i 2z2 − 7iz − 3 = 0. Assim, a soma dos possíveis
b) i valores de b é
c) –1
d) 1
e) 2i a)
b)
06. O módulo de um número complexo é 2 2 e seu c) 1
argumento principal é 45. A sua forma algébrica d) −1
é:
a) 4 + 4i
b) 2 + 2i
c) 2 – 2i
d) 2 i 2
11. (EEAR-CFS) Sejam x e y os números
e) 2+i 2
reais que satisfazem a igualdade
i(x 2i) + (1 yi) = (x + y) i, onde i é a
unidade imaginária. O módulo do número
07. (EsSA-2011) Seja uma função :C definida por complexo z = (x + yi)2 é igual a
(x) = 2 cos (2x) + isen (2x). Qual o valor de
(/6)?
a) 5
b) 5
3 i
a)
2 2 c) 2 5
b) 1 + i 3 d) 2
c) 3–i
d) 3+i 12. (EsPCEx-2014) A representação geométrica
e) 3 i
no Plano de Argand-Gauss, do conjunto
2 2 de pontos que satisfazem a condição
= , com z = x + yi
, sendo x e y números reais, é reta de equação:
a) 2x - 3y + 7 = 0
08. O módulo do número complexo (1+3i)4 é: b) 3x – 7y – 2 = 0
c) 2x – 3y + 3 = 0
a) 256 d) 4x – 3y + 3 = 0
b) 100 e) 2x – y = 0
c) 81
d) 64
e) 16
54 nuceconcursos.com.br
MATEMÁTICA
Valor Numérico:
P(3) =
P(-1) =
P(i) =
Nulo:
P(x) = 0 a0 = a1 = a2 = ... = an = 0
Idênticos:
Gabarito
1. D 2. C 3. B 4. A 5. B
6. B 7. B 8. B 9. B 10. A
11. B 12. B 13. D 14. B
nuceconcursos.com.br 55
.
MATEMÁTICA
Q(x) = x2 + 2x – 1
B) P(x) = Q(x)
P(x) + Q(x) =
B) Subtração:
B) D(x) = ax + b R =
C) Multiplicação: C) Teorema de D’Alembert
P(x) . Q(x) = “Um polinômio P(x) é divisível por (x–a) se, e
somente se, P(a) = 0.”
D) Divisão:
gr(R) gr(D)
56 nuceconcursos.com.br
MATEMÁTICA
Determine o valor de m para que P(x) = 2x4 - x3 + A) Gauss: “Toda equação polinomial de grau n (n 1)
mx2 + 5x – 2 seja divisível por x – 2. possui exatamente n raízes”.
Ex: x3 – 2x2 + x – 2 = 0
D(x) = x - 2
Obs:
ax3 + bx2 + cx + d = 0
Ex: 3x4 – x3 + x – 1 = 0
Obs:
sendo a uma raiz de P(x) (P(a) = 0) então P(x) é divisível
por (x – a).
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.
MATEMÁTICA
a) 1 e 2
b) 1 e -2
c) -1 e 3 06. O polinômio x3 – 5x2 + mx – n é divisível por
d) -1 e -3 x2 – 3x + 6. Então, os números m e n são tais que
m + n é igual a:
a) 0
b) 12
03. (EEAR-CFS-B-2/2016) Dado o polinômio: c) 24
ax3 + (2a + b)x2 + cx + d – 4 = 0, os valores de a e d) 18
b para que ele seja um polinômio de 2º grau são e) 28
a) a=0eb=0
b) a=1eb0
c) a=0eb0
d) a = -1 e b = 0
08. (EsSA-2008) Se o resto da divisão do polinômio
P(x) 2xn 5x 30 por Q(x) = x – 2 é igual a 44,
então n é igual a:
04. A divisão de p(x) por x2 + 1 tem quociente x 2 e
resto 1. O polinômio p(x) é: a) 2
b) 3
a) x2 + x – 1 c) 4
b) x2 + x + 1 d) 5
c) x2 + x e) 6
d) x3 2x2 + x – 2
e) x3 – 2x2 + x – 1
09. Seja a equação x3 – 5x2 + 7x – 3 = 0. Usando as
relações de Girard, pode-se encontrar como soma
das raízes o valor
a) 3/4
b) –1/2
c) 3/4
d) 4/3
58 nuceconcursos.com.br
MATEMÁTICA
e) 2 EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
A) S = {–3; –1; 2 }
14. (EsPCEx-2017) As três raízes da equação
x³ - 6x² + 21x – 26 = 0 são m, n e p. Sabendo que B) S = {–0,5; –3; 4 }
m e n são complexas e que p é uma raiz racional, C) S = {–3; 1; 2 }
o valor de m² + n² é igual a: D) S = {–2; 1; 3}
E) S = {0,5 ; 3; 4 }
a) -18
b) -10
c) 0
d) 4 05. Determinando-se m e n de forma que
e) 8 x4 – x3 – 22x2 + m x + n seja divisível por
x2 – 5x – 6, o quociente dessa divisão será:
a) x2 + 4x + 4
b) x2 4
c) x2 + 4x 10
d) x3 3x + 1
e) (x 3)(x + 4)
a) x3 – 2x2 - 5x – 2 = 0 .
b) 2x3 – x2 - 5x + 2 = 0.
c) 2x3 – x2 + 5x – 2 = 0.
d) 2x3 – x2 - 2x – 2 = 0.
e) 2x3 – x2 - 5x – 2 = 0.
nuceconcursos.com.br 59
.
MATEMÁTICA
07. Uma raiz da equação x3 – 4x2 + x + 6 = 0 é igual à 12. (EsSA-2020) Identifique a alternativa que
soma das outras duas. As raízes dessa equação apresenta o produto das raízes da equação
são: 5.x³ - 4x² + 7x – 10 = 0.
a) 2, 2, 1
b) 2, 1, 3 a) 10.
c) 3, 2, 1 b) -10.
c) -2.
d) 1, 1, 2
d) 2.
e) nenhuma das anteriores
e) 7.
b) 4
17. (EsSA-2021) Dado o polinômio p(x) = 4x4 + 3x5
– 5x + x2 + 2. Analise as informações a seguir:
c)
I. O grau de p(x) é 5.
d) 3
II. O coeficiente de x3 é 0.
III. O valor numérico de p(x) para x = -1 é 9.
e) IV.Um polinômio q(x) é igual a p(x) se, e somente se,
possui mesmo grau de p(x) e os coeficientes são iguais.
60 nuceconcursos.com.br
MATEMÁTICA
a) I, II e III apenas
b) II, III e IV apenas NÚMEROS BINOMIAIS
c) I, II, III e IV
d) I e II apenas
e) III e IV apenas
=
a) 1/3 5
b) 2/3
5
c) 3/4
d) 7/5
5
0
5
1
Ex: e
TRIÂNGULO DE PASCAL
0
0
1 1
0 1
2 2 2
0 1 2
3 3 3 3
0 1 2 3
4 4 4 4 4
0 1 2 3 4
5 5 5 5 5 5
0 1 2 3 4 5
....................
Gabarito
1. B 2. C 3. D 4. D 5. A
6. E 7. B 8. B 9. C 10. D
11. B 12. D 13. A 14. D 15. D
16. D 17. A 18. D
nuceconcursos.com.br 61
.
MATEMÁTICA
1. Relação de Stifel 6
7
p
9 9 p2
4 5
14 14
10 11 DESENVOLVIMENTO DO BINÔMIO
(x + a)2 =
+ + + ....... + = 2n
(x + a)3 =
(x + a)m =
EXERCÍCIOS
FÓRMULA DO TERMO GERAL
01. Qual é a próxima linha do triângulo de Pascal?
1 7 21 35 35 21 7 1 Tp+1 =
12 12
b)
4 5
04.Resolva as equações:
14 14
5x 1 x 3
62 nuceconcursos.com.br
MATEMÁTICA
a) 9.10³
b) 9.1015
c) 1015
d) 999999
e) 999 . 1015
a) 5
05. Qual o coeficiente de x8 no desenvolvimento de b) 6
(1 – 2x2)5? c) 7
d) 8
e) 9
nuceconcursos.com.br 63
.
MATEMÁTICA
TRIÂNGULOS
64 nuceconcursos.com.br
MATEMÁTICA
c) Retângulos São aqueles em que um ângulo interno RELAÇÕES MÉTRICAS NOS TRIÂNGULOS
é reto RETÂNGULOS
Teoremas Importantes
a2 = b2 + c2
c2 = a . m
b2 = a . n
h2 = m . n
b.c=a.h
nuceconcursos.com.br 65
.
MATEMÁTICA
SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS
c b c
sen cos tg
a a b
Ângulos Notáveis
66 nuceconcursos.com.br
MATEMÁTICA
nuceconcursos.com.br 67
.
MATEMÁTICA
3 – Losango
1 – Paralelogramo
=
5 – Trapézio
2 - Retângulo
68 nuceconcursos.com.br
MATEMÁTICA
7 - Círculo
- Obs:
a) Triângulo Equilátero
8 – Coroa Circular
nuceconcursos.com.br 69
.
MATEMÁTICA
EXERCÍCIOS
70 nuceconcursos.com.br
MATEMÁTICA
05. (EsSA-2016) Num triângulo retângulo cujos 10. (EsPCEx-2017) Se o perímetro de um triângulo
catetos medem e , a hipotenusa mede equilátero inscrito em um círculo é 3 cm, a área
do círculo (em cm²) é igual a
a)
a) π/3
b) b) 3π
c) c) π
d) d) 3 π
e) e) 81 π
06. (EsSA-2015) Em um triângulo retângulo de lados 11. Na figura, A e B são pontos da circunferência e
9m, 12m e 15m, a altura relativa ao maior lado CD é seu diâmetro. Assim, o ângulo BÂC mede
será:
a) 7,2m
b) 7,8m
c) 8,6m
d) 9,2m
e) 9,6m
a) 12 cm2 a) 20°.
b) 30°.
b) 4 cm2 c) 50°.
c) 24 cm2 d) 60°.
d) 144 cm2
e) 6 cm2
12. (EEAR-CFS-2/2018) Considere o quadrilátero
ABCO, de vértices A, B e C na circunferência e
vértice O no centro dela. Nessas condições x
08. Se o perímetro do triângulo abaixo é maior que
mede
18, o valor de x é
a) 4
b) 5
c) 6
d) 7 a) 30°
b) 45°
c) 55°
d) 60°
09. Seja um triângulo ABC, conforme a figura. Se D e
E são pontos, respectivamente, de AB e AC , de 13. (EEAR-CFS-1/2019) Um trapézio tem 12 cm de
forma que AD = 4, DB = 8, DE = x, BC = y, e se base média e 7 cm de altura. A área desse
DE // BC, então quadrilátero é ______ cm2.
a) y=x+8 a) 13
b) y=x+4 b) 19
c) y = 3x c) 44
d) y = 2x d) 84
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.
MATEMÁTICA
14. (EEAR-CFS-1/2019) A área de um hexágono 03. (EsSA-2013) Para que uma escada seja
regular inscrito em um círculo de 6 cm de raio é confortável, sua construção deverá atender aos
_____ cm2. parâmetros e e p da equação 2e + p = 63 , onde e
e p representam, respectivamente, a altura e o
a) 6 comprimento, ambos em centímetros, de cada
b) 9 degrau da escada. Assim, uma escada com
c) 12 25 degraus e altura total igual a 4 m deve ter o
d) 15 valor de p em centímetros igual a
a) 32.
b) 31.
15. (EEAR-CFS-2/2019) Uma “bandeirinha de festa c) 29.
junina” foi feita recortando o triângulo equilátero d) 27.
ABE do quadrado ABCD, de 20 cm de lado, e) 26.
conforme a figura. Considerando = 1,7 , essa
bandeirinha tem uma área de ______ cm2
04. (EsSA-2015) Qual é a área da circunferência
inscrita num triângulo ABC cuja a área desse
triângulo vale 12 m2 e cujas medidas dos
lados, em metros, são 7, 8 e 9:
a) 5 m2
b) m2
c) m2
d) m2
e) 12 m2
a) 180
b) 190
c) 210 05. (EsSA-2019) O valor do raio da circunferência que
d) 230
circunscreve o triângulo ABC de lados 4, 4 e 4
é igual a:
a) 4/3.
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
b) 3.
c) 4.
01. A área de um losango é 24 cm2. Se uma das
d) 2
diagonais desse losango mede 6 cm, quanto vale o
lado dele, em cm? e) 4
a) 18 cm.
b) 25 cm.
02. (EsSA-2015) Um hexágono regular está inscrito c) 15 cm.
em uma circunferência de diâmetro 4 cm. O d) 20 cm.
perímetro desse hexágono, em cm, é e) 24 cm.
a) 120°.
b) 60°.
c) 90°.
d) 45°.
e) 150°.
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MATEMÁTICA
08. (EEAR-CFS-2/2019) O piso de uma sala foi 11. (EEAR-CFS-1/2021) Considerando a figura e
revestido completamente com 300 placas
quadradas justapostas, de 20 cm de lado. que sen 75° é igual a , calcula-se que
Considerando que todas as placas utilizadas não a = 5 ( _____ ) cm.
foram cortadas e que não há espaço entre elas, a
área da sala, em metros quadrados, é
a) 120
b) 80
c) 12
d) 8
.
a) 15°
b) 25°
a) -1 c) 30°
d) 40°
b)
13. (EsSA-2021) A águas utilizada em uma residência
c) r2 é captada do rio para uma caixa d’água localizada
a 60m de distância da bomba. Os ângulos
d) - formado pelas direções bomba – caixa d’água –
residência é de 60° - bomba – caixa d’água é de
75°, conforme mostra a figura abaixo. Para
bombear água do mesmo ponto de captação,
10. (EEAR-CFS-1/2020) A figura representa o diretamente para a residência, quantos metros de
logotipo de uma empresa que é formado por tubulação são necessários? Use = 2, 4
2 triângulos retângulos congruentes e por um
losango. Considerando as medidas indicadas, a
área do losango, em cm2, é
a) 72 metros
a) 3 b) 12,5 metros
c) 28 metros
b) 4,5 d) 35,29 metros
c) 5 e) 21,25 metros
d) 6,5
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.
MATEMÁTICA
a) 72 cm.
b) 80 cm.
c) 144 cm.
d) 160 cm.
e) 180 cm. Obs.:As bases de um prisma, são sempre polígonos
congruentes.
15. (EEAR-CFS-1/2021) Na figura, se ABCD é um
paralelogramo, então o valor de x é Prisma Regular
a) 18
b) 20
c) 22
d) 24
Paralelepípedos Especiais
17. (EEAR-CFS-2/2021) Num triângulo ABC, se o
ângulo do vértice A mede 70º, então o ângulo
determinado em BÎC (I é o incentro do triângulo
ABC) é:
a) 95º
b) 110º
c) 125º
d) 135º
Gabarito
1. B 2. E 3. B 4. A 5. A
6. E 7. A 8. C 9. B 10. B
11. B 12. A 13. A 14. D 15. B
16. A 17. C
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MATEMÁTICA
PIRÂMIDE
CONE
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.
MATEMÁTICA
a) 150
b) 165
c) 185
d) 200
ESFERA
02. (EEAR-CFS-1/2020) Uma pirâmide regular, de
base quadrada, tem altura igual a 10cm e 30cm3
É o sólido gerado pela rotação de um semicírculo em
de volume. Constrói-se um cubo de aresta igual à
torno de um eixo onde o diâmetro coincide com o
aresta da base dessa pirâmide. Então, o volume
eixo.
do cubo é _____cm3.
a) 25
b) 27
c) 36
d) 64
a) 50
b) 60
c) 70
d) 80
a) 2
b) 3
c)
d)
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MATEMÁTICA
06. Um filtro com a forma de um cone circular reto, 11. Considere π = 3, utilizando 108 cm³ de chumbo
tem volume de 200 cm³ e raio da base de 5 cm. pode-se construir uma esfera de ____ cm de
Utilizando π = 3, pode-se determinar que sua diâmetro.
altura, em cm, é igual a:
a) 7
a) 10 b) 6
b) 9 c) 5
c) 8 d) 4
d) 6
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
a) 5e2
b) 5e3 01. Temos na figura abaixo a planificação de um
c) 3e5 sólido. Achar o seu volume.
d) 4e5
a) dobra.
b) quadruplica.
c) não se altera.
d) reduz-se à metade do volume original. 8
e) reduz-se a um quarto do volume original.
a) 5 cm
b) 5,5 cm
c) 4,5 cm
d) 6 cm
e) 7 cm
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.
MATEMÁTICA
02. Considere um cilindro reto, no qual a altura é 06. (EsSA-2017) Duas esferas de raios 3 cm e
igual ao diâmetro da base. Se o volume desse cm fundem-se para formar uma esfera maior.
cilindro é 54 cm3, a sua área total, em Qual é o raio da nova esfera?
centímetros quadrados é:
a)
a) 42 b)
b) 45
c)
c) 52
d)
d) 54
e)
e) 60
a) 4,0 C G
b) 3,5
c) 3,0 B F
d) 2,8
e) 2,5 D H
A E
05. (EsSA-2016) Em uma pirâmide reta de base 09. (EsPCEx-2019) O volume de uma esfera inscrita
quadrada, de 4 m de altura, uma aresta da base em um cubo com volume 216 cm3 é igual a
mede 6 m. A área total dessa pirâmide, em m2, é
a) 38𝜋 cm³
a) 144
b) 36𝜋 cm³
b) 84
c) 48 c) 34𝜋 cm³
d) 72 d) 32𝜋 cm³
e) 96 e) 30𝜋cm³
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MATEMÁTICA
10. (EsPCEx-2017) Determine o volume (em cm³) de 15. (EsSA-2021) A área da superfície de uma esfera é
uma pirâmide retangular de altura “a” e lados da 144π cm2. O volume da esfera é igual a:
base “b” e “c” (a, b e c em centímetros), sabendo
que a + b + c = 36 e “a”, “b” e “c” são, a) 72π cm3
respectivamente, números diretamente b) 162π cm3
proporcionais a 6, 4 e 2. c) 216π cm3
d) 288π cm3
a) 16 e) 2304π cm3
b) 36
c) 108
d) 432
e) 648 16. (EsPCEx-2021) Um poliedro possui 20 vértices.
Sabendo-se que de cada vértice partem
3 arestas, o número de faces que poliedro possui é
11. (EsPCEx-2020) Um poliedro convexo, com 13 igual a
vértices, tem uma face hexagonal e 18 faces
formadas por polígonos do tipo P. Com base a) 12.
nessas informações, pode-se concluir que o b) 22.
polígono P é um c) 32.
d) 42.
a) dodecágono. e) 52.
b) octógono.
c) pentágono.
d) quadrilátero.
e) triângulo
a) 4. ².
b) 6. .
c) .
d) 2. 4.
e) 6.
a) 8
b) 10
c) 12
d) 14
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.
MATEMÁTICA
y
y
x3
C y3
x2
B B y2
x1
A y1
A
Y2
Y1
0 0 x
X1
X2
x1 y1 1
x2 y2 1
COORDENADAS DO PONTO MÉDIO (xm ; ym)
x3 y3 1
A ÁREA E AS COORDENADAS DO
BARICENTRO DE UM TRIÂNGULO
M
xG =
B
yG =
0 x
y x1
Ay1
xm =
xG G x2 B
ym = yG y2
x3
C y3
0 x
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MATEMÁTICA
EQUAÇÃO GERAL
Sejam r e s duas retas cujas equações são:
y r y = mr . x+ nr
s y = ms . x + ns
10) Paralelas
r // s
r
20) Perpendiculares
0 x
r s
EQUAÇÃO REDUZIDA é quando a equação da Obs: Se duas retas são concorrentes, elas têm um
ponto em comum e para se obter as coordenadas
reta está escrita da forma: y = m x + n onde “m” é o desse ponto, basta resolver o sistema formado pelas
coeficiente angular da reta e n é o coeficiente linear. equações das mesmas
d
COEFICIENTE ANGULAR
rax+by +c=0
y
0 x
B
CIRCUNFERÊNCIA
Y1
0
x
X1
X2
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.
MATEMÁTICA
EQUAÇÃO REDUZIDA 03. (EsSA-2016) Dados três pontos colineares A(x, 8),
B(-3, y) e M(3, 5), determine o valor de x + y,
sabendo que m é ponto médio de ab
y
a) 3 P
b) 11
c) 9
C d) -2,5
e) 5
yo
0 x
xo
04. Seja ABC um triângulo tal que A(1, 1), B(3, –1) e
C(5, 3). O ponto ______ é o baricentro desse
triângulo.
a) (2, 1)
b) (3, 3)
EQUAÇÃO NORMAL c) (1, 3)
d) (3, 1)
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MATEMÁTICA
07. (EEAR-CFS-1/2021) Considerando as retas r e s 12. Considere uma circunferência cujo centro é o
da figura, o valor de a é ponto (2;5). Sabendo que a reta 3x + 4y – 6 = 0 é
tangente a essa circunferência, podemos afirmar
que o comprimento da circunferência é igual a:
a) 10
b) 8
c) 25
d) 16
e) 4
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
a) x2 + y2 – 2x – 4y + 14 = 0
b) x2 + y2 – 2x – 4y - 4 = 0 04. (EEAR-CFS-2/2021) A distância do ponto (2,-1) à
c) x2 + y2 – 4x – 2y - 4 = 0 reta r, de equação 2x - 3y + 19 = 0 é :
d) x2 + y2 – 4x – 2y - 14 = 0
e) x2 + y2 – 2x – 4y - 14 = 0 a) 22
b) 2
c) 30
11. 3x2 + 3y2 = 27, representa uma circunferência de
d) (7/5)
raio igual a:
a) 3 3
b) 27
c) 3
d) 9
e) 6
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.
MATEMÁTICA
a) 3
b) 6
c) 20
d) 2/3
a) 4x - 12
b) 3x - 11
c) -3x + 12
d) -3x + 11
Gabarito
1. C 2. B 3. A 4. B
5. A 6. D 7. 8.
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NÚCLEO DAS FORÇAS ARMADAS – DISCIPLINAS COMUNS
LITERATURA
LITERATURA
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LITERATURA
ficção: Sonhador, tudo quanto diz é literatura. 9. Na atualidade, o termo "Teoria da Literatura" tornou-
Bibliografia: Já é bem extensa a literatura da física se um sinônimo que abrangeria essas disciplinas,
nuclear. 10. Conjunto de escritores de propaganda de entretanto o termo significa uma alteração dos
um produto industrial. métodos, conceitos e objetivos. É, portanto, uma
nova disciplina, distinta das demais.
Fonte: www.literaturabrasileira.net
REFLETINDO... "Esta consiste numa modalidade histórica e
conceitualmente distinta de problematizar a literatura,
Cada tipo de arte faz uso de certos materiais. A de maneira metódica e aberta à pluralidade da
pintura, por exemplo, trabalha com tinta, cores e produção literária e de seus modelos de análise.
formas; a música utiliza os sons; a dança os Assim sendo, a teoria da literatura não é uma meia
movimentos; a arquitetura e a escultura fazem uso de dúzia de noções elementares e 'teóricas' cuja razão de
formas e volumes. E a literatura, que material utiliza? ser consiste em suas aplicações 'práticas'." 2
De uma forma simplificada, pode-se dizer que a O objeto da Teoria da Literatura é as obras escritas (e
literatura é a arte da palavra. também de natureza oral) que elaboram, de forma
Podemos dizer ainda, segundo o poeta norte- especial, a linguagem, constituindo universos
americano Ezra Pound, que a literatura é a linguagem ficcionais ou imaginários.
carregada de significado: "Grande Literatura é
simplesmente linguagem carregada de significado até o "...o objeto do estudo literário não é a literatura, mas a
máximo grau possível". literariedade, isto é, aquilo que torna determinada obra uma
obra literária."
COMO CHEGAMOS A ISSO?
Finalidade da teoria da literatura
Partindo das experiências pessoais e sociais que vive, o
artista transcria ou recria a realidade, dando origem a Para se estudar literatura, é necessário o conhe-
uma supra-realidade ou a uma realidade ficcional. Por cimento básico de como ela é produzida. Por exemplo,
meio dessa supra-realidade, o artista consegue uma das características da linguagem literária é a
transmitir seus sentimentos e ideias ao mundo real, de capacidade polissêmica dos vocábulos, ou seja, a
onde tudo se origina. virtude que têm as palavras de, através de um único
Para essa transcrição da realidade, a literatura, no significante, apresentar uma variedade de significados.
entanto, não precisa, portanto estar presa a ela. Tanto Teorizar a literatura, portanto, é investigar, examinar,
o escritor quanto o autor fazem uso de sua imaginação analisar, ou ainda, lançar um olhar sobre as obras
constantemente: o artista recria livremente a realidade, literárias, desvelando o processo criativo. Comecemos
assim como o leitor recria livremente o texto literário pela base. A seguir uma breve explicação dos Gêneros
que lê. Literários e aos Estilos de Época.
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LITERATURA
pois através delas o autor e/ou poeta atribui a Brota esta lágrima e cai (...)
plurissignificação pertencente a esses textos. Mas é rio mais profundo
Sem começo e nem fim
Algumas figuras de linguagem mais recorrentes nos textos Que atravessando por este mundo
literários diversos são: Passa por dentro de mim.
(Cecília Meireles)
Metáfora: Comparação sem o uso do conectivo
(como, tal qual, entre outros). Eufemismo: Utilizada para amenizar certas
Meu coração é uma estrela. expressões.
(Cecília Meireles) Era uma estrela divina que ao firmamento voou.
(Álvares de Azevedo)
Comparação: Compara dois seres de maneira
explícita através do uso dos conectivos. Aliteração: Repetição de sons consonantais.
Meu coração tombou na vida Brancas bacantes bêbadas o beijam.
Tal qual uma estrela ferida (Augusto dos Anjos)
Pela flecha de um caçador.
(Cecília Meireles) Assonância: Repetição de sons vocálicos.
Ó Formas alvas, brancas, Formas claras.
Metonímia: Estabelece uma relação de (Cruz e Sousa)
interdependência entre duas palavras. Esta
relação pode se dar por: Paronomásia: Aproximação de palavras pela sua
A marca pelo produto; semelhança na grafia ou no som.
O efeito pela causa; Ah pregadores! Os de cá acharvos-eis com mais paço; os
O nome do autor pela marca; de lá, com mais passos.
O continente pelo conteúdo; (Pe. Antônio Vieira)
O concreto pelo abstrato;
A parte pelo todo; Paralelismo: Repetição de ideias e palavras que se
O singular pelo plural; correspondem em relação ao sentido.
A matéria pelo objeto. Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
O Bento caiu como um touro É preciso ter gana sempre
No terreiro Quem traz no corpo a marca,
E o médico veio de Chevrolé Maria, Maria
Trazendo o prognóstico Mistura a dor e a alegria.
E toda a minha infância nos olhos. (Fernando Brandt e Milton Nascimento)
(Oswald de Andrade)
Ex.: “Mas / que / se/ja in/fi/ni/to en/quan/to / Aliteração: repetição de sons consonantais.
du/re” Nessa cruz sacrossanta descobertos (Gregório de
1 2 3 4 56 7 8 9 10 Matos)
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LITERATURA
De um modo geral, podemos reconhecer ao longo da b) “Mas quando o poeta diz: ‘Lata'”.
história literária brasileira 2 momentos básicos:
c) “Uma meta existe para ser um alvo”.
1º) Literatura do Período Colonial (1500-1836)
Período em que a cultura portuguesa se impôs. d) “Por isso não se meta a exigir do poeta”.
01. (ESA – 2014) A forma fixa caracterizada por versos d) "Às vezes eu tenho a impressão... que a bateria dele não
heroicos ou alexandrinos dispostos em duas acaba!" (O Globo. O menino maluquinho: agosto de
quadras e dois tercetos é chamada: 2002)
Sobre o texto, é CORRETO afirmar que: 09. (UEG– 2008) X. MAR PORTUGUÊS
a) É um texto não literário porque tem como objetivo
detalhar fatos e deve ser classificado como Ó mar salgado, quanto do teu sal
reportagem, e não como poema. São lágrimas de Portugal!
b) É um texto informativo por apresentar informações Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
sobre um acontecimento recente e, por isso, deve ser Quantos filhos em vão rezaram!
classificado como notícia. Quantas noivas ficaram por casar
c) É um texto descritivo, diferentemente do que consta no Para que fosses nosso, ó mar!
título, porque apresenta várias características físicas e
psicológicas do personagem João Gostoso. Valeu a pena? Tudo vale a pena
d) É um texto literário, possui traços narrativos porque Se a alma não é pequena.
apresenta uma sequência de acontecimentos, e deve Quem quer passar além do Bojador
ser classificado como poema, conforme consta no Tem que passar além da dor.
título. Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
e) É um texto instrucional porque indica como realizar Mas nele é que espelhou o céu.
uma ação, aproximando-se, por isso, de um manual de
instruções. PESSOA, Fernando. Mar Português. In: Antologia
Poética. Organização Walmir Ayala. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2014. p. 15.
08. (ACAFE – 2018) MEUS OITO ANOS
Casimiro de Abreu
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LITERATURA
Enredo:
Principais cantos:
Canto V – O gigante Adamastor
Canto III – Inês de Castro Adamastor surge no Cabo da Boa esperança ou Cabo
D. Pedro era casado com Constança e tinha como sua das Tormentas. Por ter seduzido a ninfa Tétis, esposa do
amante Inês de Castro. Sua paixão foi descoberta pela deus Peleu, foi por ele transformado em rocha como
corte portuguesa e todos reprovavam sua vida de amor vingança. O Gigante prometeu destruir qualquer navio
dupla. Por isso, ele manda Inês para um castelo distante, que passasse por ele. Por isso, o local era representado
em Albuquerque. como uma nuvem carregada e pela tempestade.
Com a morte de D. Constança em um trabalho de
parto, D. Pedro fica livre para trazer Inês de volta e com Com isso, vê-se a representação mitológica da obra.
ela teve 4 filhos. Porém, o pai de D. Pedro, enquanto este Quanto à lírica, é uma das passagens mais importantes, já
estava fora em batalha, manda matar Inês. Seu filho ainda que representa o medo dos portugueses de atravessarem o
não tinha se casado com ela e seu pai não a queria para o Oceano Índico e o Atlântico, repleto de monstros,
filho, nem queria deixar o reino para algum dos 4 netos gigantes, penhascos e seres sobrenaturais.
que já tinha.
Assim, quando D. Pedro voltou e viu sua mulher Converte-se-me a carne em terra dura;
morta, mandou desenterrá-la, coroou-a e fez com que
toda a corte beijasse a mão da nova rainha como forma de Em penedos os ossos se fizeram;
vingança.
Estes membros que vês, e esta figura,
Passada esta tão próspera vitória,
Por estas longas águas se estenderam.
Tornado Afonso à Lusitana Terra,
Enfim, minha grandíssima estatura
A se lograr da paz com tanta glória
Neste remoto Cabo converteram
Quanta soube ganhar na dura guerra,
Os Deuses; e, por mais dobradas mágoas,
O caso triste e digno da memória,
Me anda Tétis cercando destas águas.
Que do sepulcro os homens desenterra,
Canto IX – A ilha dos Amores
Aconteceu da mísera e mesquinha Quando a esquadra completa a viagem Vênus os
recompensa com um momento de descanso na Ilha dos
Que depois de ser morta foi Rainha. Amores, paraíso natural que era a imagem que se tinha do
Brasil, recém descoberto. É lá que a Máquina do Mundo é
Canto IV – O Velho do Restelo apresentada aos portugueses com inúmeras profecias.
Em meio à despedida dos navegantes em suas naus,
surge uma figura de um senhor desconhecido que inicia a Neste canto acompanhamos o encontro do plano
sua fala como uma negação ao desejo de descobrimento e mítico dos deuses com o plano histórico dos homens. Os
de glórias de Portugal. O Velho do Restelo começa a portugueses são elevados à condição de deuses. Nessa ilha
amaldiçoar a viagem e classifica aquela empreitada como eles encontram ninfas que foram flechadas pelo cupido.
um grande risco à vida e ao futuro português em busca da Vendo os portugueses ficam apaixonadas. Eles recebem
pura vaidade humana: o ouro, a fama e o poder. também um banquete e cada um ouve a previsão para o
Numa análise mais detalhada, percebe-se que este seu futuro. Vênus mostra ainda, a Vasco da Gama, uma
personagem representa o homem medieval que ainda esfera perfeita e mágica: a Máquina do Mundo.
estava imerso num sistema feudal, contra os avanços
científicos e a expansão marítima. Vês aqui a grande máquina do mundo,
Desta vaidade, a quem chamamos Fama! Assim foi do Saber alto e profundo,
C’uma aura popular, que honra se chama! Quem cerca em derredor este rotundo
Que castigo tamanho e que justiça Globo e sua superfície tão limada,
Fazes no peito vão que muito te ama! É Deus: mas o que é Deus ninguém o entende,
Que mortes, que perigos, que tormentas, Que a tanto o engenho humano não se estende.
14 nuceconcursos.com.br
LITERATURA
Embora muito conhecido pela produção épica, verificando- se, porém, nos versos de Camões, certa
Camões também foi um grande poeta que cultivou os resistência do ser amado.
temas líricos amorosos em suas poesias, tal como no d) A dissociação entre o “outro” e o eu lírico, porque o
poema abaixo. ódio ou o amor se produzem no imaginário, sem a
realização concreta.
e) O “outro” que se associa ao eu lírico, sendo tratados,
Amor é fogo que arde sem se ver nos Textos I e II, respectivamente, o ódio e o amor.
Amor é fogo que arde sem se ver; 02. (ESPCEX – 2019) Em relação ao Classicismo, que
É ferida que dói e não se sente; se desenvolveu durante o século XVI, marque a
É um contentamento descontente; alternativa correta.
É dor que desatina sem doer; a) Esse movimento literário possibilita a expressão da
condição individual, da riqueza interior do ser humano
É um não querer mais que bem querer; que se defronta com sua inadequação à realidade.
É solitário andar por entre a gente; b) A poesia dessa época adota convenções do bucolismo
É nunca contentar-se de contente; como expressão de um sentimento de valorização do
É cuidar que se ganha em se perder; ser humano.
c) Os poetas pertencentes a esse período literário
É querer estar preso por vontade; perseguiam uma expressão equilibrada, sóbria, capaz
É servir a quem vence, o vencedor; de transmitir o domínio que a razão exercia sobre a
É ter com quem nos mata lealdade. emoção individual, colocando o homem como centro
de todas as coisas.
Mas como causar pode seu favor d) Os autores dessa estética literária procuraram retratar a
Nos corações humanos amizade, vida como é e não como deveria ou poderia ser.
Se tão contrário a si é o mesmo Amor? Perseguem a precisão nas descrições, principalmente
pela harmonização de detalhes que, somados,
Luís Vaz de Camões reforçam a impressão de realidade.
e) A poesia desse período passa a ser considerada um
esforço de captação e fixação das sutis sensações
EXERCÍCIOS produzidas pela investigação do mundo interior de
cada um e de suas relações com o mundo exterior.
01. Texto I
03. (ESPCEX – 2016) Leia o soneto a seguir e
XLI marque a alternativa correta quanto à proposição
Ouvia: apresentada.
Que não podia odiar
E nem temer Se amor não é qual é este sentimento?
Porque tu eras eu. Mas se é amor, por Deus, que cousa é a tal?
E como seria Se boa por que tem ação mortal?
Odiar a mim mesma Se má por que é tão doce o seu tormento?
E a mim mesma temer. Se eu ardo por querer por que o lamento
HILST, H. Cantares. São Paulo: Globo, 2004 (fragmento). Se sem querer o lamentar que val?
Ó viva morte, ó deleitoso mal,
Texto II Tanto podes sem meu consentimento.
E se eu consinto sem razão pranteio.
Transforma-se o amador na cousa amada A tão contrário vento em frágil barca,
Transforma-se o amador na cousa amada, Eu vou por alto-mar e sem governo.
por virtude do muito imaginar; É tão grave de error, de ciência é parca
não tenho, logo, mais que desejar, Que eu mesmo não sei bem o que eu anseio
pois em mim tenho a parte desejada. E tremo em pleno estio e ardo no inverno.
Camões. Sonetos.
(Disponível em: http://www.jornaldepoesia.jor.br. O artista do Classicismo, para revelar o que está
Acesso em: 03 set. 2010 (fragmento). no universo, adota uma visão
a) subjetiva.
Nesses fragmentos de poemas de Hilda Hilst e de b) idealista.
Camões, a temática comum é c) racionalista.
d) platônica.
a) O “outro” transformado no próprio eu lírico, o que se e) negativa.
realiza por meio de uma espécie de fusão de dois seres
em um só.
b) A fusão do “outro” com o eu lírico, havendo, nos
versos de Hilda Hilst, a afirmação do eu lírico de que
odeia a si mesmo.
c) O “outro” que se confunde com o eu lírico,
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LITERATURA
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LITERATURA
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LITERATURA
Nela até agora não pudemos saber que haja ouro, nem prata, São encontrados nas obras da literatura informativa,
nem nenhuma cousa de metal, nem de ferro; nem olho vimos. A muito elementos que mais tarde vieram a servir para
terra, porém, em si, é de muito bons ares, assim frios e dar uma base para compor o indianismo de Gonçalves
temperados como os d’Antre Doiro e Minho, porque neste tempo Dias, José de Alencar, Gonçalves de Magalhães e
d’agora assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas, outros escritores do romantismo.
infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a
aproveitar, dar-se-á nela tudo por bem das águas que tem. Mas LITERATURA DOS JESUÍTAS
o melhor fruto que nela se pode fazer me parece que será salvar
esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa A carta que o padre Manuel da Nóbrega escreveu,
Alteza em ela deve lançar.” descrevendo a chegada da primeira missão jesuítica no
Brasil, por ele chefiada, em 1549, inaugurou a
A literatura Quinhentista foi uma continuação da literatura informativa dos jesuítas no Brasil, já que eles
literatura portuguesa. contribuíram em muito nesta parte da literatura.
A literatura dos viajantes está baseada nas cartas,
crônicas, relatório, documentos, enviados pelos O maior representante deste tipo de literatura entre os
padres, colonos, viajantes e aventureiros que falaram jesuítas foi o padre José de Anchieta.
da flora, da fauna, da geografia e dos usos e costumes José de Anchieta (1534-1597) nascido numa das ilhas
dos índios. Canárias e chegou ao Brasil em 1553; assim que
chegou colaborou com Manuel da Nóbrega na
Os colonizadores portugueses esperavam encontrar no fundação de um colégio em Piratininga, vilarejo que
Brasil as mesmas condições que os tornaram ricos daria origem a cidade de São Paulo.
com a exploração das índias. Os europeus ainda Além disso, ele escreveu cartas, sermões, poesias e
tinham em mente o mito do “Eldorado, a cidade de peças teatrais, utilizou os idiomas: latim, Tupi e
ouro”, uma região de incríveis riquezas, onde haveria português, em suas obras onde teve uma grande
pouco trabalho braçal e muito lucro. Este tipo de influência missionária.
pensamento fez com que o colonizador português não
se apegasse a terra e com isso o tratamento dado a ela POESIA
foi de maneira agressiva, com o único objetivo de tirar
toda a riqueza dela, sem medir as consequências. O Anchieta utilizava em suas poesias as antigas medidas,
pensamento do colonizador era somente um: ou seja, versos de cinco ou sete sílabas nos
enriquecer logo para poder voltar para Portugal rico. cancioneiros medievais. Anchieta também escreveu
poemas de sentido religioso, com versos fáceis de
A princípio no Brasil a fonte de renda para os serem cantados em cerimônias da igreja. Na verdade
colonizadores era o pau-brasil, embora tivesse um eram poesias essencialmente ingênuas, com conteúdo
importante valor no mercado de negócios, não simples, mas direto, sem muita complexidade para
chegava a se igualar aos preciosos recursos do Oriente. poder ser bem aceito e entendido na sociedade
Somente em 1532, aproveitando-se do preço europeia, pois era ela que patrocinava as expedições e
compensador do açúcar, os portugueses iniciaram o viagens.
cultivo do açúcar em terras brasileiras, auxiliados pelo
trabalho escravo. No entanto, a Carta e os outros A Santa Inês
textos produzidos no início da colonização queriam
apenas enaltecer exageradamente a terra e a fertilidade Na vinda de sua Imagem
do solo, sem na verdade ter uma real analise da Cordeirinha linda,
situação. Esse tipo de pensamento em relação ao Como folga o povo,
Brasil sempre contribuiu para certos para equívocos Porque vossa vinda
prejudiciais que atrasaram o desenvolvimento da Lhe dá lume novo.
região. No Brasil ou em qualquer outro lugar, sempre TEATRO
será necessário muito trabalho, esforço e
planejamento, só assim “dar-se-á nela tudo, por bem Também com a intenção de catequizar os índios,
das águas que tem”, como escreveu Pero Vaz de impor os conceitos europeus a eles, Anchieta foi o
Caminha em sua carta a D.Manuel. introdutor do teatro no Brasil. Suas peças seguiam as
tradições dos teatros medievais, principalmente tendo
Além da Carta, os seguintes textos informativos foram como modelo os autos de Gil Vicente.
de destaque: O Auto de São Lourenço é a obra mais importante
delas: é uma peça trilíngue , porque abrangeu três
- Tratado da terra do Brasil (1570?) e Historia da idiomas: Castelhano, Tupi, português. Também teve a
Província de Santa Cruz a que vulgarmente foi dança cantada, onde o tema predominante foi a luta de
chamada de Brasil (1576), de Pero Magalhães São Lourenço e São Sebastião contra os demônios,
Gandavo; que infelizmente tinham nomes tupis como Guaixará e
- Tratado descritivo do Brasil (1587), de Gabriel Amberê, com isso a cultura indígena passa a ser
Soares de Sousa; desvalorizada, pois os heróis eram santos conhecidos e
- Diálogos das grandezas do Brasil, escrito em 1618 adorados pelos europeus, mas os vilões tinham origens
por Fernandes Brandão. na cultura dos nativos. O objetivo disso era
supostamente adaptar a visão catequética para a
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LITERATURA
realidade indígena. Mas na realidade ser for bem O padre era mesmo bom,
analisado esta adaptação de visão serviu para Deu a mão a muita gente,
transformar os índios( por acaso donos da terra) em Deu a luz a muita gente,
vilões ou de inferiores aos brancos. Muitos colégios fundou.
Escreveu poema na areia,
A peça foi apresentada no pátio da Capela de São Não ligou para os leitores;
Lourenço, no Morro de São Lourenço, em Niterói só a Virgem pôde ler.
(RJ), em 1583. Tenho uma pena bem grande
FIQUE ATENTO! De saber que ele ensinou
somente aos índios espertos;
A INTERTEXTUALIDADE É PROCEDI- Que não estendeu o ensino
MENTO COMUM NO MODERNISMO À colônia portuguesa.
BRASILEIRO. Em HISTÓRIA DO BRASIL, Murilo Fizeram mal de botar
Mendes subverteu, de modo irônico, a história oficial Este padre notável
do país. Leia agora a “Carta de Pero Vaz”: Servindo de manequim
Na estátua positivista.
TEXTO 1
NÃO ESQUEÇA!
Carta de Pero Vaz
Veja que os autores além de citar o texto quinhentista
Murilo Mendes
ironizam, criticam. Este tipo de intertextualidade é
A terra é mui graciosa,
chamado de PARÓDIA.
Tão fértil eu nunca vi.
A gente vai passear,
BARROCO
No chão espeta um caniço,
“O BARROCO PRESSUPÕE, EFETIVAMENTE,
No dia seguinte nasce
A ATRAÇÃO RECÍPROCA DO ALTO E DO
Bengala de castão de oiro.
BAIXO, DO VISÍVEL E DO INVISÍVEL, DA
Tem goiabas, melancias.
LUZ E DA TREVA, DO METAFÍSICO E DO
Banana que nem chuchu.
SENSORIAL...”
Quanto aos bichos, tem-nos muitos.
Natália Correia
De plumagens mui vistosas.
Tem macaco até demais.
Diamantes tem à vontade,
Esmeralda é para os trouxas.
Reforçai, Senhor, a arca.
Cruzados não faltarão,
Vossa perna encanareis,
Salvo o devido respeito.
Ficarei muito saudoso
Se for embora d'aqui.
Castão: remate superior de uma bengala;
Cruzado: antiga moeda portuguesa;
Vossa perna encarnareis: a expressão quer dizer o
rei “estava mal das pernas”, isto é, sem dinheiro,
“quebrado”. As riquezas do Brasil poderão tirá-lo
dessa situação. A Dúvida de Tomé (1599) de Caravaggio.
TEXTO 2
Introdução:
PENA DE ANCHIETA
A origem da arte barroca
Murilo Mendes
A arte barroca originou-se na Itália (séc. XVII) mas
O padre era mesmo bom, não tardou a irradiar-se por outros países da Europa e
Não era padre, era santo, a chegar também ao continente americano, trazida
Mandava na tempestade; pelos colonizadores portugueses e espanhóis.
Um morto ressuscitou, As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o
Um dia, pra batizar. sentimento e a razão ou entre a arte e a ciência, que os
O índio levanta as armas artistas renascentistas procuram realizar de forma
Para matar o cristão, muito consciente; na arte barroca predominam as
O padre está longe dele, emoções e não o racionalismo da arte renascentista.
O vento vem lhe avisar, É uma época de conflitos espirituais e religiosos. O
O padre se concentrou, estilo barroco traduz a tentativa angustiante de
Pensa com força no índio, conciliar forças antagônicas: bem e mal; Deus e Diabo;
As armas dele caíram. céu e terra; pureza e pecado; alegria e tristeza;
paganismo e cristianismo; espírito e matéria.
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LITERATURA
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LITERATURA
A realidade é para ser trabalhada através dos sentidos. Anjo no nome, Angélica na cara,
Porém, dentro da consciência caótica do escritor desse Isso é ser flor, e Anjo juntamente,
período, sua percepção evidenciará temas como: o Ser Angélica flor, e Anjo florente,
desejo da salvação, a fugacidade do tempo, a descrença Em quem, se não em vós se uniformara?
e a corrupção.
Quem veria uma flor, que a não cortara
PRINCIPAIS REPRESENTANTES DO De verde pé, de rama florescente?
BARROCO BRASILEIRO E quem um Anjo vira tão luzente,
Que por seu Deus, o não idolatrara?
“Eu sou aquele, que passados anos
cantei na minha lira maldizente Se como Anjo sois dos meus altares,
torpezas do Brasil, vícios, e enganos” Fôreis o meu custódio, e minha guarda,
Livrara eu de diabólicos azares.
Esse era Gregório de Matos Guerra, o “Boca do
Inferno”. Com seu espírito crítico, satirizava políticos, Mas vejo, que tão bela, e tão galharda,
comerciantes, clero, colonizadores e até mesmo o Posto que os Anjos nunca dão pesares,
povo. Para isso, usava palavrões e um vocabulário Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda.
bem baixo em suas obras.
Vocabulário
Nasceu supostamente em 7 de abril de 1633 na Bahia Uniformar: tornar uniforme, com uma só forma
e morreu em Recife em 1696. Veio de uma família rica Galharda: elegante
que possuía dois engenhos de cana-de-açúcar e 130
escravos.
POESIA LÍRICO-RELIGIOSA
Educou-se em casa e no colégio jesuíta. Formou-se em
Direito na Universidade de Coimbra e lá exerceu a Características:
profissão sendo, inclusive, juiz de órfãos.
- O autor está dividido entre pecado e virtude (sente
Em 1681, quando voltou para o Brasil, foi vigário- culpa por pecar e busca a salvação)
geral e tesoureiro-mor, porém, durante este período - O autor vê o pecado como um erro humano, mas
recusou-se a usar a batina e denunciou injustiças da também, como a única forma de Deus cometer o ato
Ordem em que servia. Por causa disso, o Bispo do perdão.
ordenou seu afastamento. - O eu-lírico, muitas vezes, se comporta como
advogado que faz a própria defesa diante de Deus
Escreveu poesia lírica, satírica e religiosa. Suas poesias (para tal, usava, até mesmo, trechos da Bíblia)
satíricas possuem um ótimo material do ponto de vista
sociológico e linguístico (já que o autor usava um TEXTO
vocabulário bem popular). Nelas o escritor narra
episódios da vida popular, cotidiana e política. Através Ao mesmo assunto e na Mesma Ocasião
delas podemos conhecer melhor a sociedade da época
(período colonial). Pequei Senhor: mas não porque hei pecado,
Da vossa Alta Piedade me despido:
A poesia lírica de Gregório de Matos também é muito Antes, quanto mais tenho delinquido,
boa e pode ser dividida em: Vos tenho a perdoar mais empenhado.
Se uma ovelha perdida, já cobrada, Que em tua larga barra tem entrado,
Glória tal, e prazer tão repentino A mim foi-me trocando e tem trocado
Vos deu, como afirmais na Sacra História, Tanto negócio e tanto negociante.
- Pessimismo Pica-Flor
- Angústia diante da vida A uma freira que satirizando a delgada
- Temas abordando o desconcerto do mundo e a fisionomia do poeta lhe chamou "Pica-Flor".
instabilidade dos bens materiais
Se Pica-Flor me chamais,
TEXTO Pica-Flor aceito ser,
Mas resta agora saber,
Moraliza o Poeta nos Ocidentes do Sol a Inconstância dos Bens Se no nome que me dais,
do Mundo Meteia a flor que guardais
No passarinho melhor!
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Se me dais este favor,
Depois da Luz se segue a noite escura, Sendo só de mim o Pica,
Em tristes sombras morre a formosura, E o mais vosso, claro fica,
Em contínuas tristezas a alegria. Que fico então Pica-Flor.
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LITERATURA
c) à propagação dos valores morais da Contrarreforma. máquina mercante da colonização viera para ficar,
d) à precária formação de comunidades de leitores. irreversível, inexorável. E que, sendo inútil lamentar a
e) à veiculação de traços estilísticos do Barroco. sua intrusão nos portos da Colônia, importava
dominá-la imitando seus mecanismos e criando, na
3. (UFT - 2009) Assinale a alternativa em que todas esfera do poder monárquico luso, uma estrutura
as características pertencem à estética barroca. similar que pudesse vencê-la na concorrência entre os
a) 1. humanização do sobrenatural; 2. fusionismo; 3. impérios. Esse projeto o situa no centro nervoso da
intensidade; 4. impulso pessoal; 5. niilismo temático; 6. política colonial. Enquanto conselheiro de D. João IV,
cultismo e conceptismo; 7. o culto do contraste; 8. inspira ao rei a fundação de uma Companhia das
oposição do homem voltado para o céu ao homem Índias Ocidentais assentada principalmente em capitais
voltado para a terra; 9. pessimismo. judaicos.
b) 1. intensidade; 2. acumulação de elementos; 3. impulso
pessoal; 4. niilismo temático; 5. Subjetivismo; 6. o (Alfredo Bosi, Dialética da colonização. S. Paulo: Companhia
culto do contraste; 7. imaginação criadora. 8. senso de das Letras, 1992. p.120.)
mistério; 9. sonho.
c) 1. fé; 2. exagero; 3. retorno ao passado. 4. intensidade; Depreende-se desse fragmento crítico que a
5. acumulação de elementos; 6. impulso pessoal; 7. poesia de Gregório de Matos, ao contrário
culto do contraste; 8. preferência (dentro do espírito a) do que ocorre com Antonio Vieira, mostra a nostalgia
de contrastes) pelos aspectos cruéis, dolorosos, de antigas situações do processo colonial.
sangrentos e repugnantes; 9. ilogismo. b) do que ocorria na oratória do padre sermonista, não se
d) 1. liberdade criadora; 2. intensidade; 3. fé; 4. preocupava com o que havia de mecânico no estilo
acumulação de elementos; 5. sentimentalismo. 6. barroco.
impulso pessoal; 7. preferência (dentro do espírito de c) dos sermões de Antonio Vieira, expressava o desejo
contrastes) pelos aspectos cruéis, dolorosos, do poeta de ver extinto o processo colonial.
sangrentos e repugnantes. 8. niilismo temático; 9. d) dos sermões do missionário barroco, empenha-se mais
tendência para a descrição e culto da solidão. na crítica da política colonial do que na missão
catequética.
4. (ESPCEX (AMAN) - 2013) Leia a estrofe que e) do que ocorre com Antonio Vieira, procura divulgar o
segue e assinale a alternativa correta, quanto às suas ideário colonial imposto pelo governo de D. João IV.
características.
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LITERATURA
século de existência do Brasil: classificação dos seres vivos pela biologia) conduz à
a) A constatação de que a terra não possuía nem ouro tecnologia e esta ao aumento da produção. Generaliza-
nem prata em grande quantidade e que, por isso, não se a ideia de que os negócios e a ciência costituem
merecia ser explorada. campos separados da religião.
b) O espanto do europeu diante do desconhecido, de um Essas mudanças fazem parte de um movimento
mundo estranho e fascinante, encarado como a cultural que define a fisionomia da Europa no século
própria representação do paraíso. XVIII: o Iluminismo .
c) A aceitação do índio como um indivíduo que, embora
praticasse uma religião diferente, deveria ter sua Iluminismo (de iluminar = esclarecer) designa o
cultura respeitada. esforço cultural cujo objetivo era atualizar conceitos,
d) O registro de que se fazia necessário estudar as leis e técnicas, visando a atingir maior eficácia e justiça
diversas línguas existentes, como forma de manter um na ordem social. Todo esse esforço baseava-se na
saudável intercâmbio com os povos nativos. concepção de que o progresso poderia trazer mais
e) O elogio dos índios pela sua falta de ambição quanto felicidade a um número maior de pessoas.
ao acúmulo de bens materiais, o que os fazia viver Por isso, o século XVIII é conhecido como século
felizes. das luzes, momento histórico em que se acreditava
que tudo podia ser explicado pela razão e pela ciência.
Essa crença consolidou-se na Enciclopédia, obra
publicada na França, a partir de 1751, coordenada
4. PERÍODO COLONIAL II pelos filósofos franceses D'Alembert, Diderot e
Voltaire. Nela, procurava-se reunir todo conhecimento
de um determinado momento histórico.
ARCADISMO A obra foi um grande sucesso editorial e circulou por
toda a Europa, chegando ao continente americano no
PARA QUE É PRECISO TER UM PIANO? final do século, mesmo enfrentando proibições.
O MELHOR É TER OUVIDOS A produção artística do período despoja-se da religio-
E AMAR A NATUREZA. sidade e busca o equilíbrio, refletindo sobretudo o
padrão do gosto da burguesia ascendente.
Alberto Caeiro (Heterônimo do poeta Fernando Pessoa) Esse novo estilo é denominado Arcadismo ou
Neoclassicismo e consiste, basicamente, na
recuperação dos traços principais da arte clássica, já
que os clássicos foram considerados fonte de
equilíbrio e saberdoria.
FIQUE ATENTO!
Arcadismo
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LITERATURA
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LITERATURA
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LITERATURA
luso-espanholas sobre a aldeia dos índios, onde se Cotou a larga história de seus males.
prepara o casamento de Baldeta e Lindóia. A moça, Nos olhos Caitutú não sofre o pranto,
entretanto, prefere a morte. O poema apresenta então E rompe em profundíssimos suspiros,
um trecho lírico de rara beleza: Lendo na testa da fronteira gruta
"Inda conserva o pálido semblante De sua mão já trêmula gravado
Um não sei que de magoado e triste O alheio crime, e a voluntária morte.
Que os corações mais duros enternece, E por todas as partes repetido
Tanto era bela no seu rosto a morte!" O suspirado nome de Cacambo.
Com a chegada das tropas de Gomes Freire, os índios Inda conserva o pálido semblante
se retiram após queimarem a aldeia. Um não sei quê de magoado, e triste,
Que os corações mais duros enternece.
Tanto era bela no seu rosto a morte!
No Canto V, o poeta expressa suas opiniões a res- NÃO ESQUEÇA!
peito dos jesuítas, colocando-os como responsáveis
pelo massacre dos índios pelas tropas luso - O esforço neoclássico do século XVIII leva alguns
espanholas. Eram opiniões que agradavam ao Marquês autores a sonhar com a possibilidade de um retorno ao
de Pombal, o todo poderoso ministro de D. José I. sentido épico do mundo antigo. No entanto, numa era
Nesse mesmo canto ainda aparece a homenagem ao onde as concepções burguesas, o racionalismo e a
general Gomes Freire de Andrada que respeita e Ilustração triunfam, o heroísmo guerreiro ou
protege os índios sobreviventes. aventureiro parecem irremediavelmente fora de moda.
Convém ressaltar que O Uraguai, além das
A epopéia ressurge, é verdade, mas quase como farsa.
características árcades, já apresenta, algumas
tendências românticas na descrição da natureza
Compare-se, por exemplo, a grandeza do assunto de
brasileira.
Os Lusíadas - os notáveis descobrimentos de Vasco da
CANTO QUARTO (fragmento) Gama - com o mesquinho tema de O Uraguai - a
A Morte de Lindóia tomada das Missões jesuíticas do Rio Grande do Sul
pela expedição punitiva de Gomes Freire de Andrade,
Este lugar delicioso, e triste, em 1756 - para se ter uma ideia das diferenças que
Cansada de viver, tinha escolhido separam as duas obras.
Para morrer a mísera Lindoya.
Lá reclinada, como que dormia, SANTA RITA DURÃO (1722-1784)
Na branda relva, e nas mimosas flores,
Tinha a face na mão, e a mão no tronco Nascido em Mariana, estudou no Colégio dos Jesuítas
De um fúnebre cipreste, que espalhava na Rio de Janeiro até os dez anos, partindo depois
Melancólica sombra. Mais de perto para a Europa, onde se tornaria padre Agostiniano.
Descobrem que se enrola no seu corpo Durante o governo de Pombal, foi perseguido e
Verde serpente, e lhe passeia, e cinge abandonou Portugal. Trabalhou em Roma como
Pescoço, e braços, e lhe lambe o seio. bibliotecário até a queda de seu grande inimigo,
Fogem de a ver assim sobressaltados, retornando então ao país luso. Ao Brasil não voltaria
E param cheios de temor ao longe; mais, e sua epopéia é uma forma de demonstrar que
E nem se atrevem a chamá-la, e temem ainda tinha lembranças de sua terra natal.
Que desperte assustada, e irrite o monstro,
E fuja, e apresse no fugir a morte. Caramuru (1781)
Porém o destro Caitutú, que treme
Do perigo da irmã, sem mais demora O poema épico Caramuru é publicado doze anos
Dobrou as pontas do arco, e quis três vezes depois de O Uraguai, contudo não existe uma
Soltar o tiro, e vacilou três vezes continuidade entre ambos. Nem formal, nem
Entre a ira, e o temor. Enfim sacode ideológica. Ao contrário de Basílio da Gama,
O arco, e faz voar a aguda seta, admirador de Pombal, Santa Rita Durão lembra o
Que toca o peito de Lindoya, e fere período pombalino como uma época de horrores.
A serpente na testa, e a boca, e os dentes Assim, a visão anti-jesuítica de seu antecessor cede
Deixou cravados no vizinho tronco. lugar a uma narrativa de inspiração religiosa.
Açouta o campo co'a ligeira cauda Também ao inverso de Basílio da Gama, que procurou
O irado monstro, e em tortuosos giros inovar usando versos brancos e dividindo o poema em
Se enrosca no cipreste, e verte envolto apenas cinco cantos, o bom frei segue rigidamente o
Em negro sangue o lívido veneno. modelo camoniano de Os Lusíadas. Realiza seu poema
Leva nos braços a infeliz Lindoya em dez cantos, com estrofes de oito versos
O desgraçado irmão, que ao despertá-la decassílabos e rimados. Sua pretensão, tão maiúscula
Conhece, com que dor! no frio rosto quanto a sua falta de criatividade, é compor uma obra-
Os sinais do veneno, e vê ferido síntese sobre a colonização do Brasil:
Pelo dente sutil o brando peito. Os sucessos do Brasil não mereceriam menos um
Os olhos, em que Amor reinava, um dia, poema que os da Índia. Incitou-me a escrever este, o
Cheios de morte; e muda aquela língua, amor pela Pátria.
Que ao surdo vento, aos ecos tantas vezes
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LITERATURA
ao neoclassicismo foi o:
Resumo
A) Classicismo.
O poema narra a história (lenda?) do aventureiro B) Arcadismo.
Diogo Álvares Correia, que naufraga na costa da C) Romantismo.
Bahia, no século XVI, sendo recolhido por índios. Ele D) Parnasianismo.
os maravilha com sua espingarda, procurando depois E) Simbolismo
catequizá-los e colonizá-los. Esta junção do herói
português com o herói católico é representado pelo 3. (EsPCex – 2019) Influenciados pelo poeta latino
desejo de Caramuru em desposar uma jovem indígena Horácio, os poetas árcades costumam
e assim sacramentar a união entre os nativos e os reaproveitar dois temas da tradição clássica: o
conquistadores. fugere urbem e o aurea mediocritas. Assinale o
Noiva então com a casta Paraguaçu, filha de um trecho de Cláudio Manuel da Costa que apresenta
cacique e, como não há padres para efetivar o essas características:
matrimônio, os noivos embarcam, ainda puros, numa
caravela francesa, rumo à Europa. Lá, a exótica dupla a) “Como, ó Céus, para os ver terei constância, / Se cada
dos trópicos vai deslumbrar a requintada Corte da flor me lembra a formosura / Da bela causadora de
França. minha ânsia?”
Na partida do litoral brasileiro, ocorre a cena mais
famosa de Caramuru: jovens indígenas apaixonadas b) “Se o bem desta choupana pode tanto, / Que chega a
pelo "filho do trovão" nadam em desespero atrás do ter mais preço, e mais valia, / Que da cidade o
navio, suplicando que o herói não se fosse. Em certo lisonjeiro encanto;”
momento, já debilitadas resolvem retornar à terra.
Uma indígena, entretanto, prefere morrer a perder de c) “Enfim serás cantada, Vila Rica, / Teu nome alegre
vista o homem branco. É Moema, que vai perecer notícia, e já clamava; / Viva o senado! viva! repetia /
tragada pelas ondas: Itamonte, que ao longe o eco ouvia.”
Perde o lume dos olhos, pasma e treme, d) “Já rompe, Nise, a matutina aurora / O negro manto,
Pálida a cor, o aspecto moribundo, com que a noite escura, / Sufocando do Sol a face
Com a mão já sem vigor, soltando o leme, pura, / Tinha escondido a chama brilhadora.”
Entre as salsas* escumas desce ao fundo:
Mas na onda do mar, que irado freme, e) “Destes penhascos fez a natureza / O berço, em que
Tornando a aparecer desde o profundo: nasci: oh quem cuidara, / Que entre penhas tão duras
"Ah! Diogo cruel!" disse com mágoa se criara / Uma alma terna, um peito sem dureza.”
E sem mais vista ser, sorveu-se n'água.
*Salsas: salgadas 4. (EsPCex – 2014) A temática do Arcadismo presente
nos versos abaixo é o
Como o tema era pobre em demasia, Santa Rita Durão “Se o bem desta choupana pode tanto,
enche os dez cantos do Caramuru com "guerras, Que chega a ter mais preço, e mais valia,
visões da história do Brasil dos séculos XVI a XVIII, Que da Cidade o lisonjeiro encanto”
viagens, festas na Corte, etc." O resultado dessa
mistura é uma obra prolixa, onde os episódios se [A] “carpe diem”.
atropelam sem unidade, dissolvendo qualquer [B] paganismo.
possibilidade de significado épico. [C] “fugere urbem”.
[D] fingimento poético.
QUEM SABE FAZ AGORA! [E] louvor histórico.
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LITERATURA
6. (UFPE - 2011) Inspirados na frase de Horácio Fugere 4-4)Enquanto a lírica brasileira do período árcade
urbem (“fugir da cidade”), os árcades voltaram-se para a dedicou-se ao pastoralismo, a narrativa continuou a
natureza em busca de uma vida simples, bucólica, pastoril. investir numa elegia da floresta virgem e de seu
O campo, que representa a natureza selvagem controlada habitante, o índio, através dos épicos de Basílio da
e posta a serviço do homem, seria o espaço de eleição, o Gama e de Frei Santa Rita Durão.
locus amoenus ou “refúgio ameno” em oposição aos centros
urbanos. Leia os textos a seguir e analise as observações 7. (EsPCex – 2010) “É o período que caracteriza
feitas em seguida. principalmente a segunda metade do século
O faisão, a perdiz e a cotovia/ À tua casa voavam, XVIII, tingindo as artes de uma nova tonalidade
como que à Arca./O boi afável de bom grado burguesa. Vive-se o Século das Luzes, o
tornava/ Ao matadouro, ao lado do cordeiro,/ E todo Iluminismo burguês, que prepara o caminho para
animal para lá levava/ A si mesmo em oferenda./ O a Revolução Francesa.”
cardume escamado mais prazer tinha/ Em se banhar
em teu prato do que no riacho.” O texto acima refere-se ao
[A] Romantismo.
(Thomas Carew) [B] Simbolismo.
[C] Barroco.
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, [D] Realismo.
Que viva de guardar alheio gado, [E] Arcadismo.
De tosco trato, de expressões grosseiro,
Dos frios gelos e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto; 8. (EsPCex – 2006) Leia as afirmações abaixo e, a
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; seguir, responda o que se pede.
Das brancas ovelhinhas tiro o leite I- Valoriza-se o ideal burguês da vida sustentada pelo
E mais finas lãs, de que me visto. trabalho em detrimento dos valores aristocráticos.
II – Cultiva-se a naturalidade: o homem deve conhecer e
Encheu, minha Marília, o grande Jovem, exprimir sua sensibilidade e seus sentimentos.
De imensos animais de toda espécie III – Prega-se uma vida mediana e equilibrada, longe do
As terras, mais os ares, mundo urbano. A linguagem deve ser simples,
O grande espaço dos salobres rios, consistindo apenas no que é essencial.
Dos negros, fundos mares.
Para sua defesa, O movimento literário definido pelas afirmativas é o:
A todos deu as armas que convinha, a) Romantismo
A sábia Natureza. b) Barroco
Ao homem deu as armas do discurso, c) Parnasianismo
Que valem muito mais que as outras armas; d) Arcadismo
Deu-lhe dedos ligeiros, e) Simbolismo
Que podem converter em seu serviço
Os ferros e os madeiros; 9. (EsPCex – 2004) A Revolução Francesa, cujo
Que tecem fortes laços marco é a Tomada da Bastilha, em 14 de julho de
E forjam raios, com que aos brutos cortam 1789, desalojou a nobreza do poder. Também a
Os voos, mais os passos. literatura do século XVIII assistira à transição do
estilo aristocrático, requintado e convencional,
(Tomás Antonio Gonzaga. Marília de Dirceu) para uma arte mais espiritual, espontânea e livre
de modelos, ao gosto da burguesia ascendente.
0-0)Como mostram os excertos, no período do O comentário acima refere-se à transição do
Arcadismo, o gênero pastoral, tanto na Europa como
no Brasil, criou uma visão idealista do campo, como a) Barroco para o Arcadismo
um lugar paradisíaco onde o homem, dominando a b) Classicismo para o Romantismo
natureza e os animais, poderia obter tranquilamente o c) Arcadismo para o Romantismo
seu sustento. d) Classicismo para o Humanismo
1-1)A fuga da cidade proposta pela poesia árcade não e) Barroco para o Romantismo
representava apenas um estado de espírito e uma
posição política e ideológica, mas uma realidade, uma 10. (EsPCex – 2003)
vez que esses poetas viviam e trabalhavam no campo. Aqui um regato
2-2)O fingimento foi uma característica marcante do Corria sereno
Arcadismo, através do qual os poetas imaginavam-se Por margens cobertas
ingênuos pastores da Arcádia, região da Grécia antiga, de flores e feno;
reunidos em confrarias dedicadas à contemplação da à esquerda se erguia
vida e à fruição do momento. um bosque fechado,
3-3)Critilo e Doroteu são dois pseudônimos árcades que e o tempo apressado,
figuram nas Cartas Chilenas. Nessas correspondências, que nada respeita,
o culto à natureza se sobrepõe ao conteúdo já tudo mudou.
propriamente político, razão por que a obra é São estes os sítios?
considerada expressão do Arcadismo brasileiro. São estes; mas eu
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LITERATURA
CONTEXTO HISTÓRICO:
“O melhor profeta do mundo é o passado.”
Lord Byron Na Europa
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LITERATURA
- a oposição aos modelos da tradição clássica e a Escapismo psicológico: espécie de fuga. Já que o
liberdade de criação e de expressão; romântico não aceita a realidade, volta ao passado,
- a rejeição por uma arte de caráter erudito e nobre a individual (fatos ligados ao seu próprio passado, a sua
favor de uma arte de caráter mais popular (interesse infância) ou histórico (época medieval).
pelo folclórico, pelo nacional);
- o apelo para os sentimentos e para a imaginação. Condoreirismo: corrente de poesia político-social,
com grande repercussão entre os poetas da terceira
O romance (prosa artística, forma mais acessível de geração romântica. Os poetas condoreiros,
manifestação literária) ganhou um espaço que sempre influenciados pelo escritor Victor Hugo, defendem a
lhe fora negado pela literatura clássica. O teatro justiça social e a liberdade.
ganhou novo impulso, abandonando as formas
clássicas e se inspirando em temas nacionais, que Byronismo: atitude amplamente cultivada entre os
propiciou o surgimento do drama. poetas da segunda geração romântica e relacionada ao
poeta inglês Lord Byron. Caracteriza-se por mostrar
Características da linguagem romântica um estilo de vida e uma forma particular de ver o
mundo; um estilo de vida boêmia, noturna, voltada
Subjetivismo: o romântico quer retratar em sua obra para o vício e os prazeres da bebida, do fumo e do
uma realidade interior e parcial. Trata os assuntos de sexo. Sua forma de ver o mundo é egocêntrica,
uma forma pessoal, de acordo com o que sente, narcisista, pessimista, angustiada e, por vezes, satânica.
aproximando-se da fantasia.
Religiosidade: como uma reação ao Racionalismo
Idealização: motivado pela fantasia e pela materialista dos clássicos, a vida espiritual e a crença
imaginação, o artista romântico passa a idealizar tudo; em Deus são enfocadas como pontos de apoio ou
as coisas não são vistas como realmente são, mas válvulas de escape diante das frustrações do mundo
como deveriam ser segundo uma ótica pessoal. Assim, real.
a pátria é sempre perfeita; a mulher é vista como
virgem, frágil, bela, submissa e inatingível; o amor, Culto ao fantástico: a presença do mistério, do
quase sempre, é espiritual e inalcançável; o índio, sobrenatural, representando o sonho, a imaginação;
ainda que moldado segundo modelos europeus, é o frutos da pura fantasia, que não carecem de
herói nacional. fundamentação lógica, do uso da razão.
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LITERATURA
Nativismo: fascinação pela natureza. O artista se vê Janeiro e São Paulo se tornaram as duas grandes
totalmente envolvido por paisagens exóticas, como se cidades na 1ª metade do século XIX.
ele fosse uma continuação da natureza. Muitas vezes, o
nacionalismo romântico é exaltado através da Durante todo o período de permanência da corte
natureza, da força da paisagem. portuguesa no Brasil (1808-1821), o país progrediu
muito. A independência econômica do país estava
Nacionalismo ou patriotismo: exaltação da Pátria, enraizada nesses fatos. Aos poucos o sentimento
de forma exagerada, em que somente as qualidades são anticolonialista começou a se fazer, gerando a
enaltecidas. independência política, em 1822.
As artes, em geral, refletiram uma temática de fundo
A literatura romântica no Brasil nacionalista: PAISAGENS TROPICAIS, FATOS
O progresso geral do Brasil durante e fase da HISTÓRICOS, PERSONAGENS BRASILEIROS.
permanência da Corte Portuguesa, imediatamente
seguida pela Independência (1822), teve indisputável Artes plásticas
expressão cultural e literária. O Rio de Janeiro tornou- Os artistas dedicam-se a pinturas históricas, que
se, além da sede do governo, a capital literária, e, com enaltecem o Império e o nacionalismo oficial.
a liberdade de impressão desencadeou-se intenso Exemplos são as telas A Batalha de Guararapes, de
movimento de imprensa por todo o país, em que se Victor Meirelles (1832-1903), Pedro Américo
misturavam a literatura e a política numa feição bem (QUADRO DA INDEPENDÊNCIA OU MORTE)
típica da época. O Romantismo coincidiu com a e Debret.
valorização das nossas tradições e origens, com a
definição da nacionalidade. Fomos muito Música
influenciados, desde o pré-romantismo, pelos Os compositores buscam liberdade de expressão e
europeus, entre eles Ferdinand Denis e Almeida valorizam a emoção. Resgatam temas populares e
Garret. folclóricos, que dão ao romantismo caráter
nacionalista. A ópera se desenvolve no país. Seus
No momento em que o Romantismo brasileiro é principais representantes são Carlos Gomes, autor
natural pelos temas e pelo estilo, se preocupa com o de O Guarani, e Elias Álvares Lobo (1834-1901).
sentido da sua universalidade. Eles são auxiliados por libretistas como Machado de
Assis e José de Alencar. Em 1863 estréia Joana de
O Romantismo brasileiro também procura exprimir as Flandres, de Carlos Gomes, com texto em português.
peculiaridades da natureza, história, costumes e língua A última ópera apresentada nesse período é O
dos brasileiros; o ideal da pureza amorosa contraposto Vagabundo, de Henrique Alves de Mesquita (1830-
às convenções sociais, o sentimento da natureza como 1906). Uma segunda fase do movimento é marcada
um refúgio e o gosto pelas paisagens exóticas, a pelo folclorismo. Sobressaem Alberto Nepomuceno
valorização do passado e do individualismo. Seu (1864-1920) e Luciano Gallet (1893-1931).
marco inicial é com a publicação de Suspiros
poéticos e saudades (1836), de Domingos MÚSICOS REPRESENTATIVOS: Choppin,
Gonçalves de Magalhães. Juntamente com Araújo Schubert, Beethoven.
Porto Alegre e Dutra Melo, Gonçalves de Magalhães
publica, apoio de Dom Pedro I, a revista Niterói, com Primeira Geração – Nacionalista – Indianista
o objetivo de consolidar uma cultura brasileira. A
escola romântica perdura, no Brasil, até 1881 com a Representantes: Gonçalves de Magalhães e
publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, Gonçalves Dias
Machado de Assis (Realismo) e O Mulato, Aluísio
Azevedo (Naturalismo). Modelos Poéticos: Chateaubriand e Lamartine
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LITERATURA
III
Por seu modo de escrever foi admirado e serviu de Louco, aflito, a saciar-me
inspiração a grandes escritores tais como: Olavo Bilac, D'agravar minha ferida,
Machado de Assis e Manuel Bandeira. Tomou-me tédio da vida,
Com o indianismo, vale destacar, expressou um ideal Passos da morte senti;
de homem brasileiro. Conciliou também o Mas quase no passo extremo,
primitivismo com valores morais do cristianismo. No último arcar da esperança,
Tu me vieste à lembrança:
Os temas na poética de Gonçalves Dias Quis viver mais e vivi!
Segunda Geração
Minha terra não tem palmeiras... Em Lira dos Vinte Anos, temos exemplo desse
E em vez de um mero sabiá, espírito contraditório. A primeira e a terceira parte da
Cantam aves invisíveis obra revelam tratar-se de um escritor puro,
Nas palmeiras que não há. sentimental. A outra parte exibe um tom macabro,
satânico – Ariel x Caliban: Nesta obra temos: a virgem
Carlos Drummond, mais filosófico, reflete sobre a do mar (anjo) x A mulher sensual; o ambiente onírico
distância da felicidade em Nova canção do exílio: x o ambiente real, o amor x a morte, a morbidez x a
ironia e o humor. Os versos de inspiração byroniana
Um sabiá dividem espaço com poesias voltadas para os
na palmeira, longe. familiares – mãe e irmã principalmente.
Estas aves cantam
um outro canto. (...) No seu livro de contos Noite na Taverna – histórias
Onde tudo é belo fantásticas -, predomina a face Caliban. Seis estudantes
e fantástico, bêbados narram aventuras fantásticas de sexo,
só, na noite, assassinatos, mistérios e fundem realidade e
seria feliz. imaginação. Tudo com narração em 1ª pessoa.
(Um sabiá,
na palmeira, longe.) Em o Poema do Frade, tem-se a história de uma
prostituta e jovem libertino.
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É ela! É ela! É ela! É ela Na sua poesia social, o escritor baiano fez uso do tom
É ela! é ela! — murmurei tremendo, grandiloqüente (poesia discursiva), bombástico da
e o eco ao longe murmurou — é ela! poesia comício.
Eu a vi... minha fada aérea e pura —
a minha lavadeira na janela. Além da poesia social o poeta investiu no lirismo
amoroso. Ao contrário dos românticos, Castro Alves
Dessas águas furtadas onde eu moro “Cantou as excelências das uniões corpóreas”, optou
eu a vejo estendendo no telhado pela mulher tangível e não mulher anjo, embora um ou
os vestidos de chita, as saias brancas; outro vestígio de amor platônico apareça.
eu a vejo e suspiro enamorado!
FIQUE ATENTO!
“(...) TEXTO I
Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente, Não! Não eram dois povos que abalavam
Não derramem por mim nenhuma lágrima Naquele instante o solo ensanguentado...
Em pálpebra demente. Era o porvir - em frente do passado,
(...) A Liberdade - em frente à Escravidão,
Eu deixo a vida como deixa o tédio Era a luta das águias - e do abutre,
Do deserto, o poento caminheiro, A revolta do pulso - contra os ferros.
– Como as horas de um longo pesadelo O pugilato da razão - contra os erros
Que se desfaz ao dobre de um sineiro; O duelo da treva - e do clarão!...
(...) (Ode ao Dous de Julho)
Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
Foi poeta - sonhou - e amou na vida. TEXTO II
Atenção!
O pioneiro no romance brasileiro foi Teixeira e Sousa
com O Filho do Pescador, em 1843, mas não obteve
popularidade como Joaquim Manuel do Macedo.
IMPORTANTE!
Tendo o liberalismo como referência ideológica, o
Romantismo renega as formas rígidas da literatura,
como versos de métrica exata. O romance se torna o
gênero narrativo preferencial, em oposição a epopéia.
É a superação da Poética, tão valorizada pelos
Almeida Júnior - Leitura clássicos.
O romance, chamado de "epopeia burguesa" pelo
filósofo alemão Friedrich Hegel, tem sua origem nas Os aspectos fundamentais da temática romântica são o
novelas de cavalaria medievais e seu marco histórico historicismo e o individualismo. O historicismo está
na publicação de Dom Quixote (1605-15), por Miguel de representado nas obras de Walter Scott (Inglaterra),
Cervantes. Porém, somente no século XIX é que este Vitor Hugo (França), Almeida Garrett (Portugal), José
gênero literário alcança prestígio, justamente por de Alencar (Brasil), entre tantos outros. São resgates
narrar a vida e o cotidiano burgueses, diferente da históricos apaixonados e saudosos.
poesia épica em que se narram os grandes feitos
históricos e heróicos de uma coletividade ou de um O individualismo traz consigo o culto do
povo, como em Os Lusíadas (1572), de Luis de egocentrismo e da auto análise, melancolia e
Camões. O romance, por sua vez, se atém ao pessimismo (mal do século). O movimento mais
indivíduo e a suas ações cotidianas, seguindo a importante dessa corrente - e fundador do
perspectiva individualista da ideologia burguesa. romantismo na Europa - é chamado Sturm und Drang
Seu público-alvo foi, inicialmente, constituído de (literalmente, tempestade e ímpeto), que teve o poeta
estudantes, moças e funcionários públicos. E alcançou alemão Johann Wolfgang von Goethe como seu mais
popularidade graças à relativa simplicidade do enredo famoso representante.
e à linguagem quase coloquial. Os Sofrimentos do Jovem Werther (1774) de Goethe
marca o auge do Romantismo mórbido, obra de
Em geral, os romances eram, inicialmente, publicados intensa subjetividade a respeito de um amor
em folhetins de jornais e revistas importantes; e, impossível para seu protagonista (Werther), e causa
como nas telenovelas atuais, a cada final de capítulo, o uma tal comoção à sua época que uma onda de
autor deixava um assunto importante pendente para suicídios entre jovens é atribuída à leitura do volume.
assim garantir a continuidade da leitura, técnica
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LITERATURA
Este é o livro que marca o início do Romance OBRA MÁXIMA – Em 1857, Alencar publicou, em
Romântico no Brasil. Nele o autor enfatiza os detalhes folhetim, no jornal Diário do Rio de Janeiro, sua obra
do cotidiano e traz ao leitor de sua época o seu mais admirada: O Guarani.
próprio tempo. Trata-se de uma prosa de costumes
regionais em que vemos certa ingenuidade, que prende PLANO AUDACIOSO – A intenção de Alencar,
a atenção do leitor quando á o toque de mistério que escrevendo obras sobre todos os aspectos da nossa
envolve o passado dos protagonistas. nacionalidade (norte, sul, litoral, sertão, campo, cidade,
Contada por um narrador onisciente, a trama fala de índio, branco, passado, presente), foi compor uma
vários personagens, mas na realidade, concentra-se no “suma romanesca” do Brasil.
romance entre Carolina e Augusto. Ambos haviam se
conhecido quando ainda eram crianças, ele com 13 LÍNGUA NACIONAL – Alencar foi o primeiro
anos e ela com 7, num encontro casual na praia. O escritor brasileiro a propor uma linguagem diferente
mistério entre eles começa quando, levados pela dos padrões portugueses. Fez uso imoderado de
curiosidade infantil, visitam um velho enfermo e este, palavras do tupi-guarani e de expressões comuns no
encantado com aquelas crianças tão dóceis e meigas, nosso cotidiano.
pergunta o que são um do outro... a menina, sempre
faceira, responde que ele é seu marido... então, para Romances indianistas:
que Deus abençoe o desejo deles, o homem dá um
pequeno breve a cada: ... o verde, que foi dado ao 1. O Guarani (romance, 1857)
menino, contém um botão de esmeralda da blusinha 2. Iracema (romance, 1865)
da menina. Para ela foi entregue o branco, que levava 3. Ubirajara (romance, 1874)
dentro um camafeu que pertencia ao menino. A partir
daquele momento eles se pertenciam para sempre. Romances sociais ou de costumes :
Augusto contou, já adulto, tal fato para dona Ana, sem 1. Cinco Minutos (romance, 1856)
saber que Carolina ouvia e se extasiava... encontrara 2. A Viuvinha (romance, 1857)
seu “marido”!! Mas a linda moreninha o provocava o 3. Lucíola (romance, 1862)
tempo inteiro. Ora era um doce de menina, muito 4. Diva (romance, 1864)
meiga e inocente, ora era inconveniente e mimada 5. A Pata da Gazela (romance, 1870)
como criança birrenta... mesmo assim acabou se 6. Sonhos dOuro (romance, 1872)
apaixonando por ela. 7. Senhora (romance, 1875)
8. Encarnação (romance, 1877)
No final, depois de um mês, ao descobrirem que
realmente pertenciam um ao outro e já noivos, os Romances regionalistas:
amigos cobram a Augusto o romance da aposta... ( 1. O Gaúcho – ambientado no Rio Grande do Sul.
uma aposta que ele fez com os amigos que se caso
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LITERATURA
2. O Tronco do Ipê – ambientado no interior do Rio de espanhol. Sua casa-forte, às margens do Pequequer,
Janeiro. afluente do Paraíba, é abrigo de ilustres portugueses,
afinados no mesmo espírito patriótico e colonizador,
3. O Sertanejo – ambientado no Ceará (Fazenda mas acolhe inicialmente, com ingênua cordialidade,
Oiticica). bandos de mercenários, homens sedentos de ouro e
prata, como o aventureiro Loredano, ex-padre que
4. Til – ambientado no interior de São Paulo. assassinara um homem desarmado, a troco do mapa
das famosas minas de prata. Dentro da respeitável casa
Obras históricas: de D. Antônio de Mariz, Loredano vai pacientemente
urdindo seu plano de destruição de toda a família e
1. As Minas de Prata (romance,1865) dos agregados.
2. A Guerra dos Mascates (romance,1871) Em seus planos, contudo, está o rapto da bela Cecília,
filha de D. Antônio, mas que é constantemente vigiada
3. Alfarrábios (crônicas) por um índio forte e corajoso, Peri, que em
recompensa por tê-la salvo certa vez de uma avalancha
Teatro: O Demônio Familiar, Verso e Reverso, As de pedras, recebeu a mais alta gratidão de D. Antônio
Asas de um Anjo, Mãe, O Jesuíta. e mesmo o afeto espontâneo da moça, que o trata
como a um irmão. A narrativa inicia seus momentos
Crítica, polêmica, publicista: Cartas sobre a épicos logo após o incidente em que Diogo, filho de
Confederação dos Tamoios; Cartas Políticas de D. Antônio, inadvertidamente, mata uma indiazinha
Erasmo e Ao Imperador, Novas Cartas Políticas de aimoré, durante uma caçada. Indignados, os aimorés
Erasmo; Ao Povo; O juízo de Deus; A visão de Jó, o procuram vingança: surpreendidos por Peri, enquanto
Sistema Representativo. espreitavam o banho de Ceci, para logo após
assassiná-la, dois aimorés caem transpassados por
Fique Ligado!!!! certeiras flechas; o fato é relatado à tribo aimoré por
uma índia que conseguira ver o ocorrido.
Cartas sobre a Confederação dos Tamoios
ALENCAR, José de. Cartas sobre a Confederação A luta que se irá travar não diminui a ambição de
dos Tamoios: publicadas no Diário por IG. Rio de Loredano, que continua a tramar a destruição de todos
Janeiro: Typ. do Diário, 1856. 96 p. os que não o acompanhem. Pela bravura demonstrada
do homem português, têm importância ainda dois
As Cartas foram inicialmente publicadas no Diário do personagens: Álvaro, jovem enamorado de Ceci e não
Rio de Janeiro, do qual fora redator-chefe, sob o retribuído nesse amor, senão numa fraterna simpatia;
pseudônimo Ig., quando contava ainda com 27 anos. Aires Gomes, espécie de comandante de armas, leal
defensor da casa de D. Antônio. Durante todos os
A projeção de Alencar no mundo literário fez-se através da momentos da luta, Peri, vigilante, não descura dos
polêmica em torno da Confederação dos Tamoios (1856), poema passos de Loredano, frustrando todas suas tentativas
épico de Gonçalves de Magalhães, favorito do Imperador e de traição ou de rapto de Ceci. Muito mais numerosos,
considerado então o chefe da literatura brasileira. A crítica por os aimorés vão ganhando a luta passo a passo.
ele feita ao poema denota o grau de seus estudos de teoria
literária e suas concepções do que devia caracterizar a literatura Num momento, dos mais heróicos por sinal, Peri,
brasileira, para a qual, a seu ver, era inadequado o gênero épico, conhecendo que estavam quase perdidos, tenta uma
incompatível, graças a sua modelagem clássica, à expressão dos solução tipicamente indígena: tomando veneno, pois
sentimentos e anseios da gente americana e a forma de uma sabe que os aimorés são antropófagos, desce a
literatura nascente. montanha e vai lutar "in loco" contra os aimorés: sabe
que, morrendo, seria sua carne devorada pelos
ENCICLOPÉDIA de literatura brasileira. 2. ed. Rio de antropófagos e aí estaria a salvação da casa de D.
Janeiro: Global, 2001. v. 1, p. 180. Antônio: eles morreriam, pois seu organismo já estaria
de todo envenenado. Depois de encarniçada luta, onde
De olho no RESUMO! morreram muitos inimigos, Peri é subjugado e, já sem
forças, espera, armado, o sacrifício que lhe irão
O Guarani – José de Alencar impingir. Álvaro (a esta altura enamorado de Isabel,
irmã adotiva de Cecília) consegue heroicamente salvar
Na primeira metade do século XVII, Portugal ainda Peri. Peri volta e diz a Ceci que havia tomado veneno.
dependia politicamente da Espanha, fato que, se por Ante o desespero da moça com essa revelação, Peri
um lado exasperava os sentimentos patrióticos de um volta à floresta em busca de um antídoto, espécie de
frei Antão, como mostrou Gonçalves Dias, por outro erva que neutraliza o poder letal do veneno. De volta,
lado a ele se acomodavam os conservadoristas e os traz o cadáver de Álvaro morto em combate com os
portugueses de pouco brio. D. Antônio de Mariz, aimorés.
fidalgo dos mais insignes da nobreza de Portugal, leva
adiante no Brasil uma colonização dentro mais Dá-se então o momento trágico da narrativa: Isabel,
rigoroso espírito de obediência à sua pátria. inconfor-mada com a desgraça ocorrida ao amado,
Representa, com sua casa-forte, elevada na Serra dos suicida-se sobre seu corpo. Loredano continua agindo.
Órgãos, um baluarte na Colônia, a desafiar o poderio Crendo-se completamente seguro, trama agora a
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LITERATURA
morte de D. Antônio e parte para a ação. Quando descobre que não tem leite para amamentar seu bebê,
menos supõe, é preso e condenado a morrer na que irá chamar-se Moacir...Ao chegar, Martim fica
fogueira, como traidor. O cerco dos selvagens é cada sabendo que é pai, mas se assusta e se preocupa com o
vez maior. Peri, a pedido do pai de Cecília, se faz estado de saúde da mulher...Iracema morre poucos
cristão, única maneira possível para que D. Antônio minutos depois, e Martim leva o filho para sua terra.
concordasse, na fuga dos dois, os únicos que se Alguns anos mais tarde, ele retornam ao Brasil.
poderiam salvar. Descendo por uma corda através do
abismo, carregando Cecília entorpecida pelo vinho que Ubirajara - José de Alencar
o pai lhe dera para que dormisse, Peri, consegue afinal
chegar ao rio Paquequer. Numa frágil canoa, vai Este é o terceiro romance de tema indianista de José
descendo rio abaixo, até que ouve o grande estampido de Alencar. Trata-se de uma lenda tupi, como disse o
provocado por D. Antônio, que, vendo entrarem os autor. A trama se passa antes da descoberta do Brasil.
aimorés em sua fortaleza, ateia fogo aos barris de A linguagem usada pelo autor é cheia de lirismo,
pólvora, destruindo índios e portugueses. descritiva, muito bonita e, talvez, seja a mais fácil de se
ler em comparação com suas outras obras. A
Testemunhas únicas do ocorrido, Peri e Ceci mensagem exibe os valores dos personagens
caminham agora por uma natureza revolta em águas, femininos, com beleza e ternura, e dos masculinos,
enfrentando a fúria dos elementos da tempestade. como lealdade e bravura. Jangarê, jovem caçador –
Cecília acorda e Peri lhe relata o sucedido. filho do “chefe dos chefes” araguaia, Camacã – torna-
Transtornada, a moça se vê sozinha no mundo. se Ubirajara, “senhor da lança”, após lutar e vencer o
Prefere não mais voltar ao Rio de Janeiro, para onde grande guerreiro Pojucã, da nação Tocantim. Antes de
iria. Prefere ficar com Peri, morando nas selvas. A ser “o senhor da lança”, ele havia encontrado na
tempestade faz as águas subirem ainda mais. Por floresta a jovem e linda virgem Jaci, da mesma nação
segurança, Peri sobe ao alto de uma palmeira, Pojucã. Encantado, ele decide que a quer como esposa
protegendo fielmente a moça. Como as águas fossem e sabe que tem que lutar por ela. Em sua aldeia tem
subindo perigosamente, Peri, com força descomunal, Jandira, a mais bela virgem de sua tribo e a quem
arranca a palmeira do solo, improvisando uma canoa. tomara como noiva muito antes de torna-se guerreiro.
O romance termina com a palmeira perdendo-se no Ao retornar à aldeia, levando consigo o derrotado
horizonte, não sem antes Alencar ter sugerido, nas guerreiro tupiniquim é aclamado o grande Ubirajara...
últimas linhas do romance, uma bela união amorosa, Durante as festividades, Jandira observa tudo,
semente de onde brotaria mais tarde a raça brasileira... orgulhosa dos feitos de seu noivo. Mas o jovem
guerreiro só pensa na linda Jaci... rejeita a índia
Iracema – A Lenda do Ceará – A Virgem dos araguaia, oferecendo-a ao inimigo como um prêmio de
Lábios de Mel – José de Alencar consolação antes da morte, a “esposa do túmulo”.
Jandira, arrasada, foge para a floresta. Ubirajara vai em
Este é um dos romances indianistas do escritor, busca de vencer a disputa para ter a honra de desposar
cearense. Narrado em 3º pessoa, conta o romance a bela Jaci. Após alguns conflitos, a lenda termina com
entre o colonizador português, Martim e a índia a união do ‘senhor da lança’, o chefe dos chefes, com
tabajara, Iracema, a “virgem dos lábios de mel” deste suas duas lindas esposas, Jaci e Jandira, que formaram
amor surgiu então uma nova nação e porque não dizer uma grande nação que levava o nome do maior
uma nova raça. O encontro entre eles acontece na guerreiro e herói, Ubirajara.
floresta quando ele é ferido com uma flecha. Ela o
ajuda levando-o para sua aldeia, onde ele conhece o Senhora – José de Alencar
Pajé Araquém. Depois de conflitos entre tribos
inimigas – Pitiguara e Tabajara – saberemos da Dividido em quatro partes: O Preço, Quitação, Posse
amizade que existe entre Martim e o índio Poti, da e Resgate, o livro não segue uma ordem cronológica,
tribo inimiga da qual Iracema pertence. Muitos como a que veremos aqui. Na realidade ele vai e vem
encontros e desencontros acontecem até que, certo do passado. Narrado em 3ª pessoa conta a história do
dia, Iracema dopa Martim e ao ver que conseguiu, romance entre Aurélia Camargo e Fernando Seixas.
deixando-o meio adormecido, ela deita-se com ele, que Ele vive com a mãe viúva e um irmão num subúrbio
pensa estar sonhando .No dia seguinte, a índia conta o carioca. Ao conhecer Fernando, a paixão entre eles
que aconteceu e que agora ele é seu esposo...Apesar de surge para valer e pensam até em casamento. Mas ele a
assustado, Martim aceita. A Nação Tabajara não fica abandona por causa de outra mulher. Arrasada,
satisfeita e Iracema segue a vida com Martim, ao lado Aurélia descobre que ele a trocou porque a outra
de Poti e sua tribo. Ela engravida e Martim explana o possuía um dote. Inesperadamente, Aurélia recebe
desejo de não querer outra pátria que não seja a do seu uma herança e, a partir daí, surge a oportunidade de
filho e do seu coração. Ele passa por uma cerimônia vingança ou, de reconquista. Através de seu tutor, seu
de aceitação da tribo e recebe o nome de Coatiabo - tio Lemos, Aurélia propõe a Seixas que ele se case
guerreiro pintado – e passa a pertencer à Nação de seu com uma moça possuidora de grande dote, mas impõe
amigo, agora irmão, Poti. Martim sente saudade da a condição de que ele só conheça a identidade dela
terra – Portugal – e isso entristece Iracema. O tempo quando for casar. Endividado, Seixas aceita... Mas fica
passa... Ela está só quando sente a chegada do bebê o muito feliz ao ver que a noiva é Aurélia. No entanto,
tem sozinha, apenas com a companhia dos espíritos da na noite de núpcias, ela mostra-lhe o recibo e expulsa-
floresta. Fica meio enfraquecida e arrasada quando o do quarto, chamando-o de vendido. Deste momento
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LITERATURA
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LITERATURA
TEATRO ROMÂNTICO
Manuel Antônio de Almeida
É no Romantismo que se define o teatro nacional, e
Manuel Antônio de Almeida deve-se a Gonçalves de Magalhães, mais uma vez, o
(1831-1861) nasceu no Rio de papel de pioneiro: em 1838, era representado seu
Janeiro em uma família simples. drama Antônio José ou O poeta da Inquisição, considerado
Estudando com dificuldades econômicas, cursou a o marco inicial do teatro brasileiro. Mas a
Escola de Belas-Artes e Medicina, no Rio, contudo consolidação do teatro é atribuída a Martins Pena e
nunca exerceu a profissão dedicando-se ao jornalismo. suas comédias de costumes bem como o importante
Como escritor, Manuel Antônio de Almeida produziu trabalho de João Caetano.
uma das mais originais obras do Romantismo
brasileiro: Martins Pena
Memórias de um sargento de milícias. Luís Carlos Martins Pena nasceu no Rio de Janeiro –
1815 – e morreu em Lisboa - 1848.Sua obra possuía
Esse romance foi publicado sob a forma de folhetins um realismo ingênuo, criando tipos e situações que
anônimos, assinados com o pseudônimo do jornal discretamente satirizavam a sociedade da época, sendo
Correio Mercantil, na qual o poeta trabalhou como comum a comparação com Manuel Antônio de
jornalista de 1852 a 1853. Almeida (Memórias de um Sargento de Milícia). Suas
Manuel Antônio de Almeida utiliza em sua obra comédias, por sua atualidade, são apresentadas até
personagens comuns do nosso cotidiano, dando hoje, com sucesso.
espaço ao barbeiro, à comadre, ao delegado, a parteira, Embora tivesse escrito alguns dramas (todos de
etc. Almeida é considerado como precursor do péssima qualidade), Martins Pena destacou-se por
Realismo, um pré-Realista. suas comédias, através das quais fundou o teatro nacional.
Um tema dominante tanto nas comédias da roça
Memórias de um Sargento de Milícias – Manuel quanto nas urbanas é o do amor contrariado. A maior
Antônio de Almeida parte das tramas cômicas gira em torno de jovens
cujos desígnios amorosos ainda não se cumpriram.
Surgiu primeiro em folhetins, entre junho de 1852 e Como bem analisou Sábato Magaldi, tudo se origina
julho do ano seguinte. Os livros foram divididos em do fato de os pais preferirem pretendentes velhos e
dois volumes, o primeiro publicado em 1854 e o ricos para seus filhos. Estes, ao contrário, crêem no
segundo, em 1855. Mas só na 3º edição, amor sincero e desinteressado. Contudo, jamais um
postumamente, é que o autor teve seu verdadeiro sopro trágico percorre tais paixões irrealizadas porque
nome creditado. Das vezes anteriores ele havia todas elas serão resolvidas positivamente, em clima da
colocado um pseudônimo. Os personagens são mais completa farsa, no final das peças. As situações
Leonardo, Maria, Leonardo Pataca, Major Vidigal, são muitas parecidas (amor impossível pela má-fé de
Compadre, Luisinha, Vidinha e Comadre. Tudo vilões – desmascaramento cômico dos empecilhos –
começou numa viagem de navio quando Leonardo final feliz). Pode-se afirmar que o casamento(ou pelo menos
Pataca conhece Maria, e em meio a encontros e o namoro sério) constitui o epílogo mais comum destas comédias.
desencontros, nove meses depois nasce
Leonardo...Rejeitado pelo pai e sua mãe tendo fugido OBRAS PRINCIPAIS:
com o capitão do navio, o menino foi criado pelos
padrinhos. Desde pequeno provou que não queria Comédias: O juiz de paz na roça (1842); Os três médicos
nada com preocupações na vida...Preguiçoso e (1845); O judas em sábado de aleluia (1846); O diletante
desordeiro quando menino, na adolescência recebeu (1846); Quem casa quer casa (1847); O noviço (1853); Os
mais um adjetivo, mulherengo. E assim cresceu... O dois ou o inglês maquinista (1871).
padrinho se preocupava em saldar suas dívidas e livrá-
lo das confusões tentando arranjar-lhe um emprego Dramas: Itaminda ou o guerreiro de Tupã (1839)
honesto...Mas Leonardo ao queria saber de nada
disso...Foi viver com Vidinha e graças à sua O NOVIÇO
malandragem foi preso é engajado como soldado nas
milícias. E tinha por chefe o Major Vidigal. Mas nem Uma das poucas peças de Martins Pena em três atos,
mesmo assim Leonardo tomou jeito...Preso mais uma O noviço gira em torno da pérfida ação de Ambrósio que
vez teve a sorte de ter algumas senhoras do seu lado se casa por interesse com Florência, rica viúva, mãe da
que intercederam por ele. E graças a uma delas, jovem Emília, do menino Juca e tutora do sobrinho
Justamente a ex-amante do Major, Maria regalada, Carlos, este o personagem principal da peça O vilão
Além de ter sido solto, recebeu uma promo- Ambrósio já havia convencido a mulher a colocar Carlos
ção...Passou a ser o sargento de milícias. Sua vida só se (o noviço) em um seminário. Agora quer também
ajeita depois que ele se casa com a viúva Luisinha... internar Emília em um convento, pois ela se encontra
em idade de casar e teria de receber um dote
significativo da mãe. Igual destino aguarda o menino
que deve se tornar frade. Assim, Ambrósio ficaria com
toda a fortuna de Florência.
Carlos, no entanto, foge do convento e esconde-se na
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LITERATURA
casa da tia, já que quer fazer carreira militar e, cangaço, a seca, a miséria, as migrações.
sobretudo, desposar a prima Emília, por quem está Bernardo Guimarães
apaixonado. O acaso o ajuda na luta contra Ambrósio:
vinda do Ceará, surge Rosa, a primeira mulher do vilão O mineiro Bernardo Joaquim da Silva Guimarães,
e da qual ele não se separara oficialmente. Rosa conta além de advogado e jornalista, também foi professor,
a Carlos que o seu marido desaparecera com todo o romancista e poeta. Passou uma parte da sua infância
dinheiro que ela possuía. na cidade de Uberaba, lugar onde, mais tarde, serviria
de paisagem em seus romances. Na faculdade
O problema imediato de Carlos, porém, é livrar-se do conheceu Álvares de Azevedo, de quem se tornou
Mestre dos Noviços que está atrás dele para reconduzi-lo companheiro inseparável. Foi Bernardo, inclusive,
ao convento. Em cena hilariante, aproveita-se da quem ficou responsável pelas obras do amigo, quando
ingenuidade da mulher e troca de roupa com ela. Esta, este faleceu. Ainda estudantes, os dois se juntaram
em seguida, é encontrada pela autoridade religiosa com com outros colegas e fundaram a “Sociedade
a batina do rapaz. Confundida com o noviço fugido, é Epicuría”, onde se reuniam para trocar ideias e, o que
remetida imediatamente ao seminário. Enquanto isso, parecia provável, ideais também.
Carlos, vestido de mulher, começa a ameaçar Ambrósio
com a história de sua bigamia. Após inúmeras Segundo a observação de especialistas da área,
peripécias, o vilão é desmascarado diante da própria “Bernardo Guimarães está mais para contador de
Florência, e os jovens Carlos e Emília ficam livres para o histórias do que para romancista” pelo fato de suas
mútuo envolvimento amoroso. obras abordarem temas pitorescos e que tinham uma
certa fixação pela região em que passava o romance.
OS DOIS OU O INGLÊS MAQUINISTA Não foi à toa que se tornou o primeiro regionalista
romântico e especialista em escrever sobre as
Mariquinha e seu primo Felício se amam, mas como este paisagens tipos costumes de Minas Gerais e Goiás.
é pobre não há possibilidade de casamento. A moça é Sua obra mais popular é “A Escrava Isaura”,
cortejada por outros dois homens: Negreiro, um traduzido em diversos países. Ele ainda escreveu:
traficante de escravos, e Gainer, um inglês espertalhão. Canto da Solidão (1852); O Ermitão de Muquém (1858); O
A crítica operada contra os dois personagens – ambos Seminarista e Maurício (1877).
desejosos de obter a fortuna pessoal da jovem
mediante o casamento – parece transcender à
banalidade das tramas de Martins Pena. Funciona
como metáfora da própria realidade nacional, EXERCÍCIOS
dominada no plano econômico pelos traficantes e pelo
capital inglês. À chegada do pai de Mariquinha, a quem
todos julgavam morto, soma-se o conflito entre o 1. 1. (ESPCEX – 2017) Sobre o Romantismo no Brasil,
inglês e o traficante (outra metáfora da história do marque a afirmação correta.
Brasil da época?), permitindo a revelação dos [A] A arte romântica pôs fim a uma tradição clássica de
caracteres degradados dos dois pretendentes. Assim, três séculos e dá início a uma nova etapa na literatura,
Mariquinha e o primo Felício podem efetivar a relação voltada aos assuntos contemporâneos – efervescência
amorosa, como se o brasileiro simbolicamente social e política, esperança e paixão, luta e revolução –
tomasse posse da riqueza da nação. e ao cotidiano do homem burguês.
[B] O lema da bandeira brasileira “Ordem e Progresso” é
Fique Atento! nitidamente marcado pelos ideais românticos: parte da
suposição de que é necessário ordem social para que
Outros autores românticos de fundamental haja o progresso da sociedade.
importância foram: [C] O romantismo era um movimento antimaterialista e
antirracionalista, que usava símbolos, imagens,
Visconde de Taunay metáforas e sinestesias com a finalidade de exprimir o
mundo interior, intuitivo e antilógico.
Alfred d’Escragnolle Taunay mais conhecido como [D] O movimento inspirou-se em uma lendária região da
Visconde Taunay escreveu, em 1872, o romance Grécia Antiga, dominada pelo deus Pan e habitada por
regional, Inocência, na qual é ressaltada a sua pastores, que viviam de modo simples e espontâneo e
capacidade de transpor para a literatura as impressões se divertiam cantando, fazendo disputas poéticas e
visuais da paisagem sertaneja. Estas são algumas de celebrando o amor e o prazer.
suas obras: Cenas de Viagem (1868); Mocidade de Trajano [E] O estilo romântico registra o espírito contraditório de
(1870); Lágrimas do Coração (1873); Histórias Brasileiras uma época que se divide entre as influências do
(1874); A Retirada da Laguna (1874) e Dias de Guerra e Renascimento – o materialismo, o paganismo e o
do Sertão (1923). sensualismo – e da onda de religiosidade trazida
sobretudo pela Contrarreforma.
Franklin Távora
2. (PUC-Camp - 2012)
Sua obra, O Cabeleira, inaugurou um dos veios mais E, afinal, pergunta ele [Rousseau], como é esse
férteis de nossa ficção regional. Trouxe à tona negócio de "ricos" e "pobres", como é que é? Essa
problemas até então pouco conhecidos, abrindo ou desigualdade, para Rousseau, não é "natural", não
apontando certos temas, tais como o banditismo, o
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LITERATURA
pelo dote de cem contos de réis, sem nada lhe revelar. imóvel, cogitando no que lhe cumpria fazer; se matá-la
II. a elegância excessiva de Fernando Seixas que o a ela, matar-se a si, ou matar a ambos. Aurélia como se
caracteriza como personagem idealizada. lhe adivinhasse o pensamento, esteve por algum
III. o fato de trair Aurélia devido a um casamento que lhe tempo afrontando-o com inexorável desprezo.
oferecia mais vantagens. – Agora, meu marido, se quer saber a razão por que o
IV. a importância dada por Fernando Seixas aos prazeres e comprei de preferência a qualquer outro, vou dizê-la; e
às futilidades da época. peço que não me interrompa. Deixe-me vazar o que
V. o desfrute da riqueza oferecida por Aurélia sem tenho dentro desta alma, e que há um ano a está
nenhuma preocupação. amargurando e consumindo. A moça apontou a Seixas
uma cadeira próxima.
Somente está CORRETO o que se afirma em – Sente-se, meu marido.
a) I e II. Com que tom acerbo e excruciante lançou a moça esta
b) I e III. frase, meu marido, que nos seus lábios ríspidos
c) II e IV. acerava-se como um dardo ervado de cáustica ironia!
d) III e V. Seixas sentou-se. Dominava-o estranha fascinação
e) IV e V. dessa mulher, e ainda mais a situação incrível a que
fora arrastado.
2. (UPE - 2011) Questão 02 - Em relação às
características que fazem do romance Senhora, de ALENCAR, José de. Senhora. São Paulo, 1983.
José de Alencar, um precursor do romance
realista, assinale V para verdadeiro e F para falso Considerando o fragmento do romance Senhora,
nas afirmativas abaixo: assinale a alternativa CORRETA.
( ) A linguagem metafórica e a concepção idealizada do a) A linguagem erudita e sofisticada, utilizada no texto de
amor. Alencar, aponta que o romance Senhora representa
( ) A crítica à futilidade dos comportamentos e fragilidade exclusivamente ideologias defendidas pelos ideários
dos valores burgueses, oriundos do capitalismo racionalistas do Romantismo brasileiro.
brasileiro emergente na época. b) Aurélia, diante da indiferença que Seixas demonstra
( ) O amor como único meio de redimir todos os males. para com ela, não se intimida e revela para o marido
( ) O temor da realização amorosa. todas as intenções que a motivaram a comprá-lo como
( ) O casamento por interesse, a independência feminina se compra um objeto a ser adquirido.
e a ascensão social a qualquer preço. c) No segundo parágrafo do fragmento em análise, fica
evidente que a estética do romance romântico
Assinale a alternativa que apresenta a sequência fundamenta-se nos princípios e nos pressupostos
CORRETA. defendidos pelas teorias positivistas.
a) F; V; F; F; V. d) Na expressão "Meu marido", presente no texto, o
b) V; F; F; F; V. chamado amor romântico, fundamentado na inter-
c) F; F; V; F; V. relação da subjetividade e da objetividade exacerbada,
d) F; V; V; V; F é evidenciado de maneira contundente e irrefutável.
e) F; V; F; V; V. e) No quarto parágrafo, revelando tensão em seus
sentimentos, Aurélia, reconhecendo que vive há um
3. (UPE - 2012) ano amargura e consumição, decide explicar para
Seixas o que a motivou a fazer do seu casamento uma
Senhora (fragmento) negociação comercial.
Em relação ao romance Lucíola, considere as Vidinha era uma rapariga que tinha tanto de bonita
seguintes afirmativas: como de movediça e leve; um soprozinho, por brando
1. Para Lúcia, a prostituição funciona como autopunição, que fosse, a fazia voar, outro de igual natureza a fazia
na medida em que reforça o sentimento de culpa pela revoar, e voava e revoava na direção de quantos
pureza perdida e valorizada. sopros por ela passassem; isto quer dizer, em
2. O idealismo romântico convive com a aguda linguagem chã e despida dos trejeitos da retórica, que
percepção da importância da posição social, do ela era uma formidável namoradeira, como hoje se diz,
conflito entre dinheiro e virtude e com o realismo das para não dizer lambeta, como se dizia naquele tempo.
descrições sem reticências. Portanto não foram de modo algum mal recebidas as
3. O romance de Alencar coloca a literatura em relevo, primeiras finezas do Leonardo, que desta vez se
através das obras citadas, da crítica de Lúcia à Dama tornou muito mais desembaraçado, quer porque já o
das Camélias e da referência às leituras permitidas às negócio com Luisinha o tivesse desasnado, quer
mulheres. porque agora fosse a paixão mais forte, embora esta
4. O abandono da vida anterior não é purificação última hipótese vá de encontro à opinião dos
suficiente, razão pela qual o corpo manchado pelo ultrarromânticos, que põem todos os bofes pela boca
vício deve morrer junto com o fruto do amor pelo tal primeiro amor: no exemplo que nos dá o
impossível. Leonardo, aprendam o quanto ele tem de duradouro.
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LITERATURA
No campo da economia, o Brasil, na metade do Alfredo Bosi assim descreve o movimento: "O
século XIX, ainda mantinha uma estrutura baseada no Realismo se tingirá de naturalismo no romance e no
latifúndio, na monocultura de exportação com mão- conto, sempre que fizer personagens e enredos
de-obra escrava voltada para o mercado cafeeiro. submeterem-se ao destino cego das "leis naturais" que
Por volta da década de 1870, no entanto, as oligarquias a ciência da época julgava ter codificado; ou se dirá
agrárias, que até então "davam as cartas" na economia parnasiano, na poesia, à medida que se esgotar no
e na política do país, sofrem pressões internacionais lavor do verso tecnicamente perfeito".
para o desenvolvimento do capitalismo industrial no Vindo da Europa com tendências ao universal, o
Brasil, no sentido de um processo de modernização Realismo acaba aqui modificado por nossas tradições
que se dá lentamente. Inicialmente, pela proibição do e, sobretudo, pela intensificação das contradições da
tráfico negreiro. Com isso cresce a mão-de-obra sociedade, reforçadas pelos movimentos republicano e
imigrante, desenvolve-se a indústria cafeeira no abolicionista, intensificadores do descompasso do
interior do estado de São Paulo e ferrovias são sistema social. O conhecimento sobre o ser humano se
construídas. Ao longo dos trilhos, concentram-se as amplia com o avanço da Ciência e os estudos passam a
fábricas que dão origem à classe média urbana, que se ser feitos sob a ótica da Psicologia e da Sociologia. A
insatisfaz com a falta de representatividade política. Teoria da Evolução das Espécies de Darwin oferece
Essa classe, apóia-se no Exército e aceita a liderança novas perspectivas com base científica, concorrendo
dos cafeicultores paulistas, responsáveis pelos para o nascimento de um tipo de literatura mais
trabalhadores assalariados no país e defensores de engajada, impetuosa, renovadora e preocupada com a
mudanças estruturais, como a substituição da linguagem.
Monarquia, já desgastada e reacionária, pela República.
A Proclamação se dá em 1889, porém, a República Os temas, opostos àqueles do Romantismo, não mais
não atenderia as ambições da classe média e dos engrandecem os valores sociais, mas os combatem
militares. Então, representantes das oligarquias de São ferozmente. A ambientação dos romances se dá,
Paulo e Minas Gerais passam a controlar o Estado preferencialmente, em locais miseráveis, localizados
brasileiro, por meio de uma aliança entre seus com precisão; os casamentos felizes são substituídos
governadores que ficou conhecida como "Política do pelo adultério; os costumes são descritos
café-com-leite". minuciosamente com reprodução da linguagem
O Brasil da época é um país com ideias liberais, coloquial e regional.
republicanas, "modernas", no entanto, tem que O romance sob a tendência naturalista manifesta
conviver com uma estrutura político-econômica preocupação social e focaliza personagens vivendo em
oligárquica, agrária, latifundiária e coronelista. extrema pobreza, exibindo cenas chocantes. Sua
Da Europa foram trazidas algumas ideias, entre elas o função é de crítica social, denúncia da exploração do
positivismo de Auguste Comte, o determinismo homem pelo homem e sua brutalização.
histórico de Taine, o socialismo utópico de Proudhon
e o socialismo científico de Karl Marx, o A hereditariedade é vista como rigoroso determinismo
evolucionismo de Darwin e a negação do Cristianismo a que se submetem as personagens, subordinadas,
de Renan. também, ao meio que lhes molda a ação, ficando
entregues à sensualidade, à sucessão dos fatos e às
CARACTERÍSTICAS circunstâncias ambientais. Além de deter toda sua ação
sob o senso do real, o escritor deve ser capaz de
A literatura realista e naturalista surge na França com expressar tudo com clareza, demonstrando
Gustave Flaubert (1821-1880) e Émile Zola (1840- cientificamente como reagem os homens, quando
1902). Flaubert (1821-1880) é o primeiro escritor a vivem em sociedade.
pleitear para a prosa a preocupação científica com o
intuito de captar a realidade em toda sua crueldade. Outro tratamento típico é a caracterização psicológica
Para ele a arte é impessoal e a fantasia deve ser das personagens que têm seus retratos compostos
exercida através da observação psicológica, enquanto através da exposição de seus pensamentos, hábitos e
os fatos humanos e a vida comum são documentados, contradições, revelando a imprevisibilidade das ações e
tendo como fim a objetividade. O romancista construção das personagens, retratadas no romance
fotografa minuciosamente os aspectos fisiológicos, psicológico dos escritores Raul Pompéia e Machado de
patológicos e anatômicos, filtrando pela sensibilidade Assis.
o real.
Contudo, a escola Realista atinge seu ponto máximo A Principal característica do Realismo é a Psicologia
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LITERATURA
Características
Realismo Naturalismo
Retrato Fiel do
Visão detrminista e
Personagem mecanicista do homem
Lentidão Narrativa Centificismo
Interpretação do Caráter
Personagens patológicas
Materialização do amor Incorporação de termos
científicos e profissionais
Determinismo e relação Determinista, "O Enterro em Ornans" (1850), considerado a
entre causa efeito Evolucionista, Positivista primeira obra prima de Courbet
Veracidade
Detalhes Específicos Comparação com o Romantismo
Mistura de épico e
Separação
lírico nos textos
Cosmopolita Ufanista/Nacionalista
pobre, filho de um operário mestiço chamado Comércio e Obras Públicas ofereceu uma razoável
Francisco José de Assis e de Maria Leopoldina condição de vida. No ano de 1874, produziu o
Machado de Assis, marcou a história da literatura romance “A mão e a luva” em uma sequência de
brasileira. Ao contrário do que se imagina, a trajetória publicações realizadas dentro do jornal O Globo, na
de Machado de Assis não o conduziu naturalmente época, mantido por Quintino Bocaiúva.
para o mundo das letras. Ainda na infância o jovem O prestígio artístico de Machado de Assis o tornou
“Machadinho”, como era carinhosamente chamado, um autor de grande popularidade. Durante as
perdeu sua mãe. comemorações do tricentenário de Luís de Camões,
produziu uma peça de teatro encenada no Imperial
Durante sua infância e adolescência foi criado por Teatro Dom Pedro II. Entre 1881 e 1897, o jornal
Maria Inês, sua madrasta. A falta de recursos Gazeta de Notícias abrigou grande parte daquelas que
financeiros o obrigou a dividir seu tempo entre os seriam consideradas suas melhores crônicas.
estudos e o trabalho de vendedor de doces. Ainda O ano de 1881 foi marcante para a carreira artística e
sobre condições não muito favoráveis, Machado de burocrática de Machado de Assis. Naquele mesmo
Assis demonstrava possuir grande facilidade de ano, Machado tornou-se oficial de gabinete do
aprendizado. Segundo alguns relatos – no tempo em ministério em que trabalhava e publicou o romance
que morou em São Cristóvão – aprendeu a falar “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, considerado de
francês com a dona de uma padaria da região. suma importância para o realismo na literatura
brasileira.
Já aos 16 anos conseguiu publicar sua primeira obra A ampla rede de relações e amizades de Machado de
literária na revista “Marmota Fluminense”, onde Assis lhe abriu portas para um outro importante passo
registrou as linhas do poema “Ela”. No ano seguinte, na história da literatura brasileira. Em reuniões com
Machado conseguiu um cargo como tipógrafo na seu amigo, e também escritor, José Veríssimo
Imprensa Nacional e dividiu seu tempo com a criação confabulou as primeiras medidas para a criação da
de novos textos. Durante sua estadia na Imprensa Academia Brasileira de Letras. Participando
Nacional, o escritor iniciante teve a oportunidade de ativamente das reuniões de escritores que apoiavam tal
conhecer Manuel Antônio de Almeida, diretor da projeto, Machado de Assis tornou-se o primeiro
instituição e autor do romance “Memórias de um presidente da instituição. Com a sua morte, em 1908,
sargento de milícias”. foi sucedido por Rui Barbosa.
A trajetória de Machado de Assis é alvo de interesse
O contato com o diretor lhe concedeu novas dos apreciadores da literatura e de vários
oportunidades no campo da literatura e o alcance de pesquisadores. A sua obra conta com um leque
outros postos de trabalho. Aos 19 anos de idade, temático e estilístico bastante variado, dificultando
Machado de Assis se tornou colaborador e revisor do bastante o enquadramento de seu legado em um único
Jornal Marmota Fluminense. Nesse período conheceu gênero. O impacto da sua obra chegou a figurá-lo
outros expressivos escritores de seu tempo, como José entre os principais nomes da literatura internacional.
de Alencar, Gonçalves Dias, Manoel de Macedo e
Manoel Antônio de Almeida. Nesse tempo ainda se Por Rainer Sousa
dedicou à escrita de obras românticas e ao trabalho Equipe Brasil Escola
jornalístico.
Memórias Póstumas de Brás Cubas - trecho
Entre 1859 e 1860, conseguiu emprego como comentado da obra de Machado de Assis
colaborador e revisor de diferentes meios de
comunicação da época. Entre outros jornais e revistas, “Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de “menino diabo”;
Machado de Assis escreveu para o Correio Mercantil, e verdadeiramente não era outra coisa; fui dos mais malignos do
Diário do Rio de Janeiro, O Espelho, A Semana meu tempo, arguto, indiscreto, traquinas e voluntarioso. Por
Ilustrada e Jornal das Famílias. A primeira obra exemplo, um dia quebrei a cabeça de uma escrava, porque me
impressa de Machado de Assis foi o livro “Queda que negara uma colher do doce de coco que estava fazendo, e, não
as mulheres têm para os tolos”, onde aparece como contente com o malefício, deitei um punhado de cinza ao tacho, e,
tradutor. Na década de 1860, conso-lidou sua carreira não satisfeito da travessura, fui dizer à minha mãe que a
profissional como revisor e editor. escrava é que estragara o doce “por pirraça”; e eu tinha apenas
Na mesma época conheceu Faustino Xavier de seis anos. Prudêncio, um moleque de casa, era o meu cavalo de
Novais, diretor da revista “O futuro” e irmão de sua todos os dias; punha as mãos no chão, recebia um cordel nos
futura esposa. Seu casamento com Carolina foi bem queixos, à guisa de freio, eu trepava-lhe ao dorso, com uma
sucedido e marcado pela afinidade que sua varinha na mão, fustigava-o, dava mil voltas a um e outro lado,
companheira também possuía com o mundo da e ele obedecia – algumas vezes gemendo –, mas obedecia sem
literatura. Em 1867, Machado de Assis publicou seu dizer palavra, ou, quando muito, um “ai, nhonhô!” – ao que eu
primeiro livro de poesias, intitulado “Crisálidas”. O retorquia: – “Cala a boca, besta!”
sucesso da carreira literária teve sequência com a
publicação do romance “Ressurreição”, de 1872. Comentário:
A vida de intelectual foi amparada por uma
promissora carreira constituída no funcionalismo O trecho mostra como foi a criação de Brás Cubas e
público. A conquista do cargo de primeiro oficial da os desmandos que o menino cometia. As ações do
Secretaria de Estado do Ministério da Agricultura, pequeno não eram apenas a expressão de uma criança
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LITERATURA
levada, mas indicam como o filho de um membro da barba raspada, lembrava os tons suaves e transparentes
elite se comportava. Esse comportamento perdura, de de uma aquarela sobre papel de arroz." O Mulato
outro modo, por toda a vida de Brás Cubas. "Ana Rosa estremeceu toda, deu um grito, ficou lívida,
levou as mãos aos olhos. Parecia-lhe ter reconhecido
Dom Casmurro – Leia o trecho comentado do Raimundo naquele corpo ensanguentado. Duvidou e,
livro de Machado de Assis sem ânimo de formular um pensamento, abriu de
TRECHO súbito as vidraças.
Era, com efeito, ele.
“Enfim, chegou a hora da encomendação e da partida. Sancha (...) A moça deixou atrás de si, pelo chão, um grosso
quis despedir-se do marido, e o desespero daquele lance rastro de sangue, que lhe escorria debaixo das saias,
consternou a todos. Muitos homens choravam também, as tingindo-lhe os pés. E, no lugar da queda, ficou no
mulheres todas. Só Capitu, amparando a viúva, parecia vencer- assoalho uma enorme poça vermelha." O Mulato
se a si mesma. Consolava a outra, queria arrancá-la dali. A
confusão era geral. No meio dela, Capitu olhou alguns instantes
para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não "Naquela mulata estava o grande mistério e a síntese
admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas...” das impressões que ele recebera chegando aqui: ela era
a luz ardente do meio-dia; ela era o calor vermelho das
COMENTÁRIO sestas da fazenda; era o aroma quente dos trevos e das
baunilhas, que o atordoara nas matas brasileiras; era a
Nesse trecho, Machado lança uma dúvida. De um palmeira virginal e esquiva que não se torce a
lado, a visão do narrador condiciona a opinião do nenhuma outra planta; era o veneno e era açúcar
leitor quando diz, por exemplo, que Capitu “vencia a gostoso; era o sapoti mais doce que o mel e era a
si mesma”, dando a entender que ela seria dissimulada. castanha do caju, que abre feridas com seu azeite de
No entanto, o leitor atento percebe que Bento fogo; ela era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta
também chorou pouco; por outro lado, temos a viscosa, a muriçoca doida, que esvoaçava havia muito
situação em que Capitu, ao se ver livre do olhar de tempo em trono do idade da terra, piscando-lhe as
todos, parece se despedir de seu amado. Não se pode artérias, para lhe cuspir dentro do sangue uma centelha
confiar no narrador, seu relato é revestido de ódio e daquele amor setentrional, uma nota daquela música
ressentimento, e não podemos, nós, leitores, confiar feita de gemidos de prazer, uma larva daquela nuvem
nos próprios olhos. de cantáridas que zumbiam em torno da Rita Baiana e
espalhavam-se pelo ar numa fosforescência
Aluísio de Azevedo afrodisíaca." O Cortiço
"Bertoleza então, erguendo-se com ímpeto de anta
luísio Tancredo Gonçalves de Azevedo bravia, recuou de um salto e, antes que alguém
foi desenhista e mais tarde escritor conseguisse alcançá-la, já de um só golpe certeiro e
profissional, se envolveu na política fundo rasgara o ventre de lado a lado." O Cortiço
maranhense, fundou jornais e publicou o
primeiro livro naturalista brasileiro, O Comentários:
Mulato, que foi muito mal recebido em sua __________________________________________
província natal. Foi o primeiro escritor __________________________________________
brasileiro a ter a literatura exclusivamente como ______________________________
profissão. Sua obra variou em qualidade, tendo feito ____________
alguns dramalhões românticos que considerava de má Raul Pompeia
qualidade - e eram - e obras naturalistas de relevância -
junto com outras de nem tanta relevância ou Raul D'Ávila Pompéia teve uma
qualidade. Mais tarde se desgostou da literatura e infância rica e reclusa. Seus pais eram
ingressou no serviço público. Foi membro da ABL, donos de uma fazenda de cana-de-
assim como seu irmão, o teatrólogo realista Artur açúcar e o mandaram para um
Azevedo. O que se segue são passagens de suas obras internato com 10 anos, em 1863. Lá recebeu
mais famosas e importantes, as naturalistas O Mulato, influências para escrever O Ateneu e escreveu seu
O Cortiço e Casa de Pensão. primeiro livro, antes dos 15 anos, muito aclamado pela
crítica da época, especialmente por ser o autor tão
TEXTO jovem. Mais tarde estudou num Externato e foi
"Raimundo tinha vinte e seis anos e seria um tipo estudar Direito, colaborando também com jornais e
acabado de brasileiro, se não foram os grandes olhos revistas. Era abolicionista e republicano. Muito
azuis, que puxara do pai. Cabelos muito pretos, sensível, este professor, político, jornalista, escritor e
lustrosos e crespos; tez morena e amulatada, mas fina; polemista se suicidou no Natal de 1895, abandonado
dentes claros que reluziam sob a negrura do bigode; pelos amigos, caluniado e humilhado na imprensa. Foi
estatura alta e elegante; pescoço largo, nariz direito e um escritor que não se pode enquadrar em único
fronte espaçosa. A parte mais característica de sua estilo, tendo influências naturalistas, realistas,
fisionomia eram os olhos - grandes ramalhudos, cheios expressionistas e impressionistas. Sua obra de maior
de sombras azuis; pestanas eriçadas e negras, pálpebras importância é O Ateneu, que tem algum caráter
de um roxo vaporoso e úmido; as sobrancelhas, muito autobiográfico. Nas passagens a seguir, note a
desenhadas no rosto, como a nanquim, faziam linguagem rebuscada que o autor usa.
sobressair a frescura da epiderme, que, no lugar da "Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta
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LITERATURA
do Ateneu. Coragem para a luta." O Ateneu político. No entanto, ela acaba se casando com Lobo
"Falavam do incendiário. Imóvel! Contavam que não Neves, que arrebata do protagonista não apenas a
se achava a senhora. Imóvel! A própria senhora com noiva como também a candidatura a deputado que o
quem ele contava para o jardim de crianças! Dor pai preparava.
veneranda! Indiferença suprema dos sofrimentos
excepcionais! Majestade inerte do cedro fulminado! A família dos Cubas, apesar de rica, não tinha tradição,
Ele pertencia ao monopólio da mágoa. O Ateneu pois construíra a fortuna com a fabricação de cubas,
devastado! O seu trabalho perdido, a conquista tachos, à maneira burguesa. Isso não era louvável no
inapreciável de seus esforços!... Em paz!... Não era um mundo das aparências sociais. Assim, a entrada na
homem aquilo; era um de profundis." O Ateneu política era vista como maneira de ascensão social,
uma espécie de título de nobreza que ainda faltava a
eles.
RESUMO DAS PRINCIPAIS OBRAS
REALISTAS Lista de personagens
Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881) – Brás Cubas: filho abastado da família Cubas, é o
Machado de Assis narrador do livro; conta suas memórias, escritas após a
morte, e nessa condição é o responsável pela
A infância de Brás Cubas, como a de todo membro da caracterização de todos os demais personagens.
sociedade patriarcal brasileira da época, é marcada por Virgília: grande amor de Brás Cubas, sobrinha de
privilégios e caprichos patrocinados pelos pais. O ministro, e a quem o pai do protagonista via como
garoto tinha como “brinquedo” de estimação o grande possibilidade de acesso, para o filho, ao mundo
negrinho Prudêncio, que lhe servia de montaria e para da política nacional.
maus-tratos em geral. Na escola, Brás era amigo de
traquinagem de Quincas Borbas, que aparecerá no Marcela: amor da adolescência de Brás.
futuro defendendo o humanitismo, misto da teoria Eugênia: a “flor da moita”, nas palavras de Brás, já
darwinista com o borbismo: “Aos vencedores, as que era filha de um casal que ele havia flagrado,
batatas”, ou seja: só os mais fortes e aptos devem quando criança, namorando atrás de uma moita; o
sobreviver. protagonista se interessa por ela, mas não se dispõe a
Na juventude do protagonista, as benesses ficam por levar adiante um romance, porque a garota era coxa.
conta dos gastos com uma cortesã, ou prostituta de
luxo, chamada Marcela, a quem Brás dedica a célebre Nhã Lo Ló: última possibilidade de casamento para
frase: “Marcela amou-me durante quinze meses e onze Brás Cubas, moça simples, que morre de febre amarela
contos de réis”. Essa é uma das marcas do estilo aos 19 anos.
machadiano, a maneira como o autor trabalha as
figuras de linguagem. Marcela é prostituta de luxo, mas Lobo Neves: casa-se com Virgília e tem carreira
na obra não há, em nenhum momento, a política sólida, mas sofre o adultério da esposa com o
caracterização nesses termos. Machado utiliza a ironia protagonista.
e o eufemismo para que o leitor capte o significado. Quincas Borba: teórico do humanitismo, doutrina à
Brás Cubas não diz, por exemplo, que Marcela só qual Brás Cubas adere, morre demente.
estava interessada nos caros presentes que ele lhe dava.
Ao contrário, afirma categoricamente que ela o amou, Dona Plácida: representante da classe média, tem
mas fica claro que, naquela relação, amor e interesse uma vida de muito trabalho e sofrimento.
financeiro estão intimamente ligados.
Apaixonado por Marcela, Brás Cubas gasta enormes Prudêncio: escravo da infância de Brás Cubas, ganha
recursos da família com festas, presentes e toda sorte depois sua alforria.
de frivolidades. Seu pai, para dar um basta à situação,
toma a resolução mais comum para as classes ricas da Dom Casmurro (1899) - Machado de Assis
época: manda o filho para a Europa estudar leis e
garantir o título de bacharel em Coimbra. Bentinho, chamado de Dom Casmurro por um rapaz
de seu bairro, decide atar as duas pontas de sua vida.
Brás Cubas, no entanto, segue contrariado para a Morando com sua mãe ( D. Glória, viúva ), José Dias
universidade. Marcela não vai, como combinara, (o agregado), Tio Cosme e a prima Justina, Bentinho
despedir-se dele, e a viagem começa triste e lúgubre. possuía uma vizinha que conviveu como "irmã-
Em Coimbra, a vida não se altera muito. Com o namorada" dele , Capitolina - a Capitu . Seu projeto de
diploma nas mãos e total inaptidão para o trabalho, vida era claro, sua mãe havia feito uma promessa, em
Brás Cubas retorna ao Brasil e segue sua existência que Bentinho iria para um seminário e tornar-se-ia um
parasitária, gozando dos privilégios dos bem-nascidos padre. Cumprindo a promessa Bentinho vai para o
do país. seminário, mas sempre desejando sair, pois se
tornando padre não poderia casar com Capitu. José
Em certo momento da narrativa, Brás Cubas tem seu Dias, que sempre foi contra ao namoro dos dois, é
segundo e mais duradouro amor. Enamora-se de quem consegue retirar Bentinho do seminário,
Virgília, parente de um ministro da corte, aconselhado convencendo D. Glória que o jovem deveria ir estudar
pelo pai, que via no casamento com ela um futuro no exterior. Quando retorna dos estudos, Bentinho
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LITERATURA
consegue casar com Capitu e desde os tempos de e aumentou sua propriedade. Para agradar Bertoleza,
seminário havia fundamentado amizade com Escobar faz uma falsa carta de alforria. Depois de um tempo,
que agora estava casado e sempre foi o amigo íntimo João Romão compra mais terras e novas casas se vão
do casal. Nasce o filho de Capitu, Ezequiel. Escobar, o amontoando na propriedade. A procura de casa é
amigo íntimo, falece e durante o seu velório Bentinho enorme, e João Romão, acaba construindo um cortiço.
ele percebe que o seu filho era a cara de Escobar. Ao lado vem morar o Senhor Miranda que não gosta
Embora confiasse no amigo, que era casado e tinha até de João Romão, nem gosta do cortiço perto de sua
filha, o desespero de Bentinho é imenso. Vão para casa. No cortiço moram: Pombinha, que se
Europa e Bentinho depois de um tempo volta para o desencaminha por culpa das más companhias; Rita
Brasil. Capitu escreve-lhe cartas. Pouco tempo depois, Baiana, mulata que saía com Firmo; Jerônimo e sua
Ezequiel também morre, mas a única coisa que não mulher, e mais algumas pessoas. Quase sempre tem
morre no romance é BENTINHO E SUA DÚVIDA. festas no cortiço, se destacando nelas Rita Baiana
como dançarina provocante e sensual, que faz
Quincas Borba (1891) – Machado de Assis Jerônimo se apaixonar. Enciumado, Firmo acaba
brigando com Jerônimo e lhe da uma navalhada e
Quincas Borba o Homem, tinha sido muito pobre, e foge. Naquela mesma rua, é construído outro cortiço.
conseguiu fortuna. No final da vida mostrava um certo Os moradores do cortiço de João Romão chamam eles
desequíbrio mental, e acabou morrendo durante uma de "Cabeça-de-gato"; e recebem o apelido de
viagem ao Rio de Janeiro, longe de Barbacena, sua "Carapicus". Firmo foi morar no "Cabeça-de-Gato",
terra natal. Deixou, ao viajar, o cão sob os cuidados de onde se tornou chefe. Jerônimo, arma uma emboscada
Rubião, irmão de uma noiva sua que falecera antes do para o Firmo e o mata a pauladas, e fuge com Rita
casamento. Ao saber da notícia da morte do amigo, Baiana. Querendo vingar a morte de Firmo, os
Rubião dá o cachorro Quincas Borba a uma vizinha. moradores do "Cabeça-de-gato" brigam com os
Mas é surpreendido pela leitura do testamento em que "Carapicus". Mas um incêndio no cortiço de João
ele é declarado seu herdeiro, desde que ele zele pela Romão põe fim à briga coletiva. João Romão, agora
saúde e segurança do cão. Rubião e o cachorro vão endinheirado, reconstrói o cortiço e pretende se casar
para o Rio de Janeiro. Ele pretende se apossar da com Zulmira, filha do Miranda. E em logo os dois,
herança e passar a morar na corte. No trem, contudo, por interesse, se tornam amigos e o casamento é coisa
conhece o casal SOFIA e Cristiano PALHA e se certa. Para se livrar de Bertoleza, João Romão manda
encanta pela esposa do desconhecido, Travam um aviso aos antigos proprietários da escrava,
amizade, e na capital, o casal oferece seus préstimos; denunciando ela. Pouco depois, aparece a polícia na
Sofia o ajuda a encontrar e mobiliar uma casa, Palha se casa de João Romão para levar Bertoleza aos seus
encarrega de arranjar um advogado para resolver suas antigos donos. A escrava suicida-se, cortando o ventre.
questões legais. O dinheiro sobe-lhe a cabeça. Passa a
acreditar que ganhou real importância com ele, a O Mulato (1881) - Aluísio de Azevedo
ponto de poder pretender Sofia. Uma noite deixa suas Este é considerado pela como o primeiro romance
intenções com Sofia claras. Ela conta tudo ao marido, naturalista no Brasil, embora não seja uma
que, sutilmente a faz ver as vantagens que podem tirar autobiografia, nele está presente muito da vida do
da situação. Mas Rubião concorda em se tornar sócio escritor.
de Palha, com a mediação de um advogado arranjado Um empregado de origem portuguesa, João Dias
por este. Índices de ascensão social do casal começam primeiro caixeiro de seu patrão, tenta por todos os
a aparecer, até que Cristiano rompe a sociedade, meios se casar com a filha deste, Ana Rosa, pois ficaria
esfriando suas relações com Rubião. Rubião vai rico. A harmonia dos planos é quebrada pelo Dr.
perdendo tudo o que tem. À medida que perde seu Raimundo, de origem duvidosa, filho de uma negra,
dinheiro, vai também perdendo sua sanidade. Tem mulato pela cor e aspectos do cabelo. Com reservas é
surtos em que manifesta a certeza de ser Napoleão aceito pela sociedade, mas quando pretende o amor de
Bonaparte, ocasiões em que chama Sofia de Josefina. Ana Rosa, a sociedade o reprime. O vilão é o cônego
O golpe de misericórdia vem quando Palha e Sofia Diogo que manobra com as armas da intriga, da
arrematam sua casa em leilão. Internam-no num chantagem e da manipulação para conseguir que o
hospício a pretexto de caridade. Ele só concorda em ir rival amoroso de Raimundo, João Dias, o assassinasse
em companhia do cão. De lá fogem para Barbacena, à traição, libertando a cidade de sua presença
onde ele se torna um mendigo louco, que dorme na indesejada.
porta da igreja, junto com o cão, e vive de esmolas. De
vez em quanto, exclamava: “Ao vencedor, as batatas!” O Ateneu - Raul Pompeia
RESUMO DAS PRICIPAIS OBRAS O Ateneu é uma das obras mais importantes do
NATURALISTAS Realismo brasileiro. Trata-se de uma narrativa na
primeira pessoa, em que o personagem Sérgio, já
O Cortiço(1890) – Aluísio de Azevedo adulto conta sobre seu tempo de aluno interno no
Colégio Ateneu. A ação do livro transcorre no
João Romão, compra um estabelecimento comercial internato, onde convivem crianças, adolescente,
no subúrbio de Rio de Janeiro. Ao lado morava professores e empregados. O romance se inicia com o
Bertoloza uma escrava fugida, que possuía uma pai de Sérgio advertindo "Vais encontrar o mundo,
quitanda e umas economias. Os dois se juntam e com disse-me meu pai, à porta do Ateneu”. Dr. Aristarco é
o dinheiro de Bertoloza, João comprou algumas terras o diretor do colégio, que visava apenas o lucro. Tinha
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LITERATURA
o sonho de ver um busto com a sua face. Sérgio vai realista. O trecho apresentado acima representa essa
narrando as decepções, os medos, as dúvidas, a rígida perspectiva porque o narrador
disciplina, as amizades, os acontecimentos em torno
da própria sexualidade. O romance é um diário de um [A] exagera nas imagens poéticas traduzidas por “fluido
internato: as aulas, a sala de estudos, a diversão nos misterioso”, “praia”, “cabelos espalhados pelos
banhos de piscina, as leituras, o recreio, o que ombros” em uma realização imagética da mulher que
acontecia nos dormitórios, no refeitório as disputas. O o tragava como fazem as ondas de um mar em ressaca.
mundo da escola é sempre visto e retratado a partir da [B] deixa-se levar pelas ondas que saíam das pupilas de
perspectiva particular de Sérgio. Misturando alegria e Capitu em um fluido, misterioso e enérgico, que o
tristezas, decepções e entusiasmos, Sérgio, arrasta depressa como uma vaga que se retira da praia
pacientemente reconstrói, por meio da memória, a em dias de ressaca, não adiantando agarrar-se nem aos
adolescência vivida e perdida entre as paredes do braços nem aos cabelos da moça.
famoso internato. A obra acaba com o incêndio do [C] retira-se da praia como as vagas em dias de ressaca por
Ateneu pelo estudante Américo. No incêndio o diretor não ser capaz de dizer a Capitu o que está sentindo ao
fica perdido, estático com o que está acontecendo com olhá-la nos olhos sem quebrar a dignidade mínima
seu patrimônio e naquele mesmo dia é abandonado daquele momento em que duas pessoas apaixonam-se.
pela esposa [D] solicita à “retórica dos namorados” uma comparação
que seja, ao mesmo tempo, exata e poética capaz de
descrever os olhos de Capitu, revelando a dificuldade
de apresentar uma verdade que não estrague a
idealização romântica.
[E] ridiculariza a retórica dos românticos ao afirmar que
os olhos de Capitu pareciam com uma ressaca do mar
e, por isso, não seria capaz de descrevê-los de maneira
poética, traduzindo, assim, o realismo literário de sua
época.
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LITERATURA
B) Raul Pompeia é um autor significativo dessa época, autor bastante singular já em sua primeira fase. Nesta fase
porém suas obras mostram apenas traços impressionistas. está a parte mais significativa de sua obra, que perde força
C) a parte mais significativa da obra de Machado de Assis e criatividade na fase seguinte.
é representada por seus romances e contos. e) As duas fases machadianas marcam claramente o tipo
D) o teatro dessa época teve muitos adeptos dentre os de obra a que o autor se dedica: a primeira fase é poética,
quais podemos citar José de Alencar. com vasta produção de sonetos parnasianos; e, na segunda
E) Aluísio Azevedo e Machado de Assis produziram obras fase, o autor abandona a poesia, iniciando a produção de
numa linha naturalista bem definida. romances e contos.
imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do C. cada fase da vida – infância, adolescência e maturidade
mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a – é permeada por atividades que preparam o indivíduo
derradeira negativa deste capítulo de negativas: – Não para as etapas seguintes.
tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado D. a vida escolar, apesar de rigorosa, é o complemento
da nossa miséria. necessário à educação iniciada no ambiente doméstico.
E. os cuidados maternos tornam a pessoa mais sensível e,
ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. 27. ed. São em função disso, ela melhor pode enfrentar o mundo
Paulo: Ática,1999. p. 176. exterior.
Neste capítulo, Brás Cubas faz uma espécie de
balanço de sua existência, em que
a) demonstra tristeza por não ter conseguido um saldo
positivo em sua vida.
7. PARNASIANISMO
b) lamenta suas dificuldades e o fato de não ter tido
sucesso em sua vida.
c) orgulha-se por não ter deixado filhos para herdarem a
infelicidade humana. "Quero que a estrofe cristalina,
d) desculpa-se pelo fato de não ter suportado o Dobrado ao jeito
sofrimento como seus amigos. Do ourives, saia da oficina,
Sem um defeito"
TEXTO PARA AS QUESTÕES 14 E 15 (Olavo Bilac)
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LITERATURA
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LITERATURA
d) Retorno aos modelos clássicos grego-latinos e alusão à parecia supérfluo. Já os parnasianos consideram a
mitologia; poesia como um processo artesanal de luta com as
e) Correção gramatical; uso de vocábulos raros; inversão palavras, de busca do rigor, de suor e dedicação.
frasal; Rompem com o amadorismo e a facilidade. Mostram
f) Procura da palavra perfeita; que a arte, normalmente, não aceita os preguiçosos e
g) Predileção pelo soneto; aproximam-se da visão contemporânea sobre a
h) Repúdio ao hiato, encontro de duas ou mais vogais no construção do texto literário e o papel profissional do
fim de uma palavra e no princípio de outra; escritor.
i) Sonetos terminando com “chave de ouro”, isto é, com
um verso final bem escrito, procurando condensar
uma ideia e arrematando o poema com um belo efeito.
Apresenta uma arte centrada em obviedades escritas Poesias (Reunião dos livros Panóplias, Via-láctea e
com ênfase retórica. Além das fórmulas fixas de Sarças de fogo -1888); Tarde (1918)
agrado popular, como o soneto, do refinamento verbal A melhor definição de Olavo Bilac é feita por Antonio
- que distinguia o letrado do semi-analfabeto - e das Candido: "admirável poeta superficial". Poucos
regras autoritárias de poesia, os parnasianos produzem escritores no país merecem um conceito tão
mensagens convencionais, insípidas e, até mesmo, surpreendente. Admirável ele é porque soube valorizar
certas reflexões filosóficas muito próximas da a profissão de homem de letras, transformando-a,
banalidade. Esta tendência ao convencional e ao lugar- conforme suas próprias palavras em "um culto e um
comum consolida-se socialmente porque não ameaça, sacerdócio".
não questiona, não põe em xeque as concepções que Admirável é também a sua habilidade técnica que o
as classes dirigentes tinham de si mesmas e do Brasil. leva a versificar com meticulosa precisão: parece que
jamais erra métrica ou rima. "Todas as suas emoções
Domina intelectualmente o país por quarenta anos. De eram já metrificadas com exatidão e rimadas com
maneira inesperada, os poetas do período acabam abundância", diz Mário de Andrade. Admirável, por
ganhando adeptos não somente nas elites, mas fim, são os inúmeros sonetos que rompem com os
também nos círculos intelectuais das nascentes classes mitos da impassibilidade e da objetividade absoluta -
médias urbanas. Assim, o Parnasianismo espalha-se indicando uma herança romântica da qual o poeta não
por todo o país, alcançando um número monumental pode ou não quer se livrar.
de seguidores. Seu domínio foi de tal ordem que os Superficial nele são os quadros históricos e
organizadores da Semana de Arte Moderna tiveram mitológicos, o erotismo de salão, as miniaturas
como um dos objetivos básicos a destruição desses descritivas e o nacionalismo ufanista. Os temas, em
modelos parnasianos de poesia e de cultura. geral, não estão à altura do domínio técnico e dos
recursos de linguagem. Como acentua o próprio
Coloca a criação literária como resultante do esforço e Antonio Candido, o poeta transforma tudo, o drama
não da inspiração. Os românticos haviam expresso humano e a natureza, em "espetáculo", em coisa, em
uma crença tão apaixonada na espontaneidade, no matéria-prima dos recursos esculturais do verso.Com
"borbulhar do gênio", no instinto criativo, que todo o algumas exceções, seus poemas nada aprofundam e
trabalho de pesquisa e cuidado formal do artista ainda passam uma sensação de frieza.
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LITERATURA
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LITERATURA
recitados no país:
3) RAIMUNDO CORREIA (1859-1911)
Vai-se a primeira pomba despertada...
VIDA Vai-se outra mais...mais outra...enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Nasceu no Maranhão e formou-se advogado, em São Raia sanguínea e fresca a madrugada...
Paulo. Trabalha no interior do Rio de Janeiro como
magistrado e, em Ouro Preto, como secretário de E à tarde, quando a rígida nortada
Finanças. Passa em seguida para a diplomacia, Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
trabalhando em Lisboa. Volta mais tarde à antiga Ruflando as asas, sacudindo as penas,
capital federal , onde mais uma vez exerce a Voltam todas em bando e em revoada...
magistratura. Morre, com cinquenta e dois anos, em
Paris, onde fazia um tratamento de saúde. Também dos corações onde abotoam,
OBRAS PRINCIPAIS Os sonhos, um por um, céleres voam,
Sinfonias (1883); Aleluias (1891) Como voam as pombas dos pombais;
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LITERATURA
isso ocultava as verdadeiras qualidades da poesia. delírio de grande parte de sues poemas, como no
d) Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manoel da fragmento de Cruz e Sousa:
Costa exemplificam a tendência de uma poesia pura, Cristais diluídos de clarões álacres,
indiferente às contingências históricas, com sátira à Desejos, vibrações, ânsias, alentos,
mestiçagem e elogio à nobreza local. Fulvas vitórias, triunfamentos acres,
Os mais estranhos estremecimentos.
2) O EFEITO DE SUGESTÃO
SIMBOLISMO
Diz Mallarmé:
CONTEXTO HISTÓRICO
Os parnasianos tomam os objetos em sua integridade
A decadência econômica europeia nas últimas décadas e mostram-nos. Por isso carecem de mistério.
do século XIX põe por terra as esperanças positivistas Descrever um objeto é suprimir três quartas partes do
e materialistas. Uma nova forma de encarar o mundo prazer de um poema, que é feito da felicidade de
faz com que se retomem os valores até então adivinhar-se pouco a pouco. Sugerir, eis o sonho. E o
adormecidos: o idealismo e o misticismo são uso perfeito deste mistério é o que constitui o
revitalizados. Surge o Simbolismo, opondo-se ao símbolo: evocar o objeto para expressar um estado de
objetivismo realista. alma através de uma série de decifrações.
A Europa vivia em estado de alerta, cada país Sua observação é chave para o entendimento da
procurava aumentar os seus contingentes militares e poética simbolista. Abandona-se o descritivismo
aperfeiçoar os seus armamentos. Era o fantasma da parnasiano em busca de uma revitalização do gênero
guerra. lírico. São criadas novas imagens, novas metáforas e
As consequências desse clima se farão sentir mais símbolos. Acentua-se o caráter obscuro de certas
profundamente logo no início do século XX, e as palavras e o emotivo de outras, tudo como repúdio à
últimas manifestações simbolistas e as primeiras linguagem poética usual, carregada de lugares-comuns,
produções modernistas serão contemporâneas da clichês e frases-feitas que se repetiam de geração em
Primeira Guerra Mundial, em 1914, e da Revolução geração.
Russa, em 1917. Trata-se de reinventar a linguagem, explorar suas
O Simbolismo, refletindo esse momento histórico, possibilidades, recriá-la palavra após palavra, à procura
percebe a falência do racionalismo, do materialismo e de imagens originais e envolventes. A verdadeira
do positivismo, insuficientes para a compreensão do poesia consiste em não-dizer, não-declarar, não
mundo exterior, e retorna às tendências espiritualistas. designar as coisas pelos seus nomes triviais. A
O sonho, o inconsciente, a metafísica e a religiosidade verdadeira poesia está em insinuar, dizer
renascem na procura de um mundo ideal situado ora figuradamente, sugerir.
no interior do individuo, ora no sobrenatural. Fugindo Cruz e Souza foi especialista na utilização de imagens
ao racionalismo, o artista mergulha então no irracional, ousadas com efeito de sugestão. Angústia sexual e
cuja expressão exigia uma linguagem nova, metafórica erotismo misturam-se na exaltação de uma mulher que
e sugestiva. parece devorar os homens:
As primeiras manifestações simbolistas já esta-vam Cróton* selvagem, tinhorão* lascivo, Planta mortal,
presentes na coletânea Parnasse contemporain, com carnívora, sangrenta, De tua carne báquica* rebenta A
poemas de Baudelaire, Mallarmé e Verlaine. Mas é no vermelha explosão de um sangue vivo
livro As flores do mal, de Charles Baudelaire,
publicado em 1857, que vamos encontrar as diretrizes Cróton - arbusto ornamental
da poética simbolista e de praticamente toda a Tinhorão - erva ornamental
moderna poesia europeia. Báquica - relativo a Baco, deus grego do vinho e da
Ainda que o símbolo tenha sempre existido em dissipação
literatura, é no final do século XIX que se intensifica o
seu uso, libertando a palavra de sua carga lógica pa-ra 3) MUSICALIDADE
expressar sentimentos profundamente subjetivos.
Na tentativa de sugerir infinitas sensações aos leitores,
CARACTERÍSTICAS os simbolistas aproximam a poesia da música.
Entendamos: não se trata de poesia com fundo
1) SUBJETIVISMO musical, mas poesia com musicalidade em si mesma,
através do manejo especial de ritmos da linguagem,
Os simbolistas retomam a subjetividade da arte esquisitas combinações de rimas, repetição intencional
romântica com outro sentido. Os românticos de certos fonemas, sujeição do sentido de um
desvendavam apenas a primeira camada da vida vocábulo a sua sonoridade, etc. Realiza-se assim a
interior, onde se localizavam vivências quase sempre exigência de Verlaine: "A música antes de qualquer
de ordem sentimental. Os simbolistas vão mais longe, coisa."
descendo até os limites do subconsciente e mesmo do
inconsciente. Rimbaud surpreende a França com o ardor de
seus versos malditos, escritos em plena
Este fato explica o caráter ilógico ou o clima de adolescência. Verlaine leva a musicalidade e o
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LITERATURA
efeito sugestivo das palavras a um limite até então escassa ressonância: Paraná, Santa Catarina e Rio
desconhecido na literatura europeia. Grande do Sul. É como se o gosto dos poetas da
escola por neve e névoas, outonos e longos
Somos atingidos pelo efeito dos ritmos e dos sons de crepúsculos exigisse regiões frias e nebulosas.
qualquer poema simbolista, mesmo que não Há quase um fatalismo geográfico: Alphonsus de
conheçamos profundamente o idioma em que ele foi Guimaraens produz seus textos nas cidades
escrito. Verlaine, por exemplo, deixou os mais célebres montanhosas e fantasmagóricas de Minas Gerais. No
versos desta sedução pela música em Canção de Rio de Janeiro, de grandes sóis e clima tropical, o
outono: agrupamento simbolista, mesmo com o reforço de
Le sanglots longs / Des violons / De l´automne / Cruz e Sousa - que emigrara da antiga cidade do
Blessent mon coeur / D´ une langueur / Monotone * Desterro (hoje Florianópolis) - acaba sufocado pela
* Os lamentos longos / Dos violinos / Do outono / luz, pelo calor e pela onda parnasiana.
Ferem o meu coração / De um langor / Monótono.
Os adeptos da nova estética tornam-se alvo de
A música é obrigatória, como nesta espécie de zombarias, quando não de desprezo. A maioria dos
receita poética de Cruz e Sousa: críticos não os compreende e o público leitor mostra-
Derrama luz e cânticos e poemas se indiferente ou hostil frente aquela poética
No verso e torna-o musical e doce aristocrática, complicada, pretensiosa. Somente depois
Como se o coração, nessas supremas do triunfo modernista, alguns desses poetas seriam
Estrofes, puro e diluído fosse. revalorizados.
Mesmo a morte, na obra do simbolista brasileiro, Não se pense contudo que a marginalidade simbolista
possui uma terrível musicalidade: implica numa mudança das relações de dependência
A música da Morte, a nebulosa, entre os letrados brasileiros e os valores europeus. A
Estranha, imensa música sombria, exemplo dos parnasianos - e às vezes é difícil
Passa a tremer pela minh'alma e fria identificar diferenças poéticas entre ambos - os
Gela, fica a tremer, maravilhosa... simbolistas transplantam uma cultura que pouco tem a
ver com a realidade local. Daí resulta uma poesia
4) IRRACIONALISMO E MISTÉRIO frequentemente distanciada tanto do espaço social
quanto do jeito íntimo de ser brasileiro. Um pastiche
No princípio, os simbolistas têm como projeto dos "padrões sublimes da civilização".
"revestir as ideias de uma forma sensível", isto é, tra-
duzi-las para uma linguagem simbólica e musical. Outra vez estamos diante do velho sonho colonizado:
Pouco a pouco, este intelectualismo se converte numa reproduzir aqui os modelos recentes da arte europeia.
aventura anti-intelectual, numa negativa à pos- A grande exceção neste contexto parece ser a obra de
sibilidade de comunicação lógica entre os homens. Cruz e Sousa, embora outros poetas do período
"Nós não estamos no mundo", brada Rimbaud, o tenham deixado criações isoladas de relativo interesse
mundo concreto se esvaiu, perdeu sua inteligibilidade. e qualidade.
Agora é puro mistério: atrás da ordem aparente das
coisas estão o caos, a névoa, a bruma, a neblina, o As primeiras experiências de acordo com os novos
incorpóreo, o fantasmagórico, o estranho, o inefável*. preceitos são realizadas por Medeiros e Albuquerque,
Rimbaud considera o artista um vidente que foge da a partir de 1890. Porém, os textos que
realidade ilusória e penetra na realidade inexplorada verdadeiramente inauguram o Simbolismo perten-
das sensações. Para adquirir esta vidência é cem a Cruz e Souza que, em 1893, lança duas obras
indispensável um "desequilíbrio de todos os sentidos", renovadoras: Broquéis e Missal. A primeira compõe-se
uma ponte em direção ao ilógico e à loucura. Só os de poemas em versos e a segunda de poemas em
"alquimistas do verbo" podem enxergar além da prosa.
obviedade do cotidiano e deparar-se com a essência
misteriosa da vida. Cruz e Sousa chega a implorar pelo AUTORES SIMBOLISTAS
mistério:
Infinitos, espíritos dispersos, CRUZ E SOUSA (1861 - 1898)
Inefável, edênicos*, aéreos,
Fecundai o Mistério destes versos Vida
Com a chama ideal de todos os mistérios.
João da Cruz e Souza nasceu em Desterro (hoje
Inefável - indescritível, o que não pode ser expresso. Florianópolis), filho de escravos libertos pelo marechal
Edênicos: que procedem do Éden, do paraíso Guilherme de Souza, que adotou o menino negro e
ofereceu-lhe a chance de estudar com os melhores
O SIMBOLISMO NO BRASIL professores de Santa Catarina. Foi seu mestre,
inclusive, o sábio alemão Fritz Müller, correspondente
CONTEXTO CULTURAL de Darwin. Apesar da morte de seu protetor,
conseguiu terminar o nível intermediário e, com pouco
O Simbolismo no Brasil é um movimento que mais de dezesseis anos, tornou-se professor particular
ocorre à margem do sistema cultural dominante. Seu e militante da imprensa local. Aos vinte anos, seguiu
próprio desdobramento aponta para províncias de com uma companhia teatral por todo o Brasil, na
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LITERATURA
condição de "ponto". Durante estas viagens entregou- comuns verbais de seus antecessores. No seus poemas,
se à conferências abolicionistas. Em 1883, foi abundam substantivos comuns com iniciais maiúsculas
nomeado promotor público em Laguna, no sul da e palavras raras. A linguagem denotativa quase
província, mas uma rebelião racista na pequena cidade, desaparece na quantidade de símbolos, aliterações*,
impediu-o de assumir o cargo, embora esta história sinestesias*, esquisitas harmonias sonoras.
seja contestada por algumas fontes. Ao contrário do texto parnasiano, o simbolista exige
Voltou a viajar e a cada regresso sentia a ampliação do do leitor um esforço de decifração, de "tradução" da
preconceito de cor. Mudou-se então, definitivamente realidade sugerida para a realidade concreta. A todo
para o Rio de Janeiro. Lá se casaria com uma moça momento, o poeta apela para a linguagem metafórica:
negra (Gavita) e conseguiria modesto emprego de "O demônio sangrento da luxúria..."
arquivista na Central do Brasil, já no ano de 1893. Às "Punhais de frígidos sarcasmos..."
inúmeras dificuldades financeiras somavam-se o "Ó negra Monja triste, ó grande soberana." (A lua)
desprezo dos intelectuais da época, que viam nele "As luas virgens dos teus seios brancos..."
apenas um "negro pernóstico", o período de loucura "O chicote elétrico do vento..."
mansa vivido pela esposa, durante seis meses, e a
tuberculose que atacou toda a sua família: ele, a A musicalidade se dá através de aliterações.
mulher e os quatro filhos. Numa carta ao amigo e Sejam em v:
protetor, Nestor Vítor, deixou registrado seu
infortúnio: Vozes veladas, veludosas vozes,
volúpias dos violões, vozes veladas
"Há quinze dias tenho uma febre doida... Mas o pior, vagam nos velhos vórtices* velozes
meu velho, é que estou numa indigência horrível, sem dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas*...
vintém para remédios, para leite, para nada! Minha
mulher diz que sou um fantasma que anda pela casa!" Sinestesias: correspondência entre as diversas
Este mesmo amigo providenciou uma viagem do sensações, sons, olhares e cheiros.
poeta à região serrana de Minas Gerais, em busca de Aliterações: repetição de fonemas no início, meio ou
paliativo para a doença. Mal chegando lá, Cruz e Sousa fim das palavras.
piorou e faleceu na mais absoluta solidão. Três anos Vórtices: redemoinho, turbilhão.
após - já tendo enterrado dois filhos - Gavina também Vulcanizadas: ardentes, exaltadas.
desapareceria por causa da tuberculose. O terceiro
filho morreria em seguida. O último, vitimado pela Sejam em m
mesma moléstia, desapareceria em 1915. A família Mudas epilepsias, mudas, mudas, mudas epilepsias
estava extinta numa terrível tragédia humana. Masturbações mentais, fundas, agudas negras
nevrostenias
OBRAS PRINCIPAIS Os exemplos são infinitos. Em s: "Surdos, soturnos,
Broquéis (1893) - Missal (1893) - Evocações (1899) - subterrâneos desesperos..." Em f: "Finos frascos
Faróis (1900) Últimos sonetos (1905) facetados" E assim por diante, sempre a "música antes
de qualquer coisa." Vale a pena lembrar também que o
A obra de Cruz e Sousa é a mais brasileira de um escritor não ignorava a sinestesia, utilizando-a com
movimento que foi, entre nós, essencialmente frequência: "vozes luminosas" - "aromas mornos e
europeu. Nela opera-se uma tentativa de síntese entre amargos" - "claridade viscosa" - "vermelhos
formas de expressão prestigiadas na Europa e o drama clarinantes", etc.
espiritual de um homem atormentado social e
filosoficamente. O resultado passa, às vezes, por Da mesma forma, quando necessitado de novas
poemas obscuros e verborrágicos mas, na maioria dos palavras com sonoridade originais, ele não tinha
casos, a densidade lírica e dramática do "Cisne Negro" vergonha de inventá-las: "purpurejamento - suinice -
atinge um nível só comparável ao dos grandes tentaculizar - maternizado, etc.
simbolistas franceses. O primeiro aspecto que
percebemos em sua poética é a linguagem renovadora. Temas básicos
A linguagem metafórica e musical No entanto, a poética de Cruz e Sousa vai além destes
procedimentos estilísticos inovadores. A junção da
linguagem estranha com três ou quatro temas
recorrentes e profundos é que lhe garantiu o lugar
privilegiado em nossa literatura. A rigor, os seus
assuntos são limitados:
Roger Bastide desvela nos primeiros livros de Cruz e uma comunhão. Para tentar atingi-lo, destruirá a
Sousa uma imensa nostalgia de se tornar ariano. O concepção parnasiana onde se formara: as coisas
poeta parece ocultar as suas origens numa louvação materiais se enevoarão, se diluirão. Os corpos
contínua da cor branca. O branco em seus diversos femininos, no entanto, procurarão puxá-lo para a
tons, o branco da neve, do luar, da neblina, da bruma, luxúria da vida terrena, atrapalhando a sua trajetória
do cristal, do marfim, da espuma, da pérola, das luzes rumo às Essências.
e dos brilhos. O crítico contou em Broquéis cento e
sessenta e nove referências a este universo de Hermetismo: fechamento, sentido obscuro.
brancuras. Platonismo: vem da filosofia de Platão, que afirma
ser o nosso mundo uma cópia inferior de um mundo
O primeiro poema do livro, Antífona*, já é ideal.
indicativo do que virá depois:
Ó Formas alvas, brancas, Formas claras Erotismo e sublimação*
De luares, de neves, de neblinas!
Ó formas alvas, fluidas, cristalinas, A mulheres surgem na obra de Cruz e Sousa como um
Incensos dos turíbulos* das aras* símbolo de sensualidade. Mas ao contrário das figuras
A lua, "fantasma de brancuras vaporosas", surge femininas de Olavo Bilac - descritas minuciosamente
a todo instante: em sua graça corpórea, como esculturas belas e frias -
Clâmides* frescas de brancuras frias as mulheres do catarinense aparecem, com frequência,
Finíssimas dalmáticas* de neve sob a forma de "cruéis e demoníacas serpentes"
Vestem as longas árvores sombrias, arrastando o poeta para convulsões, espasmos, anseios
Surgindo a Lua nebulosa e leve... e desejos obscuros.
Névoas e névoas frígidas ondulam Estamos longe daqueles retratos parnasianos,
Alagam lácteos e fulgentes* rios emoldurados por um erotismo convencional.
Que na enluarada refração tremulam
D'entre fosforescências, calafrios... Cruz e Sousa prefere mergulhar nas sensações
despertadas pelas "carnes tépidas":
Nevrostenias: angústias, neuroses Carnais, sejam carnais tantos desejos,
Antífona: versículo recitado antes ou depois da leitura Carnais, sejam carnais tantos anseios,
de um salmo. Palpitações e frêmitos* e enleios*,
Turíbulo: objeto para espargir incenso Das harpas da emoção tantos arpejos*...
Ara: altar Estes "sentimentos carnais" exasperam o poeta em
Clâmide: manto dos antigos gregos "febres intensas, ânsias mortais, angústias palpitantes"
Dalmática: túnica impelindo-o a necessidade de sublimar as "flamejantes
Fulgente: brilhante atrações do gozo".
O Simbolismo é para ele uma forma de revolta contra Ondas interiores de grandeza
a sociedade e contra suas próprias origens africanas, Dão-lhe esta glória em frente à Natureza,
pelas quais sente, ao mesmo tempo, orgulho e pesar. Esse esplendor, todo esse largo eflúvio*.
O "emparedado" vinga-se das "paredes" que o
asfixiam com a sua criatividade poética. É uma revolta O ser que é ser transforma tudo em flores...
estética, raramente quebrada pela denúncia social, a E para ironizar as próprias dores
não ser em textos como Litania dos pobres: Canta por entre as águas do Dilúvio!
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dilacerantes, suspiros mais profundos do que os seus. Dos laranjais hão de cair os pomos
Lembrando-se daquela que os colhia.
ALPHONSUS DE GUIMARAENS (1870-1921)
As estrelas dirão: - "Ai, nada somos,
Pois ela se morreu silente* e fria..."
E pondo os olhos nela como pomos,
Hão de chorar a irmã que lhes sorria.
Aliás, a deificação de Nossa Senhora parece (oceanos, cosmos...) para expressar a ideia de
corresponder à sublimação do amor pela noiva morta. liberdade.
O arrebatamento religioso pela Mãe de Deus indicaria Conhecimento intuitivo e não-lógico. Ênfase na
a troca de uma paixão concreta por uma devoção imaginação e na fantasia. Desprezo à natureza: as
católica. Massaud Moisés fala em "platonismo místico" concepções voltam-se ao místico e sobrenatural.
porque, ao encarnar esta paixão na figura da Virgem, Pouco interesse pelo enredo e ação narrativa:
"o poeta transcendentaliza e essencializa a mulher pouquíssimos textos em prosa. Preferência por
amada, conferindo-lhe o atributo de plenitude momentos incomuns: amanhecer ou entardecer,
espiritual válido no contexto católico e de acordo com faixas de transição entre dia e noite.
a sua sensibilidade cristã." Linguagem ornada, colorida, exótica, bem
Ilustrativo das tendências simbólicas, místicas e rebuscada e cheia de detalhes: as palavras são
musicais de Alphonsus é o seu poema escolhidas pela sua sonoridade, num ritmo
colorido, buscando a sugestão e não a narração.
A catedral:
DE OLHO NA HISTÓRIA DA ARTE!!
Entre brumas ao longe surge a aurora.
O hialino* orvalho aos poucos se evapora, O impressionismo
Agoniza o arrebol*. Publicado por: Thiago Ribeiro em Artes (Mundo
Educação)
A catedral ebúrnea* do meu sonho
Aparece na paz do céu risonho
Toda branca de sol.
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LITERATURA
eram pintadas ao ar livre, o objetivo era criar obras dentre as ondas mais pródigas, mais vastas
espontâneas, inspiradas na natureza. dos sentimentos mais maravilhosos.
.....................................................................
A primeira exposição pública impressionista foi Enche de estranhas vibrações sonoras
realizada em 1874, em Paris, onde participou o a tua Estrofe, majestosamente...
expositor Claude Monet, autor de Impressão: O Põe nela todo o incêndio das auroras
Nascer do Sol, (1872), tela que deu origem ao nome Para torná-la emocional e ardente.
do movimento. Derrama luz e cânticos e poemas
No Brasil, o representante mais expressivo do no verso, e torna-o musical e doce,
impressionismo é Washington Maguetas. Destaca-se como se o coração nessas supremas
também o pintor Eliseu Visconti, que no início do Estrofes, puro e diluído fosse.
século XX, foi o artista que melhor representou o .........................................................
movimento, não se preocupando em reproduzir
modelos clássicos e sim em registrar os efeitos da luz Da leitura do texto, trecho de um poema de Cruz
solar em suas telas e Sousa, principal nome da poesia simbolista
brasileira, infere-se que o autor NÃO propõe ao
poeta buscar a palavra ou a expressão
EXERCÍCIO a) evocadora de sensações e emoções indefiníveis.
b) exata, capaz de com a maior nitidez descrever um
01. (ESPCEX – 2016) Quanto ao Simbolismo, objeto.
assinale a alternativa correta. c) portadora de uma musicalidade que imprima ritmo e
[A] O objetivo declarado dos poetas desse movimento doçura ao verso.
literário era um só: desenvolver a beleza formal à d) sinestésica, conforme exemplifica empregando clarões
poesia, eliminando o que consideravam os excessos ruidosos.
sentimentalistas românticos que comprometiam a e) capaz de fundir, num só ato perceptivo, duas ou mais
qualidade artística dos poemas. Na base desse projeto sensações.
estava a crença de que a função essencial da arte era
produzir o belo. O lema adotado – a arte pela arte – 03. (ESPCEX – 2014) O texto a seguir refere-se a qual
traduz essa crença. poeta brasileiro?
[B] A preocupação dos artistas desse período não é “Em sua obra, o drama da existência revela uma provável
mais a análise da sociedade. O principal interesse é a influência das ideias pessimistas do filósofo alemão
sondagem do “eu”, a decifração dos caminhos que a Schopenhauer, que marcaram o final do século XIX.
intuição e a sensibilidade podem descortinar. A busca Além disso, certas posturas verificadas em sua poesia
é do elemento místico, não-consciente, espiritual, – o desejo de fugir da realidade, de transcender a
imaterial. matéria e integrar-se espiritualmente no cosmo –
[C] O desejo de dar um caráter científico à obra parecem originar-se não apenas do sentimento de
literária define as condições de produção dos textos opressão e mal-estar produzido pelo capitalismo, mas
dessa estética. Os escritores acompanham com também do drama racial e pessoal que o autor vivia.”
interesse as discussões feitas no campo da biologia e [A] Gregório de Matos
da medicina, acreditando na possibilidade de tornar [B] Castro Alves
esse conhecimento como base para a criação de seus [C] Machado de Assis
romances. [D] Cruz e Souza
[D] Essa estética substitui a exaltação da nobreza pela [E] Lima Barreto
valorização do indivíduo e de seu caráter. Em lugar de
louvar a beleza clássica, que exige uma natureza e um 04. (UFPA - 2010) Ao tratar de Alphonsus de
físico perfeito, o artista desse período literário elogia o Guimaraens, o crítico literário Alfredo Bosi afirma:
esforço individual, a sinceridade, o trabalho. Pouco a
pouco, os valores burgueses vão sendo apresentados No poeta mineiro, passadista e decadente, há um
como modelos de comportamento social nas obras de homem preso às franjas de uma religiosidade
arte que começam a ser produzidas. espantada, cuja função última é a de evocar o
[E] O modelo de vida ideal adotado pelos autores do fantasma da morte para reprimir os assaltos
período envolve a representação idealizada da Natureza obsedantes dos três “inimigos da alma”: diabo,
como um espaço acolhedor, primaveril, alegre. Os poemas carne e mundo.
apresentam cenários em que a vida rural é sinônimo de
tranquilidade e harmonia. (BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. 3.ed. São Paulo:
Cultrix, 1989. p. 314.)
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LITERATURA
Que o sangue podre das carnificinas outros, feitas na biblioteca de seu pai, fundamentaram
Come, e à vida em geral declara guerra, a postura existencial do poeta; a adesão ao
Evolucionismo de Darwin e Spencer e a angústia
Anda a espreitar meus olhos para roê-los, funda, leta, ante a fatalidade que arrasta toda a carne
E há-de deixar-me apenas os cabelos, para a decomposição. Fundem-se a visão cósmica e o
Na frialdade inorgânica da terra! desespero radical, produzindo uma poesia violenta e
nova na língua portuguesa. Temos, portanto, em Eu e
Versos Íntimos outras poesias, além da linguagem científica e
Vês! Ninguém assistiu ao formidável extravagante, a temática do vazio da coisas (o nada) e a
Enterro de tua última quimera. morte (finitude da vida) em seus estágios mais
Somente a Ingratidão - esta pantera - degradados: a putrefação, a decomposição da matéria.
Foi tua companheira inseparável! Simultaneamente, reflete em seus versos a profunda
Acostuma-te à lama que te espera! melancolia, a descrença e o pessimismo frente ao ser e
O Homem, que, nesta terra miserável, à sociedade, elaborando, assim, uma poesia de
Mora, entre feras, sente inevitável negação: nega as falsas ideologias, a corrupção, os
Necessidade de também ser fera. amores fúteis e as paixões transitórias:
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro, "Melancolia! Estende-me a tua asa!
A mão que afaga é a mesma que apedreja. És a árvore em que devo reclinar-me...
Se a alguém causa inda pena a tua chaga, Se algum dia o prazer vier procurar-me
Apedreja essa mão vil que te afaga, Dize a este monstro que eu fugi de casa!"
Escarra nessa boca que te beija!
Euclides da Cunha (1866/1909) leva o autor a buscar termos precisos e, nesta escolha,
sua linguagem torna-se especializada e, por isso, às
Exerceu a função de engenheiro civil vezes difícil, mas que se justifica pelo objetivo de
no meio militar. Foi membro da ABL, tornar exata a comunicação das ideias.
do Instituto Histórico e catedrático em
Lógica pelo Colégio Dom Pedro II. Considerada uma das obras-primas da literatura
Viajou muito e escreveu Os Sertões brasileira, Os Sertões, publicada em 1902, ano de sua
pela experiência própria de ter primeira edição, cinco anos após a campanha de
testemunhado a Guerra de Canudos Canudos, cujo trágico desfecho Euclides da Cunha
como correspondente jornalístico. Envolvido num testemunhou como repórter de O Estado de São Paulo,
grande escândalo familiar, foi assassinado em duelo apresenta não só um completo relato da Campanha de
pelo amante da esposa. Canudos, que foi a luta sangrenta contra os fanáticos
Positivista, florianista e determinista, é seu estilo chefiados por Antônio Conselheiro, os quais
pessoal e inconformismo caracterizam-no como um ameaçavam a segurança das cidades e povoações
pré-modernista. Foi o primeiro escritor brasileiro a vizinhas, mas apresenta ainda um admirável estudo da
diagnosticar o subdesenvolvimento do país, terra e do homem do sertão nordestino, das condições
diagnosticando os 2 Brasis (litoral e sertão). de vida do sertanejo, da sua resistência e capacidade,
de acordo com a visão de Euclides da Cunha. Ele foi o
Obras principais: único jornalista que atentou para a valentia dos
Os Sertões (1902) jagunços.
Contrastes e Confrontos (1906)
Peru Versus Bolívia (1907) Da primeira à última página, O Sertões é uma obra que
incomoda. Ele foi escrito exatamente para isso. Para
Castro Alves e seu Tempo (1908)
instigar, provocar a pesquisa e estimular a procura da
À Margem da História (1909) verdade. É um livro contra o conformismo. É um
Canudos: Diário de uma Expedição (1939) livro de ideias e soluções, de questionamentos e
proposições ousadas. Já é lugar comum dizer que
Os Sertões algumas de suas conceituações científicas não
resistiram à evolução. Contém os vícios ou distorções
Análise da obra típicos da época.
Os Sertões dá início ao que se chama de Pré- É uma narrativa da insurreição de um grupo de
Modernismo na literatura brasileira, revelando, às fanáticos religiosos e não só descreve a sociedade mas
vezes com crueldade e certo pessimismo, o contraste também a geografia, geologia, e zoologia plana do
cultural nos dois "Brasis": o do sertão e o do litoral. sertão brasileiro. Com seu apurado estilo jornalístico-
Euclides da Cunha critica o nacionalismo exacerbado épico, traça um retrato dos elementos que compõem a
da população litorânea que, não enxergando a guerra de Canudos: A Terra, O Homem e A Luta. A
realidade daquela sociedade mestiça, produzida pelo descrição minuciosa das condições geográficas e
deserto, agiu às cegas e ferozmente, cometendo um climáticas do sertão, de sua formação social: o sertanejo,
crime contra si própria; o que é o grande tema de Os o jagunço, o líder espiritual, e do conflito entre essa
Sertões. Em tom crítico, também mostra o que séculos sociedade e a urbana, mostra-nos um Euclides
de atraso e miséria, em uma região separada geográfica cientificista, historicista e naturalista que rompe com o
e temporalmente do resto do país, são capazes de imperialismo literário da época e inicia uma análise
produzir: um líder fanático e o delírio coletivo de uma científica em prol dos aspectos mais importantes da
população conformada. sociedade brasileira.
Todos os importantes questionamentos e as grandes
formulações sociológicas, antropológicas, históricas e A primeira parte, A Terra, descreve o cenário em que
políticas para compreender o Brasil, antes e depois da se desenrolou a ação. Euclides da Cunha, num
República, tiveram seu embrião nas páginas de Os apanhado geral, estudou os caracteres geológicos e
Sertões. topográficos das regiões que estão entre o Rio Grande
do Norte e o sul de Minas Gerais, de modo particular
A obra revela, às vezes com crueldade e certo a bacia do rio São Francisco. Nos sertões do norte,
pessimismo, o contraste cultural nos dois "Brasis": o fala discorre sobre a seca, das causas da mesma, dando
do sertão e o do litoral. A transição de valores relevo especial ao papel do homem como agente
tradicionais para modernos está na denúncia que faz geológico da destruição, que ao praticar desde os
da realidade brasileira, até então acostumada a retratar tempos mais remotos a agricultura primitiva baseada
um Peri, uma Iracema, um gaúcho, ícones do nosso em queimadas, arrasou as florestas. Os desertos, a
Romantismo. Evidencia, pela primeira vez em nossa erosão, o ciclo das secas terríveis vieram em seguida.
literatura, os traços e condições reais do sertanejo, do
jagunço; "a sub-raça" que habita o nordeste brasileiro; A segunda parte, O Homem, completa a descrição do
o herói determinista que resiste à tragédia de seu cenário com a narrativa das origens de Canudos. Ali
destino, disfarçando de resignação o desespero diante Euclides da Cunha estudou a gênese do jagunço e,
da fatalidade. Essa ruptura de visão de mundo gera principalmente, a de seu líder carismático, Antônio
também um rompimento no plano linguístico. A Conselheiro. Falou de raças (índio, português, negro),
objetividade científica na abordagem de um problema
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O interessante é notar a alienação em que a população O funcionário público Policarpo Quaresma, nacio-
mergulha diante de um tema tão preocupante como nalista e patriota extremado, é conhecido por todos
uma revolta. Recuperada do susto dos constantes como major Quaresma, no Arsenal de Guerra, onde
tiroteios, parte da população chega a ver tudo como exerce a função de subsecretário. Sem muitos ami-gos,
um festival, havendo até quem colecionasse as balas vive isolado com sua irmã Dona Adelaide, mantendo
perdidas. os mesmos hábitos há trinta anos. Seu fanatismo
patriótico se reflete nos autores nacionais de sua vasta
Enfim, a revolta é sufocada. Quaresma é transferido biblioteca e no modo de ver o Brasil. Para ele, tudo do
para a Ilha das Cobras, onde trabalhará como país é superior, chegando até mesmo a "amputar
carcereiro. É então que presencia uma cena que lhe é alguns quilômetros ao Nilo" apenas para destacar a
chocante. Um juiz aparece por lá e distribui (esse grandiosidade do Amazonas. Por isso, em casa ou na
termo é o mais adequado mesmo) as condenações repartição, é sempre incompreendido.
aleatoriamente, sem julgamento ou qualquer outro tipo
de análise. Indignado, pois acreditava que sua pátria, Esse patriotismo leva-o a valorizar o violão,
para ser perfeita, tem de estar sustentada em fortes instrumento marginalizado na época, visto como
ideais de justiça, escreve uma carta para o presidente, sinônimo de malandragem. Atribuindo-lhe valores
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nacionais, decide aprender a tocá-lo com o professor nação. Diante do entusiasmo e observações oníricas
Ricardo Coração dos Outros. Em busca de modinhas do comandante, o Presidente simplesmente responde:
do folclore brasileiro, para a festa do general Albernaz, "Você Quaresma é um visionário".
seu vizinho, lê tudo sobre o assunto, descobrindo,
com grande decepção, que um bom número de nossas Após quatro meses de revolta, a Armada ainda resiste
tradições e canções vinha do estrangeiro. Sem bravamente. Diante da indiferença de Floriano para
desanimar, decide estudar algo tipicamente nacional: com seu "projeto", Quaresma questiona-se se vale a
os costumes tupinambás. Alguns dias depois, o pena deixar o sossego de casa e se arriscar, ou até
compadre, Vicente Coleoni, e a afilhada, Dona Olga, morrer nas trincheiras por esse homem. Mas continua
são recebidos no melhor estilo Tupinambá: com lutando e acaba ferido. Enquanto isso, sozinha, a irmã
choros, berros e descabelamentos. Abandonando o Adelaide pouco pode fazer pelo sítio do Sossego, que
violão, o major volta-se para o maracá e a inúbia, já demonstra sinais de completo abandono. Em uma
instrumentos indígenas tipicamente nacionais. carta à Adelaide, descreve-lhe as batalhas e fala de seu
ferimento. Contudo, Quaresma se restabelece e, ao
Ainda nessa esteira nacionalista, propõe, em do- fim da revolta, que dura sete meses, é designado
cumento enviado ao Congresso Nacional, a substi- carcereiro da Ilha das Enxadas, prisão dos marinheiros
tuição do português pelo tupi-guarani, a verdadeira insurgentes.
língua do Brasil. Por isso, torna-se objeto de
ridicularizarão, escárnio e ironia. Um ofício em tupi, Uma madrugada é visitado por um emissário do
enviado ao Ministro da Guerra, por engano, leva-o à governo que, aleatoriamente, escolhe doze prisioneiros
suspensão e como suas manias sugerem um claro que são levados pela escolta para fuzilamento.
desvio comportamental, é aposentado por invalidez, Indignado, escreve a Floriano, denunciando esse tipo
depois de passar alguns meses no hospício. de atrocidade cometida pelo governo. Acaba sendo
preso como traidor e conduzido à Ilha das Cobras.
Após recuperar-se da insanidade, Quaresma deixa a Apesar de tanto empenho e fidelidade, Quaresma é
casa de saúde e compra o Sossego, um sítio no interior condenado à morte. Preocupado com sua situação,
do Rio de Janeiro; está decidido a trabalhar na terra. Ricardo busca auxílio nas repartições e com amigos do
Com Adelaide e o preto Anastácio, muda-se para o próprio Quaresma, que nada fazem, pois temem por
campo. A ideia de tirar da fértil terra brasileira seu seus empregos. Mesmo contrariando a vontade e
sustento e felicidade anima-o. Adquire vários ambição do marido, sua afilhada, Olga, tenta ajudá-lo,
instrumentos e livros sobre agricultura e logo aprende buscando o apoio de Floriano, mas nada consegue. A
a manejar a enxada. Orgulhoso da terra brasileira que, morte será o triste fim de Policarpo Quaresma.
de tão boa, dispensa adubos, recebe a visita de Ricardo
Coração dos Outros e da afilhada Olga, que não vê Obras principais:
todo o progresso no campo, alardeado pelo padrinho.
Nota, sim, muita pobreza e desânimo naquela gente Romance:
simples. o Recordações do Escrivão Isaías Caminha (tematiza
preconceito racial e crítica ao jornalismo carioca -
Depois de algum tempo, o projeto agrícola de 1909)
Quaresma cai por terra, derrotado por três inimigos o Triste Fim de Policarpo Quaresma (inicialmente
terríveis. Primeiro, o clientelismo hipócrita dos publicado em folhetins - 1915)
políticos. Como Policarpo não quis compactuar com o Clara dos Anjos (1948)
uma fraude da política local, passa a ser multado Conto:
indevidamente. O segundo, foi a deficiente estrutura o Os Bruzundangas (1923)
agrária brasileira que lhe impede de vender uma boa
safra, sem tomar prejuízo. O terceiro, foi a voracidade Monteiro Lobato (1882/1948)
dos imbatíveis exércitos de saúvas, que, ferozmente,
devoravam sua lavoura e reservas de milho e feijão. Homem de diversas atividades
Desanimado, estende sua dor à pobre população rural, (escritor, editor, relojoeiro,
lamentando o abandono de terras improdutivas e a fazendeiro, promotor, industrial,
falta de solidariedade do governo, protetor dos comerciante, professor, adido
grandes latifundiários do café. Para ele, era necessária comercial etc.). Tem por formação
uma nova administração. Direito e participa de grupos e
jornais literários, entre eles o
A Revolta da Armada - insurreição dos marinheiros da Minarete.
esquadra contra o continuísmo florianista - faz com Torna-se editor com a instalação da Editora Monteiro
que Quaresma abandone a batalha campestre e, como Lobato, que traz grandes inovações para o mercado
bom patriota, siga para o Rio de Janeiro. Alistando-se editorial brasileiro. Ainda assim, Lobato acaba falido.
na frente de combate em defesa do Marechal Floriano, No ano de 1925, funda a Companhia Editora Nacional
torna-se comandante de um destacamento, onde e começa a escrever sua vasta obra de literatura
estuda artilharia, balística, mecânica. infantil. Isso se dá por decepção com o mundo adulto,
por isso começa a investir no futuro do Brasil.
Durante a visita de Floriano Peixoto ao quartel, que já
o conhecia do arsenal, Policarpo fica sabendo que o Em 1917, publica, no jornal O Estado de São Paulo, o
marechal havia lido seu "projeto agrícola" para a
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LITERATURA
artigo contra a pintora Anita Malfatti (estopim do faltam “apenas” nove para que ele abandone aquela?
Modernismo). A Propósito da Exposição Malfatti, Esta filosofia economiza reparos.
expressa uma postura agressiva contra as novas
tendências artísticas do século XX, que resultará no LOBATO, Monteiro. Urupês. Brasiliense: São Paulo;
seu desligamento dos principais participantes da 1948. 245-6.
Semana de Arte Moderna de 1922. Sua crítica Características de sua obra:
acalorada se dá porque ele não admitia a submissão da
cultura brasileira às ideias europeias, daí ser chamado - Extraordinário contador de histórias e de casos
de Policarpo Lobato. interessantes.
- Um tanto preso a modelos realistas.
Faz campanhas nacionais favor da exploração das - Criticava alguns hábitos do Brasil, como a cópia de
riquezas do subsolo: petróleo e minérios. Funda a modelos estrangeiros, a submissão das massas
Companhia de Petróleo do Brasil, acreditando no eleitorais e a servidão ao capitalismo internacional.
nosso desenvolvimento e denunciando o monopólio - Aproximou o texto literário da fala coloquial.
internacional. - Denunciava a realidade.
- Contava histórias regionais, mostrando os problemas
Aproxima-se das ideias do Partido Comunista do interior do Vale do Paraíba.
Brasileiro. Controvertido, ativo e participante, Lobato
defende a modernização do Brasil nos moldes Monteiro Lobato é reconhecido também por sua
capitalistas. Faz uma crítica fecunda ao Brasil rural e produção infantil, a qual não era explorada por
pouco desenvolvido, como no Jeca Tatu (estereótipo autores. O primeiro livro de Monteiro Lobato lançado
do caboclo abandonado pelas autoridades em 1921 foi “A menina do narizinho arrebitado”. Sua
governamentais) do livro Urupês. Curioso é que, na literatura voltada ao público infantil tem caráter
quarta edição de Urupês, o autor, no prefácio, pede pedagógico e sempre tem intenção de passar uma
desculpas ao homem do interior, enfatizando suas moral. No entanto, sua obra-prima infantil é o "Sítio
doenças e dificuldades. do Pica-pau Amarelo", o qual retrata em seus
personagens a realidade das figuras brasileiras. A obra
ficou tão conhecida que foi adaptada para a televisão.
JECA TATU Sua obra regionalista é "Cidades mortas", na qual os
contos retratam a região do Vale do Paraíba no início
Pobre Jeca Tatu! Como és bonito no romance e feio do século XX, após a decadência da economia
na realidade! cafeeira.
Jeca mercador, Jeca lavrador, Jeca filósofo...
Quando comparece às feiras, todo mundo logo Obras principais:
adivinha o que ele traz: sempre coisas que a natureza
derrama pelo mato e ao homem só custa o gesto de
Contos:
espichar a mão e colher (...) Nada mais.
o Urupês (1919)
Seu grande cuidado é espremer todas as consequências
o Cidades Mortas (1919)
da lei do menor esforço – e nisso vai longe.
o Negrinha (1920)
Começa na morada.
Sua casa de sapé e lama faz sorrir aos bichos que
moram em toca e gargalhar o João-de-Barro.
Pura biboca de bosquímano. Mobília, nenhuma. A
EXERCÍCIOS
cama é uma espipada esteira de peri posta sobre o
chão batido.
Às vezes se dá ao luxo de um banquinho de três 1. Leia o soneto a seguir.
pernas – para os hóspedes. Três pernas permitem o
equilíbrio; inútil, portanto, meter a quarta, o que ainda Psicologia de um vencido
o obrigaria a nivelar o chão. Para que assentos, se a
natureza os dotou de sólidos, rachados calcanhares "Eu, filho do carbono e do amoníaco,
sobre os quais se sentam? Monstro de escuridão e rutilância,
Nenhum talher. Não é a munheca um talher completo Sofro, desde a epigênesis da infância,
– colher, garfo e faca a um tempo? A influência má dos signos do zodíaco.
Seus remotos avós não gozavam de maiores Profundissimamente hipocondríaco,
quantidades. Seus netos não meterão a quarta perna Este ambiente me causa repugnância...
no banco. Para quê? Vive-se bem sem isso. Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Se pelotas de barro caem, abrindo seteiras na parede, Que se escapa da boca de um cardíaco.
Jeca não se move a repô-las. Ficam pelo resto da vida Já o verme — este operário das ruínas —
os buracos abertos, a entremostrarem nesgas de céu. Que o sangue podre das carnificinas
Quando a palha do teto, apodrecida, greta em fendas Come, e à vida em geral declara guerra,
por onde pinga a chuva, Jeca, em vez de remendar a Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
tortura, limita-se, cada vez que chove, a aparar numa E há-de deixar-me apenas os cabelos,
gamelinha a água gotejante... Na frialdade inorgânica da terra!”
Remendo... Para quê? Se uma casa dura dez anos e
ANJOS, Augusto dos. Eu. Rio de Janeiro: Livr. São José, 1965.
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LITERATURA
c) Canaã / Monteiro Lobato / Luzia-Homem / Mario de e) Tem cunho social, embora esteja presa aos cânones
Andrade / Manuel Bandeira / Broquéis. estéticos e ideológicos românticos e influenciou
d) Urupês / Monteiro Lobato / Macunaíma / Mario de fortemente os romancistas da primeira geração
Andrade / Manuel Bandeira / Cinza das horas. modernista.
e) Os sertões / Euclides da Cunha / Triste fim de
Policarpo Quaresma / Lima Barreto / Augusto dos Texto 1
Anjos / Eu e outras poesias.
O Morcego
7. Leia o fragmento a seguir de Triste fim de
Policarpo Quaresma. Meia noite. Ao meu quarto me recolho.
"Policarpo era patriota. Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede:
da Pátria tomou-o todo inteiro. Não fora o amor comum, Na bruta ardência orgânica da sede,
palrador e vazio; fora um sentimento sério, grave e absorvente. ( Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.
... ) o que o patriotismo o fez pensar, foi num conhecimento
inteiro de Brasil. ( ... ) Não se sabia bem onde nascera, mas não “Vou mandar levantar outra parede…”
fora decerto em São Paulo, nem no Rio Grande do Sul, nem no — Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho
Pará. Errava quem quisesse encontrar nele qualquer E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho,
regionalismo: Quaresma era antes de tudo brasileiro." Circularmente sobre a minha rede!
Pego de um pau. Esforços faço. Chego
BARRETO, Lima. "Triste fim de Policarpo Quaresma". São Paulo: A tocá-lo. Minh’alma se concentra.
Scipione, 1997. Que ventre produziu tão feio parto?!
Este fragmento de "Triste Fim de Policarpo
Quaresma" ilustra uma das características mais A Consciência Humana é este morcego!
marcantes do Pré- Modernismo que é o: Por mais que a gente faça, à noite, ele entra
a) Desejo de compreender a complexa realidade Imperceptivelmente em nosso quarto!
nacional.
ANJOS, A. Obra Completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1994
b) nacionalismo ufanista e exagerado, herdado do
Romantismo. Texto 2
c) resgate de padrões estéticos e metafísicos do
Simbolismo. O lugar-comum em que se converteu a imagem de um
d) nacionalismo utópico e exagerado, herdado do poeta doentio, com o gosto do macabro e do
Parnasianismo. horroroso, dificulta que se veja, na obra de Augusto
e) subjetivismo poético, tão bem representado pelo dos Anjos, o olhar clínico, o comportamento analítico,
protagonista. até mesmo certa frieza, certa impessoalidade científica.
8. Uma atitude comum caracteriza a postura CUNHA, F. Romantismo e modernidade na poesia. Rio de
literária de autores pré-modernistas, a exemplo de Janeiro: Cátedra, 1988 (adaptado).
Lima Barreto, Graça Aranha, Monteiro Lobato e
Euclides da Cunha. Pode ela ser definida como 10. Em consonância com os comentários do texto 2
a) a necessidade de superar, em termos de um programa acerca da poética de Augusto dos Anjos, o
definido, as estéticas românticas e realistas. poema O morcego apresenta-se, enquanto
b) pretensão de dar um caráter definitivamente brasileiro percepção do mundo, como forma estética capaz
à nossa literatura, que julgavam por demais de
europeizadas. a) reencantar a vida pelo mistério com que os fatos
c) a necessidade de fazer crítica social, já que o realismo banais são revestidos na poesia.
havia sido ineficaz nessa matéria. b) expressar o caráter doentio da sociedade moderna por
d) uma preocupação com o estudo e com a observação meio do gosto pelo macabro.
da realidade brasileira. c) representar realisticamente as dificuldades do cotidia-
e) aproveitamento estético do que havia de melhor na no sem associá-lo a reflexões de cunho existencial.
herança literária brasileira, desde suas primeiras d) abordar dilemas humanos universais a partir de um
manifestações. ponto de vista distanciado e analítico acerca do
cotidiano.
9. A obra de Lima Barreto: e) conseguir a atenção do leitor pela inclusão de
a) É considerada pré-modernista, uma vez que reflete a elementos das histórias de horror e suspense na
vida urbana paulista antes da década de 20. estrutura lírica da poesia.
b) Gira em torno da influência do imigrante estrangeiro
na formação da nacionalidade brasileira, refletindo
uma grande consciência crítica dessa problemática.
c) Reflete a sociedade rural do século XIX, podendo ser EXERCÍCIOS II
considerada precursora do romance regionalista
moderno. Para responder às questões 1 e 2, ler o texto que
d) É pré-modernista, refletindo forte sentimento na- segue.
cional e grande consciência crítica de proble-
mas brasileiros. Eterna Mágoa
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LITERATURA
“O homem por sobre quem caiu a praga de rimas, o vocabulário requintado, além do ceticismo,
Da tristeza do Mundo, o homem que é triste que antecipam conceitos estéticos vigentes no
Para todos os séculos existe Modernismo.
E nunca mais o seu pesar se apaga! b) o empenho do eu lírico pelo resgate da poesia
Não crê em nada, pois, nada há que traga simbolista, manifesta em metáforas como “Monstro
Consolo à Mágoa, a que só ele assiste. de escuridão e rutilância” e “Influência má dos signos
Quer resistir, e quanto mais resiste do zodíaco”.
Mais se lhe aumenta e se lhe afunda a chaga. c) a seleção lexical emprestada do cientificismo, como
Sabe que sofre, mas o que não sabe se lê em “carbono e amoníaco”, “epigênesis da
É que essa mágoa infinda assim, não cabe infância”, “frialdade inorgânica”, que restitui a visão
Na sua vida, é que essa mágoa infinda naturalista do homem.
Transpõe a vida do seu corpo inerme; d) a manutenção de elementos formais vinculados
E quando esse homem se transforma em verme à estética do Parnasianismo e do Simbolismo,
É essa mágoa que o acompanha ainda!” dimensionada pela inovação na expressividade poética
e o desconcerto existencial.
Para responder à questão 1, analisar as afirmativas e) a ênfase no processo de construção de uma poesia
que seguem, sobre o poema. descritiva e ao mesmo tempo filosófica, que
I. O existir pressupõe ser tomado pela tristeza do incorpora valores morais e científicos mais tarde
Mundo. renovados pelos modernistas.
II. Quanto mais o homem triste se submeter ao seu
infortúnio maior será o seu sofrimento. 04. Para responder à questão, ler o texto que segue.
III. O homem tem plena consciência do seu próprio
sofrimento. Em Marcha para Canudos
IV. O sofrimento do homem ganha dimensão de
eternidade. “Foi nestas condições desfavoráveis que partiram a 12
1. Pela análise das afirmativas, conclui-se que estão de janeiro de 1897.
corretas
a) A I e a II, apenas. Tomaram pela Estrada de Cambaio. É a mais curta e a
b) A I e a III, apenas. mais acidentada. Ilude a princípio, perlongando o vale
c) A II e a IV, apenas. de Cariacá, numa cinta de terrenos férteis sombreados
d) A III e a IV, apenas. de cerradões que prefiguram verdadeiras matas.
e) A I, a II, a III e a IV.
Transcorridos alguns quilômetros, porém, acidenta-se;
2. Todas as alternativas estão corretas em relação a perturba-se em trilhas pedregosas e torna-se menos
Augusto dos Anjos, autor do poema em questão, praticável à medida que se avizinha do sopé da serra
EXCETO do Acaru.
a) Divulgou sua produção em um único livro. [...]
b) Enfatizou o lado obscuro do homem. Tinha meio caminho andado. As estradas pioravam
c) Associou-se ao movimento parnasiano. crivadas de veredas, serpeando em morros, alçando-se
d) Escreveu sobre a carne em decomposição. em rampas, caindo em grotões, desabrigadas, sem
e) Produziu poesia de caráter cientificista. sombras...
[...]
3. (ENEM 2014) Psicologia de um vencido Entretanto era imprescindível a máxima celeridade.
Eu, filho do carbono e do amoníaco, Tornava-se suspeita a paragem: restos de fogueira à
Monstro de escuridão e rutilância, margem do caminho e vivendas incendiadas, davam
Sofro, desde a epigênese da infância, sinais do inimigo.”
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco, Todas as afirmativas que seguem estão
Este ambiente me causa repugnância… associadas ao trecho selecionado de Os sertões,
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia em que os homens se dirigem para o local do
Que se escapa da boca de um cardíaco. embate, EXCETO
Já o verme – este operário das ruínas – a) Atenção e rapidez são necessárias numa trajetória que
Que o sangue podre das carnificinas leva os viajantes a uma experiência belicosa.
Come, e à vida em geral declara guerra, b) A presença do inimigo é percebida pelo rastros de sua
Anda a espreitar meus olhos para roê-los, passagem ainda recente.
E há de deixar-me apenas os cabelos, c) Os obstáculos que se apresentam prenunciam os
Na frialdade inorgânica da terra! trágicos eventos que ocorrerão.
d) Pelo assunto do trecho, é possível inferir que se trata
(ANJOS, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. )
A poesia de Augusto dos Anjos revela aspectos de de um episódio constante na segunda parte da obra.
uma literatura de transição designada como pré- e) A estrada referida perturba a avaliação inicial do
modernista. Com relação à poética e à abordagem viajante dada a riqueza natural da área.
temática presentes no soneto, identificam-
se marcas dessa literatura de transição, como 05. A viagem de Euclides da Cunha à região de
a) a forma do soneto, os versos metrificados, a presença Canudos, onde ocorre a revolta dos seguidores de
Antônio Conselheiro,
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LITERATURA
a) Ratifica sua posição em relação aos fanáticos rebeldes, novo e as tentativas de renovação da arte brasileira se
expressa em seu artigo A Nossa Vendeia. multiplicam com a promoção de exposições de
b) Impulsiona-o a produzir Os sertões, baseando-se pintura, esculturas modernas e artigos nos jornais,
somente no que realmente pôde presenciar. dedicados às tendências vanguardistas europeias.
c) Demove-o da concepção determinista vigente na
época, que concebe o homem como um cruzamento Na Europa, essa vanguarda tem como marca o avanço
de condicionamentos. tecnológico e científico do início do século XX. Nesse
d) Retifica a opinião vigente, passando a considerar a período, o cotidiano das pessoas sofre uma verdadeira
revolta como resultante do atraso da nação. revolução com a supervalorização do progresso e da
e) Influencia a prosa do autor, antes impregnada de máquina. O capitalismo entra em crise, dando início à
cientificismo e reacionarismo. Primeira Guerra Mundial (1914-1918), encerrando a
chamada belle époque. A seguir, a crise financeira,
oriunda do conflito, leva à Segunda Guerra Mundial
(1939-1945), e nos anos intermediários, conhecidos
como "os anos loucos", as pessoas passam a conviver
com a incerteza e com o desejo de viver somente o
presente. Tais experiências despertam o anseio de
interpretar e expressar a realidade de forma
diferenciada, dando origem aos movimentos da
vanguarda europeia.
9. MODERNISMO – 1ª FASE (HEROICA OU Vanguardas Europeias
ICONOCLASTA)
Essa busca de novidades, no entanto, não se restringe
tão só à área da produção de manufaturados. Também
“E vivemos uns oito anos, até perto de 1930, na nas artes se verifica uma busca desenfreada do novo,
maior orgia intelectual que a história artística do um desejo de ruptura com o passado e um sonho com
Brasil registra.” um futuro maravilhoso, rico em promessas. Essas
(Mário de Andrade) tendências vão receber o nome genérico de vanguarda.
Assim, pode-se dar o nome de vanguarda a qualquer
movimento, dentro do século XX, que se caracterize
pela rebeldia e pela rejeição sistemática do passado.
Entre os movimentos de vanguarda do século XX,
destacam-se O Futurismo, o Dadaísmo, Surrealismo e
o Expressionismo. Essas manifestações artísticas
europeias, conforme veremos, exerceram conside-
rável influência sobre o modernismo brasileiro.
poética de Augusto dos Anjos. Munch, foi roubada. Ela é considerada a melhor de
O expressionismo encerra um estado de desespero e todas e foi exibida no Brasil em 1996, durante a 23ª
apresenta a sociedade, o governo, a religião, o homem, Bienal de Arte de São Paulo. A segunda tela está na
em situação caótica. O estilo é explosivo e errático, reserva técnica do museu; a terceira, na Galeria
não descritivo, acentuando o dinamismo e a êxtase. Nacional de Oslo; e a quarta faz parte de uma coleção
particular.
Principais características (na pintura):
- pesquisa no domínio psicológico; Expressionismo no Brasil
- cores resplandecentes, vibrantes, fundidas ou
separadas; Em nosso país o movimento também foi importante.
- pasta grossa, martelada, áspera; Podemos destacar, nas artes plásticas, os artistas
- técnica violenta: o pincel ou espátula vai e vem, expressionistas mais importantes:
fazendo e refazendo, empastando ou provocando Cândido Portinari, que retratou em suas telas a
explosões; migração do povo nordestino para as grandes cidades
- preferência pelo patético, trágico e sombrio. e a vida dos agricultores, operários e desfavorecidos.
Outros representantes do expressionismo brasileiro:
- Anita Malfatti - pode ser considerada a artista que
introduziu as vanguardas europeias em território
brasileiro. Retratou em suas obras retratos nus, cenas
populares cotidianas e paisagens. Usou cores fortes e
violentas em suas obras.
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LITERATURA
desta vanguarda é destruir os valores burgueses e a tanque militar e o elemento mecânico em suas costas
arte tradicional. sugere a torre de um canhão do veículo
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LITERATURA
De acordo com os artistas surrealistas, a arte deve fluir Nesta intrigante paisagem, muitos elementos são
a partir do inconsciente, sem qualquer controle da reconhecíveis, outros não. Havendo inúmeros
razão, o pensamento deve acontecer e ser expresso significados. Mas a tela é tão surpreendente que o
livre de qualquer influência exterior ou lógica. Está observador não se preocupa com o seu significado.
presente nas obras surrealistas: a fantasia, o devaneio e Será que você foi capaz de enxergar o grande cão?
a loucura.
Pré-História
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LITERATURA
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LITERATURA
postura
(MICHELI, Mário. As vanguardas artísticas. São Paulo: Martins a) preconceituosa, ao evitar formas poéticas simplificadas.
Fontes, 1991. p. 75.) b) conservadora, ao optar por modelos consagrados.
Com base no texto é correto afirmar que as c) preciosista, ao preferir modelos literários eruditos.
imagens que se aproximam do expressionismo d) nacionalista, ao negar modelos estrangeiros.
são: e) eclética, ao aceitar diversos estilos poéticos.
a) 1 e 2.
b) 1 e 4.
c) 3 e 4. 10. O trovador
d) 1, 2 e 3.
e) 2, 3 e 4 Sentimentos em mim do asperamente
dos homens das primeiras eras...
8. As Vanguardas europeias são movimentos As primaveras de sarcasmo
artísticos e culturais, com repercussão em muitas intermitentemente no meu coração arlequinal...
escolas literárias brasileiras. Pode-se, inclusive, Intermitentemente...
afirmar que elementos constitutivos das Outras vezes é um doente, um frio
Vanguardas estão presentes em autores e obras da na minha alma doente como um longo som redondo...
estética literária modernista. Sendo assim, diante Cantabona! Cantabona!
dessa afirmativa, assinale a alternativa Dlorom ...
CORRETA. Sou um tupi tangendo um alaúde!
a) As chamadas Vanguardas europeias foram importantes
para os movimentos culturais do início do século XX. ANDRADE, M. In: MANFIO, D. Z. (Org.) Poesias
No entanto, no Brasil, há um consenso entre os completas de Mário de Andrade. Belo Horizonte:
estudiosos da literatura que essas Vanguardas em nada Itatiaia, 2005.
nos influenciaram.
b) O Dadaísmo, uma das chamadas Vanguardas europeias, Cara ao Modernismo, a questão da identidade
defendia que somente a associação entre todas as nacional é recorrente na prosa e na poesia de Mário
tendências vanguardistas poderia resultar em avanços de Andrade. Em O trovador, esse aspecto é
importantes para as artes e para a cultura de um modo a) abordado subliminarmente, por meio de expressões
geral. como “coração arlequinal” que, evocando o carnaval,
c) Temáticas oriundas dos estudos freudianos como remete à brasilidade.
fantasia, sonho, ilusão, loucura estão presentes em b) verificado já no título, que remete aos repentistas
obras surrealistas. Nas artes plásticas, Salvador Dali nordestinos, estudados por Mário de Andrade em suas
(1904/1989) é um dos principais representantes dessa viagens e pesquisas folclóricas.
Vanguarda. c) lamentado pelo eu lírico, tanto no uso de expressões
d) Mário de Andrade e Oswald de Andrade, participantes como “Sentimentos em mim do asperamente” (v. 1),
da Semana de Arte Moderna, em muitas ocasiões, “frio” (v. 6), “alma doente” (v. 7), como pelo som
negaram a relação existente entre as Vanguardas triste do alaúde “Dlorom” (v. 9).
europeias e os valores e as motivações das obras d) problematizado na oposição tupi (selvagem) x alaúde
modernistas brasileiras. (civilizado), apontando a síntese nacional que seria
e) Há uma relação intensa entre Futurismo e Cubismo. proposta no Manifesto Antropófago, de Oswaldo de
Tanto uma quanto a outra têm os mesmos interesses e Andrade.
objetivos e em nada se diferenciam, exceto quando se e) exaltado pelo eu lírico, que evoca os “sentimentos dos
relacionam com a arte literária. homens das primeiras eras” para mostrar o orgulho
brasileiro por suas raízes indígenas.
9. HELOÍSA: Faz versos?
PINOTE: Sendo preciso... Quadrinhas... Acrósticos...
Sonetos... Reclames.
HELOÍSA: Futuristas?
10. HISTORICAMENTE FALANDO...
PINOTE: Não senhora! Eu já fui futurista. Cheguei a
acreditar na independência... Mas foi uma tragédia!
Começaram a me tratar de maluco. A me olhar de
esguelha. A não me receber mais. As crianças Contexto histórico da primeira fase (1922-1930) -
choravam em casa. Tenho três filhos. No jornal Certas transformações foram responsáveis pela criação
também não pagavam, devido à crise. Precisei viver de do ambiente propício à instalação das novas ideias,
bicos. Ah! Reneguei tudo. Arranjei aquele instrumento ressaltando-se: o Centenário da Independência e a
(Mostra a faca) e fiquei passadista. Guerra Mundial (1914-1918), que favoreceu a
expansão da indústria brasileira, promoveu novas
ANDRADE, O. O rei da vela. São Paulo: Globo, 2003. relações políticas, além de abrir espaço para a
renovação na educação e nas artes. Deu origem,
também, ao questionamento do sistema político
O fragmento da peça teatral de Oswald de Andrade vigente, até então comandado pela oligarquia ligada à
ironiza a reação da sociedade brasileira dos anos economia rural. Há, ainda, a grande influência da mão-
1930 diante de determinada vanguarda europeia. de-obra imigrante, instalada no Sul, centro de poder da
Nessa visão, atribui-se ao público leitor uma vida econômica e política do país. Outros fatos
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LITERATURA
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LITERATURA
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LITERATURA
poesias, exposições de pintura e escultura, concertos por iniciantes, o movimento vai se estruturando de
musicais e conferências. forma mais vibrante no Rio e em São Paulo,
estendendo-se a Minas e ao polêmico regionalismo
Momento histórico: nordestino. As publicações variadas são fundamentais
República Velha – 1894 /1930 para o movimento que, extremamente ativo, se
Greve Geral -1917 estende até 1930, quando menos agressivo, muda de
Fundação do Partido Comunista rumos, principalmente, com referência à prosa,
O crack da bolsa de valores de Nova Iorque dominada, tradicionalmente, pela literatura oficial,
ligada à Academia Brasileira de Letras, antagonista dos
Características "futuristas", ou seja, dos modernistas, "rebeldes
excêntricos do período”. A partir dessa data, as novas
Quanto à forma
ideias se generalizam, constituindo-se em padrões de
criatividade. Findo esse primeiro momento, abre-se
Versos livres espaço para a segunda fase; a fase construtiva que
Liberdade na escolha de palavras prima pela estabilização das conquistas, com forte
Síntese na linguagem apelo social.
Busca de uma língua brasileira
Pontuação relativa A Poesia - A poesia, produzida na primeira fase,
Quanto ao Conteúdo apropria-se do ritmo, do vocabulário e dos temas da
prosa, constituindo-se no principal veículo de
Nacionalismo divulgação do movimento. Abandona os modelos
Ironia e humor tradicionais do Parnasianismo e deixando de lado os
Poesia-piada recursos formais, adota o verso livre, sem número
Valorização de temas ligados ao cotidiano determinado de sílabas e sem metrificação, respeitando
Urbanismo a inspiração poética. A cadência rítmica é mantida
Valorização do índio próxima da prosa em obediência à alternância de sons
e acentos, demonstrando que a poesia está na essência
Essas novas ideias foram difundidas por algumas ou no contraste das palavras selecionadas. A opção
revistas da época. pelo verso livre expressa a alteração da música
contemporânea, produzida pelo impressionismo, pela
Revista Klaxon – São Paulo /1922 dissonância, pela influência do jazz e dodecafonia.
Revista Estética – Rio de Janeiro/1924
O registro do cotidiano aparece valorizado por meio
A revista – Minas Gerais /1925 de elementos diferenciados, incluindo: a linguagem
Revista – Minas /1925 coloquial; a associação livre de ideias; uma aparente
Revista Madrugada – Rio Grande do Sul /1925 falta de lógica; a mescla de sentimentos contrastantes,
Verde – Minas Gerais /1927 revelando o subconsciente e o nacionalismo. Às vezes,
Festa – Rio de Janeiro /1927 a preferência recai sobre o "momento poético" -
Revista de antropofagia /1928 observação de um determinado aspecto ou de um
instante emocional, resultando em condensação
Klaxon poética.
A revista Klaxon - Mensário de Arte Moderna foi o O presente é incorporado aos versos por meio do
primeiro periódico modernista, fruto das agitações de progresso, da máquina, do ritmo da vida moderna. O
1921 e da grande festa que foi a Semana de Arte humor, igualmente empregado, manifesta-se sob a
Moderna. Seu primeiro número circulou com data de forma de ironia ou paradoxo, surgindo o poema-piada,
15 de maio de 1922; a edição dupla, de números 8 e 9, condensação irreverente que busca provocar polêmica.
a última da revista saiu em janeiro de 1923.
Klaxon foi inovadora em todos os sentidos: desde o A Prosa
projeto gráfico (tanto da capa como das páginas A prosa do período não apresenta o mesmo vigor da
internas) até a publicidade das contracapas e da quarta poesia, mas revela conquistas importantes. A
capa (propagandas sérias, como a dos chocolates princípio, demonstra certa densidade, carregada de
Lacta, e propagandas satíricas, como a da imagens, provocando tensão pela expressividade de
"Panuosopho, Pateromnium & Cia." - uma grande cada palavra. Os recursos são variados como: a
fábrica internacional de... sonetos!). Na oposição entre aproximação com a poesia, o apoio na fala coloquial e
o velho e o novo, na proposta de uma concepção na utilização de períodos curtos. Um dos modernistas,
estética diferente, enfim, em todos os aspectos, era Oswald de Andrade, aplica essas experiências não só
uma revista que anunciava a modernidade, o século em seus artigos e manifestos, mas também na obra
XX buzinando (Klaxon era o termo empregado para Memórias Sentimentais de João Miramar (1924).
designar a buzina externa dos automóveis) Trabalha a realidade através de recursos poéticos,
Nessa primeira fase, o rompimento com o velho, a empregando metáforas e trocadilhos. Essa técnica,
necessidade de chocar o público e de divulgar novas aliada a uma "espécie de estética do fragmentário",
ideias estão marcados pelo radicalismo. Enquanto compõe-se de espaços em branco na formatação
várias revistas são criadas por escritores renomados e tipográfica e também na sequência do discurso,
104 nuceconcursos.com.br
LITERATURA
cabendo ao leitor a tarefa de dar sentido ao que lê. acaba nas mãos do rico comerciante peruano
Venceslau Pietro Pietra, colecionador de pedras em
Ao lado de Oswald de Andrade, outros escritores se São Paulo. Em companhia de seus dois irmãos -
destacam: Antônio de Alcântara Machado com Pathé Maanape e Jiguê - vem para São Paulo a fim de
Baby, Plínio Salgado com O Estrangeiro, José reconquistar a pedra, que simboliza seu próprio ideal.
Américo de Almeida com Bagaceira. Há os que dão Porém, Venceslau, que está disfarçado de comerciante,
ênfase à experiência léxica e sintática, tendo como é na verdade o gigante Piaimã, comedor de gente; por
suporte a fala coloquial. Mário de Andrade é um de isso, as investidas de Macunaíma contra ele não dão
seus representantes com Amar, Verbo Intransitivo e resultado. Só depois de apelar para a macumba
Macunaíma. Neste último, o novo está, sobretudo, no Macunaíma consegue derrotar o gigante.
emprego da lenda, revelando contornos poéticos, Reconquistada a pedra, Macunaíma retorna ao
derivados da liberdade na escolha do vocabulário, Amazonas e se deixa atrair pela Iara, perdendo
nacionalizando o modo de escrever. definitivamente a pedra. Como já não vê mais graça no
mundo, vai para o céu, onde se transforma em estrela
PRINCIPAIS AUTORES da Constelação Ursa Maior, ficando relegado ao brilho
inútil das estrelas.
Mário de Andrade
Oswald de Andrade
Nascido em São Paulo, estudou história da música, foi
funcionário público, fundou museu, bibliotecas, Nascido em São Paulo, de família rica, viajou muito pela
discotecas, foi um dos mais importantes organizadores Europa onde entrou em contato com as vanguardas
da Semana da Arte Moderna, o principal líder do Europeias. Ficou inimigo de alguns companheiros
modernismo, o mais crítico, politicamente militou pela modernistas, por causa de sua postura, muitas vezes,
democracia. Foi chamado por todos de pai ou papa por agressiva. Promoveu a maior ruptura modernista com as
ter sido o espírito mais culto, mais vasto e mais versátil tradições passadistas e acadêmicas. Querendo
embarcando todos os gêneros literários. incomodar os acomodados, foi um guerrilheiro
Lutou por uma língua brasileira, próxima do povo anarquista, inconformista, inquieto, lutando contra a
(cuspe = guspe, quese = quasi). Valorizou, também, o mediocridade. Ele recriou novas linguagens, novas
brasileirismo e o folclore brasileiro. estruturas de pensamento.
Principais obras: Pauliceia Desvairada (1922); Há uma
gota de sangue em cada poema. (Poemas). Macunaíma, Características de sua obra:
o herói sem nenhum caráter. - Nacionalismo que busca as origens sem perder a visão
crítica da realidade brasileira.
Macunaíma - A paródia como uma forma de repensar a literatura.
Rapsódia escrita em 1926 e publicada em 1928, traz - Valorização do falar cotidiano
uma variedade de motivos populares que Mário de - Análise crítica da sociedade burguesa capitalista.
Andrade juntou de acordo com as afinidades - Inovação da poesia no aspecto formal.
existentes entre eles. Trata-se de uma espécie de
"coquetel" do folclórico e do popular do Brasil. Mário Principais Obras
de Andrade mistura o maravilhoso e o sobre-humano
ao retratar as façanhas de um herói que não apresenta Poesia
rigorosos referenciais espaço-temporais - Macunaíma é Pau-Brasil (1925)
o representante de todas as épocas e de todos os Primeiro caderno do aluno de poesia Oswald de
espaços brasileiros. Macunaíma, que leva o subtítulo Andrade (1927)
de "herói sem nenhum caráter", é também o nome do
personagem central, um herói ameríndio que trai e é Romance
traído, que é preguiçoso, indolente, mas esperto e Os Condenados (1922)
matreiro, individualista e dúbio. Destituído da auréola
Memórias sentimentais de João Miramar (1924)
idealizada dos românticos, Macunaíma é o índio
moderno, múltiplo e contraditório. Nasce na selva, Estrela de Absinto (1927)
filho de uma índia tapanhumas, fala tardiamente e só Serafim Ponte Grande (1933)
anda quando ouve o som do dinheiro. Vira príncipe e Marco zero I – A Revolução Melancólica (1943)
trai o irmão Jiguê ao brincar com as cunhadas, Marco zero II – Chão (1946)
primeiro Sofará e depois Iriqui. Vira homem e mata a
mãe, enganado por Anhangá. Casa-se com Ci, a mãe Teatro
do mato, guerreira amazonas da tribo das Icamiabas. O homem e o Cavalo (1934)
Macunaíma torna-se o Imperador do Mato Virgem. A morta (1937)
O rei da vela (1937)
Após seis meses, tem um filho. A criança morre,
transformando-se em planta do guaraná. Ci, cansada e Leitura e análise
desiludida, vira a estrela Beta da Constelação Senhor feudal
Centauro. Antes de morrer, porém, Ci deixa ao esposo
a muiraquitã, uma pedra talismã que lhe daria a "Se Pedro Segundo
garantia de felicidade. Mas o herói perde a pedra que Vier aqui
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LITERATURA
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LITERATURA
Libertinagem, Estrela da manhã e outros. Misael não queria escândalo. Podia dar uma surra, um
tiro, uma facada. Não fez nada disso: mudou de casa.
Último Poema Os amantes moram no Estácio, Rocha, Catete, Rua
General Pedra, Olaria, Ramos, Bonsucesso, Vila
“Assim eu quereria o meu último poema Isabel, Rua Marquês de Sapucaí, Niterói, Encantado,
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e Rua Clapp, outra vez do Estácio, todos os santos,
menos intencionais Catumbi, Lavradio, Boca do Mato, Inválidos...
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas Por fim na Rua da Constituição, onde Misael, privado
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume de sentidos e de inteligência, matou-a com seis tiros, e
A pureza da chama em que se consomem os a polícia foi encontrá-la caída em decúbito dorsal,
diamantes mais límpido vestida de organdi azul”.
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação”.
Modernismo em Portugal
Pneumotórax
Fernando Pessoa
“Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos É de suma importância
A vida inteira que podia ter sido e que não foi. relembrarmos primeiramente sobre o
Tosse, tosse, tosse. Modernismo em Portugal antes de
Mandou chamar o médico: começarmos a falar deste grandioso
- Diga trinta e três. poeta.
- Trinta e três... trinta e três... trinta e três... Como toda estética literária advém de um contexto
- Respire. histórico e político, o Modernismo português surgiu
- O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e sob um clima de grande instabilidade interna, com
o pulmão direito infiltrado. greves sucessivas, aliado às dificuldades trazidas pela
- Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax? eclosão da Primeira Guerra Mundial.
- Não. A única coisa a fazer é tocar um tango
argentino”. O assassinato do rei Carlos X, em 1908 foi o ponto de
partida para a proclamação da República. Com isso,
Porquinho-da-índia surgiu a necessidade de defender as colônias
ultramarinas, razão pela qual o povo português
“Quando eu tinha seis anos manifestou todo o seu saudosismo de maneira
Ganhei um porquinho-da-índia. acentuada.
Que dor de coração me dava
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão! A lembrança das antigas glórias marítimas e a
Levava ele pra sala lamentação pelo desconcerto que dominou o país após
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos o desaparecimento de Dom Sebastião serviram de
Ele não gostava: berço para o nascimento de uma revista que
Queria era estar debaixo do fogão. representaria o Modernismo propriamente dito, a
Não fazia caso nenhuma das minhas ternurinhas... revista “Orpheu”, publicada em 1915.
- o meu porquinho-da-índia foi a minha primeira Fazendo parte dela estavam presentes figuras artísticas
namorada”. importantíssimas, tais como:
É uma poesia aparentemente simples, mas que na Com a morte a por umidade nas paredes e
verdade esconde uma imensa complexidade filosófica, cabelos brancos nos homens,
a qual aborda a questão da percepção do mundo e da Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela
tendência do homem em transformar aquilo que vê estrada de nada. (...).
em símbolos, sendo incapaz de compreender o seu
verdadeiro significado. *Créditos da imagem: Georgios Kollidas / shutterstock
Por Vânia Duarte Graduada em Letras
A Criança
Porém o desastre verdadeiro foi embonecar esta 2. A maneira como o poeta se refere ao passado
[República temporã. político-social da nação (Texto I, v. 5-12,
A gente inda não sabia governar... SUBLINHADOS) nos leva a concluir que:
Progredir, progredimos um tiquinho a) o Brasil de outrora e o do presente são muito
Que o progresso também é uma fatalidade... contrastantes.
Será o que Nosso Senhor quiser!... b) a nação brasileira foi tratada com muita reverência
Estou com desejos de desastres... pelo autor.
Com desejos de Amazonas e dos ventos muriçocas c) o poeta atribui grande importância ao período
Se encostando na canjera dos batentes... imperial.
Tenho desejos de violas e solidões sem sentido... d) existe um desencanto geral pelo fracasso político de
Tenho desejo de gemer e de morrer... nossos governos.
Brasil... e) não há nostalgia na evocação desse passado.
mastigado na gostosura quente do amendoim...
falado numa língua curumim 3. A característica do estilo modernista ausente no
De palavras incertas num remeleixo melado texto I é:
melancólico... a) a ruptura com as convenções literárias.
Saem lentas frescas trituradas pelos meus dentes b) expressão do dinamismo da realidade urbana moderna.
bons... c) valorização da fala brasileira.
Molham meus beiços que dão beijos alastrados d) presença da visão irônica.
E depois semitoam em malícia as rezas bem nascidas... e) emprego do verso livre.
Brasil amado não porque seja minha pátria,
Pátria é acaso de migrações e do pão nosso onde 4. Leia o poema de Manuel Bandeira
Deus der...
Brasil que eu amo porque é o ritmo no meu braço Não sei dançar
aventuroso, Uns tomam éter, outros cocaína.
O gosto dos meus descansos, Eu já tomei tristeza, hoje tomo alegria.
O balanço das minhas cantigas, amores e danças. Tenho todos os motivos menos um de ser triste.
Brasil que eu sou porque é minha expressão muito Mas o cálculo das probabilidades é uma pilhéria...
[engraçada, Abaixo Amiel!
Porque é o meu sentimento pachorrento, E nunca lerei o diário de Maria Bashkirtseff.
Porque é o meu jeito de ganhar dinheiro, de comer e
de dormir. Sim, já perdi pai, mãe, irmãos.
Mário de Andrade. Poesias completas. São Paulo : Martins, Perdi a saúde também.
1996. pp.109-110 É por isso que sinto como ninguém o ritmo do jazz-band.
Uns tomam éter, outros cocaína.
Texto II Eu tomo alegria!
A política é a arte de gerir o Estado, segundo Eis aí por que vim assistir a este baile de terça-feira gorda.
princípios definidos, regras morais, leis escritas, ou (...) (Libertinagem, Manuel Bandeira)
tradições respeitáveis. A politicalha é a indústria de
explorar o benefício de interesses pessoais. Constitui a
política uma função, ou conjunto das funções do
organismo nacional: é o exercício normal das forças de
uma nação consciente e senhora de si mesma. A Sobre os versos transcritos, assinale a alternativa
politicalha, pelo contrário, é o envenenamento crônico incorreta:
dos povos negligentes e viciosos pela contaminação de a) A melancolia do eu-lírico é apenas aparente:
parasitas inexoráveis. interiormente ele se identifica com a atmosfera festiva
A política é a higiene dos países moralmente sadios. A do carnaval, como se percebe no tom exclamativo de
politicalha, a malária dos povos de moralidade "Eu tomo alegria!"
estragada. b) A perda dos familiares e da saúde são aspectos
autobiográficos do autor presentes no texto.
Rui Barbosa. Texto reproduzido em ROSSIGNOLI, Walter. Português: c) A alegria do carnaval é meio de evasão para eu-lírico,
teoria e prática. 2a ed. que procura alienar-se de seu sofrimento.
São Paulo: Ática, 1992. p. 19
d) O último verso transcrito associa-se ao título do
1. Neste poema de Mário de Andrade, que pertence poema, pois o eu-lírico não participa, de fato, do baile
ao seu livro Clã do Jabuti (1927), o autor exprime de carnaval.
um ponto de vista sentimental bastante particular e) O eu-lírico revela, em tom bem-humorado e
sobre o Brasil. Esse ponto de vista deve ser descompromissado, ser uma pessoa exageradamente
definido como: sensível.
a) uma fé inabalável no futuro do país.
b) uma visão realista das grandezas nacionais. 5. Leia o poema a seguir.
c) um nacionalismo desprovido de efusões patrióticas.
d) um patriotismo de fundo saudosista. Poema retirado de uma notícia de jornal
e) uma nova espécie de ufanismo.
João Gostoso era carregador de feira-livre e morava
no morro
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LITERATURA
É correto afirmar:
a) O Manifesto Antropófago dá continuidade às ideias
do Verde-amarelo, do qual participou Tarsila.
b) O Manifesto e o quadro ironizam a figura do índio
que representou o herói nacional no Romantismo.
c) A figura deformada do índio mostra a ideia deformada
que o Manifesto tem do povo brasileiro do início do
século XX.
d) A figura do índio e seus rituais antropófagos
simbolizam as ideias nacionalistas e abertura da nossa
cultura para as influências estrangeiras.
e) O quadro Abaporu inspirou o Manifesto
Cândido Torquato Portinari nasceu em uma pequena
Antropófago, mas não relaciona a figura do índio a
cidade do interior Paulista chamada Brodowski, no dia
nenhum ritual.
29 de dezembro de 1903. Aos 15 anos Portinari deixa
São Paulo e vai para o Rio de Janeiro com a intenção
15. Dessa forma, a Semana, em vez de um início, foi
de aprimorar seu talento e estudar na Escola Nacional
um coroamento. A árvore vinha florescendo para
de Belas Artes. No início de sua carreira as principais
dar o fruto. Já a ideia estava sazonada. De modo
características de suas obras eram clássicas, mas com o
que a concretização só dependia de
passar do tempo o artista começa a se interessar pelo
circunstâncias favoráveis para desabrochar. Isso
modernismo.
ocorreu em 1922.
Afrânio Coutinho
Portinari ganha um concurso e consegue uma viagem
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LITERATURA
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LITERATURA
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LITERATURA
tempo. (O operário em construção e Rosa de Hiroshima, - Período da Poesia Católica (década de 1930): buscava
cujos versos iniciais transcrevemos, são os exemplos “restaurar a poesia em Cristo” (com Jorge de Lima);
mais conhecidos): revisita os versículos bíblicos e a simbologia das
Escrituras.
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas - Período Surrealista (a partir de 1941): poesia onírica,
Pensem nas meninas alucinatória; associação de imagens e ideias; aspecto
Cegas inexatas visionário (= imaginação acelerada) e poliédrico
Pensem nas mulheres (=fixação da materialidade das coisas).
Rotas alteradas
Pensem nas feridas - Período Experimental (a partir de 1950): adesão à
Como rosas cálidas poesia experimental (concreta); poesia plástica,
imagética.
Não esqueça: Além de poeta, Vinícius de Moraes
trilhou com êxito a carreira de compositor de música Poema Espiritual
popular, tornando-se o grande letrista da Bossa Nova,
com clássicos como Garota de Ipanema e Chega de Eu me sinto um fragmento de Deus
saudade. A exemplo do soneto, a canção obrigou-o a Como sou um resto de raiz
restringir seus excessos verbais. Um pouco de água dos mares
O braço desgarrado de uma constelação.
Soneto da fidelidade
A matéria pensa por ordem de Deus,
“De tudo, ao meu amor serei atento Transforma-se e evolui por ordem de Deus.
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto A matéria variada e bela
Que mesmo em face do maior encanto É uma das formas visíveis do invisível.
Dele se encante mais meu pensamento Cristo, dos filhos do homem és o perfeito.
Quero vivê-lo em cada vão momento Na Igreja há pernas, seios, ventres e cabelos
E em seu louvor hei de espalhar meu canto Em toda parte, até nos altares.
E rir meu riso e derramar meu pranto Há grandes forças de matéria na terra no mar e no ar
Ao seu pesar ou seu contentamento Que se entrelaçam e se casam reproduzindo
Mil versões dos pensamentos divinos.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive A matéria é forte e absoluta
Quem sabe a solidão, fim de quem ama Sem ela não há poesia.
Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poemas II e IV 2. O poeta refere-se à bomba atômica jogada pelos
EUA sobre Hiroshima como “a rosa”. Esse termo
ATENÇÃO!!! substitui o original porque há entre eles uma
relação de semelhança, resultante da
Jorge de Lima produziu algumas subjetividade de quem o criou. Quando esse
fotomontagens, no final da processo ocorre, tem-se uma metáfora. Essa
década de 1930, que se tornaram figura encontra-se também no seguinte trecho de
públicas através de uma crônica Vinícius de Moraes:
de Mario de Andrade a) As muito feias que me perdoem
no Suplemento de Rotogravura do Mas beleza é fundamental. É preciso
jornal O Estado de São Paulo, na Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso.
primeira quinzena de novembro b) Amo-te como um bicho, simplesmente,
de 1939. Vale lembrar que as De um amor sem mistério e sem virtude
onze fotomontagens que foram enviadas a Mario de Com um desejo maciço e permanente.
Andrade pertencem hoje ao arquivo do IEB – c) Me acordam numa carícia...
Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de O que foi que aconteceu?
São Paulo. Rodrigo telefonou:
MÁRIO DE ANDRADE MORREU.
Jorge de Lima. O nome da Musa (Acervo do IEB) d) Era uma casa
Muito engraçada
Não tinha teto
Não tinha nada
Ninguém podia
Entrar nela não
Porque na casa
EXERCÍCIOS Não tinha chão
e) De repente, não mais que de repente
1. (ESPCEX – 2011) Sobre a poesia da Segunda Fez-se de triste o que se fez amante
Geração modernista, é correto afirmar que E de sozinho o que se fez contente.
3. A função de linguagem presente em “pensem” e
[A] apresenta fortes características regionalistas, assim “não se esqueçam” é a conativa ou de apelo, pela
como a prosa do período. qual, no contexto em que é empregada, o poeta
[B] valoriza as formas fixas, como o soneto, em a) reproduz a linguagem militar, para lembrar as
detrimento à liberdade de expressão. consequências da guerra.
[C] preocupa-se fundamentalmente com o sentido da b) utiliza a linguagem poética para referir-se à bomba
existência humana. atômica.
[D] apresenta forte tendência nacionalista e de crítica à c) dirige-se aos leitores, alertando-os sobre os efeitos
realidade social brasileira. catastróficos da bomba.
[E] é essencialmente experimentalista e inovadora quanto d) expressa seu sentimento de indignidade diante da
a temas e formas de expressão. indiferença que os fatos suscitam.
Texto para as questões 02 e 03. e) usa o imperativo na tentativa de manter contato com
os leitores.
A ROSA DE HIROSHIMA
4. Leia o poema abaixo, “Inscrição na areia”, de
Pensem nas crianças Cecília Meireles.
Mudas telepáticas O meu amor não tem
Pensem nas meninas importância nenhuma. Não
Cegas inexatas tem peso nem de uma rosa de
Pensem nas mulheres espuma!
Rotas alteradas Desfolha-se por quem?
Pensem nas feridas Para quem se perfuma?
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam O meu amor não tem
Da rosa da rosa importância nenhuma.
Da rosa de Hiroshima Nesse texto,
A rosa hereditária a) há lirismo sentimental, pois, ao contrário do que o
A rosa radioativa texto diz, nota-se que o amor tem importância para a
Estúpida e inválida autora.
A rosa com cirrose b) percebe-se que a ironia tão comum na poesia
A antirrosa atômica modernista desmonta a crença no amor romântico.
Sem cor sem perfume c) encontra-se a declaração da impossibilidade do amor
Sem rosa sem nada romântico na poesia moderna.
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LITERATURA
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LITERATURA
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LITERATURA
submissão dos trabalhadores aos proprietários de Recebeu vários prêmios dentre eles Pablo Neruda
terras, advinda de sua grave falta de instrução. O (Rússia, 1989), Luís de Camões (Brasil-Portugal, 1995),
encontro com o povo brasileiro propicia, pois, o Jabuti (Brasil,1959, 1997) e Ministério da Cultura
nascimento do regionalismo, reforçado pelos temas (Brasil,1997)
dedicados à decadência dos engenhos; às regiões de Apesar de tanta popularidade, muitos críticos ainda
cana-de-açúcar; às terras do cacau no sul da Bahia; à tem muita reserva ao analisar suas obras.
vida agreste; às constantes secas, aprofundando as Jorge Amado morreu em 6 de agosto de 2001.
desigualdades sociais; ao movimento migratório; à
mão-de-obra barata, à miséria e à fome. Obras:
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LITERATURA
E finalmente: "Ao regressar, apear-se-ia num pulo e andaria Percebe-se, aliás, que dos seis componentes da família,
no pátio assim, torto, de perneiras, gibão, guarda-peito e chapéu Baleia é quem, ao lado de Vitória, com maior clareza,
de couro com barbicocho. O menino mais velho e Baleia ficariam consegue elaborar seus devaneios.
admirados."
Capítulo 10 – Contas
Capítulo 6 - O Menino Mais Velho
É outro capítulo melancólico. Se em Cadeia Fabiano
"Tinha um vocabulário quase tão minguado coma o da conscientiza-se de que há no mundo homens que, por
papagaio que morrera no tempo da seca. Valia-se, pois, de possuírem uma posição social diferente da dele,
exclamações e de gestos, e Baleia respondia com o rabo, com a podem machucá-lo, se em Festa os familiares
língua, com movimentos fáceis de entender Todos o percebem sua situação inferior e desajeitada e sentem-
abandonavam, a cadelinha era o único vivente que lhe mostrava se ridículos, agora chegam à conclusão de que pessoas
simpatia." O nível das aspirações dos componentes da com dinheiro também podem aproveitar-se deles. São
família decresce cada vez mais. O ideal do menino duas as reações de Fabiano ao notar-se roubado pelo
mais velho é o de ter um amigo. A amizade de Baleia patrão: primeiro revolta, depois descrença e
já lhe servia: "O menino continuava a abraçá-la. E Baleia resignação. Vale a pena ressaltar nesse capítulo que é
encolhia-separa não magoá-lo, sofria a carícia excessiva." sinhá Vitória quem percebe que as contas do patrão
estão erradas. Ela é caracterizada como a mais arguta e
Capítulo 7 – Inverno perspicaz dos seis viventes da família.
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LITERATURA
mas descreve a própria sinhá Vitória tão “infeliz” um império, de onde o coronel José Paulino dirige,
como aquele “pobre louro “. No resto do capítulo, o guia os destinos de todos. E, em consequência, Carlos
autor usa de um processo de recorrência da imagem da considera-se e é considerado pelos servos, escravos e
ave, agora ampliando-lhe a área semântica, referindo- agregados o "coronelzinho" cujas vontades têm que
se à galinha, especialmente a “galinha pedrês", ser rigorosamente realizadas. Descreve com emoção a
devorada pela raposa. vida dos escravos, a senzala, o sofrimento e os castigos
do "tronco”. Outra cena a ser destacada é a
JOSÉ LINS DO REGO "enchente" do rio, vista através dos sustos e admiração
de Carlos. Uma descrição de grandiosidade bíblica.
Nasceu em 1901, em Pilar (Paraíba) e faleceu em 1957. Também vêm à tona as superstições e crendices
Formou-se em Direito, exercendo o cargo de comuns entre as camadas populares, como a do
promotor público. Fez parte da Academia Brasileira de "lobisomem". O romance se passa na região limítrofe
Letras. Foi criado num engenho, fato que influenciou entre Pernambuco e Paraíba, o que é deduzido através
toda a sua obra: das descrições de paisagem e da vida dos engenhos de
açúcar. São mostrados os bandidos, cangaceiros,
Obras: comuns na região, como única forma de reação social
Romance de um povo oprimido. Personagens: Tia Maria- moça
Menino de engenho (1932) que, com ternura, amor e carinho, vai substituir a mãe
Doidinho (1933) na memória de Carlos. Tio Juca- tio que, levando o
menino da cidade para o engenho, apresenta-lhe o
Banguê (1934)
mundo novo do engenho e também o próprio avô. Tia
O moleque Ricardo (1935) Sinhazinha, velha de uns sessenta anos despótica que
Usina (1936) dirigia o engenho. Casada com um dos homens mais
Pureza (1937) ricos da região, de quem estava separada desde o
Riacho Doce (1937) começo do matrimônio, esta velha tirânica será o
Pedra Bonita (1938) tormento da vida do menino. As negras, os moleques,
Água – mãe (1941) todos tinham que se submeter à sua dureza e
Fogo morto (1943) crueldade.
Eurídice (1947)
RAQUEL DE QUEIROZ
Cangaceiros (1953)
Nasceu em 1910, dedicou-se ao jornalismo e à
“Estas histórias do meu avô me prendiam a
tradução, militou durante algum tempo junto à
atenção de um modo bem diferente daquelas da
esquerda política. A terra e a tradição nordestinas
velha Totonha. Não apelavam para a minha
eram, no entanto, os pontos mais altos de sua
imaginação. Para o fantástico. Não tinham a
preocupação humanista.
solução milagrosa das outras. Puros fatos
Sua literatura é concisa e descarnada, perfeita
diversos, mas que se gravavam na minha
tradução do mundo que retrata: a seca e a miséria do
memória como incidentes a que eu tivesse
sertão.
assistido. Era uma obra de cronista, bulindo de
realidade”.
Obras
Romance:
Menino de Engenho
O quinze
Narrado na primeira pessoa, por Carlos Melo, é o João Miguel
primeiro livro do ciclo da cana-de-açúcar. O que Caminho de pedras
constatamos é que o biógrafo foi superado pela As três Marias
imaginação criadora do romancista. A realidade bruta é O galo de ouro
recriada através da criatividade do gênero nordestino. Memorial de Maria Moura
É a história típica, natural e sem retoques de uma
criança, Carlos, órfão de pai e mãe e que, aos oito anos O Quinze
de idade, vem viver com o avô, o maior proprietário
de terras da região-Coronel José Paulino. Carlos é O Quinze, obra de estreia de Rachel de Queiroz na
criado sem a repressão familiar e mesmo sem os literatura, narra o êxodo de trabalhadores da região de
cuidados e atenções que lhe seriam necessárias diante Logradouro e de Quixadá, no sertão cearense, para a
das experiências da vida. Vê o mundo, aprende o bem capital, Fortaleza, onde esperavam encontrar meios
e o mal e chega a uma talvez precocidade acerca dos para sobreviver à seca até chegar o inverno (estação
hábitos que lhe eram "proibidos", mas inevitáveis de das chuvas).
serem adquiridos. Pela ausência de orientação, torna-se Como história paralela à do êxodo, narra-se o caso de
viciado, corrompido aos doze anos de idade. Além dos amor entre a professora Conceição, que acode os
problemas íntimos do menino desorientado para a flagelados, e o caboclo Vicente, que coloca a terra
vida e para o sexo, temos a análise do mundo em que acima de tudo.
vivia, visto por Carlos, que é a personagem narradora.
Carlos vê o avô como um verdadeiro Deus, uma figura
de grandiosidade inatingível. O Engenho é o mundo, Os capítulos selecionados de O Quinze apontam para
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LITERATURA
a figura de Conceição, moça de origem sertaneja, mas original e o polêmico, o nacionalismo se manifesta em
evoluída nos padrões culturais, que já não aceita a suas múltiplas facetas: uma volta às origens, a pesquisa
condição submissa da mulher. de fontes quinhentistas, a procura de uma “língua
brasileira”.
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LITERATURA
bêbados são felizes. Curitiba os considera animais 1. O pobre, antes tratado de forma exótica e folclórica
sagrados, provê as suas necessidades de cachaça e pelo regionalismo pitoresco, transforma-se em
pirão. No trivial contentavam-se com as sobras do protagonista privilegiado do romance social de 30.
mercado. 2. A incorporação do pobre e de outros marginalizados
indica a tendência da ficção brasileira da década de 30
TREVISAN, D. 35 noites de paixão: contos escolhidos. Rio de de tentar superar a grande distância entre o intelectual
Janeiro: BestBolso, 2009 (fragmento). e as camadas populares.
3. Graciliano Ramos e os demais autores da década de 30
Sob diferentes perspectivas, os fragmentos citados conseguiram, com suas obras, modificar a posição
são exemplos de uma abordagem literária social do sertanejo na realidade nacional.
recorrente na literatura brasileira do século XX.
Em ambos os textos, É correto apenas o que se afirma em:
a) a linguagem afetiva aproxima os narradores dos a) I.
personagens marginalizados. b) II.
b) a ironia marca o distanciamento dos narradores em c) III.
relação aos personagens. d) I e II.
c) o detalhamento do cotidiano dos personagens revela a e) II e III.
sua origem social.
d) o espaço onde vivem os personagens é uma das 10. No texto II, verifica-se que o autor utiliza
marcas de sua exclusão. a) linguagem predominantemente formal, para
e) a crítica à indiferença da sociedade pelos problematizar, na composição de Vidas Secas,
marginalizados é direta. a relação entre o escritor e o personagem popular.
b) linguagem inovadora, visto que, sem abandonar
TEXTOS PARA AS QUESTÕES 09 E 10. a linguagem formal, dirige-se diretamente ao leitor.
c) linguagem coloquial, para narrar coerentemente
Texto I uma história que apresenta o roceiro pobre de
Agora Fabiano conseguia arranjar as ideias. O que o forma pitoresca.
segurava era a família. Vivia preso como um novilho d) linguagem formal com recursos retóricos próprios do
amarrado ao mourão, suportando ferro quente. Se não texto literário em prosa, para analisar determinado
fosse isso, um soldado amarelo não lhe pisava o pé momento da literatura brasileira.
não. (…) Tinha aqueles cambões pendurados ao e) linguagem regionalista, para transmitir informa-
pescoço. Deveria continuar a arrastá-los? Sinhá Vitória ções sobre literatura, valendo-se de coloquialismo,
dormia mal na cama de varas. Os meninos eram uns para facilitar o entendimento do texto.
brutos, como o pai. Quando crescessem, guardariam
as reses de um patrão invisível, seriam pisados,
maltratados, machucados por um soldado amarelo.
Graciliano Ramos. Vidas Secas. São Paulo: Martins, 23. ed., 1969, 12. MODERNISMO 3ª FASE /
p. 75. NEOMODERNISMO (1945-1960)
Texto II
Para Graciliano, o roceiro pobre é um outro,
enigmático, impermeável. Não há solução fácil para Em reação à postura muito politizada da fase anterior,
uma tentativa de incorporação dessa figura no campo os poetas dessa geração voltam para um neo-
da ficção. É lidando com o impasse, ao invés de fáceis parnasianismo, que se preocupa com o apuro formal e
soluções, que Graciliano vai criar Vidas Secas, foge a temas considerados banais. Dentre esses
elaborando uma linguagem, uma estrutura romanesca, autores – Geir Campos (Coroa de sonetos), Péricles
uma constituição de narrador em que narrador e Eugênio da Silva Ramos (Poesia quase completa),
criaturas se tocam, mas não se identificam. Em grande Alphonsus de Guimaraens Filho (Lume de estrelas),
medida, o debate acontece porque, para a Ledo Ivo (Acontecimento do soneto) – destaca-se
intelectualidade brasileira naquele momento, o pobre, João Cabral de Melo Neto (Educação pela pedra,
a despeito de aparecer idealizado em certos aspectos, Morte e vida Severina), pela inventividade verbal e
ainda é visto como um ser humano de segunda intensidade da participação nos problemas sociais. O
categoria, simples demais, incapaz de ter pensamentos mais importante livro de poesia dessa fase,
demasiadamente complexos. O que Vidas Secas faz é, influenciado pelas ideias dessa geração de artistas, é
com pretenso não envolvimento da voz que controla a Claro enigma, de Carlos Drummond de Andrade. Na
narrativa, dar conta de uma riqueza humana de que prosa, João Guimarães Rosa e Clarice Lispector (A
essas pessoas seriam plenamente capazes. maçã no escuro) revolucionam o uso da linguagem.
João Guimarães Rosa (1908-1967) nasce em
Luís Bueno. Guimarães, Clarice e antes. In: Teresa. São Paulo: USP, Cordisburgo, Minas Gerais. Médico, torna-se
n.º 2, 2001, p. 254.
diplomata em 1934. Exerce a medicina no interior de
Minas. Como diplomata trabalha em Hamburgo
9. A partir do trecho de Vidas Secas (texto I) e das
(Alemanha), Bogotá (Colômbia) e Paris (França). Sua
informações do texto II, relativas às concepções
obra explora o manancial dos falares regionais, pondo-
artísticas do romance social de 1930, avalie as
o a serviço de uma escrita complexa, de imensa
seguintes afirmativas.
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LITERATURA
criatividade: Grande sertão: veredas é uma epopéia resgata a sutileza do elo entre a fala e o texto literário.
ambientada no interior de Minas Gerais, que transpõe
para o Brasil o mito da luta entre o ser humano e o Obras:
diabo. Sagarana (1946)
Corpo de baile (1956)
Grande sertão: veredas (1956)
Primeiras estórias (1962)
Tutaméia: terceiras estórias (1967)
Estas estrias (1969)
Ave, palavra (1970)
Corpo de baile (1956)
PRIMEIRAS ESTÓRIAS
Obra publicada em 1962, reúne 21 contos.
Trata-se do primeiro conjunto de histórias compactas
a seguir a linha do conto tradicional, daí o "Primeiras"
do título. O escritos acrescenta, logo após, o termo
estória, tomando-o emprestado do inglês, em oposição
Clarice Lispector (1926-1977) vem da Ucrânia para o ao termo História, designando algo mais próximo da
Brasil recém-nascida e é levada pela família para o invenção, ficção.
Recife. Em 1934 muda-se para o Rio de Janeiro. No volume, aborda as diferentes faces do gênero: a
Escreve o primeiro romance, Perto do coração psicológica, a fantástica, a autobiográfica, a anedótica,
selvagem, aos 17 anos. Em livros como A paixão a satírica, vazadas em diferentes tons: o cômico, o
segundo GH, Uma aprendizagem ou o livro dos trágico, o patético, o lírico, o sarcástico, o erudito, o
prazeres, A hora da estrela leva o subjetivo ao limite, popular.
deixando à mostra o fluxo da consciência e rompendo As estórias captam episódios aparentemente banais.
com o enredo factual. As ocorrências farejadas através dos protagonistas
João Cabral de Melo Neto, pernambucano, trabalha transformam-se de uma espécie de milagre que surge
grande parte de sua vida na Espanha como diplomata. do nada, do que não se vê, como diz o próprio
Sua poesia objetiva recusa sentimentalismos e traços Guimarães Rosa;
supérfluos. Morte e vida Severina, relato da viagem de "Quando nada acontece, há um milagre que não
um nordestino para o litoral que, no seu caminho, só estamos vendo".
encontra sinais de morte, é a obra que melhor Este milagre pode ser então, responsável pela poesia
equilibra rigor formal e temática social. extraída dos fatos mais corriqueiros, pela beleza de
Fonte: www.brasilliteratura.hpg.ig.com.br
pensar no cotidiano e não apenas vivê-lo, pelo amor
Momento Histórico que se pode ter pelas coisas da terra, pelo homem
simples, pelo mistério da vida. Dos "causos " narrados
brotam encanto e magia frutos da sensibilidade de um
Fim do Estado Novo
poeta deslumbrado com a paisagem natural e/ou
Mandato de Juscelino Kubtschek
recriada de Minas Gerais.
1964 – 1978: ditadura militar
ENREDOS
Características
Retrocesso em relação às conquistas de 1922
I - "As margens da alegria".
Volta ao passado, revalorização da rima, métrica, Um menino descobre a vida, em ciclos alternados de
vocabulário erudito e das referências mitológicas. alegria (viagem de avião, deslumbramento pela flora, e
Passadismo, academicismo fauna) e tristeza (morte do peru e derrubada de uma
Introdução de uma nova cultura internacional nas árvore).
letras brasileiras.
Síntese de ambas as gerações: experimentalismo + II - "Famigerado".
maturidade artística. Nacionalismo + universalismo. O jagunço Damázio Siqueira atormenta-se com um
Linguagem oralizada. problema vocabular: ouviu a palavra "famigerado" de
Repetição de palavras um moço do governo e vai procurar o farmacêutico,
Termo do falar sertanejo pessoa letrada do lugar, para saber se tal termo era um
Termos que indicam fala e interlocução. insulto contra ele, jagunço.
Frases truncadas.
III - "Sorôco, sua mãe, sua filha".
JOÃO GUIMARÃES ROSA Um trem aguarda a chegada da mãe e da filha de
Sorôco, para conduzi-las ao manicômio de Barbacena.
Considerado o maior criador em prosa do Durante o trajeto até a estação, levadas por Sorôco,
século XX, nasceu em Minas Gerais, estudou elas começam surpreendentemente a cantar.
medicina, trabalhou no interior de São Paulo como Quando o trem parte, Sorôco volta para casa cantando
médico da Força Pública. Conhecedor de uma dezena a mesma canção, e os amigos da cidadezinha,
de idiomas, possui narrativas mitopoéticas em que solidariamente, cantam junto.
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LITERATURA
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LITERATURA
miraculosos, o moço desaparece do memo modo que Embora preocupado com a ascendência da moça,
chegara. Sionésio sente que a paixão é maior que o preconceito
e pede-a em casamento.
XV - "Luas-de-mel".
Joaquim Norberto e Sa- Maria Andreza recebem em XX - "Tarantão, meu patrão".
sua fazenda um casal fugitivo, versão sertaneja de O fazendeiro João - de - Barros - Dinis - Robertes tem
Romeu e Julieta. Certos de que os capangas do pai da uma surpreendente explosão de vitalidade em sua
moça virão resgatá-la, todos se preparam para um velhice caduca. Como se fora um Quixote, determina-
enfrentamento: a casa da fazenda transforma-se num se a matar seu médico: o Magrinho, seu sobrinho -
castelo fortificado. neto. Ao longo da viagem rumo à cidade, recruta um
É nesse clima de tensão que se celebra o casamento bando de desocupados, ciganos e jagunços, que
dos jovens, a que se segue a lua-de-mel, que acontece acatam sua liderança, pelo carisma natural do velho.
em dose dupla: dos noivos e do velho casal de Chegando à "frente de batalha", Tarantão percebe que
anfitriões, cujo amor fora reavivado com o fato. Na era dia de festa: uma das filhas de Magrinho fazia
manhã seguinte, a expectativa se esvazia com a aniversário. O susto inicial, provocado pela invasão do
chegada do irmão da donzela, que propõe solução "exército", transforma-se em alívio quando o velho
satisfatória para o caso. discursa, dizendo de seu apreço pela família e pelos
novos amigos, colecionados ao longo da última
XVI - "Partida do audaz navegante". cavalgada.
Quatro crianças, três irmãs e um primo, brincam
dentro de casa, aguardando o término da chuva. A XXI - "Os cimos".
caçula, Brejeirinha , brinca com o que lhe dava mais O menino da primeira estória revela agora a face do
prazer: as palavras. Inventa uma estória do tipo sofrimento, causado pela doença da Mãe, fato que
Simbad, o marujo, que ganha novos elementos quando apressa sua viagem de volta à casa paterna.
todos vão brincar no quintal, à beira de um riacho. Os últimos dias de férias são de preocupação. O
Liberando sua fantasia, Brejeirinha transforma um Menino só relaxava quando via, todas as manhãs e
excremento de gado no "audaz navegante", sempre à mesma hora, um tucano se aproximar da
colocando-o para navegar riacho abaixo. casa dos rios, onde se hospedava. Num processo de
sublimação, desencadeado pela beleza da ave, o
XVII - "A benfazeja". Menino ganha energia para resistir e para transferir à
Mula-Marmela era mulher de Mumbungo, sujeito Mãe uma carga de fluidos mentais positivos, que lhe
perverso que se excitava com o sangue de suas vítimas. permitam superar a doença.
Esse vampiro tinha um filho, Retrupé, cujo prazer só Quando o Tio o procura para comunicar a melhora da
diferia do do pai quanto à faixa etária das vítimas: Mãe, o Menino experimenta momentos de êxtase, pois
preferia as mais frescas. só ele sabia do motivo da cura.
Apesar de amar seu homem e ser correspondida, Grande Sertão: Veredas
Mula-Marmela não hesitara em matá-lo e depois cegar
Retrupé, de quem se torna guia. Passado algum tempo, Riobaldo, fazendeiro do estado de Minas Gerais,
resolve assassiná-lo: percebe que esta seria a única conta sua vida de jagunço a um ouvinte não
maneira de refrear o instinto de lobisomem do rapaz. identificado. Trata-se de um monólogo onde a fala do
outro interlocutor é apenas sugerida. São histórias de
XVIII - "Darandina". disputas, vinganças, longas viagens, amores e mortes
Um sujeito bem- vestido rouba uma caneta, é vistas e vividas pelo ex-jagunço nos vários anos que
surpreendido e, para escapar dos que o perseguem, este andou por Minas, Goiás e sul da Bahia. Toda a
escala uma palmeira. Uma multidão acompanha narração é intercalada por vários momentos de
atentamente os esforços das autoridades, que reflexão sobre as coisas e os acontecimentos do sertão.
procuram convencer o rapaz a descer. O assunto parece sempre girar na existência ou
Resistindo, ele diz frases desconexas e tira toda a inexistência do diabo, já que Riobaldo parece ter
roupa, revelando notável equilíbrio físico. A sessão de vendido sua alma numa certa ocasião... Riobaldo era
nudismo leva um médico a nova tentativa de diálogo. um dos jagunços que percorriam o sertão abrindo o
Ao se aproximar, o médico percebe que o sujeito caminho a bala. Entre seus companheiros, havia um
voltara à normalidade e que, envergonhado, pedia que muito o agradava: Reinaldo, ou Diadorim.
socorro. Conhecera-o quando menino e mantinha com ele uma
A multidão, sentindo-se ludibriada, não aceita essa relação que muitas vezes passava de uma simples
sanidade repentina e se dispõe a linchá-lo. Sentindo o amizade. O jagunço, que admirava e cultivava um
risco, o sujeito berra um grito de louvor à liberdade, terno laço com Diadorim, perturbava-se com toda
motivo bastante para a multidão ovacioná-lo e carregá- aquela relação, mas a alimentava com uma pureza que
lo nos ombros. ia contra toda a rudeza do sertão, beirando, inclusive,
o amor e os ciúmes. Nas longas tramas e aventuras
XIX - "Substância". dos jagunços, Riobaldo conhece um dos seus heróis: o
O fazendeiro Sionésio apaixona-se por sua empregada chefe Joca Ramiro, verdadeiro mito entre aqueles
Maria Exita, que fora abandonada pela família e criada homens, que logo começa a mostrar certa confiança
pela peneireira Nhatiaga. Na fazenda, o ofício de por ele. Isso dura pouco tempo, já que Riobaldo logo
Maria Exita era o de quebrar polvilho, trabalho duro perde seu líder: Joca Ramiro acabou sendo traído e
mas que a moça realizava com prazer e competência. assassinado por um dos seus companheiros chamado
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LITERATURA
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LITERATURA
As ciganas prevêem o futuro do menino, uma boa e a Nasceu em 1925, na Ucrânia (URSS) e
outra má. Uma delas, a má, dá ao menino a leitura de faleceu em 1977. Veio ainda pequena para o Brasil e
um destino trágico: será pobre, fazendo dos dedos viveu no Recife e no Rio de Janeiro. Casou-se com
iscas/para pescar camarão, para sempre atrelado ao um diplomata e viveu em diversos países. Clarice
lamarão dos mocambos; mas a cigana boa prediz-lhe Lispector é uma escritora do período modernista do
um futuro melhor, porque o que vê não é lama que o Brasil que se destacou pelo grande grau de
envolva, "mas graxa"de alguma fábrica, o que equivale subjetividade presente em sua obra.
a dizer que ele ascenderá socialmente.
O menino é saudado pelos vizinhos, amigos. Todos Marcada por clássicos, como A Hora da Estrela, A
trazem presentes e o comparam às coisas boas da vida. paixão segundo G.H e uma lista quase interminável de
Embora ele seja um menino magro, "tem peso de contos, a obra de Clarice costuma ter uma temática
homem"; criança franzina é , mas "tem a marca de voltada para questões existenciais e para a história da
homem". E é belo como tudo que os cerca. De todos mulher na sociedade. Apresenta também uma
os versos, ressaltam-se: característica que se sobressai que é a epifania.
"belo como uma coisa nova/ na prateleira até então vazia" Essa característica presente em seus contos e
romances é um evento - geralmente um corriqueiro,
"Belo como um caderno novo/quando a gente principia." banal, e bastante cotidiano - do personagem que, de
metáforas das necessidades fundamentais do homem: repente, altera seu estado emocional, o levando a uma
o alimento e a educação. confusão, a uma desestabilização interior.
O CARPINA FALA COM O RETIRANTE QUE Daí, o leitor é convidado a assistir a um turbilhão de
ESTEVE DE FORA, SEM TOMAR PARTE EM pensamentos e agitações - o clímax da história - em
NADA que o personagem revê sua forma de ver a vida
(dentro da situação em que se encontra) para a partir
— Severino retirante, daí recomeçar.
deixe agora que lhe diga:
eu não sei bem a resposta O personagem retorna ao seu equilíbrio emocional
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LITERATURA
Em A hora da estrela Clarice escreve sabendo que a 1. A metanarrativa - Rodrigo S. M. conta a história de
morte está próxima e põe um pouco de si nas Macabéa: Esta é a narrativa central da obra: o escritor
personagens Rodrigo e Macabéa. Ele, um escritor à Rodrigo S.M. conta a história de Macabéa, uma
espera da morte; ela, uma solitária que gosta de ouvir a nordestina que ele viu, de relance, na rua.
Rádio Relógio e que passou a infância no Nordeste,
como Clarice. 2. A identificação da história do narrador com a da
personagem - Rodrigo S.M. conta a história dele
A despedida de Clarice é uma obra instigante e mesmo: esta narrativa dá-se sob a forma do encaixe,
inovadora. Como diz o personagem Rodrigo, estou paralela à história de Macabéa. Está presente por toda
escrevendo na hora mesma em que sou lido. É Clarice a narrativa sob a forma de comentários e
contando uma história e, ao mesmo tempo, revelando desvendamentos do narrador que se mostra, se oculta
ao leitor seu processo de criação e sua angústia diante e se exibe diante dos nossos olhos. Se por um lado, ele
da vida e da morte. vê a jovem como alguém que merece amor, piedade e
até um pouco de raiva, por sua patética alienação, por
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LITERATURA
outro lado, ele estabelece com ela um vínculo mais homem antes de migrar da Paraíba. Queria ser muito
profundo, que é o da comum condição humana. Esta rico, um dia; e um dia queria também ser deputado.
identidade, que ultrapassa as questões de classe, de Um secreto desejo era ser toureiro, gostava de ver
gênero e de consciência de mundo, é um elemento de sangue.
grande significação no romance, Rodrigo e Macabéa se
confundem. Rodrigo S. M.: Narrador-personagem da história. Ele
tem domínio absoluto sobre o que escreve. Inclusive
3. A vida de Macabéa - O narrador conta como tece a sobre a morte de Macabéa, no final.
narrativa.
Glória: Filha de um açougueiro, nascida e criada no
Narrador e protagonista, inseridos em uma escrita Rio de Janeiro, Glória rouba Olímpico de Macabéa.
descontínua e imprevisível, permitem ao leitor a Tem um quê de selvagem, cheia de corpo, é esperta,
reflexão sobre uma época de transição, de incoerência, atenta ao mundo.
como um movimento em busca de uma nova
estruturação da obra literária similar à insegurança, à Madame Carlota: É a mulher de Olaria que porá as
ansiedade e ao sofrimento. O tema é oferecido, cartas do baralho para "ler a sorte"de Macabéa.
socializando a possibilidade de ruptura. Contará que foi prostituta quando jovem, que depois
O narrador revela seu amor pela personagem principal montou uma casa de mulheres e ganhou muito
e sofre com a sua desumanização, mas, também, com dinheiro com isso. Come bombons, diz que é fã de
a própria tendência em tornar-se insensível. Jesus Cristo e impressiona Macabéa. Na verdade,
O foco narrativo escolhido é a primeira pessoa. O Madame Carlota é uma enganadora vulgar.
narrador lança mão, como recurso, das digressões, o
que, aspectualmente parece dar à narrativa uma Outras personagens: As três Marias que moram com
característica alinear. Não se engane: ele foge para o Macabéa no mesmo quarto, o médico que a atende e
passado a fim de buscar informações. diagnostica a gravidade da tuberculose e o chefe, seu
Raimundo, que reluta em mandá-la embora.
Espaço / Tempo
Enredo
O Rio de Janeiro é o espaço. Ocorre que o espaço
físico, externo, não importa muito nesta história. O Macabéa (Maca) foi criada por uma tia beata, após a
"lado de dentro"das criaturas é o que interessa aos morte dos pais quando tinha dois anos de idade.
intimistas. Acumula em seu corpo franzino a herança do sertão,
Pelos indícios que o narrador nos oferece, o tempo é ou seja, todas as formas de repressão cultural, o que a
época em que Marylin Monroe já havia morrido - deixa alheia de si e da sociedade. Segundo o narrador,
possivelmente a década de 60 em seu fim ou a de 70 ela nunca se deu conta de que vivia numa sociedade
em seus começos - mas faz ainda um grande sucesso técnica onde ela era um parafuso dispensável.
como mito que povoa a cabeça e os sonhos de
Macabéa. Ignorava até mesmo porque se deslocara de Alagoas
Embora a história de Macabea seja profundamente até o Rio de Janeiro, onde passou a viver com mais
dramática, a narrativa é toda permeada de muito quatro colegas na Rua do Acre. Macabéa trabalha
humor e ironia. O próprio nome da protagonista como datilógrafa numa firma de representantes de
constitui-se numa grande ironia (tragicomédia). roldanas, que fica na Rua do Lavradio. Tem por hábito
ouvir a Rádio Relógio, especializada em dizer as horas
Personagens e divulgar anúncios, talvez identificando com o
apresentador a escassez de linguagem que a converte
Macabéa: Alagoana, 19 anos e foi criada por uma tia num ser totalmente inverossímil no mundo em que
beata que batia nela (sobre a cabeça, com força); procura sobreviver. Tinha como alvo de admiração a
completamente inconsciente, raramente percebe o que atriz norte-americana Marilyn Monroe, o símbolo
há à sua volta. A principal característica de Macabéa é social inculcado pelas superproduções de Hollywood
a sua completa alienação. Ela não sabe nada de nada. na década de 1950.
Feia, mora numa pensão em companhia de 3 moças Macabéa recebe de seu chefe, Raimundo Silveira, por
que são balconistas nas Lojas Americanas (Maria da quem ela estava secretamente apaixonada, o aviso de
Penha, Maria da Graça e Maria José). Macabéa recebe que será despedida por incompetência. Como
o apelido de Maca e é a protagonista da história. Macabéa aceita o fato com enorme humildade, o chefe
Possivelmente o nome Macabéa seja uma alusão aos se compadece e resolve não despedi-la imediatamente.
macabeus bíblicos, sete ao todo, teimosos, criaturas Seu namorado, Olímpico de Jesus, era nordestino
destemidas demais no enfrentamento do mundo; a também. Por não ter nada que ajudasse Olímpico a
alusão, no entanto, faz-se pelo lado do avesso, pois progredir, ela o perde para Glória, que possuía
Macabéa é o inverso deles. atrativos materiais que ele ambicionava.
Glória, com certo sentimento de culpa por ter
Olímpico: Olímpico se apresentava como Olímpico roubado o namorado da colega, sugere a Macabéa que
de Jesus Moreira Chaves. Trabalhava numa vá a uma cartomante, sua conhecida. Para isso,
metalúrgica e não se classificava como "operário": era empresta-lhe dinheiro e diz-lhe que a mulher, Madame
um "metalúrgico". Ambicioso, orgulhoso e matara um Carlota, era tão boa, que poderia até indicar-lhe o jeito
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LITERATURA
de arranjar outro namorado. Macabéa vai, então, à estrela-d’alva. A beira do campo, escura, como
cartomante, que, primeiro, lhe faz confidências sobre um muro baixo, quebrava-se, num ponto,
seu passado de prostituta; depois, após constatar que a dourado rombo, de bordas estilhaçadas. Por ali,
nordestina era muito infeliz, prediz-lhe um futuro se balançou para cima, suave, aos ligeiros
maravilhoso, já que ela deveria casar-se com um belo vagarinhos, o meio-sol, o disco, o liso, o sol, a luz
homem loiro e rico - Hans - que lhe daria muito luxo e por tudo. Agora, era a bola de ouro a se equilibrar
amor. no azul de um fio. O Tio olhava no relógio. Tanto
, tempo que isso, o Menino nem exclamava.
Macabéa sai da casa de Madame Carlota 'grávida de Apanhava com o olhar cada sílaba do horizonte.
futuro', encantada com a felicidade que a cartomante
lhe garantira e que ela já começava a sentir. Então, Sobre o trecho acima, do conto Os cimos, de
logo ao descer a calçada para atravessar a rua, é Guimarães Rosa, é incorreto afirmar que:
atropelada por um luxuoso Mercedes Benz amarelo. a) é texto descritivo caracterizador da natureza,
Esta é a hora da estrela de cinema, onde ela vai ser representada pela presença da ave e do amanhecer.
"tão grande como um cavalo morto". b) utiliza recursos de linguagem poética como a
onomatopéia, a metáfora e a enumeração.
Ao ser atropelada, Macabéa descobre a sua c) descreve o tucano, utilizando frase nominal e de
essência: “Hoje, pensou ela, hoje é o primeiro dia de minha encadeamento de palavras com força adjetiva.
vida: nasci”. Há uma situação paradoxal: ela só nasce, d) apresenta um estilo repetitivo que confunde o leitor e
ou seja, só chega a ter consciência de si mesma, na impede a manifestação da força poética do texto.
hora de sua morte. Por isso antes de morrer repete e) pinta com luz e cor a linha do horizonte, onde em
sem cessar: “Eu sou, eu sou, eu sou, eu sou”. “dourado rombo, de bordas estilhaçadas”, nasce o sol.
Por ter definido a sua existência é que Macabéa 3. (UFLA) No conto Os Cimos (Primeiras Estórias,
pronuncia uma frase que nenhum dos transeuntes Guimarães Rosa), o menino mostra-se
entende: essencialmente
a) corajoso
“Quanto ao futuro.” (...) “Nesta hora exata Macabéa sente um b) determinado
fundo enjôo de estômago e quase vomitou, queria vomitar o que c) esperto
não é corpo, vomitar algo luminoso. Estrela de mil pontas.” d) revoltado
e) inseguro
Com ela morre também o narrador, identificado com a
escrita do romance que se acaba. 3. (UFRN-RN) O fragmento textual que segue,
retirado da narrativa A terceira margem do rio, de
João Guimarães Rosa, servirá de base para esta
questão.
EXERCÍCIOS Sou homem de tristes palavras. De que era que eu tinha tanta,
tanta culpa? Se o meu pai, sempre fazendo ausência: e o rio-rio-
1. (PUC-SP) O livro Primeiras Estórias, de João rio — o rio — pondo perpé tuo [grifo nosso]. Eu sofria já o
Guimarães Rosa, começa com o conto As começo da velhice — esta vida era só o demoramento. Eu
margens da alegria e termina com Os cimos. mesmo tinha achaques, ânsias, cá de baixo, cansaços,
Há uma semelhança entre eles que é a perrenguice de reumatismo. E ele? Por quê? Devia de padecer
caracterização do mundo interior de um menino, demais.
através de recursos do discurso indireto livre. De tão idoso, não ia, mais dia menos dia, fraquejar o vigor,
Sobre esses dois contos, é possível afirmar que: deixar que a canoa emborcasse, ou que bubuiasse sem pulso, na
a) os contos tratam do mesmo tema, ou seja, relatam levada do rio, para se despenhar horas abaixo, em tororoma e
situações vividas por um menino em companhia de no tombo da cachoeira, brava, com o fervimento e morte.
seus tios, situações essas marcadas por envolvimentos Apertava o coração. Ele estava lá, sem a minha tranqüilidade.
emocionais diferentes. Sou o culpado do que nem sei, de dor em aberto, no meu foro.
b) o segundo conto é uma continuação do primeiro e, em Soubesse — se as coisas fossem outras. E fui tomando ideia.
ambos, a viagem se faz em estado de sonho.
c) as personagens e o contexto são os mesmos e em ROSA, João Guimarães. Primeiras estórias. Rio de Janeiro: J. Olympio,
1976.
ambas as narrativas o menino se encanta com
a beleza e o esplendor de um tucano.
No quadro do Modernismo literário no Brasil, a
d) o primeiro conto é marcadamente psicológico e
obra de Guimarães Rosa destaca-se pela
poético e o segundo é mais satírico e prosaico.
inventividade da criação estética.
e) o desfecho de ambos é trágico e inusitado e nega os
Considerando-se o fragmento em análise, essa
títulos de ambas as narrativas.
inventividade da narrativa Roseana pode ser
constatada através do(a):
2. (PUC-SP) E o tucano, o voo, reto, lento como se
a) recriação do mundo sertanejo pela linguagem, a partir
voou embora, xô, xô! mirável, cores pairantes, no
da apropriação de recursos da oralidade.
garridir; fez sonho. Mas a gente nem podendo
b) aproveitamento de elementos pitorescos da cultura
esfriar de ver. Já para o outro imenso lado
regional que tematizam a visão de mundo simplista do
apontavam. De lá, o sol queria sair, na região da homem sertanejo.
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LITERATURA
c) resgate de histórias que procedem do universo faltas, e encontra o sentido da vida na confissão final
popular, contadas de modo original, opondo realidade que faz a Seu José, mestre capina.
e fantasia. e) O poema narra as muitas experiências da morte,
d) sondagem da natureza universal da existência humana, testemunhadas pelo migrantes, mas culmina com
através de referência a aspectos da religiosidade a cena de um nascimento, signo resistente da vida nas
popular. mais ingratas condições.
e) Todas as afirmativas são corretas.
8. Considere as seguintes comparações entre Vidas
5. É correto afirmar que, em Morte e Vida Severina: secas e A hora da estrela:
a) A alternância das falas de ricos e de pobres, em I. Os narradores de ambos os livros adotam um estilo
contraste, imprime à dinâmica geral do poema o ritmo sóbrio e contido, avesso a expansões emocionais,
da luta de classes. condizente com o mundo de escassez e privação que
b) A visão do mar aberto, quando Severino finalmente retratam.
chega ao Recife, representa para o retirante a primeira II. Em ambos os livros, a carência de linguagem e as
afirmação da vida contra a morte. dificuldades de expressão, presentes, por exemplo, em
c) O caráter de afirmação da vida, apesar de toda a Fabiano e Macabéa, manifestam aspectos da opressão
miséria, comprova-se pela ausência da ideia de social.
suicídio. III. A personagem sinha Vitória (Vidas secas), por viver
d) As falas finais do retirante, após o nascimento de seu isolada em meio rural, não possui elementos de
filho, configuram o “momento afirmativo”, por referência que a façam aspirar por bens que não
excelência, do poema. possui; já Macabéa, por viver em meio urbano, possui
e) A viagem do retirante, que atravessa ambientes menos sonhos típicos da sociedade de consumo.
e mais hostis, mostra-lhe que a miséria é a mesma,
apesar dessas variações do meio físico. Está correto apenas o que se afirma em:
a) I.
6. É correto afirmar que no poema dramático Morte b) II.
e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto: c) III.
a) A sucessão de frustrações vividas por Severino faz d) I e II.
dele um exemplo típico de herói moderno, cuja e) II e III.
tragicidade se expressa na rejeição à cultura a que
pertence. 9. A obra A hora da estrela, de Clarice Lispector
b) A cena inicial e a final dialogam de modo a indicar marca-se pela depuração da arte de escrever e
que, no retorno à terra de origem, o retirante estará dialoga com todo o universo ficcional da autora.
munido das convicções religiosas que adquiriu com o Despontam nela as perplexidades da narrativa
mestre carpina. moderna. Indique a alternativa que NÃO condiz
com esse romance entendido como um todo:
c) O destino que as ciganas prevêem para o recém-
nascido é o mesmo que Severino já cumprira ao longo a) A história são as fracas aventuras de uma moça
de sua vida, marcada pela seca, pela falta de trabalho e alagoana, “numa cidade toda feita contra ela”, o Rio de
pela retirada. Janeiro.
d) O poeta buscou exprimir um aspecto da vida b) Macabéa, personagem do romance, tem a coragem e o
nordestina no estilo dos autos medievais, valendo-se heroísmo dos fortes e se torna, na vida, a grande
da retórica e da moralidade religiosa que os estrela com que sempre sonhou.
caracterizam. c) A estrela que dá título à obra é a estrela de cinema e só
e) O “auto de natal” acaba por definir-se não exatamente aparece mesmo na hora da morte.
num sentido religioso, mas enquanto reconhecimento d) A narrativa constrói-se da alternância entre as
da força afirmativa e renovadora que está na própria reflexões do narrador que parece narrar a si mesmo e
natureza. os fatos apresentados que dão o retrato da
protagonista.
7. A leitura integral de Morte e Vida Severina, de e) O espaço da ação é o social-urbano, mas restrito à
João Cabral de Melo Neto, permite a correta “Rua do Acre para morar” e à “Rua do Lavradio para
compreensão do título desse “auto de natal trabalhar”.
pernambucano”:
a) Tal como nos Evangelhos, o nascimento do filho de 10. A respeito de A Hora da Estrela, de Clarice
Seu José anuncia um novo tempo, no qual a Lispector, indique a alternativa que NÃO
experiência do sacrifício representa a graça da vida confirma as possibilidades narrativas do romance:
eterna para tantos “severinos”. a) Livro com muitos títulos que se resumem à história de
b) Invertendo a ordem dos dois fatos capitais da vida uma inocência pisada, de uma miséria anônima.
humana, mostra-nos o poeta que, na condição b) História do narrador Rodrigo M. S., que se faz
“severina”, a morte é a única e verdadeira libertação. persona-gem, narrando-se a si mesmo e competindo
c) O poeta dramatiza a trajetória de Severino, usando o com a protagonista.
seu nome como adjetivo para qualificar a sublimação c) História da própria narração, que conta a si mesma,
religiosa que consola os migrantes nordestinos. problematizando a difícil tarefa de narrar.
d) Severino, em sua migração, penitencia-se de suas d) História de Macabéa, moça anônima e que não fazia
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LITERATURA
Texto
Ana ainda teve tempo de pensar por um segundo que
EXERCÍCIOS os irmãos viriam jantar — o coração batia-lhe
violento, espaçado. Inclinada, olhava o cego
Texto (questão 01) profundamente, como se olha o que não nos vê. Ele
mascava goma na escuridão. Sem sofrimento, com os
Sentimental olhos abertos. O movimento da mastigação fazia-o
parecer sorrir e de repente deixar de sorrir, sorrir e
Ponho-me a escrever teu nome deixar de sorrir — como se ele a tivesse insultado, Ana
com letras de macarrão. olhava-o. E quem a visse teria a impressão de uma
No prato, a sopa esfria, cheia de escamas mulher com ódio. Mas continuava a olhá-lo, cada vez
e debruçados na mesa todos contemplam mais inclinada — o bonde deu uma arrancada súbita,
esse romântico trabalho. jogando-a desprevenida para trás, o pesado saco de
(...) tricô despencou-se do colo, ruiu no chão — Ana deu
um grito, o condutor deu ordem de parada antes de
ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia poética. Rio de Janeiro: saber do que se tratava — o bonde estacou, os
Record, 2001. passageiros olharam assustados.
Texto (questão 01) LISPECTOR, Clarice. “Amor” In Laços de Família. Rio de
Janeiro, Editora Rocco, 2000.
Graciliano Ramos
Texto (questão 02)
Falo somente do que falo:
do seco e de suas paisagens, Sem fazer véspera. Sou doido? Não. Na nossa casa, a
Nordestes, debaixo de um sol palavra doido não se falava, nunca mais se falou, os
ali do mais quente vinagre: anos todos, não se condenava ninguém de doido.
e onde estão os solos inertes Ninguém é doido. Ou, então, todos. Só fiz, que fui lá.
de tantas condições caatinga Com um lenço, para o aceno ser mais. Eu estava
em que só cabe cultivar muito no meu sentido. Esperei. Ao por fim, ele
o que é sinônimo da míngua. apareceu, aí e lá, o vulto. Estava ali, sentado à popa.
Estava ali, de grito. Chamei, umas quantas vezes. E
NETO, João Cabral de Melo. Poesia Completa e Prosa. São Paulo, falei, o que me urgia, jurado e declarado, tive que
Editora Nova Aguilar, 1999. reforçar a voz: — "Pai, o senhor está velho, já fez o
1. Com base nos fragmentos, assinale a alternativa seu tanto... Agora, o senhor vem, não carece mais... O
CORRETA. senhor vem, e eu, agora mesmo, quando que seja, a
a) São poemas representativos de uma estética, que ambas vontades, eu tomo o seu lugar, do senhor, na
defendia a métrica regular, o preciosismo da palavra, canoa!... E, assim dizendo, meu coração bateu no
sendo esses exemplos isolados, escritos para serem compasso do mais certo.”
lidos na Semana de Arte Moderna, em 1922, data
escolhida pelos organizadores para a comemoração do ROSA, João Guimarães. “A terceira margem do rio” In Primeiras
centenário da Independência do Brasil. Estórias. Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira, 1988.
b) Em “Sentimental”, em razão da situação propícia – o
momento em que a sopa esfria no prato –, o eu lírico, 2. Considerando os textos, analise as afirmativas a
por meio de seu gesto, informa a todos que o rodeiam seguir:
o sofrimento intenso, a dor dilacerante, a angústia I. A linguagem utilizada por Lispector anuncia uma
desmedida, oriundos do amor vivenciado mas não narrativa cuja principal característica é, por meio dos
correspondido. desvarios das personagens centrais e secundárias,
c) Em “Graciliano Ramos”, o eu lírico, consciente da promover e possibilitar denúncias sociais e históricas.
fragilidade geográfica do homem nordestino, declara II. Guimarães Rosa procura, por meio de uma linguagem
seu amor ao que não é considerado “Nordestes” e sofisticada, trazer à tona as inquietudes e as angústias
explica a desvalia e a insegurança de quem vive de um homem sertanejo cansado de sua família e que
“debaixo de um sol”, nos “solos inertes”, naquilo que decidiu ir à procura de novas aventuras amorosas para
é “sinônimo da míngua”. a sua vida.
d) No texto 04, Carlos Drummond de Andrade, de III.O encontro com o cego que masca chiclete provoca
maneira idiossincrática, cria uma imagem, por meio da em Ana um sentimento de inquietação. Ana vivencia
qual o eu lírico homenageia o amor. No texto 05, João uma espécie de epifania, ocorrência, por sinal, comum
Cabral de Melo Neto, no título e na temática tratada também em outras narrativas de Lispector.
no poema, homenageia o autor de Vidas Secas. IV. No texto 06, o narrador discorda daqueles que têm seu
e) Nos textos analisados, é perceptível uma referência ao pai como louco. Na sua narrativa, Guimarães Rosa
homem sertanejo, que sobrevive na adversidade, em põe o leitor para refletir sobre desejos humanos, como
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LITERATURA
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LITERATURA
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LITERATURA
Noigrandes – Segundo Augusto de Campos esta O manifesto, com texto datado de 1961, sai como
palavra significa “antídoto contra o tédio”. posfácio do livro Lavra-Lavra (1962), de Mário
Chamie. Os adeptos dessa corrente pretendem
Plano-piloto para poesia concreta: mostrar que a palavra traz em si um mundo, cujo
significado está nela mesma, ou seja, a palavra seria um
Poesia concreta: produto de uma evolução crítica de elemento dotado de vida, de energia, independente do
formas. Dando por encerrado o ciclo histórico do contexto.
verso (unidade rítmico-formal), a poesia concreta
começa por tomar conhecimento do espaço gráfico Que é poema-práxis? É o que organiza e monta,
como agente estrutural. esteticamente, uma realidade situada, segundo três
Espaço qualificado: estrutura espaço-temporal, em condições de ação:
vez de desenvolvimento meramente temporístico- O ato de compor;
linear. A área de levantamento da composição;
O ato de consumir.
se
nasce nasce O ato de consumir é, para nós, o ato da leitura ao nível da
morre nasce morre consciência dos leitores. Não significa que devamos escrever para
renasce remorre renasce o leitor, segundo a sua educação e o seu alcance intelectual, numa
remorre renasce sociedade de privilégio. Trata-se de atender ao modo de ser dessa
remorre consciência projetada em cada situação. Qual é, hoje, esse modo
redenasce de ser? É a utilidade. E o que é a utilidade para essa
desmorre desnace consciência? É tudo aquilo que ela pode usar e auferir ao nível
desmorre desnace desmorre de seus fins.
nascermorrenasce
morrenasce Medir é a medida
morre Mede
se A terra, medo do homem, a lavra;
(Haroldo de Campos) Lavra
beba coca cola ‘duro campo, muito cerco, vária várzea.
babe cola Repudiando a palavra-coisa do Concretismo, o poeta
beba coca práxis considera a palavra-energia, a palavra corpo
babe cola caco vivo.
caco
cola Poema / Processo
cloaca
(Décio Pignatari) É a proposta mais radical, o manifesto aparece no
jornal O SOL (1967) assinado por Wlademir Dias-
Ao exportarem a poesia concreta a vários países do Pino e Álvaro de Sá. A beleza do poema/processo está
Primeiro Mundo, os artistas realizaram os ideais de na técnica de criação, não necessariamente no poder
Oswald de Andrade. de expressão.
Poema/processo é aquele que, a cada nova experiência, inaugura
Poesia Neoconcreta processos informacionais. Essa informação pode ser estética ou
não: o importante é que seja funcional e, portanto, consumida. O
É a dissidência da poesia concreta no Rio de Janeiro; poema resolve-se por si mesmo, desencadeando-se, não precisando
seu manifesto foi lançado em 1959 em O JORNAL de interpretação para a sua justificação.
DO BRASIL. Reagindo contra os excessos de
Concretismo, este movimento propõe uma poesia
social, mais comunicativa e voltada para os problemas
do país. Destacam-se Ferreira Gullar, Thiago de Melo
e José Paulo Paes.
O neoconcreto nasce de uma necessidade de exprimir,
dentro da linguagem estrutural da nova plástica, a
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LITERATURA
O inconformismo com os moldes literários impostos *A imagem que ilustra o artigo foi feita a partir de capas de
pela academia e com a chamada “cultura oficial” discos e livros dos artistas citados.
brasileira, responsável por deixar à margem toda
produção cultural que estava fora dos padrões, foi a Por Luana Castro (Equipe do Brasil Escola) Graduada
força motriz para esse grupo de artistas criativos que em Letras
subverteram a mesmice ao propor uma constante
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LITERATURA
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LITERATURA
O Palhaço realiza, nessa peça, o papel do Corifeu, no O texto é composto de três atos que, característica do
teatro clássico, e sua intervenção corresponde à teatro de Suassuna, podem ser representados de forma
parábase da comédia clássica – trecho fora do enredo independente. Cada ato apresenta uma história
dramático em que as ideias e as intenções ficam completa que não tem necessidade de estar ligada ao
claramente expressas: ato que a segue ou a precede. Seguindo a tradição
medieval, Suassuna introduz cada ato por um prólogo
PALHAÇO: “Ao escrever esta peça, onde combate o e o termina por um exemplo, uma lição. No prólogo
mundanismo, praga de sua igreja, o autor quis ser ele anuncia o que vai se passar, descreve o espaço
representado por um palhaço, para indicar que sabe, cênico e introduz os personagens. Para criar o aspecto
mais do que ninguém, que sua lama é um velho catre, dramático da obra, o autor se serve da oposição entre
cheio de insensatez e de solércia. Ele não tinha o os personagens, dos conflitos de situação gerados por
direito de tocar nesse tema, mas ousou fazê-lo, esta oposição. Sempre dando características específicas
baseado no espírito popular de sua gente, porque a cada personagem, Suassuna traça um retrato dos dois
acredita que esse povo sofre, é um povo e tem direito casais que protagonizam a obra: Simão e Nevinha,
a certas intimidades” (p.23-24). Aderaldo e Clarabela.
... Espero que todos os presente aproveitem os
ensinamentos desta peça e reformem suas vidas, se Simão é pobre, poeta, preguiçoso, escritor de origem
bem que eu tenho certeza de que todos os que estão rural que, por força das circunstâncias, vive no meio
aqui são uns verdadeiros santos, praticantes da virtude, de uma burguesia urbana. Ele é dotado de uma grande
do amor a Deus e ao próximo, sem maldade, sem capacidade de criação associada a um humor
mesquinhez, incapazes de julgar e de falar mal dos espontâneo e debochado. O personagem revela um
outros, generosos, sem avareza, ótimos patrões, desligamento material incomparável, um pronunciado
excelentes empregados, sóbrios, castos e pacientes individualismo, mas ao lado dessas qualidades o que
(p.137). sobressai é um grande amor, uma confiança total e um
certo devotamento a sua mulher Nevinha. Mulher de
A intenção moral, ou moralidade da peça, fica muito origem humilde, fiel e digna, consciente de seus
clara, desde que se torne claro, também, que essa deveres para com seu marido e filhos, mostra uma
intenção vincula-se a uma linha de pensamento forte religiosidade e um certo conformismo aliado a
religioso, e da Igreja Católica. um sentimento de inferioridade característica da classe
social a que pertence.
A Farsa da Boa Preguiça
Aderaldo representa o burguês enriquecido graças ao
A obra de Ariano Suassuna intitulada Farsa da boa trabalho dos pobres. É um ser lascivo que quer a todo
preguiça, escrita em 1960 é considerada pela crítica custo possuir a esposa de Simão. Ele tenta seduzi-la,
como uma de suas obras primas. Ela tem como tema o inúmeras vezes, com a promessa de bens materiais.
elogio à preguiça, ou como melhor define seu autor o Ligado ao dinheiro, acredita fácil possuir as pessoas da
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LITERATURA
mesma forma que possui coisas. Clarabela, casada com Viva a preguiça de Deus
Aderaldo, é uma falsa intelectual, fútil e lasciva, que Que criou a harmonia,
abusa de expressões difíceis, a fim de mostrar uma Que criou o mundo e a vida,
erudição que não possui. Intolerante, superficial e Que criou tudo o que cria!
hipócrita, quer ser reconhecida como uma mulher Viva o ócio dos Poetas
culta, tanto quanto seu marido deseja ser um homem Que tece a beleza e fia!
de poder, o que os aproxima, pois são desejos que Viva o povo brasileiro,
representam uma vontade obstinada de ascensão Sua fé, sua poesia,
social, numa sociedade materialista que não vê e não Sua altivez na pobreza,
considera senão o lado aparente das coisas. Fonte de força e Poesia! (Suassuna, 1979:181)
Bernarda Soledade, a origem de todo o mal. Este parte de uma trama, de revoltosos com a dominação
enredo, do romance “A história de Bernarda Soledade de Bernarda sobre a terra dos outros. E que estes a
– a tigre do sertão”, o primeiro de Raimundo Carrero, chamam de tigre. Mas, em vez de dar cabo ao plano e
com então 25 anos, revela que é do mesmo autor da destruir Puchinãnã, Anrique propõe destruir os líderes
obra “O amor não tem bons sentimentos” da revolta. Para isso, teria que voltar a Santo Antônio
(Iluminuras, 2007). do Salgueiro na mesma noite, junto com guerreiros
Nada de romance açucarado: Carrero tem é desajuste armados, e matar os principais líderes – que esperavam
para mostrar. Suas temáticas são fortes, do primeiro ao Anrique para fazer a destruição da fazenda. “- Pois é,
mais recente trabalho. Quem o conhe-ce como pessoa, minha gente, não sou mais o chefe dos rebeldes. Não
e não sua literatura, surpreende-se como figura tão cometo nenhuma traição, porque estou ao lado do
doce e afável se transforma tanto quando artista. meu sangue. Agora, ouçam bem: todos os rebeldes,
Quem conhece os dois Carreros, logo imagina que ser bem armados, estão na praça do povoado. Aguardam-
humano complexo se esconde por trás da vasta barba me para as últimas instruções. Acreditem em mim,
branca… confiem em mim. Vamos matar, pelo menos, os
quatro chefes mais importantes, os que provocaram e
A história se desenrola em dois planos: o do tempo traçaram a rebeldia”, prega.
presente, das mulheres Gabriela (mãe), Bernarda e A matança se dá na cidade, sendo Pedro Lucas, filho
Inês (irmãs) e o do passado, contando a história de de Lucas Geremias (um dos maiores rebeldes) um dos
Puchinãnã. O primeiro é sinalizado em capítulos por poucos a sobreviver por parte dos revoltosos. Anrique
numerais romanos, o segundo em ordem alfabética. e Bernarda voltam como vitoriosos para Puchinãnã.
Todo o tempo presente é dado numa noite e início de Mas o desejo de vingança cresce dentro da população
dia. Nesse período, uma chuva forte, que atiça os de Salgueiro.
cavalos a relincharem, faz as irmãs e a mãe a temerem
pelo pior. Falam em volta dos mortos. E aí se explica Pedro Lucas jura vingar a morte do seu pai e ele tinha
quem morreu e como. Sem quê nem porquê, apenas contatos com Puchinãnã. Havia namorado Inês
como se fosse uma fonte louca de desejo por poder, Soledade e costumava tomar banhos nus com ela à
Bernarda Soledade desejou expandir os domínios de noite. Ainda que, segundo Carrero, não fizesse nada
sua fazenda para muito além, conquistando terras além de beijar seus cabelos e seios, embora estivessem
alheias e caçando animais selvagens na localidade. nus, em alta madrugada, sozinhos…
Mesmo sem o apoio do pai, ela comandou homens
que avançaram sobre essas terras, deixando muitos Pedro Lucas convence Inês Soledade a se vingar de
incomodados. Estes organizam uma reação, Anrique, tio que virou amante de sua irmã e que já
capitaneada por Anrique, tio de Bernarda. Anrique se havia matado o seu pai. Inês topa e armam um plano.
aproxima da fazenda dela, dizendo que quer trabalhar Ela iria chamar Anrique para um de seus banhos, em
lá como adestrador de animais (uma função que era alta madrugada, insinuando que se entregaria para o
exercida pela própria Bernarda). Mas, na verdade, tio, assim como fez Bernarda. O chamado era uma
planejava matar Militão Soledade, seu irmão, emboscada, pois Pedro Lucas estava preparado para
desvirginar Bernarda e acabar com a fazenda matar Anrique e seu belo cavalo, Imperador, além de
Puchinãnã. destruir Puchinãnã. Só depois de matar o tio e seu
cavalo e deixar outros rebeldes atacarem a casa grande
Bernarda é mulher de nascença, mas homem de da Fazenda, é que ele procura Inês Soledade para um
atitude. Nenhum traço de feminilidade nos revela sexo brutal, algo próximo de um estupro. A casa
Carrero em sua protagonista. Assim ela justifica a grande é derrotada. O mundo de dominação de
tomada das terras e de animais: “- Naquelas matas, Puchinãnã morre, sem Anrique e com os outros
vamos caçar muitos cavalos. Em Puchinãnã, falta um funcionários fugindo. Bernarda ainda dá a luz a uma
homem de músculos fortes. Poderia sair do meu filha, fruto do relacionamento com o tio, já morto. A
ventre. Entretanto, não passo de uma mulher seca. filha também não dura muito tempo viva.
Nenhum homem quis pousar sobre o meu corpo alvo.
E os cavalos serão a presença do macho”. Decidida, No plano do presente, a narrativa inteira se dá numa
auto-suficiente e sem sentimentos, assim é Bernarda. noite de muita chuva. A mãe, Gabriela Soledade, fica
Já trabalhando na fazenda, Anrique mata o irmão louca após a morte do coronel, e toda hora imagina
enforcado, numa morte, para os outros, misteriosa. que o seu noivo virá, e fará muitas festas. Enquanto a
Depois vai planejando tudo até que decide se bandear mãe delira, Bernarda dá ordens, manda rezar, mostra-
para o lado da sobrinha, logo depois de possuí-la no se uma mulher seca. Inês faz um bordado. No meio da
curral. “Anrique, pequeno e feio, próprio para a madrugada, em más lembranças, Bernarda vai até o
domação de animais”, descreve o autor, seria o local em que enterrou sua filha, que morreu muito
homem perfeito para tirar a virgindade de Bernarda. cedo, e foi sempre rejeitada. Bernarda queria um
“E era assim mesmo que ela desejava um homem. Um homem para cuidar de Puchinãnã e não mais uma
homem que fosse, ao mesmo tempo, o domador e o mulher. Inês disse que o destino de Puchinanã era ser
animal, para que sentisse domada e domadora. [...] Ele cuidado por mulheres, mas Bernarda rejeitava. Até esta
a beijou nos cabelos, na testa, no busto. Foram brutos, noite, no meio da chuva e desespero, ir pedir desculpa
mais brutos que as feras.” ao corpo de sua filha.
Inês sai à procura de Bernarda e, quando as duas
Após o sexo no curral, Anrique conta que tudo fazia voltam para casa, a mãe tinha saído. Encontram-na
depois no curral, pisada por cavalos. Bernarda diz que
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LITERATURA
não vai enterrar sua mãe, mas deixar ela apodrecer maio de 1994, aos 87 anos de idade.
dentro de casa. Pouco depois, Inês entra em trabalho Por Jussara de Barros (Equipe Brasil Escola)
de parto (embora escondesse da própria família que Graduada em Pedagogia
estava grávida da única vez que fez sexo, com Pedro
Lucas – ô homem azarado) e tem o filho sozinha. É Manoel de Barros
um homem, informa Bernada, que depois vem acudi- “O que escrevo resulta de meus armazenamentos ancestrais e de
la. Ela aproveita e joga o menino num rio. Apenas meus envolvimentos com a vida. Sou filho e neto de bugres,
informa a irmã, sem protestos por parte dela, de que andarejos e portugueses melancólicos. Minha infância levei com
agora não queria nenhum homem em Puchinãnã. árvores e bichos do chão. Penso que a leitura e a frequentação
O enredo de sangue não anula as incoerências e das artes desabrocha a imaginação para um mundo mais puro.
estranhezas do romance. Acho que uma inocência infantil nas palavras é salutar diante
Mário Quintana do mundo tão tecnocrata e impuro. Acho mais pura a palavra
do poeta que é sempre inocente e pobre".
Nascido em Alegrete, em 30 de julho de 1906, o poeta
gaúcho Mário Quintana tornou-se um dos principais Manoel de Barros
escritores brasileiros do século XX.
Seus primeiros textos foram publicados na revista O escritor mais famoso de Itabira, a 100 quilômetros
Hyloea, do próprio colégio em que frequentava, o de Belo Horizonte, Carlos Drummond de Andrade,
Colégio Militar de Porto Alegre, onde estudou por disse certa vez que não era o maior poeta brasileiro
cinco anos. vivo. Havia Manoel Wenceslau Leite de Barros. Ou
As principais características dos seus textos são a melhor, Manoel de Barros, autor de linhas e rimas
linguagem simples, clara, que fala de sentimentos e faz cheias de profundidade sobre simplicidades do dia a
alusões ao cotidiano. Fala do amor, das tristezas, da dia, as sutilezas das coisas "desimportantes". Do
infância, da morte, dentre outros. "apogeu do chão e do pequeno".
Mais tarde foi convidado para trabalhar na Editora Barros nasceu em Cuiabá, no dia 19 de dezembro de
Globo, tornando-se empregado do jornal Correio do 1916. Quando criança, ele passou boa parte de seus
Povo, no Rio Grande do Sul. dias no internato. Ao terminar a escola, foi para o Rio
Em 1940 foi publicado “Rua dos Cataventos”, seu de Janeiro onde se formou em Direito. Depois do
primeiro livro de poemas. casamento com Stella voltou para o Pantanal e
Em sua carreira desenvolveu trabalhos de tradução, assumiu uma fazenda de gado recebida como herança.
tendo o primeiro feito com a obra Palavras e Sangue, Lá, viveu até o fim da vida, em novembro de 2014.
de Giovanni Papini. Interpretou obras de autores Cronologicamente, o poeta pertence à terceira geração
renomeados como Marcel Proust, Honoré de Balzac, modernista, de 1945, assim como João Cabral de Melo
Graham Greene e Guy de Maupassant, tornando-se Neto (1920-1999) e João Guimarães Rosa (1908-
um dos responsáveis pelo acesso do povo brasileiro às 1967). Os autores dessa fase ficaram conhecidos pelo
obras da literatura internacional. apuro com as letras e menor apego a padrões estéticos.
Quintana teve seus poemas publicados no jornal Isso não significa que seja simples classificar a poesia
Correio do Povo, onde trabalhou por quarenta anos, de Barros em modernista, de vanguarda ou pós-
sendo este o maior veículo de divulgação de sua obra moderna. "Buscar uma classificação talvez seja uma
poética. Suas obras passaram a integrar os volumes forma inadequada de abordar uma poesia que
didáticos das escolas, sendo publicadas em vários questiona os padrões de uma sociedade obcecada com
exemplares de livros da língua portuguesa e de informação, classificação e eficiência", comenta
literatura. Rodrigo Franklin de Sousa, professor da Universidade
Uma das primeiras premiações que recebeu foi com o Presbiteriana Mackenzie e doutor em Letras pela
conto A Sétima Personagem, num concurso agenciado Universidade de Cambridge, na Inglaterra.
pelo jornal de Porto Alegre, Diário de Notícias. Com o tempo, o escritor conquistou notoriedade no
Ao completar sessenta anos de idade foi homenageado meio literário. Foi vencedor do Prêmio Jabuti duas
pelos amigos Paulo Mendes Campos e Rubem Braga, vezes, em 1990 e 2002, com as obras "O guardador de
com uma obra de sua antologia poética, com sessenta águas" (1989) e "O fazedor de amanhecer" (2001).
poemas inéditos, que recebeu o prêmio Fernando Seus leitores não são apenas brasileiros. Os livros do
Chinaglia como o melhor livro do ano. poeta foram traduzidos e publicados na França, nos
Em 1980 ganhou o prêmio literário, máximo, da Estados Unidos, na Espanha e em Portugal. Em 2008,
Academia Brasileira de Letras, o troféu Machado de sua trajetória e as peculiaridades dos seus poemas
Assis, que homenageia um conjunto de obras. foram tema do documentário "Só dez por cento é
Dentre tantas obras, as de maior destaque são: mentira", de Pedro Cezar.
Canções, 1945; O Aprendiz de Feiticeiro, 1950; Adélia Prado
Quintares, 1976; O Baú de Espantos, 1986; dentre
outros. Por Paula Perin dos Santos
Um de seus poemas mais conhecidos é o Poeminha Adélia Luiza Prado de Freitas nasceu em 1936 em
do Contra, após a terceira tentativa em conquistar uma Divinópolis-MG, onde cresceu e se educou. Formou-
cadeira na Academia Brasileira de Letras. O poema se em Filosofia e trabalhou como professora. Em 1971
diz: “Todos esses que aí estão, atravancando meu publicou o livro de poemas “A Lapinha de Jesus”,
caminho, eles passarão... eu passarinho”. junto com Lázaro Barreto. Cinco anos depois foi que
Mário Quintana faleceu em Porto Alegre, em 5 de publicou sozinha seu primeiro livro, Bagagem (1976),
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e) Trata-se de texto poético que destoa do conjunto da Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
obra Toda poesia por utilizar redondilhas maiores e ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
menores. É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
de vez em quando os cotovelos se esbarram,
5. O texto a seguir é a primeira estrofe do poema ele fala coisas como "este foi difícil"
“ovonovelo”, do poeta concretista Augusto de "prateou no ar dando rabanadas"
Campos. e faz o gesto com a mão
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha como um rio profundo.
Por fim, os peixes na travessa,
vamos dormir.
Coisas prateadas espocam:
somos noivo e noiva.
PRADO, Adélia.: www.jornaldepoesia.jor.br/ad01.html#casa.
7. Casamento
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Pula Fogueira e Cai, Cai balão. vilões, mágica chinesa e Ragtime. Os tempos não
eram propícios para receber a nova mensagem
cênica demasiado provo-cativa devido ao repicar
EXERCÍCIOS da máquina de escrever, aos zumbidos de sirene e
dínamo e aos rumores de aeroplano previstos por
1. A música pode ser definida como a combinação Cocteau para a partitura de Satie. Já a ação
de sons ao longo do tempo. Cada produto final coreográfica confirmava a tendência marca-
oriundo da infinidade de combinações possíveis damente teatral da gestualidade cênica, dada pela
será diferente, dependendo da escolha das notas, justaposição, colagem de ações isoladas seguindo
de suas durações, dos instrumentos utilizados, do um estímulo musical.
estilo de música, da nacionalidade do compositor
e do período em que as obras foram compostas. SILVA, S. M. O surrealismo e a dança. GUINSBURG, J.;
LEIRNER (org.). O surrealismo. São Paulo: Perspectiva, 2008
(adaptado).
3.
Som de preto
Figura 1 - http://images.quebarato.com.br/photos/big/2/D/15A12D_2.jpg.
Figura 2 - O nosso som não tem idade, não tem raça
http://ourinhos.prefeituramunicipal.net/dados/fotos/2009/07/07/normal.
Figura 3 -
E não tem cor.
http://www.edmontonculturalcapital.com/gallery/edjazzfestival/JazzQuartet. Mas a sociedade pra gente não dá valor.
jpg. Só querem nos criticar, pensam que somos animais.
Figura 4 - http://www.filmica.com/jacintaescudos/archivos/Led-Zeppelin.jpg.
Se existia o lado ruim, hoje não existe mais,
Das figuras que apresentam grupos musicais em porque o 'funkeiro' de hoje em dia caiu na real.
ação, pode-se concluir que o(os) grupo(s) Essa história de 'porrada', isso é coisa banal
mostrado(s) na(s) figura(s) Agora pare e pense, se liga na 'responsa':
a) 1 executa um gênero característico da música se ontem foi a tempestade, hoje virá a bonança.
brasileira, conhecido como chorinho. É som de preto
b) 2 executa um gênero característico da música clássica, De favelado
cujo compositor mais conhecido é Tom Jobim. Mas quando toca ninguém fica parado
c) 3 executa um gênero característico da música europeia,
Música de Mc's Amicka e Chocolate. In: Dj Malboro. Bem funk.
que tem como representantes Beethoven e Mozart. Rio de Janeiro, 2001 (adaptado).
d) 4 executa um tipo de música caracterizada pelos
instrumentos acústicos, cuja intensidade e nível de À medida que vem ganhando espaço na mídia, o
ruído permanecem na faixa dos 30 aos 40 decibéis. funk carioca vem abandonando seu caráter local,
e) 1 a 4 apresentam um produto final bastante associado às favelas e à criminalidade da cidade
semelhante, uma vez que as possibilidades de do Rio de Janeiro, tornando-se uma espécie de
combinações sonoras ao longo do tempo são símbolo da marginalização das manifestações
limitadas. culturais das periferias em todo o Brasil. O verso
que explicita essa marginalização é:
a) "O nosso som não tem idade, não tem raça".
2. No programa do balé Parade, apresentado em 18 b) "Mas a sociedade pra gente não dá valor".
de maio de 1917, foi empregada publicamente, c) "Se existia o lado ruim, hoje não existe mais".
pela primeira vez, a palavra surrealisme. Pablo d) "Agora pare e pense, se liga na 'responsa"'.
Picasso desenhou o cenário e a indumentária, e) "se ontem foi a tempestade, hoje vira a bonança".
cujo efeito foi tão surpreendente que se sobrepôs
à coreografia. A música de Erik Satie era uma 4. O Arlequim, o Pierrô, a Brighella ou a Colombina
mistura de jazz, música popular e sons reais tais são personagens típicos de grupos teatrais da
como tiros de pistola, combinados com as Commedia del'art, que, há anos, encontram-se
imagens do balé de Charlie Chaplin, caubóis e presentes em marchinhas e fantasias de carnaval.
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Esses grupos teatrais seguiam, de cidade em uma definição. Descobrimos que tínhamos de rejeitar
cidade, com faces e disfarces, fazendo suas todas as definições costumeiras porque elas não eram
críticas, declarando seu amor por todas as belas suficientemente abrangentes.
jovens e, ao final da apresentação, despediam-se O simples fato é que, à medida que a
do público com músicas e poesias. crescente margem a que chamamos de vanguarda
A intenção desses atores era expressar sua continua suas explorações pelas fronteiras do som,
mensagem voltada para a qualquer definição se torna difícil. Quando John Cage
a) crença na dignidade do clero e na divisão entre o abre a porta da sala de concerto e encoraja os ruídos
mundo real e o espiritual. da rua a atravessar suas composições, ele ventila a arte
b) ideologia de luta social que coloca o homem no centro da música com conceitos novos e aparentemente sem
do processo histórico. forma.
c) crença na espiritualidade e na busca incansável pela
justiça social dos feudos. SCHAFER, R. M. O ouvido pensante. São Paulo: Unesp, 1991. Adaptado.
d) ideia de anarquia expressa pelos trovadores iluministas
do início do século XVI. A frase "Quando John Cage abre a porta da sala
e) ideologia humanista com cenas centradas no homem, de concerto e encoraja os ruídos da rua a
na mulher e no cotidiano. atravessar suas composições", na proposta de
Schafer de formular uma nova conceituação de
5. Não é raro ouvirmos falar que o Brasil é o país das música, representa a
danças ou um país dançante. Essa nossa "fama" é bem a) acessibilidade à sala de concerto como metáfora,
pertinente, se levarmos em consideração a diversidade num momento em que a arte deixou de ser elitizada.
de manifestações rítmicas e expressivas existentes de b) abertura da sala de concerto, que permitiu que
Norte a Sul. Sem contar a imensa repercussão de nível a música fosse ouvida do lado de fora do teatro.
internacional de algumas delas. c) postura inversa à música moderna, que desejava
Danças trazidas pelos africanos escravizados, danças se enquadrar em uma concepção conformista.
relativas aos mais diversos rituais, danças trazidas d) intenção do compositor de que os sons extramusicais
pelos imigrantes etc. Algumas preservam suas sejam parte integrante da música.
características e pouco se transformaram com o passar e) necessidade do artista contemporâneo de atrair
do tempo, como o forró, o maxixe, o xote, o frevo. maior público para o teatro.
Outras foram criadas e são recriadas a cada instante:
inúmeras influências são incorporadas, e as danças 7. O folclore é o retrato da cultura de um povo. A dança
transformam-se, multiplicam-se. Nos centros urbanos, popular e folclórica é uma forma de representar a
existem danças como o funk, o hip hop, as danças de cultura regional, pois retrata seus valores, crenças,
rua e de salão. trabalho e significados. Dançar a cultura de outras
É preciso deixar claro que não há jeito certo ou errado regiões é conhecê-la, é de alguma forma se apropriar
de dançar. Todos podem dançar, independentemente dela, é enriquecer a própria cultura.
de biótipo, etnia ou habilidade, respeitando-se
as diferenciações de ritmos e estilos individuais. BREGOLATO, R. A. Cultura Corporal da Dança.
São Paulo: Ícone, 2007.
GASPARI, T. C. Dança e educação física na escola: implicações para a prática
pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008 (adaptado). As manifestações folclóricas perpetuam uma
tradição cultural, é obra de um povo que a cria,
recria e a perpetua. Sob essa abordagem deixa-se
Com base no texto, verifica-se que a dança, de identificar como dança folclórica brasileira
presente em todas as épocas, espaços geográficos a) o Bumba-meu-boi, que é uma dança teatral onde
e culturais, é uma personagens contam uma história envolvendo crítica
a) prática corporal que conserva inalteradas suas formas, social, morte e ressurreição.
independentemente das influências culturais da b) a Quadrilha das festas juninas, que associam festejos
sociedade. religiosos a celebrações de origens pagãs envolvendo
b) forma de expressão corporal baseada em gestos as colheitas e a fogueira.
padronizados e realizada por quem tem habilidade c) o Congado, que é uma representação de um reinado
para dançar. africano onde se homenageia santos através de música,
c) manifestação rítmica e expressiva voltada para as cantos e dança.
apresentações artísticas, sem que haja preocupação d) o Balé, em que se utilizam músicos, bailarinos e vários
com a linguagem corporal. outros profissionais para contar uma história em
d) prática que traduz os costumes de determinado povo forma de espetáculo.
ou região e está restrita a este. e) o Carnaval, em que o samba derivado do batuque
e) representação das manifestações, expressões, africano é utilizado com o objetivo de contar ou
comunicações e características culturais de um povo. recriar uma história nos desfiles.
6. Era um dos meus primeiros dias na sala de música. A 8. Por onde houve colonização portuguesa, a música
fim de descobrirmos o que deveríamos estar popular se desenvolveu básica-mente com o mesmo
fazendo ali, propus à classe um problema. instrumental. Podemos ver cavaquinho e violão
Inocentemente perguntei: — O que é música? atuarem juntos aqui, em Cabo Verde, em Jacarta, na
Passamos dois dias inteiros tateando em busca de Indonésia, ou em Goa. O caráter nostálgico,
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sentimental, é outro ponto comum da música das alternativa de lazer antes inexistente. Em cidades
colônias portuguesas em todo o mundo. O kronjong, a como o Rio de Janeiro ou São Paulo, formavam-se
música típica de Jacarta, é uma espécie de lundu mais equipes de som que promoviam bailes onde foi se
lento, tocado comumente com flauta, cavaquinho e disseminando um estilo que buscava a
violão. Em Goa não é muito diferente. valorização da cultura negra, tanto na música
como nas roupas e nos penteados. No Rio
De acordo com o texto de Henrique Cazes, de Janeiro ficou conhecido como "Black Rio". A
grande parte da música popular desenvolvida nos indústria fonográfica descobriu o filão e, lançando
países colonizados por Portugal compartilham discos de "equipe" com as músicas de sucesso
um instrumental, destacando-se o cavaquinho e o nos bailes, difundia a moda pelo restante do país.
violão. No Brasil, são exemplos de
música popular que empregam esses mesmos DAYRELL, J. A música entra em cena: o rap e o funk na socialização da
juventude. Belo Horizonte: UFMG, 2005.
instrumentos:
a) Maracatu e ciranda. A presença da cultura hip-hop no Brasil
b) Carimbó e baião. caracteriza-se como uma forma de
c) Choro e samba. a) lazer gerada pela diversidade de práticas artísticas
d) Chula e siriri. nas periferias urbanas.
e) Xote e frevo. b) entretenimento inventada pela indústria
fonográfica nacional.
9. Própria dos festejos juninos, a quadrilha nasceu como c) subversão de sua proposta original já nos
dança aristocrática. oriunda dos salões franceses, primeiros bailes.
depois difundida por toda a Europa. d) afirmação de identidade dos jovens que a praticam.
No Brasil, foi introduzida como dança de salão e, por e) reprodução da cultura musical norte-americana.
sua vez, apropriada e adaptada pelo gosto popular.
Para sua ocorrência, é importante a presença de um
mestre "mar-cante" ou "marcador", pois é quem
determina as figurações diversas que os dançadores
desenvolvem. Observa-se a constância das seguintes
marcações: "Tour", "En avant", "Chez des dames", "Chez
des cheveliê", "Cestinha de flor", "Balancê", "Caminho
da roça", "Olha a chuva", "Garranchê", "Passeio",
"Coroa de flores", "Coroa de espinhos" etc.
No Rio de Janeiro, em contexto urbano, apresenta
transformações: surgem novas figurações, o francês
aportuguesado inexis-te, o uso de gravações substitui a
música ao vivo, além do aspecto de competição, que
sustenta os festivais de quadrilha, promovidos por
órgãos de turismo.
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