QUÂNTICA
QUÂNTICA
QUÂNTICA
A mecânica quântica é a teoria física que obtém sucesso no estudo dos sistemas físicos
cujas dimensões são próximas ou abaixo da escala atômica, tais como moléculas, átomos,
elétrons, prótons e de outras partículas subatômicas, muito embora também possa
descrever fenômenos macroscópicos em diversos casos.
A mecânica quântica recebe esse nome por prever um fenômeno bastante conhecido dos
físicos: a quantização. No caso dos estados ligados (por exemplo, um elétron orbitando em
torno de um núcleo positivo) a Mecânica Quântica prevê que a energia (do elétron) deve ser
quantizada. Este fenômeno é completamente alheio ao que prevê a teoria clássica.
Expressão
A explicação disso não é fácil de se entender, e fala mesmo em favor da intuição, embora o
raciocínio clássico e os aspectos formais da análise matemática tenham levado os cientistas
a pensarem diferentemente por muito tempo. Quando se quer encontrar a posição de um
elétron, por exemplo, é necessário fazê-lo interagir com algum instrumento de medida,
direta ou indiretamente. Por exemplo, faz-se incidir sobre ele algum tipo de radiação. Tanto
faz aqui que se considere a radiação do modo clássico - constituída por ondas
eletromagnéticas - ou do modo quântico - constituída por fótons. Caso se queira determinar
a posição do elétron, é necessário que a radiação tenha comprimento de onda da ordem da
incerteza com que se quer determinar a posição.
Neste caso, quanto menor for o comprimento de onda (maior frequência), maior será a
precisão. Contudo, maior será a energia cedida pela radiação (onda ou fóton) em virtude da
relação de Planck entre energia e frequência da radiação
e o elétron sofrerá um recuo tanto maior quanto maior for essa energia, em virtude do efeito
Compton. Como consequência, a velocidade sofrerá uma alteração não de todo previsível,
ao contrário do que afirmaria a mecânica clássica.
Resumidamente, pode-se dizer que tudo se passa de forma que quanto mais precisamente
se medir uma grandeza, forçosamente mais será imprecisa a medida da grandeza
correspondente, chamada de canonicamente conjugada.
Uma comparação tornará mais clara essa noção. No experimento de difração da dupla
fenda, um feixe de elétrons atravessando uma fenda colimadora atinge mais adiante duas
outras fendas paralelas traçadas numa parede opaca.
Entretanto, pode-se objetar e afirmar-se que a natureza dos elétrons seja corpuscular, ou
seja, composta de partículas. Pode-se então perguntar por qual fenda o elétron atravessou
para alcançar o anteparo. Para determinar isso, pode-se pôr, junto de cada fenda, uma
pequena fonte luminosa que, ao menos em princípio, pode indicar a passagem dos elétrons
por tal ou qual fenda. Entretanto, ao fazê-lo, o resultado do experimento é radicalmente
mudado. A figura de interferência, antes presente, agora dá lugar a uma distribuição
gaussiana bimodal de somente duas zonas claras em meio a uma zona escura, e cujos
máximos se situam em frente às fendas.
Isso acontece porque as naturezas ondulatória e corpuscular do elétron não podem ser
simultaneamente determinadas. A tentativa de determinar uma inviabiliza a determinação
da outra. Essa constatação da dupla natureza da matéria (e da luz) leva o nome de princípio
da complementaridade.
Essa analogia serve para mostrar como o mundo microfísico tem aspectos que diferem
significativamente do que indica o senso comum.
Observáveis e operadores
Todas as grandezas que podem ser medidas correspondem aos chamados "autovalores" de
certos objetos matemáticos chamados de operadores (na verdade, a natureza requer que
esses operadores sejam de uma classe especial, a dos "observáveis"). Chamemos um
operador qualquer de A, e chamemos seus autovalores de a_n (a_1 é um autovalor, a_2 é
outro e assim por diante). Existem estados quânticos, chamados "autoestados" (que
representaremos por
do operador A, nos quais uma medida tem 100% de chance de encontrar o valor a_n. Esses
autoestados e esses autovalores são definidos pela seguinte equação:
formarem uma "base". Diz-se que um grupo qualquer de estados quânticos formam uma
base se qualquer outro estado quântico puder ser escrito como uma superposição deles. Ou
seja, para qualquer estado quântico
Onde os coeficientes
Mas, e se o sistema estiver num estado onde a grandeza A é bem definida, e efetuarmos
uma medida na grandeza B? Pode-se pensar que, então, saberemos exatamente o valor de
ambas as grandezas. Mas isso está errado, devido a outro dos postulados da mecânica
quântica: se uma medida de uma grandeza qualquer B revela o valor b_n, então o sistema
*é perturbado pela medida*, e passa para o autoestado
correspondente a