6 - Personalidade - Estrutura e Conteúdo
6 - Personalidade - Estrutura e Conteúdo
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Estruturas da personalidade
O EU (ou pessoa): princípio unificador de todos os processos e funções
da personalidade; é o agente central que a unifica e a mantém em sua
integridade. Sou "eu" que faço isso e me responsabilizo. Esse eu se compõe de
duas estruturas básicas: um eu que podemos chamar de:
Conteúdos da personalidade
Quanto aos conteúdos da personalidade, eles envolvem três tipos: são os
valores que a pessoa possui ou deseja; as necessidades que derivam dos três
níveis da vida psíquica, isto é, do nível fisiológico (comer, beber etc.), do nível
social (todas aquelas que acontecem nas relações interpessoais — como a
dependência afetiva, inferioridade, agressividade etc.) e do nível racional
espiritual (necessidade de saber, entender etc.); e as atitudes que se
desenvolvem em relação aos valores e necessidades.
1. Valores (dizem respeito ao eu ideal). São os ideais abstratos e
duradouros de uma pessoa. São tendências gerais para a ação. São
impulsos que indicam o caminho a seguir, a conduta a ser assumida, os
objetivos a serem alcançados pela pessoa. Por exemplo: para a vida
cristã, os valores são a Imitação de Cristo e a união com Deus. Para
alcançá-los são Utilizados outros valores (instrumentos): a Palavra de
Deus, Os sacramentos, a oração etc. Os valores são frutos de uma
Opção livre e responsável da pessoa.
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a) Incluem três componentes: 1)Cognitivo — é ter uma opinião a respeito
de uma realidade; é o que se pensa de um objeto. Por exemplo: uma
atitude racista considerará os que não são de sua raça como uma raça
inferior. 2)Afetivo - indica o sentimento de atração ou de repulsa
diante do objeto, a atitude. No caso: repulsa pelos que não são de sua
raça. 3)Conativo (de impulso à ação) — indica a tendência ao
comportamento com relação ao objeto. No caso, agir contra os que não
são de sua raça.
A atitude não se identifica necessariamente com a ação exterior.
Precisa-se indagar o porquê de tal atitude. Por exemplo, uma pessoa
altruísta pergunta-se: “Por que me comporto assim?”. Se for
contestadora: “Por que defendo sempre minha ideia? Por quê?”.
Isso é importante para descobrir as diferentes funções que a atitude
pode exercer e direcionar-se mais facilmente à sua fonte: nasce das
necessidades ou dos valores? As atitudes podem desempenhar funções
diferentes? Ao menos quatro tipos. Vejamos:
Fontes motivadoras
Os valores e as necessidades são as duas grandes fontes motivadoras do
agir humano. Os valores deveriam constituir a fonte principal. Na realidade,
são as necessidades e os medos pessoa que mais influenciam e predispõem para
uma decisão pessoal. Isso se deve ao fato de que as necessidades, muitas delas,
particularmente aquelas causadoras de sofrimento psíquico, atuam no nível
inconsciente e estão a serviço dos interesses, medos, frustrações e satisfações
do indivíduo.
Vamos examinar um grupo de necessidades que tem mais influência
inconsciente na elaboração das motivações para uma vocação cristã e/ou
sacerdotal ou religiosa.
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passivamente a uma força externa; diminuir-se e rebaixar-se; ter medo
de fazer aquilo que se é capaz; a repreender, diminuir, mutilar o eu;
procurar a dor, a doença, o infortúnio e ter prazer nisso.
Agressividade: tendência a vingar-se das desfeitas recebidas, atacar,
investir, prejudicar; ser do contra e ficar na oposição; lesar, diminuir
ou ridicularizar; caluniar, ironizar; espírito contraditório.
Gratificação erótica: instrumentalizar o outro para o próprio prazer;
conquistar para prender e depois abandonar.
Autodefesa: tendência a não agir por medo do insucesso; conformidade
passiva; afastar toda situação que possa causar críticas, escárnio; não
admitir jamais os próprios erros; autojustificar-se até o fim diante de
um malfeito, um insucesso, uma humilhação.
Evitar o perigo: tendência a afastar o insucesso, a dor, a dificuldade; a
preferir ambientes já conhecidos e organizados; acautelar-se com falsa
prudência; não se expor; tomar medidas de precaução; evitar o risco.
Exibicionismo: tendência a mostrar-se; ser o centro de atenção;
admirar-se, fascinar, conquistar, impressionar, seduzir' provocar a
curiosidade.
Dependência afetiva: tendência a satisfazer as necessidades graças à
ajuda afetuosa de um aliado; ser cuidado, apoiado, sustentado,
envolvido, protegido, amado, consolado, guiado, favorecido,
perdoado; ter sempre necessidade de apoio para poder continuar a
caminhar; permanecer ao lado de um protetor devotado.
Referência:
BALDISSERA, Deolino Pedro. CAPÍTULO VIII – Personalidade: estrutura e conteúdo. In:
Conhecer-se: Um Desafio: Aspectos do Desenvolvimento Humano. São Paulo: Paulinas,
2015.