Campo Largo

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CAMPO LARGO

José Santos, Selma Maria


e estudantes das escolas municipais
ilustrações de Helena Küller
CAMPO LARGO
José Santos, Selma Maria
e estudantes das escolas municipais de Campo Largo
ilustrações de Helena Küller

São Paulo 2021


Este é o ano do sesquicentenário da nossa terra!

Em 2021, nossa querida Campo Largo comemora 150 anos de história!


E que história!

Desde pouso para tropeiros até a terra da erva-mate e do ouro, capital da


louça e da porcelana, com etnias diversas, com devoção e muito trabalho de
um povo que faz tudo de forma primorosa. Aqui, nesta terra, tudo que se faz
se faz bem feito!

Quem aqui chega, logo reconhece o amor do campo-larguense por suas


tradições, história, família, seu bairro, sua comunidade.

Comemorar isso tudo com um livro é, sem dúvida, uma bela forma de eternizar
a história por meio da educação. Eu, filho de professora que passou mais de
trinta anos dentro de uma sala de aula, não poderia pensar diferente!

Contemplar a cultura de nosso povo, de geração em geração, por meio da sala


de aula, da leitura, das ilustrações, da poesia, isso é valorizar verdadeiramente
a história de um município.

Campo Largo, a terra em que eu nasci e pela qual trabalho, recebe,


com gratidão, este livro – escrito com a colaboração de grandes autores e
ilustradores, mas também, com o empenho dos nossos estudantes
e professores.

Que iniciativa incrível! Parabéns, Campo Largo!

Parabéns aos incentivadores da educação e do cuidado com


o resgate histórico!
O patrimônio cultural de nossa terra precisa e merece ser preservado,
e um livro é, sem sombra de dúvidas, uma bela forma de fazer isso!

Viva Campo Largo! Viva a educação!

Maurício Rivabem
Prefeito Municipal
A educação vive momentos desafiadores no contexto escolar, de modo que Construído por várias mãos, o livro Campo Largo – A Cidade da Gente é mais
as ações diferenciadas e as reinvenções devem ser propostas para que as um instrumento fundamental de conhecimento da cidade, que completa
necessidades básicas e essenciais sejam supridas. 150 anos. É um presente rico e amável para os estudantes, para que possam
identificar, admirar e visitar aspectos essenciais da bela cidade em que vivem.
É nesse sentido, inclusive, que a comunidade escolar pauta-se para
desenvolver as ações pedagógicas. O trabalho tem sido único, e os Agradeço a cada um que crê que é pela educação que se desenvolve o sentido
professores estão fazendo a diferença em um momento pandêmico em de pertença e o pensamento crítico, que as experiências do passado movem
que expressamos a fundamental importância do professor no processo de o presente e o aprender é se reinventar a cada dia.
ensino-aprendizagem.
Uma leitura fascinante para todos!
Nesse sentido, é com enorme satisfação que a Secretaria Municipal de
Educação de Campo Largo apresenta o projeto A Cidade da Gente, originado Dorotéa Ap. Merchiori Stoco
da parceria firmada entre a SIG Combibloc do Brasil com várias escolas Secretária Municipal de Educação
municipais, que em um brilhante trabalho de pesquisa apresentam espaços
do nosso patrimônio histórico, cultural e ambiental.

A pesquisa contida no presente livro apresenta e confirma os aspectos


essenciais de Campo Largo, demonstrando as belezas, os recursos naturais
e o histórico do patrimônio material e imaterial e elevando o sentimento de
respeito à cidade.

Trabalhos maravilhosos, desenvolvidos em ações metodológicas diferentes,


reconhecendo as histórias e os espaços de vida das pessoas da nossa cidade.

Trata-se de um convite à reflexão e às belezas das histórias da nossa cidade


expresso em uma obra muito importante para a comunidade campo-
larguense, em que os cidadãos são convidados a ler, conhecer, imaginar o
passado, viver o presente e sonhar com o futuro.
Querido Leitor,

Em 2021, a SIG completou 10 anos da construção da nossa fábrica


na linda cidade de Campo Largo. Há 10 anos começou a história da
nossa família com essa cidade tão importante para a nossa empresa.
E para celebrar uma data tão importante, nada melhor do que contar
a história de Campo Largo, pelos olhos das crianças que aqui moram e
são o futuro do nosso país.

A SIG tem um sonho, que é ver cada consumidor com uma embalagem
SIG na mão e um sorriso no rosto, todos os dias. E hoje muitos
moradores de Campo Largo nos ajudam a realizar esse sonho, já que
grande parte dos colaboradores de nossa fábrica moram na região.

Para a SIG é muito importante fazer parte de um projeto tão rico


e bonito, resgatando o passado dessa cidade com tanta história
para contar em seus 150 anos, que coincidentemente também são
celebrados em 2021. Ainda mais com a participação dos estudantes
das escolas municipais, que tiveram a oportunidade de compartilhar
sua herança cultural com todos nós.

Valorizar a educação, cultura e a história da cidade de Campo Largo


por meio deste livro “A cidade da gente” é algo que nos deixa muito
felizes, já que também fazemos parte dessa história. Pois aqui
instalamos a nossa primeira fábrica na América e, desde então,
trilhamos um caminho de sucesso
e crescimento.

Espero que apreciem a leitura e compartilhem conosco o orgulho de


fazer parte dessa cidade.

Ricardo Lança Rodriguez


Presidente & Diretor Geral Américas
SIG Combibloc
SUMÁRIO
12 A capital da cerâmica

20 Incepa e a arte de Poty

24 Imigrantes na Ferraria

28 Nossa escola e a história de um padre

30 As tradições da Rondinha

36 O Polentão

40 Os poloneses em Campo Largo

44 Arquitetura polonesa

46 Araucária, nossa árvore símbolo

50 Floresta Nacional do Assungui

52 Estrada do Cerne

60 As belezas de Bateias

62 O Morro do Cal

64 A estância hidromineral de Ouro Fino

66 Ouro Verde e a Lagoa Grande

68 Parque Newton Puppi

70 Toto Lopes

74 No Reino da Loucinha, novos prédios

76 O campo do Internacional Esporte Clube de Campo Largo.

78 Homenagem a Marcelo Puppi


Se você olhar o mapa do Paraná, irá encontrar uma cidade que fica na
região metropolitana de Curitiba, a capital do Estado. Ela se chama Campo
Largo e esse livro é todo sobre este lugar, que ocupa uma área de 1.249
quilômetros quadrados, onde moram um pouco mais de 133 mil pessoas,
segundo a última contagem. Nós, os autores, somos algumas delas.

Aqui, uma tradição que nunca se quebrou foi a de fazer cerâmica.


Começou com os Tinguis (Tupi-guaranis) e Cabeludos (Jê), primeiras
pessoas que moraram nessa região. E depois continuou com os imigrantes
que vieram para cá, especialmente italianos e poloneses. Este legado fez
com que a nossa cidade se tornasse a capital da porcelana!

Essa e outras histórias compõem este livro, que foi escrito por nós,
crianças estudantes das escolas municipais de Campo Largo. Nas
páginas a seguir, você irá encontrar uma grande produção de textos que
fizemos sobre vários temas do patrimônio da cidade, com informações
importantes e também nossa visão sobre eles.

São poemas, prosas, entrevistas, receitas e histórias curiosas sobre os


bairros onde vivemos e estudamos, sempre com a ajuda preciosa das
nossas professoras, professores e familiares, com a edição final dos
escritores Selma Maria e José Santos e desenhos incríveis da artista
Helena Küller.

Boa leitura!

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A CAPITAL DA CERÂMICA

Estudamos com a professora Roseni Lederer


Magaton, do 5o ano da E. M. Diva Ferreira
Reinke, no bairro do Itaqui, e descobrimos
em nossa pesquisa que muitas memórias
da cidade vêm dessa parte da cidade, por
um motivo especial. É que aqui muita gente
trabalha em fábricas de cerâmicas – como
a Porcelana Schmidt, que foi fundada em
Campo Largo em 1954 – e essa atividade tem
origem nesse nosso pedacinho da cidade.

Itaqui hoje é um bairro


Antigamente um povoado
Na cidade de Campo Largo
Com vista de muito gramado.
Fábricas, escolas, igrejas
Vegetação e casas por todo lado
Rios, lagos e gados.
Produção coletiva dos
estudantes do 5o ano

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Ela é sesquicentenária (tem 150 anos), não tem uma ruga, tem a pele lisinha, é toda
delicada. Um pouco fria é verdade, mas tem uma beleza que ficou conhecida no mundo
inteiro. Quem é? É a arte cerâmica da nossa cidade!
E essa idade pode ser mais avançada ainda se considerarmos o que os historiadores nos Aliás, Itaqui é um nome indígena
contam. Quem nasceu na nossa região foram os índios Tinguis (Tupi-guaranis) e Cabeludos Guarany. “Ita” quer dizer pedra; “Ku”,
(Jê). E sabe o que essas pessoas mais gostavam de fazer? Modelar a argila. Foi assim que se areia; e “I” é Rio. Portanto, “Itakui”
tornaram os primeiros grandes ceramistas do Itaqui, nosso bairro. significa: “rio com pedras e areia”,
como nos conta o Leonardo:

Itaqui: bairro que abriga muita gente


Seu significado “rio com pedra e areia”
Que com o passar dos anos
Evolui constantemente
Fábricas de louças para cá vieram
Muitas famílias delas seus sustentos tiveram
Produzindo cerâmicas e porcelanas decoradas
Que até foram exportadas
Como as mulheres no chão de fábrica
Seus filhos não tinham onde ficar
Dona Diva realizou seu sonho
De uma creche ali fundar.
Com toda essa evolução constante
O bairro se tornou muito importante
Que fez a cidade se orgulhar
Ajudando a capital da louça se tornar.
Leonardo Specht Izidoro

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Nossa professora Roseni também investigou e descobriu o trabalho de
Letícia de Sá Rocha, que fez uma pesquisa sobre as louças de Campo Largo
e sua origem. Veja o que ela diz:

As indústrias de louça pioneiras se formaram entre 1920 e


1960. A produção artesanal evoluiu para a industrial, quando
artesãos em atividade autônoma e doméstica migraram para
dentro das fábricas. Essa mudança trouxe para Campo Largo o
título de “A capital da louça” em 2010.

No meio de tantos poemas que fizemos sobre


o bairro, mostramos mais um, agora da Luana:

Itaqui um bairro antigo


Muito bom de se morar
Tem fábricas de porcelana
Para o povo trabalhar

E a fábrica de porcelana
Quanta história já sabemos
Tanta gente que lá passou
Trabalhando e comprando
Peças lindas, peças raras
Pelo mundo se espalha
Luana Lírio dos Santos

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Várias vezes nós, estudantes, somos
convidados para visitar as fábricas de cerâmica,
e a Livia conta que durante a sua visita ficou
com medo de quebrar alguma coisa. Ela
viu como as funcionárias pintam com uma
habilidade ninja cada peça e também observou
as embalagens indo para os caminhões, que
levam toda a produção mundo afora.

No começo tudo é argila


Na mão do operário
Tudo gira
Maria, Pedro e João
Não importa quantos são Dona Rute, avó da Roberta Ramos Josefowicz
Só quero ver Pereira, trabalha com cerâmica na Fábrica
Como vai a produção Germer. Ela e várias mulheres das nossas famílias.
A louça ou a cerâmica não são só um produto
Do solo sai a argila doméstico ou decorativo, mas representam uma
E com a água vira mudança cultural e social na vida delas, pois,
A matéria-prima desde a segunda metade do século passado,
Que nós utilizamos no dia a dia. essa atividade sempre empregou muitas
Livia Cleoni mulheres, e já naquela época representava 35%
do mercado de trabalho de Campo Largo.
Irma Andrade, que foi conhecida através de uma
publicação feita há pouco tempo no livro A arte
e cultura sesquicentenárias de Campo Largo,
trabalhou 45 anos na fábrica Schimdt e também
em outras da nossa cidade. Ela conta:

Cheguei em 1955, vim de Santa


Catarina e no começo foi difícil
aprender a manipular o pincel. Eu
tinha catorze anos, era decoradora
de peças e, quando peguei a prática,
consegui pintar de 1.500 a 2.000
peças por dia. Eu consegui fazer
minha casa e meus seis filhos
trabalharam comigo também.
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INCEPA E A ARTE DE POTY

Uma das maiores fábricas da cidade é a Incepa. Nas trocas de turno, se


forma um grande formigueiro de gente chegando e saindo com guarda-pó
azul e de bicicleta. A estudante Maria Eduarda Locatelli Muchinski, da E. M.
Sete de Setembro, tem um tio que se chama Sérgio Luiz Parchen, e ele nos
contou uma história misteriosa que aconteceu por lá, há muitos anos.

Um dia, lonas foram colocadas sobre uma parede


para as pessoas não verem o que estava sendo
feito. Vinham as caixas numeradas por causa da
ordem de colocação, um azulejo estava quebrado,
mas, devido ao tempo para ser feito outro e a
possibilidade de não sair igual, colocaram assim
mesmo, tentando deixá-lo o menos visível possível.

Era um painel de azulejos desenhado por um grande


artista, Poty Lazzarotto, mostrando o cotidiano
dos funcionários para homenagear os primeiros
trabalhadores da Incepa. Ele fica até hoje na
entrada da fábrica, e sabe quem foi um dos ex-
funcionários que fez sua montagem? O tio Sérgio…

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Muitos painéis que Poty fez são considerados Patrimônio Cultural do
Paraná. O trabalho dele é tão bonito que seus murais estão espalhados por
diversas cidades do Brasil e do mundo. E vejam só como o painel da Incepa
inspirou os estudantes da E. M. Sete de Setembro.

Poty e Incepa, uma parceria perfeita

Lá vem a história
De um longo tempo,
Que com muito amor,
Com imagens, traços, cores e formas,
Um grande artista representou!

Um painel de presente para a cidade deixou,


Marcou história da nossa gente,
Poty se inspirou e representou,
O nascimento e o crescimento de uma grande empresa,
Com desenhos que ele pintou!

Dois homens com muita emoção,


Com um grande coração,
Montaram um painel,
Que um artista inventou,
O trabalho trouxe alegrias e festa
E o povo nunca vai esquecer
Da história da fábrica que marcou as famílias
Desde o seu nascer até os dias sem fim.
Produção coletiva dos estudantes do 5o ano

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IMIGRANTES
NA FERRARIA

Nós, que estudamos nos 5os anos


A e B da Escola Municipal Padre
Natal Pigatto com as professoras
Cristiane Biscouto Halas e Gisele
de Britto Candido, pesquisamos os
costumes e as tradições dos imigrantes
que chegaram no bairro da Ferraria.

Os imigrantes foram chegando, poloneses e italianos,


E aos poucos, Ferraria foram formando.
A mina de ouro descoberta em Ferraria,
Trouxe aos colonos muita esperança e euforia.
Mas o ouro acabou rapidamente,
E os colonos voltaram a plantar em
suas terras incansavelmente.
Na região também passavam os tropeiros,
Em busca dos serviços dos ferreiros.

Encontramos escola, igreja e represa no Ferraria,


mas o interessante é a olaria.
Perto da represa tem um salão de beleza.
Quando saio de lá pareço uma realeza
Quando vamos na escola Ferraria
Sempre encontramos sabedoria e alegria
Quando vou para escola Padre Natal Pigatto Ferraria é o menor distrito de Campo Largo e é vizinho de Curitiba.
No fundo da escola só vejo mato por todo lado. Por estar próximo à capital, nos últimos anos, muitas pessoas migraram
Produção coletiva dos estudantes do 5o ano de lá para cá, transformando o nosso bairro em um lugar bem urbano e
deixando muitos velhinhos daqui saudosos dos tempos passados.
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No meu bairro
ruas tem nomes de pássaros
ouvi alguém cantar
na rua Águia do mar
era um curió
canta, canta que dá dó
passei pela rua das Araras
quando percebi, dei de cara com capivaras
corri para rua Gaivotas, até perdi minhas botas
passei pela rua Bem-te-vi
e me deu muita vontade de fazer xixi
Produção coletiva dos estudantes do 5o ano

Eu estava andando pela rua João Moreira


E caí em uma ribanceira cheia de madeira
Ferreiro Passeando pela rua Pavão
Uma das primeiras famílias a se estabelecer na região de Escola Vi crianças brincando de pião
Ferraria foi a de João Torres. Por volta de 1860, chegaram Represa Gosto de passear pela rua das Araras
os imigrantes italianos, e mais tarde os poloneses. Eram Rio Porque lá tem uma loja com diversas tiaras
camponeses, e lidavam muito bem com trigo, centeio, Amizades Caminhando pela rua Gaivotas
arroz, feijão, milho, vinho, fumo e vime. Para transportar Roça Me fizeram uma proposta
tudo isso, precisavam de cavalos e carroças. Isso fez com Imigrantes Vamos até a rua dos Pardais
que surgissem aqui ferrarias, que fabricavam ferraduras Agricultura Além do mais
para cavalos e ferramentas para a lavoura. Foi assim que Produção coletiva dos Lá tem muitos animais.
o nosso bairro um dia começou a ser chamado de Ferraria. estudantes do 5o ano Produção coletiva dos estudantes do 5o ano

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NOSSA ESCOLA E A HISTÓRIA DE UM PADRE
Natal Pigatto nasceu em 1861, na Itália, e
Aqui, as poucas pessoas que sabiam ler e escrever em português iam foi uma pessoa muito querida na região. Ele
ensinando para esses imigrantes todos. A única escola da região era feita de benzeu a localidade contra tempestades e
madeira, tinha apenas quatro salas e aulas só pela manhã, porque a maioria ajudava muito a todos em suas necessidades.
dos estudantes tinha que ajudar os pais na lavoura à tarde. As professoras Por isso, foi homenageado pela escola, com
traziam água de poço para as crianças beberem e cozinhavam uma sopa em seu nome.
suas próprias casas para o lanche. No ano de 1973, a escola ganhou o nome
de Casa Escolar Padre Natal Pigatto.

Desde jovem, Natal queria ser padre, porém seus


pais queriam que ele se casasse. Fez isso, mas em
1887 faleceu sua filha e, um mês depois, sua esposa.
Então, ele decidiu seguir a antiga vocação. No Brasil,
depois de trabalhar em outras cidades, um dia veio
para Campo Largo, onde viveu até o fim da vida.

Era tanto talento e devoção que as pessoas se


sentiam felizes em ouvir suas palavras. Alegre e
expansivo, passava na frente das casas cantarolando
e convidando todos para rezarem junto com ele.

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AS TRADIÇÕES DA RONDINHA

Para descobrir a história do bairro onde


moramos, nós, estudantes dos 5os anos
A e B da E. M. Caetano Munhoz da Rocha,
acompanhados pela professora Claudia
Chezanoski, fizemos pesquisas e entrevistas
com nossos parentes. E criamos vários poemas
sobre tudo isso. Só para começar, veja se as
rimas do Pedro Henrique não são de dar água
na boca!

Aqui na Rondinha
Tem um prato de chefe,
Conhecido como polenta
Um prato de mestre.
Nosso bairro nasceu com o nome de Rondinha porque muitos
grupos de boiadeiros que traziam gado para Curitiba faziam uma Pegue uma panela e despeje a água
pequena “ronda” nessa região. Quando chegavam aqui, tinha Coloque para esquentar.
um rio de um lado e um barranco do outro, uma ótima situação Depois, com calma despeje o fubá
para deixar seu gado bem protegido. O tempo foi passando, Até uma massa virar.
muita gente foi ficando e aqui virou o bairro da Rondinha.
Pegue o sal e coloque quanto precisar
Por um período, o lugar foi também a colônia Mendes Mexa bem até polenta virar
de Sá, e suas terras foram loteadas para novas famílias E no panaro pode colocar
chegarem. Algumas delas eram italianas, e hoje muitos Pegue o fio ou a faca e já pode cortar.
são nossos nonos, nonas, bisavós, que trouxeram na mala Pedro Henrique Zampier
a esperança de encontrar um lugar onde seus sonhos,
costumes e tradições pudessem florescer longe da guerra
que acontecia em muitos países, inclusive na Itália.
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Toda gente daqui adora a polenta, e qualquer um sabe
que ela é feita de milho. Mas o Cleberton nos conta que,
em Campo Largo, ela ganha uma cor diferente. Veja só
que cor é essa:

Antigamente plantava-se milho branco


aqui na região, só mais tarde surgiu o milho
amarelo. O milho branco tem o sabor bem
diferente, por ser mais suave. E usá-lo
nas receitas é uma tradição dos italianos
e poloneses, dos nossos antepassados.

Cortavam a massa com um fio que podia


ser um barbante ou um fio de nylon.
Era um costume da época, para que o
corte da polenta ficasse bem certinho.

Tanto a polenta cremosa como a mais


firme são bem gostosas. Mas os “nonos
e nonas” gostavam de saborear a mais
firme para poder cortar em pedaços e
esquentar na chapa do fogão a lenha,
até formar aquela casquinha.

Junto com o salame e com o queijo, no


café da manhã, no almoço ou na janta, não
tem quem resista. Hoje provavelmente
eu coma uma polentinha, bem quentinha,
na minha casa, no Bairro Rondinha.
Cleberton Tayson Souza Bueno

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Caçarola com água e sal
Em cima do fogão a lenha
Esperando ferver para começar.

O Gabriel Henrique Kutas descobriu no caderno de E a polenta é tão gostosa que Com a mescola em uma mão
receitas da sua casa como é feita a polenta desde os inspirou muitos poemas sobre ela. E com a outra o fubá colocar
tempos muito antigos até hoje. Se era segredo de A Yasmin fez um em que aparece Aos pouquinhos para o fubá não empelotar
família, agora não é mais! até a colher mescola, que mistura o Mexendo sem parar.
fubá sem empelotar. Você sabia que
“mescola” é uma palavra que vem do A polenta vai se formar
Receita tradicional da polenta italiano e quer dizer “misturar”? O segredo é cozinhar bem devagar
Pra casquinha no fundo da panela grudar
INGREDIENTES Quando fica pronta, pro panaro, ela vai.
2 litros de água
400 gramas de fubá branco E pra cortar, o barbante devemos usar,
2 colheres de manteiga Com salame ou queijo,
1 colher de sal Com frango caipira ao molho
Esta é a polenta da casa da nona Maria.
MODO DE PREPARO Yasmin Maria Garzaro Ferreira
Em uma panela leve a água ao fogo
e acrescente o sal e a manteiga.
Quando iniciar a fervura, acrescente
o fubá e mexa sem parar para
não empelotar. Deixe a polenta
cozinhar por trinta minutos em fogo
baixo. Despeje em um refratário,
salpique com parmesão e cubra
com molho de sua preferência.

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O POLENTÃO

Quem não gosta de festa? Nossas famílias são festeiras, e aqui na Rondinha criou-se o
Polentão, um espaço para elas se encontrarem e celebrarem a amizade, a vida!

Esse espaço é organizado pela Ação Social de São Sebastião de Rondinha, que foi fundada
em 20 de janeiro de 1967. O sonho dos imigrantes italianos era que esse salão se tornasse
um patrimônio histórico. O que hoje, realmente, se tornou.

O Polentão tem quadras


poliesportivas e o ginásio também
serve como salão de festas. É lá
que acontecem apresentações
artísticas, palestras e atividades Hoje, em tempos de pandemia,
para todas as idades. está praticamente fechado. Mas o
Polentão foi criado para oferecer
encontros variados, como bailes,
bingos beneficentes, formaturas, feira
da louça, semana italiana, jantares,
tudo regado com muita comida e
bebida feita pelos rondinenses.

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As pessoas que utilizam esse método tradicional dizem que amassar as uvas com os pés
deixa a bebida muito mais gostosa.

A tradição de tomar vinho veio para ficar aqui na Rondinha. Algumas famílias montam suas
bancas à beira da Rodovia, a BR-277, e lá a bebida é vendida. Apesar de ser um costume
muito antigo trazido pelos imigrantes italianos, considerado muitas vezes como antiquado,
a pisa das uvas continua bem conhecida por moradores do bairro.

Outra produção muito importante da colônia italiana é


o vinho. A Yasmin, além do poema sobre a polenta, fez
uma pesquisa sobre o vinho feito por aqui e nos conta
o seguinte:
Hoje as pessoas usam máquinas
modernas, mas antigamente o meu
avô pisava nas uvas para fazer o vinho.
É uma tradição antiga trazida pelos
italianos. A uva era colhida e colocada
em uma mesa, para ser pisada, depois
era colocado o açúcar e em seguida em
tinaços onde ficava fermentando por
um tempo. Depois que o vinho estava
pronto, era só engarrafar.
Yasmin Maria Garzaro Ferreira

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OS POLONESES EM CAMPO LARGO

De 1860 até metade do século passado, muitos imigrantes chegaram


ao Brasil. Eles buscavam uma vida melhor, em geral porque seus países
tinham passado por algum conflito político, e a economia estava
Colônia
bastante afetada. Foi assim que, como vimos no capítulo anterior, um
grande número de italianos chegou à região. E depois, da mesma forma,
Dom Pedro colônia
muitos poloneses também desembarcaram em nosso país, após vários
de imigrantes
meses dentro de um navio, e vieram parar em Campo Largo, criando um
Preserva sua cultura
grande vínculo com a cidade e influenciando sua formação cultural.
Que é muito importante
Naquela época, o governo brasileiro oferecia terras para o cultivo para
Com seus costumes
vários povos. Os poloneses vieram e trouxeram técnicas de cultivo que
de antes
conheciam muito bem. Receberam, além de um pedaço de terra, enxada,
Mantém as tradições
machado e um punhado de sementes para começar a vida.
Mostradas em suas
manifestações

Músicas e danças típicas


Comidas: pierogue,
broa, bolos
Além de uma deliciosa
cerveja caseira

E tem uma igreja em


formato de navio
Em homenagem
a esse povo
Que marca a sua história
Fazendo festas
tradicionais
E guardando memórias
no museu “Casas
de Troncos”.
Emerson Verediano
Junior, 5o ano da
E. M. Solidariedade
40 41
Em geral, as tradições são formadas por hábitos que continuam de
geração em geração, e também por boas memórias. Em 1876, quando
se formou esta colônia, já havia alguns anos que os primeiros poloneses
haviam chegado a Campo Largo. Muitos membros da comunidade
presente na Colônia Dom Pedro já eram brasileiros de nascimento, mas
tinham muito orgulho da origem dos pais.

Para lembrar a viagem que seus familiares fizeram, eles decidiram, então,
construir a igreja matriz do bairro no mesmo formato do navio que
atravessou o oceano Atlântico para trazê-los ao Brasil.

E a cultura tão rica desse povo está presente no nosso bairro com
comidas tradicionais – como o pierogue –, artesanatos, danças, músicas e
na própria língua polonesa.

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ARQUITETURA POLONESA

O Centro Cultural e Histórico Polska fica numa casa


que é um exemplo da arquitetura polonesa em Campo
Largo. Toda colorida, ela tem detalhes em lambrequins
e flores desenhadas nas paredes, em uma técnica de
pintura tradicional.

Outro modelo típico de casas dessa comunidade é a


casa de troncos, feita de pinheiro talhado, sem uso de
pregos, só com encaixes. Antigamente, havia muitas
casas de troncos, mas hoje restaram apenas duas em
pé, na Colônia Dom Pedro II. Em sua origem, uma dessas
casas remanescentes era a casa-escola, considerada
a primeira escola de Campo Largo. Depois, juntou-se
à casa vizinha e foram remontadas próximo à sede da
paróquia Nossa Senhora da Anunciação, inaugurada
em 2000. Hoje, está instalado ali o Museu Etnográfico
Polonês, que guarda importantes histórias nos objetos,
materiais agrícolas, fotos, livros e quadros: uma aula
completa sobre a vida desses imigrantes.

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ARAUCÁRIA, NOSSA ÁRVORE SÍMBOLO

Meus momentos bons

O inverno está chegando,


É época de catar pinhão,
E a quirera está no fogo fumegando.
Somos das turmas de 5o ano da E. M. do Campo Nicolau
Coisa que não tem no Maranhão!
Morais de Castro e pesquisamos, com as professoras
Cleonice Silva Costa e Regiane Freitas Pereira de Meira,
Bom é tomar café com bolinho,
alguns temas importantes para a nossa região, que fica
E compartilhar com o vizinho.
na zona rural. Entre eles as matas de araucárias que
Tem gente que usa bastante tempero,
marcam a paisagem de Campo Largo.
Mas acaba sendo um exagero!

Essas árvores foram batizadas pelos cientistas com


Fazer uma festa e assar uma costela de chão,
nome e sobrenome – Araucaria angustifolia –, mas
Esquentando o frio com um quentão,
possuem vários “apelidos”, como pinheiro-do-paraná,
Dançar um vanerão,
curi, pinheiro-brasileiro, pinheiro-caiová, pinheiro-das-
E tomar um chimarrão.
missões e pinheiro-são-josé, ou simplesmente araucária.
Bom mesmo comer um virado de feijão
Acompanhado de um café bem quente,
Terminado esse poema com um assado de pinhão,
Para toda nossa gente.
Eliezer de Paula dos Santos

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As araucárias são árvores gigantes, podem medir de 20 a 50
metros de altura. A copa fica lá em cima, bem longe do chão, e é
formada de ramos que crescem horizontais e fazem um desenho
lindo no ar, pois todas as suas pontas se curvam em direção ao céu.

Essa árvore única em sua aparência é uma espécie natural da


Mata Atlântica da região Sul e marca a nossa paisagem. Por isso,
a araucária foi escolhida como árvore símbolo do Paraná.

As matas

Como são lindas as araucárias


Com suas pinhas e pinhão
Que tem nas festas de São João
E as gralhas que fazem a plantação
Como é bela a natureza
Aqui no interior
As florestas tem o verde exuberante
A nossa vegetação é fascinante
Gabriel Tucolki Gracietti

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FLORESTA NACIONAL DO ASSUNGUI

Nossa escola fica perto da Floresta Nacional do Assungui,


também conhecida como Flona. Ela possui uma área
de 728,78 hectares, abrangendo parte do município de
Campo Largo, e seu destaque maior é abrigar a nossa
floresta de araucárias.

A Flona é uma unidade de conservação e tem por objetivo


proteger a biodiversidade da região, inclusive as nascentes
de água, os córregos e os riachos. Em nosso estado, ela é
uma das áreas mais preservadas de Mata Atlântica, bioma
que abrange quase todo o território brasileiro próximo da
costa, além de parte do Paraguai e da Argentina.

A Mata Atlântica é marcada por uma incrível


biodiversidade. E, por isso, apesar das araucárias se
destacarem nesse patrimônio ambiental de nossa cidade,
quem conhecê-lo também vai ver avencas, samambaias,
bromélias, musgos e muitas outras espécies que
embelezam e dão ainda mais vida para esse lugar.

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ESTRADA DO CERNE

Durante vinte anos, essa estrada foi o principal


corredor de escoamento da produção cafeeira do
norte do estado, que a partir de sua construção
passou a ser exportada pelo Porto de Paranaguá,
em vez do Porto de Santos (SP).

O Paraná tornou-se então o maior exportador


de café do Brasil, avançando também em seu
processo de industrialização.

A rodovia PR-090 tem 460 km e liga Curitiba à PR-170, em Alvorada


do Sul, próximo da divisa com o estado de São Paulo. Ela também é
conhecida como Estrada do Cerne ou Engenheiro Angelo Ferrario Lopes.

Quando foi inaugurada, em 1940, a Estrada do Cerne se tornou um


importante elo de integração entre o norte e o sul do Paraná. Esse nome
vem do rio Cerne, atravessado por uma ponte no km 35, em Bateias.

52 53
As turmas da E. M. do Campo Nicolau Morais de Castro também quiseram
saber mais sobre essa estrada que faz parte da nossa história, e os estudantes
Adriene e Vitor Gabriel pesquisaram o seguinte:

No início do ano 1960, com a abertura da Rodovia do Café (BR-376),


inteiramente asfaltada, os caminhões deixaram de lado a Estrada
do Cerne, que começou a perder importância, juntamente com
quase toda a região por onde ela passa.
Seguindo pela Estrada do Cerne, passamos por sítios, chácaras e
belas fazendas. Podemos ver paisagens lindas e muitas árvores
de várias espécies, algumas muito altas e outras de flores bem
coloridas. Às vezes até animais selvagens, além de muitos pássaros e
borboletas de várias cores e tamanhos, uma mais linda que a outra.
Nessa estrada tem uma ponte muito antiga, porém bem
conservada. Passa por uma floresta de araucárias, que é a Floresta
Nacional do Assungui.
Adriene Aleielly de Oliveira Bento e Vitor Gabriel Souza Ferreira

Poema da Estrada do Cerne

A Estrada do Cerne foi uma novidade


Para toda a comunidade
Para o povo do interior
Com mais facilidade

Compravam e vendiam
De lá traziam muitas variedades
Povo feliz cheio de humildade
Com muita dedicação
Trabalhavam em união
Maria Eduarda Alves Camargo

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Nossa localidade tem várias festas tradicionais, e são todas
muito bonitas. Na festa de Senhor Bom Jesus, se mantém a
tradição de fazer o almoço e partilhar com todos. As crianças se
sentam ao redor da mesa, no que se chama Mesada de Anjo, e, Mistura de cultura e culinária do local
após comerem, é realizada uma reza. E tem também a procissão
com o santo e uma bandeira, que ao final é hasteada para só ser Fazem muitas festas nesta localidade
renovada no ano seguinte. Cada igreja homenageia um santo
Vem gente até da cidade
Homenagear Aparecida com seu belo manto
Temos crianças e mocidade
Isso tudo é um encanto

Também temos pratos típicos


Salgado e muita bebida
Eu quase não acredito
Que existe tanta comida
Tudo isso não é mito
É saber viver a vida

A cultura e a culinária combinam muito bem


Venham todos apreciar
Podem convidar alguém
Mas não poderão faltar
Porque com certeza muitos virão também
Vamos juntos festejar.
David Gabriel Monteiro, 5o ano
E. M. do Campo Nicolau Morais de Castro

E, quando acaba essa festa, já


estamos pensando na próxima.
Há também as festas de Nossa
Senhora Aparecida, com sua
procissão dos cavalos, a Festa
de São José, a de Nossa Senhora
da Conceição e muitas outras.

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Belezas da minha localidade

Moro em uma localidade chamada Pinheirinho,


distrito de São Silvestre, município de Campo Largo.
Quero aqui descrever as belezas da minha localidade.
Inicio falando do rio Ribeira que corta a minha
localidade. É um rio muito belo, tem muitos
peixes e várias pessoas de outras cidades vêm
pra cá pescar e conhecer o rio, que também tem
cachoeiras, além das matas que margeiam o rio.
Próximo da minha casa passa um ribeirão
lindo que deságua no rio Ribeira.
O meu bairro é bem arborizado, possui várias espécies
de árvores, tem mata fechada preservada há anos,
onde podemos encontrar várias espécies de pássaros.
Aqui onde eu moro tem até uma gruta de pedra,
onde corre um pequeno córrego e é muito
linda lá dentro. Aqui é um lugar com muitas
belezas, eu gosto muito de morar no interior.
Renan Major de Lara, 5º ano
E. M. do Campo Nicolau Morais de Castro

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AS BELEZAS DE BATEIAS

O bairro Bateias tem muitos atrativos que


nós, estudantes do 5o ano da Escola Municipal
Luiza Gonçalves Monteiro, investigamos
para este livro, junto com os professores
Edna Terezinha Fontoura, Joseane Aparecida
Uma terra chamada Bateias
Andrade e Ederton dos Santos Lisboa.
Vou contar-te um pouco
Tem o Morro Três Barras, que chega a 1.100
Sobre uma terra sem igual
metros de altitude, onde encontramos pedras
Rodeada de encanto
usadas pelos povos nômades, que faziam
Beleza pura, natural.
delas facas e lanças de tão cortantes que são.
Terra antiga
O professor Ederton disse que elas são mais
Palco de muita riqueza
afiadas que um bisturi!
Garimpava-se ouro
Em meio à natureza.
E também tem a cachoeira do Salto da Boa
Já dizia,
Vista e o Morro do Cal, que são lugares onde a
em trovas e versos
natureza é exuberante, um belo passeio para
O velho poeta, em sua sabedoria
conhecer nossas riquezas naturais.
“da gamela aqui encontrada…
Bateias foi registrada!”
E a história continua
Pois assim quis o destino
Da água pura, cristalina
Surge aí o Ouro Fino.

Cachoeiras, morros, aventuras


Palco de turismo rural
Sol nascente ou poente
É mais belo no Morro do Cal.
Conhece minha terra
Obra de um artista:
Morro Três Barras.
Heloisa Aparecida Basso

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O MORRO DO CAL

O Morro do Cal tem 1.050 metros A Karoline Rombkowski Castro mora em Bateias Já sua colega de sala Caroline Campos dos
de altitude, quase o mesmo que e conhece o lugar mais bonito do seu bairro: Santos faz planos de conhecer o Morro
seu “irmão” mais alto, o Morro Três de forma radical. Olha o que ela disse:
Barras, e está a dez quilômetros Aqui tem uma trilha mais acessível
do centro da cidade. Lá do alto com 1,3 km de extensão. No início Quero pular de parapente, ver a vista
podemos ver a Mata Atlântica no ela é fechada, mas depois vemos o que dizem que é uma maravilha e
entorno da montanha, onde se céu aberto. Subimos uma montanha poder enxergar outras cidades vizinhas
encontram muitas árvores, como a que dá um cansaço, mas a gente se de Campo Largo. Mas, claro só após o
araucária, que já foi apresentada. diverte bastante. final da pandemia, e de preferência no
verão, porque o frio lá em cima deve
ser muito forte, ainda mais no inverno.

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Águas de Bateias
Ouro Fino tem pinheiros
Que é o símbolo do Paraná
Nesta época do ano
Seu gramado fica repleto
Do meu fruto predileto
Que cozido ou assado
Com o frio vai muito bem
E sair para juntá-lo
É divertido também.
Sem falar de suas belezas
Suas matas, suas águas
Suas trilhas e mirante
Todos que ali visitam
Saem mais radiantes
Kaio Rodrigo de Paula Lourenço

A ESTÂNCIA HIDROMINERAL OURO FINO

Um lugar com muita água na nossa cidade um dia virou a Estância Hidromineral Ouro Fino,
criada pela família Mocelin há mais de 100 anos. Além de ser um belo lugar para visitar com
a família, ela é cercada pela mata com belas trilhas e lindas paisagens, e tem um espaço com
animais como araras, macacos e tanques de peixes. E a Estância ainda gera muitos empregos
na nossa cidade, principalmente na região de Bateias. Isso é o que Eduarda Schultz Campos
investigou sobre o lugar. E vejam o poema lindo do Kaio:

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OURO VERDE E A LAGOA GRANDE Outra história local é sobre como surgiu a Lagoa Grande.
A lenda veio dos índios Tinguis, que eram os habitantes
No meu bairro mora o Joaquim daqui. Eles diziam que Tupã, de visita à terra, derramou
Que adora brincar de manequim sobre um vulcão um cálice de água que extinguiu suas
Na rua das andorinhas chamas. Mas uma enorme serpente de duas cabeças,
Gosto de ver as estrelinhas habitante das profundezas da terra, ficou soterrada.
Na rua da Portella A professora Ivanilda do Rosário de França Sgarbi, Um dia a serpente reapareceu em três pedaços: a cauda
Adoro comer mortadela do 5o ano da E. M. Madalena Portella, trabalhou foi achada na praia de Leste, uma das suas cabeças em
E quando vou na rua Curió coletivamente e de maneira bem engraçada os Curitiba e a outra na Lagoa Grande, originando assim o
Eu jogo dominó lugares e as ruas do nosso bairro, e surgiram nascimento da nossa querida lagoa.
Luan Felipe Chervinski muitos poemas como esse do Luan.
Será que alguém, alguma vez, já viu essa cobra inteirinha?
Aqui no Ouro Verde tem também a Lagoa Grande,
um lugar onde gostamos de comer churros, tomar
caldo de cana, andar de bicicleta, olhar os patinhos
e saber de seus mistérios.

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PARQUE NEWTON PUPPI Elas conheceram o sr. Milton
Casemiro Muginoski, coordenador
"Localizado em local alto, distante da entrada,
construído com dois pavimentos, todo de
do Acervo Histórico Municipal de alvenaria, de um dos pontos do segundo
Somos os estudantes das turmas de 5os Campo Largo, que mostrou o jornal pavimento, avista-se uma paisagem maravilhosa:
anos A e B da E. M. O Ateneu, e o primeiro Folha de Campo Largo, de 1969, as plantações com árvores frutíferas e pinheiros,
passo em direção à investigação sobre para elas. Nele, muitas informações casas de estilo colonial, do patrimônio da Estação,
o Parque Newton Puppi foi dado pela sobre o parque, que também é as torres altaneiras e majestosas da Igreja de
diretora Ana Paula Bonato e pela nossa conhecido como Parque Cambuí, Nossa Senhora da Piedade.
professora Ana Paula Schules. foram coletadas: No Casarão, as salas são amplas e bem mobiliadas
e formam biblioteca, sala para reuniões, secretaria,
arquivo, gabinetes, dois laboratórios… tudo muito
bem pintado e decorado com quadros e fotos
alusivos ao ramo da viticultura e fruticultura".

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O Parque Newton Puppi possuía
vinte hectares de área cultivada com
videiras e árvores frutíferas de clima
temperado, como macieiras, pessegueiros,
castanheiras. Além do edifício sede
(casarão), havia casas residenciais (morada
dos funcionários), galpões, estábulo, usina,
cantina, garagem, oficinas. Nesse período,
eram cultivadas cerca de 9 mil videiras com
385 qualidades diferentes em seu terreno.

Nos 19,36 hectares de área, havia muita


natureza e três construções coloniais de
estuque e tijolos que eram moradias dos
antigos proprietários, conservadas na
época como patrimônio histórico. Numa
dessas casas, instalou-se a Escola Primária
Estadual para os filhos dos servidores.
O Parque Cambuí é muito bonito
Depois dessa investigação toda, fizemos É o meu favorito
vários poemas junto com as nossas As cores pintadas pelo professor Toto
professoras. Eles são um convite para um São vibrantes e lá também tem gafanhoto.
passeio por lá! Cada cor tem um significado muito delicado

Também tem o Casarão, todo reformado Dia de sol o parque fica cheio
e bem grandão Muitas pessoas curtindo esse passeio
No parque tem tanta diversão Não há quem resista e rola até piquenique no chão
Que a gente fica cheio de animação Lá do céu surge um balão
Gosto muito de andar de bicicleta
É minha diversão predileta. Jogo futebol, corro pra lá e pra cá
Pedro Henrique Alcântara Gosto também de pedalar
Minha avó vem me acompanhar para caminhar

Ah, para quem gosta de fotografar


tem uma paisagem linda
Um lago e um pôr do Sol difícil até de acreditar
Uma bela lembrança para guardar e recordar.
Caio Felipe Demko
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TOTO LOPES

Toto Lopes é um artista daqui da nossa cidade, e nós do 5o ano da E.


M. O Ateneu fizemos uma entrevista on-line com ele para saber sobre Ele também pintou um painel em homenagem aos 10.500 atletas de 206 países
a sua vida, o que ele criou e o que gosta de inventar como artista. que passaram pelo Brasil durante a Olimpíada de 2016. São 431 metros quadrados
de muitas cores e imagens que fazem referências aos esportes olímpicos.
Toto disse que participou da sua primeira oficina de artes plásticas aos doze
anos e, a partir daí, seu interesse pela arte só foi aumentando. Ele faz parte E a última coisa que ele nos contou foi sobre um trabalho feito no Centro de
de vários projetos artísticos e sociais com as crianças da cidade, onde ensina Referência e Assistência Social (CRAS), de Campo Largo, onde ensinou as crianças
de forma lúdica tudo o que aprendeu. Em suas aulas, Toto aproveita vestígios a fazerem pinturas em tábuas de skates. Os trabalhos ficaram tão bonitos que
da natureza, e as crianças fazem pincéis com gravetos ou galhinhos e palha. foram expostos numa mostra no Museu Histórico de Campo Largo.

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NO REINO DA LOUCINHA,
NOVOS PRÉDIOS
Nossa escola, Reino da Loucinha, completou cinquenta anos em 2020
e também já é um patrimônio da cidade. Nela as professoras são as
“rainhas”, e nós, estudantes, somos conhecidos como “as abelhinhas”.
E foram nossas “rainhas” do 5º ano, Juliana Borges de Sampaio, Caroline
Ribeiro, Tânia Mara de Maman Fedalto e Roze Krzyzanovski, quem nos
contou a história da escola.

A princípio, ela era conhecida com Jardim de Infância Reino da Loucinha.


Em 1984, passou a oferecer também a pré-escola e então passou a
ser chamada Pré-escola Municipal Reino da Loucinha. Em 1999, com a
implantação do ensino fundamental, passou a ser chamada de Escola
Municipal Reino da Loucinha.
Abelhinhas
No ano de 2001, o então prefeito Affonso P. Guimarães comprou parte
Minha escola é o Reino
do espaço da Incepa com o objetivo de suprir a demanda da Prefeitura
da Loucinha
por novas instalações, cedendo assim, a partir de 2002, o espaço
Conhecida como a escola
do antigo prédio da prefeitura na avenida Centenário para a Escola
das abelhinhas.
Municipal Reino da Loucinha.
Esta escola é fundamental
Para concretizar os sonhos
das criancinhas
Uma escola diferente
Nela nós aprendemos,
Cheia de amor e carinho
brincamos e sonhamos.
Para você seguir em frente
Junto com nossos professores
O seu longo caminho.
Que com muita dedicação,
seguem nos educando.
Essa escola é muito bonita
Marcelo Rigo Felipe
E também muito organizada
Recebe muitas visitas
Para a alegria da criançada.
Luan Bianco de Paula

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O CAMPO DO INTERNACIONAL
ESPORTE CLUBE DE CAMPO LARGO

O primeiro campo de futebol da nossa cidade era onde hoje é a nossa


Escola Reino da Loucinha. O Internacional Esporte Clube de Campo Largo
foi fundado em 30 de maio de 1945, primeiro com o nome José Pedro
Caropreso, e depois homenageando o senhor Atílio Gionedis, que ajudou
muito o clube.

Wilma de Miranda Rivabem, moradora da cidade, ajudava na lavagem dos


uniformes dos jogadores. Conta que as camisetas do alvinegro Tigrão
eram enfileiradas no varal perto da cerca branca que rodeava o campo.

E essa cerca com suas tábuas altas pontiagudas tinha alguns furos feitos
para que os moradores assistissem aos jogos.
76 77
HOMENAGEM A MARCELO PUPPI

Ele seguiu os passos do pai, que foi prefeito de Campo Largo várias
vezes. Era apaixonado pela educação, pois via no futuro das crianças
a esperança de um mundo melhor. Incentivando-as, desde pequenas,
tinha certeza de que se tornariam adultos felizes e realizados.

Por duas vezes, ele foi eleito prefeito de Campo Largo. Sonhava ver
todas as crianças da cidade nas escolas, com uniforme e material
completo, não gerando desigualdade entre os estudantes. E conseguiu!

Infelizmente, Marcelo Puppi foi uma das vítimas da Covid-19, e faleceu


no começo de 2021 no auge de sua capacidade de realização.

Dedicação total
Para a sua cidade natal,
Uniforme e material
Um kit bem especial!

Em seu olhar via a felicidade,


No despertar da vontade de estudar,
De aprender e crescer,
Para ver a cidade se desenvolver.

Muitas coisas fez pela educação,


Pois dava a devida atenção,
Orgulho de ser prefeito,
Competência do seu trabalho bem feito!
Produção coletiva do 5o ano da E.M.
Sete de Setembro

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Edição: Otavio Nazareth
Pesquisa, texto e edição da produção dos estudantes: José Santos e Selma Maria
Projeto gráfico: Daniel Brito
Assistente de design: Geovana Martinez
Ilustrações: Helena Küller
Revisão: Maria Fernanda Alvares
Produção editorial: Paloma Comparato

Agradecemos a fundamental participação das escolas: Escola Municipal Diva Ferreira Reinke, Escola Municipal do
Campo Nicolau Morais de Castro, Escola Municipal Dr. Caetano Munhoz da Rocha, Escola Municipal Luiza Gonçalves
Monteiro, Escola Municipal Madalena Portella, Escola Municipal O Ateneu, Escola Municipal Padre Natal Pigatto,
Escola Municipal Reino da Loucinha, Escola Municipal Sete de Setembro, Escola Municipal Solidariedade.

SME
Diretora de departamento pedagógico: Adriane Carneiro Ferreira
Coordenadora de Língua Portuguesa 4º e 5º anos: Ariane Valente Rogiski
Coordenadora de História: Luciane Soares dos Santos

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Ficha elaborada segundo a AACR2r

S237c
Santos, José.
Campo Largo : a cidade da gente / organização José Santos e Selma
Maria ; ilustrações Helena Küller — São Paulo : Olhares, 2021.
80 p. : il. color. ; 25 cm.

ISBN 978-65-88280-28-7

1. Literatura infanto-juvenil. 2. Escolas. 3. Patrimônio cultural 4. Campo


Largo (PR). 5. Cidades. 6. Natureza. 7. Costumes. I. Maria, Selma. II.
Küller, Helena.III. Título.

CDD 028.5
CDU 82-93

Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Renata Fernandes


Veloso Baralle — CRB-8/10366

realização patrocínio gestão cultural parcerias

SECRETARIA DA FAZENDA

Material elaborado com recursos de reinvestimentos do Programa Paraná Competitivo, da Secretaria da Fazenda do Estado do Paraná.

© 2021 Editora Olhares e autores.


Este livro foi impresso pela gráfica MaisType sobre
papel offset 120g em junho 2021.
Era uma vez Campo Largo.
Um dia as crianças que
moravam lá perceberam
que a história da cidade
era a sua própria história...
A cerâmica, os imigrantes
italianos e poloneses, a
floresta de araucárias e
outros patrimônios materiais,
imateriais e ambientais fazem
parte dessa história, contada
pelos estudantes das escolas
municipais da cidade.

realização patrocínio gestão cultural parcerias

SECRETARIA DA FAZENDA

Material elaborado com recursos de reinvestimentos do Programa Paraná Competitivo, da Secretaria da Fazenda do Estado do Paraná.

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