Captura de Tela 2023-03-17 À(s) 11.05.26
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Abstract: The main objective of this work is to evaluate the factors that cause an increase in error in
current transformers used in measurement and protection, and to propose a new topology using
computational compensation methods in order to optimize the accuracy of current transformers. In
this way, it is possible to reduce billing losses in the system and enable protection relays to perform
power quality measurements with the greatest possible reliability.
Resumo: Este trabalho tem como objetivo principal avaliar os fatores que provocam aumento no erro em
transformadores de correntes empregados na medição e proteção, e propor uma nova topologia com uso de
métodos de compensação computacional com a finalidade de otimizar a exatidão de transformadores de
corrente. Desta maneira, é possível reduzir perdas de faturamento no sistema e possibilitar que relés de
proteção possam realizar medições de qualidade de energia com a maior confiabilidade possível.
Keywords: power transformer protection, measurement for billing, power quality, power system.
Palavras-chaves: transformadores de corrente, medição para faturamento, qualidade de energia, sistema
de potência.
Padrão ABNT
Aplicação Medição Proteção
Parâmetro Potência (VA) Tensão (V)
Símbolo C B
Padrão ANSI
Aplicação Medição Proteção
Parâmetro Impedância (Ω) Tensão (V)
Símbolo B C
Padrão IEC
Aplicação Medição Proteção
Parâmetro Potência (VA) MULT. CORR.(A) E POT (VA) (V)
Símbolo VA P//VA
Figura 1 – Paralelogramo de exatidão para TCs classe de
exatidão 0,3.
Ressalta-se ainda que, quando a classe de exatidão Por essa característica, especificamos transformadores de
especificar a tensão, isso indica a máxima tensão que deve corrente para medição e proteção com enrolamentos
surgir para uma corrente indicada pelo fator de distintos e que, portanto, vão obedecer a classes de exatidão
sobrecorrente para que não haja alterações na curva de diferentes. O que acaba por nos obrigar a instalar
saturação do TC. E quando a classe de exatidão especificar equipamentos separados ou com duplo enrolamento. De tal
a potência, significa que essa deverá ser a máxima potência sorte que em uma mesma instalação onde se quer avaliar,
dissipada pela carga conectada ao secundário do TC quando medição para faturamento, qualidade e proteção para um
uma corrente nominal circular por ele. mesmo ponto, é necessário um conjunto de transformadores
de corrente e medidores independentes.
No que diz respeito aos relés de proteção é totalmente
possível realizar avaliações de qualidade de energia e Assim, a proposta do trabalho traz como pilar principal o
medição para faturamento quando pensamos apenas em sua avanço desta tecnologia na direção de garantir melhores
eletrônica e sua capacidade de processamento de sinais. No condições de exatidão permitindo, redução nas perdas de
entanto, temos como limitante o fato de o TC de proteção faturamento por erro de leitura e, portanto, registro de
associado ao relé apresentar erro permitido de 10%, o que consumo ou geração de energia e compactação de projetos
acaba por inviabilizar as características de medição de de subestações de energia elétrica que passarão a fazer uso
qualidade e faturamento prevista nos submódulos do ONS, de menor quantidade de equipamentos.
por exemplo. Outro ponto impactante neste âmbito é que o
erro de leitura aumenta em função da corrente medida A operação de um TC pode ser melhor explicada através
tomando como referência a relação de transformação de de um diagrama fasorial que tomamos como referência na
placa dos equipamentos. Ou seja, quanto mais distante, para figura a seguir, partindo de um circuito simples apresentado
mais ou para menos, a corrente lida pelo TC estiver da nas Figuras 2 e 3.
corrente nominal, relação de transformação de placa, maior
será o erro percebido. Esta condição também se repete em
transformadores de corrente com melhor classe de exatidão
e que são de uso exclusivo para medições de qualidade de
energia e faturamento de energia. Podemos observar tal
característica analisando o paralelogramo de exatidão de um
TC na Figura 1. O paralelogramo externo se refere a duas
vezes a classe de exatidão nominal para uma corrente de
ensaio igual a 10% da nominal. Para correntes aplicadas
iguais a 10% da nominal existe uma tolerância duas vezes
maior de erro, pois a corrente de magnetização é constante
para um TC, independente da corrente que circula no
primário, logo, para baixos níveis de corrente no primário, I1 – Corrente que circula no primário do TC.
a corrente de magnetização apresentará uma parcela I2 – Corrente que circula no secundário do TC.
percentual significativa. Ou seja, o paralelogramo interno P1 e P2 – Pontos de conexão do TC no primário.
refere-se a 100% da corrente nominal, e o paralelogramo S1 e S2 – Pontos de conexão do TC no secundário.
externo refere-se a 10% da corrente nominal, Almeida
(2006). Figura 2 – Representação do transformador de corrente
Ideal.
Uma vez que circule uma corrente nominal da sua relação
no primário que intitulamos de I1 então circulará em seu
secundário I2 pela ação característica do transformador de
corrente, de modo que independentemente do valor de
corrente que circule no primário, o TC deve manter a
relação, perfazendo a seguinte equação, I1 /I2 para o caso
em questão. Uma vez que não há conexão direta entre o
primário e o secundário, o medidor estará isolado a nível de
tensão primária. O fechamento da carga conectada ao
secundário (medidor ou relé de proteção) deve ser aterrado
como no circuito representado, tão somente no lado
secundário e em um único ponto. Esta condição de ligação
entre o TC e a carga no secundário (medidor ou relé de
proteção) é condição de ligação prevista e usual em todas as
instalações mundiais.
I1 – Corrente que circula no primário do TC.
I2 – Corrente que circula no secundário do TC. Apresentamos a seguir as principais relações de
U2 – Tensão no secundário do TC. transformação normalizadas pela ABNT para que no futuro
R2 I2 – Queda de tensão resistiva no secundário. possamos tomar uma destas como exemplo prático para
X2 I2 – Queda de tensão reativa de dispersão do validar nossa proposta de topologia.
secundário.
β – Ângulo de fase. Tabela 2. Relações nominais simples de
φ – Fluxo magnético. transformadores de corrente, NBR 6856.
Im – Corrente devido ao fluxo do TC.
Ie – Corrente de excitação. Corrente Relação Relação Corrente Relação Relação
If – Corrente de perdas ôhmicas no ferro. primária nominal nominal primária nominal nominal
nominal In - 5A In - 1A nominal In - 5A In - 1A
(A) (A)
Figura 3 – Diagrama fasorial do transformador de corrente.
5 1:1 5:1 100 20:1 100:1
10 2:1 10:1 150 30:1 150:1
15 3:1 15:1 200 40:1 200:1
20 4:1 20:1 150 50:1 250:1
25 5:1 25:1 300 60:1 300:1
30 6:1 30:1 400 80:1 400:1
40 8:1 40:1 500 100:1 500:1
50 10:1 50:1 600 120:1 600:1
60 12:1 60:1 800 160:1 800:1
75 15:1 75:1 1000 200:1 1000:1
A. Referencias Normativas
Uma vez que fica a cargo do fabricante do TC o conjunto Figura 7 – Arquitetura básica de compensação de erros.
completo de carga imposta, as condições de carga variável
deixam de ser relevantes do ponto de vista dos ensaios de
exatidão com várias cargas tornando completamente viável
o projeto de uma carga que obtenha o “ponto de exatidão” 4. METODOLOGIA EXPERIMENTAL E ENSAIOS
ótimo para um dado TC. Outra vantagem relevante é a
Na primeira etapa do processo realizamos um conjunto de
redução na interferência magnética que o condutor de
ensaios com o objetivo de mapear o comportamento real do
interligação sofre ao longo da conexão e, portanto, acaba
erro do TC buscando verificar o erro de relação 𝓔𝓔% e erro de
por requerer instalações especiais que visem a redução da
ângulo β para a nova carga imposta “fixa” adotada. Variamos
interferência por campos externos. É o caso de subestações
a corrente no primário ampère até seu valor nominal de relação
de alta tensão, onde o condutor de interligação necessita de
de transformação e analisamos o ângulo β e o erro 𝓔𝓔% de
blindagem e ainda de instalação em tubulação em aço. Com
relação e calculamos caso a caso o erro total percentual como
a nova topologia, a interligação fica a cargo do cabo de fibra
apresentado em (4). A Figura 8 apresenta o circuito básico para
óptica reduzindo custos e aumentando a confiabilidade do
levantamento das variáveis, onde utilizamos uma fonte de
sistema de medição.
corrente ajustável como fonte e um osciloscópio de ensaios.
Assim, temos como novo parâmetro para análise de erro,
apenas o erro composto, uma vez que a variável “carga
imposta” se tornou fixa e definida pelo fabricante do TC em
sua etapa de projeto e fabricação.
REFERÊNCIAS
Figura 9 – Módulo do fasor diferença/ módulo fasor ideal. MOLINA, RODRIGO NORAT TAVARES, “Procedimento para
Testes de Confiabilidade em Sistemas de Medição Indireta”,
XX Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica,
5. CONCLUSÃO
ST-21, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 26-Out. 2012.
A metodologia proposta, em tese, leva o conjunto de erros ABNT, NBR 6856 Transformador de Corrente – Especificação.
a percentuais a resultados menores que 0,05% para todas as
faixas de correntes haja visto que o algoritmo realizará IEC, IEC 60044-1Instrument transformers – Part 1: Current
correção automática em ampla faixa. A nova topologia transformers, 2003.