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Curso Preparatório para o Exame

CFP ®

Módulo IV - Gestão de Risco e Seguros

Apostila 2023- Rafael Toro Academia de Finanças


Certified Financial Planner
Atualizado 29/01/2022
Sumário Módulo VI – Gestão de Riscos e
Seguros
Introdução .................................................................................................................... 01
Capítulo 1: Princípios de Gestão de Risco ...................................................................... 02
Capítulo 2: Objetivos do Planejamento de Seguros ....................................................... 10
Capítulo 3: Fundamentos Básicos de Risco e Seguros .................................................... 20
3.1: Sistema Nacional de Seguros ..................................................................... 24
Capítulo 4: Aspectos Legais do Seguro ........................................................................... 48
4.1: Componentes Básicos de um Contrato de Seguro ..................................... 49
4.2: Obrigações Legais, Nulidade e Processo de Indenização ........................... 57
Capítulo 5: Características dos Principais Seguros ......................................................... 70
5.1: Seguro de Pessoas ..................................................................................... 71
5.2: Seguro Saúde ............................................................................................. 91
5.3: Demais Ramos ........................................................................................... 97
Capítulo 6: Aspectos Tributários dos Seguros .............................................................. 116
Glossário ..................................................................................................................... 120
Gestão de Riscos e Seguros
Objetivo
Neste módulo será exigida do profissional uma análise dos riscos aos quais o cliente está
exposto, visando indicar se é adequada ou não a contratação de seguro, priorizando as
necessidades de gestão de riscos dos clientes. O profissional deverá estudar conceitos
básicos de seguros sob o enfoque do comprador de seguros, e não do gestor do produto
(a seguradora), bem como avaliar quais são as implicações de eventuais mudanças nas
coberturas dos seguros contratados.
Para um profissional de planejamento financeiro é ressaltada a importância dos seguros
sobre o bem-estar e segurança patrimonial das pessoas e deve ser avaliado o modo como
os seguros se encaixam nas estratégias de gestão de riscos que podem comprometer o
planejamento financeiro pessoal. Será necessário transmitir o entendimento da cobertura
do seguro, seus aspectos legais, tributários e fundamentos básicos, abordando
principalmente os seguros de bens e pessoas: residência, veículos, vida, empresarial,
responsabilidade, rural, acidentes pessoais e saúde.
Importante notar que os termos risco, exposição a risco e tolerância a risco se referem ao
risco de perda financeira devido a circunstâncias pessoais e não relacionados a
investimentos.

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Capítulo 1:
2

Princípios de Gestão de Risco


Capítulo 1: de Gestão de Risco
Capítulo 1: Princípios
(exceto os de investimentos)
Princípios de Gestão de Risco
3 3
CFP® - Certified Financial Planner

Gestão de Risco e Seguros


Objetivo
O planejamento financeiro ressaltada a importância dos seguros sobre o bem-estar e
segurança patrimonial, devendo ser avaliado o modo como os seguros se encaixam nas
estratégias de gestão de riscos que podem comprometer o planejamento financeiro
pessoal. Será necessário transmitir o entendimento da cobertura do seguro, seus aspectos
legais, tributários e fundamentos básicos, abordando principalmente os seguros de bens e
pessoas (por exemplo: residência, veículos, vida, acidentes pessoais, saúde).

PIRÂMIDE DE MASLOW:

Abraham Maslow identificou na


sociedade as necessidades dos
indivíduos, elencando suas
prioridades. Podemos também
utilizar este conceito para a
proteção (necessidades urgentes e
por último, realizações pessoais)
https://blog.opinionbox.com/piramide-de-maslow/

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Fundamentos da Gestão de Risco
Conceito
Gerenciar não é só medir o impacto financeiro ou suas devidas perdas, mas sim criar um
plano de ação para prevenir ou reduzir estes eventos indesejados. Desta forma, devesse:
 Determinar contexto : aspectos culturais, legais, regulatórios, políticos
Identificar os riscos: listas riscos, fonte, impactos, eventos possíveis e
consequências
 Analisar riscos: quantitativa e qualitativamente
 Avaliar os riscos : quais são os prioritários
 Tratar os riscos: como evitar, excluir ou proteger
 Monitorar e revisar: revisões constantes com relação a necessidade atual.

Eleanor Blayney, CFP®, em seu artigo em 2012, comenta que: “Sem tomar medidas para
minimizar os riscos e ampliar a segurança financeira, toda riqueza construída com o
tempo e planejamento, poderá ser rapidamente diminuída por eventos inesperados e
inevitáveis”, sendo direta e precisa na importância da Gestão de Riscos.

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Fundamentos da Gestão de Risco


As 5 Regras de Blayney
Para se analisar os instrumentos de seguro, deve levar em conta estas cinco regras:
(1) Proteger apenas o que não pode perder: Deve-se considerar as circunstâncias
pessoais e determinar os ativos e serviços que, caso haja uma perda ou uma avaria,
cause um prejuízo devastador Avalie todos os tipos de Seguro de vida (adicionais e
complementares), para que as necessidades vitais sejam mantidas.
(2) Contrate seguro para perdas financeiras, não emocionais: As perdas
emocionais não podem ser repostas, sendo assim, a perda de uma pessoa deve ser
analisada pelo seu impacto financeiro e não pelo seu dano emocional.
(3) Concentre na aquisição de seguro que ofereça melhor proteção contra perda:
As “perfumarias” dos seguros devem ser analisados como escolha final e nunca
como prioridade (Exemplo: seguros de vida que gratuitamente possuem assistência
PET).
(4) Mantenha baixo os custos dos seguros: Se os custos estiverem alto, deve-se
analisar outras estratégias permanentes para minimizar os impactos dos riscos (por
exemplo, é mais barato parar de fumar do que manter um seguro por medo de
câncer no pulmão; é mais barato ter cerca elétrica que manter seguro residencial).
(5) Analise os seguros pessoais e os comerciais: Também deve ser considerado os
riscos com relação a atividade profissional e a perda da renda.
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Tratamento do Risco
Conceito
Conforme ISO 31.000, sobre tratamento de risco, deve-se tomar uma ou mais opções para
minimizar o risco puro e em último caso, manter o devido risco, conforme cronologia
abaixo:
 Evitar o risco: evitar a atividade que dá origem ao risco.
 Remover a fonte de risco ;
 Mudar a natureza ou probabilidade do risco;
 Mudar as consequências do evento risco;
 Dividir o risco com outros;
 Manter o risco.

Como definição de risco, podemos ter o Risco Puro e o Risco Especulativo, com as
seguintes definições:
Risco Puro: É o risco que gera somente perdas, sem possibilidades de ganho, como
por exemplo, a colisão de um veículo.
 Risco Especulativo: É o risco de dar diferente do esperado, podendo se ter ganhos
ou perdas, como por exemplo os investimentos (ações, imóveis, renda fixa).

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Gestão de Risco e Seguros


Conceitos
As seguradoras cobram valores (prêmio) para assumir a possibilidade de ocorrência dos
risco e seus devidos danos. Devemos portanto, ter claro alguns conceitos como:
RISCO: probabilidade de ocorrer eventos diferentes do esperado, podendo ser
considerado como Risco Segurável ou Risco Não Segurável:
o Risco Segurável: possuem como características serem eventos casuais e
aleatórios; risco mensuráveis e estatisticamente possíveis, portanto, eventos não
catastróficos (furacões, terremotos, ataque terroristas). Deve-se seguir a “lei dos
grandes números” (ter frequência e poder ser calculado).
o Riscos não seguráveis: também chamado como riscos sociais, são assumidos
pelo governos, por apresentar interesse público (seguro desemprego, sistema
estatais de previdência e assistência social)
 IMPACTO (Severidade): prejuízo causado pelo risco ocorrido.
DANO: é o risco multiplicado pelo seu impacto. Desta forma, deve-se analisar o
dano para a contratação de seguros. Seguros de vida por morte possuem grandes
impactos mas baixa probabilidade; roubo de celular possuem grande probabilidade,
porém com baixo impacto.

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Gestão de Risco e Seguros
Estratégias
Devemos definir quais os riscos que não queremos assumir, transferindo para um terceiro
(seguradora). Desta forma, classificamos as estratégias da seguinte maneira:
Retenção de risco (Autosseguro): É a condição pelo qual o indivíduo
guarda/acumula recursos financeiros próprios para assumir determinada perda
potencial que pode sofrer no futuro (sem contratar uma seguradora). Desta forma,
mantem-se o risco no nível atual de impacto e na sua devida probabilidade. Por
exemplo, pessoas que preferem não fazer seguro dos seus carros de luxo, pois a
probabilidade de roubaram ou danificar é baixo e o impacto financeiro no seu
patrimônio também é baixo.
 Transferência de risco: busca reduzir o impacto, transferindo o risco para um
terceiro (normalmente, uma seguradora), pagando um certo valor (prêmio).
Exemplo: um pai de família que contrata um seguro de vida para ter a certeza que os
estudos da sua filha, serão custeados estando vivo ou não.

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Capítulo 2:
Objetivos do Planejamento de 10

Seguro
Capítulo
Capítulo 2:
2:
Objetivos
Objetivosdo
doPlanejamento
Planejamentode
deSeguro
Seguros
11 11
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Objetivos do Planejamento de Seguros


Definição
O principal objetivo da contração dos seguros é para a transferência de risco próprio para
um terceiro, pagando-se um devido prêmio. O risco pode ser a perde ou avaria de um
bem patrimonial, a perda da renda para si próprio ou para a família e até mesmo como
transferência de patrimônio (herança) Desta forma, os principais motivos são:
 PESSOAL E FAMILIAR:
o Morte, Invalidez (Permanente) ou Incapacidade (Temporária);
o Doença Grave;
o Responsabilidade Civil;
o Saúde (Seguro e Plano);
o Perda de Renda.
 FINANCEIRO:
o Responsabilidade Civil;
o Crédito e Financiamento (prestamista e habitacional).
 BENS PATRIMONIAIS:
o Residência;
o Automóvel;
o Bens.

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Planejamento de Seguros
Definição das Etapas
Para se adquirir um seguro, devemos seguir os seguintes passos:
 Identificar os Riscos: Coleta de dados para ver os riscos existentes.
Avaliar a Necessidade de Transferência do Risco: este é o ponto na qual se verifica
se é favorável o “custo x benefício” para o cliente e se ele possui algum risco que
queira transferir para a seguradora pagando um prêmio.
Analisar as Coberturas Disponíveis: esta é a segunda etapa do processo, que se
analisa os produtos disponíveis no mercado, avaliando a idoneidade e o histórico das
seguradoras e do corretor. Busque seguradoras renomadas e com tradição para
evitar problemas futuros.
Monitorar o planejamento, aquisição de seguros e valores de cobertura em
função do ciclo de vida: Revisar e reavaliar a situação do cliente, pelo menos uma
vez por ano, para verificar se as coberturas ainda são suficientes para cobrir os riscos
que o cliente deseja.

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Planejamento de Seguros
Definição das Etapas
 Coletar dados sobre a atual cobertura de seguros do cliente;
 Identificar possíveis obrigações financeiras;
COLETA

 Determinar os objetivos de gestão de risco, a tolerância a exposição ao risco, as


questões pertinentes de estilo de vida do cliente e os problemas de saúde;
 Coletar dados para identificar os riscos de natureza patrimonial.

 Determinar as características da atual cobertura de seguros;


 Considerar estratégias atuais e possíveis de gestão de risco;
ANÁLISE

 Avaliar a exposição a risco financeiro;


 Avaliar a exposição a risco do cliente diante da atual cobertura de seguros e
estratégias de gestão de risco e as implicações de mudanças nas suas coberturas;
 Priorizar as necessidades de gestão de risco do cliente.
 Formular estratégias de gestão de risco;
Avaliar as vantagens e desvantagens de cada estratégia de gestão de risco;
SÍNTESE


 Otimizar as estratégias para fazer recomendações de gestão de risco;
 Priorizar os passos de ação para auxiliar o cliente a implementar as
recomendações de gestão de risco.

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Planejamento de Seguros
Definições das Fases da Vida
O ciclo de vida de um indivíduo é dividido em quatro fases. São elas:
Fundação da Riqueza (entre 18 e 28 anos): as pessoas buscam acumular riquezas
através de trabalho e poupança com foco na aposentadoria e não na proteção. O
longo prazo permite que possam correr maiores riscos, mas normalmente não
possuem muitos recursos, pois recém entraram no mercado de trabalho.
Acumulação de Capital (entre 28 e 40 anos): o investidor está no início de carreira
profissional e no início da constituição da sua família. A contratação de seguros de
vida deve ser condizente com a sua real necessidade. Porém, seguros de vida vitalício
são baratos para planejamento de longo prazo nesta faixa.
Conservação ou Proteção de Capital (entre 40 a 60 anos): são pessoas de meia-
idade que ainda dispõem de um horizonte de tempo relativamente longo. Por terem
família constituída (filhos ainda estudando) e no auge da carreira profissional, os
seguros de vida e saúde são de extrema relevância.
Distribuição ou Transferência de Capital (60 anos ou mais): o cliente está próximo
da aposentadoria (ou já está aposentado) e deve diminuir a sua exposição ao risco
nos investimentos. Seguros de Vida e Seguro Saúde são caros, mas necessários para
inventário e gastos inesperados com hospitais.

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Planejamento de Seguros
Gráfico

CICLO DE VIDA

Geração
de Renda

Acúmulo Manutenção
Fundação
Distribuição

18 – 28 Idade
28 – 40 40 – 60 +60

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Dimensionamento do Seguro de Vida
Conceito
O dimensionamento do seguro de vida pode ser feito de duas formas:
Método do Valor da Vida Humana: Avalia-se a capacidade de renda do segurado
para arcar com o custo dos dependentes em caso de morte ou invalidez. Desta
forma, calcula-se o quanto segurado gasta com a sua família hoje e multiplicasse
pelos anos que ele trabalharia se estivesse vivo, ou seja, estivesse provendo renda.
Método da Avaliação das Necessidades: Neste método, o foco é no período de
dependência financeira da família, analisando todas as variáveis financeiras
possíveis, sendo mais completo e correto. Devemos considerar:
o Configuração familiar
o Patrimônio
o Custos de inventário
o Futuro dos dependentes

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Método do Valor da Vida Humana


Exemplo
Rafael tem 40 anos e espera trabalhar até os 60 anos e seu salário atual é de R$ 100 mil
por ano. Suponha que ele pague 20% de imposto de renda sobre os seus rendimentos e
tenha um consumo próprio de 30% da sua renda total e o restante com gastos com a sua
família. Desta forma, qual o valor da cobertura do seguro de vida que Rafael deveria
contratar através do Método do Valor da Vida Humana?

RESPOSTA: Primeiramente devemos decompor os seus gastos e verificar qual o valor


financeiro anual de Rafael que a família depende dele. Desta forma:
 20% de Imposto de Renda: R$ 20.000,00 por ano
 30% em gastos próprios: R$ 30.000,00 por ano
 50% família: R$ 50.000,00 por ano

Como Rafael deseja trabalhar até os 60 anos, ele precisaria proteger sua família por
20 anos em um valor anual de R$ 50.000,00. Assim sendo, o valor total será:
 20 anos x R$ 50 mil = R$ 1.000.00,00 de Capital Segurado

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Método da Avaliação das Necessidades
Exemplo
Fernanda é casada, tem um filho e deseja fazer um seguro de vida para manter a família
com o mesmo padrão de vida por 10 anos, caso ela venha a falecer. Qual o valor do
seguro de vida que ela necessita contratar, sabendo que as informações abaixo se
manterão constantes ao longo do tempo?
 Valor do imóvel residencial: R$ 1.000.000,00.
 Despesas com prêmios mensais do seguro: R$ 1.000,00.
 Despesas mensais diversas: R$ 9.000,00.
 Honorários advocatícios: 10%.
 ITCMD (Imposto Causa Mortis e Doação): 4%.

RESPOSTA: Deve somar todos os custos que serão gerados pela sua morte, mais os
valores de proteção necessários a sua família por 10 anos (o seguro cessará na morte):
 ITCMD: R$ 1.000.000,00 × 4% = R$ 40.000,00
 Advogado (inventário): R$ 1.000.000,00 × 10% = R$ 100.000,00
 Despesas totais: R$ 9.000,00 (mensal) × 120 meses = R$ 1.080.000,00
 TOTAL: R$ 40.000,00 + R$ 100.000,00 + R$ 1.080.000,00 = R$ 1.220.000,00

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Capítulo 3:
Fundamentos Básicos de Risco e
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Seguros
Capítulo 3:
Fundamentos Básicos de Risco e Seguros
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Razões para Contratar um Seguro


Introdução
A vida cotidiana está cada vez mais agitada e é de se esperar que em qualquer momento
possa surgir um imprevisto que transforme a vida das pessoas em um pesadelo. E com
certeza, nenhuma pessoa gosta de ter problemas que poderiam ter sido pensados
antecipadamente.

Os seguros tentam minimizar o impacto econômico que pode gerar uma situação
inesperada. Estas situações podem ser o roubo ou furto do automóvel, o falecimento do
provedor da renda da família, uma impossibilidade de trabalho, falir uma empresa, ou
acredite, até mesmo viver mais do que o planejado. Desta forma, a contratação de um
seguro ocorre por querermos ser PREVIDENTE, diminuindo os impactos causados pelas
INCERTEZAS. A partir desta terceirização do risco, surge o conceito de MUTUALISMO, no
qual as seguradoras trabalham para poder assumir os devidos riscos.

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Razões para Contratar um Seguro
Definição dos Motivos
Desta forma, os três principais motivos para se contratar um seguro são:
SER PREVIDENTE: Como não sabemos o “dia de amanha”, devemos se preparar
para a ocorrência de um fato, com objetivo de minimizar os impactos econômicos
negativos causados pelo risco ocorrido.
INCERTEZA: É a probabilidade de um evento ocorrer ou não, portanto, quanto
maior a chance de ocorrer um evento danoso, maior o custo do devido seguro.
MUTUALISMO: O conceito de mutualismo é “a operação pela qual um grupo de
indivíduos, com interesses semelhantes, contribui para benefício individual de cada
um dos contribuintes”, ou seja, nos seguros, é a divisão das perdas entre os
interessados. Por exemplo, suponhamos que um carro de R$ 100 mil é roubado por
ano a cada 100 existentes (probabilidade de 1% do veículo de um indivíduo ser
roubado). Assim, o mutualismo seria que 100 pessoas contribuíssem com mil reais
(ao total teríamos R$ 100 mil), dividindo o risco igualitariamente entre todos. É
menos danoso mil reais para cada cidadão, do que ser “o premiado” da perda de
R$ 100 mil. É através deste conceito que as seguradoras trabalham, e neste caso,
cobrando um valor excedente aos mil reais de cada segurado.

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3.1 Sistema Nacional de Seguros


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Sistema Nacional de Seguros
Organograma

CMN CNSP CNPC


Conselho Nacional
Conselho Monetário Conselho Nacional
de Previdência
Nacional de Seguros Privados Complementar

SUSEP

EAPC – Corretores
Entidades Abertas Seguradoras de Seguros Resseguradoras Capitalização
de Previdência (PF e PJ)

Segurados
(Clientes)

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Sistema Nacional de Seguros


CNSP: Órgão Normativo
O CNSP (Conselho Nacional de Seguros Privados) é o órgão normativo responsável por
fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados. Desta forma, ele é o órgão
regulador do mercado de seguros – que inclui as atividades das companhias de seguro, de
resseguro, das empresas de capitalização e das entidades de previdência aberta.

 PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES:
 Fixar diretrizes e normas da política de seguros privados;
Fixar as características gerais dos contratos de seguro, previdência privada aberta,
capitalização e resseguro;
Regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que exercem
atividades subordinadas ao SNSP (Sistema Nacional de Seguros Privados), bem como
a aplicação das penalidades prevista;
 Conhecer dos recursos de decisão da SUSEP e do IRB;
 Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro;
 Disciplinar a corretagem do mercado e a profissão do corretor;
Prescrever os critérios de constituição das Sociedades Seguradoras, Capitalização,
Entidades Abertas de Previdência Complementar e Resseguradoras, com fixação dos
limites legais e técnicos das respectivas operações.
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Sistema Nacional de Seguros
SUSEP: Órgão Supervisor
A SUSEP, a Superintendência de Seguros Privados, é o órgão responsável pelo controle e
fiscalização dos mercados de seguro, previdência privada ABERTA, capitalização e
resseguro, vinculado ao Ministério da Economia.

 PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES:
 Controlar e fiscalizar os mercados de seguro e previdência complementar aberta;
 Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP;
 Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades;
Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das EAPCs,
Seguradoras, Resseguradoras e Sociedades de Capitalização;
Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição, assegurando sua
expansão e o funcionamento das entidades que neles operem;
Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos operacionais a
eles vinculados, visando a maior eficiência desses mercados (seguros e capitalização);
 Proteger a captação de poupança popular que se efetua através das operações de
seguro, previdência privada aberta, de capitalização e resseguro;
 Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado;
 Zelar (proteger) pelos interesses dos consumidores desses mercados.
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Sistema Nacional de Seguros


Operadores
Os principais operadores do Sistema Nacional de Seguros para a prova são:
Sociedades Seguradoras: São Sociedades Anônimas (S.A.) que indenizam prejuízos
INVOLUNTÁRIOS, mediante recebimento de prêmios, ou seja, a obrigação de pagar
ao beneficiário da apólice, uma indenização quando ocorrer o risco indicado no
contrato, recebendo, para isso, antecipadamente, o prêmio estabelecido. Estas
empresas não podem ter outra atividade de venda de produtos que não sejam os
seguros, planos de previdência e títulos de capitalização.
Corretores de Seguros: São Pessoas físicas ou jurídicas habilitados e certificados
pela SUSEP, a intermediar seguros entre as seguradoras e os segurados, sempre com
foco nos interesses do segurado (cliente). Assim, ele é o representante legal do
segurado frente à seguradora.
Resseguradoras: São Sociedades Anônimas (S.A.) que aceitam a transferência de
riscos de seguradoras ou de outras resseguradoras, concordando em indenizar uma
perda na qual a seguradora possa incorrer em apólices emitidas. Assim, estas
empresas fazem o “seguro do seguro” e são obrigados a estar presente quando há a
superação do EXCEDENTE DO LIMITE DE RETENÇÃO DO RISCO (CAPITAL QUE A
SEGURADORA PRECISA RETER PARA O CÁLCULO DO RISCO).

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Classificação dos Seguros: Sociais e Privados
Conceito
Os seguros são classificado em Social ou Privado, se identificando perante a natureza
jurídica, mas distinguindo-se principalmente pelo “sistema de gestão”. Desta forma o:
SEGURO SOCIAL (Público) é considerado como à proteção das classes
trabalhadoras, sendo sua CARACTERÍSTICA BÁSICA A OBRIGATORIEDADE, não
existindo um contrato e sendo OPERADO PELO ESTADO. Ele assume o papel de
ordenador da seguridade ou segurança social amparado no mutualismo. Importante
ressaltar, que o seguro social recai somente sobre as necessidades pessoais e não
cobre riscos a bens materiais. Exemplos: Previdência Social, Assistência Social e SUS.
 SEGURO PRIVADO tem como CARACTERÍSTICA BÁSICA O RISCO SER ASSUMIDO
PELAS PESSOAS JURÍDICAS, podendo ser de caráter opcional ou obrigatório, como
nos casos dos financiamentos imobiliários. Seus contratos são regulados pelo Código
Civil ou Comercial, obedecendo as leis específicas e as suas regulamentações. Esses
seguros podem ser classificados quanto ao seu ramo ou quanto a sua natureza, que
são:
 Quanto aos Ramos: Ramo Vida, Ramo Saúde e Elementares;
 Quanto a Natureza: Seguro de Pessoas e Seguro de Dano.

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CFP® - Certified Financial Planner

Classificação dos Seguros: Sociais e Privados


Ramos do Seguro
Os seguros privados são agrupados em três grandes blocos que são:
Ramo Vida: Pagamento aos segurados e/ou beneficiários através de quantia certa,
renda ou benefício. As apólices são contra risco de morte e acidentes pessoais bem
como os planos de previdência privada aberta.
Ramo Saúde: Pagamento ou reembolso de assistência médico-hospitalar das
despesas decorrentes doenças ou acidentes do segurado/dependentes.
 Elementares: Demais seguros sobre objetos ou pessoas e os principais são:
o Seguro de Automóvel;
o Seguro Residencial;
o Seguro Responsabilidade Civil;
o Seguro de Garantias;
o Seguro Rural.

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Classificação dos Seguros: Sociais e Privados
Natureza dos Seguros
Os seguros também podem ser classificados quanto a sua natureza, sendo dividido em
dois grupos:
Seguro de Pessoas: bem segurado é a própria incolumidade física ou a vida do
indivíduo, os quais são imensuráveis do ponto de vista econômico, podendo ser
divididos em Seguros de Vida, Acidentes Pessoais, Saúde e Previdência.
Seguro de Dano: o bem segurado é patrimonial, podendo ser, um objeto
determinado, ou mesmo uma futura obrigação pecuniária, advinda do
reconhecimento de responsabilidade civil por parte do segurado. Neste tipo de
seguro, o valor máximo protegido é o valor do bem.

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Divisão e Transferência de Riscos


Conceito
As seguradoras possuem um limite de retenção de risco, não podendo assumir riscos
infinitos em troca de prêmios por livre e espontânea vontade. O outro ponto, é que
alguns riscos a serem assumidos são muito grandes e as próprias seguradoras não
gostariam de assumir “sozinhas”: lembre-se, se ocorrer o problema, ela necessita arcar
com a indenização. Diante disso, surge duas alternativas.

A primeira seria dividir o risco entre outras seguradoras, com cada uma ficando com uma
parte do risco e recebendo uma parte do prêmio. Neste caso, chamamos essa divisão que
a seguradora primária fez com outros “companheiros” de “COSSEGURO”.

A segunda alternativa, seria contratar uma seguro para o seu seguro. Caso ocorra o
sinistro, a seguradora acionaria o seguro que ela contratou para o seu seguro. Esta
operação chamamos de “RESSEGURO”, que só pode ser feito com uma resseguradora e
não com uma seguradora.

Veremos a seguir mais detalhado cada um destes conceitos.

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CFP® - Certified Financial Planner
Divisão e Transferência de Riscos
Cosseguro
O COSSEGURO é uma operação onde duas ou mais seguradoras, dividem entre si os riscos
de uma apólice e definem percentuais de responsabilidade pelo pagamento de uma
eventual indenização. Neste tipo de operação, a apólice indicará a seguradora-líder, que
deverá possuir a maior responsabilidade securitária e terá a função de administrar o
contrato e representará os demais, para todos os seus efeitos.

Esta função administrativa significa receber e partilhar o prêmio, renegociar junto ao


segurado, ordenar o pagamento da indenização. Vale ressaltar que mesmo que a
seguradora líder possa receber e partilhar o prêmio ou ordenar o pagamento da
indenização, NÃO HÁ RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA ENTRE ELAS. Por este motivo, o
SEGURADO SEMPRE DEVE ACEITAR antes da implementação.

 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICA:
 Sempre com ANUÊNCIA do segurado;
 Só pode ser realizado ANTES da implementação o seguro;
 Na apólice constam quotas de responsabilidade e não há co-responsabilidade;
A seguradora “líder” emite a apólice, recebe prêmios, paga sinistros e divide com
as cosseguradoras.
33
CFP® - Certified Financial Planner

Divisão e Transferência de Riscos


Resseguro
Já o RESSEGURO ocorre quando a própria seguradora contrata um seguro com uma
resseguradora, para que ela possa transferir um risco de uma operação sua. A SUSEP
definiu que esta contratação será obrigatória quando ULTRAPASSAR O LIMITE DE
RETENÇÃO da seguradora, mas em outros casos, será facultativa.

De uma forma mais clara, Rafael faz um seguro com a seguradora A. Esta seguradora A
pode fazer um seguro com a resseguradora XYZ para se proteger parcialmente ou
totalmente. Diferentemente do cosseguro, as obrigações comerciais de Rafael x
Seguradora A ainda permanecem e por isso o RESSEGURO NÃO NECESSITA DE ANUÊNCIA
DO CLIENTE. Quando quem faz o seguro para se proteger é a resseguradora, o nome
dessa transferência técnica é RETROCESSÃO, que é o RESSEGURO DO RESSEGURO.

 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
 Feito somente por resseguradoras;
 Obrigatório quando ULTRAPASSAR O LIMITE DE RETENÇÃO;
 Não precisa da anuência do segurado;
 Única opção quando o seguro já foi aceito.

34
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Termos Técnicos
Introdução
Os principais conceitos que veremos a seguir são
 Avaliação dos Riscos (evento, interesse segurável e probabilidade);
 Prêmio;
 Importância Segurada;
 Tipos de Cobertura;
 Sinistros e Perdas;
 Danos Materiais, pessoais e morais;
 Base de Ocorrência;
 Base de Reclamação;
 Franquia; e
 Carência.

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CFP® - Certified Financial Planner

Avaliação dos Riscos


Definições
A avaliação dos riscos e, posteriormente, a contratação de seguros, pressupõe três
conceitos básicos:
EVENTO: é o fato gerador do sinistro. ele deve ser um acontecimento futuro (não
poderá já ter ocorrido); possível, incerto e lícito.
 INTERESSE SEGURÁVEL: Para se contratar um seguro, é necessário que haja um
interesse legítimo, relativo a coisas ou pessoas. Por exemplo, Rafael não poderá
contratar um seguro em nome de Guilherme, sendo ele próprio o beneficiário, se os
mesmos nem se conhecem.
PROBABILIDADE DE EVENTOS: é a possibilidade do evento segurado ocorrer.
Quanto maior a possibilidade, maior será o valor cobrado pela seguradora.

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Prêmio
Tipos de Prêmio
O Prêmio é o valor pago pelo segurado ou estipulante/proponente à Seguradora para que
esta assuma o risco a que o Segurado está exposto. No entanto, o “prêmio final” (Prêmio
Bruto) não é composto somente pela probabilidade de ocorrer um evento, mas sim, da
composição de risco (probabilidade), despesas comerciais (carregamento), impostos e
lucro da seguradora. Desta forma, os tipos de prêmio são:
Prêmio de Risco: é a (probabilidade de sinistros) × (valor dos sinistros), ou seja, o
valor gasto para cobrir as indenizações involuntárias aos segurados.
Prêmio Puro (PE - Estatístico): correspondente ao valor do prêmio pago para cobrir
o risco atuarial, excluindo-se o carregamento comercial, os impostos e o custo de
emissão de apólice, se houver. Assim, a sua fórmula é:
o PE = (Prêmio de Risco) + (Carregamento de SEGURANÇA)
Prêmio Comercial (PC): É o Prêmio Puro acrescido do carregamento COMERCIAL.
Portanto, é o valor correspondente ao prêmio pago, excluindo-se os impostos e o
custo de emissão de apólice.
 Prêmio Bruto (PB): Prêmio Comercial acrescido de impostos: PC × (1 + impostos).
Prêmio Adicional: complemento cobrado em caso de adição de cláusulas que
beneficiam o segurado.

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Prêmio
Carregamento Comercial
O Carregamento Comercial é composto por 3 principais custos:
 Comissões de Corretagem e outras despesas de comercialização;
 Gastos gerais administrativos; e
 Lucro da Seguradora.

A partir disso, surge o Índice de Despesas, que consiste na relação entre o carregamento
comercial e o prêmio comercial, ou seja:

Carregamento Comercial
Índice de Despesas (ID) =
Prêmio Comercial

Desta forma, também podemos calcular o Prêmio Comercial através da seguinte equação:

Prêmio Puro
Prêmio Comercial =
(1 − ID)

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Prêmio
Exemplo de Cálculo
Uma seguradora estima ser necessário R$ 1.000.000,00 por ano para cobrir os sinistros
de uma frota de automóveis de 5.000 veículos, além de 10% de carregamento de
segurança. Sabendo que o índice de despesas da seguradora é de 30%, qual o prêmio
puro e o prêmio comercial desta seguradora?

 SOLUÇÃO:

 Cálculo do Prêmio Puro (PP)  Cálculo do Prêmio Comercial (PC)

1.###.### %&ê()*
1 ;; = ×1,10 1 ;H = %+&* 1
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R ;CêDiF ;GCF = =$ 22@, @@ 3 ;H = #,4#

R ;CêDiF HFDICJiKL = =$ MAN, 2O

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Importância Segurada
Conceito
A Importância Segurada, também chamada como Garantia ou Cobertura, é o valor
monetário atribuído pelo contratante ao contrato de seguro, representando o limite
máximo de responsabilidade da seguradora, para a cobertura contratada, a ser pago ou
reembolsado por essa seguradora no caso da ocorrência de sinistro coberto pela apólice
vigente na data do evento.

Especialmente nos Seguros de Vida, a importância segurada recebe o nome de capital


segurado. Já nos Seguros de Danos, a importância segurada é atribuída pelo segurado,
mas não deve ser superior ao valor do bem.

No Seguro de Pessoas, como não se pode estimar o valor em risco, não há limite para
determinação do capital segurado. Por isso, para evitar uma exposição demasiada ao
risco, as seguradoras estabelecem um limite máximo de aceitação de capital segurado por
vida.

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Tipos de Cobertura
Conceito
Cobertura, também chamada de garantia, é a obrigação da seguradora, após a análise da
proposta e aceito o risco proposto. As coberturas podem ser classificadas como:
Básica: É a principal cobertura de um seguro, sendo ela obrigatória para aquisição
do seguro. Após esta contratação, é possível agregar demais seguros. Exemplo: Não
se pode contratar um seguro por doenças graves, sem contratar a cobertura Básica
que é o seguro de vida por morte;
Adicional ou acessória: não previstos na cobertura básica, opcionais e com prêmio
adicional. Exemplo: Doenças Graves;
Seguro compreensivo (Multiriscos): É o seguro que abrange várias coberturas na
mesma apólice, podendo ser de diversos ramos. Exemplo: contratar um seguro
residencial, juntamente com um de Responsabilidade Civil (perda de aluguel)

Quando acionado o seguro, essa cobertura poderá ser paga através de 3 modalidades:
 Único: Pagamento único do valor segurado
 Renda: Renda por tantos anos.
 Reembolso: Devolução de gastos gerados.

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Sinistros e Perdas
Conceito
Conforme a Resolução CNSP 117/04, sinistro é a “ocorrência do risco coberto, durante o
período de vigência do plano de seguro”, ou seja, é a materialização do prejuízo ou dano
em algum bem sobre o qual se fez o seguro, OCORRIDO DE FORMA INVOLUNTÁRIA E
IMPREVISTA, que causou prejuízo ao segurado ou a terceiros.

Para haver o pagamento do sinistro, o risco deve estar especificado na apólice de seguro,
além da mesma estar dentro da vigência e com o prêmio de seguro devidamente pago em
dia ou quitado. Por exemplo, se o cliente contratou uma apólice com cobertura para
colisões para o seu veículo e o mesmo foi furtado, ao invés de colidido, não pode ser
considerado um sinistro, pois os prejuízos não estarão cobertos pelo seguro. Outro ponto
importante é, nos seguros de automóveis, o sinistro pode ser parcial ou total, com as
seguintes definições:
Perda Parcial: quando o veículo sofre danos em que os custos de reparação não
atingem 75% do valor indicado na Tabela Fipe.
 Perda Total: quando o veículo sofrer algum acidente e os valores de reparo
superarem 75% do valor do carro. Além disso, as seguradoras podem ter critérios
para perda total, para valores inferiores a este percentual.

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Danos Materiais, Pessoais e Morais
Conceito
Nos seguros, dano é o prejuízo sofrido pelo segurado (indenizável ou não), de acordo com
as condições do contrato de seguro. Suas classificações são:
DANO MATERIAL: dano físico a uma propriedade tangível, concreta e que cause a
diminuição do patrimônio. Exemplos: deterioração, estrago, inutilização, destruição,
extravio, furto ou roubo de um veículo.
DANO PESSOAL: é considerado todo e qualquer dano causado à pessoa. Os danos
pessoais são divididos em três grupos. São eles:
o Dano Corporal: Lesão exclusivamente física causada ao corpo da pessoa (lesão,
incapacidade ou morte). Danos classificáveis como mentais ou psicológicos, não
oriundos de danos corporais, não estão abrangidos por esta definição.
o Dano Moral: Lesão ao patrimônio psíquico ou à dignidade da pessoa, ou, mais
amplamente, aos direitos da personalidade (independente de dano material ou
corporal). Pode ser causada à Pessoas Jurídicas, gerando perdas financeiras
indiretas, decorrente de ofensa a seu nome ou imagem.
o Dano Estético: Dano corporal que se caracteriza pela redução ou eliminação de
padrão de beleza, mas sem ocorrência de sequelas que interfiram no
funcionamento do organismo.

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Base de Ocorrência
Conceito
O conceito de “Apólice à base de Ocorrência”, o dano deve ocorrer durante a vigência da
apólice e a reclamação podendo ocorrer até o fim do prazo prescricional legal, ou seja,
durante o período da apólice ou dentro do prazo que a lei determinar. Importante
salientar que, o prazo prescricional começa a contar a partir da ciência do dano. Além
disso, o Código Civil coloca prazo de prescrição de 01 ano do segurado em relação a
seguradora; e prazo de 03 anos de terceiros com relação ao segurado-causador.

Segurado pode
reclamar até aqui Terceiro pode reclamar até aqui
Sinistro
1 ano
X
Vigência da Apólice 3 anos

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Base de Reclamação
Conceito
Já o conceito de “Apólice à base de Reclamação”, o dano deve ocorrer durante a vigência
da apólice ou do prazo retroativo e cujos prejuízos são reclamados durante a vigência ou
dentro do prazo complementar e prazo suplementar. A partir da primeira renovação,
aplicasse o prazo de retroatividade, que é aquele anterior ao início da vigência,
decorrente de apólices anteriores que foram renovadas anualmente, desde que não haja
interrupção de cobertura (quanto mais se renova, maior a retroatividade).
Prazo complementar: inicia após o vencimento da apólice original (gratuito e com
duração de um ano);
Prazo suplementar: inicia após o vencimento do prazo complementar (garantido
mediante pagamento de prêmio adicional e também tem duração de um ano).

Segurado pode Com contratação, pode


reclamar até aqui reclamar até aqui
Sinistro
X Vigência Prazo
Prazo
Retroatividade da Apólice Complementar Suplementar

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Franquia
Conceito
A franquia é o valor previsto na apólice que, em caso de sinistro, representa a parte do
prejuízo apurado que poderá deixar de ser paga pela Seguradora, dependendo das
disposições do contrato. Normalmente, a franquia serve para eliminar os pequenos
sinistros, geradores de custos administrativos para a seguradora e que elevam os
resultados estatísticos envolvidos nos cálculos dos prêmios. Em algumas modalidades, é
prevista, através de cláusula específica, uma redução de prêmio do seguro em caso de
aplicação de franquias diferenciadas. Existem dois tipos, são elas:
FRANQUIA SIMPLES: Franquia que vigora somente se o prejuízo apurado é inferior
a ela, ou seja, a seguradora somente necessita indenizar caso supere o valor da
franquia simples, tendo que arcar com todo o valor da cobertura caso seja acionado.
FRANQUIA DEDUTÍVEL: Valor ou percentual definido na apólice referente à
responsabilidade do Segurado nos prejuízos indenizáveis decorrentes de sinistros
cobertos. Por exemplo, uma apólice de automóvel possui franquia dedutível de dois
mil reais. Certo dia, há um sinistro no qual o valor para conserto foi de R$ 10 mil. A
seguradora arcará com o prejuízo de R$ 8.000,00 (valor do conserto total,
descontado o valor da franquia dedutível). Este é o tipo mais comum utilizada nas
apólices de seguro.

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Carência
Conceito
Entende-se como prazo de carência o período, contado a partir da data de início de
vigência do seguro ou do aumento do capital segurado ou da recondução, no caso de
suspensão, aquele em que, na ocorrência do sinistro, o segurado ou os beneficiários não
terão direito à percepção dos capitais segurados contratados. Este prazos normalmente
ocorrem nos seguros de saúde e de vida.

O prazo de carência não poderá exceder metade do prazo de vigência previsto pela
apólice, no caso de contratação individual, ou pelo certificado, no caso de contratação
coletiva, exceto no caso de suicídio ou de sua tentativa, no qual a carência poderá ser de
até 2 anos. Já no Seguro Saúde, a seguradora pode incluir carência de até 24 mesesr para
alguns procedimentos.

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Capítulo 4: 48

Aspectos Legais do Seguro


4.1 Componentes Básicos de um
Contrato de Seguro
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Componentes Básicos do Contrato de Seguro


Introdução
Os contratos de seguro partem dos seguintes princípios:
 Bilateral: Ambas as partes devem se manifestar (contratante e seguradora).
Oneroso: Envolve desembolso das duas partes. O segurado com o pagamento da
parcela (prêmio) e a seguradora com o pagamento do sinistro, no caso de ocorrência.
 Aleatório: Não há reciprocidade obrigatória, ou seja, a seguradora recebe com
certeza o prêmio, porém, o segurado recebera a indenização somente se ocorrer o
sinistro. Se não ocorrer o sinistro, a seguradora não devolve os prêmios.
Solene: O consentimento deve ser dado conforme lei vigente (normalmente,
sendo assinado pelo segurado através da proposta de seguro e confirmado pela
seguradora através da emissão da Apólice, Certificado ou Bilhete).
 Consensual: Depende apenas das partes, não sendo necessário outra formalidade.
 Formal e Nominado: Estes contratos são regulamentados por legislação específica.
Adesão: o segurado deve aceitar as condições da apólice (aprovadas conforme
legislação), descritas nas condições gerais.
 Boa-Fé: É a confiança reciproca de ambas as partes, sendo, uma das principais
exigências do contrato de seguro.

50
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Componentes Básicos do Contrato de Seguro
Definições
As definições básicas do contrato de Seguro são:
Risco: Evento futuro e incerto, de natureza súbita e imprevista, independente da
vontade do segurado, cuja ocorrência pode provocar prejuízos econômicos.
Segurado: Pessoa física ou jurídica que, tendo interesse segurável, contrata o
seguro em seu benefício pessoal ou de terceiro. Assim, podemos ter no seguro:
o Estipulante: quem contrata apólice
o Beneficiário: PF ou PJ à qual é devida a indenização em caso de sinistro.
Segurador: Empresa autorizada pela SUSEP a funcionar no Brasil e que, recebendo
o prêmio, assume os riscos descritos no contrato de seguro.
Prêmio: Importância paga pelo Segurado ou estipulante/proponente à Seguradora
para que esta assuma o risco a que o Segurado está exposto.
Taxas: É o valor cobrado, considerando o montante dos sinistros pagos. Existem a
taxa estatística (custo da chance matemática do risco ocorrer); taxa pura (prêmio
puro) que é a soma da taxa estatística com um valor de margem de segurança; e a
taxa comercial que adiciona custos administrativos e comerciais na taxa pura.
Indenização: Valor que a seguradora deve pagar ao beneficiário em caso de
sinistro coberto pelo contrato de seguro, sendo isento de IR para o assegurado.

51
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Componentes Básicos do Contrato de Seguro


Proposta
É a vontade do segurado e as condições do seguro, sendo, posteriormente, o documento
utilizado pela seguradora para realizar o estudo e as condições do contrato (por exemplo,
valor do prêmio pago pelo proponente). Importante ressaltar que este não é um ato
jurídico contratual, vide que a proposta tem por finalidade satisfazer uma necessidade
técnica do segurado. Segundo a SUSEP, a Proposta é o “Instrumento que formaliza o
interesse do proponente em contratar o seguro. (Circular SUSEP 347/07)”.

A aceitação pela seguradora de assumir o risco por um certo prêmio é a Apólice (podendo
ser através de Certificado ou Bilhete também). Desta forma, a seguradora pode recusar
uma proposta de seguro, desde que justificada.

Existem propostas que, juntamente a ela, há o pagamento de prêmio antecipado. Nestes


casos, a vigência do seguro inicia no momento do recebimento da proposta e não no
momento da aceitação da proposta. Outro ponto é, proposta com prêmio antecipado,
também são passíveis de recusada da proposta pela seguradora. Ocorrendo a recusa, o
prêmio pago deverá ser devolvido ao proponente.

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Componentes Básicos do Contrato de Seguro
Apólice
Este é o documento emitido pela seguradora, após ter recebido a proposta de
contratação. Ela é assinada por um representante legal da seguradora, sendo documento
que formaliza a aceitação da cobertura solicitada pelo proponente, nos planos individuais,
ou pelo estipulante, nos planos coletivos, sendo assim o CONTRATO entre as partes.
Segundo a SUSEP, é o “documento que formaliza o contrato de seguro, estabelecendo os
direitos e as obrigações da sociedade seguradora e do segurado e discriminando as
garantias contratadas. (Circular SUSEP nº 308/05).”

53
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Componentes Básicos do Contrato de Seguro


Endosso ou Aditivo
O Endosso ou Aditivo é o documento que, em função da necessidade, altera o contrato
inicial, acrescentando dispositivos novos ou até incluindo bens na cobertura. Ele é
utilizado para formalizar modificações, correções ou acréscimos na apólice. A Resolução
184/08 do CNSP diz que é o “documento, emitido pela seguradora, por intermédio do qual
são alterados dados e condições de uma apólice, de comum acordo com o segurado”.

Exemplo: Se uma pessoa deseja alterar os beneficiários descritos no seguro contratado,


deverá fazer um Endosso ou Aditivo para a seguradora.

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Componentes Básicos do Contrato de Seguro
Rescisão
O contrato de seguro pode ser rescindido a qualquer tempo, mediante acordo entre as
partes (inclusive por não pagamento de prêmios). Importante ressaltar que, a não ser por
situações previstas em lei, os contratos de seguros não poderão conter cláusulas de
rescisão unilateral. Segundo a CNSP, rescisão é a “Dissolução antecipada do contrato de
seguro por acordo das partes. Quando não há acordo, usa-se o termo ‘cancelamento’.
(Resolução CNSP 184/08).”

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Componentes Básicos do Contrato de Seguro


Ressarcimento e Sub-rogação
A Circular SUSEP 306/05 descreve o ressarcimento como o “reembolso dos prejuízos
suportados pela Seguradora ao indenizar dano causado por terceiros”. Desta forma, a
seguradora tem direito a reembolso da indenização paga, podendo agir legalmente contra
terceiros, exceto em indenizações de seguro de vida (também chamado de sub-rogação).

A sub-rogação, portanto, ocorre quando um terceiro provoca culposamente dano coberto


a um segurado (ou seja, o dano não poderá ser causado por cônjuge, ascendente,
descendente, consanguíneo ou afim do segurado, exceto se por dolo). Segundo a Circular
SUSEP 354/07, sub-rogação é o “Direito que a lei confere ao Segurador, que pagou a
indenização ao Segurado, de assumir seus direitos contra terceiros, responsáveis pelos
prejuízos”. Reforçando, não há sub-rogação nos Seguros de Vida.

Exemplo: Rafael possui um seguro para seu veículo. Um terceiro colide em seu veículo,
mas este terceiro não possui seguro. Desta forma, Rafael aciona sua seguradora para o
conserto do veículo, o qual terá um serviço de R$ 10.000,00. Assim, a seguradora paga
pelo serviço, mas poderá cobrar na justiça estes R$ 10.000,00 do terceiro que causou o
acidente.

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4.2 Obrigações Legais, Nulidade e
Processo de Indenização
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Obrigações Legais dos Participantes


Definição
Os agentes participantes do contrato do seguro possuem direitos e obrigações. Estes
agentes e suas obrigações são:
SEGURADORA: Havendo o sinistro involuntário, a seguradora deverá pagar em
dinheiro o prejuízo resultante do risco assumido. Em alguns casos, as partes podem
formas diferentes de indenização, como por exemplo, a prestação de um serviço
(conserto do veículo).
SEGURADO: O segurado deverá pagar o prêmio do seguro, usar de boa fé e não
agravar o devido risco voluntariamente (se praticar ato ilícito, acarretará na nulidade
do contrato e a perda do direito ao seguro). Além disso deverá comunicar a
seguradora ou ao corretor:
o Qualquer ato involuntário, afim de ter readequação do risco;
o Qualquer alteração dos dados da apólice; e
o Outros seguros existentes (para o bom senso de uma nova proposta);
CORRETOR: é o representante legal do segurado frente a seguradora. Sua função é
auxiliar o segurado a escolher a proteção correta para sua necessidade até o
recebimento do sinistro, sempre colocando o segurado em primeiro lugar.

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Nulidade e Anulabilidade
Conceito
Existem duas formas de um contrato de seguro se tornar inválido que são:
NULIDADE: Ocorrerá a nulidade do seguro quando o negócio jurídico é nulo
(ofensa a princípios básicos do ordenamento jurídico e, consequentemente, lesão a
interesse da coletividade). Neste caso, não há prazo prescricional, podendo ser
inválido a qualquer prazo. Seus principais motivos são: celebrado por pessoa
incapaz; for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; ambas as partes fazem
um contrato e sabem que o motivo é ilícito; não respeitar a lei.
 Exemplo: contratar um seguro de vida para um pessoa morta.
ANULABILIDADE: Um contrato será anulável quando houver vício resultante de
erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores, por interesse
particular de uma das partes. Se for por ambas as partes, o contrato passa a ser
NULO e não ANULÁVEL. Os contratos anuláveis sujeitam-se aos seguintes prazos:
prazo de 4 anos para erro, dolo, coação, fraude contra credores, lesão e estado de
perigo; e prazo supletivo e genérico de 2 anos (quando o Código Civil determinar que
um ato é anulável sem estipular prazo, aplica-se o prazo de 2 anos).
 Exemplo: omitir uma doença grave para a seguradora.

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Prescrição e seus devidos prazos


Definição
A Prescrição é a perda da ação para reclamar os direitos ou a extinção das obrigações
previstas nos contratos em razão do transcurso dos prazos fixados na lei, tanto pela parte
do segurado contra a seguradora, quanto pela seguradora contra o segurado.

Os prazos prescricionais de cada tipo de seguro são:


 Seguros em geral: 1 ano.
 Seguro de vida (ação do beneficiário x Seguradora): 3 anos.
 Seguro de Responsabilidade Civil (RC): 1 ano da data da reclamação do 3º.
 Seguro RC Obrigatório (ação do 3º prejudicado x Seguradora): 3 anos.

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Processo de indenização
Definições (I)
Para dar início a um processo de indenização, que é o pagamento do prejuízo ao segurado
(ou beneficiário) de acordo com a cobertura definida na apólice, sempre será necessário
que haja o sinistro (ocorrência de um risco coberto pelo seguro). A partir disso, o
segurado poderá solicitar sua indenização e que, após a entrega da documentação
exigida pela seguradora, a mesma deverá pagar em no máximo 30 dias. Havendo
justificativa, a seguradora poderá solicitar novos documentos, fazendo com que este prazo
seja suspenso até o recebimento dos novos documentos.

Diante isso, iremos definir alguns conceitos importantes nesse processo, tais como:
NOTIFICAÇÃO DE SINISTRO: Assim que ocorrer o sinistro, o segurado deverá
notificar imediatamente a seguradora, preencher o formulário de aviso de sinistro e
apresentar a documentação definida nas condições gerais do seguro.
PROVA DE PERDA: fica a cargo do segurado comprovar a ocorrência do sinistro
através de documentos específicos para cada tipo de seguro, onde a documentação
básica exigida encontra-se discriminada nas Condições Contratuais.
ÔNUS DA PROVA: nos seguros, o “ônus da prova” ´é da seguradora, ou seja, após a
notificação do sinistro e da prova de perda, a seguradora é obrigada a pagar a não ser
que “prove” que não está correto (o ônus é dela e o bônus do segurado).
61
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Processo de indenização
Definições (II)
(II) Continuação...
EXCLUSÕES: são riscos não cobertos pelo contrato de seguro e descritos nas
condições gerais, podendo ser excluído:
 Por força de lei: O código Civil define alguns casos (nulidade);
Por força de contrato: no próprio contrato é possível descrever riscos que são
cobertos e riscos que não estarão cobertos;
 Riscos fundamentais ou catastróficos: riscos que não são mensuráveis
(calculáveis), como por exemplo, guerras e pandemias;
Riscos que constituem carteiras específicas: quando há um tipo de seguro
específico para aquele risco, como por exemplo, ter um seguro residencial e o
carro dentro da garagem ser roubado.
PEDIDOS FRAUDULENTOS: são pedidos que visam burlar os termos de contratação
dos seguros, como por exemplo, simular o roubo do veículo ou omitir informações
no momento da contratação do seguro.
 PERDA POR CONTA PRÓPRIA: são perdas que poderiam ser evitadas por
providencias do segurado e desta forma, poderá não ser indenizado. Por exemplo,
um cliente possuir um seguro residencial e ficar comprovado que ele deixou a porta
aberta, deixado a sua residência livre para ser roubada.
62
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Processo de indenização
Definições (III)
(III) Continuação...
SUBSEGURO: A lei diz que “se o capital seguro for, na data do sinistro, inferior ao
valor do objeto seguro, a empresa de seguros só responde pelo dano na respetiva
proporção”. Desta forma, se for contratado um seguro no valor R$ 100 mil, mas os
valores dos ativos protegidos forem superiores (R$ 150.000,00), a seguradora
somente se responsabilizará pelo capital protegido (R$ 100 mil).
SEGURO EM DOBRO OU OUTRO SEGURO: A lei permite que seja contratado mais
de um seguro para cobrir o mesmo ativo, porém existe a regra do sobreseguro: “se o
capital seguro for, na data do sinistro, superior ao do objeto seguro, a indenização a
pagar pela empresa de seguros não ultrapassa o valor do objeto seguro”. Diante
desses itens, o Código Civil esclarece que, caso um segurado deseje contratar um
novo seguro para o mesmo bem, o mesmo deverá comunicar por escrito à seguradora
e, em caso de sinistro, as seguradoras irão compor uma única indenização, não
ultrapassando o valor do objeto seguro. O sobreseguro não se aplica a seguros de
vida, pois mesmo que possamos calcular o capital segurado através dos Métodos da
Avaliação das Necessidades ou do Valor da Vida Humana, a vida não tem preço.
Desta forma, na contratação de mais de um seguro de vida, os valores serão
somados, mas a regra da comunicação as demais seguradoras mantém.
63
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Processo de indenização
Quantificando a Perda
O limite máximo de garantia deverá ser estabelecido nas Condições Gerais do seguro e
poderá ser contratado pelo segurado sob três formas: Risco Absoluto; Risco Relativo; ou
Risco Total. Nesses três modelos de contratação, alguns conceitos deverão estar
previamente definidos, vide que poderão envolver leves cálculos. Estes conceitos são:
Limite Máximo de Garantia (LMG): este é o valor máximo que a seguradora deverá
pagar pelo seguro contratado e é estipulado pelo segurado.
 Cláusula de Rateio: significa que o segurado irá arcar com uma proporção da
indenização do seguro, quando o valor em risco declarado for menor que o valor em
risco apurado no momento do sinistro. Existe também a cláusula de rateio parcial,
onde na fórmula o VRA será multiplicado por k (veremos a seguir)
Valor em Risco (VR): é o valor real do bem no momento do sinistro, ou seja, o valor
total de reposição dos bens segurados na ocorrência do sinistro.

Dentre os três tipos, o RISCO ABSOLUTO é o mais direto de todos, pois neste a seguradora
irá arcar os devidos prejuízos da cobertura da apólice até o LMG (Limite Máximo de
Garantia), deduzidas as eventuais franquias, não sendo aplicado as cláusulas de Rateio. Já
os demais modelos, iremos detalhar um pouco mais a seguir.

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Processo de indenização
Risco Relativo
O RISCO RELATIVO é uma forma de contratação de cobertura indicada quando houver a
probabilidade de qualquer bem do Segurado, num determinado local, ser atingido por um
evento sem que o dano seja total, pois será aplicado a Cláusula de Rateio.

Neste modelo, no momento da contratação do seguro dos bens, o segurado define o VRD
(Valor em Risco Declarado) e quando ocorrer o sinistro, naquele momento, será apurado o
VRA (Valor em Risco Apurado). Se esse valor for superior ao valor em risco declarado,
haverá aplicação da cláusula de rateio e a indenização será reduzida na proporção da
diferença entre o prêmio pago e aquele que seria efetivamente devido, conforme uma das
duas fórmulas abaixo:

𝑉𝑉𝑅𝑅𝐷𝐷 𝑃𝑃𝑟𝑟ê𝑚𝑚i𝑜𝑜 𝑃𝑃𝑎𝑎𝑔𝑔𝑜𝑜


𝐼𝐼𝑛𝑛𝑑𝑑𝑒𝑒𝑛𝑛i𝑧𝑧𝑎𝑎çã𝑜𝑜 = ×𝑃𝑃𝑟𝑟𝑒𝑒3𝑢𝑢í𝑧𝑧𝑜𝑜 𝐼𝐼𝑛𝑛𝑑𝑑𝑒𝑒𝑛𝑛i𝑧𝑧𝑎𝑎çã𝑜𝑜 = ×𝑃𝑃𝑟𝑟𝑒𝑒3𝑢𝑢í𝑧𝑧𝑜𝑜
𝑉𝑉𝑅𝑅𝐴𝐴 𝑃𝑃𝑟𝑟ê𝑚𝑚i𝑜𝑜 𝐷𝐷𝑒𝑒𝑣𝑣i𝑑𝑑𝑜𝑜

 RATEIO PARCIAL: o “VRA” passará a ser “VRA x k”, onde k é o percentual de redução.

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Processo de indenização
Risco Relativo: Exemplo
Rafael fez um seguro com cobertura relativa com valor máximo de garantia de
R$ 2.600.000,00. Ocorrido o sinistro, o bem foi avaliado em R$ 5.600.000,00 e o valor do
dano sendo de R$ 1.200.000,00. Desta forma, qual verá o valor da indenização?

Como o bem foi avaliado (VRA) acima do valor declarado (VRD) inicialmente, devemos
aplicar a clausula de rateio:
 R$ 2.600.000,00 / R$ 5.600.000,00 = 0,464285 = 46,43%

Com o multiplicador definido (0,464285), sabemos agora que a seguradora irá se


responsabilizar apenas por 46,43% do dano. Desta forma, basta apenas multiplicar:
 R$ 1.200.000,00 × 46,43% = R$ 557.160,00

Mesmo o dano sendo de R$ 1.200.000,00, a cláusula de rateio reduz a obrigatoriedade da


seguradora para 46,43%, fazendo com que a diferença fosse assumida pelo próprio
segurado. Caso o valor do bem tivesse sido avaliado abaixo de R$ 2.600.000,00, daí a
seguradora teria assumido 100% do dano.

66
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Processo de indenização
Risco Total
Conforme definição da SUSEP, no momento da contratação do seguro, é possível conhecer
o valor dos bens expostos ao risco, estabelecendo-se esse valor como montante do limite
máximo de garantia, que é fixado pelo segurado. Assim, esse montante será igual ao valor
atual do bem, ou múltiplo deste (LMG = k × VA), onde LMG é o Limite Máximo de Garantia
e k é um multiplicador em porcentagem.

Na ocorrência do sinistro, quando esse LMG é compatível com o valor apurado naquele
momento, a seguradora arca sozinha com o prejuízo até o limite máximo de indenização,
ou seja, não será aplicada cláusula de rateio. Porém, se, na data do sinistro, for constatado
que o valor do objeto é superior ao valor segurado (LMG < VRA) haverá rateio, conforme
fórmula abaixo (semelhante a fórmula do Risco Relativo):

𝐿𝐿𝑀𝑀𝐺𝐺
𝐼𝐼𝑛𝑛𝑑𝑑𝑒𝑒𝑛𝑛i𝑧𝑧𝑎𝑎çã𝑜𝑜 = ×𝑃𝑃𝑟𝑟𝑒𝑒3𝑢𝑢í𝑧𝑧𝑜𝑜
𝑉𝑉𝑅𝑅𝐴𝐴

 RATEIO PARCIAL: o “VRA” passará a ser “VRA x k”, onde k é o percentual de redução.

67
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Processo de indenização
Risco Total: Exemplo
Gustavo fez um seguro com cobertura total com valor máximo de garantia de
R$ 3.000.000,00. Ocorrido o sinistro, o bem foi avaliado em R$ 6.000.000,00 e o valor do
dano sendo de R$ 1.000.000,00. Desta forma, qual verá o valor da indenização?

Como há insuficiência, ou seja, LMG < VRA, será aplicada a cláusula de rateio:
 R$ 3.000.000,00 / R$ 6.000.000,00 = 0,50000 = 50,00%

Com o multiplicador definido (0,50), sabemos agora que a seguradora irá se


responsabilizar apenas por 50,00% do dano. Desta forma, basta apenas multiplicar:
 R$ 1.000.000,00 × 50,00% = R$ 500.000,00

Mesmo o dano sendo de R$ 1.000.000,00, a cláusula de rateio reduz a obrigatoriedade da


seguradora para 50,00%, fazendo com que a diferença fosse assumida pelo próprio
segurado. Caso o valor do bem tivesse sido avaliado abaixo de R$ 3.000.000,00, daí a
seguradora teria assumido 100% do dano.

68
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Processo de indenização
Risco Total: Exemplo 2
Gustavo fez um seguro com cobertura total com valor máximo de garantia de
R$ 3.000.000,00 e com percentual de redução de 70%. Ocorrido o sinistro, o bem foi
avaliado em R$ 6.000.000,00 e o valor do dano sendo de R$ 1.000.000,00. Desta forma,
qual verá o valor da indenização?

A única diferença agora é que precisamos fazer um calculo anterior, que é multiplicar os R$
6.000.000,00 por 70%, que dará, R$ 4.200.000,00. É como se o bem fosse avaliado por R$
4.200.000,00 e não R$ 6.000.00000.

Assim, como há insuficiência, ou seja, LMG < VRA x k, será aplicada a cláusula de rateio:
 R$ 3.000.000,00 / R$ 4.200.000,00 = 0,714285 = 71,4285%

Com o multiplicador definido (0,714285), sabemos agora que a seguradora irá se


responsabilizar apenas por 71,4285% do dano. Desta forma, basta apenas multiplicar:
 R$ 1.000.000,00 × 71,4285% = R$ 714.285,00

69
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Capítulo 5:
Características dos Principais
Seguros
70
5.1 Seguro de Pessoas

71
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Seguro de Vida
Introdução
Possuímos dois tipo de classificação nos seguros de vida:
Benefício Definido: valor do capital segurado contratado é previamente
estabelecido na proposta de adesão, conforme os seguros por morte;
Contribuição Variável: há cálculo estabelecido para pagamento do dote por
sobrevivência e permite prêmios variáveis, por exemplo, nos VGBL que são
classificados como “seguros de vida com cobertura por sobrevivência”.

Conforme vimos anteriormente, as apólices de seguros de vida são cumulativa e com


isso, o segurado poderá ter mais de uma apólice, somando o devido capital protegido, ao
contrário de seguros de bens. Outro ponto importante é que os beneficiários podem ser
determinados sempre que houver claro interesse pela preservação da vida. Caso não seja
especificado, a indenização será paga conforme lei vigente (cônjuge e herdeiros).

Por último, por legislação, o seguro de vida é IMPENHORÁVEL, NÃO ENTRA EM


INVENTÁRIO e o VALOR DE COBERTURA DA APÓLICE NÃO DEVE SER DECLARADA DIR-PF,
apenas o recebimento da indenização. Desta forma, é uma ótima ferramenta para
planejamento sucessório para transferência de recursos aos herdeiros ou sucessores no
período inventário dos demais bens.

72
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Seguro de Vida
Tipos de eventos
São três os tipos de eventos que podem gerar benefícios aos beneficiários nos planos de
seguros de vida:
Sobrevivência: Caso o segurado sobreviva ao período de acumulação contratado,
ele terá o direito de escolher o recebimento da indenização através de pagamento
único ou da compra de uma renda imediata, observadas as condições contratuais.
Morte: Garante pagamento ao(s) beneficiários(s) indicados na proposta, de um
benefício em decorrência da morte do segurado no período de cobertura, desde que
cumprido o prazo de carência (se houver).
 Invalidez: Garante um benefício ao próprio segurado, em decorrência de sua
invalidez total e permanente no período de cobertura, desde que cumprido o prazo
de carência (se houver).

73
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Seguro de Vida
Básicos e Adicionais
Toda contratação de seguro de vida, necessita haver a contratação dos seguros
considerados Básicos. Juntamente com esta cobertura básica, pode ser agregado os
seguros com coberturas adicionais. Essas coberturas são:
 GARANTIAS BÁSICAS:
o Morte;
oInvalidez Permanente (perda, redução ou impotência funcional definitiva, total
ou parcial, de membros ou órgãos).
 GARANTIAS ADICIONAIS:
o Invalidez Permanente Total ou Parcial por Acidente (IPA);
o Invalidez Permanente Total por Acidente (IPTA);
o Invalidez Permanente por Acidente Majorada (IPAM);
o Invalidez Funcional Permanente Total por Doença (IFPD);
o Invalidez Laborativa Permanente Total Por Doença (ILPD);
o Despesas Médicas, Hospitalares e Odontológicas (DMHO);
o Diárias de Incapacidade Temporária (DIT);
o Diárias por Internação Hospitalar (DIH);
o Doenças Graves (DG).

74
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Seguro de Vida
Condições Gerais
Nas Condições Gerais das apólices dos seguros de vida, podemos nos deparar
principalmente com os seguintes itens:
 Âmbito: O fato deve ocorrer em âmbito global.
Pagamento de garantia: A seguradora tem prazo máximo de 30 dias após entrega
da documentação para pagamento do benefício.
Prazo de Graça: É o prazo no qual o segurado ainda mantém a cobertura do
seguro, mesmo com os prêmios em atraso. Este é de no mínimo de 30 dias.
Reabilitação: Caso a apólice cancelada por falta de pagamento, poderá voltar a
vigorar mediante retomada do pagamento e prêmios referentes ao período de
suspensão. Pode haver diferença no prêmio, novos exames ou agravamento.
Incontestabilidade: Período de 2 anos que a seguradora pode contestar risco do
segurado e tornar o contrato nulo (sem má-fé do segurado).
Valor de resgate: Algumas apólices podem acumular valores a serem resgatados
no futuro no caso de cancelamento.
 Empréstimo sobre apólice: Apólices com acumulação de capital para resgate,
podem ter esta cláusula, no qual os possíveis valores de resgate são colocados em
garantia para empréstimo junto com a seguradora.

75
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Seguro de Vida
Modalidades
Nos seguros de vida, possuímos duas modalidades:
SEGURO INDIVIDUAL: O seguro de vida individual visa auxiliar na manutenção do
padrão de vida de uma família em caso de morte ou invalidez de seu principal
provedor. Suas características são:
o São seguros anuais com reajuste pré-estabelecidos na apólice;
oPodem ser contratadas por indivíduos (PF) ou empresas (PJ) para cobrir o risco
de um único segurado (PF);
oGarantem a indenização em caso de morte (cobertura básica), invalidez por
acidente (cobertura adicional) ou por sobrevivência (dotais).
SEGURO COLETIVO: Nos seguros coletivos, os segurados aderem seu seguro de
vida através de uma figura chamada estipulante (empresa na qual eles trabalham),
que possui poderes de representar os mesmo perante a seguradora. Portanto:
o É um contrato temporário feito por um estipulante;
o Requer declaração pessoal de saúde de cada segurado;
o Permite indenizações adicionais por acidente e invalidez;
o Pode ter prazo de carência;
o O estipulante não é obrigado a custear os prêmios.

76
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Seguro de Vida
Tipos de Seguros
Os seguros podem ser de dois tipos:
SEGURO DE VIDA INTEIRA: São seguros vitalícios, ou seja, com prazo ilimitado e
seus prêmios podem ser estipulados a serem pagos até o falecimento ou por prazo
definido, sendo portanto, compra de apólice de seguro. Estes seguros preveem a
indenização ao segurado ou aos beneficiários (em caso de morte, invalidez ou por
sobrevivência – possibilidade de se o segurado não quiser manter a apólice, resgatar
um valor financeiro). A seguradora não pode cancelar este tipo de seguro, exceto por
falta de pagamento ou fraude. É um seguro para quem quer trabalhar com
planejamento sucessório ou seguro vitalício.

SEGURO DE VIDA TEMPORÁRIO: São seguros de vida com duração determinada,


sem acumulação de capital para resgate. Podem ter indenização de capital único ou
em forma de renda. Por não serem vitalícios e nem fazerem acumulação de capital
para resgate, são apólices com prêmios bem mais acessíveis a grande maioria do que
os Seguros Vida Inteira. Recomendado para quem precisa se proteger por um certo
período de tempo e não deseja resgatar nenhum valor.

77
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Seguro de Vida
Coberturas (I)
O seguros de vida podem possuir quatro tipos de coberturas. São elas:
Seguro Resgatável: São seguros que possuem acumulação de capital para resgate,
sendo portanto, uma combinação de proteção e de poupança. Diferentemente da
previdência privada, se não houver o pagamento do prêmio, o seguro será cancelado
e pago o valor acumulado para resgate ao beneficiário (a não ser que o seguro já
tenha sido quitado pelo Tipo Seguro Vida Inteira) . Na previdência privada, se não
houver mais contribuições mensais, o valor continua rendendo dentro do FIE.

Doenças Graves: A cobertura de doenças graves garante o pagamento de


indenização em decorrência de diagnóstico de doenças devidamente especificadas e
caracterizadas nas condições gerais e/ou especiais do plano de seguro, sendo vedada
a estipulação de critérios de cálculo do capital segurado com base nas despesas
médicas e/ou hospitalares incorridas pelo segurado para o tratamento da doença.
Exemplos: Acidente Vascular Cerebral (AVC); Câncer; Alzheimer.

78
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Seguro de Vida
Coberturas (II)
As outras duas coberturas são:
Dotal Misto: Quando garantir aos segurados, durante o período de diferimento,
remuneração por meio da contratação de índice de atualização de valores, taxa de
juros e, opcionalmente, tábua biométrica, sem reversão de resultados financeiros,
sendo o capital segurado pago em função da sobrevivência do segurado (RESGATE)
ao período de diferimento ou de sua morte ocorrida durante aquele período, sendo
sempre estruturados na modalidade de benefício definido (SUSEP, 2012).
Aconselhado para quem deseja ter um seguro temporário, mas também ter a
possibilidade de resgatar algum valor, caso não deseje mais manter a apólice.
Dotal Puro: quando garantir aos segurados, durante o período de diferimento,
remuneração por meio da contratação de índice de atualização de valores, taxa de
juros e, opcionalmente, tábua biométrica, sem reversão de resultados financeiros,
sendo o capital segurado pago ao segurado sobrevivente ao término do período de
diferimento. Esses planos são sempre estruturados na modalidade de benefício
definido (SUSEP, 2012). Aconselhado para quem não deseja ter cobertura por morte,
somente resgatar algum valor, caso fique vivo no final da apólice.

79
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Seguro de Vida
Seguros Combinados
Dentro da análise do Planejamento Financeiro, percebemos que muitas vezes o melhor
para o cliente não é a contratação de um seguro de vida específico, mas sim, a
composição de diversos seguros. Isto ocorre por que para cada etapa da vida, cada pessoa
possui um valor financeiro que gostaria de deixar protegido para a sua família, ou a ele
próprio.

Por exemplo, um casal que possui dois filhos, possuem um compromisso muito maior até
seus filhos terminarem seus estudos e ingressarem no mercado de trabalho, do que
quando os próprios filhos já tiverem suas próprias famílias constituídas. Neste momento,
em que os filhos já possuem netos, o casal já deve estar necessitando de recursos para a
aposentadoria.

Assim sendo, poderíamos contratar um seguro Vida Inteira, mais um seguro a termo com
prazo definido (para os filhos terem sua formação acadêmica e sobrevivência protegida) e
um seguro em caso de sobrevivência (para a aposentadoria).

80
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Seguro Viagem
Conceito
O seguro de viagem deve oferecer, no mínimo, as coberturas básicas de morte acidental
e/ou invalidez permanente total ou parcial por acidente, podendo ser ofertadas outras
coberturas, desde estas estejam relacionadas com viagem, como, por exemplo, cobertura
por perda ou roubo de bagagem, despesas médicas, hospitalares, odontológicas,
reembolso de despesas por atraso na localização de bagagem, diárias por atraso de voo,
cancelamento de viagem, retorno antecipado por doença do segurado ou familiar entre
tantas outras.

Além do rol de riscos excluídos no ramo de seguro de pessoas, para a cobertura de


extravio de bagagem, usualmente as seguradoras EXCLUEM:
 Os danos causados à mala e ao seu conteúdo;
O confisco da bagagem ou apreensão por parte da Alfândega ou outra autoridade
governamental;
 Perda de dinheiro de qualquer espécie, cheques, etc;
 Depreciação e deterioração normal dos objetos.

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Seguro Educacional
Conceito
O seguro educacional tem como objetivo auxiliar no pagamento das despesas com
educação do beneficiário em razão da ocorrência dos eventos cobertos. Desta forma, o
benefício deste seguro necessita sempre ser o aluno, podendo ser descendentes ou
dependentes até sua conclusão, mesmo que representado ou assistido por lei. Os eventos
seguráveis podem ser por perda de renda, morte ou invalidez do responsável financeiro
(podendo ser o próprio aluno desde que o mesmo tenha no mínimo 16 anos e seja o
responsável pelo pagamento).

Em relação ao pagamento da indenização, pode-se estipular no contrato que seja


realizado forma mensal, bimestral, trimestral, quadrimestral, semestral ou anual. A
indenização pode ser paga de uma única vez quando o pagamento da indenização se
refira à invalidez do estudante, à concessão de um dote ao final do período de formação
ou às despesas escolares do ano de referência.

Importante ressaltar que o pagamento da indenização referente exclusivamente às


mensalidades escolares poderá ser feito diretamente ao estabelecimento de ensino,
desde que haja prévia anuência do responsável pelo estudante.

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Auxílio Funeral e Assistência Funeral
Conceito
Existem dois tipos de coberturas para cobrir os custos referentes ao funeral do segurado
que veio a falecer que são o SEGURO AUXÍLIO FUNERAL e a ASSISTÊNCIA FUNERAL. A
principal diferença está na liberdade de escolha, já que no AUXÍLIO FUNERAL a
seguradora reembolsa aos beneficiários, os custos do funeral que tiveram até o limite do
capital segurado, ou seja, foram os próprios beneficiários que escolheram os prestadores
de serviço. Já na ASSISTÊNCIA FUNERAL os serviços serão realizados por prestadores
indicados pela própria seguradora, sendo desta forma, um benefício contratado junto com
o seguro de vida.

Outra diferença é que o AUXÍLIO FUNERAL é uma modalidade do seguro de pessoas, com
coberturas muito inferiores comparado a um seguro de vida e podendo ter a constituição
de provisão de resgate financeiro.

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Seguro de Acidentes Pessoais (AP)


Conceito
O Seguro de Acidentes Pessoais (AP) cobre os riscos de Morte e Invalidez Permanente
(total ou parcial) causados por acidente, não cobrindo morte por qualquer natureza
(diferente do Seguro de Vida, que cobre qualquer motivo). Ele é caracterizado pela lei
como “evento com data caracterizada, exclusivo e diretamente externo, súbito,
involuntário, violento, e causador de lesão física, que, por si só e independente de toda e
qualquer outra causa, tenha como consequência direta a morte, ou a invalidez
permanente, total ou parcial, do segurado, ou que torne necessário tratamento
médico”. Incluem nesse seguro:
Suicídios, ou a suas tentativas, que serão equiparados, para fins de indenização, a
acidente pessoal, observada legislação em vigor (CARÊNCIA DE 2 ANOS);
Acidentes decorrentes de ação da temperatura do ambiente ou influência
atmosférica, quando a elas o segurado ficar sujeito, em decorrência de acidente
coberto;
 Acidentes decorrentes de escapamento acidental de gases e vapores;
 Acidentes decorrentes de sequestros e tentativas de sequestros; e
Acidentes decorrentes de alterações anatômicas ou funcionais da coluna vertebral,
de origem traumática, causadas exclusivamente por fraturas ou luxações,
radiologicamente comprovadas.
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Seguro de Acidentes Pessoais (AP)
Resumo
O Seguro de Acidentes Pessoais, pode ser resumido da seguinte forma:
 GARANTIAS:
o Morte (somente a partir de 14 anos de idade);
o Invalidez permanente, parcial ou total (exclui procedimentos estéticos);
o Possibilidade de contratação de coberturas adicionais e opcionais.
 POSSÍVEIS EXCLUSÕES:
o Doenças ou lesões preexistentes;
o Prática de esportes competitivos ou de alta periculosidade;
o Desastres da natureza.
o LER (Lesão por Esforços Repetitivos);
o DORT (Doenças Osteo-musculares Relacionadas ao Trabalho);
o LTC (Lesão por Trauma Continuado ou Contínuo).

OBS: Como o seguro AP cobre morte apenas por Acidente, acaba sendo mais barato
que o Seguro de Vida tradicional, que cobre morte por qualquer natureza. Desta forma, o
seguro AP se torna uma ótima ferramenta de proteção (1) quando o desejo principal é
proteção de alguma cobertura extra e (2) para a terceira idade, já que o risco da morte
por acidente é muito menor, diferentemente do falecimento “por idade”.
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Seguros Adicionais
Invalidez Permanente por Acidente
A Invalidez Permanente Total ou Parcial por Acidente (IPA) abrange o pagamento de
indenização em caso de perda, redução ou impotência funcional definitiva, total ou
parcial, de membro ou órgão decorrente de acidente pessoal. Deverá ser observada
atentamente a tabela para o cálculo da indenização prevista no plano de seguro, quando
ocorrer o sinistro por perda parcial. Desta forma, alguns pontos são importantes a serem
ressaltados:
Danos causados à natureza estética estão excluídos, caso não gerem perda ou
redução da funcionalidade das partes afetadas.
Quando ocorrer sinistro PARCIAL, o valor do capital protegido total será reduzido
no mesmo valor pago pela segurado. Nestes casos, pode ocorrer diferenciação no
pagamento da tabela SUSEP por causa da extensão do grau da lesão, sendo grau
máximo (75% da tabela), grau médio (50%) e grau mínimo (25% do valor da tabela).
A indenização poderá ser paga sob forma de renda certa, desde que o segurado
tenha exigido nesse sentido.

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Seguros Adicionais
Invalidez Permanente (IPA): Exemplo 1
Seu cliente contratou um seguro de vida com cobertura de Acidentes Pessoas no valor
de R$ 1.000.000,00. Alguns meses depois, ele sofre um acidente de carro, ocasionando
lesões na coluna vertebral. Segundo a perícia médica enviada a seguradora, este
acidente causou uma Imobilidade do segmento cervical da coluna vertebral de grau
médio. Diante disso, qual o valor que o seu cliente irá receber?

RESPOSTA: Verificando a tabela da Susep, verifica-se que este tipo de invalidez


permanente tem um percentual sobre a importância segurada de 20%. Porém, como a
lesão é de grau médio e não uma invalidez permanente, aplica-se um multiplicador de
50% sobre o valor da invalidez permanente (R$ 100.000,00). Para facilitar esta visualização
e seus devidos valores, estamos descriminando cada um das hipóteses:
 Invalidez Permanente (100%): R$ 200.000,00, ou seja, 20% do total da apólice.
 Grau máximo (75%): R$ 150.000,00
 Grau médio (50%): R$ 100.000,00
 Grau mínimo (25%): R$ 50.000,00

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Seguros Adicionais
Invalidez Permanente (IPA): Exemplo 2
Seu cliente sofre um acidente de carro no qual ele perda totalmente o uso de ambos os
braços além de ficar cego de um dos olhos. No entanto, seu cliente havia contratado um
seguro com garantia básica (IPA) de R$ 500.000,00 e, consultando a Tabela de
Indenização, verificamos que ele teria direito à seguinte indenização:
 70% do capital segurado pela perda da visão de um olho (R$ 350.000,00); e
 100% do capital segurado pela perda total de ambos os braços (R$ 500.000,00).
Assim sendo, qual o valor total que o seu cliente receberia?

RESPOSTA: Poderíamos pensar que a indenização total poderia ser de R$ 850 mil. No
entanto, como o valor máximo a ser pago é o total da apólice, ou seja, 100% do capital da
garantia contratada, o segurado receberá apenas R$ 500.000,00.

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Seguros Adicionais
Despesas Médico-Hospitalares e Odontológicas
A cobertura de despesas médicas, hospitalares e odontológicas garante o reembolso,
limitado ao capital segurado, de despesas médicas, hospitalares e odontológicas
efetuadas pelo segurado para seu tratamento, sob orientação médica, iniciado nos 30
(trinta) primeiros dias contados da data do acidente pessoal coberto, sendo que estas
despesas deverão ser devidamente comprovadas, nos termos estabelecidos nas condições
contratuais. Além disso, cabe ao segurado a livre escolha dos prestadores de serviços
médicos, hospitalares e odontológicos, desde que legalmente habilitados.

Não estão abrangidas na cobertura descrita as despesas decorrentes de:


 estados de convalescença (após a alta médica) e as despesas de acompanhantes.
aparelhos que se referem a órteses de qualquer natureza e a prótese de caráter
permanente, salvo as próteses pela perda de dentes naturais.

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Seguros Adicionais
Diárias de Incapacidade Temporária (DIT)
O DIT (Diárias de Incapacidade Temporária) tem a finalidade de garantir ao segurado a
indenização de diárias de incapacidade temporária por afastamento profissional
decorrente de doença ou acidente. Essa cláusula poderá ser contratada com as garantias
do Seguro de Vida Individual ou com as garantias do Seguro de Acidentes Pessoais. Este
seguro garante ao segurado o pagamento das diárias de acordo com o valor contratado
estipulado na apólice, A PARTIR DO PRIMEIRO DIA APÓS O PERÍODO DE FRANQUIA DO
SEGURO, observado o limite contratual máximo por evento fixado nas condições gerais e
especiais (SUSEP/05), ou seja, se a franquia for de 10 dias e o segurado ficou 21 dias
afastado, ele receberá apenas por 11 dias. Esta circular também ressalta que:
A incapacidade de que trata o caput é caracterizada pela impossibilidade contínua
e ininterrupta do segurado exercer a sua profissão ou ocupação, durante o período
em que se encontrar sob tratamento médico;
O período de franquia de que trata o caput deverá ser de, no máximo, 15 (quinze)
dias, a contar da data do evento.

Esta cobertura é ideal para profissionais liberais e autônomos, destinado a pessoa física
com idade mínima de 18 e máxima de 64 anos, que estejam em gozo de boa saúde.

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5.2 Seguro Saúde
91
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ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar


Conceito
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) é a AGÊNCIA REGULADORA vinculada ao
Ministério da Saúde e tem a tem a responsabilidade de regular, normatizar, controlar e
fiscalizar a assistência suplementar à saúde no Brasil, ou seja, é a RESPONSÁVEL
PELO SETOR DE PLANOS DE SAÚDE BRASILEIRO.

Esta autarquia é responsável por:


 Proteção do interesse público na assistência suplementar à saúde;
 Coordenar relações entre operadoras e prestadores de serviços de saúde;
 Coordenar as relações entre operadoras e consumidores;
 Contribuir para o desenvolvimento das ações de saúde no país.

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Seguro Saúde (inclui planos de saúde)
Conceito
O SEGURO SAÚDE tem como objetivo o REEMBOLSO DE DESPESAS MÉDICAS com
cirurgias, exames clínicos, tratamentos, consultas e internações realizadas pelo segurado
por um MÉDICO, CLÍNICA OU HOSPITAL DE SUA ESCOLHA através do pagamento do
prêmio a seguradora, com ela suportando os custos financeiros do tratamento médico do
segurado até o limite da apólice. A seguradora contratada deve oferecer reembolso em
todas as categorias, de acordo com o plano escolhido.

Já em relação aos PLANOS DE SAÚDE os segurados têm o serviço de assistência médica


prestado pelos profissionais e estabelecimentos CREDENCIADOS PELA OPERADORA,
expostos normalmente em livros periódicos, fazendo com que ele NÃO TENHA A LIVRE A
ESCOLHA.

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Seguro Saúde (inclui planos de saúde)


Garantias
Os Seguros Saúde podem possui as seguintes garantias:
 Garantias básicas do segurado:
o Despesas hospitalares e médicas em casos de internação;
o Pequenas cirurgias e tratamento ambulatorial;
o Remoções Médicas por questões técnicas;
o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde.
 Garantias acessórias (ou adicionais):
o Consultas médicas e exames complementares;
o Tratamentos fisioterápicos;
o Tratamento dentário;
o Remissão de pagamento em caso de óbito.
 Garantias especiais:
o Despesas extraordinárias e de acompanhantes;
o Enfermagem particular;
o Internação por convalescença, senilidade e repouso.

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Seguro Saúde (inclui planos de saúde)
Carências
A Carência máxima nos Seguro Saúde é de 180 dias. As exceções são:
 24h para cobertura de urgência e emergência;
 300 dias para cobertura de eventos relacionados a gravidez e partos;
 24 meses para cobertura de doenças e lesões preexistentes não agravadas

Nos planos coletivos empresariais com mais de 30 funcionários, não haverá carência para
o ingresso de um novo beneficiário. Esta regra também é válida para o ingresso de novo
beneficiário em planos coletivos por adesão contratados por entidades de classe
profissional ou cooperativa.

ABSORÇÃO DE CARÊNCIAS: algumas seguradoras aceitam o período de carência


ocorrido em outra seguradora (concorrente) para que o novo cliente não necessite não
seja prejudicado com a troca de instituição, facilitando assim a captação de novos clientes
para a segurado.

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Seguro Saúde (inclui planos de saúde)


Alteração na rede hospitalar
A alteração na rede hospitalar deverá respeitar as seguintes regras:
 Não pode haver redução da oferta de serviço nos planos de saúde;
Poderá ocorrer a substituição de prestador hospitalar contratado ou
credenciado, desde que haja equivalência da substituição. A comunicação ao
consumidor e a Agência Nacional de Saúde Suplementar, com 30 dias de
antecedência, exceto nos casos de fraude ou de infração sanitária ou fiscal.
Se o descredenciamento solicitado pela operadora ocorrer durante período de
internação hospitalar, é OBRIGATÓRIO o pagamento das despesas hospitalares até a
alta do paciente.
Se o descredenciamento decorrer de constatação de infração às normas sanitárias,
deverá a operadora proceder à transferência imediata do consumidor a outro
estabelecimento equivalente, arcando com seu custo.
Se o prestador hospitalar pleitear seu desligamento da rede, e havendo segurado
internado, a operadora deverá arcar com os custos da internação hospitalar.

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5.3 Demais Ramos
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Seguro de Automóvel
Conceito
O seguro de automóvel, também chamado de seguro-auto, destina-se à veículos
automotores de via terrestre com o objetivo de indenizar o segurado pelos prejuízos
sofridos por motivos de danos materiais causados ao veículo segurado ou perda total.
Este tipo de seguro é dividido em quatro tipos de cobertura da seguinte forma:
 BÁSICAS: As coberturas básicas do seguro-auto possuem como proteção primária
a Responsabilidade Civil (danos materiais a terceiros), podendo agregar a proteção
em relação a acidentes de trânsito, colisão, abalroamento, capotagem ou
derrapagem acidental; queda acidental do veículo ou sobre o veículo de objetos
externos; incêndio ou explosão; roubo ou furto do veículo (total ou parcial);
inundação; alagamento; granizo; vendaval; raio; entre outros. Desta forma, a
cobertura básica é dividida em três tipos;
 Cobertura Total (Compreensiva): todos os itens básicos;
 Incêndio e Roubo/Furto: não cobre danos materiais causados por colisão;
 Incêndio: não cobre danos materiais causados por colisão e roubo.
 ADICIONAIS: Proteção a acessórios; assistência 24 horas; ampliação do valor, etc.
 RESPONSABILIDADE CIVIL FACULTATIVA: proteção além dos danos materiais.
ACIDENTES PESSOAIS DE PASSAGEIROS: Cobertura por morte, invalidez
permanente, despesas médico-hospitalar, causados por acidentes aos passageiros.
98
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Seguro de Automóvel
Responsabilidade Civil Facultativa
Este seguro, chamado de RCF-V (Responsabilidade Civil Facultativa de Veículo), visa
reembolsar ao segurado a indenização que ele seja obrigado a pagar, judicialmente ou
extrajudicialmente, decorrido por danos materiais e/ou corporais involuntários causados
a terceiros (exceto às pessoas transportadas no veículo do segurado). Diante disso,
percebemos que esta proteção não envolve prejuízos gerados ao patrimônio do segurado,
mas sim, relacionados as outras pessoas.

As principais características desse seguro são:


 RISCOS COBERTOS: Este seguro poderá cobrir Danos (1) Materiais; (2) Materiais;
(3) Morais, ou uma combinação das três, causados a terceiros.
IMPORTÂNCIA SEGURADA E GARANTIA: A importância segurada é o valor que o
segurado informa que deseja assegurar na apólice. Este será o valor máximo que o
segurado irá receber em caso de indenização.
LIMITES DE RESPONSABILIDADE: É o VALOR MÁXIMO a ser pago de indenização
pela seguradora em caso de sinistro coberto na apólice durante o prazo da apólice,
podendo ser um evento ou uma séria de eventos. Desta forma, a cada indenização
na vigência da apólice, diminuirá o valor do capital segurado até o seu devido limite.

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Seguro de Automóvel
Acidentes Pessoais de Passageiros (APP)
O ACIDENTES PESSOAIS DE PASSAGEIROS (APP) é um seguro facultativo que visa danos
gerados por acidentes pessoais aos passageiros TRANSPORTADOS PELO VEÍCULO
SEGURADO, podendo ser lesões geradas aos passageiros ou até mesmo a morte.
Ocorrendo o devido sinistro, o pagamento da indenização será feita da seguinte forma:
Morte: o valor será pago integralmente ao cônjuge sobrevivente e caso não tenha
cônjuge, aos herdeiros legais em partes iguais.
 Invalidez Permanente: paga ao próprio reclamante.
Despesas Médico-hospitalares: será feito o reembolso ao beneficiário, quando
estes tiverem gastos com procedimentos médicos, decorrentes pelo acidente
coberto.

Vale ressaltar que o próprio condutor é um passageiro e com isso, ele também poderá ser
um beneficiário (ou sua família) em caso de indenização. Outro ponto interessante é a sua
obrigatoriedade para ônibus, taxi e aplicativos de transporte de pessoas.

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Seguro de Automóvel
Coberturas adicionais
São as coberturas que visam aumentar alguma das coberturas básicas já contratadas,
devendo constar na proposta e na apólice de seguro, e desta forma, sendo cobrado um
prêmio adicional do segurado. São exemplos de coberturas adicionais:
 Kit de gás;
 Blindagem;
 Danos a vidros;
 Assistência 24 horas;
 Carro reserva;
 Diária por perda de faturamento;
 Extensão do perímetro;
 Valor de novo.

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Seguro de Automóvel
Taxas e Bônus
Como todo seguro, para que a seguradora aceite assumir o devido risco, ela cobrará um
prêmio do segurado, que será composto pela importância segurada mais TAXAS. No
seguro-auto, essas taxas são baseadas em um estudo que leva em consideração diversas
variáveis, como por exemplo: característica do bem a ser segurado; utilização; região de
circulação; perfil do segurado (idade, estado civil,...) e sua classificação de risco.

No entanto, o segurado poderá ter poderá ter um desconto no seu prêmio do seguro,
chamado de BÔNUS, que é um DESCONTO PROGRESSIVO que o segurado ganha na sua
renovação da apólice, caso ele não tenha “utilizado” o seu seguro. Este é um prêmio do
segurado e não do automóvel segurado. Além disso, o BÔNUS possui as seguintes regras:
Ele é pessoal e intransferível, exceto quando a transferência for entre: pais e filhos,
cônjuges ou companheiros; ou da pessoa jurídica para a pessoa física. Em todos
estes casos, é necessário comprovar que o novo segurado era condutor do veículo.
 Mudar de seguradora ou de veículo não influencia na classe;
 A utilização do seguro não zera o Bônus, mas sim, reduz em uma classe (1 nível);
 Sinistros de Vidros, Lanternas, Faróis, Retrovisores e Assistência não reduz classe;
Cada classe de bônus equivale a um desconto em percentual, não havendo um
percentual exato. Cada seguradora atribui um peso a essa classe (em média 5%).
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Seguro de Automóvel
Ocorrência e Liquidação de Sinistros
Ocorrendo o sinistro do seguro-auto, inicia-se o processo de LIQUIDAÇÃO DE SINISTROS,
que é o processo de apuração do fato ocorrido, dos danos causados, causas e
circunstâncias. Após verificar a veracidade dos fatos e o cumprimento de todas as regras o
sinistro passa a ser elegível a ser pago pela seguradora.

No entanto, a indenização será paga apenas após a apresentação dos documentos do


veículo e sem qualquer ônus (dívida), pois muitas vezes este veículo poderá estar
financiado. Caso ocorra um SINISTRO EM UM VEÍCULO FINANCIADO, o segurado poderá:
 Quitar a dívida e receber o valor integral do seguro; ou
Receber o excedente a dívida. Desta forma, a seguradora primeiro irá pagar ao
credor da dívida e posteriormente, havendo um valor excedente, haverá o
pagamento ao segurado.

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Seguro de Automóvel
Valor de cobertura
Há duas modalidades de determinar o valor da indenização e que são:
VALOR DE MERCADO REFERENCIADO (VMR): A indenização integral será um valor
variável baseada na tabela FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), que é
uma tabela onde encontram-se os preços médios de veículos no mercado nacional.
Desta forma, quando ocorrer o sinistro, será verificado qual o valor do veículo
naquele momento por esta tabela. Se fossemos comparar com uma aplicação de
renda fixa, este seria um título pós-fixado, pois ele possui um parâmetro, mas você
somente saberá o valor que irá receber, no momento do sinistro. Este é o modelo
mais utilizado pelas seguradoras de veículos.
VALOR DETERMINADO (VD): A indenização integral será um valor fixo e
predeterminado pelas partes no momento da contratação. Este valor estará
impresso na apólice de seguro. Se fossemos comparar com uma aplicação de renda
fixa, este seria um título prefixado, onde você já desde o início o valor que receberá.

OBS: Quando os custos de reparação do veículo superarem 75% do valor segurado,


será considerado como perda total e o segurado receberá o valor integral da indenização.

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Seguro de Automóvel
Franquia
Conforme já vimos, a FRANQUIA é um valor determinado no momento da contratação
podendo ser de forma simples ou dedutível. No entanto, nos seguro-auto, somente
haverá participação do segurado em sinistro parcial e não em perda total. Outro ponto, é
que ela poderá também ser de três tipos:
Franquia Básica: Ela é obrigatória e o valor é estabelecido de acordo com as
característica do veículo, variando de seguradora para seguradora.
 Franquia Facultativa: Neste tipo de franquia, o valor do prêmio é menor e o
valor de contrapartida (franquia) é maior comparada a franquia básica.
Franquia Reduzida: Neste cenário, o segurado tem um aumento no valor do seu
prêmio, em contrapartida, uma redução no valor da franquia comparada a
franquia básica.

Podemos observar então que:


 Quanto MENOR O VALOR DA FRANQUIA, maior o valor do prêmio;
 Quanto MAIOR O VALOR DA FRANQUIA, menor o valor do prêmio;
 A franquia quando for dedutível será descontada da valor da indenização;
 A franquia e o prêmio pago possuem relação inversa!

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Seguro Residencial
Conceito
O SEGURO RESIDENCIAL tem como objetivo proteger o PATRIMÔNIO RESIDENCIAL DO
SEGURADO em decorrência de eventos amparados pelas coberturas contratas, sendo que
em todas elas, é OBRIGATÓRIA a contratação da COBERTURA CONTRA RISCOS DE
INCÊNDIO. Esta proteção pode envolver residências individuais, apartamentos, casas de
veraneio, não se restringindo apenas a estrutura física de uma residência, mas também
tudo que há dentro dela (televisão, geladeira, mesa, estrutura elétrica), além de poder
ofertar um serviço de assistência 24 horas ou até mesmo o pagamento do aluguel.

Este tipo de seguro poderá ser contratado de duas formas:


Cobertura Básica: esta cobertura é protege o imóvel de Incêndio, Queda de Raio e
Explosão de qualquer natureza, sendo muito solicitada por proprietários que
desejam colocar seus imóveis para locação. Neste caso, o inquilino contrata o seguro
e o beneficiário indicado será o proprietário.
Multirriscos: possui a cobertura básica e, na mesma apólice, adiciona-se outros
riscos elencados entre as partes.
 OBS: a Indenização que será paga desconsidera o valor do terreno. Portanto, será o
valor de mercado na data do sinistro (até o limite da cobertura), menos o valor terreno.

106
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Seguro Residencial
Coberturas Adicionais
Na contratação do Multirrisco, as principais coberturas adicionais são:
Roubo ou Furto Qualificado de Bens: Quando houver ameaça ou violência contra a
pessoa do segurado/familiares ou mediante destruição/rompimento de obstáculos
para acesso ao imóvel principal ou dependências externas.
Danos Elétricos: Garante a reposição ou conserto de aparelhos elétricos causados,
por exemplo, por acidente elétrico, curto-circuito ou queda de raio fora do terreno
 Perda ou Despesas de aluguel: Garante o valor que o segurado deixar de receber
ou ter que pagar a um terceiro em razão da desocupação do imóvel segurado e
locação de outro imóvel por causa do risco coberto.
Responsabilidade Civil Familiar: Garante a proteção ao segurado, quando o seu
ele, o cônjuge, os filhos sob sua responsabilidade, empregados domésticos, animais
domésticos pelos quais o segurado é responsável, causar algum dano corporal e/ou
material a terceiros. Inclui-se aqui também as custas judiciais do foro civil e os
honorários de advogados nomeados de acordo com a seguradora.
 Despesas com mudança: A seguradora arcará com as despesas que o inquilino do
imóvel sinistrado tenha para se mudar de local, até que o imóvel segurado esteja
novamente em devidas condições para habitação.

107
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Seguro Residencial
Assistência Residencial
Além das coberturas adicionais, os seguros residenciais podem contar também com a
ASSISTÊNCIA RESIDENCIAL, também conhecido como “Assistência 24h”. Basicamente
seria um conjunto de serviços prestados 24 horas, cujo o foco está em dar auxílio em
casos emergenciais domésticos. Estes serviços estão descritos no contrato do seguro, mas
que normalmente envolvem:
 Chaveiro
 Desentupimento
 Serviços Hidráulico
 Serviços Elétricos
 Substituição de Telhas
 Consertos e manutenção de Linha Branca

108
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Seguro Residencial
Transferência do Seguro
Em relação a transferência de seguros, o Código Civil Brasileiro afirma que:
“Art. 785: salvo disposição em contrário, admite-se a transferência do contrato a
terceiro com a alienação ou cessão do interesse segurado.
§1º Se o instrumento contratual é nominativo, a transferência só produz efeitos
em relação ao segurador mediante aviso escrito assinado pelo cedente e pelo
cessionário.
§2º A apólice ou o bilhete à ordem só se transfere por endosso em preto, datado
e assinado pelo endossante e pelo endossatário.”

Desta forma, se o proprietário de uma apólice de seguro residencial mudar de imóvel A


para o imóvel B e desejar transferir a apólice, ele deverá fazer um endosso trocando o bem
segurado, podendo acarretar um eventual ajuste no prêmio. Além disso, também é
possível a transferência do seguro entre pessoas. Caso o proprietário venda o seu imóvel
assegurado para um terceiro, o comprador poderá manter o seguro do imóvel, desde que,
as 3 partes estejam de acordo com o endosso: o vendedor, o comprador e a seguradora.

 OBS: Toda e qualquer mudança, a seguradora necessita ser comunicada.

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Seguro de Responsabilidade Civil (RC)


Definição
Conforme visto anteriormente, o seguro RC tem por finalidade proteger o segurado de
danos materiais e/ou corporais involuntários causados a terceiros. Seu principal objetivo
é garantir segurança financeira ao segurado frente a imprevistos que envolvam outras
pessoas. Ele pode ser contratado tanto individualmente, quanto como uma cobertura
adicional para outros tipos de seguro, sendo divididos em quatro ramos:
 Responsabilidade Civil Geral (RCG);
 Responsabilidade Civil Profissional (E&O);
 Responsabilidade Civil de Diretores e Administradores (D&O);
 Responsabilidade Civil Riscos Ambientais.

Não serão considerados terceiros, para efeito do seguro, parentes de primeiro grau ou
parentes com quem o segurado resida, cônjuge e pessoas assalariadas que dele
dependam. No entanto, reforçamos que o RC inclui sob sua proteção danos causados a
terceiros não apenas pelo segurado, mas por todos aqueles no qual ele é responsável.

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Seguro de Responsabilidade Civil (RC)
D&O – Diretores e Administradores
O seguro de Responsabilidade Civil de Diretores e Administradores (D&O - Directors and
Officers) tem por objetivo proteger o patrimônio dos Diretores, Administradores,
Conselheiros e Gerentes de empresas, quando responsabilizados, judicial ou
administrativamente, por decisões que causaram danos involuntários a terceiros,
podendo ser danos corporais, materiais ou morais.

A cobertura básica deverá conter os (I) Danos causados a terceiros, em consequência de


atos ilícitos culposos praticados no exercício das funções para as quais tenham sido
nomeados, eleitos e/ou contratados; e (II) Custos Advocatícios & Indenizações de
processos julgados.

A Susep, através da Circular 553/2017 definiu alguns riscos excluídos, tais como:
 Danos causados a terceiros, a título de cidadão;
 Danos causados a terceiros, fora do seu cargo de trabalho;
 Danos ambientais.

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Seguro de Responsabilidade Civil (RC)


Limites de Responsabilidade
Os limites podem ser por valor agregado (teto) e/ou responsabilidade por sinistro. Assim,
o primeiro refere-se pelo máximo que uma apólice deve cobrir, já o segundo cobre o
máximo por evento.

 EXEMPLO: Uma apólice de Responsabilidade Civil (RC) possui como cobertura:


 Limite Agregado: R$ 500.000,00
 Importância Segurada (responsabilidade por sinistro): R$ 200.000,00
Desta forma, o que ocorreria se o assegurado tivesse 3 sinistros (R$ 200 mil, R$ 250 mil e
mais R$ 300 mil) no mesmo período de cobertura?

Sinistro Valor do Sinistro Valor Reembolsado Valor Agregado / Acumulado


1º Sinistro R$ 200.000,00 R$ 200.000,00 R$ 200.000,00
2º Sinistro R$ 250.000,00 R$ 200.000,00 R$ 400.000,00
3º Sinistro R$ 300.000,00 R$ 100.000,00 R$ 500.000,00

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Seguro de Garantias
Definição
O SEGURO GARANTIA serve para garantir o cumprimento das obrigações contraídas pelo
tomador junto ao segurado em contratos públicos e/ou privados, fazendo com que o
serviço previsto em contrato, seja concluído. Desta forma, o tomador é a pessoa (física ou
jurídica) que através de um contrato firmado com o segurado, se comprometeu em
prestar um serviço ou fornecer um certo bem. Desta forma, para garantir a operação, é
realizado um dos três tipos de seguros garantia aba
CONTRATUAL (PJ): Visa garantir o cumprimento de determinado contrato e/ou
prestação de serviço que esta descrito em um contrato, podendo ser referente a
Concorrente; Executante Construtor; Executante Fornecedor; Executante Prestador
de Serviços; Retenção de Pagamentos; Adiantamento de Pagamentos; Perfeito
Funcionamento; Imobiliária.
JUDICIAL (PJ): Assegura o pagamento de valor correspondente aos depósitos
judiciais que o tomador necessita fazer quando sofre uma ação na justiça contra ele.
LOCATÍCIA (PF): Também conhecido como seguro fiança, este seguro visa o
pagamento do aluguel do imóvel ao proprietário, caso o inquilino não pague. Poderá
ser acrescentado coberturas adicionais, como por exemplo, o pagamento do IPTU.

113
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Seguro Crédito Exportação


Definição
Segundo a SUSEP, o SEGURO CRÉDITO EXPORTAÇÃO (SCE) tem a finalidade de garantir as
operações de crédito à exportação contra os (I) riscos comerciais, (II) políticos e (III)
extraordinários que possam afetar as:
I.– Produções de bens e a prestação de serviços destinados à exportação brasileira;
II.– Exportações brasileiras de bens e serviços.
III.– Exportações estrangeiras de bens e serviços, desde que estejam associadas a
exportações brasileiras de bens e serviços ou que contenham componentes
produzidos ou serviços prestados por empresas brasileiras, com o compartilhamento
correspondente de risco com agências de crédito à exportação estrangeiras,
seguradoras, resseguradoras, instituições financeiras e organismos internacionais.

Este seguro pode ser utilizado tanto por exportadores quanto por instituições financeiras
e seguradoras de diversos tipos, desde que se enquadrem no que diz a Lei 6.704. Ele é
recomendado principalmente pela insegurança na atividade da exportação, pois existe
uma grande possibilidade de aumento da diferença entre o preço de compra (procura) e
venda (oferta) de produtos e serviços, impactando na competitividade brasileiras.

114
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Seguro Rural
Definição
O SEGURO RURAL (Agrícola, Pecuário, de Florestas e Penhor Rural) é um dos mais
importantes instrumentos de política agrícola, por permitir ao produtor proteger-se
contra perdas decorrentes principalmente de fenômenos climáticos adversos. Ele é mais
abrangente, cobrindo não só a atividade agrícola, mas também a atividade pecuária,
seguro de Florestas, Penhor Rural, patrimônio do produtor rural, seus produtos, o crédito
para comercialização desses produtos, além do seguro de vida dos produtores.

O objetivo maior do Seguro Rural é oferecer coberturas que, ao mesmo tempo, atendam
ao produtor e à sua produção, à sua família, à geração de garantias a seus financiadores,
investidores, parceiros de negócios, todos interessados na maior diluição possível dos
riscos, pela combinação dos diversos ramos de seguro.

Este seguro poderá ter diversas modalidades, como por exemplo:


 Agrícola: em resumo, cobre danos e perdas agrícolas;
 Pecuário: em resumo, protege do risco de morte de animais;
 Florestas: em resumo, cobre danos e perdas em florestas já formadas;
 Penhor Rural: em resumo, cobre os danos aos bens colocado em garantia rural.

115
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Capítulo 6:
Aspectos Tributários dos
Seguros
116
Capítulo 6:
Capítulo 6:
Aspectos Tributários dos Seguros
Aspectos Tributários dos Seguros
117
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Tributação sobre os Seguros


IOF
O governo federal decidiu tributar sobre os prêmios de seguros (e não sobre a
indenização), o imposto IOF. Desta forma, sobrar o prêmio comercial, acrescido dos
encargos, incidirá cobrança deste tributo nas seguintes alíquotas:
 Alíquota 0%: São isentos de IOF os seguintes seguros
o Resseguro;
o Seguro obrigatório vinculado a financiamento de imóvel habitacional (SFH);
o Seguro de crédito à exportação e transporte internacional;
o Seguro Garantia;
o Seguro Aeronáutico e ou Responsabilidade Civil aéreo;
o Seguros Dotais, ou seja, com cobertura por sobrevivência (Ex: VGBL).
Alíquota 0,38%: Seguro de pessoas (seguros de vida, acidentes pessoais e do
trabalho, incluídos os seguros obrigatórios de danos pessoais por causados por
veículos automotores de vias terrestres – DPVAT; e por embarcações, ou por sua
carga, a pessoas transportadas ou não – DPEM).
 Alíquota 2,38%: Seguros privados de assistência à saúde.
 Alíquota 7,38%: Todos os demais seguros.

118
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Tributação sobre os Seguros
Imposto de Renda
O recebimento de indenizações pelos BENEFICIÁRIOS, gerados pelos SEGUROS DE VIDA,
são ISENTOS do Imposto de Renda e com isso, deverá ser lançado na ficha da Declaração
Anual de Imposto de Renda da Pessoa Física (DIR-PF), como “rendimentos isentos e não
tributáveis”.

Já em relação aos Seguros Dotais, Dotais Misto e Seguros Resgatáveis (na parte por
sobrevivência), por serem classificados como Benefício Definido, serão sempre tributados
através da tabela progressiva sobre o lucro gerado. Desta forma, será cobrado 15% na
fonte como antecipação do devido na Declaração de Ajuste Anual da pessoa física,
calculado sobre o recebimento menos os prêmios pagos (15% sobre o lucro, mais ajuste
no próximo ano).

Vale ressaltar que a indenização do seguro de vida não é considerada herança e com isso,
não entra em inventário.

119
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ANEXOS
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GLOSSÁRIO
• ACEITAÇÃO: ato pelo qual o segurador aceita o seguro que lhe foi proposto.

• ACIDENTE: todo caso fortuito, especialmente aquele do qual deriva um dano.

• ADESÃO: termo utilizado para definir características do contrato de seguro; contrato


de adesão; ato ou efeito de aderir.

• ADITIVO: termo utilizado para definir instrumento do contrato de seguro, utilizado


para alterar a apólice, sem contudo alterar a cobertura básica contida nela; o mesmo
que endosso.

• AGRAVAÇÃO: termo utilizado para definir ato do segurado em tornar o risco mais
grave do que originalmente se apresenta no momento de contratação do seguro,
podendo, por isso, perder o direito a este.

• APÓLICE: instrumento do contrato de seguro pelo qual o segurado repassa à


seguradora a responsabilidade sobre os riscos estabelecidos na apólice. A apólice
contém as cláusulas e Condições Gerais, Especiais e/ou Particulares do contrato.
Constitui-se, assim, no contrato de seguro propriamente dito.

• AVISO DE SINISTRO: comunicação da ocorrência de um evento (sinistro) que o


segurado é obrigado a fazer à seguradora, assim que dele tenha conhecimento. Pode-
se dizer que é a comunicação oficial à seguradora sobre a ocorrência do sinistro, sua
natureza e gravidade.

• BENEFICIÁRIO: pessoa física ou jurídica à qual é devida a indenização em caso de


sinistro. O beneficiário pode ser certo (determinado), quando constituído
nominalmente na apólice, ou incerto (indeterminado), quando desconhecido na
formação do contrato. É a pessoa que recebe a indenização prevista em caso de
ocorrência de sinistro com risco coberto. O segurado pode escolher quantas e quais
pessoas desejar como beneficiárias, bastando indicá-las no ato da contratação do
seguro, desde que o segurado preveja a figura do beneficiário.

• BILATERAL: é assim também chamado o contrato de seguro em que duas partes


tomam, sobre si, obrigações recíprocas.

• BOA-FÉ: convicção ou persuasão de ter agido dentro da lei ou de estar por ela
amparado. O contrato de seguro é de estrita boa-fé.

• BÔNUS: termo que define o desconto a ser concedido ao segurado, na renovação de


certos e determinados seguros, por não ter reclamado indenização ao segurador,
durante o período de vigência do seguro; direito intransferível; desconto progressivo;
redução no prêmio.

121
• CADUCIDADE: perecimento de um direito pelo seu não exercício, em um certo
intervalo de tempo, marcado pela lei ou pela vontade das partes.

• CANCELAMENTO: baixa do seguro, no registro geral de apólice, por falta de


pagamento do prêmio, anulação do contrato ou pelo pagamento de indenização pela
perda total do bem segurado.

• CAPITAL SEGURADO: importância segurada fixada, na apólice, correspondente ao


valor máximo estabelecido para o objeto do seguro. Pode ser fixo, quando a
indenização é paga integralmente (Seguros de Vida, por exemplo), ou proporcional,
quando a indenização é apurada segundo os prejuízos sofridos pelo objeto segurado
(Ramos Elementares, em geral). É, portanto, o valor escolhido pelo segurado para as
coberturas dos seguros.

• CERTIFICADO DE SEGURO: nos seguros em grupo, é o documento expedido pela


sociedade seguradora. Ele prova a existência do seguro para cada indivíduo
componente do grupo segurado.

• CLASSE DO RISCO: expressão empregada para designar a situação do risco, quando


encarada sob determinado aspecto.

• CLÁUSULA: disposição particular. Parte de um todo que é o contrato.

• CLÁUSULA ADICIONAL: cláusula suplementar, adicionada ao contrato, estabelecendo


condições suplementares.

• COMISSÃO: modo de pagamento empregado pelas sociedades seguradoras para


remunerar o trabalho dos corretores de seguros.

• COMISSÃO DE RESSEGURO: percentagem que o ressegurador paga ao segurador pela


cessão, total ou parcial, do seguro.

• CONDIÇÕES (GERAIS, ESPECIAIS OU ADICIONAIS) DO SEGURO: cláusulas que definem


os riscos cobertos, riscos não cobertos e demais direitos e obrigações das partes
contratantes do seguro.

• CORRETOR DE SEGUROS: intermediário, pessoa física ou jurídica, legalmente


autorizada a angariar e promover contratos de seguro entre as seguradoras e as
pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, podendo ser brasileiro ou estrangeiro e,
se pessoa física, com residência permanente no país.

• COSSEGURO: operação que consiste na repartição de um mesmo risco, de um mesmo


segurado, entre duas ou mais seguradoras.

• DANO: todo prejuízo material ou pessoal sofrido por um segurado, passível de


indenização, de acordo com as condições de cobertura de uma apólice de seguro.

122
• DENÚNCIA: base de processo administrativo para verificação de infrações cometidas
pelas sociedades de seguros.

• DEPRECIAÇÃO: diz-se que há depreciação quando um bem, móvel ou imóvel, sofre


redução em seu valor.

• DOLO: falta intencional para ilidir uma obrigação.

• DURAÇÃO DO SEGURO: expressão usada para indicar o prazo de vigência do seguro.

• ENDOSSO OU ADITIVO: documento expedido pelo segurador, durante a vigência do


contrato, pelo qual aquele e o segurado acordam quanto à alteração de dados,
modificam condições ou objetos da apólice ou os transferem a outrem.

• ESTIPULANTE: pessoa física (natural) ou jurídica que contrata apólice coletiva de


seguros, ficando investida dos poderes de representação dos segurados perante a
sociedade seguradora.

• EVENTO: acontecimento futuro, possível, incerto, desvinculado de ilícito das partes,


que causa prejuízos econômicos para o segurado e que acontece independentemente
de sua vontade.

• EXTINÇÃO DO CONTRATO: o contrato de seguro extingue-se, normalmente, na data


do vencimento, fixada na apólice ou quando é paga indenização pelo seu todo pelo
segurador.

• FRANQUIA: valor, previsto na apólice, pelo qual o segurado fica responsável em cada
sinistro. Pode ser dedutível ou simples.

• GARANTIA: designação genérica utilizada para indicar as responsabilidades pelos


riscos assumidos por um segurador ou ressegurador. É também empregada como
sinônimo de cobertura.

• IMPORTÂNCIA SEGURADA: valor atribuído ao patrimônio ou às consequências


econômicas do risco sob expectativa de prejuízos, para o qual o segurado deseja a
cobertura do seguro, ou seja, é o limite de responsabilidade da seguradora, que, nos
Seguros de Coisas, não deverá ser superior ao valor do bem. Também designada por
Capital segurado, soma segurada, limite máximo de indenização, limite máximo de
probabilidade ou limite máximo de garantia. Este valor é escolhido pelo segurado para
as coberturas dos Seguros de Bens Materiais e de Responsabilidade.

• INDENIZAÇÃO: contraprestação do segurador ao segurado que, com a efetivação do


risco (ocorrência de evento previsto no contrato), venha a fazer jus a um recebimento
pactuado.
• INTERESSE SEGURÁVEL: legítimo interesse econômico ou pecuniário que as pessoas
físicas ou jurídicas podem ter com relação a si próprias, outras pessoas ou bens
seguráveis.

123
• JURISPRUDÊNCIA: modo uniforme pelo qual os tribunais interpretam e aplicam
determinadas leis.

• LEI DOS GRANDES NÚMEROS: princípio geral das ciências de observação, segundo o
qual a frequência de determinados acontecimentos, verificada em um grande número
de casos análogos, tende a se estabilizar cada vez mais, à medida que aumenta o
número de casos observados, aproximando-se dos valores previstos pela Teoria das
Probabilidades.

• LIMITE TÉCNICO: valor básico da retenção, que a companhia de seguros deve adotar
em cada ramo ou modalidade que operar, fixado pela ciência atuarial.

• MÁ-FÉ: agir de modo contrário à lei ou ao direito, propositadamente de má-fé,


considerada e consubstanciada na legislação de quase todos os países. Assume, nos
contratos de seguros, excepcional relevância.

• NOTA DE SEGURO: documento de cobrança que acompanha as apólices e endossos


remetidos ao banco cobrador.

• PERDA TOTAL: dá-se a perda total do objeto segurado, quando este perece
completamente ou quando se torna, de forma definitiva, impróprio ao fim a que era
destinado.

• PRÊMIO: importância paga pelo segurado, ou estipulante, à seguradora em troca da


transferência do risco a que ele está exposto. Em princípio, o prêmio resulta da
aplicação de um percentual (taxa) à importância segurada. O prêmio deve
corresponder ao preço do risco transferido à seguradora. O preço do seguro também
pode ser denominado custo do seguro.

• PRÊMIO ADICIONAL: prêmio suplementar cobrado em certos e determinados casos.

• PRÊMIO FRACIONADO: prêmio anual, dividido em parcelas, para efeito de pagamento.

• PRÊMIO GANHO: parcela do prêmio referente ao período de tempo de risco decorrido.

• PRESCRIÇÃO: meio pelo qual, de acordo com o transcurso do tempo, adquirem-se


direitos e se extinguem obrigações.

• PROBABILIDADE: diz-se da possibilidade de realização de um determinado evento. A


probabilidade pode ser matemática ou estatística.
• PROPOSTA: formulário impresso, contendo um questionário detalhado que deve ser
preenchido pelo segurado, ou seu representante de direito, ao candidatar-se à
cobertura do seguro. A proposta é a base do contrato de seguro, geralmente fazendo
parte dele.

124
• PULVERIZAÇÃO DO RISCO: distribuição do seguro, por um grande número de
seguradores, de modo a que o risco, assim disseminado, não venha a constituir, por
maior que seja a sua importância, perigo iminente para a estabilidade da carteira.

• REINTEGRAÇÃO: restabelecimento da importância segurada após o sinistro parcial e o


pagamento de uma indenização. A reintegração visa restabelecer o valor da
importância segurada para as coberturas dos Seguros de Bens Materiais e de
Responsabilidades. É prevista em alguns ramos de seguro.

• RESERVA TÉCNICA: termo utilizado para definir valores matematicamente calculados


pelo segurador, com base nos prêmios recebidos dos segurados, para garantia dos
pagamentos eventuais dos riscos assumidos e não expirados. Ex.: Reserva de Sinistros
a Liquidar.

• RISCO: evento incerto ou de data incerta, que independe da vontade das partes
contratantes e contra o qual é feito o seguro. O risco é a expectativa de sinistro. Sem
risco, não pode haver contrato de seguro.

• SEGURADO: pessoa física ou jurídica que, tendo interesse segurável, contrata o seguro,
em seu benefício pessoal ou de terceiros. Pode também ser definido como “a pessoa
ou empresa protegida pela cobertura de uma apólice de seguro, para os casos de
perdas materiais ou eventos relacionados com a vida”.

• SEGURADORA: pessoa jurídica que assume a responsabilidade por riscos contratados


e paga indenização ao segurado, ou ao(s) seu(s) beneficiário(s), no caso de ocorrência
de sinistro coberto. São empresas legalmente constituídas para assumir e gerir
coletividades de riscos, obedecidos os critérios técnicos e administrativos específicos.

• SEGURO: contrato pelo qual uma das partes se obriga, mediante cobrança de prêmio,
a indenizar a outra pela ocorrência de determinados eventos ou por prejuízos
eventuais.

• SINISTRO: ocorrência de acontecimento previsto no contrato de seguro e que,


legalmente, obriga a seguradora a indenizar.

• SINISTRALIDADE: relação entre os valores indenizados, ou a indenizar, e os prêmios


pagos pelo segurado. Mede a expectativa de perda, que é imprescindível para
estabelecer o prêmio estatístico ou o custo puro de proteção.

• SUB-ROGAÇÃO: ocorre no seguro quando, após o sinistro e paga a indenização pelo


segurador, este substitui o segurado nos direitos e ações que tem de demandar o
terceiro responsável pelo sinistro.
• TARIFA: relação das taxas correspondentes a cada classe de risco. É de acordo com a
taxa constante da tarifa que o segurador calcula o prêmio relativo ao seguro que lhe é
proposto.

• TARIFAÇÃO: avaliação do risco de pessoa física ou jurídica.

125
• TAXA: elemento necessário à fixação das tarifas de prêmios, cálculos de juros, reservas
matemáticas. A taxa é um percentual fixo que se aplica a cada caso determinado,
estabelecendo a importância necessária ao fim visado.

• TERCEIRO: pessoa que, envolvida num sinistro, não represente nenhuma das duas
partes do contrato de seguro (segurado e seguradora). Não se incluem no conceito de
terceiros parentes, cônjuge, funcionários, sócios ou representantes do segurado, bem
como objetos ou bens de sua propriedade ou posse.

• VIGÊNCIA: período de tempo fixado para validade do seguro (ou cobertura). É o prazo
que determina o início e o fim da duração das coberturas ou garantias contratadas.

• VISTORIA DE SINISTRO: inspeção feita por profissionais habilitados, após o sinistro,


para verificar e estabelecer os danos ou prejuízos sofridos pelo objeto segurado.

• VISTORIA DO RISCO: inspeção feita por profissionais habilitados para avaliar as


condições do risco a ser segurado, com a finalidade de estabelecer o valor em risco.

126
TABELA PARA CÁLCULO DA
INDENIZAÇÃO EM CASO DE INVALIDEZ PERMANENTE
A Tabela para Cálculo da Indenização em Caso de Invalidez Permanente apresenta os percentuais
mínimos sobre a importância segurada por órgão ou membro lesado a serem considerados nas
condições gerais dos seguros que possuam a garantia de invalidez por acidente.

% SOBRE A
DANOS
REPERCUSSÃO NA ÍNTEGRA DO PATRIMÔNIO FÍSICO IMPORTÂNCIA
CORPORAIS
SEGURADA
• Perda anatômica e/ou funcional completa de ambos os membros
superiores ou inferiores;
• Perda anatômica e/ou funcional completa de ambas as mãos ou de
ambos os pés;
• Perda anatômica e/ou funcional completa de um membro superior
e de um membro inferior;
• Perda completa da visão em ambos os olhos (cegueira bilateral) ou
cegueira legal bilateral;
• Lesões neurológicas que cursem com:
TOTAL o (a) dano cognitivo-comportamental alienante; 100%
o (b) impedimento do senso de orientação espacial e/ou do
livre deslocamento corporal;
o (c) perda completa do controle esfincteriano;
o (d) comprometimento de função vital ou autonômica
• Lesões de órgãos e estruturas crânio-faciais, cervicais, torácicos,
abdominais, pélvicos ou retro-peritoneais cursando com prejuízos
funcionais não compensáveis de ordem autonômica, respiratória,
cardiovascular, digestiva, excretora ou de qualquer outra espécie,
desde que haja comprometimento de função vital.
• Perda anatômica e/ou funcional completa de um dos membros
30%
superiores e/ou de uma das mãos
• Perda anatômica e/ou funcional completa de um dos membros
70%
inferiores;
PARCIAL COM • Perda anatômica e/ou funcional completa de um dos pés 40%
REPERCUSSÕES • Perda completa da mobilidade de um dos ombros, cotovelos,
20%
EM PARTES DE punhos ou dedo polegar;
MEMBROS • Perda completa da mobilidade de um quadril, joelho ou tornozelo 50%
SUPERIORES E • Perda anatômica e/ou funcional completa de qualquer um dentre
INFERIORES 20%
os outros dedos da mão;
• Perda anatômica e/ou funcional completa de qualquer um dos
20%
dedos do pé
• Perda anatômica e/ou funcional completa de um dos membros
25%
superiores e/ou de uma das mãos
PARCIAL COM • Perda auditiva total bilateral (surdez completa) ou da fonação
70%
REPERCUSSÕES (mudez completa) ou da visão de um olho;
EM ÓRGÃOS E • Perda completa da mobilidade de um segmento da coluna
60%
ESTRUTURAS vertebral exceto o sacral;
CORPORAIS • Perda integral (retirada cirúrgica) do baço. 50%

127
% SOBRE A
INVALIDEZ
DESCRIÇÃO IMPORTÂNCIA
PERMANENTE
SEGURADA
• Perda total da visão de ambos os olhos;
• Perda total do uso de ambos os membros superiores;
• Perda total do uso de ambos os membros inferiores;
• Perda total do uso de ambas as mãos;
TOTAL 100%
• Perda total do uso de um membro superior e um membro inferior;
• Perda total do uso de uma das mãos e de um dos pés;
• Perda total do uso de ambos os pés;
• Alienação mental total e incurável.
• Perda total da visão de um olho; 30%
• Perda total da visão de um olho, quando o segurado já não tiver a
70%
outra vista;
• Surdez total incurável de ambos os ouvidos; 40%
PARCIAL • Surdez total incurável de um dos ouvidos; 20%
DIVERSOS
• Mudez incurável; 50%
• Fratura não consolidada do maxilar inferior; 20%
• Imobilidade do segmento cervical da coluna vertebral; 20%
• Imobilidade do segmento tóraco-lombo-sacro da coluna vertebral. 25%
• Perda total do uso de um dos membros superiores; 70%
• Perda total do uso de uma das mãos; 60%
• Fratura não consolidada de um dos úmeros; 50%
• Fratura não consolidada de um dos segmentos rádio-ulnares; 30%
• Anquilose total de um dos ombros; 25%
• Anquilose total de um dos cotovelos; 25%
• Anquilose total de um dos punhos; 20%
PARCIAL
MEMBROS • Perda total do uso de um dos polegares, inclusive o metacarpiano; 25%
SUPERIORES • Perda total do uso de um dos polegares, exclusive o metacarpiano; 18%
• Perda total do uso da falange distal do polegar; 09%
• Perda total do uso de um dos dedos indicadores; 15%
• Perda total do uso de um dos dedos mínimos ou um dos dedos
12%
médios;
• Perda total do uso de um dos dedos anulares; 09%
1/3 do valor do
• Perda total do uso de qualquer falange, excluídas as do polegar.
dedo respectivo

128
% SOBRE A
INVALIDEZ
DESCRIÇÃO IMPORTÂNCIA
PERMANENTE
SEGURADA
• Perda total do uso de um dos membros inferiores; 70%
• Perda total do uso de um dos pés; 50%

• Fratura não consolidada de um fêmur; 50%


• Fratura não consolidada de um dos segmentos tíbio-peroneiros; 25%
• Fratura não consolidada da rótula; 20%

• Fratura não consolidada de um pé; 20%

• Anquilose total de um dos joelhos; 20%

• Anquilose total de um dos tornozelos; 20%

• Anquilose total de um dos quadris; 20%

• Perda parcial de um dos pés, isto é, perda de todos os dedos e de


PARCIAL 25%
uma parte do mesmo pé;
MEMBROS
INFERIORES • Amputação do 1º (primeiro) dedo; 10%

• Amputação de qualquer outro dedo; 03%

• Perda total do uso de uma falange do 1º dedo, indenização 1/3 do


equivalente 1/2, e dos demais dedos; respectivo dedo

5 (cinco) centímetros ou mais; 15%

• Encurtamento de um dos 4 (quatro) centímetros; 10%


membros inferiores de:
3 (três) centímetros; 06%
Sem
Menos de 3 (três) centímetros.
indenização

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