Sempre É Uma Companhia - Conto
Sempre É Uma Companhia - Conto
Sempre É Uma Companhia - Conto
Manuel da Fonseca
Estrutura interna:
1º momento – Solidão
– vida monótona e triste dos habitantes de Alcaria. Durante o dia, os homens trabalham e à
noite dirigem-se para suas casas e dormem. Batola passa o dia sentado à espera de
atender os poucos fregueses que se deslocam à sua venda.
2º momento – Convivialidade
– após a chegada da telefonia, todos os habitantes se dirigem, ao fim de umdia de trabalho,
à venda de Batola, onde convivem e ouvem notícias e canções.
2º momento
● Sentimentos despertados pela telefonia junto dos habitantes da aldeia: o convívio
entre os habitantes de Alcaria renasceu, motivo pelo qual o sentimento de
isolamento se dissipou. A alegria voltou à aldeia e com ela a noção de passagem do
tempo também se alterou – “os dias passam agorarápidos”.
Solidão: vida monótona e triste dos habitantes de Alcaria. Durante o dia, os homens
trabalham e à noite dirigem-se para suas casas e dormem. Batola passa o dia sentado à
espera de atender os poucos fregueses que se deslocam à sua venda.
Tempo psicológico: A solidão e o isolamento vividos na aldeia de Alcaria influenciam
a visão do tempo pelas personagens, parecendo que este passa devagar.
Espaço físico: pequena aldeia no baixo Alentejo, onde há poucas pessoas.
Espaço social: Alentejo profundo, isolado do mundo, onde o sofrimento e a desumanização
são visíveis.
Ceifeiros (personagem coletiva): Trabalhadores, símbolo da exploração, da pobreza e
da desumanização. Denúncia tipicamente neorrealista.
Espaço psicológico: a recordação que Batola faz do seu amigo Rata concretiza uma
marca de espaço psicológico. O mendigo recordado por Batola era aquele que, por sair da
aldeia, lhe trazia novidades, trazendo alguma alegria ao protagonista, o que comprova o seu
apreço pela liberdade e mundo exterior. Esta aldeia faz com que Batola se sinta solitário,
isolado de tudo, já que não estabelece convivência com os outros habitantes da aldeia.
Narrador: Heterodiegético- não participa na ação mas sabe tudo sobre as personagens
(omnisciente).
Crítica:
● Isolamento e falta de convivialidade.
● Relações entre homem e mulher.
● Vícios sociais: o alcoolismo, a violência doméstica.
● As inovações tecnológicas e alterações de hábitos sociais.
«Até as mulheres vêm para a venda depois da ceia.», «Até as velhas dançaram ao som da
telefonia.» – repetição da preposição “até” reforça os acontecimentos pouco expectáveis
fomentados pela presença da telefonia – as mulheres saem à noite para estarem na venda
a conviver, as velhas dançam e o Batola tem vontade de trabalhar.