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NEFROPATIA
De modo geral nefropatia pode ser definida como doença renal.A função dos rins é filtrar
os resíduos do sangue. A filtragem é feita por pequenas estruturas, semelhantes aos
vasos sanguíneos, chamadas de glomérulos. Em rins saudáveis, os glomérulos filtram
substâncias dos resíduos do sangue, ao passo que mantêm as proteínas dentro do corpo,
para que possam ser aproveitadas pelo organismo. Ao passar pelos rins, o sangue filtrado
volta para a corrente sanguínea.
O alto nível de glicose no sangue associado à pressão arterial elevada, por exemplo, pode
danificar os glomérulos. Quando danificados, eles são ineficientes na função de filtragem,
fazendo com que as proteínas sejam eliminadas pela urina. De acordo com o grau de
comprometimento, os rins param de funcionar completamente, levando à chamada
insuficiência renal (BECTON DICKINSON, 2018). Neste caso temos uma nefropatia.
A síndrome nefrótica exibe um grupo de sintomas que incluem proteinúria superior a 3,5 g
por dia, baixos níveis de proteínas sanguíneas, altos níveis de colesterol e edema.
A urina pode também conter gordura microscópica, incluindo glóbulos de gordura,
corpúsculos gordurosos ovais ou cilindros graxos. A síndrome nefrótica é provocada por
vários distúrbios que danificam os rins, especialmente aqueles que lesam a membrana
basal do glomérulo, promovendo a excreção anormal de proteínas na urina. A
glomerulonefrite membranosa é a causa mais comum de síndrome nefrótica em adultos.
Os sinais e sintomas incluem edema com ganho de peso, intumescimento abdominal,
intensa proteinúria e urina com espuma, hipertensão e perda de apetite (MUNDT, 2012, p.
200)
Achados típicos de exame de urina
Intensa proteinúria, hemácias, células tubulares, corpúsculos gordurosos ovais, gotículas
de gordura, cilindros graxos e céreos
Outros achados laboratoriais
Albumina sérica diminuída, lipídeos séricos aumentados.
Síndrome de Alport
A síndrome de Alport é uma forma herdada de inflamação renal, responsável por sintomas que
variam de hematúria branda a hematúria franca, nefrose e doença renal em estágio final. Ela
é provocada por uma mutação em um gene, que a mãe pode transmitir o gene desse
distúrbio para seus filhos, envolvido na síntese de um tipo de colágeno. Os fatores de
risco incluem doença renal em estágio final em parentes do sexo masculino, história
familiar de síndrome de Alport, glomerulonefrite ou perda da audição antes dos 30 anos
(MUNDT, 2012, p. 200).
Achados típicos de exame de urina
Intensa proteinúria, hemácias, células tubulares, corpúsculos gordurosos ovais,
gotículas de gordura, cilindros graxos e céreos
Outros achados laboratoriais
INSUFICIÊNCIA RENAL
A insuficiência renal pode ser de evolução rápida ou lenta e pode trazer um risco sério, ou
mesmo risco à vida, para o paciente. Essa situação requer medidas como diálise ou
transplante renal para livrar o corpo de metabólitos nitrogenados tóxicos, os quais o rim
não é mais capaz de remover.
INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA
A insuficiência renal aguda (súbita) consiste na súbita incapacidade dos rins de remover
produtos finais e concentrar a urina, sem a perda de eletrólitos. Entre causas possíveis
estão fluxo sanguíneo reduzido, em decorrência de baixa pressão sanguínea resultante
de trauma, cirurgia, doenças graves, choque séptico, hemorragia, queimaduras, ou
desidratação; necrose tubular aguda; infecções que danificam o rim, como pielonefrite ou
septicemia; obstrução do trato urinário (uropatia obstrutiva); doença renal autoimune,
como nefrite intersticial ou síndrome nefrítica aguda; distúrbios que provocam coagulação
no interior de capilares renais; reação à transfusão; e várias outras (MUNDT, 2012, p.
202).
Lesão renal aguda
Achados típicos de exame de urina
Proteinúria, hemoglobinúria, células tubulares, cilindros de células tubulares,
cilindros leucocitários e outros, cristais
Outros achados laboratoriais
Excreção de urina com incapacidade de variar a gravidade específica, ureia ↑,
creatinina ↑, clearance de creatinina ↓
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MÉTODOS DE EXAMES DO SEDIMENTO URINÁRIO
O uso de luz suave é necessário para que sejam delineados os elementos mais
transparentes da urina tais como os cilindros hialinos, cristais e filamentos mucosos. A
identificação de leucócitos em neutrófilos, eosinófilos, linfócitos, histiócitos, células
epiteliais renais, células com inclusão viral, células neoplásicas e cilindros celulares pode
ser difícil nas preparações não coradas. A coloração SUPRAVITAL com cristal violeta e
safranina é comumente utilizada para auxiliar no delineamento dos elementos formados
presentes na urina.
Reagentes
Solução I: Violeta cristal: 3,0 g
Álcool etílico: 20,0 mL
Oxalato de amônio: 0,8 g
Misture e filtre três partes da solução 1 e 97 partes da solução II. A mistura deve ser
filtrada a cada duas semanas para clareamento. Deve ser descartada após três meses.
Separada, as soluções 1 e 2 mantêm-se indefinidamente a temperatura ambiente. Em
urinas alcalinas, o corante precipita.
Outras colorações SUPRAVITAIS que podem ser usadas: Azul de metileno a 2%;
Sternheimer Malbin, Sudam, Gram, Azul de toluidina, entre outros. O corante de
Sterheimer Malbin é o preferido porque facilita a observação de maior número de
estruturas do sedimento urinário (HENRY, 2012).
Procedimento
Instruções de uso:
Caso a leitura seja feita nos 18 círculos, multiplicar o resultado obtido por 500.
As lâminas são descartáveis.
A Câmara de Neubauer
A leitura em microscópio do sedimento urinário, tradicionalmente, pode ser feita na
Câmara de Neubauer. A placa ou Câmara de Neubauer possui duas câmeras, ou seja, é
possível realizar a leitura de duas amostras diferentes por placa.
Descrição
9 quadrados grandes de 1mm cada. Cada quadrado grande possui:
2
Área = 1 mm x 1 mm = 1mm2
Volume = 1 mm x 1 mm x 0,1 mm= 0,1 mm3
Procedimento
A bióloga Andréia Moreira S. Carmo (2012) sugere os seguintes passos para o preparo da
amostra de urina que será analisada na Câmara de Neubauer:
Homogeneíze, com movimentos lentos de inversão, por 1 minuto, o frasco com a amostra
de urina.
Transfira 10 mL da amostra de urina para um tubo cônico graduado, com tampa de rosca.
Volumes menores somente serão aceitos em amostras pediátricas e de pacientes com
oligúria comprovada.
Centrifugue por 5 a 10 minutos em 2500 rpm.
Despreze o sobrenadante, deixando apenas 1 mL e todo o sedimento no tubo.
Ressuspenda o sedimento.
Preencha a Câmara de Neubauer com aproximadamente 20 L da suspensão de
sedimento, recoberta com uma lamínula. Em câmaras não espelhadas, pode-se corar o
sedimento com uma ou duas de corante supravital, como por exemplo, Sternheimer-
Malbin, para realçar os elementos figurados.
A observação do sedimento é realizada ao microscópio com baixa intensidade de luz,
iniciando o foco em um menor aumento (objetiva de 10x) e depois a contagem realizada
em maior aumento (objetiva de 40X).
No exame de sedimento poderão ser observados: células de descamação (renais,
pélvicas, vesicais, uretrais e vaginais), hemácias, leucócitos, cilindros (hialinos,
leucocitários, granulosos, hemáticos, etc), cristais, bactérias, muco, espermatozoides e
artefatos (pelos, fibras de tecidos e de papéis, cristais de amido, ovos e cistos de
parasitas intestinais).
Observe se os elementos estão distribuídos homogeneamente nos quadrantes para não
se obter resultados enganosos.
A contagem deve ser realizada nos 4 quadrantes laterais e o resultado obtido de células
de descamação, leucócitos e hemácias deve ser multiplicado pelo fator 250.
Na presença de sedimento moderado pode-se contar os elementos de 2 quadrantes, na
diagonal, e multiplicar o valor encontrado pelo fator 500.
Em caso de sedimento intenso, pode-se contar apenas um quadrante e o valor
encontrado deverá ser multiplicado por 1000.
Os valore obtidos dos elementos do sedimento devem ser expressos por mL (.../mL).
Caso seja observada a presença de cilindros, estes devem ser adequadamente
classificados e quantificados.
Os cristais, muco e outros elementos são identificados e relatados em 1+, 2+ ou 3+.
A presença de bacteriúria não é normal na urina, entretanto uma pequena quantidade
pode contaminar amostras colhidas através de micção espontânea ou cateterização. Tais
micro-organismos podem proliferar se a amostra for deixada à temperatura ambiente por
algum tempo, produzindo falsos-positivos. Portanto, a análise do sedimento deve ser
realizada em um período inferior a 4 horas após a coleta (CARMO, 2012, p. 73-6).
Se após o preparo do sedimento não for feita a leitura microscópica é prudente armazená-
lo em geladeira (2 a 8ºC). O resfriamento retarda a proliferação bacteriana.
Se o sedimento foi armazenado em geladeira, antes da leitura, aquecer em banho-maria
por aproximadamente 5 minutos. O aquecimento deixa a amostra em temperatura próxima
ao do momento da coleta.