The Possibility of Living or Long Lived
The Possibility of Living or Long Lived
The Possibility of Living or Long Lived
Instituto de Química
Área de Educação Química
ÁGUAS
Cesar Valmor Machado Lopes
ii
ÍNDICE
Apresentação................................................................................. iv
iii
APRESENTAÇÃO
iv
ácido-base, força de ácidos e bases, condutibilidade elétrica em soluções, pH,
chuva ácida, etc.
Por sua vez, na terceira parte, o enfoque principal é dado ao
TRATAMENTO DA ÁGUA, onde são abordados, por exemplo, os seguintes
assuntos: ciclo hidrológico, componentes inorgânicos e seus efeitos sobre a saúde,
águas superficiais e subterrâneas, características físicas e químicas da água
potável, dureza e poluição das águas.
Acreditamos, com a publicação deste material, estar oferecendo a
professores e alunos subsídios para uma metodologia alternativa, que entendemos
superior à tradicional, para o ensino e a aprendizagem de alguns conceitos
fundamentais da Química, relacionadas à substância básica da vida: a ÁGUA.
v
1 - A ESTRUTURA DA ÁGUA
Escrito por V erno Krüger
1
a partir de quatro elementos fundamentais: terra, ar, água e fogo, relacionadas
pela qualidades "amor" e "ódio".
Em outra vertente, Leucipo (500 a 400 a.C., aproximadamente) concebe
o mundo criado a partir de uma partícula universal, indivisível, se movimentando
no vácuo: o átomo. Seus discípulos Demócrito (460 a 370 a.C.) e Epicuro (341 a
270 a.C.) sustentaram esta idéia afirmando ser o universo formado por inúmeras
pequenas partículas indivisíveis que se moviam no vazio.
As concepções de Empédocles encontraram continuidade em Platão (427
a 347 a.C.) e, principalmente, em Aristóteles (384 a 322 a.C.) que aperfeiçoaram
a idéia dos quatro elementos formadores do universo, também chamados por eles
de "princípios": ar, água, terra e fogo (veja a Figura 1-1). Associaram a eles qua-
tro qualidades: quente, frio, seco e úmido. Como novidade, introduziram um
quinto elemento relacionado ao vazio: o éter ou quintessência.
A filosofia de Aristóteles fundamentou a Alquimia, principal
característica da Química na Idade Média, na medida em que previa a
transferência das "qualidades" supostas para os quatro elementos, de uma
substância a outra, dando suporte assim à transmutação.
A concepção de natureza de Aristóteles foi assumida pela Igreja Católica
e forneceu explicações do mundo até pelo menos o Século XVII da Era Cristã.
2
ATIVIDADES
EXPERIÊNCIA No1
Coloque num tubo de ensaio uma ponta de espátula de permanganato
de potássio (KMnO4). Inclinando-o a 45 o, segure por uma pinça e
I aqueça o conjunto.
Após o derretimento do sal, coloque um palito de picolé em brasa
dentro do tubo de ensaio, sem no entanto encostar no sal.
a) O que se observa na superfície do sal derretido?
b) O que se observa no palito de madeira? O que se pode dizer?
Repita a experiência anterior colocando junto ao sal derretido um pedaço
de carvão. O que se observa neste caso?
3
EXPERIÊNCIA No2
Coloque num tubo de ensaio uma pitada de nitrato de potássio (KNO3)
e, sobre o sal, coloque um pedaço de carvão. Aqueça o sistema, segurando o tubo
de ensaio a 45o com uma pinça. A note suas observações.
EXPERIÊNCIA No3
Coloque num tubo de ensaio uma pitada de sal de cozinha (NaCl, cloreto
de sódio) e sobre o sal coloque um pedaço de carvão. Aqueça o conjunto de modo
semelhante ao feito nos experimentos anteriores. A note suas observações.
O gás liberado nestes aquecimentos já foi estudado e caracterizado no
Século XVIII:
a) Bayen (1725-1792), estudando a decomposição do óxido mercúrico
vermelho observou que, ao lado da produção do mercúrio metálico, havia a
liberação de um gás chamado por ele de "ar fixo".
b) Scheele (1742-1786), em 1772, por aquecimento do dióxido de
mangânes (MnO2) com ácido sulfúrico (H2SO4), constatou a formação de um
novo gás que chamou "ar de fogo" ou "aer vitriolicus", pois formava-se na reação
com H2SO4, então chamado de "ácido vitriólico."
c) Joseph Priestley (1733-1804) constatou que o "ar" liberado nestas
reações alimenta a combustão.
d) Lavoisier (1743-1804), com base nos estudos deste gás, formulou uma
teoria da combustão onde ele era a parte essencial, o que provocou a derrocada da
"teoria do flogisto".
Que gás é um dos produtos destas reações? Por quê?
Verifique as reações químicas que ocorreram nas experiências feitas e
confirme a sua hipótese:
2 KMnO4 ⇒ K2O + 2 MnO2 + 3/2 O2
KNO3 ⇒ KNO2 + 1/2 O2
Procure outras características do oxigênio além das que você observou
nas experiências.
EXPERIÊNCIA No4
Coloque um prego lixado (ou um pedaço de zinco) em um tubo de ensaio
e adicione HCl até cobrí-lo.
a) Observe o que acontece na superfície do prego.
4
b) Aproxime cuidadosamente um palito de fósforo aceso da boca do tubo
de ensaio. Descreva suas observações.
Já em 1489 um químico alemão, Sulzbach, observou reações
semelhantes e descreveu o gás liberado como "espírito".
Boyle (1627-1691) fez as primeiras observações científicas acerca do
gás, enquanto que em 1766 Henry Cavendish (1731-1810) descreve as suas
propriedades a partir da reação de ácidos com metais e o chamou de "ar
combustível". Constatou que o "ar desflogisticado" (oxigênio) reagia com "ar
combustível" produzindo água.
Você misturou ferro (prego) com HCl. Que gás foi produzido?
Fe + HCl ⇒###
Procure outras caraterísticas do hidrogênio.
Os fenômenos elétricos estudados por Galvani no Século XVIII foram
imediatamente utilizados nos estudos de Química, originando-se daí um ramo
extremamente importante denominado Eletroquímica. Estes novos estudos
tiveram em Faraday um de seus expoentes, após a dedução de suas leis,
relacionando quantidade de eletricidade e quantidade de matéria decomposta.
A água, como substância fundamental da natureza, foi imediatamente
submetida a experiências envolvendo fenômenos elétricos.
Troostwijk e Deimann realizaram em 1786 a primeira eletrólise da água
utilizando uma "máquina de eletrização".
Com a construção da pilha de Volta em 1800, foi ela imediatamente
utilizada por Nicholson e Carlisle para a realização da eletrólise da água.
Os estudos das substâncias, pela eletrólise, tiveram um grande
incremento a partir da generalização do uso das pilhas (de Daniell, de Bunsen,
etc.) e acrescentaram fundamentais informações aos conhecimentos científicos da
época.
5
Conecte estes eletrodos a um conjunto de pilhas, conforme mostra a
Figura 1-2. O eletrodo ligado ao pólo positivo da pilha chama-se ânodo e o
eletrodo ligado ao pólo negativo da pilha chama-se cátodo.
Sobre os eletrodos coloque duas seringas, cujas pontas foram
previamente fechadas com Araldite, cheias de água. Prenda-as bem.
6
2
3
4
5
Represente em um gráfico o volume de gás produzido em função do
tempo, para ambos os gases.
Volume
de
gás (mL)
t(s)
8
4,5 4,0 0,5
9,0 8,0 1,0
18,0 16,0 2,0
100,0 88,9 11,1
450,0 400,0 50,0
A Teoria Atômica de Dalton de 1803 fez ressurgir, com base nos fatos
experimentais das leis de Lavoisier, Proust e do próprio Dalton, a idéia de átomo
de Leucipo e Demócrito, numa teoria consistente com fatos experimentais até
então não explicados.
Os principais postulados da Teoria de Dalton eram:
• Toda a matéria é formada por átomos indivisíveis.
• Eles não podem ser criados nem destruídos ou serem
transformados uns nos outros.
• Elementos químicos são formados por átomos simples e substâncias
por "átomos compostos", a partir de elementos diferentes, em uma
relação numérica simples.
• Átomos de um mesmo elemento são idênticos entre si em tamanho,
forma, massa e demais propriedades, não o sendo em relação aos átomos de
elementos diferentes.
• Toda a reação química consiste na união ou separação de átomos,
havendo repulsão entre átomos iguais e atração entre átomos diferentes.
9
Figura 1-3 : Símbolos criados por Dalton para alguns
elementos.
10
É importante destacar que Dalton publicou, já em 1805, a primeira
relação de massas atômicas, tendo por base o hidrogênio (suposto como tendo
massa 1) e a partir de pressupostos arbitrários já
vistos anteriormente.
Devido ao seu grande prestígio, as idéias de
Dalton permaneceram aceitas pelo mundo científico
por cerca de 50 anos, embora já a partir de 1808
começassem a ser divulgad o s f a t o s e i d é i a s
contraditórias às suas teorias. Naquele ano Joseph
Louis Gay-Lussac observou que, nas mesmas con-
dições de temperatura e pressão, as reações
químicas dos gases se processam na mesma
proporção volumétrica.
Estas observações contradiziam a teoria de
Dalton pois, entre outras coisas, não se conseguia
entender a contração de volume. Segundo Dalton,
Joseph Louis Gay- volumes iguais deveriam ter o mesmo número de
átomos.
Lussac Esta contradição foi esclarecida em 1811 por
Amadeo Avogadro, com a idéia do conceito de
(1778-1850) molécula. Para ele, molécula era a menor porção de
matéria de uma substância e átomo, a menor porção
capaz de existir isoladamente.
H 1 1
N 5 14
C 5 12
11
O 7 16
P 9 31
S 13 32
Ca 23 40
Na 28 23
H2O 8 18
NH3 6 17
C2H4 6 28
CO2 19 44
SO3 34 80
C2H5OH 16 46
CH3COOH 26 60
12
Esta idéia foi expressa por Gay-Lussac através
de uma lei: "Volumes iguais de quaisquer gases
contém o mesmo número de moléculas."
As idéias de Avogadro foram reforçadas em
1858 por Canizzaro, apesar da forte oposição de
Dalton que, por seu prestígio junto ao mundo
científico, impediu por longo tempo a aceitação
destas idéias.
O Congresso de Química de Karlsruhe, em
1869, provocou a difusão das idéias de Avogrado
através de Canizzaro.
Esta aprovação promoveu a sua aceitação
definitiva pelo mundo científico.
Na sua aplicação à água, ficou definitivamente
Amadeo Avogadro estabelecida a fórmula H 2O, como admitido até
hoje.
(1776-1856) Nesse caso, para que os dados volumétricos
fiquem compatíveis com os moleculares, e adi-
cionando as informações sobre o gás hidrogênio, podemos deduzir que:
Portanto, temos que supor, por exemplo, que a fórmula do oxigênio seja
O2, do hidrogênio H2 e que a da água seja H2O.
13
Usando o princípio de Avogrado, podemos escrever:
Experiência 1 2 3
Massa do gelo
Volume do gelo
Densidade
Experiência 1 2 3
15
Massa de água
Densidade
Temperatura
16
b) Coloque estes pedaços de gelo em um copo de Béquer (ou outro
recipiente resistente ao fogo). Meça a temperatura inicial do gelo. Anote na
Tabela 1-7;
c) Aqueça o conjunto e, de 2 em 2 minutos anote o valor da temperatura
na Tabela 1-7, até o sistema entrar em ebulição. Anote mais três vezes a tempera-
tura;
Tempo (min) 0 1 2 3 4 5 6 7 8
Temperatura (ºC)
temperatura (ºC)
t(min)
Número
Fórmula Atômico do PF (ºC) PE (ºC)
Átomo Central
H2 1 -259,1 -252,7
He 2 -272,2 -268,9
LiH 3 +680 dec * -
(BeH2) x * 4 +210 dec * -
B2H6 5 -169 -87,5
CH4 6 -182,7 -161,3
NH3 7 -77,7 -33,4
H2O 8 0 +100
HF 9 -83,1 +19,5
Ne 10 -248,7 -245,9
NaH* 11 400-500dec* -
(MgH2) x * 12 + 280 dec* -
(AlH3) x* 13 -100 dec -
18
SiH4 14 -185 -111,8
PH3 15 -132,5 -87,4
H2S 16 -82,9 -60,8
HCl 17 -114,8 -84,9
Ar 18 -189,2 -185,7
Fonte: Chemical Bond Approach (8)
* Estes hidretos sólidos decompõem-se nos elementos constituintes. As
temperaturas dadas são aquelas nas quais a evolução de hidrogênio é
facilmente observável. Os dados para (MgH2)x e para o (BeH2)x podem ter
sido obtidos de amostras impuras.
19
Figura 1-4: Pontos de ebulição dos hidretos dos elementos dos grupos
IV, V, VI e VII.
Observe:
a) a variação do ponto de ebulição dos hidretos do segundo período da
tabela periódica (CH4, NH3, H2O e HF);
b) a variação do ponto de ebulição dos hidretos do Grupo VI da tabela
periódica (H2S, H2Se e H2O) comparando estes valores com os outros grupos do
gráfico.
20
H2S 34 4.490 132,0
PF e PE
21
Calor latente de vaporização
Densidade da água
Densidade do gelo
1.3.1 - Introdução
Observando os dados da Tabela 1-10 e comparando-os com os de outras
substâncias, verifica-se ser a água uma substância sui-generis dentre as de massa
molar semelhante. Essas características únicas fazem com que esta substância
seja de importância fundamental em nossa biosfera.
Tentar-se-á, nesta parte, mostrar como os cientistas imaginaram ser a
molécula, que forças se supõe atuem nesta estrutura e como estas características
se refletem no comportamento da substância.
H:
O:
22
b) Elétrons nas respectivas camadas de valência:
H:
O:
c) Valência:
H:
O:
23
H He
2,1 -
Li Be B C N O F Ne
1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 -
Na Mg Al Si P S Cl Ar
0,9 1,2 1,5 1,8 2,1 2,5 3,0 -
K Ca Ga Ge As Se Br Kr
0,8 1,0 1,6 1,8 2,0 2,4 2,8 -
Rb Sr In Sn Sb Te I Xe
0,8 1,0 1,7 1,8 1,9 2,1 2,5 -
Cs Ba Tl Pb Bi Po At Rn
0,7 0,9 1,8 1,8 1,9 2,0 2,2 -
Fr Ra
0,7 0,9
24
Estruturas de Lewis Fórmula Eletrônica Fórmula Estrutural
para H e O da água plana da água
25
O ângulo de ligação entre os hidrogênios,
conforme certamente você representou, deveria
ser de 90 o, já que o oxigênio apresenta orbitais
"p" semi-preenchidos. Na realidade, conforme
visto na figura ao lado, este ângulo é um pouco
maior: 103 o, devido à repulsão entre estes
hidrogênios.
H á o u t r a s p r o p o s t a s d e m odelos,
envolvendo os diferentes orbitais atômicos do
oxigênio nas ligações com orbitais atômicos do
hidrogênio, porém a geometria que pode explicar propriedades da água é a que
está na figura.
26
eletrônica do hidrogênio para o seu lado, deixando a descoberto o núcleo, o que
provoca a formação de um forte polo positivo. Como todas as moléculas de uma
mesma substância são iguais, na água elas não estão dispostas de qualquer jeito,
mas organizadas espacialmente de modo a haver uma associação de polos positi-
vos e negativos, alternadamente.
A proximidade destes polos contrários provoca uma força de atração
entre as moléculas, chamada ponte de Hidrogênio (Figura 1-6), que ocorre
sempre quando o hidrogênio se encontra ligado a um elemento muito
eletronegativo.
As moléculas de água, possuindo dois pares eletrônicos não
compartilhados, e dois átomos de hidrogênio num arranjo tetraédrico, podem ser
ligadas não apenas em cadeias e anéis, mas também em retículos tridimensionais.
Isto ajuda a explicar as propriedades físicas extraordinárias da água.
A s moléculas de CH 4 e N H 3, representadas na Figura 1-7, podem
apresentar pontes de Hidrogênio? Por quê?
Caso apresentem, elas serão mais fortes ou mais fracas que as da água?
Por quê?
27
1.3.4 - Relação entre tipo de ligação intermolecular e propriedades
físicas.
28
Tabela 1-12: Sumário das propriedades das substâncias
Covalentes
Propriedades Cristais Iônicos Polares Apolares Metálicos
Dipolo-Dipolo e
Tipo de ligação Iônica pontes de hidrogênio van der Waals Metálica
Pontos de Fusão
Altos Baixos Muito baixos Extremamente altos
e Ebulição
Alta quando Boa quando Extremamente alta no
Condutividade dissolvidos em água dissolvidos em estado sólido (bons con-
Muito baixa
Elétrica ou estado líquido solvente polar dutores de eletricidade)
Exemplos NaCl, NaI, CaI2 H2O, PCl3, HCl, NH3 O2, N2, CO2, CCl4 Todos os metais
29
1.3.5.1 - Estado físico e mudanças de estado
Assim, quanto mais fortes forem as forças que agem entre as moléculas,
mais probabilidade haverá de ser uma substância sólida nas condições de tem-
peratura e pressão usuais (25oC e 1 atm) e mais energia requererá para mudar de
estado físico. Logo, maiores serão os pontos de fusão e de ebulição.
30
b) Que tipo de ligação química apresentam os elementos destas molécu-
las entre si? E ligações intermoleculares?
c) Relacione o valor dos pontos de fusão e de ebulição com o tipo de li-
gação interatômica e intermolecular.
Observando a Figura 1-4 da seção 1.2 vê-se que a água apresenta pontos
de fusão e de ebulição anormais, se comparados aos hidretos do grupo do
oxigênio (VI A) e dos elementos do segundo período da tabela, onde está o
oxigênio (C, N e F).
Todas as ligações dos átomos nestas moléculas são covalentes. A
diferença reside no fato de o oxigênio ser um elemento altamente eletronegativo,
sendo portanto a molécula de água muito polarizada. Isto faz com que as forças
intermoleculares na água sejam muito fortes, requerendo muita energia para a
sua separação.
Os valores dos pontos de fusão e de ebulição estão também relacionados
com a quantidade de calor que se necessita fornecer para que uma substância
31
mude seu estado físico. Estas quantidades de calor chamam-se, respectivamente,
calor latente de fusão (do sólido para o líquido) e calor latente de vaporização (do
líquido ao gasoso) e são medidos em calorias por mol ou calorias por grama.
Alguns valores estão listados na Tabela 1-8 da seção 1-2.
32
Pelos dados constantes da Tabela 1-6 verifica-se que a densidade do gelo
é menor que a da água. Observa-se ainda que a água líquida, a 0oC, contrai-se
quando aquecida até 4oC. A partir daí ela se comporta de forma usual, expan-
dindo-se pelo aquecimento.
Para entender este fenômeno, veja na Figura 1-12 a estrutura proposta
para o gelo:
33
Quando a temperatura da água líquida baixa, as moléculas começam a se
arranjar ao longo das linhas direcionais das ligações de hidrogênio, deixando
brechas ou aberturas entre linhas.
Em torno de 4ºC, as pontes de hidrogênio, pela maior proximidade entre
as moléculas e pela sua baixa energia cinética (a temperatura é baixa), são
reforçadas. Há, assim, a formação de espaços vazios nos retículos cristalinos. Isto
aumenta o volume sem contudo aumentar a massa.
Como densidade e volume são inversamente proporcionais (d = m/v), o
aumento de volume, para uma mesma massa, faz diminuir a densidade.
É importante para a biosfera que o gelo flutue, pois assim peixes e outros
animais aquáticos podem sobreviver sob uma camada de gelo. Por outro lado, a
expansão de volume que ocorre no congelamento também é responsável pelo
estouro de garrafas de água ou outras soluções aquosas colocadas no congelador.
Ao aquecermos o gelo, o retículo cristalino começa a se desfazer com o
aumento da temperatura, pois as vibrações das moléculas dentro do retículo
começam a se tornar mais intensas. Permitem um movimento relativamente mais
livre das moléculas: o gelo funde, as moléculas se rearranjam, podendo ficar mais
próximas umas das outras, diminuindo o volume, o que aumenta a densidade.
Este reagrupamento acontece até 4oC, acima do qual começa uma lenta expansão
devido ao aumento de energia cinética. A densidade começa novamente a
diminuir.
34
água com esta substância também resulta na formação de íons, processo então
conhecido como ionização, pois estes íons, não existentes anteriormente,
formam-se na interação com a água, conforme pode ser visto na Figura 1-14.
35
A água não dissolve substâncias apolares líquidas ou sólidas (gasolina,
parafina, querosene), mas dissolve em determinada proporção oxigênio e gás
carbônico, moléculas gasosas apolares.
1.4 - Conclusões
36
2 - A ÁGUA DA CHUVA
Escrito por Cesar V almor Machado Lopes
2.1 - Introdução
38
A água do mar apresenta sais dissolvidos (principalmente NaCl). Tam-
bém a água de rios, lagos e lençóis subterrâneos apresenta vários compostos
dissolvidos. E a água da atmosfera, é pura? A chuva é água pura?
39
O CO2 bem como o N2O, SO2, NO2, CO e NO são chamados
ÓXIDOS. A partir destas fórmulas, dê uma definição para óxidos.
Seja pela interferência do homem ou da natureza, ocorrendo
alterações na composição do ar, com certeza ocorrerão alterações na composição
da chuva.
40
Fonte: Masterton (23)
41
H+ + H2O ⇔### H3O+ + calor
42
Os óxidos que reagem com a água dando como produto com-
postos com características semelhantes ao NaOH, Ca(OH)2 e Cu(OH) 2 são
chamados óxidos básicos.
O Li2O e BeO, também são óxidos básicos. O que se pode dizer
destes elementos ligados ao oxigênio nestes compostos?
43
2.3.1.3 - Indicadores ácido/base
EXPERIÊNCIA No1
I
Material
6 tubos de ensaio
papel tornassol azul
papel tornassol vermelho
solução fenolftaleína 1
solução ácida qualquer (suco de limão, vinagre, etc.)
Solução básica qualquer (detergente, amoníaco, etc.)
Procedimento
- Separe os tubos em dois grupos de 3;
- No primeiro grupo adicione aos tubos: água, ácido e base;
- Em cada um dos tubos adicione 3 gotas de fenolftaleína.
Observe e complete a Tabela 2-2;
- No segundo grupo, proceda como no primeiro, substituindo a
fenolftaleína por uma tira de tornassol azul e vermelho. Observe e complete a
Tabela 2-2;
A fenolftaleína e o papel tornassol azul e vermelho são
indicadores ácido/base. A partir desta afirmação, o que é um indicador
ácido/base?
água
ácido
base
EXPERIÊNCIA No2
Material
Cal virgem
1 copo
Solução de fenolftaleína
Procedimento
- Coloque um pouco de água num copo e adicione 3 gotas de
fenolftaleína. Observe e anote;
- O que dev eria acontecer com a cor da solução se v ocê
adicionasse CaO à água? Por quê?
- Adicione cal virgem à água com fenolftaleína e agite. Observe
e anote as alterações;
- Faça a equação da reação que aconteceu no copo;
- Classifique a substância original e o produto formado.
45
Em nosso processo respiratório liberamos CO 2 p a r a a a t -
mosfera. O que deve acontecer quando assopramos CO2 com um canudinho
dentro da água? E se assoprarmos numa solução aquosa de Ca(OH)2 (água de
cal) com fenolftaleína? O que deve acontecer com a cor da solução?
EXPERIÊNCIA No3
Material
1 copo
1 canudinho
Solução diluída de Ca(OH)2 (água de cal)
Fenolftaleína
Procedimento
- Coloque uma pequena quantidade de água de cal bastante
diluída num copo;
- Adicione 3 gotas de fenolftaleína à solução;
- Com o canudinho assopre a solução. Observ e e anote as
alterações;
- Faça a equação da provável reação da água com o ar expirado;
- Classifique a substância original e o produto formado.
EXPERIÊNCIA No4
I
Material
8 pregos (4 destes raspados com esponja de aço para remover a camada
protetora)
4 pires
Suco de limão
Vinagre (ácido acético)
Solução de ácido clorídrico concentrado (HCl, ácido muriático)
Procedimento
- Coloque dois pregos em cada pires, sendo um raspado e outro
não;
- Coloque no primeiro pires água, no segundo suco de limão, no
terceiro vinagre e no quarto HCl, até cobrir totalmente os pregos;
- Observe atentamente, por vários minutos, o que acontece nos
quatro pires e faça suas anotações;
- Deixe os pregos imersos por um dia e faça observações do que
ocorreu.
47
Qual dos ácidos utilizados na experiência você caracterizaria
com o um ácido f orte? E f raco? Que ev idências de reação comprovam sua
afirmativa?
Então, resolvendo:
10 mols - 100%
5 mols - α
5 x 100
α= ######### = 50%
10
HF + H2O ⇔### H+ + F-
ou melhor:
49
Material para montagem de um aparelho de teste:
Fio condutor comum (duplo)
1 lâmpada queimada
1 lâmpada (25 W)
2 spots para lâmpada
1 plugue para conectar na tomada
Montagem:
- Monte o equipamento conforme mostrada na Figura 2-2.
Água destilada
Soluções de ácidos:
HNO3 (0,1 N)
HCl (0,1 N)
H2SO4(0,1 N)
H3PO4(0,1 N)
Vinagre
50
Suco de limão
Soluções de bases:
NaOH (0,1 N)
NH4OH(0,1 N)
Procedimento:
- Coloque a água num copo;
- Mergulhe os eletrodos da lâmpada quebrada na água (Figura
2-3);
51
Comportamento da Lâmpada
Soluções Não Acendeu
Acendeu Fraca Moderada Forte
H2O
HNO3
HCl
H2SO4
H3PO4
Vinagre
Suco de limão
Comportamento da Lâmpada
Soluções Não Acendeu
Acendeu Fraca Moderada Forte
H2O
NaOH
NH4OH
52
c)Utiliz ando os v alores do grau de ioniz ação dos ácidos
(Tabela 2-5), relacione estes valores com a condutibilidade elétrica de cada
ácido;
HClO4 97 H3PO4* 27
HI 95 HF 8,5
53
H2SO3* 30
Podemos dizer então, que uma base forte é a que apresente alta
concentração de íons OH-? Justifique.
H2O ⇔ H+ + OH-
[H+] x [OH-]
Ki =###### ###
[H2O]
55
Soluções aquosas, à 25ºC [H+] [OH-] [H+]x[OH-]
3 1M - log 1 = - (0) = 0 0
57
c) O que caracteriza a força de um ácido é a concentração de H+
em solução. A concentração de H+ determina o pH. Que solução é mais ácida:
uma de pH 3 ou pH 4? Por quê?
SOLUÇÕES
I II III IV
[H+] 10-3
[OH-] 10-5
pH 5 7
solução ácida,
alcalina ou neutra
58
g) "Os lagos saudáveis em toda a Escandinávia, aqueles dos cartões
postais, teriam um pH neutro em torno de 7,0. Em muitos deles, esse valor
baixou para 5,0. A acidez matou algas, plânctons e insetos. Sem esta vida mi-
croscópica, as águas adquiriram uma transparência não natural. Depois, à
medida que o pH baixava, desapareceram os peixes, em especial as trutas e os
salmões. Enfim, os pássaros, sem ter o que comer, sumiram." (Superinteressante
maio/90).
Considerando os v alores do artigo acim a, quantas v ez es
aumentou a concentração de H+ nos lagos escandinavos?
59
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
F
(1) Escala de pOH
Semelhante a escala de pH, Sörenssen, também criou a escala
de pOH (potencial hidroxiliônico), definida por:
14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0
pOH
aumenta a acidez aumenta a basicidade
Solução pH pOH
1 9,3 4,7
2 7,0 7,0
3 3,2 10,8
4 1,3 12,7
5 0,8 13,2
60
6 12,8 1,2
61
Fonte: Ciência Hoje março/90
Figura 2-5: Ciclo da chuva ácida
H2CO3 = 0,18%
H2SO4 = 61%
HNO3 = 92%
62
A.1) Vulcões em erupção lançam SO2 diretamente na atmosfera.
Uma vez na atmosfera o SO 2 pode reagir em pequenas pro-
porções com o O2 do ar e formar SO3.
Faça a equação da reação do SO2 com o O2.
Esta reação em situação normal ocorre em pequenas quan-
tidades, mas alguns sólidos (poluentes) em suspensão na atmosfera, podem
funcionar como aceleradores de reação, aumentando em até 5 vezes a produção
de SO3.
O SO3, uma vez em contato com a água, precipita-se na forma
de chuva ácida, ou até mesmo pode formar H2SO4 dentro de nossos pulmões.
Faça a equação da reação do SO3 com H2O.
63
(B) Fontes antropogênicas
B.1) Uma vez que o enxofre é um dos elementos presentes, em maior ou
menor quantidade em todo ser vivo, ocorrendo a queima desta biomassa
(principalmente madeira), há liberação do enxofre oxidado que se espalha pela
atmosfera.
O SO2 uma vez na atmosfera, pode reagir também diretamente
com H 2O2, que é um poluente de nossa atmosfera, cuja quantidade vem
crescendo bastante nos últimos tempos, produzindo também H2SO4.
Faça a equação da reação.
64
óbvio de evitar a emissão do SO 2 é remover os compostos de enxofre do
combustível, antes que ele seja queimado. A pirita, FeS2, pode ser separada do
carvão através de uma lavagem com solução de NaCl (d=1,35 g/cm3). O carvão
(1,2 g/cm3) flutua nessa solução, enquanto a pirita (4,9 g/cm3) afunda. Esse
método, no entanto não é efetivo com compostos orgânicos sulfurados, que são
responsáveis por aproximadamente 50% do enxofre do carvão e virtualmente
todo o enxofre dos combustíveis do petróleo.
Os meios de transporte que utilizam combustíveis de origem
fóssil (petróleo), embora em menor proporção, contribuem bastante para o
aumento do SO2 na atmosfera. Observe a Tabela 2-10 e responda às questões
posteriores.
automóveis a
gasolina 1195563 2768 302,7 114,7 23,6 16,9
utilitários e
comerciais 578336 1339 146,3 55,5 14,4 8,2
leves a gasolina
caminhões mé-
dios a gasolina 19213 163,4 33,1 5,5 1,3 0,7
caminhões pe-
sados a gasolina 35514 576,0 113,3 16,3 5,4 2,9
caminhões a
diesel 70370 137,3 22,4 100,3 52,4 8,6
ônibus 21787 57,5 10,9 58,4 29,6 4,3
TOTAL 1920783 5041,2 628,7 350,7 123,7 41,6
65
Dados obtidos do Jornal da CETESB, ano III, no.30, 1978. Legenda: CO - monóxido de carbono; HC -
hidrocarbonetos; NOx - óxidos de nitrogênio; SOx - óxidos de enxofre; P.S. - partículas sólidas.
68
Figura 2-6 : Emissões de escapamento conforme o
modo de operação do veículo
69
"No Brasil, é o Programa de Controle de Poluição do Ar por
Veículos Automotivos (Proconve) que dita as regras de combate aos poluentes.
Desde 1989, o programa exige que os carros novos tenham regulagem de
motores mais sofisticada.
Em janeiro de 92, entra em vigor a segunda etapa do programa,
cujos níveis de exigência poderão ainda ser atingidos com o uso de injeção
eletrônica. Para 97, só os catalisadores irão cumprir os padrões."
70
Figura 2-8: Processos de acidificação e neutralização
71
A chuva ácida tem efeitos danosos em quase todos os aspectos
da vida humana, desde materiais, à natureza, até a saúde do Homem.
EXPERIÊNCIA No6
I Material:
Pedacinhos de mármore
Suco de limão
Vinagre
Solução de HCl
Procedimento:
- Triture alguns pedaços de mármore distribua-os em quatro copos;
- ao primeiro adicione água e observe;
- ao outro, adicione suco de 2 ou 3 limões, observe;
- ao terceiro adicione vinagre, observe;
- ao último adicione ácido clorídrico e observe;
- anote todas as suas observações.
73
folhagem: os troncos nus estão cobertos de ramos finos, raquíticos e
quebradiços."
(Superinteressante maio/90).
74
em esgotos de usinas de cana-de-açúcar, onde são lançados diariamente despejos
ácidos.
N o Rio Grande do Sul, o calcário (CaCO 3) é largamente
utilizado para correção da acidez do solo. Equacione uma possível reação de
neutralização da chuva ácida (H2SO4 e HNO3), que pode estar ocorrendo em
solos gaúchos.
Com base na Figura 2-10, diga por que o efeito da chuva ácida é
principalmente sentido no sistema respiratório.
75
Por que a presença de gotículas ácidas na atmosfera pode ser
um risco para saúde de asmáticos, pessoas com infecções pulmonares, crianças
e velhos?
CUBATÃO (SP)
CANDIOTA (RS)
77
saída dos precipitadores eletrostáticos3. Mas este processo não é aceito como
prova técnica de poluição pela Secretaria do Meio Ambiente do RS.
Tabela 2-11: Emissões anuais do complexo de Candiota (em toneladas)
Dados extraídos de Martins & Zanella - 1988 (*) e do relatório da CEEE à Secretaria de Meio
Ambiente do Estado sobre geradores de energia térmica - 1986 (**). MP significa material particulado.
2.4 Conclusões
A água, composto tão comum ao nosso dia-a-dia, mas que pode ser
explorada de incontáveis formas diferenciadas...
Aqui procuramos abordar uma gota deste oceano, através do estudo da
chuva numa perspectiva química.
Ao concluir este capítulo temos a certeza que não esgotamos o tema, mas
acreditamos ser este um texto que propicie uma maior clareza sobre os fenômenos
79
envolvidos, bem como uma discussão superficial de conteúdos químicos que
poderão ser aprofundados em uma situação escolar.
80
3 - TRATAMENTO DA ÁGUA
Escrito por Odone Gino Zago Neto
3.1 - Terra, o planeta água
81
Com o lento resfriamento da superfície, enfim as chuvas tocaram o solo e, por
conseguinte, formaram os primitivos oceanos. Observe as Figuras 3-2 e 3-3.
ATIVIDADES:
3) Quais com ponentes da prim itiv a atm osf era podem ser
responsáveis pelo aparecimento da matéria orgânica? Justifique.
82
3.1.2 - O interminável ciclo das águas
ATIVIDADES
83
4) Qual o tipo de ligação que mantém as moléculas de água
unidas? Explique.
ATIVIDADES
J 1 ) A água que retiram os da torneira é um a substância pura?
Justifique.
84
2 ) Ex plique porque a água tem a capacidade de dissolv er
diversas substância químicas.
85
Tabela 3.1: Percentagem de água em Tabela 3.2: Percentagem de
diferentes organismos
água em tecidos humanos
Organismo % H 2O
Tecido humano % H2O
Seres humanos 70
ATIVIDADES: Ósseo 22
J 1) Moléculas com massa
molecular similar à da água, ge-
ralmente, são gases. O fato da
água ser líquida é determinante para a existência de vida em nosso planeta.
Explique esse fato.
86
As substâncias químicas dissolvidas na água, bem como os
microorganismos que nela habitam, muitas vezes, quando consumidos por seres
humanos, podem causar transtornos à saúde. Devido a essa possibilidade, a água,
utilizada para consumo humano, deve passar por um processo de purificação.
Essa possível existência, na água, de microorganismos patologicamente ativos -
pequenos organismos que podem causar doenças aos seres humanos - ou de
substâncias químicas cujos efeitos tóxicos sejam evidentes, leva-nos a exercer
nossa cidadania e exigir, dos órgãos competentes, o tratamento da água.
A água que serve para o consumo humano é denominada água
potável. Essa água pode ser consumida em qualquer quantidade, sem provocar
efeitos danosos à saúde. A água potável deve ser isenta de cor, turbidez, gosto e
odor. Também não deve conter substâncias minerais ou orgânicas que possam
produzir efeitos fisiológicos prejudiciais, ou organismos patogênicos que causem
tais efeitos.
Para um bom controle da qualidade da água, as instituições
responsáveis por sua potabilização devem realizar, periodicamente, análises
bacteriológicas e físico-químicas. As primeiras verificarão a existência e a
quantidade de microorganismos, identificando-os como prejudiciais - ou não - à
saúde; ao passo que as segundas determinarão a existência e quantidade dos
compostos químicos dissolvidos em água.
No Brasil, o Ministério da Saúde é o responsável pelos
parâmetros de potabilidade, bem como pela sua fiscalização, segundo consta na
portaria no 36, de 19 de janeiro de 1990. Nessa portaria, encontram-se as normas
e os padrões de potabilidade da água destinada ao consumo humano. Vide as
tabelas 3-3 e 3-4 com dados retirados dessa portaria, e um complemento que
mostra os efeitos tóxicos desses elementos para a saúde.
Componentes Concentração
inorgânicos que máxima permitida Efeito tóxico
afetam a saúde (mg/L)
87
Bário 1,0 Paralisia muscular
Chumbo 0,05 Cancerígeno e teratogênico
Cianetos 0,1 -------------
Cromo 0,05 Cancerígeno e mutagênico
Mercúrio 0,001 Neurotóxico e mutagênico
Nitratos 10 Metemoglobinemia**
Prata 0,05 -------------
Selênio 0,01 Cancerígeno e mutagênico
*alterações físicas não hereditárias no feto, contrário de mutagênico, que é hereditário.
**problema relacionado às trocas gasosas no interior das células
(para maiores informações ver:RAW, Isaías. Meteglobinemia: células sem ar. Ciência Hoje. V.6, n.32.
Jun.87).
Alumínio 0,2
Agentes tensoativos** 0,2
Cloretos (Cl) 250,0
Cobre 1,0
Dureza total (CaCO3) 500,0
88
Manganês 0,1
Sólidos totais dissolvidos 1000,0
Sulfatos(SO4) 400,0
Zinco 5,0
*referente ao gosto, odor e sabor.
**sabões e detergentes.
ATIVIDADES
a) Com base nos dados das Tabelas 3-3 e 3-4, verifique se estas
águas estão de acordo com os parâmetros de potabilidade vigentes no Brasil.
Justifique sua resposta.
89
Alumínio 0,1 mg/L 0,18 mg/L 0,2 mg/L 0,01 g/L
c ) Para a ág u a s e r c o n s i d e rad a p o t áv e l s ó a an ál i s e
apresentada na Tabela 3-5 é suficiente? Justifique.
90
Por vivermos em
terra firme, temos pouca noção da
quantidade de água que nos cerca.
Em nosso planeta, apenas vinte
por cento da superfície é coberta
por terra firme, todo o restante é
coberto por água. Do total da água
existente no globo, 93,96% está
nos oceanos (observe a Figura 3-
5). Ao homem, interessa a água
que possa ser potabilizada com
menor gasto de energia,
enquadrando-s e n e s s e c a s o a s
águas dos lagos, dos rios, das
geleiras e do subsolo. Observe que
os 93,96% das águas oceânicas
não se enquadram nesses casos, já
que a água oceânica, para ser
consumida, necessita, obriga-
toriamente, ser dessanilizada,
dispendendo assim uma grande
quantidade de energia, que acaba
encarecendo muito o produto final
- a água potável.
Observando a figura, verifica-
s e q u e , m e s m o s e n d o a p enas
6,04%, a água fresca está longe de
ser considerada escassa. Porém, se
com a quantidade nossa preocupa- Fonte: Superinteressante
ção torna-se nula, não poderemos
dizer o mesmo quanto à qualidade. Figura 3-5: Distribuição da água
A m e dida que o tempo passa,
observa-se o aumento da poluição das águas e, deveremos, cada vez mais, voltar
nossas preocupações para esse problema. Do contrário, o que hoje parece ser o
sonho da abundância, amanhã poderá ser o pesadelo da falta.
91
ATIVIDADES
3.1.6.1 - Oceanos
ATIVIDADES
92
Tabela 3-6: Os sais e suas concentrações em água.
K+ 0,0020 397
Observação: A Tabela 3-6 foi elaborada a partir de dados emitidos pelo Laboratório Hidrográfico de
Copenhage (águas oceânicas) e do livro Química Geral de Masterton & Slowinski (águas do
Amazonas).
93
6) Comparando as concentrações de Cl - e HCO 3- nas águas
dos oceanos, o que se verifica?
ATIVIDADES:
94
3 ) Durante o processo de ev aporação, qual a substância
química que muda de estado físico para a formação das nuvens?
95
8) Compare dados da Tabela 3-7 com os dados apresentados nas
Tabelas 3-3 e 3-4. Solucione as questões abaixo com base nessa comparação.
a ) A água do oceano pode ser consum ida sem problem as?
Justifique.
b) Quais as diferenças na constituição da água potável e da
água oceânica?
c) Se você estivesse perdido em alto mar, sem água para beber,
você beberia a água do oceano? Justifique.
96
Tabela 3-8: Comparando águas superficiais e subterrâneas.
Águas de superfície Águas subterrâneas
1) Provêm da água das chuvas 1) Provêm de águas infiltradas no solo
2) Possuem muitos microorganismos 2) Possuem poucos microorganismos
3) Possuem, em geral, bastante matéria 3) Possuem, em geral, pouca matéria
orgânica orgânica
4) Possuem poucas substâncias minerais 4) Possuem, geralmente, bastante
substâncias minerais
5) São turvas (geralmente) 5) São isentas da turbidez (geralmente)
6) São mais quentes que as águas 6) São mais frias que as águas de
subterrâneas superfície
ATIVIDADES
97
Analise atentamente a Figura 3-7 que apresenta a formação do
lençol freático.
ATIVIDADES
98
7) Considerando a Tabela 3-9, responda: os três tipos de águas
são soluções de constituição química igual? Justifique.
99
3.2.1 - A cor nas águas
ATIVIDADES
J 1) O que significa a água estar com cor?
Amostra Cor
Algas,vegetação em decomposição,
Águas residuais domésticas e
bactérias e fungos. Compostos
industriais.
inorgânicos (cloretos, sulfetos, etc).
101
ATIVIDADES
ATIVIDADES
ATIVIDADES
103
3.3.1.1 - O pH das águas minerais
104
Tabela 3-13: Composição química de uma amostra de água mineral.
105
H2CO3 ⇒ H+ + HCO3-
ATIVIDADES
106
3.3.1.2 - Destilação: um experimento
Material necessário
1 lâmpada (queimada) de vidro transparente;
1 borracha escolar;
1 m de tubo de plástico de 0,5 cm de diâmetro;
1 garrafa de plástico de 1,5 litro (de água mineral);
Arame;
Pedaços de madeira;
Cola ou massa epóxi.
Construção
1 - Com um ferro quente (uma chave de fenda), faça um furo, com o
diâmetro da mangueira, na garrafa, na posição indicada na figura abaixo;
5 - Corte uma borracha escolar de modo que ela sirva de tampa para o
balão. Faça um furo nesta tampa com o diâmetro igual ao da mangueira
(observe a figura ao lado);
108
6 - Com madeira e arame, monte o suporte para o destilador.
109
Material
Um copo de água mineral básica (verifique no rótulo);
Um copo de água mineral ácida (verifique no rótulo);
Papel indicador universal.
Procedimento
1 - Pingue uma gota da água mineral básica (pH > 7) sobre um pedaço
de papel indicador. O papel mudou de cor?
2 - Pingue uma gota de água mineral ácida (pH < 7) sobre um pedaço
de papel indicador. O papel mudou de cor?
3 - Realize a destilação da água mineral básica e faça a medida do pH
do destilado (basta pingar uma gota do destilado no papel indicador e averiguar
qual coloração que este adquire).
4 - Realize a destilação da água mineral ácida e faça a medida do pH do
destilado.
110
U m a á g u a é
considerada alcalina quando possui a
concentração de íons OH - maior que a
concentração de íons H+ (pH básico). A
água que possui características alcalina é
capaz de consumir ácidos, para que seu
pH chegue a um valor neutro ([OH-] =
[H+]).
A alcalinidade é causada, geralmente,
pela presença de carbonatos (CO3--) e
bicarbonatos (HCO3-).
A alcalinidade é medida através de
uma titulação da amostra contra o ácido
sulfúrico (H 2SO4) ou ácido clorídrico
(HCl) na presença de um indicador
adequado. A titulação corresponde a um
processo de dosagem volumétrica de um
titulante, que no caso da alcalinidade, é o
ácido sulfúrico ou clorídrico, que atua na
amostra contendo um indicador. O in-
dicador é, geralmente, uma substância
que varia de cor com a variação do pH. A
titulação finaliza-se quando o indicador
altera sua coloração. Observe a Figura 3-
8.
Para averiguar a alcalinidade das
águas naturais, geralmente utilizamos um
Figura 3-8: Buretas
indicador chamado misto que apresenta
mudança de cor entre o pH 4,6 e 4,4 ou o
indicador fenolftaleína que muda de cor entre o pH 8,0 e 8,3.
Quando utilizamos o indicador misto chamamos o resultado obtido de
alcalinidade total. Já quando usamos a fenolftaleína chamamos o resultado de
alcalinidade à fenolftaleína.
111
ATIVIDADES
Coloração Zona de
Indicador Solução Ácida Solução Básica Transição (pH)
112
3.3.3 - A dureza das águas
Classificação 10-3mol/L
•corrosão de encanamentos;
•deposição de calcário nos utensílios domésticos;
•problemas na detergência dos sabões.
113
Tabela 3-16: Substâncias responsáveis pela dureza de águas.
ATIVIDADES
Material
5Adaptado do livro: Unidades Modulares de Química. Angélica Ambrogi et alii. Hamburg, São Paulo,
1987.
114
3 etiquetas
4 tubos de ensaio
3 rolhas
1 espátula
estante para tubos de ensaio
sabão
detergente líquido
carbonato de sódio (sólido)
cloreto de cálcio (sólido)
cloreto de sódio (sólido)
Procedimento
115
1) Escolha, entre os seguintes íons, aquele que dissolvido em
água acarreta a propriedade denominada "dureza da água": Na+, Ca 2+, Cl -,
CO32-.
116
O oxigênio, como outros gases, dissolve-s e n a á g u a e m
pequenas quantidades. Esse gás, tanto quanto a água e a alimentação, é de
fundamental importância para a perpetuação da vida. Se um rio está com pouco
oxigênio dissolvido em água, os peixes e plantas poderão não sobreviver nele.
Os poluidores orgânicos, que são produzidos por dejetos
industriais e residenciais, geralmente são a causa da "morte dos rios". Considera-
se um rio "morto" quando este não consegue manter organismos vivos em seu
leito. O processo poluidor é o seguinte: bactérias aeróbicas usam o O2 dissolvido
em água para degradar os compostos orgânicos (biodegradáveis), transformando-
os em CO2. Quando existe muita matéria orgânica esse processo reduz o O 2
dissolvido em água - a vida animal e vegetal pode não sobreviver. Permanecendo
o processo de degradação dos compostos orgânicos, as próprias bactérias
aeróbicas, por falta de O2, começam a morrer e sua função é preenchida pelas
bactérias anaeróbicas. Só que essas, ao invés de formar CO2, formam CH4, NH3
e H2S, gases tóxicos e poluentes.
A dissolução do oxigênio em água depende, entre outros fatores,
da temperatura em que a água se encontra. A Tabela 3-17 apresenta a variação
das concentrações de O2 e CO2 em relação à temperatura.
0 0,0489 1,713
5 0,0429 1,424
10 0,0380 1,194
15 0,0342 1,019
20 0,0301 0,878
25 0,0283 0,759
117
30 0,0261 0,665
35 0,0244 0,592
ATIVIDADES
J 1) Elabore um gráfico do volume de gás dissolvido por litro de água,
para o gás oxigênio, versus a temperatura (t). Com outra cor, acrescente
ao gráfico os dados para o gás carbônico. Compare as duas curvas e
anote suas observações.
118
7) A água de um rio possui, na temperatura de 20 oC, 0,778
litros de CO2 por litro de água. Se forem produzidos mais 0,280 litros de CO2
por litro de água, estes se dissolverão totalmente? Justifique.
ATIVIDADES
3) Uma das atitudes a ser tomada para evitar a infecção por bactérias é
ferver a água. Explique o por quê.
119
Os microorganismos, para sobreviverem na água, necessitam
consumir o oxigênio dissolvido.
Uma das formas de averiguar a existência de microorganismos
em água é através da DBO. O processo é o seguinte:
Utilizam-se duas amostras da água a ser analisada. A primeira
amostra serve para medirmos a quantidade de oxigênio dissolvido na água. A
segunda é levada para uma incubação a + 20ºC. Após um período de tempo,
mede-se a quantidade de oxigênio dissolvido na amostra que foi incubada. Fi-
nalmente, comparam-se as análises, subtraindo o primeiro resultado do segundo,
e averigua-se o quanto de oxigênio foi consumido naquele período de tempo.
Acompanhe a Figura 3-9.
ATIVIDADES
121
peregrino, a águia calva e a águia dourada. Essas aves possuíam uma dieta a base
de peixes.
Experiências demonstram que a capacidade reprodutora dos
animais intoxicados fica reduzida grandemente. Acompanhe a Tabela 3-20.
Tabela 3-20: Efeitos da poluição por DDT na águia marinha.
ATIVIDADES
122
3) Graças aos agrotóxicos a produtividade agrícola aumentou
grandemente. Discuta os benefícios e os malefícios causados pela utilização dos
agrotóxicos.
123
após a concentração de 5 partes por milhão (ppm). Quando a concentração atinge
12 ppm a intoxicação é letal (observe a Tabela 3-3).
ATIVIDADES
J 1) A metilação do mercúrio ocorre, geralmente, nos sedimentos
onde se encontram poucos íons mercúrico, ou seja, a reação de
metilação, nesse local, é muito favorecida. Isso é bom ou ruim para o
homem?
125
pode conter microorganismos. Por esta razão, adiciona-se hipoclorito de sódio,
que atua como agente desinfetante.
ATIVIDADES
126
3.4.7.1 - Tratamento da água: um experimento
I Material
- 2 garrafas de água mineral vazias (PVC)
- areia grossa, média e fina
- cascalhos pequenos
- sulfato de alumínio
- uma bacia
- um copo
Construção do equipamento
1-Cortar a parte superior das duas garrafas.
2-Lavar bem as areias e os cascalhos.
3-Perfurar o fundo de uma das garrafas (furinhos pequenos -
apenas alguns).
4-Na garrafa perfurada colocar, primeiramente, os cascalhos;
após, a areia grossa, a média e a fina, nesta ordem.
5-Colocar a garrafa com os cascalhos dentro da bacia.
Procedimento
1-Encher a garrafa sem os furinhos de água e adicionar terra,
mexendo até que a água fique marrom.
2-Colocar um pouco dessa água num copo e adicionar um pouco
de sulfato de alumínio na garrafa.
3-Esperar até que ocorra a floculação.
4-Verter a água na garrafa com areia.
128
HClO ⇔### H+ + ClO-
ATIVIDADES
3.5 - Conclusões
129
130