Resumo Problemas Climaticos

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Problemas Climáticos

A maior preocupação tem sido com mudanças relativamente recentes e


ponderáveis nas concentrações de gases devido a atividades antropogênicas. Isso foi
observado mais intensamente a parti de 1750, com o advento da primeira Revolução
Industrial. A geração de energia elétrica, o aperfeiçoamento e expansão do sistema de
transporte, o aquecimento de ambientes internos, etc., basearam-se essencialmente no
consumo de energia obtida pela queima de combustíveis fósseis, principal recurso
energético empregado até hoje. Esta é a maior fonte antropogênica de gases estufa,
como o dióxido de carbono. Além disso, o uso de combustíveis fósseis é responsável
pela emissão de metano e outros compostos orgânicos (a atividade entérica é outra
fonte grande de metano). O aumento das 10 concentrações de O3 na troposfera,
também deve-se particularmente às reações fotoquímicas que se processam com
produtos e resíduos do uso de combustíveis fósseis.
Avalia-se que a temperatura média da terra esteja subindo e os modelos
climáticos atuais têm relacionado isto ao aumento da concentração dos gases estufa.
11 A última coluna da tabela 2 mostra a variação na retenção de energia devido ao
incremento observado na concentração de gases estufa desde o ano de 1750.
Percebese, por exemplo, que enquanto a contribuição do CO2 no efeito total (coluna-3)
é ~30 vezes maior que a do metano, sua parcela no incremento observado (coluna 4) é
apenas 3 vezes maior que a do metano. Portanto, para fins de análise dos
deslocamentos de tendências climáticas, pode-se apontar como fator de maior peso os
correspondentes deslocamentos nas concentrações e nos diferentes fatores climáticos
por conta de fontes antropogênicas. O balanço energético global do planeta é
complexo e a concentração dos gases é apenas um dos componentes que o
influenciam.
As emissões antropogênicas estão causando uma intensificação do Efeito
Estufa. Avalia-se como consequência que desde 1861 a temperatura média da terra
subiu 0,76°C. Mesmo se as concentrações dos gases estufa parassem de aumentar,
eles continuariam contribuindo para uma tendência de aquecimento do planeta. Isso
porque alguns gases permanecem atuando na atmosfera por um longo tempo após sua
emissão. As possíveis consequências deste aquecimento seriam:
• derretimento da água congelada na cobertura de montanhas e em geleiras;
• a elevação dos oceanos devido à expansão térmica de suas águas e ao
degelo;
• aumento da quantidade de nuvens, vapor de água e, consequentemente, da
quantidade de chuvas;
• alteração das características do ambiente em diferentes regiões.
Mas estas são as tendências avaliadas como mais prováveis e não certezas
absolutas. Da mesma forma, mesmo que seja muito provável, não é absolutamente
certo que as mudanças climáticas sejam de origem antropogênica. Podem ser
oscilações naturais do clima, ainda não determinadas adequadamente. Note-se ainda
que, o próprio valor para a variação detectada na temperatura média da superfície
terrestre (0,76ºC) é um valor muito próximo das incertezas associadas à sua medida.
Apenas recentemente a comunidade científica passou a considerar que este é um sinal
que se diferencia das incertezas de medida. Vejamos um pouco melhor a
complexidade deste problema. Como vimos no item “Balanço radiativo Terra-Sol”, a
energia ou radiação solar que chega ao planeta é balanceada pela radiação terrestre
que sai, considerando-se um ciclo global médio. Mas a maior incidência de radiação na
faixa equatorial gera uma circulação atmosférica global entre as regiões polares e a
região equatorial da terra. Juntamente com as correntes marinhas, ela transporta
energia em direção aos polos. Qualquer alteração na radiação recebida do Sol ou
perdida para o espaço, 12 ou mudanças na redistribuição dentro da atmosfera ou entre
a atmosfera, terra e oceanos, pode afetar o clima.
Chama-se forçante uma mudança na energia radioativa líquida disponível no
sistema Terra-atmosfera. Ela será positiva ou negativa à medida que propicie
aquecimento ou resfriamento do sistema, respectivamente. Os gases estufa, portanto,
têm representado uma forçante positiva. Mas o próprio uso de combustíveis fósseis
que gera gases estufa, também propicia a formação de partículas que podem espalhar
a radiação solar, sendo esta uma forçante negativa. Já o negro de fumo (fuligem negra
nas combustões) absorve radiação com alta eficiência, sendo uma forçante positiva. Na
maioria dos casos avalia-se que os aerossóis troposféricos tendem a produzir uma
forçante negativa e provocar um resfriamento. As nuvens representam um dos
principais fatores de incerteza nos modelos climáticos. Alterações nos padrões das
nuvens tanto poderão produzir um efeito de aquecimento quanto resfriamento,
dependendo das características que prevaleçam. Por exemplo, o albedo - reflexão da
luz - é uma forçante negativa, enquanto o calor liberado na condensação do vapor de
água é uma forçante positiva.
Está claro que se a catástrofe climática tem doses de incerteza, a catástrofe
quotidiana da poluição do ar e degradação ambiental é bastante concreta e palpável.
Solucioná-las significaria também prevenir os danos ainda maiores que podem advir
das mudanças climáticas.

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