Negocios Juridicos
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DELEGAÇÃO DE CHIMOIO
O NEGÓCIO JURÍDICO
Licenciatura em Direito
2ºANO – Laboral
Chimoio, 2023
INSTITUTO SUPERIOR MUTASA
DELEGAÇÃO DE CHIMOIO
O NEGÓCIO JURÍDICO
Docente:
Discente:
Licenciatura em Direito
2ºANO – Laboral
Chimoio, 2023
Índice
Capítulo 1. Introdução................................................................................................................4
1. Objectivo geral................................................................................................................5
2. Objectivos específicos.....................................................................................................5
3. Metodologia de pesquisa.................................................................................................5
1. Definição.........................................................................................................................6
2. Acção Humana................................................................................................................6
3. Negócio Jurídico.............................................................................................................6
10.1. O Silêncio...........................................................................................................13
Capítulo 3. Conclusão..............................................................................................................14
Bibliografia..............................................................................................................................15
Capítulo 1. Introdução
O presente trabalho tem com tema principal Negócio Jurídico e visa abordar em torno do
mesmo, trazendo assim uma noção clara e pertinente em relação ao tema.
2. Objectivos específicos
3. Metodologia de pesquisa
1. Definição
Negócio jurídico: Conceito do final do séc. XIX. É valorizada vontade de praticar o acto e
com ele produzir efeitos; tem liberdade de celebração (praticar ou não o acto) e de
estipulação (modelar os seus efeitos).
2. Acção Humana
Para o prof. Menezes Cordeiro as ações humanas são: negócios jurídicos quando antecipam
um fim.
3. Negócio Jurídico
Art. 295. O negócio jurídico é a categoria mais rica. Quando se fala no mesmo no fundo
julgamos dois valores:
Vontade do sujeito. Aquilo que não puder ser reconhecido como negócio jurídico será
classificado como acto jurídico. Esta é uma definição difícil na prática.
Várias doutrinas foram sendo desenvolvidas, ao longo do tempo, sobre este tema. Savigny
dizia que o negócio jurídico é um acto da vontade que visa certos efeitos. E o efeito produz-se
porque o sujeito quer. Este é criticado porque, o direito não é um produto da vontade; é algo
exterior que se impõe à vontade de cada um. Como é que se explica aos efeitos que se
produzem e que a pessoa não pensou nem quis.
O contrato é lei entre as partes. É como se fosse uma norma, mas em vez de ser geral e
abstrata (heteroregulamentação) só se aplica às partes – é concreta.
No entanto, este entendimento não distingue negócio jurídico de acto jurídico e alguns
consideram que esta conceção, obscurece o papel da vontade; recorre a um conceito por
vezes mal dito para o direito – o interesse; e quando se fala em autorregulamentação estamos
a limitar os efeitos às partes e há alguns negócios jurídicos que produzem efeitos para
terceiros (ex: art. 443 e segs).
Pode-se por fim, dizer que o negócio jurídico é um acto de autonomia privada. Esse acto
desencadeia a constituição, modificação ou extinção de uma situação jurídica. Por ser um
acto de autonomia privada implica os tais dois níveis de liberdade: celebração e estipulação.
Tem também uma estrutura finalista, no sentido em que pretende conseguir um objectivo,
sendo que as partes têm que ter um acordo de vontades quanto aos efeitos essenciais,
podendo ainda ter querido efeitos acessórios, mas não sendo obrigatório que assim tenha
sido. Por outro lado, a autonomia tem aqui um limite da imperatividade da ordem jurídica.
Um acto é lícito quando é conforme a ordem jurídica, isto é, não contraria o direito. E é ilícito
quando é desconforme a ordem jurídica – viola uma norma injuntiva. Esta ilicitude pode ter
vários níveis.
Centremo-nos agora na distinção entre actos jurídicos em sentido estrito e negócios jurídicos.
Historicamente, esta distinção foi difícil de implementar. Savigny tinha uma visão fácil
quanto a esta distinção – tudo o que não for negócio jurídico é acto jurídico.
Deve, contudo, ter-se uma leitura mais actual deste critério, porque ele não deve ser aplicado
até à exaustão. Ex: dizer-se como Savigny, que se há um negócio jurídico quando as partes
querem praticar o acto e têm presentes todos os seus efeitos é um pouco ficção, porque há
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sempre coisas que as partes não preveem. É uma distinção criticada pelo prof. Menezes
Cordeiro que leva este critério até à exaustão.
A regente defende que é uma distinção fundamental, mas gradativa; na verdade há actos
jurídicos que são quase negócios e vice-versa; há efeitos que se produzem pela determinação
da lei e não pela vontade das pessoas e não é por isso que deixa de ser negócio jurídico. As
pessoas também não preveem todos os efeitos e por isso, podem não os querer. Acredita que
esta distinção se pode fazer utilmente pelo critério do relevo da vontade das partes e pelo
critério do grau de liberdade dos sujeitos.
O negócio jurídico envolve uma ou mais partes que deverão estar habilitadas para
celebrá-lo;
O negócio jurídico incide sobre uma realidade; um bem idóneo para este efeito;
O negócio jurídico esta na disponibilidade das partes. Como tal, estas podem
estabelecer o seu conteúdo, que deverá integrar sempre os elementos essenciais;
A liberdade das partes não é total no que diz respeito ao conteúdo do negócio jurídico.
Distingue entre elementos essenciais, naturais e acidentais do negócio, sendo que todos têm a
ver com o conteúdo.
Elementos naturais: são aqueles que decorrem da lei, porque a lei estabelece o
regime jurídico de cada negócio – são os que resultam globalmente do regime legal
previsto. As partes não têm que os prever, mas se por acaso resolverem disciplinar
aquela matéria podem afastar aquele regime legal.
Elementos Acidentais: são elementos não essenciais para o negócio que as partes
decidem acrescentar para completar o seu conteúdo. Ex: as partes podem por uma
condição ao negócio, como uma data de início para um contrato de trabalho.
Estas classificações têm como objectivo saber quais as repercussões que os mesmos têm.
Menezes Cordeiro defende que se relaciona com os efeitos do negócio, ou seja, se os efeitos
são os mesmos – só B vende, mas C e D compram, C e D são uma só parte porque sobre eles
recai o mesmo efeito.
O negócio unilateral fica completo com a declaração negocial da sua única parte. Olhando
para o exemplo do testamento – não é necessária a anuência dos futuros herdeiros para que o
negócio fique completo – o negócio é completo com a declaração negocial do seu autor e este
pode ser feito até anos antes da sua morte. Já no que toca à doação o negócio só fica completo
com a declaração negocial do doador e do que irá receber a doação.
Mesmo nos negócios unilaterais em que há uma só parte este pode ter uma pluralidade de
pessoas – tem várias declarações negociais, mas o interesse é só um.
Art. 457 – critério de tipicidade: nos negócios unilaterais só pode ser feito o que está previsto
na lei.
É diferente do critério da liberdade – pode ser feito tudo o que não é proibido por lei. Quanto
aos negócios multilaterais ou contratos utiliza-se o critério da liberdade (Art. 405).
O processo de formação dos contratos é muito mais complexo que os do negócio unilateral,
visto que, um tem muito mais declarações negociais do que o outro. Os contratos precisam
de uma proposta e uma aceitação e só aí surge o consenso e o negócio jurídico.
Exemplos:
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São unilaterais: o testamento (nº1 do art. 103 CC); a renúncia (art. 69 CC e); ou a
conformação (art. 288 CC).
São multilaterais: a compra e venda (art. 874 CC); a doação (art. 940 CC), a sociedade (art.
980 CC) ou o casamento (art. 43 a 53 da Lei de família).
Contratos não sinalagmáticos: uma tem uma posição activa e a outra passiva. Ex: na
doação uma tudo beneficia e a outra tudo deve – e uma disposição de património a
título gratuito.
Contratos monovinculantes (só obriga uma das partes – ex: contrato promessa) e
bivinculantes (obriga ambas as partes).
Os negócios intervivos são concebidos para produzirem efeitos em vida dos seus autores e os
negócios mortis causa são concebidos para produzirem efeitos por morte de um deles
(testamento – art. 2179 – ou pactos sucessórios – 1700).
Um negócio é típico quando a sua regulamentação consta da lei e é atípico quando tal não
acontece. Podem ainda existir negócios mistos em que o geral consta na lei, mas algumas
particularidades do mesmo não.
Art. 405.
A declaração pode ser apenas uma ou serem várias dependendo de estarmos perante um
negócio unilateral ou multilateral, respectivamente.
A declaração negocial não está definida no código. Em todo o caso, retiramos (nós,
interpretes) do art. 217 alguns aspetos importantes para chegar à sua definição.
Declarações de vontade;
Esta não exige necessariamente um interlocutor. Ex: se estiver a escrever um testamento não
é necessário, basta o documento notarial.
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Por último, é um acto volitivo, é um acto através do qual o autor pretende atingir certos
efeitos cujo conteúdo essencial foi desenhado e querido pelo mesmo; não é uma simples
comunicação informativa, ela visa um fim negocial.
Art. 217 nº 1: a declaração é expressa quando é dita pelo autor – meio direto (palavras,
escrito) e tácita quando se deduz de factos que, com toda a probabilidade, a relevem, por
exemplo, o art. 234. Estes factos têm de ser positivos e inequívocos.
Ou as partes estão em contacto direto uma com a outra ou não. Ex: se estão fisicamente
presentes, se estão ao telemóvel. É possível obter resposta imediata.
10.1. O Silêncio
Importa ainda distinguir a declaração tácita do silêncio (Art. 218). O silêncio é a tradução da
inércia material, correspondendo à não emissão de qualquer tipo de declaração negocial – o
silêncio é nullum. O silêncio não tem valor negocial declarativo. À exceção de situações em
que tal valor lhe seja atribuído por lei, uso ou convenção (quando as partes declaram que o
silêncio vale como declaração). Este não dispensa das regras formais e, por isso, a própria
convenção que daria valor ao silêncio deveria seguir a forma legalmente prescrita.
Ex: A envia um email a B a dizer que lhe quer vender o seu carro e que se o mesmo não
disser nada estra presumido que aceita. B como não está para se maçar com isso não
responde. Há declaração tácita? Não, não há. O silencio não tem valor positivo no direito.
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Capítulo 3. Conclusão
Também se percebeu que existe três elementos fundamentais que se econtram dentro dos
negócios jurídicos que são: elementos essenciais, elementos naturais e acidentais.
Os negócios jurídicos classificam-se em: se apenas tiver uma parte é um negócio unilateral se
tiver mais que uma é multilateral – é um contrato.
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Bibliografia
Código Civil