Apostila TEA
Apostila TEA
Apostila TEA
TÉCNICAS,
TRIAGEM E TESTES
NA AVALIAÇÃO EM
TEA Ministrado por Karina Fonseca,
Psicóloga (CRP 01-8987), Psicopedagoga,
Neuropsicopedagoga, Neuroeducadora
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uso não autorizado deste produto é proibido por lei. O autor deste
produto detém todos os direitos de propriedade intelectual e não autoriza
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permissão por escrito. Qualquer pessoa que deseje utilizar este produto
para fins comerciais deve entrar em contato com o autor para obter a
autorização necessária.
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SOBRE A PROFESSORA
Tem como valores o cuidado com a familia, principalmente seu filho Miguel de
8 anos que brinca, monta lego e gosta de assistir filmes e series.
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SUMÁRIO
Introdução................................................................................................................................6
2 Iniciando os Trabalhos......................................................................................................12
2.1 Entrevista Familiar Exploratória.................................................................................12
2.2 Entrevista de Anamnese...............................................................................................13
2.3 Observação e Primeiro Contato com a Criança...................................................15
2.4 Protocolos de Atendimentos à Saúde para Pessoas com TEA no Brasil – Di-
retrizes do Ministério da Saúde........................................................................................16
2.5 Outros Manuais Brasileiros..........................................................................................17
2.6 Avalição Diagnóstica de TEA pelos Psicólogos e Neuropsicólogos, de Acor-
do com a Psicóloga Marina Almeida (06/41029), do Site Instituto Inclusão Bra-
sil................................................................................................................................................18
2.7 Questões normativas da utilização de testes e escalas para o TEA.............19
2.8 De Acordo com Marina Andrade, como o Psicólogo e o Neuropsicólogo De-
verão Escolher a sua Bateria de Testes para Avaliar Crianças e Adolescentes
com Suspeita de TEA...........................................................................................................19
Referências Bibliográficas..........................................................................................51
Protocolos E Artigos – Links Úteis...........................................................................52
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INTRODUÇÃO
Neste curso, será abordado um pouco sobre estre transtorno. Contudo, o foco
será na avaliação de uma criança ou, se este transtorno ocorrer de forma tardia,
um adolescente ou adulto.
Por isso, na primeira parte deste curso, aborda de forma rápida e sucinta sobre
o TEA, o Transtorno do Espectro Autista, relatado no DSM-V. Após, na segunda
parte, aborda-se o passo a passo para se realizar uma avaliação – tendo em vista
que avaliar não é só aplicar testes e escalas. E, logo em seguida, na terceira parte,
alguns testes e escalas utilizados para auxiliar na verificação da suspeita de TEA
foram abordados – pois se sabe que o transtorno não é verificado através de
exames clínicos, mas da observação dos comportamentos do paciente, com uma
equipe multidisciplinar.
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1 O Transtorno do
Espectro Autista (TEA)
O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento com níveis diferentes, que
afeta as habilidades sociais, a linguagem, a aprendizagem escolar, a dinâmica
familiar e, na fase adulta, sobretudo o mercado de trabalho e os relacionamentos.
Sabe-se que a sua incidência aumentou¹ e que há a prevalência na fase
infantojuvenil (hoje, uma população de 1:41). Tem-se a estimativa de que 1% da
população mundial tenha autismo.
Idade Comportamentos
2 meses Fixa o olhar nas pessoas; responde a alguns estímulos (sorrir,
chorar, modificar a respiração, deixar de mamar por alguns
segundos).
3-4 meses Direciona o olhar para quem fala ou chama; tenta levantar a
cabeça em direção ao que chama a atenção. Atenção social:
gritar, chorar, balbuciar.
8 meses Aponta objetos.
9 meses Aponta e chama a atenção ao mesmo tempo
1 É factível pensar neste aumento como um efeito direto de se ter um diagnóstico mais preciso,
com mais estudos e mais conhecimento; contudo, não é possível precisar se houve ou não um
aumento de casos isolados da maior avaliação e diagnósticos.
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2 Iniciando
os Trabalhos
Agora que já foi explanado, brevemente, o que é o TEA, é possível seguir para
o passo a passo sobre a avaliação desse transtorno.
Quando se fala em avaliação, isso não indica que serão aplicados apenas
testes e escalas. Uma avaliação requer olhos e ouvidos atentos às respostas dos
pais ou responsáveis, comportamentos e falas da criança (a história de vida dessa
criança, seus ambientes e as pessoas com as quais ela convive) e estimulações
que foram, ou deixaram de ser, realizadas.
De acordo com Bernaud (2000), a observação pode ser definida como “ação
de olhar com atenção os seres, as coisas, os acontecimentos e os fenômenos para
se estudar e examinar e, então, tirar conclusões.” E o mesmo autor continua, “a
observação é um instrumento de avaliação.”
Após a realização da entrevista e da anamnese, o terapeuta dará início ao
momento de observação da criança para, depois disso, entrar no período de
avaliações, no qual realizará o primeiro contato com a criança.
3 Protocolos, Escalas e
Testes De Rastreio
3.1 Planejamento
3.2 Adaptações
Agora, às avaliações.
Seu ponto de corte é 15. São 36 itens. Para aplicar, efetua-se a soma dos itens
conforme descrito abaixo:
0 = Se não houver presença alguma de sintoma
1 = Se houver apenas um sintoma
2 = Se houver mais de um sintoma
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Escala para identificar o espectro autista. Foi criada com base nas definições
de Rutter, Ritvo e Freeman. Avaliam três pontos principais:
• Desenvolvimento social comprometidos em relação às pessoas, à objetos e
aos acontecimentos
• Distúrbio da linguagem e de habilidades cognitivas
• Início precoce do transtorno, antes de 30 meses de idade
Não se tem uma padronização brasileira para este teste, motivo pelo qual
será encontrado sumariamente sites americanos, em língua inglesa, apenas.
É uma escala bastante utilizada no Brasil (Rede Pública de Saúde, SUS, Lei
13.438/17, obrigatório para crianças em consultas pediátricas de acompanhamento).
Trata-se de escala de triagem para que os pais possam encaminhar crianças a
especialistas.
Essa é uma versão atualizada em que foi inserida uma segunda parte (a
entrevista de seguimento).
A classificação é a seguinte:
• 0 = dentro dos limites
• 1 = anormalidade rara ou possível
• 2 = anormalidade clara
É um teste de alto valor financeiro, podendo chegar a 4 mil euros, e não existe
uma versão brasileira. Em língua portuguesa, há uma versão somente para o
português de Portugal e há, também, uma versão para o espanhol. Tanto o teste
ADOS e ADOS-2 quanto o ADIR não são permitidos no Brasil pelo Conselho Federal
de Psicologia – somente em casos de pesquisa e/ou autorizados no SATEPSI, pois
não há uma padronização para a população brasileira e, também, eles não são
vendidos no Brasil.
Há duas versões:
(1) Crianças menores de 6 anos e;
(2) criança com 6 anos ou mais
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A versão original foi lançada pela primeira vez em 1998, pela Behavior Analysts,
Inc., e foi desenvolvida por James W. Partington, Ph.D., BCBA-D e Mark L. Sundberg,
Ph.D, BCBA-D. Foi revisado em 2006 por Partington. A versão revisada incorpora
muitos novos itens de tarefas e fornece uma sequência mais específica na ordem de
desenvolvimento dos itens nas várias áreas de habilidade. Mudanças significativas
foram feitas na versão revisada da seção de imitação vocal com a contribuição
de Denise Senick- Pirri, SLP-CCC. Melhorias foram feitas para incorporar itens
associados às habilidades de interação social, imitação motora e outras habilidades
de atenção conjunta, e para garantir o uso fluente de habilidades estabelecidas.
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Esse instrumento tem sua origem na França. A pesquisa e a sua condução são
realizadas pela Associação Preaut (Programe Recherche Evaluation Autisme). Esta
foi fundada em 1998 e auxilia profissionais das áreas da saúde e da educação para
a avaliação de bebês, dos quatro meses aos três anos de idade. No entanto, esse
instrumento avaliativo não tem padronização brasileira.
PROTEA-R
Autor/ • Cleonice Alves Bosa
Organização • Jerusa Fumagalli de Salles
Editora • Editora Vetor, 1ª edição, 2018
Contém • Livro de instrução (volume I)
• Livro de avaliação (volume II)
Divisão • Entrevista de Anamnese
• Protocolo de Avaliação Comportamental para
crianças com suspeita de TEA
• Entrevista devolutiva
Objetivos • Trata-se de um instrumento interdisciplinar para
o rastreamento de presença de comportamentos e
sistematização da observação clínica de casos de suspeita
de TEA e outros transtornos de comunicação na infância
Público-alvo • Crianças em torno de 24 a 60 meses (2 a 5 anos),
especialmente as não verbais
Padronização • Possui padronização brasileira
• É validado pelo Conselho Federal de Psicologia
Profissionais a • Por ser um instrumento de rastreamento, mas
quem se destina não de diagnóstico, pode ser utilizado por psicólogos,
fonoaudiólogos, psicopedagogos, terapeutas ocupacionais,
desde que dominem as bases teóricas que embasam o
instrumento.
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Está dividido em três eixos:
• Maioria dos itens 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7,9, 10, 11, 12, 13, 14, observa a presença de
comportamentos típicos (esperados) no desenvolvimento da criança
• Código A se refere a comportamentos menos comprometidos
• Código C se refere a comportamentos mais comprometidos
• Código D se refere à ausência do comportamento investigado
• Código B e C se referem ao comportamento presente, com dificuldade
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• 8, 15, 16 e 17 investigam comportamentos atípicos (protesto, retraimento,
movimentos repetitivos, estereotipia)
• Código A se refere à ausência desses, indicando comportamentos menos
comprometidos
• Códigos B e D contemplam a intensidade dos comportamentos observados
(B = menos intenso; D = mais intenso)
• Em todos, a codificação E não se aplica; é pontuada quando o comportamento
não pode ser observado
3.25.1 O Mando
Os mandos são importantes no desenvolvimento da linguagem porque
possibilitam que a criança aprenda a pedir e a ganhar o que quer.
Inicialmente, a linguagem consiste de mandos reforçadores incondicionados,
isto é, por itens que são importantes para a sobrevivência, como comida e
água, ou por fortes reforçadores condicionados, como a presença da mãe
(Sundberg & Michael, 2001). Além disso, o início da interação verbal, que
ocorre quando a criança passa a emitir mandos, gera um efeito relevante
sobre a interação verbal e social, sobretudo para crianças com atrasos de
linguagem. (MARTONE, 2017, pág. 15 e 16)
VB-MAPP
Autor/ • Mark L. Sundberg, Ph.D, BCBA-D
Organização • Tese de doutorado de Maria Carolina Correa Martone
(Tradução)
• Tradução (comercializada) Ronaldo Lima
Editora • Casa do Psicopedagogo (Tradução)
Contém • Um manual
• Um caderno para registro
• Manual para aplicação
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VB-MAPP
Divisão • Mando
• Ouvinte
• Tato
• Brincadeira independente
• Brincadeira social
• Habilidade de grupo
• Intraverbal
• VPS-MTS
• Estrutura linguística
• Leitura
• Escrita
• Matemática
Objetivos • Trata-se de um instrumento que irá avaliar e mapear
os marcos do desenvolvimento do comportamento verbal
Público-alvo • • Crianças em torno de 0 a 48 meses
(0 a 4 anos), especialmente, as não verbais
Padronização • Não possui padronização brasileira
• Já é traduzido e adaptado no Brasil
Profissionais a • Por ser um instrumento de rastreamento, mas
quem se destina não de diagnóstico, pode ser utilizado por psicólogos,
fonoaudiólogos, psicopedagogos, terapeutas ocupacionais,
desde dominem as bases teóricas que fundamentam
o instrumento.
Fatores de alerta:
• Muitas crianças com TEA apresentam comportamentos negativos, fortes e
persistentes que impedem a aprendizagem.
• Excessos comportamentais: São barreiras para a aprendizagem. Pelo
excesso de estimulação, o processo de aprendizagem é comprometido. Ademais,
uma agressividade demasiada pode, também, limitar a participação em uma série
de contextos.
• A falta de pré-requisitos para a aprendizagem possui reforçadores (ou
operantes verbais) muito fracos ou ausentes do repertório da criança.
• Comportamentos sociais podem estar prejudicados por uma série de
fatores.
• Barreiras físicas ou médicas (comorbidades) devem ser cuidadas e
acomodadas da melhor forma.
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• Mando: fazer pedidos através de reforçadores. Por exemplo, pedir por água.
• Tato: utilizado para nomeação ou identificação de objetos, ações, eventos.
Por exemplo, dizer “bola”, pois se viu uma bola.
• Intraverbal: conversar ou responder a perguntas. Dizer “cadeira” após
alguém perguntar “o que você usa para sentar-se?”.
• Ouvinte: seguir instrução ou atender ao mando de outros. Por exemplo:
“pegue a bola!”
• Ecoico: é repetir o que ouve. A criança ouve “bola” e repete “bola”.
• Imitação: fazer movimento motor igual a alguém. Alguém que chuta uma
bola e a criança, também, chuta uma bola.
• Textual: ler palavras escritas. É dizer “bola” ao ver o nome “bola” escrito em
algum lugar.
• Copiar um texto: é escrever a palavra “bola”, porque alguém a escreveu.
• Transcrição: soletrar palavras faladas. É ouvir “bola” e escrever a palavra
“bola”.
Referências Bibliográficas
Abaixo estão disponibilizados sites com alguns protocolos e artigos sobre vários
instrumentos de triagem e avaliação do TEA. Em alguns casos, há disponibilidade
para outras línguas diferentes da Língua Portuguesa Brasileira, mas foram
colocados para que vocês possam conhecer mais sobre esses protocolos.
https://autismoerealidade.org.br/wp-content/uploads/2019/05/M-CHAT-
R_F_Brazilian_Portugese.pdf
Para responder a Escala ATEC no link oficial dos USA com tradução para
o português: http://www.surveygizmo.com/s3/1329619/Autism-Treatment-
Evaluation-Checklist-revised
Download da Escala ABC padronização brasileira: https://pt.scribd.com/
document/369930015/Escala-Ica-ABC-Pagina-55
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h t t p : // w w w . s c i e l o . b r / s c i e l o . p h p ? s c r i p t = s c i _ a r t t e x t & p i d
=S1516-44462005000400008
https://www.scielo.br/pdf/ptp/v31n1/0102-3772-ptp-31-01-0043.pdf
http://tede.mackenzie.br/jspui/bitstream/tede/3963/5/Victor%20Namur.pdf
ADI- R
O material pode ser encontrado somente em português de Portugal e ou em
espanhol. Não se tem editoras no Brasil para comercialização deste teste. Neste
link abaixo poderá encontrar a escala para comprar em Portugal.
oficinadidactica.pt
https://www.scielo.br/pdf/ptp/v31n1/0102-3772-ptp-31-01-0043.pdf
https://www.pearsonclinical.co.uk/Psychology/ChildMentalHealth/
ChildAutisticSpectrumDisor ders/GilliamAutismRatingScale-
SecondEdition(GARS-2)/GilliamAutismRatingScale- SecondEdition(GARS-2).aspx
https://www.passeidireto.com/arquivo/1729544/escala_comportamentos_
adaptativos_sofia_ santos
https://mundoautista.files.wordpress.com/2010/04/17-vineland-escala-de-
comportamento- adaptativo.pdf
http://ninar.com.br/wp-content/uploads/2013/11/preaut-i-jornada-o-que-e-
a-pesquisa- preaut-recife-pe-28.-09-13-logo.pdf
http://www.scielo.br/pdf/codas/v30n5/2317-1782-codas-30-5-e20170096.pdf
Informações sobre IRDI:
http://www.scielo.br/pdf/codas/v30n5/2317-1782-codas-30-5-e20170096.
pdf