EM2 - Aula 5 Fermentação
EM2 - Aula 5 Fermentação
EM2 - Aula 5 Fermentação
Objetivo
Reconhecer a importância de alguns representantes do grupo Fungi no ambiente e na saúde.
PRÁTICA 1
Materiais e reagentes
3 tubos de ensaio (pode ser trocado por uma garrafinha pequena, guardadas as proporções);
Água morna;
1/ 2 colher (café) de açúcar (0,5g);
1 colher (café) rasa de fermento de pão (cerca de 1g);
Bexiga de aniversário 03 unidades.
Barbante ou fita adesiva para prender as bexigas ao tubo de ensaio.
Procedimento
Identifique corretamente os 3 tubos de ensaio, cada um contendo os seguintes itens:
- Tubo 1: Água morna (1⁄3 tubo) e açúcar (0,5g)
- Tubo 2: Água morna (1⁄3 tubo), Fermento biológico seco (1g)
- Tubo 3: Água morna (1⁄3 tubo), Açúcar (0,5g), Fermento biológico seco (1g)
Prenda uma bexiga de aniversário na entrada de cada tubo (faça esta etapa rapidamente). Todos os tubos
ficarão sobre a mesa durante 15 a 20 minutos. Após este tempo, registre os resultados e discuta com os
estudantes o papel das leveduras.
Referência
PRÁTICA 2
Materiais e reagentes
Leite integral;
Leite fermentado
Pipeta volumétrica
Pipetador;
3 tubos de ensaio;
Folhas de repolho roxo;
Peneira;
Multiprocessador.
Procedimento
Preparo do suco do repolho roxo
Lave o repolho roxo em água corrente, tendo suas folhas destacadas e cortadas em pequenos pedaços com o
uso de uma faca sem ponta. Após esse procedimento, bata com um pouco de água no mixer as folhas do
repolho roxo cortadas. Filtrar o suco de repolho por meio de uma peneira, armazenando-o em um pote de 200
mL. O suco obtido terá uma cor roxa viva.
Escrever nas xícaras com caneta de retroprojetor as numerações, conforme constam no Quadro 1 e
preencher cada uma delas com o uso da pipeta com os alimentos líquidos da coluna à direita.
Após preenchidas todos o tubos de ensaio com o leite integral e o leite fermentado com suco do repolho roxo,
anotar a mudança de coloração do meio. Solicite aos alunos que tentem formular hipóteses para os
acontecimentos nas xícaras.
Referência
Inicialmente, o professor deverá explicar aos alunos o porquê da utilização do suco de repolho roxo para a
realização desse experimento. A resposta para essa pergunta está no fato de o repolho roxo conter a
molécula de antocianina, que é um indicador ácido-base natural que, quando neutra permanece com sua
coloração normal (roxa). Se submetida em meio ácido, o suco do repolho roxo muda sua coloração da cor
rosa para a vermelha, o que mostra a presença de íons H+ no meio. Se ocorrer a mudança de coloração para
o azul, verde ou amarelo, temos ali um meio básico, com a presença predominante de íons OH-.
O que aconteceu com o Tubo 1? Ele contém leite integral e suco de repolho roxo. Ao adicionar o suco de
repolho roxo, o leite ficou com uma coloração roxo clara, não havendo mudança de coloração do meio. Ou
seja, o leite exibiu a mesma coloração do repolho roxo, sendo então caracterizado como pH neutro, em torno
de 6 a 7 (Figura 2a).
No Tubo 2, quando adicionado o suco de repolho roxo ao leite fermentado, ocorreu mudança de coloração do
meio para uma cor rosa claro. Assim, o professor deve explicar aos alunos que a mudança de coloração do
meio no Tubo 2 se deve à presença do ácido láctico, sintetizado pelas bactérias do leite fermentado pelo
mecanismo de respiração celular anaeróbia da fermentação láctica. Dessa maneira, é importante relembrar
aos alunos que a fermentação láctica utiliza como substrato açúcares de glicose (C 6H12O6), produzindo como
molécula intermediária o ácido pirúvico, sendo transformada em uma molécula final de três carbonos
denominada ácido láctico (C3H6O3) e duas moléculas de ATP (energia). Essa reação ocorre no citoplasma das
células das bactérias, originadas inicialmente pelo processo de glicólise (Júnior; Sasson, 2005).
Como exemplo de bactérias benéficas fermentadoras do leite podemos citar as pertencentes às
espécies Lactobacillus acidophilus; Lactobacillus casei; Bifidobacterium sp; Streptococcus salivarius subsp.
thermophilus e outras bactérias acidolácticas (Silva; Leão; Santos, 2010).
Já no tubo 3, o que aconteceu? No tubo 3, o suco de repolho roxo mudou sua coloração para o rosa intenso.
Nesse tubo temos a presença do leite de kefir, que segundo Braccini et al. (2021) é definido como um produto
lácteo com paladar característico, que diferentemente dos outros lácteos fermentados, é resultado da
atividade de uma microflora mista complexa de leveduras e bactérias. Assim segundo os autores, no kefir
podemos encontrar a grande presença do ácido lático (produto da fermentação láctica das bactérias), etanol
(produto da fermentação alcóolica das leveduras), dióxido de carbono e compostos aromáticos. A presença de
ácido láctico, favorece a acidificação do meio, fazendo com que o repolho roxo mude de cor para um indicador
ácido de coloração rosa intenso.
Nossas células musculares também podem realizar o processo de fermentação láctica. Segundo Júnior e
Sasson (2005, p. 210 e 223), quando existe oxigênio suficiente em nossas células musculares, ocorre o
processo de respiração celular aeróbia, que consiste no uso de glicose e oxigênio, formando gás carbônico,
água e 38 moléculas de ATP (energia). No entanto, em condições de atividade muscular intensa, a
disponibilidade de oxigênio se torna escassa para oxidar a quantidade de glicose necessária. As células
musculares então utilizam como recurso acessório de geração de energia a fermentação láctica, que produz
como parte desse processo o ácido láctico, que, acumulado no tecido muscular, pode provocar desconforto e
dor (Figura 3). Esse fenômeno é chamado de fadiga muscular, e esse ácido acumulado é removido dos
músculos, indo para o sangue e, no fígado, é metabolizado na presença de oxigênio.
Outra discussão válida que pode ser feita aos alunos é sobre o outro processo de fermentação que
comumente ocorre nos seres vivos, agora pelas leveduras (fungos), denominado fermentação alcóolica.
Nesse fenômeno, as leveduras, principalmente as da espécie Saccharomyces cerevisiae, realizam o processo
de respiração celular na ausência de oxigênio (fermentação), utilizando como substrato açúcares como a
glicose e o amido formando duas moléculas de ácido etílico, duas moléculas de gás carbônico e duas
moléculas de ATP (energia). Assim, vale discutir com os alunos que esse processo é o responsável pelo
crescimento da massa do pão que comemos cotidianamente no nosso café da manhã. Já o queijo, o leite
fermentado (Yakult) e o iogurte são originados por bactérias fermentadoras pelo processo de fermentação
láctica.
Outra maneira de identificar a acidificação do meio e o conseguinte processo de fermentação láctica é utilizar
fitas indicadoras de pH ao invés do suco do repolho roxo. Essas fitas são muito comuns e podem ser
adquiridas em lojas de produtos químicos e laboratoriais; no entanto, o repolho é mais recomendado por
possuir custo mais baixo. Na Figura 4 estão evidenciados os resultados da aula prática proposta utilizando a
fita indicadora ácido-base. Mergulhando-a no leite, a fita de pH adquire um tom que está entre a cor 6 e 7
(escala de cor no canto superior direito da foto), sendo assim um pH mais neutro (Figura 4a). A fita
mergulhada no leite fermentado adquiriu uma coloração próxima às escalas 4 e 5, sendo levemente ácida
(Figura 4b). Já na fita imersa no kefir ocorreu mudança de coloração para a escala de cor 3 (alaranjada),
sendo caracterizado como um meio mais ácido (Figura 4c). Isso se deve ao grande número de ácido láctico
produzido pelas bactérias fermentadoras presentes ali.