Apostila 2 INT-TEC-TEX Completa
Apostila 2 INT-TEC-TEX Completa
Apostila 2 INT-TEC-TEX Completa
Introdução
à Tecnologia
Têxtil
CORRIDA DO CONHECIMENTO
Introdução
à Tecnologia
Têxtil
SENAI - CENTRO DE TECNOLOGIA DA INDÚSTRIA QUÍMICA E TÊXTIL DO SENAI –
SENAI CETIQT
Mércia Silva
Coordenação de Ensino Superior
Celso Jr.
Coordenação de Educação à Distância
Márcia Castoldi
Coordenação Acadêmica do Curso de Engenharia Química
Jorge Chimanowsky
Revisão Técnica
Rinaldo Luz
Rafael Araújo
Ronaldo Souza
Elaboração
Laís Silva
Renata Rottweiler Pontes
Design Educacional
Thaís Lopes
Revisão Ortográfica e Gramatical
Patrícia Macêdo
Bruno Peon
Danielle Menezes
Diagramação, Fotografias, Ilustrações e Tratamento de Imagens
CORRIDA DO CONHECIMENTO
Introdução
à Tecnologia
Têxtil
Lista de Figuras
.....................................................................................................15
......................................................................................................................19
Figura 3 – Processos de estiragem e torção.............................................................................................................23
Figura 4 – Cadeia química do monômero vinílico.................................................................................................24
Figura 5 – Coluna X Curso ..............................................................................................................................................28
Figura 6 – Estrutura química do PET...........................................................................................................................28
Figura 7 – Malha Jersey ...................................................................................................................................................29
Figura 8 – Malha Rib .........................................................................................................................................................29
Figura 9 – Cinco ligamentos básicos da malha por urdimento e seus derivados ......................................30
Figura 10 – Malhas com laçadas grandes e maiores.............................................................................................31
Figura 11 – Sistema de abertura ..................................................................................................................................36
Figura 12 – Maquinário de carda .................................................................................................................................36
Figura 13 – Passador.........................................................................................................................................................36
Figura 14 – Reunideira .....................................................................................................................................................37
Figura 15 – Penteadeira ..................................................................................................................................................37
Figura 16 – Maçaroqueira ...............................................................................................................................................37
Figura 17 – Filatório de anel ..........................................................................................................................................37
Figura 18 – Filatório a rotor ............................................................................................................................................38
Figura 19 – Filatório a jato de ar ...................................................................................................................................38
Figura 20 – Enroladeira....................................................................................................................................................38
Figura 21 – Estrutura química do PET ........................................................................................................................41
........................................................................................................................41
............................................................................................................................42
............................................................................................................................42
Figura 25 – Estrutura química do PET ........................................................................................................................43
Figura 26 – Etapas de preparação ...............................................................................................................................44
Figura 27 – Embalagens para enrolamento .............................................................................................................44
Figura 28 – Urdideiras contínua e seccional ............................................................................................................45
Figura 29 – Processo de engomagem........................................................................................................................45
Figura 30 – Constituição básica de um tear plano ................................................................................................46
Figura 31 – Movimento de abertura da cala............................................................................................................47
Figura 32 – Movimento de inserção da trama ........................................................................................................47
Figura 33 – Movimento de batida do pente ............................................................................................................47
Figura 34 – Tipos de máquinas de malharia ............................................................................................................48
Figura 35 – Máquina de malharia reta e circular ...................................................................................................49
Figura 36 – Tear Ketten ....................................................................................................................................................49
......................................................50
Figura 38 – Tecido plano antes e após a chamuscagem .....................................................................................50
Figura 39 – Processo de escovagem ...........................................................................................................................51
Figura 40 – Processo de navalhagem.........................................................................................................................51
Figura 41 – Processo de desengomagem.................................................................................................................52
Figura 42 – Tecido cru e tecido após alvejamento ................................................................................................52
Figura 43 – Processo de mercerização .......................................................................................................................52
...............................................................................54
Figura 45 – Exemplo de processo contínuo.............................................................................................................54
Figura 46 – Estampagem a quadros ...........................................................................................................................55
Figura 47 – Prensa para transferência por contato ...............................................................................................55
Figura 48 – Impressora digital ......................................................................................................................................55
.............................................57
.............................................................................................................................61
Figura 51 – Processo de AGROTECH ...........................................................................................................................62
Figura 52 – Stents e curativos .......................................................................................................................................62
..............................................................................63
Lista de Quadros
Quadro 1 – Classificação das fibras têxteis...............................................................................................................16
Quadro 2 – Principais Fibras têxteis naturais............................................................................................................18
Quadro 3 – Principais Fibras têxteis artificiais..........................................................................................................19
Quadro 4 – Principais Fibras têxteis sintéticas.........................................................................................................21
Quadro 5 – Classificação dos polímeros quanto ao comportamento mecânico........................................22
Quadro 6 – Parâmetros de solubilidade dos tecidos.............................................................................................23
Quadro 7 – Fórmulas e constantes utilizadas para os cálculos..........................................................................24
Quadro 8 – Tipos de tecidos...........................................................................................................................................26
Quadro 9 – Tipos de ligamentos fundamentais......................................................................................................27
Quadro 10 – Tipo de avaliação de gramatura..........................................................................................................27
Quadro 11 – Malha por trama e malha por urdume..............................................................................................30
Quadro 12 – Funcionalidades das urdideiras contínua e seccional.................................................................47
Quadro 13 – Substâncias presentes na fibra de algodão....................................................................................53
Quadro 14 – Pontuação por defeitos..........................................................................................................................60
Sumário
1 FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA TÊXTIL.............................................................................................................15
1.1 Fibras têxteis..................................................................................................................................................15
1.1.1 Classificação.................................................................................................................................16
1.1.2 Principais propriedades das fibras têxteis .......................................................................17
1.1.3 Principais fibras têxteis naturais e não naturais..............................................................18
1.1.4 Identificação das fibras têxteis..............................................................................................21
1.2 Fios....................................................................................................................................................................23
1.2.1 Classificação.................................................................................................................................24
1.2.2 Titulação........................................................................................................................................24
1.2.3 Estiragem, torção e resistência..............................................................................................25
1.3 Tecidos ............................................................................................................................................................26
1.3.1 Tecidos planos.............................................................................................................................26
1.3.1.1 Principais características..............................................................................................26
1.3.1.2 Ligamentos fundamentais e derivados..................................................................26
1.3.1.3 Principais propriedades dos tecidos planos..........................................................27
1.3.2 Malhas............................................................................................................................................29
1.3.2.1 Principais características..............................................................................................29
1.3.2.2 Ligamentos fundamentais e derivados..................................................................31
1.3.2.3 Principais propriedades dos tecidos de malha ...................................................33
4 REFERÊNCIAS..................................................................................................................................................................67
Fundamentos da tecnologia têxtil
1
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No mundo têxtil, a palavra “fibra” é utilizada como um termo genérico que define quaisquer
materiais que sejam utilizados como elementos básicos para fins têxteis. A resolução 01/2001
do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (CONMETRO), define
“fibra têxtil” conforme pode-se observar a seguir:
Depositphotos
Por isso é importante conhecer as fibras envolvidas na produção dos artigos têxteis, pois suas proprie-
dades influenciam desde a concepção do artigo até os cuidados de uso necessários.
1.1.1 CLASSIFICAÇÃO
As fibras têxteis podem ter origem natural ou ser obtidas através de processos químicos. O Quadro 1
demonstra essa classificação.
São aquelas encontradas na natureza e diretamente sub- São produzidas a partir de algum processo químico, e
metidas aos processos têxteis para serem transformadas conseguem-se controlar mais facilmente propriedades
em fio e, posteriormente, em tecido. Elas estão sujeitas às como comprimento e finura. Entre outros parâmentros,
variáveis que tentamos controlar com o apoio da ciência e subdividem-se em:
da tecnologia, como a produtividade e a seleção genética • Fibras artificiais: Possuem, como material precursor,
das diferentes espécies animais e vegetais. Ex.: algodão, um elemento encontrado na natureza que não se
linho, seda. encontra no formato de fibra. Ex.: viscose, acetato de
celulose;
• Fibras sintéticas: são criadas a partir de sínteses quími-
cas. Ex.: poliéster, nylon.
A Figura 1 apresenta a classificação geral das fibras têxteis incluindo os principais tipos de fibras:
INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA TÊXTIL
17
FIBRAS
Folhas Acrílico
Sisal - Caroá - Abacá
Elastano
Frutos
Bruno Peon
Côco
Polipropileno
Algodão (CO)
O algodão é a principal fibra têxtil natural em ordem de utilização. Sua forma é de uma fibra ir-
regular por ser uma fibra natural. Principais propriedades:
• Nível de absorção alto;
• Tem baixa resiliência;
• Peso específico 1,52g/cm3;
• Alongamento a seco 6 a 10%;
• Perde resistência quanto exposto a intempéries (luz, raios U. V.);
• Não tem resistência a microorganismos.
Lã (WO)
A lã é uma fibra natural, animal, proveniente da tosquia de ovelhas e carneiros. A fibra de lã,
observada no Microscópio Eletrônico de Varredura, apresenta uma estrutura escamosa.
Principais propriedades:
• Boa resiliência;
• Baixa resistência;
• Boa flexibilidade;
• Absorve bem a umidade;
• Má condutora de calor;
• Peso específico 1,32g/cm3;
• Alongamento a seco 20 a 40%;
• Perde resistência quando exposta a intempéries (luz, raios U. V.);
• Não tem resistência a microorganismos.
Seda (CS)
A seda é uma fibra natural, animal. É um filamento contínuo formado pelo bicho da seda em
casulo. A seda possui uma aparência macia, transparente, brilhante, irregular.
Principais propriedades:
• Média resiliência;
• Boa elasticidade;
• Peso específico 1,25g/cm3;
• Alongamento a seco 13 a 25%;
• Perde resistência quando exposta a intempéries (luz, raios U.V.);
• Pequena resistência a microorganismos.
Os avanços tecnológicos para produção de artigos têxteis, cada vez mais, viabilizam o
SAIBA desenvolvimento a partir de misturas de fibras naturais com fibras artificiais e sintéticas,
MAIS com o objetivo de potencializar as propriedades positivas de cada fibra, agregando
valor ao produto final.
Viscose (CV)
A viscose é uma fibra celulósica regenerada, isso a caracteriza como uma fibra artificial. Geral-
mente é utilizada na composição de misturas com fibras mais resistentes. Sua estrutura física é
caracterizada pelas listras que apresenta no sentido do comprimento tendo sua secção transver-
sal com formato arredondado e com bordas serrilhadas.
Principais propriedades:
• Baixa resistência quando úmida;
• Elevado grau de absorção;
• Peso específico 1,52g/cm3;
• Alongamento a seco 10 a 30%;
• Perde resistência quando exposta a intempéries (luz, raios U.V.);
• Não tem resistência a microorganismos.
Acetato (CA)
Seu nome foi extraído de um dos produtos químicos utilizados: o ácido acético. A celulose é sua
origem, como a viscose, sendo assim, possui muitas características comuns. Esta fibra foi aprimo-
rada para assemelhar-se a seda natural.
Principais propriedades:
• É mais repelente à água do que a viscose;
• Peso específico 1,32g/cm3;
• Alongamento a seco 25 a 35%;
• Perde resistência quando exposto a intempéries (luz, raios U.V.);
• Boa resistência a microorganismos.
Poliéster (PES)
O poliéster é uma fibra de obtenção abundante e de custos reduzidos. Permite a produção de
microfibras, incapazes de absorver umidade. Pode ser misturado com outras fibras principal-
mente naturais.
Principais propriedades:
• Extremamente resistente;
• Baixa absorção;
• Peso específico 1,38g/cm3;
• Alongamento a seco 15 a 70%;
• Boa resistência a intempéries (luz, raios U.V.);
• Excelente resistência a microorganismos.
Elastano (PUE)
O elastano, também conhecido por seu nome comercial lycra, é obtido através de poliuretanos
têxteis. É utilizado em composição com outras fibras, tais como, poliéster, lã, viscose e algodão,
com o único objetivo de conferir elasticidade onde é empregado.
Principais propriedades:
• Ótima resiliência;
• Ductilidade;
• Peso específico 1,21g/cm3;
• Alongamento a seco 520 a 610%;
• Pouco sensível a raios U.V.;
• Excelente resistência a microorganismos.
INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA TÊXTIL
21
Acrílico (PAC)
O acrílico apresenta como características leveza e brilho.
Principais propriedades:
• Maciez;
• Alta resistência a solventes;
• Alta resistência à tração após estiramento;
• Baixa estabilidade térmica;
• Peso específico 1,17g/cm3;
• Alongamento a seco 34 a 38%;
• Muito boa resistência a intempéries (luz, raios U.V.);
• Excelente resistência a microorganismos.
A composição dos artigos têxteis está relacionada diretamente ao desempenho do produto final desejado.
Não é possível usar qualquer tipo de fibra para trajes esportivos, ou, se houver uma
EXEMPLO mistura equivocada, o produto final pode não atender às expectativas do cliente.
Para identificar os diferentes tipos de fibra, utilizam-se três métodos: a análise morfológica (ou teste
de microscopia), os testes de chama (ou teste de combustibilidade) e de solubilidade.
A Figura 2 ilustra os três tipos de métodos.
Bruno Peon
Seguem, abaixo, algumas representações gráficas das principais fibras utilizadas em produtos têxteis na
vista longitudinal e no corte transversal.
Algodão
Viscose
FENOL-TETRACLORO-ETANO
HIDRÓXIDO DE SÓDIO
DIMETILFORMAMIDA
HIPOCLORITO DE NA
ÁCIDO SULFÚRICO
ÁCIDO SULFÚRICO
CICLOHEXANONA
SOLVENTE
ÁCIDO FÓRMICO
ÁC. CLORÍDRICO
ÁCIDO ACÉTICO
ÁC.NÍTRICO
M-CRESOL
M-XILENO
ACETONA
ACETONA
1.2 FIOS
Os fios têxteis são os produtos finais do processo de fiação e caracterizam-se por possuir: diâmetro e com-
primento que podem variar de acordo com a necessidade de uso, formato que lembra uma estrutura cilín-
drica, e propriedades que o tornam um material apropriado à produção de tecidos e outros artigos têxteis.
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INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA TÊXTIL
24
1.2.1 CLASSIFICAÇÃO
Os fios têxteis podem ser classificados em dois grandes grupos, os fios obtidos de fibras descontínuas
(conhecidos por “ fio fiado”) e os filamentos contínuos:
• Fio fiado: Obtido a partir de fibras descontínuas ou fibras cortadas, é um segmento em forma linear
e de pequeno comprimento, por exemplo, os fios de algodão e misturas.
• Filamento contínuo: É um segmento em forma linear de comprimento indefinido. Por exemplo,
filamentos contínuos de Kevlar utilizados para proteção balística.
Os processos de fiação também se subdividem de acordo com o tipo de fio a ser obtido.
SAIBA A obtenção do fio fiado envolve uma série de máquinas e equipamentos. Já o processo
MAIS conhecido por fiação química é utilizado para produção de filamentos contínuos e
envolve um menor número de etapas.
1.2.2 TITULAÇÃO
Existem muitos sistemas de titulação utilizados na indústria têxtil divididos em dois grandes grupos, o
direto e o indireto. Iremos abordar os mais utilizados: o Tex, o Denier, o Métrico e o inglês.
O Quadro 7 abaixo apresenta as fórmulas e constantes utilizadas para os cálculos:
PARÂMETROS
DEFINIÇÃO CONSTANTE COMPRIMENTO MASSA FÓRMULA
(K) (C) (P)
Tex: dado pela massa de 1000 m de mate-
1000 m 1g 1000 m/g
GRUPO rial têxtil.
DIRETO DE T= K * P
TITULAÇÃO Denier: dado pela massa de 9000 m de C
9000 m 1g 9000 m/g
material têxtil.
Inglês: o título Ne é o número de meadas
com 768 m necessárias para obter a 768 m 454 g 0,59 g/m
GRUPO massa de 454 g de um material têxtil.
INDIRETO DE T= K * C
TITULAÇÃO Métrico: o título Ne é um número de mea- P
das com 1000 m necessárias para obter a 1000 m 1000 g 1 g/m
massa de 1000 g de um material têxtil.
Bruno Peon
Estiragem Torção
Figura 3 – Processos de estiragem e torção
Fonte: SENAI/CETIQT (2019)
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INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA TÊXTIL
26
1.3 TECIDOS
Os tecidos têxteis são materiais produzidos à base de fios de fibra natural, artificial ou sintética, tornan-
do-se coberturas de diversos tipos. Podem ser classificados a partir do tipo de entrelaçamento.
O Quadro 8 descreve essa classificação:
Os tecidos planos são caracterizados pelo entrelaçamento perpendicular dos fios de trama e de urdu-
me. A camada longitudinal ou vertical que acompanha o comprimento do tecido é formada pelos fios de
urdume. A outra camada, disposta na transversal ou na horizontal do tecido, é formada pelos fios de trama.
As diferentes formas de entrelaçamento desses fios irão caracterizar os diversos ligamentos dos tecidos
planos, que são os padrões de entrelaçamento dos fios que se repetem no tecido. Os ligamentos funda-
mentais são o tafetá (tela), a sarja e o cetim. Eles se diferenciam em função da quantidade de pontos toma-
dos e deixados, caracterizando-se pela evolução dos fios de urdume, conforme é ilustrado abaixo:
Bruno Peon
Tafetá ou Tela
É a menor base de armação e a mais utilizada, e não possui diferenças entre o lado direito e o avesso, a não
ser que exista algum tipo de acabamento ou estampa. Cada fio de urdume passa alternadamente sobre
um fio de trama e, logo após, abaixo de outro fio de trama, sendo que essa evolução do fio se repetirá por
todo o comprimento do tecido.
Sarja
A sarja caracteriza-se fundamentalmente pelo efeito visual de linhas diagonais que vão de um ex-
tremo ao outro do tecido.
Cetim
Os tecidos em cetim produzem uma superfície regular, o que dificulta a visualização do entrelaça-
mento, em razão dos muitos fios flutuantes. Apesar dos longos desligamentos contribuírem para o
atraente lustro dos tecidos cetim, eles possuem baixa resistência ao atrito.
Densidade
Indica quantos fios (trama ou urdume) foram alinhados por centímetro, no tecido, para sua formação.
Na indústria têxtil, representa-se a densidade de fios em fios/cm, no urdume, e batidas/cm, na trama.
Fator de cobertura
O fator de cobertura (FC) dos tecidos planos determina o “grau de aperto do tecido”. Ele é influenciado
pela densidade de fios (urdume e trama), dimensões do tecido como largura, comprimento a gramatura,
entre outras características.
O FC pode ser determinado através das equações 1, onde K1 e K2 são os fatores de cobertura do urdume
e trama respectivamente.
Onde:
Onde:
1.3.2 MALHAS
Diferentemente dos tecidos planos, os tecidos de malha são formados por laçadas que se unem lateral-
mente, através do trabalho de agulhas.
Depositphotos
Classificamos a malha, segundo sua forma de obtenção, em malha por trama e malha por urdume.
O Quadro 11 descreve essa classificação:
A coluna e o curso são os elementos fundamentais da malha. A sucessão de laçadas no sentido vertical
forma a coluna, e a sucessão de laçadas no sentido horizontal forma o curso, conforme ilustra a Figura 5.
b
Coluna
a a
b
Bruno Peon
Curso
Figura 5 – Coluna X Curso
Fonte: SENAI/CETIQT (2019)
Dependendo do entrelaçamento, as faces podem ser iguais ou não. Quando os pés da malha superior
aparecem por sobre a cabeça da malha do curso anterior, tem-se o lado direito. No avesso, os pés da malha
superior ficam por baixo da cabeça da malha do curso anterior, conforme ilustra a Figura 6.
Bruno Peon
Bruno Peon
Figura 7 – Malha Jersey
Fonte: SENAI/CETIQT (2019)
b) Rib: É a estrutura mais simples e utilizada entre a gama de tecidos de malha dupla frontura, obtida
através da alternância do sentido das malhas em suas colunas. São tecidos mais elásticos que os de base
meia malha, e são muito utilizados na confecção de punhos que compõem camisetas, blusas e casacos.
A Figura 8 ilustra esse tipo de malha.
Bruno Peon
Depositphotos
1.3.2.3 PRINCIPAIS PROPRIEDADES DOS TECIDOS DE MALHA
Gramatura
É a expressão de sua massa por determinada área, expressa, normalmente, em gramas por metro qua-
drado (g/m²). Nos tecidos de malha, a gramatura é correspondente ao peso do fio gasto para fabricar o
metro quadrado daquele tecido e varia em função da densidade.
Comprimento do ponto e fator de cobertura
O comprimento do ponto é a medida correspondente ao comprimento de fio necessário à alimentação
da agulha em um ciclo de malha.
Na Figura 10A, é possível visualizar um esquema de malhas com laçadas grandes ou maiores do que as
laçadas da figura 10B.
Bruno Peon
A cobertura do tecido também dependerá desse comprimento de ponto ou, mais especificamente, da
relação entre esse ponto e o título do fio utilizado na fabricação. Essa relação é conhecida como fator de
cobertura da malha e reflete numericamente o chamado grau de aperto dela. É por meio do fator de co-
bertura que podemos determinar o comprimento de ponto ideal para a fabricação de determinado tecido.
Esse fator é determinado pela equação a seguir.
Onde:
A decisão sobre qual valor a ser utilizado para o cálculo do comprimento do ponto deve ser tomada
com base nas características desejadas para o produto, como, por exemplo, a gramatura desejada, os níveis
de encolhimento buscados e a largura com que ele será acabado.
INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA TÊXTIL
35
Tecnologia dos processos têxteis
2
2.1 FIAÇÃO
tintos fluxogramas englobam uma gama de maquinários e equipamentos que possuem como principais
funções as operações de: abertura, limpeza, individualização, paralelização, estiragem e torção.
Esses sistemas e fluxogramas serão tratados a seguir.
Carda
Recebe a matéria-prima, em forma de flocos ou de manta, do sistema de abertura e, após o processa-
mento, o material sai na forma de fita. Realiza operações de limpeza, mistura, orientação longitudinal e
estiragem, conforme ilustra a Figura 12.
Passador
Diminui as irregularidades da fita de carda e a prepara para as operações subsequentes, como uniformi-
zar o diâmetro da fita por duplicação. Ele mistura e paraleliza as fibras, aumentando o alinhamento, e estira
as fitas, reduzindo sua massa, conforme demonstra a Figura 13.
Figura 13 – Passador
Fonte: SENAI/CETIQT (2019)
INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA TÊXTIL
39
Reunideira
É responsável por converter as fitas de passador em um formato adequado à penteagem. Além de for-
mar o rolo de manta, ela rearranja as fibras para não danificarem as agulhas dos pentes e também evita a
perda de fibras longas. Observe a Figura 14.
Figura 14 – Reunideira
Fonte: SENAI/CETIQT (2019)
Penteadeira
A penteadeira remove as fibras curtas, impurezas e neps da manta formada, possibilitando produzir fios
finos com alta uniformidade, resistência, maciez e boa aparência visual, conforme ilustra a Figura 15.
Figura 15 – Penteadeira
Fonte: SENAI/CETIQT (2019)
Maçaroqueira
A maçaroqueira recebe as fitas do passador, estira e dá uma pequena torção, e o material sai na forma
de um pavio. Observe a Figura 16.
Figura 16 – Maçaroqueira
Fonte: SENAI/CETIQT (2019)
Filatório de anel
Recebe o pavio da maçaroqueira, estira-o até o título desejado e insere torção para tornar o fio resisten-
te. Observe a Figura 17.
Filatório a rotor
É uma tecnologia que dispensa o uso da maçaroqueira e enroladeira. O material entra na forma de fita
de carda (ou passador) e sai em forma de fio singelo, envolvendo estiragem e torção. A desvantagem é não
conseguir fazer alguns fios muito finos. Observe a Figura 18.
Filatório a jato de ar
Também dispensa o uso da maçaroqueira e enroladeira. O material de entrada é a fita do passador (ou
penteadeira), envolvendo estiragem e torção, alcançando velocidades de produção em torno de 350 m/
min. Observe a Figura 19.
Enroladeira
É responsável por converter pequenas embalagens (espulas) do processo de fiação a anel em uma nova
embalagem capaz de suportar um comprimento maior, conforme ilustra a Figura 20.
Figura 20 – Enroladeira
Fonte: SENAI/CETIQT (2019)
2.1.1.2 FLUXOGRAMAS
Fita
Carda
Fita
Passador – 1ª passagem
Fita
Passador – 2ª passagem
Pavio
Maçaroqueira
Fio singelo
Filatório de anel
Fio singelo
Enroladeira
Fita
Carda
Fita
Setor de penteagem
Pré-passador
Manta
Formadora de manta
Fita
Penteadeira
Fita
Passador – 1ª passagem
Fita
Passador – 2ª passagem
Pavio
Maçaroqueira
Fio singelo
Filatório de anel
Fio singelo
Enroladeira
Fita
Carda
Fita
Passador – 1ª passagem
Fita
Passador – 2ª passagem
Fio singelo
Filatório de rotor
Esse fluxo de processo permite uma alta capacidade de produção, porém não se adequa à produção de
fios penteados, sendo mais recomendado para a fabricação de fios médios e grossos.
SAIBA Os fios retorcidos são obtidos em uma máquina conhecida por retorcedeira
MAIS alimentada por 1 ou mais fios singelos.
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FIAÇÃO QUÍMICA
FIO DE FILAMENTO
CONTÍNUO
Bruno Peon
Fio monofiamento Fio multifiamento
SAIBA O liocel é uma fibra artificial com as mesmas características da viscose. No entanto,
MAIS seu processo de produção é ambientalmente correto utilizando solventes orgânicos.
Fiação seca
É utilizada para a obtenção de filamentos de matérias-primas que não são muito resistentes a tempe-
raturas altas, mas sensíveis e estáveis na presença de solventes aquecidos (não aquosos). A solidificação
ocorre pela evaporação do solvente utilizado. Por meio desse procedimento, são obtidos os filamentos de
acetato de celulose, acrílico e elastano. Esse processo pode ser observado na Figura 23.
INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA TÊXTIL
44
Bruno Peon
Figura 23 – Processo de fiação seca
Fonte: SENAI/CETIQT (2019)
Bruno Peon
Figura 25 – Estrutura química do PET
Fonte: SENAI/CETIQT (2019)
Após sair da extrusora e passar pelo sistema de resfriamento, os filamentos são encaminhados para
a seção de estiramento, que é um equipamento no qual estão posicionados os godets. O filamento é
alimentado até o primeiro godet (posição 1), no qual é laçado de cinco a seis vezes, passando para o
segundo godet (posição 2), e segue dessa forma sucessivamente (posição 3) até o último godet que
compõe o sistema (posição 4).
b) Crimping: São ondulações mecanicamente feitas aos filamentos, de modo a garantir melhores
propriedades de mistura, quando em combinação com outros tipos de fibra.
c) Corte: Após a obtenção dos filamentos, muitas vezes é necessário que a sua entrega seja feita na
forma de fibra cortada, em comprimento pré-determinado.
2.2 TECELAGEM
Os tecidos planos são resultantes do entrelaçamento de dois conjuntos de fios que se cruzam em ângu-
lo reto e são obtidos em duas etapas:
1. Preparação: fase de adequação dos fios adquiridos para o processo de tecimento, constituída pelos
processos de enrolamento, urdimento, engomagem, remeteção e engrupagem;
INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA TÊXTIL
46
2.2.1 PREPARAÇÃO
Preparação do Preparação do
fio de trama fio de urdume
Enrolamento Enrolamento
Urdimento
Engomagem
Remeteção
Tecelagem plana
Urdimento
Após a preparação das embalagens dos fios, os rolos de urdume são produzidos na urdideira, que é res-
ponsável por agrupar um grande número de fios em um carretel. Dependendo das características do tecido
e da padronagem, pode-se utilizar a urdideira contínua e a urdideira seccional, conforme ilustra a Figura 28.
INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA TÊXTIL
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Reúne os fios sobre vários rolos de diâmetro relati- Reúne todos os fios em um só rolo, dispensando
vamente grande. máquinas auxiliares.
Utilizada quando deseja-se confeccionar rolos de
Utilizada quando deseja-se confeccionar rolos mais
urdume com rapport mais simples, conhecidos
complexos, como tecidos listrados ou xadrezes.
como rolos lisos.
Quando se trabalha com fios retorcidos ou
Quando se trabalha com fios singelos é necessário
entrelaçados por urdume, não se faz necessário o
realizar o processo de engomagem dos fios.
processo de engomagem dos fios.
São voltadas para tecelagens que produzem arti- São voltadas para tecelagens que produzem uma
gos simples e de alta produção. diversidade de artigos.
Engomagem
Esse processo ocorre quando os fios de urdume necessitam ser recobertos por uma camada de subs-
tância natural ou sintética, permitindo que resistam aos atritos e às fortes tensões a que serão expostos
durante o processo de tecimento, conforme ilustra a Figura 29.
Remeteção
É um processo em que cada fio de urdume é passado por vários elementos da máquina de tecer, e só se
faz necessário quando há mudança na padronagem.
Engrupagem
É a emenda dos fios do rolo de urdume que estão no tear com os fios de urdume do rolo substituto
quando os fios de urdume no tear acabam.
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Tecimento
Para o processo de tecimento, todos os componentes do tear trabalham de forma sincronizada para
que o entrelaçamento dos fios de urdume e trama seja feito de forma rápida e eficiente. A Figura 30 ilustra
a constituição básica de um tear plano:
3) Inserção da trama: Após a formação da cala, ocorre a inserção de trama, que é a ação que consiste
em inserir perpendicularmente o fio de trama entre os fios de urdume no tear. Pode ser feita com lançadei-
ra, projétil, pinça, jato de ar ou jato de água. Observe a Figura 32;
4) Batida do pente ou remate: É o movimento do pente que aproxima a trama inserida, colocando-a
na posição correta de formação do tecido, conforme ilustra a Figura 33;
5) Enrolamento do tecido acabado: O enrolador é responsável por puxar e enrolar o tecido formado
no tear e controlar a densidade de trama pretendida.
INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA TÊXTIL
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2.3 MALHARIA
O setor de malharia engloba alguns tipos e classes de máquinas com algumas particularidades em rela-
ção a seus componentes, ajustes e regulagens. As características e propriedades do produto e sua aplica-
ção final irão determinar o tipo de máquina a ser utilizada.
As máquinas de malharia podem ser classificadas em: malharia por trama e malharia por urdimento,
conforme ilustra a Figura 34.
MÁQUINAS DE MALHARIA
golas, punhos e casacos. As Máquinas circulares podem ser de pequeno diâmetro, para fabricação de meias,
e de grande diâmetro, que são as mais comuns, usadas na produção de diferentes malhas em rolos.
As Figuras 35A e 35B ilustram as máquinas de malharia reta e circular.
Após a transformação de fibras têxteis em produtos como fios, malhas e tecidos, é necessário submetê-los
a processos físicos e químicos que visam melhorar sua aparência, toque ou desempenho. Essa é a função do
beneficiamento. Para chegar ao produto final, é necessário, na maioria das vezes, passar por 3 etapas:
1. Beneficiamento primário;
2. Beneficiamento secundário;
3. Beneficiamento terciário.
Conheça cada etapa a seguir.
Nessa etapa, prepara-se o substrato de maneira eficaz, para evitar problemas de irregularidades, man-
chas e falta de hidrofilidade, e para que outros defeitos sejam revelados nas etapas posteriores de obten-
ção de cor, seja por tingimento ou por estamparia. Podem ser feitos por processos físicos ou químicos,
conforme ilustra a Figura 37.
Desengomagem
Escovagem
Purga
QUÍMICO
FÍSICO
Navalhagem
Alvejamento
Chamuscagem
Mercerização / Caustificação
Os tratamentos físicos removem os segmentos de fibras projetados da superfície dos tecidos que con-
ferem aspecto de envelhecimento e reduzem o brilho dos tintos e estampados.
Conheça cada etapa dos processos físicos a seguir.
Chamuscagem
Elimina as pontas de fibras por queima, bem como fibras não presas ao fio pela torção, tornando-os
mais uniformes, lisos e limpos. A Figura 38 ilustra o processo de chamuscagem.
Escovagem
É utilizada quando for necessário remover fibras curtas ou soltas, além de algumas sujeiras presentes na su-
perfície. Indispensável em artigos de lã e artigos que contenham fibras curtas. A Figura 39 ilustra esse processo.
Navalhagem
É a operação que regula a altura das fibras levantadas durante a escovagem por meio do corte. As fibras
são levantadas e direcionadas para o corte, conforme ilustra a Figura 40.
Complementam os processos físicos removendo óleos, ceras e sujidades, e também alteram a coloração
natural das fibras e melhoram as performances nos processos posteriores.
Conheça cada etapa dos processos químicos a seguir.
Cozinhamento
É o processo que elimina as ceras, gorduras e substâncias minerais das fibras vegetais. No caso das fibras
sintéticas, o cozinhamento remove impurezas adquiridas no processo de tecelagem ou malharia, como
óleos lubrificantes. O Quadro 13 descreve as substâncias presentes na fibra de algodão.
COMPONENTE % SOLÚVEL EM ÁGUA
Celulose 88-96 Não
Material proteico 1,1-1,9 Alguns
Pectina 0,7-1,6 Não
Minerais 0,7-1,6 Alguns
Cera 0,4-1 Não
Açúcares 0,3-0,5 Sim
Outros 0,5-0,7 Alguns
Desengomagem
A goma adicionada no processo de tecelagem plana é extremamente prejudicial aos processos de be-
neficiamento e deve ser removida, já que prejudica a absorção de corantes e causa sua deterioração. A
Figura 41 ilustra o processo de desengomagem.
Alvejamento
Após o cozinhamento, algumas impurezas pigmentadas, naturais e adicionadas permanecem na fibra e
elas podem alterar a tonalidade de cores claras. O alvejamento remove essas impurezas, utilizando oxidan-
tes como hipoclorito de sódio, peróxido de hidrogênio e perborato de sódio, conforme ilustra a Figura 42.
Mercerização
Consiste no tratamento das fibras celulósicas com soda cáustica sob tensão e tem como objetivo aumentar
a absorção de corante e o rendimento tintorial por causa do inchamento das fibras, conforme ilustra a Figura 43.
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2.4.2 BENEFICIAMENTO SECUNDÁRIO
2.4.2.1 TINGIMENTO
O que é tingimento?
É um processo que consiste em aplicar corantes por meio de uma solução ou dispersão, fazendo com
que a luz refletida provoque uma percepção de cor. Existe uma variedade de sistemas, maquinários e tipos
de corantes adequados a cada tipo de fibra, fio ou tecido.
Para cada uma desta técnicas, existem equipamentos específicos, por exemplo, o Jiger para beneficia-
mento primário e secundário por esgotamento de tecidos planos, conforme ilustra a Figura 44.
A deposição e a fixação do corante no substrato têxtil podem ocorrer utilizando três diferentes sistemas:
Descontínuo
Ocorre por esgotamento na mesma máquina seguindo um ciclo, como preparação, tingimento e lava-
gem, sem a necessidade de descarregar o substrato têxtil, porém renovando os banhos.
Semicontínuo
Faz-se a impregnação, e o tecido fica em repouso por algumas horas para a reação acontecer. Logo após
essa etapa, o tecido segue para outra máquina para lavar.
Contínuo
Ocorre sem paradas, utilizando temperatura ou vapor. O efeito desejado é obtido em menor tempo,
portanto, esse sistema é recomendado para produções de maior metragem. A Figura 45 demonstra um
exemplo de processo contínuo. Bruno Peon
2.4.2.2 ESTAMPARIA
O que é estamparia?
É o processo que transfere cor e desenhos ao material têxtil, utilizando-se de diferentes técnicas como:
A quadros
É a técnica em que a pasta de estampar é forçada a passar através de um tecido (poliéster ou poliamida,
geralmente) que contém pequenos furos, no qual é gravado o desenho. Pode ser realizado manualmente
ou mecanicamente. A Figura 46 ilustra esse processo
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Telas rotativas
É semelhante à estamparia por quadros, mas, nesse caso, as telas são constituídas por cilindros geral-
mente de níquel que recebem gravações na superfície.
Termotransferência
É o processo que consiste em primeiro estampar uma imagem sobre um suporte intermediário, em
geral, papel, e depois transferi-lo para o material têxtil sob pressão e ação do calor. Pode se dar por subli-
mação, utilizada somente para tecidos de poliéster, e por contato, quando a imagem a ser estampada está
contida em um filme aderido ao papel que é transferido para o tecido. A Figura 47 ilustra esse processo.
Digital
Utiliza “cabeças de impressão” (similares às que encontramos nas impressoras domésticas), com corantes
(ou pigmentos) de última geração, específicos para tecidos. Isso garante propriedades superiores, frente aos
outros métodos, com grande benefício ao meio ambiente, uma vez que esse processo necessita de quantida-
des muito menores de água, produtos químicos e energia. A Figura 48 ilustra uma impressora digital.
Na etapa de beneficiamento terciário (ou acabamento final), o material têxtil passará a ter todas as
características necessárias para que seu desempenho seja o melhor possível, atendendo as exigências do
consumidor. Pode ser realizado através de processos físicos ou químicos.
Conheça esses processos a seguir.
Calandragem
O acabamento é obtido quando se passa o tecido entre dois cilindros rota-
tivos, um deles aquecido. Os principais efeitos são: redução da espessura do
tecido, aumento do brilho, toque sedoso e redução do esgarçamento.
Pré-encolhimento (sanforização)
Previne o encolhimento em tecidos fabricados com fibras naturais ao provo-
car, mecanicamente, um encolhimento no tecido, forçando-o a acompanhar
os movimentos de expansão e contração de um manchão de borracha. Dessa
forma, evita-se um encolhimento excessivo após a primeira lavagem caseira.
A máquina é conhecida como sanforizadeira.
Estabilização dimensional
Esse processo é realizado na máquina denominada “rama”, na qual o tecido é
preso pelas ourelas enquanto atravessa um campo de aquecimento. A largura
desejada é então alcançada através da modificação do arranjo interno das
fibras devido à ação do calor, umidade e tensão.
Acabamentos químicos envolvem o uso de produtos químicos específicos que irão modificar o tecido
de forma que sua funcionalidade ou atratividade sejam melhoradas
2.4.4 REVISÃO
Durante o processo de tecimento, ocorrem inspeções das superfícies dos tecidos e, quanto mais rápido
for detectado o defeito, mais rápido ocorrerá a eliminação da causa e menor será o impacto negativo nos
índices de produção, qualidade e custo. A revisão dos tecidos (planos e malhas) normalmente é realizada
em duas fases: no tecido cru e no tecido beneficiado. Existem tecelagens que inspecionam e classificam
todos os rolos de tecidos produzidos por artigos e outras que inspecionam alguns rolos de tecidos por
amostragem aleatória.
Durante o processo de revisão, confere-se a largura do tecido em vários pontos da peça, a fim de verifi-
car se está com o tamanho previamente determinado. A verificação do comprimento é realizada ao final do
tecimento (normas da ABNT NBR 12005/1992 e NBR 10589/2006, e a norma internacional ASTM D 3774-96).
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Normalmente, o método de classificação mais utilizado é o sistema de quatro pontos, que, ao final, se
expressa em defeitos por 100 metros quadrados. Esse método é padronizado pela norma técnica da ABNT
NBR 13484/2004: “tecidos planos – método de classificação baseado em inspeção por pontuação de defei-
tos”, que é utilizada com a ABNT NBR 13378/2006: “tecidos planos – defeitos – terminologia”.
Onde:
• Total de pontos é a soma dos pontos de uma unidade de acondicionamento;
• C é o comprimento do tecido, em metros;
• L é a largura do tecido, em metros.
A revisão ainda pode ser feita com o auxílio de sistemas de rastreabilidade computadorizados (visão
eletrônica), que possuem memorizados os defeitos e seus índices de qualificação e classificação.
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Fundamentos de têxteis técnicos
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3.1 DEFINIÇÕES
Têxteis técnicos são materiais (fibras, fios, filamentos e tecidos) especificamente projetados
e desenvolvidos para a utilização em produtos, processos ou serviços de quase todas as áreas
industriais. Em outras palavras, são produtos que pretendem satisfazer requisitos funcionais
bem determinados, e não apenas características estéticas ou decorativas.
Quanto à sua aplicação, um têxtil técnico pode ser utilizado de três formas diferentes:
1. Como componente de outro produto, contribuindo diretamente para a sua resistência,
desempenho e outras propriedades (ex.: materiais de tipo compósito reforçados por têxteis);
2. Como ferramenta na produção de outro produto (ex.: filtros têxteis na indústria alimentar);
3. Isoladamente, desempenhando uma ou várias funções específicas (ex.: geotêxteis).
Conforme mencionado anteriormente, os têxteis técnicos são materiais com aplicações es-
pecíficas, e existe uma classificação adotada internacionalmente, conforme a Figura 50.
Bruno Peon
AGROTECH
Materiais utilizados para coberturas para a agricultura, piscicultura e horticultura. Devem permitir a
passagem de água e ar e proteger a cultura contra o ataque de insetos. O seu objetivo é o aumento da
produção e da qualidade, conforme ilustra a Figura 51.
BUILDTECH
São têxteis utilizados na construção civil. Hoje em dia é cada vez mais crescente a aplicação nesse setor
e, para 2020, estima-se um mercado global em torno de US$ 21,7 bilhões. A redução de custos e o aumento
da resistência ao fogo são alguns de seus benefícios.
CLOTHTECH
Nesta categoria incluem-se os componentes funcionais para calçado e vestuário.
GEOTECH
São geotêxteis e demais materiais utilizados na engenharia civil para a pavimentação de estradas, esta-
ções de tratamento, entre outras finalidades.
HOMETECH
Utilizados em componentes de mobiliário e coberturas.
INDUTECH
Produtos para a filtração como membranas e demais produtos na indústria.
MEDTECH
Nesta categoria, enquadaram-se todos os produtos têxteis desenvolvidos para atender a necessidades
específicas relativas a cuidados de saúde e higiene. Esses tipos de materiais devem possuir proprieda-
des específicas como: biocompatibilidade, bioatividade e atividade antimicrobiana. Alguns exemplos são
stents e curativos produzidos a partir de fibras biocompatíveis, conforme ilustra a Figura 52.
MOBILTECH
Aplicados nas partes integrantes de automóveis, aeronaves, trens, embarcações e motocicletas. Por
exemplo: os cintos de segurança, air bag e pneus.
OEKOTECH
Proteção do meio ambiente.
PACKTECH
Materias têxteis aplicados em embalagem e armazenagem.
PROTECH
Este segmento abrange os têxteis técnicos voltados para proteção pessoal, atendendo aos mais di-
versos segmentos, principalmente o militar e o industrial, fornecendo proteção à radiação, à eletricidade,
térmica, balística e ao fogo.
EXEMPLO
SPORTECH
Incluem-se os materias utilizados em têxteis que melhoram a performance na prática de esportes. O
principal requisito a ser atendido é evitar a perda de desempenho do atleta, proprocionando: aumento da
proteção e conforto, regulação térmica, permeabilidade ao ar/água, ausência de umidade, secagem rápi-
da, durabilidade, leveza e toque agradável.
Em casos mais específicos, deve oferecer as propriedades: antiestática, antimicrobiana, resistência UV,
resistência à chama, à água, a manchas, a cortes, etc.
SAIBA O elastano é uma das fibras mais utilizadas, devido a sua grande capacidade de
alongamento (em torno de 500%), sendo capaz de recuperar o comprimento
MAIS original mesmo após ciclos repetidos de alongamento e retração.
REFERÊNCIAS
Análise morfológica, 22
Destinação de resíduos, 42
Fibra têxtil, 15
Teste de solubilidade, 22
Teste de chama (ou combustibilidade), 22
Título, 24