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Aula 04

Medicina Legal p/ Polícia Civil de Goiás (Delegado) - Com videoaulas

Professor: Alexandre Herculano


Medicina Legal Delegado de Polícia - PCGO - 2016
Teoria e Exercícios
Prof. Alexandre Herculano Aula 04

Aula 04 - Traumatologia médico-legal (parte III).

SUMÁRIO PÁGINA

1. Apresentação 1

2. Traumatologia Forense: Energia de Ordem Mecânica. 1

3. Questões propostas 32

4. Questões comentadas 37

5. Gabarito 49

Olá, meus amigos!

Então, hoje, vou abordar o seguinte tópico do edital:

Traumatologia Forense: Energia de Ordem Mecânica.

Energia de Ordem Mecânica

Nesta aula vamos estudar as Energias de Ordem Mecânica. Aqui,

temos os agentes que atuam pela energia mecânica. Essa energia

modifica o estado inercial (repouso ou movimento) de um corpo em

agente agressor e produzindo lesões em todo ou em parte do outro corpo,

assim, agem por contato e diretamente sobre a superfície atingida,

atuando por:

 Somente Pressão;

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 Pressão e Deslizamento;

 Choque, perfurante, acompanhado ou não de deslizamento,

etc.

Vamos falar mais sobre isto a frente, mas já grava que três tipos

de lesão simples, são:

 Punctória;

 Incisa;

 Contusa.

Lesão composta:

 Pérfuro-Incisa;

 Pérfuro-Contusa;

 Corto-Contusa.

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São agentes dessas energias:

 armas naturais — mãos, pés, cotovelos, joelhos, cabeça,

dentes, unhas;

 armas propriamente ditas — armas de fogo, punhal, soco-

inglês, cassetete;

 armas eventuais — navalha, lâmina de barbear, canivete,

faca, barra de ferro, balaústre, bengala, tijolo, foice, facão de

mato, podão;

 maquinismos e peças de máquinas;

 animais — cão, gato, leão, macaco, onça, lobo, tigre de

bengala;

 meios diversos — quedas, explosões, precipitações.

Então, como vimos acima, as energias de ordem mecânica

atuam por pressão, percussão, tração, compressão, torção,

sucção, explosão, contrachoque, deslizamento e distensão. Alguns

atuam mais em uma forma específica. Por exemplo: os instrumentos

cortantes atuam pelo meio deslizante, mas isso não impede que outros

atuem também desta forma, é o caso dos instrumentos contundentes.

Meus caros, as lesões internas ou externas podem ser

produzidas pelas energias mecânicas de forma ativa, em que o agente

vulnerante, possuído de força atuante, ou “força de choque”, cujo efeito é

proporcional a seu peso e velocidade, projeta-se contra o corpo que está

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parado; passivamente, quando o corpo em movimento é lançado contra o

agentes vulnerantes, que está sem movimento aparente; ou mista,

quando o corpo e o instrumento, ambos em movimento, chocam-se

mutuamente.

É de suma importância classificar os instrumentos mecânicos:

segundo o contato, o modo de ação e as características que imprimem

às lesões, classificam-se os instrumentos mecânicos em: cortantes,

contundentes, cortocontundentes, perfurantes, perfurocortantes e

perfurocontundentes. Destarte, eles produzem respectivamente as

feridas incisas, contusas, punctórias, perfuroincisas, cortocontusas e

perfurocontusas.

Seguindo, os instrumentos cortantes são os que, agindo por um

gume afiado, por pressão e deslizamento, linear ou obliquamente

sobre a pele e os órgãos, produzem soluções de continuidade chamadas

feridas incisas. São instrumentos cortantes a navalha, o bisturi, a faca, as

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lâminas de barbear, as lâminas metálicas de borda linear, os estilhaços de

vidro, o papel, etc.

Os instrumentos cortantes não podem ser confundidos com os

instrumentos corto-contundentes, como a foice, o machado, a roda

de trem, que agem mais pelo peso e pela força com que são empregados

do que pelo gume.

A profundidade da ferida incisa depende de gume afiado, da

intensidade de manejo do instrumento e da resistência dos tegumentos,

pois, em qualquer circunstância, o efeito produzido por uma mesma força

depende da natureza da superfície e dos planos subjacentes sobre os

quais é aplicada. Assim, habitualmente as feridas incisas não

penetram as grandes cavidades torácica e abdominal.

Segundo especialistas, são características das feridas incisas,

que são causadas por instrumentos cortantes:

 regularidade das bordas;

 regularidade do fundo da lesão;

 ausência de vestígios traumáticos em torno da ferida;

 hemorragia quase sempre abundante;

 predominância do comprimento sobre a profundidade;

 afastamento das bordas da ferida;

 presença de cauda de escoriação voltada para o lado onde;

terminou a ação do instrumento;

 vertentes cortadas obliquamente;

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 centro da ferida mais profunda que as extremidades;

 perfil de corte de aspecto angular, quando o instrumento

atua de forma perpendicular, ou em forma de bisel, quando o

intrumento atua em sentido oblíquo.

Vejamos como foi abordado numa prova bem recente!

(2016 - CESPE - PCPE - Auxiliar de Legista) As feridas com

margens nítidas e regulares, mais extensas que profundas; fundo

limpo, cauda de escoriação geralmente presente e que tendem a

sangrar copiosamente, são provocadas por instrumento do tipo

A) perfurocortante.

B) cortante.

C) contundente.

D) cortocontundente.

E) perfurocontundente.

Gabarito: B.

Os ferimentos incisos, com perda de substância, em certas regiões

do corpo, como a orelha, o nariz, as mamas e o pênis, amiúde geram

lesões deformantes, indicativas da intenção do agressor de estigmatizar

(animus deformandi) de modo permanente o ofendido.

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A evolução da cicatriz de uma ferida incisa permite a presunção

da data de sua produção. Assim, distinguem-se três fases no processo

de formação de uma cicatriz incisa:

 Fase inicial ou de quiescência: inicia-se,

simultaneamente à produção do ferimento dos tecidos,

graças ao surgimento de coágulo sanguíneo;

 Fase de fibroplasia ou de proliferação celular: amiúde

tem início no segundo dia através de uma intensa

reprodução de fibroblastos;

 Fase de maturação: também chamada fase de retração

cicatricial, se inicia por volta do sexto dia pós-trauma, por

uma intensificação de produção de fibras colágenas pelos

fibroblastos e elaboração do colágeno.

Lesões produzidas por instrumentos cortantes

Os instrumentos cortantes produzem lesões no pescoço chamadas

esgorjamento, degolamento e decapitação.

Esgorjamento são as lesões produzidas por instrumentos

cortantes – de vez em quando, por instrumentos cortocontundentes - nas

regiões anterior, lateral, anterolateral do pescoço.

Degolamento são as seções assentadas na região cervical.

Caracterizam degolamento as lesões provocadas por instrumentos

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cortantes na região posterior do pescoço, na nuca, sem separar a

cabeça do corpo.

Decapitação é o ato de separar completamente a cabeça do

corpo, produzido especialmente por instrumentos cortocontundentes,

como roda de trem, espadagão, foice, machado.

Alguns autores, falam, ainda, sobre o espostejamento que é um

conjunto de lesões pela redução do corpo a fragmentos diversos e

irregulares; e esquartejamento que é a separação por desarticulação

ou amputação do corpo em quatro partes (cabeça, tronco e membros).

Na determinação da causa jurídica da morte, além da

direção do ferimento e da cauda de escoriação, já referidas, temos as

seguintes considerações:

 O esgorjamento e o degolamento indicam homicídio, suicídio

ou raramente, acidente.

 Esgorjamento e degolamento profundos, concomitantes, que

atinjam a coluna vertebral, serão homicídio.

 Esgorjamento por violento golpe que atinja a coluna cervical

é sugestivo de homicídio.

 Degolamento com lesão da medula é, amiúde, homicídio.

 O emprego de vários meios de morte (tiros, venenos) fala de

suicídio.

 Os instrumentos atípicos (tesouras, estilhaços de vidro,

lâminas metálicas) sugerem suicídio.

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 A presença de sangue nas mãos, em lesões múltiplas, afirma

suicídio.

Lesões produzidas por instrumentos corto-contundentes

A forma das feridas corto-contusas varia conforme a região

comprometida e a intensidade de manejo, inclinação, peso e o fio

cortante do instrumento. Destarte, sendo o corte afiado, preponderam as

propriedades distintivas das feridas incisas; caso contrário, prevalecem,

nos tecidos, as características próprias de um ferimento contuso.

O diagnóstico diferencial do dano corto-contundente far-se-á com

as feridas incisas e com as feridas contusas - como por exemplo:

machados, mordidas, foices, etc. - através de criterioso estudo das

margens da lesão, sua profundidade, comprometimento dos planos

subjacentes, órgãos e peças constitutivas do esqueleto, inclusive.

Instrumentos perfurantes e perfuro-cortantes

São perfurantes os instrumentos puntiformes, finos, cilíndricos

ou cilin-drocônicos, com o comprimento predominando sobre a largura

e a espessura, como alfinetes, agulhas, pregos, furador de gelo, estoque,

estilete agulhado, espinhos etc. Agem simultaneamente por percussão ou

pressão por um ponto, afastando fibras, sem seccioná-las. Os

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instrumentos perfurantes de forma excessivamente cilindrocônica podem,

muito raramente, dilacerar algumas fibras dos tecidos.

São chamados perfuro-cortantes os instrumentos puntiformes,

com o comprimento predominando sobre a largura e a espessura,

dotados de gume ou corte. O contato desses instrumentos é feito por

um ponto que atua simultanea-mente por percussão ou pressão,

afastando fibras e, por corte, seccionando-as. Existem ainda os

instrumentos de ponta e de arestas, contendo várias faces e múltiplos

ângulos diedros, cortantes ou não, como a lima, a baioneta, o florete.

Lesões produzidas por instrumentos perfurantes e perfuro-

cortantes

Os instrumentos perfurantes propriamente ditos determinam

lesões em forma de ponto na pele, chamadas feridas punctórias,

quase imperceptíveis, quando o instrumento for muito fino, com diminuto

orifício de entrada, raro sangramento e um trajeto que, geralmente,

termina em fundo de saco. O trajeto poderá aparentar desvios quando o

instrumento compromete órgãos dotados de movimentos, como os

pulmões, por exemplo.

Vejamos como foi cobrado numa prova bem recente!

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(2016 - CESPE - PCPE - Delegado - adaptada) A respeito de

aspectos médico-legais relacionados a lesões corporais e a maus-

tratos a idosos e menores, julgue os itens.

As feridas punctórias e as que apresentam cauda de escoriação são

típicas de lesão por instrumento contundente

Comentários:

Aqui cabe um comentário. A banca misturou duas lesões diferentes com

um instrumento que não tem nada a ver. As lesões punctórias são

decorrentes dos instrumentos perfurantes. As lesões que apresentam

cauda de escoriação são as lesões incisas, que são decorrentes dos

instrumentos cortantes. Os instrumentos contundentes causam as lesões

contusas.

Gabarito: E.

Uma importante informação para sua prova é que no caso de

ferida transfixante é possível orifício de saída em tudo similar ao de

entrada, porém, com os bordos evertidos, quando a agressão se assesta

nas mãos, braços, pernas, coxas. Já quando o instrumento for cônico e

mais calibroso, o orifício de entrada e, também, o de saída tomam forma

de botoeira.

O aspecto dos ferimentos na pele é definido pelas Leis de Filhos e

pela Lei de Langer (importante para prova de vocês), vejamos essas

segundo a doutrina:

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Primeira Lei de Filhos — As soluções de continuidade são feridas

que se assemelham às produzidas por instrumentos perfurocortantes de

dois gumes e de lâmina achatada.

Segunda Lei de Filhos — Os instrumentos cilíndricos ou

cilindrocônicos determinam direção constante para cada região do corpo

onde as linhas de força tenham um só sentido.

Lei de Langer — Um instrumento cilíndrico, exercendo ação

perfurante em um ponto da pele onde convergem linhas de força de

sentidos diferentes, produz ferida triangular, ou em ponta de seta, ou

mesmo em quadrilátero.

Segue uma tabela com um resumo sobre as Energias:

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Bem pessoal, seguindo e aprofundando mais um pouco, vamos

falar mais sobre os instrumentos cortantes que podem produzir lesões

no pescoço chamadas: esgorjamento, degolamento e decapitação.

No esgorjamento, segundo a doutrina, a ferida incisional (figura

abaixo) pode ser única ou múltipla, ou, ainda, fazer-se acompanhar de

soluções de continuidade dos tegumentos, menores, próximas ou a elas

unidas.

A direção transversal ou oblíqua do ferimento constitui

importante elemento na determinação da causa jurídica da morte. Assim

é que no autocídio, em que o instrumento cortante é empunhado pela

mão direita, predomina a direção transversal ou a descendente para a

direita. Nos canhoteiros a direção é descendente para a esquerda. A

orientação da lesão incisa, descendente para a esquerda ou de

verticalidade na lateral do pescoço, é mais frequente no homicídio.

Já no degolamento as lesões (figura abaixo) provocadas por

instrumentos cortantes na região posterior do pescoço, na nuca.

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Bem como no esgorjamento, essas lesões podem,

eventualmente, ser produzidas também por instrumentos

cortocontundentes. A morte pode ocorrer por hemorragia fulminante,

quando vasos de grosso calibre são atingidos, ou por lesão da medula, se

o golpe, profundo ou violento, atingir a coluna cervical.

Meus caros, na determinação da causa jurídica da morte, além da

direção do ferimento e da cauda de escoriação, já mencionadas

acima, é preciso saber as seguintes observações que a doutrina

menciona:

 Esgorjamento e o degolamento indicam homicídio, suicídio

ou excepcionalmente, acidente;

 Esgorjamento e degolamento profundos, concomitantes,

que atinjam a coluna vertebral, serão homicídio;

 Esgorjamento por violento golpe que atinja a coluna

cervical é sugestivo de homicídio;

 Degolamento com lesão da medula é, a princípio,

homicídio;

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 Os instrumentos atípicos (tesouras, estilhaços de vidro,

lâminas metálicas) sugerem suicídio;

 A presença de sangue nas mãos, em lesões múltiplas,

afirma suicídio.

As lesões produzidas por instrumentos contundentes podem

agir de forma ativa, de forma passiva ou de modo misto, determinando

lesões superficiais e profundas, denominadas contusão e ferida

contusa. Esses instrumentos podem agir por compressão,

descompressão, pressão, percussão, arrastamento, deslizamento, torção

e flexão.

Vejamos uma questão de prova bem recente!

(2016 - CESPE - PCPE - Auxiliar de Perito) Agente mecânico que,

por meio de pressão, percussão, torção, sucção, distensão, flexão,

compressão, descompressão, arrastamento, deslizamento,

contragolpe ou de forma mista, traumatiza o organismo

classifica-se como instrumento

A) contundente.

B) cortante.

C) perfurocortante.

D) perfurocontundente.

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E) cortocontundente.

Gabarito: A.

O dano corporal produzido por essa forma de energia mecânica

compreende:

Contusões

- Escoriação — A pele é formada por duas túnicas (figura abaixo):

a epiderme (mais externa) e a derme (mais interna). Essas duas

túnicas básicas da pele formam, na realidade, um sistema interligado e

único. Dessa sorte, qualquer agressão comprometedora de uma das

camadas terá efeito também na outra.

Para produzir a escoriação o agente lesivo age tangencialmente

por uma superfície mais ou menos plana, por deslizamento ou atrito e

pressão, comprometendo apenas a epiderme.

As escoriações são popularmente chamadas esfoladuras,

arranhões, erosões. Contudo, não se confunde escoriação com erosão. As

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erosões, embora sejam, também, perdas de substância interessando as

camadas superficiais da pele, não têm origem traumática, sendo

produzidas lentamente por ação de elementos corrosivos ou por certos

processos patológicos.

- Equimose — É o nome que se dá à infiltração e coagulação do

sangue extravasado nas malhas dos tecidos, sem efração deles. O sangue

hemorrágico infiltra-se nos interstícios íntegros, sem aninhamento,

originando a equimose (figura abaixo). Essa é superficial quando resulta

da ruptura, geralmente, de capilares cutâneos, e profunda, se

consequente a lesão de vasos mais calibrosos das vísceras, dos músculos

ou dos ossos.

A intensidade e o tamanho da equimose dependem do

instrumento produtor, do grau de violência, das condições

anatômicas e de vascularização da região lesada, da constituição

pessoal, do sexo, da idade e da higidez do ofendido. Desse modo, a maior

frouxidão dos tecidos, como a tela subcutânea das pálpebras e da bolsa

escrotal, e a riqueza vascular favorecem a infiltração do derrame

hemático, com formação de grandes equimoses.

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A equimose se diferencia do hematoma porque este é um tumor

sanguíneo geralmente causado pela ruptura de um vaso de maior calibre.

A equimose superficial evolve por uma contínua sucessão de

cores, que se inicia pelos bordos, chamada por Legrand du Saulle

espectro equimótico. O espectro equimótico se explica pelo fato de que

os glóbulos vermelhos destruídos liberam hemoglobina da qual resultam,

após progressivos processos de redução, pigmentos de hematoidina e

hemossiderina, responsáveis pela mudança de cor das equimoses no

decorrer de sua reabsorção. Tem importância pericial para

determinar, em alguns casos, a data provável da agressão. Em

geral, é lívida ou vermelho-bronzeada no 1.º dia; arroxeada entre o

2.º e o 3.º; azul entre o 4.º e o 6.º; esverdeada entre o 7.º e o 10.º;

amarelo-esverdeada entre o 10.º e o 12.º; amarelada entre o 12.º e

o 17.º dias, ou mais.

Pessoal, o espectro equimótico nem sempre obedece a essa

cronologia. As petéquias (figura abaixo) - pequeno ponto vermelho

no corpo - na pele ou mucosas, causado por uma pequena

hemorragia de vasos sanguíneos, tendem a desaparecer em 4 a 5

dias.

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A equimose tem extraordinária importância médico-legal, pois, na

maioria das vezes, permite ao legista:

 Precisar a sede da contusão.

 Determinar a data provável da violência.

 Indicar o instrumento contundente: são sempre alongadas,

em faixa ou estrias, as equimoses provocadas por

cassetete, varas, correias; arredondadas, se produzidas

pelas polpas digitais.

 Afirmar a natureza do atentado: as resultantes da

aplicação violenta da pulpa digitalis, no pescoço, sugerem

esganadura, e na face interna das coxas, tentativa de

estupro ou atentado ao pudor.

 Traduzir fenômeno vital: fala a favor de traumatismo no

vivo a firme aderência do sangue infiltrado e até

coagulado, se recente, nas malhas dos tecidos. As

equimoses post mortem incisadas mostram fluidez do

sangue ou fraca coagulação, não aderente às malhas

tissulares.

- Hematoma — É uma coleção hemática, um thrombos

traumatikos produzido pelo sangue extravasado de vasos mais calibrosos,

não capilares, que descola a pele e afasta a trama dos tecidos formando

uma cavidade circunscrita.

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Faz relevo na pele, discreto, e é de absorção mais lenta do que a

equimose. Importa saber que se aplicam ao hematoma (figura abaixo)

algumas das indicações do valor médico-legal da equimose.

- Bossa sanguínea — É hematoma em que o derrame sanguíneo,

impossibilitado de se difundir nos tecidos moles em geral, por planos

ósseos subjacentes, como na cabeça (figura abaixo), coleciona,

determinando a formação de verdadeiras bolsas, pronunciadamente

salientes na superfície cutânea. No couro cabeludo é conhecida

vulgarmente por “galo”.

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- Bossas linfáticas — Denominadas derrames subcutâneos de

serosidade de Morell-Lavallée, são coleções de linfa, proveniente dos

linfáticos traumatizados, produzidas por contusões tangenciais, como

acontece nos atropelamentos em que os pneus, por atrição,

descolam a pele formando grandes bolsas linfáticas entre o plano ósseo e

os tegumentos.

Ferida contusa

É solução de continuidade dos tecidos produzida por tração,

explosão, arrastamento, compressão, percussão, pressão, de

intensidade suficiente para vencer a resistência e a elasticidade dos

tecidos moles.

- Contusões do crânio — Os instrumentos contundentes,

atuando violentamente, ocasionam hematomas, feridas contusas, lesões

encefálicas e fraturas dos ossos da abóbada com ou sem

afundamento, da base e da abóbada à base do crânio.

- Contusões da coluna vertebral — As contusões da ráquis

podem ocasionar fraturas, luxações, lesões da medula, completa ou

incompletamente (Síndrome de Brown-Sequard), comoção medular e

mielopatias pós-traumáticas.

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As fraturas cominutivas dos corpos vertebrais ou as luxações da

coluna lesam, em geral, a medula. Segundo a violência do traumatismo, é

possível o seccionamento completo da raque e da medula em segmentos

diversos.

- Contusões torácicas — Conforme seja a intensidade de ação do

instrumento contundente, podem ocorrer contusões das partes moles,

sem fratura de costela, fratura simples de costela, fraturas múltiplas de

costelas, afundamento do tórax, laceração ou ruptura dos pulmões,

ruptura da aorta, ruptura de uma ou mais câmaras cardíacas.

- Contusões do abdome — Contusão abdominal é o sofrimento

do ventre, consequente a um agente traumático mecânico, sem solução

de continuidade da parede. É devida, frequentemente, a atropelamentos,

colisões de veículos, compressão por objetos pesados, quedas acidentais,

ou tentativa de suicídio.

- Contusões de artérias — O instrumento contundente, atuando

numa região anatômica em que uma artéria, e. g., a femoral, a radial,

repousa sobre um plano ósseo, poderá produzir contusão da túnica

adventícia e da túnica íntima ou endotélio do vaso sanguíneo, ou a sua

ruptura.

A contusão da adventícia não é mais do que uma infiltração

hemorrágica da bainha conjuntiva que, entretanto, entranha fenômenos

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fisiopatológicos desproporcionais; assim é que a artéria se transforma em

um cordão rígido, que não pulsa, pelo qual passa apenas um minguado

filete de sangue, com reação vasoconstritora manifesta por isquemia

periférica.

A contusão endotelial amiúde se associa à ruptura incompleta da

túnica média arterial. Como sequelas, podem resultar, no vivo,

trombose, fenômenos vasomotores etc.

- Lesões traumáticas dos ossos — Compreendem a contusão

óssea e as fraturas.

a) Contusão óssea — É o efeito da ação dos instrumentos

contundentes determinando extravasamento de sangue com formação de

hematoma subperiostal, quando o agente vulnerante atuou obliquamente

ao eixo do osso determinando o deslocamento do periósteo, e equimose

medular resultante de microfraturas de trabéculas ósseas do tecido

esponjoso, mantendo-se, em ambas as formações, a integridade da

estrutura da ossatura.

b) Fraturas — São soluções de continuidade, parcial ou total, dos

ossos submetidos à ação de instrumentos contundentes.

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Para a Medicina Legal interessam as fraturas verdadeiras ou

traumáticas, observadas nos ossos sãos submetidos à ação de agentes

vulnerantes.

São produzidas quando a força vulnerante vence a resistência e

elasticidade do osso, por compressão, distensão, flexão, torção e

contragolpe.

Assim, podemos compreender cada uma: compressão exercida

perpendicularmente ao eixo do osso produz fratura e achatamento dele. A

distensão é causa de arrancamento das apófises ósseas. A flexão

acentua ou retifica a curvatura dos ossos longos, fraturando-os. A torção

é modo de ação produtor de fraturas espiraladas, em geral ao nível dos

membros inferiores. O contragolpe amiúde produz fraturas indiretas

distantes do ponto de aplicação do agente traumático, como nas quedas

acidentais, em pé.

- Luxação (figura abaixo) — Articulação é o conjunto de partes

moles e duras que estabelece a união entre dois ou mais ossos próximos.

Toda articulação é constituída por superfícies ósseas, partes moles

interósseas, cápsula fibrosa e ligamentos. A luxação é o afastamento

repentino e duradouro de uma das extremidades ósseas da

articulação, através de ruptura capsular.

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- Entorse (figura abaixo) — Na entorse, as extremidades ósseas

da articulação executam um movimento que ultrapassa os limites

fisiológicos, afastando-se temporariamente uma da outra para, a seguir,

retomarem as suas relações anatômicas normais, acompanhado de

ruptura ligamentar parcial ou completa. Consiste, então, a entorse na

ruptura dos ligamentos consequente ao afastamento brusco das

superfícies articulares sem luxações e quando sujeito à ação violenta e

indireta do agente vulnerante.

- Ruptura dos meniscos — Impropriamente chamada luxações

dos meniscos, acomete sobretudo os jovens em práticas esportivas

(futebol, esqui etc.), seja por tração, seja por compressão, ou no

desempenho de certas profissões (mineiros). Este último exemplo

interessa

Já as lesões produzidas por instrumentos corto-

contundentes. A forma das feridas corto-contusas (figura abaixo) varia

conforme a região comprometida e a intensidade de manejo, inclinação,

peso e o fio cortante do instrumento. Destarte, sendo o corte afiado,

preponderam as propriedades distintivas das feridas incisas; caso

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contrário, prevalecem, nos tecidos, as características próprias de um

ferimento contuso.

O diagnóstico diferencial do dano corto-contundente far-se-á com

as feridas incisas e com as feridas contusas - como por exemplo:

machados, mordidas, foices, etc. - através de criterioso estudo das

margens da lesão, sua profundidade, comprometimento dos planos

subjacentes, órgãos e peças constitutivas do esqueleto, inclusive.

Não obstante certos instrumentos, como, por exemplo, a ponteira

de guarda-chuva, produzirem lesões perfuro-contundentes quando

arremessados contra o corpo, aqui, enquadrarei as lesões produzidas por

projéteis de armas de fogo. Com efeito, os projéteis de armas de fogo,

por sua peculiar ação, ao atuar sobre o alvo, concomitantemente

perfurando-o e contundindo-o, caracte-rizam-se em instrumentos

traumáticos perfuro-contundentes. Os agentes dessa classe produzem, no

organismo, lesões características, representadas por orifício de entrada,

semelhante ao produzido por instrumentos perfurantes, mas com os

bordos contundidos e mortificados, o trajeto e o orifício de saída, que

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eventualmente pode faltar, agindo, em geral, mais pela força propulsora

de que são dotados, com predominância nítida da ação perfurante sobre a

contundente. Os projéteis múltiplos, como os das armas de caça,

podem produzir várias feridas em um único disparo.

É de suma importância saber que os projéteis caracterizam

instrumentos da classe perfuro-contundentes, e as armas de fogo,

simples agentes contundentes.

Vamos falar um pouco sobre as lesões produzidas por projéteis

de armas de fogo. As lesões perfuro-contundentes produzidas por

projéteis de armas de fogo ensejam o estudo da ferida de entrada, do

trajeto e do orifício de saída, a forma e a dimensão, e os elementos de

vizinhança que habitualmente as acompanham.

A ferida de entrada (figura abaixo) pode ser consequente a

projétil único ou a projéteis múltiplos e, ainda, dependente da distância

de disparo, aos gases provenientes da combustão da pólvora e à bucha e

seus resíduos.

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Na pele o projétil ocasiona o orifício de entrada e elementos de

vizinhança ou zona de contornos, alguns constantes, qualquer que seja o

tipo de tiro, como a orla de contusão e o halo de enxugo, e outros que

podem faltar, condicionados à distância do disparo, como a tatuagem, as

queimaduras e o negro de fumo, por exemplo, o tiro disparado a

distância, por arma raiada, que sempre imprime na pele a orla de

contusão, por mortificação e desepitelização dos tecidos, e a orla de

enxugo, faltando os demais elementos do disparo referido.

Quanto à forma: o projétil cilindrocônico disparado a distância,

atingindo a pele de raspão, sem perfurá-la, produz apenas escoriações

alongadas. Obviamente não se falará, então, em ferida de entrada.

Exercendo, porém ação perfuro-contundente, produz, em geral, orifício

de entrada aparentemente circular, redondo (tiro perpendicular),

oval, linear ou em fenda (tiro inclinado ou em região abaulada),

lembrando lesão determinada por instrumento perfurante, pois,

não atuando os gases e demais elementos da munição, o projé-til limita-

se a afastar as fibras cutâneas, sem seccioná-las. Nos tiros à queima-

roupa, dependendo da incidência do disparo, o orifício de entrada assume

forma arredondada ou ovalar, circundado por todos os elementos de

vizinhança se a arma que o efetuou tiver a alma do cano raiada.

Encontrando o projétil tecido ósseo subjacente à pele,

determina orifício de entrada de forma típica, estrelada ou raiada.

Os bordos desses orifícios podem voltar-se para dentro, devido à

ação do projétil e da elasticidade da pele, constituindo exceção a “câmara

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de mina de Hoffmann”, em que há dilaceração e até eversão das

margens.

A orla de contusão, orla desepitelizada de França, orla erosiva de

Piedelièvre e Desoille ou anel de Fisch é uma área pequenina,

milimétrica, que circunda o orifício de entrada, consequente à

escoriação tegumentar produzida pelo impacto rotatório e atrito do

projétil, que inicialmente tem ação contundente, de forma concêntrica ou

circular nos tiros perpendiculares, e ovalada ou fusiforme nos casos de

incidência oblíqua, sendo tanto mais pronunciada quanto mais próximo for

deflagrado o tiro. Tem, portanto, a orla de contusão valor para a

determinação da direção do tiro. Perceba na figura abaixo, que o tiro veio

na direção de subida do braço. Agora, se veio por cima ou por baixo, vai

depender como estava a vítima (deitada ou em pé).

A zona de tatuagem verdadeira resulta dos disparos à queima-

roupa ou apoiados, pelos grânulos de pólvora combusta ou incombusta,

que acompanham a bala de perto e, como verdadeiros projéteis

secundários, incrustam-se mais ou menos profundamente na pele da

região atingida. Circular, e dependendo da maior ou menor proximidade

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da arma ao efetuar o disparo, podendo até ser indelével, margeia o

orifício de entrada como um anel de coloração uniformemente escura com

a pólvora negra, porque os grânulos se agrupam e se confundem, e de

cor variada, com a pólvora piroxilada, sem fumaça.

O negro de fumo é formado pela deposição da fuligem resultante

da combustão da pólvora ao redor do orifício de entrada, nos tiros

próximos, que recobre e ultrapassa a zona de tatuagem. É sinal valioso

para indicar o orifício de entrada (figura abaixo), a incidência do

disparo e também para apontar suicídio, quando presente na superfície

externa da lâmina óssea craniana (sinal de Benassi) onde, a modo dos

tiros perpendiculares, assume forma estrelada. Tem ainda particular

importância para indicar o atirador, pela amostra dos resquícios da

combustão da pólvora aderida à sua mão e colhida tecnicamente pela

chamada “luva de parafina” moldada sobre a região, que se impregna de

fuligem, nitritos e de outros componentes (nitratos) da carga.

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Quanto a causa jurídica da lesão pode ser homicida, suicida ou

acidental. Tiros múltiplos assestados nas costas, tórax, abdome e

membros apontam homicídio.

Para fecharmos esta parte, vou fazer um pequeno resumo, muito

importante para sua prova, sobre as diferenças do ferimento de entrada e

saída causado por um projétil:

FERIMENTO DE ENTRADA FERIMENTO DE SAÍDA

Forma arredondada (regular) Forma irregular ("rombo")

Borda invertida Borda evertida

Possui as orlas e zonas Não possuem orlas e zonas

O diâmetro é proporcional ao projétil O diâmetro é desproporcional

Há pouco sangramento Há muito sangramento

Vamos, agora, fazer algumas questões. Espero vocês na próxima

aula!

Grande abraço e bons estudos!

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Questões propostas

1) (UEG - NÚCLEO - 2008 - PC-GO - Delegado de Polícia) A lesão

conhecida como mordedura ou dentada produzida pela arcada

dental humana, em razão de suas características, classifica-se

como

A) cortocontudente.

B) contundente.

C) perfurante.

D) perfurocontundente.

2) (FUNCAB - 2013 - PC-ES - Médico legista) São instrumentos

potencialmente capazes de produzir mutilações, COM EXCEÇÃO

DE:

A) cortantes.

B) cortocontundentes.

C) perfuro cortantes.

D) perfuro contundentes.

E) perfurantes.

3) (FUNCAB - 2012 - PC-RO - Médico Legista) Ao examinar um

paciente, o perito encontra uma ferida em região peitoral com

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formato de dois semiarcos, de concavidades voltadas uma para a

outra, mostrando equimoses periféricas, de profundidades

variáveis e laceração tecidual. O perito conclui que se trata de

mordedura. As feridas produzidas por mordedura causada pela

arcada dentária humana se classificam como:

A) perfuro-contundente.

B) contundente.

C) corto-contusa.

D) perfuro-cortante.

E) corto-contundente.

4) (FUNCAB - 2012 - PC-RO - Médico Legista) Um cadáver

encontrado próximo à linha férrea apresenta desarticulação de

todos os membros, além de separação do corpo da cabeça. É

correto afirmar que se trata de:

A) esquartejamento e esgorjamento.

B) esquartejamento e decapitação.

C) espojamento e esgorjamento.

D) esquartejamento e vitriolagem.

E) espojamento e decapitação.

5) (CESPE - 2012 - PC-AL - Escrivão de Polícia) Os instrumentos

contundentes podem provocar lesões em áreas do corpo mais ou

menos distantes da região atingida pelo impacto. As ações desses

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instrumentos, nesses casos, são denominadas indiretas. Alguns

tipos de traumatismo craniano, nos quais se observa lesões por

contragolpe no encéfalo, exemplificam essa situação.

6) (CEFET-BA - 2008 - PC-BA - Delegado de Polícia) Num

ferimento de entrada de projétil de arma de fogo, geralmente se

encontra a presença de

A) bordas evertidas e zona de chamuscamento.

B) bordas invertidas e abundante sangramento.

C) ferimento de forma irregular e zona de esfumaçamento,

D) ferimento de forma regular e bordas invertidas.

E) sangramento abundante e ferimento de forma irregular.

7) (CEFET-BA - 2008 - PC-BA - Delegado de Polícia) Nas feridas

cortantes ou incisas, geralmente se encontra a presença de

A) extensão maior que profundidade.

B) pouco sangramento e bordas irregulares.

C) predomínio da profundidade em relação à extensão.

D) bordas evertidas e com grande profundidade.

E) lesões cujo instrumento transfere a energia por pressão.

8) (FUMARC - 2011 - PC-MG - Escrivão de Polícia Civil)

Considerando as lesões produzidas por projéteis de arma de fogo,

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o diagnóstico diferencial entre o ferimento de entrada e o de saída

no plano ósseo craniano, é feito pelo sinal de

A) Bonnet.

B) Carrara.

C) Strassmann.

D) “Terraza” de Hoffmann.

9) (FUMARC - 2011 - PC-MG - Escrivão de Polícia Civil) Diante de

uma ferida linear, com regularidade de suas bordas, associada a

abundante hemorragia, predominância do comprimento sobre a

profundidade e apresentando cauda de escoriação, pode-se

afrmar que a lesão foi produzida por instrumento:

A) Cortocontundente.

B) Contundente.

C) Perfurante.

D) Cortante.

10) (FUNCAB - 2012 - PC-RO - Médico Legista) A descrição de um

orifício de entrada de projétil de arma de fogo com buraco de

mina de Hoffmann, escoriação de massa de mira (sinal

deWerkgartner), zona de esfumaçamento, zona de tatuagem,

equimoses e queimaduras, está relacionada com:

A) tiro disparado a grande distância.

B) tiro disparado de arma de fogo de grosso calibre.

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C) tiro disparado a curta distância.

D) lesão produzida por projéteis múltiplos.

E) tiro encostado.

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Questões Comentadas

1) (UEG - NÚCLEO - 2008 - PC-GO - Delegado de Polícia) A lesão

conhecida como mordedura ou dentada produzida pela arcada

dental humana, em razão de suas características, classifica-se

como

A) cortocontudente.

B) contundente.

C) perfurante.

D) perfurocontundente.

Comentários:

A forma das feridas corto-contusas varia conforme a região comprometida

e a intensidade de manejo, inclinação, peso e o fio cortante do

instrumento. Destarte, sendo o corte afiado, preponderam as

propriedades distintivas das feridas incisas; caso contrário, prevalecem,

nos tecidos, as características próprias de um ferimento contuso.

O diagnóstico diferencial do dano corto-contundente far-se-á com as

feridas incisas e com as feridas contusas - como por exemplo:

machados, mordidas, foices, etc. - através de criterioso estudo das

margens da lesão, sua profundidade, comprometimento dos planos

subjacentes, órgãos e peças constitutivas do esqueleto, inclusive.

Gabarito: A.

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2) (FUNCAB - 2013 - PC-ES - Médico legista) São instrumentos

potencialmente capazes de produzir mutilações, COM EXCEÇÃO

DE:

A) cortantes.

B) cortocontundentes.

C) perfuro cortantes.

D) perfuro contundentes.

E) perfurantes.

Comentários:

Os instrumentos perfurantes propriamente ditos determinam lesões em

forma de ponto na pele, chamadas feridas punctórias, quase

imperceptíveis, quando o instrumento for muito fino, com diminuto orifício

de entrada, raro sangramento e um trajeto que, geralmente, termina em

fundo de saco. Assim, com exceção dos intrumentos perfurantes, os

demais são instrumentos potencialmente capazes de produzir mutilações.

Gabarito: E.

3) (FUNCAB - 2012 - PC-RO - Médico Legista) Ao examinar um

paciente, o perito encontra uma ferida em região peitoral com

formato de dois semiarcos, de concavidades voltadas uma para a

outra, mostrando equimoses periféricas, de profundidades

variáveis e laceração tecidual. O perito conclui que se trata de

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mordedura. As feridas produzidas por mordedura causada pela

arcada dentária humana se classificam como:

A) perfuro-contundente.

B) contundente.

C) corto-contusa.

D) perfuro-cortante.

E) corto-contundente.

Comentários:

Olha a palavra chave da questão, mordedura! Pelo que estudamos, ficou

fácil. Na aula 02 vou aprofundar mais sobre essas lesões.

Fiquem atentos, pois o examinado mencionou: “feridas” e não

“instrumentos”. Assim, o dano corto-contundente far-se-á com as

feridas incisas e com as feridas contusas - como por exemplo:

machados, mordidas, foices, e outros, causando uma ferida corto-

contusa.

Gabarito: C.

4) (FUNCAB - 2012 - PC-RO - Médico Legista) Um cadáver

encontrado próximo à linha férrea apresenta desarticulação de

todos os membros, além de separação do corpo da cabeça. É

correto afirmar que se trata de:

A) esquartejamento e esgorjamento.

B) esquartejamento e decapitação.

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C) espojamento e esgorjamento.

D) esquartejamento e vitriolagem.

E) espojamento e decapitação.

Comentários:

Pessoal, a decapitação é o ato de separar completamente a cabeça do

corpo, produzido especialmente por instrumentos cortocontundentes,

como roda de trem, espadagão, foice, machado.

Alguns autores, falam, ainda, sobre o espostejamento que é um

conjunto de lesões pela redução do corpo a fragmentos diversos e

irregulares; e esquartejamento que é a separação por desarticulação

ou amputação do corpo em quatro partes (cabeça, tronco e membros). A

questão acima passa ser polêmica, pois, o França cita como um exemplo

de espostejamento o acidente ferroviário, entretanto, no enunciado vem

escrito espojamento!

Gabarito: B.

5) (CESPE - 2012 - PC-AL - Escrivão de Polícia) Os instrumentos

contundentes podem provocar lesões em áreas do corpo mais ou menos

distantes da região atingida pelo impacto. As ações desses instrumentos,

nesses casos, são denominadas indiretas. Alguns tipos de traumatismo

craniano, nos quais se observa lesões por contragolpe no encéfalo,

exemplificam essa situação.

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Comentários:

São instrumentos contundentes: as armas naturais (mãos, pés, cabeça,

joelhos), as armas ocasionais (bengala, barra de ferro, tijolo, balaústre,

mão de pilão), as saliências obtusas e as superfícies duras (solo,

pavimentos), os desabamentos, as explosões, os acidentes de veículos, os

atropelamentos.

As lesões produzidas por instrumentos contundentes podem agir de forma

ativa, de forma passiva ou de modo misto, determinando lesões

superficiais e profundas, denominadas contusão e ferida contusa.

Gabarito: C.

6) (CEFET-BA - 2008 - PC-BA - Delegado de Polícia) Num

ferimento de entrada de projétil de arma de fogo, geralmente se

encontra a presença de

A) bordas evertidas e zona de chamuscamento.

B) bordas invertidas e abundante sangramento.

C) ferimento de forma irregular e zona de esfumaçamento,

D) ferimento de forma regular e bordas invertidas.

E) sangramento abundante e ferimento de forma irregular.

Comentários:

Vamos fazer então a um pequeno resumo:

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FERIMENTO DE ENTRADA FERIMENTO DE SAÍDA

Forma arredondada (regular) Forma irregular ("rombo")

Borda invertida Borda evertida

Possui as orlas e zonas Não possuem orlas e zonas

O diâmetro é proporcional ao projétil O diâmetro é desproporcional

Há pouco sangramento Há muito sangramento

Gabarito: D.

7) (CEFET-BA - 2008 - PC-BA - Delegado de Polícia) Nas feridas

cortantes ou incisas, geralmente se encontra a presença de

A) extensão maior que profundidade.

B) pouco sangramento e bordas irregulares.

C) predomínio da profundidade em relação à extensão.

D) bordas evertidas e com grande profundidade.

E) lesões cujo instrumento transfere a energia por pressão.

Comentários:

De acordo com o Prof. Genival Veloso de França, os meios ou

instrumentos de ação cortante agem através de um gume mais ou

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menos afiado, por um mecanismo de deslizamento sobre os tecidos e,

na maioria das vezes, em sentido linear. Apresentam como

características: forma linear; regularidade das bordas; regularidade do

fundo da lesão; ausência de vestígios traumáticos em torno da ferida;

hemerrogia quase sempre abundande; predominância do

comprimento sobre a profundidade (nossa resposta); afastamento

das bordas da ferida; presença de caude de escoriação voltada para o

lado onde terminou a ação do instrumento; vertentes cortadas

obliquamente; centro da ferida mais profundo que as extremidades e

parede s da ferida lisas e regulares

Gabarito: A.

8) (FUMARC - 2011 - PC-MG - Escrivão de Polícia Civil)

Considerando as lesões produzidas por projéteis de arma de fogo,

o diagnóstico diferencial entre o ferimento de entrada e o de saída

no plano ósseo craniano, é feito pelo sinal de

A) Bonnet.

B) Carrara.

C) Strassmann.

D) “Terraza” de Hoffmann.

Comentários:

Aqui temos um novidade na nossa aula, o Sinal do Funil de Bonnet:

quando o projétil atravessa um osso chato (exemplo: costela, esterno,

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etc.), ao entrar no mesmo provoca um orifício do mesmo diâmetro seu,

mas ao sair, provoca um orifício bem maior, dando um aspecto de V

invertido, ou de um funil. Nos outros três sinais (Carrara, Strassmann e

Terraza de Hoffmann) são lesões causadas por martelo.

Fratura "Perfurante" de Strassmann: é o afundamento

ósseo do segmento golpeado, reproduzindo a forma e a dimensão do

objeto contundente.

Sinal do "Mapa-mundi" de Carrara: é o afundamento

parcial e uniforme com inúmeras fisuras, em forma de arcos e

meridionais.

Sinal em "Terraza" de Hoffmann: traumatismo tangencial;

produz uma fratura de forma triangular com a base aderia à porção óssea

vizinha e com o vértice solto e dirigido para dento da cavidade craniana.

Gabarito: A.

9) (FUMARC - 2011 - PC-MG - Escrivão de Polícia Civil) Diante de

uma ferida linear, com regularidade de suas bordas, associada a

abundante hemorragia, predominância do comprimento sobre a

profundidade e apresentando cauda de escoriação, pode-se

afrmar que a lesão foi produzida por instrumento:

A) Cortocontundente.

B) Contundente.

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C) Perfurante.

D) Cortante.

Comentários:

Agora ficou tranquilo, não podem errar, ok? Como já vimos, os

instrumentos cortantes são os que, agindo por um gume afiado, por

pressão e deslizamento, linear- ou obliquamente sobre a pele e os

órgãos, produzem soluções de continuidade chamadas feridas incisas. São

instrumentos cortantes a navalha, o bisturi, a faca, as lâminas de

barbear, as lâminas metálicas de borda linear, os estilhaços de vidro, o

papel, etc. Os instrumentos cortantes não podem ser confundidos com os

instrumentos cortocontundentes, como a foice, o machado, a roda de

trem, que agem mais pelo peso e pela força com que são empregados do

que pelo gume.

A profundidade da ferida incisa depende de gume afiado, da

intensidade de manejo do instrumento e da resistência dos tegumentos,

pois, em qualquer circunstância, o efeito produzido por uma mesma força

depende da natureza da superfície e dos planos subjacentes sobre os

quais é aplicada. Assim, habitualmente as feridas incisas não

penetram as grandes cavidades torácica e abdominal.

Segundo a doutrina, são características das feridas incisas:

 regularidade das bordas;

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 regularidade do fundo da lesão;

 ausência de vestigios traumáticos em torno da ferida;

 hemorragia quase sempre abundante;

 predominância do comprimento sobre a profundidade;

 afastamento das bordas da ferida;

 presença de cauda de escoriação voltada para o lado onde;

terminou a ação do instrumento;

 vertentes cortadas obliquamente;

 centro da ferida mais profunda que as extremidades;

 perfil de corte de aspecto angular, quando o instrumento

atua de forma perpendicular, ou em forma de bisel, quando o

intrumento atua em sentido oblíquo.

Gabarito: D.

10) (FUNCAB - 2012 - PC-RO - Médico Legista) A descrição de um

orifício de entrada de projétil de arma de fogo com buraco de

mina de Hoffmann, escoriação de massa de mira (sinal

deWerkgartner), zona de esfumaçamento, zona de tatuagem,

equimoses e queimaduras, está relacionada com:

A) tiro disparado a grande distância.

B) tiro disparado de arma de fogo de grosso calibre.

C) tiro disparado a curta distância.

D) lesão produzida por projéteis múltiplos.

E) tiro encostado.

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Comentários:

Como vimos:

- Tiros com arma apoiada ou encostados

São os tiros disparados com a boca do cano da arma contatando

intimamente com a superfície do alvo. Determinam no organismo ferida

de entrada em “câmara de mina”, pela ação da força viva do projétil

aumentando a pressão hidrostática, pela violenta expansão dos gases de

explosão anfractuando os tegumentos, pelo escurecimento do orifício de

entrada e do início do trajeto por deposição de pólvora incombusta e/ou

comburida e pelo negro de fumo (ou seja, a marca da boca do canio).

Essa marca de queimadura também é conhecida como sinal de puppe-

werkgartner.

- Tiros a curta distância ou à queima-roupa

Determinam orifício de entrada irregular, igual ou, como ocorre

fre-quentemente, por ainda atuar a violenta ação expansiva dos gases,

maior do que o calibre do projétil. A zona de tatuagem supõe disparo à

distância de 30 a 75 centímetros, ou mais; presente o negro de fumo

circundando estelarmente o orifício de entrada, admite a distância de 10 a

30 centímetros. Orla de contusão e zona de tatuagem circulares ao redor

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do orifício de entrada indicam plano de tiro perpendicular à pele; serão

ovaladas ou elípticas nos tiros de direção oblíqua em que o orifício de

entrada da bala ocupa o polo oposto da orla de contusão e da tatuagem.

- Tiros de longe ou de longa distância

O orifício de entrada é habitualmente menor do que o diâmetro do

projétil, de aspecto circular, quando o agente perfurocontundente incidir

perpendicularmente sobre a superfície da pele, e oblíquo, ovalado, ou

fusiforme, quando atingir alvos inclinados ou abaulados. Excetuadas a

orla de contusão, o halo de enxugo e a aréola equimótica (nem sempre

presente), todos os demais elementos de vizinhança não podem

absolutamente ser encontrados na ferida de entrada.

Gabarito: E.

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Medicina Legal Delegado de Polícia - PCGO - 2016
Teoria e Exercícios
Prof. Alexandre Herculano Aula 04

1-A 2-E

3-C 4-B

5-C 6-D

7-A 8-A

9-D 10-E

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