4 - Tipos de Trama - Arquitrama, Minitrama, Antitrama
4 - Tipos de Trama - Arquitrama, Minitrama, Antitrama
4 - Tipos de Trama - Arquitrama, Minitrama, Antitrama
O que é Arquitrama, Minitrama e Antitrama? São definições que Robert McKee usou em
seu livro "Story" para diferenciar os diversos tipos de tramas. Principalmente para diferenciar o
"clássico" do "não-clássico".
A Arquitrama se baseia no "design clássico", que segundo ele é: uma história construída ao
redor de um protagonista ativo, que luta contra forças do antagonismo fundamentalmente externas
para perseguir o seu desejo, em tempo contínuo, dentro de uma realidade ficcional consistente e
causalmente conectada, levando-o a um final fechado com mudanças absolutas e irreversíveis.
A Minitrama não significa sem trama. Significa que o escritor começa com os mesmos
elementos do "design clássico", mas em seguida os reduz, encolhendo ou comprimindo, adaptando
ou mutilando os aspectos proeminentes da Arquitrama.
Já Antitrama é a contrapartida do cinema para o Anti-Romance ou o Novo Romance e o
Teatro do Absurdo. Não há uma redução do clássico e sim uma inversão, contradizendo as formas
tradicionais para explorar, talvez ridicularizar, a idéia dos princípios formais. O criador de
Antitramas raramente está interessado em suavizar sua visão, ou em uma austeridade quieta;
geralmente, para deixar claro suas ambições "revolucionárias", o filme tende para a extravagância e
o exagero autoconsciente.
Causalidade x Coincidência
Final fechado, causalidade, protagonista único e ativo, tempo linear e realidades consistentes
tendem a aparecer mais em arquitramas. Final aberto, protagonistas múltiplos ou passivos e conflito
interno tendem a aparecer mais em minitramas. E coincidências, tempo não-linear e realidades
inconsistentes tendem a aparecer mais em Antitramas.
ARQUITRAMA
"Cidadão Kane", "Os Sete Samurais", "O Poderoso Chefão II", "O Sétimo Selo", "2001:
Uma Odisséia no Espaço".
MINITRAMA
"A Paixão de Joana D´Arc", "Deserto Vermelho", "O Joelho de Claire", "Morangos
Silvestres", "Paris, Texas".
ANTITRAMA
"O Ano Passado em Marienbad", "Quando Duas Mulheres Pecam", "Weekend à Francesa",
"Monty Python e o Cálice Sagrado", "Esse Obscuro Objeto de Desejo".
Fonte: http://sobreroteiroseroteiristas.blogspot.com.br/2014/07/arquitrama-minitrama-e-
antitrama.html
McKee faz uma interessante sugestão de uma tipologia de estruturas narrativas. Segundo ele
seria possível distribuir as narrativas fílmicas (e literárias, por certo) em três modelos, que ele
denomina de arquitrama, minitrama e antitrama. Elas compõem o que chama de um “triângulo
de possibilidades formais que mapeiam o universo da estória.” Quando um escritor decide contar
uma história, queira ou não, vai se situar em algum ponto deste triângulo.
No canto inferior direito do triângulo está a antitrama, aquelas histórias que o espectador
diz, com certa razão, que parecem não ter nem pé nem cabeça. Veja o filme do comedor de picanha
crua, Alain Robbe-Gillet, “O ano passado em Marienbad”. Ou ainda Ulysses, de James Joyce. Ou
ainda as peças de teatro de Ionesco. As antitramas não estão nem aí para os princípios tradicionais.
Nas antitramas as coisas acontecem simultaneamente, o tempo pode ser o da consciência de cada
um e a realidade é mais ou menos como a sentimos, isto é, por vezes, inconsistente…
Fonte: https://didaticadafilosofia.wordpress.com/2010/11/26/a-filosofia-como-narrativa-1/