Úrsula
Úrsula
Úrsula
Açailândia – MA
2023
SINOPSE:
Nesta história, iremos acompanhar um romance quase impossível de dois jovens que
se apaixonaram à primeira vista. Parece uma história clichê, mas ao longo da leitura, você vai
ver que não é uma história qualquer. É a história de Úrsula e Tancredo.
...
Em uma tarde ensolarada, em meio a um bosque, um belo rapaz está vagando pela
estrada que se encontra na floresta. Ele parece tristonho, e era notório que estava tão triste,
que mal percebia o que acontecia ao seu redor.
Ele estava andando em seu cavalo havia três longos dias, sem cessar. Ele não se
alimentava, e nem alimentava o cavalo, o que o deixou muito desgastado. Ambos estavam
famintos e cansados, mas o rapaz parecia ignorar o fato.
Foi aí que ele escutou barulhos vindo de dentro da floresta, e saiu de sua transe
imediatamente, e ficou alarmado.
-Oh! Céus! O que poderá ser esse barulho estranho?
Ele desceu do cavalo, na intenção de encontrar o que causava aquela barulheira toda.
Até que ele começou a ser atacado por indígenas!
Sim! Indígenas! O rapaz estava tão avoado, e imerso em seus pensamentos, que não
notou que estava adentrando no bosque que era dominado por uma tribo indígena local.
Os moradores logo pensaram que se tratava de um invasor, que estava tentando
espioná-los, e começaram a atacá-lo com flechas. Mas eram flechas envenenadas.
O moço tentou se esquivar, mas foi em vão, pois foi atingido no braço esquerdo, e caiu
no chão imediatamente.
Os indígenas, vendo que acertaram o “invasor”, foram até ele apenas para recolher
seus pertences, e o deixaram lá para morrer.
Ele ficou lá, deitado no chão, sem mais esperanças de que sairia dali, e desmaiou.
Depois acordou novamente, e não sentia mais seu corpo por conta do veneno que continha na
flecha com que fora acertado. Mas ele viu alguém se aproximando, lá longe, porém não
conseguiu identificar quem era. Ele apenas sussurrou:
-Socorro.
E desmaiou novamente.
...
Túlio, que era filho do cacique da tribo, estava passeando pelo bosque, até que viu
alguém deitado no chão. Ele correu disparado até o moço que se encontrava quase sem vida, e
tentou acordá-lo, mas sem sucesso. Ele logo entrou em desespero, pois queria salvar aquela
pobre vida, e não sabia muito o que fazer.
Viu que o braço esquerdo do homem estava sangrando, e logo percebeu que aquele
ferimento fora causado por uma das flechas da sua tribo, e caiu em prantos.
Túlio era um moço de coração muito bom, e não suportava a ideia de que seus
companheiros machucavam pessoas, apenas para expulsá-las de suas terras.
Então ele tirou a camisa, e a amarrou no braço daquela vítima, na intenção de estancar
o sangue. Depois ele levantou o homem, o apoiou em seus braços, e o levou para a margem de
um rio que havia ali perto. Chegando lá, ele lavou o braço do homem, e o seu rosto também,
com a esperança de que aquilo o fizesse acordar.
O homem desconhecido logo despertou, e viu que tinha sido socorrido por uma alma
muito bondosa. E então disse:
-Meu caro amigo! Vejo que tendes um coração muito bom! Salvaste minha vida, e sou
eternamente grato a ti, meu caro! Como se chama?
Túlio respondeu timidamente:
-Chamo-me Túlio, senhor. E o senhor, como se chama?
-Túlio! Túlio de alma bondosa! Que o Senhor te recompense grandemente em sua
vida, meu jovem!
-Me chamo Tancredo.
Túlio era um rapaz de poucas palavras, e ficou envergonhado diante das palavras de
gratidão que vinham do homem que ele salvara.
-De onde vens, Túlio?
-Sou filho do cacique da tribo que domina este bosque, senhor. E peço desculpas pela
forma como meus familiares reagiram ao vê-lo em nosso território. A verdade é que eles agem
assim, porque tem medo de que sejamos escravizados novamente.
Os olhos de Túlio se encheram de lágrimas ao dizer estas palavras.
Tancredo assustado falou:
-Minha nossa senhora da bicicletinha sem frei! Sinto muito, Túlio. Mas não era minha
intenção invadir suas terras... Eu nem percebi onde estava entrando, pois estava imerso em
pensamentos.
Assim que terminou de falar, Tancredo sentiu uma imensa dor, e começou a ficar com
febre, pois o veneno ainda estava em seu corpo. E Túlio voltou a ficar preocupado com ele,
mas não podia leva-lo para sua aldeia, pois os outros iriam ver que ele ainda estava vivo, e
iriam querer terminar o trabalho.
Túlio lembrou que não muito longe do bosque, havia uma casa, e nesta casa morava
uma curandeira muito famosa na região. Seu nome é Suzana.
Ele ajudou Tancredo a se levantar, e foi andando com ele em direção à casa de Suzana.
Quando eles estavam quase chegando no fim do bosque, foram surpreendidos pela
presença de Casimiro, o rival de Túlio em sua tribo. Que estava com um sorriso largo no
rosto, quando disse:
-Ora, ora! Quem está ajudando o forasteiro que atacamos!
Túlio estava nervoso com a situação, e só queria se livrar dele para poder levar
Tancredo à casa de Suzana. Então disse:
-Casimiro, deixe-me passar.
-Por que eu faria isso? Por que eu deixaria você ajudar o invasor?
-Ele não é um invasor! Ele estava desnorteado e acabou entrando em nosso território!
E ele está muito ferido. Quero ajudá-lo.
-Essa foi a desculpa que ele inventou para te convencer a ajudá-lo? Hahahaha, ele vai
te prender assim que tiver oportunidade, Túlio! Deixe de ser ingênuo!
-Ele não me convenceu a nada! Eu que o vi jogado no chão, e decidi socorrê-lo. E
você sabe muito bem que eu sou totalmente contra querer atacar as pessoas que entram no
bosque!
-Ah, Túlio. Você é uma vergonha para a nossa tribo! E é por isso que EU deveria
suceder o cacique, não você.
Túlio e Casimiro eram melhores amigos na infância, mas isso mudou quando as
ambições de Casimiro começaram a dominá-lo. Ele começou a odiar Túlio por ser o sucessor
do cacique, e achava que ele não tinha potencial para isso. Casimiro achava que ele era a
única pessoa digna de tal cargo.
Enquanto eles dois conversavam, Tancredo estava começando a perder a consciência
novamente. E então começou a tossir, o que lembrou Túlio de que ele deveria sair dali o mais
rápido possível.
-Casimiro, eu vou passar. Tchau.
-A tribo não vai gostar nada de saber que seu futuro cacique está ajudando o inimigo.
Casimiro disse isso e sumiu no meio da mata.
Túlio decidiu ignorar o que ele disse, e se apressou a chegar na casa de Suzana.
Chegando lá, ele bateu na porta desesperadamente, até que Suzana abriu a porta, e com
um olhar assustado perguntou:
-Túlio! O que você faz aqui?!
-Senhora, este pobre homem foi atacado por flechas venenosas e está em um estado
crítico! Ajude-o, por favor!
Suzana mandou entrar, e coloca-lo na cama que estava ali perto. Começou a examiná-
lo, e viu que o veneno estava se espalhando muito rápido em seu corpo. Mas não se apavorou.
Pois ela tinha a solução.
-Senhora, por que não está com pressa? Ele está envenenado!
-Meu jovem, acaso se esqueceu de que eu sou a melhor curandeira da região? Eu tenho
a solução para este problema!
-E qual é, minha senhora?
-Chá de boldo! Ele cura tudo!
Suzana preparou o chá, e deu a Tancredo, que logo apresentou melhora.
Túlio ficou aliviado em ver que o rapaz estava melhorando, mas ainda tinha seu braço,
que estava ferido. Mas Suzana já estava providenciando linha e agulha para costurar a ferida.
Tancredo aguentou tudo sem demonstrar muito sofrimento, e assim que percebeu, seu
braço já estava costurado. Tentou se lentar, mas Suzana o atingiu com um cabo de vassoura.
-Aonde o senhor pensa que vai?
-Eu só queria me sentar, senhora.
-Você vai ficar deitado, até eu dizer que pode se levantar. Você foi atingido por uma
flecha venenosa, e o veneno ainda não saiu por completo. Deixe o remédio fazer efeito.
Ele obedeceu calado. Pois sabia que não adiantava discutir com uma mulher. E então
dormiu.
Túlio observava tudo calado, e quando viu que Tancredo estava melhorando, sentiu um
alívio, mas outra coisa o deixou preocupado. Sua tribo. Ele sabia que iriam ficar
decepcionados quando soubessem que ele ajudou o “invasor”.
Suzana notou a preocupação em seu semblante, e o questionou, para tentar entender o
porquê de ele estar assim. Túlio explicou tudo a ela, que o escutou com atenção.
-Meu jovem, tu tens uma alma tão boa! Foi contra a sua tribo só para ajudar um
estranho que estava à beira da morte. Poucos teriam a coragem que você teve. Eu te admiro
tanto!
Ele agradeceu a Suzana com um sorriso, mas ainda estava preocupado.
...
Casimiro chegou correndo para falar à sua tribo que havia visto Túlio ajudando o
forasteiro. Ele achava que falado isso iria acabar com a reputação de Túlio, e que sairia como
o herói da história. Tinha a esperança de que seria escolhido para suceder o cacique, e que
Túlio seria deserdado.
O povo se reuniu para ouvir o que Casimiro tinha a dizer, e assim que ele terminou de
falar, o cacique saiu do meio do povo dizendo:
-Casimiro, eu não esperava isso de você! Você era o melhor amigo do meu filho, e
retribui a longa amizade que tiveram traindo-o. Que vergonha!
Ele ficou sem entender o que estava acontecendo, pois esperava que fosse recebido
com aplausos depois dessa. Até que alguém falou:
-Eu também sou contra a ideia de atacar os forasteiros! Apoio Túlio na decisão de
ajudar o que foi atacado!
A multidão inteira começou a concordar, e Casimiro não gostou nada disso. O cacique
disse que tinha orgulho de seu filho, e que eles iriam parar de atacar os forasteiros. Depois
disse que queria que fossem atrás de seu filho, para ver se ele estava bem.
Quanto a Casimiro, ele foi expulso da tribo como punição por ter traído seu amigo de
infância.
...
Tancredo parecia estar melhor, até que pegou uma forte gripe, e uma intensa febre.
Suzana estava dando seu melhor para ajudá-lo, mas como já estava velha, se cansava muito
rápido. Então Túlio revezava com ela os horários para cuidar de Tancredo.
Um dia uma bela moça foi visitar Suzana, pois estava passeando pelos arredores e
lembrou que sua velha ama morava ali perto.
Chegando lá, foi recebida com muitos abraços e beijos, e se sentiu em casa. A moça
viu que Tancredo estava muito doente, e se aproximou para vê-lo mais de perto.
Tancredo abriu os olhos e exclamou:
-Oh! É anjo ou ser humano? Diga-me! Que mulher de aparência angelical! Alguém
chama a polícia, porque essa mulher roubou meu coração!
E voltou a dormir.
A mulher ficou intrigada com a situação, mas havia algo naquele homem que chamara
sua atenção. Ela não sabia dizer o que era, mas não esqueceria aquele rapaz nunca mais. Então
foi embora.
Tancredo acordou novamente, e parecia que após seu profundo sono tinha recuperado
todas as suas forças. E começou a perturbar Suzana.
-Senhora, quem era aquele ser angelical que eu vi antes de dormir? Era real? Por favor,
diga-me que ela existe!
Suzana o olhou de relance, e viu que ele não a deixaria em paz até ela falar quem era
aquela bela moça.
-Aquele ser angelical que você viu, era Úrsula, a princesa do reino.
-Oh, mas era tão bela! Aqueles olhos negros, os lábios vermelhos como carmim, e a
pele branca como arroz! Os cabelos escuros e longos! Roubou meu coração, e eu preciso vê-la
novamente!
Túlio achou graça, e disse:
-Senhor, ela é a princesa! As chances de o senhor vê-la novamente são quase nulas!
-Não importa! Eu preciso vê-la! Nem que seja preciso pular as muralhas do castelo,
mas eu necessito vê-la o quanto antes!
Suzana e Túlio se entreolharam, preocupados com Tancredo. Não sabiam se ele estava
delirando, ou se havia enlouquecido, só sabiam que ele estava determinado a ver Úrsula
novamente, ou talvez ele a esqueceria com o passar do tempo. Mas não esqueceu.
...
No palácio, Úrsula saltitava feliz por todo lado, e suas criadas, que eram suas melhores
amigas, acharam estranho, porque Úrsula era uma mulher muito fria e séria, e perguntaram o
motivo daquela felicidade toda.
-Ah, minhas amigas! Eu conheci um rapaz muito lindo e encantador!
As mulheres se entreolharam e começaram a rir de Úrsula, que logo questionou o
porquê de estarem rindo.
-Úrsula, não nos diga que você está apaixonada.
Ela ficou vermelha e tentou disfarçar sua timidez, dizendo:
-Apaixonada? Eu?
Suas amigas começaram a rir novamente, e Úrsula junto com elas.
A notícia de que a princesa estava apaixonada logo se espalhou pelo castelo, até que
chegou aos ouvidos do Rei, seu pai.
Os funcionários do castelo achavam que o Rei iria ficar muito bravo com a notícia,
mas foi totalmente o contrário.
Nunca tinha sido visto naquele castelo tamanha felicidade vinda do Rei!
-Minha querida filha está apaixonada! Não acredito! Quero conhecer o rapaz que
conseguiu conquistar o gelado coração de minha filha! Quero poder ver ela se casando antes
do meu fim!
O Rei disse isso porque sentia que seu fim estava próximo, apesar de não ser tão
velho, e não estar doente, como a Rainha, sua esposa. Então foi aos seus aposentos contar a
ela a novidade que rondava o palácio.
Ela ficou tão feliz que parecia até estar melhor de sua enfermidade, que a atacara
quando deu a luz à Úrsula. Ela logo perguntou onde estava sua filha, pois queria saber quem
era seu primeiro amor.
Chegando nos aposentos de seus pais, Úrsula abriu um sorriso no rosto, e descreveu
como era o rapaz por quem se apaixonara. Mas havia uma coisa que a entristecia muito. Ela
não sabia seu nome, e nem de onde era, pois só tinha o visto uma vez na vida.
Seus pais perguntaram onde ela o conheceu, e mandaram o cavaleiro de confiança do
reino, Fernando, irmão da Rainha, atrás do rapaz que roubou o coração da princesa.
A questão é que eles não sabiam que Fernando era obcecado por Úrsula. E ele ficou
com tanta raiva quando ficou sabendo que ela estava apaixonada, que sentiu vontade de matar
o homem que deixara Úrsula apaixonada.
Ele estava determinado a matá-lo, mas o Rei mandou outros dois cavaleiros para
acompanhá-lo, o que atrapalhou seus planos.
Fernando sentiu tanto ódio, mas não podia demonstrar.
Chegando na casa da Suzana, eles bateram várias vezes na porta até alguém abrir.
Suzana ficou assustada ao ver os cavaleiros do rei, e questionou o motivo de estarem
ali. E ficou surpresa com a cara que Fernando fez.
-Soubemos que há um homem que estava doente nesta casa, e viemos buscá-lo, por
ordem do Rei.
Tancredo que estava ouvindo tudo, saiu do quarto e foi ver o que estava acontecendo.
-Sou eu, senhor.
-Vamos para o castelo. O Rei quer vê-lo.
Tancredo olhou meio desconfiado para Suzana, e ela olhou para os cavaleiros.
-Senhores, eu sinto muito, mas este rapaz não vai a lugar algum!
Os soldados olharam para Suzana com um olhar ameaçador, e se irritaram com a
situação.
-A senhora perdeu o juízo? Estamos aqui por ordem do Rei, e não vamos a lugar
algum sem este homem!
-Senhores, ele ainda não se recuperou, e por isso estou dizendo que daqui ele não sai!
Os cavaleiros voltaram para o castelo e informaram ao Rei o ocorrido, mas ele apenas
pediu que voltassem a casa de Suzana duas semanas depois, para ver se o rapaz havia
melhorado, pois ele confiava em Suzana, afinal, ela já foi ama de sua filha.
Passadas duas semanas, os soldados retornaram a casa de Suzana, e Tancredo já estava
melhor. Mandaram-no subir no cavalo, e o levaram para o palácio.
Tancredo não sabia o motivo de estar sendo levado ao palácio, mas estava animado
porque teria a chance de ver Úrsula novamente.
Chegando no castelo, Tancredo é apresentado ao Rei, e é recebido muito bem por ele,
o que o deixou surpreso. O Rei mandou chamar Úrsula, para que ela confirmasse se era
aquele o rapaz de quem tanto falara.
Quando entrou no salão, Úrsula encheu-se de alegria ao ver Tancredo, e antes que seu
pai a perguntasse qualquer coisa, ela exclamou:
-É ele, papai! É ele!
O Rei se alegrou muito com esta notícia, e começou a abraçar Tancredo, mas antes que
ele pudesse falar qualquer coisa, Tancredo começou a se declarar para Úrsula:
-Oh! Minha princesa! A mulher com quem tanto sonhei! Ser de aparência angelical,
roubaste meu coração, deixando-me apaixonado na primeira vez que te vi!
Úrsula ficou emocionada em saber que seu primeiro amor era correspondido, e o Rei
também ficou muito feliz. Então ele perguntou se Tancredo queria se casar com sua filha.
Tancredo disse que sim.
Fernando estava no salão, e sua ira se acendeu ao ver aquilo tudo, pois como foi citado
anteriormente, ele era obcecado por Úrsula, e queria casar-se com ela a qualquer custo.
A noite chegou e Tancredo voltou para a casa de Suzana.
Fernando esperou todo mundo dormir para fazer algo que mudaria o rumo do reino
para sempre. A meia noite, Fernando entrou silenciosamente nos aposentos do rei, e o matou
com uma espada. Ele teve diversos motivos para fazer isso, mas o maior deles, foi ele ter
aprovado o casamento de Úrsula com Tancredo.
Quando amanheceu e os funcionários foram acordar o Rei, viram aquela cena e
ficaram horrorizados. O reino caiu em prantos e procuraram quem assassinou o Rei, mas foi
em vão.
A Rainha, que já estava debilitada por conta de sua doença, acabou piorando quando
soube que seu marido estava morto, e não havia ninguém que consolasse seu coração.
Úrsula ficou muito mal por conta do ocorrido, mas tentou não deixar isso a mostra,
pois queria ser forte por sua mãe.
Fernando então mostrou sua verdadeira face, e parou de fingir.
Disse que não haveria casamento nenhum, e que ninguém saía ou entrava naquele
castelo. Ele começou a mandar em tudo, e escravizou todos os funcionários do reino.
Depois de ter feito todos sofrerem, ele trancou Úrsula e disse que ela iria ficar lá para
sempre, mas só sairia com uma condição, casando-se com ele.
Úrsula então negou o pedido, e foi jogada em uma masmorra. Onde foi maltratada
pelo seu tio. Ele a deixava sem roupas limpas, sem água, e sem comida. O que ele sempre
falava era:
-Se você não vai ser minha, não vai ser de mais ninguém!
Fernando foi atrás de Tancredo, e o escravizou. Disse que faria sofrê-lo por ter tentado
roubar Úrsula dele.
Foram tempos de terror naquele reino. O povo nunca tinha sofrido tanto, como
sofreram nas mãos de Fernando.
...
Túlio voltou para casa assim que soube o que aconteceu, e contou para seu pai o
ocorrido. O cacique imediatamente reuniu os melhores caçadores e os melhores homens de
luta, e foram em direção ao castelo.
Chegando lá eles são surpreendidos com o sofrimento das pessoas, e ficam tristes, pois
já foram escravizados no passado. Aquela situação os deixou muito irritados, e eles entraram
com tudo pelo portão em direção ao castelo.
Começaram então a atacar os soldados que vinham tentar pará-los, e venceram.
Invadiram o castelo e foram atrás de Fernando, mas não o encontraram. Então saíram pelo
castelo em busca de Úrsula e Tancredo.
Depois de muito procurar, encontraram Úrsula debilitada pela sede e pela fome, então
alguns homens ficaram com ela tentando fazê-la melhorar, enquanto o resto foi atrás de
Tancredo.
Encontraram-no no meio dos escravos em um estado deplorável, ele estava muito
ferido, pois Fernando havia o espancado.
Túlio se acendeu em ira, e procurou incessantemente por Fernando, até que o
encontrou nos aposentos da Rainha. Ele estava a maltratando também. Túlio o atingiu com
uma flecha, e ele caiu no chão. Ele até pensou em mata-lo ali mesmo, mas imaginou que
Úrsula e Tancredo quisessem se vingar com suas próprias mãos. E tinha razão.
Fernando foi jogado em uma masmorra, e ficou lá até que Úrsula e Tancredo se
recuperassem para finalmente se vingarem dele.
Uma semana se passou, e eles já estavam totalmente recuperados, e foram até a
masmorra fazer uma visitinha a Fernando.
-Olá, meu querido! Está gostando do conforto desta masmorra?
Fernando olhou para Úrsula com um olhar assustado, pois não esperava que aquela
doce sobrinha procurasse vingança. Mas se enganou, porquê ela queria que ele morresse.
Queria que ele tivesse uma morte lenta e dolorosa.
Úrsula começou amarrando-o com arame farpado. Depois ela enfiou a cabeça dele em
um balde de água, e o deixou lá por um tempinho, depois o tirou.
Logo após vem Tancredo com um alicate, e começa a arrancar os dentes de Fernando.
Fernando entra em desespero, e começa pedir por socorro, mas ninguém parece ligar
para seu sofrimento. Por que será? Rsrs.
Depois de o torturarem, Úrsula planejava esquartejá-lo. Ela queria que ele sofresse até
o fim. Mas Tancredo disse que não seria necessário, pois Fernando já estava nas últimas.
Ele começou a agonizar, e não demorou muito até que desse o último suspiro.
O povo comemorou a morte de Fernando, e tacaram fogo em seu corpo.
Depois que reestabeleceram o reino, Úrsula e Tancredo se casaram, trouxeram
felicidade para o povo novamente, e juraram nunca mais permitir que eles sofressem
novamente.