Projecto Final Reabilitado 3.1

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INSTITUTO POLITÉCNICO INDUSTRIAL DO KILAMBAKIAXI Nº 8056

“NOVA VIDA”

CURSO DE OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL

OCC13AT/GRUPO 1

DIMENSIOANAMENTO DE UMA REDE PREDIAL DE ABSTECIMENTO DE


ÁGUA E DRENAGEM DE UMA RESIDÊNCIA T3+1

Luanda
2022/2023
OCC13AT/GRUPO 1

DIMENSIOANAMENTO DE UMA REDE PREDIAL DE ABSTECIMENTO DE


ÁGUA E DRENAGEM DE UMA RESIDÊNCIA T3+1

Trabalho de conclusão do curso apresentado ao


curso de Técnico de Obras, da coordenação de
Construção civil, do Instituto Politécnico
Industrial Do Kilamba Kiaxi Nº 8056 “Nova
Vida” (IPIKK-NV), como requisito parcial à
obtenção do grau de Técnicos de Obras de
Construção Civil.

Orientador: Professor Castro Samba

Luanda
2022/2023
FICHA CATALOGRÁFICA
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTO
EPÍGRAFE
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Constituição do SPAF...........................................................................................................33


Figura 2- Bomba Hidráulica.................................................................................................................36
LISTA DE TABELA

Tabela 1- Acessórios das tubulações....................................................................................................34


LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

CD- Consumo diário

RGSPPDADAR- Regulamento geral dos sistemas públicos e prediais de distribuição de água


e de drenagem de água residuais
LISTA DE SÍMBOLOS
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................................15
1.1 Problemática.........................................................................................................................17
1.2 Justificativa...........................................................................................................................18
1.3 Objectivos.............................................................................................................................19
1.3.1 Objectivo Geral.............................................................................................................19
1.3.2 Objectivos Específicos..................................................................................................19
1.4 Organização do trabalho.......................................................................................................20
1.5 Metodologia..........................................................................................................................21
1.6 Hipótese................................................................................................................................22
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................................................23
2.1 Enquadramento Histórico.....................................................................................................23
2.2 Legislação.............................................................................................................................23
CAPÍTULO I – SISTEMA PREDIAL DE ÁGUA FRIA (SPAF)........................................................25
1 Sistema predial de água fria..........................................................................................................25
1.1 Etapas de projecto.................................................................................................................26
1.2 Entrada e fornecimento de água fria.....................................................................................27
1.3 Tipos de sistemas de distribuição..........................................................................................27
1.3.1 Sistema de distribuição direito......................................................................................28
1.3.2 Sistema de distribuição indireito...................................................................................28
1.3.3 Sistema de distribuição mista........................................................................................30
1.3.4 Disposições Construtivas..............................................................................................31
CAPÍTULO II – CONSTITUIÇÃO DO SPAF....................................................................................33
2 Partes constituintes de uma instalação predial de água fria...........................................................33
2.1 Tubulações............................................................................................................................33
2.1.1 Acessórios das tubulações.............................................................................................34
2.2 Acessórios do sistema...........................................................................................................35
2.2.1 Válvulas........................................................................................................................35
Bomba Hidráulica.............................................................................................................................36
CAPÍTULO III – RESERVATÓRIO...................................................................................................38
3 Reservatório.................................................................................................................................38
3.1 Os reservatórios no projecto arquitectônico..........................................................................39
3.2 Influências dos reservatórios domiciliares na qualidade da água..........................................40
3.3 Rede de distribuição.............................................................................................................42
3.4 Capacidade e Recomendações..............................................................................................43
3.5 Dispositivos controladores de fluxo......................................................................................44
CAPÍTULO IV – MATERIAIS UTILIZADOS...................................................................................46
4 Materias utilizados........................................................................................................................46
CAPÍTULO V – SISTEMA PREDIAL DE ESGOTO SANITÁRIO (SPES)......................................53
5 Sistema predial de esgoto sanitário...............................................................................................53
5.1 Objectivos.............................................................................................................................53
5.2 Constituição..........................................................................................................................54
5.2.1 Subsistemas do sistema predial de esgoto sanitário......................................................54
5.3 Componetes..........................................................................................................................55
5.3.1 Subsistema de coleta e transporte de esgoto sanitário...................................................55
5.4 Etapas do projecto................................................................................................................57
5.5 Ações sobre os fechos hídricos.............................................................................................59
5.6 Ações decorrentes do escoamento........................................................................................59
3 CONCLUSÃO..............................................................................................................................66
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................................67
1 INTRODUÇÃO

Muito se tem discutido acerca do abastecimento de drenagem das residências, sendo


um serviço por um conjunto de elementos hidráulicos e instalações responsáveis pela junção
de fluídos para o atendimento das necessidades dos moradores de uma comunidade, moradia,
apartamento, empresas ou qualquer área que precise suprir as necessidades recorrentes pela
falta de abastecimento.

Para a elaboração de estudos/projetos na área do saneamento básico, seja de sistema de


tratamento e abastecimento de água ou de drenagem e depuração de águas residuais, é
fundamental proceder a uma avaliação mais correta quanto possível das quantidades de água
necessária e rejeitada, bem como as características da água na origem e após a utilização, e
ainda das características do meio receptor.

Nos estudos/projetos de sistemas de abastecimento de água, a primeira questão que


habitualmente se coloca é a da avaliação das necessidades de água. A quantidade de água
necessária ao abastecimento de uma residência é função de várias condicionantes, como por
exemplo: os diferentes usos que se vão dar a essa água (se é para fins domésticos, industriais,
agrícolas, etc.), O clima da região, os hábitos de higiene das populações, condições
socioeconômicas, circunstâncias locais ou até mesmo das características da água, e não se
trata de um dado estático, apresentando vulgarmente uma tendência de crescimento com o
tempo. Como a ampliação de obras de saneamento básico não é tarefa simples e envolve
custos elevados, as capacidades dos sistemas devem ser determinadas com base em
estimativas das necessidades ao longo de um período de tempo denominado “ horizonte de
projeto” ou “período de vida do projeto”.

Conforme a norma ABNT NBR 5626:1998, dimensionamento é o ato de determinar


dimensões e grandezas para que as instalações de água fria possam garantir o fornecimento de
água de forma contínua, em quantidade suficiente, com pressões e velocidades adequadas
para que o sistema de tubulações e peças de utilização funcione perfeitamente, preservar a
potabilidade da água e garantir o máximo de conforto aos usuários, como evitar a propagação
de ruídos nas tubulações.

Um dos desafios da humanidade foi arquitetar técnicas de transportes de água para


locais onde existia escassez, permitindo o crescimento da população, mas nesse momento, o
desafio que impõe à engenharia, é a preservação da sua qualidade de forma sustentada e
otimizando o seu consumo. Esta necessidade assume ainda maior importância atendendo à
crescente procura desse bem precioso, devido ao crescimento populacional.

O aproveitamento e armazenamento de água pluvial para determinados usos também


poderá contribuir uma solução sustentável no abastecimento em períodos de escassez.

A água é a razão da existência da maior parte das formas de vida que se conhece,
desde sempre, foi um fator essencial no estabelecimento de vida em geral e do homem em
particular. A importância deste líquido fez com que ao longo de milénios fosse verificada uma
evolução nas técnicas de transporte para consumo humano. Apesar desta evolução, verificada
ao longo dos anos de existência da raça humana, foi numa história mais recente, no séc. XX,
que se verificaram os grandes progressos nos sistemas de fornecimento de água, devido à
necessidade de responder ao aumento demográfico verificado em todo o planeta e ao
surgimento de novos materiais, como por exemplo, os polímeros. Também ao nível do projeto
se notou uma grande evolução, devido à descoberta de novas leis hidráulicas, que permitem
otimizar as condições de abastecimento.
1.1 Problemática

Há estudos que provam que as principais causas das patologias nos sistemas prediais
de distribuição de águas e de drenagem se devem às falhas na fase de elaboração do projeto
(quase 50% de incidência) e erros de execução (quase 30%) [Gnipper, 2011].

Os problemas resultam de erros de dimensionamento ou do facto do sistema projetado


não cumprir algum requisito de desempenho, especialmente devido à falta de cumprimento de
prescrições legais, regulamentares e normativas, bem como devido ao incumprimento de boas
práticas de construção e de instalação.

As consequências do mau dimensionamento ou do incumprimento das normas são:

 Níveis de pressão e de caudal inadequados.


 Ruídos.
 Roturas e infiltrações.
 Entupimento e obstruções.

Nesse sentido, por que razão deve ser feito corretamente o dimensionamento de uma
rede predial de abastecimento e drenagem numa residência?
1.2 Justificativa

A água é uma substancia essencial à vida e crucial para humanidade, no entanto,


arquitetar técnicas de transportes para locais pretendidos constitui um dos desafios da
humanidade em especial a engenharia, sem esquecer a preservação da sua qualidade.

A justificativa deste trabalho se deve a uma necessidade de distribuição ou


abastecimento e drenagem correta numa residência, sendo que na realidade a falta do
dimensionamento para instalação hidráulica poderá causar no futuro alguns problemas no
sistema. O nosso trabalho se deve a relatar que antes de qualquer tipo de instalação se faça um
dimensionamento, ou seja, um cálculo, para que a distribuição dos fluídos, ocorra como o
desejado, e com a velocidade certa, este mesmo cálculo nos ajudará ou nos dará o diâmetro
certo para as tubulações.
1.3 Objectivos

1.3.1 Objectivo Geral

 Dimensionar uma rede predial de abastecimento de água e drenagem de uma


residência T3+1.

1.3.2 Objectivos Específicos

 Apresentar as componentes e funcionamento de rede predial de abastecimento e


drenagem residencial.
 Conhecer as normas técnicas para o dimensionamento da rede.
 Identificar os possíveis erros de abastecimento e de drenagem na residência.
1.4 Organização do trabalho
1.5 Metodologia

A metodologia de utilização caracteriza-se pelo estabelecimento de diretrizes gerais


para o funcionamento dos sistemas predial de abastecimento de água e drenagem, sendo uma
abordagem equilibrada com ambos os componentes quantitativo e qualitativo.

Numa primeira instância recolhe-se informações bibliográfica relativa à temática,


através da qual se verificou que e os principais parâmetros a analisar são: Caracterização de
um sistema de abastecimento e distribuição de água potável, seu devido dimensionamento,
manutenção, identificação dos possíveis erros de abastecimento e de drenagem da residência.
Estes parâmetros são específicos para o dimensionamento predial da rede de abastecimento de
água e drenagem, através do qual é possível determinar o funcionamento de correcto dos
sistemas de abastecimento e de drenagem.

O funcionamento dos sistemas é efectuada com recursos as normas NBR-5626, NBR-


8160, NBR-12217 e livros técnicos de engenharia desenvolvidas pela ABNT-Associação
Brasileira de Normas Técnicas, onde são devidamente organizados os dados fornecidos, por
forma a obter uma visão detalhada e objetiva o suficiente para realizar a avaliação dos
sistemas.
1.6 Hipótese
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Enquadramento Histórico

Para o homem a água é muito mais do que um recurso essencial à sua sobrevivência,
ela assume desde sempre um papel central nas várias dimensões do desenvolvimento da nossa
civilização.

No período Neolítico, o homem começou a alterar o seu comportamento nómada e,


devido ao domínio da agricultura, tornou-se sedentário fixando-se em territórios férteis e ricos
em água. A abundância de alimentos fez crescer as populações. Esse aumento populacional a
par da necessidade de abandonar as margens dos rios, onde estavam expostos aos efeitos de
cheias, impôs a criação de sistemas de captação e condução da água até aos locais onde se
fixaram. E assim, nasceu o conceito abastecimento de água.

As evidências da preocupação com a drenagem urbana de águas residuais remontam


há mais de seis mil anos. Descobertas arqueológicas revelam obras espantosas naquela época.

Conhecer a origem e a História das redes de abastecimento e drenagem de águas


residuais, os fatores que influenciaram as escolhas passadas e as suas consequências, permite
no futuro, tomar decisões e conceber soluções mais fundamentadas. Para bem fazer amanhã, é
preciso conhecer o presente e o passado.

2.2 Legislação

Artigo 1.º Objecto

O presente Regulamento tem por objecto os sistemas de distribuição pública e predial


de água e de drenagem pública e predial de águas residuais, de forma que seja assegurado o
seu bom funcionamento global, preservando-se a segurança, a saúde pública e o conforto dos
utentes.

Artigo 3.º Princípios de gestão

1 – A gestão dos sistemas de distribuição de água e de drenagem de águas residuais


deve ser preferencialmente conjunta.
2 – A entidade gestora deve assegurar o equilíbrio económico e financeiro do serviço,
com um nível de atendimento adequado.

Artigo 17.º Fugas e perdas

As fugas de água nos sistemas devem ser avaliadas, não podendo, em caso algum,
admitir-se um valor inferior a 10 % do volume de água entrado no sistema.

Artigo 30.º Natureza dos materiais

1 – As condutas de distribuição de água podem ser de fibrocimento, PVC, betão


armado, polietileno de média ou alta densidade, poliéster reforçado com fibra de vidro, ferro
fundido, aço ou outros materiais que reúnam as necessárias condições de utilização.

2 – Em todos os casos em que as condutas não se encontrem protegidas ou estejam


sujeitas a vibrações, nomeadamente em travessias de obras de arte, o material a utilizar deve
ser ferro fundido dúctil ou aço.

Artigo 31.º Protecção

1 – Sempre que o material das condutas seja susceptível de ataque interno ou externo,
deve prever-se a sua conveniente protecção de acordo com a natureza do agente agressivo.

2 – No caso de protecção interna devem ser usados produtos que não afectem a
potabilidade da água.

Artigo 50.º Medidores de caudal

Os medidores de caudal têm por finalidade determinar o volume de :água que se escoa,
podendo, conforme os modelos, fazer a leitura do caudal instantâneo e do volume escoado ou
apenas deste e ainda registar esses valores.
CAPÍTULO I – SISTEMA PREDIAL DE ÁGUA FRIA (SPAF)

1 Sistema predial de água fria

Sistema predial de água fria é um conjunto de tubulações, equipamentos e dispositivos


destinados ao abastecimento dos aparelhos e pontos de utilização de água da edificação, em
quantidade suficiente, mantendo a qualidade da água fornecida pelo sistema de abastecimento.

O sistema de água fria deve ser separado fisicamente de quaisquer outras instalações
que conduzam água potável, como por exemplo, as instalações de água para reuso ou de
qualidade insatisfatória, desconhecida ou questionável. Os componentes da instalação não
podem transmitir tóxicas à água ou contaminar a água por meio de metas pesados.

A norma que fixa as exigências e recomendações relativas a projeto, execução e


manutenção da instalação predial de água fria é a NBR 5626, da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT). De acordo com a norma, as instalações prediais de água fria
devem ser projetadas de modo que, durante a vida útil do edifício que as contém, atendam aos
seguintes requisitos:

 Preservar a potabilidade da água.


 Garantir o fornecimento de água de forma contínua, em quantidade adequada e com
pressões e velocidades compatíveis com o perfeito funcionamento dos aparelhos
sanitários, peças de utilização e demais componentes.
 Promover economia de água e energia.
 Possibilitar manutenção fácil e econômica.
 Evitar níveis de ruído inadequados à ocupação do ambiente.
 Proporcionar conforto aos usuários, prevendo peças de utilização adequadamente
localizadas, de fácil operação, com vazões satisfatórias e atendendo às demais
exigências do usuário.
1.1 Etapas de projecto

Basicamente, podem se considerar três etapas na realização de um projeto de


instalações prediais de água fria: concepção do projeto, determinação de vazões e
dimensionamento.

A concepção é a etapa mais importante do projeto e é nesta fase que devem ser
definidos: o tipo do prédio e sua utilização, sua capacidade atual e futura, o tipo de sistema de
abastecimento, os pontos de utilização, o sistema de distribuição, a localização dos
reservatórios, canalizações e aparelhos.

A etapa seguinte consiste na determinação das vazões das canalizações constituintes


do sistema, que é feita através de dados e tabelas da Norma, assim como na determinação das
necessidades de reservação e capacidade dos equipamentos.

No projeto das instalações prediais de água fria devem ser consideradas as


necessidades no que couber do projeto de instalação de água para proteção e combate a
incêndios. O dimensionamento das canalizações é realizado utilizando-se dos fundamentos
básicos da hidráulica. O desenvolvimento do projeto das instalações prediais de água fria deve
ser conduzido coexistentemente, e em conjunto, com os projetos de arquitetura, estruturas e
de fundações do edifício, de modo que se consiga a mais perfeita harmonia entre todas as
exigências técnico-econômicas envolvidas.

Os equipamentos e reservatórios devem ser adequadamente localizados tendo em vista


as suas características funcionais, a saber:

 Espaço.
 Iluminação.
 Ventilação.
 Proteção sanitária.
 Operação e manutenção.

Só é permitida a localização de tubulações solidárias à estrutura se não forem


prejudicadas pelos esforços ou deformações próprias dessa estrutura. As passagens através da
estrutura devem ser previstas e aprovadas por seu projetista. Tais passagens devem ser
projetadas de modo a permitir a montagem e desmontagem das tubulações em qualquer
ocasião. Indica-se, como a melhor solução para a localização das tubulações, a sua total
independência das estruturas e das alvenarias.

Nesse caso devem ser previstos espaços livres, verticais e horizontais, para sua
passagem, com aberturas para inspeções e substituições, podendo ser empregados forros ou
paredes falsas para escondê-las.

Segundo a NBR 5626, o projeto das instalações prediais de água fria compreende
memorial descritivo e justificativo, cálculos, norma de execução, especificações dos materiais
e equipamentos a serem utilizados, e a todas as plantas, esquemas hidráulicos, desenhos
isométricos e outros além dos detalhes que se fizerem necessários ao perfeito entendimento
dos elementos projetados; deve compreender também todos os detalhes construtivos
importantes tendo em vista garantir o cumprimento na execução de todas as suas prescrições.
Poderão ou não constar, dependendo de acordo prévio entre os interessados, as relações de
materiais e equipamentos necessários à instalação.

1.2 Entrada e fornecimento de água fria

Uma instalação predial de água fria pode ser alimentada de duas formas: pela rede
pública de abastecimento ou por um sistema privado, quando a primeira não estiver
disponível.

Quando a instalação for alimentada pela rede pública, a entrada de água no prédio será
feita por meio do ramal predial, executado pela concessionária pública responsável pelo
abastecimento, que interliga a rede pública de distribuição de água à instalação predial.

Antes de solicitar o fornecimento de água, porém, o projetista deve fazer uma consulta
prévia à concessionária, visando a obter informações sobre as características da oferta de água
no local de execução da obra. É importante obter informações a respeito de eventuais
limitações de vazão, do regime de variação de pressões, das características da água, da
constância de abastecimento, e outros que julgar relevantes.

1.3 Tipos de sistemas de distribuição

Existem três sistemas de abastecimento da rede predial de distribuição: direto, indireto


e misto.
Cada um desses sistemas apresenta vantagens e desvantagens, que devem ser
analisadas pelo projetista, conforme a realidade local e as características do edifício em que
esteja trabalhando.

1.3.1 Sistema de distribuição direito

A alimentação da rede predial de distribuição é feita diretamente da rede pública de


abastecimento. Nesse caso, não existe reservatório domiciliar, e a distribuição é feita de forma
ascendente, ou seja, as peças de utilização de água são abastecidas diretamente da rede
pública.
Esse sistema tem baixo custo de instalação, porém, se houver qualquer problema que
ocasione a interrupção no fornecimento de água no sistema público, certamente faltará água
na edificação.

Vantagens

 Água de melhor qualidade devido a presença de cloro residual na rede de distribuição.


 Maior pressão disponível devido a pressão mínima de projeto em redes de distribuição
pública ser da ordem de 15 mca.
 Menor custo da instalação, não havendo necessidade de reservatórios, bombas,
registros de boia.

Desvantagens

 Falta de água no caso de interrupção no sistema de abastecimento ou de distribuição.


 Grandes variações de pressão ao longo do dia devido aos picos de maior ou de menor
consumo na rede pública.
 Pressões elevadas em prédios situados nos pontos baixos da cidade.

1.3.2 Sistema de distribuição indireito

No sistema indireto adotam-se reservatórios para minimizar os problemas referentes à


intermitência ou a irregularidades no abastecimento de água e a variações de pressões da rede
pública. No sistema indireto, consideram-se três situações, descritas a seguir.
Vantagens

 Fornecimento de água de forma contínua, pois em caso de interrupções no


fornecimento, tem-se um volume de água assegurado no reservatório;
 Pequenas variações de pressão nos aparelhos ao longo do dia;
 Permite a instalação de válvula de descarga;
 Menor consumo que no sistema de abastecimento direto.

Desvantagens

 Possível contaminação da água reservada devido à deposição de lodo no fundo dos


reservatórios e à introdução de materiais indesejáveis nos mesmos;
 Menores pressões, no caso da impossibilidade da elevação do reservatório;
 Maior custo da instalação devido a necessidade de reservatórios, registros de boia e
outros acessórios.

1.3.2.1 Sistema indireito sem bombeamento

Esse sistema é adotado quando a pressão na rede pública é suficiente para alimentar o
reservatório superior. O reservatório interno da edificação ou do conjunto de edificações
alimenta os diversos pontos de consumo por gravidade; portanto, ele deve estar sempre a uma
altura superior a qualquer ponto de consumo.
Obviamente, a grande vantagem desse sistema é que a água do reservatório garante o
abastecimento interno, mesmo que o fornecimento da rede pública seja provisoriamente
interrompido, o que o torna o sistema mais utilizado em edificações de até três pavimentos (9
m de altura total até o reservatório).

1.3.2.2 Sistema indireito com bombeamento

Esse sistema, normalmente, é utilizado quando a pressão da rede pública não é


suficiente para alimentar diretamente o reservatório superior – como, por exemplo, em
edificações com mais de três pavimentos (acima de 9 m de altura).
Nesse caso, adota-se um reservatório inferior, de onde a água é bombeada até o
reservatório elevado, por meio de um sistema de recalque. A alimentação da rede de
distribuição predial é feita por gravidade, a partir do reservatório superior.

1.3.2.3 Sistema indireito hidropneumático

Esse sistema de abastecimento requer um equipamento para pressurização da água a


partir de um reservatório inferior. Ele é adotado sempre que há necessidade de pressão em
determinado ponto da rede, que não pode ser obtida pelo sistema indireto por gravidade, ou
quando, por razões técnicas e econômicas, se deixa de construir um reservatório elevado.
É um sistema que demanda alguns cuidados especiais. Além do curso adicional, exige
manutenção periódica. Além disso, caso falte energia eléctrica na edificação, ele fica
inoperante, necessitando de gerador alternativo para funcionar.

A escolha por um sistema hidropneumático para distribuição de água depende de


inúmeros fatores, destacando-se os aspectos arquitetônicos e estruturais, facilidade de
execução e instalação das canalizações e localização do reservatório inferior. Muitas vezes,
torna-se mais conveniente a distribuição de água por meio de um sistema hidropneumático,
dispensando-se o uso do reservatório superior. Além dos fatores anteriormente mencionados,
uma análise econômica, que leve em conta todos os custos das partes envolvidas, fornecerá os
elementos necessários para a escolha definitiva do sistema predial de distribuição de água.

1.3.3 Sistema de distribuição mista

No sistema de distribuição mista, parte da alimentação da rede de distribuição predial


é feita diretamente pela rede pública de abastecimento e parte pelo reservatório superior.
Esse sistema é o mais usual e mais vantajoso que os demais, pois algumas peças
podem ser alimentadas diretamente pela rede pública, como torneiras externas, tanques em
áreas de serviço ou edícula, situada no pavimento térreo. Nesse caso, como a pressão na rede
pública quase sempre é maior do que a obtida a partir do reservatório superior, os pontos de
utilização de água terão maior pressão.
Vantagens

 Água de melhor qualidade devido ao abastecimento direto em torneiras para filtro pia
e cozinha e bebedouros;
 Fornecimento de água de forma contínua no caso de interrupções no sistema de
abastecimento ou de distribuição;
 Permite a instalação de válvula de descarga.

Observação:

Geralmente em residências, sobrados, as pias de cozinha, lavatórios, chuveiros, têm


duas torneiras: uma delas, abastecida pela rede pública e a outra, pelo reservatório.

1.3.4 Disposições Construtivas

As redes de abastecimento de águas podem ser colocadas com diferentes disposições


no que se refere a sua localização. As canalizações podem ficar colocadas nos pavimentos,
embutidas nas paredes, instaladas no teto ou instaladas à vista. Em redes prediais novas, o
mais comum é serem colocadas embutidas nas paredes, a cerca de 0.5 m de altura, e quando
necessário colocadas no chão.

Em arranjos e novas canalizações em construções já existentes por vezes é comum as


canalizações ficarem à vista. Nestes casos é necessário ter em conta o material escolhido para
a tubagem, porque, tem de ser resistente à radiação solar, normalmente optasse por colocar
tubagem metálica. No RGSPPDADAR e no Manual são descritas algumas regras e
recomendações que devem ser levadas em conta no momento de montagem da tubagem,
nomeadamente:

 Nas redes de distribuição com canalizações interiores com tubagem à vista, a sua
fixação deve ser adequada ao diâmetro e peso da tubagem. Deve ter em conta as
velocidades máximas esperadas no escoamento de modo a não haver transmissão de
vibrações para o suporte da tubagem, evitando assim problemas no mesmo.
 As canalizações interiores podem ser instaladas em galerias técnicas / pisos técnicos
desde que o mesmo seja acessível e devidamente arejado e iluminado. No entanto o
mais comum em construções novas é serem instaladas em coretes. O acesso as coretes
deve ser possível em cada piso, as tubagens devem estar devidamente fixadas através
de acessórios adequados e deve ser possível aceder a cada tubagem de forma
individual, em caso de ser preciso fazer alguma inspeção ou reparação.
 As tubagens que são embutidas no pavimento devem ser adequadas para esse efeito,
pois ficam sujeitas a cargas e ficam rodeadas de materiais mais agressivos.
Em canalizações embutidas é necessário ter em atenção que as mesmas não devem
ficar revestidas com materiais agressivos nem com um recobrimento inferior a 2cm. Numa
fase anterior, na altura de concepção do traçado, é recomendado seguir algumas
recomendações:
 Desenhar o traçado com a menor extensão possível sem atravessar elementos
estruturais.
 A rede de abastecimento não deve ter um traçado em série, mas sim em paralelo para
permitir que caso alguma conduta se rompa, seja possível cortar o abastecimento
somente a uma parte da rede e não à sua totalidade, permitindo o normal
abastecimento na restante rede.
 O traçado deve ser o mais retilíneo possível, tanto na vertical como na horizontal e ter
uma inclinação mínima de 0.5% e de máxima 1.5% nas tubagens horizontais.
 Todas as zonas de ligação devem ser feitas com recurso a acessórios adequados deve
ser mantida a ortogonalidade e paralelismo em relação a paredes e pavimentos.
 Em zonas em que o abastecimento é de água quente e água fria, a canalização da água
quente deve ficar por cima da canalização da água fria e afastadas a uma distância
mínima de 5 cm.
 As tubagens que se encontram à vista devem estar devidamente identificadas, com
indicação de qual o líquido que circula no seu interior, material de tubagem, pressão,
etc.
CAPÍTULO II – CONSTITUIÇÃO DO SPAF

2 Partes constituintes de uma instalação predial de água fria

Figura 1- Constituição do SPAF

Fonte: Google Modificado

O SPAF do projecto em questão está contituido pelas seguitens partes:

2.1 Tubulações

De um modo geral, as tubulações são as vias no qual transportam a água de um reservatório


até os pontos de utilização. As tubulações estão distribuídas da seguinte maneira:

Alimentador predial: tubulação que liga a fonte de abastecimento a um reservatório


de água de uso doméstico.

Tubulação de recalque: tubulação compreendida entre o orifício de saída da bomba e


o ponto de descarga no reservatório de distribuição.

Barrilete: conjunto de tubulações que se origina no reservatório e do qual se derivam


as colunas de distribuição, quando o tipo de abastecimento adotado é indireto.

Coluna de distribuição: tubulação derivada do barrilete e destinada a alimentar


ramais.
Ramais: tubulação derivada da coluna de distribuição e destinada a alimentar os sub-
ramais.

Sub-ramais: tubulação que liga o ramal à peça de utilização ou à ligação do aparelho


sanitário.

2.1.1 Acessórios das tubulações

Os acessórios das tubulações: são elementos utilizados na união de troços, e


possibilitam as mudanças de direção, as mudanças de diâmetro necessárias ao
desenvolvimento dos seus traçados.

Tabela 1- Acessórios das tubulações

Imagem Funções Acessórios

Curvas de 90o e 45o


Mudar a direcção
Cotovelos de 90o e 45o
de escoamento

Fazer derivações Tês (90o/45o)


na tubulação Cruzetas

Alterar diâmetro
Reduções por bucha
da tubulação

Uniões
Unir tubos entre si
Junção

Fechar
Tampões
extremidades de
Bujões
tubo

Fonte: Modificado do Google


2.2 Acessórios do sistema

2.2.1 Válvulas

São dispositivos mecânicos com a função de estabelecer, controlar e interromper fluxo


de água em uma tubulação.

2.2.1.1 Válvulas de seccionamento

As válvulas de seccionamento devem ser instaladas de forma a facilitar a operação do


sistema e minimizar os inconvenientes de eventuais interrupções do abastecimento. As
válvulas de seccionamento devem ser devidamente protegidas e facilmente manobráveis e
localizar-se, nomeadamente:

 Nos ramais de ligação.


 Junto de elementos acessórios ou instalações complementares que possam ter de ser
colocados fora de serviço.
 Ao longo da rede de distribuição, por forma a permitir escalar áreas com um máximo
de 500 habitantes.
 Ao longo de condutas da rede de distribuição, mas sem serviço de percurso, com
espaçamentos não superiores a 1000 m.
 Cruzamentos principais, em número de três; nos entroncamentos principais, em
número de duas.

2.2.1.2 Válvulas de retenção

As válvulas de retenção devem instalar-se, de acordo com o sentido do escoamento


pretendido, nas tubagens de compressão e/ou de aspiração das instalações elevatórias e,
quando necessário em termos de operação, na rede de distribuição ou em reservatórios. Na
definição e caracterização das válvulas de retenção devem ser determinados o diâmetro e a
pressão a que ficam submetidas, tendo em conta o seu tipo e as condições de abertura e fecho.
2.2.1.3 Válvulas redutoras de pressão

As válvulas redutoras de pressão devem ser instaladas em câmaras de manobra que


garantam protecção adequada e fácil acessibilidade, dispondo a montante de filtro para
retenção de areias e a jusante de manómetro ou dispositivo que permita fácil adaptação do
mesmo, para controlo das pressões. As válvulas redutoras de pressão também devem ser
dotadas de válvulas de seccionamento, a montante e a jusante, e de by-pass com
seccionamento eventualmente amovível, cuja eficiência deve ser permanentemente
assegurada, dispensando-se este no caso de válvulas redutoras instaladas em paralelo.

Bomba Hidráulica

Figura 2- Bomba Hidráulica

Fonte: Modificado do Google

É um dispositivo que adiciona energia aos líquidos, tomando energia mecânica de uma
haste ou de um outro fluído: ar comprimido e vapor são os mais usuais. As formas de
transmissão de energia podem ser: aumento de pressão, aumento de velocidade ou aumento de
elevação – ou qualquer combinação destas formas de energia. Como consequência facilita-se
o movimento do líquido.

Outras máquinas destinadas a adicionar energia aos fluidos na forma de vapor e gases
só são chamadas de bombas apenas eventualmente. Como por exemplos, há a bomba de
vácuo, destinada a esgotar ar e gases, e a bomba de ar, destinada a encher pneumáticos, bolas
de futebol, brinquedos e botes infláveis, etc. as máquinas que se destinam a manusear ar,
gases ou vapores são normalmente chamadas pelos técnicos de “ventiladores ou ventoinhas”,
“sopradores ou compressores”.
CAPÍTULO III – RESERVATÓRIO

3 Reservatório

A NBR 12217/1999 estabelece os critérios de projecto do reservatório de distribuição


de água para o abastecimento público, definido como sendo o elemento do sistema de
abastecimento de água, situado em pontos estratégicos do sistema, destinado a regularizar as
variações entre vazões de adução e distribuição, e condicionar as pressões na rede de
distribuição.
Os reservatórios de distribuição têm como principais finalidades:
1. Regularização da vazão: para atender as variações de consumo, o reservatório recebe
uma vazão constante que corresponde a demanda média do dia de maior consumo de
sua área de influência, a água ficará acumulada n horas em que o consumo é menor
que a média e fornecerá vazões complementares quando a vazão de consumo for
superior a média.
2. Condicionar a pressão na rede de distribuição.
3. Segurança ao abastecimento.
4. Reserva para emergência.

Vantagens

 Pode ser usado por um longo período de tempo.


 Pode auxiliar durante uma emergência caso necessário.
 Visa estimular a exploração de outras fontes, logo que o reservatório há de ter grandes
capacidades de água.
 Fornece segurança ao abastecimento.

Desvantagens

 A manutenção pode custar altos valores, ainda mais se secar.


 A água pode ser contaminada caso não esteja bem fechada e pode prejudicar a saúde e
higiene do usuário.
 Pode prejudicar ambientes e espécies naturais do mesmo.
3.1 Os reservatórios no projecto arquitectônico

Muitos projetos arquitetônicos omitem informações importantes sobre os


reservatórios, como: localização, altura, tipo, capacidade etc. Outros sequer preveem o
reservatório.

O arquiteto deve inteirar-se das características técnicas dos reservatórios para garantir
a harmonização entre os aspectos estéticos e técnicos na concepção do projeto.

Reservatórios de maior capacidade devem ser divididos em dois ou mais


compartimentos (interligados por meio de um barrilete), para permitir operações de
manutenção sem interrupção na distribuição de água. O arquiteto deve também verificar a
necessidade ou não da reserva de incêndio, que deverá ser acrescida à capacidade destinada ao
consumo quando colocada no reservatório superior ou em um reservatório independente.
Além do dimensionamento e da localização dos reservatórios, ele deve prever uma altura
adequada para o barrilete, com facilidade de acesso, para facilitar futuras operações de
manobra de registros e manutenção das canalizações.

Reservatório superior

O reservatório superior pode ser alimentado pelo sistema de recalque ou diretamente,


pelo alimentador predial. O reservatório elevado, quando abastecido diretamente pela rede
pública, em prédios residenciais, localiza-se habitualmente na cobertura, em uma posição o
mais próximo possível dos pontos de consumo, devido a dois fatores: perda de carga e
economia. Nas residências de pequeno e médio porte, os reservatórios, normalmente,
localizam-se sob o telhado, embora possam também localizar-se sobre ele. Quando a reserva
de água for considerável (acima de 2 000 litros), o reservatório deverá ser projetado sobre o
telhado, com estrutura adequada de suporte. Normalmente, nesse tipo de residência, utiliza-se
estrutura de madeira ou de concreto, que serve de apoio para transmissão de cargas às vigas e
paredes mais próximas. Deve-se evitar o apoio (concentração de cargas) sobre lajes de
concreto ou sobre forros. Nos prédios com mais de três pavimentos, o reservatório superior é
locado, geralmente, sobre a caixa de escada, em função da proximidade de seus pilares. Na
execução ou instalação do reservatório elevado, é importante prever a facilidade de acesso,
como a utilização de escadas ou portas independentes. O acesso ao interior do reservatório,
para inspeção e limpeza, deve ser garantido por meio de uma abertura mínima de 60 cm, em
qualquer direção.
Reservatório inferior

O reservatório inferior se faz necessário em prédios com mais de três pavimentos (acima de 9
m de altura), pois, geralmente, até esse limite, a pressão na rede pública é suficiente para
abastecimento do reservatório elevado. Nesses casos, há necessidade de dois reservatórios:
um na parte inferior e outro na superior da edificação, o que também evitará a sobrecarga nas
estruturas. O reservatório inferior deve ser instalado em locais de fácil acesso, de forma
isolada, e afastado de tubulações de esgoto, para evitar eventuais vazamentos ou
contaminações pelas paredes. Quando localizados no subsolo, as tampas deverão ser elevadas
pelo menos 10 cm em relação ao piso acabado, e nunca rentes a ele, para evitar a
contaminação pela infiltração de água. No projeto arquitetônico deve ser previsto um espaço
físico para localização do sistema elevatório, denominado “casa de bombas”, suficiente para a
instalação de dois conjuntos de bomba, ficando um de reserva, para atender a eventuais
emergências.

O sistema elevatório depende da localização do reservatório inferior, pois deve estar


junto a ele. Quanto às bombas, existem dois tipos básicos de disposição, com relação ao nível
de água do poço de sucção: acima do reservatório; em posição inferior, no nível do piso do
reservatório (bomba afogada). A disposição mais comumente utilizada é em nível mais
elevado, que permite melhores condições de manutenção do sistema e de seu próprio abrigo.

3.2 Influências dos reservatórios domiciliares na qualidade da água

Os reservatórios domiciliares têm sido normalmente utilizados para compensar a falta


de água na rede pública, resultante de falhas no funcionamento do sistema de abastecimento
ou de programação da distribuição. É evidente que se o fornecimento de água fosse constante
e adequado, não haveria a necessidade do uso desses dispositivos. Os principais
inconvenientes do uso dos reservatórios domiciliares são de ordem higiênica, por facilidade
de contaminação, do custo adicional e complicações na rede predial e devido ao possível
desperdício de água durante a ausência do usuário.
As consequências da existência dos reservatórios são mais graves para os usuários que
se localizam próximos de locais específicos da rede de distribuição, como pontas de rede,
onde, em geral, a concentração de cloro residual é às vezes inexistente.
Em trabalhos realizados com o fim específico de verificar a influência dos
reservatórios domiciliares das águas de abastecimento, Lima Filho e Murgel Branco
concluíram que as condições sanitárias em que encontram os mesmos são normalmente
responsáveis pela deterioração da qualidade da água. Em geral, a localização imprópria do
reservatório, a ignorância do usuário em relação à conservação do reservatório, a falta de
cobertura adequada e a ausência de limpezas periódicas são os principais fatores que
contribuem para a alteração da qualidade da água. A existência de uma camada de matéria
orgânica e inorgânica no fundo do reservatório provoca um aumento da turbidez e cor, é
responsável pelo consumo da maior parte do cloro residual da água afluente e acarreta a
diminuição do oxigênio dissolvido.
É extremamente importante a limpeza periódica do reservatório (pelo menos duas
vezes ao ano), para garantir a potabilidade da água, a qual pode ser veículo direto ou indireto
para transmissão de doenças. Para essa limpeza, deve-se obedecer aos seguintes requisitos:

 Fechar o registro de entrada de água no reservatório e abrir todas as torneiras da


edificação, deixando que a água escoe por todos os canos existentes.
 À medida que a água escoar, realizar uma limpeza física (retirada de lodo e outros
materiais), escovando o fundo e as paredes da caixa com uma escova reservada
exclusivamente para essa finalidade.
 Abrir o registro de entrada de água e fechar o registro geral de distribuição para encher
novamente o reservatório.
 Realizar a desinfecção, utilizando produtos à base de cloro (normalmente se adiciona 1
litro de hipoclorito de sódio a 11% para cada 1 000 litros de água).
 Tampar o reservatório e deixar essa solução agir durante uma hora (durante esse
período, não se deve utilizar a água para consumo).
 Realizada a desinfecção, abrir o registro geral e todas as torneiras, para esvaziar o
reservatório, deixando a solução de cloro escoar por todos os canos da instalação.
 Antes de utilizar a água para consumo, encher novamente o reservatório com água
limpa e voltar a esvaziá-lo, para eliminar os resíduos de cloro.
 Encher novamente o reservatório para uso normal.
3.3 Rede de distribuição

A rede de distribuição de água fria é constituída pelo conjunto de canalizações que


interligam os pontos de consumo ao reservatório da edificação.
Para traçar uma rede de distribuição, é sempre aconselhável fazer uma divisão dos
pontos de consumo. Dessa forma, os pontos de consumo do banheiro devem ser alimentados
por uma canalização, e os pontos de consumo da cozinha e da área de serviço por outra.
Tal fato se justifica por dois motivos: canalização mais econômica e uso não
simultâneo. Quanto menor for o número de pontos de consumo de uma canalização, tanto
menor será seu diâmetro e, consequentemente, seu custo.

 Barrilete

Barrilete é o conjunto de tubulações que se origina no reservatório e do qual se


derivam as colunas de distribuição. O barrilete pode ser: concentrado ou ramificado. O tipo
concentrado tem a vantagem de abrigar os registros de operação em uma área restrita,
facilitando a segurança e o controle do sistema, possibilitando a criação de um local fechado,
embora de maiores dimensões. O tipo ramificado é mais econômico, possibilita uma
quantidade menor de tubulações junto ao reservatório, os registros são mais espaçados e
colocados antes do início das colunas de distribuição.

 Colunas, Ramais e Sub-Ramais.

As colunas de distribuição de água fria derivam do barrilete, descem na posição


vertical e alimentam os ramais nos pavimentos que, por sua vez, alimentam os sub-ramais das
peças de utilização. Cada coluna deverá conter um registro de gaveta posicionado à montante
do primeiro ramal.
Deve-se utilizar coluna exclusiva para válvulas de descarga para evitar interferências
com os demais pontos de utilização. Entretanto, devido à economia, muitos projetistas
utilizam a mesma coluna, que abastece a válvula para alimentar as demais peças de utilização.
Isso deve ser evitado, principalmente, quando se utilizar aquecedor de água, jamais ligá-lo a
ramal servido por coluna que também atenda a ramal com válvula de descarga, pois o golpe
de aríete acabará por danificar o aquecedor.
A norma NBR 5626 recomenda que nos casos de instalações que contenham válvulas
de descarga, a coluna de distribuição deverá ser ventilada. Porém, é recomendável a
ventilação da coluna independentemente de haver válvula de descarga na rede*. A ventilação
é importante para evitar a possibilidade de contaminação da instalação devido ao fenômeno
chamado retrossifonagem (ver item “Aparelhos passíveis de provocar retrossifonagem”).
Outra razão para ventilar a coluna de distribuição é que nas tubulações sempre ocorrem
bolhas de ar, que normalmente acompanham o fluxo de água, causando a diminuição das
vazões das tubulações. Com a ventilação da coluna essas bolhas serão expelidas, melhorando
o funcionamento das peças de utilização. Também no caso de esvaziamento da rede por falta
de água e, quando volta a mesma a encher, o ar fica “preso”, dificultando a passagem da água.
Neste caso, a ventilação permitirá a expulsão do ar acumulado.

3.4 Capacidade e Recomendações

A NBR 5626 recomenda que a reservação total a ser acumulada nos reservatórios
inferiores e superiores não deve ser inferior ao consumo diário e não deve ultrapassar a três
vezes o mesmo. Os reservatórios com capacidade superior a 1000L devem ser
compartimentados a fim de que o sistema de distribuição não seja interrompido durante uma
operação de limpeza, pois ao se levar um compartimento, o outro garantirá o funcionamento
da instalação. Geralmente é recomendável a seguinte divisão de volume entre os
reservatórios superior e inferior:

 Volume útil do R.S. = 40% do volume total.


 Volume útil do R.I. = 60% do volume total.

Essa divisão é válida quando o volume total a ser armazenado for igual ao CD.
Quando se pretender armazenar um volume maior que o CD, ele deve ser feito no R.I.
Quando for instalado um reservatório hidropneumático não se deve considerar no
cálculo da reservação total o volume desse reservatório, devendo o reservatório inferior ter
capacidade mínima igual ao CD. A reserva para combate a incêndios pode ser feita nos
mesmos reservatórios da instalação predial de água fria, porém, à capacidade para esta
finalidade devem ser acrescidos os volumes referentes ao consumo.
A função do reservatório inferior é armazenar uma parte da água destinada ao
abastecimento e deve existir quando:

 O reservatório superior não puder ser abastecido diretamente pelo ramal alimentador.
 O volume total a ser armazenado no reservatório superior for muito grande
(principalmente em prédios de apartamentos).

O reservatório superior deve ter capacidade adequada para atuar como regulador de
distribuição e é alimentado por uma instalação elevatória ou diretamente pelo alimentador
predial. A vazão do dimensionamento da instalação elevatória e a vazão do dimensionamento
do barrilete e colunas de distribuição são aquelas que devem ser consideradas no
dimensionamento do reservatório superior. Os reservatórios devem ser construídos com
materiais de qualidade comprovada e estanque. Os materiais empregados na sua construção e
impermeabilização não devem transmitir à água, substâncias que possam poluí-la. Devem ser
construídos de tal forma que não possam servir de pontos de drenagem de águas residuais ou
estagnados em sua volta. A superfície superior externa deve ser impermeabilizada e dotada de
declividade mínima de 1:100 no sentido das bordas. Devem ser providos de abertura
convenientemente localizada que permita o fácil acesso ao seu interior para inspeção e
limpeza, e dotados de rebordos com altura mínima de 0,05 m.

3.5 Dispositivos controladores de fluxo

São dispositivos destinados a controlar, interromper e estabelecer o fornecimento da


água nas tubulações e nos aparelhos sanitários. Normalmente, são confeccionados em bronze,
ferro fundido, latão e PVC, satisfazendo as especificações das normas vigentes.
Os mais importantes dispositivos controladores de fluxos utilizados nas instalações
hidráulicas são:

 Torneiras;
 Misturadores;
 Registros de gaveta (que permitem a abertura ou fechamento de passagem de água por
tubulações);
 Registros de pressão (utilizados em pontos onde se necessita de regulagem de vazão,
como chuveiros, duchas, torneiras etc.);
 Válvulas de descarga (presentes nas instalações de bacias sanitárias);
 Válvulas de retenção (utilizadas para que a água flua somente em um determinado
sentido na tubulação);
 Válvulas de alívio ou redutoras de pressão (que mantêm constante a pressão de saída
na tubulação, já reduzida a valores adequados).
CAPÍTULO IV – MATERIAIS UTILIZADOS

4 Materias utilizados

Uma escolha adequada dos materiais, dispositivos e peças de utilização é condição


básica para o bom funcionamento das instalações, pois, mesmo existindo um bom projeto, na
etapa de construção poderá ocorrer uma série de erros que pode comprometer a qualidade da
construção. O conhecimento de alguns aspectos tecnológicos das instalações prediais, visando
à sua adequação aos sistemas construtivos, é de fundamental importância para o projetista.
Para a escolha dos materiais, também é importante a observância da NBR 5626, que
fixa as condições exigíveis, a maneira e os critérios pelos quais devem ser projetadas as
instalações prediais de água fria, para atender às exigências técnicas de higiene, segurança,
economia e conforto dos usuários.
Uma rede de abastecimento de água, é constituída essencialmente por tubulações e
acessórios que permitem o transporte da água de um ponto ao outro. Por tanto é importante
que se faça o estudo destes materiais, com vista à optimização do sistema. A análise destes
materiais deve ser feita em função da constituição dos mesmos suas vantagens e
desvantagens. Assim sendo temos abaixo:

Polietileno (PE)

O tubo de polietileno é um tipo especial de tubo utilizado em tubulações residenciais e


industriais por possuir diversas propriedades que a destacam como a melhor tubulação para
transportes de líquidos presentes no mercado.

A venda do tubo de polietileno é feita em diversos diâmetros que são escolhidas com
base no volume dos líquidos ou gases que irão passar pelo sistema.

O tubo de polietileno possui uma grande durabilidade e resistência, capaz de suportar


por longos períodos de tempo o efeito de agentes abrasivos em causar grandes desgastes na
tubulação. Além da sua maior durabilidade, o tubo de polietileno possui maior flexibilidade
que todos outros tipos de tubo, proporcionando maior facilidde de ultrapassar obstáculos,
necessitando de um número muito menor de conexões do sistema.
Além do tubo de polietileno também existem vários modelos de conexões feitas de
polietileno, que apresentam grande poder de vedação e uma instalação mais fácil, pois podem
ser acopladas sem a necessidade da soldagem termoplástica.

Os diâmetros possíveis para a fabricação do tubo de polietileno são de 20 a 730


milímetros nos tubos em barra, e no tubo de polietileno em bobina, os diâmetros variam de 20
a 125 milímetro.

Para obter maior qualidade e segurança na fabricação de tubos, é necessário se adequar


a uma série de normas previstas na legislação brasileira, neste caso, são utilizadas como
referência as normas ISO 4427, Din 8074, NBR 8417 e 15561.

Vantagens

Os tubos de polietileno oferecem características desejáveis como baixo peso,


resistência à abrasão, resistência à corrosão, resistência ao impacto e flexibilidade superior.

Desvantagem

Apesar das muitas vantagens associadas com os tubos de polietileno, este tipo de tubo
não é resistente à oxidação de ácidos, cetonas e hidrocarbonetos clorados de acordo com
Manufacturers Monthly.

Obs: Luz ultravioleta

De acordo com redes de canalização os tubos de polietileno não devem ser utilizados
em situações que serão expostos diretamente à luz solar, uma vez que podem degradar na
presença de luz ultravioleta.

Policloreto de vinilo clorado (PVC)

Devido sua boa resistência química, aliada à inexistência de odor nem sabor na água, a
suavidade da superfície do tubo passou-se a fabricar PVC para transporte de água potável.

Outra característica do PVC é que é um material rígido, e sua colocação é


acompanhada de uniões. Apresentam normalmente uma cor cinzenta, azulado ou creme.
Contudo, por vezes apresentam-se com outras tonalidades, para combate e resistência às
radiações solares.
Vantagens

 Primeiro, é muito resistente. De facto, o PVC é mais resistente ao desgaste,


intempéries e outros agentes agressivos do que a maioria dos outros materiais usados
para fazer tubos.
 O PVC também é resistente a chamas. Se você queima um tudo de PVC flexível, ele
queima na chama, mas não se queima. Portanto, se a chama for removida, o tudo para
de queimar imediatamente.
 O PVC não permite desenvolvimento bacteriológico em sua superfície.
 O PVC não é influenciado por variações de temperatura.
 É um excelente isolante, pois seu coeficiente de condutividade térmica é muito baixo.
É muito menor que o do alumínio.
 É leve e muito fácil de instalar.
 Tubo de PVC facilmente maleável.
 Está disponível transparente e, em várias cores.
 É muito fácil de manter. Use um detergente convencional dissolvido em água para
limpar seus tubos de PVC.
 PVC não é poroso.
 PVC não contém chumbo.
 Tubos de PVC são 100% recicláveis. Eles são ecológicos porque respeitam o meio
ambiente.

Desvantagens

Além de suas muitas vantagens, o PVC também tem algumas desvantagens.

 O PVC fica amarelo com o tempo (após vários anos), diferentemente das mangueiras
flexíveis usadas em um sistema de tubulação de aço inoxidável.
 Torna-se tóxico em caso de incêndio.
 Sua aparência plástica não possui design muito bonito.
 É mais indicado para água fria, podendo suportar até 25oC.
 Fragilidade: o tubo de PVC é bastante frágil em comparação com outras matérias,
deve ser bem protegido durante a instalação para ser durável.
 Dilatação: algumas regras de implantação devem ser levadas em consideração para
garantir uma boa adaptação da instalação. De fato, sob o efeito da temperatura, o PVC
se expande fortemente e, por tanto, pode causar vazamento nos canos e problemas na
rede se não for instalado correctamente.

Aço inoxidável (aço inox)

A descoberta do aço inox remonta aos inícios do século passado, quando Harry
Brearley foi encarregado de investigar uma liga metálica que apresentasse uma maior
resistência ao desgaste que danificava as armas de fogo. Brearley acabou por não ter sucesso
relativamente ao objecto da sua investigação. Contudo acabou por descobrir uma liga com
uma boa capacidade de resistência à corrosão. Desde então o aço inox tem vindo a ser
utilizado, devido às suas boas propriedades higiénicas e estéticas.

Vantagens

 Resistência à corrosão e rigidez;


 Utilizadas tanto para abastecimento de água quente, como também para redes de
combate a incêndios;
 Durabilidade;
 Diâmetros variados.

Desvantagens

 Pode não ser capaz de resistir a elevadas temperaturas.


 Deve-se evitar proximidade com o cobre, devido a fenómenos de corrosão das peças.
 Peso.
 As ligações devem ser feitas apenas por acessórios do mesmo material.
 Perdas de cargas.

Aço galvanizado
O tubo de aço galvanizado, fabricado sobre rígidos padrões de segurança
regulamentares por órgãos fiscalizadores, é sinônimo de eficiência e alta qualidade. Utilizado
em diversos sectores e com múltiplas aplicações, oferece versatilidade e óptimo custo. O aço
galvanizado é um produto que passa pelo processo de galvanização (o acto de revestir o aço
com uma camada de zinco bem fina, a fim de optimizar a sua resistência anticorroziva).

Vantagens

 É resistente à corrosão.
 A sua durabilidade.
 É um material reciclável.
 Pode ser misturado com outras matérias.
 É económico.
 Resiste a temperaturas extremas.

Desvantagens

 Não é um bom isolante acústico.


 Não pode ser usado para todos os tipos de projectos
 O revestimento do zinco eventualmente pode criar ferrugem o que iniciaria um
processo de oxidação entre si.
 Para materiais que estarão expostos ao tempo o ideal que seja coberto com pintura
especial anticorrosiva para evitar a oxidação.
 Estruturas em contacto com a água e ventos necessita um tratamento com tinta
anticorrosiva a cada 5 ou 10 anos.

PPR

O tubo PPR é feito de polipropileno Copolímero Random tipo 3, que é uma resina
derivada de um processo químico. Sua superfície é muito lisa, o que facilita a condução de
água e o protege de características importantes como a corrosão. O tubo é contínuo e não
requer nenhum tipo de conexão tradicional, como rosqueamento, soldagem. Por meio da fusão
a quente, os materiais são misturados para garantir sua conexão, pois a extremidade do tubo e
a parte interna da conexão são aquecidas a 260 oC, conseguindo essa fusão entre os
componentes. Vale ressaltar que a tecnologia empregada neste material garante resultados e
benefícios surpreendentes em seu trabalho.

Cuidados necessários nas instalações em PPR

Para garantir que a sua instalação em PPR seja adequada verifica se a linha pode ser
dobrada no calor ou no frio. O material deve ser um óptimo desenvolvimento em condições
de grandes temperaturas, mas é preciso isolar termicamente a tubulação.

Quando a obra requisitar que a tubulação PPR seja colocada em paredes profundas, ela
deve ser colocada em profundidade mínima igual ao diâmetro da tubulação, com uma
cobertura de cimento da instalação PPR.

Se a parede por outro lado, for estreita aumente a largura para que haja um espaço
entre as tubulações. Quando a obra precisa de instalações PPR suspensa, devem-se usar
suportes fixos ou deslizantes, assim estas peças compensam as dilatações que são feitas
durante o tempo de vida precisas das instalações.

A linha PPR atende às especificações exigidas pela Norma NBR 7198:1993 – projeto
e execução de instalações prediais de água quente e às especificações da Norma NBR
15813:2010 – sistemas de tubulações plásticas para instalações prediais de água quente e fria.

Vantagens

 Mais durabilidade.
 Mais potabilidade.
 Mais isolamento térmico.
 Mais resistência a baixas temperaturas.
 Mais resistência ao impacto.
 Mais resistência a correntes galvânicas.
 Mais desempenho em zonas sísmicas.
 Mais praticidade na instalação.
 Menos perda de carga.
 Menos ruídos nas instalações.
 Isenta de corrosão.

Desvantagens

 Necessita de ferramentas para instalação.


 Exige o uso de isolamento térmico.
 Juntas de dilatações para instalações em água quente.

Qualquer que seja o material escolhido para a instalação, é importante verificar se


obedecem a alguns parâmetros fixados pelas normas brasileiras. Portanto, ao comprar tubos e
conexões, deve-se verificar se eles contêm a marcação com o número da norma ABNT
correspondente e a marca do fabricante.
A falta de observância das normas, bem como deficiências no material e na mão de
obra, aliada à eventual negligência dos projetistas e construtores, pode comprometer a
qualidade da obra e gerar vícios construtivos.
CAPÍTULO V – SISTEMA PREDIAL DE ESGOTO SANITÁRIO (SPES)

5 Sistema predial de esgoto sanitário

Chama-se SPES ao conjunto de tubulações interligados a todos os aparelhos sanitários


da edificação e dos acessórios destinados a coletar e a conduzir as águas servidas e dejetos do
esgoto sanitário à uma rede pública de coleta ou sistema particular de tratamentos (fossas
sépticas).

A importância do Sistema Predial de Esgoto Sanitário na construção civil relaciona


não apenas com as primordiais necessidades relativamente à higiene e saúde, mas também
com as evolutivas noções de conforto, impostas por um dinâmico comportamento social.
Neste cenário encontra-se o projetista, cuja missão é atender aos anseios sociais, em meio a
emergentes avanços tecnológicos e à necessidade ímpar de racionalização, questões estas
singulares na competitiva estrutura económica estabelecida. Isto posto, é oportuno supor que
o projetista necessite de informações básicas relativas a modernas metodologias de
dimensionamentos, às inovações tecnológicas, assim como dos princípios teóricos que
sustentam tanto o convencional quanto o novo.

5.1 Objectivos

Regidas pela NBR 8160, sistema predial de esgoto sanitário (SPES) é um conjunto de
tubulações e acessórios, o qual destina-se a coletar e conduzir o esgoto sanitário a uma
rede pública de coleta ou sistema particular de tratamento. Além desta função básica, de
acordo com a norma NBR 8160, alguns objetivos específicos do projeto de instalação
sanitária, são:

 Permitir o rápido escoamento dos esgotos.


 Permitir a desobstrução das tubulações.
 Vedar a passagem de gases e animais das tubulações para o interior das edificações.
 Impedir a poluição ambiental, principalmente dos mananciais de água.

A contaminação da água de consumo deve ser evitada, protegendo-se tanto o interior


dos sistemas de suprimento, como os ambientes receptores. A necessidade de viabilizar o
rápido e seguro escoamento do esgoto sanitário, assim como garantir o funcionamento
adequado dos fechos hídricos, deve ser considerada desde a concepção do SPES. A
velocidade do escoamento nos trechos horizontais está associada à eficiência no transporte
dos materiais sólidos, evitando que estes venham se depositar no fundo das tubulações. Nos
trechos verticais, a velocidade do escoamento influencia significativamente nas pressões
pneumáticas desenvolvidas no interior das tubulações. Já os fechos hídricos funcionarão
adequadamente se os mesmos não se romperem, uma vez que os mesmos impedem que os
gases no interior das tubulações penetrem no ambiente, conforme já comentado. Esta
condição de não rompimento será garantida se as variações das pressões pneumáticas no
interior do sistema forem limitadas, conforme o clássico trabalho de WILY EATON (1965).
A separação absoluta do SPES em relação ao sistema predial de águas pluviais deve ser
garantida, assegurando a inexistência de ligação entre tais sistemas.

5.2 Constituição

5.2.1 Subsistemas do sistema predial de esgoto sanitário

O SPES pode ser dividido nos seguintes subsistemas:

 Coleta e transporte de Esgoto Sanitário.


 Ventilação.

O subsistema de coleta e transporte é composto pelo conjunto de aparelhos sanitários,


tubulações e acessórios destinados a captar o esgoto sanitário e conduzi-lo a um destino
adequado.

O subsistema de ventilação, por sua vez, consta de um conjunto de tubulações e/ou


dispositivos destinados a assegurar a integridade dos fechos hídricos, de modo a impedir a
passagem de gases para o ambiente utilizado, assim como conduzir tais gases à atmosfera.

Outra classificação que tem sido frequentemente utilizada considera o sistema de


aparelhos sanitários independente do de esgoto sanitário, já que o mesmo consiste em uma
interface entre aqueles dois sistemas.
5.3 Componetes

5.3.1 Subsistema de coleta e transporte de esgoto sanitário

Aparelhos Sanitários

Com a função básica de coletar os dejetos, os aparelhos sanitários devem proporcionar


uma utilização confortável e higiênica por parte do usuário. Entre os aparelhos sanitários
usuais encontram-se a bacia sanitária, o bidê, o lavatório, a banheira, etc.

Desconectores

Um desconector tem por função, através de um fecho hídrico próprio, vedar a


passagem de gases oriundos das tubulações de esgoto para o ambiente utilizado. Tal
contenção ocorre através da manutenção do referido fecho hídrico por meio do controle das
ações atuantes sobre o mesmo. Entre estas ações, vale citar a auto sifonagem, a sifonagem
induzida, a sobrepressão e a evaporação. Exemplos de Desconectores são caixa sifonada, o
ralo, sifonado e os sifões.

As caixas sifonadas recebem o esgoto de vários ramais de descarga, encaminhando-os


para o tubo de queda, através de um ramal de esgoto.

Tubulações

As tubulações do sistema predial de esgoto sanitário compreendem os ramais de


descarga e de esgoto, tubos de queda, subcolectores e coletores. Suas respetivas definições
são as seguintes:

 Ramal de descarga – Tubulação que recebe diretamente os efluentes dos aparelhos


sanitários;
 Ramal de esgoto – Tubulação, usualmente horizontal, que recebe efluentes dos ramais
de descarga, diretamente, ou através de um desconector (caixa sifonada por exemplo);
 Tubo de queda – Tubulação vertical para a qual se dirigem os efluentes dos ramais de
esgoto e de descarga;
 Subcoletor – Tubulação horizontal que recebe efluentes dos tubos de queda e/ou dos
ramais de esgoto;
 Coletor – É a tubulação horizontal que se inicia a partir da última inserção do
Subcoletor (ou ramal de descarga ou ramal de esgoto) e estende-se até o coletor
público ou sistema particular de tratamento e disposição de esgoto.

Conexões

Elementos cuja função é interligar tubos, tubos e aparelhos sanitários, tubos e


equipamentos, além de viabilizar mudanças de direção e diâmetro da tubulação. São exemplos
o Tê, o cotovelo, a junção simples, curvas, etc, nos mais variados diâmetros.

Os desvios na horizontal das tubulações do sistema de esgoto sanitário devem ser


efetuados com peças com ângulo central igual ou inferior a 45.

Caixas de Gordura

Trata-se de um dispositivo complementar, cuja finalidade é a retenção de substâncias


gordurosas contidas no esgoto

Dispositivos de Inspeção

São elementos complementares, através dos quais tem-se acesso ao interior do


sistema, de maneira a possibilitar inspeções e desobstruções eventuais. A caixa de inspeção e
as conexões com umas das derivações com um plug ou com um cap são dispositivos de
inspeção bastante usados.

Subsistema de Ventilação

O subsistema de ventilação pode ser composto apenas de ventilação primária ou pelo


conjunto de ventilação primária e secundária.

A ventilação primária constitui-se no prolongamento do tubo de queda além da


cobertura do prédio, denominado tubo ventilador primário, enquanto que a ventilação
secundária consiste de ramais e colunas de ventilação ou de apenas colunas de ventilação.
Não obstante, a ventilação secundária pode ser configurada também pela utilização de
dispositivos de admissão de ar, os quais podem substituir ramais e colunas de ventilação,
conforme FERNANDES (1993). A eficiência deste sistema será satisfatória na medida em
que os fechos hídricos sejam preservados. As definições deste sistema são as seguintes:

 Tubo Ventilador Primário – É o prolongamento do tubo de queda além da cobertura


do prédio, cuja extremidade deve ser aberta à atmosfera;
 Ramal de Ventilação – Tubulação que conecta o desconector, ramal de descarga ou
ramal de esgoto à coluna de ventilação;
 Coluna de Ventilação – Tubulação vertical que abrange um ou mais andares, com a
extremidade superior aberta ou conectada a um barrilete de ventilação
 Barrilete de Ventilação – Consta de uma tubulação horizontal aberta à atmosfera, na
qual são conectadas as colunas de ventilação, quando necessário;
 Dispositivos de Admissão de Ar – Elementos cuja finalidade é a atenuação das
flutuações das pressões pneumáticas desenvolvidas no interior das tubulações.

5.4 Etapas do projecto

Concepção

É a parte mais importante. Nela ocorre a maioria das análises e decisões do projetista.
Nesta etapa são importantes os conhecimentos, a experiência e os critérios adotados pelo
engenheiro. Deve-se, portanto:

 Identificar os pontos geradores de:

Águas servidas (aquelas que foram usadas para fins higiênicos e que não contêm dejetos)

Águas negras ou imundas (aquelas que contêm dejetos provenientes de vasos sanitários)

Águas com gorduras (aquelas provenientes de pias de cozinha, pias de despejo, e que contêm
gorduras).

 Definir e posicionar os desconectores:

Sifões, caixas sifonadas e ralos sifonados.

Caixas retentoras.
 Definir o sistema de ventilação:

É composto pelos ramais de ventilação e pela coluna de ventilação. Sua finalidade é proteger
os fechos hídricos dos desconectores de se romperem por aspiração (vácuo) ou compressão
(pressão) e encaminhar os gases emanados da fossa ou coletor público para a atmosfera.

 Posicionar os tubos de queda:

Do esgoto primário.

De gordura.

Para evitar que os tubos de queda estrangulem a seção das vigas, pode-se posicioná-los em
mochetas (pilares falsos, criando espaço para passagem de canalizações verticais de água,
esgoto, telefone, gás) ou adotar shafts (sistema que utiliza placa cimentícia impermeabilizada,
perfis metálicos, tratamentos de juntas invisíveis e fixadores auto perfurantes).

 Definir o acesso à tubulação:

Caixas de inspeção.

Poços de visita.

Caixas de gordura.

Todo trecho de tubulação de esgoto deve ter, no mínimo, um ponto de acesso, para fins de
inspeção e desobstrução.

 Definir o destino do esgoto:

Coletor público

Tratamento e destino particular.

Tipos de escoamentos no SPES

Os tipos de escoamentos que se estabelecem em um sistema predial de esgoto sanitário


variam por trechos da configuração. Com relação ao subsistema de coleta e transporte do
esgoto sanitário, nos trechos horizontais (ramais de descarga e de esgoto, subcolectores e
coletores) admite-se que o escoamento seja em canal. Nos trechos verticais (tubo de queda), o
escoamento é anular, isto é, uma lâmina de água escoa pelas paredes do tubo em forma de
anel e, no interior deste, há escoamento de ar.
Quanto ao subsistema de ventilação, admite-se que o escoamento de ar se desenvolva
sob regime permanente e forçado.

Estabelecimento da Velocidade Terminal

O escoamento de esgoto no tubo de queda é considerado nulo, isto é, o esgoto escoa


no formato de um cilindro oco, aderido à parede do tubo. A velocidade de escoamento deste
cilindro é crescente até atingir um valor máximo e constante, a qual é denominada velocidade
terminal. A distância ao longo do eixo do tubo de queda, entre o ramal mais a jusante que está
contribuindo (de cima para baixo) e o ponto onde o escoamento atinge a velocidade terminal é
denominado comprimento terminal. Este comprimento é relativamente curto, situando-se
normalmente entre 3,0 e 4,0 m. A determinação da velocidade e comprimento terminais é
importante para a estimativa das vazões de ar no núcleo do tubo de queda.

5.5 Ações sobre os fechos hídricos

5.6 Ações decorrentes do escoamento

O escoamento do esgoto nas tubulações horizontais deve ser a conduto livre e nos
trechos verticais deve ser anular, uma vez que deve ser evitado o desenvolvimento de cargas
hidrostáticas no interior das tubulações, conforme WILY EATON (1965). Estas restrições
também podem evitar distúrbios excessivos das pressões pneumáticas no interior do sistema,
que podem ter origem nos fenômenos de auto-sifonagem, sifonagem induzida e sobrepressão.
A auto sifonagem atua sobre um fecho hídrico quando através desde ocorre uma descarga.
Nesta situação, desenvolve-se uma depressão a jusante do fecho hídrico, o qual poderá ser
rompido, dependendo da magnitude desta depressão.
Procedimentos e cuidados na execução dos sistemas prediais de esgoto sanitário

Juntas

Todas as juntas executadas nas tubulações, e entre as tubulações e os aparelhos


sanitários devem ser estanques ao ar e à água devendo assim permanecer durante a vida útil.

As instruções dos fabricantes devem ser sempre observadas de forma a se obter uma
junta eficaz.

Nenhum material utilizado na execução de juntas deve adentrar nas tubulações de


forma a diminuir a seção de passagem destas tubulações. As juntas e as tubulações devem
estar de tal forma arranjadas que permitam acomodar os movimentos decorrentes de efeitos de
dilatação térmica, tanto da estrutura do prédio como do próprio material da instalação.

É vedada a confecção de juntas que deformem ou venham a deformar fisicamente os


tubos ou aparelhos sanitários, na região de junção entre as partes, como por exemplo, fazer
bolsa alargando o diâmetro do tubo por meio de aquecimento.

Proteção e fixação

Partes ou componentes da instalação que permaneçam externamente (instalação


aparente) e requeiram proteção contra corrosão atmosférica devem ser fixadas de tal maneira
que o acesso seja livre em volta das mesmas, de forma a se poder aplicar tinta ou outro tipo de
revestimento protetor; a distância mínima livre ao redor deve ser igual a 30 mm, sendo que
todos os fixadores devem estar alinhados e fixos rigidamente ao corpo da edificação.

O método de fixação das instalações deve considerar os movimentos causados por


variação de temperatura, principalmente quando se utiliza tubos ou peças de material plástico,
fibra de vidro e de cobre.

Quando tubos destes materiais atravessam paredes ou pisos, devem ser protegidos por
material que absorva as movimentações.

Quando a tubulação atravessar paredes e pisos no sentido transversal, as mesmas


devem ser protegidas com material inerte.

As tubulações devem ser fixadas de forma que não sofram danos causados pela
movimentação da estrutura do prédio ou por outras solicitações mecânicas.
O método de fixação das tubulações deve ser tal que possibilite garantir a declividade
de projeto das tubulações.

O intervalo entre os dispositivos fixadores varia conforme o material da tubulação, e


deve ser tal, que não provoque, ao longo do desenvolvimento da mesma, trechos passíveis de
acumulação de esgoto e ou contra declividades.

Todo cuidado deve ser tomado para proteger as tubulações e aparelhos sanitários
durante execução da obra e prevenir a entrada de materiais estranhos para o interior das
mesmas.

Quando o método de junção entre as tubulações for executado por meio de junta
elástica (anel “O-ring”) deve-se fixar a tubulação de forma a prevenir a ocorrência de
deflexão nas juntas.

É recomendável o não carregamento nas tubulações de qualquer carga externa,


temporária ou permanente, durante ou após a execução da obra.

Todas as tampas dos acessos para inspeção e limpeza devem estar colocadas e fixadas
nos respectivos dispositivos de inspeção.

Todas as aberturas devem ser devidamente protegidas por peças ou meios adequados e
assim permanecerem durante toda a execução da obra.

Métodos usuais de desentupimento

Entupimento parcial ou total devido a materiais inadvertidamente lançados no sistema


predial de esgoto, tais como toalhas de papel e absorventes higiênicos, podem ser removidos
pela ação de vara ou arame, introduzido pelo ponto de acesso, à montante, mais próximo do
local de entupimento.

Bombeamento é o método mais simples de desobstrução de pequenos entupimentos


em pias e bacias sanitárias. Consiste no uso de uma bomba de borracha adequada para cada
tipo de aparelho sanitário. A ação da bomba provoca impulsos de pressão que expulsam os
detritos acumulados na tubulação.

Desbloqueamento com haste flexível é um método tradicional de desentupimento,


existindo uma grande variedade de pontas para as hastes, para promover a desobstrução das
tubulações. Estas pontas podem ter o formato de lâminas, tampões ou escovas dependendo do
tipo de serviço a ser realizado. Este método é adequado para tubos a partir de DN 75 pois é
necessária certa flexibilidade na introdução da haste na tubulação. A operação pode ser feita
manualmente e também há versões mecanizadas que realizam a rotação da haste.

Martelo pneumático pode ser eficazmente utilizado para remoção de obstruções nas
tubulações, desde que observadas as limitações do método e do funcionamento do martelo
pneumático propriamente dito. O princípio de funcionamento consiste na aplicação de um
golpe de pressão (ar comprimido) em uma coluna de água, este impacto gera uma onda de
choque, que é transmitida pela água até o local de entupimento, onde provocará o
deslocamento e remoção da obstrução causadora do entupimento. É recomendado o uso
criterioso deste método, observando-se as características da instalação com relação à
resistência a golpes de pressão. Geralmente restringe-se à remoção de obstruções causadas por
materiais depositados do tipo gorduras, papel saturado, sabão e outros.

Raspagem pode ser realizada em tubulações a partir de DN 100 quando sua seção
interna se encontra muito diminuída devido a incrustações (gordura, precipitado e outros).
Deve-se observar o tipo de material constituinte das tubulações, antes de realizar a raspagem,
de forma a evitar danos nas mesmas. No método mecanizado, é introduzido na tubulação uma
haste flexível com ferramenta de lâminas cortantes, que despedaçarão as obstruções no
interior da tubulação. No método manual é similarmente introduzida uma haste com lâminas
de perfil afilado para raspagem do material acumulado no interior da tubulação.

Limpeza química consiste no derramamento para o interior das tubulações de


substâncias químicas que reajam com a matéria acumulada na obstrução. Este método deve
ser utilizado criteriosamente pois pode causar danos tanto no operador como nas tubulações.
Usualmente são utilizadas substâncias à base de soda cáustica que em contato com a água
liberam calor que ajuda no processo de desentupimento.

O sifão geralmente pode ser desentupido por bombeamento ou outro dispositivo


pressurizador. Sifões metálicos ou de plástico, do tipo P ou garrafa possuem acesso para
limpeza de suas partes interiores. Os ramais de descarga destes aparelhos podem ser
desentupidos pela introdução de haste flexível na tubulação.

Obstruções em coletores prediais podem ser localizadas pelas peças de inspeção. As


peças devem ser abertas e a que estiver seca ou parcialmente seca, mais próxima do local de
entupimento, é aquela pela qual deve-se introduzir uma haste flexível para desentupir a
tubulação. Em tubos de queda existem peças de inspeção que permitem realizar serviço
similar.
Bacias sanitárias podem ser desentupidas pelo meio mais simples e eficaz, que é o uso
de uma bomba de borracha, que pressuriza o sifão da bacia promovendo a desobstrução. Há
também hastes suficientemente flexíveis para também passar pelo sifão da bacia e desobstruir
o ramal. A limpeza química se aplica quando há material precipitado junto das paredes
internas da bacia.

Cuidados mínimos na manutenção

Tubos em ferro fundido ou aço carbono apresentam tendência de corrosão nas partes
internas, principalmente nas juntas e desvios. Estas regiões devem ser protegidas por material
que iniba esta forma de deterioração.

Quando tampas de dispositivos de acesso forem removidas, recomenda-se proceder a


avaliação das peças e componentes de vedação e, caso necessário, a substituição antes do
fechamento das tampas.

Quando da utilização de produtos químicos para a descamação interna de tubulações,


deve-se identificar claramente quais são os materiais das mesmas, de forma a garantir que o
produto utilizado não venha a danificar o tubo devido à ação química.

Devidas precauções devem ser observadas quando se utiliza métodos de


desentupimento que envolvam ar ou água à pressão elevada, pois pode danificar partes da
instalação.

As varas ou arames utilizados para desentupimento manual de tubulações devem ser


suficientemente flexíveis para passar através das tubulações sem danificar as superfícies
internas dos tubos e qualquer outra peça do sistema predial de esgoto.

Métodos de desentupimento que utilizem equipamentos mecanizados devem ser


somente operados por pessoal treinado e habilitado. As tubulações devem também ser
antecipadamente identificadas de forma a se utilizar as ferramentas de desobstrução
compatíveis com o material constituinte das tubulações.

Quando da renovação de pintura identificadora do sistema predial de esgoto,


recomenda-se manter a mesma tonalidade utilizada para o resto do sistema.
Segurança na manutenção

O trabalho que envolve a remoção de obstruções do interior das tubulações e aparelhos


sanitários requer compreensão suficiente do problema ocorrido e habilidade técnica no
manuseio de equipamentos e produtos de desentupimento e limpeza.

Todo cuidado deve ser tomado para evitar acidentes envolvendo o operador e também
para não causar danos aos aparelhos sanitários e ao sistema predial de esgoto.

Equipamentos de proteção individual, tais como luvas e óculos protetores, devem ser
utilizados pelo pessoal que realiza serviços de manutenção, principalmente quando do uso de
substâncias químicas.

Ao final do uso de substâncias químicas, todas as superfícies expostas dos aparelhos


sanitários devem ser lavadas com detergentes para remover qualquer ácido ou outra
substância química que possa vir a lesar o usuário do aparelho.

Acabamentos decorativos devem ser protegidos quando da realização dos serviços de


manutenção.

Quando do desentupimento de tubulações utilizando-se martelo pneumático, deve-se


precaver contra os possíveis contragolpes que possam ocorrer e machucar o operador. O
contragolpe ocorre quando a obstrução reage à onda de choque, e neste caso também pode
provocar danos nas instalações, pois os tubos e aparelhos podem não comportar o impacto.
Quando houver, a montante da região de entupimento, uma peça de inspeção aberta, poderá
ocorrer a expulsão de esgoto, quando do impacto causado pelo martelo pneumático, atingindo
as paredes, teto e outras partes da edificação. Neste caso deve-se proteger esta saída de forma
a garantir a saída do esgoto sem danificar as partes interiores da edificação.

Inspeção periódica

É recomendado o planejamento de inspeções periódicas no sistema predial de esgoto


com vistas a detectar os defeitos que venham a ocorrer em função do uso indevido e ao
próprio tempo de uso das instalações.

Recomenda-se a confecção de roteiros de inspeção nos principais pontos críticos do


sistema, que podem ser identificados no projeto, e a correção destes roteiros é feita ao longo
do tempo, visando melhor adaptar a característica de funcionamento do sistema.
Para cada serviço de manutenção realizado recomenda-se o preenchimento de uma
ficha de manutenção, que servirá de subsídio para o planejamento de futuras manutenções.
Estas fichas devem ser arquivadas de forma sistematizada e serem de conhecimento dos
responsáveis pelos serviços de manutenção na edificação.

Condições exigíveis

1. Todo o sistema de esgoto sanitário, incluindo o sistema de ventilação, seja novo ou


existente que tenha sofrido modificações ou acréscimos, deve ser inspecionado e
ensaiado antes de entrar em funcionamento.
2. Após concluída a execução, e antes dos ensaios, deve ser verificado se o sistema se
encontra adequadamente fixado e se existe algum material estranho no seu interior.
3. Depois de feita a inspeção final e antes da colocação de qualquer aparelho sanitário, a
tubulação deve ser ensaiada com água ou ar, não devendo apresentar nenhum
vazamento.
4. Após a colocação dos aparelhos sanitários, o sistema deve ser submetido a ensaio final
de fumaça.
3 CONCLUSÃO
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Baptista, F. (2011). Instituto Superior Técnico de Lisboa. Lisboa.

José de Sá Marques, J. d. (2011). Hidáulica Urbana. Coimbra.

Pimentel, L. (2016). Patologias nos sistemas prediais. Lisboa.

Silva, P. (2015). Faculdade de Engenharia. Porto: Universidade de Porto.

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