Unid 22 - Nulidade - Roteiro LMM
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1. Introdução
- tipicidade das formas e legalidade processual penal;
- a forma processual numa dimensão garantista (“é, ao mesmo tempo, limite de
poder e garantia para o réu”1).
1 LOPES JÚNIOR, Aury. Direito Processual Penal. 09 ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 1133.
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a) Quanto ao fundamento
- absoluta: violação de regra a tutelar prioritariamente o interesse público (interesse
de ordem pública);
- relativa: violação de regra a tutelar prioritariamente o interesse das partes
(interesse de ordem privada).
c) Quanto ao prejuízo
- absoluta: presunção do prejuízo;
- relativa: necessária comprovação do prejuízo.
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f) Quanto ao saneamento
- absoluta: insanável;
- relativa: sanável (art. 572 do CPP).
2.2. Crítica
- baixo desenvolvimento teórico e elevado grau inquisitorial (autoritário) das
nulidades processuais penais no Brasil, o que demanda uma completa revisão
principiológica a minimizar as nefastas consequências do sistema inquisitório e a
proteger os direitos fundamentais do acusado.2
2 GLOECKNER, Ricardo Jacobsen. Nulidades no Processo Penal. 03 ed. São Paulo: Saraiva, 2017, pp.
495-498.
3 GLOECKNER, Ricardo Jacobsen. Nulidades no Processo Penal..., p. 107-140.
4 GLOECKNER, Ricardo Jacobsen. Nulidades no Processo Penal..., p. 148.
5 LOPES JÚNIOR, Aury. Direito Processual Penal. 09 ed..., p. 1125.
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3.1. Prejuízo
- não há nulidade sem prejuízo / pas de nullité sans grief (art. 563 do CPP);
- STJ (regra): “As nulidades em processo penal observam ao princípio pas de nullité
sans grief inscrito no art. 563 do Código de processo Penal, segundo o qual não será
declarada a nulidade do ato sem a efetiva comprovação do prejuízo experimentado
pela parte”.7
- STJ (exceção): “(...) Tráfico de drogas. Momento do interrogatório. Último ato da
instrução. Maior efetividade a princípios Constitucionais (...) 4. Embora, em regra, a
decretação da nulidade de determinado ato processual requeira a comprovação de
prejuízo concreto para a parte - em razão do princípio do pas de nullité sans grief -, o
prejuízo à defesa é evidente e corolário da própria inobservância da máxima
efetividade das garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Uma
vez que o interrogatório constitui um ato de autodefesa, não se deu aos recorrentes a
possibilidade de esclarecer ao Magistrado eventuais fatos contra si alegados pelas
testemunhas ao longo da instrução criminal (...) 6. Recurso especial provido, para
anular o Processo (...) desde a audiência de instrução e julgamento, com a
determinação de que seja realizada nova instrução probatória, dessa vez com a
observância de que o interrogatório dos réus seja o último ato da instrução”.8
- visão tradicional: nulidade absoluta / prejuízo presumido: inaplicabilidade do
princípio do prejuízo (corrente majoritária) X aplicabilidade (corrente minoritária9);
23.11.2020.
9 “Toda nulidade exige um prejuízo. Há casos em que o prejuízo é evidente. No entanto, isso não se
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(BADARÓ, Gustavo Henrique Righi Ivahy. Processo Penal. 01 ed. Rio de Janeiro: Campus: Elsevier,
2012, p. 578).
10 COUTINHO, Jacinto Nelson de Miranda. Introdução aos Princípios Gerais do Processo Penal
Brasileiro. Revista de Estudos Criminais. Porto Alegre: Nota Dez Editora, n. 1, 2001, p. 44.
11 BADARÓ, Gustavo Henrique Righi Ivahy. Processo Penal. 01 ed..., p. 578.
12 PAULA, Leonardo Costa de. As Nulidades no Processo Penal: sua compreensão por meio da afirmação
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nos atos complexos, a nulidade de uma parte não implica necessariamente a de outra
independente (art. 3º do CPP);13
- incompetência do juízo (art. 567 do CPP): anulação apenas dos atos decisórios
(previsão legal) X anulação ab initio (crítica doutrinária14).
3.4. Interesse
- “nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que haja dado causa, ou para que
tenha concorrido, ou referente a formalidade cuja observância só à parte contrária
interesse” (art. 565 do CPP);
- máxima latina: ninguém pode se beneficiar da própria torpeza (nemo auditur
propriam turpitudinem allegans);
- aplicável somente às nulidades relativas;
- crítica: inadequado ao processo penal na medida em que não se pode falar por aqui
em direitos disponíveis / “é tênue o limite entre o princípio do interesse e uma
ilegalidade tolerada” (...) “mesmo que um ato nulo possa ser atribuído à defesa, a
incidência das garantias constitucionais não permite se possa falar em falta de
interesse para a anulação do ato”15
5. Convalidação
- noção geral: validação posterior de um ato originalmente nulo;
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