Atmosfera
Atmosfera
Atmosfera
Durante um eclipse total do Sol, a coroa Solar pode ser vista a olho nu
Temperatura (linha contínua) e densidade (linha tracejada) da atmosfera solar a partir da base
da fotosfera
A heliosfera, que é a cavidade em torno do Sol preenchida com o plasma do vento solar,
estende-se de 20 raios solares (0,1 UA), até o limite do Sistema Solar. Seu limite interior é
definido como a camada onde o vento solar torna-se "superalfvénico" — isto é, onde a
velocidade do vento solar torna-se maior que a velocidade das ondas de
Alfvén.[73] Turbulência e forças dinâmicas fora deste limite não podem afetar o formato da
coroa solar, uma vez que informação pode viajar apenas na velocidade das ondas de
Alfvén. O vento solar continuamente sopra em direção ao exterior do Sistema Solar dentro
da heliosfera, carregando material através do Sistema Solar, até encontrar a heliopausa, a
mais de 50 UA do Sol. A moção do vento solar faz com que o campo magnético
solar adquira um formato de espiral.[71] Em dezembro de 2004, a sonda espacial Voyager
1 passou por uma região de choque, que cientistas acreditam ser parte da heliopausa.
Ambas as sondas Voyagers registraram um aumento no número de partículas energéticas
à medida que elas se aproximaram do limite.[74]
Composição química
O Sol é composto primariamente dos elementos químicos hidrogênio e hélio; estes
compõem 74,9% e 23,8%, respectivamente, da massa do Sol na fotosfera.[75] Todos os
elementos mais pesados, chamados coletivamente de metais na astronomia, compõem
menos de 2% da massa solar. Os elementos químicos mais abundantes
são oxigênio (compondo cerca de 1% da massa do Sol), carbono (0,3%), néon (0,2%),
e ferro (0,2%).[76]
O Sol herdou sua composição química do meio interestelar do qual foi formado: o
hidrogênio e o hélio foram produzidos na nucleossíntese do Big Bang, enquanto que os
metais foram produzidos por nucleossíntese estelar em gerações de estrelas que
completaram sua evolução estelar, e retornaram seus materiais para o meio interestelar
antes da formação do Sol.[76] A composição química da fotosfera é normalmente
considerada representativa da composição do Sistema Solar primordial.[77] Porém, desde
que o Sol foi formado, o hélio e os metais presentes nas camadas externas gradualmente
afundaram em direção ao centro. Portanto, a fotosfera presentemente contém um pouco
menos de hélio e apenas 84% dos metais que o Sol protoestrelar tinha; este era composto
de 71,1% hidrogênio, 27,4% hélio, e 1,5% metais, em massa.[75]
Fusão nuclear no núcleo do Sol modificou a composição química do interior solar.
Atualmente, o núcleo do Sol é composto em 60% por hélio, com a abundância de metais
não modificados. Visto que o interior do Sol é radiativo e não convectivo, o hélio e outros
produtos gerados pela fusão nuclear não subiram para camadas superiores.[76]
As abundâncias dos metais descritas acima são tipicamente medidas
utilizando espectroscopia da fotosfera do Sol, e de medidas da abundância destes metais
em meteoritos que nunca foram aquecidos a temperaturas acima do ponto de
fusão.[78] Acredita-se que estes meteoritos retenham a composição do Sol protoestelar, e
portanto, não sejam afetados pelo afundamento dos elementos mais pesados.
Campo magnético
Ver artigo principal: Campo magnético estelar
A corrente heliosférica difusa estende-se até as regiões exteriores do Sistema Solar, e resulta da
influência do campo magnético do Sol em rotação no plasma no meio interplanetário.[86]
O Sol é uma estrela magneticamente ativa, suportando um forte campo magnético, cujas
condições mudam constantemente, variando de ano para ano e revertendo-se em direção
aproximadamente a cada 11 anos, em torno do máximo solar.[87] O campo magnético do
Sol gera vários efeitos que são chamados coletivamente de atividade solar. Estes incluem
as manchas solares na superfície do Sol, as erupções solares e as variações no vento
solar.[88] Efeitos da atividade solar na Terra incluem auroras em médias a altas latitudes, a
disrupção de comunicação de rádio e potência elétrica. Acredita-se que a atividade solar
tenha tido um importante papel na formação e evolução do Sistema Solar. A atividade
solar constantemente muda a estrutura da ionosfera terrestre.[89]
Toda a matéria no Sol está presente na forma de gás e plasma, devido à sua alta
temperatura. Isto torna possível rotação diferencial, com o Sol girando mais rápido no seu
equador (onde o período de rotação é de 25 dias) do que em latitudes mais altas (com o
período de rotação solar sendo de 35 dias nos pólos solares). A rotação diferencial do Sol
faz com que as linhas do campo magnético entortem com o tempo, provocando a erupção
de anéis coronais em sua superfície, a formação de manchas solares e de proeminências
solares, via reconexão magnética. Este entortamento gera o dínamo solar e o ciclo
solar de atividade magnética, que repete-se a cada 11 anos, visto que o campo magnético
solar reverte-se a cada 11 anos.[90][91]
O campo magnético solar estende-se bem além do Sol. O plasma magnetizado do vento
solar transporta o campo magnético solar no espaço, formando o campo magnético
interplanetário.[71] Visto que o plasma pode se mover apenas nas linhas do campo
magnético, as linhas do campo magnético interplanetário inicialmente esticam-se
radialmente do Sol. Uma camada fina de correntes difusas no plano equatorial solar existe
pois campos acima e abaixo do equador solar possuem polaridades diferentes. Esta
camada é chamada de corrente heliosférica difusa.[71] À medida que a distância do Sol
aumenta, a rotação solar entorta as linhas do campo magnético e a corrente difusa,
formando uma estrutura similar a uma espiral de Arquimedes, chamada de espiral de
Parker.[71] O campo magnético interplanetário é muito mais forte do que o componente
dipolar do campo magnético solar. Enquanto que a última possui 50 a 400 T na fotosfera,
reduzindo com o cubo da distância para 0,1 T na órbita terrestre, o campo magnético
interplanetário na órbita terrestre é 100 vezes maior, com cerca de 5 T.[92]
Ciclo solar
Manchas solares
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Número de manchas solares observadas nos últimos 250 anos, mostrando os ciclos solares, cada
uma com aproximadamente 11 anos de duração
O número de manchas solares visíveis no Sol não é constante, mas varia ao longo de um
ciclo de 11 anos chamado de ciclo solar. No início do ciclo solar (no chamado período de
atividade mínima), poucas manchas são visíveis, e por vezes nenhuma é vista. Estas que
aparecem estão em altas latitudes solares. À medida que o ciclo solar continua, o número
de manchas aumenta, e as manchas movem-se em direção ao equador solar, um
fenômeno descrito pela lei de Spörer. Manchas solares geralmente ocorrem em pares, de
polaridades opostas. A polaridade magnética dos pares alternam-se a cada ciclo solar
(relativo à posição do par), tendo um pólo magnético norte em um ciclo e sul no próximo (e
vice-versa na outra mancha).[94]
O ciclo solar possui grande influência na meteorologia do espaço, e influencia
significantemente o clima na Terra, visto que a luminosidade solar está diretamente
relacionada à atividade magnética do Sol. Quando o Sol está no período de atividade
mínima, costuma-se registrar temperaturas médias mais baixas do que o normal na Terra.
Por outro lado, temperaturas médias mais altas do que o normal
estão correlacionadas com ciclos solares mais longos que o geral. No século XVII, o ciclo
solar aparentemente parou por completo por várias décadas, visto que poucas manchas
solares foram observadas durante este período. A Europa experienciou temperaturas
muito baixas durante este século, fenômeno que foi denominado mínimo de
Maunder ou Pequena Idade do Gelo.[95] Períodos estendidos de atividade mínima mais
antigos foram descobertos através da análise de anéis de árvores, também aparentemente
coincidindo com temperaturas globais mais baixas do que o normal.[96]
Estudos de heliosismologia executados a partir de sondas espaciais permitiram observar
certas "vibrações solares", cuja freqüência cresce com o aumento da atividade solar,
acompanhando o ciclo de 11 anos de erupções.[97] A cada 22 anos existe a manifestação
do chamado hemisfério dominador, além da movimentação das estruturas magnéticas em
direção aos pólos, que resulta em dois ciclos de 18 anos com incremento da atividade
geomagnética da Terra e da oscilação
da temperatura do plasma ionosférico na estratosfera da atmosfera terrestre.
Evolução