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PEDRO HENRIQUE DE OLIVEIRA BARBOSA

ANÁLISE DO CONCEITO DE AUTONOMIA ENTRE A POLÍTICA


EXTERNA DE FHC E LULA

Projeto de pesquisa apresentado ao


Programa de Graduação do IUPERJ
como parte das exigências do Curso de
Relações Internacionais.

Rio de Janeiro
2016
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1. IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

Título: AUTONOMIA PELA DIVERSIFICAÇÃO DA POLÍTICA EXERNA DO


GOVERNO LULA

Autor: Pedro Henrique de Oliveira Barbosa


Instituição: Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro - IUPERJ
Data: Dezembro 2016
Orientador: Lier Pires Ferreira

2. RESUMO

Vários períodos marcaram a política externa brasileira. No Império as aspirações


nacionais para a construção da soberania e do imaginário nacional e uma tentativa de
consolidar suas fronteiras nacionais foram observadas. Logo depois encontramos um modelo
de transição agroexportador para um desenvolvimentista, que destaca a política externa
gerenciada pelo Barão do Rio Branco, no início do século XX, a de Getúlio Vargas durante a
Segunda Guerra Mundial e o período da chamada “Política Externa Independente”, nos
governos Jânio Quadros e João Goulart. Em seguida um longo período de governo militar –
1965 a 1985 e, logo após a volta da democracia. Durante esses anos o Brasil vem buscando
atingir cadê vez mais a sua autonomia, levando em consideração que cada presidente adotou
um tipo de autonomia de acordo com os interesses nacionais.
A autonomia tem três significados: o primeiro significado é Westfaliano, segundo os
autores Roberto Russel e Juan Gabriel “nenhum ator externo goza de autoridade dentro dos
limites dos Estados.” (De La Autonomia Antagônica a la Autonomia Relacional: Uma Mirada
Teórica desde El Cono Sur, pagina 72).Isso significa que o governo é independente das
autoridades externas.
O segundo é a condição de Estado-Nação que possibilita articular e alcançar metas
políticas de forma independente. Conforme este significado, a autonomia é uma propriedade
que o Estado pode ter ou não, duas situações de ideais: total dependência e completa
autonomia.
O terceiro como os interesses dos Estados são os objetivos nacionais, podendo ser
descrito como “vida, propriedade e liberdade” Segundo Alexander Wendt, estes interesses são
comuns a todos os Estados, não meramente guias normativas para a ação.
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Este trabalho acadêmico pretende fazer uma analise na política externa do governo
FHC, mostrando como a autonomia pela participação foi desenvolvida e quais foram as
mudanças adotados no governo Lula que levaram a adotar a autonomia pela diversificação.

Palavras chave: Política Externa Brasileira, Autonomia pela Diversificação, Governo Lula

3. PROBLEMA

O governo Fernando Henrique Cardoso foi caracterizado por um multilateralismo


moderado e atribuiu grande ênfase ao direito internacional, mas também evidenciou uma
aceitação tática do princípio dos “mais iguais”, isto é, a existência de grandes potências e seu
papel no sistema internacional. Já o governo de Lula Inácio da Silva ostenta um forte
multilateralismo e defende a soberania e a igualdade de todos os países com maior ênfase
retórica do que tinha sido o caso na anterior administração. Enquanto Fernando Henrique
buscou desenvolver relações políticas com outras potências médias e colocar as prioridades
econômicas antes de tudo, Lula da Silva persegue uma estratégia de alianças com outras
potências médias e economias emergentes e assume suas prioridades políticas em primeiro
lugar.
Como podemos analisar como exemplo são as viagens que nos quais os dois
presidentes realizaram durante o mandato, FHC realiza sua maior parte das viagens para os
EUA e Europa, priorizando os países centrais, núcleos dos fóruns internacionais, uma vez
que sua autonomia adota é pela participação, diferentemente de Lula, que prioriza África,
priorizando o eixo Sul-Sul, dando uma maior ênfase nos países subdesenvolvidos,com o
intuito de promover uma maior integração desses países.
No governo Fernando Henrique o Brasil se manteve numa situação de candidato não-
insistente a uma cadeira permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, ao passo
que o governo Lula da Silva atribui grande prioridade à conquista dessa cadeira. Essa postura
ao ser aceita no plano multilateral e se for factível de ser implementada no plano prático o
Brasil passará certamente a ser mais ouvido no plano internacional. A contrapartida existe a
necessidade de o País estar em condições de assumir novas e maiores responsabilidade no
mesmo contexto, em termos de segurança, de assistência humanitária e de cooperação ao
desenvolvimento com países mais pobres. Isso significa maiores encargos financeiros e
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humanos, tanto no plano bilateral, como regionalmente e no âmbito da ONU. Também, se sua
capacidade militar é compatível com essas novas responsabilidades.
Durante o governo Lula da Silva tivemos um novo período, marcado por uma política
externa de afirmação e desafio às grandes potências com ênfase na chamada “Diplomacia Sul-
Sul” e a criação de um paradigma distinto para a política externa brasileira. Ao decorrer da
construção de sua política externa, o Brasil vem pautando sua política em busca da
autonomia.
Em 2003, quando Lula assume a presidência da Republica, na sua plataforma de
governo para política externa, visa buscar a autonomia pela diversificação, procurando
aproximar de novos pólos de poder mundial, buscando uma maior participação como
diversificação em instituições internacionais, visando alcançar o poder no qual permitisse uma
maior independência no sistema internacional, muitas vezes sendo necessário o alinhamento
com uma superpotência. (PINHEIRO, 2004).
A política externa de ambos foi construída de acordos com os interesses nacionais, a
grande questão a serem consideradas, quais foram às condições, os interesses, a ideologia que
cada um adotou para a construção de sua autonomia, fazendo com que Lula mudasse sua
forma de autonomia, pois considerava que a autonomia adotada pelo governo FHC não obteve
resultados significativos para o Brasil. Nesse trabalho iremos analisar e diferenciar a
autonomia adotada pelos dois presidentes e se houve mudanças na condução da política
externa de Lula em relação ao FHC ou apenas ajustes em determinados setores, como por
exemplo, em relação aos temas da democracia e direitos humanos, que FHC foca na sua
política externa, diferente de Lula, que foca em erradicar as desigualdades sociais.

4. HIPÓTESE

A Autonomia adotada pelo FHC tem como objetivo fazer com que o Brasil
participasse de forma mais ativa nos fóruns internacionais, fazendo com que o país tivesse
uma mais expressão no sistema internacional. Quando Lula assume, sua equipe adota uma
nova forma de autonomia, denominada de participação, no qual da uma maior ênfase nos
países do Sul, principalmente a África, focando na redução das desigualdades sociais, isso não
significa. Nessa analise, podemos observar que houve mudanças em alguns setores e em
determinadas regiões, mas não há grande diferenças na condução da política externa de ambos
os presidentes, em si, Lula ampliou o numero de países com que o Brasil manteve diplomacia,
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mas ao mesmo tempo, apesar das relevante criticas aos países do Norte, Lula não se afastou,
mas manteve um bom dialogo com as grande potencias, sempre mantendo a boa diplomacia.
Mediante a isso, podemos concluir que não houve grandes mudanças na política externa dos
respectivos presidentes e sim ajustes em determinados setores, levando em consideração que
os dois pegaram contextos diferentes, FHC é eleito em um período pós ditadura, já Lula em
um período em que a população exigia mais igualdade social.

5. OBJETIVOS

Objetivo Geral:
Demonstrar em uma abordagem descritiva como cada autor desenvolveu sua
autonomia.

Objetivo Específico:
Identificar e analisar como desenvolve a autonomia.
Desenvolver habilidade de interpretação da Autonomia pela Diversificação.
Desenvolver habilidade de interpretação da Autonomia pela Participação.

6. REFERENCIAL TEÓRICO

Ao decorrer da construção de sua política externa, o Brasil vem pautando sua política
em busca da autonomia e maior participação em fóruns internacionais, sempre buscando uma
maior independência nas suas decisões, segundo a autora Letícia Pinheiro, a política adotada
pelo Brasil de aproximação simultânea aos EUA e Alemanha no período entre guerras, que o
Brasil começou a buscar sua autonomia, aproveitando tirar o Maximo de proveito das duas
potencias, sempre buscando nos dois meios para conseguir investimentos para a
industrialização nacional para substituir o modelo importação, outra mecanismo utilizado pelo
Brasil, foi o envio de soldados da Força Expedicionária Brasileira para a Itália, a participação
do Brasil significa a construção de uma nova ordem mundial, isso significava uma
participação maior do Brasil no Sistema Internacional contudo não significa que o Brasil não
vinha adotando sua política de autonomia nos governos anteriores.

No mandato do FHC, sua equipe das relações exteriores adotaram o modelo de


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autonomia pela participação, fazendo com que o Brasil tivesse uma maior participação mais
ativa em nível global, na política externa de Lula, visa a autonomia pela diversificação,
buscando uma maior participação nas relações internacionais, contudo buscando a integração
do eixo sul-sul em um contexto de assimetrias com países ao seu redor.

A autonomia tem três significados: O primeiro significado é Westfaliano, segundo os


autores Roberto Russel e Juan Gabriel “nenhum ator externo goza de autoridade dentro dos
limites dos Estados.” (De La Autonomia Antagónica a la Autonomia Relacional: Uma Mirada
Teórica desde El Cono Sur, pagina 72).Isso significa que o governo é independente das
autoridades externas.

O segundo é a condição de Estado-Nação que possibilita articular e alcançar metas


políticas de forma independente. Conforme este significado, a autonomia é uma propriedade
que o Estado pode ter ou não, duas situações de ideais: total dependência e completa
autonomia.

O terceiro como os interesses dos Estados são os objetivos nacionais, podendo ser
descrito como “vida, propriedade e liberdade” Segundo Alexander Wendt, estes interesses são
comuns a todos os Estados, não meramente guias normativas para a ação.

Nesse contexto, surge a necessidade de um trabalho específico dentro de um cenário


internacional estável, no qual existe a possibilidade do Brasil participar de forma mais ativa
na política internacional, se destacando como um ator de grande importância dentre os países,
da América do Sul.

7. METODOLOGIA

O procedimento metodológico adotado seguiu atividades envolvendo consulta, análise


e interpretações da base de dados de organização da mídia (dados e análises publicadas em
livros e textos).

8. CRONOGRAMA
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Etapa 2017 2017 2017 2017 2017 2017 2017


1. Conclusão do Fevereiro
Projeto de TCC
2. Qualificação do Março
Projeto
3. Inicio do TCC Março Abril Maio Junho

4. Conclusão Junho

5. Defesa Julho

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, Paulo Roberto de. Ademais de reflexões sobre as atividades e posições de


política externa dos partidos políticos feitas em dois capítulos de meu livro Relações
Internacionais e Política Externa do Brasil: história e sociologia da diplomacia brasileira
(cuja segunda edição acaba de ser lançada pela Editora da UFRGS), efetuei um levantamento
específico sobre o PT no artigo "A política internacional do Partido dos Trabalhadores: da
fundação do partido à diplomacia do governo Lula", publicado na revista Sociologia e
Política (Curitiba: UFPR; ISSN: 0104-4478; n. 20, junho de 2003, p. 87-102; disponível no
link: http://www.scielo.br/rsocp ou em http://www.pralmeida.org/docs/1009PolExtPT.pdf ).
Versão ampliada e atualizada do artigo foi oferecida no ensaio "La politique internationale du
Parti des Travailleurs: de la fondation du parti à la diplomatie du gouvernement Lula", in:
Denis Rolland et Joëlle Chassin (dir.),Pourcomprendre le Brésil de Lula (Paris:
L'Harmattan, 2004), disponível no link: www.pralmeida.org/docs/1193PRADiplomatiePT.pdf
[ Links ] no original em francês.

PINHEIRO, Letícia de Abreu. Política Externa Brasileira,1989-2002/ Letícia Pinheiro. - Rio


de Janeir: Jorge Zahar Ed.,2004.

RUSSEL, Roberto; TOKATLIAN, Gabriel. DE LA AUTONOMÍA ANTAGÓNICA A LA


AUTONOMIA RELACIONAL: UMA MIRADA TEÓRICA DESDE EL CONO SUR.
Perfiles Latinoamericanos, núm. 21, diciembre, 2003, pp. 159-194 Facultad Latinoamericana
de Ciencias Sociales Distrito Federal, México.

SILVA, André Luíz Reis. Geometria Variável e Parcerias Estratégicas: A Diplomacia


Multidimensional do Governo Lula ( 2003-2010).

SOARES, Maria Susana Arrosa. "Autonomia e Interdependência nas Relações Internacionais


na América Latina." Texto Eletrônico, CEDEP, disponível em< http://www. cedep. ifch. ufrgs.
br/Textos_Elet/Alas/Maria% 20Susana% 20A. pdf>, consultado em 19.07 (2007).

VIGEVANI, Tullo; OLIVEIRA, Marcelo F. de. A política externa brasileira na era FHC: um
exercício de autonomia pela integração. Trabalho apresentado no 4º Encontro da Associação
Brasileira de Ciência Política (ABCP), Rio de Janeiro, 2004.
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VIGEVANI, Tullo; CEPALUNI, Gabriel A política externa de Lula da Silva: a estratégia da


autonomia pela diversificação* Disponível: http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0102-85292007000200002. Acesso em 30 de out 2016.

VILELA, Elaine; NEIVA, Pedro, Temas e Regiões nas Políticas externas de Lula e Fernando
Henrique: comparação do discurso dos dois presidentes.

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