Fermentação Ruminal

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Fermentação Ruminal

Rafael Júnior
CARBOIDRATOS ENERGIA

COMPOSTOS
NITROGENADOS PROTEÍNA
NÃO PROTEICOS
ACIDOS GRAXOS DE CADEIA CURTA

A fermentação em PROTEÍNA MICROBIANA


ruminantes é o resultado
da atividade física e VITAMINAS DO COMPLEXO B E VITAMINA K
microbiológica, a qual
converte os componentes CO2 E CH4

dietéticos a:
AMONIA, NITRATO ETC
A manutenção de uma população microbiana ruminal ativa depende de
algumas característica ruminais que são mantidas pelo animal hospedeiro:

• Suprimento de alimento mastigado ou ruminado

• Remoção dos produtos de fermentação

• Adição de tamponantes e nutrientes via saliva

• Remoção de resíduos indigestíveis dos alimentos

• Manutenção do pH e Temperatura

• Anaerobiose

• Umidade ideais ao crescimento microbiano


CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE RUMINAL Osmolaridade

• Fermentação normal (260 a 340 mOsm) a concentração de


uma solução em
termos de número de
• Após uma alimentação à base de partículas.
concentrado ou feno de alfafa peletizado
(350 a 400 mOsm)

• Pressão osmótica próxima de 260 mOsm


Favorável aos protozoários ciliados

• Pressão osmótica ↑ 350 mOsm


Digestão da fibra e do amido é inibida
por efeito direto sobre o metabolismo
microbiano
CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE RUMINAL pH e Temperatura

• pH: 5,5 a 7,2


• ↓ 6 Inibe bactérias fermentadoras de celulose
• ↓ Eficiência de síntese de proteína bruta microbiana
• Temperatura: 38 a 41°C (ideal 39°C)
CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE RUMINAL Potencial Redox

• Entre -250 a -450 mV → refletindo ausência de oxigênio e o


excesso de potencial redutor

• Os microrganismos são obrigados a trabalhar com excesso


de equivalentes redutores (NADH)

• Para dispor desses compostos, eles reduzem todos os


compostos disponíveis:
• CO2 reduzido a metano
• Sulfatos e nitratos a sulfetos e amônia
• Ácidos graxos insaturados a saturados.

O crescimento microbiano permanece


limitado pela disponibilidade de ATP
FATORES QUE AFETAM O AMBIENTE RUMINAL
E O PROCESSO DE FERMENTAÇÃO Dieta

A dieta é, provavelmente, o fator mais importante que


influencia o número e a proporção relativa das
diferentes espécies de microrganismos ruminais

FERMENTAÇÃO

Muda atividade
metabólica dos
microrganismos
FATORES QUE AFETAM O AMBIENTE RUMINAL
E O PROCESSO DE FERMENTAÇÃO Dieta
Mudança abrupta
de uma dieta

• Determina o grau de perturbação da fermentação ruminal


• Potenciais distúrbios digestivos
FATORES QUE AFETAM O AMBIENTE RUMINAL
E O PROCESSO DE FERMENTAÇÃO Dieta
Mudança abrupta
de uma dieta
FATORES QUE AFETAM O AMBIENTE RUMINAL
E O PROCESSO DE FERMENTAÇÃO Dieta

VARIÁVEIS EXTERNAS Taxa de digestão


Quantidade e
composição da Taxa de passagem
dieta
Turnover do
conteúdo ruminal

A ingestão é regulada pela exigência do


animal, composição da dieta e
disponibilidade de alimento
FATORES QUE AFETAM O AMBIENTE RUMINAL
E O PROCESSO DE FERMENTAÇÃO Dieta

VARIÁVEIS EXTERNAS Taxa de digestão


Quantidade e
composição da Taxa de passagem
dieta
Turnover do
conteúdo ruminal

• Dietas com altos teores de proteína


Favorecem microrganismos proteolíticos

• Dietas altas em amido, que são baixas em fibra


Estão associadas a uma grande população de
utilizadores de amido
FATORES QUE AFETAM O AMBIENTE RUMINAL
E O PROCESSO DE FERMENTAÇÃO Dieta

Ocorrência de microrganismos celulolíticos em um número


reduzido em animais alimentados com dietas ricas em
concentrados dependerá:
• Tamanho de partícula da fibra
• Taxa de passagem

Grande quantidade de forragem


grosseira:

• Taxa de passagem pode ser lenta


• ↑ Microrganismos celulolíticos
FATORES QUE AFETAM O AMBIENTE RUMINAL
E O PROCESSO DE FERMENTAÇÃO Dieta

Alta taxa de degradação


Dieta pobre
Produção de AGV’s
em fibras
Requer tamponantes

Condições favorecem
espécies capazes de
tolerar algum
abaixamento do pH
ruminal

Microrganismos celulolíticos e metanogênicos são menos


tolerantes a tais mudanças
FATORES QUE AFETAM O AMBIENTE RUMINAL
E O PROCESSO DE FERMENTAÇÃO Dieta
Manipulação dietética
A modificação na fermentação da fermentação ruminal
ruminal pode ocorrer em três níveis:
dietético, animal e microbiano.

• Melhorar os processos benéficos

• Minimizar, deletar ou alterar os processos prejudiciais


para o animal hospedeiro

• Minimizar, deletar ou alterar os processos ineficientes


FATORES QUE AFETAM O AMBIENTE RUMINAL
E O PROCESSO DE FERMENTAÇÃO Dieta
Manipulação dietética
A manipulação dietética da da fermentação ruminal
fermentação ruminal é feita com a
inclusão de substâncias como:

INONÓFOROS
LIPÍDEOS
ENZIMAS
LEVEDURAS FIBROLÍTICAS
TAMPÕES
FATORES QUE AFETAM O AMBIENTE RUMINAL
E O PROCESSO DE FERMENTAÇÃO Dieta
Manipulação dietética
INONÓFOROS da fermentação ruminal

Os ionóforos, principalmente a monensina, é um


antibiótico produzido pelo Streptomyces
cinnamonensis

Somente monensina, lasalocida,


salinomicina e laidomicina
propionato são aprovados para
uso em dietas de ruminantes
FATORES QUE AFETAM O AMBIENTE RUMINAL
E O PROCESSO DE FERMENTAÇÃO Dieta
Manipulação dietética
INONÓFOROS da fermentação ruminal

• Altamente efetivos contra bactérias Gram-positivas

• Exibem pouca ou nenhuma atividade sobre bactérias Gram-


negativas

• Possuem uma membrana externa que contem porinas (canais


de proteína)

• Tamanho limite de aproximadamente 600 dáltons


A maioria dos ionóforos são maiores que 600 Da.
FATORES QUE AFETAM O AMBIENTE RUMINAL
E O PROCESSO DE FERMENTAÇÃO Dieta
Manipulação dietética
INONÓFOROS da fermentação ruminal

Dentre os efeitos benéficos dos ionóforos, podem se citar:

• Melhoria na eficiência do metabolismo energético


• Alterando a proporção deAGCC produzidos no rúmen

• Aumento da concentração de propionato e redução nas


concentrações de acetato e butirato, com diminuição na perda
de energia na forma de metano
FATORES QUE AFETAM O AMBIENTE RUMINAL
E O PROCESSO DE FERMENTAÇÃO Dieta
Manipulação dietética
INONÓFOROS da fermentação ruminal

Dentre os efeitos benéficos dos ionóforos, podem se citar:

• Redução na degradação de proteína dietética


• Aumentando a quantidade de proteína de origem
alimentar que chega ao intestino delgado

• Aumento da digestibilidade dos alimentos;


FATORES QUE AFETAM O AMBIENTE RUMINAL
E O PROCESSO DE FERMENTAÇÃO Dieta
Manipulação dietética
INONÓFOROS da fermentação ruminal

Dentre os efeitos benéficos dos ionóforos, podem se citar:

• Redução na incidência de acidose


• Aumento do pH ruminal

• Inibição de bactérias produtoras de ácido lático

A redução da acidose lática está relacionada ao uso de


monensina, já que as bactérias produtoras de ácido lático
(Streptococcus bovis e Lactobacillus spp.) são Gram-positivas
e sensíveis à monensina.
FATORES QUE AFETAM O AMBIENTE RUMINAL
E O PROCESSO DE FERMENTAÇÃO Dieta
Manipulação dietética
INONÓFOROS da fermentação ruminal

• Não altera do CMS


• Melhora ganho de peso
• Melhora a conversão alimentar

• Redução do CMS
• Sem alterar o ganho de peso
• Melhora a conversão alimentar
FATORES QUE AFETAM O AMBIENTE RUMINAL
E O PROCESSO DE FERMENTAÇÃO Dieta
Manipulação dietética
ENZIMAS FIBROLÍTICAS da fermentação ruminal

As enzimas comerciais são extratos de fermentação de


origem bacteriana (Bacillus sp.) ou fúngica
(Trichoderma e Aspergillus spp.)

• Melhora no ganho de peso


• Conversão alimentar de bovinos
FATORES QUE AFETAM O AMBIENTE RUMINAL
E O PROCESSO DE FERMENTAÇÃO Dieta
Manipulação dietética
ENZIMAS FIBROLÍTICAS da fermentação ruminal

É sugerido que o aumento da digestibilidade da


fibra seria resultante da melhoria na colonização
das partículas alimentares. Além disso, poderia
haver estímulo da atividade enzimática endógena
dentro do rúmen
FATORES QUE AFETAM O AMBIENTE RUMINAL
E O PROCESSO DE FERMENTAÇÃO Dieta
Manipulação dietética
ENZIMAS FIBROLÍTICAS da fermentação ruminal

• Em vacas lactantes no início ou meio da


lactação:

• Alimentadas com 55% de volumoso

• O uso de enzimas fibrolíticas (celulases e


xilanases) imediatamente antes da
alimentação permite:
• Aumento na produção de leite
• Efeito maior nas vacas alimentadas no
terço inicial da lactação
FATORES QUE AFETAM O AMBIENTE RUMINAL
E O PROCESSO DE FERMENTAÇÃO Dieta
Manipulação dietética
LEVEDURAS da fermentação ruminal

O aumento no número de bactérias viáveis e de


celulolíticas parece ser o efeito mais consistente
em resposta ao uso de Sacharomyces cerevisae

Acredita-se que
esse aumento seja
responsável pela
maior degradação
da fibra e do escape
ruminal de proteína
microbiana
FATORES QUE AFETAM O AMBIENTE RUMINAL
E O PROCESSO DE FERMENTAÇÃO Dieta
Manipulação dietética
LEVEDURAS da fermentação ruminal

• Além disso, verificou-se que o uso de Sacharomyces


cerevisae estimulou o crescimento da bactéria gram-
negativa utilizadora de ácido lático, Selenomonas
ruminantium

• Foi sugerido também que essa levedura estimula a


captação de oxigênio e isso levaria ao aumento no número
de bactérias ruminais
FATORES QUE AFETAM O AMBIENTE RUMINAL
E O PROCESSO DE FERMENTAÇÃO Dieta
Manipulação dietética
LIPÍDEOS da fermentação ruminal

Os lipídios são utilizados nas dietas de


ruminantes para aumentar a energia das rações

• Utilizado principalmente para vacas leiteiras no início da lactação


• Decorrência da sua elevada densidade calórica para manipular a
fermentação ruminal, ou para reduzir o custo das rações.

Fonte • Aquela que tem mínima interferência


lipídica sobre a fermentação ruminal
ideal • Alta digestibilidade no intestino delgado
FATORES QUE AFETAM O AMBIENTE RUMINAL
E O PROCESSO DE FERMENTAÇÃO Dieta
Manipulação dietética
LIPÍDEOS da fermentação ruminal

• O efeito mais consistente da suplementação lipídica é a


redução na concentração de amônia ruminal

• Resultante da redução na proteólise e/ou da reciclagem de


bactérias, em consequência da diminuição do número de
protozoários ciliados

• Pode ocorrer aumento na produção ruminal de propionato e


geralmente, ocorre redução na metanogênese
FATORES QUE AFETAM O AMBIENTE RUMINAL
E O PROCESSO DE FERMENTAÇÃO Dieta
Manipulação dietética
TAMPÕES da fermentação ruminal

• Tampões são combinações de um ácido fraco e seu sal,


devendo ser solúveis em água e seu pKa deve ser próximo
do pH fisiológico do rúmen, sendo o bicarbonato de sódio
considerado um verdadeiro tampão com um pKa de 6,25

• Os tampões têm a função de neutralizar o excesso de


ácidos produzidos no rúmen em situações nas quais os
sistemas tamponantes, principalmente o fluxo salivar, são
insuficientes
FATORES QUE AFETAM O AMBIENTE RUMINAL
E O PROCESSO DE FERMENTAÇÃO Dieta
Manipulação dietética
TAMPÕES da fermentação ruminal

A ação dos tampões no rúmen pode ser explicada pelo:

• Aumento na ingestão de água

• Aumento na taxa de passagem de líquidos e no escape


ruminal dos carboidratos solúveis, diminuindo a
produção ruminal de propionato e,
consequentemente, aumentando a produção de
gordura do leite.
FATORES QUE AFETAM O AMBIENTE RUMINAL
E O PROCESSO DE FERMENTAÇÃO Dieta
Manipulação dietética
TAMPÕES da fermentação ruminal

• O rúmen é bem tamponado pela secreção salivar

• Mas se a quantidade de fibra dietética é restrita e a taxa de


fermentação de carboidratos é rápida, o pH pode declinar

• pH cai, bactérias amilolíticas e resistentes à acidez aumentam,


enquanto microrganismos celulolíticos diminuem

• Quando o pH decresce de 7,0, ficando entre 5,0 e 5,5, muitos


microrganismos ruminais cessam o seu crescimento, apesar de
conseguirem sobreviver mesmo em altas concentrações de H+.
ADESÃO DOS MICROORGANISMOS
AO ALIMENTO

• 1º passo no processo
digestivo

• Aproximação das
enzimas digestivas aos
substratos específicos

• Concentra a digestão
em uma área
específica
ADESÃO DOS MICROORGANISMOS
AO ALIMENTO

Processo de adesão possui 4 fases:

Inicia logo após a ingestão Contato aleatório


das bactérias livres no fluido
Ocorre em
Ocorre a adesão não especifica pelo glicocálix menos de 1 hora

Ocorre a interação específica e induzida

Proliferação celular e formação de colônias Ocorre ± 24 horas


bact. (biofilmes) sobre as partículas após a incubação
potencialmente digestíveis Máxima colonização
ADESÃO DOS MICROORGANISMOS
AO ALIMENTO

Processo de adesão e colonização pode ser


afetado por fatores relacionados
Bactérias
Estudos mostram que a máxima adesão foi observada no estágio
intermediário de crescimento celular bacteriana e qualquer fator
que altere a integridade do glicocálix interfere na adesão

Substrato
Geralmente as bactérias ruminais evitam essa barreira física e acessam
os tecidos internos prontamente digestíveis por meio de estômatos e
Ambiente áreas danificadas, ocorrendo a digestão de dentro para fora

Ruminal
O pH do fluido ruminal afeta o processo de aderência e digestão das partículas
A ruminação facilita a hidratação da partícula e permite a penetração de biofilmes no
interior da partícula.
PRODUTOS DA FERMENTAÇÃO
PRODUTOS DA FERMENTAÇÃO Rotas
DÚVIDAS?

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