GRACE GODOOWIN Alfa Escolhido
GRACE GODOOWIN Alfa Escolhido
GRACE GODOOWIN Alfa Escolhido
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida de qualquer
forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico, incluindo sistemas de armazenamento
e recuperação de informações - exceto no caso de trechos breves ou citações incorporadas
em revisão ou escritos críticos, sem a permissão expressa do autor e editora. Os
personagens e eventos deste livro são fictícios ou são usados de forma fictícia. Qualquer
semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, é pura coincidência e não pretendida pelo
autor.
Aviso sobre a tradução: algumas expressões e piadas são quase impossíveis de serem
traduzidas ipsis litteris para o Português. Portanto, a tradução foi feita para manter a
expressão/sentença o mais próximo possível do idioma original.
Esta é uma obra de ficção, com o intuito apenas de entreter o leitor. Falas, ações e
pensamentos de alguns personagens não condizem com os pensamentos da autora e/ou
editor. O livro contém descrições eróticas explícitas, cenas gráficas de violência física,
verbal e linguajar indevido. Indicado para maiores de 18 anos.
ÍNDICE
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
E va Daily/Evelyn Day
E U LUTEI para recuperar a consciência e desejava não o ter feito. Uma jovem
mulher austera estava sentada do lado oposto da pequena sala de exame. Ela
parecia ter mais ou menos a minha idade e, seria bonita, se não fosse o seu ar
antipático e os seus lábios fininhos. Ela estava vestida com uma roupa
marrom, saltos altos e tinha no seu colo um tablet para processamento
informático. Com os cabelos puxados para trás num coque firme, ela parecia
uma mulher de negócios e não uma especialista médica. A sala parecia um
quarto de hospital, com equipamentos médicos presos ao meu corpo para
monitorar o meu ritmo cardíaco, atividade cerebral e níveis de enzimas. O
meu corpo ainda zunia devido à força do meu orgasmo e eu estava
constrangida por notar que a cadeira de exame à qual eu estava presa estava
ensopada por baixo de minhas nádegas e coxas e, por saber que essa umidade
se devia à minha excitação. A bata cinzenta curta e simples que eu vestia
estava coberta por um logotipo do Programa Interestelar de Noivas e, como
qualquer vestimenta médica padrão, era aberta atrás. Como eu esperava, para
efetuar o processamento, eu estava completamente nua por baixo daquela
bata.
A mulher tinha uma expressão azeda de alguém que estava habituada a
lidar com prisioneiros que eram verdadeiramente culpados pelos seus crimes
hediondos. O seu uniforme tinha um emblema vermelho brilhante e três
palavras escritas em letras cintilantes no peito, que me fizeram entrar numa
erupção de suores frios.
Programa Interestelar de Noivas.
Que Deus me ajudasse. Eu ia sair do mundo, deixar a Terra para trás para
me tornar uma noiva sob encomenda. Embora o conceito tivesse sido
bastante útil séculos atrás, agora, estava sendo revitalizado para ir de
encontro às necessidades interplanetárias. Como uma dessas noivas sob
encomenda, eu seria obrigada a foder e a dar filhos a um líder alienígena,
considerado digno pela Aliança Interestelar, que agora protegia a Terra. Um
macho alienígena que conquistou uma posição e o direito de tomar uma noiva
de um dos mundos membros protegidos pela Aliança. Como a Terra foi o
planeta mais recente a ser adicionado à Aliança, agora, fornecia as mil noivas
exigidas por ano. Havia muito poucas voluntárias, embora fosse oferecida
uma compensação generosa às mulheres que fossem corajosas ou
desesperadas o suficiente para se voluntariar como noivas. Não, a maioria das
noivas enviadas para fora do mundo era mulher condenada por um crime ou,
assim como eu, obrigadas a fugir. A se esconder.
— …deve conseguir fazê-la procriar sem demora. — Aquela voz brusca
e dura vagueou pela minha mente. Aquilo tinha sido só um sonho, não? Mas
por que eu sonharia com isso?
— Srtª Day, sou a Guardiã Egara. Está ciente das suas opções de
colocação? Sendo uma assassina condenada, perde todos os seus direitos,
exceto o direito de nomeação. Pode nomear um mundo se quiser e nós
escolheremos o seu parceiro nesse mundo com base nos resultados da sua
avaliação. Ou, pode rejeitar o direito de nomeação e aceitar os resultados do
processo de avaliação psicológica. Se escolher esta opção, será enviada para
o mundo e para o parceiro que melhor se adequar ao seu perfil psicológico.
Se quiser conhecer o seu verdadeiro parceiro, eu recomendo fortemente que
escolha a segunda opção e siga as recomendações dos processadores de
compatibilidade. Temos emparelhado noivas com os seus parceiros há
centenas de anos. Qual vai escolher?
A voz da mulher mal tinha sido registrada e eu puxei as algemas que
prendiam os meus pulsos de lado. Embora eu tivesse ouvido falar de outros
planetas, não conhecia ninguém de outro mundo e, sobretudo, não conhecia
nenhum parceiro. Na Terra, uma mulher podia escolher os seus próprios
namorados, amantes e maridos. Mas um parceiro alienígena? Eu não fazia a
mínima ideia por onde começar. E, mesmo que eu escolhesse um mundo,
aquele que seria emparelhado comigo seria escolhido somente pela análise
psicológica do Programa Interestelar de Noivas. Devia escolher um mundo?
Eu só estaria fora durante alguns meses, não o resto da vida. Qual seria a
diferença? Eu nem sequer era mesmo Evelyn Day.
Esta era a minha nova identidade. O meu nome verdadeiro era Eva Daily
e eu também não era uma assassina de verdade. Eu era inocente, mas isso
também não importava. Agora não. Não importava que tudo isto fosse uma
farsa, uma forma de me manter viva até que a data do julgamento fosse
definida e eu pudesse testemunhar contra um membro de um dos sindicatos
do crime organizado mais poderosos da Terra.
Eu tinha sido uma médica bastante respeitada até ter testemunhado um
homicídio por trás de uma cortina do departamento de emergência hospitalar.
Ao que parece, eu era a única pessoa que podia identificar o assassino. A
família do assassino tinha muitos recursos e ligações poderosas tanto no
governo mundial quanto no crime organizado. A proteção de testemunhas era
a única forma de me manter viva até poder identificar o homem em tribunal.
Sair do planeta era a única forma de garantir que a extensa cobertura daquela
família não me fizesse nenhum mal.
Independentemente do fato de eu ser uma condenada ser só uma fachada,
tanto quanto o sistema de justiça da Terra sabia, eu era uma assassina. E eu
seria tratada como uma. Esta bata médica era uma vestimenta prisional
cinzenta e simples, os meus pulsos e os meus tornozelos estavam algemados
a uma cadeira dura e implacável. Eu não tinha outra opção. Eu já tinha
passado por isto milhares de vezes na minha mente. Sobreviver. Era isso que
eu tinha que fazer e não havia forma de fazê-lo se eu não saísse da Terra o
mais rápido possível.
— Srtª Day? — repetiu a Guardiã. A voz dela não tinha qualquer emoção,
como se ela já tivesse feito o procedimento de inúmeras criminosas para
sentir qualquer coisa além de exaustão e insensibilidade pelos piores
transgressores.
— Vou perguntar mais uma vez, Srtª Day. Três é o número de vezes que
nos é exigido tentar obter uma resposta. Depois disso, será emparelhada
automaticamente com base nos resultados dos seus testes e submetida ao
processamento.
Tentei acalmar o meu coração acelerado, porque eu não estava só presa
neste lugar, eu não conseguia fugir desta sala, nem do edifício e, sobretudo,
da vida que eu agora teria de enfrentar. Esta sala insípida não se comparava
minimamente ao que eu já tinha passado… e não tinha nada a ver com o que
estava por vir.
Mas eu não podia permitir que esta mulher com um coração tão frio
escolhesse por mim. De certo que ela me enviaria para um planeta rigoroso,
como Prillon, onde os homens eram conhecidos por serem duros e
implacáveis, tanto na cama quanto fora dela.
— Quer reivindicar o direito de nomeação do seu mundo, Srtª Day? Ou
prefere submeter-se aos protocolos de colocação do centro de
processamento? — A sua diligência arrancou-me dos meus pensamentos.
Antes de ela entrar na sala, eu tinha sido submetida ao seu processamento,
como chamavam. Eu estava totalmente desperta e alerta quando aquilo
começou. Vi imagens de vários cenários, homens com todos os tipos de
roupa e aparência, até mesmo casais participando de vários atos sexuais,
como, por exemplo, uma mulher de joelhos chupando o pênis de um homem.
Infelizmente, aquela era uma das imagens dominantes. Algumas imagens
incluíam homens transando com uma mulher, algumas tinham uma sala cheia
de pessoas assistindo enquanto o ato acontecia. Bondage, chicotes e objetos
sexuais. As cenas passaram de imagens de desertos para extensões urbanas de
cidades alienígenas do tamanho de Nova York ou de Londres, de vibradores e
cintos de castidade a piercings e plugs anais.
As imagens iam passando cada vez mais rápido e eu pensei que estava
acordada, mas devo ter adormecido e tido aquele sonho estranho e, no
entanto, bastante vívido. Quando eu acordei, as telas de vídeo tinham
desaparecido, mas eu ainda estava presa à cadeira de exame.
Olhei para a sua expressão neutra, lambi os lábios e respondi: — Eu
aceito a seleção do protocolo de processamento.
A mulher acenou rudemente quando apertou um botão no tablet que
estava diante dela. — Muito bem. Vamos começar com o protocolo de
seleção da colocação. Para que conste, diga o seu nome.
Fechei os meus olhos por um instante e os abri, porque ainda conseguia
sentir os efeitos prolongados daquele orgasmo. Tinha sido intenso e tinha
sido um sonho. Isto era a realidade nua e crua. Eu duvidava que houvesse
qualquer escape real ou qualquer prazer autêntico no meu futuro. — E-
Evelyn Day.
Eu estava prestes a dizer o meu nome verdadeiro, mas lembrei que não
podia. Como é que eu podia esquecer?
— O crime pelo qual foi condenada?
Era difícil dizer aquela palavra. Eu ainda não conseguia acreditar que
tinha concordado com medidas tão drásticas, mentirosas. — Homicídio.
— É ou alguma vez já esteve casada?
— Não. — Esse era um dos motivos pelo qual eu estava nesta confusão.
Eu trabalhava muito. Não tinha nenhum homem na minha vida, ninguém à
minha espera em casa. Portanto, eu ficava no trabalho, fazia hora extra e
testemunhei um homicídio.
— Tem algum filho biológico?
— Não. — Eu queria ter, algum dia, mas com um alien? Aquilo não tinha
estado necessariamente nos meus sonhos de infância. Por que eu não podia
ter conhecido um homem sexy e solteiro que gostasse de uma mulher com
um cérebro inteligente e curvas generosas?
— Perfeito... — A Guardiã Egara selecionou uma lista de caixas que
estavam na tela do seu tablet. — Para que conste, Srtª Day, como uma fêmea
fértil e elegível do seu Prime, teve duas opções disponíveis para cumprir a
sua pena pelo crime de homicídio, prisão perpétua sem direito à liberdade
condicional numa Penitenciária em Carswell, localiza em Fort Worth, no
Texas.
Eu estremeci quando ela mencionou aquela prisão, bastante conhecida,
que abrigava alguns dos criminosos mais perigosos e cruéis. Todo aquele
plano para me manter viva até o julgamento incluía mandar-me para fora do
planeta. Felizmente, Carswell não era algo que eu tinha que considerar.
A Guardiã Egara continuou: — Ou, como você escolheu mais cedo, o
Programa Interestelar de Noivas como alternativa. Você foi trazida até aqui
para concluir a sua avaliação e o seu emparelhamento. Tenho o prazer de lhe
comunicar que o sistema tem uma correspondência bem-sucedida e que será
enviada para um planeta membro. Como noiva, pode ser que nunca volte à
Terra, visto que todas as viagens serão decididas e controladas pelas leis e
costumes do seu novo planeta. Irá renunciar à sua cidadania da Terra e tornar-
se uma cidadã oficial do seu novo mundo.
Para onde é que eles iam me enviar? Que espécie de loucura pervertida é
que as minhas análises neurológicas tinham mostrado a esta mulher? Com
base no meu sonho vívido podia ser qualquer coisa. Será que eu iria para um
chefe tribal em Vytros ou para um Capitão de comércio rico de Ania? Para
um mundo remoto duro e patriarcal?
Limpei a garganta, visto que as palavras pareciam estar presas. — Pode…
pode explicar o processo de seleção? Como eu sei se os testes escolheram
bem?
Ela olhou para mim como se eu tivesse vivido toda a minha vida debaixo
de uma rocha. — Sério, Srtª Day. Você sabe como funciona.
Quando eu permaneci em silêncio, ela suspirou. — Muito bem. Todos os
prisioneiros são submetidos a uma série de exames. A sua mente foi
estimulada e monitorada tanto pelas reações conscientes quanto pelas
inconscientes para que possamos nos certificar de que a emparelhamos
adequadamente com os costumes e as práticas sexuais de outro planeta.
Como viverá ali por um tempo indefinido, é importante enviarmos noivas que
sejam dignas dos líderes que as solicitam.
“Cada planeta tem uma lista de machos qualificados que estão à espera de
uma noiva.— ela continuou. — Os seus exames descobrem qual é o planeta
mais adequado para você e, depois, combina com o candidato mais
compatível. Assim que o seu processamento comece, ele é imediatamente
notificado. Ao término, será transportada e irá acordar no seu novo planeta. O
seu parceiro estará à sua espera para reivindicá-la.
Os meus pulsos ainda estavam presos; eu consegui apertar os punhos. —
E se… e se, não formos compatíveis?
Ela franziu os lábios. — Não há como voltar. De acordo com o Protocolo
6.2.7a, não podemos obrigá-la a ficar com alguém com o qual não é
compatível. Terá trinta dias para decidir se o candidato primário é aceitável.
Se, depois de trinta dias, não estiver satisfeita com o seu parceiro, será
escolhido outro parceiro nesse mesmo mundo e será transferida. Terá trinta
dias para aceitar ou rejeitar cada candidato até encontrar um parceiro.
— Eles… Quero dizer, ele tem a oportunidade de me rejeitar? — Eu já
tinha sido rejeitada por homens. Várias vezes. O que faria com que um
homem de um planeta distante fosse diferente?
— A taxa de sucesso do programa de emparelhamento está muito acima
dos noventa e oito por cento. Concluiu os exames e confirmamos a sua
colocação pessoal. Estou confiante de que será bem colocada. Esses
parceiros, dependendo do planeta, precisam de mulher para manter a sua raça,
a sua cultura e o seu estilo de vida. As fêmeas são valiosas, Srtª Day. E é por
isso que o Tratado Interplanetário foi posto em prática. Se, contudo, o seu
parceiro achá-la… inadequada, será emparelhada com outro macho daquele
mundo. Lembre-se, primeiro foi emparelhada com o mundo e só depois com
o parceiro.
— O meu parceiro saberá que eu fui condenada por um crime?
— É claro. O Tratado exige a divulgação de todos os dados.
— E eles estão suficientemente desesperados para aceitar mulheres
condenadas? — Nunca fui considerada digna o suficiente para ser a
namorada de alguém, quanto mais esposa. Por que alguém me quereria agora
que eu era condenada por homicídio? — Eles não temem que eu os mate
enquanto dormem ou algo assim? — Eu nunca seria capaz de fazer isso, mas,
certamente eles não sabiam disso. E eu não seria condenada no mundo deles
por um crime que, supostamente, eu tinha cometido aqui, na Terra?
A mulher franziu os lábios. — Eu garanto, Srtª Day, que quando conhecer
qualquer um dos seus parceiros, em qualquer um dos planetas, vai entender.
Fique descansada, que ser assassinado por uma mulher como você não é uma
das preocupações deles.
Eu olhei para baixo, para mim mesma, vestida com aquela roupa
carcerária cinzenta e sem graça. Eu não era uma magricela. Eu tinha…
curvas. Mesmo com todo o stress das últimas semanas, com o julgamento que
estava por vir e tudo o que aquilo implicava, nada disso mudou o meu peso.
Eu não via um espelho e nem passava maquiagem alguma há algum tempo,
portanto, eu nem sequer imaginava como é que eu estava. Se eu aparecesse
para o meu parceiro e estivesse assim, ele certamente iria me recusar antes de
sequer dizer olá.
A mulher olhou para o seu tablet. — Tem mais alguma questão? Tenho
que efetuar o processamento em mais uma mulher ainda hoje.
Não havia muita opção. Eu assenti. — Eu… eu estou pronta... — engoli
em seco. Era mais difícil do que eu imaginava dizer as palavras que
mudariam a minha vida. — Estou pronta para ir para fora do planeta e aceitar
a colocação com base nos exames.
A mulher acenou decisivamente. — Muito bem. — Ela pressionou um
botão e a minha cadeira reclinou-se como se eu estivesse numa clínica
dentária. — Para que conste, Srtª Day, você escolheu cumprir a sua pena sob
as direções do Programa Interestelar de Noivas. Foi atribuída a um parceiro
através dos protocolos de teste e será transportada para fora do planeta, para
nunca mais voltar à Terra. Estou certa?
Oh, meu Deus, o que é que eu fui fazer? Eu voltaria para testemunhar,
mas eu estava mesmo indo embora. — Sim.
— Perfeito... — Ela olhou para baixo, para o seu tablet. — O computador
atribuiu-a a Trion.
Trion? Eu remexi as minhas memórias à procura de alguma coisa,
qualquer coisa sobre aquele mundo. Nada. Não surgia nada. Oh, Deus.
Mas talvez aquele mundo fosse o que apareceu nos meus sonhos. Os
tapetes. O óleo de amêndoa. O pau enorme…
— Esse mundo requer que seja feita uma preparação física detalhada das
suas fêmeas. Como tal, o seu corpo deve estar preparado adequadamente
antes de iniciarmos o transporte.
O meu corpo vai ser… o quê?
A Guardiã Egara empurrou a parte lateral da minha cadeira e para o meu
espanto, a cadeira deslizou em direção à parede, onde apareceu uma grande
abertura. Deslizou como se estivesse num trilho, em direção ao novo espaço
que estava do outro lado da parede. A sala pequena era mesmo pequena e
brilhava com uma série de luzes azuis. A cadeira deu uma guinada até parar
perto de um braço robótico com uma agulha gigante que deslizou lentamente
para o meu pescoço. Estremeci quando aquilo perfurou a minha pele, depois,
tudo o que eu senti foi um leve formigamento no local da injeção. Uma
sensação de letargia e satisfação fez com que o meu corpo ficasse mole
enquanto eu descia até uma banheira com um líquido morno e azul. Era tão
morno, deixava-me tão dormente…
— Tente relaxar, Srtª Day. — O dedo dela pressionou a tela em suas
mãos e sua voz parecia flutuar, bem, bem longe de mim. — O seu
processamento começa em três… dois… um…
2
E va/Evelyn
Posto Avançado Nove, Planeta Trion
— A TRANSFERÊNCIA DEVE TER SIDO cansativa para o corpo e, por isso, ela
está dormindo.
Ouvi a voz, mas não me mexi. Eu estava bastante confortável e não
queria acordar.
— Sim, no entanto, ela está assim há quatro horas. — Esta voz era mais
profunda, imponente e claramente frustrada com o meu estado. — Goran,
talvez a minha parceira se tenha lesionado durante o transporte.
Lesionada?
— Aparentemente, ela não tem nenhuma lesão. — Falou uma voz
diferente. — Ela é pequena e talvez precise de mais tempo para se recuperar.
Pequena? Eu nunca tinha sido considerada uma pessoa pequena.
Baixinha, talvez, mas pequena? Aquilo quase que chegava a ser engraçado.
Eu não conseguia obrigar o meu corpo a se mexer para ver quem era que me
considerava qualquer outra coisa que não fosse curvilínea e bastante robusta.
Era como se eu tivesse acabado de acordar de um sono profundo e estava
feliz por permanecer assim. Eu me sentia quente, protegida e segura, não à
beira de… oh!
Os meus olhos abriram-se de repente e eu já não via as paredes totalmente
cinzentas do interior da unidade de processamento onde eu tinha passado os
últimos dias. Ao invés disso, parecia estar numa espécie de estrutura rústica.
O teto e as paredes pareciam ser feitos de algodão resistente. Não conseguia
ver muita coisa do espaço porque havia três homens pairando sobre mim. Os
meus olhos se arregalaram ao ver o tamanho deles. Eram descomunalmente
grandes e… fortes. Eu nunca tinha visto um homem tão grande, quanto mais
três. O tamanho deles era normal?
Tudo neles era escuro. Olhos e cabelos negros, roupas negras sobre uma
tez morena. Eles me faziam lembrar os homens da região mediterrânea da
Europa. Mas eu não tinha sido enviada pelo centro de processamento para o
centro da Europa ou até mesmo para o Médio Oriente, mas sim para fora do
planeta. Trion? Onde é que fica? Quão longe é da minha casa? A Guardiã
Egara não tinha dito quão longe ficava este planeta antes de deslizar o dedo
pela tela e me transportar. Tudo tinha acontecido tão rápido, foi como
adormecer para uma cirurgia e acordar a seguir sem ter a mínima noção do
que tinha acontecido.
Eu estava deitada de lado. Já não mais naquela cadeira desconfortável da
sala de processamento, mas numa cama estreita. Os meus punhos e
tornozelos já não estavam presos e eu passei as pontas dos dedos da minha
mão direita pelo cabelo, por trás da minha orelha.
Sim. Lá estava. Eu deixei sair uma respiração profunda. A pequena
protuberância tinha sido provocada pelo implante da Secretaria de Justiça, o
dispositivo que eles prometeram que um dia me traria de volta para casa. Até
lá, eu teria que sobreviver sendo Evelyn Day, uma assassina condenada.
Pisquei, confusa, enquanto tentava recuperar a consciência. Eu tinha tido
conhecimento da existência de planetas alternativos durante toda a minha
vida, mas a mídia nunca tinha fornecido imagens deles. O transporte para
fora do planeta só era permitido para pessoal militar ou para mulheres do
programa de noivas. Por causa disso, sempre pensei que os alienígenas
seriam muito diferentes dos humanos, mas sem dúvida nenhuma eu estava
errada. Estes homens, se eles eram exemplos da raça do seu planeta, eram
exemplares extremamente bonitos e com uma aparência bastante humana.
Bonitos talvez não fosse a palavra mais correta. Eles eram intensos, viris,
másculos. Maravilhosos.
De qualquer forma, o seu poder e energia bruta, o seu tamanho elevado e
a possibilidade bastante distinta de eles me machucarem me fizeram recuar.
A parede onde eu apoiava as minhas costas era flexível e eu tive de
pousar a minha mão para manter o equilíbrio. Eu estava de quatro e os
olhares dos homens deixaram o meu rosto e desceram pelo meu corpo.
Embora o ar estivesse quente – onde quer que fosse – eu podia sentir contra a
minha pele nua. Ao olhar para baixo percebi que, sem dúvida nenhuma, eu
não estava com a vestimenta prisional. Eu estava nua.
— Onde estão as minhas roupas? — Guinchei, tentando cobrir-me e
olhando à minha volta. O espaço era espartano, só tinha uma cama na qual eu
estava sentada e uma mesa no meio da sala. A sala não era demasiadamente
grande ou, talvez, era grande o suficiente para aqueles três homens, antes de
eu ter ocupado grande parte do espaço. Enormes baús negros estavam
alinhados numa parede junto com dispositivos metálicos, parecidos com
máquinas hospitalares e com eletrodomésticos da minha cozinha que estavam
sobre eles.
— Foi transportada e processada de acordo com a tradição. — disse um
dos homens.
— Mas, eu estou nua. — Minhas mãos congelaram e eu olhei para baixo
quando senti os meus mamilos. Eles tinham anéis dourados atravessados.
Como se isso não fosse suficiente, uma corrente dourada atravessava os dois
anéis, pendurada, um pouco acima do meu umbigo.
Eu… hum, tinha piercings nos mamilos. Eu não conseguia tirar os olhos
daquela cena bizarra. As argolas eram menores do que um anel de dedo, a
corrente que estava ligada às argolas era fina como um fio e estava decorada
com pequenos discos dourados.
— Pela sua reação, posso constatar que ser enfeitada não é uma tradição
na Terra. — Eu não olhei para cima para ver quem falava.
Enfeitada? Surpreendentemente, os piercings de mamilo não doíam,
embora fossem completamente novos. Eles certamente deveriam estar
machucados. Quando eu tinha dez anos, furei as minhas orelhas e demorou
bem mais de um mês até que os buracos curassem. Eu agora não estava
sentindo nenhuma dor, apenas um leve puxão nelas devido ao peso da
corrente. Era leve, mas constante… e excitante. Os meus mamilos
endureceram e eu arfei, cruzando os meus braços sobre o peito.
— Bem-vinda a Trion. Eu sou Tark, o seu novo mestre e você está na
unidade médica do Posto Avançado Nove. Eu te trouxe até aqui depois da tua
transferência para ser examinada pelo médico, já que não acordava. — Falou
o homem à direita. A sua voz era profunda e, de alguma forma, familiar. Os
seus olhos escuros foram de encontro aos meus e ali ficaram. Eu não
conseguia desviar o olhar, e também não queria, porque sentia… alguma
coisa. Nenhum homem da Terra tinha olhado de forma tão intensa para mim.
Era como se ele me dominasse apenas com os olhos.
Por que a voz dele parecia familiar? Estranho, mas tentei esquecer aquilo
já que era impossível. Ele olhou para um dos homens, depois, para mim
novamente, clara e atentamente. — Este é Goran, o meu segundo
Comandante. — O outro homem acenou na minha direção. Ele parecia ser
mais novo do que Tark e uns três ou quatro centímetros mais baixo, mas não
menos imponente. — E este é Bron, o médico responsável pelo Posto
Avançado Nove.
O terceiro homem também inclinou levemente a cabeça na minha direção
e permaneceu em silêncio. Ele não fixou os olhos em mim como Tark fez,
mas observou o meu corpo. Eu movi as minhas mãos, tentando cobrir-me um
pouco mais, mas sabia que ele conseguia ver tudo.
Os três usavam calças pretas, mas enquanto que os dois homens usavam
camisas pretas, a de Tark era cinzenta. O corte era semelhante ao das roupas
dos homens da Terra, mas, no entanto, eu nunca tinha visto ombros tão largos
ou corpos tão bem definidos. Estes homens eram fortes e as suas roupas
realçavam isso.
Tark foi o único que falou comigo. — Evelyn Day, foi emparelhada
comigo através do acordo interplanetário. Embora me tenham garantido que
está bem, a transferência pode ter te machucado. Esteve dormindo durante
mais tempo do que o previsto. Bron vai te examinar para verificar se tem
alguma lesão. Levante-se.
Ele estendeu a sua mão enorme para que eu a pegasse. Eu olhei para ela e,
depois, para ele, atentamente. Cautelosamente.
— Me examinar? — Perguntei. Os meus olhos arregalaram-se ainda
mais. Eu conseguia ouvir o barulho do sangue nos meus ouvidos e comecei a
respirar de forma ofegante. — Não… não é preciso. Como disse, eu sou
apenas… pequena.
Ele deu um passo na minha direção, mantendo a sua mão estendida. —
Discordo. Eu cuido daquilo que é meu.
Ele aguardou pacientemente, depois, suspirou.
— Eu sei que uma prisão na Terra era a sua alternativa. Fico feliz com a
sua escolha, visto que de todos os parceiros possíveis no Acordo
Interplanetário, as necessidades do seu subconsciente foram emparelhadas
com o nosso estilo de vida. Aparentemente, nós fomos feitos para dar um ao
outro exatamente aquilo que precisamos.
Ele fez uma pausa e eu absorvi aquelas palavras. Ele me daria aquilo que
eu precisava? Como ele poderia fazer isso se o que eu precisava era ir para
casa, testemunhar e recuperar a minha vida?
Ele avançou e acariciou a minha bochecha com os nós dos dedos. — O
teu passado não importa, gara. Agora, você é minha e deve me obedecer em
tudo. — Ele falou mais baixo e o seu tom de voz indicava que era impossível
lhe dizer não.
Franzi a testa, insatisfeita com as suas palavras, mas o seu toque suave
desequilibrou-me.
Peguei na mão dele já que eu não tinha outra alternativa. Ela era tão
grande que a palma da minha mão foi engolida pela dele. O seu toque era
quente; a forma como me agarrava, gentil, embora eu duvidasse que ele me
deixaria sair. Eu não conseguiria passar pelos homens se quisesse correr dali
para fora e, mesmo que eu conseguisse escapar, ainda nem sequer sabia onde
é que estava. A única forma de voltar para a Terra era através do
transportador e eles não me levariam até um posto avançado de transporte e
eu também não sabia como mexer em um. Eu estava verdadeiramente presa a
ele. Pelo menos até que eu fosse chamada de volta para testemunhar. No
entanto, o promotor disse que isso poderia demorar meses. Meses com este
homem num planeta estranho? Engoli em seco.
Ele me ajudou a levantar e eu oscilei, a corrente que estava suspensa nos
meus seios também balançava. Fiquei de pé sobre o que parecia ser um uma
camada fina de um piso cinzento. Não cobria todo o espaço, porque a areia
envolvia todo o resto até as paredes. Areia? Nós estávamos no deserto? Era
por isso que fazia calor, era por isso que a pele deles era tão bronzeada? A
visão dos meus pés descalços ao lado de três pares de botas parecia estranha.
As paredes eram opacas. As luminárias que estavam sobre as mesas por
toda a sala tinham um brilho suave.
Levantei a minha mão livre para me equilibrar. Ele me estabilizou
enquanto eu inclinava a cabeça para trás, muito para trás, de modo a poder
olhá-lo nos olhos. — O que… o que é que vai fazer comigo?
Os seus olhos escuros procuraram pelo meu rosto, depois, desceram pelo
meu corpo. Eu corei, sabendo que ele – e os outros – conseguiam ver tudo.
— É a primeira pessoa da Terra que vemos e eu tenho que te observar
com mais atenção. — O olhar do doutor passeava pelo meu corpo tal como o
de Tark, mas ele me fazia sentir… exposta e suja. Eu conhecia aquele olhar.
Aparentemente, homens lascivos não se limitavam apenas à Terra.
Eu me movi para ficar ligeiramente por detrás de Tark, usando-o como
escudo. O seu cheiro subia pela sua camisa e era um cheiro inebriante.
Limpo, acentuado e com um toque de algo misterioso. O que quer que fosse
eu gostava. Seria por termos sido emparelhados?
— Eu não preciso ser examinada e, você, sem a menor sombra de dúvida
não vai me observar com mais atenção. Eu estou bem, caso contrário, eles
não teriam me enviado. E eu também não sou nenhuma cobaia. Sou uma
parceira. — Ergui o queixo e falei com uma voz firme, mas eu estava à mercê
destes homens. Eu não fazia a mínima ideia se o termo parceira tinha algum
tipo de prestígio em Trion, mas certamente nenhum homem permitiria que
outro examinasse a sua parceira só por diversão.
Eu não olhei para cima, mas podia ver que Tark olhou para mim e para os
dois homens que estavam diante de mim.
— Vai permitir que ela fale assim comigo? — Perguntou Bron a Tark,
com um ar venenoso dirigido a mim.
Tark cerrou a outra mão num punho. — Devo permitir que examine a
minha parceira com um pênis levantado nas calças?
O homem virou-se e teve a decência de esboçar um ar envergonhado.
Tark levantou a mão, com um aceno que indicava que ele estava
dispensado e eu senti mais do que ouvi um rosnar que vinha de dentro do seu
peito. — Goran, tire-o daqui. Eu próprio vou examinar a minha parceira.
Goran acenou e pegou no braço do médico, levando-o dali para fora. Com
um último olhar de relance por cima do ombro, Bron foi levado para fora da
tenda através de uma abertura na parede mais distante. Eu vi sucintamente os
formatos das outras tendas, mas a vista foi rapidamente obstruída mais uma
vez.
Agora, sozinho comigo, Tark virou-se para olhar na minha direção, um
guerreiro gigantesco e faminto pela sua noiva. Eu não podia acreditar que
este era o meu parceiro. Embora eu tivesse sonhado com encontrar alguém
especial, era bastante diferente saber antecipadamente que aquele era o tal.
Não havia nenhum namoro, nenhum relacionamento para descobrir interesses
em comum e compatibilidade. Na verdade, isso era bastante aflitivo. Além
disso, eu estava em outro planeta, do outro lado da galáxia!
Eu conseguia ouvir coisas através das paredes finas: vozes, barulhos
mecânicos e sons estranhos que certamente deviam vir de animais. Talvez
cavalos? Que tipo de animais tinham em Trion?
— O que Bron disse é verdade. Não deve falar com ele dessa forma.
Os meus olhos arregalaram-se. — Ele não estava agindo como um
médico deve agir.— rebati.
Ele parou por um momento, como se estivesse analisando o que eu disse.
— Você é nova por aqui e, portanto, vou levar isso em consideração no que
diz respeito à tua punição.
— Punição...
Ele levantou a mão e cortou-me a fala. — Impertinência não é permitida
aqui.
Eu franzi a testa. — Ele é que foi impertinente.
Tark mexeu os ombros para trás e parecia ter crescido uns dois
centímetros. — Agora, quem é que está sendo impertinente?
Ele deu dois passos com as suas pernas longas na direção de um banco
simples e pequeno. Parecia ser feito de madeira, mas eu não fazia a mínima
ideia se era. Eles tinham árvores em Trion?
Quando ele se sentou, estendeu a mão. — Vem.
Eu olhei para os seus dedos longos e bruscos, mas não me mexi. — Por
quê?
— Vou te ensinar a tua primeira lição sobre Trion.
Aquilo parecia razoável visto que eu só estava naquele planeta há cerca
de cinco minutos. Eu me aproximei dele. Antes que eu pudesse perceber o
que se passava, ele me agarrou pela cintura e me colocou no seu colo. Eu não
era uma mulher pequena e ele lidou comigo como se eu fosse uma mulher
frágil e delicada.
Estava sobre as suas coxas fortes, o meu tronco estava dobrado na direção
do piso cinzento e os meus peitos suspensos na direção do chão. A corrente
que balançava entre eles roçava no chão. Os meus dedos tocavam o chão e eu
tentava me levantar.
— O que é que vai fazer? — Gritei, com o sangue fervendo na minha
cabeça. — Me deixa levantar!
Tark pousou uma mão quente nas minhas costas para manter-me no seu
colo enquanto eu tentava atingí-lo. Ele segurou os meus tornozelos com uma
das suas pernas.
— Sossega, gara. Eu esperava que viesse a ser punida rapidamente, mas
não assim tão rápido.
— Punição? — gritei. — Eu pensei que tinha dito que iria me ensinar
sobre Trion!
— E vou. Começando por isto.
Eu ouvi o estalo da sua mão contra a minha bunda antes de o sentir. Sua
dor aguda chiava por todo o meu corpo nu.
— Tark! Pare com isso, seu idiota… prepotente!
Ele me bateu outra vez. E outra vez. Cada vez que a enorme palma da sua
mão me atingia, era num lugar diferente. Rapidamente, eu senti como se a
minha pele estivesse ardendo, uma sensação aguda e quente.
Eu respirava de forma ofegante, o meu cabelo caía sob a minha face e eu
passei os dedos para tirá-lo da frente. Numa palmada extremamente forte, eu
consegui levar as mãos atrás e tentei cobrir a minha bunda. Ao invés de o
deter, ele simplesmente deu a volta aos meus pulsos com a sua mão livre e
continuou.
— Está pronta para ouvir… de bico calado? — perguntou ele, acariciando
a minha pele quente. Certamente estava bastante vermelha e inchada.
Com medo de dizer uma palavra, simplesmente acenei com a cabeça,
depois, afundei-me no seu colo.
— Ah, gara. É um prazer para mim ver a tua submissão. — Antes que eu
pudesse sequer começar a pensar sobre aquela afirmação, ele continuou: —
Aqui em Trion nós falamos com respeito. Acredito que também seja
chamado de modos.
Eu puxei um fio de cabelo para fora da minha boca enquanto me
apercebia de que Tark achava que eu não tinha modos. O que é que ele
pensava, que a Terra estava cheia de pagãos?
— Não te compete discutir com o médico. É o meu dever colocá-lo no
lugar dele. Ele foi impertinente, como você disse, mas era o meu dever como
teu parceiro defender a tua honra. Defender o teu papel como mulher nesta
sociedade. Te proteger. Quando você falou sem ser a sua vez, me tirou esse
direito de te defender, e assim, também me desonrou.
Era uma ideia um pouco antiquada, mas eu conseguia perceber a lógica.
Eu passei os dedos pelo piso suave. Ter uma conversa com o meu rosto perto
do chão era estranho, mas também era estranho levar palmadas. Bom, se
formos por aí também era estranho estar em Trion. — Ou seja, quer dizer que
devo me submeter a você?
— Está familiarizada com os hábitos e costumes de Trion?
Eu abanei a cabeça.
— Está familiarizada comigo?
Eu abanei novamente a cabeça.
— Com o Dr. Bron ou com o exame que ele ia efetuar em você?
— Não. — respondi.
— Se eu aparecesse na Terra, não ia querer falar por mim, para ajudar a
me orientar enquanto eu aprendia como funcionam as coisas?
Cerrei os dentes novamente e odiei o fato de que o seu raciocínio não era
infundado.
— Sim.
Ele largou os meus pulsos e me ajudou a ficar de pé diante dele, perto o
suficiente para me situar entre os seus joelhos abertos. O meu traseiro estava
quente e com uma dor pungente devido às palmadas. Ele era alto o suficiente
para que os seus olhos não se alinhassem com os meus seios. O que não
significava que eu me sentia menos exposta e vulnerável; ainda me sentia
mais depois de ele ter salientado as falhas nos meus modos.
— Preciso verificar o teu implante.
As suas palavras arrancaram-me dos meus pensamentos. Surpreendia-me
o fato de ele conseguir mudar tão facilmente para outro tópico. Ele tinha me
punido e agora podíamos seguir em frente?
— Presumo que o teu neuroprocessador esteja funcionando devidamente
já que parece entender tudo aquilo que te dizem.
Eu franzi a testa. — O quê? — Do que ele estava falando? Qual
neuroprocessador?
— Não tenha medo, pequena. — Eu tinha uma altura média e pelo menos
o dobro do manequim que as fichas médicas da Terra diziam que eu deveria
ter. Eu não era pequena, mas diante do meu novo parceiro, eu quase me
sentia pequena e muito, muito feminina.
Tark levou as mãos à minha cabeça e passou os dedos desde as laterais do
meu rosto até o topo de cada têmpora, acima dos meus olhos. Ele devia ter
encontrado o que procurava porque fez um pouco de pressão e eu senti dois
calombos estranhos fazendo pressão contra o osso do meu crânio. Não era
doloroso, mas sim estranho, sem dúvida.
— O que é isso? — No momento em que Tark retirou as mãos, eu
levantei os meus dedos trêmulos até os mesmos lugares e senti os pequenos
calombos por debaixo da minha pele.
— São unidades de neuroprocessador avançadas ou UNP. Elas são
implantadas quando do nascimento de todas as raças membro do Programa
Interestelar de Noivas. As UNP aumentam a capacidade do teu cérebro de
processar e aprender línguas e matemática e expandem a tua memória. Nós
agora dialogamos na língua comum do meu planeta, essa língua foi
transferida para a tua UNP antes de vir para cá.
Caramba! Eu agora era um ciborgue ou algo do gênero?
— Eu tenho tecnologia alienígena implantada na minha cabeça? Tenho
pequenos fios agarrados aos meus neurônios? Como é que o sistema UNP
está integrado e se comunica com o tecido orgânico? — A minha mente
medicamente capacitada tinha centenas de perguntas e nenhuma resposta.
Os olhos de Tark arregalaram-se e ele torceu o lábio. — Mas você é
mesmo curiosa, não?
Ao invés de responder às minhas perguntas, ele olhou para a mesa que
estava no meio da sala. — Deite-se outra vez, Evelyn Day. — Sua voz
continuava profunda, mas já não tinha o toque mordaz de quando me deu as
palmadas.
Eu não conseguia evitar o meu parceiro ou o que ele planejava fazer
comigo. Eu podia tentar, mas decidi não o fazer porque o meu traseiro estava
bastante dolorido e ainda sofria as consequências das minhas ações prévias.
Embora o médico tivesse provocado a minha ira, Tark tinha me feito sentir
algo completamente diferente. Eu não estava feliz por ele ter me batido – é
claro que não – mas ele tinha dado um bom argumento e eu tinha agido de
forma errada. Gostei do fato de ele ter me punido e depois seguido em frente.
Eu também sentia que deveria continuar. E aprender com isso, obviamente,
visto que eu não queria passar por aquilo outra vez. Eu me virei para trás e
esfreguei cuidadosamente a minha pele, que ardia um pouco.
Estranho. Havia qualquer coisa nele; o seu poder, a sua proteção – ele
tinha me protegido do médico – e o seu domínio, que era bastante apelativo.
Olhando para o quão bem definido era o seu corpo enorme nas suas roupas
escuras, eu queria satisfazê-lo. Além disso, eu ansiava por poder passar as
mãos pelos seus braços para sentir os seus bíceps, os seus ombros largos, o
seu peito. Os seus abdominais eram certamente duros e bem definidos. E
também ansiava por descer pelo seu corpo…
Eu fui até à mesa e Tark me seguiu. Com as suas mãos na minha cintura,
ele me levantou até a superfície metálica e eu sibilei devido ao contato do
meu traseiro ardido com a superfície fria.
— Deite-se. — disse Tark.
Lambendo os lábios, recostei-me na mesa enquanto ele passeava os olhos
pelo meu corpo. Ao contrário do médico, Tark olhava para mim com
excitação, sem dúvida, mas também com uma certa reverência. Pude sentir
profundamente o seu olhar ardente deslizando pelo meu corpo, como se os
seus dedos estivessem mesmo traçando as curvas da minha pele.
— Como eu disse, tem que ser examinada para garantir que está bem. Eu
tenho planos contigo, gara.
Eu não podia fazer nada além de lamber os meus lábios secos enquanto
ouvia o som rouco da sua voz.
— Agora, eu vou te tocar.
O seu toque era tão gentil que eu arfei quando a sua mão envolveu o meu
seio, no entanto, eu pude sentir os calos ásperos da palma da sua mão.
Ele viu o meu mamilo endurecer, depois, esfregou o seu polegar para trás
e para a frente no bico tenso, fazendo com que o anel dourado balançasse.
— Por que… por que tenho estes anéis? — Perguntei, com uma voz
suave. Estremeci ao pensar na ideia de ter um estranho – que também era o
meu parceiro – me tocando.
— Nós enfeitamos as nossas mulheres e achamos os anéis bonitos e
excitantes. — Ele olhava para os meus seios enquanto respondia. — Todas as
nossas parceiras têm anéis nos seus mamilos. É um símbolo de reivindicação
e respeito.
— Eles não doem. — disse.
Ele sorriu. — Espero que não. O meu toque deve te provocar prazer,
gara, nada mais do que isso.
Não, eles definitivamente não doíam. Ao invés disso, a sensação do leve
puxão do metal era incrível. Os meus mamilos sempre foram sensíveis, mas
agora, eu arqueava as minhas costas de forma a pressionar a palma da sua
mão para que me agarrasse ainda mais.
— O teu processamento foi feito de acordo com as nossas normas sociais.
Normalmente, os anéis demoram várias semanas para curar, mas eu não tinha
qualquer intenção de esperar tanto tempo para poder te tocar… aqui. — Ele
tocou no anel e eu arfei. — Um privilégio da transferência… para ambos.
— E a corrente?
Tark levantou a corrente e eu notei que um pequeno escudo tinha sido
carimbado em muitos dos pequenos discos dourados que estavam ligados ao
fio brilhante. — Este símbolo é a minha marca de nascimento e a marca da
minha linhagem. Ele simboliza que você me pertence. Até eu te reivindicar e
te marcar permanentemente, serve também para a tua proteção.
— Proteção? — Eu não compreendia como é que anéis nos meus
mamilos me protegeriam de qualquer coisa, mas da forma que ele continuou
a brincar com aquilo, nada mais me importava.
— Ninguém se atreverá a tocar no que pertence ao Sumo Conselheiro. —
Ele soava como um homem das cavernas possessivo. — Chega de perguntas.
Coloque as tuas mãos por cima da cabeça e deixe que eu te examine, parceira.
Eu congelei, as minhas mãos estavam paradas à minha frente. — Tark, eu
não...
— Isto… — Ele moveu a sua mão um pouco mais para baixo e puxou
gentilmente a corrente, fazendo com que eu sentisse um ardor quente e
prazeroso desde os meus mamilos indo diretamente para o meu clítoris. —
também é uma ferramenta feita para garantir que aprenda a me obedecer,
gara. Apenas uma das muitas formas de fazer com que o teu corpo aprenda a
submeter-se a mim, e te impedir de discutir.
Ele largou a corrente, que caiu novamente sobre a minha pele. O metal,
que antes estava frio, tinha sido aquecido pelo seu toque. Tark envolveu
gentilmente cada um dos meus pulsos com as suas mãos grandes e fortes e
manobrou-me lentamente até que as minhas mãos ficassem por cima da
minha cabeça na mesa, como ele pediu.
— Ou eu posso te colocar de barriga para baixo e te dar palmadas outra
vez. A escolha é tua.
Eu quase revirei os olhos, mas percebi que ele definitivamente
consideraria isso impertinência.
— Isso não é lá grande escolha. — resmunguei.
Ele me deu um pequeno sorriso. — Está aprendendo depressa, gara.
Aprenda uma coisa, eu nunca vou te machucar. Mas também nunca vou
permitir que você se machuque. Bron... — ele cuspiu o nome do sujeito — É
novo no serviço e, depois da forma como ele se comportou, vou convocar um
novo médico assistente assim que voltarmos ao palácio. Eu não permitiria
que ele tratasse das minhas frim, quanto mais da minha parceira.
Então, ele não tinha tomado o partido do médico mais cedo. Se eu tivesse
ficado calada, Tark teria dispensado o médico e nós estaríamos neste mesmo
local, e eu não estaria com a bunda dolorida.
O olhar sombrio de Tark vagueava desde os meus seios até o meu rosto.
— Agora vou te tocar e deve me dizer se sente algum tipo de dor ou
desconforto derivado da tua transferência.
A sua mão acariciou-me desde os meus braços até os meus seios, das
curvas das minhas costelas até meus quadris. Tive arrepios por toda parte. Ele
estava conhecendo o meu corpo como se eu fosse um espécime fascinante,
algo nunca antes visto por ele e, não necessariamente de uma forma sexual.
Mas o seu toque gentil acalmou os meus medos e, sem poder me esconder
por trás dos meus medos, não conseguia me impedir de focar em outras
coisas.
O calor das suas mãos. O meu coração acelerado. O seu toque era como
fogo na minha pele e ele era bastante minucioso. Apesar da minha discussão
mental comigo mesma sobre não permitir que um estranho me tocasse tão
intimamente e, apesar de todo o stress das últimas semanas, o meu corpo
sabia o que fazer e o que queria. E respondeu com um desejo tão rapidamente
que me deixou pasmada. As suas mãos subiram pelas minhas pernas e
escorregaram entre as minhas coxas.
Eu arfei ao sentir o mais leve contato. O meu corpo arqueou-se para fora
da mesa como se ele tivesse aplicado em mim um choque elétrico. Eu
comprimi os meus joelhos, prendendo a sua mão no lugar. Ele largou os meus
pulsos e traçou a curva suave do meu abdômen até encontrar a corrente e
puxá-la levemente. Eu gritei e fechei os olhos. A visão dele sobre mim, tão
dominante, tão intenso, me fez ponderar sobre coisas que eu nunca, nunca
pensaria em fazer. Como, por exemplo, permitir que uma pessoa totalmente
estranha brincasse com a minha boceta. Não, permitir não, querer. Eu queria
que o meu parceiro me tocasse.
Que raios se passava comigo? Será que a transferência tinha me
enlouquecido? Tinha me deixado excitada? Havia algum tipo de
neuroprocessador sexual estimulante que elevava a minha libido? Mas, mais
uma vez, podia ser só a testosterona brotando dos seus poros.
— Abra as pernas, gara. Agora. Não tenha medo.
— Não tenho… eu não… — Eu não tinha medo que ele me machucasse.
Pelo contrário. Eu tinha medo de mim mesma, medo de que eu lhe desse tudo
aquilo que ele quisesse. Eu não o conhecia, de todo, mas as suas mãos
carinhosas e as suas ordens firmes ameaçavam derrubar todas as minhas
barreiras, quebrar todas as minhas regras sobre os homens. E eu tinha
acabado de conhecê-lo.
Senti-o se aproximar e a sua boca fechou-se sobre o meu mamilo; o
rodopio da sua língua ao puxar o pequeno anel me fez gemer de prazer. —
Abra-se para mim, parceira. Deixe-me ver o que me pertence.
O seu toque. O seu beijo. O seu calor.
O meu parceiro. Era meu. Ele me pertencia tanto quanto eu lhe pertencia.
Pelo menos por agora.
Eu escancarei os meus joelhos e abri os olhos enquanto ele se afastava do
meu peito e se aproximava do meu núcleo.
Eu estava totalmente envolvida e olhei para baixo, para o meu corpo e os
meus olhos arregalaram-se outra vez. — Estou sem pelos. — Eu bem que
senti algo de diferente… lá embaixo, mas estive muito distraída com os anéis
nos mamilos, a corrente e as palmadas para notar que tinham depilado minha
vagina.
— Está sensível, não? — Perguntou ele, depois, baixou-se para soprar
suavemente sobre os lábios da minha boceta. Ele pode nunca ter tocado uma
mulher da Terra, mas sem dúvida sabia o que fazer. Ele soprou novamente e
eu estremeci. Ele agora olhava para mim e o seu rosto estava tão próximo que
certamente conseguiria sentir o meu cheiro e eu pensei…
— Eu… eu tenho o formato das mulheres do teu planeta?
— Mmm.
Eu pensei que ele ia ignorar a minha pergunta, mas aparentemente, tinha
decidido investigar. Tark levantou algo ao lado da mesa e, momentos mais
tarde, um objeto duro e frio foi introduzido lentamente no meu núcleo. Eu
agitei os braços e as pernas numa tentativa desesperada de escapar.
— Para. O que está fazendo comigo?
— Não se mexa.
Eu abanei a cabeça, assustada e surpresa com o objeto. Ele agarrou os
meus pulsos novamente e os prendeu facilmente em umas algemas por cima
da mesa. Virei a cabeça para trás para olhar as algemas. Puxei-as, mas não
valia a pena. Aquilo não iria ceder. Era como no sonho no centro de
processamento, eu estava presa e tinha um homem me tocando. Eu conseguia
sentir a minha boceta encharcada só de pensar. Lutei contra elas e isso só me
deixou mais molhada, os meus fluidos deslizavam em volta do vibrador que
me preenchia. Eu estava presa, com um homem pairando sobre mim, ele era
grande o suficiente para me machucar, mas tudo o que ele queria fazer era me
dar prazer – um prazer estranho, desconhecido e assustador. Minha bunda
estava dolorida devido às palmadas que eu tinha levado e eu não podia fazer
nada além de me submeter.
A enorme palma da mão de Tark assentou sobre o meu abdômen
enquanto uma sensação sibilante bastante estranha começou a surgir no meu
núcleo, seguida de um calor que se espalhava desde a minha boceta até o meu
cu e bem dentro do meu útero, depois, ao longo da parte externa dos meus
lábios vaginais e para cima, no meu clítoris, atingindo-me ali como se fosse
um pequeno choque elétrico. Isto era diferente de qualquer vibrador que eu já
tivesse visto ou sentido.
— Ah! — Sacudi os quadris devido à sensação avassaladora e Tark
parecia ter o seu olhar sombrio hipnotizado, observando as minhas reações.
O dispositivo estranho que estava na minha vagina apitou três vezes e
disparou novamente contra o meu clítoris. Não conseguia pensar numa
palavra melhor para descrevê-lo. Aquilo não machucava, muito pelo
contrário. Aquilo era incrível e era esse o problema.
— Entregue-se, parceira. Submeta-se ao exame tal como está para
aprender a se submeter a mim.
3
E va/Evelyn
— I STO NÃO É UM EXAME . Isto é... — Um forte pico de energia pulsou desde
as paredes da minha vagina até o meu ânus e eu tentava manter o controle,
mas foi emitido outro disparo contra o meu clítoris que me levou ao limite.
As paredes da minha vagina e a parte inferior do meu abdômen pulsaram e
tiveram espasmos tão fortes que eu me sentia desmoronar. — Oh, Deus.
Eu debatia o meu corpo contra a mesa, estava fora de controle. Também
me debati contra as algemas que prendiam os meus pulsos. Arrepiada e
cansada, desviei o rosto do meu novo parceiro. Tentei recuperar o fôlego
enquanto lutava para impedir que lágrimas caíssem. O dispositivo que estava
dentro de mim aquietou até o ponto de se limitar a um pequeno barulho,
quase impercetível. Mas depois do choque arrebatador do orgasmo forçado,
era impossível ignorar aquela pequena vibração.
Tark retirou a pressão que fazia sobre o meu abdômen e sobre as minhas
coxas e baixou-se entre as minhas pernas para retirar aquele objeto alienígena
da minha vagina. Eu queria correr e me esconder, mas eu estava presa. Como
é que eu pude reagir assim a uma pequena e estúpida ferramenta médica? O
que ele fez comigo?
Ele olhou para a tela que estava ligada à ferramenta de metal grosseira e
acenou com a cabeça. — Perfeito, Evelyn Day. A sonda médica indica que é
fértil, não tem nenhuma doença e que tanto o teu sistema reprodutor quanto o
teu sistema nervoso estão funcionando de forma perfeita.
— Me solta. — Tentei fechar as pernas, mas ele estava mantendo-as
abertas segurando nos meus joelhos.
Olhando para mim com os seus olhos escuros, ele disse: — Agora, você é
minha e eu não vou te largar. Não quando o teu corpo está tão ansioso por me
conhecer.
— Ansioso? — Perguntei. — Você forçou este prazer em mim. Olha para
mim! Estou presa a uma mesa e o meu traseiro está doendo. — Uma lágrima
deslizou pela minha bochecha.
Limpando-a com o dedo, ele respondeu: — Os exames tinham de ser
efetuados. Não há mal nenhum em gozar de um pequeno prazer enquanto é
submetida a ele. Enquanto se submete a mim.
Um dedo forte e brusco traçou as minhas dobras e eu estava
envergonhada por sentir o quão facilmente ele deslizava no meu núcleo
úmido. — Vê? Isto te deixa molhada. Estar presa e aberta para mim é o que
gosta.
— Como é que sabe? — rebati.
— Porque é a minha parceira. Não questione ou lute contra o que é um
emparelhamento perfeito. — Ele encontrou o meu clítoris e meus quadris
inclinaram-se na sua direção, entregando-se ao seu comando e ávidos pelo
seu toque curioso. Sem dúvida, o meu corpo e a minha mente não estavam
em sintonia.
— Sim, de fato, é bastante parecida com as nossas fêmeas. Deve gostar
que eu coloque o meu dedo aqui… e aqui.
Eu abanei a cabeça. — Eu... eu não deveria. — respondi.
Ele agora usou três dedos, tinha o seu polegar no meu clítoris enquanto
deslizava mais dois dedos para dentro de mim, profundamente.
— Pode gozar com o meu toque, mesmo que ainda não nos conheçamos.
Os nossos corpos, as nossas mentes e até as nossas almas estão ligados.
Desista, gara.
Os meus braços começaram a tremer e eu relaxei sobre a mesa. Ele me
fodeu com os dedos e encontrou aquele ponto sensível dentro de mim.
Embora a sonda me tivesse dado um prazer intenso, os seus dedos suscitaram
algo completamente diferente. Eles eram muito mais hábeis e faziam parte
dele. Ainda excitada com o meu exame, gemi e mexi os quadris por baixo da
sua mão, desejosa por mais, incapaz de negar a necessidade gritante do meu
corpo de gozar e de sua mão.
— Sim, é bastante parecida. Ah, minha parceira, pela tua reação posso
constatar que encontrei o lugar secreto dentro de ti que te dará prazer. Vê? Eu
prendi as tuas mãos com algemas porque sei que gosta disso. Isso aumenta o
teu prazer.
Ele encontrou, ok? E também encontrou todos os outros lugares secretos
que me deixavam excitada. Se ele continuasse com aquilo durante muito
tempo, eu ia gozar outra vez. Eu agora estava ofegante, molhada e
mortificada por ter reagido de forma tão intensa a ele. Uma pessoa totalmente
estranha. Isto não podia estar acontecendo comigo. Tinha de haver alguma
explicação lógica para isto. — Eles drogam as mulheres quando as
transferem?
— Não. — O seu olhar alterou-se de imediato de generoso e
condescendente para um frio e ofendido. — Nós não drogamos as nossas
mulheres para lhes dar prazer. Como pode ver, não é necessário. É isso que
os covardes da Terra fazem às suas parceiras?
— Alguns. — Eu o tinha insultado e essa não era a minha intenção. Mas,
sério, o que, em nome de tudo o que é mais sagrado, estava acontecendo
comigo? — Desculpa, eu só…
— Nenhum homem de valor precisa de drogas para seduzir a sua
parceira. — Ele retirou lenta e deliberadamente a mão da minha boceta e eu
me senti abandonada. Carente. Fraca. Ele levantou a mão, libertando um
pulso, depois o outro das algemas. Enquanto lágrimas se acumulavam outra
vez nos meus olhos, eu soube que, sem sombra de dúvida, eu estava
enlouquecendo. Talvez os últimos dias estivessem finalmente me afetando. O
homicídio que eu tinha testemunhado. O plano de me enviar para fora do
planeta para me manter escondida e segura. A nova identidade e o
processamento. O horror de ser enviada para um novo mundo, para um
homem que nunca conheci.
— Peço desculpa, Tark. Eu não quis te ofender.
— Está cansada e num mundo novo. — Eu agora observava enquanto ele
punha os seus dedos reluzentes na sua boca e sorria.
Oh, Deus, ele estava me saboreando. Era uma visão extremamente erótica
e eu juntei as minhas coxas para aliviar a dor.
— Doce. Como a fruta rova.
Eu não conseguia responder, porque, o que eu haveria de dizer a um
homem que tinha acabado de lamber os fluidos da minha boceta?
— Enquanto dormia, os sistemas de exame padrão de Bron não
detectaram nenhum outro problema de saúde. Visto que respondeu a este
último exame apenas com prazer, e nenhuma dor, presumo que a
transferência foi simplesmente excessiva para o teu corpo frágil suportar sem
nenhum descanso.
Eu só consegui assentir. Eu deveria sentir vergonha, medo ou
constrangimento por ter Tark me tocando de forma tão íntima. Eu ainda
estava nua, exposta e vulnerável e, sem dúvida nenhuma, sob o seu controle.
Eu sentia todas essas coisas, mas a minha mente e o meu corpo estavam em
guerra porque o seu toque me fazia sentir segura, desejada e muito, muito
excitada.
Eu não sabia que Goran tinha voltado até ele ter falado. — O médico está
no último transporte para o Posto Avançado Dezessete.
Tark não virou a cabeça. — Ótimo. Está tudo pronto?
— Sim, senhor.
Tark pôs de lado a sonda prateada, colocou-se de pé, baixou-se e me
segurou, colocando-me de pé diante dele. Agora, eu conseguia ver como era
o aparelho. Era, sem dúvida, um vibrador de outro mundo. Se eles vendessem
aquilo na Terra, Tark faria uma fortuna.
Goran deu um cobertor a Tark e ele colocou-o em mim como se fosse
uma capa.
— A partir deste momento, o teu corpo me pertence. Nenhum outro
homem deve ver o que é meu sem a minha permissão. Compreendeu?
Sem permissão? Isso significa que ele permitiria? Eu estava confusa, mas
antes que eu pudesse perguntar, ele me colocou nos seus braços e me
carregou para fora da tenda, seguindo Goran. O ar era quente e seco, mas
estava escuro aqui fora, a única luz que havia era fornecida por pequenos
postes solares espalhados pelo terreno e que brilhavam em intervalos
precisos. Eu conseguia ver o contorno de inúmeras tendas. Tanto Tark,
quanto Goran movimentavam-se como se fossem fantasmas, os seus passos
eram tão silenciosos. Não havia muitas pessoas; talvez já fosse muito tarde.
Um barulho de um animal, algo parecido com um zurrar de um burro,
quebrou o silêncio. Os passos deles eram muito silenciosos para o seu
tamanho.
Eu olhei para baixo e percebi que Tark me carregava ao longo de um
vasto mar de areia, tal como eu tinha visto nas bordas do interior da tenda
médica. Eu tinha sido transportada para uma espécie de acampamento no
deserto. Ele tinha dito o nome daquilo… Posto avançado não sei do quê. Não
conseguia lembrar.
Goran segurou a aba da abertura de outra tenda – para mim todas
pareciam iguais na escuridão – e Tark baixou-se para me levar para dentro e
permitiu que os meus pés tocassem o chão. Tapetes suaves foram colocados
em sobreposição, cobrindo completamente a areia que eu sabia que estava
por baixo deles. Uma cama de cobertores e peles suaves estava num dos
lados da tenda e, do outro lado da tenda tinha uma pequena mesa repleta de
tigelas com uma fruta roxa e azul estranha.
— Esta é a minha tenda durante a nossa estadia no Posto Avançado Nove.
Como pude constatar, não se machucou com a transferência e fica facilmente
excitada.
Tark levou-me até uma mesa estranha que estava no meio do quarto,
colocou-me de pé diante dela e puxou o cobertor dos meus ombros. Os meus
seios balançavam enquanto eu andava, a corrente friccionava a minha barriga
e puxava os meus mamilos. Eles formigavam devido ao movimento e ao
peso.
As minhas bochechas coraram ao ouvir as suas palavras e eu olhei de
relance para Goran. A expressão dele era vazia de emoções. O que aquilo
tinha a ver com estar na tenda dele?
— Agora, eu vou te foder. — acrescentou Tark. Ele falou como se
estivesse dizendo que ia me levar até o supermercado. Isto não era a Terra e
Tark, sem dúvida nenhuma, não media as suas palavras.
Os meus olhos arregalaram-se. Eu tentei largar a sua mão enquanto
comecei a entrar em pânico. — O quê? Por quê? Nós… espera! Eu não
quero.
Ele não me largou, mas a sua mão livre começou a acariciar as minhas
costas nuas. Como era possível que o seu toque fosse tão quente?
— Gara, como teu parceiro, eu conheço os teus desejos mais profundos.
E também sei qual é a melhor forma de te proteger aqui, no meu mundo.
Lembre-se, eu nem sempre vou te dar aquilo que quer, mas sempre te darei
aquilo que precisa.
Eu não gostava nem um pouco da sua resposta. Como ele podia saber os
meus desejos mais profundos? Nós tínhamos acabado de nos conhecer. No
entanto, a minha boceta ficou apertada devido à reverberação contínua
daquele dispositivo médico. Estúpido aparelho que mais parecia um vibrador.
— Eu não preciso ser fodida — argumentei, embora eu não precisasse
olhar para os meus mamilos para notar que eles endureceram só de pensar nas
intenções dele. Quando ele brincou com os dedos na minha boceta, só me
deixou mais dolorida e excitada do que nunca. Insatisfeita.
Ele sorriu para mim e parecia tão diferente, tão bonito, que eu mal podia
respirar.
— Tem certeza disso? Estava pingando nos meus dedos há uns minutos.
Gritou de prazer com o exame de neuroestimulação. Eu lambi os teus
líquidos. Vai negar isso agora?
Eu tentei me distanciar, mas ele era muito forte. Acariciou novamente as
minhas dobras com os seus dedos, depois, levantou-os para que ambos
pudéssemos ver a umidade reluzente.
As minhas bochechas ardiam.
— O teu corpo não pensa o mesmo que você. Me obedeça ou vou ter que
te punir outra vez.
Engoli em seco ao ouvir o seu tom de voz magnífico e ainda podia sentir
a dor aguda no meu traseiro. — Outra vez? Mas eu não fiz nada de errado!
Tark suspirou. — Está pensando muito. Às vezes ser punida é exatamente
aquilo de que precisa. — Ele me puxou para perto da mesa pequena, embora
os meus pés estivessem lentos, atrasando o seu progresso.
— Obedeça — repetiu ele enquanto olhava para mim. — Incline-se sobre
a mesa.
Olhei para a mesa estranha, que certamente não era do tipo de mesa usada
para se comer sobre ela.
— Por quê? — Perguntei, franzindo a testa.
Ele suspirou novamente, mas manteve a calma. — Todas as mulheres da
Terra são tão contestadoras e curiosas ou só você?
Com uma mão sobre a parte superior das minhas costas, ele inclinou-me
sobre a mesa. O seu toque era gentil, mas a intenção por detrás do toque era
óbvia. Ele teria tudo feito à sua maneira, e, lá no fundo, eu queria que fosse
assim.
A mesa era mais estreita do que eu tinha pensado, cobrindo apenas a
minha barriga e eu sibilei ao sentir a superfície fria pressionada contra a
minha pele. Os meus seios estavam suspensos e a corrente balançava. Eu
senti a mesa subir automaticamente até apenas os meus dedos tocarem no
tapete. Tark agachou-se e prendeu o meu tornozelo direito a uma das pernas
da mesa com uma correia de couro suave, depois prendeu a outra. Tentei tirá-
la, mas era inútil. As correias eram bastante fortes.
— Pode tentar lutar contra as correias, mas será inútil — murmurou Tark,
inclinando novamente as minhas costas. A sua voz estava dura. Enquanto eu
estava inclinada, virei a cabeça e olhei para ele, mas os meus cabelos longos
obstruíram a visão. Os seus olhos eram tão escuros, tão intensos. O seu
queixo quadrado estava cerrado. — O processo de reivindicação deve ser
concluído para que outros não tentem te tocar. — Tark passou a sua mão para
cima e para baixo ao longo da minha coluna nua com uma atenção especial a
cada curva e ondulação. — Vai ser fodida. Sua única decisão é se primeiro te
dou umas palmadas.
Ele passou uma mão sobre o meu traseiro dolorido e eu estremeci. Não
estava extremamente dolorido, mas era, sem dúvida, um lembrete de que ele
cumpriria o que estava dizendo.
Mas a minha mente estava focada em outra coisa que ele havia dito.
Outros? Tentar tocar em mim? Eles também tentariam me tomar? Um idiota,
como Bron, tentaria me foder? Aquilo não me soava lá muito bem.
Tark pegou nas minhas mãos e colocou-as em pequenas algemas e
prendeu os meus pulsos nas outras duas pernas da mesa. Uma vez que eu
estava presa para seu deleite, ele ficou parado. Eu sabia que minha bunda
rosada e minha boceta estavam expostas, a umidade entre as minhas pernas
provocava um leve calafrio devido ao ar que passava pela minha pele nua. Eu
nunca tinha me sentido tão vulnerável ou tão excitada.
Eu nunca tinha sido presa durante o sexo, pelo menos, não desta forma. A
sensação das algemas presas nos meus pulsos e nos meus tornozelos era
restritiva, mas ao mesmo tempo, estranhamente libertadora. A minha mente
lutava contra tudo o que Tark estava para fazer, os meus pensamentos me
faziam sentir culpada ou envergonhada constantemente desde que cheguei
por o meu corpo estar respondendo a ele. Mas agora, estas algemas me
libertavam. Tal como quando eu também tinha as mãos algemadas enquanto
ele me examinava com aquela espécie de vibrador, eu só podia desistir e
render-me ao controle de Tark. Ele ia fazer aquilo que queria – aquilo que
dizia ser o que eu precisava – e, mesmo agora, não havia nada que eu pudesse
fazer a não ser submeter-me. Eu não tinha que tomar nenhuma decisão e não
havia nenhuma culpa para sentir por tomar uma decisão. Ninguém me
julgaria ou me chamaria de puta se eu quisesse ser tomada rápido e com
força. E aqui, agora, inclinada e prestes a ser fodida pelo maior homem que
eu alguma vez tinha visto, eu admiti, pela primeira vez na minha vida, que ser
tomada desta forma era exatamente o que eu queria.
Tark era o meu parceiro. Emparelhado comigo. Apenas comigo. Ele tinha
me tirado o poder de decisão, e ao fazê-lo, ele libertou-me de uma maneira
estranha.
— Tark, eu...
— Deve me chamar de mestre.
— Mestre? — Franzi a testa. — Está falando sério? Porque...
Uma palmada forte no meu traseiro me fez calar o que restava das
palavras. Era uma palmada mais forte do que as que ele me tinha dado mais
cedo, e eu gritei.
— Gara, minha gara contestadora. Ser bem fodida é aquilo de que
precisa. — Ele inclinou-se para frente e tocou na corrente que estava presa
aos meus mamilos e colocou-a em movimento. A sensação deliciosa me fez
arfar. — Aceita que eu te tome, gara? Aceita a minha proteção e a minha
devoção?
Eu abaixei a cabeça. Céus. Eu estava verdadeiramente presa… um último
puxão nas minhas correias me fez ter essa confirmação. Tark tinha me
excitado, algemado e dito clara e descaradamente que iria me foder. Eu nunca
tinha conhecido um homem tão direto e mandão. E por que meu corpo
gostava tanto daquilo? Eu queria Tark. Só Tark. Eu não queria mais ninguém
neste mundo louco. O seu toque, a sua atenção, deixavam-me tão excitada
que eu mal conseguia pensar. Ele tinha feito um bom trabalho ao deixar-me
excitada, gozando, e depois, mantendo-me tão excitada que o meu cérebro
tinha virado uma papa, porque, de outra forma, eu teria lutado e gritado para
que me libertassem. Ao invés disso, eu estava à espera para sentir o seu pau
me preencher.
Era só durante alguns meses, até o julgamento. Depois, eu voltaria para
casa, voltaria para a minha vida normal. De volta à minha vida normal,
aborrecida e solitária. De volta aos homens que eu sabia que não tinham sido
emparelhados comigo, sabendo que nenhum deles estaria em perfeita sintonia
com o meu perfil psicológico. Neste momento, eu tinha um homem excitante
e viril pronto para me tomar, pronto para me dar algo que eu nunca sequer
soube que queria.
Eu estava ali deitada, de bunda para o ar, com uma dor pungente e
desejosa por mais e, admiti o fato evidente – o centro de processamento da
Terra tinha me emparelhado com este homem e nem todos os argumentos da
Terra seriam capazes de me convencer a negar-me este prazer. Só havia uma
coisa que eu podia dizer. — Sim.
— Para que conste oficialmente, Evelyn Day, está ou já foi casada,
emparelhada ou acasalada com outro homem?
— Não. — A sua pergunta abrandou os meus pensamentos.
— Tem algum filho biológico?
— O quê? Eles já me perguntaram…
Outra palmada forte e o meu traseiro parecia arder. — Responda a
pergunta.
— Ta… Quer dizer, mestre! — Gritei, tentando mover meus quadris. —
Não. Eu não tenho nenhum filho.
— Ótimo. Independentemente do nosso emparelhamento, eu não vou
tomar uma mulher que pertença a outro e, também não vou tirá-la dos seus
filhos. — A palma escaldante da mão de Tark esfregou o meu traseiro, bem
na zona onde a minha pele suave deveria estar num tom rosa vivo e brilhante
devido às palmadas dadas pela sua mão firme. — Goran, está pronto para
testemunhar a reivindicação?
— Sim. O registro oficial foi ativado.
Eu congelei sob a mão quente de Tark. Registro? E por que Goran ainda
estava aqui? Tinha mais alguém por trás de mim que eu não conseguia ver?
Pensar nisso me fez entrar em pânico. Eles podiam me ver toda e não havia
nada que eu pudesse fazer. Eles podiam ver que eu tinha acabado de levar
palmadas na bunda. Eu não tinha medo de Tark, mas eu não queria ser
partilhada, não queria ser uma prisioneira a serviço não só do meu parceiro,
mas também de outros.
— Tark, eu não quero mais ninguém aqui.
Ele me deu outra palmada, fazendo-me apertar as minhas coxas. —
Chame-me mestre.
— Mestre, por favor. — sussurrei. — Castigue-me se quiser, mas eu…
Eu não vou me tornar uma puta. Prefiro ir para a prisão na Terra.
De onde eu estava, eu só conseguia ver as pernas deles. Tark colocou-se
ao meu lado, ajoelhou-se e tirou os meus longos cabelos do meu rosto. — Eu
não conheço essa palavra... puta, mas eu percebo o que significa. Não, gara,
você é minha. Só minha. Ninguém, repito, ninguém vai te foder ou sequer
tocar em ti, além de mim.
A forma como ele tocou na minha pele era extremamente gentil. — Mas
Goran...
— Ele tem que testemunhar e registrar para os sistemas de
monitoramento do programa de noivas. Só isso. Eles utilizam as gravações
das reações neurológicas para avaliar a colocação de outros parceiros e de
outras noivas. É um protocolo padrão.
Eu franzi a testa, mas ele não disse mais nada e pôs-se de pé.
Enquanto a minha mente tentava adaptar-se a estas novas informações,
Tark colocou-se atrás de mim, colocando-se numa posição em que eu
conseguia ver as pernas dos dois. Eu ouvi o som de um cinto e de calças se
abrindo um pouco antes dos seus dedos voltarem a sondar o meu núcleo.
Olhar para as botas de Goran, dois passos atrás dele, deixava-me furiosa. Isto
nunca me teria acontecido na Terra. Nunca.
— Protocolo padrão que deveria ser testemunhado? Estar inclinada e ser
fodida desta forma! — Gritei. Eu tentei lutar contra as algemas, mas aquilo
não iria ceder. Eu levaria outra palmada por este surto, visto que isto era sem
dúvida impertinência, mas eu não queria saber. — É padrão ter os meus
mamilos perfurados sem permissão? E se eu não gostar da corrente? E se eu
não quiser ser enfeitada?
Tal como eu pensava, ele me deu outra palmada. A dor pungente e
ardente – ele não se conteve de todo desta vez – me fez gritar.
A sua voz e a minha posição fizeram com que uma lembrança voltasse,
mas se mantivesse ainda fora do meu alcance. Mas quando começou a haver
uma vibração da mesa, diretamente por baixo do meu clítoris, eu lembrei. Eu
tinha sonhado com isto, tinha sonhado com ser tomada desta forma. Por quê?
Onde é que eu tinha visto aquilo quando eu estava na Terra? O que o centro
de processamento tinha feito comigo? No meu sonho, eu tinha gostado de ter
dois homens falando sobre mim, tocando-me, fodendo-me. Mas aquilo tinha
sido um sonho.
Aliás, não era um sonho. Era a experiência vivida por outra mulher, que
tinha sido gravada.
Portanto, aquele sonho no centro de processamento não tinha sido um
sonho? Eu tinha revivido os estímulos e as reações físicas da reivindicação de
uma mulher anônima da Terra?
Algum outro guerreiro reviveria isto pelos olhos de Tark e decidiria o que
ele realmente queria numa mulher da Terra?
Caramba!
Ainda assim, o centro de processamento era uma coisa. Agora, eu estava
desperta e isto não era a mesma coisa, não mesmo.
Esqueci tudo isso quando senti os seus dedos deslizando para dentro e
para fora da minha boceta. — Pronto, gara, esse estimulador pressionado
contra o teu clítoris deve tranquilizar a tua mente. Lembre-se, eu vou te dar
exatamente o que precisa.
— E o que é que eu preciso neste momento além desta mesa estúpida?
Ele riu, mas não parou de me acariciar. — Precisa gozar. Está encharcada.
Eu abanei a cabeça. — Eu não quero fazer isto com Goran vendo. Vocês
são pervertidos. — falei, rangendo os dentes ao sentir um toque gentil e
bastante intencional.
Tark riu. — Visto que fomos emparelhados, Evelyn Day, você também
deve ser uma pervertida.
Eu? Gostar disto? Querer isto? Ele estava errado. — Idiota. —
resmunguei.
— Vai continuar permitindo que ela fale contigo dessa forma? —
Perguntou Goran, a sua voz soava bastante surpresa. Por que ninguém
discutia com ele?
— Pode notar pelo tom do seu maravilhoso traseiro que ela já levou umas
palmadas pela sua impertinência com Bron. Não faz nem vinte minutos que
ela está acordada e em Trion. E eu estou gostando do fogo dela e também de
ver a palma da minha mão impressa no seu traseiro. Ela está respondendo
agora pelo medo do desconhecido. Embora esteja excitada, a mente dela está
lutando contra isto. Ela é uma mulher de honra, não quer foder qualquer
homem só para pôr termo aos seus desejos.
“Por isso, e só por isso, vou permitir. Além disso, vou me divertir com a
sensação luxuriante de seus quadris, da suavidade da sua pele. — Ele
acariciou o meu corpo com uma mão, passando-a depois pela parte lateral do
meu seio antes de agarrar a minha cintura. — O meu pau está duro de desejo
por ela e eu vou gostar muito de foder a minha parceira. Evelyn Day, gara,
você vai gostar disto. Foder nunca é uma punição, e sim uma recompensa.
Agora, é o meu dever satisfazer as tuas necessidades. Você me pertence.
Ele usou os seus dedos para acariciar a parte interna dos meus lábios e,
depois circulou o meu clítoris. Ele estava me recompensando?
Engoli o ar devido ao prazer intenso provocado pelo seu toque suave. —
Então… por que tem que me amarrar? Se está tão confiante quanto às tuas
proezas, me liberta.
As suas mãos foram de encontro ao meu traseiro outra vez, e outra vez.
— Talvez a tua impertinência se deva ao fato de gostar de levar
palmadas. Hmm, os teus fluidos realmente deslizam para fora da tua boceta
quando eu o faço. É algo sobre o qual tenho que pensar.
— O quê? — Gritei, mas permaneci imóvel. Ele pensava que eu gostava
de ser punida? Que eu estava discutindo com ele porque eu queria que ele
continuasse?
— Eu para ti sou um desconhecido, mas sou o teu parceiro. É difícil. Eu
entendo. — A sua mão acariciou a pele quente na qual tinha batido. Era
estranha, a dicotomia da sua palmada forte seguida de uma carícia gentil. Ele
não era um homem cruel. Isso eu já sabia. — As algemas, a posição em que
está, simbolizam o nosso estilo de vida, o presente da tua pessoa para mim. A
primeira reivindicação é um ritual que existe desde há centenas de anos. Eu
devo te possuir e te marcar como sendo minha com a minha semente desta
forma. Isto também garante que somos compatíveis; no entanto, eu não
preciso te foder para saber que foi feita para mim. A tua boceta está sedenta e
o meu desejo por ti é quase doloroso.
Ele inclinou-se na minha direção, colocando-se ao meu lado, o seu pau
grosso entrou em contato comigo de uma forma extremamente íntima. O seu
peito duro cobria as minhas costas e eu senti o meu corpo ceder perante o seu
poder e o seu domínio, enquanto ele sussurrava no meu ouvido. — Está
amarrada para que o teu corpo saiba que eu estou no comando. Pode libertar-
se dos teus medos, Evelyn Day. Está impotente perante o que quer que eu
venha a ordenar.
Ele separou as minhas dobras e circulou a minha entrada enquanto falava.
Eu gritei. Não consegui evitar. Havia qualquer coisa no toque dele, era como
se tivesse carga elétrica e não importava o quanto eu lutasse contra ele.
Aquilo fazia com que a minha boceta formigasse, a minha pele ficasse quente
e o meu sangue, espesso. Um dedo deslizou para dentro de mim. e eu só
conseguia pensar em qual seria a sensação do seu pau enorme alargando-me.
No lugar onde ele agarrava meus quadris, eu queria ver as pontas dos dedos
dele brilhando com os meus fluidos. A imagem seria linda; o seu corpo
enorme cobrindo-me, a sua pelvis a postos para me foder completamente.
E Goran assistindo a tudo, vendo o pau de Tark desaparecer dentro de
mim. Os olhares de ambos estavam sobre mim. Ali.
— Resista se quiser, mas eu vou te fazer gozar. — Tark parou e eu mordi
o lábio para refrear o suspiro de desilusão que subia pela minha garganta ao
perder o contato com a pele dele.
Eu queria continuar a lutar, queria continuar a rejeitar o que ele ia fazer,
porque eu deveria ser uma puta por me excitar tão descaradamente com um
desconhecido. Sendo observada. Estando inclinada e acorrentada. Era
impossível racionalizar esta dor na minha boceta. O barulho suave do
vibrador no meu clítoris provava que ele queria que eu sentisse prazer. Ou
Tark era extremamente habilidoso ou, independentemente do que ele tinha
dito, eles tinham me dado alguma química excitante para que eu ficasse mais
suscetível às suas investidas.
Enquanto ele deslizava o segundo dedo para dentro de mim, para se unir
ao primeiro, eu estava num ponto em que não queria saber. Não era fácil
permanecer imóvel. Eu queria mover os quadris, mover na direção do seu
toque, enfiar os seus dedos ainda mais para dentro. No entanto, eu não
conseguia me mexer, não conseguia fazer nada além de aceitar o que quer
que ele me fizesse.
Eu não conhecia este homem, estava acordada há pouco tempo, mas eu
queria outro orgasmo. Desta vez, provocado por Tark, e não por uma sonda
alienígena esquisita.
— Já foi fodida?
Quando o seu dedo esfregou um ponto dentro de mim, eu não consegui
pensar, não consegui responder. Só consegui gritar. Quando ele retirou o
dedo, deixando-me vazia e insatisfeita, eu reclamei: — Não pare.
— Então, responda minha pergunta.
Eu mexi os dedos dos pés. — Qual… qual foi a pergunta?
— Já foi fodida? — ele repetiu. A sua voz era sombria e brusca.
— Sim.
Os seus dedos deslizaram para dentro de mim outra vez. Eu gemi.
Eu ouvi o ruído de tecido, vi-o aproximar-se de mim antes de ele puxar os
dedos para fora e de eu sentir o toque do seu pau na minha entrada. — Eu
posso não ter sido o teu primeiro, Evelyn Day, mas serei o último.
O seu pênis era enorme e à medida em que ele entrava em mim, senti-me
alargar e a esticar em volta dele. Ele não abrandou, não me deu tempo para
ajustar-me, simplesmente preencheu-me na totalidade.
Eu gemi, enquanto o meu corpo se sentia invadido. Tomado. Uma mão
agarrou a minha cintura e a outra, o meu ombro quando ele começou a
movimentar-se. Para dentro. Para fora. Bruscamente. Rapidamente. Ele
mexia-se e eu mordia o meu lábio, aceitando o que quer que ele me desse.
— Você vai gozar, gara.
Eu abanei a cabeça, os meus cabelos caíam sobre a minha face. Com cada
empurrão intenso, eu imaginava a minha mãe de braços cruzados e com a
sobrancelha erguida com um ar de reprovação. Isto era tão errado. — Eu…
eu não consigo.
Ele inclinou-se sobre mim, pressionando o corpo contra as minhas costas
e preencheu-me com um empurrão intenso e rápido. A pressão do seu corpo
contra o meu traseiro dolorido apenas intensificou as sensações que corriam
pelo meu corpo. — Estou mandando.
Eu nunca tinha sido tomada desta forma. O meu último parceiro tinha
sido atencioso, mas não era excessivamente focado. Ele me deixava
insatisfeita e desinteressada no sexo. Mas Tark? Eu não fazia a menor ideia
de como é que ele conseguia empunhar o seu pau de forma a me esfregar por
dentro em lugares que eu nem sabia que existiam. Os meus dedos
escorregavam das correias. Eu cerrei os dentes enquanto a corrente entre os
meus seios oscilava com cada empurrão.
Abanei a cabeça, frustrada. Lágrimas enchiam os meus olhos. Eu estava
tão desejosa, diria até desesperada, para gozar. Tark era tão bom. Tão duro.
Tão grande. — Eu… Eu não consigo. Eu nunca gozo durante… eu não sei
como... — chorei.
Lágrimas escorreram pelas minhas têmporas até o meu cabelo.
Ele parou dentro de mim, inclinando a sua cabeça para sussurrar
diretamente no meu ouvido. — Nunca gozou com o pênis de um homem
dentro de você? — A sua respiração quente aquecia o meu pescoço.
Eu abanei a cabeça. — Eu não consigo… sobretudo sabendo que alguém
está olhando.
Eu senti mais do que ouvi o seu rosnar, visto que veio bem do fundo do
seu peito. — Gara, é o meu dever te dar prazer. Obviamente, consegue obter
prazer, já que gozou lindamente com a sonda médica.
— Sim, eu consigo gozar com o meu vibrador, simplesmente não consigo
fazê-lo com um homem. — admiti.
Tark ficou quieto dentro de mim. — Eu creio que sei o que é um
vibrador. É como a sonda médica com os sistemas de leitura, certo? É como o
estimulador que está pressionado contra o teu clítoris?
Eu acenei com a cabeça, o que fez com que o meu cabelo viesse para trás
e para a frente.
— Então, simplesmente terei de descobrir o que te faz gozar. Quanto a
Goran, ignore-o. Somos só nós dois. Shh. — ele murmurou. — Muito bem,
gara, está na hora de descobrir o que te dá prazer.
Com isso, eu senti a vibração no meu clítoris acelerar. A seção da mesa
que estava diretamente por debaixo do meu clítoris começou a estimular-me
intensamente. Eu também me lembrava disto, do meu sonho. Ao sentir o
prazer intenso provocado pelo aumento da estimulação, eu respirei bem
fundo. Esta união não servia apenas para dar prazer a Tark, mas também para
me dar prazer.
— Gosta mais desta velocidade de vibração. Está apertando o meu pau
com a tua boceta. — ele rosnou. — Isso é bom sinal, certo?
— Sim! — Gritei.
Um dedo brusco circulou o local onde eu e Tark nos uníamos, enquanto
ele começava a se mexer novamente. A combinação do seu pau entrando e
saindo com as vibrações no meu clítoris fazia-me mexer os quadris. Eu queria
permanecer aqui, onde estava, empalada pelo pau enorme do meu novo
parceiro.
— E o que acha disto? — Tark pressionou um dedo contra a minha
entrada traseira e eu endureci, fazendo força, na esperança de manter o seu
dedo fora. Ao mesmo tempo, pequenos impulsos de calor e prazer fluíam por
todo o meu corpo ao sentir o seu toque sombrio.
— Relaxa, gara. Deixe-me entrar. Vai gozar quando tiver que ser.
Prometo.
Respirei fundo e soltei o ar, descontraindo. Fechei os olhos enquanto ele
circulava a minha abertura virgem com o seu dedo e começava a empurrar
para dentro lentamente, mexendo os quadris, me fodendo.
As vibrações aceleraram, aumentando a estimulação do meu clítoris. Eu
gritei, à medida em que o dedo de Tark começava a entrar no meu cu. Gritei
enquanto todo o meu corpo ficava rígido, cada terminação nervosa do meu
corpo ganhou vida e pulsou com prazer. De alguma forma, a combinação
erótica do pênis de Tark, a estimulação do clítoris e a ponta do seu dedo
movendo-se lentamente dentro de mim fizeram-me explodir de prazer. Eu me
sentia como se estivesse perdida numa onda do oceano, lançada, esmagada e
totalmente fora de controle. A intensidade do prazer era muito maior do que
qualquer coisa que eu já tivesse sentido. Ter um pau me preenchendo até o
meu limite apenas intensificou o êxtase orgásmico que fluía pelas minhas
veias. Eu espremia e apertava-o – o seu pau e o seu dedo no meu cu – como
se quisesse empurrá-los ainda mais fundo.
Eu senti a mão de Tark agarrar meu quadril enquanto ele aumentava o
ritmo, até que deu um último empurrão bem forte, mantendo-se dentro de
mim. O seu pau ficou mais grosso, alargando-me ainda mais, mesmo antes de
ele gemer e o seu sêmen quente preencher-me ritmicamente.
A nossa respiração irregular preencheu o quarto e ele permaneceu dentro
de mim enquanto eu me recuperava. Embora inicialmente tivesse sido
parecido com o sonho do centro de processamento, não tinha terminado da
mesma forma. Não era a mesma coisa. Eu agora estava deixando a minha
antiga vida para trás e forjando o meu próprio caminho, no meu novo planeta
e com o meu parceiro.
— Nós somos compatíveis. — disse Tark enquanto saía de dentro de mim
lentamente, e eu o ouvia fechar novamente a calça.
Soltei a respiração junto com ele e senti o seu sêmen quente sair de mim.
Ele voltou-se e depois de me libertar das correias, me deu a mão, ajudando-
me a levantar. Inclinei-me contra a mesa enquanto recuperava o equilíbrio. A
minha pele estava ruborizada e o meu coração, acelerado. Eu me sentia
demasiadamente exausta, não com um, mas sim com dois orgasmos que eu
tinha tido no curto período em que estava em Trion, para tentar me cobrir
agora.
Olhei para Tark. A sua pele também tinha um certo rubor e os seus olhos
estavam mais doces, menos intensos. Ele olhou para o meu corpo nu, os seus
olhos estreitaram e ele cerrou o queixo enquanto via o seu sêmen escorrendo
pelas minhas coxas.
— Dê ao Conselho as boas novas. — comentou Tark olhando sobre o
ombro na direção de Goran.
Ele pegou na corrente que balançava entre os meus seios e puxou-a de
forma bastante delicada. Era o suficiente para que eu me movesse na sua
direção e para que o calor pulsasse entre as minhas coxas.
Os seus olhos estavam sobre os meus mamilos puxados enquanto ele
falava com Goran. — Mas primeiro, cubre-a e leva-a até o harém.
— O quê? — Gritei. — Vai me deixar nua com… ele? — Olhei
amedrontada na direção de Goran.
— Ele vai te manter a salvo. — rebateu Tark. — Eu tenho que ir para a
reunião do Conselho e você vai para o harém.
Os meus olhos arregalaram-se perante a sua indiferença e, depois,
estreitaram-se. Um harém? Quantas parceiras este idiota já tinha? Eu era que
número? Dois? Quatro? Vinte?
— Me fodeu e, agora, está farto de mim. Eu não sou uma noiva, sou um
brinquedo sexual. — Encarei o outro homem. — Surpreende-me que afinal
não tenha deixado que Goran me fodesse.
Ele ainda tinha a corrente ligada aos meus mamilos e ele enrolou-a em
seu dedo, obrigando-me a me aproximar dele caso eu não quisesse ter os
meus mamilos esticados. Inclinei o meu pescoço para trás ainda mais para
olhá-lo nos olhos. Eu tinha ido longe demais com os meus comentários, mas
tinha medo. Se ele era o meu parceiro, não era dever dele cuidar de mim e
manter-me segura? Como é que ele iria fazer isso se eu era uma das dez
mulheres da sua vida?
Eu estava neste planeta há menos de uma hora e ele já estava se livrando
de mim. Quem me dera que eu pudesse entrar em contato com o programa de
noivas e rejeitá-lo agora, mas eu tinha de esperar um ciclo de trinta dias ou
até ser chamada de volta para testemunhar. E depois? Eu iria me certificar de
que eles sabiam que eu não estava feliz num harém.
Ele franziu a testa. — Eu não conheço esse termo, brinquedo sexual, mas
penso que não gosto dele. E também não gosto que duvide da minha honra.
Eu engoli em seco ao ouvir a sua voz profunda, com um toque de raiva.
Ao invés disso, o que eu queria era ver o ar de saciado no seu rosto. Queria
voltar uns minutos atrás, quando eu estava plena e considerando um futuro
como sendo a única parceira amada e bem fodida de Tark.
— Eu não minto. Eu disse que eu não partilho a minha parceira. O meu
sêmen está escorrendo pelas tuas coxas. A minha corrente está
proeminentemente visível.
A corrente dele? A corrente era a versão deles de uma aliança de
casamento? A corrente anunciava verdadeiramente ao mundo que eu tinha
sido tomada? Mostrava a sua proteção? O que eu devia fazer? Andar por aí
em topless?
— Esferas estimuladoras, Goran. — Ele estendeu a mão enquanto Goran
se afastava.
Ele apontou para o meu corpo. — O meu sêmen e a corrente irão garantir
que todos saibam que você me pertence, não importa onde você esteja nesta
cidade de tendas. Tenho a certeza de que o teu cu está dolorido por meu dedo
ter entrado ali pela primeira vez. O teu clítoris... — ele abaixou a mão e
passou um dedo entre as minhas pernas — está duro e desejoso por outro
clímax. Um clímax que só eu poderei te dar, visto que já não haverá mais
sondas médicas ou, como você chama, vibradores. O teu traseiro está
vermelho vivo devido à tua punição. Parece que você acha que isto tudo não
é o suficiente para te fazer lembrar que me pertence.
Eu queria me afastar do seu toque surpresa, mas não conseguia me afastar
sem machucar seriamente os meus mamilos.
Tark deu mais uma volta nos seus dedos a corrente dourada que estava
ligada aos meus seios. Ele retirou a sua outra mão do meu clítoris para pegar
algo que Goran lhe estendia. — Dê-nos um momento a sós.
A sua ordem para Goran me fez respirar fundo. O que ele ia fazer
comigo?
Tark segurava umas bolas douradas, duas esferas perfeitas ligadas por
uma pequena corrente e uma outra muito maior com um disco dourado
marcado nelas, ligado à extremidade.
— Como é óbvio, umas palmadas não foram suficiente para que
aprendesse a controlar o teu desrespeito e a tua língua afiada. Vai transportar
estas esferas estimuladoras até eu voltar para perto de você. A corrente deve
estar totalmente visível o tempo todo, gara, para que todos aqueles que
olhem para você saibam que eu estou descontente.
O meu coração batia mais rápido do que as asas de um colibri e tudo o
que eu conseguia fazer era olhar para ele. Transportar comigo duas bolas
douradas? Aquilo que era uma punição?
O seu olhar nunca deixou o meu e ele continuava a agarrar a corrente,
mantendo-me no lugar; ele baixou a sua mão até a minha vagina molhada e
inseriu primeiro uma e depois a outra esfera dourada bem dentro de mim.
Quando ele tirou a mão, as esferas deslizavam por entre os meus músculos
internos e depois de volta, na direção da sua palma da mão. Ele manteve a
sua mão ali, imóvel, enquanto observava o meu ar de choque. — Vai mantê-
las dentro da tua boceta, gara, até que eu volte. Caso contrário, levará mais
palmadas. E, desta vez, não vou me conter e você não vai conseguir sentar
por uma semana.
Caramba, ele estava falando sério. E tudo aquilo fez com que a minha
boceta se comprimisse. A sua porra deslizava de dentro de mim, mas as bolas
não. E eu estava novamente desejosa por ele.
Tark sorriu ao ver a minha umidade e o sêmen dele cobrindo a palma da
sua mão, baixou a cabeça para beijar o meu pescoço e enfiou as esferas para
dentro da minha boceta outra vez enquanto a sua língua traçava linhas
quentes em minha clavícula. Ele ergueu a cabeça e retirou ambas as mãos do
meu corpo ao mesmo tempo.
Quando ele me largou, a maior corrente que eu já tinha visto ficou
suspensa entre as minhas coxas. O peso fazia com que a corrente fosse mais
pesada, mas cada oscilação enviava um pequeno choque elétrico para o meu
clítoris.
Arfei enquanto me comprimia ao sentir o peso dos objetos metálicos.
— As esferas vão te manter excitada, gara, mas a programação
neurológica não vai permitir que goze. Fazer você gozar é o meu dever e só
meu. — Ele traçou a curva da minha bochecha com dedos gentis e olhou-me
nos olhos. — Se você as tirar, eu vou saber. As esferas estimuladoras estão
ligadas ao meu sistema de monitoramento. — Ele apontou para o dispositivo
que estava preso ao seu antebraço. — Quando Goran inserir os dados da tua
reivindicação, todas as pessoas da aliança interestelar saberão que aceitou ser
tomada pelo Sumo Conselheiro, saberão que me pertence. Com isso — ele
apontou para o disco dourado giratório que estava entre as minhas coxas —
talvez se lembre disso e segure sua língua.
Ele me levantou por breves instantes para se certificar de que o disco
estava oscilando. Eu soltei a respiração ao sentir o sobressalto do estímulo
dentro da minha vagina e contraí-me com força. Um misto de desconforto e
desejo me fez estremecer com cada corrente dourada em formato de pêndulo
balançando enquanto eu o via deixar a tenda. Eu tinha sido profundamente
castigada e estava absolutamente nua, bem fodida e voltando rapidamente
para o meu estado de total excitação.
4
T ark
E VA /E VELYN
— O LHA para a corrente balançando entre as pernas dela. Ela não o agradou.
— A voz aguda da mulher me fez virar, a corrente bateu contra as minhas
coxas quando o fiz. Eu soltei a respiração e peguei na corrente para segurá-la
para que parasse de estimular as paredes da minha vagina. Isso não
funcionou. Eu só estava carregando aquelas esferas no meu corpo há uns
minutos e já estava prestes a chorar e a implorar a Tark por alívio deste
prazer constante. Era um estímulo sutil, o suficiente para me lembrar
constantemente do seu controle sobre mim – e sobre os meus orgasmos – mas
não era o suficiente para me deixar gozar.
Elas vibravam e pulsavam, parecido com a sonda médica, embora de uma
forma muito mais sutil. Por ter de mantê-las dentro de mim, eu tinha que
apertar as minhas paredes internas, o que só contribuía para a minha deliciosa
tortura.
Várias mulheres estavam de pé diante de mim. Todas usavam um traje
simples idêntico, que parecia um vestido leve e transparente. Eu conseguia
ver o contorno dos anéis de mamilos através do material fino, mas pelo que
eu conseguia ver, nenhuma delas tinha uma corrente entre os seios como eu
tinha.
A mulher que falou era linda, excetuando o desdém nos lábios dela. Os
seus cabelos escuros e longos caíam-lhe sobre as costas. Ela era alta e esguia
com seios pequenos e uma cintura fina. Ela era tudo aquilo que eu não era.
A pele da minha bunda estava dolorida e eu perguntava-me se elas
conseguiriam ver as marcas deixadas por Tark através do vestido fino que
Goran me tinha dado para vestir. A minha tez era suficientemente branca para
não conseguir disfarçar sequer um simples rubor na minha face. Uma bunda
vermelha seria algo evidente. O escrutínio delas era intenso; elas fitavam-me
como se eu tivesse vindo de outro planeta – o que acabava por ser verdade.
— Eu sou Kiri. — disse uma das mulheres enquanto vinha na minha
direção. Ela era mais baixa do que a irritante e, embora tivesse uma
curiosidade estampada no rosto, não havia qualquer malícia nela. Ela inclinou
a cabeça e continuou: — As outras são Lin, Vana, Ria e Mara.
Eu não sabia quem era quem, portanto, acenei a todas.
— Nós estávamos trabalhando no nosso artesanato quando você entrou.
Junte-se a nós.
O espaço era semelhante ao quarto de Tark, com tapetes cobrindo todo o
chão. Luzes semelhantes as que ele tinha no quarto faziam com que a sala
tivesse um brilho amarelo suave. O ar era quente e o cheiro de amêndoas
preenchia o espaço. Reconheci o cheiro do meu sonho no centro de
processamento.
Ela virou-se, assim como as outras e sentou-se em frente a uma mesa
sobre a qual elas pareciam estar esculpindo pequenas peças de madeira.
Havia várias cadeiras confortáveis, uma pequena mesa de café – Céus, eles
tinham café aqui? – e outra mesa alta contra uma parede que estava repleta
com diversas travessas de comida e jarros com líquidos de várias cores.
Embora eu associasse um harém a uma espécie de prisão, afinal, havia
guardas lá fora, as cortesias eram semelhantes as da tenda de Tark.
As mulheres voltaram aos seus trabalhos, todas exceto a moça magra e
bonita. Ela fitava-me como se eu tivesse sido trazida para dentro com o lixo.
— Ele vai te rejeitar. — falou ela subitamente.
— Mara, deixa-a em paz. — disse Kiri.
Mara revirou os olhos ao ouvir as palavras da outra mulher, mas só eu
conseguia ver o nojo e inveja estampados no seu rosto. — Eu ouvi dizer que
só prisioneiros são trazidos da Terra. Qual foi o teu crime?
Era um pouco óbvio que Mara não tinha a mínima intenção de ser minha
amiga. Talvez um pouco de medo contribuísse de alguma forma, portanto,
disse-lhe a verdade: — Homicídio.
As outras mulheres pararam de trabalhar e uma delas sibilou, sentindo
dor. — Ah, cortei o dedo.
Ela estendeu a mão ferida sobre a outra enquanto outra mulher rodeou-a
para tratar dela.
— Eu posso ajudar. — Tentei passar por Mara; a minha formação médica
apelava ao meu corpo para que se aproximar antes que eu parasse para pensar
sobre isso.
Mara empurrou-me pelo ombro. — Ajudar? Matando-a também?
Parei e observei enquanto passavam o pequeno dispositivo sobre a ferida.
Foi emitido um brilho azul e, nos momentos que se seguiram, a ferida parou
de sangrar e ela ficou curada diante dos meus olhos.
Embora eu fosse médica na Terra, parecia que os avanços na medicina em
Trion eram muito superiores. A minha mente científica achou aquilo
fascinante. — Isso é fantástico. Está totalmente curada?
A mulher limpou o sangue das mãos com um pano úmido dado por uma
das outras mulheres, depois, levantou o dedo, agora curado. Ela sorriu e
acenou. Havia tanta coisa para aprender e eu estava ansiosa por poder
examinar a ferramenta de cura.
Mara pegou-me no braço e puxou-me – sem nenhuma gentileza – para o
outro lado da tenda para que nenhuma das outras pudesse ouvir as suas
palavras imundas. — Sabe, ele já nos fodeu todas.
Quando eu franzi a testa, ela sorriu e continuou:
— Não sabia? Hmm. Tark fode com todas as mulheres. Você não é nada
especial para ele. Ele pode chamar a qualquer uma de nós para lhe dar prazer,
a qualquer momento. A escolha é dele.
Ela olhou para mim, fazendo uma varredura com os olhos sobre o meu
corpo roliço com desdém.
— Então, por que fui enviada para cá e emparelhada com ele? —
Perguntei, inclinando o meu queixo. Eu não permitiria que ela visse que tinha
me magoado. Pensar em Tark com Mara ou com qualquer outra mulher –
não, com todas as outras mulheres – fez a minha barriga estremecer.
— Porque ele precisa de um herdeiro. Olha bem para ti. Gorda, quadris
largos, seios caídos. Foi feita para dar à luz. Enquanto eu — ela atirou o
cabelo para trás — fui feita para dar prazer.
A aba da tenda abriu-se e um dos guardas entrou e olhou ao seu redor. —
Mara, vem imediatamente. Ele te quer agora.
A minha boca abriu-se e os olhos dela iluminaram-se em triunfo. Ela
movimentou os ombros para trás e puxou os mamilos através do vestido até
eles ficarem duros e os anéis claramente definidos. — Viu? — disse ela,
olhando para trás e depois saiu, a aba da tenda fechou-se por trás dela. Eu
fiquei parada olhando para ela, sentindo-me fraca e vazia, com duas esferas
dentro da minha vagina e segurando a corrente que estava ligada a elas com
as minhas mãos como se fosse um cão segurando a própria correia. Nem
mesmo as vibrações emitidas por elas fizeram-me sentir alguma coisa.
Eu estava fora do meu planeta há cerca de uma ou duas horas e já tinha
sido fodida e posta de lado pelo meu próprio parceiro. Mara tinha dito que
Tark só estava interessado em mim para procriar – por que é que ele
escolheria uma mulher tão roliça ao invés de qualquer uma das outras? – e ele
tinha chamado por ela para saciar o seu desejo insaciável minutos após ele
ver a sua porra escorrer pelas minhas coxas. Eu só era mais uma entre muitas
no harém. Eu não era desejada, eu era só a mulher gorda que podia dar à luz
filhos.
Portanto, aqui estava eu, fadada a ser nada mais, nada menos do que uma
máquina de fazer bebês, tratada para sempre como uma criminosa? Uma
assassina? Eu não era grande coisa na Terra, mas mesmo lá eu era mais do
que o que eu era aqui. Uma médica inocente sem vida amorosa? Sim. Mas eu
curava pessoas, não as matava.
Agora aqui, neste planeta arenoso, eu não passava de uma fábrica de
bebês. Uma máquina biológica. Mas e eu, a mulher? A noiva? A médica? Eu
era uma inútil.
— Onde é que eu durmo? — Perguntei a Kiri. Eu conseguia ouvir o
desânimo na minha própria voz. Ela levantou a cabeça e lançou-me um
sorriso solidário.
— É por ali. — Ela apontou para uma abertura na tenda que eu não tinha
visto antes. Baixei a cabeça, entrando por ali e havia uma tenda secundária, as
duas estavam ligadas.
Dentro da tenda havia montes de cobertores com um tecido suave e peles
sobre umas plataformas elevadas, parecidas com camas. Havia outra mesa
com um cesto repleto de pães, frutas e um frasco com um líquido
transparente que eu presumia que fosse água. Só de olhar para a comida o
meu estômago começou a embrulhar.
Encontrei um pequeno espaço, onde os cobertores estavam dobrados e
parecia não pertencer a ninguém. Subi nele, puxei os cobertores quentinhos
para me cobrir, coloquei a minha nova corrente de lado para que o estímulo
no meu núcleo pudesse parar e virei-me, ficando virada para a parede suave.
Virei-me cuidadosamente, com medo de apanhar a outra corrente e puxar
os meus mamilos, mas quando consegui me acomodar, foquei-me nas outras
partes do meu corpo. Eu estava molhada entre as pernas, o sêmen de Tark
ainda escorria entre elas. Estava dolorida por dentro; embora eu nunca tivesse
visto o seu pau, eu sabia que era grande. Demasiado grande para o meu corpo
raramente usado e que, agora, estava cheio com bolas metálicas que ele
chamava de esferas estimuladoras. E, depois, havia também a minha bunda.
Também estava dolorida ali, visto que nunca tinha introduzido nada ali
dentro, nem sequer a ponta de um dedo. Eu sentia uma dor pungente devido à
punição, um calor ardente que, com sorte, logo se dissiparia. O meu corpo
ainda estava mole e flexível devido aos orgasmos que Tark tinha arrancado
de mim. O fato de eu ter respondido tão prontamente só aumentou o meu
sofrimento.
Como um homem conseguia me fazer sentir tanto um prazer avassalador,
quanto uma decepção desoladora? Ele chamou por Mara depois de me
mandar para o harém. Um harém! Céus, eu era só mais uma entre muitas para
aquele homem. Ele tinha dito que eu era a parceira dele, que eu lhe pertencia,
mas ele não me pertencia. Isto era o costume daqui? E como é que uma
avaliação ou perfil psicológico foi capaz de me identificar como sendo o tipo
de mulher que ficaria feliz sendo uma de muitas mulheres na cama de um
homem solteiro? Devia haver algum tipo de engano.
Não que importasse. Eu tinha que me focar em mim. Haveria muita coisa
que eu seria obrigada a suportar nas próximas semanas, mas eu também
precisava lembrar que assim que o julgamento começasse, eu seria trazida de
volta para testemunhar, voltaria para a minha vida na Terra. Tark estaria do
outro lado da galáxia. A puta da Mara estaria do outro lado da galáxia.
Enquanto isso, eu só tinha que conseguir sobreviver. O procurador tinha dito
que o julgamento estava marcado para dali a três meses, mas não havia
garantias sobre a data.
Pelo menos eu não poderia engravidar antes do sistema de justiça penal
da Terra mandar-me de volta. Graças a Deus. O que aconteceria se eu
engravidasse antes de voltar para casa? O que eu faria se eu voltasse para a
Terra com o filho de Tark crescendo no meu ventre? Felizmente, como parte
do programa de proteção a testemunhas, eu tinha colocado um implante que
impedia que eu engravidasse. Um dia, eu o retiraria. Mas não aqui. E agora
não. Eu não era uma máquina de fazer bebês.
Eu estremeci por debaixo dos cobertores. Eu ficaria presa aqui durante
algumas semanas. Talvez três meses. Entretanto, o que é que iria acontecer
comigo? Eu estava cansada, esgotada e as esferas que estavam dentro de mim
continuavam a pulsar. Eu levei a mão entre as minhas pernas para esfregar o
meu clítoris. Ele tinha dito que aquilo me deixaria excitada, mas não o
suficiente para me fazer gozar. Subitamente, irritada com a minha situação
difícil, eu quis testar as suas palavras, para descobrir se o que ele tinha dito
sobre o dispositivo era verdade. Além disso, eu queria aliviar a dor que sentia
entre as coxas, afundar-me no prazer cego enquanto durasse o orgasmo.
Circulei o meu clítoris com as pontas dos dedos. Eu estava molhada e
escorregadia. Havia muito sêmen de Tark.
Pressionando os meus calcanhares contra a cama, mexi os quadris. Eu
sabia exatamente como me fazer gozar, eu já o tinha feito muitas vezes. No
entanto, desta vez eu pensei sobre Tark, vi o rosto dele na minha mente, fingi
que as esferas que vibravam bem dentro de mim eram o seu pênis. Foi o
suficiente para me fazer suspirar de prazer, fazer com que as minhas paredes
internas apertassem fortemente. Mexi no meu clítoris durante vários minutos
antes de respirar fundo e colapsei; as esferas, entretanto, continuavam
zumbindo. Mas, tal como Tark prometeu, a programação das esferas impedia
que eu chegasse ao orgasmo. Eu estava viscosa e suada, excitada e totalmente
insatisfeita.
Infelizmente, o stress adicional sobre o meu corpo não contribuía em
nada para o meu cansaço. Certamente, a dor no meu peito devia ter sido
provocada pela transferência e não pelo sentimento de traição. Eu não me
importava com o homem que me tinha tomado. Fodido. Usado e abandonado
entre estas mulheres faladeiras. O único castigo dado pelas esferas douradas
foi a humilhação em frente a Mara, e agora, uma dor profunda e amarga no
meu núcleo, uma dor que ansiava por ser preenchida. Uma dor que me
lembrava que eu não era nada para Tark além de uma máquina que ele
planejava utilizar para produzir herdeiros. E Mara? Aquela mulher
abominável estava provavelmente gozando toda para cima do pau de Tark
agora, toda aberta e amarrada a uma mesa pequena, chamando-lhe de mestre
enquanto ele a possuía por trás.
A imagem era dolorosa, e não deveria ser. Tark não representava nada
para mim. Eu só o conhecia há algumas horas. Eu tinha que ser sensata.
Lógica. Tentei me distrair, concentrando os meus pensamentos na minha
casa. As caminhadas pelo parque. O café e o chocolate. A minha cama
quentinha no meu apartamento bonito e confortável.
Em breve, eu estaria novamente em casa. Eu só tinha que sobreviver a
isto até lá e, lembrar-me de que Tark não seria meu. Pelo menos, não de
verdade. Nunca.
Sim, era óbvio que Mara era uma puta. Mas Tark era um traidor. Eu já
não sabia o que pensar, e também não me importava. Eu só queria fugir, da
única forma que conseguia fazê-lo, então, eu desisti e adormeci.
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T ark
E va/Evelyn
T ark
M AIS DOIS DIAS SE PASSARAM ; o meu tempo era preenchido por reuniões que
me obrigavam a mandar Eva para o harém para que eu pudesse garantir a sua
segurança. Além de linda, ela era uma mulher sensata e compreendia o
porquê de eu não poder mantê-la comigo. Umas palmadas certamente
ajudaram com isso. Por causa dessas palmadas, nunca mais me atirou uma
escova de cabelo contra a cabeça.
Não era Eva que estava reclamando, mas sim os outros governadores.
Sentei no meu assento habitual, acima dos outros e ouvi as suas reclamações.
— Nós não testemunhamos a primeira relação sexual e até agora ainda
não a vimos. Só as nossas parceiras no harém podem confirmar a sua
existência.— O Conselheiro Bertok era um incômodo contínuo.
— O Conselheiro Tark não está em casa. Certamente, consegue
compreender a sua necessidade de proteger a sua parceira.— respondeu
Roark.
— De quem? — perguntou o velho. — Ela é que é a assassina. Nós é que
devíamos ter medo de ela machucar uma das outras mulheres no harém. —
Ele levantou o braço para fazer sinal aos outros. — Vocês não temem por
suas parceiras? Os guardas estão protegendo as mulheres de perigos externos,
mas talvez o verdadeiro perigo esteja lá dentro.
— Já chega. — disse eu.
Todas as cabeças voltaram-se para mim.
— Goran, traga-me a minha parceira.
O meu segundo em comando assentiu uma vez antes de sair da tenda.
A conversa voltou para o último tópico da agenda até Goran voltar. Ele
segurou a aba de abertura da tenda para que Eva entrasse. Eu fiquei de pé e os
outros fizeram o mesmo. Segurando a minha mão, ela colocou-se ao meu
lado. Ela era linda e todos os homens da sala só tinham olhos para ela.
Felizmente, ela estava vestida com o seu vestido simples e um robe sobre ele,
longo o suficiente para chegar até os seus tornozelos. Não tinha botões ou
fechos, mas Eva segurava os dois lados, tapando o seu peito.
Esbocei um pequeno sorriso na sua direção – eu não podia dar mais do
que isso, porque se os conselheiros soubessem do meu profundo interesse por
ela, poderia ser perigoso. Estávamos os dois sobre o escrutínio deles.
Inclinei-me para frente e murmurei no seu ouvido: — Alguns homens são
mais formais e severos nos seus costumes do que outros. Por favor, seja
obediente.
Embora eu pudesse detectar alguma confusão nos seus olhos claros, ela
assentiu e permaneceu em silêncio. Para o seu próprio bem, eu esperava que
ela não me questionasse. Eu não queria ter de espancá-la publicamente.
— Esta é Evelyn Day, a minha parceira.
Todos os homens olharam para a mulher com a qual eu fui emparelhado.
— Como podem ver, ela é muito pequena para representar um perigo.
Pelo canto do olho pude vê-la olhar para mim.
— Ela pode esconder uma arma.— disse o Conselheiro Bertok, fitando-a
com desdém.
Mexi os ombros. — Está questionando a minha parceira?
— Você a questionou? Ela cometeu um crime hediondo no seu mundo. O
único castigo que ela recebeu foi ser mandada para cá. É claro que Trion é
um mundo mais avançado e desenvolvido do que a Terra. Como é que vir
para aqui é uma punição grande o suficiente?
O Conselheiro Bertok precisava se aposentar, os seus costumes eram
demasiado arcaicos. Infelizmente, ele não tinha que fazer o papel de um
diplomata. Eu sim. E o que ele disse também era verdade. Eu ainda não tinha
perguntado a Eva os detalhes por detrás das suas ações. Assassinato a sangue
frio era uma ofensa grave em Trion. Também o seria na Terra? O que ela
tinha feito? Eu iria perguntar-lhe, mas o faria em privado. Mais tarde.
— O crime e a punição de Evelyn Day eram responsabilidade do seu
mundo, não do nosso. Ela está aqui como minha parceira, nada mais. Se ela
tiver que ser punida, o será por uma infração cometida aqui, em Trion, e eu
me encarregarei disso, como seu parceiro.
O velho levantou-se. — Eu não ficarei aqui enquanto ela estiver livre.
— O que espera que eu faça, Conselheiro Bertok? Que aprisione a minha
parceira, a mulher enviada para mim pelo Programa Interestelar de Noivas?
Ignoraria o acordo que mantém todo Trion e centenas de outros mundos em
segurança porque tem medo de uma mulher? O senhor foi que pediu para vê-
la.
— Ela devia ser algemada para que as nossas mulheres fiquem seguras.
Caso contrário, todos deveríamos ir embora.
Outros dois conselheiros se colocaram de pé e assentiram, concordando
com ele.
Eu não podia permitir que os homens fossem embora. Eu precisava que
eles estivessem presentes aqui para terminar as reuniões, porque eu não
queria ter que voltar para o Posto Avançado Nove outra vez no próximo ano.
No entanto, eu me recusava a ver a minha parceira algemada para que eles se
divertissem. A disciplina era requerida – quando necessária – mas eu não iria
punir Eva por um capricho de um homem. Eu castigaria Eva quando se
mostrasse necessário, daria palmadas até que ela se submetesse a mim, mas
não agora, quando ela não tinha feito nada para merecê-lo.
Aquele homem estava pressionando-me através da minha parceira e isso
era inaceitável. Ele sabia que eu teria de fazer conforme ele ordenara. Por
dentro, eu queria arrancar-lhe a cabeça e empalá-la numa lança, mas
externamente, chamei por Goran.
— Traga-me uma das luminárias.
Goran provavelmente questionou o meu pedido, mas permaneceu em
silêncio e fez como eu mandei.
Voltando-me para Eva, eu disse: — Ajoelhe-se.
Ela estreitou os olhos, mas obedeceu. Olhando para mim por entre os
cílios, veio-me à mente uma imagem bastante carnal dela nesta mesma
posição chupando o meu pau. Felizmente, Goran voltou.
— Retire a lâmpada. — disse-lhe, e ele retirou a parte luminosa que
estava sobre a luminária. Tomei a haste da sua mão. — Obrigada.
Ele acenou e retirou-se.
— Levanta a corrente que está por debaixo do teu vestido.— eu disse a
Eva.
Ela primeiro olhou para os homens, depois, para mim. Eu vi fogo nos
olhos dela e, por um momento, pensei que ela iria desobedecer, mas
felizmente, ela permaneceu em silêncio e fez o que eu ordenei. Ela levantou a
corrente que estava entre os seus seios e deixou que ela balançasse do lado de
fora do seu vestido simples. Talvez, pelo menos era o que eu esperava, a sua
resposta rápida tivesse por base a confiança crescente que havia entre nós. Eu
tinha lhe dito mais de uma vez que eu nunca a magoaria e provei-o ao tocar-
lhe apenas com prazer. Bater no seu traseiro, não uma, mas duas vezes, tinha
sido doloroso no início, mas eu sabia, pela forma como a sua boceta tinha
ficado molhadinha, que ela gostava. Talvez fosse um castigo pouco severo
para alguém que gostava de uma pitada de dor. Era algo sobre o qual eu
deveria pensar. Mais tarde.
Ajoelhei-me e passei a extremidade da haste cuidadosamente pelo espaço
que estava entre a corrente e o corpo dela e espetei-o no chão, vi-o afundar e
firmar-se na areia. Puxei-o para garantir que estava bem colocado.
A haste estava posicionada entre a corrente e o seu corpo. Eva não iria a
lado nenhum, a não ser que ela decidisse chacoalhar aquela haste enorme
para desenganchar a sua corrente. Eu duvidava muito que ela quisesse
arrancar os anéis de mamilo do seu corpo. Desta forma, ela estava confinada,
no entanto, também estava totalmente livre. Ela estava ao meu lado – e
vestida modestamente – onde eu a queria e poderia libertá-la facilmente caso
acontecesse alguma coisa perigosa. Bastava um rápido puxão na haste e ela
estaria livre.
— Satisfeito?— Perguntei ao Conselheiro Bertok.
Ele franziu os lábios finos, mas assentiu e voltou a sentar-se no seu lugar.
Ele não podia fazer mais nada e sabia disso. Eu tinha cumprido a sua
exigência, embora ele muito provavelmente estivesse à espera que eu a
despisse e algemasse. Aquele velho fark.
Evitei uma crise, no entanto, o preço caiu exclusivamente sobre Eva. Ela
manteve a cabeça baixa durante o resto da reunião. Ela estava, sem dúvida,
envergonhada e muito irritada. Embora eu estivesse focado na agenda que
tinha em mãos, controlava ela cuidadosamente, avaliando se estava
confortável. Embora eu fosse o Sumo Conselheiro, eu também era o seu
parceiro e ela era a minha principal prioridade. Eu tinha dedicado a minha
vida toda à minha função. Agora, era hora de me dedicar a Eva.
Enquanto eu encerrava a reunião, um dos chefes da guarda entrou de
rompante na tenda. Pela urgência estampada no seu rosto, o suor que escorria
pela sua sobrancelha, pude perceber que se passava algo de errado.
— Sumo Conselheiro, aconteceu um desastre. Há vários mortos e alguns
feridos.
E VA /E VELYN
T ark
Eva
E va
Planeta Terra
Tark
Planeta Trion
— E NTRE ..
Ao ouvir o meu grito, abriu-se a aba de abertura da tenda e Mara e Davish
foram escoltados para dentro da minha tenda. Mara parecia ter recuperado a
saúde. As suas bochechas já tinham recuperado a cor, o seu longo cabelo
descia pelas suas costas. O seu vestido estava sem nenhuma mancha de
sangue e o seu robe modesto cobria o seu corpo da minha vista.
Não que fosse necessário. Não havia nada nela que me atraísse. Ela era
suficientemente bonita e era a parceira de Davish, mas eu não gostava da sua
fisionomia ágil, dos seus seios pequenos e da sua expressão habitualmente
sisuda. Eu queria Eva.
Só tinha se passado um dia desde que ela, literalmente, escapou-me entre
os dedos, sendo transportada de volta à Terra. Eu sentia-me vazio e oco,
como se uma parte de mim tivesse sido arrancada e levada com ela pela
enorme vastidão do espaço que nos separava.
— Sumo Conselheiro, viemos agradecer à sua parceira. — Davish
procurou-a pelo quarto. Se ele tinha trazido Mara do harém, devia saber que
Eva não estava por lá.
— Vocês dois estão bem? — Perguntei.
— Sim, Supremo. — sussurrou Mara enquanto Davish assentiu.
— Ótimo. Embora eu agradeça a visita, devo informar de que a minha
parceira não está aqui.
Ambos franziram a testa, confusos.
— Ela foi transportada para a Terra.
Mara parecia estarrecida. — Foi por minha causa? Eu fui… rude com ela.
— Ela parecia envergonhada por admiti-lo, constrangida até. — Eu irritei-a, o
que te deve ter incomodado. A tua rejeição para com ela é culpa minha.
Ela ajoelhou-se e abaixou a cabeça.
Eu olhei para Davish, que cerrou as mandíbulas ao saber aquilo, o que
demonstrava que aquilo era obviamente uma surpresa para ele. Ele não estava
feliz por saber que Mara tinha prejudicado Eva, mas não cabia a mim puni-la.
— Levanta-te. — disse eu. Ela o fez, mas manteve a cabeça baixa. — Ela
não foi transportada porque eu assim o quis. Muito pelo contrário. O seu
testemunho era necessário para que um homem fosse preso.
— Ela não era uma assassina? — Perguntou Davish.
Eu abanei a cabeça.
Algo parecido com admiração iluminou os seus olhos. — A tua parceira é
uma mulher de honra. — comentou Davish. — As atitudes dela ontem foram
exemplo disso. Abandonar o seu parceiro por uma responsabilidade é outro.
Eu vou dizer ao Conselho.
Mara apertou as mãos uma contra a outra. — Ela salvou a minha vida e
eu lhe serei eternamente grata.
O casal saiu sem tecer mais comentários, a tenda estava vazia outra vez.
Eu vi o suporte cerimonial em um canto, a cama com os lençóis que ainda
tinham o cheiro de Eva. Eu levei a cabeça às mãos e recordei a conversa que
tivemos umas horas atrás. Eu tinha conseguido falar com o nosso contato de
Trion no Programa Interestelar de Noivas e fui friamente informado de que se
a minha parceira tinha escolhido deixar-me, não havia nada que eles
pudessem fazer. A culpa era minha por não a ter seduzido e por não a ter
agradado. O meu nome seria novamente colocado no registro de homens
disponíveis em Trion, no fim da lista, visto que eu não tinha sido capaz de
satisfazer uma mulher.
Eu queria saltar para dentro da tela de comunicação e estrangular a
funcionária com as minhas próprias mãos. Ela deu a entender que eu não era
digno. Que Eva tinha me deixado porque eu não era bom o suficiente para
merecê-la.
Talvez aquela puta estivesse certa. Eva tinha partido. Se eu tivesse sido
um parceiro melhor, eu teria questionado Eva mais cedo, teria tido tempo de
evitar que o transporte a levasse de volta sem mim. Se eu tivesse seguido os
meus instintos, os instintos que me diziam que ela não era uma assassina, eu
teria arrancado a verdade dos seus lábios e organizado as coisas de forma a
protegê-la na sua viagem à Terra e teria mantido-a ao meu lado.
Eu tinha falhado com ela como parceiro, mas a sua presença breve na
minha vida assombrava-me. Para onde quer que eu olhasse, as memórias dela
atormentavam-me. Ela tinha partido. Para sempre.
Atirei uma tigela cheia de fruta contra a parede, mas aquilo não me fez
sentir melhor.
10
E va
Centro de Processamento Interestelar de Noivas, Planeta Terra
Tark
Posto Avançado Nove, Planeta Trion
— C OMO É que voltou para mim? — Perguntou Tark assim que me colocou
sobre a cama. Eu agarrei a sua mão, trazendo-o para junto comigo ao invés de
permitir que ele se afastasse. Eu não queria espaço. Eu queria regozijar-me
nele na sensação do seu corpo, no seu cheiro. Eu queria… tudo.
Eu passei semanas sedenta por ele enquanto esperava que o Agente
Davidson concluísse o meu transporte. Enquanto ele se sentava ao meu lado,
eu disse a Tark tudo sobre a minha estadia na Terra.
Estremeci enquanto falava sobre o julgamento e sobre como me senti ao
olhar nos olhos de um assassino. Eu contei-lhe sobre o quanto me senti
sozinha sem ele e sobre como eles tinham tentado me dar uma nova vida
dentro do programa de proteção a testemunhas. Descrevi os detalhes do meu
apartamento solitário e bastante vazio. Contei-lhe sobre a lista de perguntas,
aparentemente interminável, da Guardiã Egara enquanto esperávamos pelos
resultados de DNA para confirmar a minha história.
Contei-lhe que lhe tinha respondido honestamente, especialmente quando
ela me fez perguntas sobre o meu emparelhamento com Tark. Eu queria que
todos soubessem que o programa de emparelhamento de noivas funcionava
mesmo. Até concordei em filmar uma pequena publicidade para o programa
antes de ir embora. A Guardiã Egara estava desesperada para ter mais noivas
da Terra, de preferência mais voluntárias que não fossem criminosas. Ela
acreditava piamente que os guerreiros que estavam protegendo a Terra
mereciam encontrar a verdadeira felicidade e mulheres dignas como
parceiras.
Olhando para o meu parceiro, eu me sentia completamente feliz com tudo
aquilo que disse naquela sessão de gravação e eu esperava que uma moça
sortuda da Terra pudesse ter a oportunidade de encontrar o amor em outro
mundo.
— Sabia que estava grávida quando… partiu? — Ele olhou para o meu
corpo como se eu fosse uma peça de vidro frágil, talvez até estivesse com
medo de ter machucado a mim ou ao bebê.
— Não. Só quando eles me avaliaram para efetuar o transporte. — Fiz
uma pausa.
Ele inclinou a cabeça, depois, ajoelhou-se diante de mim.
— Da primeira vez, eu deixei que o programa de emparelhamento
decidisse. — eu disse. — Desta vez, eu te escolhi, Sumo Conselheiro Tark de
Trion, como meu parceiro permanentemente. Sem período experimental. Sem
processamento. Já não se livra de mim tão cedo. Desta vez, eu te reivindiquei,
Tark. É meu para sempre.
— Oh, Eva. — ele gemeu e puxou-me para dar um beijo. Era um beijo
bruto, desesperado e cheio de calor e de amor, e eu precisava tanto, tanto de
tudo aquilo.
— Eu senti a tua falta. — murmurou contra a minha boca. — Fark, foi
como se o meu coração tivesse sido arrancado para fora do meu peito quando
foi transportada.
— O tempo é diferente na Terra. Embora aqui só se tenham passado
alguns dias, na Terra já tinham se passado quatro meses. Tark, nós estivemos
separados por várias semanas.
— Mas aqui foi ontem. — disse ele, pensando. — Mas foi tempo
suficiente.
— Foi uma tortura.
— Oh, gara. Agora está aqui e eu juro que nunca te deixarei partir.
— Quanto àquela primeira relação sexual cerimonial. — disse eu,
mordendo o lábio.
Ele arqueou uma das suas sobrancelhas escuras e sorriu.
— Sim?
— Penso que, tendo em conta que eu parti e regressei, tenham que marcar
outra.
— Quer que chame Goran para testemunhar? O Conselho?
Abanei a cabeça e ajoelhei-me, agarrei a bainha do meu vestido simples e
levantei-a sobre a minha cabeça.
Um som semelhante a um rosnar irrompeu do peito de Tark. Ao invés de
se agarrar a mim como eu tinha imaginado – eu queria saltar para cima dele –
ele levantou a mão e mexeu na joia que estava no meu mamilo esquerdo.
— Os teus seios estão maiores. Eu teria descoberto a verdade sobre a tua
gravidez só de olhar para o teu corpo.
O fato de este homem conhecer os meus seios tão bem só confirmava
ainda mais o nosso emparelhamento. Eu perdi rapidamente a direção do meu
pensamento quando ele envolveu os meus seios com as suas mãos e
continuou a passar os polegares sobre os bicos dos meus mamilos, que agora
estavam bastante sensíveis.
— Não funcionou. — disse eu, fazendo beicinho. Quando ele franziu a
testa, acrescentei: — A vibração.
— Refere-se a isto? — Ele passou a mão sobre os meus seios e as joias
começaram a vibrar.
— Oh, sim. — gritei, empurrando os meus seios contra as palmas das
suas mãos.
Ele ajoelhou-se sobre a cama e obrigou-me a deitar, depois, veio sobre
mim. Ele me beijou, de forma longa e profunda.
— Eu quero te foder. — Ele pressionou o seu pênis contra o meu centro.
— E o bebê?
— Acha que me foder vai machucar o bebê?
Ele parecia tão inseguro quanto a si próprio, tão vulnerável. Na cama, era
ele que mandava, mas neste momento, quem mandava era o bebê. Ele podia
ser dominador e imponente, amarrar-me e bater-me, mas nunca me
machucaria.
Eu podia sentir o quanto ele me queria, conseguia ver nos seus olhos,
ouvir na sua voz, sentir no seu beijo, mas ele estava disposto a sacrificar tudo
aquilo pelo bem do nosso filho.
— Como médica, posso garantir que foder não vai machucar uma criança
ainda por nascer. — Eu me movi e Tark deixou-me levantar. Fui até o outro
lado da cama abrir o seu pequeno baú. Estava exatamente no mesmo lugar
onde estava antes de eu partir. Encontrei o brinquedo que queria e olhei para
ele por cima do ombro.
— Ou pode usar isto. — Será que estava avançando rápido demais? Será
que ele ficaria chocado com a minha ousadia? Eu tinha atravessado toda a
galáxia por ele. Agora, eu não iria me conter. — Talvez se sinta menos
preocupado ao me tomar por aqui.
Os seus olhos estreitos desceram pelo meu corpo e pararam no meu
traseiro.
— Quer que eu foda o teu cu, gara?
Pensar naquilo fez com que os meus mamilos endurecessem ainda mais.
Eu conseguia sentir a umidade entre as minhas pernas e as minhas coxas
tornaram a zona escorregadia.
— Talvez não agora, mas pode me preparar para isso.
Os seus olhos ficaram ainda mais escuros e ele cerrou a mandíbula. Eu
conseguia ver o seu pênis apertar a parte da frente de sua calça. Ele colocou-
se de pé ao lado da cama e despiu-se. — Vai buscar o óleo. — ordenou ele.
Com dedos ansiosos, procurei na cômoda e encontrei um tubo com o óleo
com cheiro de amêndoas. Coloquei um pouco nos meus dedos e pousei o
recipiente ao lado do brinquedo na cama.
Passando as mãos uma na outra, aqueci-as e o cheiro, que eu aprendi a
amar e pelo qual me tinha obcecado, flutuou até o meu nariz. Amêndoas.
Passei o líquido brilhante num dos meus mamilos endurecidos e, depois, no
outro. Tark parou e simplesmente olhou para mim, observou os meus dedos.
— Eu sonhei com este cheiro quando parti. — disse eu.
Tark agarrou meus quadris e virou-me de costas. Ele abriu as minhas
coxas e colocou-se entre elas. A sua respiração aquecia a minha boceta. —
Eu sonhei com este cheiro e com este sabor enquanto esteve fora.
Ele abaixou a cabeça, colocou a boca em mim e fez-me gozar. Não
demorou muito tempo, visto que eu estava sedenta por um orgasmo
provocado por Tark e ele estava voraz.
Eu ali deitada, toda suada e com o corpo mole, as minhas pernas estavam
bem abertas e os meus dedos entrelaçados no seu cabelo escuro. Eu não tinha
vergonha alguma, não restava nem um pouco de modéstia no meu corpo. Ele
subiu para dar um beijo suave na minha barriga ainda lisa.
Ele inclinou a cabeça. — Vire-se, Eva.
Eu obedeci com entusiasmo. Colocando uma mão em volta da minha
cintura, ele puxou-me para trás e para cima para que a minha bunda estivesse
elevada e diante dele. Pegando no tubo de óleo, ele afastou as minhas
nádegas e eu senti o deslizar lento e quente enquanto o óleo caía gota a gota
sobre a entrada do meu cu. Utilizando o polegar, ele circulou lenta e
cuidadosamente, observando-me.
— Desta vez eu não vou embora. — disse eu.
O seu polegar parou, mas não saiu. Sacudi-me por baixo da mão dele,
incitando-o. Levantei a mão e toquei por detrás do ouvido. Agora, havia um
recuo no osso do meu crânio, no lugar onde o nódulo de transporte tinha
estado. — Vê, não está mais aqui, Tark. Tirei-o. Eu já não vou voltar para a
Terra. Nunca mais.
Por um mero segundo, pude ver a angústia no seu rosto, mas quando eu
recuei contra ele novamente, essa angústia foi substituída por um olhar tão
repleto de calor que eu tive de engolir o ar.
Ele levantou a mão e bateu-me no traseiro. Eu sacudi ao sentir aquele
contato. — Tark!
— Eu estava tão zangado — Ele começou a bater para valer, primeiro de
um lado e depois do outro. Não eram as palmadas mais dolorosas que ele já
tinha me dado, mas estava perto. Permaneci quieta e apoiada sobre os
antebraços, permitindo-lhe libertar a frustração reprimida. Eu também
precisava da forma brusca como ele me manuseava, precisava da
concentração que as suas palmadas me davam. Eu regozijava-me na sua
atenção, sentia cada palmada ardente e só conseguia pensar na próxima.
Foram palmadas curtas e quando ele terminou, agarrou no meu traseiro com
as duas mãos, acariciando a minha pele quente. Eu sentia a minha boceta
pingar de desejo.
Olhando para ele por cima do ombro, eu disse: — Castigou-me por ter te
abandonado, mestre. Agora, que recompensa me dará por ter voltado?
Os seus olhos estreitaram e a sua mandíbula cerrou-se. Ele segurou o
brinquedo redondo.
— Isto, e depois isto. — Ele colocou o brinquedo sobre a parte inferior
das minhas costas como tinha feito com o brinquedo em forma de U antes de
eu ter ido embora, a seguir, agarrou no seu pênis e começou a acariciá-lo.
Pré-sêmen transparente escorreu pela pontinha e deslizou pela cabeça larga.
Lambi os lábios, querendo prová-lo. Eu não tinha tido a oportunidade – ainda
– de o fazer, mas nós tínhamos o resto das nossas vidas.
Pegando no tubo com óleo, ele colocou-o na abertura do meu cu e
inseriu-o cuidadosamente. Eu senti o óleo quente preencher-me lentamente,
cada vez mais fundo. Quando ele terminou, atirou o recipiente vazio para o
lado e pegou no brinquedo e cobriu-o com o óleo que estava na sua mão antes
de empurrá-lo contra a minha entrada.
— Relaxe, gara. Boa menina. — Ele foi delicado, no entanto, persistente
e, ainda assim, o meu corpo lutava contra. Eu não estava habituada a ter algo
alargando e comprimindo lá. Ele tentou e tentou, mas era demais.
Eu respirava com dificuldade e tinha a minha cara enterrada entre os
cobertores. Tark parou de tentar enfiar o brinquedo em mim e apenas o
deixou ali. E ligou-o.
— E agora?
É claro que aquela coisa maldita vibrava. Tudo em Trion vibrava… e eu
gostava de tudo.
Arfei ao sentir aquilo, os ecos do objeto movimentavam-se pelo meu
corpo, dando vida às minhas terminações nervosas. Aquilo misturou-se com
o calor doloroso que irradiava do meu traseiro espancado. Relaxei e Tark
deslizou o brinquedo para dentro até o primeiro formato esférico desaparecer
dentro de mim. A sensação era estranha e excitante e tão pervertida que,
como era óbvio, a minha boceta ficou ainda mais molhada. Agora ofegante,
arqueei as costas e olhei para Tark por cima do ombro. Eu também o queria
dentro de mim. Agora.
Ele abriu ainda mais as minhas coxas, deixando-me toda aberta. — Está
tão molhada, gara. O meu pau dói de tanta vontade de entrar em ti.
Gritei ao sentir os seus dedos na minha boceta e ao sentir a parte de cima
vibratória do brinquedo no meu cu. Enquanto ele continuava acariciando-me,
ele enfiou o brinquedo ainda mais fundo até estar totalmente dentro de mim.
Tark deu um leve empurrão para garantir que estava bem colocado antes de
me virar de costas.
— Tark! — Gritei enquanto a base daquilo tocava-me por dentro.
— Creio que a palavra que eu deveria estar ouvindo desses teus lábios a
fazer beicinho deveria ser mestre.
Utilizando os joelhos para empurrar os meus ainda mais, ele colocou-se
entre as minhas pernas, o seu pênis cutucava a minha entrada.
— Tocou em si mesma enquanto esteve fora? — Ele empurrou o corpo na
minha direção, abrindo-me e alargando-me ainda mais.
Os meus olhos fecharam-se e eu gemi.
— Tocou? — repetiu ele, a sua voz era brusca como as rochas.
— Sim! — Gritei, porque ele puxou o pênis para trás e empurrou-o para
dentro de mim profundamente, finalmente preenchendo-me da forma que eu
precisava.
Ele disse: — Eu pensei ter dito que o teu prazer me pertence, gara.
— E pertence — arfei. — Eu não consegui gozar. Não consegui gozar
sem você. Eu pensava em você. Pensava nisto, no teu pau dentro de mim e
tentei, mas nada funcionava. Oh, céus, isto é tão bom.
Eu nunca tinha me sentido tão preenchida antes. A combinação entre o
brinquedo e o pênis enorme de Tark era o suficiente para levar-me à beira do
orgasmo e até mesmo a chegar ao clímax só com alguns empurrões. Eu tinha
me sentido carente durante muito tempo.
Ele falou suavemente comigo enquanto eu gozava, dizendo-me o quão
bonita eu era, como me ver gozar fazia com que ele também gozasse.
Quando o prazer ardente diminuiu, ele disse: — Eu já não consigo
esperar. Fark, a vibração é demasiado intensa. Você é muito intensa. — Ele
inclinou-se e beijou-me o pescoço, lambeu a minha pele suada ali, esfregou o
seu peito contra os meus mamilos sensíveis.
Seus quadris movimentaram-se de forma mais rápida e mais frenética. Eu
ia gozar outra vez, pela forma como ele atingia o meu clítoris com um
empurrão bastante profundo. — Tark, mestre… por favor!
— Mais um, Eva. Vamos gozar juntos.
Enquanto ele agarrava o meu traseiro, eu senti a dor do toque das suas
mãos contra a minha pele dolorida. Ele inclinou-me para cima e avançou
profundamente dentro de mim, esfregando a zona dentro que me fazia gozar.
Tark gemeu enquanto eu ordenhava e espremia o seu pênis. O seu grito foi
alto, mas eu não quis saber. O seu corpo era pesado sobre o meu, mas eu
estava feliz. Fazia-me sentir segura, protegida e totalmente amada.
Ele levantou a mão e as vibrações no meu cu e nos meus mamilos
pararam. Eu teria de aprender como ele fazia aquilo. Era como se por magia.
Parecia mágica esta nossa ligação.
Quando Tark se recuperou o suficiente para sair, o seu sêmen escorreu de
dentro de mim. Ele passou um dedo pela essência pegajosa enquanto tirava o
brinquedo. Soltei a respiração ao sentir aquilo, mas depois senti a sua falta.
— É minha, gara.
Ele abaixou a cabeça e beijou-me. Saboreou-me. Provou-me.
Levantando a cabeça, ele olhou nos meus olhos. Eu acariciei uma mecha
de cabelo da sua testa e a vi voltar ao lugar.
— E você é meu. Tark. Sumo Conselheiro. Mestre.
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