GRACE GODOOWIN Alfa Escolhido

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 144

ALFA ESCOLHIDO

PROGRAMA INTERESTELAR DE NOIVAS: LIVRO 2


GRACE GOODWIN
Alfa Escolhido

Copyright © 2020 Grace Goodwin

Publicado por Grace Goodwin pela KSA Publishing Consultants, Inc.

Capa: KSA Publishing Consultants, Inc.


Créditos das imagens/fotografias: Deposit Photos: asherstobitov, frenta

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida de qualquer
forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico, incluindo sistemas de armazenamento
e recuperação de informações - exceto no caso de trechos breves ou citações incorporadas
em revisão ou escritos críticos, sem a permissão expressa do autor e editora. Os
personagens e eventos deste livro são fictícios ou são usados de forma fictícia. Qualquer
semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, é pura coincidência e não pretendida pelo
autor.

Aviso sobre a tradução: algumas expressões e piadas são quase impossíveis de serem
traduzidas ipsis litteris para o Português. Portanto, a tradução foi feita para manter a
expressão/sentença o mais próximo possível do idioma original.

Esta é uma obra de ficção, com o intuito apenas de entreter o leitor. Falas, ações e
pensamentos de alguns personagens não condizem com os pensamentos da autora e/ou
editor. O livro contém descrições eróticas explícitas, cenas gráficas de violência física,
verbal e linguajar indevido. Indicado para maiores de 18 anos.
ÍNDICE

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10

Livros de Grace Goodwin


Also by Grace Goodwin
Junte-se à Brigada de Ficção Científica
Contacte a Grace Goodwin
Sobre A Autora
1

E va Daily/Evelyn Day

A MINHA MENTE ESTAVA CONFUSA , como se eu estivesse acordando ou tivesse


muito álcool no meu sistema. Mas a névoa dissipou-se rapidamente, sendo
substituída por sensações. Eu estava nua e inclinada sobre uma espécie de
banco duro. Os meus seios balançavam por baixo de mim com o empurrão
violento do pênis de um homem dentro de mim. O calor alargador forçou um
gemido da minha garganta e eu fechei os olhos para desfrutar da forma como
a minha vagina estreita apertava e tinha espasmos, em volta do seu pênis
grosso. Ele estava por trás de mim e eu ansiava poder ver o seu rosto, para
saber quem estava me dando tanto prazer.
— Ela parece gostar de ser fodida assim. A maioria não gosta de estar
curvada e presa a um suporte. — Uma voz masculina grave falou em algum
lugar por trás, mas eu estava muito distraída com o deslizar bruto daquele pau
enorme para dentro e para fora de mim para poder olhá-lo. Ele não era o
homem que me fodia, portanto, não representava nada para mim. Nada. Só
me importava o meu mestre.
Mestre? De onde surgiu aquele pensamento?
— Sim, a boceta dela está incrivelmente apertada e pinga de tão molhada.
Gosta de ser tomada assim, gara? — A segunda voz era ainda mais grave e
vinha diretamente por trás de mim.
Ele me fez uma pergunta, mas tudo o que eu conseguia fazer era gemer
pela forma inacreditável como ele me abria. Nunca tinha sido fodida por um
pênis deste tamanho. O calor intenso atingiu o meu interior com cada
estocada dura dos seus quadris contra a minha bunda. O som de pele contra
pele, da minha umidade facilitando a sua poderosa passagem, preenchia toda
a sala. Ele mudou de ângulo, a sua cabeça dura friccionou dentro de mim e eu
gemi. O pau dele era como uma arma, uma ferramenta contra a qual eu não
conseguia lutar.
Como eu tinha chegado ali? A última coisa de que me lembrava era de
estar na Terra, no centro de processamento.
Agora, eu estava presa a uma espécie de suporte com quatro pernas, os
meus tornozelos estavam presos de um lado e as minhas mãos atadas e
ligadas a uns cabos menores. Era estreito o suficiente para que os meus seios
ficassem caídos, permitindo que algo que eu não conseguia ver puxasse os
meus mamilos. A combinação entre dor e prazer era como um choque
elétrico enviado diretamente para o meu clítoris e eu arfei por causa da
sensação aguda. Com cada empurrão profundo, o meu clítoris ia contra algo
duro que estava debaixo de mim, algo que se movimentava comigo enquanto
o pênis dele era esmagado contra mim. As vibrações por baixo do meu
clítoris fizeram com que subisse um orgasmo até o ponto de eu me sentir
como uma bomba-relógio. O suor entrou em erupção sobre a minha pele e eu
me agarrei ao suporte como se fosse a única coisa a evitar que eu saísse dali
voando. Eu não tinha certeza se conseguiria sobreviver àquela explosão.
— Ela está apertando o meu pau. — rosnou o homem e os seus
movimentos tornaram-se menos metódicos, como se ele estivesse perdendo
uma luta contra a sua necessidade de se conectar a mim.
— Ótimo. Faça-a gozar intensamente para que ela abrande e aceite a tua
semente. Deve conseguir fazê-la procriar sem demora.
Procriar?
Abri a boca para perguntar sobre o que estavam falando, mas aquele pau
enorme empurrou contra mim e uma mão calorosa pousou na parte de trás do
meu pescoço, segurando-me, embora eu não pudesse ir a lado nenhum. Senti
que era um gesto simbólico que representava o fato de eu estar sob o seu
domínio e não haver nada que eu pudesse fazer. Eu deveria ter gritado ou
lutado, mas aquela mão agia como um interruptor para desligar e eu fiquei
completamente parada, esperando ansiosamente pelo próximo empurrão do
seu pau.
Este momento, este homem… seguramente nada daquilo passava de um
sonho. Eu nunca seria capaz de fazer sexo com outra pessoa observando. Eu
nunca me permitiria ser amarrada e presa daquela forma. Nunca. Isto não
podia ser real. Eu não permitiria aquele tipo de tratamento. Eu era médica,
uma doutora. Altamente respeitada e tinha algumas posses. Eu era uma
mulher com algum poder. Eu nunca me submeteria a isto…
Como se estivesse de piada, ele foi contra mim com mais força e uma
mão forte desceu com uma dor aguda na minha nádega desnuda. A ardência
espalhou-se como se fosse manteiga quente derretendo sobre a minha pele, o
calor ia diretamente para o meu clítoris. Ele me deu outra palmada e eu cerrei
os dentes para conter um grito de prazer.
O que estava acontecendo comigo? Eu gostava de levar palmadas?
Outra palmada sonora, outra dor ardente e lágrimas correram pelos meus
olhos enquanto eu tentava manter a compostura. Eu era uma profissional. Eu
nunca me rendia ao pânico ou à pressão. Ou ao prazer. Eu nunca perdia o
controle.
Tirando partido de anos de treinamento e disciplina, obriguei a minha
mente a tomar nota daquilo que me rodeava. Eu não reconhecia nada daquilo.
Nem a luz âmbar suave, nem os tapetes grossos que estavam no chão, nem as
paredes num tom arenoso estranho ou até mesmo o cheiro de amêndoas e
algo estranhamente exótico que emanava de mim, da minha própria pele. O
reflexo brilhante da minha pele, habitualmente pálida, fez com que parecesse
que me tinham esfregado um óleo perfumado no corpo. Aquele cheiro, e a
viscosidade pegajosa da foda, flutuavam ao meu redor no ar quente.
A confusão preencheu a minha mente, mas eu não conseguia me
concentrar na sala ou tentar entender como tinha ido parar ali porque, com
cada respiração ofegante, um pau duro preenchia-me quase ao ponto de doer,
o suficiente para que a picada apenas aumentasse as sensações que
sobrecarregavam minha mente e corpo. Eu estava consumida de prazer.Toda
a minha consciência diminuiu até não restar nada além da pressão da minha
pele contra o suporte, a mão que segurava o meu pescoço, mantendo-me no
lugar como se eu fosse um gato satisfeito, a sensação de puxão daquilo que
pareciam ser pequenos pesos agarrados aos meus mamilos e a minha vagina
apertava o pênis que me preenchia, que me tomava. Que me possuía.
O sexo nunca tinha sido tão bom com nenhum outro homem com o qual
eu tenha estado. Eu não conseguia ver quem estava me fodendo, mas não
havia dúvida nenhuma de que era um homem.
O punho que agarrava a parte de trás do meu pescoço desapareceu e eu
senti duas mãos enormes nos meus quadris desnudos e pontas dos dedos
pressionando a minha carne redonda. Como eu não conseguia ver nenhum
dos homens, aquilo só podia ser um sonho. E eu não queria que ele acabasse.
Eu queria tanto gozar que estava prestes a implorar por isso.
Eu nunca tinha tido um sonho sexual. Nunca tinha sonhado com nada
deste gênero. Nunca tinha tido um sonho que parecesse tão real, que me
fizesse sentir tão bem. Não me importava, eu não queria mais pensar sobre
isso porque as vibrações no meu clítoris aceleraram.
— Sim! — Gritei, tentando empurrar meus quadris para trás para que
aquele pau incrível fosse ainda mais fundo. — Oh, Deus, por favor, não pare!
Ele não parou. Aquele sonho era tão delicioso que eu gozei. As vibrações
no meu clítoris levaram-me além do meu limite, mas era o pau que me
preenchia que mantinha o prazer fluindo e fluindo até eu não conseguir
aguentar mais.
O homem que me fodia ficou tenso, os dedos dele enterraram-se mais na
minha pele enquanto ele rugia, gozando. Eu senti o seu sêmen quente dentro
de mim. Enquanto ele continuava a me foder durante o meu orgasmo. O
líquido quente e pegajoso escorreu para fora da minha vagina e pelas minhas
coxas. Eu caí sobre o suporte, saciada e plena. A última coisa que ouvi antes
de deslizar para a escuridão dos meus sonhos foi: — Ela serve. Levem-na até
o harém.

E U LUTEI para recuperar a consciência e desejava não o ter feito. Uma jovem
mulher austera estava sentada do lado oposto da pequena sala de exame. Ela
parecia ter mais ou menos a minha idade e, seria bonita, se não fosse o seu ar
antipático e os seus lábios fininhos. Ela estava vestida com uma roupa
marrom, saltos altos e tinha no seu colo um tablet para processamento
informático. Com os cabelos puxados para trás num coque firme, ela parecia
uma mulher de negócios e não uma especialista médica. A sala parecia um
quarto de hospital, com equipamentos médicos presos ao meu corpo para
monitorar o meu ritmo cardíaco, atividade cerebral e níveis de enzimas. O
meu corpo ainda zunia devido à força do meu orgasmo e eu estava
constrangida por notar que a cadeira de exame à qual eu estava presa estava
ensopada por baixo de minhas nádegas e coxas e, por saber que essa umidade
se devia à minha excitação. A bata cinzenta curta e simples que eu vestia
estava coberta por um logotipo do Programa Interestelar de Noivas e, como
qualquer vestimenta médica padrão, era aberta atrás. Como eu esperava, para
efetuar o processamento, eu estava completamente nua por baixo daquela
bata.
A mulher tinha uma expressão azeda de alguém que estava habituada a
lidar com prisioneiros que eram verdadeiramente culpados pelos seus crimes
hediondos. O seu uniforme tinha um emblema vermelho brilhante e três
palavras escritas em letras cintilantes no peito, que me fizeram entrar numa
erupção de suores frios.
Programa Interestelar de Noivas.
Que Deus me ajudasse. Eu ia sair do mundo, deixar a Terra para trás para
me tornar uma noiva sob encomenda. Embora o conceito tivesse sido
bastante útil séculos atrás, agora, estava sendo revitalizado para ir de
encontro às necessidades interplanetárias. Como uma dessas noivas sob
encomenda, eu seria obrigada a foder e a dar filhos a um líder alienígena,
considerado digno pela Aliança Interestelar, que agora protegia a Terra. Um
macho alienígena que conquistou uma posição e o direito de tomar uma noiva
de um dos mundos membros protegidos pela Aliança. Como a Terra foi o
planeta mais recente a ser adicionado à Aliança, agora, fornecia as mil noivas
exigidas por ano. Havia muito poucas voluntárias, embora fosse oferecida
uma compensação generosa às mulheres que fossem corajosas ou
desesperadas o suficiente para se voluntariar como noivas. Não, a maioria das
noivas enviadas para fora do mundo era mulher condenada por um crime ou,
assim como eu, obrigadas a fugir. A se esconder.
— …deve conseguir fazê-la procriar sem demora. — Aquela voz brusca
e dura vagueou pela minha mente. Aquilo tinha sido só um sonho, não? Mas
por que eu sonharia com isso?
— Srtª Day, sou a Guardiã Egara. Está ciente das suas opções de
colocação? Sendo uma assassina condenada, perde todos os seus direitos,
exceto o direito de nomeação. Pode nomear um mundo se quiser e nós
escolheremos o seu parceiro nesse mundo com base nos resultados da sua
avaliação. Ou, pode rejeitar o direito de nomeação e aceitar os resultados do
processo de avaliação psicológica. Se escolher esta opção, será enviada para
o mundo e para o parceiro que melhor se adequar ao seu perfil psicológico.
Se quiser conhecer o seu verdadeiro parceiro, eu recomendo fortemente que
escolha a segunda opção e siga as recomendações dos processadores de
compatibilidade. Temos emparelhado noivas com os seus parceiros há
centenas de anos. Qual vai escolher?
A voz da mulher mal tinha sido registrada e eu puxei as algemas que
prendiam os meus pulsos de lado. Embora eu tivesse ouvido falar de outros
planetas, não conhecia ninguém de outro mundo e, sobretudo, não conhecia
nenhum parceiro. Na Terra, uma mulher podia escolher os seus próprios
namorados, amantes e maridos. Mas um parceiro alienígena? Eu não fazia a
mínima ideia por onde começar. E, mesmo que eu escolhesse um mundo,
aquele que seria emparelhado comigo seria escolhido somente pela análise
psicológica do Programa Interestelar de Noivas. Devia escolher um mundo?
Eu só estaria fora durante alguns meses, não o resto da vida. Qual seria a
diferença? Eu nem sequer era mesmo Evelyn Day.
Esta era a minha nova identidade. O meu nome verdadeiro era Eva Daily
e eu também não era uma assassina de verdade. Eu era inocente, mas isso
também não importava. Agora não. Não importava que tudo isto fosse uma
farsa, uma forma de me manter viva até que a data do julgamento fosse
definida e eu pudesse testemunhar contra um membro de um dos sindicatos
do crime organizado mais poderosos da Terra.
Eu tinha sido uma médica bastante respeitada até ter testemunhado um
homicídio por trás de uma cortina do departamento de emergência hospitalar.
Ao que parece, eu era a única pessoa que podia identificar o assassino. A
família do assassino tinha muitos recursos e ligações poderosas tanto no
governo mundial quanto no crime organizado. A proteção de testemunhas era
a única forma de me manter viva até poder identificar o homem em tribunal.
Sair do planeta era a única forma de garantir que a extensa cobertura daquela
família não me fizesse nenhum mal.
Independentemente do fato de eu ser uma condenada ser só uma fachada,
tanto quanto o sistema de justiça da Terra sabia, eu era uma assassina. E eu
seria tratada como uma. Esta bata médica era uma vestimenta prisional
cinzenta e simples, os meus pulsos e os meus tornozelos estavam algemados
a uma cadeira dura e implacável. Eu não tinha outra opção. Eu já tinha
passado por isto milhares de vezes na minha mente. Sobreviver. Era isso que
eu tinha que fazer e não havia forma de fazê-lo se eu não saísse da Terra o
mais rápido possível.
— Srtª Day? — repetiu a Guardiã. A voz dela não tinha qualquer emoção,
como se ela já tivesse feito o procedimento de inúmeras criminosas para
sentir qualquer coisa além de exaustão e insensibilidade pelos piores
transgressores.
— Vou perguntar mais uma vez, Srtª Day. Três é o número de vezes que
nos é exigido tentar obter uma resposta. Depois disso, será emparelhada
automaticamente com base nos resultados dos seus testes e submetida ao
processamento.
Tentei acalmar o meu coração acelerado, porque eu não estava só presa
neste lugar, eu não conseguia fugir desta sala, nem do edifício e, sobretudo,
da vida que eu agora teria de enfrentar. Esta sala insípida não se comparava
minimamente ao que eu já tinha passado… e não tinha nada a ver com o que
estava por vir.
Mas eu não podia permitir que esta mulher com um coração tão frio
escolhesse por mim. De certo que ela me enviaria para um planeta rigoroso,
como Prillon, onde os homens eram conhecidos por serem duros e
implacáveis, tanto na cama quanto fora dela.
— Quer reivindicar o direito de nomeação do seu mundo, Srtª Day? Ou
prefere submeter-se aos protocolos de colocação do centro de
processamento? — A sua diligência arrancou-me dos meus pensamentos.
Antes de ela entrar na sala, eu tinha sido submetida ao seu processamento,
como chamavam. Eu estava totalmente desperta e alerta quando aquilo
começou. Vi imagens de vários cenários, homens com todos os tipos de
roupa e aparência, até mesmo casais participando de vários atos sexuais,
como, por exemplo, uma mulher de joelhos chupando o pênis de um homem.
Infelizmente, aquela era uma das imagens dominantes. Algumas imagens
incluíam homens transando com uma mulher, algumas tinham uma sala cheia
de pessoas assistindo enquanto o ato acontecia. Bondage, chicotes e objetos
sexuais. As cenas passaram de imagens de desertos para extensões urbanas de
cidades alienígenas do tamanho de Nova York ou de Londres, de vibradores e
cintos de castidade a piercings e plugs anais.
As imagens iam passando cada vez mais rápido e eu pensei que estava
acordada, mas devo ter adormecido e tido aquele sonho estranho e, no
entanto, bastante vívido. Quando eu acordei, as telas de vídeo tinham
desaparecido, mas eu ainda estava presa à cadeira de exame.
Olhei para a sua expressão neutra, lambi os lábios e respondi: — Eu
aceito a seleção do protocolo de processamento.
A mulher acenou rudemente quando apertou um botão no tablet que
estava diante dela. — Muito bem. Vamos começar com o protocolo de
seleção da colocação. Para que conste, diga o seu nome.
Fechei os meus olhos por um instante e os abri, porque ainda conseguia
sentir os efeitos prolongados daquele orgasmo. Tinha sido intenso e tinha
sido um sonho. Isto era a realidade nua e crua. Eu duvidava que houvesse
qualquer escape real ou qualquer prazer autêntico no meu futuro. — E-
Evelyn Day.
Eu estava prestes a dizer o meu nome verdadeiro, mas lembrei que não
podia. Como é que eu podia esquecer?
— O crime pelo qual foi condenada?
Era difícil dizer aquela palavra. Eu ainda não conseguia acreditar que
tinha concordado com medidas tão drásticas, mentirosas. — Homicídio.
— É ou alguma vez já esteve casada?
— Não. — Esse era um dos motivos pelo qual eu estava nesta confusão.
Eu trabalhava muito. Não tinha nenhum homem na minha vida, ninguém à
minha espera em casa. Portanto, eu ficava no trabalho, fazia hora extra e
testemunhei um homicídio.
— Tem algum filho biológico?
— Não. — Eu queria ter, algum dia, mas com um alien? Aquilo não tinha
estado necessariamente nos meus sonhos de infância. Por que eu não podia
ter conhecido um homem sexy e solteiro que gostasse de uma mulher com
um cérebro inteligente e curvas generosas?
— Perfeito... — A Guardiã Egara selecionou uma lista de caixas que
estavam na tela do seu tablet. — Para que conste, Srtª Day, como uma fêmea
fértil e elegível do seu Prime, teve duas opções disponíveis para cumprir a
sua pena pelo crime de homicídio, prisão perpétua sem direito à liberdade
condicional numa Penitenciária em Carswell, localiza em Fort Worth, no
Texas.
Eu estremeci quando ela mencionou aquela prisão, bastante conhecida,
que abrigava alguns dos criminosos mais perigosos e cruéis. Todo aquele
plano para me manter viva até o julgamento incluía mandar-me para fora do
planeta. Felizmente, Carswell não era algo que eu tinha que considerar.
A Guardiã Egara continuou: — Ou, como você escolheu mais cedo, o
Programa Interestelar de Noivas como alternativa. Você foi trazida até aqui
para concluir a sua avaliação e o seu emparelhamento. Tenho o prazer de lhe
comunicar que o sistema tem uma correspondência bem-sucedida e que será
enviada para um planeta membro. Como noiva, pode ser que nunca volte à
Terra, visto que todas as viagens serão decididas e controladas pelas leis e
costumes do seu novo planeta. Irá renunciar à sua cidadania da Terra e tornar-
se uma cidadã oficial do seu novo mundo.
Para onde é que eles iam me enviar? Que espécie de loucura pervertida é
que as minhas análises neurológicas tinham mostrado a esta mulher? Com
base no meu sonho vívido podia ser qualquer coisa. Será que eu iria para um
chefe tribal em Vytros ou para um Capitão de comércio rico de Ania? Para
um mundo remoto duro e patriarcal?
Limpei a garganta, visto que as palavras pareciam estar presas. — Pode…
pode explicar o processo de seleção? Como eu sei se os testes escolheram
bem?
Ela olhou para mim como se eu tivesse vivido toda a minha vida debaixo
de uma rocha. — Sério, Srtª Day. Você sabe como funciona.
Quando eu permaneci em silêncio, ela suspirou. — Muito bem. Todos os
prisioneiros são submetidos a uma série de exames. A sua mente foi
estimulada e monitorada tanto pelas reações conscientes quanto pelas
inconscientes para que possamos nos certificar de que a emparelhamos
adequadamente com os costumes e as práticas sexuais de outro planeta.
Como viverá ali por um tempo indefinido, é importante enviarmos noivas que
sejam dignas dos líderes que as solicitam.
“Cada planeta tem uma lista de machos qualificados que estão à espera de
uma noiva.— ela continuou. — Os seus exames descobrem qual é o planeta
mais adequado para você e, depois, combina com o candidato mais
compatível. Assim que o seu processamento comece, ele é imediatamente
notificado. Ao término, será transportada e irá acordar no seu novo planeta. O
seu parceiro estará à sua espera para reivindicá-la.
Os meus pulsos ainda estavam presos; eu consegui apertar os punhos. —
E se… e se, não formos compatíveis?
Ela franziu os lábios. — Não há como voltar. De acordo com o Protocolo
6.2.7a, não podemos obrigá-la a ficar com alguém com o qual não é
compatível. Terá trinta dias para decidir se o candidato primário é aceitável.
Se, depois de trinta dias, não estiver satisfeita com o seu parceiro, será
escolhido outro parceiro nesse mesmo mundo e será transferida. Terá trinta
dias para aceitar ou rejeitar cada candidato até encontrar um parceiro.
— Eles… Quero dizer, ele tem a oportunidade de me rejeitar? — Eu já
tinha sido rejeitada por homens. Várias vezes. O que faria com que um
homem de um planeta distante fosse diferente?
— A taxa de sucesso do programa de emparelhamento está muito acima
dos noventa e oito por cento. Concluiu os exames e confirmamos a sua
colocação pessoal. Estou confiante de que será bem colocada. Esses
parceiros, dependendo do planeta, precisam de mulher para manter a sua raça,
a sua cultura e o seu estilo de vida. As fêmeas são valiosas, Srtª Day. E é por
isso que o Tratado Interplanetário foi posto em prática. Se, contudo, o seu
parceiro achá-la… inadequada, será emparelhada com outro macho daquele
mundo. Lembre-se, primeiro foi emparelhada com o mundo e só depois com
o parceiro.
— O meu parceiro saberá que eu fui condenada por um crime?
— É claro. O Tratado exige a divulgação de todos os dados.
— E eles estão suficientemente desesperados para aceitar mulheres
condenadas? — Nunca fui considerada digna o suficiente para ser a
namorada de alguém, quanto mais esposa. Por que alguém me quereria agora
que eu era condenada por homicídio? — Eles não temem que eu os mate
enquanto dormem ou algo assim? — Eu nunca seria capaz de fazer isso, mas,
certamente eles não sabiam disso. E eu não seria condenada no mundo deles
por um crime que, supostamente, eu tinha cometido aqui, na Terra?
A mulher franziu os lábios. — Eu garanto, Srtª Day, que quando conhecer
qualquer um dos seus parceiros, em qualquer um dos planetas, vai entender.
Fique descansada, que ser assassinado por uma mulher como você não é uma
das preocupações deles.
Eu olhei para baixo, para mim mesma, vestida com aquela roupa
carcerária cinzenta e sem graça. Eu não era uma magricela. Eu tinha…
curvas. Mesmo com todo o stress das últimas semanas, com o julgamento que
estava por vir e tudo o que aquilo implicava, nada disso mudou o meu peso.
Eu não via um espelho e nem passava maquiagem alguma há algum tempo,
portanto, eu nem sequer imaginava como é que eu estava. Se eu aparecesse
para o meu parceiro e estivesse assim, ele certamente iria me recusar antes de
sequer dizer olá.
A mulher olhou para o seu tablet. — Tem mais alguma questão? Tenho
que efetuar o processamento em mais uma mulher ainda hoje.
Não havia muita opção. Eu assenti. — Eu… eu estou pronta... — engoli
em seco. Era mais difícil do que eu imaginava dizer as palavras que
mudariam a minha vida. — Estou pronta para ir para fora do planeta e aceitar
a colocação com base nos exames.
A mulher acenou decisivamente. — Muito bem. — Ela pressionou um
botão e a minha cadeira reclinou-se como se eu estivesse numa clínica
dentária. — Para que conste, Srtª Day, você escolheu cumprir a sua pena sob
as direções do Programa Interestelar de Noivas. Foi atribuída a um parceiro
através dos protocolos de teste e será transportada para fora do planeta, para
nunca mais voltar à Terra. Estou certa?
Oh, meu Deus, o que é que eu fui fazer? Eu voltaria para testemunhar,
mas eu estava mesmo indo embora. — Sim.
— Perfeito... — Ela olhou para baixo, para o seu tablet. — O computador
atribuiu-a a Trion.
Trion? Eu remexi as minhas memórias à procura de alguma coisa,
qualquer coisa sobre aquele mundo. Nada. Não surgia nada. Oh, Deus.
Mas talvez aquele mundo fosse o que apareceu nos meus sonhos. Os
tapetes. O óleo de amêndoa. O pau enorme…
— Esse mundo requer que seja feita uma preparação física detalhada das
suas fêmeas. Como tal, o seu corpo deve estar preparado adequadamente
antes de iniciarmos o transporte.
O meu corpo vai ser… o quê?
A Guardiã Egara empurrou a parte lateral da minha cadeira e para o meu
espanto, a cadeira deslizou em direção à parede, onde apareceu uma grande
abertura. Deslizou como se estivesse num trilho, em direção ao novo espaço
que estava do outro lado da parede. A sala pequena era mesmo pequena e
brilhava com uma série de luzes azuis. A cadeira deu uma guinada até parar
perto de um braço robótico com uma agulha gigante que deslizou lentamente
para o meu pescoço. Estremeci quando aquilo perfurou a minha pele, depois,
tudo o que eu senti foi um leve formigamento no local da injeção. Uma
sensação de letargia e satisfação fez com que o meu corpo ficasse mole
enquanto eu descia até uma banheira com um líquido morno e azul. Era tão
morno, deixava-me tão dormente…
— Tente relaxar, Srtª Day. — O dedo dela pressionou a tela em suas
mãos e sua voz parecia flutuar, bem, bem longe de mim. — O seu
processamento começa em três… dois… um…
2

E va/Evelyn
Posto Avançado Nove, Planeta Trion

— A TRANSFERÊNCIA DEVE TER SIDO cansativa para o corpo e, por isso, ela
está dormindo.
Ouvi a voz, mas não me mexi. Eu estava bastante confortável e não
queria acordar.
— Sim, no entanto, ela está assim há quatro horas. — Esta voz era mais
profunda, imponente e claramente frustrada com o meu estado. — Goran,
talvez a minha parceira se tenha lesionado durante o transporte.
Lesionada?
— Aparentemente, ela não tem nenhuma lesão. — Falou uma voz
diferente. — Ela é pequena e talvez precise de mais tempo para se recuperar.
Pequena? Eu nunca tinha sido considerada uma pessoa pequena.
Baixinha, talvez, mas pequena? Aquilo quase que chegava a ser engraçado.
Eu não conseguia obrigar o meu corpo a se mexer para ver quem era que me
considerava qualquer outra coisa que não fosse curvilínea e bastante robusta.
Era como se eu tivesse acabado de acordar de um sono profundo e estava
feliz por permanecer assim. Eu me sentia quente, protegida e segura, não à
beira de… oh!
Os meus olhos abriram-se de repente e eu já não via as paredes totalmente
cinzentas do interior da unidade de processamento onde eu tinha passado os
últimos dias. Ao invés disso, parecia estar numa espécie de estrutura rústica.
O teto e as paredes pareciam ser feitos de algodão resistente. Não conseguia
ver muita coisa do espaço porque havia três homens pairando sobre mim. Os
meus olhos se arregalaram ao ver o tamanho deles. Eram descomunalmente
grandes e… fortes. Eu nunca tinha visto um homem tão grande, quanto mais
três. O tamanho deles era normal?
Tudo neles era escuro. Olhos e cabelos negros, roupas negras sobre uma
tez morena. Eles me faziam lembrar os homens da região mediterrânea da
Europa. Mas eu não tinha sido enviada pelo centro de processamento para o
centro da Europa ou até mesmo para o Médio Oriente, mas sim para fora do
planeta. Trion? Onde é que fica? Quão longe é da minha casa? A Guardiã
Egara não tinha dito quão longe ficava este planeta antes de deslizar o dedo
pela tela e me transportar. Tudo tinha acontecido tão rápido, foi como
adormecer para uma cirurgia e acordar a seguir sem ter a mínima noção do
que tinha acontecido.
Eu estava deitada de lado. Já não mais naquela cadeira desconfortável da
sala de processamento, mas numa cama estreita. Os meus punhos e
tornozelos já não estavam presos e eu passei as pontas dos dedos da minha
mão direita pelo cabelo, por trás da minha orelha.
Sim. Lá estava. Eu deixei sair uma respiração profunda. A pequena
protuberância tinha sido provocada pelo implante da Secretaria de Justiça, o
dispositivo que eles prometeram que um dia me traria de volta para casa. Até
lá, eu teria que sobreviver sendo Evelyn Day, uma assassina condenada.
Pisquei, confusa, enquanto tentava recuperar a consciência. Eu tinha tido
conhecimento da existência de planetas alternativos durante toda a minha
vida, mas a mídia nunca tinha fornecido imagens deles. O transporte para
fora do planeta só era permitido para pessoal militar ou para mulheres do
programa de noivas. Por causa disso, sempre pensei que os alienígenas
seriam muito diferentes dos humanos, mas sem dúvida nenhuma eu estava
errada. Estes homens, se eles eram exemplos da raça do seu planeta, eram
exemplares extremamente bonitos e com uma aparência bastante humana.
Bonitos talvez não fosse a palavra mais correta. Eles eram intensos, viris,
másculos. Maravilhosos.
De qualquer forma, o seu poder e energia bruta, o seu tamanho elevado e
a possibilidade bastante distinta de eles me machucarem me fizeram recuar.
A parede onde eu apoiava as minhas costas era flexível e eu tive de
pousar a minha mão para manter o equilíbrio. Eu estava de quatro e os
olhares dos homens deixaram o meu rosto e desceram pelo meu corpo.
Embora o ar estivesse quente – onde quer que fosse – eu podia sentir contra a
minha pele nua. Ao olhar para baixo percebi que, sem dúvida nenhuma, eu
não estava com a vestimenta prisional. Eu estava nua.
— Onde estão as minhas roupas? — Guinchei, tentando cobrir-me e
olhando à minha volta. O espaço era espartano, só tinha uma cama na qual eu
estava sentada e uma mesa no meio da sala. A sala não era demasiadamente
grande ou, talvez, era grande o suficiente para aqueles três homens, antes de
eu ter ocupado grande parte do espaço. Enormes baús negros estavam
alinhados numa parede junto com dispositivos metálicos, parecidos com
máquinas hospitalares e com eletrodomésticos da minha cozinha que estavam
sobre eles.
— Foi transportada e processada de acordo com a tradição. — disse um
dos homens.
— Mas, eu estou nua. — Minhas mãos congelaram e eu olhei para baixo
quando senti os meus mamilos. Eles tinham anéis dourados atravessados.
Como se isso não fosse suficiente, uma corrente dourada atravessava os dois
anéis, pendurada, um pouco acima do meu umbigo.
Eu… hum, tinha piercings nos mamilos. Eu não conseguia tirar os olhos
daquela cena bizarra. As argolas eram menores do que um anel de dedo, a
corrente que estava ligada às argolas era fina como um fio e estava decorada
com pequenos discos dourados.
— Pela sua reação, posso constatar que ser enfeitada não é uma tradição
na Terra. — Eu não olhei para cima para ver quem falava.
Enfeitada? Surpreendentemente, os piercings de mamilo não doíam,
embora fossem completamente novos. Eles certamente deveriam estar
machucados. Quando eu tinha dez anos, furei as minhas orelhas e demorou
bem mais de um mês até que os buracos curassem. Eu agora não estava
sentindo nenhuma dor, apenas um leve puxão nelas devido ao peso da
corrente. Era leve, mas constante… e excitante. Os meus mamilos
endureceram e eu arfei, cruzando os meus braços sobre o peito.
— Bem-vinda a Trion. Eu sou Tark, o seu novo mestre e você está na
unidade médica do Posto Avançado Nove. Eu te trouxe até aqui depois da tua
transferência para ser examinada pelo médico, já que não acordava. — Falou
o homem à direita. A sua voz era profunda e, de alguma forma, familiar. Os
seus olhos escuros foram de encontro aos meus e ali ficaram. Eu não
conseguia desviar o olhar, e também não queria, porque sentia… alguma
coisa. Nenhum homem da Terra tinha olhado de forma tão intensa para mim.
Era como se ele me dominasse apenas com os olhos.
Por que a voz dele parecia familiar? Estranho, mas tentei esquecer aquilo
já que era impossível. Ele olhou para um dos homens, depois, para mim
novamente, clara e atentamente. — Este é Goran, o meu segundo
Comandante. — O outro homem acenou na minha direção. Ele parecia ser
mais novo do que Tark e uns três ou quatro centímetros mais baixo, mas não
menos imponente. — E este é Bron, o médico responsável pelo Posto
Avançado Nove.
O terceiro homem também inclinou levemente a cabeça na minha direção
e permaneceu em silêncio. Ele não fixou os olhos em mim como Tark fez,
mas observou o meu corpo. Eu movi as minhas mãos, tentando cobrir-me um
pouco mais, mas sabia que ele conseguia ver tudo.
Os três usavam calças pretas, mas enquanto que os dois homens usavam
camisas pretas, a de Tark era cinzenta. O corte era semelhante ao das roupas
dos homens da Terra, mas, no entanto, eu nunca tinha visto ombros tão largos
ou corpos tão bem definidos. Estes homens eram fortes e as suas roupas
realçavam isso.
Tark foi o único que falou comigo. — Evelyn Day, foi emparelhada
comigo através do acordo interplanetário. Embora me tenham garantido que
está bem, a transferência pode ter te machucado. Esteve dormindo durante
mais tempo do que o previsto. Bron vai te examinar para verificar se tem
alguma lesão. Levante-se.
Ele estendeu a sua mão enorme para que eu a pegasse. Eu olhei para ela e,
depois, para ele, atentamente. Cautelosamente.
— Me examinar? — Perguntei. Os meus olhos arregalaram-se ainda
mais. Eu conseguia ouvir o barulho do sangue nos meus ouvidos e comecei a
respirar de forma ofegante. — Não… não é preciso. Como disse, eu sou
apenas… pequena.
Ele deu um passo na minha direção, mantendo a sua mão estendida. —
Discordo. Eu cuido daquilo que é meu.
Ele aguardou pacientemente, depois, suspirou.
— Eu sei que uma prisão na Terra era a sua alternativa. Fico feliz com a
sua escolha, visto que de todos os parceiros possíveis no Acordo
Interplanetário, as necessidades do seu subconsciente foram emparelhadas
com o nosso estilo de vida. Aparentemente, nós fomos feitos para dar um ao
outro exatamente aquilo que precisamos.
Ele fez uma pausa e eu absorvi aquelas palavras. Ele me daria aquilo que
eu precisava? Como ele poderia fazer isso se o que eu precisava era ir para
casa, testemunhar e recuperar a minha vida?
Ele avançou e acariciou a minha bochecha com os nós dos dedos. — O
teu passado não importa, gara. Agora, você é minha e deve me obedecer em
tudo. — Ele falou mais baixo e o seu tom de voz indicava que era impossível
lhe dizer não.
Franzi a testa, insatisfeita com as suas palavras, mas o seu toque suave
desequilibrou-me.
Peguei na mão dele já que eu não tinha outra alternativa. Ela era tão
grande que a palma da minha mão foi engolida pela dele. O seu toque era
quente; a forma como me agarrava, gentil, embora eu duvidasse que ele me
deixaria sair. Eu não conseguiria passar pelos homens se quisesse correr dali
para fora e, mesmo que eu conseguisse escapar, ainda nem sequer sabia onde
é que estava. A única forma de voltar para a Terra era através do
transportador e eles não me levariam até um posto avançado de transporte e
eu também não sabia como mexer em um. Eu estava verdadeiramente presa a
ele. Pelo menos até que eu fosse chamada de volta para testemunhar. No
entanto, o promotor disse que isso poderia demorar meses. Meses com este
homem num planeta estranho? Engoli em seco.
Ele me ajudou a levantar e eu oscilei, a corrente que estava suspensa nos
meus seios também balançava. Fiquei de pé sobre o que parecia ser um uma
camada fina de um piso cinzento. Não cobria todo o espaço, porque a areia
envolvia todo o resto até as paredes. Areia? Nós estávamos no deserto? Era
por isso que fazia calor, era por isso que a pele deles era tão bronzeada? A
visão dos meus pés descalços ao lado de três pares de botas parecia estranha.
As paredes eram opacas. As luminárias que estavam sobre as mesas por
toda a sala tinham um brilho suave.
Levantei a minha mão livre para me equilibrar. Ele me estabilizou
enquanto eu inclinava a cabeça para trás, muito para trás, de modo a poder
olhá-lo nos olhos. — O que… o que é que vai fazer comigo?
Os seus olhos escuros procuraram pelo meu rosto, depois, desceram pelo
meu corpo. Eu corei, sabendo que ele – e os outros – conseguiam ver tudo.
— É a primeira pessoa da Terra que vemos e eu tenho que te observar
com mais atenção. — O olhar do doutor passeava pelo meu corpo tal como o
de Tark, mas ele me fazia sentir… exposta e suja. Eu conhecia aquele olhar.
Aparentemente, homens lascivos não se limitavam apenas à Terra.
Eu me movi para ficar ligeiramente por detrás de Tark, usando-o como
escudo. O seu cheiro subia pela sua camisa e era um cheiro inebriante.
Limpo, acentuado e com um toque de algo misterioso. O que quer que fosse
eu gostava. Seria por termos sido emparelhados?
— Eu não preciso ser examinada e, você, sem a menor sombra de dúvida
não vai me observar com mais atenção. Eu estou bem, caso contrário, eles
não teriam me enviado. E eu também não sou nenhuma cobaia. Sou uma
parceira. — Ergui o queixo e falei com uma voz firme, mas eu estava à mercê
destes homens. Eu não fazia a mínima ideia se o termo parceira tinha algum
tipo de prestígio em Trion, mas certamente nenhum homem permitiria que
outro examinasse a sua parceira só por diversão.
Eu não olhei para cima, mas podia ver que Tark olhou para mim e para os
dois homens que estavam diante de mim.
— Vai permitir que ela fale assim comigo? — Perguntou Bron a Tark,
com um ar venenoso dirigido a mim.
Tark cerrou a outra mão num punho. — Devo permitir que examine a
minha parceira com um pênis levantado nas calças?
O homem virou-se e teve a decência de esboçar um ar envergonhado.
Tark levantou a mão, com um aceno que indicava que ele estava
dispensado e eu senti mais do que ouvi um rosnar que vinha de dentro do seu
peito. — Goran, tire-o daqui. Eu próprio vou examinar a minha parceira.
Goran acenou e pegou no braço do médico, levando-o dali para fora. Com
um último olhar de relance por cima do ombro, Bron foi levado para fora da
tenda através de uma abertura na parede mais distante. Eu vi sucintamente os
formatos das outras tendas, mas a vista foi rapidamente obstruída mais uma
vez.
Agora, sozinho comigo, Tark virou-se para olhar na minha direção, um
guerreiro gigantesco e faminto pela sua noiva. Eu não podia acreditar que
este era o meu parceiro. Embora eu tivesse sonhado com encontrar alguém
especial, era bastante diferente saber antecipadamente que aquele era o tal.
Não havia nenhum namoro, nenhum relacionamento para descobrir interesses
em comum e compatibilidade. Na verdade, isso era bastante aflitivo. Além
disso, eu estava em outro planeta, do outro lado da galáxia!
Eu conseguia ouvir coisas através das paredes finas: vozes, barulhos
mecânicos e sons estranhos que certamente deviam vir de animais. Talvez
cavalos? Que tipo de animais tinham em Trion?
— O que Bron disse é verdade. Não deve falar com ele dessa forma.
Os meus olhos arregalaram-se. — Ele não estava agindo como um
médico deve agir.— rebati.
Ele parou por um momento, como se estivesse analisando o que eu disse.
— Você é nova por aqui e, portanto, vou levar isso em consideração no que
diz respeito à tua punição.
— Punição...
Ele levantou a mão e cortou-me a fala. — Impertinência não é permitida
aqui.
Eu franzi a testa. — Ele é que foi impertinente.
Tark mexeu os ombros para trás e parecia ter crescido uns dois
centímetros. — Agora, quem é que está sendo impertinente?
Ele deu dois passos com as suas pernas longas na direção de um banco
simples e pequeno. Parecia ser feito de madeira, mas eu não fazia a mínima
ideia se era. Eles tinham árvores em Trion?
Quando ele se sentou, estendeu a mão. — Vem.
Eu olhei para os seus dedos longos e bruscos, mas não me mexi. — Por
quê?
— Vou te ensinar a tua primeira lição sobre Trion.
Aquilo parecia razoável visto que eu só estava naquele planeta há cerca
de cinco minutos. Eu me aproximei dele. Antes que eu pudesse perceber o
que se passava, ele me agarrou pela cintura e me colocou no seu colo. Eu não
era uma mulher pequena e ele lidou comigo como se eu fosse uma mulher
frágil e delicada.
Estava sobre as suas coxas fortes, o meu tronco estava dobrado na direção
do piso cinzento e os meus peitos suspensos na direção do chão. A corrente
que balançava entre eles roçava no chão. Os meus dedos tocavam o chão e eu
tentava me levantar.
— O que é que vai fazer? — Gritei, com o sangue fervendo na minha
cabeça. — Me deixa levantar!
Tark pousou uma mão quente nas minhas costas para manter-me no seu
colo enquanto eu tentava atingí-lo. Ele segurou os meus tornozelos com uma
das suas pernas.
— Sossega, gara. Eu esperava que viesse a ser punida rapidamente, mas
não assim tão rápido.
— Punição? — gritei. — Eu pensei que tinha dito que iria me ensinar
sobre Trion!
— E vou. Começando por isto.
Eu ouvi o estalo da sua mão contra a minha bunda antes de o sentir. Sua
dor aguda chiava por todo o meu corpo nu.
— Tark! Pare com isso, seu idiota… prepotente!
Ele me bateu outra vez. E outra vez. Cada vez que a enorme palma da sua
mão me atingia, era num lugar diferente. Rapidamente, eu senti como se a
minha pele estivesse ardendo, uma sensação aguda e quente.
Eu respirava de forma ofegante, o meu cabelo caía sob a minha face e eu
passei os dedos para tirá-lo da frente. Numa palmada extremamente forte, eu
consegui levar as mãos atrás e tentei cobrir a minha bunda. Ao invés de o
deter, ele simplesmente deu a volta aos meus pulsos com a sua mão livre e
continuou.
— Está pronta para ouvir… de bico calado? — perguntou ele, acariciando
a minha pele quente. Certamente estava bastante vermelha e inchada.
Com medo de dizer uma palavra, simplesmente acenei com a cabeça,
depois, afundei-me no seu colo.
— Ah, gara. É um prazer para mim ver a tua submissão. — Antes que eu
pudesse sequer começar a pensar sobre aquela afirmação, ele continuou: —
Aqui em Trion nós falamos com respeito. Acredito que também seja
chamado de modos.
Eu puxei um fio de cabelo para fora da minha boca enquanto me
apercebia de que Tark achava que eu não tinha modos. O que é que ele
pensava, que a Terra estava cheia de pagãos?
— Não te compete discutir com o médico. É o meu dever colocá-lo no
lugar dele. Ele foi impertinente, como você disse, mas era o meu dever como
teu parceiro defender a tua honra. Defender o teu papel como mulher nesta
sociedade. Te proteger. Quando você falou sem ser a sua vez, me tirou esse
direito de te defender, e assim, também me desonrou.
Era uma ideia um pouco antiquada, mas eu conseguia perceber a lógica.
Eu passei os dedos pelo piso suave. Ter uma conversa com o meu rosto perto
do chão era estranho, mas também era estranho levar palmadas. Bom, se
formos por aí também era estranho estar em Trion. — Ou seja, quer dizer que
devo me submeter a você?
— Está familiarizada com os hábitos e costumes de Trion?
Eu abanei a cabeça.
— Está familiarizada comigo?
Eu abanei novamente a cabeça.
— Com o Dr. Bron ou com o exame que ele ia efetuar em você?
— Não. — respondi.
— Se eu aparecesse na Terra, não ia querer falar por mim, para ajudar a
me orientar enquanto eu aprendia como funcionam as coisas?
Cerrei os dentes novamente e odiei o fato de que o seu raciocínio não era
infundado.
— Sim.
Ele largou os meus pulsos e me ajudou a ficar de pé diante dele, perto o
suficiente para me situar entre os seus joelhos abertos. O meu traseiro estava
quente e com uma dor pungente devido às palmadas. Ele era alto o suficiente
para que os seus olhos não se alinhassem com os meus seios. O que não
significava que eu me sentia menos exposta e vulnerável; ainda me sentia
mais depois de ele ter salientado as falhas nos meus modos.
— Preciso verificar o teu implante.
As suas palavras arrancaram-me dos meus pensamentos. Surpreendia-me
o fato de ele conseguir mudar tão facilmente para outro tópico. Ele tinha me
punido e agora podíamos seguir em frente?
— Presumo que o teu neuroprocessador esteja funcionando devidamente
já que parece entender tudo aquilo que te dizem.
Eu franzi a testa. — O quê? — Do que ele estava falando? Qual
neuroprocessador?
— Não tenha medo, pequena. — Eu tinha uma altura média e pelo menos
o dobro do manequim que as fichas médicas da Terra diziam que eu deveria
ter. Eu não era pequena, mas diante do meu novo parceiro, eu quase me
sentia pequena e muito, muito feminina.
Tark levou as mãos à minha cabeça e passou os dedos desde as laterais do
meu rosto até o topo de cada têmpora, acima dos meus olhos. Ele devia ter
encontrado o que procurava porque fez um pouco de pressão e eu senti dois
calombos estranhos fazendo pressão contra o osso do meu crânio. Não era
doloroso, mas sim estranho, sem dúvida.
— O que é isso? — No momento em que Tark retirou as mãos, eu
levantei os meus dedos trêmulos até os mesmos lugares e senti os pequenos
calombos por debaixo da minha pele.
— São unidades de neuroprocessador avançadas ou UNP. Elas são
implantadas quando do nascimento de todas as raças membro do Programa
Interestelar de Noivas. As UNP aumentam a capacidade do teu cérebro de
processar e aprender línguas e matemática e expandem a tua memória. Nós
agora dialogamos na língua comum do meu planeta, essa língua foi
transferida para a tua UNP antes de vir para cá.
Caramba! Eu agora era um ciborgue ou algo do gênero?
— Eu tenho tecnologia alienígena implantada na minha cabeça? Tenho
pequenos fios agarrados aos meus neurônios? Como é que o sistema UNP
está integrado e se comunica com o tecido orgânico? — A minha mente
medicamente capacitada tinha centenas de perguntas e nenhuma resposta.
Os olhos de Tark arregalaram-se e ele torceu o lábio. — Mas você é
mesmo curiosa, não?
Ao invés de responder às minhas perguntas, ele olhou para a mesa que
estava no meio da sala. — Deite-se outra vez, Evelyn Day. — Sua voz
continuava profunda, mas já não tinha o toque mordaz de quando me deu as
palmadas.
Eu não conseguia evitar o meu parceiro ou o que ele planejava fazer
comigo. Eu podia tentar, mas decidi não o fazer porque o meu traseiro estava
bastante dolorido e ainda sofria as consequências das minhas ações prévias.
Embora o médico tivesse provocado a minha ira, Tark tinha me feito sentir
algo completamente diferente. Eu não estava feliz por ele ter me batido – é
claro que não – mas ele tinha dado um bom argumento e eu tinha agido de
forma errada. Gostei do fato de ele ter me punido e depois seguido em frente.
Eu também sentia que deveria continuar. E aprender com isso, obviamente,
visto que eu não queria passar por aquilo outra vez. Eu me virei para trás e
esfreguei cuidadosamente a minha pele, que ardia um pouco.
Estranho. Havia qualquer coisa nele; o seu poder, a sua proteção – ele
tinha me protegido do médico – e o seu domínio, que era bastante apelativo.
Olhando para o quão bem definido era o seu corpo enorme nas suas roupas
escuras, eu queria satisfazê-lo. Além disso, eu ansiava por poder passar as
mãos pelos seus braços para sentir os seus bíceps, os seus ombros largos, o
seu peito. Os seus abdominais eram certamente duros e bem definidos. E
também ansiava por descer pelo seu corpo…
Eu fui até à mesa e Tark me seguiu. Com as suas mãos na minha cintura,
ele me levantou até a superfície metálica e eu sibilei devido ao contato do
meu traseiro ardido com a superfície fria.
— Deite-se. — disse Tark.
Lambendo os lábios, recostei-me na mesa enquanto ele passeava os olhos
pelo meu corpo. Ao contrário do médico, Tark olhava para mim com
excitação, sem dúvida, mas também com uma certa reverência. Pude sentir
profundamente o seu olhar ardente deslizando pelo meu corpo, como se os
seus dedos estivessem mesmo traçando as curvas da minha pele.
— Como eu disse, tem que ser examinada para garantir que está bem. Eu
tenho planos contigo, gara.
Eu não podia fazer nada além de lamber os meus lábios secos enquanto
ouvia o som rouco da sua voz.
— Agora, eu vou te tocar.
O seu toque era tão gentil que eu arfei quando a sua mão envolveu o meu
seio, no entanto, eu pude sentir os calos ásperos da palma da sua mão.
Ele viu o meu mamilo endurecer, depois, esfregou o seu polegar para trás
e para a frente no bico tenso, fazendo com que o anel dourado balançasse.
— Por que… por que tenho estes anéis? — Perguntei, com uma voz
suave. Estremeci ao pensar na ideia de ter um estranho – que também era o
meu parceiro – me tocando.
— Nós enfeitamos as nossas mulheres e achamos os anéis bonitos e
excitantes. — Ele olhava para os meus seios enquanto respondia. — Todas as
nossas parceiras têm anéis nos seus mamilos. É um símbolo de reivindicação
e respeito.
— Eles não doem. — disse.
Ele sorriu. — Espero que não. O meu toque deve te provocar prazer,
gara, nada mais do que isso.
Não, eles definitivamente não doíam. Ao invés disso, a sensação do leve
puxão do metal era incrível. Os meus mamilos sempre foram sensíveis, mas
agora, eu arqueava as minhas costas de forma a pressionar a palma da sua
mão para que me agarrasse ainda mais.
— O teu processamento foi feito de acordo com as nossas normas sociais.
Normalmente, os anéis demoram várias semanas para curar, mas eu não tinha
qualquer intenção de esperar tanto tempo para poder te tocar… aqui. — Ele
tocou no anel e eu arfei. — Um privilégio da transferência… para ambos.
— E a corrente?
Tark levantou a corrente e eu notei que um pequeno escudo tinha sido
carimbado em muitos dos pequenos discos dourados que estavam ligados ao
fio brilhante. — Este símbolo é a minha marca de nascimento e a marca da
minha linhagem. Ele simboliza que você me pertence. Até eu te reivindicar e
te marcar permanentemente, serve também para a tua proteção.
— Proteção? — Eu não compreendia como é que anéis nos meus
mamilos me protegeriam de qualquer coisa, mas da forma que ele continuou
a brincar com aquilo, nada mais me importava.
— Ninguém se atreverá a tocar no que pertence ao Sumo Conselheiro. —
Ele soava como um homem das cavernas possessivo. — Chega de perguntas.
Coloque as tuas mãos por cima da cabeça e deixe que eu te examine, parceira.
Eu congelei, as minhas mãos estavam paradas à minha frente. — Tark, eu
não...
— Isto… — Ele moveu a sua mão um pouco mais para baixo e puxou
gentilmente a corrente, fazendo com que eu sentisse um ardor quente e
prazeroso desde os meus mamilos indo diretamente para o meu clítoris. —
também é uma ferramenta feita para garantir que aprenda a me obedecer,
gara. Apenas uma das muitas formas de fazer com que o teu corpo aprenda a
submeter-se a mim, e te impedir de discutir.
Ele largou a corrente, que caiu novamente sobre a minha pele. O metal,
que antes estava frio, tinha sido aquecido pelo seu toque. Tark envolveu
gentilmente cada um dos meus pulsos com as suas mãos grandes e fortes e
manobrou-me lentamente até que as minhas mãos ficassem por cima da
minha cabeça na mesa, como ele pediu.
— Ou eu posso te colocar de barriga para baixo e te dar palmadas outra
vez. A escolha é tua.
Eu quase revirei os olhos, mas percebi que ele definitivamente
consideraria isso impertinência.
— Isso não é lá grande escolha. — resmunguei.
Ele me deu um pequeno sorriso. — Está aprendendo depressa, gara.
Aprenda uma coisa, eu nunca vou te machucar. Mas também nunca vou
permitir que você se machuque. Bron... — ele cuspiu o nome do sujeito — É
novo no serviço e, depois da forma como ele se comportou, vou convocar um
novo médico assistente assim que voltarmos ao palácio. Eu não permitiria
que ele tratasse das minhas frim, quanto mais da minha parceira.
Então, ele não tinha tomado o partido do médico mais cedo. Se eu tivesse
ficado calada, Tark teria dispensado o médico e nós estaríamos neste mesmo
local, e eu não estaria com a bunda dolorida.
O olhar sombrio de Tark vagueava desde os meus seios até o meu rosto.
— Agora vou te tocar e deve me dizer se sente algum tipo de dor ou
desconforto derivado da tua transferência.
A sua mão acariciou-me desde os meus braços até os meus seios, das
curvas das minhas costelas até meus quadris. Tive arrepios por toda parte. Ele
estava conhecendo o meu corpo como se eu fosse um espécime fascinante,
algo nunca antes visto por ele e, não necessariamente de uma forma sexual.
Mas o seu toque gentil acalmou os meus medos e, sem poder me esconder
por trás dos meus medos, não conseguia me impedir de focar em outras
coisas.
O calor das suas mãos. O meu coração acelerado. O seu toque era como
fogo na minha pele e ele era bastante minucioso. Apesar da minha discussão
mental comigo mesma sobre não permitir que um estranho me tocasse tão
intimamente e, apesar de todo o stress das últimas semanas, o meu corpo
sabia o que fazer e o que queria. E respondeu com um desejo tão rapidamente
que me deixou pasmada. As suas mãos subiram pelas minhas pernas e
escorregaram entre as minhas coxas.
Eu arfei ao sentir o mais leve contato. O meu corpo arqueou-se para fora
da mesa como se ele tivesse aplicado em mim um choque elétrico. Eu
comprimi os meus joelhos, prendendo a sua mão no lugar. Ele largou os meus
pulsos e traçou a curva suave do meu abdômen até encontrar a corrente e
puxá-la levemente. Eu gritei e fechei os olhos. A visão dele sobre mim, tão
dominante, tão intenso, me fez ponderar sobre coisas que eu nunca, nunca
pensaria em fazer. Como, por exemplo, permitir que uma pessoa totalmente
estranha brincasse com a minha boceta. Não, permitir não, querer. Eu queria
que o meu parceiro me tocasse.
Que raios se passava comigo? Será que a transferência tinha me
enlouquecido? Tinha me deixado excitada? Havia algum tipo de
neuroprocessador sexual estimulante que elevava a minha libido? Mas, mais
uma vez, podia ser só a testosterona brotando dos seus poros.
— Abra as pernas, gara. Agora. Não tenha medo.
— Não tenho… eu não… — Eu não tinha medo que ele me machucasse.
Pelo contrário. Eu tinha medo de mim mesma, medo de que eu lhe desse tudo
aquilo que ele quisesse. Eu não o conhecia, de todo, mas as suas mãos
carinhosas e as suas ordens firmes ameaçavam derrubar todas as minhas
barreiras, quebrar todas as minhas regras sobre os homens. E eu tinha
acabado de conhecê-lo.
Senti-o se aproximar e a sua boca fechou-se sobre o meu mamilo; o
rodopio da sua língua ao puxar o pequeno anel me fez gemer de prazer. —
Abra-se para mim, parceira. Deixe-me ver o que me pertence.
O seu toque. O seu beijo. O seu calor.
O meu parceiro. Era meu. Ele me pertencia tanto quanto eu lhe pertencia.
Pelo menos por agora.
Eu escancarei os meus joelhos e abri os olhos enquanto ele se afastava do
meu peito e se aproximava do meu núcleo.
Eu estava totalmente envolvida e olhei para baixo, para o meu corpo e os
meus olhos arregalaram-se outra vez. — Estou sem pelos. — Eu bem que
senti algo de diferente… lá embaixo, mas estive muito distraída com os anéis
nos mamilos, a corrente e as palmadas para notar que tinham depilado minha
vagina.
— Está sensível, não? — Perguntou ele, depois, baixou-se para soprar
suavemente sobre os lábios da minha boceta. Ele pode nunca ter tocado uma
mulher da Terra, mas sem dúvida sabia o que fazer. Ele soprou novamente e
eu estremeci. Ele agora olhava para mim e o seu rosto estava tão próximo que
certamente conseguiria sentir o meu cheiro e eu pensei…
— Eu… eu tenho o formato das mulheres do teu planeta?
— Mmm.
Eu pensei que ele ia ignorar a minha pergunta, mas aparentemente, tinha
decidido investigar. Tark levantou algo ao lado da mesa e, momentos mais
tarde, um objeto duro e frio foi introduzido lentamente no meu núcleo. Eu
agitei os braços e as pernas numa tentativa desesperada de escapar.
— Para. O que está fazendo comigo?
— Não se mexa.
Eu abanei a cabeça, assustada e surpresa com o objeto. Ele agarrou os
meus pulsos novamente e os prendeu facilmente em umas algemas por cima
da mesa. Virei a cabeça para trás para olhar as algemas. Puxei-as, mas não
valia a pena. Aquilo não iria ceder. Era como no sonho no centro de
processamento, eu estava presa e tinha um homem me tocando. Eu conseguia
sentir a minha boceta encharcada só de pensar. Lutei contra elas e isso só me
deixou mais molhada, os meus fluidos deslizavam em volta do vibrador que
me preenchia. Eu estava presa, com um homem pairando sobre mim, ele era
grande o suficiente para me machucar, mas tudo o que ele queria fazer era me
dar prazer – um prazer estranho, desconhecido e assustador. Minha bunda
estava dolorida devido às palmadas que eu tinha levado e eu não podia fazer
nada além de me submeter.
A enorme palma da mão de Tark assentou sobre o meu abdômen
enquanto uma sensação sibilante bastante estranha começou a surgir no meu
núcleo, seguida de um calor que se espalhava desde a minha boceta até o meu
cu e bem dentro do meu útero, depois, ao longo da parte externa dos meus
lábios vaginais e para cima, no meu clítoris, atingindo-me ali como se fosse
um pequeno choque elétrico. Isto era diferente de qualquer vibrador que eu já
tivesse visto ou sentido.
— Ah! — Sacudi os quadris devido à sensação avassaladora e Tark
parecia ter o seu olhar sombrio hipnotizado, observando as minhas reações.
O dispositivo estranho que estava na minha vagina apitou três vezes e
disparou novamente contra o meu clítoris. Não conseguia pensar numa
palavra melhor para descrevê-lo. Aquilo não machucava, muito pelo
contrário. Aquilo era incrível e era esse o problema.
— Entregue-se, parceira. Submeta-se ao exame tal como está para
aprender a se submeter a mim.
3

E va/Evelyn

— I STO NÃO É UM EXAME . Isto é... — Um forte pico de energia pulsou desde
as paredes da minha vagina até o meu ânus e eu tentava manter o controle,
mas foi emitido outro disparo contra o meu clítoris que me levou ao limite.
As paredes da minha vagina e a parte inferior do meu abdômen pulsaram e
tiveram espasmos tão fortes que eu me sentia desmoronar. — Oh, Deus.
Eu debatia o meu corpo contra a mesa, estava fora de controle. Também
me debati contra as algemas que prendiam os meus pulsos. Arrepiada e
cansada, desviei o rosto do meu novo parceiro. Tentei recuperar o fôlego
enquanto lutava para impedir que lágrimas caíssem. O dispositivo que estava
dentro de mim aquietou até o ponto de se limitar a um pequeno barulho,
quase impercetível. Mas depois do choque arrebatador do orgasmo forçado,
era impossível ignorar aquela pequena vibração.
Tark retirou a pressão que fazia sobre o meu abdômen e sobre as minhas
coxas e baixou-se entre as minhas pernas para retirar aquele objeto alienígena
da minha vagina. Eu queria correr e me esconder, mas eu estava presa. Como
é que eu pude reagir assim a uma pequena e estúpida ferramenta médica? O
que ele fez comigo?
Ele olhou para a tela que estava ligada à ferramenta de metal grosseira e
acenou com a cabeça. — Perfeito, Evelyn Day. A sonda médica indica que é
fértil, não tem nenhuma doença e que tanto o teu sistema reprodutor quanto o
teu sistema nervoso estão funcionando de forma perfeita.
— Me solta. — Tentei fechar as pernas, mas ele estava mantendo-as
abertas segurando nos meus joelhos.
Olhando para mim com os seus olhos escuros, ele disse: — Agora, você é
minha e eu não vou te largar. Não quando o teu corpo está tão ansioso por me
conhecer.
— Ansioso? — Perguntei. — Você forçou este prazer em mim. Olha para
mim! Estou presa a uma mesa e o meu traseiro está doendo. — Uma lágrima
deslizou pela minha bochecha.
Limpando-a com o dedo, ele respondeu: — Os exames tinham de ser
efetuados. Não há mal nenhum em gozar de um pequeno prazer enquanto é
submetida a ele. Enquanto se submete a mim.
Um dedo forte e brusco traçou as minhas dobras e eu estava
envergonhada por sentir o quão facilmente ele deslizava no meu núcleo
úmido. — Vê? Isto te deixa molhada. Estar presa e aberta para mim é o que
gosta.
— Como é que sabe? — rebati.
— Porque é a minha parceira. Não questione ou lute contra o que é um
emparelhamento perfeito. — Ele encontrou o meu clítoris e meus quadris
inclinaram-se na sua direção, entregando-se ao seu comando e ávidos pelo
seu toque curioso. Sem dúvida, o meu corpo e a minha mente não estavam
em sintonia.
— Sim, de fato, é bastante parecida com as nossas fêmeas. Deve gostar
que eu coloque o meu dedo aqui… e aqui.
Eu abanei a cabeça. — Eu... eu não deveria. — respondi.
Ele agora usou três dedos, tinha o seu polegar no meu clítoris enquanto
deslizava mais dois dedos para dentro de mim, profundamente.
— Pode gozar com o meu toque, mesmo que ainda não nos conheçamos.
Os nossos corpos, as nossas mentes e até as nossas almas estão ligados.
Desista, gara.
Os meus braços começaram a tremer e eu relaxei sobre a mesa. Ele me
fodeu com os dedos e encontrou aquele ponto sensível dentro de mim.
Embora a sonda me tivesse dado um prazer intenso, os seus dedos suscitaram
algo completamente diferente. Eles eram muito mais hábeis e faziam parte
dele. Ainda excitada com o meu exame, gemi e mexi os quadris por baixo da
sua mão, desejosa por mais, incapaz de negar a necessidade gritante do meu
corpo de gozar e de sua mão.
— Sim, é bastante parecida. Ah, minha parceira, pela tua reação posso
constatar que encontrei o lugar secreto dentro de ti que te dará prazer. Vê? Eu
prendi as tuas mãos com algemas porque sei que gosta disso. Isso aumenta o
teu prazer.
Ele encontrou, ok? E também encontrou todos os outros lugares secretos
que me deixavam excitada. Se ele continuasse com aquilo durante muito
tempo, eu ia gozar outra vez. Eu agora estava ofegante, molhada e
mortificada por ter reagido de forma tão intensa a ele. Uma pessoa totalmente
estranha. Isto não podia estar acontecendo comigo. Tinha de haver alguma
explicação lógica para isto. — Eles drogam as mulheres quando as
transferem?
— Não. — O seu olhar alterou-se de imediato de generoso e
condescendente para um frio e ofendido. — Nós não drogamos as nossas
mulheres para lhes dar prazer. Como pode ver, não é necessário. É isso que
os covardes da Terra fazem às suas parceiras?
— Alguns. — Eu o tinha insultado e essa não era a minha intenção. Mas,
sério, o que, em nome de tudo o que é mais sagrado, estava acontecendo
comigo? — Desculpa, eu só…
— Nenhum homem de valor precisa de drogas para seduzir a sua
parceira. — Ele retirou lenta e deliberadamente a mão da minha boceta e eu
me senti abandonada. Carente. Fraca. Ele levantou a mão, libertando um
pulso, depois o outro das algemas. Enquanto lágrimas se acumulavam outra
vez nos meus olhos, eu soube que, sem sombra de dúvida, eu estava
enlouquecendo. Talvez os últimos dias estivessem finalmente me afetando. O
homicídio que eu tinha testemunhado. O plano de me enviar para fora do
planeta para me manter escondida e segura. A nova identidade e o
processamento. O horror de ser enviada para um novo mundo, para um
homem que nunca conheci.
— Peço desculpa, Tark. Eu não quis te ofender.
— Está cansada e num mundo novo. — Eu agora observava enquanto ele
punha os seus dedos reluzentes na sua boca e sorria.
Oh, Deus, ele estava me saboreando. Era uma visão extremamente erótica
e eu juntei as minhas coxas para aliviar a dor.
— Doce. Como a fruta rova.
Eu não conseguia responder, porque, o que eu haveria de dizer a um
homem que tinha acabado de lamber os fluidos da minha boceta?
— Enquanto dormia, os sistemas de exame padrão de Bron não
detectaram nenhum outro problema de saúde. Visto que respondeu a este
último exame apenas com prazer, e nenhuma dor, presumo que a
transferência foi simplesmente excessiva para o teu corpo frágil suportar sem
nenhum descanso.
Eu só consegui assentir. Eu deveria sentir vergonha, medo ou
constrangimento por ter Tark me tocando de forma tão íntima. Eu ainda
estava nua, exposta e vulnerável e, sem dúvida nenhuma, sob o seu controle.
Eu sentia todas essas coisas, mas a minha mente e o meu corpo estavam em
guerra porque o seu toque me fazia sentir segura, desejada e muito, muito
excitada.
Eu não sabia que Goran tinha voltado até ele ter falado. — O médico está
no último transporte para o Posto Avançado Dezessete.
Tark não virou a cabeça. — Ótimo. Está tudo pronto?
— Sim, senhor.
Tark pôs de lado a sonda prateada, colocou-se de pé, baixou-se e me
segurou, colocando-me de pé diante dele. Agora, eu conseguia ver como era
o aparelho. Era, sem dúvida, um vibrador de outro mundo. Se eles vendessem
aquilo na Terra, Tark faria uma fortuna.
Goran deu um cobertor a Tark e ele colocou-o em mim como se fosse
uma capa.
— A partir deste momento, o teu corpo me pertence. Nenhum outro
homem deve ver o que é meu sem a minha permissão. Compreendeu?
Sem permissão? Isso significa que ele permitiria? Eu estava confusa, mas
antes que eu pudesse perguntar, ele me colocou nos seus braços e me
carregou para fora da tenda, seguindo Goran. O ar era quente e seco, mas
estava escuro aqui fora, a única luz que havia era fornecida por pequenos
postes solares espalhados pelo terreno e que brilhavam em intervalos
precisos. Eu conseguia ver o contorno de inúmeras tendas. Tanto Tark,
quanto Goran movimentavam-se como se fossem fantasmas, os seus passos
eram tão silenciosos. Não havia muitas pessoas; talvez já fosse muito tarde.
Um barulho de um animal, algo parecido com um zurrar de um burro,
quebrou o silêncio. Os passos deles eram muito silenciosos para o seu
tamanho.
Eu olhei para baixo e percebi que Tark me carregava ao longo de um
vasto mar de areia, tal como eu tinha visto nas bordas do interior da tenda
médica. Eu tinha sido transportada para uma espécie de acampamento no
deserto. Ele tinha dito o nome daquilo… Posto avançado não sei do quê. Não
conseguia lembrar.
Goran segurou a aba da abertura de outra tenda – para mim todas
pareciam iguais na escuridão – e Tark baixou-se para me levar para dentro e
permitiu que os meus pés tocassem o chão. Tapetes suaves foram colocados
em sobreposição, cobrindo completamente a areia que eu sabia que estava
por baixo deles. Uma cama de cobertores e peles suaves estava num dos
lados da tenda e, do outro lado da tenda tinha uma pequena mesa repleta de
tigelas com uma fruta roxa e azul estranha.
— Esta é a minha tenda durante a nossa estadia no Posto Avançado Nove.
Como pude constatar, não se machucou com a transferência e fica facilmente
excitada.
Tark levou-me até uma mesa estranha que estava no meio do quarto,
colocou-me de pé diante dela e puxou o cobertor dos meus ombros. Os meus
seios balançavam enquanto eu andava, a corrente friccionava a minha barriga
e puxava os meus mamilos. Eles formigavam devido ao movimento e ao
peso.
As minhas bochechas coraram ao ouvir as suas palavras e eu olhei de
relance para Goran. A expressão dele era vazia de emoções. O que aquilo
tinha a ver com estar na tenda dele?
— Agora, eu vou te foder. — acrescentou Tark. Ele falou como se
estivesse dizendo que ia me levar até o supermercado. Isto não era a Terra e
Tark, sem dúvida nenhuma, não media as suas palavras.
Os meus olhos arregalaram-se. Eu tentei largar a sua mão enquanto
comecei a entrar em pânico. — O quê? Por quê? Nós… espera! Eu não
quero.
Ele não me largou, mas a sua mão livre começou a acariciar as minhas
costas nuas. Como era possível que o seu toque fosse tão quente?
— Gara, como teu parceiro, eu conheço os teus desejos mais profundos.
E também sei qual é a melhor forma de te proteger aqui, no meu mundo.
Lembre-se, eu nem sempre vou te dar aquilo que quer, mas sempre te darei
aquilo que precisa.
Eu não gostava nem um pouco da sua resposta. Como ele podia saber os
meus desejos mais profundos? Nós tínhamos acabado de nos conhecer. No
entanto, a minha boceta ficou apertada devido à reverberação contínua
daquele dispositivo médico. Estúpido aparelho que mais parecia um vibrador.
— Eu não preciso ser fodida — argumentei, embora eu não precisasse
olhar para os meus mamilos para notar que eles endureceram só de pensar nas
intenções dele. Quando ele brincou com os dedos na minha boceta, só me
deixou mais dolorida e excitada do que nunca. Insatisfeita.
Ele sorriu para mim e parecia tão diferente, tão bonito, que eu mal podia
respirar.
— Tem certeza disso? Estava pingando nos meus dedos há uns minutos.
Gritou de prazer com o exame de neuroestimulação. Eu lambi os teus
líquidos. Vai negar isso agora?
Eu tentei me distanciar, mas ele era muito forte. Acariciou novamente as
minhas dobras com os seus dedos, depois, levantou-os para que ambos
pudéssemos ver a umidade reluzente.
As minhas bochechas ardiam.
— O teu corpo não pensa o mesmo que você. Me obedeça ou vou ter que
te punir outra vez.
Engoli em seco ao ouvir o seu tom de voz magnífico e ainda podia sentir
a dor aguda no meu traseiro. — Outra vez? Mas eu não fiz nada de errado!
Tark suspirou. — Está pensando muito. Às vezes ser punida é exatamente
aquilo de que precisa. — Ele me puxou para perto da mesa pequena, embora
os meus pés estivessem lentos, atrasando o seu progresso.
— Obedeça — repetiu ele enquanto olhava para mim. — Incline-se sobre
a mesa.
Olhei para a mesa estranha, que certamente não era do tipo de mesa usada
para se comer sobre ela.
— Por quê? — Perguntei, franzindo a testa.
Ele suspirou novamente, mas manteve a calma. — Todas as mulheres da
Terra são tão contestadoras e curiosas ou só você?
Com uma mão sobre a parte superior das minhas costas, ele inclinou-me
sobre a mesa. O seu toque era gentil, mas a intenção por detrás do toque era
óbvia. Ele teria tudo feito à sua maneira, e, lá no fundo, eu queria que fosse
assim.
A mesa era mais estreita do que eu tinha pensado, cobrindo apenas a
minha barriga e eu sibilei ao sentir a superfície fria pressionada contra a
minha pele. Os meus seios estavam suspensos e a corrente balançava. Eu
senti a mesa subir automaticamente até apenas os meus dedos tocarem no
tapete. Tark agachou-se e prendeu o meu tornozelo direito a uma das pernas
da mesa com uma correia de couro suave, depois prendeu a outra. Tentei tirá-
la, mas era inútil. As correias eram bastante fortes.
— Pode tentar lutar contra as correias, mas será inútil — murmurou Tark,
inclinando novamente as minhas costas. A sua voz estava dura. Enquanto eu
estava inclinada, virei a cabeça e olhei para ele, mas os meus cabelos longos
obstruíram a visão. Os seus olhos eram tão escuros, tão intensos. O seu
queixo quadrado estava cerrado. — O processo de reivindicação deve ser
concluído para que outros não tentem te tocar. — Tark passou a sua mão para
cima e para baixo ao longo da minha coluna nua com uma atenção especial a
cada curva e ondulação. — Vai ser fodida. Sua única decisão é se primeiro te
dou umas palmadas.
Ele passou uma mão sobre o meu traseiro dolorido e eu estremeci. Não
estava extremamente dolorido, mas era, sem dúvida, um lembrete de que ele
cumpriria o que estava dizendo.
Mas a minha mente estava focada em outra coisa que ele havia dito.
Outros? Tentar tocar em mim? Eles também tentariam me tomar? Um idiota,
como Bron, tentaria me foder? Aquilo não me soava lá muito bem.
Tark pegou nas minhas mãos e colocou-as em pequenas algemas e
prendeu os meus pulsos nas outras duas pernas da mesa. Uma vez que eu
estava presa para seu deleite, ele ficou parado. Eu sabia que minha bunda
rosada e minha boceta estavam expostas, a umidade entre as minhas pernas
provocava um leve calafrio devido ao ar que passava pela minha pele nua. Eu
nunca tinha me sentido tão vulnerável ou tão excitada.
Eu nunca tinha sido presa durante o sexo, pelo menos, não desta forma. A
sensação das algemas presas nos meus pulsos e nos meus tornozelos era
restritiva, mas ao mesmo tempo, estranhamente libertadora. A minha mente
lutava contra tudo o que Tark estava para fazer, os meus pensamentos me
faziam sentir culpada ou envergonhada constantemente desde que cheguei
por o meu corpo estar respondendo a ele. Mas agora, estas algemas me
libertavam. Tal como quando eu também tinha as mãos algemadas enquanto
ele me examinava com aquela espécie de vibrador, eu só podia desistir e
render-me ao controle de Tark. Ele ia fazer aquilo que queria – aquilo que
dizia ser o que eu precisava – e, mesmo agora, não havia nada que eu pudesse
fazer a não ser submeter-me. Eu não tinha que tomar nenhuma decisão e não
havia nenhuma culpa para sentir por tomar uma decisão. Ninguém me
julgaria ou me chamaria de puta se eu quisesse ser tomada rápido e com
força. E aqui, agora, inclinada e prestes a ser fodida pelo maior homem que
eu alguma vez tinha visto, eu admiti, pela primeira vez na minha vida, que ser
tomada desta forma era exatamente o que eu queria.
Tark era o meu parceiro. Emparelhado comigo. Apenas comigo. Ele tinha
me tirado o poder de decisão, e ao fazê-lo, ele libertou-me de uma maneira
estranha.
— Tark, eu...
— Deve me chamar de mestre.
— Mestre? — Franzi a testa. — Está falando sério? Porque...
Uma palmada forte no meu traseiro me fez calar o que restava das
palavras. Era uma palmada mais forte do que as que ele me tinha dado mais
cedo, e eu gritei.
— Gara, minha gara contestadora. Ser bem fodida é aquilo de que
precisa. — Ele inclinou-se para frente e tocou na corrente que estava presa
aos meus mamilos e colocou-a em movimento. A sensação deliciosa me fez
arfar. — Aceita que eu te tome, gara? Aceita a minha proteção e a minha
devoção?
Eu abaixei a cabeça. Céus. Eu estava verdadeiramente presa… um último
puxão nas minhas correias me fez ter essa confirmação. Tark tinha me
excitado, algemado e dito clara e descaradamente que iria me foder. Eu nunca
tinha conhecido um homem tão direto e mandão. E por que meu corpo
gostava tanto daquilo? Eu queria Tark. Só Tark. Eu não queria mais ninguém
neste mundo louco. O seu toque, a sua atenção, deixavam-me tão excitada
que eu mal conseguia pensar. Ele tinha feito um bom trabalho ao deixar-me
excitada, gozando, e depois, mantendo-me tão excitada que o meu cérebro
tinha virado uma papa, porque, de outra forma, eu teria lutado e gritado para
que me libertassem. Ao invés disso, eu estava à espera para sentir o seu pau
me preencher.
Era só durante alguns meses, até o julgamento. Depois, eu voltaria para
casa, voltaria para a minha vida normal. De volta à minha vida normal,
aborrecida e solitária. De volta aos homens que eu sabia que não tinham sido
emparelhados comigo, sabendo que nenhum deles estaria em perfeita sintonia
com o meu perfil psicológico. Neste momento, eu tinha um homem excitante
e viril pronto para me tomar, pronto para me dar algo que eu nunca sequer
soube que queria.
Eu estava ali deitada, de bunda para o ar, com uma dor pungente e
desejosa por mais e, admiti o fato evidente – o centro de processamento da
Terra tinha me emparelhado com este homem e nem todos os argumentos da
Terra seriam capazes de me convencer a negar-me este prazer. Só havia uma
coisa que eu podia dizer. — Sim.
— Para que conste oficialmente, Evelyn Day, está ou já foi casada,
emparelhada ou acasalada com outro homem?
— Não. — A sua pergunta abrandou os meus pensamentos.
— Tem algum filho biológico?
— O quê? Eles já me perguntaram…
Outra palmada forte e o meu traseiro parecia arder. — Responda a
pergunta.
— Ta… Quer dizer, mestre! — Gritei, tentando mover meus quadris. —
Não. Eu não tenho nenhum filho.
— Ótimo. Independentemente do nosso emparelhamento, eu não vou
tomar uma mulher que pertença a outro e, também não vou tirá-la dos seus
filhos. — A palma escaldante da mão de Tark esfregou o meu traseiro, bem
na zona onde a minha pele suave deveria estar num tom rosa vivo e brilhante
devido às palmadas dadas pela sua mão firme. — Goran, está pronto para
testemunhar a reivindicação?
— Sim. O registro oficial foi ativado.
Eu congelei sob a mão quente de Tark. Registro? E por que Goran ainda
estava aqui? Tinha mais alguém por trás de mim que eu não conseguia ver?
Pensar nisso me fez entrar em pânico. Eles podiam me ver toda e não havia
nada que eu pudesse fazer. Eles podiam ver que eu tinha acabado de levar
palmadas na bunda. Eu não tinha medo de Tark, mas eu não queria ser
partilhada, não queria ser uma prisioneira a serviço não só do meu parceiro,
mas também de outros.
— Tark, eu não quero mais ninguém aqui.
Ele me deu outra palmada, fazendo-me apertar as minhas coxas. —
Chame-me mestre.
— Mestre, por favor. — sussurrei. — Castigue-me se quiser, mas eu…
Eu não vou me tornar uma puta. Prefiro ir para a prisão na Terra.
De onde eu estava, eu só conseguia ver as pernas deles. Tark colocou-se
ao meu lado, ajoelhou-se e tirou os meus longos cabelos do meu rosto. — Eu
não conheço essa palavra... puta, mas eu percebo o que significa. Não, gara,
você é minha. Só minha. Ninguém, repito, ninguém vai te foder ou sequer
tocar em ti, além de mim.
A forma como ele tocou na minha pele era extremamente gentil. — Mas
Goran...
— Ele tem que testemunhar e registrar para os sistemas de
monitoramento do programa de noivas. Só isso. Eles utilizam as gravações
das reações neurológicas para avaliar a colocação de outros parceiros e de
outras noivas. É um protocolo padrão.
Eu franzi a testa, mas ele não disse mais nada e pôs-se de pé.
Enquanto a minha mente tentava adaptar-se a estas novas informações,
Tark colocou-se atrás de mim, colocando-se numa posição em que eu
conseguia ver as pernas dos dois. Eu ouvi o som de um cinto e de calças se
abrindo um pouco antes dos seus dedos voltarem a sondar o meu núcleo.
Olhar para as botas de Goran, dois passos atrás dele, deixava-me furiosa. Isto
nunca me teria acontecido na Terra. Nunca.
— Protocolo padrão que deveria ser testemunhado? Estar inclinada e ser
fodida desta forma! — Gritei. Eu tentei lutar contra as algemas, mas aquilo
não iria ceder. Eu levaria outra palmada por este surto, visto que isto era sem
dúvida impertinência, mas eu não queria saber. — É padrão ter os meus
mamilos perfurados sem permissão? E se eu não gostar da corrente? E se eu
não quiser ser enfeitada?
Tal como eu pensava, ele me deu outra palmada. A dor pungente e
ardente – ele não se conteve de todo desta vez – me fez gritar.
A sua voz e a minha posição fizeram com que uma lembrança voltasse,
mas se mantivesse ainda fora do meu alcance. Mas quando começou a haver
uma vibração da mesa, diretamente por baixo do meu clítoris, eu lembrei. Eu
tinha sonhado com isto, tinha sonhado com ser tomada desta forma. Por quê?
Onde é que eu tinha visto aquilo quando eu estava na Terra? O que o centro
de processamento tinha feito comigo? No meu sonho, eu tinha gostado de ter
dois homens falando sobre mim, tocando-me, fodendo-me. Mas aquilo tinha
sido um sonho.
Aliás, não era um sonho. Era a experiência vivida por outra mulher, que
tinha sido gravada.
Portanto, aquele sonho no centro de processamento não tinha sido um
sonho? Eu tinha revivido os estímulos e as reações físicas da reivindicação de
uma mulher anônima da Terra?
Algum outro guerreiro reviveria isto pelos olhos de Tark e decidiria o que
ele realmente queria numa mulher da Terra?
Caramba!
Ainda assim, o centro de processamento era uma coisa. Agora, eu estava
desperta e isto não era a mesma coisa, não mesmo.
Esqueci tudo isso quando senti os seus dedos deslizando para dentro e
para fora da minha boceta. — Pronto, gara, esse estimulador pressionado
contra o teu clítoris deve tranquilizar a tua mente. Lembre-se, eu vou te dar
exatamente o que precisa.
— E o que é que eu preciso neste momento além desta mesa estúpida?
Ele riu, mas não parou de me acariciar. — Precisa gozar. Está encharcada.
Eu abanei a cabeça. — Eu não quero fazer isto com Goran vendo. Vocês
são pervertidos. — falei, rangendo os dentes ao sentir um toque gentil e
bastante intencional.
Tark riu. — Visto que fomos emparelhados, Evelyn Day, você também
deve ser uma pervertida.
Eu? Gostar disto? Querer isto? Ele estava errado. — Idiota. —
resmunguei.
— Vai continuar permitindo que ela fale contigo dessa forma? —
Perguntou Goran, a sua voz soava bastante surpresa. Por que ninguém
discutia com ele?
— Pode notar pelo tom do seu maravilhoso traseiro que ela já levou umas
palmadas pela sua impertinência com Bron. Não faz nem vinte minutos que
ela está acordada e em Trion. E eu estou gostando do fogo dela e também de
ver a palma da minha mão impressa no seu traseiro. Ela está respondendo
agora pelo medo do desconhecido. Embora esteja excitada, a mente dela está
lutando contra isto. Ela é uma mulher de honra, não quer foder qualquer
homem só para pôr termo aos seus desejos.
“Por isso, e só por isso, vou permitir. Além disso, vou me divertir com a
sensação luxuriante de seus quadris, da suavidade da sua pele. — Ele
acariciou o meu corpo com uma mão, passando-a depois pela parte lateral do
meu seio antes de agarrar a minha cintura. — O meu pau está duro de desejo
por ela e eu vou gostar muito de foder a minha parceira. Evelyn Day, gara,
você vai gostar disto. Foder nunca é uma punição, e sim uma recompensa.
Agora, é o meu dever satisfazer as tuas necessidades. Você me pertence.
Ele usou os seus dedos para acariciar a parte interna dos meus lábios e,
depois circulou o meu clítoris. Ele estava me recompensando?
Engoli o ar devido ao prazer intenso provocado pelo seu toque suave. —
Então… por que tem que me amarrar? Se está tão confiante quanto às tuas
proezas, me liberta.
As suas mãos foram de encontro ao meu traseiro outra vez, e outra vez.
— Talvez a tua impertinência se deva ao fato de gostar de levar
palmadas. Hmm, os teus fluidos realmente deslizam para fora da tua boceta
quando eu o faço. É algo sobre o qual tenho que pensar.
— O quê? — Gritei, mas permaneci imóvel. Ele pensava que eu gostava
de ser punida? Que eu estava discutindo com ele porque eu queria que ele
continuasse?
— Eu para ti sou um desconhecido, mas sou o teu parceiro. É difícil. Eu
entendo. — A sua mão acariciou a pele quente na qual tinha batido. Era
estranha, a dicotomia da sua palmada forte seguida de uma carícia gentil. Ele
não era um homem cruel. Isso eu já sabia. — As algemas, a posição em que
está, simbolizam o nosso estilo de vida, o presente da tua pessoa para mim. A
primeira reivindicação é um ritual que existe desde há centenas de anos. Eu
devo te possuir e te marcar como sendo minha com a minha semente desta
forma. Isto também garante que somos compatíveis; no entanto, eu não
preciso te foder para saber que foi feita para mim. A tua boceta está sedenta e
o meu desejo por ti é quase doloroso.
Ele inclinou-se na minha direção, colocando-se ao meu lado, o seu pau
grosso entrou em contato comigo de uma forma extremamente íntima. O seu
peito duro cobria as minhas costas e eu senti o meu corpo ceder perante o seu
poder e o seu domínio, enquanto ele sussurrava no meu ouvido. — Está
amarrada para que o teu corpo saiba que eu estou no comando. Pode libertar-
se dos teus medos, Evelyn Day. Está impotente perante o que quer que eu
venha a ordenar.
Ele separou as minhas dobras e circulou a minha entrada enquanto falava.
Eu gritei. Não consegui evitar. Havia qualquer coisa no toque dele, era como
se tivesse carga elétrica e não importava o quanto eu lutasse contra ele.
Aquilo fazia com que a minha boceta formigasse, a minha pele ficasse quente
e o meu sangue, espesso. Um dedo deslizou para dentro de mim. e eu só
conseguia pensar em qual seria a sensação do seu pau enorme alargando-me.
No lugar onde ele agarrava meus quadris, eu queria ver as pontas dos dedos
dele brilhando com os meus fluidos. A imagem seria linda; o seu corpo
enorme cobrindo-me, a sua pelvis a postos para me foder completamente.
E Goran assistindo a tudo, vendo o pau de Tark desaparecer dentro de
mim. Os olhares de ambos estavam sobre mim. Ali.
— Resista se quiser, mas eu vou te fazer gozar. — Tark parou e eu mordi
o lábio para refrear o suspiro de desilusão que subia pela minha garganta ao
perder o contato com a pele dele.
Eu queria continuar a lutar, queria continuar a rejeitar o que ele ia fazer,
porque eu deveria ser uma puta por me excitar tão descaradamente com um
desconhecido. Sendo observada. Estando inclinada e acorrentada. Era
impossível racionalizar esta dor na minha boceta. O barulho suave do
vibrador no meu clítoris provava que ele queria que eu sentisse prazer. Ou
Tark era extremamente habilidoso ou, independentemente do que ele tinha
dito, eles tinham me dado alguma química excitante para que eu ficasse mais
suscetível às suas investidas.
Enquanto ele deslizava o segundo dedo para dentro de mim, para se unir
ao primeiro, eu estava num ponto em que não queria saber. Não era fácil
permanecer imóvel. Eu queria mover os quadris, mover na direção do seu
toque, enfiar os seus dedos ainda mais para dentro. No entanto, eu não
conseguia me mexer, não conseguia fazer nada além de aceitar o que quer
que ele me fizesse.
Eu não conhecia este homem, estava acordada há pouco tempo, mas eu
queria outro orgasmo. Desta vez, provocado por Tark, e não por uma sonda
alienígena esquisita.
— Já foi fodida?
Quando o seu dedo esfregou um ponto dentro de mim, eu não consegui
pensar, não consegui responder. Só consegui gritar. Quando ele retirou o
dedo, deixando-me vazia e insatisfeita, eu reclamei: — Não pare.
— Então, responda minha pergunta.
Eu mexi os dedos dos pés. — Qual… qual foi a pergunta?
— Já foi fodida? — ele repetiu. A sua voz era sombria e brusca.
— Sim.
Os seus dedos deslizaram para dentro de mim outra vez. Eu gemi.
Eu ouvi o ruído de tecido, vi-o aproximar-se de mim antes de ele puxar os
dedos para fora e de eu sentir o toque do seu pau na minha entrada. — Eu
posso não ter sido o teu primeiro, Evelyn Day, mas serei o último.
O seu pênis era enorme e à medida em que ele entrava em mim, senti-me
alargar e a esticar em volta dele. Ele não abrandou, não me deu tempo para
ajustar-me, simplesmente preencheu-me na totalidade.
Eu gemi, enquanto o meu corpo se sentia invadido. Tomado. Uma mão
agarrou a minha cintura e a outra, o meu ombro quando ele começou a
movimentar-se. Para dentro. Para fora. Bruscamente. Rapidamente. Ele
mexia-se e eu mordia o meu lábio, aceitando o que quer que ele me desse.
— Você vai gozar, gara.
Eu abanei a cabeça, os meus cabelos caíam sobre a minha face. Com cada
empurrão intenso, eu imaginava a minha mãe de braços cruzados e com a
sobrancelha erguida com um ar de reprovação. Isto era tão errado. — Eu…
eu não consigo.
Ele inclinou-se sobre mim, pressionando o corpo contra as minhas costas
e preencheu-me com um empurrão intenso e rápido. A pressão do seu corpo
contra o meu traseiro dolorido apenas intensificou as sensações que corriam
pelo meu corpo. — Estou mandando.
Eu nunca tinha sido tomada desta forma. O meu último parceiro tinha
sido atencioso, mas não era excessivamente focado. Ele me deixava
insatisfeita e desinteressada no sexo. Mas Tark? Eu não fazia a menor ideia
de como é que ele conseguia empunhar o seu pau de forma a me esfregar por
dentro em lugares que eu nem sabia que existiam. Os meus dedos
escorregavam das correias. Eu cerrei os dentes enquanto a corrente entre os
meus seios oscilava com cada empurrão.
Abanei a cabeça, frustrada. Lágrimas enchiam os meus olhos. Eu estava
tão desejosa, diria até desesperada, para gozar. Tark era tão bom. Tão duro.
Tão grande. — Eu… Eu não consigo. Eu nunca gozo durante… eu não sei
como... — chorei.
Lágrimas escorreram pelas minhas têmporas até o meu cabelo.
Ele parou dentro de mim, inclinando a sua cabeça para sussurrar
diretamente no meu ouvido. — Nunca gozou com o pênis de um homem
dentro de você? — A sua respiração quente aquecia o meu pescoço.
Eu abanei a cabeça. — Eu não consigo… sobretudo sabendo que alguém
está olhando.
Eu senti mais do que ouvi o seu rosnar, visto que veio bem do fundo do
seu peito. — Gara, é o meu dever te dar prazer. Obviamente, consegue obter
prazer, já que gozou lindamente com a sonda médica.
— Sim, eu consigo gozar com o meu vibrador, simplesmente não consigo
fazê-lo com um homem. — admiti.
Tark ficou quieto dentro de mim. — Eu creio que sei o que é um
vibrador. É como a sonda médica com os sistemas de leitura, certo? É como o
estimulador que está pressionado contra o teu clítoris?
Eu acenei com a cabeça, o que fez com que o meu cabelo viesse para trás
e para a frente.
— Então, simplesmente terei de descobrir o que te faz gozar. Quanto a
Goran, ignore-o. Somos só nós dois. Shh. — ele murmurou. — Muito bem,
gara, está na hora de descobrir o que te dá prazer.
Com isso, eu senti a vibração no meu clítoris acelerar. A seção da mesa
que estava diretamente por debaixo do meu clítoris começou a estimular-me
intensamente. Eu também me lembrava disto, do meu sonho. Ao sentir o
prazer intenso provocado pelo aumento da estimulação, eu respirei bem
fundo. Esta união não servia apenas para dar prazer a Tark, mas também para
me dar prazer.
— Gosta mais desta velocidade de vibração. Está apertando o meu pau
com a tua boceta. — ele rosnou. — Isso é bom sinal, certo?
— Sim! — Gritei.
Um dedo brusco circulou o local onde eu e Tark nos uníamos, enquanto
ele começava a se mexer novamente. A combinação do seu pau entrando e
saindo com as vibrações no meu clítoris fazia-me mexer os quadris. Eu queria
permanecer aqui, onde estava, empalada pelo pau enorme do meu novo
parceiro.
— E o que acha disto? — Tark pressionou um dedo contra a minha
entrada traseira e eu endureci, fazendo força, na esperança de manter o seu
dedo fora. Ao mesmo tempo, pequenos impulsos de calor e prazer fluíam por
todo o meu corpo ao sentir o seu toque sombrio.
— Relaxa, gara. Deixe-me entrar. Vai gozar quando tiver que ser.
Prometo.
Respirei fundo e soltei o ar, descontraindo. Fechei os olhos enquanto ele
circulava a minha abertura virgem com o seu dedo e começava a empurrar
para dentro lentamente, mexendo os quadris, me fodendo.
As vibrações aceleraram, aumentando a estimulação do meu clítoris. Eu
gritei, à medida em que o dedo de Tark começava a entrar no meu cu. Gritei
enquanto todo o meu corpo ficava rígido, cada terminação nervosa do meu
corpo ganhou vida e pulsou com prazer. De alguma forma, a combinação
erótica do pênis de Tark, a estimulação do clítoris e a ponta do seu dedo
movendo-se lentamente dentro de mim fizeram-me explodir de prazer. Eu me
sentia como se estivesse perdida numa onda do oceano, lançada, esmagada e
totalmente fora de controle. A intensidade do prazer era muito maior do que
qualquer coisa que eu já tivesse sentido. Ter um pau me preenchendo até o
meu limite apenas intensificou o êxtase orgásmico que fluía pelas minhas
veias. Eu espremia e apertava-o – o seu pau e o seu dedo no meu cu – como
se quisesse empurrá-los ainda mais fundo.
Eu senti a mão de Tark agarrar meu quadril enquanto ele aumentava o
ritmo, até que deu um último empurrão bem forte, mantendo-se dentro de
mim. O seu pau ficou mais grosso, alargando-me ainda mais, mesmo antes de
ele gemer e o seu sêmen quente preencher-me ritmicamente.
A nossa respiração irregular preencheu o quarto e ele permaneceu dentro
de mim enquanto eu me recuperava. Embora inicialmente tivesse sido
parecido com o sonho do centro de processamento, não tinha terminado da
mesma forma. Não era a mesma coisa. Eu agora estava deixando a minha
antiga vida para trás e forjando o meu próprio caminho, no meu novo planeta
e com o meu parceiro.
— Nós somos compatíveis. — disse Tark enquanto saía de dentro de mim
lentamente, e eu o ouvia fechar novamente a calça.
Soltei a respiração junto com ele e senti o seu sêmen quente sair de mim.
Ele voltou-se e depois de me libertar das correias, me deu a mão, ajudando-
me a levantar. Inclinei-me contra a mesa enquanto recuperava o equilíbrio. A
minha pele estava ruborizada e o meu coração, acelerado. Eu me sentia
demasiadamente exausta, não com um, mas sim com dois orgasmos que eu
tinha tido no curto período em que estava em Trion, para tentar me cobrir
agora.
Olhei para Tark. A sua pele também tinha um certo rubor e os seus olhos
estavam mais doces, menos intensos. Ele olhou para o meu corpo nu, os seus
olhos estreitaram e ele cerrou o queixo enquanto via o seu sêmen escorrendo
pelas minhas coxas.
— Dê ao Conselho as boas novas. — comentou Tark olhando sobre o
ombro na direção de Goran.
Ele pegou na corrente que balançava entre os meus seios e puxou-a de
forma bastante delicada. Era o suficiente para que eu me movesse na sua
direção e para que o calor pulsasse entre as minhas coxas.
Os seus olhos estavam sobre os meus mamilos puxados enquanto ele
falava com Goran. — Mas primeiro, cubre-a e leva-a até o harém.
— O quê? — Gritei. — Vai me deixar nua com… ele? — Olhei
amedrontada na direção de Goran.
— Ele vai te manter a salvo. — rebateu Tark. — Eu tenho que ir para a
reunião do Conselho e você vai para o harém.
Os meus olhos arregalaram-se perante a sua indiferença e, depois,
estreitaram-se. Um harém? Quantas parceiras este idiota já tinha? Eu era que
número? Dois? Quatro? Vinte?
— Me fodeu e, agora, está farto de mim. Eu não sou uma noiva, sou um
brinquedo sexual. — Encarei o outro homem. — Surpreende-me que afinal
não tenha deixado que Goran me fodesse.
Ele ainda tinha a corrente ligada aos meus mamilos e ele enrolou-a em
seu dedo, obrigando-me a me aproximar dele caso eu não quisesse ter os
meus mamilos esticados. Inclinei o meu pescoço para trás ainda mais para
olhá-lo nos olhos. Eu tinha ido longe demais com os meus comentários, mas
tinha medo. Se ele era o meu parceiro, não era dever dele cuidar de mim e
manter-me segura? Como é que ele iria fazer isso se eu era uma das dez
mulheres da sua vida?
Eu estava neste planeta há menos de uma hora e ele já estava se livrando
de mim. Quem me dera que eu pudesse entrar em contato com o programa de
noivas e rejeitá-lo agora, mas eu tinha de esperar um ciclo de trinta dias ou
até ser chamada de volta para testemunhar. E depois? Eu iria me certificar de
que eles sabiam que eu não estava feliz num harém.
Ele franziu a testa. — Eu não conheço esse termo, brinquedo sexual, mas
penso que não gosto dele. E também não gosto que duvide da minha honra.
Eu engoli em seco ao ouvir a sua voz profunda, com um toque de raiva.
Ao invés disso, o que eu queria era ver o ar de saciado no seu rosto. Queria
voltar uns minutos atrás, quando eu estava plena e considerando um futuro
como sendo a única parceira amada e bem fodida de Tark.
— Eu não minto. Eu disse que eu não partilho a minha parceira. O meu
sêmen está escorrendo pelas tuas coxas. A minha corrente está
proeminentemente visível.
A corrente dele? A corrente era a versão deles de uma aliança de
casamento? A corrente anunciava verdadeiramente ao mundo que eu tinha
sido tomada? Mostrava a sua proteção? O que eu devia fazer? Andar por aí
em topless?
— Esferas estimuladoras, Goran. — Ele estendeu a mão enquanto Goran
se afastava.
Ele apontou para o meu corpo. — O meu sêmen e a corrente irão garantir
que todos saibam que você me pertence, não importa onde você esteja nesta
cidade de tendas. Tenho a certeza de que o teu cu está dolorido por meu dedo
ter entrado ali pela primeira vez. O teu clítoris... — ele abaixou a mão e
passou um dedo entre as minhas pernas — está duro e desejoso por outro
clímax. Um clímax que só eu poderei te dar, visto que já não haverá mais
sondas médicas ou, como você chama, vibradores. O teu traseiro está
vermelho vivo devido à tua punição. Parece que você acha que isto tudo não
é o suficiente para te fazer lembrar que me pertence.
Eu queria me afastar do seu toque surpresa, mas não conseguia me afastar
sem machucar seriamente os meus mamilos.
Tark deu mais uma volta nos seus dedos a corrente dourada que estava
ligada aos meus seios. Ele retirou a sua outra mão do meu clítoris para pegar
algo que Goran lhe estendia. — Dê-nos um momento a sós.
A sua ordem para Goran me fez respirar fundo. O que ele ia fazer
comigo?
Tark segurava umas bolas douradas, duas esferas perfeitas ligadas por
uma pequena corrente e uma outra muito maior com um disco dourado
marcado nelas, ligado à extremidade.
— Como é óbvio, umas palmadas não foram suficiente para que
aprendesse a controlar o teu desrespeito e a tua língua afiada. Vai transportar
estas esferas estimuladoras até eu voltar para perto de você. A corrente deve
estar totalmente visível o tempo todo, gara, para que todos aqueles que
olhem para você saibam que eu estou descontente.
O meu coração batia mais rápido do que as asas de um colibri e tudo o
que eu conseguia fazer era olhar para ele. Transportar comigo duas bolas
douradas? Aquilo que era uma punição?
O seu olhar nunca deixou o meu e ele continuava a agarrar a corrente,
mantendo-me no lugar; ele baixou a sua mão até a minha vagina molhada e
inseriu primeiro uma e depois a outra esfera dourada bem dentro de mim.
Quando ele tirou a mão, as esferas deslizavam por entre os meus músculos
internos e depois de volta, na direção da sua palma da mão. Ele manteve a
sua mão ali, imóvel, enquanto observava o meu ar de choque. — Vai mantê-
las dentro da tua boceta, gara, até que eu volte. Caso contrário, levará mais
palmadas. E, desta vez, não vou me conter e você não vai conseguir sentar
por uma semana.
Caramba, ele estava falando sério. E tudo aquilo fez com que a minha
boceta se comprimisse. A sua porra deslizava de dentro de mim, mas as bolas
não. E eu estava novamente desejosa por ele.
Tark sorriu ao ver a minha umidade e o sêmen dele cobrindo a palma da
sua mão, baixou a cabeça para beijar o meu pescoço e enfiou as esferas para
dentro da minha boceta outra vez enquanto a sua língua traçava linhas
quentes em minha clavícula. Ele ergueu a cabeça e retirou ambas as mãos do
meu corpo ao mesmo tempo.
Quando ele me largou, a maior corrente que eu já tinha visto ficou
suspensa entre as minhas coxas. O peso fazia com que a corrente fosse mais
pesada, mas cada oscilação enviava um pequeno choque elétrico para o meu
clítoris.
Arfei enquanto me comprimia ao sentir o peso dos objetos metálicos.
— As esferas vão te manter excitada, gara, mas a programação
neurológica não vai permitir que goze. Fazer você gozar é o meu dever e só
meu. — Ele traçou a curva da minha bochecha com dedos gentis e olhou-me
nos olhos. — Se você as tirar, eu vou saber. As esferas estimuladoras estão
ligadas ao meu sistema de monitoramento. — Ele apontou para o dispositivo
que estava preso ao seu antebraço. — Quando Goran inserir os dados da tua
reivindicação, todas as pessoas da aliança interestelar saberão que aceitou ser
tomada pelo Sumo Conselheiro, saberão que me pertence. Com isso — ele
apontou para o disco dourado giratório que estava entre as minhas coxas —
talvez se lembre disso e segure sua língua.
Ele me levantou por breves instantes para se certificar de que o disco
estava oscilando. Eu soltei a respiração ao sentir o sobressalto do estímulo
dentro da minha vagina e contraí-me com força. Um misto de desconforto e
desejo me fez estremecer com cada corrente dourada em formato de pêndulo
balançando enquanto eu o via deixar a tenda. Eu tinha sido profundamente
castigada e estava absolutamente nua, bem fodida e voltando rapidamente
para o meu estado de total excitação.
4

T ark

A IMAGEM em píxel enviada com as informações de perfil de Evelyn Day era


um retrato horrível da beleza estonteante que eu tinha acabado de foder. Na
fotografia, uma iluminação horrenda tinha dado um brilho roxo à sua pele, o
seu cabelo – que era de um vermelho ardente – estava fosco e parecia escuro.
Os fios suaves eram tudo menos isso. Eles eram ondulados e selvagens,
suaves e brilhantes e tinham a cor da lua de sangue. Na imagem, os seus
olhos estavam arregalados, com o que eu imagino que fosse medo, e a sua
boca estava comprimida numa linha fina. A mulher vibrante e contestadora
que tinha chegado à estação remota de transporte não tinha nada a ver com a
sua fotografia do perfil oficial e esse fato agradava-me profundamente.
Quando ela despertou pela primeira vez, os olhos dela foram de encontro
aos meus. Minha. Bron tinha sido um fark, desejoso de pôr as mãos nela sob
o pretexto da medicina. O pau dele até tinha ficado duro ao ver a minha
parceira. Ele nunca mais trabalharia comigo e não chegaria nem perto de
Evelyn Day. Aquele fark sem ética teria sorte se conseguisse um cargo numa
transportadora que fosse para o mais profundo espaço.
Eu não conseguia acreditar que Evelyn Day tinha sido selecionada entre
milhares de milhões de outras possíveis parceiras para ser totalmente minha.
Eu mal conseguia esperar até concluir o exame – porra, aquele procedimento
só piorou a minha carência – para ver o meu sêmen cobrindo as suas coxas
branquinhas e cremosas. Talvez o meu desejo se devesse a uma juventude
muito depravada, mas eu tinha esperado por ela durante tanto tempo.
Mas agora, eu temia que uma espera tão longa me tivesse deixado não só
sedento, mas também muito dócil. A minha parceira era uma criminosa,
condenada por homicídio. Até Goran questionou as minhas atitudes quando
testemunhou a forma como eu agi com ela. A minha parceira era uma
assassina. Mas quando eu a olhei nos olhos, quando observei cada pulsação
sua, quando observei cada respiração e provei a resposta deslumbrante do seu
corpo ao meu toque, não consegui manter esse simples fato na minha mente.
Evelyn Day. Vinte e oito. Condenada por homicídio.
O Programa Interestelar de Noivas tinha enviado o seu nome, idade, três
palavras e uma imagem. Nada mais.
Quem ela tinha matado e por quê? Eu era um guerreiro e sabia o preço de
tirar uma vida. Eu tinha feito isso inúmeras vezes. Alguns mereciam morrer,
mas outros estavam apenas seguindo ordens ou lutando pelo lado errado.
Alguns lutavam para defender as suas casas ou as suas parceiras. Outros
desfrutavam do sabor da vida e da morte com as suas línguas.
Evelyn Day não tinha o olhar de uma mulher que gostasse de matar. Ela
era suave e quente. Entregar-se a mim fez com que a boceta dela ficasse tão
quente que quase queimou o meu pau. Um sofrimento tão doce.
Assassina ou não, não havia chances de ela me machucar. Eu quase ri em
alto e bom som ao ouvir isso. Eu não estava familiarizado com os homens da
Terra, mas ela era muito pequena para ser um perigo para mim; a cabeça dela
só chegava ao meu ombro. Ela tinha sido uma contestadora e insolente, mas
eu não podia culpá-la pelas suas ações. Ela tinha acabado de ser banida do
seu planeta e, agora, era a parceira de um desconhecido. Mas isso não
significava que o seu comportamento pudesse ser descontrolado. Ela
precisava de umas palmadas para aprender logo que o seu comportamento
insolente não seria tolerado. Depois de eu tê-la atirado sobre as minhas coxas
e dado as palmadas que ela merecia – embora tivessem sido mais suaves do
que as que eu teria dado caso ela já tivesse se estabelecido aqui – ela sabia
quem estava no comando e a quem deveria se submeter.
Ver as esferas pálidas de seu traseiro mudarem de um branco cremoso
para um vermelho ardente fez com que o meu pau ficasse duro como pedra.
Ver a sua pele suave estremecer com cada palmada, ver o formato da palma
da minha mão… caralho. Eu não era o único que tinha gostado. Ela
certamente argumentaria, mas tinha ficado excitada com isso. Os exames
emparelharam a sua submissão à minha necessidade de controle. Seria só
uma questão de tempo até ela reconhecê-lo e ceder.
Até lá… seria agradável vê-la lutar e, depois, finalmente ceder para mim.
Com um sorriso de satisfação, verifiquei minhas telas de monitoramento e
coloquei a definição das esferas estimuladoras que tinha deixado dentro da
boceta dela, no nível mais baixo durante duas horas. Eu previa terminar a
reunião pelo menos antes dessas duas horas e eu queria a boceta dela inchada
e desejosa por mais. Eu mal podia esperar por levá-la para casa e mantê-la
segura, e lá, eu a deitaria e provaria, levaria o meu tempo explorando cada
pedaço da sua pele cremosa. Ainda não tinha passado sequer uma semana
desde que eu estava no Posto Avançado Nove, mas estava pronto para voltar
para o palácio. Agora, mais do que nunca.
Eu não tinha dado a Evelyn Day nenhuma oportunidade de fazer a
transição, nenhuma chance de se acostumar a mim ou ao Posto Avançado
Nove, não houve tempo para isso. Não era só o meu pau ditando as minhas
ações, os costumes de Trion também. Eu tinha de fodê-la imediatamente.
Caso contrário, outro poderia tê-la tomado. A beleza dela não passaria
despercebida aqui. As mulheres eram preciosas e raras, altamente
valorizadas. Muitos lutariam para tomá-la, e havia a possibilidade de ela ser
ferida ou reivindicada por um macho totalmente indigno. No que dizia
respeito a Evelyn Day, eu era o único homem digno em todo o universo. Eu
rosnei possessivamente só de pensar nisso.
Ela estava usando os meus enfeites, a corrente só tornavam mais belos os
seus seios fartos e simbolizava que ela era minha. Com o meu sêmen
marcando a boceta e as coxas dela, não haveria dúvidas. A segurança dela era
a minha maior prioridade. A chegada dela tinha sido uma surpresa, o timing
todo errado, mas eu não iria reclamar. O emparelhamento acontecer enquanto
eu estava na reunião do Conselho Supremo no Posto Avançado Nove e não
no palácio talvez fosse inconveniente para ambos, mas eu iria me adaptar.
Mantê-la segura aqui poderia constituir-se uma tarefa difícil, mas eu iria fazê-
lo.
Eu não conseguia lamentar o fato de ter fodido Evelyn Day sobre uma
mesa cerimonial numa tenda temporária e não nos meus aposentos no
palácio, onde ela não teria de sair da minha cama. Ao invés de aprender sobre
tudo o que lhe dava prazer e começar a treiná-la à minha maneira, eu tinha de
enviá-la para o harém para garantir que ela estivesse bem protegida. E essa
cautela tinha razão de ser.
Quando os outros homens a vissem, eles também iriam querê-la. O cabelo
vermelho vivo dela era a cor mais incomum e raramente vista em Trion. O
corpo dela era deslumbrante e tinha as curvas mais belas que eu já tinha visto.
Tanta paixão num corpo tão pequeno, suave e deliciosamente curvilíneo e
roliço. Eu pressionei o botão da unidade de banho com mais força do que o
necessário só de pensar nos seios fartos dela balançando com cada
movimento do seu corpo.
A porta da unidade abriu e eu entrei, permitindo que a água borrifasse e
rodopiasse à minha volta. Com os olhos fechados, pensei sobre o ventre dela,
o corpo docemente arredondado que, em breve carregaria o meu filho.
Quadris largos e deslumbrantes, bons para agarrar enquanto eu a fodia.
A água desligou e o ciclo de secagem começou.
Eu estava contente por ela não ser virgem, visto que assim eu não teria
que me preocupar com a possibilidade de lhe provocar dor. Mas eu estava
encantado – e surpreso – por descobrir que as paredes da boceta dela nunca
tinham pulsado em volta do pau grosso de outro homem, que nenhum outro
homem tinha sido capaz de lhe dar tanto prazer. Aqueles com os quais ela
tinha estado na Terra não eram homens de verdade se não conseguiam que
uma mulher tão bela como Evelyn Day gozase em seu pau. Seria o meu
objetivo de vida dar-lhe prazer tanto quanto fosse possível.
Eu não sabia se deveria agradecer aos deuses ou à ciência por um
emparelhamento tão perfeito. De qualquer modo, eu não tinha a menor
dúvida de que Evelyn Day era perfeita para mim. No entanto, ela ainda tinha
tempo para decidir. Portanto, eu teria de dar atenção no equilíbrio delicado
entre dar-lhe tanto prazer que ela quisesse ficar e domar o seu comportamento
imprudente e possivelmente perigoso. Só de pensar nela escolhendo outro,
permitindo que outro homem tocasse nela, a fodesse, protegesse e a
acariciasse, me embrulhava o estômago.
Vesti-me rapidamente e fui até a tenda de reunião do Conselho Geral.
Reprimi a minha raiva e minha frustração relativamente a todas as possíveis
implicações políticas da minha nova parceira e saboreei os efeitos
prolongados da satisfação que encontrei em seu corpo. Muitos no Conselho
não ocultaram o fato de que queriam assumir o meu papel e ficar com a
minha posição de poder. A ideia de que um deles tentasse usar Evelyn Day
como um peão num golpe me fez cerrar os punhos.
Talvez o meu humor – irritado e rude – fosse melhor para esta reunião do
Conselho Geral do que o de um amante satisfeito. Por agora, eu sabia que a
minha parceira estava no harém e que ela, bem como as outras mulheres,
estavam em segurança. Só quando nós voltássemos para o palácio e ela
estivesse protegida, não só pelas paredes maciças, mas também por todo o
meu contingente de guardas leais, é que eu estaria em paz. Eu nem sequer
podia permitir que ela dormisse comigo, como eu queria, por medo de ser
atacado durante a noite por aqueles que desejavam tomar o meu lugar.
— Ela está segura. — disse Goran enquanto se aproximava, os seus
passos abafados pela areia. Eu voltei-me para o meu segundo em comando e
acenei. Sabendo que Evelyn Day estava sob os cuidados de guardas bem
treinados, eu podia focar-me na tarefa que tinha em mãos. Abri a aba de
abertura da tenda, abaixei a cabeça e entrei. O Conselho Geral estava de pé
por respeito à minha posição como Sumo Conselheiro.
— Podem se sentar. — disse eu, movendo-me para o estrado elevado e
sentando-me sobre uma almofada, assim como os outros fizeram diante de
mim.
— Ouvimos dizer que a tua parceira já chegou.— O Conselheiro Roark
sorriu na minha direção e eu acenei com a cabeça. Ele era novo e ainda não
tinha parceira. Como conselheiro do continente do sul ele era o meu aliado
mais próximo neste grupo, mas também era o mais viril entre os homens.
Evelyn Day seria uma enorme tentação para ele.
— Sim, e ela já foi tomada. — Levantei o queixo na direção de Goran,
que se levantou do seu lugar e se aproximou, ficando de pé ao longo do
perímetro da roda de reunião.
— A parceira do Sumo Conselheiro Tark já chegou. Ela já passou pelos
exames médicos e foi tomada de acordo com os nossos protocolos. Todos os
dados já foram enviados para o Programa Interestelar de Noivas para ser
processado. — Ele declarou os fatos num tom de voz que não dava abertura
para nenhuma discussão ou divergência e eu estava grato por isso. Goran era
leal. Era um bom homem que estava à espera que a sua própria parceira
chegasse. Ele lutaria ao meu lado, chegaria até mesmo a morrer comigo para
manter Evelyn Day segura.
— Muito bem. Obrigado, General Goran. — Conselheiro Roark acenou
solenemente e eu percebi que ele tinha agido em prol dos meus interesses,
garantindo que o estado da minha parceira fosse do conhecimento de todos os
presentes. Eu inclinei a minha cabeça na sua direção em reconhecimento e
como forma de agradecimento.
— Uma criminosa. Uma assassina? Esse é o tipo de fêmea que espera que
nós obedeçamos? Que respeitemos acima de todos os outros? — Conselheiro
Bertok era um velho amargurado que já tinha perdido duas parceiras. Ele
tinha noventa anos e o seu olhar azul claro nunca tinha deixado de ser frio e
insensível. — Todos nós estamos em risco de ser assassinados enquanto
dormimos. Uma mulher robusta das terras selvagens seria uma parceira muito
mais adequada do que uma criminosa de outro planeta.
— Eu aceitei a minha parceira. Já a tomei. Não haverá mais discussão. —
Eu queria transformar o velho num monte de papa com as minhas próprias
mãos, queria sentir os salpicos quentes do seu sangue na minha pele. —
Ninguém ameaça a minha parceira e sai ileso. — Olhei para cada um dos
homens em volta do círculo para me certificar de que eles compreendiam a
sinceridade das minhas palavras.
— É compreensível, Sumo Conselheiro. Talvez um espancamento em
público. O Senhor deve mostrar a sua força e deixar claro para a sua parceira
quem está no comando.— Ignorei o conselheiro à minha esquerda e a sua
sugestão louca. Ninguém veria a dor de Evelyn além de mim, e essa dor
estaria ligada ao seu prazer.
Eu encarei o homem cuidadosamente. Ele não me quis faltar ao respeito e
não estava ameaçando diretamente a Evelyn Day; em algumas partes do
planeta, o espancamento público era a forma de um homem mostrar o seu
domínio sobre a sua mulher. Aquilo era cruel e eu estava tentando proibi-lo.
— Quando é que acontecerá a reivindicação pública? — Outra voz, desta
vez do lado oposto do círculo.
Os comentários e as opiniões continuaram… e começaram a tomar outras
proporções. Chegaram a um volume e intensidade tais que eu simplesmente
cansei. Ergui a mão e fez-se silêncio. Como governante, eu achava
importante ouvir as opiniões e os pensamentos dos conselheiros. Eu nunca
quis que aqueles sobre os quais eu governava sentissem que não podiam se
manifestar. Antes do dia de hoje, as suas vozes tinham sido usadas para
negócios entre planetas. Embora eu fosse o Sumo Conselheiro, a minha vida
pessoal e a minha parceira não eram tema para debate.
— Conforme os nossos costumes, e como disse o meu segundo em
comando, eu já a tomei pela primeira vez. — Inclinei a cabeça na direção de
Goran, que estava sentado ao lado e que acenou afirmativamente mais uma
vez. — O ato foi testemunhado, gravado e comunicado. — A minha mão
fechou-se num punho ao meu lado e eu desejava ter uma lâmina para passar
os dedos em volta dela. Nenhum deles veria o prazer particular da minha
parceira. Eu não iria partilhar. Nunca.
— Todos nós deveríamos ter estado presentes. — Falou novamente o
Conselheiro Bertok. Ele era de uma região remota, das terras selvagens como
ele tinha mencionado, e eu sabia que os costumes deles relativos às suas
parceiras eram muito mais de força bruta do que de persuasão gentil. Embora
eu soubesse que a primeira relação sexual devia ser testemunhada, isso não
significava que eu gostava da ideia de proporcionar aos farks pomposos como
ele um entretenimento sensual às custas da minha parceira. A minha vida
como líder estava sob um escrutínio constante, mas haveria uma parte dela
que se manteria privada. Assim que voltássemos para o palácio, as minhas
ações com a minha parceira ficariam apenas entre nós. Nem mesmo Goran
assistiria. Eu a treinaria de acordo com as minhas expectativas pessoais e não
com as de todo o Conselho.
Eu não respondi ao comentário, mas disse: — Eu já a tomei. Ela está
marcada com o meu sêmen e carrega a minha corrente. Não haverá mais
discussão. — Fiz sinal com os dedos, chamando Goran para se juntar a mim.
— Se olharmos para a agenda desta sessão, podemos começar com os lucros
econômicos feitos pelo setor quatro.
Voltei a minha atenção para o motivo desta reunião. Continuar a falar
sobre a minha parceira só iria prolongar o tempo que eu ficaria longe dela. A
sua vida na Terra – ou o que ela tinha feito para ser banida – não me diziam
respeito. Ela agora estava aqui comigo e eu não a deixaria partir.

E VA /E VELYN

— O LHA para a corrente balançando entre as pernas dela. Ela não o agradou.
— A voz aguda da mulher me fez virar, a corrente bateu contra as minhas
coxas quando o fiz. Eu soltei a respiração e peguei na corrente para segurá-la
para que parasse de estimular as paredes da minha vagina. Isso não
funcionou. Eu só estava carregando aquelas esferas no meu corpo há uns
minutos e já estava prestes a chorar e a implorar a Tark por alívio deste
prazer constante. Era um estímulo sutil, o suficiente para me lembrar
constantemente do seu controle sobre mim – e sobre os meus orgasmos – mas
não era o suficiente para me deixar gozar.
Elas vibravam e pulsavam, parecido com a sonda médica, embora de uma
forma muito mais sutil. Por ter de mantê-las dentro de mim, eu tinha que
apertar as minhas paredes internas, o que só contribuía para a minha deliciosa
tortura.
Várias mulheres estavam de pé diante de mim. Todas usavam um traje
simples idêntico, que parecia um vestido leve e transparente. Eu conseguia
ver o contorno dos anéis de mamilos através do material fino, mas pelo que
eu conseguia ver, nenhuma delas tinha uma corrente entre os seios como eu
tinha.
A mulher que falou era linda, excetuando o desdém nos lábios dela. Os
seus cabelos escuros e longos caíam-lhe sobre as costas. Ela era alta e esguia
com seios pequenos e uma cintura fina. Ela era tudo aquilo que eu não era.
A pele da minha bunda estava dolorida e eu perguntava-me se elas
conseguiriam ver as marcas deixadas por Tark através do vestido fino que
Goran me tinha dado para vestir. A minha tez era suficientemente branca para
não conseguir disfarçar sequer um simples rubor na minha face. Uma bunda
vermelha seria algo evidente. O escrutínio delas era intenso; elas fitavam-me
como se eu tivesse vindo de outro planeta – o que acabava por ser verdade.
— Eu sou Kiri. — disse uma das mulheres enquanto vinha na minha
direção. Ela era mais baixa do que a irritante e, embora tivesse uma
curiosidade estampada no rosto, não havia qualquer malícia nela. Ela inclinou
a cabeça e continuou: — As outras são Lin, Vana, Ria e Mara.
Eu não sabia quem era quem, portanto, acenei a todas.
— Nós estávamos trabalhando no nosso artesanato quando você entrou.
Junte-se a nós.
O espaço era semelhante ao quarto de Tark, com tapetes cobrindo todo o
chão. Luzes semelhantes as que ele tinha no quarto faziam com que a sala
tivesse um brilho amarelo suave. O ar era quente e o cheiro de amêndoas
preenchia o espaço. Reconheci o cheiro do meu sonho no centro de
processamento.
Ela virou-se, assim como as outras e sentou-se em frente a uma mesa
sobre a qual elas pareciam estar esculpindo pequenas peças de madeira.
Havia várias cadeiras confortáveis, uma pequena mesa de café – Céus, eles
tinham café aqui? – e outra mesa alta contra uma parede que estava repleta
com diversas travessas de comida e jarros com líquidos de várias cores.
Embora eu associasse um harém a uma espécie de prisão, afinal, havia
guardas lá fora, as cortesias eram semelhantes as da tenda de Tark.
As mulheres voltaram aos seus trabalhos, todas exceto a moça magra e
bonita. Ela fitava-me como se eu tivesse sido trazida para dentro com o lixo.
— Ele vai te rejeitar. — falou ela subitamente.
— Mara, deixa-a em paz. — disse Kiri.
Mara revirou os olhos ao ouvir as palavras da outra mulher, mas só eu
conseguia ver o nojo e inveja estampados no seu rosto. — Eu ouvi dizer que
só prisioneiros são trazidos da Terra. Qual foi o teu crime?
Era um pouco óbvio que Mara não tinha a mínima intenção de ser minha
amiga. Talvez um pouco de medo contribuísse de alguma forma, portanto,
disse-lhe a verdade: — Homicídio.
As outras mulheres pararam de trabalhar e uma delas sibilou, sentindo
dor. — Ah, cortei o dedo.
Ela estendeu a mão ferida sobre a outra enquanto outra mulher rodeou-a
para tratar dela.
— Eu posso ajudar. — Tentei passar por Mara; a minha formação médica
apelava ao meu corpo para que se aproximar antes que eu parasse para pensar
sobre isso.
Mara empurrou-me pelo ombro. — Ajudar? Matando-a também?
Parei e observei enquanto passavam o pequeno dispositivo sobre a ferida.
Foi emitido um brilho azul e, nos momentos que se seguiram, a ferida parou
de sangrar e ela ficou curada diante dos meus olhos.
Embora eu fosse médica na Terra, parecia que os avanços na medicina em
Trion eram muito superiores. A minha mente científica achou aquilo
fascinante. — Isso é fantástico. Está totalmente curada?
A mulher limpou o sangue das mãos com um pano úmido dado por uma
das outras mulheres, depois, levantou o dedo, agora curado. Ela sorriu e
acenou. Havia tanta coisa para aprender e eu estava ansiosa por poder
examinar a ferramenta de cura.
Mara pegou-me no braço e puxou-me – sem nenhuma gentileza – para o
outro lado da tenda para que nenhuma das outras pudesse ouvir as suas
palavras imundas. — Sabe, ele já nos fodeu todas.
Quando eu franzi a testa, ela sorriu e continuou:
— Não sabia? Hmm. Tark fode com todas as mulheres. Você não é nada
especial para ele. Ele pode chamar a qualquer uma de nós para lhe dar prazer,
a qualquer momento. A escolha é dele.
Ela olhou para mim, fazendo uma varredura com os olhos sobre o meu
corpo roliço com desdém.
— Então, por que fui enviada para cá e emparelhada com ele? —
Perguntei, inclinando o meu queixo. Eu não permitiria que ela visse que tinha
me magoado. Pensar em Tark com Mara ou com qualquer outra mulher –
não, com todas as outras mulheres – fez a minha barriga estremecer.
— Porque ele precisa de um herdeiro. Olha bem para ti. Gorda, quadris
largos, seios caídos. Foi feita para dar à luz. Enquanto eu — ela atirou o
cabelo para trás — fui feita para dar prazer.
A aba da tenda abriu-se e um dos guardas entrou e olhou ao seu redor. —
Mara, vem imediatamente. Ele te quer agora.
A minha boca abriu-se e os olhos dela iluminaram-se em triunfo. Ela
movimentou os ombros para trás e puxou os mamilos através do vestido até
eles ficarem duros e os anéis claramente definidos. — Viu? — disse ela,
olhando para trás e depois saiu, a aba da tenda fechou-se por trás dela. Eu
fiquei parada olhando para ela, sentindo-me fraca e vazia, com duas esferas
dentro da minha vagina e segurando a corrente que estava ligada a elas com
as minhas mãos como se fosse um cão segurando a própria correia. Nem
mesmo as vibrações emitidas por elas fizeram-me sentir alguma coisa.
Eu estava fora do meu planeta há cerca de uma ou duas horas e já tinha
sido fodida e posta de lado pelo meu próprio parceiro. Mara tinha dito que
Tark só estava interessado em mim para procriar – por que é que ele
escolheria uma mulher tão roliça ao invés de qualquer uma das outras? – e ele
tinha chamado por ela para saciar o seu desejo insaciável minutos após ele
ver a sua porra escorrer pelas minhas coxas. Eu só era mais uma entre muitas
no harém. Eu não era desejada, eu era só a mulher gorda que podia dar à luz
filhos.
Portanto, aqui estava eu, fadada a ser nada mais, nada menos do que uma
máquina de fazer bebês, tratada para sempre como uma criminosa? Uma
assassina? Eu não era grande coisa na Terra, mas mesmo lá eu era mais do
que o que eu era aqui. Uma médica inocente sem vida amorosa? Sim. Mas eu
curava pessoas, não as matava.
Agora aqui, neste planeta arenoso, eu não passava de uma fábrica de
bebês. Uma máquina biológica. Mas e eu, a mulher? A noiva? A médica? Eu
era uma inútil.
— Onde é que eu durmo? — Perguntei a Kiri. Eu conseguia ouvir o
desânimo na minha própria voz. Ela levantou a cabeça e lançou-me um
sorriso solidário.
— É por ali. — Ela apontou para uma abertura na tenda que eu não tinha
visto antes. Baixei a cabeça, entrando por ali e havia uma tenda secundária, as
duas estavam ligadas.
Dentro da tenda havia montes de cobertores com um tecido suave e peles
sobre umas plataformas elevadas, parecidas com camas. Havia outra mesa
com um cesto repleto de pães, frutas e um frasco com um líquido
transparente que eu presumia que fosse água. Só de olhar para a comida o
meu estômago começou a embrulhar.
Encontrei um pequeno espaço, onde os cobertores estavam dobrados e
parecia não pertencer a ninguém. Subi nele, puxei os cobertores quentinhos
para me cobrir, coloquei a minha nova corrente de lado para que o estímulo
no meu núcleo pudesse parar e virei-me, ficando virada para a parede suave.
Virei-me cuidadosamente, com medo de apanhar a outra corrente e puxar
os meus mamilos, mas quando consegui me acomodar, foquei-me nas outras
partes do meu corpo. Eu estava molhada entre as pernas, o sêmen de Tark
ainda escorria entre elas. Estava dolorida por dentro; embora eu nunca tivesse
visto o seu pau, eu sabia que era grande. Demasiado grande para o meu corpo
raramente usado e que, agora, estava cheio com bolas metálicas que ele
chamava de esferas estimuladoras. E, depois, havia também a minha bunda.
Também estava dolorida ali, visto que nunca tinha introduzido nada ali
dentro, nem sequer a ponta de um dedo. Eu sentia uma dor pungente devido à
punição, um calor ardente que, com sorte, logo se dissiparia. O meu corpo
ainda estava mole e flexível devido aos orgasmos que Tark tinha arrancado
de mim. O fato de eu ter respondido tão prontamente só aumentou o meu
sofrimento.
Como um homem conseguia me fazer sentir tanto um prazer avassalador,
quanto uma decepção desoladora? Ele chamou por Mara depois de me
mandar para o harém. Um harém! Céus, eu era só mais uma entre muitas para
aquele homem. Ele tinha dito que eu era a parceira dele, que eu lhe pertencia,
mas ele não me pertencia. Isto era o costume daqui? E como é que uma
avaliação ou perfil psicológico foi capaz de me identificar como sendo o tipo
de mulher que ficaria feliz sendo uma de muitas mulheres na cama de um
homem solteiro? Devia haver algum tipo de engano.
Não que importasse. Eu tinha que me focar em mim. Haveria muita coisa
que eu seria obrigada a suportar nas próximas semanas, mas eu também
precisava lembrar que assim que o julgamento começasse, eu seria trazida de
volta para testemunhar, voltaria para a minha vida na Terra. Tark estaria do
outro lado da galáxia. A puta da Mara estaria do outro lado da galáxia.
Enquanto isso, eu só tinha que conseguir sobreviver. O procurador tinha dito
que o julgamento estava marcado para dali a três meses, mas não havia
garantias sobre a data.
Pelo menos eu não poderia engravidar antes do sistema de justiça penal
da Terra mandar-me de volta. Graças a Deus. O que aconteceria se eu
engravidasse antes de voltar para casa? O que eu faria se eu voltasse para a
Terra com o filho de Tark crescendo no meu ventre? Felizmente, como parte
do programa de proteção a testemunhas, eu tinha colocado um implante que
impedia que eu engravidasse. Um dia, eu o retiraria. Mas não aqui. E agora
não. Eu não era uma máquina de fazer bebês.
Eu estremeci por debaixo dos cobertores. Eu ficaria presa aqui durante
algumas semanas. Talvez três meses. Entretanto, o que é que iria acontecer
comigo? Eu estava cansada, esgotada e as esferas que estavam dentro de mim
continuavam a pulsar. Eu levei a mão entre as minhas pernas para esfregar o
meu clítoris. Ele tinha dito que aquilo me deixaria excitada, mas não o
suficiente para me fazer gozar. Subitamente, irritada com a minha situação
difícil, eu quis testar as suas palavras, para descobrir se o que ele tinha dito
sobre o dispositivo era verdade. Além disso, eu queria aliviar a dor que sentia
entre as coxas, afundar-me no prazer cego enquanto durasse o orgasmo.
Circulei o meu clítoris com as pontas dos dedos. Eu estava molhada e
escorregadia. Havia muito sêmen de Tark.
Pressionando os meus calcanhares contra a cama, mexi os quadris. Eu
sabia exatamente como me fazer gozar, eu já o tinha feito muitas vezes. No
entanto, desta vez eu pensei sobre Tark, vi o rosto dele na minha mente, fingi
que as esferas que vibravam bem dentro de mim eram o seu pênis. Foi o
suficiente para me fazer suspirar de prazer, fazer com que as minhas paredes
internas apertassem fortemente. Mexi no meu clítoris durante vários minutos
antes de respirar fundo e colapsei; as esferas, entretanto, continuavam
zumbindo. Mas, tal como Tark prometeu, a programação das esferas impedia
que eu chegasse ao orgasmo. Eu estava viscosa e suada, excitada e totalmente
insatisfeita.
Infelizmente, o stress adicional sobre o meu corpo não contribuía em
nada para o meu cansaço. Certamente, a dor no meu peito devia ter sido
provocada pela transferência e não pelo sentimento de traição. Eu não me
importava com o homem que me tinha tomado. Fodido. Usado e abandonado
entre estas mulheres faladeiras. O único castigo dado pelas esferas douradas
foi a humilhação em frente a Mara, e agora, uma dor profunda e amarga no
meu núcleo, uma dor que ansiava por ser preenchida. Uma dor que me
lembrava que eu não era nada para Tark além de uma máquina que ele
planejava utilizar para produzir herdeiros. E Mara? Aquela mulher
abominável estava provavelmente gozando toda para cima do pau de Tark
agora, toda aberta e amarrada a uma mesa pequena, chamando-lhe de mestre
enquanto ele a possuía por trás.
A imagem era dolorosa, e não deveria ser. Tark não representava nada
para mim. Eu só o conhecia há algumas horas. Eu tinha que ser sensata.
Lógica. Tentei me distrair, concentrando os meus pensamentos na minha
casa. As caminhadas pelo parque. O café e o chocolate. A minha cama
quentinha no meu apartamento bonito e confortável.
Em breve, eu estaria novamente em casa. Eu só tinha que sobreviver a
isto até lá e, lembrar-me de que Tark não seria meu. Pelo menos, não de
verdade. Nunca.
Sim, era óbvio que Mara era uma puta. Mas Tark era um traidor. Eu já
não sabia o que pensar, e também não me importava. Eu só queria fugir, da
única forma que conseguia fazê-lo, então, eu desisti e adormeci.
5

T ark

— E LA RECUSA - SE A VIR . — disse Goran, erguendo-se totalmente depois de


entrar na minha tenda.
Eu virei-me e os meus olhos arregalaram-se. Eu tinha ouvido direito? —
Recusa-se?
Ele parecia nervoso enquanto assentia, visto que ninguém nunca me dizia
não. Pelo menos, até agora.
— Ela deu algum motivo para essa desobediência? — Eu conseguia ouvir
a raiva na minha voz, mas eu estava calmo. As pessoas na Terra tinham o
hábito de ser desafiadoras ou era só Evelyn Day? Essa era a forma dela me
rejeitar? Era tarde demais para isso. Ela era minha. Se ela tinha mudado de
ideia depois de uma foda bastante satisfatória, era meu dever dissuadi-la.
Talvez a minha punição tivesse sido demasiada para a sua mente humana?
Seria o tamanho pequeno dela? Eu precisava descobrir do que é que Evelyn
Day necessitava para ser feliz e se a felicidade dela viria através de punição
ou de prazer.
— Não.
— Ela ainda está no harém?
Ele assentiu novamente.
Eu ergui-me e avancei para fora, para o ar quente, Goran segurou a aba de
abertura da tenda pra mim. Acenei como forma de agradecimento àqueles
pelos quais eu passava, mas talvez fosse o olhar obstinado no meu rosto que
os impedisse de me dirigir a palavra.
Os guardas que estavam à entrada do harém prestaram especial atenção à
minha chegada. Eu entrei na tenda das mulheres. Várias mulheres se
levantaram e cumprimentaram-me.
— Onde está a minha parceira? — Perguntei. Enquanto duas mulheres
saltaram ao ouvir o tom duro na minha voz, mas eu não lhes dei muita
atenção. Não estava focado nas parceiras dos outros. Agora, eu só estava
interessado na minha.
Uma mulher apontou na direção de um quarto secundário.
Ali, eu encontrei Evelyn Day sentada sobre uma cama escovando o seu
cabelo. Ela parecia calma e pacífica, não se mostrava nada surpreendida com
a minha chegada.
— Você virá até a mim quando eu te chamar. — disse eu.
Ela olhou para mim e eu vi fogo nos olhos dela. Encolhendo os ombros,
ela pousou a escova e começou a trançar os longos cabelos numa única
trança. Ela esperou para falar quando terminou de atar a trança. —
Surpreende-me que isso te importe, visto que qualquer uma de nós é tão boa
como a outra, certo?
Ela agora estava de pé e mais linda do que o que eu me lembrava. Usava
um vestido simples como as outras, mas o material fino estava justo no seu
corpo e não escondia nenhuma das suas curvas. Os seus mamilos endurecidos
e os anéis que os enfeitavam estavam claramente delineados, a corrente fazia
uma curva suave por debaixo do tecido. O material estava esticado sobre os
seus quadris largos e ia até metade da sua coxa. E ali, balançando entre as
suas coxas estava a prova da minha vontade. Eu tinha desativado as esferas
estimuladoras há horas. Talvez ela precisasse de outro lembrete de quem
estava no comando ou, talvez, aquelas esferas tenham sido o que tenha
levado ela tão longe para ela ter decidido desafiar-me. De qualquer modo, ela
estava mais sedutora agora do que quando estava nua.
O corpo dela distraía-me e eu tive de me lembrar da sua pergunta. Eu
franzi a testa. — “Qualquer uma de nós”?
— As mulheres do harém.
— Eu não sei do que fala. Os homens da Terra partilham as suas parceiras
com os outros?
— Isto é um harém, não é?
— Sim.
A sua boca abriu-se levemente e, depois, ela estreitou os olhos. — Já não
existem haréns na Terra. Há séculos que eles já não existem. Isto é o teu
harém, não é?
— Este é o harém de todo o Posto Avançado Nove. — respondi.
Estávamos diante um do outro e eu não estava nem um pouco
acostumado com este tipo de conversa. Normalmente, as pessoas ouviam
quando eu falava, depois, respondiam de forma bastante sincera dizendo Sim,
senhor.
Eu não estava habituado à sua enorme quantidade de perguntas. Eu
duvidava que fosse conseguir ouvir um “senhor” dos seus lábios, quanto mais
“mestre”, pelo menos não enquanto ela tivesse roupa cobrindo a sua pele
suave.
Ela era rápida, visto que eu quase não vi quando ela pegou na escova e
atirou-a em mim. Eu quase não saí do caminho quando ela atirou o objeto
duro. Fark, ela tinha uma excelente pontaria!
— Você quer me compartilhar com o posto avançado inteiro? — Ela
cuspiu a acusação, a sua voz estava cheia de veneno e dor. O olhar na sua
face era de raiva, mas por detrás dos seus olhos ardentes havia uma dor de
traição. — Eu te disse que preferia ir para a prisão na Terra do que ser uma
puta.
Depois de a minha surpresa ter passado, eu mexi os ombros para trás e
olhei para baixo, para a sua figura trêmula. — E eu te disse que não te
compartilho com ninguém.
O volume da minha voz fez com que ela desse um pequeno passo atrás,
mas inclinou o queixo para cima. Ela era tão desafiadora, e aquele fogo fez
com que o meu pau ficasse duro como uma pedra. Eu queria provar aquele
fogo, passar a minha boca nela até ela se queixar e implorar para que eu a
fodesse cegamente!
— E, no entanto, eu sou obrigada a te compartilhar com outras? — Ela
cruzou os braços sobre o peito, o que fez com que as ondulações superiores
dos seus seios saíssem do vestido.
Rangi os dentes ao ver aquilo, visto que o meu pau estava duro e a minha
mão contraída para bater no seu traseiro pela sua insolência. Ela fez com que
a frustração endurecesse o meu peito e fez com que os meus punhos se
apertassem nas minhas laterais. Fark! A minha parceira deveria ser dócil e
carinhosa, não uma mulher que silvaria na minha direção ou questionaria
tudo aquilo que eu fizesse. Mas eu não a tomaria ou tocaria nela com raiva.
— Eu não tenho outras. — respondi.
— Ha! — Ela riu sem qualquer pitada de humor. Como era óbvio, ela não
acreditava em mim. Por quê? Por que é que ela tomaria as minhas palavras
como sendo falsas?
Levantando uma mão, ela apontou para o quarto. — Então, o que é isto?
Eu olhei ao meu redor, sumtuoso, mesmo para um posto avançado. —
Isto é o lugar onde as mulheres são mantidas em segurança.
Pelo canto do olho, pude ver a aba da abertura entre os dois cômodos
mexer e percebi que não estávamos sozinhos nesta conversa. Eu suspirei. Não
havia dúvida de que as outras mulheres tinham escutado a nossa desavença e
eu não precisava que a minha vida pessoal fosse assunto para os mexericos
ou falatórios daqueles que queriam tomar o meu lugar.
Inclinando-me para frente, coloquei o meu ombro na cintura da Evelyn
Day e atirei-a sobre ele, tendo cuidado com a corrente que eu sabia que
estaria balançando por debaixo do seu vestido. Fixei uma mão na parte de
trás das suas coxas, abaixei a cabeça e entrei no outro cômodo, as mulheres
deram um passo atrás para me deixar passar.
— O que está fazendo? Me põe no chão! — Resmungou Evelyn Day
enquanto as suas mãos pequenas batiam nas minhas costas.
Enquanto eu batia no traseiro dela, notei que o seu vestido tinha
começado a subir e eu puxei-o para baixo para tapá-la. Eu ia pelo Posto
Avançado afora e não queria que todo mundo visse sua boceta e o seu
traseiro deliciosos.
Ela tinha sido enganada quanto a alguma coisa relacionada com o harém
e estava furiosa. Eu tinha que resolver isto, já que eu queria afundar-me nela
novamente, acasalar com ela, senti-la por debaixo de mim, certificar-me de
que ela sabia que era minha. Mas até que esta confusão fosse resolvida, eu
seria, seguramente, rejeitado.
— Nós vamos para a minha tenda. Embora o harém te mantenha segura,
não nos permite ter nenhuma privacidade. O que planejo fazer contigo requer,
inquestionavelmente, privacidade. Gostaria de poder falar contigo sem atrair
a atenção de todo o posto avançado, por isso, segure sua língua.
E VA /E VELYN

A NTES DE A ABA de abertura da tenda fechar-se atrás de nós, eu pude ver de


relance o sorriso malicioso de Mara. Eu sabia que o sorriso dela não provinha
de uma amizade. O mais provável é que ela estivesse desfrutando
imensamente o fato de saber que eu seria punida. Com base na forma como
as outras mulheres se tinham submetido a Tark, eu presumia que a maioria
delas não o desafiava tanto quanto eu.
Pela forma como os seus olhos se arregalaram quando a minha escova
bateu contra a parede da tenda, eu presumia que nunca ninguém tinha atirado
nada contra a sua cabeça. Eu não pude evitar. Aquele homem irritava-me
tanto! Como é que ele se atrevia a inclinar-se sobre mim com o seu pênis
preenchendo-me completamente e, sussurrar no meu ouvido que eu era dele,
e depois, um pouco mais tarde, pedir que Mara viesse ter com ele?
Se ele achava aquela mulher abominável atraente – embora eu tivesse de
admitir que o seu corpo era exatamente o que a maioria dos homens
procurava, mesmo que ela fosse, sem dúvida, desprovida de personalidade –
então, eu não queria ter nada a ver com ele. Seguramente, o programa de
emparelhamento do centro de processamento tinha cometido um grande erro.
A máquina do centro de processamento tinha analisado a minha mente,
procurando pelo mais compatível comigo, com base nos meus desejos e nas
minhas necessidades subconscientes e subliminares. Naquela cadeira, eu
tinha sonhado que estava sendo tomada por um homem enquanto outro
observava. As suas palavras tinham sido básicas, mas sexies – raios, até diria
que tinham sido absolutamente carnais – mas eu ainda tinha que me
perguntar se era isso que eu realmente queria. Eu tinha sido taxativa quanto a
ser tocada por Goran e, felizmente, Tark tinha provado que era tão taxativo
quanto eu nesse aspecto, pelo menos até agora.
Seguramente, nem mesmo o meu subconsciente queria um homem que
procurava o conforto em outras.
Eu sentia o ar quente batendo contra a minha pele enquanto Tark me
carregava pelo Posto Avançado. Estava escuro da última vez que eu estive
aqui fora. Tinha se passado um dia inteiro e, uma vez mais, a luz do dia tinha
desvanecido. Uma escuridão carregada cercava-nos e, além disso, eu estava
de cabeça para baixo. O meu parceiro não estava me dando a oportunidade de
vislumbrar o meu novo mundo.
Rapidamente, estávamos novamente no interior e Tark desceu-me do seu
ombro. Ele o fez lentamente e quando ele me colocou de pé sobre o chão
coberto por tapetes, ele olhou para mim com um olhar analisador como se
estivesse se certificando de que eu estava bem.
Estávamos na tenda de Tark.
— Onde está a mesa para foder? — Perguntei. — Espera que eu me
incline sobre ela outra vez? Mara gosta assim? Ou os homens de Trion só
sabem foder uma mulher amarrando-a?
Tark ficou quieto e permitiu que eu lhe lançasse aquelas palavras rudes.
Ele estava com uma roupa parecida com a que ele tinha usado no dia anterior.
Calça preta, camisa cinza, embora esta tivesse mangas curtas e fosse um
suéter, com botões na parte da frente. Os seus ombros e peito largos eram
bem definidos por debaixo do tecido decorado. Ele era tão grande e, no
entanto, era o homem mais perfeito que eu já tinha visto. Eles não faziam
homens assim na Terra; pelo menos, eu nunca tinha visto um. O seu cabelo
escuro estava um pouco desgrenhado, talvez por carregar o meu corpo
pesado.
No entanto, os seus olhos eram tão expressivos. Eu vi uma pitada de raiva
no seu olhar, mas no geral, ele estava extremamente calmo. Mais calmo do
que eu. O seu olhar também mostrava surpresa e era, sem dúvida, caloroso.
— Todas as mulheres da Terra são assim tão difíceis?
— Todos os homens de Trion fodem qualquer coisa que tenha uma
vagina? — Rebati, a minha voz ficou aguda.
Ao invés de gritar, ele ajoelhou-se perante mim. Antes que eu pudesse
perceber as suas intenções, ele pôs as mãos por debaixo do meu vestido fino e
retirou as esferas estimuladoras do meu corpo com um leve puxão na corrente
que balançava entre as minhas pernas.
Arfei enquanto elas deslizavam para fora de mim e a minha vagina sentiu-
se vazia. Apertei a vagina e a sensação de já não as ter dentro de mim pareceu
estranha, embora elas tivessem parado de vibrar em algum momento
enquanto eu dormia. Ele as pôs de lado, deixou-as esquecidas no tapete.
— Parece-me que terei de arranjar outras formas de punição, visto que o
meu dispositivo parece ter feito com que, tanto a tua boca, quanto o teu
temperamento piorassem ao invés de melhorar. — Abri a boca para falar, mas
o olhar que ele me lançou fez com que eu permanecesse em silêncio. — Nós
mal nos conhecemos e, hoje, eu vou corrigir isso. — Tark pôs-se de pé e
aproximou-se tanto de mim que o calor do seu peito chegava até mim ao
longo daquele espaço tão estreito. — Está questionando a minha honra, mas
me dei conta de que a sua raiva me satisfaz.
Aquilo não era o que eu imaginava que ele ia dizer. Eu esperava que ele
gritasse comigo e movimentasse os braços com raiva, talvez até me atirasse
contra um suporte para foder e me batesse na bunda de novo. Mas satisfazê-
lo? Ele deixou-me tão atônita que eu fiquei quieta.
— Isto… isto te satisfaz? — Perguntei.
— Sim. — Ele sorriu e envolveu as suas mãos fortes em volta da parte
superior dos meus braços com força o suficiente para que eu me sentisse
guardada, mas não ameaçada. Ele sabia como me desarmar. Maldito, ele era
ainda mais bonito quando sorria e o meu coração acelerou. Só o fato de o ver
sorrir era capaz de me fazer mal à saúde. — Acredita que eu fiz algo
desonroso e está triste por isso. Fico satisfeito por saber que exige honra do
teu parceiro.
Eu não tinha resposta para aquilo.
— Eu gostaria de saber qual é a desonra que acredita que eu tenha
cometido.
— Você está bastante ciente das tuas ações. Ou talvez haja um problema
de memória de curta duração aqui em Trion?
Tark libertou os meus braços e eu cobri-os com as minhas próprias mãos
imediatamente numa tentativa deplorável de tentar manter o seu calor. Ele foi
até uma cadeira, sentou-se e inclinou-se nela, esticando as suas longas pernas
diante de si. Apoiando os seus cotovelos nos apoios de braço da cadeira, ele
juntou as mãos. — Eu tenho uma memória perfeita, parceira. Agora, diga-me
o que te desagrada.
Eu suspirei. Talvez todos os homens, não importando o planeta no qual
haviam nascido, eram estúpidos.
— Esqueceu de que tinha acabado de me foder quando mandou chamar
outra?
Suas sobrancelhas arquearam-se. — Eu chamei outra mulher? Quem?
Embora Mara não gostasse de mim, eu não queria deixá-la ainda mais
irritada. Eu sentia-me como uma criança fazendo queixas, mas Mara não
tinha ido à procura de Tark, ela tinha sido chamada. Eu estava apenas citando
um fato.
— Mara.
Tark franziu a testa. — Agora faz sentido o que disse mais cedo sobre
Mara. Mas Mara pertence a Davish e eu te garanto que mesmo que ela não
lhe pertencesse, ela não seria o tipo de mulher que eu chamaria.
Agora foi a minha vez de franzir a testa. Eu estava começando a sentir-me
um tanto desconfortável, à medida que a minha raiva ia se dissipando. As
minhas inseguranças estavam começando a surgir. Eu olhei para baixo, para o
tapete estampado.
— Ah. — Eu repassei aquela cena na minha cabeça. O guarda do harém
não tinha mencionado Tark quando chamou Mara. Tinha dito apenas ele. E
aquele ele era obviamente o seu parceiro, Davish.
Que puta.
Por entre os cílios, vi-o abanar a cabeça lentamente. — Eu chamei a
mulher que eu queria, e ela me rejeitou.
Ergui a cabeça. Ele moveu o dedo, chamando-me para perto dele. Eu
engoli em seco enquanto andava na sua direção, o tapete por debaixo dos
meus pés descalços era suave.
— Os homens da Terra tomam qualquer mulher que queiram?
Eu abanei a cabeça. — Não.
— Os homens da Terra não têm honra?
Tark colocou as mãos nos meus quadris e colocou-me entre os seus
joelhos abertos. A sensação calorosa da sua mão apertando-me me fez
suspirar.
Encolhi os ombros. — Alguns não.
— Presumo que só tenha interagido com os que não tinham honra?
Olhei para os seus antebraços, grossos e cheios de músculos, cobertos
com pelos escuros.
— Alguns.
— Está familiarizada com o que é um harém? — ele perguntou.
Eu olhei para cima, na direção de Tark, os seus olhos escuros estavam
claramente focados em mim. Já não havia raiva no semblante de nenhum de
nós.
— Eles tiveram haréns na Terra muito tempo atrás. Algumas culturas
permitiam que um homem tivesse algumas – várias – mulheres só para si.
Harém era o nome utilizado para definir o lugar no qual estavam todas as
mulheres de um homem, mas também poderia ser o lugar no qual elas
permaneciam até serem chamadas para servir as necessidades dele.
— Agora percebo o nosso problema. — Os seus polegares acariciavam as
minhas coxas movimentando-se para cima e para baixo, fazendo com que o
material fino do vestido subisse cada vez mais até que ele estava acariciando
a minha pele nua.
— Um harém em Trion é um local bem guardado e fortificado, no qual
uma mulher fica quando um homem não lhe pode fornecer proteção. Cada
uma das mulheres que conheceu pertence a alguém. Assim como Mara
pertence a Davish e você — ele inclinou-se para frente e deu-me um beijo no
abdômen — pertence a mim.
A forma como ele disse você pertence a mim reacendeu uma pequena
chama de esperança. — Eu pensei...
— Eu sei o que pensou. Eu te disse o meu nome, mas não te disse que eu
sou o Sumo Conselheiro. De certeza que há um papel semelhante na Terra,
talvez com um nome diferente. Eu sou o líder do continente do norte e dos
sete exércitos. Nós estamos aqui, no Posto Avançado Nove, para a reunião
geral anual dos outros conselheiros-governadores do planeta. Cada um de nós
representa uma região ou área diferente deste planeta.
— Nós temos algo parecido na Terra, mas cada país tem um líder. Não há
um líder para toda a Terra.
— E todos os países são iguais no teu planeta? Ou alguns são mais
poderosos do que outros?
— Há alguns países maiores que controlam quase tudo.
— Aqui também funciona assim. A minha região é a maior e a mais
poderosa. Agora percebe a importância do meu papel e o perigo que me
rodeia tanto a mim, quanto à minha parceira? Ontem, eu queria te proteger da
curiosidade dos outros.
Mordi o lábio. — Curiosidade?
— A política exige que eu escolha uma mulher de Trion para ser minha
parceira, mas eu recusei várias propostas. Esperei por uma noiva interestelar
porque eu não queria uma união política. Eu queria alguém que pertencesse a
mim e só a mim, sem nenhuma agenda política e sem segundas intenções. Eu
queria uma mulher que fosse perfeitamente compatível comigo, o homem.
Assim como você é.
Inclinei a cabeça, mas todo medo, toda a preocupação, se dissiparam. —
Como é que pode ter tanta certeza?
— Eu soube no momento em que a transferência foi concluída.
Ele parecia tão seguro de si, tão certo de que tínhamos sido emparelhados
um com o outro entre todas as outras possibilidades por toda a galáxia. Eu
nem sequer queria ter sido emparelhada. Eu deveria estar na Terra, no
hospital, tratando dos meus pacientes. Ele achava que eu ia ficar aqui, em
Trion, para sempre, mas o nosso emparelhamento era algo a curto prazo, só
até eu ser chamada de volta para testemunhar. De repente, a ideia de ir
embora não pareceu tão promissora quanto deveria.
As suas mãos moveram-se e envolveram o meu traseiro, puxando-me
para perto dele.
— Então… então, jura que não chamou Mara?
Eu ouvi o seu rosnar surgir do fundo do seu peito. — Mulher, eu não teria
pedido uma noiva interestelar se eu quisesse foder a Mara.
Ele deve ter notado algo no meu rosto, porque acrescentou: — Está mais
tranquila agora? Agora estamos nos entendendo?
Mordi o lábio e permiti que a tensão e a preocupação que me dominavam
se dissipassem. — Me mandou para o harém para me proteger?
— Eu tive uma reunião com os governadores e não podia cuidar de você.
Eu te deixei protegida com os guardas do harém enquanto não podia estar
contigo.
Eu sorri. Era um sorriso um pouco instável, mas era um sorriso. —
Desculpa. Eu não estou habituada a que um homem me escolha ao invés de
uma mulher como… como Mara.
— Agora eu é que estou confuso. Por que é que algum homem escolheria
Mara ao invés de ti?
Eu ri alto. — Seios erguidos. Barriga lisinha. Quadris estreitos. Coxas que
não estão repletas de celulite. Cabelo macio e domado.
Os olhos de Tark estreitaram e ele puxou silenciosamente o meu vestido
para cima e despiu-me, atirando a peça de roupa ao chão. A corrente roçava
na minha barriga enquanto balançava.
— O teu castigo só está aumentando cada vez mais.
— O quê? — Tentei dar um passo para trás, mas o seu punho de ferro
impediu-me.
— Atirar uma escova de cabelo no teu mestre é sem dúvida uma ofensa
passível de punição. Agir de forma conflituosa à frente das outras pessoas
também exige um castigo severo. Falar mal de si própria é ainda pior. Eu
nunca mais quero te ouvir falar dessa forma.
— Mas...
Ele virou-me rapidamente, e depois me baixou e me colocou sobre o seu
colo para que eu ficasse outra vez na posição certa para levar umas palmadas.
A palma da sua mão atingiu a minha bunda descoberta.
Eu levei a mão até lá para tentar cobrir-me, mas ele agarrou esse pulso e
segurou-o firmemente. Céus, ele tinha feito isso no outro dia e eu deveria ter
aprendido. Deveria ter aprendido muitas coisas, mas mais uma vez me
encontrava com a bunda para o alto.
Ele falou enquanto a palma da sua mão me atingia vez após vez. Ao
contrário de ontem, estas palmadas eram muito mais fortes, atingindo todo o
lado com uma intensidade tão grande que me fez ficar nas pontas dos pés me
debatendo contra ele enquanto ele me agarrava firmemente.
— Eu gosto que a minha mulher tenha curvas. Eu gosto que a minha
mulher tenha quadris que eu possa agarrar enquanto a fodo.
Não consegui reprimir os gritos que saíram dos meus lábios. Aquilo doía!
Aquilo não era uma mera lição sobre o meu comportamento; aquilo era um
castigo completo. — Eu gosto que a minha mulher tenha seios que caibam na
minha mão. — Sua mão acariciou a minha pele quente. — Como é capaz de
questionar isso?
Tentei recuperar o meu fôlego quando ele fez uma pausa. — Porque eu
sou baixinha e gorda.
Ele voltou a dar-me palmadas e eu comprimi o rosto devido à dor ardente
e tentei fazer com que ele soltasse o meu pulso. — Gara, como é que foi
avaliada para o nosso emparelhamento?
A sua mão deu a volta e o seu polegar movimentou rapidamente um dos
anéis dourados. Engoli o ar devido ao prazer provocado pelo seu toque. Isso,
em combinação com a dor ardente no meu traseiro, fez com que a minha
boceta ficasse apertada. O meu clítoris ansiava por ser tocado e eu senti as
minhas coxas ficando cada vez mais úmidas.
— Eles ligaram uns sensores em mim e deram-me qualquer coisa para
enganar a minha mente com visões. Fizeram-me olhar para centenas de
imagens. E, depois, eu comecei a entrar num sonho. Quando acordei, o
emparelhamento estava concluído.
Outra ronda de palmadas começou, desta vez, ele deu as palmadas de
forma a que atingissem a parte de cima das minhas coxas. Enquanto ele as
afastava, os golpes aterravam na minha pele macia e eu já não conseguia
conter as lágrimas.
— Eu fui submetido a algo semelhante. Você é exatamente como eu
quero porque o meu subconsciente assim o diz. Assim como eu sou
exatamente o que você quer.
Enquanto eu soluçava, pensava nas suas palavras. O meu subconsciente
escolheu-o. Até este momento, eu não tinha pensado que o seu subconsciente
também me tinha escolhido. Um emparelhamento perfeito. Tudo aquilo que
ele queria e desejava numa mulher e numa parceira. A ideia de que eu era
fisicamente perfeita aos seus olhos tal como ele era aos meus? Eu não
conseguia entender aquilo lá muito bem. Como é que eu poderia ser perfeita
se ele continuava a me dar palmadas?
Lenta e gentilmente, ele levantou-me e colocou-me diante dele.
Utilizando os seus polegares, ele limpou as lágrimas das minhas bochechas.
Quando os meus olhos ficaram limpos, eu pude ver que os seus olhos escuros
transmitiam ternura — Chega de conversa. Foi uma boa menina e aceitou
bem o teu castigo. Está na hora de foder a minha parceira.
6

E va/Evelyn

P UXANDO - ME PARA FRENTE , ele me colocou no seu colo de forma a que eu


ficasse em cima dele, a montá-lo, meus joelhos em cada lado de suas coxas,
tendo cuidado para que o meu traseiro dolorido não chocasse contra ele.
Mesmo através da roupa, o seu corpo irradiava calor. Aquilo era o mais
perto que eu tinha estado dele. É claro que ele tinha estado dentro de mim,
mas eu não pude olhar para ele, olhar nos seus olhos, ver o desejo que havia
neles. Ele estava me dando a oportunidade de estudá-lo. De perto, pude ver
que o seu nariz tinha uma pequena curva, como se já tivesse se quebrado.
Com o estranho dispositivo médico que tinha sido usado para curar a mão da
mulher ferida, deveria ter sido fácil corrigir aquilo à perfeição. No entanto,
ele parecia imperfeito. Ele tinha lábios grossos e eu me perguntava qual seria
a sensação de tê-los contra os meus.
Eu duvidava que ele fosse delicado ao beijar; devia ser tão dominador
com a sua boca quanto era em todo o resto. Enquanto eu continuava
pensando sobre ele me beijar, ele gemeu, lá no fundo da sua garganta.
— Esse olhar, gara. Me derrete por completo.
O meu olhar elevou-se para ir de encontro ao dele. Entre as minhas
pernas separadas eu podia sentir o seu pênis, um enorme e firme pressionado
contra a minha boceta. Se a sua calça não estivesse no caminho, ele
certamente só precisaria mexer os quadris e eu estaria lá no fundo, dentro
dele.
— Você… beija? — Ele não me tinha beijado, nem uma única vez. Tinha
me fodido, feito gritar, dado palmadas e estudado o meu corpo com as suas
mãos. Mas nenhum beijo. Eu queria saber qual era o gosto dele.
A sua sobrancelha escura arqueou-se e o canto da sua boca elevou-se.
Formou-se uma covinha na sua bochecha, quase escondida entre os seus
pelos curtos. Céus, ele era tão lindo e era todo meu. Eu não conseguia me
sentir mais excitada do que o que sentia, nem que eu quisesse. Certamente, a
sua calça deveria estar ensopada porque a minha boceta estava escorrendo
por cima dela. Será que ele conseguia sentir o calor do meu núcleo nas suas
coxas?
Eu mal sabia o que fosse sobre Tark e ele não sabia nada sobre mim e
aquilo que ele sabia era mentira. Mas acima de tudo, nós nem sequer
precisávamos ser mais do que desconhecidos, visto que eu o queria com uma
intensidade que nunca tinha conhecido ou sentido antes. Eu parecia os
drogados que apareciam no hospital, nervosos e desesperados por outra dose.
O meu corpo ansiava pelo dele. Eu queria outra dose de prazer que apenas ele
conseguia dar. O seu cheiro era quase provocador, a sensação dos seus
músculos tensos, a forma como ele olhava para mim... Eu não podia
questionar a eficácia do emparelhamento. O emparelhamento era real. A
atração era real.
Mas eu não ia ficar aqui. Quando chegasse a época de testemunhar, eu
voltaria para a Terra e ele estaria a anos luz de distância. Eu voltaria para um
mundo onde não havia ninguém para mim. Ninguém tão certo como Tark.
Eu tinha cerca de três meses. Embora eu fosse partir, isso não significava
que eu não pudesse aproveitar tudo o que Tark tinha para oferecer – mesmo
que isso significasse castigo.
— Beijar? — Perguntou Tark. Ele franziu a testa por um instante. — É
claro. Você não?
Eu lancei um olhar para o lado e, depois, novamente para ele. — Sim,
mas você nunca me beijou, então, eu não tinha certeza.
Ele suspirou. — Como eu disse, estamos na reunião de governadores do
Posto Avançado Nove, o que entra em conflito com o meu desejo de estar
contigo. Não estou livre para me dedicar ao teu prazer, para conhecer o teu
corpo da forma que conhecerei quando voltarmos para o palácio. Pensa que
gosto de estar com aquele bando de homens irritadiços e cheios de opiniões
quando poderia estar assim contigo?
As suas mãos moveram-se para os meus quadris e acariciaram-nos. O
movimento empurrou o meu clítoris para o seu pau e eu gemi. O calor
daquele movimento foi intenso.
— Eu começo a gostar desse som que faz. — ele murmurou.
Os seus olhos estavam fixos na minha boca e eu lambi os lábios.
Ele agarrou-me com mais força ao observar aquele ato inocente. Ele
gostava daquilo. Eu fiz novamente e ele gemeu.
— É uma menina má.
Antes que eu pudesse responder qualquer coisa, ele inclinou-se para a
frente e tomou os meus lábios. Para um homem tão grande, tão poderoso e
dominador por natureza, aquele beijo era bastante suave e gentil. Mas só por
alguns segundos, depois mudou. Foi se tornando num beijo terrivelmente
carnal à medida em que os seus lábios tomavam os meus e a sua língua
estudava profundamente a minha boca, e eu arfava surpreendida. Ele tinha
gosto de vinho e macho sombrio e decadente.
Ele sabia beijar. Ah, se sabia. Era como acender um fogo com gasolina,
uma explosão imediata. Vivo, quente e ardendo intensamente. Eu já tinha
sido beijada, mas não assim. Eu já tinha sido tocada, mas as mãos de Tark
eram tão grandes que eu me sentia confinada, possuída, tomada. E ele só
estava me tocando com as mãos e a boca. Como seria quando o seu pau não
estivesse limitado pela sua calça, mas sim alargando-me e preenchendo-me?
Eu levantei a mão e envolvi a sua cabeça, com medo de que ele
desaparecesse se eu não o agarrasse de alguma forma. Senti-lo era tal e qual o
sonho. Mas, desta vez, eu estava acordada.
— Eu não… eu não sou uma menina má. — arfei, depois, permiti que ele
tomasse os meus lábios novamente.
Depois de um tempo interminável, ele afastou a cabeça para trás e olhou
para mim, os seus olhos estavam entreabertos e eram tão escuros quanto a
noite. Os seus lábios brilhavam por causa dos beijos e a sua respiração estava
tão ofegante quanto a minha. Sentia-me bem por conseguir fazer isso com
ele, torná-lo tão… bárbaro.
— Homicídio. — Ele só disse aquela palavra, mas foi o suficiente para
me lembrar que, para ele, eu era uma menina muito má.
— Mas... — eu queria dizer-lhe a verdade, que aquilo era uma mentira,
mas ele tapou os meus lábios com os dedos.
— Bela. Espírito fogoso. A boceta mais perfeita. Gemidos de prazer. Usa
os teus poderes muito bem.
Não consegui evitar o sorriso que esbocei ao ouvir as suas palavras.
— O meu poder, gara, está acima do teu prazer. Você não pode gozar até
eu mandar.
Isso não haveria de ser um problema para mim, visto que eu não
conseguia gozar para um homem. Bom, não conseguia gozar para um homem
antes dele.
— Tark...
— Mestre. — Suas mãos moveram-se para levantar a corrente que
balançava entre nós, ele envolveu-a no seu dedo para encurtá-la e puxou-me
para perto dele até os nossos lábios se tocarem. — Deve me chamar de
mestre, porque embora o teu poder tenha feito o meu pau ficar grande e
grosso como o chifre de um trundle, você vai fazer o que eu mando no que
diz respeito a foder.
As suas palavras, embora estivessem cheias de luxúria, também
continham uma ordem.
— Eu sou o único que consegue te dar prazer, não? — ele perguntou.
Ele puxou a corrente gentilmente e eu soltei a respiração enquanto o
prazer doloroso dava um choque diretamente no meu clítoris. Como é que ele
sabia que eu gostava daquilo?
— Sim… mestre.
Os seus olhos arregalaram-se ao ouvir aquela palavra sair dos meus
lábios. Chamá-lo de mestre não tinha sido tão horrível quanto eu imaginava.
Eu era uma médica. Uma mulher independente que não considerava homem
nenhum um mestre. Mas quando eu o disse, referindo-me a Tark, foi
diferente. Ele era, seguramente, o mestre do meu corpo e eu estava satisfeita
com isso por agora.
— Ah, talvez, afinal, seja uma boa menina. Vamos ver. Não goze, gara.
Não até eu mandar.
Ele deu um último puxão, depois, largou a corrente e levou a mão entre as
minhas pernas para acariciar a minha boceta.
— Tão quente, tão úmida. Põe as mãos atrás da cabeça. Sim, assim
mesmo. Agora mantém-nas aí.
Entrelacei os dedos por trás do pescoço, os meus cotovelos estavam
apontados para fora. Esta posição também fazia com que os meus seios
ficassem apontados para frente. Ele parecia gostar de me prender, mas
estando no seu colo como eu estava, não havia nada que ele pudesse usar para
me prender. Obrigar-me a manter aquela posição era como ter algemas
invisíveis e eu apertei as minhas paredes internas ao pensar nisso. Eu não
podia fazer nada além do que Tark mandava.
Ele brincou um pouco comigo, os seus dedos deslizavam por entre as
minhas dobras, mergulhando dentro de mim e acariciando-me – Oh, céus! – o
meu ponto G. Ele não se demorou, começou a circular o meu clítoris,
torturando-me ao não tocar nele de verdade, apenas excitando-me mais e
mais até eu quase gozar, depois, retirou a mão. Ele fez uma e outra vez.
Movimentei meus quadris na direção da sua mão, mas cada vez que eu o
fazia, ele parava. E recomeçava. Permaneci quieta, gemendo por um pouco,
até não poder mais aguentar. Os meus dedos começaram a escorregar, mas
assim que ele arqueou a sua sobrancelha escura, eu apertei-os contra o meu
pescoço. Era um ciclo de tortura completo e o olhar de Tark – de satisfação
orgulhosa – informava-me que o seu domínio sobre mim era total.
Cada célula do meu corpo gritava, ansiosa por poder gozar e isso só com
as suas mãos habilidosas. Eu certamente morreria assim que ele começasse a
me foder de verdade.
— Mestre, por favor. — implorei. A minha pele estava escorregadia pelo
suor; minha garganta, seca; meus mamilos, rígidos como pedras e o meu
clítoris, pulsando. Cada pedaço da minha boceta doía por querer o pau de
Tark.
Colocando as suas mãos novamente na minha cintura, ele murmurou: —
Tira o meu pau para fora.
Descendo as mãos, eu fiz, com entusiasmo, o que ele mandou, deslizando
para trás nas suas coxas para que eu pudesse chegar até o fecho e abrir a sua
calça. Os homens em Trion não usavam roupa de baixo ou era só ele? O seu
pau saltou para fora, grande e ereto e com pré-sêmen saindo na pontinha. Os
meus olhos arregalaram-se ao ver aquilo.
Embora eu tivesse sentido o seu pau enquanto ele me fodia no dia
anterior, eu não o tinha visto. Eu nunca tinha visto um tão grande. Estendia-
se, grosso e escuro, um vermelho corado num ninho de pelos escuros. Veias
salientes pulsavam ao longo do pênis enorme. Uma cabeça ampla e ostentosa
cobria-o. Aquilo coube dentro de mim?
Apertei firmemente a base – a minha mão não chegava sequer a fechá-la
– e puxei-o para cima, utilizando o meu polegar para limpar o sinal visível da
sua excitação. Lambi os lábios, imaginando seu sabor. Seria salgado?
Almiscarado? Sem dúvida, teria sabor de homem, puro e inalterado.
— Continua a olhar para mim dessa forma e eu vou gozar na tua boca e
não na tua boceta. — A sua voz era profunda e brusca, como se o seu
controle estivesse por um fio. — Me põe dentro de ti.
As suas mãos elevaram-me sobre ele, colocando-me exatamente onde ele
queria que eu estivesse. Ainda agarrando o seu pênis, desci de modo a
empurrar a cabeça contra a minha entrada. Enquanto eu continuava a descer,
ele começou a alargar-me, preenchendo-me mais e mais.
Coloquei as mãos sobre os seus ombros para me equilibrar e agarrei-o
firmemente quando me sentei completamente nele. Ele estava totalmente
encaixado dentro de mim, a cabeça larga tocando a entrada do meu útero. Eu
sentia-me preenchida, alargada e totalmente tomada. O calor e a ardência do
meu corpo só acentuavam isso.
Suspirei, regozijando-me com a sensação, pois eu sentia-me… completa.
A minha boceta apertou-o, pequenas ondas de choque de prazer fluíam pelo
meu corpo. As esferas estimuladoras que ele tinha inserido dentro de mim só
me tornaram mais sensível, mais ciente de cada pedaço que ele acariciava.
Os olhos e os dentes de Tark cerraram. — Fark — ele silvou, um pouco
antes de agarrar meus quadris e começar a me levantar e descer ritmicamente.
Tentei mover-me, esfregar o meu clítoris contra ele sempre que ele me
descia, mas ele me agarrava com muita força. Eu só conseguia sentir
enquanto ele sacudia os próprios quadris para cima enquanto me descia.
Os meus seios saltitavam e faziam com que a corrente se mexesse, os
meus mamilos formigavam e estavam rígidos, o peso intensificava as
sensações que fluíam pelas minhas veias, mas não era o suficiente para me
fazer gozar. Como é que este homem sabia exatamente como me deixar à
beira de um orgasmo sem me fazer gozar? Nunca tinha sido assim tão
intenso. A nossa pele estava escorregadia pelo suor, a nossa respiração,
brusca e ofegante. Sons úmidos da foda preencheram o espaço e eu pude me
ouvir gritar de prazer, um prazer que só aumentou devido ao torturante
encontro do meu traseiro dolorido contra as suas coxas. O resto do Posto
Avançado estava mesmo ali, do lado de fora das paredes frágeis e podiam,
sem dúvida nenhuma, ouvir – e saber – o que estávamos fazendo. Eu não
queria saber. Eu só queria saber sobre estar com Tark e deixá-lo governar o
meu corpo. Não era de admirar que eu nunca tinha gozado com outro homem.
— Nós vamos gozar ao mesmo tempo, gara — ele rosnou e eu podia
jurar que o seu pênis tinha aumentado ainda mais dentro de mim.
Ele desceu a mão entre nós e mexeu no meu clítoris, os seus olhos
escuros mantiveram-se sempre fixos nos meus.
Eu não conseguia mantê-los abertos, mas a sua voz atiçou-me. — Não,
olha para mim. Eu quero olhar para você enquanto gozar, enquanto recebe
minha porra.
As minhas paredes internas comprimiram-se ao ouvir as suas palavras e
eu gozei. Os meus olhos arregalaram-se, quase que surpreendidos por eu me
sentir assim, por este homem conseguir me dar tanto. Eu gritei, o som
escapou dos lábios. Não consegui me conter. Eu não conseguia conter nada.
Enquanto eu arqueava as costas para trás e me colocava sobre as suas coxas,
aproveitando o prazer, observei Tark cerrando as mandíbulas. As suas
bochechas ruborizaram e ele rosnou. Os tendões no seu pescoço se tornaram
visíveis e eu senti o seu pênis pulsar enquanto o seu sêmen me preenchia. Eu
sabia que a minha boceta o prendia como se fosse um punho e quase
expulsando o sêmen para fora do seu corpo, como se necessitasse disso,
como se ansiasse por isso.
Exausta, caí para frente, a minha cabeça descansava sobre o ombro de
Tark, os nossos peitos pressionados um contra o outro. A minha boceta
continuou a apertar e a comprimir em resposta e eu não queria minimamente
sair dali. E pela forma como Tark passou a sua enorme mão para cima e para
baixo nas minhas costas escorregadias, dava para perceber que ele também
não.
Não sei quanto tempo permanecemos naquela posição, mas Tark pôs-se
de pé, mantendo-se profundamente enfiado em mim enquanto ele caminhava
pela tenda e me deitava de costas, ele pairando sobre mim. Com o antebraço,
ele evitava que o seu peso ficasse sobre o meu corpo. Uma grande mecha de
cabelo caiu sobre a sua testa e eu coloquei-a novamente para cima, embora
logo a seguir ela tivesse caído outra vez.
— Evelyn Day, você me satisfaz.
— Eva. — respondi.
Ele franziu a testa.
— Pode me chamar de Eva. — Era importante para mim que ele me
chamasse pelo meu nome verdadeiro e não pelo falso, atribuído pelos
procuradores para manter a minha identidade secreta. Mas eu não era assim.
Eu não era nada como Evelyn Day, a assassina.
— Eva. — ele repetiu, como se estivesse testando o nome. — O que fazia
na Terra?
Ele franziu ainda mais a testa, tornando a sua sobrancelha ainda mais
vincada. — Por que você revira os olhos para mim?
— Quer ter uma conversa assim? — Tark estava deitado sobre mim,
totalmente enterrado em mim, cobrindo-me como se fosse um cobertor
quentinho. O seu rosto estava a uns meros centímetros do meu, pairando
sobre mim e focado com uma intensidade tão grande que eu estava tendo
dificuldades em me concentrar. Eu nunca me senti tão esgotada. Tão
estimada. Tão ligada intimamente a outra pessoa.
Ele afagou o meu cabelo com uma mão e eu resisti ao impulso de me
aconchegar na sua mão quente e forte. — O que, com o meu pau dentro de
você?
Assenti com a cabeça deitada sobre o colchão suave.
Ele sorriu e o meu coração derreteu um pouco. — Nada ficará entre nós,
gara. Além disso, eu quero me certificar de que a minha semente fique dentro
de você e crie raízes.
— V… você quer ter um bebê? — Os homens que eu conhecia não
estavam de todo interessados em ter bebês. — Eu tenho um implante que me
impede de engravidar.
Ele abanou a cabeça. — Isso foi retirado, como parte do processamento.
Lembra da sonda? — Como é que eu podia esquecer? — Ela confirmou que é
fértil e que está pronta para gerar filhos. Não quer ter um filho?
Encolhi os ombros e olhei para os pelos nítidos no seu peito, passei os
dedos por entre eles. Eram suaves como seda e eu conseguia sentir as batidas
do seu coração por debaixo das pontas dos meus dedos.
— Sim, mas na Terra, eu não tinha um homem. Presumi que um dia teria
filhos. Você teve mais tempo para pensar sobre isso.— acrescentei.
— Sim. É uma obrigação minha gerar um herdeiro.
O meu corpo enrijeceu por debaixo dele, insatisfeita por ser considerada
apenas um meio para gerar a sua prole.
— Não fique irritada, Eva. Eu também quero ter filhos; quero ter uma
menininha que se pareça contigo, com cabelo ruivo e tudo. Talvez um pouco
mais calma, porque se ela for como a mãe, vai dar cabo de mim.
Eu sorri na direção dele, rindo da sua provocação divertida. Não
conseguia não ficar satisfeita ao ouvir as suas palavras.
— Mas não precisa ter um menino para dar continuidade à descendência
ou algo assim?
Ele abanou a cabeça enquanto afagava o meu ombro com o dedo e olhava
para mim me deixando arrepiada. Eu conseguia sentir os arrepios surgindo na
minha pele.
— Não. Isso não importa.
O seu mamilo parecia um disco liso, um tom mais escuro do que o resto
da sua pele e eu passei a minha mão sobre ele. Ele colocou a mão por cima da
minha e os meus olhos elevaram-se, olhando para os dele.
— Qual… qual foi a pergunta? — Eu tinha me distraído.
— O que fazia na Terra? Seguramente, assassina não era a tua profissão.
O meu corpo endureceu por baixo do dele, os meus joelhos fizeram
pressão contra seus quadris.
— Eu era… eu era médica.
Uma sobrancelha escura ergueu-se. — Como Bron?
— Eu não sei a especialidade dele, mas creio que sim. Eu exercia
medicina de emergência.
— Impressionante. — disse ele.
— Pelo que eu vi, Trion é provavelmente muito mais avançada nesse
campo do que a Terra. Vocês parecem ter um conjunto bastante amplo de
ferramentas úteis nessa área.
— Ah, refere-se à sonda?
Engoli em seco, lembrando-me de como o dispositivo parecido com um
vibrador me fez sentir. — Garanto que não temos nada desse gênero na Terra.
Se tivéssemos, o setor de emergências estaria totalmente cheio.
Tark sorriu.
Aparentemente, o seu intuito era conversar comigo e ele não tinha
intenções de retirar o seu pênis de dentro de mim. — Nasceu sendo o Sumo
Conselheiro ou foi eleito?
— Assumi o papel quando o meu pai morreu. Passarei este cargo ao meu
primeiro filho.
— Então, é uma monarquia.
— Sim. Monarquia. — Ele experimentou a palavra. — Como eu te disse,
há outras pessoas que desejam destronar-me, governar de outra forma.
Muitos estão habituados a costumes mais severos e querem implementá-los
em todas as regiões. Eu tenho uma… abordagem mais flexível que, espero,
permita uma maior diversidade de costumes em todo o planeta.
Além de ser um amante maravilhoso, ele era um líder e um diplomata.
— Presumo que acasalar com uma assassina não seja uma grande ajuda.
— Seguramente, ele se depararia com pessoas que me rejeitariam devido ao
meu passado falso.
Ele fez um som despreocupado enquanto descia a sua mão e deslizava-a
até a corrente que estava entre os meus seios.
— Planeja me matar? — Os seus olhos seguiam os seus dedos.
— Não. — engoli o ar enquanto ele começava a puxar gentilmente a
corrente, puxando primeiro um dos anéis do mamilo, e depois o outro. —
Não quer saber aquilo que eu fiz?
— Vai me contar quando achar melhor. Por agora. — ele movimentou os
quadris ligeiramente e eu o senti se mexer dentro de mim. Seu sêmen
facilitou a passagem. — Outra vez.— ele murmurou, enquanto se movia.
Os meus olhos arregalaram-se enquanto eu sentia o quão duro ele estava
– o seu pênis chegou sequer a ficar mole? – e o quanto eu também estava
excitada.
O seu sêmen facilitou os seus movimentos e começou a escorrer pelas
minhas pernas e para os cobertores que estavam por baixo de mim.
— Mestre. — sussurrei quando ele retirou um pouco mais e, depois,
deslizou-o novamente para dentro. Ele era muito maior do que a sonda que
usou em mim. E mais gostoso. Ele era mais hábil em brandir o seu membro e
o meu corpo respondeu.
Ele sorriu, claramente satisfeito por ouvir aquela única palavra e
levantou-me, e lá fomos nós outra vez.
7

T ark

M AIS DOIS DIAS SE PASSARAM ; o meu tempo era preenchido por reuniões que
me obrigavam a mandar Eva para o harém para que eu pudesse garantir a sua
segurança. Além de linda, ela era uma mulher sensata e compreendia o
porquê de eu não poder mantê-la comigo. Umas palmadas certamente
ajudaram com isso. Por causa dessas palmadas, nunca mais me atirou uma
escova de cabelo contra a cabeça.
Não era Eva que estava reclamando, mas sim os outros governadores.
Sentei no meu assento habitual, acima dos outros e ouvi as suas reclamações.
— Nós não testemunhamos a primeira relação sexual e até agora ainda
não a vimos. Só as nossas parceiras no harém podem confirmar a sua
existência.— O Conselheiro Bertok era um incômodo contínuo.
— O Conselheiro Tark não está em casa. Certamente, consegue
compreender a sua necessidade de proteger a sua parceira.— respondeu
Roark.
— De quem? — perguntou o velho. — Ela é que é a assassina. Nós é que
devíamos ter medo de ela machucar uma das outras mulheres no harém. —
Ele levantou o braço para fazer sinal aos outros. — Vocês não temem por
suas parceiras? Os guardas estão protegendo as mulheres de perigos externos,
mas talvez o verdadeiro perigo esteja lá dentro.
— Já chega. — disse eu.
Todas as cabeças voltaram-se para mim.
— Goran, traga-me a minha parceira.
O meu segundo em comando assentiu uma vez antes de sair da tenda.
A conversa voltou para o último tópico da agenda até Goran voltar. Ele
segurou a aba de abertura da tenda para que Eva entrasse. Eu fiquei de pé e os
outros fizeram o mesmo. Segurando a minha mão, ela colocou-se ao meu
lado. Ela era linda e todos os homens da sala só tinham olhos para ela.
Felizmente, ela estava vestida com o seu vestido simples e um robe sobre ele,
longo o suficiente para chegar até os seus tornozelos. Não tinha botões ou
fechos, mas Eva segurava os dois lados, tapando o seu peito.
Esbocei um pequeno sorriso na sua direção – eu não podia dar mais do
que isso, porque se os conselheiros soubessem do meu profundo interesse por
ela, poderia ser perigoso. Estávamos os dois sobre o escrutínio deles.
Inclinei-me para frente e murmurei no seu ouvido: — Alguns homens são
mais formais e severos nos seus costumes do que outros. Por favor, seja
obediente.
Embora eu pudesse detectar alguma confusão nos seus olhos claros, ela
assentiu e permaneceu em silêncio. Para o seu próprio bem, eu esperava que
ela não me questionasse. Eu não queria ter de espancá-la publicamente.
— Esta é Evelyn Day, a minha parceira.
Todos os homens olharam para a mulher com a qual eu fui emparelhado.
— Como podem ver, ela é muito pequena para representar um perigo.
Pelo canto do olho pude vê-la olhar para mim.
— Ela pode esconder uma arma.— disse o Conselheiro Bertok, fitando-a
com desdém.
Mexi os ombros. — Está questionando a minha parceira?
— Você a questionou? Ela cometeu um crime hediondo no seu mundo. O
único castigo que ela recebeu foi ser mandada para cá. É claro que Trion é
um mundo mais avançado e desenvolvido do que a Terra. Como é que vir
para aqui é uma punição grande o suficiente?
O Conselheiro Bertok precisava se aposentar, os seus costumes eram
demasiado arcaicos. Infelizmente, ele não tinha que fazer o papel de um
diplomata. Eu sim. E o que ele disse também era verdade. Eu ainda não tinha
perguntado a Eva os detalhes por detrás das suas ações. Assassinato a sangue
frio era uma ofensa grave em Trion. Também o seria na Terra? O que ela
tinha feito? Eu iria perguntar-lhe, mas o faria em privado. Mais tarde.
— O crime e a punição de Evelyn Day eram responsabilidade do seu
mundo, não do nosso. Ela está aqui como minha parceira, nada mais. Se ela
tiver que ser punida, o será por uma infração cometida aqui, em Trion, e eu
me encarregarei disso, como seu parceiro.
O velho levantou-se. — Eu não ficarei aqui enquanto ela estiver livre.
— O que espera que eu faça, Conselheiro Bertok? Que aprisione a minha
parceira, a mulher enviada para mim pelo Programa Interestelar de Noivas?
Ignoraria o acordo que mantém todo Trion e centenas de outros mundos em
segurança porque tem medo de uma mulher? O senhor foi que pediu para vê-
la.
— Ela devia ser algemada para que as nossas mulheres fiquem seguras.
Caso contrário, todos deveríamos ir embora.
Outros dois conselheiros se colocaram de pé e assentiram, concordando
com ele.
Eu não podia permitir que os homens fossem embora. Eu precisava que
eles estivessem presentes aqui para terminar as reuniões, porque eu não
queria ter que voltar para o Posto Avançado Nove outra vez no próximo ano.
No entanto, eu me recusava a ver a minha parceira algemada para que eles se
divertissem. A disciplina era requerida – quando necessária – mas eu não iria
punir Eva por um capricho de um homem. Eu castigaria Eva quando se
mostrasse necessário, daria palmadas até que ela se submetesse a mim, mas
não agora, quando ela não tinha feito nada para merecê-lo.
Aquele homem estava pressionando-me através da minha parceira e isso
era inaceitável. Ele sabia que eu teria de fazer conforme ele ordenara. Por
dentro, eu queria arrancar-lhe a cabeça e empalá-la numa lança, mas
externamente, chamei por Goran.
— Traga-me uma das luminárias.
Goran provavelmente questionou o meu pedido, mas permaneceu em
silêncio e fez como eu mandei.
Voltando-me para Eva, eu disse: — Ajoelhe-se.
Ela estreitou os olhos, mas obedeceu. Olhando para mim por entre os
cílios, veio-me à mente uma imagem bastante carnal dela nesta mesma
posição chupando o meu pau. Felizmente, Goran voltou.
— Retire a lâmpada. — disse-lhe, e ele retirou a parte luminosa que
estava sobre a luminária. Tomei a haste da sua mão. — Obrigada.
Ele acenou e retirou-se.
— Levanta a corrente que está por debaixo do teu vestido.— eu disse a
Eva.
Ela primeiro olhou para os homens, depois, para mim. Eu vi fogo nos
olhos dela e, por um momento, pensei que ela iria desobedecer, mas
felizmente, ela permaneceu em silêncio e fez o que eu ordenei. Ela levantou a
corrente que estava entre os seus seios e deixou que ela balançasse do lado de
fora do seu vestido simples. Talvez, pelo menos era o que eu esperava, a sua
resposta rápida tivesse por base a confiança crescente que havia entre nós. Eu
tinha lhe dito mais de uma vez que eu nunca a magoaria e provei-o ao tocar-
lhe apenas com prazer. Bater no seu traseiro, não uma, mas duas vezes, tinha
sido doloroso no início, mas eu sabia, pela forma como a sua boceta tinha
ficado molhadinha, que ela gostava. Talvez fosse um castigo pouco severo
para alguém que gostava de uma pitada de dor. Era algo sobre o qual eu
deveria pensar. Mais tarde.
Ajoelhei-me e passei a extremidade da haste cuidadosamente pelo espaço
que estava entre a corrente e o corpo dela e espetei-o no chão, vi-o afundar e
firmar-se na areia. Puxei-o para garantir que estava bem colocado.
A haste estava posicionada entre a corrente e o seu corpo. Eva não iria a
lado nenhum, a não ser que ela decidisse chacoalhar aquela haste enorme
para desenganchar a sua corrente. Eu duvidava muito que ela quisesse
arrancar os anéis de mamilo do seu corpo. Desta forma, ela estava confinada,
no entanto, também estava totalmente livre. Ela estava ao meu lado – e
vestida modestamente – onde eu a queria e poderia libertá-la facilmente caso
acontecesse alguma coisa perigosa. Bastava um rápido puxão na haste e ela
estaria livre.
— Satisfeito?— Perguntei ao Conselheiro Bertok.
Ele franziu os lábios finos, mas assentiu e voltou a sentar-se no seu lugar.
Ele não podia fazer mais nada e sabia disso. Eu tinha cumprido a sua
exigência, embora ele muito provavelmente estivesse à espera que eu a
despisse e algemasse. Aquele velho fark.
Evitei uma crise, no entanto, o preço caiu exclusivamente sobre Eva. Ela
manteve a cabeça baixa durante o resto da reunião. Ela estava, sem dúvida,
envergonhada e muito irritada. Embora eu estivesse focado na agenda que
tinha em mãos, controlava ela cuidadosamente, avaliando se estava
confortável. Embora eu fosse o Sumo Conselheiro, eu também era o seu
parceiro e ela era a minha principal prioridade. Eu tinha dedicado a minha
vida toda à minha função. Agora, era hora de me dedicar a Eva.
Enquanto eu encerrava a reunião, um dos chefes da guarda entrou de
rompante na tenda. Pela urgência estampada no seu rosto, o suor que escorria
pela sua sobrancelha, pude perceber que se passava algo de errado.
— Sumo Conselheiro, aconteceu um desastre. Há vários mortos e alguns
feridos.

E VA /E VELYN

E RA possível que eu tivesse me sentido mais envergonhada quando Goran viu


Tark me foder, mas aquilo tinha sido amenizado pela minha excitação e, por
fim, pelo orgasmo maravilhoso que senti. Ser obrigada a sentar-me sobre a
plataforma elevada, ao lado de Tark, não como alguém igual a ele, mas
claramente como sua… mulher, ou pior, um animal acorrentado, era uma
humilhação muito superior. Embora ele não tivesse me amarrado, algemado
ou acorrentado como aquele Bertok horrível queria, eu estava
verdadeiramente presa. As correntes ligadas aos anéis de mamilo mantinham-
me na haste da mesma forma. Tark estava atencioso, mas eu continuava
presa. Eu tinha me irritado com aquilo por alguns minutos, durante a reunião,
mas depois percebi que o meu parceiro estava fazendo o seu trabalho.
Também havia variações de costumes por todo Trion e Tark tinha que
atender às diferenças entre os governadores. Ao invés de me algemar, ele
arranjou uma forma de me subjugar, mantendo alguma dignidade. Eu
conhecia a força de Tark e sabia que ele podia retirar a haste da areia tão
facilmente quanto a tinha colocado.
Mas os olhares dos homens me fizeram baixar a cabeça, os seus olhares
me fizeram sentir inferior, não Tark. Eu não queria ver os olhares maliciosos,
excitados, ávidos, e até mesmo curiosos que tinha visto quando entrei na
tenda. Eu só queria o olhar de Tark sobre mim. Gostei de ver os seus olhos
iluminarem-se de excitação. Eu gostava de saber que ele estava desejoso por
mim, que a sua curiosidade competia com a minha por ele. Eu não me
importava com nada daquilo com Tark porque tinha sido eu a provocá-lo e
isso fazia-me sentir poderosa, não uma puta.
Era isto que ele estava tentando evitar ao manter-me isolada? Eu odiava a
sensação de ter de ser escondida, mantida longe de todos os outros. Eu não
estava habituada a isso, mas agora eu sabia por quê. O Posto Avançado Nove
era… desconfortável, até mesmo para Tark. Ele teve que fazer adaptações às
suas crenças pessoais, aos seus costumes e às suas convicções no que dizia
respeito aos outros governadores – era óbvio agora com Bertok e alguns dos
seus seguidores – e eu teria que chegar a um meio-termo no que dizia
respeito às minhas. Eu tinha sido expansiva e ele me tinha batido para me
ensinar sobre as leis da sua terra. Eu tive sorte em ter sido castigada antes,
porque agora tinha aprendido a controlar a língua. Caso contrário, Tark
certamente teria sido obrigado a espancar-me na frente de todo o Conselho. O
seu papel, não só como meu parceiro, mas também como Sumo Conselheiro,
assim o exigia. Ele tinha me falado sobre o palácio, sobre a cidade onde ele
vivia. Felizmente, a nossa estadia neste acampamento era temporária.
Mas quando o guarda entrou de rompante falando sobre um acidente, eu
não baixei a cabeça ou me mantive escondida. Eu queria fazer o meu
trabalho.
Tark levantou-se de imediato e arrancou a haste da areia, libertando-me
do meu encarceramento parcial. Eu me pus de pé. Tark agarrou no meu braço
e arrastou-me na direção de Goran.
— Leva-a para o harém.
Enquanto Goran acenava, eu disse — Não! Eu talvez possa ajudar.
A sala tinha se tornado num autêntico pandemônio. Todos falando ao
mesmo tempo, muitos abandonando a tenda com guardas a cercá-los.
— Refere-se à tua formação como médica? — Perguntou Tark, ele falou
baixinho para que só Goran e eu pudéssemos ouvir.
Eu assenti. — Além disso, nós não sabemos se foi mesmo um acidente ou
se foi algum tipo de ataque.
Tark cerrou o queixo, mas ele estava ponderando. Ele ainda não tinha dito
que não. Eu não queria ser mandada de volta para o harém, cruzando os
polegares e permitindo inativamente que as coisas acontecessem ao meu
redor. Alguém poderia morrer se eu não ajudasse e aquilo ia contra tudo o
que eu acreditava.
— Pensa que isto pode ser uma manobra de distração para desviar as
atenções de todos do harém. — acrescentei. — Tem de admitir que há muita
gente que não gosta de mim. Me machucar equivale a te machucar.
Tark não gostou dos meus comentários, mas eu pude perceber que ele
sabia que havia uma possibilidade muito grande de isso ser verdade.
— Por favor, Tark. — implorei. — Eu sou muito mais para este planeta,
para ti como Sumo Conselheiro e como parceira do que apenas uma
reprodutora. Pode achar que eu sou uma assassina, mas sou competente
naquilo que faço. Deixe-me ajudar.
Ele parou um pouco para decidir. — Muito bem. Você vai ficar ao meu
lado o tempo todo. Tem que me obedecer, Eva. Compreende?
— Sim.
O meu coração quase saiu pela garganta ao perceber que ele ia permitir
que eu ficasse ao lado dele. Ele estava confiando em mim, permitindo-me ser
mais do que o que era normalmente esperado de uma parceira. Eu não
conseguia simplesmente permanecer ociosa e fazer artesanato, e ele sabia
disso. O emparelhamento, céus, era incrível, pois Tark sabia lá no fundo
coisas sobre mim que os outros homens nunca veriam ou que levaria muito
tempo para saber.
— Quero mais guardas. Agora. — ordenou Tark aos homens que estavam
do lado de fora da tenda. — Sigam-nos.
Tark agarrou meu braço e seguiu o homem que interrompeu a reunião.
Goran seguiu-me de perto. Nós fomos entre as pessoas que estavam agitadas
pelas notícias. Enquanto caminhávamos, pude observar mais do que o que eu
alguma vez já tinha visto do Posto Avançado Nove. A minha suposição
estava correta. Todos os homens eram enormes. Só algumas mulheres
estavam por ali e todas elas acompanhadas por uma escolta masculina. Eu
olhei para uma enorme fileira de tendas e vi barracas semelhantes a um bazar
ou a uma feira na outra extremidade. Uma baforada de fumo, cheiros de carne
cozida, amêndoas e especiarias estranhas pairavam no ar. Enquanto
caminhávamos, fiquei sem fôlego e a minha pele começou a formar gotas de
suor. O sol estava muito intenso, mas não quis obstruir a minha visão com o
capuz do robe.
— O que aconteceu? — Perguntou Tark ao guarda.
O homem olhou para trás e o seu rosto era sombrio.
— Davish e a sua contingência iam na direção da seção do líder para sul
quando foram atacados. Eles já iam na metade do caminho quando o ataque
ocorreu. Aqueles que sobreviveram voltaram, sabendo que a melhor chance
de obter ajuda era aqui. As sentinelas viram-nos retornar e pediram ajuda.
— Ladrões de gado? — Perguntou Tark.
— Provavelmente. Eles já devem estar muito longe, mas foi enviado um
esquadrão para caçá-los.
As diferenças entre Tark amante e Tark Sumo Conselheiro eram
impressionantes. Embora ele fosse dominador e imponente comigo, o seu
toque, a sua voz, e até mesmo a forma como ele empurrava o seu pênis para
dentro de mim, embora fosse intencional, era bastante gentil. Eu nunca tinha
medo dele. No entanto, agora, ver as linhas de tensão nos seus ombros, a
noção do seu poder, quase que o tornava numa pessoa diferente. Ele estava
vigilante, totalmente na defensiva e pronto para o que quer que fôssemos
enfrentar.
Saímos por entre duas tendas e toda a área ficou visível. Olhando para a
esquerda e para a direita, podíamos ver o limite externo do Posto Avançado,
ele era composto por uma fileira enorme de estruturas temporárias idênticas.
Era uma cidade vasta no meio do nada, se é que a vista à minha frente servia
como indicação. Eu tinha ido uma vez ao deserto que ficava a sudoeste de
onde eu morava com uma amiga da faculdade durante as férias. O terreno era
árido e acidentado. Não havia árvores como as que eu estava habituada a ver
no lugar onde cresci, fora da capital do país. O céu do Arizona era imenso e
azul e havia formações rochosas avermelhadas. Aquele era o único deserto
que eu já tinha visto, a única coisa que eu conseguia comparar com isto. Mas
o deserto aqui, em Trion, era completamente diferente de qualquer coisa que
eu já tivesse visto.
A areia era branca como a da praia, um oceano sem fim que se estendia
por quilômetros e quilômetros em todas as direções. Plantas num tom roxo,
vermelho e marrom claro preenchiam a paisagem contínua e algumas
formações rochosas dentadas surgiam na linha do horizonte. O que me fez
suspirar foi olhar para o céu e ver duas luas, uma branca e uma vermelha
como o sangue. Olhei, levantando a minha mão para cobrir os olhos contra a
luz ofuscante. Mas não por muito tempo.
O guarda apontou e à nossa direita pudemos ver um pequeno grupo de
pessoas e animais enormes. Pensei imediatamente que seriam como camelos,
visto que estávamos no deserto, mas na verdade eles pareciam mais com
cavalos de pelo comprido. Os homens seguravam as trelas dos animais, que
tinham sido colocados num círculo protetor rodeando as pessoas que estavam
dispersas pelo chão. Tark abriu caminho para o centro e puxou-me junto com
ele.
Contei rapidamente; a minha formação entrava em ação. A adrenalina
familiar corria pelas minhas veias. Oito pessoas estavam deitadas no chão,
incluindo homens e mulheres. Alguns debatiam-se, claramente feridos e com
dor, outros estavam quietos. De onde eu estava pude perceber que um deles
estava obviamente morto, massa encefálica escorria por uma fenda no seu
crânio.
Um dos homens nos viu chegar, pôs-se de pé ao lado de uma mulher
ferida e aproximou-se rapidamente de nós.
— Sumo Conselheiro. — Ele acenou respeitosamente. — Temos um
morto, três quase morrendo e o resto tem feridas que não representam perigo
de morte. Infelizmente, as nossas sondas e sensores não conseguem curar
algumas feridas mais profundas.
— Algo está errado. Ela está sangrando muito!
Voltámo-nos para a direção de onde veio o grito. Outro homem ajoelhou-
se diante da mulher ferida. — Começou a sangrar agora e não consigo fazê-la
parar. A varinha ReGen não funciona! — Ele estava em pânico, os seus olhos
arregalaram-se enquanto via o sangue da mulher escorrer pela ferida na sua
coxa. O homem passou o dispositivo sobre a ferida, mas desta vez não surgiu
nenhuma luz azul e eu não vi melhorias.
— Isso é um sangramento arterial. Eu tenho que ajudar.
Uma mão sobre o meu braço me travou.
Eu olhei para Tark. — Pode me bater o quanto quiser mais tarde, mas
tenho de ajudar. Agora. Ela vai morrer em menos de um minuto se aquilo não
parar. — Puxei o meu braço enquanto ele me agarrava.
— Os casos mais graves podem ser levados para a unidade médica. —
disse Tark.
— Eles vão morrer antes de chegar lá e não há cápsulas de revitalização.
— rebateu o homem. Ele já tinha visto alguma vez um sangramento arterial?
— Fark. — sussurrou Tark.
Eu puxei com mais força ainda quando Tark me agarrava e eu via o
sangue ser absorvido pela terra por debaixo da pessoa ferida. — Eu posso
ajudar, parceiro idiota. Caralho, eu sou médica. O meu trabalho é ajudar.
— Você? — perguntou o outro homem, impressionado.
Ou Tark afrouxou o puxão ou eu consegui me libertar. Não respondi ao
comentário do homem, mas disse: — Ela precisa imediatamente de um
torniquete. — Ajoelhei-me na areia para analisar a ferida. Não olhei para
cima quando berrei: — Tragam-me uma pinça simples, uma agulha e linha.
Os três homens ficaram quietos por um momento.
— Agora! — gritei.
— Tragam o que ela precisa. — ordenou Tark e eles foram fazer o que ele
ordenou.
Agarrei a bainha do meu longo robe e rasguei uma tira da parte de baixo.
Coloquei-o debaixo da perna dela, atei-o em volta da sua coxa, mesmo por
cima do enorme corte que ela tinha, de onde o sangue estava jorrando. Eu não
fazia a mínima ideia de como ela tinha sobrevivido ao ataque. O meu único
pensamento era se a mulher se machucaria mais ao ser transportada daqui de
forma brusca. Dei um puxão na tira, fiz um nó apertado por cima do corte e o
fluxo de sangue abrandou.
— A artéria femoral dela está cortada. Talvez movimentá-la tenha
piorado e acabou por abrir. — Não importava como tinha acontecido, aquilo
simplesmente tinha de ser resolvido. Eu estava grata pelo fato de o vestido
tradicional dela ser curto. Desta vez, a metade inferior estava coberta de
sangue. O robe que estava por cima era semelhante ao meu, mas não a cobria,
ao invés disso estava espalhado por debaixo dela no chão.
Eu enfiei os dedos na ferida e encontrei rapidamente o local onde estava o
corte. — Passem-me as pinças. — olhei para cima e Tark estava por cima de
mim, cobrindo-me da luz do sol. Ele era uma silhueta escura sobre mim, mas
eu sabia que era ele. — Pinças. — repeti. — Preciso de algum tipo de pinça
ou de alguma forma de manter a artéria fechada enquanto eu costuro o
buraco.
Antes que ele se mexesse, o homem que veio ao nosso encontro chegou
correndo e passou-me uma coisa parecida com uma pinça. — Isto deve
servir. — Com dedos escorregadios, apertei a artéria. — Eu preciso que
alguém segure nisto.
Tark ajoelhou-se ao meu lado e ajudou-me a manter aquilo no lugar, os
nossos ombros chocavam um contra o outro. — Mantenha isso fechado.
Agulha e linha? — Pedi.
Apareceu à minha esquerda, a agulha já com a linha enfiada e pronta para
ser usada. Inclinando-me para frente, costurei o pequeno buraco cuidadosa e
metodicamente. Só precisou de uns poucos pontos, mas aqueles pontos eram
a diferença entre a vida e a morte.
— Solte a pinça, mas não tire. Preciso que esteja pronto para fazer
pressão outra vez se as suturas não aguentarem.
Tark afrouxou o aperto na pinça e nós observamos enquanto os pontos se
mantinham no lugar. Eu sabia que havia homens por cima de nós, mas eu não
estava interessada neles, só me interessava saber se a artéria da mulher iria
aguentar.
— Ela pode ser curada com aquela… espécie de varinha da unidade
médica? — Perguntei, com as mãos diretamente por cima do corte, prontas
para aplicar mais suturas se fosse necessário.
— Agora que o sangue parou de jorrar, sim.
Eu não sei quem falou, mas a pessoa estava de pé à minha esquerda.
— Utilizem a Varinha ReGen nela antes de tentarem levá-la. Curem-na o
máximo possível para que não haja qualquer possibilidade de a ferida abrir
novamente. Só quando a própria artéria for reparada, podem retirar o
torniquete. Sejam rápidos ou ela perderá a perna.— Fiz sinal no ar com a
minha mão cheia de sangue. — Ou curam a artéria ou tenham muito, muito
cuidado quando a colocarem nessa cápsula que estão falando.
Vários homens ocuparam o meu lugar ao lado da paciente. Só aí é que eu
vi o seu rosto – só então eu prestei atenção a algo além daquela ferida
horrível – e reconheci Mara. Eu estava coberta com o seu sangue até os meus
antebraços. Estava feliz por saber que ela iria sobreviver. Embora ela tivesse
sido uma autêntica puta, isso não significava que ela merecesse morrer.
Visto que ela estava estável e a ser tratada, virei as costas para ela.
— Os pacientes já passaram por uma triagem, portanto, quem é o
próximo? — Olhei para cima à espera de uma resposta. Quando ninguém
respondeu, olhei para outro ferido. — Quem é que vai morrer se não for
tratado imediatamente?
Uma mão apontou para trás de mim e eu voltei-me e fui tratar de outro
paciente. Eu não sei durante quanto tempo estive ali, mas levou algum tempo
para estabilizar o homem que tinha um pulmão perfurado. Utilizando um
pequeno pedaço de uma substância que parecia plástico que estava ligada à
prancheta eletrônica estranha, pude criar um bloqueio provisório na ferida
que permitia que o homem respirasse melhor. Agora estável, ele foi levado
para a unidade médica para usarem a varinha ReGen nele. Eu não sabia o que
era uma cápsula de revitalização, mas era algo que eu gostaria de analisar.
O resto dos feridos foi levado em macas simples para a unidade médica.
Fixei uma perna quebrada, mas os aparelhos de Trion podiam curar isso
muito melhor do que se eu o engessasse, o que era algo que eu não poderia
fazer no meio do deserto, não importando o quão boas fossem as minhas
capacidades.
Quando o último ferido partiu, Tark aproximou-se, bem como alguns dos
outros homens. Eu devia ser uma aparição e tanto. Tinha sangue até os
cotovelos, o meu robe estava rasgado na bainha e escorregando dos ombros e
manchas de sangue cobriam a parte da frente do meu vestido. Estava suada e
o meu cabelo agarrava-se à minha testa e ao meu pescoço úmidos.
Eu estava cansada, com calor e com fome e a adrenalina tinha se
esgotado, deixando-me sem vontade nenhuma de ser levada de volta para o
harém, presa num poste ou ouvir que eu era uma assassina. Eu estava irritada
quando o homem que veio ao nosso encontro falou:
— Eu sou o Dr. Rahm. Aquilo que fez foi bastante impressionante.
Ergui a cabeça e olhei para o homem, surpresa.
— O Sumo Conselheiro Tark disse que você é médica na Terra. Vê-la
trabalhar foi incrível. As suas capacidades em campo são muito superiores às
de qualquer técnico de medicina daqui de Trion e estou muito grato pela sua
ajuda aqui hoje. Temo que nos tenhamos tornado demasiados dependentes da
nossa tecnologia. Obrigado pela sua ajuda hoje.
Limpei a garganta, porque ela estava seca e eu tinha muita sede. —
Obrigada.
— Ouvi dizer que os primeiros feridos já se recuperaram totalmente na
unidade médica e que o restante está quase a concluir a sua revitalização.
Mesmo a mulher com a perna ferida.
Não pude evitar sorrir ao saber que as minhas capacidades tinham sido
úteis, que pessoas estavam vivas por minha causa.
— Fico feliz em ouvir isso.
O homem observou-me com curiosidade, mas não como os homens do
Conselho.
— Eu gostaria de poder conversar mais com você, talvez pudesse nos
ensinar algumas das suas técnicas. A atadura que fez nas suturas...
— Dr. Rahm, minha parceira está obviamente cansada. — A voz
protetora de Tark cortou a fala do homem. — Poderá fazer-lhe perguntas em
outra hora. Ela precisa de uma unidade de banho e de comida, caso contrário,
precisará também de uma revitalização.
Ele curvou-se levemente. — É claro. Peço desculpas. Eu nunca conheci
ninguém com as capacidades dela aqui em Trion.
— Eu vou marcar um horário para que vocês possam se encontrar, se
assim o quiser, Eva.
Tark estava me perguntando, o que era uma surpresa por si só. Ele era
quem estava no controle na nossa relação. Eu que obedecia. Esta mudança foi
uma surpresa.
— Sim, claro.
— Até lá, obrigado. — O homem curvou-se, não para Tark, mas perante
mim e, depois, retirou-se.
Tark abaixou-se para poder sussurrar no meu ouvido: — Parece, gara,
que eu não sou o único a ter ficado impressionado contigo.
8

T ark

E U ESTAVA TOTALMENTE DESLUMBRADO com a minha parceira. Depois de


voltarmos para a minha tenda, ajudei-a a despir as suas roupas
ensanguentadas, deixando-as cair numa pilha de roupa suja aos pés dela. Eu
pensava nela enquanto ajudava as pessoas feridas. A forma como salvou
habilmente a vida de Mara foi assustadora, emocionante e intensa.
Uma varinha ReGen não tinha sido capaz de curar uma ferida daquele
tamanho. Elas eram feitas para tratar de pequenos cortes e arranhões, coisas
que não necessitassem do uso pleno das unidades de regeneração. O Dr.
Rahm não tinha sido capaz de ajudar Mara. As pessoas aqui em Trion não
morriam frequentemente do tipo de ferida que Mara tinha. Nós tínhamos
ferramentas de cura que resolviam a maioria das emergências de forma rápida
e eficiente. Nesse caso em particular, a combinação entre a localização
remota e outros fatores fez com que as ferramentas fossem inúteis. As
capacidades que Eva tinha era aquilo de que precisávamos, era o que os
nossos médicos tinham de aprender. O uso de dispositivos médicos só podia
nos ajudar até certo ponto. Talvez isto fosse um tópico que devesse ser
abordado no Conselho Supremo. Se as capacidades práticas de Eva podiam
salvar a vida de uma pessoa em Trion, então, elas eram dignas de ser
ensinadas aos nossos técnicos de medicina.
Abri a porta da cápsula de banho para Eva e programei a unidade para
efetuar um ciclo de limpeza completo. — Não se esqueça de fechar os olhos.
— murmurei, lembrando-me da primeira vez que ela usou a máquina e não
soube o que fazer. Tinha sido uma experiência assustadora para ela. Ela
contou como ela tomava banho na Terra e, embora fosse um pouco arcaico, a
ideia de ter as minhas mãos cheias de sabão passando pelo seu corpo nu fez
com que o meu pau endurecesse. — O sangue vai sair e você vai ficar limpa
sem precisar se esfregar.
Desta vez, ela foi muita mais dócil, um misto de intimidade e cansaço.
Eu tinha estado várias vezes em batalhas e lembrava-me da sensação de
tensão que ficava no ar. Dos riscos elevados. Era questão de vida ou morte e
as descargas de adrenalina no meu sangue faziam com que eu ficasse ativo
durante muitas horas depois das batalhas. Então, a adrenalina esvaía-se e eu
me sentia esgotado, como se a minha energia tivesse sido removida do meu
corpo pela unidade de banho.
Embora Eva não tivesse ido para a batalha – ela estava totalmente segura
comigo e com os guardas a cercá-la – ela teve uma reação semelhante. Ela
cuidou de todo mundo e, agora, era a minha vez de cuidar dela.
Quando ela terminou, saiu sem que restasse uma única mancha de sangue.
A beleza dela era de tirar o ar. A mente dela, a sua inteligência, eram
inspiradoras. Eu agora estava ainda mais impressionado com a minha
parceira.
— Fique quieta, gara.
Levando as mãos à minha corrente, desfiz cuidadosamente as ligações
que prendiam a corrente aos anéis de mamilos, primeiro um lado e depois o
outro.
Ela me observou, depois, olhou para mim franzindo a testa. — Por que
está fazendo isso? Vai… me devolver? — O medo tirou todo o rubor das suas
bochechas.
— Oh, gara, não. — passei os dedos pela sua pele suave e pálida. —
Quero te enfeitar de outra forma. Me deixou bastante satisfeito hoje. Me fez
olhar para você… para mim… e para as coisas de outro modo.
Peguei na mão dela e levei-a para a minha cama, permiti que ela se
sentasse no meio entre os cobertores e as peles. Levantando a tampa que
estava na minha pequena cômoda ao lado da cama, tirei as joias e segurei-as.
— Eu não tenho certeza de quais são os costumes na Terra, mas um
homem em Trion enfeita a sua parceira com joias.
Ela assentiu com a cabeça. — Na Terra, por norma, é só um anel.
Olhei para os seus dedos sem anéis. Dedos esses que até há bem pouco
tempo estavam ensopados de sangue. Naquele momento, apercebi-me de algo
importante. Talvez eu sempre o soubesse, mas as suas ações hoje o
confirmaram. Ela tinha as mãos de uma médica, não de uma assassina.
— Você não é uma assassina.
Ela franziu a testa, um enorme V formou-se na sua sobrancelha. — O que
isso tem a ver com joias? — perguntou ela.
Olhei para baixo, para as joias verdes que estavam na minha mão. —
Nada.— Eu olhei para os olhos dela. — O teu crime. Disse que cometeu um
homicídio.
Ela não respondeu, porque eu não tinha feito uma pergunta.
— Isso não é verdade, é? O emparelhamento, eu sei que o
emparelhamento é verdade. A nossa ligação... — apontei para nós dois —
não é mentira.
Lágrimas encheram seus olhos. — Não. Nós não somos uma mentira.
— E o resto? — Perguntei, com uma voz suave. Parecia que o peso de
todo Trion estava sobre a resposta dela.
— Mentiras. — sussurrou ela, uma lágrima escorreu por sua bochecha.
Ela limpou-a com a parte de trás da sua mão.
Eu suspirei, imediatamente satisfeito.
— Conte-me. Conte-me tudo.
Sentei-me no tapete diante dela enquanto ela me contava o que aconteceu.
— Eu trabalho num hospital, numa unidade médica, na Terra. As pessoas
vão lá se estão doentes ou feridas, como os feridos de hoje. Eu salvo vidas.
Esse é o meu trabalho. Uma noite, entrou alguém que tinha levado um tiro.
— Ela descreveu-me o que isso significava, qual era o tipo de arma que eles
utilizavam. — Ele estava estável e pronto para ir para um quarto. Na Terra, as
feridas levam dias ou semanas para se curarem. Enquanto ele estava em
recuperação, apareceu alguém no hospital e matou-o. Ele fazia parte de uma
família do crime – uma família que faz coisas más – e a sua morte era
necessária para resolver uma disputa por território entre as famílias. Essa
parte da história não é importante, a única coisa que importa é que eu fui a
única testemunha, eu vi o assassino através de uma cortina que separava a sua
cama das outras.
Eu apertei as joias firmemente com as mãos. Só de pensar que Eva tinha
estado tão perto de um assassino – de um verdadeiro assassino – fazia-me ter
vontade de me transportar para a Terra e caçar aquele homem.
— Ele não me viu, não sabia que eu estava ali. Quando a polícia chegou,
todos fomos interrogados e eu fui capaz de identificar o homem. Ao que
parece ele é procurado por muitos crimes semelhantes, mas nunca tinha sido
condenado por eles. Ele é um assassino conhecido e tem que pagar por todas
as mortes que causou. E só eu posso pará-lo. O meu testemunho seria o
suficiente para prendê-lo e derrubaria uma família do crime bastante poderosa
e cheia de ligações.
As minhas vísceras encheram-se de medo por saber que rumo esta
conversa estava tomando. Eu sabia o que ela ia dizer a seguir.
— Eles te enviaram para cá para te proteger, para que o assassino não te
apanhasse.
Eles enviaram-na para cá, para Trion.
Ela assentiu com a cabeça. — No entanto, a única forma de eu poder
fazê-lo era voluntariando-me para o Programa Interestelar de Noivas como
uma criminosa. Na Terra, eles aceleram o processo dos piores criminosos e
foi por isso que o meu emparelhamento foi tão rápido.
Eu estava irritado. Furioso até. Eva tinha sido obrigada a desistir da sua
vida, sair do seu planeta, tudo porque ela tinha testemunhado um crime. —
Você é inocente e ao invés daquele fark, fizeram de ti uma criminosa, fizeram
de ti a assassina. O que Bertok e os outros te disseram.
Eu engoli em seco o sabor amargo da raiva.
— Sim, mas também fui emparelhada contigo. — ela respondeu.
Olhei intensamente para ela. Ela tinha razão. Nós tínhamos sido
emparelhados por causa daquela circunstância aleatória. De outro modo
nunca nos teríamos conhecido. Ela nunca seria uma criminosa e, portanto,
nunca teria sido colocada no Programa Interestelar de Noivas. Teria sido o
destino? Para mim parecia ser o destino.
— Então, não importa. Nada disso importa. Você está aqui, segura e
longe do perigo da Terra.
Ela ajoelhou-se para se aproximar de mim. Os seus olhos pálidos estavam
desolados ao invés de aliviados.
— Eu tenho que voltar.
Levantei-me bruscamente. As palavras dela atingiram-me como uma
explosão no plexo solar. — O quê?
Ela não podia simplesmente ir embora. Ela tinha acabado de chegar. Eu
tinha acabado de encontrá-la. Ela era minha e eu não ia devolvê-la.
— Eu tenho que testemunhar. Tenho um nódulo de transporte pessoal
implantado no meu crânio. — A mão dela levantou-se para apontar para um
ponto por detrás da sua orelha. — Quando for a época certa, eles vão
transportar-me de volta para testemunhar. Normalmente, todos os
emparelhamentos com as noivas da Terra são permanentes, mas isso não é o
que vai acontecer comigo. Eles planejam levar-me de volta à Terra para o
julgamento. Eu tenho que voltar.
— Quando? Por que não me disse?
— Não sei quando será. Eles disseram que o julgamento seria em alguns
meses. Era meu dever integrar-me aqui em Trion e me esconder até que eles
me chamassem de volta.
— Não. Eu não vou desistir de você. Peça para o Dr. Rahm tirar o nódulo.
Ela abanou lentamente a cabeça. — Não funciona assim. Foi parte de um
acordo que fizemos. Eles queriam manter-me viva para que eu
testemunhasse. Obviamente, eu queria viver, portanto, concordei. Eu não
sabia para onde ou para quem eles me mandariam. Eu não sabia de nada,
assim como você. Eu os fiz concordar em trazer-me de volta, não só para
testemunhar e colocá-lo na prisão, mas porque eu precisava de uma maneira
de ir para casa.
O meu coração batia com tanta força que eu tinha certeza que Eva
conseguia ouvir. Sentia-o doer só de pensar na ideia de tê-la a tantos anos-luz
de distância. Eu nem sequer gostava de colocá-la no harém, do outro lado do
posto avançado.
— E agora? Quer voltar para casa?
— Eu… eu não sei.
Eu não tinha problemas com a indecisão dela. Ela não tinha dito que sim.
Não pulou de felicidade, ansiosa por voltar à Terra. Ela parecia perdida e
confusa. Se ela quisesse ficar, ela desistiria do seu mundo, do seu modo de
vida, para sempre. Enquanto condenada, ela não tinha outra escolha, mas Eva
sempre soube que poderia voltar para casa. Ela estava dividida.
Era o meu dever dissuadi-la, fazê-la ficar. Talvez ela tenha lido os meus
pensamentos, porque ela disse: — Eu tenho que ir. Não tenho outra escolha.
A tecnologia de transporte vai me levar de volta. Eu nem sequer sei quando
vai acontecer.
Tinha de haver alguma forma. Eu tinha de descobrir uma forma de fazê-la
ficar. Por agora, eu tinha que lhe mostrar, fazer com que as dúvidas se
dissipassem. Ela tinha que saber que era minha. Eu tinha lhe dito vez após
vez, pressionado quanto a isso, até intimidado um pouco, a crer nisso. Agora,
era hora de lhe mostrar os meus verdadeiros sentimentos, convencê-la a ficar
por causa da nossa ligação.
Eu voltei para a cama, inclinei o queixo dela com os meus dedos para que
ela olhasse nos meus olhos. Parei. — Eva é o teu nome verdadeiro?
— Sim.
— Não importa que o programa de noivas nos tenha emparelhado. Tudo o
que importa é o que pensamos. Eu sei que você é perfeitamente compatível
comigo. Eu sinto.
Lágrimas escorriam pelas suas bochechas. Eu ajoelhei-me diante dela e
abri a mão.
— A corrente que estava entre os teus seios identificava-te como sendo
minha, de um modo que todos pudessem ver, mas era um símbolo do meu
poder sobre ti. Você testemunhou em primeira mão na reunião, mais cedo.
Embora eu tenho provado a minha possessividade para os governadores, isso
teve um preço muito grande para ti.
Prendi uma das joias verdes no anel que estava no seu mamilo direito e, o
outro no mamilo esquerdo.
— Agora, está mais uma vez identificada como sendo minha. No entanto,
espero que esta — parei de olhar para os seus mamilos e olhei-a nos olhos —
você use porque se orgulha de ser minha. Elas mostram que eu também te
pertenço.
Ela ficava ainda mais linda sem a corrente. As joias iluminavam a pele
pálida dela e faziam com que o cabelo dela brilhasse como o fogo. O meu
pau palpitava dentro da minha calça, lembrando-me que embora o meu
coração quisesse dizer-lhe sobre os meus sentimentos, o meu pau queria
mostrar-lhe.
— É demais. — ela respondeu.
Franzi a testa e envolvi os seus seios com as minhas mãos. — Demais?
Estão te machucando? — A pele dela era como a seda mais fina e as minhas
mãos eram tão ásperas e escuras contra a pele macia dela.
Ela abanou a cabeça. — As joias. Elas parecem ser muito preciosas.
A minha preocupação amenizou. — Você é preciosa. — Sorri, pronto
para mudar de disposição. Eu não costumava partilhar os meus sentimentos
com os outros – se é que alguma vez o fiz – e eu estava pronto para
transformar este meu momento com Eva em algo mais carnal.
— Os anéis que usava faziam isto? — Acenei com a mão em frente às
joias e elas começaram a vibrar. A peça que estava ligada à joia era um
estimulador que eu conseguia controlar.
— Oh…— ela arfou. — Você tem… muitos brinquedos diferentes.
— Brinquedos? Brinquedos de criança.
Ela fechou os olhos e mexeu nos seios. — Não, brinquedos para… para o
sexo. Como as esferas estimuladoras.
Acariciei a parte de baixo de um dos seios e ela olhou para mim. —
Hmm, creio que deve ter gostado bastante deles para os considerar um
brinquedo. Gosta de brinquedos sexuais? — Embora fôssemos obviamente
compatíveis, eu ainda tinha muito que aprender.
— Nunca os usei com outra pessoa, então, acho que sim.
Eu gostei da maneira como ela formulou aquela frase. Levava-me a crer
que ela era muito mais aventureira no que dizia respeito aos seus desejos do
que ela imaginava. Talvez ela nunca tenha tido a oportunidade de testar os
seus limites, o que era algo que eu iria, sem dúvida nenhuma, proporcionar-
lhe. — Eva, você é uma menina muito má. — sorri. Inclinando-me sobre um
cotovelo, abri novamente a pequena cômoda que estava ao lado da cama.
Atirei um leque de brinquedos sexuais para a cama.
— Aqui está, permito que brinque com eles enquanto vou tomar um
banho, mas não pode gozar. O teu prazer me pertence. — Disse eu enquanto
pegava num dos brinquedos sexuais e colocava nas suas mãos, depois, fui
para o banho.
O meu pau não queria saber se eu estava limpo ou não, mas eu queria dar-
lhe alguns minutos para brincar com os objetos sozinha antes de eu usar todos
eles, um a um, nela.

Eva

— A INDA NÃO ENCONTROU nenhum de que goste? — Perguntou Tark, saindo


da unidade de banho. Desviei o olhar da enorme variedade de brinquedos
sexuais do espaço, olhei para ele e a minha boca ficou seca. Eu ainda não
tinha visto Tark totalmente nu. Diante de mim estava um guerreiro. Ele tinha
uma aparência fatal, sombria e inquietante e com o tamanho dele e os seus
músculos extraordinários, ninguém estava à sua altura. Não era de admirar
que eu tivesse me submetido a ele tão facilmente. Ele simplesmente irradiava
poder e a julgar pela forma como a minha boceta começou a inchar e a
amolecer para ele, devia estar transbordando feromônios.
— Oh, eu… hum.
Ele sorriu ao ver que eu não tinha palavras. Inclinando o queixo, fez sinal
para o objeto esquecido na minha mão. — Quer que eu te diga o que é isso ou
prefere que eu te mostre?
Olhei para baixo, para a engenhoca estranha. Um parecia um vibrador,
mas tinha o formato de esferas em camadas, estreito no topo e mais largo na
parte inferior, na ponta pelo qual eu o segurava. O outro tinha o formato de
um U e era feito de um metal suave, eu não fazia a mínima ideia de como
funcionava ou onde é que devia ser colocado. Eu nem sequer conseguia fazer
aquilo vibrar.
Lambi os lábios. — Mostre-me.
Ele veio para a cama, rastejou até o meu lado e tirou-o da minha mão.
Olhando para baixo, ele mexeu numa das joias dos meus mamilos. — Assim?
— Mmm... — murmurei. O peso das joias era muito inferior ao da
corrente e eu quase me sentia nua sem ela. Mas a corrente não vibrava e não
fazia absolutamente nada para além de exercer um puxão contínuo. As joias
faziam com que os meus mamilos endurecessem até o ponto de se tornarem
duas pontas duras logo depois de Tark começar com as vibrações. Agarrar os
meus seios, chegando até a fazer pressão nos meus mamilos com as mãos,
não atenuava a dor que as joias provocavam. Eu não sei quanto tempo
poderia suportar aquela tortura simples. E agora, ele queria usar uns
brinquedos estranhos em mim. Eu não sabia se seria capaz de sobreviver.
Mas eu queria experimentar.
— Deite-se de barriga para baixo.
Quando eu o questionei com um arregalar de olhos, ele disse: — Lembre-
se, gara, eu vou te tratar como minha igualmente fora destas paredes,
contanto que a tua segurança não seja posta em risco, mas no que diz respeito
a te foder, você será submissa a mim. Sempre.
A sua voz era gentil, no entanto, eu pude perceber que havia uma ordem
ali. Ele pôs-se de lado e fez o que eu mandei enquanto eu cuidava de Mara,
recuando e permitindo-me fazer o meu trabalho até que todos os pacientes
estivessem tratados. Eu estive no comando e ele tinha aceitado isso. Mas
aqui, nesta tenda, era ele quem dominava. Eu permiti não só porque era
verdade, mas porque eu assim o queria. Eu queria que Tark me dissesse o que
fazer, que assumisse o controle, que me amarrasse e fizesse as coisas à sua
maneira. Eu até queria que ele me batesse. Isso excitava-me, satisfazia-me.
Preenchia uma necessidade que havia dentro de mim que eu nem sequer sabia
que tinha. O teste do programa de noivas tinha me feito vislumbrar os lugares
mais profundos dentro de mim, os lugares que eu tinha escondido até de mim
mesma. Portanto, eu não o questionei. Ao invés disso, virei-me, tendo
cuidado com as joias sobre os cobertores.
— Apoie-se sobre os cotovelos, se precisar. Na verdade, eu até preferia
que fizesse isso, já que gosto de te ver assim tão linda com os enfeites.
Com o meu peso todo sobre os meus antebraços, as minhas costas
arquearam-se e os meus seios estavam empinados para fora. Sim, com base
na forma como os seus olhos escureceram e as suas pálpebras estreitaram, eu
pude perceber que ele gostava daquilo. Eu sentia-me… linda.
A sua mão vagueava pelas minhas costas, passando sobre os cumes da
minha coluna até agarrar uma das minhas nádegas.
— Tão perfeita.
— Não vai me bater, vai? — Perguntei, ficando tensa e aguardando pelo
primeiro golpe retumbante da palma da sua mão. Eu senti a minha boceta
umedecer só de pensar nisso.
Ele tirou os olhos da sua mão e elevou-os até à minha face. — Quer que
eu o faça?
Abanei a cabeça, embora isso não fosse totalmente verdade.
Ele segurou o brinquedo redondo. — Isto vai preencher o teu cu, alargar-
te para que consiga receber melhor o meu pau.
Os meus olhos arregalaram-se, vendo o brinquedo por um prisma
totalmente diferente.
Sorrindo, ele pousou o objeto sobre a cama e segurou o objeto em
formato de U.
— Então, vamos para este. — Ele colocou-o entre as duas covinhas da
parte inferior das minhas costas. — Durante a nossa primeira relação sexual,
eu te toquei aqui. — Ele deslizou os dedos para baixo, entre as juntas da
minha bunda e sobre a minha entrada traseira. — Não, gara, não fique tensa.
Relaxa.
A sua mão afastou-se enquanto ele foi buscar alguma coisa entre a pilha
de brinquedos que tinha deixado na cama. Era uma espécie de tubo e quando
ele mudou de posição para poder usar as duas mãos, eu comecei a ficar
preocupada. Eu tinha uma ideia do que ele ia fazer, para que servia aquilo,
portanto, eu estava apreensiva e um pouco excitada ao mesmo tempo.
Enquanto ele colocava o tubo de cabeça para baixo, uma gota de um líquido
transparente saía da ponta e gotejava para os seus dedos. O cheiro era
familiar. Amêndoas.
Eu sabia onde ele iria colocar os brinquedos e tentei manter a calma.
Olhei por cima do ombro enquanto ele usava uma das mãos para separar as
nádegas e senti o fluido escorregadio a me cobrir lá.
Enquanto ele circulava gentilmente a zona de forma muito lenta e suave,
ele murmurou: — Shh, muito bem, boa menina, agora, respire. Isso, relaxa.
Você gozou quando o meu dedo estava dentro de ti. Imagina como será
quando o meu pau estiver enterrado ali. Este brinquedo é muito menor que o
outro. É diferente. Confia em mim.
Eu confiava nele, mas não consegui não fazer força lá embaixo ao pensar
no seu pênis preenchendo-me… ali. Ele riu de mim, mas eu não me importei.
Bom, pelo menos, não com isso. Eu me importava com as suas atenções.
Ele pegou no tubo e colocou-o diretamente contra a minha abertura
virgem, permitindo facilmente que a sua ponta ficasse dentro de mim. Era
muito pequena, portanto, mesmo quando eu me comprimi aquilo continuou a
entrar. Eu senti um calor invadindo-me por dentro. O aroma doce daquilo era
forte, forte o suficiente para reavivar o sonho que eu tive no centro de
processamento. Céus, eu tinha sonhado com o cheiro do lubrificante anal?
— Isto vai te deixar escorregadia, gara, eu nunca vou te machucar. É só
isto. Está sentindo? Sim, é quente e vai facilitar a entrada do meu dedo ou do
brinquedo e, sobretudo, do meu pau.
Eu não sei quanto líquido ele pôs dentro de mim, mas eu senti-o entrar
fundo, o calor dele era uma surpresa. Não doía, mas agora eu sabia até que
ponto ele tensionava preencher-me. Com sorte, ele iria me preparar utilizando
alguma coisa além do lubrificante.
Talvez, parte do emparelhamento incluísse leitura mental, porque ele
disse: — Não vou colocar o pau hoje, gara. Não está pronta… ainda. Em
breve. Em breve você me terá em todos os lugares. Eu vou te possuir toda.
Arfei ao pensar naquilo e no tom sedento das suas palavras. Ele tirou o
brinquedo da parte inferior das minhas costas e abriu as minhas nádegas
novamente. Desta vez, ao invés do seu dedo, senti o metal frio a ser
pressionado contra mim. Ele rodou e empurrou ao mesmo tempo que
continuava a sussurrar para mim elogios e palavras de desejo e aquilo me
acalmava, fazia com que o objeto deslizasse para dentro do meu cu, abrindo o
caminho.
Quando aquilo acabou de me abrir por dentro, Tark ainda não tinha
terminado e, agora, eu sabia por que aquilo tinha um formato de U. A outra
ponta deslizou facilmente para dentro da minha boceta sem que ele precisasse
me persuadir. Aquilo foi cada vez mais fundo até eu ficar totalmente
preenchida na parte da frente e de trás com o metal duro. Aquilo não era tão
grosso como Tark, visto que o meu corpo foi capaz de comprimir o objeto
estranho e eu logo soube que aquilo não era o suficiente.
Tark passou a sua mão pelo meu traseiro. — Qual é a sensação?
Eu olhei para ele, o guerreiro tinha se transformado num amante. O seu
pênis era grosso e estava orgulhosamente erguido e eu sabia que ele queria
estar totalmente dentro de mim ao invés do brinquedo.
— É… grande. Mas não tão grande como você.
Ele sorriu maliciosamente. — Lisonjas, gara. Gosto disso. Mas o meu
pau consegue fazer isto?
De uma só vez o objeto metálico começou a vibrar.
— Merda! — Gritei, os meus braços cederam e eu caí na cama. — Mas…
mas tudo em Trion vibra? — Perguntei, arfando.
Eu não conseguia ficar quieta. Eu tive que me mover, o brinquedo em
forma de U estava mexendo em cada um dos meus pontos sensíveis, alguns
dos quais eu nem sequer sabia que tinha. A sensação de ter algo tão enfiado
dentro do meu cu deveria ser ruim, mas eu me sentia nas nuvens. Isto era
como o meu sonho. O prazer intenso, o cheiro de amêndoas. Oh, céus, eu ia
gozar. Coloquei a bunda para o alto, agitei-a, caí para o lado e agarrei os
meus seios, tentando aliviar a dor que sentia neles.
— Tark! — Gritei.
Ele observava-me avidamente, claramente satisfeito consigo mesmo,
enquanto eu me contorcia na cama.
— Mestre.— disse ele, a sua voz era como um rugido profundo.
Ele virou-me de costas, abriu-me as pernas e colocou-se entre elas. Ele
não estava sendo gentil, mas eu não precisava que ele fosse. As sensações
eram incríveis e eu estava agonizando, mas, ao mesmo tempo,
completamente feliz. O suor escorria pela minha pele e o meu coração
palpitava. Eu mal conseguia respirar, quanto mais gritar.
Os meus olhos fecharam e eu estava perdida em meio a tanto prazer. Por
isso, não notei quando ele colocou a cabeça entre as minhas coxas até sentir a
sua boca no meu clítoris. Levantei a cabeça e olhei para ele. Ele olhava para
mim, a sua boca estava brilhante e escorregadia com os meus fluidos.
— Mestre. — gritei.
— Precisa gozar, Eva?
Ele passou com rapidez a língua pelo meu clítoris, a sua respiração quente
abafava o meu núcleo sensível. Com as mãos, ele agarrou meus quadris e
parou a minha movimentação.
— Sim.
— Diz.
— Quero gozar… mestre.
— Boa menina. Pode gozar.
Ele colocou a sua boca em mim e chupou, a sua língua se movia como se
ele, de alguma forma, me tivesse puxado. Eu não fazia a mínima ideia do que
ele fazia, mas também não quis saber. Ele era tão habilidoso com a boca
como com os dedos e o pênis.
Gozei com um grito. Foi tão forte que as minhas coxas comprimiram a
cabeça de Tark. Eu certamente acabaria por partir o crânio dele como se fosse
um fruto seco, mas eu não me importava. As vibrações no meu cu eram tão
incríveis que lágrimas escorriam pelas minhas bochechas. Eu não conseguia
aguentar. Aquilo era demais. Entre o meu cu, a minha boceta e a investida
implacável de Tark no meu clítoris, acabei por gozar outra vez. E outra.
— Para. Para! — Gritei. Eu ia morrer de prazer.
De uma só vez, as vibrações do brinquedo em forma de U e das joias de
mamilo começaram a estabilizar e pararam completamente. Tark continuou a
lamber o meu clítoris, mas gentilmente, como se me acalmasse.
— Isso é tudo aquilo que o teu corpo pode me dar, gara?
— Sim. — Eu não conseguia respirar, não conseguia pensar. Eu estava
fora de controle, o meu corpo já não me pertencia, pertencia a ele.
— Sim, o quê? — Ele mordiscou o meu clítoris, gentilmente, e eu gemi, o
meu corpo era como uma massa contorcida de nervos altamente estimulados.
— Mestre. Sim, mestre. — Ele era o mestre do meu corpo, e agora, eu
temia que também fosse o mestre do meu coração. Eu confiava nele. Ele me
fazia sentir segura e bem tratada, protegida e adorada. Com ele, eu não tinha
que esconder o meu desejo ou o meu fogo, nos seus braços eu podia me
libertar. Eu podia cair e ele me segurava.
— Quem é o dono do teu prazer, Eva?
Isto era uma pergunta com pegadinha? Ele puxou o brinquedo que estava
dentro de mim até a metade e, depois colocou-o lentamente dentro de mim
outra vez. Meus quadris levantaram-se na direção da boca dele como se
tivessem vontade própria. O meu corpo era um instrumento bem afinado e ele
estava tocando-o. — Você, mestre.
— Sim, eu. — Ele sorriu, mesmo antes de ligar novamente as vibrações.
— E eu que digo quando for suficiente. — Tark agitou o brinquedo e atacou
o meu clítoris com a boca, chupando e fodendo-me com o brinquedo até o
meu corpo arquear-se para fora da cama como se fosse a corda de um arco,
incapaz de resistir ao seu domínio carnal sobre o meu corpo enquanto ele me
obrigava a gozar outra vez. Incapaz de gritar, lamuriei-me quando gozei com
a fúria de um tornado rasgando o meu corpo.
Antes que eu pudesse recuperar o fôlego, ele puxou o brinquedo do meu
corpo bem usado e atirou-o para o lado. Colocando-se de joelhos, Tark pôs-se
entre as minhas coxas abertas. Ele agarrou uma das minhas mãos, levantou-a
por cima da minha cabeça, depois levantou a outra, segurando-as firmemente
no lugar enquanto as prendia com um laço de couro resistente. Puxei a
amarra e soube que ele não iria me libertar. Ele me tomaria como queria.
Minha boceta comprimiu-se vazia, a dor da minha excitação fez com que os
meus lábios vaginais pulsassem de dor de forma sincronizada com o
batimento cardíaco acelerado. Eu precisava dele dentro de mim,
preenchendo-me. Tornando-me sua. Eu precisava que ele me desse prazer,
que me possuísse. Precisava ser o que ele queria que eu fosse, que lhe desse o
que ele queria.
— Agora está na hora de te foder.
Assenti com a cabeça enquanto lágrimas silenciosas escorriam pelos
cantos dos meus olhos. A intensidade da sua possessão, do seu controle sobre
o meu corpo, da minha excitação, oprimia-me de tal forma que eu não
conseguia segurar as lágrimas. Aquelas lágrimas representavam-me, a minha
alma, a represa emocional colapsando dentro de mim aqui, agora, na
segurança do seu abraço.
Eu era dele, de corpo e alma, e eu não lhe negaria nada. Embora o
brinquedo tivesse sido maravilhoso, não era o pênis de Tark e eu desejava ter
o seu pênis enorme alargando-me bastante por dentro. Eu precisava daquela
ligação. Eu precisava vê-lo tenso, vê-lo perder-se no prazer que só o meu
corpo lhe podia dar. Eu precisava saber que ele era meu.
Ele alinhou-se e deslizou para dentro de mim num empurrão suave e
longo. Caiu sobre os seus antebraços para que a sua cabeça estivesse mesmo
sobre a minha e preencheu-me completamente. Eu estava presa, as minhas
mãos amarradas por cima da cabeça e minha pelvis pressionada contra a
cama macia dele. Eu não me mexia. Eu não conseguia fazer nada além de
permitir que ele me fodesse.
Mantendo-se imóvel, ele murmurou: — Gara.
Abaixou a cabeça e beijou-me enquanto se movia. Fodendo-me e
beijando-me. Ele era extremamente gentil e isto… isto era muito especial.
Isto era a confirmação de que nós pertencíamos um ao outro. Ele, sem dúvida
nenhuma, tinha me dado prazer, mas eu sabia – eu conseguia sentir – que
para ele, eu era mais do que simplesmente uma mulher para foder e procriar.
Ele tinha mudado, mesmo que tivesse sido no tempo absurdamente curto que
eu estava em Trion. A sua dureza, todos os ângulos de frustração e poder,
foram suavizados. Eu tinha feito aquilo com ele.
Eu conseguia aliviar as suas preocupações, amenizar os fardos de Sumo
Conselheiro que estavam sobre os seus ombros. Neste preciso momento, ele
era capaz de se perder em mim para procurar prazer e conforto. Não como o
Supremo, não como líder do seu povo, não como o homem poderoso que
tinha muitas pessoas confiando nele para obter direção.
Comigo, ele era simplesmente Tark, o homem. Os seus movimentos
passaram de um deslizar delicado para uma doce fricção do seu pênis que me
levou novamente à beira de um orgasmo, como se o meu desejo fosse um
galho reacendido a atiçar uma fogueira. Ele mudou rapidamente de ritmo,
acelerando como se tentasse alcançar alguma coisa. E eu percebi.
— Tark. Solte-se. — Eu disse o nome dele de propósito, para que ele
soubesse que não tinha que se preocupar em me proteger neste momento. Ele
podia simplesmente sucumbir no prazer que encontrou no meu corpo, na
liberação que eu lhe poderia providenciar.
Ele inclinou a cabeça para cima e olhou para mim. O suor pingava sobre
o meu peito.
— Eu não posso perder o controle. Eu nunca perco o controle. — Ele
passou as mãos pelos meus braços e apertou meus pulsos. — Eu não quero te
machucar. — ele respondeu, seus quadris se moviam e agitavam.
Levantando as pernas, prendi os joelhos nas laterais dele para que ele me
preenchesse ainda mais.
Eu abanei a cabeça. — Não vai. Não consegue.
Talvez tenha sido o meu tom de voz ou o olhar no meu rosto, ou até
mesmo a forma como as minhas paredes internas se comprimiam no seu
pênis, mas a máscara dele caiu. A sua expressão se tornou dura, o seu queixo
cerrou-se firmemente e os seus olhos fecharam-se. Ele enganchou o meu
joelho na curva do seu cotovelo, colocou-me no ângulo certo e continuou a
penetrar-me. Eu gritei porque ele preencheu-me quase totalmente, mas não
parou.
— Sim. — gritei, para que ele soubesse que eu queria aquilo. Sim. Eu o
queria todo. Se éramos assim tão compatíveis, eu conseguiria aguentar. Eu
conseguiria aguentar tudo aquilo que ele me desse, eu precisava aceitá-lo,
totalmente. Eu precisava satisfazê-lo, fazê-lo feliz, me submeter ao seu
desejo. Fui ao seu encontro todas as vezes que ele avançava para dentro de
mim; ele agarrou com mais força a minha perna e meu quadril e eu soube que
a minha resposta selvagem estava levando-o a um ponto que ele não
conseguia mais controlar-se. O som da foda preencheu a tenda – bruto, carnal
e molhado.
— Eu quero um filho, Tark. O teu filho. Me dê. — disse eu, ofegante.
Sim. Eu queria dar-lhe o filho que ele tanto desejava, o filho que eu tanto
quis, mas nunca tinha imaginado. Eu tinha ficado indignada com a ideia de
procriar, por pensar que o objetivo principal de Tark ao querer encontrar uma
parceira era ter uma mulher que fosse fértil e lhe pudesse dar o herdeiro de
que ele tanto precisava.
Mas não era isso que estávamos fazendo. Não estávamos fodendo sobre
um suporte cerimonial. Não estavam nos observando ou gravando para o
centro de processamento do programa de noivas. Éramos simplesmente um
homem e uma mulher que precisavam um do outro e que estavam
demonstrando os seus desejos, a sua razão de ser ao nos juntarmos desta
forma. Eu sentia-me poderosa. Eu conseguia transformar Tark num animal no
cio, sedento e desesperado pela sua liberdade, até que, qualquer coisa que não
fosse o preencher-me saísse da sua mente.
— Por favor, Tark.
— Você quer, gara? — ele rosnou.
— Sim!
— Você me quer? Só a mim? Vai ficar comigo e ser a minha parceira?
Abri os olhos e ele me encarava. Os meus mamilos roçavam contra o seu
peito devido à forma como eu estava arqueada e com as mãos por cima da
cabeça.
Eu mal tinha visto o que quer que fosse em Trion. Eu só sabia que o Posto
Avançado Nove era primitivo e que ficava no meio do deserto. Será que o
resto de Trion também era assim? Será que todas as pessoas eram como
Bertok ou como Mara? Eu ansiava por descobrir, desde que Tark estivesse
comigo, ao meu lado.
O que a Terra teria para mim? Não haveria ninguém emparelhado
comigo. Não haveria Tark. A decisão era simples.
— Sim.
Tark colocou a mão entre nós e com o polegar sobre o meu clítoris,
acariciou-o uma, duas vezes e eu gozei.
Arqueei ainda mais as costas e gritei, sentindo Tark endurecer sobre mim,
preenchendo-me totalmente e gozando também. Um sêmen espesso entrou
em mim, preenchendo-me até o ponto de transbordar. Avidamente, o meu
corpo comprimiu-se e sugou o pênis de Tark, puxando-o para dentro.
— Sim — disse eu.
— Fark, sim. — respondeu Tark, tentando recuperar o fôlego. Ele baixou
a parte superior do seu corpo para o lado, para que o seu corpo pesado não
ficasse sobre mim, mas manteve o seu pênis enfiado. As endorfinas
produzidas depois de fodermos tanto fizeram-me sentir eufórica quanto
plena. Ao sentir Tark sobre mim, eu sentia-me segura, estimada e muito bem
tomada. Ele soltou a correia que prendia os meus pulsos, acariciou a minha
bochecha, limpando as lágrimas silenciosas que continuavam a correr.
— Eu sei, gara. Eu sei. Está segura comigo. — Então, ele começou a
embalar-me e, embora a nossa foda tivesse sido selvagem, ele agora era um
gigante meigo que me mantinha segura no meio da tempestade das minhas
emoções. Eu não conseguia conter nada, nem o meu desejo, nem o meu
prazer e nem sequer os cantos mais profundos e sombrios do meu coração e
da minha alma. E ali, nos seus braços, eu não lutei contra as minhas emoções,
porque eu não precisava lutar. A máscara que a sociedade me obrigava a usar
tinha desaparecido. Ele tinha me deixado nua e me protegido e mantido
segura nos seus braços.
— Prometa, Tark. Nunca vai me deixar. — disse-lhe.
— Gara, você é que está para me abandonar. Eu vou falar com o nosso
contato no programa e tentar descobrir se há alguma coisa que possa ser
organizada de modo a que eu te acompanhe à Terra e a traga de volta em
segurança.
O meu corpo endureceu por debaixo do dele. — Sério? Você pode fazer
isso?
— Eu vou fazer o que for preciso para te manter em segurança. Você é
minha. Eu entendo que tem que fazer o que é certo e honroso. Tem que voltar
para testemunhar, mas eu não vou permitir que enfrente sozinha um assassino
cruel.
Aninhei-me no seu peito com um suspiro de felicidade. Eu não fazia ideia
de como tinha me tornado tão sortuda. Mas Tark era, sem dúvida, o único
homem com o qual eu me imaginava passar o resto da minha vida. Ele era
perfeitamente compatível comigo.
Soou um leve barulho no quarto e eu abanei a cabeça para tentar entender
o que era enquanto uma voz estranha irrompia no silêncio.
O protocolo de transporte para Eva Daily foi ativado.
O nódulo de transporte pessoal zumbiu no meu ouvido e eu podia ouvir
claramente a voz na minha cabeça. Será que Tark também tinha ouvido?
Tark deslizou o seu pênis para fora do meu corpo e colocou-me de
joelhos. — O que foi isso? — disse, toda a suavidade e prazer da nossa foda
desapareceram. O seu sêmen escorreu pelas minhas coxas enquanto eu me
ajoelhava sobre a cama.
— Eu… eu acho que foi o nódulo de transporte e que eu estou para ser
levada de volta à Terra.
O meu coração começou a acelerar e as mãos de Tark agarraram a parte
superior dos meus braços.
— Agora? Você não pode ir embora. Nós combinamos que ficaria. — Ele
parecia desesperado, como se isto fosse a única coisa que estava
completamente fora do seu controle e não houvesse nada que ele pudesse
fazer, não importando o quanto ele lutasse ou tentasse dissuadir-me.
— Eu quero ficar contigo. — eu disse, colocando os meus braços em
torno dele e abraçando-o com força.
— Não podemos tirar o transportador de ti? Cortá-lo fora do teu corpo?
Abanei a cabeça contra o seu peito, os seus pelos eram suaves e faziam
cócegas na minha bochecha. — Eu tenho que prender o homem. É a coisa
mais honrosa a se fazer.
— Eu conheço a honra, gara, mas é perigosa. Não tem de confrontar esse
assassino sozinha. Nós vamos entrar em contato com as autoridades da Terra
e organizar as coisas de forma a que eu possa te acompanhar.
— Eu acho que não temos tempo para isso. Eu vou ficar em segurança.
Vou ser protegida pela polícia e pelos procuradores. Eles vão providenciar
proteção. — rebati.
Ele afastou-me dele para poder me olhar nos olhos. — E, no entanto,
antes, eles não acreditavam que podiam te manter segura. Foi por isso que
eles te mandaram para cá, para mim.
— Trinta segundos para o transporte.
— Tark, vai acontecer agora. Desculpa. — implorei, esperando que ele
compreendesse que eu tinha que ir. Eu tinha que corrigir as coisas no meu
mundo.
— Não fez nada de errado. — ele suspirou, mas eu podia sentir a
intensidade do seu abraço. — Quero que saiba disso, Eva. Não há ninguém
nesta galáxia para mim além de ti. Você sabe disso.
Assenti enquanto lágrimas escorriam pelas minhas bochechas.
— Cinco.
— Eu vou sentir a tua falta. — eu disse.
— Quatro.
— Eva! — Os seus olhos arregalaram-se.
— Três.
— Não há ninguém na Terra para mim. — prometi, ajoelhando-me de
modo a poder beijá-lo.
— Dois.
Ele afastou-se, a sua respiração misturou-se à minha. Ele envolveu a sua
mão na minha nuca, mantendo-me perto dele. — Você é a minha parceira, é o
meu coração.
— Um.
— Mestre. — disse eu enquanto deixava de sentir o seu toque, não
conseguia detectar o seu cheiro apimentado e não conseguia vê-lo.
9

E va
Planeta Terra

E U NÃO ACORDEI GRADUALMENTE do transporte como da primeira vez.


Acordei de rompante como se tivesse tido um pesadelo, sacudindo-me e
levantando-me com a respiração ofegante.
— Ótimo, ela está acordada. — disse alguém. Não era Tark.
Pisquei os olhos e olhei ao redor.
Eu estava numa sala pequena com uma mesa e cadeiras de madeira. Dois
homens estavam sentados diante de mim, observando-me atentamente.
— Robert. — disse eu, talvez mais para mim mesma, visto que o
reconheci por estar feliz em vê-lo. O procurador distrital estava vestido com o
seu terno, observando-me cuidadosamente, talvez estivesse se perguntando se
o transporte me teria devolvido com alguma deformação, sem algum membro
do corpo ou até mesmo nua.
Arfei e olhei para o meu corpo. Não consegui evitar o suspiro que dei
quando olhei e vi que estava com uma camisa branca simples e uma saia.
Senti os habituais sapatos de salto alto nos meus pés, mas não conseguia ver
de que tipo ou de que cor eram porque eles estavam escondidos por debaixo
da mesa. Mexi no meu cabelo e descobri que ele, que antes estava
desarrumado e selvagem, tinha sido arranjado de forma elegante e estilosa,
preso na parte de trás da minha cabeça.
— Sente-se bem? — Perguntou Robert. Olhei para ele e para o homem
que estava ao seu lado.
— Peço desculpa, Eva, este é o Agente Especial Davidson, do FBI. Ele
providenciou o teu transporte para fora do planeta.
Eu acenei para os dois homens. — Robert, eu… ainda não se passaram os
três meses. O que aconteceu? — Ainda só tinham passado alguns dias desde
que fui enviada para Trion; certamente, o julgamento não tinha sido tão
acelerado assim.
Os dois homens franziram a testa. — Do que é que está falando? Eva, já
passaram quatro meses.
— Minha senhora, tem certeza de que está bem?
Eu estava confusa, a minha mente era um enorme borrão. Eu só tinha
estado em Trion durante um, dois, três, sim, três dias. Como é que já se
tinham passado quatro meses? — Eu acho… eu acho que a passagem do
tempo é diferente em Trion.
— Você foi para Trion? — Os olhos do Robert iluminaram-se, ávidos
como os de uma criança.
Eu assenti.
— Bem, como foi? É verdade que o programa de emparelhamento
funciona?
Pensei em Tark e em como, alguns momentos atrás – pelo menos para
mim – eu estava nos seus braços. Abracei-me como se ainda o pudesse sentir,
mas não. Não era a mesma coisa. Reconheci os sistemas de controle de
temperatura das salas dos edifícios da Terra. Em Trion, embora o ar fosse
quente, não era excessivamente quente. Era… suave.
Os meus braços fizeram pressão contra os meus mamilos e senti os anéis
e as joias que Tark tinha colocado em mim. Eles ainda estavam em mim!
— Tem certeza de que está tudo bem? — perguntou o agente do FBI.
— Eu acabei de ser transportada de Trion até aqui, portanto, se puderem
me dar um minuto para eu me adaptar, ficaria muito grata. Presumo que eu
tenha sido a única pessoa a retornar, visto que o programa, tradicionalmente,
não tem volta.
— Sim. — confirmou o homem. — Programamos o teu transporte para
que viesse diretamente para o tribunal, como pode perceber ao olhar para o
lugar onde estamos, e, vestida de forma adequada para a audiência.
Isso explicava os anéis e as joias. O homem não conhecia os costumes de
Trion, não sabia o que Tark me tinha feito e, portanto, ele não sabia que eles
deveriam ter sido retirados na volta. Ele presumiu que eu só precisaria que
me colocassem as roupas adequadas para o julgamento, nada mais.
Na verdade, eu estava aliviada, porque os anéis de mamilo e as joias eram
a única memória que eu tinha de Tark. Eu estava do lado oposto da galáxia e
não havia nada que eu pudesse fazer quanto a isso.
— Eu estou bem. Só preciso que me deem um copo d’água e, depois,
posso revisar aquilo que querem que eu diga. E, então, eu gostaria de poder ir
para casa.
Eu ia chorar, mas engoli o choro. Eu não podia chorar agora, não na
frente destes homens. Eu não podia permitir que eles soubessem que eu tinha
me apaixonado pelo meu parceiro, que eu queria ficar em Trion. Agora, isso
não importava. Eu ia fazer a coisa certa, colocar aquele homem atrás das
grades e voltar para o meu trabalho e seguir com a minha vida.

U MA SEMANA MAIS TARDE , o julgamento tinha terminado. O homem tinha


sido condenado e colocado na prisão. A sua sentença seria emitida nos
próximos meses, mas a minha parte estava feita. Visto que, tecnicamente eu
não era Evelyn Day, os meus cadastros nunca mostraram a minha falsa
sentença ou a pena que eu deveria ter cumprido, sendo enviada para o
programa de noivas. Ao invés de voltar para a minha vida normal como eu
imaginava – pelo menos era isso que me tinham dito que aconteceria antes de
eu partir para Trion – fui colocada no programa de proteção a testemunhas. A
ameaça à minha vida não tinha desaparecido quando o julgamento terminou.
O homem tinha posto a minha cabeça a prêmio e eu não estava segura.
O agente do FBI transferiu-me para uma pequena cidade em Iowa com
uma nova identidade e sem a possibilidade de exercer medicina. Tinham me
oferecido um novo emprego como bibliotecária numa escola. Eu sentia muita
falta de Tark, noite e dia. Eu me deitava na minha cama à noite – numa nova
casa, completamente estranha – e brincava com as joias que estavam nos
meus anéis de mamilo. Não importava o que eu fizesse, eu não conseguia
fazer com que elas vibrassem. Eu me recusava a retirá-las porque elas eram
parte de mim. Eu só precisava vestir soutiens acolchoados e ser cautelosa
quanto ao tipo de camisolas que escolhia, fora isso, ninguém saberia. Eu não
tinha qualquer intenção de as partilhar, porque, o que é que eu haveria de
dizer?
Elas eram minhas. Minhas e de Tark e eram privadas. A minha vagina
ainda estava vazia. Inicialmente, eu tinha pensado que me tinham depilado,
mas depois de alguns dias em Trion, e depois de voltar para a Terra, vi que
nenhum dos pelos entre as minhas pernas tinham voltado a crescer. Toquei-
me ali e assim como quando tinha as esferas estimuladoras, não importava o
quanto eu brincasse com o meu clítoris, eu não conseguia atingir o clímax. Eu
precisava de Tark.
Comparativamente, todos os homens da Terra pareciam tão pequenos e
fracos. Eu percebi que utilizava Tark como o modelo de homem perfeito e
não como uma pessoa que eu conhecia, tinha encontrado ou com a qual me
tinha deparado num supermercado e emparelhado.
Eu não tinha amigos nesta minha nova vida. Não tinha família, visto que
os meus pais morreram quando eu era mais nova. Eu estava sozinha e triste, e
sentia-me como se faltasse uma parte de mim. Era a mesma pessoa que era
antes de ter testemunhado o homicídio, mas olhar as coisas de outro prisma –
ou sair do planeta – fez-me ver como é que a minha vida tinha sido aqui. E
que uma vida improdutiva era algo que estava muito longe do que eu queria
ter. Antes de conhecer Tark, a minha vida era dedicada ao meu trabalho.
Quando eu deixei a Terra, quase não tinha amigos verdadeiros, não tinha
família.
Eu queria Tark. Eu precisava tanto dele que estava disposta a abandonar a
Terra por ele. Eu toquei-me, fazendo círculos com os dedos no meu clítoris,
aquecendo o meu corpo enquanto pensava no meu parceiro, desejando que
fosse a sua mão e a sua boca a tocar-me. Como ele tinha dito, o meu prazer
lhe pertencia, portanto, enquanto eu me sentia excitada, gritava de desespero
por ansiar pelo seu toque. Depois, debulhava-me em lágrimas.
Eu tinha que fazer alguma coisa. Tinha que voltar para Tark e eu sabia
com quem eu tinha que falar.

Tark
Planeta Trion
— E NTRE ..
Ao ouvir o meu grito, abriu-se a aba de abertura da tenda e Mara e Davish
foram escoltados para dentro da minha tenda. Mara parecia ter recuperado a
saúde. As suas bochechas já tinham recuperado a cor, o seu longo cabelo
descia pelas suas costas. O seu vestido estava sem nenhuma mancha de
sangue e o seu robe modesto cobria o seu corpo da minha vista.
Não que fosse necessário. Não havia nada nela que me atraísse. Ela era
suficientemente bonita e era a parceira de Davish, mas eu não gostava da sua
fisionomia ágil, dos seus seios pequenos e da sua expressão habitualmente
sisuda. Eu queria Eva.
Só tinha se passado um dia desde que ela, literalmente, escapou-me entre
os dedos, sendo transportada de volta à Terra. Eu sentia-me vazio e oco,
como se uma parte de mim tivesse sido arrancada e levada com ela pela
enorme vastidão do espaço que nos separava.
— Sumo Conselheiro, viemos agradecer à sua parceira. — Davish
procurou-a pelo quarto. Se ele tinha trazido Mara do harém, devia saber que
Eva não estava por lá.
— Vocês dois estão bem? — Perguntei.
— Sim, Supremo. — sussurrou Mara enquanto Davish assentiu.
— Ótimo. Embora eu agradeça a visita, devo informar de que a minha
parceira não está aqui.
Ambos franziram a testa, confusos.
— Ela foi transportada para a Terra.
Mara parecia estarrecida. — Foi por minha causa? Eu fui… rude com ela.
— Ela parecia envergonhada por admiti-lo, constrangida até. — Eu irritei-a, o
que te deve ter incomodado. A tua rejeição para com ela é culpa minha.
Ela ajoelhou-se e abaixou a cabeça.
Eu olhei para Davish, que cerrou as mandíbulas ao saber aquilo, o que
demonstrava que aquilo era obviamente uma surpresa para ele. Ele não estava
feliz por saber que Mara tinha prejudicado Eva, mas não cabia a mim puni-la.
— Levanta-te. — disse eu. Ela o fez, mas manteve a cabeça baixa. — Ela
não foi transportada porque eu assim o quis. Muito pelo contrário. O seu
testemunho era necessário para que um homem fosse preso.
— Ela não era uma assassina? — Perguntou Davish.
Eu abanei a cabeça.
Algo parecido com admiração iluminou os seus olhos. — A tua parceira é
uma mulher de honra. — comentou Davish. — As atitudes dela ontem foram
exemplo disso. Abandonar o seu parceiro por uma responsabilidade é outro.
Eu vou dizer ao Conselho.
Mara apertou as mãos uma contra a outra. — Ela salvou a minha vida e
eu lhe serei eternamente grata.
O casal saiu sem tecer mais comentários, a tenda estava vazia outra vez.
Eu vi o suporte cerimonial em um canto, a cama com os lençóis que ainda
tinham o cheiro de Eva. Eu levei a cabeça às mãos e recordei a conversa que
tivemos umas horas atrás. Eu tinha conseguido falar com o nosso contato de
Trion no Programa Interestelar de Noivas e fui friamente informado de que se
a minha parceira tinha escolhido deixar-me, não havia nada que eles
pudessem fazer. A culpa era minha por não a ter seduzido e por não a ter
agradado. O meu nome seria novamente colocado no registro de homens
disponíveis em Trion, no fim da lista, visto que eu não tinha sido capaz de
satisfazer uma mulher.
Eu queria saltar para dentro da tela de comunicação e estrangular a
funcionária com as minhas próprias mãos. Ela deu a entender que eu não era
digno. Que Eva tinha me deixado porque eu não era bom o suficiente para
merecê-la.
Talvez aquela puta estivesse certa. Eva tinha partido. Se eu tivesse sido
um parceiro melhor, eu teria questionado Eva mais cedo, teria tido tempo de
evitar que o transporte a levasse de volta sem mim. Se eu tivesse seguido os
meus instintos, os instintos que me diziam que ela não era uma assassina, eu
teria arrancado a verdade dos seus lábios e organizado as coisas de forma a
protegê-la na sua viagem à Terra e teria mantido-a ao meu lado.
Eu tinha falhado com ela como parceiro, mas a sua presença breve na
minha vida assombrava-me. Para onde quer que eu olhasse, as memórias dela
atormentavam-me. Ela tinha partido. Para sempre.
Atirei uma tigela cheia de fruta contra a parede, mas aquilo não me fez
sentir melhor.
10

E va
Centro de Processamento Interestelar de Noivas, Planeta Terra

M AIS UMA VEZ , eu estava na pequena sala do centro de processamento, no


entanto, desta vez eu não estava vestida com a vestimenta prisional nem
algemada. A Guardiã Egara estava de pé, ao lado da minha cadeira de
processamento e olhava para o agente do FBI, que estava sentado numa
pequena cadeira de plástico ao canto da sala. Hoje, ela estava vestida com um
uniforme azul marinho, o emblema no seu peito continuava a ser vermelho,
quase tão vermelho quanto as suas bochechas. A Guardiã Egara estava
claramente furiosa com o Agente Davidson.
— Este exame de DNA está correto? — Ela levantou as sobrancelhas e
fez uma carranca para o agente do FBI. — A amostra de DNA desta mulher
já está nos arquivos do nosso sistema. Ela não devia estar na Terra. De
acordo com os nossos registros, ela está, neste preciso momento, em Trion
com o seu parceiro. E o seu nome não é Eva Daily, mas sim, Evelyn Day.
— Sim, o DNA está correto. Mas o nome verdadeiro dela é Eva Daily. —
Ele teve o bom senso de soar arrependido.
— E como é que esta mulher voltou para a Terra sem a autorização do
Programa Interestelar de Noivas? — Ela cruzou os braços e eu podia jurar
que ela cresceu uns cinco centímetros enquanto se elevava sobre o homem
que estava sentado. Quando o Agente Davidson não respondeu, ela colocou
as mãos na cintura.
— Agente Davidson, você está ciente de que ao me enganar, sendo eu a
representante oficial da aliança interestelar e chefe deste centro de
processamento do Programa Interestelar de Noivas, eu posso apresentar
queixa de você no conselho interestelar? Fraude e falsificação de identidade
são considerados crimes em todo mundo, agente. — A Guardiã Egara parecia
estar pronta para tirar a arma do coldre dele e dar-lhe um tiro na cabeça aqui
mesmo. Eu saltei para fora da maca e posicionei-me entre eles.
— Por favor, Guardiã. O processo de emparelhamento foi perfeito. Peço
perdão por lhe ter mentido. Eu não tive outra escolha. Mas agora, eu só quero
ir para casa. — Eu esperava que a saudade e a sinceridade expressos no meu
pedido a convencessem a ajudar-me. Esta mulher estranha e extraordinária
tinha, literalmente, o meu futuro nas suas mãos. Ela era a única que tinha o
poder de me mandar de volta para o homem que eu amava. — Por favor.
Ajude-me. Eu só quero voltar para ele.
— Srtª Day ou Daily, ou qualquer que seja o nome que está usando esta
semana, está ciente de que desta vez — a Guardiã Egara lançou um olhar
crítico ao agente do FBI — não poderá voltar para a Terra?
— Sim. Eu sei. Eu não quero ficar aqui. Eu quero ficar em Trion, com o
parceiro com o qual fui emparelhada.
O olhar da Guardiã Egara suavizou um pouco e eu pude captar um
vislumbre da beleza que ela teria se ela sorrisse. — O processo de
emparelhamento é verdadeiramente miraculoso, Eva. Eu testemunhei-o várias
vezes. E é por isso que protejo tão ferozmente as minhas noivas. Os
guerreiros que nos protegem, que protegem todas as vidas dos mundos que
fazem parte da Aliança, merecem ser amados. Merecem encontrar a
verdadeira felicidade. E quando alguém mexe com os meus guerreiros, eu
não fico feliz. — Esta última frase foi dirigida ao Agente Davidson, que teve
a elegância de corar.
— Peço perdão. Eu já lhe disse, eu juro que nunca mais usarei o
programa para esconder uma noiva. Tem a minha palavra. — O agente do
FBI ergueu as mãos rendendo-se completamente. Eu tinha ligado ao Agente
Davidson há duas semanas e dito que queria voltar para Trion. A princípio,
ele não entendeu por que eu iria querer isso. Eu não era uma criminosa e,
certamente, tinha feito mais do que qualquer outra testemunha que ele alguma
vez tenha ajudado. Ele não compreendia o processo de emparelhamento e,
muito provavelmente, nunca compreenderia. Embora eu lhe tivesse tentado
explicar, mais de uma vez, a ligação que eu sentia com Tark, ele obrigou-me
a esperar duas semanas inteiras, para pensar sobre isso, antes de atender ao
meu pedido.
Tinham sido duas semanas muito longas de espera. Saber que ele me
ajudaria a voltar para Trion e para Tark encheu-me de ansiedade por
antecipação. Desta vez, eu sabia para o que ia. Desta vez, eu sabia com quem
eu estaria. Desta vez, eu queria ir. Se Tark quisesse inclinar-me sobre um
suporte cerimonial e foder-me em frente a todo o Conselho, eu não me
importava. Bom, talvez me importasse um pouco, mas seria um preço que eu
estaria disposta a pagar para estar novamente nos seus braços e na sua vida.
— Por favor, Guardiã Egara. Mande-me para casa. — Sussurrei as
palavras enquanto borboletas dançavam no meu estômago. Eu sentei na
cadeira e aguardei impacientemente para que a mulher iniciasse o processo.
— Não precisamos efetuar os testes de emparelhamento outra vez visto
que eles já foram efetuados antes. No entanto, o protocolo exige que eu
pergunte se deseja rejeitar o seu parceiro e ser enviada para outro guerreiro?
Eu não pude evitar o sorriso que esbocei. — Eu escolho manter o meu
emparelhamento com o Sumo Conselheiro Tark, de Trion, permanentemente.
O Agente Davidson inclinou a cabeça e estudou-me. — Você o ama.—
Não era uma pergunta e ele o disse com um toque de admiração.
Acenando, respondi: — Sim, eu o amo. E, Guardiã Egara, posso dizer,
com toda a certeza, que seu programa de emparelhamento é muito bom.
A mulher encheu-se de orgulho e eu pude ver que ela estava desejosa de
poder fazer perguntas sobre a minha estadia em outro mundo, mas o trabalho
dela era prioritário. — Fico feliz por ouvir isso.— Ela olhou para a tela que
tinha nas mãos e deslizou o dedo para o lado algumas vezes. — Está pronta
para ser transportada para Trion e ser emparelhada permanentemente com o
Sumo Conselheiro Tark? Não serão permitidas alterações.
Eu sorri e agarrei-me aos apoios de braços da cadeira. Uma ansiedade que
eu nunca tinha sentido começou a fluir pelas minhas veias. Vá lá, minha
senhora. Aperta esse maldito botão. — Não. Não serão permitidas alterações.
— Adeus, Eva.— O Agente Davidson deu-me um aceno tranquilizador.
A Guardiã Egara empurrou a cadeira de processamento contra a parede,
mas desta vez eu estava entusiasmada por ver a pequena sala surgir ao meu
lado. Recebi com agrado a picada da agulha no meu pescoço e a brilhante luz
azul que significava que eu estava voltando para Trion. Olhei por cima do
ombro e vi o olhar da Guardiã Egara. — Obrigada.
Ela acabou por sorrir. — O seu transporte começa em três, dois, um.

Tark
Posto Avançado Nove, Planeta Trion

— D AMOS ASSIM por encerrada a reunião do conselho. Nos encontraremos


novamente no próximo ano. Enquanto isso, espero que façam viagem segura
e que haja paz nas vossas regiões.
Levantei-me, os homens que estavam diante de mim também. Embora
tenhamos passado uma semana juntos verificando toda a ordem de trabalhos,
os governadores levantaram-se e começaram a conversar enquanto andavam.
Tudo o que eu queria fazer era sair deste maldito Posto Avançado Nove. Este
lugar só tinha memórias de Eva. Onde quer que eu fosse, eu conseguia vê-la.
E, ao saberem que ela não era uma assassina, mas sim uma médica, todas as
pessoas me paravam para perguntar por ela. Por fim, eu acabei por obrigar
Goran a fixar uma notificação sobre o retorno de Eva à Terra para que eu não
tivesse que repetir a história vez após vez.
Ouvi barulhos de alerta da parte dos guardas nas unidades de
comunicação. Todo mundo congelou, aguardando notícias de perigo.
— É um transporte, Sumo Conselheiro. — O guarda principal abordou-
me, depois olhou para baixo, para a sua unidade. — Imprevisto.
— Qual é a origem? — Perguntei. Embora os guardas nos pudessem
defender contra os agressores de Trion, defender todo um posto avançado
contra ataques de transporte vindos diretamente de outros mundos era muito
mais difícil.
— Terra.
O homem olhou para cima, na minha direção, e eu sabia o que ele estava
pensando.
— Eva. — murmurei. — Tem de ser.
— Não foi registrado nenhum emparelhamento vindo desse planeta.
Creio que está certo.
— Quanto tempo temos? — Perguntei, já correndo sozinho para o bloco
de transporte que estava no posto avançado. Era perto.
— Trinta segundos. — O guarda correu ao meu lado, o restante seguiu-
me.
Eu conseguiria chegar até lá em dez segundos. — Mudem as armas de
choque. Se for a minha parceira, não quero que ninguém dispare contra ela.
O guarda assentiu e eu olhei para os outros.
— Para trás. — gritei. — Ninguém se mexe até avaliarmos o transporte.
A esperança cresceu dentro do meu peito enquanto eu parava dentro da
tenda e via o espaço vazio diante de mim. Lentamente, um corpo
materializou-se diante de mim e era, de fato, Eva. Esparramada no bloco de
transporte negro, ela parecia estar dormindo, ela parecia… fark, ela parecia
ser a pessoa mais linda que eu já tinha visto na vida.
Os dois guardas que entraram por trás de mim pararam e baixaram as
armas. Ajoelhei-me ao lado dela e peguei-a no colo. Ela só estava vestida
com um vestido simples, nada mais. Com o corpo dela pressionado contra o
meu peito, eu podia sentir os anéis nos seus mamilos e as joias que eu lhe
tinha posto antes de ela voltar à Terra.
A sensação suave do corpo dela, o cheiro da sua pele, o seu cabelo
sedoso, fark, era difícil crer que ela estava nos meus braços. Eu pensei que
nunca mais a veria e, no entanto... Como é que ela conseguiu voltar?
Eu levei-a para a tenda principal, ansioso por contar as boas novas. Eu
não sabia bem o que esperar daqueles que se reuniram, mas ao invés de os
governadores demonstrarem desdém ou hostilidade nos seus rostos, todos
pareciam feliz, talvez até maravilhados pelo seu regresso.
Tirando os cabelos da frente do seu rosto, falei com ela, sussurrando no
seu ouvido e esperando que ela acordasse. Da última vez, ela levou muitas
horas para acordar, portanto, eu presumia que...
— Tark? — murmurou ela, mexendo-se nos meus braços.
— Shh, gara, eu estou aqui.
Os olhos dela abriram-se ao ouvir o som da minha voz e ela olhou para
mim enquanto o seu corpo endurecia. — Tark! — repetiu ela colocando os
braços em volta de mim e apertando-me com força.
Embora eu pudesse ouvir os sussurros de todos à nossa volta, a minha
atenção estava totalmente voltada para a minha parceira.
— Você voltou. — sussurrei no seu ouvido.
Ela assentiu contra o meu peito.
— Sumo Conselheiro, tenho a sua autorização para certificar-me do bem-
estar dela? — Perguntou o Dr. Rahm, colocando-se a uma distância
respeitável.
— Gara, permite que o doutor te examine para garantir que correu tudo
bem no transporte?
Ela endureceu. — Não quero outra sonda.
— Não. Não haverá mais sondas. Eu vou te segurar o tempo todo. Você
viajou pela galáxia não uma, mas duas vezes por mim.
— Muito bem.
Inclinei levemente a cabeça na direção do Dr. Rahm e ele levantou um
sensor e passou-o sobre o corpo dela. Ele não tocou nela, nem sequer olhou
para ela, só olhou para a tela da unidade médica. Os olhos dele arregalaram-
se, depois, ele passou-o novamente pelo seu corpo e, depois virou-o para me
mostrar. Eu li a tela e o meu coração saltou pela boca. O meu peito encheu-se
de orgulho e doeu.
— Gara. — rosnei.
— Hmm. — murmurou ela.
— Você está... — As palavras estavam presas na minha garganta.
— Sim.
Eu não queria partilhar com ninguém este momento em que descobria que
a minha parceira carregava um filho meu. A sala estava cheia de
governadores, depois, eu a teria só para mim. As reuniões tinham terminado.
Deixaríamos o Posto Avançado Nove assim que ela estivesse bem o
suficiente para viajar. Agora que ela estava grávida, eu queria ainda mais que
ela estivesse em segurança no palácio.
— Eu estou bem, Tark. Por favor, deixe-me levantar.
Coloquei-a de pé, cuidadosamente, mas mantive uma postura possessiva
ao agarrá-la pela cintura. Ela inclinou a cabeça no meu braço e eu obriguei-
me a desviar o olhar dela e fixá-lo nas outras pessoas que estavam na tenda.
— Senhora Consorte — disse o Governador Roark, dobrando um joelho
diante dela. Era a posição tradicional de respeito e honra de alguém que
estava a oferecer a sua lealdade. Todos os membros do conselho ofereceram-
me a sua lealdade quando da morte do meu pai e durante a minha tomada de
posse.
— Dama Consorte — repetiram os outros membros ao mesmo tempo,
dobrando também um joelho diante dela.
Eva olhou para eles, depois, para mim. — Eles estão demonstrando
respeito a ti.
— Mas...
— Estamos muito felizes com o seu regresso, Dama Consorte.
Um tumulto à entrada da tenda fez com que todos olhassem para trás.
Davish entrou com Mara. A mulher correu até a plataforma e também dobrou
um joelho.
— Peço perdão, Eva...
— Dama Consorte. — advertiu Roark.
Mara lambeu os lábios e esboçou um ar arrependido. — Dama Consorte,
peço imensas desculpas pela forma como a tratei. Eu estou em dívida para
contigo por ter salvo a minha vida. — Mara soava arrependida, até mesmo o
seu ar demonstrava isso, no entanto, eu sabia que ela podia ser ambígua.
— Eu cuidei de ti da mesma forma que cuidaria de qualquer outra pessoa,
quer aqui em Trion, quer na Terra. Espero que a tua dívida para comigo não
seja o único motivo pelo qual está oferecendo a tua amizade. Espero que toda
e qualquer amizade seja oferecida de boa vontade. Eu não conheço muitas
mulheres aqui em Trion e vou precisar de amigos nos quais possa confiar.
Mara parecia surpresa por ouvir aquelas palavras, mas eu compreendia.
Eva precisava que as pessoas que estavam ao seu lado, que as pessoas que
cuidariam dela, soubessem quem ela era de verdade. Ela não queria que Mara
dobrasse o joelho só por gratidão por estar em dívida. Um pequeno sorriso
formou-se na boca de Mara e, finalmente, pareceu ser um sorriso sem
qualquer malícia. — Sim, minha senhora, eu gostaria muito disso.
— Então, pode me chamar de Eva.
— Já chega. — disse eu. — Presumo, Governador Bertok, que não haja
nenhuma necessidade de outra foda cerimonial? — Com Eva já grávida de
um filho meu, aquele maldito velho pervertido teria de procurar prazer em
outro lugar.
O velho olhou para o chão. — Não, Sumo Conselheiro. Não há qualquer
dúvida de que ela seja a Dama Consorte mais adequada.
Eu assenti. — Ótimo. Como o Dr. Rahm liberou-a para seu transporte, eu
e a minha parceira nos despedimos de todos. Desejo uma viagem segura a
todos enquanto retornam para as suas terras.
Muitos dos que estavam ali reunidos murmuraram respostas, mas eu
peguei Eva no colo e saí dali, praticamente correndo em direção à minha
tenda. Eva tinha voltado, no seu ventre estava um filho meu e eu queria-a só
para mim. Para sempre.
Eva

— C OMO É que voltou para mim? — Perguntou Tark assim que me colocou
sobre a cama. Eu agarrei a sua mão, trazendo-o para junto comigo ao invés de
permitir que ele se afastasse. Eu não queria espaço. Eu queria regozijar-me
nele na sensação do seu corpo, no seu cheiro. Eu queria… tudo.
Eu passei semanas sedenta por ele enquanto esperava que o Agente
Davidson concluísse o meu transporte. Enquanto ele se sentava ao meu lado,
eu disse a Tark tudo sobre a minha estadia na Terra.
Estremeci enquanto falava sobre o julgamento e sobre como me senti ao
olhar nos olhos de um assassino. Eu contei-lhe sobre o quanto me senti
sozinha sem ele e sobre como eles tinham tentado me dar uma nova vida
dentro do programa de proteção a testemunhas. Descrevi os detalhes do meu
apartamento solitário e bastante vazio. Contei-lhe sobre a lista de perguntas,
aparentemente interminável, da Guardiã Egara enquanto esperávamos pelos
resultados de DNA para confirmar a minha história.
Contei-lhe que lhe tinha respondido honestamente, especialmente quando
ela me fez perguntas sobre o meu emparelhamento com Tark. Eu queria que
todos soubessem que o programa de emparelhamento de noivas funcionava
mesmo. Até concordei em filmar uma pequena publicidade para o programa
antes de ir embora. A Guardiã Egara estava desesperada para ter mais noivas
da Terra, de preferência mais voluntárias que não fossem criminosas. Ela
acreditava piamente que os guerreiros que estavam protegendo a Terra
mereciam encontrar a verdadeira felicidade e mulheres dignas como
parceiras.
Olhando para o meu parceiro, eu me sentia completamente feliz com tudo
aquilo que disse naquela sessão de gravação e eu esperava que uma moça
sortuda da Terra pudesse ter a oportunidade de encontrar o amor em outro
mundo.
— Sabia que estava grávida quando… partiu? — Ele olhou para o meu
corpo como se eu fosse uma peça de vidro frágil, talvez até estivesse com
medo de ter machucado a mim ou ao bebê.
— Não. Só quando eles me avaliaram para efetuar o transporte. — Fiz
uma pausa.
Ele inclinou a cabeça, depois, ajoelhou-se diante de mim.
— Da primeira vez, eu deixei que o programa de emparelhamento
decidisse. — eu disse. — Desta vez, eu te escolhi, Sumo Conselheiro Tark de
Trion, como meu parceiro permanentemente. Sem período experimental. Sem
processamento. Já não se livra de mim tão cedo. Desta vez, eu te reivindiquei,
Tark. É meu para sempre.
— Oh, Eva. — ele gemeu e puxou-me para dar um beijo. Era um beijo
bruto, desesperado e cheio de calor e de amor, e eu precisava tanto, tanto de
tudo aquilo.
— Eu senti a tua falta. — murmurou contra a minha boca. — Fark, foi
como se o meu coração tivesse sido arrancado para fora do meu peito quando
foi transportada.
— O tempo é diferente na Terra. Embora aqui só se tenham passado
alguns dias, na Terra já tinham se passado quatro meses. Tark, nós estivemos
separados por várias semanas.
— Mas aqui foi ontem. — disse ele, pensando. — Mas foi tempo
suficiente.
— Foi uma tortura.
— Oh, gara. Agora está aqui e eu juro que nunca te deixarei partir.
— Quanto àquela primeira relação sexual cerimonial. — disse eu,
mordendo o lábio.
Ele arqueou uma das suas sobrancelhas escuras e sorriu.
— Sim?
— Penso que, tendo em conta que eu parti e regressei, tenham que marcar
outra.
— Quer que chame Goran para testemunhar? O Conselho?
Abanei a cabeça e ajoelhei-me, agarrei a bainha do meu vestido simples e
levantei-a sobre a minha cabeça.
Um som semelhante a um rosnar irrompeu do peito de Tark. Ao invés de
se agarrar a mim como eu tinha imaginado – eu queria saltar para cima dele –
ele levantou a mão e mexeu na joia que estava no meu mamilo esquerdo.
— Os teus seios estão maiores. Eu teria descoberto a verdade sobre a tua
gravidez só de olhar para o teu corpo.
O fato de este homem conhecer os meus seios tão bem só confirmava
ainda mais o nosso emparelhamento. Eu perdi rapidamente a direção do meu
pensamento quando ele envolveu os meus seios com as suas mãos e
continuou a passar os polegares sobre os bicos dos meus mamilos, que agora
estavam bastante sensíveis.
— Não funcionou. — disse eu, fazendo beicinho. Quando ele franziu a
testa, acrescentei: — A vibração.
— Refere-se a isto? — Ele passou a mão sobre os meus seios e as joias
começaram a vibrar.
— Oh, sim. — gritei, empurrando os meus seios contra as palmas das
suas mãos.
Ele ajoelhou-se sobre a cama e obrigou-me a deitar, depois, veio sobre
mim. Ele me beijou, de forma longa e profunda.
— Eu quero te foder. — Ele pressionou o seu pênis contra o meu centro.
— E o bebê?
— Acha que me foder vai machucar o bebê?
Ele parecia tão inseguro quanto a si próprio, tão vulnerável. Na cama, era
ele que mandava, mas neste momento, quem mandava era o bebê. Ele podia
ser dominador e imponente, amarrar-me e bater-me, mas nunca me
machucaria.
Eu podia sentir o quanto ele me queria, conseguia ver nos seus olhos,
ouvir na sua voz, sentir no seu beijo, mas ele estava disposto a sacrificar tudo
aquilo pelo bem do nosso filho.
— Como médica, posso garantir que foder não vai machucar uma criança
ainda por nascer. — Eu me movi e Tark deixou-me levantar. Fui até o outro
lado da cama abrir o seu pequeno baú. Estava exatamente no mesmo lugar
onde estava antes de eu partir. Encontrei o brinquedo que queria e olhei para
ele por cima do ombro.
— Ou pode usar isto. — Será que estava avançando rápido demais? Será
que ele ficaria chocado com a minha ousadia? Eu tinha atravessado toda a
galáxia por ele. Agora, eu não iria me conter. — Talvez se sinta menos
preocupado ao me tomar por aqui.
Os seus olhos estreitos desceram pelo meu corpo e pararam no meu
traseiro.
— Quer que eu foda o teu cu, gara?
Pensar naquilo fez com que os meus mamilos endurecessem ainda mais.
Eu conseguia sentir a umidade entre as minhas pernas e as minhas coxas
tornaram a zona escorregadia.
— Talvez não agora, mas pode me preparar para isso.
Os seus olhos ficaram ainda mais escuros e ele cerrou a mandíbula. Eu
conseguia ver o seu pênis apertar a parte da frente de sua calça. Ele colocou-
se de pé ao lado da cama e despiu-se. — Vai buscar o óleo. — ordenou ele.
Com dedos ansiosos, procurei na cômoda e encontrei um tubo com o óleo
com cheiro de amêndoas. Coloquei um pouco nos meus dedos e pousei o
recipiente ao lado do brinquedo na cama.
Passando as mãos uma na outra, aqueci-as e o cheiro, que eu aprendi a
amar e pelo qual me tinha obcecado, flutuou até o meu nariz. Amêndoas.
Passei o líquido brilhante num dos meus mamilos endurecidos e, depois, no
outro. Tark parou e simplesmente olhou para mim, observou os meus dedos.
— Eu sonhei com este cheiro quando parti. — disse eu.
Tark agarrou meus quadris e virou-me de costas. Ele abriu as minhas
coxas e colocou-se entre elas. A sua respiração aquecia a minha boceta. —
Eu sonhei com este cheiro e com este sabor enquanto esteve fora.
Ele abaixou a cabeça, colocou a boca em mim e fez-me gozar. Não
demorou muito tempo, visto que eu estava sedenta por um orgasmo
provocado por Tark e ele estava voraz.
Eu ali deitada, toda suada e com o corpo mole, as minhas pernas estavam
bem abertas e os meus dedos entrelaçados no seu cabelo escuro. Eu não tinha
vergonha alguma, não restava nem um pouco de modéstia no meu corpo. Ele
subiu para dar um beijo suave na minha barriga ainda lisa.
Ele inclinou a cabeça. — Vire-se, Eva.
Eu obedeci com entusiasmo. Colocando uma mão em volta da minha
cintura, ele puxou-me para trás e para cima para que a minha bunda estivesse
elevada e diante dele. Pegando no tubo de óleo, ele afastou as minhas
nádegas e eu senti o deslizar lento e quente enquanto o óleo caía gota a gota
sobre a entrada do meu cu. Utilizando o polegar, ele circulou lenta e
cuidadosamente, observando-me.
— Desta vez eu não vou embora. — disse eu.
O seu polegar parou, mas não saiu. Sacudi-me por baixo da mão dele,
incitando-o. Levantei a mão e toquei por detrás do ouvido. Agora, havia um
recuo no osso do meu crânio, no lugar onde o nódulo de transporte tinha
estado. — Vê, não está mais aqui, Tark. Tirei-o. Eu já não vou voltar para a
Terra. Nunca mais.
Por um mero segundo, pude ver a angústia no seu rosto, mas quando eu
recuei contra ele novamente, essa angústia foi substituída por um olhar tão
repleto de calor que eu tive de engolir o ar.
Ele levantou a mão e bateu-me no traseiro. Eu sacudi ao sentir aquele
contato. — Tark!
— Eu estava tão zangado — Ele começou a bater para valer, primeiro de
um lado e depois do outro. Não eram as palmadas mais dolorosas que ele já
tinha me dado, mas estava perto. Permaneci quieta e apoiada sobre os
antebraços, permitindo-lhe libertar a frustração reprimida. Eu também
precisava da forma brusca como ele me manuseava, precisava da
concentração que as suas palmadas me davam. Eu regozijava-me na sua
atenção, sentia cada palmada ardente e só conseguia pensar na próxima.
Foram palmadas curtas e quando ele terminou, agarrou no meu traseiro com
as duas mãos, acariciando a minha pele quente. Eu sentia a minha boceta
pingar de desejo.
Olhando para ele por cima do ombro, eu disse: — Castigou-me por ter te
abandonado, mestre. Agora, que recompensa me dará por ter voltado?
Os seus olhos estreitaram e a sua mandíbula cerrou-se. Ele segurou o
brinquedo redondo.
— Isto, e depois isto. — Ele colocou o brinquedo sobre a parte inferior
das minhas costas como tinha feito com o brinquedo em forma de U antes de
eu ter ido embora, a seguir, agarrou no seu pênis e começou a acariciá-lo.
Pré-sêmen transparente escorreu pela pontinha e deslizou pela cabeça larga.
Lambi os lábios, querendo prová-lo. Eu não tinha tido a oportunidade – ainda
– de o fazer, mas nós tínhamos o resto das nossas vidas.
Pegando no tubo com óleo, ele colocou-o na abertura do meu cu e
inseriu-o cuidadosamente. Eu senti o óleo quente preencher-me lentamente,
cada vez mais fundo. Quando ele terminou, atirou o recipiente vazio para o
lado e pegou no brinquedo e cobriu-o com o óleo que estava na sua mão antes
de empurrá-lo contra a minha entrada.
— Relaxe, gara. Boa menina. — Ele foi delicado, no entanto, persistente
e, ainda assim, o meu corpo lutava contra. Eu não estava habituada a ter algo
alargando e comprimindo lá. Ele tentou e tentou, mas era demais.
Eu respirava com dificuldade e tinha a minha cara enterrada entre os
cobertores. Tark parou de tentar enfiar o brinquedo em mim e apenas o
deixou ali. E ligou-o.
— E agora?
É claro que aquela coisa maldita vibrava. Tudo em Trion vibrava… e eu
gostava de tudo.
Arfei ao sentir aquilo, os ecos do objeto movimentavam-se pelo meu
corpo, dando vida às minhas terminações nervosas. Aquilo misturou-se com
o calor doloroso que irradiava do meu traseiro espancado. Relaxei e Tark
deslizou o brinquedo para dentro até o primeiro formato esférico desaparecer
dentro de mim. A sensação era estranha e excitante e tão pervertida que,
como era óbvio, a minha boceta ficou ainda mais molhada. Agora ofegante,
arqueei as costas e olhei para Tark por cima do ombro. Eu também o queria
dentro de mim. Agora.
Ele abriu ainda mais as minhas coxas, deixando-me toda aberta. — Está
tão molhada, gara. O meu pau dói de tanta vontade de entrar em ti.
Gritei ao sentir os seus dedos na minha boceta e ao sentir a parte de cima
vibratória do brinquedo no meu cu. Enquanto ele continuava acariciando-me,
ele enfiou o brinquedo ainda mais fundo até estar totalmente dentro de mim.
Tark deu um leve empurrão para garantir que estava bem colocado antes de
me virar de costas.
— Tark! — Gritei enquanto a base daquilo tocava-me por dentro.
— Creio que a palavra que eu deveria estar ouvindo desses teus lábios a
fazer beicinho deveria ser mestre.
Utilizando os joelhos para empurrar os meus ainda mais, ele colocou-se
entre as minhas pernas, o seu pênis cutucava a minha entrada.
— Tocou em si mesma enquanto esteve fora? — Ele empurrou o corpo na
minha direção, abrindo-me e alargando-me ainda mais.
Os meus olhos fecharam-se e eu gemi.
— Tocou? — repetiu ele, a sua voz era brusca como as rochas.
— Sim! — Gritei, porque ele puxou o pênis para trás e empurrou-o para
dentro de mim profundamente, finalmente preenchendo-me da forma que eu
precisava.
Ele disse: — Eu pensei ter dito que o teu prazer me pertence, gara.
— E pertence — arfei. — Eu não consegui gozar. Não consegui gozar
sem você. Eu pensava em você. Pensava nisto, no teu pau dentro de mim e
tentei, mas nada funcionava. Oh, céus, isto é tão bom.
Eu nunca tinha me sentido tão preenchida antes. A combinação entre o
brinquedo e o pênis enorme de Tark era o suficiente para levar-me à beira do
orgasmo e até mesmo a chegar ao clímax só com alguns empurrões. Eu tinha
me sentido carente durante muito tempo.
Ele falou suavemente comigo enquanto eu gozava, dizendo-me o quão
bonita eu era, como me ver gozar fazia com que ele também gozasse.
Quando o prazer ardente diminuiu, ele disse: — Eu já não consigo
esperar. Fark, a vibração é demasiado intensa. Você é muito intensa. — Ele
inclinou-se e beijou-me o pescoço, lambeu a minha pele suada ali, esfregou o
seu peito contra os meus mamilos sensíveis.
Seus quadris movimentaram-se de forma mais rápida e mais frenética. Eu
ia gozar outra vez, pela forma como ele atingia o meu clítoris com um
empurrão bastante profundo. — Tark, mestre… por favor!
— Mais um, Eva. Vamos gozar juntos.
Enquanto ele agarrava o meu traseiro, eu senti a dor do toque das suas
mãos contra a minha pele dolorida. Ele inclinou-me para cima e avançou
profundamente dentro de mim, esfregando a zona dentro que me fazia gozar.
Tark gemeu enquanto eu ordenhava e espremia o seu pênis. O seu grito foi
alto, mas eu não quis saber. O seu corpo era pesado sobre o meu, mas eu
estava feliz. Fazia-me sentir segura, protegida e totalmente amada.
Ele levantou a mão e as vibrações no meu cu e nos meus mamilos
pararam. Eu teria de aprender como ele fazia aquilo. Era como se por magia.
Parecia mágica esta nossa ligação.
Quando Tark se recuperou o suficiente para sair, o seu sêmen escorreu de
dentro de mim. Ele passou um dedo pela essência pegajosa enquanto tirava o
brinquedo. Soltei a respiração ao sentir aquilo, mas depois senti a sua falta.
— É minha, gara.
Ele abaixou a cabeça e beijou-me. Saboreou-me. Provou-me.
Levantando a cabeça, ele olhou nos meus olhos. Eu acariciei uma mecha
de cabelo da sua testa e a vi voltar ao lugar.
— E você é meu. Tark. Sumo Conselheiro. Mestre.

Dê uma olhada na próxima aventura de Programa Interestelar de Noivas!

Unida aos Guerreiros – Livro 3

H ANNAH J OHNSON VIU o Programa Interestelar de Noivas como a única forma


de ajudar o seu irmão e a família dele a não serem despejados, por dívidas
altas. Como professora, ela não tinha recursos, mas como uma Noiva, sim.
Durante o teste de compatibilidade, ela se encontrou feliz nos braços de dois
guerreiros Prillon. Mas na vida real, ela sabia que os Prillon eram guerreiros
ferozes, na linha de frente da guerra contra a Colmeia e que viviam numa
nave espacial. Ela não havia se oferecido para isso!
Zane Deston não queria uma noiva. Ele sequer havia solicitado uma ao
Programa Interestelar, mas agora estava preso ao quadrante esperando a
chegada dela. E ainda que todos o temessem, Zane surpreendeu-se frente a
uma fêmea de raça mais fraca, porém, com uma impertinência nunca vista
antes. Dois teimosos que não conseguiriam resistir à atração devastadora.
LIVROS DE GRACE GOODWIN

Programa Interestelar de Noivas

Dominada pelos Alfas


Alfa Escolhido
Unida aos Guerreiros
Reivindicada Pelos Alfas
ALSO BY GRACE GOODWIN

Interstellar Brides® Program: The Beasts


Bachelor Beast

Interstellar Brides® Program


Assigned a Mate
Mated to the Warriors
Claimed by Her Mates
Taken by Her Mates
Mated to the Beast
Mastered by Her Mates
Tamed by the Beast
Mated to the Vikens
Her Mate’s Secret Baby
Mating Fever
Her Viken Mates
Fighting For Their Mate
Her Rogue Mates
Claimed By The Vikens
The Commanders’ Mate
Matched and Mated
Hunted
Viken Command
The Rebel and the Rogue

Interstellar Brides® Program: The Colony


Surrender to the Cyborgs
Mated to the Cyborgs
Cyborg Seduction
Her Cyborg Beast
Cyborg Fever
Rogue Cyborg
Cyborg’s Secret Baby
Her Cyborg Warriors
The Colony Boxed Set 1

Interstellar Brides® Program: The Virgins


The Alien’s Mate
His Virgin Mate
Claiming His Virgin
His Virgin Bride
His Virgin Princess
The Virgins - Complete Boxed Set

Interstellar Brides® Program: Ascension Saga


Ascension Saga, book 1
Ascension Saga, book 2
Ascension Saga, book 3
Trinity: Ascension Saga - Volume 1
Ascension Saga, book 4
Ascension Saga, book 5
Ascension Saga, book 6
Faith: Ascension Saga - Volume 2
Ascension Saga, book 7
Ascension Saga, book 8
Ascension Saga, book 9
Destiny: Ascension Saga - Volume 3

Other Books
Their Conquered Bride
Wild Wolf Claiming: A Howl’s Romance
JUNTE-SE À BRIGADA DE FICÇÃO CIENTÍFICA

Está interessado em se juntar ao time Não-tão-Secreto-Sci-Fi (not-so-secret


Sci-Fi Squad)? Receba trechos de livros, divulgações de capas e notícias
antes de qualquer outra pessoa. Faça parte do grupo fechado do Facebook, no
qual são partilhadas imagens e notícias divertidas.

JUNTE-SE aqui: http://bit.ly/SciFiSquad

Todos os livros de Grace podem ser lidos como romances independentes,


portanto, não tenha medo de mergulhar numa das suas aventuras sensuais. Os
seus finais felizes estão sempre livres de traições porque ela escreve sobre
machos Alfa e não sobre idiotas Alfa. (Isto vocês conseguem perceber). Mas
tenham cuidado... Porque ela gosta de heróis sedutores e gosta ainda mais de
cenas de amor. Foram avisados...
CONTACTE A GRACE GOODWIN

Boletim Português:
http://ksapublishers.com/s/11i

Página Web:
https://gracegoodwin.com

Facebook:

https://www.facebook.com/gracegoodwinauthor/

Twitter:
https://twitter.com/luvgracegoodwin

Instagram:
https://instagram.com/grace_goodwin_author

Não perca nada! Inscreva-se em


http://ksapublishers.com/s/11i
para estar na lista VIP de leitores da Grace.
SOBRE A AUTORA

Grace Goodwin é uma autora internacional de bestsellers de romance de Ficção Científica e


Paranormal. Ela acredita que todas as mulheres devem ser tratadas como princesas, dentro
e fora de quatro paredes, e escreve romances nos quais os homens sabem como fazer a
mulher sentir-se mimada, protegida e muito bem tratada. Grace detesta neve, adora
montanhas (sim, o problema é mesmo esse) e gostaria de poder simplesmente fazer o
download de todas as histórias que estão na sua cabeça ao invés de ser obrigada a escrevê-
las. A autora vive no lado oeste dos Estados Unidos e é escritora em tempo integral, uma
leitora ávida de romances e assumidamente viciada em café.

Boletim Português:
http://ksapublishers.com/s/11i

Você também pode gostar