Descrição
Descrição
Descrição
PROPÓSITO
Compreender o conceito dos diversos sistemas de instalações especiais em edifícios para fins
de conhecimento e aplicação na prática, sendo eles os sistemas de comunicação, prevenção e
combate a incêndios e proteção contra descargas atmosféricas.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos uma calculadora ou use a calculadora
de seu smartphone/computador.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
INTRODUÇÃO
Neste tema, vamos aprender sobre legislação e normas estabelecidas para instalações
especiais em edifícios: instalações de comunicação e de cabeamento estruturado, instalações
de prevenção e combate a incêndios e sistemas de proteção contra descargas atmosférica,
além das terminologias e simbologias mais utilizadas. Serão também apresentados os conceitos
e as aplicações de cada uma das instalações especiais.
TELEFONE
Ao longo dos anos, a indústria telefônica apresentou um grande salto, passando rapidamente de
telefones com fios para aparelhos sem fio, que não necessitam mais de cabeamento. Diante
disso, houve diversas modificações de normas técnicas para instalação e disposição de
telefones em edificações. Vamos estudá-las agora.
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NORMAS
Veja a seguir normas utilizadas para projetos de telefonia. Apesar de estarem canceladas pela
ABNT, elas ainda são utilizadas para fins de referência nesses tipos de projeto.
NBR 13.726/1996
Redes telefônicas internas em prédios – Tubulação de entrada telefônica – Projeto.
NBR 13.727/1996
Redes telefônicas internas em prédios – Plantas/partes componentes de projeto de tubulação
telefônica.
NBR 13.300/1996
Redes telefônicas internas em prédios – Terminologia.
NBR 14.306/1999
Proteção elétrica e compatibilidade eletromagnética em redes internas de telecomunicações em
edificações – Projeto.
MANUAL TÉCNICO
Redes de telecomunicações em edificações/2001 – Embratel/Sinduscon.
ENTRADA TELEFÔNICA
A entrada de telefonia segue os mesmos critérios da entrada de energia elétrica, porém deve-se
prever um distanciamento mínimo entre seus conduítes e os de eletricidade, antena de TV,
interfone, entre outros, para evitar interferências. Sua tubulação de entrada não pode ser de
tubo flexível, mas de PVC rígido, ferro esmaltado ou galvanizado.
A tubulação de entrada pode ser aérea ou subterrânea. A tubulação será aérea quando:
O número de pontos telefônicos previstos para a edificação for igual ou inferior a 21.
For determinado pela concessionária na aprovação do projeto de tubulação telefônica do prédio.
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A Caixa principal do prédio ou caixa de Distribuição Geral é aquela que termina e interliga os
cabos de rede de telecomunicações externa e o(s) cabo(s) da rede de telecomunicações interna
do prédio. É nela que são instalados os dispositivos de supervisão e/ou proteção das
operadoras.
Já a caixa de distribuição primária é aquela prevista para edificações com vários blocos.
Portanto, é a caixa destinada à interligação do(s) cabo(s) à rede interna do prédio com os cabos
provenientes da caixa de distribuição geral.
Caixas de passagem garantem a passagem e o acesso à fiação, seja de rede elétrica, telefonia,
dados ou televisão.
Foto: Shutterstock.com
Caixas de passagem garantem a passagem e o acesso à fiação, seja de rede elétrica,
telefonia, dados ou televisão.
CAIXA DE DERIVAÇÃO
As caixas de derivação são utilizadas somente para junção e derivação de dutos retangulares.
São normalmente utilizadas em sistemas de distribuição telefônica de piso.
CAIXAS DE SAÍDA
As caixas de saída podem ser de parede ou de piso. Caixas de saída de parede podem ser
embutidas ou aparentes. Elas são de chapa metálica estampada, com furações para
eletrodutos, próprias para instalações embutidas em paredes. As caixas de saída instaladas no
piso podem ser confeccionadas em chapa metálica ou em material termoplástico.
PRUMADA TELEFÔNICA
A prumada telefônica de um prédio nada mais é do que o meio físico, disposto verticalmente,
destinado à instalação de blocos e cabos telefônicos para atendimento dos andares, ou seja, é
a espinha dorsal da tubulação telefônica. Deve ser localizada nas áreas comuns dos edifícios
que apresentem maior continuidade vertical do último andar até o andar térreo, onde quase
sempre está situada a caixa de distribuição geral.
À arquitetura da edificação constituída por vários blocos separados sobre uma mesma base.
A edifícios que possuam várias entradas com áreas de circulação independentes.
As prumadas podem ser do tipo convencional, poço de elevação ou dirigida, dependendo das
características e finalidade do edifício, além do número de pontos telefônicos necessários.
A prumada convencional é a mais utilizada, sendo vista em edifícios residenciais, comerciais e
industriais em que o número de pontos acumulados é igual ou inferior a 300.
O poço de elevação é utilizado em edifícios de grande porte, com elevado número de pontos
telefônicos. O poço nada mais é do que uma série de cubículos alinhados e dispostos
verticalmente, interligados por meio de abertura na laje.
FIO TELEFÔNICO
Os fios telefônicos internos devem possuir condutores de cobre estanhado, torcidos e isolados
com PVC. Eles têm capacidade para dois ou três condutores e sua seção deve ser de 0,6mm,
podendo ser usados dentro de dutos ou fixados em paredes e rodapés, com presilhas especiais.
Os eletrodutos que abrigam os fios devem ser rígidos, sem costuras ou rebarbas, de ferro
galvanizado, metal esmaltado a quente, PVC ou similar.
PONTOS TELEFÔNICOS
O número de pontos telefônico em edifícios deve ser baseado na tabela a seguir, conforme o
manual técnico do Sinduscon.
Até 2 quartos 2
De 4 quartos ou mais 3
Até 50m² 2
Lojas
Para outros tipos de edificações, devem-se verificar a finalidade e o quantitativo desejados pelo
usuário final. Portanto, é importante consultar o manual antes de realizar o projeto final. Para
apartamentos populares, e com área inferior a 60m², deve ser previsto um (01) ponto telefônico,
independentemente da quantidade de dormitórios.
TOMADAS
No Brasil, existem atualmente dois tipos de tomadas telefônicas, o RJ-11 e a Telebrás. O plugue
RJ-11 é constituído de conectores do tipo 6P4C (6 posições, 4 condutores) com dois dos quatro
fios correndo para a caixa de junção.
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Caixa de saída com terminal RJ-11.
A tomada padrão Telebrás utiliza um grande plugue, de 4cm x 4cm, com quatro pinos chatos,
três dos quais estão no mesmo sentido e o quarto rotacionado em 90 graus para impossibilitar a
inserção incorreta do plugue. O plugue RJ-11 vem substituindo a Telebrás, padrão mais antigo
no país.
SIMBOLOGIA DE TELEFONIA
Caixa subterrânea.
NBR 16264:2016
Cabeamento estruturado residencial
NBR 14565:2019
Cabeamento estruturado para edifícios comerciais
NBR 16665:2019
Cabeamento estruturado para data centers
Backbone de campus
Backbone de edifício
Cabeamento horizontal
SUBSISTEMAS
Os sistemas de cabeamento em edifícios comerciais contêm até três subsistemas:
BACKBONE DE CAMPUS
BACKBONE DE EDIFÍCIO
CABEAMENTO HORIZONTAL
Os elementos funcionais dos subsistemas de cabeamento são interconectados para formar uma
estrutura hierárquica
Sala de telecomunicações é um espaço dentro do prédio que pode assumir várias funções,
tais como distribuidor do edifício, distribuidor de campus ou subsistema de cabeamento
horizontal.
TIPOS DE CABOS
Existem três tipos de cabos de comunicação:
CABO COAXIAL
É um dos cabos mais utilizados. Um cabo coaxial consiste em um fio de cobre rígido, envolto
por um material isolante, que, por sua vez, é envolto por um condutor cilíndrico externo na forma
de uma malha metálica entrelaçada ou de uma lâmina metálica.
Devido à sua blindagem, oferece melhor barreira ao ruído, permitindo suportar velocidades da
ordem de dezenas de megabits por segundo por distâncias significativas, sem a necessidade de
regeneração do sinal e sem distorções.
CLASSE DO CABEAMENTO
A NBR 14565 especifica as seguintes classes e categorias de desempenho para cabeamento
balanceado:
CLASSE A
Especificada até 100kHz
CLASSE B
Especificada até 1MHz
CLASSE C/CATEGORIA 3
Especificada até 16MHz
CLASSE D/CATEGORIA 5E
Especificada até 100MHz
CLASSE E/CATEGORIA 6
Especificada até 250MHz
CLASSE EA/CATEGORIA 6A
Especificada até 500MHz
CLASSE F/CATEGORIA 7
Especificada até 600MHz
CATEGORIA 8
Especificada até 2000 MHz
Os cabos ópticos são normalmente usados para transmissão laser e oferecem suporte a
aplicações de altas velocidades. O uso de cabeamento óptico em edifícios comerciais é mais
comum no subsistema de backbone.
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Tomada para cabeamento de telecomunicações RJ45
Trata-se de uma peça de plástico com oito pinos na porta, também chamado de 8P8C. Quatro
de seus pinos são usados para enviar e receber dados, enquanto os outros quatro são usados
para outras tecnologias ou dispositivos de rede de energia.
Podemos verificar que é bem parecido com o de telefonia RJ11, porém o conector RJ45 é usado
em redes, enquanto o RJ11 é o conector de cabo usado em aparelhos telefônicos, ADSL e
cabos de modem. Além disso, também há diferenças na estrutura do conector. Como
apresentado, o RJ11 possui apenas quatro fios e o RJ 45 oito fios; como consequência, o
conector RJ45 é um pouco maior do que o RJ11.
Imagem: Ana
Catarina de Abreu
Imagem: Ana
Catarina de Abreu
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Catarina de Abreu
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Catarina de Abreu
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Catarina de Abreu
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Catarina de Abreu
Tubulação que desce.
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Catarina de Abreu
Barra de terra.
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Catarina de Abreu
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Catarina de Abreu
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) 500 MHz
B) 250 MHz
C) 100 kHz
D) 15 MHz
E) 1 GHz
GABARITO
1. De acordo com a NBR 14565, o cabo metálico Categoria 6A opera a uma frequência de
até:
A tubulação de entrada pode ser aérea ou subterrânea. A tubulação será aérea quando o
número de pontos telefônicos previstos para a edificação for igual ou inferior a 21.
MÓDULO 2
EXTINTORES
SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA
PLANO DE EMERGÊNCIA E ROTAS DE FUGA
CONTROLES DE FUMAÇA
A necessidade e a complexidade de cada uma delas são definidas pelos Códigos de Segurança
contra Incêndio e Pânico (COSCIP), no âmbito de cada estado, e está geralmente relacionada
ao tipo e à área construída da edificação.
A seguir, pode ser vista a Tabela presente em um Anexo dos COSCIP, Decreto nº 46.925 de 05
de fevereiro de 2020, do estado do Rio de Janeiro.
Exigências para edificações com área menor ou igual a 900m2 e até 02 pavimentos
Extintores X X X X X X X X X X1 X
Sinalização
de X X X X X X X X X X1 X
Segurança
Iluminação
de X X X X X X X X X X1 -
emergência
Exigências para edificações com área menor ou igual a 900m2 e até 02 pavimentos
Saídas de
X X X X X X X X X X1 X
emergência
Plano de
- - - - - X2 - - X - -
emergência
Controle de
materiais de - X - X X X - - X - X
acabamento
Controle de
- - - - - X3,4 - - - - -
fumaça
INSTALAÇÕES DE EXTINTORES DE
INCÊNDIO
Dá-se o nome de extintores de incêndio aos aparelhos de acionamento manual, constituídos de
recipiente e acessórios e contendo o agente extintor destinado a combater princípios de
incêndio.
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Extintor de incêndio
Extintores de incêndio podem ser portáteis ou sobre rodas, sendo que os primeiros são aqueles
que possuem massa total até 245kgf, e os últimos os que possuem massa total acima de
245kgf.
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Extintor de incêndio
Os extintores de incêndio são classificados de acordo com o material com que combatem o
fogo. Antes, porém, vamos entender o tipo de fogo, que pode ser classificado em três
categorias, conforme descrito a seguir:
FOGO CLASSE A
Fogo envolvendo materiais combustíveis sólidos, tais como madeiras, tecidos, papéis,
borrachas, plásticos termoestáveis e outras fibras orgânicas, que queimam em superfície e
profundidade, deixando resíduos.
FOGO CLASSE B
Fogo envolvendo líquidos e/ou gases inflamáveis ou combustíveis, plásticos e graxas que se
liquefazem por ação do calor e queimam somente em superfície.
FOGO CLASSE C
Fogo envolvendo equipamentos energizados, fios, cabos, quadros elétricos e similares, onde
devem ser utilizados extintores não condutores de eletricidade para proteger seus operadores.
Água
Espuma mecânica
Espuma química
Pó químico
Compostos halogenados
Devem ser escolhidos extintores com graus de capacidade extintora adequados para os tipos de
fogo mencionados.
Assim, para combatermos fogos da classe A, devem ser selecionados extintores com carga d
´água ou de espuma mecânica. Para combatermos fogos da classe B, devem ser utilizados
extintores com carga de espuma mecânica, dióxido de carbono, de compostos halogenados ou
de pó químico. Contudo, se gases inflamáveis estiverem envolvidos, devem-se selecionar
apenas extintores com carga de pó químico. Para os fogos de classe C, devem ser utilizados
extintores com carga de dióxido de carbono, de compostos halogenados ou de pó químico.
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VOCÊ SABIA?
Você já viu um extintor dentro de um veículo? Ele possui um pó químico que combate tanto o
fogo A, como o fogo B e o C. É o chamado de Extintor ABC e possui sempre, de acordo com o
Conselho Nacional de Trânsito, capacidade de 01kg.
O volume e a quantidade de material alocado dentro dos extintores são organizados de modo a
formarem uma “capacidade extintora mínima”. É daí que são definidos os volumes dos
extintores a serem vendidos no mercado, que devem encerrar, no mínimo, a sua “capacidade
extintora mínima”.
Cada pavimento deve possuir no mínimo duas unidades extintoras, sendo uma para incêndio
classe A e outra para incêndio classes B e C. De acordo com esse número, podem-se instalar
duas unidades extintoras de pó ABC.
Se a área construída da edificação for menor do que 50m2, pode ser instalada apenas uma
unidade extintora ABC.
Além da área, outra variável que deve ser considerada na escolha dos extintores é a distância
máxima a ser percorrida, que varia em função do risco de incêndio. Quanto mais alta a carga de
incêndio específica, calculada em MJ/m2, maior é o risco, que pode ser classificado como baixo,
médio ou alto.
Para o caso do COSCIP-RJ, por exemplo, a tabela da determinação das áreas e distâncias é a
dada a seguir:
Risco
Extintor / risco
Pequeno Médio 1 e 2 Grande
extintora m2 m2 m2
Determinação da unidade extintora mínima, área e distância a serem percorridas para o
dimensionamento de extintores de incêndio para classe A, B e C.
Risco
Extintor / risco
Pequeno Médio 1 e 2 Grande
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CHUVEIROS AUTOMÁTICOS
Dispositivos para extinção ou controle de incêndios, que funcionam automaticamente quando
seu elemento termossensível é aquecido à sua temperatura de operação ou acima dela,
permitindo a descarga da água sobre uma área específica.
Os chuveiros automáticos podem ser classificados ainda pela temperatura com que rompem, o
que é identificado pela cor de sua ampola interna. A foto a seguir mostra um chuveiro que
rompe quando a temperatura chega a 68°C.
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Chuveiro automático
Quanto ao sistema, os chuveiros automáticos podem ainda ser de ação prévia, de dilúvio, de
tubo molhado, de tubo seco, ou até mesmo de duas categorias ao mesmo tempo, como os
chuveiros automáticos de ação prévia e de tubo seco.
RAMAIS
Ramificações onde os chuveiros automáticos são instalados diretamente.
TUBULAÇÕES SUBGERAIS
São aquelas que alimentam os ramais.
TUBULAÇÕES GERAIS
São aquelas que alimentam as subgerais.
COLUNA DE ALIMENTAÇÃO
Tubulações verticais de um sistema de chuveiros automáticos.
Quanto aos riscos de incêndio, classificá-los é importante para determinar melhores soluções e
arranjos para os chuveiros, de modo a atender à necessidade do ambiente.
3
Ocupação de risco extraordinário: ocupações ou parte delas em que se empregam líquidos
inflamáveis e/ou combustíveis de alto volume e combustividade, tais como asfalto, fogos de
artifício, colas inflamáveis, solventes.
Ocupação de risco pesado: ocupações ou parte delas em que se empregam líquidos inflamáveis
e/ou combustíveis e/ou produtos de alta combustividade, como borracha, papel e papelão.
Fonte de abastecimento de água: um suprimento de água exclusivo que permita uma operação
automática, com capacidade suficiente para atender adequadamente à demanda do sistema.
Pode ser um reservatório elevado, semienterrado ou subterrâneo.
Válvula de governo e alarme (VGA): válvula de retenção com uma série de orifícios roscados
para ligação de dispositivos de segurança e alarme, como manômetros, linhas de alarme e
válvulas de drenagem para esvaziar o sistema e reabastecer os chuveiros atingidos com fogo.
Rede de distribuição: o sistema de distribuição é outro elemento do sistema composto por uma
rede de tubulações que liga a VGA aos chuveiros automáticos.
Quanto às distâncias máximas entre ramais e ramais e chuveiros, são classificadas de acordo
com a classe de risco de ocupação, conforme a tabela a seguir:
Leve 4,6
Ordinário 4,6
A área máxima de cobertura por chuveiro também é determinada em função da classe de risco
da ocupação, conforme pode ser visto na tabela a seguir:
Classe de risco de
Área máxima
ocupação
Classe de risco de
Área máxima
ocupação
Ordinário 12,1m2
25 2 chuveiros 2 chuveiros
32 3 chuveiros 3 chuveiros
Diâmetro Quantidade máxima de chuveiros - Quantidade máxima de chuveiros -
nominal tubo de aço tubo de cobre
40 5 chuveiros 5 chuveiros
50 10 chuveiros 12 chuveiros
65 30 chuveiros 40 chuveiros
80 60 chuveiros 65 chuveiros
25 2 chuveiros 2 chuveiros
32 3 chuveiros 3 chuveiros
40 5 chuveiros 5 chuveiros
50 10 chuveiros 12 chuveiros
65 20 chuveiros 25 chuveiros
80 40 chuveiros 45 chuveiros
90 65 chuveiros 75 chuveiros
RESPOSTA
Trata-se de uma área de risco e ocupação leve. Então, de acordo com a tabela a seguir, a
distância máxima entre ramais e entre chuveiros e ramais é de 4,6m.
Classe de risco de Distâncias máximas entre ramais e entre chuveiros e ramais
ocupação (m)
Leve 4,6
Ordinário 4,6
Extraordinário 3,7
RESPOSTA
A área máxima de cobertura de chuveiros também deve ser determinada por uma tabela. Dessa
Ordinário 12m2
A) Água
B) Dióxidos de carbono
C) Pó químico
D) Compostos halogenados
E) Todos os citados podem ser utilizados para apagar o fogo nesta situação
GABARITO
O arranjo anterior refere-se aos ramais laterais com alimentação central, caracterizados pela
subida no centro da instalação e pelos ramais de chuveiros sendo dispostos lateralmente.
2. O material que não pode ser utilizado para combater incêndios na rede elétrica de sua
casa é o (a):
Por se tratar de um fogo do tipo C, a utilização de água tenderá a piorar o incêndio, uma vez
que é condutora de eletricidade.
MÓDULO 3
INTRODUÇÃO AO SPDA
NORMAS
O Brasil é o país com a maior incidência de raios do mundo. Raios podem resultar em prejuízos
como:
Ferimentos a seres vivos dentro ou perto das estruturas, podendo ser estendidos às
vizinhanças da estrutura ou até mesmo ao meio ambiente.
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Para reduzir as perdas causadas pelas descargas atmosféricas, podem ser necessárias
medidas de proteção. Por isso, é de grande importância a utilização de um sistema de proteção
contra descargas atmosféricas (SPDA) nas instalações. O SPDA consiste em interceptar uma
descarga atmosférica para a estrutura, via subsistema de captação, conduzir a corrente de
descarga seguramente para a terra, via subsistema de descida, e dispersar a corrente na terra,
via subsistema de aterramento.
A norma utilizada no Brasil para sistemas de proteção contra descargas atmosféricas é a ABNT
NBR 5419 – Proteção contra descargas atmosféricas, que é dividida em 4 capítulos:
Princípios gerais
Gerenciamento de risco
Danos físicos a estruturas e perigos à vida
Sistemas elétricos e eletrônicos internos na estrutura
Em 2015, o termo SPDA deixou de ser o tema único e passou a apresentar também uma área
específica de proteção: MPS – medidas de proteção contra surtos. O SPDA continua tratando
da proteção contra danos físicos à estrutura e risco à vida, enquanto as MPS são voltadas à
proteção dos sistemas elétricos e eletrônicos instalados na estrutura a ser protegida.
SPDA
2
Estruturas de madeira: nível III; estruturas nível IV. Estruturas contendo produtos agrícolas
potencialmente combustíveis (pós de grãos) sujeitos à explosão são consideradas com
risco para arredores.
Classificação Nível de
Tipo de estrutura Efeitos das descargas atmosféricas
da Estrutura proteção
Bancos,
Como já mencionado, além de efeitos
companhias de
indiretos com a perda de
seguro, II
comunicações, falha dos computadores
comerciais e
e perda de dados.
outros
Classificação Nível de
Tipo de estrutura Efeitos das descargas atmosféricas
da Estrutura proteção
Refinarias,
Estruturas
postos de
com risco Risco de incêndio, explosão da
combustível, I
para os instalação e seus arredores.
fábricas de fogos
arredores
e munição
Estruturas Indústrias
Riscos de incêndio e falhas de
com risco químicas, usinas
operação, com consequências
para o nucleares, I
perigosas para o local e para o meio
meio laboratórios
ambiente.
ambiente bioquímicos
Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
CONDUTORES SUSPENSOS
CONDUTORES EM MALHA
MÉTODO DE HASTES
O método também é conhecido como método de Franklin, em homenagem ao seu inventor,
Benjamin Franklin, que construiu o primeiro em 1760. É baseado em um cone, formado por um
mastro cujo ângulo é especificado em função do nível de proteção e da altura.
R = H ∙ tgα
e
S = π ∙ R2
, respectivamente.
Os métodos 2 e 3 são indicados para todos os casos, porém o método 1 é adequado para
edifícios, mas está sujeito ao limite de altura, indicado na tabela e figura a seguir.
Método de proteção
I 20 5x5
II 30 10x10
Ver Figura
III 45 15x15
IV 60 20x20
NOTA 1: Para valores de H (m) acima dos valores finais de cada curva (classes I a IV) são
aplicávei apenas os métodos da esfera rolante e das malhas.
CAPTAÇÃO E DESCIDA
B T’
Somente para chapas metálicas, se não for importante prevenir a perfuração, pontos
quentes ou problemas com ignição.
Chumbo - 2,0
Titânio 4 0,5
I a IV
Cobre 5 0,5
Alumínio 7 0,65
Zinco - 0,7
Os materiais que não fazem parte da construção e que são utilizados nos subsistemas de
captação e descidas são especificados na tabela a seguir.
B
Aplicável somente a minicaptores. Para aplicações em que esforços mecânicos, por
exemplo, força do vento, não forem críticos, é permitida a utilização de elementos com
diâmetro mínimo de 10mm e comprimento máximo de 1m.
Composição mínima AISI 304 ou composto por: cromo 16 %, níquel 8 %, carbono 0,07 %.
Área da seção
Material Configuração Comentários d
mínima (mm²)
Arredondado
35 Diâmetro 6mm
maciço d
Cobre
Diâmetro de cada fio
Encordoado 35
cordoalha 2,5mm
Arredondado
200 Diâmetro 16mm
maciço b
Arredondado
70 Diâmetro 9,5mm
maciço
Área da seção
Material Configuração Comentários d
mínima (mm²)
Arredondado
200 Diâmetro 16mm
maciço b
Arredondado
50 Diâmetro 8mm
maciço
Aço cobreado
IACS 30% e
Diâmetro de cada fio
Encordoado 50
cordoalha 3mm
Arredondado
50 Diâmetro 8mm
Alumínio maciço
cobreado IACS
64% Diâmetro de cada fio
Encordoado 70
cordoalha 3,6mm
Espessura mínima
Fita maciça 50
2,5mm
Arredondado
50 Diâmetro 8mm
maciço
Aço galvanizado
a quente a
Diâmetro de cada fio
Encordoado 50
cordoalha 1,7mm
Arredondado
200 Diâmetro 16mm
maciço b
Área da seção
Material Configuração Comentários d
mínima (mm²)
Arredondado
50 Diâmetro 8mm
maciço
Aço inoxidável c
Diâmetro de cada fio
Encordoado 70
cordoalha 1,7mm
Arredondado
200 Diâmetro 16mm
maciço b
DESCIDAS
O material dos condutores de captação e descidas foram especificados na tabela do item
anterior. O espaçamento médio entre os condutores de descida e entre os anéis condutores é
apresentado na tabela a seguir, conforme a norma.
I 10
II 10
III 15
Classe do SPDA Distâncias (m)
IV 20
ATERRAMENTO
Para subsistemas de aterramento, na impossibilidade do aproveitamento das armaduras das
fundações, deve ser utilizado condutor em anel, externo à estrutura a ser protegida, em contato
com o solo por pelo menos 80 % de seu comprimento total, ou elemento condutor interligando
as armaduras descontínuas da fundação (sapatas).
F
A cordoalha cobreada deve ter uma condutividade mínima de 30 % IACS (International
Annealed Copper Standard).
Composição mínima AISI 304 ou composto por: cromo 16 %, níquel 8 %, carbono 0,07 %.
B
Aplicável somente a minicaptores. Para aplicações em que esforços mecânicos, por
exemplo, força do vento, não forem críticos, é permitida a utilização de elementos com
diâmetro mínimo de 10mm e comprimento máximo de 1m.
Esta tabela não se aplica aos materiais utilizados como elementos naturais de um SPDA.
Sempre que os condutores estiverem em contato direto com o solo devem atender às
prescrições desta tabela.
Dimensões mínimas f
Eletrodo
Material Configuração Eletrodo não Comentários d
cravado
cravado
(Diâmetro)
Arredondado
- 50mm² Diâmetro 8mm
maciço c
Fita maciça
- 50mm² Espessura 2mm
c
Dimensões mínimas f
Eletrodo
Material Configuração Eletrodo não Comentários d
cravado
cravado
(Diâmetro)
Arredondado
15mm -
maciço
Espessura da
Tubo 20mm -
parede 2mm
Arredondado Diâmetro
16mm -
maciço a,b 10mm
Espessura da
Aço Tubo a,b 25mm -
parede 2mm
galvanizado
a quente
Fita maciça
- 90mm² Espessura 3mm
a
Encordoado - 70mm² -
Arredondado
Diâmetro de cada
Aço maciço d
Arredondado Diâmetro
inoxidável e 2mm
Fita maciça 100mm²
As hastes de aço recobertas com cobre (cooperweld), em geral de 2,40 ou 3,00m 3 5/8”, são
utilizadas como eletrodos de aterramento complementares, cravadas na terra.
A resistência de aterramento deve ser medida, e recomenda-se que seu valor seja inferior a
10ohms, de modo a obter uma rápida dissipação da corrente da descarga elétrica.
PROTEÇÃO DE EQUIPAMENTOS
Os Dispositivos de Proteção contra Surtos (DPS) devem ser instalados como parte integrante da
proteção do SPDA. Trata-se de um dispositivo destinado à proteção contra sobretensões e
desvios de correntes de surtos transitórias provocados por descargas diretas ou indiretas na
rede elétrica, causadas tanto por raios como por manobras no sistema elétrico.
O aumento repentino na tensão da rede (surtos) pode causar sérios danos a equipamentos
eletroeletrônicos e à própria instalação elétrica. Todos os ambientes que possuam
equipamentos conectados à rede elétrica ou a linhas de dados, como telefonia, internet e TV,
estão expostos aos malefícios dos surtos elétricos. Portanto, os DPS são dispositivos
importantes e fazem parte do SPDA.
Foto: Shutterstock.com
Exemplo de Dispositivos de Proteção contra Surtos (DPS)
Malha de captação.
Captor Franklin.
Terminal aéreo.
Haste de aterramento.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. NESTE TEMA, ESTUDAMOS CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES PARA
O SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS. A
RESPEITO DOS CONDUTORES DE DESCIDA, ASSINALE A ALTERNATIVA
CORRETA.
A) Método de Franklin
B) Método de Faraday
C) Método eletrogeométrico
D) Método da Gaiola
E) Método do ângulo
GABARITO
Conforme a NBR 5419 e explicado no item “Materiais dos condutores de captação e descida”,
os materiais para condutores de captação e descida podem ser aqueles já pertencentes a
construções como coberturas metálicas, tubulações metálicas, grades etc., contanto que exista
continuidade entre as partes.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste tema, aprendemos sobre os principais critérios e os princípios básicos dos sistemas de
instalações especiais em edifícios.
Vimos algumas normas regulamentadoras que são fundamentais para garantir a segurança e o
bom funcionamento dos sistemas de telefonia e cabeamento estruturados, das instalações de
prevenção e combate a incêndios e dos sistemas de proteção contra descargas atmosféricas.
Também compreendemos as instalações e os materiais utilizados nas instalações de
comunicação e cabeamento e os sistemas de proteção contra descargas atmosféricas.
Igualmente, aprendemos a identificar e reconhecer os recursos de prevenção e combate a
incêndios.
REFERÊNCIAS
ABRASIP-SINDUSCON-MG. Manual técnico: redes de telecomunicações em edificações.
Coordenação de Eduardo Henrique Moreira. 3. ed. Belo Horizonte: ABRASIP-SINDUSCON-MG,
2017.
LIMA FILHO, D. L. Projetos de Instalações Elétricas Prediais. 12. ed. São Paulo: Érica, 2011.
NERY, N. Instalações Elétricas – Princípios e Aplicações. 3. ed. São Paulo: Érica, 2012.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, leia o Manual técnico: redes de
telecomunicações em edificações - SINDUSCON-MG para o sistema de telefonia e cabeamento
estrutura. Leia também a Norma 5419 (2015) para o sistema de proteção contra descargas
atmosféricas e a NBR 10897 para o sistema de proteção contra incêndio, além das normas
associadas.
CONTEUDISTAS
Ana Catarina Almeida Filizola de Abreu
CURRÍCULO LATTES
Giuseppe Miceli Junior
CURRÍCULO LATTES
DESCRIÇÃO
Princípios básicos para a elaboração de um projeto de instalação elétrica de baixa tensão,
regulamentações, dimensionamento e dispositivos elétricos.
PROPÓSITO
Apresentar pontos importantes para a elaboração de projetos elétricos de baixa tensão em edificações,
bem como compreender as variáveis dos projetos e suas relevâncias.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos papel, caneta e uma calculadora ou use a
calculadora de seu smartphone/computador.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
MÓDULO 4
INTRODUÇÃO
Neste tema, vamos aprender sobre a principal norma que rege as condições que as instalações
elétricas de baixa tensão devem satisfazer. Vamos conhecer mais sobre o fornecimento de energia
elétrica e como chega até nossas casas, além de compreender a conta de energia que recebemos.
Outra Norma de grande importância para as instalações elétricas prediais é a NBR 5419 – Proteção
contra descargas atmosféricas. Ela é dividida em 4 (quatro) capítulos: Princípios gerais,
Gerenciamento de risco, Danos físicos a estruturas e perigos à vida, Sistemas elétricos e eletrônicos
internos na estrutura. Na última atualização da norma, em 2015, o termo SPDA (Sistema de Proteção
Contra Descargas Atmosféricas) deixou de ser o tema único e passou a apresentar também uma área
específica de proteção: MPS — medidas de proteção contra surtos. O SPDA continua tratando da
proteção contra danos físicos à estrutura e risco à vida. As MPS, por sua vez, são voltadas à proteção
dos sistemas elétricos e eletrônicos instalados na estrutura a ser protegida.
Ainda existem outras diferentes normas para instalações elétricas, tanto Normas Regulamentadoras
(NR), que são emitidas e regularmente alteradas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), como
Normas Brasileiras (NBRs), que são emitidas pela ABNT.
ATENÇÃO
É importante sempre pesquisar antes de fazer qualquer projeto ou trabalho e seguir corretamente as
normas.
CONCESSIONÁRIAS DE ENERGIA
Conforme definido pela Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, concessionária é o agente
titular de concessão federal para prestar o serviço público de distribuição de energia elétrica, doravante
denominado “distribuidora”.
VOCÊ SABIA
O Brasil, até 2020, possuia 105 distribuidoras de energia elétrica, sendo 54 concessionárias e 38
permissionárias, além de 13 cooperativas de eletrização.
A distribuidora, pela Resolução Normativa nº 414 da ANEEL, é obrigada a fornecer, operar e manter o
seu sistema elétrico até o ponto de entrega, caracterizado como o limite de sua responsabilidade,
observadas as condições estabelecidas na legislação e regulamentos aplicáveis, ou seja, o ponto de
entrega nada mais é que a ligação entre a unidade consumidora e o sistema elétrico de distribuição e
situa-se entre a via pública e a propriedade consumidora.
ATENÇÃO
Antes do início de qualquer obra, o construtor e/ou o projetista devem sempre entrar em contato com a
concessionária local de energia elétrica para tomar conhecimento dos detalhes e das normas
aplicáveis ao seu caso e ao local da obra, bem como das condições para sua ligação e do pedido
desta.
Em área rural, quando a unidade consumidora for atendida em tensão secundária de distribuição,
o ponto de entrega se situará no local de consumo, ainda que dentro da propriedade do
consumidor, observadas as normas e padrões da distribuidora.
VOCÊ SABIA
A fiação subterrânea pode ser mais vantajosa que a aérea, seja rede elétrica, cabos de telefonia ou de
televisão. Além de deixar as cidades com uma aparência melhor, o sistema evita problemas de
descarga na rede elétrica, diminui os apagões nos bairros, reduz os riscos de queda de energia
ocasionados por raios e/ou quedas de árvores, bem como seu custo de manutenção é menor. Tem
como desvantagem, porém, o alto valor na implantação, além de poder causar transtorno para a
população no ato da instalação.
Cidades como Barcelona, Londres, Amsterdã, Paris e Washington têm praticamente toda sua fiação
enterrada, ao contrário do Brasil onde só 1% da distribuição de energia elétrica é feita por redes
subterrâneas. As cidades com maior concentração de rede subterrânea no país são: Belo Horizonte,
com o percentual estimado de 2%; São Paulo, de 10%; e Rio de Janeiro, 11%.
TIPOS DE FORNECIMENTO
Ligação trifásica.
TENSÃO DE FORNECIMENTO
O nível de tensão de fornecimento para a unidade consumidora deve seguir os seguintes critérios
estabelecidos pela Res. 414/2010 da ANEEL:
A distribuidora, porém, pode estabelecer tensão de fornecimento sem observar os critérios referidos
acima, quando:
“A unidade consumidora, com carga acima de 50kW, tiver equipamento que, pelas características
de funcionamento ou potência, possa prejudicar a qualidade do fornecimento a outros
consumidores;” (Resolução Normativa ANEEL nº 670, 2015).
Houver conveniência técnica e econômica para o subsistema elétrico da distribuidora, desde que
haja anuência do interessado.
VOCÊ SABIA
As regiões do Brasil possuem diferentes tensões nominais de distribuição. No site da ANEEL podemos
consultar a tensão do município de qualquer lugar do país, além de verificar qual a concessionária que
fornece energia para cada região. É possível, ainda, observar os diferentes níveis de tensão nominal
secundária encontradas no Brasil, que são: 230/115V, 240/120V, 254/127V, 220/127V, 380/220V,
440/220V.
Além disso, em algumas cidades podemos encontrar até mais de dois níveis de tensão, por exemplo,
Além Paraíba – MG, que é abastecida por duas concessionárias de energia, a CEMIG e a Energisa
Minas Gerais (EMG), podendo observar ainda os 4 (quatro) níveis de tensões diferentes encontrados
na cidade (ver figura).
COBRANÇA DE SERVIÇOS
Elaborar os projetos e executar as obras necessárias ao atendimento das unidades consumidoras até
o ponto de entrega de energia elétrica é de responsabilidade das concessionárias. Também são de seu
encargo operar e manter o seu sistema elétrico, tudo nos termos da legislação em vigor.
VOCÊ SABIA
A sua conta de energia te dá muitas informações, entre elas o grupo em que sua residência está
inserida, a tensão nominal que é disponibilizada, além do valor de energia consumido.
O consumidor não paga apenas o consumo de energia, paga os custos com geração e distribuição,
além de impostos para manutenção de programas públicos e iluminação pública. Estes tributos estão
dispostos na tarifa de energia, e discriminados como:
VOCÊ SABIA
Todo consumidor residencial deve pagar uma quantidade mínima mensal de energia elétrica por estar
conectado à rede. É um valor pago à distribuidora por disponibilizar a energia elétrica para as
residências, mesmo sem haver consumo nenhum. Esse custo de disponibilidade do sistema elétrico,
aplicável ao faturamento mensal de consumidor responsável por unidade consumidora do grupo B, é o
valor em reais equivalente a:
COBRANÇAS DE SERVIÇO
No vídeo a seguir você entenderá melhor como funcionam as cobranças de serviço.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
TENSÃO ELÉTRICA
Tensão elétrica é a grandeza física que mede a diferença de potencial elétrico entre dois pontos,
também chamada de ddp. Sua unidade de medida é o volt (V). Como apresentado anteriormente, o
Brasil possui diferentes níveis de tensões, porém a grande maioria das cidades utiliza a tensão fase-
neutro, 127V, e fase-fase, 220V. Devido a esses diferentes níveis, muitos aparelhos domésticos já são
bivolt ou autovolt.
Bivolt
Possui a possibilidade de trabalhar com duas tensões diferentes, alguns aparelhos vêm com uma
chave para alterar as tensões de funcionamento.
Autovolt
Trabalha com uma faixa de tensão, normalmente entre 90 e 240V, ou seja, os aparelhos “se adaptam”
à tensão fornecida.
CORRENTE ELÉTRICA
Corrente elétrica é definida como o movimento ordenado dos elétrons livres nos fios, provocado pela
ação da tensão. A unidade de medida que determina a quantidade de corrente elétrica que passa em
um circuito é o ampère (A). Ela pode ser encontrada como contínua ou alternada. A seguir, definimos
as duas correntes.
CORRENTE CONTÍNUA
Ocorre quando o fluxo dos elétrons se dá somente em um sentido, ou seja, é sempre positiva ou
sempre negativa; o movimento se dá do polo positivo para o polo negativo (sentido convencional da
corrente), ou circula do polo negativo para o polo positivo, considerando o sentido da corrente dos
elétrons. Esse tipo de corrente é gerada principalmente por elementos químicos, que quando
colocados em contato, transformam energia química em energia elétrica, sendo as pilhas e as baterias
os melhores exemplos.
CORRENTE ALTERNADA
É caracterizada por um fluxo alternado no sentido dos elétrons, ou seja, eles mudam de direção a todo
momento. A corrente alternada é gerada a partir de elementos naturais como quedas d’água
(hidrelétricas) e vento (eólica), que fazem girar um ímã ou uma bobina para gerar a corrente. Tal
variação de fluxo permite aos transformadores de uma linha de transmissão receberem a energia
elétrica produzida, possibilitando que esta percorra uma maior distância e terem perdas menores de
energia. Essa é a corrente que chega até as tomadas das nossas casas.
Por não ocorrer a alternância na corrente contínua, ela não é aceita pelos transformadores e assim não
consegue alcançar voltagens maiores. Desse modo, a energia elétrica não consegue ser transportada
por uma distância longa, ou seja, há a dificuldade de transportar energia entre uma usina e uma
cidade.
VOCÊ SABIA
No final do século XIX, houve a “batalha das correntes”, em que Thomas Edison, que tinha a patente
da corrente contínua, disputou com Westinghouse e Nikola Tesla, um ex-funcionário e inventor da
transmissão da corrente alternada, qual seria a corrente utilizada para distribuição de energia elétrica
nos Estados Unidos da América. O sistema de corrente alternada acabou por prevalecer, pelas
vantagens inegáveis de custo, praticidade e eficiência em relação à corrente contínua.
POTÊNCIA ELÉTRICA
A potência elétrica pode ser definida como o trabalho elétrico desenvolvido pela corrente elétrica em
um período de tempo. Na corrente contínua, ela é definida pela relação entre tensão e corrente
elétrica, dada pela fórmula: P=Uxi. No Sistema Internacional de Medidas, a unidade de potência é o
watt (W).
No caso de circuitos de corrente alternada com cargas indutivas e/ou capacitivas, existe uma
defasagem entre tensão e corrente. O que nos leva a considerar três tipos de potência:
A potência ativa é a parcela efetivamente transformada em: potência luminosa (lâmpada), potência
mecânica (ventilador, liquidificador etc.) e potência térmica (chuveiro, torradeira etc.). Portanto, a
energia que é consumida em nossas casas é dada em kWh, esta é a que encontramos em nossas
contas de energia.
POTÊNCIA INSTALADA
A potência instalada nada mais é que a soma das potências nominais dos equipamentos elétricos
instalados na unidade consumidora, expressa em quilowatts (kW).
A previsão de carga de uma instalação deve ser feita obedecendo algumas prescrições, que são
definidas na NBR 5410:2004. Abaixo, são listadas algumas:
Em cada cômodo ou dependência deve ser previsto pelo menos um ponto de luz fixo no teto,
comandado por interruptor.
O número de pontos de tomadas deve ser determinado em função da destinação do local e dos seus
equipamentos elétricos, observando os critérios mínimos definidos em norma.
FATOR DE POTÊNCIA
Nos projetos de instalações elétricas prediais, os cálculos efetuados são baseados apenas na potência
aparente e na potência ativa. Por essa razão, é importante conhecer a relação entre elas para que se
entenda o que é fator de potência.
Potência (aparente) = 100VA, o fator de potência = 0,8 → Potência ativa (W) = 0,8 x 100 VA = 80W,
Potência reativa (kVAr) = 60W.
Equipamentos que só possuem resistência, como chuveiro elétrico, torneira elétrica, ferro elétrico,
lâmpadas incandescentes e fogão elétrico possuem fator de potência igual a 1, ou seja, toda potência
aparente é transformada em potência ativa.
VOCÊ SABIA
Empresas e indústrias podem pagar multa nas contas de energia se tiverem baixo fator de potência.
Esse fenômeno ocorre quando máquinas com motores elétricos geram excesso de energia reativa.
Pela legislação brasileira, o fator de potência de referência “fR”, indutivo ou capacitivo, tem como limite
mínimo permitido, para as unidades consumidoras do grupo A, o valor de 0,92.
Para evitar o acréscimo na fatura de energia, diminuir os riscos com acidentes elétricos por
superaquecimento e reduzir as perdas de energia elétrica, as empresas e indústrias devem corrigir o
baixo fator de energia. A seguir, são apresentadas algumas soluções para resolver esses problemas:
Sabe-se que para qualquer instalação elétrica não se utiliza todos os equipamentos elétricos ao
mesmo tempo, ou seja, a potência instalada não é a mesma que a utilizada. Dessa forma, podemos
introduzir o conceito de demanda e fator de demanda.
DEMANDA CONTRATADA
Demanda de potência ativa que é obrigatoriamente disponibilizada pela concessionária, no ponto de
entrega, conforme fixado em contrato, e que deve ser paga integralmente, mesmo sem ser utilizada
durante o período de faturamento, é expressa em (kW).
DEMANDA FATURÁVEL
Valor da demanda de potência ativa, considerada para fins de faturamento (cobrança), com aplicação
da respectiva tarifa, expressa em quilowatts (kW).
DEMANDA MEDIDA
Maior demanda de potência ativa, verificada por medição, integralizada em intervalos de 15 (quinze)
minutos durante o período de faturamento.
DEMANDA DE ULTRAPASSAGEM
Parcela da demanda medida que excede o valor da demanda contratada.
DEMANDA MÁXIMA
Maior demanda verificada em um período de tempo.
DEMANDA MÉDIA
Relação entre a quantidade de energia elétrica utilizada durante um período de tempo definido e esse
mesmo período.
Fator de demanda é definido como a razão entre a demanda máxima num intervalo de tempo
P otê ncia utilizada
especificado e a carga instalada na unidade consumidora, ou F D = x 100.
P otê ncia instalada
CÁLCULO DA DEMANDA
Não há como saber em 100% a demanda utilizada em uma edificação, por isso o projetista deverá
sempre prever a demanda baseando-se na finalidade da edificação (indústria, residência, entre
outros), nos equipamentos instalados e tempo de utilização.
Além disso, o projetista deverá seguir a realidade da região e as normas da concessionária local, pois
a partir do cálculo da demanda é realizado o dimensionamento da entrada de serviço, seu
transformador e da proteção geral.
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
D3 (kVA) = Demanda de aparelhos de ar-condicionado tipo janela e similares (split, cassete e fan
coil), calculada diferentemente para uso residencial e não residencial.
Carga
Descrição mínima Fator de demanda (%)
(kVA/m²)
25 p/ o que
exceder
de 10kVA
80 para os
primeiros 30kVA,
60 p/ o que
Não exceder de 30
exceder de
100kVA
0 < P (kVA)
≤ 1 (80)
6 < P (kVA) ≤ 7
1 < P (kVA) (40)
≤ 2 (75)
7 < P (kVA) ≤ 8
2 < P (kVA) (35)
≤ 4 (60)
9 < P (kVA) ≤ 10
4 < P (kVA) (27)
≤ 5 (50)
10 < P (kVA) →
5 < P (kVA) (24)
≤ 6 (45)
Carga mínima e fator de demanda para instalações de iluminação e tomadas de uso geral [D1] | Fonte:
RECON – BT, ENTRADAS INDIVIDUAIS E COLETIVAS, LIGHT, ED. 2019.
EXEMPLO
Tomada de uso geral: 3.600W (FD conforme tabela apresentada no tópico Cálculo da
demanda).
RESPOSTA
RESPOSTA
1. Utilizando a tabela apresentada no tópico cálculo da demanda, para iluminação e tomadas de uso
geral do projeto:
A Light considera que além das demandas individuais de cada unidade consumidora e do serviço
comum do condomínio, devem ser determinadas também as demandas de cada trecho do circuito de
uso comum do ramal coletivo. Consideramos os seguintes dados:
ATENÇÃO
Os valores das demandas DAG e DS são determinados através da mesma fórmula apresentada
anteriormente, considerando o conjunto de carga instalada para cada trecho do circuito analisado.
Para o caso da demanda de entradas coletivas com um único agrupamento de medidores, o valor da
DPG deve ser igual ao valor da DAG, já a DR deve ser determinada através do somatório da DAG das
unidades consumidoras e da DS, sendo o resultado multiplicado por 0,90. Temos então:
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
No caso da demanda de entradas coletivas com mais de um agrupamento de medidores, temos que
considerar além da DR e da DPG, também as seguintes demandas:
Para entrada mista (residencial e não residencial), a DPG será determinada através do somatório das
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Para entrada mista com unidades não residenciais que possuam diversidade de cargas (exemplo: lojas
e escritórios), a DPG será determinada através do somatório das DAG e multiplicado por 0,90.
DP G =(DAGN R(lojas) + D
AGN R(escrit órios) ) X 0,90
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
No caso de entrada mista com unidades residenciais e unidades não residenciais que possuam
diversidade de cargas (exemplo: residências, lojas e escritórios), a DPG será determinada através do
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
A DR deve ser determinada através do somatório das demandas DPG, DSR e DSNR quando for o caso,
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Para outros casos específicos, consultar a RECON – BT, Light, Ed. 2019.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 3
QUADROS DE DISTRIBUIÇÃO
Quadros de distribuição (QD), também conhecidos como quadros de luz (QL) ou quadros de disjuntor,
são equipamentos importantes na instalação elétrica de uma edificação. Servem para receber e
distribuir energia elétrica, além de proteger circuitos elétricos contra sobrecargas e curtos-circuitos.
Portanto, são considerados como conjuntos de proteção, manobra e comando.
A NBR 5410:2004 define o quadro de distribuição principal como o primeiro quadro de distribuição
após a entrada da linha elétrica na edificação. O termo também se aplica ao quadro de distribuição que
seja o único de uma edificação.
Disjuntor geral.
Barramento de neutro.
Existem ainda outros componentes, como contator, relé, entre outros, mas que não são muito usados
em residências.
O projetista deve seguir alguns critérios para a locação dos quadros. Eles devem ser instalados em
local de fácil acesso, ou seja, não devem ser instalados em ambientes reservados como quartos e
salas específicas, banheiros, escadas ou ambientes que fiquem trancados.
ATENÇÃO
É preciso tomar cuidado de não prever o posicionamento dos QD em locais onde possam ser
colocados armários.
Os quadros de distribuição devem conter identificação do lado externo legível (não sendo facilmente
removível), como também todos os seus componentes no interior, de forma que seja fácil identificar o
respectivo circuito de que faz parte.
A norma NBR 5410:2004 define alguns critérios para a instalação dos quadros disjuntores, como
disponibilidade de espaço reserva para ampliações futuras, com base no número de circuitos com que
o quadro for efetivamente configurado, de acordo com tabela abaixo:
Até 6 2
7 a 12 3
13 a 30 4
N > 30 0,15N
Deve ser previsto também o espaço necessário para outros dispositivos de proteção, como os
dispositivos Diferencial Residual (DR) — geral ou para conjuntos de circuitos — e os dispositivos de
proteção contra sobretensões (DPS).
A NBR 61439-1 define as principais características dos quadros de distribuição. Por essa norma, eles
devem ter no mínimo grau de proteção IP2X (IP são padrões internacionais de grau de proteção, nos
quais as letras IP são seguidas de dois dígitos, o primeiro assegurando o nível de proteção contra
corpos sólidos e contato direto, o segundo contra penetração de água).
RESUMINDO
Portanto, as estruturas, tampas, espelhos, portas, e complementares deverão ser construídos com
materiais capazes de suportar os esforços mecânicos, elétricos, térmicos e ambientais suscetíveis de
serem encontrados nas condições de serviço especificadas.
Quando houver alimentação a partir de vários sistemas (subestação, gerador etc.), o conjunto de
circuitos alimentados por cada sistema constitui uma instalação; e cada quadro de distribuição só deve
possuir componentes pertencentes a uma única instalação, com exceção de circuitos de sinalização e
comando e de conjuntos de manobra especialmente projetados para efetuar o intercâmbio das fontes
de alimentação.
1. Quando um disjuntor ou um fusível atua, desligando algum circuito ou a instalação inteira, a causa
pode ser uma sobrecarga ou um curto-circuito. Desligamentos frequentes são sinal de sobrecarga. Por
isso, NUNCA troque seus disjuntores ou fusíveis por outros de maior corrente (maior amperagem)
simplesmente. Como regra, a troca de um disjuntor ou fusível por outro de maior corrente requer,
antes, a troca dos fios e cabos elétricos por outros de maior seção (bitola).
2. Da mesma forma, NUNCA desative ou remova a chave automática de proteção contra choques
elétricos (dispositivo DR), mesmo em caso de desligamentos sem causa aparente. Se os
desligamentos forem frequentes e, principalmente, se as tentativas de religar a chave não tiverem
êxito, isso significa, muito provavelmente, que a instalação elétrica apresenta anomalias internas, que
só podem ser identificadas e corrigidas por profissionais qualificados.
A DESATIVAÇÃO OU REMOÇÃO DA CHAVE SIGNIFICA A ELIMINAÇÃO DE
MEDIDA PROTETORA CONTRA CHOQUES ELÉTRICOS E RISCO DE MORTE
PARA OS USUÁRIOS DA INSTALAÇÃO.
As conexões em um QD de potência, barramentos verticais/horizontais, bem como conexões de
alimentações dos disjuntores devem ser realizadas conforme manuais, desenhos e catálogos do
fabricante. Os condutores de alimentação dos componentes e instrumentos fixados nas portas ou
tampas devem ser dispostos de tal forma que os movimentos das portas ou tampas não possam
causar danos a esses condutores.
RECOMENDAÇÃO
Em uma residência com mais de um pavimento, é interessante instalar um QD por andar, mesmo não
tendo em norma essa obrigatoriedade.
Podemos listar algumas vantagens, como a economia nos cabos, visto que os circuitos dos disjuntores
até as tomadas seriam menores, seria apenas necessário um cabo de diâmetro maior até o QD do
segundo pavimento para a distribuição dos circuitos. Outro fator seria a segurança das pessoas e da
instalação, uma vez que é importante contar com o fácil acesso aos quadros.
ATENÇÃO
A estrutura dos quadros e painéis deve ser verificada periodicamente, observando-se seu estado geral
quanto à fixação, integridade mecânica, pintura, corrosão, fechaduras e dobradiças. Nos seus
componentes, é preciso verificar as condições de funcionamento, existência de sinais de aquecimento,
ressecamentos, fixação e limpeza.
Atualmente, podemos encontrar quadros de distribuição inteligentes (smart panels). Por meio deles, a
energia elétrica é monitorada remotamente, seja pela tela dos smartphones, computadores ou tablets.
As informações que são passadas para o operador são, entre outras, consumo de energia, quando e
como os recursos são consumidos, com identificação de consumo por tipo e áreas, além de poder
desligar e ligar o quadro.
RELEMBRANDO
Não se esqueça de que a montagem dos quadros de distribuição deve seguir além das normas, o
projeto elétrico, ou seja, deverá levar em conta o local de instalação (área externa ou interna).
Além disso, é preciso levar em conta o tamanho da caixa de distribuição a ser utilizada, baseado na
divisão de circuitos, e no dimensionamento dos componentes de proteção, como por exemplo o
dimensionamento dos disjuntores e cabos elétricos.
QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO
Entenda melhor sobre o quadro de distribuição no vídeo a seguir.
CIRCUITOS ELÉTRICOS
Em um projeto elétrico, após atribuir pontos de tomadas e iluminação, deve-se distribuir as cargas em
circuitos.
CIRCUITO NADA MAIS É QUE O CONJUNTO DE CARGAS
ALIMENTADAS PELOS MESMOS CONDUTORES, QUE SÃO
PROTEGIDAS CONTRA SOBRECORRENTES PELOS MESMOS
DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO.
É muito importante fazer a distribuição correta e adequada das cargas de uma instalação elétrica em
circuitos, principalmente a fim de:
Limitar as ocorrências de falhas nas instalações, de modo que a proteção atue somente no
circuito com defeito.
Reduzir as interferências entre aparelhos, pois alguns alteram a forma de onda de tensão no
circuito e prejudicam o funcionamento de outros aparelhos, podendo ainda danificá-los.
Circuitos de distribuição:
Circuitos terminais:
Partem dos quadros de distribuição (ou terminais) e se destinam à alimentação dos equipamentos de
utilização (tomadas, iluminação, motores). Podem ser monofásicos, bifásicos ou trifásicos.
A NBR 5410:2004 determina que a instalação elétrica deve ser dividida em circuitos conforme regras a
seguir:
A instalação deve ser dividida em tantos circuitos quantos necessários, devendo cada circuito ser
concebido de forma a poder ser seccionado sem risco de realimentação inadvertida através de
outro circuito.
Devem ser previstos circuitos distintos para partes da instalação que requeiram controle
específico, de tal forma que estes circuitos não sejam afetados pelas falhas de outros.
Deverá possuir circuito independente o ponto destinado para equipamento com corrente nominal
superior a 10A.
Os pontos de cozinhas, copas, áreas de serviços, lavanderias e locais análogos devem possuir
circuitos exclusivamente destinados à sua alimentação.
Devem ser previstos circuitos terminais distintos para pontos de iluminação e para pontos de
tomada.
O último item possui uma exceção no caso de habitações: quando a corrente do circuito for inferior a
16A, pode-se utilizar circuito comum entre iluminação e tomadas, levando em conta que os pontos de
iluminação e tomadas não devem ser alimentados, em sua totalidade, por um só circuito e excluindo os
locais indicados no quarto item.
Pode-se concluir a partir do item três da divisão de circuitos, que na separação dos circuitos não se
deve ultrapassar o limite de 1270VA (ou 1200W), em tensões de 127V, ou de 2200VA (ou 2200W), em
tensões de 220V, por circuito.
Nos casos em que os circuitos de iluminação e tomadas são separados, o circuito de iluminação deve
conter seção mínima de condutor (cabos) de 1,5mm2 e o circuito de tomada deve conter seção mínima
de 2,5mm2, porém quando estas cargas são colocadas no mesmo circuito, a seção mínima deverá ser
de 2,5mm2.
Os circuitos elétricos com finalidades diferentes, tais como comunicação, sinalização, controle e
tração elétrica devem ser identificados e instalados separadamente.
Sempre que for tecnicamente viável e necessário, devem ser projetados dispositivos de
seccionamento que incorporem recursos fixos de equipotencialização e aterramento do circuito
seccionado.
O memorial descritivo do projeto deve conter indicação de posição dos dispositivos de manobra
dos circuitos elétricos: (Verde - “D”, desligado e Vermelho - “L”, ligado).
VOCÊ SABIA
A NBR 5410:2004 também padroniza as cores dos condutores, sendo: azul-claro para condutor neutro
e verde-amarela ou verde para condutor de proteção (PE). Os condutores de fase e de comando não
possuem normalização de cor, mas são comumente utilizadas as cores: vermelho para primeira fase e
amarelo, preto ou branco para segunda fase ou comando de iluminação.
INSTALAÇÃO MONOFÁSICA
Todos os circuitos terminais deverão apresentar ligação fase-neutro, na tensão de fornecimento da
concessionária local.
VOCÊ SABIA
Os condutores elétricos têm vida útil estimada em 30 anos, considerando as condições normais de
operação. Já os dispositivos de proteção, considerando desarmes ocasionais de proteção, podem
durar por 25 anos. Porém, é preciso ficar atento aos sinais de desgaste de todos os componentes da
instalação elétrica, especialmente na ocorrência de falhas mecânicas e elétricas, nos desarmes
frequentes ou nas operações consideradas fora da normalidade.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 4
ATERRAMENTO DO SISTEMA
O sistema de aterramento nas instalações residenciais, comerciais ou industriais é fundamental e
obrigatório.
Hastes alinhadas.
Hastes em triângulo.
Hastes em quadrado.
Hastes em círculos.
Cabos enterrados.
O aterramento que deve ser realizado para garantir o funcionamento correto dos equipamentos ou
para permitir o funcionamento seguro e confiável da instalação.
O aterramento que consiste na ligação à terra das massas metálicas, e cujo objetivo é a proteção
contra choques elétricos por contato indireto.
A NBR 5401:2004 apresenta cinco esquemas de aterramentos. Para a classificação desses esquemas,
é utilizada a seguinte simbologia:
Nas figuras de representação dos esquemas de aterramento, serão utilizados os seguintes símbolos:
ESQUEMA TN
O ponto de alimentação é diretamente aterrado, sendo as massas ligadas a este ponto por meio de
condutores de proteção. Nesse esquema, toda corrente de falta direta fase-massa é uma corrente de
curto-circuito.
São considerados três tipos de esquemas TN, de acordo com a disposição do condutor neutro e do
condutor de proteção:
ESQUEMA TN-S:
ESQUEMA TN-C-S:
ESQUEMA TT
ESQUEMA IT
No esquema IT todas as partes vivas são isoladas da terra ou um ponto da alimentação é aterrado
através de impedância. As massas da instalação são aterradas, verificando-se as seguintes
possibilidades:
FIGURA A:
Sem aterramento da alimentação.
FIGURA B:
FIGURA B.1:
FIGURA B.2:
FIGURA B.3:
DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO
A fim de aumentar a segurança das instalações elétricas, prevenindo contra choques elétricos,
sobreaquecimento ou surtos de corrente ou tensão, devem ser obrigatoriamente instalados dispositivos
de proteção, conforme norma. A seguir, definiremos o que é sobrecorrente e citaremos os principais
dispositivos de proteção utilizados nos projetos elétricos.
SOBRECORRENTES
Sobrecorrentes são correntes acima do valor nominal (prevista) nos equipamentos ou nos condutores
dos circuitos. Elas podem ser encontradas na forma de sobrecarga ou curto-circuito.
Sobrecarga
Sobrecorrente ocasionada pela quantidade de carga superior à prevista para o circuito (mais aparelhos
conectados, aparelhos de maior potência, falhas na isolação etc.).
Curto-circuito
Sobrecorrente, resultante de uma falta, que acontece quando dois condutores de potencial elétrico
diferente são colocados em contato direto.
FUSÍVEIS
O fusível é um dispositivo de baixo custo, utilizado na proteção contra sobrecargas e curtos-circuitos.
Sua atuação consiste na fusão do elo fusível por efeito Joule, isto é, pela elevação da temperatura.
Uma desvantagem é que uma vez tendo atuado, ele não poderá ser reutilizado. Existem no mercado
diferentes tipos de fusíveis, citaremos alguns.
FUSÍVEL ROLHA
Possui um corpo cerâmico com os contatos sendo realizados através de rosca de fixação ao soquete.
O elo fusível é feito de liga de chumbo-estanho. Correntes nominais de 6 a 30A.
FUSÍVEL CARTUCHO
Constituído por um invólucro cilíndrico de papelão, ou fibra, com terminais de cobre, tipo faca ou virola.
O elo fusível pode ser de vários formatos de liga de cobre, ou de chumbo-estanho. Correntes nominais
5 a 60A, para terminais tipo virola, e de 60 a 600A para tipo faca.
FUSÍVEL DIAZED
Seu corpo é de porcelana cilíndrico, fechado nas extremidades por tampas metálicas por onde é feito o
contato com a base. O elo fusível é de cobre revestido com zinco, e seu interior é preenchido com
areia à base de quartzo. Correntes nominais de 2 a 100A.
FUSÍVEL NH
Possui um corpo de porcelana, com seção quadrada ou retangular, bordas arredondadas e terminais
tipo faca. O elo fusível é geralmente de cobre, recoberto ou não com outro metal. Correntes nominais
de 6 a 1000A.
Os fusíveis possuem sua especificação descrita por duas letras, sendo a primeira minúscula e a
segunda maiúscula, conforme tabela abaixo:
Letra Descrição
L Proteção de linha.
Segunda letra,
maiúscula
Tr Proteção de transformadores.
EXEMPLO
gL/gG - Fusível para proteção de cabos e uso geral (atua em sobrecargas e curtos-circuitos).
DISJUNTOR
A principal função do disjuntor é de proteção e segurança, porém também é utilizado para ligar e
desligar circuitos e cargas. O disjuntor é um equipamento que serve para desarmar o circuito
automaticamente, ao detectar uma sobrecarga ou um curto-circuito em uma instalação elétrica. Ele é
projetado para suportar determinada corrente elétrica, caso ocorra um pico de corrente ou um curto-
circuito que eleve a corrente acima do limite suportado por este, ele interrompe o circuito.
Os disjuntores térmicos funcionam através da deformação de uma lâmina bimetálica, causada pelo
aquecimento. Quando uma sobrecarga de corrente atravessa o disjuntor, a lâmina bimetálica se
aquece por efeito Joule e se deforma. Essa deformação desencadeia mecanicamente a interrupção de
um contato abrindo o circuito.
DISJUNTOR MAGNÉTICO
No disjuntor magnético, a forte variação de corrente elétrica que atravessa as espiras de uma bobina
gera um campo magnético, que quando atinge determinada intensidade, faz com que a chapa metálica
do contato seja atraída, abrindo, assim, o contato, protegendo a fonte e o circuito elétrico. Portanto,
quando a corrente elétrica ultrapassa o limite máximo do disjuntor, a bobina cria um campo
eletromagnético que desarma o disjuntor.
A interrupção desse disjuntor é instantânea, o que garante uma alta precisão. Esta velocidade de
interrupção instantânea é o que possibilita a proteção contra curto-circuito. Entretanto, na proteção de
sobrecarga, ele não tem tanta precisão como o disjuntor térmico, já que a carga terá que exceder muito
o limite.
DISJUNTOR TERMOMAGNÉTICO
É o disjuntor mais utilizado nas instalações elétricas. Ele possui função de manobra (abrir ou fechar um
circuito), proteção contra curto-circuito e proteção contra sobrecarga, ou seja, ele é a união das
funcionalidades do térmico com o magnético em um único equipamento.
CURVA DE RUPTURA DOS DISJUNTORES
A curva de ruptura mostra a corrente em relação ao tempo, após o disjuntor ultrapassar a sua corrente
nominal, ou seja, a corrente de ruptura é a que causa a atuação disjuntor, fazendo ele abrir o circuito.
CURVA B
Corrente de ruptura de 3 a 5 vezes maior que a corrente nominal do disjuntor. São utilizados em cargas
resistivas, que podem gerar curto-circuito de baixas proporções, por exemplo, tomadas de uso geral.
CURVA C
Corrente de ruptura de 5 a 10 vezes maior que a corrente nominal do disjuntor. Utilizadas em cargas
indutivas, por exemplo, ar-condicionado e circuitos de iluminação.
CURVA D
Corrente de ruptura de 10 a 20 vezes maior que a corrente nominal do disjuntor. São utilizados em
circuitos industriais, como motores de altas correntes de partida, transformadores e máquinas de solda.
ATENÇÃO
É muito importante utilizar disjuntores adequados nas instalações elétricas, pois a utilização de
disjuntores com capacidade acima do necessário poderá danificar as instalações e os aparelhos
elétricos. Além disso, se a amperagem desses dispositivos de proteção for abaixo do indicado,
ocorrerá o desarme sem necessidade.
DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO
Assista ao vídeo abaixo para entender melhor sobre dispositivos de proteção.
Os DPS devem ser selecionados com base no mínimo nas seguintes características: nível de proteção,
máxima tensão de operação contínua, suportabilidade a sobretensões temporárias, corrente nominal
de descarga e/ou corrente de impulso e suportabilidade à corrente de curto-circuito.
SURTO ELÉTRICO É UMA ONDA TRANSITÓRIA DE TENSÃO,
CORRENTE OU POTÊNCIA QUE TEM COMO CARACTERÍSTICA UMA
ELEVADA VARIAÇÃO EM UM CURTO PERÍODO.
Essa onda se propaga ao longo de sistemas elétricos, podendo causar sérios danos aos equipamentos
eletroeletrônicos ligados na rede elétrica. Esses surtos elétricos são normalmente causados por
descargas atmosféricas, queda de energia, manobras de rede e no liga/desliga de grandes máquinas.
Os DPS são utilizados em diversas aplicações: em redes de distribuição de energia elétrica, para
proteção de transformadores e luminárias urbanas, nas linhas de telecomunicações, nos painéis de
energia solar fotovoltaica, nos quadros de distribuição das edificações e até mesmo conectados às
tomadas, acoplados diretamente aos equipamentos. Os DPS podem ser assim divididos em três
classes:
CLASSE I
Dispositivos utilizados na proteção de ambientes expostos a descargas atmosféricas diretas, como
áreas urbanas periféricas ou áreas rurais. Instalados nos quadros primários (ponto de entrada) de
distribuição.
CLASSE II
Dispositivos com capacidade para proteger contra os efeitos indiretos de uma descarga atmosférica.
Utilizados em áreas urbanas e instalados nos quadros secundários de distribuição.
CLASSE III
Dispositivos destinados à proteção fina de equipamentos, instalados próximos aos equipamentos. São
utilizados para proteger somente um equipamento, geralmente eletroeletrônicos.
A NDR 5410:2004 ainda recomenda seções mínimas dos condutores de aterramento para as duas
primeiras classes:
Classe I: 16mm²;
Disjuntor DR (DDR)
Disjuntor DR (IDR)
Possui pequena capacidade de interrupção, sendo mais utilizado para proteção contra contatos
indiretos.
Circuitos de tomadas de corrente situadas em áreas internas que possam vir a alimentar
equipamentos no exterior.
O DR pode ser instalado individualmente por grupos de circuitos ou até mesmo na proteção geral,
neste último caso, o inconveniente é o desarme de toda a instalação no caso de detecção de uma
falta.
10mA utilizado para locais de difícil acesso (exemplo: leito de UTI, fosso de elevador etc.).
30mA proteção das pessoas contra choques elétricos por contato direto.
≥30mA proteção das pessoas contra choques elétricos por contato indireto.
Para as instalações residenciais, a corrente recomendada usual é de 30mA para corrente elétrica
máxima de fuga.
ATENÇÃO
Vale ressaltar que os dispositivos diferenciais não extinguem completamente a possibilidade de choque
elétrico, mas reduzem o tempo de exposição do corpo humano à passagem de corrente elétrica.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Aprendemos sobre os principais critérios e os princípios básicos para a elaboração de um projeto de
instalação elétrica de baixa tensão em edificações.
Vimos algumas normas regulamentadoras que são fundamentais para garantir a segurança e o bom
funcionamento das instalações elétricas e dos dispositivos que nelas forem instalados. Também
compreendemos sobre o fornecimento de energia, a legislação das distribuidoras de energia elétrica e
as cobranças de serviços.
Além disso, foram apresentados o funcionamento dos quadros de disjuntores, as regras de separação
dos circuitos elétricos e os dispositivos de proteção necessários para um bom funcionamento das
instalações elétricas.
PODCAST
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: Instalações elétricas de baixa
tensão. Rio de Janeiro. 2004.
GEBRAN, A. P.; RIZZATO, F. A. P. Instalações Elétricas Prediais. Porto Alegre: Bookman, 2017.
LIGHT. RECON – BT, Entradas Individuais e Coletivas. Regulamentação para fornecimento de energia
elétrica a consumidores de baixa tensão. Ed. 2019.
MUNDO DA ELÉTRICA. Vídeos e cursos de elétrica. Página inicial. Consultado em meio eletrônico
em: 17 set. 2020.
NERY, N. Instalações Elétricas – Princípios e Aplicações. 2. ed. São Paulo: Érica, 2012.
SALA DA ELÉTRICA. Aulas sobre eletricidade na teoria e na prática. Página inicial. Consultado em
meio eletrônico em: 17 de set. 2020.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, leia:
Resolução Normativa nº 414 da ANEEL, a NBR 5410:2004 e as normas a ela vinculadas, como a
NBR 13534:1995 – Instalações elétricas em estabelecimentos assistenciais de saúde –
Requisitos para segurança e a NBR 5361:1998 – Disjuntores de baixa tensão.
CONTEUDISTA
Ana Catarina Almeida Filizola de Abreu
CURRÍCULO LATTES
DESCRIÇÃO
Conceitos, métodos e técnicas para a execução de sistemas de instalação elétrica de baixa
tensão em edifícios.
PROPÓSITO
Apresentar os cálculos, métodos e formas para realização e execução de um projeto de
instalações elétricas de Baixa Tensão, de acordo com as normas da ABNT.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos papel, caneta e uma calculadora, ou
use a calculadora de seu smartphone/computador.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
MÓDULO 4
MÓDULO 1
QUADROS DE DISTRIBUIÇÃO
O quadro de distribuição é o equipamento destinado a abrigar os dispositivos de proteção e
manobra, bem como conectar os condutores elétricos, a fim de receber e distribuir energia.
ATENÇÃO
BARICENTRO
O baricentro das cargas é o ponto onde podemos considerar que toda a carga de uma
determinada área está concentrada. A determinação desse ponto se assemelha ao
cálculo do centro de massa de um corpo rígido. Teoricamente, o ponto de baricentro é o
ponto de localização cujo quadro de distribuição deveria se localizar, a fim de obter a
maior redução possível de custos de instalação e funcionamento.
Fonte: Autor
Baricentro das cargas.
X1 ∙ P1 + X2 ∙ P2 + … + XN ∙ PN
X=
P1 + P2 + … + PN
Y1 ∙ P1 + Y2 ∙ P2 + … + YN ∙ PN
Y=
P1 + P2 + … + PN
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
CAIXAS PARA QUADRO DE MEDIÇÃO E DE
DISTRIBUIÇÃO
As caixas para quadro de medição são padronizadas pela concessionária de energia local, mas
dependem também do tipo de entrada de energia elétrica e do número de medidores que serão
implantados. Normalmente, são de estruturas metálicas.
As caixas para quadro de distribuição ou terminais podem ser metálicas ou de PVC. As caixas
mais simples, destinadas para instalações monofásicas, não têm local para barramento de
cobre, suas conexões internas são feitas por condutores. Para instalações bifásicas, trifásicas
ou quadro de distribuição geral, as caixas possuem barramento de cobre e local para fixação
dos dispositivos de proteção.
EDIFICAÇÃO COLETIVA
Os quadros, em uma edificação coletiva, devem ser suficientes para atender suas
necessidades, como quadro de máquinas, quadro de iluminação e tomadas do pavimento
térreo, quadro de iluminação e tomadas do subsolo, entre outros. Os quadros terminais
também devem situar-se próximo das suas cargas.
Fonte: Autor
Onde:
CS:
Caixa seccionadora.
QG:
Quadro geral do edifício.
CM:
Centro de medidores (um medidor por apartamento e um para o condomínio).
CP:
Caixa de passagem (uma por andar).
QG-C:
Quadro geral do condomínio.
QD:
Quadro de distribuição (um por apartamento e para cada área do condomínio).
Assista ao vídeo a seguir para compreender um pouco mais sobre os quadros de distribuição.
QUADROS DE DISTRIBUIÇÃO
CIRCUITOS
O esquema unifilar é uma forma mais simples de apresentar o circuito de uma instalação
elétrica, pois uma única linha representa o eletroduto e os diferentes condutores ali instalados.
Fonte: Autor
Diagrama unifilar de quadro de distribuição.
A) QUADROS DE DISTRIBUIÇÃO
Representados por um barramento contendo todos os circuitos associados a ele, incluindo:
Nome do quadro;
Desenho do barramento;
Um disjuntor global;
B) QUADROS DE MEDIÇÃO
Similares aos de distribuição, mas incluindo a representação dos medidores.
Disjuntor adotado como proteção para o circuito, com sua respectiva corrente nominal;
Diferencial-residual (DR);
Nome e descrição.
RESUMINDO
Podemos, então, dizer que o diagrama unifilar é a representação, em planta baixa, dos pontos
de tomada, dos pontos de iluminação e dos quadros de distribuição, com indicação dos trajetos
dos eletrodutos, da numeração dos circuitos e da caracterização dos condutores.
A seguir, veja um exemplo de diagrama unifilar de uma instalação elétrica, onde os números
menores são os circuitos de cada ponto de tomada ou iluminação, já os maiores são as
potências previstas para cada ponto:
Fonte: Autor
Diagrama unifilar de uma cozinha.
FPR:
Ferro de passar roupa
SER:
Secadora de roupa
LRM:
Lavadora de roupa média
GLD:
Geladeira
FVM:
Freezer vertical médio
MOO:
Micro-ondas
EXA:
Exaustor
LLG:
Lava louça grande
Fonte: Autor
Esquema multifilar de quadro de distribuição.
Nome e descrição.
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
SIMBOLOGIA
A norma NBR 5444 foi criada a fim de padronizar a simbologia elétrica residencial utilizada
pelos profissionais da elétrica. No entanto, ela foi cancelada pela ABNT, em 2014, e não houve
substituição. No seu lugar, a ABNT sugere o uso da norma internacional: IEC 60417 –
Graphical symbols for use on equipment. Ainda assim, por sua simplicidade, a NBR 5444
continua sendo referência no Brasil na simbologia elétrica residencial.
Fonte: Autor
ATENÇÃO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) Diagrama multifilar.
B) Diagrama trifilar.
C) Diagrama unifilar.
D) Diagrama elétrico.
E) Diagrama bifilar.
GABARITO
O projeto prevê a instalação de duas tomadas baixas, duas tomadas médias, uma luminária,
um quadro de distribuição de embutir e um interruptor simples.
2. O diagrama elétrico que representa a forma mais simples dos circuitos de uma
instalação elétrica, em que uma única linha representa o eletroduto e os diferentes
condutores ali instalados, é denominado:
O diagrama unifilar é uma forma mais simples de apresentar o circuito de uma instalação
elétrica, pois uma única linha representa o eletroduto e os diferentes condutores ali instalados.
MÓDULO 2
DISPOSITIVOS DE MANOBRA
Dispositivos de manobra são responsáveis por impedir ou permitir a passagem de corrente
elétrica, ou seja, acionar ou interromper o funcionamento de um circuito elétrico.
INTERRUPTORES
Os interruptores são os dispositivos de manobra (ou comando) mais comuns e devem ter a
capacidade para suportar determinadas correntes por tempo indeterminado. Devem ser
instalados em locais de fácil acesso, perto das entradas e saídas dos ambientes. Também
podem ser instalados em locais que facilitem a vida do usuário, como perto de camas.
INTERRUPTOR SIMPLES
são os mais usados em instalações elétricas e permitem o comando de um ponto.
Fonte: Autor
Fonte: Autor
INTERRUPTOR INTERMEDIÁRIO
(FOUR WAY)
permite o comando em vários locais distintos. São muito utilizados em escadas e salas
grandes, onde há a necessidade de apagar e acender lâmpadas em diferentes pontos.
Fonte: Autor
Além dos interruptores já mencionados, existem outros que atendem situações específicas.
Veja a seguir:
INTERRUPTOR DIMMER
É utilizado em ambientes nos quais se deseja controlar a luminosidade. Utiliza-se,
principalmente, em lâmpadas incandescentes.
MINUTERIAS
É aplicado em locais nos quais se deseja que a iluminação fique acesa somente por um
intervalo de tempo, como escadas, garagens e halls de entrada de edifícios.
INTERRUPTORES
REMOTOS
Interruptores capazes de acender lâmpadas à distância. Também podem variar a intensidade
das lâmpadas incandescentes.
TOMADAS
As tomadas devem atender à norma NBR 14136 – Plugues e tomadas para uso doméstico e
análogo até 20 A/250 V em corrente alternada – Padronização. Ela considera as tomadas de
uso geral (TUG), com capacidade de 10 A, e as tomadas de uso específico, com capacidade
acima de 10 A.
Desde 2011, o padrão das tomadas brasileiras foi unificado para um único de três pinos: 2P+T
(duas fases, ou uma fase e um neutro e o terra). A mudança foi ocasionada para tornar as
tomadas mais seguras, pois diminui o contato indireto nos pinos na hora da remoção e obriga o
uso do pino de proteção (“terra”). Com isso, diminui a ocorrência de choques elétricos e
protege os equipamentos eletroeletrônicos.
Os modelos de 10 A e 20 A diferem no diâmetro dos orifícios, respectivamente, ø4 mm e ø4,8
mm. A NBR 14136 determina que as tomadas de 20 A permitam a inserção de plugues de 10 A
e 20 A, porém, as de 10 A não devem permitir as de 20 A.
Fonte:Shutterstock
ATENÇÃO
A NBR 5410:2004 diz que, quando houver circuitos de tomadas com diferentes tensões, as
tomadas fixas dos circuitos de tensão mais elevada devem ser marcadas com a tensão a ela
provida, seja por adesivo ou placa, e não deve ser possível a remoção fácil.
A norma utiliza volt-ampère (VA) para a potência das tomadas e recomenda, como potência
mínima, 100 VA nos pontos de tomada de uso geral. Como muito dos aparelhos de uso
doméstico são resistivos e operam com fator de potência próximo a um, podemos considerar a
potência das tomadas para edifícios residências ou comerciais em watts (W).
SAIBA MAIS
Quando o total de tomadas de uso geral, no conjunto desses cômodos, ultrapassar seis, a
norma admite que apenas duas possam ser consideradas de 600 VA e as excedentes de 100
VA, considerando os ambientes separadamente.
Em halls de serviço, salas de manutenção e salas de equipamentos (máquinas, bombas etc.),
deve ser previsto, no mínimo, um ponto de tomada de uso geral, e a potência do circuito, no
mínimo, de 1.000 VA.
Para situações em que não há uma especificação maior da aplicação do local, é comum
atribuir 200 W ou 200 VA por tomada. O projetista deverá lembrar que, atualmente, são
utilizados muitos equipamentos eletrônicos, principalmente na sala de estar de uma residência.
Desse modo, deve-se sempre prever uma quantidade adequada e evitar o uso de “benjamins”
(T) e extensões por parte dos usuários.
Para pontos previstos para tomadas de uso específico, deve ser atribuída potência igual à
potência nominal do equipamento a ser alimentado, ou a soma das potencias nominais dos
equipamentos a serem alimentados. Quando valores precisos não forem conhecidos, prever
uma potência igual à potência nominal do equipamento mais potente que possa ser utilizado.
ATENÇÃO
Os pontos de tomada de uso específico devem ser localizados, no máximo, a 1,5 m do ponto
previsto para a localização do equipamento a ser alimentado.
QUANTIDADE DE PONTOS DE TOMADA
Quando o projetista for locar os pontos de tomada, ele deverá verificar a funcionalidade do
local e a destinação dos equipamentos, observando alguns critérios mínimos previstos na NBR
5410:2004, como:
BANHEIROS
COZINHAS
VARANDAS
Em banheiros, deve ser previsto, pelo menos, um ponto de tomada, próximo ao lavatório;
SALAS E DORMITÓRIOS
DEMAIS CÔMODOS
Em salas e dormitórios deve ser previsto, pelo menos, um ponto de tomada para cada 5 m ou
fração de perímetro, devendo tais pontos ser espaçados tão uniformemente quanto possível;
Em cada um dos demais cômodos e dependências de habitação, devem ser previstos, pelo
menos:
Escritórios com áreas iguais ou inferiores a 40 m²: 1 tomada para cada 3 m ou fração de
perímetro, ou 1 tomada para cada 4 m² ou fração de área (adotar o que conduzir ao maior
número);
A potência das tomadas de uso geral, em escritórios e lojas, deverá ser de 200 VA.
Médias: 1,20 m até 1,30 m a partir do chão;
Altas: 2 m até 2,25 m a partir do chão.
Conforme norma, os circuitos de tomada e iluminação deverão ser distintos, somente em casos
de habitações com corrente de circuito inferior a 16 A poderão ser o mesmo. Portanto, quando
houver, em uma instalação, um interruptor conjugado com uma tomada, deverá ser tomado o
cuidado de ser instalado da forma correta.
Não poderá utilizar a mesma fase-neutro dos circuitos, conforme podemos verificar na figura a
seguir:
Fonte: Autor
ILUMINAÇÃO
A NBR 5410:2004 recomenda que as cargas de iluminação sejam determinadas pela aplicação
das NBR 5413:1992 e NBR 5382:1985. No entanto, tais normas foram canceladas e
substituídas pela NBR ISO/CIE 8995-1:2013 – iluminação de ambientes de trabalho. A nova
norma especifica critérios de iluminação para que as pessoas possam desempenhar tarefas
visuais de maneira eficiente, com conforto e segurança.
Fonte: Shutterstock
SAIBA MAIS
A NBR ISO/CIE 8995-1:2013 recomenda alguns valores dos critérios para a iluminação de
ambientes e atividades, e é listado por meio de uma tabela. A seguir, iremos apresentar os
mais usuais:
¯
Tipo de ambiente, tarefa ou atividade Em UGRL Ra
Lux
Refeitórios/cantinas 200 22 80
¯
EM LUX
é a iluminância mantida;
UGRL
A iluminância deve ser calculada por meio dos valores medidos na mesma malha de pontos
utilizada no cálculo do projeto, e o valor não pode ser inferior ao especificado para aquela
tarefa.
ATENÇÃO
Na determinação das cargas de iluminação, como alternativa a aplicação da ABNT NBR 5413,
pode ser adotado o seguinte critério:
Em cômodos ou dependências com área igual ou inferior a 6 m², deve ser prevista uma carga
mínima de 100 VA;
Área superior a 6 m²
Em cômodos ou dependências com área superior a 6 m², deve ser prevista uma carga mínima
de 100 VA para os primeiros 6 m², acrescida de 60 VA para cada aumento de 4 m² inteiros.
Em escadas, depósitos, despensas, lavabos e varandas, é admitido que o ponto de luz fixo no
teto seja substituído por ponto na parede, desde que sejam locais de pequenas dimensões e
seja de difícil execução no teto.
TIPOS DE LUMINÁRIAS
Luminária comum – é a forma mais comum de aplicação da luz, dispersa por todo
ambiente;
LUMINOTÉCNICA
Uma intensidade luminosa de 200 lux é utilizada para as tarefas comuns, como leitura de livros,
montagens de peças e operação de máquinas. Uma intensidade maior é necessária para
quando exige uma percepção maior de detalhes, ou seja, quando há uma maior exigência
visual.
INTENSIDADE LUMINOSA
Fonte: Autor
ILUMINÂNCIA OU ILUMINAMENTO
É a quantidade de luz que incide sobre determinada área. É simbolizada pela letra E, sua
unidade é lux ou lúmen/metro quadrado (lm/m²) e sua fórmula é dada por:
Fonte: Autor
Iluminância perpendicular de uma superfície.
LUMINÂNCIA
É a quantidade de emissão de luz que passa através ou é refletida a partir de uma superfície,
em um certo ângulo. Seu símbolo é o L, sua unidade cd/m² ou nit, e sua fórmula é dada por:
Fonte: Autor
Representação da intensidade luminosa, fluxo luminoso, iluminância e luminância
CÁLCULO LUMINOTÉCNICO
Método dos lúmens ou fluxo luminoso – nesse método, deve-se seguir algumas
etapas, como determinar o nível da iluminância, escolher as luminárias e lâmpadas,
determinar índice do local, o coeficiente de utilização da luminária e o coeficiente de
manutenção, calcular o fluxo luminoso e o número de luminárias.
Índice local – calculado a partir das dimensões do ambiente e dado pela fórmula:
ΦÚTIL
U=
ΦTOTAL
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Coeficiente de manutenção (d) – a diminuição do fluxo emitido pelas luminárias por falta
de manutenção (poeira, entre outros) deve ser incluído no cálculo para determinar a
quantidade de luminárias necessárias no ambiente. A seguir, vejamos uma tabela para
lâmpadas fluorescentes, apresentada pela NBR ISO/CIE 8995-1:2013.
Fator de
Exemplo
manutenção
Comprimento: 10,0 m;
Largura: 8,0 m;
Pé-direito: 2,50 m;
φluminária = 3930 lm
Fonte: Autor
2 - Método ponto por ponto – Também chamado de método das intensidades luminosas, é o
método mais simples para o dimensionamento da iluminação de um ambiente. O método é
utilizado quando as dimensões da fonte luminosa são pequenas se comparadas ao plano que
deve ser iluminado. Alguns autores consideram o valor de, no mínimo, cinco vezes.
Fonte: Autor
• Iluminação no objeto:
I ( Θ ) ∙ COS3Θ
EH =
H2
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Fonte: Autor
CÁLCULO LUMINOTÉCNICO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
C) Interruptor simples
D) Interruptor remoto
E) Interruptor dimmer
C) A relação do fluxo luminoso útil recebido pelo plano de trabalho e o fluxo emitido pela
luminária.
D) A quantidade de emissão de luz que passa através ou é refletida a partir de uma superfície,
em certo ângulo.
GABARITO
O Interruptor paralelo (three way) permite o comando em dois locais distintos e é muito
utilizado em escadas e salas grandes, onde há a necessidade de apagar e/ou acender
lâmpadas em diferentes pontos.
Luminância é a quantidade de emissão de luz que passa através ou é refletida a partir de uma
superfície, em um certo ângulo. Seu símbolo é o L, sua unidade cd/m² ou nit.
MÓDULO 3
Portanto, após o estudo e cálculo das necessidades de cada ambiente da instalação, deve-se
levantar as potências que serão instaladas e suas respectivas demandas, alocar os pontos de
tomadas e de iluminação, e realizar distribuição dessas cargas em circuitos.
Conforme norma, a instalação deve ser dividida em tantos circuitos quantos necessários, e os
circuitos terminais devem ser individualizados pela função dos equipamentos de utilização que
alimentam.
ATENÇÃO
Além disso, equipamentos de uso específico que excedam a corrente de 10 A devem ser
distribuídos em circuito separado e exclusivo. Exemplos disso são o chuveiro elétrico e o ar-
condicionado.
Para os pontos de tomada e os pontos de Iluminação, devem-se ser previstos circuitos com até
10 A de corrente, ou seja, para tensão de fornecimento de 127 V, a potência máxima prevista
seria por volta de 1270 VA e, para tensão 220 V, seria de 2200 VA.
COMENTÁRIO
Vale lembrar que os ambientes de cozinha, copas, áreas de serviço, lavanderias também
devem, conforme norma, possuir circuitos exclusivos destinados à alimentação de suas
tomadas.
Iluminação e tomadas de uso geral (TUG) de banheiros podem ser agrupadas com
circuitos próximos (exemplo: tomadas do banheiro de suíte no mesmo circuito das
tomadas da suíte);
A divisão da instalação deve ser bem realizada, conforme os critérios estabelecidos por norma.
Além de facilitar a operação e a manutenção da instalação, isso evita problemas como: mau
dimensionamento, queda de tensão, queima de equipamentos e até incêndios em instalações
irregulares.
Dificuldade na instalação nos eletrodutos, nos interruptores e tomadas;
Custo mais elevado dos condutores.
ATENÇÃO
Fonte: Autor
Representação de um circuito de tomada.
Fonte: Autor
Representação de um circuito de iluminação.
É importante não colocar um único circuito para iluminação ou um único para tomadas, visto
que, se houver qualquer problema em um dos circuitos, a instalação ficará sem um dos
circuitos em funcionamento, deixando o consumidor no escuro ou sem suas tomadas, até
descobrir e resolver o problema.
Evitar passar uma quantidade elevada de circuitos em um mesmo eletroduto, pois fará
com que o diâmetro seja elevado, podendo influenciar no tamanho dos condutores,
aumentando os custos;
2. Identificar os circuitos que os condutores pertencem.
3. Identificar as seções nominais.
Para uma instalação de uso coletivo, deve-se seguir os mesmos procedimentos apresentados
anteriormente para divisão de circuitos e representação dos eletrodutos e condutores, sendo
adotado para todas as áreas e pavimentos do edifício.
SOBRECARGAS
Para que a proteção dos condutores contra sobrecargas ocorra, as características de atuação
dos dispositivos de proteção devem ser tais que:
In≥IBFCT
CURTO-CIRCUITO
2. A integral de Joule que o dispositivo deixa passar deve ser inferior ou igual à integral de
Joule necessária para aquecer o condutor, desde a temperatura máxima para o serviço
contínuo até a temperatura limite de curto-circuito, expresso por:
Exemplo:
PVC
EPR/XLPE
≤300 mm² >300 mm²
Temperatura
Alumínio 76 68 94
Emendas soldadas
em condutores 115 – –
de cobre
NOTAS
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Para curtos-circuitos de qualquer duração, em que a assimetria da corrente não seja
significativa, e para curtos-circuitos assimétricos de duração de 0,1s<t<5s, pode-se escrever:
Nesse caso, as características dos dois dispositivos devem ser coordenadas de tal forma que a
energia que eles deixam passar não seja superior à que podem suportar, sem danos, o
dispositivo situado a jusante e as linhas por eles protegidas.
No caso de a proteção contra sobrecargas ser provida por um dispositivo e a proteção contra
curtos-circuitos por outro dispositivo, distinto, aplicam-se, ao primeiro, as disposições contra
sobrecargas e, ao segundo, as disposições contra correntes de curto-circuito.
No entanto, as características dos dois dispositivos devem ser coordenadas de tal maneira que
a energia que o dispositivo de proteção contra curtos-circuitos deixa passar, durante um curto-
circuito, não seja superior à que pode suportar, sem danos, o dispositivo de proteção contra
sobrecargas.
DIVISÃO DA INSTALAÇÃO
EM CIRCUITOS
TERMINAIS
ATENÇÃO
O mesmo critério também é aplicado para dimensionamento dos condutores. Antes de realizar
o balanceamento, deve-se garantir que os circuitos estejam dimensionados.
A ausência do balanceamento pode ocasionar o desligamento contínuo do disjuntor principal,
causado pela sobrecarga de uma das fases, além de aquecimento, redução de vida útil e perda
de eficiência em equipamentos elétricos.
ATENÇÃO
Equipamentos eletrônicos, transformadores e motores elétricos são muito sensíveis aos efeitos
dos desbalanceamentos.
QUADRO DE CARGAS
Após a distribuição em circuitos, é importante que o projetista elabore uma tabela, que contém
o levantamento detalhado de todas as cargas da instalação.
Essa tabela é conhecida também como Quadro de Cargas e apresenta os seguintes itens:
Tensão;
Fatores de correção
Disjuntor termomagnético;
Dispositivo residual;
Fonte: Autor
Exemplo de Quadro de Carga de uma residência.
É importante ter atenção para não cometer nenhum dos 10 erros listados a seguir:
Prever um disjuntor com capacidade muito acima dos condutores: não protege
corretamente os cabos em condições de sobrecarga ou curto-circuito.
Não prever tomadas de uso específico: sobrecarrega os circuitos de tomada de uso geral,
podendo gerar queima, sobrecarga dos condutores e aumento de energia.
Prever pouco ponto de tomada: ocasiona o uso de “benjamins” e extensões por parte do
usuário, podendo gerar sobrecarga e queima de equipamentos.
Para garantir níveis de eficiência mais elevados, é preciso atender a certos pré-requisitos para
cada um dos sistemas analisados. Para as áreas de uso comum, são avaliadas as áreas de
uso frequente (iluminação artificial, bombas centrífugas e elevadores) e as áreas de uso
eventual (iluminação artificial, equipamentos, sistema de aquecimento de água para banho,
piscina e sauna) existentes na edificação.
Fonte: PROCELINFO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) 20
B) 25
C) 32
D) 40
E) 63
2. PREENCHA A LACUNA DO TEXTO, A SEGUIR, COM A ALTERNATIVA
CORRETA.
SEGUNDO A NBR 5410, TODO PONTO DE UTILIZAÇÃO PREVISTO PARA
ALIMENTAR, DE MODO EXCLUSIVO OU VIRTUALMENTE DEDICADO,
EQUIPAMENTO COM CORRENTE NOMINAL SUPERIOR A _____A DEVE
CONSTITUIR UM CIRCUITO INDEPENDENTE.
A) 5
B) 15
C) 10
D) 16
E) 30
GABARITO
Para que a proteção dos condutores contra sobrecargas ocorra, o disjuntor deve atender à
fórmula: IB≤In≤Iz, portanto, 27,5≤In≤39, logo In=32A.
Conforme NBR 5410:2004, todo ponto de utilização previsto para alimentar, de modo exclusivo
ou virtualmente dedicado, equipamento com corrente nominal superior a 10 A deve constituir
um circuito independente.
MÓDULO 4
CONDUTOR
Condutor, em uma instalação elétrica, é o elemento metálico que transporta a energia elétrica.
Pode ser encontrado no formato de fio, cabo e barra.
Os fios podem ser utilizados diretamente como condutores, isolados ou não, ou podem
ser utilizados semiacabados para a fabricação de cabos.
MATERIAL CONDUTOR
Os condutores a serem empregados nas instalações elétricas devem ser de cobre ou alumínio.
Os condutores de alumínio são mais apropriados para a utilização em linhas de transmissão e
distribuição. Para esse caso, utiliza-se com alma de aço.
MATERIAL ISOLANTE
Existem diversos tipos de isolamento:
Termoplásticos
quando o material é aquecido, sofre um amolecimento gradual, porém, quando a fonte de calor
é retirada, o material esfria e volta às suas características originais, exemplos: PVC e
polietileno;
Termofixos
No interior das instalações residenciais, utiliza-se o condutor de PVC, devido a seu baixo custo.
No entanto, para os condutores entre os quadros de alimentação e de distribuição, são
utilizados os condutores termofixos normalmente, devido a sua capacidade de suportar
grandes temperaturas sem alterar suas características físicas.
SAIBA MAIS
O condutor de proteção deve ser identificado pela dupla coloração verde-amarela ou pela cor
verde. Quando o circuito incluir neutro, o condutor respectivo deve ser identificado pela cor
azul-claro.
1,5 Cu
Circuitos de iluminação
16 Al
Condutores
Circuitos de força 2,5 Cu
e cabos
(tomada) 16 Al
isolados
Instalações
Circuitos de sinalização e
fixas em 0,5 Cu
circuitos de controle
geral
Circuitos de força 10 Cu
(tomada) 16 Al
Condutores
nus
Circuitos de sinalização e
4 Cu
circuitos de controle
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Além dessa tabela, a norma também prevê que sejam atendidos os seguintes critérios, para
seção dos condutores:
CONDUTOR NEUTRO
O condutor neutro não pode ser comum a mais de um circuito, com relação a sua seção:
CIRCUITO MONOFÁSICO
deve possuir a mesma seção do condutor fase;
A corrente das fases não contiver uma taxa de terceira harmônica e múltiplos superior a
15%;
Seção dos condutores de fase mm² Seção reduzida do condutor neutro mm²
S ≤ 25 S
35 25
50 25
70 35
95 50
120 70
150 70
185 95
240 120
300 150
400 185
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
A NBR 5410:2004 adota a tabela a seguir para padronizar a seção mínima dos condutores de
proteção constituídos do mesmo metal que os condutores de fase.
S ≤ 16 S
16 < S ≤ 35 16
S > 35 S/2
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
A seção de qualquer condutor de proteção que não faça parte do mesmo cabo, ou não esteja
contida no mesmo conduto fechado que os condutores de fase, não deve ser inferior a:
2,5 mm² em cobre ou 16 mm² em alumínio, se houver proteção contra danos mecânicos;
A capacidade de corrente determina a seção mínima dos condutores para que sejam evitados
danos aos circuitos em razão dos efeitos térmicos, provocados pela corrente elétrica que
circula nos condutores.
Como a maioria das cargas das residências são resistivas, pode-se considerar o fp=1; para
outras instalações, é importante conhecer o fp. Os fabricantes dos equipamentos não resistivos
são obrigados a indicar o fp, como no caso de motores, reatores, entre outros.
Fonte: Autor
F - Fatores de correção:
IC=IBFCT∙FCA
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Iz≥Ic
QUEDA DE TENSÃO
A resistência elétrica dos condutores, dos contatos entre condutores e interruptores, das
emendas e de outras conexões provoca uma queda de tensão. Uma queda de tensão alta
comparada com a tensão nominal de operação dos equipamentos pode prejudicar o seu
desempenho ou reduzir sua vida útil.
C. 5%, calculados a partir do ponto de entrega, nos demais casos de ponto de entrega com
fornecimento em tensão secundária de distribuição;
D. 7%, calculados a partir dos terminais de saída do gerador, no caso de grupo gerador próprio.
Esses limites de queda de tensão são válidos quando a tensão nominal dos equipamentos de
utilização previstos for coincidente com a tensão nominal da instalação.
Em nenhum caso, a queda de tensão nos circuitos terminais pode ser superior a 4%. Quedas
de tensão maiores do que as indicadas anteriormente são permitidas para equipamentos com
corrente de partida elevada, durante o período de partida, desde que dentro dos limites
permitidos em suas normas respectivas.
Fonte: Autor
Após encontrar o valor de ΔVu, utilizar as tabelas dos fornecedores e selecionar a queda de
ELETRODUTOS
A NBR 5410:2004 determina que os eletrodutos utilizados para instalações elétricas de baixa
tensão sejam não propagantes de chama e suportem esforços mecânicos, químicos e térmicos
a que forem submetidos. Em instalações embutidas, os mesmos devem suportar o esforço da
deformação característico da técnica construtiva utilizada. Só devem ser instalados, nos
eletrodutos condutores isolados, cabos unipolares ou cabos multipolares.
MATERIAL
ELASTICIDADE
RESISTÊNCIA MECÂNICA
metal (aço ou alumínio) e plástico (PVC ou polietileno);
PROPAGAÇÃO DE CHAMA
PERFIL
COR
propagante de chama e não propagante;
plano ou corrugado;
Preto com faixas coextrudadas amarelas (leve), preto com faixas coextrudadas cinzas
(médio);
Os eletrodutos devem ser dimensionados de forma que os condutores possam ser instalados e
retirados com facilidade. Para isso:
A taxa de ocupação do eletroduto, dada pelo quociente entre a soma das áreas das
seções transversais dos condutores previstos, calculados com base no diâmetro externo,
e a área útil da seção transversal do eletroduto, não deve ser superior a:
53%, no caso de um condutor;
31%, no caso de dois condutores;
40 %, no caso de três ou mais condutores.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) 50 mm² e 25 mm²
B) 35 mm² e 25 mm²
C) 25 mm² e 16 mm²
D) 35 mm² e 16 mm²
E) 16 mm² e 25 mm²
2. A NBR 5410:2004 ESTABELECE OS LIMITES PERCENTUAIS DE QUEDA
TENSÃO EM RELAÇÃO À TENSÃO NOMINAL DA INSTALAÇÃO. EM
RELAÇÃO A ISSO, A QUEDA DE TENSÃO NOS CIRCUITOS TERMINAIS
NÃO DEVE SER SUPERIOR A:
A) 7%
B) 6%
C) 5%
D) 4%
E) 3%
GABARITO
Conforme NBR 5410:2004, para condutor de fase de 35 mm², a seção mínima do condutor
neutro deverá ser 25 mm² e do condutor de proteção 16 mm².
Conforme NBR 5410:2004, a queda de tensão nos circuitos terminais pode ser superior a 4%.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Aprendemos, inicialmente, sobre a representação dos dispositivos, quadros e condutores em
diagramas unifilar e multifilar. Apresentando, também, a simbologia utilizada em um projeto
elétrico, que facilita o entendimento das plantas elétricas por todos os profissionais que
trabalham com projeto ou construção de edificações.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: instalações elétricas de
baixa tensão. Rio de Janeiro. 2004.
CARVALHO JÚNIOR, R. Instalações elétricas e o projeto de arquitetura (Biblioteca Virtual).
7. ed. São Paulo: Blucher, 2016.
NERY, N. Instalações elétricas – princípios e aplicações. 2. ed. São Paulo: Érica, 2012.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, leia a Resolução Normativa nº 414 da
ANEEL, a NBR 5410:2004 e as normas a ela vinculada, como IEC 60417 – Graphical symbols
for use on equipment e a NBR 5361:1998 – Disjuntores de baixa tensão.
CONTEUDISTA
Ana Catarina Almeida Filizola de Abreu
CURRÍCULO LATTES
DESCRIÇÃO
Conceitos e princípios sobre os critérios de projeto de instalação hidrossanitária em edifícios.
PROPÓSITO
Assimilar as normas técnicas, terminologia adequada e os conceitos relativos aos projetos de instalação predial, bem como os trâmites de legalização
junto à prefeitura e concessionárias.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
Descrever os aspectos relacionados com a rede de distribuição de água fria e quente, destacando os referentes a sistemas hidrossanitários racionais
MÓDULO 3
Descrever os aspectos relacionados com a rede de coleta de águas servidas, destacando os referentes a sistemas hidrossanitários racionais
INTRODUÇÃO
É intuitivo saber sobre as instalações prediais no cotidiano, pois fazem parte de todas as nossas ações: ao beber água, ao ir ao banheiro ou ao
preparar a comida, para citar algumas.
Neste tema, veremos que a água não brota das torneiras, nem o esgoto desaparece misteriosamente ao acionar a descarga; ao contrário,
existe toda uma estratégia para que a alimentação de água e a coleta de esgoto estejam presentes no ambiente.
Vamos compreender melhor o caminho que a água faz da rede geral de alimentação até a torneira de sua casa, bem como o que fazem as águas
servidas de sua casa até a rede de coleta de esgoto.
Fonte: AppleZoomZoom/Shutterstock.com
Acompanharemos tudo que é relacionado às redes prediais de distribuição de água e de coleta de esgoto: geometria, componentes, materiais e sua
representação gráfica.
Além disso, vamos aprender sobre os novos sistemas hidrossanitários racionais e os novos materiais que estão surgindo no mercado. Bons estudos!
MÓDULO 1
INTRODUÇÃO
A água cobre dois terços da superfície terrestre. Deste total, cerca de 97% é coberta por oceanos, 2% por calotas polares e geleiras e 1% por outras
fontes. Desconsiderando a água salgada dos oceanos, e levando em conta apenas as fontes de água doce, 68% encontra-se sob a forma de gelo e
neve, 21% disponível em águas subterrâneas, e menos de 1% — na verdade 0,29% — está disponível em águas superficiais. Por isso, devemos ter
atenção na preservação da água que pode ser encontrada e considerada própria para o consumo.
Neste módulo, você aprenderá sobre os critérios básicos para o desenvolvimento do projeto de instalações prediais, de modo a utilizar racionalmente a
água que chega em sua casa.
Fonte: NPeter/Shutterstock.com
NBR 5626
NBR 7198
NBR 8160
NBR 5688
NBR 10844
NBR 13714
NBR 5626
NBR 7198
NBR 8160
NBR 5688
NBR 13714
ATENÇÃO
Não devemos nos esquecer de que o projeto deve ser elaborado e supervisionado por um profissional de nível superior registrado no CREA. A
Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) deve ser emitida pelo profissional responsável e assinada pelo seu contratante.
É esperado também que o projeto seja aprovado pela Concessionária, que tem o dever de garantir a execução das normas, leis, decretos e
regulamentos. É necessária também a consulta prévia para obter informações sobre a oferta da água, vazões disponíveis, regime de variação de
pressões e constância no abastecimento.
Para tanto, é preciso a apresentação de escritura, licença da obra, planta de situação com locação do hidrômetro e protocolo.
Preservar o máximo conforto dos usuários, prevendo peças de utilização adequadamente localizadas, de fácil operação e com vazões
satisfatórias.
Subsistema de reservação: reservatório inferior; estação elevatória; reservatório superior.
Subsistema de distribuição interna: barrilete; coluna; ramal; sub-ramal.
Veja um esquema no qual você pode observar todos os subsistemas prediais e suas partes constituintes:
Ramal predial é a tubulação compreendida entre a rede pública de abastecimento de água e a extremidade a montante do alimentador predial.
Trecho compreendido entre a rede pública e o aparelho medidor (hidrômetro).
Hidrômetro é o aparelho que efetua a medição de consumo de água potável. São geralmente instalados dentro de um abrigo, como o mostrado
na figura a seguir:
Fonte: Autor
Figura 2: Instalação de hidrômetro
Alimentador predial é o trecho de conduto compreendido entre o hidrômetro e a primeira derivação que pode ser, por exemplo, a entrada de um
reservatório.
Sabemos que isso não é justo, pois quem gasta menos acaba pagando pelo consumo de quem gasta mais. Sendo assim, na construção de
condomínios novos, se torna frequente a presença de medidores individuais de água, previsão já existente, por exemplo, pela Lei 13.312/2016. Desta
forma, são necessários novos arranjos de alimentação.
LEI 13.312/2016
Em 2016, o presidente Michel Temer sancionou a lei 13.312 que tornará obrigatório que, a partir de 2021, todos os novos condomínios brasileiros
sejam entregues prontos para a medição individual da água.
SAIBA MAIS
Se quisermos a individualização da medição, devemos conceber apenas uma coluna de alimentação que leva água a todos os ambientes da unidade
habitacional a partir de sua passagem pelo hidrômetro individual por meio de tubulações horizontais.
FORMAS DE ALIMENTAÇÃO
O abastecimento das instalações prediais de água fria deve ser proveniente da rede pública de água da concessionária, e pode se organizar de duas
formas, a saber:
Sistema direto de distribuição — A alimentação da rede interna de distribuição é feita diretamente pelo alimentador ou pelo ramal predial, como
mostra a figura a seguir. Assim, a água sai da rede de abastecimento, passa pelo hidrômetro, e daí alimenta toda a casa. Requer abastecimento
público com continuidade, abundância e pressão suficiente.
Fonte: Autor
Figura 3: Sistema direto de distribuição
Sistema indireto de distribuição — Após a rede de distribuição e a passagem pelo hidrômetro, adota-se reservatórios para fazer frente à
intermitência ou irregularidade no abastecimento de água e as variações de pressão, como mostra a figura:
Fonte: Autor
Figura 4: Sistema indireto de distribuição
SAIBA MAIS
Sistema indireto hidropneumático — Após a passagem pelo hidrômetro, utiliza-se um tanque de pressão que contém água e ar para pressurizar a
rede de distribuição.
Sistema misto — Sistema em que parte do abastecimento é feita diretamente, e a outra é feita indiretamente com o auxílio de um reservatório.
Agora que vimos como se pode dar a alimentação, vamos falar um pouco mais sobre o alimentador predial. Mas antes precisamos falar sobre o
cálculo do consumo de água.
Para o cálculo da população do edifício, é necessário o número de pessoas que estarão no ambiente e a taxa de ocupação de acordo com a natureza
do local e a tipologia arquitetônica. A Tabela a seguir pode fornecer uma boa estimativa da taxa de ocupação.
Por exemplo, se uma casa residencial de luxo estiver sendo contruída, pelo sistema indireto de distribuição, e considerando que ela possui três
dormitórios, o consumo diário pode ser obtido mediante a seguinte sequência de cálculo:
Vá até a Tabela de taxa de ocupação e consulte a taxa de ocupação correspondente a residências e apartamentos. Você verá que a taxa é de
duas pessoas por dormitório.
Consulte a Tabela de tipologia de prédio, na tipologia mais próxima do caso do problema. Trata-se de “residência de padrão de luxo”,
correspondendo a um consumo de 250 litros per capita.
Para achar o consumo diário, basta multiplicar o número de pessoas pelo consumo diário per capita. Assim sendo, 6 x 250 l/dia perfazem 1500
l/dia.
Mas o que aconteceria se essa casa de luxo também tivesse um jardim? Nada muda! Mas nesse caso, o consumo viria diretamente da Tabela de
tipologia de prédio, até porque não é necessário calcular a ocupação. Assim, se nessa casa tivesse 200 metros quadrados de área ajardinada, o
consumo diário seria, além dos 1500 l/dia verificados anteriormente, acrescido do consumo para a rega do jardim.
Segundo a Tabela de tipologia, jardins necessitam de 1,5l/dia por cada metro quadrado. Para o caso atual, isso perfaz 300 litros/dia a mais de
consumo, fazendo com que o novo custo diário torne-se 1800l/dia. Enfim, calculado o consumo diário, resta achar a vazão considerada para o
dimensionamento do alimentador predial. Para alimentar o reservatório, deve-se considerar que o consumo diário seja integralmente abastecido com o
fornecimento de água pela rede de água da cidade.
A vazão a ser considerada para o dimensionamento do alimentador predial é obtida a partir do consumo diário calculado em litros por segundo:
Mais uma vez, vamos considerar o caso que acabamos de discutir. Se dividirmos o consumo diário de 1800 litros/dia e buscarmos a vazão a ser
considerada para o dimensionamento, teremos:
CD 1800
Q= = = 0,021 L / S
24X60X60 24X60X60
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Os reservatórios podem ser construídos por vários materiais diferentes: PVC, fibra de vidro, polipropileno e até de concreto armado, sendo instalados
ou construídos de duas formas:
Reservatórios superiores: Localizado em uma cota acima do pavimento mais elevado de uma construção. Oferece um fornecimento de água
que é resistente à intermitência ou à irregularidade no abastecimento de água e nas variações de pressão. Oferece ainda a pressão estática e
dinâmica necessárias para garantir a vazão para os aparelhos hidrossanitários de toda a construção.
Fonte: ongmember/Shutterstock.com
Figura 5: Reservatórios superiores
Reservatórios inferiores: Localizado logo após o ramal predial. Trata-se de uma reserva de segurança que possibilita o abastecimento da
construção mesmo com a intermitência ou desabastecimento de água por alguns dias. Geralmente, necessita de uma estação elevatória que
seja capaz de transportar a água do reservatório inferior para o reservatório superior.
Fonte: jeffy11390/Shutterstock.com
Figura 6: Reservatórios inferiores
Para fins de limpeza e manutenção, tanto no reservatório superior como no inferior, deve-se dividir a reservação em dois compartimentos iguais,
comunicados por um barrilete. Veja o reservatório e os tubos que compõem o conjunto.
Fonte: Autor
Figura 7: Reservatórios e tubos
ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS
A estação elevatória de água possui a função de recalcar a água recebida do ramal predial ou armazenada no reservatório inferior para pontos
distantes ou mais elevados.
Fonte: NavinTar/Shutterstock.com
Figura 8: Detalhe de uma estação elevatória
O elemento central do sistema de elevação de água é a bomba hidráulica. Uma estação elevatória de água é formada sempre por um arranjo de uma
ou mais bombas hidráulicas. Enfatiza-se que as instalações elevatórias devem possuir no mínimo duas bombas de modo a proporcionar a manutenção
do conjunto elevatório.
BOMBAS
Bombas são máquinas geratrizes hidráulicas que transformam o trabalho mecânico de um motor em energia hidráulica sob as formas que o
líquido é capaz de absorver — energia cinética e energia potencial de pressão.
Tendo como referência a figura 9, a tubulação localizada a montante da bomba, ou seja, do reservatório inferior até a estação de bombeamento, é
chamada de tubulação de sucção. Por outro lado, a tubulação localizada a jusante da bomba é chamada de tubulação de recalque, e vai da bomba até
o reservatório superior.
Fonte: Autor
Figura 9: Tubulação de recalque e tubulação de sucção
Para dimensionar o sistema de reservação de uma construção, deve-se calcular adequadamente a estimativa do consumo diário. A partir desse
cálculo, dimensiona-se em seguida os reservatórios superior e inferior.
A NBR 5626 ESTABELECE QUE O VOLUME DE ÁGUA RESERVADO PARA O USO DOMÉSTICO DEVE
SER, NO MÍNIMO, O NECESSÁRIO PARA ATENDER 24 HORAS DE CONSUMO NORMAL DO
EDIFÍCIO. ENTRETANTO, O VOLUME MÍNIMO DO RESERVATÓRIO DEVE SER DE 500 LITROS. NO
CASO DA RESERVAÇÃO SER DIVIDIDA ENTRE UM RESERVATÓRIO SUPERIOR E INFERIOR,
COSTUMA-SE RESERVAR 3/5 (TRÊS QUINTOS) DO CONSUMO NO RESERVATÓRIO INFERIOR E 2/5
(DOIS QUINTOS) DO CONSUMO NO RESERVATÓRIO SUPERIOR.
Considera-se ainda a reserva técnica de incêndio, que deve ser acrescida ao volume dos reservatórios. O volume a ser acrescido é determinado
pelos códigos de segurança e pânico estaduais do Corpo de Bombeiros, mas a reserva é estimada em 15 a 20% do consumo diário; entretanto, é
preciso seguir as prescrições da norma nacional ou de normas técnicas vigentes do Corpo de Bombeiros do Estado.
A Reserva Técnica de Incêndio (RTI) deve ser prevista para permitir o primeiro combate durante determinado tempo. Em seguida, considera-se
que o Corpo de Bombeiros mais próximo atuará no combate, utilizando a rede pública, caminhões-tanque ou fontes naturais.
Voltemos ao nosso exemplo da residência apresentado anteriormente. Se seu consumo diário foi de 1800 l/dia, a reservação será de, no mímimo,
1800 litros. Dessa maneira, o projetista possui a liberdade de dividir o volume a ser reservado em um reservatório superior de no mínimo 1800 litros ou
dividindo-o em um reservatório superior e outro inferior.
No vídeo, a seguir, o professor falará um pouco mais sobre subsistema de reservação de água.
Assista:
REQUISITOS DAS INSTALAÇÕES DE ESGOTO SANITÁRIO
A implantação de um sistema de abastecimento de água gera a necessidade de coleta, afastamento e disposição final das águas servidas. Portanto,
os requisitos de um sistema de esgoto devem atender estes principais objetivos:
Coleta e afastamento rápido e seguro do esgoto sanitário.
Disposição sanitariamente adequada do efluente.
No caso da existência de uma rede de coleta de esgoto, pode ser realizada segundo o sistema unitário, em que águas pluviais e águas residuárias são
conduzidas numa mesma canalização; e o sistema separador absoluto, em que há duas redes públicas inteiramente independentes, uma para águas
pluviais e outra somente para as águas residuárias.
Define-se como águas residuárias os despejos (Despejos são refugos líquidos dos edifícios, excluídas as águas pluviais.) líquidos ou efluentes,
compreendendo o esgoto doméstico e as águas pluviais.
São os despejos líquidos das habitações, prédios ou estabelecimentos comerciais. Podem ser divididas em águas imundas e águas servidas.
Enquanto a primeira contém dejetos — elevada quantidade de matéria orgânica com grande quantidade de microrganismos — a segunda é resultante
das operações de lavagem e limpeza de cozinhas, banheiros e sanitários.
Águas residuárias industriais
São oriundas do trabalho industrial, podem ser tóxicas, inertes ou ainda conter matéria orgânica de acordo com a operação específica da indústria. Já
as águas residuárias de infiltração são a parcela das águas do subsolo que penetra nas canalizações de esgotos.
Nos módulos seguintes, veremos mais detalhes sobre os componentes e os materiais envolvidos nas instalações de água e de esgoto sanitário.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) Reservatório superior
B) Cavalete
C) Alimentador predial
D) Ramal de alimentação
2. UMA CASA RESIDENCIAL DE LUXO COM TRÊS DORMITÓRIOS ESTÁ SENDO CONSTRUÍDA PELO SISTEMA
INDIRETO DE DISTRIBUIÇÃO SOMENTE COM RESERVATÓRIO SUPERIOR. CONSIDERANDO QUE EM CADA
DORMITÓRIO PODEM CABER DUAS PESSOAS, A CAPACIDADE DO RESERVATÓRIO, DE ACORDO COM AS
RECOMENDAÇÕES DA NORMA TÉCNICA, É DE:
A) 1000 litros
B) 1500 litros
C) 2000 litros
D) 2500 litros
GABARITO
1. O sistema de instalação de água fria possui os subsistemas de alimentação, reservação e distribuição interna. Assinale dentre as opções
abaixo o componente que faz parte do sistema de distribuição interna:
Fazem parte do sistema de distribuição interna o barrilete, a coluna de alimentação, o ramal de alimentação e o sub-ramal de alimentação. Logo, a
letra D, ramal de alimentação, é o único que faz parte do sistema de distribuição interna.
2. Uma casa residencial de luxo com três dormitórios está sendo construída pelo sistema indireto de distribuição somente com reservatório
superior. Considerando que em cada dormitório podem caber duas pessoas, a capacidade do reservatório, de acordo com as
recomendações da norma técnica, é de:
Se em cada dormitório cabem duas pessoas, e na residência há três quartos, então devemos considerar seis pessoas para o dimensionamento.
Como, para uma casa residencial de luxo, a prévia do consumo é de 250 l/pessoa/dia, temos 6 X 250 l/pessoa/dia que é igual a 1500 l/pessoa/dia.
Como a condição da norma é o dimensionamento para um dia de consumo, temos que a capacidade do reservatório é de 1500 litros (letra B).
MÓDULO 2
Descrever os aspectos relacionados com a rede de distribuição de água fria e quente, destacando os referentes a sistemas hidrossanitários
racionais
INTRODUÇÃO
Entende-se um sistema predial de água fria como o conjunto de tubulações, equipamentos, reservatórios e dispositivos existentes destinado ao
abastecimento dos pontos de utilização de água da edificação, em quantidade suficiente e com a manutenção da qualidade da água recebida.
Da mesma forma, um sistema predial de água quente destina-se ao abastecimento dos pontos de utilização de água quente da edificação, com o
próprio conjunto de tubulações, equipamentos e dispositivos.
COMPONENTES
Uma rede predial de distribuição de água fria é constituída por barrilete, colunas de distribuição, ramais e sub-ramais, que são destinados a levar a
água ao ponto de utilização, conforme figura a seguir:
Fonte: Autor
Figura 10: Rede de distribuição de água fria
BARRILETE É A TUBULAÇÃO QUE SE ORIGINA NO RESERVATÓRIO E DA QUAL DERIVAM AS
COLUNAS DE DISTRIBUIÇÃO/ALIMENTAÇÃO. NO CASO DE HAVER DOIS OU MAIS
RESERVATÓRIOS, É O TUBO QUE LIGA ENTRE SI DUAS SEÇÕES OU DOIS RESERVATÓRIOS
SUPERIORES, A PARTIR DO QUAL PARTEM RAMIFICAÇÕES PARA AS COLUNAS DE
DISTRIBUIÇÃO/ ALIMENTAÇÃO.
O barrilete pode ser executado no projeto em duas opções:
SISTEMA UNIFICADO
SISTEMA RAMIFICADO
SISTEMA UNIFICADO
O chamado sistema unificado parte de um único barrilete que liga as seções dos reservatórios, a partir do qual partem diretamente todas as
ramificações, correspondendo cada um a uma coluna de alimentação. Colocam-se dois registros na saída do barrilete e cada ramificação para as
colunas também possui seu registro de controle próprio, o que viabilizará operações de manutenção no futuro.
SISTEMA RAMIFICADO
O chamado sistema ramificado é aquele em que, a partir do barrilete, saem ramais, os quais, por sua vez, dão origens a derivações secundárias para
as colunas de alimentação. Trata-se de um sistema muito utilizado por razões de economia no encanamento, dispersando os pontos de controle por
registros.
SAIBA MAIS
A coluna de distribuição ou de alimentação é a tubulação derivada do barrilete e destinada a alimentar os ramais nos diversos pavimentos.
Por sua vez, o ramal é a tubulação derivada da coluna de distribuição e destinada a alimentar os sub-ramais, enquanto o sub-ramal é a tubulação
que liga o ramal ao ponto de utilização.
Cada sub-ramal serve a apenas uma peça de utilização ou aparelho sanitário apenas. Dois sub-ramais se unem formando um ramal.
Além disso, podem se destacar os seguintes elementos bastante comuns em instalações de água:
REGISTRO DE GAVETA
Registro de fechamento, componente instalado na tubulação e destinado a interromper o fluxo de água. É o tipo de registro mais usado nas
instalações hidráulicas. Como geralmente é pouco acionado, é fabricado com material de boa qualidade, como o latão ou similar, que não se oxida
facilmente. Recomenda-se trabalhar com ele totalmente aberto ou totalmente fechado.
Fonte: wisawa222/Shutterstock.com
Figura 11: Registro de gaveta
REGISTRO DE PRESSÃO
Componente instalado na tubulação destinado a controlar a vazão da água utilizada. Pode-se trabalhar em qualquer posição de fechamento, sendo
mais utilizado em chuveiros, filtros e banheiras, pela facilidade de manuseio, pelo sistema de vedação e pela facilidade de substituição.
Fonte: cameracantabile/Shutterstock.com
Figura 12: Registro de pressão
TORNEIRAS
Dispositivos hidráulicos, construídos de latão, utilizados para controlar o fluxo de água em determinados aparelhos sanitários. Há uma variedade muito
grande de modelos e diâmetros, contendo várias aplicações: para jardim, para pia, para tanque e para lavatório.
VÁLVULAS
Dispositivos hidráulicos que se inserem numa instalação que servem para manobras operacionais, regulando a pressão e a vazão d’água. Como
exemplo, pode-se citar as válvulas de retenção, as válvulas de segurança e as válvulas de descarga.
MATERIAIS
Os materiais que são utilizados nas tubulações de água fria são apropriados para o trabalho como condutos forçados, seção plena (pressão) ou como
condutos livres, com meia seção, com deslocamento pela gravidade.
Dentre eles, destaca-se o PVC (abreviação de cloreto de polivinila) para utilização em água fria. Devido às suas paredes espelhadas e livres de
corrosão, o PVC proporciona maior vazão e menor perda de carga. Para transporte da água nos subsistemas de distribuição, são necessários os tubos
e as conexões.
Fonte: koosen/Shutterstock.com
Figura 15: Tubo
SAIBA MAIS
Os tubos destinados à água fria podem ser roscáveis ou soldáveis. Enquanto o sistema roscável, de cor branca, facilita a desmontagem e o
remanejamento das instalações nos casos de redes provisórias, o sistema soldável, de cor marrom, tem as juntas soldadas a frio por meio de adesivo
próprio.
Na tabela, abaixo, você verá os diâmetros comerciais do sistema roscável e soldável de água fria:
Diâmetro
Diâmetro comercial roscável Diâmetro comercial soldável Diâmetro comercial roscável Diâmetro comercial soldável
(polegadas) (milímetros) (polegadas) (milímetros)
½ 20 2 60
¾ 25 2½ 75
1 32 3 85
1¼ 40 4 110
1½ 50 6 160
Fonte: Deenida/Shutterstock.com
Figura 18: Luva de redução.
Fonte: Sukpaiboonwat/Shutterstock.com
Figura 19: Niple.
PERDA DE CARGA
A perda de carga se dá, pois, a parede dos condutos causa uma perda de pressão hidrostática distribuída ao longo de seu comprimento, fazendo
com que a pressão total vá diminuindo gradativa ou abruptamente, dependendo por onde o líquido deslocará.
A seguir, a tabela de comprimento equivalente, em metros, para tubos lisos de PVC rígido de acordo com a NBR 5626.
TABELA 4 - DIÂMETROS
DN mm 20 25 32 40 50 60 75 85 110
Ref. pol. ½ ¾ 1 1¼ 1½ 2 2½ 3 4
Joelho 90° 1,1 1,2 1,5 2,0 3,2 3,4 3,7 3,9 4,3
Joelho 45º 0,4 0,5 0,7 1,0 1,0 1,3 1,7 1,8 1,9
Curva 90° 0,4 0,5 0,6 0,7 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6
Curva 45° 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
TE 90° passagem direta 0,7 0,8 0,9 1,5 2,2 2,3 2,4 2,5 2,6
TE 90° saída de lado 2,3 2,4 3,1 4,6 7,3 7,6 7,8 8,0 8,3
TE 90° saída bilateral 2,3 2,4 3,1 4,6 7,3 7,6 7,8 8,0 8,3
Entrada normal 0,3 0,4 0,5 0,6 1,0 1,5 1,6 2,0 2,2
Entrada de borda 0,9 1,0 1,3 1,8 2,3 2,8 3,3 3,7 4,0
Saída de canalização 0,8 0,9 1,3 1,4 3,2 3,3 3,5 3,7 3,9
Válvula de pé e crivo 8,1 9,5 13,3 15,5 18,3 23,7 25,0 26,8 28,6
Válvula de retenção tipo leve 2,5 2,7 3,8 4,9 6,8 7,1 8,2 9,3 10,4
Válvula de retenção tipo pesado 3,6 4,1 5,8 7,4 9,1 10,8 12,5 14,2 16,0
Registro globo aberto 11,1 11,4 15,0 22,0 35,8 37,9 38,0 40,0 42,3
Registro gaveta aberto 0,1 0,2 0,3 0,4 0,7 0,8 0,9 0,9 1,0
Registro ângulo aberto 5,9 6,1 8,4 10,5 17,0 18,5 19,0 20,0 22,1
EXEMPLO
Se você utilizar um joelho 90° de 32 mm, será como se a perda de carga localizada correspondesse a perda de carga distribuída em um metro e meio
de tubo 32 mm.
MODALIDADES
INDIVIDUAL
Quando o sistema alimenta um só aparelho; por exemplo, pode-se dizer do aquecedor no banheiro que aquece a água do chuveiro.
CENTRAL PRIVADO
Quando o sistema alimenta vários aparelhos de uma só unidade; por exemplo, pode-se dizer do aquecedor da residência para produção de água
quente, do qual partem os alimentadores para as peças de utilização.
CENTRAL COLETIVA
Quando o sistema alimenta conjuntos de aparelho de várias unidades; por exemplo, centrais de aquecimento de hospitais, hotéis e escolas.
COMPONENTES
Uma rede predial de distribuição é constituída por barrilete, colunas de distribuição, ramais e sub-ramais, que são destinados a levar a água ao ponto
de utilização conforme a figura:
Veja a definição de mais alguns componentes que fazem parte da rede de distribuição de água quentes:
AQUECEDOR DE PASSAGEM
Dispositivo que aquece a água fria, que passa por uma serpentina e recebe calor direto da chama do queimador, disponibilizando água quente.
Também são aquecedores de passagem os chuveiros e as torneiras elétricas, em que a água é aquecida por uma resistência; entretanto, são
dispositivos de baixa eficiência e consomem muita energia elétrica.
Fonte: AlexLMX/Shutterstock.com
Figura 22: Aquecedor de passagem
AQUECEDOR DE ACUMULAÇÃO
Dispositivo do qual a água fria é levada até um tanque para ser aquecida, seja pela chama do queimador a gás, seja pelo calor gerado pela resistência
elétrica. Também existem os aquecedores solares, cuja fonte de energia para o aquecimento da água é o calor do sol captado por placas coletoras de
raios solares.
MISTURADORES
Derivações especiais, destinadas a receber a água fria e a água quente aquecida, de forma a prover ao ponto hidráulico uma água morna na
temperatura adequada para sua utilização, como as torneiras e os chuveiros.
MATERIAIS
Os materiais utilizados para água quente são o policloreto de vinila clorado (CPVC), o polietileno reticulado (PEX) e o polipropileno copolímero (PPR).
CPVC
O CPVC é um material com todas as propriedades inerentes ao PVC, somando-se a resistência à condução de líquidos sob pressões a altas
temperaturas, o que lhe permite conduzir água quente. A cor de seus tubos e conexões é bege.
PEX
O PEX é a opção mais moderna para instalação de água quente. Sua flexibilidade permite a redução do número de conexões, reduzindo não
apenas o custo, mas também o tempo de instalação
PPR
O PPR é outra opção que não necessita de soldas a frio entre tubos e conexões. Com a tecnologia de termofusão, os materiais fundem-se
molecularmente formando uma tubulação contínua.
Diâmetro
Diâmetro correspondente roscável Diâmetro comercial CPVC Diâmetro comercial PPR Diâmetro comercial PEX
(polegadas) (milímetros) (milímetros) (milímetros)
½ 15 20 16
¾ 22 25 20
1 28 32 25
1¼ 35 40 32
1½ 42 50
2 54 63
SHAFT
Basicamente, um shaft é uma abertura vertical na alvenaria por onde passam as instalações essenciais em qualquer construção. Eles devem ser
projetados a considerar todos os fatores envolvidos nas instalações que os utilizarão, e que sua construção e instalação seja feita com a precisão
adequada.
Dessa forma, ao mesmo tempo que disfarça as tubulações, facilita o trabalho de manutenção futuramente, podendo ainda ser disfarçada por meio de
uma porta dobrável ou um painel de gesso acartonado, dependendo do material da parede em que está instalado.
Fonte: fotodrobik/Shutterstock.com
Figura 24: Exemplo de shaft
SAIBA MAIS
Geralmente, o shaft é instalado próximo a áreas molhadas por estarem sempre mais próximas às colunas de alimentação e aos tubos de queda.
Nestes pontos, é interessante a instalação de tês de visita, de modo a possibilitar que sejam abertos, bem como resolver problemas de vazamentos e
entupimentos nos tubos de descida. Além disso, trata-se de um local adequado para a instalação de tubulação e válvulas de aparelhos sanitários em
banheiros.
Dada a praticidade que o shaft apresenta, ele pode ser utilizado também como elemento auxiliar de manutenção para instalações elétricas e
mecânicas.
As paredes secas (drywall) é um sistema de construção a seco, muito utilizado na criação de novos ambientes com os mais variados fins. É constituída
por uma estrutura de perfis de aço galvanizado na qual são parafusadas, em ambos os lados, chapas de gesso acartonado específicas para uso em
paredes secas.
Fonte: Aisyaqilumaranas/Shutterstock.com
Figura 25: Exemplo de drywall
A forma de montagem e os componentes utilizados permitem que a parede seja configurada para atender diversos níveis de desempenho de acordo
com as necessidades de cada ambiente, podendo ser instalados tanto em ambientes molhados ou secos.
Além disso, antes de as paredes secas receberem o acabamento (seja ele azulejo, mármore, granito ou pintura), recomenda-se a impermeabilização
de sua base até a altura de 20 cm, no mínimo, para garantir a funcionalidade de placa.
SAIBA MAIS
A placa de gesso é um material por meio do qual a manutenção se torna mais fácil. No caso específico de uma parede hidráulica de um banheiro ou
de uma cozinha, se surgir um vazamento, basta fazer um recorte na placa, realizar o reparo na tubulação e em seguida encaixar o mesmo recorte,
tomando cuidado nas juntas entre o recorte e a parede.
KITS HIDRÁULICO-SANITÁRIOS
Dá-se o nome de kits hidráulico-sanitários industrializados, os conjuntos fabricados com tubos e conexões de materiais condutores de fluidos (no caso
da água fria, PVC e PEX, e no caso da água quente, CPVC, PPR ou cobre), que passam por um processo de montagem e são agregados a
componentes como registros e válvulas.
SISTEMA MANIFOLD
O chamado sistema manifold é um conjunto de produtos constituídos de tubos de polietileno reticulado flexível (PEX). Esta característica lhe
proporciona várias vantagens, como a facilidade de instalação e flexibilidade em sua utilização em água fria e quente no mesmo sistema.
O elemento central da instalação é um quadro de distribuição hidráulico dentro de determinado ambiente; geralmente, um para água quente e outro
para água fria. Os tubos PEX são introduzidos em um tubo condutor que o guia do quadro de distribuição (barrilete) até os pontos de consumo.
Fonte: nikkytok/Shutterstock.com
Figura 26: Exemplo de aplicação a uma instalação de aquecimento
A água corre por um sistema de tubos flexíveis e embutidos na laje ou no forro, sem conexões intermediárias entre o barrilete e os pontos de
utilização, facilitando a manutenção e evitando a quebra de revestimentos e paredes. Quando são necessárias, as conexões utilizadas são de cobre
ou de CPVC. Por eliminar emendas, reduz-se também a possibilidade de vazamentos.
ATENÇÃO
O sistema manifold é o mais utilizado em construções steel frame. Seu fechamento é feito por placas, podendo ser cimentícias, com drywall ou outros
sistemas racionais. Assim, o tempo de instalação é muito reduzido em relação ao convencional, resistindo aos efeitos do congelamento e
descongelamento. Isso tudo torna o serviço muito facilitado, com menor produção de entulho e gerando uma construção muito mais limpa.
STEEL FRAME
Steel frame é um sistema construtivo industrializado e altamente racionalizado, formado por estruturas de perfis de aço galvanizado.
No vídeo, a seguir, o professor falará um pouco mais sobre sistemas hidrossanitários racionais. Assista:
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
Fonte: Autor
Figura 27: Simbologia para representação das colunas de alimentação
Para ampliar a representação, também podem ser utilizadas as perspectivas isométricas e as plantas de detalhes. A simbologia para representação
das colunas de alimentação é realizada conforme figura, em que a finalidade da coluna é mostrada, na porção superior, por duas letras e o diâmetro na
porção inferior.
A representação dos tubos e conexões em um projeto de instalações hidráulicas é descrita da seguinte forma:
Tubulação Tubulação
descendente ascendente
Registro de
Válvula pé de crivo
pressão
Tê 90° Junção
1. AS CONEXÕES SÃO PEÇAS INSERIDAS NA REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA PARA AUXILIAR E DIRECIONAR O
ESCOAMENTO DA ÁGUA. DENTRE AS CONEXÕES CITADAS ABAIXO, AQUELA QUE É CONSIDERADA COMO UMA
DERIVAÇÃO É:
A) Cruzeta
B) Joelho
C) Luva
D) Cap
GABARITO
1. As conexões são peças inseridas na rede de distribuição de água para auxiliar e direcionar o escoamento da água. Dentre as conexões
citadas abaixo, aquela que é considerada como uma derivação é:
As conexões para derivação são as cruzetas, as junções e os tês. Logo, dentre as opções, acima, a correta é a letra A, Cruzeta.
2. A marcação, a seguir, de um tubo em um projeto de instalações hidráulicas mostra que ele é um(a):
A marcação “AF” mostra que esse tubo é uma coluna de alimentação de água fria, logo a resposta é a letra B.
MÓDULO 3
Descrever os aspectos relacionados com a rede de coleta de águas servidas, destacando os referentes a sistemas hidrossanitários racionais
INTRODUÇÃO
Neste módulo, apresentamos os dois sistemas que possuem suas próprias redes coletoras no Brasil, a rede de coleta de águas servidas e de águas
pluviais.
A rede de coleta de águas servidas pode ter dois destinos: a primeira é o coletor predial da concessionária de coleta e tratamento do esgoto. O
segundo destino, é o encaminhamento do esgoto a um tratamento individualizado por meio de uma fossa séptica na residência, podendo ser ainda
melhorado com outros tratamentos adicionais, como o sumidouro e as valas de infiltração.
Assim sendo, se houver uma rede de coleta de esgoto, o coletor predial se ligará diretamente a ela. A montante do coletor predial, a rede predial pode
ainda se dividir em esgoto primário e esgoto secundário.
REDE DE ESGOTO
COMPONENTES
O esgoto primário compreende o coletor predial, os subcoletores, as caixas de inspeção, os tubos de queda, os ramais de descarga e de esgoto, os
tubos ventiladores e os desconectores.
Fonte: Autor
Figura 29: Esgoto primário
COLETOR PREDIAL
SUBCOLETOR PREDIAL
CAIXA DE GORDURA
CAIXAS DE INSPEÇÃO
TUBOS DE QUEDA
Trecho de canalização horizontal compreendido entre a última inserção de subcoletor, ramal de esgoto, de descarga ou tubo de queda, e a rede
pública ou local de lançamento dos esgotos.
Canalização, normalmente horizontal, que recebe efluentes de um ou mais tubos de queda, ou ramal de esgoto.
Caixa destinada a reter, na sua parte superior, as gorduras, graxas e óleos contidos no esgoto, formando camadas que devem ser removidas
periodicamente, evitando que estes componentes escoem livremente pela rede.
Caixa destinada a permitir a inspeção, limpeza, desobstrução, junção, mudanças de declividade e/ou direção das tubulações.
Tubulação vertical que recebe efluentes de subcoletores, ramais de esgoto e ramais de descarga.
Fonte: Autor
Figura 30: Esquema dos componentes de uma rede de esgoto
RAMAIS DE DESCARGA
RAMAIS DE ESGOTO
RAMAL VENTILADOR
COLUNA DE VENTILAÇÃO
DESCONECTOR
Tubulação que recebe diretamente os efluentes de aparelhos sanitários.
Tubulação primária que recebe os efluentes dos ramais de descarga diretamente ou a partir de um desconector.
Tubo ventilador que interliga o desconector ou ramal de descarga ou ramal de esgoto de um ou mais aparelhos sanitários a uma coluna de ventilação
ou a um tubo ventilador primário.
Tubo ventilador vertical que se prolonga através de um ou mais andares e cuja extremidade superior é aberta à atmosfera ou ligada a tubo ventilador
primário ou a barrilete de ventilação.
Dispositivo provido de fecho hídrico, destinado a vedar a passagem de gases no sentido oposto ao deslocamento do esgoto. Separa o esgoto
primário do esgoto secundário.
FECHO HÍDRICO
Fecho hídrico é a camada líquida de nível constante que em um desconector veda a passagem dos gases.
Um dos exemplos mais presentes no cotidiano de desconectores é o sifão, mostrado nas figuras 31 e 32:
Fonte: pikepicture/Shutterstock.com
Figura 31: Sifão.
Fonte: KrimKate/Shutterstock.com
Figura 32: Sifão.
MATERIAIS
No entanto, são condutos de características diferentes, pois como trabalham apenas como condutos livres, possuem espessura menor que os tubos
roscáveis e soldáveis que vimos para a água fria e quente. As barras de tubo são vendidas nos comprimentos de 3 e 6 m. A tabela abaixo mostra os
principais diâmetros comerciais existentes no Brasil.
Diâmetro
Nominal
Referência
Nominal
Referência
40 1½ 200 8
50 2 250 10
75 3 300 12
100 4 400 16
150 6
O diâmetro de 40 mm é privativo para o esgoto secundário e todos os outros são destinados ao esgoto primário. Assim, além das conexões já
definidas para a água fria, também deve-se destacar as seguintes conexões e dispositivos abaixo:
CAIXAS SIFONADAS
RALOS SIFONADOS
RALOS SECOS
APARELHOS SANITÁRIOS
Caixa provida de desconector, destinada a receber efluentes da instalação secundária de esgoto. A caixa que é desprovida de desconector é chamada
de caixa seca.
Recipiente dotado de desconector, com grelha na parte superior, destinado a receber águas de lavagem de pisos ou de chuveiro.
Recipiente sem proteção hídrica, dotado de grelha na parte superior, destinado a receber águas de lavagem de piso ou de chuveiro.
Componentes sanitários destinados ao uso da água ou ao recebimento de dejetos líquidos e sólidos. Incluem-se nesta definição os aparelhos como
bacias sanitárias, lavatórios, pias e outros, mas também, lavadoras de roupa, lavadoras de prato, banheiras de hidromassagem etc.
Fonte: los_jan/Shutterstock.com
Figura 33: Exemplo de vaso sanitário
Outros dispositivos hidrossanitários racionais são as bacias sanitárias com saída lateral e o piso box. As bacias com saída horizontal direcionam o
esgoto para trás, na horizontal, permitindo o seu escoamento diretamente para o shaft ou para uma tubulação vertical evitando a passagem da
tubulação por baixo da laje. A bacia suspensa com saída horizontal permite uma melhor limpeza do banheiro uma vez que ela não entra em contato
com o piso.
Fonte: Sashkin/Shutterstock.com
Figura 35: Vista de uma bacia com saída horizontal
A utilização do piso box tem a mesma finalidade. Sua instalação é feita sobre a laje e a saída do esgoto da caixa sifonada é horizontal. Não há a
passagem de tubulação pelo lado de baixo da laje e não há a necessidade de impermeabilização do piso. Porém, a área do piso do box ficará um
pouco mais elevada e não existe a alternativa de se instalar outro ralo no ambiente.
TRATAMENTO DE ESGOTO
Para o caso em que não há rede de coleta de esgoto na cidade, uma opção é o tratamento por meio de dispositivos que façam diminuir a demanda
bioquímica de oxigênio (DBO) e a necessidade de estabilização da matéria orgânica. Para tanto, podem ser adotados três dispositivos de tratamento
de esgoto: a fossa séptica, o filtro e o sumidouro.
FOSSA SÉPTICA
Quanto ao material, a fossa séptica pode ser pré-moldada de concreto, ou seja, comprada pronta no mercado, e as construídas no local, necessitando
de um projeto de engenharia específico para isso. Geralmente, os projetos de fossa séptica possuem um formato prismático retangular ou circular,
sendo desenvolvidos com concreto armado, concreto simples ou tijolos cerâmicos impermeabilizados.
Quanto à forma, as fossas podem ser de câmara única, de câmaras em série e de câmaras sobrepostas. Em comum, a fossa deve ter uma chaminé
que possibilite a limpeza. Entretanto, se o comprimento horizontal ou diâmetro for maior que 2 m, a fossa deve possuir no mínimo duas chaminés.
Fonte: dcwcreations/Shutterstock.com
Figura 36: Exemplo de fossa séptica de concreto
FILTROS E SUMIDOUROS
O filtro anaeróbio é construído com os mesmos materiais da fossa séptica – tijolos com juntas livres, anéis de concreto drenante.
ATENÇÃO
O filtro anaeróbio possui um fundo falso por onde entram os efluentes oriundos da fossa séptica. Os efluentes então passam por uma camada de
material drenante, podendo ser areia ou pedra britada, ascendendo em seguida a uma calha.
Já o sumidouro é construído com um fundo com enchimento de cascalho ou pedra britada. O efluente oriundo da fossa séptica passa por uma camada
de material drenante – geralmente pedra britada; no entanto, ao contrário do filtro, o efluente que passa pela brita infiltra-se diretamente no solo.
DICA
Sempre que possível, devem ser construídos dois filtros ou sumidouros para uso alternado de forma a possibilitar sua manutenção adequada. Por isso,
o filtro anaeróbio e o sumidouro proporcionam um tratamento ainda maior do esgoto, diminuindo mais a DBO dos efluentes.
COMPONENTES
O ponto de partida do sistema é a superfície coletora. Geralmente é um telhado, uma área ajardinada ou qualquer superfície que seja capaz de
receber e escoar a água por meio de um plano inclinado – uma declividade que é aplicada para propiciar o escoamento.
Principalmente se for esperado um reaproveitamento da água de chuva, é desejável que essa superfície seja um material não tóxico e livre de
substâncias que possam diminuir a qualidade da água.
ATENÇÃO
Caso essa superfície seja o solo: Limpar a cobertura de vegetação, compactar o solo e aumentar a inclinação da superfície, e principalmente evitar
contaminação por pessoas, veículos ou animais. Deve-se evitar ainda qualquer cobertura que possua cimento-amianto, pinturas a base de zinco, como
o zarcão, cromo e chumbo.
O sistema de água pluvial pode ser composto dos seguintes elementos descritos na figura:
Figura 37: Elementos do sistema de água pluvial
CALHAS
Condutores semicirculares ou de seção retangular ou quadrangular, abertos na sua parte superior, utilizadas para captar as águas das chuvas nos
telhados. Podem ser desenvolvidas em concreto, com chapas de ferro galvanizadas ou até mesmo em plástico. Podem ser ainda de beiral ou de
platibanda, dependendo do lugar onde elas são previstas no projeto.
RUFO
Chapas metálicas fixadas na parede sobre o telhado evitando, assim, que a água da chuva escorra pela parede da edificação, danificando a pintura e
ocasionando goteiras.
RINCÃO
Também chamada de “água furtada”, são calhas abertas com duas abas que acompanham a inclinação do telhado e servem para captar o
escoamento das águas provenientes de dois planos de telhado.
BANDEJA
Peça utilizada para captação das águas provenientes dos rincões em substituição à calha.
CONDUTORES
São tubos por onde escoam as águas das chuvas captadas pelas calhas. Devem ser executados, sempre que possível, em uma prumada e serem
aparentes. Podem ser de PVC rígido, chapa de ferro galvanizado, de fibrocimento e até mesmo de plástico, com grande aceitação. Podem ser
horizontais ou verticais.
CAIXA DE AREIA
Caixa destinada a permitir a inspeção, limpeza, desobstrução, junção, mudanças de declividade e/ou direção das tubulações de água pluvial.
CAIXA DE RALO
Dispositivos de coleta destinados a coletar a água pluvial que cai em superfícies horizontais que possuam declividade. Geralmente, são dotadas de
uma tampa que permite a entrada da água, mas evita a entrada de folhas e outros objetos maiores.
Em muitas cidades, já é norma a previsão de reservatórios especiais destinados à acumulação de águas pluviais para posterior utilização dessa água
para usos não potáveis, como lavagem de veículos e jardinagem.
O reservatório de acumulação é uma estrutura de armazenamento com a finalidade de receber as águas de chuvas captadas nos telhados.
O reservatório de detenção ou de retardo é uma estrutura de armazenamento com a finalidade de acumular o escoamento adicional causado pela
impermeabilização de uma área, deixando escoar, por meio de um orifício, a vazão que já era prevista.
Esses reservatórios de águas pluviais terão características diferentes dos reservatórios de água fria comum, como:
Devem ser de material inerte — concreto, fibra de vidro, polietileno, aço inoxidável.
Podem estar localizados acima ou abaixo do solo, sendo parte da edificação ou afastados dela.
Deve-se evitar a todo custo a contaminação externa por pássaros, animais, insetos e por veículos e pessoas.
Deve-se possibilitar a sua limpeza periódica para evitar contaminação que prejudique o reuso da água.
Deve-se realizar a cloração da água quando a água a ser utilizada é para beber e destinar-se ao uso doméstico.
Podem ser construídos como parte da edificação ou afastadas dela. Devem ficar especialmente afastados das tubulações de esgoto sanitário e
da rede de alimentação da construção.
MATERIAIS
Os materiais que são utilizados nas tubulações de água pluvial são os supracitados: PVC, ferro galvanizado e até plástico. Há linhas de produtos
destinadas à condução de água pluvial: tanto as calhas semicirculares ou retangulares até os condutores verticais circulares como os tubos de queda
de esgoto.
No caso específico do PVC, pode-se até mesmo utilizar para os condutores verticais os mesmos condutos utilizados para o esgoto primário, pois são
dimensionados a trabalhar como condutos livres. Há ainda opções para a junta soldada a frio por meio de adesivo próprio ou por junta elástica através
de anel de borracha.
ATENÇÃO
Para as calhas, deve-se atentar para a necessidade de utilização de junta elástica ou junta de ponta e bolsa, de modo a manter a estanqueidade da
superfície coletora da calha.
No que tange à captação de água pluvial, são de vital importância os ralos, nos quais são empregados PVC rígido ou dispositivos metálicos.
INTENSIDADE PLUVIOMÉTRICA
A intensidade pluviométrica ou intensidade de precipitação é a quantidade de chuva que cai em mm por unidade de tempo (horas). Sua unidade
é milímetros por hora, sendo a referência quando se deseja medir a quantidade de chuva que cai em uma cidade, por exemplo.
A duração da precipitação é dada em minutos e é importante para dimensionar o sistema de águas pluviais. De acordo com a NBR 10844, esse tempo
é fixado em 5 minutos. Já o período de retorno ou período de recorrência é o intervalo estimado entre ocorrências de igual magnitude de uma chuva.
ATENÇÃO
Deve ser fixado segundo as características da área a ser drenada, obedecendo ao estabelecido na NBR 10844:
T = 25 anos, para coberturas e áreas onde empoçamentos ou extravasamentos não possam ser tolerados.
A intensidade pluviométrica pode ser determinada por medições em postos de observação construídos em locais espalhados por todo o Brasil. A
seguir está uma adaptação da Tabela de intensidade pluviométrica de algumas cidades com seus respectivos períodos de retorno.
1 5 25
Entretanto, para construção de até 100 m² de área de projeção horizontal, deve-se adotar i = 150 mm/h.
Conhecendo-se a intensidade pluviométrica, a vazão de projeto deve ser calculada pela fórmula:
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
A representação gráfica do projeto de instalações de esgoto, a exemplo das instalações de água, também pode ser feita em planta de elevação e em
projeção vertical.
A simbologia para representação dos dispositivos de coleta e transporte de esgoto em projeto é realizada conforme figura. No caso da representação
dos tubos verticais, sua finalidade é mostrada, na porção superior, por duas letras e seu diâmetro na porção inferior.
Tubulação
Sifão
primária
Tubulação Caixa
secundária sifonada
Bubo Ralo
ventilador
Tubo de
Fossa
queda
Tubo de
Bujão
gordura
Válvula de
retenção
Fonte: Autor
Figura 38: Simbologia para representação dos dispositivos de coleta e transporte de esgoto em projeto
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. DURANTE O ESTUDO DESTE MÓDULO, VIMOS DIVERSOS COMPONENTES DA REDE DE COLETA DE ÁGUAS
SERVIDAS. QUAL O NOME QUE SE DÁ À CANALIZAÇÃO, NORMALMENTE HORIZONTAL, QUE RECEBE EFLUENTES
DE UM OU MAIS TUBOS DE QUEDA, OU RAMAL DE ESGOTO?
A) Tubo de queda
B) Coletor predial
C) Subcoletor predial
D) Ramal de descarga
A) Caixa sifonada
B) Ralo
C) Caixa de passagem
D) Caixa de gordura
GABARITO
1. Durante o estudo deste módulo, vimos diversos componentes da rede de coleta de águas servidas. Qual o nome que se dá à canalização,
normalmente horizontal, que recebe efluentes de um ou mais tubos de queda, ou ramal de esgoto?
Tubo de queda é a tubulação vertical que recebe efluentes de subcoletores, ramais de esgoto e ramais de descarga. Já coletor predial é o trecho de
canalização horizontal compreendido entre a última inserção de subcoletor, ramal de esgoto, de descarga ou tubo de queda, e a rede pública ou local
de lançamento dos esgotos. Por outro lado, subcoletor predial à canalização, normalmente horizontal, recebe efluentes de um ou mais tubos de queda,
ou ramal de esgoto. Ramal de descarga é a tubulação que recebe diretamente os efluentes de aparelhos sanitários. Do apresentado acima, o nome
que corresponde à descrição do enunciado é a letra C, subcoletor predial.
2. Estudamos várias representações gráficas de componentes de rede de esgoto. O componente que corresponde ao símbolo abaixo é a:
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste tema, vimos os principais elementos e componentes das instalações hidrossanitárias: instalações de água fria, água quente e de coleta de
águas servidas.
Observamos que os sistemas de abastecimento de água fria e quente, bem como de coleta de esgoto e de água pluvial possuem requisitos bem
definidos e uma sequência determinada que deve ser obedecida para que a água chegue realmente ao local de seu emprego, e o esgoto tenha um
escoamento adequado para a rede de coleta predial.
Vimos ainda a existência de sistemas hidrossanitários racionais, como as paredes secas, o shaft e a medição individualizada que possibilitam uma
economia na construção e na manutenção da obra, proporcionando menor quantidade de entulho e um ambiente mais limpo.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
COELHO, D. F. B.; CRUZ, V. H. N. Edifícios Inteligentes: uma visão das tecnologias adotadas. In: Biblioteca Virtual. São Paulo: Blucher, 2017.
CREDER, Hélio. Instalações Hidráulicas e Sanitárias. In: Minha Biblioteca. 6 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018.
CARVALHO JUNIOR, Roberto de. Instalações Hidráulicas e o Projeto de Arquitetura. In: Minha Biblioteca. 11 ed. São Paulo: Blucher, 2018.
KUBBA, Sam A. A. Desenho técnico para construção. In: Minha Biblioteca. Porto Alegre: Bookman, 2014.
SANCHES, Pedro Caetano Mancuso; SANTOS, Hilton Felício dos (Org.). Reuso de Água. In: Minha Biblioteca. Barueri, SP: Manole, 2003.
ZILLES, Roberto...[et al.] Sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica. In: Minha Biblioteca. São Paulo: Oficina de Textos, 2012.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, pesquise:
Amanco Wavin
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Placo
Tigre
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CONTEUDISTA
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CURRÍCULO LATTES
DESCRIÇÃO
Conceitos e princípios para o desenvolvimento de instalações e sistemas de águas servidas
e pluviais em edifícios.
PROPÓSITO
Dimensionar instalações e sistemas de águas servidas e pluviais em edifícios por meio da
aplicação adequada dos
critérios de projeto.
PREPARAÇÃO
Tenha em mãos a calculadora científica para os cálculos de dimensionamento das
instalações.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
Aplicar os critérios de projeto no dimensionamento de redes de
reaproveitamento de águas pluviais e servidas
MÓDULO 1
INTRODUÇÃO
Os requisitos de um sistema de esgoto devem atender a estes principais objetivos:
Definem-se como águas residuárias os despejos líquidos ou efluentes, compreendendo o esgoto doméstico e as águas
pluviais. Águas
residuárias domésticas são os despejos líquidos das habitações, prédios ou estabelecimentos comerciais.
DESPEJOS
Águas imundas
Contém dejetos, elevada quantidade de matéria orgânica com grande quantidade de microrganismos.
Águas servidas
Além disso, temos as Águas residuárias industriais, que são oriundas do trabalho industrial, podendo ser tóxicas,
inertes ou ainda conter
matéria orgânica, de acordo com a operação específica da indústria, como também as Águas
residuárias de infiltração, que são a parcela
das águas do subsolo que penetra nas canalizações de esgotos.
Neste módulo, você vai aprender a sequência de dimensionamento de todo o sistema de coleta de esgoto, que pode ser
resumida a seguir:
COLETOR PREDIAL
Trecho de canalização horizontal compreendido entre a última inserção de subcoletor, ramal de esgoto, de descarga ou
tubo de queda, e a
rede pública ou local de lançamento dos esgotos.
SUBCOLETOR PREDIAL
Canalização, normalmente horizontal, que recebe efluentes de um ou mais tubos de queda, ou ramal de esgoto.
CAIXA DE GORDURA
Caixa destinada a reter, na sua parte superior, as gorduras, graxas e óleos contidos no esgoto, formando camadas que
devem ser removidas
periodicamente, evitando que estes componentes escoem livremente pela rede.
CAIXAS DE INSPEÇÃO
Caixa destinada a permitir a inspeção, limpeza, desobstrução, junção, mudanças de declividade e/ou direção das
tubulações.
TUBOS DE QUEDA
Tubulação vertical que recebe efluentes de subcoletores, ramais de esgoto e ramais de descarga.
Veja as especificações de cada item da figura anterior:
RAMAIS DE DESCARGA
Tubulação que recebe diretamente os efluentes de aparelhos sanitários.
RAMAIS DE ESGOTO
Tubulação primária que recebe os efluentes dos ramais de descarga diretamente ou a partir de um desconector.
RAMAL VENTILADOR
Tubo ventilador que interliga o desconector, ramal de descarga, ou ramal de esgoto de um ou mais aparelhos sanitários a
uma coluna de
ventilação, ou a um tubo ventilador primário.
COLUNA DE VENTILAÇÃO
Tubo ventilador vertical que se prolonga através de um ou mais andares e cuja extremidade superior é aberta à atmosfera,
ou ligada a tubo
ventilador primário ou a barrilete de ventilação.
DESCONECTOR
Dispositivo provido de fecho hídrico, destinado a vedar a passagem de gases no sentido oposto ao deslocamento do esgoto.
Separa o
esgoto primário do esgoto secundário.
FECHO HÍDRICO
Fecho hídrico é a camada líquida, de nível constante, que em um desconector veda a passagem dos gases.
Desta forma, além das conexões já definidas para a água fria, também se deve destacar as seguintes conexões e
dispositivos:
CAIXAS SIFONADAS
Caixa provida de desconector, destinada a receber efluentes da instalação secundária de esgoto. A caixa que é desprovida
de desconector é
chamada de caixa seca.
RALOS SIFONADOS
RALOS SECOS
Recipiente sem proteção hídrica, dotado de grelha na parte superior, destinado a receber águas de lavagem de piso ou de
chuveiro.
APARELHOS SANITÁRIOS
Componentes sanitários destinados ao uso da água ou ao recebimento de dejetos líquidos e sólidos. Incluem-se nesta
definição os
aparelhos como bacias sanitárias, lavatórios, pias e outros, mas também lavadoras de roupa, lavadoras de
prato, banheiras de
hidromassagem etc.
Como referência, a tabela abaixo mostra os principais diâmetros comerciais existentes no Brasil. O diâmetro de 40 mm é
privativo para o
esgoto secundário e todos os outros são destinados ao esgoto primário.
DIÂMETRO
40 1½ 200 8
50 2 250 10
75 3 300 12
100 4 400 16
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
RAMAIS DE DESCARGA
São dimensionadas pelo diâmetro mínimo.
RAMAIS DE ESGOTO
A contribuição de cada aparelho é determinada por meio de unidades de fluxo chamadas de Unidades Hunter de Contribuição
(UHC). Veja o
exemplo da bacia sanitária, que tem 6 UHC, e da pia residencial, que tem 3 UHC.
Banheira de residência 2 40
Bebedouro 0,5 40
Bidê 1 40
Chuveiro de residência 2 40
Chuveiro coletivo 4 40
Lavatório de residência 1 40
Para dimensionar um ramal de esgoto, basta somar todas as UHC dos ramais de descarga contribuintes e, de acordo com a
tabela abaixo,
encontrar o tubo com diâmetro de capacidade adequado.
40 3
50 6
75 20
100 160
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Se houver ramais de descarga, por exemplo, um lavatório (1 UHC), uma bacia sanitária (6 UHC) e um chuveiro (2 UHC),
teremos um ramal
de esgoto de 9 UHC, correspondendo a um tubo de 75 mm (máximo 20 UHC); porém, como há um ramal de
esgoto de 6 UHC, de diâmetro
de 100 mm, então o diâmetro desse ramal será de 100 mm.
TUBO DE QUEDA
Basta somar todas as UHC dos ramais de esgoto contribuintes e, de acordo com a tabela abaixo, encontrar o tubo de
diâmetro de
capacidade adequado.
40 4 8
50 10 24
75 30 70
100 240 500
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Diâmetro nominal Número máximo de unidades de Hunter de contribuição em função das declividades mínimas
do tubo – DN %
0,5 1 2 4
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
RAMAIS DE VENTILAÇÃO
Conforme o número de UHC dos ramais de descarga, deve-se buscar o diâmetro mais adequado de acordo com a tabela abaixo.
Grupo de aparelhos sem bacias sanitárias Grupo de aparelhos com bacias sanitárias
Número de unidades de Diâmetro nominal do ramal Número de unidades de Diâmetro nominal do ramal
Hunter de contribuição de ventilação Hunter de contribuição de ventilação
Até 12 40 Até 17 50
13 a 18 50 18 a 60 75
19 a 36 75 - -
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
COLUNAS DE VENTILAÇÃO
Conforme o número de UHC dos tubos de queda, ramais de esgoto e dos ramais de ventilação, deve-se buscar o diâmetro mais
adequado
de acordo com a tabela abaixo:
DN
Comprimento permitido m
40 8 46 - - - - - - -
40 10 30 - - - - - - -
50 12 23 61 - - - - - -
50 20 15 46 - - - - - -
75 10 13 46 317 - - - - -
75 21 10 33 247 - - - - -
75 53 8 29 207 - - - - -
75 102 8 26 189 - - - - -
100 43 - 11 76 299 - - - -
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
FOSSA SÉPTICA
Unidade de tratamento primário de esgoto doméstico em que é realizada a separação entre a matéria sólida e a matéria
líquida do esgoto.
Não ocorre a decomposição aeróbia, somente a decomposição anaeróbia, em que o principal agente de
decomposição e transformação da
matéria sólida são as bactérias anaeróbias. Assim, contribui para a remoção de cerca de
40% de DBO, tornando possível seu lançamento de
volta à natureza com menor prejuízo a ela. Por outro lado, deve-se
retirar periodicamente a matéria sólida da fossa, por meio de um
caminhão limpa-fossas e, em seguida, para um aterro
sanitário.
Quanto ao material, a fossa séptica pode ser pré-moldada de concreto, ou seja, comprada pronta no mercado, e construída
no local,
necessitando de um projeto de engenharia específico para isso. Geralmente, os projetos de fossa séptica
possuem um formato prismático
retangular ou circular, sendo desenvolvidos com concreto armado, concreto simples ou
tijolos cerâmicos impermeabilizados.
FILTRO ANAERÓBIO
Construído com os mesmos materiais da fossa séptica – tijolos com juntas livres, anéis de concreto drenante.
Diferentemente da fossa
séptica, o filtro anaeróbio possui um fundo falso por onde entram os efluentes oriundos da fossa
séptica. Os efluentes então passam por uma
camada de material drenante — sendo areia ou pedra britada — ascendendo em
seguida a uma calha.
SUMIDOURO
Construído com um fundo com enchimento de cascalho ou pedra britada. O efluente oriundo da fossa séptica passa por uma
camada de
material drenante — geralmente pedra britada; entretanto, ao contrário do filtro, o efluente que passa pela
brita infiltra-se diretamente no
solo. Sempre que possível, devem ser construídos dois filtros ou sumidouros para uso
alternado, de forma a possibilitar sua manutenção
adequada.
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Em que:
N = número de contribuintes
Lf = contribuição de lodos frescos, em l/pessoa/dia, também de acordo com a tabela abaixo. Unid: L
1. Ocupantes permanentes
padrão alto
- escolas (externatos) e locais de longa permanência pessoa
50 0,20
- cinemas, teatros e locais de curta permanência lugar 2
0,02
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Tempo de detenção
Dias Horas
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
K = taxa de acumulação do lodo em dias, equivalente ao tempo de acumulação do lodo fresco, de acordo com a tabela
abaixo.
Intervalo entre limpezas (anos) Valores de K por faixa de temperatura ambiente (t), em 0C
t ≤ 10 10 ≤ t ≤ 20 t > 20
1 94 65 57
2 134 105 97
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
DEMONSTRAÇÃO
Agora que já vimos as principais fórmulas, vamos ver como isso será aplicado e demonstrado.
Dimensione o ramal de esgoto do banheiro de um edifício residencial contendo: 1 lavatório, 1 chuveiro e 1 bacia
sanitária.
Dimensione o tubo de queda para um edifício residencial de 12 pavimentos cujos banheiros contêm: 1 bacia sanitária, 1
lavatório e 1
chuveiro.
Dimensione os subcoletores.
Iniciando pelos ramais de descarga, se formos observar as UHC de cada aparelho — bacia sanitária, lavatório e chuveiro
—, temos os
seguintes diâmetros para cada um dos ramais.
UHC DN
Bacia 6 100
Lavatório 2 40
Chuveiro 1 40
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Para os ramais de esgoto, podemos ver dois trechos: um que parte da caixa sifonada e chega até o ramal da bacia
sanitária, e outro que
parte dessa junção para sua intersecção com o tubo de queda.
No primeiro ramal, vemos que ele coleta (2+1) UHC = 3 UHC, e de acordo com a Tabela, o tubo será de 50 mm. No segundo
ramal, até o
tubo de queda, calculamos (3+6) UHC = 9 UHC. De acordo com a Tabela, o tubo seria de 75 mm, mas o ramal que
vem da bacia já possui
100 mm, então esse será o diâmetro que vamos adotar.
Devemos considerar que um pavimento contribuirá com 9 UHC para o tubo de queda. Então, é preciso calcular o total de UHC
que o tubo
coletará em 12 pavimentos. Com uma multiplicação simples, chegamos a 84 UHC; pela tabela, vimos que esse
valor é bem menor que o
máximo de capacidade do tubo de 100 mm.
Passemos agora ao subcoletor predial, que transportará esse esgoto oriundo do tubo de queda. Se temos 84 UHC neste tubo
de queda,
consultamos a tabela de subcoletores e coletores prediais e então vemos que um tubo de 100 mm a 1% de
declividade é suficiente para
atender à necessidade.
ATENÇÃO
Entre o pé do tubo de queda e o coletor predial, devemos instalar uma caixa de inspeção de esgoto, bem como em toda
junção de fluxo ou
mudança de direção.
Calculando agora o ramal e a coluna de ventilação: lembre-se de que o ramal de ventilação ventila um ramal de esgoto com
9 UHC. Assim,
veja novamente na tabela que o ramal terá um diâmetro de 50 mm.
E a coluna? É só lembrar que essa coluna ao final ventilará 84 UHC, que são os 9 ramais de ventilação de cada um dos 9
pavimentos. É
preciso então, a partir do diâmetro do tubo de queda e do comprimento da coluna de ventilação, chegar à
melhor correspondência para o
dimensionamento.
No nosso caso, vamos estimar que o comprimento do tubo será de 27 metros (9 pavimentos com 3 m de pé direito cada um) e,
a partir do
tubo de queda de 100 mm (84 UHC), vemos que a melhor correspondência para a coluna de ventilação é o
diâmetro de 75 mm, que permite
um comprimento de 61 m ao total.
MÃO NA MASSA
TEORIA NA PRÁTICA
Na figura abaixo podem ser vistos três caixas de inspeção que coletam esgoto de três banheiros. Calcule os ramais de
esgoto que vem de
cada banheiro, os tubos de queda, os subcoletores e o coletor predial, sabendo que o prédio possui 40
pavimentos.
Os ramais de esgoto dos banheiros são os apresentados acima e são dimensionados conforme seus aparelhos.
UHC Diâmetro
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
SOLUÇÃO
Para calcular o tubo de queda, basta multiplicar as UHC de cada ramal pelo número de pavimentos — neste caso, são 40 —,
então os
diâmetros dos tubos de queda se tornam:
Para o TQ-1, que coleta o esgoto do banheiro 1, 10 X 40 = 400 UHC, pela Tabela, diâmetro de 100 mm.
Para o TQ-2, que coleta o esgoto do banheiro 2, 9 X 40 = 360 UHC, pela Tabela, diâmetro de 100 mm.
Para o TQ-3, que coleta o esgoto do banheiro 3, 9 X 40 = 360 UHC, pela Tabela, diâmetro de 100 mm.
Agora, dimensionemos os subcoletores e os coletores prediais. Identificamos dois subcoletores e um coletor predial,
representado com uma
seta azul. Assim, os dimensionamentos possíveis são:
Para o subcoletor predial que parte de CI-1, que recebe esgotos de TQ-1, e chega em CI-2, temos: 400 UHC, pela Tabela,
diâmetro de
150 mm, com 1% de declividade.
Para o subcoletor predial que parte de CI-2, que recebe esgotos de TQ-2, e chega em CI-3, calculamos 360 + 400 = 760
UHC, pela
Tabela, diâmetro de 150 mm, com 2% de declividade.
Para o coletor predial que parte de CI-3, que recebe esgotos de TQ-3, até o coletor de esgotos da via, calculamos 760
+ 360 = 1120
UHC, pela Tabela, diâmetro de 200 mm, com 1% de declividade.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
INTRODUÇÃO
A rede de água pluvial tem sua rede de coleta exclusiva para recolhimento e condução de águas pluviais, não devendo ser
lançadas em rede
de esgoto. Não se admite quaisquer interligações com outras instalações prediais. Trata-se, portanto,
de sistemas destinados a coletar as
águas provenientes das chuvas e incidentes em determinadas áreas da edificação, como
telhados, coberturas, pátios, terraços e lajes. Evita-
se, assim, a indesejável umidade que prejudica o conforto e a
salubridade do interior das edificações.
COMPONENTES
Os principais componentes do sistema de água pluvial são:
Telhado
Platibanda
Laje de forro
Rufo
Calha
Condutor vertical
Calhas: Condutores semicirculares ou de seção retangular ou quadrangular, abertos na sua parte superior, utilizados
para captar as águas
das chuvas nos telhados. Podem ser desenvolvidos em concreto, com chapas de ferro galvanizadas ou
até mesmo em plástico. Podem ser
ainda de beiral ou de platibanda, dependendo do lugar onde eles são previstos no
projeto.
Rufo: Chapas metálicas fixadas na parede sobre o telhado, evitando, assim, que a água da chuva escorra pela parede da
edificação,
danificando a pintura e ocasionando goteiras.
Rincão: Também chamada de “água furtada”, são calhas abertas com duas abas que acompanham a inclinação do telhado e
servem para
captar o escoamento das águas provenientes de dois planos de telhado.
Bandejas: Peça utilizada para captação das águas provenientes dos rincões, em substituição à calha.
Condutores: São tubos por onde escoam as águas das chuvas captadas pelas calhas. Devem ser executados, sempre que
possível, em
uma prumada e serem aparentes. Podem ser de PVC rígido, chapa de ferro galvanizado, de fibrocimento e até
mesmo de plástico, com
grande aceitação. Podem ser horizontais ou verticais.
Caixas de areia: Caixa destinada a permitir a inspeção, limpeza, desobstrução, junção, mudanças de declividade e/ou
direção das
tubulações de água pluvial.
Caixa de ralo: Dispositivos de coleta destinados a coletar a água pluvial que cai em superfícies horizontais que
possuam declividade.
Geralmente, são dotadas de uma tampa que permita a entrada da água, mas evite a entrada de folhas e
outros objetos maiores.
O ponto de partida do sistema é a superfície coletora. Geralmente é um telhado, uma área ajardinada ou qualquer
superfície que seja capaz
de receber e escoar a água por meio de um plano inclinado — uma declividade que é aplicada
para propiciar o escoamento.
Superfície inclinada
ATENÇÃO
Sua unidade é milímetros por hora, sendo a referência quando se deseja medir a quantidade de chuva que cai em uma
cidade.
A duração da precipitação é dada em minutos, sendo importante para dimensionar o sistema de águas pluviais. De acordo
com a NBR
10844, esse tempo é fixado em 5 minutos. Já o período de retorno ou período de recorrência é o intervalo
estimado entre ocorrências de
igual magnitude de uma chuva. Deve ser fixado segundo as características da área a ser
drenada, obedecendo ao estabelecido na NBR
10844:
T = 25 anos para coberturas e áreas onde empoçamentos ou extravasamentos não possam ser tolerados.
A intensidade pluviométrica pode ser determinada por medições de intensidades pluviométricas em postos de observação
construídos em
locais espalhados por todo o Brasil. A seguir, está uma adaptação da Tabela de intensidade pluviométrica
de algumas cidades, com seus
respectivos períodos de retorno.
1 5 25
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Para a construção de até 100 m2 de área de projeção horizontal, devemos adotar i = 150 mm/h.
Conhecendo-se a intensidade pluviométrica, a vazão de projeto deve ser calculada pela fórmula:
Q = I X A / 60
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Na qual:
DIMENSIONAMENTO DE CALHAS
O dimensionamento das calhas mais usuais é de formato semicircular ou retangular. Ele é dado pela equação de Manning:
Material n
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Como exemplo, a tabela abaixo fornece as capacidades de calhas semicirculares, usando coeficiente de rugosidade (n =
0,011) para alguns
valores de declividade. Os valores foram calculados utilizando a fórmula de Manning, com lâmina de
água igual à metade do diâmetro
interno.
Declividades
Diâmetro interno
(mm)
0,5% 1% 2%
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
O diâmetro mínimo dos condutores verticais precisa ser de 70 mm, na prática, acima de 75 mm. O dimensionamento dos
condutores
verticais deve ser feito a partir da vazão, da altura da lâmina de água na calha (em milímetros) e o
comprimento do condutor vertical, em m.
O diâmetro interno do condutor vertical é obtido através dos ábacos seguintes,
de acordo com a saída da calha, sendo em aresta viva ou
com funil de saída.
Calha com saída em aresta viva
Escoamento com lâmina de água a uma altura igual a 2/3 do diâmetro interno;
Prever peças de inspeção ou caixa de areia em toda mudança de direção, a cada 20 m ou quando for necessária sua
interligação com
outros condutores.
A Tabela abaixo relaciona o diâmetro interno, a declividade e o diâmetro do condutor e a sua rugosidade.
Diâmetro
n = 0,011 n = 0,012 n = 0,013
interno
50 32 45 64 90 29 41 59 83 27 38 54 76
100 204 287 405 575 187 264 372 527 173 243 343 486
125 370 521 735 1040 339 478 674 956 313 441 622 882
150 602 847 1190 1690 552 777 110 1550 509 717 1010 1430
200 1300 1820 2570 3650 1190 1670 2360 3350 1100 1540 2180 3040
250 2350 3310 4660 6620 2150 3030 4280 6070 1990 2800 3950 5600
300 3820 5380 7590 10800 3500 4930 6960 9870 3230 4550 6420 9110
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
DEMONSTRAÇÃO
Dimensione as calhas e os coletores verticais referentes ao telhado abaixo, considerando-o com a altura de 1,0 m e
localizado em
Inicialmente, vamos calcular as vazões. Como podemos ver na figura, o Telhado da área 1 e da área 2 descarrega em dois
condutores
verticais. Para tanto, precisamos ter a intensidade pluviométrica da cidade de Curitiba, para um tempo de
recorrência de 5 anos. Da tabela
abaixo, temos i = 204 l/min.
1 5 25
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Agora, a partir da intensidade pluviométrica, precisamos calcular as vazões de projeto de água pluvial, nas duas áreas
determinadas, pela
fórmula Q = i.A/60, já apresentada neste módulo.
Q = 242,76 l/min
Q = 571,2 l/min
Para dimensionar as calhas, devemos utilizar a Tabela abaixo, que relaciona a capacidade de calhas semicirculares com os
diâmetros e as
declividades:
Material n
Plástico, fibrocimento, aço, metais não ferrosos 0,011
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Para a área 1, lembrem-se de que a calha correspondente deságua em dois condutores verticais; então, por cada condutor
vertical passa
141 l/min (metade dos 242 l/min já calculados). Pela tabela acima, vemos que uma calha de 100 mm com 1%
de declividade é suficiente.
Da mesma forma, na área 2, que a calha correspondente deságua em dois condutores verticais; então, por cada condutor
vertical passa
285,6 l/min (metade dos 571,2 l/min já calculados). Pela tabela acima, vemos que uma calha de 125 mm com
1% de declividade ou uma
calha de 150 mm com 0,5% de declividade é suficiente.
Para os coletores verticais, precisamos determinar o diâmetro a partir da vazão (Q), do comprimento do tubo(L) e a
altura de lâmina de água
na calha(H), como indicado abaixo.
Procedimento de utilização no ábaco: Levantar uma vertical por Q até interceptar as curvas de H e L correspondentes. No
caso de não haver
curvas dos valores de H e L, interpolar entre as curvas existentes. Transportar a interseção mais alta
até o eixo D. Adotar o diâmetro nominal
cujo diâmetro interno seja superior ou igual ao valor encontrado.
Para a área 1, devemos lembrar que a calha correspondente deságua em dois condutores verticais; então, por cada condutor
vertical passa
141 l/min (metade dos 242 l/min já calculado, e devemos utilizar H = 50 mm (metade do diâmetro da calha)
e L = 3 m (comprimento do tubo).
Assim, vemos que o diâmetro mínimo de 75 mm atende à coleta da água pluvial na área 1.
Para a área 2, por cada condutor vertical passa 285,6 l/min e devemos utilizar H = 50 mm (metade do diâmetro da calha) e
L = 3 m
(comprimento do tubo). Assim, vemos que o diâmetro mínimo de 75 mm também atende à coleta da água pluvial na
área 2.
MÃO NA MASSA
TEORIA NA PRÁTICA
Dimensione os coletores verticais e horizontais referentes a um galpão de 20 x 60 m de 4 m de altura, conforme ilustrado
abaixo, com calhas
de 150 mm de diâmetro, considerando o telhado com a altura de 2 m e que seja localizada em Manaus/AM.
Considere n = 0,011 e que ele
terá quatro condutores verticais e horizontais, conforme indicado abaixo:
Inicialmente, vamos calcular as vazões. Como podemos ver na figura, o Telhado tem área de 1200 m2 e cada condutor recebe
a contribuição
Q = 900 l/min
Como calculamos, cada condutor vertical passa 900 l/min. Dessa forma, vamos determinar o diâmetro dos coletores
verticais, a partir da
vazão (Q = 900 l/min), do comprimento do tubo (L = 6 m, admitindo o comprimento do condutor igual
à altura do telhado) e da altura de
lâmina de água na calha (H = 100 mm, metade do diâmetro).
Conforme o ábaco abaixo, o cruzamento da vertical azul com as retas vermelhas dá uma interseção com o eixo L = 4 m, que
reflete no eixo y
com um valor próximo de 80 mm. Assim, o diâmetro comercial superior é de 100 mm. Vamos adotá-lo então.
Para o coletor horizontal, temos três deles. Os coletores 1-2 e 3-4 transportam cada um 900 l/min. O coletor 2-4 coleta
1800 l/min, referente a
duas áreas de contribuição. De acordo com a Tabela, os seguintes resultados são possíveis:
mm 0,5% 1% 2% 4%
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
DIMENSIONAMENTO DOS COLETORES DE UMA EDIFICAÇÃO
Assista ao vídeo para entender melhor:
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 3
INTRODUÇÃO
Já estudamos sobre as redes de esgotamento sanitário e as redes de coleta de águas pluviais, porém a realidade de
conservação da água
nos é imposta diariamente. Em muitas cidades, já há recomendações no sentido de que águas pluviais e
servidas sejam reaproveitadas de
alguma forma no consumo das construções.
Pode-se dizer que as águas não potáveis dentro de uma edificação são classificadas como:
Águas cinzas: Águas servidas provenientes de pias, chuveiros etc. excluindo efluentes provindos de vaso sanitário e
pia de cozinha.
Águas marrons e negras: Efluente constituído por águas fecais e pia de cozinha.
Neste módulo, vamos aprender um pouco sobre como podemos reaproveitar águas pluviais e servidas e a dimensionar redes
para cada uma
delas. Estudaremos ainda os sistemas de tratamento que são admitidos a cada tipo de rede.
RESERVATÓRIOS
Em muitas cidades, já é norma a previsão de reservatórios especiais para acumulação de águas pluviais para posterior
utilização dessa água
para usos não potáveis como lavagem de veículos e jardinagem.
Reservatório de acumulação: É uma estrutura de armazenamento com a finalidade de receber as águas de chuvas captadas nos telhados.
Reservatório de detenção ou de retardo: É uma estrutura de armazenamento com a finalidade de acumular o escoamento adicional
causado pela impermeabilização de uma área, deixando escoar, por meio de um orifício, a vazão que já era prevista antes.
Tais reservatórios de águas pluviais terão características diferentes dos reservatórios de água fria comum, como:
Estarem localizados acima ou abaixo do solo, sendo parte da edificação ou afastados dela.
Evitar a todo custo a contaminação externa por pássaros, animais, insetos, veículos e pessoas.
Possibilitar limpeza periódica, para evitar contaminação que prejudique o reuso da água.
Realizar a cloração da água quando esta for para beber e se destinar ao uso doméstico.
Podem ser construídos como parte da edificação ou afastadas dela. Devem ficar especialmente afastados das tubulações
de esgoto
sanitário e da rede de alimentação da construção.
Após a reservação, a água deve passar por uma bomba hidráulica e em seguida por uma etapa de tratamento que, geralmente,
envolve uma
filtração — a qual retira resíduos sólidos mais graúdos e provoca a decantação dos resíduos mais finos — e
uma cloração, de tal forma a
provê-la de boas condições de consumo.
ATENÇÃO
A rede de água tratada da chuva deve ser diferente da água potável que vem da rua, sendo totalmente separadas e
identificadas com cores
diferentes.
É possível, no entanto, desviar parte da água fornecida pela concessionária para alimentar a caixa de água pluvial,
instalando a caixa d´água
um pouco acima daquela reservada para a água de chuva.
Sistema de aproveitamento isolado: A distribuição é direta ao ponto de alimentação por meio de bombeamento; em geral, são sistemas de
baixo custo e fácil
adaptação predial em edifícios existentes.
Sistema de aproveitamento integrado: A distribuição é indireta de água em pontos de usos não potáveis internos ou externos; em geral, a
água é recalcada para
um reservatório exclusivo de água não potável na cobertura da edificação.
Captação
Rede coletora
Filtro
Cisterna
Freio d´água
Sifão-ladrão
Duto de ventilação
Mangueira flutuante
Bomba d´água
Captação
Rede coletora
Filtro
Cisterna
Freio d´água
Sifão-ladrão
Duto de ventilação
Mangueira flutuante
Bomba d´água
Recalque
Reservatório de distribuição
RESERVATÓRIOS DE DISTRIBUIÇÃO
Tem a função de armazenar um volume diário de água não potável para distribuição por gravidade em diferentes pontos de
uso da
edificação. Ao contrário dos reservatórios de água potável, eles podem possuir chaves-boia em diversos pontos de
alimentação dentro do
reservatório, sendo o abastecimento de água pluvial diferente do abastecimento de água potável. Se
houver desabastecimento de água não
potável, recomenda-se utilizar uma zona de alimentação de água potável de, no
mínimo, 1/3 da capacidade do reservatório.
REDES DE DISTRIBUIÇÃO
São dimensionadas de forma independente para evitar uma possível conexão cruzada com a rede de tubulação de água
potável, com
barriletes e colunas de alimentação diferenciadas. Neste caso, recomenda-se a identificação de
tubulações,
reservatórios e pontos de uso
por meio de símbolos ou cores, advertindo usuários com o texto ÁGUA NÃO POTÁVEL.
RESERVATÓRIO DE RETENÇÃO
Recomenda-se uma configuração hidráulica que garanta a qualidade da água armazenada com os seguintes elementos:
dispositivo de
descarte e/ou filtro, freio d’água, mangueira flutuante, sifão-ladrão, ventilação.
FREIO D´ÁGUA
Tem como função reduzir a velocidade de entrada da água filtrada e evitar o revolvimento das partículas finas decantadas
no reservatório.
COMPONENTES COMPLEMENTARES
Filtro de tratamento primário, sifão-ladrão, duto de ventilação protegido com tela de mosquiteiro e freio d’água,
conforme figura abaixo.
ATENÇÃO
A reutilização de águas cinzas sem o tratamento adequado pode ser prejudicial à saúde dos usuários, uma vez que essas
águas contêm
altos índices de substâncias com cargas orgânicas que podem favorecer o aumento das colônias de
microrganismos decompositores.
Por isso, é necessário um tratamento para estes poluentes. Tal tratamento pode ser feito através de processos: físicos,
químicos, biológicos,
ou métodos engenheirados mais avançados, que combinam dois ou mais dos processos anteriores.
pH 6,0 a 8,0
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Da mesma forma como para águas pluviais, os sistemas de aproveitamento de águas cinzas podem se organizar de forma
isolada ou
integrada. Na primeira modalidade, a distribuição é direta ao ponto de alimentação por meio de bombeamento;
podendo ser um sistema
isolado de água cinza bruta, sem tratamento, para irrigação subsuperficial, ou de água cinza
tratada, para irrigação com aspersão e lavagem
de pisos.
Sistema integrado à edificação para o reuso de águas cinzas em usos internos e externos:
Captação;
Filtro grosso;
Sedimentação;
Expurgo de sedimentos;
Tratamento biológico;
Extravasor;
Bomba d´água;
Unidade de controle;
Reservatório de distribuição;
Válvula solenoide;
Na segunda modalidade, a distribuição é indireta de água em pontos de usos não potáveis internos ou externos.
RECOMENDAÇÃO
Em geral, a água é recalcada para um reservatório exclusivo de água não potável na cobertura da edificação, que deve ser diferente dos
reservatórios de água potável e de água da chuva.
Por gravidade, pontos de uso interno e externo são alimentados para uso não potável em descarga sanitária, torneiras de uso geral, torneiras
de jardim, entre outros.
Alternativamente, a distribuição da água não potável pode ser mista. Para isso, uma bomba pressurizadora é utilizada
para o abastecimento
direto em pontos de usos externos, e para o abastecimento indireto por meio de recalque ao
reservatório de distribuição.
DEMONSTRAÇÃO
As instruções para o dimensionamento serão aplicadas neste módulo caso a caso, utilizando fórmulas que já foram ou que
serão
apresentadas ao longo dos exercícios.
Uma casa de 100 m2 de área de coleta em projeção é construída em uma região com 20 dias secos anuais e precipitação
anual de 1250
mm. Calcule o volume do reservatório de retenção.
Neste caso, temos uma casa em que será construído um reservatório de retenção. Para
isso, pode ser utilizado o
procedimento de cálculo proposto por Azevedo Neto, que diz o seguinte:
V = 0,042 X P X (1/1000) X A X T
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
No qual:
P: precipitação anual, em mm
A precipitação anual é a média do somatório das chuvas médias mensais de cada mês. Esta medida é atualizada
periodicamente por meio
de métodos estatísticos e hidrológicos que não vamos discutir aqui.
Para achar o valor numérico do número de meses de pouca chuva, basta dividir 20 dias por 30 dias mensais, achando T =
2/3.
MÃO NA MASSA
TEORIA NA PRÁTICA
Dimensione todos os reservatórios (água potável, azul e cinza) referente a um condomínio de casas populares de 70 m2 de
área coberta,
que tem população de 64 pessoas, construídas em uma área com P = 1000 mm e 35 dias de seca por ano.
Água potável: A estimativa do consumo de água interno normal para casas populares é de 150 l/hab.dia. Multiplicando-se a
quantidade de
pessoas pela taxa diária, temos: 150 x 64 = 9600 litros totais de reservação.
Águas azuis (águas pluviais): Aqui, também pode ser utilizado o procedimento de cálculo proposto por Azevedo Neto, que
diz o seguinte:
V = 0,042 X P X (1/1000) X A X T
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Para achar o valor numérico do número de meses de pouca chuva, basta dividir 35 dias por 30 dias mensais, achando T =
1,16
Águas cinzas (reuso): A contribuição diária de esgoto é a presente no extrato da tabela abaixo, da NBR 13969, que
equivale a quartéis e
alojamentos provisórios, por isso C = 100 l/pessoa.dia
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Relembrando a tabela de GONÇALVES (2006), a oferta total de água cinza, mensalmente, é obtida multiplicando estes
percentuais pelo
consumo mensal obtido, apenas nos aparelhos que podem produzir água cinza — pia, chuveiro, máquina de
lavar roupa e tanque.
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Lembrem-se: Os reservatórios e os sistemas de cada uma dessas águas devem ser independentes. Não pode haver mistura de
águas de
origens diferentes, ressalvada alguma alimentação de água potável nos reservatórios de água cinza e de água
pluvial.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste tema, vimos como dimensionar os principais sistemas de instalações de esgoto sanitário, de água pluvial e de
reutilização de águas
pluviais e servidas.
Percebemos como cada sistema, seja ele de esgoto sanitário seja de água pluvial possui sua funcionalidade e seus
componentes próprios,
que devem ser dimensionados conforme sua demanda ou contribuição específica.
É preciso notar que, atualmente, a economia no consumo de água tem sido cobrada cada vez mais de nós engenheiros, e que
rotinas de
tratamento de águas pluviais e cinzas se tornam mais frequentes em nosso dia a dia.
PODCAST
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
AZEVEDO NETTO, José Martiniano de. Manual de Hidráulica. 8
ed. São Paulo:
Editora Edgard Blucher, 1998.
SANCHES, Pedro Caetano Mancuso, SANTOS, Hilton Felício dos (Org.). Reuso
de Água. (Minha
Biblioteca). Barueri, SP: Manole, 2003.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, pesquise no site dos fabricantes
sobre os materiais utilizados
nas instalações
hidráulicas prediais:
Tubos e conexões:
Tigre
Amanco Wavin
Deca
Fabrimar
Incepa
CONTEUDISTA
Giuseppe Miceli Junior
CURRÍCULO LATTES