TUTELAS - D. Processual Civil III

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Resumo de Tutelas

Ana Carolina Guimarães Machado

DIREITO PROCESSUAL CIVIL III


● Conceitos iniciais: TUTELAS PROVISÓRIAS: de URGÊNCIA (cautelar ou antecipada - na
antecedente, no caso da antecipada, pode ser sem pedido ou com pedido de estabilização -
em que em ambas há a possibilidade de ser ​antecedente ou ​incidente​); de EVIDÊNCIA.
Tem quem se considera a URGÊNCIA como gênero e CAUTELAR e ANTECIPADA como
espécies ou modalidades, sendo esta ​satisfativa e aquela ​conservativa​. Pode pedir as duas
juntas em uma mesma ação, requerendo que ambas sejam convertidas em definitivas na
sentença.
● Da Tutela Provisória de Urgência de natureza CAUTELAR: ​Em razão da situação de
urgência, exige-se do magistrado a prolação de uma sentença elaborada em cognição
sumária, isso é, menos aprofundada acerca da existência do direito, bastando a
probabilidade do mesmo. ​Neste caso praticam-se atos tendentes a garantir a utilidade
prática do resultado que se obterá com o acolhimento de outros pedido, em que perdura
enquanto durar o risco existente.
Tutela significa proteção, enquanto ​cautelar é cuidado, sendo que esta medida é
apresentada antes do pedido principal. O artigo 300 prevê a possibilidade do juiz conceder
medidas de urgência quando presentes os requisitos ali previstos genericamente (além do
risco ou perigo, a plausibilidade do direito afirmado pela parte), sendo esta uma forma
atípica dessa tutela.
O andar do processo se dá pela petição inicial, com os requisitos do ​fumus e periculum​,
e se houver a concessão da liminar, um oficial de justiça vai efetivá-la, iniciando o prazo de
30 dias para o autor deduzir o pedido principal. O réu, devidamente citado, tem 5 dias para
contestar, apontando que não há os requisitos, isto é, que não há risco algum, ou
apresentando uma contra-cautela ou agravando em 15 dias ou se mantendo inerte.
Deduzido o pedido principal, marca-se a audiência.
o​ C
​ onceito/objetivo:

a) Teoria clássica: A tutela cautelar servia para dar efetividade a proteção à


jurisdição até a sentença, sendo o processo sujeito a todos os detalhes do
código, ou seja, relaciona-se com a eficácia da norma que rege o processo.
PROTEÇÃO AO PROCESSO - CALAMANDREI
b) Teoria moderna: A tutela cautelar serve para proteção do direito, colocando
os mínimos detalhes processuais em segundo plano.
o​ E
​ volução:

1973:​ ​Processo​ cautelar, Livro III, sendo um instituto autônomo.


1994: Surgimento da tutela antecipada (art. 273), com a característica principal
de reversibilidade, a qual gerou caos e tornou o instituto pouco utilizado na
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época, por conta da aplicação da Teoria Clássica, visto que a literalidade da


“reversibilidade” da medida era o que dificultava seu uso.
2002: art. 273, §7º e a possibilidade de se pedir a tutela provisória cautelar E
antecipada numa mesma ação.
2015:​ O fim da autonomia da medida cautelar com o NCPC.
o​ C
​ aracterísticas:

● Instrumentalidade: A cautelar é um instrumento para a ação principal e


não o fim em si mesma, não fazendo coisa julgada (apenas no caso de
declarar prescrição ou decadência);
● Provisoriedade: A cautelar é provisória (para a ​teoria clássica é provisória
até a sentença, enquanto para a ​teoria moderna​ é até que dure o risco);
● Revogabilidade: A cautelar pode ser revogada, não podendo ser uma
decisão irrevogável. Lembrando que ser revogada não significa retornar
ao ​status quo ante;​
● Autonomia (?): Hoje não há mais a autonomia como existia, visto que
existe apenas no caso do pedido cautelar ter sido distribuído sozinho,
pois há autonomia de 30 dias, dependendo da proposição da ação
principal;
● Sumariedade de cognição: Não significa ausência ou superficialidade da
fundamentação, visto que a decisão deve ser adequadamente motivada
sobre os requisitos que autorizam a concessão da liminar, sendo, na
verdade, uma análise rápida e calcada na plausibilidade do direito. Há
sumariedade por conta do próprio perigo, visto que visa a proteção do
direito que corre risco.
● Fungibilidade: Pode trocar a medida cautelar em face da urgência e do
risco, buscando a tutela idônea, visto que interpreta-se o pedido de modo
a extrair-lhe o seu sentido, ainda que utilizada a terminologia menos
precisa;
● Referibilidade: Deve haver a referência ao pedido principal e o direito que
será tratado/o objeto de discussão dela.
o​ R
​ equisitos:

● FUMUS BONI IURIS:​ Plausibilidade e possibilidade do direito


● PERICULUM IN MORA:​ Risco de dano por conta da demora processual.
o​ C
​ lassificação das medidas cautelares:

● Pelo momento:
a) Antecedente: proposta antes da ação principal;
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b) Incidente: proposta durante o decorrer da ação principal ou até


mesmo depois, em recurso, visto que a necessidade da tutela depois
da sentença, mas se saiu sentença e ainda não teve recurso, faz-se o
pedido de cautelar no primeiro grau;
c) Simultânea: cautelar proposta juntamente com a ação principal, em
que, por ter os dois juntos, o réu ao ser citado, após a audiência e
sem ter firmado acordo ou quando não há audiência, pode apresentar
contestação (em que ele pode requerer uma tutela antecipada nessa
peça) e/ou agravo.
● Pelo objeto:
a) Para assegurar bens: arresto, sequestro, arrolamento e caução;
b) Para assegurar pessoas: busca e apreensão, separação de corpos e
guarda de incapaz;
c) Para assegurar provas: produção antecipada de provas.
● Pelo código:
a) Nominadas: com nomes expressos no CPC, como o arresto;
b) Inominadas: sem nome específico, mas também são cautelares que
lidam com o risc, ou seja, é possível que um juiz conceda medidas
(de natureza cautelar ou antecipada) em casos não previstos
expressamente pelo legislador.
● Da Propositura da Cautelar de Urgência Antecedente
I)​ ​DA INICIAL:
a. Competência: art. 305, sendo que o mesmo juízo que vai julgar a ação
principal que é competente para conceder a cautelar (no caso de recurso o
órgão ​ad quem​ é competente);
b. Qualificação das partes;
c. Indicação da lide e seu fundamento: referibilidade;
d. Exposição sumária do direito ameaçado;
e. Perigo de dano ou risco: ​fumus e periculum;​
f.​ P
​ edido cautelar: seu mérito, fazendo referência ao direito;

g. Requerimentos: os quais são feitos para alcançar o pedido (requere-se a


citação do réu, por exemplo, entre outros procedimentos);
h. Valor da causa: art. 241, sendo o valor do objeto em questão.
II)​ ​DO PROCESSAMENTO:
● Distribuição > CLS (concluso com o juiz) > Defere > ​inaudita altera pars
(sem a oitiva da outra parte, pois às vezes a sua prévia ciência pode
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comprometer, tornar inócua ou ineficaz a medida pleiteada) ou com


audiência de justificação (​ no caso de não haver provas para comprovar
que há o risco, não dando nem para analisar sumariamente a cognição,
justificando o pedido de urgência e pode ocorrer antes da citação quando
há circunstâncias que justifiquem a concessão da medida ​inaudita altera
pars​. Não se confunde com AIJ e não se confunde com a justificação de
fato ou relação jurídica do art. 381, § 5º)
● Distribuição > CLS > Indefere a cautelar (mesmo se a tutela for
indeferida, deve ocorrer a emenda à inicial, pois a parte pode obter a
tutela de forma incidental depois)
● ​ juiz pode exigir caução da parte que requereu a cautelar no
Caução: O
caso da mesma ser revogada e no caso de haver risco para o réu, é uma
contracautela, que tem por finalidade assegurar o ressarcimento dos
danos eventualmente sofridos pelo réu, em razão da efetivação da
liminar.
● A fungibilidade pode ser aplicada? Sim, tendo em vista que interpreta-se
o caso e pode ocorrer de se escolher a medida que menos favorece.
III) DA DEFESA DO RÉU:
a. Citação/intimação
b. Prazo - 5 dias - de onde inicia a contagem? Do cumprimento ou do
mandado? ​DA JUNTADA DO MANDADO​, sendo temporal apresentar a
contestesção antes.
c. Matérias: Discute-se se cabem tais matérias em cautelares ou não
i. Exceção e contestação:​ A exceção, como competência do Juiz, cabe.
ii. Reconvenção:​ Como é um pedido que o réu faz em favor de si,
devendo ter ligação com o pedido e com a causa de pedir, mas como
é só em relação ao mérito, não cabe reconvenção em cautelar, só
para pedido principal.
iii. Declaratória incidental:​ Não há, porque não tem pedido principal, só
cabe quando houver discussão de mérito.
iv. Intervenção de terceiros: ​Oposição (​ quando um terceiro reivindica
para si o direito em discussão, não cabendo este procedimento por
não haver discussão de mérito)​; Assistência ​(quando um terceiro
presta auxílio, cabendo na cautelar)​; Nomeação autoria (​ é cabível se
não precisar de dilação probatória, em que se aponta o réu correto.
No caso de precisar de dilação probatória, só cabe no mérito)​;
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Denunciação à lide ​(quando o réu chama um terceiro que irá ressarcir


eventual dano por ele indenizado, não sendo cabível, porque discute
mérito)​; Chamamento ​(quando o réu acrescenta co-responsáveis
para lidar com a discussão do processo, também não é cabível por
discutir mérito).
d. Do recurso contra a decisão liminar: art. 1015, I, CPC. Utiliza-se do agravo
para recorrer de uma medida cautelar concedida, sendo mais uma peça a ser
feita.
e. Da contra cautelar: É dar algo em garantia para substituir o que fora atingido
pela cautelar, garantido o juízo/a cautelar de qualquer maneira e
demonstrando que não há risco, ou seja, necessidade da cautela, por ter
garantia e se ela for aceita, revoga-se a cautelar.
IV) DA REVELIA
a. Efeitos: art. 307. Presunção de veracidade dos fatos ocorridos, mas
APENAS no que tange à cautelar, que concede a medida de proteção. A
revelia no mérito gera efeitos piores ao réu inerte, mas a não manifestação
do mesmo em relação à medida protetiva não atinge o mérito, porque é uma
decisão provisória, visto que a cognição é sumária, isto é, “superficial”.
V) RECURSO CONTRA DECISÃO FINAL
a. Agravo: Utiliza-se do agravo quando o Juiz concede a liminar, porque não é
uma sentença, pois é uma decisão concedendo a liminar e que não põe fim
ao processo.
b. Apelação: Só cabe apelação se o Juiz extinguir a liminar, pois, nesta
situação, põe fim ao processo.
VI) EXTINÇÃO DA MEDIDA
É contra o autor, sendo que a sentença também é contra o mesmo, pois há
sentença quando se constata prescrição ou decadência e nesses casos é como se o
réu “ganhasse” mesmo se não contestar/agravar/manifestar. Quando o pedido
principal não é deduzido, extingue-se o processo e se a cautela não resolveu mérito,
pode o autor propor quantas cautelares quiser, mas mudando a fundamentação.
“Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se:
I - o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal (​30 dias para tal, se não o
fizer extingue a liminar, podendo o autor apelar​)​;
II - não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias (​a parte não fornece os meios para a
efetivação da liminar, sendo que possui 5 dias para promovê-los - e depois vem os
30 dias para deduzir o pedido principal - e ao não fazer tal ato, demonstra que a
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urgência alegada não existe ou que, aos olhos do julgador, a parte não tomou os
devidos cuidados​)​;
III - o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o
processo sem resolução de mérito ​(a
​ sentença superveniente que desconfirma
liminar anteriormente concedida​)
Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é
vedado à parte renovar o pedido, salvo sob novo fundamento.”
VII) RENOVAÇÃO DA CAUTELAR
Pode propor nova medida liminar? PODE, só no caso da extinção dela não ter
resolvido mérito e não pode ser pelo mesmo motivo/pedido, devendo mudar a
fundamentação. No caso do juiz ter extinguido a liminar por prescrição/decadência
não há possibilidade de renovação.
VIII) “EMENDA”
É nada mais que a dedução do pedido principal, em que o professor chama de
“emenda” por costumes, pois pode não haver vício a ser corrigido/emendado na
inicial. A parte possui 30 DIAS para deduzir o pedido principal, chamado também de
trintídio legal​, que se inicia da EFETIVAÇÃO DA PRIMEIRA MEDIDA CAUTELAR,
isto é, efetiva-se a primeira medida, mas antes disso flui-se o prazo de 5 dias para a
promoção dos meios. Lembrando da intimação para audiência de conciliação e
mediação, em que, se não houver autocomposição, flui o prazo de 15 dias para
defesa.
IX) RESPONSABILIDADE CIVIL DO PROMOVENTE
Concede-se a medida, mas se for algo que seja errado e/ou que cause dano ao
réu, cabe ao autor reparar, sendo a responsabilidade objetiva pelos prejuízos que a
medida tiver causado ao demandado e devendo a parte danosa alegar o nexo e o
dano nos próprios autos, visto que a liquidação dos prejuízos será realizada,
também, nos próprios autos em que tiver sido efetivada a medida de urgência.
“Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte
responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte
adversa, se:
I - a sentença lhe for desfavorável;
II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os
meios necessários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias;
III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal;
IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do
autor.
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Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver
sido concedida, sempre que possível.​”
● Da Tutela Provisória de Urgência de natureza ANTECIPADA: ​Busca a antecipação do mérito
da ação,isto é, permite a fruição imediata dos efeitos do possível acolhimento do pedido em
segurança para que se possa usufruir desse resultado e sem haver a ampliação do objeto
litigioso, sendo uma medida possível desde 1994, possuindo requisitos específicos. É uma
tutela satisfativa provisional ou interinal, ou seja, é provisória, em que “vive como se já tivesse
vencido”. O que se requer, no caso, é a antecipação dos efeitos da tutela final, cujo pedido
respectivo é, num primeiro momento, indicado, e deve posteriormente ser confirmado, pois só
com o aditamento que se poderá compreender, com exatidão, o que se pretende a título de
tutela final.
A regra normal dessa tutela: faço o pedido principal, demonstrando a verossimilhança e
o risco, requerendo a antecipação dos efeitos da sentença ou parte dela, sendo de mérito,
não sendo sumário, visto que as provas são robustas. Pode ocorrer que o juiz conceda a
tutela na sentença, impedindo que a apelação tenha o efeito suspensivo, porque a tutela
pode ser dada a qualquer tempo.
O NCPC inovou, baseando no direito francês, em que existem situações em que não
há que se fazer um pedido principal, isto é, tutela antecipada com pedido de estabilização,
em que se o réu aceita o pedido de tutela e faz nada, ele não se torna revel (possuindo o
direito de discutir a liminar concedida por 2 anos numa ação por dependência a esta - a
jurisprudência aponta que depois desses 2 anos não cabe nem rescisória, o que, para o
professor, demonstra que faz coisa julgada, em contradição ao CPC), pois normalmente em
pedido principal se adiciona danos morais, 20% de honorários, etc, valorando o gasto do réu
(observa-se a maldade na parte que deixa de agravar, pois este irá discutir o mérito, correndo
o risco que valore o que ele há de cumprir, e nos dois anos ele entra com a discussão em
apenso, visto que ela discute APENAS a liminar). O réu pode discordar do pedido de
estabilização, cumprindo ou não a tutela, a discordância se dá por meio de agravo de
instrumento, pois a lei exige um recurso. No caso do autor ter feito pedido de estabilização,
mas o juiz indefere o pedido liminar, o autor pode: recorrer, agravando, deduzir o pedido
principal ou se manter inerte, o que leva à extinção do processo.
Pode não ter o pedido de estabilização, seja por escolha ou por omissão (deve ser
expresso). Após o deferimento da liminar, e a parte ré não recorreu, o autor tem 15 dias da
intimação da tutela antecipada deferida para deduzir o pedido principal, em que se não o fizer
há a extinção do processo (a hipótese de querer pedir a estabilização depois, há de se fazer
uma emenda de fato da inicial e o juiz precisa deferir tanto a emenda, quanto a possibilidade
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desse pedido, para, de novo, conceder a tutela e determinar a citação do réu, sendo uma
situação confusa e desnecessária).
o​ R
​ equisitos:

● VEROSSIMILHANÇA DAS ALEGAÇÕES: Prova robusta do direito, uma


cognição exauriente.
● RISCO DE DANO IRREPARÁVEL
● Da Tutela Provisória de EVIDÊNCIA: Não possui a característica/o requisito de urgência e
dispensam a demonstração de perigo de dano, embora se espere que a probabilidade de
existência do direito seja bem maior, em que o direito em discussão já há de estar claro ser
de uma das partes, já está posto, mas o julgamento está longe por conta de atos protelatórios
que retardam o processo jurisdicional, ou seja, a tutela de evidência é como se fosse uma
“punição” para a parte que protela, pois antecipa o mérito do processo, concedendo à parte
que tem o direito, mas que sofre com os atos protelatórios da parte adversária, visto que
ocorre o distanciamento do julgamento. Percebe-se a semelhança com a Tutela de Urgência
Antecipada por conta da antecipação do mérito e do requisito da verossimilhança.
● Das cautelares específicas
“Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto,
sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer
outra medida idônea para asseguração do direito.”
a. Das cautelares sobre bens: para assegurar a execução, sabendo que o CPC prevê o
arresto cautelar, mas, também, o arresto como medida executiva.
i. Arresto:​ artigos 813/821 do CPC/73
1. Origem:​ Direito Romano
2. Conceito: Medida cautelar utilizada para apreensão judicial de bens
indeterminados e penhoráveis do devedor a fim de garantir execução por
quantia certa, convertendo-se em penhora depois.
3. Objetivo:​ Proteger crédito, tornar bens indisponíveis;
4. Requisitos:​ Dívida ou risco de inadimplemento;
5. Procedimento: Liminar (com demosntração do ​periculum e ​fumus)​ > Com
ou sem caução > Oficial de Justiça > Arresto e avaliação do bem >
Deixado com o depositário //// Sentença > Arresto > Penhor
ii. Sequestro:​ artigos 822/823 do CPC/73
1. Origem:​ Direito Romano;
2. Conceito: Medida cautelar para apreensão de bens determinados para
garantir futura execução para entrega de coisa.
3. Objetivo:​ Evitar o perecimento do bem, individualizando-o;
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4. Requisitos: “Disputa” da posse ou propriedade do bem e “risco de perda”


do mesmo;
5. Procedimento: Liminar > Oficial de Justiça > Força policial (se
necessário) > Sequestro > Entrega do Bem //// Sentença > Sequestro >
Depósito
iii. Do arrolamento de bens:​ artigos 855 e seguintes do CPC/73
1. Conceito: Medida cautelar para verificar, descrever e arrolar bens para
garantir direitos, descrevendo os bens e assegurando-os, isto é,
documentando a sua existência, fazendo um rol dos mesmos;
2. Requisitos: Receio de extravio ou dissipar e interesse na conservação ou
verificação dos bens;
3. Objetivo:​ Verificar e descrever o patrimônio;
​ iminar > Oficial de Justiça > Arrolam-se os bens > Eles
4. Procedimento: L
ficam com o depositário, o qual é uma figura que existe nas 3 medidas
específicas.
b. Das cautelares sobre provas
i) Considerações iniciais
Provas​:​ Probatio; Verificação; Exame
ii) Da pretensão judicial
a. Pode ser baseada em normas e fatos ou somente um ou outro
i. Somente normas: j​ ulgamento antecipado
ii. Pretensão colocada em fatos:​ produção de provas (se a
existência for negada)
(b) ​A necessidade da prova se limita:
(i)​ ​A fatos relevantes​ (influenciam no julgamento)
(ii) Fatos pertinentes​ (relação direta com a causa)
(iii) Controversos ​(afirmados por um e negados por outro)
(c) ​Fatos notórios independem de prova
iii) Momentos da prova:
a. Petição Inicial;
b. Audiência.
iv) Fases da prova:
a. Proposição
b. Admissão
c. Produção
d. Valoração
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v)​ ​Da produção antecipada de provas:


● BASE LEGAL: artigos 381 a 383 NCPC (846 a 851 CPC/73)
● Cabimento: Interrogatório da parte; Oitiva de testemunhas;
Inspeção Judicial; Exame pericial; Qualquer outra: documento,
justificação.
● Requisitos:
○ Fundado Receio de que venha a tornar-se impossível ou
muito difícil a verificação
○ A prova pode viabilizar a autocomposição
○ Pode evitar o ajuizamento de ação - sendo que, se
ajuizada, a ação pode correr em segredo de justiça.
● Procedimento 1) PI > RAZÕES > PONTO //// 2) COMPETÊNCIA;
3) CITAÇÃO para acompanhar; 4) ‘’PRODUÇÃO’’; 5) SENTENÇA
HOMOLOGATÓRIA
○ Autos em secretaria por 1 mês
○ Retira
a. Das cautelares sobre pessoas e direitos:
i. Busca e apreensão:
● Conceito: Apreensão de coisas, pessoas e direitos
● Espécies: a) Satisfativas; b) Cautelares; c) Decreto 911/69 -
artigo 3° (diferente de reintegração de posse, esse decreto é em
relação à busca e apreensão de veículos em alienação fiduciária -
também pode reaver o veículo mas é para leasing).
● Diferenciadores: Necessidade de localizar o objeto da busca e
individualizá-lo; Razões
● Procedimento: P.C > Audiência de justificação (se necessário o
segredo de justiça) > expedição de mandado conteúdo > Local e
coisa > 2 oficiais de justiça e 2 testemunhas > Arrombamento >
Direito autoral (peritos ao invés)
i. Do combo familiar
● Cautelares cumuladas: Colocando apenas o marido e a mulher
como partes sem atingir a legitimidade por conta da urgência, ou
seja, cumula-se as ações e não as partes
○ Separação de corpos
○ Guarda de filhos
○ Alimentos
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○ Visitas
○ Sequestro / Arrolamento
● Legitimidade: o combo de direito de família permite várias
cautelares na mesma ação.
Procedimento: Liminar > Com audiência ou sem audiência > Cumprimento - da primeira
cautelar começa a contagem de 30 dias > Prazo para formular o pedido final

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