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Nos últimos anos, várias catástrofes vêm ocorrendo em nosso planeta causando mortes de milhões de
pessoas e a destruição de cidades e do meio-ambiente. A desertificação já atinge mais de 100 países e,
segundo o estudo “Erosão do Litoral Brasileiro”, 120 praias foram “engolidas” pela erosão no litoral do
Brasil.
Maremotos, chuvas fortes, furacões e secas existem há séculos. No entanto, nos últimos anos tornaram-
se mais frequentes e intensos.
No início, os governos dos principais países capitalistas afirmavam que tudo era culpa da própria
natureza e recebiam apoio de alguns religiosos que creditavam essas tragédias à ira de Deus contra os
homens.
Porém, como as catástrofes se tornaram constantes e passaram a atingir as populações dos países ricos,
como foi o caso dos furacões nos EUA, a ciência teve que ser levada mais a sério.
Esta foi a razão da Organização das Nações Unidas (ONU) instalar o Painel Intergovernamental sobre
Mudança do Clima (IPCC, sigla em inglês) para debater e explicar as causas das profundas alterações
climáticas que estão acontecendo no mundo. O 4º. IPCC reuniu 600 cientistas de 40 países e terminou
com a divulgação do documento “Mudança do Clima 2007: a base da ciência”, com graves advertências
sobre o futuro de nosso planeta:
– O nível do mar subirá até 2100 entre 18 e 58 centímetros, provocando novas inundações e ameaçando
de destruição milhares de cidades costeiras, entre elas Nova Iorque, Veneza, Xangai, Miami, Rio de
Janeiro e Recife;
– a temperatura da atmosfera se elevará pelo menos mais 1,8º Celsius além do que já subiu, e alcançará
entre 4º e 6,4º até o fim deste século. Caso se confirme essa elevação da temperatura, 3,2 bilhões de
pessoas sofrerão com a falta de água.
– a camada de gelo sobre o Oceano Ártico pode desaparecer totalmente até o fim do século; a geleira
existente na Groenlândia também desaparecerá em alguns milênios; e, desde 1960, a cobertura de neve
no mundo já diminuiu 20%.
– o aquecimento hoje é o pior em 20 mil anos e cinco dos seis anos mais quentes ocorreram nos últimos
cinco anos, causando secas e agravando a fome no mundo: entre 200 e 600 milhões de pessoas ficarão
sem alimentos nos próximos 70 anos.
O relatório do IPCC previu ainda mais chuvas, perdas de gelo nas geleiras, mais secas, além da elevação
do nível do mar até 2100 e aumento da extinção das espécies (a cada ano 10 espécies são extintas e se
calcula que dois terços das espécies estão ameaçados de extinção).
A degradação do solo vai piorar e várias regiões equatoriais serão transformadas em desertos. Enfim, o
mundo assistirá nos próximos anos a mais e mais catástrofes.
Sobre a causa dessas mudanças no clima, o relatório afirma que “é muito provável (90% de chances) que
as atividades humanas estejam fazendo a atmosfera esquentar desde meados do século 20”.
Apesar de superficial, ao apontar como responsável pelo aquecimento do planeta “as atividades
humanas”, o 4º. IPCC foi, sem dúvida, um avanço, uma vez que o último relatório do Painel da ONU
afirmava que a contribuição humana para o aquecimento era apenas “provável”.
O que mudou?
Do último relatório do IPCC (2007) até hoje, só uma certeza: o planeta vai esquentar mais alguns graus
Celsius, entre 2ºC e 5º C, neste século.
Em sua exposição A terra vista do céu¹, com fotos do planeta da Eco 92 até a Rio+20, o fotógrafo Yann
Artus-Bertrand revela que as emissões de CO2 aumentaram em 36% e atingem 30 bilhões de toneladas
por ano; as florestas mundiais perderam quase 300 milhões de hectares, ou seja, 13 milhões de hectares
por ano; um 1 bilhão de pessoas sofrem de desnutrição enquanto o mesmo número sofre de obesidade
e uma espécie de vertebrado em cada cinco corre risco de extinção.
De acordo com o relatório dos cientistas, o aquecimento global é causado pela retenção do calor da
Terra devida a uma capa de gases na atmosfera. A queima de combustíveis fósseis, petróleo e derivados,
carvão mineral e gás natural para a produção de energia, e a destruição das florestas aumentam a
concentração desses gases, contribuindo para a elevação do chamado efeito estufa. Ou seja, a
concentração na atmosfera de gases como o dióxido de carbono (CO2) e metano, produzidos pela
queima de petróleo e carvão e pela destruição de florestas, provoca o aquecimento e as consequentes
mudanças do clima, que tornam mais frequentes fenômenos como inundações, furacões, secas,
tsunamis etc. Calcula-se que a produção de energia gerada por combustíveis fósseis é responsável por
cerca de 60% das emissões de gases que causam o efeito estufa.
Para se ter uma ideia, nos últimos dez anos as emissões desses gases passaram de 6,4 bilhões de
toneladas anuais para 7,2 bilhões. Em outras palavras, os gases-estufa acumulados na atmosfera
bloqueiam a saída do calor, levando o planeta a acumular mais calor do que dispersa.
De quem é a culpa?
Mas que culpa têm, pela existência de furações e tsunamis, os 900 milhões de pessoas que vivem com
fome no mundo, ou os 40% da população urbana da África que vivem com menos de US$ 1 dólar (pouco
mais de dois reais) por dia?
Que responsabilidade têm, por essas alterações climáticas, os 350 mil indígenas brasileiros que tiveram
suas terras roubadas e sobreviveram após cinco séculos de “civilização”?
Qual a culpa dos dois bilhões de pessoas que, jogadas na sarjeta pela burguesia, sofrem com a falta
d’água e vivem abaixo da linha de pobreza?
E os países que foram bombardeados – como o Iraque, o Afeganistão e a Líbia – têm a mesma
responsabilidade que os governos dos EUA e da Inglaterra, que lançaram milhares de bombas sobre
aquelas nações?
Que culpa tem para o aquecimento global um país como Cuba, que não possui nenhuma arma nuclear e
raciona o pouco petróleo importado, quando sabemos que os EUA já realizaram quase 2 mil testes
nucleares e possuem mais da metade de todas as armas nucleares existentes no mundo?
Porém, embora sejam os países imperialistas os maiores responsáveis pela poluição do mundo e pelo
consumo desenfreado de petróleo, carvão, gás e madeira, são as populações da Ásia, da África e da
América Latina que sofrem as piores consequências.
Na realidade, o efeito estufa e o aquecimento global são filhos do sistema capitalista. De fato, a
finalidade do capitalismo é alcançar o maior lucro possível à custa da exploração do homem e da
natureza. Não existe neste sistema nenhuma preocupação com o bem-estar da população ou com o
meio ambiente e a construção de um planeta melhor. Pelo contrário, a natureza (incluindo nela o
homem) é, para o burguês, apenas um meio para ele acumular capital.
Com certeza, o modo capitalista de produção é organizado para explorar o homem e as riquezas
naturais, visando ao enriquecimento da classe capitalista. Para tanto, o capitalista realiza uma feroz
exploração tanto do homem quanto do meio ambiente, levando ambos ao esgotamento.
O transporte no capitalismo, por exemplo, deixa de ser um meio de as pessoas se locomoverem para se
transformar numa mercadoria que enriquece os acionistas das indústrias de automóvel. Com efeito,
apesar de todos os números que revelam a gravidade do aquecimento global – hoje, as concentrações
de dióxido de carbono, metano e outros gases-estufa são as mais altas da história do planeta –, os
monopólios das indústrias automobilísticas não param de aumentar a produção de carros e de receber
polpudos subsídios dos governos capitalistas. Preferem, assim, monopólios e governos, produzir milhões
e milhões de automóveis por ano – embora a sociedade não necessite de todos eles –, a investir em
transporte público, mesmo sabendo que esses milhões de carros vão poluir mais o planeta e
transformar exatamente no contrário um meio de transporte criado para possibilitar às pessoas chegar
mais rápido a um lugar, devido aos engarrafamentos. Desse modo, continua-se a produzir mais gases e a
jogar toneladas de enxofre, fuligem, óxido de nitrogênio, gás carbônico e hidrocarbonetos na atmosfera,
elevando a temperatura no planeta e multiplicando o número de pessoas com câncer e doenças
respiratórias.
Outro exemplo. Sabe-se que, mantido o atual consumo, o petróleo existente é suficiente apenas para os
próximos 50 anos. Mesmo assim, porém, os capitalistas e seus monopólios continuam realizando uma
exploração sem limites das reservas de petróleo. Pior, as poderosas empresas petrolíferas, sabendo da
valorização do petróleo e do gás nos dias de hoje, por meio de seus governos promovem guerras de
rapina, invadem países e assassinam milhares de pessoas para se apropriarem do petróleo e do gás
dessas nações e, com a sua venda, ganharem fabulosos lucros.
Para piorar, as companhias petrolíferas seguem causando danos ao meio-ambiente com os seguidos
vazamentos de óleo no Mar, como se verificou no Golfo do México pela British Petroleum (BP),
Halliburton e a Transocean ou os vazamentos de petróleo da empresa Chevron no Campo de Frade, na
Bacia de Campos (RJ).
Na realidade, o capitalismo é um sistema voltado exclusivamente para atender aos interesses de uma
classe, a burguesia, e não aos interesses da maioria da sociedade. Seu objetivo é produzir mercadorias
que permitam ao capitalista – o patrão – obter um lucro cada vez maior. Dessa maneira, elevar a riqueza
capitalista é o que decide o que se vai produzir e a forma dessa produção.
Este é também o caso da agricultura. Para obter elevados níveis de produtividade, o modo de produção
capitalista realiza uma gigantesca exploração da terra e utiliza agrotóxicos que, comprovadamente,
envenenam o solo, os alimentos produzidos e jogam na miséria milhões de camponeses. Ou seja, sob o
pretexto de fertilizar a terra, a tornam improdutiva e estéril. Hoje, 65% das terras cultiváveis estão
degradadas.
Portanto, é essa busca desenfreada de lucro (ou para evitar sua queda) pelos grandes monopólios
capitalistas que agrava o aquecimento, contamina o ar que respiramos, os rios, os mares, e ameaça
destruir o próprio planeta. Em resumo, o capitalismo, além de desemprego e miséria, polui o mundo e
destrói o meio ambiente. Entretanto, para esconder essa realidade, os verdadeiros responsáveis pelo
aquecimento global – os bilionários do planeta – uma vez por ano fazem doações de alguns poucos
milhões, plantam algumas árvores e defendem a privatização da Amazônia e de suas riquezas.
Na verdade, a crescente destruição da natureza a que assistimos e que coloca em risco a própria
sobrevivência do ser humano é uma prova inconteste da incapacidade da burguesia e de seu modo de
produção em resolver os problemas atuais da humanidade.
“Além disso, cada progresso da agricultura capitalista é não só um progresso na arte de espoliar o
trabalhador, mas também na arte de espoliar o solo; cada progresso no aumento de sua fertilidade
dentro de um dado prazo é também um progresso na ruína das fontes duradouras desta fertilidade.
Quanto mais um país, como, por exemplo, os Estados Unidos, tem como base de seu desenvolvimento a
grande indústria, tanto mais rápido será tal processo de destruição. A produção capitalista, portanto,
apenas desenvolve a técnica e a combinação do processo social de produção, minando,
simultaneamente, as fontes de todas as riquezas: a terra e o operário”. (K. Marx. O Capital, I, capitulo13)
Logo, para mudar essa situação e pôr fim às constantes mudanças climáticas que ameaçam de
destruição nosso planeta e a humanidade, é necessário se promover uma profunda transformação da
atual sociedade. É preciso a substituição do atual modo capitalista de produção por outro modo de
produção, preocupado com o homem e integrado com o meio ambiente, com a natureza, isto é, o modo
socialista de produção. Em outras palavras, só a socialização do mundo pode evitar a destruição da
natureza. Com medidas paliativas, a humanidade apenas se engana, enquanto cava sua própria
sepultura. Dito de outro modo, a “culpa não é do ser humano” e tampouco “nossa”, mas, sim, deles, dos
exploradores.
Lula Falcão
Olho: “A crescente destruição da natureza coloca em risco a própria sobrevivência do ser humano”
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2 COMENTÁRIOS
As atividades humanas atuais tem duro impacto a nivel local e é motivado pelo sistema socioeconomico
vigente. mas os estudos acerca de influencias globais são bastante inconclusivos, viciados e incertos.
O aquecimento global é uma falácia em favor de ongs e cerceamento do crescimento dos países em
desenvolvimento.
Pesquisas feitas na calota pola em camadas de gelo antigos indicam que a produção de CO2 é uma
consequência do aquecimento e não o contrário. Esse mito atual veio da má interpretação (intencional)
desses dados.
Não depende de emissões humanas de gás carbônico. É um fator que é influenciado pelo sol e seus
ciclos solares, efeitos cósmicos. O homem não tem nenhum poder de mudar o clima a nível global. O
que na verdade está acontecendo no mundo é um fenõmeno de esfriamento global pelo fato de o sol na
diminuição de sua atividade. Um ciclo normal.
E o IPCC não não é uma instituição idônea, lá não existe ciencia é apenas política. Suas “conclusões” se
baseam, dizem alguns cientistas que o contestam, em simulaçoes computaionais exageradas.
http://www.youtube.com/watch?v=oJTNJBZxX6E
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