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2022
ORDEM DO ARARAT
REALIZAÇÃO ATRAVÉS DO CARÁTER E DA CULTURA
Caderno Ararat
Veneráveis Ararats,
PAX
Fraternalmente,
Ricardo Medeiros
Secretário Executivo da Ordem do Ararat
ORDEM DO ARARAT
REALIZAÇÃO ATRAVÉS DO CARÁTER E DA CULTURA
Caderno Ararat
Honra e Glória ao excelso Mestre, Irmão, Amigo, Pai de todos nós Jefferson
Henrique de Souza!
Não encontramos palavras para expressar nossos sentimentos neste
momento... sentimento de Saudade, muita saudade... mas principalmente de
Eterna Gratidão por ter vindo por sua própria Vontade abrilhantar a Face da Terra
com a Luz e a Força de sua Divina, mas também Humana Existência!
Um Verdadeiro Exemplo, um Homem Virtuoso e Vitorioso que nos ensinou
a cada passo como Agir, Pensar e Sentir.. com respeito, carinho e atenção a
todos indistintamente. Despertando e ensinando na prática o nobre sentimento
da Fraternidade incondicional.
Sim, este exemplo nos tivemos de um homem sem igual, mas também de
um outro Homem sem igual, que em momento algum se desviou do caminho de
bem Servir a Gloriosa Obra de seus Pais e Mestres. Exemplo digno de Coragem,
Paciência e Resignação.
Salve mui querido Rigden Jefferson que seja muito exaltada sua Bem-
aventurada existência que com sua contraparte, Venerável Felicia Clélia Forlenza de
Souza, trilharam uma vida inteira de Realizações, cumprindo o expressivo 55 anos
de união, O IÓ, revelando duplamente o quinto sistema, A taça do Santo Graal, a
quinta essência, dignos zeladores da sagrada essência no Spes Messis in Semine.
Muita Luz, Força, Cultura e Caráter a todos bem-aventurados Seres
que se propõem a darem continuidade a tão altruísta quão Glorioso Trabalho
Pramanthico! Em carta de 15.08.1954, nosso Mestre, Professor Henrique José
de Souza revelou:
“Não esquecer que foi Jefferson quem sintetizou todos os Pupilos no dia
do Julgamento, fazendo lateralidade, à esquerda, para os Gêmeos, e para as
Duas Colunas gêmeas...”
Sim, partiu com 79 anos assim como nosso Pai e Mestre JHS, nascido por
sua própria Vontade, também escolheu partir em uma terça-feira, dia de Marte,
bem Ararat, sob a égide do arcano 17, a Imortalidade, muito bem expressa no
dia de ontem sob os últimos raios de sol desse dia memorável. A Luz da Agartha
vos saúda! confirmando a sua Eterna Existência!
Se em vosso nascimento nosso Mestre teve ocasião de dizer “A todos vós,
queridos Irmãos e amigos, AT NIAT NIATAT! Pois que o dia de hoje é o mais sublime
de nossa Obra!” nós temos a ocasião de dizer: Obrigado Excelso Jefferson! Pela
sua existência em nosso meio, pois o dia 17 de Agosto de 2021, além de sublime,
foi o mais impulsionador e encorajador de nossa humilde existência!
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A natureza do nosso planeta é repleta de ciclos de vida e morte, de
renascimentos, de aproveitamento de tudo que se produz, em perfeito equilíbrio.
“Nem mesmo uma única folha cai de uma árvore sem que Deus assim o permita”,
já diz o ditado popular. E mesmo a humanidade, única fonte de desequilíbrio do
planeta, se integra a essa natureza de modo implacável.
A observação desses ciclos naturais, por si só, já nos obriga a reconhecer:
o planeta, e tudo o que nele habita, evolui sempre. Quem avaliar este ciclo com
um olhar mais amplo, já pode perceber os sinais do fim do inverno, marcado por
dias um pouco mais longos, trazendo a luz da esperança, a Luz que ilumina dias
melhores para todos os seres da Face da Terra.
Enxergar os sinais de evolução, em meio a um final de ciclo, que cada vez
mais se mostra “apodrecido e gasto”, é uma tarefa das mais difíceis. É necessário
um olhar universal, um olhar Eubiótico para conseguir ver a luz. Mas é uma luz
forte, que pode ser vista, sentida e admirada.
No Bhagavad Gîtâ, Krishna abre a visão espiritual de Arjuna, para que ele
possa contemplar toda a Glória do Universo:
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A visão de Arjuna, da própria Divindade em todo seu esplendor, é impossível
de se expressar em palavras. Ao tentar traduzir a visão do Universo em algo concreto,
que possa ser descrito, o autor então lança mão da multiplicidade de cores, perfumes
e formas. A maneira usada para descrever a Divindade foi a diversidade!
As expressões artísticas da humanidade, desde eras sem conta, são
reconhecidas como marcas de um povo, de uma raça, de uma nação inteira.
Através da arte se conta a história, a cultura, o jeito de viver de uma maneira
bem mais real, bem mais sólida do que um texto em um livro. A arte é história
viva, que vence a barreira do idioma e pode ser entendida e vivenciada mesmo
que muito tempo tenha se passado. É através da arte que sonhamos os mesmos
sonhos do artista, que sentimos suas dores, suas alegrias, seus medos. Pode ter
se passado um dia ou mil anos, sempre é possível se conectar através da arte.
Essa percepção da Arte, como expressão cultural, vai sempre trazer a
questão: A Arte atual representa o povo, a nação a qual faço parte? A mudança
dos costumes, da cultura da humanidade nesse início de século, está sendo
marcada por uma doença que atravessou as fronteiras dos países, que não
se importou nem um pouco com classe social, religião ou ideologia política.
Também é marcada pela evolução tecnológica e pela universalização dos meios
de comunicação. Qualquer pessoa pode criar conteúdo musical e artístico, basta
um celular e internet. Essas mudanças certamente ainda devem perdurar por
muito tempo, seja na cultura dos povos, ou mesmo no imaginário coletivo, nas
conversas ou até nas aulas de história.
Imaginemos um historiador do futuro, querendo entender o que se passava
nos dias atuais. Ele, o historiador, certamente irá escavar a parte mais viva da
nossa cultura nesse mundo do futuro: Ele vai procurar na nossa arte, na nossa
expressão mais simbólica, entender o que sentimos agora. Ou não é exatamente
isso que fazemos com grandes temas do passado? O que nos diz a Capela
Sistina sobre o século XV? Ou a arte rupestre da Pedra do Ingá, que mostra um
Brasil cheio de História (sim, com “H” maiúsculo) muito antes de 1500?
Walter Smetak, músico, luthier, professor, escritor, escultor, filósofo
e dramaturgo do século XX (artista criador de futuros, alquimista do som e
transformador de realidades, assim descrito por Mario Chagas e Claudia Storino
na Dhâranâ Online 06, 2013/2014), já discorria sobre essa questão da qualidade
da arte, especificamente na música: O que realmente é música boa? O que é
música Eubiótica? Ou Arte Eubiótica?
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da harmonia escolástica comum, nas cadências das leis
que ligam a harmonia a uma nota da escala do setenário
com uma outra seguinte, e desejada como combinação
(cadeias). ” (SMETAK,1955)
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Quantos jovens, nas periferias das cidades do mundo, se enquadram nesse
imenso potencial artístico? Muitos deles, seduzidos pela fama e dinheiro, usam
o talento para criar poemas com incitação a drogas e sexo. Mas mesmo assim
existe o potencial, existe a verdadeira Arte latente, no coração de cada jovem
desse. E a massificação do conteúdo dessas letras e músicas “antieubióticas”
desperta mais jovens esquecidos, e assim o círculo se fecha, de maneira viciada
e antievolutiva.
A solução é óbvia, e infelizmente aparece apenas nos discursos dos
candidatos a governante da nação: Educação. Já passou da hora de todas
as escolas, sejam elas ricas ou pobres, do centro da cidade ou das periferias,
terem aulas de música e arte desde o ensino básico. E não adianta colocar
apenas no currículo e formar professores, é necessário ter salas preparadas,
instrumentos musicais, telas, tintas, etc. É preciso despertar os jovens antes de
serem praticamente “cooptados” pela arte antieubiótica.
O potencial da juventude, em especial da juventude brasileira, precisa da
ação das forças que vibram na Luz do Novo Pramantha, de maneira objetiva.
Fazer acontecer, através dos meios possíveis, o trecho do manifesto Eubiótico,
que trata justamente da Educação com foco nas Artes:
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representativo de Emerson, o super-homem de Carlyle e
Nietzsche; o semideus das concepções do paganismo; o
gênio, o anjo, o nume protetor, o vidente, o sábio, o profeta,
o herói, o iniciado, o Irmão Maior da Raça, e tantas e
tantas outras denominações empregadas constantemente
em todos os países, para designar um estado ulterior de
progresso que, se bem foi alcançado até hoje por poucos,
cada dia vai sendo patrimônio de muitos, à medida que
avança nossa idealidade e nossa cultura, porque, segundo
disse Castelar: “Assim como a Bíblia foi completada pelo
Evangelho, o Evangelho por sua vez será completado por
novas Revelações, e após a Ideia do Pai e do Verbo virá
a do espírito para infundir na Humanidade, regenerada e
livre, novas e consoladoras esperanças”. (LUNA,1940)
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Referências
13
Educação para o futuro se faz no presente!
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Encaixar a infância no mundo adulto não está dando certo: uma reflexão,
um convite e uma esperança.
As crianças não são falhas.
Não nascem erradas e também não são “menos” que o mundo adulto.
As crianças são sementes, são promessas e são a esperança de um futuro
melhor. A nossa reflexão vai pairar sobre a infância e o seu desenvolvimento, o
nosso convite será o de abrir espaço para o REAPRENDER a olhar para essa
fase tão rica e tão especial e a nossa esperança é acreditar que as crianças vão
ser respeitadas, olhadas e amadas - acima de tudo.
O próprio lema da Sociedade Brasileira de Eubiose, “Spes Messis in
Semine” – A esperança da colheita reside na semente, nos faz refletir sobre a
importância da educação integral do ser humano.
Servir ou vir a ser? Os buscadores: cientistas, artistas, professores e
aqueles que carregam na alma a vontade de autoconhecer-se, têm através da
Grande Lei, a oportunidade de responder a indagação acima.
Muitos chegam a conclusão que servir é a Lei do Universo observando a
natureza em todas as suas peculiaridades. Grandes Iluminados da humanidade
assim o fizeram e fazem até hoje.
A Ciência da Vida que vê além do invisível aos olhos físicos, que ouve
a Voz do Silêncio, está sempre apontando que a trilogia Bem, Bom e Belo são
o caminho. Diz o Professor Henrique José de Souza, que Vontade, Amor e
Sabedoria são atributos do Ego. Diz ainda que tudo é mental.
Então, quando alguém age, sua ação é resultado de um pensamento que
se traduziu como emoção e em ação se transforma. Desta forma, a educação do
pensamento e das emoções na primeira infância é valiossíssima. Olhar para isso
é respeitar o tempo do vir a ser – do caráter e da cultura, das transformações e
do “Conhece-te a ti mesmo”.
A educação é um caminho a ser percorrido. Não é apenas um ponto de
partida ou ainda um de chegada. Educação é movimento, é vida e é permanente.
E ela precisa partir antes de tudo da ideia de “se construir” e do “se REconstruir”
diariamente como seres humanos integralmente em todos os seus aspectos.
Educar com respeito exige eu fazer o caminho ser visível em mim e para
mim, antes de tudo. Significa eu trilhar os caminhos da iniciação para então
entender como transformar o chumbo em ouro, como “pensar com o coração e
sentir com a mente” em cada momento do dia e em todos os dias.
E a pergunta que fica é: Como então trazer para a prática uma educação
mais respeitosa, que entenda os ritmos e os ciclos do desenvolvimento humano
e ao mesmo tempo que seja um caminho que permita à criança ser quem ela
nasceu para ser e não o que o mundo adulto espera que ela seja?
Através das relações, do senso de comunidade e do trabalho em conjunto.
Não estamos mais na era em que o foco é apenas o professor (como aquele que
sabe tudo) e nem apenas o aluno. Estamos na era de construir RELAÇÕES com
o outro e pelo outro.
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Desta forma, o intuito é respeitar os ritmos individuais, em um ambiente
coletivo.
E um dos aspectos que precisamos levar em consideração nessa jornada
com as crianças é que tentar encaixar elas no mundo adulto, acaba por podar,
diminuir e sufocar toda a natureza de ser quem ela é. As suas vontades, a sua
curiosidade, o seu olhar atento e também, a unicidade de ser único e irreptível.
Precisamos repensar a forma de educar que vínhamos fazendo e
acreditando até os dias de hoje e um dos maiores desafios da educação no
século XXI é justamente respeitar os ritmos individuais de cada um, em um
ambiente comunitário. O que nós pensamos enquanto educação, deve estar em
consonância com os nossos atos, palavras e pensamentos.
Você já teve a oportunidade de observar uma criança no processo de
aprender a andar ou engatinhar? Ela tenta, ela pratica e ela se esforça para isso.
Não precisamos dar palestras de “como engatinhar” e muito menos dar o passo
a passo para ela.
As criançasaprendem mais pelas experiências que vivenciam diariamente
e por isso, precisamos contribuir com uma ambiência favorável para que ela
possa, por si mesma, encontrar as oportunidades de aprendizagem.
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Boyce identificou então dois grupos de crianças que reagem ao ambiente
e às situações de estresse de formas diferentes. O maior grupo ele chamou de
“dente de leão” que prosperará na grande maioria dos ambientes. Já o menor
grupo, ele chamou de “crianças orquídeas”, que são crianças hiper reativas ao
estresse, mas que tem um grande potencial a ser desenvolvido – e necessitam
de um ambiente e uma parentalidade mais cuidadosa e exigente, já que em um
ambiente disfuncional têm maior tendência a ter problemas.
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Esse olhar é de suma importância. É como fazer um “raio x” visual para
descobrir as necessidades daquele ser que acabou de nascer.
Podemos perceber se elas estão agitadas, se elas precisam de um
tempo, se elas precisam se acalmar – pois muitas vezes o ambiente realmente
está estressante para ela. Podemos perceber se elas tiveram ou não uma boa
noite de sono, quais conteúdos através das mídias estão chegando até ela, com
quais músicas ela está se conectando e como elas estão lidando com as demais
informações que chegam a todo momento.
Pois bem, já pensou se nós adultos, também soubéssemos avaliar o
ambiente que cerca a criança, os fatores que podem ser estressantes ou não
para a sua aprendizagem e quais ações poderíamos tomar para auxiliar ela em
cada momento?
A observação do adulto é uma condição muito importante, pois desta
forma, ele consegue antecipar ações, planejar ambientes e enfim, conhecer
como cada criança age, sente e constrói o seu conhecimento.
E uma coisa é fato: não existe desenvolvimento de autonomia para fazer
as suas escolhas se antes as crianças não tiveram um adulto que as acompanhou
amorosamente nesse processo. Que antes de falar para a criança se acalmar,
não tenha vivenciado a calma com ela. Que antes de chamar a atenção, tenha
antecipado as suas ações e experienciado essa aprendizagem.
E repito: as crianças não aprendem por palavras e sim pelas experiências
vividas e suas repetições. As crianças precisam do cérebro dos adultos para
se co-regularem e através da experiência em lidar com esses movimentos
entre medo e coragem, nervosismo e calma, desenvolver em si a habilidade de
transitar por estes lados.
Não é sobre estarmos calmos permanentemente e nem imobilizados,
mas ter um sistema nervoso regulado para perceber o perigo e a segurança e
responder a eles adequadamente. Mais importante do que ensinar o que acalma,
a criança precisa experienciar repetidamente a sensação de calma.
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que elas tenham esse espaço livre de ser, fazer e transformar!
Educar para o futuro consiste em uma educação que perpassa os
relacionamentos. Muito tem se preocupado com as metodologias, com os
conteúdos, com o que a criança “tem que” saber fazer, que esquecemos tudo o
que elas são agora nesse momento.
Conhecimento é poder e a medida que evoluímos em nossa forma de
enxergar a educação e o ser humano, modificamos os antigos conceitos que nos
limitavam. Passamos então, a assumir o controle da nossa vida.
Querer pular as etapas da infância é menosprezar o mecanismo com o qual
a natureza conta para garantir um bom desenvolvimento da personalidade. Por
isso a necessidade de sermos cautelosos, com TUDO o que vai contra a infância.
Fomos acostumados à interpretação de que as ações das crianças
quando nos confrontam são impróprias e que devem ser interrompidas. Mas,
e se interpretássemos de outra maneira? E se, no lugar de impedir, nós
observássemos? Permita que elas se expressem e esteja lá quando elas
precisarem de um porto seguro.
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Referências
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Marque “M” por Mistério ou Medidas
21
A letra “M” está conectada aos mistérios. Da escrita semítica é a 13ª letra
no hebraico e no aramaico “mem”, no fenício “mēm”, no arábico e no siríaco “mīm”.
E 13 é o arcano da Mãe. O pictograma hebraico vem da essência significante
água (mayim) que em movimento inicia a primavera e de sua fonte divina supra
consciente brota a sabedoria que alcança os seres humanos. Em verdade, há
dois pictogramas para o “mem” hebraico: o que apresenta um tanque ou útero
aberto e o outro fechado, o primeiro para uso no início da palavra e o segundo
para uso no final da palavra. A forma aberta (pesucha) representa a verdade
revelada de Deus (como demonstrado por Moisés), enquanto a forma fechada
(stumah) representa a verdade escondida de Deus (como o demonstra Mashiach
ben David, o revelador dos mistérios). Interessante que as grandes religiões
possuem em suas estruturas doutrinárias a parte exotérica para a maioria de
seus adeptos e a parte esotérica para estudos e práticas iniciáticas ou ocultas
para uma minoria. Outra importante analogia é o termo OM, derivado de AUM,
contendo a letra M neste importante mantra iniciático. Analogia adicional são os
opostos beM-Mal e boM-Mau. Para um oposto se usaria o “mem” fechado e para
o outro, o aberto. O que convidaria a muitas reflexões, tema para estudos futuros.
José de Alencar em seu conto “Alma de Lázaro” destaca 13 dias para abril,
representando o Arcano XIII, cuja análise de Moysés Jakubovicz em seu estudo
“Pernambuco Imortal” aponta: “... o elemento transformador por excelência, da
Natureza: a água, pois a letra MEM (M), do alfabeto hebraico, situada no canto
inferior, hieroglificamente, é o útero (local das águas... do parto). Daí, mar, Mar-
ia, Miria, mãe...”.
O termo mistério vem do grego μυστήριον teletai e do latim mysterium.
Já sacramentum (tornar sagrado) no latim eclesiástico é a tradução da palavra
mysterion, com o sentido de ser iniciado ou ser instruído.
O mistério se faz presente no princípio e nascimento das coisas e em
seu final e renovação. Há mitologias que indicam que a vida partiu do Mar e
outras indicam a Montanha. E assim, existem términos como mãe, aMor,
beM, boM, maternidade, manjedoura, manifestação, maternal, mama, maná,
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manto, mar, monte, manancial, montanha, mônada, mina, marítimo, morte,
morfina, metamorfose. E a magia e seus operadores também iniciando com M:
mago, missa, mesquita, mausoléu, missionário, mágica, maravilhoso, maçom,
mestre, mister, mastro, majestade, magistério, ministério, magistratura, monge,
monsenhor, mor, maia, malkhut (realeza), memshalah (domínio), merkabah
(veículo), dentre outros.
Sebastião Vieira Vidal notava que nomes iniciando por M, requeriam
meditação: Maliak, Melkiaf, Mikalim, Morefim, Mama, Mixta, Matratma, Mohima,
Mahimã, Mário Lúcio, Maria Lúcia e outros nomes que estão iluminando os
fatos do Ciclo atual. Ora, duas letras “M”, uma sobreposta a outra, são iguais
ao ícone do signo de Aquário e símbolo das ondas vibratórias que qualificam a
Mente Humana e se conectam ao significado primitivo de “mem” no hebraico,
justamente águas ou ondas em movimento. Ele ainda comentou:
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Independente do importante papel da letra Q nos pesos e medidas (por
exemplo, as palavras quanto, quadro, qualidade, quinze, quilo tão bem provocadas
na música Quanta de Gilberto Gil e explicada na obra de Fernando Mesquita:
A Criação do Mundo pelas Letras) métricas e ordem também estão associadas
à letra M. Faça um exercício mental e as palavras virão. Quantas aparecerão?
Uma dúzia? Após o exercício, leia o último parágrafo para verificação.
Seguindo a Sabedoria Iniciática das Idades, ou seja, a trajetória histórica da
Humanidade com seus manus e seres especiais manifestados para trazer a Boa
Nova de tempos em tempos e assim, a Humanidade caminhar evolutivamente.
Incrível os exemplos de nomes iniciando com a letra M. Seguem: Melquisedeque,
Maomé, Rainha Magog, Anjo Maliak, Mu Isis, Mu Iska, Moriah, Madalena, Margarita
(Santa Rita), Montessori, Moro, Mênfis, Manco Capac; Mama Oclo; Ming, Menés,
Malaquias, Marcos, Mateus, Miguel, Mefistófeles, Morpheu, Messo di Dio (anjo
anunciador, mensageiro), Maitreya Buddha, Mitra Deva, Mercúrio etc.
E o que pensar sobre os locais, as lendas e instituições? Vejam quantos
exemplos há: Mênfis, Matatu-Araracanga, Meca, Metraton, Maçonaria, muiraquitã
(moiraquitã), Mnemosine, Minas Gerais, Mato Grosso, Meru, Moreb, Meka Tulan,
Martinismo, makom (lugar de Deus), Minotauro, Mahâbhârata, Mazdeísmo,
Maronita, Mesmerismo, Mu, Mediterrâneo, Manaus, Manágua, Marrocos, Marte,
México, Moscou, Madri, Moura, Maranhão e cada uma destas menções encerram
páginas de descrição dos mistérios e histórias.
Por fim, para quem desenvolveu o exercício da página anterior, seguem
exemplos de palavras relacionadas à medidas e ordenações lógicas: matemática,
matriz, meio, mini, micro, macro, mega, meta, mais, menos, mirim, mil, milímetro,
milésimo, minuto, miniatura, metro, métrica, mecânica, medir, medial, medida,
marcar, marcado, milhão, milionésimo, módulo, modo, modular, mês, mercado,
mora, moeda, morosidade, minoritário, majoritário, multiplicar, maior, menor,
maioral, moda, meta, miríade, melhor, money (dinheiro em inglês), molécula, manhã,
madrugada, margem, marginal, mapa, maneira, moderna, método, metodologia etc.
Os elementos apresentados auxiliam na compreensão da sacralidade da
letra M que está presente em inúmeras palavras de natureza iniciática (ritos,
ciclo de nascimento e morte, conexão espiritual etc.) ou auxiliares à matemática
com relação às medidas e ordenações lógicas. Uma constatação é o quão belo é
a extensão destes conceitos iniciáticos que atendem a tantas palavras e chegam
à última flor de Lácio que é a Língua Portuguesa, provando a sua conexão aos
mistérios sagrados.
Danniela Troncoso
Vinhedo - SP
[email protected]
24
Referências
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Eubiose - A arte do bom, do bem e do belo,
no dealbar do novo ciclo
26
A Lei manifesta num Mundo em evolução, no mundo que ainda, possui
muito potencial a ser desenvolvido. Se o Ciclo é novo não se pode aplicar uma
Lei antiga. Em nossa vida iniciática, junto do Excelso Avatara do Senhor JHS,
sempre ouvimos referência ao tradicional nome sagrado de Maitreya.
Consideramos como um emissário da Lei
Justa e Perfeita, a fim de estimular a dinâmica
evolucional da Mônada Humana. Sua Divina
Missão tem por fim corrigir o que fora deturpado,
no desgaste de um ciclo anterior, impulsionando
e conduzindo, as coisas para um ciclo futuro. O
Brasil deveria estar em outra situação política,
consentânea com a sua posição no conceito das
nações civilizadas.
Preparando uma ambiência para as
crianças e os jovens, para que eles se sintam
apoiados numa estrutura de amor e de equilíbrio
tanto física, psíquica e mental, para acompanhar o Novo Ciclo. É através delas que
vibra o potencial dinâmico do Excelso Senhor Maitreya. Com a reeducação dos
pais, com compreensão, e paciência nessa nova fase de vida, elas germinarão e
potencializarão como Seres do 5° Sistema. Despertando em cada um, os valores
adormecidos das Linhas do Pramantha. Impulsionando a ciência, a tecnologia,
o meio ambiente e as artes. Alinhando esses novos Seres, para a marcha da
evolução. Sem haver transformação do elemento humano não poderá haver
melhoria no Mundo. Precisamos reunir todos os valores espirituais, para reavivar
a fraternidade entre os homens de boa vontade. Porque na verdade os dignos
serão salvos por ter cumprido o dever que lhe foi imposto.
27
mundo é a tecnológica, e os nossos Pupilos exigem, cada vez mais de nós, um
novo padrão ético e moderno.
Em Platão, a beleza é a forma na qual o “Bem Universal” se manifesta
através da ação do sujeito ético em toda a sua transparência.
Quando o Homem chegar a dominar-se
conscientemente, dominará também a Natureza,
porque conhecendo e obedecendo as suas leis, a
Natureza – submissa e escrava – obedecerá às
suas ordens. Porém, enquanto imperar o egoísmo
entre os homens, os elementos transbordados
serão tão caprichosos e cruéis com a humana
natureza. Por isso, procuramos aprimorar as nossas
tendências no plano emocional, equilibrando ou
sublimando, os fatos que nos ocorrem para uma
verdadeira transformação de Vida-Energia em
Vida-Consciência, de Vida Universal em Mente
Universal.
A Sociedade Brasileira de Eubiose,
segundo o Professor Henrique José de Souza, trabalha, ao mesmo tempo, pelo
advento da sexta e sétima sub-raças, colocando-se à frente da Missão “Y”, hoje,
Missão dos 7 Raios de Luz. As civilizações que florescerão nas Américas, como
acontece no final de todos os ciclos raciais, as duas últimas se interpenetram.
O lema da SBE, “Spes Messis in Semine” – A Esperança da Colheita reside
na Semente – e isso diz tudo o que se possa esclarecer acerca de seu papel no
momento atual da Humanidade. Pois através da personalidade dos discípulos é
que os Mestres podem executar alguma coisa útil para a Humanidade. Devemos
reverberar ao nosso entorno o que há de melhor em nós, é esse Bom no bom, o
Bom no bem, o Bom no belo, o Bem no bom, o Bem no bem, e o Bem no belo,
o Belo no bom, o Belo no bem e o Belo no belo. Numa simbiose sem termos
que usar de conceitos separatistas que somos melhores e elitizados, somos
diferentes, porque obtemos o conhecimento direto da fonte, através da Eubiose.
Os novos raios já são vislumbrados na Face da Terra, mas não alcança ainda a
sua totalidade, em virtude da densa esfera da ignorância da maioria retardada,
diga-se de passagem, retardamento mental, na sistematização da mídia, no que
diz respeito ao alcance da verdadeira transformação do que idealiza para o futuro,
com bases do presente. Cada qual dos elementos impostos por cada criatura,
cria um mundo a sua semelhança. Quem desrespeitar a linguagem do amor
que é a do Ciclo de Maitreya, será lançado para fora da corrente evolucional.
Por não estar coeso com o que é exigido naturalmente por Lei. Não há como
enganar a Lei, tudo estar sendo medido e contado, nossas ações justas ou não
serão, ou melhor, estão sendo julgadas. Não cabe a humana criatura, apontar ou
interver, a outrem, as suas vontades ou percepções do que seja certo ou errado,
condizente ou não, com a Divina e Justa Lei. Cada qual tem sua máscara, de
acordo com sua missão na Terra. Bem-aventurado aquele que reina na terra,
que dominou a si mesmo, vencendo à Grande Maya.
28
O Professor Henrique José de Souza diz: “não julgueis o bem por bem
nem o mau por mau”. Os caminhos da Grande Lei Universal a que todos nós
estamos submetidos e interligados, têm o seu curso bem definido e cumprido na
sua trajetória, segundo neles semeamos.
Eubiose - É a Ciência da Vida. Eu = Eu, Biose = Vida. Eu em ação com a
Vida. Pelo papel das SETE LINHAS DE ADEPTOS, que deve surgir desse mesmo
trabalho, haveremos de expandir para o Mundo como ponto de partida ou de
intersecção, como queira dar, do Brasil, o conhecimento do nosso Revelador, como
axioma da suprema neutralidade. Como se sabe, a maior responsabilidade da Obra
está nos pupilos, futuros adeptos, que serão formados em 7 Linhas de 111.
Bons pensamentos, bons sentimentos, alinhados na tônica do Pramantha,
sem lamúrias ou ladainhas de um Ciclo apodrecido e gasto. “Quanto mais pesado
fizeres o mundo, mais o mundo pesará sobre ti!” O homem é uma estação
irradiadora – tanto de boa como de má música – assim diz o Professor Henrique
José de Souza. Dentro da dinâmica evolucional, a Terra como Ser vivo, passa
por transformações, alertando por meio da Natureza, pelos seus sinais, que os
homens precisam respeitá-la, protegendo-a, evitando as queimadas, a poluição
dos rios, dos mares e oceanos e as mudanças climáticas. Para que não haja
tantos desastres ambientais. Que a humanidade esteja consciente do seu real
papel na face da Terra, vivendo em harmonia com as Leis universais; criando
uma ambiência propícia para as futuras raças do Porvir sob a batuta do Excelso
Senhor do Quinto Sistema.
29
Referências
30
O bom, o bem e o belo na dinâmica evolutiva
31
As palavras traduzem a ideia, trazem consigo uma força da própria ideia,
tendo um significado, porém nada significam se não for interiorizadas (vivenciadas),
daí a passagem bíblica em que o apóstolo Paulo comenta sobre a letra que mata e
o espírito que vivifica, Segundo a Carta de São Paulo aos Coríntios:
32
futuro), enfim, a vontade traduzida por atividades de amor-sabedoria.
Para alcançarmos o Belo (Harmonia Universal; a Vontade Divina; o
amor-sabedoria em atividade; a perfeição), todo o bom e o bem necessários já
devem estar presentes para as devidas neutralizações no meu ser, ou seja, a
presença harmônica do corpo, alma e espírito, pois como sabemos, consciência
é a união da matéria com o espírito através da Lei, ou ainda, como comentado
pelo professor Henrique José Souza no Pequeno Oráculo:
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Estamos num mundo onde a Lei deve ser obedecida e, dentre elas, a
Lei da Polaridade. O professor Henrique J. de Souza deixa claro que devemos
trabalhar para o equilíbrio, nem o bem, nem o mal.
Para que a Vontade Divina se estabeleça, necessário se faz a consciência do
bem e do mal, onde assim nem o bem, nem o mal prevalecerá, mas sim a neutralidade
que implicará em uma nova consciência. Segue comentários que suportam esse
raciocínio no livro O Despertar da Consciência – Contraste e Revelação:
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Henrique J. de Souza, que dá o devido suporte para os comentários acima:
35
Para aqueles problemas que não estão ao alcance de nossas soluções,
que estão além de nossas atuações, porém exigidos por Lei, devemos estar
preparados para aceitá-los e respeitá-los, pois assim houve tal necessidade,
sempre visando o equilíbrio.
Desses conceitos, acima comentados, temos assim a confirmação que
para trabalharmos em nós as devidas transformações internas, precisamos
estar cientes, portanto conscientes, daquilo que devemos transformar, que é a
própria representação do PASSADO no PRESENTE (percepção, observação,
atenção, AMOR), que podemos assim chamar de CONSCIÊNCIA DO MAL e
um querer – VONTADE - que é a percepção da necessidade de uma solução;
é o AMOR-SABEDORIA; a união no PRESENTE daquilo que se encontrava no
PASSADO, com aquilo que se encontra no FUTURO; a união do problema com
a solução, daí dizer, PASSADO E FUTURO NO PRESENTE; de tal forma que,
haja a busca de uma solução neutralizante que é a CONSCIÊNCIA DO BEM,
que é a representação do FUTURO no PRESENTE (De Vinda – Divindade;
Desenvolver/Criar a Solução – SABEDORIA).
Como o professor Henrique J. de Souza comenta: «É preciso que o
passado se transforme para que o presente evolua”, ou seja, a consciência do
mal, daquilo que ocorreu no passado, é transformado com a solução, consciência
do bem, que ocorrerá no futuro, para que ambas unidas no presente, que é a
representação da vontade, leve à evolução, o mesmo que dizer um novo estado
de consciência.
Dessa forma fica claro que para haver a neutralização, equilíbrio, eu
preciso das duas consciências, do mal e do bem, que são respectivamente,
a representação da matéria e do espírito, para que uma nova consciência se
estabeleça, ou ainda, é a Vontade, o Amor e a Sabedoria atuando, conforme
comentários anteriores.
Podemos assim, inferir que: com a neutralização do mal com o bem, surge
uma terceira coisa que é a Verdade; surge o dever, perante a Divindade, da
conquista da Consciência, da manifestação do Espírito na Matéria, através
da Vontade, do Amor e da Sabedoria, que nos levam ao entendimento das
Leis Universais, que por sua vez, respeitando-as, me comprometerei com a
Justiça, com a prática, com o exercício do que é de direito, no meu interior
(Deus é a Lei que a tudo e a todos rege).
Ainda, nos textos do professor Henrique J. de Souza, respectivamente,
nas páginas 41 e 38, nas citações 94 e 85, do Pequeno Oráculo; temos:
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“Mal é ignorância e Bem é sabedoria.”
“Deus e Verdade são uma só e mesma coisa.”
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Referências
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Transformação da vida-energia em vida-consciência
Resumo: São analisadas as relações entre as tríades Bom, Bem e Belo; Corpo
Físico, Alma e Espírito; Teatro, Escola e Templo, buscando entender suas
influências no processo de transformação de vida-energia em vida-consciência
através do autoconhecimento.
Palavras-chave: corpo, alma, espírito, bom, bem, belo, evolução,
autoconhecimento, consciência.
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O Professor Henrique José de Souza, fundador e líder espiritual
da Instituição Dhâranâ Sociedade Mental e Espiritualista em 1924, depois
denominada Sociedade Teosófica Brasileira em 1928 e finalmente Sociedade
Brasileira de Eubiose em 1969, nome que mantém até o presente, deixou
farta literatura filosófica e espiritualista, da qual vamos ressaltar dois pequenos
parágrafos para servirem de base e princípio para o desenvolvimento das ideias
aqui apresentadas.
São eles:
“E precisamos, portanto, defender o mundo do materialismo imperante,
com todo o seu lastro de maldades... Não há como apregoar o BOM, o BEM e
o BELO, tríade bendita, que faz lembrar TEATRO (o BOM); ESCOLA (o BEM
através da educação dos jovens, etc.), e o BELO (o Templo, a Casa de Deus).”
(SOUZA, 1953)1.
“Sim, o Odissonai deve acabar sendo essa Tríade Maravilhosa, que
expressa as grandezas de Um adepto ou HOMEM PERFEITO: o BOM, o BEM e
o BELO. O Bom do físico, o Bem da Alma e o Belo do Espírito.” (SOUZA,1959)²
Pode-se então fazer uma associação de três tríades, como mostra a
tabela abaixo, ressaltando a importância da relação de ordem dos elementos
das tríades.
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imediatamente mais denso. Assim, desta maneira pode-se dizer que a vivência
do bom no plano do corpo físico irá gerar vibrações do bem no plano da alma e
vibrações do belo no plano do espírito, e vice-versa nos planos dos três corpos.
Quando vibramos conscientemente um atributo no plano de um dos corpos,
despertamos os atributos correspondentes nos planos dos outros corpos.
Ao nascer, nossa consciência encontra-se no nível mais baixo, praticamente
somos inconscientes, à medida que crescemos, evoluímos, e vamos tomando
consciência do nosso corpo mais denso, o físico, na adolescência o nível de
consciência começa a penetrar a nossa alma, tomamos contato mais profundo
com as emoções e com o raciocínio, se continuamos a evoluir atravessamos a
ponte de Antahkarana e começamos a ter consciência no nível do nosso espírito,
passamos a utilizar a intuição e o mental abstrato. Este é o sentido da máxima
do Professor Henrique “Evoluir é transformar vida-energia em vida-consciência”,
ou seja, transformar a vida instintiva em vida consciente, dar consciência àquilo
que nos move e que está oculto aos nossos sentidos.
No mundo manifestado impera a Lei da Polaridade, de modo que a tríade
positiva do Bom, Bem e Belo tem sua correspondente negativa do Mau, Mal e Feio.
O termo bem é um substantivo e os termos Bom e Belo são adjetivos,
o que nos dá a entender que o Bem seja a causa e o Bom e o Belo sejam
efeitos. Uma possível interpretação para isto está ligada ao foco do processo
evolutivo, no presente ciclo a humanidade em sua grande maioria encontra-se
desenvolvendo seus veículos emocional/mental concreto, ou seja, sua Alma,
deste modo a Alma é o agente da evolução neste ciclo e, portanto, a palavra que
a representa é um substantivo.
Encontramos em uma revista Dhâranâ de 1963 o seguinte trecho:
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Evoluir é exercitar o autoconhecimento em cada um dos planos dos corpos,
este processo é mais rápido quando se adota um caminho de iniciação que
através dos estudos proporciona um avanço mais rápido do nível de consciência,
cabe ao iniciado buscar a verdade e fazer sábias escolhas, meditando sempre
sobre o que pode desviá-lo do caminho do bem e da Iluminação. A Alma é o elo
de ligação com o Espírito e este é o elo com a Mônada.
“Quão belo é o homem bom praticando o bem.” (JORGE ORO, 2016)4.
Outra tríade que se pode associar à do Corpo Físico, Alma e Espírito é
a da Atividade, Amor-Sabedoria e Vontade, mantendo-se a mesma relação de
ordem. No Amor-Sabedoria está a chave para o domínio das nossas emoções
e para equilibramos coração e mente para vivermos de acordo com as Leis
Universais, o que nos permitirá avançar em nível de consciência. O Amor como a
sublimação das emoções e a Sabedoria como a sublimação do mental concreto.
Na tríade Teatro, Escola e Templo, o Teatro é o palco da vida onde o Corpo
Físico realiza suas ações e põe em prática o que a Alma aprendeu nas Escolas
da vida, dando vazão às emoções e permitindo que o mental concreto coloque
em prática os conhecimentos acumulados possibilitando a sua transformação
em Sabedoria. Como sabemos o processo evolutivo somente se desenvolve
quando o ser se encontra encarnado em corpo físico, a morte do físico suspende
o processo evolutivo até que o ser volte a iniciar um novo ciclo de encarnação.
Frequentemente vê-se esta tríade citada em uma outra ordem: “Escola,
Teatro e Templo” talvez pelo fato da palavra Teatro ter uma forte relação com as
emoções e estas com a Alma, mas a ordem correta é a mostrada na Tabela 1.
Como aspectos práticos a serem levantados a partir do texto acima
ressaltamos a importância do ensino da Língua Portuguesa, por ser a língua
sagrada nos próximos ciclos evolutivos, do ensino da Música como a ciência
das vibrações em seus aspectos de Harmonia, Melodia e Ritmo, o ensino das
ciências ligadas à constituição e funcionamento do corpo humano e o ensino das
ciências ligadas à Natureza. Esforço este ao qual todos devemos nos engajar, da
forma que nos seja possível contribuir.
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Referências
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O processo iniciático e a arte do bem viver
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No processo de criação do Universo, tudo parte da essência Una do
Absoluto, que se divide essencialmente e multiplica-se objetivamente até que
a infinitésima parte adquira a consciência do Uno. Então, em movimento de
retorno tudo volta a Ele, trazendo as experiências desse grande ciclo, a iniciação
individual, a sua verdadeira contribuição para o Todo (PAI, Absoluto, Divino).
Essa grandiosa dança cíclica ramifica-se em vários outros ciclos menores.
O ser humano nasce dependente e indefeso. Ao longo dos anos se faz um
ser maduro, com atributos de caráter consolidados e dotes físicos aperfeiçoados,
mas com o passar dos anos tudo decai, retornando como que ao primeiro
momento, entretanto, no final, ao invés da vida, a morte. Mas é só isso?
A Evolução é conceituada como a Transformação da vida-energia em vida-
consciência, isto quer dizer que o objetivo da vida humana é tornar o homem
autoconsciente. Pensando nisso, consideremos:
Vemos acontecer, concomitantemente, o processo iniciático de forma
individual, cooperativa e coletiva. A inércia passiva, que macula o interior,
atrita com o movimento das Leis Universais, impondo esse processo que se
desenvolve na face da terra. Logo, ao ser, paira a responsabilidade de alcançar,
por si mesmo, o bom êxito de sua evolução, harmonizando-se com as Leis que a
regem. Vale dizer que tudo retorna a casa do Pai; o que pode ser observado na
natureza como meio de evolução, imperioso a todos os seres, mesmo em casos
em que não se fazem parte de uma Escola Iniciática, pois ainda, muito se indaga
por estarmos num mundo caótico e aparentemente sem solução.
Na face da terra, sob a ótica meramente objetiva, os aspectos da vida são
medidos por atos segundo o interesse humano, aquilo que se quer ou deseja;
o resultado almejado e não contrariado. Assim dizendo, podemos ver que a
resistência se traduz em malefício. Todavia, se olharmos mais profundamente
poderemos notar que em qualquer situação teríamos um princípio sempre em
voga, a polaridade, que dá o tom de elevação no processo iniciático. Logo, aquilo
que nos apraz pode ser para o outro um peso, implicando dizer que na face da
Terra tudo é relativo, inconstante e permeado pelo jogo desse princípio.
O movimento iniciático nos faz entender toda a dinâmica da vida submersa
na maya, e o nosso papel é desvendá-la.
Neste contexto o Criador vivencia seu mundo através de sua criatura
extraindo as experiências da Mônada mediante processo evolutivo; criando uma
ponte entre os planos das ideias e o plano material.
A Criatura, a partir da aquisição do mental, assumindo sua individualidade,
e dualidade manifestada, vive consciente ou inconscientemente no mundo
material, fazendo suas escolhas ora a favor ora contra a evolução, por não
compreender e não intuir o plano do Criador.
No momento atual da criação, o ser humano sendo o ápice evolucional e
tendo em si a polaridade, ou seja, livre arbítrio, escolhe, o caminho a seguir. E
é através da vida cotidiana, ou da iniciação de forma consciente, que subimos
rumo ao cume da montanha. Primeiro dentro da roda de sansâra, nas idas e
vindas ao plano material, galgando seu burilar pelas experiências e adquirindo
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mais consciência e afinidade com os planos mais sutis. E em contrapartida, pela
iniciação, o caminho vertical, equilibrando suas tendências positivas e negativas,
de posse dos conhecimentos iniciáticos para acelerar o seu caminhar.
Dentro disso cabe ao ser humano saber identificar e viver de acordo com as
Leis Universais, buscando desenvolver o caráter, a cultura, e os bons costumes,
algo que, segundo Platão, promove o crescimento e a harmonia da humanidade.
Ser humanitário, ter empatia com o semelhante, o que necessariamente eleva
a nossa consciência para o que é mais fraterno e de elevado caráter. Ainda,
segundo Ele, ter justiça é saber que cada coisa tem o seu lugar e sua luz, não
existindo no Universo nada que seja completamente mau.
O caminho do bem viver é poder incutir na humanidade o Amor Universal,
buscar a Sabedoria procurando ver o que há de melhor, a nobreza de servir em prol
da Evolução. Aquele que se conecta com a Moral, com a Harmonia, com a ordem
e a Justiça passa a refletir em seu meio levando seus raios luminosos àqueles que
estão aptos a ver e consequentemente ajudar no processo evolucional.
Vemos que se considerarmos a Vida de cada ser humano como
um momento evolucional, seu teatro como laboratório de si mesmo para
transformação, podemos chegar à conclusão de que ela, engloba tudo que
soma para o engrandecimento do ser, desde seu corpo físico, sua base mental,
seu caráter e seus atos como exercício de bondade, compaixão, generosidade,
compreensão e companheirismo, o querer bem a tudo e a todos, alcançando
assim Justiça, Amor e Sabedoria; a preservação de si e do outro, atrai para a
face da Terra um aura elevado mediante o correto comprometimento de seus
estudos, pensamentos e autopreservação.
Quando a humana criatura alcança esse patamar manter um ambiente
hígido e organizado não é um fardo, mas uma extensão de seu caráter, e assim,
entendemos com facilidade a importância da iniciação, posto que harmoniza
nossos corpos físico, emocional e mental.
Neste contexto, as humanas criaturas não são vistas sempre iguais, pois
ainda não se encontram perfeitas e acabadas, segundo o princípio do movimento
estão em processo de mudança. São iguais como seres humanos na sua constituição
anatômica e fisiológica, porém diferem nas características físicas e psicológicas. São
iguais nas necessidades biológicas, mas diferentes na situação cultural e econômica.
Essas diferenças fazem com que o ser humano busque condições
de igualdade, gerando mudanças que promovem o desenvolvimento e o
desenvolvimento é, na realidade, o crescimento do ser humano.
Quanto mais se cresce, mais se muda. Quanto mais se muda, mais se
evolui. Quanto mais se evolui, mais se aperfeiçoa. A perfeição é a meta.
É a igualdade que nos faz ver que somos todos um, somos todos capazes,
mas são as diferenças que nos fazem buscar o que falta, que nos colocam em
movimento, e assim, em consonância com a evolução. Tudo em todos, todos os
princípios metafísicos operando a um só tempo e de forma variada.
No caminho da busca encontramos consequentemente as nossas falhas,
nossos erros e defeitos, ou seja, as nidânas a serem sublimadas, e é aí onde a
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iniciação se evidencia, na luta diária pela sublimação dessas tendências negativas
que é dificultada pela cristalização nas sombras dos elementais que criamos, na
crença dos padrões limitantes da nossa cultura e pela fé nas mentiras contadas
pelo nosso sistema familiar e social.
Precisamos voltar o olhar para dentro de nós mesmos, e ver o farol que
norteia essa busca, que dissolve as sombras que nos prendem e clareiam nossa
mente, nos mostrando a ilusão nas redes da maya e a verdade por trás da mentira.
Lembremos que na experiência do Âtmâ com a alma e o corpo é
preciso cultivar valores que enobrecem o homem, e almejando o melhor da
criatura humana, no Amor fraternal, na prosperidade, na saúde física e mental,
transformando o jiva em um jîvâtmâ.
Tendo como meta o desenvolvimento desse ser para o aperfeiçoamento
das raças futuras.
Aumentando o conhecimento, vivenciando as experiências da vida,
melhorando e vibrando com aspectos positivos e trabalhando a negatividade
para alcance da neutralidade pois a alma anseia pela união do espírito como meio
para se tornar um “Andrógino Perfeito”; e em toda essa expansão de consciência,
o espírito perfeito radiante, na moradia universal retorna à sua origem divina.
Em ressonância com o nosso crescimento como ser humano, os requisitos
abordados são de extrema importância, amadurecendo em muito o nosso
despertar como “Mônada” no processo evolutivo.
Usando o nosso raciocínio lógico, o nosso mental em expansão,
percebemos e meditamos na razão de nossa existência, o que é essencial como
qualidade de Vida para cada um de nós.
O despertar é contínuo, e, com isso, como Humanidade Jiva, caminhamos
para nos tornarmos ‘’JÎVÂTMÂ’’, um “Ser Humano” desperto como um ‘’ADEPTO’’.
Na reconstrução de si mesmo é muito importante percebermos o que é
ideal para o corpo, alimentos com muita vitalidade e práticas respiratórias para
manter o equilíbrio e também trabalhar nosso temperamento. Saber o que eleva
a Alma, desenvolver qualidades inerentes sublimando nossas emoções e obter
sentimentos nobres e puros. Para terminar, o que faz o Espírito ser refletido na
matéria, engloba a busca do ‘’EU’’, é através do conhecimento que despertamos
a consciência e nos libertamos da ignorância.
Só obteremos a razão de viver, quando passarmos a exercitar o poder da
Vontade. Parafraseando o Professor Henrique José de Souza:
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Conclusão
A resultante do processo iniciático se traduz na integração com UNO,
concretizando assim a arte do bem viver.
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Referências
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Um universo, um planeta, e um grande desafio humano
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Uma pequena reflexão sobre a atualidade
Consideramos nos dias de hoje uma dificuldade muito grande para
harmonizarmos nossas mentes e corações com o modo de vida que o planeta
nos tem apresentado.
Uma equação de equilíbrio para nosso corpo, alma e espírito tem sido
muito difícil de ser alcançada.
Se nos é permitido comentar neste texto sobre as questões atuais, o
nosso equilíbrio está sendo muito testado. Exemplificando: todos nós tivemos
um ente querido próximo que se foi por causa da pandemia.
Outro exemplo: Não consigo mais falar com meu amigo Kostia que está
em Kiev. Não tenho mais noticias dele.
O bombardeio de informações diárias em todos os meios de comunicação,
todos sabem, nos causam um desequilíbrio imenso. Violência, medo, ansiedade
parecem estar em toda parte.
Numa cidade como São Paulo que navega da maior riqueza do país, até
a maior pobreza, vivemos acuados, mas e ao mesmo tempo, próximos do prazer
material, cultural que a cidade proporciona.
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milenar que o ser humano conhece muito bem a milênios. É só pesquisar os povos
primitivos e civilizações antigas para observar como esta experiência era essencial.
Para muitos, uma experiência Divina.
Akhenaton (Kunaton) levou esta experiência a enésima potência quando
por volta de 1370 a.C criou o culto à Aton, o Deus Sol (Espiritual). O disco solar
simbolizava a própria divindade. O Prof. Henrique José de Souza escreveu sobre
Aton na Revista Dhâranâ 107/108 de 1941:
52
de outros planos conseguindo potencializar uma experiência do bom, do bem
e do belo.
Essa ideia de extrair de outros planos é uma ideia de Platão
“Só existe uma flor porque existe uma ideia universal da flor...”
Assim, o ser humano sabe de maneira até inconsciente que da combinação
de formas, cores e padrões é possível criar objetos que de maneira harmônica
criam experiências de beleza e arte.
Nunca fui ao Egito, a Petra, ou ao Taj Mahal. Mas imagino o impacto de
estar num lugar destes. Não é só a imagem. Mas as formas criam energia e estar
dentro desta energia é especial.
A Catedral de Notre-Dame passou por um incêndio em 2019. Nós ficamos
paralisados ao ver a tragédia. Mas imagine um cidadão parisiense que tenha
presenciado o fato ...
A combinação da natureza com as criações artísticas e arquitetônicas
expressa uma forma de linguagem das mais belas da comunicação sensível
para o ser humano, tanto na música, no teatro, no cinema e nas artes em geral...
Chamemos de experiências sensíveis induzidas (criadas pelos seres
humanos – não fruto da própria natureza)
Experiências Religiosas
A religião de forma direta ou indireta produziu em épocas a harmonia,
beleza e a arte também.
Tendo um Deus Antropomórfico ou não, as religiões no seu aspecto
positivo criaram as experiências de harmonização do divino e do humano.
Em alguns casos e em certos períodos históricos cumpriram em parte e,
essencialmente, o seu papel de religar, tornar a ligar os seres humanos entre
si, como irmãos, assim como à sua origem, que as mesmas religiões chamam
de Deus.
Deus seria então o centro desta experiência.
53
e da Arte naquele momento histórico.
A partir desta citação do professor Henrique podemos aferir, então, que
a presença de um Avatara, proporciona a formação de um conjunto de Adeptos
que senhores desta tríade, gera um ambiente de criação, de novas ideias e
realizações em vários planos da vida humana e, em particular, no plano do
conhecimento.
O Sociólogo Domenico de Massi, sociólogo que por acaso gosta muito
do Brasil, cita esta experiência renascentista em seu livro “Criatividade” como
sendo a ascensão do espirito, para uma classe mais elevada do ser humano.
Cita também que a “nova fase da humanidade” é constituída de grupos
humanos de criação. Antigamente os indivíduos criavam individualmente seus
experimentos, descobertas e invenções.
Segundo Domenico De Massi, a criação parte de grupos, não mais de
indivíduos. Hoje em dia é muito comum que alguns Prêmio Nobel, são ganhos por
grupos de pessoas. O próprio Professor Henrique cita em seu livro; O Verdadeiro
Caminho da Iniciação:
Em uma escala mais humana, estas duas observações tem uma ideia
em comum.
54
Outra forma de experiência do ser humano é através do Caráter e Moral.
Quando vemos pessoas protegendo a natureza, a humanidade, educando a
humanidade, enfim, propagando a ideia de uma sociedade melhor, temos uma
experiência Social do Bem, do Bom e do Belo. Lembrando do lema da nossa
Excelsa Ordem: “Realização através do caráter e da cultura”. Caráter no
sentido, como nosso próprio Mestre aponta, com o predomínio do aspecto afetivo
– emocional, com base no processo de socialização, quer seja em nossas fileiras
ou fora delas. Experimentando a “Eubiose” no mundo, vivenciando a própria
Eubiose, como estado de consciência, como Sabedoria Iniciática das Idades.
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Temos um Universo, um Planeta, uma Sociedade e nós, como indivíduos,
procurando equacionar uma forma de vivência mais humana
Somos membros de uma escola iniciática, uma filosofia, e um jeito todo
especial de encontrar um caminho para transcender todos os desafios presentes
neste ambiente planetário.
Os Gêmeos Espirituais apontaram um caminho transcendental de rara
beleza.
Que encontremos esse caminho em nosso próprio interior.
Boa sorte a todos!
EROA-SBC
Jonas Francisco
Itapecerica da Serra - SP
Noara Silva
Santo André - SP
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Referências
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Caderno Ararat | Número 2 | março de 2022
Secretaria Executiva da Ordem do Ararat
Eubiose – a arte do bom, do bem e do belo
Equipe Editorial
Roberto Barbosa do Nascimento
Thalita Lara Silva
Vinícius Mantovanelli Seraco
Capa
Daniela Malacco Soares
Edison Batista Ribeiro
Supervisão
Ricardo Aparecido de Medeiros
Secretário Executivo da Ordem do Ararat
58 p.: il.; 30 cm
I.Título.
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