AT1 - Fundamentos Da Automação Industrial

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FACULDADE DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELECTROTÉCNICA


LICENCIATURA EM ENGENHARIA ELECTRÓNICA
DISCIPLINA: Controle e Supervisão de Sistemas Industriais

Conteúdo
• Fundamentos – História da Automação
• Conceito de Automação Industrial
• Arquitectura da Automação Industrial
• Níveis de Complexidade da automação
Fundamentos de Automação Industrial-Introdução

• Desde sempre o ser humano utiliza sua criatividade para modificar o ambiente a
sua volta, facilitar e melhorar sua condição de vida.

• A automação segue este princípio e ainda o leva além, com o crescimento da


sociedade moderna e o aumento da competitividade de mercado, as pessoas tem
de encontrar meios alternativos de realizar suas tarefas diárias, assim, pode-se
dizer que a automação moderna tem como objetivo prover o conforto para seus
usuários, exemplos disso são as casas inteligentes, os sistemas de irrigação
automáticos e sistemas de segurança com conectividade via Internet, no qual o
usuário pode controlar tudo de seu smartphone de onde estiverem.
Fundamentos de Automação Industrial - História

• A integração da automação industrial nasceu na prática, com Henry Ford, em


meados de 1920, quando este criou a linha de montagem do modelo T (modelo de
viatura na epoca) com o intuito de aumentar a produtividade, reduzir custos de
produção e garantir a segurança dos funcionários da fábrica.
• No início da década de 1960, a indústria de equipamentos inventou o termo
automação, um neologismo que buscava enfatizar a participação do computador
no controle automático industrial.
• Ainda nos anos 1960, os primeiros resultados no campo da automação foram
obtidos com um sistema do tipo rígido, no qual as máquinas automáticas
executavam uma tarefa com a mínima intervenção humana.
• Na década de 1980, ocorreu uma revolução tecnológica que facilitou e barateou o
processo de automação, possibilitando a automação para empresas de todos os
tamanhos e seguimentos, a criação do microprocessador e o desenvolvimento do
computador pessoal, que levou a indústria para um novo patamar e com ela a
automação evoluiu exponencialmente.
Fundamentos de Automação Industrial - História

• A figura abaixo mostra a Evolução da automatização ao longo dos tempos.


Objetivos da Automação
• Basicamente a automação de um processo produtivo visa a sua optimização, obtendo
produtos com um custo unitário reduzido em um tempo menor e com uma maior
uniformidade.
• Isto é conseguido indiretamente quando alcançados os seguintes objetivos:
• Aumentar e controlar a qualidade do produto
• Incrementar a produtividade
• Reduzir os custos de trabalho
• Aumentar a confiabilidade do processo
• Reduzir ou eliminar as rotinas manuais e das tarefas administrativas.
• Disponibilizar dos dados referentes ao processo para análise
• Melhorar a qualidade do produto.
• Realizar processos que não podem ser executados manualmente.
• Aumento da segurança em relação às pessoas e ao ambiente Instrumentação
corresponde às técnicas e dispositivos empregados na medição, tratamento e
transmissão das variáveis do processo.
Efeitos da Automação

• Considerando que todo processo pode, de alguma forma, ser automatizado, a decisão
entre a utilização da automação torna-se uma questão mais de ordem económico-
financeira que propriamente técnica.
• Ao longo dos anos a automação tem provocado uma série de mudanças no ambiente
de trabalho, como:
• Redução no nível de emprego de actividades repetitivas e/ou que requerem pouca
qualificação;
• Desaparecimento de algumas profissões;
• Aumento da qualidade e padronização de produtos;
• Redução de custos de produção;
Conceito de Automação Industrial
• Automação é um sistema de equipamentos eletrônicos e/ou mecânicos que
controlam máquinas e processos, quase sem intervenção do homem.
• Uma definição ainda mais abrangente seria afirmar que a automação pode ser
definida como a integração de conhecimentos substituindo a observação, os
esforços e as decisões humanas por dispositivos (mecânicos, elétricos, eletrônicos)
e softwares concebidos por meio de especificações funcionais e tecnológicas, com
uso de metodologias.
• Basicamente, a automação é a integração de quatro grandes áreas (computação,
mecânica, eletrônica e sistemas de controle).
Tipos de Automação
• Com o aparecimento de um mercado caracterizado pela diversidade de produtos
com vida útil reduzida, o sistema produtivo, para dar resposta, teve de se
flexibilizar, sem, contudo pôr em causa os níveis médios de produtividade.
• Assim, a sequência de operações passa a ser controlada por um programa
(listagem de instruções), permitindo a flexibilização do processo automático de
produção.
• Esta mudança provocou alterações ao nível da tecnologia utilizada nos
dispositivos de controle.
• A evolução tecnológica tem vindo a permitir a implementação de novos sistemas
de automação que acompanham as novas concepções das linhas de produção.
Podemos distinguir genericamente os seguintes tipos de automação:
• Automação fixa;
• Automação programada;
• Automação flexível.
Automação fixa

• Este tipo de automação é caracterizado pela rigidez da configuração do equipamento.


• Uma vez projectada uma determinada configuração de controle, não é possível alterá-
la posteriormente sem realizar um novo projeto.
• As operações a realizar são em geral simples e a complexidade do sistema tem,
sobretudo a ver com a integração de um elevado número de operações a realizar.
• Os aspectos típicos da automação fixa são:
• Investimentos iniciais elevados em equipamentos específicos;
• Elevadas taxas de produção;
• Impossibilidade em geral de prever alterações nos produtos;
Automação programada
• Neste caso, o equipamento é montado com a capacidade de se ajustar a alterações
da sequência de produção quando se pretende alterar o produto final.
• A sequência de operações é controlada por um programa. Assim, para cada novo
produto terá que ser realizado um novo programa.
• Os aspectos típicos da automação programável são:
• Elevado investimento em equipamento genérico,
• Taxas de produção inferiores à automação fixa,
• Flexibilidade para alterações na configuração da produção,
• Bastante apropriada para produção por lotes (“batch processing”).

• No final da produção de um lote, o sistema é reprogramado.


• Os elementos físicos envolvidos como, por exemplo, ferramentas de corte e
parâmetros de trabalho das máquinas ferramentas, devem ser reajustados.
• O tempo despendido na produção de um lote deve incluir o tempo dedicado aos
ajustamentos iniciais e o tempo de produção do lote propriamente dito.
• Ex: máquinas de Comando Numérico (“CNC – Computer Numeric Control”)
Automação Flexível
• É uma extensão da automação programável. A definição exacta desta forma de
automação está ainda em evolução, pois os níveis de decisão que envolve podem
neste momento incluir toda a organização geral da produção.
• Um sistema flexível de produção é capaz de produzir uma determinada variedade de
produtos sem perda significativa de tempo de produção para ajustamentos entre tipos
diferentes. Assim, o sistema pode produzir várias combinações de produtos sem
necessidade de os organizar em lotes separados.
• Os aspectos típicos da automação flexível são:
• Elevados investimentos no sistema global;
• Produção contínua de misturas variáveis de produtos;
• Taxas de produção média;
• Flexibilidade de ajustamento às variações no tipo dos produtos;

• Os aspectos essenciais que distinguem a automação flexível da programável são:


• Capacidade de ajustamento dos programas a diferentes produtos sem perda de tempo de produção;
• Capacidade de ajustamento dos elementos físicos da produção sem perda de tempo de produção;
Arquitectura da Automação Industrial
Arquitectura da Automação Industrial

• Nível 1: Intrumentação – Camada onde se encontram instrumentos, sensores, motores,


máquinas, dispositivos e componentes (chão-de-fábrica).

• Nível 2: Controle – Controladores digitais, dinâmicos e lógicos, e de algum tipo de supervisão


associada ao processo. Aqui se encontram concentradores de informações sobre o Nível 1, e
as Interfaces Homem-Máquina (IHM)

• Nível 3: Supervisão – Controle do processo produtivo da planta. Constituído por banco de


dados, com informação sobre índices de qualidade da produção, relatórios e estatísticas de
processo, índices de produtividade, algoritmos de otimização da operação produtiva.

• Nível 4: Gerenciamento de fabrica – Nível da programação e planejamento da produção,


realizando o controle e a logística dos suprimentos.

• Nível 5: Gerenciamento corporativo – Administração dos recursos da empresa. Softwares


para gestão de vendas e financeira. Decisão e gerenciamento de todo o sistema.
A Engenharia de Software na Automação

• Entende--se por engenharia de software a tecnologia para analisar requisitos de


informação e projectar arquivos e fluxos de dados, para programar os equipamentos
digitais, assim como testar e manter os programas computacionais. É um dos ramos de
engenharia mais solicitados actualmente.

• Os softwares ditos comerciais (para bancos e empresas comerciais) requerem grandes


memórias e capacidade apenas para cálculos simples; os softwares científicos (para
Física, Engenharia, Astronomia, Biologia etc.) exigem grande capacidade de cálculo e
apenas pequenas memórias.

• Em ambos os tipos de programas a velocidade tem importância em si mesma, e ela não


interfere na correção dos resultados; um programa correcto numa máquina rápida
também o será numa lenta, e vice-versa
A Engenharia de Software na Automação
Níveis de Complexidade da automação
1. Menor “automações especializadas”
• Encontram-se aparelhos de TV, de vídeo, telefones celulares, eletrodomésticos, automóveis etc.
• Realizam-se fisicamente com microprocessadores de pequenas memórias, dedicados, montados em
placas de circuito impresso e instalados no interior dos equipamentos.
• O software escreve-se em "linguagem de máquina", como o "assembly", e se grava em memórias tipo
ROM (Read Only Memory).

2. Média “automações industriais e de serviços”


• Tais como sistemas transportadores industriais e portuários, manufaturas, processos químicos,
térmicos, gerenciadores de energia e de edifícios etc.
• Podem realizar-se muito bem com o emprego dos Controladores Lógicos Programáveis e seus
softwares aplicativos.
• (ESTE SERÁ NOSSO FOCO NESTA CADEIRA)

3. Maior “grandes sistemas de automação”


• Estendem-se por áreas extensas e envolvem muitos computadores de vários tipos e capacidades.
• São, por exemplo, os sistemas de controle de vôo nos aeroportos, os de controle metroviário, os de
defesa militar.
• Sua programação envolve, além de programas de aplicação comercial e científica, a plena engenharia
de software de tempo real, com programas em C.
Referências
1. Notas do docente
2. MORAES, Cícero Couto, CASTRUCCI, Plínio de Lauro, “Engenharia de Automação
Industrial”, 2ª Edição, Rio de Janeiro, LTC, 2010. ISBN 978-85-216-1532-3
3. GROOVER, Mikel P., “Automação Industrial e Sistemas de Manufactura”, 3ª Edição, São
Paulo, Pearson Prentice Hall, 2011.

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