Catecismo Da Igreja Católica - Compêndio

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131128, 1220 PM about blank ne ©6868 CATECISMO DA IGREJA CATOLICA Compéndio ‘© Copyright 2005 - Libreria Editrice Vaticana Introdusio PRIMEIRA PARTE - A PROFISSAO DA Fi Primeira Seco: «Eu Creia» — «Ndi Capitulo Primeiro: O Homem & «apaz» de Deus Capitulo Segundo: Deus vem ao encontro do homem ‘ARevelagao de Deus A transmissio da revelagio divina A Sagrada Escritura Capitulo Terceiro: A resposta do homem a Deus Eu creio Nos cremos about blank naa 3131128, 1220 PM sboutlank Segunda Seccdo: A Profissiio da Fé Cristi © Credo: Simbolo dos Apéstolos: Credo Niceno-Constantinopolitano lo Primeiro: Creio em De Os Simbotos da Fé «Creio em Deus, Pai Omnipotente, Criador do Céu e da Terra» O céu ea terra O homem A queda Capitulo Segundo: Creio em Jesus Cristo,.o Filho unig «E em Jesus Cristo, seu tinico Filho, Nosso Senhor» «esus Cristo foi concebido pelo poder do Espirito Santo, ¢ nasceu da Virgem Maria» «esus Cristo padeceu sob Péncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado» «esus Cristo desceu aos infernos, ressuscitou dos mortos ao terceiro dia» Jesus subiu ao céu est sentado direita do Pai Omnipotente» «De onde vird a julgar os vivos ¢ os mortos» Capitulo Terceiro: Creio no Espirito Santo ‘«Creio no Espirito Santo» «Creio na Santa Igreja Catélica» A Igreja no designio de Deus A Igreja: povo de Deus, corpo de Cristo, templo do Espirito Santo A lereja é una, santa, catélica e apostélica Os fiéis: hierarquia, leigos, vida consagrada Creio na Comunhdo dos santos Maria Mae de Cristo, Mae da Igreja «Creio na remissio dos pecados» «Creio na ressurreigio da came» «Creio na vida eterna» «Amen» SEGUNDA PARTE - A CELEBRACAO DO MISTERIO CRISTAOQ Primeira Secedo: A Economia Sacramental Capitulo Primeiro: O Mistério pascal no tempo da Iereja Liturgia - Obra da Santissima Trindade O Mistério Pascal nos Sacramentos da Igreja Capitulo Segundo: A celebraco sacramental do Mistério Pascal Celebrar a liturgia da Igreja Quem celebra? Como celebrar? Quando celebrar? Onde celebrar? Diversidade Litirgica e Unidade do Mistério ‘Segunda SeccAo: Os sete Sacramentos da Igreja Os sete Sacramentos da Igreja Capitulo Primeiro: Os sactamentos da iniciago cristi © Sacramento do Baptismo O Sacramento da Confirmagio O Sacramento da Eucaristia Capitulo Segundo: Os Sacramentos da cura O sacramento da Peniténcia e da Reconciliago O sacramento da Ungao dos Enfermos Capitulo Terceiro: Os sacramentos ao servigo da comunhiio e da misao 0 Sacramento da Ordem sacerdotal O Sacramento do Matriménio Capitulo Quarto: As outras celebragdes litirgicas about blank aaa 131128, 1220 PM aboutolank Os Sacramentais As Exéquias Cristis © homem imagem de Deus Anossa vocagio a bem-aventuranga Aliberdade do homem A moralidade das paixdes Aconsciéneia moral As virtudes © Pecado Capitulo Segundo: A comunidade humana A pessoa e a sociedade A participago na vida social A justiga social Capitulo Terceiro: A salvacdo de Deus: a Lei ea graca ‘ALei Moral Graga e Justificagaio AMBe e Mestra Segunda Seccdo: Os Dez Mandamentos Exodo - Deuteronémio - Férmula da Catequese lo Primeiro: «Amaris o Senhor teu Deus com todo teu Coraco, com toda a tua Alma ¢ com todas as tuas forcas» O Primeiro Mandamento: Eu sou 0 Senhor teu Deus nfo ters outro Deus além de mim. © Segundo Mandamento: Nao invocar o Santo Nome de Deus em vao 0 Terceiro Mandamento: Santificar os Domingos e Festas de Guarda Capitulo Segundo: «Amaris o Teu préximo como a Ti mesmo» © Quarto Mandamento: Honrar Pai e Me © Quinto Mandamento: No Matar O Sexto Mandamento: Nao cometer 0 Adultério © Sétimo Mandamento: Nao roubar 0 Oitavo Mandamento: Nao levantar falsos testemunhos © Nono Mandamento: Guardar castidade nos pensamentos e nos desejos O Décimo Mandamento: Nao cobigar as coisas alheias QUARTA PARTE - A ORACAO CRISTA Primeira Seco: A Oracao na Vida C Capitulo Primeiro: A Revelagio da Oracio ARevelagao da Oragao no Antigo Testamento ‘A Oragdo Plenamente revelads e realizada em Jesus A Oragdo no Tempo da Igreja Capitulo Segundo: A Tradigao da Oracdo ‘Nas Fontes da Oragdo © Caminho da Oragao Guias para a Oragio Capitulo Terceiro: A Vida de Ora¢io As Expressdes da Oragio © Combate da Oragio Segunda secefio: A Oracdo do Senhor: Pai Nosso Pai Nosso «A Sintese de todo o Evangelho» about blank aaa 131128, 1220 PM aboutolank «Pai Nosso que estais nos Céus » As sete petigdes Apéndice A) Oraedes Comuns B) Formulas de Doutrina Catélica Abreviaturas Biblicas MOTU PROPRIO Para a aprovagio e publicagio do Compéndio do Catecismo da Igreja Catélica Aos Venerdiveis Irmaos Cardeais, Patriarcas, Arcebispos, Bispos, Presbiteros, Didiconos e a todos os Membros do Povo de Deus Ha ja vinte anos que se iniciou a elaboragaio do Catecismo da Igreja Catélica, pedido pela Assembleia Extraordindria do Sinodo dos Bispos, por ocasidio do vigésimo aniversdrio do encerramento do Concilio, Vaticano I. Agradego muito a Deus Nosso Senhor por ter dado a Igreja tal Catecismo, promulgado, em 1992, pelo meu venerado ¢ amado Predecessor, o Papa Joao Paulo IL. A.utilidade e preciosidade deste dom obteve confirmaco, antes de mais, na positiva e larga recepgo por parte do episcopado, ao qual primeitamente se ditigia, sendo aceite como texto de referéncia segura € auténtica em ordem ao ensino da doutrina catélica e a elaboracdo dos catecismos locais. Foi também confirmado por todas as componentes do Povo de Deus que o puderam conhecer e apreciar nas mais de cinquenta linguas, em que até agora foi traduzido. Agora com grande alegria aprovo e promulgo 0 Compéndio de tal Catecismo. Ele tinha sido intensamente desejado pelos participantes no Congresso Internacional de Catequese de Outubro de 2002, que, deste modo, se fizeram intérpretes duma exigéncia muito difundida na Igreja, Para acolher este desejo, 0 meu saudoso Predecessor, em Fevereiro de 2003, decidiu a sua preparagao, confiando a sua redacgdo a uma Comissio restrita de Cardeais, presidida por mim, apoiada pela colaboragao de alguns especialistas. No decorrer dos trabalhos, um projecto do Compéndio foi submetido a apreciagdo de todos os Eminentissimos Cardeais e dos Presidentes das Conferéneias Episcopais, que, na sua grande maioria, o acolheram e apreciaram positivamente. © Compéndio, que agora apresento a Igreja universal, é uma sintese fiel e segura do Catecismo da Igreja Catolica. Ele contém, de maneira concisa, todos os elementos essenciais ¢ fundamentais da fé da Tgreja, de forma a constituir, como desejara o meu Predecessor, uma espécie de vademecum, que permita as pessoas, aos crentes e nao crentes, abragar, numa visdo de conjunto, todo o panorama da fé catélica. Ele espelha fielmente na estrutura, nos conteiidos e na linguagem o Catecismo da Igreja Catélica, que encontrar nesta sintese uma ajuda e um estimulo para ser mais conhecido e aprofundado, Em primeiro lugar, confio esperangoso este Compéndio a toda a Igreja e a cada eristdo para que, gragas a ele, ioede se encontre, neste terceiro milénio, novo impulso no renovado empenhamento de evangeliza about blank ana 131128, 1220 PM aboutolank educagdo na fé, que deve caracterizar cada comunidade eclesial e cada crente em Cristo, em qualquer idade e nagdo. Mas este Compéndio, pela sua brevidade, clareza e integridade, dirige-se a todas as pessoas, que, num mundo caracterizado pela dispersio ¢ pelas miltiplas mensagens, desejam conhecer o Caminho da Vida, a Verdade, confiada por Deus a Igreja do Seu Filho. Lendo este instrumento autorizado que ¢ 0 Compéndio, possa cada um, em especial gracas a intercessio de Maria Santissima, a Mae de Cristo e da Igreja, reconhecer e acolher cada vez mais a beleza inexaurivel, a unicidade e actualidade do Dom por exceléncia que Deus concedeu & humanidade: o Seu tmnico Filho, Jesus Cristo, que € «0 Caminho, a Verdade e a Vida» (Jo 14, 6). Dado aos 28 de Junho de 2005, vigilia da Solenidade dos Santos Pedro e Paulo, ano primeiro de Pontificado. INTRODUCAO 1. No dia 11 de Outubro de 1992, o Papa Joao Paulo II entregava aos fiéis de todo o mundo o Catecismo da Igreja Catdlica, apresentando-o como «texto de referéncia» (1) para uma catequese renovada nas fontes vivas da f&, A trinta anos da abertura do Coneilio Vaticano II (1962-1965), completava-se assim o desejo expresso em 1985 pela Assembleia Extraordinaria do Sinodo dos Bispos, para que fosse composto um catecismo de toda a doutrina catdlica quer no tocante & f€ quer no que se refere & moral Cinco anos depois, a 15 de Agosto de 1997, ao promulgar a edigdo tipica do Catecismo da Tgreja Catolica, 0 Sumo Pontifice confirmava a finalidade fundamental da obra: «Apresenta-se como exposigao completa ¢ integra da doutrina catélica, que permite a todos conhecer o que a mesma Igreja professa, celebra, vive, reza na sua vida quotidiana» (2), 2. Para uma maior valorizacaio do Catecismo e vir ao encontro dum pedido que surgiu no Congresso Internacional de Catequese em 2002, Joao Paulo II instituiu, em 2003, uma Comissio especial, presidida pelo Card. Joseph Ratzinger, Prefeito da Congregagio da Doutrina da Fé, em ordem a elaboragdo dum Compéndio do Catecismo da Igreja Catélica, como formulacao sintetizada dos conteiidos da fé. Apés dois anos de trabalho, foi preparado um projecto de compéndio, que foi enviado para apreciagZo aos Cardeais e aos Presidentes das Conferéncias Episcopais. O projecto recebeu, em geral, uma apreciagdo positiva por parte da maioria absoluta de quantos responderam. Tendo em conta as propostas de melhoramento que chegaram, a Comissdo procedeu 4 revisio do projecto e preparou o texto final da obra. 3, Sio trés as caracteristicas principais do Compéndio: a estrita dependéncia do Catecismo da Igreja Catélica; 0 género dialogal; a utilizagdo das imagens na catequese. Antes de mais, o Compéndio nao é uma obra auténoma, pois nio pretende, de modo nenhum, substituir 0 Catecismo da Igreja Catélica: pelo contrario. remete continuamente para ele, quer mediante a indicagdo, ponto por ponto, dos miimeros a que se refere, quer através da continua referéncia a estrutura, a0 desenvolvimento ¢ aos seus contetidos. Além disso 0 Compéndio pretende despertar um renovado interesse & fervor em relagio ao Catecismo, que, com a sua sabia exposigao e a sua ungdo espiritual, permanece sempre 6 texto de base da catequese eclesial de hoje. Como o Catecismo, também o Compéndio se divide em quatro partes, de acordo com as leis fundamentais da vida em Cristo about blank 5142 2191123, 12:20PM about oank A primeira parte, intitulada «A profissio da fé», & uma sintese adequada da lex credendi, isto é, da fé professada pela Igreja Catélica, retirada do Simbolo Apostilico ilustrado com o Simbolo Niceno- Constantinopolitano, cuja proclamagiio constante nas assembleias crists mantém viva a meméria das principais verdades da ff. A segunda parte, intitulada «A celebragdo do mistério cristion, apresenta os elementos essenciais da lex celebrandi. © aniincio do Evangelho encontra a sua resposta privilegiada na vida sacramental. Nela os figis experimentam e testemunham em cada momento da sua existéncia a eficécia salvifica do mistério pascal, por meio do qual Cristo realizou a obra da nossa redengio. A terceira parte, intitulada «A vida em Cristo», chama a atengdo para a lex vivendi, isto & para o empenho que os baptizados tém de manifestar nas sua: atitudes e nas suas opgdes éticas de fidelidade a f& professada e celebrada, Os figis so chamados pelo Senhor Jesus a agir de acordo com a sua dignidade de filhos de Deus Pai na caridade do Espirito Santo. A quarta parte, intitulada «A oragdo cristd», apresenta uma sintese da lex orandi, isto é, da vida de orago. A exemplo de Jesus, o modelo perfeito do orante, também o cristo é chamado ao diélogo com Deus na oragdo, de cuja expresso privilegiada é o Pai-nosso, a ora¢o que o préprio Jesus nos ensinou. 4. Uma segunda caracteristica do Compéndio ¢ a sua forma dialogada, que retoma um antigo género literdrio da catequese, constando de pergunta e resposta. Trata-se de repropor um didlogo ideal entre o mestre e 0 discipulo, mediante uma sequéncia de interrogagdes que envolvem o leitor convidando-o prosseguir na descoberta de aspectos novos da verdade da fé. O género dialogal concorre também para abreviar notavelmente o texto, reduzindo-o ao essencial. Isto poderia ajudar a assimilagao e a eventual memorizagzo do contetido. 5. Aterceira caracteristica reside nas imagens, que assinalam a organizago do Compéndio. Provém do riquissimo patriménio da iconografia crista, A tradigao secular e conciliar diz-nos que também a imagem é pregagdo evangélica. Os artistas de todos os tempos apresentaram & contemplacdo e a admiragao dos figis os factos salientes do mistério da salvacdo, no esplendor da cor e na perfeigio da beleza. Indicio de que, hoje mais do que nunca, na época da imagem, a imagem sagrada pode exprimir muito mais que a palavra, pois € muito mais eficaz o seu dinamismo de comunicagao e de transmissio da mensagem evangélica. 6. A quarenta anos da conclusio do Concilio Vaticano II e no ano da Eucaristia, o Compéndio pode constituir um ulterior subsfdio para satisfazer quer a fome de verdade dos figis de todas as idades e condigdes, quer também a necessidade de quantos, nao sendo figis, tém sede de verdade e de justiga. A sua publicagao tera lugar na solenidade dos Santos Apéstolos Pedro ¢ Paulo, colunas da Igreja universal c evangelizadores exemplares do Evangelho no mundo antigo. Estes apéstolos viveram 0 que pregaram e testemunharam a verdade de Cristo até ao martirio, Imitemo-los no seu ardor missiondrio e pegamos ao Senhor a fim de que a Igreja siga sempre o ensinamento dos Apéstolos, dos quais recebeu o primeiro alegre antincio da fé. 20 de Margo de 2005, Domingo de Ramos. Joseph Card. Ratzinger Presidente da Comissio especial 1. Jodo Paulo II, Const. Apost. Fidei depositum, 11 de Outubro de 1992. 2. Jodo Paulo II, Carta Apost. Lactamur magnoepre, 15 de Agosto de 1997. PRIMEIRA PARTE about blank ana 131128, 1220 PM aboutolank A PROFISSAO DA FE PRIMEIRA SECCAO «EU CREIO» — «NOS CREMOS» 1. Qual é o designio de Deus acerea do homem? 1-25 Deus, infinitamente perfeito e bem-aventurado em si mesmo, num designio de pura bondade, criou livremente o homem para o tomar participante da sua vida bem-aventurada. Na plenitude dos tempos, Deus Pai enviou o seu Filho, como Redentor e Salvador dos homens caidos no pecado, convocando-os & sua Igreja € tomando-os filhos adoptivos por obra do Espirito Santo e herdeiros da sua eterna bem-aventuranga. CAPITULO PRIMEIRO O HOMEM E «CAPAZ» DE DEUS is grande, Senhor, e digno de todo 0 louvor [...]. Fizeste-nos para Ti ¢ 0 nosso coragiio nao descansa enquanto ndo repousar em Ti» (S. Agostinho ). 2. Porque é que no homem existe o desejo de Deus? 27-30 44-45 Ao criar o homem a sua imagem, o proprio Deus inscreveu no coragdo humano o desejo de O ver. Mesmo. que, muitas vezes, tal desejo seja ignorado, Deus nao cessa de atrair o homem a Si, para que viva e encontre Ele aquela plenitude de verdade e de felicidade, que ele procura sem descanso, Por natureza e por vocagaio, ‘o homem é um ser religioso, capaz de entrar em comunhao com Deus. E este vinculo intimo e vital com Deus que confere a homem a sua dignidade fundamental, 3, Como é que se pode conhecer Deus apenas com a luz da razio? 31-36 46-47 A partir da criagdo, isto é do mundo e da pessoa humana, o homem pode, sé pela razio, conhecer com certeza a Deus como origem e fim do universo € como sumo bem, verdade e beleza infinita 4, Basta porém a exclusiva luz da razio para conhecer Deus? 37-38 Ao conhecer Deus s6 com a luz da razio, o homem experimenta muitas dificuldades. Além disso, nfo pode entrar s6 pelas suas préprias forgas na intimidade do mistério divino. Por isso é que Deus o quis iluminar com a sua Revelagio no apenas sobre verdades que excedem o seu entendimento, mas também sobre verdades religiosas ¢ morais que, apesar de serem por si acessiveis & razdo, podem deste modo ser conhecidas por todos, sem diliculdade, com firme certeza e sem mistura de erro bout bank maa 131128, 1220 PM aboutolank 5. Como se pode falar de Deus? 39-43 48-49, E possivel falar de Deus a todos ¢ com todos, a partir das perfeigdes do homem e das outras criaturas, que so um reflexo, embora limitado, da infinita perfeigiio de Deus. E, porém, necessério purificar continuamente a nossa linguagem de tudo o que ela contém de imagindrio e imperfeito, na consciéncia de que nunca seré possivel exprimir plenamente o infinito mistério de Deus. CAPITULO SEGUNDO DEUS VEM AO ENCONTRO DO HOMEM. AREVELAGAO DE DEUS 6. O que é que Deus revela ao homem? 80-53 68-69 Deus revela-se ao homem, na sua bondade e sabedoria, Mediante acontecimentos e palavras, Deus revela-se a Si mesmo e ao seu designio de benevoléncia, que Ele, desde a etemnidade, preestabeleceu em Cristo a favor dos homens. Tal designio consiste em fazer participa, pela graga do Espirito Santo, todos os homens na vida divina, como seus filhos adoptivos no seu ‘nico Filho. 7. Quais as primeiras etapas da Revelacao de Deus? 54-58 70-71 Deus manifesta-se desde 0 principio aos nossos primeiros pais, Ado c Eva, ¢ convida-os a uma comunhio intima com Ele. Apés a sua queda, nao interrompe a revelagdo e promete a salvagao para toda a sua descendéncia. Apés o dilivio, estabelece com Noé uma alianga entre Ele ¢ todos os seres vivos. 8. Quais as etapas sucessivas da Revelacio de Deus? 59-64 2 Deus escolhe Abrio chamando-o a deixar a sua terra para fazer dele “o pai duma multidao de povos” (Gn 17,5), € promete abengoar nele “todas as nagdes da terra” (Gn 12,3). Os descendentes de Abraio serdo 0 ovo eleito, os depositarios das promessas divinas feitas aos patriarcas. Deus forma Israel como seu povo salvando-o da escravidio do Egipto; conelui com ele a Alianga do Sinai, ¢ dé-Ihe a sua Lei, por meio de Moisés. Os profetas anunciam uma redengao radical do povo e uma salvago que incluiré todas as nagdes numa Alianga nova ¢ eterna, que sera gravada nos coragées. Do povo de Israel, da descendéncia do rei David, nascera o Messias: Jesus. 9. Qual é a etapa plena e definitiva da Revelacio de Deus? 65-66 B about lank ara2 syv23, 1220 PM sboutlank E aquela realizada no seu Verbo enccamado, Jesus Cristo, mediador e plenitude da Revelagao, Sendo o Filho Unigénito de Deus feito homem, Ele é a Palavra perfeita e definitiva do Pai, Com o envio do Filho ¢ o dom do Espirito, a Revelacdo est4, finalmente, completada, ainda que a fé da Igreja deva recolher todo o seu significado ao longo dos sé «A partir do momento em que nos deu 0 Seu Filho, que é a Sua tinica e definitiva Palavra, Deus disse-nos tudo ao mesmo tempo e duma sé vez, enada mais tem a acrescentar» (8. Joao da Cruz). 10. Qual o valor das revelagées privadas? or Embora ndo pertengam ao depésito da fé, elas podem ajudar a viver esta mesma fé, desde que mantenham uma estrita orientagdo para Cristo. O Magistério da Igreja, ao qual compete discernir as revelagdes privadas, no pode, por isso, aceitar aquelas que pretendem superar ou corrigir a Revelacdo definitiva que é Cristo. A TRANSMISSAO DA REVELACAO DIVINA 11. Porqué e como deve ser transmitida a Revelagao’ 4 Deus «quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade» (1 Tin 2,4), isto 6, de Jesus Cristo. Por isso, é necessério que Cristo seja anunciado a todos os homens, segundo o seu mandamento: «de ¢ ensinai todos os povos» (Mt 28, 19). E 0 que a com a Tradigdo Apostélica. 12. O que é a Tradicgdo Apostélica? 15-79, 83 96.98 A Tradigdo Apostélica é a transmissiio da mensagem de Cristo, realizada desde as origens do cristianismo, mediante a pregacao, o testemunho, as instituigSes, 0 culto, os escritos inspirados. Os Apéstolos transmitiram aos seus sucessores, os Bispos, e, através deles, a todas as geracdes até ao fim dos tempos, tudo © que receberam de Cristo e aprenderam do Espirito Santo. 13. Como se realiza a TradigAo Apostélica? 16 A Tradigo Apostélica realiza-se de duas maneiras: mediante a transmissio viva da Palavra de Deus (chamada também simplesmente a Tradigdo) e através da Sagrada Escritura que & o proprio andincio da salvagdo transmitido por escrito 14. Que relagio existe entre a TradigAo e a Sagrada Escritura? 80-82 97 about blank naz sy91v23, 1220 PM sboutlank A Tradigdo ¢ a Sagrada Escritura esto intimamente unidas ¢ compenetradas entre si. Com efeito, ambas tornam presente e fecundo na Igreja o mistétio de Cristo e provém da mesma fonte divina: constituem ui s sagrado depésito da f€, do qual a Igreja recebe a certeza acerca de todas as coisas reveladas. 15. A quem é confiado 0 depésito da 6? 84,91 94,99 O depésito da fé ¢ confiado pelos Apéstolos a toda a Igreja. Todo o povo de Deus, mediante o sentido sobrenatural da fé, conduzido pelo Espirito Santo, e guiado pelo Magistério da Igreja, acolhe a RevelagZo divina, compreende-a cada vez mais e aplica-a a vida. 16. A quem compete interpretar autenticamente o depésito da fé? 85-90 100 A interpretagdo auténtica do depésito da £& compete exclusivamente ao Magistério vivo da Igreja, isto &, a0 Sucessor de Pedro, Bispo de Roma, e aos Bispos em comunhao com ele. Ao Magistério, que, no servigo da Palavra de Deus, goza do carisma certo da verdade, compete ainda definir os dogmas, que sao formulagdes das verdades contidas na Revelago divina; tal autoridade estende-se também as verdades necessariamente conexas com a Revelagao. 17. Que relacao existe entre a Escritura, a Tradigio ¢ o Magistério? 95 De tal maneira esto unidos, que nenhum deles existe sem os outros. Todos juntos contribuem eficazmente, cada um a seu modo, sob a acgao do Espirito Santo, para a salvagdo dos homens. A SAGRADA ESCRITURA. 18. Porque é que a Sagrada Escritura ensina a verdade? 105-108 135-136 Porque o préprio Deus é autor da Sagrada Escritura: por isso ela ¢ dita inspirada e ensina sem erro aquelas verdades que so necessérias para a nossa salvagdo. Com efeito, o Espirito Santo inspirou os autores ‘humanos, os quais escreveram aquilo que Ele nos quis ensinar. No entanto, a fé crista ndo ¢ «uma religiao do Livro», mas da Palavra de Deus, que nao é «uma palavra escrita e muda, mas o Verbo Encamado e vivo» (S. Bernardo de Claraval), 19, Como ler a Sagrada Escritura? 109-119 137 A Sagrada Escritura deve ser lida ¢ interpretada com a ajuda do Espirito Santo e sob a condugdo do Magistério da Igreja segundo trés critérios: 1) atengo ao contetido e & unidade de toda a Escritura; 2) leitura 0 viva da Igreja; 3) respeito pela analogia da f6, isto é, da coesdo entre si das verdades about blank ron42 131128, 1220 PM aboutolank 20. O que é 0 cénone das Escrituras? 120 138 © Cénone das Escrituras € a lista completa dos escritos sagrados, que a Tradigao Apostélica levou a Igreja a discernir. © Canone compreende 46 escritos do Antigo Testamento e 27 do Novo, 21. Que importancia tem o Antigo Testamento para 0s cristaos? 121-123 Os cristaos veneram o Antigo Testamento como verdadeira Palavra de Deus: todos os seus escritos sio divinamente inspirados ¢ conservam um valor permanente. Eles do testemunho da divina pedagogia do amor salvifico de Deus. Foram escritos sobretudo para preparar 0 advento de Cristo Salvador do universo. 22, Que importincia tem 0 Novo Testamento para os cristios? 124-127 139 © Novo Testamento, cujo objecto central & Jesus Cristo, entrega-nos a verdade definitiva da Revelagdo divina, Nele, os quatro Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas ¢ Jodo, enquanto so o principal testemunho da vida ¢ da doutrina de Jesus, constituem o coragdo de todas as Escrituras e ocupam um lugar tinico na Igreja. 23. Que unidade existe entre o Antigo ¢ o Novo Testamento? 128-130 140 ‘A Escritura é una, uma vez que iinica é a Palavra de Deus, tinico é o projecto salvifico de Deus, ‘nica a inspiragdo divina dos dois Testamentos. O Antigo Testamento prepara 0 Novo e o Novo dé cumprimento a0 Antigo: os dois iluminam-se mutuamente, 24, Qual a fungdo da Sagrada Escritura na vida da Igreja? 131-133 41 A Sagrada Escritura dé sustento e vigor a vida da Igreja. E para os seus filhos firmeza da fé, alimento e fonte de vida espiritual. E a alma da teologia e da pregagao pastoral. Diz o Salmista: ela & «lampada para os meus passos, luz no meu caminho» (Sal 119,105). Por isso, a Igreja exorta a leitura frequente da Sagrada Escritura, uma vez que «a ignoréncia das Escrituras é ignordncia de Cristo» (S. Jeronimo). CAPITULO TERCEIRO ARESPOSTA DO HOMEM A DEUS EU CREIO 25. Como responde o homem a Deus que se revela? about blank sna 131128, 1220 PM aboutolank 142-43 Sustentado pela graga divina, o homem responde a Deus com a obediéneia da fé, que consiste em confiar-se completamente a Deus ¢ acolher a sua Verdade, enquanto garantida por Ele que é a propria Verdade. 26, Na Sagrada Escritura, quais sio os principais testemunhos de obediéncia da f6? 144-149 HA muitos testemunhos, mas particularmente dois: Abraio, que, colocado 4 prova, «teve fé em Deus » (Rm 4,3) e obedeceu sempre ao seu chamamento, tomando-se por isso «pai de todos os crentes» (Rm 4,11.18 ); € a Virgem Maria, que realizou de modo mais perfeito, durante toda a sua vida, a obediéncia da fé: «Fiat mihi secundum Verbum tuum — Faca-se em mim segundo a tua palavray (Lc 1, 38). 27. Que significa, de facto, para o homem erer em Deus? 150-152 176-178 Significa aderir a0 préprio Deus, entregando-se a Ele ¢ dando assentimento a todas as verdades por Ele reveladas, porque Deus é a verdade. Significa crer num s6 Deus em trés Pessoas: Pai, Filho ¢ Espirito Santo, 28. Quais as caracteristicas da fé? 153-165 179-180 183-184 AF, dom gratuito de Deus e acessivel a quantos a pedem humildemente, é uma virtude sobrenatural necessiria para a salvaco. O acto de fé é um acto humano, isto é, um acto da inteligéncia do homem que, sob decisio da vontade movida por Deus, da livremente o seu assentimento a verdade divina. Além disso, a f€ & certa porque fundada sobre a Palavra de Deus; é operante «por meio da caridade (Gal 5,6); & em continuo crescimento, gragas, em especial, 4 escuta da Palavra de Deus e 4 orago. Ela faz-nos saborear, de antemio, a alegria celeste. 29, Porque no ha contradigdes entre a fé e a ciéncia? 159 Embora a fé supere a ra7o, ndo poder nunca existir contradigao entre a fé e a ciéncia porque ambas tm origem em Deus. E 0 mesmo Deus que di ao homem seja a luz da razio seja a luz da fé. «Cré para compreender: compreende para crer» (Santo Agostinho) NOS CREMOS 30. Porque é que a fé € um acto pessoal e ao mesmo tempo eclesial? 166-169 181 A fé é um acto pessoal, enquanto resposta livre do homem a Deus que se revela. Mas é ao mesmo tempo um acto eclesial, que se exprime na confissdo: «Nés cremos». De facto, é a Igreja que eré: deste modo, ela, com a graca do Espirito Santo, precede, gera e nutre a fé do individuo, Por isso a Igreja é Mie e Mestra. about blank rana2 131128, 1220 PM aboutolank «Nao pode ter a Deus por Pai quem nao tem a Igreja por Mae» (S. Cipriano) 31. Porque é que as formulas da fé sio importantes? 170-171 As formulas da fé so importantes porque permitem exprimir, assimilar, celebrar e partilhar, juntamente com outros, as verdades da fé, utilizando uma linguagem comum. 32, De que mancira a fé da Igreja é uma s6? 172-175 182 A lgreja, embora formada por pessoas de diferentes linguas, culturas ¢ ritos, professa, undnime e a uma s6 voz, a tnica fé, recebida dum s6 Senhor e transmitida pela tnica Tradigao Apostolica. Professa um sé Deus — Pai, Filho e Espirito Santo —e manifesta uma tinica via de salvagdo, Portanto, nés acreditamos, num s6 coraco € numa sé alma, tudo o que est contido na Palavra de Deus, transmitida ou eserita, e nos & proposto pela Igreja como divinamente revelado. SEGUNDA SECCAO, A PROFISSAO DA FE CRIS' CREDO Simbolo dos Apéstolos Creio em Deus, Pai todo-poderoso, Criador do Céu e da Terra E em Jesus Cristo, seu unico Filho, nosso Senhor que foi concebido pelo poder do Espirito Santo; nasceu da Virgem Maria; padeceu sob Péncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu mansdo dos mortos; ressuscitou ao terceiro dis subiu aos Céus; esta sentado a ‘ita de Deus Pai todo-poderoso, de onde hé-de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espirito Santo; na santa Igreja Catélica; na comunhao dos Santos; na remissao dos pecados; about blank tana 131128, 1220 PM aboutolank na ressurreigao da came; ena vida eterna. Amen Credo Niceno-Constantinopolitano Creio em um sé Deus, Pai todo-poderoso Criador do Céu e da Terra, de todas as coisas visiveis e invisiv s. Creio em um sé Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigénito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado, néo ctiado, consubstancial ao Pai Por Ele todas as coisas foram feitas, E por nds homens e para nossa salvacdo desceu dos Céus, E encamou pelo Espirito Santo, no seio da Virgem Maria, ese fez homem. Também por nés foi crucificado sob Péncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitow ao tereciro dia, conforme as Escrituras; e subiu aos Céus, onde esté sentado a direita do Pai De novo hé-de vir em sua gloria para julgar os vivos e os mortos; © 0 seu Reino nao tera fir Creio no Espirito Santo, Senhor que da a vida, e procede do Pai e do Filho; € com 0 Pai ¢ 0 Filho é adorado e glorificado: Ele que falou pelos profetas. Creio na Igreja una, santa, catblica e apostélica. Professo um s6 Baptismo para a remisso dos pecados. E espero a ressurrei¢do dos mortos ea vida do mundo que ha-de vir. Amen. CAPITULO PRIMEIRO CREIO EM DEUS PAI OS SiMBOLOS DA FE 33. O que sio os Simbolos da Fé? 185-188 192. 197 Sio formulas articuladas, também chamadas «profissdes de fé» ou «Credo», mediante as quais a TIgreja, desde as suas origens, exprimiu resumidamente e transmitiu a propria fé, numa linguagem normativa e about blank vara, 131128, 1220 PM boutblank comum a todos os fidis, 34, Quais so os mais antigos Simbolos da fé? 189-191 Sio os Simbolos baptismais. Porque 0 Baptismo é administrado «em nome do Pai ¢ do Filho e do Espirito Santo» (Mr 28,19), as verdades de fé neles professadas estdo articuladas segundo a sua referéncia As trés Pessoas da Santissima Trindade. 35. Qu: bolos da sio os mais importantes 193-195, Sao 0 Simbolo dos Apastolos, que é antigo Simbolo baptismal da Igreja de Roma, ¢ 0 Simbolo niceno- constantinopolitano, fruto dos primeiros dois Coneilios Ecuménicos de Niceia (325) e de Constantinopola (381), e que é, ainda hoje, comum a todas as grandes Igrejas do Oriente e do Ocidente. «CREIO EM DEUS, PAI OMNIPOTENTE, CRIADOR DO CEU E DATERRA» 36. Porque é que a profissio de fé comega com «Creio em Deus»? 198-199 Porque a afirmagdo «Creio em Deus» é a mais importante, a fonte das outras verdades respeitantes a0 ‘homem, ao mundo e a nossa vida de crentes n’Ele. 37. Porque professamos um sé Deus? 200-202 228 Porque Ele se revelou ao povo de Isracl como 0 Unico, quando disse: «Escuta Israel, 0 Senhor é um s6» (Dt 6,4), «nao hi outros» (Js 45,22). O proprio Jesus 0 confirmou: Deus é «o tinico Senhor» (Mc 12,29). Professar que Jesus ¢ o Espirito Santo so também eles Deus e Senhor, nao introduz nenhuma divisio no Deus Uno. 38. Com que nome Deus se revela? 203-205 230-231 Deus revela-se a Moisés como o Deus vivo, «o Deus de Abraao, o Deus de Isaac, 0 Deus de Jacob» (Ex 3,6). Ao mesmo Moisés, Deus revela também o seu nome misterioso: «Eu Sou aquele que Sou (YHWH)». O nome inefivel de Deus, ja nos tempos do Antigo Testamento, foi substituido pela palavra Senhor. Assim, no Novo Testamento, Jesus, chamado Senhor, aparece como verdadeiro Deus. 39, $6 Deus «én 212-213 about blank 15142 2191123, 12:20PM about oank Enquanto as eriaturas receberam dEle tudo o que sdo ¢ tém, s6 Deus ¢ em si mesmo a plenitude do ser e de toda a perfeigdo. Ele é «Aquele que é», sem origem e sem fim, Jesus revela que também Ele & portador do nome divino: «Eu sou» (Jo 8, 28). 40. Porque é importante a revelago do nome de Deus? 206-213 Ao revelar o seu Nome, Deus da a conhecer as riquezas do seu mistério inefavel: s6 Ele é, desde sempre e para sempre, Aquele que transcende o mundo e a historia. Foi Ele que fez o céu e aterra. Ele é o Deus fiel, sempre proximo do seu povo para o salvar. E 0 Santo por exceléncia, «rico de misericérdiay (E/2,4), sempre pronto a perdoar. E o Ser espiritual, transcendente, omnipotente, etemo, pessoal, perfeito. E verdade e amor. «Deus & 0 ser infinitamente perfeito que é a Santissima Trindade» (S. Turibio de Mongrovejo). 41. Em que sentido Deus é a verdade? 214-217 231 Deus é a propria Verdade ¢ como tal ndo se engana ¢ ndo pode enganar. Ele «é luz ¢ n’Ele ndo ha trevas» (1 Jo 1,5). 0 Filho etemo de Deus, Sabedoria encamada, foi enviado ao mundo «para dar testemunho da Verdaden (Jo 18, 37). 42. De que mancira Deus revela que é amor? 218-221 Deus revela-se a Israel como Aquele que tem um amor mais forte que o pai ou a mie pelos seus filhos ou 0 esposo pela sua esposa. Ele, em Si mesmo, «é amor» (1 Jo 4,8.16), que se dé completa ¢ gratuitamente, aque tanto amou o mundo que Ihe deu o seu préprio Filho unigénito, para que o mundo seja salvo por seu intermédio» (Jo 3,16+17). Enviando o seu Filho e o Espirito Santo, Deus revela que Ele proprio é eterna permuta de amor 43. O que implica crer em um s6 Deus? 222-227 229 Crer em Deus, o Unico, implica: conhecer a sua grandeza e majestade; viver em acgio de gragas; confiar sempre n’Ele, até nas adversidades; reconhecer a unidade ¢ a verdadeira dignidade de todos os homens, criados a imagem de Deus; usar rectamente as coisas por Ele criadas. 44, Qual é 0 mistério central da fé e da vida crist4? 232-237 O mistério central da fé ¢ da vida cristd é o mistério da Santissima Trindade. Os cristios sao baptizados no nome do Pai e do Filho e do Espirito Santo. 45. O mistério da Santissima Trindade pode ser conhecido sé pela razio humana? about blank 1642 131128, 1220 PM aboutolank 237 Deus deixou alguns tragos do seu ser trinitério na criagdo e no Antigo Testamento, mas a intimidade do seu Ser como Trindade Santa constitui um mistério inacessivel a razo humana sozinha, ¢ mesmo a fé de Israel, antes da Encarnagdo do Filho de Deus e do envio do Espirito Santo. Tal mistério foi revelado por Jesus Cristo e € a fonte de todos os outros mistérios. 46. O que nos revela Jesus Cristo sobre o mistério do P: 240-242 Jesus Cristo revela-nos que Deus é «Pai», no s6 enquanto é Criador do universo e do homem, mas sobretudo porque, no seu seio, gera eternamente o Filho, que é o seu Verbo, «resplendor da sua gléria, e imagem da sua substincia» (Hebl, 3). 47. Quem é 0 Espirito Santo que Jesus Cristo nos revelou? 243-248 Ea terceira Pessoa da Santissima Trindade. Ele é Deus, uno ¢ igual ao Pai e a0 Filho. Ele aprocede do Pai» (Jo 15, 26), 0 qual, principio sem principio, é a origem de toda a vida trinitaria. E procede também do Filho (Filioque), pelo dom eterno que o Pai faz de Si ao Filho. Enviado pelo Pai e pelo Filho encarado, o Espirito Santo conduz a Igreja «ao conhecimento da Verdade total» (Jo 16, 13). 48. Como é que a Igreja exprime a sua fé trinitaria? 249-256 266 A Igreja exprime a sua fe trinitaria confessando um s6 Deus em trés Pessoas: Pai e Filho e Espirito Santo. As trés Pessoas divinas sdo um sé Deus, porque cada uma delas ¢ idéntica & plenitude da iinica e indivisivel natureza divina, Elas so realmente distintas entre si, pelas relagdes que as referenciam umas as outras: 0 Pai gera 0 Filho, o Filho é gerado pelo Pai, o Espirito Santo procede do Pai e do Filho. 49, Como operam as trés Pessoas divinas? 257-260 267 Insepardveis na sua tinica substdncia, as Pessoas divinas sdo inseparaveis também no seu operar: a Trindade tem uma s6 e mesma operagio. Mas no tinico agir divino, cada Pessoa esta presente segundo o modo que Ihe € proprio na Trindade. «O meu Deus, Trindade que eu adoro... pacificai a minha alma; fazei dela o vosso céu, vossa morada querida ¢ o lugar do vosso repouso. Que eu ndo vos deive nunca sé, mas que esteja 14, com todo 0 meu ser, toda vigilante na minha fé, toda em adoragao, toda oferecida & vossa acgdo criadoray (Beata Isabel da Trindade). 50. O que significa que Deus é omnipotente? about blank ara 131128, 1220 PM aboutolank 268-278 Deus revelou-se como «o Forte, o Potente» (Sal 24, 8-10), Aquele para quem «nada é impossiveb» (Le 1,37). A sua omnipoténcia é universal, misteriosa, e manifesta-se na criagao do mundo a partir do nada e na criagao do homem por amor, mas sobretudo na Encamagao e na Ressurreigao do Seu Filho, no dom da adopgao filial eno perdio dos pecados. Por isso a Igreja dirige a sua oragao ao «Deus omnipotente e eterno» («Omipotens sempiterne Deus»). 51. Porque é importante afirmar: «No principio criou Deus 0 céu ea terra» (Gr 1,1)? 279-289 315 Porque a Criagao é o fundamento de todos os projectos divinos de salvagio; manifesta o amor omnipotente € sapiente de Deus; é o primeiro passo para a Alianga do Deus tinico com o seu povo; é 0 inicio da histéria da salvagdo que culmina em Cristo; é uma primeira resposta as questdes fundamentais do homem acerca da sua propria origem e do seu fim. 52, Quem criou o mundo? 290-292 316 0 Pai, o Filho e o Espirito Santo sfo o principio tnico e indivisivel do mundo, ainda que a obra da criagdo do mundo seja particularmente atribuida ao Pai, 53. Para que foi criado o mundo? 293-294 319 © mundo foi criado para a gloria de Deus, que quis manifestar e comunicar a sua bondade, verdade e beleza O fim dltimo da criagdo é que Deus, em Cristo, possa ser «tudo em todos» (1 Cor 15,28), para a sua gloria e para a nossa felicidade. «A Gloria de Deus é 0 homem vivo e a vida do homem é4 visdo de Deus» (Santo Ireneu). 54, Como é que Deus criou o universo? 295-301 317-320 Deus criou 0 universo livremente, com sabedoria ¢ amor. © mundo nao é 0 produto duma necessidade, dum. destino cego ou do acaso. Deus eriou «do nada» (ex nihilo: 2Mac 7,28) um mundo ordenado ¢ bom, que Ele transcende infinitamente. Deus conserva no ser a sua ctiagio e sustenta-a, dando-Ihe a capacidade de agir, © conduzindo-a & sua realizacdo, por meio do seu Filho e do Espirito Santo, 55, Em que consiste a Providéncia divina? 302-306 321 about blank rana2 2191123, 12:20PM sboutlank A Providéncia divina consiste nas disposiges com as quais Deus conduz.as suas criaturas para a perfeigao Ultima, & qual Ele as chamou. Deus é 0 autor soberano do seu designio. Mas para a realizagao do mesmo serve-se também da cooperagdo das suas criaturas. Ao mesmo tempo, dé as criaturas a dignidade de agirem por si mesmas, de serem causas umas das outras. 56. Como é que o homem colabora com a Providéncia divina? 307-308 323 ‘Ao homem, Deus concede e requer, respeitando a sua liberdade, a colaboragio através das suas acgdes, das es € mesmo com os seus sofrimentos, suscitando nele «o querer ¢ o operar segundo os seus. benévolos designios» (Filp 2,13). 57. Se Deus é omnipotente e providente porque & que existe o mal 309-310 324, 400 Asta pergunta, tio dolorosa quanto misteriosa, s6 0 conjunto da fé crista pode dar resposta. Deus ndo & de ‘maneira nenhuma, nem directamente nem indirectamente, a causa do mal. Ele ilumina o mistério do mal no seu Filho Jesus Cristo, que morreu ¢ ressuscitou para vencer aquele grande mal moral que é 0 pecado dos homens e que é a raiz dos outros males. 58, Porque é que Deus permite o mal? 311-314 324 Afé di-nos a certeza de que Deus nao permitiria 0 mal se do proprio mal nao extraisse o bem, Deus realizou admiravelmente isso mesmo na morte ¢ ressurrei Seu Filho, io de Cristo: com efeito, do maior mal moral, a morte do le retirou os bens maiores, a glorifieacdo de Cristo ¢ a nossa redengao. Océueaterra 59. O que é que Deus criou? 325-327 A Sagrada Escritura diz: «No prinefpio Deus criow 0 céu e a terra» (Gn 1,1). A Igreja, na sua profissio de proclama que Deus é o eriador de todas as coisas visiveis e invisiveis: de todos os seres espirituais ¢ materiais, isto é, dos anjos e do mundo visivel, e em particular do homem. 60. Quem sao 0s anjos? 328-333 350-351 Os anjos sdo criaturas puramente espirituais, incorpéreas, invisiveis e imortais, seres pessoais dotados de inteliggncia e de vontade. Estes, contemplando incessantemente a Deus face a face, glorificam-no, servem- no € so os seus mensageiros no cumprimento da missio de salvaco, em prol de todos os homens. about blank 1942 2191123, 12:20PM about oank 61. Como é que os anjos esto presentes na vida da Igreja? 334-336 352 A Tgteja une-se aos anjos para adorar a Deus, invoca a sua assisténcia e celebra liturgicamente a meméria de alguns. «Cada fiel tem ao seu lado um anjo como protector e pastor, para 0 conduzir & vida» (S. Basilio Magno) 62. Que ensina a Sagrada Escritura sobre a criagao do mundo visivel? 337-344 Ao narrar os «seis dias» da criagdo, a Sagrada Escritura dé-nos a conhecer o valor dos seres criados ¢ a sua finalidade de louvor a Deus ¢ servigo ao homem. Todas as coisas devem a sua existéncia a Deus, de quem recebem a sua bondade ¢ perfeigdo, as suas leis eo lugar no universo. 63. Qual é 0 lugar do homem na criagio? 343-344 353 O homem é 0 vértice da criagao visivel, pois é criado 4 imagem e semelhanga de Deus. 64. Que tipo de relacao existe entre as coisas criadas? 342.354 Entre as criaturas existe uma interdependéncia e uma hierarquia queridas por Deus. Ao mesmo tempo, existe uma unidade ¢ solidariedade entre as criaturas, uma vez que todas tém 0 mesmo Criador, sao por Ele amadas € esto ordenadas para a sua gloria, Respeitar as Ieis inscritas na Criagdo ¢ as relagdes derivantes da natureza das coisas é portanto um principio de sabedoria ¢ um fundamento da moral 65. Qual a relacio entre a obra da criago e a da reden¢io? 345-349 A obra da criagdo culmina na obra ainda maior da redengdo. Com efeito, esta da in qual tudo reencontraré o seu pleno sentido e o seu acabamento, 8 nova criagao, na O homem 66, Em que sentido 0 homem é eriado «a imagem de Deus»? 58, about blank onan sy91v23, 1220 PM sboutlank Afirmar que o homem é criado a imagem de Deus significa que ele é capaz de conhecer ¢ amar, na liberdade, © proprio Criador. E a nica criatura, nesta terra, que Deus quis por si mesma ¢ que chamou a partilhar a sua ida divina, no conhecimento e no amor. Enquanto criado & imagem de Deus, 0 homem tem a dignidade de pessoa: no é uma coisa mas alguém, capaz de se conhecer a si mesmo, de se dar livremente e de entrar em comunh’o com Deus € com as outras pessoas. 67. Para que fim Deus criou o homem? 358-359 Deus criow tudo para o homem, mas o homem foi eriado para conhecer, servir e amar a Deus, para Lhe oferecer neste mundo toda a cri de gragas e para ser elevado a vida com Deus no céu, mistério do Verbo encamnado se esclarece verdadeiramente o mistério do homem, predestinado a reproduzir a imagem do Filho de Deus feito homem, que ¢ a perfeita «imagem de Deus invisiveb» (Col 1, 15). 68. Porque é que os homens constituem uma unidade? 360-361 Todos os homens formam a unidade do género humano, gragas sua comum origem em Deus. Para além disso, Deus criou «a partir de um sé homem todo o género humano» (Act 17,26). Todos tém também um inico Salvador e todos so chamados a partilhar a eterna felicidade de Deus. 69. Como é que, no homem, a alma e 0 corpo formam uma unidade? 362-356 382 A pessoa humana é um ser ao mesmo tempo corpéreo ¢ espiritual. O espirito ¢ a matéria, no homem, formam uma dinica natureza. Esta unidade é to profunda que, gragas ao principio espiritual que é a alma, 0 corpo, que & material, se tora um corpo humano e vivo e participa na dignidade de imagem de Deus. 70. Quem di a alma ao ser humano? 366-368 383 Alma espiritual nao vem dos pais, mas é criada directamente por Deus ¢ é imortal. Separando-se do corpo no momento da morte, ela ndo perece; voltaré a unir-se novamente ao corpo, no momento da ressurreigio final, 71. Que relagao Deus estabeleceu entre o homem e a mulher? 369-373 383 © homem e a mulher foram criados por Deus com uma igual dignidade enquanto pessoas humanas e, a0 mesmo tempo, numa complementaridade reciproca enquanto masculino e feminino. Deus quis que fossem um para 0 outro, para uma comunhao de pessoas. Juntos so também chamados a transmitir a vida humana, formando no matriménio «uma sé carne» (Gn 2, 24), e a dominar a terra como «administradores» de Deus. 72. Qual era a condigio originaria do homem segundo o projecto de Deus? 374-379 384 about blank aun 131128, 1220 PM aboutolank Deus, criando o homem ¢ a mulher, tinhaelhes dado uma participagdo especial na propria vida divina, em santidade ¢ justiga. Segundo 0 projecto de Deus, o homem ndo deveria nem sofrer nem morrer. Além disso, reinava uma harmonia perfeita no proprio ser humano, entre a criatura ¢ o criador, entre o homem e a mulher, bem como entre o primeiro casal humano e toda a criagao. ‘A queda 73. Como se compreende a realidade do pecado? 385-389 O pecado esta presente na historia do homem. Tal realidade s6 se esclarece plenamente & luz da Revelago divina, e sobretudo & luz de Cristo Salvador universal, que fez. superabundar a graca onde abundou o pecado, 74, O que é a queda dos anjos? 391-395 414 Com esta expresso indica-se que Satands e os outros deménios de que falam a Sagrada Escritura e a Tradigdo da Igreja, de anjos criados bons por Deus, se transformaram em maus, porque, mediante uma opco livre e irrevogavel, recusaram Deus e 0 seu Reino, dando assim origem ao inferno, Procuram associar 0 homem & sua rebelido contra Deus; mas Deus afirma em Cristo a Sua vitdria segura sobre o Maligno. 75. Em que consiste o primeiro pecado do homem? 396-403, 415-417 © homem, tentado pelo diabo, deixou apagar no seu coragdo a confianga em relagdo ao seu Criador desobedecendo-lhe, quis tornar-se «como Deus», sem Deus ¢ nao segundo Deus (Gn 3, 5). Assim, Addo Eva perderam imediatamente, para si e para todos os seus descendentes, a graca da santidade e da justica originais. 76. O que é pecado original? 404 419 © pecado original, no qual todos os homens nascem, é 0 estado de privagdo da santidade e da justiga originais. E um pecado por nds «contraido» e ndo «ometidon; é uma condigdo de nascimento e no um acto pessoal. Por causa da unidade de origem de todos os homens, ele transmite-se aos descendentes de Adio com a natureza humana, «no por imitagdo mas por propagacdon. Esta transmiss4o permanece um mistério que nao podemos compreender plenamente. 77. Que outras consequéncias provoca o pecado original? 405-409 418 Em consequéncia do pecado original, a natureza humana, sem ser totalmente corrompida, fica ferida nas suas forgas naturais, submetida & ignorancia, ao sofrimento, ao poder da morte, ¢ inclinada ao pecado. Tal about blank zanae 2191123, 12:20PM about oank inclinagdo & chamada concupiscéncia, 78. Depois do primeiro pecado, o que fez, Deus? 410-412 420 Apés o primeiro pecado, o mundo foi inundado por pecados, mas Deus no abandonou o homem ao poder da morte. Pelo contririo, pré-anunciou de modo misterioso — no «Proto-evangelho» (Gn 3,15) — que o mal seria vencido e o homem levantado da queda. E o primeiro amincio do Messias redentor. Por isso a queda sera mesmo chamada feliz culpa, porque «mereceu um tal e tio grande Redentor» (Liturgia da Vigilia pascal). CAPITULO SEGUNDO CREIO EM JESUS CRISTO, O FILHO UNIGENITO DE DEUS 79. Qual é a Boa Nova para o homem? 422-424 Eo amincio de Jesus Cristo, «o Filho do Deus vivo» (Mr 16,16), morto ¢ ressuscitado. No tempo do rei Herodes ¢ do imperador César Augusto, Deus cumpriu as promessas feitas a Abrado e a sua descendéncia enviando «o Seu Filho, nascido de uma mulher e sujeito & Lei, para resgatar os que estavam sujeitos & nos tomar seus filhos adoptivos» (Gal 4, 4-5). 80. Como se difunde esta Boa Nova? 425-429 Desde o inicio os primeiros diseipulos tiveram um ardente desejo de anunciar Jesus Cristo, com o fim de conduzir a fé n’Ele. Também hoje, do amoroso conhecimento de Cristo nasce o desejo de evangelizar € catequizar, isto é, de revelar na sua pessoa o pleno designio de Deus ¢ de colocar a humanidade em comunhao com Ele. «E EM JESUS CRISTO, SEU UNICO FILHO, NOSSO SENHOR» 81. Que significa o nome «Jesus»? 430-435 482 Dado pelo Anjo no momento da Anunciagdo, 0 nome «Jesus» significa «Deus salvan. Exprime a sua identidade ¢ a sua missio, «porque & Ele que salvar o seu povo dos seus pecados» (Mf 1,21). Pedro afirma que «ndo existe debaixo do céu outro Nome dado aos homens pelo qual possamos ser salvos» (Act 4,12) 82. Porque é que Jesus é chamado «Cristo»? about blank zanae 131128, 1220 PM aboutolank 436-440 453 «Cristo» em grego, «Mesias» em hebraico, significa «ungidon. Jesus é 0 Cristo porque & consagrado por Deus, ungido pelo Espirito Santo para a missdo redentora. Ele é 0 Mesias esperado por Israel, enviado a0 mundo pelo Pai. Jesus aceitou o titulo de Messias, precisando porém o seu sentido: «descido do céu» (Jo 3,13), crucificado e depois ressuscitado, Ele € 0 Servo Sofiedor «que dé a sua vida em resgate pela multidio» (Mr 20,28). Do nome Cristo é que veio para nés o nome de cristdos. 83. Em que sentido Jesus é 0 «Filho Unigénito de Deus»? 441-445 454 No sentido tinico e perfeito. No momento do Baptismo e da Transfiguragdo, a voz do Pai designa Jesus como seu «Filho predilecto». Apresentando-se @ Si mesmo como o Filho que «conhece o Pai» (Mt 11,27), Jesus afirma a Sua relagdo ‘inica e eterna com Deus Seu Pai, Ele ¢ «o Filho Unigénito de Deus» (1 Jo 2, 23), a segunda Pessoa da Trindade. F 0 centro da pregagao apostélica: os Apéstolos viram «a Sua gloria, como de Unigénito do Pain (Jo 1, 14). 84, O que significa o titulo «Senhor»? 446-451 455 Na Biblia, este titulo designa habitualmente Deus Soberano. Jesus atribui-o a si mesmo e revela a sua soberania divina através do poder sobre a natureza, sobre os deménios, sobre o pecado e sobre a morte, sobretudo com a sua Ressurreigdo. As primeiras confissGes cristas proclamam que o poder, a honra e a gloria devidas a Deus Pai séo também devidas a Jesus: Deus «deu-Lhe o Nome que esté acima de todos os nomes» (Fil 2,9). Ele 6 0 Senhor do mundo e da histéria, 0 tinico a quem o homem deve submeter completamente a propria liberdade pessoal «JESUS CRISTO FOI CONCEBIDO PELO PODER DO ESPIRITO SANTO, E NASCEU DA VIRGEM MARIA» 85. Porque é que o Filho de Deus se fez homem? 456-460 0 Filho de Deus encarnou no seio da Virgem Maria pelo poder do Espirito Santo, por causa de nds homens ¢ para nossa salvagdo, ou seja: para nos reconeiliar a nés pecadores com Deus; para nos fazer conhecer 0 seu amor infinito; para ser 0 nosso modelo de santidade; para nos tornar «participantes da natureza divinan (2 Ped 1,4), 86. Que significa a palavra «Encarnacion? 461-463 483 A Igreja chama «Encamagdo» ao mistério da admirével unido da natureza divina e da natureza humana na iinica Pessoa divina do Verbo. Para realizar a nossa salvagao, o Filho de Deus fez-se «carne» (Jo 1,14) tornando-se verdadeiramente homem. A fé na Encamagao é 0 sinal distintivo da f& crista about blank zanan 131128, 1220 PM aboutolank 87. De que modo Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem? 464-467 469 Jesus é, inseparavelmente, verdadeiro Deus ¢ verdadeiro homem, na unidade da sua Pessoa divina. Ele, 0 Filho de Deus, que é «gerado, nao criado, consubstancial ao Pai, fez-se verdadeiramente homem, nosso irmao, sem com isto deixar de ser Deus, nosso Senhor 88. Que ensina acerca disto 0 Concilio de Calcedénia (ano 451)? 467 Concilio de Calcedénia ensina a confessar «um s6 ¢ mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito na sua divindade e perfeito na sua humanidade; verdadeiro Deus e verdadeiro homem, composto de alma. racional e de corpo, consubstancial ao Pai pela sua divindade, consubstancial a nés pela humanidade, “em tudo semelhante a nds, excepto no pecado” (Heb 4, 15); gerado pelo Pai antes de todos os séculos, segundo a divindade e, nestes tltimos tempos, por nés homens e para nossa salvago, nascido da Virgem Maria e Mae de Deus, segundo a humanidade», 89. Como é que a Igreja exprime do mistério da Encarnacio? 464-469 479-481 Exprime-o afirmando que Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, com duas naturezas, a divina € a humana, que se nao confundem, mas esto unidas na Pessoa do Verbo. Portanto, na humanidade de Jesus, tudo - milagres, sofrimento, morte — deve ser atribuido a sua Pessoa divina, que age através da natureza ‘humana assumida «O Filho Unigénito e Verbo de Deus, Tu que és imortal, para a nossa salvacao dignaste-Te encarnar no seio da santa Mae de Deus e sempre Virgem Maria (... ). Tu que és Um da Santa Trindade, glorificado com o Pai e 0 Espirito Santo, salva-nos!» (Liturgia Bizantina de S. Jodo Criséstomo). 90. O Filho de Deus feito homem tinha uma alma com um conhecimento humano? 470-474 482 0 Filho de Deus assumiu um corpo animado por uma alma racional humana. Com a sua inteligéncia ‘humana, Jesus aprendeu muitas coisas através da experiéneia. Mas também, como homem, o Filho de Deus tinha um conhecimento intimo e imediato de Deus seu Pai, Penetrava igualmente os pensamentos secretos dos homens ¢ conhecia plenamente os designios eternos que Ele viera revelar. 91. Como se harmonizam as duas yontades do Verbo encarnado? 415 482 Jesus tem uma vontade divina e uma vontade humana. Na sua vida terrena, o Filho de Deus quis humanamente o que divinamente decidiu com 0 Pai e o Espirito Santo para a nossa salvagdo. A vontade about blank 2snaz 131128, 1220 PM aboutolank humana de Cristo segue, sem oposigdo ou relutancia, a vontade divina, ou melhor, esté subordinada a ela, 92. Cristo tinha um verdadeiro corpo humano? 416-477 Cristo assumiu um verdadeiro corpo humano, através do qual Deus invisivel se tomnou visivel. Por esta razao, Cristo pode ser representado e venerado nas santas imagens, 93. O que significa 0 Coragio de Jesus? 478 Jesus conheceu-nos e amou-nos com um coragao humano. O Seu coragdo trespassado para nossa salvagdo é © simbolo daquele infinito amor com o qual Ele ama o Pai e cada um dos homens. 94, «Concebido por obra do Espirito Santo..o»: que significa esta expressio? 484-486 Significa que a Virgem Maria concebeu o Filho eterno no seu seio, por obra do Espirito Santo e sem a colaboragao de homem: «O Espirito Santo descera sobre tin (Le 1, 35), disse-Ihe 0 Anjo na Anunciagéo, 95, «...Nascido da Virgem Maria»: porque é que Maria é verdadeiramente Mae de Deus? 495 509 Maria é verdadeiramente Mae de Deus porque é a mae de Jesus (Jo 2,1; 19,25). Com efeito, Aquele que foi concebido por obra do Espirito Santo e que se tornou verdadeiramente Filho de Maria é 0 Filho eterno de Deus Pai. E Ele mesmo Deus. 96. O que significa «Imaculada Concei¢aio»? 487-492 508 Deus escolheu gratuitamente Maria desde toda a eternidade para que fosse a Mae de seu Filho: para eumprir tal missdo, foi concebida imaculada. Isto significa que, pela graga de Deus ¢ em previsio dos méritos de Jesus Cristo, Maria foi preservada do pecado original desde a sua concepeao. 97. Como colabora Maria no designio divino da salvagio? 493-494 508-511 Durante toda a sua existéncia, por graga de Deus, Maria conservou-se imune de todo o pecado pessoal. E a «cheia de graga» (Le 1,28) e a «Toda Santa». Quando o Anjo the anuncia que dara a luz «o Filho do Altissimo» (Le 1,32), da livremente o seu assentimento com a «obediéncia da fé> (Rm 1,5). Maria entrega-se totalmente a Pessoa e obra do seu Filho Jesus, abragando com toda a alma a vontade divina de salvacao. 98. Que significa a conceigio virginal de Jesus? 496-498 503 about blank 2onaz 2191123, 12:20PM about oank Significa que Jesus foi concebido no seio da Virgem apenas pelo poder do Espirito Santo, sem intervengao de homem. Ele é 0 Filho do Pai celeste, segundo a natureza divina, ¢ Filho de Maria segundo a natureza humana, mas propriamente Filho de Deus nas suas naturezas, existindo nele uma tinica Pessoa, a divina. 99, Em que sentido Maria é «sempre Virgem»? 499-507 510-511 No sentido de que Maria «permaneceu Virgem na concepgao do seu Filho, Virgem no parto, Virgem gravida, Virgem mae, Virgem perpétua» (Santo Agostinho). Portanto, quando os Evangelhos falam de «irmaos e irmas de Jesus», trata-se de parentes préximos de Jesus, segundo uma expresso usual na Sagrada Escritura, 100. De que modo é que a maternidade espiritual de Maria é universal? 501-507 sil Maria tem um tinico Filho, Jesus, mas, n’Ele, a sua maternidade espiritual estende-se a todos os homens que Ele veio salvar, Obediente, ao lado do novo Adio, Jesus Cristo, a Virgem é a nova Eva, a verdadeira mae dos vivos, que coopera com amor de mie no seu nascimento € na sua formagdo na ordem da graga. Virgem e Mae, Maria é a figura da Igreja e a sua realizagdo mais perfeita. 101. Em que sentido toda a vida de Cristo é Mistério? 512-521 561-562 Toda a vida de Cristo é acontecimento de revelagio: o que é visivel na vida terrena de Jesus conduz ao seu Mistério invisivel, sobretudo a0 Mistério da sua filiagdo divina: «quem me ve, vé 0 Pai» (Jo 14, 19). Além disso, embora a salvagao provenha plenamente da cruz e da ressurreigdo, toda a vida de Cristo & Mistério de salvacao, porque tudo 0 que Jesus fez, disse e sofreu tinha como objectivo salvar o homem cafdo & restabelece-lo na sua vocagao de filho de Deus. 102. Quais foram as preparagées para os Mistérios de Jesus? 522-524 Antes de mais, houve uma longa preparagao de muitos séculos, que nés revivemos na celebragio litargica do tempo do Advento, Para além da obscura expectativa que colocou no coragao dos pagios, Deus preparou a vinda do seu Filho através da Antiga Alianga, até Jodo Baptista que é 0 tltimo e o maior dos profetas. 103. Que ensina o Evangelho sobre os Mistérios do nascimento e da infancia de Jesus? 525-530 563-564 No Natal, a gléria do Céu manifesta-se na debilidade dum menino; a circuncisdo de Jesus é sinal da perten a0 povo hebraico e prefiguragao do nosso Baptismo; a Epifania & a manifestagao do Rei-Messias de Israel a todas as gentes; na sua apresentagdo no templo, em Simedo ¢ Ana é toda a esperanga de Israel que vem a0 encontro do seu Salvador; a fuga para o Egipto ¢ a matanga dos inocentes anunciam que toda a vida de Cristo estard sob o sinal da perseguigo; o seu regresso do Egipto recorda 0 Exodo e apresenta Jesus como 0 novo Moisés: Ele & 0 verdadeiro e definitivo libertador. 104. O que é que nos ensina a vida oculta de Jesus em Nazaré? about blank amnae 131128, 1220 PM aboutolank 533-534 564 Durante a vida oculta em Nazaré, Jesus permanece no siléncio duma vida normal, Permite-nos assim estar em comunhao com Ele, na santidade duma vida quotidiana feita de oragdo, de simplicidade, de trabalho, de amor familiar. A sua submisso a Maria e a José, seu pai putativo, é uma imagem da sua obediéncia filial a0 Pai. Maria e José, com a sua fé, acolhem o Mistério de Jesus, ainda que nem sempre o compreendam. 105. Porque é que Jesus recebe de Jo%o o cbaptismo de conyersio para o perdao dos pecados» (Le 3, 3? 535-537 565 Para dar inicio a sua vida pablica e antecipar o «Baptismo» da Sua morte: accita assim, embora sendo sem pecado, ser contado entre os pecadores, Ele, «o Cordeiro de Deus que tira 0 pecado do mundo» (Jo 1,29). O Pai proclama-O Seu «Filho predilecto» (Mr 3,17) e 0 Espirito desce sobre Fle. O baptismo de Jesus é a prefigurago do nosso baptismo. 106. O que revelam as tentagdes de Jesus no deserto? 538-540 566 As tentagées de Jesus recapitulam a tentagdo de Adio no paraiso e as de Israel no deserto. Satands tenta Jesus na sua obediéncia & miso que Lhe tinha sido confiada pelo Pai. Cristo, novo Adio, resiste, e a sua vitdria anuncia a vitoria da sua paixdo, suprema obedigneia do seu amor filial. A Igreja une-se, em particular, a este Mistério, no tempo litirgico da Quaresma. 107. Quem é convidado para o Reine de Deus, anunciado e realizado por Jesus? 541-546 567 Jesus convida todos os homens a tomar parte no Reino de Deus. Mesmo o pior pecador é chamado a converter-se e a aceitar a infinita misericérdia do Pai. O Reino pertence, jé aqui sobre a terra, aqueles que 0 acolhem com coragio humilde. F a eles que so revelados os seus Mistérios. 108. Porque é que Jesus anuncia o Reino com sinais e milagres? 547-550 567 Jesus acompanha a sua palavra com sinais e milagres para atestar que o Reino esta presente n’Ele, 0 Messias. Embora Ele cure algumas pessoas, nao veio para eliminar todos os males aqui na terra, mas, antes de mais, para nos libertar da escravidao do pecado. A expulsdo dos deménios anuncia que a sua cruz. seré vitoriosa sobre o «principe deste mundo» (Jo 12,31). 109. Que autoridade confere Jesus aos seus Apéstolos, no Reino? 951-553 567 Jesus escolhe os Doze, futuras testemunhas da sua Ressurreigdo, e torna-os participantes da sua misao e da sua autoridade para ensinar, absolver os pecados, edificar e governar a Igreja. Neste colégio, Pedro recebe about blank zanaz 131128, 1220 PM aboutolank «as chaves do Reino» (Mr 16,19) ¢ ocupa o primeiro lugar, com a missio de guardar a f€ na sua integridade € de confirmar os seus irmaos. 110. Qual o significado da transfiguracio? 554-556 568 ‘Na Transfigurago aparece antes de mais a Trindade: «O Pai na voz, 0 Filho no homem, o Espirito na nuvem brilhante» (8. Tomas de Aquino). Evocando, com Moisés e Elias, a sua «partida» (Le 9, 31), Jesus mostra que a sua gléria passa através da cruz e antecipa a sua ressurreigdo e a sua vinda gloriosa, pois «transfiguraré © nosso pobre corpo para transformd-lo no seu corpo glorioso» (Filp 3, 21) «Transfiguraste-Te sobre a montanka e, na medida em que disso eram capazes, os teus discipulos contemplaram a Tua gloria, Cristo Deus, para que, quando te vissem crucificado, compreendessem que a Tua Paixdo era voluntaria, e anunciassem ao mundo que Tu és verdadeiramente a irradiagdo do Pai» (Liturgia Bizantina). 111. Como se deu a entrada messifinica em Jerusalém? 557-560 569-570 No tempo estabelecido, Jesus decide subir a Jerusalém para sofrer a sua paixo, morrer e ressuscitar. Como Rei Messias que manifesta a vinda do reino, Ele entra na sua cidade montado num jumento. E acolhido pelos humildes, cuja aclamagao é retomada no Sanctus eucaristico: «Bendito aquele que vem no nome do Senhor! Hossana (salva-nos)» (M¢ 21,9). A liturgia da Igreja inicia a Semana Santa com a celebrago desta entrada em Jerusalém, «JESUS CRISTO PADECEU SOB PONCIO PILATOS, FOI CRUCIFICADO, MORTO E SEPULTADO» 112. Qual é a importancia do Mistério pascal de Jesus? 571-573 O Mistério pascal de Jesus, que compreende a sua paixo, morte, ressurteigao e glorificagdo, esta no centro da f€ crista, porque o designio salvifico de Deus se realizou uma vez por todas com a morte redentora do seu Filho, Jesus Cristo. 113. Quais as acusagdes para a condenagao de Jesus? 574-576 Alguns chefes de Israel acusaram Jesus de agir contra a Lei, contra o templo de Jerusalém, ¢ em particular contra a fé no Deus tinico, porque Fle se proclamava Filho de Deus. Por isso, © entregaram a Pilatos, para que O condenasse 4 morte, about blank 2anaz 131128, 1220 PM aboutolank 114. Qual o comportamento de Jesus, em relagio a Lei de Israel? 977-582 592 Jesus ndo aboliu a Lei, dada por Deus a Moisés no Sinai, mas levou-a a plenitude, dando-Ihe a interpretagao definitiva. E 0 Legislador divino que cumpre integralmente esta Lei. Além disso, Ele, 0 Servo fiel, oferece mediante a sua morte expiadora o tinico sacrificio capaz de redimir todas «as faltas cometidas durante a primeira Alianca» (Heb 9,15), 115. Qual a atitude de Jesus em relasio ao templo de Jerusalém? 583-586 593 Jesus foi acusado de hostilidade em relag3o ao Templo. Contudo Ble venerou-o como «a morada do seu Pai» (Jo 2,16) consagrou-lhe uma parte importante do scu ensino, Mas predisse também a sua destruig&o, em relagdo com a sua propria morte, ¢ Ele mesmo se apresentou como a morada definitiva de Deus entre os homens. 116. Jesus contradisse a fé de Israel no Deus tnico e salvador? 587-591 594 Jesus nunca contradisse a fé num Deus tinico, nem sequer quando realizava a obra divina por exceléncia que cumpria as promessas messifinicas e 0 revelava igual a Deus: o perdao dos pecados. A exigéncia feita por Jesus de fé na sua pessoa e de conversio permite compreender a trégica incompreensio do Sinédrio que considerou Jesus merecedor de morte porque blasfemo, 117. Quem é responsavel pela morte de Jesus? 595-598 A paixdo e a morte de Jesus nao podem ser imputadas indistintamente nem a todos os judeus entio vivos, nem aos outros judeus que depois viveram no tempo e no espaco, Cada pecador, isto é, cada homem, é realmente causa ¢ instrumento dos sofrimentos do Redentor, ¢ culpa maior tém aqueles, sobretudo se so cristdos, que mais frequentemente caem no pecado ou se deleitam nos vicios. 118. Porque é que a morte de Cristo faz parte do designio de Deus? 599-605 619 Para reconciliar consigo todos os homens votados & morte por causa do pecado, Deus tomou a iniciativa amorosa de enviar o Seu Filho para que se entregasse & morte pelos pecadores. Anunciada no Antigo Testamento, em particular como sacrificio do Servo sofredor, a morte de Jesus acontece «segundo as Escrituras». 119. Com que Cristo se ofereceu ao Pai? 606-609 620 Toda a vida de Cristo é oferta livre ao Pai para realizar o seu designio de salvagio. Ble da «a sua vida em resgate por muitos» (Mc 10,45) e deste modo reconcilia com Deus toda a humanidade. O seu sofrimento e a about blank sonaz 131128, 1220 PM aboutolank sua morte manifestam como a sua humanidade é o instrumento livre e perfeito do Amor divino que quer a salvagdo de todos os homens 120. Como se manifesta na tiltima Ceia a oferta de Jesus? 610-611 621 ‘Na tiltima Ceia com os Apéstolos, na vigilia da paixdo, Jesus antecipa, isto &, significa e realiza antecipadamente a oferta voluntaria de Si mesmo: «este é 0 meu corpo entregue por vés», «este & 0 meu sangue, que € derramado...» (Lc 22,19-20). Ele institui assim ao mesmo tempo a Eucaristia como «memorial» (1 Cor 11,25) do seu sacrificio e os seus Apéstolos como sacerdotes da nova Alianga. 121. Que acontece na agonia do horto do Getsemani? 612 Apesar do horror que a morte provoca na humanidade santissima d’Aquele que ¢ o proprio «Autor da vida» (Act 3,15), a vontade humana do Filho de Deus adere & vontade do Pai: para nos salvar, Jesus aceita carregar sobre Si os nossos pecados no seu corpo, «fazendo-se obediente até a morte» (Fil 2,8). 122. Quais os efeitos do sacrificio de Cristo na cruz? 613-617 622-623 Jesus ofereceu livremente a Sua vida em sacrificio de expiagao, isto 6, reparou as nossas culpas com a plena obediéncia do Seu amor até 4 morte. Este «amor até ao fim» (Jo 13,1) do Filho de Deus reconcilia com o P: toda a humanidade. O sacrificio pascal de Cristo resgata portanto os homens num modo iinico, perfeito © definitivo, e abre-lhes a comunhao com Deus. 123, Porque é que Jesus convida os discipulos a tomar a sua eruz? 618 Chamando os disefpulos a «tomar a sua cruz ¢ a segui-Lo» (Mt 16,24), Jesus quer associar ao seu sacrificio redentor aqueles mesmos que dele sios os primeiros beneficiérios. 124. Em que condigées estava 0 corpo de Cristo no sepulero? 624-630 Cristo conheceu uma verdadeira morte e uma verdadeira sepultura. Mas o poder divino preservou o seu corpo da corupgio. «JESUS CRISTO DESCEU AOS INFERNOS, RESSUSCITOU DOS MORTOS AO TERCEIRO DIA» 125. O que sio «os infernos», aos quais Jesus desceu? 632-637 about blank aunae sy91v23, 1220 PM sboutlank Os «infernos» (no confundir com o inferno da condenago) ou mansao dos mortos, designam o estado de todos aqueles que, justos ou maus, morreram antes de Cristo. Com a alma unida a sua Pessoa divina, Jesus alcangou, nos infernos, os justos que esperavam 0 seu Redentor para acederem finalmente A visio de Deus. Depois de com a sua morte, ter vencido a morte € 0 diabo «que da morte tem o poder» (Heb 2,14), libertou os justos que esperavam o Redentor, e abriu-thes as portas do Céu. 126. Que lugar ocupa a ressurreicao de Cristo na nossa fé? 631, 638 ARessurreigo de Jesus é a verdade culminante da nossa f& em Cristo e representa, com a Cruz, uma parte essencial do Mistério pascal. 127. Que «sinais» atestam a ressurreigio de Jesus? 639-644 656-657 Para além do sinal essencial constituido pelo timulo vazio, a Ressurreigao de Jesus é atestada pelas mulheres que foram as primeiras a encontrar Jesus ¢ 0 anunciaram aos Apéstolos. A seguir, Jesus «apareceu a Cefas (Pedro) e depois aos Doze. Seguidamente, apareceu a mais de quinhentos irmaos de uma s6 vez» (1 Cor 15,5-6) e a outros ainda, Os Apéstolos nao teriam podido inventar a Ressurreigo, uma vez que esta lhes parecia impossivel: de facto, Jesus repreendeu-os pela sua incredulidade. 128. Porque é que a Ressurreicao é ao mesmo tempo um acontecimento transcendente? 647 656-657 Embora seja um acontecimento histérico, constatavel e atestado através dos sinais e testemunhos, a Ressurreigdo, enquanto entrada da humanidade de Cristo na gloria de Deus, transcende e supera a historia, como mistério da fé, Por este motivo, Cristo ressuscitado ndo se manifestou ao mundo mas aos seus discipulos, fazendo deles as suas testemunhas junto do povo. 129. Qual é 0 estado do corpo ressuscitado de Jesus? 645-646 A Ressurreig&o de Cristo nao foi um regresso a vida terrena. O Seu corpo ressuscitado é Aquele que foi crucificado e apresenta os vestigios da Sua Paixo, mas é doravante participante da vida divina com as propriedades dum corpo glorioso. Por esta raz, Jesus ressuscitado ¢ soberanamente livre de aparecer aos seus discipulos como Ble quer, onde Ele quer e sob aspectos diversos. 130. De que modo a Ressurreigio é obra da Santissima Trindade? 648-650 A Ressurreigao de Cristo é uma obra transcendente de Deus. As trés Pessoas actuam conjuntamente segundo 6 que lhes € proprio: o Pai manifesta o Seu poder; o Filho «retoma» a vida que livremente ofereceu (Jo 10,17) reunindo a Sua alma ¢ 0 Seu corpo, que o Espirito vivifica e glorifica, 131. Qual o sentido e a importancia da Ressurreigao? 651-655 658 about blank aanaz sy91v23, 1220 PM sboutlank A Ressurreigao é 0 culminar da Encarnagao. Ela confirma a divindade de Cristo, ¢ também tudo o que Ele fez ¢ ensinou, ¢ realiza todas as promessas divinas em nosso favor. Além disso, o Ressuscitado, veneedor do pecado e da morte, é o principio da nossa justificagdo ¢ da nossa Ressurreicdo: a partir de agora, Ele garante- nos a graga da adopeao filial que é a participagao real na sua vida de Filho unigénito; depois, no final dos tempos, Ele ressuscitaré 0 nosso corpo. . «JESUS SUBIU AO CEU ESTA SENTADO A DIREITA DO PAI OMNIPOTENTE» 132, O que é que significa a Ascenso? 659-667 Passados os quarenta dias em que se mostrou aos Apdstolos sob as aparéncias duma humanidade normal que ocultavam a sua gloria de Ressuscitado, Cristo sobe ao céu e senta-se a direita do Pai. Ele ¢ 0 Senhor que agora reina com a sua humanidade na gléria eterna de Filho de Deus e sem cessar intercede por nés junto do Pai, Envia-nos 0 Seu Espirito e tendo-nos preparado um lugar, di-nos a esperanga de um dia ir ter com Ele «DE ONDE VIRA A JULGAR OS VIVOS E OS MORTOS» 133, Como reina agora o Senhor Jesus? 668-674 680 Senhor do cosmos e da historia, Cabega da sua Igreja, Cristo glorificado permanece misteriosamente sobre a terra, onde 0 Seu Reino ja estd presente como germe ¢ inicio na Tgreja. Ele um dia voltaré em gloria, mas ndo sabemos quando, Por isso, vivemos vigilantes, rezando: «Vem, Senhor» (Ap 22,20). 134, Como se realizar a vinda do Senhor na gloria? 675-677 680 Apés o iiltimo abalo césmico deste mundo que passa, a vinda gloriosa de Cristo acontecera com o triunfo definitivo de Deus na Parusia de Cristo com o Juizo final. Assim se cumprira o Reino de Deus. 135. Como é que Cristo julgara os vivos ¢ 0s mortos? 678-679 681-682 Cristo julgaré com o poder adquirido como Redentor do mundo, vindo para salvar os homens. Os segredos dos coragSes serio revelados, bem como o procedimento de cada um em relagdo a Deus e ao préximo, Cada homem ser repleto de vida ou condenado para a eternidade segundo as suas obras. Assim se realizara «a plenitude de Cristo» (F/4,13), na qual «Deus sera tudo em todos» (1 Cor 15,28). about blank sanaz 131128, 1220 PM aboutolank CAPITULO TERCEIRO CREIO NO ESPIRITO SANTO «CREIO NO ESPiRITO SANTO» 136. Que quer dizer a Igreja quando professa: «Creio no Espirito Santo»? 683-686 Crer no Espirito Santo é professar a terceira Pessoa da Santissima Trindade, que procede do Pai e do Filho, e «com 0 Pai ¢ 0 Filho é adorado e glorificado». O Espirito foi «enviado aos nossos coragdes» (Gal 4,6) para recebermos a vida nova de filhos de Deus. 137. Porque é que as missdes do Filho e do Espirito sio inseparaveis? 687-690 742-743 ‘Na Trindade indivisivel, o Filho e o Espirito so distintos mas inseparaveis. De facto, desde o prinefpio até a0 final dos tempos, quando o Pai envia o Seu Filho, envia também o Seu Espirito que nos une a Cristo na 8, para, como filhos adoptivos, podermos chamar Deus «Pai (Rm 8,15). O Espirito & invisivel, mas nés conhecemo-lo através da sua acgdo quando nos revela o Verbo e quando age na Igreja. 138. Quais so as designagdes do Espirito Santo? 691-693 «Espirito Santo» é 0 nome proprio da terceira Pessoa da Santissima Trindade. Jesus chama-lhe também: Espirito Pardclito (Consolador, Advogado) e Espirito de Verdade. O Novo Testamento chama-o ainda: Espirito de Cristo, do Senhor, de Deus, Espirito da gléria, da promessa. 139, Com que simbolos se representa o Espirito Santo? 694-701 Sao numerosos: a dgua viva que jorra do coragao trespassado de Cristo e dessedenta os baptizados; a ungdio com 0 éleo que & 0 sinal sacramental da Confirmagao; 0 fogo que transforma o que toca; a muvem, obscura & luminosa, na qual se revela a gloria divina; a imposicdo das mdos mediante a qual & dado o Espirito; a pomba que desce sobre Cristo e permanece sobre Ele no baptismo. 140. O que significa que o Espirito «falou pelos profetas»? 687-688 702-706 743 Com o termo profetas entende-se todos os que foram inspirados pelo Espirito Santo para falar em nome de Deus. O Espirito conduz as profecias do Antigo Testamento ao seu pleno cumprimento em Cristo, de quem revela o mistério no Novo Testamento. 141. O que é que o Espirito Santo re: iza em Joxo Baptista? 717-720 about blank anan 2191123, 12:20PM about oank Joao Baptista, o diltimo profeta do Antigo Testamento é cheio do Espirito Santo, que o envia a «preparar para © Senhor um povo bem disposto» (Lc 1,17) ¢ a anunciar a vinda de Cristo, Filho de Deus: Aquele sobre 0 qual Joao viu o Espirito descer e permanecer, «Aquele que baptiza no Espirito» (Jo 1,33). 142, Qual é a obra do Espirito em Maria? 721-726 744 Em Maria, o Espirito Santo realiza as expectativas e a preparacio do Antigo Testamento para a vinda de Cristo. De forma iimica enche-a de graga e toma fecunda a sua virgindade para dar & luz o Filho de Deus encamado. Faz dela a Mae do «Cristo totab>, isto é, de Jesus Cabega e da Igreja que ¢ 0 seu corpo. Maria esti com os Doze no dia de Pentecostes, quando o Espirito inaugura os «iltimos tempos» com a manifestagio da lereia 143, Qual a relacio entre o Espirito e Cristo Jesus, na missio terrena? 727-730 745-746 0 Filho de Deus & consagrado Messias através da ungdo do Espirito na sua humanidade desde a Encamagao, Ele revela-O no seu ensino, cumprindo a promessa feita aos antepassados ¢ comunica-O a Igreja nascente, soprando sobre os Apéstolos depois da Ressurreigao. 144. O que acontece no Pentecostes? 731-732 738 Cinquenta dias aps a Ressurreigdo, no Pentecostes, Jesus Cristo glorificado infunde o Espirito em abundancia e manifesta-O como Pessoa divina, de modo que a Santissima Trindade é plenamente revelada. A Missio de Cristo e do Espirito torna-se a Miso da Igreja, enviada a anunciar e a difundir o mistério da comunhio trinitéria, «Vimos a verdadeira Luz, recebemos o Espirito celeste, encontramos a verdadeira fé: adoramos a Trindade indivisivel porque nos salvow» (Liturgia Bizantina, Tropario das Vésperas de Pentecostes) 145. Que faz o Espirito Santo na Igreja? 733-741 747 0 Espirito edifica, anima e santifica a Igreja: Espirito de Amor, Ele toma a dar aos baptizados a semelhanga divina perdida por causa do pecado ¢ fi-los viver em Cristo da propria Vida da Santissima Trindade. Envia- os a testemunhar a Verdade de Cristo e organiza-os nas suas miituas fung6es, para que todos déem ao fruto do Espirito» (Gal 5,22) 146. Como actuam Cristo e o seu Espirito no coragio dos fiéis? 738-741 about blank asnaz 131128, 1220 PM aboutolank Por meio dos sacramentos, Cristo comunica aos membros do Seu Corpo o Seu Espirito ¢ a graga de Deus que produz os frutos de vida nova, segundo o Espirito. Finalmente, o Espirito Santo é o Mestre da oragdo. «CREIO NA SANTA IGREJA CATOLICA» A Igreja no designio de Deus 147. O que significa a palavra Igreja? 751-752 777-804 Designa 0 povo que Deus convoca e reiine de todos os confins da terra, para constituir a assembleia daqueles que, pela fé e pelo Baptismo, se tornam filhos de Deus, membros de Cristo e templo do Espirito Santo. 148, Hi, na Biblia, outros nomes e imagens para indicar a Igreja? 758-766 718 ‘Na Sagrada Escritura encontramos muitas imagens que poem em evidéncia aspectos complementares do mistério da Igreja. O Antigo Testamento privilegia as imagens ligadas ao povo de Deus; 0 Novo Testamento privilegia as imagens ligadas a Cristo como Cabega deste povo que é 0 Seu Corpo, e as imagens retiradas da vida pastoril (redil, rebanho, ovelhas), agricola (campo, oliveira, vinha) habitacional (morada, pedra, templo), familiar (esposa, mie, familia). 149, Quais sao as origens ¢ a realizagdo plena da Igreja? 758-766 718 A Igteja encontra a sua origem e a sua realizacdo plena no eterno designio de Deus. Foi preparada na Antiga Alianga com a eleigio de Israel, sinal da reunido futura de todas as nagdes, Fundada pelas palavras e acgdes de Jesus Cristo, foi realizada sobretudo mediante a sua morte redentora e a sua ressurreigdo. Foi depois manifestada como mistério de salvacdo mediante a efusdio do Espirito Santo, no dia de Pentecostes. Teré a sua realizagao plena no fim dos tempos, como assembleia celeste de todos os redimidos. 150. Qual é a missio da Igreja? 167-169 A missio da Igreja é a de anunciar ¢ instaurar no meio de todos os povos o Reino de Deus inaugurado por Jesus Cristo, Ela é, na terra, o germe ¢ 0 inicio deste Reino salvitico 151, Em que sentido a Igreja 6 Mistério? 710-773, 779 A Tgteja é Mistério enquanto na sua realidade visivel esta presente e operante uma realidade espiritual, divina, que se descobre unicamente com os olhos da fé. about blank senae 2191123, 12:20PM about oank 152. Que significa que a Igreja & sacramento universal de salvagiio? 714-776 780 Significa que é sinal e instrumento da reconciliagio e da comunhao de toda a humanidade com Deus ¢ da unidade de todo o género humano. A Igreja: povo de Deus, corpo de Cristo, templo do Espirito Santo 153, Porque é que a Igreja é povo de Deus? 781 802-804 A Igreja é 0 povo de Deus porque aprouve a Deus santificar e salvar os homens nio isoladamente mas constituindo-os num s6 povo, reunido pela unidade do Pai e do Filho ¢ do Espirito Santo, 154. Quais sio as caracteristicas do povo de Deus? 782, Este povo, de que nos tornamos membros mediante a fé em Cristo e o Baptismo, tem por origem Deus Pai, por cabeca Jesus Cristo, por condigio a dignidade e a liberdade dos fillhos de Deus, por lei o mandamento novo do amor, por missio a de ser o sal da terra e a luz do mundo, por fim 0 Reino de Deus, ja iniciado na terra 155, Em que sentido o povo de Deus participa das trés fungdes de Cristo: Sacerdote, Profeta e Rei? 783-786 © povo de Deus participa no ministério sacerdotal de Cristo, enquanto os baptizados so consagrados pelo Espirito Santo para oferecer sacrificios espirituais; participa no seu ministério profético, enquanto, com 0 sentido sobrenatural da f6, a esta adere indefectivelmente, a aprofunda e testemunha; e participa no seu ministério real com o servigo, imitando Jesus Cristo, que, rei do universo, se fez servo de todos, sobretudo dos pobres e dos que sofrem. 156. Como é que a Igreja ¢ corpo de Cristo? 787-791 805-806 Por meio do Espirito, Cristo morto e ressuscitado une intimamente a Si os seus fiéis, Deste modo, os crentes em Cristo, enquanto unidos estreitamente a Ele, sobretudo na Eucaristia, so unidos entre si na caridade, formando um s6 corpo, a Igreja, cuja unidade se realiza na diversidade dos membros e das fungdes. 157. Quem é a cabega deste corpo? 792-795 807 about blank arnaz 2191123, 12:20PM about oank Cristo «é a Cabega do corpo, que é a Igreja (Col 1,18). A Tgteja vive d’Ble, n’Ele e para Ele, Cristo e a Tgreja formam o «Cristo total» (S. Agostinho); «Cabeca e membros so, por assim dizer, uma s6 pessoa mistica» (S. Tomas de Aquino). 158. Porque é que a Igreja é chamada esposa de Cristo? 796 808 Porque o proprio Senhor Se definiu como 0 «Esposo» (Mc 2,19), que amou a Igreja, unindo-a a Si por uma ‘Alianga eterna. Ele entregou-se a Si mesmo por ela, para a purificar com o Seu sangue, «para a tornar santa» (Ef5,26) e fazer dela mie fecunda de todos os filhos de Deus. Enquanto a palavra «corpo» evidencia a unidade da «cabega» com os membros, o termo «esposa» sublinha a distingao dos dois na relagao pessoal 159, Porque é que a Igreja é designada templo do Espirito Santo? 797-798 809-810 Porque o Espirito Santo reside no corpo que é a Igreja: na sua Cabega e nos seus membros; para além disso, Ele edifica a Igteja na caridade com a Palavra de Deus, os sacramentos, as virtudes e os carismas. «O que 0 nosso espirito, quer dizer, a nossa alma, é para os nossos membros, 0 Espirito Santo é-0 para os membros de Cristo, para 0 corpo de Cristo, que é a Igreja» ( S. Agostinho). 160. Que sao os carismas? 799-801 Os carismas so dons especiais do Espirito concedidos a alguém para o bem dos homens, para as necessidades do mundo e em particular para a edificagdo da Tgreja, a cujo Magistério compete o seu discernimento. A lgreja é una, santa, catélica e apostolica 161. Porque é que a Igreja é una? 813-815 866 A Igreja é una porque tem como origem e modelo a unidade na Trindade das Pessoas de um s6 Deus; porque tem como fundador e cabega Jesus Cristo, que restabelece a unidade de todos os povos num sé corpo; € porque tem como alma 0 Espirito Santo, que une todos os fiéis na comunhao em Cristo. Ela tem uma sé £6, uma s6 vida sacramental, uma nica sucessdo apostélica, uma comum esperanga e a mesma caridade. 162. Onde subsiste a tnica Igreja de Cristo? about blank senaz

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