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Este artigo pretende definir, à luz da Astronomia, o significado, tantas vezes elementar,
que têm muitos dos termos e conceitos utilizados nessa linguagem. Trata-se assim de
um artigo com carácter eminentemente pedagógico. Portanto não é nossa intenção
contrapor de alguma forma a Astronomia à Astrologia, utilizando a primeira para refutar
(ou validar) os resultados da segunda.
A natureza dá-nos três ciclos primários: os dias como rotação da Terra em torno de si
própria, os meses como revoluções da Lua à volta da Terra, os anos como revoluções da
Terra em volta do Sol. A existência de dois solstícios e dois equinócios leva ainda à
divisão do ano em quatro períodos iguais, chamados estações do ano.
O movimento da Lua e o porquê das suas fases foram muito cedo compreendidos, o
mesmo não se passando com o movimento do Sol. Ao longo da história vários foram os
modelos apresentados por astrólogos, filósofos e teólogos para representar o nosso
sistema solar, cf. figuras 1 e 2.
Figura 1.
Athanasius Kircher, Iter extaticum, Roma,
1671
III: No sistema pseudo-egípcio de Vitruvius, Mercúrio e Vénus descreviam um círculo à volta do Sol e
este, por sua vez, tal como os restantes planetas, girava em torno da Terra .
IV+V: O sistema proposto em 1580 por Tycho Brahe (1546-1601) parte de dois centros: à volta da Terra,
vista como um centro fixo, gira o Sol que por seu turno é o centro de outros planetas.
VI: Em 1543, 1800 anos após Aristarco, Copérnico (1473-1543) voltou a colocar o Sol no centro do
universo.
Figura 2.
Michelangelo Cactani, La Materia della Divina
Comedia di Dante Aliguieri, 1855.
A confiar nos registos que chegaram até nós, Júlio Verne nasceu em Nantes, em França,
no dia 8 de Fevereiro de 1828, pelas 12 horas locais. A hora sideral do seu nascimento
é 21 horas e 10 minutos. Debrucemo-nos por um momento sobre este conceito de tempo
sideral.
Figura 3
A Terra, no seu movimento em torno
do Sol, desloca-se 1 grau por dia, o
que provoca uma ligeira diferença
entre o Dia Solar e o Dia Sideral.
NOME: JULES VERNE
LOCAL: NANTES
DATA: 8 DE FEVEREIRO DE 1828
HORA: 12h 00m
Com a ajuda de uma tabela, podem agora ser encontradas as posições dos astros naquele
preciso momento.
Figura 4.
Carta Astrológica de Júlio
Verne, nascido em Nantes,
França, no dia 8 de Fevereiro
de 1828, pelas 12 horas.
Os signos do Zodíaco
TOURO
GÉMEOS
LEÃO
VIRGEM
ESCORPIÃO
SAGITÁRIO
AQUÁRIO
PEIXES
Figura 5.
A constelação de Ursae Majoris.
Da esquerda para a direita: há 50.000 anos, hoje e daqui a 50.000 anos. Visão
esquemática.
O movimento de translação da Lua em torno da Terra efectua-se num plano que faz um
ângulo de aproximadamente 5º com o plano da eclíptica. Da intersecção destes dois
planos define-se a "linha dos nodos". Assim, os nodos lunares são as intersecções da
órbita da Lua com a eclíptica: nodo ascendente (ou nodo Norte) quando a Lua efectua o
seu movimento de Sul para Norte da eclíptica e nodo descendente (ou nodo Sul) quando
este movimento tem o sentido de Norte para Sul.
Figura 6.
Os nodos lunares.A linha a tracejado
representa a fracção da órbita da Lua
que se encontra abaixo do plano da
eclíptica. Se a órbita da Lua estivesse
sobre a eclíptica teríamos eclipses do
Sol e da Lua todos os meses.
A antiga tradição acreditava que um eclipse era provocado por um dragão que devorava
o corpo celeste (Sol ou Lua) e que o vomitava em seguida. A cabeça e
a cauda desse dragão são a denominação que então se dava aos nodos lunares: a cauda
do dragão seria o nodo Sul e a cabeça do dragão seria o nodo Norte ( ).
De facto, os eclipses estão intimamente ligados a esse dragão imaginário, já que se a
Lua Nova ocorre enquanto a Lua se encontra sobre a sua cauda (o nodo Sul), há um
eclipse do Sol, enquanto que se a Lua Cheia ocorre enquanto a Lua se encontra sobre a
sua cabeça (o nodo Norte), há um eclipse da Lua.
Figura 7.
A. Kircher, Ars magna lucis,
Amsterdam, 1672.
Tabela de cálculo dos eclipses do Sol e
da Lua.
Mercúrio 0
Vénus 0
Terra 1 Lua
Plutão 1 Caronte
Todos os satélites têm nomes inspirados nas mitologias grega e romana, com a excepção
de Urano, cujas luas são personagens de obras de Shakespeare. Os satélites de Marte são
os cavaleiros de Ares (o nome grego para Marte); os satélites de Neptuno são criaturas
do mar; a única lua de Plutão, o rei dos infernos, é Caronte, o barqueiro dos infernos;
quanto às luas de Saturno, estas são em grande parte irmãos e irmãs de Cronos (o nome
grego para a divindade romana Saturno), enquanto Júpiter está rodeado de suas (e seus)
amantes.
Planetas retrógrados
Para um observador na Terra, tanto o Sol como a Lua percorrem a sua trajectória no
mesmo sentido (o sentido directo). No entanto, qualquer dos planetas tem momentos em
que se movimenta no sentido oposto a este (o sentido retrógrado). O movimento
retrógrado de um planeta pode durar tanto umas horas como alguns anos (no caso dos
planetas mais longínquos, que são substancialmente mais lentos), até regressar ao
movimento directo. Este era um assunto que intrigava os astrólogos, já que os
movimentos retrógrados tinham sempre um significado nefasto na interpretação de um
horóscopo. A questão dos planetas retrógrados foi levantada pelos adeptos do modelo
geocêntrico. Colocando a Terra imóvel no centro do Sistema Solar, um planeta superior
(planetas exteriores à órbita da Terra, isto é, de Marte até Plutão), devido ao facto de ter
uma velocidade na sua órbita inferior à velocidade da Terra, poderá sugerir a um
observador terrestre que se move no sentido retrógrado. Ou ainda, se a Terra e o planeta
se encontrarem em posições diametralmente opostas em relação ao Sol, também neste
caso o planeta, visto da Terra, parece mover-se em sentido retrógrado (cf. Figura 8b).
No modelo geocêntrico, e com o objectivo de resolver este problema, o movimento dos
planetas é apresentado como a composição de dois movimentos: no primeiro, o planeta
tem um movimento de translação em torno de um ponto fixo, sendo a linha descrita por
este movimento chamada epiciclo; no segundo, o epiciclo executa o movimento de
translação em torno do Sol (cf. figura 8a). Com a aceitação do modelo heliocêntrico
associado às leis de Kepler, o conceito de planeta retrógrado deixa de fazer sentido e a
utilização de epiciclos deixa de ser necessária, uma vez que o referido modelo explica
por si os movimentos planetários.
Figura 8.
O movimento
retrógrado dos
planetas.
(a) Para o sistema geocêntrico o movimento dos planetas superiores era explicado com o
auxílio dos epiciclos;
O Sistema Solar constitui um dos temas em Astronomia e Astrofísica que, nos últimos
anos, teve um enorme desenvolvimento. Além das concepções teóricas que
naturalmente evoluíram, há a considerar principalmente os resultados provenientes das
várias missões espaciais, lançadas para o espaço desde o início dos anos 60.
Actualmente os componentes do Sistema Solar podem ser divididos em quatro grandes
grupos: Sol, planetas terrestres e satélites naturais, planetas gasosos ou gigantes e
pequenos corpos (asteróides e cometas). Seguidamente apresentamos um resumo das
características principais destes quatro grupos.
Com a excepção da Terra, naturalmente, Marte tem sido o planeta deste grupo que mais
interesse tem despertado no Homem. A possibilidade de existência de vida (mesmo que
na sua forma mais elementar) tem alimentado as expectativas e a imaginação de
cientistas e do público em geral. Para este facto muito contribuíram algumas das
descobertas feitas ao longo da nossa história recente, e que "aproximam" Marte do
nosso planeta. São disso exemplo a existência de vulcanismo e de canais, estes só
explicados pela existência de líquido (água?) na superfície. Mercúrio é o planeta mais
próximo do Sol. Pelo facto da atmosfera ser praticamente inexistente, a temperatura à
superfície varia entre 452 ºC de dia e –183 ºC de noite. No entanto, este não é o planeta
onde a temperatura atinge os valores mais altos: Vénus, graças à sua atmosfera muito
densa e consequentemente a uma forte efeito de estufa, tem uma temperatura à
superfície aproximadamente constante e igual a 457 ºC.
Uma importante característica comum aos planetas gasosos é a sua elevada rotação:
Júpiter, por exemplo, dá uma volta sobre si próprio em menos de 10 horas. A existência
de anéis é ainda uma particularidade comum aos quatro planetas. Apesar dos anéis de
Saturno serem os mais evidentes e historicamente mais famosos (descobertos por
Galileu Galilei em 1610), também Júpiter, Urano e Neptuno têm na sua órbita milhões
de partículas, cujas dimensões podem variar entre a fracção do milímetro e poucos
quilómetros, e que formam a estrutura anelar.
Conclusão
Voltemos à carta astrológica de Júlio Verne (cf. figura 4) para agora a traduzirmos em
função de tudo o que foi apresentado até aqui, sem tentar de modo algum fazer qualquer
interpretação da carta para além da que a Astronomia nos pode dar.
Meio do Céu em Aquário: Meio do Céu (MC - Medium Coeli) é o ponto do círculo do
Zodíaco intersectado no referido momento pelo meridiano do lugar. No caso em
questão, esse ponto é o grau 16 de Aquário (). Na posição diametralmente oposta
encontra-se o ponto denominado Fundo do Céu (IC – Imum Coeli).
Plutão em Carneiro: naquele dia, visto da Terra, Plutão (P) encontrava-se sobre o grau
5 de Carneiro ( ). Como o período de Plutão é de 248 anos, este planeta pode
permanecer num signo do Zodíaco durante mais de 20 anos.
Referências