Instituto Federal de Educação Ciencia E Tecnologia Do Sul de Minas Gerais Campus Pouso Alegre

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIENCIA E TECNOLOGIA

DO SUL DE MINAS GERAIS


CAMPUS POUSO ALEGRE

LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA I

PRÁTICA 6 – BANCADA DE HIDRÁULICA

Bruno Bertoldi
Gustavo Schmidt
Luiz Augusto

POUSO ALEGRE
2022
1

1 OBJETIVO
Determinar o coeficiente de descarga de uma placa de orifício e de um tubo Venturi.
Determinar, também, o tipo de escoamento através do experimento de Reynolds.

2 RESULTADOS E DISCUSSÃO
2.1 Experimento da Placa de Orifício
Para determinar o coeficiente de descarga para a placa de orifício, medidas de
pressão diferencial foram realizadas para diferentes vazões. Para calcular a vazão teórica
correspondente à perda de carga obtida, utilizou-se a equação de Bernoulli, que,
desconsiderando a diferença de altura entre os pontos e rearranjando-a em termos da vazão no
ponto de saída, é dada pela Equação 1.

√ ( )
(1)

Em que Q2 é a vazão na saída, em m3/s; ΔP é a pressão diferencial, em Pa; A2 é a área


da constrição, igual a 1,13∙10-4 m2; ρ é a massa específica da água na temperatura de 25°C,
cujo valor é de 997,80 kg/m3; e β é a razão entre o diâmetro da menor seção, de 1,20 cm, com
o diâmetro de entrada, de 5,34 cm. Os dados obtidos e calculados se encontram na Tabela 1.

Tabela 1: Valores das vazões real e calculada, e da perda de carga para placa de orifício.
Q Real (L/h) Q Real (m³/s) ∆P (mca) ∆P (Pa) Q Bernoulli (m³/s)
1000 1,21E-03 5,76 56500 2,78E-04
1400 1,02E-03 4,15 40700 3,89E-04
1800 8,53E-04 2,89 28300 5,00E-04
2200 6,31E-04 1,58 15500 6,11E-04
2600 4,45E-04 0,79 7700 7,22E-04
Fonte: Elaborada pelos autores

O coeficiente de descarga (CD) é obtido a partir do valor do coeficiente angular do


gráfico da vazão real pela vazão calculada por Bernoulli, como é indicado na figura 1.
2

Figura 1: Vazão real em função da vazão calculada para placa de orifício.

Vazão Real x Vazão Calculada


8,00E-04

7,00E-04
Vazão Real, Rotâmetro (m³/s)

6,00E-04

5,00E-04

4,00E-04
y = -0,5801x + 0,0010
R² = 0,9983
3,00E-04

2,00E-04

1,00E-04

0,00E+00
0,00E+00 2,00E-04 4,00E-04 6,00E-04 8,00E-04 1,00E-03 1,20E-03 1,40E-03
Vazão Calculada, Bernoulli (m³/s)

Fonte: Elaborado pelos autores

Pela Figura 1, tem-se que o valor do coeficiente de descarga para a placa de orifício é
de 0,5801.
A fim de comparar o coeficiente de descarga encontrado com o coeficiente empírico,
Equação 2, foram calculados os números de Reynolds a partir das velocidades obtidas durante
o experimento. Os valores calculados e o desvio relativo entre os coeficientes experimental e
empírico se encontram nas Tabelas 2 e 3, respectivamente.

(2)

Tabela 2: Coeficientes de descarga empíricos para placa de orifício.


Velocidade (m/s) Reynolds CD
10,66 1,30E+05 0,5976
9,04 1,11E+05 0,5976
7,54 9,22E+04 0,5977
5,58 6,82E+04 0,5978
3,93 4,81E+04 0,5979
Fonte: Elaborada pelos autores
3

Tabela 3: Desvio relativo para placa de orifício.


CD médio 0,5977
Desvio Relativo (%) 2,95
Fonte: Elaborada pelos autores

Portanto, pelos cálculos feitos, obteve-se um coeficiente de descarga médio de


0,5977. O desvio relativo percentual foi de 2,95%.

2.2 Experimento do Tubo de Venturi


O mesmo procedimento anterior foi realizado para o tubo Venturi. Foram
considerados o mesmo fluido e mesmo diâmetro de entrada, porém com área de constrição
igual a 3,98∙10-4 m2, diâmetro de saída de 2,25 cm (β = 0,4213), e obteve-se os seguintes
valores:

Tabela 4: Valores das vazões real e calculada, e da perda de carga para o tubo de Venturi.
Q Real (L/h) Q Real (m³/s) ∆P (mca) ∆P (Pa) Q Bernoulli (m³/s)
1000 2,78E-04 0,09 850 5,27E-04
1500 4,17E-04 0,09 850 5,27E-04
2000 5,56E-04 0,06 550 4,24E-04
2500 6,94E-04 0,04 400 3,62E-04
3000 8,33E-04 0,04 350 3,38E-04
3500 9,72E-04 0,04 350 3,38E-04
4000 1,11E-03 0,10 1000 5,72E-04
4500 1,25E-03 0,17 1700 7,46E-04
5000 1,39E-03 0,25 2500 9,04E-04
5500 1,53E-03 0,33 3200 1,02E-03
Fonte: Elaborada pelos autores

O coeficiente de descarga também é fornecido pelo coeficiente angular da reta da


Figura 1 entre a vazão real em função da vazão calculada por Bernoulli.
4

Figura 2: Vazão real em função da vazão calculada para o tubo de Venturi.

Vazão Real x Vazão Calculada


1,80E-03
y = 1,2396x + 0,0002
1,60E-03 R² = 0,5053
Vazão Real, Rotâmetro (m³/s)

1,40E-03

1,20E-03

1,00E-03

8,00E-04

6,00E-04

4,00E-04

2,00E-04

0,00E+00
0,00E+00 2,00E-04 4,00E-04 6,00E-04 8,00E-04 1,00E-03 1,20E-03
Vazão Calculada, Bernoulli (m³/s)
Fonte:
Elaborado pelos autores

O coeficiente de descarga obtido pela Figura 2 é igual 1,2396.


A expressão que fornece o valor do coeficiente empírico para este tipo de medidor de
vazão é dada pela Equação 3. Na tabela 5, encontram-se o valor calculado para CD e o desvio
relativo, em relação ao coeficiente fornecido pela Figura 2.

(3)

Tabela 5: Coeficiente de descarga empírico e desvio relativo para tubo de Venturi.


CD (Figura 2) 0,9888
CD (Equação 3) 1,2396
Desvio Relativo (%) 25,24
Fonte: Elaborada pelos autores

2.3 Experimento de Reynolds


Nesta etapa do experimento foram determinados os números de Reynolds para
diferentes vazões. O número de Reynolds é dado pela Equação 4.
(4)
5

Os dados gerais utilizados nos cálculos e os obtidos de volume coletado no tempo,


velocidade e de Reynolds, se encontram nas Tabelas 6 e 7, respectivamente.

Tabela 6: Dados gerais.


Dados
ρágua (kg/m3) 997,80

µágua (Pa.s) 9,80E-04

Dint (m) 0,025


Fonte: Elaborada pelos autores

Tabela 7: Dados obtidos de vazão e Reynolds calculado.


Ponto Volume (m³) Tempo (s) Q (m³/s) Velocidade (m/s) Re Regime
1 5,00E-04 64,37 7,77E-06 0,02 402,95 Laminar
2 5,00E-04 32,97 1,52E-05 0,03 786,71 Laminar
3 5,00E-04 23,66 2,11E-05 0,04 1096,28 Intermediário
4 5,00E-04 16,46 3,04E-05 0,06 1575,81 Intermediário
5 5,00E-04 13,31 3,76E-05 0,08 1948,75 Turbulento
6 5,00E-04 10,63 4,70E-05 0,10 2440,07 Turbulento
7 5,00E-04 8,80 5,68E-05 0,12 2947,49 Turbulento
8 5,00E-04 7,47 6,69E-05 0,14 3472,28 Turbulento
9 5,00E-04 6,44 7,76E-05 0,16 4027,62 Turbulento
10 5,00E-04 5,60 8,93E-05 0,18 4631,77 Turbulento
Fonte: Elaborada pelos autores

3 CONCLUSÃO
O valor calculado para o coeficiente de descarga da placa de orifício não apresentou
uma divergência acentuada, sendo satisfatório o resultado obtido.
Já no experimento do tubo de Venturi, o valor encontrado apresentou um desvio
acentuado, porem não muito divergente do resultado.
Contudo, no experimento de Reynolds, obteve-se um desvio alto devido a
empecilhos que geram divergências no valor final. Sendo assim, seria preciso ter um ambiente
com as condições necessárias para a realização correta de tal experimento.

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