Documento PSI Hospitalar
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Fundamentos.
Antes de abordar o tema proposto sobre o uso de psicoterapia breve/ apoio no hospital é
importante destacar as formas fixas conceituais usadas pelos criadores desse tipo de
tratamemto e o que essas significam - iniciando pelo nome 'breve' que não aponta a
vinculação referente ao tempo ou algo superficial de pouca eficabilidade, apenas significa um
foco objetivo demarcado para o desenvolvimento da intervenção para em seguida decidir o
número de sessões necessários para a elaboração junto com o paciente.
Ressalta-se também que dentro desse viés não há o objetivo de trabalhar a personalidade do
sujeito apenas a demanda específica e o método é exatamente o foco delimitado ou seja
refere-se ao foco primário da situação da realidade imediata percebida durante a escuta, ao
invés do secundário, pois esse último pode estar relacionado a fatores emocionais complexos,
fugindo do objetivo da forma do tratamento emergencial.
Ferenczi introduziu modificações ao desenvolver uma metodologia técnica
destinada a acelerar o tratamento psicanalítico: o denominado método ativo. Esta
técnica visava, no momento em que o tratamento ficasse estagnado, dar novo
impulso ao processo analítico através de diversas imposições ou interdições ao
paciente: estimulava-se o paciente a enfrentar seus medos e a renunciar a algumas
satisfações neuróticas. Dessa forma, levava os pacientes a enfrentar situações
ansiógenas, proibia certos comportamentos propiciadores de gratificações que se
constituíam em obstáculos para a seqüência do trabalho. Por vezes, fixava
precocemente uma data para o término do tratamento. (Gillierón, 1986; op cit.,
1993; Oliveira, 1999).
Trabalhando com a psicoterapia breve em ambiente hospitalar inclui olhar todo o contexto
social do paciente; substituindo defesas regressivas por defesas mais adaptativas com o
objetivo de ampliar as perspectivas e aumentar a autoestima pessoal de compreensão e
possibilidade de fazer as escolhas mesmo em meio ao que parece insolúvel e 'difícil'.
Há situações onde o terapeuta deve preparar a pessoa para casos de cirurgia e transplante e é
percebido a resistência do indivíduo que será submetido a tais procedimentos, muitas vezes a
resistência projeta as ansiedades, agitações, confusões de informações em sua mente e é
nesse momento que o trabalho psicoterápico inicia.
Nota-se que os tipos de sofrimento podem ser iniciais, recentes ou agudos, em todo caso a
psicoterapia de apoio contribuirá de modo ativo, significando que a posiçao de escuta do
terapeuta breve é ativa, apoiando e direcionando temporariamente a pessoa hospitalizada.
__________LUSTOSA, Maria Alice. A Psicoterapia breve no Hospital Geral. Rev. SBPH, Rio de Janeiro ,
v. 13, n. 2, p. 259-269, dez. 2010 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1516-08582010000200008&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 25 mar. 2023.