Síndrome Da Imobilidade Fragilidade E Sarcopenia

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25/04/2022

SÍNDROME DA IMOBILIDADE
FRAGILIDADE E
SARCOPENIA

Síndrome da Imobilidade

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DECLÍNIO DA MOBILIDADE

Até que a perda das


Perda da AVD se instala e o
independência e Diminuição gradativa da processo de fragilidade
autonomia começa de participação social. e incapacidade agrava o
forma discreta. estado de saúde do
idoso.

Síndrome da Imobilidade

• Termo muito usado pelos gerontologistas.


• Pouco conhecido por outras especialidades.
• Termo ainda não definido.

• Dificuldades:
– Prevalência em ILPI, hospitais e comunidade (?)
– Caracterizar corretamente o paciente.

Complexo de sinais e sintomas resultantes da supressão de todos


os movimentos articulares e incapacidade de mudança postural.

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SÍNDROME DA IMOBILIDADE

Como caracterizar?
 Todas as características do critério maior + 2 do critério menor.

Critério maior:
• Déficit cognitivo médio a grave
• Múltiplas contraturas

+2 Critérios menores:
• Sofrimento cutâneo
• Disfagia leve a grave (dificuldade de deglutição)
• Dupla incontinência
• Afasia (deterioração da função da linguagem)

SÍNDROME DA IMOBILIDADE

Por que é importante?


Gera um processo contínuo de declínio funcional
acompanhado de inúmeras complicações, com alta morbi-
mortalidade e de difícil reversão.

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Doença osteoarticular Osteoartrite


Sequelas de fraturas
Doenças reumáticas
Osteoporose
Deformidade plantar
Metástases
Causas de Doença DPOC / ICC
cardiorrespiratória Cardiopatia isquêmica
imobilidade Doença vascular Sequelas de trombose venosa
Insuficiência arterial
Doença muscular Fibrosite / Polimialgia
Desnutrição protéico-calórica
Doença neurológica Neuropatia periférica
AVC / Parkinson
Demências
Doença psíquica Depressão / Demências
Doença dos pés Calosidades e cravo
Onicogrifose
Úlcera plantar
Iatrogenia Neurolépticos
medicamentosa Ansiolíticos
Hipnóticos
Anti-hipertensivos
Déficit sensorial Isolamento social e inadequação do espaço físico
Cegueira
Surdez (presbiacusia)

SÍNDROME DA IMOBILIDADE

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SÍNDROME DA IMOBILIDADE

SÍNDROME DA IMOBILIDADE

Caquexia acentuada, flexão do quadril e joelhos, contratura dos MMSS, escoriações e lesões
por pressão.

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SÍNDROME DA IMOBILIDADE

INTERVENÇÃO
 Reduzir a dor.
 Reabilitar precoce da marcha.
 Estimular a movimentação no leito e a independência nas atividades.
 Prevenir complicações pulmonares.
 Auxiliar na resolução de patologias pulmonares já instaladas.
 Promover padrão respiratório mais eficaz.
 Evitar complicações circulatórias – TVP
 Prevenir lesão por pressão (desde a fase aguda hospitalar, realizando
mudanças de decúbito de 2/2 horas).
 Manter força muscular e a amplitude de movimento.
 Melhorar mobilidade, flexibilidade e coordenação.

SÍNDROME DA IMOBILIDADE

Recursos
Fortalecimento muscular (MMII).

Exercícios: resistidos quando possível.

Exercícios de flexibilidade.

Treinamento de equilíbrio e marcha.

Prestar apoio e orientação ao cuidador.


Dispositivos de auxílio à marcha: aumenta
estabilidade/diminui sobrecarga articular:
bengala, andador.

Orientação de exercícios domiciliares.

Atividade física deve ser estimulada!!

-> Cada hora de atividade diminui em 3% a perda de mobilidade.

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SÍNDROME DA IMOBILIDADE

INTERVENÇÃO
ADAPTAÇÃO AMBIENTAL
 Adaptação do ambiente para facilitar a mobilização.

 Cadeiras mais altas, com apoio de braços.

 Adaptação de barras no banheiro, ao lado da cama e do vaso


sanitário.

 Iluminação, piso antiderrapante.

ADAPTAÇÃO AMBIENTAL

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PREVENÇÃO DA PERDA DE MOBILIDADE

 Manter participação regular nas


atividades coletivas.
 Estimular a participação em
eventos sociais, culturais e
recreativos
 participação social.

FERRER, 2009 in: Funcionalidade e Envelhecimento

PREVENÇÃO DA PERDA DE MOBILIDADE

 Manter a integração familiar e ambiental,


 Evitar encurtamentos musculares, atrofias e contraturas,
 Prevenir e tratar o edema que pode ocorrer como consequência
da imobilidade no leito,
 Prevenção de lesão por pressão,
 Hidratação e nutrição adequadas,
 Revisão da prescrição,
 Preservar ao máximo as tarefas do dia-a-dia.

FERRER, 2009 in: Funcionalidade e Envelhecimento

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FRAGILIDADE

FRAGILIDADE

Por que diferenciar ...


 Este grupo apresenta:
 morbidade e mortalidade especialmente elevadas.

 rápida progressão para perda de independência e redução da atividade


física diária.

 Piora do padrão da marcha, aumento do índice de quedas e fraturas.

 Maior número de co-morbidades.

 Acometimentos por doenças oportunistas.

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FRAGILIDADE

Por que diferenciar ...


 Também estão associados a:
 Institucionalização

 Hospitalizações por tempo prolongado

 Declínio funcional e imobilidade.

 Portanto= consomem a maior parte dos recursos da saúde e


principalmente, recursos sociais e cuidados a longo prazo.

FRAGILIDADE

O que é?
Estado inespecífico de risco aumentado de mortalidade e de
eventos adversos de saúde, como a dependência, a
incapacidade, as quedas.
São os que mais necessitam de cuidados de saúde.

FRIED, WALSTON - Frailty and “failure to thrive”.


In: Hazzard; 4th ed, MacGraw-Hill; 1387-1402 , 2001.
Lourenço, et al., 2018.

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Princípios fisiológicos centrais


TRIPÉ DE ALTERAÇÕES

Sarcopenia

GH, esteróides sexuais


Desregulação do cortisol Citocinas catabólicas

Citocinas
catabólicas

Desregulação Disfunção
Neuro-endócrina imunológica
Desregulação do cortisol

Adaptado de Fried LP, Walston J. Frailty and “failure to thrive” in Hazzard; 4th ed, MacGraw-Hill; 1387-1402

Geriatr Gerontol Aging. 2018;12(2):121-35

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O que é?
Estado inespecífico de risco aumentado FRAGILIDADE
de mortalidade e de eventos adversos
de saúde, como a dependência, a
incapacidade, as quedas.
São os que mais necessitam de cuidados
de saúde.

Prevalência de
fragilidade: 6,7 a 74,1%.

Como classificar? 3 ou + frágeis, 1 ou 2 pré-frágeis, 0 robustos (saudável)

Espiral da
fragilidade...

J Gerontol Med Sci 2001;56(3):146-156

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Espiral da fragilidade

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Espiral da fragilidade

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

• A identificação de um indivíduo frágil pode ser


simples e intuitiva em situações avançadas.
(ex: demência).

• Todavia, a identificação precoce, na maioria das


vezes, não é simples.

• História clínica
• Critérios de Fried/Walston

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Exame clínico
• Pesquisar polifarmácia e iatrogenia.

• Inspecionar lesões por pressão.

• Avaliar aspectos nutricionais, recursos sociais e ambientais.

• Pesquisar capacidade funcional, cognição, humor, equilíbrio


corporal, força muscular global, comunicação, mobilidade,
eliminações (incontinências).

Critérios diagnósticos
Critérios de Linda Fried e Jeremy Walston

FENÓTIPO PARA A SÍNDROME DA FRAGILIDADE:

 3 ou mais critérios= fragilidade


 1 ou 2 sintomas= fragilidade intermediária
 Sem sintoma= não frágil

Adatado de Walston et al. Frailty and activation of the inflammation and coagulation systems with and
without clinical comorbidities: results from the Cardiovascular Health Study. Arch Intern Med. 2002
11;162(20):2333-41.

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FENÓTIPOS DA FRAGILIDADE

FENÓTIPOS DA FRAGILIDADE
Redução da força muscular (força de preensão palmar)

Redução da velocidade de marcha

Perda involuntária de peso

Sensação de exaustão/fadiga

Redução do nível de atividade física habitual

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Força de preensão palmar -Aferido na mão do membro dominante.

-Três tentativas de esforço máximo.


Velocidade de marcha
-Valor médio ajustado pelo índice de massa
Perda de peso corporal (IMC).

- 20% inferiores foram considerados positivos


Sensação de exaustão para este critério de fragilidade.

Atividade física habitual

HOMENS MULHERES
IMC Força de IMC Força de
preensão preensão
≤ 24 ≤ 29 ≤ 23 ≤ 17
24.1 – 26 ≤ 30 23.1- 26 ≤ 17.3
26.1 – 28 ≤ 30 26.1 - 29 ≤ 18
> 28 ≤ 32 > 29 ≤ 21
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Força de preensão palmar

Velocidade de marcha - Caminhar 4,5 m em seu passo usual.


- Foram usados pontos ajustados pela altura e sexo.
Perda de peso - Os 20% mais lentos foram considerados positivos para
fragilidade neste critério.

Sensação de exaustão

Atividade física habitual

4,5 m

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Velocidade de marcha

4,5 m

2,0 m 2,0 m

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Força de preensão
palmar

Velocidade de marcha

Perda de peso Indivíduos reportando perda não


intencional de peso maior que 4,5 kg
Sensação de exaustão no ano anterior foram considerados
positivos para este critério.
Atividade física habitual

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Força de preensão palmar - Dois ítens do CES-D Scale foram usados para
caracterizar exaustão:
Velocidade de marcha "I felt that everything I do is an effort"
"I cannot get going."
Perda de peso
- Indivíduos foram solicitados a indicar a
frequência:
Sensação de exaustão  0 (nunca)
 1 (parte do tempo, 1-2 d/semana)
Atividade física habitual  2 (parte moderada de tempo, 3-4d)
 3 (a maior parte do tempo)

- Sujeitos que responderam 2 ou 3 para ambas


as questões foram considerados positivos
para o critério de exaustão.

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Força de preensão palmar


Velocidade de marcha
Perda de peso
Sensação de exaustão Minnesota Leisure Time Activities Questionnaire
modificado.
Atividade física habitual -Cálculo de kcal de energia despendida durante a
semana em atividades de lazer.
-Indivíduos no quartil inferior foram considerados
positivos para este critério de fragilidade.
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Abordagem multiprofissional
• Tratar as causas e fatores associados
• Reposição testosterona no
hipogonadismo
• Suporte nutricional
• Suporte social
• Tratar a dor
• Estimular a capacidade funcional e
independência
• Estimular a autonomia
• Exercícios de resistência e equilíbrio
• Cinesioterapia ativa e com carga
• Cinesioterapia aeróbia
• Reeducação sensório-motora

Treinamento
de força

 É uma das medidas mais benéficas no controle desta síndrome, de acordo com diversos
estudos.
 O treinamento de força propicia: aumento de força muscular, melhora da velocidade de
marcha, aumento da atividade espontânea como caminhar para as refeições, participar
de atividades artísticas e educacionais.

WAHLQVIST, M. L., SAVIAGE, G. S. Interventions aimed at dietary and lifestyle changes to promote healthy aging. Eur J Clin Nutr, 54 Suppl 3:S148-156, Jun,
2000.

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Rev. bras. fisioter. vol.13 no.5 São Carlos 2009

Appl. Physiol. Nutr. Metab. 41: 1112–1116 (2016) dx.doi.org/10.1139/apnm-2016-0226

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 Componentes da prescrição de exercícios.


 O tamanho do quadrante é proporcional ao tempo dedicado a cada modalidade de exercício.
 Deve-se notar que cada quadrante / modalidade de exercício não precisa ser executado um após o outro, mas pode ser combinado com outras
modalidades durante a sessão de exercícios. Isso é destacado pelo fato de que o treinamento de resistência e equilíbrio juntos ocupam 40 min do tempo
total de exercício recomendado para idosos pré-frágeis.
 O círculo externo na figura frágil identifica a duração total do exercício pré-frágil em relação ao frágil.
 O círculo interno e os quadrantes na figura frágil representam o tempo de exercício acumulado que difere para cada componente do exercício, bem
como a redução no tempo total de exercício acumulado.
 RPE, classificação do esforço percebido; 1-RM, 1 repetição máxima; Min, minutos.

Appl. Physiol. Nutr. Metab. 41: 1112–1116 (2016) dx.doi.org/10.1139/apnm-2016-0226

Appl. Physiol. Nutr. Metab. 41: 1112–1116 (2016) dx.doi.org/10.1139/apnm-2016-0226

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SARCOPENIA

https://www.youtube.com/watch?v=qXTN5bd7PtQ

• Por que perdemos músculo e força à


medida que envelhecemos e o que
podemos fazer ao respeito

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Sarcopenia
Definida como um distúrbio muscular esquelético progressivo e
generalizado que envolve a perda acelerada de massa e função muscular.

CRUZ-JENTOFT e SAYER, 2019

SARCOPENIA

Princípios fisiológicos centrais


  massa muscular
  VO2 máximo
  força/tolerância ao exercício
  resistência insulínica
  gasto energético
  qualidade óssea > osteopenia

J Gerontol Med Sci 2001;56(3):146-156

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SARCOPENIA

Corte de ressonância magnética da coxa de um adulto de 21 anos, fisicamente ativo


(A) e idoso de 63 anos, sedentário (B).
A massa muscular (cinza) está diminuída no idoso; a gordura (branco ) subcutânea e
intramuscular está aumentada.

Fatores relacionados à gênese da sarcopenia no idoso

Adaptado de: Doherty TJ. Invited Review: Aging and Sarcopenia. J Appl Physiol 95: 1717-27, 2003.

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Diferentes consensos
EWGSOP 1

Age and Ageing. 2010

J Am Med Dir Assoc. 2011

EWGSOP 2

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Medir a maior circunferência da


panturrilha

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Como classificar?

1:
0:
provável
robusto sarcopênico

3:
2:
sarcopênico
sarcopênico
grave

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SARCOPENIA x EXERCÍCIO
 Benefícios:
 melhora objetiva da marcha, velocidade e atividade física espontânea.
 A longo prazo: menor número de quedas, aumento da mobilidade e
independência.
 Treino aeróbio: aumentou o tamanho de fibras musculares dos tipos I e II
em homens de 56 a 65 anos (Larsson, 1982).
 Treino de resistência: aumento na síntese protéica muscular e
 mudanças na inervação e padrão de ativação muscular, melhorando o
desempenho motor.
 A prática de exercícios de resistência- intervenção mais efetiva para
aumentar a massa e força muscular em idosos.
 IMPORTANTE- ingestão alimentar reduzida e necessidades protéicas
aumentadas= torna difícil a obtenção dos benefícios do treinamento.

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Notícia na TV

• https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2019/
07/24/teste-na-panturrilha-mostra-como-
esta-a-saude-dos-musculos.ghtml

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