I Unidade - Aula 02
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TERCEIRO SETOR
PROF. DIEGO SOUZA
Introdução
Primeiro setor: É representado pelo Estado, tendo como
uma das principais características em relação aos recursos,
que são oriundos dos tributos e de financiamentos. Portanto,
a aplicação desses recursos deve ser direcionada
integralmente na infraestrutura, no bem-estar da sociedade e
demais funções pertinentes ao Estado.
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Introdução
Segundo setor: Representado pelas empresas privadas.
Tem como característica principal visar ao lucro. Quanto aos
recursos, esses são oriundos da própria atividade/operação e
de financiamentos. Tendo a aplicação do seu resultado, ou
seja, o lucro, observada a Lei das Sociedades por Ações,
distribuído aos investidores. E para as sociedades de
responsabilidade limitada, conforme designação dos sócios.
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Introdução
Terceiro setor: É representado pelas organizações sem fins lucrativos. A
característica principal dessas organizações é que não visam ao lucro.
Os recursos são oriundos da própria atividade, além de doações,
subvenções e financiamentos, públicos ou privados, sendo a aplicação de
tais valores integralmente destinada à manutenção do objetivo a qual foi
instituída, de acordo com estatuto. O superávit ao final de cada exercício
não deve ser distribuído aos associados/membros, mas, sim, reinvestido
nas suas atividades-fim, no país.
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O que é Terceiro Setor?
“Terceiro Setor é um conjunto de instituições que encarnam
os valores da solidariedade e os valores da iniciativa
individual em prol do bem pú blico”.
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O que é Terceiro Setor?
O pró prio conceito de Terceiro Setor, seu perfil e seus contornos ainda
não estão claros nem sequer para muitos dos atores que o estão
compondo. São vá rios os termos que temos utilizado para caracterizar
este espaço que não é Estado nem mercado e cujas ações visam ao
interesse pú blico: iniciativas sem fins lucrativos, filantró picos e
voluntá rias.
Cardoso (2000, p. 7)
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O que é Terceiro Setor?
O Terceiro Setor, composto pelas Entidades de Interesse Social, são em
geral pessoas jurídicas de direito privado reguladas, quanto à sua criação
e funcionamento, pelo Código Civil. Como reconhecimento da atuação
dessas pessoas jurídicas, o Poder Público lhes concede benefícios como
a imunidade e a isenção de tributos, além da concessão de títulos como
de utilidade pública, registro e certificado nos conselhos de assistência
social e de organização da sociedade civil de interesse público.
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Evolução dos dispositivos Constitucionais
● Constituição de 1824: Encontra nela o princı́pio da solidariedade
humana. A Constituição atribui responsabilidade a sindicatos e
associações profissionais e, especialmente, legitima a participação da
iniciativa privada em assuntos de responsabilidade essencial do
Estado, tais como o amparo aos desvalidos, o amparo à maternidade
e à infância, entre outros.
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Evolução dos dispositivos Constitucionais
● Constituição de 1937: atribuiu à iniciativa privada, particular ou
coletiva, inclusive na forma de associações, o desenvolvimento das
artes, da ciência e do ensino, exigindo inclusive contribuições do
Estado para este fim. També m estava previsto para o Estado
subsidiar as associações privadas de educação de seus funcioná rios,
invocando o princı́pio da solidariedade.
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Evolução dos dispositivos Constitucionais
● Constituição de 1946: retoma o benefı́cio fiscal para a iniciativa
privada que participa das funções do Estado, desta feita abarcando
as ações de educação e de assistência social, fundamentando
expressamente a atribuição à iniciativa privada da responsabilidade
pela educação no princı́pio da solidariedade humana.
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Evolução dos dispositivos Constitucionais
● Constituição de 1988: temos a consagração da atribuição de
responsabilidade à iniciativa privada na promoção dos direitos
sociais. É este percurso que dá a nota do desenvolvimento do
Terceiro Setor e que permite seja formulado conceito jurı́dico a
respeito do tema. E, a partir da Constituição de 1988, pode-se então
chegar ao conceito de Terceiro Setor juridicamente considerado.
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Natureza Jurídica
● A pessoa jurídica consiste num conjunto de pessoas ou
bens, dotado de personalidade jurídica própria e
constituído na forma da lei.
● Conforme o artigo 40 do Código Civil brasileiro de 2002,
as pessoas jurídicas, são de direito público (interno ou
externo), como fundações públicas e autarquias, e de
direito privado, como associações e organizações
religiosas.
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Natureza Jurídica
● As primeiras encontram-se no âmbito de disciplina do direito público,
e as últimas, no do direito privado. Logo, a natureza jurídica das
organizações do Terceiro Setor é abordada nos incisos I, III, IV e V
do art. 44 do Código Civil, Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002.
● Nesse contexto, o Código Civil relaciona as pessoas jurídicas de
direito privado como sendo as s associações, as sociedades, as
fundações, as organizações religiosas, os partidos políticos e as
empresas individuais de responsabilidade limitada.
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Associações
● União de pessoas que se organizam para constituir pessoa jurídica (a
entidade), almejando a defesa e proteção dos interesses de um grupo
específico de pessoas ou classe. Exemplos de associação: de
classes profissionais, de moradores de bairros, recreativas,
esportivas, culturais entre outras.
● No tocante à instituição das associações, o legislador brasileiro
através do Código Civil de 2002 determina que: “Art. 53.
Constituem-se as associações pela união de pessoas que se
organizem para fins não econômicos”.
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Associações
● Esse dispositivo legal faz menção a principal característica dessa
personalidade jurídica, o coletivo, ou seja, um grupo de indivíduos
que se reúne para constituir uma entidade com personalidade jurídica
para atender fins plurais.
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Associações
Segundo o CRC-RS (2016), os passos para a constituição de uma
associação são os seguintes:
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Associações
O instrumento de constituição de uma associação é o
ESTATUTO, o qual deve conter (sob pena de nulidade),
segundo o art. 54 do Código Civil, os seguintes itens :
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Associações
I - a denominação, os fins e a sede da associação;
II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;
III - os direitos e deveres dos associados;
IV - as fontes de recursos para sua manutenção;
V - o modo de constituição e funcionamento dos órgãos deliberativos (Lei
nº 11.127/2005);
VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a
dissolução;
VII - a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas
contas. (Lei nº 11.127/2005 e CÓDIGO CIVIL)
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Associações
A forma de dissolução de uma associação deve estar expressa no seu
estatuto, de acordo com o art. 61 do Código Civil, apresentado a seguir.
Também está prevista nesse artigo a possibilidade de restituição dos
valores das contribuições prestadas ao patrimônio da associação.
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Fundações
● O Código Civil Brasileiro traz em seu aparato regimental as seguintes
orientações para criação de uma fundação: “Art. 62. Para criar uma
fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou
testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a
que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la”.
● De acordo com a legislação brasileira, as fundações são pessoas
jurídicas constituídas pela transferência de bens (patrimônio) do
instituidor especificando o fim a ser alcançado.
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Fundações
● Diferente das associações, a fundação ganha personalidade não com
a união de pessoas, mas sim pela transferência do patrimônio
mediante escritura pública, e declaração de vontade do instituidor de
constituir uma nova pessoa jurídica. Essa declaração será o início
para a elaboração do estatuto da entidade e, consequentemente, a
definição de seu objetivo social.
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Fundações
● No caso das fundações públicas estas são entidades de
personalidade jurídica de direito público, sem fins lucrativos, criadas
por autorização legislativa para o desenvolvimento de atividades de
interesse público (educação, cultura e pesquisa, entre outras).
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Fundações
● As fundações são controladas e fiscalizadas pelo Ministério Público
Estadual, conforme expresso no art. 66 do Código Civil.
● A forma de dissolução de uma fundação deve estar expressa no seu
estatuto de acordo com o art. 69 do Código Civil.
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Organizações Religiosas
O Có digo Civil aponta no art. 44, já citado, no seu § 2o, que as
sociedades devem apli- car subsidiariamente as disposições
concernentes à s associações. Quanto à s organizações religiosas, o
Có digo Civil assim expressa no art. 44, § 1o:
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Organizações Religiosas
Portanto, as organizações religiosas são livres para definir sua
organização, sua estruturação interna e o seu funcionamento; isso quer
dizer que elas têm o direito de autorregulamentarem, passando a ser
crité rio delas a forma de se organizarem, de se estruturarem e també m
como devem funcionar. Isso, no entanto, não as exime de seguirem uma
estrutura jurı́dica na elaboração dos seus estatutos. Os procedimentos de
constituição são semelhantes aos de uma associação.
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Partidos Políticos
● Pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos com a
finalidade de assegurar o regime democrático e defender os direitos
constitucionais.
● O ato constitutivo deve ser registrado em Cartório de Registro Civil de
Pessoas Jurídicas e após adquirir personalidade jurídica efetuar
registro no Tribunal Superior Eleitoral.
● Quanto aos partidos polı́ticos, no § 3o do art. 44 diz: “Os partidos
polı́ticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei
especı́fica.”
● Lei dos Partidos Políticos e Res.TSE nº 23.282/2010.
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Referências
Oliveira, Aristeu de; ROMÃO, Valdo. Manual do terceiro setor e instituições
religiosas: trabalhista, previdenciá ria, contá bil e fiscal. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2014.
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