D S A P: U R S L: Esenvolvimento de Oftware Na Dministração Ública MA Evisão Istemática Da Iteratura

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE INFORMÁTICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA
COMPUTAÇÃO

DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE NA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: UMA REVISÃO
SISTEMÁTICA DA LITERATURA
Isaque Vacari e Prof. Dr. Rafael Prikladnicki

Relatório Técnico: n° 082.


Data: Dezembro, 2014.
Esta obra está licenciada com uma
Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional
Você pode usar, copiar, imprimir e redistribuir esse material, citando a fonte original.
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Palavras-chave utilizadas por categoria. ............................................................ 10


Tabela 2 - Execução da consulta, primeiros resultados. ..................................................... 16
Tabela 3 - Execução da consulta, segundo resultado. ........................................................ 17
Tabela 4 - Artigos selecionados por base de dados. ........................................................... 18
Tabela 5 - Artigos selecionados por ano de publicação. ..................................................... 18
Tabela 6 - Artigos selecionados por tipo de publicação....................................................... 19
Tabela 7 - Artigos selecionados por tipo da pesquisa. ........................................................ 19
Tabela 8 - Artigos selecionados por método de pesquisa. .................................................. 20
Tabela 9 - Artigos selecionados por método de coleta de dados. ....................................... 21
Tabela 10 - Artigos selecionados por tipo de dados analisado. ........................................... 22
Tabela 11 - Artigos selecionados por método de análise de dados. .................................... 22
Tabela 12 - Artigos selecionados por país. ......................................................................... 23
Tabela 13 - Artigos selecionados por área do SWEBOK. .................................................... 23
Tabela 14 - Artigos selecionados por modelos, processos e métodos de ES. ..................... 24
Tabela 15 - Artigos selecionados por nível de experiência. ................................................. 25
Tabela 16 - Artigos selecionados por quem executou o desenvolvimento do software. ...... 26
Tabela 17 - Conjunto final de artigos para análise em profundidade. .................................. 78
Tabela 18 - Informações relacionadas com a organização da pesquisa.............................. 83
Tabela 19 - Informações relacionadas com o conteúdo da pesquisa. ................................. 86
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Etapas do Processo de Seleção de Estudos....................................................... 13


LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AP Administração Pública
AUP Agile Unified Process
CASE Computer-Aided Software Engineering
CMM Capability Maturity Model (CMM)
DoD United States Department of Defense
ES Engenharia de Software
EUA Estados Unidos da América
GP Gerenciamento de Projetos
IEEE Institute of Electrical and Electronics Engineers
IV&V Independent Verification and Validation
MA Métodos ágeis
MSF Microsoft Solutions Framework
MPS.BR Melhoria de Processos do Software Brasileiro
OSS Open-source software
PDCA Plan-Do-Check-Act
PDS Processo de Desenvolvimento de Software
PMBOK Project Management Body of Knowledge
PRODEPA Empresa de Processamento de Dados do Estado do Pará
RAD Rapid Application Development
SI Sistema de Informação
SWEBOK Software Engineering Body of Knowledge
TI Tecnologia da Informação
UML Unified Modeling Language
USDP Unified Software Development Process
TSP Team Software Process
V&V Verificação e validação de software
XP Extreme Programming
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 8

2 MÉTODO DE PESQUISA .................................................................................................. 9

2.1 PLANEJAMENTO DA REVISÃO SISTEMÁTICA ......................................................................... 9


2.1.1 Questão de Pesquisa ................................................................................................... 9
2.1.2 Estrutura da Pergunta .................................................................................................. 9
2.1.3 Estratégia de Busca ................................................................................................... 10
2.1.5 Bases de Dados ......................................................................................................... 11
2.1.6 Critérios de Seleção e Exclusão de Estudos .............................................................. 11
2.1.7 Análise dos Resultados .............................................................................................. 12
2.2 EXECUÇÃO DA REVISÃO SISTEMÁTICA .............................................................................. 12
2.2.1 Seleção de Estudos ................................................................................................... 12
2.2.2 Extração dos Dados ................................................................................................... 13

3 ANÁLISE DA REVISÃO SISTEMÁTICA ......................................................................... 16

3.1 ANÁLISE QUANTITATIVA DOS RESULTADOS ....................................................................... 17


3.1.1 Informações Gerais .................................................................................................... 17
3.1.2 Informações Relacionadas com a Organização da Pesquisa ..................................... 19
3.1.3 Informações Relacionadas com o Conteúdo da Pesquisa .......................................... 22
3.2 ANÁLISE QUALITATIVA DOS RESULTADOS ......................................................................... 26
3.2.1 Desenvolvimento de Software na Administração Pública ........................................... 27
3.2.2 Práticas de Desenvolvimento de Software na Administração Pública ........................ 49
3.2.3 Desenvolvimento de Software na AP e a Relação com Outras Áreas ........................ 59

4 LIMITAÇÕES DA REVISÃO SISTEMÁTICA ................................................................... 67

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 69

5.1 BENEFÍCIOS DOS MODELOS ADAPTATIVOS DE PROCESSOS ............................................... 69


5.2 DESAFIOS DOS MODELOS ADAPTATIVOS DE PROCESSO E OPORTUNIDADES DE PESQUISA .. 70
5.2.1 Relacionados com a Cultura Organizacional .............................................................. 70
5.2.2 Relacionados com o Envolvimento das Partes Interessadas...................................... 70
5.2.3 Relacionados com a Manutenção de Software e Escalabilidade Organizacional ....... 71
5.2.4 Relacionados com o Conhecimento e a Experiência dos Servidores Públicos ........... 71
5.2.5 Relacionados com a Seleção do Projeto Piloto e Apoio Gerencial ............................. 72
5.2.6 Relacionados com a Elaboração de Contratos Adaptativos ....................................... 72
5.2.7 Relacionados com o Desenvolvimento Cooperativo ................................................... 73
5.3 TRABALHOS FUTUROS ..................................................................................................... 73

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 75

APÊNDICE A ...................................................................................................................... 78

APÊNDICE B ...................................................................................................................... 83

APÊNDICE C ...................................................................................................................... 86
8

1 INTRODUÇÃO

No âmbito do governo, as administrações públicas (APs) vem passando por um


período de grandes mudanças para atender os compromissos atuais e emergentes da
sociedade, bem como, para melhorar a qualidade dos serviços públicos prestados e agregar
valor as atividades da AP, sendo que a maioria das transformações tem sido sustentada por
um investimento pesado em tecnologia da informação e comunicação [Bal10]. Esta realidade
implica diretamente no aumento da demanda por produtos de software e indiretamente
implica na busca por melhores abordagens e processos para desenvolvê-los ou adquiri-los
[Bas08]. Se durante muitos anos o desenvolvimento de software foi guiado por processos
prescritivos, que tinham por finalidade colocar ordem no caos, proporcionando um roteiro
razoavelmente eficaz para as equipes de projetos, nos dias atuais observa-se a introdução
cada vez maior de processos adaptativos de desenvolvimento de software, focados no
produto e nas pessoas que o desenvolvem e recomendados para ambientes onde os
requisitos são voláteis [Pre11]. Modelos, processos e métodos de Engenharia de Software
(ES) se encaixam neste contexto e tem gradativamente despertado o interesse da AP
brasileira, principalmente se já foram experimentados e avaliados pelo setor privado. Neste
sentido, o objetivo desta monografia é apresentar um estudo sobre o desenvolvimento de
software na AP, apresentando evidências sobre a utilização de modelos, processos e
métodos de ES no setor público, incluindo os problemas encontrados, desafios enfrentados,
lições aprendidas, benefícios alcançados, além de recomendações para seu uso, formando
assim a base teórica sobre o tema. Para isso, foi planejado e executado um estudo
secundário do tipo Revisão Sistemática da Literatura (RSL). Cabe ressaltar, que até o
momento, nenhuma RSL sobre desenvolvimento de software na AP foi publicada ou se
encontra disponível para pesquisas acadêmicas. Isto significa que profissionais da indústria
de software, servidores públicos e pesquisadores precisam recorrer de maneira exploratória
a livros e artigos, a fim de obter uma visão geral sobre o tema. Espera-se que este estudo
seja útil para todos os grupos, deixando mais claro que desenvolvimento de software na AP
tem sido suportados por estudos científicos. Este estudo apresenta no capítulo 2 o método
de pesquisa utilizado, o detalhamento e a execução da revisão sistemática, enquanto que o
capítulo 3 apresenta os resultados encontrados, bem como, uma análise quantitativa e
qualitativa dos mesmos. Finalmente, o capítulo 4 apresenta as limitações do estudo, e as
considerações finais no capítulo 5.
9

2 MÉTODO DE PESQUISA

O objetivo deste estudo é identificar, reunir, organizar e sintetizar o maior número de


evidências científicas sobre o desenvolvimento de software na Administração Pública (AP),
o quanto possível, que permita caracterizar a área de estudo e formar uma base teórica
sobre o tema. O resultado dessa caracterização pode auxiliar na identificação de novas
oportunidades de pesquisa na área, além de direcionar os esforços em estratégias mais
adequadas na área de estudo. Para alcançar este objetivo planejou-se e executou-se um
estudo secundário do tipo Revisão Sistemática da Literatura (RSL). De acordo com
Kitchenham & Charters [KiC07], uma RSL é um meio de identificar, avaliar e interpretar todo
o estudo relevante sobre uma questão de pesquisa específica, área temática ou fenômeno
de interesse. Estudos individuais que contribuem para uma RSL são chamados de estudos
primários; uma RSL é uma forma de estudo secundário.

2.1 Planejamento da Revisão Sistemática

Para descrever e organizar o plano de estudo planejou-se e estabeleceu-se um


protocolo de pesquisa, de acordo com as recomendações de Kitchenham & Charters [KiC07].
O protocolo abrange a questão de pesquisa que essa RSL se propõe a abordar, a estrutura
da pergunta e sua estratégia de busca, assim como, as bases de dados utilizadas para
recuperação de evidências cientificas e os critérios de inclusão e exclusão de estudos
adotados.

2.1.1 Questão de Pesquisa

Essa RSL foi iniciada com a seguinte questão de pesquisa:


O que se sabe sobre o desenvolvimento de software na Administração Pública (AP),
incluindo a utilização de modelos, processos e métodos de Engenharia de Software (ES)?

2.1.2 Estrutura da Pergunta

Para subsidiar a atividade de construção da estratégia de busca, o escopo geral do


estudo foi identificado como sendo:
 População: Administração Pública (AP);
 Intervenção: Artigos científicos que abordam o desenvolvimento de software na
AP;
 Saídas: Os modelos, os processos e os métodos de ES utilizados na AP, assim
como, os problemas encontrados, desafios enfrentados, lições aprendidas,
benefícios alcançados, além de recomendações para o seu uso.
10

2.1.3 Estratégia de Busca

Os termos de busca foram selecionados a partir de um estudo preliminar formado por


um conjunto candidato de artigos, sendo organizados em duas categorias principais: aqueles
relacionados com a dimensão da Administração Pública e aqueles relacionados com a
dimensão de Desenvolvimento de Software. A Tabela 1 apresenta as palavras-chave
utilizadas em cada categoria. Além disso, as palavras-chave foram utilizadas para recuperar
automaticamente estudos escritos em inglês, enquanto os trabalhos escritos em português
foram recuperados por meio de uma pesquisa manual realizada em três fontes de
informação científica no Brasil, a saber na seção 2.4. A estratégia de busca combinou os
termos das categorias A e B com o operador booleano “AND”, sendo que os termos contidos
em cada categoria foram combinados com o operador “OR”. A Categoria B possui mais
termos e reflete o fato de haver muitas variações sobre a indexação dos artigos. Além disso,
não se tinha conhecimento da quantidade de evidências que seriam encontradas sobre
desenvolvimento de software na AP. Assim, a frase de busca foi definida como sendo:
(1 OR 2 OR 3 OR 4) AND (5 OR 6 OR 7 OR 8 OR 9 OR 10 OR 11 OR 12 OR 13 OR 14 OR 15 OR 16 OR 17
OR 18 OR 19 OR 20)
Tabela 1 - Palavras-chave utilizadas por categoria.
Referência Categoria Palavras-chave
A Administração Pública Government (1)
Public sector (2)
Public administration (3)
Public organization (4)
B Desenvolvimento de Software Software development life cycle (5)
Software development methodology (6)
Software development process (7)
Software development projects (8)
Software process (9)
Unified process (10)
Rational unified process (11)
RUP (12)
Microsoft solutions framework (13)
Agile methodologies (14)
Agile methods (15)
Agile principles (16)
Agile process (17)
Agile software development (18)
Extreme programming (19)
Lean software development (20)
11

2.1.5 Bases de Dados

A abordagem inicial definiu que as seguintes bases de dados deveriam ser


consultadas:
 ACM Digital Library (http://dl.acm.org/);
 Bielefeld Academic Search Engine (http://www.base-search.net/);
 ScienceDirect (http://www.sciencedirect.com/);
 Engineering Village (http://www.engineeringvillage.com/);
 IEEEXplore (http://ieeexplore.ieee.org/);
 Scopus (http://www.scopus.com/);
 Springer (http://www.springer.com/);
 Web of Knowledge (http://apps.webofknowledge.com/);
 Wiley Online Library – Wiley (http://onlinelibrary.wiley.com/).
Além das bases de dados citadas anteriormente, outras fontes de evidências
científicas foram incluídas no estudo para pesquisa manual:
 Bases de Dados da Pesquisa Agropecuária – BDPA
(http://www.embrapa.br/bdpa/);
 Biblioteca Digital Brasileira de Computação - BDBComp
(http://www.lbd.dcc.ufmg.br/bdbcomp/);
 Workshop Brasileiro de Métodos Ágeis - WBMA (http://www.agilebrazil.com/).

2.1.6 Critérios de Seleção e Exclusão de Estudos

Os critérios de seleção de estudos destinaram-se a identificar os estudos primários


que forneceram evidência direta sobre a questão de pesquisa. Para incluir um estudo na
análise, os seguintes critérios foram adotados:
 O estudo deveria relatar a experiência do desenvolvimento de software na AP;
 O estudo deveria ter sido escrito em inglês ou português;
 O estudo deveria estar disponível em texto completo1 para leitura e extração dos
dados.

1 O texto completo dos estudos foi obtido por meio dos serviços das bibliotecas da Pontifícia Universidade Católica
do Rio Grande do Sul, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e Universidade Estadual de Campinas.
12

Além disso, estudos sobre desenvolvimento de software realizados em universidades


públicas sem a participação de outras empresas, órgãos ou agências de governo não
fizeram parte do escopo desta RSL. Igualmente, foram excluídos estudos relacionados com:
 Adoção e implantação de Governança de TI, Governo Eletrônico, TI Verde,
Segurança da Informação e Infraestrutura de TI na AP;
 Adoção de padrões abertos e implantação de dados abertos na AP;
 Adoção e implantação de Enterprise Resource Planning (ERP), Data
Warehouse, Data Mining, Business Intelligence (BI) e Geographic Information
System (GIS) e software livre na AP;
 Avaliação de usabilidade e acessibilidade em sítios web de governo.

2.1.7 Análise dos Resultados

O processo de classificação e análise de artigos com base em alguns critérios podem


ser subjetivos. Para minimizar essa limitação, uma abordagem em duas fases foi planejada
para seleção de artigos, explicada na seção 2.2, e uma outra abordagem de revisão de todos
os artigos selecionados foi planejada para classificação e análise dos estudos. Todos os
estudos foram lidos pelo menos três vezes pelo mesmo pesquisador, em momentos
diferentes, visando buscar a estabilidade da análise realizada.

2.2 Execução da Revisão Sistemática

A ferramenta Start 2.0 [Zam+10] foi utilizada para gerenciar o grande número de
referências que foram obtidas através da pesquisa bibliográfica, assim como, para apoiar o
processo de extração de dados e análise dos resultados. Em geral, o resultado da pesquisa
bibliográfica de cada base de dados foi exportado e importado diretamente na ferramenta
Start 2.0 através do formato BibTeX. Além dessa ferramenta, o software Microsoft Excel®
foi utilizado para apoiar a análise quantitativa dos resultados. A ferramenta Start 2.0 possui
um mecanismo de exportação de dados para o software Microsoft Excel®, sendo este
recurso largamente utilizado nessa pesquisa.

2.2.1 Seleção de Estudos

Os estudos selecionados para análise em profundidade foram obtidos a partir de três


etapas, conforme Figura 1. Na primeira etapa, executou-se a frase de busca em cada base
de dados selecionada, sendo o resultado da pesquisa bibliográfica catalogado na ferramenta
13

Start. Na segunda etapa, realizou-se a leitura do título e do resumo dos trabalhos, sendo os
artigos classificados em três categorias:
 [Inc] indica que o estudo está relacionado com desenvolvimento de software
(DS) na AP.
 [Exc] indica que o estudo não está relacionado com DS na AP.
 [Dup] indica que o estudo está duplicado com outros estudos.
Todos os estudos da segunda etapa contidos nas categorias [Exc] e [Dup] foram
excluídos. Na terceira etapa, os trabalhos da categoria [Inc] foram analisados com mais
cautela através da leitura do texto completo (introdução, conclusão, e partes específicas
associadas com a contribuição principal). Nesta etapa, foi incluída uma nova categoria de
exclusão de trabalhos para indicar que o texto completo do estudo não está disponível para
leitura [Ntc]. Todos os estudos da terceira etapa contidos nas categorias [Exc], [Dup] e [Ntc]
foram excluídos. A inclusão da terceira etapa foi adequada, pois em alguns casos, somente
a leitura do título e resumo não foi suficiente para classificar cada artigo corretamente. Dessa
forma, um subconjunto de documentos relacionados com desenvolvimento de software na
AP contidos na categoria [Inc] foi selecionado para a etapa de extração de dados e análise
em profundidade.

Etapa 1 N = 9.872
Identificação de
estudos iniciais

Etapa 2 N = 280
Exclusão de
estudos com
base no título e
resumo

Etapa 3 N = 62
Exclusão de
estudos com
base no texto
completo

Figura 1 - Etapas do Processo de Seleção de Estudos

2.2.2 Extração dos Dados

Os trabalhos selecionados foram catalogados na ferramenta Start 2.0 de acordo com


três categorias gerais de informação:
14

 Informações gerais: Base de dados, Título, Autoria, Palavras-chave, Ano de


publicação, Fonte, Tipo da publicação (Journal, Conference ou Workshop),
Abstract e Categoria (Incluído, Excluído, Duplicado ou Texto completo não
disponível para leitura).
 Informações relacionadas com a organização da pesquisa: Tipo da pesquisa
(Evaluation research, Validation research, Solution proposal, Philosophical paper,
Experience paper ou Opinion paper), Método de pesquisa (Estudo de caso, Survey,
Experimento, Etnografia, Revisão da literatura, Grounded theory ou Múltiplos
métodos de pesquisa), Método de coleta de dados (Entrevista, Observação,
Questionário, Análise de documentos, Análise de bases de dados, Workshop ou
Múltiplos métodos de coleta de dados), Tipo de dados analisado (Qualitativo,
Quantitativo ou Ambos), Método de análise de dados (Estatístico, Grounded
theory, Análise de conteúdo ou Múltiplos métodos de análise de dados).
 Informações relacionadas com o conteúdo da pesquisa:
o Ambiente público: (nome, sigla e país da Administração Pública);
o Aspectos de Engenharia de Software: abrangendo a área de
conhecimento do Software Engineering Body of Knowledge (SWEBOK), o
Modelo / Processo / Método de ES, o Nível de experiência na utilização da
abordagem escolhida, as informações sobre quem executou o
desenvolvimento do software, assim como, aspectos humanos,
organizacionais e técnicos incluindo os problemas encontrados, os desafios
enfrentados, as lições aprendidas e os resultados obtidos na pesquisa;
o Comentários gerais: informações relacionadas a temas explorados em
cada estudo, assim como, outras informações complementares para
orientar a análise qualitativa.
Os trabalhos que inspiraram a elaboração do formulário de extração de dados foram:
 O tipo da pesquisa foi classificado de acordo com a proposta de Wieringa
[WMR06].
 O método de pesquisa, o método de coleta de dados, o tipo de dado analisado e
o método de análise de dados foram classificados a partir dos seguintes trabalhos:
Yin [Yin10], Wohlin [WRH+12], Creswell [Cre14], Oates [Oat06] e Tarozzi [Tar11].
 A área de conhecimento de ES foi preenchida de acordo com o Guia SWEBOK
versão 3.0 [BoF14]. Este guia é um documento criado sob o patrocínio do Institute
15

of Electrical and Electronics Engineers (IEEE) com a finalidade de servir de


referência em assuntos considerados, de forma generalizada pela comunidade,
como pertinentes a área de ES.
 Os modelos, métodos e processos de ES foram preenchidos de acordo com a
proposta de Pressman [Pre11].
 As informações referentes aos aspectos humanos, organizacionais e técnicos de
ES foram preenchidas de acordo com a proposta de Hazzan [HaD08].
16

3 ANÁLISE DA REVISÃO SISTEMÁTICA

Neste capítulo será apresentado os resultados da revisão sistemática. Na seção 3.1


é apresentado a análise dos resultados sob uma perspectiva quantitativa, enquanto na seção
3.2 é relatada a análise qualitativa dos resultados. Uma abordagem em três etapas foi
planejada para a seleção dos artigos, conforme Figura 1. Na primeira etapa, um total de
9.872 artigos foram encontrados, conforme Tabela 2. Após a triagem inicial, 280 artigos
foram selecionados na segunda etapa, conforme Tabela 3. Na sequência, 62 artigos foram
selecionados para uma análise em profundidade, conforme Tabela 3. Foi observado que a
falta de terminologia para desenvolvimento de software na AP e a baixa precisão dos
mecanismos de busca resultou em uma grande quantidade de estudos iniciais para
investigação. Porém, somente alguns deles foram relevantes para responder a questão de
pesquisa, conforme Apêndice A, evidenciando uma baixa precisão da estratégia de busca
desta RSL quando submetida às bases de dados para consulta.
Tabela 2 - Execução da consulta, primeiros resultados.
Base de dados Número de artigos Primeira classificação
[Inc] [Exc] [Dup]
Scopus 1530 146 [P13] 3
Engineering Village 189 1 12 176
Bielefeld Academic Search Engine 329 12 288 29
IEEEXplore 110 14 51 45
Springer 2975 44 2822 109
Wiley Online Library 2012 15 1942 55
Web of Knowledge 93 8 28 57
ScienceDirect 2525 21 2347 157
ACM Digital Library 95 12 65 18
Bases de Dados da Pesquisa Agropecuária 1 1 - -
Biblioteca Digital Brasileira de Computação 12 5 5 2
Workshop Brasileiro de Métodos Ágeis 2 2 - -
Total 9872 280 8941 651
Porcentagem (%) 100 2,84 90,57 6,59

Todos os artigos selecionados para análise em profundidade foram classificados de


acordo com as três categorias de informação, incluindo informações gerais, informações
relacionadas com a organização da pesquisa e informações relacionadas com o conteúdo
da pesquisa. Esta classificação permitiu realizar uma análise quantitativa dos resultados,
detalhada na seção 3.1. Enquanto, a análise qualitativa dos resultados foi realizada através
das informações relacionadas com o conteúdo da pesquisa, abrangendo os resultados
obtidos em cada aspecto da ES (humano, organizacional e técnico). Os resultados
alcançados pelos estudos individuais foram agrupados em algumas dimensões, sendo
17

inspiradas nas áreas do conhecimento do SWEBOK [BoF14] e elementos de ES abordados


por Pressman [Pre11]. Esta ação de realizar a análise qualitativa dos resultados por
dimensões facilitou o trabalho de caracterização da área de estudo, assim como, contribuiu
para a formação da base teórica sobre o tema, uma vez que a análise qualitativa dos
resultados ocorreu sobre um conjunto menor de estudos individuais pertencentes a uma
determinada dimensão.
Tabela 3 - Execução da consulta, segundo resultado.
Segunda classificação Total de
Número de
Base de dados artigos
artigos [Exc] [Dup] [Ntc]
selecionados
Scopus 146 89 4 16 37
Engineering Village 1 - - 1 0
Bielefeld Academic Search Engine 12 9 - 2 1
IEEEXplore 14 10 - - 4
Springer 44 32 1 4 7
Wiley Online Library 15 8 1 1 5
Web of Knowledge 8 5 - 3 0
ScienceDirect 21 20 - - 1
ACM Digital Library 12 8 - 1 3
Bases de Dados da Pesquisa Agropecuária 1 - - 1
Biblioteca Digital Brasileira de Computação 5 2 1 - 2
Workshop Brasileiro de Métodos Ágeis 1 - - - 1
Total 280 183 7 28 62
Porcentagem (%) 100 65,36 2,50 10,00 22,14

3.1 Análise Quantitativa dos Resultados

Nesta seção será apresentada uma análise quantitativa dos estudos selecionados de
acordo com as três categorias de informação, incluindo informações gerais, informações
relacionadas com a organização da pesquisa e informações relacionadas com o conteúdo
da pesquisa.

3.1.1 Informações Gerais

O conjunto final de artigos selecionados para análise em profundidade, listados no


Apêndice A, foram organizados em três categorias: por base de dados, por ano de
publicação e por tipo da publicação. Na sequência, as informações coletadas nesta
dimensão são apresentadas de maneira quantitativa.

3.1.1.1 Por Base de Dados

A Tabela 4 apresenta os artigos selecionados por base de dados, sendo que trinta e
sete estudos (59,68%) foram recuperados a partir da base de dados Scopus, justamente por
18

ter sido a primeira base de dados utilizada para consulta e oferecer uma maior cobertura de
publicações científicas.
Tabela 4 - Artigos selecionados por base de dados.
Base de dados Número de ID
artigos
Scopus 37 (59,68%) P03, P04, P05, P06, P10, P11, P13, P15, P16,
P17, P18, P19, P20, P22, P24, P25, P26, P27,
P28, P29, P30, P31, P33, P34, P35, P38, P41,
P44, P47, P48, P52, P55, P56, P57, P59, P60, P62
Bielefeld Academic Search Engine 01 (01,61%) P23
IEEEXplore 04 (06,45%) P01, P07, P12, P40
Springer 07 (11,29%) P32, P37, P42, P43, P49, P50, P54
Wiley Online Library 05 (08,06%) P02, P08, P09, P21, P46
ScienceDirect 01 (01,61%) P14
ACM Digital Library 03 (04,84%) P53, P58, P61
Bases de Dados da Pesquisa 01 (01,61%) P45
Agropecuária
Biblioteca Digital Brasileira de 02 (03,23%) P39, P51
Computação
Workshop Brasileiro de Métodos 01 (01,61%) P36
Ágeis

3.1.1.2 Por Ano de Publicação

A Tabela 5 apresenta os artigos selecionados por ano de publicação. No ano de 2013


os artigos foram selecionados até o mês de Outubro (mês em que a primeira etapa da
execução da revisão sistemática foi encerrada). Pode-se observar que os maiores números
de estudos foram publicados no ano de 2010. Entre 1991 e 1993 não foram encontrados
estudos publicados sobre o tema.
Tabela 5 - Artigos selecionados por ano de publicação.
Ano de publicação Número de artigos ID
1990 01 (01,61%) P14
1994 01 (01,61%) P52
1995 01 (01,61%) P08
1996 01 (01,61%) P54
1998 01 (01,61%) P30
1999 02 (03,23%) P07, P38
2000 01 (01,61%) P32
2001 03 (04,84%) P40, P49, P53
2002 02 (03,23%) P10, P45
2003 02 (03,23%) P01, P60
2004 02 (03,23%) P02, P55
2005 05 (08,06%) P09, P13, P42, P43, P59
2006 07 (11,29%) P17, P24, P28, P29, P35, P50, P57
2007 04 (06,45%) P05, P11, P18, P41
2008 05 (08,06%) P03, P15, P31, P47, P62
2009 06 (09,68%) P04, P06, P20, P23, P33, P58
2010 10 (16,13%) P12, P21, P22, P34, P36, P39, P44, P48, P56, P61
2011 03 (04,84%) P16, P27, P51
2012 03 (04,84%) P19, P26, P46
2013 02 (03,23%) P25, P37
19

3.1.1.3 Por Tipo da Publicação

A Tabela 6 apresenta os artigos selecionados por tipo da publicação, sendo que


Journal foi a opção mais utilizada para publicação, seguido por Conference e Workshop.
Tabela 6 - Artigos selecionados por tipo de publicação.
Tipo da Número de ID
publicação artigos
Periódico 33 (53,23%) P02, P03, P05, P06, P08, P09, P10, P11, P14, P16, P17, P18, P19, P21,
P22, P25, P30, P32, P33, P34, P35, P38, P41, P43, P46, P53, P54, P55,
P56, P57, P60, P61, P62
Conferência 22 (35,48%) P01, P07, P12, P13, P15, P20, P23, P24, P26, P27, P29, P31, P37, P39,
P42, P44, P45, P47, P48, P49, P52, P59
Workshop 07 (11,29%) P04, P28, P36, P40, P50, P51, P58

3.1.2 Informações Relacionadas com a Organização da Pesquisa

O Apêndice B apresenta as informações relacionadas com a organização da pesquisa,


incluindo o tipo da pesquisa (de acordo com Wieringa [WMR06]), o método de pesquisa, o
método de coleta de dados, o tipo de dados analisado e o método de análise de dados. Na
sequência, as informações coletadas nesta dimensão são apresentadas de modo
quantitativo.

3.1.2.1 Por Tipo da Pesquisa

A Tabela 7 mostra os artigos selecionados por tipo da pesquisa. Seis estudos (9,68%)
de opinião foram incluídos por apresentarem trabalhos relacionados e incluírem a
experiência pessoal do(s) autor(es) na percepção de como o desenvolvimento de software
na AP ocorreu na prática. Duas propostas de soluções (3,23%) foram incluídas por
apresentarem uma discussão prática dos seus benefícios. Os demais artigos apresentaram
resultados diretamente relacionados com a questão de pesquisa formulada, onde aspectos
do desenvolvimento de software na AP foram implementados e avaliados na prática, e suas
consequências foram investigadas.
Tabela 7 - Artigos selecionados por tipo da pesquisa.

Tipo da pesquisa Número de ID


artigos
Evaluation research 54 (87,10%) P01, P02, P03, P04, P05, P06, P07, P08, P09, P10, P11, P12, P13,
P14, P15, P16, P17, P19, P20, P22, P23, P24, P25, P26, P27, P28,
P29, P30, P31, P32, P33, P36, P38, P39, P40, P41, P42, P43, P44,
P45, P46, P47, P48, P49, P51, P52, P53, P54, P56, P57, P58, P59,
P60, P61
Opinion paper 06 (09,68%) P18, P34, P35, P37, P55, P62
Solution proposal 02 (03,23%) P21, P50
20

3.1.2.2 Por Método de Pesquisa

A Tabela 8 apresenta os artigos selecionados por método de pesquisa. O método de


pesquisa mais utilizado foi Estudo de caso, seguido por Survey e múltiplos estudos de caso.
Uma revisão da literatura foi incluída por apresentar informações históricas importantes
sobre a utilização de modelos, processos e métodos de ES em projetos de software do
governo dos EUA [P34]. Somente três artigos não foram classificados por não apresentarem
informações claras sobre o método de pesquisa utilizado [P14] [P30] [P35].
Tabela 8 - Artigos selecionados por método de pesquisa.
Método de Número de ID
pesquisa artigos
Estudo de caso 29 (46,77%) P01, P07, P09, P10, P11, P12, P13, P15, P16, P19, P22, P23, P24,
P25, P28, P31, P32, P36, P37, P39, P40, P43, P45, P48, P51, P53,
P56, P57, P59
Estudo de caso 02 (03,23%) P05, P06
Etnografia
Experimento 04 (06,45%) P02, P29, P42, P60
Grounded theory 01 (01,61%) P58
Múltiplos estudos 08 (12,90%) P03, P04, P18, P21, P44, P46, P54, P62
de caso
Múltiplos estudos 01 (01,61%) P38
de caso
Survey
Revisão da 01 (01,61%) P34
literatura
Survey 13 (20,97%) P08, P17, P20, P26, P27, P33, P41, P47, P49, P50, P52, P55, P61
Não definido (ND) 03 (04,84%) P14, P30, P35

3.1.2.3 Por Método de Coleta de Dados

Conforme Tabela 9, de maneira única, ou então, combinada com outros instrumentos,


entrevista foi a técnica mais utilizada para coleta de dados. Entretanto, em vinte e quatro
estudos (38,71%) não foi possível definir o método de coleta de dados utilizado, o que
demonstra uma falta de informações relacionadas com a organização da pesquisa.
21

Tabela 9 - Artigos selecionados por método de coleta de dados.


Método de coleta Número de ID
de dados artigos
Análise de 04 (06,45%) P18, P21, P34, P62
documentos
Análise de bases de 02 (03,23%) P52, P53
dados
Entrevista 10 (16,13%) P03, P08, P10, P11, P19, P44, P46, P50, P55, P57
Entrevista 01 (01,61%) P39
Análise de
documentos
Entrevista 02 (03,23%) P48, P54
Análise de bases de
dados
Entrevista 01 (01,61%) P20
Análise de
documentos
Análise de bases de
dados
Entrevista 02 (03,23%) P06, P09
Análise de
documentos
Observação
Entrevista 04 (06,45%) P13, P15, P31, P36
Análise de
documentos
Observação
Questionário
Entrevista 01 (01,61%) P58
Análise de
documentos
Observação
Workshop
Entrevista 02 (03,23%) P05, P47
Observação
Entrevista 01 (01,61%) P38
Observação
Questionário
Entrevista 03 (04,84%) P17, P27, P49
Questionário
Observação 01 (01,61%) P23
Análise de bases de
dados
Questionário 03 (04,84%) P26, P33, P61
Questionário 01 (01,61%) P41
Análise de bases de
dados
Não definido (ND) 24 (38,71%) P01, P02, P04, P07, P12, P14, P16, P22, P24, P25, P28, P29,
P30, P32, P35, P37, P40, P42, P43, P45, P51, P56, P59, P60

3.1.2.4 Por Tipo de Dados Analisado

A Tabela 10 apresenta os artigos selecionados por tipo de dados analisado. Quanto


ao tipo de dados analisado, predominou a utilização da abordagem qualitativa, seguida pela
combinação das abordagens quantitativa/qualitativa, o que corrobora com a questão de
pesquisa formulada, onde informações descritivas sobre a prática de desenvolvimento de
22

software na AP são mais esperadas. Porém, em nove estudos (14,52%) não foi possível
definir o tipo de dados analisado, o que demonstra novamente uma falta de informações
relacionadas com a organização da pesquisa.
Tabela 10 - Artigos selecionados por tipo de dados analisado.
Tipo de dados Número de ID
analisado artigos
Quantitativo 10 (16,13%) P04, P17, P20, P26, P28, P39, P41, P53, P54, P61
Qualitativo 31 (50,00%) P05, P06, P08, P09, P10, P14, P16, P18, P19, P21, P22, P24, P30,
P33, P34, P35, P38, P42, P43, P44, P45, P46, P47, P49, P50, P52,
P55, P57, P59, P60, P62
Ambos 12 (19,35%) P02, P03, P07, P11, P13, P15, P23, P27, P31, P36, P48, P58
Não definido (ND) 09 (14,52%) P01, P12, P25, P29, P32, P37, P40, P51, P56

3.1.2.5 Por Método de Análise de Dados

A Tabela 11 mostra que em vinte estudos (32,26%), a informação sobre o método de


análise de dados utilizado não estava clara. A análise de conteúdo foi predominantemente
utilizada para análise qualitativa dos estudos selecionados, enquanto, o método estatístico
foi adotado para análise quantitativa dos trabalhos escolhidos.
Tabela 11 - Artigos selecionados por método de análise de dados.
Método de análise Número de ID
de dados artigos
Análise de conteúdo 20 (32,26%) P06, P08, P09, P10, P18, P21, P22, P33, P34, P38, P44, P46,
P47, P49, P50, P52, P55, P57, P59, P62
Análise de conteúdo 01 (01,61%) P05
Grounded Theory
Estatístico 12 (19,35%) P02, P04, P17, P20, P26, P28, P39, P41, P48, P53, P54, P61
Estatístico 08 (12,90%) P03, P07, P13, P15, P23, P27, P31, P36
Análise de conteúdo
Estatístico 01 (01,61%) P58
Grounded theory
Não definido (ND) 20 (32,26%) P01, P11, P12, P14, P16, P19, P24, P25, P29, P30, P32, P35,
P37, P40, P42, P43, P45, P51, P56, P60

3.1.3 Informações Relacionadas com o Conteúdo da Pesquisa

O Apêndice C mostra as informações relacionadas com o conteúdo da pesquisa,


incluindo o ambiente público, a área do conhecimento do SWEBOK [BoF14] e informações
sobre os aspectos de ES dos estudos selecionados. Na sequência, as informações
coletadas nesta dimensão são mostradas de maneira quantitativa.

3.1.3.1 Por País

A Tabela 12 mostra os artigos selecionados por país, onde predominou os artigos de


APs dos Estados Unidos, Brasil e Reino Unido. Somente em dois estudos (3,23%) não foi
possível determinar o país de origem, justamente por se tratarem de estudos gerais de
desenvolvimento de software no setor público [P18] e [P61].
23

Tabela 12 - Artigos selecionados por país.


País Número de ID
artigos
Alemanha 03 (04,84%) P27, P28, P32
Argentina 02 (03,23%) P07, P31
Austrália 02 (03,23%) P03, P43
Barbados 01 (01,61%) P11
Bélgica 01 (01,61%) P58
Brasil 06 (09,68%) P29, P33, P36, P39, P45, P51
Bulgária 01 (01,61%) P23
Canadá 02 (03,23%) P47, P48
Chile 01 (01,61%) P42
Coréia do Sul 01 (01,61%) P25
Emirados Árabes Unidos 02 (03,23%) P19, P20
Espanha 01 (01,61%) P49
Estados Unidos (EUA) 21 (33,87%) P01, P02, P08, P12, P14, P15, P16, P17, P21, P22, P34,
P35, P40, P50, P52, P53, P54, P55, P57, P59, P60
Israel 02 (03,23%) P13, P41
Itália 02 (03,23%) P04, P10
Japão 01 (01,61%) P24
Noruega 02 (03,23%) P09, P26
Reino Unido (UK) 05 (08,06%) P05, P06, P30, P37, P38
UK, EUA e Nova Zelândia 01 (01,61%) P62
Sérvia 01 (01,61%) P56
Suécia 02 (03,23%) P44, P46
Não definido (ND) 01 (01,61%) P61
Não se aplica (NA) 01 (01,61%) P18

3.1.3.2 Por Área do SWEBOK

Todos os artigos selecionados foram classificados de acordo com as áreas de


conhecimento do SWEBOK versão 3.0 [BoF14]. Conforme mostra a Tabela 13: Modelos e
Métodos de Engenharia de Software, Gerência de Engenharia de Software e Processos de
Engenharia de Software prevaleceram nesta pesquisa, o que confirma a questão de
pesquisa formulada, onde modelos, processos e métodos de ES aplicados em projetos de
desenvolvimento de software na AP são de interesse deste estudo.
Tabela 13 - Artigos selecionados por área do SWEBOK.
Área do SWEBOK Número de ID
artigos
Software Design 01 (01,61%) P10
Software Engineering 01 (01,61%) P18
Economics
Software Engineering 15 (24,19%) P01, P03, P11, P13, P17, P20, P21, P26, P35, P41, P50, P55,
Management P58, P61, P62
Software Engineering 29 (46,77%) P04, P05, P06, P09, P15, P16, P19, P22, P23, P24, P25, P27,
Models and Methods P28, P32, P34, P36, P37, P38, P40, P42, P44, P45, P46, P47,
P48, P56, P57, P59, P60
Software Engineering 05 (08,06%) P07, P30, P31, P33, P51
Process
Software Maintenance 02 (03,23%) P08, P49
Software Quality 03 (04,84%) P14, P52, P53
Software Requirements 01 (01,61%) P43
Software Testing 05 (08,06%) P02, P12, P29, P39, P54
24

3.1.3.3 Por Modelos, Processos e Métodos de Engenharia de Software

O resultado da Tabela 14 mostra a introdução cada vez maior de processos


adaptativos de desenvolvimento de software no setor público, incluindo métodos ágeis e
processo unificado, vinte e nove estudos (46,77%). Nove estudos (14,52%) abrangendo
modelos, processos e métodos de ES não puderam ser classificados facilmente nas
categorias de modelos prescrito ou adaptativo, e foram incluídos na categoria Outros.
Dezesseis estudos (25,81%) sobre desenvolvimento de software no setor público não
mencionaram claramente a abordagem de desenvolvimento utilizada, ou então, esta
informação não fazia sentido para o contexto do trabalho. Por fim, três estudos (4,84%) sobre
modelos de maturidade e capacidade de software foram incluídos por apresentarem
resultados práticos que influenciaram diretamente as atividades de desenvolvimento de
software na AP estudada.
Além disso, a utilização de termos específicos sobre métodos ágeis e processo
unificado na composição da estratégia de busca maximizou o resultado de estudos
selecionados que adotaram estas abordagens. Isto significa que quanto mais específico for
o termo de busca, maior é a probabilidade de encontrar estudos relacionados a partir do
termo de busca especificado. Por outro lado, a utilização de termos genéricos sobre
desenvolvimento de software não foi capaz de encontrar muitos estudos na AP abrangendo
outras abordagens de desenvolvimento de software, incluindo os modelos waterfall, iterativo
e incremental, evolucionário, etc.
Tabela 14 - Artigos selecionados por modelos, processos e métodos de ES.
Modelo, Processo e Método de Número de ID
Engenharia de Software artigos
Modelos Prescritivos de Processo 05 (08,06%)
Structured Systems Analysis and 01 (01,61%) [P38]
Design Method (SSADM)
Modelo Cascata (Waterfall) 04 (06,45%) [P10] [P34] [P53] [P54]
Modelos Adaptativos de Processo 29 (46,77%)
Evolucionário 01 (01,61%) [P32]
Iterativo e Incremental 01 (01,61%) [P58]
Métodos Ágeis 17 (27,42%)
Extreme Programming 06 (09,68%) [P01] [P13] [P15] [P40] [P45] [P60]
Scrum 03 (04,84%) [P16] [P19] [P44]
Extreme Programming e Scrum 02 (03,23%) [P36] [P59]
Não definido (ND) 06 (09,68%) [P05] [P23] [P24] [P35] [P37] [P57]
Processo Unificado 06 (09,68%)
Agile Unified Process 01 (01,61%) [P04]
Rational Unified Process 04 (06,45%) [P29] [P47] [P48] [P56]
Unified Software Development 01 (01,61%) [P42]
Process
Rapid Application Development 01 (01,61%) [P06]
Microsoft Solutions Framework 01 (01,61%) [P09]
25

Modelo, Processo e Método de Número de ID


Engenharia de Software artigos
V-Modell XT 02 (03,23%) [P27] [P28]
Modelos de Maturidade e Capacidade 03 (04,84%)
CompetiSoft 01 (01,61%) [P31]
CMM 01 (01,61%) [P07]
MPS.BR 01 (01,61%) [P51]
Outros modelos, processos e métodos 09 (14,52%)
de ES
ABS Software Development Process 01 (01,61%) [P43]
Computer-Aided Software Engineering 02 (03,23%) [P08] [P30]
MODAF 01 (01,61%) [P46]
OSS Development Models 01 (01,61%) [P25]
Processo SERPRO de 01 (01,61%) [P33]
Desenvolvimento de Soluções
Software Engineering Evaluation 01 (01,61%) [P02]
System (SEES)
Team Software Process 01 (01,61%) [P22]
Verificação e Validação Independente 01 (01,61%) [P12]
(IV&V)
Não definido (ND) 03 (04,84%) [P03] [P39] [P49]
Não se aplica (NA) 13 (20,97%) [P11] [P14] [P17] [P18] [P20] [P21] [P26]
[P41] [P50] [P52] [P55] [P61] [P62]

3.1.3.4 Por Nível de Experiência

A Tabela 15 mostra o nível de experiência da AP na utilização do modelo, processo


e método de ES escolhido, com predomínio do nível de experiência Iniciante. Isto significa
que na maioria dos estudos selecionados a abordagem escolhida encontrava-se em um
estágio de “projeto-piloto”, geralmente adotada para sanar problemas de outras abordagens
utilizadas anteriormente.
Tabela 15 - Artigos selecionados por nível de experiência.
Nível de Número de ID
Experiência artigos
Iniciante 27 (43,55%) P02, P06, P07, P09, P12, P13, P15, P16, P19, P23, P24, P25, P28,
P29, P31, P36, P37, P39, P40, P42, P45, P46, P47, P51, P58, P59,
P60
Experiente 10 (16,13%) P04, P05, P08, P22, P35, P43, P48, P53, P54, P57
Não definido 07 (11,29%) P01, P10, P30, P32, P44, P49, P56
(ND)
Não se aplica 18 (29,03%) P03, P11, P14, P17, P18, P20, P21, P26, P27, P33, P34, P38, P41,
(NA) P50, P52, P55, P61, P62

3.1.3.5 Por Quem Executou o Desenvolvimento do Software

A Tabela 16 apresenta os estudos selecionados por quem executou o


desenvolvimento do software. Vinte e dois estudos (35,48%) de desenvolvimento de
software foram executados inteiramente por servidores públicos em ambiente interno do
governo. Enquanto nove estudos (14,52%) de desenvolvimento de software na AP foram
executados de maneira conjunta com a indústria e/ou academia. Sete estudos (11,29%)
26

relataram que a responsabilidade do desenvolvimento de software foi transferida


inteiramente para a indústria ou academia, ou seja, o governo atuou como cliente durante o
processo de desenvolvimento de software. Por fim, vinte e quatro estudos (38,71%) sobre
desenvolvimento de software na AP não relataram qual era o papel do governo durante o
desenvolvimento do produto de software, ou então, esta informação não fazia sentido para
o contexto do estudo.
Tabela 16 - Artigos selecionados por quem executou o desenvolvimento do software.
Quem executou o Número de ID
desenvolvimento do software? artigos
Academia 02 (03,23%) P24, P29
Indústria 05 (08,06%) P01, P06, P10, P15, P59
Governo 22 (35,48%) P04, P07, P09, P12, P13, P19, P22, P23, P28, P30,
P31, P36, P39, P40, P42, P43, P45, P47, P48, P49,
P51, P60
Governo e Academia 01 (01,61%) P02
Governo e Indústria 05 (08,06%) P08, P16, P25, P46, P57
Governo, Academia e Indústria 01 (01,61%) P32
Governo Colaborativo 02 (03,23%) P44, P58
Não definido (ND) 06 (09,68%) P05, P35, P37, P53, P54, P56
Não se aplica (NA) 18 (29,03%) P03, P11, P14, P17, P18, P20, P21, P26, P27, P33,
P34, P38, P41, P50, P52, P55, P61, P62

Em resumo, os dados quantitativos mostraram uma maior utilização de modelos


adaptativos de processo de software na AP oriundos da indústria de software (incluindo
métodos ágeis e RUP), totalizando 21 estudos (33,87%), o que corrobora com a constatação
de que o setor público tem adotado e aplicado tecnologias e processos correspondentes
bem depois dessas abordagens terem sido experimentadas e avaliadas pelo setor privado
[MEL09]. Outra constatação foi que Estudo(s) de Caso e/ou Survey (totalizando 53 –
85,48%), assim como, Entrevistas (totalizando 27 – 43,55%) e Métodos de análise qualitativa
de dados (totalizando trinta estudos – 48,39%) foram as estratégias de organização da
pesquisa mais utilizadas.

3.2 Análise Qualitativa dos Resultados

Nesta seção será apresentada uma análise qualitativa dos estudos selecionados com
vista a responder a questão de pesquisa definida no protocolo da revisão sistemática. Uma
vez que o principal interesse é sobre o desenvolvimento de software na AP, a análise incidiu
sobre artigos com evidências práticas da experiência de desenvolvimento de software no
setor público, organizadas em algumas dimensões, listadas a seguir.
27

3.2.1 Desenvolvimento de Software na Administração Pública

Desde o estabelecimento da ES, o governo sempre buscou implantar padrões para


estruturar o desenvolvimento de software no setor público, inspirado inicialmente em
modelos prescritivos, que possuem em sua estrutura uma ordem formal de elementos do
processo, bem como, um fluxo de trabalho que descreve como cada um destes elementos
se relaciona uns com os outros. A principal característica desses modelos é, portanto, a
busca pela estrutura e a ordem [Pre11]. O United States Department of Defense (DoD)
institui os padrões MIL-STDs e DOD-STDs entre 1974 e 1998 [P34]. Da mesma maneira, o
governo do Reino Unido determinou a adoção do padrão Structured Systems Analysis and
Design Method (SSADM) de 1981 até meados da década de 2000 [P38], enquanto V-Modell
e suas variantes tem sido obrigatório para projetos de software no governo da Alemanha
desde o início da década de 1980 [P27] [P28]. A história deste esforço revelou inicialmente
uma disputa pelo controle do desenvolvimento de software entre o setor público (contratante)
e empresas contratadas [P34]. Neste período, o governo foi o principal cliente da indústria e
influenciou diretamente a maneira pela qual as empresas produziam softwares [P34] [P38].
O resultado da abordagem SSADM foi percebida como prescritiva, onerosa e de difícil
aplicação, assim como, mostrou dificuldade em lidar com a incerteza inerente de projetos de
ES, comunicação com o usuário, desenvolvimento pessoal e não refletiu a forma como as
pessoas trabalhavam na prática [P38]. Igualmente, o DoD enfrentou diversas falhas de
projeto que ocasionaram o desuso dos padrões MIL-STD-1679 e DOD-STD-2167 [P34].
Estas e outras constatações indicaram que abordagens baseadas no modelo prescritivo não
eram a melhor maneira de desenvolver softwares para a maioria dos projetos do setor
público [P34] [P38]. Para resolver este problema, novos modelos de desenvolvimento de
software com base em modelos adaptativos, como DOD-STD-2167A e MIL-STD-498 [P34]
e V-Modell XT [P27] [P28] foram propostos pelo governo.
Entretanto, com o crescimento exponencial do mercado, a indústria de software não
estava mais disposta a implementar procedimentos caros e talvez tecnicamente falhos para
satisfazer as necessidades de um cliente importante, mas não mais o único [P34]. Uma das
respostas da indústria de software, por exemplo, para lidar com as limitações de projetos
baseados em abordagens prescritivas de ES, típica de projetos de governo [P16], foi dada
em fevereiro de 2001, quando um grupo de dezessete renomados desenvolvedores, autores
e consultores da área de software, praticantes de Dynamic Systems Development Method
(DSDM), Extreme Programming (XP), Scrum e Feature Driven Development (FDD) se
28

reuniram para discutir sobre suas experiências de trabalho e pontos em comum. O resultado
do encontro deu origem ao manifesto ágil [BBB+01], uma declaração com quatro valores e
doze princípios que são, na visão de seus proponentes, determinantes entender o
desenvolvimento de software como um processo criativo, adaptativo, e movido a incertezas.
Desde então, cada vez mais, o governo tem renunciado as suas formas de trabalho e tem
adotado métodos e práticas alinhados aos princípios do desenvolvimento adaptativo. Na
sequência, os modelos, processos e métodos de Engenharia de Software (ES) adotados na
AP encontrados nessa pesquisa são apresentados.

3.2.1.1 Modelos Prescritivos de Processo

O padrão Structured Systems Analysis and Design Method (SSADM) foi obrigatório
para desenvolvimento de software no Reino Unido de 1981 até meados da década de 2000
[P38]. O estudo de Middleton [P38] sobre desenvolvimento de sistemas de informação (SI)
em ambientes de governo, tipicamente burocrático, apontou que abordagens baseadas em
modelos prescritivos não são susceptíveis de lidar bem com a incerteza estratégica,
comunicação com o usuário e desenvolvimento pessoal. Além disso, o estudo mostrou que
na prática ocorrem mudanças fundamentais de estratégias durante à execução de projetos,
devido às mudanças da alta administração. A suposição de um contexto estratégico estável
e coerente mostrou-se inválida na prática. Segundo o autor, isto significa que modelos
prescritivos pode não ser a melhor maneira de desenvolver softwares para a maioria dos
projetos do setor público, sendo necessário investir em um modelo de desenvolvimento de
software que é mais adequado para lidar com a incerteza estratégica.
No mesmo estudo, o autor mostrou que a necessidade de começar com requisitos
fixos em todos os casos foi um obstáculo e tornou-se inviável. Como consequência disto,
várias funcionalidades foram entregues sem satisfazer as necessidades dos usuários.
Outrossim, a falta de entregas parciais de software, assim como, o longo tempo de espera
e a grande quantidade de documentação foram aspectos que levaram o índice de
comprometimento dos projetos para baixo. A evidência dos projetos estudados foi que a
abordagem SSADM limitou a contribuição do usuário para envolvimento em vez de sua
participação com maior comprometimento. Por fim, a abordagem SSADM concentrou o
desenvolvedor sobre as técnicas de desenho técnico e não nas habilidades sociais de
facilitação do processo humano de comunicação. Ao incentivar esta prática, a comunicação
real foi perdida, em parte porque diagramas tendem a ser imprecisos na prática.
29

3.2.1.2 Modelos Adaptativos de Processo

Devido ao maior número de estudos encontrados sobre modelos adaptativos de PDS,


foi necessário reorganizar os artigos em algumas subcategorias, incluindo Modelo
Evolucionário, Processo Unificado, Métodos Ágeis, Rapid Application Development (RAD) e
Microsoft Solutions Framework (MSF).

3.2.1.2.1 Modelo Evolucionário

A utilização do modelo evolucionário para o desenvolvimento de software foi relatada


no estudo de Sohlenkamp et al. [P32]. Os usuários finais foram envolvidos de maneira
intensiva, e práticas interativas como oficinas, reuniões e discussões em grupo foram
aplicadas durante todo o processo de desenvolvimento. O processo de desenvolvimento foi
conduzido de maneira cooperativa, proporcionando um ambiente de aprendizagem mútua
entre usuários e desenvolvedores para troca de experiências, assim como, o aspecto
cognitivo das pessoas para aceitação das mudanças necessárias foi melhorado. Os
representantes dos usuários foram integrados nas reuniões de projeto para discutir as
necessidades dos usuários, tal como, priorizar os resultados que poderiam ser antecipados.
A definição dos requisitos para o sistema foi realizada de tal maneira que, um sistema com
uma funcionalidade pronta foi instalado no ambiente do usuário, e os requisitos foram
identificados a partir das experiências práticas obtidas durante o uso do sistema.
Segundo os autores, os benefícios da utilização da abordagem evolucionária foram
vistos logo no primeiro ano. Os requisitos do usuário foram rapidamente adotados e
integrados ao sistema. Este processo de melhoria contínua aumentou a satisfação do
usuário pelo sistema de maneira significativa. Outrossim, a estreita colaboração com os
usuários e a utilização prévia do sistema aumentou o número de requisitos que não poderiam
ser obtidos de outra forma. Em particular, para o sistema desenvolvido descobriu-se que os
detalhes só poderiam ser vistos quando o sistema fosse realmente utilizado. Os requisitos
que os usuários identificaram antes do uso do sistema foram consideravelmente diferentes
daqueles que surgiram ao longo da utilização do sistema.
A pesquisa recomendou que os usuários devem ser vistos como parceiros e não como
concorrentes ou inimigos. A abordagem participativa levou a uma melhor compreensão do
trabalho dos usuários e da organização. A estratégia envolveu reunir todos os membros do
projeto em sessões de entrevistas, dando-lhes a oportunidade de estarem em contato direto
30

com os usuários do sistema. Isto provou ser uma estratégia valiosa, especialmente para os
designers, que tiveram uma melhor compreensão sobre as exigências dos usuários.

3.2.1.2.2 Processo Unificado

Foram encontrados seis (9,68%) estudos sobre a utilização de processo unificado no


governo, sendo apresentados a seguir.

3.2.1.2.2.1 Estudo de uma Organização de Governo no Chile

O estudo de Navón [P42] relatou a utilização da abordagem Unified Software


Development Process (USDP) para criar uma representação do domínio de negócio, cujo os
artefatos poderiam ser mapeados facilmente através de restrições adequadas para uma
plataforma específica de desenvolvimento web. A proposta foi avaliada em um projeto piloto
e o resultado mostrou que a metodologia foi facilmente aprendida e adotada pelos
desenvolvedores, além disso, o software foi construído mais rapidamente. Além do mais, os
usuários relataram que o projeto resultante foi superior em termos de elegância e
flexibilidade quando comparado aos projetos anteriores.

3.2.1.2.2.2 Estudo de uma Grande Agência de Petróleo e Gás do Governo do Canadá

O trabalho de Pinheiro et al. [P47] apresentou um estudo sobre os principais


benefícios alcançados com a transição do modelo prescritivo para o modelo adaptativo.
Segundo os autores, o modelo prescritivo não estava sendo mais capaz de suportar o ritmo
crescente de desenvolvimento, e muitos lançamentos foram adiados, resultando em uma
baixa qualidade de software e custos acima do previsto. A solução encontrada pela empresa
foi adotar modelos adaptativos, como o processo Rational Unified Process (RUP). A
implementação de RUP no primeiro projeto, resultou em um projeto entregue dentro do prazo
e no orçamento previsto, algo que não acontecia a mais de seis anos. Os autores relataram
que os principais benefícios da adoção de RUP foram: um cronograma mais organizado,
uma melhor negociação e priorização de requisitos, um melhor planejamento de
lançamentos futuros, uma redução do número de defeitos encontrados após lançamento no
ambiente de produção, assim como, um maior envolvimento dos parceiros de negócio e uma
melhoria na execução de testes de aceitação do usuário. Além disso, a adoção de RUP
forneceu uma mudança social inicial para adoção de algumas práticas ágeis, incluindo testes
unitários, testes automatizados, integração contínua e reuniões diárias.
31

3.2.1.2.2.3 Estudo de uma Agência de Governo do Canadá

O mesmo cenário apresentado no trabalho [P47] foi encontrado no estudo [P48],


inclusive com resultados semelhantes. Pinheiro et al. [P48] relatou que a transição de
abordagens prescritivas para RUP em toda a empresa favoreceu a entrega de projetos
dentro do prazo e no orçamento previsto, assim como, a porcentagem de defeitos
encontrados no ambiente de produção após o lançamento de uma nova versão do software
foi reduzida de 40% para 25% e o tempo de resposta para resolução de defeitos também foi
reduzido substancialmente quando comparado ao modelo prescritivo. Outrossim, a
execução do desenvolvimento envolveu iterações curtas, apresentação do software ao final
de cada iteração, uso de protótipos e testes de aceitação com usuários.

3.2.1.3 Estudo do Inst. de Aeronáutica e Espaço e Inst. Nacional de Pesquisas Espaciais

O desenvolvimento adaptativo apoiado por doze artefatos do RUP, incluindo Caso de


Uso, Plano de Testes e Diagrama de Sequência, foi apresentado no estudo de Loubach et
al. [P29] sobre desenvolvimento de aplicações aeroespaciais. O estudo revelou que testes
automatizados juntamente com métricas de software melhoraram a qualidade, confiabilidade
e segurança do software entregue. Tal como, reduziu o tempo necessário para realização
de testes de unidade e de integração do sistema.

3.2.1.3.1.1 Estudo de uma Agência de Medicina do Governo da Sérvia

Além de cobrir todo o ciclo de desenvolvimento de software, RUP tem sido importante
para modelar processos de negócio em projetos de governo eletrônico. O estudo de
Stojadinovic et al. [P56] forneceu um exemplo de como esta abordagem foi utilizada para
modelar o processo de negócio relativo à comercialização de medicamentos na Sérvia, onde
vários diagramas Unified Modeling Language (UML) foram utilizados para descrever o
modelo do sistema.

3.2.1.3.1.2 Estudo do(a) Consiglio Nazionale delle Ricerche

Bei et al. [P04] concentrou seu estudo no problema da definição de um processo de


desenvolvimento de software, com ênfase em ERP, para a implantação de uma fábrica de
software no Consiglio Nazionale delle Ricerche (CNR) na Itália. Após uma investigação
cuidadosa de várias abordagens de desenvolvimento de software, incluindo: processo
unificado, métodos ágeis, XP e modelos prescritivos, a empresa escolheu a abordagem Agile
Unified Process (AUP). Aspectos de capacidade de adaptação a mudanças e envolvimento
32

dos usuários, independência de especialistas técnicos, escalabilidade e foco em arquitetura


e reutilização foram considerados na escolha de AUP. Esta abordagem tem sido utilizada
em vários projetos ao longo de vários anos, os resultados têm mostrado que os softwares
têm sido desenvolvidos e implantados satisfatoriamente, assim como, na opinião dos autores
esta abordagem pode ser aplicada em ambientes públicos de pequeno e médio porte do
governo italiano.

3.2.1.3.2 Métodos Ágeis

Foram encontrados dezessete (27,42%) estudos sobre a utilização de métodos ágeis


no governo, sendo apresentados a seguir.

3.2.1.3.2.1 Estudo do(a) United States Strategic Command

O estudo de Fruhling et al. [P15] mostrou como métodos ágeis, mais especificamente
XP, pode ser efetivamente adotado em organizações governamentais. Os autores criaram
um arcabouço de lições aprendidas para auxiliar os profissionais da área de software
alocados em ambientes governamentais e militares em futuras implementações de XP. Os
autores enfatizaram que para adotar métodos ágeis com sucesso é preciso haver uma
comunicação oportuna, precisa e completa entre todos os membros da equipe de
desenvolvimento, gestores do processo de negócio e usuários do software. Outra
constatação do estudo revelou que o trabalho colaborativo foi prejudicado quando membros
da equipe de desenvolvimento foram alocados em vários projetos com equipes diferentes
simultaneamente. Esta constatação corrobora com a opinião de Hajjdiab et al. [P19], onde
todos os membros da equipe de desenvolvimento deveriam estar o tempo todo com a equipe
e direcionar toda a sua atenção ao projeto. De acordo com ambos os estudos [P15] e [P19],
esta atribuição de diversos projetos simultâneos a uma pessoa tem ocasionado interrupções
no fluxo de trabalho e dificultado a inclusão de qualquer tipo de rotina diária para a equipe
do projeto, assim como, tem elevado a aplicação resumida de várias práticas ágeis nos
projetos. Por fim, Fruhling et al. [P15] sugerem que novas pesquisas sejam realizadas para
entender melhor as vantagens, desvantagens e riscos na transição de abordagens
prescritivas de processo para métodos ágeis em ambientes governamentais e militares.

3.2.1.3.2.2 Estudo do(a) National Institutes of Health

O estudo de Upender [P59] relatou a experiência da adoção e adaptação dos métodos


ágeis XP e Scrum para um projeto de gerenciamento de dados clínicos. Em geral, a inclusão
33

de novas práticas de trabalho, alteração do gerenciamento de projetos e mudanças de


hábitos de programação foi difícil, porém elas resultaram em uma melhor comunicação da
equipe, um produto mais utilizável, e uma melhor parceria entre os usuários e a equipe de
desenvolvimento. O autor acredita que as práticas de Scrum e XP são simples de entender,
porém, internalizar e seguir essas práticas é rigorosamente difícil. Além disso, ele acredita
que ficar ágil é tão difícil quanto se tornar ágil.

3.2.1.3.2.3 Estudo do(a) Banco Central do Brasil

O trabalho de Melo & Ferreira [P36] apresentou um estudo de caso de uma Instituição
Pública Brasileira de grande porte que optou por adotar métodos ágeis após anos de
experiência com métodos tradicionais de desenvolvimento. O artigo detalhou o contexto
organizacional que motivou e apoiou o processo de adoção. Havia dificuldade de
comunicação derivada da alta especialização em papéis. Os prazos de entrega eram longos
e faltava objetividade na definição do escopo de sistemas. Os funcionários estavam
desmotivados por trabalhar grande parte do tempo em tarefas burocráticas de
gerenciamento das fábricas ou em atividades muito especializadas. Além disso, criou-se
uma dependência das fábricas para todas as atividades relacionadas à implementação.
Neste contexto, a adoção de métodos ágeis apareceu como uma proposta de solução para
os diversos problemas apresentados, inclusive como uma alternativa para a solução do
problema de escala de produção. Na sequência o estudo descreveu dois projetos pilotos e
discutiu os resultados observados, sob perspectivas técnicas e gerenciais. O estudo revelou
que a adoção de métodos ágeis em uma organização é um processo lento e complexo. Em
organizações públicas, onde os processos burocráticos prezam pelo maior controle, em
detrimento dos resultados mais rápidos, é particularmente mais complicado. A simples
realização de alguns projetos pilotos não têm sido suficientes para tornar as práticas, valores
e princípios ágeis de fato implantados. Igualmente, o estudo constatou que as principais
dificuldades enfrentadas na implantação de métodos ágeis não estão relacionadas ao
aprendizado das práticas ágeis e sim com a necessidade de mudança da cultura
organizacional. Enquanto apenas o projeto de desenvolvimento de software pensar e agir
de forma ágil e o restante da organização mantiver os vícios e culturas derivadas de
processos prescritivos não será possível usufruir realmente dos benefícios ágeis. Por outro
lado, os resultados após dezoito meses de implantação mostraram que a adoção teve um
efeito positivo no aprendizado de novas tecnologias e na satisfação dos clientes e um
discreto aumento na qualidade do código e na produtividade das equipes estudadas e foram
34

considerados decisivos para encorajar novas experiências com métodos ágeis dentro da
organização.

3.2.1.3.2.4 Estudo do(a) Federal Bureau of Investigation

Uma boa alternativa para o problema da tomada de decisão em ambientes de governo


foi encontrada no projeto Sentinel, onde o Federal Bureau of Investigation (FBI) usou
métodos ágeis para transformar o desenvolvimento de um projeto mal sucedido em um
programa bem sucedido [P16]. De acordo com Fulgham et al. [P16], a solução escolhida
envolveu uma redução drástica do tamanho da equipe original do projeto de
aproximadamente trezentas pessoas para quarenta e cindo pessoas, sendo quinze
desenvolvedores e trinta gestores de processos de negócios, bem como, uma aproximação
e contato diário entre a equipe de desenvolvimento e os gestores dos processos de negócios.
As modificações realizadas diminuíram a complexidade de comunicação e reduziu o tempo
para a tomada de decisão, tal como, forneceu um suporte adequado para a equipe de
desenvolvimento e tornou o ambiente do projeto mais cooperativo e colaborativo. Além disso,
para comunicar o andamento do projeto, reuniões de avaliação e demonstração do produto
de software foram realizadas e adaptadas para públicos específicos, bem como, para
garantir a qualidade do produto de software, testes em todos os níveis foram planejados e
executados preferencialmente de maneira automática. Finalmente, os autores afirmaram
que o uso de métodos ágeis em contratos de “escopo fixo” parece não proporcionar
vantagens reais, que não foi o caso do projeto Sentinel.

3.2.1.3.2.5 Estudo do(a) Swedish Association of Municipalities for Joint Development of


eServices

O estudo de Olsson & Rönnbäck [P44] revelou que a estratégia de desenvolvimento


colaborativo entre municípios, que reúne várias competências e diferentes experiências, tem
oferecido uma abordagem mais ampla para enfrentar os desafios de desenvolvimento de
serviços eletrônicos mais adequados às necessidades dos cidadãos. Esta abordagem tem
fornecido um cenário maior de utilização de serviços de governo que são necessários para
a criação do projeto conceitual do software. Métodos ágeis têm sido adotados para melhorar
o envolvimento dos municípios, onde uma compreensão forte e mútua dos processos, papéis,
responsabilidades e desafios entre as partes interessadas são importantes para o sucesso
do projeto. Da mesma maneira, o estudo revelou que métodos ágeis têm permitido uma
maior facilidade de ajustes no escopo e direção do projeto, onde todos os requisitos não
35

podem ser definidos no início do projeto, mas emergem no decorrer do desenvolvimento do


produto de software.

3.2.1.3.2.6 Estudo do(a) Rocky Flats Environmental Technology Site

O desejo de utilizar métodos ágeis e manter a conformidade com regulamentos


contratuais pode parecer um conflito, mas não é, conforme [P01] [P16]. Métodos ágeis têm
sido utilizado para relatar e atender aos requisitos de Gerenciamento do Valor Agregado
(Earned Value Management - EVM), típico de projetos de desenvolvimento de software de
governo executados com a participação de empresas contratadas da indústria de software
[P01] [P16]. O estudo de Alleman et al. [P01] em um projeto de missão crítica de governo
revelou que uma equipe de XP pode cumprir com as exigências de EVM. Isso compreendeu
substituir a velocidade da equipe por métricas de valor agregado, definir o Custo Orçado do
Trabalho Executado (Budgeted Cost Of Work Performed - BCWP) através de “requisitos
testáveis”, estabelecer o Custo Orçado do Trabalho Agendado (Budgeted Cost of Work
Scheduled - BCWS) no início de cada iteração, etc. Da mesma maneira, o estudo de
Fulgham et al. [P16] combinou EVM com gráfico de burn-down e métricas ágeis de
velocidade utilizando story points para calcular o custo de cada entrega.

3.2.1.3.2.7 Estudo do(a) UK Regional Government Departament e do(a) Her Majesty’s


Revenue and Customs

Um clima de confiança, de cooperação, com práticas de trabalho flexíveis e


colaborativas, juntamente com a tomada rápida de decisões são fatores importantes para o
desenvolvimento ágil ter sucesso [P05]. Entretanto, nem todos os ambientes tem evoluído
com o mesmo entusiasmo. Berger [P05] mostrou uma visão de tensão que transpareceu
quando a abordagem de desenvolvimento ágil foi executada em um ambiente burocrático e
hierárquico. O resultado foi que as questões de conflito, confiança e uma “cultura de culpa”
impediu que as partes interessadas promovessem um trabalho cooperativo e colaborativo
com os desenvolvedores, que teve um impacto significativo sobre o progresso do
desenvolvimento do projeto. Por exemplo, a falta de capacidade para a tomada de decisão
sobre as necessidades do negócio afetou o progresso do desenvolvimento e ocasionou
atrasos no cronograma do projeto, assim como, prejudicou o trabalho dos desenvolvedores
que necessitavam de uma priorização das atividades para cumprir os prazos de
desenvolvimento. Outra constatação foi que a falta de confiança entre todos os envolvidos
no projeto (desenvolvedores, gerentes de negócio e demais partes interessadas) ocasionou
36

um impacto negativo sobre a capacidade de promover um ambiente de desenvolvimento


colaborativo, bem como, enfraqueceu as iniciativas de integração de equipe, necessária para
o desenvolvimento adaptativo. Em outras palavras, a cultura da organização influenciou o
comportamento das partes interessadas, que por sua vez, influenciou o resultado da
abordagem de desenvolvimento. Isso introduziu uma ameaça ao desenvolvimento ágil, onde
os benefícios dos métodos ágeis foram negados quando práticas de trabalho equivocadas
inerente à cultura organizacional foram levadas para o ambiente do projeto [P05]. Melo &
Ferreira [P36] e Michaelson [P37] concordam com este pensamento e acrescentam que
métodos ágeis tem requerido mudanças reais na cultura organizacional, incluindo aspectos
políticos e processos de gestão, e não está claro que os profissionais de TI do governo se
sentem suficientemente apoiados e confiantes em “desafiar” os líderes de departamentos e
líderes políticos para executar o desenvolvimento de software de maneira diferente de modo
a entregar serviços melhores e mais ágeis, em parte devido à falta de competência no
assunto [P37]. Além disso, Michaelson [P37] revelou que no caso do projeto Universal Credit
do Reino Unido, métodos ágeis tornou-se uma abordagem retórica, em vez de uma resposta
ao fracasso de Tecnologia da Informação (TI) em projetos de grande porte do setor público.
O autor acredita ser improvável que a adoção de um novo método de desenvolvimento de
software e gestão de contratos seja capaz de resolver os principais problemas estruturais de
projetos de grande porte do setor público, tais como: ambiente burocrático, pressão política,
problemas com mudanças de negócios e implantação big bang.

3.2.1.3.2.8 Estudo de um Departamento de Telecomunicações e TI do Governo dos


Emirados Árabes Unidos

O trabalho de Hajjdiab et al. [P19] apresentou um estudo de caso em profundidade


de falha na adoção de Scrum por uma equipe alocada em múltiplos projetos em uma
entidade do governo dos Emirados Árabes Unidos. Os autores identificaram problemas e
desafios no processo de transição de abordagens prescritivas para métodos ágeis, incluindo
ausência de projeto piloto, falta de apoio da alta administração, grande pressão por
resultados imediatos, falta de coach ágil, ambiente altamente burocrático que exigiam
aprovações e assinaturas antes de passar de uma etapa para outra etapa, alocação de
desenvolvedores em vários projetos de maneira simultânea e falta de preparo da equipe de
desenvolvimento para lidar com métodos ágeis. Os autores apontaram que todos esses
desafios poderiam ser superados ou minimizados se o processo de adoção de Scrum tivesse
37

sido cuidadosamente planejado, bem como, se os recursos humanos e financeiros fossem


garantidos com antecedência.

3.2.1.3.2.9 Estudo do(a) United States Army

O estudo de Surdu & Parson [P57] apresentou a experiência da adoção de práticas


de XP e de outros métodos ágeis, assim como, a combinação de métodos ágeis com
modelos prescritivos para o desenvolvimento do projeto de simulação conhecido como One
Semi-Automated Forces (OneSAF) Objective System (OOS) gerenciado pela United States
Army. Para alcançar melhores resultados, incluindo melhoria na eficiência da comunicação
e envolvimento do cliente, desenvolvedores de software do governo, desenvolvedores de
software da indústria e representantes do processo de negócio se instalaram na mesma
localização. Entregas incrementais e frequentes foram adotadas, bem como, métricas ágeis
e documentos escritos foram adotados para manter conformidade com regulamentos
contratuais de governo. Para melhorar a qualidade do produto de software, testes em todos
os níveis foram planejados e executados, preferencialmente de maneira automática. Além
disso, desde que o primeiro projeto ágil emergiu de maneira primordial, as empresas têm
perguntado se as metodologias ágeis são compatíveis com o Capability Maturity Model
Integration (CMMI) do Software Engineering Institute (SEI) [Coh11]. Uma contribuição
importante para preencher essa lacuna foi encontrada neste estudo, onde uma combinação
de práticas ágeis de XP com processos CMMI Nível 5 foram essenciais para o sucesso do
projeto [P57].

3.2.1.3.2.10 Estudo de uma Administração Pública da Bulgária

O estudo de Iliev et al. [P23] mostrou que métodos ágeis tornou o processo de
desenvolvimento mais aberto para o cliente. O feedback do cliente ao longo do
desenvolvimento foi útil para melhorar o desenvolvimento das funcionalidades requeridas e
agregar mais valor ao negócio. A introdução de práticas de desenvolvimento de software,
testes e análise de diversas métricas levou a melhorias na execução técnica do projeto. A
implementação de novas funcionalidades tornou-se algo previsível e transparente para o
cliente. Por fim, os autores pretendem complementar o trabalho com informações sobre a
preparação das pessoas e da organização para a adoção de métodos ágeis.
38

3.2.1.3.2.11 Estudo do(a) Embrapa Informática Agropecuária

O estudo de Pedroso Júnior et al. [P45] descreveu como as práticas de XP foram


adotadas para o sucesso de um projeto crítico de governo, em resposta ao fracasso de um
projeto anterior. O estudo revelou que o envolvimento do cliente tem requerido um
compromisso profundo e preparação, tanto do cliente como dos desenvolvedores, para
alcançar o seu pleno potencial. Propriedade coletiva do código e padrões de projeto foram
adotadas sem nenhum problema. Integração contínua foi fundamental, enquanto TDD e
Programação em Par não foram adotadas por falta de exemplos reais. Além disso, entregas
frequentes de software foram realizadas, mas nenhuma delas foram definitivas, a equipe de
desenvolvimento precisou retomar e introduzir mudanças nas versões entregues. Por fim,
os autores mostraram-se satisfeitos com os resultados alcançados, e estavam ansiosos por
refinar as práticas de XP em projetos futuros.

3.2.1.3.2.12 Estudo em Grandes Projetos no Setor de Defesa do Governo Americano

O estudo de McMahon [P35] compartilhou várias lições aprendidas sobre o que está
funcionando e o que não está funcionando ao aplicar métodos ágeis em grandes projetos de
software no setor de defesa do governo americano. O resultado mostrou que muitas das
lições abordadas no estudo não são novas, e algumas podem parecer ter pouco - ou nada -
a ver com métodos ágeis. Segundo o autor, o papel do Gerente de Projeto tem sido afetado
pela maneira como ele/ela interage com a equipe ágil em um projeto, particularmente no que
diz respeito aos requisitos e listas de tarefas. Em projetos de grande porte, por exemplo, tem
sido recomendado ter várias listas de requisitos, geralmente organizadas em subprojetos,
como também, que cada subprojeto possua seu próprio proprietário do produto e sua própria
lista de requisitos. Da mesma maneira, os proprietários dos produtos deveriam reunir-se
regularmente para coordenar mudanças entre si e acordar estratégias de integração dos
subprojetos. Segundo McMahon [P35], um engenheiro de sistemas poderia ser um
candidato perfeito para o papel de proprietário do produto. Entretanto, para Michaelson [P37],
tem sido difícil identificar proprietários de produtos adequados e comprometidos para
projetos, como também, garantir que eles estarão disponíveis para reuniões diárias com
equipes de desenvolvimento. Outrossim, métodos ágeis não têm exigido menos requisitos
escritos [P35].
39

3.2.1.3.2.13 Estudo de uma Organização do Governo dos Estados Unidos da América

O estudo de Moore [P40] descreveu uma experiência no desenvolvimento de software


que aconteceu dentro de uma organização do governo dos EUA, onde um projeto de
software foi submetido a mudanças organizacionais e técnicas para adaptar-se as novas
tendências do desenvolvimento, incluindo métodos ágeis. O autor apresentou algumas
características onde o projeto evoluiu. Para melhorar a detecção de defeitos no sistema,
testes unitários foram criados e sua execução foi automatizada. Na sequência, o processo
de compilação, integração dos componentes e disponibilização do sistema foi automatizado.
Por fim, para garantir a qualidade do software, um conjunto de métricas foi adotado. O
resultado do esforço permitiu que a equipe do projeto adaptasse as mudanças, bem como,
entregasse o produto de software para o cliente mais de uma vez por semana.

3.2.1.3.2.14 Estudo do(a) Prefeitura de Kyoto

A importância de métodos ágeis tem aumentado no Japão [P24]. Entretanto, o ciclo


Plan-Do-Check-Act (PDCA) requer uma visão repetida do software, que não é aceita pelo
sistema de orçamento do governo japonês, por que, ciclos repetitivos geram despesas
repetidas, que por sua vez, significam mau uso do dinheiro público. Uma solução para este
problema foi encontrada no estudo de Kaneda [P24]. Neste trabalho, o autor mostrou uma
combinação das abordagens Project Based Learning (PBL) e métodos ágeis. Estas
abordagens foram utilizadas pela prefeitura de Kyoto e a universidade pública de Doshisha
no Japão que desenvolveram dois softwares sem a ajuda de empresas da indústria de
software. O resultado desta estratégia foi que os alunos e os professores foram beneficiados
com o conhecimento sobre desenvolvimento de software com métodos ágeis para o mundo
real e ambos tiveram uma maior compreensão da importância da ES. Da mesma maneira,
esta abordagem permitiu que o governo ajustasse os softwares desenvolvidos o quanto
necessário, sem um aumento de custo. Outrossim, a execução do ciclo PDCA, importante
para as atividades diárias da prefeitura de Kyoto, foi mantida.

3.2.1.3.2.15 Estudo do(a) NASA Langley Research Center

Kent Beck, um dos proponentes do manifesto ágil, enumerou nove ambientes que,
segundo ele, XP não deveria ser utilizado [Bec99]. Seis destas nove características estavam
presentes em um projeto piloto de adoção de XP na NASA Langley Research Center
(Langley) [P60]. Na medida em que o projeto começou, William A. Wood & William L. Kleb
[P60], tiveram que lidar com vários conflitos culturais antes de implementar XP. Em primeiro
40

lugar, o conflito entre o valor de negócio de curto prazo e os objetivos de pesquisa de longo
prazo levou a um choque cultural ao aplicar práticas básicas de XP em projetos de pesquisa
científica. O estabelecimento de ciclos de desenvolvimento incremental com feedback em
poucas semanas parecia ser incoerente com o papel do centro de pesquisa de buscar
soluções ao longo prazo através de projetos revolucionários.
Em segundo, a política interna da empresa atribuía dois terços do tempo do projeto
para as atividades de levantamento de requisitos, documentação e projeto. A atividade de
codificação deveria ser realizada em apenas um terço do tempo restante do projeto, não
sendo permitida sua execução desde o início do projeto. Em terceiro, as políticas internas
da empresa incentivavam o uso de grandes especificações para o planejamento e
desenvolvimento de software, com pouca menção ao teste de software (por exemplo). O não
cumprimento desta prática poderia penalizar o projeto por falta de garantia de qualidade e
inconformidade com os processos institucionais. Em quarto, os pesquisadores eram
reconhecidos e valorizados por desempenho individual ao invés de trabalho em equipe. Em
quinto, em centros de pesquisa, os pesquisadores geralmente são alocados em salas
individuais, que poderiam estar localizadas em outros prédios dentro do próprio campus da
empresa. Esta característica de ambiente não favorecia à comunicação efetiva das pessoas
envolvidas no projeto. Por último, as equipes eram formadas por duas pessoas, manter os
papéis distintos de programador, cliente, mediador, coach para equipes pequenas era um
problema. No contexto da pesquisa de longo prazo, as tecnologias que estão sendo
exploradas podem ser imaturas ou incertas, como também, estarem a anos de distância de
alcançarem seu potencial comercial. Nesta situação, o financiador é muito distante da
pesquisa para servir como um cliente adequado. Assim, o pesquisador é essencialmente o
"cliente" para o seu próprio esforço de desenvolvimento, pelo menos por vários anos.
As soluções encontradas pelos autores para resolver os conflitos culturais
apresentados anteriormente incluíram:
 Inicialmente, os autores não sabiam se poderiam reformular as metas de pesquisa
de longo prazo em pequenos incrementos tangíveis, adequados aos ciclos de
iteração do XP de duas a três semanas. Felizmente, na prática, embora a escala
de tempo de feedback de investigação continue grande, os autores conseguiram
decompor com sucesso as características técnicas em pequenos pedaços de
iteração, seguindo a prática do Design Simples do XP.
41

 As políticas internas de desenvolvimento de software do centro de pesquisa não


foram seguidas;
 Os participantes suprimiram o desejo de serem reconhecidos individualmente por
acreditar que duas pessoas fazendo XP seria mais produtivo do que a soma dos
esforços individuais;
 O layout da sala dos pesquisadores envolvidos no projeto foi alterado para
suportar a Programação em Par, como também, acomodar a presença de
colaboradores de outras instituições, por exemplo: professores universitários;
 A Programação em Par foi executada exclusivamente durante a construção de
testes e refatoração do código;
 O pesquisador com mais interesse no uso do software assumiu o papel de cliente
durante a prática do Jogo de Planejamento.
Os pesquisadores se esforçaram em aplicar as doze práticas de XP no projeto piloto
descritas no livro [Bec99]. Devido aos desafios culturais, oito das doze práticas
apresentaram desafios de implementação. No entanto, os resultados indicaram que a
abordagem XP para o desenvolvimento de software foi aproximadamente duas vezes mais
produtiva do que projetos semelhantes executados anteriormente. Além disso, a base de
código funcional foi cerca de metade do número de linhas de código em relação ao esperado,
e a legibilidade do código foi melhor. Refatoração, conforme previsto pelo XP, são em grande
parte responsáveis pela melhoria da estética do código fonte. A partir dos resultados
alcançados com a execução do projeto piloto, o centro de pesquisa Langley decidiu ampliar
o uso de XP para outro projeto de missão crítica, conhecido como "High-Energy Flow Solver
Synthesis".

3.2.1.3.2.16 Estudo do(a) Israeli Air Force

O estudo de Dubinsky et al. [P13] descreveu uma pesquisa realizada com uma equipe
de desenvolvimento de software da Israeli Air Force. Com o objetivo de reduzir o tempo de
entrega do software, melhorar a comunicação e a colaboração com o cliente, a equipe optou
pela adoção de XP para o desenvolvimento de um projeto de software de missão crítica.
Dentre os vários temas pesquisados, o estudo focou em métricas ágeis. As métricas ágeis
foram adotadas e aperfeiçoadas ao longo do projeto. O resultado foi um aumento da
confiança dos membros da equipe de desenvolvimento e dos gestores administrativos, onde
a adoção de métricas ágeis objetivas contribuiu para verificar o cumprimento de prazos mais
cedo, assim como, permitiu que a tomada de decisão acontecesse de maneira precisa. Esta
42

constatação comprova a opinião de McMahon [P35], que diz o seguinte: ”Um dos maiores
benefícios de métodos ágeis tem sido a sua capacidade em promover a visibilidade do
projeto para os gestores mais cedo”. Além disso, os gestores administrativos apontaram que
as métricas estudadas poderiam ajudar a escalar o XP, por exemplo, para gerenciar várias
equipes de desenvolvimento em projetos de larga escala. Em trabalhos futuros, os autores
pretendem investigar a escalabilidade das métricas adotadas de modo a promover a
melhoria contínua das métricas usadas.
Vale ressaltar que os princípios e várias práticas de XP contradiziam e pareciam ser
incompatíveis com muitos dos processos de trabalho existentes. A solução encontrada pela
gerência administrativa foi uma renúncia da maioria dos regulamentos existentes. Isso
permitiu que a equipe executasse seus próprios processos de trabalho, desde que
demonstrasse para os níveis superiores que o projeto estava sendo gerenciado e estava
efetivamente sob controle, bem como, a qualidade e o atendimento das necessidades dos
clientes não estavam sendo comprometidas. O resultado foi que após a primeira iteração os
gestores ficaram surpresos ao ver algo em execução e todos concordaram que “a pressão
para entregar algo a cada duas semanas levou a resultados surpreendentes”.

3.2.1.3.3 Rapid Application Development

Rapid Application Development (RAD) foi aplicado em um projeto de larga escala para
resolver problemas frequentes do desenvolvimento de software em uma AP do Reino Unido,
incluindo entregas com atraso e que nem sempre atendiam às necessidades do cliente,
assim como, uma crescente incapacidade de responder as novas demandas [P06]. O
resultado foi que as partes interessadas encontraram dificuldades em ajustarem-se as
exigências do RAD (incluindo comprometimento e disponibilidade) e adotaram uma postura
passiva, o que dificultou a tomada de decisão críticas de negócio. A cultura organizacional
estabeleceu que a tomada de decisão deveria ser realizada no ponto apropriado da
hierarquia organizacional. Isto fez com que os gerentes de negócios se mantivessem
relutantes em tomar decisões importantes sobre processos de negócios que não se sentiam
responsáveis, apesar de estarem habilitados a fazê-lo. Tais dificuldades impactaram sobre
a trajetória do projeto, causando atrasos no cumprimento de prazos importantes do projeto.
Este resultado fortalece a ideia de que quando uma cultura organizacional enfatiza uma
“cultura de culpa”, muito dos benefícios do desenvolvimento adaptativo podem ser negados,
tal como, um nível de conflito e uma falta de confiança pode ocorrer entre desenvolvedores
e gestores de negócios [P05]. Porém, evidências sugerem que esses problemas tendem a
43

diminuir ao longo do tempo devido à evolução e familiarização da abordagem do


desenvolvimento dentro da organização [P06].

3.2.1.3.4 Microsoft Solutions Framework

O estudo de Bygstad [P09] mostrou que aplicar casos de uso, design de interfaces,
técnicas de programação e testes foi difícil com muitos participantes inexperientes. O
resultado foi que o custo foi maior do que o estimado, a produtividade e a qualidade foram
inferiores, e a colaboração entre os gestores do processo de negócio e os desenvolvedores
não foi suficiente para alcançar os melhores resultados. Por outro lado, o estudo identificou
uma janela de oportunidade para a adaptação mútua. Em um projeto de desenvolvimento
de SI, a flexibilidade do SI é alta no início do projeto, em seguida, ela gradualmente se torna
menor à medida que mais componentes de software são produzidos e introduzidos no
sistema. Por outro lado, o processo de negócio tem um baixo grau de flexibilidade no início,
em seguida, ela aumenta lentamente por conta dos primeiros resultados do projeto. Neste
ponto do tempo, a janela de oportunidade se abre, onde a flexibilidade tanto do SI quanto do
processo de negócio é suficiente para uma mudança mútua. Isto significa que a flexibilidade
do SI e do processo de negócio variam ao longo do tempo. No início do projeto, tem sido
relativamente fácil alterar os requisitos, enquanto que no final do projeto, tem sido muito mais
difícil e mais caro. Uma outra constatação do estudo foi que, o envolvimento de
desenvolvedores e representantes do processo de negócio em workshops e sessões de
prototipagem permitiu que os desenvolvedores tivessem um feedback mais detalhado do
processo de negócio, enquanto os representantes dos processos de negócio aprenderam
mais sobre as complexidades e limitações da tecnologia.

3.2.1.3.5 V-Modell XT

A adoção de V-Modell e suas variantes tem sido obrigatória para projetos de


desenvolvimento de software no governo da Alemanha [P27] [P28]. O estudo de Kuhrmann
et al. [P27] apresentou os primeiros resultados da utilização da nova variante V-Modell,
conhecida como XT, em um projeto piloto do German Department of the Interior. Uma das
constatações foi que a nova abordagem V-Modell XT foi muito mais simples de se utilizar do
que a abordagem antiga V-Modell 97. Além do mais, o principal benefício identificado foi que
V-Modell XT tem permitido uma adaptação do processo para contextos específicos, onde
somente os artefatos necessários podem ser criados e atividades desnecessárias podem
ser ignoradas. Logo, os autores acreditam que esta capacidade permitirá que projetos
44

construídos a partir do V-Modell XT tenham uma versão personalizada que atenda suas
necessidades específicas da melhor maneira possível.

3.2.1.4 Outros Modelos de Processo

Nesta dimensão foram incluídos outros modelos, processos e métodos de ES que


não foram classificados facilmente nas categorias de modelos prescritos e adaptativos de
processo de desenvolvimento de software.

3.2.1.4.1 Team Software Process

O estudo de Humphrey [P22] apontou que muito dos problemas do desenvolvimento


de software tem sido causado por modelos tradicionais de gestão, onde os gestores não
sabem realmente o que devem mudar para melhorar seus resultados e são relutantes em
mudar para um novo método de gestão que não é de uso geral por outros projetos similares.
Além disso, com o trabalho do conhecimento realizado em grande escala, os gerentes não
têm conseguido visualizar os pequenos problemas diários e os desenvolvedores não tem
obtido os dados necessários para descrevê-los. Como resultado, os gerentes não têm
conseguido tomar medidas para recuperar os atrasos diários. No momento em que os
atrasos de agendamento têm se tornado grande o suficiente para serem visíveis, tem sido
tarde demais para se fazer qualquer coisa sobre eles. Segundo o autor, este é o motivo pelo
qual os projetos executados por gestores competentes e experientes continuam a ter
problemas de custo, cronograma e qualidade. Os gestores não têm obtido o feedback que
eles precisam para tentar impedir que os problemas ocorram a tempo. Outrossim, em
projetos grandes, com muitas dependências entre si, atrasos em qualquer parte tem afetado
muitas outras. Isto significa que várias partes de um grande projeto provavelmente irão entrar
em problema de programação ao mesmo tempo.
A solução encontrada pela organização foi a utilização da metodologia Team Software
Process (TSP), onde os desenvolvedores têm se reunido e utilizado os dados coletados para
gerenciar seu próprio trabalho, assim como, tem medido com precisão o andamento do
projeto no intervalo de um dia. Equipes TSP tem relatado o status do projeto semanalmente,
e a gestão tem visto exatamente o que está acontecendo. De acordo com o autor, com
informações de status precisas, a administração do projeto tem visto pequenos problemas
de custo e cronograma, antes que eles se tornem sérios. Desta forma, a gerência pode tomar
medidas cabíveis para identificar causas e resolver problemas a tempo.
45

Depois de utilizar o TSP por vários anos, a organização informou que os seus níveis
de qualidade do produto melhoraram em cerca de dez vezes e que os tempos de teste foram
reduzidos de meses para semanas. Cronograma e custo tem sido muito mais previsível do
que antes, e as reuniões de status semanais que aconteciam as segunda-feira, quarta-feira,
e sexta-feira não foram mais necessárias. Cooperação e coordenação da equipe também
foram melhoradas. A conclusão final da organização foi a de que, "Esta é a única maneira
de gerenciar grandes projetos de conhecimento de trabalho".
Com relação às equipes de desenvolvimento, elas têm se esforçado para cumprir as
metas do cronograma da gerência do projeto, tal como, elas têm negociado seus próprios
compromissos com a gerência. As equipes têm se sentido responsável pelo controle do seu
trabalho, bem como, elas têm conseguido informar o status do projeto, e tem obtido
informações adequadas para defender suas estimativas. Segundo Humphrey [P22], as
equipes deveriam ser treinadas em métodos de gerenciamento de equipe. Elas deveriam
ser responsabilizadas por produzir os seus próprios planos, negociar os seus próprios
compromissos e cumprir esses compromissos com produtos de qualidade. Isto significa que
o papel do gerente não tem sido simplesmente gerenciar equipes de trabalho, mas sim,
liderá-las, motivá-las, apoiá-las e orientá-las [P22].

3.2.1.4.2 Computer-Aided Software Engineering

O estudo de Love & Siddiqi [P30] investigou a hipótese de que a introdução de uma
ferramenta Computer-Aided Software Engineering (CASE) renderia processos melhorados
compatíveis com o CMM Nível 2 em um Departamento de Sistemas de Informação (DSI) do
governo do Reino Unido. A investigação mostrou que a combinação de uma ferramenta
CASE com mudanças em práticas de trabalho foi suficiente para o DSI alcançar CMM Nível
2, e que muitas das melhorias realizadas antecederam à adoção da ferramenta.
Em geral, o uso da ferramenta CASE contribuiu para melhorar o processo de
desenvolvimento de software, incluindo protótipo de telas para especificação de requisitos
com usuários, planejamento e acompanhamento de projetos, gerencia de configuração e
garantia da qualidade por meio de relatórios de inconsistência de itens que estão nos
repositórios.

3.2.1.4.3 Open-source Software Development Models

O estudo de Kim & Teo [P25] sobre a utilização do modelo de desenvolvimento


baseado em software livre para a construção do framework de governo eletrônico
46

eGovFrame, revelou que o desenvolvimento de aplicações baseada em padrões abertos


melhorou a qualidade do software desenvolvido, tal como, tornou o desenvolvimento mais
eficiente e com uma maior reutilização do software. A abordagem utilizada foi articulada na
forma de uma estratégia de inovação aberta, que englobou código aberto, licença de
software livre, processos abertos, saídas abertas e um ecossistema aberto, assim como,
uma parceria entre agências governamentais e empresas da indústria de software. O
resultado mostrou que empresas públicas e privadas se beneficiaram com o
compartilhamento ou venda de produtos comerciais oriundos do eGovFrame. Além disso, os
autores apontaram seis lições aprendidas sobre o modelo de desenvolvimento baseado em
ecossistemas abertos:
 Todas as partes interessadas devem ser envolvidas no desenvolvimento, bem
como, os benefícios do trabalho colaborativo e o compartilhamento de
informações deve ser enfatizado para todas as partes.
 A inovação aberta é essencial para a construção da estrutura do ecossistema de
desenvolvimento. O desafio desta abordagem consiste em convencer os
participantes a compartilhar os seus conhecimentos, uma vez que eles estão
preocupados com a possibilidade do proprietário da plataforma ou outros
participantes poderem replicar sua tecnologia e começarem a oferecer um produto
concorrente.
 Mesmo que o código-fonte esteja disponível abertamente, somente pessoas
autorizadas podem realizar as mudanças necessárias. Isto significa que uma
estratégica de governança deve ser estabelecida e colocada em prática.
 A construção do framework e a disponibilização de aplicações devem ocorrer de
maneira simultânea. Quanto mais aplicativos estiverem disponíveis na plataforma,
mais clientes estarão dispostos a reconhecer o framework como uma fonte de
aplicações adequadas.
 Os governos são geralmente relutantes em abrir seus processos decisórios
internos para o público. No entanto, a experiência do projeto eGovFrame ilustrou
como a relação de confiança entre o governo e seus cidadãos contribuiu para uma
colaboração eficiente entre o governo e o público, assim como, contribuiu para a
construção de uma mentalidade coesa e comum para o ecossistema.
47

 O governo da Coréia do Sul reconheceu que mudanças tecnológicas certamente


iriam impactar o eGovFrame. Desta maneira, estratégias de melhoria contínua e
atualização tecnológica foram estabelecidas.

3.2.1.4.4 Model-Based Development

O estudo de Pilemalm et al. [P46] explorou as experiências práticas de


desenvolvimento e implementação de model-based em quatro projetos de desenvolvimento
de software nas Forças Armadas da Suécia. Uma das constatações foi que os problemas
vivenciados no desenvolvimento model-based não se desviaram dos problemas gerais de
desenvolvimento de software. Um conhecimento sólido em engenharia de requisitos e uma
participação representativa das partes interessadas com conhecimento do domínio da
aplicação foram destacados como cruciais para o desenvolvimento de sistemas aderentes
as necessidades dos usuários. Uma outra constatação mostrou que a implementação de
model-based como uma abordagem madura de desenvolvimento de software irá levar mais
tempo. Nos projetos estudados, não foi encontrado nenhum benefício real, isto é, o que foi
implementado é de uma escala muito menor do que o planejado inicialmente. Isto significa
que existe uma diferença clara entre o efeito teórico e as situações reais vivenciadas nos
projetos estudados.

3.2.1.4.5 Desenvolvimento Centrado no Usuário

O estudo de Catarci et al. [P10] analisou aspectos de usabilidade e desenvolvimento


centrado no usuário em dois projetos da AP da Itália executados por empresas contratadas.
Em primeiro lugar, o problema da representatividade dos usuários envolvidos no projeto
surgiu de uma maneira significativa. A questão era como muitos usuários e grupos de
usuários deveriam ser envolvidos no ciclo de desenvolvimento e em que fases. As
funcionalidades dos sistemas analisados pareciam ser construídas a partir de informações
fornecidas por um único usuário, em um dos casos analisados, e por dois usuários, no outro
caso.
De um modo geral, as pessoas que não eram os usuários finais do software
encomendaram os sistemas, e atuavam em nome de todos os usuários finais do projeto. Os
testes e as avaliações realizadas ao longo do desenvolvimento dos softwares não tiveram a
participação dos usuários que iriam utilizar os sistemas. Em segundo lugar, os contratos de
desenvolvimento de software não envolviam adequadamente os usuários e, geralmente, não
consideravam fatores de usabilidade e satisfação do usuário como critérios de contrato com
48

a indústria. Por fim, usabilidade representou um custo adicional a ser pago a indústria, em
termos da diminuição da taxa de produção de software, aumento do controle do produto e
aumento da curva de aprendizado, contra benefícios que não eram fáceis de avaliar. O
resultado da pouca participação dos usuários finais ao longo do desenvolvimento de
software foi que a solução escolhida foi difícil de assimilar e alternativas comerciais eram
mais fáceis de utilizar. Outra constatação mostrou que a indústria possui muito pouco
conhecimento sobre métodos de desenvolvimento de software centrado no usuário e, em
particular, dão pouca atenção ao contexto de utilização dos produtos de software que
desenvolvem. Segundo os autores, isto significa que características de usabilidade de
produtos de software são praticamente ignoradas pela indústria de software.

3.2.1.5 Algumas Comparações com o Setor Privado

Três estudos comparativos sobre o desenvolvimento de software no setor público e


privado foram encontrados [P17] [P26] [P61]. O estudo de Krogstie [P26] mostrou que o
tempo de desenvolvimento de novos produtos de software e melhoria de sistemas em
produção é relativamente igual em todo o setor público e privado. Isto significa que baseado
somente neste estudo não se poderia afirmar que o desenvolvimento e manutenção de
sistemas é mais eficiente no setor privado do que no setor público. Porém, foi encontrado
dois estudos que contrapõem estes resultados e apontam que o desempenho de projetos
de desenvolvimento de software no setor público é pior do que o setor privado [P17] [P61].
O estudo de Furumo et al. [P17] mostrou que há indícios de que projetos em
organizações do setor público são mais propensos de serem entregues com atraso do que
projetos organizados pelo setor privado. Segundo os autores, esta constatação pode estar
associada a uma maior coordenação e níveis adicionais de aprovação por conta do aumento
do número de clientes e partes interessadas. O estudo sugere que, no mínimo, contingências
de tempo deveriam ser construídas para projetos do setor público. Por outro lado, não há
evidências que equipes de projetos em organizações do setor público são mais propensas
a estourar o orçamento do que equipes em organizações do setor privado.
Enquanto o estudo de Wright & Capps [P61] mostrou que em ambos os setores, a
maioria dos grandes projetos ultrapassaram seus orçamentos e cronogramas originais em
mais de 50%, com muito mais intensidade no setor público. Outrossim, o estudo apontou
que falhas tem ocorrido com frequência, e evidências empíricas mostraram que elas
ocorreram com mais frequência no governo.
49

3.2.2 Práticas de Desenvolvimento de Software na Administração Pública

O Software Engineering Body of Knowledge (SWEBOK) [BoF14], organizado pela


IEEE Computer Society, define o corpo de conhecimentos usualmente aceito relacionado à
Engenharia de Software. Ele relacionada dez áreas do conhecimento, das quais modelos,
processos e métodos de ES é o foco dessa pesquisa. Entretanto, o desenvolvimento de
software depende de outras práticas de ES para alcançar seu pleno potencial. Neste sentido,
secundariamente, este trabalho apresenta uma lista de outras práticas de ES usadas para o
desenvolvimento de software no setor público. Vale ressaltar que a lista de práticas e estudos
recuperados não é exaustiva e nem conclusiva, como também, não foi necessariamente
produzida em uma ordem esperada, uma vez que a estratégia de busca não foi construída
para essa finalidade.

3.2.2.1 Gerenciamento de Projetos

Nenhum estudo foi encontrado com foco em gerenciamento de projetos de produtos


de software no setor público. Entretanto, a partir de algumas evidências encontradas,
sugere-se que o planejamento e execução de um projeto de desenvolvimento de software
no setor público tem acontecido com base em duas abordagens distintas:
1. Envolvendo um planejamento de projeto de longa duração e mais detalhado;
2. Envolvendo um planejamento com base em iterações de curta duração e menos
detalhado.
O exemplo do projeto Sentinel executado pelo Federal Bureau of Investigation (FBI)
[P16] contribui para materializar essa constatação. Na primeira fase do projeto, empresas
da indústria de software foram contratadas. Por conta disso, um planejamento de projeto de
longa duração e mais detalhado foi necessário. O resultado foi um produto de software
entregue em anos em vez de meses, com pouca ou nenhuma contribuição aos objetivos de
negócios. O plano inicial do projeto mostrou-se irrealista, bem como, o desenvolvimento e a
entrega de software executadas em grandes períodos de tempo, por empresas contratadas,
não conseguiu atender as necessidades dos usuários.
A solução encontrada pelo FBI envolveu a participação de engenheiros de software
do governo em todas as atividades do desenvolvimento de software, bem como, uma
mudança na estratégia de gerenciamento do projeto. O FBI assumiu literalmente a liderança
do projeto e adotou o método Scrum para ajuda-lo nos aspectos gerenciais do produto de
software. Ele substituiu um extenso plano de projeto por um backlog de produto (priorizado
50

e organizado em histórias de usuário), assim como, incluiu o desenvolvimento incremental


em tempos curtos de entrega com maior feedback e envolvimento dos usuários. O resultado
foi que o FBI conseguiu construir com somente 52% do orçamento, 88% do sistema em
apenas um ano, contra um histórico de dez anos de atraso e desperdícios do dinheiro público.

3.2.2.2 Gerenciamento de Risco

O estudo de Dey et al. [P11] sobre gerenciamento de risco em projetos de


desenvolvimento de software identificou que a indisponibilidade e dificuldade de contato com
clientes, assim como, a perda de pessoas importantes durante a execução de projetos de
software tem comprometido o andamento do projeto. Outra constatação foi que requisitos
incompletos ou incorretos quando encaminhados para desenvolvimento tem ocasionado
tempos adicionais para realizar as modificações necessárias. Os autores mostraram que a
aplicação eficiente do gerenciamento de riscos tem garantido uma execução bem sucedida
de projetos, incluindo uma maior satisfação dos clientes e um melhor desempenho financeiro
das organizações públicas. As recomendações têm requerido o envolvimento das partes
interessadas, bem como, a integração do gerenciamento de risco ao processo de tomada
de decisão do gerenciamento de projetos.
Modelos prescritivos predominaram nos projetos estudados por Bannerman [P03],
uma das constatações foi que a concepção de requisitos estáveis e fixos em ambientes
incertos e mutáveis tem sido uma importante fonte de risco de projeto em si mesmo. Nesta
direção, o estudo de Pyster [P50] relatou que uma relação tensa entre o governo e a indústria
de software tem ocorrido por conta de alterações de requisitos.
Outra constatação do estudo de Bannerman [P03] mostrou que vários projetos
descobriram que a contratação de empresas da indústria de software poderia ser uma
alternativa, ou então, um risco significativo para o projeto, dependendo de como elas seriam
gerenciadas. A abordagem de contratação utilizada era orientada por planos com
especificação formalmente estruturada, mas não tinham as condições necessárias para lidar
com a incerteza estratégica. Algumas agências governamentais aprenderam ao longo do
tempo que os melhores resultados foram alcançados com a equipe contratada localizada no
próprio ambiente do governo. Esta integração física melhorou muito a comunicação do
projeto, interação, resolução de problemas e acompanhamento do progresso, bem como,
permitiu estabelecer um ciclo de desenvolvimento incremental, o que resultou na entrega de
um sistema mais próximo das necessidades das agências governamentais. Outras agências
descobriram que ao invés de ser uma fonte de ameaça para o projeto, a empresa contratada
51

contribuiu positivamente para o projeto através de sua experiência e competência, o que


compensou a falta de experiência interna do governo. Esta constatação vai de encontro aos
resultados do estudo [P16], onde a utilização da abordagem de desenvolvimento in-house
trouxe melhores resultados para o projeto.
O trabalho de Zhou et al. [P62] apresentou um estudo sobre gerenciamento e
estratégias de mitigação de risco em projetos de desenvolvimento de SI no setor público. As
principais constatações envolveram questões de cliente, de gerenciamento de projetos e
tecnológicas. Na dimensão cliente, foi constatado que projetos com maior possibilidade de
provocar uma mudança significativa na estrutura e cultura organizacional tem maiores
chances de enfrentar uma forte resistência dos usuários e causar uma série de riscos para
o projeto. Isto significa que representantes do cliente tem um papel muito importante na
mediação e negociação de mudanças, bem como, na preparação da organização para
aceitar o novo sistema, incluindo treinamento e migração de usuários finais para o novo
sistema [P50]. Outrossim, conflitos entre departamentos de usuários e dificuldades políticas
internas têm criado dificuldades para a execução das atividades de desenvolvimento de
software, assim como, para aceitação final do sistema [P62].
Enquanto na dimensão de gerenciamento de projetos, o estudo [P62] identificou que
a maioria dos gerentes do setor público falharam ao relatar e documentar o andamento do
projeto. Os autores acreditam que esta constatação pode ter sido provocada por uma cultura
prevalente do setor público, ou apenas por uma falta de treinamento específico nas tarefas
de gerenciamento de projetos de TI.
Com relação às questões tecnológicas, a pesquisa [P62] mostrou que as tecnologias
não comprovadas ou não familiares utilizadas em projetos de desenvolvimento tem causado
decepção e expectativas irreais, assim como, tem provocado baixo desempenho. Outrossim,
a combinação da falta de informação para a tomada de decisão em relação as tecnologias
com a pressão por melhores resultados têm causado efeitos negativos no desenvolvimento
de software. Por fim, o estudo revelou que a falta de consulta ao usuário e a falta de uma
consciência holística das necessidades organizacionais tem sido um dos maiores fatores de
falha na maioria dos casos estudados.
O estudo de Goldfinch [P18] mostrou que em muitos casos, o setor público não tem
a competência, recurso e pessoas adequadas para desenvolver, conduzir e monitorar
projetos de desenvolvimento de software com empresas da indústria. Governos com níveis
mais elevados de contratação têm sido menos propensos a terem projetos entregues no
prazo e dentro do orçamento previsto. Em vários países, principalmente os países em
52

desenvolvimento, a falta de capacidade do governo em atuar com o desenvolvimento de


software tem introduzido um risco de dependência e exploração de empresas terceirizadas,
que torna a indústria de software mais forte e ágil, e comparativamente o governo menos
forte e frágil.

3.2.2.3 Gerenciamento de Requisitos

No estudo de Martin & Gregor [P43] a prática de engenharia de requisitos foi


examinada no Australian Bureau of Statistic (ABS). Uma das principais lições aprendidas é
que a priorização de requisitos tem sido sobre uma escolha entre as necessidades de
negócio e as necessidades técnicas, e que uma especificação pode não estar completa em
todos os seus aspectos. Além disso, os grupos gestores tem assegurado que um grupo
substancial de usuários tenham sido consultados para garantir que os requisitos de negócios
sejam identificados, extraídos e priorizados. Esta abordagem tem sugerido que os gestores
dos processos de negócio assumam responsabilidades conjuntas durante o
desenvolvimento de software, como também, tem feito com que os usuários finais participem
das atividades de testes de software.

3.2.2.4 Estimativas de Esforço

O estudo de Hamdam et al. [P20] revelou que aspectos da cultura organizacional e


fatores de liderança afetaram de diversas maneiras o esforço necessário para a conclusão
de projetos de software em mais de vinte organizações governamentais dos Emirados
Árabes Unidos (EUA). A experiência da equipe de desenvolvimento juntamente com a
interação dos membros da equipe foram os fatores mais impactantes nas estimativas de
esforço e custo.
O estudo de Morgenshtern et al. [P41] foi realizado para identificar os principais
fatores que tem afetado as estimativas de esforço e cronograma em um departamento de TI
de uma grande organização pública do governo de Israel. O resultado do trabalho mostrou
que projetos com maior nível de incerteza e mais complexos foram os mais suscetíveis de
incorrer erros de estimativa de esforço e cronograma. Além disso, o resultado da análise
revelou que erros de estimativa de esforço e cronograma aumentam à medida que o nível
de incerteza do projeto também aumenta. Por fim, os resultados têm apoiado a ideia de que
o planejamento de atividades mais curtas com tarefas menores contribui para a melhoria da
precisão das estimativas.
53

3.2.2.5 Verificação & Validação, Teste e Qualidade de Software

O estudo de Arthur & Gröner [P02] mostrou que verificação e validação de software
(V&V) tem sido importante para o desenvolvimento de software dentro do prazo, do
orçamento, do escopo e com a qualidade requerida. Neste artigo, a eficiência da metodologia
Software Engineering Evaluation System (SEES) sobre o processo de desenvolvimento de
software foi examinada. O resultado revelou que a abordagem permitiu detectar defeitos logo
no início do processo de desenvolvimento, o que reduziu o tempo necessário para corrigi-
los. Por outro lado, os autores identificaram características que impediram o uso eficiente da
abordagem SEES e propuseram um conjunto de recomendações para melhoria do processo,
incluindo automatização do processo, redução da redundância de atividades e execução do
processo sobre requisitos “maduros”. Além disso, a adesão da abordagem SEES foi difícil
por conta da natureza abrangente e complexa de metodologias V&V.
O estudo de Driskell et al. [P12] apresentou os resultados da aplicação da abordagem
Independent Verification and Validation (IV&V) em conjunto com a análise de risco para
avaliar a adequação dos requisitos de segurança do software no início do desenvolvimento.
O resultado mostrou que a partir de casos de uso de alto nível do sistema, diagramas de
transição de estado e diagramas de atividade foi possível identificar uma lista de falhas
críticas de segurança e fornecer informações importantes para testes específicos de
segurança do software, incluindo entradas para testes de software e casos de teste de
segurança.
O estudo comparativo de [P54] sobre três diferentes abordagens de testes de
software utilizadas no Software Engineering Laboratory (SEL) revelou que testes de
aceitação tem sido um processo consistente para medir a qualidade do software antes da
liberação para o cliente. Os sistemas que tem realizado testes de aceitação tem
demonstrado um alto nível de qualidade em suas operações, além disso, os testes escritos
por desenvolvedores não têm sido tão eficientes na detecção de erros quando comparados
aos testes baseados em cenários operacionais. Esta constatação foi confirmada pelos
estudos [P47] e [P48], onde testes de aceitação realizados com os usuários reduziu
drasticamente o número de defeitos encontrados após a liberação do software no ambiente
de produção. Outra constatação foi que a implementação em pequenos incrementos de
software acelerou o processo de execução dos testes de aceitação, e permitiu que os
desenvolvedores tivessem um feedback mais rápido sobre a qualidade do software
produzido.
54

O estudo de Monteiro et al. [P39] relatou a experiência da definição e implantação de


um processo de testes na Empresa de Processamento de Dados do Estado do Pará
(PRODEPA). Inicialmente, não existia nenhuma padronização a ser seguida durante a
execução das atividades de teste e a importância dada a fase de testes (em termos de
esforço e custo) era muito baixa se comparada com as demais (análise, projeto e construção).
O resultado foi que houve um aumento na qualidade dos projetos no âmbito de achados de
defeitos, além disso, a equipe de teste adquiriu uma visão mais crítica na execução e
avaliação dos sistemas para um maior controle de defeitos. Do ponto de vista técnico, as
principais lições aprendidas foram:
 Os artefatos de entrada para a produção dos casos de testes deveriam ser bem
definidos e mantidos;
 Os casos de teste deveriam ter relação com o registro gerado na ferramenta de
gestão de bugs, para manter a consistência;
 Os cenários desenvolvidos baseados em telas do sistema auxiliam na confecção
dos casos de teste;
 A elaboração dos casos de teste deveria ser realizada antes da finalização do
desenvolvimento, o que agiliza o processo de testes;
 A elaboração do projeto de interfaces facilitou a construção dos casos de teste;
 A comunicação entre os membros do projeto deveria ser mantida durante todo o
ciclo de vida do projeto, principalmente em caso de modificações.
O estudo de Smith [P53] sobre custos de qualidade de software aplicado a um projeto
de sistema operacional mostrou que as tarefas relacionadas com alta garantia da qualidade
adicionaram um montante de 26% aos custos de desenvolvimento de software, assim como,
o trabalho necessário para lidar com a alta garantia foi traduzido em tempo adicional do
projeto também. Por outro lado, as tarefas de alta garantia da qualidade, que utilizaram
métodos formais foram responsáveis por identificar 68% das falhas de segurança no sistema.
Porém, apenas 14% de todas as falhas descobertas eram do tipo que poderiam ser
detectadas através de métodos formais, e que o trabalho da equipe de garantia formal,
representava apenas 19% de todas as falhas detectadas.
O estudo de Fairley & Bush [P14] sobre a utilização de práticas de garantia da
qualidade, segurança, confiabilidade e eficiência do software revelou que garantia e
qualidade de produtos de software melhorou quando profissionais da área atuaram como
membros da equipe do projeto. Especialistas em garantia de software atuaram como
55

facilitadores e forneceram apoio em vários aspectos de qualidade de software, produtividade


e garantia do produto. De acordo com os autores, esta estratégia foi adequada e evitou
conflitos entre desenvolvedores, gerentes de projeto e especialistas em garantia da
qualidade de software, uma vez que desenvolvedores poderiam interpretar o envolvimento
de profissionais de qualidade como uma falta de confiança na sua competência de realizar
o seu trabalho. O principal desafio encontrado foi determinar quais eram os artefatos e as
métricas que realmente seriam úteis para os gerentes de projeto e desenvolvedores
melhorarem a qualidade de seus produtos de software.
O estudo de Rosenberg & Sheppard [P52] mostrou que o desenvolvimento de
software apoiado por processos de medição foi um sucesso. Por exemplo, os indicadores
foram úteis para determinar se as técnicas de desenvolvimento de software utilizadas
contribuíram realmente para a produção de um código mais eficiente, assim como, se o
tempo e o custo investido com treinamento de pessoal nas ferramentas de desenvolvimento
antes do início do projeto foram positivos. Ao comparar os dados atuais com os dados de
projetos anteriores que não utilizavam a nova abordagem, foi possível convencer a alta
administração de que as mudanças proporcionaram um aumento da produtividade. Além
disso, as métricas foram utilizadas para argumentar satisfatoriamente que partes do código
eram confiáveis, de fácil manutenção e não deveriam ser refatorados. Isto significa que as
métricas podem ser utilizadas em benefício do desenvolvimento de software, para que ele
seja mais eficiente e previsível, ajudando a produzir produtos de maior qualidade e mais fácil
de manter.
Métodos ágeis têm sido adotado para testar continuamente o software desenvolvido,
de modo que iterações anteriores permaneçam funcionando corretamente juntamente com
novas funcionalidades [P35]. Esta capacidade tem sido alcançada principalmente através da
escrita e execução de testes automatizados [P13] [P16] [P23] [P36] [P40] [P45] [P57],
incluindo testes de unidade e testes de aceitação. Isto significa que métodos ágeis nem
sempre denota menos, por exemplo, menos testes não têm sido planejados [P35].
Além dos testes automatizados, uma avaliação mais formal de usabilidade e testes
exploratórios do software no ambiente do usuário final tem sido recomendada para melhorar
a satisfação do usuário [P57]. Esta abordagem tem aproveitado o potencial do especialista
em usabilidade para melhorar os aspectos de usabilidade do software, assim como, do
testador para investigar e descobrir cenários, e eventualmente defeitos e efeitos colaterais,
que não haviam sido previstos anteriormente.
56

Por outro lado, alguns estudos têm apresentado certa discrepância em relação à
adoção de testes ágeis. Nos estudos de [P57] [P60] testes para todos os níveis foram
implementados e práticas como Test-driven development (TDD) foi adotada sem restrição
alguma. Enquanto, no estudo de Melo & Ferreira [P36] a adoção de testes de unidade
apresentou dificuldades, assim como, no estudo de Pedroso Júnior et al. [P45] a prática de
TDD não foi adotada pela equipe por falta de exemplos reais. Outrossim, o estudo de [P13]
revelou que a maioria das pessoas não gostam de escrever testes, e quando escrevem, o
fazem de maneira insuficiente.

3.2.2.6 Manutenção de Software

O estudo de Brown et al. [P08] apontou que a pressão sobre os prazos de


desenvolvimento tem levado vários projetos a cortes na criação e manutenção de
documentos. Em alguns casos, as empresas contratadas têm produzido e entregado
artefatos de código não favoráveis a mudanças e sem a devida documentação para equipes
de manutenção de software. Embora tais cortes tenham beneficiado as equipes de
desenvolvimento, as equipes de manutenção, muitas vezes tem suportado os efeitos
negativos de tais decisões, por exemplo, um determinado software foi reescrito totalmente,
fruto do resultado de um trabalho inadequado executado por uma empresa contratada [P08].
Além disso, este estudo demonstrou que muitas pessoas acreditavam que as atividades de
manutenção possuíam um baixo prestígio, com baixo apoio da administração, e com uma
prioridade baixa no nível corporativo. O resultado foi um isolamento cultural de projetos
dentro da organização, onde uma troca de experiências valiosa entre projetos foi impedida
e lições aprendidas não foram disseminadas na organização, o que prejudicou a eficiência
organizacional e a melhoria em ferramentas, técnicas e práticas de desenvolvimento de
software.
O estudo de Polo et al. [P49] avaliou a maturidade do processo de manutenção de
software em duas APs da Espanha. O resultado mostrou que departamentos de TI de
entidades públicas produzem softwares semelhantes para as mesmas pessoas, para
resolver problemas parecidos, tal como, ferramentas de desenvolvimento permanecem as
mesmas ao longo do tempo. As pessoas, geralmente, foram envolvidas em todas as etapas
do ciclo de vida dos produtos de software, incluindo análise de requisitos, projeto, codificação,
teste, implantação e manutenção do sistema. A organização do cliente foi a mesma,
normalmente um outro grupo de servidores públicos da mesma AP com diferentes funções.
Os autores concluíram que quando uma organização "sempre faz o mesmo", com pouca
57

mobilidade de pessoal, a sua experiência no desenvolvimento, provavelmente, poderá


substituir a existência de documentos, assim como, procedimentos escritos para realizar seu
trabalho.

3.2.2.7 Ferramentas de Apoio ao Desenvolvimento de Software

As ferramentas de apoio ao desenvolvimento de software têm facilitado a utilização


de modelos adaptativos no governo [P13] [P36] [P40] [P45] [P47] [P57]. No estudo de Moore
[P40], a infraestrutura de testes permitiu que o sistema fosse entregue aos seus clientes
mais do que uma vez por semana. Da mesma maneira, o uso de ferramentas para
especificação de requisitos e execução de testes de aceitação automatizados contribuiu para
a entrega de funcionalidades mais rapidamente [P13], assim como, a utilização de scripts
automatizados melhorou a execução de tarefas comuns do desenvolvimento de software,
incluindo compilação e testes [P36] [P40]. Por outro lado, a falta de uma ferramenta tem
tornado a execução de várias atividades do processo de desenvolvimento de software uma
tarefa informal e caótica [P58].
Ferramentas para organizar as informações públicas do projeto, como também,
registrar os defeitos encontrados e as solicitações de melhorias têm sido utilizadas em
projetos de governo [P45] [P47] [P57]. O uso de ferramentas tem sido importante para
mostrar informações mais realistas sobre o que está acontecendo no projeto, como também,
quando as mudanças serão entregues e quando os defeitos serão corrigidos [P47]. Além
disso, o fato da instituição possuir um ambiente tecnológico adequado para novas
experiências facilitou o processo de aprendizado e adoção de práticas como Integração
contínua, Releases curtas, Design simples, Código padronizado, Propriedade coletiva do
código e TDD em uma instituição pública de grande porte do Brasil [P36].

3.2.2.8 Avaliação e Melhoria de Processos de Software

Modelos de maturidade, como Capability Maturity Model (CMM), Melhoria de


Processos do Software Brasileiro (MPS.BR) e Modelo de Referencia de Procesos
(COMPETISOFT) têm sido utilizados para aumentar a produtividade, melhorar a qualidade
do software entregue, melhorar a satisfação dos clientes e fortalecer a relação entre
desenvolvedores e usuários, ou seja, melhorar a capacidade de desenvolvimento de
software no governo [P07] [P51] [P31].
Ao adotar CMM Nível 2 a Dirección General de Informática de Rosario situada na
Argentina relatou vários benefícios, incluindo melhoria substancial de estimativas e
58

planejamento de tarefas, baixo índice de falhas identificadas pós-implantação do software,


redução do retrabalho em até 35% devido ao detalhamento maior de requisitos durante o
desenvolvimento, assim como, maior satisfação do cliente e redução de requisitos ambíguos.
Por outro lado, o estudo recomendou que a adoção de CMM deve ser definida juntamente
com a alta administração e ter uma visão estratégica clara com métricas adequadas que
permitam visualizar o retorno sobre o investimento [P07].
Da mesma maneira, o estudo de Ricardo & Corrêa [P51] revelou que a adoção de
MPS.BR Nível D pela empresa Informática de Municípios Associados (IMA) produziu
melhores resultados em termos de custo, prazo e satisfação do cliente, como também,
reduziu os retrabalhos, aumentou a qualidade dos projetos entregues em torno de 42% e
trouxe maior capacidade de gerenciamento de projetos. Além do mais, o estudo mostrou
que iniciativas de adoção de modelos de maturidade deveria ter apoio da alta administração,
bem como, ter objetivos estratégicos, táticos e operacionais claros, e largamente
disseminados e alinhados entre os gestores da empresa e a equipe de desenvolvimento de
software.
Igualmente, o estudo de Luzuriaga et al. [P31] mostrou que a adoção do modelo de
referência de processos COMPETISOFT pela Área de Informática do Poder Judicial de
Neuquén na Argentina contribuiu para alcançar níveis mais elevados de satisfação do cliente
em um tempo relativamente curto, além disso, contribuiu para melhorar os aspectos
relacionados com gerenciamento de projetos. A experiência apontou que ter processos e
produtos visíveis ao cliente impacta positivamente nos resultados do projeto, o que exige
maior comprometimento das pessoas envolvidas no projeto.
Boria & Bianchi [P07] e Ricardo & Corrêa [P51] concordaram que para o melhor
funcionamento de modelos de maturidade é necessário estabelecer um processo de
melhoria contínua, através de análises críticas e grupos de discussão com propostas de
melhorias e solicitações de mudanças, como também, garantir que todas as partes
interessadas estejam comprometidas com o programa de melhoria.
Boria & Bianchi [P07] e Luzuriaga et al. [P31] concordaram que modelos de
maturidade resolvem “o que fazer”, a falta de especificidade sobre “como fazer”
determinadas atividades torna a adoção de modelos de maturidade mais difícil em ambientes
de governo.
O estudo de Malheiros et al. [P33] apontou que a instanciação de um processo de
software tem sido uma tarefa desafiadora, principalmente em grandes empresas. Além disso,
os autores mostraram que não se pode esperar que soluções de processos de software
59

possam ser bem sucedidas em grandes empresas sem estarem apoiados por um programa
de melhoria de processo de software. Neste trabalho, foi descrito a experiência do Serviço
Federal de Processamento de Dados (SERPRO) na institucionalização de um programa de
melhoria de processo de desenvolvimento de software abrangendo várias unidades de
desenvolvimento. A abordagem foi composta por elementos adaptados do RUP, Project
Management Body of Knowledge (PMBOK) segundo as melhores práticas definidas no
modelo CMM. O resultado foi que institucionalizar um programa de melhoria de
desenvolvimento de software que assegurasse um nível mínimo de qualidade e um processo
padrão para várias unidades foi uma tarefa difícil e exigiu uma estratégia organizacional bem
definida. Os principais desafios encontrados foram:
 Identificar os procedimentos que poderiam ser estabelecidos e facilmente
automatizados para promover o tratamento eficaz de melhorias, revertendo-os em
otimização de processos, sem renunciar a uma análise aprofundada do seu
conteúdo;
 Incorporar melhorias em novos lançamentos do processo de software, mantendo
a integridade de todos os ativos de processos;
 Disseminar os esforços do programa de melhoria através de várias unidades de
desenvolvimento de software de uma forma homogênea;
 Garantir a rápida absorção de mudanças e um processo padrão que atendesse as
necessidades de cada unidade organizacional;
 Manter as sucessivas versões do processo respeitando as melhores práticas de
gerenciamento de software e desenvolvimento, sem perder de vista a realidade
de cada unidade organizacional.

3.2.3 Desenvolvimento de Software na AP e a Relação com Outras Áreas

A comunidade de ES tem visto uma mudança significativa na forma com que os


projetos de software têm sido desenvolvidos nos últimos anos. Por exemplo, com a
competição global no desenvolvimento de software e o crescimento exponencial do mercado,
grandes empresas tem organizado equipes de maneira distribuída em escala global para
tirar vantagens competitivas e reduzir custos [AuP07].

3.2.3.1 Formas de Cooperação no Desenvolvimento de Software

Assim como em muitos outros setores, a AP pode ser confrontada com a escolha
entre desenvolver um produto de software inteiramente ou parcialmente com seus servidores
60

públicos, ou então, contratar inteiramente ou parcialmente uma empresa da indústria de


software, ou até mesmo, estabelecer parcerias com instituições acadêmicas ou outras APs.
Em seguida, serão apresentadas e discutidas as formas de cooperação para o
desenvolvimento de software no governo encontradas neste estudo.

3.2.3.1.1 Desenvolvimento Interno

O desenvolvimento interno consiste na execução das atividades de desenvolvimento


de software no ambiente da AP, geralmente executado por servidores públicos [P04] [P21].
Bei et al. [P04] identificou seis vantagens desta abordagem:
 Maior controle sobre o processo de desenvolvimento de software (PDS);
 Maior controle sobre os artefatos;
 Menor dependência de empresas da indústria de software;
 Redução de custos;
 Maior chance de reutilização de componentes de software;
 Maior capacidade de reação.
De acordo com Bei et al. [P04], para estabelecer um desenvolvimento interno, uma
AP deveria cumprir com os seguintes requisitos:
 Ter um nível suficiente de experiência em PDS e Gerenciamento de Projetos (GP);
 Ter um bom conhecimento sobre ferramentas de apoio as atividades de
desenvolvimento de software, bem como, ferramentas de GP, incluindo
controlador de versão, gerenciamento de melhorias e defeitos, etc.;
 Garantir a disponibilidade de força de trabalho com competência adequada para
atuar nas diversas atividades do desenvolvimento de software, que podem estar
disponíveis internamente ou contratada como "Tempo e Recursos Materiais".
 Ter conhecimento das tecnologias utilizadas no desenvolvimento de software;
 Garantir o envolvimento dos usuários.
Além disso, este estudo revelou algumas características do desenvolvimento de
software interno no setor público [P04]:
 Desenvolvedores e clientes pertencem à mesma organização, isto permite que
usuários finais do software podem ser facilmente envolvidos nas atividades de
especificação de requisitos e testes de aceitação;
61

 A interação entre a equipe de desenvolvimento e o cliente geralmente é informal,


isto significa que pode ser difícil estabelecer um processo formal de solicitação de
mudanças devido a questões culturais;
 Em ambientes de governo onde Tecnologia da Informação (TI) não é o core
business, pode haver uma falta de cultura de gestão de TI;
 A reutilização de software entre APs é fortemente incentivada;
 Em muitos países, as diretrizes de adoção de software na AP requerem uma
avaliação preliminar de soluções baseadas em código aberto;
 A maioria dos softwares utilizados na AP são sistemas de gerenciamento de dados
e se enquadram em uma das seguintes categorias: Enterprise Resource Planning
(ERP), Governo Eletrônico, Business Intelligence (BI), Decision Support System
(DSS), Geographic Information System (GIS), Intranet e Portais;
 Os projetos são de diferentes tamanhos e programação, normalmente existem
alguns projetos grandes e um maior número de pequenos projetos;
 Os softwares são personalizados e necessitam de melhorias e mudanças
frequentes, devido à dinamicidade do ambiente organizacional e as alterações
constantes de leis e regulamentos.

3.2.3.1.2 Governo e Indústria

Os estudos [P18] [P21] [P59], afirmaram que grande parte do desenvolvimento de


software do governo tem sido executado quase que inteiramente por empresas contratadas
da indústria. Em geral, o governo define suas necessidades, mas depende quase que
inteiramente de profissionais da indústria para arquitetar, projetar, codificar, integrar e testar
os sistemas desenvolvidos. Após a concepção e desenvolvimento do sistema realizado pela
indústria, o governo executa a implantação do sistema e os testes necessários em seu
ambiente, sendo a indústria responsável pela resolução dos problemas encontrados durante
os testes [P21].
Além disso, várias APs têm preferido contratos de preço fixo com “escopo fixo”,
porque elas acreditam ser mais fáceis de gerenciar e não exige que o governo incorra em
tanto risco [P15] [P16]. Entretanto, esta estratégia tem provado não ser bem sucedida e tem
resultado em uma perda significativa da competência de engenheiros de software do
governo em lidar com metodologias e tecnologias modernas de desenvolvimento de software,
bem como, uma perda da experiência do governo em executar de maneira consistente sua
capacidade de liderança quando aspectos críticos do desenvolvimento de software são
62

envolvidos [P21]. Da mesma maneira, esta abordagem de aquisição tem restringido a


capacidade do governo em manter sistemas críticos internamente, o qual deveria deter a
competência em lidar com as metodologias e tecnologias utilizadas, assim como, a
compreensão associada ao impacto em custo e cronograma [P21]. Isto significa que uma
dependência da indústria para todas as atividades relacionadas com a implementação tem
sido criada [P36].
Outrossim, Heil [P21] mostrou que a opção do governo em transferir completamente
o trabalho de desenvolvimento para a indústria raramente tem sido uma alternativa viável. O
impacto de custo e cronograma tem feito com que as únicas opções de mitigação de risco
sejam: aumentar significativamente os recursos financeiros, atrasar significativamente o
cronograma, reduzir ou eliminar significativamente as funcionalidades previstas, ou então,
cancelar o projeto [P21]. Neste trabalho, o autor argumenta esta afirmação apresentando
estudos e relatórios produzidos pelas organizações Defense Science Board (DSB) e
Government Accountability Office (GAO) sobre falhas de desempenho técnico de projetos
ao longo de vários anos:
 Em 2002, DSB Task Force on Defense Software informou que apenas 16% dos
projetos foram concluídos dentro do prazo e dentro do orçamento; 31% dos
projetos foram cancelados; 53% dos projetos remanescentes superaram os custos
em 489%, e o produto final em média incluiu apenas 61% das funcionalidades
pretendidas originalmente;
 Em 2004, o GAO informou que o DoD gastou 40% de seu orçamento de
desenvolvimento de software em atividades de retrabalho devido a problemas
relacionados com a qualidade;
 Em 2008, o DSB informou que a maioria dos sistemas de armas do DoD estavam
falhando em testes operacionais iniciais;
 Em 2009, Levin informou que desde 2006 cerca da metade dos maiores projetos
de aquisição do DoD excederam Nun-McCurdy, e que 95 grandes projetos tiveram
um crescimento médio de 26% nos custos de aquisição e sofreram um atraso
médio de quase 2 anos.
Da mesma maneira, a pesquisa de Pyster [P50] apontou que o governo não deveria
transferir totalmente a responsabilidade pelo desempenho de projetos de software para a
indústria, mas deveria compartilhar esta responsabilidade com a indústria através da
execução de processos maduros de desenvolvimento de software, incluindo gerenciamento
63

de valor agregado, gerenciamento de requisitos, arquitetura de sistemas e outras atividades


concernentes ao desenvolvimento de software. O reflexo do enfraquecimento da capacidade
do governo em atuar de maneira mais incisiva ao longo do desenvolvimento de software
causou um impacto negativo no custo, cronograma e desempenho técnico de vários projetos
de software do DoD e outras partes do governo dos Estados Unidos, mesmo que estes
projetos foram executados por empresas com nível elevado em relação ao CMM [P50].
Uma abordagem alternativa, conhecida como in-house, tem se provado bem sucedida
para lidar com vários dos problemas relacionados com a contratação de desenvolvimento
de software em ambientes de governo relatados anteriormente. Nesta abordagem, os
engenheiros de software do governo assumem literalmente a liderança do projeto e atuam
em estreita colaboração com a equipe de desenvolvimento de software da indústria,
participando ativamente de todo o processo de desenvolvimento [P21]. Os artefatos do
produto de software (especificações de requisitos, documentos do projeto, códigos, etc.) são
desenvolvidos por profissionais do governo e da indústria de maneira conjunta, dê
preferência na mesma localização física (geralmente no ambiente do governo) e próxima
dos clientes, seguindo melhores práticas de construção de produtos de qualidade. Desta
forma, os engenheiros de desenvolvimento de software do governo têm as mesmas
expectativas e necessidades em relação ao custo, cronograma e desempenho técnico, como
os seus pares da indústria. Além do que, esta abordagem estende a competência de
desenvolvimento interno do governo, ao considerar a participação da indústria [P21].
Um bom exemplo do uso da abordagem in-house foi encontrado no projeto Sentinel
executado pelo Federal Bureau of Investigation (FBI) [P16], que além da utilização da
configuração in-house, adotou métodos ágeis para lidar com problemas de tamanho,
duração e isolamento de clientes. A abordagem ágil do FBI incluiu uma combinação de
estrutura contratante, abrangendo "Cost Plus" e "Tempo e Recursos Materiais". O resultado
foi que o projeto foi capaz de implementar mais funcionalidades com equipes menores, além
disso, as funcionalidades implementadas foram mais aderentes as necessidades dos
usuários por conta da melhor relação entre a equipe de desenvolvimento e a equipe de
negócios, bem como, entre a equipe do projeto e outras partes interessadas. Os autores
afirmaram que literalmente, “o sistema Sentinel vai mudar a forma como o FBI irá conduzir
seus negócios a partir do zero. É como se o FBI tivesse construído uma startup de software
no porão de sua sede”.
Igualmente, o projeto One Semi-Automated Forces (OneSAF) Objective System
(OOS) gerenciado pela United States Army foi capaz de reunir na mesma instalação física
64

26 empresas contratadas da indústria de software, representantes dos processos de


negócios/usuários, gerentes de projeto, engenheiros do governo e desenvolvedores da
indústria. Tudo isso aliado com práticas ágeis de XP e métodos tradicionais baseados no
Capability Maturity Model Integration (CMMI) foram fundamentais para o projeto atingir suas
metas programáticas e técnicas, bem como, adaptar-se as mudanças de requisitos [P57].
Como resultado, o projeto foi selecionado pelo CrossTalk como um dos Top 5 Quality
Software Projects do governo dos Estados Unidos em 2003. Além disto, o estudo [P55]
mostrou que os projetos vencedores deste prêmio instalaram no mesmo ambiente
desenvolvedores, clientes e usuários durante o desenvolvimento.
Da mesma maneira, outros exemplos bem sucedidos foram citados no estudo [P21],
com ênfase para o Naval Surface Warfare Center Dahlgren Division (NSWCDD), onde a
abordagem in-house tem sido utilizada com sucesso por mais de 50 anos e colecionado
vários casos de sucesso, tais como, Tactical Tomahawk Weapon Control System (TTWCS)
software, Submarine Launched Ballistic Missile (SLBM), Gunslinger e Wolfpack. Práticas de
desenvolvimento ágil foram utilizadas com sucesso para atender necessidades de missão
crítica emergentes dos projetos Gunslinger e Wolfpack.
O sucesso apresentado nos projetos Sentinel, OneSAF-OSS, TTWCS, SLBM,
Gunslinger e Wolfpack demonstraram que o modelo in-house de equipe de desenvolvimento
de software do governo e da indústria não é apenas conceitual, e tem produzido melhores
resultados. Segundo Heil [P21] há muitos benefícios para a utilização desta abordagem de
contratação de software. Ao estabelecer e manter equipes de desenvolvimento de software
de forma integrada, a liderança do projeto tem a opção de aumentar a equipe de
desenvolvimento de software com os engenheiros de software do próprio governo, ou então,
transferir a responsabilidade do desenvolvimento da indústria para o governo. Isto pode ser
feito facilmente quando os engenheiros de software do governo são parte integrante da
equipe de desenvolvimento desde o início. Outrossim, se os artefatos do projeto foram
construídos em um ambiente integrado de desenvolvimento, então, o processo de
transferência do conhecimento da indústria para o governo pode ser relativamente fácil.

3.2.3.1.3 Governo e Academia

A importância de métodos ágeis tem aumentado no Japão [P24]. Entretanto, o ciclo


Plan-Do-Check-Act (PDCA) requer uma visão repetida do software, que não é aceita pelo
sistema de orçamento do governo japonês, por que, ciclos repetitivos geram despesas
repetidas, que por sua vez, significam mau uso do dinheiro público. Uma solução para este
65

problema foi encontrada no estudo de Kaneda [P24]. Neste trabalho, o autor mostrou uma
combinação das abordagens Project Based Learning (PBL) e métodos ágeis. Estas
abordagens foram utilizadas pela prefeitura de Kyoto e a universidade pública de Doshisha
no Japão que desenvolveram dois softwares sem a ajuda de empresas da indústria de
software. O resultado desta estratégia foi que os alunos e os professores foram beneficiados
com o conhecimento sobre desenvolvimento de software com métodos ágeis para o mundo
real e ambos tiveram uma maior compreensão da importância da ES. Da mesma maneira,
esta abordagem permitiu que o governo ajustasse os softwares desenvolvidos o quanto
necessário, sem um aumento de custo. Outrossim, a execução do ciclo PDCA, importante
para as atividades diárias da prefeitura de Kyoto, foi mantida.
Em março de 2008 foi iniciado um projeto de parceria entre a Empresa de
Processamento de Dados do Estado do Pará (PRODEPA) e a Universidade Federal do Pará
(UFPA) a partir de um acordo de cooperação técnico–científica apoiada pela Secretaria de
Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia (SEDECT) do Estado do Pará. A parceria permitiu
que a PRODEPA e a UFPA atuassem conjuntamente na definição e implantação de um
processo de testes de software para a PRODEPA. Dois projetos piloto foram executados
com o processo e os resultados preliminares apontaram para um significativo ganho na
qualidade do produto final [P39]. Além disso, a PRODEPA reconheceu que a parceria com
a academia resultou na eficácia do processo.
No Brasil, uma parceria envolvendo o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e
reais necessidades do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), assim como, do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) foi estabelecida para o desenvolvimento de
aplicações aeroespaciais [P29]. O resultado da parceria contribui para aumentar a
experiências dos profissionais envolvidos.

3.2.3.1.4 Governo Colaborativo

Desde 2004 a Swedish Association of Municipalities for Joint Development of


eServices (Sambruk) tem atuado com o desenvolvimento colaborativo de serviços
eletrônicos para municípios associados. Embora que estabelecer um projeto que
compreenda as necessidades de vários municípios, leve mais tempo e resulte em atrasos
nas fases iniciais, um grupo de municípios que atuam colaborativamente tem tido um maior
poder de barganha, em comparação com municípios que agem individualmente. Além, disto,
os custos são compartilhados entre os municípios associados [P44]. O estudo de Olsson &
Rönnbäck [P44] revelou que a estratégia de desenvolvimento colaborativo entre municípios,
66

que reúne várias competências e diferentes experiências, tem oferecido uma abordagem
mais ampla para enfrentar os desafios de desenvolvimento de serviços eletrônicos mais
adequados às necessidades dos cidadãos. Esta abordagem tem fornecido um cenário maior
de utilização de serviços de governo que são necessários para a criação do projeto
conceitual do software. Porém, o resultado tem dependido muito do envolvimento frequente
dos usuários, o que coloca uma pressão extra sobre os indivíduos que talvez não sejam
aliviados de seus trabalhos diários para participar do projeto de desenvolvimento.
O desenvolvimento colaborativo no governo também tem acontecido entre diferentes
instituições pertencentes à mesma empresa pública [P58]. Neste modelo, uma equipe de
desenvolvimento é formada por desenvolvedores distribuídos em várias instituições. Unphon
et al. [P58] citou que do ponto de vista dos desenvolvedores, uma questão crucial para o
êxito do desenvolvimento colaborativo tem sido a possibilidade de capturar as semelhanças
entre as organizações e a partir delas construir partes comuns, bem como, a perspectiva de
integrar facilmente as especificidades de cada organização ao sistema geral. A principal
ação executada neste estudo alocou os desenvolvedores perto das organizações dos
usuários para facilitar uma implantação local do software, tal como, modificou o papel dos
desenvolvedores, que além de desenvolvedores atuavam como usuários avançados e
administradores do sistema em suas organizações. No que tange ao gerenciamento de
requisitos, neste estudo os critérios de priorização de requisitos adotados foram: (1) o
requisito foi altamente necessário em várias organizações, e (2) o requisito foi solicitado por
uma organização que alocou mais recursos no projeto, por exemplo, tempo.
67

4 LIMITAÇÕES DA REVISÃO SISTEMÁTICA

A RSL descrita neste trabalho contribuiu para identificar estudos dentro do domínio
pesquisado. Contudo, como qualquer outro método, foram encontradas algumas limitações.
Em primeiro lugar, a escolha das bases de dados para consulta procurou abranger o
máximo das principais alternativas científicas disponíveis para execução de uma RSL.
Entretanto, é possível que outras fontes de publicações científicas não utilizadas neste
estudo também contenham artigos sobre desenvolvimento de software na AP. Portanto, não
é possível garantir a cobertura total de artigos científicos sobre este assunto. Além disso,
outros tipos de publicações (tais como: publicações governamentais, livros, teses,
dissertações, etc.) disponibilizadas em outras fontes de dados (tais como: sítios Web da AP)
não foram incluídas por não fazerem parte do escopo deste estudo. Porém, acredita-se que
a inclusão de artigos científicos disponíveis em bases de dados conhecidas
internacionalmente, assim como, os resultados apresentados forneceram uma boa indicação
do "estado da arte" e o "estado da prática" do desenvolvimento de software na AP.
Em segundo lugar, no que diz respeito à utilização do software Start 2.0, não foi
possível exportar e importar, de uma só vez, todos os artigos recuperados em algumas bases
de dados para a ferramenta. Esta limitação foi encontrada nos mecanismos de busca do
SpringerLink, ACM e BASE que não oferecem suporte adequado para o intercâmbio de
dados em lote com outros sistemas. O caso mais crítico foi o da ACM que teve a estratégia
de busca reduzida a um conjunto restrito de campos: título, autoria, palavras-chave e resumo.
Porém, a adoção da ferramenta Start 2.0 foi positiva, e o seu uso poderá ser mais eficiente
quando os mecanismos de busca oferecerem recursos mais sofisticados de integração com
outros sistemas. Da mesma maneira, a combinação da ferramenta Start 2.0 com o software
Microsoft Excel® foi importante para a execução da análise quantitativa dos resultados desta
RSL.
Em terceiro lugar, o texto completo dos artigos foi obtido através dos serviços
mantidos pelas bibliotecas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa),
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp), sendo que vinte e oito artigos que poderiam estar relacionados com o
tema não foram analisados por não estarem disponíveis “gratuitamente” nessas bibliotecas.
Por fim, a definição à priori da estratégia de busca faz com que o conhecimento seja
visto como algo bem definido e explícito. Entretanto, nesta pesquisa novos conhecimentos
foram descobertos durante a execução da revisão sistemática, o que poderia ter resultado
68

em uma reformulação da estratégia de busca, juntamente com uma nova execução de todo
o processo com as novas descobertas. Isto significa que uma descrição inicial precisa da
realidade torna difícil a aplicação desta prática com êxito, uma vez que o conhecimento pode
ser também mal definido, tácito e difuso.
69

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste trabalho foram apresentadas evidências científicas sobre o uso de modelos,


processos e métodos de ES para o desenvolvimento de software na AP. Muitas
constatações apareceram ao longo do texto, porém alguns aspectos merecem destaque:

5.1 Benefícios dos Modelos Adaptativos de Processos

Os estudos mostraram que modelos prescritivos de desenvolvimento de software são


ineficientes para a natureza cada vez mais volátil e dinâmica dos ambientes de governo
atuais [P05] [P34] [P38]. O principal argumento é que eles não fornecem a visibilidade do
produto de software ou resultados concretos até o final do ciclo de vida do projeto, sendo
considerado adequado para situações de desenvolvimento de software onde os requisitos
são estáveis [P05]. Consequentemente, modelos adaptativos, principalmente métodos ágeis,
evoluíram para proporcionar uma abordagem de desenvolvimento mais flexível e adequada
para situações onde os requisitos são voláteis e incertos [P05] [Som11].
Neste sentido, a adoção de modelos adaptativos tem melhorado a execução de vários
projetos de governo [P13] [P16] [P23] [P36] [P40] [P44] [P45] [P57] [P59] [P60]. O processo
de desenvolvimento de software tem sido mais aberto para o cliente através de uma
comunicação direta entre o cliente e os desenvolvedores [P05] [P13] [P15] [P16] [P23] [P45]
[P57]. Uma maior aproximação dos desenvolvedores aos clientes, aliado a uma priorização
dos itens com maior valor agregado, bem como, a uma entrega rápida de software tem
resultado em uma maior satisfação dos usuários [P23] [P59]. O feedback do cliente ao longo
do desenvolvimento tem sido útil para melhorar o desenvolvimento das funcionalidades
requeridas pelos usuários e agregar mais valor ao negócio, assim como, tem garantido o
alinhamento do software aos objetivos de negócio [P23]. Entretanto, esta abordagem tem
requerido um compromisso profundo e preparação, tanto do cliente como dos
desenvolvedores para alcançar o seu pleno potencial [P44] [P45].
Igualmente, a implementação de novas funcionalidades tem se tornado algo previsível
e transparente para o cliente. Novos recursos têm sido adicionados com maior qualidade,
de maneira mais rápida, sem retrabalhos, com menos defeito e mais aderente às
necessidades do cliente [P15] [P16]. Uma melhor comunicação entre os membros da equipe
de desenvolvimento, bem como, entre desenvolvedores e usuários têm sido relatadas [P59].
Um efeito positivo no aprendizado de novas tecnologias, na satisfação do cliente, na moral
da equipe, na qualidade do código e na produtividade das equipes estudadas tem sido
70

descritas [P13] [P36] [P45] [P60], como também, eles têm permitido uma maior facilidade de
ajustes no escopo e direção do projeto [P44].

5.2 Desafios dos Modelos Adaptativos de Processo e Oportunidades de Pesquisa

Em alguns casos, a imagem bastante otimista no nível teórico dos modelos


adaptativos de processo pode ser contraposta por uma realidade prática dominada por
desafios, dificuldades e problemas concretos. Na sequência, os principais desafios e
oportunidades de pesquisa relacionados a adoção de modelos adaptativos de processo
identificados neste estudo são apresentados.

5.2.1 Relacionados com a Cultura Organizacional

Evidências sugerem que nem todos os ambientes de governo têm evoluído com o
mesmo entusiasmo dos modelos adaptativos [P05] [P13] [P15] [P19] [P36]. Assim, a cultura
inerente de uma organização pública nem sempre coincide com práticas de trabalho flexíveis
e colaborativas, bem como, com clima de confiança e tomada rápida de decisões
necessárias para que o desenvolvimento adaptativo aconteça com sucesso [P05].
Na mesma direção, grande parte dos “ruídos” sobre a utilização de modelos,
processos e métodos de ES em ambientes de governo, está relacionada com a maneira de
posicionar estas abordagens em um contexto maior, caracterizado como um contexto
burocrático, hierárquico e incerto. Desta maneira, há muitas outras atividades necessárias
para atender plenamente as necessidades de negócio do governo, incluindo atividades
relacionadas com a cultura organizacional, formação de competências e trabalho
colaborativo entre desenvolvedores, usuários, gestores do processo de negócio e
profissionais de desenvolvimento de software da indústria, da academia e de outras APs.
Diante disso, estudos empíricos podem ser executados para compreender os
ambientes de governo, tipicamente burocráticos (no que diz respeito aos regulamentos fixos,
rigidez do modelo de gestão e estrutura organizacional) e extrair lições importantes para
entender e ampliar o que se sabe sobre o uso de modelos adaptativos na AP em benefício
do desenvolvimento de software no setor público.

5.2.2 Relacionados com o Envolvimento das Partes Interessadas

Projetos de governo precisam do apoio e participação ativa das partes interessadas


(incluindo os donos do produto, clientes e/ou usuários finais). Quando isso aconteceu, as
melhores soluções de software foram criadas, inclusive com uma maior aceitação na
71

organização pública e na sociedade [P05] [P23]. Normalmente, as partes interessadas


precisam investir tempo e recursos para tornarem um projeto viável. Porém, muitos projetos
podem tornarem-se inviáveis quando as partes interessadas não são aliviadas de seus
trabalhos diários para participar ativamente do projeto de desenvolvimento [P05] [P44].

5.2.3 Relacionados com a Manutenção de Software e Escalabilidade Organizacional

Grande parte das evidências encontradas apresentam a adoção de modelos


adaptativos de processo no âmbito de novos projetos na AP (capacidade para novos
projetos). Pouco se sabe sobre a adoção de modelos adaptativos em toda AP (capacidade
organizacional), bem como, pouco se sabe sobre a viabilidade do uso de modelos
adaptativos em projetos de manutenção de software. Pelo contrário, escalar modelos
adaptativos de processo para toda AP e adotá-los em projetos de manutenção têm sido um
desafio.

5.2.4 Relacionados com o Conhecimento e a Experiência dos Servidores Públicos

Há uma necessidade de mais estudos sobre o conhecimento e a experiência dos


servidores públicos para atuar com métodos mais modernos e atuais de desenvolvimento
de software, principalmente com métodos ágeis. Por exemplo, há várias características
sobre métodos ágeis que são novas e desconhecidas para muitos membros da equipe [P36]
[P45]. Em algumas situações, o conhecimento técnico e as habilidades da equipe de
desenvolvimento não foram suficientes para realizar as tarefas atribuídas [P15] [P19]. Para
solucionar este problema, algumas APs ajudaram elaborando e viabilizando um programa
de treinamento, selecionando instrutores externos para ministrar o treinamento ou
ministrando-o eles próprios [P13] [P19] [P15] [P36] [P57] [P59]. Ou então, algumas APs
aceleraram o aprendizado por meio do uso de coaching interno [P36] ou contratação de
coaching externo [P19].
No mesmo sentido, métodos ágeis têm exigido uma mentalidade muito diferente do
que as pessoas estão acostumadas [P13]. Hajjdiab et al. [P19] concordou com esta opinião
e acrescentou que a experiência de abordagens baseadas em modelos prescritivos é
completamente diferente do que realizar reuniões diárias, trabalhar com timebox, entrega de
pequenos incrementos de software, bem como, manter histórias de usuário e backlogs de
produto. Por exemplo, ao invés de completar uma tarefa de especificação de requisitos em
duas semanas, agora uma iteração inteira é de apenas duas semanas de duração [P13].
Isto significa que um ciclo completo de especificação de requisitos, codificação e testes deve
72

ser concluído dentro destas duas semanas. Projetos estudados por Melo & Ferreira [P36]
relataram ter enfrentado dificuldades em convencer os clientes a realizar publicações
parciais do sistema em produção, mesmo que agregassem valor ao negócio. Em geral,
inserir novas práticas de trabalho, alterar o gerenciamento de projetos e hábitos de
programação tem sido difícil [P19] [P59].

5.2.5 Relacionados com a Seleção do Projeto Piloto e Apoio Gerencial

A seleção do projeto certo como piloto pode ser desafiadora, nem todo projeto é
adequado para ser o primeiro. O projeto piloto ideal depende da confluência de fatores como
tamanho, duração, importância do projeto e engajamento do patrocinador ligado ao produto
[Coh11]. Por exemplo, no estudo [P36] foram escolhidos sistemas que não eram críticos sob
o ponto de vista de negócio e nem possuíam restrições de prazos severos. A escolha de
projetos de grande porte é considerada um risco [P13]. Por outro lado, a falta de um projeto
piloto tem sido relatada como um dos fatores de fracasso na adoção de métodos ágeis no
governo [P19]. Além disso, a adoção de novos métodos de desenvolvimento requer o apoio
da alta administração [P05] [P13] [P19] [P36]. Um suporte gerencial tem permitido que o
aprendizado ocorra independentemente de qualquer problema ou falha [P36].

5.2.6 Relacionados com a Elaboração de Contratos Adaptativos

Entende-se que o sucesso apresentado nos projetos Sentinel [P16] e OneSAF-OSS


[P57] demonstra que o modelo in-house de equipe de desenvolvimento de software do
governo e da indústria juntamente com modelos adaptativos não é apenas conceitual, mas
tem produzido melhores resultados práticos. Isto cria uma oportunidade para pesquisadores
compreenderem e explorarem esta área a partir de uma perspectiva técnica, incluindo
informações sobre diferentes modelos de contrato, tais como "Cost Plus", "Tempo e
Recursos Materiais" e “Escopo Negociável”, assim como, informações sobre o ambiente de
execução do projeto, onde desenvolvedores da indústria e do governo, clientes e usuários
finais se instalam no mesmo ambiente e compartilham as mesmas expectativas.
Há uma necessidade de verificar a viabilidade da aplicação da abordagem in-house
no cenário de desenvolvimento de software no setor público brasileiro. Essa abordagem
complementa as estratégias de mitigação de riscos recomendadas pelo Tribunal de Contas
da União [TCU13] ao considerar que o governo não deveria transferir totalmente a
responsabilidade pelo desempenho de projetos de software para a indústria, mas deveria
compartilhar esta responsabilidade com a indústria através da execução de processos de
73

desenvolvimento de software, incluindo a participação de servidores públicos em todas as


etapas do desenvolvimento de software.

5.2.7 Relacionados com o Desenvolvimento Cooperativo

Projetos adaptativos dependem de decisões com base na confiança mútua, sendo


bem adequados para projetos internos. Porém, contratar o desenvolvimento adaptativo
quando a solução está sob a liderança de empresas contratadas externamente parece não
proporcionar benefícios reais [P16]; pelo contrário, aumenta a dependência do governo em
relação a indústria de software, bem como, diminui a competência do governo em manter
sistemas críticos internamente, o qual deveria deter a competência em lidar com as
metodologias e tecnologias utilizadas, tal como, a compreensão associada ao impacto em
custo e cronograma [P15] [P21] [P36]. O problema é agravado quando faltam incentivos para
estabelecer projetos com base na confiança mútua, quando licitações públicas são criadas
com base em abordagens prescritivas e quando há falta de conhecimento para criar e
estabelecer contratos adaptativos. Potencializar a cooperação entre o governo e as
empresas contratadas da indústria de software no desenvolvimento de software é um desafio
para ser explorado futuramente. Além disso, as APs têm estabelecido parcerias com outras
APs, bem como, com a academia para o desenvolvimento de software no setor público.
Estas novas formas de cooperação para o desenvolvimento de software na AP criam
oportunidades de estudo para entender as razões e os benefícios da adoção destas
abordagens, as quais se opõem a opção convencional de contratação de empresas da
indústria de software.

5.3 Trabalhos Futuros

Finalmente, uma vez que modelos adaptativos não têm sido testados e explorados
suficientemente no setor público, assim como, dado o conjunto restrito de evidências
encontradas para extrair resultados conclusivos, mas ao mesmo tempo a existência de
resultados promissores do uso de modelos adaptativos na AP, existe uma oportunidade para
pesquisadores atuarem em ambientes de governo para realizarem estudos empíricos para
entender como estes modelos são executados na prática e que efeitos eles geram, incluindo
suas vantagens e desvantagens. Além disso, várias questões de pesquisa emergem e
precisam ser melhor investigadas:
 Será que os servidores públicos são abertos ao uso de modelos adaptativos e
dispostos a participar ativamente em todo o processo de desenvolvimento?
74

 Os profissionais de TI da AP se sentem suficientemente apoiados e confiantes em


“desafiar” os líderes de departamento e líderes políticos para executar o
desenvolvimento de software de maneira diferente de modo a entregar serviços
melhores e com maior valor agregado?
 Será que a equipe do governo tem a competência adequada para trabalhar em
estreita colaboração com a equipe de desenvolvimento de software das empresas
contratadas, e não apenas monitorarem e verificarem os resultados finais das
tarefas realizadas?
 Será que modelos adaptativos podem ser escalados para ambientes
organizacionais hierárquicos e burocráticos, típicos de governo?
 Será que existe uma imagem bastante otimista no nível teórico contra uma
realidade prática dominada por desafios, dificuldades e problemas concretos?
 O que tem sido bom para os governos de outros países pode ser bom para o
governo brasileiro também?
 Como o governo pode diminuir a burocracia e aumentar a agilidade, ao mesmo
tempo, sem incorrer em tantos riscos no desenvolvimento de software?
Esta e outras perguntas serão exploradas na continuidade desta pesquisa, que tem
como objetivo entender e ampliar o que se sabe sobre a adoção de métodos ágeis no setor
público em benefício do desenvolvimento de software na AP no Brasil.
75

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Desenvolvimento de Software com Equipes Distribuídas”. Rio de Janeiro:
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Mestrado (Mestrado em Ciências - Área de concentração: Ciência da
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Challenges in Applying Agile Methods”, United States Government
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Novembro 2014.
76

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[Som11] Sommerville, I. “Engenharia de Software”. Tradução de Kalinka Oliveira e
Ivan Bosnic. São Paulo: Pearson, 2011, 9.ed., 544p.
[Tar11] Tarozzi, M. “O que é a Grounded Theory? Metodologia de pesquisa e de
teoria fundamentada nos dados”. Tradução de Carmem Lussi. Rio de
Janeiro: Vozes, 2011, 189p.
[TCU13] BR TCU. “Levantamento de Auditoria. Conhecimento acerca da utilização de
métodos ágeis nas contratações para desenvolvimento de software pela
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classification and evaluation criteria: a proposal and a discussion”. Journal of
Requirements Engineering, vol. 11-1, Mar 2006, pp. 102- 107. DOI:
10.1007/s00766-005-0021-6
[WRH+12] Wohlin, C.; Runeson, P.; Höst, M.; Ohlsson, M. C.; Regnell, B.; Wesslén, A.
“Experimentation in Software Engineering”. Springer, 2012, 259p. DOI:
10.1007/978-3-642-29044-2
[Yin10] Yin, R. K. “Estudo de caso: planejamento e métodos”. Porto Alegre:
Bookman, 2010, 4.ed., 248p.
77

[Zam+10] Zamboni, A. B. et al. “StArt Uma Ferramenta Computacional de Apoio à


Revisão Sistemática”. In: Proceedings Congresso Brasileiro de Software
(CBSoft’10), 2010, 1p.
78

APÊNDICE A

CONJUNTO FINAL DE ARTIGOS


Tabela 17 - Conjunto final de artigos para análise em profundidade.
ID Título BD Autoria Ano Fonte Tipo
Making agile development work in a
Alleman, G. B.; Henderson, M.; Agile Development Conference -
[P01] government contracting environment- IEEE 2003 Conference
Seggelke, R. ADC
measuring velocity with earned value
Verification and validation of operational
Software Process: Improvement and
[P02] software: a process and methodology Wiley Arthur, J. D.; Gröner, M. K. 2004 Journal
Practice
critique
Risk and risk management in software
[P03] Scopus Bannerman, P. L. 2008 Journal of Systems and Software Journal
projects: A reassessment
Processes for software development within Bei, A.; Lancia, M.; Lombardi, F.; Workshop on Software Quality -
[P04] Scopus 2009 Workshop
the public administration Puccinelli, R. WoSQ
Agile development in a bureaucratic arena - International Journal of Information
[P05] Scopus Berger, H. 2007 Journal
A case study experience Management
The utility of rapid application development
[P06] Scopus Berger, H.; Beynon-Davies, P. 2009 Information Systems Journal Journal
in large-scale, complex projects
Software process improvement under Portland International Conference on
[P07] duress: experiences of SPI in a town hall in IEEE Boria, J. L.; Bianchi, A. J. 1999 Management of Engineering and Conference
Argentina Technology - PICMET
An examination of software maintenance Brown, A. W.; Christie, A. M.; Dart, S. Journal of Software Maintenance:
[P08] Wiley 1995 Journal
practices in a U.S. government organization A. Research and Practice
Managing the dynamics of mutual
adaptation of technology and organisation Software Process: Improvement and
[P09] Wiley Bygstad, B. 2005 Journal
in information systems development Practice
projects
Driving usability into the public International Journal of Human
[P10] Scopus Catarci, T.; Matarazzo, G.; Raiss, G. 2002 Journal
administration: The Italian experience Computer Studies
Managing risk in software development Industrial Management and Data
[P11] Scopus Dey, P. K.; Kinch, J.; Ogunlana, S. O. 2007 Journal
projects: A case study Systems
Independent validation of software safety Driskell, S. B.; Murphy, J.; Michael, J. International Conference on System
[P12] IEEE 2010 Conference
requirements for systems of systems B. and Shing, M.-T. of Systems Engineering - SoSE
79

ID Título BD Autoria Ano Fonte Tipo


Dubinsky, Y.; Talby, D.; Hazzan, O.;
[P13] Agile metrics at the Israeli Air Force Scopus 2005 AGILE Conference Conference
Keren, A.
Software product assurance at the Jet Science Information and Software
[P14] Fairley, R. E.; Bush, M. 1990 Journal
Propulsion Laboratory Direct Technology
A case study: Introducing eXtreme
Hawaii International Conference on
[P15] programming in a US government system Scopus Fruhling, A.; McDonald, P.; Dunbar, C. 2008 Conference
System Sciences - HICSS
development project
Fulgham, C.; Johnson, J.; Crandall, M.;
[P16] The FBI gets agile Scopus 2011 IT Professional Journal
Jackson, L.; Burrows, N.
Do project management tools and Interdisciplinary Journal of
Furumo, K.; Pearson, J. M.; Martin, N.
[P17] outcomes differ in organizations of varying Scopus 2006 Information, Knowledge, and Journal
L.
size and sector? Management
Pessimism, computer failure, and
[P18] information systems development in the Scopus Goldfinch, S. 2007 Public Administration Review Journal
public sector
[P19] An industrial case study for Scrum adoption Scopus Hajjdiab, H; Taleb, A. S.; Ali, J. 2012 Journal of Software Journal
A bayesian belief network cost estimation
Hamdan, K; Bibi, S.; Angelis, L.; IEEE Symposium on Industrial
[P20] model that incorporates cultural and project Scopus 2009 Conference
Stamelos, I. Electronics and Applications - ISIEA
leadership factors
Addressing the Challenges of Software
American Society of Naval
[P21] Growth and Rapidly Evolving Software Wiley Heil, J. W. 2010 Journal
Engineers
Technologies
[P22] Why can't we manage large projects? Scopus Humphrey, W. S. 2010 CrossTalk Journal
A Case Study on the Adoption of International Conference on
[P23] Measurable Agile Software Development BASE Iliev, M.; Krasteva, I.; Ilieva, S. 2009 Software, Services & Semantic Conference
Process Technologies - S3T
World Multi-Conference on
Agile software development under
[P24] Scopus Kaneda, S. 2006 Systemics, Cybernetics and Conference
university-government cooperation
Informatics - WMSCI
Lessons for software development
[P25] ecosystems: South Korea's e-government Scopus Kim, S. L.; Teo, T. S. H. 2013 MIS Quarterly Executive Journal
open source initiative
Comparing private and public sector on
IFIP International Conference on
[P26] information systems development and Scopus Krogstie, J. 2012 Conference
Electronic Government - EGOV
maintenance efficiency
80

ID Título BD Autoria Ano Fonte Tipo


European System, Software &
A survey on the application of the V-Modell Kuhrmann, M.; Lange, C.;
[P27] Scopus 2011 Service Process Improvement & Conference
XT in German government agencies Schnackenburg, A.
Innovation - EuroSPI
Application of the V-Modell XT - Report International Software Process
[P28] Scopus Kuhrmann, M.; Niebuhr, D.; Rausch, A. 2006 Workshop
from a pilot project Workshop - SPW
Loubach, D. S.; Nobre, J. C. S.; Da
Testing critical software: A case study for Digital Avionics Systems Conference
[P29] Scopus Cunha, A. M.; Dias, L. A. V.; 2006 Conference
an aerospace application - DASC
Nascimento, M. R.
Can the case for CASE technology be
[P30] Scopus Love, M.; Siddiqi, J. 1998 Software Quality Journal Journal
advanced by Process Improvement?
International Conference on Theory
Setting SPI practices in Latin America: An Luzuriaga, J. M.; Martínez, R.; Cechich,
[P31] Scopus 2008 and Practice of Electronic Conference
exploratory case study in the justice area A.
Governance - ICEGOV
M. Sohlenkamp, P. Mambrey, W. Prinz,
Supporting the Distributed German
[P32] Springer L. Fuchs, A. Syri, U. Pankoke-Babatz, 2000 Multimedia Tools and Applications Journal
Government with POLITeam
K. Klöckner, S. Kolvenbach
Continuous process improvement at a large Malheiros, V.; Paim, F. R.; Mendonça, Software Process Improvement and
[P33] Scopus 2009 Journal
software organization M. Practice
From art form to engineering discipline? A
IEEE Annals of the History of
[P34] history of us military software development Scopus McDonald, C. 2010 Journal
Computing
standards, 1974-1998
Lessons learned using agile methods on
[P35] Scopus McMahon, P. E. 2006 CrossTalk Journal
large defense contracts
Adoção de métodos ágeis em uma
Workshop Brasileiro de Métodos
[P36] Instituição Pública de grande porte - um WBMA Melo, C. de O.; Ferreira, G. R. M. 2010 Workshop
Ágeis - WBMA
estudo de caso
Is Agile the Answer? The Case of UK International Working Conference on
[P37] Springer Michaelson, R. 2013 Conference
Universal Credit Transfer and Diffusion of IT - TDIT
Managing information system development Information and Software
[P38] Scopus Middleton, P. 1999 Journal
in bureaucracies Technology
Monteiro, R. W.; Sizo, A.; Vinicius, T;
Uma Experiência de Implantação de Simpósio Brasileiro de Qualidade de
[P39] BDBComp Guimarães, L. F.; Martins, C. R. de L.; 2010 Conference
Processo de Testes - Caso PRODEPA Software - SBQS
Sales, E.; Reis, C. A. L.
Evolving to a "lighter" software process: a Annual NASA Goddard Software
[P40] IEEE Moore, R. J. 2001 Workshop
case study Engineering Workshop
81

ID Título BD Autoria Ano Fonte Tipo


Factors affecting duration and effort
Information and Software
[P41] estimation errors in software development Scopus Morgenshtern, O.; Raz, T.; Dvir, D. 2007 Journal
Technology
projects
Web Application Development: Java, .Net International Conference on Web
[P42] Springer Navón, J.; Bustos, P. 2005 Conference
and Lamp at the Same Time Engineering - ICWE
Requirements Engineering: A Case of
Engineering and Managing Software
[P43] Developing and Managing Quality Software Springer Martin, N.; Gregor, S. 2005 Journal
Requirements
Systems in the Public Sector
Collaborative development of public
[P44] information systems: A case study of Scopus Olsson, C.-O.; Rönnbäck, A. Ö. 2010 eChallenges Conference Conference
"Sambruk" e-services development
International Conference on Extreme
Pedroso Júnior, M.; Visoli, M. C.;
[P45] Extreme Programming by example BDPA 2002 Programming and Agile Processes in Conference
Antunes, J. F. G.
Software Engineering
Practical experiences of model-based
Pilemalm, S.; Hallberg, N; Sparf, M.;
[P46] development: Case studies from the Wiley 2012 Systems Engineering Journal
Niclason, T.
Swedish Armed Forces
International Conference on Agile
Adopting iterative development: The
[P47] Scopus Pinheiro, C.; Maurer, F.; Sillito, J. 2008 Processes in Software Engineering Conference
perceived business value
and Extreme Programming
Improving responsiveness, bug detection,
International Conference on Agile
and delays in a bureaucratic setting: A
[P48] Scopus Pinheiro, C.; Maurer, F.; Sillito, J. 2010 Processes in Software Engineering Conference
longitudinal empirical IID adoption case
and Extreme Programming
study
Assessment of Maintenance Maturity in IT International Conference on Product-
Polo, M.; Piattini, M.; Ruiz, F.; Jiménez,
[P49] Departments of Public Entities: Two Case Springer 2001 Focused Software Process Conference
M.
Studies Improvement - PROFES
What Beyond CMMI Is Needed to Help International Software Process
[P50] Springer Pyster, A. 2006 Workshop
Assure Program and Project Success? Workshop - SPW
MPS.BR Nível D – A Experiência em
[P51] Implantar o Modelo na Área de Governo BDBComp Ricardo, M. F. C.; Corrêa, A. S. 2011 Workshop Anual do MPS - WAMPS Workshop
Municipal
Metrics in software process assessment, International Software Metrics
[P52] Scopus Rosenberg, L. H; Sheppard, S. B. 1994 Conference
quality assurance and risk assessment Symposium - METRICS
Cost profile of a highly assured, secure ACM Transactions on Information
[P53] ACM Smith, R. E. 2001 Journal
operating system and System Security - TISSEC
82

ID Título BD Autoria Ano Fonte Tipo


Increasing testing productivity and software
[P54] quality: A comparison of software testing Springer Sova, D. W.; Smidts, C. 1996 Empirical Software Engineering Journal
methodologies within NASA
Winning projects exemplify success for
[P55] Scopus Starrett, E. 2004 CrossTalk Journal
developers and acquirers
E-business in the regulation of medicines in Stojadinovic, T.; Radonjic, V.;
[P56] Scopus 2010 Drug Information Journal Journal
Serbia Radenkovic, B.
Army simulation program balances agile
[P57] Scopus Surdu, J.; Parsons, D. J. 2006 CrossTalk Journal
and traditional methods with success
Taking care of cooperation when evolving International Workshop on
[P58] socially embedded systems: The ACM Unphon, H.; Dittrich, Y.; Hubaux, A. 2009 Cooperative and Human Aspects of Workshop
PloneMeeting case Software Engineering - CHASE
Staying agile in government software
[P59] Scopus Upender, B. 2005 AGILE Conference Conference
projects
[P60] Exploring XP for scientific research Scopus Wood, W. A.; Kleb, W. L. 2003 IEEE Software Journal
Information systems development project ACM SIGSOFT Software
[P61] ACM Wright, M. K.; Capps III, C. J. 2010 Journal
performance in the 21st century Engineering Notes
Supporting decision making in risk
Information Management and
[P62] management through an evidence-based Scopus Zhou, L.; Vasconcelos, A.; Nunes, M. 2008 Journal
Computer Security
information systems project risk checklist
83

APÊNDICE B

INFORMAÇÕES RELACIONADAS COM A ORGANIZAÇÃO DA PESQUISA


Tabela 18 - Informações relacionadas com a organização da pesquisa.
Tipo de dados Método de análise de
ID Tipo da pesquisa Método de pesquisa Método de coleta de dados
analisado dados
[P01] Evaluation research Estudo de caso Não definido (ND) ND ND
[P02] Evaluation research Experimento ND Ambos Estatístico
Estatístico
[P03] Evaluation research Múltiplos estudos de caso Entrevista Ambos
Análise de conteúdo
[P04] Evaluation research Múltiplos estudos de caso ND Quantitativo Estatístico
Estudo de caso Entrevista Análise de conteúdo
[P05] Evaluation research Qualitativo
Etnografia Observação Grounded theory
Entrevista
Estudo de caso
[P06] Evaluation research Observação Qualitativo Análise de conteúdo
Etnografia
Análise de documentos
Estatístico
[P07] Evaluation research Estudo de caso ND Ambos
Análise de conteúdo
[P08] Evaluation research Survey Entrevista Qualitativo Análise de conteúdo
Entrevista
[P09] Evaluation research Estudo de caso Observação Qualitativo Análise de conteúdo
Análise de documentos
[P10] Evaluation research Estudo de caso Entrevista Qualitativo Análise de conteúdo
[P11] Evaluation research Estudo de caso Entrevista Ambos ND
[P12] Evaluation research Estudo de caso ND ND ND
Entrevista
Observação Estatístico
[P13] Evaluation research Estudo de caso Ambos
Questionário Análise de conteúdo
Análise de bases de dados
[P14] Evaluation research ND ND Qualitativo ND
Entrevista
Observação Estatístico
[P15] Evaluation research Estudo de caso Ambos
Questionário Análise de conteúdo
Análise de documentos
[P16] Evaluation research Estudo de caso ND Qualitativo ND
84

Tipo de dados Método de análise de


ID Tipo da pesquisa Método de pesquisa Método de coleta de dados
analisado dados
Entrevista
[P17] Evaluation research Survey Quantitativo Estatístico
Questionário
[P18] Opinion paper Múltiplos estudos de caso Análise de documentos Qualitativo Análise de conteúdo
[P19] Evaluation research Estudo de caso Entrevista Qualitativo ND
Entrevista
[P20] Evaluation research Survey Análise de documentos Quantitativo Estatístico
Análise de bases de dados
[P21] Solution proposal Múltiplos estudos de caso Análise de documentos Qualitativo Análise de conteúdo
[P22] Evaluation research Estudo de caso ND Qualitativo Análise de conteúdo
Observação Estatístico
[P23] Evaluation research Estudo de caso Ambos
Análise de bases de dados Análise de conteúdo
[P24] Evaluation research Estudo de caso ND Qualitativo ND
[P25] Evaluation research Estudo de caso ND ND ND
[P26] Evaluation research Survey Questionário Quantitativo Estatístico
Entrevista Estatístico
[P27] Evaluation research Survey Ambos
Questionário Análise de conteúdo
[P28] Evaluation research Estudo de caso ND Quantitativo Estatístico
[P29] Evaluation research Experimento ND ND ND
[P30] Evaluation research ND ND Qualitativo ND
Entrevista
Observação Estatístico
[P31] Evaluation research Estudo de caso Ambos
Questionário Análise de conteúdo
Análise de documentos
[P32] Evaluation research Estudo de caso ND ND ND
[P33] Evaluation research Survey Questionário Qualitativo Análise de conteúdo
[P34] Opinion paper Revisão da literatura Análise de documentos Qualitativo Análise de conteúdo
[P35] Opinion paper ND ND Qualitativo ND
Entrevista
Observação Estatístico
[P36] Evaluation research Estudo de caso Ambos
Questionário Análise de conteúdo
Análise de bases de dados
[P37] Opinion paper Estudo de caso ND ND ND
Entrevista
Múltiplos estudos de caso
[P38] Evaluation research Observação Qualitativo Análise de conteúdo
Survey
Questionário
85

Tipo de dados Método de análise de


ID Tipo da pesquisa Método de pesquisa Método de coleta de dados
analisado dados
Entrevista
[P39] Evaluation research Estudo de caso Quantitativo Estatístico
Análise de documentos
[P40] Evaluation research Estudo de caso ND ND ND
Questionário
[P41] Evaluation research Survey Quantitativo Estatístico
Análise de bases de dados
[P42] Evaluation research Experimento ND Qualitativo ND
[P43] Evaluation research Estudo de caso ND Qualitativo ND
[P44] Evaluation research Múltiplos estudos de caso Entrevista Qualitativo Análise de conteúdo
[P45] Evaluation research Estudo de caso ND Qualitativo ND
[P46] Evaluation research Múltiplos estudos de caso Entrevista Qualitativo Análise de conteúdo
Entrevista
[P47] Evaluation research Survey Qualitativo Análise de conteúdo
Observação
Entrevista
[P48] Evaluation research Estudo de caso Ambos Estatístico
Análise de bases dedados
Entrevista
[P49] Evaluation research Survey Qualitativo Análise de conteúdo
Questionário
[P50] Solution proposal Survey Entrevista Qualitativo Análise de conteúdo
[P51] Evaluation research Estudo de caso ND ND ND
[P52] Evaluation research Survey Análise de bases de dados Qualitativo Análise de conteúdo
[P53] Evaluation research Estudo de caso Análise de bases de dados Quantitativo Estatístico
Entrevista
[P54] Evaluation research Múltiplos estudos de caso Quantitativo Estatístico
Análise de bases de dados
[P55] Opinion paper Survey Entrevista Qualitativo Análise de conteúdo
[P56] Evaluation research Estudo de caso ND ND ND
[P57] Evaluation research Estudo de caso Entrevista Qualitativo Análise de conteúdo
Entrevista
Observação Estatístico
[P58] Evaluation research Grounded theory Ambos
Análise de documentos Grounded theory
Workshop
[P59] Evaluation research Estudo de caso ND Qualitativo Análise de conteúdo
[P60] Evaluation research Experimento ND Qualitativo ND
[P61] Evaluation research Survey Questionário Quantitativo Estatístico
[P62] Opinion paper Múltiplos estudos de caso Análise de documentos Qualitativo Análise de conteúdo
86

APÊNDICE C

INFORMAÇÕES RELACIONADAS COM O CONTEÚDO DA PESQUISA


Tabela 19 - Informações relacionadas com o conteúdo da pesquisa.
Quem executou o
Modelo, Processo, Nível de
ID Administração Pública País Área do SWEBOK desenvolvimento do
Método de ES experiência
software?
Rocky Flats Environmental Software Engineering
[P01] Estados Unidos Extreme Programming Não definido (ND) Indústria
Technology Site Management (SEM)
Software Engineering
[P02] NASA Langley Research Center Estados Unidos Software Testing (ST) Evaluation System - Iniciante Governo e Academia
SEES
Várias agências de governo da
[P03] Austrália SEM Não se aplica (NA) NA NA
Austrália
Consiglio Nazionale delle Software Engineering
[P04] Ricerche (CNR) - Italian National Itália Models and Methods Agile Unified Process Experiente Governo
Research Council (SEMM)
UK Regional Government
[P05] Reino Unido SEMM Métodos Ágeis Experiente ND
Departament
Rapid Application
[P06] CAP Management - CAPM Reino Unido SEMM Iniciante Indústria
Development
Dirección General de Informática Software Engineering
[P07] Argentina CMM Iniciante Governo
de Rosario Process (SEP)
Uma organização do governo Software Maintenance Computer-Aided Software
[P08] Estados Unidos Experiente Governo e Indústria
dos Estados Unidos (SM) Engineering
Norwegian Office of the Auditor Microsoft Solutions
[P09] Noruega SEMM Iniciante Governo
General Framework
[P10] Administração Pública da Itália Itália Software Design (SD) Waterfall ND Indústria
Town and Country Planning
[P11] Barbados SEM NA NA NA
Office (TCPO)
National Aeronautics and Space
IV&V - Verificação e
[P12] Administration - NASA - Estados Estados Unidos ST Iniciante Governo
Validação Independente
Unidos
[P13] Israeli Air Force Israel SEM Extreme Programming Iniciante Governo
87

Quem executou o
Modelo, Processo, Nível de
ID Administração Pública País Área do SWEBOK desenvolvimento do
Método de ES experiência
software?
Jet Propulsion Laboratory -
[P14] Estados Unidos Software Quality (SQ) NA NA NA
NASA
United States Strategic
[P15] Estados Unidos SEMM Extreme Programming Iniciante Indústria
Command (USSTRATCOM)
Federal Bureau of Investigation
[P16] Estados Unidos SEMM Scrum Iniciante Governo e Indústria
(FBI)
Vários gerentes de organizações
[P17] Estados Unidos SEM NA NA NA
do setor público
Software Engineering
[P18] Setor Público NA NA NA NA
Economics (SEE)
Um departamento de
Telecomunicações e TI do Emirados Árabes
[P19] SEMM Scrum Iniciante Governo
governo dos Emirados Árabes Unidos
Unidos
Mais de 20 organizações
Emirados Árabes
[P20] governamentais dos Emirados SEM NA NA NA
Unidos
Árabes Unidos
Department of Defense and Navy
[P21] Estados Unidos SEM NA NA NA
(DoD/Navy)
Naval Oceanographic Office Team Software Process -
[P22] Estados Unidos SEMM Experiente Governo
(NAVO) TSP
Uma Administração Pública da
[P23] Bulgária SEMM Métodos Ágeis Iniciante Governo
Bulgária
[P24] Prefeitura de Kyoto Japão SEMM Métodos Ágeis Iniciante Academia
National Information Society OSS Development
[P25] Coréia do Sul SEMM Iniciante Governo e Indústria
Agency (NIA) Models
Várias organizações públicas da
[P26] Noruega SEM NA NA NA
Noruega
[P27] Federal Office of Administration Alemanha SEMM V-Modell XT NA NA
German Department of the
[P28] Alemanha SEMM V-Modell XT Iniciante Governo
Interior
Instituto de Aeronáutica e
Espaço (IAE)
[P29] Brasil ST Rational Unified Process Iniciante Academia
Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE)
88

Quem executou o
Modelo, Processo, Nível de
ID Administração Pública País Área do SWEBOK desenvolvimento do
Método de ES experiência
software?
Information Systems Department Computer-Aided Software
[P30] Reino Unido SEP ND Governo
(ISD) Engineering
Área de Informática do Poder
[P31] Argentina SEP CompetiSoft Iniciante Governo
Judicial de Neuquén
German National Research
Governo e Academia e
[P32] Center for Information Alemanha SEMM Evolucionário ND
Indústria
Technology (GMD)
Serviço Federal de Processo SERPO de
[P33] Processamento de Dados Brasil SEP Desenvolvimento de NA NA
(SERPRO) Soluções - PSDS
US Department of Defense
[P34] Estados Unidos SEMM Waterfall NA NA
(DoD)
[P35] Government Defense Estados Unidos SEM Métodos Ágeis Experiente ND
Scrum e Extreme
[P36] Banco Central do Brasil Brasil SEMM Iniciante Governo
Programming
Her Majesty’s Revenue and
[P37] Reino Unido SEMM Métodos Ágeis Iniciante ND
Customs (HMRC)
Várias organizações públicas do
[P38] Reino Unido SEMM SSADM NA NA
Reino Unido
Empresa de Processamento de
[P39] Dados do Estado do Pará Brasil ST ND Iniciante Governo
(PRODEPA)
Uma organização do governo
[P40] Estados Unidos SEMM Extreme Programming Iniciante Governo
dos Estados Unidos
Departamento de TI de uma
[P41] grande organização pública do Israel SEM NA NA NA
governo de Israel
Uma organização governamental Unified Software
[P42] Chile SEMM Iniciante Governo
do Chile Development Process
Australian Bureau of Statistics Software ABS Software
[P43] Austrália Experiente Governo
(ABS) Requirements (SR) Development Process
Swedish Association of
Municipalities for Joint
[P44] Suécia SEMM Scrum ND Governo Colaborativo
Development of eServices
(Sambruk)
89

Quem executou o
Modelo, Processo, Nível de
ID Administração Pública País Área do SWEBOK desenvolvimento do
Método de ES experiência
software?
Embrapa Informática
[P45] Brasil SEMM Extreme Programming Iniciante Governo
Agropecuária
[P46] Swedish Armed Forces Suécia SEMM MODAF Iniciante Governo e Indústria
Uma grande agência de petróleo
[P47] Canadá SEMM Rational Unified Process Iniciante Governo
e gás do governo do Canadá
Uma agência do governo do
[P48] Canadá SEMM Rational Unified Process Experiente Governo
Canadá
Provincial Center of Informatics
[P49] (CENPRI) Espanha SM ND ND Governo
Departamento Público
Departamento de Defesa dos
[P50] Estados Unidos SEM NA NA NA
Estados Unidos - DoD
Informática de Municípios
[P51] Brasil SEP MPS.BR Iniciante Governo
Associados S/A (IMA)
National Aeronautics and Space
[P52] Estados Unidos SQ NA NA NA
Administration (NASA)
US National Computer Security
[P53] Estados Unidos SQ Waterfall Experiente ND
Center
Software Engineering Laboratory
(SEL)
National Aeronautics and Space
[P54] Administration’s (NASA) Estados Unidos ST Waterfall Experiente ND
Goddard Space Flight Center
(GSFC) Flight e Dynamics
Division (FDD)
[P55] Governo dos Estados Unidos Estados Unidos SEM NA NA NA
Uma agência de Medicina do
[P56] Sérvia SEMM Rational Unified Process ND ND
Governo da Sérvia
Métodos Ágeis e Métodos
[P57] United States Army Estados Unidos SEMM Experiente Governo e Indústria
Tradicionais
Uma agência do governo da
[P58] Bélgica SEM Iterativo e Incremental Iniciante Governo Colaborativo
Bélgica
National Institutes of Health Scrum e Extreme
[P59] Estados Unidos SEMM Iniciante Indústria
(NIH) Programming
[P60] NASA Langley Research Center Estados Unidos SEMM Extreme Programming Iniciante Governo
90

Quem executou o
Modelo, Processo, Nível de
ID Administração Pública País Área do SWEBOK desenvolvimento do
Método de ES experiência
software?
[P61] Setor Público ND SEM NA NA NA
Vários projetos do setor público Reino Unido,
[P62] do Reino Unido, Estados Unidos Estados Unidos e SEM NA NA NA
e Nova Zelândia Nova Zelândia

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